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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

Ficha para Catálogo Material Didático

Professor PDE/2012

Título Implementação de um Programa de Resíduos Sólidos no Município de Ortigueira : Contribuição da História Ambiental.

Autor Lídia Nagy Larocca

Escola de Atuação ColégioEst. Altair Mogruel – Ens. Fund. Médio e Normal

Município da Escola Ortigueira

Núcleo Regional de Educação Telêmaco Borba

Orientador Profª. Drª: Alessandra Izabel de Carvalho

Instituição de Ensino Superior UEPG – Universidade Est. de Ponta Grossa

Área do Conhecimento/Disciplina História

Relação Interdisciplinar Geografia

Público Alvo Alunos do 7º ano.

Localização Colégio Est. Altair Mongruel – Ens. Fund. Médio e Normal

Av. Brasil, 955 – Centro

Ortigueira – PR

Tel.: 42 – 3277 – 1444

Cep. 84350-000

Resumo: Um dos grandes problemas da atualidade é o “lixo” que resulta dos nossos hábitos cotidianos. Esse trabalho visa tratar desse assunto na escola sendo necessário abordar também os conceitos que tratam da questão ambiental, pois um está intrinsecamente relacionado ao outro, ou seja, ambos, capitalismo e sustentabilidade, estão diretamente vinculados aos modos de produção e

consumo vigente das sociedades contemporâneas. Com objetivo de Investigar processos de conscientização sobre a importância da preservação do meio em que vive com base na discussão e na implementação de uma ação específica que é a gestão dos resíduos sólidos produzido no ambiente escolar.

Palavras-chave : Conscientização. Consumismo.Educação Ambiental. Resíduos Sólidos;

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ (SEED) PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL (PDE)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA (UEPG)

LIDIA NAGY LAROCCA

IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE ORTIGUEIRA : CONTRIBUIÇÃO DA HISTÓRIA AMBIENTAL

ORTIGUEIRA 2012

LIDIA NAGY LAROCCA

IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE ORTIGUEIRA : CONTRIBUIÇÃO DA HISTÓRIA AMBIENTAL

Produção Didático Pedagógica apresentada como requisito para obter certificação do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, da Secretaria de Estado de Educação do Paraná, (SEED), coordenado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa

Orientação da Dra. Alessandra Izabel de Carvalho

ORTIGUEIRA 2012

APRESENTAÇÃO

A questão ambiental ganhou importância nos últimos anos, devido, não

apenas ao crescimento de movimentos ambientalistas ou sócio ambientalistas,

mas aos crescentes e evidentes problemas que o ser humano tem provocado

no meio ambiente que, por sua vez, acaba devolvendo toda sorte de mazela

para essa mesma humanidade.

A conseqüência disso é verificada por meio de efeitos como o

aquecimento global, enchentes, diminuição e extinção dos recursos naturais,

propagação de doenças, desigualdades sociais, pobreza etc. Isso mesmo,

desigualdades sociais, pobreza e etc.

Pois, não há duvidas que a questão ambiental não se limita a

problemas relacionados, apenas com a fauna e a flora (meio ambiente natural).

Isto porque, o meio ambiente é compreendido como um complexo de tudo,

aspecto físico, químico, biológico, assim como todo relacionamento que o ser

humano mantém, ainda que de forma predatória, com o planeta terra, quer seja

considerado em seu aspecto natural ou mesmo o artificial e, com o próprio ser

humano.

O problema da esgotabilidade dos recursos naturais está entrelaçado à

cultura de consumo levada a efeito desde a modernidade, passando pela pós-

modernidade e permanecendo até os dias atuais. Sendo assim, necessário

desenvolver um processo educativo visando a conscientização sobre a

importância da preservação do meio em que

vive com base na discussão e na

implementação de uma ação específica que é a

gestão dos resíduos sólidos produzido no

ambiente escolar.

AULA 1

A HISTORICIDADE DA QUESTÃO AMBIENTAL

A história da degradação ambiental em nosso país começou à

quinhentos anos, quando através da exploração e dominação o Brasil foi

perdendo pouco a pouco as riquezas naturais que aqui existiam, então, como

refletir a questão do significado desta historia e sua superação?

Schumacher e Hoppe afirmam que,

“A grande riqueza existente no território brasileiro por ocasião do seu descobrimento levou os homens a apoderarem-se de tudo e a explorar de forma irracional os recursos naturais, abastecendo e enriquecendo todos aqueles que administravam o Brasil colônia e muitos outros países que por interesse, puramente econômico, também serviram-se do potencial da terra.” (SCHUMACHER E HOPPE, 1997, p. 01)

Faz-se necessário o resgate, junto à família, comunidades e escolas,

de valores sociais e ambientais, de respeito,

solidariedade, compromisso, comprometimento,

amor, entre outros; para a recuperação de

atitudes coerentes e corretas frente à estas

situações, uma vez que, a visão Antropocêntrica

das gerações de jovens e crianças, está cada dia

mais acentuada, de forma que, estes seres, já

trazem enraizados em si a noção de natureza à disposição do ser humano, e

de comportamentos anti-ambientais.

