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Poços de Caldas 2017 SARA CAROLINA SALOMÃO SANTOS O PAPEL DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

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Poços de Caldas

2017

SARA CAROLINA SALOMÃO SANTOS

O PAPEL DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO

TRATAMENTO ONCOLÓGICO

Poços de Caldas

2017

SARA CAROLINA SALOMÃO SANTOS

O PAPEL DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO

TRATAMENTO ONCOLÓGICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Faculdade Pitágoras, como requisito parcial

para a obtenção do título de graduado em

farmácia.

SARA CAROLINA SALOMÃO SANTOS

O PAPEL DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO

TRATAMENTO ONCOLÓGICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em farmácia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Poços de Caldas, 06 de dezembro de 2017

Dedico este trabalho primeiramente а

Deus, por ser essencial em minha vida,

autor de meu destino, meu guia, socorro

presente na hora da angústia, aos meus

que sempre me apoiaram e me deram

forças para conseguir vencer as

dificuldades.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pois sem ele еυ não teria forças para essa longa

jornada, о qυе seria de mіm sem а fé qυе еυ tenho nele.

A mim que me dediquei tanto como acadêmica e agora cheguei a etapa final.

SANTOS, Sara Carolina Salomão. O papel da atenção farmacêutica no tratamento

oncológico. 2017. 41 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Farmácia) – Faculdade Pitágoras, Poços de Caldas, 2017.

RESUMO

Atualmente a presença do farmacêutico tem aumentado nas instituições hospitalares e se tornando cada vez mais importante para a equipe multiprofissional de saúde. Dentro desta circunstância o farmacêutico em oncologia que é um profissional que exerce em processos de materiais e uniformização de medicamentos, protocolos de rotinas, protocolos terapêuticos, biossegurança, e a manipulação de citostáticos, além de segmentos clínicos de pacientes oncológicos, dando atenção farmacêutica que é fundamental para um profissional de saúde poder se adaptar a equipe multiprofissional. Esse trabalho de conclusão de curso foi desenvolvido com o objetivo de analisar o papel da atenção farmacêutica no tratamento oncológico. O destaque e entendimento desse estudo foram adquiridos por meio de metodologias de revisão bibliográfica. A análise dessa bibliografia permitiu totalizar que a atenção farmacêutica exercida de uma maneira adequada na área da oncologia pode fornecer muitas vantagens à paciente em tratamentos de saúde que fazem uso o de farmacoterapias, resultando no aumento dos resultados positivos do tratamento, na melhoria da qualidade de vida dos pacientes e na redução de custos. Conclui-se que essa nova perspectiva, proporcionada por este estudo, possa estimular em outros farmacêuticos, professores e estudantes de farmácia, uma nova maneira de ensinar, fazer e pensar a pratica assistencial do farmacêutico.

Palavras-chave: Farmacêutico oncológico; Assistência farmacêutica; Oncologia;

Tratamento oncológico.

Santos, Sara Carolina Salomão. The role of pharmaceutical care in cancer

treatment. 2017. 41 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Farmácia) – Faculdade Pitágoras, Poços de Caldas, 2017.

ABSTRACT

Currently the presence of the pharmacist has increased in the hospital institutions and becoming increasingly important for the multiprofessional health team. Within this circumstance the pharmacist in oncology who is a professional that exercises in materials processes and standardization of medicines, protocols of routines, therapeutic protocols, biosafety, and manipulation of cytostatics, in addition to clinical segments of cancer patients, giving pharmaceutical attention that is fundamental for a health professional to be able to adapt to the multiprofessional team. This work was completed with the objective of analyzing the role of pharmaceutical care in cancer treatment. The emphasis and understanding of this study were acquired through bibliographic review methodologies. The analysis of this bibliography allowed to totalize that the pharmaceutical attention exercised in an adequate way in the oncology area can provide many advantages to the patient in health treatments that use pharmacotherapies, resulting in the increase of the positive results of the treatment, in the improvement of the quality of life of patients and reducing costs. It is concluded that this new perspective, provided by this study, can stimulate in other pharmacists, teachers and pharmacy students a new way of teaching, doing and thinking about the practice of pharmacist care.

Key-words: Pharmaceutical oncology; Pharmaceutical care; Oncology; Cancer

treatment

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Razões pelas quais os pacientes, especialmente diagnosticados aqueles

com câncer, usam terapias complementares.......................................................... 22

Quadro 2- Perguntas que podem abrir a porta para discussões entre farmacêuticos

e pacientes sobre o uso de terapias alternativas................................................... 24

Quadro 3- Fatores relacionados aos farmacêuticos e pacientes que afetam a tomada

de decisões e subsequente a terapia alternativa..................................................... 24

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1 ATENÇÃO FARMACÊUTICA ................................................................................ 13

1.1 CONCEITO ............................................................................................................. 13

1.2 FILOSOFIA DA PRÁTICA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA ................................................. 15

1.3 PROCESSO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA .................................................................. 15

1.4 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES .................................................................................... 16

1.5 PLANO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA ........................................................................ 16

1.6 SEGUIMENTO ......................................................................................................... 16

1.7 RELAÇÃO TERAPÊUTICA .......................................................................................... 17

1.8 GESTÃO ................................................................................................................ 17

1.9 PROBLEMAS RELACIONADOS A MEDICAMENTOS (PRM’S) .......................................... 17

2 TRAMENTO ONCOLÓGICO ................................................................................. 19

2.1 CONCEITO ............................................................................................................. 19

2.2 ADESÃO ................................................................................................................ 20

2.3 O LADO DO PACIENTE ............................................................................................. 21

2.4 O LADO DO PROFISSIONAL .................................................................................... 222

2.5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS .............................................................................. 25

2.6 EFEITOS ADVERSOS E TOXICIDADE ........................................................................... 26

2.7 NÃO ADESÃO ....................................................................................................... 277

3 PAPEL DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO . 288

3.1 CONCEITO ............................................................................................................. 28

3.2 ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO ............................................................................ 28

3.2.1 CUIDADOS PALIATIVOS ......................................................................................... 28

3.2.2 Manipulação de citostático ............................................................................... 29

3.2.3 Seleção dos medicamentos ............................................................................. 30

3.2.4 Abastecimento e gerenciamento de materiais .................................................. 31

3.2.5 Biossegurança .................................................................................................. 31

3.2.6 Prescrição médica ............................................................................................ 32

3.2.7 Erros de Prescrições ........................................................................................ 32

3.2.8 Dispensação ..................................................................................................... 33

3.2.9 Descarte de resíduos quimioterápicos ............................................................. 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36

11

INTRODUÇÃO

A Oncologia é uma área médica que analisa o estudo dos tumores, essa

doença é mais conhecida como câncer, são caracterizadas por seu desenvolvimento

caótico (maligno) de células que afetam os tecidos e órgãos, podendo expandir

(metástase) para várias localidades do corpo (ALMEIDA, 2010).

