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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude Secretaria Executiva de Assistência Social Gerência de Projetos e Capacitação Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

INTRODUÇÃO AO

PROVIMENTODOS SERVIÇOS E

BENEFÍCIOS

SOCIOASSISTENCIAIS DO SUAS

CURSO

Facilitador(a): Brígida Taffarel

Objetivos

1. Elevar a capacidade teórica dos profissionais que atuam no âmbito do SUAS através da elevação das capacidades psíquicas superiores;

2. Qualificar e fortalecer os trabalhadores da política de Assistência Social frente aos desafios colocados na conjuntura atual;

• Nome• Função • O que te mobiliza a buscar /

ampliar seus conhecimentos?????

POR QUE QUALIFICAR?

• A implementação das políticasestá sujeita ao papel crucial desempenhado pelos agentes encarregados de colocá-la em ação!!!(Paulo Januzzi)

POR QUE QUALIFICAR?

3 Critérios para nossa reflexãonesses 5 dias:

Saviani (2009, p. 20)

Radical, o que significa ir a raiz da questão, atéseus fundamentos, em profundidade;Rigorosa, o que significa procedersistematicamente, segundo um métododeterminado, questionando generalizações esenso comum;De conjunto, o problema não pode serexaminado de forma fragmentada, parcial, masinserido no contexto, em função do conjunto,ampliando a visão de totalidade = VÁRIASDETERMINAÇÕES

SE A NOSSA REFLEXÃO NÃO É FEITA DESTA FORMA, ESTAMOS SUJEITOS A PENSAR

SEGUNDO O INTERESSE DE OUTROS.

COMO?

FILME 1: NOAM CHOMSKY – LINGUISTA, FILÓSOFOTexto: DEMERVAL SAVIANE

1. CONSTATAR O REAL CONCRETO – AVALIAR ASITUAÇÃO EM SUA TOTALIDADECOMPREENDENDO SUAS CONTRADIÇÕES;

2. COMPREENDER, EXPLICARCIENTIFICAMENTE/TECNICAMENTE ASDETERMINAÇÕES, TOMAR UMA POSIÇÃOPERANTE A SITUAÇÃO DIAGNÓSTICADA;

3. PROPOR - POSSIBILIDADES SUPERADORASCONSIDERANDO A CONDIÇÃO INDIVIDUAL ECOLETIVA DO SUJEITO (PROJETO HISTÓRICODA CLASSE TRABALHADORA).

Métodoproposto considera 3 passos:

- Pois o processo educativo não é neutro

- Precisa ser direcionado para o enfrentamento da exploração capitalista (pobreza, fome, miséria, violações...);

- Processo educativo é determinante para a emancipação humana = desenvolvendo funções psíquicas superiores*.

SÓ NESSE SENTIDO O CONHECIMENTO SE TORNA TRANSFORMADOR

- Sensação- Percepção- Atenção- Memória- Linguagem- Pensamento- Imaginação- Emoção/sentimento.

Psicologia Histórico-cultural: Ligia Martins

- Como a realidade objetiva, o momento que estamos vivenciando agora, é transformada em existência subjetiva?- Como o atendimento a uma criança / adolescente / idoso se torna significativo?

FUNÇÕES

PSÍQUICAS

LIGIA MARTINS:- Os homens não nascem humanos!- Humanização: conquista das características que lheconferem a condição de ‘ser humano’ !

“O trabalho educativo é o ato de produzir,direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular,a humanidade que é produzida histórica ecoletivamente pelo conjunto dos homens” (Saviani,2003, p. 13)

Módulos CH Unidades Temas

Módulo I:ASSISTÊNCIA SOCIAL E A GARANTIA DOS DIREITOS SOCIOASSISTENCIAIS POR MEIO DO SUAS

2h

1.1Introdução histórica e conceitual sobre a proteção social

1.2Especificidade da Assistência Social no contexto do Sistema Brasileiro de Proteção Social (SBPS)

