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Reforma da Previdência Social Ano XI Nº 125 Brasília/DF Junho/2003 Ilustração: Revista Mujer Fempress nº 167 VIII Conferência Nacional de Direitos Humanos Entre os dias 11 e 13 de junho, o auditório Petrônio Portela da Câmara dos Deputados foi ocupado por cerca de mil militantes de direitos humanos. As mulheres tiveram grande participação, em especial nos grupos de trabalho, apresentando propostas nas diversas áreas temáticas. Uma das reivindicações foi a ampliação da representatividade feminina no futuro Conselho Nacional de Direitos Humanos. O CFEMEA, junto com o INESC, participou de um grupo que discutiu a temática “Orçamento e Direitos Humanos”, levando suas experiências sobre o assunto, com o objetivo de elaborar mecanismos para construção de um orçamento próprio para o Sistema Nacional de Direitos Humanos. Jonas Valente, do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), analisa a importância da Conferência. PÁGINA 8 “As mulheres na Reforma da Previdência – o desafio da inclusão social”. Este foi o tema do Seminário que reuniu lideranças de várias articulações nacionais, dia 03 de junho, na Câmara dos Deputados. No evento, promovido pelo CFEMEA, Bancada Feminina no Congresso Nacional e a Comissão Especial da Reforma da Previdência, os movimentos feministas e de mulheres aprofundaram o debate sobre a Reforma, a partir da perspectiva de gênero, e consolidaram propostas ao projeto apresentado pelo Governo Lula. O Seminário tambémcontou com o apoio do FES/ILDES (Fundação Friedrich Ebert/Instituto Latino-americano de Desenvolvimento Econômico e Social). PÁGINA 3 Fórum Social Mundial Temático Entre os dias 16 e 20 de junho, mais de quatro mil pessoas reuniram-se em Cartagena de Índias, na Colômbia. Lideranças nacionais e internacionais participaram do Fórum Social Mundial Temático: Democracia, Direitos Humanos, Guerras e Narcotráfico. O Fórum Temático teve o objetivo geral de propiciar o encontro de diversos setores da sociedade civil para analisar, debater, buscar alternativas e coordenar esforços e ações sobre o narcotráfico e suas relações com a democracia, os direitos humanos e a violência. Durante o Fórum, foram realizados diferentes Encontros. Dentre eles, o Encontro Internacional de Mulheres. PÁGINA 6

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Reforma da Previdência Social

Ano XINº 125

Brasília/DFJunho/2003

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VIII Conferência Nacional de Direitos HumanosEntre os dias 11 e 13 de junho, o auditório Petrônio Portela da Câmara dos Deputados foi ocupado por cerca de mil

militantes de direitos humanos.As mulheres tiveram grande participação, em especial nos grupos de trabalho, apresentando propostas nas diversas

áreas temáticas. Uma das reivindicações foi a ampliação da representatividade feminina no futuro Conselho Nacionalde Direitos Humanos.

O CFEMEA, junto com o INESC, participou de um grupo que discutiu a temática “Orçamento e Direitos Humanos”,levando suas experiências sobre o assunto, com o objetivo de elaborar mecanismos para construção de um orçamentopróprio para o Sistema Nacional de Direitos Humanos.

Jonas Valente, do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), analisa a importância da Conferência.PÁGINA 8

“As mulheres na Reforma da Previdência – o desafio da inclusão social”. Este foi o tema do Seminário que reuniulideranças de várias articulações nacionais, dia 03 de junho, na Câmara dos Deputados. No evento, promovido peloCFEMEA, Bancada Feminina no Congresso Nacional e a Comissão Especial da Reforma da Previdência, os movimentosfeministas e de mulheres aprofundaram o debate sobre a Reforma, a partir da perspectiva de gênero, e consolidarampropostas ao projeto apresentado pelo Governo Lula. O Seminário tambémcontou com o apoio do FES/ILDES (FundaçãoFriedrich Ebert/Instituto Latino-americano de Desenvolvimento Econômico e Social).PÁGINA 3

Fórum SocialMundial Temático

Entre os dias 16 e 20 de junho, maisde quatro mil pessoas reuniram-se emCartagena de Índias, na Colômbia.Lideranças nacionais e internacionaisparticiparam do Fórum Social MundialTemático: Democracia, DireitosHumanos, Guerras e Narcotráfico.

O Fórum Temático teve o objetivogeral de propiciar o encontro de diversossetores da sociedade civil para analisar,debater, buscar alternativas e coordenaresforços e ações sobre o narcotráfico esuas relações com a democracia, osdireitos humanos e a violência.

Durante o Fórum, foram realizadosdiferentes Encontros. Dentre eles, oEncontro Internacional de Mulheres.PÁGINA 6

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Editorial

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Centro Feminista deEstudos e Assessoria

SCN, Quadra 6, Bloco A, Sala 602,Ed. Venâncio 3000, CEP: 70716-

000, Brasília-DF – BrasilTelefone: (61) 328-1664

Fax: (61) 328-2336

E-mail: [email protected] page:

http://www.cfemea.org.br

Conselho Deliberativo:Iáris Ramalho Cortês, Leila Linhares,Maria Aparecida Schumaher, Maria

José Rosado e integrantes doColegiado Diretor: Almira Correiade C. Rodrigues, Guacira César de

Oliveira e Malô Simões Lopes.

Conselho Consultivo:Albertina Costa, Carmem Campos,

Clair Castilhos, Fátima Oliveira,Heleieth Saffioti, Jacira Melo,

Jacqueline Pitanguy, Leilah BorgesCosta, Mara Régia, Marcelo

Lavenere, Margareth Arilha, MariaAmélia Teles, Maria Bethânia Melo

Ávila, Nair Goulart, SaleteMaccaloz, Sônia Correa e Sueli

Carneiro.

Comitê de Especialistas:Álvaro Vilaça, Comba Porto,

Delaine Martins, Edna Roland,Ella Wieko, Éster Kosovski, Gilberta

Soares, Hildete Pereira, PaolaCappellin e Sílvia Pimentel.

Conselho Fiscal:Cristina Araújo, Elisabeth

Barreiros, Maria do Carmo Seabra eTereza Montenegro.

Demais integrantes da equipe:Adriano Fernandes Cavalcante,Ângela Alves, Catherine Braga

Monteiro, Cláudia AlmeidaTeixeira, Eliana Magalhães Graça,Elizabeth Saar, Gilda Cabral, Glaci

do Carmo Bren, Iáris RamalhoCortês, Iéri Barros Luna, MichelleLopes, Mirla de Oliveira Maciel,

Myllena Calasans de Matos e SérgioGomes Timóteo.

