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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Olericultura - Análise da Conjuntura Agropecuária Outubro de 2013 INTRODUÇÃO Para Filgueira, Fernando Reis, Olericultura é um termo técnico-científico, muito preciso, utilizado no meio agronômico. Derivado do latim (oleris, hortaliça, + colere, cultivar), refere-se à ciência aplicada, bem como ao estudo da agrotecnologia de produção das culturas oleráceas, ministrados nos cursos de Agronomia . A palavra hortaliça refere-se ao grupo de plantas que apresentam, em sua maioria, as seguintes caraterísticas: consistência tenra, não-lenhosa; ciclo biológico curto; tratos culturais intensivos; cultivos em áreas menores, em relação às grandes culturas; e utilização na alimentação humana, sem exigir preparo industrial. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), Censo 2.006, o Estado do Paraná apresenta 14.735 estabelecimentos com horticultura. De acordo com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), cada produtor em média, cultiva 4 ou 5 culturas. Por exemplo um mesmo produtor geralmente pode produzir na sua propriedade culturas como alface, berinjela, beterraba, couve-flor, repolho entre outras. O Estado do Paraná possui uma vasta extensão territorial o que permite que sejam produzidas inúmeras variedades de produtos. A produção paranaense de olerícolas é pulverizada por todas as regiões do Estado, com uma concentração maior em torno das grandes cidades, conhecidas como “cinturões verdes”. A produção de olerícolas possui algumas características que a diferem de outras culturas. Por não necessitar de grandes áreas, a produção de olerícolas é uma alternativa atrativa para os pequenos agricultores. Outra característica desse segmento é a participação das famílias nos trabalhos de produção. A maioria são culturas que demandam cuidados permanentes e diários, contribuindo também para evitar o êxodo rural, fazendo com que os produtores familiares permaneçam no campo. Em culturas como batata, cebola e tomate os produtores com áreas maiores, tem necessidade de contratar mão de obra temporária em determinadas épocas da safra. Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto Salvador Contato: [email protected]; (41) 3313-4136

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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do AbastecimentoDERAL - Departamento de Economia Rural

Olericultura - Análise da Conjuntura AgropecuáriaOutubro de 2013

INTRODUÇÃO

Para Filgueira, Fernando Reis, Olericultura é um termo técnico-científico, muito preciso,

utilizado no meio agronômico. Derivado do latim (oleris, hortaliça, + colere, cultivar), refere-se à

ciência aplicada, bem como ao estudo da agrotecnologia de produção das culturas oleráceas,

ministrados nos cursos de Agronomia. A palavra hortaliça refere-se ao grupo de plantas que

apresentam, em sua maioria, as seguintes caraterísticas: consistência tenra, não-lenhosa; ciclo

biológico curto; tratos culturais intensivos; cultivos em áreas menores, em relação às grandes

culturas; e utilização na alimentação humana, sem exigir preparo industrial.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), Censo 2.006, o

Estado do Paraná apresenta 14.735 estabelecimentos com horticultura. De acordo com o

Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), cada produtor

em média, cultiva 4 ou 5 culturas. Por exemplo um mesmo produtor geralmente pode

produzir na sua propriedade culturas como alface, berinjela, beterraba, couve-flor, repolho

entre outras.

O Estado do Paraná possui uma vasta extensão territorial o que permite que sejam

produzidas inúmeras variedades de produtos. A produção paranaense de olerícolas é

pulverizada por todas as regiões do Estado, com uma concentração maior em torno das

grandes cidades, conhecidas como “cinturões verdes”.

A produção de olerícolas possui algumas características que a diferem de outras

culturas. Por não necessitar de grandes áreas, a produção de olerícolas é uma alternativa

atrativa para os pequenos agricultores. Outra característica desse segmento é a

participação das famílias nos trabalhos de produção. A maioria são culturas que

demandam cuidados permanentes e diários, contribuindo também para evitar o êxodo

rural, fazendo com que os produtores familiares permaneçam no campo. Em culturas

como batata, cebola e tomate os produtores com áreas maiores, tem necessidade de

contratar mão de obra temporária em determinadas épocas da safra.

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do AbastecimentoDERAL - Departamento de Economia Rural

O clima é fator fundamental para a agricultura em geral e com as hortaliças não é

diferente, pois está diretamente ligado ao desempenho econômico das culturas e é

comum o produtor ter problemas nas lavouras devido a eventos como: chuva, estiagem,

vento, granizo, geadas, etc.