1.3Assistência Social no campo da Seguridade Social

6h 2.1

Conceitos fundamentais para a política de assistência social:- Seguranças Socioassistenciais - Pobreza; - Vulnerabilidade Social e Riscos pessoais e sociais por violação de direitos; - Direitos Humanos; - Direitos Sociais; - Proteção Social

Módulos CH Unidades Temas

Módulo I:ASSISTÊNCIA SOCIAL E A GARANTIA DOS DIREITOS SOCIOASSISTENCIAIS POR MEIO DO SUAS

12h

3.1.aBases de organização e operacionalização do SUAS: a) Eixos estruturantes

3.1.bProteções Sociais Básica e Especial: conceitos e equipamentos de referência

3.1.cTipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais

MÓDULO II - PROVIMENTO DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS: QUE TRABALHO É ESSE?

8h 1

Trabalho em equipes de referência

Interdisciplinaridade

Dimensão ética e política do trabalho social

ASSISTÊNCIA SOCIAL E A

GARANTIA DOS DIREITOS

SOCIOASSISTENCIAIS POR

MEIO DO SUAS

MÓDULO 1

Bibliografia

Filmes: - Desmundo – Alain Fersnot. Brasil 2003- Chico Rei – Walter Lima Jr. Brasil 1985.- Terra para Rose.Livros:- “Questão Social” – particularidades no Brasil – Josiane Soares

Santos.- História do Brasil – Boris Fausto- História Econômica do Brasil – Caio Prado Júnior- Formação Econômica do Brasil – Celso Furtado.- Os despossuídos: crescimento e pobreza no país do milagre – Sérgio

Henrique Abranches.- O que é Questão Social? Brás Edimar Pinto, in:

http://assistentefac4.blogspot.com.br/2011/05/o-que-e-questao-social.html

BibliografiaQUESTÃO SOCIAL:

CASTELL, Robert. As metamorfoses da questão social. Uma crônica do salário. 6 ed. Petrópolis, 1998.IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 7 ed. São Paulo, Cortez, 2004.NETO, J. P. Cinco Notas a Propósito da “Questão Social “. In: Revista Temoralis nº 3. ABEPSS, 2003.PEREIRA, Potyara, A. Perspectivas teóricas sobre a questão social no serviço social. In: Revista Temoralis CFESS,2003.ARCOVERDE, Ana C.B. Questão Social no Brasil e Serviço Social.Capacitação em Serviço Social e política Social , Brasília, EAD 1999.CASTELL, Robert. As metamorfoses da questão social. Uma crônica do salário. Editora vozes, 6 ed. 1998.

Bibliografia

NETTO, Jose Paulo; Braz, Marcelo. Economia Política: uma introdução critica. 3 ed. São Paulo, Cortez, 2007.PASTORINI, Alejandra. A categoria “questão social” em debate. São Paulo, Cortez, 2004.STEIN, R. “A (nova) questão social e as estratégias de seu enfrentamento”. Ser Social nº 6. Revista do programa de Pós Graduação em Política Social. UNB.DF, Jan a jun. 2000, p. 133-168.YASBEK, Maria Carmelita. Pobreza e exclusão social: expressões da questão social no Brasil. In: Revista Temoralis nº 3. ABEPSS, 2003.

Bibliografia

- Sobre o Estado (Conferência na Universidade Sverdlov). V.I. Lênin - A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado -F. Engels - A Guerra Civil na França - K. Marx

• BOSCHETTI, Ivanete. Assistência social no Brasil: um direito entre originalidade e conservadorismo. 2. ed. Brasília: UnB, 2003.

• COUTO, Berenice Rojas. O direito social e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação possível? 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

• GOMES, Maria do Rosário C. S. Nacionalização da política de assistência social e gover- nos estaduais no Brasil: o caso do Estado de São Paulo. Tese (Doutorado em Serviço Social) —Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2008.

Bibliografia

UNIDADE 1.1

Introdução histórica e conceitual sobre a proteção social

• CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA DESPROTEÇÃO E DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL

Entendendo a questão social e o fenômeno da pobreza no contexto do sistema capitalista e

suas peculiaridades no Brasil.