Conselho de Parlamentares doPrograma DIREITOS DA

MULHER NA LEI E NA VIDA:Deputadas Jandira Feghali, IaraBernardi, Laura Carneiro, Luci

Choinacki, Yeda Crucius e Zulaiê Cobra.Deputados Alceu Colares, FernandoGabeira, João Grandão e Roberto

Freire. Senadora Maria do Carmo Alves.Senadores Ademir Andrade, Lúcio

Alcântara e Paulo Paim.

Jornalistas Responsáveis:Michelle Lopes – Iéri LunaRP 4825/DF – RP 5143/DF

Apoio:Fundação FORD, FNUAP e

UNIFEM

Tiragem:13.000 exemplares.

Editoração Eletrônica:Quiz Design Gráfico

Impressão:Athalaia Gráfica e Editora Ltda.

CFEMEA

esta edição do jornal Fêmea ,queremos compartilhar com você,leitor/a, nossa satisfação com o êxito

do seminário As mulheres na Reforma daPrevidência – o desafio da Inclusão Social,promovido pelo CFEMEA, Bancada Femininano Congresso Nacional e a Comissão Especialda Reforma da Previdência, com o apoio doFES/ILDES. No dia 03 de junho, váriaslideranças dos movimentos feministas e demulheres participaram de intensos debatessobre o impacto da Reforma na vida dascidadãs brasileiras.

A Reforma da Previdência vai promovertransformações em uma das principais políticassociais deste país. As mudanças podemmelhorar ou piorar o acesso a direitos. Nestecontexto, é fundamental que continuemosparticipando intensamente deste debatepolítico. Orientadas pelos princípios daigualdade, da solidariedade e da justiça,devemos defender e lutar para ver nossaspropostas concretizadas.

O Congresso Nacional também foi o espaçode realização da VIII Conferência Nacionalde Direitos Humanos, entre os dias 11 e 13de junho. O principal resultado do evento foia construção de uma proposta que possacombater as g raves violações de direitoshumanos, no país, por meio da criação de umSistema Nacional de Proteção dos DireitosHumanos, entre outras medidas.

Dos plenários da Câmara dos Deputadose Senado Federal, vamos a outros ambientesde debate. Importantes mobilizações estãoacontecendo no país, a começar pelasdiscussões sobre o Plano Plurianual (PPA 2004/2007). De norte a sul do Brasil, centenas derepresentantes de segmentos sociais estão

participando de audiências públicas, fóruns eencontros com representantes do Governo, afim de contribuir com a elaboração eimplementação do PPA.

Além de participar dos debates sobre oPPA, as trabalhadoras rurais estão unindoesforços em prol de uma grande mobilização:a Marcha das Margaridas que, dia 26 deagosto, deverá reunir 50 mil mulheres emBrasília. Essas mulheres guerreiras dizem quetêm “2003 razões para marchar”. Suasreivindicações serão orientadas por cinco eixostemáticos: o acesso das mulheres à terra; apromoção do desenvolvimento sustentável; avalorização do salário mínimo; saúde públicacom assistência integral à mulher; e o combateà violência sexista.

Esperamos que suas vozes sejam tãoouvidas quanto as palavras pronunciadas [email protected] delegad@s que participaram do FórumSocial Mundial Temático, realizado emCartagena de Índias, na Colômbia. Onarcotráfico, as guerras, o terrorismo e a paz,os direitos humanos e a construção desociedades foram alguns dos assuntostrabalhados durante o Fórum. Este grandeencontro é mais um desdobramento do FórumSocial Mundial que, no próximo ano, serárealizado em Mumbai, na Índia. Dentre outrosmotivos, a cidade foi escolhida por ser a capitalfinanceira do país, assim como o lugar das maisfamosas lutas da classe trabalhadora, grevesde operári@s da indústria têxtil e ferroviári@s.

Estes são os principais assuntos que pautamesta edição do jornal Fêmea. Mais uma vez,esperamos subsidiar discussões e reflexõespolíticas que consolidem os direitos das mulheres,nos mais diversos locais do país. Boa leitura!

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s mulheres na Reforma daPrevidência – o desafio dainclusão social”. Este foi o

tema do Seminário que reuniulideranças de várias articulaçõesnacionais, dia 03 de junho, na Câmarados Deputados. No evento,promovido pelo CFEMEA, BancadaFeminina no Congresso Nacional e aComissão Especial da Reforma daPrevidência, os movimentos feministase de mulheres aprofundaram o debatesobre a Reforma, a partir daperspectiva de gênero, e consolidarampropostas ao projeto apresentado pelogoverno Lula.

As especialistas convidadasdiscutiram os equívocos das reformasjá realizadas na América Latina, bemcomo as falhas do projeto apresentadopara o Brasil. Em várias ocasiões, foiressaltado que o foco do debatenacional sobre o sistemaprevidenciário não deve se restringira questões meramente econômicas,como o déficit orçamentário, mastambém deve considerar a questãoda inclusão social.

No Seminário, as mulheresapresentaram suas propostas aodeputado José Pimentel (PT-CE),relator da matéria na Comissão Especialda Reforma da Previdência. Oreconhecimento do trabalho

reprodutivo (aquele realizado noâmbito doméstico, de forma nãoremunerada) é uma das principaisreivindicações. As participantestambém solicitam que sejam adotadosíndices mais baixos de contribuiçãopara o ingresso no sistema detrabalhador@s autônom@s eempregad@s doméstic@s; a ampliaçãodos benefícios previdenciários aoscasais homossexuais; e a manutençãodo caráter público do sistema.

Essas medidas estão detalhadas nodocumento “Propostas das Mulherespara a Reforma da Previdência”,divulgado entre os movimentosfeministas e de mulheres, outrosmovimentos sociais, parlamentares,imprensa e sociedade em geral. Otexto está disponível no site:www.cfemea.org.br.

CompromissoNo Seminário, o deputado José

Pimentel (PT-CE) disse que a Reformadeverá elevar o número de contribuintesdo Regime Geral dos atuais 28 milhõespara 47 milhões. Entre os itensdestinados a incluir @s trabalhador@sque se encontram fora do sistema, elecitou a redução da contribuição patronalde 22% para 11%, o que deverá trazer7,6 milhões de trabalhador@s do setorinformal para o formal.

Os movimentos feministas e de mulheres continuam disseminando suas propostas para uma Reforma quepromova a justiça social, elimine os privilégios e contribua para a redução das desigualdades.

