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PORTO ALEGRE • ANO 25 • Nº 95 • ABR/MAI/JUN/2015 Dermatologia Secção RS Boletim Trimestral da Sociedade Brasileira de Dermatologia DERMATOSCOPIA Unimed aprova realização de exame por dermatologistas credenciados em POA Página 3 TED Aprovados novos especialistas no Rio Grande do Sul Página 3 CASOS CLÍNICOS Reunião Ordinária do Serviço de Dermatologia da UFCSPA Apêndice Achados dermatológicos em recém-nascidos Artigo da Dra. Flávia Pereira Reginatto demonstra que 60% a 99% dos RN apresentam algum achado dermatológico Página 4 Diagnóstico precoce oferece maior sobrevida no melanoma Em entrevista, o dermatologista Renato Bakos, primeiro-secretário do Grupo Brasileiro de Melanoma, fala sobre as novidades dessa patologia Página 5 NUVEM DO DROPBOX É EXPLICADA PELO DERMATOLOGISTA MAURO CUNHA RAMOS Página 6 AS ELEGANTES E CERTEIRAS TACADAS DO DR. WALTER NEUMAIER NO ITAARA GOLF CLUB Página 8 Confirmados primeiros palestrantes da 40 a Jornada Gaúcha de Dermatologia Página 7

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PORTO ALEGRE • ANO 25 • Nº 95 • ABR/MAI/JUN/2015

DermatologiaSecção RS

B o l e t i m T r i m e s t r a l d a

S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e D e r m a t o l o g i a

DERMATOSCOPIA

Unimed aprova realização de exame por dermatologistas credenciados em POA Página 3

TED

Aprovados novosespecialistas noRio Grande do SulPágina 3

CASOS CLÍNICOS

Reunião Ordinária doServiço de Dermatologiada UFCSPAApêndice

Achados dermatológicos em recém-nascidosArtigo da Dra. Flávia Pereira Reginatto demonstra que 60% a 99% dos RN apresentam algum achado dermatológicoPágina 4

Diagnóstico precoce oferece maior sobrevida no melanoma Em entrevista, o dermatologista Renato Bakos, primeiro-secretário do Grupo Brasileiro de Melanoma, fala sobre as novidades dessa patologiaPágina 5

NUVEM DO DROPBOX É EXPLICADA PELO DERMATOLOGISTA MAURO CUNHA RAMOSPágina 6

AS ELEGANTES E CERTEIRAS TACADAS DO DR. WALTER NEUMAIER NO ITAARA GOLF CLUBPágina 8

Confi rmados primeiros palestrantes da 40a Jornada Gaúcha de DermatologiaPágina 7

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EDITORIAL

Diretoria 2015 -2016

PresidenteDr. Gustavo Gonçalves Costa Pinto Corrêa

Vice-presidenteDra. Clarissa Prati

Secretário-geral Dr. Fabiano Siviero Pacheco

Primeira-secretáriaDra. Lizete Möller Meinhardt

Secretária científicaDra. Mariana Soirefmann

Tesoureira Dra. Raquel Fontoura Heidrich

Delegadas titularesDra. Miriam Pargendler PeresDra. Tania Ferreira CestariDra. Célia Luiza Petersen Vitello KalilDra. Berenice do Valle CapraDra. Inês Alencar de CastroDra. Magda Blessmann Weber

Delegados suplentesDra. Aída Schafranski LibisDr. Ernani Siegmann Duvelius Dr. Walter Neumaier

SecretáriaGenecy Knevitz

BOLETIM TRIMESTRAL DE DERMATOLOGIA – Secção RS

Comissão editorialDra. Berenice do Valle Capra Dra. Letícia Pargendler PeresDra. Márcia Paczko BozkoDra. Miriam Pargendler Peres

Coordenação editorial: Formatexto Jornalistas AssociadosJornalista responsável: Elaine Lerner ([email protected])Designer gráfico: Rogério Grilho

SBD-RSAv. Ipiranga, 5311, sala 208, Porto Alegre – RS, CEP 90610 001Fone/fax (51) 3339.1811e-mail [email protected] www.sbdrs.org.brHorário de funcionamento: das 13h às 19h

As propagandas de produtos ou serviços anunciados são de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Prezados colegas,

Logo depois de assumirmos esta nova gestão frente à Sociedade Brasileira de Dermatologia – secção RS, a Diretoria centrou esforços para desenvolver sua programação científica, abrangendo as várias áreas de interesse dos dermatologistas gaúchos, tanto clínicos como cosmiátricos. Os resultados estão nos cursos do Programa de Aperfeiçoamento em Cosmiatria, que têm ocorrido, mensalmente, e na organização da Jornada Gaúcha de Dermatologia, com uma progamação ampla e variada, procurando sempre manter nossos associados atualizados no que há de mais recente.

Pouco antes de encerrarmos esta edição do informativo, fomos comunicados pela Unimed POA que o Conselho de Administração da cooperativa aprovou, em reunião realizada

em 5 de maio, o credenciamento dos cooperados dermatologistas para a realização de dermatoscopia. Essa é uma forte reivindicação dos associados da SBD-RS. Agora, esperamos que a alteração seja estendida às demais unidades da Unimed no Rio Grande do Sul.· · ·

Desejamos que você, associado, faça uma proveitosa leitura do conteúdo de nosso informativo.

 Cordialmente,Gustavo Gonçalves Costa Pinto Corrêa

EVENTO

Intensa programação científica da SBD-RS A Sociedade Brasileira de Dermatologia – secção RS está com intensa programação científica

para os próximos meses. Os colegas aprovaram o Programa de Atualização Científico, e as vagas para os cursos de Aperfeiçoamento em Cosmiatria têm sido preenchidas rapidamente.

Nos meses de abril e maio foram realizados os cursos de microagulhamento e de sutura si-lhouette. A programação científica do segundo semestre de 2015 inclui reuniões ordinárias dos Serviços de Dermatologia, XVI Jornada Interiorana, 40ª Jornada Gaúcha e Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele.

CALENDÁRIO CIENTÍFICO – 2º SEMESTRE 2015

Mês Evento Datas

JunhoPrograma de Aperfeiçoamento em Cosmiatria – Curso de Rejuvenescimento com Tecnologias Laser – Porto Alegre

30

JulhoPrograma de Aperfeiçoamento em Cosmiatria – Curso de Rejuvenescimento Região Cervical e Colo – Procedimentos Combinados 1 – Porto Alegre

28

Agosto

Reunião Ordinária da HCPA – Porto Alegre 7

XVI Jornada Interiorana de Dermatologia – Santa Maria 22

Programa de Aperfeiçoamento em Cosmiatria – Curso de Rejuvenescimento na Face, Procedimentos Combinados 2 – Porto Alegre

25

Reunião Ordinária ADS – Porto Alegre 28

SetembroPrograma de Aperfeiçoamento em Cosmiatria – Curso de Rejuvenescimento Região Cervical e Colo – Procedimentos Combinados 2 – Porto Alegre

29

Outubro40ª Jornada Gaúcha de Dermatologia – Hotel Sheraton – Porto Alegre

23 e 24

Novembro

Dia Nacional de Prevenção e Combate ao Câncer da Pele 7

Programa de Aperfeiçoamento em Cosmiatria – Curso de Rejuvenescimento com Preenchedores e Volumizadores – Porto Alegre

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

O Conselho de Administração da Unimed POA aprovou, em reunião

no dia 5 de maio, o credenciamento dos cooperados dermatologistas

para a realização de dermatoscopia após vistoria do equipamento. O

consultório deverá ter alvará de saúde, caso contrário a Unimed não

autorizará esse procedimento no local. A Unimed fará a divulgação

para os cooperados da especialidade de Dermatologia.

