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EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RELATORA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.851 ADI Nº 4851 A ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DA BAHIA (ANOREG/BA) já qualificada nos autos em epígrafe, enquanto AMICUS CURIAE, vem à presença de V. Exa., por sua procuradora in fine assinada, expor e requerer o que se segue: DA NECESSIDADE DO DESENTRANHAMENTO DA PETIÇÃO DE nº 102265/2020 E DOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA ANOREG/BR No dia 30/11/2020, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil - ANOREG/BR, na qualidade de Amicus Curiae, após 8 anos de tramitação da presente ação, resolveu juntar uma petição e diversos documentos estranhos a lide, tentando confundir os ministros e induzi-los ao erro ao tentar a tese de que um suposto concurso seria atingido pelo VOTO da Exma. Ministra Cármen Lúcia. Obviamente o presente processo trata-se de uma ADI, ou seja julga apenas e tão somente a inconstitucionalidade da lei e não se presta a julgar casos concretos, desta forma a petição de nº 102265/2020 conjuntamente com os referidos documentos ensejam o desentranhamento dos autos, conforme será exposto a seguir.

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL – RELATORA DA AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE 4.851

ADI Nº 4851

A ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DA BAHIA

(ANOREG/BA) já qualificada nos autos em epígrafe, enquanto AMICUS CURIAE, vem à

presença de V. Exa., por sua procuradora in fine assinada, expor e requerer o que se segue:

DA NECESSIDADE DO DESENTRANHAMENTO DA PETIÇÃO DE nº 102265/2020

E DOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA ANOREG/BR

No dia 30/11/2020, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil -

ANOREG/BR, na qualidade de Amicus Curiae, após 8 anos de tramitação da presente ação,

resolveu juntar uma petição e diversos documentos estranhos a lide, tentando confundir os

ministros e induzi-los ao erro ao tentar a tese de que um suposto concurso seria atingido pelo

VOTO da Exma. Ministra Cármen Lúcia.

Obviamente o presente processo trata-se de uma ADI, ou seja julga apenas e tão

somente a inconstitucionalidade da lei e não se presta a julgar casos concretos, desta forma a

petição de nº 102265/2020 conjuntamente com os referidos documentos ensejam o

desentranhamento dos autos, conforme será exposto a seguir.

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Destaca-se que o assunto pautado na presente Ação Direta de Inconstitucionalidade

versa sobre a inconstitucionalidade do art. 2º, caput e § 1º, 4º e 5º, da Lei baiana nº

12.352/2011, que estabelecem:

Art. 2º - É facultada aos servidores legalmente investidos na titularidade das

serventias oficializadas a opção de migrar para a prestação do serviço notarial

ou de registro em caráter privado, na modalidade de delegação instituída por esta

Lei.

(...)

§ 1º - Os notários e registradores das serventias oficializadas, caso não optem pela

condição de delegatários, permanecerão regidos pelas normas aplicáveis aos

servidores públicos, sendo-lhes assegurados todos os direitos adquiridos, hipótese

em que ficarão à disposição do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia que lhes

designará função compatível com aquela para a qual prestaram concurso público.

(...)

§ 4º - A opção referida no caput deverá ser manifestada por meio de

requerimento dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça, no prazo de 120

(cento e vinte) dias, a contar da data da publicação desta Lei.

§ 5º - A ausência de requerimento no prazo assinalado no § 4º implicará na

opção pela continuidade na condição de servidor público. (g.n.)

Da leitura do texto legislativo acima, facilmente é possível estabelecer que os atos

impugnados pela presente ADI abordam a possibilidade de “migração” dos ex-servidores

públicos para o regime de delegação privada de titularidade dos cartórios. Trata-se de um

artigo que, contrariando a CF/88, visa PERMITIR, possibilitando a deliberalidade dos

servidores públicos continuar ou não ocupando o cargo de oficial de registro ou notário sem,

sequer, mencionar a obrigatoriedade de realização de concurso público, como preceitua a

Carta Magna no art. 236.

Diante disso, IRREFUTAVELMENTE entende-se que a lei baiana não está em plena

concordância com a Constituição Federal, pois “oferta” aos servidores públicos a opção de

simples “obtenção” de uma serventia, sem entretanto observar os pressupostos

constitucionais para ingresso no cargo após a privatização do serviço extrajudicial.

A Associação dos Notários e Registradores do Brasil - ANOREG/BR junta aos autos

da ADI documentos que existem desde 2004 e hoje são juntados aparentemente com o mero

objetivo de tentar procrastinar a lide e que pode resultar em induzir o julgador ao erro. Após 8

(oito) anos de trâmite da ação e um pedido de destaque em meio ao julgamento virtual,

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causou estranhamento a petição mencionada, pela possibilidade de criar um tumulto no

processo ao ponto de conseguir um pedido de vista e adiar ainda mais o julgamento da

presente ação.

Salienta-se que a finalidade da ADI, não é um “provimento jurisdicional (atinente a

um caso concreto), mas um provimento legislativo, que influenciará a vigência e a eficácia da

norma infraconstitucional impugnada.” (Slaibi Filho, Nagib. Direito Constitucional.Rio de

Janeiro: Forense, 2004. p. 280.).

Neste sentido, é entendimento consolidado deste Tribunal, cabendo o destaque:

O controle normativo de constitucionalidade qualifica-se como típico processo de

caráter objetivo, vocacionado, exclusivamente, à defesa, em tese, da harmonia do

sistema constitucional. A instauração desse processo objetivo tem por função

instrumental viabilizar o julgamento da validade abstrata do ato estatal em face da

Constituição da República. O exame de relações jurídicas concretas e individuais

constitui matéria juridicamente estranha ao domínio do processo de controle

concentrado de constitucionalidade. A tutela jurisdicional de situações individuais,

uma vez suscitada a controvérsia de índole constitucional, há de ser obtida na via do

controle difuso de constitucionalidade, que, supondo a existência de um caso

concreto, revela-se acessível a qualquer pessoa que disponha de interesse e

legitimidade (CPC, art. 3º). [ADI 2.551 MC-QO, rel. min. Celso de Mello, j.