Quando a proteção social passa a ser questãoDO Estado e quando a proteção social passa a

ser política DE estado

Questão social

Pobreza

Sistema capitalistaEstado

Proteção social

CONCEITOS QUE TRADUZEM A FORMA COMO O HOMEM SE ORGANIZOU PARA PROVER

SUA EXISTÊNCIA

“TEORIA SE TRANSFORMA EM FORÇA MATERIAL QUANDO

PENETRA NAS MASSAS”KARL MARX

MAS CALMA!!!!!! !!!!!! !!!!!!Um passito de cada vez

FILME: ESPECIAL APRESENTA A HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

• Quando a POBREZA se torna uma questão social:

- Por volta de 1930, para nomear o fenômeno do pauperismo = resultado do capitalismo industrial e

que crescia da mesma maneira que aumentava a produção”, segundo Netto (2001 p.42 ).

• Pela primeira vez o ESTADO se volta para essa parcela da população...(GV)...por que isso aconteceu?

Um passito de cada vez

Pobreza: “...resultado do capitalismo industrial e crescia da mesma maneira que aumentava a

produção”???

“POBREZA: É produto da contradição entre capital e trabalho

Um passito de cada vez

POBREZA ENQUANTO QUESTÃO SOCIAL:

“É produto e expressão da contradição entre capital

e trabalho, tendo como determinantes o

- Empobrecimento da classe trabalhadora

- A consciência dessa classe

- A luta política dessa classe contra seus opressores”.

Um passito de cada vez

LÓGICA SISTEMA CAPITALISTA:

1. Transformação das necessidades em MERCADORIA2. Para produzir mercadoria – tirar MATÉRIA PRIMA da natureza3. Preciso, então, de FORÇA DE TRABALHO para transformar

matéria prima em mercadoria4. MERCADO que consuma essa mercadoria5. Para gerar LUCRO: gerar mercadoria = gerar NECESSIDADES6. Para aumentar lucro = trabalhadores explorados ao máximo =

mercadorias com baixo preço de produção e alto valor de consumo

Portanto,

Quanto mais aumenta produção, mais aumenta o lucro, mais surgem formas de explorar = mais aumenta a POBREZA

Todos os passitos juntos:

“Campo marcado por paradoxos e contradições que seexpressam por formas variadas, entre as quais, por maisincoerente que possa parecer, a reiteração da desproteçãosocial.”

(Aldaíza Sposati)

PROTEÇÃO SOCIAL

UNIDADE 1.2

Especificidade da Assistência Social no contexto do Sistema Brasileiro de Proteção Social

(SBPS)

SISTEMA CAPITALISTA E EXCLUSÃO

A PROTEÇÃO SOCIAL ESTÁ VINCULADA A PRÓPRIA

HISTÓRIA DO SISTEMA CAPITALISTA E SÓ É POSSÍVEL

PORQUE HISTORICAMENTE OS DESPROTEGIDOS

LUTARAM POR UM SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL!!!

VAMOS CONHECER UM POUCO DESSA HISTÓRIA!!!

• Ponto de partida: Gênese da formação social brasileira = QUESTÃO SOCIAL (Objeto da Política de Assistência Social)

1. Brasil Colônia (1500-1822)

- BRASIL é invadido e tomado dos índios para ser fornecedor de matéria prima para a metrópole = atender a seus interesses comerciais

- EUROPA o capitalismo se estruturava a partir da exploração dos territórios com investimentos em seu setor produtivo

- OU SEJA, a base é a mesma (capitalismo) mas se desenvolvem com objetivos e relações diferentes.

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

• Ponto de partida: Gênese da formação social brasileira

1. Brasil Colônia (1500-1822)

- BRASIL é invadido e tomado dos índios para ser fornecedor de matéria prima = atender interesses comerciais

- EUROPA o capitalismo se estruturava a partir da exploração dos territórios como o Brasil.

