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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país BLOCO TURMA DA FOLIA, 9 DE FEVEREIRO, CONCENTRAÇÃO 16H, NO GINÁSIO Edição Diária 7383 | Salvador, quarta-feira, 31.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos SBBA – 85 ANOS No domingo, o Sindicato dos Bancários da Bahia completa 85 anos de ação sindical e política. Uma história marcada por um sindicalismo classista, que ao invés de apagar, tem procurado manter acesa a velinha que fortalece a defesa da categoria, dos trabalhadores e da democracia. Em tempos de golpismo, as palmas pelo aniversário do SBBA vão para a resistência popular. Página 2 Manter a velinha acesa TÁ NA REDE Privilégio no Judiciário No Brasil é assim: a elite quer os benefícios todos para si. Por isso, não suporta o Bolsa Família Com Temer, brasileiros correm o risco de perder até a aposentadoria

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Page 1: SBBA – 85 ANOS Manter a velinha acesata do Supremo Tribunal Federal, mi-nistra Cármen Lúcia, de não aceitar rediscutir a prisão no caso de conde-nação em segunda instância,

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

BLOCO TURMA DA FOLIA, 9 DE FEVEREIRO, CONCENTRAÇÃO 16H, NO GINÁSIO

Edição Diária 7383 | Salvador, quarta-feira, 31.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

SBBA – 85 ANOS

No domingo, o Sindicato dos Bancários da Bahia completa 85 anos de ação sindical e política. Uma história marcada por um sindicalismo classista, que ao invés de apagar, tem procurado manter acesa a velinha que fortalece a defesa da categoria, dos trabalhadores e da democracia. Em tempos de golpismo, as palmas pelo aniversário do SBBA vão para a resistência popular. Página 2

Manter a velinha acesa

TÁ NA REDE

Privilégio no JudiciárioNo Brasil é assim: a elite quer os benefícios todos para si. Por isso, não suporta o Bolsa Família

Com Temer, brasileiros correm o risco de perder até a aposentadoria

Page 2: SBBA – 85 ANOS Manter a velinha acesata do Supremo Tribunal Federal, mi-nistra Cármen Lúcia, de não aceitar rediscutir a prisão no caso de conde-nação em segunda instância,

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 31.01.20182 SBBA - 85 ANOS

Sindicato faz aniversário no domingo com uma história de referênciarENATA [email protected]

FotoS: maNoel Porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Uma trajetória de lutas e vitórias

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e renata Andrade- reg. MTE 4409 SrTE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS &DEBATES

Escancarado eapequenado

rogaciano Medeiros*

A posição tomada pela presiden-ta do Supremo Tribunal Federal, mi-nistra Cármen Lúcia, de não aceitar rediscutir a prisão no caso de conde-nação em segunda instância, amplia sensivelmente o grau de dificuldade para uma saída, pela via do entendi-mento, para a grave crise política e institucional que o Brasil atravessa, com graves ref lexos na economia.

Cármen Lúcia não poderia ter esco-lhido palavra pior para justificar o po-sicionamento. Disse que rediscutir a questão seria “apequenar” o Supremo. Como se a omissão do STF diante de um impeachment sem crime de res-ponsabilidade e da condenação, sem provas, da maior liderança política do país, líder disparado em todas as pes-quisas da corrida presidencial, já não fosse o suficiente para, muito mais do que apequenar, escancarar as fragili-dades da Justiça brasileira em nível in-ternacional.

A situação do Brasil é muito deli-cada. A ruptura institucional de 2016 tem ensejado diversos outros rompi-mentos com a ordem legal, os quais asfixiam a democracia e desrespeitam os mais elementares preceitos das ga-rantias individuais. As próprias elites estão divididas, sem saber o que fa-zer. Pois é justamente nesses momen-tos que os segmentos mais à direita, useiros e vezeiros na fraude e na força, tentam tirar vantagem.

Setores ultraconservadores en-castelados em inf luentes e decisivos organismos do sistema de Justiça – Judiciário e Ministério Público prin-cipalmente – tomaram o poder sem terem sido eleitos, se colocam acima da lei, rejeitam a diversidade, detes-tam o contraditório e querem distân-cia do povo.

A resistência popular, quer dizer, o povo nas ruas, é decisivo para obrigar as elites a um entendimento baseado na racionalidade e na razoabilidade. O que, aliás, não tem demonstrado a mi-nistra Cármen Lúcia, que deveria ze-lar pela Constituição, mas parece ain-da não ter enxergado que o golpismo está escancarado e o STF apequenado. Há muito tempo.

* rogacinao Medeiros é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

A LUTA pela garantia e manutenção dos direitos dos trabalhadores é um marco na história do Sindicato dos Bancários da Bahia. No domingo, a entidade completa 85 anos de fundação. No currículo, diversas conquistas a favor da classe trabalhadora.