Segundo Pimentel, das 40 milhõesde pessoas que se encontram nainformalidade, 18,7 milhões ganhammais de um salário mínimo e teriamcondições de aderir ao sistema. Odeputado também destacou a reduçãoda contribuição patronal para @sempregador@s doméstic@s de 20% para10%; e a diminuição da contribuição deautônom@s, de 20% para 10%.

O deputado explicou, ainda, comofuncionará o sistema de aposentadoriacomplementar e disse que, exceto nocaso do teto de contribuição, nenhumdos itens citados depende de emendaconstitucional.

Após o Seminário, as negociaçõescom o relator prosseguiram no sentidode se apresentar emendas à propostade Reforma em tramitação na Câmarados Deputados.

Para ele, a Reforma da Previdêncianão se resume às mudançasconstitucionais propostas na PEC 40.Existem muitas questões que serãoobjeto de legislação infra-constitucionale que farão parte do seu relatório finalcomo sugestões a serem negociadascom o Executivo. Já sabemos que amaioria das propostas apresentadaspelos movimentos feministas e demulheres não exige mudanças naConstituição, podendo, portanto, fazerparte da legislação ordinária.

Dialogando com o ExecutivoNo dia 04 de junho, representantes de 44 organizações dos movimentos feministas e de mulheres participaram de

uma Audiência Pública com o Ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, e a Ministra Emília Fernandes, daSecretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Na ocasião, o Ministro firmou publicamente alguns compromissos com as mulheres:

•avaliar as propostas que saírem de Fóruns de discussão;•discutir a questão da mulher frente à informalidade no mercado de trabalho;•realizar reuniões de trabalho com especialistas em Previdência que analisam a situação das mulheres em sistemas

previdenciários; e•trazer especialistas de outros países que possam relatar experiências interessantes.

@s Ministr@s também anunciaram a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial, composto pelos Ministériosda Previdência Social e do Trabalho e Emprego, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a SecretariaEspecial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O objetivo é debater as questões previdenciárias específicasdas mulheres.

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Uso da talidomida regulamentado por LeiDepois de tramitar por quatro anos no Senado Federal

e na Câmara dos Deputados, o PLS 195/99, do senadorLucio Alcântara (PSDB-CE), foi transformado em Lei peloPresidente da República, em 16 de abril. A Lei 10.651/03refere-se ao controle do uso da talidomida, medicamentoresponsável pelo nascimento de milhares de criançasdeformadas devido ao seu uso pelas gestantes, na décadade 50. A talidomida foi banida no Brasil em 1962.Entretanto, por ser uma droga poderosa em doenças comoa hanseníase, voltou a ser utilizada. Apesar da restriçãode sua produção e circulação, ainda há registro denascimentos com malformações congênitas pelo seu uso.

Com a entrada em vigor da nova Lei, a talidomida nãopoderá ser vendida em farmácias comerciais e a suadistribuição será feita pelos programas qualificados pelaautoridade federal competente. Esses programas tambémdeverão orientar @s usuári@s sobre os efeitos da drogaquando ingerida por gestantes. Além disso, terão deoferecer os métodos contraceptivos às mulheres em idadefértil, quando em tratamentos que empregam a talidomida.

A Lei prevê, ainda, que o Poder Público promovacampanhas permanentes de educação sobre asconseqüências do uso da droga por gestantes e sobre aconcessão de pensão especial aos/às portador@s dasíndrome provocada pelo medicamento, de acordo comlegislação específica sobre o assunto.

Combate às drogas e DSTs/aidsA Comissão de Educação, Cultura e Desporto (CECD)

rejeitou o Projeto de Lei 434/99, do deputado Magno Malta(PTB-ES), referente à obrigatoriedade do ensino sobre as

mês de junho foi marcado pela discussão das propostas do Poder Executivo para as Reformas do Estado. AsPropostas de Emenda Constitucional (PEC) para as Reformas Tributária (PEC 41) e da Previdência (PEC40) foram debatidas em clima tenso e de muitas divergências na Comissão de Constituição, Justiça e de

Redação da Câmara dos Deputados, quando foi aprovada a constitucionalidade das duas matérias. Em seguida,foram encaminhadas às respectivas Comissões Especiais criadas com a finalidade de examinar o mérito de cadauma, com o prazo de 10 sessões para a apresentação de emendas.

Segundo as previsões do relator da PEC 40, deputado José Pimentel (PT-CE), até a segunda quinzena de julho oseu relatório será apresentado para apreciação da Comissão Especial. Enquanto isso, serão realizadas audiênciaspúblicas para ouvir representantes de vários segmentos envolvidos com a questão da Previdência Social.

drogas entorpecentes e psicotrópicas e prevenção dasdoenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e aids, noscursos de primeiro e segundo graus e de formação deprofessor@s.

O principal argumento para a rejeição do Projeto é aexistência dos Parâmetros Curriculares Nacionais para osensinos fundamental e médio que já incluem temas transversaisnas áreas de saúde e educação, onde estão previstas as questõessobre Orientação Sexual e Ética e Cidadania.

O PL 434/99 não foi arquivado porque recebeuaprovação na CSSF, dia 19 de junho de 2002. O projeto foiencaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

Aumento da licença-maternidadeAs mulheres que tiverem parto antecipado poderão

receber maior proteção com o aumento do período dalicença-maternidade e o conseqüente pagamento dosalário-maternidade. Este é o conteúdo do PL 6.388/2002aprovado na CSSF. Segundo a relatora do projeto, doutoraClair (PT-PR), “...a criança que nasceu prematura não podeser considerada da mesma forma que outra que teve seunascimento em torno de 40 semanas, já que tem determinar sua maturação fora do útero materno. Oenfrentamento deste problema passa pela melhoria naqualidade da assistência durante a gestação, parto, pós-parto imediato e cuidados com os recém-nascidos”.

O cálculo sobre o período a ser ampliado, na licença-maternidade, é feito acrescendo a diferença entre onascimento a termo (37 semanas) e a idade gestacionald@ recém-nascid@, devidamente comprovada. Por seroriundo do Senado Federal e já ter sido aprovado tambémna CTASP, o projeto segue para a CCJR.

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42Violência: notificaçãocompulsória

O Projeto de Lei da Câmaranº 08/02, da deputada SocorroGomes (PCdoB-PA), queestabelece a NotificaçãoCompulsória da Violência Contraa Mulher, em todo o territórionacional, em serviços de saúdepúblicos ou privados, emtramitação no Senado Federal,teve o parecer do senadorAntônio Carlos Valadares (PSB -SE) aprovado na CCJ.

