secretaria de estado da educaÇÃo - ce dr ovande … · 2012-02-10 · sociologia ... a escola foi...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO ÁREA METROPOLITANA SUL
COLÉGIO ESTADUAL DR. OVANDE DO AMARAL
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
2010
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SUMÁRIO
ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR....................................................05
Identificação ......................................................................................................05
Histórico.............................................................................................................06
Apresentação.....................................................................................................10
Objetivos da instituição escolar.........................................................................11
Recursos Humanos...........................................................................................11
Recursos Ambientais.........................................................................................15
Bens Patrimoniais..............................................................................................17
Recursos Pedagógicos e materiais...................................................................22
Orgãos Colegiados............................................................................................23
Organização do Trabalho Pedagógico..............................................................29
Tecnologias da Informação e Comunicação......................................................34
MARCO SITUACIONAL....................................................................................38
Caracterização da Comunidade Escolar...........................................................37
Caracterização do Corpo docente.....................................................................43
Organização das Horas Atividades....................................................................46
MARCO CONCEITUAL.....................................................................................56
MARCO OPERACIONAL..................................................................................61
Avaliação...........................................................................................................61
Recuperação de Estudos...................................................................................63
Classificação......................................................................................................63
Promoção...........................................................................................................64
Dependência......................................................................................................64
Progressão Parcial.............................................................................................64
Conselho de Classe...........................................................................................65
Inclusão escolar.................................................................................................67
Cultura Afro-brasileira e Africana.......................................................................68
Formação Continuada.......................................................................................70
Educação Fiscal.................................................................................................74
SAREH e Agenda 21.........................................................................................74
Avaliação Institucional do Projeto político Pedagógico......................................76
ATIVIDADES EXTRACURRICULARES...........................................................77
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Passeio Ecológico..............................................................................................78
Corrida Rústica e Feira do Conhecimento.........................................................78
Gincana Escolar ................................................................................................79
Noite Cultural.....................................................................................................80
Jogos Escolares.................................................................................................81
Participação em Concursos...............................................................................82
Estudo sobre o Estado do Paraná.....................................................................83
Sessão Cívica e Cultural....................................................................................84
Viagens de Estudo.............................................................................................84
Sala de Apoio.....................................................................................................85
JOGOS PERMANENTES..................................................................................85
Xadrez................................................................................................................86
REGIME ESCOLAR..........................................................................................89
DISCIPLINAS ENSINO MÉDIO.........................................................................92
Biologia..............................................................................................................92
Matemática......................................................................................................104
Química............................................................................................................112
Física...............................................................................................................121
Arte..................................................................................................................129
Educação Física..............................................................................................137
Língua Portuguesa...........................................................................................146
Inglês...............................................................................................................162
Filosofia............................................................................................................184
Sociologia........................................................................................................193
Geografia.........................................................................................................201
História.............................................................................................................211
DISCIPLINA ENSINO FUNDAMENTAL.........................................................228
Matemática......................................................................................................228
Ciências...........................................................................................................241
Artes.................................................................................................................255
Língua Portuguesa...........................................................................................275
Inglês...............................................................................................................292
Geografia.........................................................................................................309
Ensino Religioso..............................................................................................319
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História.............................................................................................................323
Educação Física..............................................................................................338
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................346
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ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
IDENTIFICAÇÃO
Colégio Estadual “Dr. Ovande do Amaral”
Ensino Fundamental e Médio
Código da escola: 00034
Endereço: Rua Ignácio Schelbauer,139
Bairro Bom Jesus
Rio Negro – PR
Código: 2250
CEP 83880 – 000
Fone/Fax (47) 36451699
E-mail: [email protected]
Funciona sob:
Decreto nº. 2785 de 10/01/77
Resolução nº. 1564 de 27/05/88
Reconhecido Oficialmente:
Ensino Fundamental: Resolução nº. 1564 de 27/05/88
Ensino Médio: resolução nº. 2299 de 07/07/95
Entidade mantenedora:
Secretaria de Estado da Educação do Paraná
Dependência administrativa:
Núcleo Regional de Educação – Área Metropolitana Sul
Parecer do NRE de aprovação do Regimento Escolar: nº. 118/01 de 0/01/2001.
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HISTÓRICO
Até o ano de 1946 as crianças em idade escolar tinham aulas em uma
pequena escola que funcionava na residência do Sr. Oscar Henning, em local
denominado na época de Bairro da Restinga.
Conforme registram nossos arquivos, houve o falecimento da professora
que ministrava as aulas.Para substituí-la foi convidada a jovem Martha
Francisca Scrips que naquele tempo, contava com apenas 14 anos de idade.
As aulas voltaram a ser ministradas, porém em condições
extremamente precárias, despertando assim, a necessidade de construir-se
uma nova escola tendo à frente desse ideal, a jovem professora junto à
comunidade.
Em agosto do ano de 1948 reuniram-se os pais dos alunos para discutir
assuntos referentes à compra do terreno e, nessa mesma data, constituíram a
primeira e única Diretoria da Comissão Pró - Construção, sendo os seguintes:
Presidente – Maximiliano Pfeffer
Vice-Presidente – Walter Weber
Secretário – Oscar Henning
1º Tesoureiro - Evilásio Kühl
2º Tesoureiro – João Ruthes
Esta notável Comissão, com apoio de mais trinta e dois sócios
fundadores, realizou várias festas junto à comunidade local para angariar
fundos para aquisição do terreno, o qual foi adquirido em 1949 , no mesmo
Bairro, ao lado da já conhecida Sociedade Agricultura União “Fuchs”. Na
época o terreno media 40 metros de frente por 100 metros de fundos e era de
propriedade da senhora Ida Schelbauer.
Naquele ano era Prefeito de Rio Negro o Sr. Mathias Augusto Bohn,
mais conhecido como “Bonzito”, e o Sr. Moisés Lupion era o Governador do
Estado do Paraná , juntos conseguiram a liberação de verbas para a
construção da Escola, sendo a mesma construída em alvenaria, com quatro
salas de aula, sanitários e parte administrativa.
Foi construído também o muro ao redor do terreno e a escola foi
inaugurada em 16 de fevereiro de 1952, pelo então Secretário da Educação e
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Cultura Sr. Newton Carneiro, bem como, diversas autoridades e toda a
comunidade local.
A escola foi inaugurada inicialmente com o nome de Grupo Escolar da
Restinga, através do Decreto Nº. 4053, de 18 de janeiro de 1952. Mais tarde foi
denominada Grupo Escolar “Dr. Ovande do Amaral”.
No dia da inauguração tomaram posse 05 professoras que constituíram
o primeiro corpo docente deste Estabelecimento de Ensino, sendo as
seguintes: Silvia Hedwig Kunzer, Josy Pacheco, Irmã Matelzki Landowski ,
Maria José de Araújo e para diretora: Lizete Nanci de Medeiros.
Conforme registram os arquivos, dois dias após a inauguração, iniciou-
se o período de matriculas para aquele ano letivo, no qual foram matriculados
144 alunos de 1ª a 4ª série, cujo curso oferecido era denominado Ensino
Fundamental Comum. Assim, constituiu-se o primeiro corpo discente deste
Estabelecimento de Ensino.
Mediante o que mostram os arquivos, houve um rápido desenvolvimento
e a medida que surgiam as necessidades da escola recém construída, eram
criadas também as soluções. Em 1958, por exemplo, foi criada a Bandeira da
Escola idealizada pela Professora Martha Francisca Witof Scrips, Diretora na
época. A referida Bandeira foi confeccionada pelas irmãs Scheid.
Nos anos seguintes, houve um notável crescimento na procura por
vagas. Em 1958 a escola já contava com 246 alunos matriculados e em 1959 o
prédio escolar foi ampliado com mais duas salas de aula, construídas em
madeira.
Até o ano de 1977 a escola ainda mantinha a nomenclatura original de
“Grupo Escolar” Dr.Ovande do Amaral”, porém através do Decreto de
reorganização Nº 2785 de 04/01/1977, passou a chamar-se Escola “Dr.
Ovande do Amaral” -Ensino de 1º Grau.
Em 1981 foi implantado, gradativamente, o Curso de 5ª a 8ª série e em
1983, pela Resolução 623/83, publicada no Diário Oficial 1508 de 05/04/83, a
escola passou a chamar-se Escola Estadual “Dr. Ovande do Amaral” -Ensino de
1º Grau. O curso de 1º Grau foi reconhecido através da Resolução 1564 de
27/05/1988 e publicado no Diário Oficial Nº 2780 de 27/05/1988.
Conforme registro em arquivos, percebe-se a participação e
desenvolvimento da escola em diversas atividades que envolviam a clientela
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escolar. Desfiles, Rainha da primavera, festas juninas com a presença dos
pais, etc.
Em 1967, foi criado o Hino da escola cuja letra é do Professor
Waldemiro de Carvalho Filho.
Mais tarde, essa letra foi adaptada, tendo em vista a mudança de
nomenclatura da escola que passou a chamar-se Colégio Estadual “Dr.
Ovande do Amaral”.
Nos anos de 1967 a 1975 funcionou neste Estabelecimento de Ensino, a
Classe Especial - Deficientes de Audição, ligada ao Serviço de Educação
Excepcional da S.E.C., sendo essa a primeira classe de excepcionais a
funcionar na Cidade de Rio Negro – PR.
Esse serviço se deve muito ao espírito dinâmico da Professora Apolônia
Purcaru. Mais tarde, esse serviço passou a ser realizado na Escola de classe
especial “Tia Apolônia” de Rio Negro PR.
Este Estabelecimento de Ensino também participou de muitas ações
sociais apoiando cursos, tais como: Alfa, Mobral, catequese para o lar, etc.
O prédio foi novamente ampliado em 1968, com mais duas salas de
alvenaria e 01 pequena cozinha e, no dia 28 de julho de 1969 foi realizada a
ligação da rede de água do D.A.E.(Departamento de Água e Esgoto).
No ano de 1971 foi criada a APP (Associação de Pais e Professores),
sendo eleita a sua Diretoria e sendo registrada no dia 28 de novembro de 1979.
Visando o desenvolvimento artístico-cultural através da música, foi
criada a Fanfarra em 1984, a qual conquistou troféus e medalhas nas
participações em concursos de fanfarras. Na época era composta por setenta
alunos, sendo o seu primeiro instrutor o Professor Osvaldo Nascimento.
Percebia-se um elevado crescimento na procura por vagas neste
Estabelecimento de Ensino, decorrente disto, no ano de 1987, a escola foi
novamente ampliada e, nessa ocasião, foram construídas mais quatro salas de
aula, uma nova cozinha, biblioteca e sanitários.
Em 1988, foi implantado o Ciclo Básico de Alfabetização para as
primeiras e segundas séries do 1º Grau, através do Decreto nº 2545/88.
E com o vasto crescimento populacional e industrial do Bairro Bom
Jesus, houve necessidade de implantação do Ensino de 2º Grau que na época
denominou-se Curso de Educação Geral – Área de Concentração
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Administração, sendo que o Projeto de Implantação foi aprovado pelo Parecer
663/89 e autorizado o funcionamento através da Resolução 1175/89 de
09/05/1989. O referido Curso teve seu reconhecimento através do Parecer
083/95 e Resolução nº 2299 de 07/07/1995.
Em 1991, houve a suspensão definitiva das atividades escolares de 1ª a
4ª série, criando-se assim a Escola Municipal Prefeito “Mathias Augusto Bohn”
que passou a oferecer o Ensino de 1º Grau, nas dependências do Colégio
Estadual “Dr. Ovande do Amaral”.
Da mesma forma, o Colégio Ovande continuou sua atividade
educacional oferecendo à sua clientela os Cursos de 1º Grau 5ª a 8ª série e 2º
Grau Regular. Em 1998 teve sua nomenclatura adequada à Resolução 3120/98
e passou a chamar-se Colégio Estadual “Dr. Ovande do Amaral”-Ensino
Fundamental e Médio.
Desde a sua fundação registramos os nomes dos Diretores: Lizete Nanci
de Medeiros, Maria José de Araújo, Martha Francisca Witof Sricps, Adelaide
Ribas, Aladir Bernadete Wamser, Everli Xavier Wilczek, Ivanilde Kühl
Fernandes, Liziana Bernadete Pereira Koppe e César Augusto Kundlatsch.
Até a presente data, apenas 03 profissionais foram designadas para
exercer a função de secretária, sendo as seguintes: Maria José Jurazeck,
Marilena Correa e Marli de Lima.
O Colégio Estadual “Dr. Ovande do Amaral” - Ensino Fundamental e
Médio, tem hoje a sua estrutura organizacional composta pelo Conselho
Escolar, Direção, Direção Auxiliar, Equipe Pedagógica, Equipe Administrativa e
APMF(Associação de Pais, Professores e Funcionários) e Grêmio Estudantil.
Recentemente, a APP teve sua nomenclatura alterada passando a
chamar-se APMF. Desde sua fundação este Estabelecimento de Ensino obteve
inúmeras conquistas destacando-se atualmente o esporte e a literatura.
No presente ano letivo de 2005, o Colégio conta com 459 alunos no
Ensino Fundamental e 323 no Ensino Médio, totalizando 782 alunos, para uma
equipe de 37 professores e 16 funcionários.
Histórico redigido por: Marli de Lima – Secretária
e Cínthia Maria Cordeiro – Professora de História
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APRESENTAÇÃO
O Colégio Estadual “Dr. Ovande do Amaral”, localizado na zona urbana
de Rio Negro PR a 104 km de Curitiba, entidade que há mais de 50 anos vem
cumprindo seu papel de escolarizar pessoas, atua diretamente com alunos na
faixa etária de 10 anos em diante, desde o período em que iniciam a 5ª série
do ensino fundamental até que terminem o ensino médio. Sendo que o ensino
fundamental funciona nos períodos matutino e vespertino e o ensino médio
privilegia os alunos nos períodos matutino e noturno. Cujos horários são:
Matutino: 5 aulas de 50 minutos
Entrada: 7 h 30 min
Intervalo: 10h às 10h 15 min
Saída: 11h 55 min
Vespertino: 5 aulas de 50 minutos
Entrada: 13 h
Intervalo: 15h 30 min às 15h 45min
Saída: 17h 25 min
Noturno: 3 aulas de 50 minutos e 2 de 45 min
Entrada: 18h 50 min
Intervalo: 21h 05 min às 21h 15 min
Saída: 23h 05 min
A distribuição das turmas em regime seriado leva em conta a escola
municipal que ocupa o mesmo espaço, e conforme o horário do transporte
escolar que a Prefeitura do Município oferece.
Portanto, pela manhã funcionam oito turmas de ensino fundamental e
seis turmas de ensino médio. À tarde, funcionam seis turmas de ensino
fundamental e à noite, funcionam quatro turmas de ensino médio.
A comunidade atendida é muito diversificada e suas especificidades
serão amplamente elencadas na caracterização da clientela escolar.
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Número de alunos matriculados em 2007 – 763 alunos:
Ensino Fundamental – 462 alunos
Ensino Médio – 301 alunos
Total de Professores: 32
Ensino Fundamental: 23
Ensino Médio : 20
Total de Funcionários: 18
OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR:
Nossa escola busca permanentemente a escolarização básica de todos
os alunos nela matriculados, não meramente para cumprir a legislação em
vigor, mas para formar pessoas capazes de discernir conscientemente ao fazer
escolhas que a vida lhes exige a todo momento.
Muito mais do que transmitir ensinamentos, nossa escola prima pela
formação básica universal, enfatizando os saberes acumulados e
comprovados pela ciência, os quais farão com que nossos alunos
desenvolvam-se plenamente como seres em formação.
Nossa meta é instigá-los a serem autônomos e buscarem
permanentemente o conhecimento, a partir do que aprenderam em nossos
bancos escolares.
Objetiva-se construir uma proposta pedagógica que venha ao encontro
dos anseios e em busca da qualidade educacional, geradora de valores éticos
e humanistas, rumo à sociabilização do saber historicamente produzido.
Já se trabalha com esse objetivo há alguns anos e o resultado começou
a aparecer quando se conseguiu, através do projeto de recuperação paralela
de conteúdos, diminuir a porcentagem de reprovação da escola, como um todo.
A gestão de nossa escola é bastante democrática, sendo que as
decisões são tomadas em conjunto e não somente pela direção da escola, mas
com todos os envolvido no processo educacional de nossos alunos. Os
professores em especial, que são os que atuam diretamente com eles, são os
mais ouvidos, já que são as pessoas ideais para opinar com relação aos
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processos da escola por estarem em contato direto com os alunos e
conhecerem de perto suas necessidades.
A equipe pedagógica muitas vezes cumpre seu papel de intermediária
nessas situações para facilitar o processo de gestão democrática.
O conselho escolar também é convidado constantemente a participar
das decisões da escola, mas é raro quando precisa decidir alguma situação
mais complicada, até mesmo porque o clima educacional é muito bom, pois
todos procuram se respeitar para serem respeitados.
Não há divergências entre o que é proposto e o trabalhado realmente na
prática docente, pois procura-se fazer aquilo que está proposto pelas
disciplinas, em especial no planejamento anual, onde são elencados os
conteúdos a serem desenvolvidos, a metodologia que será utilizada e os
pressupostos teóricos que embasam o ensino das disciplinas e além disso, os
procedimentos adotados por cada profissional.
Pode-se afirmar que os conflitos são quase inexistentes e serão
apresentadas as justificativas para tal afirmação amplamente, na
caracterização do corpo docente, parte integrante deste PPP.
RECURSOS HUMANOS
Nosso quadro de recursos humanos é composto dos seguintes profissionais no
ano de 2006.
1. ANA JUDITE URBANITZ
QPM Especialista 4.379.205-9 Professor(a) 26/07
2. ANDERSON MARCON TESSARO
QPM Especialista 6.253.768-0 Professor(a) 24/11
3. ARY SIQUEIRA
QPM Especialista
1.124.2566-
9 Professor(a) 15/04
4. ANDRÉ MARTINS Graduado 7.375.806-8 Professor(a) 23/08
Nº
NOME DO PROFESSOR(A)
FORMAÇÃO
NÚMERO DO
RG
FUNÇÃO
DATA
NASC
13
QPM
5. CÉSAR AUGUSTO KUNDLATSCH
QPM Especialista 6.772.955-2 Professor(a) 31/10
6. CLAUDIA MARIA MORAIS DE SÁ
QPM Especialista 2.088.495-9 Professor(a) 30/04
7. DANIEL RODRIGO DIETTRICH
SC02 Especialista 3.320.119-2 Professor(a) 22/04
8. DENIZE SIMÕES ANTENOW
QPM Especialista 5.244.816 Professor(a) 26/07
9. DEYSE TERESINHA CARPES
QPM Especialista 3.875.343-6 Pedagoga 25/09
10. DIONE MARIA WAGNER FERREIRA
QPM Especialista 5.269.608-9 Pedagoga 28/10
11. EDSON LUIZ NIZER
QPM Especialista 3.444.809-4 Professor(a) 02/06
12. EUNICE GRANEMAN BONIN HOLTZ
QPM Graduada 3.482.090-2 Professor(a) 22/02
13. GENI TSCHOEKE COSTA
QPM Especialista 3.474.456-4 Professor(a) 23/03
14. HÉLIO SCHIMIEGUEL
QPM Especialista 4.078.399-7 Professor(a) 04/01
15. LETÍCIA RIBAS NIZER
QPM Especialista 3.024.047-2 Professor(a) 05/07
16. LÍLIAN BOGO RIBAS
QPM Especialista 4.362.869-0 Professor(a) 25/10
17. LIZIANA BERNADETE PEREIRA KOPPE
QPM Especialista 1.079.824-8 Diretora 13/04
18. LUCIANE FANDERUFF
QPM Especialista 5.709.097-9 Professor(a) 31/07
19. MARCIA NOVAK
QPM Especialista 4.923.524-0 Professor(a) 20/04
20. MARIA DO ROCIO SMOKOVICZ
QPM Especialista 4.347.589-4 Professor(a) 28/04
21. MARIA ROSANE HELEODORO PEREIRA
QPM Especialista 4.446.727-5 Professor(a) 27/05
22. MARIA TEREZA S. KALINOSKI
TF57 Especialista 1.001.137-0 Professor(a) 02/02
23. MARISTELA DOS SANTOS FREITAS
QPM Especialista 5.126.889-0 Professor(a) 20/06
14
24. MAURÍCIO VALÉRIO
QPM Especialista 5.253.481-0
Diretor
auxiliar 12/08
25. NEUSA JOLLEMBECK
QPM Especialista 5.098.291-2 Professor(a) 14/02
26. NILCÉIA M. C. PEREIRA MIREK
QPM Especialista 9.508.919-4 Professor(a) 22/11
27. NIRALCI ÉCKEL TATARA
QPM Especialista 4.498.543-8 Professor(a) 18/04
28. PAULO CÉSAR ABILINO
QPM Especialista 3.903.518-9 Professor(a) 29/11
29. REGINA CÉLIA S. MENDES
QPM Especialista 5.488.752-3 Pedagoga 29/03
30. ROSÁLIA TERESINHA MARQUES
QPM Especialista 7.784.158-0 Professor(a) 14/08
31. SIMONE SEMMER
QPM Especialista 3.505.652-1 Professor(a) 28/11
32. SIMONELI SAUER COLET
QPM Especialista 8.656.193-0 Professor(a) 02/01
33. TÂNIA MARA NIEZER
QPM Especialista 9.249.507-8 Pedagoga 13/04
QUADRO DE FUNCIONÁRIOS
Nº
NOME DO (A) FUNCIONÁRIO (A)
FORMAÇÃO
Nº DO RG
FUNÇÃO
DATA
NASC.
01 DELMA TEIXEIRA DA CRUZ
QPPE Graduação 5.445.881-9
Assistente
administrativo 10/11
03 DIRCELÉIA MIGUEL
CLAD Ensino Médio 4.320.993-0 Serviços Gerais 28/04
05 HILDA TIBES DE MATIAS
PREDUC Fundamental 7.897.072-3 Serviços Gerais 14/12
06 IVONE DO ROCIO CLAUDINO
QPPE Ensino Médio 3.022.911-8 Serviços Gerais 03/02
07 IRACEMA LANG SOARES
CLAD Ensino Médio 6.767.128-7 Serviços Gerais 20/09
08 JAIR DE LIMA
QPPE
Fundamental
(incompleto) 1.830.286-1 Serviços Gerais 22/02
15
09 JULIETA GUEDES DRAPALA
QPPE Ensino Médio 6.788.328-4 Serviços Gerais 19/12
10 MARIA OLIVIA LANG MARTINS
QPPE Ensino Médio 0.698.874-1
Assistente
administrativo 22/09
11 MARLI DE LIMA
QPPE Especialista 4.023.801-8 Secretária 22/10
12 OSMAR JUNGLES
QPPE Especialista 4.196.932-6
Assistente
administrativo 02/06
13 PATRÍCIA TABORDA R. BAPTISTA
QPPE Graduada 6.962.212-7
Assistente
administrativo 29/08
14 RENILDA TERESINHA
SCHMIDMEIER JUNGLES QPPE Especialista 4.185.342-5
Assistente
administrativo 09/10
15 SANDRA REGINA CLAUDINO
CLAD
Fundamental
(incompleto) 4.782.406-0 Serviços Gerais 30/07
16 VERA LÚCIA FUCHS
PREDUC Fundamental 7.781.353-5 Serviços Gerais
28/10
RECURSOS AMBIENTAIS
Dados Gerais do Prédio:
- Terreno medindo 5.000 m²
- Área construída 3.200 m²
- Área livre 1.800 m²
- Ano de construção: 1952
Construção do Prédio tipo: Mista
- Alvenaria
- Madeira
Tipos de instalações:
- Hidráulicas
- Elétricas
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- Sanitárias
Cobertura tipo:
- Telhado
- Toldo
Pintura :
- Interna
- Externa
Segurança interna:
- Alarme
Segurança externa:
- Muros
- Grades
- Alambrados
Ambientes Internos:
- Sala de Direção
- Sala de Professores
- Sala de supervisão
- Salas de aula
Sala de Recursos Tecnológicos
- Laboratório:
_ Física
_ Química
_ Biologia
- Banheiros:
_ Masculino
_Feminino
- Secretaria
- Almoxarifado
- Biblioteca
- Cozinha
- Despensa
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- Hall de entrada
Ambientes externos:
- Quadra esportiva sem cobertura
- Quadra de areia
- Pátio sem cobertura
- Horta
- Jardim
- Calçadas
Tendo em vista os espaços descritos acima, é urgente a cobertura da
quadra que está sendo providenciada e encontra-se liberado o investimento
para tal obra.
Outro espaço imprescindível é o refeitório, para que os alunos possam
lanchar adequadamente, o que não acontece no momento. Temos alunos
oriundos do interior do município que saem de casa muito cedo no período da
manhã e precisam se alimentar na hora do intervalo.
BENS PATRIMONIAIS
DESCRIÇÃO / QUANTIDADE
Amplificador de Mesa 02
Caixa Acústica 20
Caixa Acústica (Sincronizador de som) 02
Linha telefônica 01
Telefone 01
Microfone 03
Pedestal para microfone 02
Retroprojetor 03
Televisor multimídia 14
DVD 10
Caixa amplificada 02
18
Suporte para TV e DVD 01
Aparelho de som 3 em 1 01
Rádio gravador 03
Rádio 01
Rádio com CD CCE 01
Rádio com CD Philips 01
Rádio com CD Lenox Sound 01
Máquina de reprografia (xerox) 01
Forno elétrico 02
Freezer horizontal (azul) 01
Freezer horizontal 152 litros 01
Geladeira Doméstica 02
Botijões de gás 04
Estante de aço c/ 06 prateleiras 04
Estante de aço e madeira 10
Estante de aço 03
Cadeira fixa s/ braço 01
Cadeira fixa s/ braço 01
Cadeira giratória (secretaria) 03
Cadeira giratória (direção) 02
Cadeira giratória 04
Cadeira polipropileno branca 74
Cadeira FDE/3 verde 30
Cadeira tubular azul/FDE 27
Cadeira FDE/3 verde 60
Cadeira esc. Mod.FDE /4 18
Cadeira tubular preta 166
Cadeira tubular verde 37
Mesa para telefone 01
Mesa para refeitório (mármore) 01
Mesa para reunião 01
Mesa para leitura 09
Mesa do professor 09
19
Mesa para computador 08
Mesa para computador 04
Carteira FDE/3 Verde 90
Carteira FDE/4 18
Carteira est. Tub. Azul 26
Carteira est. Tub. Preta 11
Carteira est. Tub. Verde FDE /3 21
Microcomputador (486) - Pentium 01
Microcomputador Pentium 01
Microcomputador Microtec 03
Microcomputador SW EQP rede 01
Impressora matricial 180 col. 01
Impressora Epson Stylus 600 01
Impressora HP 692C 01
Impressora Epson Stylus 740 01
Impressora Epson Stylus 300 01
Escrivaninha 12
Globo Mundi 05
Ventilador de teto 4 pás 17
Ventilador de teto 3 pás Ventisol 05
Ventilador 30 cm 3 veloc. Mondial 02
Armário de cozinha fórmica azul 01
Armário 04
Armário de escritório (madeira ) 02
Armário / aço 2 portas 03
Armário 20
Armário aço 2 portas 01
Armário aço 2 portas 01
Estante 06
Fogão semi-industrial 01
Fogão semi-industrial 04 b. c/ forno 01
Máquina de escrever eletrônica 01
Máquina de escrever manual Olivetti 01
20
Máquina fotográfica PRACTICA MD 50 01
Máquina de limpeza alta pressão 01
Extintor de incêndio 05
Extintor de incêndio CO2 03
Transformador/estabilizador 05
Arquivo de aço 04
Quadro negro 07
Microscópio binocular 02
Duplicadora a álcool 01
Mimeógrafo 02
Repique (fanfarra) 58
Balcão(cozinha) 01
Alarme 01
Relógio 02
Sistema de antena parabólica 01
Rack metálico 01
Liquidificador 4 litros 01
Episcópio 01
Torso (peça de anatomia) 01
Planetário 01
Guilhotina 01
Acervo videoteca 01
Banquetas 38
Laboratório (física, química e biologia)
Laboratório de Informática
01
20
Furadeira Hoby 01
Fax 01
Nobreak 01
Scanner 01
Conjunto carteira/cadeira FDE 4 63
Sinal eletrônico 01
Teclado 107 teclas PS2 01
Escrivaninha 01
21
TV Philips “29 PT554 01
Telefone s/fio 900 MHZ 01
Console (mesinha de centro) 01
Impressora multifuncional Epson Stylus CX 3200 01
Impressora HP 3535 01
Estantes de aço 03
Impressora matricial 80 colunas Epson LX 300+ 01
Globo terrestre 02
Leis de Hom. (laboratório) 01
Conjunto de Termologia 01
Conjunto de Óticas e Ondas 01
Conjunto de Mov. Dinâmica e Cinemática (Laboratório) 01
Freezer 300 litros PLC 01
Ventilador de teto comercial 3 pás 02
Fogão à gás 6 bocas 01
Botijão de gás (vazio) 13 quilos 02
Estante de aço com 7 prateleiras 03
Vídeo cassete / 5 cabeças Panasonic 01
Televisor Philco 21” tela plana 01
22
RECURSOS PEDAGÓGICOS E MATERIAIS
Acervo biblioteca – 9.000 exemplares
Acervo videoteca - 300 fitas de vídeo
Laboratório: Física, Química e Biologia.
Laboratório de Informática – 20 microcomputadores
Televisores
DVDs
Retro projetores
Equipamentos de som em geral
Microcomputadores
Impressoras
Máquina de reprografia (xeróx)
Máquina fotográfica
Scanner
Guilhotina para papel
Aparelho limpador de VHS
23
ÓRGÃOS COLEGIADOS
Conselho Escolar:
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da
Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva e avaliativa sobre a
organização e a realização do trabalho pedagógico desta Instituição escolar em
conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, para o
cumprimento da função social e específica da escola.
A ação do Conselho Escolar deverá estar fundamentada nos seguintes
pressupostos:
a) Educação é um direito alienável de todo cidadão;
b) A Escola deve garantir o acesso a todos que devem ingressar no Ensino
Público;
c) A universalização e a gratuidade do ensino nos seus diferentes níveis e
modalidades são metas da escola pública;
d) A construção contínua e permanente da qualidade da educação pública está
diretamente vinculada a um projeto de sociedade;
e) Qualidade de ensino e competência político-pedagógica são elementos
indissociáveis num projeto democrático de escola pública;
f) O trabalho pedagógico escolar, numa perspectiva emancipadora, é
organizado numa dimensão coletiva;
g) A democratização da gestão escolar é responsabilidade de todos os sujeitos
que constituem a comunidade escolar;
h) A gestão democrática privilegia a legitimidade, a transparência, a
cooperação, a responsabilidade, o respeito, o diálogo e a intenção em todos os
aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros da organização do
trabalho escolar.
O Conselho Escolar deste Estabelecimento de Ensino, é constituído
segundo as disposições contidas na Deliberação nº 16/99 do Conselho
Estadual de Educação e foi homologado em 12 de julho de 2005, pelo Ato
24
Administrativo nº 301/05 do Núcleo Regional de Educação que aprova o
Regimento Escolar desta Escola.
O referido Conselho é denominado Conselho Escolar do Colégio Estadual “Dr.
Ovande do Amaral”-Ensino Fundamental e Médio e tem sede na Rua Ignácio
Schelbauer nº 139 no Bairro Bom Jesus em Rio Negro PR. Está regido por
Estatuto nos seus dispositivos legais que lhe forem aplicáveis.
Em nosso colégio, o conselho escolar é bastante atuante e colabora na
tomada de decisões importantes que efetivamente melhoram o ambiente
escolar, visando o bom funcionamento da escola e consequentemente o bem
estar dos alunos.
Fazem parte do atual Conselho Escolar:
Liziana Bernadete Pereira Koppe
Dione Maria Wagner Ferreira
Deyse Teresinha Carpes
Lilian Bogo Ribas
Cinthia Maria Cordeiro
Osmar Jungles
Maria Olivia Lang Martins
Dirceleia Miguel
Ivone do Rocio Claudino
Jhonath Alves
Francine Aparecida Schelbauer
Niralci Eckel
Dimas Miguel Lisboa
Jean Paulo Marques
Rosilei Aparecida de Lima
Wilma das Graças Vieira Leski
Luciano Aparecido do Nascimento
Equipe de Direção:
Direção Geral – Liziana Bernadete Pereira Koppe
Diretor Auxiliar – Maurício Valério
25
Equipe Pedagógica
Deyse Terezinha Carpes
Dione Maria Wagner Ferreira
Regina Célia Schmidmeier Mendes
Tânia Mara Niezer
Corpo Docente:
Ana Judite Urbanitz
Anderson Marcon Tessaro
André Martins
Ary Siqueira
Claudia Viviane Dittrich
Cesar Augusto Kundlatsch
Daniel Rodrigo Dittrich
Denize Simões Antenow
Eder Gielgen
Eliane Aparecida Alpinhaki
Eunice Granemann Bonin Holtz
Geni Tschoeke Costa
Hélio Schimieguel
Juceleia Luzia de Assis
Josicarlos Peron
Letícia Ribas Nizer
Lílian Bogo Ribas
Lucia Helena Niezer
Luciane Valério
Marcia Novak
Maria Alice Lauer Zageski
Maria do Rocio Smokovicz Garcia
Maria Rosane Heleodoro Pereira
Maristela dos Santos Freitas
Marli Ossovski Podolan
26
Maurício Valério
Neusa Jollembeck
Nilcéia Maria Cassias Pereira Mirek
Niralci Eckel
Orlanda de Fátima da Luz
Paulo César Abilino
Simone Semmer
Simone Terezinha Rubbo
Simoneli Sauer Colet
Bibliotecárias:
Delma Teixeira da Cruz
Simone Camargo
Patrícia Taborda Ribas Baptista
Claudete Salomoni
Equipe Administrativa:
Secretaria:
Marli de Lima
Osmar Jungles
Renilda Teresinha Schmidmeier Jungles
Inspetora de Alunos:
Julieta Guedes Drapala
Serviços Gerais:
Hilda Tibes de Matias
Iracema Lang Soares
Ivone do Rocio Claudino
João da Silva
Neusa Alves Wolf
Sandra Regina Claudino
Dirceléia Miguel
Vera Lúcia Fuchs
Jair de Lima
27
Órgão Complementar: Associação de Pais, mestres e funcionários - APMF:
A APMF deste Estabelecimento de Ensino é um órgão de representação
de Pais, Mestres e funcionários, não tendo caráter político partidário, religioso,
racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerado os seus Diretores e
Conselheiros.
Está protocolada sob nº 0015200 e registrada sob nº 0001705, fls 144,
Livro A-015 de registro de Pessoas Jurídicas com sede e foro no Município de
Rio Negro PR.
Os objetivos da APMF são:
I - Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de assistência ao educando de
aprimoramento do ensino e integração da família – escola – comunidade,
enviando sugestões, em consonância com a proposta pedagógica para
apreciação do Conselho Escolar e Equipe Pedagógico– administrativa.
II - Prestar assistência aos educandos, professores e funcionários
assegurando-lhes melhores condições de eficiência escolar em consonância
com a proposta pedagógica deste Estabelecimento de Ensino.
III - Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto
escolar, discutindo a política educacional, visando sempre a realidade dessa
comunidade.
IV - Proporcionar condições ao educando, para participar de todo processo
escolar, estimulando sua organização em Grêmio estudantil com o apoio da
APMF e Conselho Escolar.
V - Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo,
dessa forma, para a melhoria da qualidade do ensino, visando uma escola
pública gratuita e universal.
VI - Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores, funcionários e
toda a comunidade, através de atividades sócio educativas, culturais-
desportivas, ouvido o Conselho Escolar.
VII - Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem
repassados através de convênios, de acordo com as prioridades estabelecidas
em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em livro ata.
28
VIII - Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas
instalações, conscientizando sempre a comunidade para a importância desta
ação.
Pode-se salientar que a nossa APMF cumpre com suas funções como o
descrito acima, colaborando junto ao conselho escolar na tomada de decisões
importantes para o bom funcionamento de nosso estabelecimento.
São integrantes da atual APMF:
Dimas Miguel Lisboa – Presidente
Alice Pawlowski Kososki – Vice-Presidente
Regina Célia Schmidmeier Mendes – 1ª Secretária
Tania Mara Niezer- 2º Secretária
Luci Marcia Kostulski de Lima- 1ª Tesoureira
Wilma das Graças Vieira Leski- 2ª Tesoureira
Maria Olivia Lang Martins – 1ª Diretora Socio-cultural
Marcia Novak- 2ª Diretora Socio-cultural
Assessoria Técnica:
Liziana Bernadete Pereira Koppe- Diretora do Estabelecimento
Dione Maria Wagner Ferreira- Pedagoga Titular
Deyse Teresinha Carpes- Pedagoga Suplente
Conselho Deliberativo e Fiscal:
Eunice Bonin Holtz- Professora Titular
Maria Rosane Heleodoro Pereira- Professora Suplente
Osmar Jungles- Funcionário Titular
Delma Teixeira de Arruda- Funcionária Suplente
Pais de Alunos:
Niralci Eckel
Sandra Regina Claudino
Simone Camargo Niottin
Maria José Wamzer
29
Grêmio Estudantil:
O Grêmio estudantil está representado por estudantes deste
Estabelecimento de Ensino, conforme estabelece a Lei nº 14436 de
22/06/2004, publicada no Diário Oficial nº 6756 de 23/06/2004, a qual
assegura aos estudantes de estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio
a organização de grêmios estudantis, como entidades autônomas
representativas dos interesses dos estudantes secundaristas, com finalidades
educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais.
O grêmio estudantil deste Estabelecimento de Ensino, que atua de forma
consciente e organizada, como órgão colegiado e representativo dos alunos e
tem suas funções muito bem desempenhadas, é constituído pelos seguintes
componentes:
_ Presidente: Jean Paulo Marques- 1ª C
_ Vice-Presidente: Etelvan Martins _ 3ª B
_ Secretário geral: Johnatan A. K. de Andrade_ 1ª C
_ 1ª Secretária: Bruna Caroline Maia_ 1ª A
_ Tesoureiro geral: Elaine Cristina Baungartner_ 3ª B
_1ª Tesoureira : Débora Seidel_ 2ª C
_Diretora social: Fernanda A. M. Landarin_ 7ª A
_Diretor de Imprensa: Geisa S. B. Pontes _2ª C
_ Diretor de Esportes: Egon Douglas Rotter_ 2ª A
_ Diretora de Cultura: Jhonath Alves _ 6ª C
_ Diretor de saúde e meio ambiente: Daiana Aparecida de Mattos _ 1ª D
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
PERSPECTIVA ADMINISTRATIVA
O trabalho pedagógico de nossa escola sob a perspectiva administrativa
está organizado sob a direção da professora Liziana Bernadete Pereira Koppe
e da direção auxiliar ocupada pelo professor Mauricio Valério, ambos eleitos
pelo voto direto nas últimas eleições para a direção escolar.
30
Os demais funcionários que compõem o quadro profissional,
basicamente nas funções de serviços gerais e administrativos, prestam
serviços específicos atrelados a suas funções com respeito a rotina da escola,
os quais contribuem significativamente, somando no processo educativo,
dando suporte e nos auxiliando sobremaneira nas atividades escolares.
Não há divisão acirrada das funções, havendo um bom clima e
entrosamento entre professores, equipe pedagógica e funcionários e também
uma cooperação mútua entre os funcionários o que foi sistematicamente
analisado na caracterização do corpo funcional.
PERSPECTIVA PEDAGÓGICA
Nossa linha de ação na perspectiva pedagógica baseia-se na
democracia, sendo que pretendemos assumir uma prática social humanista,
compreendendo que todos os alunos têm direito ao conhecimento, a conhecer-
se como sujeito humano e a ter um papel na sociedade, consciente de seus
direitos e deveres.
A prática social se caracteriza pela apropriação do saber concreto e
pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem a
construção de uma sociedade mais igualitária. A interculturalidade apresentada
nas classes evidencia a rica diversidade de conceitos que poderão ser
explorados nas aulas. Conhecendo e respeitando a diversidade social, cultural
e as idéias primeiras do aluno, como elementos que também podem constituir
a compreensão dos conceitos relacionados à vida cotidiana promovendo a
democratização do ensino.
Para tanto é imprescindível que a equipe pedagógica trabalhe em
conjunto com os professores, bem como funcionários e direção da escola, com
a finalidade de auxiliá-los na tarefa de bem educar.
Temos a convicção de que a gestão democrática escolar é a melhor
forma de garantir o acesso ao conhecimento essencial básico para que o aluno
possa garantir seu lugar na sociedade do conhecimento.
PERSPECTIVA FINANCEIRA
31
Nosso órgão mantenedor é o Governo do Estado do Paraná, que supre
nossas necessidades básicas de funcionamento, como o pagamento dos
profissionais e demais despesas oriundas do funcionamento da escola.
As despesas extras são subsidiadas pela Associação de Pais, Mestres e
Funcionários, através de colaborações espontâneas entre a comunidade
escolar.
PERSPECTIVA POLÍTICO-EDUCACIONAL
Seguimos a linha filosófica preconizada pela Secretaria de Estado da
Educação do Estado do Paraná, sendo que compactuamos das mesmas idéias
e linhas de conduta, pois acreditamos que a educação básica integral é o que
há de mais importante a ser valorizado em nossos alunos. A prática social é
também uma prática política que identifica a união e organização dos grupos
como sendo fundamental na tomada de decisões e no fortalecimento da causa
comum.
CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS
As dependências do Colégio Estadual “Dr. Ovande do Amaral” são
utilizadas juntamente com a Escola Prefeito Mathias Augusto Bohn, da rede
Municipal de Ensino, e por esse fato, enfrenta-se algumas dificuldades, pois o
espaço físico fica limitado.
Existem 14 salas de aula de 48m² e 02 salas de 42m². A iluminação e
ventilação são adequadas aos ambientes, porém as pinturas das paredes
internas, assim como do prédio em geral são precárias.
Não dispomos de salas de apoio e de recursos, pois não temos espaço
físico suficiente para tal fim, embora haja necessidade em especial para os
alunos das 5ª séries.
Quanto ao mobiliário, as carteiras são padronizadas e fornecidas pela
FUNDEPAR, entretanto em péssimas condições de uso.
Existem atualmente 25 turmas distribuídas em três turnos (matutino,
vespertino e noturno), sendo no período matutino 07 turmas do Ensino
Fundamental e 08 turmas do Ensino Médio, assim distribuídas:
32
02 turmas de 5ª série
02 turmas de 6ª série
02 turmas de 7ª série
02 turmas de 8ª série
03 turmas de 1ª série
03 turmas de 2ª série
02 turmas de 3ª série
No período vespertino, tem-se 07 turmas do Ensino Fundamental, assim
distribuídas:
02 turmas de 5ª série
02 turmas de 6ª série
02 turmas de 7ª série
01 turma de 8ª série
No período noturno temos 03 turmas do Ensino Médio, assim
distribuídas:
01 turma de 1ª série
01 turma de 2ª série
01 turma de 3ª série
Quanto à composição de turmas, o número de alunos matriculados no
Ensino Fundamental está dentro do limite estipulado pela Legislação vigente,
pois tem-se turmas de até 38 alunos, nestas séries.
Quanto ao Ensino Médio, a oferta de vagas não corresponde à
demanda, ou seja, no período matutino temos em especial, nas 1ª séries, em
média 40 alunos por turma.
O espaço de recreação é bastante limitado. Há um pátio central todo
calçado. Esta área é também usada para apresentações das sessões cívicas,
jornal falado e apresentações culturais.
Na frente da escola há uma cancha de areia para práticas de atividades
esportivas e de recreação.
A merenda servida aos alunos é municipalizada, sendo de ótima
qualidade, porém não dispomos de um refeitório para servir a mesma.
33
Atualmente há 08 auxiliares de serviços gerais: serventes e
merendeiras, distribuídos nos 03 turnos, que prestam serviços para confecção
da merenda, manutenção de higiene e limpeza das dependências.
O uso da biblioteca acontece da seguinte maneira:
Uma vez por semana todas as turmas fazem aula de leitura lazer e empréstimo
de livros, na Biblioteca. Como o espaço físico da Biblioteca é reduzido e,
muitas vezes, ocupado simultaneamente por alunos do período contrário que
vêm fazer trabalhos de pesquisa, alguns professores de Língua Portuguesa
acabam optando pela leitura em sala de aula.
Essas aulas de leitura são agendadas com a bibliotecária.
Os professores de outras disciplinas também utilizam a biblioteca no
horário de aula, para realizarem pesquisas ou leituras de material diverso.
Há um painel, na parede, onde são expostos alguns dos trabalhos feitos
em sala de aula, e onde sempre se informa aos educandos sobre datas cívicas,
ou mesmo, sobre temas polêmicos da sociedade.
Na hora do recreio, a Biblioteca está sempre à disposição dos alunos
para a leitura de revistas atualizadas, livros, jogos de xadrez, ou mesmo
histórias em quadrinhos, bem como, para pesquisas, se assim o desejarem.
Quanto à sala de vídeo, atualmente o colégio não possui um espaço
reservado somente ao vídeo, a mesma sala também é utilizada como
laboratório de ciências, devido ao reduzido espaço físico. Além disso, é
disponibilizada uma televisão e vídeo cassete móvel que atende às
necessidades das duas escolas que ocupam o espaço escolar.
Conforme a necessidade faz-se rodízio das turmas para que possam
utilizar esses equipamentos da melhor forma. A videoteca conta com um
acervo próximo a 300 fitas. A grande maioria destas são oriundas da TV
Escola. Algumas coleções foram adquiridas pela APP e um considerável
número de filmes e programas de reportagens, gravados do Globo Repórter e
os desafios da vida.
Este acervo encontra-se à disposição do Corpo Docente, assim como de
toda comunidade escolar, sendo utilizado na forma de empréstimos por alguns
alunos, principalmente do Ensino Médio, que fazem uso deste material como
fonte de pesquisa e para apresentação de trabalhos relacionados às diversas
áreas de estudo.
34
É significativa a utilização de aulas de vídeo, usando o material deste
acervo ou outras fitas locadas por professores e alunos, e ainda de coleções
particulares de alguns professores .
Todos os aparelhos encontram-se em boas condições de
funcionamento, embora alguns deste não disponham de boa qualidade.
Sempre que um deles estraga, a APP se responsabiliza pelo conserto.
Quanto ao Laboratório de Física, Química e Biologia, este é usado pelos
professores de Ensino Médio nas respectivas disciplinas, além dos professores
de Ciências do Ensino Fundamental, em suas aulas práticas, onde exploram
diversos assuntos abordados ao longo do ano letivo. Assuntos estes, que se
tornam muito mais significativos ao educando quando ministrados de forma
prática interligada, sempre que possível, com a vivência do aluno.
Sempre que há necessidade, o professor organiza a turma e utiliza o
material do Laboratório objetivando aulas mais esclarecedoras.
O Laboratório é pequeno em dimensões físicas e possui equipamentos
básicos.
O professor da disciplina é o responsável por verificar com
antecedência, material e equipamento, qualidade e quantidade, se são
suficientes ou não para a atividade que ele propõe. Não existe um cronograma
fixo para o uso desse espaço, organizando-se conforme a necessidade.
Em suma, a comunidade escolar se organiza com o que tem.Até poderia
trabalhar melhor, mas as condições que se apresentam são limitadas e tudo é
compartilhado por todos, da melhor maneira possível.
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Com a implantação do laboratório de informática, estaremos
desenvolvendo atividades correlacionadas com o projeto Paraná Digital.
A utilização se dará não para fins de ensinar os alunos a mexerem
meramente no computador, ou seja, trabalhar a informática, mas sim, utilizá-lo
como um recurso pedagógico importantíssimo para pesquisa escolar.
Atualmente as pessoas que não sabem utilizar o computador estão excluídas
digitalmente, ou seja, fora do universo global de informações. Através deste
35
laboratório poderemos mostrar o mundo de informações através da internet e
de enciclopédias digitais.
É obvio que primeiramente os professores deverão ser capacitados
nessa nova postura, fazendo com que eles entendam que utilizar o computador
corretamente é obter informações necessárias para transformá-las em
conhecimento e não para ocupar o tempo aprendendo as funções do
computador.
Muitos de nossos professores ainda não têm acesso a esse tipo de
tecnologia e, portanto, a equipe pedagógica os auxiliará nesta tarefa
inicialmente, além de participarem dos cursos de capacitação também poderá
orientar as primeiras aulas já na perspectiva da pesquisa, pois se iniciarem a
utilização do laboratório para ensinar informática será difícil mudar essa
postura depois.
Todos os recentes desenvolvimentos nas tecnologias de redes e de
telecomunicações oferecem a oportunidade de melhorar a comunicação, a
interatividade entre os indivíduos e grupo, além de possibilitar a incorporação
de modelos pedagógicos colaborativos.
Com o aumento do acesso a estas novas tecnologias, os educadores
têm a oportunidade de explorar formas diferentes de ensinar e instruir, pois
quando usadas corretamente, estas tecnologias oferecem aos educadores a
oportunidade de modificar e reestruturar o ensino.
Com o aumento no acesso a estas novas tecnologias, os educadores
têm a oportunidade de explorar formas diferentes de ensinar e instruir, afirmam
Knapp e Glenn (1996). Estas tecnologias emergentes, quando usadas
apropriadamente, oferecem aos educadores a oportunidade de modificar e
reestruturar a organização das aulas, principalmente com relação a: (1) forma
como os tópicos devem ser abordados; (2) como os estudantes absorvem o
conhecimento e (3) como proceder na avaliação.
Fornecer informação: a tecnologia serve como um repositório de
informação que pode ser acessada normalmente de forma linear e visa um
meio de comunicação. Exemplos desta aplicação seriam os videocassetes e os
bancos de dados dos computadores. A característica essencial destas
tecnologias é o de funcionar como um armazém de dados a serem acessados
pelo usuário.
36
Desenvolver conhecimento e habilidades: os programas interativos dos
computadores são os melhores exemplos desta tecnologia. Programas
desenvolvidos por empresas comerciais e educacionais, auxiliam o estudante
no aprendizado do conteúdo e para desenvolver sua habilidade de resolução
de problemas e análise de dados. Estas tecnologias respondem às interjeições
do aprendiz e podem ser acessadas de forma não linear.
Interligar diferentes locais: comunicação de duas vias, tais como
telefone, redes de computadores e satélites são exemplos de tecnologias que
permitem às partes comunicarem-se umas com as outras. Aqui os indivíduos
em um site podem se comunicar diretamente com pessoas em outro site. Tais
comunicações podem ser ao vivo ou em tempo real ou podem ser retardadas
de forma a ser utilizada via rede eletrônica.
As tecnologias educacionais por sua vez, segundo Means (1994),
podem ser categorizadas não em termos da sua tecnologia raiz (fibra ótica, por
exemplo), mas em termos da forma como elas são utilizadas para instruir.
Dentro desta perspectiva, a autora classifica as tecnologias educacionais
em quatro usos bem amplos: (1) elas podem ser tutoras; (2) podem explorar;
(3) podem ser aplicadas como ferramentas; e (4) podem comunicar.
A tecnologia pode ser utilizada como tutor quando ensina diretamente,
normalmente de uma forma parecida como aula expositiva ou como livro-texto.
Segundo Means (1994), os usos de tutoriais incluem aprendizado por
exposição, onde o sistema tecnológico fornece informação; demonstração,
onde o sistema demonstra um fenômeno ou procedimento; e prática, onde o
sistema exige que o estudante resolva problemas, responda perguntas ou
execute um procedimento.
A tecnologia é utilizada para explorar quando permite aos estudantes
caminhar através da informação ou obtiver demonstrações a partir de
requisições. Através da descoberta ou da descoberta direcionada que
acompanha uma exploração, o estudante pode aprender fatos, conceitos,
procedimentos e estratégias à medida que interage com o sistema. A
simulação de um micromundo é um exemplo de uso da tecnologia para
explorar um tópico.
As tecnologias, como ferramentas de aplicação, dão ao estudante as
mesmas ferramentas normalmente encontradas no local de trabalho ou em
37
casa. Estas tecnologias, diferentemente de tecnologias como de tutor e
exploração, não são designadas explicitamente para a escola usar, mas podem
ser colocadas para propósitos educacionais. Exemplos incluem softwares de
edição de texto e planilha de cálculo, câmeras de vídeo e equipamentos de
edição de vídeo.
Finalmente, o uso de tecnologia para comunicar compreende programas
e dispositivos que permitem aos estudantes e professores enviar e receber
mensagens e outras informações através de redes de computadores ou outras
tecnologias.
38
MARCO SITUACIONAL
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
Para poder-se caracterizar a realidade sócio cultural de nossos alunos e
familiares, optou-se por realizar uma pesquisa com os alunos e pais com a
finalidade principal de detectar pontos chaves que interferem diretamente no
posicionamento do aluno e conseqüentemente direcionam todas as ações da
escola.
Sabe-se que a forma de vida, visão de mundo dos pais, a expectativa
com relação ao futuro, são fatores que definem uma série de posturas tomadas
pelos alunos, pois se eles têm sonhos pequenos, também pequenas serão
suas aspirações e a escola entra aí como uma das únicas possibilidades de
alcançar esses sonhos e até, de ampliá-los.
Segundo a pesquisa, percebe-se que a maioria de nossos alunos mora
na cidade, contrariando a informação anterior que se tinha. Pensava-se que a
maioria dos alunos morava no interior, o que direcionava uma série de atitudes
tomadas pela escola, em função até do transporte escolar que é voltado para o
período matutino, onde há maior concentração de alunos oriundos do interior.
Elaborou-se uma questão na pesquisa referente à realidade dos alunos
matriculados no período matutino para verificar uma queixa de alguns, no
sentido de terem necessidade de pegar ônibus muito cedo, o que não foi
confirmado pelas respostas obtidas.
É óbvio que acordar entre 5 e 6 horas da manhã é muito cedo, o que
pode gerar sono e cansaço nos alunos, tornando-os desatentos às aulas,
porém o maior número deles acorda entre 6 e 7 horas, sendo um horário
adequado para se levantar, o que não prejudica a aprendizagem de forma tão
significativa. Isso se deve ao fato de que se acreditava que os alunos moravam
em sua maioria no interior, o que não foi confirmado.
No período vespertino verificou-se que o barulho foi apontado como um
dos fatores que mais interferem no rendimento escolar, isto se deve
principalmente pelos educandos dos diferentes níveis de ensino que ocupam o
prédio neste horário No entanto, houve um equilíbrio entre as respostas o que
39
denota que vários fatores têm interferido para que o rendimento escolar dos
alunos da tarde esteja comprometido.
Há um consenso entre os professores com relação à indisciplina, pois
os alunos têm se mostrado muito agitados.
A maior evidência de interferência no rendimento dos alunos do noturno
é o fato de trabalharem durante o dia e ajudarem em casa, desta forma, vêm
com sono e cansaço para a aula. A surpresa ficou por conta de ter aparecido
nas respostas a questão da violência que sempre se acreditava que não estava
nos rondando, entretanto ela está mais perto do que se imaginava e presente
na fala dos alunos.
Quanto à opção religiosa dos alunos e familiares, a maioria absoluta é
católica. Alguns alunos se denominam evangélicos e “crentes” e somente um
marcou que sua religião é espírita.
Em relação ao nível de escolaridade dos pais e mães dos alunos,
percebeu-se a baixa escolaridade de ambos, conforme quadro a seguir:
Pai:
A realidade apontada nesta questão é bem triste e grave. Sabe-se que,
o fato dos alunos não poderem contar com a ajuda dos pais em casa para a
Gráfico 06 PAIS 534 amostras
19
267
102
4581
8 10 20
50
100
150
200
250
300
Analf. E.Fund. Inc. E. Fund.
Comp.
E. M. Comp. E.M.
Incomp.
E. Sup.
Comp.
E. Sup.
incomp.
Pós-grad.
Gráfico 06 MÃE 574 amostras
16
279
116
5475
6 11 17
0
50
100
150
200
250
300
Analf. E.Fund. Inc. E. Fund.
Comp.
E. M. Comp. E.M.
Incomp.
E. Sup.
Comp.
E. Sup.
incomp.
Pós-grad.
40
realização das tarefas e estudos, compromete o trabalho da escola, pois
passamos 4 horas diárias com os alunos e as outras 20 horas que o dia possui,
eles passam com a família. O nível cultural é baixíssimo e isso é fator
preponderante para o rendimento dos alunos. Deve-se pensar em campanha
para que estes pais possam terminar ao menos o ensino fundamental nos
cursos de EJA existentes.
A falta de conhecimento e certificação dos pais, implica na falta de
instruções sobre as necessidades básicas de higiene, alimentação, forma de
vida, visão de mundo, sexualidade, limites e até a real finalidade da escola.
Percebe-se que as mães apresentam maior nível de escolaridade em relação
aos pais, vindo a corresponder com os índices nacionais referente à posição
social das mulheres.
Apesar de a renda familiar girar em torno de dois salários mínimos, a
questão de moradia está bem posicionada, pois sabe-se que não ter um teto
para morar implica em sérios fatores, e tendo que se pagar aluguel diminui as
condições financeiras necessárias para a alimentação e vestuário das famílias.
Dos alunos respondentes, 439 possuem geladeira, 429 possuem
televisor, 379 aparelho de som, 68 DVD, 213 possuem telefone convencional,
272 telefone celular, 98 vídeo cassete, 98 forno de microondas, 53
microcomputador e 215 possuem carro.
A realidade apontada pelas respostas desta questão evidencia que
geladeira e televisão lideram em número de alunos que os possuem. Chama-
nos atenção que, tendo em vista o número de alunos que responderam ao
questionário, ainda temos alguns alunos que não possuem nem geladeira, nem
casa própria. O índice de alunos com celular e telefone convencional evoluiu, o
que facilita, de certa forma, a comunicação com os pais. A quantidade de
alunos que possuem carro na família também é significativo.
Na questão relacionada com as atividades realizadas no tempo livre,
obteve-se o seguinte resultado respondido pelos alunos: 233 preferem ouvir
música, 217 assistir televisão, 172 passear, 161 praticar algum tipo de esporte,
109 conversar com amigos e familiares, 98 disponibilizar seu tempo para ler, 49
viajar e 21 relataram outras atividades como namorar e ajudar os pais.
O passatempo preferido de nossos alunos é ouvir música e assistir
televisão. Devido ao baixo nível salarial não são oportunizadas viagens e
41
leituras. Esses dados nos auxiliam no direcionamento de algumas atividades
que podem ao menos minimizar tais defasagens, como as viagens de estudo e
a que os formandos e os que ganham a gincana realizam. Acesso ao cinema
em parceria com a prefeitura do município e teatros ofertados por grupos que
visitam a escola. Trabalhar com música na sala de aula talvez seja uma
atividade rica, já que os alunos gostam muito. Namorar, brincar, ajudar os pais,
ouvir hinos e dormir, são as atividades apontadas pelos alunos na alternativa
outros.
Devido ao acúmulo de trabalho e outras obrigações inerentes aos
afazeres dos pais, a maioria gosta de ocupar seu tempo livre descansando e
assistindo televisão. Estas respostas demonstram que o nível financeiro
interfere nas atividades realizadas nas horas de lazer.
Considerando que há iniciativas para se programar cursos de
complementação do ensino médio no período noturno, na pesquisa foi
questionado os pais e alunos egressos sobre a preferência deles pelos cursos
de magistério, administração e secretariado. Dos que responderam ao
questionário a preferência é pelo curso de administração. As justificativas
variam entre acesso mais fácil ao curso devido ao fato de ser na própria escola,
mercado de trabalho que consideram amplo, complementação de estudos,
expectativa de futuro melhor, enriquecimento de currículo e identificação com a
profissão de administrador.
Apesar das dificuldades que temos com relação ao espaço físico
escasso, os alunos e pais o consideram bom. Os comentários mais freqüentes
são com relação à cobertura da quadra, má conservação da escola, que os
próprios alunos não cuidam, não haver laboratório de informática, carteiras
quebradas, cortinas ruins, banheiros em maus estados e paredes sujas.
Quanto à atuação das pedagogas, os comentários são positivos e
destaca-se que o atendimento é bom, ajudam a resolver problemas e são
ágeis, no entanto sempre há necessidade de melhoras.
A imagem dos funcionários para os alunos e pais é muito boa. Os comentários
mais citados foram que eles auxiliam os alunos quando estes solicitam, são
simpáticos, atenciosos e legais.
De forma geral o conceito dos professores diante dos pais e alunos é
muito bom. Foram elogiados pela maioria dos alunos. Os comentários giram
42
em torno de que explicam bem os conteúdos, se preocupam com os alunos e
com raras exceções, são comprometidos com a tarefa de ensinar.
A direção tem o melhor índice de aceitação e menor de rejeição de todos
os itens avaliados. Possuem um ótimo conceito diante dos alunos e pais. Os
comentários são: conversam com os alunos, ajudam sempre que precisam, são
atenciosos, administram bem a escola e sabem respeitar os alunos.
Apesar de não termos todo o material que gostaríamos para darmos aos
professores para suas aulas, os pais e alunos consideram, em sua maioria, que
o material didático disponibilizado é bom. Os respondentes afirmam que os
livros são bons, a biblioteca é boa e o material disponibilizado supre as
necessidades básicas dos alunos mais carentes.
Quanto ao ensino das disciplinas, os pais e alunos foram questionados
sobre como o vêem e as alternativas foram as que seguem: 294 disseram que
é difícil, mas com dedicação e atenção são possíveis de aprender, 52
consideraram fácil, o que implica em prejuízo para o aluno e 205 citaram que
percebem o ensino das disciplinas como moderado, contribuindo na
aprendizagem básica.
Nesta questão uma surpresa. Acreditava-se que a maioria dos pais e
alunos considerariam o ensino das disciplinas fácil e foi o menor índice
apontado. O resultado nos mostra que não há diante deles a opinião de que o
ensino é fraco, como é normal escutarmos dos pais, que na época deles o
ensino era mais forte.
Isso demonstra que temos um bom conceito diante da comunidade escolar e
que estamos cumprindo nosso papel na formação de cidadãos.
Quanto à convivência no espaço escolar tanto em relação aos colegas,
professores, funcionários, diretores e equipe pedagógica, evidencia-se que há
um ótimo nível de relações que conseguimos estabelecer com a comunidade
escolar. Esse fator é importantíssimo para que possamos trabalhar bem e para
que os alunos sintam-se a vontade para aprender.
Ressalta-se que os maiores índices de boa convivência foram o da direção e
dos professores.
Ao finalizar-se a pesquisa deixou-se aberto para pais e alunos
apresentarem sugestões diversas que já foram comentadas nas questões
anteriores. Comentam que a escola é boa, que gostam dela e que os
43
professores e funcionários em geral são comprometidos. Sugerem a melhoria
do espaço físico, em especial às reformas das salas que apresentam goteiras e
tacos do chão soltam em muitas delas, reivindicam por refeitório para os alunos
lancharem, laboratórios de informática e ciências e conservação do prédio em
geral.
A campeã de sugestões foi a cobertura da quadra, porém o processo de
cobertura já está em andamento na FUNDEPAR. E uma sugestão importante a
ser considerada, é a implementação do uniforme escolar abordada por grande
parte dos alunos, estes citam que com isso padroniza a escola e evita
contrastes sociais.
CARACTERIZAÇÃO DO CORPO DOCENTE
De um universo de 33 professores, 24 responderam a pesquisa
referente a seus aspectos profissionais e pessoais .
Quando questionados com relação ao tempo de atuação, os educadores de
nossa escola responderam, em sua maioria, que possuem muita experiência, o
que contribui na qualidade das aulas dadas e o traquejo para lidar com
situações adversas, atrelando conteúdos às vivências dos alunos.
Os dados mostram que os professores têm seu tempo ocupado, na sua
maioria, em 40 horas semanais de trabalho.
A maioria absoluta dos professores de nossa escola trabalha em mais de uma
unidade escolar. O ideal para todos seria trabalhar em uma única escola,
porém não é o real.
O número elevado de alunos por turma tem influenciado no rendimento e
na aprendizagem dos alunos, principalmente no período matutino, esta questão
reforça a necessidade de maior disponibilidade de espaço físico para
adequação do número de alunos por sala de aula.
O excesso de barulho é um dos maiores fatores interferentes na
aprendizagem no período vespertino, como evidenciado no questionário dos
alunos, a ocupação do prédio pelos diferentes níveis de ensino ocasiona
prejuízo para todos.
44
A indisciplina, muitas faltas dos alunos, falta de motivação, pouco
envolvimento dos alunos, o fato de não terem tempo para fazer tarefas, foram
apontados como os principais vilões do turno da noite. Acreditava-se que o
trabalho diurno seria apontado como a causa principal de interferência no
rendimento escolar dos alunos, porém não foi corroborada.
Nossa comunidade docente é, em sua grande maioria, de católicos,
entrando em consonância com a opção religiosa da família dos alunos. Porém
já há uma diversidade de religiões aparecendo entre nossos professores.
Nossos professores, além de terem graduação, são especializados em
sua área de atuação. Esse fator valoriza e qualifica o trabalho desempenhado
por todos e contribui para que tenhamos um conceito tão bom diante da
comunidade escolar.
Assim, como a maioria de nossos alunos, os professores também
possuem moradia própria, facilitando o controle do orçamento familiar.
Percebe-se que os professores gostam de ocupar seu tempo livre com
atividades relaxantes ou culturais, diferentemente dos alunos. As atividades
citadas foram: pescar, namorar, ir ao cinema, ficar com a família, tocar
instrumentos musicais, meditar.
Quando questionados a respeito da intenção de se capacitar para
lecionar num curso profissionalizante no período noturno, caso seja oficializada
a criação, as respostas foram contraditórias as dos alunos, pois a maioria deles
prefere o curso de administração. Estaremos fazendo um projeto para vermos
a possibilidade de termos este curso em nossa escola no período noturno.
A opinião geral é que nosso espaço físico é muito restrito e inviabiliza
uma série de ações que poderiam agregar qualidade a nossa educação. Os
comentários mais citados foram: falta de salas-ambientes e sala de
computação, salas pequenas comparadas ao número de alunos em cada uma
delas, cobertura da quadra, refeitório, poluição visual das salas, má
conservação e limpeza das carteiras, piso (tacos soltos) e pintura do prédio.
Quando os professores foram questionados acerca dos profissionais da
escola, a opinião referente à equipe pedagógica geral é de que prestam um
bom serviço e estão se entrosando.
Com relação aos funcionários, apontaram que procuram desempenhar
bem suas funções. O comentário mais freqüente foi que poderia ser melhorada
45
a limpeza, porém sabemos que esse setor é sempre o vilão da história, pois
nunca está bom, por mais que se esforcem em manter o ambiente limpo, não
há muita cooperação por parte dos alunos.
Os professores apontaram que de forma geral são comprometidos,
dedicados, procuram se atualizar, têm bom relacionamento com os alunos,
porém alguns apontaram que há alguns que não tem domínio das turmas e
alguns não se comprometem com as atividades extra-classes.
Os comentários sobre a direção foram os melhores, tais como: são
disponíveis, eficientes, democráticos, comprometidos com seu papel, porém
sempre há o que melhorar.
Quanto ao material disponibilizado, os professores apontam a
necessidade de se dispor de mais recursos financeiros para a compra de
materiais didáticos e para o laboratório.
A mesma questão proposta aos alunos e pais, foi feita aos professores
com relação ao ensino das disciplinas e nesta questão houve divergência com
relação a opinião dos alunos que consideram o ensino prestado em nossa
escola como difícil. Acredita-se que a baixa escolaridade dos pais interfere
nesta questão, pois os alunos não têm o apoio necessário para respaldá-los
em suas obrigações escolares. Porém os professores pensam que poderiam
cobrar mais dos alunos e transmitir uma bagagem maior de conteúdos.
Ao questionar os professores quanto ao relacionamento entre os
diversos setores da escola, a opinião é unânime de que temos um bom
relacionamento, o que coincide com a opinião dos pais e alunos de nossa
comunidade escolar. Nosso ambiente é harmônico e saudável, favorecendo um
bom relacionamento profissional.
Ao solicitar-se uma avaliação da nossa escola, assinalando com o que
os professores concordam, 14 professores pensam que a nossa escola cumpre
seu papel social de educar para a vida, formando cidadãos autônomos e
preparados para o mercado de trabalho.
Já 22 deles gostam de trabalhar em nossa escola porque há um bom
ambiente de trabalho, onde todos cooperam entre si, 22 pessoas crêem que a
escola propicia condições para que a proposta pedagógica seja realmente
democrática, 11 que os conteúdos são adaptados tendo em vista a realidade
da nossa clientela escolar e apenas 6 que os cursos de capacitação
46
disponibilizados abrangem todas as áreas do conhecimento e são oferecidos
de forma satisfatória. Ainda sugerem a formação continuada através de grupos
de estudo.
Concluímos que o bom clima de trabalho realmente é importante e a
gestão democrática foi apontada como um fator positivo para a avaliação do
trabalho em nossa escola.
Quanto aos recursos financeiros, os professores consideram que o
Estado deve ser o real mantenedor das despesas da escola, porém acredita-se
que as parcerias são benéficas para suprir as deficiências deixadas pelo
Estado e nenhum professor acredita que a saída para a falta de recursos seja a
privatização do ensino público, portanto defendem e acreditam na escola
pública de qualidade, apesar dos recursos escassos.
Entre tantas dificuldades que os professores enfrentam ao lecionarem,
as mais apontadas foram a indisciplina e a falta de interesse dos alunos em
relação às atividades escolares. Tais interferências estão diretamente ligadas à
estrutura familiar, bem como os valores e atitudes por elas abordados.
Conseqüentemente isso reflete na qualidade do ensino e na motivação do
trabalho do professor. Várias funções atribuídas à escola, como falta de
organização do tempo, também foram apontadas como intervenientes que
atrapalham o desempenho do professor.
Concluindo, os professores descrevem nossa unidade escolar como um
local harmônico, onde seus profissionais são comprometidos, sentem-se bem
em trabalhar nessa escola, a clientela tem baixo poder aquisitivo, porém todos
cooperam para influenciar positivamente e fazer a diferença na vida dos
alunos.