A quimioterapia é uma das formas de tratamento para essa doença, qual o

objetivo pode ser tanto curativo ou paliativo, dependendo do tipo de tumor, do

desenvolvimento da doença e da condição do organismo do paciente (BONASSA;

SANTANA, 2005).

O Conselho Federal de farmácia constituiu a manipulação de medicamentos

citostático a partir da década de 90 como uma atividade exclusiva do farmacêutico,

com isso o farmacêutico assumiu seu espaço na área (BRASIL, 2011).

Além disso, a portaria 3535/98, do Ministério da Saúde, declara o segundo

passo, todo serviço no tratamento do câncer cadastrado pelo Sistema Único de Saúde

deve contar com um farmacêutico, no caso de preparação de quimioterápicos

(BRASIL, 1996).

O farmacêutico atuante em oncologia, faz-se indispensável para garantia da

qualidade no processo farmacoterapêutico. Pois esse profissional tem que avaliar os

componentes presentes na prescrição médica, quanto à qualidade, quantidade,

estabilidade, compatibilidade e suas interações. Além de possuir tais funções, deve

analisar a sua adaptação aos protocolos postos pelo grupo multidisciplinar de terapia

antineoplásica e a legibilidade e assimilação (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA,

2012).

Na precaução de falhas de medicação, forma-se uma equipe multidisciplinar

desde médicos que são responsáveis pela prescrição; o farmacêutico, pela verificação

da prescrição, manipulação e dispensação e o enfermeiro, pela administração do

medicamento ao paciente oncológico (OLIBONI; CAMARGO, 2009).

Como descrito acima, a atuação do farmacêutico juntamente com a equipe

multidisciplinar no tratamento oncológico é de muita importância para garantir uma

assistência farmacêutica adequada e utilizando fazer uso de mecanismos gerenciais

para uma administração eficaz e racional (LIEKWEG, 2004).

12

Portanto o farmacêutico envolvido na área da oncológica, busca resolver com

aptidão dificuldades relacionadas com os medicamentos que surjam no decorrer do

tratamento do paciente, além de se envolver no acompanhamento do paciente,

apontando a terapêutica mais segura (FERRACINI; FILHO, 2012).

Diante do exposto, justifica-se a realização deste trabalho com o intuito avaliar

o foco da atenção farmacêutica no tratamento oncológico, a fim de que possamos

contribuir com qualidade de uma equipe multiprofissional na oncologia e, ser

administrado assim, um tratamento de qualidade aos pacientes.

O objetivo geral deste trabalho é explicar o papel da atenção farmacêutica no

tratamento oncológico. Os objetivos específicos são: discorrer sobre a atenção

farmacêutica; descrever o tratamento oncológico; relatar o papel da atenção

farmacêutica no tratamento oncológico.

Foram feitas várias pesquisas na literatura durante o período de março a agosto

de 2017, para a construção desse estudo, pesquisando assim em várias literaturas,

banco de artigos scielo, site da ANVISA, revistas virtuais. Cabe ressaltar que foram

utilizadas palavras chaves como atenção farmacêutica, farmacêutico oncológico,

oncologia, tratamento oncológico, e foram realizadas consultas em bancos de dados

como scielo, pubmed, revistas virtuais e site da ANVISA, as pesquisas foram

realizadas no ano de 2017, fazendo assim a leitura desses artigos e organizando,

estruturando as informações necessárias para a construção dessa pesquisa

bibliográfica, atendendo os objetivos obtidos.

13

1 ATENÇÃO FARMACÊUTICA

1.1 Conceito

Os sistemas de saúde em todo o mundo estão em uma fase de transição. As

mudanças estão em todas as partes e nos trazem diariamente diferentes prioridades

e expectativas e uma nova série de acrônimos a ser aprendida (CIPOLLE et al., 2006).

Essas transformações foram desencadeadas pelo desenvolvimento e

mecanização da indústria farmacêutica, aliada à padronização de formulações,

juntamente com a descoberta e pesquisa de novos medicamentos, incluiu-se, a

evolução das formas farmacêuticas, estabelecendo segurança e eficácia do fármaco

escolhido para o tratamento na condição patológica consideradas.

Estes avanços levaram à quase obsolescência aos laboratórios magistrais das

farmácias, até então atividade primária do farmacêutico, definida pela sociedade e

pelo âmbito profissional (FREITAS et al., 2002).

Diante disso o farmacêutico passou a ser visto pela sociedade como um mero

vendedor de medicamentos. Na década de 1960, estudantes e professores da

Universidade de São Francisco (Estados Unidos) com a profunda reflexão, resultou

no movimento denominado “Farmácia Clínica”, objetivando a preocupação com a

necessidade de uma terapêutica medicamentosa racional avaliando a

farmacocinética, dosagens, monitoramento terapêutico e informações sobre os

medicamentos (MENEZES, 2000).

Segundo o Comitê de Farmácia Clínica, da Associação dos Farmacêuticos de

Hospitais dos EUA, a Farmácia Clínica tem como principal foco garantir o uso

adequado e a segurança de medicamentos aos pacientes, exigindo de uma educação

especializada ou treinamento estruturado. Além disso, a coleta e interpretação de

dados devem ser criteriosas, que exista motivação pelo paciente e que existam

interações interprofissionais (REVISTA RACINE, 2008).

A Farmácia Clínica passou a ser então a introdução da orientação prática

farmacêutica ao paciente, mesmo apresentando alguns conceitos relacionados ao

medicamento e não ao paciente. Surgiu então no final da década de 1980 ao início da

década de 1990, o conceito de Atenção Farmacêutica, a fim de redirecionar o

14

farmacêutico clínico à prestação de serviços para a assistência individual (REVISTA

RACINE, 2008).