Para Medina:

“...o ambiente se gera e se constrói ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço por parte de uma sociedade. Portanto, surge como síntese histórica das relações de intercâmbio entre sociedade e natureza. (...) O homem entrou na história acreditando ser o centro do universo, capaz de transformar a natureza e de utilizar os recursos naturais para si, não somente abrangendo o ecossistema e suas inter-relações. Pensou em sua sobrevivência, progresso e conforto, e deixou de pensar que os recursos são esgotáveis e que se a Terra ficar imprópria para a nossa moradia não teremos para onde fugir.” (MEDINA, 1994, p.9)

A tomada de consciência e mudanças de atitudes são imprescindíveis

neste período em que estamos vivendo onde as populações veem no meio

ambiente um local de satisfação pessoal e egocêntrica, como fora no

descobrimento do Brasil.

Converse com pessoas de mais idade do seu bairro ou da sua cidade sobre:

1-como era esse lugar no passado?

2-Como era a relação com a natureza?

3-Qual era a quantidade e tipos de lixo produzidos e o seu destino?

Em seguida faça um paralelo com a situação do lixo hoje.

AULA 2

Educação Ambiental para a preservação do meio ambiente

Falar sobre a questão ambiental significa entender com clareza a

relação existente entre o homem e a natureza. As maneiras como enxergar o

meio ambiente determinam as formas de uso e sua conservação. Os seres

humanos vivem em sociedade e, em suas diferentes atividades relacionam-se

com o meio ambiente.

“ Cada sociedade tem um modo próprio de deixar marcas no meio ambiente, que são resultados de suas práticas econômicas, políticas e religiosas. E, dentro de cada sociedade, os diferentes grupos também tem suas peculiaridades nessa relação com o ambiente” ( VIANNA et al, 1992, p. 36)

Com o surgimento da Revolução Industrial , no século XVIII, a

capacidade do ser humano em dispor da natureza aumentou

consideravelmente: naqueles países que se tornaram industrializados, as

cidades cresceram e, para seu abastecimento, a agricultura também se

modernizou; houve um notável avanço nas tecnologias, e parcelas da

população tiveram acesso a mais bens de consumo como por exemplo

eletrodomésticos, automóveis, alimentos processados, etc. , o que resultou

num aumento da pressão sobre os recursos naturais e na maior quantidade de

poluição e lixo devolvidos ao meio ambiente. (VIANNA, et. al. 1992, p. 36)

A industrialização e a modernização eram os instrumentos propostos

pelos países do “Primeiro Mundo”, como os Estados Unidos, para que todas as

sociedades atingissem o desenvolvimento. No Brasil, e em outros países da

América Latina, exemplos de sociedades do “Terceiro Mundo”, na busca desse

mesmo desenvolvimento, tomaram empréstimos externos resultando na

multiplicação da dívida externa e no aumento da miséria de seus povos

(VIANNA, et. al. 1992, p. 37)

Conforme Hogan e Viera (1995), o modelo de desenvolvimento

predominante da América Latina não é sustentável, quanto à questão

ecológica, social, e econômica, devido aos seus efeitos destrutivos sobre a

sociedade.

Na realidade, segundo Knechtel (2001, p. 62), o futuro é mais do que

nunca um desafio, pois o modelo capitalista estimula o consumo crescente e

irresponsável condenando a vida na terra a uma rápida destruição, se não

houver a opção por um mundo sustentável.

1-Você sabe por que a Inglaterra foi pioneira no processo da Revolução

Industrial? E o Brasil? Quando o Brasil passou a integrar o “mundo das

máquinas”?

2-Procure saber mais a respeito da Revolução Industrial, suas consequências

para vida das pessoas, para a organização do espaço e para o meio ambiente.

3-Procure descobrir as principais características do sistema capitalista.

AULA 3

A questão do lixo

Atualmente o lixo é um dos maiores responsáveis pela poluição

ambiental. A produção do lixo na sociedade consumista tornou-se inevitável

(SANTOS, 2000). Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem da matéria

podem reaproveitar o lixo humano, mas a sua quantidade e a sua

complexidade sobrecarregam o funcionamento do meio ambiente.

O lixo é o conjunto de resíduos resultantes das atividades humanas e

que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta.

O conceito de lixo é algo subjetivo, pois, cada indivíduo estabelece critérios

para o que é material útil e inútil.

A questão do lixo urbano tem se

mostrado um problema cada vez mais grave em

todo o mundo. O fato é que a grande maioria

das cidades não dispõem de uma infra-

estrutura mínima necessária para receber e

processar de forma adequada tais resíduos.

A maior parte do lixo é disposta em áreas a céu aberto denominadas

de lixões. Ao mesmo tempo em que nos lixões ocorre a catação de materiais

por pessoas que tiram dele seu sustento, essa disposição do lixo tem também

consequências ambientais, como a contaminação do solo e recursos hídricos.

É preciso agir rápido e reduzir a quantidade de lixo que produzimos.

Conforme Guarany (2002, p. 45), devemos reciclar, ou melhor, reutilizar os

materiais, em vez de jogá-los fora e preciclar, ou seja, não comprar coisas que

não podem ser reutilizadas como sacolas e outras embalagens de plásticos.

“uma alternativa aos lixões é a reciclagem, pois é considerada a mais

adequada ecologicamente, porque diminui os acúmulos de detritos na natureza

e a reutilização dos materiais, principalmente dos recursos naturais não

renováveis”. (SCARLATO;POMTIN, 1992 p. 73)

Uma das propostas de Educação Ambiental é construir no indivíduo e na coletividade uma conscientização na mudança de atitude que valorize a preservação do ambiente. Adotar a reciclagem implica em

adquirir esse novo comportamento diante do ambiente. Assim, a reciclagem ensina a população à não desperdiçar, a ver o lixo como algo que pode ser útil e não como uma ameaça. (SCARLATO; PONTIN, 1992, p. 76)

Inserida nesse contexto, a coleta seletiva também é muito importante,

pois, viabiliza o esforço para a

reciclagem. É importante lembrar que

a prática da coleta seletiva só se torna

possível com a participação da

comunidade atendida, que tem que

estar conscientizada de seu papel

ambiental de separar o lixo.