O dinamismo é outra característica do mercado de hortaliças. Na unidade de

Curitiba da Centrais de Abastecimento do Paraná S. A. (CEASA), por exemplo é comum

encontrar produtos de praticamente todo o Brasil. Por exemplo a cebola produzida no

Paraná é ofertada basicamente de novembro a abril. Nos outros meses do ano a cebola

comercializada nesta unidade é oriunda de outros estados como: Santa Catarina, Rio

Grande do Sul e São Paulo entre outros.

Essa sazonalidade na produção das olerícolas faz com que os preços sofram

variações constantes. Em épocas de safra, dependendo do ano, o excesso de produção

causa a queda dos preços, inclusive algumas vezes com valores abaixo dos custos de

produção, o que beneficia o produtor mas, por outro lado prejudica os produtores.

Quando não existe a oferta do produto, há a necessidade de importação de

produtos de outras regiões do país e por isso são adicionados aos preços os valores de

intermediação e frete e isso acaba por encarecer o produto para o consumidor final.

O objetivo deste trabalho é apresentar, de uma forma breve, considerações e

dados relativos as hortaliças, com enfase em três principais produtos da olericultura

paranaense: batata, cebola e tomate.

ASPECTOS DA OLERICULTURA PARANAENSE

Área, Produção e VBP

Na safra 2011/12, o Estado do Paraná, produziu na olericultura 3,01 milhões de

toneladas, em uma área de 114 mil hectares, mercado que movimentou

aproximadamente R$ 2,64 bilhões - (Tabela 1).

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do AbastecimentoDERAL - Departamento de Economia Rural

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

Tabela 01 – Área, Produção e VBP das Principais Hortaliças Cultivadas no Paraná - Safra 2011/12Cultura Área (ha) Produção (t) Valor (R$) % VBP

