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SEAB Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Responsável: Economista Marcelo Garrido Moreira Contato: [email protected] ; (41) 3313-4035 Soja Análise da Conjuntura Agropecuária Novembro de 2013 MUNDO A economia mundial cada vez mais globalizada tem sido o principal propulsor responsável pelo aumento da produção de soja. Com o aumento do consumo em países como a China a demanda pela oleaginosa tem sido cada vez maior. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA - a produção mundial de soja no ano safra 2013/14 será de 283,54 milhões de toneladas, valor 6% superior ao ciclo 2012/13. Impulsionada pelas altas cotações das últimas safras a área destinada à cultura da soja tem aumentado nos últimos anos. Na safra 2009/10 a área plantada foi de 102,25 milhões de hectares, já na atual safra 2013/14 a estimativa é de que sejam cobertos por soja no mundo cerca de 111,58 milhões de hectares (Tabela 01).

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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

DERAL - Departamento de Economia Rural

Responsável: Economista Marcelo Garrido Moreira Contato: [email protected] ; (41) 3313-4035

Soja – Análise da Conjuntura Agropecuária

Novembro de 2013

MUNDO

A economia mundial cada vez mais globalizada tem sido o principal propulsor

responsável pelo aumento da produção de soja. Com o aumento do consumo em

países como a China a demanda pela oleaginosa tem sido cada vez maior. Segundo

dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA - a produção

mundial de soja no ano safra 2013/14 será de 283,54 milhões de toneladas, valor 6%

superior ao ciclo 2012/13.

Impulsionada pelas altas cotações das últimas safras a área destinada à cultura

da soja tem aumentado nos últimos anos. Na safra 2009/10 a área plantada foi de

102,25 milhões de hectares, já na atual safra 2013/14 a estimativa é de que sejam

cobertos por soja no mundo cerca de 111,58 milhões de hectares (Tabela 01).

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Tabela 01 – Mundo – Soja – Área, produção e produtividade – Safra 2009/10 a

2013/14

ÁREA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE

(milhões de ha) (milhões de t) (kg/ha)

2009/10 102,25 260,40 2.547

2010/11 103,18 263,92 2.558

2011/12 102,93 239,15 2.323

2012/13 108,69 267,88 2.465

2013/14 (¹) 111,58 283,54 2.541

Fonte: USDA (novembro/2013)

SAFRA

(¹) Estimativa

A produtividade estimada para a safra 2013/14 é de 2.541 quilos por hectare.

Esse valor é superior ao da safra 2012/13 que foi de 2.465 quilos por hectare como

também ao da safra 2011/12 que foi de 2.323 quilos. Se as condições climáticas forem

benéficas a safra 2013/14 poderá ser a de melhor produtividade dos últimos anos.

Segundo as primeiras estimativas divulgadas pelo USDA, os Estados Unidos

serão os maiores produtores mundiais de soja no ciclo 2013/14. Os agricultores

americanos serão responsáveis por produzir 88,66 milhões de toneladas. O Brasil

deverá produzir 88 milhões de toneladas seguido pela Argentina com 53,5 milhões e da

China com aproximadamente 12,2 milhões de toneladas (Tabela 02).

Essa tende a ser uma safra de recuperação para a sojicultura americana. No

ciclo 2012/13 as lavouras foram severamente castigadas por uma forte seca que

causou quebra na produção. As primeiras estimativas daquela safra apontavam para

uma produção de mais de 87,23 milhões de toneladas, porém no levantamento final a

produção ficou em 82,56 milhões, uma redução de cerca de 5% consolidando a menor

safra dos últimos quatro anos. Com relação à produção brasileira o mesmo relatório

afirma que o Brasil poderá produzir 88 milhões de toneladas de soja na atual safra,

essa quantidade é 7% superior ao que foi produzida no ciclo 2012/13. O aumento na

produção brasileira se dá, principalmente pelo aumento na área de cultivada.

