arteterapia e saúde mental

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Disciplina: Seminário Inter Profª. Denise Cou Caio Tavares Cristiane Beserra

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Disciplina: Seminrio Interdisciplinar II Prof. Denise Coutinho

Caio Tavares Cristiane Beserra

Histrico

O lugar dos loucos A Reforma psiquitrica e os novos paradigmas em sade mental Arteterapia antecedentes no mundo e no Brasil

Arteterapia Oficinas

caracterizao

teraputicas e os recursos artsticos finais e debate

Consideraes

O lugar dos loucos

Idade Mdia a loucura como castigo divino. Renascena a loucura a partir da abordagem potica.

Sculo XIII a XV loucos eram varridos das cidades.Sculo XV Criao dos manicmios, influncia rabe isolamento, priso, segregao loucos excludos como os leprosos, ladres e prostitutas. Idade da Razo: a loucura como irracionalidade, fora da razo. Sculo XIX: a loucura ganha estatuto cientfico. Com o advento da psiquiatria, a loucura tomada como doena, apropriada pelo discurso e pela instituio mdicos.(Pereira, 2010; Mendona, 2005).

Incio do sc. XIX, Pinel humaniza os pacientes, desacorrentando os internos dos manicmios. Substitui pelo tratamento moral. Usava a amabilidade, otimismo, firmeza e diverses sadias. Eram pacientes e no prisioneiros. Crena que a doena mental era curada com a correo social. 1922: Hanz Prizhorn (psiquiatra e historiador da arte) estuda a produo artstica nos asilos alemes. A psiquiatria se interessa pela confluncia entre arte e loucura

Ps-guerra Reforma

e as reformas dos direitos humanos

psiquitrica

mote inicial: garantir a cidadania do louco, tratando-o como sujeito de direitos e deveres, desconstruindo e reconstruindo a lgica assistencial e saberes e prticas acerca da loucura. desconstruo e desinstitucionalizao das prticas hospitalares (modelo hospitalocntrico)

formulao de novos modelos de assistncia ao indivduo com transtorno mental : luta antimanicomial

servios substitutivos: modelo asilar dos hospitais psiquitricos gradualmente substitudo pelo tratamento em sistema aberto ou extra-hospitalar: NAPS, CAPS, CERSAMs, centros de convivncia e hospitais-dia. articulao entre clnica e poltica oficinas teraputicas: novo paradigma em Sade Mental

uso de recursos (arteterapia)

artsticos/

a

arte

como

terapia

EUA, 1940: Margareth Naumberg (psiclogo, educadora e artista) defende o estabelecimento da arteterapia como rea do saber. Usa a arteterapia com doentes psiquitricos.

Influncia da Psicanlise Freudiana: arte como meio de manifestao do inconsciente. O artista simboliza seu inconsciente por meio da sua produo.

Psicologia Junguiana: incorpora a expresso artstica no processo teraputico. Imagens como simbolizao do inconsciente individual e coletivo.

Coqueiro, Vieira e Freitas (2010)

1923 Osrio Csar : Arte no Hospital Juqueri em So Paulo, com forte influncia da Psicanlise. 1946 Nise da Silveira : Centro Psiquitrico Dom Pedro II, com influncia Junguiana A reforma psiquitrica repensa o modelo manicomial e passa a ver o homem como um ser biopsicossocial, inspirada no modelo italiano de desinstitucionalizao. 1949 Criao da Escola Livre de Artes Plsticas do Juqueri. 1952 - Criao do Museu de Imagens do Inconsciente. 1986 Criao dos CAPS e princpios institudos pelo SUS, que a partir de uma equipe multiprofissional v o usurio alm dos seus sintomas, de uma forma ampla e individualizada. Possui servios de acolhimento e incluso.

Segundo

Mendona (2005), Nise da Silveira quem introduz no Brasil a arteterapia

Nise

da Silveira (psiquiatra de formao junguiana e em terapia ocupacional)

tcnicas elaboradas de fortalecimento e expresso do eu oficinas de expresso como pintura, escultura, msica, dana e trabalhos manuais, e em atividades recreativas - jogos, passeios, festas.

1946: sesses de terapia ocupacional, com atelis de pinturas e modelagem no Centro Psiquitrico Pedro II (atual Instituto Municipal Nise da Silveira), no Rio de Janeiro, visando a expresso simblica e a criatividade dos pacientes. Neste ano, Nise funda a Seo de Teraputica Ocupacional. 1952: funda o Museu de Imagens do Inconsciente, centro de estudos e pesquisa com o intuito de preservar os trabalhos produzidos na instituio. (Site: http://www.museuimagensdoinconscien te.org.br/index.html)

Definio

do campo

Publicaes

acadmicas: Arteterapia com maiores nfases no hospital Sade Mental, constitui-se como novo paradigma

Em

A

arteterapia um processo teraputico com predominncia do no-verbal, que permite a transformao com o uso de materiais expressivos, possibilitando a emergncia de contedos inconscientes para confronto, elaborao e expanso do indivduo (Philippini, 2004b apud Valladares, 2006).arte como ferramenta teraputica: desenvolver a comunicao e a expresso com recursos artsticos

A

Dispositivo teraputico que absorve saberes das diversas reas do conhecimento, constituindo-se como uma prtica transdisciplinar, visando a resgatar o homem em sua integralidade atravs de processos de autoconhecimento e transformao (Philippini, 2004b apud Valladares, 2006). Modo de trabalhar utilizando a linguagem artstica como base da comunicao cliente-profissional. Sua essncia seria a criao esttica e a elaborao artstica em prol da sade (Associao Brasileira de Arteterapia). As oficinas so locais de realizao de atividades que produzam no individuo possibilidades de transformao de si a partir da relao dele com o grupo, com a atividade e com o material. (Pereira, 2010).