2-4-2003, P, DJ de 20-4-2006.] (g.n)

Ação direta de inconstitucionalidade: inidoneidade, se dependente da prévia solução

de questões controvertidas de fato e de direito local. O controle direto de

constitucionalidade das leis pressupõe a exata compreensão do sentido e do alcance

das normas questionadas, a qual há de ser possível de obter-se no procedimento

sumário e documental da ação direta. Se, ao contrário, a pré-compreensão do

significado da lei impugnada pende da solução de intrincada controvérsia acerca

da antecedente situação de fato e de direito sobre a qual pretende incidir, não é

a ação direta de inconstitucionalidade a via adequada ao deslinde da quizília.

[ADI 794, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 9-12-1992, P, DJ de 21-5-1993.] = ADI

4.303, rel. min. Cármen Lúcia, j. 5-2-2014, P, DJE de 28-8-2014. (g.n)

Por verdade, a petição e os documentos apresentados no dia 30/11/2020 (que não

permitem nem mesmo uma leitura clara) argumenta assuntos estranhos a esta ADI e a este

Tribunal, que em momento algum se ocupa em averiguar a legalidade ou não de

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determinadas titularidades, e sim visa apenas e tão somente atestar constitucionalidade ou não

dos dispositivos já expostos.

Portanto, levando em consideração a breve exposição dos elementos fático-jurídicos

acima, requer a não consideração da petição e dos documentos juntados pela ANOREG/BR

bem como o desentranhamento dos mesmos, visto que não são pertinentes na presente ação

de inconstitucionalidade.

DA NECESSIDADE DE APRECIAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR

O Procurador-Geral da República, na exordial, fez pedido de medida cautelar com os

seguintes termos:

“Estão presentes os pressupostos para concessão de medida cautelar na presente

ação direta de inconstitucionalidade.

Com efeito, o fumus boni iuris está caracterizado por todos argumentos acima

expostos.

Já o periculum in mora decorre do caráter irreparável ou de difícil reparação dos

efeitos que a norma questionada tende a gerar, seja ao permitir o ingresso imediato,

sem concurso público, na atividade notarial, seja por conta do desligamento desses

delegatários do serviço público.

Diante desse quadro, postula-se a concessão de medida cautelar, para determinar

que, até o julgamento do mérito desta ação, seja suspensa a eficácia do caput e §§

1º, 4º e 5º do art. 2º da Lei nº 12.352/2011, do Estado da Bahia.”

A época, o então relator Ministro Dias Toffoli não apreciou a medida cautelar nos

termos do art. 12 da Lei 9.868/9 - que garante ao ministro relator o julgamento imediato de

ação direta de inconstitucionalidade “em face da relevância da matéria e de seu especial

significado para a ordem social e a segurança jurídica”. Entretanto, mesmo após decorrido o

prazo legal estabelecido por Lei, não houve julgamento do mérito da ADI ou da medida

cautelar.

Ocorre que, como já foi dito, a cautelar não foi apreciada e em 8 (oito) anos a ação

não foi julgada, assim faz-se necessário reiterar o dito pelo Requerente da presente ADI,

cabendo mencionar ainda que a demora na apreciação de referida medida cautelar não causa

apenas insegurança no âmbito extrajudicial, mas também causa possível prejuízo ao erário.

Vejamos, trata-se de pleito realizado em 2012, ou seja, passaram-se oito anos sem a

devida suspensão de aplicabilidade do caput e §§ 1º, 4º e 5º do art. 2º da Lei nº 12.352/2011,

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do Estado da Bahia, que garantiu a transposição de diversos servidores públicos ao status de

titular de delegação.

Caso a medida cautelar tivesse sido apreciada e os efeitos do ato impugnado

suspensos, as serventias que foram “providas” aos servidores públicos, seriam tratadas pela

lei como serventias vagas, já que não ocorreu concurso para as mesmas e assim os

delegatários/servidores que hoje estão como titulares, permaneceriam à frente dos cartórios

conforme determina a lei, sendo tratados como interinos e não como titulares, o que os

condicionariam ao respeito das normas administrativas do tribunal e ao teto constitucional,

conforme entendimento desta Corte. Desta forma todo o valor excedente ao teto

constitucional ficaria protegido por esta ação que caso seja julgada procedente, teria

protegido aos cofres públicos o valor que de fato lhe cabe e no absurdo de não ser provida

repassaria a pessoa de direito o valor que lhe coubesse.

Infelizmente, o que atualmente ocorre é o descaso com o erário público em questão.

Diante do exposto, requer que seja imediatamente apreciado o pedido liminar

existente na exordial sendo concedido a suspensão da aplicabilidade do art. 2º, caput e § 1º,

4º e 5º, da Lei baiana nº 12.352/2011 de forma a proteger o erário.

DO JULGAMENTO IMEDIATO DA LIDE

Diante da necessidade das medidas preventivas frente ao novo cenário da sociedade

em decorrência do vírus COVID-19, foi exarada a Resolução nº 669/20 por este Egrégio

Tribunal, que alterou o art. 4º da Resolução nº 642/19, que atualmente possui o seguinte

texto:

Art. 4º Não serão julgados em ambiente virtual as listas ou os processos com

pedido de destaque feito:

I - por qualquer ministro;

II - por qualquer das partes, desde que requerido até 48 (quarenta e oito) horas antes

do início da sessão e deferido pelo relator;

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, o relator retirará o processo da pauta de

julgamentos eletrônicos e o encaminhará ao órgão colegiado competente para

julgamento presencial, com publicação de nova pauta. (g.n)

§ 2º Nos casos de destaques, previstos neste artigo, o julgamento será reiniciado.

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Como é possível observar no parágrafo primeiro do referido artigo, caso ocorra o

pedido de destaque feito pelas partes identificadas nos incisos I e II - como ocorreu no caso

em tela - o processo deverá ser retirado de pauta e encaminhado para órgão colegiado.