Batata 28.680 769.321 343.031.534 12,99 25,54

Tomate 5.827 354.047 524.399.057 19,85 11,75

Repolho 8.541 346.936 104.823.340 3,97 11,52

Mandioca Consumo 12.149 242.236 188.895.430 7,15 8,04

Cenoura 6.492 214.133 202.029.825 7,65 7,11

Cebola 6.652 136.721 88.663.633 3,36 4,54

Couve-Flor 3.549 104.771 362.244.350 13,71 3,48

Alface 4.671 94.263 82.427.731 3,12 3,13

Beterraba 3.530 92.985 67.434.364 2,55 3,09

Batata Doce 4.158 79.183 67.923.883 2,57 2,63

Pimentão 2.438 78.033 81.573.928 3,09 2,59

Abobora 4.276 76.797 47.469.638 1,80 2,55

Chuchu 1.589 61.980 32.511.504 1,23 2,06

Pepino 2.389 53.862 59.468.937 2,25 1,79

Milho Verde 3.108 43.973 63.961.064 2,42 1,46

Abobrinha 2.253 41.253 32.894.903 1,25 1,37

Batata Salsa 2.923 33.217 31.512.494 1,19 1,10

Couve 895 21.130 23.428.321 0,89 0,70

1.118 19.286 29.818.317 1,13 0,64

1.214 17.869 22.263.158 0,84 0,59

Couve Chinesa 595 16.783 6.655.515 0,25 0,56

788 14.710 9.472.652 0,36 0,49

Berinjela 520 13.112 12.501.601 0,47 0,44

Moranga 652 12.991 5.663.772 0,21 0,43

Inhame 500 9.878 9.866.445 0,37 0,33

Quiabo 585 8.138 15.002.189 0,57 0,27

Salsa 422 6.872 27.977.707 1,06 0,23

Cebolinha 362 5.806 20.119.241 0,76 0,19

Almeirão 329 5.683 9.464.825 0,36 0,19

Agrião 328 5.515 8.074.676 0,31 0,18

284 4.920 5.155.979 0,20 0,16

Rabanete 269 4.173 5.398.382 0,20 0,14

226 3.636 5.162.545 0,20 0,12

231 3.308 6.095.344 0,23 0,11

Cara 166 2.860 2.469.612 0,09 0,09

Alho 562 2.686 15.314.479 0,58 0,09

Pimenta 190 2.432 6.472.503 0,25 0,08

Milho Verde Doce 167 1.638 482.325 0,02 0,05

Espinafre 79 1.294 1.728.596 0,07 0,04

Salsão 39 1.075 1.022.672 0,04 0,04

Nabo 46 987 877.748 0,03 0,03

39 634 599.159 0,02 0,02

Ervilha 128 396 1.980.229 0,07 0,01

Cogumelos 1 327 4.742.778 0,18 0,01

Alcachofra 15 265 345.163 0,01 0,01Alho Porro 11 143 554.529 0,02 0,00

Maxixe 7 88 103.732 0,00 0,00

Aspargo 8 70 1.127.968 0,04 0,00

Brotos 1 35 226.500 0,01 0,00

Total 114.001 3.012.448 2.641.434.278 100,00 100,00Fonte: SEAB/DERAL

% Prod.

Brocólos

Feijao-Vagem

Kabotia

Escarola/Chicoria

Jilo

Rucula

Caxi

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A batata foi a hortaliça mais produziu no período com 769 mil toneladas, e na

sequência aparecem tomate 354 mil toneladas, repolho 346 mil toneladas, mandioca

consumo 242 mil toneladas, cenoura 214 mil toneladas, cebola 136 mil toneladas e

couve-flor 104 mil. Estes sete principais itens, perfazendo um total de 72% do total

produzido.

Com um volume em torno de 1,83 milhão de toneladas (61% da produção do total),

o Sul é a principal Região produtora, seguido pela Região Norte com 878 mil toneladas

(29% da produção) - (Tabela 2).

Com 35% da produção estadual de hortaliças, o núcleo regional de Curitiba é o que

mais produziu. Outros Núcleos que também se destacam são: Apucarana (13% do total

produzido), Ponta Grossa (10% do total), Guarapuava (6% do total)), Jacarezinho e

Londrina (5% da produção cada um). (Tabela 3)

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

Cultura Área (ha) Produção (t) Valor (R$) % VBPCentro-oeste 1.269 23.971 20.810.367 1 1Noroeste 2.373 46.437 42.293.210 2 2Norte 27.377 878.317 1.011.567.563 38 29Oeste 5.398 109.712 109.550.141 4 4Sudoeste 4.826 121.355 89.845.571 3 4Sul 72.758 1.832.656 1.367.367.426 52 61Total 114.001 3.012.448 2.641.434.278 100 100

Tabela 02 – PARANÁ – ÁREA, PRODUÇÃO e VBP DAS PRINCIPAIS HORTALIÇAS CULTIVADAS POR REGIÃO NA SFRA 2011/12

% Prod.

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Com um volume em torno de 329 mil toneladas (11% da produção estadual),

Marilândia do Sul na Região Norte do Paraná é o município campeão estadual, negócio

que rendeu o valor bruto de produção de aproximadamente R$ 387 milhões no período.

Em segundo lugar esta São José dos Pinhais na Região Sul com uma produção de 263

mil toneladas (9% da produção total) e uma renda de 216 milhões. Os dois municípios

produziram 20% do total estadual - (Tabela 4).

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

Tabela 03 – Área, Produção e VBP das Principais Hortaliças CultivadasNúcleos Regionais do Paraná – Safra 2011/12

Núcleo Regional Área (ha) Valor (R$) % VBPApucarana 9.222 381.779 444.457.989 17 13Campo Mourão 1.269 23.971 20.810.367 1 1Cascavel 4.661 97.837 97.664.838 4 3Cianorte 327 4.404 4.289.355 0 0Cornélio Procópio 2.268 56.541 58.081.500 2 2Curitiba 43.456 1.068.651 862.545.221 33 35Dois Vizinhos 638 14.698 12.987.320 0 0Francisco Beltrão 2.461 56.766 50.083.424 2 2Guarapuava 6.398 189.315 108.085.171 4 6Irati 5.086 127.776 71.642.628 3 4Ivaiporã 2.788 97.503 112.543.601 4 3Jacarezinho 5.839 145.591 169.882.275 6 5Laranjeiras do Sul 878 13.279 11.684.255 0 0Londrina 4.699 145.132 170.531.393 6 5Maringá 2.561 51.772 56.070.805 2 2Paranaguá 1.643 34.659 29.745.907 1 1Paranavaí 350 7.244 7.002.983 0 0Pato Branco 1.727 49.891 26.774.828 1 2Ponta Grossa 9.124 286.784 223.164.176 8 10Toledo 737 11.875 11.885.303 0 0Umuarama 1.696 34.789 31.000.872 1 1União da Vitória 6.174 112.192 60.500.068 2 4Total 114.001 3.012.448 2.641.434.278 100 100Fonte: SEAB/DERAL

Produção (ton) % Prod.