Considerada

uma modalidade teraputica com caractersticas prprias. linhas de atuao: arte como terapia (art as therapy) e arte psicoterapia (art psychotherapy). Na primeira, o foco est no processo artstico, considerando suas propriedades curativas. Na segunda, os recursos artsticos so utilizados amplamente durante o processo psicoteraputico, acrescentando a via imagtica e pictrica na comunicao entre paciente e psicoterapeuta (nesse caso, com a utilizao de tcnicas de artes plsticas).

Duas

Vasconscelos & Giglio, 2007

Valorizar formas singulares do processo de livre criaoElevao da auto-estima Melhorar o equilbrio emocional Minimizar os efeitos negativos da doena mental

Permitir ao sujeito achar seu prprio elo e caminho para vida, mesmo que fora do padro normal socialmente aceito

Os objetivos da arteterapia, nesse contexto, podem ser:

Desenvolver a autonomia criativa: produo singular nas oficinas Valorizar a subjetividade e liberdade de expresso Ampliar habilidades, autopercepo de si e do outro Facilitar a catarse

Permitir as trocas sociais restabelecimento do lao social

e

a

integrao:Valladares (2006)

Mobilizao dos seguintes aspectos do sujeito: Afetivo/ cultural/cognitivo/motor/social Mudanas consequentes: Nos campos: afetivo, interpessoal e relacional Fatores negativos que so minimizados: Angstia, estresse, medo, agressividade, isolamento social, apatia, conflitos pessoais e com familiares entre outros Qual a proposta? Permitir que os participantes externem atravs da arte, seus conflitos, como uma forma de conscientizar-se das suas fantasias e da sua realidade. Como viabilizar essa proposta? Refletindo sobre o efeito teraputico que a expresso artstica realiza no individuo com sofrimento mental. Aqui a arte vem ocupar um lugar importante: ela fornece um despertar para as inclinaes e paixes que esto veladas em nosso ntimo. Seria um resgate da realidade atravs da fantasia?

Proposta

de insero social: vnculos, lao social, coletividade/atividades coletivas de criar, opinar, escolher, relacionar-se

Meios

A atividade artstica enfatiza o processo construtivo e a criao do novo atravs da produo de acontecimentos, experincias, aes, objetos; "reinventa" o homem e o mundo (Mendona, 2005, p. 628).

A

loucura como forma de organizao subjetiva

nio Srgio de Carvalho (1962 - ). Cliente do espao Aberto ao Tempo (EAT) do Instituto Nise da Silveira, nio comea tambm a frequentar o Museu de Imagens do Inconsciente, em 1995.

Como

as oficinas se inserem na proposta dos servios de Sade Mental? So veculos de expresso subjetiva ou atividades ldicas para preencher o tempo? arte realmente um agente de cura que permite o indivduo reencontrar seus smbolos?

A

Pode

chamar essa atividade de arte porque usa as linguagens da arte: pintura, escultura, expresso livre, etc.? a diferena entre Arteterapia e Terapia Ocupacional?

Qual

Associao Brasileira de Arteterapia

Site: http://www.arteeterapia.com.br/ A Associao Brasileira de Arteterapia com sede em So Paulo -SP, uma entidade sem fins lucrativos, constituda por um nmero ilimitado de scios que trabalham e estudam arteterapia. A Associao foi fundada e registrada em 2000 com todas as necessidades legais vigentes. Seu lanamento aconteceu no Masp em Novembro de 1999 atravs do esforo da comisso.

Instituto Brasileiro de Arteterapia Site: http://www.ibart.com.br/O Instituto Brasileiro de Arteterapia oferece cursos, seminrios, supervises, palestras desde 1983, com a cincia do MEC e do CRP, sendo o seu certificado fortemente reconhecido no pas e no exterior. Os docentes so altamente qualificados com ttulos e experincia prtica. O sistema Carrossel permite que o aluno faa a sua formao em 12, 18, 24 ou 36 meses.

A PLENA EXPRESSO DO SER UMA FORMA SUPREMA DE PODER Friedrich Nietzsche

Brasil, Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programticas Estratgicas. Sade Mental no SUS: os centros de ateno psicossocial, Braslia: Ministrio da Sade, 2004. Coqueiro, N. F.; Vieira, F. R. R.; Freitas, M. M. C. (2010). Arteterapia como dispositivo teraputico em sade mental. Acta paul. enferm., So Paulo, 23(6), 859-862. Mendona, T. C. P. de. (2005). As oficinas na sade mental: relato de uma experincia na internao. Psicol. cienc. prof., 25(4), 626-635. Pereira, S. B. Arteterapia na sade mental: uma reflexo sobre este novo paradigma. 2010. 20 f. TCCP (Ps-graduao em Sade Mental e Interveno Psicossocial) - Universidade Vale do Rio Doce, Faculdade de Cincias Humanas e Sociais, Governador Valadares, MG, 2010 Disponvel em :

Valladares, A.C.A. Arteterapia, doente mental e famlia: um cuidado integrado e possvel na nossa atualidade? (2006). Rev. Arteterapia: Imagens da Transformao. Rio de Janeiro, 12(12), 9-32. Valladares, A.C.A.; Coelho, L.F.A., Costa e Silva, C.; Sales D.E; Cruz, M.F.R., Lima, C.R.O. Arteterapia em sade mental. In: Jornada Goiana de Arteterapia, 2, 2008, Goinia. Anais. Goinia: FEN/UFG/ABC; 2008. cap. 13. p. 114-22. Vasconscelos, E. A.; Giglio, J. S. (2007). Introduo da arte na psicoterapia: enfoque clnico e hospitalar. Estud. Psicol., 24(3), 375-383.