sebenta de materiais de construção

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Tpicos da disciplina Pedras naturais Inertes Ligantes Aos Produtos cermicos Produtos aglomerados Isolantes trmicos Certificao dos materiais de construo Argamassas Betes Madeira Tinta e vernizes

Construo de um edifcioFundaes: Mais corrente - Sapatas - Paredes Menos corrente - Estacas (utilizam-se quando o terreno tem pouca capacidade resistente) - Ensoleiramento Geral (fundao continua) Quando um edifcio esta fundado num terreno com diferentes tipos de assentamento diz se que h assentamentos diferenciais terrenos com diferentes tipos de resistncia mecnica. Utilizam-se nestes terrenos, que so pouco homogneos, ensoleiramentos gerais. Pilares: - Sobre os pilares apoiam-se as vigas e lajes (apoiam-se sobre as vigas) Nova tcnica: - Dispensa-se o uso de vigas laje reforada para ter o mesmo efeito do uso de vigas - Vantagem: conjuga o aspecto arquitectnico com o aspecto estrutural Paredes: - Utilizam-se para substituir pilares

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Algumas caractersticas dos materiais utilizados na construo

Argamassas - Um ou mais ligantes - Um inerte (fino) Beto - Um s ligante - Um ou mais inertes (grossos) Inerte (passivo): agregado de partculas que no tem reaco qumica, ou seja, que por si s no tem capacidade de se combinar com outros materiais para formar misturas slidas. Ligante (activo): material que na presena de agua reage com outros (inertes), formando uma pasta slida. Beto Armado - O beto tem uma grande resistncia a compresso mas pouca ou nenhuma resistncia a traco dai a conjugao de armaduras de ao para produzir o chamado beto armado, para aumentar a resistncia a traco do beto, pois o ao tem uma grande resistncia a traco. Tipos de esforos: Esforo simples: Traco e compresso Esforo composto: Flexo

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Caractersticas gerais dos materiais

Caractersticas Fsicas - Massa volmica: Para materiais muito finos (p), por exemplo o cimento, a massa volmica igual a massa especfica e a baridade, pois o vazio entre partculas desprezvel tal como os vazios intraparticulas (dentro das partculas) No faz sentido falar em massa especfica em materiais granulares, pois estes s tm massa volmica e baridade, no tem massa especfica pois os gros do material tem um volume interior que no pode ser calculado, s se esmagarmos bem o material - Permeabilidade: maior quanto maior o numero de poros - Densidade aparente: - Capilaridade: maior quanto menor o numero de poros

=

m V

- Massa especfica:

=

m (V v)

d=

m Vag

- Homogeneidade: igual em todos os pontos - Isotropia: igual em todas as direces - Calor especfico:

- Densidade absoluta:

D=

m (V v) ag

W Kg

- Condutibilidade Trmica:

q=

Se(t i t e )

- Porosidade:

p=

v V

- Compacidade:

c=

d (V v) = = 1 (v V ) = 1 p D Vv volume de vazios V Volume

Nota:

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Determinao da massa volmica em materiais porosos

Trs pesagens: - massa normal corpo em estado seco cima da balana (m) - colocar o corpo dentro de gua e deixamo-lo absorver, sacudir a agua e pesar. (msat) - massa imersa, corpo pesado imerso dentro de agua sujeito a aco da impulso (mim) Resumindo:

m m m m m sat mim m + v (m V + v) m + v m +V v VSendo:

msat = m + v mimi = m Imp Imp = V v mimi = m V+vDeterminao da Porosidade - Efectua-se as trs pesagens mencionadas anteriormente

p=

m sat m m+vm v m sat mim m + v m +V v V

A porosidade assim determinada oferece resultados sempre errados (mtodo muito falvel), devido aos poros interiores. Podemos assim distinguir dois tipos de porosidade: - Aberta: com ligaes ao exterior absorve gua - Fechada: sem ligaes ao exterior Isso oferece materiais com diferentes caractersticas!

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B Caractersticas Mecnicas

- Deformao: todo o corpo sofre deformao quando sujeito a uma carga, esta deformao pode ser elstica ou plstica.