O credenciamento dos cooperados para realizar procedimentos de

dermatoscopia atende ao anseio dos dermatologistas e da SBD-RS,

que agora espera que a alteração seja estendida a outras unidades da

Unimed no Rio Grande do Sul.

O Comitê Técnico de Especialidade, da Unimed, formado pelos der-

matologistas Gustavo Pinto Corrêa, Miriam Pargendler Peres, Raquel

Heidrich e Sérgio Dornelles, também teve ativa participação na apro-

vação da medida.

Médicos aprovados no TED 2015

O Rio Grande do Sul tem novos dermatologistas aprovados no TED 2015 (Título de Especialista em Dermatologia) da SBD Nacional. São eles, conforme os serviços credenciados onde cursaram a residência médica: • ADS (Ambulatório de Dermatologia Sanitária): Gabriela Hertz Soares

e Taciana Carniel Trevisan• HUSM: Rodrigo Nelson Dallazem• Policlínica Geral do Rio de Janeiro: Marina Bombardelli* • PUCRS: Caroline Schwartz Henkin e Greice Rampon• Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre: Carina Flores de Oli-

veira, Laura Antoniazzi Freitag e Mariana Vale Scribel da Silva• UFCSPA: Cíntia Cristina Pessin, Débora Sarzi Sartori, Fernanda Oli-

veira Camozzato e Tatiane Watanabe• UFRGS: Clarissa Prieto Herman Reinehr, Fernanda Luca Nazar, Flá-

via Boff, Georgia Andrade Padulla e Timótio Volnei Dorn* Após a conclusão da residência, a dermatologista

transferiu-se para o Rio Grande do Sul

Mais de mil dermatologistas brasileiros parti-ciparam da 73ª edição do Meeting da Academia Americana de Dermatologia (AAD) realizada, em março, em São Francisco, na Califórnia. O Brasil teve a maior delegação entre os países presen-tes no evento, com 21% do total de 4.973 der-matologistas. O estande da SBD Nacional, em parceria com a SBDC e com o apoio da Aché--Profuse, foi um dos espaços mais visitados.

O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Gabriel Gontijo, resumiu as principais novidades abordadas no Meeting da AAD para compartilhar com os colegas. “Sem respaldar o valor científico dessas informações e sem nenhum conflito de interesse. Faço ape-nas na intenção de compartilhar esses tópicos e manter os associados mais informados”, es-clareceu. 1. Hydropeptídeos para fotorrejuvenescimento2. Tetrapeptídeo (Telangyn) que diminui inter-

leucinas e o eritema da rosácea 3. Glabridina tópica: substância incluída em

vários cosmecêuticos para efeito despig-mentante

4. Ivermectina tópica (creme) 1%, para rosá-cea. Nome comercial: Soolantra

5. Finasterida tópica 1%, para alopécia andro-genética

6. Minoxidil tópico 5% (Rogaine 5%), aprovado pelo FDA para alopécia androgenética em mulheres. Foram distribuídas amostras nos estandes

Unimed POA aprova dermatoscopia

7. Glicosamina, peptídeos e enzimas de reparo de DNA: agentes promissores para o trata-mento do fotoenvelhecimento

8. Vireasa (uso tópico): o nome comercial de um produto indicado para molusco conta-gioso, verrugas e picadas de inseto (pru-rigo estrófulo). Uso seguro em crianças, inclusive na face e em regiões genitais, clinicamente comprovado, 95% de eficá-cia, indolor. Não foi divulgado o nome do princípio ativo.

9. My Path: nome comercial de um kit para diagnóstico de melanoma. Uma fita retira fragmentos da lesão, com objetivo de ava-liar o RNA e contribuir para o diagnóstico de melanoma em lesões pigmentadas.

10. Novas tendências tecnológicas: laser em picosegundos para lesões pigmentadas, in-clusive tatuagens. Picosegundo é a duração do pulso. O Nanosegundo é 1 segundo divi-dido por 1 bilhão. Picosegundo é 1 segundo dividido por 1 trilhão. O picosegundo é mais próximo do tempo de relaxamento térmico dos pigmentos, proporcionando mais eficá-cia e menor dano.

11. Nicotinamida/Niacinamida (vitamina B3) oral para fotoproteção, principalmente para pacientes com queratoses actínicas e cân-cer cutâneo não melanoma. Diminui o efeito imunossupressor dos raios UV e aumenta a reparação do DNA, reduzindo a incidência de queratoses actínicas e neoplasias cutâ-neas não melanoma. Alimentos ricos em vitamina B3: carne (principalmente peixes), frutas secas, nozes, tomate, amendoim.

12. Vitiligo: tratamentos cirúrgicos mais efica-zes que os tratamentos clínicos, produzindo maior repigmentação. Novo instrumento (Cellutome, vendido pela KCI) que promo-ve sucção e formação de microbolhas com epiderme que são transferidas para a área receptora, com resultados muito interes-santes.

13. Mirvaso (brimonidine): efeitos adversos: re-bote, eritema e ardor acentuado se aplicado na região periorbital; efeito “listado” se for mal aplicado.

14. Day Ligth PDT para fotorrejuvenescimento.

Novidades da 73ª edição do Meeting na AAD

Dr. Gabriel: “Faço apenas na intenção de compartilhar esses tópicos e manter os associados mais informados”

Foto: arquivo Gabriel Gontijo

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ARTIGO

Achados dermatológicos em recém-nascidosA pele do recém-nascido (RN), que é ca-

racterizada por ser delicada e frágil, apresenta diferenças importantes da pele do adulto, da criança e do RN pré ou pós-termo. Estas podem ser atribuídas a diferenças na microestrutura da pele, ao estrato córneo mais fino e aos querati-nócitos menores. A pele do RN também é 40% a 60% mais fina, apresenta uma taxa de absor-ção transcutânea e uma perda de água transe-pidérmica maiores que a pele do adulto. Além disso, há um atraso na resposta sudoral, que se acredita ser devido à imaturidade do sistema simpático. Essas diferenças caracterizam a pele durante o período neonatal, que é uma época de adaptação, na qual as reações patológicas e fisiológicas muitas vezes se confundem.

As alterações cutâneas ocorrem comumente durante o período neonatal. A frequência dessas manifestações difere entre os distintos grupos raciais. Publicações recentes mostram que 60% a 99% dos RN apresentam algum achado der-matológico.

