aula 1 o debate da questão social no serviço social

8/19/2019 Aula 1 o Debate Da Questão Social No Serviço Social

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Unidade I: Questão Social: marco

histórico e teórico conceitual

QUESTÃO SOCIAL: O DEBATE NO

SERVIÇO SOCIAL

Profª Espec Lucidalva Barreto dos

Santos


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O debate publicado na revista Temporális n. 3

organizada pela Associação Brasileira de Ensinoe Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS)

proporciona um panorama dessa discussão

onde Iamamoto, Yasbeck, Netto e Pereira.

Para os autores a apropriação da categoria surgepara cobrir uma lacuna, presente no Serviço

Social.


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PAUPERISMO


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O serviço social se apropriou da discussão,estendendo-se a compreender seu objeto a partir daconcepção difundida por CARVALHO e IAMAMOTO

(1983, p.77):

“A questão social não é senão as expressões do

processo de formação e desenvolvimento daclasse operária e de seu ingresso no cenáriopolítico da sociedade, exigindo seu reconhecimentocomo classe por parte do empresariado e do Estado.

É a manifestação, no cotidiano da vida social, dacontradição entre o proletariado e a burguesia, a qualpassa a exigir outros tipos de intervenção mais alémda caridade e repressão”.


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Novas interpretações surgem e a categoriaquestão social vem sendo entendida por

olhares de outros profissionais e tambémpela influência de teorias neoliberais naorganização da sociedade aumentando as

reflexões e as críticas em torno do objeto doserviço social.

Os autores abordam os posicionamentosque preservar a questão social comoresultado da contradição estabelecida narelação entre capital e trabalho.


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Para Iamamoto:• A “análise da questão social/ indissociável das

configurações assumidas pelo trabalho/ encontra-senecessariamente em uma arena de disputas entreprojetos societários”/ na contradição entre capital etrabalho, contrapondo assim o discurso da “nova questão social”

• Iamamoto compõe sua argumentação a partir daspontuações analíticas de Marx sobre o processo deacumulação capitalista e das conseqüências da mesmasobre a classe trabalhadora. Embora a nomenclatura“questão social” não se faça presente na obra de Marx.


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A configuração de dois agentes principais - ocapitalista e o trabalhador assalariado;

O processo capitalista exige aumento da produção/conseqüentemente implica numa superpopulação relativa/ “supérfluos para o capital”.

A geração de uma acumulação de miséria emdetrimento da acumulação do capital, identificandonessa contradição a produção/ reprodução da questãosocial. Renovação da “velha” questão social/ condiçõessócio-históricas aprofundam as contradições entrecapital e trabalho.


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A questão social é produzida por

quatro aspectos centrais: 1) a lógica de acumulação capitalista exigefinanciamento externo que provoca o aumento dadívida interna e externa implicando/

agravamento da questão social;

2) a reestruturação produtiva oriunda dopadrão fordista-taylorista produz processoflexível/ afeta processos de trabalho, a gestão, oconsumo, os direitos sociais trabalhistas, asorganizações sindicais conduzindo a um

quadro de recessão e desemprego;


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3) o “consenso de washington”/ a adesão deteorias neoliberais provocam mudançassignificativas na relação Estado/ sociedade civil,

nessa perspectiva reduz-se “a ação do Estadoante a questão social mediante a restrição degastos sociais”;

4) modificação das formas de sociabilidade,entra em cena a sociedade do mercado queimplica em produtivismo, competitividade, eficácia,consumo reforçando um individualismoexacerbado.

Iamamoto nega a desqualificação da análisemarxista.


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Para Yasbeck:

A questão social também/ configura/processo de divisão da sociedade declasses, onde a apropriação da riqueza

produzida socialmente é diferenciada.

A questão como elemento central entre oserviço social e a conjuntura real.


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Como Iamamoto, mantém a questão

social como produto da antiga dicotomiaentre capital e trabalho/ questãoestrutural/passa por reformulações e

redefinições em decorrência do atualmomento histórico, substancialmentepermanece a mesma.


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É nesta perspectiva que a autora discute pobreza,exclusão e subalternidade como elementossignificativos no processo de reprodução daquestão social/ implica/ reprodução dascontradições sociais/não há rupturas no cotidiano

sem resistência.