1. Apresentação do vídeo Quixote Reciclado. (disponível em

www.youtube.com/watch?v=DCvOockZlrI)

Sinopse: Sinopse: Don Quixote de La Mancha, grande personagem da

literatura universal, anti-herói cômico e trágico, louco e sábio, é um dos

símbolos do idealismo dos homens. Neste vídeo, que mistura ficção e

informação, ele volta para enfrentar uma das maiores ameaças do nosso

século, o dragão do lixo urbano, que consegue aprisioná-lo em seu

inferno mal cheiroso.Com a ajuda de um amigo e de seu fiel escudeiro

Sancho Pança, Quixote e o espectador vão conhecendo as

características do inimigo e os meios para derrotá-lo, ou seja, as formas

de solucionar o problema do lixo tais como a reutilização de materiais, a

separação do lixo, a reciclagem, a compostagem, a coleta seletiva e a

incineração e os aterros controlados. Símbolo dos ideais generosos e

das lutas solitárias, nesta aventura o herói é convocado a ultrapassar

seus devaneios nebulosos e seu querer sonhador e partir para o real e o

social. O programa fala de ações e de consciência comunitária,

mostrando que essa guerra não é de um homem só, que a nova batalha

de Quixote é um exemplo a ser seguido. Como nos livros e na natureza

onde tudo se transforma, isso também pode ser verdade na vida real.

2. Realizar um trabalho de reflexão com os alunos através das seguintes

questões a serem propostas aos alunos:

•por que o Mago diz que Quixote é um símbolo? A que símbolo ele se

refere? (cena 51)

•como a arte pode contribuir para a reutilização do lixo? (cena 52)

•como as indústrias podem contribuir no cuidado ambiental? (cena 55)

•por que o Mago afirma que "reciclar é imitar a natureza"? (cena 59)

•quais as vantagens da compostagem? (cena 60)

•como o gás metano retirado dos aterros sanitários pode ser útil? (cena

62)

•por que o Mago diz que a compostagem é uma ótima solução para

países como o Brasil? (cena 63)

•qual a importância dos catadores para a reciclagem? Como podem ser

organizadas cooperativas para a reciclagem? (cena 67)

•por que reciclar significa gastar menos energia? (cena 77)

•por que o Dragão diz que a incineração só é possível nos países ricos?

(cena 80)

•como é a estrutura de um aterro sanitário? (cena 88)

AULA 4

Tratamento do Lixo

O modelo de desenvolvimento industrial foi responsável por uma

intensa urbanização em crescimento de forma desordenada onde a maioria das

pessoas não dispõe de serviços de limpeza, saneamento básico e

saúde.(VIANNA, et. al, 1992, p. 83)

A concentração de geração de resíduos ocorre principalmente nas

áreas urbanas. Os resíduos sólidos urbanos ou lixo urbano tornou uma

preocupação de todas as sociedade devido ao seu aumento e sua

complexidade estrutural, a sua origem e ao seu destino.

O tratamento do lixo inexiste em grande parte do sistema de limpeza

dos municípios brasileiros, que tem os seus resíduos, quando coletados,

transportados diretamente às áreas de destino final, em sua maioria lixões (

lixos a céu aberto que favorecem a proliferação de vetores de doenças

transmissíveis). (VENÂNCIO, 1989)

A necessidade de tratamento do lixo surge mais intensivamente nas

grandes cidades como uma possível resposta ao que fazer com o lixo no

próximos anos. As administrações municipais tem se defrontado com a

escassez de áreas para a destinação final do lixo e a disputa pelo uso das

áreas remanescentes com as populações da periferia e a necessidade de

reduzir a quantidade de lixo a ser enviada para disposição final.

Dentre as tecnologias para tratamento de resíduos sólidos urbanos

existentes, as mais utilizadas soa a disposição no solo (em aterros sanitários e

lixões) e a compostagem, em proporção bem menor, a incineração e a

reciclagem.

A gestão dos resíduos sólidos (lixo)

A má gestão do lixo se evidencia pela ausência e/ou ineficiência da

infraestrutura existente no país, sendo claro o mau direcionamento de recursos

financeiros para estudos de soluções eficazes e a carência de pessoas

capacitadas no setor. “Mais de 140 mil toneladas de lixo são geradas

diariamente no Brasil.” (UFRJ, 2008) Segundo dados da Associação Brasileira

de Limpeza Pública, 76% dos detritos produzidos no país são jogados em

lixões e outros 13% nos “aterros controlados”, locais onde o lixo é,

basicamente, confinado sem medidas de proteção à natureza e ao ser humano.

Associado a isso, há o problema do tratamento adequado para aqueles que

não podem ser objetos de reciclagem, além da inexistência de subsídios para a

implementação eficaz da reciclagem, como a inclusão social dos catadores.

A constatação de uma crise na relação entre o meio ambiente e

desenvolvimento se dá através do padrão vigente de produção e consumo.

Sendo o atual padrão caracterizado pela contínua exploração dos recursos

naturais, pela excessiva

geração de resíduos e pela

crescente desigualdade social.