Os outros comentários foram quanto ao espaço físico que é precário,
mas o que fica evidenciado é que somos muito bem conceituados enquanto
formadores de pessoas.
Organização das Horas Atividades
Para realização das Horas Atividades, nossa instituição leva em
consideração os anseios dos professores, sendo organizados os horários para
a realização destas tarefas primeiramente levando-se em conta o tempo
47
disponível do profissional, para em seguida estruturá-lo entre profissionais de
mesma área, entre os que atuam nas mesmas series ou que desenvolvem
trabalhos conjuntos. Para tanto, declaramos que nem sempre conseguimos de
forma plena e eficaz, fazer com que esta proposta seja contemplada
beneficiando todos os professores, devido ao horário de trabalho de cada um e
a atuação destes professores em outras unidades de ensino.
DADOS DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
Os dados apresentados a seguir referem-se aos alunos matriculados
nos dois últimos anos letivos. Para análise, foram considerados os índices de
aprovados, reprovados, desistentes e transferidos, sendo as turmas agrupadas
por série conforme o período de estudo realizando-se uma média entre os anos
considerados.
- Ensino Médio matutino: no período matutino nossa instituição conta com
três turmas de 1ª, 2ª e duas turmas de 3ª séries, somando um total de 231
alunos matriculados, obtivemos cerca de 92% de aprovação, índice este
considerado bastante expressivo e significativo no que se refere ao
aproveitamento escolar. O número de alunos que não atingiram a aprovação
tiveram suas médias inferiores à mínima necessária em mais de três
disciplinas, sendo disponibilizadas diferentes oportunidades de avaliação.
Outro fator interferente, diz respeito ao número de faltas apresentadas por
estes alunos o que dificultou no entendimento e realização das atividades
propostas pelos professores, em ambas as situações os pais foram contatados
para tomarem ciência da vida escolar de seu filho bem como das possíveis
atitudes a serem tomadas visando um melhor aproveitamento.
- Ensino Médio noturno: A maioria dos alunos deste período,trabalham em
empresas e lojas do comércio local, fato este que resulta em chegadas tardias
e esgotamento físico. Desta forma, o maior dos problemas de aprendizagem
são resultado do número excessivo de faltas, da dificuldade de atenção e
concentração, resultando em baixo rendimento escolar dos alunos. Os
48
professores que lecionam neste período realizam atividades diferenciadas
visando motivar os alunos a aprenderem, mesmo assim, muitos não atingem a
média mínima necessária para ingressar na série subseqüente e apresentam
freqüência inferior a 75%. Muitos dos alunos desistentes ou transferidos eram
maiores de idade, completando seus estudos em escolas de Educação de
Jovens e Adultos. Tais alunos alegam não terem tempo suficiente para se
dedicarem aos estudos devido ao trabalho que realizam, muitas vezes pesado
e com carga horária de até 10 horas diárias.
- Ensino Fundamental matutino: Relacionando todas as turmas deste
período de 5ª à 8ª série, temos um total de 228 alunos, destes, 82% obtiveram
aprovação para a série seguinte e 12% foram retidos na mesma série de
estudo. Dentre as turmas analisadas, a série com maior número de alunos que
não atingiram os conceitos mínimos para aprovação foram as 6ª séries, com 12
alunos. Nesta questão, o baixo rendimento escolar é resultado da pouca
atenção e comprometimento dos alunos na realização das atividades propostas
pelos professores. Todos os casos foram comunicados aos pais, sendo até
mesmo feitos mais de uma vez por bimestre, desta forma a família era
informada sobre a situação escolar do aluno sendo discutido junto à Equipe
pedagógica e professores quais as possíveis soluções cabíveis para amenizar
tais problemas.
- Ensino Fundamental vespertino: Neste período contamos com duas turmas
de 5ª , 6ª e 7ª séries e 8ª séries, totalizando 224 alunos. Considerando que
destes, 169 foram aprovados e 16 foram retidos na mesma série, verifica-se
que os índices de aprovação e repetência demonstram a efetivação do
processo ensino-aprendizagem, já que realmente ficaram cursando a mesma
série os alunos que não apresentavam condições para acompanharem o
ensino na série seguinte. No entanto, a todos os alunos oportunizou-se
atividades de recuperação paralela, na busca pela compreensão dos
conteúdos e ampliação dos seus conhecimentos reais. Tanto para o Ensino
fundamental (matutino e vespertino) como médio (matutino), os alunos
transferidos em sua maioria mudaram-se de cidade, e no caso dos desistentes
entrou-se em contato com os pais e se preciso com o Conselho tutelar.
49
1ª série matutino
Aprovados 68
Reprovados 5
Desistentes 1
Transferidos 1
Total de
alunos
75
1ªsérie
noturno
Aprovados 33
Reprovados 9
Desistentes 11
Transferidos 9
Total de
alunos
62
2ª série matutino
Aprovados 57
Gráfico 8ª série matutino7
2 4
62
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 1ª série noturno
33
9
11
9
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
50
Reprovados 1
Desistentes 2
Transferidos 1
Total de
alunos
61
2ªsérie
noturno
Aprovados 19
Reprovados 7
Desistentes 3
Transferidos 7
Total de
alunos
36
3ª série
matutino
Aprovados 62
Reprovados 3
Desistentes 0
Gráfico 2ª série matutino
57
121
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 2ª série noturno
19
7
3
7
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
51
Transferidos 2
Total de
alunos
67
3ªsérie noturno
Aprovados 17
Reprovados 9
Desistentes 0
Transferidos 6
Total de
alunos
32
5ª série matutino
Aprovados 52
Reprovados 6
Desistentes 1
Transferidos 2
Total de 61
Gráfico 3ª série matutino0
62
23
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 3ª série noturno
17
9
0
6
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
52
alunos
5ª Vespertino
Aprovados 55
Reprovados 1
Desistentes 1
Transferidos 9
Total de
alunos
66
6ª série matutino
Aprovados 59
Reprovados 12
Desistentes 1
Transferidos 2
Total de
alunos
74
Gráfico 5ª série Vespertino
19
55
1Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 5ª série matutino
52
612
61Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Total de alunos
53
6ª Vespertino
Aprovados 52
Reprovados 8
Desistentes 1
Transferidos 4
Total de
alunos
65
7ª série matutino
Aprovados 59
Reprovados 8
Desistentes 0
Transferidos 5
Total de
alunos
72
Gráfico 6ª matutino1
59
2
12 Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 6ª Vespertino
52
81 4
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
54
7ª Vespertino
Aprovados 29
Reprovados 4
Desistentes 0
Transferidos 1
Total de
alunos
34
8ª série matutino
Aprovados 62
Reprovados 7
Desistentes 2
Transferidos 4
Total de
alunos
75
Gráfico 7ª série matutino0
59
5
8Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 7ª Vespertino
29
4 01
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Gráfico 8ª série matutino7
2 4
62
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
55
8ª
Vespertino
Aprovados 32
Reprovados 3
Desistentes 0
Transferidos 1
Total de
alunos
36
Gráfico 8ª série vespertino
32
3 01
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
56
MARCO CONCEITUAL
“ Nesta era de solidão, a escola vive um raro
paradoxo. Dela não se espera nada, e dela se
espera tudo.”
(Pablo Gentilli, 2003)
A afirmativa transcrita acima representa não só um alerta para o
momento em que vivemos, como também, uma advertência para os que
assumem um compromisso com a escola em nossos dias. E este
“compromisso”, que deve caracterizar todo o educador, fará dele o agente
fundamental no desenrolar de uma escola democrática, na medida em que,
graças à sua visão crítica da realidade, ele perceba que a educação supõe,
antes de mais nada, um “diálogo” entre o homem e o tempo.
Vivemos num mundo em transformações e pessoa alguma pode ignorar
esse fato, sobretudo no momento presente, em que o mundo se encontra num
processo totalmente universal, irreversível, em que modificações essenciais e
não apenas acidentais se registram.
Diante disso, é fundamental que haja a democratização da escola, um
repensar imediato e contínuo sobre suas estruturas, metodologias, enfim, de
sua filosofia.
As exigências básicas de um “mundo em trânsito” clamam por
participação e integração, pois no cotidiano da escola, as pessoas que a
constituem, necessariamente devem ser levadas a pensar em comum, a ter
oportunidade de serem ouvidas, a se sentirem, enfim, elementos
indispensáveis para que o processo educacional se realize. Mas para que isso
realmente aconteça, há a necessidade de uma grande integração, onde
diretores e equipe pedagógica interagem com merendeiras, auxiliares de
limpeza, secretários e demais funcionários na construção do aprendizado
integral, humano e democrático.
Assim, após estudos e debates, concluímos que a educação não deve
ser utilitarista, voltada apenas para preparar mão-de-obra para o trabalho, ou
voltada apenas para preparar adolescentes para o vestibular. Não podemos
57
negar à nossa infância, adolescência e juventude o direito à educação básica
universal, o direito à cultura, ao saber, a se desenvolver como seres humanos,
a ter um papel na sociedade.
Para que isso se realize, precisamos repensar a real função da escola e
construir uma nova concepção de qualidade, uma nova prática educativa, pois
entendemos que a finalidade da educação é o pleno desenvolvimento do ser
humano, onde o educando aprenda, se desenvolva, torne-se autônomo, ou
seja, torne-se um ser humano independente, capaz de “andar com suas
próprias pernas”, sem que precise ser escorado.
Diante disso, pretendemos assumir uma prática mais humanista,
compreendendo que todos os alunos têm direito ao conhecimento, a conhecer-
se como sujeito humano e a ter um papel na sociedade, exercendo o seu papel
de cidadão, consciente de seus deveres e direitos. Para tanto é imprescindível
à escola reconhecer as potencialidades e dificuldades em cada fase do aluno,
e assim, trabalhar da melhor maneira possível, sem deixar de atender aos
portadores de necessidades, que participarão de todas as atividades da escola.
Sabemos que há crianças que possuem diferenças mais pronunciadas em uma
área que em outra, essas particularidades nada têm de anormal ou estranho,
fazem parte da condição humana.
Diante da violência, do desemprego e da substituição tecnológica,
fatores gerados pela postura neoliberal, revigoram as aspirações de que a
escola contribua para a aprendizagem de caráter geral, visando à
constituição de pessoas mais aptas a assimilar mudanças, mais autônomas
em suas escolhas, mais solidárias, que acolham e respeitem as
diversidades, pratiquem a solidariedade e superem a segmentação social.
Sobretudo estimular o aluno, ano a ano, a constituir composições de
conduta, para que seja capaz de compreender e usar os sistemas simbólicos
das mais variadas linguagens, confrontar opiniões, analisar e interpretar
textos. Além disso, ser capaz de compreender as ciências humanas, a
entender a relação entre o desenvolvimento tecnológico e associar as
diferentes tecnologias para a solução de problemas. E para que sua
formação fique completa, o educando deverá conseguir compreender a
sociedade, sua formação e transformação, traduzir conhecimentos sobre a
pessoa, a sociedade, a economia e as práticas sociais e culturais.
58
Mediante estes aspectos, é de fundamental importância que as
atividades contemplem os três domínios da ação humana, ou seja, a vida em
sociedade, atividade produtiva e a experiência subjetiva.
O estímulo à criatividade, ao espírito inventivo, à curiosidade pelo
inusitado e à afetividade, facilitará a constituição de identidades capazes de
suportar a inquietação, conviver com o incerto, o imprevisível e o diferente.
Conscientizar sobre a realidade social e individual do educando. Formar
a consciência crítica de si mesmo e da sociedade, ajudando-os a ver,
compreender a realidade, expressar a realidade e expressar-se, descobrir,
assumir a responsabilidade de ser elemento de mudança do mundo, por meio
do VER-ANALISAR-AGIR.
Diante do que se pretende desenvolver, é necessário esclarecer que
sendo essa filosofia norteadora de todo o processo ensino-aprendizagem,
deverá haver o comprometimento de todos os envolvidos. Mesmo os
professores, funcionários e direção que porventura venham a trabalhar mais
tarde no estabelecimento, deverão estar envolvidos com a presente proposta
pedagógica, comprometendo-se a segui-la, em todas as suas especificidades.
Enfim, nosso compromisso é contribuir para a formação de sujeitos
conhecedores, conscientes de sua importância na construção da história,
realizando as transformações sociais esperadas no processo de democracia.
Além dos pressupostos já explicitados acima, procurou-se definir que
tipo de homem, sociedade, escola, educação e aluno pretendemos formar em
nossa escola.
HOMEM:
Crítico, responsável, consciente dos problemas do mundo, com valores
positivos definidos, realizado na vida, que saiba conviver com os outros, com
auto-estima elevada, que saiba tomar decisões, criativo e participante como
cidadão.
Na visão dos professores o homem é um ser social porque não vive
isolado, vive em sociedade e para que viva bem é imprescindível que saiba
relacionar-se com todos os seres vivos e respeitar as individualidades.
O homem é um ser histórico porque é, em parte, fruto do contexto
socioeconômico e cultural, é o principal agente de formação e construção da
59
realidade local global, vive em evolução, criando sua própria história e melhora,
conhecendo sua história, pois traz em seus pensamentos e atitudes a
historicidade.
Na opinião dos alunos o homem poderia mudar seu jeito de agir para
não se arrepender mais tarde. Deve cuidar com os estereótipos e procurar ser
sincero e verdadeiro.
SOCIEDADE:
A sociedade influencia a vida das pessoas e estas devem aprender a
seguir normas e regras por meio dela. Não podemos viver isolados, sendo a
prática social determinante na formação do cidadão crítico.
O homem é um ser no mundo porque é o único ser capaz de melhorar
ou destruir o mundo, depende dele o crescimento e o desenvolvimento de uma
boa qualidade de vida, para isso, precisa entender que suas ações interferem
no todo do universo e entender-se como parte dessa comunidade global.
A sociedade ideal deve ser justa, democrática, igualitária, fraterna e
participativa. Que as pessoas sejam valorizadas pelo que são e não pelo que
têm.
ESCOLA:
Autônoma, transformadora, democrática, igualitária, com melhor infra-
estrutura, salas-ambiente, quadra coberta, salas de apoio e laboratórios
(informática e ciências).
A escola deve ser um espaço de aprender e ensinar, numa constante
interação de saberes, onde um setor aprende com o outro. Um espaço de
convivência sendo que as trocas devem acontecer para sistematizar os
conceitos científicos.
Saberes básicos que desenvolvam as potencialidades singulares dos
alunos para serem capazes de interagir em seu meio. Os saberes inerentes
às disciplinas afins.
EDUCAÇÃO:
60
Uma educação que dê conta de trabalhar conhecimento de fato,
emancipatória, que instigue a pesquisa e autonomia, ou seja, que trabalhe o
aprender das pessoas.
Que privilegie a diversidade, a história dos indivíduos e sua cultura local,
respeitando suas crenças, origens, valores e costumes. Situando o aluno nas
outras culturas para que ele possa respeitar a sua e as demais.
Que privilegie o conhecimento formal, que amplie a visão de mundo do
aluno, possibilitando uma formação integral.
ALUNO:
Razão de ser da escola deve participar de todas as atividades
compreendendo a importância das regras para o convívio social e cumprindo
com suas tarefas.
Deve ser respeitado como indivíduo, que saiba seus direitos e deveres,
e também deve ter consciência de seu papel para um futuro melhor. A escola
deve prepará-lo para saber fazer as escolhas certas.
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MARCO OPERACIONAL
A presente proposta, visa assumir uma prática mais humanista,
compreendendo que todos os alunos devem ter direito ao acesso ao
conhecimento significativo se reconhecendo como sujeito consciente e
responsável por suas ações. Para tanto, busca-se propiciar um ensino de
qualidade, que realmente torne efetiva a aprendizagem por meio de
instrumentos que possibilitem ao aluno o reconhecimento de suas
potencialidades dentro de sua singularidade.
Por meio da avaliação, da recuperação de estudos, da classificação, do
conselho de classe entre os demais elementos educacionais descritos a seguir,
pretende-se assegurar ao educando condições de desenvolver-se como
cidadão crítico e atuante na sociedade.
AVALIAÇÃO
A questão da avaliação é sempre polêmica e merece atenção de todos
os envolvidos com a prática escolar.
Quando se fala em avaliação deve-se pensar em rever a prática
pedagógica, já que uma questão está diretamente ligada à outra, que também
está interligada à cultura do aluno e, conseqüentemente, da escola.
No passado havia uma atitude coersiva por parte dos professores que
utilizavam a avaliação como forma de poder, onde a avaliação era usada como
forma de repreensão em favor da escola. Havia uma relação acrítica, sendo
que o aluno não podia sequer questionar qualquer postura avaliativa do
professor.
Os conteúdos não podem mais ser vistos como prontos e acabados,
pois há uma relação dinâmica e entende-se que não são verdades absolutas,
mascaradas por idéias de que são conhecimentos científicos, ou de cunho
ideológico. Sabe-se hoje que o que é verdade agora pode não o ser amanhã.
A avaliação deve contemplar os valores, hábitos, atitudes e posturas
escolares, isso implica na atitude do professor em especial, já que foram
educados numa concepção ultrapassada de avaliação e, muitas vezes, têm
62
receio de que mudar de atitude não dará certo, pois as novas condutas
avaliativas sempre trazem consigo certas inseguranças, que são, com o tempo,
superadas, tendo em vista que se percebe que é a melhor prática e os
resultados favoráveis vão corroborando as novas posturas.
O processo de avaliação não tem um fim em si mesmo, deve ser visto
como um processo em construção, onde não há regras prontas e acabadas,
mas sim uma investigação do que o aluno conseguiu elaborar e entender de
fato, o que certamente o auxiliará quando for necessário, para ajudá-lo a
resolver alguma situação problema no decorrer de sua vida.
Conhecer o aluno na sua totalidade é o desafio e objetivo maior da
avaliação, sendo que esse conhecimento deve ser amplo, possibilitando que
ele seja visto em suas inúmeras dimensões.
A avaliação qualitativa deve prevalecer sobre a quantitativa, oferecendo
ao aluno as oportunidades para que ele explore todo o seu potencial, e dessa
forma possamos medir não só o desempenho do aluno, mas também do
professor que deverá rever a sua prática e da escola como um todo, ou seja, se
a escola vai bem é conseqüência do trabalho desenvolvido pelos professores e
do desempenho dos alunos. A média de notas a ser alcançada é de 6,0 (seis)
em cada disciplina, ou seja, ao final do ano o aluno deve somar ao menos 24,0
(vinte e quatro pontos), incluindo a recuperação de estudos.
O professor deve ter a capacidade de refletir e avaliar constantemente o
seu trabalho, tornando-se um avaliador de si mesmo, e ser absolutamente
autônomo em suas decisões.
É preciso sair da neutralidade e realmente explicitar a postura avaliativa
que será utilizada. Essa tomada de decisão implica em uma série de fatores,
que mexem com padrões pré-estabelecidos que são paradigmas impregnados
de conceitos falsos, os quais estão enraigados na escola.
Os critérios que cada professor utilizará dentro de sua disciplina são
livres e ligados ao planejamento de cada área, sempre ao final trazendo uma
nota quantitativa, conforme determina a legislação em vigor, porém a proposta
é de que apesar da nota, alcancemos uma avaliação realmente democrática,
onde todos aprendam. Em Reunião Pedagógica, salientou-se a necessidade de
acompanhar o desempenho individual dos alunos. Para tanto, independente da
quantidade de avaliações, o professor reservará um mínimo de 50% destas
63
atividades para realização individual em sala, podendo ser as demais
realizadas em grupo ou por meio de atividades extra classe.
A recuperação de estudos se dará ao longo do ano, ou seja, a cada
bimestre os professores proporão exercícios de recuperação dos conteúdos
trabalhados aos alunos que apresentaram baixo desempenho na disciplina. O
que tem acontecido frequentemente é que justamente o aluno que não fez as
atividades avaliativas propostas é aquele que não faz a recuperação de
estudos. Uma iniciativa que tem resolvido essa situação é o comprometimento
que está sendo exigido dos alunos ao realizarmos o pós-conselho, pois a
oportunidade de recuperação está sendo dada, se os alunos não a aproveitam,
ao menos são avisados das consequências de seus atos.
RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A recuperação é um dos aspectos da aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo, pela qual o aluno com aproveitamento insuficiente,
dispõem de condições que lhe possibilite a apreensão de conteúdos básicos.
A avaliação é diagnóstica e a recuperação é paralela e é efetuada ao longo de
cada bimestre e em todas as disciplinas, sempre que houver necessidade e a
partir de instrumentos diversificados como provas, pesquisas, trabalhos
individuais ou em grupos, produções de textos, entre outras possibilidades.
A recuperação deve constituir um conjunto integrado ao processo de
ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos, sendo devidamente
anotada em Registro de Classe. Visa primordialmente o aprendizado
significativo do aluno, possibilitando-o maiores condições de enfrentar e
solucionar os prováveis problemas do cotidiano.
CLASSIFICAÇÃO
Classificação era o procedimento que este Estabelecimento adotava,
segundo critérios próprios, para posicionar o aluno em série compatível com a
idade, experiência e desempenho, adquiridos por meios formais ou informais,
independentemente da escolarização anterior que definia o grau de
desenvolvimento e experiência do aluno.
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De comum acordo com a comunidade escolar e professores deste
estabelecimento, não adotamos mais o regime de classificação tendo em vista
que temos critérios bem definidos quanto à promoção e reprovação do aluno
nesta escola.
Outrossim, temos como atitude primeira a inclusão de todos os alunos
na escola, ou seja primamos para que permaneçam conosco e possam ser
promovidos dentro dos critérios. Em suma só retemos aquele aluno que
realmente não tem o mínimo de condições de ser promovido.
PROMOÇÃO
A promoção é o resultado da avaliação, do aproveitamento escolar do
aluno e da apuração da freqüência. São considerados aprovados os alunos
que tenham média anual igual ou superior a 6,0 (seis), considerando o
desenvolvimento individual de cada educando dentro de suas possibilidades e
freqüência igual ou superior a 75% do total da carga horária anual prevista para
aprovação.
O aluno promovido deve ter participado de todas as atividades escolares
no coletivo do trabalho pedagógico.
DEPENDÊNCIA
Tendo em vista os resultados atingidos pela recuperação paralela bem
como os índices de aprendizagem alcançados pelo aproveitamento desta
atividade, nossa escola não oferece o processo de dependência aos alunos
que não atingiram a média necessária para aprovação para a série seguinte.
Para tanto, não será descartada a possibilidade de ser futuramente
implementada na instituição em vista das possíveis necessidades
apresentadas.
PROGRESSÃO PARCIAL
Nossa instituição escolar não adota o regime de progressão parcial, ou
seja, caso o aluno não atinja a média 6,0 (seis) em todas as disciplinas que
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compõe a grade curricular, ou os 75% de freqüência exigidos não poderá ser
promovido à série seguinte.
CONSELHO DE CLASSE
Alterar as relações nos espaços escolares é a principal função do
conselho de classe, ou seja, fazer com que elas sejam cada vez mais
democráticas e que pressuponham um posicionamento franco e direto com os
alunos, levando-se em conta as concepções de escola, professor, ensino e
alunos que se quer ter e o que se tem.
Deve-se buscar um novo posicionamento para que a escola possibilite
que tanto o aluno como professor rever suas ações para que se efetive com
sucesso o processo de ensino aprendizagem. Talvez esse seja o papel
fundamental do Conselho de Classe atualmente, visando uma formação
coletiva onde todos possam refletir sobre sua postura, sobre o andamento do
processo como um todo, entendendo as demais áreas de ensino como sendo
interligadas num único objetivo, apreendendo novos conceitos e
compreendendo que a mudança fará com que todos ganhem conhecimento e
dentro de uma melhor prática avaliativa.
Vale destacar que o Conselho de Classe deve ser uma rica oportunidade
de rever posicionamentos e favorecer para que os professores possam expor
seu projeto ao grupo, compreendendo a visão do todo, ou seja, de todas as
disciplinas, enxergando as ligações interdisciplinares. Os pontos de vista
muitas vezes podem e devem mudar em algumas situações.
Deve-se rever a prática pedagógica a todo momento, sempre que se
perceber que não está dando conta de favorecer a aprendizagem do aluno. A
revisão da prática pedagógica pressupõe a construção de uma nova identidade
para a escola.
Para que essa prática realmente atinja os objetivos, é preciso que a
equipe da escola tenha certa abertura e entenda a necessidade da mudança,
pois se a prática avaliativa excludente, que ainda temos em algumas escolas,
é tida como satisfatória, é necessária toda uma reflexão que não se dá de uma
hora para outra.
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O planejamento escolar deve ser participativo e, acima de tudo,
realmente democrático, representando a opinião dos professores e alunos, pois
senão não sairá do papel, já que não representa a vontade e a visão do grupo,
portanto, não sendo incorporado por todos.
Respeitar as diferenças de posturas e opiniões é importantíssimo nesse
processo, pois a riqueza vem da diversidade e é com ela que crescemos,
apesar de que não gostamos de que alguém critique a nossa postura, mas
precisamos aprender a conviver e ensinar nossos alunos a conviverem,
respeitando a diversidade, pois é nela que temos a beleza da pluralidade de
pensamento.
Em nossa escola o Conselho de Classe sofreu alterações positivas ao
longo dos ano. Tivemos cursos de capacitação sobre o tema e refletimos muito
acerca dos conceitos que envolvem essa prática tão comum e tão polêmica,
pois não há como repensar a prática do conselho de classe sem rever os
conceitos avaliativos.
Estamos realizando o pré e o pós conselho com todas as turmas da
escola e o principal ganho até agora, foi a democratização do conselho de
classe, onde os alunos se comprometem com as mudanças necessárias, na
maioria das vezes concordando com a avaliação feita. Ele se compromete com
o resultado de sua aprendizagem, o que de fato, às vezes não acontece, mas
se ganhou muito em termos de democratização das decisões.
Com relação aos pais, estamos realizando reuniões bimestrais para a
entrega do boletim de notas e para dar ciência de tudo o que acontece na
escola. Essa tomada de decisão agregou qualidade ao trabalho, pois ficamos
somente uma parte do dia com os alunos e a família fica muito mais, então, se
tivermos os pais nos auxiliando nessa tarefa, o trabalho certamente terá um
ganho significativo, pois compromete a todos com as decisões.
Devido ao número elevado de turmas, principalmente no período
matutino, elegemos a cada bimestre duas turmas para que o Conselho de
Classe seja feito com todos os alunos e professores em sala de aula. Cremos
que esta é a forma ideal para a prática do conselho, pois ficam todos os atores
envolvidos com os resultados, se definem situações e são tomadas decisões
que acabam beneficiando a todos.
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Para os próximos anos estaremos contando com a participação dos
alunos no conselho de classe e estaremos realizando também o pré-conselho,
ou seja conversar com os alunos antes do conselho de classe, quando deverão
preencher uma ficha avaliando a turma, os professores e todos os processos
da escola, já que a oportunidade foi dada para que se posicionassem durante
esse ano todo e não o fizeram. Cremos que com a ficha a ser preenchida será
mais fácil para que se posicionem.
De qualquer forma a recuperação está sendo levada a sério e utilizada
para oportunizar efetivamente a inclusão dos alunos com maiores dificuldades
de aprendizagem.
INCLUSÃO ESCOLAR
Com a intenção da promoção de uma “sociedade igualitária” a SEED,
com base no princípio constitucional que determina a “educação como direito
de todos”, através da oferta da educação especial com atendimentos na rede
pública de ensino, apoia iniciativas comunitárias através de convênios para
garantia do efetivo atendimento nas instituições especializadas, que têm por
finalidade básica proporcionar às pessoas portadoras de necessidades
especiais, condições que favoreçam o pleno desenvolvimento das
potencialidades do indivíduo.
Historicamente as barreiras físicas e sociais que impediam o efetivo
processo de integração dos educandos especiais no mundo de todos, vêm
gradativamente se transformando pela conquista da “dignidade, direito e
cidadania”. A escola vem desempenhando relevante papel nesse processo de
integração de pessoas portadoras de deficiência, as efectivar na prática, o que
preconiza o artigo 58 da lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, quando diz que todas as crianças, sempre que possível, devem
aprender juntas, independente de suas dificuldades e diferenças partindo do
princípio de que “todos os educandos são capazes de aprender”.
Àqueles que exigem apoio adicional como outros acompanhamentos
específicos, recursos e outras adaptações devem ser revistos até mesmo por
outros segmentos da sociedade, oportunizando a verdadeira integração e
finalizando com a inclusão deste educando na escola e na sociedade.
68
O processo de integração se traduz por uma estrutura que objetiva
favorecer um ambiente de convívio, o menos restritivo possível, oportunizando
à pessoa portadora de necessidades educacionais especiais, um processo
dinâmico de participação em todos os níveis sociais.
No âmbito educacional desenvolvem-se modalidades alternativas para
aqueles alunos, que em função de suas necessidades específicas, não
conseguem se desenvolver no sistema regular de ensino.
A prática de inclusão propõe um novo modo de interação social no qual
há uma revolução de valores e atitudes que exigem mudanças na estrutura da
sociedade e da prática da educação escolar.
O sistema educacional deve considerar a necessidade de todos os
alunos que apresentam necessidades especiais e adaptar-se para o
acolhimento desses educandos.
Gradativamente nossa escola vem recebendo alunos portadores de
déficits mentais leves e atualmente deficiência visual, com os quais os
professores adaptam sua práxis para permanência efetiva desses educandos,
juntamente com a equipe pedagógica que assessora a prática pedagógica
inclusiva, porém nossos profissionais necessitam de capacitação adequada
para trabalhar com alunos incluídos.
Apesar da visão de integração e inclusão que nossos profissionais
possuem, nossas dependências físicas ainda não são apropriadas e adaptadas
como: banheiros, rampas, etc, para os portadores de deficiência física, visto
que nosso prédio é bastante antigo.
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA
Trabalhar com as diversidades culturais explorando as diferenças étnico-
raciais que estão postas, tanto na sala de aula como na sociedade, é
possibilitar a reflexão crítica, o pensar do aluno a partir do seu lugar, de suas
experiências de vida, de suas lutas diárias. A obrigatoriedade do ensino da
Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas tem fortes repercussões
pedagógicas, porque é preciso valorizar a história e cultura de seu povo,
buscando reparar danos a sua identidade e a seus direitos. A relevância do
estudo da história Afro não se restringe à população negra , ao contrário diz
69
respeito a todos os brasileiros uma vez que devemos educar cidadãos abertos
a uma sociedade multicultural, para sermos uma nação democrática.
Em outras palavras, à escola está sendo atribuída a responsabilidade de
acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos
escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira,
de fiscalizar para que no seu interior, os alunos negros deixem de sofrer os
primeiros e continuados atos de racismo de que são vítimas. sem dúvida
assumir estas responsabilidades implica compromisso da escola, da
comunidade , na formação de cidadãos atuantes , capazes de compreender as
relações sociais e étnico-raciais de que participam e ajudam a manter fatos e
situações a partir de diferentes perspectivas, de desempenhar-se em áreas que
lhes permitam continuar estudos em diferentes níveis de formação.
Pedagogias de combate ao racismo e a discriminações elaboradas com
o objetivo de educação das relações étnico/raciais positivas se fortalecem entre
os negros e despertam entre os brancos a consciência negra. Entre os negros
poderão oferecer conhecimentos e segurança para orgulharem-se da sua
origem africana, para os brancos, poderão permitir que identifiquem as
influências, a contribuição, a participação e a importância da história e da
cultura dos negros no seu jeito de ser, viver, e de relacionar com as outras
pessoas notadamente as negras. Também farão parte de um processo de
reconhecimento, por parte do Estado da sociedade e da escola da dívida social
que tem em relação ao segmento negro da população, possibilitando uma
tomada de posição contra o racismo e a discriminação racial e a construção de
ações afirmativas nos níveis de ensino da educação brasileira.
Precisa, o Brasil, país multi-etnico e pluricultural, de organizações
escolares em que todos se vejam incluídos, em que lhes seja garantido o
direito de aprender e de ampliar conhecimentos, sem ser obrigados a negar a
si mesmos, ao grupo étnico/racial a que pertencem e a adotar costumes, idéias
e comportamentos que lhes são adversos. E estes, certamente, serão
indicadores da qualidade da educação que será oferecida pelos
estabelecimentos de ensino de diferentes níveis.
Para tanto, em nossa escola tem-se prioridades as ações que propiciem
o contato com a cultura africana e afrodescendentes através das mais variadas
formas de trabalho, discussões e atividades que tenham como foco a criança e
70
o jovem negro, a sua família em diferentes contextos sociais e profissionais,
para a valorização da diversidade étnica brasileira. Buscamos realizar por meio
de pesquisas e debates, uma reflexão histórica sobre o espaço dos
afrodescendentes e de sua cultura na sociedade e sua representação nos
meios de comunicação de massa. A escola também constituiu a Equipe
Multidisciplinar para contemplar o atendimento às propostas da NEREA.
Desta forma, destacamos a necessidade de uma escola democrática,
em que todos tenham seus direitos garantidos e respeitados. Uma escola
acima de tudo humana, que reconheça a importância do convívio social na
busca pelo conhecimento e na formação da cidadania.
FORMAÇÃO CONTINUADA
Tempos anteriores, se qualificava como bom educador aquele que
dominava os conteúdos de sua disciplina e através dela, era capaz de manter a
ordem disciplinar em sala de aula. Com certo custo, hoje pode-se contar com
professores que encaram a educação de forma mais humana, a qual é
construída pela diversidade de conhecimentos, levando-se em consideração a
vivência do aluno.
Para isso, o professor enfrenta o desafio de estar motivado à pesquisa, e
assim motivado a aprender. O educador deve estar em contínua formação,
uma vez que o aprimoramento é indispensável, principalmente ao construtor de
uma nova geração e sociedade.
Um dos objetivos primordiais na formação do educador é a consciência
de uma educação inserida na prática política. Porém a formação política sem a
pedagógica, priva o educador de seus instrumentos de ação, e a formação
pedagógica sem a política, o desvia dos rumos de sua ação e o condena à
atrofia social, sendo simplesmente instrumento de manipulação dominante,
correia de transmissão da continuidade e da dependência.
Dessa forma, tanto a formação como a educação do educador, se
compromete com a atividade educativa, sendo esta uma prática profissional
que se caracteriza como tal não apenas pela especificidade de sua ação, que
exige um conhecimento específico, mas, sobretudo, pela relação e pelo papel
que tem no desenvolvimento social. É nessa perspectiva que o profissional do
71
ensino não pode se considerar como um técnico, um especialista, ele é, antes
de mais nada, um profissional do humano, possuidor de sua própria história.
O educador como homem concreto, educa-se juntando o fato de se
entender como ser natural e social, ligado a uma cultura e há um tempo
histórico. A sociedade onde vive é onde transcorre sua existência, e onde se
cria e se constrói a cultura, que é entendida como, aliado à organização social
e representação simbólica da vida natural. Este saber, não é apenas, adquirido
em faculdades e cursos de aperfeiçoamento, é construído pelos homens e pela
constante interação com o meio. A educação, em geral, se faz então, para que
o homem participe, desenvolva e transforme sua cultura na direção de um
saber mais humano. Mas nada disso é válido na busca pela qualidade do
ensino, se este saber estiver no individualismo, abafado no próprio docente.
Saber trabalhar em grupo implica na construção de culturas de cooperação,
não se tratando de adesões ou ações individuais. O esforço de pensar a
profissão em equipe, revela a existência de espaços de partilha além das
fronteiras escolares.
A formação do educador se faz também por sua participação em
movimentos pedagógicos, da presença em dinâmicas mais amplas de reflexão
e da intervenção do sistema de ensino. É fundamental se fazer presente em
grupos de trabalho que estimulem o debate e a reflexão, onde profissionais de
origens diversas possam se reunir para difundir seus saberes em prol da
renovação do ensino.
Só o profissional pode ser responsável por sua formação. Esse é um
processo pessoal incompatível com planos gerais centralizadores. O professor
deve esperar que a cada nova aula, os alunos adquiram mais conhecimentos
sendo incluído também nesse processo como agente aberto a novas
descobertas, pois os mestres têm muito a aprender. Quem se imagina pronto,
limita seus passos e se condena ao envelhecimento. O trabalho deve ser um
aprendizado constante. Por meio dele nos transformamos, desenvolvemos
potencialidades e valores. A formação não termina com um, ou vários,
diplomas na mão. Não se pode deixar de ler, freqüentar seminários, fazer
cursos, refletir diariamente sobre o trabalho, porque é preciso disseminar a
importância do aprender.
72
Assim a formação profissional implica a própria viabilidade de uma
efetiva democracia pela qualidade de ensino. Esta por sua vez requer um
profissional polivalente, com boa formação geral, atento, leal, responsável, com
capacidade de perceber um fenômeno em processo e os fatores necessários
ao desenvolvimento.
Dentro desta perspectiva, admite-se, a partir de diversos modelos, que o
profissional deva ser capaz de:
- Analisar situações complexas, tomando como referência diversas formas de
leitura;
- Optar de maneira rápida e refletida por estratégias adaptadas aos objetivos e
às exigências éticas;
- Adaptar seus projetos em função da experiência;
- Analisar de maneira critica suas ações e seus resultados;
- Aprender, por meio desta avaliação contínua ao longo de toda a sua carreira.
E por fim, um profissional reflexivo, capaz de analisar as suas próprias
práticas, de resolver problemas, inventar estratégias, sendo que a formação
oportuniza ao professor uma abordagem prática sobre a ação – conhecimento
– problema. Ao construir estes mecanismos de análise o professor se
caracteriza como autônomo e responsável e este é um fator crucial em sua
formação. Através de suas próprias experiências de ensino, seus
conhecimentos e competências adquiridos, a formação do professor é,
portanto, considerada „contínua‟. Em outras palavras, o profissional da
educação jamais adquire por completo sua formação.
Mas é através da interação com seu meio escolar e social, que o
professor constrói vivências nunca antes ocorridas em sua história. Essas
vivências junto a outros profissionais da educação, colocam à prova discussões
sobre consensos éticos de como é o educar num contexto democrático.
É visto que um professor torna-se um profissional não apenas pela
formação universitária, mas também pelos dispositivos e programas iniciais que
abrangem o ensino fundamental. Sendo assim, a possibilidade da formação
profissional depende dos formadores. Os objetivos estabelecidos para a
formação visam compreender as situações de trabalho, identificando seus
componentes, analisando-os e interpretando-os em função de teorias pessoais
ou coletivas, ampliando seu repertório de conhecimentos a partir de uma
73
confrontação com suas práticas de ensino, identificando as rotinas e tomando
as decisões necessárias na retomada da qualidade de ensino.
Esses objetivos foram estipulados de forma a ajudar o professor a tirar
partido das experiências vividas em campo e de reinvestir na prática, o
benefício de uma formação. E sendo assim, a formação é concebida de forma
a ajudar o professor a sintonizar à construção de novos saberes, as suas
utilizações em sala de aula.
Portanto, mesmo que o professor esteja com sua formação concluída a
nível formal, seja na universidade ou na pós-graduação, deve comprometer-se
com sua atualização constante, desta forma aprende não só através da práxis
diária, mas pela teoria que avança a cada tempo e prevê novas formas de ver o
que já se sabe de uma outra forma.
Além de o professor buscar sua atualização de forma autônoma, uma
grande e rica oportunidade de aperfeiçoamento são os cursos oferecidos pelo
programa de capacitação continuada, oferecido pelo Governo Estadual.
Em nosso Colégio os professores são estimulados a participar deste
programa, sendo-lhes dada a oportunidade de se aperfeiçoarem, tendo uma
participação efetiva de todos os docentes.
Além da participação no programa de capacitação continuada do
Governo Estadual, em nosso Colégio estaremos realizando reuniões
pedagógicas com todos os docentes e em algumas situações os funcionários
juntamente, a fim de discutirmos assuntos referentes ao trabalho pedagógico
em específico com base na realidade de nossos alunos e comunidade escolar.
Estas paradas pedagógicas já aconteceram em 2005 e foram extremamente
positivas, agregando qualidade ao trabalho, além de integrar a equipe.
É válido ainda ressaltar, a grande importância para a capacitação
profissional a Biblioteca do Professor, fornecida às escolas estaduais neste
ano, a qual contém livros diversificados para cada área de ensino bem com
livros pedagógicos em geral. Esta rica oportunidade, vem sendo aproveitada
com muito entusiasmo pelos professores, e a cada livro lido ocorre
posteriormente a socialização do seu conteúdo entre os profissionais
instigando-os a leitura.
Outra oportunidade de formação continuada é o Projeto Folhas. Através
dele o professor socializa seu conhecimento oportunizando aos alunos se aos
74
professores de outras escolas e até mesmo de outras cidades e estados,
pesquisarem e aprenderem por meio de seus trabalhos. Esta projeto traz uma
nova proposta de capacitação por meio dos recursos tecnológicos,
disponibilizando aos profissionais a formação continuada autônoma sem
restrições encontradas na s capacitações presenciais.
EDUCAÇÃO FISCAL
Com o intuito de garantir a cidadania de nossos alunos e comunidade
escolar em geral, propõem-se para os anos seguintes o projeto de educação
Fiscal que visa a melhoria das condições físicas que permeiam a instituição de
ensino.
Desta forma, serão desenvolvidos projetos transdisciplinares em
parceria com outras entidades e com os órgãos governamentais a fim de
proporcionar a qualidade de ensino e de vida aos cidadãos do município.
SAREH
O Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar visa o
atendimento educacional público, aos educandos matriculados ou não na
educação básica nos seus níveis e modalidades, impossibilitados de freqüentar
a escola por motivos de enfermidade, em virtude de situação de internamento
hospitalar ou de outras formas de tratamento de saúde, oportunizando a
continuidade
AGENDA 21
A AGENDA 21 Brasileira tem por objetivo instituir um modelo de
desenvolvimento sustentável a partir da avaliação da realidade de cada região.
Os temas centrais destacados são: cidades sustentáveis, agricultura
sustentável, infra-estrutura e integração regional, gestão dos recursos naturais,
redução das desigualdades sociais, e ciência e tecnologia para o
desenvolvimento sustentável. A partir destas premissas a educação com a
possibilidade de atingir a massa da sociedade através de novas Diretrizes de
75
Ensino estabelece linhas de ação para as Escolas que por sua vez, com todos
os seus segmentos também preocupados com a questão ambiental
desenvolvem atividades e projetos como pesquisas, estudos, apresentações de
feiras e outras exposições, além de conteúdos que compõem as disciplinas
afins.
76
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O processo sistemático de socialização do saber historicamente
construído, a partir da perspectiva da formação humana e da cidadania,
inseridas na realidade social com suas contradições econômicas, sociais e
políticas, descreve os objetivos da Educação Escolar. Esta por sua vez, é a
essência da organização do Projeto Político Pedagógico da instituição de
ensino.
Para que tal objetivo se efetive com sucesso, faz-se necessário a
avaliação sistemática e coletiva sobre a proposta que norteia nossa escola,
sendo que a avaliação se caracteriza como um processo de tomada de
consciência sobre o funcionamento do todo. No que se refere este projeto, a
partir da participação coletiva, a fim de orientar as ações no sentido de
comprometimento com a melhoria da qualidade da educação, é ponto
essencial para a construção da democracia na escola e amplamente
respaldada e discutida por esta proposta.
Desta forma, serão organizadas reuniões pedagógicas no início e
durante todo o ano letivo onde serão colocados em voga os anseios
apresentados no P.P.P. da escola, tendo em vista as possíveis alterações e
implementações viáveis à instituição, bem como ao processo de ensino-
aprendizagem com a participação do corpo docente e discente.
Ao final de cada ano, realizar-se-á um encontro geral onde todos os
membros da escola opinarão sugestões que venham a somar na busca pela
gestão democrática, realizando análises e reflexões sobre as posturas
assumidas durante o presente ano encontrando formas de melhorá-las.
77
ATIVIDADES EXTRACURRICULARES
PASSEIO ECOLÓGICO
Visando oportunizar a participação dos alunos e do corpo docente do
colégio, realiza-se todos os anos um passeio ecológico no parque ecoturístico
São Luiz de Tolosa. É um passeio que complementa as atividades físicas que
visam à movimentação para se obter um corpo sadio. Busca valorizar não
somente os aspectos físicos, mas, também a preservação da natureza e seus
recursos.
A caravana sai da escola num dia de primavera (preferencialmente) e
caminha pelas ruas menos movimentadas, sobe morros e ladeiras até chegar
ao parque, lá é distribuído lanche e realizadas brincadeiras na clareira principal
do parque. Também são realizadas caminhadas pelas trilhas. A natureza do
parque está sendo bem protegida e assim é aproveitada a oportunidade para
discutir temas ambientais.
Tem como objetivo principal conscientizar a comunidade escolar sobre a
necessidade da preservação do meio ambiente e da mudança de hábitos e
atitudes consideradas ecologicamente incorretas. Além de estimular o
educando à pratica de caminhadas para uma melhor qualidade de vida.
Como objetivos, podemos citar:
- Conhecer o próprio corpo e como deve cuidar-se, valorizando e adotando
hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida, agindo
com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
- Valorizar a vida em sua diversidade e a conservação dos ambientes;
- Caracterizar as transformações tanto naturais como induzidas pelas
atividades humanas, na atmosfera, na litosfera, na hidrosfera e na biosfera,
associadas aos ciclos dos materiais e ao fluxo de energia na Terra,
reconhecendo a necessidade de investimento para preservar o ambiente em
geral e, particularmente, em sua região;
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CORRIDA RÚSTICA
Atividade competitiva que ocorre todos os anos no segundo semestre,
que visa à complementação das atividades físicas para incentivar a prática da
Corrida, bem como estimular um meio de fortalecer a saúde em diferentes
faixas etárias; respeitando as diferenças físicas dos alunos que ainda não têm
participado de uma forma diversificada em um esporte, agindo assim tem-se a
certeza de estarmos criando a alternativa de englobar o maior número de
alunos junto à prática desportiva.
Participam alunos de todas as turmas, sendo que são realizadas em seis
categorias: 5ª e 6ª séries masculino e feminino; 7ª e 8ª série masculino e
feminino; e ensino médio masculino e feminino.
O objetivo primordial é que os alunos participem de atividades de
natureza relacional, reconhecendo e respeitando suas características físicas e
de desempenho motor, bem como a de seus colegas, sem discriminar por
características pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Apropriando-se de
processos de aperfeiçoamento das capacidades físicas, das habilidades
motoras próprias, das situações relacionais e aplicando-os com discernimento
em situações-problema que surjam no cotidiano.
Como objetivos pode-se relacionar:
Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes
manifestações da cultura corporal, adotando uma postura despojada de
preconceitos ou discriminações por razões sociais, sexuais ou culturais.
Reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e
expressividade decorrentes, inclusive, dessas mesmas diferenças culturais,
sexuais e sociais.
Relacionar a diversidade de manifestações da cultura corporal de seu
ambiente e de outros, com o contexto em que são produzidas e valorizadas;
FEIRA DO CONHECIMENTO
A FEIRA DO CONHECIMENTO é um encontro interno, anual, que
envolve projetos de pesquisa científica nas diversas disciplinas, com os alunos
79
da escola que desejam desenvolver projetos e trabalhos de relevância em
pesquisa e tecnologia, a partir da problematização.
O objetivo principal dessa atividade é promover a democratização do
conhecimento, valorizando as idéias e ações mobilizadoras dos alunos que
levam a pesquisa científica e ao uso de recursos tecnológicos a disposição da
sociedade, proporcionando o envolvimento coletivo com a apresentação dos
trabalhos e a socialização dos conhecimentos através da visitação na feira em
data previamente marcada. Sendo assim, a complementação da carga horária
do período noturno é garantida, tendo em vista as oitocentas horas de efetivo
trabalho escolar previstas na LDBEN.
Como objetivos específicos destacamos:
- Estimular e desenvolver experiências educacionais para o
aperfeiçoamento do aprendizado das ciências dentre as diversas áreas
do conhecimento;
- Incentivar os alunos à prática da pesquisa;
- Criar espaços e tempos de aprendizagem por meio da apresentação e
discussão de temas relevantes, que ultrapassam a sala de aula;
- Fomentar o desenvolvimento de projetos/trabalhos que favoreçam o
crescimento individual e coletivo;
- Conscientizar alunos e a comunidade escolar quanto à produção do
conhecimento;
- Propiciar subsídios teóricos que promova a organização dos alunos em
grupos de estudos, sobre os diferentes temas;
Os projetos de pesquisa classificados na Feira do Conhecimento
representarão a escola em atividades promovidas por outras instancias
educativas.
GINCANA ESCOLAR
Durante todo o ano letivo são desenvolvidas atividades que integram a
gincana anual.
Todas as turmas participam e competem por faixa etária. Os vencedores
participam de um dia de confraternização em um dos parques da cidade.
80
São atividades culturais, esportivas, artísticas e de solidariedade,
realizadas conforme o andamento do no letivo.
Geralmente as atividades constam de:
Doação de agasalhos.
Arrecadação de lixo reciclável.
Jogos entre as classes.
A gincana tem como objetivo estimular que o educando respeite as
diferenças entre os colegas rejeitando as discriminações, mostrando-se
solidário diante das situações; além de demonstrar cooperação nas decisões
coletivas, praticando o espírito de equipe, assumindo posições diante de cada
situação.
Em certos momentos da gincana os alunos de maior poder aquisitivo
auxiliam os demais trazendo ao colégio sucatas, agasalhos, roupas de inverno
e calçados, que depois de contados os pontos, são distribuídos aos alunos que
precisam, a triagem é feita por uma funcionária do colégio e a distribuição é
realizada sem que o aluno fique exposto. Sempre há muita cooperação neste
sentido. E sabe-se que agindo desta forma, trabalha-se os princípios filosóficos
da proposta pedagógica, de forma ampla e significativa.
Como objetivos a serem trabalhados pelos alunos pode-se citar:
- Desenvolver a solidariedade, espírito de equipe, postura ética e cidadania
com respeito e valorização da diversidade cultural, além de proporcionar uma
atividade de caráter lúdico.
NOITE CULTURAL
Com a finalidade de incentivar novos talentos e promover o gosto pela
arte, faremos a noite cultural.
Sabe-se que a música e a dança estão atualmente perdendo valores
essenciais de nossa cultura e em especial de nossa origem européia, pouco
valorizada.
Como nosso colégio está situado em meio ao bairro onde houve a
colonização bucovina, estar-se-á resgatando a cultura que originou nosso
povo.
81
Além disso, estaremos atualizando a noite cultural, através de
apresentações culturais de nosso tempo, sempre cuidando com o modismo e o
apelo a sexualidade que deve ser deixado de lado.
As apresentações serão as mais variadas e enriquecedoras possíveis,
possibilitando o acesso a uma noite diferente, onde a platéia, que serão nossos
próprios alunos, deve ser conscientizada e preparada para ouvir, qualidade que
se perdeu ao longo dos anos.
JOGOS ESCOLARES
Visando buscar a integração e a maior participação dos alunos nas
atividades lúdicas, por meio de gincanas, instituiu-se os Jogos Inter-séries.
Com estas atividades busca-se a complementação da educação no convívio
social, que se contrapõe junto ao desenvolvimento do jogo, na partida. São
realizadas competições ente os alunos no esporte em que eles escolherem,
com um time formado por elementos da própria sala de aula. As inscrições são
feitas com antecedência e assim tem-se um quadro geral de todos os jogos,
visando uma melhor organização.
Geralmente levam de dois a três dias, dependendo do número de times
inscritos, e há um grande entrosamento das turmas, principalmente as de turno
diverso, que acabam se encontrando mais nesse período.
Sua realização estará condicionada a uma divisão por série/idade para
criar condições de igualdade na disputa, através de um sistema de eliminatória
dupla. Em meio à participação deste evento estaremos rastreando os talentos
para formar as representações escolares para os jogos municipais e amistosos
entre escolas para intercâmbio.
O objetivo maior desse evento é fazer com que o educando adote
atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na prática dos jogos e
dos esportes, buscando encaminhar os conflitos de forma não-violenta, pelo
diálogo, e prescindindo da figura do árbitro. Num segundo momento o
educando saberá diferenciar os contextos amadores, recreativos, escolares e o
profissional, reconhecendo e evitando o caráter excessivamente competitivo
em quaisquer desses contextos.
82
Como competência a ser desenvolvida tem-se: posicionar-se de maneira
crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando
diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas.
PARTICIPAÇÃO EM CONCURSOS
Os alunos do colégio participam ativamente de concurso de poesias,
textos, slogans e desenhos, promovidos por diversas entidades.
Nos últimos anos, nossa escola vem participando com muito entusiasmo
do Projeto FERA, contando com a participação efetiva dos professores e
alunos que desempenham atividades muito significativas, despertando o
interesse dos demais alunos e professores na construção de novos projetos.
Participamos também do COM CIÊNCIA, abordando temas polêmicos
que repercutem aspectos históricos, sociais e científicos. Para a escolha do
projeto que irá representar nossa escola, realizamos internamente uma Feira
de Ciências aonde são apresentados os trabalhos desenvolvidos pelos alunos
e professores, os quais são analisados e selecionados pela comunidade
escolar a fim de participarem do COM CIÊNCIA. Neste trabalho, percebe-se
grande empenho dos participantes em realizarem um projeto de qualidade que
instigue a cidadania e consciência do futuro, para isso, mobilizam a
comunidade, recorrem ao auxilio de profissionais técnicos, pesquisam em
bibliografias, enfim buscam nas mais variadas fontes recursos que enriqueçam
seu projeto.
Nossos alunos participam com o incentivo e apoio dos profissionais de
educação Física dos JOGOS COLEGIAIS que acontecem todos os anos. O
incentivo ao esporte é uma prática adotada com bastante freqüência na escola,
através do esporte busca-se desenvolver o trabalho coletivo, o espírito
esportivo, a responsabilidade, a cooperação entre outros valores advindos
desta prática. Temos o cuidado de preservar a saúde respeitando as
potencialidades dos alunos, estabelecendo as atividades de aquecimento,
alongamento e relaxamento ao se propor uma atividade física.
Geralmente os assuntos destes concursos são relacionados aos temas
transversais, o que proporciona sempre a retomada desses conteúdos.
83
Os professores incentivam sempre os alunos a participarem pois, como
são criativos e precisam aprender a não perder oportunidades quando lhe são
conferidas.
Permitir ao aluno um posicionamento diante dos temas, transformando
idéias em oportunidades na defesa dos direitos, respeitando as normas
estabelecidas, seria o objetivo maior dessa conquista. As atividades para os
concursos geralmente permeiam a competência de se fazer uso dos diversos
meios de comunicação e tecnologia, e assim realizar os trabalhos de forma
contextualizada e interdisciplinar.
Uma nova proposta nos foi apresentada referente a EDUCAÇÃO
FISCAL. A inclusão deste programa vem de encontro aos anseios da escola,
buscando ações efetivas com projetos de pesquisa de caráter laboratorial,
ambiental, socio-cultural entre outras designações, buscando a melhoria da
qualidade do ensino em parceria com a sociedade.
Outro tema que merece toda preocupação e estudo é o MEIO
AMBIENTE. Várias ações são realizadas, tendo como base a AGENDA 21
BRASILEIRA, a qual tem por objetivo instituir um modelo de desenvolvimento
sustentável que considera e avalia as potencialidades e vulnerabilidades do
nosso país, determinando estratégias e linhas de ação. Com o propósito de
mobilizar a comunidade escolar, além de divulgar a proposta, são
desenvolvidos trabalhos de pesquisa e de conscientização sobre os diversos
assuntos relativos ao meio ambiente, durante as aulas de Geografia, Ciências
e Biologia principalmente. Desenvolvendo diversas atividades que enfatizam a
participação efetiva do cidadão nesse processo, para que assim ele se perceba
como elemento fundamental na transformação da sociedade.
ESTUDOS SOBRE O ESTADO DO PARANÁ
Os Estudos sobre o Estado do Paraná estão contemplados nas
disciplinas de História e Geografia dentro de seus objetivos. À partir do
momento em que os PECs (Projetos de Enriquecimento Curricular), foram
retirados, os professores das referentes áreas incorporaram em seus
planejamentos conteúdos e atividades, buscando resgatar a origem histórica,
geográfica e social do nosso Estado.
84
No entanto, desenvolvemos através de trabalhos interdisciplinares o
reconhecimento da cultura paranaense, estabelecendo um resgate histórico
dos momentos culminantes da história com vistas às ações presentes e
futuras. Ao estabelecer tais atividades, consideramos que os estudos sobre o
Estado do Paraná são permanentes e intrínsecos em todas as disciplinas,
devendo ser abordados no cotidiano escolar.
SESSÃO CÍVICA CULTURAL
Realizada em todos os meses, funciona da seguinte forma:
Cada turma do colégio recebe o cronograma do mês e o dia que deverá
ser realizada a sessão cívica.
Os professores são designados para orientar a organização e a
apresentação, a qual se inicia com o canto do Hino Nacional, ou outro hino
escolhido, diante da Bandeira Nacional.
Em seguida há apresentações de poesias, textos e ou informações
relacionados com as comemorações do mês a que se refere.
É um momento próprio para despertar o espírito cívico, o respeito aos
símbolos nacionais, o sentimento de civilidade, e assim, exercitar a
democracia, compreendendo seu entorno social e atuando sobre ele, sendo
este o objetivo principal.
Realizar a integração de idéias e conteúdos de todas as áreas
trabalhadas num momento de exposição de idéias, de forma interdisciplinar.
VIAGENS DE ESTUDOS
Todos os anos os alunos acompanhados de seus professores, fazem
viagens de estudos para conhecer a flora, a fauna, a arquitetura, a geografia e
a história de locais escolhidos de acordo com os conteúdos ministrados.
Dentre os locais escolhidos destacam-se:
- Curitiba - PR : Visita aos parques étnicos da cidade, e pontos turísticos tais
como Ópera de Arame, Jardim Botânico, Jardim Zoológico, Aeroporto. Já se
visitou também o Museu Rosa Cruz e o Planetário do Colégio Estadual, Praça
85
do Japão, Parque João Paulo II, Bosque Alemão, Memorial Ucraniano e
Parque Tingüi.
- Ponta Grossa : Visita ao Parque Vila Velha, à Lagoa Dourada, ao Recanto
dos Papagaios.
- Paranaguá – PR : Visita à Serra do Mar, por ferrovia, indo de Curitiba até
Morretes, e em seguida à cidade histórica de Paranaguá, visita à praia de
Guaratuba, passagem da baia por ferry-boat, e retorno pela estrada Dona
Francisca – SC.
- Lapa – PR : Visita ao Parque do Monge, ao Teatro Municipal, à Casa Lacerda
e ao Museu.
- São Mateus: Visita à multinacional Petrobrás, extração e beneficiamento do
xisto.
As viagens têm como objetivo propiciar ao estudante situações que
permitam seu contato com tipos diferentes de lugares, de pessoas e de meio
ambiente, recolhendo informações e tendo a possibilidade de interagir com
essa diversidade.
Sendo assim, além de proporcionar ao educando uma visão de meio
ambiente, pluralidade cultural e éticas diversificadas, as viagens desenvolvem
a competência de analisar e comparar, interdisciplinarmente, as relações entre
preservação e degradação da vida no planeta, tendo em vista o conhecimento
de sua dinâmica e a mundialização dos fenômenos culturais, econômicos,
tecnológicos e políticos que incidem sobre a natureza, nas diferentes escalas –
local, regional, nacional e global.
SALA DE APOIO
A Sala de Apoio é um recurso pedagógico que vem auxiliar a
aprendizagem dos alunos com baixo aproveitamento escolar. No entanto, por
não disponibilizarmos espaço físico suficiente, estamos no presente momento
sem este recurso, o que não caracteriza a futura oportunidade de implantação.
86
JOGOS PERMANENTES
XADREZ
Segundo o Projeto Político Pedagógico do Colégio, os professores
devem ser profissionais capazes de conhecer os alunos, adequar o ensino à
aprendizagem, elaborando atividades que possibilitem a ação reflexiva do
aluno.
Ainda indicam diversos recursos para a construção do conhecimento,
um deles é o recurso aos jogos. Por meio dos jogos, os alunos são desafiados
a pensar, raciocinar, antecipar e prever resultados para suas jogadas, de uma
forma prazerosa. Sendo assim, um jogo que envolve os desafios acima citados,
é o jogo de xadrez. Em 2002, com o advento do Projeto Vale-Saber, os
professores do Colégio se reuniram e formularam o projeto envolvendo o jogo
de xadrez, o objetivo principal foi a compra do material para poder jogar.
Com o projeto em andamento, sempre tendo como espaço a biblioteca
do Colégio, um dos professores foi treinado pela equipe do Centro de
Excelência do Xadrez e, voltando ao Colégio, repassou as informações aos
demais e assim todos ficaram inseridos de fato no aprendizado, pois, os
professores puderam ensinar os alunos com maior domínio do jogo.
Tal ensinamento tomou proporções não esperadas, houve aceitação das
aulas por alunos e pais, que particularmente ficaram satisfeitos com uma
atividade extra com finalidade educativa.
Naquele mesmo ano, houve disputa entre classes e entre escolas
vizinhas que também estavam inseridas no projeto do governo.
No ano seguinte, os alunos sentiram necessidade de continuar jogando
xadrez e, através de serviço voluntário dos professores, foram reativadas as
aulas de xadrez, quando os educandos superaram até mesmo os professores
no aprendizado e nas jogadas de mestre.
Desde então, a biblioteca do colégio, duas vezes na semana, é o “point”
do xadrez. Alunos em período contrário comparecem ao colégio e jogam
xadrez entre colegas e professores. É uma convivência sadia, responsável e
educativa.
Além das aulas na biblioteca, o horário do recreio é disputado para jogar
xadrez, principalmente por alunos que não podem comparecer em período
87
contrário. Professores de Matemática e de Educação Física em aulas teóricas
na sala de aula em período normal estimulam alunos a praticarem e tirarem
dúvidas sobre determinadas jogadas.
Definitivamente o xadrez se tornou mania entre os alunos, o que,
constantemente promove discussões sobre regras e jogadas. É muito bom ver
que se interessam por um esporte tão eficaz ao pensamento humano.
Em 2003, o Colégio levou dezesseis alunos e três professores para
participar dos jogos de xadrez humano, em Faxinal do Céu, num Encontro
Estadual. O evento foi tão marcante, que os alunos falam até hoje do privilégio
de terem sido escolhidos, pois o aprendizado foi muito grande, ou seja,
convivendo com outros jovens, a troca de experiências foi fundamental.
O xadrez tornou-se então uma das etapas da olimpíada interna do
Colégio, quando as classes disputam pontos de partidas ganhas e empatadas.
Para estimular mais os jovens, a Associação de Pais, Professores e
Funcionários adquiriu relógios de xadrez e livros de história do xadrez, voltados
aos alunos menores. Há um empenho conjunto de todos para verem nossos
alunos brilharem.
Através destas atividades, que possibilitam bons resultados e alegrias,
tanto que em 2004, nos JOCOPS, eles apenas participaram e aprenderam. Já
nos jogos da juventude do município, em 2004, as cinco equipes que o colégio
levou aos jogos, trouxeram cinco medalhas, entre elas, duas de ouro. Nos
JOCOPS de 2005, em Campo Largo, o Colégio participou com quatro equipes,
sendo quinze atletas ao todo e trouxeram cinco medalhas individuais, duas por
equipe e dois troféus.
Os alunos foram muito bem recebidos tanto no Colégio e comunidade
quanto pelo Prefeito Municipal, elevando a auto-estima dos educandos e
professores.
Dos jogos de xadrez (tabuleiros e peças) que foram comprados em
2002, apenas num deles houve falta de peças (dois peões), ao levar para a
sala de aula são sempre revisados e os próprios alunos cuidam muito bem do
material. É muito bom ver que o material é bem cuidado por todos.
Ao saber que o Colégio seria contemplado com mais jogos, os alunos e
professores se sentiram parte integrante de um processo maior de
conhecimento, e ao aprender mais técnicas de xadrez com o professor Wilson
88
da Silva, o aprendizado do esporte com certeza ficou mais fortalecido. Após o
curso, os alunos tiveram mais aulas teóricas e as disputas ficaram mais
intensas, aplicando os conhecimentos adquiridos.
E assim, depois do curso de 2005 em Curitiba, os alunos foram aos
JOCOPS do Paraná e voltaram com as medalhas e troféus. Alguns alunos se
portaram de forma especial, modificando o seu mau comportamento em função
das aulas de xadrez, pois somente bons alunos podem participar de jogos fora
da escola, e os pais nos auxiliam neste comportamento. O rendimento escolar
melhora nas disciplinas em que a concentração e o raciocínio imperam. Os
colegas professores que não participam das aulas de xadrez indiretamente
nos auxiliam a dispensar das aulas os alunos que vão jogar. Os alunos escritos
para participar dos Jogos da Juventude do Município, no mês de outubro deste
ano, voltaram com três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. A
equipe que não recebeu medalha ficou com o quarto lugar, sendo bem
classificada entre as dez equipes presentes.
E assim, o Colégio vem se destacando dentro da sua realidade, sabendo
quando e como pode fazer para melhorar. O empenho da direção e dos
envolvidos é enorme e no Colégio se “respira” xadrez sempre que possível!
O fato mais curioso de todo este processo é que houve a indicação da
necessidade de ensinar os professores, supervisores e funcionários que assim
poderiam ficar mais inseridos ainda no processo. Só falta mesmo que o xadrez
se torne disciplina própria, dentro das horas semanais da matriz curricular.
Simone Semmer
Coordenadora Voluntária das aulas de Xadrez
89
REGIME ESCOLAR
REGULAMENTO
A efetivação da matrícula neste Estabelecimento de Ensino,implica em
aceitar e cumprir estas normas:
DIREITOS DOS ALUNOS:
- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento,
a arte e o saber, conforme o artigo 3º da LDB 9394/96.
- Solicitar orientações sobre o funcionamento da Escola, sempre que
necessário.
- Utilizar os serviços e dependências escolares de acordo com as normas
vigentes.
- Conhecer, através do pós conselho de classe, a sua situação quanto ao
rendimento escolar e freqüência mínima de 75%, conforme legislação em vigor.
- Solicitar revisão de avaliação.
- Manter relações cooperativas e de respeito com professores, funcionários,
colegas e comunidade.
- Na falta em dia de avaliação, será concedida nova oportunidade mediante
motivo justo comprovado e assinado pela pessoa responsável pelo aluno.
- No caso de atraso na primeira aula, o aluno terá a possibilidade de entrar na
sala de aula mediante justificativa e autorização concedida pela equipe
pedagógica, atendendo ao limite de cinco chegadas tardias por bimestre e
tolerância de 10 min para entrada sem autorização.
- Para ausentar-se antes do término das aulas, deverá trazer justificativa e
solicitar autorização de saída, atendendo ao limite de 3 saídas antecipadas por
ano.
- Conhecer o Regimento da Escola.
DEVERES DOS ALUNOS
- Comparecer pontualmente às aulas e demais atividades escolares.
- Participar de todas as atividades programadas pela Escola.
- Cooperar na higiene e conservação da Escola.
90
- Entrar e sair do Colégio pelos portões laterais.
- Permanecer na sala de aula na troca de professores.
- Entregar os trabalhos nas datas determinadas pelos professores.
- Usar o uniforme da escola sempre que possível.
- Vestir-se adequadamente, principalmente nas aulas de Educação Física.
- Responsabilizar-se pelos danos materiais causados a escola.
- Adquirir o material escolar solicitado pelos professores.
- Em caso de falta, manter a matéria e atividades atualizadas.
É EXPRESSAMENTE PROIBIDO
- Entrar atrasado sem autorização escrita da equipe pedagógica.
- Ausentar-se da Escola sem autorização.
- Trazer pessoas estranhas ao ambiente escolar.
- Portar objetos perigosos ou alheios à Escola, tais como: Canivete, facas,
baralho, bebidas alcoólicas, aparelhos celulares, revistas, etc.
- Agredir fisicamente ou moralmente colegas, professores ou funcionários.
- Fumar em sala de aula ou ambientes cobertos.
- Namorar nas dependências escolares.
- Entrar e permanecer no colégio alcoolizado.
- Usar boné ou alimentar-se na sala de aula.
No caso de descumprimento ao Regimento, o aluno terá como sanções:
- Advertência oral, com registro para controle.
- Advertência por escrito com registro e comunicado aos pais.
- Suspensão pedagógica das aulas, com registro e comunicado aos pais ou
responsáveis.
NOTA IMPORTANTE
Uma das premissas mais importantes no século XXI é primar pela
tolerância e convivência, buscando a cooperação, mantendo relações
saudáveis em todas as esferas sociais. A Escola é um espaço de convivência
onde todos devem respeitar e serem respeitados e isso será por excelência
fator primordial para a escola. Conforme prevê o artigo 3º da LDB, deverá
haver valorização do profissional da educação e cumprimento do plano de
91
trabalho de cada docente, portanto em caso extremo será indicada a
transferência consensual para o aluno que não se adequar ao convívio escolar
e para os alunos que estão com idade/série defasada.
Os casos omissos serão resolvidos pela Direção, Equipe Pedagógica,
professores e Conselho Escolar.
92
DISCIPLINAS
ENSINO MÉDIO
BIOLOGIA
Apresentação geral da disciplina
A Biologia enquanto ciência visa estudar o fenômeno “Vida” em toda a
sua diversidade de manifestação. Esse fenômeno se caracteriza por um
conjunto de processos organizados e integrados, seja ao nível de célula, ou
ainda do organismo como um todo.
O estudo da biologia deve permitir a compreensão da natureza e dos
limites dos diferentes modelos explicativos, a contrariedade entre os mesmos e
a compreensão de que a Ciência não tem respostas definidas para tudo,
caracterizadas pela possibilidade de ser questionada e de ser transformada.
Incorpora a idéia de ensinar sobre a ciência e a partir dela, buscar na história e
filosofia da ciência explicações sobre o objeto de estudo da Biologia.
O conhecimento da Biologia de subsidiar o julgamento de questões
polêmicas, que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de
recursos naturais e à utilização de tecnologias que implicam em intensa
interação humana no ambiente.