- QUAL A DIFERENÇA???

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

PORTANTO,

- Brasil: A OCUPAÇÃO se deu através da divisão da terra em grandes latifúndios (Cesmarias) = exigiu massacre dos índios.

Ou seja,

- O modelo e o objetivo da ocupação determinaram a relação com a terra.

- Esse modelo é diferente hoje???Ele foi superado???

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

EXEMPLO QUE SE PERPETUA A PARTIR DESSE MODELO

E SEUS OBJETIVOS:

PERÍODO COLONIAL: Havia entre 3 e 5 milhões de indígenas no Brasil

ATUALMENTE / IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística):- Pessoas que se consideram

indígenas: 734.131 mil pessoas- Pessoas vivendo em reservas:

385 mil pessoas.

- Agosto 2017: assassinato 20 índios flecheiros = garimpeiros

POP INDIGENA

COLONIA ATUAL

Caio Prado Jr.

- Colonização Brasil: Baseada na exploração comercial predatória e extensiva = feitas à mando do Estado por grandes comerciantes que recorrem à ESCRAVIDÃO.

- Superar o modelo escravocrata ainda é um desafio para o Brasil!!

Retrocessos: Reformas e Emendas Constitucionais precarizando as relações de trabalho.

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

“Temer faz agrado na bancada ruralista e altera conceito de trabalho escravo”

Fonte: Revista Brasil de Fato em 16/10/2017

1. “jornada exaustiva” e “condição degradante” agora dependem da privação da liberdade do trabalhador para serem caracterizadas, ao contrário do entendimento que prevalecia até então e aplicado de acordo com o artigo 149 do Código Penal.

Antes (art. 149 CP): Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

“Temer faz agrado na bancada ruralista e altera conceito de trabalho escravo”

Fonte: Revista Brasil de Fato em 16/10/2017

ALTERAÇÃO 1. “jornada exaustiva” e “condição degradante” agora dependem da privação da liberdade do trabalhador para serem caracterizadas, ao contrário do entendimento que prevalecia até então e aplicado de acordo com o artigo 149 do Código Penal.

Antes (art. 149 CP): Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

ALTERAÇÃO 2 A portaria publicada pelo governo Temer altera

ainda o conceito de “trabalho forçado”, incluindo a necessidade

de concordância do empregado com a sua situação de trabalho.

A nova definição contraria o entendimento até hoje aplicado

pelas operações de resgate de trabalhadores em situação

análoga à escravidão, para quem a anuência ou não do

empregado sobre sua situação é irrelevante.

- IMPORTÂNCIA DO NORDESTE NO PERÍODO COLONIAL: Fundamental para a metrópole pela matéria prima que fornecia = mas se esgotou para o então modelo de exploração.

- Isso exigiu que novos produtos e novas terras fossem exploradas ... Deslocamento do eixo político e econômico do NORDESTE para o SUDESTE e SUL DO PAÍS

- NORDESTE nunca mais recuperou sua importância = apenas no século XXI grande aporte de recursos foram destinados à essa região

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

Portanto,

- O modelo escravocrata, latifundiário e predatório do sistema capitalismo tardio que nascia no Brasil se desenvolveu ao passar do tempo e poucas vezes foi enfrentado, gerando grande contingente de miseráveis, famintos e desnutridos.

- Desproteção social está cravada em nossa gênese e a cada tentativa do estado de criar marcos regulatórios que visem a humanização, o capital entra com seu aparato institucional e oprime violentamente classe trabalhadora.

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

- 50 mil proprietários rurais = controlam 50% das terras.- 1% dos proprietários rurais detêm = 46% de todas as terras.

http://www.social.org.br/relatorios/relatorio002.htm

A concentração de terra no Brasil entre as maiores do mundo

Segundo o IBGE, os estabelecimentos agrícolas estão divididos da seguinte forma:- 4,3 milhões com áreas inferiores a 100 Ha;- 470 mil com áreas de 100 Ha a menos de 1.000 Ha;- 47 mil com áreas de 1.000 Ha a menos de 10.000 Ha;- 2,2 mil com áreas a partir de 10.000 Ha;

Em relação à mão-de-obra, constatou-se o seguinte:- Estabelecimentos com menos de 10 Ha absorvem 40,7% da mão-de-obra;- De 100 Ha a 1.000 Ha absorvem 39,9% da mão-de-obra;- Acima de 1.000 Ha absorvem 4,2% da mão-de-obra.