A maioria das lesões cutâneas identificadas no neonato são transitórias e próprias do pe-ríodo neonatal, como o lanugo, a hiperplasia de glândulas sebáceas e a descamação da cutânea. As marcas de nascimento, tais como a mancha salmão e a melanocitose dérmica (ou mancha mongólica), também costumam ser identificadas logo após o nascimento; são, em grande parte, decorrentes da maturação da pele do neonato ou do aprofundamento do pigmento cutâneo ao longo do tempo. As pustuloses benignas neonatais observadas, habitualmente, nas primeiras semanas de vida, incluem principalmente o eritema tóxico neo-natal, a melanose pustulosa transitória neona-tal e a pustulose cefálica benigna. Quanto às anomalias cutâneas do desenvolvimento que costumam acometer principalmente a cabeça, a região nasal, pré-auricular, cervical e a coluna vertebral, compreendem, entre outros, a apla-sia cútis, fístulas, cistos, mamilo extranumerá-rio e pólipo anexial perimamilar. Além disso, a introdução de novas tecnologias e abordagens no cuidado com o RN somada à fragilidade da pele nessa faixa etária faz com que as compli-cações cutâneas sejam frequentemente obser-vadas, sobretudo na UTI neonatal.

No Brasil, ainda não existiam dados publica-dos sobre a prevalência dos achados dermato-

lógicos neonatais. No entanto, foi concluído em 2012 um estudo de prevalência dos achados dermatológicos neonatais realizado em Porto Alegre. Mais de 2.800 neonatos nascidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, na San-ta Casa de Porto Alegre e no Hospital Fêmina (Grupo Hospitalar Conceição) foram seleciona-dos aleatoriamente para serem submetidos ao exame dermatológico realizado por dermatolo-gistas. Neste trabalho, foi identificado algum achado dermatológico em mais de 95% dos neonatos. O achado mais frequente foi o la-nugo (figura 1), que é caracterizado como um pelo fino, com pouco pigmento e sem medula, que recobre a pele do RN. Costuma ser mais evidente em prematuros e se localiza princi-palmente nos ombros, dorso e face. Deve ser feito o diagnóstico diferencial com hipertricose congênita lanuginosa, que é uma desordem hereditária rara na qual o pelo é mais escuro e comprido.

Outros achados dermatológicos frequente-mente encontrados nos RN são:

• Hiperplasia de glândulas sebáceas (figura 2): fenômeno fisiológico caracterizado por múltiplas pápulas amareladas localizadas do dorso nasal, bochechas e região supralabial principalmente no RN a termo. É considerada uma manifestação cutânea do estímulo androgênico materno.

• Melanocitose dérmica (figura 3): uma cole-ção de melanócitos dérmicos cuja localização mais característica é a região lombossacra. Quando a melanocitose dérmica se localiza em outras regiões, é chamada de mancha mongó-lica aberrante e neste caso tende a persistir por mais tempo (figura 4).

• Eritema tóxico neonatal (figura 5): caracte-rizado por pequenas pápulas eritematosas e pústulas estéreis, rodeadas por um halo erite-matoso de cerca de 1 a 2 centímetros de diâme-tro. As lesões costumam acometer o tronco, as extremidades e a face do neonato. Geralmente surgem após as primeiras 48 horas de vida e regridem em 5 a 14 dias.

Também são comumente identificados na pele do neonato: o eritema cutâneo do RN, que cor-responde à coloração vermelho-brilhante de toda a pele, normalmente observado nas primeiras 24 horas de vida. Esse ocorre devido à vasodilatação dos capilares cutâneos, provavelmente causada pela diminuição do tono simpático; a hiperpigmen-tação da genitália é observada com maior frequ-ência em RN da raça negra. E a mancha salmão é uma malformação capilar cuja localização mais frequente é na glabela e na nuca.

As alterações cutâneas ocorrem frequen-temente nos RN, o que justifica um exame dermatológico detalhado. É muito importante que o dermatologista tenha conhecimento das características da pele do bebê durante o pe-ríodo neo natal, evitando assim procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários, bem como diminuindo a preocupação dos pais e médicos assistentes quando se trata de lesões fisiológicas e próprias do período neonatal.

*Dermatologista, membro da SBD, doutoranda do Programa de Pós-

-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da UFRGS

Flávia Pereira Reginatto*

Figura 1: Lanugo – pelos finos e sem medula, acometendo o ombro

Figura 2: Hiperplasia de glândulas sebáceas no dorso nasal

Figura 3: Melanocitose dérmica – mancha de coloração azul--acinzentada na região glútea

Figura 4: Mancha mongólica aberrante – mancha azul--acinzentada na face lateral do tórax e na região glútea

Figura 5: Eritema tóxico neonatal – pústulas rodeadas por um halo eritematoso no dorso e na região glútea

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

ENTREVISTA

Diagnóstico precoce oferece maior sobrevida no melanoma

O Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) rea-liza a 11ª Conferência Brasileira sobre Mela-noma nos dias 13 e 15 de agosto, em Goiânia (GO), com a participação de conferencistas dos Estados Unidos, da Itália e da França e intensa programação científica. Professor adjunto da UFRGS e primeiro-secretário da entidade, o der-matologista Renato Bakos comenta a patologia na entrevista abaixo.

Qual a incidência atual da doença no Brasil?Dr. Renato Bakos: A incidência vem nitida-

mente aumentando em nosso país, entretanto não há dados fidedignos para comprovar isto. Existe uma estimativa de que a incidência seja de 3 casos /100 mil habitantes no Brasil para 2015. Em especial, observa-se que a incidência estimada para o Rio Grande do Sul é a maior do Brasil (aproximadamente 7 casos/100 mil habitantes). Como se trata de estimativas, a ob-servação geral é de que provavelmente esses números possam ser maiores.

Quais os genes mais relacionados com a incidência de melanoma? Quando/em quais pacientes está indicada sua pesquisa?

Dr. Renato: Importante diferen-ciar a susceptibilidade genética que gera um fator de risco adi-cional para o desenvolvimento do melanoma de mutações que ocor-rem no tumor ou, melhor dizendo, no processo de melanomagênese, e que são responsáveis por proli-feração e progressão tumoral. No primeiro grupo, os genes CDKN2A e CDK4 são os mais importantes, apesar de que estão presentes em uma parcela pequena de pacientes, principalmente aqueles com história familiar.

Não há uma recomendação formal ainda que justifique o aconselhamento genético de uma forma rotineira, eventualmente em alguns casos, principalmente pelo fato de não haver uma conduta a ser tomada frente a um resul-tado positivo que já não se faça na prevenção do melanoma.

Por outro lado, há receio por parte de muitos especialistas que um resultado negativo em um paciente possivelmente de alto risco para de-senvolver melanoma faça com que relaxe nos

métodos preventivos por uma falsa percepção de menor risco. O BRAF é possivelmente o gene mais importante na melanomagênese, apresen-tando mutações em mais de 50% dos tumores, em especial, a mutação BRAF v600e. Por esse motivo, é atualmente alvo de terapias dirigidas, como, por exemplo, vemurafenibe, entre outros. Sua pesquisa está indicada em pacientes que podem necessitar dessa medicação. Até este momento, pacientes em estágio IV, ou seja, com doença metastática.

Existe alguma evidência entre uso de inseticidas e melanomas?

Dr. Renato: Sim, inclusive um estudo recente realizado em nosso meio com a participação de

colegas gaúchos. Não é conside-rado um fator de risco exógeno de mesmo impacto que a radiação ultravioleta, porém possivelmente possa ter o seu papel.

Quais tratamentos imunobio-lógicos são disponíveis no Brasil e em quais serviços?