O Projeto prevê que aviolência contra a mulher é“qualquer ação ou condutabaseada no gênero que causemorte, dano ou sofrimento físicosexual ou psicológico à mulher,tanto no âmbito público como noprivado” e que para suacompreensão deve incluir aviolência física, sexual epsicológica, devendo asautoridades sanitárias notificá-las,em caráter sigiloso, sob pena decometer infração à saúde pública.

A violência, no âmbitodoméstico ou público, atingemulheres sem distinção de raça eclasse. A iniciativa da deputadaé de fundamental importância,pois os dados poderão subsidiara elaboração de políticas públicasde combate à violência e deprogramas de atendimento àsvítimas.

Em fase conclusiva, aproposição será apreciada na CASantes de seguir para o Plenáriodo Senado Federal.

PROPOSIÇÕES QUE TRAMITARAM NO CONGRESSO NACIONALVIOLÊNCIANº da Proposição/Ementa Autoria TramitaçãoPLC 08/02 (PL 4.493/01 na origem) - Estabelece a notificação Deputada Socorro Gomes Aprovado na CCJ. Parecer do

compulsória da violência contra a mulher, em todo o território (PCdoB/PA). sen. Antônio Carlos Valadares (PSB/SE).

nacional, atendida em serviços de saúde públicos ou privados.

EDUCAÇÃOPL 5.432/01 - Dispõe sobre a inclusão obrigatória da disciplina Deputado Nilson Mourão Rejeitado na CECD. Parecer do

“noções de direito” no currículo escolar do ensino médio. (PT/AC). dep. Joel de Holanda (PFL/PE).

SEXUALIDADEPL 434/99 - Dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino sobre Deputado Magno Malta Rejeitado na CECD. Parecer da dep. Celcita Pinheiro

as drogas entorpecentes e psicotrópicas e sobre prevenção (PTB/ES). (PFL/MT).

das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e aids nos

primeiro e segundo graus de ensino e nos cursos de formação

de professores e dá outras providências.

SAÚDEPLS 195/99 – Dispõe sobre o uso da talidomida. Senador Lúcio Alcântara Sancionada a Lei 10.651/03.

(PSDB/CE).

PLC 39/02 (PL 4089/98 na origem) - Dispõe sobre a Deputado Enio Bacci Aprovado na CAS. Parecer da sen. Fátima

prevenção dos cânceres de mama e ginecológico. (PDT/RS). Cleide (PT/RO).

TRABALHO E PREVIDÊNCIAPEC 40/03 - Institui a “Reforma Previdenciária” ou “Reforma Executivo Federal. Aprovado na CCJR. Parecer do dep. Maurício Rands

da Previdência Social”. Altera a nova Constituição Federal. (PT/PE).

PL 6.388/02 - Aumenta o período de concessão do Senador Luiz Pontes Aprovado na CSSF. Parecer da dep. dra. Clair

salário-maternidade e da licença à gestante, em caso de (PSDB/CE). (PT/PR).

parto antecipado.

Legenda:CCJR - Comissão de Constituição e Justiça e de Redação da Câmara dos Deputados;CECD - Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados;CSSF - Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados;CTASP – Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados;CAS - Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal;CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal.

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E ntre os dias 16 e 20 de junho, mais de quatro milpessoas reuniram-se em Cartagena de Índias, naColômbia. Lideranças nacionais e internacionais

participaram do Fórum Social Mundial Temático:Democracia, Direitos Humanos, Guerras e Narcotráfico.

O Fórum Temático teve o objetivo geral de propiciaro encontro de diversos setores da sociedade civil paraanalisar, debater, buscar alternativas e coordenar esforçose ações sobre o narcotráfico e suas relações com ademocracia, os direitos humanos e a violência.

Com um chamado à globalização da resistência civilpara colocar limite à “hegemonia do facismo social”, ocatedrático português Boaventura de Sousa Santos fez aabertura do Fórum. Sua conferência apontou os limitesdas democracias tal como estão se desenvolvendo dentrodo modelo neoliberal, produzindo o paradoxo daexistência de democracias políticas representativas, queexcluem a possibilidade de participação cidadã, além deimpedir o acesso de amplos setores da população aosbenefícios econômicos, condenando-os a uma visão defuturo sem aspirações de mudança.

A feminista Virgínia Vargas, uma das diretoras daorganização peruana Flora Tristán, avalia a realização doFórum: “Foi um excelente esforço. O fato de que tenhasido um Fórum temático na Colômbia teve um grandesignificado já que este país confronta-se com uma profundaguerra interna. Os movimentos sociais estão resistindoativamente e avançando em propostas democráticas, emtorno da paz. Nesse sentido, o conflito colombiano, pelasua crueldade e por suas resistências, apareceparadigmático”.

Durante o Fórum, foram realizados diferentesEncontros Temáticos: Encontro Internacional deAmbientalistas; Encontro Internacional de Educação;Encontro Internacional da Juventude; EncontroInternacional da Cultura e das Artes; Encontro InternacionalSindical; e o Encontro Internacional de Mulheres.

Nesse último Encontro, discutiu-se questões como:• o que é comum nas experiências de resistência das

mulheres populares contra a guerra?• como gerar e fortalecer as alianças das mulheres

populares contra a guerra, o neoliberalismo e poralternativas na construção de outro mundo possível?

Durante esse Encontro, também houve um amplopainel com diferentes experiências locais de resistência àguerra, de elevado conteúdo político. À tarde, foi realizadauma oficina internacional com mulheres de El Salvador,Honduras e Israel. No final do Encontro, foi feita uma

Fórum Social Mundial TemáticoDemocracia, Direitos Humanos, Guerras e Narcotráfico

grande marcha de mulheres até o local central do Fórum.Para Virgínia Vargas, as atividades foram excelentes:

“Este foi o espaço mais significativo do ponto de vista degênero, já que em muitos painéis programados pelo ComitêOrganizador havia poucas mulheres”.

Para outras informações sobre o Fórum SocialTemático, acesse: www.fsmt.org.co.

Campanha contra os FundamentalismosO vídeo da Campanha contra os Fundamentalismos,

de responsabilidade da Articulação Feminista Marcosur(AFM), foi veiculado repetidas vezes, enquanto as pessoasestavam chegando ao Encontro de Mulheres. O materialtambém foi transmitido no dia da apresentação deBoaventura, em uma sala com 3.500 pessoas. VirgíniaVargas falou sobre a Campanha na Oficina organizada pelaREPEM (Rede de Educação Popular entre Mulheres), sobreEducação para a Paz.

Também houve entrevistas gravadas com feministas.Além disso, o material de divulgação da Campanha foientregue à coordenação do Fórum para que fosse difundido.