A concentração de terra no Brasil entre as maiores do mundo

CONCLUSÕES:- Os pequenos produtores são responsáveis pela grande

maioria da produção e pela geração de empregos no campo. - A realização da reforma agrária é fundamental para resolver

problemas econômicos e sociais no Brasil

- Até hoje não é latifúndio que alimenta o Brasil. Latifúndio ébaseado no monopólio!

- Agricultura familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o País

- mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%)

(portal País/GF em 24/07/2015)

EXEMPLO QUE SE PERPETUA A PARTIR DESSE MODELO E OS OBJETIVOS DO ESTADO

• PERÍODO DA MONARQUIA (1822-1889)

- O Brasil deixa de ser colônia = necessidade de reestruturação do capitalismo a nível mundial

- Fim da exclusividade de exploração das colônias = industrialização e livre comércio!!!

- Para isso o Brasil solicita a Inglaterra empréstimo (Dívida Externa) para INDENIZARPortugal pela perda Colônia (Tratado de Amizade e Aliança)

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

A partilha territorial do mundo

Guerra na Líbia, 8ª maior reserva de petróleo do mundo: expoente atual da crise

migratória

REORDENAMENTO SISTEMA CAPITALISTA

2. Monarquia (1822-1889)

- Fim do trabalho escravo e início do trabalho assalariado = VIRAMOS MERCADO CONSUMIDOR.

- Prado Júnior: destaca que “a população marginal, sem ocupação fixo e meio regular de vida era numerosa (escravos sem senhores)...era um elemento desajustado (não se ajusta social e economicamente)...indivíduos desocupados, de vida incerta e aleatória: vadiagem criminosa e prostituição”

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

ORIGEM DO PROLETARIADO BRASILEIRO

Uma família muito pobre de caboclos na província do Ceará (nordeste brasileiro), 1880

Uma família muito pobre Sertão do Piauí (Nordeste brasileiro).

COMO ERA A ASSISTÊNCIA AOS POBRES

- ESTADO NÃO SE ENVOLVIA, ATRIBUIA A FAMÍLIA E SOCIEDADE;

- FASE DA ASSISTÊNCIA ESMOLADA

- IGREJA E AS SENHORAS DE BEM ASSUMIAM ESSA TAREFA;

- BASEADA NA BENEVOLÊNCIA, CARIDADE E USADA COMO MOEDA DE TROCA

- PURAMENTE ASSISTENCIALISTA, OU SEJA, NÃO ASSEGURAVA DIREITOS APENAS ASSISTIA AOS CARENTESA PARTIR DO QUE A IGREJA DISPUNHA E DO QUE ERA DA VONTADE DAS SENHORAS DE BEM

A POBREZA NO BRASIL - PARTICULARIDADES

3. República (1889-1963)

Principalmente a partir de 1930 as desigualdades sociais

passaram a ser reconhecidas como problema social

Como resultado das lutas e reivindicações do movimento

operário nascente

http://2.bp.blogspot.com/_P7N0hwyGS8A/TSPZ8iYMCfI/AAAAAAAABN4/MTmyIQQ_jHI/s1600/309labour1.jpg

Quando a proteção social passa a ser questão DO Estado

- ESTADO AUMENTA SUA ATUAÇÃO NA ÁREA SOCIAL COMO

RESPOSTA ÀS LUTAS DA CLASSE TRABALHADORA E AOS

MOVIMENTOS SOCIAIS;

- CIDADANIA REGULADA: TERIA ACESSO À PROTEÇÃO

SOCIAL DO ESTADO APENAS UM PEQUENO GRUPO DE

TRABALHADORES REGULARIZADOS.