Compreendendo as ciências como uma sucessão de movimentos dentro
do movimento mais amplo da civilização, podemos perceber que não há como
estudá-la fora da perspectiva histórica. Ao longo da história da humanidade,
várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida,
modelos científicos conviveram com outros modelos explicativos, de ordem
filosófica ou religiosa.
Inicialmente, a biologia era estudada e compreendida através da linha de
pensamento descritivo. O conhecimento científico se resumia a descrever,
classificar e catalogar os organismos existentes no ambiente. Esse tipo de
conhecimento existe desde a antiguidade mais tardia do ser humano, como
pode ser percebido através das artes rupestres encontradas principalmente em
93
cavernas, mas foi sistematizado como tal pelo cientista Carl von Linné (1707-
1778).
A partir do século XVI tomou força a forma de pensamento mecanicista,
com as descrições dos processos que geriam o funcionamento dos
organismos. Um dos principais expoentes dessa forma de pensamento foi o
médico inglês William Harvey (1578-1657), o primeiro a descrever o sistema
circulatório humano com base em suas observações.
No século XIX, o inglês Charles Darwin (1809-1882) trouxe à baila uma
nova forma de pensamento, o evolutivo, que considerava a variabilidade pela
qual os organismos passam através do tempo. Essa linha de pensamento foi
enriquecida pelas pesquisas de diversos outros cientistas até chegar à Teoria
Sintética da Evolução, ou Neodarwinismo, o que visa explicar a variedade de
seres vivos existentes no planeta (biodiversidade).
A última linha de pensamento desenvolvida pelos cientistas é a da
manipulação genética, desenvolvida inicialmente por Stanley Cohen e Herbert
Boyer, com possibilidade de manipular o material genético dos seres vivos e
permitindo questionar o conceito biológico da VIDA como fato natural,
independente da ação do ser humano.
O desenvolvimento da Genética e da Biologia Molecular, das tecnologias
da manipulação do DNA, células tronco e da clonagem, traz à tona aspectos
éticos envolvidos na produção e aplicação do conhecimento científico e
tecnológico, havendo uma reflexão sobre as relações entre ciência, tecnologia
e a sociedade.
Neste século presencia-se um intenso processo de criação científica,
inigualável a tempos anteriores. A ciência e a tecnologia se ampliam tornando-
se mais presentes no cotidiano e modificando cada vez mais o mundo e o
próprio ser humano.
Aos alunos é necessário garantir a compreensão do todo, partindo-se do
geral, no qual o fenômeno vida é uma totalidade. O ambiente, onde os fatores
abióticos e os seres vivos se interagem, pode ser apresentado num primeiro
plano, e a partir dessas interações é que é possível conhecer cada organismo
em particular e reconhecê-lo no ambiente. Observar que cada organismo é
fruto de interações entre órgãos, aparelhos e que são formados por um
conjunto de células que interagem. Perceber que cada célula se configura
94
pelas interações entre suas organelas, e que essas também possuem suas
particularidades individuais.
Destacar o corpo humano, estabelecendo relações entre os diferentes
aparelhos e sistemas e entre corpo e o ambiente, preservando o equilíbrio
dinâmico que se caracteriza o estado de saúde. Evidenciar a individualidade de
cada ser humano, permitindo o desenvolvimento de atitudes de respeito e
apreço ao próprio corpo e ao do outro.
No ensino de Biologia, é necessário o desenvolvimento de posturas e
valores pertinentes às relações entre os seres humanos, entre eles e o meio,
entre o ser humano e o conhecimento. Esses valores contribuem com uma
educação que formará indivíduos sensíveis e solidários, cidadãos conscientes
dos processos de regularidades do mundo e da vida, capazes assim de realizar
ações práticas de fazer julgamentos e de tomar decisões. Dessa forma,
podemos expor os seguintes objetivos principais para o ensino de Biologia
durante o curso de Ensino Médio:
- Identificação da interferência de aspectos místicos na construção dos
conhecimentos prévios;
- compreensão da relação do indivíduo como agente e paciente do meio em
que vive;
- julgamento das atitudes mais adequadas no sentido de preservar e
implementar a saúde individual, coletiva e do ambiente;
- identificação da dualidade existente entre o desenvolvimento tecnológico e
preservação à luz das concepções a respeito do desenvolvimento do
sustentado.
É preciso que todos percebam que sua sobrevivência, enquanto
espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que
fazem do planeta o maior ser vivo conhecido. Somente quando o ser humano
se sentir parte da biosfera deste planeta Terra, terá consciência dos seus atos,
usará sua inteligência com criticidade para, quem sabe, reorganizar os
processos de produção relacionados com o consumo e trabalho, para que esta
sociedade em que vivemos se torne justa e respeitosa com todas as formas de
vida.
Desta forma, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no
currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando-os para
95
resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de
vida. Afinal, o currículo do Ensino Médio que queremos deve formar sujeitos
críticos, capazes de entender e analisar o mundo, de contribuir para a melhoria
da qualidade de vida pessoal e de sua comunidade. É dessa forma que fica
clara a importância do conhecimento de Biologia enquanto disciplina e saber
escolar.
Para a efetivação do ensino-aprendizagem é necessário que o professor
tenha conhecimento e muita leitura sobre metodologia de ensino, tornando
suas aulas dinâmicas, produtivas, e com aplicabilidade, para que resultem em
verdadeira aprendizagem. Assim, o aluno torna-se capaz de construir o seu
próprio conhecimento, formado e transformado de acordo com o atual contexto
político e socioeconômico estabelecido pela concepção de Ciência, e por
conseqüência a Biologia, como construção humana.
Dessa forma, o estudo da Biologia no Ensino Médio tem por objetivos:
Perceber e utilizar os códigos e linguagens intrínsecos da Biologia.
Elaborar suposições e hipóteses acerca dos fenômenos biológicos em
estudo
Descrever processos e características do ambiente ou de seres vivos,
observados em microscópio ou a olho nu
Apresentar o conhecimento obtido de forma organizada através de
textos, desenhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes, etc
Conhecer as diferentes formas de se obter informações e saber
selecionar as que forem pertinentes ao tema em estudo
Expressar dúvidas, idéias e conclusões acerca dos fenômenos
biológicos
Relacionar os fatos estudados entre si, elaborando conceitos,
identificando regularidades e diferenças, construindo generalizações
quando possível
Conhecer os critérios científicos atuais para a classificação de animais,
vegetais, fungos, protistas e moneras
Identificar as regras para nomenclatura científica de um ser vivo
Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento
de fatos ou processos biológicos.
96
Reconhecer os fundamentos teóricos dos conteúdos e saber aplicá-los
em situações do cotidiano.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ESPECÍFICOS
Segundo as DCEs, o ensino de Biologia no Estado do Paraná segue os
seguintes conteúdos estruturantes:
Organização dos seres vivos
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
Manipulação genética
Os conteúdos específicos para cada série seguem os conteúdos
estruturantes expostos acima sem, contudo, incorrer em tentativas de encaixá-
los nas divisões de séries, ou de promover uma graduação entre eles, fazendo
com que algum tenha mais importância que os demais.
Os conteúdos estruturantes são abordados continuamente, de forma
integrada entre si e com os conteúdos específicos da disciplina. As Leis no
9795/99 (Lei de Educação Ambiental), 10.639/03 (História e Cultura Afro-
brasileira e Africana) e no 13.381/01 (História do Paraná) são contempladas
pelos conteúdos específicos, entremeadas nos objetos de estudos da
disciplina, conforme possibilidades. A Lei do Meio-ambiente também está
imiscuída no conteúdo programático, mas é especificamente abordada durante
o conteúdo de Ecologia, na 3o série.
CONTEÚDOS BÁSICOS
1ª Série
Características Gerais dos Seres Vivos:
Composição química complexa
Organização celular
Reprodução
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Mutação
Metabolismo
Excitabilidade
Crescimento
Adaptação
Nomenclatura e Taxonomia dos Seres Vivos (contempla a lei 9795/99)
Espécies e Raças (contempla a Lei 10.639/03)
Classificação dos Seres Vivos:
Reino Animália
Animais invertebrados
Poríferos – caracterização e importância
Celenterados – caracterização e importância
Platelmintos – caracterização e importância
Nematelmintos – caracterização e importância
Moluscos – caracterização e importância
Artrópodes – caracterização e importância
Equinodermos – caracterização e importância
Animais vertebrados
Protocordados – caracterização e importância
Cordados
■ Superclasse Pisces
■ Classe dos Anfíbios
■ Classe dos Répteis
■ Classe das Aves
■ Classe dos Mamíferos
Reino Plantae
Morfologia vegetal
Algas
Briófitas
Pteridófitas
Gimnospermas
Angiospermas
Reino Fungi
Doenças causadas por fungos
98
Utilidades econômicas
Importância ecológica
Reino Protista
Doenças causadas por protozoários
Malária
Mal de Chagas
Giardíase
Reino Monera
Doenças causadas por bactérias
Importância ecológica
Os Vírus
Doenças causadas por vírus
Tratamentos
Engenharia genética e OGM (Organismos Geneticamente
Modificados)
Reprodução:
Assexuada
Sexuada
Métodos anticoncepcionais
Camisinha
Pílula anticoncepcional
DIU
Diafragma
Espermicida
Teorias das origens
Big bang
Origem do planeta Terra
Origem da Vida – teorias da Abiogênese e da Biogênese
Hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos
Divisões do tempo geológico
2ª Série
Composição Química dos Seres Vivos
Elementos inorgânicos
99
Carboidratos
Lipídios
Aminoácidos e proteínas
Ácidos nucléicos – DNA e RNA
Citologia
Membrana plasmática
Citoplasma
Hialoplasma
Organelas:
Mitocôndrias - respiração
Retículo endoplasmático - circulação
Cloroplastos - fotossíntese
Lisossomos - digestão celular
Ribossomos – síntese protéica
Núcleo
Divisão celular
Mitose
Fases da mitose
Meiose
Fases da meiose I
Crossing-over
Fases da meiose II
Gametogênese e Embriologia
Espermatogênese
Ovulogênese
Fecundação
Desenvolvimento embrionário
Anexos embrionários
Histologia animal
Células-tronco
Tecido epitelial – características, funções, aspecto
Tecido conjuntivo – características, funções, aspecto
Tecido muscular – características, funções, aspecto
Tecido nervoso – características, funções, aspecto
100
Histologia vegetal
Tecidos parenquimatosos
Tecidos adultos
Fisiologia animal
Sistema digestório
Sistema respiratório
Sistema circulatório
Sistema excretor
Sistema nervoso
Regulação hormonal
3ª Série
Genética
Transmissão dos caracteres hereditários
Cromossomos
Genes
A 1ª Lei de Mendel
Co-dominância
A 2ª Lei de Mendel
Polialelia e alelos múltiplos
Herança ligada ao sexo
Daltonismo
Hemofilia
Heranças ligadas ao cromossomo Y
Evolução
Teorias da evolução
Lamarckismo
Darwinismo
Neodarwinismo
Irradiação adaptativa e convergência
Evolução da espécie humana (contempla as leis 10639/03 e 11645/08)
Ecologia
Ciclos biogeoquímicos e poluição
101
A dinâmica dos ecossistemas
Seres vivos e suas relações
Sucessões ecológicas
Biologia da Conservação (contempla as leis 9795/99 e 13.381/01 e a Lei
do Meio-ambiente)
METODOLOGIA
Durante todo o ano letivo, a participação direta do aluno no processo de
ensino-aprendizagem mostra-se necessária para que ele possa explorar o
mundo que o cerca, ampliando e aperfeiçoando suas percepções sobre o
mesmo, com oportunidades de refletir e questionar o modelo proposto frente à
realidade.
Segundo Saviani (1997) e Gasparin (2002), a prática social deve ser o
ponto de partida cujo objetivo é perceber e denotar, dar significação às
concepções alternativas do aluno a partir de sua visão sincrética,
desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser trabalhado.
O processo metodológico educacional visa a transformação das relações
de produção. Para tanto, as atividades desenvolvidas durante o ano letivo
incluem:
Aulas expositivas e dialogadas
Debates
Leitura e interpretação de textos
Discussão dirigida dos temas
Exercícios e problemas para serem resolvidos em sala de aula ou fora
do ambiente escolar
Utilização de materiais audio-visuais (filmes, transparências, painéis,
etc.)
Experiências práticas
Demonstrações de seres vivos menos conhecidos
Pesquisas bibliográficas orientadas
102
AVALIAÇÃO
É imprescindível que a avaliação seja contínua, com acompanhamento
das atividades do educando na rotina de sala de aula, de modo a ser possível
traçar o perfil de processo e aprendizagem do educando.
As ferramentas de avaliação a serem utilizadas devem ser variadas para
acompanhar a personalidade e as características individuais de cada aluno,
sem detrimentos. Serão utilizadas as seguintes ferramentas:
Provas escritas de tipos variados, com questões abertas que induzam o
aluno à reflexão e não à mera cópia dos textos vistos em aula, bem
como questões de múltipla escolha.
Exercícios escritos.
Entrega de relatórios com anotações após atividades de campo.
Trabalho de pesquisa bibliográfica.
Debates orientados.
Análise de pesquisas científicas.
Leitura de textos científicos.
Práticas laboratoriais conforme o material disponível na escola.
Freqüência e participação em sala de aula.
Apresentação de sua própria produção científica para os colegas de
classe.
Feira do Conhecimento.
Participação de projetos desenvolvidos por programas externos à escola
(Com Ciência, Prêmio Jovem Cientista, etc.).
Uso adequado das tecnologias disponíveis na escola, como microscópio
e internet.
Recuperação paralela, conforme a LDB
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
103
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.
Campinas: Autores associados, 2002.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação.
Diretrizes Curriculares de Biologia para a Educação Básica. Curitiba, 2006.
GUYTON, A. Fisiologia Humana. Rio de Janeiro: Interamericana, 1979.
JECKEL NETO, Emílio A., BAUER, M. E. Avanços em biologia celular. Porto
Alegre/ RS: Puc, 2002.
JUNQUEIRA, L. C. ; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1990.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo; 2004.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva,
2005.
NARDI, R. Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras
editora, 2002.
Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de
Segundo Grau. Ree
RAVEN, P.; EVERT, R. F.; EICHHORN, E. E. Biologia vegetal. Rio de Janeiro:
Guanabara, 2001.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações.
Campinas: Autores Associados, 1997.
104
THOMAS, S. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em
relação às plantas e aos animais, 1500 – 1800. São Paulo: Companhia das
letras, 1988.
WILSON, E. O. Diversidade da vida. São Paulo: Companhia das letras, 1994.
105
MATEMÁTICA
Ensino Médio
Apresentação geral da disciplina
Segundo as Diretrizes Curriculares Educacionais - DCEs, a matemática
surgiu nas mais antigas civilizações, com rudimentos que hoje poderiam ser
introduções ao uso da álgebra, aritmética e geometria. Através de observações
da natureza, e do reconhecimento de configurações físicas e geométricas,
comparou-se formas, tamanhos e quantidades (PARANÁ, 2006)
A origem da palavra matemática, segundo o professor LD Irineu Bicudo
da UNESP, vem do grego e em textos antigos apresenta-se como aprender por
experiência, ou ainda como conhecimento, aprendizagem, ou “aquilo que é
aprendido”. D Ambrósio (2005, p. 17) ao definir os termos máthema e techné,
define máthema como ensinar (equivalente a conhecer, entender, explicar); e
techné como tica (correspondendo a técnicas e artes). Logo, conclui-se que
Matemática é conhecer técnicas, ensinar artes, ou ainda entender técnicas e
artes.
Devlin (2004) afirma que “para a maioria das pessoas, matemática é
fazer cálculos com números”. E seleciona algumas frases que pessoas do povo
falando da matemática tais como: “A matemática é previsível. Basta seguir
regras precisas”. “Os matemáticos não são criativos”. “ Não há uma coisa
chamada beleza em matemática.” Na mesma fala, o autor corrige estes mitos e
afirma que a matemática é a ciência dos padrões, da ordem e da regularidade.
E complementa que matemática é a ciência da beleza das formas, da intuição,
da criatividade. Para explicar o que é matemática, o autor usa pelagens de
animais, flores, música, jogo de pôquer, mosaicos, grupos e simetria (DEVLIN,
2004).
As relações colocadas pelo autor mostram que a matemática está em
todos os lugares, bastando um olhar significativo para vê-la, senti-la e admirá-
la.
106
Segundo Fainguelernt e Nunes (2006), a Matemática é necessária ao
cotidiano das pessoas e sem os conhecimentos matemáticos não se constitui
um cidadão. (FAINGUELERNT e NUNES, 2006, p. 9)
No entanto, segundo Santaló, aos professores de matemática compete
selecionar entre toda a matemática existente, a clássica e a moderna, aquela
que possa ser útil aos alunos em cada um dos diferentes níveis da
educação.(SANTALÓ, 2001, p. 15).
Para Galvez, considera-se que todo conhecimento seja uma resposta,
uma adaptação da humanidade diante de situações que tem enfrentado ou
frente a problemas que tem formulado para si. (GALVÉZ, 2001, p. 31).
A matemática, como conhecimento, sendo considerada uma ciência
exata, possui conexões com outras ciências ditas exatas, como a Física e a
Química, por exemplo. Contextualizar a Matemática com conceitos e
procedimentos de outras disciplinas, tais como Geografia, Sociologia, Filosofia,
História e Arte e estabelecer inter-relações entre conhecimento, tecnologia e
sociedade poderá vir a amenizar o aprendizado da Matemática de forma
mecânica, tornando-se uma disciplina que desenvolva a diversidade de
pensamento e a criatividade, ser sensível sem deixar de ser significativa e
formal.
Aproximar a Matemática escolar dos conhecimentos e procedimentos
que na História da Humanidade se fizeram presentes, principalmente porque a
ciência Matemática se estruturou para resolver necessidades próprias da
sociedade de cada época se torna um desafio tanto a professores como a
alunos.
As preocupações da sociedade do século XXI denotam às mídias
tecnológicas, o mercado de trabalho, exige dos futuros trabalhadores, não
somente ao uso do computador e da internet, mas a própria calculadora, que
na maioria das vezes faz parte do cotidiano, através de caixas eletrônicos e
que a disciplina Matemática tem a obrigação de ensinar a usar., durante o
período escolar.
Através da História da Matemática e da inclusão de tópicos de
Etnomatemática, a estrutura formal da própria ciência assemelha-se às
dificuldades encontradas no cotidiano por diversas etnias, tais como o índio
107
brasileiro, os africanos, e os europeus que permeiam as descendências dos
educandos que a estudarão.
Ou seja, a prática docente se fundamentará nas diversas formas de
apresentação da disciplina, envolvendo a Educação Matemática, nos seus
diversos segmentos tais como a Etnomatemática, a História da Matemática, a
Matemática aliada a outras disciplinas, a Resolução de Problemas, e a
Modelagem Matemática. Objetivamente se espera que o educando, ao ter uma
visão geral da Matemática, venha a estruturar seus próprios pensamentos,
tornar-se crítico, analítico e sistemático, ao mesmo tempo em que se torne
sensível, perspicaz , com visão geométrica e dotado de estimativas mentais,
principalmente no que se diz respeito aos conteúdos do seu cotidiano.
Conteúdos
Os conteúdos estruturantes do Ensino Médio são divididos em quatro
eixos: a) Números e Álgebra; b) Geometrias; c) Funções; e d) Tratamento da
Informação.
Os conteúdos específicos por série podem ser elencados da seguinte
maneira:
1A. SÉRIE (4 aulas semanais)
Números e Álgebra
Conjuntos dos números reais
Geometrias
Geometria plana
Funções
Função afim
Função quadrática
Função trigonométrica
Função modular
108
Tratamento da Informação
Estatística
Matemática financeira
2A. SÉRIE (4 aulas semanais)
Números e Álgebra
Matrizes
Determinantes
Sistemas Lineares
Geometrias
Geometria espacial
Noções básicas de geometrias não-euclidianas
Funções
Função exponencial
Função logarítmica
Progressão Aritmética
Progressão Geométrica
Tratamento da Informação
Análise combinatória
Binômio de Newton
3A. SÉRIE (3 aulas semanais)
Números e Álgebra
Noções de números complexos
Polinômios
Geometrias
Geometria analítica
109
Funções
Função trigonométrica
Tratamento da Informação
Probabilidade
Metodologia
Como já citado na apresentação da disciplina, a Educação matemática
estará presente nas suas diversas formas, tais como a Etnomatemática,
História da Matemática, Resolução de Problemas, Modelagem matemática,
mídias tecnológicas e outras possíveis intervenções, como a nova forma
Matemática e Arte.
Os conteúdos estruturantes se relacionam entre si de forma simples e
sucinta, apresentando os conteúdos matemáticos com abordagem interativa,
consolidando principalmente as diversas formas de se fazer matemática
através dos tempos, valorizando as diversas culturas.
Em relação ao índio brasileiro, suas formas de contagem e sua pintura
corporal facilitam o ensino de geometria plana. Sonas e jogo de búzios, da
cultura afro-brasileira podem estruturar probabilidade e o estudo de funções e
progressões. Quanto á cultura oriental, origami e tábuas religiosas podem
estimular o estudo de geometria espacial em detrimento da geometria plana,
bem como as geometrias não-euclidianas. As estruturas simétricas presentes
nos tradicionais bordados europeus, bem como na pintura de pêsancas,
estruturarão os conteúdos de simetria, na geometria plana, sucessões
numéricas e o estudo de funções modulares.
O uso de geoplanos e formas geométricas estruturais poderão estimular
os alunos a enxergar a geometria de uma forma mais simples, coerente a
aplicativa.
A proximidade dos conteúdos matemáticos com a estrutura cultural dos
povos que permearam este país, e principalmente o estado do Paraná estarão
contemplados em todo o processo. Até mesmo nas referências encontradas no
110
estudo dos fractais baseados nas estruturas das aldeias da África, até os
sangakus irradiados pela cultura oriental.
A organização dos conteúdos deverá mediar todos os bimestres,
fazendo uma estruturação em espiral e não linear, proporcionando todas as
conexões possíveis em cada série.
A utilização de aulas articuladas a mídias tecnológicas acrescidas de
softwares livres, e a pesquisa em sítios da internet estimularão o ensino e com
certeza a aprendizagem. A inclusão de softwares de desenho gráfico auxiliará
o ensino de funções e de geometrias, tendo em vista que a interação do jovem
com as mídias é de intenso interesse.
Sabe-se que o aprendizado de Matemática se dá de forma gradual e
sistemática, por isso, em cada conteúdo apresentado há a aplicação de
conteúdos anteriormente desenvolvidos e que devem ser relembrados em cada
situação problema.
Portanto, a metodologia utilizada deverá permear as situações descritas
acima, as quais serão desenvolvidas individualmente, em duplas ou pequenos
grupos de alunos trabalhando em conjunto. A forma com que o professor
orientará as atividades dependerá do estilo do problema proposto, mas o
procedimento de resolução por parte dos alunos poderá conter distintos modos,
desde que corretamente efetuados. Ao final da resolução, é importante a sua
validação pois, assim, o educando desenvolverá senso crítico e adaptação do
A compreensão dos fatos matemáticos se dará de forma simples, tranqüila e
detalhada, inserindo os conteúdos aliados ao dia a dia, sempre que for possível
a relação.
As conexões com outras áreas do conhecimento acontecerá
naturalmente, mediante os problemas levantados pelo professor. Utilizar-se-á
materiais didáticos existentes na escola, tais como livros, vídeos, televisão,
computador, calculadora, material de desenho como compasso e transferidor
de ângulos, assim como régua e esquadros além de material confeccionado
pelos próprios alunos.
Avaliação
111
A avaliação é compreendida como elemento integrador entre a
aprendizagem e o ensino, é entendida como um dos aspectos do ensino pelo
qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu
próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo
de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados.
Ocorrerá durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não
apenas em momentos específicos caracterizados como fechamento de
grandes etapas de trabalho. Avaliar em Matemática significa utilizar o próprio
erro do aluno como superação de dificuldades, auxiliando-o a compreender
seus próprios procedimentos.
Compreenderá provas, atividades lúdicas, atividades escritas, orais,
indicações de acompanhamento escolar e comportamento em sala, e trabalhos
pré-estabelecidos. A avaliação dar-se-á de forma global e individual, em sala
de aula, através de observações sistemáticas, análise das produções dos
alunos e atividades específicas, deixando bem claro para os alunos o quê se
pretende avaliar, sendo que o registro se dará através do diário de classe.
Ou seja, a avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos
ou fracassos do aluno, é compreendida como um conjunto de atuações que
tem a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica.
Acontecerá contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa
do conhecimento construído pelo aluno. Possibilitará conhecer o quanto ele se
aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em
determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção
pedagógica realizada.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, Jonei C. Modelagem Matemática e os professores: a questão
da formação. Bolema – Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, n. 15, p.
05-23, 2001.
BICUDO, M. V.; BORBA, M. Educação Matemática: Pesquisa em
Movimento. São Paulo: Cortez, 2004.
112
BOYER, C. B. História da Matemática. 12 ed. São Paulo: Educação Blusher,
1996.
CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática. 4 ed.
Lisboa: Gradiva, 2002.
DANTE, L. R. Didática da Resolução de Problemas. São Paulo. Ática, 1989.
GERDES, P. Sobre o Despertar do Pensamento Geométrico. Curitiba:
UFPR, 1992.
IFRAH, G.; SENRA, S. M. F. (Trad.) Os números – a história de uma grande
invenção. 7 ed. São Paulo: SP: Papirus, 2005.
LINS, R. C; GIMENEZ, J. Perspectivas em aritmética e álgebra para o
século XXI. 5. Ed. Campinas: SP: Papirus, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública da Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
113
QUÍMICA
Apresentação geral da disciplina
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A história da química teve seu início com a descoberta e o domínio do
fogo, possibilitando ao homem o aprimoramento de seus utensílios e a
obtenção de diferentes materiais.
Os gregos foram os primeiros a teorizar a composição da matéria com
as propostas dos filósofos Leucipo e Demócrito (400 a.C).
A alquimia surgiu na era cristã até o final da Idade Média, envolvendo
ciência, religião e magia abrangendo povos árabes, egípcios, gregos e
chineses, se desenvolvendo na Europa por meio de traduções de textos
árabes. Os alquimistas buscavam o elixir da vida eterna e a pedra filosofal,
capaz de transformar qualquer metal em ouro. Conforme a DCE, dos
experimentos que realizaram, os alquimistas descobriram a extração,
produção, e tratamento de diversos metais.
Phillipus Auredus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, conhecido
como Paracelso, entre os séculos XV e XVI, realizou estudos sobre a
Iatroquimica conhecida hoje como o ramo da química determinada
Biogeoquímica. Paracelso empregava os conhecimentos da Iatroquimica de
forma terapêutica, relacionando a leitura cosmológica dos fenômenos com a
religião.
No séc XVII na Europa foi fundada as primeiras academias de ciências
(Academie de Sciences em Paris e Royal Society em Berlim), mantidas pelos
próprios participantes sem qualquer relação com o Estado, os quais realizavam
livremente suas pesquisas. Dentre os integrantes da Royal Society destaca-se
Robert Boyle.
Neste século o avanço da química estava vinculada aos estudos da
composição e estrutura da matéria, sendo partilhados com a física que
investigava as forças internas que regem a formação da matéria.
114
No séc XVIII, o isolamento dos elementos gasosos e a descoberta de
muitos elementos químicos impulsionou o desenvolvimento das máquinas que
substituíram a força humana dando início a Revolução Industrial pelo modo
capitalista. Antonie Laurent Lavoisier propôs uma nomenclatura universal para
os compostos químicos e demonstrou que a queima é uma reação química
com o oxigênio, superando a antiga Teoria do Flogisto. Os trabalhos de
Lavoisier neste período trouxeram novas dimensões para as investigações
sobre a natureza das substancias.
O século XIX foi marcado por inúmeras descobertas relacionadas ao
eixo a Matéria e sua Natureza:
* John Dalton: apresentou a teoria atômica
* Friedrich Wöhler: síntese da uréia
* Friedrich August Kekulé e Charles Adolphe Wurtz: definição do conceito de
átomo, molécula, equivalente, atomicidade e basicidade.
* Dmitri Ivanovitch Mendeleev: estabeleceu a classificação periódica.
No que se refere a Química Sintética os avanços referem-se a criação
do primeiro plástico artificial, o celulóide, em l869 por John Hyatt e a primeira
fibra artificial patenteada por Luis Marie Chardonnet.O surgimentos dos
laboratórios de pesquisa consolidou a química como a principal disciplina
associada aos efetivos resultados da indústria.
Os estudos da química no séc XX, possibilitou o desenvolvimento das
pesquisas sobre o átomo contribuindo no entendimento da constituição e
formação das moléculas e nos avanços da indústria armamentista.
O ensino de química no Brasil surgiu no início do século XIX,
proveniente das transformações políticas e econômicas que ocorriam na
Europa. No entanto apenas em 1931 com a Reforma Francisco Campos, a
disciplina de química passou a ser ministrada de forma regular no currículo do
Ensino Secundário do país.
Atualmente o estudo da química em nosso estado, defende uma seleção de
conteúdos estruturantes que a identifique como campo do conhecimento
constituído historicamente, nas relações políticas, econômicas, sociais e
culturais das diferentes sociedades. Objetivando formar um aluno que se
aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de articulá-los aos
115
conceitos científicos e tecnológicos para refletir criticamente sobre o período
histórico atual. Para tanto o ensino da disciplina deverá:
- Romper antigas posturas, e a partir do discurso/linguagem e sobre a forma
como os significados e os entendimentos são desenvolvidos no contexto
social da sala de aula;
- Construir significados, sendo que ocorrem inúmeras interações discursivas
a partir dos enunciados, das visões de mundo que circulam durante as
atividades propostas, as leituras, a discussão com os colegas;
- Atrelar relações do ensino com os modos de produção em que se busca
“fazer” educação através da química propiciando facilitar a leitura do
mundo;
-Ter limites éticos e morais que podem estar envolvidos no desenvolvimento
da química e da tecnologia;
- Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação do ser humano,
individual e coletiva com o ambiente.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Os conteúdos estruturantes para a disciplina de química contemplam a
História e Cultura será relevado aspectos da História e Cultura Afro-Brasileira,
de acordo com a Lei 10639/2003, articulados aos conceitos da disciplina.
Também, iremos tratar da História do Paraná (Lei 13381/01), sob os aspectos
químicos do nosso estado, que contribuíram para o desenvolvimento da
Química regional, nacional e mundial.
Além disso, os conteúdos de Química serão encaminhados para as
questões ambientais (aquecimento global, inversão térmica, mudanças de
clima, etc.), conforme preconiza a Lei Ambiental.
.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
É o conteúdo estruturante que identifica a disciplina de química, por se
tratar da essência da matéria. É ele que abre caminho para um melhor
entendimento dos demais conteúdos estruturantes.
116
1ª SÉRIE
- Histórico da química
- A matéria
- Propriedades da matéria
- Substâncias e misturas
- Métodos de separação
- Fenômenos físicos e químicos
- Modelos atômicos
- Distribuição eletrônica
- Eletrosfera
- Números quânticos
- Classificação periódica dos elementos
- Propriedades dos elementos
- Ligações químicas
- Funções químicas * ácido e base
* sal e óxido
- Reações químicas
- Balanceamento
- Ocorrência de reações
- Quantidade e medidas
- Estado gasoso
- Cálculos químicos
BIOGEOQUIMICA
Este conteúdo estruturante é caracterizado pelas interações existentes
entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera. É muito importante a abordagem
desses temas nas aulas de química e, de modo especial, nas regiões
agrícolas, para que o aluno possa intervir positivamente, seja na agricultura
familiar seja no local de trabalho.
As abordagens dos ciclos globais – do carbono, enxofre, oxigênio e nitrogênio
suas interações na hidrosfera, atmosfera e litosfera – são imprescindíveis para
117
explorar as funções químicas e permitir a descaracterização da dicotomia entre
a química orgânica e inorgânica.
2ª SÉRIE
- Transformação química
- relações entre quantidade de matéria
- mol,quantitativo, microscópico
- estequiometria
- Soluções – relações
- Massa – volume
- Quantidade de matéria
- volume
- Transformação química
- aspectos dinâmicos
- Rapidez e extensão (macro, micro, qualitativo e quantitativo)
- Transformação química
- Energia envolvida
- Calor, eletricidade, radiatividade
- Soluções
- Colóides
- Propriedades coligativas
- Termoquímica
- Cinética química
- Equilíbrio químico
- Eletroquímica
QUIMICA SINTÉTICA
É a parte da química que engloba o estudo dos compostos do carbono,
área importante para a compreensão de todos os processos que envolvem
organismos vivos e para a produção de novos materiais, cada vez mais
presentes no cotidiano. Além disso, o sucesso econômico de um país não se
restringe a fabricação de produtos novos, mas, sim, à capacidade de
aperfeiçoar, desenvolver materiais e transformá-los.
118
3 ª SÉRIE
- Introdução à química orgânica :
- Hidrocarbonetos
- Funções oxigenadas
- Funções nitrogenadas
- Funções orgânicas
- Isomeria
- Reações orgânicas
- Compostos orgânicos naturais
- Polímeros
- Radiatividade
METODOLOGIA
A química no ensino médio deve possibilitar ao aluno uma compreensão
dos processos químicos em si, conhecimento científico, em estreita relação
com as aplicações tecnológicas, suas implicações ambientais, sociais, políticas
e econômicas.
A consciência de que o conhecimento científico é assim dinâmico,
mutável, ajudará o estudante e o professor a ter uma necessária visão crítica
da ciência. Não se pode simplesmente aceitar que a ciência esta pronta e
acabada, e que os conceitos atualmente aceitos pelos cientistas e ensinados
nas escolas são “verdades absolutas”.
A partir da teoria e da história da Química estudar-se-á as “ferramentas
químicas” mais apropriadas para estabelecer ligações com outros campos do
conhecimento, tais como produção e manutenção do fogo, invenção da
irrigação, invenção da agricultura e da criação de animais, produção de
ferramentas, invenção da metalurgia, cerâmica, tecidos, e outros temas que
permitam a contextualização do conhecimento. Nesse sentido, são explorados,
por exemplo, temas como metalurgia, solos e sua fertilização, combustíveis e
combustão, obtenção, conservação e uso dos alimentos, chuva ácida,
119
tratamento de água, pressão atmosférica, dissolução e transporte de gases,
capilaridade, etc.
No desenvolvimento do ensino de química, o aluno além de conhecer os
fatos, também os interpretará a partir de experimentos, e de abstrações
reflexivas, seja em raciocínio proporcional, seja em raciocínio compensatório
ou ainda na previsão de resultados de experimentos.
Haverá atividades com coletas de dados obtidos em demonstrações, em
visitas, em relatórios de experimentos em sala, no laboratório e ou na
comunidade.
No processo coletivo da construção do conhecimento em sala de aula,
valores como respeito pela opinião dos colegas, pelo trabalho em grupo,
responsabilidade, lealdade e tolerância serão enfatizados de forma a tornar o
ensino da química mais eficiente e eficaz, assim como para contribuir no
desenvolvimento daqueles valores humanos, que são objetivos concomitantes
do processo educativo.
Assim, alunos com diferentes histórias de vida, podem desenvolver e
apresentar diferentes leituras ou perfis conceituais sobre fatos químicos, que
poderão interferir nas habilidades cognitivas. O aprendizado será conduzido
levando-se em conta essas diferenças.
Desenvolver-se-á uma visão mais ampla do conhecimento, que
possibilite ao educando melhor compreensão do mundo físico e para a
construção da cidadania, colocar-se-á em pauta em sala de aula ,
conhecimentos socialmente relevantes, que façam sentido e possam se
integrar à vida do aluno.
Sabendo-se que as interpretações dos fatos do mundo físico estão
continuamente se transformando, pois sempre surgem novos fatos, novas
concepções e novas formas de interpretação, no estudo da química torna-se
necessário reconhecer as tendências ter acesso a meios de comunicação e
saber interpretar os fatos reais que auxiliem a sobrevivência do ser humano,
desde sua alimentação até os produtos que usa.
Os conteúdos serão trabalhados utilizando a biblioteca, laboratório de
química e laboratório de informática e vídeo (filmes e documentários), sucatas,
jornais, revistas, pen-drives, pretende-se que os educandos identifiquem a
120
disciplina e apliquem o conhecimento básico de elementos químicos na vida
diária, buscando permanentemente o conhecimento.
Os conteúdos irão abranger de forma inter relacionada, fatos, conceitos,
procedimentos e valores respeitando e procurando desenvolver o senso crítico
bem como contribuir para a formação da cidadania nos tópicos social, político,
econômico e ético.
AVALIAÇÃO
O ponto de partida para se compreender o processo ensino-
aprendizagem é a concepção de que o ser humano é a resultante da interação
do herdado com o ambiente, sendo o conhecimento, portanto, uma constante
construção e reconstrução. Sendo assim, tomando-se a aprendizagem como
um processo ativo, priorizará a atividade intelectual com base em experiências
reais.
Desta forma, o aprender ciência é muito mais do que o uso de métodos
estabelecidos para a comprovação de idéias cientificas, consiste em fazer com
que o educando leia o mundo em que vive com seus próprios olhos e com os
da ciência.
Através de atividades tais como coleta de dados em demonstrações ou
em visitas, relatórios de experimentos em sala, no laboratório e ou na
comunidade; bem como em trabalhos em grupos e ou individuais, discussões
coletivas, integridade na comunicação de dados, estratégias na resolução de
problemas, etc. Os educando serão avaliados no processo de aprendizagem,
para que assim o professor tome conhecimento da apropriação dos conteúdos
propostos e verifique se os alunos se apropriaram do conteúdo ou precisarão
ser desenvolvidos.
A avaliação do ensino de química será baseada nas informações
disponíveis em todo o processo ativo e coletivo, nas interações aluno-aluno,
aluno-professor e aluno-professor-objeto de conhecimento.
Será diagnóstica, permanente e cumulativa, utilizará técnicas e
instrumentos diversificados, criando condições para que os alunos preocupem-
se mais com a aplicação dos conhecimentos do que com a memorização,
121
possibilitando ao aluno uma compreensão dos processos químicos em si e do
conhecimento científico, em estreita relação com as aplicações tecnológicas,
enfocando concomitantemente suas implicações ambientais, sociais, políticas e
econômicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnologia. Parâmetros
curriculares nacionais: Ensino Médio, Brasília: MEC / SEMTEC; 2002.
CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino. Canoas: Editora Da Ulbra, 1995.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública da Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
RUSSEL, J. B. Química geral. São Paulo: McGraw-hill, 1981.
SARDELLA, A.; FALCONE, M. Química: Série Brasil. São Paulo: Ática, 2004.
VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro.
São Paulo: Moderna, 2002.
122
FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O estudo da Física tem como foco principal o Universo e seu
entendimento. Por isso, nos estudos da disciplina são propostos a natureza e
seu entendimento. Porém, para os estudos no Ensino Médio, não são
abordados temas relacionados à natureza propriamente dita, mas seus
fenômenos e a ação do homem para modificá-la.
Historicamente o estudo da Física demonstra que até o período do
Renascimento a maior parte da ciência estava ligada diretamente à Geometria
Euclidiana, à Astronomia geocêntrica de Ptolomeu e à Física de Aristóteles.
Com o fortalecimento da Igreja na Idade Média, tornando-se uma
instituição poderosa, que além de coroar reis e ungir as pessoas, precisava
também criar universidades, surgiram então alguns pensadores que deixaram
grandes contribuições como São Tomás de Aquino (1225-1274), com a
intenção de fortalecer a tradição cristã ao pensamento greco-romano, cujas
influências principais foram Platão (427-347 a. C.), Aristóteles e a astronomia
geocêntrica. Nesta época o conhecimento do universo era associado a Deus,
formalizado em dogmas, que não poderiam ser questionados.
Após grandes transformações e descobrimentos de novos continentes e
a criação de bancos, iniciando a circulação de bens e dinheiro surgiu uma
nova classe, a burguesia, trazendo novas mudanças econômicas, políticas e
culturais, contribuindo assim para a abertura de novos caminhos às revoluções
industriais e à possibilidade para que a ciência se desenvolvesse de forma
expressiva.
A Física foi inaugurada por Galileu Galilei (1562-1643), no século XVI,
que propôs uma nova forma de conceber o universo, já pela descrição
matemática dos fenômenos físicos. Contribuiu para o nascimento da Ciência
Moderna ao aprofundar as idéias sobre a matematização do universo,
causando assim uma revolução no pensamento.
123
Além de Bacon, Galileu, Descartes e, outros anônimos iniciaram um
novo período que chamamos de moderno, elevando assim a Física no
SÉCULO XVII ao estatuto de Ciência.
O processo de ensino-aprendizagem em física tem sido objeto de
pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto.
Parece haver um certo consenso que “... a preocupação central tem estado na
identificação do estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a
questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionada à
busca de um real significado para o estudo dessa ciência na educação básica
de Ensino Médio” (ROSA & ROSA, 2005, P.2).
Como objetivo principal da disciplina de Física, podemos citar a
compreensão/entendimento do Universo, seus fenômenos e tudo o que nos
rodeia. Deve-se estabelecer uma relação entre o conhecimento físico e outras
formas de expressão da cultura humana.
Salienta-se também, a interdisciplinaridade, cujo princípio está no
conhecimento conjunto entre a Física e as outras disciplinas do Ensino Médio
Quer-se, que o aluno consiga apreender as informações do seu
cotidiano e transformá-las ou associá-las ao conhecimento científico abordado
em sala de aula.
Busca-se criar uma consciência crítica que não vise preparar, apenas,
os alunos para o vestibular e, posteriormente, para o mercado de trabalho.
Inserir, no currículo escolar, o uso da tecnologia como uma ferramenta
que facilite o processo pedagógico e não como um conteúdo em si.
Portanto, o estudo da Física tem por objetivo contribuir na formação de
cidadãos por meio de conteúdos que os tornem aptos a compreender a Física,
ou seja: a compreensão do Universo, sua evolução e transformações e as
interações apresentadas nele.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Física devem ser
trabalhados, de acordo com as DCE‟s, levando em conta os reais objetos de
estudo da Física. Dentre eles, talvez o primordial da humanidade, foi o de
124
entender o movimento dos corpos, celestes ou não, e os fenômenos
relacionados a eles.
Além disso, com o advento da Revolução Industrial, surge a
necessidade de se estudar o efeito térmico causado em máquinas e
equipamentos. Junto a isso, o estudo da temperatura tem importância elevada
ao se tratar de estudos térmicos do clima, suas causas e efeitos.
E mais, com os estudos específicos acima relacionados, surgiu também
a necessidade de se estudar a carga elétrica relacionadas ao movimento e à
termodinâmica. Visto que essa junção de conteúdos pode ser efetuada
basicamente no campo do eletromagnetismo, surgem os três conteúdos
estruturantes da disciplina de Física: Movimento, Termodinâmica e
Eletromagnetismo.
Serão relevados aspectos da História e Cultura Afro-Brasileira, de
acordo com a Lei 10639/2003, articulados aos conceitos da disciplina.
Também, iremos tratar da História do Paraná (Lei 13381/01), sob os aspectos
de físicos do nosso estado, que contribuíram para o desenvolvimento da Física
regional, nacional e mundial.
Além disso, os conteúdos de Física serão encaminhados para as
questões ambientais (aquecimento global, inversão térmica, mudanças de
clima, etc.), conforme preconiza a Lei Ambiental.
A seguir, serão especificados os conteúdos específicos, interligados aos
estruturantes, por série:
1ª Série:
MOVIMENTO
- Unidades e suas Transformações;
- Notação Científica;
- Repouso e Movimento;
- Velocidade;
- Aceleração;
- Leis de Newton;
- Queda Livre;
- Trabalho e Energia;
- Conservação da Quantidade de Movimento.
125
TERMODINÂMICA
- Conceitos de temperatura e calor;
- Escalas Termométricas;
- Equilíbrio Térmico (Princípio Zero da Termodinâmica);
- Leis da Termodinâmica;
- Princípio das Trocas de Calor;
- Capacidade Térmica;
- Calor sensível e Latente.
2ª Série:
MOVIMENTO
- Ondulatória;
- Comprimento de Ondas;
- Freqüência e Período;
- Óptica Geométrica;
- Propagação da luz nos meios (Transparentes, Translúcidos e Opacos);
- Fenômenos Luminosos (Reflexão, Refração e Absorção);
- Hidrostática (Pascal, Arquimedes, pressão hidrostática, vasos
comunicantes, empuxo)
TERMODINÂMICA
- Dilatação Térmica;
- Calorimetria;
- Gases Perfeitos;
- Termometria;
- Transmissão de Calor;
ELETROMAGNETISMO
- Ímãs (naturais e artificiais);
- Leis de Atração e repulsão;
126
3ª Série:
MOVIMENTO
- Eletrodinâmica;
- Corrente Elétrica;
- Elementos de um circuito: Resistores, receptores, geradores,
capacitores;
- Aparelhos de medição elétrica: Galvanômetro, Amperímetro,
Voltímetro;
- Leis de Kirchoff.
TERMODINÂMICA
- Estudo de Gases;
- Pressão;
- Volume;
- Temperatura;
- Equação de Clapeyron
ELETROMAGNETISMO
- Campo Magnético;
- Força Magnética;
- Indução eletromagnética;
- Corrente contínua e alternada;
- Ondas eletromagnéticas;
- Tópicos de Física
METODOLOGIA
Serão desenvolvidos com os alunos os conhecimentos sistematizados
pelo homem no decorrer de seu processo de evolução, procurando relacionar
tais conteúdos com aqueles desenvolvidos nas demais disciplinas do curso do
Ensino Médio e com os conhecimentos trazidos pelo educando através de sua
escolaridade anterior e de sua própria experiência de vida.
127
Tem-se que levar em consideração que nenhum aluno é igual ao outro,
todos têm costumes, tradições e culturas diferentes, e isso deve ser respeitado
pelo professor para que sua aula flua de forma tranqüila.
Em geral, as aulas serão expositivas, com uso de quadro-de-giz. Antes
de cada introdução de novo conteúdo, será feita uma pequena discussão entre
todos da sala de aula, para que o professor saiba o que os alunos já sabem (se
sabem) a respeito daquele conteúdo, para aí então fazer uma interação com o
conteúdo científico propriamente dito.
Sempre que possível e necessário, far-se-ão aulas práticas, de
laboratório, com o uso de materiais diversos que possibilitem o melhor
entendimento por parte dos educandos.
Dentre esses materiais, podemos citar: sucatas, cartazes, TV, DVD´s e
VHS´s, uso de computadores, Internet, pen-drives, jornais, revistas e outros
meios de comunicação.
O que se deve salientar é que, independentemente da metodologia
utilizada, o professor tem que ter ciência de que esta será utilizada para o
máximo aproveitamento da informação pelo aluno, ocasionando numa maior
apropriação do conhecimento.
AVALIAÇÃO
A avaliação dar-se-á de forma contínua e permanente, durante todo o
processo ensino-aprendizagem. Irão ser considerados os aspectos cognitivos e
histórico-culturais do aluno.
As avaliações concretas serão feitas de trabalhos (individuais e em
grupos) de pesquisa e campo, provas, participação efetiva do aluno em sala de
aula, interesse demonstrado perante as atividades, conteúdos e experiências,
debates, etc.
Além disso, serão feitos trabalhos extra classe e outros para serem
apresentados ao restante da turma sob forma de cartazes, retroprojetores e
outros recursos áudio visuais.
Sempre será propiciada a recuperação paralela dos conteúdos aos
alunos que necessitarem, no decorrer do ano letivo.
128
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. J. P. M. Discursos da Ciência e da escola: ideologia e
leituras possíveis. Campinas: mercado de Letras, 2004.
CHAVES, A. Física: Mecânica. Rio de Janeiro: Reichmann e Affonso Editores,
2002.
______. Física – Sistemas complexos e outras fronteiras. Rio de Janeiro:
Reichmann e Affonso Editores, 2000.
EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica. Rio de Janeiro: Campus, 1979.
KNELLER, G. F. A ciência como uma atividade humana. São Paulo:
Zahar/EPUSP, 1980.
LOPES, J. L. Uma história da Física no Brasil. São Paulo: Liv. Física, 2004.
MARTINS, R. Andrade. O Universo: teorias sobre sua origem e evolução. 5
ed. São Paulo: Moderna, 1997.
______. Física e história: o papel da teoria da relatividade. Revista Ciência
e Cultura. Campinas, v. 57, n. 3, p. 25-29, jul/set, 2005.
NEWTON, I. Principia, philosophiae naturalis: principia mathematica. São
Paulo: Edusp, 1990.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino do 2º
Grau. Reestruturação do Ensino de 2º grau: Física. Curitiba: SEED/DESG,
1993.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública da Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
129
QUADROS, S. A termodinâmica e a invenção das máquinas térmicas. São
Paulo: Scipione, 1996.
SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: autores Associados, 2002.
VALADARES, E. de Campos. Newton: A órbita da Terra em um copo
d’água. São Paulo: Odysseus, 2003.
130
ARTE
Apresentação geral da disciplina
A arte está presente desde os primórdios da humanidade, os signos
artísticos sempre apareceram como uma forma de necessidade de expressão
no homem, mesmo quando este ser, ainda não tinha domínio comunicativo
oral, já expressava anseios através de obras que ainda existem nas cavernas,
relatando suas crenças, seus sonhos, seus sentimentos espirituais.
De acordo com a evolução humana, a arte está presente em cada um
desses segmentos ou períodos, mesmo, às vezes, intuitivamente, precedendo
contextos históricos em toda a revolução humana.
A arte é um processo de humanização e o ser humano como criador,
que se vale do conhecimento científico compreendido entre o caráter histórico,
religioso, filosófico e político, a fim de interpretar a realidade e interagir
criticamente nela com ênfase na transformação desta. Através da liberdade de
expressão e conhecimento estético, aliando a imaginação, a criação, produção
e interpretação, na eterna busca de novos conhecimentos e superação deste,
tomando assim esta interação na reflexão da nossa cultura, comparando-a e
assimilando às demais, almejando assim o próprio crescimento, atingindo o
homem pós-moderno e contemporâneo, fortalecendo sua identidade.
O trabalho de arte na escola deve acontecer através da sensibilização
do processo artístico, levando o aluno ao conhecimento para uma percepção
ativa e crítica em relação à realidade humano-social e à apropriação do
conhecimento artístico .Contextualizando-o, dando um significado a arte dentro
de um processo criador que transforma o real, produzindo novas maneiras de
ver e sentir o mundo.
A arte é um processo de humanização tendo o ser humano, como
criador, onde ele produz as novas maneiras de ver e sentir cada momento
histórico em cada cultura. As determinações econômicas e sociais interferem
na relação entre os homens, os objetos e os outros homens. Pela arte, o ser
humano se torna consciente da sua existência individual e social, ele se
interroga e se percebe, sendo levado a interpretar o mundo e a si mesmo,
131
produzindo novas maneiras de ver e sentir este mundo, ampliando suas
possibilidades de fruição e expressão artística.
Considerando o aluno como sujeito histórico e social, são apontadas três
interpretações fundamentais da arte: arte e ideologia, arte e seu conhecimento
e arte e seu trabalho criador.
Portanto no processo de ensino e de aprendizagem, o desenvolvimento
de uma práxis no ensino da Arte, voltada para a articulação entre os aspectos
teóricos e metodológicos propostos pela disciplina, pretende que o aluno possa
criar formas singulares de pensamento, possibilitando expandir suas
potencialidades criativas.
OBJETIVOS
O Ensino Médio enfoca as relações da arte e sociedade com maior
ênfase na arte e ideologia, arte e seu conhecimento e a arte e o trabalho
criador, são as três principais concepções no campo das teorias críticas de
arte.
CONTEÚDOS
1ª série
- Impressionismo – O mundo das cores. Definição de arte.
- Funções da arte na sociedade atual
- O belo e o Feio na Arte.
- A arte como meio de expressão.
- Contraponto música X plástica.
- Iniciação a história da Arte: Pré-Histórica, Arte Grega, Arte Egípcia, Arte
Romana, Arte Românica, Arte Gótica.
- Renascimento: Transição entre o homem medieval e o homem moderno.
- Estilo Barroco: Homem dividido entre os valores do mundo moderno.
- Barroco brasileiro – a estética da fé católica.
- Estilo Rococó – encantamento e prazer
132
- Neoclassicismo, Academicismo e a Missão Artística Francesa no Brasil.
- Romantismo e Realismo – O cenário e a cena.
- Impressionismo – O mundo das cores.
Conceitos:
- Simbologia das cores
- Leitura de Imagens – contexto objetivo e subjetivo.
- Estudo das proporções do rosto e das linhas principais do corpo humano.
- Perspectiva como recurso de representação plástica
- Aplicação das tonalidades, claro escuro.
- Ritmo: calmo, lento e nervoso.
- Equilíbrio, tensão e unidade na composição .
- Cores: Harmonia das cores.
- Linhas direção, modulação, criação de planos e volumes.
- Volume: dimensão e profundidade.
- Profundidade com a cor: modelado, modulado e cores em chapa.
- Profundidade: sobreposição, justaposição, diminuição dos elementos e
perceptiva.
- Gêneros artísticos: paisagem natureza morta e figura humana.
- Alfabetização estética e cultural.
- Ampliar as possibilidades de fruição.
- Relações sociais de produção.
- Interpretar a realidade.
Teatro
- Jogo teatral – lúdico e narrativo.
- Estruturação de grupo
- Narrativa
- Jogo de atenção, observação, concentração, sensibilização, relaxamento.
- Construção e uso do espaço.
- Jogos de improvisação com regras buscando solução de problemas.
- Exploração da expressividade – jogos teatrais
- Dança e Música
- Leitura e representação do som no tempo e no espaço.
133
- Utilização da música.
- Gêneros musicais: popular, folclórica e erudita.
- Analisar música de acordo com sua utilização.
2ª série
- Emoções e sentimentos das imagens e cores.
- Espaço de idéias-cinema, idéias de espaço.
- Poéticas e estéticas na arte.
- A vida dinâmica, a arte dinâmica e a dinâmica na arte.
- Anarquista da arte.
- Contraponto Música x Plástico
- Contraponto entre moderno, modernismo e contemporânea .
- Semana da arte moderna – semana de 22.
- Arte expressionismo e cubismo – Much e Picasso.
- Artistas brasileiros – Anita Malfati, Tarsila do Amaral, Candido Portinari,
Vicente do Rego Monteiro, Vitor Brecheret, Lasar Segall, Cícero Dias, Bruno
Giorgi, José Pancetti, Alfred Volpi, Ademir Martins.
- Principais movimentos artísticos do século XX – Abstracionismo, Futurismo,
Dadaísmo, surrealismo, Arte-Pop.
- Movimentos artística ruptura com estética anteriores.
Conceitos:
- Simbologia das cores.
- Leitura de imagem – contexto objetivo e subjetivo.
- Estudo das proporções do rosto e das linhas principais do corpo humano.
- Perspectiva como recurso de representação plástica.
- Aplicação das tonalidades, claro escuro.
- Ritmo: calmo, lento e nervoso.
- Equilíbrio, tensão e unidades na composição
- Cores: Harmonia das cores.
- Linhas direção, modulação, criação de planos e volumes.
- Volume: dimensão e profundidade.
- Cartum / charge
134
- Leitura contextualizada.
- Publicidade e propaganda.
- Profundidade com a cor: modelado, modulado e cores em chapa.
METODOLOGIA
Na sociedade atual, a arte cada vez mais esta presente em todas as
fases do crescimento humano, e cada vez mais é necessária a apreciação e
alfabetização nos conceitos artísticos, sendo que para isso o aluno tem que
entender, apreciar, refletir, produzir, ou fazer o fazer artístico de que a arte se
ocupa para atingir o que há de mais primitivo no homem: o sentimento.
Leitura (apreciar): a leitura de imagens propicia o desenvolvimento do
pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo
próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana. Desenvolvendo a
sensibilidade, percepção e imaginação, na apreciação do conhecimento das
produções da humanidade, da natureza, das diferentes manifestações
culturais.
Contextualização (refletir): é situar o conhecimento cognitivo e sensível das
produções artísticas pessoais como produto social e histórico, o que desvela a
existência de múltiplas culturas subjetivas. Assim entende-se por
Contextualização o situar-se no espaço/tempo histórico, bem como relacionar
as questões sociais, ecológicas, antropológicas na arte, na educação e na
cultura
Os conhecimentos, as poéticas e o pensar a arte devem estar em
consonância com os aspectos relacionados ao passado /presente; e perceber a
arte no seu contexto estético. Produzir (fazer artístico): É através do fazer que
o aluno pode descobrir as possibilidades e limitações das linguagens
expressivas, dos diferentes materiais e instrumentos. É na construção de seu
objeto artístico que o aluno exercita sua imaginação criadora e articula os
conhecimentos adquiridos. Assim, a construção associada às imagens, pode
colaborar para a construção de formas com maior força expressiva, ao mesmo
tempo em que estimula o pensar sobre a criação artística.
135
EIXOS METODOLÓGICOS:
- LEITURA (humanização dos objetos e dos sentidos)
- Saber estético
- Trabalho artístico
- História de arte
- Leitura
- Fazer artístico
- Pesquisa (apreensão critica da realidade e dos conhecimentos)
- Análise
- Interação
- A ênfase na inter-relação entre a leitura (sentidos , humanização dos objetos
e dos sentidos, apreciar, fruição, apropriação, percepção, interpretar as obras
de arte e a realidade), o fazer (prática artística, trabalho criador, expressão,
imaginação, criação) e o refletir (cognição familiarização ,conhecimento,
contextualização história, social, saber estético) correspondem à epistemologia
da arte, aos modos de modos de como se aprende arte.
AVALIAÇÃO
A avaliação é a forma de o professor se orientar, de diagnosticar o
aprendizado do aluno e o seu, de rever projetos, de alterar métodos, se
necessário buscando novas alternativas, reforçando conteúdos, buscando
novas metodologias, adaptando-se assim às necessidades básicas dos alunos.
Ao avaliar, o professor precisa considerar as histórias do processo
pessoal de cada aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas na
escola, observando os trabalhos e seus registros.
A avaliação deve envolver os seguintes aspectos:
- Cognitivo: relacionado ao conhecimento. Ao avaliar, o professor deve refletir
sobre o que e como o aluno apropriou-se dos conhecimentos e conceitos da
área de conhecimento de arte. Assim, vale ressaltar que a cognição deve estar
atrelada às informações, apropriações e reflexões sobre a produção artística, a
136
história da arte, a estética e todo conhecimento relacionado à arte e sua
essência.
- Sensível: percepção.
Ao avaliar o desenvolvimento sensível do aluno, é importante que o
professor entenda que essa é uma avaliação subjetiva. Está numa fase dita
pelo aluno, no processo de leitura do objetivo artístico e/ou de imagem, na
essência de um texto teórico e, na poética, quando são percebidos elementos
implícitos significativos.
Assim a avaliação do desenvolvimento sensível acompanha a leitura, a
poética e a contextualização.
- Cidadania: ética e valores subjetivos.
Ao avaliar os aspectos da cidadania, o professor deve levar em conta o
comprometimento, assiduidade, a responsabilidade e a participação do aluno
nas atividades individuais e em grupo.
INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Os instrumentos avaliativos estão relacionados ao que será avaliado
com os alunos:
- Poética (atividade prática/produção)
- Apresentação artística (dança, teatro, música, e outros)
- Seminários (formação de grupos para desenvolver debates sobre temas
artísticos, artistas, estilos artísticos e leituras contextualizadas)
- Avaliação descritiva (texto crítico)
- Avaliação crítica (alunos fazem a avaliação de suas produções e/ou de obras
e imagens artísticas)
- Relatórios (exposições escritas de pesquisa, passeio de estudo, exposição,
etc)
- Montagem de exposição.
- Auto – avaliação.
137
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAS, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991.
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro; Zahar, 1979.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: M. Fontes, 1986.
OSTROWER, Fayga. Universo da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
138
EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Médio
Apresentação geral da disciplina
As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas
corporais recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da
Europa. Sob a égide de conhecimentos médicos e da instrução física militar, a
então denominada ginástica surgiu, principalmente, a partir de uma
preocupação com o desenvolvimento da saúde e a formação moral dos
cidadãos brasileiros. Esse modelo de prática corporal pautava-se em
prescrições de exercícios visando ao
aprimoramento de capacidades e habilidades físicas como a força, a destreza,
a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter, da
autodisciplina, de hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento
patriótico.
O conhecimento da medicina configurou um outro modelo para a
sociedade brasileira, o que contribuiu para a construção de uma nova ordem
econômica, política e social. “Nesta nova ordem, na qual os médicos
higienistas irão ocupar lugar destacado, também se coloca a necessidade de
construir, para o Brasil, um novo homem, sem o qual a nova sociedade
idealizada não se tornaria realidade”(SOARES, 2004, p. 70).
No contexto referido acima, a educação física1 ganha espaço na
escola, uma vez que o físico disciplinado era exigência da nova ordem em
formação. A educação do físico confundia-se com a prática da ginástica, pois
incluía exercícios físicos baseados nos moldes médico-higiênicos.
Com a proclamação da República, veio a discussão sobre as instituições
escolares e as políticas educacionais.
O século XIX foi o século que difundiu a instrução pública e Rui
Barbosa foi influenciado pelas discussões de sua época. Tanto que,
empenhado num projeto de modernização do país, interesse pela criação de
um sistema nacional de ensino – gratuito, obrigatório e laico, desde o jardim de
139
infância até a universidade. Para elaboração do seu projeto buscou inspiração
em países onde a escola pública estava sendo difundida, procurando
demonstrar os benefícios alcançados com a sua criação.
Para fundamentar sua análise recorreu às estatísticas escolares, livros,
métodos, mostrando que a educação, nesses países, revelava-se alavanca de
desenvolvimento. Suas idéias acerca desta questão
estão claramente redigidas nos seus famosos pareceres sobre educação.
(MACHADO, 2000, p. 03)
O termo educação física escrito em letras minúsculas representa os
diferentes conhecimentos sistematizados sobre práticas corporais que
historicamente circunscrevem o cotidiano escolar. Posteriormente, o termo será
escrito em letras maiúsculas, o que representa a disciplina curricular de
Educação Física, institucionalizada nas escolas brasileiras a partir do século
XIX.
No ano de 1882, Rui Barbosa emitiu o parecer n. 224, sobre a Reforma
Leôncio de Carvalho, decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução
Pública.
Entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a
formação de corpos fortes e cidadãos preparados para defender a Pátria,
equiparando-a, em reconhecimento, às demais disciplinas (SOARES, 2004).
Conforme consta no próprio parecer, “[...] com a medida proposta, não
pretendemos formar nem acrobatas nem Hércules, mas desenvolver na criança
o quantum de vigor físico essencial ao equilíbrio da vida humana, à felicidade
da alma, à preservação da Pátria e à dignidade da espécie” (QUEIRÓS apud
CASTELLANI FILHO, 1994, p. 53).
No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de
Educação Física tornou-se obrigatória nas instituições de ensino para crianças
a partir de 6 anos de idade e para ambos os sexos, por meio de um anteprojeto
publicado pelo então Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo Passos.
Propõe também a criação do Conselho Superior de Educação Física
com o objetivo de centralizar, coordenar e fiscalizar as atividades referentes ao
Desporto e à Educação Física no país e também a elaboração do Método
Nacional de Educação Física. (LEANDRO, 2002, p. 34)
140
Educação Física no Brasil se confunde em muitos momentos de sua
história com as instituições médicas e militares. Em diferentes momentos,
essas instituições definiram seu caminho, delineando e delimitando seu campo
de conhecimento, tornando-a um valioso instrumento de ação e de intervenção
na realidade educacional e social [...]. (SOARES, 2004, p. 69)
Esse período histórico foi marcado pelo esforço de construção de uma
unidade nacional, o que contribuiu sobremaneira para intensificar o forte
componente militar nos métodos de ensino da Educação Física nas escolas
brasileiras.
As relações entre a institucionalização da disciplina de Educação Física
no Brasil e a influência da ginástica, explicitam-se em alguns marcos históricos,
dentre eles: a criação do “Regulamento da Instrução Física Militar” (Método
Francês), em 1921; a obrigatoriedade da prática da ginástica nas instituições
de ensino, em 1929; a adoção oficial do método Francês, em 1931, no ensino
secundário; a criação da Escola de Educação Física do Exército, em 1933, e a
criação da Escola Nacional de
Educação Física e Desportos da Universidade do Brasil, em 1939.
O método ginástico francês, que contribuiu para construir e legitimar a
Educação Física nas escolas brasileiras estava fortemente ancorado nos
conhecimentos advindos da anatomia e da fisiologia, cunhados de uma visão
positivista da ciência, isto é, um conhecimento científico e técnico considerado
superior a outras formas de conhecimento, e que deveria ser referência para
consolidação de um projeto de modernização do país.
Preponderando uma visão mecanicista e instrumental sobre o corpo, o
método ginástico francês priorizava o desenvolvimento da mecânica corporal.
Conforme esse modelo, melhorar o funcionamento do corpo e a eficiência do
gasto energético dependia de técnicas que atribuíam à Educação Física a
tarefa de formar corpos saudáveis e disciplinados, possibilitando a formação de
seres humanos aptos para
adaptarem-se ao processo de industrialização que se iniciava no Brasil
(SOARES, 2004).
No final da década de 1930, o esporte começou a se popularizar e, não
por acaso, passou a ser um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de
141
Educação Física. Com o intuito de promover políticas nacionalistas, houve um
incentivo às práticas desportivas como a criação de grandes centros
esportivos, a importação de especialistas que dominavam as técnicas de
algumas modalidades esportivas e
a criação do Conselho Nacional dos Desportos, em 1941.
No final da década de 1930 e início da década de 1940, ocorreu o que o
Conselho denomina como um processo de “desmilitarização” da Educação
Física brasileira, isto é, a predominância da instrução física militar começou a
ser sobreposta por outras formas de conhecimento sobre o corpo e, com o fim
da II Guerra Mundial, teve início um intenso processo de difusão do esporte na
sociedade e, consequentemente, nas escolas brasileiras.
Afirma-se paulatinamente em todos os países sob a influência da cultura
européia, como o elemento hegemônico da cultura de movimento.
No Brasil as condições para o desenvolvimento do esporte,
quais sejam, o desenvolvimento industrial com a consequente urbanização da
população e dos meios de comunicação de massa, estavam agora, mais do
que antes, presentes. Outro aspecto importante é a progressiva esportivização
de outros elementos da cultura de movimento, sejam
elas vindas do exterior como o judô ou o karatê, ou genuinamente brasileiras
como a capoeira. (BRACHT, 1992, p. 22).
No início da década de 1940, o governo brasileiro estabeleceu as
bases da organização desportiva brasileira instituindo o Conselho Nacional de
Desportos, com o intuito de orientar, fiscalizar e incentivar a prática desportiva
em todo o país (LEANDRO, 2002, p. 58).
Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos
esportivos do rendimento, competição, comparação de recordes,
regulamentação rígida e a racionalização de meios e técnicas. Trata-se não
mais do esporte da escola, mas sim do esporte na escola. Isto é, os
professores de Educação Física se encarregaram de reproduzir os códigos
esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica desse
conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da
pirâmide esportiva4 (BRACHT, 1992, p. 22).
142
Com a promulgação da Nova Constituição e a instalação efetiva do
Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, a prática de exercícios físicos em
todos os estabelecimentos de ensino tornou-se obrigatória.
Entre os anos de 1937 e 1945, o então presidente Getúlio Vargas
estruturou o Estado no sentido de incentivar a intervenção estatal e o
nacionalismo econômico.
Durante o Estado Novo implantado em 1937, a Educação Física sofreu
grande inquietação. Encarada pelos militares como uma arma na estruturação
humana, entendiam que a maneira como o corpo é educado é resultado direto
das normas sociais impostas, que definem consequentemente a estruturação
da sociedade, que através dos seus gestos ou ações motoras revelam a
natureza do sistema social. Os militares fazem então um grande investimento
na política esportiva, certos de que assim teríamos uma nítida melhoria da
saúde do povo brasileiro, tendo consequentemente mais homens aptos ao
serviço militar, que nesta época continha uma grande quantidade de jovens
dispensados por incapacidade física. (LEANDRO, 2002, p. 43)
No contexto das reformas educacionais sob a atuação do ministro
Gustavo Capanema, a Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgada em 09
de abril de 1942, demarcou esse cenário ao permitir a entrada das práticas
esportivas na escola, dividindo um espaço até então predominantemente
configurado pela instrução militar. Com tais reformas, a Educação Física
tornou-se uma prática educativa obrigatória, desta vez com carga horária
estipulada de três sessões semanais para meninos e duas para meninas, tanto
no ensino secundário quanto no industrial, e
com duração de 30 e 45 minutos por sessão (CANTARINO FILHO, 1982).
A Lei Orgânica do Ensino Secundário permaneceu em vigor até a
aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 4.024/61, em
1961.
Com o golpe militar no Brasil, em 1964, o esporte passou a ser tratado
com maior ênfase nas escolas, especialmente durante as aulas de Educação
Física. De acordo com algumas teorizações da historiografia:
Isso teria ocorrido em parte, porque numa certa perspectiva o esporte
codificado, normatizado e institucionalizado pode responder de forma bastante
significativa aos anseios de controle por parte do poder, uma vez que tende a
143
padronizar a ação dos agentes educacionais, tanto do professor quanto do
aluno; noutra, porque o esporte se afirmava como fenômeno cultural de massa
contemporâneo e universal, afirmando-se, portanto, como possibilidade
educacional privilegiada.