Dr. Renato: Atualmente estão liberados pela Anvisa para uso o vemurafenibe e o ipilimumabe. São medicamentos de alto custo e por isso o acesso é restrito. Ser-

viços de oncologia de diversas regiões do país, inclusive do Rio Grande do Sul, têm experiência em utilizar essas medicações, seja em pacientes individuais ou em projetos de pesquisa clínica.

Quais as taxas de sobrevida?Dr. Renato: Com o diagnóstico precoce, feliz-

mente a sobrevida do melanoma é alta. A taxa geral aponta 80% de sobrevida em 10 anos. Em que pese, tumores in situ têm 100% de sobrevi-da e pacientes em estádio I mais de 90% de so-brevida em 10 anos. Já pacientes em estágio IV, a porcentagem lamentavelmente é baixa, com sobrevida em um ano de 30% a 60%, depen-

dendo do tipo de metástases. As terapias-alvo e os imunobiológicos certamente trazem res-postas mais promissoras, modificando bastante esse último panorama. E isso acompanharemos nos próximos anos.

Como estão os atuais estudos sobre a indicação da pesquisa de linfonodo senti-nela? Há um consenso sobre o tema?

Dr. Renato: A recomendação atual de realiza-ção da pesquisa do linfonodo sentinela é em pa-cientes com índice de Breslow maior ou igual a 1 mm ou em casos de 0,75-0,99, com presença de mitoses e/ou ulceração. Ensaio clínico publi-cado recentemente no New England Journal of Medicine com mais de 2 mil pacientes revelou que a pesquisa do LFN sentinela pode modificar a sobrevida dos pacientes, especialmente com melanomas intermediários quando as metásta-ses nodais são detectadas e tratadas, porém se faz consenso que sua principal indicação é para fins de estadiamento do paciente.

Que monitoramento é preconizado no acompanhamento de nevos congênitos gigantes?

Dr. Renato: O monitoramento de nevos gi-gantes é um grande desafio para o dermatolo-gista, justamente pelo fato de estar associado ao melanoma, diga-se de passagem, numa proporção menor do que antes imaginada. De qualquer forma, 2%-5% desses pacientes po-dem desenvolver o tumor e, especialmente, na infância, o que torna a vigilância importante. A inspeção, além da palpação de toda a lesão e de lesões pigmentares satélites, é ferramenta fundamental. Adiciona-se a isto a avaliação com fotografias corporais totais para seguimento da lesão como um todo e a dermatoscopia para avaliação de áreas pontuais da lesão.

Quais as indicações de mapeamento corporal total?

Dr. Renato: Os pacientes que mais se bene-ficiam desse tipo de avaliação, que consiste em efetuar fotografia corporal total aliada à derma-toscopia de lesões selecionadas, são aqueles justamente com maior risco de desenvolver a doença e, paradoxalmente, de ter difícil diag-nóstico. Estão nesse grupo, principalmente, os pacientes com múltiplos nevos melanocíticos, história pessoal ou familiar de melanoma.

Dr. Renato: “As terapias alvo e os imunobiológicos certamente trazemrespostas mais promissoras”

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O 71o Congresso Brasileiro de Dermatologia, em se-tembro de 2016, em Porto Alegre, deverá reunir cerca de 4 mil colegas, do total de aproximadamente 6 mil dermatologistas brasileiros. A Comissão Científica, for-mada por cerca de 20 dermatologistas de vários esta-dos do Brasil, esteve reunida em 16 de maio, em Porto Alegre, para definir a programação científica e os assun-tos de maior interesse que serão abordados no evento.

A coordenadora da Comissão Científica, dermatolo-gista Flávia Rossato, explica que uns dos diferenciais serão “as videoconferências, como forma de contar com a participação de dermatologistas de diferentes países, em transmissão ao vivo”. Destaca, também, que será “um congresso de grandes proporções, que, sem dúvi-da, trará muita ciência para o nosso Estado e para todos os participantes”.

INFORMAÇÃO DIGITAL

Mauro Cunha Ramos*

A nuvem do DropboxÉ hora de aposentar o Pendrive?Considero uma das piores características da

tecnologia, em especial da informação, a obso-lescência programada. Quando um equipamen-to é lançado no mercado, uma nova versão já está praticamente pronta. A busca de status ao adquirir o último modelo é prevalente e deplorá-vel. Via de regra, nem uma fração das possibi-lidades é efetivamente utilizada pelos usuários fashion. Isso daria uma longa e bela discussão, mas foge ao nosso objetivo.

É inegável, no entanto, que muitos avanços são muito interessantes e desejáveis. Hoje é muito fácil gerar informação: artigos baixados da rede, músicas, livros e fotos, muitas fotos. Vários pensadores já se dedicaram à necessi-dade de processar a informação e, em espe-cial de esquecer. De Jorge Luis Borges, em seu conto “Funes, o memorioso”, ao nosso estima-do Prof. Iván Izquierdo, em seu livro “A arte de esquecer” (que recomendo a todos). Também Emmanuel Monnier, em artigo intitulado “Pense em esquecer mais que na acumulação” (livre tradução da revista Science & Vie), chama a atenção para a quantidade de informação que hoje geramos, acumulando mais registros de experiências e suvenires em bites do que po-demos utilizar ou mesmo recuperar. Duvidam? Quantas fotos armazenadas em disco no último ano foram capazes de rever ou mesmo lem-brar? Ele chama a atenção ainda para o fato de que, diferentemente do passado, gastamos muito mais energia para apagar informação do que para gerá-la. Apagar é um ato voluntário que demanda energia e tempo enquanto a ge-ração depende apenas de um clic.

E o que tudo isso tem a ver com nossa dica de hoje? Se tivermos algo em comum, é certo que passaremos muito tempo em busca de uma ferramenta que possa nos ajudar a recuperar documentos e manter os vários dispositivos

atua lizados (smartphones, tablets, computador do consultório, de casa e por aí vai). Minhas tentativas com uso de vários aplicativos de sincronização e do estimado pendrive foram, no mínimo, frustrantes. Eu acabava sempre com muitas fotos e documentos repetidos, seja em diferentes pastas, sejam em diferentes disposi-tivos. Para recuperá-los, então, o pesadelo era ainda maior.

A dica de hoje é o uso de uma ferramenta baseada na nuvem. Esse termo, que nos faz lembrar eventos sobrenaturais, nada mais signi-fica do que servidores gigantes que armazenam informação a distância, em algum lugar da rede internacional de computadores. Vários serviços de armazenamento a distância são oferecidos. Nosso convidado de hoje é o Dropbox. Com versão em várias línguas e extremamente ami-gável, permite uma organização extremamen-te adequada de nossos arquivos, sejam fotos, documentos de texto ou artigos em PDF. Os documentos ficam disponíveis para acesso de qualquer aplicativo conectado na rede. E o que é mais interessante: permite que todas as pas-tas, em todos os dispositivos, tenham a mesma configuração (e os mesmos documentos) em seu sistema local de memória! Essas pastas são atualizadas a cada vez que um dos dispositivos é conectado à internet.

Para que seus arquivos sejam utilizados em seu(s) dispositivo(s), sem a necessidade de co-nexão com a internet, o aplicativo do Dropbox deve ser instalado. Esse procedimento não se faz necessário para uso de computadores pú-blicos ou emprestados. A informação pode ser recuperada fazendo uso do programa utilizado para acessar a internet. Isso significa poder acessar seus arquivos de qualquer computador compartilhado, mesmo computadores públicos! Nesse caso, é claro, não podemos nos esquecer de fazer logoff (sair de sua conta) após o uso.