Na ADI em epígrafe, foi realizado o pedido de destaque pelo Ministro Dias Toffoli, o

que ensejou a retirada do julgamento virtual no dia 11/11/2020.

Ora, observando o estabelecido na Resolução nº 642/19 (alterada pela Resolução nº

669/20), deveria então o processo ter sido encaminhado para o órgão colegiado competente

de modo que ocorresse o julgamento presencial com publicação de nova pauta após o pedido

de destaque, pelo que aguardamos.

Não há dúvidas que o processo deve ser imediatamente encaminhado para o órgão

colegiado, não apenas por determinação da resolução, mas também pela importância do

assunto pautado, uma vez que é um assunto já julgado em diversas outras Ações Diretas

de Inconstitucionalidade, onde esse Tribunal já declarou a inconstitucionalidade de

outros textos legislativos estaduais semelhantes aos atos ora impugnados, como passa a

exemplificar:

ADI nº 126-RO, teve como ato impugnado o Art. 266 da Constituição do Estado de Rondônia, que determinava:

Art. 266 - Os serviços notariais e de registros do Estado passam a ser exercidos em caráter privado, ficando assegurado o direito à titularidade aos Escrivães Extrajudiciais e Tabeliões, nomeados ou efetivados, que se encontravam exercendo a função ou no exercício da titularidade na data da instalação da Assembléia Nacional Constituinte.

Sendo julgado inconstitucional, por investir serventuários independente de concurso público, na titularidade de cartórios, senão vejamos:

1. Por não implicar criação, extinção ou transformação de cargos, não é inconstitucional o parágrafo único do art. 13 do ADCT de Rondônia. 2. Por preterição de exigência de licitação, são incompatíveis com o art. 175 da Constituição Federal, o art. 32, e seu parágrafo único, daquele mesmo ADCT estadual. 3. Por tornar privado o exercício de serventias, sem observância do requisito temporal do art. 32 do ADCT da República e investir serventuários independentemente, de concurso público, na titularidade de cartórios (art. 236, parágrafo 3., da CF), é inconstitucional o art. 266 da Constituição de Rondônia. 4. Por ser decorrência da competência assegurada nos artigos 127, parágrafo 3. e 168 da Constituição Federal, não é incompatível o art. 98 ("caput") da Carta de Rondônia, que tornou explícita a autonomia financeira do Ministério Público. 5. Por se conter na iniciativa para a criação de cargos, não é inconstitucional o inciso I do mesmo art. 98, que tornou explícita a competência do Ministério Público para propor a fixação de vencimentos. (STF - ADI: 126 RO, Relator: Min. OCTAVIO GALLOTTI, Data de Julgamento: 29/08/1991, Tribunal

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Pleno, Data de Publicação: DJ 05-06-1992 PP-08427 EMENT VOL-01664-01 PP-00033 RTJ VOL-00138-02 PP-00357) (g.n)

ADI 1855-RJ, teve como Atos impugnados os artigos 5º, 10, parágrafo 2º e 12 da Lei estadual 2.891/1998 do Rio de Janeiro, que determinavam:

Art. 5º - Ao Técnico Judiciário juramentado, que tenha prestado concurso público para ingressar no Plano de Carreira do Estado do Rio de Janeiro, que regula os serviços notariais e de registro, fica assegurado o direito de promoção à titularidade, da mesma serventia que ocupa, desde que tenha exercido funções de Substituto ou Responsável pelo Expediente em serviço notarial ou de registro, anteriormente à vigência da Lei nº 8.935 de 18 de novembro de 1994, ou conte 20 (vinte) anos de exercício efetivo no serviço notarial ou de registro. Art. 10 § 2º - Terão preferência para o preenchimento das Serventias, em qualquer concurso público para atividades notariais e de registro do Estado do Rio de Janeiro, independentemente da ordem de classificação em concurso, os Substitutos e/ou Responsáveis pelos Expedientes, em exercício, das respectivas Serventias vagas. Art. 12 - O Poder Judiciário, no prazo de até 30 dias, após a publicação da presente Lei, efetuará as promoções dos técnicos judiciários juramentados concursados, atuais responsáveis pelos expedientes ou substitutos, referidos na presente Lei, às vagas de Titular das respectivas serventias, vide Lei nº 1.413/89, Resolução nº 02/89 do Egrégio Conselho da Magistratura e demais Atos Executivos expedidos pela Presidência do Tribunal de Justiça.

Sendo julgado inconstitucional, por assegurar ao técnico judiciário independente de concurso público próprio, preferência na titularidade de cartórios, senão vejamos:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. LEI ESTADUAL QUE ESTABELECE NORMAS PARA A REALIZAÇÃO DO CONCURSO DE REMOÇÃO DAS ATIVIDADES NOTARIAIS E DE REGISTRO. DISPOSITIVO QUE ASSEGURA AO TÉCNICO JUDICIÁRIO JURAMENTADO O DIREITO DE PROMOÇÃO À TITULARIDADE DA MESMA SERVENTIA E DÁ PREFERÊNCIA, PARA O PREENCHIMENTO DE VAGAS, EM QUALQUER CONCURSO AOS SUBSTITUTOS E RESPONSÁVEIS PELOS EXPEDIENTES DAS RESPECTIVAS SERVENTIAS. OFENSA AOS ARTS. 37, II E 236, § 3º DA CF. INCONSTITUCIONALIDADE DOS ARTIGOS 5º; 10 § 2º E 12 DA LEI 2.891/98 DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. PRECEDENTES. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. (STF - ADI: 1855 RJ, Relator: NELSON JOBIM, Data de Julgamento: 16/05/2002, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 19-12-2002 PP-00069 EMENT VOL-02096-01 PP-00213) (g.n)

Diante todas as jurisprudências postas, não há dúvidas que a norma combatida através

da presente ADI é totalmente inconstitucional, sendo necessário o imediato julgamento da

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presente ação para evitar mais prejuízos causados para toda a sociedade e em especial como

já demonstrado ao erário.

