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1 SAÚDE MENTAL NO SUS INFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL Edição Especial para os Novos Gestores ANO IV - Nº 18 (01/01/2005 - 17/05/2005) Esta edição apresenta: Carta ao Gestor Programa Anual de Reestruturação Psiquiátrica Hospitalar no SUS – PRH Programa de Volta pra Casa Serviços Residenciais Terapêuticos Projeto de Geração de Renda e Trabalho Prevenção ao Suicídio: Estratégia Nacional Redução de Danos: Álcool e Outras Drogas Saúde Mental Infanto-juvenil Prêmio Bugre Comissão de Entorpecentes da ONU (CND) Informativos, Mapeamentos e Agenda Coordenação Geral de Saúde Mental/DAPE/SAS/MS Brasília-DF

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SAÚDE MENTAL NO SUS

INFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL

Edição Especial para os Novos Gestores

ANO IV - Nº 18

(01/01/2005 - 17/05/2005)

Esta edição apresenta:

� Carta ao Gestor

� Programa Anual de Reestruturação

Psiquiátrica Hospitalar no SUS – PRH

� Programa de Volta pra Casa

� Serviços Residenciais Terapêuticos

� Projeto de Geração de Renda e Trabalho

� Prevenção ao Suicídio: Estratégia Nacional

� Redução de Danos: Álcool e Outras Drogas

� Saúde Mental Infanto-juvenil

� Prêmio Bugre

� Comissão de Entorpecentes da ONU (CND)

� Informativos, Mapeamentos e Agenda

Coordenação Geral de Saúde Mental/DAPE/SAS/MS

Brasília-DF

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Carta ao Gestor

Este é um número especial do Boletim Saúde Mental no SUS, dirigido especialmente aos

novos gestores - coordenadores municipais de saúde mental, secretários municipais,

coordenadores estaduais - que assumiram agora em janeiro. Ele traz algumas informações

objetivas sobre como implantar e implementar serviços de saúde mental em seu município, com

apoio técnico e financeiro do Ministério da Saúde.

Existem três situações principais: municípios com menos de 20 mil habitantes, municípios

com população entre 20 e 200.000 habitantes, e municípios maiores que 200.000 habitantes.

Os municípios menores não precisam de CAPS, mas devem criar um programa de saúde mental

apoiado na atenção básica e no PACS/PSF. O Ministério Saúde pode apoiar técnica e

financeiramente a capacitação de equipes na área de saúde mental e álcool e outras drogas.

Os municípios com até 200.000 mil habitantes que ainda não possuem CAPS devem

dirigir-se ao MS, nos endereços da página 12, para receberem orientação e logo darem entrada

no pedido de incentivo antecipado (leia na página 10 informações gerais sobre CAPS).

Até cerca de 60.000 habitantes, pode ser implantando um CAPS I; municípios maiores já devem

ter uma rede mais complexa. Os CAPS para crianças e adolescentes (CAPS i) e para transtornos

por uso de álcool e outras drogas (CAPS AD) devem ser implantados nos municípios com mais

150.000 a 200.000 habitantes.

Municípios de maior porte devem ter uma rede mais complexa, e é importante que tentem

implantar um CAPS III, serviço que funciona 24 horas.

Outros dispositivos importantes são as Residências Terapêuticas, os ambulatórios e o

Programa de Volta para Casa. Leia informações breves sobre cada um deles nas páginas

seguintes.

É importante que o gestor saiba que existem recursos financeiros tanto para investimento

como para custeio das unidades, e que a Coordenação de Saúde Mental está à disposição para

auxiliar na implantação dos serviços.

A cobertura assistencial ainda precisa ser ampliada. Temos hoje 616 CAPS, e há recursos

para atingirmos 750 até o final do ano. Existem problemas graves de desassistência em muitos

municípios de médio e grande porte, e o gestor pode consultar a coordenação sobre qual é a

melhor cobertura para seu município, de acordo com o porte e a rede assistencial existente.