- PORTANTO, TINHAM DIREITO À PROTEÇÃO SOCIAL AQUELES QUE CONTRIBUIAM = CONTRIBUTIVA;

- FICAM DE FORA: AUTÔNOMOS, DOMÉSTICAS, RURAIS;

1935 (IBGE) = existiam 11.880.000 de trabalhadores no país. destes, 8.860.000 era da área rural

1935 (IBGE) devido crise internacional capitalismo, muitos trabalhadores entraram na informalidade: 2/3 da pop ativa do país

A luta pela universalização da proteção social perdura até hoje

Quando a proteção social passa a ser questãoDO Estado

SÃO CRIADAS AS INSTITUIÇÕES LIGADAS AO ESTADO PARA REGULAR A OFERTA DA ASSISTÊNCIA ESMOLADA:

- CNSS (Conselho Nacional de Serviço Social) formado por pessoas ligadas a filantropia = regulamentou a filantropia!

- LBA (Legião Brasileira de Assistência) enquanto estrutura do Estado passa a cuidar daquela imensa massa de trabalhadores pobres: informais/desempregados/incapacitados

- Voluntariado e primeiro damismo.

MAS COMO FICAVAM AQUELES QUE NÃO FAZIAM PARTE DO MERCADO FORMAL DE

TRABALHO???

- Acontece no seguinte contexto: Estado assume a responsabilidade da oferta de proteção social pressionado pelas reivindicação da classe trabalhadora organizada, e propõe reformas estruturais (JQ, JK, JG) como:

• Reforma agrária• Combate às desigualdades sociais• Extensão do voto aos analfabetos e setores inferiores das

forças armadas• Regulação da remessa de lucro para o exterior• Expansão do Monopólio do PETRÓLEO!• Alterar a estrutura distributiva de renda!

- Sob o perigo do SOCIALISMO no Brasil: militares GOLPE!!

GOLPE!!!!

Constituição Federal de 1988 - proteçãosocial passa a ser DEVER DE estado

- Esse quadro só se altera: Redemocratização e promulgação da CF/88 que abre a possibilidadeum Estado democrático, cidadão que GARANTA DIREITOS!

- A Assistência social = Política pública não contributiva Dever do Estado e Direito do Cidadão

- Integra o sistema de Seguridade Social!

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:— a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;— o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;— a promoção da integração ao mercado de trabalho;— a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso

Constituição Federal de 1988

FILME 2: A DEMOCRACIA NÃO CAIU DO CÉU

UNIDADE 1.3

Assistência Social no campo da Seguridade Social

ESTADO E A REGULAÇÃO DA PROTEÇÃO

SOCIAL

- Estado assume responsabilidade pela proteção social

como mecanismo complementar ou substitutos do

aparato familiar, comunitário e religioso.

- Proteção Social, segundo Jaccoud, será definido como:

“um conjunto de iniciativas públicas ou estatalmente

reguladas para a provisão de serviços e benefícios

sociais visando a enfrentar situações de risco social

ou de privações sociais” (Jaccoud, 2009:58).

1. PREVIDÊNCIA: seguro social ligado ao trabalho. Um valor

substituto à remuneração do trabalho em algumas situações

em que ocorrem impedimentos ao seu exercício normal na

forma de benefício, pensão e aposentadoria. (REFORMA DA

PREVIDÊNCIA = atualmente está inserida no campo da

desproteção em função dos critérios para sua obtenção)

PROTEÇÃO SOCIAL NO MARCO DA SEGURIDADE SOCIAL

2. SAÚDE: Política pública de direitos que opera através do SUS com agenda de cobertura estendida à prevenção, para além da intervenção de aporte clínico, hospitalar ou não, e cirúrgico.