Há que se ressaltar que ao longo desses anos todos os ministros desta casa, sem

nenhuma exceção, já se manifestaram em outras ações no sentido de que após a promulgação

da Constituição Federal de 1988, é inconstitucional o acesso aos serviços notarial e de

registro sem prévia aprovação em concurso público, nos termos do art.236, senão vejamos: 1 MS 28279 / DF - DISTRITO FEDERAL MANDADO DE SEGURANÇA Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 16/12/2010 Publicação: 29/04/2011 Órgão julgador: Tribunal Pleno Ementa

MANDADO DE SEGURANÇA. ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO. INGRESSO. CONCURSO PÚBLICO. EXIGÊNCIA. ARTIGO 236, PARÁGRAFO 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NORMA AUTO-APLICÁVEL. DECADÊNCIA PREVISTA NO ARTIGO 54 DA LEI 9.784/1999. INAPLICABILIDADE A SITUAÇÕES INCONSTITUCIONAIS. PREVALÊNCIA DOS PRINCÍPIOS REPUBLICANOS DA IGUALDADE, DA MORALIDADE E DA IMPESSOALIDADE. SUBSTITUTO EFETIVADO COMO TITULAR DE SERVENTIA APÓS A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. O art. 236, § 3º, da Constituição Federal é norma auto-aplicável. 2. Nos termos da Constituição Federal, sempre se fez necessária a submissão a concurso público para o devido provimento d e serventias extrajudiciais eventualmente vagas ou para fins de remoção. 3. Rejeição da tese de que somente com a edição da Lei 8.935/1994 teria essa norma constitucional se tornado auto-aplicável. 4. Existência de jurisprudência antiga e pacífica do Supremo Tribunal Federal no sentido da indispensabilidade de concurso público nesses casos (Ações Diretas de Inconstitucionalidade 126/RO, rel. Min. Octavio Gallotti, Plenário, DJ 05.6.1992; 363/DF, 552/RJ e 690/GO, rel. Min. Sydney Sanches, Plenário, DJ 03.5.1996 e 25.8.1995; 417/ES, rel. Min. Maurício Corrêa, Plenário, DJ 05.5.1998; 3.978/SC, rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJe 29.10.2009). 5. Situações flagrantemente inconstitucionais como o provimento de serventia extrajudicial sem a devida submissão a concurso público não podem e não devem ser superadas pela simples incidência do que dispõe o art. 54 da Lei 9.784/1999, sob pena de subversão das determinações insertas na Constituição Federal. 6. Existência de jurisprudência consolidada da Suprema Corte no sentido de que não há direito adquirido à efetivação de substituto no cargo vago de titular de serventia, com base no art. 208 da Constituição pretérita, na redação atribuída pela Emenda Constitucional 22/1983, quando a vacância da serventia se der já na vigência da Constituição de 1988 (Recursos Extraordinários 182.641/SP, rel. Min. Octavio Gallotti, Primeira Turma, DJ 15.3.1996; 191.794/RS, rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 06.3.1998; 252.313-AgR/SP, rel. Min. Cezar Peluso, Primeira Turma, DJ 02.6.2006; 302.739-AgR/RS, rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 26.4.2002; 335.286/SC, rel. Min. Carlos Britto, DJ 15.6.2004; 378.347/MG, rel. Min. Cezar Peluso, DJ 29.4.2005; 383.408-AgR/MG, rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 19.12.2003; 413.082-AgR/SP, rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJ 05.5.2006; e 566.314/GO, rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 19.12.2007; Agravo de Instrumento 654.228-AgR/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 18.4.2008). 7. Reafirmada a inexistência de direito adquirido de substituto que preenchera os requisitos do art. 208 da Carta pretérita à investidura

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na titularidade de Cartório, quando a vaga tenha surgido após a promulgação da Constituição de 1988, pois esta, no seu art. 236, § 3º, exige expressamente a realização de concurso público de provas e títulos para o ingresso na atividade notarial e de registro. 8. Os princípios republicanos da igualdade, da moralidade e da impessoalidade devem nortear a ascensão às funções públicas. 9. Segurança denegada. (g.n.)

Decisão

O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, indeferiu a segurança, contra os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausente, neste julgamento, o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Falou, pelo impetrante, o Dr. Carlos Mário da Silva Velloso e, pela Advocacia-Geral da União, a Dra. Grace Maria Fernandes Mendonça. Plenário, 16.12.2010.

2 MS 28301 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO Julgamento: 13/09/2016 Publicação: 10/02/2017 Órgão julgador: Primeira Turma Ementa

Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. PERMUTAS E REMOÇÕES ENVOLVENDO TITULARES DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS. CONCURSO PÚBLICO. 1. Com o advento da Constituição de 1988, o concurso público é inafastável tanto para o ingresso nas serventias extrajudiciais quanto para a remoção e para a permuta (dupla remoção simultânea). Precedentes. 2. O Plenário desta Corte já assentou que o prazo decadencial quinquenal do art. 54 da Lei nº 9.784/1999 não se aplica à revisão de atos de delegação de serventia extrajudicial editados após a Constituição de 1988, sem a observância do requisito previsto no seu art. 236, § 3º. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.(g.n.)

Decisão Por maioria de votos, a Turma negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio. Afirmou suspeição o Senhor Ministro Edson Fachin. Presidência do Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. 1ª Turma, 13.9.2016.

3 ADI 980 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. MENEZES DIREITO Julgamento: 06/03/2008 Publicação: 01/08/2008 Órgão julgador: Tribunal Pleno Ementa

EMENTA. Ação direta de inconstitucionalidade. Artigos 46, § 1º, e 53, parágrafo único, da Lei Orgânica do Distrito Federal. Exigência de concurso público. Artigo 37, II, da Constituição Federal. Ausência de prejudicialidade. Iniciativa do Poder

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Executivo. Precedentes da Corte. 1. A inteira modificação do art. 39 da Constituição Federal não autoriza o exame do tema constitucional sob sua regência. 2. Não há alteração substancial do art. 37, II, da Constituição Federal quando mantida em toda linha a exigência de concurso público como modalidade de acesso ao serviço público. 3. É inconstitucional a lei que autoriza o sistema de opção ou de aproveitamento de servidores federais, estaduais e municipais sem que seja cumprida a exigência de concurso público. 4. A Lei Orgânica tem força e autoridade equivalentes a um verdadeiro estatuto constitucional, podendo ser equiparada às Constituições promulgadas pelos Estados-Membros, como assentado no julgamento que deferiu a medida cautelar nesta ação direta. 5. Tratando-se de criação de funções, cargos e empregos públicos ou de regime jurídico de servidores públicos impõe-se a iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo nos termos do art. 61, º 1º, II, da Constituição Federal, o que, evidentemente, não se dá com a Lei Orgânica. 6. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.(g.n.)