Aguardamos o contato de todos, esperando poder, em 2005, consolidar definitivamente a

mudança do modelo assistencial recomendado pela Reforma Psiquiátrica e pela lei 10.216.

Saudações cordiais a todos.

Pedro Gabriel Delgado

Coordenador Geral de Saúde Mental

DAPE/SAS/MS

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PROGRAMA ANUAL DE REESTRUTURAÇÃO

DA ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA HOSPITALAR NO SUS - PRH

A Política de Saúde Mental tem como uma de suas principais diretrizes a

reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica, objetivando a redução contínua e

programada de leitos em hospitais psiquiátricos, com a garantia da assistência destes pacientes

na rede de atenção extra-hospitalar, buscando sua reinserção no convívio social.

O Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS –

PRH foi instituído através das Portarias GM/MS nº 52 e 53, de 20 de janeiro de 2004, para

estabelecer um mecanismo organizador do processo de redução de leitos, com incentivo

financeiro, pela redução de leitos (priorizando os hospitais de menor porte) e pela melhor

qualidade da assistência, aferida pelo PNASH – Psiquiatria.

Para que ocorra esta redução de leitos, o Programa prevê uma pactuação entre gestores

(municipais e estaduais) e prestadores, com a assinatura de um Termo de Compromisso e

Ajustamento que define as responsabilidades entre as partes.

Conforme estabelece a Portaria GM/MS nº 52, o Programa é composto por duas etapas.

1ª etapa – Retificação/ajuste de leitos por módulos assistenciais de 40 leitos: os hospitais

com número de leitos não múltiplos de 40, tiveram prazo até 31/10/04 para realizar esta primeira

redução de ajuste de leitos.

2ª etapa – Redução de módulos de 40 leitos em hospitais acima de 160 leitos, cujo prazo

expira em 31/05/05.

Assim, tendo em vista os prazos estabelecidos, lembramos os gestores municipais e estaduais

que pactuaram a redução de leitos com hospitais psiquiátricos, através da assinatura de termo de

compromisso e ajustamento, que até final de maio do corrente ano deverão ser reduzidos os leitos

que constam na 2ª etapa do termo. Lembramos também que os leitos reduzidos deverão ser

retirados do sistema através da alteração do número de leitos no Cadastro Nacional de

Estabelecimentos de Saúde (CNES)1.

1 Para maiores informações sobre o processo de redução de leitos ver Portarias GM nº 52 e 53, de 20 de

janeiro de 2004 e contatar com a Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

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LIBERDADE E CIDADANIA PARA QUEM PRECISA DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL

PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA

SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS

O Programa De Volta Para Casa instituído pela Lei 10.708, de 31 de julho de 2003, e tem por objetivo garantir a assistência, o acompanhamento e a integração social, fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais, com história de longa internação psiquiátrica (com dois anos ou mais de internação). É parte integrante deste Programa o auxílio- reabilitação, no valor de R$ 240,00, pago ao próprio beneficiário durante um ano e podendo ser renovado, caso a pessoa ainda não esteja em condições de se reintegrar completamente à sociedade. Pode ser beneficiário do programa De Volta Para Casa qualquer pessoa com transtorno mental que tenha passado dois ou mais anos internada em instituições psiquiátricas e também aquela que mora em residência terapêutica ou que tenha vivido em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico (manicômio judiciário) pelo mesmo período. Temos hoje 190 municípios habilitados e 1.066 beneficiários estão recebendo o auxílio, pretendemos chegar a 2000 beneficiários até o fim de 2005. Além do auxílio em dinheiro, as pessoas inscritas no programa terão garantido o acompanhamento com equipe especializada no âmbito local ou regional e participarão de atividades de reabilitação, residência terapêutica e trabalho protegido, conforme a necessidade de cada um. Para saber como aderir ao Programa acessar o portal na internet: http://pvc.datasus.gov.br ou pelos telefones: (61)315-2684/2655/3319.

Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT’s) - residências terapêuticas ou simplesmente “moradias” – são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para atender às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de cada um O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe de atenção básica, sejam outros profissionais) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores. O acompanhamento ao morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de endereço, ou seja, hospitalizado. O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizados e relações sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador.

• Hoje temos 301 residências em funcionamento

• O incentivo antecipado para a implantação do SRT é de R$ 10.000 por unidade (vide Portaria GM nº246 de 17 de fevereiro de 2004)

• Nove estados sediam SRT´s (SP, MG, PE, CE, SE, RJ, PR e MA)

• Mais informações pelo site: http://pvc.datasus.gov.br ou pelos telefones (61) 315-2684/3319

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PROJETO DE GERAÇÃO DE RENDA E TRABALHO INCLUSÃO SOCIAL PELO TRABALHO

Este projeto prevê uma série de ações que possibilitarão autonomia e cidadania de pessoas com transtornos mentais e usuários de álcool e outras drogas. Uma destas ações é o mapeamento das experiências de Geração de Renda e Trabalho em Saúde Mental, iniciado em setembro de 2004, que desenhará o perfil dessas iniciativas. Estamos em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária, que foi instituída no final do ano passado em uma Oficina que reuniu algumas das mais representativas experiências de geração de renda em saúde mental do país. Uma das deliberações desta oficina é o Grupo de Discussão de Saúde Mental e Economia Solidária, que já está em rede. Outra deliberação da Oficina foi a portaria GM nº353, de 07 de março deste ano, que constitui o grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária. Para participar do mapeamento envie informações sobre sua iniciativa de geração de renda para o

endereço eletrônico: [email protected]

Programa Permanente de Formação de Recursos

Humanos para a Reforma Psiquiátrica (2005)

Para 2005, além de buscar garantir continuidade para os núcleos já em funcionamento

articulando-os com os Pólos de Educação Permanente, o Ministério da Saúde está adotando

novas estratégias que visam à formação permanente dos profissionais inseridos na rede

assistencial de saúde mental.

Uma delas é a criação da modalidade de Residência Multiprofissional em Saúde, que foi

criada através da medida provisória 238 de 1º de fevereiro deste ano.

A formação de psiquiatras continuará sendo regulamentada pela Comissão Nacional de

Residência Médica, mas poderemos ter, de forma articulada, programas de Residência

Multiprofissional. É nesta direção que tivemos a aprovação na Comissão Nacional de Residência

Médica da Residência em Psiquiatria do Candido Ferreira, em Campinas.

Outra medida da Coordenação de Saúde Mental tem sido a priorização de projetos de

formação em regiões estratégicas, como nas localidades onde se encontram hospitais

psiquiátricos sob intervenção. O MS visa garantir a construção de uma rede de atenção

psicossocial substitutiva e qualificada nestas regiões. Os cursos em andamento contemplam as

modalidades de especialização, de capacitação em AD, em atenção básica e SAMU.

EM 2004/2005: CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL NOS SEGUINTES

ESTADOS: AC, AM, AP, BA, GOI, MG, MT, PA, PB, PR SP, PI, RN, MS, RJ, RS E CURSOS DE

ATUALIZAÇÃO E/OU SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: CE, MG, PA, PR, SC, SP, SE,

RN, BA, AL, PE, MS, RJ e RS.

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PREVENÇÃO AO SUICÍDIO: ESTRATÉGIA NACIONAL

O Ministério da Saúde, através da Coordenação de Saúde Mental, vem construindo

a Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio. Esta proposta visa reduzir as taxas de

suicídios e tentativas e os danos associados com os comportamentos suicidas, assim

como o impacto traumático do suicídio na família, entre companheiros (as) e nas

instituições.