Contudo em 1990, Hepler e Strand, definiram a atenção farmacêutica, como: a

provisão responsável da terapêutica medicamentosa com o objetivo de propiciar

ganhos terapêuticos com principal objetivo os cuidados com os pacientes, tendo como

consequências a redução das doenças, diminuindo os efeitos adversos e/ou novas

patologias.

Ao se administrar um medicamento, além dos efeitos terapêuticos úteis, pode

ser observado certos efeitos indesejáveis em alguns pacientes. É importante detectar,

diagnosticar; tratar-se for o caso; e prevenir. Partes dos insucessos terapêuticos

observados em pacientes estão relacionadas às reações adversas a medicamentos

(BISSON, 2007).

Embora haja um atendimento multiprofissional, a maioria desses eventos

adversos ainda não é identificada, justamente pela falta de um profissional que tenha

prioridade essa questão. Contudo, muitos pacientes deixam de fazer a adesão correta

do tratamento, acarretando assim vários problemas relacionados aos medicamentos

(PRM) (DADER et al., 2008).

Um estudo realizado com acompanhamento na comparação de dois grupos de

pacientes em uso de medicamentos realizado após 30 dias observou que os PRM

referentes à aceitação do tratamento foram de 23% para 1% no grupo intervenção e

para o grupo controle foram de 11%. Por outro lado, estudos de Lyra et al. (2007)

realizou com 30 pacientes idosos durante 12 meses demonstrou também a redução

de PRM e a otimização dos medicamentos. Isso comprova como a atenção

farmacêutica se faz essencial para o uso adequado de medicamentos e adesão ao

tratamento.

A atenção farmacêutica representa uma filosofia de prática profissional do

farmacêutico como especialista em medicamentos, orientada a alcançar no paciente

os melhores resultados clínicos possíveis. Neste sentido, a atenção farmacêutica visa

orientar direta ou indiretamente uma atuação farmacêutica que contribua para elevar

a saúde das pessoas que utilizam medicamentos. Podendo ser assim, prestada aos

pacientes, independente do sexo, raça, idade, patologia e terapêutica

15

medicamentosa, adotada com o propósito de reduzir os insucessos terapêuticos

(DADER et al., 2008).

1.2 Filosofia da prática da atenção farmacêutica

Para o desenvolvimento da pratica da atenção farmacêutica faz-se necessário

um conjunto de valores onde direciona o profissional a tomar e definir decisões

terapêuticas fundamentais para então resultar no benefício ao paciente (HERNÁNDEZ

et al., 2007).

Incluem-se dentro dessa prática profissional os seguintes requisitos:

1. Observação de uma necessidade social;

2. Reconhecer as crenças e culturas do paciente, respeitando-as para a

possível realização das relações terapêuticas;

3. Reconhecimento das necessidades dos pacientes para a realização da

prática profissional;

4. Responsabilidade em identificar, prevenir e resolver problemas relacionados

a medicamentos.

1.3 Processo de atenção farmacêutica

Para um melhor cuidado ao paciente são listadas três etapas fundamentais

onde há a avaliação que é coletada as informações apresentadas pelos pacientes,

para detecção de problemas relacionados aos medicamentos, desenvolvimento de

um plano de atenção farmacêutica e seguimento. Essas etapas são realizadas em

encontros sucessivos que devem ser documentados e requer o estabelecimento de

uma relação terapêutica entre o farmacêutico e o paciente (CIPOLLE et al., 2006).

16

1.4 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES

Para essa avaliação o farmacêutico junto com questionários estruturados obtém

informações do paciente para conhecer suas necessidades, avaliando assim se a

terapêutica medicamentosa será indicada, efetiva e conveniente, evitando os

possíveis e preveníveis PRM (HEPLER et al., 2003).

1.5 Plano de atenção farmacêutica

É composto pelos possíveis problemas relacionados a medicamentos (PRM’s) que o

paciente poderá observar e com a gravidade do ponto de vista farmacológico onde

será feita intervenções para a resolução dos PRM’s com seleção apropriada do

medicamento correto, sua dosagem e posologia em resposta a terapia do paciente,

deixando bem esclarecido ao paciente com suas opiniões e preferencias sobre o

tratamento para que possa ser realizado conforme o planejamento proposto

(ALCARAZ, PADILLA, 2009).

1.6 Seguimento

Verificam-se os PRM’s foram resolvidos e as metas atingidas no plano de atenção

farmacêutica. Se os resultados não forem satisfatórios o profissional deverá elaborar

um novo plano voltado para a resolução de novos PRM’s. Para isso é necessário

conhecimentos e habilidades do farmacêutico para a realização do acompanhamento

dos pacientes onde seu principal foco está voltado para a informação de drogas, da

patologia envolvida e especificidade do paciente e não só isso, pois ao acompanhá-lo

o seguimento farmacoterapêutico exige documentação, vinculo profissional

farmacêutico-paciente adquirido à confiança ao longo do tempo (BISSON, 2007).

17

1.7 Relação terapêutica

É o vínculo terapêutico entre o profissional e o portador da doença, onde o praticante

de uma forma sensível prioriza conhecer as dificuldades em relação ao tratamento do

paciente demonstrando seu conhecimento profissional e o paciente depositando sua

confiança no profissional, para juntos conseguirem um melhor plano eficiente na

obtenção terapêutica (BISSON, 2007).

1.8 Gestão

O ambiente de trabalho deve ser organizado conforme com que o local possa acolher

e garantir a privacidade do paciente para a facilitação da terapêutica indicada, onde o

farmacêutico e auxiliar capacitado devem respeitar o paciente colocando-o como o

centro das atividades (CIPOLLE et al., 2006).

É necessária então a orientação ao paciente para agendamento de consulta, bem

como a informação ao médico sobre os problemas detectados e as sugestões para

resolução correta dos medicamentos, sua segurança e eficácia, conforme o que o

paciente conhece e desconhece sobre o mesmo, solucionando uma situação que o

paciente pode considerar um problema. Porém se a resolução do PRM não necessitar

de intervenção médica, o paciente receberá orientação com um plano para resolução

do problema, sendo acompanhado, verificando- se a resposta (RAYNOR, 1996).

1.9 Problemas relacionados a medicamentos (PRM’S)

PRM é compreendido como um efeito indesejável, que possa interferir ou a vir interferir

nos objetivos terapêuticos que propiciam também agravamentos dos quadros clínicos

dos pacientes levando a hospitalizações (CIPOLLE et al., 2006).