Decisão Após o voto do Senhor Ministro Sepúlveda Pertence (Relator), julgando prejudicada a ação direta, Sua Excelência indicou adiamento para o exame de questões postas no debate. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello. Plenário, 03.2.2000. Decisão: Retirado de pauta. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Eros Grau. Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 12.09.2007. Decisão: O Tribunal, à unanimidade, julgou procedente a ação direta, nos termos do voto do relator. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 06.03.2008.

4 MS 29415 Órgão julgador: Primeira Turma Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Redator(a) do acórdão: Min. LUIZ FUX Julgamento: 15/12/2015 Publicação: 26/04/2017 Ementa Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PERMUTAS E REMOÇÕES ENVOLVENDO TITULARES DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS. NECESSIDADE DE CONCURSO PÚBLICO. AUTOAPLICABILIDADE DO TEXTO CONSTITUCIONAL. TITULAR QUE INGRESSOU ORIGINARIAMENTE MEDIANTE APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. NECESSIDADE DE EQUACIONALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA SITUAÇÃO DA IMPETRANTE PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. SEGURANÇA DENEGADA. 1. O concurso público é providência necessária tanto para o ingresso nas serventias extrajudiciais quanto para a remoção e para a permuta (art. 236, § 3º, do CRFB/88). 2. O prazo decadencial quinquenal do art. 54 da Lei nº 9.784/1999 é inaplicável à revisão de atos de delegação de serventia extrajudicial realizados após a Constituição de 1988 sem a observância da realização de concurso público. 3. Determinação de expedição de ofício ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, para que equacione administrativamente a situação indicada, vedada a manutenção, ainda que temporariamente, da impetrante no cargo para o qual se viu removida em desacordo com a Constituição/1988. 4. Segurança denegada. (g.n.)

5 MS 29192 Órgão julgador: Primeira Turma Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI Julgamento: 19/08/2014

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Publicação: 10/10/2014 Ementa EMENTA: Direito Constitucional. Serventia extrajudicial. Provimento originário sem prévia aprovação em concurso público. Submissão da remuneração do responsável interino pela serventia extrajudicial ao teto constitucional. Ordem denegada. 1. Autoaplicabilidade do art. 236, § 3º, da CF/88. 2. Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, é inconstitucional o acesso aos serviços notarial e de registro sem prévia aprovação em concurso público. 3. O titular interino não atua como delegado do serviço notarial e de registro porque não preenche os requisitos para tanto. Age, em verdade, como preposto do Poder Público e, nessa condição, deve submeter-se aos limites remuneratórios previstos para os agentes estatais, não se lhe aplicando o regime remuneratório previsto para os delegados do serviço público extrajudicial (art. 28 da Lei nº 8.935/94). 4. Ordem denegada. (g.n.)

6 RE 468173 AgR Órgão julgador: Segunda Turma Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 04/04/2006 Publicação: 02/06/2006 EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Servidora pública aposentada. Novo ingresso sem concurso público. Acumulação de dois proventos. Inadmissibilidade (Art. 11 da EC no 20, de 1998). Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento(g.n.) 7 AR 2704 AgR Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA Julgamento: 29/06/2020 Publicação: 13/08/2020 EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO RESCISÓRIA. ADMINISTRATIVO. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRAZO DECADENCIAL. ART. 54 DA LEI N. 9.784/1999. INAPLICABILIDADE QUANDO NÃO OBSERVADO O § 3º DO ART. 236 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.(g.n.)

8 AR 2614 AgR Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. ROSA WEBER Julgamento: 23/08/2019 Publicação: 09/09/2019 EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO RESCISÓRIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO DE NORMA JURÍDICA E OFENSA À COISA JULGADA. AÇÃO QUE PRETENDE RESCINDIR DECISÃO PROFERIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA QUE MANTEVE ATO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA QUE CONSIDEROU A INVALIDADE DE INGRESSO EM SERVENTIA EXTRAJUDICIAL SEM PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO. ARGUMENTOS JÁ ANALISADOS E AFASTADOS PELA DECISÃO RESCINDENDA. PRECEDENTES. MERA REDISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ APRECIADA POR ESTE TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE. INADEQUAÇÃO DESTA VIA