Assim, o conjunto de práticas corporais passíveis de serem abordadas e
desenvolvidas no interior da escola resumiu-se à prática de algumas
modalidades esportivas. As práticas escolares de Educação
Física passaram a ter como fundamento primeiro a técnica esportiva, o gesto
técnico, a repetição, enfim, a redução das possibilidades corporais a algumas
poucas técnicas estereotipadas. (TABORDA DE OLIVEIRA, 2001, p. 33)
Ocorreram, ainda, outras reformas educacionais no Brasil, em particular
o chamado acordo do Ministério da Educação e Cultura - MEC/United States
Agency International for Development – USAID (MEC-USAID).5 Esse fato
permitiu que muitos professores dessa área de conhecimento frequentassem,
nos Estados Unidos, cursos de pós-graduação cujos fundamentos teóricos
sobre o movimento humano pautavam-se na visão positivista das ciências
naturais, isto é, na prática
esportiva e na aptidão física. Nesse contexto, o esporte consolidou sua
hegemonia como objeto principal nas aulas de Educação Física, em currículos
nos quais o enfoque pedagógico estava centrado na competição e na
performance dos alunos.
Os chamados esportes olímpicos – vôlei, basquete, handebol e
atletismo, entre outros foram priorizados para formar atletas que
representassem o país em competições internacionais. Tal preferência
sustentava-se na “teoria da pirâmide olímpica”, isto é, a escola deveria
funcionar como um celeiro de atletas, tornar-se a base da pirâmide para
seleção e descoberta de talentos nos esportes de elite nacional. Predominava
o interesse na formação de atletas que apresentassem “talento natural”, de
modo que se destacavam, até chegar ao topo da pirâmide, aqueles
considerados de alto nível, prontos para representar o país em competições
nacionais e internacionais. A idéia de talento esportivo substanciava-se num
entendimento naturalizante dos processos sociais que constituem os seres
humanos, como se as características biológicas individuais fossem
144
preponderantes frente às oportunidades que cada um possui no decorrer de
sua história de vida.
Na década de 70, a Lei n. 5692/71, por meio de seu artigo 7º e pelo
Decreto n. 69450/71, manteve o caráter obrigatório da disciplina de Educação
Física nas escolas, passando a ter uma legislação específica e sendo integrada
como atividade escolar regular e obrigatória no currículo de todos os cursos e
níveis dos sistemas de ensino. Conforme consta no Capítulo I, Art. 7º da Lei n.
5692/71, “será obrigatória a inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação
Física, Educação Artística e Programa de Saúde nos currículos plenos dos
estabelecimentos de 1º e
2º graus, observado quanto à primeira o disposto no Decreto-lei n. 869, de 12
de setembro de 1969” (BRASIL, 1971).
Ainda nesse período, aos olhos do Regime Militar, a Educação Física era um
importante recurso para consolidação do projeto “Brasil-Grande” (BRACHT,
1992).
Através da prática de exercícios físicos visando ao desenvolvimento da
aptidão física dos alunos, seria possível obter melhores resultados nas
competições esportivas e, consequentemente, consolidar o país como uma
potência olímpica, elevando seu status político e econômico. Tal concepção de
Educação Física escolar de caráter esportivo foi duramente
criticada pela corrente pedagógica da psicomotricidade que surgia no mesmo
período.
Baseada na interdependência do desenvolvimento cognitivo e motor, (a
abordagem psicomotora) critica o dualismo predominante na Educação Física,
e propõe-se, a partir de jogos de movimento
e exercitações, contribuir para a Educação Integral [...] Com a
Psicomotricidade, temos um deslocamento da polarização da Educação do
movimento para a Educação pelo movimento, ficando a primeira nitidamente
em segundo plano. (BRACHT, 1992, p. 27)
A perspectiva esportiva da Educação Física escolar recebeu uma forte
crítica da corrente da psicomotricidade cujos fundamentos se contrapunham às
perspectivas teórico-metodológicas baseadas no modelo didático da
esportivização. Tais fundamentos valorizavam a formação integral da criança,
acreditando que esta se dá no desenvolvimento interdependente de aspectos
145
cognitivos, afetivos e motores. Entretanto, a psicomotricidade não estabeleceu
um novo arcabouço de conhecimento para o ensino da Educação Física, e as
práticas corporais, entre elas o esporte, continuaram a ser tratadas, tão-
somente, como meios para a educação e disciplina dos corpos, e não como
conhecimentos a serem sistematizados e transmitidos no ambiente
escolar.Além disso, a Educação Física ficou, em alguns casos, subordinada a
outras disciplinas escolares, tornando-se um elemento colaborador para o
aprendizado de conteúdos diversos àqueles próprios da disciplina6 (SOARES,
1996, p. 09).
Com o movimento de abertura política e o início de um processo de
redemocratização social, que culminou com o fim da Ditadura Militar em
meados dos anos de 1980, o sistema educacional brasileiro passou por um
processo de reformulação.
Nesse período, a comunidade científica da Educação Física se fortaleceu
com a expansão da pós-graduação nessa área no Brasil. Esse movimento
possibilitou a muitos professores uma formação não mais restrita às ciências
naturais e biológicas.
Com a abertura de cursos na área de humanas, principalmente em
educação, novas tendências ou correntes de ensino da Educação Física, cujos
debates evidenciavam severas críticas ao modelo vigente até então, passaram
a subsidiar as teorizações dessa disciplina escolar (DAÓLIO, 1997, p. 28).
Houve um movimento de renovação do pensamento pedagógico da
Educação Física que trouxe várias proposições e interrogações acerca da
legitimidade dessa disciplina como campo de conhecimento escolar. Tais
propostas dirigiram críticas aos paradigmas da aptidão física e da
esportivização (BRACHT, 1999).
Entre as correntes ou tendências progressistas, destacaram-se as
seguintes abordagens:
• Desenvolvimentista: defende a idéia de que o movimento é o principal meio e
fim da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo
com uma sequência de desenvolvimento. Sua base teórica é, essencialmente,
a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem;7
• Construtivista: defende a formação integral sob a perspectiva construtivista
interacionista. Inclui as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano.
146
Embora preocupada com a cultura infantil, essa abordagem se fundamenta
também na psicologia do desenvolvimento.
Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das
ciências humanas, sobretudo da Filosofia da Educação e Sociologia, estão as
concepções críticas da Educação Física. O que as diferencia daquelas
descritas anteriormente é o fato de que as abordagens crítico superadora e
crítico emancipatória, descritas abaixo, operam a crítica da Educação Física a
partir de sua contextualização na sociedade capitalista.
• Crítico superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico critica
e estipula, como objeto da Educação Física, a Cultura Corporal
a partir de conteúdos como: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a
dança. O conceito de Cultura Corporal tem como suporte a idéia de seleção,
organização e sistematização do conhecimento acumulado historicamente,
acerca do movimento humano, para ser transformado em saber escolar. Esse
conhecimento é sistematizado em ciclos e tratado de forma historicizada e
espiralada. Isto é, partindo do pressuposto de que os alunos possuem um
conhecimento sincrético sobre a realidade, é função da escola, e neste caso
também da Educação Física, garantir o acesso às variadas formas de
conhecimentos produzidos pela humanidade, levando os alunos a
estabelecerem nexos com a realidade, elevando-os a um grau de
conhecimento sintético. Nesse sentido, o tratamento espiralar representa o
retomar, integrar e dar continuidade ao conhecimento nos diferentes níveis de
ensino, ampliando sua compreensão conforme o grau de complexidade dos
conteúdos. Por exemplo: um mesmo conteúdo específico, como a Ginástica
Geral, pode ser abordado em diferentes níveis de ensino, desde que se
garanta sua relação com aquilo que já foi
conhecido, elevando esse conhecimento para um nível mais complexo.
A abordagem metodológica crítico superadora foi criada no início da década de
90 por um grupo de pesquisadores tradicionalmente denominados por Coletivo
de Autores. São eles: Carmen Lúcia Soares, Celi Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino
Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar e Valter Bracht.
• Crítico-emancipatória: Nessa perspectiva, o movimento humano em sua
expressão é considerado significativo no processo de ensino/aprendizagem,
pois está presente em todas as vivências e relações expressivas que
147
constituem o “ser no mundo”. Nesse sentido, parte do entendimento de que a
expressividade corporal é uma forma de linguagem pela a qual o ser humano
se relaciona com o meio, tornado-se sujeito a partir do reconhecimento de si no
outro.
Esse processo comunicativo, também descrito como dialógico, é um
ponto central na abordagem crítico-emancipatória. A principal corrente teórica
que sustenta essa abordagem metodológica é a Fenomenologia, desenvolvida
por Merleau Ponty. A concepção crítico-emancipatória foi criada, na década de
90, pelo pesquisador Elenor Kunz.
No contexto das teorizações críticas em Educação e Educação Física, no
final da década de 1980 e início de 1990, no Estado do Paraná, tiveram início
as discussões para a elaboração do Currículo Básico.
O Currículo Básico para a escola pública do Estado do Paraná surgiu, na
década de 90, como o principal documento oficial relacionado à educação
básica no Estado do Paraná. O documento foi aprovado pelo Conselho
Estadual de Educação do Paraná, através da Deliberação nº 02/90 de 18 de
dezembro de 1990, do processo 384/90. Conforme consta no Currículo Básico,
sua primeira edição teve uma tiragem de noventa mil exemplares, que foram
distribuídos para maior parte das escolas públicas do Estado do Paraná. Isso
demonstra a extensão que atingiu este documento, que passou a legislar em
todas as escolas públicas do Paraná, com grande influência sobre as práticas
escolares.
(NAVARRO, 2007, p. 48)
O Currículo Básico foi produzido num período de emergência, na
educação, do chamado “discurso crítico”. Esse discurso pretendia reformular a
educação e, consequentemente, a disciplina de Educação Física, a partir de
reflexões históricas e sociais que desvelassem os mecanismos de
desigualdade social e econômica, para então legitimar e concretizar um projeto
de transformação social. O objetivo central da criação do Currículo Básico foi o
projeto de reestruturação do currículo
das escolas públicas do Paraná [...]. (NAVARRO, 2007, p. 49)
É necessário procurar entender a dialética de desenvolvimento e
aperfeiçoamento do corpo na história e na sociedade brasileira, para que a
Educação Física saia de sua condição passiva de coadjuvante do processo
148
educacional, para ser parte integrante deste, buscando colocá-la em seu
verdadeiro espaço: o de área do conhecimento.
Esse processo envolveu profissionais comprometidos com a Educação
Pública do Paraná, deu-se num contexto nacional de redemocratização do país
e resultou em um documento que pretendia responder a demandas sociais e
históricas da educação brasileira.
Os embates educacionais oriundos desse período, posterior ao Regime
Militar, consolidaram-se nos Documentos Oficiais sobre Educação no Brasil,
dentre eles, o próprio Currículo Básico do Estado do Paraná que, com um viés
critico, apresentava um discurso preocupado com a formação de seres
humanos capazes de questionar e transformar a realidade social em que
vivem.
O Currículo Básico, para a Educação Física, fundamentava-se na
pedagogia histórico-crítica, identificando-se numa perspectiva progressista e
crítica sob os pressupostos teóricos do materialismo histórico-dialético.
Esse documento caracterizou-se por ser uma proposta avançada em que o
mero exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em
amplas dimensões. O reflexo desse contexto para a Educação Física
configurou-se em um projeto escolar que possibilitasse a tomada de
consciência dos educandos sobre seus próprios corpos, não no sentido
biológico, mas especialmente em relação ao meio social em que vivem.
Diante da análise de algumas das abordagens teóricas que sustentaram
historicamente as teorizações em Educação Física escolar no Brasil, desde as
mais reacionárias até as mais críticas, opta-se, nestas Diretrizes Curriculares,
por interrogar a hegemonia que entende esta disciplina tão-somente como
treinamento do corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal.
Dentro de um projeto mais amplo de educação do Estado do Paraná,
entendesse a escola como um espaço que, dentre outras funções, deve
garantir o acesso aos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela
humanidade. Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino,
Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o
acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou
práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de
contribuir com um ideal mais amplo
149
de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como
sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural.
OBJETIVOS GERAIS
Respeitar as especificidades que caracterizam cada aluno no conhecimento
veiculado a disciplina, tanto no que se refere às suas relações com o seu
próprio corpo, como para a formação de uma consciência corporal, em seu
sentido mais amplo.
Visar o desenvolvimento do aluno através da sua evolução e desafios a serem
vencidos dentro dos esportes, jogos recreativos, ginástica e dança.
Dimensionar que o homem é concreto e precisa ser visto à luz da visão
histórica e cultural, entendo que ele não se situa a nível de objeto, mas existe
como sujeito participante, ativo e compromissado na dialética social.
Garantir a efetivação de uma prática sintonizada com os objetivos através da
seleção dos conteúdos compatíveis à realidade.
Valorizar a integração aluno/aluno e professor/aluno como fonte de
desenvolvimento social, pessoal e intelectual.
Participar de atividades em grandes e pequenos grupos potencializando
e canalizando as diferenças individuais para o beneficio e conquista dos
objetivos por todos.
Demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim
como capacidade para discutir e modificar suas regras, reunindo elementos
competentes às várias manifestações de movimento podendo estabelecer uma
melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal para
um reaproveitamento do seu tempo disponível.
Reconhecer a prática da Educação Física como contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida do educando.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
150
Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física para a Educação
Básica devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em
cada um dos níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências
relativas ao conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no
processo de ensino/aprendizagem.
A Educação Física e seu objeto de ensino/estudo, a Cultura Corporal,
deve, ainda, ampliar a dimensão meramente motriz. Para isso, pode-se
enriquecer os conteúdos com experiências corporais das mais diferentes
culturas, priorizando as particularidades de cada comunidade.
A seguir, cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma
abordagem que contempla os fundamentos da disciplina, em articulação
com aspectos políticos, históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como
elementos da subjetividade representados na valorização do trabalho coletivo,
na convivência com as diferenças, na formação social crítica e autônoma. Os
Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação
Básica são os seguintes:
• Esporte;
• Jogos e brincadeiras;
• Ginástica;
• Lutas;
• Dança.
ESPORTE
Garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas
esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar, devem ser ações cotidianas
na rede pública de ensino. Nesse sentido, a prática pedagógica de Educação
Física não deve limitar-se ao fazer corporal, isto é, ao aprendizado única e
151
exclusivamente das habilidades físicas,destrezas motoras, táticas de jogo e
regras.
Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante esporte, os professores devem
considerar os determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do
esporte ao longo dos anos, tendo em vista a possibilidade de recriação dessa
prática corporal.
No entanto, se o profissional de Educação Física negligenciar a reflexão
crítica e a didatização desse conteúdo, pode reforçar algumas características
como a sobrepujança, a competitividade e o individualismo. A título de
exemplo, a profissionalização esportiva deve ser analisada criticamente,
discutindo-se com os alunos as consequências dos contratos de trabalho que
levam à migração e a desterritorialização prematura de meninos e meninas; às
exigências de esforço e resistência física levados a limites extremos; à
exacerbação da competitividade; entre outros.
A exacerbação e a ênfase na competição, na técnica, no desempenho
máximo e nas comparações absolutas e objetivas faz do esporte na escola
uma prática pedagógica potencialmente excludente, pois, desta maneira, só os
mais fortes, hábeis e ágeis conseguem viver o lúdico e sentir prazer na vivência
e no aprendizado desse conteúdo.
Superar isso é um dos grandes desafios da Educação Física, o que exige
um trabalho intenso de redimensionamento do trato com o conteúdo esporte na
escola, repensando os tempos e espaços pedagógicos de forma a permitir aos
estudantes as múltiplas experiências e o desenvolvimento de uma atitude
crítica perante esse conteúdo escolar.
Sendo assim, sugere-se uma abordagem que privilegie o esporte da escola, e
não somente o esporte na escola. Isso pressupõe que as aulas de Educação
Física sejam espaços de produção de outra cultura esportiva, de
ressignificação daquilo que Bracht (2005) denominou como “esporte moderno”,
isto é, a expressão hegemônica atual do esporte competitivo de alto
rendimento, espetacularizado e profissionalizado. O ensino do esporte nas
aulas de Educação Física deve sim contemplar o aprendizado das técnicas,
táticas e regras básicas das modalidades esportivas, mas não se limitar a isso.
É importante que o professor organize, em seu plano
152
de trabalho docente, estratégias que possibilitem a análise crítica das inúmeras
modalidades esportivas e do fenômeno esportivo que, sem dúvida, é algo
bastante presente na sociedade atual.
JOGOS E BRINCADEIRAS
Nestas Diretrizes, os jogos e as brincadeiras são pensados de maneira
complementar, mesmo cada um apresentando as suas especificidades. Como
Conteúdo Estruturante, ambos compõem um conjunto de possibilidades que
ampliam a percepção e a interpretação da realidade.
No caso do jogo, ao respeitarem seus combinados, os alunos
aprendem a se mover entre a liberdade e os limites, os próprios e os
estabelecidos pelo grupo. Além de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de
conteúdo para que o professor discuta as possibilidade de flexibilização das
regras e da organização coletiva. As aulas de Educação Física podem
contemplar variadas estratégias de jogo, sem a subordinação de um sujeito a
outros. É interessante reconhecer as formas particulares que os jogos e as
brincadeiras tomam em distintos contextos históricos, de modo que cabe à
escola valorizar pedagogicamente as culturas locais e regionais que identificam
determinada sociedade.
Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras são de relevância para o
desenvolvimento do ser humano, pois atuam como maneiras de representação
do real através de situações imaginárias, cabendo, por um lado, aos pais e, por
outro, à escola fomentar e criar as condições apropriadas para as brincadeiras
e jogos. Não obstante, para que sejam relevantes, é preciso considerá-los
como tal. Tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser
abordados, conforme a realidade regional e cultural do grupo, tendo como
ponto de partida
a valorização das manifestações corporais próprias desse ambiente cultural.
Os jogos também comportam regras, mas deixam um espaço de autonomia
para que sejam adaptadas, conforme os interesses dos participantes de forma
a ampliar as possibilidades das ações humanas.
153
Através do brincar (jogar) o aluno estabelece conexões entre o imaginário e o
simbólico.
[...] as brincadeiras são expressões miméticas privilegiadas na infância,
momentos organizados nos quais o mundo, tal qual as crianças o
compreendem, é relembrado, contestado, dramatizado, experienciado. Nelas
as crianças podem viver, com menos riscos, e interpretando e atuando de
diferentes formas, as situações que lhes envolvem o cotidiano. Desempenham
um papel e logo depois outro, seguindo, mas também reconfigurando, regras.
São momentos de representação e
apresentação, de apropriação do mundo. (VAZ et. al., 2002, p. 72)
Almeja-se organizar e estruturar a ação pedagógica da Educação Física, de
maneira que o jogo seja entendido, apreendido, refletido e reconstruído como
um conhecimento que constitui um acervo cultural, o qual os alunos devem ter
acesso na escola (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Nesta perspectiva, não se pode esquecer dos brinquedos que, no seu
processo de criação, envolvem relações sociais, políticas e simbólicas que se
fazem presentes desde sua invenção.
Oportunizar aos alunos a construção de brinquedos, a partir de
materiais alternativos, discutindo a problemática do meio ambiente por meio do
(re)aproveitamento de sucatas e a experimentação de seus próprios
brinquedos e brincadeiras, pode dar outro significado a esses objetos e a essas
ações respectivamente, enriquecendo-os com vivências e práticas corporais.
Dessa maneira, como Conteúdo Estruturante da disciplina de Educação Física,
os jogos e brincadeiras compõem um conjunto de possibilidades que ampliam
a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem a
curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas diferentes
atividades.
GINÁSTICA
Nestas Diretrizes Curriculares, entende-se que a ginástica deve dar
condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu corpo. O objeto de
ensino desse conteúdo deve ser as diferentes formas de representação das
154
ginásticas. Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os
padrões estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios
físicos, bem como os modismos que atualmente se fazem presentes nas
diversas práticas corporais, inclusive na ginástica.
Sob tal perspectiva, foram desenvolvidas técnicas visando à padronização
dos movimentos, a aquisição de força física, privilegiando os aspectos motores
e a vivência de coreografias e gestos normatizados. Nessa concepção, que
não considera a singularidade e o potencial criativo dos alunos, os exercícios
físicos privilegiam um bom desempenho de grupos musculares e o
aprimoramento das funções orgânicas para a melhoria da performance atlética.
Um exemplo é o método ginástico baseado em exercícios calistênicos. A
eficiência do movimento seria alcançada com hierarquização do movimento, de
[...] os brinquedos não foram em seus primórdios invenções de fabricantes
especializados; eles
nasceram, sobretudo nas oficinas de entalhadores em madeira, fundidores de
estanho etc. [...] O estilo e a beleza das peças mais antigas explicam-se pela
circunstância de que o brinquedo representava antigamente um processo
secundário das diversas indústrias manufatureiras. (BENJAMIN, 1984, p. 67-
68)
Ampliando esse olhar, é importante entender que a ginástica
compreende uma gama de possibilidades, desde a ginástica imitativa de
animais, as práticas corporais circenses, a ginástica geral, até as
esportivizadas: artística e rítmica. Contudo, sem negar o aprendizado técnico, o
professor deve possibilitar a vivência e o aprendizado de outras formas de
movimento. Como exemplo, além de ensinar os alunos a técnica do rolamento
para frente e para traz, o professor pode construir com eles outras
possibilidades de realizar o rolamento, considerando as individualidades e
limitações de cada aluno, fazendo relações com alguns animais, com
movimentos do circo, relacionando com formas geométricas ou objetos, entre
outras.
Deve-se, ainda, oportunizar a participação de todos, por meio da criação
espontânea de movimentos e coreografias, bem como a utilização de espaços
para suas práticas, que podem ocorrer em locais livres como pátios, campos,
bosques entre outros. Não há necessidade de material específico para
155
realização das aulas, pois a prática pedagógica pode acontecer por meio de
materiais alternativos e/ou de acordo com a realidade própria de cada escola.
Por meio da ginástica, o professor poderá organizar a aula de maneira que os
alunos se movimentem, descubram e reconheçam as possibilidades e limites
do próprio corpo. Com efeito, trata-se de um processo pedagógico que propicia
a
interação, o conhecimento, a partilha de experiências e contribui para ampliar
as possibilidades de significação e representação do movimento.
LUTAS
Da mesma forma que os demais Conteúdos Estruturantes, as lutas
devem fazer parte do contexto escolar, pois se constituem das mais variadas
formas de conhecimento da cultura humana, historicamente produzidas e
repletas de simbologias. Ao abordar esse conteúdo, deve-se valorizar
conhecimentos que permitam identificar valores culturais, conforme o tempo e
o lugar onde as lutas foram ou são praticadas.
Ao abordar o conteúdo lutas, torna-se importante esclarecer aos alunos
as suas funções, inclusive apresentando as transformações pelas quais
passaram ao longo dos anos. De fato, as lutas se distanciaram, em grande
parte, da sua finalidade inicial ligada às técnicas de ataque e defesa, com o
intuito de auto proteção e combates militares, no entanto, ainda hoje se
caracterizam como uma relevante manifestação da cultura corporal. De
maneira geral, as lutas estão associadas ao contato corporal, a chutes, socos,
disputa, quedas, atitudes agressivas, entre outros. Apesar disso, elas não se
resumem apenas a técnicas, que também são importantes de serem
transmitidas, pois os alunos devem ter acesso ao conhecimento que foi
historicamente construído.
O desenvolvimento de tal conteúdo pode propiciar além do trabalho
corporal, a aquisição de valores e princípios essenciais para a formação do ser
humano, como, por exemplo: cooperação, solidariedade, o autocontrole
emocional, o entendimento da filosofia que geralmente acompanha sua prática
e, acima de tudo, o respeito pelo outro, pois sem ele a atividade não se
realizará. As lutas, assim como os demais conteúdos, devem ser abordadas de
maneira reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente
156
desenvolver capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma, os alunos
precisam perceber e vivenciar essa manifestação corporal de maneira crítica e
consciente, procurando, sempre que possível, estabelecer relações com a
sociedade em que vive. A partir desse conhecimento proporcionado na escola,
o aluno pode, numa atitude autônoma, decidir pela sua prática ou não fora do
ambiente escolar.
Uma das possibilidades de se trabalhar com as lutas na escola é a partir
dos jogos de oposição, cuja característica é o ato de confrontação que pode
ocorrer em duplas, trios ou até mesmo em grupos. O objetivo é vencer o
companheiro de maneira lúdica, impondo-se fisicamente ao outro. Além disso,
deve haver o respeito às regras e, acima de tudo, à integridade física do colega
durante a atividade. Os jogos de oposição podem aproximar os combatentes,
mantendo contato direto (corpo a corpo) como o Judô, Luta Olímpica, Jiu-Jitsu,
Sumo; podem manter o colega à distância, como o Karatê, Boxe, Muay Thay,
Taekwondo; ou até mesmo ter um instrumento mediador, como a Esgrima.
Além dos jogos de oposição, para se trabalhar com o conteúdo de lutas, os
professores podem propor pesquisas, seminários, visitas às academias para os
alunos conhecerem as diferentes manifestações corporais que fazem parte
desse Conteúdo Estruturante.
DANÇA
O professor, ao trabalhar com a dança no espaço escolar, deve tratá-la
de maneira especial, considerando-a conteúdo responsável por apresentar as
possibilidades de superação do limites e das diferenças corporais.
A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o
corpo e suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que
157
se concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e
regionais), danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas entre outras.
A dança pode se constituir numa rica experiência corporal, a qual
possibilita compreender o contexto em que estamos inseridos. É a partir das
experiências vividas na escola que temos a oportunidade de questionar e
intervir, podendo superar os modelos pré-estabelecidos, ampliando a
sensibilidade no modo de perceber o mundo (SARAIVA, 2005).
Alguns assuntos podem ser discutidos com os alunos, como o uso
exacerbado da técnica, mostrando que a dança pode ser realizada por
qualquer pessoa independentemente dos seus limites. A dança é uma forma de
libertação do ser e promove a expressão de movimentos. A discussão pode
ocorrer depois de experimentações de improvisação da
dança, sobre a supervalorização da coreografia, fruto do esforço humano em
produzir meios rápidos e eficientes para a realização de determinadas ações,
por meio da criação de técnicas, sejam elas mecânicas ou corporais, como é o
caso das inúmeras coreografias de danças, cujo interesse central está no fazer
ou na prática pela prática, sem qualquer reflexão sobre as mesmas. Não
significa dizer que a coreografia é essencialmente prejudicial ou negativa.
Um exemplo de dança onde ela está presente e que tem íntima relação
com o folclore do nosso Estado é o fandango paranaense. Trata-se de um
conjunto de danças, denominado “marcas”, acompanhado de violas, rabeca,
adufo ou pandeiro, batidas de tamanco e versos cantados.
Outras danças que podem ser exploradas são àquelas que retratam a cultura
afro-brasileira. Algumas são compostas por elementos provindos das
manifestações que retomam toda a cultura milenar de aldeias e tribos
africanas. Nessas culturas,a dança está presente, sobretudo no culto à
espiritualidade, e faz incorporar os orixás invocados. (FIAMONCINI e
SARAIVA, 2003)
Na prática, o professor poderá aliar aos aspectos culturais e regionais
específicos, vivências desses diferentes estilos de dança, possibilitando a
liberdade de recriação coreográfica e a expressão livre dos movimentos.
Outra maneira de abordagem da dança, nesta perspectiva crítica
proposta pelas Diretrizes, seria problematizar a forma como essa manifestação
corporal tem se apropriado da erotização do corpo, tornando-se um produto de
158
consumo do Dançar (...) um dos maiores prazeres que o ser humano pode
desfrutar. Uma ação que traz uma
sensação de alegria, de poder, de euforia interna e, principalmente, de
superação dos limites dos seus movimentos. Algumas pessoas não se
importam com o passo correto ou errado e fazem do ato de dançar uma
explosão de emoção e ritmo que comove quem assiste. (BARRETO, 2004)
Outro exemplo seria o professor propor a vivência de uma dança
próxima ao cotidiano do aluno (exemplo: o funk), e depois realizar outra dança
de acesso restrito a esse sujeito (exemplo: a dança de salão), a fim de discutir,
com seus alunos, como se constituíram historicamente as duas danças, quais
os seus significados, suas principais características, vertentes e influências que
sofrem pela sociedade em geral. Dessa maneira, é importante que o professor
reconheça que a dança se constitui
como elemento significativo da disciplina de Educação Física no espaço
escolar, pois contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a
expressão corporal, a cooperação, entre outros aspectos. Além disso, ela é de
fundamental importância para refletirmos criticamente sobre a realidade que
nos cerca, contrapondo-se ao senso comum.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte: Coletivos, Individuais e Radicais
Jogos e brincadeiras: Jogos de tabuleiro, Jogos dramáticos, Jogos
cooperativos.
Dança: Danças folclóricas, Danças de salão, Danças de rua.
Ginástica: Ginástica artística / olímpica, Ginástica de academia, Ginástica
geral.
159
Lutas: Lutas com aproximação, Lutas que mantêm à distância, Lutas com
instrumento mediador, Capoeira.
METODOLOGIA
Considerando o objeto de ensino e de estudo da Educação Física tratado
nestas Diretrizes, isto é, a Cultura Corporal, por meio dos Conteúdos
Estruturantes propostos – esporte, dança, ginástica, lutas, jogos e brincadeiras
–, a Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos se
tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma
expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas
corporais.
O professor de Educação Física tem, assim, a responsabilidade de
organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que
possibilita a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. No processo
pedagógico, o senso de investigação e de pesquisa pode transformar as aulas
de Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimentos que não se
esgotam nos conteúdos, nas metodologias, nas práticas e nas reflexões.
Essa concepção permite ao educando ampliar sua visão de mundo por
meio da Cultura Corporal, de modo que supere a perspectiva pautada no
tecnicismo e na desportivização das práticas corporais. Por exemplo: ao se
tratar do histórico de determinada modalidade, na perspectiva tecnicista, os
fatos eram apresentados de forma anacrônica e acrítica. No entanto, no
encaminhamento proposto por estas Diretrizes, esse mesmo conhecimento é
transmitido e discutido com o aluno, levando-se em conta o momento político,
histórico, econômico e social em que os fatos estão inseridos.
Para preparar plenamente o indivíduo para o convívio social, torna-se
necessário o desenvolvimento e aprimoramento do conhecimento dentro de
uma pluralidade de conceitos, valores e procedimentos junto à saúde, não
esquecendo dos valores comportamentais de caráter social e individual.
Atividades rítmicas e expressivas para a inserção no convívio em grupo de
160
trabalhos com referência social, ligando o educando ao social, valorizando-o
como membro da comunidade veiculando novas oportunidades de
enriquecimento cultural de seus movimentos e expressões.
A ginástica, dança, lutas, jogos e esportes deverão ser trabalhados de
uma forma prática, evidenciando suas raízes e evoluções históricas. A
Educação Física deve ser trabalhada sob o viés de interlocuções com
disciplinas variadas, que permitam entender o corpo em sua complexidade, ou
seja, sob umas abordagens biológicas, antropológicas, sociológicas e política,
justamente por sua constituição interdisciplinar.
Para desenvolver o senso lúdico, permitir a vivência de diferentes
formas de jogar, de uma maneira evolutiva onde os problemas devem ser
resolvidos com a criação de regras para nortear e dar igualdade de recursos
para a disputa. Na especificidade do esporte, caracteriza-se o aprimoramento
do procedimento fundamentado com uma evolução crítica e histórica das
regras básicas, técnicas utilizadas, táticas de evolução do jogo que justificam a
sua existência. A Educação Física é parte do projeto geral da escolarização e,
como tal, deve estar articulada ao projeto-político-pedagógico da escola. Se a
atuação do professor é na quadra e em outros lugares do ambiente escolar,
seu compromisso é com o projeto de escolarização instituído, sempre em favor
da formação humana.
A competição deve ser trabalhada de forma que se possa preparar o
aluno para lidar com tais situações de forma dialética, respeitando
possibilidades e limitações, suas e dos outros, sendo possível suportar as
frustrações da derrota, aprendendo com ela e tirando o maior proveito dos
méritos da vitória.
No Ensino Fundamental todos os conteúdos serão apresentados
considerando a complexidade e as possibilidades de cada turma, favorecendo
a oportunidade de sucesso a todos, devendo sempre que possível relacioná-los
com os elementos articuladores.
O conteúdo das lutas, danças devem ser valorizadas abrangendo a sua
história, cultura, movimentos, ritmos e sons, enfatizando as diferentes culturas
e tal como, a cultura Afro-brasileira e Africana, conforme a Lei 10.639/03, a
qual contribuiu para a formação da sociedade brasileira.
161
O desenvolvimento corporal e a construção da saúde, elemento básico
para a dimensão histórico-social , contempla ao longo dos conteúdos
informações e orientações que melhoram a qualidade de vida do sujeito e do
meio ambiente, conforme Agenda 21 Nacional.
Cabe ressaltar que tratar o conhecimento não significa abordar o
conteúdo „teórico‟, mas, sobretudo, desenvolver uma metodologia que tenha
como eixo central a construção do conhecimento pela práxis, isto é,
proporcionar, ao mesmo tempo, a expressão corporal, o aprendizado das
técnicas próprias dos conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento
corporal, tudo isso segundo o princípio da complexidade crescente, em que um
mesmo conteúdo pode ser discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no
Ensino Médio.
Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação
Física na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o
aluno traz como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma
primeira leitura da realidade. Esse momento caracteriza-se como preparação e
mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar.
O papel da Educação Física é desmistificar formas arraigadas e não
refletidas em relação às diversas práticas e manifestações corporais
historicamente produzidas e acumuladas pelo ser humano. Prioriza-se na
prática pedagógica o conhecimento sistematizado, como oportunidade para
reelaborar idéias e atividades que ampliem a compreensão do estudante sobre
os saberes produzidos pela humanidade e suas implicações para a vida.
Enfim, é preciso reconhecer que a dimensão corporal é resultado de
experiências objetivas, fruto de nossa interação social nos diferentes contextos
em que se efetiva, sejam eles a família, a escola, o trabalho e o lazer.
5
AVALIAÇÃO
Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer a
insuficiência das discussões e teorizações sobre esse tema no âmbito desta
disciplina curricular no Brasil (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
162
No entanto, mesmo diante dessa realidade, é necessário assumir o
compromisso pela busca constante de novas ferramentas e estratégias
metodológicas que sirvam para garantir maior coerência com o par dialético
objetivos-avaliação. Isto é, pensar formas de avaliar que sejam coerentes com
os objetivos inicialmente definidos.
Diante das discussões desenvolvidas nestas Diretrizes, é necessário
entender que a avaliação em Educação Física à luz dos paradigmas
tradicionais, como o da esportivização, desenvolvimento motor,
psicomotricidade e da aptidão física, é insuficiente para a compreensão do
fenômeno educativo em uma perspectiva mais abrangente.
A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos
metodológicos, constituindo-se na forma de resgatar as experiências e
sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o
professor quanto os alunos poderão revisitar o trabalho realizado, identificando
avanços e dificuldades no processo pedagógico, com o objetivo de (re)planejar
e propor encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda superem as
dificuldades constatadas.
O professor deve avaliar as diversas manifestações de expressões
apresentadas pelos alunos, o que servirá de base para a reorganização do seu
trabalho, neste sentido a auto-avaliação também pode servir para tal propósito.
A crítica pela crítica não tem objetivo algum, portanto é necessário que o
professor observe e avalie até que ponto os alunos são capazes de melhorar a
sua qualidade de vida e a dos outros através dela. Por ser uma disciplina que
trabalha na maioria das vezes com grupos de alunos heterogenias, estas
possibilidades são de fácil e necessária observação, devendo ser globalizada
quanto aos aspectos, cognitivos, motor, afetivo e social do aluno. De acordo
com as DCEs as especificidades da disciplina, da Educação Física deve ser
contínua, identificando os progressos do aluno, durante o ano letivo, de modo
que considere o que preconiza a LDB 9394/96, pela chamada avaliação
formativa em comparação a avaliação tradicional, qual seja, somática ou
classificatória, com vistas a diminuir desigualdades sociais e construir uma
sociedade justa e mais humanizada.
Conhecer o aluno em sua totalidade é um grande desafio, por isto os meios
de avaliação devem ser os mais variados possíveis, possibilitando que seja
163
visto em suas inúmeras dimensões, desta forma podemos medir não só o
desempenho do aluno, mas também do professor, podendo este rever a sua
prática e da escola como um todo.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Avaliação de provas escritas e ou orais;
Avaliação através de pesquisa;
Auto-avaliação;
Avaliação colaborativa, quando aplicada no grupo de trabalho, onde os saberes
interagem;
A avaliação dos cadernos, das tarefas, das atividades;
Avaliação enfatizando o processo de aprendizagem.
Participação nas aulas;
Desempenho e disposição em trabalhos individuais e coletivos.
Avaliação de trabalhos em grupos teóricos e práticos.
Praticipação nas atividades culturais e esportivas promovidas pela escola.
Desempenho em atividades desenvolvidas dentro e fora de sala de aula;
Assiduidade nas aulas;
Respeito com as pessoas com quem se relaciona.
REFERÊNCIAS
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná – SEED. (2009)
ASSIS, Savio. Reinventando o esporte: possibilitando as práticas
pedagógicas. 2ª ed. Campinas/ SP: Autores Associados e Editora CBCE,
2005.
164
BARRETO, Débora. Dança: ensino, sentidos e possibilidades na escola. 2ª
ed. Campinas / SP: Autores Associados, 2005.
BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação.
34 ed. São Paulo: Duas Cidades, 2002.
GOELLNER, Sivara Viladre. Educação Física – Ciências do esporte.
Florianópolis / SC: Colégio Brasileiro de Ciências e Esporte, 1999.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação.
8ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo:
Brasiliense, 2005.
SOARES, Carmem Lúcia. Corpo e história. 1ª ed. Campinas / SP: Autores
Associados, 2004.
165
LINGUA PORTUGUESA
Ensino Médio
Apresentação da Disciplina:
Muito se deve a Língua Portuguesa, a formação da identidade cultural
de nossa nação, já que recebemos influência dos colonizadores, diferentes nos
diversos pontos do país, dos negros trazidos como escravos e dos indígenas
que aqui já habitavam.
Quando a Língua ainda era usada somente para alfabetização com
caráter político, social e de organização e controle das classes, esta não estava
dentro dos moldes institucionais. Só depois de institucionalizada como
disciplina e que passou-se a sua prática moldada ao ensino do Latim.
“Como disciplina escolar, a Língua Portuguesa passou a
integrar os currículos escolares brasileiros somente nas
últimas décadas do século XIX, depois de já há muito
organizado o sistema de ensino. Contudo a preocupação
com a formação do professor dessas disciplina teve inicio
acenas nos anos 30 do século XX.”
Com o objetivo da pratica dessa disciplina era voltada para objetivos de
dominação, o ensino era mais eloqüente, retórico, imitativo, elitista e
ornamental e essa característica elitista permaneceu ate meados do século XX,
quando iniciou-se no Brasil, a partir de 1967, um processo de democratização
de ensino, e, por conseguinte a multiplicação de alunos determinando também
mudança nas condições escolares e pedagógicas, nas necessidades e
exigências culturais.
Assim, a disciplina teve que se adequar as novas necessidades desses
alunos como registros lingüísticos e padrões culturais diferentes dos até então
admitidos na escola. Deixando de priorizar o aprimoramento das capacidades
lingüísticas do falante para trabalhar de acordo com uma pedagogia tecnicista
mais pontuada nas teorias da comunicação, com um viés mais pragmático e
utilitário como exigia o contexto nacional na época da industrialização, iniciada
166
no governo de Getulio Vargas e como determinava à lei 5692/71 cujo objetivo
era a qualificação para o trabalho.
Definido por esta lei também, a disciplina de português passou a
denominar-se, nas quatro primeiras series do 1º grau, de Comunicação e
Expressão e Comunicação em Língua Portuguesa nas quatro ultimas series.
Deixando de dar ênfase a Gramática e priorizando o ensino da língua e a teoria
da comunicação, embora a mudança, na pratica, ainda não ocorresse.
Durante a década de 70 e os primeiros anos da década de 80, o ensino
da Língua Portuguesa passou a ser através de exercícios estruturais, técnicas
de redação e treinamento de habilidades de leitura.
Assim, a literatura, por exemplo, acabava seguindo uma linha de tempo
baseada no contexto histórico e trabalhava apenas fragmentos de textos. Os
exercícios dos livros também deixavam a desejar, já que desconsideravam as
potencialidades que a interação com o texto propiciaria para a expansão da
leitura.
Em meados da década de 70 é que chegaram ao Brasil, as novas
concepções da língua materna, propondo estudos lingüísticos centrados no
texto e na interação social das praticas discursivas, combatendo a pedagogia
tecnicista baseada na memorização, e valorizando questões de uso,
contextuais colocando o texto como ponto principal de análise.
No Brasil, essas idéias tomaram corpo, efetivamente, a partir dos anos
1980, com as contribuições teóricas dos pensadores que integram o Circulo de
Bakhtin. Deve-se a esses teóricos, e principalmente a Bakhtin, o avanço dos
estudos em tornos da natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua
configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem por meio
dessa interação. Ela mesma, a língua, constitui-se sobretudo pelo uso, ou seja,
pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das abordagens de
cunho formalista-estruturalista que enfocam o caráter normativo da língua.
Segundo Geraldi (1997) estas pesquisas trouxeram avanço para o
ensino da Língua Portuguesa, mas com relação ao estudo literário, um certo
desprestigio da função poética da linguagem. Até as décadas de 1960-70, a
leitura do texto literário, no ensino primário e ginasial, transmitia a norma culta
da língua, com base em exercícios gramaticais e estratégias para incutir
valores religiosos, morais e cívicos. Como tentativa de rompimento com essa
167
pratica, a abordagem do texto literário passou a centrar-se numa analise
literária simplificada, a partir de questionários sobre personagens principais e
secundários, tempo e espaço da narrativa.
No estudo da Literatura, segundo uma historiografia, o aluno analisava
poemas, contando rimas, versos, estrofes, e se deparava com listas de obras
de autores com as características da Escola Literária, sem se permitir que
educando mesmo pudesse fazer a leitura critica e estabelecesse critério de
semelhança ou diferença entre as obras.
O livro “O texto na sala de aula”, de João Wanderley Geraldi, lançado
na década de 80, influenciou discussões, sobre o ensino da Língua Portuguesa
no Paraná, juntamente com textos de outros lingüistas como Carlos Alberto
Faraco, Sírio Possenti e Percival Leme Britto.
A proposta do currículo do Paraná, da década de 90 pretendia uma
pratica pedagógica que enfrentasse o normativismo e o estruturalismo e, na
literatura, uma analise mais profunda dos textos mais significativos, sem ênfase
na conotação moralista. Mas houve falhas quanto à explicitação dos conteúdos
sem relacioná-los a ortografia, à estruturação sintática, recursos gráfico-visuais,
circunstancias de produção e presença do interlocutor. E também aspectos da
lingüística textual aparecem como conteúdos da gramática tradicional.
No final da década de 90, a proposta curricular para a disciplina propõe
concepções interacionistas ou discursivas, e reflexões acerca dos usos da
linguagem oral e escrita, nos PCN‟s, mas demonstram uma vinculação do
currículo ao mercado de trabalho já que apresentam a leitura de forma
utilitarista, o ler para se ter subsídios para escrever e a Literatura com uma
abordagem só conceitual.
Atualmente de acordo com as DCEs
é possível constatar a origem e a trajetória da dívida
que,
ainda hoje, a escola, notadamente a pública, tem
para com o povo brasileiro:
168
ensinar a ler e a escrever com a proficiência
necessária e de direito àqueles que
nasceram no universo da Língua Portuguesa falada
no Brasil e necessitam dela
como um instrumento legítimo de luta e
posicionamento, para que, de posse
desse instrumento, possam assumir uma postura de
cidadãos ativos na sociedade
brasileira.
Então a fundamentação teórica que serve de base para a discussão
sobrfe a Língua e Literatura precisa de novos posicionamentos em relação à
prática através de discussões sobre essas praticas ou pela construção de
alternativas propostas pelos próprios professores.
A comunicação é um processo de construção de significados em que o
sujeito interage socialmente, usando a língua como instrumento que o define
como linguagem que constrói e desconstrói significados sociais. A língua
situada no emaranhado das relações humanas nas quais o aluno esta presente
e mergulhado. Não a língua divorciada do contexto social vivido. Sendo ela
dialógica por principio, não há como separá-la de sua própria natureza, mesmo
em situação escolar, pois configura um espaço de interação entre sujeitos que
se constituem através desta interação.
A linguagem e a língua materna – será vista, assim, como atividade
que se realiza historicamente entre sujeitos, constituindo-se, os sujeitos e a
linguagem, nos múltiplos discursos e vozes que a integram.
Se os gêneros discursivos são fundamentos para o trabalho
pedagógico com a linguagem verbal, os conceitos de textos, de leitura, não se
restringem aqui, a disciplina escrita, eles abrangem, além dos textos escritos e
falados a integração da linguagem verbal com “as outras linguagens (as artes
visuais, a musica, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a
169
televisão, o radio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e
todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo
homem) percebendo seu chão comum (são todas praticas cursivas
sociointeracionais) e suas especifidades (seus diferentes suportes
tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de
significados)”.
É necessário que a inclusão de diversidade textual dê conta de
relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem.
Pode-se afirmar que o professor dessa área do conhecimento, área
que é o alicerce e o meio necessário para aquisição e construção do
conhecimento nas outras áreas de ensino, tem o papel de formar o leitor e
auxiliá-lo no aprimoramento de sua expressão oral e escrita.
Um professor de Língua Portuguesa, além de preocupar-se em mostrar
aos seus alunos uma variada gama textual de gêneros distintos, ressaltando as
suas diferenças estruturais e funcionais, desvelando em cada um o lugar de
sua autoria bem como o caráter do publico a que se destina, fará ver a seus
alunos que determinados usos lingüísticos validos para um nível mais formal.
Fará ver aos seus alunos as relações de poder existentes atrás de cada
gênero. O professor propiciara, para alem do contato com diferentes textos, a
possibilidade de expressar-se através dos diferentes gêneros e até mesmo de,
exercendo a sua criatividade, participar ativamente da caracterização do
próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível oral e escrito, a interpretação que
faz proliferar o pensamento.
Portanto, o professor, terá de ser um continuo leitor, capaz ele mesmo
de selecionar os textos que ira trabalhar com seus alunos. Ele estabelecera
como critérios para a seleção destes textos, não a linearidade da historiografia
literária, nem a adaptabilidade do texto ou tema de linguagem dos alunos, mas
estimulará as relações dos textos, o professor saberá que toda interpretação
não se reduz a uma questão de verdade ou falsidade, mas a uma continua
construção de consistência argumentativa.
Desta maneira, as aulas de Língua Portuguesa estarão abertas a
mudanças súbitas do seu rumo, atendendo às reações do aluno, incorporando
suas idéias e as relações textuais por ele estabelecidas. Assim elas partirão
do(s) texto(s) selecionado(s) pelo professor, que aceitará no seu
170
desenvolvimento os textos sugeridos pelos alunos (filme, música, outras
leituras relacionadas, lembranças de fatos vividos ou a produção do próprio
aluno), num continuo “textopuxatexto” que leve o aluno à reflexão ao
aprimoramento do pensar e a um aperfeiçoamento no meio que ele terá de
suas habilidades de falante, leitor e escritor. Como alavancador potencial de
relações interdisciplinares, o professor de português pode e deve ampliar o
potencial dos seus alunos, ajudando-os a entender cada ciência.
A realidade da linguagem nos acompanha onde quer que estejamos e
serve para articular não apenas as relações que estabelecemos com o mundo,
como também a visão que construímos sobre o mundo. É via linguagem que
nos constituímos enquanto sujeitos no mundo, é a linguagem que, com o
trabalho, caracteriza nossa humanidade, que nos diferencia dos animais.
A atividade mental própria do homem é organizada pela linguagem, se
assim se preferir. É ela que nos possibilita pensar nos objetos e a operar com
eles na sua ausência. Essa capacidade de abstração, que caracteriza o ser
humano, só se tornou possível porque o homem, impelido pela necessidade de
se organizar socialmente, construiu a linguagem, um conjunto de signos que
são a representação do real. Ora, a linguagem surge, então, como uma
necessidade para se organizar a experiência e o conhecimento humano, no
domínio da natureza. Ela surge de uma necessidade social e, portanto, ela é
um fato eminentemente social.
Em outras palavras, tudo o que dizemos, dizemos a alguém e é esse
interlocutor, presente ou não no ato da nossa fala, que acaba por determinar
aquilo que vamos dizer. Nossas palavras dirigem-se a interlocutores concretos,
isto é, pessoas que ocupam espaços bem definidos na estrutura social. Mais
do que isso, as nossas idéias sobre o mundo se constroem nesse complexo
processo de interação. Vale dizer: aquilo que pensamos sobre o real está
diretamente vinculado aos horizontes do grupo social e da época a que
pertencemos.
Assim, o que propomos dentro da nossa visão de linguagem é que nas
aulas de língua portuguesa opte-se por ensinar a ler e escrever. O trabalho
com a gramática será feito na perspectiva do uso da funcionalidade dos
elementos gramaticais. A gramática normativa, por sua vez, terá que ser do
domínio do professor, este sim o responsável pela criação de situações, ao
171
nível da pratica, em que os alunos deverão incorporar de modo cada vez mais
elaborado, a gramática da língua padrão.
Com isso, não negamos a necessidade de se fazer apelo a algumas
categorias gramaticais – quando se trabalha num texto com a repetição do
nome, por exemplo, não há porque não dizer que a palavra que substitui um
chama-se pronome. Defendemos, no entanto, que o cerne do trabalho com a
língua deve se constituir na compreensão dos fatos lingüísticos e não da
nomenclatura e classificação dos mesmos.
Objetivos
- Empregar a língua oral e escrita em diferentes situações de uso,
sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as
intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e
posicionando-se diante dos mesmos.
- Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a cada capacidade de
pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando
através da literatura, a constituição de um espaço dialógico que permita
a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura
e da escrita.
- Conhecer a estrutura e o funcionamento da Língua Portuguesa e
refletir sobre as possibilidades de utilização efetiva que ela nos oferece.
- Aprimorar suas habilidades quanto ao uso do idioma para dispor de
novos recursos para comunicar-se com maior adequação e
eficiência.
- Apropriar-se das mais variadas manifestações literárias em Língua
Portuguesa, produzidas em épocas, culturas e lugares diferentes.
- Reforçar seus conhecimentos sobre o padrão culto da língua e suas
convenções e treinar a expressão verbal para melhorar seu
instrumental para interpretar e intervir no mundo que o cerca.
Conteúdos Estruturantes
172
A língua se realiza por meio de práticas discursivas que se efetivam na
oralidade, na leitura e na escrita. Conforme as DCEs de Língua Portuguesa, no
processo de ensino e aprendizagem da língua, quanto maior contato o aluno
tiver com a diversidade de gêneros textuais, mais possibilidade de entender o
texto como produto de uma determinada visão de mundo, de uma intenção e
de um momento de produção.
Entende-se que a aula pautada na gramática tradicional, contrapõe-se à
idéia de discurso enquanto prática social, já que privilegia somente um dos
aspectos de uso da língua.
Nesse sentido, não cabe listar seqüências de conteúdos gramaticais,
mas conteúdos estruturantes, isto é, tópicos que indicam manifestações da
língua em uso. O conteúdo principal será a própria língua, seu uso efetivo,
pautando-se a ação pedagógica na interlocução, possibilitando ao aluno
reflexão sobre o uso da linguagem em diferentes situações e contextos.
Diante disso, a análise lingüística envolverá as três práticas discursivas:
oralidade, escrita e leitura.
Prática da Oralidade
O aluno que chega à escola já é um falante. Usa a fala como um código
de comunicação: fala com o propósito de ser ouvido e compreendido.
Não se pode negar que um dos objetivos do ensino da língua é levar o
aluno a se apropriar da norma culta, fazendo uso dela em situações de maior
formalidade. Porém, mais importante é entender que o aluno não fala errado,
que existe a diversidade cultural, étnica, regional, e que se a fala é espontânea,
é essa espontaneidade que deverá ser trabalhada.
O professor deverá transformar a sala de aula num espaço de debate
permanente, no qual os alunos falem, ouçam os colegas e aprendam a
adequar o seu discurso ao discurso do outro.
A clareza, a consistência argumentativa e o emprego da norma padrão,
será resultado de um trabalho no qual o professor será o estimulador da fala
em atividades que envolvam leitura e comentários críticos. Com isso, o aluno
passará a conhecer e a usar a norma padrão, percebendo a importância do seu
uso em determinadas situações.
173
Prática da Leitura
É função básica da escola, ensinar a ler e escrever. Mas ela vem
privilegiando a leitura da escrita, enquanto código, em detrimento da “leitura de
mundo” que o aluno traz. Não podemos esquecer que a interdependência entre
essas leituras é importante, mas que a escola não pode enfatizar somente o
trabalho de levar o aluno a adquirir os mecanismos básicos de grafia que
permitem a ele o acesso ao mundo da escrita, porém precisa levá-lo ainda à
leitura compreensiva da realidade em que ele vive.
Para propiciar essa leitura, a sala de aula precisa ser um ambiente
estimulador das mais variadas situações, permitindo que os alunos manifestem
livremente a compreensão e o questionamento que fazem parte dessa leitura.
O ato de ler deve ser compreendido como um diálogo entre o texto e o leitor. É
numa dimensão dialógica, discursiva, intertextual, que a leitura deve ser
experienciada.
Portanto, a prática de leitura deve ser constante, e o papel do professor
será o de ler, sugerir a leitura, utilizando-a para aguçar a curiosidade, a
necessidade e o interesse dos alunos por todo material escrito que fizer parte
do dia-a-dia em sala de aula, porque ler ensina a ler e a escrever. Através da
incorporação da leitura como hábito diário, estimulada em sala de aula, estar-
se-á incentivando a organização e a expressão de idéias, o enriquecimento do
vocabulário, a criatividade, a atenção, a observação, a produção lógica e
criativa de textos e a percepção das relações de poder a eles inerentes.
Prática da Escrita
O domínio da linguagem escrita se adquire pela leitura. É importante
propiciar ao aluno o acesso a textos dos mais variados gêneros, explorando
suas peculiaridades. O professor terá que perceber que os mecanismos do
código gráfico são apenas um aspecto do processo da escrita. O quando, o
como, o porquê, o para quem escrever, devem fazer parte desse processo. É
preciso que o aluno tenha o que dizer, que tenha uma razão para dizer, para
quem dizer e que se constitua como sujeito, assumindo a responsabilidade de
174
suas palavras, através de estratégias adequadas que criem situações práticas
de uso da escrita. O aluno precisa se envolver com o texto que produz,
assumindo a autoria do que escreve. Diferente da fala, a escrita não é um
processo espontâneo:é um processo de elaboração racional a partir de um
objetivo.
Por isso, o professor deverá propiciar atividades que colocarão o aluno
em situações de necessidade real de leitura e escrita. Mais do que trabalhar
sentenças, ortografia, pontuação, paragrafação, é necessário trabalhar as
idéias e a amarração das idéias em sentenças e parágrafos. Através da
reestruturação de textos, com a mediação do professor, o aluno poderá revisar
seu próprio texto, apropriando-se dos conteúdos necessários à auto-correção.
Conteúdos Específicos
A compreensão que construímos sobre o real se dá lingüisticamente.
Assim, quanto maior contato o aluno tiver com textos diversos, com o real e
sua pluralidade, mais sua linguagem será elaborada.
Nesse sentido, os conteúdos específicos serão trabalhados por meio de
textos, colocando suas linguagens e conteúdos em confronto. É importante ter
claro que todos os textos estão marcados ideologicamente e o papel do
professor será o de explicitar, desmascarar tais marcas e apresentá-las aos
alunos, tornando-os conscientes de que a linguagem é uma forma de
influenciar e de intervir no comportamento alheio.
Com relação aos conteúdos específicos é preciso deixar claro que:
- a oralidade, a leitura e a escrita serão trabalhadas juntas, já que uma
atividade possibilita a outra.
- os conteúdos propostos deverão ser adaptados ao nível da experiência
lingüística dos alunos.
- é numa gradação de complexidade que as atividades da língua serão
trabalhadas ao longo das séries.
- os textos selecionados deverão propiciar a discussão e a reflexão
sobre assuntos polêmicos, adequados ao interesse e à faixa etária dos alunos.
Convém ressaltar que em todas as séries serão trabalhados textos que
175
contemplem a História e Cultura Afro-brasileira e Africana, a História do Paraná
e o Meio Ambiente.
- através da análise lingüística o professor deverá mostrar ao aluno
como o texto se organiza, a partir de quais elementos gramaticais se dá a
costura entre as partes, identificando os mecanismos de coesão e de
articulação frasal.
- nas aulas de literatura o professor pretenderá formar um leitor capaz de
sentir e de expressar o que sentiu, refletindo sobre o que leu, emitindo juízos,
ampliando seus horizontes de expectativa em relação à obra lida. Nessa
perspectiva, o professor fará a seleção dos textos com os quais trabalhará,
sem se prender à linearidade da historiografia, mas estimulando relações entre
um texto e outro e o contexto presente.
ENSINO MÉDIO
GÊNEROS DISCURSIVOS
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise
linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos
conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a
seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político
Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho
Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o
nível de complexidade adequado a cada uma das séries.
LEITURA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto ;
• Intencionalidade;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
176
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Discurso ideológico presente no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Contexto de produção da obra literária;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão,
negrito;
• Progressão referencial;
• Partículas conectivas do texto;
• Relação de causa e consequência entre partes e
elementos do texto;
ESCRITA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Referência textual;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Ideologia presente no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Progressão referencial;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do
texto;
SEMÂNTICA
177
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas,
travessão, negrito, etc.;
• Vícios de linguagem;
• Sintaxe de concordância;
• Sintaxe de regência.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Intencionalidade;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas ...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Elementos semânticos;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,
etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
METODOLOGIA
O ensino da língua terá como prática a visão de linguagem que tem como
objeto de preocupação a interação verbal, isto é, a ação entre sujeitos
178
historicamente situados que, via linguagem, apropriam-se e transmitem um tipo
de experiência historicamente acumulada.
Para a concretização desse ensino, torna-se necessário colocar os
alunos em contato direto com diferentes tipos de linguagem. Nesse sentido, o
ensino da língua estará centralizado no trabalho com o texto, entendido como
material verbal, produto de uma determinada visão de mundo, de uma intenção
e de um momento de produção.
Para desenvolver essa metodologia, o professor deverá trazer para a sala
de aula textos literários, informativos, publicitários, dissertativos, poéticos,
colocando-os em situação de confronto, para análise de sua forma estrutural e
do próprio conteúdo veiculado neles.
O trabalho com a língua estará pautado em três eixos : oralidade, leitura e
escrita, tendo como objetivo principal levar o aluno a apropriar-se da linguagem
oral e escrita.
Oralidade
A prática da oralidade no ensino Fundamental e Médio deve procurar
explorar situações formais de uso da fala, observando a fluência e a
adequação conforme interlocutores, assuntos ou intenções propostas,
segundo Faraco (1988). Nas DCE , propõe-se enfatizar a questão da
espontaneidade, através do emprego dos recursos extralingüísticos, e a
atenção, o saber ouvir, o respeito aos interlocutores, para que a comunicação
aconteça.
O professor poderá transformar a sala de aula num espaço de debate
permanente, no qual os alunos falem, ouçam os colegas e aprendam a
adequar o seu discurso ao discurso do outro. Atividades como jornal falado;
mini palestras; resenhas orais de livros lidos, filmes, programas de TV(assistir,
analisar, criar, utilizando filmadora); declamação de poemas; interpretação oral
de poemas e textos diversos; relatos de fatos vividos; entrevistas; seminários;
júris-simulados desenvolvendo a argumentação pessoal; representação teatral;
análise da linguagem em uso nos programas de televisão, nas novelas e
programas de auditório, nas letras das músicas.
179
No decorrer do processo ensino- aprendizagem, o professor poderá ter
como objetivo desenvolver lideranças, estimular o diálogo aberto e espontâneo,
adequar a fala a situações concretas nas quais os próprios alunos percebam a
quem estão e dirigindo, o que desejam transmitir e como devem falar, e que
possam utilizar sua voz para reivindicar, opinar, apoiar, discordar, relatar fatos,
enfim, participar ativamente da história de seu tempo.
Leitura
A sala de aula precisa ser um ambiente estimulador das mais variadas
situações do uso da leitura, permitindo que os alunos manifestem livremente a
compreensão e o questionamento que fazem parte dessa leitura que acelera o
seu nível de desenvolvimento lingüístico. É preciso oferecer aos alunos
inúmeras oportunidades de aprenderem a ler, lendo. Para aprender a ler é
preciso interagir com a diversidade de textos escritos e testemunhar a
utilização que os já leitores fazem deles, participando de verdadeiros atos de
leitura. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. E é
importante que o alunos percebam que os leitores lêem também por prazer.
A prática da leitura deve ser constante, e o papel do professor é ler,
sugerir a leitura, utilizar a leitura, aguçar a curiosidade, a necessidade e o
interesse por todo material escrito que faz parte do dia a dia em sala de aula,
porque ler ensina a ler e a escrever.
Sempre se ouviu a frase “quem lê viaja”, mas essa viagem precisa ser
incentivada, estimulada, para que seja prazerosa e, na sociedade atual,
urbano-industrial, seja, mais do que uma questão de gosto, uma necessidade
objetiva para a inserção social e a interação sócio-cultural.
Existe a necessidade de investir-se na garantia do acesso à cultura
escrita e ao conhecimento das práticas de leitura, porque ler é uma atividade
básica, essencial à visão realística do mundo.
No processo de leitura, não se pode deixar de lado as linguagens não-
verbais. Propiciar aos alunos a percepção das imagens que dizem algo através
de cores e formas, explorando fotos, pinturas, cartazes , propagandas,imagens
virtuais e digitais, figuras presentes no seu cotidiano, contemplando o
multiletramento mencionado na fundamentação teórica da DCE. É importante
180
formar o leitor dentro das naturezas das diferentes linguagens, mas que esse
leitor possa dialogar com textos diversificados, e não sobre os textos. Para
Yunes (1995) as atividades de leitura devem contemplar a memória (pensar), a
intersubjetividade (discursos), a interpretação , a fruição e a intertextualidade.
O livro, objeto de produto e cultura, constitui lugar de experiências de
leitura e aprendizagem de uma nova disposição, não só intelectual, mas
também de postura diante da realidade. Oferecer aos alunos a possibilidade de
entrarem em contato com livros de autores diferentes, para apreciação de
obras clássicas universais, literatura infanto- juvenil, literatura contemporânea:
contos, crônicas, poemas, romances, biografias, incorporando a leitura como
hábito diário, estimulada em sala de aula. Para tanto, dispor-se-á de uma
Biblioteca que seja equipada e atualizada, reconhecida sua importância na
escola. Propiciar-se-á momento semanal para leitura lazer, quando os alunos
terão acesso ao acervo da biblioteca escolar para empréstimo de livros de livre
escolha; acesso a revistas periódicas , a jornais; propondo-se a realização de
pesquisas nos livros , na Internet (percebendo o valor informativo dos livros);
realizando a hora do conto (o professor lê periodicamente um conto ou
romance, ou os alunos lêem para os colegas); fazendo resenhas orais de
livros lidos, resenhas escritas; apreciando fotos, obras de arte em pintura,
gravuras; realizando a leitura de poemas, trabalhando a entonação, a
expressão oral a partir do teor da mensagem; realizando a leitura dialogada de
peças teatrais; elaborando jornais murais contendo informações, curiosidades,
poemas e textos diversos para a leitura; realizando a leitura e apreciação de
trechos de textos, de letras de músicas, de notícias e/ou reportagens; lendo
oralmente os textos produzidos individualmente; interpretando imagens,
anúncios e propagandas veiculadas em revistas, folders e televisão, fotos,
placas de trânsito e outras, cartazes, outdoors. O professor terá à disposição
recursos diversos como uma biblioteca, os livros didáticos que poderão ser
explorados; máquinas fotográficas; o computador; o aparelho de DVD e filmes,
vídeo- clipes, o aparelho de televisão , para poder explorar com seus alunos a
incompletude dos discursos (segundo os DCE, há vazios que o leitor preenche
com sua visão acerca da imagem ou da mensagem através da interpretação
pessoal) a partir da sua leitura e do seu entendimento. Porque ler implica
compreender e extrapolar o entendimento.
181
Escrita
Diferente da fala, a escrita não é um processo espontâneo, mas um
processo de elaboração racional a partir de um objetivo.
Através de atividades que envolvam a leitura, os alunos aprendem a
escrever. Com atividades lúdicas, pode-se levar os alunos a discutirem,
analisarem e modificarem regras de jogos; criar regras para brincadeiras; ler
receitas e incrementá-las; ler o Regimento Escolar e modificá-lo, aprová-lo,
criar um regimento para a sala de aula; elaborar relatórios, resenhas de livros e
filmes; comentar fatos, filmes, notícias; resumir, sintetizar.
Todas as atividades deverão colocar os alunos em situação de
necessidade real de leitura e escrita, pois envolverão um registro, que poderá
ser feito através de desenho dos códigos variados, de recortes ou propriamente
da escrita.
Mais do que trabalhar sentenças, ortografia, pontuação, paragrafação, é
necessário trabalhar idéias, a amarração dessas idéias em sentenças e
parágrafos. Através da reestruturação de textos, com a mediação do professor,
os alunos poderão revisar seus próprios textos (rasurando, substituindo ou
desprezando, apropriando-se, progressivamente, das habilidades necessárias
à auto- correção).
O professor de Língua Portuguesa deverá colocar os alunos em contato
com textos de todos os tipos, escritos para fins diferentes e com intenções
diferentes, para que os alunos apropriem-se das estruturas textuais diferentes,
e possam relatar, descrever, narrar, dissertar, poetizar, argumentar, com
humor, ironia, sendo enfáticos, sucintos, diretos ou subjetivos. Utilizar a leitura
contrastiva de diversos tipos de texto sobre o mesmo assunto, levando os
alunos a reescreverem, reelaborarem, contradizerem, resumirem, modificarem
tempo verbal ou pessoa do discurso, concordando ou discordando ,
interrelacionando-se com os textos; utilizar textos em fotocópias, recortes de
jornais ou revistas, utilizar o retroprojetor para reestruturação de textos
produzidos pelos alunos, para análise lingüística (o professor poderá observar
a gramática normativa, a gramática descritiva e a gramática internalizada),
propiciando oportunidade de ampliar as idéias, reduzir o discurso, corrigir
182
erros, modificar a partir de suas próprias escolhas para melhorar sua escrita.
Com a prática de produção de texto, o professor poderá solicitar relatos;
poemas; bilhetes; cartas; cartazes; avisos; notícias; entrevistas; relatórios ;
criação de anúncios; pesquisas e resumos de textos inciclopédicos; e ainda
emails, pesquisando sites, buscando endereços eletrônicos. Nessa prática, a
leitura será incentivada também.
Levar-se-á em conta que os alunos podem errar e eles mesmos
perceberão seus erros a partir das comparações, deduções, das tentativas, das
interferências, e construírão assim o aprendizado.
AVALIAÇÃO
A avaliação permite, por um lado, detectar os avanços e as dificuldades
que o aluno apresentam em relação aos conteúdos com eles trabalhados; por
outro, explicita a adequação ou não da prática pedagógica do professor,
permitindo seu relacionamento. Por isso a avaliação tem um caráter
diagnóstico e processual.
No trabalho com a língua portuguesa o aluno será avaliado por meio dos
textos lidos, produzidos ou reestruturados, sejam eles orais ou escritos,
individuais ou coletivos. Para isso, as práticas da oralidade, leitura e escrita
estarão sendo avaliadas segundo critérios que permitam ao professor perceber
o que o aluno já domina com autonomia, o que necessita de ajuda para fazer,
como deve ser a mediação e como trabalhar os aspectos a serem apropriados
pelo aluno.
Importante para o professor é não perder de vista a função diagnóstica
da avaliação, ou seja, ela deve ser usada como subsídio para revisão do
processo ensino aprendizagem, como instrumento de diagnóstico do próprio
trabalho. Para tal, são diversos os tópicos a serem avaliados e, respeitando a
gradação do processo, o professor pode considerar:
- debates orais: exposição clara das idéias, fluência, participação organizada e
nas séries finais, bom nível argumentativo;
- capacidade de recontar o que foi lido ou ouvido;
183
- prática de leitura, quantidade de livros, proficiência do leitor, capacidade de
estabelecer relações com outros textos;
- capacidade se síntese;
- encadeamento de idéias;
- uso adequado de recursos coesivos;
- eliminação de redundâncias;
- domínio de concordância verbal ou nominal;
- domínio dos aspectos formais: paragrafação, pontuação, ortografia, letras
maiúsculas;
- capacidade de expandir idéias;
- capacidade de reestruturar parágrafos e textos;
- capacidade de substituir palavras e expressões ;
- capacidade de transformar diálogo direto e indireto e vice e versa;
- refletir sobre os elementos coesivos do texto e usa-los adequadamente;
- capacidade de perceber a flexibilidade da língua, ou seja, de reconhecer as
diversas possibilidades que a língua oferece de permitir que se diga a mesma
coisa de várias maneiras;
- capacidade de julgamento;
De acordo com a DCE da língua portuguesa
Com o uso da língua oral e escrita em práticas
sociais, os alunos são avaliados
continuamente em termos desse uso, pois
efetuam operações com a linguagem e
refletem sobre as diferentes possibilidades de
uso da língua, o que lhes permite o
aperfeiçoamento linguístico constante, o
letramento.
O trabalho com a língua oral e escrita supõe uma
formação inicial e continuada
que possibilite ao professor estabelecer as
devidas articulações entre teoria e
prática, na condição de sujeito que usa o estudo
e a reflexão como alicerces para
184
sua ação pedagógica e que, simultaneamente,
parte dessa ação para o sempre
necessário aprofundamento teórico.
A avaliação é uma atividade ampla e complexa. é importante que, ao
exerce-la, o professor tenha sempre em vista mais do que um instrumento de
dar nota: o domínio gradativo das atividades verbais por parte dos alunos.
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PARANÁ - DIRETRIZES CURRICULARES Língua Portuguesa.
GERALDI, João W. Concepções de Linguagem e ensino de Português.