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Tabela 4 – Área, Produção e VBP das Principais Hortaliças Cultivadas Municípios do Paraná – Safra 2011/12

Município Área (ha) Valor (R$) % VBPMarilândia do Sul 7.478 329.583 387.426.813 15 11São José dos Pinhais 8.692 263.784 216.426.302 8 9Araucária 4.815 127.500 68.382.397 3 4Colombo 4.285 124.182 188.267.653 7 4Castro 3.422 109.277 54.593.435 2 4Guarapuava 2.619 84.757 48.484.197 2 3Reserva 1.471 77.656 100.554.716 4 3Contenda 3.288 77.600 39.334.052 1 3Londrina 2.481 77.557 90.384.116 3 3Lapa 3.060 71.439 34.622.629 1 2São Mateus do Sul 3.086 63.471 30.123.438 1 2Campo Largo 2.493 53.179 28.916.047 1 2Cerro Azul 2.069 45.649 39.375.205 1 2Quitandinha 2.379 45.537 25.825.029 1 2Mandirituba 2.096 43.475 36.984.845 1 1Tamarana 1.280 42.061 50.471.092 2 1

Irati 1.485 41.934 23.635.009 1 1Palmas 1.153 37.648 16.855.607 1 1Candói 1.136 37.073 18.686.574 1 1Mauá Da Serra 1.126 36.454 37.605.096 1 1Faxinal 629 33.901 46.456.495 2 1Wenceslau Braz 866 29.222 37.799.803 1 1Campo do Tenente 1.120 25.885 13.858.395 1 1Almirante Tamandaré 972 25.452 29.299.794 1 1Pinhão 800 24.822 12.966.243 0 1Ponta Grossa 906 23.800 15.842.028 1 1Campo Magro 1.021 23.352 18.934.294 1 1Morretes 982 23.247 19.616.997 1 1Antônio Olinto 1.032 22.888 10.875.696 0 1Adrianópolis 1.248 22.390 18.727.462 1 1Pirai do Sul 992 22.239 14.250.601 1 1Outros 43.524 945.437 865.852.218 33 31Total 114.001 3.012.448 2.641.434.278 100 100Fonte: SEAB/DERAL

Produção (ton) % Prod.

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O crescimento da produção de olerícolas no Paraná, no período de 2000 a 2012,

foi de 75%. No ano 2000 o Paraná produziu 1,71 milhão de toneladas, em 2012 esse

número saltou para 3,02 milhões (Figura 01). Esse desempenho se deve basicamente a

organização dos produtores, investimento em novas tecnologia, manejo e conservação do

solo agrícola, o que tem feito com que as produtividades das mais variadas culturas

venham aumentando ano a ano – (Figura 1).

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2011 2012

1.714.177

2.044.635 2.130.0002.357.312

2.770.1682.978.064

3.187.9533.012.448

Figura 1 - Produção Paranaense de Hortaliças de 2000 a 2012

Ano civilFonte: SEAB/DERAL

Ton

ela

das

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Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP)

O Valor Bruto da Produção Estadual em 2012 foi cerca de 53,98 bilhões de reais, a

maior cifra alcançada desde 1997. A participação do seguimento ficou em torno de 2,64

bilhões, 3% do total paranaense - (Figura 2).

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Soja 17%

Frango - corte 14%

Milho 12%

Leite Bovino 6%

Bovinos - corte 5%

Cana-de-Açúcar 4%

Serraria e Laminadora 4%

Suíno de raça - corte 4%

Hortaliças 3%

Feijão 2%Trigo 2%

Outros 27%

Fonte: SEAB/DERAL

Figura 2 - Participação por seguimentos rurais - VBP 2012

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BATATA

A espécie Solanum tuberosum ssp., conhecida por batata, batata-inglesa,

batatinha ou papa. É um vegetal que pertence a família das solanáceas, originária da

América do Sul e cultivada mundialmente pelos seus tubérculos comestíveis. De acordo

com Filgueira: Um tubérculo nutritivo, dietético, versátil na cozinha, um alimento básico

para muitos povos – eis a batata andina, erroneamente denominada de “inglesa”. Trata-

se da cultura olerácea mais relevante no Brasil e em todo o mundo.

