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2011/2012 Sara Bernadete Rodrigues Fernandes Doença de Buerger – Novos Avanços março, 2012

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2011/2012

Sara Bernadete Rodrigues Fernandes

Doença de Buerger – Novos Avanços

março, 2012

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Mestrado Integrado em Medicina

Área: Angiologia e Cirurgia vascular

Trabalho efetuado sob a Orientação de:

Prof. Doutor Roberto César Augusto Correa da Silva Roncon de Albuquerque

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Revista Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular

Sara Bernadete Rodrigues Fernandes

Doença de Buerger – Novos Avanços

março, 2012

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ÍNDICE

1. Resumo ……………………………………………………………………………...3

2. Lista de Abreviaturas e Siglas………………………………………………….……5

3. Introdução ……………………………………………………………….……..……6

4. Material e Métodos ……………………………………………………...…………..7

5. Epidemiologia ……………………………………………………….………………8

6. Etiologia …………………………………………………………….………..…….10

7. Manifestações clínicas ………………………………………………..……………17

8. Diagnóstico …………………………………………………………...……………20

8.1.1. Critérios de Diagnóstico……………………………………………...…21

8.1.2. Exames Complementares de Diagnóstico………………….………...…22

9. Tratamento …………………………………………………………………………26

9.1.1. Tratamento local e cuidados gerais ……………………………….…....27

9.1.2. Tratamento médico/ conservador ………………………………………27

9.1.3. Tratamento cirúrgico …………………………………………….……. 31

9.1.4. Terapêuticas angiogénicas ……………………………………….…….34

10. Prognóstico ……………………………………………………………………...…36

11. Conclusão………………………………………………………………….…….…37

12. Figuras e legendas……………………………………………………………….....40

13. Agradecimentos………………………………………………………..………...…42

14. Referências bibliográficas ..……………………………………………...………...43

15. Anexos ………………………………………………………………….………….55

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DOENÇA DE BUERGER – NOVOS AVANÇOS

Sara Bernadete Rodrigues Fernandes

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Contagem total de palavras: 9356

Sara Bernadete Rodrigues Fernandes

Morada: Alameda Professor Hêrnani Monteiro,

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/ Hospital São João

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Piso 9

4200 - 319 Porto

Telefone: 911530782

E-mail: [email protected]

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1. RESUMO:

A Doença de Buerger ou Trombangeíte Obliterante (TAO) é uma doença

inflamatória oclusiva, segmentar e não aterosclerótica que afeta artérias, veias e nervos

de pequeno e médio calibre dos membros inferiores e superiores de jovens fumadores.

O espectro epidemiológico da doença tem vindo a alterar-se ao longo das

últimas décadas. A incidência tem diminuído globalmente, apesar do aumento do

número de mulheres afetadas, reflexo da expansão dos hábitos tabágicos neste sexo.

A sua etiologia é desconhecida, no entanto, é indiscutível o papel central do

tabaco na iniciação, progressão e prognóstico da doença. Vários estudos foram

desenvolvidos sugerindo uma origem multifatorial, nomeadamente, a existência de

disfunção endotelial, de predisposição genética, de uma resposta imunológica celular e

humoral, de alterações da coagulação, bem como a associação a infeções periodontais.

O diagnóstico inclui as manifestações clínicas, exclusão de outras patologias e

confirmação arteriográfica e histopatológica das lesões vasculares oclusivas.

O tratamento evoluiu consideravelmente com o aparecimento dos prostanóides,

dos antagonistas seletivos dos recetores dos canabinóides e de terapêuticas no âmbito da

angiogénese e imunologia, que contribuíram para a melhoria na qualidade de vida,

diminuindo o número de amputações. A cessação tabágica completa e permanente é o

único tratamento efetivo, sendo as restantes formas terapêuticas de caráter sintomático.

Apesar de muito se ter investigado nesta área, ainda existe forte controvérsia

científica em relação a alguns conceitos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é a

realização de uma revisão sobre os aspetos etiológicos, clínicos, diagnósticos e

terapêuticos da doença de Buerger, focando as investigações mais recentes.

Palavras-chave: Doença de Buerger, Trombangeíte Obliterante

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ABSTRACT

Buerger's disease or Tromboangiitis Obliterans (TAO) is an inflammatory

occlusive, segmental and non atherosclerotic disease that affects arteries, veins and

nerves of small and medium caliber from the upper and lower limbs of young smokers.

The epidemiologic spectrum of this the disease has been changing along the last

decades. Its incidence has declined globally, despite the increased number of women

affected, reflecting the rising of smoking habits in this gender.

Its etiology is unknown however it is unquestionable the central role of tobacco

in its initiation, progression and prognosis. Several studies have been developed

suggesting a multifactorial origin, specifically the existence of endothelial dysfunction,

genetic predisposition, a cellular and humoral immune response and coagulation

disorders, as well its association with periodontal infections.

The diagnosis includes clinical manifestations, exclusion of other pathologies

and angiographic and histopathologic confirmation of occlusive vascular lesions.

Treatment has evolved considerably with the appearance of prostanoids,

selective antagonists of cannabinoid receptors and angiogenesis and immunology

therapies, which helped improving the quality of life by reducing the number

amputations. The complete and permanent smoking cessation is the only effective

treatment and all other therapeutic options are palliative.

Although much has been investigated in this area, there is still a strong scientific

controversy affecting some concepts. To this effect, the objective of this study is to

conduct a review of the etiological, clinical, diagnostic and therapeutic aspects of

Buerger's disease, focusing on the most recent research.