In:GERALDI, João W.(org) O texto na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Ática,
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LEI n.10.639, de 09/01/2003.
PORTUGUÊS: Novas palavras: Literatura, gramática, redação/Emilio Amaral
(et al) – São Paulo: FTD 2000.
186
INGLÊS
ENSINO MÉDIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:
O ensino das línguas modernas teve um leve sopro de incremento com a
chegada da família real em 1808, e mais tarde, em 1837, ganhou real
importância quando se fundou o Colégio Pedro II, em cujo programa
constavam 7 anos de francês, 5 de inglês e 3 de alemão.
Em 1941, a reforma Capanema equiparou todas as modalidades de
ensino médio em nosso país. Nesse período, a língua espanhola foi valorizada
como disciplina curricular, em detrimento da língua alemã.
A LDB de 1961 descentralizou o ensino criando o Conselho Federal de
Educação e ficou a cargo dos conselhos estaduais as decisões sobre o ensino
de língua estrangeira. A partir dessa época, a tentativa de fazer parte de um
mundo globalizado, que tinha como modelo os EUA, fez com que a opção pelo
ensino de inglês fosse se tornando cada vez mais hegemônico.
O ensino centrado na habilitação profissional, a partir da LDB de 1971,
fez com que muitos deles suprimissem a língua estrangeira ou reduzissem seu
ensino para uma hora semanal. O grande interesse despertado pelos novos
métodos audio-linguais, fundamentados na linguística estrutural norte-
americana de Skiner, com finalidade estritamente instrumental, funcionam,
nesse contexto, como um incentivo a mais para justificar o ensino de inglês
como única opção.
Em 20 de dezembro de 1996 foi publicada a mais recente LDB (Lei nº
9394). Encontramos nessa Lei a citação da obrigatoriedade do ensino da
língua estrangeira no ensino fundamental: “na parte diversificada do currículo
será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos
uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade
187
escolar, dentro das possibilidades da instituição” Art. 26, §5º). Referindo-se ao
Ensino Médio, a lei determina que “será incluída uma língua estrangeira
moderna¹, como disciplina obrigatória escolhida pela comunidade escolar, e
uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição”.
(Art.36, Inciso III).
Numa visão estruturalista, a língua seria uma estrutura que intermediaria
nosso contato com o mundo, ou seja, seria através da estrutura da língua que
agiríamos no mundo e interagiríamos com ele; a língua estaria entre nós e a
realidade, sendo um elemento de ligação entre os dois mundos. Tal concepção
percebe a língua como exterior ao mundo e ao sujeito, e os significados como
produzidos exteriormente tanto ao mundo quanto ao sujeito: tal exterioridade
promove uma dissociação entre língua e significação, entre língua e
subjetividade, entre língua e construção de identidades.
No pós-estruturalismo, mais do que uma simples intermediária entre o
sujeito e o mundo, mais do que um meio transparente e neutro de dar nome
aos fenômenos que percebemos no mundo, a língua constitui o mundo do
sujeito. Ela se apresenta como espaço de construções discursivas, de
produção de sentidos que não pode estar dissociada dos contextos em que ela
adquire sua materialidade, das comunidades interpretativas que a constroem e
são construídas por ela. A língua deixa de lado suas supostas neutralidade e
transparência para adquirir uma carga ideológica intensa, e passa a ser vista
como um fenômeno carregado de significados culturalmente marcados. Em
outras palavras, a língua é aqui concebida como discurso, não como estrutura.
É na língua (e não através dela) que percebemos e entendemos a realidade, e
portanto nossa percepção do mundo está intimamente ligada às línguas que
conhecemos.
Ao ensinar uma LEM, não estamos simplesmente ensinando um código
lingüístico transparente e neutro, dissociado dos processos de construção de
identidades, dos contextos de atuação de nossos alunos. Estamos sim,
ensinando-os a perceber possibilidades de construção de significados, a
elaborar procedimentos interpretativos e a construir sentidos do e no mundo.
Por isso parece tão necessário estabelecermos certos princípios
educacionais como fundamentais no trabalho com as LEM: tomar esses
princípios como norteadores significa priorizar as questões educacionais sobre
188
as técnicas, instrumentais; significa manter como referência nosso papel de
educadores ao ensinar maneiras de produzir entendimentos da realidade, de
construir significados, de entender o mundo.
A participação ativa dos alunos no processo educacional apresenta uma
possibilidade de levá-los a perceber as relações entre o individual e o coletivo,
bem como de se perceberem enquanto agentes transformadores que
participam ativamente de suas sociedades locais e globais.
Ao utilizar uma LEM na interação com outras culturas, os alunos devem
reconhecer as implicações da diversidade cultural construída lingüisticamente
em diferentes línguas, culturas e modos de pensar, compreendendo que os
significados são social e historicamente construídos e passíveis de
transformação. Desse modo, os alunos precisam constatar e perceber a
diversidade cultural que nos permite aprender uns com os outros sem
deixarmos de ser nós mesmos, sem perdermos nossas identidades locais,
embora elas sejam produtivamente transformadas por tal contato.
Ao aprender uma LEM, o aluno aprende também procedimentos de
construção de significados, ampliando suas possibilidades de entendimento e
assim atuando sobre os sentidos possíveis e reconstruindo sua identidade
enquanto agente social, partilhando das responsabilidades sobre os processos
de construção de sentidos e sentindo-se capaz de transformar o mundo onde
vive.
As LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e de construir significados. Conhecer
e ser capaz de usar uma LEM em situações de comunicação permite aos
sujeitos perceberem-se como parte integrante da sociedade e como
participantes ativos do mundo em que vivem, bem como possibilita o
desenvolvimento de atitudes que os disponham a transformar procedimentos
interpretativos a fim de construir novos conhecimentos constantemente.
De acordo com as Diretrizes Curriculares a língua é concebida como um
sistema para expressão de significados num contexto interativo, embora o
aluno faça uso da mesma de forma limitada.
Meurer destaca a premente necessidade de desenvolver formas de
incentivar práticas pedagógicas que contestem “ou quebrem o círculo do senso
comum, daquilo que parece natural, não problemático”.
189
Diante dessa constatação foram estabelecidos alguns critérios para a
elaboração das atividades em Língua Estrangeira:
ter foco no significado.
dar oportunidades para os alunos participarem interativamente
das negociações em língua inglesa. Elas acontecem a nível
interpessoal, textual e intrapessoal.
incentivar o raciocínio lógico, de acordo com Morgan et al (1986,
p. 40), o indivíduo que raciocina é “a powerful experimenter and
problem solver” porque ele usa “the ability to think through a
number of possible strategies or experiments and to decide wich
one will yield the most information”.
Ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de
mundo e maneiras de construir sentidos, é formar subjetividades,
independentemente do grau de proficiência atingido. No ensino de Língua
Estrangeira, a língua, objeto de estudo desta disciplina, contempla as relações
com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade.
Para tanto, as mais diferenciadas atividades desenvolvidas, visam dar
condições para os alunos de:
desenvolverem o seu lado cognitivo, estimulando-os no raciocínio
lógico e na visão critica;
desenvolverem o seu lado social, propiciando interações
negociadas em inglês, dentro ou fora da sala de aula. Elas podem
ser interpessoais, através de trabalhos em grupos ou textuais
(aluno e texto);
ampliarem a sua visão de mundo, possibilitando diferenciar
aspectos culturais de outros países;
receberem insumo de língua inglesa com determinadas
características, tais como: familiar quanto ao assunto, com
códigos simples (palavras cognatas, simplificação sintática,
sentenças curtas), com figuras, mapas e diagramas.
participarem do processo ensino-aprendizagem como:
elaboradores do conhecimento (pesquisas feitas pelo aluno
dentro e fora da sala de aula);
190
pessoas/cidadãos em crescimento (os alunos estarão aprendendo
a pensar, a lidar com o conteúdo das atividades e não com a
estrutura da língua alvo);
corretores de erros (os alunos poderão avaliar o trabalho de seus
próprios colegas).
OBJETIVOS:
As aulas de Língua Estrangeira se configuram como espaços de interações
entre professores e alunos e pelas representações e visões de mundo que se
revelam no dia-a-dia. Objetiva-se que os alunos analisem as questões sociais-
políticas econômicas da nova ordem mundial, suas implicações e que
desenvolvam uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na
sociedade.
Embora a aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna também sirva
como meio para progressão no trabalho e estudos posteriores, este
componente curricular, obrigatório a partir dos anos finais do Ensino
Fundamental, deve também contribuir para formar alunos críticos e
transformadores através do estudo de textos que permitam explorar as práticas
da leitura, da escrita e da oralidade, além de incentivar a pesquisa e a reflexão.
Desta forma as aulas de língua estrangeira devem proporcionar aos
alunos:
- A vivência de valores ligados à cidadania, democratizando o acesso à
aprendizagem de Língua Inglesa para a comunicação/interação com grupos e
culturas diferentes.
- Perceber o papel da linguagem na sociedade: linguagem como possibilidade
de acesso à informação, de conhecer e expressar modos de entender o mundo
e como forma de construir significados no mundo.
- Compreender que os significados são social e historicamente construídos e
portanto, passíveis de transformação.
- Ampliar o universo do conhecimento do aluno, a fim de facilitar sua interação
no seu meio e com o mundo, e desta forma conhecer as identidades e a cultura
dos outros e preservar as suas.
191
- Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o
acesso a bens culturais da humanidade.
- Construir conhecimento sistêmico sobre organização textual e sobre quando
utilizar a linguagem nas situações de comunicação, tendo como base os
conhecimentos da língua materna.
- Ser capaz de usar a língua em situações de comunicação oral e escrita.
- Demonstrar compreensão geral de tipos de textos variados, apoiado em
elementos icônicos (gravuras, tabelas, fotografias, desenhos) e/ou palavras
cognatas.
- Selecionar informações específicas do texto.
- Demonstrar conhecimento da organização textual por meio de
reconhecimento de como a informação é apresentada no texto e dos
conectores articuladores do discurso e de sua função enquanto tais.
- Demonstrar consciência crítica em relação aos objetivos do texto, em relação
ao modo como escritores e leitores estão posicionados no mundo social.
- Demonstrar conhecimento dos padrões de natureza fonético-fonológica e de
interação social.
- Demonstrar adequação na produção no que diz respeito, particularmente, a
aspectos que afetam o significado de sintaxe, da morfologia, do léxico e da
fonologia.
- Demonstrar conhecimento dos padrões interacionais de tipos de textos orais e
escritos pertinentes a contextos específicos de uso da língua estrangeira.
- Demonstrar conhecimento de que escritores/falantes têm em mente leitores e
ouvintes posicionados de modo específico na sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- discurso como prática social
Os conteúdos estruturantes se constituem através da história, são
legitimados socialmente, por isso, são provisórios e processuais.
Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção, de
sentidos marcado por relações sociais, o conteúdo estruturante discurso
como prática social a tratará de forma dinâmica, por meio da leitura, da
oralidade e da escrita.
192
É preciso que os níveis de organização lingüística-fonético-fonológico,
léxico-semântico e de sintaxe sirvam ao uso da linguagem na compreensão e
na produção escrita, oral, verbal e não-verbal.
O trabalho em sala de aula deve partir de um texto de linguagem num
contexto em uso, sob a proposta de construção de significados por meio do
engajamento discursivo e não pela mera prática de estruturas lingüísticas.
É preciso levar em conta o princípio da continuidade, ou seja, a
manutenção de uma progressão entre as séries considerando as
especificidades da língua estrangeira ofertada, as condições de trabalho
existentes na escola, o projeto político-pedagógico, a articulação com as
demais disciplinas do currículo e o perfil dos alunos.
No ato da seleção de textos, propõe-se analisar os elementos
lingüístico-discursivos neles presentes, mas de forma que não sejam levados
em conta apenas objetivos de natureza lingüística, mas sobretudo fins
educativos, na medida que apresentem possibilidades de tratamento de
assuntos polêmicos, adequados à faixa etária e que contemplem os interesses
dos alunos.
A Lei 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional foi alterada através da Lei 10.639/03, com a inclusão da
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”. Na Língua
Estrangeira Moderna os conteúdos serão direcionados para trabalharar este
tema tão importante, através de textos que abordem essa temática.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS: LEITURA- ESCRITA- ORALIDADE
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA AVALIAÇÃO
LEITURA
Tema do texto
Interlocutor
Finalidade do texto
Aceitabilidade do texto
LEITURA
É importante que o professor:
Propicie práticas de leitura de textos
de diferentes gêneros;
Considere os conhecimentos prévios
LEITURA
Realização de leitura
compreensiva do
texto ;
Localização de informações
193
Informatividade
Situacionalidade
Intertextualidade
Temporalidade
Referência textual
Partículas conectivas do
texto
Discurso direto e indireto
Elementos composicionais
do
gênero;
Emprego do sentido
conotativo e
denotativo no texto;
Palavras e/ou expressões
que
detonam ironia e humor no
texto;
Polissemia
Marcas lingüísticas:
coesão,
coerência, função das
classes
gramaticais no texto,
pontuação,
recursos gráficos (como
aspas,
travessão, negrito), figuras
de
linguagem.
Léxico.
ESCRITA
Tema do texto
Interlocutor
Finalidade do texto
Aceitabilidade do texto
Informatividade
Situacionalidade
Intertextualidade
Temporalidade
Referência textual
Partículas conectivas do
dos alunos;
Formule questionamentos que
possibilitem
inferências sobre o texto;
Encaminhe discussões e reflexões
sobre:
Tema, intenções, intertextualidade,
Aceitabilidade,informatividade,
situacionalidade, temporalidade,
vozes sociais e ideologia ;
Proporcione análises para estabelecer
a
referência textual;
Conduza leituras para a compreensão
das
partículas conectivas;
Contextualize a produção:
suporte/fonte,
interlocutores, finalidade, época;
Utilize textos não-verbais diversos:
gráficos,
Fotos, imagens, mapas, e outros;
Relacione o tema com o contexto
atual;
Oportunize a socialização das idéias
dos
Alunos sobre o texto;
Instigue o entendimento/reflexão das
Diferenças decorridas do uso de
palavras e/ou
Expressões no sentido conotativo e
denotativo, bem como de
expressões que denotam ironia e
humor;
Estimule leituras que suscitem no
Reconhecimento do estilo, próprio de
diferentes gêneros;
ESCRITA
É importante que o professor:
Planeje a produção textual a partir: da
Delimitação tema, do interlocutor,
intenções,
Intertextualidade, aceitabilidade,
explícitas e
implícitas no texto;
Posicionamento
argumentativo;
Ampliação do horizonte de
expectativas;
Ampliação do léxico;
Percepção do ambiente no
qual circula
o gênero;
Identificação da idéia principal
do texto;
Análise das intenções do
autor;
Identificação do tema;
Dedução dos sentidos de
palavras e/ou
expressões a partir do contexto;
Compreensão das diferenças
decorridas
do uso de palavras e/ou
expressões no
sentido conotativo e denotativo;
Reconhecimento de palavras
e/ou
expressões que estabelecem a
referência textual;
ESCRITA
Expressão de idéias com
clareza;
Elaboração de textos
atendendo:
- às situações de produção
propostas
(gênero, interlocutor,
finalidade...);
- à continuidade temática;
Diferenciação do contexto de
uso da
linguagem formal e informal;
Uso de recursos textuais
194
texto
Discurso direto e indireto
Elementos
composicionais do
gênero
Emprego do sentido
conotativo e
denotativo no texto;
Palavras e/ou expressões
que
detonam ironia e humor no
texto;
Polissemia;
Marcas lingüísticas:
coesão,
coerência, função das
classes
gramaticais no texto,
pontuação,
recursos gráficos (como
aspas
travessão, negrito), figuras
de
linguagem
Acentuação gráfica
Ortografia
Concordância
verbal/nominal
ORALIDADE
Conteúdo temático
Finalidade
Aceitabilidade do texto
Informatividade
Papel do locutor e
interlocutor
Elementos
extralingüísticos:
entonação, expressões
facial,
corporal e gestual, pausas
...
Adequação do discurso
informatividade, situacionalidade,
temporalidade e ideologia ;
Proporcione o uso adequado de
palavras e
expresssões para estabelecer a
referência
textual;
Conduza a utilização adequada das
partículas conectivas;
Estimule a ampliação de leituras sobre
o tema e o gênero propostos;
Acompanhe a produção do texto;
Acompanhe e encaminhe a reescrita
textual:
revisão dos argumentos /das idéias, dos
elementos que compõe o gênero
Instigue o uso de palavras e/ou
expressões
No sentido conotativo e denotativo, bem
como
De expressões que denotam ironia e
humor;
Estimule produções em diferentes
gêneros;
Conduza a uma reflexão dos
elementos
discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
ORALIDADE
É importante que o professor:
Organize apresentações de textos
Produzidos pelos alunos levando em
Consideração a:aceitabilidade,
informatividade, situacionalidade
finalidade do texto;
Oriente sobre o contexto social de uso
do
Gênero oral selecionado;
Prepare apresentações que explorem
as
Marcas lingüísticas típicas da oralidade
em
Seu uso formal e informal;
como: coesão
e coerência, informatividade,
intertextualidade, etc;
Utilização adequada de
recursos
lingüísticos como: pontuação,
uso e
função do artigo, pronome,
substantivo,
etc.
Emprego de palavras e/ou
expressões
no sentido conotativo e
denotativo, bem
como de expressões que
indicam ironia
e humor, em conformidade com
o
gênero proposto;
Pertinência do uso dos
elementos
discursivos, textuais, estruturais
e
normativos.
Reconhecimento de palavras
e/ou
expressões que estabelecem a
referência textual;
ORALIDADE
Utilização do discurso de
acordo com a
situação de produção (formal/
informal);
Apresentação de idéias com
clareza;
Compreensão de argumentos
no
discurso do outro;
Exposição objetiva de
argumentos;
Organização da seqüência da
195
ao
gênero
Turnos de fala
Variações lingüísticas
Marcas lingüísticas:
coesão,
coerência, gírias, repetição,
semântica
Adequação da fala ao
contexto
(uso de conectivos, gírias,
repetições, etc).
Diferenças e
semelhanças entre
o discurso oral ou escrito.
Estimule contação de histórias de
diferentes
gêneros, utilizando-se dos recursos
extralingüísticos, como: entonação,
expressões facial, corporal e gestual,
pausas e outros;
Selecione discursos de outros para
análise
Dos recursos da oralidade, como: cenas
de
Desenhos, programas infanto-juvenis,
Entrevistas,reportagem entre outros.
fala;
Respeito aos turnos de fala;
Participação ativa em
diálogos, relatos,
discussões, quando necessário
em
língua materna, etc;
Utilização consciente de
expressões
faciais corporais e gestuais, de
pausas
e entonação nas exposições
orais, entre
outros elementos
extralingüísticos.
RELAÇÃO DE GENEROS DISCURSIVOS
ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO EXEMPLOS DE GÊNEROS
COTIDIANA
Adivinhas
Álbum de Família
Anedotas
Bilhetes
Cantigas de Roda
Carta Pessoal
Cartão
Cartão Postal
Causos
Comunicado
Convites
Curriculum Vitae
Diário
Exposição Oral
Fotos
Músicas
Parlendas
Piadas
Provérbios
Quadrinhas
Receitas
Relatos de Experiências
Vividas
Trava-Línguas
LITERÁRIA/ARTÍSTICA
Biografias
Contos
Contos de Fadas
Contos de Fadas
Contemporâneos
Crônicas de Ficção
Escultura
Letras de Músicas
Narrativas de Aventura
Narrativas de Enigma
Narrativas de Ficção Científica
Narrativas de Humor
Narrativas de Terror
Narrativas Fantásticas
196
Fábulas
Fábulas Contemporâneas
Haicai
Histórias em Quadrinhos
Lendas
Literatura de Cordel
Memórias
Narrativas Míticas
Paródias
Pinturas
Poemas
Romances
Tankas
Textos Dramáticos
CIENTÍFICA
Artigos
Conferência
Debate
Palestra
Pesquisas
Relato Histórico
Relatório
Resumo
Verbetes
ESCOLAR
Ata
Cartazes
Debate Regrado
Diálogo/Discussão
Argumentativa
Relato Histórico
Relatório
Relatos de Experiências
Científicas
Resenha
Exposição Oral
Júri Simulado
Mapas
Palestra
Pesquisas
Resumo
Seminário
Texto Argumentativo
Texto de Opinião
Verbetes de Enciclopédias
IMPRENSA
Agenda Cultural
Anúncio de Emprego
Artigo de Opinião
Caricatura
Carta ao Leitor
Carta do Leitor
Cartum
Charge
Classificados
Crônica Jornalística
Editorial
Entrevista (oral e escrita)
Fotos
Horóscopo
Infográfico
Manchete
Mapas
Mesa Redonda
Notícia
Reportagens
Resenha Crítica
Sinopses de Filmes
Tiras
PUBLICITÁRIA
Anúncio
Caricatura
Cartazes
Comercial para TV
Folder
Fotos
Músicas
Outdoor
Paródia
Placas
Publicidade Comercial
Publicidade Institucional
Publicidade Oficial
197
Slogan Texto Político
POLÍTICA
Abaixo-Assinado
Assembléia
Carta de Emprego
Carta de Reclamação
Carta de Solicitação
Debate
Debate Regrado
Discurso Político “de
Palanque”
Fórum
Manifesto
Mesa Redonda
Panfleto
JURÍDICA
Boletim de Ocorrência
Constituição Brasileira
Contrato
Declaração de Direitos
Depoimentos
Discurso de Acusação
Discurso de Defesa
Estatutos
Leis
Ofício
Procuração
Regimentos
Regulamentos
Requerimentos
PRODUÇÃO E CONSUMO
Bulas Regras de jogo
Manual Técnico
Placas
Rótulos/Embalagens
MIDIÁTICA
Blog
Chat
Desenho Animado
Entrevista
Filmes
Fotoblog
Home Page
Reality Show
Talk Show
Telejornal
Telenovelas
Torpedos
Vídeo Clip
Vídeo Conferência
METODOLOGIA:
O trabalho com a língua estrangeira em sala de aula parte do
entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros
instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são
possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o
mundo e de construir significados.
O ensino-aprendizagem de uma LEM deve ser algo significativo para o
aluno, que realmente garanta a sua interação, ou seja, a sua compreensão e
expressão na língua meta. Isso se dará através da apresentação ao aluno de
uma variedade de textos orais, escritos, visuais, ou seja, o discurso nos seus
198
mais variados gêneros, que o estimulem a entrar no universo da LEM e a
interagir com ele.
Portanto, o discurso – entendido como unidade significativa da língua –
sob os seus vários gêneros, constituirá o eixo central do ensino de LEM.
Apresentar ao aluno apenas o discurso que tenta explicitar o
funcionamento da língua e as regras formais de gramática é muito pouco. É
preciso trabalhar a língua enquanto discurso – entendido como prática social
significativa – (oral e/ou escrito) pois, como afirma Voloshinov:”...o essencial na
tarefa de decodificação não consiste em reconhecer a forma utilizada, mas
compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação
numa enunciação particular.”
O que vai possibilitar uma abordagem do discurso em sua totalidade e
garantir a compreensão e expressão do aluno na LEM são as seguintes
práticas:
- Leitura;
- Escrita;
- Fala;
- Compreensão auditiva.
Leitura: ler em LEM pressupõe a familiarização do aluno com os
diferentes tipos textuais – literatura, publicidade, jornalismo, etc. A leitura se
refere também aos textos não-verbais, estejam eles combinados ou não com o
texto verbal.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA:
O leitor competente não lê de forma linear, mas sim em busca de
significado global daquilo que lê. Assim, de certo modo ele cria o significado
com base no seu conhecimento da língua e do mundo. Ao ler um texto, o leitor
pode conhecer todas as palavras e compreender todas as estruturas nele
contidas, sem, contudo, chegar a perceber o sentido integral do que lê. De
modo inverso, pode ser capaz de apreender o significado do texto como um
todo sem, necessariamente, dominar todas as suas palavras e estruturas,
utilizando-se para tanto de certas “estratégias”.
199
Uma das primeiras tarefas do professor é fazer que o aluno se aproxime
do texto em língua estrangeira da mesma forma como faria com um texto em
língua materna. A predição (prediction) é o primeiro componente desse
processo de percepção. A partir de seu conhecimento do mundo e de suas
restrições lingüísticas, o leitor é convidado a formar expectativas sobre o
material ainda não lido. O objetivo da predição é preparar mentalmente o aluno
para leitura, estimulando-o a pensar sobre o provável assunto do texto antes do
início da leitura. Depois desta, ele compara o conteúdo do material com a idéia
que havia formado antecipadamente sobre ele.
Escrita: com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser
significativa, o aluno deve perceber que, entre outras coisas, há a necessidade
de adequação ao gênero, planejamento, articulação das partes, seleção da
variedade lingüística adequada (formal/informal), etc.
A produção de textos na aula de Língua Estrangeira Moderna também
precisa ser concebida como um processo dialógico ininterrupto, no qual
escreve-se sempre para alguém de quem se constrói uma representação.
Conforme Bakhtin “um discurso nasce de outros discursos e se produz para um
outro sujeito, sendo que esse outro é construído imaginariamente pelo sujeito-
autor” (apud MUSSALIN, 2004, p. 250).
O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE COMPREENSÃO DA
LINGUAGEM ORAL
O desenvolvimento das habilidades de compreensão oral da linguagem
é um processo longo e contínuo. Trata-se de uma habilidade que precisa ser
realmente ensinada, pois não acontece automaticamente. Uma das tarefas
mais importantes do professor é a de oferecer uma variedade de atividades de
compreensão da linguagem oral que sejam significativas (incluindo gravuras,
ilustrações, recortes) e que se prolonguem por todo o curso. Os alunos devem
ter motivos para ouvir, ou seja, o professor deve propor tarefas que sejam um
desafio para eles, afastando-os da mera audição passiva.
200
O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE PRODUÇÃO
ESCRITA
Com relação à produção escrita, o objetivo inicial deve ser capacitar o
aluno a fazer anotações simples e produzir mensagens curtas. O conhecimento
da língua precisa ser suficiente para que essas produções sejam espontâneas
e significativas, podendo transformar-se numa atividade de consolidação de
outras habilidades. Esse processo de integração envolve uma articulação de
todas as habilidades entre si, de modo que aquilo que foi aprendido e praticado
pelo exercício de uma delas seja reforçado ou mesmo ampliado por atividades
ligadas a duas ou mais das restantes.
O importante mesmo é que haja sempre um motivo para a língua estar
sendo usada em suas diversas modalidades comunicativas: compreensão da
linguagem oral, produção oral, leitura ou produção escrita, de acordo com cada
situação. Com exercícios contextualizados os alunos acabam ouvindo, falando,
lendo e escrevendo. Dessa forma, eles melhoram não só sua motivação para
executar determinadas tarefas como também aumentam sua própria
compreensão das funções comunicativas relacionadas a cada habilidade (cf.
Johnson e Morrow, 1981).
Fala e compreensão auditiva:
levar a desenvolver no aluno a sua capacidade de expressar-se oralmente e
compreender enunciados orais. Além disso, é preciso que o aluno perceba que,
mesmo oralmente, há uma diversidade de gêneros, que existe a necessidade
de adequação da variedade lingüística para as diferentes situações, tal como
ocorre na escrita e em língua materna.
Os conteúdos abordados ao longo do Ensino Fundamental e Médio
estão organizados em: conhecimentos de mundo, conhecimento sistêmico,
tipos de textos e atitudes.
O conhecimento de mundo torna-se essencial na aprendizagem da
Língua Inglesa na medida em que fornece ao professor dados sobre a vivência
e a realidade do aluno: sua vida na escola, em família e em sociedade e ainda
a própria visão do mesmo com relação à cultura de outros povos. Com relação
às atitudes, o papel do educando é o de refletir o próprio aprender,
201
demonstrando capacidade crítica para compreender e ser compreendido tanto
oralmente como por escrito; valorizar e reconhecer a importância de outras
culturas e ainda interessar-se por apreciar produções orais e escritas da língua
objeto.
Os itens relativos ao conhecimento sistêmico serão formalmente
ensinados ao aluno e será tarefa do professor administrar a inclusão dos
tópicos a serem aprendidos e tarefa do aluno conhecer os mesmos e saber
como usá-los corretamente. Os textos deverão ser cuidadosamente
selecionados, de acordo com a faixa etária, a série, com o interesse do aluno,
levando em conta o seu conhecimento de mundo e ainda especificamente os
tipos de textos aos quais ele está familiarizado (narrativa, diálogos, histórias em
quadrinhos e outros).
Ao professor da 5ª série do Ensino Fundamental caberá a
responsabilidade maior no que diz respeito a despertar e cultivar no aluno a
motivação, o interesse, a importância de se aprender uma língua estrangeira.
As atividades devem ser voltadas para o lúdico: jogos, brincadeiras,
dramatizações, bingos, adivinhações, tudo direcionado a motivar o aluno a
cultivar seu interesse para o aprendizado da Língua Inglesa, adequando os
conteúdos à sua faixa etária.
Nas demais séries do Ensino Fundamental e Médio, se recomenda que
o professor dê continuidade às atividades propostas, aprimorando e
aprofundando gradativamente os conhecimentos de forma sistematizada, com
a finalidade de formar um aluno mais crítico, dinâmico e criativo, conforme
Coracini (2003, pg. 280) “a criticidade nada tem a ver com o tipo de texto, mas
com a atitude problematizadora daquele que lê e que se envolve”. Para
alcançar tais metas, o professor poderá utilizar recursos que possam
enriquecer e diversificar a sala de aula, tais como:
- utilização de recursos tecnológicos: videocassete, televisão, DVD,
computador, aparelho de som, fitas cassetes, CDs, etc.
- uso de filmes, revistas, documentários, entrevistas, livros didáticos e
paradidáticos, gibis, jornais, letras de música, poemas, internet, mapas,
dicionários, etc.
202
No Ensino Médio dar-se-á ênfase às práticas reais de uso da língua
estrangeira (fala/escuta- leitura/escritura) e ao trabalho de reflexão sobre elas
(análise lingüística).
Nas práticas de fala/escuta, trabalhar com:
- discussões orais sobre os textos lidos e produzidos.
- escuta ativa de textos e participação em diálogos, entrevistas, debates, etc.
- atividades de interação em que cada aluno possa falar de si mesmo,
perguntar as preferências do outro, responder questionamentos de outros,
solicitar e fornecer informações.
Nas práticas de leitura/escritura, trabalhar com:
- leitura de diferentes textos (artigos de jornal, embalagens, propagandas,
manuais de instrução, canções, receitas, documentários, informações
turísticas, lendas, etc) para:
- reconhecer as informações de cada um deles.
- conhecer os costumes, as peculiaridades locais, o modo de agir, de pensar e
de se relacionar de cada povo.
- Estabelecer um paralelo entre a cultura do outro e a própria cultura.
- Elaboração de sínteses ou resumos dos textos lidos.
- Produção de textos, observando a unidade significativa, concordância,
ortografia, etc.
Nas práticas de análise lingüística, trabalhar com:
- análise da natureza e da estrutura de elementos coesivos dos textos lidos e
produzidos.
- Seleção de aspectos da língua, a partir de uma situação de leitura, de
compreensão ou de produção de texto, para serem trabalhados mais
detalhadamente.
- Reestrutura dos textos produzidos, adequando-os à situação, ao gênero, ao
interlocutor e às convenções da língua estrangeira.
AVALIAÇÃO:
203
A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está
articulada aos fundamentos teóricos explicitados nestas diretrizes e na LDB
9394/96.
Faz-se necessária uma avaliação que busque a ação reflexiva, com
análise crítica sobre os aspectos metodológicos e sobre os conteúdos
estruturantes, para que o professor possa repensar sua prática pedagógica e
ter clareza se os conteúdos trabalhados são realmente significativos ou não ao
educando, e qual é o conhecimento que o mesmo alcança dentro do processo.
Através dessa reflexão é possível ao professor reverter os “erros de
percurso”, redirecionar seu encaminhamento metodológico, como também
oportunizar ao aluno ser protagonista das ações desenvolvidas.
Diante dos quatro eixos da prática pedagógica do professor: leitura,
escrita, fala e compreensão auditiva, o aluno será capaz de:
- expressar-se de forma crítica oralmente e/ou por escrito;
- relacionar as intenções do escritor diante do fato exposto;
- compreender enunciados orais e/ou escritos;
- adequar as variedades lingüísticas ao produzir um texto;
- empregar algumas normas gramaticais na oralidade e/ou escrita;
- apresentar textos coesos e significativos coerentes ao nível em que se
encontra;
- interagir com os demais falando de si mesmo, perguntando sobre
preferências do outro, respondendo questionamentos, solicitando e fornecendo
informações.
Ao aplicar os instrumentos de avaliação o professor precisa ter clareza
sobre a intencionalidade e aplicabilidade dos mesmos, como também expô-los
de maneira clara e objetiva aos alunos, para que esses tenham condições de
demonstrar o conhecimento adquirido.
Conforme analisa Luckesi (2005, p. 166)
A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu verdadeiro
significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem-
sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de que a avaliação
deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide sobre os
destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o crescimento.
204
Enfim, a avaliação deve ser analisada como um processo, ser contínua
e relevante, priorizando aspectos qualitativos sobre a apropriação e construção
dos conhecimentos dos educandos.
Tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Médio, a avaliação de
determinado dado de produção em língua estrangeira considera o erro como
efeito da própria prática, ou seja, vê-o como resultado do processo de
aquisição de uma nova língua. Portanto, na avaliação, o erro deve ser visto
como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave
no processo, que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo
tempo para diferentes pessoas.
É importante considerar também avaliações de outras naturezas:
diagnóstica e formativa, desde que se articulem com os objetivos específicos e
conteúdos definidos, a partir das concepções e encaminhamentos
metodológicos das Diretrizes, de modo que sejam respeitadas as diferenças
individuais escolares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo:Hucitec, 1988.
Estética da criação verbal. Cidade, 1992.
CORACINI, M. J. R. F. Leitura: decodificação, processo discursivo na sala
de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995.
LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA- ESPANHOL E INGLÊS/ VÁRIOS
AUTORES
Curitiba: SEED-PR, 2006- P.256
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para o
Ensino Fundamental e Médio. Secretaria de Estado de Educação.
Superintendência de Educação. Versão Preliminar, 2006
205
PARANÁ. Currículo Básico da Escola Pública do Paraná. Secretaria de
Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino
de 1º Grau. Curitiba, 1990.
PEREIRA, C.F. As várias faces do livro didático de língua estrangeira: In
sarmento, S.; Muller, V. (orgs). O ensino do inglês como língua estrangeira:
estudos e reflexões.
Porto Alegre : APIRS, 2004
SACRISTÁN, J. Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad.
Ernani F. da Rosa. 3ª edição. Porto Alegre: Art Med, 2000.
FILOSOFIA
Apresentação geral da disciplina
Vivemos na era da globalização da economia e das comunicações.
Vivemos hoje uma explosão de diferencias ética, sexuais, culturais, etc. que
colocam a questão do resgate da identidade do ser humano. A identidade é a
resposta que damos a pergunta, que tipo de homem queremos formar.
JUSTIFICATIVA
Rever essa perspectiva de ensinar uma Filosofia estritamente
conteudísta, para uma ensino filosófico notadamente crítico e
metodologicamente articulado é um desafio, já que por uma aprendizagem
filosófica temos a possibilidade de desenvolver nos alunos suas capacidades
cognitivas e intelectuais. Como? Por meio de uma vivência social, cultural e
política, que nada mais é do que contribuir para o exercício crítico, criativo e
criterioso de uma consciência cidadã.
Para buscar um ensino de Filosofia que ocupe seu espaço e que seja
condizente com o momento histórico é fundamental que o ensino filosófico
206
parta de seu próprio existir e de sua contribuição histórica. Não podemos
pensar um Programa que contemple toda a história da Filosofia, bem como fica
difícil visualizar um ensino filosófico somente com temáticas soltas, sem um
eixo, um fio condutor. Junto a isto, é fundamental também considerar a
pluralidade que faz parte da própria essência da Filosofia e é expressa nas
diversas correntes e linhas filosóficas.
Partindo do conjunto de conceitos e concepções que os indivíduos
apresentam, junto aos conteúdos filosóficos, buscando uma nova visão, via
investigação e discussão. Assim, conseguir-se-iam subsídios para uma análise
teórica e compreensão do cotidiano do aluno.
Um ensino filosófico de qualidade não se limita à interdisciplinaridade
dos conteúdos ou da interação com a realidade, a experiência dos alunos, ou
mesmo da definição da linha epistemológica do professor, ou ainda da
estrutura curricular voltada para a história da Filosofia ou temas atuais. É
preciso levar em conta os procedimentos metodológicos adequados, os
instrumentos e a visão de avaliação, condizentes com as aprendizagens
filosóficas dos jovens.
Um ensino filosófico, com os adolescentes e jovens, no ensino médio,
deve contribuir para a formação de uma consciência crítica, abrir o
entendimento para as formas atuais de dominação e opressão que estão
presentes em todas as relações sociais da vida diária, manifestas sob
ideologias, convenções e alienações. Deve-se aprender a pensar, pela
Filosofia, que se traduz numa crítica constante à cultura dominante. Para nós, a
premissa fundante reside em reconhecer que todos os homens são filósofos,
enquanto pensam e agem racionalmente, como dizia Gramsci, sendo papel
peculiar da escola a formação para o aprimoramento constante desta
racionalidade.
Portanto, abrir espaços para uma educação filosófica com jovens é,
acima de tudo, a busca de um novo posicionamento diante da realidade social,
ou seja, sair do senso comum e ir para a consciência crítica. Isso não está
somente a cargo do ensino da Filosofia, não será ela somente que despertará
o aluno para as mudanças de atitude perante o mundo, que fará agir como
responsável por ser o sujeito de sua história. Porém, é da sua essência e do
207
seu fazer alcançar tais finalidades, quando é ensinada e vivenciada na vida
escolar, com as demais disciplinas.
Falar do ensino da Filosofia, da sua importância, da luta pela autonomia,
é pensar em mudança cultural, em mudança de visão de mundo, de
paradigmas. O ensino da Filosofia requer que estejamos abertos ao novo, à
experiência vivida pelas pessoas, sempre tendo presente uma tradição de
pensamentos filosóficos. Afinal, "os filósofos convivem conosco". Assim,
havendo uma mudança de mentalidade, de forma de pensar, via educação,
teremos uma mudança política. O caminho da mudança pela educação, que
precisa ser filosófica, passa pelo esclarecimento e consolida-se pela relação
íntima entre saber, poder, cultura e transformação, isto é, pela emancipação do
indivíduo.
Por essa forma de entender o espaço do ensino filosófico no currículo
escolar, pode-se justificar por que a inclusão da Filosofia sempre foi alvo de
muitas discussões, incertezas, medos, indeterminações e desculpas. a volta da
Filosofia ao ensino médio foi uma grande luta.
Buscar um ensino filosófico, condizente com a idade, dentro das
experiências, aberto à dúvida, à angústia, ao novo, é querer uma Filosofia viva,
que capacite para a reflexão e para as mais diversas leituras e
posicionamentos tomados diante dos fatos, tudo isso desperta para uma
instrumentalização da crítica e da ampliação da visão do mundo.
FUNDAMENTAÇÃO
A Filosofia, em toda a sua história, tem-se mostrado uma atividade
humana que, em sua essência, é educativa. Sócrates com sua maiêutica é o
filósofo-educador. Platão com sua metáfora do mito da caverna sai das
sombras (opinião) e vai à luz da razão, depois volta e convence os seus. Essa
visão platônica do filósofo pode ser um modelo do filósofo-educador.
Por sermos, em essência, reflexivos, a atividade filosófica é da nossa
condição humana. O ensino da Filosofia é condição básica, é um fazer
pedagógico constante para a formação de homens situados na história e na
208
sociedade, pela participação social (grupo comunitário) e pelo desenvolvimento
cultural (criatividade), lutando para que o trabalho não seja degradante, a
comunidade não seja opressiva e a criatividade não seja alienação e
massificação. Podemos efetivar essa luta por meio da Educação, entendendo
essa ação como uma prática de intervenção social que precisa fazer as
ligações concretas da nossa vida e auxiliar na instauração de forças
construtivas e emancipatórias que levam em conta a historicidade e a
solidariedade do processo que instaura a humanidade no tempo. Por isso,
formar via um ensino reflexivo as novas gerações é inseri-las no mundo do
trabalho, no mundo da cultura, no mundo da participação social, não de forma
ingênua, mecânica, dogmática, mas por meio do conhecimento, do pensar por
si, a partir de uma visão crítica, criativa e criteriosa.
Estamos diante de uma exigência que leva as pessoas a passar por um
processo de inserção no mundo da cultura. É preciso que haja um processo de
produção do objeto conhecido, de construção do conhecimento, e isso se
consegue por uma abordagem filosófica, por posturas filosóficas. Não importa
em que momento a pessoa esteja no processo escolar, faz-se necessária que
o adolescente ou jovem comecem e continuem a dar conta do significado da
sua existência histórica e de sua presença no mundo.
É pelo conhecimento, pela reflexão, que o homem pode sonhar e
arrumar os caminhos de sua libertação e, dessa forma, intervir nas mediações
históricas e reais, a fim de conseguir o respeito e a dignidade. Por isso, mais do
que qualquer outra necessidade, esse conhecimento tem de ser competente,
criativo, crítico, um conhecimento alinhavado dentro de uma reflexão filosófica.
Um indivíduo que usa o conhecimento para emancipar-se poderá ter
uma visão epistêmica e ética da realidade, ela estará ligada à esfera do
indivíduo coletivo, histórico e social. Por isso, uma "pedagogia filosófica" é uma
pedagogia política. Sendo assim, a Filosofia busca formar o indivíduo para a
coletividade humana.
O ensino da Filosofia no Brasil, desde o período colonial até os dias
atuais, tem como pano de fundo as questões: "o que", "como", "para quem",
"por que" e "para que" ensinar os alunos a pensar. Na história da educação,
vemos sua efetivação para doutrinar tanto religiosa como politicamente, para
servir como status das elites econômicas e políticas dominantes. Conhecer os
209
caminhos históricos do ensino da Filosofia na educação brasileira é vislumbrar
uma análise de ampliação e compreensão do seu espaço na escola
contemporânea.
OBJETIVOS
Desencadear junto aos profissionais da área uma reflexão pertinente
que os leve a uma práxis emancipadora junto aos seus alunos na escola em
que atuam, ocasionando dessa forma que as aulas de Filosofia sejam
momentos privilegiados de reflexões, criações e transformação na maneira de
pensar, ver e agir na realidade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES e Conteúdos Específicos.
MITO FILOSOFIA:
O que é mito / Mitologia grega / Passagem do mito á filosofia/
Surgimento da filosofia / O que é filosofia / Ironia e Maiêutica / Características
do conhecimento filosófico e mitos contemporâneos.
TEORIA DO CONHECIMENTO:
O problema do conhecimento; fundamentos do conhecimento, filosofia e
método / Racionalismo / Empirismo / Ceticismo / Criticismo / Materialismo /
Positivismo / Crise da razão.
ÉTICA:
Ética e moral / Concepções éticas / O que é liberdade / Liberdade /
Autonomia / Determinismo / Sociabilidade e reconhecimento / Autoridade e
autoritarismo / responsabilidade e liberdade, Diversidade e Sociedade.
210
FILOSOFIA POLÍTICA:
Origens da política; A essência da política;Política e poder, política e
violência; Política e liberdade; sociabilidade; Formas de governo; liberdade e
política; A função do político na contemporaneidade.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA senso comum e ciência; concepções de ciência;
progresso da ciência; positivismo cientifico; política e ciência; ética e ciência;
Bioética; saber cientifico e saber filosófico; o método cientifico; Ciência
empírica e experimental.
ESTÉTICA: pensar na beleza; arte; concepções de arte; arte como
conhecimento; necessidade da arte; arte e política; critica do gosto; Arte e
movimento, cinema, teatro e dança; Perspectivas contemporâneas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Oportunizar que os professores tenham acesso e relembrem conteúdos e
fundamentação pertinentes a prática de sala de aula;
Entre os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar:
Filósofos: Aristóteles, Descartes, Hengel, Hume, Platão, Rossell, Marx,
Maquiavel, Gramsci, Foucault, Kant, Adorno
RECURSOS METODOLOGICOS
Os recursos metodológicos são muitos, como destaca a DCE devem pautar
pelo uso de:
a) Textos ou fragmentos no próprio livro didático.
b) Pesquisas (laboratório de informática)
211
c) Filósofos – filosofia sem filósofo é qualquer coisa menos este
conhecimento. É necessário fundamentar, dada a idéia de que devemos
despertar o gosto pela filosofia e não a formação de filósofos.
d) Livro didático (leitura e debates)
e) Filmes – Explorar o assunto ainda em aula (pesquisar)
f) Músicas, imagens (diversas e incluindo obras de arte).
g) Teatro, uso de literatura, poemas e contos (reflexão)
As Referências para o embasamento teórico do professor está no decorrer dos
capítulos do livro didático e no site presente no portal dia-a-dia-educação.
pr.gov.br
Avaliação
A Filosofia como prática, e como construção de conceitos encontra seu sentido
na experiência de pensamento filosófico.
Entendemos esse acontecimento inusitado que o educador pode
Proporcionar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.
A avaliação deve ser diagnóstica; isto é, não tem finalidade em si mesma, mas
tem a função de encaminhar e redirecionar o ensino-aprendizagem, pela
qualidade que é construído o conhecimento de forma coletiva através de
leituras, debates, pesquisas ,analises de filmes e textos fundamentados.
O ensino de Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio, conforme salienta
Langón (2003, p.94):
Ora, parece-me que a atividade filosófica
do mestre consiste em gerar ou dar
poder ao outro: isto quer dizer também
fazê-lo responsável. Nisto
212
reside à fecundidade, a atividade de
“produzir” a capacidade de pensar, dizer
e agir de outro, que implica a realização
de pensamentos, palavras, ações
diferentes das do mestre, que lhe
escapam ao querer e ao “controle” [...]
Querer que o outro pense, diga e faça o
que queira, isto não é um querer fácil.
Ao avaliar, o professor deve respeitar as posições do Aluno, mesmo que não
concorde com elas, sendo que a questão é a capacidade de argumentar e de
identificar os limites dessas posições.
Deve ser considerada a capacidade de construir as idéias e tomar posições,
analisando os princípios e interesses dos temas em discussão.
Torna-se- relevante avaliar a capacidade do aluno do Ensino Médio trabalhar e
criar conceitos, sob os seguintes pressupostos
qual conceito trabalhou e criou/recriou;
qual discurso tinha antes;
qual discurso tem após o estudo da Filosofia.
A avaliação de Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta de dados
que o estudante pensava antes e o que pensa após o estudo, debates e
pesquisas. Com isso, torna-se possível entender avaliação como um processo
e não como um momento separado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GALLO, S. ; KOHAN, W. O. (orgs.) Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis:
Vozes, 2000.
GRAMSCI, A. Escritos Políticos. Vol. I. Lisboa: Seara Nova, 1976.
CHAUI, M. O retorno do teológico político. In. Retorno ao Republicanismo.
Sérgio Cardoso (org.). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
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ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2001.
ADORNO, T. e HORKEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
LIPMAN, M. Filosofia na Sala de Aula. São Paulo: Nova Alexandria, 1997.
______. Filosofia. In. KUENZER, A. São Paulo: Cortez, 2000.
______. Teoria Tradicional e Crítica. Filosofia e Teoria Crítica. São Paulo:
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LEBRUN, G. Por que Filosofia? In. Estudos CEBRAP, nº 15, Jan./ Mar, 1976.
MARCUSE, HERBERT. Cultura e Sociedade. Trad. Wolfgang Leo Maar et al.
Vol. I. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
SARTRE, Jean Paul. O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica.
7ª ed. Trad. Paulo Perdigão. Petrópolis: Vozes, 1999.
PARANÁ, SECRETARIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO – DIRETRIZES
CURRICULARES ESTADUAIS, 2007.
214
SOCIOLOGIA
Ensino Médio
Apresentação geral da disciplina
A sociologia estuda os fenômenos sociais no espaço e no tempo,
contemplando as relações sociais construídas historicamente, surgindo como
ciência para compreender estes fenômenos, proporcionando ao aluno
conhecimento teórico científico, baseado nos quatro teóricos fundadores da
ciência da sociologia: Comte, Durheim, na teoria positivista, Karl Marx no
materialismo dialético e Max Weber na sociologia compreensiva. A Sociologia
deve trabalhar com conceitos definidos por estes autores, que servem de
instrumento ou suporte para o aluno compreender a sua realidade concreta.
Este suporte conceitual permitirá reflexões sustentadas teoricamente,
possibilitando ao aluno desvelar as complexidades da sociedade, do modo de
produção capitalista, oportunizando sua interferência e transformação da
realidade.
A Sociologia busca uma compreensão do sujeito integral, ou seja,
entender o que é o sujeito social, inserido numa sociedade composta por vários
tecidos sociais.
A compreensão teórica permitirá uma leitura da realidade de forma
científica, construindo uma nova visão da estrutura social. O aluno se
compreenderá no centro desse movimento, dessa dinamicidade social como
sujeito do processo, com uma perspectiva de intervenção.
A Sociologia crítica tem como fundamentação os pressupostos do
materialismo histórico, que leva o ensino da sociologia ao desenvolvimento dos
atributos cognitivos, propiciando o desenvolvimento unilateral do aluno.
O ensino se sociologia deve pautar-se na busca de uma organização de
conteúdos que contemple o trabalho como princípio norteador, visto ser ele o
elemento organizador da vida social que permite ao ser humano desenvolver
uma ação-reflexão sobre a natureza, a fim de transforma-la seguindo suas
necessidades. A humanidade constrói a sua realidade social a partir de um
215
longo processo histórico, conflituoso, onde grupos humanos se antagonizam e
se complementam.
O ensino de sociologia deve possibilitar o resgate de saberes já
construídos pelos alunos, de modo que esse conhecimento subsidie a tessitura
de outros, que possam desvelar a trama das relações sociais onde os sujeitos
se inserem.
Com o Ensino da Sociologia buscam-se “caminhos” como forma de
construir uma sociedade mais justa e adequada para indivíduos que pratiquem
a cidadania com uma visão crítica, responsável, contribuindo para uma
renovação da qualidade da sociedade na qual está inserido.
Através de temas relevantes da sociedade atual pretende-se a reflexão,
a conscientização e a participação mais ativa dos educandos no processo
educacional. Para tanto, serão enfatizadas tradições teóricas baseadas em
pensadores que são fundadores da sociologia contemporânea, e a partir das
grandes obras abordar e discutir as condições histórico-sociais.
Desta forma a Sociologia além de definir alguns conceitos sociais,
também contribuirá para a construção de um sujeito histórico, consciente,
produtivo, ético, determinando o verdadeiro “cidadão”.
OBJETIVOS
- Construir o conhecimento, partindo da prática social do aluno, do cotidiano da
comunidade na qual está inserido.
- Discutir dentro do universo científico da Sociologia, destacando as principais
tradições teóricas.
- Analisar as relações da produção na qual a sociedade está envolvida de
forma crítica e esclarecida.
- Apropriar-se de uma visão global dos acontecimentos do mundo, percebendo
o indivíduo como “peça” principal na ordem desses acontecimentos.
- Abordada criticamente a trajetória histórica da sociedade em geral.
- A partir da teoria de Durkheim, Augusto Conte, Max Weber e Karl Marx,
discutir a possibilidade de conhecimento social, objetivamente construído.
- Despertar o interesse e a curiosidade pela analise objetiva da sociedade.
216
- Propiciar ao aluno uma formação humana voltada para a ciência, trabalho e
cultura.
- Entender o que é o sujeito e como ele interage em seu contexto social,
político, econômico e cultural, compreendendo suas possibilidades de
intervenção na realidade.
CONTEÚDOS
- Estudo da Sociologia Humana.
- Surgimento e Conceito da Sociologia.
- Historia das Ciências Sociais.
- Objetividade da Sociologia.
- Divisão das Ciências Sociais.
- Conceitos básicos para a compreensão da vida social.
- Sociabilidade e Socialização.
- Contatos sociais.
- Interação Social.
- Processos Sociais.
- Agrupamentos Sociais.
- Grupo Social – mecanismo dos grupos sociais
- Sociologia da Juventude
- Fundamentos econômicos da sociedade.
- O processo de produção.
- Trabalho.
- Relações de produção.
- Estratificação Social.
- Principais Tipos.
- Mobilidade Social.
- Divisão da sociedade em camadas.
- A cultura.
217
- A cultura e a educação.
- Elementos de cultura.
- Aculturação.
- Sociologia e controle social.
- Instituições Sociais.
- Principais tipos de instituições.
- A Educação e a Escola.
- O subdesenvolvimento
- Indicadores do subdesenvolvimento.
METODOLOGIA
Metodologicamente, uma proposta norteadora de currículo deve levar
em consideração as diferentes matrizes de pensamento para ampliar as
possibilidades de análise, tendo em vista complexidade hoje dos fenômenos
sociais, pois nenhum deles pode ser explicado apenas a partir de uma única
perspectiva teórica.
Dessa forma, construindo um campo de análise que ampliará a
capacidade de compreensão da vida e do mundo, buscar-se-á pensamentos
diversos que possam colocar referências para uma investigação dos problemas
contemporâneos.
A sociedade brasileira será privilegiada, enquanto objeto de análise e
eixo de trabalho, proporcionando uma via de mão dupla: do questionamento de
seus problemas ao campo teórico que possibilitará sua compreensão e abrirá
novos caminhos de investigação.
A compreensão do mundo do trabalho será construída a partir de
diferentes perspectivas que abordem a revolução contemporânea no seu modo
de organização, bem como os diferentes determinados da sua divisão técnica,
em nível internacional, observando-se, porém, as especificidades regionais e
locais.
218
È fundamental importância proporcionar uma visão sobre a constituição
das relações sociais em nível internacional e nacional. Da mesma forma, é
importante perceber, o processo de globalização da economia e da inserção do
país no mercado internacional. A construção de uma concepção de sociedade
permitirá ao estudante do ensino médio estabelecer relações entre os
diferentes elementos que a compõe compreendendo seus mecanismos de
funcionamento como uma totalidade mas sendo capaz de expressar o que é
diverso e parcial.
A partir da construção dessa concepção de sociedade será possível ao
aluno compreender a emergência dos temas que hoje ocupam o cenário das
manifestações sociais, tais como os de ordem étnica, religiosa, racial, sexual,
ecológica que exigirá uma discussão sobre a diversidade cultural.
Proporcionar-se-á, a compreensão de que diferentes manifestações
culturais são a legítima expressão de povos, nacionalidades, raças e etnias
que, atualmente, buscam novas significações para suas identidades coletivas.
Pretender-se-á, através dessa discussão, possibilitar a formação de uma
identidade social e pessoal que permitirá ao aluno respeitar o outro a partir do
princípio de respeito mútuo.
Aliados a esses, permanecerão os temas consagrados pela produção
teórica da área: a compreensão da indústria cultural e suas relações entre a
cultura de massa e a cultura de elite.
O Estado poderá ser visto como instituição social da discussão de suas
origens, no contexto histórico e político que o construiu, e nas suas diferentes
formas de desenvolvimento e dinâmicas de funcionamento.
Entre as questões que podem marcar os debates sobre o Estado e seu
mecanismo clássico de funcionamento, podemos citar: a conquista de direitos e
deveres; os exercícios da cidadania; a representação política e as eleições em
todos os níveis; o atendimento às demandas básicas sociais.
Ampliará as possibilidades de exercícios da cidadania a partir do
conhecimento sobre a construção histórica dos direitos e deveres dos
cidadãos, tendo em vista a construção de noções de sociedade política,
sociedade civil, direitos individuais e coletivos, legitimidade e governabilidade,
representação, participação e poder.
219
Mediante os aspectos políticos e econômicos da época em que vivemos,
convém construir um referencial teórico junto com o aluno que possibilite uma
leitura crítica do mundo, que permita uma reflexão sobre as sociedades e
fenômenos sociais.
Aliado a tecnologia existente (computadores, vídeos, etc), e a usando
como apoio através de observação, pesquisa e construção de referenciais
críticos de análise dos condicionantes econômicos, políticos, sociais e culturais
da realidade brasileira.
Trabalhando dessa forma, possibilitar-se-á ao aluno a apreensão da
tradição autoritária da sociedade brasileira, visando a construção de noções
sobre as relações sociais e políticas daí decorrentes. Tal condição poderá
contribuir para que o educando aprenda as diferenças e semelhanças entre as
várias formas de hierarquização das relações sociais existentes na mesma,
usando as competências da disciplina como eixo norteador, e trabalhando
conjuntamente a sociabilidade dos educandos, sua identidade social, direitos e
deveres no exercício da cidadania.
AVALIAÇÃO
Como já citado acima, o estudo de Sociologia ampliará as possibilidades
de exercício da cidadania a partir do conhecimento sobre a construção histórica
dos direitos e deveres dos cidadãos, e a partir desta incorporação, avançar-se-
á para um Estado democrático fortalecido, de direitos, no qual a assertiva
contida na Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão venha a se
realizar de forma a que todo o poder emane do homem e por ele seja exercido.
Desta forma, nos parece utópico que o educando alcance todo esse
conhecimento e aplique em sua vida diária. Sabe-se que tudo isso leva tempo
e talvez seja necessário um amadurecimento do próprio educando. Portanto,
ao avaliar o educando em sociologia, Ter-se-á em vista a compreensão de
noções de sociedade política, sociedade civil, direitos individuais e coletivos,
legitimidade e governabilidade, representação, participação e poder.
Serão realizadas várias atividades diferenciadas para que o educando
demonstre de forma sucinta a apropriação dos conteúdos.
220
A avaliação se dará de forma diagnostica e cumulativa para possibilitar a
revisão da metodologia utilizada pelo professor, fornecendo subsídios para a
continuação do trabalho em sala de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CASTRO, A. M. D. E FERNANDES, E. Contexto histórico do aparecimento
da sociologia.
CHAUÍ, M. D. e FERNANDES, E. O que é ideologia. São Paulo: Ática, 1978.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão; trad. Lígia M. Pondé
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MARX, K. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Bomtempo
Editorial,1998.
SANTOS, B. S. O Fórum Social Mundial: manual de uso. São Paulo: Cortez
Editora, 2005.
222
GEOGRAFIA
Ensino Médio
Apresentação geral da disciplina
A aprendizagem é um processo interno pessoal e intransferível enquanto
o ensino, tratando-se de educação formal ou escolar, e a ação direta sobre ela.
Disso resulta que cada educando constrói o seu conhecimento a partir de suas
vivências e experiências cognitivas.
Disse Paulo Freire, ”aprender é (re) construir pela descoberta.”.
Assim como o espaço está em permanente reconstrução, o
conhecimento deve estar em contínuo aprofundamento e ampliação na medida
em que novas experiências descobertas ensejam ao educando- sujeito
cognocente - sucessivas reelaborações intelectuais dos elementos que
compõem a sociedade, particularmente sua esfera espacial.
Desde os tempos mais antigos, o ser humano está em inter-relação
constante com seu espaço, afinal dele retira seu sustento, estabelece uma
série de estratégias de sobrevivência, e criam mecanismos de apropriação no
sentido que o meio lhe forneça instrumentação necessária ao seu
desenvolvimento econômico.
Isso pode ser observado nas Diretrizes Curriculares de Geografia para a
Educação Básica(2007, p.3), quando lemos que o ser humano começou a:
“Observar a dinâmica das estações do ano, conhecer o ciclo
reprodutivo da natureza, a direção e da dinâmica dos ventos, o
movimento das marés e as correntes marítimas, bem como as
variações climáticas e a alternância entre o período seco e o período
chuvoso foi essencial para os primeiros povos agricultores. Esses
conhecimentos permitiram às sociedades se relacionarem com a
natureza e modificá-la em benefício próprio.”
Além desta perspectiva de aproveitamento do conhecimento geográfico
para o sustento e benefício econômico, a disciplina também adquiriu uma
223
abordagem político-social. O saber geográfico também fornece instrumentos
necessários para o conhecimento de limites territoriais tendo em vista a
militarização dos povos para expansão dos territórios, estratégias de ocupação,
elaboração de mapas, os quais podem equipar um povo de conhecimentos que
garantissem a um povo determinado o poder sobre outros determinados grupos
sociais.
Partindo da concepção científica, este ramo do conhecimento presta-se
a desenvolver no aluno a capacidade de observar, interpretar, analisar e
pensar criticamente a realidade para melhor compreendê-la, e identificar as
possibilidades de transformação no sentido de superar as suas construções
pois os objetos de estudo da geografia vivem em constante mutação. É
necessário mostrar que o mundo é dinâmico e passível de transformações.
Ocupando-se da análise histórica de transformação das relações sociais
de produção, via paisagem especial ou de espaço geográfico, mostra-se aos
alunos a relação homem – meio, homem - natureza e sua organização
estabelecida a partir de relações básicas entre o clima e o solo, vegetação e
relevo. Portanto, os tipos de sociedades e como estes se apropriam da
natureza embasada em características sociais, políticas e econômicas,
procurando fazer do educando um ser com visão de totalidade de espaço.
Acredita-se com isso que desvelar é conceber o espaço geográfico
sendo um espaço social produzido e reproduzido pela sociedade, desvendando
criticamente para compreensão do papel histórico propiciando ao aluno as
condições de se compreenderem enquanto sujeitos da história e agentes da
transformação social.
Dependendo de outros ramos da ciência o espaço geográfico e histórico
é socialmente produzido, e as paisagens são a materialização das sociedades
que as construíram. Portanto, o estudo da geografia, permite que os alunos
desenvolvam hábitos e construam valores significativos para a vida em
sociedade.
Se espaço é compreendido como processo Histórico e desigual e
contraditório, e a realidade contemporânea está determinada por múltiplas
relações que acontecem em determinado lugar e momento, faz-se necessário
desenvolver no educando noções relativas aos processos sociais e naturais,
224
partindo da família e da escola, meios mais próximos, para destes chegar até
outros elementos formadores dentro do contexto histórico social.
METODOLOGIA
Seguindo as orientações presentes nas Diretrizes Curriculares de
Geografia para a Educação Básica (2007, p. 39):
“Propõem-se que os conteúdos da Geografia sejam trabalhados de
forma crítica e dinâmica, de maneira que a teoria, a prática e a
realidade estejam interligadas, em coerência com os fundamentos
teóricos propostos nestas diretrizes. “
E que:
“Os conteúdos estruturantes são norteadores do trabalho com os
conteúdos específicos. Ambos – estruturantes e específicos – devem
ser tratados pedagogicamente a partir das categorias de análise –
relações espaço-temporais, relações sociedade – natureza e
relações de poder – e do quadro conceitual de referência. “
Partindo-se destas observações do meio, sua localização e
representação espacial, procuram-se levar o aluno a compreender o espaço
que o rodeia e assim encaminhá-lo na busca pela apropriação do domínio
espacial.
Torna-se importante que os alunos passam a perceber e compreender
que as paisagens e os lugares resultam de múltiplas interações entre o
trabalho social e a natureza. A geografia busca explicar e compreender o
espaço geográfico não somente como produtos de forças econômicas ou de
formas de adaptações entre o homem e a natureza, mas também dos fatores
culturais. Com isso os alunos valorizam, não apenas o seu lugar, mas
transcendendo a dimensão local na procura do mundo com
interdisciplinaridade.
Que os alunos possam realizar uma leitura da realidade de forma não
fragmentada, para que seus estudos tenham um sentido e significado no
cotidiano, e no qual a sua vida no lugar possa ser compreendida, interagindo
225
com a pluralidade dos lugares num processo de globalização, fortalecendo o
espírito de solidariedade como cidadão do mundo.
As noções e os conceitos trabalhados pela disciplina não devem ser
apresentados a partir de definições prévias, mas sim construídos, e
reconstruídos pelo educando a partir do trabalho com atividades que envolvam
diferentes situações problemas.
Conforme a Lei 10.639 de 2003 deverá ser discutido e incluído em todas
as disciplinas a inserção dos conteúdos de história e cultura Afro-brasileira. Em
especial na disciplina de História essa temática será tratada de forma especial
através de conteúdos distribuídos por série.
Ser o educando cidadão através do conhecimento do meio em que vive,
e os estudos do espaço geográficos devem ter uma finalidade de que
encontram utilidades na vida pratica, na reflexão sobre o mundo para que nele
vive melhor, promovendo ate mesmo transformações com consciências.
OBJETIVOS
Existem alguns objetivos gerais que devem ser alcançados pelos alunos, no
estudo da disciplina de geografia:
- Compreender as diferentes formas como ciência geográfica contribui para o
conhecimento da historia da terra;
- Conhecer e compreender as principais características do espaço geográfico,
de sua transformação e de elementos, no lugar onde vivem e em espaços
maiores como o Brasil e o mundo;
- Compreender que, no espaço social, o qual também faz parte do espaço
geográfico, inúmeras relações entre as pessoas e das pessoas com a
natureza;
- Compreender e valorizar todas as formas de trabalho humano, assim como
desenvolver uma postura critica na abordagem das relações de trabalho;
- Compreender e compreender os conceitos fundamentais da geografia e, por
meio do estudo dos processos e fenômenos naturais e sociais, entender a
dinâmica dos lugares onde vivemos;
226
- Identificar como a geografia pode se inter - relacionar com as diferentes áreas
do conhecimento (Literatura, Matemática, Ciências e artes, entre outras);
- Adquirir conhecimentos sobre a linguagem cartográfica, a fim de representar,
interpretar e localizar elementos, processos e fenômenos estudados pela
geografia;
- Realizar procedimentos de pesquisa para o enriquecimento do conteúdo;
- Conhecer o mundo atual em sua diversidade, favorecendo a compreensão, de
como as paisagens, os lugares e os territórios são constituídos;
- Identificar e avaliar as ações dos Homens e sociedade e suas conseqüências
em diferentes espaços e tempos, de modo que construam referencias que
possibilitem uma participação positiva e reativa e as questões socioambientais
locais;
- Conhecer o funcionamento da natureza em sua múltiplas relações, de modo
que compreenda o papel das sociedades na construção do território, da
paisagem e do lugar;
- Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos
estudados em suas dinâmicas e interações;
- Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos,
os avanços tecnológicos e as transformações sócio culturais são conquistas
ainda não usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas
possibilidades, em empenhar-se, democratizá-las;
- Identificar suas relações, problemas e contradições;
- Compreender a importância das diferentes linguagens na leitura da paisagem,
desde as imagens, musica e literatura de dados e de documentos de
diferentes fontes de informação, de modo que interprete, análise e relacione
informações sobre o espaço;
- Saber utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a
espacialidade dos fenômenos geográfico;
- Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade,
reconhecendo os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de
fortalecimento da democracia.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
227
- DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- GEOPOLÍTICA
- DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- Modos de produção e formações socioespaciais;
- Industrialização clássica, periférica e planejada;
- Distribuição espacial da industria nas diversas escalas geográficas;
- Oposição norte-sul e aspectos econômicos da produção.
GEOPOLÍTICA
- A nova ordem mundial no início do século XXI: o fim dos três mundos e a
atual oposição norte-sul;
- Fim do Estado de bem estar social e neoliberalismo;
- Os atuais conceitos de Estado-Nação, país, fronteira e território;
- Regionalização do espaço mundial;
- Os novos papéis das organizações internacionais.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- Dinâmica da natureza e formação dos objetos naturais;
- O meio ambiente e as grandes paisagens naturais do planeta;
- Atividades humanas e transformação da paisagem natural nas diversas
escalas geográficas;
- Recursos naturais, conservacionismo (uso sustentável de bens naturais ) e
preservacionismo (áreas protegidas );
- Patrimônios culturais ecológicos;
- Produção do espaço geográficos e impactos ambientais sobre a água, o
solo, o ar o clima.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- Crescimento demográfico e suas implicações políticas, sociais e
econômicas;
228
- Teorias demográficas e políticas populacionais em diferentes países.
- Estudo da organização espacial das aldeias africanas (questões urbanísticas).
2ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- Revolução técnico-científica-informacional e o novo arranjo do espaço da
produção;
- Internacionalização do capital e sistemas financeiros;
- Urbanização e hierarquia das cidades: megalópoles, metrópoles, cidades
grandes, médias e pequenas.
GEOPOLÍTICA
- Movimentos sociais e reordenação do espaço urbano;
- Conflitos rurais e estrutura fundiária;
- Questões territoriais indígenas.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- Crise ambiental:conflitos políticos e interesses econômicos.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- Composição demográfica dos lugares: geração, gênero e etnia;
- Relações entre composição demográfica, emprego, renda e situação
econômica do país, da região do lugar;
- População urbana e população rural: composição etária, de gênero e de
emprego;
- Diferentes grupos socioculturais e sua marcas na paisagem e no espaço
urbano e rural.
- A distribuição espacial da população afrodescendentes no Brasil;
- A contribuição do negro na construção da nação brasileira;
- A origem dos grupos étnicos que foram trazidos para o Brasil (a rota da
escravidão);
- Análise de dados do IBGE sobre a composição da população brasileira por
cor, renda e escolaridade no país e no município em uma perspectiva
geográfica.
-
229
ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- Formação dos blocos econômicos regionais;
- Novas tecnologias e alterações nos espaços urbano e rural;
- Reestruturação do segundo mundo e economias de transição;
- Industrialização nos países pobres: diferenças tecnológicas, econômicas e
ambientais.
GEOPOLÍTICA
- Redefinição de fronteiras: conflitos de base territorial, tais como: étnicos,
culturais, políticos, econômicos entre outros;
- Territórios urbanos marginais: narcotráfico, prostituição, sem teto, entre
outros.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- Problemas ambientais dos grandes centros urbanos;
- Ocupação de áreas de risco, encostas e mananciais;
- Biotecnologia e impactos ambientais.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- Diferentes grupos étnicos e o racismo: migração e desemprego;
- Nacionalismos, minorias étnicas, separatismo e xenofobia;
- Movimentos migratórios e suas implicações, econômico-culturais e
sócioespaciais;
- Aspectos culturais das identidades regionais.
