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Saúde Mental

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Saúde Mental

História da Psiquiatria

Na Europa, até o século XVIII,os hospitais não

possuíam finalidade médica. Eram instituições

filantrópicas destinadas a abrigar os indivíduos

considerados indesejáveis à sociedade* ficando

claro que eram lugares de exclusão social da

pobreza e da miséria produzidas pelos regimes

da época.

Idade Média

Eram chamados de insanos, lunáticos

pois acreditavam que suas mentes era

influenciada pelas fases da lua;

loucura exaltada (possessão por espíritos

maus, controle da igreja).

Idade Moderna

O alienado passa a ser caracterizado como

doente mental, portanto, passível de cura;

A doença mental agora como um problema

do Estado, perda da liberdade.

Idade Contemporânea

Surgimento do Hospital como depósito

humano para corrigir falhas morais;

O hospital ainda era um misto de instituição

de caridade e assistência social.

PHILLIPE PINEL

“ HÁ SEMPRE UM RESTO DE RAZÃO NO

MAIS ALIENADO DOS HOMENS”.

PHILLIPE PINEL

Dividiu doentes mentais em duas classes:

• Degenerados: estigmas morais e físicos,

sendo propensos a apresentar acessos

delirantes;

• Não degenerados eram indivíduos normais,

porém predispostos ao transtorno mental.

FRANCO BASAGLIA

“A Psiquiatria desde seu nascimento é em

si uma técnica altamente repressiva que o

Estado sempre usou para oprimir os

doentes pobres...”

BRASIL

Em 1852 é inaugurado em 8 de dezembro

com a presença do imperador, o Hospício

de Pedro II, conhecido popularmente

como “Palácio dos Loucos.”

BRASIL

Até o início do século XIX, os doentes

mentais não recebiam qualquer tipo de

tratamento. Se fossem calmos, vagavam

pelas ruas. Se fossem agressivos, ficavam

presos e acorrentados em cadeias.

BRASIL

Hospícios são inaugurados em todo Brasil: poucos médicos, poder nas mãos de leigos e religiosas.

Das duas funções, segregadora e humanitária, a primeira é claramente a que vigora nos primeiros 40 anos de funcionamento do hospital psiquiátrico.

(Resende, 1992)

Política Manicomial

1.903: Lei Federal de assistência aos alienados: Implementação das colônias agrícolas

Objetivos: Diminuir a superlotação Inserir o trabalho como meio e fim do tratamento Sanear e organizar a cidade

Política Manicomial

Golpe militar de 1964: marco divisório entre uma

assistência eminentemente destinada ao doente

mental indigente e a extensão da cobertura à

massa de trabalhadores e seus dependentes.

Precária rede pública: reservada aos indivíduos

sem vínculo com a previdência.

Brasil

A partir da década de 50, disseminou-se o uso de novos medicamentos para o tratamento das doenças mentais. Em 1952: Clorpromazina – surge a primeira medicação psicotrópica - criando novas perspectivas para o tratamento e pacientes. Enfermagem - começam a surgirem treinamentos em saúde mental.

Política Nacional de Saúde Mental

Iniciou na década de 1980 – mudar a realidade dos manicômios onde viviam mais de 100mil doentes mentaisSurgiu pelo movimento dos Direitos Humanos em combate a Ditadura Militar e alicerçado em modelos europeus.Hospital Psiquiátrico para Serviços Comunitários com forte inserção territorial.

Política Nacional de Saúde Mental

Movimento Social da Luta Antimanicomial

Reforma Psiquiátrica

Reforma Psiquiátrica

Em 1980 iniciou a desintitucionalização de

moradores de manicômios.

Normativas federais passam a estimular e regular

a rede de serviços.

Reforma Psiquiátrica

Em 2001 é sancionada a Lei nº10.216 – Direitos

às pessoas portadoras de transtornos mentais

Surgimento de Centros de Atenção Psicossocial

(Caps), Serviços Residenciais Terapêuticos,

Centros de Convivência (Cecos)

Reforma Psiquiátrica

As Unidades Básicas de Saúde passam a cumprir

importante papel nesta mudança.

Saúde e Cidadania são indissociáveis.

Leis Federais: 8.080/1990 e 8.142/1990

“Saúde como direito de todos e dever do estado”

Princípios do acesso universal

-Integralidade: indivíduo como um todo

-Equidade: atender igualmente

-Descentralização: próximo da casa

-Controle social: Conselhos Municipais

A Lei da Reforma Psiquiátrica

Lei Estadual nº 9.716, de 07/08/1992, determina:

A substituição progressiva de leitos nos hospitais psiquiátricos por uma rede de atenção integral em Saúde Mental;

Estipula regras de proteção aos que padecem de sofrimento psíquico;

A Lei da Reforma Psiquiátrica

Continuação...

Regulamenta as internações psiquiátricas compulsórias.

Proposta pelos Deputados Marcos Rolim e Beto Grill.

O Rio Grande do Sul :primeiro estado a aprovar a Lei.

(Ministério da Saúde, 2003)

Saúde Mental no SUS

CAPS

CAPS

Parte integrante da rede SUS; Demandas de inclusão aqueles que estão excluídos da sociedade* por transtornos mentais; Iniciou em 1986 em SP – a partir de um movimento por parte dos prof da saúde mental “denunciando” a precariedade dos hosp psiq. Núcleo de Atenção Psicossocial e CAPS foram se espalhando pelo Brasil e foram oficialmente criados em Portaria 224/92.