Os PRM’s podem ser real ou potencial, onde o real já demonstrado pelo paciente e

deve ser solucionado e o potencial é classificado como o que poderá acontecer com

o paciente e deverá ser prevenido (ROVERS et al., 2003).

18

Para a identificação é necessário à observação da indicação, efetividade, segurança

e conveniência de cada um dos medicamentos prescritos ao paciente. Com base

nisso, os PRM’s foram classificados em: indicação que necessita de um tratamento:

transtorno não tratados, tratamento sinérgico e profilático; indicação de tratamento

farmacológico desnecessário: ausência de indicação; consumo de drogas e

tratamento duplicado; efetividade de fármacos inadequados: forma de administração

inadequada, fármacos de contraindicação, transtorno refratário de medicamentos e

existência de um fármaco mais efetivo; efetividade de posologia muito baixa: dose,

administração e armazenamento incorretos e duração de tratamento inadequado;

segurança para reação adversa ao medicamento: fármaco perigoso ao paciente,

reação alérgica, interação farmacológica e efeito indesejável, segurança de posologia

muito alta: dose inadequada, frequência de administração inadequada e efeito

indesejável; conveniência: produto não disponível, recurso insuficiente para adquirir o

produto, impossibilidade de deglutição ou administração, falta de compreensão e por

final o paciente prefere a não utilização (STRAND et al., 1990).

19

2 TRAMENTO ONCOLÓGICO

2.1 Conceito

O farmacêutico é estimulado a continuar informado e atualizado sobre novas

terapias, é necessário conhecer em detalhes aspectos farmacológicos dos

medicamentos em uso, suas propriedades, mecanismos e efeitos adversos, é o

principal fator para o sucesso e qualidade da farmacoterapia de um paciente em

tratamento oncológico, o que é essencial para o desenvolvimento da assistência

farmacêutica oncológica (SANTOS, 2012).

Atenção farmacêutica ao paciente oncológico é um privilégio, atua intervindo

na qualidade de vida, participa de todas as etapas do tratamento, garantindo uma

melhor qualidade e segurança de vida, intervindo quando necessário para a redução

da toxicidade, diminuindo assim falhas no tratamento (CINTHYA, 2009).

Baseado nas dores que o paciente sente constantemente é necessário realizar

diversos tipos de terapias como alternativas complementares e integrativas para

ajudar amenizar esse sofrimento (BARNES et al., 2007).

A terapia alternativa substitui as práticas da medicina convencional como troca

de preparados de ervas em substituição a quimioterapia para tratar do tumor, usando

também hipnose, acupuntura, mais é apenas um complemento não pode substituir o

tratamento convencional, como exemplo a prática de exercícios de relaxamento para

auxiliar dores ou desconfortos do paciente junto com analgésicos (BARNES et al.,

2007).

A terapia complementar é assimilada com a terapia convencional, ajuda a

aliviar alguns sintomas que a doença causa, aliviando também alguns efeitos

colaterais e melhorando a sensação de bem-estar do paciente, como exemplo a

meditação que ajuda o paciente a reduzir seu estresse e assim melhora suas noites

de sono.

A terapia integrativa assimila a terapia convencional com métodos complementares,

desde que sejam seguros agindo assim na melhoria da qualidade de vida dos

pacientes, mesmo nos casos mais graves seguem juntos pacientes e

20

multiprofissionais, ouvindo de seus pacientes suas práticas e colocando junto seus

conhecimentos científicos para assim obterem bons resultados (ALBERT, 2013).

Segundo Bisson (2007), os principais tipos de tratamento contra o câncer são:

cirurgias quando o tumor é localizado, radioterapia para tumores localizados que não

podem ser ressecadas totalmente ou para tumores que voltam após as cirurgias,

quimioterapia são drogas que causam lesões no DNA das células, usada após

tratamento cirúrgico ou radioterápico.

No tratamento oncológico possui vários fatores a serem considerados que

possuem uma grande proporção de interações medicamentosas, vários efeitos

adversos, uma estreita margem terapêutica, com isso o farmacêutico precisa ter um

conhecimento do plano terapêutico para que permita a resolução e prevenção de

qualquer problema da terapia alcançando assim os objetivos terapêuticos

(ROSEMBERG, 1992).

A quimioterapia é o tratamento mais utilizado para a terapia oncológicas criadas

para a busca da cura, porém causam muitos efeitos adversos, o farmacêutico

oncológico entra nessa parte com suas habilidades e conhecimento para proporcionar

o bem-estar e saúde do paciente, dando esperança de um futuro melhor e

prolongando sua expectativa de vida (OLIVEIRA, 2007).

Segundo Sousa (2010) o maior problema da quimioterapia são os efeitos

adversos que ela pode causar, como: vômitos, diarréias, anorexia, náuseas, anemia

e alguns efeitos cutâneos.

A participação do farmacêutico em terapias complexas e doenças crônicas são muito

importantes, ajuda a melhorar a eficácia e determinação da terapêutica (SANTOS,

2012).

2.2 Adesão

A Atenção Farmacêutica tem um papel muito importante na adesão do paciente

ao tratamento oncológico, pois é um conjunto de ações que traz a segurança,

proteção, assistência integral, garantindo a qualidade de vida e cuidados ao paciente

em toda a fase do processo da doença (BALERA, 2011).

21

O maior desafio dos profissionais na área da oncologia é obter a adesão do

paciente ao tratamento antineoplásicos, para que haja um desempenho bom é

necessário que o farmacêutico conheça um pouco sobre o paciente, como é o estilo

de vida dele, suas crenças e como está tomando a medicação (PIERIN, 2001).

Não é suficiente buscar novas tecnologias e boa formação de profissionais

farmacêuticos para atingir título de excelência na saúde, é necessário o respeito dos

valores do paciente, a promoção de sua autonomia, e as diversidades culturais

de cada um (BALERA, 2011).

Segundo Pierin (2001) essa relação carrega uma característica própria, essa

doença tem uma abordagem especial e difícil, devido a medos e sofrimentos que

passam na vida desses pacientes e familiares, precisando assim ter um vínculo

grande com os profissionais de saúde interligados a eles.