Entre populações vulneráveis temos: indivíduos que já realizaram tentativas,

populações jovens e idosas, usuários de álcool e outras drogas, populações residentes

em instituições de longa permanência (clínicas, presídios e outras), adolescentes em

situação de rua, indivíduos portadores de doenças crônicas (transtornos mentais e

outras), portadores de HIV e populações jovens de diversas etnias como os guaranis, os

kaiowa e os nhandewa entre outras. Em 2002 o número registrado de óbitos por suicídio

na população brasileira foi de 7.729. Destes, 78% foram em homens e 22% em mulheres,

numa relação de 4:1, semelhante às encontradas nas referências internacionais. Vinte e

um por cento destes óbitos ocorreram em jovens de 15 a 24 anos.

A taxa de mortalidade por suicídios no Brasil foi de 4/100. 000, em 2000. Os

estados que apresentaram taxas acima da média nacional foram: Rio Grande do Sul -

10,0; Mato Grosso do Sul - 8,3; Santa Catarina - 8,0; Roraima-6,8; Goiás - 6,5; Mato

Grosso - 5,7; Rondônia - 5,5; Acre - 4,8 e Distrito Federal - 4,2.

A proposta da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio tem como princípio

geral a compreensão de que o suicídio é uma questão de saúde pública, afeta a

sociedade e pode ser prevenido. Está constituída de vários eixos:

• Informar e sensibilizar a sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido – dar visibilidade ao problema.

• Apoiar tecnicamente a implantação e/ou a implementação de Programa/Planos regionais e locais, com ênfase na organização de serviços de atenção.

• Implementar treinamento para o reconhecimento de comportamento de alto-risco e promover tratamentos efetivos.

• Promover e apoiar estudos e pesquisas em suicídio e sua prevenção. • Promover esforços para reduzir o acesso aos meios letais e métodos auto-

destrutivos e apoiar as iniciativas de regulação dos meios. • Apoiar as organizações da sociedade que vem trabalhando na área da Prevenção

do Suicídio. • Melhorar os sistemas de informações de suicídio e tentativas.

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REDUÇÃO DE DANOS: ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

O cenário nacional da redução de

danos tem sido apresentado de forma favorável para sua aplicabilidade na prevenção de doenças transmissíveis. Esta estratégia, assumida pelo Ministério da Saúde desde 1994, tem nos contemplado com resultados bastante promissores no campo da saúde pública, da articulação do movimento social ligado a redução de danos, de leis estaduais e municipais específicas que garantam o acesso de usuários de drogas a seringas, preservativos e tratamento da AIDS e das hepatites.

Contudo, a expansão desta estratégia para o tratamento do uso de álcool e outras drogas ainda carece de articulação técnico-político por parte dos representantes da saúde mental, para que esta estratégia seja finalmente assumida como uma ampla política de saúde pública.

O uso de álcool e de outras drogas é aqui compreendido como um transtorno que predomina a heterogeneidade de estratégias para o alcance de uma resposta social e sanitária adequadas e que objetivem: a diminuição do número de pessoas que façam uso danoso de álcool e outras drogas, a diminuição dos danos associados às formas de uso e produtos diversos, e, finalmente, o favorecimento da superação do uso. Os resultados científicos disponíveis no cenário nacional e internacional indicam que estes objetivos são complementares, e que a melhor política sanitária é aquela que permite o desenvolvimento simultâneo e equilibrado dos mesmos, sem valorações morais ou científicas sobre qualquer um destes. Os princípios da saúde pública, da inclusão social e da redução de danos são fatores que determinam as políticas públicas para o álcool e outras drogas e as ações que as concretizam. Desta forma, evidencia-se a disposição das Coordenações de Saúde Mental em serem as protagonistas primeiras, em parceria com gestores locais,

universidades e sociedade civil, na construção de respostas adequadas e eficazes às demandas decorrentes desta área.

Compreende-se que uma política de promoção, prevenção, tratamento, educativa e de redução de danos voltadas para o tema álcool e outras drogas deve ser construída nas interfaces intra e intersetoriais com diferentes pastas governamentais,, organizações não governamentais e demais representações e setores da sociedade, garantindo-se o comando único da saúde e seus princípios.