Consequentemente, é visível

a necessidade do

envolvimento da população no

processo de educação

ambiental, assumindo

responsabilidade e

desempenhando ações

relativas ao lixo por ela

gerado.

Desta forma o

consumo sustentável, é entendido como aquele capaz de promover a

saciedade da geração atual sem comprometer a capacidade de consumo das

futuras, envolvendo todos os atores participantes do processo produtivo, se

traduz em um forte diferencial para uma política de gestão ambiental dos

resíduos sólidos. Sendo assim, entende-se que a Lei 12.305/2010 considerou o

consumo sustentável elemento indissociável para o alcance de uma sociedade

mais sustentável, especialmente, no tocante aos seus processos produtivos,

pois, a legislação não separou o consumo da produção, e com isso deixou

claro que o problema resultante do crescimento e acúmulo dos resíduos sólidos

deve ser equacionado com ações com vistas a promover o consumo

sustentável que tem por fim a não geração, a minimização dos resíduos, assim

como melhor gerenciamento destes.

Apresentar aos alunos o vídeo a História das coisas, disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw, como forma de entenderem

a questão do desenvolvimento sustentável.

1. Dividir a classe em equipes para realizar levantamento de dados a respeito

da coleta e destino do lixo no município.

2. Buscar informações na prefeitura sobre como é feita a coleta do lixo (se é

feita pela própria prefeitura ou se o serviço é terceirizado – quantos veículos

são envolvidos na coleta – como é feita a distribuição do recolhimento do lixo

nos bairros, quantidade de lixo recolhida, destino do lixo). ( Estas informações

poderão ser obtidas através de entrevista com secretário do meio ambiente do

município).

3. Verificar a existência de lixões e aterros sanitários (localização). Programar

visita para conhecer esses locais e observar as alterações no espaço

geográfico.

4. Conseguir informações sobre como é feito o tratamento do lixo, e quais

impactos ambientais são provocados pelo mesmo.

5. Verificar a existência de indústrias que reciclam materiais e cooperativas de

catadores.

6. Elaborar relatório contendo as informações e ideias que visem aprimorar a

coleta de lixo no município e o destino do mesmo.Divulgar para toda a escola

os resultados obtidos para que todos possam tomar ciência a respeito de como

a cidade resolve o problema do lixo e percebam a importância do consumo

consciente. Esta pode ser através de cartazes, teatro (use sua criatividade).

AULA 5

A Reciclagem e o Ambiente

Um dos grandes desafios para aqueles que vivem em cidades, sejam

elas grandes centros urbanos ou cidades de menor porte, é saber como

garantir a qualidade de vida de seus moradores. O gerenciamento integrado do

lixo é dever do Estado e direito do cidadão, que deve participar desse processo

ativamente, modificando inclusive seus hábitos com relação à produção e ao

destino dado ao lixo em sua casa, escola, locais de trabalho e lazer. A

reciclagem trata o lixo como matéria-prima a ser reaproveitada para fazer

novos produtos. Para que isso ocorra é necessária a Coleta Seletiva dos

materiais que são identificados, separados e limpos. A reciclagem de materiais

por meio da Coleta Seletiva contribui para aumentar

a vida útil dos aterros sanitários além de estimular o

envolvimento da população na resolução do

problema do lixo.

A reciclagem do lixo, embora seja uma das

mais vitais iniciativas para a defesa do meio

ambiente, exige uma mobilização profunda e envolve

a mudança de comportamentos ativos de amplos

setores da sociedade. A escola assume um papel vital nesse processo e é o

vetor de constante debate sobre a questão. Entretanto, o sucesso dessa tarefa

deve levar em conta as condições em que os alunos recebem e desenvolvem

suas percepções sobre o mundo. Formas dramáticas e "midiáticas" estão

bastante próximas dessas condições e podem ser muito estimulantes para os

alunos e estabelecer forte motivação para ações locais de fortalecimento de

atitudes voltadas para a reciclagem.

O trabalho consiste em se colocar em discussão que cuidar do lixo deve ser

responsabilidade de todos e que o seu tratamento adequado deve começar por

pequenas ações. Pode-se fazer levantamentos de informações com alguns

setores da escola, como: cantina, sala de aula e secretaria (xerox); analisar

esses dados e propor soluções.

O projeto pode ser desencadeado com questões propostas pelo professor para

a discussão:

•De quem é a responsabilidade pela redução e pelo tratamento do lixo?

•De que formas os alunos podem contribuir para a questão do lixo e da

reciclagem?

•É significativa a quantidade de lixo produzida diariamente na escola?

A- Lixo produzido pela cantina:

No caso da cantina, os alunos poderão obter algumas informações do tipo:

•quantidade de lixo gerada pela cantina em um mês ou em um ano letivo;

•como esse lixo pode ser recolhido e reciclado posteriormente;

•alternativas para redução desse lixo.

O trabalho deve ser concluído com sugestões de ações pelo grupo.

B-Lixo produzido na hora do recreio :

Nesse caso, pode-se fazer um levantamento entre os alunos, na sala de aula,

quanto ao tipo de lanches que eles consomem diariamente, se o lanche é

trazido de casa ou adquirido na escola, de que forma esse lanche vem

embalado e o que se faz com essas embalagens ao término do recreio. Pode-

se organizar um questionário para ser respondido pelos alunos de todas a

escola. Os dados do questionário podem ser tabulados, organizados em

tabelas e gráficos, gerando análises, discussões e propostas de soluções.