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Tabela 02 – Soja – Principais países produtores – Safra 2009/10 a 2013/14

EUA 91,42 90,61 84,19 82,56 88,66

BRASIL 69,00 75,30 66,50 82,00 88,00

ARGENTINA 54,50 49,00 40,10 49,30 53,50

CHINA 14,98 15,10 14,48 12,80 12,20

ÍNDIA 9,70 9,80 11,00 11,50 11,80

PARAGUAI 6,46 7,13 4,04 9,37 9,00

CANADÁ 3,58 4,45 4,30 4,93 4,80

OUTROS 10,77 12,54 14,54 15,42 15,58

TOTAL 260,40 263,92 239,15 267,88 283,54

Fonte: USDA (novembro/2013) (¹) Estimativa

(em milhões t)

2013/14 (¹)PAÍSES 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13

O Brasil se tornou na safra 2012/13 o maior exportador mundial de soja. O país

exportou no último ciclo quase 42 milhões de toneladas do grão. Os Estados Unidos

exportaram menos de 36 milhões de toneladas, volume abaixo do esperado devido à

necessidade de recomposição dos estoques internos que foram afetados pela quebra

no ano anterior. Outros países como Argentina, Paraguai e Canadá também estão na

lista de maiores exportadores.

Para o ciclo 2013/14 a expectativa é que o Brasil se consolide como o maior

exportador de soja do planeta. As primeiras estimativas apontam para um volume de

42,50 milhões de toneladas a serem comercializadas. Os Estados Unidos virão logo

atrás com 37,29 milhões de toneladas seguido da Argentina com 12,70 milhões,

Paraguai com 5,50 milhões e do Canadá com 3,45 milhões de toneladas. Os outros

países exportadores somam juntos 5,85 milhões de toneladas. O total a ser exportado

na safra 2013/14 será de 107,83 milhões de toneladas.

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Tabela 03 – Soja (Grão) – Principais países exportadores – safra 2009/10 a

2013/14

(Em milhões t)

As importações mundiais também vão crescer no ciclo 2013/14. Segundo dados

do USDA (tabela 04), o total importado no período deverá chegar a 104,40 milhões de

toneladas. Esse valor é cerca de 9% superior ao comercializado na safra 2012/13

quando foram transacionadas 95,47 milhões de toneladas do grão. A China é a nação

que participa com a maior fatia desse mercado com 69 milhões de toneladas ou 66%

do total mostrando a importância desse mercado não só para o Brasil, mas para todos

os países produtores. Do volume total produzido no mundo o país asiático importa

cerca de 24% do total. Na sequência aparecem a União Europeia e o México.

Tabela 04 – Soja (Grão) – Principais países importadores – Safra 2008/09 a

2012/13 (Em milhões t)

CHINA 50,34 52,34 59,23 59,87 69,00

UNIÃO EUROPEIA 12,68 12,48 12,07 12,45 12,10

MÉXICO 3,52 3,50 3,61 3,35 3,55

JAPÃO 3,40 2,92 2,76 2,87 2,76

TAIWAN 2,47 2,45 2,29 2,40 2,50

INDONÉSIA 1,62 1,90 1,92 1,92 2,10

OUTROS 12,81 13,23 11,55 12,62 12,39

TOTAL 86,84 88,82 93,43 95,47 104,40

Fonte: USDA (novembro/2013) (¹) Estimativa

2013/14PAÍSES 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13

BRASIL 28,58 29,95 36,32 41,90 42,50

EUA 40,80 40,96 37,15 35,91 37,29

ARGENTINA 13,09 9,21 7,37 7,85 12,70

PARAGUAI 4,07 5,23 3,57 5,50 5,50

CANADÁ 2,25 2,94 2,93 3,50 3,45

OUTROS 2,50 3,42 4,93 5,28 5,85

TOTAL 91,44 91,70 92,27 99,95 107,83

Fonte: USDA (novembro/2013) (¹) Estimativa

2013/14 (¹)PAÍSES 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13

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O consumo mundial de soja em grãos teve uma trajetória crescente nos últimos

anos. Na safra 2009/10 o total consumido foi de 209,12 milhões de toneladas. Para a

safra 2013/14 esse valor saltou para 239,57 milhões, um crescimento de quase 15%. A

abertura do mercado chinês assim como a expectativa de que países como a Índia

também possam aumentar sua demanda interna tem feito com que as previsões de

consumo sejam ainda maiores para as safras futuras, isso tem preocupado

especialistas e técnicos da cultura, pois com uma demanda crescente, aumenta e

muito a necessidade de que a produção acompanhe esse nível de expansão.

Tabela 05 – Soja (Grão) – Oferta e Demanda Mundial – Safra 2009/10 a 2013/14

(em milhões t)

ESTOQUE INICIAL 43,71 62,20 71,80 55,15 61,55

PRODUÇÃO 260,40 263,92 239,15 267,88 283,54

CONSUMO 209,12 221,26 227,83 229,15 239,57

ESTOQUE FINAL 62,20 71,80 55,15 60,11 70,23

EST./CONS. (%) 29,74 32,45 24,21 26,23 29,32

Fonte: USDA (novembro/2013) (¹) Estimativa

2013/14DISCRIMINAÇÃO 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13

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BRASIL

A cultura da soja novamente terá áreas maiores no Brasil no ciclo 2013/14.