Keywords: Buerger's Disease, Thromboangiitis Obliterans

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2. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS:

ACC/ AHA- “American College of Cardiology/American Heart Association”

ANCAs – Anticorpos anticitoplasma do neutrófilo

CREST – Calcinose, fenómeno de Raynaud, alteração da motilidade esofágica,

esclerodactilia, telangiectasias

DNA – Ácido desoxirribonucleico

ELISA – “Enzyme-Linked Immunoabsorbent Assay”

G-CSF – Fator de estimulação de colónias de granulócitos

HLA – Antigénio leucocitário humano

ICAM-1 - Molécula de adesão intercelular 1

LES – Lúpus Eritematoso Sistémico

PAI-1- Inibidor do ativador do Plasminogénio 1

RMN – Ressonância Magnética Nuclear

TAO – Trombangeíte obliterante

TASC – “Trans Atlantic Inter-Society Consensus” para tratamento da DAOP

TNF-α – Fator de necrose tumoral alfa

VCAM-1 – Molécula de adesão celular vascular 1

VEGF – Fator de crescimento do endotélio vascular

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3. INTRODUÇÃO:

A aceitação da Doença de Buerger ou Trombangeíte Obliterante como entidade

nosológica própria não foi fácil e demorou cerca de um século. No século XIX vários

autores relataram casos clínicos que poderiam incluir-se no diagnóstico de

Trombangeíte Obliterante, descrevendo-os como “Gangrena Espontânea”. [1]

Em 1879 Felix von Winiwarter, um aluno de Billroth na Universidade Clínica de

Viena, descreveu lesões vasculares com características anatomo-patológicas distintas da

aterosclerose, denominando-as de “Endarterite Obliterante”. Depois de Winiwarter

muitos outros autores atribuíram à “Endarterite Obliterante” a responsabilidade da

“Gangrena Espontânea”.

Em 1908 Leo Buerger, a propósito de um estudo histopatológico de vasos

sanguíneos obtidos em 11 membros amputados, descreveu pormenorizadamente as

características clínicas e lesões vasculares, que foram referidas como trombos oclusivos

acompanhados de alterações estruturais e inflamatórias das paredes dos vasos, distintas

das observadas na aterosclerose. Tendo em conta a verdadeira natureza da lesão,

Buerger sugeriu que os nomes “Endarterite Obliterante” e “Gangrena Arteriosclerótica”

fossem abandonados e substituídos por “Trombangeíte Obliterante”.[2]

Uma coincidência histórica interessante é o facto de Leo Buerger ter nascido em

Viena, em 1879, no mesmo ano e na cidade onde foi descrito o primeiro caso clínico

por Felix Von Winiwarter. [3]

As descrições detalhadas e inovadoras de Leo Buerger geraram uma grande

controvérsia acerca da individualidade da Trombangeíte Obliterante. Posteriormente

realizaram-se vários estudos no sentido de esclarecer a veracidade dos pressupostos de

Leo Buerger. Em 1960, Wessler e seus colaboradores afirmavam que a TAO era

indistinguível da aterosclerose, da embolização sistémica ou da trombose periférica, não

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devendo ser por isso considerada uma entidade única. Por sua vez, outros autores

apoiavam fortemente as considerações de Leo Buerger e entendiam que a TAO deveria

ser considerada uma patologia distinta.[1]

Foi em 1970, durante o 19º Congresso da Sociedade Europeia de Cirurgia

Cardiovascular realizado em Varsóvia, que a Trombangeíte Obliterante foi instituída

como entidade própria, e, por falta de consenso, ficaram por definir os critérios clínicos

da doença. Atualmente a Doença de Buerger é aceite universalmente, com

características clínicas, anatomo-patológicas e arteriográficas próprias.[1]

A doença de Buerger é uma doença inflamatória oclusiva, segmentar, não

aterosclerótica que afeta as artérias, veias e nervos de pequeno e médio calibre dos

membros inferiores e superiores, atingindo predominantemente jovens fumadores entre

os 35 e 50 anos de idade. Os doentes apresentam-se clinicamente com isquemia das

extremidades, claudicação intermitente, dor em repouso, ulceração e gangrena.

Apesar da sobrevida global destes doentes ser semelhante à da população geral,

é uma doença incapacitante com elevada interferência na qualidade de vida, podendo

levar, em última instância, a amputações.

Atualmente ainda existe uma escassa compreensão da sua etiologia e falta de

recomendações estandardizadas para diagnóstico e tratamento, sendo consensual que o

tabaco desempenha um papel central na iniciação, progressão e prognóstico da doença.

4. MATERIAL E MÉTODOS:

A pesquisa bibliográfica foi realizada recorrendo à base de dados online da

PubMed, que incluiu as palavras-chave “Buerger’s Disease” e “Thromboangiitis

Obliterans”, pesquisando todos os artigos publicados até fevereiro de 2012.

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Para conseguir compilar o máximo de informação foram lidos todos os abstracts

referentes à pesquisa mencionada acima e selecionados artigos para leitura integral, que

foram maioritariamente disponibilizados pelo Serviço de Angiologia e Cirurgia

Vascular do HSJ. Utilizaram-se os seguintes critérios de inclusão: 1) artigos publicados

em língua portuguesa, inglesa e espanhola; 2) todos os estudos referentes a “Buerger’s

Disease” e “Thromboangiitis Obliterans”. Foram excluídos todos os seguintes: 1) sem

acesso a texto integral; 2) dados clínicos omissos ou inapropriados; 3) metanálises ou

revisões sem dados originais; 4) tópicos fora do âmbito temático desta revisão.

5. EPIDEMIOLOGIA:

A Doença de Buerger tem uma distribuição mundial caracteristicamente

irregular.[3] É mais prevalente no Mediterrâneo, Médio Oriente e Ásia,[4] constatando-

se que descendentes de europeus do norte são raramente atingidos, enquanto os nativos

da Índia, Japão, Coreia, Ceilão e judeus Ashkenazi apresentam uma elevada

incidência.[3]

As razões para esta distribuição heterogénea não são claras, mas a prevalência

relativamente elevada em algumas áreas tem sido atribuída ao maior uso do tabaco

nestas áreas, especialmente em classes sociais mais baixas que recorrem a alguns tipos

específicos de tabaco, incluindo os cigarros “Kawungn” na Indonésia ou os cigarros

“bidi” (feitos de um substituto caseiro de cigarros com tabaco de baixa qualidade,

contendo mais nicotina e substâncias tóxicas[5]) no Ceilão e Bangladesh[6, 7].