Entretanto, houve questionamentos quanto à formapouco visível em que a Articulação Feminista Marcosur(AFM) estava posicionada no Fórum. Para Virgínia Vargas,“não houve um posicionamento explícito da AFM noEncontro de Mulheres. Em todo o Fórum, houve umapresença relativa, mais delimitada que expandida”. Masela avalia que a participação das feministas representantesda AFM foi muito importante. “Houve muitoreconhecimento por parte da REPEM e demais gruposfeministas. Ficou evidente, para as colombianas que aliestiveram, que essa presença feminista era em nome daAFM”, explica Virgínia Vargas.

FSM 2004 na ÍndiaA quarta edição do Fórum Social Mundial será

realizada em Mumbai, Índia, entre os dias 16 e 21 dejaneiro de 2004. A expectativa do Comitê Organizadoré receber cerca de 75 mil participantes, d@s quais 10mil seriam estrangeir@s.

Em relação ao formato, a proposta de metodologiaprevê as seguintes atividades: conferências, reuniõespúblicas, painel de debates, diálogos, mesas de discussão,seminários, oficinas, testemunhos e eventos culturais. Ostemas amplos propostos para o FSM 2004 são:

1. Militarismo, guerra e paz2. Mídia, informação e conhecimento3. Democracia, ecologia e segurança econômica4. Exclusões, dignidade e direitos

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M ilhares de trabalhadorasrurais estão se mobilizandopara a Marcha das Mar-

garidas*, que será realizada em Brasília,dia 26 de agosto. Com o lema 2003Razões para Marchar, 50 mil mulheresirão reivindicar terra, água, saláriomínimo digno, direito à saúde públicacom assistência integral, o fim daviolência sexista e todas as formas deviolência no campo.

Raimunda de Mascena, coorde-nadora da Comissão Nacional deMulheres Trabalhadoras Rurais daCONTAG, fala sobre a importânciapolítica da Marcha: “Este grandeacontecimento mostra que vamosmanter nossa autonomia políticadiante do Governo Lula. Temosresponsabilidade com o Governodemocrático que elegemos e, por isso,vamos apresentar e negociar nossapauta de reivindicações. Tambémtemos esperança nos compromissosassumidos por Lula com a luta dasmulheres e com o país, durante acampanha. Esperamos, contudo, quea política econômica do GovernoFederal não se sobreponha àsexpectativas e necessidades do povo”.

Os diagnósticos e propostas dastrabalhadoras rurais estão presentesno documento “Texto base paradebates”. No capítulo Acesso dasMulheres à Terra , há um brevehistórico sobre o processo deorganização das trabalhadoras rurais,desde a década de 80, no sentido detransformar as relações de gênero eacabar com a subordinação da mulherao homem.

A Marcha das Margaridas querdiscutir com as trabalhadoras rurais

os motivos pelos quais, no Brasil,existe tanta desigualdade nadistribuição da posse da terra entremulheres e homens. Será feito umesforço para que os direitos dasmulheres à terra se tornem umaprioridade da luta do movimentosindical, dos movimentos de luta pelaterra, das igrejas, das ONGs e,sobretudo, prioridade para o EstadoBrasileiro.

Quanto à temática MeioAmbiente, o texto aponta a questãodas barragens e hidrelétricas, que “vãona contramão da susten-tabilidade. Aalternativa hidrelétrica era apresentadacomo fonte energética limpa,renovável e barata. Cada projeto erajustificado em nome do interessepúblico. Mas as obras provocaramdeslocamento forçado de populações,acompanhadas por compensaçõesfinanceiras precárias. O processo dereassentamento, quando houve, nãoassegurou as condições de vida antesexistentes”. Entre outros assuntosambientais, o texto aborda umaalternativa sustentável de desen-volvimento: a agroecologia.

Discussões sobre um SalárioMínimo justo mereceram um capítulono documento: “Por entenderem quea economia não é um fim em si

mesmo, mas sim um instrumento paraa melhoria das condições de vida etrabalho dos brasileiros e brasileiras,as entidades que promovem a Marchadas Margaridas defendem que o valorreal do salário mínimo seja dobradono período de quatro anos. Esteaumento real do poder de compra dosalário mínimo deve ser acompanhadode políticas concretas que asseguremuma efetiva distribuição de renda,ganhos em produtividade e queimpeçam o repasse deste aumentopara os preços.”

Na área da Saúde da Mulher, aMarcha aponta os principais problemasde saúde das trabalhadoras rurais, assituações de risco e doençasdecorrentes das condições de vida ede trabalho dessas mulheres. Tambémhá críticas ao processo de implantaçãoe funcionamento do SUS (SistemaÚnico de Saúde), e ao PAISM(Programa de Atenção Integral a Saúdeda Mulher). As trabalhadoras ruraisapresentam, ainda, estratégias para seintervir na política nacional de saúde.

Por fim, a Marcha das Margaridaspropõe debater a Violência Sexista,aquela em que a mulher sofre pelofato de ser mulher e é exercida peloshomens. A intenção é levar em contanão apenas a violência praticada nosespaços privados (domésticos), mastambém nos espaços públicos, como omovimento sindical, partidos políticose locais de trabalho que muitas vezesreproduzem práticas de discriminaçãoe violência baseadas no sexo, idade,raça, etnia e orientação sexual.

*A Marcha das Margaridas é organizada pela Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR), da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), federações estaduais de trabalhadores na agricultura e Movimento Sindicaldos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), além de diversas entidades parceiras.

MobilizaçõesVanete Almeida, integrante do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central de Pernambuco está

acompanhando, de perto, todos os preparativos de sua região: “As mulheres estão animadíssimas. A organização começapela parte econômica, onde elas fazem rifas, bingos e forrós para juntar recursos. Também estamos tentando conseguirdinheiro para o transporte até Brasília. Vanete, que também integra a Rede Latino-americana e do Caribe, da MulherTrabalhadora Rural, destaca a violência doméstica, como um dos principais temas de discussão: “No meio rural, é umaquestão nova. Nós estamos encorajando as mulheres para denunciar. Devido ao isolamento, existente no campo, asdificuldades são maiores. Imagine a situação de uma mulher que é espancada numa região onde o vizinho maispróximo mora a 20 quilômetros de distância. É muito mais difícil pedir ajuda.”

Para outras informações,acesse:marchamargaridas.contag.org.br.