Deformao Elstica: corpo que retoma as dimenses iniciais quando cessa as cargas que o deformam. No h deformaes residuais Deformao Plstica: corpo no retoma as dimenses iniciais quando cessam as cargas que o deformam. H deformaes residuais. Os materiais tm dois tipos de comportamentos (elstico e plstico). Numa primeira fase o seu comportamento elstico, at um certo ponto, e posteriormente passa a ter um comportamento plstico. Ensaios com Beto: - Cubo com 15cm de lado. - Prensa que indica a fora que esta a exercer - Podemos posteriormente construir um grfico de tenses e deformaes.

1 Fase: Regime de deformao elstica - Andamento recto, tenses so proporcionais as deformaes. 2 Fase: Regime de deformao plstica - Curva; para um ligeiro acrscimo de tenso h um grande acrscimo de deformaes. Fase Final: Ruptura Nota: ver grfico Tenses/deformaes Materiais Dcteis: Sob a aco de foras tem primeiro deformaes elsticas e depois deformaes plsticos. Exemplo: metais e madeira. Materiais Frgeis: sob a aco de foras tem primeiro uma fase elstica de posteriormente uma fase plstica muito curta. Exemplo: vidro. Os materiais dcteis tem maior segurana de utilizao pois do um pr-aviso, deformam-se significativamente antes de se dar a rotura, enquanto nos materiais frgeis isso no acontece.

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Mdulo de elasticidade:

= E Tenso Deformaes E mdulo de elasticidadePara um maior mdulo de elasticidade temos uma tenso maior; e para um menor mdulo de elasticidade temos uma tenso menor. Esta proporcionalidade s existe na fase elstica de deformao. Notas importantes: - Nenhum material rompe a compresso, porque no h nenhuma fora que consiga romper os ncleos atmicos; - Os materiais rompem por traco; - Comprimindo um material ele alarga, estas foras de compresso originam foras de traco internas que rompem o material, este efeito chama-se Efeito de Poisson; - Coeficiente de Poisson d a relao entre os esforos e caracterstico de cada material; - Alem do efeito de Poisson, existe o esforo transverso, um provete tem tendncia a romper quando tem esforos e configurao tal que tende a romper em forma de cunha. Assim: - Para um ngulo de 45 esforo transverso mximo, efeito das dimenses. - Para um ngulo menor que 45 esforo transverso menor.

Necessidades de normalizao dos ensaios - O problema dos esforos transversos em funo das dimenses dos provetes - Coeficiente de Poisson e o atrito com os pratos - Traco, para traccionar materiais pouco rgidos h que ter em conta as garras pois exercem compresso.

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Choque: Exemplos de materiais: Vidro boa resistncia a compresso e baixa resistncia ao choque Materiais de revestimento de piso: madeira tem maior resistncia ao choque que ladrilhos cermicos. As aces do choque devem ser sempre consideradas (somente em pavimentos) Algumas precaues na escolha do material de um pavimento: - Deve ser um material com bastante atrito, para evitar que o piso seja escorregadio; - Deve ser um material com maior resistncia ao choque. Ponoamento - Aco de uma compresso pontual, rea diminui tenso aumenta. - Quando a tenso instalada ultrapassa a capacidade resistente do material, h uma ruptura muito localizada. Abraso - Desgaste de um piso por exemplo; - No sempre necessrio conhecer a capacidade resistente a abraso por exemplo numa parede, enquanto num pavimento importante. Fadiga - Diminuio da tenso sob esforos repetidos e alternados; - Diminuio da capacidade resistente de um material sujeito a fadiga devido aos esforos repetidos e alternados que rompem com cargas muito inferiores, que em condies normais, seria necessrio para produzir o mesmo efeito. Relaxao: diminuio da tenso sob deformao constante. Fluncia: acrscimo de deformao sob tenso constante. Estabilidade Mecnica (deformaes) - Conjugao de dois ou mais materiais que trabalham em conjunto. Exemplo: Beto armado (beto + ao) sofrem deformaes idnticas. Estabilidade fsico qumica: deformao, corroso, envelhecimento

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Retraco: Exemplo: gua do beto usada para o seu fabrico da uma melhor trabalhabilidade, pois antes do beto atingir presa uma pasta moldvel, mas aps a evaporao dessa gua as dimenses do material diminuem, este efeito chamado de Fenmeno de Retraco. Variaes Trmicas: dilataes ou contraces