A prevalência da TAO entre os doentes com Doença Arterial Periférica é

também variável geograficamente, desde 0.5 a 5.5% na Europa Ocidental, 16 a 60% na

Coreia e Japão, 45 a 63% na Índia e até 80% em Israel, entre os judeus de ascendência

Ashkenazi.[8, 9] Esta distribuição geográfica heterogénea na prevalência da doença

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sugere a existência de fatores dependentes da raça/etnia, possivelmente envolvidos

numa suscetibilidade genética à TAO.[3, 8, 10]

Em Portugal, na casuística do Hospital de São João, entre os doentes internados

com doença vascular oclusiva periférica, a percentagem daqueles que apresentavam

TAO variou entre os 2 e os 4.5% de 1982 a 1986.[1]

Recentemente observaram-se algumas mudanças na epidemiologia da doença,

ocorrendo uma diminuição da incidência sem causa bem esclarecida.[3, 8, 10, 11] O

declínio tem sido observado nos países desenvolvidos, nomeadamente, América do

Norte, Europa Ocidental e Ásia.[5, 12] Na América do Norte a prevalência de TAO

diminuiu cerca de 8 vezes entre 1947 a 1986 (de 104 para 13 por 100 000 habitantes

respetivamente).[8] No Japão, em 1990, a proporção de novos casos de doentes com

TAO comparativamente à de AO foi de 1:3. Contudo, desde o ano 2000 tem vindo a

diminuir para um ratio 1:10.[12] Esta diminuição da incidência pode ser explicada pelo

aumento da qualidade de vida na sociedade, pela implementação da educação e de

cuidados de saúde, nomeadamente, maior consciencialização para a diminuição do

consumo de tabaco,[10, 12] erradicação de algumas doenças infeciosas e ampla oferta

de métodos de tratamento e medicamentos.[5] O avanço de técnicas não invasivas de

imagem e a aplicação de critérios de diagnóstico mais rígidos podem ser outros fatores

que justificam essa diminuição. [3, 5, 10, 12] Atualmente, a ausência de critérios de

diagnóstico utilizados universalmente é uma grande limitação para a determinação exata

da prevalência da TAO.[9]

Os homens são geralmente mais afetados do que as mulheres e tipicamente em

idades entre os 40 e os 45 anos, constatando-se que dos pacientes diagnosticados com

Doença de Buerger 70 a 91% são homens e 11 a 30 % são mulheres.[13] Contudo, a

prevalência da doença em mulheres tem aumentado, possivelmente devido à expansão

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generalizada dos hábitos tabágicos nas mulheres depois da segunda metade do século

XX.[3, 14, 15].

Apesar de ter sido considerada durante anos uma doença do jovem, parece haver

uma tendência de vir a afetar indivíduos mais velhos, à qual se atribui o progressivo

envelhecimento da população.[10] Sasaki e col.[16] desenvolveram um estudo com 850

doentes com TAO e concluíram que 22.6% dos doentes apresentavam, na altura da

inspeção, mais de 60 anos de idade. No entanto, este aumento na idade do início da

doença parece não influenciar o espectro clínico ou a progressão da doença.[7] Da

literatura conclui-se que a idade mediana do início dos sintomas é aos 34 anos e a

proporção masculino: feminino é de 7.5:1. [3, 10]

6. ETIOLOGIA:

A etiologia da Doença de Buerger é ainda hoje desconhecida, no entanto, é

indiscutível que o tabaco desempenha um fator central. A sua associação significativa

com a doença reflete-se na iniciação, na progressão e na recorrência,[3] verificando-se

que a abstinência tabágica, mesmo temporária, pode provocar uma regressão

significativa na sintomatologia e na gravidade da doença, observando-se o contrário

aquando da reiniciação do hábito, fazendo disparar a doença.[9] Matshushita e col.[17]

num estudo onde relacionaram a condição clínica dos doentes com as suas

concentrações urinárias de cotinina, o principal metabolito da nicotina, concluíram que

entre os fumadores, os doentes em pior estado clínico apresentavam níveis de cotinina

superiores comparativamente àqueles que se encontravam em estado de remissão. Os

doentes com níveis de cotinina urinária persistentemente baixos praticamente não

tinham recorrência de isquemia sintomática.

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Apesar de alguns autores acreditarem que menos de 5% dos doentes com TAO

são não fumadores [9], é questionável se mesmo estes não terão fumado no passado ou

passivamente,[17] considerando-se atualmente o tabagismo um requisito absoluto para

o diagnóstico.[13, 18, 19]

Diversas têm sido as tentativas para explicar o papel do tabaco na etiopatogenia

da TAO. Apontam-se como potenciais ações prejudiciais do tabaco na fisiopatologia da

doença o seu efeito vasoconstritor na circulação periférica e a sua ação pró-trombótica,

ao diminuir a síntese de prostaciclina (um potente inibidor da agregação plaquetária).[1]

Recentemente sugeriu-se que o uso de drogas como cocaína[20] e cannabis[21,

22] podem mimetizar a TAO. Alguns investigadores acreditam que a arterite específica

de Cannabis trata-se de uma forma particular de doença de Buerger, porque a

sintomatologia clínica e os achados arteriográficos são semelhantes aos da TAO. Este

facto poderá dever-se a um contaminante comum ao tabaco e à cocaína. Pensa-se que o

arsénio poderá explicar estas semelhanças, uma vez que existem dados que

correlacionam formas endémicas de TAO com a concentração de arsénio na água em

Taiwan, outros que revelam a existência de uma concentração aumentada de arsénio nos

cigarros na Ásia, bem como em algumas drogas, como a cocaína e a cannabis, nos

países ocidentais.[21]

O facto de a cocaína ser um agente simpaticomimético potente e poder

mimetizar a TAO é mais um fator a favor do papel da disfunção do sistema adrenérgico

na TAO.[10, 23] Num estudo que comparou 13 doentes com TAO, 13 doentes com

TAO simpaticectomizados e 16 voluntários saudáveis verificou-se que os doentes com

TAO tinham níveis basais mais baixos de catecolaminas. Na TAO existe um

compromisso da função simpático-adrenérgica, com baixos níveis sanguíneos de

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catecolaminas, associados a uma alteração da resposta adrenérgica periférica ao fumo

do tabaco.[23]

Apesar de o tabaco ter um papel indiscutível na etiologia da TAO, o facto de

apenas uma minoria de fumadores desenvolverem TAO e a sua incidência variar

geograficamente, incitou muitos investigadores a realizar estudos com a finalidade de

averiguar a existência de uma predisposição genética.[24]