3. ASSISTÊNCIA SOCIAL: Política pública que opera através do SUAS e incide sobre:

- relação entre provedores e dependentes em uma família (renda)- a rede de vínculos sociais que a família e seus membros mantêm com a

parentela, amigos, vizinhos, associações (convívio)- às possibilidades concretas de oferta de acessos, com que a família conta,

nas políticas públicas no território onde vive. (acessos)

PROTEÇÃO SOCIAL CONTRIBUTIVA

PROTEÇÃO SOCIAL NÃO CONTRIBUTIVA

Política de previdência social. Proteção contributiva, pois é pré-paga: trabalhadores com carteira de trabalho, autônomos e os trabalhadoresrurais que contribuem parcialmente.

DIREITOS: Aposentadoria, a pensãopor morte e invalidez e o seguro-desemprego.

Acesso a serviços e a benefícios,independentemente de pagamento antecipadoAssocia-se às ações financiadas a partir da redistribuição da riqueza produzida pela sociedade, afiançando direitossociais a todos os cidadãos.

Direitos sociais não contributivos: saúde, assistência social, educação, cultura, desporto, renda, segurança alimentar e nutricional, entre outros.

SEGURIDADE SOCIAL

A base do Estado de Bem Estar Social foi a noção de

Seguridade Social, entendida como proteção contra a

pobreza e outras situações por via de um conjunto de

programas de proteção contra a doença, o

desemprego, a morte do provedor da família, a

velhice, a dependência por algum tipo de deficiência,

os acidentes ou contingências.

CF 1988 -O QUE MARCA A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA

SOCIAL APÓS SUA PROMULGAÇÃO

1. A Seguridade Social passa a ser o sistema de

proteção ao cidadão nas áreas de Saúde, Previdência e

Assistência Social.

2. Sua regulamentação posterior (Lei Orgânica de

Assistência Social/2003) define que a política de

assistência social será realizada através de um conjunto

integrado de ações que devem garantir o atendimento

às necessidades básicas.

Avanços técnicos e normativos,

assegurando a institucionalidade da política de assistência social:

1988

CF

1993

LOAS

2004

PNAS

2005

NOB

SUAS

2009

TIPIFICAÇÃO

4 ANOS

1 ANO

11 ANOS

5 ANOS

2010

CENSO SUAS

1 ANO

2011LEI SUAS

1 ANO

1 ANO

2012

NOB SUAS

1 ANO

2013PENEP

Avanços normativos que asseguam a

institucionalidade da política de assistência

social

Pacto de Aprimoramento do SUAS

NOB SUAS NOB RHTipificação dos Serviços

I E II Plano Decenal

PNAS

O SISTEMA ÚNICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

SUAS

- Após CF/88 e PNAS/2004 = Definição de um novo

formato para a assistência social no Brasil;

- Passa a vigorar lei que regulamenta, em todo o

território nacional, a hierarquia, os vínculos e as

responsabilidades do sistema no que se refere aos

serviços, benefícios e ações de assistência social;

Sistema público não contributivo

Descentralizado e participativo

serviços continuados e por níveis de proteção

social

Foco da atenção = família, seus

membros e indivíduos

Gestãocompartilhada

Regras, fluxos e procedimentos na lógica de

um sistema padronizadonacionalmente

Dever do Estado

FILME: O SISTEMA ÚNICO DA ASSITÊNCIA SOCIAL

ANTES DE SEGUIRMOS UMA PAUSA PARA

SABER COMO ESTÁ SEU FUNCIONAMENTO

APÓS A CF 1988

- COMO VOCÊ AVALIA A

IMPLEMENTAÇÕ/UNIVERSALIZAÇÃO DO

SUAS?

- COMO VOCÊ AVALIA A ESTRUTURAÇÃO E

O FUNCIONAMENTO DO SUAS EM SEU

MUNICÍPIO?