O farmacêutico acaba se envolvendo a sentimentos provocados pela doença

do paciente, durante as consultas o paciente e profissional da saúde apresentam uma

ansiedade diante dessa doença, pacientes e familiares sofrem de estresses

emocionais (BALERA, 2011).

A concordância do paciente ao tratamento é fundamental, pois deve ser tudo

anotado em prontuários médicos para que o farmacêutico possa avaliar a indicação e

a posologia de cada medicação, podendo assim intervir se houver alguma interação

medicamentosa (ESCOBAR, 2010).

2.3 O lado do paciente

A maioria dos pacientes que usam terapias convencionais não conta para os

farmacêuticos, pois eles acreditam que irão reagir contra ou vão ignorar suas

perguntas, acreditam que esse tipo de tratamento é natural e seguro, já outros

valorizam o acompanhamento de seus oncologistas desde que eles respeitem suas

crenças (ALBERT, 2013).

Os profissionais que se aderem a esses tipos de terapias complementares são

mais fáceis à adesão do paciente ao tratamento, no quadro 1 mostra um pouco das

razões do paciente querer terapias complementares, já quando não se aceita esse

22

tipo de tratamento é mais fácil do paciente abandonar o tratamento convencional

(STURATO, 2009).

São vários os fatores que levam o paciente a recusar a decisão do tratamento

após o diagnóstico, incluindo a falta de comunicação do paciente e multiprofissional,

a gravidade dos efeitos colaterais das medicações, efeito emocional e alta

necessidade de ter que tomar decisões (ALBERT, 2013).

Quadro 1- Razões da associação de terapias complementares no tratamento do

câncer.

Tentar todas as opções possíveis e disponíveis.

Estimular o sistema imunológico para ajudar a combater infecções.

Fortalecimento do corpo para lidar com cirurgias, quimioterapias, radioterapias.

Melhorar a qualidade de vida.

Auxiliar nos cuidados paliativos.

Perda de familiares ou amigos com câncer que fizeram tratamento convencional.

Fonte: Adaptado de Verhoef M.J, et al., 2008. P.s 88 -101.

Pacientes consideram ser a qualidade de vida tão ou mais importante que sobreviver

e parecem acreditar que qualidade de vida é incompatível com o tratamento

oncológico, possui alguns motivos pelos quais pacientes recusam o tratamento

convencional como, por exemplo: eu quero me manter no controle, não querer perder

uma mama, ou simplesmente por não querer lutar mais (STURATO, 2009).

2.4 O lado do profissional

Há uma habilidade do profissional nessa área da oncologia de dividir as

decisões do paciente como irracionais e racionais, o profissional geralmente não

consegue perceber que recusar o tratamento convencional não é um indicador de

desconfiança ao sistema de saúde, mas sim um reflexo de muitos fatores pessoais

(ALBERT, 2013).

23

Para os profissionais a decisão de recusar o tratamento convencional são atos

insensatos, principalmente quando o tratamento disponível é curativo, pois quando o

tratamento é paliativo o paciente se recusa menos ao tratamento, por isso quando o

paciente prefere as terapias alternativas os farmacêuticos distinguem como pacientes

difíceis e que desafiam os profissionais, mais os profissionais não devem esquecer

que tem obrigações éticas e legais de respeitar a decisão do paciente (ANDRADE,

2009).

Segundo a Organização Mundial de saúde (1993) toda atividade terapêutica

precisa de um diagnóstico anterior, todo diagnóstico necessita de conhecimentos

técnicos para realiza-lo e um profissional qualificado para fazer.

Todo farmacêutico deve estar preparado para fornecer informações e conselhos sobre

os riscos envolvidos no tratamento, os benefícios prováveis, os efeitos colaterais e

possibilidades de complicações no tratamento (CINTHYA, 2009).

É muito importante que o farmacêutico saiba que seu paciente está fazendo uso de

medicina alternativa complementar, pois pode acarretar alguns efeitos adversos

causando complicações e atrasos no tratamento, como também pode ajudar

fornecendo informações importantes como seus valores, crenças, expectativas e

esperança de uma vida longa (VERHOEF, 2008).

Entender os pacientes e quais são suas motivações ajuda a melhorar a comunicação,

recusar o tratamento convencional pode ser um reflexo de fatores pessoais, aceitar e

compreender pacientes que recusam o tratamento convencional pode transformar o

paciente problema em parceiros no cuidado (ALBERT, 2013).

Uma boa pergunta pode ser uma ótima porta de entrada para discutir sobre os tipos

de terapias alternativas que o paciente está usando, no quadro 2 sugerimos algumas

perguntas:

24

Quadro 2- Diálogo entre farmacêutico e paciente para terapia alternativa.

1- Sempre perguntar sobre medicina alternativa, como: O que mais você está fazendo

para cuidar do seu câncer?

2- Dê permissão para o paciente levantar o tema, diz que muito de seus pacientes já

usou terapias alternativas, e pergunta se já usou outro tipo de terapia para este

problema?

3- Verifica com os pacientes sobre seus modelos explicativos: O que você acha que

está causando seus sintomas ou câncer?

4- Explore o porquê de os pacientes estarem usando essa terapia alternativa

5- Procure discutir as preferencias e expectativas de tratamento como paciente.

6- Reveja as questões de eficiência e segurança com relação ao tratamento alternativo.

7- Seja franco a respeito de seu conhecimento sobre esses tipos de terapias.

8- Apoie seu paciente para riscos e benefícios tanto para terapias convencionais como

para alternativas.

Fonte: Adaptado TELES, 2004.

No quadro 3 mostra que a comunicação farmacêutico e paciente desempenha um

papel muito importante, devido a troca de informações chegando juntos a decisões

sobre o melhor tratamento (VERHOEF, 2008).

Quadro 3- Fatores relacionados aos farmacêuticos e pacientes que afetam a tomada

de decisões e subsequente a terapia alternativa.

Fonte: Adaptado de Verhoef M.J, et al.,2008 p. s88.

Qual a possibilidade de cura.

A gravidade que a doença está.

Os efeitos colaterais do tratamento convencional.

Eficácia e qualidade de segurança no tratamento alternativo.

Conhecimento e aceitação voluntária de riscos pelo paciente.

Ter conhecimento do tratamento alternativo que o paciente está fazendo.