Até agora nenhum gene foi identificado, e, apesar de haver alguns estudos que

indicam uma incidência aumentada de HLA-A9 e HLA-B5, [25] assim como de HLA

A1, B8 e DR4, [3] não existe nenhum padrão distinto do haplótipo HLA consistente em

todo o mundo.[26] Recentemente, um estudo que envolveu 131 japoneses com TAO

identificou uma associação significativa dos polimorfismos HLA DRB1*1501 e

DPB1*0501 e do genótipo CD14-TT com a doença. Estes marcadores genéticos

conferem, de forma sinérgica, suscetibilidade à doença de Buerger. Deste modo, os

autores sugerem que a patogenia da doença poderá estar relacionada com mecanismos

de imunidade inata (envolvimento de CD14) e adaptativa (envolvimento de HLA DR e

DP). No entanto referem a necessidade de confirmar estes pressupostos em outros

grupos étnicos.[27]

Várias investigações têm sido desenvolvidas com o objetivo de identificar um

mecanismo autoimune responsável pela TAO. Adar e col. [28] num estudo que

envolveu 39 doentes com TAO, recorrendo à técnica de incorporação de tiamina

antigénio-sensível, verificaram hipersensibilidade ao colagénio tipo I e III, constituintes

normais dos vasos sanguíneos, associada à presença de anticorpos anticolagénio.

Eichhorn e col.[29] descreveram níveis aumentados de anticorpos celulares

antiendotélio na fase ativa da doença. Estes anticorpos encontravam-se diminuídos quer

no grupo de controlo quer nos doentes em remissão. Se estes achados forem

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confirmados, estudos neste âmbito poderão ser úteis para o seguimento da atividade da

doença. [26]

Existem dados contraditórios relativamente à ocorrência de ANCAs na TAO.

Schellong e col.[30] em 30 casos analisados, usando técnicas de imunoflurescência, não

detetaram ANCA na fase ativa nem na fase inativa da doença. Por outro lado,

Halacheva e col.[31] recorrendo ao mesmo método identificaram ANCA em 15 doentes

num total de 27, correspondendo a 56% de casos positivos, e utilizando ELISA

observaram 59% de ANCA positivos.

As opiniões também divergem relativamente à presença de anticorpos

anticardiolipina. Para alguns autores, os anticorpos anticardiolipina podem estar

associados à TAO podendo agravar o evento trombótico, apesar de serem duas

entidades separadas[32]. Outros consideram que a presença dos anticorpos

anticardiolipina não deveria ter-se em conta no contexto de TAO, por se enquadrar

numa outra entidade – Síndrome Antifosfolipídico.[33] Esta dificuldade na atribuição

de um diagnóstico correto decorre da sobreposição de sintomas, colocando dúvidas na

escolha da abordagem terapêutica, sendo a anticoagulação o caminho a seguir no caso

de síndrome antifosfolipídico, terapêutica que não é consensual no caso de diagnóstico

de doença de Buerger.[32]

Kobayashi e col.[34] observaram que linfócitos T CD3+, macrófagos CD68+,

células dendríticas S100+, linfócitos T CD4+ e CD8+ eram especialmente comuns na

íntima durante a fase aguda das lesões. Há também a evidência de infiltrações de células

natural killer (NK) CD57+ e CD56+, macrófagos e células dendríticas apresentadores

de antigénio HLA-DR+ na íntima e no trombo. Detetaram ainda imunoglobulinas (IgA,

IgM e IgG) e fatores de complemento C3d e C4c na lâmina elástica interna. Estas

evidências suportam a ideia de que a TAO é uma condição imunológica com uma

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resposta humoral e celular iniciada por um antigénio, ainda desconhecido, na lâmina

elástica interna.[34] Tais observações vieram reforçar estudos descritos anteriormente

que revelaram a existência de depósitos de IgG, C3 e C4 nas lesões vasculares de fratura

da íntima e de complexos imunes circulantes.[35] Estudos subsequentes também

verificaram superioridade nas contagens linfocíticas e suas subpopulações, bem como,

concentrações de IgA e IgG e IgM aumentadas nos complexos imunes circulantes em

doentes com TAO comparativamente ao grupo de controlo.[36] No entanto, alguns

autores consideram que estes achados são pouco específicos e podem ocorrer

secundariamente ao processo inflamatório primário.[9, 37]

Verificou-se, independentemente da fase patológica da doença, que a lâmina

elástica interna e a arquitetura da parede dos vasos sanguíneos permaneciam

intactas.[34] Uma das razões que poderá justificar a preservação estrutural da

arquitetura dos vasos sanguíneos na TAO é a recente observação, através de

imunohistoquímica, de que o PAI-1 (inibidor do ativador do plasminogénio-1) é

fortemente expresso na lâmina elástica interna das artérias afetadas pela doença,

podendo também inibir o desenvolvimento da inflamação na média e adventícia.[38]

A ocorrência de trombo sem envolvimento da estrutura dos vasos suscitou a

investigação para a existência de fatores pró-trombóticos.[5] Foram descritos alguns

estados trombofílicos associados à TAO, nomeadamente, a presença de anticorpos

antifosfolipídicos, a deficiência de proteína S de proteína C[10] e certas anormalidades

da coagulação como a hiperhomocisteinemia.[39] No entanto, não existem fundamentos

para a sua inclusão, permanecendo a dúvida se são distúrbios primários ou

secundários.[40] Recentemente, um outro estudo mostrou várias alterações pró-

coagulantes em doentes com TAO, incluindo o aumento da formação trombótica com

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tendência para formar um coágulo de fibrina compacto e irregular, associadas ao

compromisso da fibrinólise.[41]

Muitos autores acreditam que a disfunção endotelial está fortemente associada à

etiopatogenia da TAO e que as células endoteliais são responsáveis pela iniciação e

perpetuação da resposta inflamatória.[5] Halacheva e col. [42] descreveram sinais

morfológicos de ativação das células endoteliais na TAO, afirmando que as lesões

vasculares estão associadas à secreção de TNF-α pelas células inflamatórias que se

infiltram nos tecidos, à expressão de ICAM-1, VCAM-1 e E selectina nas células

endoteliais e à adesão dos leucócitos via seus ligandos. A expressão preferencial de

moléculas de adesão nos microvasos e nas células inflamatórias mononucleares sugerem

que a angiogénese contribui para a persistência do processo inflamatório na TAO.