- O movimento do povo africano no tempo e no espaço;
- A política de imigração e a teoria do enbranquecimento no mundo;
- Localização no mapa e pesquisar sobre a atualidade de alguns países
(como vivem, população, idioma, economia, cultura, história, música, religião);
- Estudo do como o continente africano se configurou espacialmente: as
(re)divisões territoriais;
- Discussões a respeito de práticas de segregação racial, como as
acontecidas, por exemplo, na África do Sul, e nos Estados Unidos da América.
AVALIAÇÃO
230
A Avaliação é um processo importante do ensino aprendizagem e, deve
ter caráter diagnóstico e contínuo. A Avaliação não deve resumir-se aos
momentos pré-determinados da “provas” mas sim desenvolver-se de maneira
continua, envolvendo diferentes momentos e estratégias em sala de aula.
Como acompanhamento cotidiano da aprendizagem, a avaliação ajuda o
professor a captar o aproveitamento do educando. Para isso, ele deve ter
clareza sobre os pontos:
A Avaliação tem também a função de orientar os procedimentos de
ensino na sala de aula;
È através da avaliação que o professor consegue observar as
dificuldades do aluno e replanejar para atingir melhor suas metas.
A Avaliação não deve estar relacionada a notas e sim em promover
acesso ao conhecimento.
Assim toda a produção do aluno será avaliada em sala de aula pelo seu
interesse na disciplina, pela resolução dos trabalhos solicitados, pesquisas,
participação individual ou coletiva, em debates, produção de textos, tarefas de
casa, provas etc. A Finalidade das avaliações é dar condições de superar os
obstáculos e desenvolver o seu alto conhecimento dando oportunidade ao
aluno de dialogar, participar e cooperar em suas descobertas, bem como na
sua realidade de vida. Sempre ao desenvolver as avaliações deve se revisar
juntamente com os alunos para esclarecer as duvidas verificando o que está
errado, o aluno refaz, visando com isso fixar melhor os conteúdos propostos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica:
Curitiba, 2007.
CAVALCANTI, L. de S. Geografia: escola e construção do conhecimento.
Campinas: Papirus, 1999.
CHRISTOFOLETTI, A. (Org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel,
1982.
231
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – Instrução nº 04/ 2005/SUED
SANTOS. M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS. M. Por uma geografia nova. São Paulo:Hucitec,1986.
232
HISTÓRIA
Ensino Médio
Apresentação geral da disciplina
A História como disciplina escolar passou a ser obrigatória,com a
criação do Colégio D.Pedro II,em 1837.No mesmo ano, foi criado o Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB),que instituiu a História como disciplina
acadêmica.Cabe destacar que os professores desse Colégio, em maioria,
faziam parte do IHGB. Esses intelectuais construíram os progressos escolares,
os manuais didáticos e as orientações dos conteúdos que seriam ensinados.
O modelo de ensino de História foi mantido no início da República 1889
e o Colégio D.Pedro II continuava a ter o papel de referência para a
organização educacional brasileira.
O ensino de História foi marcado pelos debates teóricos sobre a inclusão
dos Estudos Sociais na escola desde o início da década de 1930.As
experiências norte-americanas na organização da disciplina de Estudos Sociais
passaram a fazer parte dos debates educacionais por meio da Escola Nova.
A partir de 1964 durante o regime militar, o ensino de História manteve
seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado
apenas do ponto de vista factual.Mantiveram-se heróis como sujeitos da
História narrada, exemplos a serem seguidos e não contestados pelas novas
gerações.Modelo da ordem estabelecida, de uma sociedade hierarquizada e
nacionalista ensino não tinha espaço para análise crítica e interpretações dos
fatos,mas objetivava formar indivíduos que aceitasse e valorizassem a
organização da Pátria.O Estado figurava como o principal sujeito histórico,
responsável pelos grandes feitos da nação, exemplificado nas obras dos
governantes e das elites condutores do país.
A partir da Lei n.º 5692/71 o ensino centrou-se numa formação
tecnicista,voltada à preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho.
No Paraná houve uma tentativa de aproximar a produção acadêmica de
História ao ensino dessa disciplina no 1º Grau, fundamentada na pedagogia
233
histórico- crítica, por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado
do Paraná 1990.Essa proposta de renovação do ensino de História tinha como
pressuposto a historiografia social,pautada no materialismo histórico dialético e
indicava alguns elementos da Nova História.
O documento Reestruturação do Ensino de 2º Grau no Paraná 1990
também fundamentado na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos,
apresentou uma proposta curricular de História que apontava a organização
dos conteúdos a partir do estudo da formação do capitalismo no mundo
ocidental e a inserção do Brasil nesse quadro,de forma integrada,pela
retomada da historiografia social ligada ao materialismo histórico dialético.
A História é uma ciência que constitui - se de pesquisa e proteção do
saber que não possui uma verdade absoluta dinâmica, ou seja é escrita e
rescrita a partir de novas fontes históricas e também novos olhares sobre os
documentos existentes.
O estudo da História nos leva o descobrir o que aconteceu no passado e
tenta explicar os motivos que fizeram a vida de homens e mulheres a mudar
tantas vezes ao longo do tempo.Entretanto o conhecimento do passado nos
auxilia na compreensão do presente.
Assim a História possui um papel fundamental para a formação do
cidadão, entendido como sujeito,transformador de sua vivência e de uma
sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas.
A disciplina de História tem como objetivo possibilitar ao educando a
compreensão dos fatos históricos e estes vinculados as relações de trabalho,
poder e cultura, nas mais diversas sociedades e tempos.Proporciamos para o
aluno um pensamento crítico, ou seja aceitar que tudo já esteja totalmente
explicado saber que o conhecimento é incompleto e questionar os próprios
conhecimentos e ações.
Por tanto o campo de estudos históricos é indesejável, pois quanto mais
aprendemos o respeito do ser humano, mais aprendemos a cerca da
história.Por isso nosso aluno deve reconhecer que não há espaço nem, tempos
culturais privilegiados, nem tampouco conhecimento mais ou menos
importante que mereçam hierarquias mais elevadas,mas todo o conhecimento
é válido e necessário quando atende prioridade,estas metas buscam levar a
234
um convívio democrático,de respeito a atendendo a Lei n.º 10.639/03.Não
podendo deixar de destacar também a importância da História local em
consonância com a Lei n.º 13.381/01 e o estudo do meio-ambiente
contemplando o estudo da Agenda 21.
FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
Deve-se primeiramente no que diz respeito a disciplina,dialogar com
outras vertentes quanto as que são propostas e se recusar o Ensino de História
marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia.
Do mesmo modo, as produções historiográficas que não possuem a
objetividade plausível não poderão ser usadas pelos instrutores da
disciplina.Tendo em vista que a importância primordial é que se dê ênfase as
relações humanas produzidas pelas próprias ações do indivíduo no que
concerne ao aspecto político-social e cultural.Para que com isso esse indivíduo
possa interagir constantemente nas estruturas sócio-históricas em que vivem,
devem-se considerar também as relações dos seres humanos com os
fenômenos naturais,tais como as condições geográficas, físicas e biológicas de
uma determinada época e local.Busca também que o indivíduo atente para
causalidades internas que buscam compreender e interpretar os sentidos de
suas ações.
A finalidade da História é o caráter provisório que ela deve adquirir no
pensamento deste indivíduo que a estuda e são constituídas pelo estado atual
da ciência histórica em relação ao seu objeto e a seu método.De fato este
conhecimento histórico é adquirido a partir das experiências desses mesmos
sujeitos.Com essas novas configurações e construções se expressam em
contrapontos e consensos.
São os casos das correntes historiográficas que fundamentam nossas
Diretrizes: A Nova História Cultural,que inclui alguns historiadores da Nova
História e a Nova Esquerda Inglesa,a partir de sua matriz materialista histórico-
dialética.
A Nova História
235
Se insere no contexto conturbado da década de 1960, influenciada pelos
acontecimentos de maio de 1968,em Paris,da Primavera de Praga,dos
movimentos feministas,etc..., mas logo surgiram inúmeras críticas ao
relativismo da terceira variante de história das mentalidades para aproximar-se
de outras áreas do conhecimento.
A Nova História Cultural
Despontou no final da década de 1980, a partir dos trabalhos reunidos
pela historiadora Lynn Hut que abordam conceitos como: descrição densa,
dialogismo, polifonia, representações, práticas culturais,descontinuidades
culturais,etc... Esta utiliza as categorias de representação e apropriação para
produzir o conhecimento histórico.As diferenças entre as formais pelas quais as
comunidades partir das diferenças sociais e culturais, percebem e
compreendem sua sociedade e a própria História.Esses métodos citados
podem desenvolver uma consciência histórica que leva em ponto as diversas
práticas culturais dos sujeitos, sem abandono do rigor do conhecimento
histórico.
A Nova Esquerda Inglesa
Surge em 1956,com historiadores britânicos vinculados ao Partido
Comunista Inglês,que, descontentes,com o regime stalinista,romperam com o
partido e acabaram por influenciar fortemente a historiografia britânica.
A diversão entre superestrutura e infra-estrutura comum nos estudos
economistas, esta corrente superou.
Para essa superação foi posto a experiência, que se contrapõe ao
pensamento dicotômico base/estrutura.Construindo nessas experiências
cotidianos comuns, a partir das quais são tratados os
comportamentos,valores,condutas,costumes e culturas.
Outro conceito é o poder que busca superar a visão mecânica e
reducionista de uma corrente tradicional marxista, onde não se pode caminhar
linearmente rumo a Revolução sem também se chegar a cogitar heróis para os
problemas enfrentados.
236
Essa corrente também elege a classe trabalhadora como personagem
central de seus estudos empíricos, então a questão das lutas de classes foram
ampliados por esta corrente,partindo dessa classe que é a experiência real
envolvendo dialeticamente,o econômico cultural e o social e que essas “lutas”
também não estavam envoltas apenas umas com outras,mas também no
interior de uma classe determinada.
As contribuições dessas duas últimas correntes entram nesse nosso
planejamento de forma bem marcante, objetivando aos alunos a formação da
consciência histórica.E para que isso seja alcançado alguns conteúdos devem
estar sempre trabalhando com o professor e inclua em sua metodologia de
trabalho:
Vários recortes temporais;
Diferentes conceitos de documento;
Sujeitos e suas experiências, numa perspectiva de diversidade;
Formas de problematização em relação ao passado;
Condições de elaborar conceitos que permitam pensar historicamente;
E a superação da idéia de História como verdade absoluta.
Com essas considerações, definido dos conteúdos estruturantes não se
pode ter como neutra, e sim carregada de significados que se materializam a
partir das correntes historiográficas privilegiadas,delimitando e selecionando os
conteúdos nas finalidades do Ensino de História.
No final na década de 1990, os PCN eram referência na organização do
currículo no Paraná, sendo referência para os programas educacionais e
avaliações institucionais.
Com a finalidade de atender a educação de Jovens e Adultos foI
implementado o EJA a partir dos PCN em suas propostas curriculares e a todo
o ensino tanto fundamental e médio.
Em consonância aos PCN que apresentava na história a preocupação
na formação de cidadãos preparados para as exigências tecnológicas e
científicas da sociedade contemporânea, surgiu a preocupação com as
competências e habilidades.
Para atender o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e
tecnológico os PCN buscaram uma valorização do ensino humanístico.Não se
pode negar que os PCN apresentavam inovações para o ensino de História.
237
A relação entre o saber e os princípios propostos pela UNESCO, quais
sejam: “aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender
a ser”, não davam conta da integralização do cidadão crítico e transformador
que a base teórica da História propõe.
A partir de 2003 começaram discussões e reflexões para a elaboração
de Diretrizes Curriculares para o ensino de História.
Com esse propósito a SEED oportunizou formação continuada para os
professores e orientando a construção das Diretrizes sob a perspectiva da
inclusão social.As Diretrizes estão pautadas nas leis n.º 13.381/01 que toma
obrigatório os conteúdos de História do Paraná no Ensino Fundamental e
Médio; e a Lei n.º 10.639/03,que inclui a obrigatoriedade da temática História e
Cultura afro-brasileira.
Essa análise histórica da disciplina e as novas demandas sociais para o
ensino de História se apresentam como referenciais para as Diretrizes pois
assim esses saberes foram produzidos e repercutiram na organização do
currículo da disciplina.
Então o Currículo para o ensino da História com seus conteúdos
estruturantes são identificados no processo histórico da disciplina onde
sustenta a investigação da História política,sócio-econômico e cultural luz da
Nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural,que insere conceitos
relativos à consciência histórica.
Dimensão Política
238
Inicia-se com os filósofos ou socráticos que já criam e se ocupavam
com essa preocupação da formação da sociedade “ligado inicialmente
intimamente ao poder” pretendendo-se ser também memória.
A parte política dentro da Idade Média é apropriada pela Igreja Católica
e a serviço dessas, com textos elaborados pelos escribas chamadas de
hagiográficos que ressaltavam os valores e ideais daquela instituição.
A política e o poder se confundem nesse período pelo não apego as
fontes, e a serviço de famílias e ou indivíduos poderosos, exemplo máximo de
Maquiavel, já na História Moderna.
Entrando na historiografia no século XIX consolida-se que o Estado é o
manutentor da política, sendo que a narrativa histórica não caberia ao
historiador fazer julgamentos sobre o passado nem instruir seus
contemporâneos. Os acontecimentos passaram a ser sempre os fatos políticos,
possuindo assim dentro das salas de aula da época um processo positivista,
tanto no estudo da prática, dos heróis e as festas cívicas que consolidava a
História Tradicional.
Para esse novo conteúdo deve-se pensar numa nova forma de trabalhar
a dimensão política inserindo o sujeito comum na História a partir do estudo de
espaços e de relações sociais pautadas pelas relações de poder.
Dimensão econômico-social
Tem-se início no começo do século XX com os estudos de Marc Bloch
(1886-1944) e Lucien Febvue (1870-1956) fundadores da Revista dos Annales
(1929) influenciados pelo marxismo, visando quebrar a essência quase que
completa da política na História para um patamar também econômico.
Buscaram aproximar disciplina da Sociologia, Geografia, Psicologia e a
Economia incorporando outras dimensões e articular diversos aspectos da
sociedade na análise do processo histórico.
Além da História dos Annales, aqui no Brasil intelectuais marxistas,
como Caio Prado Junior, Celso Furtado, Ciro Flamarion Cardoso criaram
modelos explicativos para a História do Brasil, a partir do ires econômico.
A História do Brasil neste momento é dividida na História dos ciclos
econômicos acabam por servir de referências a currículos e a produção de
239
materiais pedagógicos. Porém esse modo de se explicar à sociedade brasileira
pelo aspecto histórico dos ciclos econômicos de produtos agrícolas ao exterior
acabou caindo numa apropriação sobre os sujeitos negligenciados pela
História.
Fazer esse estudo da História do Brasil que vá além da européia
permitirá, contudo questionar também os preconceitos difundidos pelos meios
de comunicação de massa.
Esta nova proposta metodológica com essa concepção possibilita a
abordagem da história regional o que atende a Lei nº. 13.381/01, que torna
obrigatório o trabalho com os conteúdos de História do Paraná.
Com este ponto de partida de se estudar a História do Brasil partindo-se
dela numa para a História Geral deve-se evitar uma abordagem pela ótica da
região hegemônica no que confere ao(s) pólo(s) exportador(s) do Brasil como
acontecia na economia do século XIX da produção cafeeira paulista
menosprezando outras culturas e atividades econômicas regionais, como a
cultura da erva-mate no Paraná. Cultura esta que junto com as demais
existentes no país, deixam o país cada vez mais arraigado no seu passado
agro exportador, não possibilitando o investimento em tecnologias de ponta,
como países desenvolvidos vem desenvolvendo há tempos.
Ressalta-se que esta proposta para o Ensino Fundamental não se pode
por a relação História do Brasil para a Geral não impondo esta relação quando
de fato não existe como, por exemplo, a Revolução Industrial que nasceu na
Inglaterra e não podemos impor.
Entretanto, a dúvida que se insere neste ponto é o privilegiar uma
História Nacional ou Mundial. As tendências didáticas é privilegiar a História
Mundial tentando-se silenciar, na visão da historiadora brasileira Circe
Bittencourt, a História Nacional na sublimação dos interesses de uma elite e
frente ao nosso mundo globalizado seria inadequado propor uma História
Nacional, pois todos seriam cidadãos do mundo.
A diminuição dos conteúdos da História Nacional à concepção de
História Integrada, no sentido de incorporar a idéia de tempo sincrônico.
Estabelecendo relações entre espaços e tempos variados, mas pode-se cair no
engodo de que a História do Brasil está diluída na História Geral como mero
apêndice desta. Também no que concerne que a História Geral se restringe
240
muitas vezes a História Européia, descartando também a História dos
Continentes Africanos, Asiático e o Americano, é claro que não podemos
descartar a História Européia dentro da História Brasileira, mas tentar abordá-la
de modo não-determinista.
Em resumo tende-se a superar a visão de que os sujeitos históricos
nacionais seriam menos importante do que os mundiais. Criando uma
hierarquia na qual o Brasil assumiria o papel periférico. Tentar-se-á assim não
omitir as outras histórias de nossas heranças americanas e africanas, como por
exemplo, a reivindicação dos movimentos negros a respeito da inserção da
cultura africana e afro-brasileira no Ensino de História, estabelecendo assim
relações entre a sociedade brasileira e as demais promovendo a reflexão
reducionista e mecanicista.
Nesse mesmo molde, a História Social se limitou ao enfoque dos modos
de produção: a exploração do trabalho humano aliado ao uso de
equipamentos, os meios de produção em geral, explicava-se o passado pelos
papéis pré-determinados em função do capital como: senhores versus
escravos, na produção açucareira e na mineração.
Uma das possibilidades para esta superação é a ampliação de seu
referencial teórico metodológico. Aí entra o papel importante da Nova Esquerda
Inglesa, propondo a articulação entre a dimensão econômico, social e a
cultural.
A importância da Antropologia em intercâmbio como nossa disciplina,
permitiu o uso de fontes ligadas à repressão, como: processos judiciais,
processos inquisitoriais, entre outros, sendo que também as fontes orais
resgatam o passado dos sujeitos comuns, sendo a Antropologia que “dá sua
vez” aos “povos sem história” iletrados valorizando as minorias excluídas.
Esta dimensão se faz evidenciar quando tratada pelas correntes
historiográficas aqui propostas, em especial a NEI, com seus conceitos e
metodologias associados às outras duas dimensões.
Dimensão Cultural
241
É realidade que os homens conferem para explicar o mundo em que vive
sendo este um conceito polissêmico, tanto em se referenciar a alta cultura (das
elites) que também se liga à dimensão política.
Com as mudanças ocorridas nos últimos trinta anos, as verdades e
certezas absolutas se perderam permitindo a inclusão de diferentes propostas
e abordagens que incluem aí a cultura como partida para a análise histórica.
Grandes influenciadores desta mudança foram os estudos de Norbert Clions,
Michel Foucault, Pierre Bordieu e Mikhail Bakhkin.
Já no Brasil, obras pioneiras foram: Casa-Grande e Senzala (1933), de
Gilberto Freyre e Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda,
precursores de uma História Cultural do ponto de vista teórico como
metodológico. Na década de 1990 essas obras são retomadas para servir de
referência para os estudos sobre a cultura nacional.
Esta dimensão articulada ás outras dimensões constrói novas
interpretações históricas na escola através das construções de símbolos até a
apropriação destes pelos sujeitos em diversas sociedades ao longo do tempo,
às palavras, ações e relações entre os diversos atores sociais e os contextos
históricos. Conceitos como práticos, representação, apropriação, circularidade
cultural e experiência que contribui com novas leituras e interpretações do
passado e valoriza diferentes fontes e métodos de pesquisa.
Sugestão de Organização dos Conteúdos Específicos para o Ensino
Fundamental
Recortes das três dimensões citadas tomadas em conjunto, partem dos
conteúdos específicos da História do Brasil par se ligar com a História Geral e
permitem acesso ao conhecimento de múltiplas ações humanas no tempo e no
espaço que possibilita compreender a realidade contemporânea e as
implicações do passado em sua constituição que se estabeleça do Brasil para
fora é impossível, ou seja, seria anacronismo tratar este tema a partir do Brasil,
tendo em vista que o Pacto Colonial restringia a transformação da matéria-
prima em produtos manufaturados.
Nestes casos o professor deve estar atento que é possível iniciar a
abordagem por estudos comparativos, de forma a continuar priorizando a
História do Brasil para as séries finais do Ensino Fundamental.
242
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1ª SÉRIE
1º Bimestre
Problema C. Estruturante Temática Conteúdos
Específicos
O que é trabalho? Relações de
Trabalho, Cultura
e Poder
Diferentes
conceitos de
trabalho
-Sociedades
primitivas
-Sociedades
Teocráticas
-Sociedades
Feudais
-Sociedades
Industriais
2º Bimestre
Problema C. Estruturante Temática Conteúdos
Específicos
Qual a posição
social dos
trabalhadores na
Antiguidade?
Relações de
Trabalho e Poder
Estratificação do
Trabalho
-Egito Antigo
-Mesopotâmia
-África e Roma
-América Pré-
colombiana
3ºBimestre
Problema C. Estruturante Temática Conteúdos
Específicos
243
Quais foram as
formas de
resistência que
mulheres, plebeus
e escravos
desenvolveram na
antiguidade grega
e romana?
Cultura
Poder
Trabalho
O papel dos
sujeitos oprimidos
-As mulheres na
sociedade grega e
romana
-A representação
das mulheres
-A imagem da
mulher grega nas
artes
-A ascensão de
Roma
-A luta por direitos
da plebe na
sociedade romana
-A revolta dos
escravos
4º Bimestre
Problema C. Estruturante Temática C. Específico
Porque a Igreja
Católica era uma
instituição
medieval
Poderosa?
Cultura
Poder
E Trabalho
Organização da
Sociedade
Medieval
européia
-As invasões
bárbaras
-A expansão
árabe
-As cruzadas
-O Feudalismo
-Teocentrismo
cristão
2ªSÉRIE
1º SEMESTRE
Problema C. Estruturante Temática C. Específicos
O que significa Poder -A formação dos -Absolutismo;
244
fazer parte de um
Estado
Cultura
Trabalho
Estados
Nacionais
-A colonização do
Brasil
-Mercantilismo;
-Capitalismo
Comercial;
-Reforma
Religiosa;
-Renascimento;
-Expansão
Marítima
-O período Pré-
colonial no Brasil;
-As capitanias
hereditárias
-O governo geral
-O Engenho
2º SEMESTRE
Problema C. Estruturante Temática C. Específicos
O que é ser
escravo?
Trabalho
Cultura
Poder
A relação dos
europeus e as
etnias do novo
mundo
-A instituição da
escravidão
africana no
Continente
Americano;
-A escravidão na
América
portuguesa;
-As resistências à
escravidão;
-A África pré-
colonial;
-Os abolicionistas
brasileiros;
245
-O apartheid;
-O movimento
musical Hip-hop;
-Martin L. King e
Nelson Mandela
-A escravidão no
mundo
contemporâneo
3ª SÉRIE
1º BIMESTRE
Problema C. Estruturante Temática C. Específicos
Ser revolucionário
é ser cidadão
Relações de
Trabalho, Poder e
Cultura
Relações das
Revoluções dos
séculos XVIII e
XIX com o
processo de
construção da
cidadania
-Revolução
Francesa;
-Revolução Norte-
Americana
-Revolução
Industrial
-Movimento
Operário
-Doutrinas
Socialistas
-Liberalismo
Econômico;
-Movimento
feminista
2º BIMESTRE
Problema C. Estruturante Temática C. Específicos
Como ocorreu o
processo histórico
de formação da
-Relações de
Trabalho e Poder
Processo de
formação da
cidade de Rio
-Os nativos
indígenas
paranaenses;
246
cidade de Rio
Negro?
Negro -As primeiras vilas
e cidades do
Paraná;
-O Tropeirismo;
-A erva-mate;
-A madeira;
-O Rio Negro;
-A Guerra do
Contestado.
3º BIMESTRE
Problema C. Estruturante Temática C. Específicos
O que é
imperialismo?
Poder
Cultura
Trabalho
Configuração das
novas formas de
Estado ou partir
do século XIX
-A formação de
Impérios e
colônias no século
XIX;
-Primeira Guerra
Mundial
-A Revolução
Russa(1917);
-A crise de 1929
-Estados
Totalitários
-Segunda Guerra
Mundial;
-Guerra Fria;
-O ataque ao
Império
Estadunidense
4º BIMESTRE
Problema C. Estruturante Temática C.Específicos
Você conhece
algum grupo que
Cultura
Poder
Discussão sobre
os movimentos
-Movimento
feminista;
247
luta por um
mundo melhor e
por direitos?
Trabalho sociais, políticos e
culturais na
sociedade
contemporânea
-Revolução
jovem- década de
60
-Tropicalismo;
-Movimento hippie
-O Rap e o
movimento HIP
HOP
-Movimento negro
-Revolta de
jovens em Paris:
outubro de 2005.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO PARA O ENSINO MÉDIO
No Ensino Médio, a metodologia deve contemplar a História Temática,
bem como os conteúdos estruturantes articulados aos conteúdos específicos.
Entretanto, deve-se romper com uma forma de ensino em que o aluno
se encontre numa posição passiva de aprendizagem e de simples reprodução
do conhecimento histórico, restrito a uma relação de causas e conseqüências.
Sendo assim, os alunos, deverá perceber o significado da História,
superar a visão da História Tradicional e principalmente se perceberem como
sujeitos históricos responsáveis pelo processo histórico. E assim, buscar na
História uma ferramenta para a construção de uma sociedade mais justa e
melhor.
O trabalho desenvolvido pelo professor será abordado por meio de
temas, partindo da problematização em resposta deverá ser selecionado o
conteúdo estruturantes e articulá-lo com o tempo e o espaço. Fundamentado
na historiografia de referência – A Nova História Cultural e A Nova Esquerda
248
Inglesa – e nos documentos históricos disponíveis. Do tema serão
desdobrados os conteúdos específicos que darão ao problema inicial.
As estratégias utilizadas serão:
-Problematizar;
-Localizar acontecimento, processo ou sujeito;
-Delimitar o tema;
-Definir tempo/espaço de observação do conteúdo tematizado;
-Relacionar com a atualidade;
-Contextualizar com outras áreas do conhecimento;
-Construir narrativa histórica;
-Trabalhar com os mais diferentes tipos de fontes históricas (leitura,
interpretação e análise).
-Socializar as produções através de debates, apresentação, construção
de narrativa histórica e participação em eventos.
-Elaborar biografias, painéis, dossiês, exposições, dramatizações e
danças.
-Avaliar o processo de ensino e de aprendizagem.
AVALIAÇÃO
O estudo da ciência Histórica no Ensino Médio traz como metas a serem
desenvolvidas: a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas suas relações
pessoais com o grupo de convívio; a formação do estudante como cidadão.
A avaliação será diagnóstica permanente e cumulativa, utilizará técnicas
e instrumentos diversificados, criando condições para que os alunos
preocupem-se mis com a aplicação dos conhecimentos do que a memorização,
visto que trabalhando com temas variados em épocas diversas, de forma
comparada e a partir de diferentes fontes e linguagens, constituirá uma fonte
significativa para que os educandos desenvolvam habilidades que lhes
permitam analisar as semelhanças, diferenças, mudanças e permanências
existentes no processo histórico, a participação no coletivo e suas atitudes de
compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e gerações do
passado e do futuro, as suas afetividades, sua construção dos laços de
identidade e consolidação da formação de cidadania.
249
Avaliar História seria verificar através de diversas formas de trabalho, se
o educando consegue discernir os limites e possibilidades de sua atuação na
sociedade atual se conseguem analisar o passado e compará-lo com o
presente e imaginar que suas ações poderão diferenciar o futuro, valorizando a
si mesmo e trabalhando firmemente para exercer com diplomacia a sua
cidadania.
A avaliação ocorrerá de modo contínuo, sendo o aluno avaliado no dia-
a-dia escolar levando em consideração os seguintes critérios:
-A apropriação de conceitos históricos;
-A compreensão das dimensões e relações de vida humana (conteúdos
estruturantes);
-O aprendizado dos conteúdos específicos;
-Grau de participação nas aulas;
-Desempenho e disposição em trabalhos individuais;
-Cooperação nos trabalhos em grupos;
-Criticidade e criatividade em responder as questões propostas;
-Responsabilidade com o estudo e materiais;
-Desempenho em atividades desenvolvidas dentro e fora de sala de
aula;
-Assiduidade nas aulas;
-Respeito com as pessoas com quem se relaciona;
-Testes e recuperação paralela.
RECUPERAÇÃO
A recuperação será paralela às atividades e as avaliações propostas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco.
Dicionário de política. São Paulo: Imprensa Oficial, 2000.
250
BRASIL. Lei nº. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Seção 1,
Brasília, 23 dezembro de 1996.
BRASIL. Lei nº. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. História e Cultura Afro-
Brasileira.
BURKE, Peter. O que é história cultural?Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2005.
FOUCAULT, Michel. A microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2004.
HOBSBAWM, Eric J. Sobre a história. São Paulo: Companhia das
Letras, 2002.
LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre (orgs.).História e
memória.Campinas: UNICAMP, 1992.
PARANÁ. Lei 13.381, de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no
ensino fundamental e médio da rede pública estadual de ensino, conteúdos da
disciplina história do Paraná. Diário Oficial do Paraná. Brasília, n.6134,18
dezembro 2001.
PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência da
Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do
Estado do Paraná. História. Curitiba: SEED, 2006.
251
DISCIPLINAS
ENSINO FUNDAMENTAL
MATEMÁTICA
Apresentação da Disciplina
A Matemática é uma das mais importantes ferramentas da sociedade
moderna. Apropriar-se dos conceitos e procedimentos matemáticos básicos
contribui para a formação do futuro cidadão que se enganjará no mundo do
trabalho, das relações sociais, culturais e políticas. Para exercer plenamente a
cidadania é preciso saber contar, comparar, medir, calcular, resolver
problemas, argumentar logicamente, conhecer formas geométricas e organizar,
analisar e interpretar criticamente as informações.
Segundo Abrantes (1999, p.17),
“A Matemática constitui um patrimônio cultural da humanidade e um
modo de pensar. A sua apropriação é um direito de todos. Nesse
sentido, seria impensável que não se proporcionasse a todos a
oportunidade de aprender matemática de um modo realmente
significativo, do mesmo modo, seria inconcebível eliminar da escola
básica a educação literária, científica, ou artística. Isso implica que
todas as crianças e jovens devam ter a possibilidade de contar, a um
nível apropriado, as idéias e os métodos fundamentais da Matemática
e de aprender o seu valor e a sua natureza”.
Historicamente, a Matemática como ciência em constante evolução,
pode ser encarada como um corpo de conhecimento constituído por teorias
bem determinadas, ou como um conjunto de processos característicos que
devem ser desenvolvidos.
Por ser uma ciência que surgiu mediante as necessidades do próprio
homem e através dela se afirmaram outras disciplinas como Química, Física,
252
Astronomia, Arquitetura, Genética, Geografia, História, Arte e tantas outras
conexões, faz-se necessário um trabalho interdisciplinar, abordando
metodologias tais como: História da Matemática, Etnomatemática, Jogos,
Modelagem Matemática, Resolução de Problemas, Tratamento da Informação
utilizando aspectos do dia a dia do educando e da sociedade.
Na escola, o trabalho com matemática pode ser uma das formas de
mostrar aos alunos o papel que exercemos na construção do conhecimento e a
relação social interagindo em determinada época, mostrando que o conteúdo
ensinado tem relação com acontecimentos cotidianos internos ou externos à
escola.
A prática docente encontrará fundamentação teórica e metodológica na
Educação Matemática englobando inúmeros saberes, relacionando o ensino à
aprendizagem e o conhecimento matemático. Tendo por finalidade fazer o
estudante compreender e se apropriar da matemática não somente como um
método, procedimento ou algoritmo, mas construindo uma formação integral
por intermédio do conhecimento matemático.
Assim, tem-se como meta formar estudantes críticos, autônomos e
capazes de agir socialmente. Estes, precisam de conhecimentos lógico-
matemáticos, onde serão vistos sob uma visão histórica, cujos conceitos
apresentados possam ser discutidos, construídos e reconstruídos no seu
pensamento humano e no seu desenvolvimento cognitivo, por meio de idéias e
tecnologias.
A disciplina de Matemática tem por objetivo fundamentar o
conhecimento de ciência com a concepção de Matemática como uma ciência
construída pelo homem com aplicações práticas no seu cotidiano. Ainda,
pretende estimular o educando a compreender os fenômenos matemáticos
existentes na natureza, na sociedade e nos princípios da ciência tecnológica,
através das relações entre números, medidas e geometria.
Dessa forma, as metas educacionais da Matemática buscam
desenvolvê-la como campo de investigação e de produção de conhecimento,
no aspecto científico, em sua melhoria pragmática, desenvolver a melhoria da
qualidade de ensino.
253
Conteúdos
Os conteúdos estruturantes do Ensino Fundamental são divididos em
quatro eixos: a) Números, Operações e Álgebra; b) Medidas; c) Geometria; e d)
Tratamento da Informação.
Os conteúdos específicos por série podem ser elencados da seguinte
maneira:
5A. SÉRIE
NÚMEROS, OPERAÇÕES E ÁLGEBRA|.
- História do número;
- Sistemas de numeração decimal e não-decimal;
- Números naturais e suas representações;
- Conjuntos numéricos naturais;
- As seis operações e suas inversas;
- Múltiplos e divisores;
- Mínimo múltiplo comum;
-Transformações de números fracionários (na forma de razão/quociente) em
números decimais;
- Multiplicação, divisão, adição e subtração de frações por equivalência;
- Fatoração;
- Expressões numéricas;
- Número primos;
- Porcentagem.
MEDIDAS
- Organização do sistema métrico decimal e do sistema monetário;
-Transformações de unidade de massa, capacidade, comprimento e tempo;
- Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na
resolução de problemas algébricos;
- Capacidade, volume e suas relações;
- História das medidas.
254
GEOMETRIA
- Classificação e nomenclatura de sólidos geométricos e figuras planas;
- Condições de paralelismo e perpendicularidade;
- Planificação de sólidos geométricos;
- Polígonos e poliedros;
- Mosaicos;
- Simetria;
- Classificação de poliedros;
- Estudo de polígonos encontrados a partir de prismas e pirâmides;
- História da geometria.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Coleta, organização e descrição de dados;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o desenvolvimento sustentável, ciência e
tecnologia;
- Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população brasileira e por
cor, renda e escolaridade no país e no município;
- Análise de pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no país;
- Realização com os alunos sobre pesquisas de dados no município com
relação à população negra;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o crescimento populacional e econômico do
Paraná.
6ª SÉRIE
NÚMEROS OPERAÇÕES E ÁLGEBRA
- Conjuntos numéricos (naturais inteiros, racionais);
- As seis operações e suas inversas;
- Juros e porcentagens nos diferentes processos de cálculo (razão, proporção,
frações e decimais);
- Noções de variável e incógnita, a possibilidade de cálculo pela substituição de
letras por valores numéricos;
255
- Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e
diferença;
- Grandezas direta e inversamente proporcionais;
- Equações e sistemas de equações de 1º grau;
- Múltiplos e divisores;
- Mínimo múltiplo comum;
- Expressões numéricas.
MEDIDAS
- Transformações de unidades de medidas de massa, capacidade,
comprimento e tempo;
- Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na
resolução de problemas algébricos;
- Capacidade, volume e suas relações;
- Ângulos e arcos-unidade, fracionamento e cálculo;
- História das medidas.
GEOMETRIA
- Construções e representações no espaço e no plano (cultura Afro);
- Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas;
- Desenho geométrico com uso de régua e compasso;
- Ângulos, polígonos;
- Classificação de triângulos;
- Interpretação geométrica de equações;
- Mosaicos e polígonos regulares;
- História da geometria.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
256
- Coleta, organização e descrição de dados;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o desenvolvimento sustentável, ciência e
tecnologia;
- Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população brasileira e por
cor, renda e escolaridade no país e no município;
- Análise de pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no país;
- Realização com os alunos sobre pesquisas de dados no município com
relação à população negra;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o crescimento populacional e econômico do
Paraná.
7A. SÉRIE
NÚMEROS, OPERAÇÕES E ÁLGEBRA:
- Conjunto numérico (naturais, racionais, reais, inteiros e irracionais);
- Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e
diferença;
- Juros e porcentagens nos seus diferentes processos de cálculo;
- Noções de variáveis e incógnitas e a possibilidade de cálculo a partir de
substituição de letras por valores numéricos;
- História das equações;
- Equações, inequações e sistemas de equações do 1º grau;
- Polinômios e os casos notáveis;
- Potências e raízes;
- Produtos notáveis;
- Fatoração;
- Expressões numéricas;
- Cálculo de números de diagonais.
MEDIDAS:
- Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na
resolução de problemas algébricos;
257
- Capacidade e volume e suas relações;
- Ângulos e arcos – unidade, fracionamento e cálculo;
- Triângulos quaisquer – lados e ângulos;
- Poliedros regulares e suas relações métricas.
GEOMETRIA:
- Condições de paralelismo e perpendiculariedade;
- Definição e construção do baricentro, ortocentro, incentro e circuncentro;
- Desenho geométrico com o uso de régua e compasso;
- Ângulos, polígonos e circunferências;
- Classificação de triângulos;
- Representação cartesiana e confecção de gráficos;
- Interpretação geométrica de equações, inequações e sistema de equações;
- Representação geométrica dos produtos notáveis.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
- Coleta, organização e descrição de dados;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o desenvolvimento sustentável, ciência e
tecnologia;
- Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população brasileira e por
cor, renda e escolaridade no país e no município;
- Análise de pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no país;
- Realização com os alunos sobre pesquisas de dados no município com
relação à população negra;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o crescimento populacional e econômico do
Paraná;
- Gráficos de barras, colunas, linhas diagonais, setores e de curvas,
histogramas.
8A. SÉRIE
NÚMEROS, OPERAÇÕES E ÁLGEBRA:
258
- Conjuntos numéricos;
- Propriedades da potenciação e radiciação;
- Operações;
- Equações do 1º grau;
- Equações do 2º grau e inequações;
- Expressões numéricas;
- Funções;
- Trigonometria no triângulo retângulo.
MEDIDAS:
- Congruência e semelhança de figuras planas (Teorema de Talles);
- Triângulo retângulo – relações métricas e Teorema de Pitágoras.
GEOMETRIA:
- Noções de geometria euclidiana e não euclidiana;
- Classificação e nomenclatura dos sólidos geométricos e figuras planas;
- Construções e representações no espaço e no plano;
- Planificação de sólidos geométricos;
- Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas;
- Estudo de polígonos encontrados a partir de prismas e pirâmides;
- Estudo dos poliedros de Platão;
- Geometria grega.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO;
- Coleta, organização e descrição de dados;
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o desenvolvimento sustentável, ciência e
tecnologia;
- Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população brasileira e por
cor, renda e escolaridade no país e no município;
- Análise de pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no país;
- Realização com os alunos sobre pesquisas de dados no município com
relação à população negra;
259
- Leitura, interpretação e representação de dados: tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos, evidenciando o crescimento populacional e econômico do
Paraná;
- Gráficos de barras, colunas, linhas poligonais, setores e de curvas,
histogramas;
- Noções de probabilidade;
- Médias, moda e mediana.
Metodologia
Quanto ás propostas metodológicas, algumas escolas do
município não privilegiavam o recurso da História da Matemática,
a qual foi discutida, e ampliada de acordo com os procedimentos
práticos que poderiam ser aplicados principalmente nas séries
iniciais do Ensino Fundamental como a quinta e sexta séries. A
Modelagem matemática foi discutida e possíveis adaptações
serão realizadas. Durante o período vespertino discutiu-se o tema
Etnomatemática, foram visualizadas revistas da editora duetto
que contemplam atividades realizáveis em sala de aula, com
várias concepções de culturas, desde a indígena brasileira,
passando pela cultura africana e indo até a índica e as culturas
orientais. Todos os professores estruturam suas aulas tendo
como enfoque principal a resolução de problemas, os quais
poderão ser acompanhados de mediações entre as demais
metodologias propostas, bem como a interdisciplinaridade
presente.
O uso de mídias tecnológicas foram discutidos pois apesar dos
computadores já estarem instalados, ainda não estão
propriamente “prontos” para serem usados de fato. O uso racional
da calculadora como um recurso a mais nas aulas de Matemática
foi muito bem discutido e apreciado.
260
Outro assunto discutido foi a Matemática utilizada pelos cursos
técnicos, explicou-se como se procede a Matemática direcionada
aos curso de Magistério, Agricultura, Agrimensura, Contabilidade
e Administração.
Enfim, o grupo de professores trabalhou de forma significativa e
se apropriou dos conhecimentos estruturados para tal encontro.
Sugere-se para futuros encontros que sejam estimuladas as
práticas educativas como grupos de estudos onde os professores
pudessem realmente trocar idéias sobre metodologia de trabalho.
Chegou-se a conclusão que faltam estruturas metodológicas de
ensino envolvendo as práticas metodológicas propostas pelo
documento.
Sabe-se que o aprendizado de Matemática se dá de forma gradual e
sistemática, por isso, em cada conteúdo apresentado há a aplicação de
conteúdos anteriormente desenvolvidos e que devem ser relembrados em cada
situação problema.
Portanto, a metodologia utilizada deverá permear as situações problema
como ponto de partida, as quais serão desenvolvidas individualmente, em
duplas ou pequenos grupos de alunos trabalhando em conjunto. A forma com
que o professor orientará as atividades dependerá do estilo do problema
proposto, mas o procedimento de resolução por parte dos alunos poderá conter
distintos modos, desde que corretamente efetuados. Ao final da resolução, é
importante a sua validação pois, assim, o educando desenvolverá senso crítico
e adaptação do problema com a realidade. Para isto, poderá comparar seus
resultados com os colegas e com o professor. Para que o educando relacione
as observações do cotidiano com representações matemáticas, serão
elaborados esquemas, tabelas, figuras, escritas numéricas, descrição
detalhada sobre o assunto e a comunicação oral, onde o aluno poderá falar e
escrever sobre Matemática, além de representar graficamente, desenhar e
organizar dados.
261
A compreensão dos fatos matemáticos se dará de forma simples,
tranqüila e detalhada, inserindo os conteúdos aliados ao dia a dia, sempre que
for possível a relação.
As conexões com Arte, Ciências, Geografia, e demais áreas do
conhecimento acontecerá naturalmente, mediante os problemas levantados
pelo professor. Utilizar-se-á materiais didáticos existentes na escola, tais como
livros, vídeos, televisão, calculadora, dicionários, material dourado, além de
jogos e material concreto elaborado pelos professores.
Avaliação
A avaliação é compreendida como elemento integrador entre a
aprendizagem e o ensino, é entendida como um dos aspectos do ensino pelo
qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu
próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo
de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados.
Ocorrerá durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não
apenas em momentos específicos caracterizados como fechamento de
grandes etapas de trabalho. Avaliar em Matemática significa utilizar o próprio
erro do aluno como superação de dificuldades, auxiliando-o a compreender
seus próprios procedimentos.
Compreenderá provas, atividades lúdicas, atividades escritas, orais,
indicações de acompanhamento escolar e comportamento em sala, e trabalhos
pré-estabelecidos. A avaliação dar-se-á de forma global e individual, em sala
de aula, através de observações sistemáticas, análise das produções dos
alunos e atividades específicas, deixando bem claro para os alunos o quê se
pretende avaliar, sendo que o registro se dará através do diário de classe.
Ou seja, a avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos
ou fracassos do aluno, é compreendida como um conjunto de atuações que
tem a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica.
Acontecerá contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa
do conhecimento construído pelo aluno. Possibilitará conhecer o quanto ele se
aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em
262
determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção
pedagógica realizada.
Referências
BARBOSA, Jonei C. Modelagem Matemática e os professores: a questão
da formação. Bolema – Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, n. 15, p.
05-23, 2001.
BICUDO, M. V.; BORBA, M. Educação Matemática: Pesquisa em
Movimento. São Paulo: Cortez, 2004.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Matemática. Brasília. MEC/Sef. 1997.
BOYER, C. B. História da Matemática. 12 ed. São Paulo: Educação Blusher,
1996.
CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática. 4 ed.
Lisboa: Gradiva, 2002.
DANTE, L. R. Didática da Resolução de Problemas. São Paulo. Ática, 1989.
FLORENTINI, D. Alguns Modos de Ver e Conceber o Ensino da Matemática
no Brasil. Revista Zetetiké. V.4, n. 3, 1-37.
GERDES, P. Sobre o Despertar do Pensamento Geométrico. Curitiba:
UFPR, 1992.
IFRAH, G.; SENRA, S. M. F. (Trad.) Os números – a história de uma grande
invenção. 7 ed. São Paulo: SP: Papirus, 2005.
LINS, R. C; GIMENEZ, J. Perspectivas em aritmética e álgebra para o
século XXI. 5. Ed. Campinas: SP: Papirus, 2005.
263
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública da Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
264
CIÊNCIAS
1.0 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:
A Lei nº. 9394/96 que estabeleceu as diretrizes e bases para a
educação nacional. Isto se deve, além de outros fatores, à mudança de
paradigma da educação.
A partir de 1996, a luz de políticas públicas federais, o ensino de
Ciências teve objeto de estudo redirecionado. Seus conteúdos clássicos se
esvaziaram em decorrência da publicação dos Parâmetros Curriculares
Nacionais.
A trajetória do currículo de Ciências sempre esteve alinhada a interesses
políticos, econômicos e sociais, determinantes da proposta pedagógica. Por
isso, a concepção de cidadania, de aluno, professor, ensino, aprendizagem,
escola e educação se alteram historicamente.
Já a partir de 2003, iniciou-se um novo período da história da educação
paranaense. Isso se deve à reformulação da política educacional do estado.
Como aspecto relevante dessa mudança, foram realizados grupos de estudo e
seminários com a finalidade de se elaborar as Diretrizes Curriculares para a
Educação Básica (DCE´s).
A partir dessas Diretrizes, a disciplina de ciências passou a ter como
prioridade os conhecimentos científicos físicos, químicos e biológicos para o
estudo dos fenômenos naturais sem deixar de considerar as implicações da
relação entre a ciência, a tecnologia e a sociedade.
A disciplina de ciências deve ser abordada com base nos conteúdos
estruturantes: Astronomia, Matéria e Energia, Sistemas Biológicos e
Biodiversidade.
Esses conteúdos devem ser abordados de forma consistente, critica,
histórica, considerando as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade.
Os conteúdos específicos poderão ser abordados em suas inter-
relações com outros conteúdos e disciplinas, considerando seus aspectos
conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais, os quais
devem ficar evidentes no processo de ensino-aprendizagem da disciplina.
265
A disciplina de ciências tem por objetivo retomar a função social da
disciplina, que por meio de tratamento crítico e histórico dos conteúdos
promove a socialização dos conhecimentos científicos e tecnológicos e a
democratização dos procedimentos de natureza social. Deve permitir a
compreensão do desenvolvimento científico nos diferentes tempos da história
da humanidade, dando possibilidades aos sujeitos do processo de ensino-
aprendizagem de usar os conhecimentos científicos no seu cotidiano,
adequando-os às suas necessidades e interesses.
2.0 – OBJETIVOS:
Por meio dos objetivos específicos, citados a seguir, o ensino de
Ciências deve propiciar condições para que os sujeitos do processo educativo
discutam, analisem, argumentem e avancem na compreensão do seu papel
como sujeito transformador da sociedade.
Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em
sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive em relação
essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente;
Compreender a ciência como um processo de produção de
conhecimento e uma atitude humana, histórica associada a aspectos de ordem
social, econômica, política e cultural;
Identificar relações entre conhecimento científico, produção de
tecnologia e condições de vida no mundo de hoje e em sua evolução histórica,
e compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,
sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-
tecnológicas;
Compreender as saúdes pessoal, social e ambiental como bens
individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes
agentes;
Formular questões, diagnosticar problemas reais e propor soluções para
eles a partir de elementos das ciências, colocando em prática conceitos,
procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;
Saber utilizar conceitos científicos básicos associados a energia,
matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
266
Saber combinar leituras, observações, experimentações e registro para
a coleta de dados, realizar comparação entre explicações, organização,
comunicação e discussão de fatos e informações.
Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e
cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.
3.0 – Conteúdos
Os conteúdos estruturantes devem ser trabalhados numa abordagem
crítica e histórica, juntamente com a presença dos conhecimentos físicos,
químicos e biológicos. Para que isso se efetive, alguns conceitos científicos são
fundamentais e precisam ser constantemente retomados, de modo que os
alunos compreendam que o objeto da disciplina permeie sua prática social. O
estudo desses conceitos fundamentais permite planejar ações pedagógicas
que relacionam os conteúdos estruturantes, específicos com a ciência, a
tecnologia e a sociedade.
Por meio dos conteúdos específicos da disciplina, os mesmos
possibilitam uma análise ampla do contexto social, porque estendem a
discussão para além do conteúdo específico e alcançam diferentes instâncias
da sociedade, as quais, embora não estejam explicitas, influenciam
diretamente na prática social do sujeito.
Sendo assim, os conteúdos específicos por série podem ser
classificados da seguinte maneira:
5ª Série
ASTRONOMIA:
- UNIVERSO
Galáxias
Movimentos das galáxias
Aglomerados
Quasares
Nebulosas
Buracos Negros
Lei de Hubble
267
Idade do Universo
Escala do Universo
Densidade do Universo
Formação do Universo
As fontes de energia do Universo
- SISTEMA SOLAR:
Geocentrismo
Heliocentrismo
Formação do Sistema Solar
Idade do Sistema Solar
Localização do Sistema Solar em nossa galáxia
Dimensões do Sistema Solar
- MOVIMENTOS CELESTES E TERRESTRES:
Rotação
Translação
Estações do Ano
Eclipse do Sol
Dias e Noite
- MATÉRIA
- CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA:
Conceito de Matéria
Composição do Planeta Terra primitivo
A Terra antes do surgimento da vida
Atmosfera terrestre primitiva
Camadas atmosféricas
Crosta terrestre
Manto terrestre
Núcleo terrestre
Solos
Rochas
268
Minerais
Composição (atômica) da água
- ENERGIA
- FORMAS DE ENERGIA
Energia Luminosa
Energia Elétrica
Energia Eólica
- CONVERSÃO DE ENERGIA
Sistemas semi-conservativos
Ciclos da Matéria
A Interferência da Energia luminosa nos seres vivos
Sistema Ectotérmicos
Fontes de Energia
Fontes de Energia renováveis e não-renováveis
- TRANSMISSÃO DE ENERGIA
Sistemas de transmissão de energia
Mudanças de estado físico
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- NIVÉIS DE ORGANIZAÇÃO
Autótrofos
Heterótrofo
- CÉLULA
Fotossíntese
Reserva Energética
- BIODIVERSIDADE
- ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Deriva continental
Extinção de espécies
- ECOSSISTEMAS
Ecossistemas – dinâmica
269
Eras geológicas
Efeito Estufa.
6ª Série
- ASTRONOMIA
- SISTEMA SOLAR:
Composição do Sistema Solar
Astros do Sistema Solar
- MOVIMENTOS CELESTES E TERRESTRES:
Rotação
Translação
Eclipse da Lua
Fases da Lua
Constelações
Dias e Noites
A esfera terrestre e seu sistema de coordenadas
A esfera celeste e seu sistema de coordenadas
- ASTROS
Estrelas
Planetas
Planetas Anões
- MATÉRIA:
- CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA:
Conceito da Matéria
Matéria antes do surgimento da vida
Atmosfera Terrestre Primitiva
Estrutura Química da célula
- ENERGIA
- FORMAS DE ENERGIA
Energia Térmica
Energia Luminosa
- TRANSMISSÃO DE ENERGIA
270
Sistemas de transmissão de energia
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- NIVÉIS DE ORGANIZAÇÃO
Células
Unicelular
Pluricelular
Procarionte
Eucarionte
Autótrofo
Heterótrofo
- CÉLULA
Teoria Celular
Tipos Celulares
Mecanismos Celulares
Estrutura Celular
Respiração Celular
- MORFOLÓGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS
Características gerais dos seres vivos
Órgãos e sistemas animais e vegetais
- BIODIVERSIDADE
- ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Diversidade das espécies
Extinção das espécies
Comunidade
População
- SISTEMÁTICA
Classificação dos seres vivos
Categorias taxonômicas
Filogenia
Populações
- ORIGEM DA VIDA
Conceito de biodiversidade
271
Biogênese
Teorias sobre o surgimento da vida
Geração espontânea
7ª Série
- ASTRONOMIA
- ORIGEM E EVOLUÇÃO DO UNIVERSO
Teorias sobre a origem do universo (Teorias Cosmogonicas)
Modelos do Universo Finito
Modelos do Universo Infinito
Modelos do Universo Inflacionário
Modelos do Universo em Expansão
A Teoria da Relatividade e a Cosmologia Moderna
- MATÉRIA
- CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
Conceito da Matéria
Elementos Químicos
Reações Químicas
Estrutura química da célula
- ENERGIA
- FORMAS DE ENERGIA
Energia Mecânica
Energia Térmica
Energia Química
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
Organismo
Sistemas
Órgãos
Tecidos
Células
Unicelular
272
Pluricelular
Procarionte
Eucarionte
- CÉLULA
Teoria Celular
Tipos Celulares
Mecanismos Celulares
Estrutura Celular
Respiração Celular
- MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS
Estrutura e funcionamento dos tecidos
Tipos de tecidos
Sistema digestório
Sistema cardiovascular
Sistema respiratório
Sistema sensorial
Sistema excretor
Sistema urinário
Sistema reprodutor
Sistema endócrino
Sistema nervoso
- MECANISMOS DE HERANÇA GENÉTICA
- Cromossomos
- Gene
- DNA
- RNA
-Mitose
-Meiose
- BIODIVERSIDADE
- EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
Teorias Evolutivas
8ª Série
273
- ASTRONOMIA
- ASTROS:
Satélites Naturais
Anéis
Meteoros
Meteoritos
Cometas
Constituição físico-química dos astros
- GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
Leis de Kepler/ Leis de Newton/Marés
- MATÉRIA:
- CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA:
Conceitos da Matéria
Átomos
Modelos Atômicos
Elementos Químicos
Íons
Ligações químicas
Substâncias
Reações Químicas
Funções Químicas Inorgânicas
Ácidos
Sais
Bases
Óxidos
Lei da Conservação da Massa
Compostos Orgânicos
Composição (atômica) da água
- PROPRIEDADES DA MATÉRIA
Massa
Volume
Densidade
Compressibilidade
Elasticidade
274
Divisibilidade
Indestrutibilidade
Impenetrabilidade
Maleabilidade
Ductibilidade
Flexibilidade
Elasticidade
Permeabilidade
Condutibilidade
Dureza
Tenacidade
Cor, brilho, sabor, textura e odor
- ENERGIA
- FORMAS DE ENERGIA
Energia Mecânica
Energia Térmica
Energia Luminosa
Energia Nuclear
Energia Elétrica
Energia Química
Energia Eólica
- CONVERSÃO DE ENERGIA
Eletromagnetismo
Conversão de energia potencial em energia cinética
Movimentos
Velocidade
Aceleração
Colisões
Trabalho
Potência
- TRANSMISSÃO DE ENERGIA
275
Irradiação
Convecção
Condução
Leis de Newton
Máquinas Simples
Sistemas Mecânicos
Equilíbrio de Força
Mudanças de Estado Físico
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS
Funcionamento dos sistemas
Digestório
Sensorial
Respiratório
Nervoso
- BIODIVERSIDADE
- INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
Ciclos biogeoquímicos
Relações interespecíficas
Relações intraespecíficas
A partir da Lei nº 10.639/03 que contempla a História e Cultura Afro-
brasileira e Africana devemos trabalhar com as diversidades culturais
explorando as diferenças étnico-raciais que estão postas, tanto na sala de aula
como na sociedade, é possibilitar a reflexão crítica, o pensar do aluno a partir
do seu lugar, de suas experiências de vida, de suas lutas diárias. A
obrigatoriedade do ensino da Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas tem
fortes repercussões pedagógicas, porque é preciso valorizar a história e cultura
de seu povo, buscando reparar danos a sua identidade e a seus direitos. A
relevância do estudo da história Afro não se restringe à população negra , ao
contrário diz respeito a todos os brasileiros uma vez que devemos educar
cidadãos abertos a uma sociedade multicultural, para sermos uma nação
democrática.
Em outras palavras, à escola está sendo atribuída a responsabilidade de
acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos
276
escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira,
de fiscalizar para que no seu interior, os alunos negros deixem de sofrer os
primeiros e continuados atos de racismo de que são vítimas. sem dúvida
assumir estas responsabilidades implica compromisso da escola, da
comunidade, na formação de cidadãos atuantes , capazes de compreender as
relações sociais e étnico-raciais de que participam e ajudam a manter fatos e
situações a partir de diferentes perspectivas, de desempenhar-se em áreas que
lhes permitam continuar estudos em diferentes níveis de formação.
Pedagogias de combate ao racismo e a discriminações elaboradas com
o objetivo de educação das relações étnico/raciais positivas se fortalecem entre
os negros e despertam entre os brancos a consciência negra. Entre os negros
poderão oferecer conhecimentos e segurança para orgulharem-se da sua
origem africana, para os brancos, poderão permitir que identifiquem as
influências, a contribuição, a participação e a importância da história e da
cultura dos negros no seu jeito de ser, viver, e de relacionar com as outras
pessoas notadamente as negras. Também farão parte de um processo de
reconhecimento, por parte do Estado da sociedade e da escola da dívida social
que tem em relação ao segmento negro da população, possibilitando uma
tomada de posição contra o racismo e a discriminação racial e a construção de
ações afirmativas nos níveis de ensino da educação brasileira.
Precisa, o Brasil, país multi-etnico e pluricultural, de organizações escolares em
que todos se vejam incluídos, em que lhes seja garantido o direito de aprender
e de ampliar conhecimentos, sem ser obrigados a negar a si mesmos, ao grupo
étnico/racial a que pertencem e a adotar costumes, idéias e comportamentos
que lhe são adversos. E estes, certamente, serão indicadores da qualidade da
educação que será oferecida pelos estabelecimentos de ensino de diferentes
níveis.
Para tanto, em nossa escola tem-se prioridades as ações que propiciem o
contato com a cultura africana e afrodescendentes através das mais variadas
formas de trabalho, discussões e atividades que tenham como foco a criança e
o jovem negro, a sua família em diferentes contextos sociais e profissionais,
para a valorização da diversidade étnica brasileira. Buscamos realizar por meio
de pesquisas e debates, uma reflexão histórica sobre o espaço dos
277
afrodescendentes e de sua cultura na sociedade e sua representação nos
meios de comunicação de massa.
Para que o ensino de Ciências contemple as temáticas desta cultura
devemos trabalhar com os seguintes conteúdos:
- estudo sobre as teorias antropológicas;
- desmistificação das teorias racistas, destituindo de significado a
pseudo-superioridade racial;
- contribuição dos povos africanos e seus descendentes para os
avanços da Ciência e da Tecnologia;
- análise e reflexão sobre o panorama da saúda dos africanos.
Desta forma, destacamos a necessidade de uma escola democrática,
em que todos tenham seus direitos garantidos e respeitados. Uma escola
acima de tudo humana, que reconheça a importância do convívio social na
busca pelo conhecimento e na formação da cidadania.
Tendo em vista a AGENDA 21 Brasileira que tem por objetivo instituir um
modelo de desenvolvimento sustentável a partir da avaliação da realidade de
cada região, os professores da área de ciências tem a necessidade de
conscientizar os alunos da importância da preservação do meio ambiente, para
que possamos ter uma qualidade de vida que seja realmente praticável.
Portanto os temas centrais destacados são: cidades sustentáveis,
agricultura sustentável, infra-estrutura e integração regional, gestão dos
recursos naturais, redução das desigualdades sociais, e ciências e tecnologia
para o desenvolvimento sustentável. A partir dessas premissas a educação a
possibildade de atingir a massa da sociedade através de novas Diretrizes de
Ensino estabelece linhas de ação para as Escolas que por sua vez, com todos
os seus segmentos também preocupados com a questão ambiental
desenvolvem atividades e projetos como pesquisas, estudos, apresentações de
feiras e outras exposições, além de conteúdos que compõem as disciplinas
afins.
Os Estudos sobre o Estado do Paraná estão contemplados nas
disciplinas de História e Geografia dentro de seus objetivos, porém todas as
disciplinas tem a necessidade de refletir sobre o reconhecimento da Cultura
Paranaense estabelecendo um resgate histórico dos momentos culminantes da
história com vistas às ações presentes e futuras
278
No entanto, devemos trabalhar na área de Ciências conteúdos que
completem aspectos sobre a História do Paraná destacando a fauna e a flora
nativa visando a sua preservação, a evolução do Estado na área tecnologia e
seu impacto ambiental e a melhoria d 6ª, 7ª e 8ª séries. Faz-se necessário que
o professor tenha consciência de que ele é autor do planejamento pedagógico,
e que deve ter autonomia para discernir as demandas das séries finais do
Ensino Fundamental.
Deve-se respeitar o nível cognitivo dos alunos, à realidade local, a
diversidade cultural, às diferentes formas de apropriação dos conteúdos
específicos por parte dos alunos, bem como adotar uma linguagem coerente
com a faixa etária, aumento gradativamente o aprofundamento da abordagem
desses conteúdos.
O tratamento dos conteúdos pode ser efetivado por meio de uma
metodologia que problematize a prática social do sujeito. O problema escolhido
se refere à sua amplitude, ou seja, ele não pode ser escolhido aleatoriamente
ou representar o interesse de um ou de outro sujeito, mas sim ser de interesse
coletivo.
Os conteúdos específicos podem ser tratados, ainda por meio de
atividades e aulas práticas, desde que se considere a coerência entre a teoria e
a prática, e o conteúdo e a forma. É importante lembrar que as aulas e as
atividades práticas podem acontecer em diversos ambientes, na escola e fora
dela. Além disso, é importante compreender os interesses que permeiam os
conteúdos e identificar a intencionalidade da produção científica; ou seja, o que
determinou. Vale ainda observar qual a aplicabilidade desse conhecimento e a
relação entre as intenções implícitas existentes na produção científica e na sua
função social.
No aspecto discente, destaca-se a importância dos registros que os
mesmos fazem no decorrer das atividades em aula, pois assim o professor
pode analisar a própria prática e fazer uma intervenção pedagógica coerente.
Além disso, o professor pode divulgar a produção de seus alunos com o intuito
de promover a socialização dos saberes, a interação entre os estudantes e
destes com a produção científico-tecnológica.
O encaminhamento metodológico para esta disciplina não pode ficar
restrito a um único método. Nesse sentido algumas possibilidades de
279
encaminhamentos metodológicos são: a observação, o trabalho de campo, os
jogos de simulação e desempenho de papéis, visitas à indústrias, museus,
projetos individuais e em grupos, palestrantes convidados, fóruns, debates,
seminários dentre outros. Podem ainda envolver música, desenho, poesia,
livros de literatura, jogos didáticos, dramatizações, história em quadrinhos,
painéis, murais, exposições e feiras. Além disso, os professores também
podem recorrer aos recursos tecnológicos, como slides, fitas VHS, DVDs, CDs,
CD-ROMs educativos, softwares, pen-drives, entre outros.
A partir desse encaminhamento metodológico, a disciplina de ciências
deverá resgatar, na escola, a sua principal função: os estudo dos fenômenos
naturais por meio de tratamento dos conteúdos de forma crítica e histórica.
5.0 – Avaliação
A avaliação será continua, diagnóstica, cumulativa, reflexiva e inclusiva
e se dará ao longo do processo de ensino e de aprendizagem possibilitando
ao professor, por meio de uma interação diária com os alunos, contribuições
importantes para verificar em que medida os alunos se apropriaram dos
conteúdos específicos tratados nesse processo. É necessário que o processo
avaliativo se dê de forma sistemática e a partir de critérios avaliativos,
estabelecidos pelo professor que considere aspectos como os conhecimentos
que os alunos possuem sobre determinados conteúdos, a prática social desses
alunos, o confronto entre esses conhecimentos e os conteúdos específicos, as
relações e interações estabelecidas por eles no seu progresso cognitivo, ao
longo do processo de ensino e aprendizagem e, no seu cotidiano.
É imprescindível a coerência entre o planejamento das ações
pedagógicas do professor, o encaminhamento metodológico e o processo
avaliativo.
Deve-se considerar também como outro critério avaliativo o quanto e de
que forma o aluno se apropriou do conhecimento cientifico; quanto o aluno,
e/ou a turma, consegue relacionar os aspectos sociais, políticos, econômicos,
280
éticos e históricos relacionados aos assuntos trabalhados e sua relação
ciência, tecnologia, sociedade. É importante também avaliar em que medida o
aluno e/ou a turma compreende o quanto os conhecimentos físicos, químicos e
biológicos abordados nos conteúdos se aplicam à sua prática social, o quanto
eles se relacionam com outros conteúdos e até mesmo com conhecimentos de
outras disciplinas.
Para que esta proposta de avaliação possa atender ao que se propõe é
preciso que conte com meios, recursos e instrumentos avaliativos
diversificados, visando contemplar os alunos inclusivos. Além de propor provas
objetivas ou questionários com perguntas e respostas diretas, os alunos devem
poder expressar seus avanços na aprendizagem, à medida que interpreta,
produzem, discutem, relacionam, refletem, analisam, justificam, se posicionam
e argumentam defendendo o próprio ponto de vista. Serão, também, utilizados
como instrumentos avaliativos seminários, debates, trabalhos em grupo,
discussões, passeios entre outros. Com isto o professor pode interpretar e
analisar as informações obtidas na avaliação, considerando as concepções de
ciência, tecnologia, educação, aluno, processo de ensino e de aprendizagem,
escola e do currículo de ciências.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- BARROS, Carlos. Ciências – O meio ambiente. 2ª edição. São Paulo: Ática,
2004.
- CRUZ, Daniel. Ciências & Educação Ambiental.31ª edição. São Paulo:
Ática, 2003.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia.21ª edição. Campinas, São
Paulo: Autores associados, 1995.
281
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico – crítica: primeiras
aproximações. 5ª edição. Campinas, São Paulo: Autores associados,
1995.
CÉSAR. S. J., Sezar, s. e Bedaque, P. S. S. Ciências Entendendo a
Natureza.12ª edição. São Paulo: Saraiva, 1997.
PARANÁ, SECRETARIA DE Estado DA EDUCAÇÃO. Currículo Básico de
Educação de Jovens e Adultos, 2º grau. Fase II. Curitiba: SEED, 1991.
282
ARTE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Por meio do estudo das diversas manifestações artísticas, em diferentes
épocas e por criadores diferentes, a Arte é, entre outras coisas, a tradução de
uma maneira de pensar e de ver o mundo de acordo com as vivências de cada
momento Histórico em que elas acontecem e, mais ainda, segundo a visão
subjetiva do artista que a cria.
A Arte preocupa-se com um mostrar o mundo e a vida da maneira mais
ampla possível, possibilitando ao observador ver muito além daquilo que é
concreto, palpável. É um ato revelador do mundo subjetivo que existe em
nossa volta e em nosso mundo psíquico.
Apresenta-se como filtro da grande verdade que é a vida, vivemos em
um mundo que privilegia a imagem e em que o visual é preponderante, levantar
questionamentos e procurar respondê-los por meio do convívio intenso e
cotidiano com situações e objetos que incitam a reflexão, é fundamental.
Para viver em uma sociedade plural é preciso respeitar e valorizar a
diversidade étnica e cultural que a constitui. Por sua formação histórica a
sociedade brasileira é marcada pela presença de diferentes etnias, grupos
culturais, descendentes de imigrantes de diversas nacionalidades, religiões e
línguas. Para tanto a temática História e Cultura Afro-brasileira, foi incluída no
currículo oficial da rede de ensino pela Lei Nº 10.639/03. Foi o trabalho manual
o espaço mais provável de expressão artística e técnica da mão afro-brasileira.
Podemos citar alguns nomes, como Antonio Francisco Lisboa,
conhecido como Aleijadinho (1738-1814), autor de esculturas e fachadas de
igrejas barrocas mineiras, e de Valentim da Fonseca e Silva ou Mestre
Valentim, escultor, cujas obras se encontram em igrejas ou parques cariocas,
em São Paulo, podemos citar o nome de Joaquim Pinto de Oliveira Thebas,
construtor da torre da antiga Sé da cidade. As identidades negras
contempladas na música brasileira são, hoje, o resultado de muitas implicações
Históricas, entre elas a tradição da oralidade de inúmeras culturas africanas,
283
que se destaca pela força do improviso, presente em muitas expressões
musicais, como nos cantos do congado, capoeira e no próprio samba. A
música dá um sentido à existência por ser linguagem de maior abrangência,
envolvendo geralmente a dança e a corporeidade e sendo exercitada em
momentos de festas ou rituais.
Atendendo aos objetivos da disciplina e respeitando o contexto histórico
vigente, em que questões relacionadas com o meio ambiente e sua
preservação são focos dos noticiários e de debates entre os vários segmentos
da sociedade, faz-se necessário abordar questões relacionadas com o meio
ambiente e sua preservação, buscando selecionar artistas que tiveram suas
obras interligadas com as relações entre o homem e o meio ambiente,
ressaltando a importância da preservação ambiental para a melhoria na
qualidade de vida.
Um documento que estabeleceu a importância de cada país se
comprometer e refletir global e localmente, sobre a forma pela qual governos,
empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade
poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais,
foi a Agenda 21. Com isso abriu-se o caminho capaz de ajudar a construir um
planejamento participativo em nível global, nacional e local, de forma gradual e
negociada tendo como meta um novo paradigma econômico e civilizatório.
O importante ponto dessas ações é o planejamento de sistemas de
produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício, a agenda 21
é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, pó
organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil,
em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.
Um artista que tem suas obras relacionadas com essas questões, e um
total engajamento estético com a natureza, aliando arte e preservação,
retirando daí os suportes da linguagem de suas obras, num grande empenho
pessoal, é Frans Krajcberg, cujas obras encontram-se em exposição
permanente na capital paranaense.