25

Segundo Verhoef (2008) é muito importante ter em mente que o sucesso para a

comunicação depende do apoio do paciente, mesmo quando o profissional de saúde

não esteja de acordo.

2.5 Interações medicamentosas

Definem-se por interação medicamentosa os efeitos farmacológicos que

ocorrem quando os efeitos de um fármaco são afetados pela administração

simultânea de outro fármaco, alimento, álcool ou algum agente químico ambiental

(STOCKLEY, 2000).

Problemas com interação podem existir, em maior ou menor escala, e

aumentam com o número de morbidades que o paciente venha a ter, com a

complexidade do tratamento e com a polifarmácia. O problema de interação

medicamentosa é muito subestimado na oncologia. Os maiores e mais graves

problemas ocorrem quando a interação gera uma subdosagem, levando a perda da

eficácia ou toxicidade, isto porque a maioria dos medicamentos oncológicos tem alta

toxicidade e pequena faixa terapêutica (STURATO, 2009).

A prescrição de vários medicamentos juntos e a administração dos mesmos, é

uma pratica comum usada em tratamentos oncológicos, merece uma atenção especial

devido aos antineoplásicos que são substâncias químicas que interagem entre si,

causando reações indesejáveis, deve haver uma atenção especial a esses pacientes

que são constantes e diretos (STOCKLEY, 2000).

Em oncologia clínica podem ocorrer muitas interações medicamentosas devido

à via de administração ser endovenosa, essas possibilidades podem ocorrer devido a

quatro pontos:

• Sequência de administração;

• Tempo de administração;

• Tempo total do tratamento;

• Posologia.

26

Cabe aos farmacêuticos e médicos discutirem sobre a medicação, mais nem sempre

falam sobre o processo de sua administração e possibilidades de interações

farmacocinéticas e farmacodinâmicas (ANDRADE, 2009).

2.6 Efeitos adversos e toxicidade

As reações adversas decorrentes da quimioterapia não afetam só as células

tumorais, ocorrem sobre as células de rápida divisão, outros órgãos também podem

ser afetados em menor ou maior grau, de uma forma tardia ou precoce, são drogas

que mesmo em doses terapêuticas, podem ocasionar grande toxicidade (CINTHYA,

2009).

Há necessidades de fazer protocolos que contenham informações sobre os

efeitos colaterais dos medicamentos para diminuir as reações adversas e toxicidades

na eficácia do tratamento e conhecer os medicamentos que podem dar interferências,

deve-se listar e classificar os problemas relatados pelo paciente durante a anamnese

é necessário que todos os problemas devam ser tratados, podendo assim traçar um

plano de monitorização terapêutica acompanhando o paciente (ANDRADE, 2009).

De acordo com Souza (2010), os efeitos colaterais podem ser: alopecia, muco

site, diarreia, náuseas, vômitos, toxicidade, hematológica e cardíaca. Os sintomas

podem ser gerais: fadiga, anorexia, perda de peso, dor, boca seca, alteração no

paladar.

A depressão e a ansiedade contribuem para potencializar os efeitos colaterais

da terapia, o farmacêutico deve acompanhar com terapias paralelas os pacientes com:

monitorando com anticoagulantes, anemias, problemas renais (STURATO, 2009).

São indispensáveis no manejo desses pacientes o conhecimento desses

efeitos indesejáveis e das alternativas para controle e prevenção, espera-se da

terapêutica não só a resposta tumoral, levando a cura ou aumento de sobrevida, mas

também a habilidade funcional e qualidade de vida (STOCKLEY, 2000).

Segundo Stockley (2000) os efeitos adversos são classificados em:

• Grau 0- nenhum evento de efeito adverso;

• Grau 1- leve, são achados em exames;

• Grau 2- moderado, intervenção local ou não invasiva;

27

• Grau 3- severo e indesejável, requer que o paciente seja hospitalizado;

• Grau 4- ameaçador a vida, precisam de cuidados intensivos;

• Grau 5- morte.

As toxicidades devem ser evitadas e os efeitos colaterais devem ser graduados

para cada paciente, podendo ser feito a partir do primeiro ciclo de quimioterapia, se

necessário intervindo para o próximo ciclo, o acompanhamento tem finalidade de

acompanhar algum desajuste que ocorrer confirmando ou não a necessidade de

intervenções (SOUSA, 2010).

Segundo Sturato, 2009 podem ocorrer vários tipos de toxicidade como:

Toxicidade hepática, toxicidade pulmonar, toxicidade urológica.

2.7 Não adesão

A não adesão apresenta um índice mais baixo devido os riscos que a doença

representa causando risco para o paciente, o maior problema quanto à adesão é a

falta de conhecimento do paciente, falta do medicamento por motivos financeiros,

duração do tratamento, os efeitos colaterais não tratados ou não suportados,

ansiedade e falta de motivação (CINTHYA, 2009).

A detecção e controle da adesão são complexos, é a combinação de vários

métodos como: ajuste de doses, o acesso dos pacientes aos profissionais de saúde

para esclarecimentos (CINTHYA, 2009).

28

3 PAPEL DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

3.1 Conceito

Assistência farmacêutica em oncologia está relacionada com a acomodação de suas

atividades e espaço físico, manipulação de quimioterápicos, conforme as portarias

vigentes, participando do plano de gerenciamento de resíduos, atuando na gestão de

estoque, qualificando fornecedores, acompanhamento de prescrições e queixas

técnicas, devendo ter conhecimento dos fármacos e buscando sempre novas

informações sobre reações adversas, tempo de estabilidade, infusão e

armazenamento (BISSON, 2007).

De acordo com Araújo e Almeida (2008) o farmacêutico deve participar ativamente de

todas as fases do processo de tratamento do paciente, intervindo e prevenindo o

acontecimento de possíveis falhas antes da administração do medicamento

proporcionando a maior segurança à prescrição médica e ao paciente.

A atividade do farmacêutico na assistência à saúde continua a ampliar além das

tradicionalmente conhecidas e relacionadas aos medicamentos (NERY, 2008).

Com as melhorias em oncologia, a equipe interdisciplinar que propicia o recurso

completo, de forma a entender o paciente em vários domínios, tendo como

preocupação indispensável a proteção da sua qualidade de vida (TORRES, 2007).