C.Quantidade de papel consumido pela escola:

Nesse caso as informações podem ser levantadas na secretaria da escola e no

setor de xerox (se houver). Os alunos poderão levantar dados sobre o quanto

de papel sulfite a escola gasta por mês (xerox, apostilas, folhas de provas,

circulares etc.). Esses dados deverão gerar algumas discussões:

•O papel é feito de fibras de celulose encontradas em madeiras de árvores

como o eucalipto e o pinus.

Qual a quantidade de fibras necessárias para se produzir 1 tonelada de papel?

Isso equivale a quantos m³ de madeira?

Quanto de celulose seria necessária para a produção desse papel?

•Esse tema deve gerar a questão dos desmatamentos e da necessidade do

reflorestamento.

•Pode-se organizar a visita a uma fábrica de papel

existente na região para o conhecimento do processo

de obtenção da celulose e fabricação do papel, das

normas de reflorestamento seguidas pela indústria etc.

( no caso do município de Ortigueira – visita à fábrica

da Klabin)

O trabalho deverá culminar com uma plenária, em

classe para a discussão dos dados coletados e das

conclusões parciais dos grupos. Dessa plenária devem resultar ações dos

alunos do tipo:

•divulgação dos dados do lixo produzido na escola;

•elaboração de cartazes ou panfletos conscientizando os alunos para ações de

redução do lixo;

•propostas de reciclagem;

•implantação da coleta seletiva na escola.

AULA 6

A Construção da Cidadania e o Meio Ambiente

No contexto globalizado que hoje vivenciamos, um simples tênis que

usamos pode ter sido falsificado em um determinado país, sendo que várias

partes de seus componentes vieram dos mais variados lugares, e podem vir a

ser consumidos por outrem que provavelmente não tem noção das imensas

implicações decorrentes destas intrínsecas relações.

Pode-se dizer que na qualidade atual, o homem poderia se chamado

de homo-sapiens-planetarius, já que está inserido em uma sociedade

contemporânea onde toda estrutura econômica está voltada para o lucro

desenfreado de um progresso ilimitado e irresponsável, descompromissado

com a qualidade de vida da população.

A questão do consumo na sociedade

Os padrões de consumo exagerados de bens não se constitui em uma

característica exclusiva da sociedade contemporânea (SLATER, 2002, p. 15).

Considera-se que a existência ou permanência de determinados atos nos dias

atuais teve sua origem um pouco mais atrás. Por esse motivo é necessário

conhecer alguns períodos históricos e a influência sofrida com a finalidade de

entender a atual sociedade.

No que se refere ao consumo, é necessário observar como de simples

ato de satisfação de necessidades, este se tornou elemento determinante das

relações sociais da sociedade contemporânea e quais as implicações que essa

mudança provocou no meio ambiente.

O consumo pode ser compreendido como um processo que faz parte

da historia do ser humano no mundo e, segundo SLATER (2002, p. 17) foi

desenvolvido como um fenômeno cultural. No entanto, o autor ressalta que a

cultura do consumo é um processo singular e específico, cujo significado

demonstra o modo dominante de reprodução cultural que veio a se desenvolver

no ocidente durante o período histórico denominado de modernidade.

A cultura ocidental moderna é reconhecida pela prática ligada a valores

que ajudam a defini-la como opção de uma sociedade pautada no

individualismo e nas relações de mercado. No entanto, a característica principal

capaz de definir a cultura oriental é a existência de um consumo que determina

um acordo social onde a relação entre a cultura e os modos sociais, é

determinada pelo mercado. Pois, a cultura de consumo determina um sistema

em que o ato de consumir é voltado para o consumo e acúmulo de

mercadorias, onde essa reprodução cultural (de consumo) é, geralmente,

compreendida como algo que se realiza através do exercício do livre-arbítrio

pessoal na esfera privada da vida cotidiana (SLATER, 2002, p. 17). Ou seja, o

consumo é tido por um ato privado em que não se reconhece nenhuma

conseqüência para além da vida privada daqueles que o praticam.

No entanto, ressalta SLATER (2002, p. 17-18) que a cultura de

consumo, embora concebida como reprodução cultural, não foi o único modo

de se estabelecer relações sociais e culturais operante nos últimos trezentos

anos, assim como não é o único que existe nos dias atuais. Pois, é possível

realizar uma distinção entre o “modo de reprodução cultural residual e

emergente, entre o oposicional e o excêntrico, exatamente como se faz ao

pensar em modos de produção”.

A cultura voltada para o consumo, também, não se considera como

algo exclusivamente ocidental. Apesar de seu surgimento ter ocorrido no

continente Ocidental a partir do século XVIII, como parte da característica que

o diferenciava do resto do mundo. A cultura ocidental de consumo era vista

como uma cultura moderna, progressista, livre, racional. Nessa, havia um

pressuposto de “dominação e infâmia, no qual o ocidente se via como civilizado

e próspero por direito e possuidor de valores de caráter universal em

detrimento do restante do mundo” (SLATER, 2002, p. 18-20).

A cultura de consumo, desde a modernidade e pós-modernidade,

compreendido como período pós-revolução industrial, tem sido determinante

para o crescimento de empresas ocidentais, assim como do próprio modo de

vida ocidental. “Como um aspecto do projeto universalizante da modernidade

ocidental, a cultura do consumo tem pretensões e alcance globais” (SLATER,

2002, p. 18).