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PROCESSUAL PARA TAL FIM. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O concurso público é providência necessária tanto para o ingresso nas serventias extrajudiciais quanto para a remoção e para a permuta (art. 236, § 3º, do CRFB/88). Precedentes. 2. O prazo decadencial quinquenal do art. 54 da Lei nº 9.784/1999 é inaplicável à revisão de atos de delegação de serventia extrajudicial realizados após a Constituição de 1988 sem a observância da realização de concurso público. Precedentes. 3. A alegação de que o acórdão rescindendo ofendeu a coisa julgada pressupõe a existência desta, circunstância inocorrente em ação extinta sem resolução de mérito por carência da ação. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.(g.n.) 9 AR 2693 AgR Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 31/08/2018 Publicação: 17/09/2018 Ementa: AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE NORMA JURÍDICA E OCORRÊNCIA DE ERRO DE FATO. AÇÃO QUE PRETENDE RESCINDIR DECISÃO PROFERIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA QUE MANTEVE ATO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA QUE CONSIDEROU A INVALIDADE DE REALIZAÇÃO DE REMOÇÃO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS SEM PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO. ARGUMENTOS JÁ ANALISADOS E AFASTADOS PELA PRÓPRIA DECISÃO RESCINDENDA. PRECEDENTES. MERA REDISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ APRECIADA POR ESTE TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE. INADEQUAÇÃO DESTA VIA PROCESSUAL PARA TAL FIM. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O concurso público é providência necessária tanto para o ingresso nas serventias extrajudiciais quanto para a remoção e para a permuta (art. 236, § 3º, do CRFB/88). 2. O prazo decadencial quinquenal do art. 54 da Lei nº 9.784/1999 é inaplicável à revisão de atos de delegação de serventia extrajudicial realizados após a Constituição de 1988 sem a observância da realização de concurso público. 3. In casu, a alegação de que o acórdão rescindendo incorreu em manifesta violação a dispositivo de norma jurídica (art. 966, V, do CPC/2015) não restou demonstrada, notadamente em razão de alinhar-se ao entendimento jurisprudencial desta Corte. 4. Agravo interno a que se nega provimento. (g.n.) 10 Rcl 31937 AgR Órgão julgador: Primeira Turma Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES Julgamento: 13/08/2019 Publicação: 04/10/2019 Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE REMOÇÃO POR PERMUTA APÓS A CF/88, SEM CONCURSO PÚBLICO (ART. 236, § 3º, DA CF/1988). LEGALIDADE DA DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL OCUPADA PELO AGRAVANTE DECIDIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO MS 29.265 (REL. MIN. ROSA WEBER). IMPOSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO POSTERIOR DE AÇÃO DECLARATÓRIA 0037.453-02.2016.8.08.0024 – TJES PARA OBTENÇÃO DE NOVA TUTELA JURISDICIONAL ABSOLUTAMENTE CONTRÁRIA À DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSTRUÇÃO DOS EFEITOS PRÁTICOS DA DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA. INACEITÁVEL SUBSISTÊNCIA DE PROVIMENTO JUDICIAL CONTRÁRIO À AUTORIDADE DESTA CORTE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A persistência de controvérsias em torno da ocupação irregular de serventias extrajudiciais, após 30 anos da promulgação

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da Constituição Federal de 1988, exige uma resposta firme desta CORTE, sobre a qual, o ponto de partida para qualquer análise deve seguir sempre a favor da garantia da autoridade das inúmeras decisões tomadas pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em mais de 600 casos relacionados ao Pedido de Providências 0000384-41.2010.2.00.0000 do CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, em sua maioria relatados pelo saudoso Ministro TEORI ZAVASCKI, em que esta CORTE reafirmou a orientação fixada pelo PLENÁRIO nos Mandado de Segurança 28.371 (Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, DJe de 27/2/2013) e Mandado de Segurança 28.279 (Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 29/4/2011), reconhecendo que o art. 236, caput, e o seu § 3º da CF/88 são normas autoaplicáveis, que incidiram imediatamente desde a sua vigência, produzindo efeitos, portanto, mesmo antes do advento da Lei 8.935/1994. 2. A partir de 5/10/1988, o requisito constitucional do concurso público é inafastável em ambas as hipóteses de delegação de serventias extrajudiciais: no ingresso, exige-se o concurso público de provas e títulos; na remoção (até a modificação da Lei 9.835/1994 pela Lei 10.506/2002), concurso público de provas e títulos. Essas exigências, aliás, excluiriam logicamente a possibilidade de permuta (dupla remoção simultânea) até mesmo entre titulares de serventias extrajudiciais e ainda que os permutantes tivessem, quando do ingresso, se submetido ao regular concurso público (MS 28.440 ED-AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, DJe de 7/2/2014; MS 29.032 ED-AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma. (g.n.)

11 MS 28959 MC / DF - DISTRITO FEDERAL MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA Relator(a): Min. AYRES BRITTO Julgamento: 23/08/2010 Publicação DJe-159 DIVULG 26/08/2010 PUBLIC 27/08/2010 Partes IMPTE.(S) : ELIANE DORNELLES DE DORNELLES ADV.(A/S) : ELISIANE DE DORNELLES FRASSETTO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA IMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTICA ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão DECISÃO: Vistos, etc. Trata-se de mandado de segurança, aparelhado com pedido de medida liminar, impetrado por Eliane Dornelles de Dornelles contra ato do Conselho Nacional de Justiça. Ato consubstanciado em decisão do Corregedor Nacional de Justiça, datada de 09 de julho de 2010. 2. Argui a autora que foi designada, em 26 de novembro de 2008, pela Direção do Foro da Comarca de São Gabriel/RS para responder, em caráter precário, pelo expediente do Cartório de Registros Especiais e Protestos da mesma comarca (Portaria 60/08-DF). Isso em decorrência do falecimento do titular da serventia e até a assunção do novo delegatário, após a realização de concurso público. Alega que “foi surpreendida com a decisão publicada no Diário da Justiça Eletrônico que determinou, dentre outras coisas, o depósito da renda da Serventia em conta do Estado”. Decisão que, além de ordenar o mencionado depósito, proibiu: a) a contratação de novos prepostos; b) o aumento de salários; c) a contratação de novas locações de bens móveis ou imóveis, de equipamentos ou de serviços, “que possam onerar a renda da unidade vaga de modo continuado, sem a prévia autorização do respectivo tribunal a que estiver afeta a unidade do serviço”.