Relacionando obras e história, o movimento denominado Paranismo,
ocorrido entre as décadas de 1920 e 1930, procurava cultuar e divulgar a
história e as tradições do Paraná, incentivando a construção de uma identidade
regional, impregnada pela crença no progresso e no desenvolvimento social.
284
Um dos artistas integrante desse movimento foi João Turim, outros
artistas que contribuíram na representação da história do Paraná foram entre
tantos, Zaco Paraná, Alfredo Andersen, Guido Viaro, Poty Lazzarotto. O estudo
de obras que contam com riqueza de detalhes e linguagem artística variada a
história do Paraná e seu povo, tornam-na instigante.
OBJETIVOS
A arte-educação tem por objetivo a formação dos sentidos humanos,
a apreciação metódica e sistematizada da riqueza humana explícita na arte.
Sabendo-se que a percepção humana é constituída historicamente e o que
vemos é o resultado de toda a prática social da humanidade, a formação dos
sentidos estéticos é necessária para superar tanto as visões de mundo
modeladas no comum, quanto os estereótipos que a sociedade impõe.
- Compreender a produção cultural da humanidade e que somos coagentes da
mesma;
- Desenvolver a sensibilidade, da percepção e da imaginação;
- Perceber homens e mulheres enquanto seres simbólicos e sociais que
pensam e se expressam através de signos também visuais, audiovisuais que
se desenvolvem pelo contato sensível, consciente, com os signos de sua
própria produção, da produção dos colegas, da sua cultura e do conforto com
as demais culturas;
- Realizar leituras e apreciação de imagens nos mais diversos meios: obras de
arte, desenho animado, história em quadrinhos, filmes, outodoor, explorando as
mais variadas formas de interpretação.
- Expressar-se e saber comunicar-se respeitando o interesse individual ou de
grupo.
- Aplicar os conceitos adquiridos, traduzindo-os em uma representação
plástica.
- Conhecer e identificar as linguagens plásticas e seus componentes; ponto,
linha, forma, cor, valores cromáticos, luz, textura, volume espaço, superfície,
proporção, movimento, tempo, etc;
285
- Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas deferentes
linguagens estéticas: desenhos, pinturas, gravuras, obras de arte, modelagens,
dobraduras, esculturas, fotografias, ambientes de vitrines, cenários, designer,
artes gráficas ( folhetos, cartazes, encartes, logotipos, dentre outros);
- Contextualizar e situar o conhecimento cognitivo e sensível das produções
artísticas pessoais e da humanidade como produto sócio-histórico e cultural no
contexto das múltiplas culturas e subjetividade;
- Fluir, estudar e analisar as produções em artes visuais, tanto na produção
artística em geral como as ligadas ao campo de comunicação visual como;
designer, etc, conscientizando-se dos meios de comunicação e informação; as
novas mídias audiovisuais, TV, vídeo, multimídia, CD-rom, cinemas , telas
informáticas, dentre outros;
- Trabalhar com as transições possíveis da improvisação, criando
possibilidades expressivas corporais, faciais, do movimento, da voz, do gesto:
improvisar, atuar e interpretar personagens, tipos, coisas, situações; atuar na
convenção palco/ platéia e compreender essa relação a partir das experiências
vivenciadas;
- Conhecer, identificar e estabelecer relações entre funções dos (criadores
musicais), compositores de música popular, de concerto, intérpretes (cantores,
instrumentais) regentes técnicos diferenciados e outros profissionais envolvidos
na produção musical; adquirir conhecimentos considerando as deferentes
características das áreas de atuação e de mercado de trabalho;
- Desenvolver a expressão corporal - Dança (instruções diretas, descobertas
guiadas, respostas selecionadas, jogos dramáticos e composições
coreográficas);
- Como a estrutura da disciplina de Arte é muito ampla, com certeza haverá
durante o processo escolar, outros conteúdos que serão abordados, na medida
em que houver necessidade.
METODOLOGIA
286
Nossa sociedade sempre produziu arte, mesmo antes de sentirmos
essa necessidade de interpretar e expressar os pensamentos e as formas de
apreensão do mundo está em todas as culturas. E a necessidade de conviver
com essas formas de expressão está em nossa vida, faz parte de nosso dia-a-
dia usufruirmos desse convívio como forma especial de compreensão, de
conhecimento do mundo que nos cerca e das diferentes culturas. As
manifestações artísticas brasileiras nos revelam o processo de emancipação e
de constituição de nossa identidade a partir dos conhecimentos sócio-histórico
cultural.
LEITURA (Apreciar): A leitura de imagens propicia, o desenvolvimento
do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo
próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana. Desenvolvendo a
sensibilidade, percepção e imaginação, na apreciação do conhecimento das
produções da humanidade, da natureza, das diferentes manifestações
culturais.
CONTEXTUALIZAR (Refletir): É situar o conhecimento cognitivo e
sensível das produções artísticas pessoais como produto social e histórico, o
que desvela a existência de múltiplas culturas subjetivas. Assim entende-se por
contextualização o situar-se no espaço/tempo histórico, bem como relacionar
as questões sociais, ecológicas, antropológicas na arte, na educação e na
cultura.
Os conhecimentos, as poéticas e o pensar a arte devem estar em
consonância com os aspectos relacionados ao passado/presente; e perceber a
arte no seu contexto estético.
PRODUZIR (Fazer artístico): É através do fazer que o aluno pode
descobrir as possibilidades e limitações das linguagens expressivas, dos
diferentes materiais e instrumentos. É na construção de seu objeto artístico que
o aluno exercita sua imaginação criadora e articula os conhecimentos
adquiridos. Assim, a construção associada às imagens pode colaborar para a
construção de formas com maior força expressiva, ao mesmo tempo em que
estimula o pensar sobre a criação artística
A ênfase na inter-relação entre a leitura (sentidos, humanização dos
objetos e dos sentidos, apreciar, fruição, apropriação, percepção, interpretar as
obras de arte e a realidade), o fazer (prática artística, trabalho criador,
287
expressão, imaginação, criação) e o refletir (cognição, familiarização,
conhecimento, contextualização histórica, social, saber estético) correspondem
à epistemologia da Arte, aos modos de como se aprende.
5ª série
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ÁREA ARTES VISUAIS.
Elementos Formais: Ponto, Linha, Cor, Textura, Forma, Superfície, Volume,
Cor, Luz.
Composição:
- Composição bidimensional com pontos gráficos e físico.
- Efeitos do ritmo linear, quanto a posição e direção, equilíbrio e harmonia na
composição abstrata.
- Formas na composição e objetos – Figurativa e Geométrica. Simetria e
assimetria.
- Aplicação da teoria da cor- primária,secundária e terciárias na composição.
- Técnicas de desenho, pintura, escultura, modelagem, gravura.
- Superfície – planos - figura a fundo. Relevos – alto / baixo
- Volume – Efeitos de luz e sombra. Pintura.
- Apreciação e aplicação dos diferentes tipos de texturas naturais e gráficas.
Relevos – baixo/ alto.
288
- Gêneros artísticos: Paisagem, retrato, figurativo e abstrato, natureza morta.
Movimentos e Período:
- Neo- impressionismo – Pontilhismo.
- A Pré história – desenho e escultura.
- Arte Grego-Romana – Simetria, ritmo.
- Arte Africana – Cultura – máscaras, pintura corporal.
- Arte Popular – Folclore.
- Idade Média – Arte Bizantina – Mosaico.
METODOLOGIA
- Retomar no Ensino Fundamental a proposta de conteúdos do ensino
fundamental séries iniciais, aprofundando de acordo com as experiências
escolares e culturais dos alunos.
- Estudo dos elementos formais de artes visuais que estruturam e organizam as
artes visuais e sua relação com os elementos de composição e movimentos e
períodos das artes visuais e sua contextualização..
- Teorias e práticas das Artes Visuais. Produção de trabalhos de artes visuais,
como produção cultural, relacionada a apropriação das teorias e práticas das
diferentes culturas
e modos de composição visual.
ÁREA DANÇA.
289
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais : Movimento corporal, tempo e espaço.
Composição:
- Movimentos corporais com ritmos articulares, Kinesfera, Eixo, Ponta de apoio,
Fluxo livre e interrompido, Rápido e lento, Formação, Níveis - (alto,médio e
baixo) Deslocamento - ( direto e indireto) - Dimensões - ( pequeno e grande) -
Técnica: Improvisação. Gênero: Dança circular.
Movimentos e Períodos :
- Pré- histórica, Grego-Romana, Renascimento, Dança Clássica, Afro-
brasileira, Manifestação folclórica.
METODOLOGIA
- Retomar no Ensino Fundamental a proposta dos conteúdos do Ensino
fundamental das séries iniciais aprofundando de acordo com as experiências
escolares e culturais dos alunos.
- Estudo do movimento corporal, tempo e espaço e sua articulação com os
elementos da composição: alto, baixo e médio. Períodos da dança: calmo lento
e nervoso
Movimentos interativos, com materiais alternativos ( elástico, bambolê, etc).
- Trabalho em grupo, estudo de ritmo e criação de uma coreografia,
direcionada e livre.
- Danças circulares e manifestações folclóricas.
- Dinâmica de ritmos e expressivas no individual e coletivo.
- Ritmos alternados -rápido e lento, formação e níveis (alto,médio e baixo).
290
- Apreciação e registro de produções coreográficas, explorando os recursos
pedagógicos e tecnológicos.
ÁREA MÚSICA:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais:
- Altura;
- Timbre;
- Intensidade;
- Duração;
- Densidade.
Composição:
- Ritmo - combinando sons, improvisação, descobrir sons agradáveis e
desagradáveis, ouvir os sons.
- Melodia – ouvir, cantar e perceber as deferentes composições melódicas
- Escalas – Graus de escalas - ascendente e descendente. Diatônica e
pentatônica, cromática e improvisada.
- Produção e improvisação de composições musicais, explorando os
elementos formais.
da música.
- Harmonias rítmicas e melódicas.
Movimentos e Períodos:
Música Grego-Romana, Oriental, Ocidental e Africana.
METODOLOGIA
291
- Abordagem dos conteúdos – Teoria e prática.
- Explanação das experiências vivenciadas no contexto cultural no individual e
coletivo.
- Apreciação auditiva de composições e obras musicais, ampliando assim o
repertório músicas dos alunos.
- Pesquisa de diferentes gêneros musicais.
- Apresentação de pequenos números artísticos integrando a musica e a
dança.
- Exploração das potencialidades expressivas individuais e coletivas.
- Analise e classificação da musica em diferentes contextos culturais.
- Identificar os elementos formais da música: Altura, duração, timbre,
intensidade, densidade.
- Paisagem sonora, modos de fazer música e função social.
AREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais:
- Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais.
- Ação, Espaço Cênico.
Composição:
- Enredo, roteiro, espaço cênico, adereços.
- Técnicas- jogos teatrais, teatro indireto e direto improvisação, manipulação,
máscaras e fantoches.
- Gêneros: Tragédia, Comédia,Circo.
- Construção e uso do espaço cênico.
- Criação de personagens: expressões gestuais, verbais e faciais.
292
- Narrativas espontâneas.
Movimentos e Períodos:
- Arte Grego – Romana - Arte Pré- Histórica - Renascimento e Barroco.
METODOLOGIA
- Retomar no Ensino Fundamental a proposta de conteúdos do ensino
fundamental séries iniciais, aprofundando de acordo com as experiências
escolares e culturais dos alunos.
- Estudo das estruturas teatrais; personagem, ação dramática e espaço cênico
e sua articulação com formas de composição em movimentos e períodos nos
quais se originam.
- Teoria do teatro.
- Produção de ação dramática no individual e coletivo.
- Gênero Teatral.
- Produção de trabalhos de teatro em diferentes espaços.
- Produção de trabalhos com e modos de organização de composições teatrais
como fator de transformação sociais.
6ª série
ÁREA ARTES VISUAIS.
293
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Ponto - Linha –Forma –Textura –Superfície - Volume – Cor
- Luz.
Composição:
- ProporçãoTridimensional - Figura a fundo – Abstrato – Perspectiva -
Técnicas: Pintura – escultura –modelagem – gravura - gêneros: paisagem –
retrato - natureza-morta.
- Renascimento – Figura Humana – retrato - escultura e pintura;
- Barroco – Escultura e arquitetura.
Movimentos e Períodos:
- Arte Indígena - Arte Popular - Brasileira e Paranaense - Renascimento
Barroco.
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de estruturar e compor as artes visuais na cultura
destes povos.
- Teoria das Artes Visuais.
- Produção de trabalhos de artes visuais com características da cultura
popular, relacionando os conteúdos com o cotidiano do aluno.
294
- Compor explorando os elementos formais na proporção e construção de
sólidos geométricos.
- Leitura visual da dinâmica da linha e forma na arte abstrata a partir do
movimento e sensações.
- Compreensão das diferentes formas artísticas populares, suas origens e
práticas contemporâneas.
- Apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição visual.
AREA DANÇA:
CONTEUDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Movimento Corporal –Tempo - Espaço.
Composição:
- Ponto de apoio – Rotação – Coreografia - Salto de Queda - Peso (Leve,
pesado) Fluxo (livre e interrompido e conduzido) – Lento - rápido e moderado. -
Níveis (alto, médio e baixo).
Movimentos e Períodos:
- Dança popular - Brasileira - Paranaense – Africana - Indígena.
Metodologia:
295
- Percepção dos modos de fazer dança, através de diferentes espaços onde é
elaborada e executada.
- Teorias da dança. Produção de trabalhos com dança utilizando diferentes
modos de composição.
- Produção de trabalhos com dança utilizando diferentes modos de
composição.
- Compreensão das diferentes formas de dança popular, suas origens e
práticas contemporâneas.
- Apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição da dança.
AREA DA MÚSICA.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Altura – Duração – Timbre - Intensidade - Densidade.
Composição: Ritmo – Melodia - Escalas -Gêneros: folclórico - indígena -
popular e étnico -
Técnicas – Vocal – Instrumental - Mista - Improvisação.
Movimentos e Períodos: Música popular étnica (ocidental e oriental).
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de fazer música, através de diferentes formas
musicais.
- Teorias da música.
296
- Produção de trabalhos musicais com características populares e composição
de sons da paisagem sonora.
- Compreensão das diferentes formas musicais populares, suas origens e
práticas contemporâneas.
- Apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição musical.
ÁREA TEATRO:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Personagem: expressões corporais – vocais - gestuais e
faciais - Ação - Espaço.
Composição:
- Representação - Leitura dramática - Cenografia;
- Técnicas - jogos teatrais - Mímica – improvisação - formas animadas.
Gêneros – arena - rua - caracterização.
Movimentos e Períodos:
- Comédia dell”arte - Teatro Popular Brasileiro e Paranaense - Teatro Africano.
METODOLOGIA:
- Retomar a proposta dos conteúdos da teoria e prática musicall
aprofundando-os de acordo com as experiências escolares e culturais dos
alunos
297
- Estudo da personagem, ação dramática e do espaço cênico e sua articulação
com os elementos da composição e movimentos e períodos do teatro.
- Percepção dos modos de fazer teatro e sua função social.
- Teoria do teatro.
- Produção de trabalhos com teatro em diferentes espaços disponíveis.
- Produção de trabalhos de teatro de arena, de rua e indireto.
- Socialização dos modos de organização e composição teatral como fator de
transformação social.
- Compreensão das diferentes formas de representação presentes no
cotidiano, suas origens e práticas contemporâneas.
- Apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição teatrais,
presentes no cotidiano.
7ª série
ÁREA ARTES VISUAIS:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Linha – Forma – Textura – Superfície – Volume – Cor -
Luz.
Composição:
- Semelhanças – Contrastes - Ritmo Visual – Estilização - Deformação.
Técnicas: Desenho – fotografia - áudio - arte Contemporânea.
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de fazer trabalhos com artes visuais nas diferentes
mídias.
298
- Teoria das Artes Visuais e mídias.
- Produção de trabalhos de artes visuais utilizando equipamentos e recursos
tecnológicos.
- Produção de trabalhos visando atuação do sujeito em sua realidade singular
e social.
- Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de composição das
artes visuais nas mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo.
ÁREA DE DANÇA:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Movimento corporal – tempo - espaço.
Composição:
Giro – Rolamento - Saltos – Aceleração – desaceleração - Direções ( frente,
lado, atrás, direita e esquerda) – Improvisação – Coreografia -Sonoplastia.
Gênero:I ndústria Cultural e espetáculo.
Movimentos e Períodos: Hip-Hop - Músicas – Expressionismo - Industria
Cultural - Dança Moderna.
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de fazer dança, através de diferentes mídias.
299
- Produção de trabalhos de dança utilizando equipamentos e recursos
tecnológicos.
- Produção de trabalhos de Dança utilizando equipamentos e recursos
tecnológicos.
- Apreciação das diferentes formas de dança, sua função social e ideológica
de veiculação e consumo.
- Prática teórica das tecnologias e modos de composição da dança nas mídias,
relacionadas à produção,divulgação e consumo.
ÁREA DA MÚSICA:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Altura – Duração – Timbre - Intensidade e Densidade.
Composição: Ritmo - Melodia e Harmonia.Tonal - Modal e a fusão de ambos -
Técnicas: Vocal - instrumental e mista.
Movimentos e Períodos: Indústria Cultural, Eletrônica e Minimalista - Rap –
Rok -Tecno.
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de fazer música, através de diferentes mídias (
Cinema, Vídeo, TV e computador).
- Teorias sobre música e indústria cultural.
- Produção de trabalhos de composição musical utilizando equipamentos e
recursos tecnológicos -Teórica da técnica.
300
- Compreensão das diferentes formas musicais no cinema e nas mídias, sua
função social e ideológica de veiculação e consumo. Apropriação de modos de
composição musical nas mídias, relacionadas a produção, divulgação e
consumo.
ÁREA TEATRO.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Personagens: Expressões corporais - vocais gestuais e
faciais – Ação - Espaço.
Composição: Representação no Cinema e Mídias.
- Texto dramático – Maquiagem - Sonoplastia Roteiro.
- Técnicas: Jogos teatrais – sombra - adaptação cênica.
Movimentos e Períodos: Indústria Cultural – Realismo - Expressionismo -
Cinema Novo.
METODOLOGIA:
- Percepção dos modos de fazer teatro, teorias da representação, produção de
trabalhos de representação.
- Teorias da representação no teatro de mídias.
- Produção de trabalhos de representação utilizando equipamentos e recursos
tecnológicos.
- Interação com as diferentes formas de representação, sua função social e
ideológica de veiculação e consumo.
301
- Apropriação prática e teórica das tecnologias e modos de composição da
representação nas mídias; relacionadas a produção, divulgação e consumo.
8ª série
ÁREA ARTES VISUAIS.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Linha, forma, textura, superfície, volume, cor, luz.
Composição: Bidimensional, tridimensional, figura-fundo, ritmo visual; Técnica-
pintura, grafite, performance, instalação, intervenção.
Gêneros: paisagem urbana, cenas do cotidiano, artes gráficas, publicidade.
Movimentos e períodos: Realismo – Vanguardas - Muralismo e Arte Latino-
americana –
Pré –colombiana - Hip Hop - Romantismo.
302
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de fazer trabalhos com artes visuais e sua função
social.
- Teorias das Artes Visuais.
- Produção de trabalhos com os modos de organização e composição como
fator de transformação social.
- Compreensão da dimensão das Artes Visuais enquanto fator de
transformação social.
- Produção de trabalhos visando a atuação do sujeito em sua realidade
singular e social.
ÁREA DANÇA.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Movimento corporal – Tempo - Espaço.
Composição: Kinesfera- Ponto de apoio – Peso – Fluxo – Quedas –Saltos –
Giros –Rolamentos -Extensão (Perto e longe) Coreografia – Deslocamento :
Gênero: Performance – Moderna - Níveis ( alto, médio e baixo).
Movimentos e Períodos: Vanguardas - Dança Moderna - Dança
Contemporânea.
METODOLOGIA
303
- Percepção dos modos de fazer dança e sua função social.
- Teorias da dança.
- Produção de trabalhos com os modos de organização e composição da
dança como fator de transformação social.
- Produção de trabalhos com dança, visando atuação do sujeito em sua
realidade singular e social.
- Compreensão da dimensão da dança enquanto fator de transformação social.
Produção de trabalhos com dança, visando atuação do sujeito em sua
realidade singular e social.
ÁREA MÚSICA.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais: Altura – Duração –Timbre - Intensidade - Densidade.
Composição: Ritmo – Melodia – Harmonia.
- Técnicas: vocal – instrumental – mista.
- Gêneros: popular - folclórico - étnico.
Movimentos e Períodos: Música Engajada - Música Popular Brasileira -Música
Contemporânea.
METODOLOGIA:
- Percepção dos modos de fazer música e sua função social.
304
- Teorias da música.
- Produção de trabalhos com modos de organização e composição musical,
com enfoque na música engajada.
- Compreensão da música como fator de transformação social. Produção de
trabalhos musicais, visando atuação do sujeito em sua realidade singular e
social.
- Produção de trabalhos musicais, visando atuação do sujeito em sua
realidade singular e social.
ÁREA TEATRO.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Elementos Formais - Personagem: expressões corporais – vocais - gestuais e
faciais -
Ação - Espaço.
Composição:
Técnicas: Monólogo - jogos teatrais – direção – ensaio - Teatro Forum –
Dramaturgia - Cenografia; Sonoplastia – Iluminação - Figurino.
Movimentos e Períodos - Teatro Engajado - Teatro do Oprimido -Teatro Pobre -
Teatro do Absurdo-
Vanguardas.
305
METODOLOGIA
- Percepção dos modos de fazer teatro e sua função social.
- Teorias do Teatro.
- Criação de trabalhos com os modos de organização e composição teatral
como fator de transformação social.
- Compreensão da dimensão ideológica presente no teatro e o teatro enquanto
fator de transformação social.
- Compreensão da dimensão ideológica presente no teatro e o teatro como
fator de transformação social.
- Criação de trabalhos teatrais, visando atuação do sujeito em sua realidade
singular e social.
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de arte de acordo com as Diretrizes Curriculares é
diagnóstica e processual. Diagnóstica por ser a referência do professor para
planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os
momentos da pratica pedagógica. Incluindo a auto-avaliação do professor no
desenvolvimento das aulas, e auto-avaliação do aluno ( individual e coletiva),
socializando as propostas com oportunidades de apresentar, refletir e discutir
sua produção e a dos colegas. É importante que a vivência e as experiências
culturais dos alunos sejam vistas como referencia para o professor propor
abordagens diversificadas.
A avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de mediação da
apreensão de conteúdos e busca propiciar as aprendizagens socialmente
significativas para o aluno. O método de avaliação proposto inclui observação e
306
registro do processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades
percebidas na apropriação do conhecimento pelos alunos.
Instrumentos Avaliativos:
- Produção de trabalhos em artes visuais, dança, musica e teatro.
- Apropriações teóricas e praticas com movimentos e períodos propostos.
- Compreensão dos elementos que estruturam e organizam as linguagens
artísticas: seminários, contrapontos, registro individuais e coletivos, aulas
expositivas, palestras, filmes, atividades na sala de informática.
- Leitura de imagem no contexto oral e escrito.
Critérios de Avaliação:
Conhecimento em Arte:
-Teorizar: Aprender o conhecimento historicamente produzido sobre a arte,
considerando a origem cultural e o grupo social dos alunos. Reconhecendo a
possibilidade do caráter provisório do conhecimento em arte, em função das
mudanças de valores culturais que ocorrem através do tempo nas diferentes
sociedades e modos de produção.
- Sentir e Perceber: Leitura de imagem – Percepção e apropriação das obras
artísticas envolvendo objetos da natureza e da cultura em uma dimensão
estética. Ao analisar uma obra, espera-se que o aluno perceba que, no
processo de composição, o artista imprime sua visão de mundo, a ideologia
com a qual se identifica, o seu momento histórico e outras determinações
sociais. Para o trabalho com os produtos da industria cultural, é importante
perceber os mecanismos de padronização excessivas dos bens culturais, da
homogeneização do gosto e da ampliação do consumo.
- Trabalho artístico: A pratica artística é o exercício da imaginação e criação. O
processo de produção do aluno acontece quando ele interioriza e se familiariza
307
com os processos artísticos e humaniza seus sentidos. O aluno deve realizar
trabalhos referentes a percepção e a apropriaçà teorização e o trabalho
artístico.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
- DIRETRIZES CURRICULARES DE ARTE PARA EDUCAÇÂO PARA
EDUCAÇÂO BÁSICA-SEED-PR. Junho de 2006.
- ARTE/Vários autores- Curitiba: SEED, 2006 - 33p.
FERRAZ,M.FUSARI, M.R. Metodologia do Ensino da Arte. 2 ed. São
Paulo:Cortez, 1993.
- STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da Pré-história ao Pós-Moderno,13ª
Ed, RJ: Ediouro, 2004.
- GOMBRICH, Ernst H.A História.Rio de Janeiro: Koogan,1993.
- SANTA ROSA. Nereide Shilaro. A Arte de Olhar Festas. São Paulo. Ed.
Scipione – 2003.
.
- CAUDAU,V.M.(org.)Sociedade, educação e cultura(s):questões e
propostas.15ª Ed.São Paulo: Paz e Terra,1996
308
LÍNGUA PORTUGUESA
Ensino Fundamental
Apresentação geral da disciplina
Muito se deve a Língua Portuguesa, a formação da identidade cultural
de nossa nação, já que recebemos influência dos colonizadores, diferentes nos
diversos pontos do país, dos negros trazidos como escravos e dos indígenas
que aqui já habitavam.
Quando a Língua ainda era usada somente para alfabetização com
caráter político, social e de organização e controle das classes, esta não estava
dentro dos moldes institucionais. Só depois de institucionalizada como
disciplina e que passou-se a sua prática moldada ao ensino do Latim.
“Como disciplina escolar, a Língua Portuguesa passou a
integrar os currículos escolares brasileiros somente nas
últimas décadas do século XIX, depois de já há muito
organizado o sistema de ensino. Contudo a preocupação
com a formação do professor dessas disciplina teve inicio
acenas nos anos 30 do século XX.”
Com o objetivo da pratica dessa disciplina era voltada para objetivos de
dominação, o ensino era mais eloqüente, retórico, imitativo, elitista e
ornamental e essa característica elitista permaneceu ate meados do século XX,
quando iniciou-se no Brasil, a partir de 1967, um processo de democratização
de ensino, e, por conseguinte a multiplicação de alunos determinando também
mudança nas condições escolares e pedagógicas, nas necessidades e
exigências culturais.
309
Assim, a disciplina teve que se adequar as novas necessidades desses
alunos como registros lingüísticos e padrões culturais diferentes dos até então
admitidos na escola. Deixando de priorizar o aprimoramento das capacidades
lingüísticas do falante para trabalhar de acordo com uma pedagogia tecnicista
mais pontuada nas teorias da comunicação, com um viés mais pragmático e
utilitário como exigia o contexto nacional na época da industrialização, iniciada
no governo de Getulio Vargas e como determinava à lei 5692/71 cujo objetivo
era a qualificação para o trabalho.
Definido por esta lei também, a disciplina de português passou a
denominar-se, nas quatro primeiras series do 1º grau, de Comunicação e
Expressão e Comunicação em Língua Portuguesa nas quatro ultimas series.
Deixando de dar ênfase a Gramática e priorizando o ensino da língua e a teoria
da comunicação, embora a mudança, na pratica, ainda não ocorresse.
Durante a década de 70 e os primeiros anos da década de 80, o ensino
da Língua Portuguesa passou a ser através de exercícios estruturais, técnicas
de redação e treinamento de habilidades de leitura.
Assim, a literatura, por exemplo, acabava seguindo uma linha de tempo
baseada no contexto histórico e trabalhava apenas fragmentos de textos. Os
exercícios dos livros também deixavam a desejar, já que desconsideravam as
potencialidades que a interação com o texto propiciaria para a expansão da
leitura.
Em meados da década de 70 é que chegaram ao Brasil, as novas
concepções da língua materna, propondo estudos lingüísticos centrados no
texto e na interação social das praticas discursivas, combatendo a pedagogia
tecnicista baseada na memorização, e valorizando questões de uso,
contextuais colocando o texto como ponto principal de análise.
No Brasil, essas idéias tomaram corpo, efetivamente, a partir dos anos
1980, com as contribuições teóricas dos pensadores que integram o Circulo de
Bakhtin. Deve-se a esses teóricos, e principalmente a Bakhtin, o avanço dos
estudos em tornos da natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua
configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem por meio
dessa interação. Ela mesma, a língua, constitui-se sobretudo pelo uso, ou seja,
pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das abordagens de
cunho formalista-estruturalista que enfocam o caráter normativo da língua.
310
Segundo Geraldi (1997) estas pesquisas trouxeram avanço para o
ensino da Língua Portuguesa, mas com relação ao estudo literário, um certo
desprestigio da função poética da linguagem. Até as décadas de 1960-70, a
leitura do texto literário, no ensino primário e ginasial, transmitia a norma culta
da língua, com base em exercícios gramaticais e estratégias para incutir
valores religiosos, morais e cívicos. Como tentativa de rompimento com essa
pratica, a abordagem do texto literário passou a centrar-se numa analise
literária simplificada, a partir de questionários sobre personagens principais e
secundários, tempo e espaço da narrativa.
No estudo da Literatura, segundo uma historiografia, o aluno analisava
poemas, contando rimas, versos, estrofes, e se deparava com listas de obras
de autores com as características da Escola Literária, sem se permitir que
educando mesmo pudesse fazer a leitura critica e estabelecesse critério de
semelhança ou diferença entre as obras.
O livro “O texto na sala de aula”, de João Wanderley Geraldi, lançado
na década de 80, influenciou discussões, sobre o ensino da Língua Portuguesa
no Paraná, juntamente com textos de outros lingüistas como Carlos Alberto
Faraco, Sírio Possenti e Percival Leme Britto.
A proposta do currículo do Paraná, da década de 90 pretendia uma
pratica pedagógica que enfrentasse o normativismo e o estruturalismo e, na
literatura, uma analise mais profunda dos textos mais significativos, sem ênfase
na conotação moralista. Mas houve falhas quanto à explicitação dos conteúdos
sem relacioná-los a ortografia, à estruturação sintática, recursos gráfico-visuais,
circunstancias de produção e presença do interlocutor. E também aspectos da
lingüística textual aparecem como conteúdos da gramática tradicional.
No final da década de 90, a proposta curricular para a disciplina propõe
concepções interacionistas ou discursivas, e reflexões acerca dos usos da
linguagem oral e escrita, nos PCN‟s, mas demonstram uma vinculação do
currículo ao mercado de trabalho já que apresentam a leitura de forma
utilitarista, o ler para se ter subsídios para escrever e a Literatura com uma
abordagem só conceitual.
Então a fundamentação teórica que serve de base para a discussão
sobre a Língua e Literatura precisa de novos posicionamentos em relação à
311
prática através de discussões sobre essas praticas ou pela construção de
alternativas propostas pelos próprios professores.
A comunicação é um processo de construção de significados em que o
sujeito interage socialmente, usando a língua como instrumento que o define
como linguagem que constrói e desconstrói significados sociais. A língua
situada no emaranhado das relações humanas nas quais o aluno esta presente
e mergulhado. Não a língua divorciada do contexto social vivido. Sendo ela
dialógica por principio, não há como separá-la de sua própria natureza, mesmo
em situação escolar, pois configura um espaço de interação entre sujeitos que
se constituem através desta interação.
A linguagem e a língua materna – será vista, assim, como atividade
que se realiza historicamente entre sujeitos, constituindo-se, os sujeitos e a
linguagem, nos múltiplos discursos e vozes que a integram.
Se os gêneros discursivos são fundamentos para o trabalho
pedagógico com a linguagem verbal, os conceitos de textos, de leitura, não se
restringem aqui, a disciplina escrita, eles abrangem, além dos textos escritos e
falados a integração da linguagem verbal com “as outras linguagens (as artes
visuais, a musica, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a
televisão, o radio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e
todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo
homem) percebendo seu chão comum (são todas praticas cursivas
sociointeracionais) e suas especifidades (seus diferentes suportes
tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de
significados)”.
É necessário que a inclusão de diversidade textual dê conta de
relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem.
Pode-se afirmar que o professor dessa área do conhecimento, área
que é o alicerce e o meio necessário para aquisição e construção do
conhecimento nas outras áreas de ensino, tem o papel de formar o leitor e
auxiliá-lo no aprimoramento de sua expressão oral e escrita.
Um professor de Língua Portuguesa, além de preocupar-se em mostrar
aos seus alunos uma variada gama textual de gêneros distintos, ressaltando as
suas diferenças estruturais e funcionais, desvelando em cada um o lugar de
sua autoria bem como o caráter do publico a que se destina, fará ver a seus
312
alunos que determinados usos lingüísticos validos para um nível mais formal.
Fará ver aos seus alunos as relações de poder existentes atrás de cada
gênero. O professor propiciara, para alem do contato com diferentes textos, a
possibilidade de expressar-se através dos diferentes gêneros e até mesmo de,
exercendo a sua criatividade, participar ativamente da caracterização do
próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível oral e escrito, a interpretação que
faz proliferar o pensamento.
Portanto, o professor, terá de ser um continuo leitor, capaz ele mesmo
de selecionar os textos que ira trabalhar com seus alunos. Ele estabelecera
como critérios para a seleção destes textos, não a linearidade da historiografia
literária, nem a adaptabilidade do texto ou tema de linguagem dos alunos, mas
estimulará as relações dos textos, o professor saberá que toda interpretação
não se reduz a uma questão de verdade ou falsidade, mas a uma continua
construção de consistência argumentativa.
Desta maneira, as aulas de Língua Portuguesa estarão abertas a
mudanças súbitas do seu rumo, atendendo às reações do aluno, incorporando
suas idéias e as relações textuais por ele estabelecidas. Assim elas partirão
do(s) texto(s) selecionado(s) pelo professor, que aceitará no seu
desenvolvimento os textos sugeridos pelos alunos (filme, música, outras
leituras relacionadas, lembranças de fatos vividos ou a produção do próprio
aluno), num continuo “textopuxatexto” que leve o aluno à reflexão ao
aprimoramento do pensar e a um aperfeiçoamento no meio que ele terá de
suas habilidades de falante, leitor e escritor. Como alavancador potencial de
relações interdisciplinares, o professor de português pode e deve ampliar o
potencial dos seus alunos, ajudando-os a entender cada ciência.
A realidade da linguagem nos acompanha onde quer que estejamos e
serve para articular não apenas as relações que estabelecemos com o mundo,
como também a visão que construímos sobre o mundo. É via linguagem que
nos constituímos enquanto sujeitos no mundo, é a linguagem que, com o
trabalho, caracteriza nossa humanidade, que nos diferencia dos animais.
A atividade mental própria do homem é organizada pela linguagem, se
assim se preferir. É ela que nos possibilita pensar nos objetos e a operar com
eles na sua ausência. Essa capacidade de abstração, que caracteriza o ser
humano, só se tornou possível porque o homem, impelido pela necessidade de
313
se organizar socialmente, construiu a linguagem, um conjunto de signos que
são a representação do real. Ora, a linguagem surge, então, como uma
necessidade para se organizar a experiência e o conhecimento humano, no
domínio da natureza. Ela surge de uma necessidade social e, portanto, ela é
um fato eminentemente social.
Em outras palavras, tudo o que dizemos, dizemos a alguém e é esse
interlocutor, presente ou não no ato da nossa fala, que acaba por determinar
aquilo que vamos dizer. Nossas palavras dirigem-se a interlocutores concretos,
isto é, pessoas que ocupam espaços bem definidos na estrutura social. Mais
do que isso, as nossas idéias sobre o mundo se constroem nesse complexo
processo de interação. Vale dizer: aquilo que pensamos sobre o real está
diretamente vinculado aos horizontes do grupo social e da época a que
pertencemos.
Assim, o que propomos dentro da nossa visão de linguagem é que nas
aulas de língua portuguesa opte-se por ensinar a ler e escrever. O trabalho
com a gramática será feito na perspectiva do uso da funcionalidade dos
elementos gramaticais. A gramática normativa, por sua vez, terá que ser do
domínio do professor, este sim o responsável pela criação de situações, ao
nível da pratica, em que os alunos deverão incorporar de modo cada vez mais
elaborado, a gramática da língua padrão.
Com isso, não negamos a necessidade de se fazer apelo a algumas
categorias gramaticais – quando se trabalha num texto com a repetição do
nome, por exemplo, não há porque não dizer que a palavra que substitui um
chama-se pronome. Defendemos, no entanto, que o cerne do trabalho com a
língua deve se constituir na compreensão dos fatos lingüísticos e não da
nomenclatura e classificação dos mesmos.
Objetivos
- Empregar a língua oral e escrita em diferentes situações de uso,
sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as
intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e
posicionando-se diante dos mesmos.
314
- Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a cada capacidade de
pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando
através da literatura, a constituição de um espaço dialógico que permita
a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura
e da escrita.
- Conhecer a estrutura e o funcionamento da Língua Portuguesa e
refletir sobre as possibilidades de utilização efetiva que ela nos oferece.
- Aprimorar suas habilidades quanto ao uso do idioma para dispor de
novos recursos para comunicar-se com maior adequação e
eficiência.
- Apropriar-se das mais variadas manifestações literárias em Língua
Portuguesa, produzidas em épocas, culturas e lugares diferentes.
- Reforçar seus conhecimentos sobre o padrão culto da língua e suas
convenções e treinar a expressão verbal para melhorar seu
instrumental para interpretar e intervir no mundo que o cerca.
Conteúdos Estruturantes
A língua se realiza por meio de práticas discursivas que se efetivam na
oralidade, na leitura e na escrita. Conforme as DCEs de Língua Portuguesa, no
processo de ensino e aprendizagem da língua, quanto maior contato o aluno
tiver com a diversidade de gêneros textuais, mais possibilidade de entender o
texto como produto de uma determinada visão de mundo, de uma intenção e
de um momento de produção.
Entende-se que a aula pautada na gramática tradicional, contrapõe-se à
idéia de discurso enquanto prática social, já que privilegia somente um dos
aspectos de uso da língua.
Nesse sentido, não cabe listar seqüências de conteúdos gramaticais,
mas conteúdos estruturantes, isto é, tópicos que indicam manifestações da
língua em uso. O conteúdo principal será a própria língua, seu uso efetivo,
pautando-se a ação pedagógica na interlocução, possibilitando ao aluno
reflexão sobre o uso da linguagem em diferentes situações e contextos.
315
Diante disso, a análise lingüística envolverá as três práticas discursivas:
oralidade, escrita e leitura.
Prática da Oralidade
O aluno que chega à escola já é um falante. Usa a fala como um código
de comunicação: fala com o propósito de ser ouvido e compreendido.
Não se pode negar que um dos objetivos do ensino da língua é levar o
aluno a se apropriar da norma culta, fazendo uso dela em situações de maior
formalidade. Porém, mais importante é entender que o aluno não fala errado,
que existe a diversidade cultural, étnica, regional, e que se a fala é espontânea,
é essa espontaneidade que deverá ser trabalhada.
O professor deverá transformar a sala de aula num espaço de debate
permanente, no qual os alunos falem, ouçam os colegas e aprendam a
adequar o seu discurso ao discurso do outro.
A clareza, a consistência argumentativa e o emprego da norma padrão,
será resultado de um trabalho no qual o professor será o estimulador da fala
em atividades que envolvam leitura e comentários críticos. Com isso, o aluno
passará a conhecer e a usar a norma padrão, percebendo a importância do seu
uso em determinadas situações.
Prática da Leitura
É função básica da escola, ensinar a ler e escrever. Mas ela vem
privilegiando a leitura da escrita, enquanto código, em detrimento da “leitura de
mundo” que o aluno traz. Não podemos esquecer que a interdependência entre
essas leituras é importante, mas que a escola não pode enfatizar somente o
trabalho de levar o aluno a adquirir os mecanismos básicos de grafia que
permitem a ele o acesso ao mundo da escrita, porém precisa levá-lo ainda à
leitura compreensiva da realidade em que ele vive.
Para propiciar essa leitura, a sala de aula precisa ser um ambiente
estimulador das mais variadas situações, permitindo que os alunos manifestem
livremente a compreensão e o questionamento que fazem parte dessa leitura.
O ato de ler deve ser compreendido como um diálogo entre o texto e o leitor. É
316
numa dimensão dialógica, discursiva, intertextual, que a leitura deve ser
experienciada.
Portanto, a prática de leitura deve ser constante, e o papel do professor
será o de ler, sugerir a leitura, utilizando-a para aguçar a curiosidade, a
necessidade e o interesse dos alunos por todo material escrito que fizer parte
do dia-a-dia em sala de aula, porque ler ensina a ler e a escrever. Através da
incorporação da leitura como hábito diário, estimulada em sala de aula, estar-
se-á incentivando a organização e a expressão de idéias, o enriquecimento do
vocabulário, a criatividade, a atenção, a observação, a produção lógica e
criativa de textos e a percepção das relações de poder a eles inerentes.
Prática da Escrita
O domínio da linguagem escrita se adquire pela leitura. É importante
propiciar ao aluno o acesso a textos dos mais variados gêneros, explorando
suas peculiaridades. O professor terá que perceber que os mecanismos do
código gráfico são apenas um aspecto do processo da escrita. O quando, o
como, o porquê, o para quem escrever, devem fazer parte desse processo. É
preciso que o aluno tenha o que dizer, que tenha uma razão para dizer, para
quem dizer e que se constitua como sujeito, assumindo a responsabilidade de
suas palavras, através de estratégias adequadas que criem situações práticas
de uso da escrita. O aluno precisa se envolver com o texto que produz,
assumindo a autoria do que escreve. Diferente da fala, a escrita não é um
processo espontâneo:é um processo de elaboração racional a partir de um
objetivo.
Por isso, o professor deverá propiciar atividades que colocarão o aluno
em situações de necessidade real de leitura e escrita. Mais do que trabalhar
sentenças, ortografia, pontuação, paragrafação, é necessário trabalhar as
idéias e a amarração das idéias em sentenças e parágrafos. Através da
reestruturação de textos, com a mediação do professor, o aluno poderá revisar
seu próprio texto, apropriando-se dos conteúdos necessários à auto-correção.
Conteúdos Específicos
317
A compreensão que construímos sobre o real se dá lingüisticamente.
Assim, quanto maior contato o aluno tiver com textos diversos, com o real e
sua pluralidade, mais sua linguagem será elaborada.
Nesse sentido, os conteúdos específicos serão trabalhados por meio de
textos, colocando suas linguagens e conteúdos em confronto. É importante ter
claro que todos os textos estão marcados ideologicamente e o papel do
professor será o de explicitar, desmascarar tais marcas e apresentá-las aos
alunos, tornando-os conscientes de que a linguagem é uma forma de
influenciar e de intervir no comportamento alheio.
Com relação aos conteúdos específicos é preciso deixar claro que:
- a oralidade, a leitura e a escrita serão trabalhadas juntas, já que uma
atividade possibilita a outra.
- os conteúdos propostos deverão ser adaptados ao nível da experiência
lingüística dos alunos.
- é numa gradação de complexidade que as atividades da língua serão
trabalhadas ao longo das séries.
- os textos selecionados deverão propiciar a discussão e a reflexão
sobre assuntos polêmicos, adequados ao interesse e à faixa etária dos alunos.
Convém ressaltar que em todas as séries serão trabalhados textos que
contemplem a História e Cultura Afro-brasileira e Africana, a História do Paraná
e o Meio Ambiente.
- através da análise lingüística o professor deverá mostrar ao aluno
como o texto se organiza, a partir de quais elementos gramaticais se dá a
costura entre as partes, identificando os mecanismos de coesão e de
articulação frasal.
- nas aulas de literatura o professor pretenderá formar um leitor capaz de
sentir e de expressar o que sentiu, refletindo sobre o que leu, emitindo juízos,
ampliando seus horizontes de expectativa em relação à obra lida. Nessa
perspectiva, o professor fará a seleção dos textos com os quais trabalhará,
sem se prender à linearidade da historiografia, mas estimulando relações entre
um texto e outro e o contexto presente.
5ª Série
318
- Uso da letra maiúscula
- Uso do ponto final, ponto de interrogação e ponto de exclamação
- Divisão silábica
- Linguagem figurada
- Polissemia
- Reestruturação de textos
- Concordância verbal e nominal
- Discurso direto e indireto
- Vocabulário
- Antônimo
- Ortografia
- Acentuação
- Emprego de “a gente” e “nós”
- Coesão lexical
- Coletivos
- Ampliação das idéias do texto e paragrafação
- Uso da vírgula na enumeração
- Marca da oralidade no texto escrito
- Plural
- Estrutura de diferentes gêneros textuais
- Identificação das idéias básicas dos textos
- Relatos de experiências pessoais, histórias familiares, acontecimentos,
textos lidos, programas de tv, filmes, entrevistas, etc
- Debates sobre assuntos lidos, acontecimentos, situações polêmicas,
filmes, etc
- Pontuação nos diálogos
- Leitura, análise e produção de textos diversos.
6ª Série
- Vocabulário
319
- Uso de “a” preposição (tempo futuro) e “há” – verbo haver no sentido
de tempo decorrido.
- Diferenças entre texto oral e texto escrito
- Marca da oralidade no texto escrito
- Uso da elipse
- Uso das reticências
- Verbos ter e vir
- Ortografia
- Acentuação
- Discurso direto e indireto
- Vírgula na enumeração e no vocativo
- Polissemia
- Reestruturação de textos
- Concordância verbal e nominal
- Coesão textual
- Coerência textual
- Uso de mal – mau, mais – mas
- Pontuação nos diálogos
- Leitura, análise e produção de textos diversos
- Uso das aspas
- Relatos de experiências pessoais, histórias familiares, acontecimentos,
textos lidos, programas de tv, filmes, entrevistas, etc
- Debates sobre assuntos lidos, situações polêmicas, filmes, programas,
etc
- Estrutura de diferentes gêneros textuais
7ª Série
- Estrutura de diferentes gêneros textuais
- Fato e opinião
- Mudança de foco narrativo
- Vocabulário
- Denotação e conotação
320
- Variação lingüística
- Eu-poético
- Coesão textual
- Coerência textual
- Ortografia
- Acentuação
- Sinonímia
- Polissemia
- Uso de onde – aonde
- Uso dos parênteses
- Discurso direto e indireto
- Uso dos pronomes pessoais oblíquos
- Concordância verbal e nominal
- Leitura, análise e produção de textos diversos
- Relatos de acontecimentos, textos lidos, programas de tv, filmes, etc
- Debates sobre assuntos lidos, situações polêmicas, filmes, etc
- Reestruturação de texto
8ª Série
- Adjetivos pátrios
- Ortografia
- Acentuação
- Vocabulário
- Coesão textual
- Coerência textual
- Polissemia
- Sinonímia
- Denotação e conotação
- Metáfora e comparação
- Diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto
- Uso dos pronomes relativos
- Uso dos porquês
- Aposto – dois pontos, vírgula, travessão
321
- Concordância verbal e nominal
- Verbos ter e vir e derivados
- Uso dos parênteses
- Eu-poético
- Uso dos dois pontos
- Concordância do verbo “haver”
- Radicais gregos e latinos
- Ironia
- Mudança de foco narrativo
- Fato e opinião
- Estrutura de diferentes gêneros textuais
- Reestruturação de texto
METODOLOGIA
O ensino da língua terá como prática a visão de linguagem que tem como
objeto de preocupação a interação verbal, isto é, a ação entre sujeitos
historicamente situados que, via linguagem, apropriam-se e transmitem um tipo
de experiência historicamente acumulada.
Para a concretização desse ensino, torna-se necessário colocar os
alunos em contato direto com diferentes tipos de linguagem. Nesse sentido, o
ensino da língua estará centralizado no trabalho com o texto, entendido como
material verbal, produto de uma determinada visão de mundo, de uma intenção
e de um momento de produção.
Para desenvolver essa metodologia, o professor deverá trazer para a sala
de aula textos literários, informativos, publicitários, dissertativos, poéticos,
colocando-os em situação de confronto, para análise de sua forma estrutural e
do próprio conteúdo veiculado neles.
O trabalho com a língua estará pautado em três eixos : oralidade, leitura e
escrita, tendo como objetivo principal levar o aluno a apropriar-se da linguagem
oral e escrita.
Oralidade
.
322
A prática da oralidade no ensino Fundamental e Médio deve procurar
explorar situações formais de uso da fala, observando a fluência e a
adequação conforme interlocutores, assuntos ou intenções propostas,
segundo Faraco (1988). Nas DCE , propõe-se enfatizar a questão da
espontaneidade, através do emprego dos recursos extralingüísticos, e a
atenção, o saber ouvir, o respeito aos interlocutores, para que a comunicação
aconteça.
O professor poderá transformar a sala de aula num espaço de debate
permanente, no qual os alunos falem, ouçam os colegas e aprendam a
adequar o seu discurso ao discurso do outro. Atividades como jornal falado;
mini palestras; resenhas orais de livros lidos, filmes, programas de TV(assistir,
analisar, criar, utilizando filmadora); declamação de poemas; interpretação oral
de poemas e textos diversos; relatos de fatos vividos; entrevistas; seminários;
júris-simulados desenvolvendo a argumentação pessoal; representação teatral;
análise da linguagem em uso nos programas de televisão, nas novelas e
programas de auditório, nas letras das músicas.
No decorrer do processo ensino- aprendizagem, o professor poderá ter
como objetivo desenvolver lideranças, estimular o diálogo aberto e espontâneo,
adequar a fala a situações concretas nas quais os próprios alunos percebam a
quem estão e dirigindo, o que desejam transmitir e como devem falar, e que
possam utilizar sua voz para reivindicar, opinar, apoiar, discordar, relatar fatos,
enfim, participar ativamente da história de seu tempo.
Leitura
A sala de aula precisa ser um ambiente estimulador das mais variadas
situações do uso da leitura, permitindo que os alunos manifestem livremente a
compreensão e o questionamento que fazem parte dessa leitura que acelera o
seu nível de desenvolvimento lingüístico. É preciso oferecer aos alunos
inúmeras oportunidades de aprenderem a ler, lendo. Para aprender a ler é
preciso interagir com a diversidade de textos escritos e testemunhar a
utilização que os já leitores fazem deles, participando de verdadeiros atos de
leitura. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. E é
importante que o alunos percebam que os leitores lêem também por prazer.
323
A prática da leitura deve ser constante, e o papel do professor é ler,
sugerir a leitura, utilizar a leitura, aguçar a curiosidade, a necessidade e o
interesse por todo material escrito que faz parte do dia a dia em sala de aula,
porque ler ensina a ler e a escrever.
Sempre se ouviu a frase “quem lê viaja”, mas essa viagem precisa ser
incentivada, estimulada, para que seja prazerosa e, na sociedade atual,
urbano-industrial, seja, mais do que uma questão de gosto, uma necessidade
objetiva para a inserção social e a interação sócio-cultural.
Existe a necessidade de investir-se na garantia do acesso à cultura
escrita e ao conhecimento das práticas de leitura, porque ler é uma atividade
básica, essencial à visão realística do mundo.
No processo de leitura, não se pode deixar de lado as linguagens não-
verbais. Propiciar aos alunos a percepção das imagens que dizem algo através
de cores e formas, explorando fotos, pinturas, cartazes , propagandas,imagens
virtuais e digitais, figuras presentes no seu cotidiano, contemplando o
multiletramento mencionado na fundamentação teórica da DCE. É importante
formar o leitor dentro das naturezas das diferentes linguagens, mas que esse
leitor possa dialogar com textos diversificados, e não sobre os textos. Para
Yunes (1995) as atividades de leitura devem contemplar a memória (pensar), a
intersubjetividade (discursos), a interpretação , a fruição e a intertextualidade.
O livro, objeto de produto e cultura, constitui lugar de experiências de
leitura e aprendizagem de uma nova disposição, não só intelectual, mas
também de postura diante da realidade. Oferecer aos alunos a possibilidade de
entrarem em contato com livros de autores diferentes, para apreciação de
obras clássicas universais, literatura infanto- juvenil, literatura contemporânea:
contos, crônicas, poemas, romances, biografias, incorporando a leitura como
hábito diário, estimulada em sala de aula. Para tanto, dispor-se-á de uma
Biblioteca que seja equipada e atualizada, reconhecida sua importância na
escola. Propiciar-se-á momento semanal para leitura lazer, quando os alunos
terão acesso ao acervo da biblioteca escolar para empréstimo de livros de livre
escolha; acesso a revistas periódicas , a jornais; propondo-se a realização de
pesquisas nos livros , na Internet (percebendo o valor informativo dos livros);
realizando a hora do conto (o professor lê periodicamente um conto ou
romance, ou os alunos lêem para os colegas); fazendo resenhas orais de
324
livros lidos, resenhas escritas; apreciando fotos, obras de arte em pintura,
gravuras; realizando a leitura de poemas, trabalhando a entonação, a
expressão oral a partir do teor da mensagem; realizando a leitura dialogada de
peças teatrais; elaborando jornais murais contendo informações, curiosidades,
poemas e textos diversos para a leitura; realizando a leitura e apreciação de
trechos de textos, de letras de músicas, de notícias e/ou reportagens; lendo
oralmente os textos produzidos individualmente; interpretando imagens,
anúncios e propagandas veiculadas em revistas, folders e televisão, fotos,
placas de trânsito e outras, cartazes, outdoors. O professor terá à disposição
recursos diversos como uma biblioteca, os livros didáticos que poderão ser
explorados; máquinas fotográficas; o computador; o aparelho de DVD e filmes,
vídeo- clipes, o aparelho de televisão , para poder explorar com seus alunos a
incompletude dos discursos (segundo os DCE, há vazios que o leitor preenche
com sua visão acerca da imagem ou da mensagem através da interpretação
pessoal) a partir da sua leitura e do seu entendimento. Porque ler implica
compreender e extrapolar o entendimento.
Escrita
Diferente da fala, a escrita não é um processo espontâneo, mas um
processo de elaboração racional a partir de um objetivo.
Através de atividades que envolvam a leitura, os alunos aprendem a
escrever. Com atividades lúdicas, pode-se levar os alunos a discutirem,
analisarem e modificarem regras de jogos; criar regras para brincadeiras; ler
receitas e incrementá-las; ler o Regimento Escolar e modificá-lo, aprová-lo,
criar um regimento para a sala de aula; elaborar relatórios, resenhas de livros e
filmes; comentar fatos, filmes, notícias; resumir, sintetizar.
Todas as atividades deverão colocar os alunos em situação de
necessidade real de leitura e escrita, pois envolverão um registro, que poderá
ser feito através de desenho dos códigos variados, de recortes ou propriamente
da escrita.
Mais do que trabalhar sentenças, ortografia, pontuação, paragrafação, é
necessário trabalhar idéias, a amarração dessas idéias em sentenças e
parágrafos. Através da reestruturação de textos, com a mediação do professor,
325
os alunos poderão revisar seus próprios textos (rasurando, substituindo ou
desprezando, apropriando-se, progressivamente, das habilidades necessárias
à auto- correção).
O professor de Língua Portuguesa deverá colocar os alunos em contato
com textos de todos os tipos, escritos para fins diferentes e com intenções
diferentes, para que os alunos apropriem-se das estruturas textuais diferentes,
e possam relatar, descrever, narrar, dissertar, poetizar, argumentar, com
humor, ironia, sendo enfáticos, sucintos, diretos ou subjetivos. Utilizar a leitura
contrastiva de diversos tipos de texto sobre o mesmo assunto, levando os
alunos a reescreverem, reelaborarem, contradizerem, resumirem, modificarem
tempo verbal ou pessoa do discurso, concordando ou discordando ,
interrelacionando-se com os textos; utilizar textos em fotocópias, recortes de
jornais ou revistas, utilizar o retroprojetor para reestruturação de textos
produzidos pelos alunos, para análise lingüística (o professor poderá observar
a gramática normativa, a gramática descritiva e a gramática internalizada),
propiciando oportunidade de ampliar as idéias, reduzir o discurso, corrigir
erros, modificar a partir de suas próprias escolhas para melhorar sua escrita.
Com a prática de produção de texto, o professor poderá solicitar relatos;
poemas; bilhetes; cartas; cartazes; avisos; notícias; entrevistas; relatórios ;
criação de anúncios; pesquisas e resumos de textos inciclopédicos; e ainda
emails, pesquisando sites, buscando endereços eletrônicos. Nessa prática, a
leitura será incentivada também.
Levar-se-á em conta que os alunos podem errar e eles mesmos
perceberão seus erros a partir das comparações, deduções, das tentativas, das
interferências, e construírão assim o aprendizado.
AVALIAÇÃO
A avaliação permite, por um lado, detectar os avanços e as dificuldades
que o aluno apresentam em relação aos conteúdos com eles trabalhados; por
outro, explicita a adequação ou não da prática pedagógica do professor,
permitindo seu relacionamento. Por isso a avaliação tem um caráter
diagnóstico e processual.
326
No trabalho com a língua portuguesa o aluno será avaliado por meio dos
textos lidos, produzidos ou reestruturados, sejam eles orais ou escritos,
individuais ou coletivos. Para isso, as práticas da oralidade, leitura e escrita
estarão sendo avaliadas segundo critérios que permitam ao professor perceber
o que o aluno já domina com autonomia, o que necessita de ajuda para fazer,
como deve ser a mediação e como trabalhar os aspectos a serem apropriados
pelo aluno.
Importante para o professor é não perder de vista a função diagnóstica
da avaliação, ou seja, ela deve ser usada como subsídio para revisão do
processo ensino aprendizagem, como instrumento de diagnóstico do próprio
trabalho. Para tal, são diversos os tópicos a serem avaliados e, respeitando a
gradação do processo, o professor pode considerar:
- debates orais: exposição clara das idéias, fluência, participação organizada e
nas séries finais, bom nível argumentativo;
- capacidade de recontar o que foi lido ou ouvido;
- prática de leitura, quantidade de livros, proficiência do leitor, capacidade de
estabelecer relações com outros textos;
- capacidade se síntese;
- encadeamento de idéias;
- uso adequado de recursos coesivos;
- eliminação de redundâncias;
- domínio de concordância verbal ou nominal;
- domínio dos aspectos formais: paragrafação, pontuação, ortografia, letras
maiúsculas;
- capacidade de expandir idéias;
- capacidade de reestruturar parágrafos e textos;
- capacidade de substituir palavras e expressões ;
- capacidade de transformar diálogo direto e indireto e vice e versa;
- refletir sobre os elementos coesivos do texto e usa-los adequadamente;
- capacidade de perceber a flexibilidade da língua, ou seja, de reconhecer as
diversas possibilidades que a língua oferece de permitir que se diga a mesma
coisa de várias maneiras;
- capacidade de julgamento;
327
A avaliação é uma atividade ampla e complexa. é importante que, ao
exerce-la, o professor tenha sempre em vista mais do que um instrumento de
dar nota: o domínio gradativo das atividades verbais por parte dos alunos.
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328
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Papirus, 1995.
DIRETRIZES CURRICULARES DO PARANÁ - DIRETRIZES CURRICULARES
Língua Portuguesa.
GERALDI, João W. Concepções de Linguagem e ensino de Português.
In:GERALDI, João W.(org) O texto na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Ática,
1997.
LEI n.10.639, de 09/01/2003.
PORTUGUÊS: Novas palavras: Literatura, gramática, redação/Emilio Amaral
(et al) – São Paulo: FTD 2000.
329
INGLÊS
Apresentação geral da disciplina
O ensino das línguas modernas teve um leve sopro de incremento com a
chegada da família real em 1808, e mais tarde, em 1837, ganhou real
importância quando se fundou o Colégio Pedro II, em cujo programa
constavam 7 anos de francês, 5 de inglês e 3 de alemão.
Em 1941, a reforma Capanema equiparou todas as modalidades de
ensino médio em nosso país. Nesse período, a língua espanhola foi valorizada
como disciplina curricular, em detrimento da língua alemã.
A LDB de 1961 descentralizou o ensino criando o Conselho Federal de
Educação e ficou a cargo dos conselhos estaduais as decisões sobre o ensino
de língua estrangeira. A partir dessa época, a tentativa de fazer parte de um
mundo globalizado, que tinha como modelo os EUA, fez com que a opção pelo
ensino de inglês fosse se tornando cada vez mais hegemônico.
O ensino centrado na habilitação profissional, a partir da LDB de 1971,
fez com que muitos deles suprimissem a língua estrangeira ou reduzissem seu
ensino para uma hora semanal. O grande interesse despertado pelos novos
métodos audio-linguais, fundamentados na linguística estrutural norte-
americana de Skiner, com finalidade estritamente instrumental, funcionam,
nesse contexto, como um incentivo a mais para justificar o ensino de inglês
como única opção.
Em 20 de dezembro de 1996 foi publicada a mais recente LDB (Lei nº
9394). Encontramos nessa Lei a citação da obrigatoriedade do ensino da
língua estrangeira no ensino fundamental: “na parte diversificada do currículo
será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos
uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade
escolar, dentro das possibilidades da instituição” Art. 26, §5º). Referindo-se ao
Ensino Médio, a lei determina que “será incluída uma língua estrangeira
moderna¹, como disciplina obrigatória escolhida pela comunidade escolar, e
330
uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição”.
(Art.36, Inciso III).
Numa visão estruturalista, a língua seria uma estrutura que intermediária
nosso contato com o mundo, ou seja, seria através da estrutura da língua que
agiríamos no mundo e interagiríamos com ele; a língua estaria entre nós e a
realidade, sendo um elemento de ligação entre os dois mundos. Tal concepção
percebe a língua como exterior ao mundo e ao sujeito, e os significados como
produzidos exteriormente tanto ao mundo quanto ao sujeito: tal exterioridade
promove uma dissociação entre língua e significação, entre língua e
subjetividade, entre língua e construção de identidades.
No pós-estruturalismo, mais do que uma simples intermediária entre o
sujeito e o mundo, mais do que um meio transparente e neutro de dar nome
aos fenômenos que percebemos no mundo, a língua constitui o mundo do
sujeito. Ela se apresenta como espaço de construções discursivas, de
produção de sentidos que não pode estar dissociada dos contextos em que ela
adquire sua materialidade, das comunidades interpretativas que a constroem e
são construídas por ela. A língua deixa de lado suas supostas neutralidade e
transparência para adquirir uma carga ideológica intensa, e passa a ser vista
como um fenômeno carregado de significados culturalmente marcados. Em
outras palavras, a língua é aqui concebida como discurso, não como estrutura.
É na língua (e não através dela) que percebemos e entendemos a realidade, e
portanto nossa percepção do mundo está intimamente ligada às línguas que
conhecemos.
Ao ensinar uma LEM, não estamos simplesmente ensinando um código
lingüístico transparente e neutro, dissociado dos processos de construção de
identidades, dos contextos de atuação de nossos alunos. Estamos sim,
ensinando-os a perceber possibilidades de construção de significados, a
elaborar procedimentos interpretativos e a construir sentidos do e no mundo.
Por isso parece tão necessário estabelecermos certos princípios
educacionais como fundamentais no trabalho com as LEM: tomar esses
princípios como norteadores significa priorizar as questões educacionais sobre
as técnicas, instrumentais; significa manter como referência nosso papel de
educadores ao ensinar maneiras de produzir entendimentos da realidade, de
construir significados, de entender o mundo.
331
A participação ativa dos alunos no processo educacional apresenta uma
possibilidade de levá-los a perceber as relações entre o individual e o coletivo,
bem como de se perceberem enquanto agentes transformadores que
participam ativamente de suas sociedades locais e globais.
Ao utilizar uma LEM na interação com outras culturas, os alunos devem
reconhecer as implicações da diversidade cultural construída lingüisticamente
em diferentes línguas, culturas e modos de pensar, compreendendo que os
significados são social e historicamente construídos e passíveis de
transformação. Desse modo, os alunos precisam constatar e perceber a
diversidade cultural que nos permite aprender uns com os outros sem
deixarmos de ser nós mesmos, sem perdermos nossas identidades locais,
embora elas sejam produtivamente transformadas por tal contato.
Ao aprender uma LEM, o aluno aprende também procedimentos de
construção de significados, ampliando suas possibilidades de entendimento e
assim atuando sobre os sentidos possíveis e reconstruindo sua identidade
enquanto agente social, partilhando das responsabilidades sobre os processos
de construção de sentidos e sentindo-se capaz de transformar o mundo onde
vive.
As LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e de construir significados. Conhecer
e ser capaz de usar uma LEM em situações de comunicação permite aos
sujeitos perceberem-se como parte integrante da sociedade e como
participantes ativos do mundo em que vivem, bem como possibilita o
desenvolvimento de atitudes que os disponham a transformar procedimentos
interpretativos a fim de construir novos conhecimentos constantemente.
De acordo com as Diretrizes Curriculares a língua é concebida como
um sistema para expressão de significados num contexto interativo, embora o
aluno faça uso da mesma de forma limitada.
Meurer destaca a premente necessidade de desenvolver formas de
incentivar práticas pedagógicas que contestem “ou quebrem o círculo do senso
comum, daquilo que parece natural, não problemático”.
Diante dessa constatação foram estabelecidos alguns critérios
devem ser estabelecidos para a elaboração das atividades em Língua
Estrangeira:
332
ter foco no significado.
dar oportunidades para os alunos participarem interativamente
das negociações em língua inglesa. Elas acontecem a nível
interpessoal, textual e intrapessoal.
incentivar o raciocínio lógico, de acordo com Morgan et al (1986,
p. 40), o indivíduo que raciocina é “a powerful experimenter and
problem solver” porque ele usa “the ability to think through a
number of possible strategies or experiments and to decide wich
one will yield the most information”.
Ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de
mundo e maneiras de construir sentidos, é formar subjetividades,
independentemente do grau de proficiência atingido. No ensino de Língua
Estrangeira, a língua, objeto de estudo desta disciplina, contempla as relações
com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade.
Para tanto, as mais diferenciadas atividades desenvolvidas, visam dar
condições para os alunos de:
desenvolverem o seu lado cognitivo, estimulando-os no raciocínio
lógico e na visão critica;
desenvolverem o seu lado social, propiciando interações
negociadas em inglês, dentro ou fora da sala de aula. Elas podem
ser interpessoais, através de trabalhos em grupos ou textuais
(aluno e texto);
desenvolverem o seu lado afetivo, estimulando a sua capacidade
de risco;
ampliarem a sua visão de mundo, possibilitando diferenciar
aspectos culturais de outros países;
receberem insumo de língua inglesa com determinadas
características, tais como: familiar quanto ao assunto, com
códigos simples (palavras cognatas, simplificação sintática,
sentenças curtas), com figuras, mapas e diagramas.
participarem do processo ensino-aprendizagem como:
elaboradores do conhecimento (pesquisas feitas pelo aluno
dentro e fora da sala de aula);
333
pessoas/cidadãos em crescimento (os alunos estarão aprendendo
a pensar, a lidar com o conteúdo das atividades e não com a
estrutura da língua alvo);
corretores de erros (os alunos poderão avaliar o trabalho de seus
próprios colegas).
OBJETIVOS
- Oportunizar aos alunos a vivência de valores ligados à cidadania,
democratizando o acesso à aprendizagem de Língua Inglesa para a
comunicação/interação com grupos e culturas diferentes.
- Perceber o papel da linguagem na sociedade: linguagem como possibilidade
de acesso à informação, de conhecer e expressar modos de entender o mundo
e como forma de construir significados no mundo.
- Compreender que os significados são social e historicamente construídos e
portanto, passíveis de transformação.
- Ampliar o universo do conhecimento do aluno, a fim de facilitar sua interação
no seu meio e com o mundo, e desta forma conhecer as identidades e a cultura
dos outros e preservar as suas.
- Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o
acesso a bens culturais da humanidade.
- Construir conhecimento sistêmico sobre organização textual e sobre quando
utilizar a linguagem nas situações de comunicação, tendo como base os
conhecimentos da língua materna.
- Ser capaz de usar a língua em situações de comunicação oral e escrita.
- Demonstrar compreensão geral de tipos de textos variados, apoiado em
elementos icônicos (gravuras, tabelas, fotografias, desenhos) e/ou palavras
cognatas.
- Selecionar informações específicas do texto.
- Demonstrar conhecimento da organização textual por meio de
reconhecimento de como a informação é apresentada no texto e dos
conectores articuladores do discurso e de sua função enquanto tais.
334
- Demonstrar consciência crítica em relação aos objetivos do texto, em relação
ao modo como escritores e leitores estão posicionados no mundo social.
- Demonstrar conhecimento dos padrões de natureza fonético-fonológica e de
interação social.
- Demonstrar adequação na produção no que diz respeito, particularmente, a
aspectos que afetam o significado de sintaxe, da morfologia, do léxico e da
fonologia.
-Demonstrar conhecimento dos padrões interacionais de tipos de textos orais e
escritos pertinentes a contextos específicos de uso da língua estrangeira.
- Demonstrar conhecimento de que escritores/falantes têm em mente
leitores e ouvintes posicionados de modo específico na sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes se constituem através da história, são
legitimados socialmente, por isso, são provisórios e processuais.
Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção, de
sentidos marcado por relações sociais, o conteúdo estruturante Discurso como
prática social a tratará de forma dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e
da escrita.
É preciso que os níveis de organização lingüística-fonético-fonológico,
léxico-semântico e de sintaxe- sirvam ao uso da linguagem na compreensão e
na produção escrita, oral, verbal e não-verbal.
O trabalho em sala de aula deve partir de um texto de linguagem num
contexto em uso, sob a proposta de construção de significados por meio do
engajamento discursivo e não pela mera prática de estruturas lingüísticas.
É preciso levar em conta o princípio da continuidade, ou seja, a
manutenção de uma progressão entre as séries considerando as
especificidades da língua estrangeira ofertada, as condições de trabalho
existentes na escola, o projeto político-pedagógico, a articulação com as
demais disciplinas do currículo e o perfil dos alunos.