Também outros estudos verificaram que níveis circulatórios elevados de alguns

marcadores inflamatórios, como leucócitos, proteína C reativa, IAM -1 (moléculas de

adesão intercelular -1) e E-selectina, são responsáveis pela deterioração estrutural da

parede arterial.[43]

A existência de uma vasodilatação endotélio-dependente deficiente, reflexo da

disfunção endotelial, foi observada mesmo em membros clinicamente não afetados pela

doença.[43, 44] Um outro estudo demonstrou que a fase aguda da TAO é caracterizada

por vasoconstrição e aumento da rigidez aórtica, mesmo na ausência de alterações da

vasodilatação endotélio-dependente. Estes achados sugerem que as anormalidades não

estão restritas à circulação afetada mas poderão estender-se a todo o sistema

arterial.[45] Recentemente os resultados de um estudo que envolveu 36 doentes com

TAO e 30 indivíduos saudáveis sugerem que quer a vasodilatação dependente do

endotélio, quer a vasodilatação independente do endotélio estão prejudicadas, e nesta

última de um modo mais significativo.[46]

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A ativação do sistema das cininas (proteína - kininogénio, enzimas - calicreínas

e cininase II) foi demonstrada em doentes com TAO, podendo indicar o envolvimento

da vasodilatação como uma tentativa de controlar as alterações vasculares e favorecer

assim a deposição de imunocomplexos resultantes da estimulação pela nicotina.[47]

Estudos recentes em doentes com doença de Buerger observaram que os níveis

baixos de dimetilarginina assimétrica (ADMA), um inibidor endógeno da síntase do NO

endotelial, podem estar relacionados com a sua degradação pela dimetilarginina

dimetillaminohidrolase (DDHA) em resposta à isquemia, funcionando como um

mecanismo de defesa durante as fases aguda e em remissão. Em doentes em condições

clínicas severas ou com um curso clínico longo, os níveis aumentados de ADMA

prejudicam a homeoestase vascular e podem sugerir mau prognóstico. No entanto, mais

estudos são necessários para comprovar estes achados.[48]

Muitos investigadores, incluindo Leo Buerger, acreditavam que a doença de

Buerger era uma doença infeciosa. Neste âmbito, um estudo que avaliou a possível

relação etiológica entre infeções orais por 7 bactérias e Doença de Buerger, comparando

amostras orais e arteriais, detetou DNA bacteriano em 13 das 14 amostras arteriais,

predominando o Treponema denticola (presente em 12 delas). Outras estirpes como o

Campylobacter rectus, Actinobacillus actinomycetemcomitans, Prevotella intermedia, e

Prevotella nigrescens foram encontradas em 14 a 43 % das amostras arteriais e em 71 a

100% das amostras orais. A análise histopatológica mostrou danos arteriais entre o grau

intermédio e crónico da TAO. Nos controlos não se encontraram bactérias orais nas

amostras arteriais.[49] Um outro estudo associou níveis elevados de anticorpos

anticardiolipina com destruição periodontal na doença de Buerger, sugerindo que estas

bactérias possam servir como antigénios exógenos na estimulação de anticorpos

anticardiolipina através de mecanismos de mimetização molecular.[50] Em ambos os

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estudos a maioria dos doentes com doença de Buerger sofriam de doença periodontal

severa, concluindo-se que a infeção periodontal crónica anaeróbica pode representar um

fator de risco adicional para o desenvolvimento da doença.[49]

Todas estas observações sugerem uma etiologia multifatorial da TAO,

valorizando a interação entre o tabaco, a suscetibilidade genética, a disfunção endotelial,

a resposta imunológica e da coagulação.[5]

7. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

O envolvimento vascular da doença de Buerger inicia-se nas artérias e veias

distais dos membros inferiores e/ou superiores, progredindo proximalmente.[8, 51] A

sua natureza predominantemente distal e o envolvimento dos membros superiores são

os dois maiores indicadores que ajudam a diferenciar a TAO da aterosclerose.[3, 8, 9]

Normalmente a doença arterial oclusiva está confinada à circulação distal e é

maioritariamente infrapoplítea nas pernas e distal à artéria braquial nos braços.

Apresenta-se usualmente como claudicação intermitente dos pés, pernas, mãos e

braços.[3, 8] A claudicação do pé é a apresentação clínica inicial da doença mais

frequente, sendo muitas vezes confundida com problemas ortopédicos, propiciando um

atraso do diagnóstico correto.[26] É um sintoma muito menos comum na TAO do que

em doentes com aterosclerose, mas quando presente envolve tipicamente o dorso do pé,

devido à distribuição peculiar da doença oclusiva nos vasos infrapoplíteos.[3, 9]

Os sinais e sintomas da isquemia crítica dos membros, incluindo dor em

repouso, ulcerações e gangrena digital ocorrem numa forma mais avançada da

doença.[51] A dor isquémica em repouso e ulceração do dorso do pé são os sintomas

clínicos encontrados mais frequentemente.[3] A dor isquémica em repouso geralmente

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ocorre no dorso do pé, causando dor contínua e intensa, que normalmente contrasta com

a aparência limitada e benigna das lesões tróficas e isquémicas. Superinfeções podem

ocorrer, levando frequentemente à progressão das lesões para necrose e gangrena

distal.[9] A ocorrência de alterações da cor da pele, extremidades frias e lesões cutâneas

podem preceder os episódios dolorosos.[24]

Ao longo do curso da doença os doentes poderão desenvolver ulcerações

isquémicas na porção distal dos dedos [Figura1a)]. As úlceras nos membros inferiores

ocorrem em cerca de 46% dos doentes, 28 % nos membros superiores e 26% em ambas

as extremidades.[26] Na pele podem-se observar úlceras digitais dolorosas que se

acompanham de cianose distal ou gangrena, temperatura das extremidades diminuída e

pulso periférico diminuído ou ausente. As lesões podem originar-se de traumatismos,

começando geralmente próximo das pregas ungueais ou na polpa dos dedos. Em alguns

casos observam-se hemorragias subungueais, atribuídas a trombose arterial do leito

ungueal, consideradas sinal precoce de TAO. [10]