A primeira vista, pensa-se que a cultura de consumo fora formada

somente na era pós-moderna (Revolução Industrial), no entanto, está ligada à

modernidade como um todo, ou seja, possui sua raiz existencial no período de

transição do Feudalismo até o Capitalismo com a Revolução Industrial, ainda

que no seu final. As instituições e praticas essenciais da cultura de consumo,

no entanto, originaram-se no inicio do período moderno, e algumas delas

estavam bem estabelecidas (ao menos para algumas classes e alguns setores

econômicos). Isto porque essa cultura não foi uma conseqüência da

modernização industrial e da modernidade cultural, algo que ocorreu depois

que o trabalho intelectual e industrial da modernidade já tinha sido feito. Em

verdade, a cultura do consumo faz parte da construção do mundo moderno

(SLATER, 2002, p. 18).

Com essa mudança nas relações

sociais e culturais, o mundo moderno começa

por exercer práticas, aspirações e

identidades que tendem em serem definidos

de acordo com o consumo, sendo que outros

segmentos sociais tais como o trabalho, a

religião, a família etc., são relegados ao

segundo plano (SLATER, 2002, p. 31). Isso

demonstra que graças a essa cultura o ser

humano é reduzido a consumidor em detrimento de outros papeis sociais que

exerce no meio social.

Ressalta-se, entretanto, que quando se fala de sociedade moderna de

cultura voltada para o consumo não se esta referindo ao consumo para

determinado tipo de objetos, mas de uma cultura de consumo4. Implica

considerar que os valores determinantes de uma sociedade são determinados

pelas praticas de consumo. Por conseqüência, a sociedade contemporânea, é

concebida e descrita como materialista, cuja cultura está baseada na obtenção

de lucro e acúmulo de objetos, ou seja, as aspirações estão centradas no ter

em detrimento do ser. Caracteriza-se em uma sociedade que se “transformou

em mercadorias, narcisista ou, mais positivamente, como uma sociedade de

escolhas e da soberania do consumidor” (SLATER, 2002, p. 31)

Ressalta-se, ainda, que essa cultura de consumo ao se consolidar

enquanto processo independente, encontrando razão em si mesmo, provocou

e tem provocado a degradação do meio ambiente, pois, a exploração dos

recursos naturais não suporta essa demanda ilimitada que não tem raiz em

necessidades reais5 e, além disso, seus efeitos têm ultrapassado as fronteiras

dos países poluidores, considerado os que mais produzem para o mercado

consumidor, haja vista, que a produção é inerente a retirada de bens naturais.

Isso tem posto em risco a própria existência da humanidade.

Apresentação à turma ( e também à escola) por um casal da crônica LIXO de

Luis Fernando Veríssimo ( disponível em

http://unclemarcos.blogspot.com/2008/09/lixo-cronica-de-luis-fernando-

verissimo.html)

LIXO - CRONICA DE LUIS FERNANDO VERISSIMO

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam. _ Bom dia... _Bom dia. _ A senhora é do 610. _ E o senhor é do 612. _ É. _ Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente... _ Pois é... _ Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo... _ O meu quê? _ O seu lixo. _ Ah... _ Reparei que nunca é muito. Sua família deve se pequena... _ Na verdade sou só eu. _ Mmmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata. _ É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar... _ Entendo. _ A senhora também... _ Me chame de você

_ Você também perdoe a minha indiscrição, mas também tenho visto alguns restos de comida em seu lixo, champignons, coisas assim... _ É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra... _ A senhora... Você não tem família. _ Tenho , mas não aqui. _ No Espírito Santo. _ Como é que você sabe? _ Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito santo. _ É. Mamãe escreve todas as semanas. _ Ela é professora? _ Isso é incrível? Como foi que você adivinhou? _ Pela letra no envelope. Achei que fosse letra de professora. _ O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo. _ Pois é... _ No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado. _ É. _ Más notícias? _ Meu pai. Morreu. _ Sinto muito. _ Ele já estava bem velhinho. Lá no sul. Há tempos não nos víamos. _ Foi por isso que você começou a fumar? _ Como é que você sabe? _ De um dia para o outro começaram a aparecera carteiras de cigarros amassadas no seu lixo. _ É verdade. Mas consegui parar outra vez. _ Eu, nunca fumei. _ Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimidos no seu lixo... _ Tranquilizantes. foi uma fase. Já passou. _ Você brigou com o namorado, certo? _ Isso você também descobriu no lixo? _ Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel. _ É, chorei bastante, mas já passou. _ Mas hoje ainda têm uns lencinhos... _ É que estou comum pouco de coriza. _ Ah. _ Vejo muitas revistas de palavras cruzadas no seu lixo. _ É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é. _ Namorada? _ Não. _ Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha. _ Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga. _ Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte. _ Você já está analisando o meu lixo! _ Não posso negar que o seu lixo me interessou. _ Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.

_ Não! Você viu meus poemas? _ Vi e gostei muito. _ Mas são muito ruins! _ Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. eles só estavam dobrados. _ Se eu soubesse que você ia ler... _ Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela? _ Acho que não. Lixo é domínio público. _ Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra da vida dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso? _ Bom, aí você está indo longe demais no lixo. Acho que... _ Ontem no seu lixo... _ O quê? _ Me enganei, ou eram cascas de camarão? _ Acertou. Comprei alguns camarões graúdos e descasquei. _ Eu adoro camarão. _ Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode... _ Jantar juntos? _ É. _ Não quero dar trabalho. _ Trabalho nenhum. _ Vai sujar a sua cozinha. _ Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora. _ No seu lixo ou no meu?