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Pedras naturaisOcorrem na natureza, so extradas da natureza. Utilizao: - pedras ornamentais revestimento de paredes ou pisos - Inertes Caractersticas mais importantes das rochas ornamentais dureza, homogeneidade, beleza. Tipos de polimento de rochas: 1 Grau brunido (bao) 2 Grau amaciado (intermdio) 3 Grau polido (brilhante) Nota: em revestimentos de pisos no aconselhvel o uso de rochas polidas Outros tipos de acabamento: Bujardado feito com um martelo chamado bujarda, utilizado para acabamento de paredes essencialmente. As rochas ornamentais no devem ter veios, que so fendas que foram preenchidas com outro tipo de material. Os veios podem ser: - Nodos brandos - Geodes (buracos preenchidos com material cristalizado)

Classificao de dureza das rochas (classificao industrial) - Brandas so cortadas com lmina de ao corrente - Medianamente duras cortadas com lmina de ao + areia + gua - Duras cortadas com lmina de ao + esbrio +gua - Durssimas cortadas com diamante

Qualidade e comportamento dependem da: - Massa volmica - Massa especfica - Porosidade

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Aces que ocorrem sobre as pedras naturais Gelividade: aco do gelo sobre as pedras Se imergirmos gradualmente um provete em gua e depois calcularmos a quantidade de gua absorvida pela amostra, determinamos a % de gua absorvida e podemos dizer se a rocha : - Geladia: absorve mais que 80% de gua - No geladia: absorve menos que 75% de gua - Pedra duvidosa: absorve entre 75% e 80% de gua Resistncia ao choque: aco do choque sobre as pedras Deixa-se cair uma esfera de uma altura de n=10 cm e v-se se ouve rotura da rocha, se no ouve rotura deixa-se cair a pedra de uma altura n+1 cm, n+2 cm,..., n+n, ate se verificar a rotura da pedra. Pode-se medir este valor pelo nmero de pancadas ou pela altura da queda em que houve rotura. O provete tem de estar completamente assente numa base de areia para evitar roturas por flexo. Durabilidade de uma pedra Binmio entre compacidade e porosidade Compacidade e porosidade so complementares 1 P = C, ou seja, quanto maior a porosidade menor a compacidade e vice-versa. Quanto mais porosa a pedra mais vai a pedra degradar-se, pois como sabemos na atmosfera cada vez mais existe gases como o dixido de carbono (CO2) e o dixido de enxofre (SO2), que juntamente com as guas das chuvas d origem a chuvas acidas, que vo entrar em contacto com as pedras das construes tanto exteriormente como interiormente, pois ocorre muita infiltrao de gua em materiais muito porosos. Curiosidade: a degradao do granito (rocha bastante resistente), numa escala de tempo adequada, da origem a argila (rocha muito pouco resistente)

Eflurescncia e Cliptoflurescncia Podem ser ambos caracterizados por um termo no cientfico, salitre Ocorrendo infiltrao de gua num material, ela pode arrastar consigo sais solveis. A gua depois de evaporar do interior do material no leva os sais e estes ficam depositados no material de duas maneiras em que ocorrem dois fenmenos: Eflurescncia - disposio de sais solveis sobre a superfcie exterior do material, este fenmeno no causa danos no material.

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Cliptoflurescncia disposio de sais abaixo da superfcie do material (interior), depois da evaporao da gua, ocorre um fenmeno de cristalizao dos sais que aumentam de volume, e vo expandir no interior do material que vai se degradar. Sais mais frequentes: cloretos, sulfatos, nitratos - Cloretos encontrados nas zonas litorais - Sulfatos constituio de edifcios antigos (ex. Gesso) - Nitratos derivados da actividade biolgica (Ex. estrume e acido rico), encontram-se em todas as zonas do pas. (os pedreiros mijam nas paredes LOL). Outros factores de degradao das pedras - Dejectos de animais: tem natureza cida - Vegetao parasitria: superiores (Ex. arbustos) e inferiores (Ex. algas musgos, lquenes) - Colonizao endoltica: ocorre em profundidade, no possvel remover.