Panorama Mundial

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

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Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO), a produção mundial de batata foi de 373,15 milhões de toneladas. O

principal produtor foi a China, com 88,3 milhões de toneladas e 24% do total produzido.

Em ordem decrescente de produção: Índia 42,3 milhões de toneladas (11%); Rússia 32,6

milhões de toneladas (9%); Ucrânia 24,2 milhões de toneladas (6%) e Estados Unidos da

América 19,4 milhões (5%). O Brasil ocupa a 20ª colocação com aproximadamente 3,9

milhões de toneladas, o que representa cerca de 1% do total da produção mundial -

(Tabela 05).

Panorama Nacional

De acordo com os dados do IBGE, tabela 6, a área estimada do cultivo da

batata na em 2013 é 126,8 mil hectares, 3% menor que a passada. O Paraná foi a

segunda unidade da federação que mais cultivou o tubérculo com 27,7 mil hectares (22%

do total). Destaque para Minas Gerais que ficou com o primeiro lugar no cultivo com 40,4

mil hectares, 32% do total nacional no cultivo do tubérculo.

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

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Em 2013, a produção estimada do batata é de 3,53 milhões de toneladas, 1%

maior que o ano anterior. O Paraná é o segundo estado em produção do tubérculo com

733,8 mil toneladas. O maior produtor nacional é novamente Minas Gerais com 1,27

milhão de toneladas, 36% do total produzido. (Tabela 07)

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Panorama Estadual

Os produtores paranaenses produziram na safra 2011/12 cerca de 769,3 mil

toneladas de batata em uma área total de 28,6 mil hectares - (Tabela 08).

A produção paranaense é dividida em duas safras, a primeira é conhecida como

safra das águas e é cultivada no verão e foi responsável por cerca de 59% da produção

total. A segunda safra ou da seca, é responsável pelos 41% restantes e é cultivada nos

meses mais frios do ano.

A produção paranaense de batata está concentrada basicamente em quatro

Núcleos Regionais que juntos concentram 88% da produção estadual. Curitiba é o

principal e produz 32% da batata do Estado, na sequencia aparecem Ponta Grossa com

20%, Guarapuava com 19%, União da Vitória com 10%, Irati com 8% e Pato Branco com

5%.

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Na safra de 2011/12, o plantio da batata 1ª safra foi nos meses de agosto a

dezembro e a colheita de novembro a abril. A oferta do tubérculo no Paraná ocorreu entre

novembro a abril. O plantio da 2ª safra foi entre os meses de janeiro a junho, e a colheita

entre abril a agosto.

Conforme os dados da SEAB/DERAL (tabela 09), apresenta os 18 (dezoito)

maiores municípios produtores de batata do Estado que juntos, totalizaram 614 mil

toneladas, 80% da produção total Paranaense. Castro se destaca em primeiro lugar com

uma produção em torno de 98,3 mil toneladas, seguido por Guarapuava com 70,5 mil

toneladas e Lapa com 58,2 mil toneladas.

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Perspectivas para a safra 2013/14

Segundo as primeiras estimativas para a primeira safra 2013/14 divulgadas pela

SEAB/DERAL, a expectativa é de que ocorra um aumento de área em torno de 5%. A

expectativa inicial é de que sejam produzidas cerca de 466.782 toneladas na próxima

safra, 10% maior que a safra anterior - (Tabela 10).

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CEBOLA

Cebola, de acordo com Filgueira: A espécie cultivada, Allium cepa, originou-se das

regiões asiáticas correspondentes aos atuais Irã e Paquistão. A cultura é praticada há

milênios. Trata-se de condimento cosmopolita, também muito utilizado na culinária

brasileira. A parte utilizável é um bulbo tunificado, compacto, originado pela superposição

de bainhas foliares carnosas. Aquela bainha mais externa constitui uma película seca,

com coloração típica da cultivar.

Panorama Mundial

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Segundo números da FAO, a produção mundial de cebola no ano de 2011 foi de 86,3

milhões de toneladas. Os cinco maiores produtores mundiais são: China (29%), Índia

(18%), Estados Unidos (4%), Iram e Egito (3% cada um). Juntos esses países produziram

57% da produção mundial. O Brasil produziu 1,52 milhão de toneladas, o que representa

cerca de 2% da produção mundial, é o 10º maior produtor mundial do bulbo - (Tabela 11).

