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Analgésicos e Anti-inflamatórios Marcos Moreira Séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix alba vulgaris) como antipirético. 1829: Henri Leroux isola o princípio ativo da casca do salgueiro – a salicina. Histórico 1899: Dreser introduziu o uso clínico do AAS; 1900: Bayer produzia 4,2 toneladas. Histórico Sinais Cardinais da Inflamação Inflamação Aguda

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Page 1: Séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix Analgésicos e alba ... · PDF fileAnalgésicos e Anti-inflamatórios Marcos Moreira Séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix alba vulgaris)

Analgésicos e Anti-inflamatórios

Marcos Moreira

▪ Séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix alba vulgaris) como antipirético. ▪ 1829: Henri Leroux isola o princípio ativo da casca do salgueiro – a salicina.

Histórico

▪ 1899: Dreser introduziu o uso clínico do AAS; ▪ 1900: Bayer produzia 4,2 toneladas.

Histórico Sinais Cardinais da InflamaçãoInflamação Aguda

Page 2: Séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix Analgésicos e alba ... · PDF fileAnalgésicos e Anti-inflamatórios Marcos Moreira Séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix alba vulgaris)

Inflamação AgudaInflamação Aguda

Inflamação AgudaInflamação Aguda

Produtos da degradação do Ácido AraquidônicoDegradação do Ácido Araquidônico

Lesão tecidual, Citocinas

Indicadores do estresse oxidativo

Resolução da inflamação

Reações alérgicas

Vasodilatação

Inflamação e hiperalgesia

Prostaglandinas e InflamaçãoInflamação AgudaInflamação Aguda

▪ Tecidos e vasos locais: PGE2 e PGI2

▪ Mastócitos: PGD2

▪ Macrófagos: PGE2, TxA2

Prostaglandinas e DorInflamação AgudaInflamação Aguda

lesão

BK

PGs

histamina

Medula  espinhal

DOR

adaptado de De Menses S, Brain Research, 1981.

▪ hiperalgesia por potencialização dos mediadores da dor. ▪ sensibilização das terminações nociceptivas

periféricas.

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Funções Fisiológicas das PGsInflamação AgudaInflamação Aguda

▪ estimulação da agregação plaquetária (TXA2). ▪ inibição da agregação plaquetária (PGI). ▪ relaxamento vascular (PGE2, PGI). ▪ contração vascular (PGF, TXA). ▪ produção de febre (PGE2).

Funções Fisiológicas das PGsInflamação AgudaInflamação Aguda

▪ contração brônquica (PGF2, LCT,TXA). ▪ relaxamento brônquico (PGE). ▪ proteção da mucosa gástrica (PGE1, PGI). ▪ indução da contração uterina (PGE, PGF2). ▪ manutenção do fluxo renal e regulação do metabolismo de Na+ e K+ (PGE1, PGI2).

▪ Mecanismo de ação: ▪ Inibição periférica e central da atividade da enzima ciclo-oxigenase. ▪ Diminuição da biossíntese e liberação dos mediadores da dor, inflamação e febre (PGs).

Analgésicos e Anti-inflamatórios Analgésicos e Anti-inflamatórios▪ Mecanismo de ação anti-inflamatória: ▪ Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Vane, 1971); ▪ Inibição da liberação de histamina (Lewis e Whittle, 1977); ▪ Diminuição da migração PMN e monócitos (Di Rosa et al., 1971; Higgs et al., 1980).

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▪ Mecanismo de ação analgésica: ▪ Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Moncada et al., 1978; Ferreira e Vane, 1979);

▪ Fenamatos possuem ação antagonista sobre os receptores das PGs (Moncada et al., 1978; Collier e Sweatman, 1968).

Analgésicos e Anti-inflamatórios Analgésicos e Anti-inflamatórios▪ Mecanismo de ação antipirética: ▪ Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Milton e Wendlant, 1971);

▪ ação antipirética relacionada com uma interferência na liberação de PGs (Vane, 1971).

Ciclo-oxigenases Diferentes ações das COX 1 e 2

COX-1 ▪ enzima essencial constitutiva. ▪ encontrada na maioria das células e tecidos. ▪ produção de PGs para manutenção de funções fisiológicas.

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COX-2 ▪ Formação induzida no processo inflamatório e interleucinas - IL1, IL2 e TNFα. ▪ PGs que mediam inflamação, dor e febre.

Inibidores não-seletivos de COX

▪ Salicilatos (AAS). ▪ Indometacina. ▪ Diclofenaco; cetorolaco. ▪ Naproxeno; ibuprofeno; cetoprofeno. ▪ Ácido mefenâmico. ▪ Piroxicam; Meloxicam.

■ Absorção por via oral. ■ estômago e intestino delgado. ■ níveis plasmáticos em 30 min; pico em 2 horas.

■ Fatores que influenciam a absorção: ■ alimentos, tempo de esvaziamento gástrico.

Salicilatos (farmacocinética)■ Distribuição: livres e ligados à albumina ■ BHE, barreira placentária, líquido sinovial,

peritoneal, saliva, fezes, leite, suor.

Salicilatos (farmacocinética)

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▪ Metabolização ▪ esterases da mucosa gastrointestinal (hidrólise).

▪ Excreção renal ▪ influenciada por fatores relacionados ao pH urinário e competição com outros ácidos orgânicos.

Salicilatos (farmacocinética)■ analgesia para dores leves a moderadas

■ cefaleia, dismenorreia, artralgias, neuralgias, desconforto pós-operatório.