Devido aos bons preços praticados principalmente do final de 2012 e durante todo o

ano de 2013 os produtores novamente optaram em aumentar a área com a oleaginosa

no país em detrimento às outras culturas de verão, principalmente o milho.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB – a área de plantio

no país deve ser de 29,14 milhões de hectares. Esse valor é 1,40 milhão de hectares

superior à área cultivada na safra 2012/13. Em valores percentuais a variação positiva

é de 5,1%. As maiores variações percentuais ocorreram em regiões que ainda

possuem grandes áreas para expansão do cultivo como Piauí 10,0% de variação,

Roraima 9,0%, Tocantins 7,5% e Maranhão 7,5%. Esses estados juntamente com a

Bahia formam uma região conhecida por MATOPIBA que vem ganhando destaque

justamente por ser considerada a mais nova fronteira agrícola do país. Os estados de

Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, atualmente os maiores produtores do país,

aumentaram em média em 4,7% o tamanho de suas áreas.

Com relação à produção, o total estimado para a safra 2013/14 para todo o país

é de que sejam produzidas 89,04 milhões de toneladas, cerca de 9,9% superior ao ano

anterior. Os maiores produtores segundo a CONAB serão o Mato Grosso que

responderá por 28,8% da produção total com 25,65 milhões de toneladas, o Paraná

que produzirá 18,5% do total com 16,47 milhões de toneladas, o Rio Grande do Sul

com 14,8% ou 13,17 milhões de toneladas e Goiás que produzirá 9,46 milhões de

toneladas o equivalente a 10,6% da produção brasileira. (Tabela 06)

Tabela 06 - Soja - Principais estados produtores - Safra 2009/10 a 2013/14

(Em milhões t)

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ESTADOS 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 (¹)

MATO GROSSO 18,77 20,41 21,85 23,53 25,65

PARANÁ 14,08 15,42 10,94 15,91 16,47

RIO GRANDE DO SUL 10,22 11,62 6,53 12,53 13,17

GOIÁS 7,34 8,18 8,25 8,56 9,46

MATO GROSSO DO SUL 5,31 5,17 4,63 5,81 6,29

BAHIA 3,11 3,51 3,18 2,69 3,68

MINAS GERAIS 2,87 2,91 3,06 3,37 3,64

SÃO PAULO 1,59 1,71 1,60 2,05 2,19

MARANHÃO 1,33 1,60 1,65 1,69 1,87

TOCANTINS 1,07 1,23 1,38 1,54 1,80

PIAUÍ 0,87 1,14 1,26 0,92 1,75

SANTA CATARINA 1,35 1,49 1,09 1,58 1,69

OUTROS 0,79 0,92 0,96 1,31 1,36

TOTAL 68,69 75,32 66,38 81,50 89,04FONTE: CONAB (¹) Estimativa Novembro/13

Em termos de evolução da produção, da safra 2009/10 até a safra 2013/14 o

crescimento foi de 20,4 milhões de toneladas, ou 29,6% (Figura 02). No mesmo

período a área variou 24,% saindo de 23,5 milhões de hectares para 29,14 milhões. A

evolução da produção aconteceu principalmente pelo investimento dos produtores em

tecnologia, pois hoje é cada vez maior a necessidade de se produzir mais em um

mesmo pedaço de terra. Alguns dos principais estados produtores como o Paraná já

não tem a possibilidade de expandir suas áreas agrícolas. São pouquíssimas as áreas

novas que possam ser destinadas para a agricultura. Esse é um dos motivos da

produção brasileira estar se expandindo em regiões diferentes como a já citada

MATOPIBA. Na figura 02 é possível observar a evolução da produção nas últimas

safras.

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2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 (¹)

68,6975,32

66,3881,48 89,04

Figura 02 - Produção de Soja - Safra 2009/10 a 2013/14*

(milhões t)

Fonte: CONAB Novembro de 2013 * Estimativa

Segundo a estimativa da CONAB o consumo brasileiro de soja em grão será

cerca de um milhão de toneladas maior na safra 2013/14. Na safra anterior o país

consumiu cerca de 39,52 milhões de toneladas. Para a atual safra o consumo está

estimado em 40,50 milhões de toneladas. A CONAB ainda afirma que a relação de

estoque e consumo ficará na faixa de 10,3% o maior valor das últimas safras. Se esse

valor se confirmar a média das últimas 5 safras ficará em 5,8%. (Tabela 07).