No ato da seleção de textos, propõe-se analisar os elementos
lingüístico-discursivos neles presentes, mas de forma que não sejam levados
em conta apenas objetivos de natureza lingüística, mas sobretudo fins
educativos, na medida que apresentem possibilidades de tratamento de
335
assuntos polêmicos, adequados à faixa etária e que contemplem os interesses
dos alunos.
A Lei 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional foi alterada através da Lei 10.639/03, com a inclusão da
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”. Na Língua
Estrangeira Moderna os conteúdos serão direcionados para trabalhar este
tema tão importante, através de textos que abordem essa temática.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
5ª série
Expressions Cross Words Reading Listening Writing Speaking Cultures
Historia e Cultura Afro-Brasileira Intertex
Atualidade: Poems, texts, musics... Conteúdos Estruturantes Greetings
Verb to be
Demonstratives pronounus: this, that, these, those How to use the
dicionary Articles:The, a, an My family
Nunbers (one to Fifty ) What is your name9 My house Nationalities How
old are you9 Fruits and Vegetables - Colors Animals Sea animals
Occupations What time it? Foods and drinks Months of the year Days of the
week Opposites School Objects Prepositions
6a Series
Expressions
Cross Words
Reading
Listening
Writing
Speaking
Cultures
Historia e Cultura Afro-Brasileira
Intertextualidade: Poems, texts, musics...
Conteúdos Estruturantes
336
Verb to be (affirmative, negative, interrogative)
Dictionary (how to use)
Cardinal (zero to 100) and Ordinal (1° to 10°)
What time is it?
Verb to have
Plural of nouns
Personal pronouns (review)
Possessive adjectives
possessive pronouns
Genitive case
Simple present (3rd person)
Present continuous tense
Prepositions: behind of, between, in front of, near, beside, before, after,
by
Interrogative words: where, when what, why, who, how
Demonstrative pronouns: this, that, these, those (review)
Seasons of the year
Occupations
Sports
Clothes
foods and drinks
Opposites
There to be (present tense)
7ª Series
Expressions
Cross Words
Reading
Listening
Writing
Speaking
Cultures
Historia e Cultura Afro-Brasileira
Intertextualidade. Poems, texts, musics...
337
Conteudos Estruturantes
Nouns
Verb there + to be (past tense)
Articles
Prepositions: near, next to, berween, behind, beside
Can, could
Many-much / litle - Few
Right, left, straigth ahead, pararalel to
Adverbs
Would
Adjectives
Present continuous
Verb to be - past simple
Regular verbs (past tense)
Irregular verbs (past tense)
8a Series
Expressions
Cross Words
Reading
Listening
Writing
Speaking
Cultures
Historia e Cultura Afro-Brasileira
Intertextualidade: Poems, texts, musics...
Conteudos Estruturantes
Revisao do Presente Simples
Past continuous
Can / could, may/would
Going to
Will/shall
Review regular and irregular verbs
Interrogative pronouns
338
Tag questions (present / past / future)
Adjetivos. grau comparative (igualdade, superioridade e inferioridade)
Superlatives
METODOLOGIA
O trabalho com a língua estrangeira em sala de aula parte do
entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros
instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são
possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o
mundo e de construir significados.
O ensino-aprendizagem de uma LEM deve ser algo significativo para o
aluno, que realmente garanta a sua interação, ou seja, a sua compreensão e
expressão na língua meta. Isso se dará através da apresentação ao aluno de
uma variedade de textos orais, escritos, visuais, ou seja, o discurso nos seus
mais variados gêneros, que o estimulem a entrar no universo da LEM e a
interagir com ele.
Portanto, o discurso – entendido como unidade significativa da língua –
sob os seus vários gêneros, constituirá o eixo central do ensino de LEM.
Apresentar ao aluno apenas o discurso que tenta explicitar o
funcionamento da língua e as regras formais de gramática é muito pouco. É
preciso trabalhar a língua enquanto discurso – entendido como prática social
significativa – (oral e/ou escrito) pois, como afirma Voloshinov:”...o essencial na
tarefa de decodificação não consiste em reconhecer a forma utilizada, mas
compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação
numa enunciação particular.”
O que vai possibilitar uma abordagem do discurso em sua totalidade e
garantir a compreensão e expressão do aluno na LEM são as seguintes
práticas:
- Leitura;
- Escrita;
- Fala;
339
- Compreensão auditiva.
Leitura: ler em LEM pressupõe a familiarização do aluno com os
diferentes tipos textuais – literatura, publicidade, jornalismo, etc. A leitura se
refere também aos textos não-verbais, estejam eles combinados ou não com o
texto verbal.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA:
O leitor competente não lê de forma linear, mas sim em busca de
significado global daquilo que lê. Assim, de certo modo ele cria o significado
com base no seu conhecimento da língua e do mundo. Ao ler um texto, o leitor
pode conhecer todas as palavras e compreender todas as estruturas nele
contidas, sem, contudo, chegar a perceber o sentido integral do que lê. De
modo inverso, pode ser capaz de apreender o significado do texto como um
todo sem, necessariamente, dominar todas as suas palavras e estruturas,
utilizando-se para tanto de certas “estratégias”.
Uma das primeiras tarefas do professor é fazer que o aluno se aproxime
do texto em língua estrangeira da mesma forma como faria com um texto em
língua materna. A predição (prediction) é o primeiro componente desse
processo de percepção. A partir de seu conhecimento do mundo e de suas
restrições lingüísticas, o leitor é convidado a formar expectativas sobre o
material ainda não lido. O objetivo da predição é preparar mentalmente o aluno
para leitura, estimulando-o a pensar sobre o provável assunto do texto antes do
início da leitura. Depois desta, ele compara o conteúdo do material com a idéia
que havia formado antecipadamente sobre ele.
Escrita: com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser
significativa, o aluno deve perceber que, entre outras coisas, há a necessidade
de adequação ao gênero, planejamento, articulação das partes, seleção da
variedade lingüística adequada (formal/informal), etc.
A produção de textos na aula de Língua Estrangeira Moderna também
precisa ser concebida como um processo dialógico ininterrupto, no qual
escreve-se sempre para alguém de quem se constrói uma representação.
Conforme Bakhtin “um discurso nasce de outros discursos e se produz para um
340
outro sujeito, sendo que esse outro é construído imaginariamente pelo sujeito-
autor” (apud MUSSALIN, 2004, p. 250).
O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE COMPREENSÃO DA
LINGUAGEM ORAL
O desenvolvimento das habilidades de compreensão oral da linguagem
é um processo longo e contínuo. Trata-se de uma habilidade que precisa ser
realmente ensinada, pois não acontece automaticamente. Uma das tarefas
mais importantes do professor é a de oferecer uma variedade de atividades de
compreensão da linguagem oral que sejam significativas (incluindo gravuras,
ilustrações, recortes) e que se prolonguem por todo o curso. Os alunos devem
ter motivos para ouvir, ou seja, o professor deve propor tarefas que sejam um
desafio para eles, afastando-os da mera audição passiva.
O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE PRODUÇÃO
ESCRITA
Com relação à produção escrita, o objetivo inicial deve ser capacitar o
aluno a fazer anotações simples e produzir mensagens curtas. O conhecimento
da língua precisa ser suficiente para que essas produções sejam espontâneas
e significativas, podendo transformar-se numa atividade de consolidação de
outras habilidades. Esse processo de integração envolve uma articulação de
todas as habilidades entre si, de modo que aquilo que foi aprendido e praticado
pelo exercício de uma delas seja reforçado ou mesmo ampliado por atividades
ligadas a duas ou mais das restantes.
O importante mesmo é que haja sempre um motivo para a língua estar
sendo usada em suas diversas modalidades comunicativas: compreensão da
linguagem oral, produção oral, leitura ou produção escrita, de acordo com cada
situação. Com exercícios contextualizados os alunos acabam ouvindo, falando,
lendo e escrevendo. Dessa forma, eles melhoram não só sua motivação para
executar determinadas tarefas como também aumentam sua própria
compreensão das funções comunicativas relacionadas a cada habilidade (cf.
Johnson e Morrow, 1981).
Fala e compreensão auditiva:
341
levar a desenvolver no aluno a sua capacidade de expressar-se oralmente e
compreender enunciados orais. Além disso, é preciso que o aluno perceba que,
mesmo oralmente, há uma diversidade de gêneros, que existe a necessidade
de adequação da variedade lingüística para as diferentes situações, tal como
ocorre na escrita e em língua materna.
Os conteúdos abordados ao longo do Ensino Fundamental e Médio
estão organizados em: conhecimentos de mundo, conhecimento sistêmico,
tipos de textos e atitudes.
O conhecimento de mundo torna-se essencial na aprendizagem da
Língua Inglesa na medida em que fornece ao professor dados sobre a vivência
e a realidade do aluno: sua vida na escola, em família e em sociedade e ainda
a própria visão do mesmo com relação à cultura de outros povos. Com relação
às atitudes, o papel do educando é o de refletir o próprio aprender,
demonstrando capacidade crítica para compreender e ser compreendido tanto
oralmente como por escrito; valorizar e reconhecer a importância de outras
culturas e ainda interessar-se por apreciar produções orais e escritas da língua
objeto.
Os itens relativos ao conhecimento sistêmico serão formalmente
ensinados ao aluno e será tarefa do professor administrar a inclusão dos
tópicos a serem aprendidos e tarefa do aluno conhecer os mesmos e saber
como usá-los corretamente. Os textos deverão ser cuidadosamente
selecionados, de acordo com a faixa etária, a série, com o interesse do aluno,
levando em conta o seu conhecimento de mundo e ainda especificamente os
tipos de textos aos quais ele está familiarizado (narrativa, diálogos, histórias em
quadrinhos e outros).
Ao professor da 5ª série do Ensino Fundamental caberá a
responsabilidade maior no que diz respeito a despertar e cultivar no aluno a
motivação, o interesse, a importância de se aprender uma língua estrangeira.
As atividades devem ser voltadas para o lúdico: jogos, brincadeiras,
dramatizações, bingos, adivinhações, tudo direcionado a motivar o aluno a
cultivar seu interesse para o aprendizado da Língua Inglesa, adequando os
conteúdos à sua faixa etária.
Nas demais séries do Ensino Fundamental e Médio, se recomenda que
o professor dê continuidade às atividades propostas, aprimorando e
342
aprofundando gradativamente os conhecimentos de forma sistematizada, com
a finalidade de formar um aluno mais crítico, dinâmico e criativo, conforme
Coracini (2003, pg. 280) “a criticidade nada tem a ver com o tipo de texto, mas
com a atitude problematizadora daquele que lê e que se envolve”. Para
alcançar tais metas, o professor poderá utilizar recursos que possam
enriquecer e diversificar a sala de aula, tais como:
- utilização de recursos tecnológicos: videocassete, televisão, DVD,
computador, aparelho de som, fitas cassetes, CDs, etc.
- uso de filmes, revistas, documentários, entrevistas, livros didáticos e
paradidáticos, gibis, jornais, letras de música, poemas, internet, mapas,
dicionários, etc.
No Ensino Médio dar-se-á ênfase às práticas reais de uso da língua
estrangeira (fala/escuta- leitura/escritura) e ao trabalho de reflexão sobre elas
(análise lingüística).
Nas práticas de fala/escuta, trabalhar com:
- discussões orais sobre os textos lidos e produzidos.
- escuta ativa de textos e participação em diálogos, entrevistas, debates, etc.
- atividades de interação em que cada aluno possa falar de si mesmo,
perguntar as preferências do outro, responder questionamentos de outros,
solicitar e fornecer informações.
Nas práticas de leitura/escritura, trabalhar com:
- leitura de diferentes textos (artigos de jornal, embalagens, propagandas,
manuais de instrução, canções, receitas, documentários, informações
turísticas, lendas, etc) para:
- reconhecer as informações de cada um deles.
- conhecer os costumes, as peculiaridades locais, o modo de agir, de pensar e
de se relacionar de cada povo.
- Estabelecer um paralelo entre a cultura do outro e a própria cultura.
- Elaboração de sínteses ou resumos dos textos lidos.
- Produção de textos, observando a unidade significativa, concordância,
ortografia, etc.
Nas práticas de análise lingüística, trabalhar com:
- análise da natureza e da estrutura de elementos coesivos dos textos lidos e
produzidos.
343
- Seleção de aspectos da língua, a partir de uma situação de leitura, de
compreensão ou de produção de texto, para serem trabalhados mais
detalhadamente.
- Reestrutura dos textos produzidos, adequando-os à situação, ao gênero, ao
interlocutor e às convenções da língua estrangeira.
AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está
articilada aos fundamentos teóricos explicitados nestas diretrizes e na LDB
9394/96.
Faz-se necessária uma avaliação que busque a ação reflexiva, com
análise crítica sobre os aspectos metodológicos e sobre os conteúdos
estruturantes, para que o professor possa repensar sua prática pedagógica e
ter clareza se os conteúdos trabalhados são realmente significativos ou não ao
educando, e qual é o conhecimento que o mesmo alcança dentro do processo.
Através dessa reflexão é possível ao professor reverter os “erros de
percurso”, redirecionar seu encaminhamento metodológico, como também
oportunizar ao aluno ser protagonista das ações desenvolvidas.
Diante dos quatro eixos da prática pedagógica do professor: leitura,
escrita, fala e compreensão auditiva, o aluno será capaz de:
- expressar-se de forma crítica oralmente e/ou por escrito;
- relacionar as intenções do escritor diante do fato exposto;
- compreender enunciados orais e/ou escritos;
- adequar as variedades lingüísticas ao produzir um texto;
- empregar algumas normas gramaticais na oralidade e/ou escrita;
- apresentar textos coesos e significativos coerentes ao nível em que se
encontra;
- interagir com os demais falando de si mesmo, perguntando sobre
preferências do outro, respondendo questionamentos, solicitando e fornecendo
informações.
Ao aplicar os instrumentos de avaliação o professor precisa ter clareza
sobre a intencionalidade e aplicabilidade dos mesmos, como também expô-los
344
de maneira clara e objetiva aos alunos, para que esses tenham condições de
demonstrar o conhecimento adquirido.
Conforme analisa Luckesi (2005, p. 166)
A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu
verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da
aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é
de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que
decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o
crescimento.
Enfim, a avaliação deve ser analisada como um processo, ser contínua e
relevante, priorizando aspectos qualitativos sobre a apropriação e construção
dos conhecimentos dos educandos.
Tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Médio, a avaliação de
determinado dado de produção em língua estrangeira considera o erro como
efeito da própria prática, ou seja, vê-o como resultado do processo de
aquisição de uma nova língua. Portanto, na avaliação, o erro deve ser visto
como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave
no processo, que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo
tempo para diferentes pessoas.
É importante considerar também avaliações de outras naturezas:
diagnóstica e formativa, desde que se articulem com os objetivos específicos e
conteúdos definidos, a partir das concepções e encaminhamentos
metodológicos das Diretrizes, de modo que sejam respeitadas as diferenças
individuais escolares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
____ Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais. Língua Estrangeira .Brasília.
345
SACRISTÁN, J. Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad.
Ernani F. da Rosa. 3ª edição. Porto Alegre: Art Med, 2000.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo:Hucitec, 1988.
Estética da criação verbal. Cidade, 1992.
CORACINI, M. J. R. F. Leitura: decodificação, processo discursivo na sala de
leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995.
346
GEOGRAFIA
Ensino Fundamental
Apresentação geral da disciplina
A aprendizagem é um processo interno pessoal e intransferível
enquanto o ensino, tratando-se de educação formal ou escolar, e a ação direta
sobre ela. Disso resulta que cada educando constrói o seu conhecimento a
partir de suas vivências e experiências cognitivas.
Disse Paulo Freire, ”aprender é (re) construir pela descoberta.”.
Assim como o espaço está em permanente reconstrução, o
conhecimento deve estar em contínuo aprofundamento e ampliação na medida
em que novas experiências descobertas ensejam ao educando- sujeito
cognocente - sucessivas reelaborações intelectuais dos elementos que
compõem a sociedade, particularmente sua esfera espacial.
Desde os tempos mais antigos, o ser humano está em inter-relação
constante com seu espaço, afinal dele retira seu sustento, estabelece uma
série de estratégias de sobrevivência, e criam mecanismos de apropriação no
sentido que o meio lhe forneça instrumentação necessária ao seu
desenvolvimento econômico.
Isso pode ser observado nas Diretrizes Curriculares de Geografia para a
Educação Básica(2007, p.3), quando lemos que o ser humano começou a:
Observar a dinâmica das estações do ano, conhecer o ciclo
reprodutivo da natureza, a direção e da dinâmica dos ventos, o
movimento das marés e as correntes marítimas, bem como as
variações climáticas e a alternância entre o período seco e o período
chuvoso foi essencial para os primeiros povos agricultores. Esses
conhecimentos permitiram às sociedades se relacionarem com a
natureza e modificá-la em benefício próprio.
Além desta perspectiva de aproveitamento do conhecimento geográfico
para o sustento e benefício econômico, a disciplina também adquiriu uma
347
abordagem político-social. O saber geográfico também fornece instrumentos
necessários para o conhecimento de limites territoriais tendo em vista a
militarização dos povos para expansão dos territórios, estratégias de ocupação,
elaboração de mapas, os quais podem equipar um povo de conhecimentos que
garantissem a um povo determinado o poder sobre outros determinados grupos
sociais.
Partindo da concepção científica, este ramo do conhecimento presta-se
a desenvolver no aluno a capacidade de observar, interpretar, analisar e
pensar criticamente a realidade para melhor compreendê-la, e identificar as
possibilidades de transformação no sentido de superar as suas construções
pois os objetos de estudo da geografia vivem em constante mutação. É
necessário mostrar que o mundo é dinâmico e passível de transformações.
Ocupando-se da análise histórica de transformação das relações sociais
de produção, via paisagem especial ou de espaço geográfico, mostra-se aos
alunos a relação homem – meio, homem - natureza e sua organização
estabelecida a partir de relações básicas entre o clima e o solo, vegetação e
relevo. Portanto, os tipos de sociedades e como estes se apropriam da
natureza embasada em características sociais, políticas e econômicas,
procurando fazer do educando um ser com visão de totalidade de espaço.
Acredita-se com isso que desvelar é conceber o espaço geográfico
sendo um espaço social produzido e reproduzido pela sociedade, desvendando
criticamente para compreensão do papel histórico propiciando ao aluno as
condições de se compreenderem enquanto sujeitos da história e agentes da
transformação social.
Dependendo de outros ramos da ciência o espaço geográfico e histórico
é socialmente produzido, e as paisagens são a materialização das sociedades
que as construíram. Portanto, o estudo da geografia, permite que os alunos
desenvolvam hábitos e construam valores significativos para a vida em
sociedade.
Se espaço é compreendido como processo Histórico e desigual e
contraditório, e a realidade contemporânea está determinada por múltiplas
relações que acontecem em determinado lugar e momento, faz-se necessário
desenvolver no educando noções relativas aos processos sociais e naturais,
348
partindo da família e da escola, meios mais próximos, para destes chegar até
outros elementos formadores dentro do contexto histórico social.
METODOLOGIA
Seguindo as orientações presentes nas Diretrizes Curriculares de
Geografia para a Educação Básica (2007, p. 39):
Propõem-se que os conteúdos da Geografia sejam trabalhados de
forma crítica e dinâmica, de maneira que a teoria, a prática e a
realidade estejam interligadas, em coerência com os fundamentos
teóricos propostos nestas diretrizes.
E que:
Os conteúdos estruturantes são norteadores do trabalho com os
conteúdos específicos. Ambos – estruturantes e específicos – devem
ser tratados pedagogicamente a partir das categorias de análise –
relações espaço-temporais, relações sociedade – natureza e
relações de poder – e do quadro conceitual de referência.
Partindo-se destas observações do meio, sua localização e
representação espacial, procuram-se levar o aluno a compreender o espaço
que o rodeia e assim encaminhá-lo na busca pela apropriação do domínio
espacial.
Torna-se importante que os alunos passam a perceber e compreender
que as paisagens e os lugares resultam de múltiplas interações entre o
trabalho social e a natureza. A geografia busca explicar e compreender o
espaço geográfico não somente como produtos de forças econômicas ou de
formas de adaptações entre o homem e a natureza, mas também dos fatores
culturais. Com isso os alunos valorizam, não apenas o seu lugar, mas
transcendendo a dimensão local na procura do mundo com
interdisciplinaridade.
Que os alunos possam realizar uma leitura da realidade de forma não
fragmentada, para que seus estudos tenham um sentido e significado no
349
cotidiano, e no qual a sua vida no lugar possa ser compreendida, interagindo
com a pluralidade dos lugares num processo de globalização, fortalecendo o
espírito de solidariedade como cidadão do mundo.
As noções e os conceitos trabalhados pela disciplina não devem ser
apresentados a partir de definições prévias, mas sim construídos, e
reconstruídos pelo educando a partir do trabalho com atividades que envolvam
diferentes situações problemas.
Conforme a Lei 10.639 de 2003 deverá ser discutido e incluído em todas as
disciplinas a inserção dos conteúdos de história e cultura Afro-brasileira. Em
especial na disciplina de História essa temática será tratada de forma especial
através de conteúdos distribuídos por série.
Ser o educando cidadão através do conhecimento do meio em que vive,
e os estudos do espaço geográficos devem ter uma finalidade de que
encontram utilidades na vida pratica, na reflexão sobre o mundo para que nele
vive melhor, promovendo ate mesmo transformações com consciências.
OBJETIVOS
Existem alguns objetivos gerais que devem ser alcançados pelos alunos,
no estudo da disciplina de geografia:
- Compreender as diferentes formas como ciência geográfica contribui para o
conhecimento da historia da terra;
- Conhecer e compreender as principais características do espaço geográfico,
de sua transformação e de elementos, no lugar onde vivem e em espaços
maiores como o Brasil e o mundo;
- Compreender que, no espaço social, o qual também faz parte do espaço
geográfico, inúmeras relações entre as pessoas e das pessoas com a
natureza;
- Compreender e valorizar todas as formas de trabalho humano, assim como
desenvolver uma postura critica na abordagem das relações de trabalho;
- Compreender e compreender os conceitos fundamentais da geografia e, por
meio do estudo dos processos e fenômenos naturais e sociais, entender a
dinâmica dos lugares onde vivemos;
350
- Identificar como a geografia pode se inter - relacionar com as diferentes áreas
do conhecimento (Literatura, Matemática, Ciências e artes, entre outras);
- Adquirir conhecimentos sobre a linguagem cartográfica, a fim de representar,
interpretar e localizar elementos, processos e fenômenos estudados pela
geografia;
- Realizar procedimentos de pesquisa para o enriquecimento do conteúdo;
- Conhecer o mundo atual em sua diversidade, favorecendo a compreensão, de
como as paisagens, os lugares e os territórios são constituídos;
- Identificar e avaliar as ações dos Homens e sociedade e suas conseqüências
em diferentes espaços e tempos, de modo que construam referencias que
possibilitem uma participação positiva e reativa e as questões socioambientais
locais;
- Conhecer o funcionamento da natureza em sua múltiplas relações, de modo
que compreenda o papel das sociedades na construção do território, da
paisagem e do lugar;
- Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos
estudados em suas dinâmicas e interações;
- Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos,
os avanços tecnológicos e as transformações sócio culturais são conquistas
ainda não usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas
possibilidades, em empenhar-se, democratizá-las;
- Identificar suas relações, problemas e contradições;
- Compreender a importância das diferentes linguagens na leitura da paisagem,
desde as imagens, musica e literatura de dados e de documentos de
diferentes fontes de informação, de modo que interprete, análise e relacione
informações sobre o espaço;
- Saber utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a
espacialidade dos fenômenos geográfico;
- Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade,
reconhecendo os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de
fortalecimento da democracia.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
351
- GEOPOLÍTICA
- DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
5ª Série
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- Sistemas de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
- (re)organização econômica do espaço rural e urbano;
- Inter-relações entre o urbano e o rural;
- Tipos de indústria, agroindústrias e sua distribuição no espaço geográfico;
- O setor de serviços e a reorganização do espaço geográfico (comércio,
turismo, energia, entre outros ).
- A População brasileira: Miscigenação dos povos lei (10639/03)
- A distribuição espacial da população afrodescendente no Brasil
- A contribuição do negro na construção da nação brasileira;
GEOPOLÍTICA
- Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- Ambiente urbano e rural e os impactos socioambientais;
- Classificação e espacialização dos fenômenos atmosféricos e mudanças
climáticas;
- Os movimentos da Terra no Universo e suas influências para organizar o
espaço geográfico.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- Êxodo rural e sua influência na configuração espacial urbana e rural.
- História das migrações mundiais e sua influência sobre a formação cultural,
distribuição espacial e configuração dos países.
- Formação étnico religiosa:distribuição e organização espacial e conflitos;
- Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de comunicação
nas manifestações culturais e na (re)organização social do espaço geográfico.
352
6ª Série
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- Sistemas (redes) de produção industrial, econômica, política e sua
espacialidade;
GEOPOLÍTICA
- Movimentos sociais: ONGs, Movimento dos Trabalhadores sem Terra
(MST), Movimento dos trabalhadores atingidos por barragens (MAB),
Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Fórum Social Mundial (FSM),
sua distribuição e ação na configuração dos territórios;
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- Ambiente urbano e rural e os impactos socioambientais no Brasil;
- Distribuição espacial e as conseqüências socioambientais dos
desmatamentos, da chuva ácida, do buraco na camada de ozônio, do efeito
estufa, entre outros no Brasil.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- Êxodo rural e sua influência na configuração espacial urbana e rural no
Brasil.
- Formação étnico religiosa:distribuição e organização espacial e conflitos no
Brasil;
- Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de comunicação
nas manifestações culturais e na (re)organização social do espaço geográfico
no Brasil.
- A política de imigração e a teoria do embranquecimento no mundo;
- Discussões a respeito de práticas de segregação racial, como as
acontecidas, por exemplo na África do Sul, e nos Estados Unidos da América.
7ª Série
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- Acordos e blocos econômicos;
GEOPOLÍTICA
- Formação espacial dos Estados Nacionais;
- A Guerra Fria e suas influências na configuração dos sistemas políticos e
do mapa político do mundo.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
353
- Eras geológicas: a formação e espacialização dos recursos naturais;
- Rochas e minerais: formação e espacialização natural, alterações
antrópicas e desafios para a sustentabilidade;
- Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
- Circulação e poluição atmosférica e sua interferência na organização do
espaço geográfico (indústria, habitação, saúde, entre outros ).
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- História das migrações mundiais e sua influência sobre a formação cultural,
distribuição espacial e configuração dos países.
- Formação étnico religiosa:distribuição e organização espacial e conflitos;
- Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de comunicação
nas manifestações culturais e na (re)organização social do espaço geográfico.
8ª Série
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- A globalização e seus efeitos no espaço geográfico;
- As relações econômicas, a dependência tecnológica e a desigualdade
social do/no espaço geográfico.
GEOPOLÍTICA
- A espacialidade dos principais conflitos mundiais, suas causas e efeitos;
- Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
- Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, Otan, Banco Mundial, entre
outros, e suas influências na reorganização do espaço geográfico;
- Influências do neoliberalismo na produção e reorganização do espaço
geográfico;
- Terrorismo, narcotráfico, prostituição, contrabando, biopirataria, entre
outros, e suas influências na reorganização do espaço geográfico.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- Ambiente urbano e rural e os impactos socioambientais;
- religiosa:distribuição e organização espacial e conflitos;
- Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de comunicação
nas manifestações culturais e na (re)organização social do espaço geográfico.
354
- Distribuição espacial e as conseqüências socioambientais dos
desmatamentos, da chuva ácida, do buraco na camada de ozônio, do efeito
estufa, entre outros.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
- História das migrações mundiais e sua influência sobre a formação cultural,
distribuição espacial e configuração dos países.
Formação étnico.
- O movimento do povo africano no tempo e no espaço;
- A colonização da África pelos europeus;
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
- GEOPOLÍTICA
- DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
- DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
AVALIAÇÃO
A Avaliação é um processo importante do ensino aprendizagem e, deve
ter caráter diagnóstico e contínuo. A Avaliação não deve resumir-se aos
momentos pré-determinados da “provas” mas sim desenvolver-se de maneira
continua, envolvendo diferentes momentos e estratégias em sala de aula.
Como acompanhamento cotidiano da aprendizagem, a avaliação ajuda o
professor a captar o aproveitamento do educando. Para isso, ele deve ter
clareza sobre os pontos:
A Avaliação tem também a função de orientar os procedimentos de
ensino na sala de aula;
È através da avaliação que o professor consegue observar as
dificuldades do aluno e replanejar para atingir melhor suas metas.
A Avaliação não deve estar relacionada a notas e sim em promover
acesso ao conhecimento.
Assim toda a produção do aluno será avaliada em sala de aula pelo seu
interesse na disciplina, pela resolução dos trabalhos solicitados, pesquisas,
355
participação individual ou coletiva, em debates, produção de textos, tarefas de
casa, provas etc. A Finalidade das avaliações é dar condições de superar os
obstáculos e desenvolver o seu alto conhecimento dando oportunidade ao
aluno de dialogar, participar e cooperar em suas descobertas, bem como na
sua realidade de vida. Sempre ao desenvolver as avaliações deve se revisar
juntamente com os alunos para esclarecer as duvidas verificando o que está
errado, o aluno refaz, visando com isso fixar melhor os conteúdos propostos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares para o
Ensino de Geografia para a Educação Básica: Curitiba, 2007.
CAVALCANTI, L. de S. Geografia: escola e construção do conhecimento.
Campinas: Papirus, 1999.
CHRISTOFOLETTI, A. (Org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel,
1982.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – Instrução nº 04/ 2005/SUED
SANTOS. M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS. M. Por uma geografia nova. São Paulo:Hucitec,1986.
356
ENSINO RELIGIOSO
Ensino Fundamental
Apresentação geral da disciplina
“... O Ensino Religioso busca propiciar oportunidade de identificação, de
entendimento, de conhecimento e de aprendizagem em relação às diferentes
manifestações religiosas presentes na sociedade, de modo que tenham a
amplitude da própria cultura em que se insere. Essa compreensão deve
favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa, em suas relações éticas e
sociais, e fomentar medidas de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito
e discriminação...”.
Dimensão Histórica da Disciplina de Ensino Religioso no Paraná
No espaço escolar, o Ensino Religioso era tradicionalmente, o ensino da
religião Católica Apostólica Romana, religião oficial do Império, conforme
determinava a Constituição de 1824.
A partir da Constituição de 1934, o Ensino Religioso passou a se
admitido como disciplina na escola pública, porém, com matrícula facultativa.
Nas Constituições de 1937,1946 e de 1967, o Ensino Religioso foi
mantido como matéria do currículo, de freqüência livre para o aluno, e de
caráter confessional de acordo com o credo da família.
Em meados da década de 1960, surgiram grandes debates nos quais se
retomou a questão da liberdade religiosa devido à pressão das tradições
religiosas e da sociedade civil organizada,que partiu de diferentes
manifestações religiosas.
Na década de 1980, no processo de redemocratização do país, as
tradições religiosas, mais uma vez, asseguravam o direito à liberdade de culto
e de expressão religiosa.
O Ensino Religioso é componente curricular da Educação Básica e de
importância para a formação do cidadão e para seu pleno desenvolvimento
como pessoa. Faz parte integrante da formação básica do cidadão, vedava
357
qualquer forma de doutrinação ou proselitismo, bem como propunha o respeito
à diversidade cultural e qualquer forma de preconceito e discriminação, além
do reconhecimento de que todos somos portadores de singularidade.
O Ensino Religioso permite que os educandos possam refletir e entender
como os grupos sociais se constitui culturalmente e como se relacionam com o
Sagrado. E, ainda, possibilita compreender suas trajetórias e manifestações no
espaço escolar e estabelecer relações entre culturas, espaços e diferenças. Ao
compreender tais elementos, o educando passa elaborar o seu saber e a
entender a diversidade de nossa cultura marcada também pela religiosidade.
Conteúdos Estruturantes
Ao tratar dos conteúdos nas séries é necessário que se oportunize ao
educando o desenvolvimento das seguintes habilidades:
-Ampliação da leitura mítico-simbólica estendendo-a para o seu contexto social;
-Percepção da constante transformação que ocorre nas Tradições Religiosas
no decorrer dos tempos;
-Sensibilização para a singularidade das diferentes Tradições Religiosas que
sustentam o sentido da valorização da vida.
-Compreensão sobre a relação entre o Transcendente e a formação do mundo
pessoal e interior de cada pessoa.
Aprofundamento da sua compreensão sobre os seguintes temas:
-Transcendência e Metafísica.
-Alteridade – Ethos.
-Ética, Relacionamento e Vida.
-Culturas e Tradições Religiosas.
-Estrutura Religiosa nas Organizações Humanas.
-A revelação e a Construção do Texto Sagrado Oral e Escrito.
-A construção da Idéia do Transcendente no Espaço e no Tempo para a Vida
além da Morte nas Tradições Religiosas.
-Limites Éticos.
-Rituais, Símbolos e Espiritualidade.
-Espaço Sagrado.
-Religiosidades africanas/Religiões Afro-descendente.
-Religiosidade Indígena/cultura indígena.
-Direitos Humanos.
358
-Discriminação Racial.
Metodologia
O principal desafio dos professores de Ensino Religioso é a superação
dos modelos fragmentados de compreensão da realidade através da busca de
outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da sociedade.
Assim, na construção e produção do conhecimento o professor
promoverá em suas aulas debates, confronto de idéias, exposição de
conteúdos formalizados, objetivando a compreensão ampla da diversidade
cultural. As práticas pedagógicas deverão fomentar o respeito às diversas
manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural do aluno.
Para que haja a superação das tradicionais aulas de religião é necessário uma
nova abordagem de conteúdos, cujo objeto de estudo é o sagrado. Na
especificidade dos conteúdos o professor deverá considerar sua aproximação
com as demais áreas do conhecimento.
Convém ressaltar que todo o conteúdo das aulas de Ensino Religioso
deverá contribuir para superar o preconceito a qualquer crença religiosa ou à
sua ausência. Por isso, a linguagem a ser adotada pelo professor, referente a
cada expressão do sagrado, é a pedagógica e não a religiosa. O professor
deverá destacar o conhecimento das bases teóricas que compõem o universo
das diferentes culturas, sem fazer juízo desta ou daquela prática religiosa.
Como material de apoio e para o enriquecimento das aulas o professor
fará uso de livros, revistas, jornais, internet, filmes, documentários, etc.
Avaliação
O Ensino Religioso não constitui objeto de aprovação ou reprovação
nem terá registros de notas ou conceitos na documentação escolar, por seu
caráter facultativo de matrícula na disciplina.
359
Cabe ao professor implementar práticas avaliativas que permitam
acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e pela
classe, cujo parâmetro são os conteúdos tratados e os seus objetivos.
A apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada pelo
professor em diferentes situações de ensino e aprendizagem.
Por estar em processo de implementação nas escolas a disciplina de
Ensino Religioso requer um trabalho comprometido de modo que avaliação se
torne um fator que pode contribuir para sua legitimação como componente
curricular.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DURKHEIM, Émile. As formas elementares de vida religiosa. São Paulo:
ed. Paulinas, 1989.
PARANÁ. DIRETRIZES CURRICULARES DO ENSINO RELIGIOSO
OTTO, R. O Sagrado. Lisboa: Edições 70, 1992.
MACEDO, Carmen Cinira. Imagem do eterno: religiões no Brasil. São Paulo:
editora Moderna Ltda., 1989.
GISALPIANO, Murilo. Religiões. São Paulo: editora Scipione Ltda., 1994.
ELIADE, Mircla. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São
Paulo: Martins Fontes, 1992.
HOVAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Hovaiss da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
360
HISTÓRIA
Ensino Fundamental
Apresentação geral da disciplina
A História como disciplina escolar passou a ser obrigatória,com a
criação do Colégio D.Pedro II,em 1837.No mesmo ano, foi criado o Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB),que instituiu a História como disciplina
acadêmica.Cabe destacar que os professores desse Colégio, em maioria,
faziam parte do IHGB. Esses intelectuais construíram os progressos escolares,
os manuais didáticos e as orientações dos conteúdos que seriam ensinados.
O modelo de ensino de História foi mantido no início da República 1889
e o Colégio D.Pedro II continuava a ter o papel de referência para a
organização educacional brasileira.
O ensino de História foi marcado pelos debates teóricos sobre a inclusão
dos Estudos Sociais na escola desde o início da década de 1930.As
experiências norte-americanas na organização da disciplina de Estudos Sociais
passaram a fazer parte dos debates educacionais por meio da Escola Nova.
A partir de 1964 durante o regime militar, o ensino de História manteve
seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado
apenas do ponto de vista factual.Mantiveram-se heróis como sujeitos da
História narrada, exemplos a serem seguidos e não contestados pelas novas
gerações.Modelo da ordem estabelecida, de uma sociedade hierarquizada e
nacionalista ensino não tinha espaço para análise crítica e interpretações dos
fatos,mas objetivava formar indivíduos que aceitasse e valorizassem a
organização da Pátria.O Estado figurava como o principal sujeito histórico,
responsável pelos grandes feitos da nação, exemplificado nas obras dos
governantes e das elites condutores do país.
A partir da Lei n.º 5692/71 o ensino centrou-se numa formação
tecnicista,voltada à preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho.
No Paraná houve uma tentativa de aproximar a produção acadêmica de
História ao ensino dessa disciplina no 1º Grau, fundamentada na pedagogia
histórico- crítica, por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado
361
do Paraná 1990.Essa proposta de renovação do ensino de História tinha como
pressuposto a historiografia social,pautada no materialismo histórico dialético e
indicava alguns elementos da Nova História.
O documento Reestruturação do Ensino de 2º Grau no Paraná 1990
também fundamentado na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos,
apresentou uma proposta curricular de História que apontava a organização
dos conteúdos a partir do estudo da formação do capitalismo no mundo
ocidental e a inserção do Brasil nesse quadro,de forma integrada,pela
retomada da historiografia social ligada ao materialismo histórico dialético.
A História é uma ciência que constitui - se de pesquisa e proteção do
saber que não possui uma verdade absoluta dinâmica, ou seja é escrita e
rescrita a partir de novas fontes históricas e também novos olhares sobre os
documentos existentes.
O estudo da História nos leva o descobrir o que aconteceu no passado e
tenta explicar os motivos que fizeram a vida de homens e mulheres a mudar
tantas vezes ao longo do tempo.Entretanto o conhecimento do passado nos
auxilia na compreensão do presente.
Assim a História possui um papel fundamental para a formação do
cidadão, entendido como sujeito,transformador de sua vivência e de uma
sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas.
A disciplina de História tem como objetivo possibilitar ao educando a
compreensão dos fatos históricos e estes vinculados as relações de trabalho,
poder e cultura, nas mais diversas sociedades e tempos.Proporciamos para o
aluno um pensamento crítico, ou seja aceitar que tudo já esteja totalmente
explicado saber que o conhecimento é incompleto e questionar os próprios
conhecimentos e ações.
Por tanto o campo de estudos históricos é indesejável, pois quanto mais
aprendemos o respeito do ser humano, mais aprendemos a cerca da
história.Por isso nosso aluno deve reconhecer que não há espaço nem, tempos
culturais privilegiados, nem tampouco conhecimento mais ou menos
importante que mereçam hierarquias mais elevadas,mas todo o conhecimento
é válido e necessário quando atende prioridade,estas metas buscam levar a
um convívio democrático,de respeito a atendendo a Lei n.º 10.639/03.Não
362
podendo deixar de destacar também a importância da História local em
consonância com a Lei n.º 13.381/01 e o estudo do meio-ambiente
contemplando o estudo da Agenda 21.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL
A importância de se tratar ao longo do Ensino Fundamental o processo
de construção do conhecimento histórico, está explicitado através das
Diretrizes Curriculares que analisa a necessidade de o professor retomar
constantemente como se dá a produção do conhecimento que é sempre a
partir do trabalho de um pesquisador que tem como objeto de estudo as ações
e as relações humanas praticadas no tempo.
Para tanto é essencial que os alunos compreendam:
- os limites do livro didático;
- as várias interpretações sobre um mesmo acontecimento histórico;
- buscar entender melhor os diferentes contextos;
- que o conhecimento histórico é uma explicação do passado e é
complementada com novas pesquisas e é validada pelo trabalho de
investigação do historiador.
A partir da compreensão desses aspectos os alunos podem valorizar a
preservação de documentos, lugares de memória como museus, bibliotecas,
acervos privados e públicos de fotografias,de documentos escritos e
audiovisuais, entre outros.
Tendo em vista que o professor deve ter claro que a produção do
conhecimento histórico e sua apropriação acontecem processualmente.O
professor irá muito além do livro didático, exige que ele esteja atento à rica
produção historiográfica, publicada em livros, revistas especializadas e muitas
vezes disponíveis nos meios eletrônicos.
O uso da biblioteca é fundamental e para isto o acervo deve estar
constantemente reformulado para atender as necessidades da disciplina.
O professor deverá instigar nos alunos a capacidade de questionar e
criticar os conteúdos e as abordagens existentes no texto consultado
adquirindo autonomia na busca do conhecimento.
363
É preciso que o professor explicite o que pretende que os alunos
investiguem, ampliem a análise de determinado conteúdo trazido no livro
didático de História.
A metodologia de ensino de História privilegia alunos e professores
como sujeitos produtores do conhecimento histórico.O processo de construção
da História é compreendido em suas práticas, relações e multiplicidade de
leituras e interpretações históricas.
As noções de tempo a serem trabalhados nas aulas de História são:
sucessão ou ordenação, duração, simultaneidade, semelhanças, diferenças,
mudanças e permanências.
Sendo as noções de temporalidade complexas para os alunos, o
professor deverá trabalhá-las por meio de atividades didáticas diversas, como
por exemplo o gráfico da linha do tempo.
Quanto à noção de periodização deve-se relativizar a importância dada à
compartimentação da História em Antiga,Medieval,Moderna e
Contemporânea,pois esta é uma divisão francesa que tem como marco,tão
somente acontecimentos históricos europeus.
Outra possibilidade é a do professor, junto com os alunos, construir
novas periodizações de temas de estudo para a identificação de mudanças e
permanências nos hábitos, costumes, regimes políticos e sistemas econômicos
das sociedades estudadas.
Ao trabalhar as noções de temporalidade o professor deve tomar a
experiência do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos
considerando-se que professores e alunos são sujeitos na produção do
conhecimento histórico.
Para tanto é necessário problematizar o conhecimento a ser trabalhado.
Contudo, deve-se considerar o saber histórico já produzido e também
outras formas de saberes como aqueles difundidos pelos meios de
comunicação.
Outro elemento a ser considerado na metodologia do ensino de História
é o uso de documentos e fontes históricas em sala de aula.
Ao trabalhar com documentos em sala de aula faz-se necessário ir além
dos documentos escritos, trabalhando com os iconográficos, as fontes orais, os
testemunhos de história local, além de linguagens contemporâneos,como
364
fotografia,cinema,quadrinhos e informática.Outro fator a ser observado é a
identificação das especificidades do uso desses documentos, bem como
entender a sua utilização para além de meras ilustrações das aulas de
História.Quanto à identificação do documento a sugestão é determinar sua
origem, natureza, autor ou autores, datação e pontos importantes do mesmo.
FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
Deve-se primeiramente no que diz respeito a disciplina,dialogar com
outras vertentes quanto as que são propostas e se recusar o Ensino de História
marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia.
Do mesmo modo, as produções historiográficas que não possuem a
objetividade plausível não poderão ser usadas pelos instrutores da
disciplina.Tendo em vista que a importância primordial é que se dê ênfase as
relações humanas produzidas pelas próprias ações do indivíduo no que
concerne ao aspecto político-social e cultural.Para que com isso esse indivíduo
possa interagir constantemente nas estruturas sócio-históricas em que vivem,
devem-se considerar também as relações dos seres humanos com os
fenômenos naturais,tais como as condições geográficas, físicas e biológicas de
uma determinada época e local.Busca também que o indivíduo atente para
causalidades internas que buscam compreender e interpretar os sentidos de
suas ações.
A finalidade da História é o caráter provisório que ela deve adquirir no
pensamento deste indivíduo que a estuda e são constituídas pelo estado atual
da ciência histórica em relação ao seu objeto e a seu método.De fato este
conhecimento histórico é adquirido a partir das experiências desses mesmos
sujeitos.Com essas novas configurações e construções se expressam em
contrapontos e consensos.
São os casos das correntes historiográficas que fundamentam nossas
Diretrizes: A Nova História Cultural,que inclui alguns historiadores da Nova
História e a Nova Esquerda Inglesa,a partir de sua matriz materialista histórico-
dialética.
A Nova História
365
Se insere no contexto conturbado da década de 1960, influenciada pelos
acontecimentos de maio de 1968,em Paris,da Primavera de Praga,dos
movimentos feministas,etc..., mas logo surgiram inúmeras críticas ao
relativismo da terceira variante de história das mentalidades para aproximar-se
de outras áreas do conhecimento.
A Nova História Cultural
Despontou no final da década de 1980, a partir dos trabalhos reunidos
pela historiadora Lynn Hut que abordam conceitos como: descrição densa,
dialogismo, polifonia, representações, práticas culturais, descontinuidades
culturais, etc... Esta utiliza as categorias de representação e apropriação para
produzir o conhecimento histórico.As diferenças entre as formais pelas quais as
comunidades partir das diferenças sociais e culturais, percebem e
compreendem sua sociedade e a própria História.Esses métodos citados
podem desenvolver uma consciência histórica que leva em ponto as diversas
práticas culturais dos sujeitos, sem abandono do rigor do conhecimento
histórico.
A Nova Esquerda Inglesa
Surge em 1956, com historiadores britânicos vinculados ao Partido
Comunista Inglês,que, descontentes,com o regime stalinista,romperam com o
partido e acabaram por influenciar fortemente a historiografia britânica.
A diversão entre superestrutura e infra-estrutura comum nos estudos
economistas, esta corrente superou.
Para essa superação foi posto a experiência, que se contrapõe ao
pensamento dicotômico base/estrutura.Construindo nessas experiências
cotidianos comuns, a partir das quais são tratados os comportamentos,
valores,condutas,costumes e culturas.
Outro conceito é o poder que busca superar a visão mecânica e
reducionista de uma corrente tradicional marxista, onde não se pode caminhar
linearmente rumo a Revolução sem também se chegar a cogitar heróis para os
problemas enfrentados.
Essa corrente também elege a classe trabalhadora como personagem
central de seus estudos empíricos, então a questão das lutas de classes foram
366
ampliados por esta corrente, partindo dessa classe que é a experiência real
envolvendo dialeticamente,o econômico cultural e o social e que essas “lutas”
também não estavam envoltas apenas umas com outras,mas também no
interior de uma classe determinada.
As contribuições dessas duas últimas correntes entram nesse nosso
planejamento de forma bem marcante, objetivando aos alunos a formação da
consciência histórica.E para que isso seja alcançado alguns conteúdos devem
estar sempre trabalhando com o professor e inclua em sua metodologia de
trabalho:
Vários recortes temporais;
Diferentes conceitos de documento;
Sujeitos e suas experiências, numa perspectiva de diversidade;
Formas de problematização em relação ao passado;
Condições de elaborar conceitos que permitam pensar
historicamente;
E a superação da idéia de História como verdade absoluta.
Com essas considerações, definido dos conteúdos estruturantes não se
pode Ter como neutra, e sim carregada de significados que se materializam a
partir das correntes historiográficas privilegiadas, delimitando e selecionando
os conteúdos nas finalidades do Ensino de História.
No final na década de 1990, os PCN eram referência na organização do
currículo no Paraná, sendo referência para os programas educacionais e
avaliações institucionais.
Com a finalidade de atender a educação de Jovens e Adultos foI
implementado o EJA a partir dos PCN em suas propostas curriculares e a todo
o ensino tanto fundamental e médio.
Em consonância aos PCN que apresentava na história a preocupação
na formação de cidadãos preparados para as exigências tecnológicas e
científicas da sociedade contemporânea, surgiu a preocupação com as
competências e habilidades.
Para atender o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e
tecnológico os PCN buscaram uma valorização do ensino humanístico.Não se
pode negar que os PCN apresentavam inovações para o ensino de História.
367
A relação entre o saber e os princípios propostos pela UNESCO, quais
sejam: “aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender
a ser”, não davam conta da integralização do cidadão crítico e transformador
que a base teórica da História propõe.
A partir de 2003 começaram discussões e reflexões para a elaboração
de Diretrizes Curriculares para o ensino de História.
Com esse propósito a SEED oportunizou formação continuada para os
professores e orientando a construção das Diretrizes sob a perspectiva da
inclusão social.As Diretrizes estão pautadas nas leis n.º 13.381/01 que toma
obrigatório os conteúdos de História do Paraná no Ensino Fundamental e
Médio; e a Lei n.º 10.639/03,que inclui a obrigatoriedade da temática História e
Cultura afro-brasileira.
Essa análise histórica da disciplina e as novas demandas sociais para o
ensino de História se apresentam como referenciais para as Diretrizes pois
assim esses saberes foram produzidos e repercutiram na organização do
currículo da disciplina.
Então o Currículo para o ensino da História com seus conteúdos
estruturantes são identificados no processo histórico da disciplina onde
sustenta a investigação da História política,sócio-econômico e cultural luz da
Nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural,que insere conceitos
relativos à consciência histórica.istória com seus conte
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os três principais conteúdos estruturantes para o Ensino Fundamental
são:
- a dimensão política;
- a dimensão econômico-social;
- a dimensão cultural.
Buscam as grandes sínteses, onde o aluno perceba e se estimule a
compreender fenômenos de amplo efeito sobre diferentes recortes sincrônicos,
diacrônicos, permanências e continuidade que não sejam tomados de forma
isolada.
368
Dimensão Política
Inicia-se com os filósofos ou socráticos que já criam e se ocupavam
com essa preocupação da formação da sociedade “ligado inicialmente
intimamente ao poder” pretendendo-se ser também memória.
A parte política dentro da Idade Média é apropriada pela Igreja Católica
e a serviço dessas, com textos elaborados pelos escribas chamadas de
hagiográficos que ressaltavam os valores e ideais daquela instituição.
A política e o poder se confundem nesse período pelo não apego as
fontes, e a serviço de famílias e ou indivíduos poderosos, exemplo máximo de
Maquiavel, já na História Moderna.
Entrando na historiografia no século XIX consolida-se que o Estado é o
manutentor da política, sendo que a narrativa histórica não caberia ao
historiador fazer julgamentos sobre o passado nem instruir seus
contemporâneos. Os acontecimentos passaram a ser sempre os fatos políticos,
possuindo assim dentro das salas de aula da época um processo positivista,
tanto no estudo da prática, dos heróis e as festas cívicas que consolidava a
História Tradicional.
Para esse novo conteúdo deve-se pensar numa nova forma de trabalhar
a dimensão política inserindo o sujeito comum na História a partir do estudo de
espaços e de relações sociais pautadas pelas relações de poder.
Dimensão econômico-social
Tem-se início no começo do século XX com os estudos de Marc Bloch
(1886-1944) e Lucien Febvue (1870-1956) fundadores da Revista dos Annales
(1929) influenciados pelo marxismo, visando quebrar a essência quase que
completa da política na História para um patamar também econômico.
Buscaram aproximar disciplina da Sociologia, Geografia, Psicologia e a
Economia incorporando outras dimensões e articular diversos aspectos da
sociedade na análise do processo histórico.
Além da História dos Annales, aqui no Brasil intelectuais marxistas,
como Caio Prado Junior, Celso Furtado, Ciro Flamarion Cardoso criaram
modelos explicativos para a História do Brasil, a partir do ires econômico.
A História do Brasil neste momento é dividida na História dos ciclos
econômicos acabam por servir de referências a currículos e a produção de
369
materiais pedagógicos. Porém esse modo de se explicar à sociedade brasileira
pelo aspecto histórico dos ciclos econômicos de produtos agrícolas ao exterior
acabou caindo numa apropriação sobre os sujeitos negligenciados pela
História.
Fazer esse estudo da História do Brasil que vá além da européia
permitirá, contudo questionar também os preconceitos difundidos pelos meios
de comunicação de massa.
Esta nova proposta metodológica com essa concepção possibilita a
abordagem da história regional o que atende a Lei nº. 13.381/01, que torna
obrigatório o trabalho com os conteúdos de História do Paraná.
Com este ponto de partida de se estudar a História do Brasil partindo-se
dela numa para a História Geral deve-se evitar uma abordagem pela ótica da
região hegemônica no que confere ao(s) pólo(s) exportador(s) do Brasil como
acontecia na economia do século XIX da produção cafeeira paulista
menosprezando outras culturas e atividades econômicas regionais, como a
cultura da erva-mate no Paraná. Cultura esta que junto com as demais
existentes no país, deixam o país cada vez mais arraigado no seu passado
agro exportador, não possibilitando o investimento em tecnologias de ponta,
como países desenvolvidos vem desenvolvendo há tempos.
Ressalta-se que esta proposta para o Ensino Fundamental não se pode
por a relação História do Brasil para a Geral não impondo esta relação quando
de fato não existe como, por exemplo, a Revolução Industrial que nasceu na
Inglaterra e não podemos impor.
Entretanto, a dúvida que se insere neste ponto é o privilegiar uma
História Nacional ou Mundial. As tendências didáticas é privilegiar a História
Mundial tentando-se silenciar, na visão da historiadora brasileira Circe
Bittencourt, a História Nacional na sublimação dos interesses de uma elite e
frente ao nosso mundo globalizado seria inadequado propor uma História
Nacional, pois todos seriam cidadãos do mundo.
A diminuição dos conteúdos da História Nacional à concepção de
História Integrada, no sentido de incorporar a idéia de tempo sincrônico.
Estabelecendo relações entre espaços e tempos variados, mas pode-se cair no
engodo de que a História do Brasil está diluída na História Geral como mero
apêndice desta. Também no que concerne que a História Geral se restringe
370
muitas vezes a História Européia, descartando também a História dos
Continentes Africanos, Asiático e o Americano, é claro que não podemos
descartar a História Européia dentro da História Brasileira, mas tentar abordá-la
de modo não-determinista.
Em resumo tende-se a superar a visão de que os sujeitos históricos
nacionais seriam menos importante do que os mundiais. Criando uma
hierarquia na qual o Brasil assumiria o papel periférico. Tentar-se-á assim não
omitir as outras histórias de nossas heranças americanas e africanas, como por
exemplo, a reivindicação dos movimentos negros a respeito da inserção da
cultura africana e afro-brasileira no Ensino de História, estabelecendo assim
relações entre a sociedade brasileira e as demais promovendo a reflexão
reducionista e mecanicista.
Nesse mesmo molde, a História Social se limitou ao enfoque dos modos
de produção: a exploração do trabalho humano aliado ao uso de
equipamentos, os meios de produção em geral, explicava-se o passado pelos
papéis pré-determinados em função do capital como: senhores versus
escravos, na produção açucareira e na mineração.
Uma das possibilidades para esta superação é a ampliação de seu
referencial teórico metodológico. Aí entra o papel importante da Nova Esquerda
Inglesa, propondo a articulação entre a dimensão econômico, social e a
cultural.
A importância da Antropologia em intercâmbio como nossa disciplina,
permitiu o uso de fontes ligadas à repressão, como: processos judiciais,
processos inquisitoriais, entre outros, sendo que também as fontes orais
resgatam o passado dos sujeitos comuns, sendo a Antropologia que “dá sua
vez” aos “povos sem história” iletrados valorizando as minorias excluídas.
Esta dimensão se faz evidenciar quando tratada pelas correntes
historiográficas aqui propostas, em especial a NEI, com seus conceitos e
metodologias associados às outras duas dimensões.
Dimensão Cultural
É realidade que os homens conferem para explicar o mundo em que vive
sendo este um conceito polissêmico, tanto em se referenciar a alta cultura (das
elites) que também se liga à dimensão política.
371
Com as mudanças ocorridas nos últimos trinta anos, as verdades e
certezas absolutas se perderam permitindo a inclusão de diferentes propostas
e abordagens que incluem aí a cultura como partida para a análise histórica.
Grandes influenciadores desta mudança foram os estudos de Norbert Clions,
Michel Foucault, Pierre Bordieu e Mikhail Bakhkin.
Já no Brasil, obras pioneiras foram: Casa-Grande e Senzala (1933), de
Gilberto Freyre e Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda,
precursores de uma História Cultural do ponto de vista teórico como
metodológico. Na década de 1990 essas obras são retomadas para servir de
referência para os estudos sobre a cultura nacional.
Esta dimensão articulada ás outras dimensões constrói novas
interpretações históricas na escola através das construções de símbolos até a
apropriação destes pelos sujeitos em diversas sociedades ao longo do tempo,
às palavras, ações e relações entre os diversos atores sociais e os contextos
históricos. Conceitos como práticos, representação, apropriação, circularidade
cultural e experiência que contribui com novas leituras e interpretações do
passado e valoriza diferentes fontes e métodos de pesquisa.
Sugestão de Organização dos Conteúdos Específicos para o Ensino
Fundamental
Recortes das três dimensões citadas tomadas em conjunto, partem dos
conteúdos específicos da História do Brasil par se ligar com a História Geral e
permitem acesso ao conhecimento de múltiplas ações humanas no tempo e no
espaço que possibilita compreender a realidade contemporânea e as
implicações do passado em sua constituição que se estabeleça do Brasil para
fora é impossível, ou seja, seria anacronismo tratar este tema a partir do Brasil,
tendo em vista que o Pacto Colonial restringia a transformação da matéria-
prima em produtos manufaturados.
Nestes casos o professor deve estar atento que é possível iniciar a
abordagem por estudos comparativos, de forma a continuar priorizando a
História do Brasil.
AVALIAÇÃO
372
O estudo da ciência Histórica no traz como metas a serem
desenvolvidas: a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas suas relações
pessoais com o grupo de convívio; a formação do estudante como cidadão.
A avaliação será diagnóstica permanente e cumulativa, utilizará técnicas
e instrumentos diversificados, criando condições para que os alunos
preocupem-se mis com a aplicação dos conhecimentos do que a memorização,
visto que trabalhando com temas variados em épocas diversas, de forma
comparada e a partir de diferentes fontes e linguagens, constituirá uma fonte
significativa para que os educandos desenvolvam habilidades que lhes
permitam analisar as semelhanças, diferenças, mudanças e permanências
existentes no processo histórico, a participação no coletivo e suas atitudes de
compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e gerações do
passado e do futuro, as suas afetividades, sua construção dos laços de
identidade e consolidação da formação de cidadania.
Avaliar História seria verificar através de diversas formas de trabalho, se
o educando consegue discernir os limites e possibilidades de sua atuação na
sociedade atual se conseguem analisar o passado e compará-lo com o
presente e imaginar que suas ações poderão diferenciar o futuro, valorizando a
si mesmo e trabalhando firmemente para exercer com diplomacia a sua
cidadania.
A avaliação ocorrerá de modo contínuo, sendo o aluno avaliado no dia-
a-dia escolar levando em consideração os seguintes critérios:
-A apropriação de conceitos históricos;
-A compreensão das dimensões e relações de vida humana (conteúdos
estruturantes);
-O aprendizado dos conteúdos específicos;
-Grau de participação nas aulas;
-Desempenho e disposição em trabalhos individuais;
-Cooperação nos trabalhos em grupos;
-Criticidade e criatividade em responder as questões propostas;
-Responsabilidade com o estudo e materiais;
-Desempenho em atividades desenvolvidas dentro e fora de sala de
aula;
-Assiduidade nas aulas;
373
-Respeito com as pessoas com quem se relaciona;
-Testes e recuperação paralela.
RECUPERAÇÃO
A recuperação será paralela às atividades e as avaliações propostas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de política. São Paulo: Imprensa Oficial, 2000.
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bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Seção 1, Brasília, 23
dezembro de 1996.
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Brasileira.
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FOUCAULT, Michel. A microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2004.
HOBSBAWM, Eric J. Sobre a história. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre (orgs.).História e memória.Campinas:
UNICAMP, 1992.
PARANÁ. Lei 13.381, de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no
ensino fundamental e médio da rede pública estadual de ensino, conteúdos da
disciplina história do Paraná. Diário Oficial do Paraná. Brasília, n.6134,18
dezembro 2001.
374
PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná. História. Curitiba: SEED, 2006.
375
EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
Apresentação geral da disciplina
A legislação aponta como finalidades específicas: a consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos; o prosseguimento dos estudos; o preparo
para o trabalho e a cidadania; o desenvolvimento de habilidades como –
continua a aprender; capacidade de se adaptar com flexibilidade às novas
condições de ocupação e aperfeiçoamento; o aprimoramento do educando
como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico; e a compreensão dos
fundamentos científicos-técnológicos dos processos produtivos, relacionando
teoria e prática.
Fazer com que a transmissão do conhecimento seja sistematizada;
legado cultural da humanidade, dando-nos uma visão diferenciada da escola
que foi há anos privilégio da classe dominante, não considerando apenas como
instrumento ou produto de consumo, mas um ser apto a perceber-se,
organizar-se e assumir-se, construindo sua história; é o principal objetivo da
Educação Física.
A Educação Física não se finaliza em si só, mas representa valores
significativos da sociedade que detém o poder, ampliando a resistência do
trabalho físico e melhorias de condições de qualidade de vida.
Fica claro que a destreza no trabalho está ligada diretamente às
alterações fisiológicas e à prática cotidiana de uma atividade física sistemática.
A Educação Física não se preocupa só com a forma física, mas objetiva
a destreza, defesa, visando à sobrevivência.
A ginástica, a dança, os jogos e esporte procuram despertar em nossos
alunos sentimentos que os levam em ritmo próprio a melhorar suas relações
sociais, visualizando mais claramente a realidade.
A visão legal, quando confrontada com a realidade do ensino de
Educação Física, apresenta-nos um paradoxo: a nossa prática pedagógica em
376
pouco tem contribuído para a compreensão dos fundamentos, para o
desenvolvimento da habilidade de aprender ou se quer para a formação ética.
A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente
curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da
população escolar, sendo facultativa aos cursos noturnos”. O esporte deverá
encontrar o seu lugar na escola, através de uma proposta que atinja a todos os
alunos.
A visão de corpo humano, unicamente como instrumento de
produtividade, ainda é muito forte. Ela se manifesta na Educação Física por
meio de atividades de condicionamento, mecânicas e repetitivas. Fica implícita
a concepção do movimento como um ato motor calcado exclusivamente na
ótica biológica. Os conteúdos e metodologias foram e ainda são determinados
por outras instituições que não a escola, como a desportiva, a médica e a
militar.
E necessário superar esta visão tecnicista, ainda presente na ação
pedagógica dos profissionais da área, e direcioná-la para uma prática centrada
na reflexão, compreensão e superação da realidade. Esta prática
transformadora visa à melhoria da qualidade de vida e tem como tema central o
movimento humano.
O movimento é fundamental ao ser humano, pois lhe propicia se
perceber e se conhecer como ser corpóreo. Portanto, é importante que o
educador possibilite ao aluno vivenciar o processo de elaboração e
reelaboração do conhecimento via movimento no exercício de sua
corporeidade.
A Educação Física Escolar deve interagir com as demais disciplinas em
todas as iniciativas que dêem oportunidade para a produção e socialização do
conhecimento.
A ludicidade, uma das mais importantes características da Educação
Física Escolar, deve estar presente em todos os seus temas (Dança, Ginástica,
Jogo e Esporte).
377
OBJETIVOS
Educar socialmente, colaborando com a interdisciplinaridade,
proporcionando ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de
suas potencialidades como elemento de auto realização, qualificação para o
trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania, além de aguçar o
espírito crítico e o interesse pelas atividades físicas, que nos trazem benefícios
para a saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Desenvolver no
aluno capacidades de observação, reflexão, criação, discriminação de valores,
julgamento, comunicação, convívio, cooperação, decisão e ação.
- Respeitar as especificidades que caracterizam cada aluno no direito ao
conhecimento veiculado pela disciplina, tanto no que se refere às suas relações
com o seu próprio corpo, como para a formação de uma consciência corporal,
em seu sentido mais amplo.
- Visar o desenvolvimento do aluno através da sua evolução e desafios a
serem vencidos dentro dos esportes, jogos recreativos, ginásticas e danças.
- Dimensionar que o homem é concreto e precisa ser visto a luz da visão
histórica e cultural, entendendo que ele não se situa a nível de objeto, mas
existe como sujeito participante, ativo e compromissado na dialética social.
- Garantir a efetivação de uma prática sintonizada com os objetivos através da
seleção dos conteúdos compatíveis à realidade.
- Valorizar a integração aluno-aluno e professor-aluno como fonte de
desenvolvimento social, pessoal e intelectual.
CONTEÚDOS
GINÁSTICA HIGIENISTA
- Respiração
- Descontração
- Percepção do corpo nos aspectos internos e externos.
378
GINÁSTICA ACROBÁTICA
- Cambalhota para frente, para trás e estrela carpada
- Condutas motoras de base
- Roda e rodante
- Parada de 3 e 2 apoios
JOGOS DE SALÃO
- Tênis de mesa
- Xadrez
- Damas
- Dominó
- Atividades Recreativas
- Atividades interdisciplinares
DANÇA (noções básicas de);
- Danças em geral
- Danças populares
- Consciência corporal
- Danças folclóricas
JOGO DE COMBATE
- de perseguição
- de ataque e defesa
- de disputa
- proposta de desafio
ESPORTE
- Voleibol
- Basquetebol
- Futsal
- Handebol
- Futvolei
- Fundamentos
- Regras
379
- Táticas
- Origem e história
- Influência nos esportes dos diferentes tipos de sociedade.
ATLETISMO
- Salto distância
- Salto Altura
- Arremesso de peso
- Arremesso de disco
- Corridas
ÉTICA E CIDADANIA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PARA O TRÂNSITO
ATIVIDADES DE:
- Coordenação Motora ampla e fina, óculo-manual óculo-pedal
- Coordenação viso-motor
- Equilíbrio
- Lateralidade e lateralização
- Expressão corporal, visual, tátil
- Percepção auditivas, gustativas, olfativas
- Percepção espaço temporal
- Necessidades posturais
- Linguagem corporal
- Interdisciplinaridade
- Rítmicas
ATIVIDADES LÚDICAS:
- Jogos de Estafeta
- Pequenos e grandes jogos
- Análise crítica e criação de novas regras
- Compreensão de regras e normas de consciência social
OLIMPÍADAS
ATIVIDADES FÍSICAS ESPECIAIS
380
ATIVIDADES DE ELEVAÇÃO E MANUTENÇÃO DA FREQUENCIA
CARDÍACA, ALONGAMENTOS, FLEXIBILIDADE, RELAXAMENTOS E
COMPENSAÇÃO, BEM COMO OS EFEITOS DESTAS NO ORGANISMO.
CONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DO CORPO
ATIVIDADES AERÓBICAS E ANAERÓBICAS
METODOLOGIA
Na dança será trabalhada a teoria através de pesquisas, leituras de
artigos, Textos e livros didáticos, e a prática das aulas será trabalhada em sala
de aula didáticos, e a prática das aulas será trabalhada em sala de aula.
No esporte, recreação, jogos e ginástica serão executados na quadra
aberta, onde será explorado o trabalho motor, as descobertas em sua
realização; vivendo através das atividades propostas, momentos que lhe dêem
condições de criar novos caminhos a partir das experiências vivenciadas,
criando novas formas de movimento, podendo assim atingir níveis mais
elevados em seu conhecimento.
Os jogos de salão serão trabalhados nos dias chuvosos na sala de aula
do colégio e será ocupado a videoteca do colégio para a explanação de regras,
características, etc., de esportes, curiosidades que visem a educação física e a
interdisciplinaridade.
Os alunos que, por sua vez, apresentarem algum tipo de
impossibilidade, seja ela física ou com amparo legal, deverão ser trabalhados
de outra forma e na medida do possível com exercícios de alongamento e
específicos com menor intensidade ou não, mas visando principalmente os
movimentos corporais.
AVALIAÇÃO
Nas aulas práticas, os alunos aprenderão gradativamente os diversos
desportos propostos, e serão avaliados de acordo com o grau de apreensão,
envolvimento e participação na ação educativa.
Nas atividades como dança, recreação, jogos pré-desportivos de salão,
recreativos e esportes em geral, o aluno não será avaliado por padrões
381
técnicos considerado na formação de atletas, prevalecendo a participação,
comportamento e disciplina.
A avaliação será somativa, quantitativa e cumulativa.
A Educação Física envolve aspectos de conhecimentos, habilidades e
atitudes, levando-se em conta as condutas sociais dos alunos nas suas mais
diversas manifestações, tendo a expressão corporal como linguagem.
A proposta da avaliação do processo de ensino-aprendizagem da
Educação Física deve, portanto, levar em conta a observação, análise e
conceituação de elementos que compõe a totalidade da conduta humana e que
se expressam no desenvolvimento das atividades.
As práticas avaliativas produtivas-críticas e reiterativas buscam imprimir
a avaliação uma perspectiva de busca constante da identificação de conflitos
no processo ensino-aprendizagem, bem como a superação dos mesmos,
através do esforço crítico coletivo dos alunos, mobilizando plenamente a
consciência do educando, seus saberes e suas capacidades cognitivas,
habilidades e atitudes para enfrentar problemas e necessidades, buscando
novas soluções para as relações criativamente encontradas sejam entendidas
a outras situações semelhantes.
A avaliação é um processo contínuo e sistematizado, diagnosticando o
domínio dos conteúdos e, superação das dificuldades através de observações
bem como uma avaliação qualitativa que avalia o todo, considerando a
avaliação como momento de aprender e não de punir.
OBSERVAÇÃO: Este plano não está dividido em bimestres, pois existem
interferências das quais não podemos programar, tais como: tempo, material,
espaço físico e assimilação dos conteúdos. Neste último aspecto devemos
levar em consideração as grandes diferenças físicas, psíquicas e sociais
existentes entre os alunos.
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da comunicação não verbal. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000.
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CARVALHO, Nelson Marcelino. Lúdico, educação e Educação Física. 2ª
Edição. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.
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CONSELHEIRA, Regina Alcântara de Assis. Diário Oficial da União, 15 de
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