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InertesUtilizam-se no fabrico de betes e argamassas So caracterizados por: Origem petrogrfica calcrios, siliciosos (areias), granticos. Classificao de pouco interesse pois no permite fazer distino entre as suas qualidades. Massa volmica podem ser: Leves massa volmica mais leve, inferior a 2.3 g/cm3, tornam o peso prprio da estrutura mais leve. Tem dois fins, tornar os betes e argamassas mais leves e aumentar o isolamento trmico, tambm servem para fazer enchimentos para corrigir a cota das superfcies. Exemplos de inertes leves: cortia, poliestireno expandido (esferovite), argila expandida (Leca). Nota: a argila expandida tem um uso mais corrente. Normais Massa volmica entre 2.3 e 3.0 g/cm3 provem de rochas conhecidas. Pesados tem uma massa volmica mais pesada, superior a 3.0 g/cm3, torna os betes mais pesados, tem aplicao em consultrios de radiologia, para evitar a passagem de radiaes para o exterior (mais barato que placas de chumbo), para tal usa-se betes com barita ou rebocos baritados. Exemplos de inertes pesados: desperdcios de ao (sucata), barita. Modo de obteno: - Naturais ocorrem na natureza ( Ex. areias de rios) - Britados tem de sofrer um processo de alterao chamado britagem. Granulometria: dimenso do inerte Finos Dimenses inferiores a 5 mm designados essencialmente por areia, podem ser: - Rolado: de origem sedimentar. Ex.: areias de rios, areia de areeiro; - Britado: obtm se atravs das britadeiras Grossos pode ser: - Britas: obtm-se por britagem - Godos: so naturais

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Caractersticas da resistncia mecnica dos inertes Resistncia a compresso: no possvel verificar na obra, somente com acesso a rocha-me, ento usa-se outro mtodo: Resistncia ao esmagamento condio do ensaio: o material tem de passar no peneiro 12.7mm e ficar retido no peneiro 9.52mm.

Descrio do ensaio: coloca-se o material num recipiente e fecha-se, o recipiente fechado e levado a uma prensa onde comprimido com uma fora de 40 toneladas (40 toneladas = 400 kN, a fora aplicada ao ritmo de 650 N/s). Depois do esmagamento v-se qual a quantidade de material que passa no peneiro 2.38mm e obtm-se o valor do ensaio fazendo: (% que passa no peneiro 2.38) / (% inicial de inerte) = resultado do ensaio De acordo com a norma portuguesa o inerte aceitvel quando a resistncia ao esmagamento igual ou inferior a 45%. Ensaio de desgaste do inerte ou ensaio de abraso: Descrio do ensaio: realizado na mquina de Los Angeles (mquina que tem um tambor que efectua rotaes em torno do seu eixo), onde pem-se os inertes juntamente com esferas de ao. Para material mais grosso faz-se 1000 rotaes e para material mais fino 500 rotaes. Depois de desgastado o material ver a quantidade que passa no peneiro 1.68mm De acordo com o regulamento portugus do beto limita no mximo de 50% de perda de peso do inerte neste ensaio. Ensaio comparativo de dois betes (no muito importante) Descrio do ensaio: temos 2 betes em que se realizam ensaio de resistncia e compara-se o valor de um ensaio com o de outro. Este resultado satisfatrio se a diferena entre os resultados for menos que 10%. Um beto padro onde se usa inertes com propriedades bem conhecidas e j determinadas, usa-se a mesma quantidade de inerte bem como a dosagem de gua no beto a ensaiar Forma das partculas do inerte Coeficiente volumtrico quociente entre o volume de uma partcula de inerte e o volume da menor esfera que envolve a partcula. Para o fabrico de betes o inerte deve ter: - Cv> 0.15 para inertes britados; - Cv> 0.12 para inertes rolados

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Interpretao do coeficiente volumtrico: quanto mais perto da unidade for este coeficiente mais arredondado o inerte. Um inerte mais arredondado aumenta a compacidade do beto, logo aumenta a sua resistncia. Coeficientes volumtricos: - Ovo 0.5 - Cubo 0.37 - Forma achatada 0.07 - Forma alongada 0.01

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Analise GranulomtricaSrie Principal Peneiro de dimenso 4.76mm (peneiro n 4), o peneiro que permite a separao do inerte grosso do inerte fino. Nota: 1 polegada = 2.54 cm A partir do peneiro n 4, temos o peneiro n 8, n 16, n 30, n 50, n 100 e n 200. Estes peneiros so designados por nmeros com o seguinte significado: Peneiro n 4: significa que em cada polegada linear (2.54 cm) existem 4 divises da malha do peneiro. Peneiro n 8: significa que em cada polegada linear (2.54 cm) existem 8 divises da malha do peneiro.