Um terço a metade dos doentes tem envolvimento dos membros superiores, que

pode ser a primeira manifestação em cerca de 10 a 20% dos casos.[3, 24] O fenómeno

de Raynaud, geralmente unilateral, é observado em cerca de metade dos doentes com

envolvimento dos membros superiores.[8, 9] A isquemia dos membros superiores é

clinicamente evidente em 40 a 50% dos doentes e manifesta-se com sintomas unilaterais

e assimétricos nas lesões digitais tróficas [Fig.1b)].[9]

Outra característica da TAO é o aparecimento de tromboflebite superficial em 40

a 50% dos casos,[8] afetando tanto os membros superiores como inferiores com um

caráter migratório e recorrente.[9] Pode ainda assumir um paralelismo com a atividade

da doença, pelo que os doentes algumas vezes descrevem um padrão migratório no

aparecimento dos nódulos que seguem a distribuição venosa.[51]

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Os sinais e sintomas sistémicos são raros, à exceção das manifestações

reumáticas. Os doentes podem apresentar episódios recorrentes de artrite das grandes

articulações, com episódios uni-articulares migratórios e transitórios acompanhados de

sinais locais de inflamação. As articulações dos pulsos e dos joelhos são envolvidas

frequentemente. É caracteristicamente uma artrite não erosiva com duração de

aproximadamente de 2 a 14 dias, que desaparece definitivamente com o surgimento de

lesões isquémicas.[9] As manifestações articulares precedem o diagnóstico de TAO, em

média, cerca de 10 anos. Neste sentido, Puéchal e col.[52] consideram um desafio para

um reumatologista reconhecer a TAO neste estadio, sendo importante primeiramente

excluir doenças autoimunes, reumáticas e vasculites sistémicas. Afirma ainda que o

diagnóstico de TAO deve ser considerado em jovens fumadores com reumatismo

prodrómico e intermitente com diminuição ou ausência dos pulsos periféricos.

Apesar de a doença de Buerger afetar usualmente os vasos de pequeno e médio

calibre dos braços, mãos, pernas e pés, tem sido documentada em outros leitos

vasculares[8]. Há casos descritos do envolvimento de artérias temporais[53, 54],

coronárias, renais[55], ilíacas, aorta, mesentéricas[56, 57], pulmonares e do sistema

arterial peniano.[58] Estão ainda documentados casos com envolvimento

multissistémico[59] e nas artérias cerebrais, que isoladamente se designa por Doença de

Spatz Lindenberg.[7] Estes casos são raros e a presença de doença oclusiva que atinja

outros territórios além dos membros superiores e inferiores deve levar à exclusão de

outros diagnósticos mais prováveis. [3]

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8. DIAGNÓSTICO:

A avaliação clínica inicial de todos os doentes deve incluir uma história clínica

detalhada e um exame físico minucioso.[8] O exame físico deverá consistir na inspeção

das extremidades para verificar se há evidência de isquemia das extremidades e a

presença de nódulos venosos superficiais. Requer ainda um exame vascular detalhado

com palpação dos pulsos periféricos e auscultação para deteção de possíveis sopros

arteriais.[51] O exame neurológico poderá documentar o envolvimento de um nervo

periférico, uma vez que achados sensoriais podem ser encontrados em até 70 % dos

doentes.[8]

A medida dos índices tornozelo:braço é importante, no entanto um índice normal

não exclui a TAO, porque a doença pode estar limitada aos vasos periféricos. Em

doentes com a extremidade superior envolvida a medição dos índices pulso:braço pode

ser realizada, e, do mesmo modo, um índice normal não exclui a doença. A medição da

pressão sistólica e da pressão transcutânea de oxigénio pode ser usada para confirmar o

gradiente tornozelo:braço e a gravidade da isquemia.[9]

Em doentes jovens fumadores com ulceração dos membros inferiores e suspeita

de TAO deve ser realizado o teste de Allen,[51] que consiste em uma série de manobras

de compressão e descompressão das artérias radial e cubital, permitindo explorar a

circulação das mãos e dedos e confirmar a existência de patologia isquémica nas

extremidades. A sua positividade ocorre em 63% dos doentes com TAO, sendo

fortemente sugestivo do diagnóstico de TAO, [26, 51] todavia um resultado anormal

pode ainda estar presente em outros tipos de doença oclusiva de pequenos vasos das

mãos, como por exemplo na esclerodermia, no Síndrome de CREST, no trauma

repetitivo, na embolia, em estados de hipercoagulabilidade e nas vasculites.[8]

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8.1 Critérios de Diagnóstico:

Das várias tentativas realizadas ainda não existem critérios de diagnóstico

universalmente aceites,[5] e, apesar da diversidade de critérios propostos para

estabelecer o diagnóstico da TAO nenhum revelou superioridade em relação a outro.

Shionoya,[19] baseado nos seus estudos de “follow up” a longo prazo, propôs os

seguintes critérios de diagnóstico: a) história de uso de tabaco; b) apresentação clínica

em idade inferior a 50 anos; c) oclusão arterial infrapoplítea; d) compromisso das

extremidades superiores ou flebite migratória e) ausência de outros fatores de risco para

doença aterosclerótica à exceção dos hábitos tabágicos. O diagnóstico da doença de

Buerger só pode ser realizado com confiança quando todos os 5 critérios forem

observados.

Papa e col.[60]desenvolveram um sistema de “score” numérico, mais flexível,

que é composto por pontos positivos e negativos, com base nas manifestações clínicas.

O diagnóstico clínico de doença de Buerger é o resultado da soma aritmética dos pontos

obtidos, ao qual está atribuído determinada probabilidade de diagnóstico.