É possível ainda compartilhar pastas ou docu-mentos de forma limitada ou pública, facilitando o trabalho em equipe.

O Dropbox pode ser instalado em compu-tadores Windows e Mac, e também para iPad, iPhone e Android. Existe uma versão gratuita, com todas as funcionalidades, que oferece um espaço de 2 gigabytes. Não é muito, mas con-siderando que seu uso possibilita apagarmos uma grande quantidade de documentos dupli-cados, passa a ser bastante bom para o usuá rio médio. Em tempos de economia, sabendo usar não vai faltar. Para quem precisa de mais es-paço, existem outros aplicativos semelhantes pelos quais podemos distribuir nossos arquivos, potencializando o espaço disponível. Existem in-clusive softwares que podem fazer isso por nós. Ainda não os utilizei, mas espero poder escrever sobre isso em um próximo número. Outra opção disponível é, como sempre, a compra de espa-ço. Algumas marcas de dispositivos, ao serem adquiridos, oferecem 50 gigabytes pelo prazo de um ano. Outra forma de obter mais memória é recomendando Dropbox aos seus amigos – a estratégia nos é familiar. A cada amigo que fizer o download do programa, você receberá 500 megabytes adicionais.

E a segurança dos dados? Segundo o site, há “uma equipe dedicada à segurança que usa as melhores ferramentas e práticas de enge-nharia disponíveis para construir e manter o Dropbox”. Existe ainda a possibilidade de au-mentar a segurança com estabelecimento de “conexão em dois passos” com uma senha ex-tra. Grandes empresas são clientes do Dropbox. Se ainda assim você não se sentir seguro, suas informações de vida-ou-morte talvez devam ser armazenadas de outra maneira.

* Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia

([email protected])

Congresso 2016 prevê videoconferências internacionais ao vivo com dermatologistas

Flávia Rossato

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

PALESTRA EVENTOS

A dermatologista Letícia Krause Schenato Bisch* compartilha com os colegas o resumo da palestra Preenchimentos Faciais: Técnicas e Riscos, apresentada na 23ª Jornada Sul-Brasileira de Dermatologia, realizada, em março, em Florianópolis. A palestra foi proferida no for-mato Como eu faço. O texto abaixo foi dividido em tópicos para melhor entendimento. Como fazer anestesia para os preenchimentos faciais?• Dermomax® 30 min antes (aplicado por mim)• Bloqueio quase todas as pacientes (lábio sempre! malar e olheiras,

não) com lidocaína sem vasoconstritor, 0.5ml/ramo, nunca intraoral • Praticamente só uso AH sem lidocaínaComo preencher malares de uma forma simples?Utilizo a técnica do canadense Dr. Wayne Carey, que permite uma du-ração mais longa• Até três bolus de injeção profunda, supraperiosteal, sem nenhum

tipo de anestesia, com agulha• Média de três seringas/lado (Perlane® e Juvederm® 30); a primei-

ra injeção é próxima do nervo infraorbitárioComo preencher o sulco lacrimal?• Retroinjeção com agulha, profunda supraperiosteal, só Dermo-

max®, AH 25mg/ml• Faço POUCA QUANTIDADE por aplicação, no máximo 0,2 ml de cada

lado. Reviso 15 dias e faço nova aplicação• Cuidado se é olheira hiperpigmentada; pode acentuar! Sugiro leitura do artigo da Dra. Thais Adura Pepe: Preenchimento Pro-fundo do Sulco Lacrimal com Ácido Hialurônico. Surg Cosmet Dermatol 2011;3(4):345-7Posso preencher glabela?• Não, sem chance, nem pensar!• Ler artigo do Dr. Carlos Roberto Antônio, na Surg Cosmet Dermatol

2012, que fala sobre reversão do fluxo carotídeo – cegueira• Para glabela, faço sempre: transcisão = divulsão transdérmicaComo fazer preenchimento superficial de rugas finas?• A Blanching Technique for Intradermal Injection of the Hyaluronic

Acid Belotero Plastic and Reconstructive Surgery - October Supple-ment 2013

• Esthelis basic é um AH polidensificado, com partículas de variados tamanhos

• Inserção da agulha de 0,3 mm, quase paralela à pele, não é por retroinjeção!

Branqueou o sulco!!! Dor intensa... o que fazer agora?1. Hialuronidase 400 UTR/ml IMEDIATO2. Massagem/calor local3. AAS 200mg/dia4. Viagra 100 mg/dia ou cilostazol 100 mg BID 3 dias5. Patch nitroglicerina: nitroderm TTS5 25 mg, novartis, 10 adesivos,

troca 6/6h, 2 dias6. Pomada nitroglicerina: nitro-bid (importada)7. Diprospan questionávelPaciente tem preenchimento prévio com produto que não sabe dizer qual foi. Faço algum novo preenchimento com AH?• Eu faço AH, sim, em pacientes com metacrilatos, exceto se apresen-

tam deformidades aparentes• Consentimento informado obrigatório!• Exame de imagem antes pode ser tranquilizador• Alertar sobre nódulos inflamatórios com IVAS/infecções dentárias

*Declaro aqui meus conflitos de interesse: Derma Dream Corporation; Meizler UCB Biopharma S/A

A 40ª Jornada Gaú-cha de Dermatologia, marcada para 23 e 24 de outubro, no Hotel Sheraton, em Porto Alegre, reunirá palestrantes de vários estados brasileiros. Estão confirmadas as presenças dos dermatologistas André Braz (Rio de Janeiro), Bertha Tamura, Aline Donati e Thaís Proença (São Paulo).

A secretária científica da SBD-RS, Dra. Mariana Soirefmann, destaca que o maior evento científico dos dermatologistas gaú-chos dará ênfase semelhante para temas de cosmiatria e de dermatologia clínica. Entre os assuntos que serão abordados estão rejuvenescimentos facial e corporal, ativos no rejuvenescimento, tricoscopia, alopecias, cosméti-cos capilares, acne e rosácea, hemangiomas, tratamento da gordura e contorno corporal, padronização de fotografias na Dermatologia, altera-ções hormonais e pele, dieta e pele, antibióticos na Dermatologia e uso de imunoglobulina endovenosa em dermatoses graves.

São Paulo sedia 70o Congresso de Dermatologia em setembro de 2015

Dez convidados estrangeiros, com desta-que para o professor Dr. Henry Lim, recém--eleito presidente da AAD, estão confirmados para o 70º Congresso Brasileiro de Derma-tologia da SBD Nacional, que será realizado entre os dias 5 a 8 de setembro, em São Paulo. “O evento não terá um tema específi-co. O diferencial científico justamente é o de alinharmos vários temas abrangentes e importantes da Dermatologia brasileira dentro de um único evento, realçando uma especial atenção às novidades no campo

da pesquisa e da terapêutica”, explica o coordenador científico do Congresso, dermatologista Jayme de Oliveira Filho.