Vitória em ações judiciais, paralisações e greves que resultaram em acordos favorá-veis aos empregados, participação em reu-niões e eventos em prol da categoria, con-vênios em diversas áreas, compõem a lista

de benefícios conquistados pelo SBBA des-de 1933. Tem ainda a mobilização contra as manobras do capital, hoje representado pelo governo de Michel Temer, mas que há muito tempo tenta colocar as garras em todo patrimônio nacional.

O Sindicato dos Bancários da Bahia mantém, há 28 anos, o único jornal diário dos movimentos sociais em todo o Brasil, O Bancário. São quatro páginas, diariamente, com notícias e artigos que destacam o coti-diano da categoria, as lutas dos trabalhado-res, os movimentos de libertação e por jus-tiça social no Brasil e no mundo.

A interiorização da atividade sindical tem sido uma das prioridades da diretoria da entidade, que percorre o Estado da Bahia a fim de elevar o nível de mobilização e for-talecer a unidade dos trabalhadores.

BB reabre no interiorPOR força da luta do Sindicato e de lide-ranças da comunidade, a agência do BB de São Sebastião do Passe retomou as ati-vidades na segunda-feira, mostrando re-sistência contra o desmonte imposto pelo governo Temer para favorecer o mercado e a agenda neoliberal.

O Sindicato dos Bancários da Bahia in-tensifica a mobilização para que outras unidades sejam reabertas à população e ressalta a importância das agências para a sociedade. Grande vitória.

O CARNAVAL está chegando e a galera do Baba de Terça vai agitar a avenida com o bloco Turma da Folia, que relem-bra os sucessos do passado. Na sexta--feira, o bloco se concentra no Ginásio de Esporte, a partir das 16h para aque-cer os foliões. O desfile toma as ruas às 19h. Informações e vendas, com Adelmo Andrade no telefone 99946-3397, Marco Antônio Souza 99941-6204 ou Samuel Caribé 98193–2411. Garanta logo o seu.

Na Turma da Folia

Não é de hoje que o capital quer colocar as garras nos bancos públicos. Defesa do

Sindicato vem de longas datas

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 31.01.2018 3EMPREGO

Bancos cortam 17.905 postos de trabalho somente em um ano rEDAção [email protected]

joão uBaldo

joão uBaldo

maNoel Porto

uma profissão em extinção: bancário

IR à agência e ter atendimento humani-zado, com pessoas que cuidam da vida financeira do cidadão, está cada vez mais raro no Brasil. Os bancos simplesmente estão extinguindo a profissão do bancá-rio, embora formem o setor que mais lu-cra na economia.

Os números ajudam a elucidar. No ano passado, colocaram nos cofres mais de R$ 60 bilhões. Em contrapartida, corta-ram 17.905 postos de trabalho, sendo 673 na Bahia. São Paulo é o primeiro na lista, com 5.174 vagas eliminadas. Depois apare-cem Paraná (menos 3.017) e Rio de Janeiro (menos 2.015).

Um cenário extremante ruim, com prejuízos a toda nação. Os clientes, que têm sérios problemas para ter atendimen-to, e o país, que vê o índice de desemprego crescer, um mal para a economia e o de-senvolvimento.

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Mi-nistério do Trabalho, mostram que a Cai-xa foi o banco que mais eliminou vagas, 6.995 no total. O resultado é fruto da po-lítica de desmonte imposta pelo governo Temer às estatais.

A pesquisa mostra ainda que a maioria dos desligados está na faixa de remunera-

ção mais elevada, média de R$ 7.456,00. Já os contratados ganham bem menos, R$ 4.139,00 em média. A discriminação de gê-nero também é visível e lamentável. As mu-lheres ingressam com salário médio de R$ 3.452,79 e eles, R$ 4.804,60. O mesmo ce-nário é verificado na dispensa - R$ 6.507,39 (mulheres) e R$ 8.463,66 (homens).

Ganância privada

TODO mundo sabe que os bancos privados visam somente a alta lucratividade. E agora se juntam com Temer para tentar desmon-tar as estatais. O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, demonstrou o interesse em financiar áreas como saneamento bási-co, habitação e a agricultura.

Essa "boa vontade" não é de graça. É mo-tivada pelo fato de os juros da dívida públi-ca não serem mais tão atrativos. Os bancos privados sempre preferiram lucrar aplican-do em papéis da dívida pública, atrelada à taxa Selic, que estava em 14,25% ao ano e agora se encontra a 7%.

Parceiro no golpe, o presidente do ban-co espanhol ainda manda o recado para Te-mer. O BNDES tem de reduzir a atuação para que a concorrência seja ainda menor para os bancos privados.

A ganância não acaba por aí. Sérgio Rial não esconde a pretensão de se apoderar do FGTS, gerido pela Caixa. A atitude só refir-ma a importância de os trabalhadores con-tinuarem a luta contra a privatização das estatais. Os bancos públicos são fundamen-tais para o desenvolvimento do país.