Mills e Porter[3] definiram critérios de diagnóstico mais rígidos, baseados na

análise detalhada de um conjunto de doentes com TAO, designados como critérios

major (essenciais para o diagnóstico) e critérios minor (que suportam o mesmo). Os

critérios major incluem: a) início das lesões isquémicas antes dos 45 anos; b) abuso de

tabaco; c) artérias proximais à artéria poplítea ou à braquial não atingidas pela doença;

c) documentação objetiva de doença oclusiva arterial através de ecodoppler segmentar

arterial e pletismografia dos quatro membros, arteriografia ou histopatologia; d)

exclusão de fonte embolígena proximal, traumatismo e lesões locais, doenças

autoimunes, estados de hipercoagulabilidade e aterosclerose (diabetes, hiperlipidemia,

hipertensão arterial, insuficiência renal). Os critérios minor são a presença de

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tromboflebite migratória superficial, síndrome de Raynaud, envolvimento dos membros

superiores e claudicação intermitente. Estes critérios podem revelar-se rígidos e excluir

alguns pacientes com possível doença de Buerger, em contrapartida a sua aplicação

permite um diagnóstico irrefutável.

Mais recentemente, Jeffrey W. Olin[8] propôs um conjunto de critérios

semelhantes aos de Shionoya mas com maior inclusão de conceitos clínicos: a) idade

inferior a 45 anos; b) uso corrente ou recente de tabaco; c) presença de isquemia distal

das extremidades, indicada por claudicação, dor em repouso, úlceras isquémicas ou

gangrena, ou documentada por exames complementares não invasivos; d) exclusão de

doenças autoimunes, estados de hipercoagulabilidade e diabetes mellitus por testes

laboratoriais; e) exclusão de fontes embolígenas proximais, confirmada através de

ecocardiograma e arteriografia; f) achados arteriográficos consistentes do envolvimento

e não envolvimento clínicos dos membros.

Esta multiplicidade de critérios de diagnóstico propostos reflete alguma falta de

consenso e é suscetível a causar alguma confusão[24], dificultando o reconhecimento

clínico da doença[40]. No entanto, é unânime valorizar a exclusão de outras causas de

isquemia das extremidades antes de realizar o diagnóstico.[3, 8, 10, 19, 60]

8.2 Exames auxiliares de diagnóstico:

Uma vez preenchidos os critérios clínicos, a doença oclusiva distal confinada

aos pequenos e médios vasos distais das extremidades deve ser objetivamente

confirmada.[3]

Não existem testes laboratoriais específicos que ajudem no diagnóstico da TAO,

no entanto é necessário um perfil serológico completo para excluir outras patologias que

possam mimetizar a TAO,[26] nomeadamente, aterosclerose, doença tromboembólica,

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diabetes mellitus, doenças do colagénio, estados de hipercoagulabilidade, vasculite

necrosante e síndrome de CREST.[10] Os testes laboratoriais necessários incluem perfil

lipídico, hepático, glicemia em jejum e contagem completa de células sanguíneas,

necessária à exclusão de síndromes mieloproliferativos. O rastreio completo de

hipercoagulabilidade (testes da coagulação, anticorpos antifosfolipídicos, anticorpos

anticardiolipina, proteína C, proteína S, antitrombina, fator V de Leiden e mutação do

gene da pró-trombina) deve ser negativo. Os reagentes de fase aguda (taxa de

sedimentação westergren e proteína C reativa) estão normais ou ligeiramente elevados

na ausência de lesões tróficas extensas. A creatinemia, estudos de sedimentação urinária

e proteinúria demonstram ausência de lesão renal sugestiva de doença autoimune. O

rastreio imunológico para fator reumatoide, anticorpos antinucleares, anticorpos

anticentrómeros e anti-SCL70 e ANCA são necessários e devem ser negativos, tal como

as medições do complemento, crioglobulinemia, hepatite B e C.[9] Em casos

selecionados deverá realizar-se um exame toxicológico à presença de cocaína,

anfetaminas e cannabis.[26]

Investigação ultrassonográfica é utilizada para verificar se há ausência de lesões

ateroscleróticas, identificar locais de oclusão arterial distais e outras lesões.[8]

Os achados angiográficos podem ser sugestivos mas não patognomónicos,

porque podem ser idênticos aos encontrados na esclerodermia, no síndrome de CREST,

no LES, nas vasculites necrosantes, na doença dos tecidos conjuntivos e no síndrome

antifosfolipídico.[8] No entanto, a angiografia continua a ser um passo importante para

o diagnóstico da doença[5]. As características angiográficas da TAO são a ausência de

lesões típicas de aterosclerose, aneurismas ou de outra fonte proximal de embolismo;

oclusão arterial em cone, com artérias tronculares de lúmen afunilado; múltiplas lesões

segmentares oclusivas, intercaladas com zonas vasculares normais denominadas “skip

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lesions” (em 100% dos doentes); ponto de oclusão bem definido e abrupto, sem

irregularidade proximal, sendo fator de exclusão no diagnóstico da TAO a presença de

irregularidades e calcificações da parede vascular; colaterais em forma de “saca-rolhas”

(em 100% dos doentes), de “raízes de árvore” (40%) e de “pontes vasculares” (80%)

(Figura 2).[1]

As artérias colaterais desenvolvem-se pela estenose severa e oclusão das artérias

nativas como neoendovascularização. O seu aparecimento é característico e cada uma

representa um vasa vasorum dilatado da artéria principal ocluída.[61] As células

endoteliais das artérias colaterais são jovens e têm uma grande habilidade funcional.[62]

Um estudo que pretendia demonstrar a relação entre os vários tipos de circulação

colateral em “saca-rolhas” e a gravidade da doença de Buerger concluiu que a existência

de artérias colaterais em “saca-rolhas” largas é um indicador de prevenção de úlceras

isquémicas e gangrena nestes doentes.[63] Recentemente observou-se que a função

endotelial das colaterais em “saca-rolhas” está aumentada comparativamente às artérias

nativas de doentes com TAO e de indivíduos saudáveis.[62]

Para além dos aspetos clínicos e arteriográficos, a TAO apresenta uma

diversidade de alterações histopatológicas dos vasos afetados que permitem distingui-la

de outras doenças vasculares oclusivas, como por exemplo da aterosclerose. Através do

exame anatomopatológico é possível efetuar o estadiamento da doença (Figura 3).[1]

A lesão da fase aguda caracteriza-se pela associação de trombose e inflamação.