VAMOS DEBATER

CF 1988 -O QUE MARCA A POLÍTICA DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL APÓS SUA

PROMULGAÇÃO

Década de 90 até 2002: manutenção do caráter

focalizado, das ações fragmentado, primeiro

damismo, falta de regulamentação em relação

as entidades.As grandes mudanças

acontecem a partir de 2003 IV Conferência e instituição

do SUAS

Década de 90 até 2002

A PARTIR DE 2003 IV Conferência e instituição

do SUAS

ANÁLISE DO QUADRO DA PROTEÇÃO SOCIAL ATRAVÉS DE INDICADORES SOCIAIS E ECONÔMICOS!

Ferramenta que mede CONCEITOS!

INDICADORES = INVESTIMENTO NA PROTEÇÃO SOCIAL E NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

INDICADOR 2002 2013

PIB R$ 1,48 trilhões (02) R$ 5,3 trilhões(13)

Lucro do BNDES R$ 550 milhões R$ 8,15 bilhões

Lucro do Banco Brasil R$ 2 bilhões R$ 15,8 bilhões

Safra Agrícola 97 milhões toneladas 188 milhões toneladas

Empregos Gerados 627 mil/ano 1,79 milhões/ano

Taxa de Desemprego 12,2% 5,4%

Valor Mercado da Petrobras R$ 15,5 bilhões R$ 104,9 bilhões

Lucro médio da Petrobras R$ 4,2 bilhões/ano R$ 25,6 bilhões/ano

INDICADORES COMPARATIVOS ENTRE DOIS PROJETOS DE GOVERNO REPRESENTADOS POR DOIS PARTIDOS

INDICADOR 2002 2015

Salário Mínimo R$ 200 $ 788 (2015)

Posição Economias Mundo 13ª 7ª

PROUNI - 1,2 milhões de bolsas

Passagens Aéreas Vendidas 33 milhões 100 milhões

FIES (Ensino Superior) - 1,3 milhões de pessoas

Minha Casa Minha Vida - 1,5 milhões de famílias

Ciência Sem Fronteiras - 100 mil

Brasil Sem Miséria - Retirou 22 milhões da extrema pobreza

INDICADORES COMPARATIVOS ENTRE DOIS PROJETOS DE GOVERNO REPRESENTADOS POR DOIS PARTIDOS

INDICADOR 2002 2015

Criação de Universidades Federais - 18

Criação de Escolas Técnicas - 140

Taxa de Pobreza 34% 15%

Taxa de Extrema Pobreza 15% 5,2%

Índice de Desenvolvimento Humano 0,669 (2000) 0,730 (2012)

Mortalidade Infantil 25,3 12,9

CRAS 464 (2003) 7446 (2012)

CREAS 305 (2003) 5460 (2012)

INDICADOR 2002 2013

Gastos Públicos em Saúde R$ 28 bilhões R$ 106 bilhões

Gastos Públicos em Educação R$ 17 bilhões R$ 94 bilhões

Estudantes no Ensino Superior 583.800 (03) 1.087.400 (12)

Pessoas saíram da miséria (n/t) 42 milhões

FONTES:http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticashttp://www.washingtonpost.comOMS, Unicef, Banco Mundial, ONU e Ministério da Educaçãoíndice de GINI: http://www.ipeadata.gov.brIBGE, Banco Mundial, Notícias, Informações e Debates sobre o Desenvolvimento do Brasil: http://www.desenvolvimentistas.com.br

Investimento Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

11,4

14,3

18,3

22,6

24,3

29,1

34,3

38,9

43,2

55,1

62,8

68

0 10 20 30 40 50 60 70 80

2003

2004

2005

2206

2207

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

- ESSES INDICADORES NOS PERMITEM ANALISAR,

AVALIAR, DIAGNÓSTICAR OS DIFERENTES

PROJETOS DE ESTADO E COMO A PROTEÇÃO

SOCIAL ALCANÇOU O POVO BRASILEIRO...MAS

TEMOS MAIS....

- Política pública proteção social que opera por um sistema único

federativo, o SUAS;

- Não contributiva;

AVANÇOS e retrocessos PÓS IMPLANTAÇÃO SUAS

Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e Capacitação

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Faculdade de Ensino Superior de Caruaru- ASCES

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