A atuação do farmacêutico é parte importante desse cuidado ao paciente, para

proporcionar a segurança e a qualidade da terapia em qualquer etapa da doença. Este

profissional deve mostrar intenso conhecimento na área de farmácia clínica em

oncologia, atuação farmacêutica e ações relacionadas à progresso e melhora da

saúde (OLIVEIRA, 2013).

3.2 - ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO

3.2.1- Cuidados paliativos

Segundo Escobar (2010), o modo que o cuidado farmacêutico se inicia é com a

permissão do paciente em possibilitar informações sobre seu tratamento, suas 26

informações são coletadas primeiramente no prontuário médico, para depois o

29

farmacêutico avaliar a indicação e posologia. A escolha dos pacientes para

acompanhamento na atenção farmacêutica pode ser por vários aspectos: pacientes

com múltiplas doenças crônicas, polifarmácia, drogas de alto custo, pacientes que

apresentem interações medicamentosas entre os medicamentos utilizados e

pacientes que apresentam reações adversas aos medicamentos (WATKINS, 2003).

Segundo Bauvet (2008) todos os pacientes devem ser acompanhados pela equipe

multidisciplinar e a abordagem deve ser individualizada onde a avaliação

medicamentosa deve ser realizada pelo farmacêutico.

De acordo com Sessions (2010) pacientes de primeira vez devem ser submetidos a

reconciliação medicamentosa, avaliando possíveis interações e realizando

orientações necessárias, aconselhamento ou esclarecendo dúvidas. Rever os

medicamentos com a reconciliação integra o tratamento anticâncer com as outras

terapias que o paciente trata, não devemos esquecer-nos de abordar também a

automedicação, principalmente quando do uso de fitoterápico ou plantas de forma

abusiva. Isso permite acompanhar todas as enfermidades que o paciente trata, evitar

uma cascata iatrogênica, impossibilitar duplicidade de prescrições por membros

distintos da equipe multidisciplinar e avaliar condições ou doenças não tratadas

(SESSIONS, 2010).

A assistência farmacêutica em cuidados paliativos está regrada em informar sobre

medicamentos a outros membros da equipe, informar sobre interações, manifestar a

respeito de morfina em relação a depressão respiratória e monitorar a terapêutica de

forma preventiva (CREMESP, 2008).

O farmacêutico deve exercer assistência, auxiliando o paciente quanto ao modo de

uso correto, a observação da terapia é feita por acompanhamento rigoroso do

tratamento ao paciente, auxiliando para não usar nenhum medicamento, a menos que

tenha orientação médica, as restrições na alimentação, porque algum alimento pode

ter interação com os medicamentos (TORRES, 2007).

3.2.2 Manipulação de citostático

Para uma correta manipulação segura dos agentes citostáticos precisa da utilização

das informações essenciais aos medicamentos utilizados e sua conformidade às

30

condições terapêuticas, precisa também de uma cabine de segurança biológica e

técnicas adequadas (RIUL, 1999).

Segundo Martins (2004) O trabalho do farmacêutico em uma unidade de manipulação

de citostáticos propõe conhecimentos e treinamento adequado para determinar

condições ótimas de estabilidade das soluções preparadas.

Para isto deve contar com uma bibliografia básica de fontes terciárias para evitar

implicâncias e estabelecer condições de estabilidade. A estabilidade de uma mistura

intravenosa, no caso do medicamento citostático, é o tempo em que a preparação se

mantém viável para a administração no paciente (NETO, 2005).

Todos os agentes quimioterápicos devem ser manipulados por profissionais treinados

e qualificados para o procedimento, com o uso de capelas biológicas de classe II com

sistema de filtro, fluxo laminar com exaustão externa e proteção total, a área deve ser

de acesso restrito a pessoa treinada e em local isolado (RIUL, 1999).

Esse medicamento não provoca efeitos adversos e riscos à saúde somente para os

pacientes, mas também para o profissional farmacêutico responsável pela sua

preparação ROCHA et al. (2004).

3.2.3 Seleção dos medicamentos

No ciclo da assistência farmacêutica, a seleção é um ponto fundamental de partida,

onde se escolhe os medicamentos eficazes e seguros, é um processo dinâmico e

participativo de vários profissionais de saúde (NETO, 2005).

O farmacêutico, ao conhecer realmente os suportes na terapia antineoplásica e os

protocolos terapêuticos, tem a responsabilidade na separação de produtos que

correspondem às exigências legais, na verificação do cumprimento das boas práticas

de fabricação pelo fornecedor, na notificação de queixas técnicas aos órgãos

reguladores e nas avaliações técnicas (ANDRADE, 2009).

A seleção é o ponto de partida para a escolha de medicamentos seguros e eficazes,

como base em doenças de prevalência, em critérios epidemiológicos, técnicos e

econômicos, a seleção de medicamentos deve sempre assegurar de uma terapêutica

de baixo custo e racional (GOMES, 2011).

31

3.2.4 Abastecimento e gerenciamento de materiais

Programar a aquisição de medicamentos é necessário que tenha um controle de

quantidades de medicamentos a serem adquiridas, observando assim o tempo

definido e a demanda de pacientes, para concluir com êxito essa etapa é necessário

que tenha dados sobre o consumo de medicamentos, oferta e demanda de serviço na

área e o perfil epidemiológico (GOMES, 2011).

Segundo Gomes (2011) o gerenciamento de materiais demanda do farmacêutico o

domínio de conhecimentos sobre logística, recebimento, aquisição, dispensação,

controle de estoque e principalmente distribuição.

3.2.5 Biossegurança

A biossegurança visa à saúde do homem, a preservação do meio ambiente e a

qualidade dos resultados através de prevenção ou eliminação de riscos, funcionam

para adequar normas que definem segurança e proteção dos trabalhadores (GOMES,

2011).

A manipulação de medicamentos antineoplásicos deve ser vista como uma

questão preocupante e que requer muita atenção. Os profissionais responsáveis por

essa prática precisam se precaver para evitar o contato direto com os produtos. Por

possuírem soluções citostáticas, os medicamentos quimioterápicos inibem o

crescimento ou a reprodução celular, sendo muito eficientes no combate ao câncer,

se ministrados em doses controladas (ANDRADE, 2009).

Os riscos que o pessoal manipulador corre são consequência da: toxicidade

própria de cada medicamento; magnitude da exposição e os efeitos acumulativos que

são ao longo das várias exposições; sensibilidade individual; e cuidados tomados na

proteção e segurança (CINTHYA, 2011).