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m sistema nacional que atuena formulação e moni-toramento de políticas

públicas e na garantia dos direitoshumanos. A elaboração dessa propostafoi o principal compromisso firmadoentre mais de mil defensores dosdireitos humanos presentes na VIIIConferência Nacional, eventoorganizado pela Comissão de DireitosHumanos da Câmara dos Deputadose pelo Fórum de Entidades Nacionaisde Direitos Humanos, entre os dias 11e 13 de junho.

Para conduzir o processo deelaboração do sistema, foi criado umgrupo de trabalho com a presença dostrês poderes e da sociedade civilorganizada. Este grupo seráresponsável por acumular asdiscussões a fim de subsidiar osdebates da próxima conferêncianacional, que será realizada em 2004e terá pela primeira vez caráterdeliberativo.

Segundo a carta final aprovadana plenária do encontro, aConferência exerceu papelfundamental ao estruturar aconstrução de uma proposta quepossa combater as graves violaçõesde direitos humanos no Brasil. Odocumento coloca como eixosprioritários nessa luta a criação de umsistema único de segurança pública ea materialização da cultura de direitoshumanos nas políticas de segurançaalimentar no país, “ampliando omonitoramento do programa Fome

Conferência inicia construção doSistema Nacional de Proteção aos Direitos Humanos

Zero, realizando a reforma agrária epromovendo o acesso à água, alémda imediata instalação do Conselhode Promoção do Direito Humano àAlimentação”.

De acordo com o CoordenadorNacional do Movimento Nacional deDireitos Humanos, Olmar Klich, acriação do sistema avança no sentidode trabalhar a integralidade einterdependência dos DireitosHumanos. ”A luta pelos DireitosHumanos até agora estava centradaem uma lógica de reparação, atuandoapós a violação. A proposta de sistemavai dar um foco mais integral na lutapelos Direitos Humanos, pois ela se

propõe a atuar na proteção, ouseja, evitar que eles sejam violados, ena efetivação, que é fazer com querealmente sejam cumpridos osDireitos Humanos”, afirmou Klich.

Uma ação identificada na cartacomo importante para a criaçãodo sistema é a transformação doConselho de Defesa da PessoaHumana, hoje ligado à SecretariaEspecial dos Direitos Humanos, emConselho Nacional de DireitosHumanos, além da criação deconselhos em nível estadual emunicipal. Segundo a formulaçãoaprovada pela Conferência, esta nova

instituição teria de ser independente,“operacional e orçamentariamente”,plural e eficiente.

A criação do Conselho Nacionalde Direitos Humanos segue uma linhade democratização dos espaços e dasdecisões na área de Direitos Humanos.Segundo a carta final da VIIIConferência, “é necessário que omonitoramento [dos direitos humanos]possa ser feito com ampla participaçãosocial e com capacidade de incidênciaconcreta sobre as estruturas e aspráticas”.

O Coordenador de Formação doMovimento Nacional de DireitosHumanos, Paulo César Carbonari,argumenta nessa linha: “A VIIIConferência foi um marco para oavanço da proteção dos direitoshumanos no Brasil, pois aprovou acriação do Sistema Nacional deProteção dos Direitos Humanos e umprocesso para que isto seja feito comampla participação da sociedade”.

De acordo com o integrante doMNDH, “o fato de haver umcompromisso com a realização daconferência do próximo ano comcaráter oficial e deliberativo e de terconstituído um Grupo de Trabalho paracoordenar todo este processo indicapara um compromisso concreto coma efetivação do que foi aprovado naConferência”. Ele completa afirmandoser muito positivo para o movimentoser levada a cabo a propostaapresentada pelo próprio MNDH em2001, na sétima edição do evento.

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* Texto elaborado por integrantes do Movimento Nacional de Direitos Humanos. (MNDH)

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“A proposta de Sistema Nacionalvai dar um foco integral na lutapelos direitos humanos.”

(Olmar Klich)

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té o final do mês de julho,o Governo deverá realizaruma série de encontros

estaduais e no Distrito Federal, a fimde discutir as diretrizes do PlanoPlurianual (PPA 2004/2007) com asociedade civil organizada. O objetivoé contribuir para o aperfeiçoamentoda elaboração e da implementação doPPA por meio da participação social.

Nos encontros, as discussões sãodesenvolvidas a partir da OrientaçãoEstratégica de Governo, que se baseiano Programa apresentado nacampanha eleitoral do Governo Lula.Ela estabelece o horizonte para o qualvão se dirigir tanto os orçamentosanuais quanto o próprio PlanoPlurianual. A Orientação Estratégicatambém rege a definição dosprogramas prioritários na área social,programas de investimento em infra-estrutura e em setores ligados àsustentação do crescimento comestabilidade macroeconômica e detodos os demais programas e açõesdo Governo.

O documento está estruturado emtrês temas, denominados mega-objetivos:

•Inclusão social e redução dasdesigualdades sociais;

•Crescimento com geração detrabalho, emprego e renda,ambientalmente sustentável eredutor das desigualdades; e

•Promoção e expansão da cidadaniae fortalecimento da democracia.

Estes temas estão divididos em 24tópicos (desafios), que serão areferência para a elaboração do PPA.

Denominados Fóruns deParticipação Social, os encontros tiveram

início dia 30 de maio, em Manaus (AM),com a participação do ministro doPlanejamento, Guido Mantega, e doMinistro Chefe da Secretaria Geral daPresidência, Luiz Dulci.

Goiás foi o segundo Estado arealizar o debate sobre o PPA.Participaram 106 pessoas, repre-sentantes de entidades da sociedadecivil organizada. Para Irene Maria dosSantos, coordenadora do IBRACE(Instituto Brasil Central), a iniciativado Governo é um fator positivo, quemerece desdobramentos: “Uma dasrecomendações destacadas pelosparticipantes é de que esse não sejaapenas um momento pontual, masque a sociedade civil estejaacompanhando e avaliando asações do Governo”.

Quanto à realização do evento,Irene explica que, devido ao poucotempo de organização, “houveproblemas de divulgação, comunicação,emissão de convites. Além disso, apenasnum dia, não é possível fazer todas asdiscussões”.

No Estado de Rondônia, um dosdesafios foi comportar tod@s @sparticipantes no espaço do Fórum jáque o número de pessoas superou asexpectativas: 400 representantes deentidades compareceram ao debate.Ivaneide Bandeira, conselheira daONG Kanindé, destaca a diversidadedos segmentos como o aspecto maispositivo: “Reunimos váriosmovimentos sociais que nãocostumam ser chamados para essetipo de discussão. Tambémconseguimos levar os empresários. Euacho que essa é a parte maisinteressante do processo de discussãodo PPA. O povo está querendoparticipar”. Ela também afirma que a

sociedade quer discutir os programasque integrarão o Plano Plurianual.Segundo Ivaneide, “na RegiãoAmazônica, a questão ambiental é aque gera mais discussões”.