Tabela 07 – Soja (grão) – Oferta e demanda brasileira – Safra 2009/10 a

2013/14

(Em milhões t)

(¹) Estimativa

ESTOQUE INICIAL 0,67 2,61 3,02 0,44 1,24

PRODUÇÃO 68,69 75,32 66,38 81,50 89,04

IMPORTAÇÃO 0,12 0,04 0,27 0,32 0,30

CONSUMO 37,80 41,97 36,75 39,52 40,50

EXPORTAÇÃO 29,07 32,99 32,47 42,50 45,90

ESTOQUE FINAL 2,61 3,02 0,44 1,24 4,18

EST./CONS. (%) 6,90 7,19 1,21 3,14 10,32

Fonte: CONAB (novembro/2013) (¹) Estimativa

2013/14 (¹)DISCRIMINAÇÃO 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13

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A expectativa para as exportações brasileiras também é de aumento. Segundo o

mesmo relatório o Brasil deve embarcar no próximo ciclo 45,90 milhões de toneladas,

quantidade 8% superior ao volume embarcado na safra 2012/13. O aumento do volume

das exportações brasileiras de soja em grão nas últimas duas safras se deve

basicamente à diminuição da oferta internacional. Problemas climáticos afetaram os

principais produtores mundiais nas últimas safras e causaram redução no volume

ofertado.

Em 2013 até o mês de outubro, o Brasil exportou 42,10 milhões de toneladas

de soja em grão, aumento de 29,7% em comparação ao ano de 2012 inteiro (Figura

03). Em comparação com ano de 2009, o aumento é ainda mais significativo 69,0%. O

menor volume ofertado nas últimas safras juntamente com o aumento na demanda

internacional foram os principais propulsores desse impulso nas exportações.

De toda a soja exportada pelo Brasil até outubro de 2013, cerca de 76% teve

como destino a China. A abertura da economia do país asiático e o grande

desenvolvimento da sua economia nos últimos anos tem garantido a demanda

aquecida. Na sequência aparecem a Espanha com 4,3% do total exportado pelo Brasil

seguido da Holanda, Taiwan e Tailândia com 3,7%, 2,3% e 2,2% respectivamente

(Tabela 08).

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Tabela 08 – Soja (grão) – Exportações brasileiras por destino – 2012 e

2013(¹)

2013

2012 2013 (¹) Partic. (%)

China 22.558.961 32.014.439 76,0

Espanha 2.122.250 1.807.066 4,3

Holanda 1.036.927 1.569.397 3,7

Taiwan 1.082.568 978.827 2,3

Tailândia 1.089.934 937.461 2,2

Outros 4.570.773 4.792.008 11,4

Total 32.461.413 42.099.198 100,0

Fonte: MDIC/Sistema Alice Web

PaísesQuantidade (t)

Nota: (¹) Janeiro a outubro

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PARANÁ

A safra 2012/13 foi histórica para a sojicultura do Paraná. Em uma área recorde

de 4,68 milhões de hectares os agricultores paranaenses produziram 15,82 milhões de

toneladas, a maior da história.

Os preços foram os propulsores para o aumento de área de 7% em

comparação com a safra 2011/12 (Figura 04). A menor oferta da oleaginosa não só no

Brasil, assim como no mercado mundial, sustentou as cotações e animou os

produtores a expandirem a área de cultivo.

Figura 04 - Paraná – Soja - Preços médios nominais mensais recebidos

pelos produtores – 2011, 2012 e 2013.

Apesar de condições climáticas adversas no início do plantio como estiagem e

na sequência, chuvas esparsas e irregulares, a partir do mês de novembro a

quantidade de precipitações aumentou e recuperou as condições de umidade, fazendo

com que a produtividade ficasse acima do esperado inicialmente. A safra 2012/13

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$/S

C 6

0 K

g

MESES

2011

2012

2013

Fonte: SEAB/DERAL

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produziu 3.381 quilos por hectare, cerca de 37% superior ao valor da safra 2011/12

quando as lavouras paranaenses foram severamente castigadas por uma forte

estiagem. Para a próxima safra (2013/14) a estimativa é sejam produzidos 3.356 quilos

por hectare, se as condições climáticas continuarem sendo benéficas.