Desta forma, a rede de atenção organizada a partir da necessária resposta aos transtornos mentais responde, ressalvadas suas especificidades, ao tema em questão. A orientação de modelos de tratamento que priorizem a atenção ambulatorial tal qual a rede CAPS ad, a organização de incentivos que garantam internações breves, os benefícios de geração de renda, a supervisão clínica, a articulação com ações e/ou projetos de redução de danos, o conceito de território na relação serviço e atenção básica, a advocacy constante para situações de estigma e preconceito, o apoio a redes e associações de usuários de drogas e a garantia de insumos para a redução de danos em serviços são algumas das iniciativas que a rede de saúde mental pode e tem condições de implementar.

Desta forma iniciamos esta discussão sobre o tratamento do álcool e de outras drogas tendo como consenso que tais temas serão discutidos tendo a reforma psiquiátrica como princípio, a redução de danos como modelo e sua implantação considerada a partir das interdisciplinaridades necessárias para a promoção de respostas efetivas.

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SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL

A lei 10.216/01 e a III Conferência

Nacional de Saúde Mental apontaram para a

necessidade de estender as iniciativas da

reforma psiquiátrica à população infanto-

juvenil; levando em consideração a elevada

prevalência dos transtornos psicossociais

entre crianças e adolescentes; reforçando a

necessidade da ampliação da cobertura

assistencial destinada a esse seguimento,

além da necessidade de realização de um

diagnóstico aprofundado das condições de

atendimento atualmente oferecidas.

Atendendo a essas recomendações

foi instituído pelo Ministro Humberto Costa o

Fórum Nacional Infanto-juvenil, que serve

de espaço para discussões entre vários

setores e representações nacionais de forma

a fazer frente às dificuldades enfrentadas na

construção de uma rede de atenção para

crianças e adolescentes com transtornos

mentais.

A primeira reunião temática deste

Fórum aconteceu no final do ano passado

tendo como eixo a “Institucionalização e

Desinstitucionalização de Crianças e

Adolescentes Brasileiros”. Alguns

documentos são produtos desta reunião

como as Diretrizes para a Política Nacional

de Saúde Mental Infanto-juvenil e a

Recomendação 01/2005, quer traz as

diretrizes para processo de

desinstitucionalização de crianças e

adolescentes em território nacional.

Nossa próxima reunião será dia 24 de

maio deste ano, em Curitiba, e terá como

tema as interfaces da Saúde Mental Infanto-

juvenil com a justiça.

O Fórum compõe a Comissão

Intersetorial para Promoção, Defesa e

Garantia do Direito de Crianças e

Adolescentes à Convivência Familiar e

Comunitária, coordenada pelo Ministério do

Desenvolvimento Social. A última reunião

teve como um dos temas os Abrigos para

crianças e adolescentes.

O Ministério da Saúde em parceria

com a Organização Panamericana de Saúde

(OPAS), com a UFRJ, Universidade de

Colúmbia (NY), está promovendo a

pesquisa: “Rede Ampliada de Atenção à

Saúde Mental Infanto-juvenil: Dimensões

da Exclusão”, que mapeará os serviços de

diferentes setores que integram a rede

ampliada de atenção à saúde mental de

criança e adolescente. O objetivo é elaborar

uma metodologia de avaliação sistemática

desta rede, contribuindo para o

aperfeiçoamento da política pública neste

campo.

Vide: Portaria GM 1608, de 03.08.2004, reunido em 17

de dezembro do ano de 2004, que institui o Fórum

Nacional de Saúde Mental Infanto-juvenil.

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RECONHECIMENTO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REDUTORES DE DANOS: PRÊMIO BUGRE 2005

Durante o 5º Encontro Nacional de Redutores de Danos realizado em Campo Grande nos dias 08 a 10 de março, promovido pela ABORDA – Associação Brasileira de Redutores de Danos, que conta atualmente com aproximadamente 400 sócios, e mais de duas dezenas de associações estaduais e/ou municipais em sua rede, foi entregue o prêmio BUGRE 2005 a personalidades indicadas pelos sócios da referida Associação.