Peneiro n 200: significa que em cada polegada linear (2.54 cm) existem 200 divises da malha do peneiro. Na srie principal o peneiro mais fino que interessa memorizar o peneiro n 200 (0.0074 mm) e na srie secundaria o peneiro mais fino que interessa memorizar o peneiro 6.35 mm; isto porque, possvel obter todos os outros peneiros de cada srie aplicando sucessivamente ao peneiro anterior uma razo de 2 para obter o peneiro seguinte. Tcnica da anlise - Secar a amostra; uma vez que a anlise granulomtrica medida atravs da pesagem da quantidade de inerte que fica retida em cada peneiro, pelo que a gua ser um factor de erro nessa pesagem quando esta presente. - Seleccionar uma quantidade menor: mtodo do esquartelamento ou com um separador. Nota: o separador tem de ter um nmero par de divises para que a separao da amostra seja de igual forma para ambos os lados. - Registo da massa inicial e aps a peneirao - Registo e calculo na tabela:

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Srie Principal 1 3/8 N 4 N 8 N 16 N 30 N 50 N 100 N 200

Dimenso da malha [mm] 38.1 19.0 9.51 4.76 2.38 1.19 0.595 0.297 0.147 0.074

Srie Secundria 2 1

Dimenso da malha [mm] 50.8 25.4 12.7 6.35

Curva Granulomtrica - Quando traamos a curva granulomtrica o ltimo peneiro tem de ter sempre como ordenada 100%; - a coluna da tabela de material passado acumulado que nos permite traar a curva granulomtrica; - Quanto mais a direita est uma curva granulomtrica no grfico, significa que mais grosso o inerte, e quanto mais a esquerda mais fino o inerte. Mdulo de Finura o somatrio do material retido acumulado da srie principal, menos o peneiro n 200, somatrio este que divido por 100. O valor do mdulo de finura d-nos aproximadamente o valor mdio da dimenso do inerte, que corresponde a uma dimenso de um peneiro. Exemplo: Mdulo de finura = 5 corresponde ao peneiro n 8 que tem como dimenso 2.38 mm que a dimenso mdia do inerte com este mdulo de finura. (conta-se de baixo para cima da tabela um numero de linhas correspondente ao numero do modulo de finura). - Quanto mais elevado o mdulo de finura mais grosso o inerte, pelo que as curvas mais a direita do grfico tem maior mdulo de finura que as curvas a esquerda do grfico. Regras da curva de mistura 1 Regra: A curva da mistura tem de comear no ponto mais fino do inerte mais fino; 2 Regra: A curva de mistura tem de acabar no ponto do inerte mais grosso;

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3 Regra: Nunca deve ultrapassar as curvas granulomtrica do inerte mais fino e do inerte mais grosso, ou seja, a curva da mistura deve estar contida entre as curvas do inerte mais fino e do inerte mais grosso. Nota: esta regra s vlida para a mistura de 2 inertes. No caso de mistura de 3 inertes, a curva do inerte do meio ser intersectada pela curva e mistura, pelo que a 3 regra das curvas de mistura no se aplique para mistura de mais de 2 inertes. Dimenso do Inerte - Mxima dimenso do inerte: o menor peneiro onde passa uma quantidade de inerte maior ou igual a 90% - Mnima dimenso do inerte: o maior peneiro onde passa uma quantidade de inerte menor ou igual a 5%.

Factores que influenciam a relao inerte ligante

Coeficientes Volumtricos - Maior coeficiente volumtrico maior compacidade maior trababilidade - A quantidade de gua necessria para a mistura ser tanto maior quanto for o coeficiente volumtrico - Um coeficiente volumtrico baixo implica maiores erros na anlise granulomtrica. As ligaes entre um inerte e um ligante podem ser: Ligaes mecnicas: que dependem da natureza da forma das partculas. Em escala macroscpica, os componentes cristalizados do cimento hidratado vo aderir as rugosidades superficiais das partculas do inerte Exemplo: Inertes britados apresentam uma maior ligao mecnica devido a serem inertes muito rugosos. Ligaes que deriva da porosidade do inerte: inertes muito porosos apresentam uma ligao com ligantes muito mais forte relativamente a um inerte menos poroso. Inertes porosos apresentam uma absoro de gua significativa, ento as partculas de inerte vo absorver gua e esta aps penetrar a superfcie da partcula vai cristalizar ao mesmo tempo que a pasta.