Juros elevados OS BANCOS continuam abusando. Quem entra no rotativo do cartão de crédito e dei-xa a dívida virar uma bola de neve paga ju-ros de 334,6% ao ano. O índice é o mais alto entre todas as modalidades avaliadas pelo Banco Central. Uma outra pesquisa aponta que os clientes das classes D e E represen-tam hoje 80% dos inadimplentes de cartão de crédito. Isso porque são os primeiros a sentirem os efeitos da política de arrocho fiscal, imposta pelo governo Temer.

O cheque especial também está nas altu-ras, 323% ao ano. Com tanta farra, o ideal é o brasileiro colocar na ponta do lápis a des-pesa do mês e sempre deixar um dinheiro reservado para os momentos de aperto.

Contas na ponta do lápis para fugir dos bancos

Sem funcionário suficiente para atender a demanda nas agências, clientes sofrem por atendimento

Categoria que chegou a ter quase 1 milhão de trabalhadores está sendo reduzida. Nas agências, o cenário é triste. Todo o país perde

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SAQUE

RETROCESSO

No Brasil de Temer, desemprego cresce e salários são achatadosrEDAçã[email protected]

Brasileiros pagam caro por política neoliberal

DEVASTADORA Para a ima-gem do Brasil no exterior, enquan-to país democrático e, acima de tudo, como um mercado estável centrado nas leis, a condenação de Lula, sem provas, foi desastrosa. O mundo dito civilizado interpreta o fato como perseguição política normatizada em um tribunal de exceção. Não adianta a imprensa nativa, sempre antipovo, tentar es-conder. É notório.

INJUSTIÇA Na ação que dará entrada na ONU, nos próximos dias, o advogado britânico Geo-ffrey Robertson, referência em di-reito internacional, vai demonstrar à Organização das Nações Unidas, com amplas provas, que “o sistema Judiciário brasileiro impede Lula de ter um julgamento justo”. O mundo todo classifica como golpe a escancarada parcialidade da Jus-tiça contra o ex-presidente.

FARSA Opinião de uma das maiores lideranças da coalizão de esquerda da França, Jean-Luc Mélenchon, sobre a farsa do julga-mento do ex-presidente Lula, con-denado sem provas pelo TRF4: “Os corruptos e os EUA governam o Brasil sem limites".

UNIDADE O senador Renan Calheiros (AL), mais uma lide-rança do MDB a se posicionar contra o golpe, acha que o Brasil vive um Estado de exceção e cita a condenação, sem provas, do ex--presidente Lula, pelo TRF4, como um abuso inaceitável. Ele reforça a proposta da unidade nacional das forças progressistas e populares para barrar a ditadura do Judiciá-rio e resgatar a democracia.

TERRÍVEL Entre os cientistas sociais, estudiosos e políticos bra-sileiros, a imensa maioria pensa justamente o contrário. Mas, para o diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia de Economia Nacional e Adminis-tração Pública da Rússia, Aleksan-dr Chichin, sem Lula quem vence a eleição é Bolsonaro. Tomara que ele esteja errado.

A AGENDA neoliberal imposta por Temer para agradar ao mercado, têm consequên-cias drásticas para o brasileiro. Desde o gol-pe de 2016, a equipe econômica estabelece medidas que penalizam a população mais carente enquanto o rico fica mais rico.

A reforma trabalhista é um exemplo. Em vigor desde novembro, a nova legislação não

foi capaz de retomar a geração de empre-go, como argumentavam o governo e a mí-dia. Pelo contrário. O desemprego aumenta e hoje quase 13 milhões estão sem ocupação.

As poucas vagas abertas - 5.641 em dois meses - foram de trabalho intermitente - modalidade em que o funcionário só ganha pelos dias trabalhado e por hora, com salá-rio menor. Agora, Temer aumenta a ofensiva pela aprovação da reforma da Previdência, que tira aposentadoria dos trabalhadores. Em termos de perdas, supera os anos som-brios de FHC. Quer deixar o cargo, que ocu-pa sem legitimidade, como o presidente que mais tirou direitos dos brasileiros para aten-der a agenda neoliberal. Vai conseguir.

Brasileiro no governo

neoliberal de Michel Temer: desesperança

e medo. Triste cenário. realmente, é

de chorar

MICHEL Temer faz uma verdadeira farra com o dinheiro público. O rombo nos co-

Muita farra com o dinheiro públicofres no ano passado foi de R$ 124,4 bilhões, resultado da política desastrosa do governo.

Enquanto o povo sofre com a redução de programas de inclusão social e o conge-lamento de investimentos em áreas funda-mentais, como saúde e educação, Temer e a base aliada dão rombo nos cofres públicos. Somente em dezembro, o déficit foi de R$ 21,16 bilhões.

Nos 12 meses de 2017, os parlamentares aliados receberam mais de R$ 30 bilhões para salvar a pele do presidente em denún-cias de corrupção e formação de organização criminosa.

A previsão para este ano é de mais gastan-ça. Só para os deputados votarem pela refor-ma da Previdência, que acaba com a aposen-tadoria do brasileiro, são R$ 30 bilhões. Tem ainda os cerca de R$ 100 milhões, distribu-ídos em publicidade para a mídia ajudar a conquistar o apoio da população.