Na Região Sul, o Fórum do Paraná,realizado em Curitiba, reuniu diversasentidades da sociedade civil,representantes de trabalhadoresurbanos e rurais, empresários,diferentes igrejas, ambientalistas, acomunidade científica e a juventude,entre outros. “Nós conseguimos reuniros grandes setores convidados,somando um total de 200 pessoas”,comemora João Torrens, diretor-regional sul da ABONG. Grande parted@s participantes registraram anecessidade de se dar continuidade aesse processo. Segundo Torrens,“durante o encerramento, se propôsa criação de um Fórum permanenteentre as organizações. A idéia ésocializar informações sobre oandamento das discussões sobre oPPA, no Congresso Nacional”.

Os debates estão sendo realizadossempre com a presença de pelo menosum Ministro, designado pelo Presidenteda República. As recomendações dosEstados estão sendo encaminhadaspara a Secretaria-geral da Presidênciada República. Em todo o territórionacional, a discussão do PPA deveráenvolver – até o final dos encontros -representantes de mais de duas milentidades, organizações e movimentosde caráter nacional, regional e temático.

A proposta do PPA 2004/2007 seráencaminhada ao Congresso Nacional noprazo determinado pela Constituição:31 de agosto.

Para outras informações, acesse osite: www.planobrasil.gov.br.

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Plano Plurianual 2004/2007:discussões estaduais

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Violência contra a mulher/CENo Estado do Ceará, a violência contra a mulher é motivo de sérias preocupações. A fim de averiguar e diagnosticar

o problema, a deputada Luizianne Lins (PT) liderou um movimento que culminou com a instalação de uma ComissãoEspecial na Assembléia Legislativa. A Comissão é composta pel@s deputad@s: Cavalcante (presidente), Luizianne Lins(relatora), Gislaine Landim, Leda Moreira, Tânia Gurgel, Inês Arruda e Meire Lima. A defensora Pública, MônicaBarroso, está na coordenação técnica.

Os trabalhos da Comissão foram iniciados com uma visita a cinco delegacias instaladas no Estado. A Comissãotambém pretende ouvir representantes dos órgãos públicos e entidades privadas que possuem interesse nas questõesde gênero e que trabalham no combate à violência.

Mulheres no PoderNesta página do jornal Fêmea, divulgamos legislações, proposições legislativas e iniciativas em âmbito estadual e

municipal. Continue compartilhando conosco informações sobre Leis aprovadas pelas Assembléias Legislativas ouCâmaras de Vereadores de seu estado ou município que tratam dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero.

Envie as informações para [email protected] ou CFEMEA/Assessoria de Comunicação - SCN Quadra 6, Bl.A, sala 602, Ed. Venâncio 3000, Brasília-DF, Cep:70.716-000. Fone/fax: (61) 328 1664.

Conselho dos Direitos da Mulher de Tatuí/SPAs mulheres do município de Tatuí estão

comemorando uma grande conquista: a cr iação doConselho Municipal dos Direitos da Mulher. A instalaçãodo novo órgão foi aprovada por unanimidade em doisturnos pel@s 16 vereador@s que apreciaram o Projetode Lei nº 020/03, apresentado pela deputada estadualLúcia Aguiar Paes (PSDB). A posse das primeirasconselheiras foi realizada dia 30 de maio, logo após aLei ser sancionada e promulgada pelo prefeito AdemirBorssato.

O Conse lho te rá como pr ior idade a defesa damulher quanto a qua lquer t ipo de d iscr iminação eviolência física, moral ou psicológica, além de prestarassessor ia especia l izada . Outra meta é a promoçãode palestras e campanhas de informação, elaboraçãode prog ramas sóc io-educat ivos junto aosdepartamentos municipais e prestação de consultoriaaos poderes Executivo e Legislativo.

SEDIM/BAA Comissão Especial de Defesa dos Direitos da

Mulher, presidida pela deputada Lídice da Mata (PSB),deu entrada numa Indicação solicitando ao governadordo Estado a criação da Secretaria Estadual dos Direitosda Mulher - SEDIM/Bahia, no âmbito da administraçãopública estadual direta.

Com a medida , serão forta lec idas as ações doConselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher,como órgão for mulador, f i sca l izador e de controlesocia l de pol í t icas públ icas , para ter condições decumprir suas funções. Atualmente, o Conselho enfrentafa l ta de estrutura , equipamentos, recursos e poderefetivo junto aos atores que definem e desenvolvemos programas governamentais.

Parceria civil d@s funcionári@s públic@s/RJJá está valendo a lei da parceria civil d@s funcionári@s

públic@s do Rio de Janeiro. @s parceir@s do mesmo sexoque tenham união estável com servidor@s estaduais devemser equiparad@s à condição de companheiro oucompanheira para fins de benefícios previdenciários.

A Lei 3.786, de março de 2002, havia sido contestadapelo ex-deputado Carlos Dias, depois de aprovada. Oparlamentar entrou com uma Ação de Incons-titucionalidade na Justiça e obteve uma liminar quesuspendia a Lei. Porém, a medida foi julgada pelo Tribunalde Justiça, dia 12 de maio, que acolheu os argumentos daProcuradoria da ALERJ (Assembléia Legislativa do Estadodo Rio de Janeiro) e derrubou a ação deinconstitucionalidade.

Saúde da Gestante/SPEm Guarulhos (SP), a Lei 5.842/02, de autoria da

vereadora Maria Helena (PT), determina que as maternidadespúblicas e privadas alojem @ recém-nascid@ junto com amãe para que ela possa amamentar logo após o parto.

Agora, a vereadora está empenhada em fazer com queos hospitais adotem o Projeto Acompanhante, que estáem tramitação na Câmara Municipal. A proposta determinaque as maternidades permitam que a gestante sejaacompanhada por alguém de sua escolha no pré-natal,no parto e pós-parto.

Para outras informações, acesse: www.mariahelena-pt.com.br.

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Nota: estamos usando o símbolo @ para masculino e feminino, quando falamos dos dois sexos.

A mulher e o Código Civil– Lei Nº 10.406, de 11 de janeiro de 2002 –

O Direito de Família

Capacidade para o casamentoTodas as pessoas, mulher ou homem, podem se casar

a partir dos 16 anos.

Casamento de pessoas com idade entre 16 e 18 anosAté completar 18 anos de idade, é exigida a autorização

da mãe e do pai, conjuntamente, ou de seus representanteslegais (tutores, curadores, pessoas de detenham a guardae a responsabilidade sobre @ menor).