É necessário usar Equipamentos de Proteção Individual como as vestimentas

confeccionadas com materiais impermeáveis, fechados na frente, mangas longas e

elástico no punho, respirar com filtros, óculos de proteção, botas plásticas com sola

antiderrapante (GOMES, 2011).

32

3.2.6 Prescrição médica

A prescrição é a primeira etapa para a utilização dos medicamentos, necessitando de

elementos mínimos, como ser legível e completa, a fim de garantir ótimos resultados

terapêuticos (NERY, 2008).

O farmacêutico vai além das habilidades técnicas de preparo de medicação e

dispensação na farmácia clínica, ele assume uma postura clínico assistencial com o

paciente e os demais profissionais relacionados a ele (WITZEL, 2008).

Na farmácia clínica o farmacêutico se relaciona de forma direta e ativa com o paciente

e os demais profissionais de saúde, assumindo uma postura clínico-assistencial

(WITZEL, 2008).

3.2.7 Erros de Prescrições

A prescrição necessita de informações básicas e mínimas para que ocorra a garantia

de bons resultados terapêuticos, sendo a primeira etapa para a utilização da

medicação (MICHELA, 2004).

Um dos principais papéis do farmacêutico oncológico é detectar erros nas prescrições

de medicamentos antineoplásicos, verificando doses incorretas, mudanças de alguns

medicamentos que tenha interação, a imprecisão quanto ao nome do paciente, via de

administração, tempo necessário de infusão, o farmacêutico garante a segurança do

paciente com um bom preparo clinico e técnico, dividindo assim um pouco de seus

conhecimentos com a equipe assistencial de saúde para o bem do paciente

(OLIVEIRA, 2007).

Qualquer evento evitável que possa levar ao uso inadequado de medicamentos, esse

conceito implica que o uso inadequado pode ou não lesar o paciente, e não importa

se o medicamento se encontra sob os cuidados de um farmacêutico, do paciente ou

do consumidor (GOYACHE, 2004).

As atividades clínicas do farmacêutico destacam razões na identificação de problemas

nos cuidados e equívocos de prescrições que são contínuos, limitando assim os erros

de manipulação, interações e diminuindo os efeitos secundários da terapia, com isso

33

diminui custos desnecessários e um pouco do sofrimento do paciente (WATKINS,

2003).

A presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar de quimioterapia e na

elaboração de manuais de normas e procedimentos farmacêuticos é necessária para

30 melhorar e diminuir a frequência de erros de medicação na prescrição de

citostáticos (MICHELA, 2004).

Os erros mais comuns envolvem dose, tipo ou volume de diluente, omissão de

medicamentos, instruções de hidratação, os erros encontrados estão relacionados

com ao uso da nomenclatura comercial, concentração ou unidade de medida, falta de

legibilidade na posologia (LEAPE, 1995).

3.2.8 Dispensação

Segundo Sturato (2009) a principal função do farmacêutico na dispensação é fornecer

um tratamento adequado ao paciente garantindo assim uma adequação ao

tratamento, tendo certeza da compreensão por parte do paciente e familiar, deixando

claros os seguintes requisitos:

• Esquema do tratamento, intervalo das doses, período do tratamento, dose;

• Mecanismo de ação dos medicamentos;

• Administração e armazenamento;

• Precauções de segurança;

• Reações adversas mais frequentes.

O profissional farmacêutico assume a posição de verificar em literaturas de fonte

segura informações para conduta de uma prescrição segura e eficaz, comunicando

com seus colegas de trabalho sobre a farmacocinética, farmacodinâmica, doses,

toxicidades e estabilidades de medicação (ANDRADE, 2009).

O farmacêutico deve produzir um material informativo estabelecendo um circuito de

comunicação com a equipe assistencial, estabelecendo um plano de

acompanhamento farmacoterapêutico com o objetivo de promoção da adesão e

autocuidado, com um alcance de uma eficácia terapêutica (LIEKWEG, 2004).

A prática de atenção farmacêutica é de muita utilidade, pois assegura a terapia

farmacológica indicada ao paciente, sendo segura e causando uma melhor qualidade

34

de vida ao paciente, se responsabiliza também por prevenir, resolver todos os

problemas que forem surgindo durante a terapia, para assim obter um bom resultado

terapêutico (CIPOLLE, 1998).

É importante que o farmacêutico além de conhecer os medicamentos

antineoplásicos, conheça também o tratamento adquirido para que ele possa discutir

e proporcionar um melhor nível de conhecimento ao paciente (ANDRADE, 2009).

3.2.9 DESCARTE DE RESÍDUOS QUIMIOTERÁPICOS

Resíduos quimioterápicos são todos equipamentos usados no manuseio de

antineoplásicos como seringas, frascos de medicação, ampolas, algodão, avental,

luvas, enfim tudo que for utilizado no paciente até mesmo a urina e fezes do paciente

são consideradas resíduos quimioterápicos (ARTIGAS, 2005).

O descarte desses materiais deve seguir rigorosos critérios de acondicionamento em

recipientes especiais com uma imediata identificação para os responsáveis da coleta

e para o destino final certo destes produtos (CIPOLLE, 1998).

Não se pode negar que no Brasil existe uma população que vive a custa de materiais

recicláveis, desta forma se torna prioritário o descarte desses produtos em locais

distantes dos aterros de resíduos domésticos, não podendo ser queimado a céu

aberto, tendo assim um destino final à incineração (ARTIGAS, 2005).

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É indispensável a presença de um farmacêutico em uma unidade oncológica

por ser o único capaz de manipular os medicamentos quimioterápicos, onde sempre

deve observar as condições impostas pelos órgãos competentes e a portaria própria.

Na oncologia os farmacêuticos são indispensáveis para garantir o uso seguro

e racional dos medicamentos, prevenir e alertar quanto aos erros de medicação. Eles

podem trazer contribuições significativas para a equipe multidisciplinar que atua em

oncologia, muito além do simples ato de dispensar medicamentos.

A bibliografia consultada mostra que a atribuição do farmacêutico na área da

oncologia além de ser dispensador de medicamentos e administrativo, é também

clínico, permitindo uma oportunidade única de relação com o paciente e a equipe

assistencial. Sendo assim os dois valorizam os conhecimentos desse profissional e

dele se beneficia.

36

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