De acordo com MDIC/ALICE, no período de março a junho, o Brasil praticamente

importa 100% do total da cebola. O mercado nacional é influenciado pela principalmente

pela concorrência da cebola Argentina. No período de 2006 a 2013 as importações do

bulbo Argentino somaram em média 201,5 mil toneladas. De janeiro a setembro de 2013

o Brasil importou 264,4 mil toneladas, sendo 81% do total é de cebola oriunda da

argentina. De acordo com a FAO a produção Argentina de cebola em 2011 foi 718 mil

toneladas.

Panorama Nacional

Relatos da Emater na publicação “Cultivo de Cebola em Sistema de Plantio Direto,

2013: “A introdução da Cebola no Brasil ocorreu por ocasião da vinda de colonos

portugueses, especialmente açorianos e principalmente para os Estados do Rio Grande

do Sul e Santa Catarina, de onde se difundiu para outras regiões. A cebola é uma cultura

que assume grande importância socioeconômica no Brasil, sendo a terceira hortaliça em

valor de produção, atrás somente de tomate e batata, proporcionando renda e emprego

nas regiões produtoras e disponibilizando alimento rico e de reconhecido valor

nutracêutico para a sociedade”.

De acordo com os dados do IBGE, tabela 12, a área estimada brasileira no cultivo

da cebola em 2013 foi 54,8 mil hectares, 6% menor que a passada. O Paraná é a terceira

unidade da federação em área no cultivo do bulbo com 6, 9 mil ha, 13% do total cultivado.

Destaque para Santa Catarina que ficou com o primeiro lugar com 18,8 mil hectares,

34% da área total.

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Conforme o IBGE, tabela 13, na safra 2013 foram produzidas 1,39 milhão de

toneladas de cebola, 3% menos que a produção passada. O maior produtor foi Santa

Catarina com 459,9 mil toneladas, 33% do total nacional e o Paraná obteve a quinta maior

produção com aproximadamente 154,7 mil toneladas, 11% do total produzido.

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Panorama Estadual

De acordo com a Emater na publicação “Cultivo de Cebola em Sistema de Plantio

Direto” em 2013: O cultivo de cebola no Paraná é realizado, na grande maioria das

propriedades agrícolas, pela mulher e pelos filhos. A área média do cultivo gira em torno

de 1,4 ha. Algumas famílias têm a cebola como cultivo principal, como é o caso das

Comunidades de Pinho de Baixo, município de Irati, e Assungui, município de Fernandes

Pinheiro. Porém para a maioria das famílias, geralmente ela é cultura secundária, sendo

todavia importante fonte complementar de renda. Envolve cerca de 5.500 propriedades,

principalmente de agricultores familiares.

Segundo a SEAB/DERAL, tabela 14, na safra 2011/12 foram produzidas no Paraná

cerca de 136,7 mil toneladas de cebola em uma área total de 6,6 mil hectares. A produção

paranaense de cebola se concentra na região Sul do Estado. O Núcleo Regional de

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Curitiba foi responsável por 61% da produção estadual do bulbo, seguida pela Região de

Irati com 26%.

Conforme os dados da SEAB/DERAL, tabela 15, os 14 (quatorze) maiores

municípios produtores de cebola do Estado que juntos, totalizaram 136,7 mil toneladas,

cerca de 83% da produção total Paranaense. Irati se destaca em primeiro lugar com uma

produção de 20,1 mil toneladas (15% do total produzido), seguido por Contenta com 15,6

mil toneladas (11% do total).

Na safra de 2011/12, o plantio da cebola foi nos meses de junho a setembro e a

colheita de novembro a fevereiro. A comercialização ocorreu entre novembro e junho. Nos

outros meses do ano, os bulbos são comprados em outras regiões produtoras do país.

As importações quase na totalidade são oriundas da Argentina no período de março a

junho.

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Perspectivas para a safra 2013/14

Com relação ao Paraná, tabela 16, levantamentos divulgados pelos técnicos deste

DERAL, a estimativa da safra 2013/14 é que ocorra diminuição de área da ordem de 17%,

sendo cultivados cerca de 5,8 mil hectares. Ocorrendo condições climáticas normais, a

expectativa é de que a produção possa atingir 131,6 mil toneladas, cerca de 9% abaixo do

obtido na safra passada (145.276 toneladas).