Este prêmio tem por objetivo reconhecer o trabalho e a militância de diferentes pessoas para a implantação e a defesa da redução de danos no Brasil. Para nosso contentamento, a Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde foi contemplada com 2 prêmios, por meio de seu coordenador o Dr. Pedro Gabriel e nossa nova assessora técnica a Dra. Denise Doneda.

Reconhecemos de público, com esta honraria, o compromisso dessa Coordenação para a construção de políticas públicas em saúde que tenham a redução de danos como sua política para as ações dirigidas a usuários de álcool e outras drogas. Agradecemos a sociedade civil por este reconhecimento e o compartilhamos com nossos colegas da área de saúde mental como mais um incentivo na luta pela conquista dos direitos à saúde dos usuários de drogas.

47º SESSÃO DA COMISSÃO DE ENTORPECENTES DA ONU (CND) - VIENA, 7 A 13 DE MARÇO DE 2005

Os países signatários das convenções internacionais têm como procedimento reunirem-se em fóruns específicos com o objetivo de reverem tais convenções, reafirmarem compromissos, avaliarem os avanços ocorridos e estabelecerem redes de parceria regionalizadas. No campo das drogas, cabe destacar que em 1998 houve a Conferência Internacional de referência para o estabelecimento das diretrizes para o tráfico internacional de drogas, a redução da demanda e a redução da oferta consensuadas entre os 105 países participantes.

A representação do Ministério da Saúde neste fórum entre o período de 1998 até 2002 se deu pela ANVISA, voltada, basicamente, para contribuições sobre o controle de precursores. Nos anos de 2003 e 2004 o Ministério da Saúde faz-se representar, apresentando suas propostas para o tratamento da dependência química e para a redução de danos.

As propostas dos países são feitas por meio de resoluções - propostas de um ou mais países pertinentes aos diferentes temas abordados durante o evento, seguindo as convenções assinadas. Tais documentos suscitam o debate sobre aspectos que se desejam serem modificados e ou ratificados, assim como propõem novas redações a serem incorporadas nas convenções. São aceitas as propostas que têm consenso, cabendo à Plenária sua aprovação final.

Este ano, por solicitação do Brasil-Ministério da Saúde, foi inserido na agenda o tema "Debate Temático sobre prevenção do uso indevido de drogas, tratamento e reabilitação", com destaque para os seguintes temas: a) criação de capacidade de resposta na comunidade; e b) prevenção do HIV/aids e outras enfermidades de transmissão sanguínea no contexto da prevenção do uso indevido de drogas.

Ainda este ano o Brasil, por meio do Ministério da Saúde, foi apresentada uma resolução que versou sobre a redução de danos, nos seguintes termos: o direito a saúde do usuário de drogas, a participação da sociedade civil para a construção das políticas e a disponibilização de agulhas, seringas, preservativos, vacinas e outros insumos aos UD. Importante salientar que esta resolução teve a assinatura do GRULAC - grupo da América Latina e Caribe – fato de grande importância, pois a resolução passa a ser da América Latina e Caribe e não mais de um país.

Contudo, no processo de discussão o Japão, a Rússia e os EUA disseram não apoiar a resolução e solicitaram sua retirada da pauta. Neste momento, os países presentes vieram em nossa defesa, tendo sido dito que finalmente um país colocara na pauta do CND o tema que vive rondando a agenda e nunca é discutido - a RD. Diante do impasse resolvemos retomar a discussão no âmbito do GRULAC, e com isso decidiu-se que esta resolução será reapresentada no próximo ano.

Com este desfecho conseguimos manter o tema redução de danos na pauta do CND, teremos uma importante articulação com a América Latina e União Européia para o fortalecimento da proposta e mantivemos os termos chaves que definem nossa política de redução de danos.