Entre os destaques estão o painel de procedimentos ao vivo, as demons-trações de casos especiais em vídeo e a sessão de anatomia cirúrgica da face. O Dr. Jayme ressalta que também im-portantes e tradicionais sessões como Meu Melhor Caso, Qual o Seu Diagnós-tico?, Como Eu Trato e Mini-Teraderm estarão corroborando para o sucesso do evento, atendendo à expectativa e à

exigência dos dermatologistas brasileiros.Dr. Jayme assegura que “haverá tudo isto e um pouco mais permea-

dos pela diversidade artística, gastronômica e cultural que caracteriza a cidade de São Paulo”.

Preenchimentos faciais: técnicas e riscos

Cosmiatria e dermatologia clínica na Jornada Gaúcha

Congresso 2016 prevê videoconferências internacionais ao vivo com dermatologistas

Dr. Jayme: “Vamos atender à expectativa e à exigência dos dermatologistas brasileiros”

Dra. Mariana: “Teremos mais um evento de atualização para os dermatologistas gaúchos”

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

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GOLFE

SERVIÇOS

Ambulatório de Dermatologia SanitáriaO ADS realiza oito capacitações continuadas em hanseníase, em

parceria com o Programa Municipal e Estadual de Hanseníase, por ano. Dependendo das datas, as capacitações são direcionadas para agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros, entre outros profi ssionais da saúde.

Lançamento de livroChefe do Serviço de Dermatologia do ADS, a

Dra. Letícia Maria Eidt, em parceria com a SBD Na-cional e com o Grupo de Apoio Permanente (GRA-PE-SBD), lançou, em abril, o livro Ter Hanseníase: uma Trajetória de Sentimentos e Vivências, sobre a importância do atendimento humanizado e respei-toso a pacientes com hanseníase. Em suas consi-derações publicadas no fi nal do livro, a dermatologista ressalta: “Cada vez que atendo um paciente com hanseníase ou que escuto, novamente, as fi tas com as entrevistas deste trabalho, sensibilizo-me mais, mais e mais”.

Neste fi nal de outono, quase inverno, ma-nacás e quaresmeiras vão dando espaço para as cerejeiras do Japão, com suas fl ores cor-de--rosa, cultivadas nos bem cuidados jardins do Itaara Golf Club, na idílica Itaara, cidade de 5 mil habitantes na região central do Estado. Morador de Santa Maria, a menos de 20 quilômetros do campo de golfe, o ex-chefe do Serviço de Der-matologia do Hospital Universitário da UFSM, dermatologista Walter Neumaier, desfruta dos prazeres do esporte e da exuberante natureza onde estão distribuídos os 18 buracos do golfe.

“No golfe, o maior exercício é a caminhada – cerca de 4 quilômetros por partida –, sem-pre muito agradável, em meio à natureza e nem precisa ser atlético para jogar. O jogo em si re-quer concentração no momento da tacada. É um esporte que imita a vida, pois te desafi a em todos os momentos”, conta o Dr. Walter, presi-dente da Unicred Centro-Oeste RS e membro do Conselho de Representantes da AMRIGS. “Der-matologia também é uma especialidade fasci-nante e desafi adora, por isso a minha escolha”, acrescenta. Dos seus três fi lhos, somente o ca-çula, Luís Felipe, pretende seguir a profi ssão do pai e cursa Medicina.

As viagens, outro dos prazeres, na compa-nhia da esposa Maria Regina, muitas vezes são aproveitadas para participar de eventos científi -cos e para jogar partidas de golfe, sem o intuito

Universidade Federal de Santa MariaO corpo clínico do Serviço de Dermatologia da Universidade Fede-

ral de Santa Maria conta com novos membros. Foram agregadas ao grupo, constituído pelos médicos Walter Neumaier, André Costa Beber, Josiane Viecili e Luana Meneghello, as dermatologistas Raíssa Londero Chemello, (que assumiu como professora de Dermatologia na UFSM), Catiussa Spode Brutti, Luciane de Vargas e Juliana Bortoluzzi (novas contratadas do HUSM). Esse aumento no número de preceptores quali-fi ca o ensino, pois permite pluralidade de ideias, essencial na formação de novos profi ssionais.

O crescimento ocorre no ano em que o Serviço completa cinco anos, tendo formado seis novos dermatologistas, sendo que três obtiveram o título de Mestre em Ciências da Saúde, ao concluírem o mestrado profi s-sional concomitantemente com a residência médica.

Coincide com o fi m desse primeiro ciclo do Serviço a troca de sua chefi a. O Dr. Walter Neumaier, que conduziu os trabalhos nesses primei-ros anos, transmite a chefi a ao Professor André Costa Beber, que tem a missão de buscar a melhoria contínua na formação dos residentes, dentro dos princípios norteadores da SBD.

de tornar-se campeão. “Gosto muito de viajar e, dependendo do local, já saio de Santa Maria com a minha tanqueira (bolsa para carregar até 14 tacos, número máximo permitido em parti-das ofi ciais). Em muitas das viagens, o dermato-logista, aos 62 anos, pilota sua Honda Varadero de 1.000 cilidradas.

O golfe nasceu na Escócia, por volta de 1500, sendo considerado o jogo mais antigo praticado com as mesmas regras. Os próximos

Jogos Olímpicos, em 2016, no Rio de Janeiro, serão a reestreia da modalidade, depois de mais de 100 anos fora da competição. Vence quem entrar nos 18 buracos com o menor nú-mero de tacadas.

Hole in one é a jogada na qual o golfi sta acer-ta a bola no buraco com apenas uma tacada (chamada de tacada perfeita). Nas competições amadoras, o costume é o jogador que fez o hole in one oferecer aos outros jogadores a próxima refeição ou a rodada de bebidas. As regras de golfe proíbem que amadores recebam dinheiro como premiação pelo título conquistado em um torneio. Apenas troféus são permitidos.

As elegantes e certeiras tacadas

Dr. Walter: “Considero o golfe um esporte completo”

Foto: Cláudio Marcon

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I

DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

LÍQUEN NÍTIDO DISSEMINADO NA INFÂNCIAAutora: Juliana Tosetto SantinProfessor: Dr. Renan Rangel BonamigoIdentificação: Paciente feminina, cinco anos de idade, parda, procedente de Porto Alegre.Queixa principal: Lesões pruriginosas pelo corpo.História da doença atual: Paciente previamente hígida foi levada à consulta dermatológica pela avó devido a lesões generalizadas e pouco prurigino-sas pelo corpo, com quatro meses de evolução. Familiar relatava acometimento inicial de braços e abdome, com rápida progressão para outras áre-as. Manifestava ansiedade importante, decorrente de inúmeras consultas prévias sem elucidação diagnóstica. Negava tratamentos prévios. História médica pregressa: Negava comorbida-des ou uso contínuo de medicações.História familiar: Negava doenças dermatológi-cas.Exame físico: Múltiplas pápulas normocrômicas achatadas, de superfície brilhosa, com cerca de 1 a 2 mm de diâmetro, difusamente distribuídas pela face, região cervical, tronco e membros. Foi obser-vado o arranjo linear das lesões em determinadas topografias, secundário ao fenômeno de Köebner.Anatomopatológico: Pele com denso infiltrado inflamatório circunscrito, delimitado por papilas dérmicas, constituído de linfócitos, histiócitos e células gigante-multinucleadas.Diagnóstico: Líquen nítido.Tratamento e evolução: Optou-se por trata-mento inicial com ciclos de desonida 0,05% em creme, em áreas alternadas, além de hidratação com ureia 10% em creme. O retorno da paciente é aguardado para avaliação da resposta à terapia.