AULA 7 A RECICLAGEM

A reciclagem é atualmente uma prática que vem se desenvolvendo

enormemente nos países de primeiro mundo. Já nos países menos

desenvolvidos é realizada de maneira rudimentar, pouco racional e

desorganizada.

Definida como separação prévia de materiais passíveis de

reaproveitamento ou como coleta de material reciclável previamente separado,

a coleta seletiva teve um considerável desenvolvimento em vários países,

sendo iniciada nos Estados Unidos, no início do século. (CAMPOS, 1992).

Alguns países da Europa, Estados Unidos e, sobretudo Japão

assumiram a vanguarda das iniciativas no campo da reciclagem, numa ação

direta dos governos e, através da atuação frequente de empresas, instituições,

sociedade civil e da população como um todo.

Durante a segunda guerra mundial todos os países reciclavam

sobretudo metais para a indústria bélica. Entretanto, na Europa, a coleta

seletiva propriamente dita, iniciou-se na Itália em 1941, em decorrência das

dificuldades acentuadas pela guerra. (SANTOS, 1995).

Assim como ocorreu em um grande número de países, no Brasil, a

coleta seletiva ganhou considerável desenvolvimento, em função da crescente

consciência da necessidade da reciclagem. Desta forma, a coleta seletiva foi

iniciada na cidade de Niterói, no bairro São Francisco, em abril de 1985, como

o primeiro projeto sistematicamente organizado e documentado. A partir daí,

um número cada vez maior de municípios passou a praticar a reciclagem,

tendo sido identificados 82 programas de coleta seletiva em 1994, iniciados, de

um modo geral a partir de 1990 (COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA

RECICLAGEM - CEMPRE, 1995).

A reciclagem pode trazer benefícios de ordem social, pois reduz a

agressão ao meio ambiente e cria consciência ecológica, econômico porque

podem servir de fonte de renda para creches, asilos, famílias e político ao

estabelecer políticas de destinação de lixo. (MOREIRA, 2008).

Para a coleta seletiva, foram padronizadas internacionalmente algumas

cores. A cor azul é utilizada para papéis e papelão; preta para madeira; marrom

para resíduos orgânicos; amarela para metais; vermelha para plástico; laranja

para resíduos perigosos; cinza para resíduos gerais não recicláveis,

contaminado ou misturado, não passível de separação; roxa para resíduos

radioativos; verde para vidro; branca para resíduos de ambulatório e de

serviços de saúde. (PARANÁ, 2007).

1. Solicitar que os alunos pesquisem os materiais que podem ser

reciclados e os que ainda não são recicláveis.

2. Solicitar que os alunos apresentem uma lista de materiais e seu tempo

de decomposição no ambiente.

3. Construção com os alunos de um vai-e-vem com materiais recicláveis:

O vai-e-vem é um brinquedo bem simples – para a gente brincar sempre

em dupla. Com ele você tem que ser ágil e esperto!

MATERIAL:

- 2 garrafas de refrigerante do tipo PET.

- 2 rolos de papelão.

- Dois barbantes de varal de 3 metros de

comprimento cada um.

- 4 pedaços de madeira de 22 centímetros de

comprimento cada um.

- Papel camurça colorido.

- Cola branca e colorida.

- Tesoura.

1-corte ao meio as duas garrafas de refrigerante e encaixe uma na outra.

2-Recorte papel colorido e cole-as no corpo do brinquedo para decorá-lo.

3-Passe os cordões de náilon pelo corpo do vai-e-vém, como indica a foto. Não deixe que se cruzem.

4-Encape as madeirinhas com papel e enfeite-as com faixas de papel e cola colorida.

5-corte os rolos de papelão ao meio. Eles impedem que o vai-e-vém bata na sua mão.

6-Encape e decore os rolos com papel e cola colorida.

7-Passe fio pelos rolinhos e amarre cada uma das pontas numa madeirinha. Está pronto o brinquedo Fonte: http://www.fabricadebrinquedos.com.br/brinquedos/Vai-vem.html.

AULA 8 A QUESTÃO DA RECICLAGEM NA ESCOLA

Para muitos professores e diretores, trabalhar a Educação Ambiental

não é tarefa fácil! E mais delicada ainda é a incoerência que existe, muitas

vezes, neste tipo de trabalho, uma vez que algumas atividades incentivam

ainda mais o consumo desnecessário, não abordam questões mais

abrangentes e, tampouco geram reflexões e mudanças de valores.

Como exemplo, podemos citar as coletas seletivas: de que adianta ter

em toda a escola diversos contêineres de cores diferentes distribuídos se o

aluno mal sabe o porquê daquilo? E mais ainda: se o próprio funcionário

encarregado pela limpeza não sabe nem vê o porquê de tal ação? A título de

informação, um papel, para ser reciclado, não pode estar amassado e,

tampouco, sujo. E aí, a pergunta: de que adianta ter no pátio um lixo destinado

a papéis para reciclagem se a informação de que aquele guardanapo que

envolveu o pastel que o garoto comeu no lanche (e jogou naquele recipiente

com uma imensa boa vontade) não poderia ser jogado lá? E para quê, se a

senhora da limpeza despeja o conteúdo de cada contêiner no mesmo saco

preto?

Mais um exemplo, também comum em escolas, é o dia da reciclagem

de papéis, algo parecido com uma gincana na qual os alunos da turma que

levarem mais deste material ganharão, por exemplo, um lanche. De repente,

uma turma ganha a gincana – contando com a ajuda do pai de um aluno que é

figura importante do jornal local e levou ao colégio centenas de jornais inteiros,

publicados exatamente naquele dia...