Na figura 05 pode-se observar a evolução da produtividade nos últimos 10

anos no Paraná. Nota-se que houve um aumento de 45% quando se compara o ano de

2005 e 2014 (próxima safra). O grande investimento dos produtores em tecnologia

devido à necessidade de se produzir cada vez mais em uma área praticamente de

mesmo tamanho, tem feito com que a produtividade aumente gradativamente.

Figura 05 - Soja - Paraná - Produtividade - 2005 a 2013 - (kg/ha)

Com relação à área podemos observar na figura 06 que a expansão ocorreu de

forma constante na última década, o aumento foi de mais de 750.000 hectares ou 18%

no período. O crescimento da área da cultura da soja na primeira safra paranaense

vem ocorrendo em sua maioria em áreas onde antes eram plantadas as lavouras de

milho de primeira safra. Nos últimos dez anos a área de milho primeira safra diminui

48%. Saindo de 1,28 milhão de hectares em 2005 para 673 mil hectares em 2014.

O aumento na oferta na safra paranaense em 2013 aliado à crescente

demanda internacional fez com que as exportações paranaenses tivessem um

2.309 2.405

3.008 2.988

2.324

3.1863.423

2.464

3.381 3.350

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*

Produtividade

Linear (Produtividade)

Fonte: SEAB/DERAL*Estimativa

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incremento no ano de 2013. Até o mês de outubro o Paraná exportou 7,3 milhões de

toneladas de grão, valor superior ao ano de 2012 inteiro. (Tabela 09). O maiores

compradores da soja paranaense em 2013 foram China que foi responsável por

comprar cerca de 84%,Holanda, 3,5%, Taiwan 2,6%, Espanha 2,6% e Portugal 1,2%.

Tabela 09 – Soja Grão - Paraná – Exportações por destino - 2012 e 2013

Na figura 06 podemos observar a evolução das exportações paranaenses de

2009 a 2013. Nestes cinco anos a exportação aumentou cerca de 58%, passando de

4,63 milhões de toneladas em 2009, para 7,31 milhões de toneladas em 2013,

lembrando que os dados de 2013 são até o mês de outubro.

Figura 06 – Soja Grão - Paraná – Exportações paranaenses - 2009 a 2013*

Para a próxima safra (2013/14), a estimativa é que seja semeada uma área

recorde no Paraná de 4,89 milhões de hectares, aumento de 4% em relação à safra

2013

2012 2013 (¹) Partic. (%)

China 5.155.580 6.134.931 84,0

Holanda 134.375 257.866 3,5

Taiwan 306.642 188.152 2,6

Espanha 191.652 187.796 2,6

Portugal 125.091 84.957 1,2

Outros 368.030 453.443 6,2

Total 6.281.370 7.307.145 100,0

PaísesQuantidade (t)

Nota: (¹) Janeiro a outubro

2009 2010 2011 2012 2013 (*)

4,63

6,28

6,98

6,28

7,31

QUANTIDADE (t)

Fonte: ALICEWEB Novembro de 2013 * Acumulado até Outubro

SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

DERAL - Departamento de Economia Rural

Responsável: Economista Marcelo Garrido Moreira Contato: [email protected] ; (41) 3313-4035

anterior (Figura 07). Novamente os bons preços foram o principal propulsor para os

produtores paranaenses aumentarem a área com a oleaginosa.

Figura 07- Soja - Paraná - Área- 2005 a 2014 - (milhões de ha)

A evolução da produção também tem sido constante nas lavouras paranaenses

(figura 08). Na safra 2004/05 os produtores paranaenses colheram 9,52 milhões de

toneladas. A previsão de colheita para a safra 2013/14 é de 16,38 milhões de

toneladas, um crescimento de 72%. Em comparação com a safra 2012/13 a estimativa

é de um aumento de 4% na produção ou mais quinhentas e cinquenta e cinco mil

toneladas.

Figura 08 – Soja (normal) – Paraná – Evolução da produção – Safra

2004/05 a 2013/14.

4,12 3,90 3,93 3,92 4,01 4,37 4,48 4,39 4,68 4,89

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014*

Área

Linear (Área)

Fonte: SEAB/DERAL

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As principais regiões produtoras do Paraná são a Norte com 27%, Sul com

25% e Oeste com 21%. O centro-oeste responde por 12% da produção estadual, o

Sudoeste por 11% e o Noroeste por 4% (Figura 09).