GRANULOMA ANULAR GENERALIZADOAutora: Juliana Tosetto SantinProfessores: Dra. Magda Blessmann Weber e Dr. Renan Rangel BonamigoIdentificação: Paciente feminina, 64 anos de idade, branca, cuidadora de idosos, procedente de Porto Alegre.Queixa principal: Lesões assintomáticas pelo corpo.História da Doença Atual: Paciente relatava surgimento de lesões assintomáticas há cerca de um mês, com acometimento inicial de abdome e posterior progressão para ombros e região ante-rior do tórax. Referia lesões semelhantes no pas-sado, também generalizadas, que foram tratadas com fototerapia (PUVA) por cerca de dois anos, apresentando total remissão.História médica pregressa: Relatava história de HAS, gastrite e vertigem, além de quadro derma-tológico semelhante no passado, resolvido após

fotoquimioterapia (PUVA) por dois anos. Fazia uso contínuo de losartana, omeprazol e dicloridrato de flunarizina.História familiar: Negava doenças dermatológi-cas.Exame físico: Ao exame dermatológico, observa-vam-se pequenas pápulas distribuídas difusamen-te pela região anterior do tórax, ombros, região proximal dos braços e abdome. Algumas eram normocrômicas, enquanto outras apresentavam coloração discretamente rosada. Todas as lesões eram assintomáticas.Anatomopatológico: Pele com discreto infiltra-do inflamatório linfocitário perivascular em derme superficial, com presença de área focal de prolife-ração histiocitária de permeio às fibras colágenas.Diagnóstico: Granuloma anular generalizado.Tratamento e evolução: Foram solicitados exa-mes laboratoriais complementares, incluindo soro-logias virais, além de avaliação oftalmológica. Há plano de iniciar tratamento sistêmico com hidroxi-cloroquina no retorno da paciente.

DOENÇA DE GALLI-GALLIAutor: Ismael Rauber SchmittProfessores: Dr. Renan Rangel Bonamigo e Dra. Isadora HoefelIdentificação: Paciente do sexo feminino, 28 anos, trabalha como gerente de lojaQueixa principal: Pápulas pruriginosas difusas há 15 anosHistória da doença atual: Refere surgimento de pápulas na adolescência em região cervical e in-framamária, com posterior disseminação para fos-sas antecubitais, tórax anterior e axilas. As lesões eram levemente pruriginosas e pioravam com o calor e com o atrito.História médica pregressa: Nega comorbida-des ou uso de medicações.História familiar: Não tem contato com a família biológica, exceto um irmão que não apresenta a mesma condição.Exame físico: Pápulas normocrômicas a eritema-tosas, algumas confluentes formando places, lo-calizadas em regiões infra e intermamárias, fossas antecubitais e região cervical.Anatomopatológico: Pele com hiperceratose, acantose filiforme e áreas focais de acantólise suprabasal.Diagnóstico: Doença de Galli – Galli.

ANGIOMA EM TUFOS E A SÍNDROME DE KASABACH-MERRITAutora: Ismael Rauber SchmittProfessora: Dra. Ana Elisa Kiszewski BauIdentificação: Paciente do sexo masculino, 12 anos

Queixa principal: Dor local, aumento de lesão do dorso e epistaxe.História da doença atual: Paciente com história de lesão em dorso e outra em coxa direita que surgiram nos primeiros meses de vida. Refere aumento recente da lesão do dorso, associado a dor e calor local. Na chegada à emergência, apre-sentando plaquetopenia, elevação de D-dímeros e consumo de fibrinogênio.História médica pregressa: Tentativa de exére-se prévia da lesão aos 11 meses de idade, com recidiva da mesma. Nega comorbidades ou uso de medicações.História familiar: Sem casos semelhantes rela-tados na família.Exame físico: Tumoração mal delimitada em dorso, de coloração eritemato-vinhosa, de consis-tência endurecida à palpação e presence de lesão semelhante na coxa direita.Anatomopatológico: Proliferação de capilares na derme, formando nodules, separados por fibras espessadas de colágeno.Diagnóstico: Síndrome de Kasabach –Merrit complicando um caso de Angioma em Tufos.Tratamento e evolução: Paciente recebeu cor-ticoterapia e propranol, sem resposta significativa nos três meses iniciais. Iniciado então sirolimus, com boa resposta, observada pelo aumento dos níveis de plaquetas e de fibrinogênio, além de dis-creta redução do volume da lesão.

DERMATITE INFECCIOSA ASSOCIADA AO HTLV-1 EM PACIENTE COM QUADRO CLÍNICO SUGESTIVO DE ESCLEROSE TUBEROSAAutora: Letícia Gaertner MarianiProfessora: Dra. Ana Elisa Kiszewski BauIdentificação: Paciente feminina, 19 anos, pro-cedente de Porto Alegre.Queixa principal: Lesões descamativas em axi-las, virilha e couro cabeludo.História da doença atual: Placas eritemato--descamativas em couro cabeludo, axilas e região inguinal desde os quatro meses de idade, necessi-tando de múltiplas internações para tratamento de infecção secundária durante a infância. História médica pregressa: Retardo do desen-volvimento neuropsicomotor.História familiar: Negava história familiar seme-lhante.Exame físico: Placas eritemato-descamativas em couro cabeludo, axilas, região inguinal e fossas nasais. Pápulas acastanhadas em região nasal e manchas café com leite difusamente distribuídas.Anatomopatológico: Pápula nasal: tecido fibro-so denso com proliferação vascular, compatível com angiofibroma.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGREServiço de Dermatologia

Centro de Saúde Santa MartaREUNIÃO ORDINÁRIA DE CASOS CLÍNICAS – 29 DE JUNHO DE 2015

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II

DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

Diagnóstico: Dermatite Infecciosa associada ao HTLV-1 em paciente com quadro clínico sugestivo de esclerose tuberosa. Tratamento e evolução: Durante as exacerba-ções do quadro de dermatite infecciosa paciente é tratada com sulfametoxazol e trimetropima com im-portante melhora. No momento, paciente apresenta um critério maior para o diagnóstico de esclerose tuberosa (angiofibroma) e segue em acompanha-mento com hematologia e dermatologia.

SÍNDROME DE SOBREPOSIÇÃO LUPUS ERITEMATOSO (LE)/ LÍQUEN PLANO (LP)Autora: Letícia Gaertner MarianiProfessores: Dr. Renan Rangel Bonamigo e Dra Giselle Martins PintoIdentificação: Paciente masculino, 28 anos, pro-cedente de Butiá Queixa principal: Lesões no couro cabeludo e face.História da doença atual: Paciente referia que-da de cabelo com início há quatro meses, além de surgimento de placas em região frontal, assin-tomáticas.História médica pregressa: Diagnóstico de transtorno obsessivo compulsivo há 10 anos, usando clonazepam e fluoxetina.História familiar: Negava história familiar seme-lhante.Exame físico: Placas anulares e atróficas, vio-láceas, com bordas regulares e bem delimitadas na região frontal e placa de alopecia em região temporo-occipital. Dermatoscopia com photofin-der demonstrou áreas de alopecia cicatricial e eritema, descamação perifolicular.Anatomopatológico: Lesão de fronte: atrofia epidérmica, degeneração vacuolar da camada basal, incontinência pigmentar e infiltrado perivas-cular e perianexial predominantemente linfocitário. Coloração especial de PAS com Alcian blue reve-lou depósito focal de mucina. Os achados foram compatíveis com LE . Lesão de couro cabeludo: corte vertical: infiltra-do liquenóide próximo ao folículo na derme super-ficial que foi compatível com líquen plano, enquan-to nos folículos, o infiltrado era sugestivo de lúpus. Corte horizontal: infiltrado liquenoide circundando os folículos com fibrose perifolicular Diagnóstico: Síndrome de sobreposição Lupus Eritematoso/Líquen PlanoTratamento e evolução: Foi iniciado hidroxiclo-roquina 400mg por dia. Houve estabilização das placas da região frontal e da área de alopecia.