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INFORMATIVOSDialogando com a Rede de Atenção à Epilepsia

A Coordenação de Saúde Mental participará

do III Encontro Nacional EPI-BRASIL, dia 18 de março em São Paulo. A discussão será em torna da construção de uma proposta, que segue os princípios e diretrizes da Campanha Global: “Epilepsia fora das sombras”, coordenada pela OMS e instituições parceiras. O Ministério neste semestre publica a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica, no âmbito do SUS, que estabelece estratégias e define eixos fundamentais de sua implantação. Ainda neste semestre o Ministério em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia lança o Edital de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental, contemplando a área da epilepsia.

Passagens Aéreas expedidas pelo MS

O Ministério da Saúde informa que ainda existem várias pendências relacionadas à devolução dos canhotos de embarque. As pessoas que tiveram passagens aéreas custeadas pelo Ministério da Saúde, e não comprovarem o uso do trecho, não poderão receber mais passagens por este Ministério.

Integração com a Saúde da Mulher Dentro de uma perspectiva de integração intra / intersetorial, a Área Técnica de Saúde Mental

participou de oficina de trabalho promovida pelo Grupo Técnico de Atenção à Violência Doméstica e Sexual, intitulada "Planejamento de Ações e Metas para o Ano de 2005", e viabilizada pela Área Técnica de Saúde da Mulher. A Saúde Mental apresentou a política nacional de saúde mental e álcool e outras drogas, propondo otimização conjunta das estruturas locais de saúde mental e de atenção à mulher em situação de violência - inicialmente, em 15 dos 18 municípios que já possuem convênios em andamento, iniciando neste evento a articulação específica necessária. A Saúde da Mulher terá espaço na próxima reunião de coordenadores de saúde mental, para a indução de possíveis articulações em nível local.

Incentivo Financeiro para os CAPS

Desde fevereiro, uma nova portaria (PT GM 245, de 17 de fevereiro de 2005) regula os repasses de incentivos para a implantação de CAPS nos municípios. Até o momento, 102 municípios solicitaram o incentivo para implementação de 120 CAPS em todo o país. O incentivo é um recurso financeiro repassado em parcela única para os municípios que têm CAPS em fase de implantação e que pode ser utilizado para pequenas reformas, compra de equipamentos ou material de consumo, ou para a capacitação da equipe técnica. A portaria está disponível no sítio www.saude.gov.,br

MAPEAMENTOS

� AMBULATÓRIOS DE SAÚDE MENTAL Estamos realizando o Mapeamento dos Ambulatórios de Saúde Mental. Em fevereiro encaminhamos aos

Coordenadores Estaduais a Circular nº 05/2005, explicando o motivo deste mapeamento. Solicitamos que os municípios

que não tenham ambulatório que enviem esta informação por e-mail ou fax para termos os registros atualizados,

especialmente em relação ao número de encaminhamentos e seu fluxo. Aqueles que não conseguiram enviar as

informações até a data combinada, o façam impreterivelmente até 24/03/05. Quaisquer dúvidas, por favor, entrar em

contato com Vera Regina Rodrigues, pelos telefones (61) 315 3319 ou 2313, ou pelo e-mail [email protected],

para solicitar o Instrumento Nacional de Mapeamento dos Ambulatórios de Saúde Mental

� ATUALIZAÇÃO DOS DADOS DE CAPS

Caros Coordenadores: atualizem os dados dos CAPS de seus municípios e já cadastrados no SUS. Esta atualização é

importante para mantê-los informados. Entre em contato conosco por e-mail e envie os seguintes dados: responsável,

endereço, telefone e e-mail. Aguardamos seu contato pelos telefones (61) 315-2313/3319, fale com Vera ou Fernanda.

� LEITOS PSIQUIÁTRICOS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Conforme deliberação do Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-juvenil, estamos realizando o mapeamento

preliminar da Rede Ampliada de Atenção à Crianças e Adolescentes. Para tanto, precisamos da colaboração do senhor

(a) coordenador (a) para nos informar o número de leitos em seu estado reservado para crianças e adolescentes com

transtornos mentais em hospitais gerais e/ou psiquiátricos. Caso não haja, favor responder qual o tipo de

encaminhamento dado a esses usuários. Precisamos dessas informações com urgência. Enviar as informações para

Rita Martins pelo endereço eletrônico: [email protected] .