Cabe a seguinte reflexão: será que os méritos que fez da turma

vencedora são, de fato, méritos? Será que não houve, sim, um grande

desperdício desnecessário em cima de uma aparente boa ideia?

E, nesta linha, podemos citar muitos exemplos de boas ideias, mas que

poderiam ser, de fato, excelentes ações. Sob esta ótica, vale lembrar que

alguns dos princípios desta abordagem estão na relação entre conteúdos, entre

as pessoas, na percepção que todos fazemos parte de um sistema uno, na

solidariedade, no reconhecimento de que não precisamos de tanto quanto

achamos que precisamos, na mudança de paradigmas e valores, etc., como

uma tentativa de sairmos da crosta do egoísmo e pensarmos também no que

está ao nosso redor e que, surpreendentemente e quase poeticamente, é parte

de todos nós!

A coleta seletiva do lixo é uma atividade interessante, mas que deve ser bem trabalhada.

Surge a questão como fazer isto de forma que seja útil a transformação

das atuais relações sociais e a construção/consolidação de outras relações na

perspectiva da hegemonia popular.

Freire afirma:

“Constatar a realidade nos torna capazes de intervir nela, tarefa

incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do que

simplesmente a de nos adaptarmos a ela.” (FREIRE, 1997, p. 27)

É preciso que estas comunidades apropriem-se de instrumentos que

possibilitem ler o seu mundo e o que ele significa para dar o passo para uma

cidadania cada vez mais plena e planetária.

O diálogo entre os poderes construídos em suas vivências, os saberes

historicamente acumulados pela humanidade, e os saberes que englobam a

temática contemporânea em que a educação ambiental deve entrar de forma

preemente e democraticamente em suas vidas.

Muitas vezes, a tomada de decisões ambientais pode afetar, de forma

benéfica ou nociva, diferentes esferas da sociedade, e quem ficará com os

benefícios advindos da ação antropológica sobre o meio, seja ele físico, natural

e construído.

Neste sentido, para que os seres sociais tenham condições efetivas de

intervirem processos ambientais, é necessário que a prática educativa entenda

que a sociedade não é o lugar da pacificidade, e sim o lugar de conflitos e

confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, valores,

relações sociais, ambientais, entre outros), no entanto, a prática da educação

ambiental deve ter como pressuposto respeito ao contexto existe e cultura de

cada lugar.

É de fundamental importância na implantação de um programa de

educação ambiental analisar o conhecimento popular ambiental concomitante

com o contexto, refletindo de maneira profunda a problemática sócio-ambiental

do município, do país e do mundo, levando-nos a uma consciência ampla,

planetária, globalizada.

Levantar, juntos aos atores sociais envolvidos neste processo quais

suas necessidades e quais seus ideais, seus sonhos, surgem discussões e

sugestões para a melhoria dos problemas encontrados fomentando, como diz

Freire (2000, p. 20), “a analise do caos e posterior projeção da utopia”.

Apresentação do vídeo: “ O papel de todos nós”

Direção: Pedro Britto

Produtora:PVE Projeto de vídeos ecológicos PCU-Rio

Duração: 00:14 min

Disponível em:

http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=16&idMen

u=4728&idConteudo=5322

Comentário:

Vídeo que propõe a coleta seletiva e reutilização do lixo papel na Escola, busca

oportunizar a análise do comportamento humano em relação ao consumo, bem

como diminuir o desperdício com o desenvolvimento de ações coletivas,

visando despertar o papel do cidadão ao questionar seu comportamento e a

intencionalidade de que produz e comercializa. Propõe, enfim, do resgate de

valores e da necessidade de enfrentamento coletivo da problemática da

produção dos resíduos.

REFERÊNCIAS

CAMPOS, H.K.T. Estudos preliminares para seleção de alternativas de disposição de resíduos sólidos urbanos. In: DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, 1, 1992, Belo Horizonte. Curso... Belo Horizonte: ABES, 1992. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Coleção leitura. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1997. GUARANI, R. 50 coisas simples que as crianças podem fazer para salvar a terra. 9 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002. HOGAN, D.; VIEIRA, P. (Org.). Dilemas socioambientais e desenvolvimento sustentável. Campinas-SP: Ed. da Unicamp, 1995. PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA. Conselho Nacional Do Meio Ambiente (CONAMA). Licença ambiental: 237/1997, 283/2001, 358/2005. Curitiba: SEMA/CONAMA, 2007. MEDINA, N. Educação ambiental: Uma nova perspectiva. Série Cadernos Pedagógicos. Cuiabá: Secretaria Municipal de Educação e Universidade Federal do Mato Grosso, 1994. MOREIRA, V. C. S. Lixo urbano e a reciclagem de latas de alumínio. Disponível em:<http://www.univap.br/biblioteca/hp_julho_2002/Monografia%20Revisada%20julho%202002/09.pdf >. Acesso em: outubro de 2012. SCARLOT, F.C.PONTIM, J.A. Do Nicho ao Lixo: Ambiente Sociedade e Educação. São Paulo : Atual, 1992. SLATER, Don. Cultura do consumo e modernidade. Editora Nobel. São Paulo. 2002. SANTOS, J. M. R. Coleta seletiva de lixo: uma alternativa ecológica no manejo integrado dos resíduos sólidos urbanos. 1995. Dissertação. (Mestrado em Engenharia Hidráulica e Sanitária) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

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