Figura 09 - Paraná - Produção de Soja por Região Safra 2013/14*

27%

4%

21%12%

11%

25% NORTE

NOROESTE

OESTE

CENTRO-OESTE

SUDOESTE

SUL

Fonte: SEAB/DERAL, Novembro 2013 * Estimativa

A expectativa para a safra 2013/14 é das melhores possíveis até o momento.

Com preços em torno de R$ 68,00 a saca de 60 quilos, os produtores paranaenses e

brasileiros podem ainda aproveitar o momento de baixa oferta mundial e ter resultados

recompensadores na safra corrente. Com área e produções recordes novamente, a

soja vem se consolidando como a principal cultura no Paraná. Nesta safra a área

destinada à oleaginosa corresponderá a mais de 83% da área total cultivada na

primeira safra. Com praticamente toda a safra plantada, agora é o clima que vai ditar o

resultado da safra paranaense. Se continuar favorável, os produtores irão ter totais

condições de aproveitar o bom momento e obter uma ótima rentabilidade com os atuais

preços da oleaginosa.

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Tabela 10 - Soja - Paraná - Comparativo de safras – 2012/13 e 2013/14

NÚCLEO

REGIONAL 2012/13 2013/14 Var. (%) 2012/13 2013/14 Var. (%)

Apucarana 107.950 114.000 5,6 367.030 386.460 5,3

Campo Mourão 587.763 603.365 2,7 2.000.157 1.991.105 -0,5

Cascavel 501.359 520.620 3,8 1.831.016 1.822.170 -0,5

Cornélio Procópio 320.000 325.000 1,6 1.090.880 1.056.250 -3,2

Curitiba 98.895 111.000 12,2 317.057 365.468 15,3

Francisco Beltrão 217.920 237.240 8,9 702.219 830.340 18,2

Guarapuava 220.100 231.000 5,0 748.340 773.850 3,4

Irati 135.000 147.100 9,0 410.591 477.707 16,3

Ivaiporã 258.650 278.000 7,5 844.492 875.700 3,7

Jacarezinho 120.840 150.000 24,1 406.636 472.500 16,2

Laranjeiras do Sul 93.130 99.710 7,1 294.291 348.985 18,6

Londrina 270.235 274.666 1,6 860.475 906.398 5,3

Maringá 235.270 240.000 2,0 789.933 756.000 -4,3

Paranavaí 27.783 27.000 -2,8 75.064 74.183 -1,2

Pato Branco 267.600 282.000 5,4 851.535 916.500 7,6

Ponta Grossa 536.180 547.150 2,0 1.955.828 1.942.383 -0,7

Toledo 448.151 460.531 2,8 1.567.124 1.588.832 1,4

Umuarama 165.879 169.372 2,1 488.833 559.774 14,5

União da Vitória 66.000 70.000 6,1 217.140 231.000 6,4

TOTAL 4.678.705 4.887.754 4,5 15.818.641 16.375.603 3,5

Norte 1.312.945 1.381.666 5,2 4.359.446 4.453.308 2,2

Noroeste 193.662 196.372 1,4 563.897 633.957 12,4

Oeste 949.510 981.151 3,3 3.398.140 3.411.002 0,4

Centro-Oeste 587.763 603.365 2,7 2.000.157 1.991.105 -0,5

Sudoeste 485.520 519.240 6,9 1.553.754 1.746.840 12,4

Sul 1.149.305 1.205.960 4,9 3.943.247 4.139.392 5,0

Fonte: SEAB/DERAL

Área plantada (em ha) Produção (em t)

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Até o final de novembro, os produtores paranaenses tinham comercializado mais

de 21% do total a ser produzido neste ciclo. Esse valor esta dentro da média do

comercializado para o período. O ano passado o produtor vendeu com mais

antecedência o seu produto, pois a quebra da safra americana na safra 2012/13 e

também a quebra na safra paranaense na safra 2011/12 tinham causado uma redução

na oferta e consequentemente aumento nas cotações.

O cenário hoje é bem diferente. As safras paranaense e brasileira foram de

volumes grandes no ciclo 2012/13 e a safra americana 2013/14 também foi maior do

que a anterior apesar de alguns problemas climáticos. Devido a essas condições, a

expectativa é que os preços continuem recompensadores pelo menos no médio prazo,

pois apesar dos grandes volumes esperados os estoques mundiais podem levar mais

de uma safra para voltarem aos níveis considerados normais, o que dá mais uma

oportunidade para os produtores paranaenses comercializarem seus produtos por

preços mais recompensadores.