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TOMATE

Tomateiro é uma espécie cultivada, cosmopolita, Lycopersicon esculentum. De

acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA): o tomateiro é

originário da costa oeste da América do Sul, onde as temperaturas são moderadas

(médias de 15 ºC a 19 ºC) e as precipitações pluviométricas não são muito intensas.

Entretanto, floresce e frutifica em condições climáticas bastante variáveis. A planta pode

desenvolver-se em climas do tipo tropical de altitude, subtropical e temperado, permitindo

seu cultivo em diversas regiões do mundo. O tomateiro é uma solanácea herbácea , com

caule flexível e incapaz de suportar os pesos dos frutos e manter a posição vertical.

Panorama Mundial

Segundo dados da FAO, a produção mundial de tomates em 2011 foi de 159,3

milhões de toneladas. A China foi o maior produtor mundial de tomates no ano, com 48,5

milhões de toneladas, isso representa 30% da produção do planeta. A produção brasileira

foi de 4,4 milhões de toneladas e foi o 8ª maior, correspondendo a 3% do total mundial.

China, Índia, Estados Unidos da América, Turquia, Egito, Iram, Itália e Brasil produzem

72% do total mundial da solanácea. (Tabela 17)

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Panorama Nacional

De acordo com os dados do IBGE, tabela 18, a área brasileira no cultivo de tomate

na safra 2013 foi 59,9 mil hectares, 8% maior que a passada. O Paraná é quarta unidade

da federação em área no cultivo do fruto com 5,0 mil ha, 8% do total produzido. Destaque

para Goiás que ficou com o primeiro lugar e cultivou 15,7 mil hectares, e responsável por

26% da área total. As unidades da federação Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e

Bahia respondem por 72% do total produzido no país – Tabela 18.

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Na safra 2013 foram produzidas no Brasil cerca de 3,93 milhões de toneladas de

tomate, em torno de 8% maior que a safra anterior. Os maiores estados produtores foram

Goiás com 34% da produção nacional, São Paulo 17%, Minas Gerais 14%, Paraná 7% e

Bahia 5%. Juntos estes Estados produzem 77% do total nacional de tomate - Tabela 19.

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Panorama Estadual

Segundos dados do DERAL/SEAB, a produção paranaense de tomates nas safra

2011/12 foi de 354,0 mil toneladas em uma área de 5,8 mil hectares. Os principais

Núcleos Regionais produtores são: Apucarana com 20% da produção, Ponta Grossa com

18%, Ivaiporã e Londrina com 16% cada um e Curitiba com 5% - (Tabela 20).

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A produção paranaense é dividida em duas safras: a primeira conhecida como

“safrão” é cultivada nos meses mais quentes do ano e a segunda conhecida como “risco”

é cultivada nos meses de março e setembro.

Na safra de 2011/12, o plantio do tomate 1ª safra foi nos meses de agosto a

fevereiro e a colheita de novembro a fevereiro. A oferta do fruto no Paraná geralmente

acontece de novembro a maio. O plantio da 2ª safra se deu nos meses de janeiro a

agosto, e a colheita entre abril a agosto. A comercialização aconteceu nos meses de

março a agosto.

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Conforme os dados da SEAB/DERAL, tabela 21, os 24 (vinte e quatro) maiores

municípios produtores de tomate do Estado juntos, totalizaram 292.969 toneladas ou

88% da produção total Paranaense. Marilândia do Sul se destaca em primeiro lugar com

uma produção em torno de 67,4 mil toneladas (19% do total produzido), seguido por

Reserva com 52,1 mil toneladas (15% do total).

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Perspectivas para a safra 2013/14

Os levantamentos de intenção de plantio para a safra de verão, mostram que na

maioria das regiões produtoras deverá ocorrer redução no tamanho da área e na

produção.

O Departamento de Economia Rural – DERAL, estima que no Paraná a primeira

safra 2013/14 apresenta uma redução na área em torno de 6% e estima-se cultivar uma

uma área de 2,9 mil hectares. Ocorrendo condições climáticas favoráveis, a expectativa é

de que a produção possa atingir 181,3 mil toneladas, ou seja, 4% menor que a anterior -

(Tabela 22).

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