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3. Sustenta a impetrante violação a seu direito líquido e certo. É que, para ela, os serviços notariais e de registro devem ser exercidos em caráter privado, cabendo aos responsáveis por sua prestação a percepção dos emolumentos integrais e a contratação de escreventes “com remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho”. Tudo nos termos do art. 236 da Constituição Federal e dos arts. 20, 28 e 39 da Lei 8.935/94. Daí requerer a concessão de liminar para suspender o ato impugnado, “com a consequente manutenção da Impetrante no status quo em relação à percepção da integralidade dos emolumentos, autonomia administrativa e financeira e gestão da Serventia Extrajudicial” 4. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações à autoridade apontada como coatora. Informações em que o impetrado argui que “o delegado não é servidor público, conforme já reconheceu esse C. Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.602”, mas, “quando desprovido de delegado, o serviço é revertido ao poder delegante. Em conseqüência, os direitos e privilégios inerentes à delegação, inclusive a renda obtida com o serviço, pertencem ao Poder Público” 5. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão. (...) 6. No caso, verifico estarem ausentes os requisitos para a concessão da liminar. Começo por dizer que a correta solução deste mandado de segurança passa pela análise da natureza jurídica dos serviços que a Lei Maior da República sintetizou sob o nome de “serviços notariais e de registro” (art. 236, cabeça e § 2º). Quero dizer, a formulação de qualquer juízo, ainda que provisório, deve ser precedida da análise do tratamento constitucional conferido às atividades notariais e de registro (registro “público” já é adjetivação feita pelo inciso XXV do art. 22 da Constituição, versante sobre a competência legislativa que a União detém com privatividade). (...) 15. Pois bem, daqui se infere que, tirando os serviços notariais e de registro já oficializados até o dia 05 de outubro de 1988, todos os outros têm o seu regime jurídico fixado pela parte permanente da Constituição Federal. Mais precisamente, os demais serviços notariais e de registro têm o seu regime jurídico centralmente estabelecido pelo art. 236 da Lei Republicana. Um regime jurídico, além do mais, que pensamos melhor se delinear pela comparação com o regime igualmente constitucional dos serviços públicos, versados estes, nuclearmente, no art. 175 da Lei Maior. Por isso que, do confronto entre as duas categorias de atividades públicas, temos para nós que os traços principais dos serviços notariais e de registro sejam os seguintes I – serviços notariais e de registro são atividades próprias do Poder Público (logo, atividades de natureza pública), porém obrigatoriamente exercidas em caráter privado (CF, art. 236, caput). Não facultativamente, como se dá, agora sim, com a prestação dos serviços públicos, desde que a opção pela via estatal (que é uma via direta) ou então pela via privada (que é uma via indireta) se dê por força de lei de cada pessoa federada que titularizar tais serviços; II - cuida-se de atividades estatais cuja prestação é traspassada para os particulares mediante delegação. Não por conduto dos mecanismos da concessão ou da permissão, normados pelo caput do art. 175 da Constituição como instrumentos contratuais de privatização do exercício dos serviços públicos; (...) IV – para se tornar delegatária do Poder Público, tal pessoa natural há de ganhar habilitação em concurso público de provas e títulos. Não por adjudicação em processo licitatório, regrado pela Constituição como antecedente necessário do contrato de concessão ou de permissão para o desempenho de serviço público; V – está-se a lidar com atividades estatais cujo exercício privado jaz sob a exclusiva fiscalização do Poder Judiciário, e não sob órgão ou entidade do Poder Executivo (sabido que por órgão ou entidade do Poder Executivo é que se dá a imediata fiscalização das empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos). Atividades, enfim, que não se remunera por “tarifa” ou preço público, mas por uma tabela de emolumentos que se pauta por normas gerais estabelecidas em lei federal. Características de todo destoantes daquelas que são inerentes ao regime dos serviços públicos. 16. Numa frase, então, serviços notariais e de registro são típicas atividades estatais, mas não são serviços públicos, propriamente. Categorizam-se como função pública, a exemplo das funções de legislação, justiça, diplomacia, defesa nacional, segurança

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pública, trânsito, controle externo e tantos outros cometimentos que, nem por ser de exclusivo senhorio estatal, passam a se confundir com serviço público. Quero dizer: cometimentos que se traduzem em atividades jurídicas do Estado, sem adentrar as fronteiras da prestação material em que os serviços públicos consistem. (...) 7. Como se vê, os serviços notariais e de registro, ainda que exercidos em caráter privado, são típicas atividades estatais. Embora o exercício dessas atividades esteja a cargo de particulares, desvestidos da condição de servidores públicos, a titularidade dos serviços continua com o Estado. Tanto que se faz necessária a “delegação do poder público” (caput do art. 236 da CF). Delegação que se faz em favor de pessoa natural devidamente aprovada em concurso público de provas e títulos. Delegatário que, nesta condição, faz jus “à percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na serventia” (art. 28 da Lei 8.935/94). 8. O que se dá, porém, quando uma serventia fica vaga, sabido que “o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos”? Noutros termos: enquanto não se tem o vencedor do certame, quem responde pela atividade notarial? Pois bem, em homenagem ao princípio da continuidade do serviço, assim dispõe o § 2º do art. 39 da Lei 8.935/94: “§ 2º. Extinta a delegação a notário ou a oficial de registro, a autoridade competente declarará vago o respectivo serviço, designará o substituto mais antigo para responder pelo expediente e abrirá concurso.”

9. Cabe, portanto, ao substituto mais antigo, com todos os ônus e bônus da atividade, manter a serventia extrajudicial enquanto o novo titular não se investe na delegação estatal. Situação que, neste meu juízo prefacial, não viola a exigência do concurso público para ingresso na atividade notarial e de registro. Primeiro, porque o substituto exerce a atividade em caráter precário, jamais podendo invocar qualquer direito adquirido. Segundo, porque o próprio dispositivo legal determina a imediata abertura de concurso público, no que, aliás, afina com a parte final do § 3º do art. 236 da Constituição Federal (“não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses”). (...) (g.n.) (...) Brasília, 23 de agosto de 2010. Ministro AYRES BRITTO Relator 12 RE 284321 / DF - DISTRITO FEDERAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA Julgamento: 09/02/2001 Decisão DESPACHO : Vistos. Cuida-se de recurso extraordinário interposto com fundamento no art. 102, III, "a", da Constituição Federal, contra acórdão proferido pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, com a seguinte ementa, verbis(fls. 286): "ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. FATO NOVO. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME. AUSÊNCIA DE FORÇA MAIOR. ART. 517, CPC. ALTERAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR. SERVIDOR PÚBLICO. TITULAR DE OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA. CF, ART. 40, II - (...) - Os titulares de serventia de notas e registros são servidores públicos, aplicando-se-lhes o dispositivo constitucional relativo à aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade (CF, art. 40, II). - Precedentes do STF e do STJ. - Recurso conhecido em parte e, nessa parte, desprovido."(...) 12. Quanto à questão de fundo, melhor sorte não assiste ao recorrente. 13. É que esse Colendo Supremo Tribunal Federal, por mais de uma vez, já se manifestou no sentido de entender aplicável aos titulares das serventias de notas e registros a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, II, da Constituição Federal. A propósito do tema é de se ler o seguinte acórdão:

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"EMENTA: Aposentadoria dos titulares das serventias de notas e registros. Aplicação a eles da aposentadoria compulsória prevista no artigo 40, II, da Constituição Federal. - Há pouco, o Plenário desta Corte, por maioria de votos, ao julgar o RE 178.236, relator o Sr. Ministro Octavio Gallotti, decidiu que os titulares das serventias de notas e registros estão sujeitos à aposentadoria compulsória prevista no art. 40, II, da Constituição Federal. Entendeu a maioria deste Tribunal, em síntese, que o sentido do artigo 236 da Carta magna foi o de tolher, sem mesmo reverter, a oficialização dos cartórios de notas e registros, em contraste com a estatização estabelecida para as serventias do foro judicial pelo art. 31 do ADCT; ademais, pelas características desses serviços (inclusive pelo pagamento por emolumentos que são taxas) e pelas exigências feitas pelo art. 236 da Carta Magna (assim, o concurso público de provas e títulos para provimento e o concurso de remoção), os titulares dessas serventias são servidores públicos em sentido amplo, aplicando-se-lhes o preceito constitucional relativo à aposentadoria compulsória determinada pelo citado artigo 40, II, da Constituição Federal. - Dessa decisão não diverge o acórdão recorrido. Recurso extraordinário conhecido pela letra "c" do inciso III do artigo 102 da Constituição, mas não provido." (RE 189736- SP, Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ 27/09/96 - p. 36168." 6. No julgamento do RE 191.032-SP, em 13.10.97, proferi despacho negando-lhe seguimento, no mesmo sentido supra, referindo- me na ocasião a voto que proferi no julgamento do RE 178.236, nos seguintes termos: "À vista do disposto no art. 236, "caput", da Constituição, não tenho como suscetível de dúvida que os serviços notariais e de registro são de natureza pública; são serviços públicos. Somente assim se justificaria o comando contido na norma maior aludida, ao estipular que esses serviços serão exercidos, por delegação do Poder Público, em caráter privado. A execução, "modo privato", de serviço público não lhe retira essa conotação específica. A delegação em referência somente poderá ocorrer em favor de candidato aprovado em concurso público de provas e títulos. O provimento das serventias vagas há de se fazer por essa forma de investidura, própria da função pública, "ad instar" do art. 37, II, da Constituição. Dir-se-á que os agentes dos serviços notariais e de registro não ocupam cargos públicos, assemelhada a investidura nas serventias, prevista no § 3º do art. 236 da Lei Maior, às formas de seleção de particulares para a execução de serviços públicos delegados ou concedidos. A cessação da delegação desses serviços, aduz-se, não consignada na Constituição, há de ter-se como disciplinada na lei a que se refere o § 1º, do art. 236, do Estatuto Maior. Como antes se observou, a Constituição não despiu os serviços notariais e de registro do caráter inerente ao serviço público. (...) De outra parte, a teor do § 1º do art. 236, "a lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário". Há, pois, previsão de complexo de normas de índole estatutária em torno do desempenho desses serviços públicos. Nesse sentido, a Lei n.º 8935, de 18/11/94, preceituou em seus arts. 25/27, 28 a 30, 31 a 38. Não parece, destarte, possível entender que esses agentes hajam deixado de ter a condição e qualificação de servidores públicos, tal como sucedia no regime constitucional precedente. As serventias, como os cargos públicos, são criadas em lei, e os titulares são providos mediante concurso público de ingresso, prevendo a Constituição, inclusive, abertura de concurso de remoção, tal como no sistema anterior. Nessa linha, os arts. 14 a 19, da Lei n.º 8935/1994. Não vejo, dessa maneira, se possa deixar de reconhecer, em tais agentes dos serviços notariais e de registro, a condição de servidores públicos, no exercício de serviço público. As peculiaridades dos serviços, assim como já sucedia no sistema precedente, não conduzem, entretanto, nem à sua caracterização como serviço privado, nem como agente privado o titular. Como servidor público, fica sujeito o titular das serventias às normas gerais da função pública, quanto à aposentadoria, "ut" art. 40, II, da Constituição." 7. No mesmo sentido, os julgamentos proferidos nos RR.EE 234.935-6, Rel. Min. Celso de Mello, em 24.06.1999 e 254.064- 0, rel. Min. Marco Aurélio, em 26.10.1999. 8. Por todo o exposto, com base no art. 38, da Lei n.º 8.038, de 28 de maio de 1990, combinado com o § 1º, do art. 21, do RISTF, e, na conformidade do parecer da douta Procuradoria-Geral da República, nego

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seguimento ao recurso extraordinário. Publique-se. Brasília, 9 de fevereiro de 2001. Ministro Néri da Silveira Relator

Desta forma e por tudo que já foi exposto não se pode mais adiar o julgamento da

presente ação.

Portanto, requer o desentranhamento da petição nº 102265/2020 e de seus

documentos juntados pela ANOREG/BR.

REQUER ainda o encaminhamento dos autos para julgamento urgente, diante do fato

de se enquadrar na situação jurídica que a norma supracitada determina.

Ciente do recesso de final de ano e da pauta deste Tribunal, tendo em vista o caráter

irreparável ou de difícil reparação dos efeitos que a norma questionada tende a gerar,

REQUER, por fim, a apreciação da concessão de medida cautelar, para determinar que, até o

julgamento do mérito desta ação, seja suspensa a eficácia do caput e §§ 1º, 4º e 5º do art. 2º

da Lei nº 12.352/2011, do Estado da Bahia, com as devidas repercussões legais para proteger

o erário.

Nestes termos, pede deferimento.

Salvador, 11 de dezembro de 2020