CAPS/NAPS

São Unidade de Saúde locais/regionalizadas que contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem cuidados intermediários entre regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de 4 hs, por equipe multiprofissional.

CAPS/NAPS e CERSAMS

Assim com o CAPS, NAPS os Centros de

Referência em Saúde Mental e outros tipos de

serviços têm surgido no país integram o SUS e

são atualmente regulamentados pela Portaria

nº336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.

CAPS - Objetivos

Oferecer atendimento em regime diário; Oferecer cuidados terapêuticos; Promover a inserção social; Dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica; Mantém atualizada a lista de pacientes que utilizam medicamentos; Regular a porta de entrada da rede de assistência em sua área;

CAPS – População atendida

Pacientes com graves transtornos mentais; Crianças e adolescentes; Transtornos mentais associado ao uso de substâncias psicoativas (álcool e outras drogas).

Demanda espontânea ou encaminhamento ESF e outras instituições.

Intervenção em Saúde Mental na Atenção Básica

Proporcionar momento para pensar/refletir; Exercer boa comunicação; Exercitar a habilidade de empatia; Acolher o usuário e suas queixas como legítimas; Oferecer suporte na medida certa (sem gerar dependência); Reconhecer os modelos de entendimento do usuário. ACOLHIMENTO*

Intervenção em Saúde Mental na Atenção Básica

Proximidade com o território do usuário; Compreensão das suas necessidades;

CUIDADO

PessoaSofrimento

Rede de Cuidados Compartilhados

CRAS: Centro de Referência de Assistência

Social

CAPS

CAPS-ad (álcool e drogas)

Trabalho multidisciplinar e multiprofissional

Terapêutica

Os planos terapêuticos precisam fazer sentido

para quem eles se destinam, o que significa uma

construção social e subjetiva ao mesmo tempo.

Projeto Terapêutico Singular

Articulado na Atenção Básica

Para casos de maior complexidade

Necessário a articulação multidisciplinar

Implica em estabelecer: diagnóstico situacional,

definição de objetivos e metas, divisão de tarefas

e responsab., e a reavaliação PTS

IMPORTANTE...

Escutar é perceber os sentimentos e significados do outro; O papel do profissional de saúde não é o de juiz; O objetivo é a produção de saúde e de autonomia; Perceber o outro como singular; A identificação dos seus valores e afetos ajuda a evitar o julgamento e a moralização.

Redução de Danos

Não se restringe apenas as pessoas com

problemas com álcool e drogas;

Estratégia para reduzir danos de HIV/DST em

usuários de drogas

Redução de danos ampliada: abarcam a

prevenção de danos antes que estes aconteçam

ESF

Reconhece a família como eixo principal Família é ao msm tempo objeto e sujeito do processo de cuidado e de promoção da saúde. Metodologia de cadastramento das família e diagnóstico; Identificação de famílias em situação de risco, vulnerabilidade e/ou isolamento social; Importância dos ACS Prontuário familiar, acolhimento, etc. Trabalhar com todos da fam* (doentes e sadios)

ESF

Entrevista familiar; Genograma familiar: representação gráfica – no mínimo 3 gerações* - relações familiais; Ecomapa: identifica as relações e ligações da família com o meio onde ele vive* Orientações fundamentais nas relações interpessoais*; Apresentação do problema, papéis e estrutura, afeto, comunicação, fase do ciclo de vida, doença na família, enfrentamento do estresse, rede apoio

ESF

Discussão e reflexão de casos clínicos – em

equipe multidisciplinar*

Projeto Terapêutico de Cuidado à Família:

conjunto de propostas terapêuticas articuladas a

partir da discussão em equipe interdisciplinar.

ESF

VD – é essencial

Identificação de possibilidade de AT*

Mapear as dificuldades e priorizar as famílias e

ações*

Ex. de Genograma e Ecomapa

Alguns diagnósticos

Psicose afetiva (TAB)

Somatização (distúrbios conversivos, histeria, etc)

Fobia

TOC

Esquizofrenia (distorções pensam, etc)

Tristeza – sensação de depressão

Pânico

Diagnósticos na AB

Comum queixas de tristeza, apatia, ansiedade, medo, etc

Observar e investigar a associação destas queixas à queixas somáticas (dor no peito, dificuldade de respirar, taquicardia, etc)

Diferença de gênero: mulheres mais vulneráveis

Pobreza: risco mais elevado de sofrimento mental

Atenção Básica

Capacidade de resiliência

Alcoolismo: detecção e intervenção breve

Transtornos mentais graves: detecção precoce e intervenção

Seguimento e reabilitação social

Evitar internação*

Utilizar a Rede de Apoio Psicossocial

Atenção Básica

Atenção particular a crianças e adolescentes com transtornos mentais/sofrimento psíquico

Identificação precoce – escola?*

Inclusão social*

Tratamento*

Cças e Adolescentes

Encaminhamento Implicado*

Território: lugar psicossocial do sujeito

Intersetorialidade

Identificar problemas de conduta, atrasos no desenvolvimento, sintomas emocionais, dificuldades de relacionamentos, uso de drogas.

Referências

Alves C. F O; RibasV. R. et al. Uma breve história da reforma psiquiátrica. Neurobiologia, 72 (1), 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde: Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de AçõesProgramáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.176 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34)