Trata a questão social como o ponto centralentre a profissão e a realidade, no serviçosocial atua num campo de disputa de classes.


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Para José Paulo Netto: A questão social/marco da tradição teórico-política marxista.Discute questão social a partir de cinco notas:

A Expressão questão social tem emprego recente surge/ explicaro pauperismo – fenômeno conseqüente da primeira ondaindustrializante do século XVIII. Expressão das contradições sócio-políticas da época, onde os pauperizados protestavam suasameaçando as instituições sociais e a ordem estabelecida.


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A inserção do pensamento conservador

que passa considerar a questão social

como objeto de uma ação moralizadoraque preserve a propriedade privada dos

meios de produção.

Até que em 1848, o movimento dostrabalhadores desmistificou essa

perspectiva percebendo que a questãosocial só será superada com asupressão da sociedade burguesa


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compreensão teórico metodológica da gênese daquestão social explicada por Marx em “O capital”/ adinâmica da questão social foi explicada/ explicação do

“rigoroso processo de produção do capital”.

O autor não defende a “nova” questão social a questãosocial é determinada pela exploração: traço peculiarda relação capital/ trabalho. Assim a questão inicialse mantém, mas admite existir uma metamorfose, pois diferentes estágios capitalistas produzem diferentes

manifestações da questão social.


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Não há uma nova questão social e, portanto,

não há como superar tal questão sem a

supressão da ordem do capital.

A cada novo estágio do desenvolvimento

capitalista/ expressões mais complexascorrespondentes a intensificação da exploração.

“O problema teórico consiste em determinarconcretamente a relação entre as expressõesemergentes e as modalidades imperantes deexploração”


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O autor aponta que a superação daquestão social/ derrocada do

capitalismo/não implica na inexistência demais problemas que provoquem indagaçõesem homens e mulheres.

Mesmo a questão social seja a razão de serdo serviço social, sua superação não implicaem esgotar a profissão.


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Potyara Pereira:

A argumentação diferenciada/ compactua com os colegas

questionando a existência de uma

nova questão social/ questiona além doadjetivo “novo”, mas também a

incidência ou não da “questão”

(substantivo) na expressão questão

social. Parei aqui.


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Parte do princípio que na contradição

explícita da questão social /estrutura Xação/ sujeitos assumiram papeistransformando necessidades sociais em

questões/ tais necessidades/necessitam deproblematização.


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Existe uma “precariedade” nas forças

sociais de resistência ao status quo/ não

se tem uma questão social explícita e simuma questão social latente.


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Dentre os problemas destaca o desemprego

estrutural, globalização da pobreza, racismo,

desmonte dos direitos sociais.

A autora não caracteriza a questão social atual

na mesma elaboração teórica que compreende

a questão social como “embate político”

apropriada no marco da revolução industrial.


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Alexandra Pastorine

Desenvolveu/ estudo minucioso sobrequestão social que resultou na obraintitulada “A categoria questão social emdebate”.


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Concorda com os colegas que defendem

a questão social como resultante das

contradições entre capital e trabalho/ há

mudanças significativas no processo de

produção capitalista, na estrutura declasses e na participação política/ não é

o bastante para afirmar a superação e/ou

a inexistência das contradições presentesna sociedade capitalista.


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Argumentação/próxima do discurso de

Netto/afirma existir diferentes expressõesda questão social em diferentes estágioscapitalistas/ a questão social éinevitavelmente determinada/ “exploração”

oriunda da relação entre capital etrabalho.

A novidade, então, não está em uma novaquestão social, mas em um outro contextosocial manifesto no processo histórico.

Otá i I i


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Otávio IanniImportante nome da sociologia brasileira/compreende a contradição da sociedade declasses, da relação entre capital e trabalho/percebe uma contradição ainda mais latente evisível na contemporaneidade:

Contradição entre o social e o econômico/ hádiscrepância entre os indicadores destes doiscampos em que o econômico se sobrepõe aosocial.No curso da história formam-se sujeitoscoletivos (grupos, classes, sindicatos,movimentos sociais) que procuram resistir àordem vigente.

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