■ antipirético. ■ anti-inflamatório. ■ antiagregante plaquetário. ■ queratolítico.

Salicilatos (indicações)

■ Sintomas TGI mais frequentes com tratamento prolongado e doses elevadas. ■ Intolerância gástrica (dor, desconforto epigástrico,

náuseas, vômitos, anorexia). ■ Ulceração da mucosa com sangramento. ■ Exacerbação na presença de etanol.

Salicilatos (toxicidade)■ Nefrotoxicidade

■ 21 a 28% de incidência de necrose papilar e nefrite intersticial nos pacientes artríticos.

■ diminuição da função renal. ■ Hepatotoxicidade

■ aumento níveis de transaminases. ■ dose-dependente.

Salicilatos (toxicidade)

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■ desequilíbrio ácido-básico (acima de 50 mg/100 mL). ■ alcalose respiratória.

■ hipoventilação e hipercapnia. ■ acidose metabólica.

■ acúmulo de ácido lático, pirúvico e cetoácidos.

Salicilatos (toxicidade)■ Devido efeitos antiagregantes

■ terapia anticoagulante. ■ alterações na coagulação. ■ Cirurgias.

■ Devido efeitos sobre TGI ■ úlcera péptica. ■ gastrite ou sangramento gastrintestinal.

Salicilatos (contra-indicação)

■ Gravidez ■ gestação prolongada. ■ trabalho de parto prolongado. ■ risco de sangramento materno.

■ Febre em crianças por vírus tipo influenza ■ síndrome de Reye.

■ lesão hepática severa e encefalopatia.

Salicilatos (contra-indicação) Dipirona■ Efeitos adversos mais comuns:

■ Náusea, vômitos, diarréia, retenção de sódio, fenômenos hemorrágicos, agranulocitose, púrpura, trombocitopenia e anemia aplástica.

■ Contra-indicações: ■ Insuficiências hepática e renal; discrasias

sanguíneas. ■ Outro fármaco: fenilbutazona.

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Paracetamol■ Menor grau de ligação às proteínas

plasmáticas. ■ Não altera tempo de sangramento; menor

potência anti-inflamatória. ■ Insuficiência hepática.

Diclofenaco■ Inibição da COX superior à indometacina,

ibuprofeno e cetoprofeno. ■ Efeitos adversos mais comuns:

■ TGI (20%): sangramentos, ulcerações ou perfuração.

■ hepatotoxicidade (15%): aumento de transaminases.

Indometacina■ Inibição da COX superior ao ibuprofeno e

cetoprofeno. ■ Efeitos adversos mais comuns:

■ dor epigástrica, náuseas, vômitos, úlcera péptica. ■ cefaleia, vertigem, confusão mental, alucinações. ■ neutropenia, trombocitopenia, anemia aplástica. ■ prurido, urticária, crises agudas de asma.

Ibuprofeno; naproxeno; cetoprofeno■ Inibição da COX; inibição do sistema das

cininas e histamina. ■ Efeitos adversos mais comuns:

■ sintomas gastrointestinais (5 a 10%). ■ trombocitopenia, agranulocitose, erupções

cutâneas. ■ prolongamento do tempo de sangramento.

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Piroxicam; tenoxicam; meloxicam■ Efeitos adversos mais comuns:

■ GI (16%). ■ Cefaleia. ■ edema, prurido, erupções cutâneas. ■ aumento de transaminases, anemias,

trombocitopenia, leucopenia e eosinofilia.

Fenamatos■ ácido mefenâmico; etofenamato ■ Efeitos adversos mais comuns:

■ TGI: dispepsia, desconforto gástrico. ■ anemia hemolítica.

Nimesulida■ inibidor fraco de PGs com mecanismo

central analgésico noradrenérgico. ■ > analgésico.

■ Efeitos adversos mais comuns: ■ efeitos no TGI, na pele e SNC.

■ dispepsia e úlcera péptica. ■ diarreia e hemorragia gastrointestinal. ■ disfunção e falência renal.

■ necrose papilar aguda, nefrite intersticial crônica, diminuição do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular.

Principais Efeitos Adversos

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■ Inibição da agregação plaquetária. ■ Aumento do tempo de sangramento. ■ Alteração dos testes de função renal e

hepática. ■ Interação com outras drogas.

Principais Efeitos Adversos Ciclo-oxigenases Diferentes ações das COX 1 e 2

Inibidores Seletivos de COX-2 ■ Celecoxibe ■ Etoricoxibe ■ Parecoxibe IM/IV

Inibidores Seletivos de COX-2

Mendes RT et al. Rev Bras Reumatol. 2012.

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Inibidores Seletivos de COX-2 ■ Ação inibitória mais seletiva sobre a

ciclo-oxigenase (COX)-2 apresentando menos efeitos adversos gastrointestinais.

Inibidores Seletivos de COX-2 ■ Pode causar um aumento no risco de

eventos cardiovasculares trombóticos, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Inibidores Seletivos de COX-2 ■ A inibição da COX-2 na região da

mácula densa renal secretora de renina pode causar HAS.

■ O efeito hipertensivo é dependente da dose e do tempo de uso.

▪ As protaglandinas são mediadores de processos inflamatórios, febre e dor; ▪ AINEs inibem sua síntese;

▪ AINES possuem efeitos anti-inflamatório, antipirético e analgésico;

Conclusões

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▪ O uso de AINEs, seletivos ou não para COX-2, pode acarretar efeitos indesejados; ▪ Paracetamol e dipirona são analgésicos e antitérmicos, sem atividade anti-inflamatória apreciável.

Conclusões