A necessidade da autorização termina aos 18 anosporque é nesta idade que cessa a menoridade, ficandotanto o homem quanto a mulher habilitados para praticartodos os atos da vida civil, inclusive se casar.

Divergência entre a mãe e o paiSe a mãe ou o pai não estiver concordando com o

casamento de sua filha ou do seu filho menor de 18 anos,deve ser procurado um juiz, na Comarca mais próxima desua residência, para solucionar o desacordo. Isto porque,durante o casamento ou a união estável, o poder familiarcompete, igualmente, a mãe e ao pai e, quando existiralguma divergência sobre os filhos, ambos ou um del@sdeve buscar a solução na Justiça.

O poder familiar é a responsabilidade que tem a mãe eo pai, conjuntamente, sobre @s filh@s menores. Antes, oCódigo Civil de 1916 dizia que esta responsabilidade era dopai, com a “colaboração” da mãe e se chamava pátrio poder.Quando havia discordância prevalecia a vontade paterna.

Prazo para revogar a autorizaçãoA autorização para a elaboração do documento pode

ser revogada, se esta for a vontade do pai ou da mãe,mesmo que já tenha sido consentida.

Quando a recusa do consentimento é injusta, aspessoas interessadas podem pedir a autorização ao juiz.

Quando pessoas com menos de 16 anos podem casarExcepcionalmente, será permitido o casamento de

quem ainda não alcançou a idade núbil (16 anos de idade),

*Iáris Ramalho Cortês

Neste número do Fêmea, continuaremos a estudar o novo Código Civil, abordando os temas: capacidade para ocasamento e os impedimentos para o casamento.

para evitar imposição ou cumprimento de pena criminalou em caso de gravidez.

Isto porque, surpreendentemente, ainda existe emnosso Código Penal um artigo que diz que o casamentodo agente com a vítima é um dos motivos para a extinçãoda punibilidade (não cumprir uma pena por atoconsiderado criminoso).

Esta norma pode ser aplicada nos crimes contra oscostumes, por exemplo o estupro e o atentado violentoao pudor.

Impedimentos para o casamentoNão podem casar:a ) os ascendentes com os descendentes (pai com filha ou

mãe com filho, av@ com net@, seja o parentesco naturalou civil (adotivo);

b )os afins em linha reta: sogra com nora ou genro, ti@com sobrinh@ etc;

c ) o adotante (quem adota) com quem foi cônjuge doadotado e o adotado com quem o foi do adotante;

d )os irmãos, unilaterais (filh@s da mesma mãe e do mesmopai) ou bilaterais (filh@s da mesma mãe e de paisdiferentes ou filh@s do mesmo pai e de mães diferentes),e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive (prim@legítim@);

e )o adotado com o filho do adotante (irmã adotiva comirmão adotivo);

f) as pessoas casadas;g )o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio

ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

Quem pode alegar impedimento e suspender ocasamento

Até o momento da celebração do casamento, qualquerpessoa capaz pode apresentar motivo para o seuimpedimento.

O juiz, a juíza ou @ oficial de registro é obrigadoa dec la ra r qua lquer imped imento que t iverconhecimento.

*advogada e assessora técnica do CFEMEA.

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CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e AssessoriaSCN, Quadra 6, Bloco A, Sala 602 - Ed. Venâncio 3000

70716-000 – Brasília-DF – Brasil

Acontece

Cidadãs PositHIVasA publicação “Cidadãs PositHIVas” é fruto do projeto de mesmo nome realizado por mulheres com HIV/aids de

diferentes Estados do Brasil em 2000. O Projeto teve como objetivo geral o fortalecimento individual e coletivo, amelhoria da qualidade de vida e a prevenção da infecção pelo HIV na população feminina. A publicação traz depoimentos,desabafos, trocas e discussões sobre saúde, sexualidade, gênero, auto-estima e ativismo, além dos resultados dequestionários aplicados, referentes às necessidades das mulheres com HIV/aids no Brasil. Mais informações no Ministérioda Saúde, que apoiou o projeto. Acesse: www.aids.gov.br ou ligue para 0800 611 1997.

Direitos SexuaisOs direitos sexuais, seus fundamentos e a construção de instrumentos internacionais de garantia à proteção são

temas de reflexão do terceiro volume dos Cadernos Themis Gênero e Direto. A publicação apresenta artigos comanálises da perspectiva da justiça e da prova material para os crimes sexuais, da influência da postura androcêntricasobre a ciência jurídica, do papel da mulher no contexto da crise do Direito, além de jurisprudência comentada e umdossiê de casos exemplares e legislação internacional. Mais informações na Themis – Assessoria Jurídica e Estudos deGênero: (51) 3212-0104 ou www.themis.org.br.

Democracia VivaO número 15 da revista Democracia Viva, do Ibase, se propõe a “olhar o novo, ou olhar os velhos problemas com

um novo olhar”. Os textos discutem: as cotas e a perversidade do racismo; os meios de comunicação e a verdade;intelectuais e cibercultura; a construção social do “problema” das drogas; economia solidária; narcotráfico, violência edireitos humanos; e indicadores de reforma tributária e distribuição de riqueza. Mais informações no Ibase: (21) 3852-6028 ou [email protected].

Cadernos NegrosA série Cadernos Negros divulga a literatura voltada para a construção do respeito aos valores culturais africanos.

O volume 25, Poemas Afro-brasileiros, traz: Al Eleazar Fun; Andréia Lisboa de Sousa; Atiely Santos; Conceição Evaristo;Cristiane Sobral, Cuti; Domingos Moreira; Edson Robson Alves dos Santos; Esmeralda Ribeiro; Jamu Minka; José CarlosLimeira; Luís Carlos de Oliveira; Márcio Brabosa; Miriam Alves; Oliveira Silveira; Thyko de Souza; Zula Gibi. Maisinformações na página: www.quilombhoje.com.br.

O IV Encontro da Rede Brasileira de Estudos e Pesquisas Feministas, “Mercosul Feminismos em Comum”, vaiacontecer entre os dias 08 e 11 de outubro, em Gramado (RS). O objetivo é ampliar o espaço de intercâmbio entre ospaíses do Mercosul no campo dos estudos das mulheres, das relações de gênero e dos enfoques feministas, nasinstituições acadêmicas e fora delas. A programação será composta de mesas redondas, conferências, apresentação detrabalhos. O prazo para inscrições de trabalhos é 30 de agosto. Mais informações na página: www.redefem.ufrgs.br.

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