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Ligaes eptitxicas: tipo de ligao que esta ligada com a estrutura cristalina do inerte. Os cristais dos componentes do cimento hidratado prolongam-se aos do inerte, que tem em comum as suas redes cristalinas, este fenmeno chama-se epitxia, que resulta do aparecimento de um modo de ligao regular entre cristais de espcies diferentes.

Ligaes resultantes de ligaes qumicas: devida a reaces entre os produtos da hidratao dos componentes do cimento e a superfcie do inerte

Coeficiente de Dilatao Trmica linear do Inerte - As variaes dimensionais do inerte, cimento e beto devem ser compatveis, para que as ligaes inertes/ligante no se percam. - Aumento do tamanho desse coeficiente com o aumento da temperatura.

Impurezas do Inerte - Partculas finas como por exemplo o p resultante do processo de britagem; mesmo assim o p de pedra no o pior, a presena de argila diminui muito mais a resistncia do beto, a substituio de 6.5% de inerte por argila baixa para mais de metade a tenso de rotura do beto do seu valor inicial. O p de pedra como tem partculas de dimenses maiores que a da argila no tem uma consequncia to danosa, o mesmo se pode dizer do silte. Consequncia: As partculas finas diminuem as ligaes entre o inerte e o ligante. Muitas partculas finas implicam maior quantidade de gua que temos de juntar ao beto, o que implica tambm que a resistncia mecnica do beto seja menor consequentemente, resistncia menor essa que no conveniente numa construo.

Ensaio que permite medir a quantidade de partculas finas de um inerte. No Laboratrio: - Temos uma amostra inicial com massa (m), colocamos num balde com gua; - As partculas finas ficam suspensas (partculas que ficam retidas no peneiro de malha 0.074); - Seca-se a amostra; - Determina-se a massa de inerte sem partculas finas, e portanto a percentagem de finos no inerte.

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Na Obra: - Num recipiente, um copo por exemplo, coloca-se NaCl e agitamos, para obter uma soluo (o NaCl tem como funo emulsionar o inerte); - Coloca-se areia no copo com a soluo; - Ao fim de umas horas as partculas grossas depositam-se no fundo do copo enquanto as partculas finas ficam a superfcie formando diferentes camadas; - Com uma rgua medimos as alturas das camadas e ponderamos a percentagem de finos na areia.

- Matria orgnica como por exemplo dejectos de animais. Consequncia: - Diminui a resistncia mecnica do beto e das argamassas - Beto demora mais tempo a fazer presa o que implica maiores custos; pois a reutilizao das cofragens retardada. Ensaio colorimtrico NP determinao da quantidade de matria orgnica - Coloca-se o inerte numa soluo de gua com hidrxido de Sdio (NaHO), que emulsiona a matria orgnica; - A soluo fica com cor mais escura quanto maior for a quantidade de matria orgnica; - Comparamos com atlas de cor em que indicada a percentagem de matria orgnica.

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LigantesClassificao: 1. Hidrfobos: no precisam de gua para fazer presa; - Hidrocarbonetos so aplicados com temperatura elevada para ficarem pastosos e fazerem presa depois de aplicados. Exemplo: asfalto das estradas. - Resinas Sintticas cianogrilatos (super-cola) 2. Hidrfilos: precisam de gua para fazer presa; - Areos ligante no hidrulico, que precisa de estar em contacto com o ar para fazer presa. Exemplo: cal area (gordas e magras) - Hidrulicos fazem presa em contacto com o ar ou com a gua. Exemplos: cal hidrulica, cimentos naturais, cimentos Portland.

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Cal AreaMatria-prima: CaCO3 (carbonato de clcio = calcrio) - Percentagem de argila no pode ultrapassar 5% na extraco do calcrio, tem de ser puro.

Aumento da percentagem de argila Cal Area Cal Hidrulica Cimento

Cozedura a 900 C: Cal viva ou xido de clcio - Colocada nas urnas - Nunca se usa cal viva nas construes, pois tem reaco expansiva e exotrmica

CaCO3 CaO xido de clcio CO2 dixido de carbono Extino da Cal viva para cal apagada

CaO + CO2

- Reaco expansiva e exotrmica em ambiente controlado CaO + H2O Carbonatao Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O Ca(OH)2

- Com esta reaco arranjamos uma pasta a qual damos a forma que queremos mantendo-se estvel. Nota: preciso misturar agua ao Ca(OH)2 Cal area gorda: CaCO3 > 99% (1% de impurezas) Cal area magra: CaCO3 de 95% a 99%

Teor de magnsio (MgO) Cais Normais: MgO 20% Notas importantes: - Quanto maior o tempo de extino melhor a qualidade da cal area, pois durante esse processo de formao da pasta formam-se cristais que tornam a superfcie rugosa, aumentando a sua resistncia mecnica. O seu uso s se justifica para estruturas de grande porte devido ao seu elevado preo, para uso corrente este custo no justifica a preocupao.