LÍQUEN PLANO ERUPTIVO EM CRIANÇA COM DERMATITE ATÓPICAAutora: Mariele BevilaquaProfessora: Dra. Ana Elisa Kiszewski BauIdentificação: Paciente feminina, oito anos, pro-cedente de Porto Alegre.Queixa principal: Apresenta pápulas poligonais planas purpúricas, algo pruriginosas e dolorosas, que surgiram de forma progressiva em membros inferiores (pés e pernas), tronco anterior e em me-nor quantidade em membros superiores.

História da doença atual: Mãe relatou surgi-mento abrupto em um mês de lesões algo prurigi-nosas e dolorosas, em tronco posterior e anterior e em menor quantidade em membros inferiores. História médica pregressa: Dermatite atópica, em uso de hidroxizine e emolientes.História familiar: NegativaExame físico: Pápulas poligonais planas pur-púricas, algo pruriginosas e dolorosas em tronco posterior e anterior e em menor quantidade em membros inferiores. Anatomopatológico: Pele com hiperceratose, hipergranulose, acantose irregular, degeneração vacuolar da camada basal, incontinência pigmen-tar e denso infiltrado inflamatório liquenóide em derme superficial.Diagnóstico: Líquen plano eruptivoTratamento e evolução: Recebeu tratamento tó-pico com desonida 0,05% em cursos de dez dias contínuos intercalados com pausa de dez dias, emoliente e tratamento sistêmico com hidroxizi-ne, dapsona 40mg/dia e prednisona, inicialmente com 20 mg/dia e posterior regressão gradual até suspensão.

LÍQUEN PLANO LINEAR Autora: Mariele BevilaquaProfessora: Dra. Ana Elisa Kiszewski BauIdentificação: Paciente masculino, onze anos, fototipo IV, procedente de Cerro Grande (RS)Queixa principal: Apresenta, há dois anos, pla-cas algo pruriginosas em tórax.História da doença atual: Mãe relatou surgi-mento lento e progressivo das lesões.História médica pregressa: NegativaHistória familiar: NegativaExame físico: Placa composta de pápulas violá-ceas hiperceratósicas seguindo linhas de Blaschko em região supramamilar esquerda, estendendo-se à face posterior (linha axilar esquerda) do mesmo e também outra placa linear, semelhante, porém de aspecto invertido, localizada abaixo da primeira e estendendo-se da região inframamilar esquerda até a linha média axilar do mesmo lado.Anatomopatológico: Pele com infiltrado mo-nonuclear liquenóide disposto em banda sobre a derme papilar, vacuolização na camada basal, incontinência pigmentar e melanófagos dérmicos. Diagnóstico: Líquen plano linear.Tratamento e evolução: Recebeu tratamento com valerato de betametasona e gentamicina tó-picos (dois cursos de 14 dias com intervalo de dez dias entre eles).

DOENÇA DE DARIERAutora: Ana Eliza Teixeira RibeiroProfessor: Dr. Renan Rangel BonamigoIdentificação: Paciente feminina, 62 anos, fototi-po II, do lar, procedente de Sobradinho (RS).Queixa Principal: lesões pruriginosas no corpo.História da Doença Atual: Há 10 anos iniciou com pápulas verrucosas, pruriginosas, recorrentes e de odor fétido em região retroauricular direita com posterior extensão para região inframamária, MsIs e mãos. Relatava fragilidade ungueal. Even-tualmente fazia uso de corticosteróides tópicos e IM, com melhora momentânea.História médica pregressa: HAS. Em uso de

clortalidona.História familiar: seis irmãos com “alergia” na pele; duas com o mesmo tipo de lesão que a pa-ciente.Exame físico dermatológico: Pápulas eri-temato-acastanhadas, hiperceratóticas, peri e interfoliculares em região retroauricular direita, inframamárias, polplíteas -que se estendiam para face posterior de pernas; pápulas hiperceratóticas, normocrômicas, com áreas de fissuras em palmas e em plantas; hiperceratose subungueal de podo-dáctilos, alguns com estrias longitudinais esbran-quiçadas e entelhamento distal em V.Anatomopatológico de região inframamária e MIE: Pele com hiper e paraceratose, acantóli-se supra-basal, com queratinócitos disceratóti-cos, acantolíticos, formando “corpos redondos” e “grãos”. Presença de fendas e lacunas em região suprabasal. Pesquisa de fungos negativa. Diagnóstico: Doença de DarierTratamento e Evolução: Foi prescrito umectante e ceratolíticos tópicos para mãos e pés. Paciente há cerca de seis anos em uso de acitretin via oral. Em sete anos de acompanhamento a paciente apresentou controle regular de ceratose folicular. Apresentou alopécia e cefaléia com acitretin em altas doses, mantém uso alternado de acitretin. Ao longo do acompanhamento a paciente apresentou hipertrigliceridemia (por certo tempo utilizou fibra-to, atualmente mantém com sinvastatina).

LÍQUEN ESCLEROSOAutora: Ana Eliza Teixeira RibeiroProfessoras: Dra. Magda Blessmann Weber e Dra. Márcia ZampeseIdentificação: Feminina, 72 anos, fototipo V, do lar, procedente de Porto Alegre.Queixa principal: Manchas descamativas em abdome há um anoHistória da doença atual: Há um ano iniciou com placas pruriginosas, coalescentes, sobre ci-catriz prévia de cesariana e em axila esquerda. Desconhecia lesões orais e genitais, mas eventu-almente apresentava ardência em vulva durante a micção. Já havia realizado tratamento prévio com imidazólicos tópicos, sem melhora.História médica pregressa: HAS e DM2. Em uso de hidroclorotiazida, enalapril, metoprolol, me-tformina e Insulina.História familiar: negava história semelhante.Exame físico dermatológico: Pápulas lenti-culares nacaradas e atróficas na axila esquerda; pápulas brilhantes na região suprapúbica, com distribuição linear sobre a cicatriz de cesárea; mancha acrômica e esclerótica com algumas ero-sões na vulva e no períneo; sinéquia de pequenos lábios vulvares e encapsulamento do clitóris; pla-cas acinzentadas assintomáticas na cavidade oral: palato duro, língua e mucosa gengival.Anatomopatológico de vulva e de abdome: hiperceratose, discreta atrofia epidérmica, dege-neração vacuolar da camada basal, hialinização da derme superficial e infiltrado linfocitário na derme reticular.Diagnóstico: Líquen Escleroso.Tratamento e Evolução: Foi iniciado clobetasol pomada e posteriormente tacrolimus com respos-ta parcial.