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AGENDA DA SAÚDE MENTAL JANEIRO

• Dia 6 - Reunião com o Centro de Toxicomania

• Dia 7 – Reunião sobre Intervenção

• Dias 9 a 15 – Oficina de Trabalho “Treinamento em Saúde Mental na América Latina para Equipes de cuidado

de Saúde Primária no RS”.

• Dia 11 – Reunião com a Delegação Brasileira na 113ª Sessão do Conselho Executivo da OMS

• Dias 17 a 25 – 115ª Sessão do Conselho Executivo da OMS em Genebra

• Dia 17 – Reunião Preparatória das Revistorias do PNASH

• Dia 26 – Seminários “Loucos para cumprir a lei do Direito Tutelar para o direito à cidadania em Porto Alegre”

FEVEREIRO

• DIA 03 – Reunião sobre Políticas Prioritárias para o SUS

• Dia 03 – Reunião com a Organização Não Governamental “Brasil sem Drogas” sobre as salas de uso Seguro

de Drogas

• Dia 14 – Capacitação feira de Santana-BA

• Dia 16 – Reunião com o senador Flávio Arns

• Dia 19 – Seminário Interno sobre o projeto Técnico de Paracambi-RJ

• Dia 21 – Intervenção: Campina Grande - PB

• Dia 25 – Reunião sobre Centros de Convivência / Belo Horizonte-MG

• Dia 28 – Curso de Formação de Tutores em Educação Permanente e Saúde

MARÇO

• Dias 2 a 5 – Reunião da Comissão Intersetorial do Direito da Criança e do Adolescente à Convivência e família

/ MDS

• Dia 7 – V Encontro Nacional de Redutores de Danos

• Dias 7 a 11 – 48ª Reunião da Comissão de Entorpecentes da ONU

• Dia 9 – Reunião com o DATASUS-PVC

• Dia 10 – 3ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça / Ministério da Agricultura

• Dia 15 – Reunião com UFMG e PNDST/AIDS sobre o Estudo de Prevalência HIV/AIDS

• Dia 16 – Reunião da Comissão Nacional de Acompanhamento do Processo de Reestruturação da Assistência

Psiquiátrica Hospitalar no SUS

• Dia 17 – Instalação do Comitê Assessor da política de Álcool e Outras Drogas

• Dias 18 e 19 - III Encontro Nacional-Epilepsia São Paulo/SP.

• Dia 25 - XXVII Conselho Nacional do Centro de Valorização da Vida (CVV)-Ribeirão Pires/SP

• Dias 18 a 20 - 16ª Conferência Internacional de Redução de Danos a ser realizada em Belfast/Irlanda, no

período de 20 a 24 de Março de 2005.

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COORDENAÇÃO GERAL DE SAÚDE MENTAL MINISTÉRIO DA SAÚDE

Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPE/SAS/MS Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, sala 606 - 70058-900 - Brasília - DF.

CONTATOS Coordenação: Pedro Gabriel Delgado FFoonnee GGeerraall:: (61) 315 33 15 FFaaxx:: (61) 315 23 13

Endereços Eletrônicos

Assuntos Gerais: [email protected] Secretária: [email protected] Álcool e Outras Drogas:

[email protected] [email protected] [email protected]

Atenção Básica, PNASH e PRH: [email protected] [email protected] CAPS:

[email protected] [email protected]

Crianças e adolescentes: [email protected] [email protected]

Medicação: [email protected] [email protected] Programa De Volta Para Casa: [email protected] [email protected] [email protected] Programa de Formação Permanente: [email protected] [email protected] Geração de Renda e Trabalho:

[email protected] Prevenção ao Suicídio e Epilepsia:

[email protected] Violência: Aspectos Psicossociais [email protected]

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