Cal HidrulicaMatria-prima: calcrios com teor de argila de 5% a 20%, CaCO3 80% a 95% Processo de fabrico: - Calcinao: em fornos verticais a 1200C 1500C; combinao de slica e alumina com a cal, formando silicatos e aluminatos. - Extino: destinada a eliminar a cal viva e a pulverizar a cal, uso da quantidade agua necessria para que a cal viva que sai do forno seja extinta e se transforme em cal neutra. - Peneirao: para separar os gros maiores no cozidos ou sobrecozidos. Aplicaes - Alvenarias correntes - Beto em massa sujeitos a tenses moderadas - Rebocos

Curiosidade: Qual o tempo mximo que se pode ter cal viva dentro da gua sem que ela faa presa? R:.O tempo que quiser, desde que ela esteja completamente imersa e no entre em contacto com ar que contem CO2.

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CimentoMatria-prima: calcrio e argila Processo de Fabrico: - Mistura - Depsitos de matria-prima: a avaliado para se ver se a mistura esta em condies para seguir para o processo de fabrico ou aplicar correces. Obtm-se o cru que a matria-prima j em condies para se produzir o clinquer. - Moagem - Homogeneizao: (do cru) -Via seca: grandes torres, feita atravs de correntes de ar. -Via hmida: grandes tanques e agitao com braos mecnicos. (mais gasto de energia mas de mais fcil execuo) - Forno: (em tijolo refractrio, nunca se pode desligar) -Temperatura vai progressivamente aumentado dando a entrada aos queimadores -Forma-se clinquer (grandes bolas de material) -Arrefecimento brusco do clinquer a sada do forno para evitar a cristalizao, ficando assim um estrutura amorfa.

- Clinquer depositado num monte e feita a adio de aditivos normalmente gesso (cerca de 5%) que funciona como retardador de presa dos aluminatos, e feita uma moagem. O produto final cimento que pode ser comercializado em sacos de 50kg ou a granel (mais barato, pois no se paga o processo de ensacagem) O transporte feito via ferroviria ou via rodoviria.

Avaliao do clinquer CaO: 60 a 67% SiO2: 17 a 25% Al2O3: 3 a 8% Fe2O3: 0.5 a 6% Faz-se a verificao conjunta utilizado mdulos:

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Modulo Hidrulico

CaO De 1.7 a 2.3 SiO2 + Al 2 O3 + Fe2 O3Modulo Silcico

SiO2 De 2 a 3 Al 2 O3 + Fe2 O3Modulo alumino-frrico ou de fundentes

Al 2 O3 De 1.5 a 2.5 Fe2 O3Grau de saturao em clcio

CaO De 0.9 a 0.95 2.8SiO2 + 1.8 Al 2 O3 + 0.65 Fe2 O3Nota: Para se fazer cumprir estes mdulos utilizam-se materiais correctores, que so os componentes do clinquer.

Pormenorizao do processo de cozedura: 100C evaporao de toda a gua, fica-se com a matria-prima no estado seco; 900C primeira transformao do CaCO3 em CaO (mais leve que o CaCO3); 1200C Fuso do Al2O3 e do Fe2O3 formando uma matria-prima pastosa; 1400C Fuso do SiO2

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Clinquerizao Os quatro xidos acima referidos associam-se entre si e originam: - Silicato Triclcico: 3CaO.SiO2 20 a 65% - Silicato Biclcico: 2CaO.SiO2 10 a 55% - Aluminato Triclcico: 3CaO.Al2O3 0 a 15% - Aluminoferrato Tetraclcico: 4CaO.Al2O3.Fe2O3 5 a 15% Nota: Diferentes percentagens destes compostos do origem a diferentes tipos de cimento. Cimentos Naturais: Composio: CaCO3 60 a 80% Argila 20 a 40% - Presa lenta ou normal: argila