Macroscopicamente observa-se um aumento da tensão, entumescimento e edema do

tecido periarterial das artérias ocluídas. O lúmen arterial encontra-se ocupado por

trombo fresco, com grau de adesão ao endotélio variável. Microscopicamente

presenciam-se focos de inflamação nos vasos atingidos, na forma de microabcessos,

contendo células gigantes multinucleadas, células epitelioides e linfócitos.[1, 51]

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Segue-se a fase intermédia, onde se verifica uma organização progressiva do

trombo oclusivo, o início da formação de novos vasos e a concomitante redução do

fenómeno inflamatório da parede dos vasos, com escassez de microabcessos.[26]

A fase crónica ou final é caracterizada pela organização do trombo oclusivo com

uma recanalização extensiva, vascularização proeminente da média e intensa fibrose na

adventícia, acompanhada de aderência às estruturas adjacentes.[26] Macroscopicamente

as artérias ocluídas e as veias acompanhantes encontram-se duras e contraídas.[1]

A doença de Buerger tem uma distribuição segmentar, pelo que podemos

observar angiograficamente e histopatologicamente áreas de vaso normal (“skip

lesions”) entre áreas afetadas pela doença, variando a intensidade da reação

periadventícial em diferentes segmentos do mesmo vaso.[24]

Apesar das alterações descritas, a arquitetura geral da parede mantém-se

preservada nas três fases, incluindo a lâmina elástica interna.[34] Outra observação

comum é a infiltração celular inflamatória predominante no trombo e íntima.[12] Estes

achados são característicos da TAO, distinguindo-a da aterosclerose e de vasculites

sistémicas.

O estudo histopatológico é útil ao diagnóstico em fases agudas,[3, 8] mas

geralmente pouco praticável, excetuando quando há necessidade de amputação major de

um membro ou nos casos com características incomuns, como envolvimento de grandes

artérias, ou idade superior a 45 anos.[8, 10]

Uma tomografia computorizada, ressonância magnética ou angiografia invasiva

de contraste poderão ser realizadas para excluir uma fonte proximal arterial de

embolismo e para melhor definir a anatomia e extensão da lesão.[51] O ecocardiograma

pode estar também indicado para excluir uma fonte embólica cardíaca em casos

sugestivos de oclusão arterial aguda.[3, 8, 51]

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Em suma, o diagnóstico da doença de Buerger é sustentado nos conhecimentos

da história natural da doença, nas suas manifestações clínicas, na exclusão de outras

patologias e na documentação objetiva através de dados arteriográficos e

histopatológicos que ajudam a determinar o prognóstico e a decidir entre a terapêutica

conservadora ou cirúrgica.[8, 19]

9. TRATAMENTO:

A pedra angular do tratamento é a cessação tabágica, sendo a completa

abstinência de tabaco, de qualquer forma, o único modo de alterar a progressão da

doença e prevenir futuras amputações.[8]

A educação e aconselhamento médico são essenciais para cessação tabágica, no

entanto apenas 40 a 70% dos casos o fazem com sucesso. Existem os antagonistas

seletivos dos recetores canabinóides, de que é exemplo o Rimonabant®, que

demonstraram resultados positivos na desabituação tabágica.[9, 64] É importante

salientar que a abstenção tabágica absoluta é fundamental para o êxito de qualquer

intervenção terapêutica.[10]

Em virtude da etiologia da doença de Buerger ser desconhecida toda a

terapêutica a efetuar é sintomática, podendo passar por uma atitude conservadora,

médica ou cirúrgica. [26]

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9.1 Tratamento local e cuidados de ordem geral:

Em situação de isquemia crítica o doente deverá ser internado numa instituição

hospitalar, para usufruir de cuidados locais, de analgesia e de antibioterapia

sistémica.[1, 3].

Em lesões ulceradas periféricas é necessário manter uma atitude expectante e

conservadora recorrendo à limpeza e antibioterapia sistémica de feridas infetadas, bem

como cuidados de suporte direcionados para maximizar o fluxo sanguíneo dos membros

afetados.[24, 65]

No caso de dor isquémica muito intensa está indicada a analgesia potente ou

mesmo anestesia epidural. Na fase aguda também está indicada a heparina endovenosa

para profilaxia de trombose proximal.[65]

É necessário ainda oferecer suporte psicológico e uma série de conselhos para

prevenir futuras complicações, nomeadamente, insistir na higiene diária da pele, evitar

traumatismos e a vasoconstrição dos membros, praticar exercício regular em forma de

caminhadas de 20 minutos cerca de 3 vezes por semana e evitar outros fatores de risco

cardiovascular.[10] O exercício de marcha é o melhor tratamento para a claudicação dos

membros inferiores, sendo seu grande objetivo aumentar o fluxo sanguíneo através dos

vasos colaterais, conseguido através do exercício ativo ou passivo.[1]

9.2 Tratamento médico/conservador:

Doentes com diagnóstico confirmado de TAO na fase aguda ou em remissão

devem ser tratados de acordo com as recomendações correntes de TASC e ACC/AHA,

medicação antiplaquetária e exercício físico de caminhada.[1, 3, 5, 10]

Alguns autores aconselham um conjunto de atitudes denominado “Bridging

Treatment” que objetivam o alívio da “dor intratável” das crises agudas. Consistem em

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anestesia epidural, perfusão intravenosa de prostaglandinas e fibrinolíticos, que tem

como principal objetivo aliviar o edema de estase, aumentar o fluxo capilar e melhorar a

oxigenação dos tecidos.[1]

O tratamento mais efetivo que se poderá prestar a um doente em fase aguda

inclui prostanóides.[5] Em 1990, Fiessinger e col.[66] conduziram um estudo prospetivo

randomizado e duplamente oculto, que envolveu 152 doentes com TAO e isquemia

crítica dos membros, com objetivo de comparar o iloprost em infusão intravenosa diária

durante 6 horas e a aspirina® oral em baixa dose (100mg/dia) durante 28 dias.

Verificaram que os doentes tratados com iloprost obtiveram alívio significativo da dor

em repouso, grande cicatrização das úlceras isquémicas e 2/3 de redução da necessidade

de amputação, resultados clínicos que foram superiores aos doentes tratados com

aspirina®, nos 28 dias do estudo e após 6 meses.

Em 1998, o “European TAO Study Group”[67] compararam o iloprost oral com

o placebo no tratamento de 319 doentes com TAO, verificando que não houve

diferenças clínicas significativas entre os dois grupos. O iloprost intravenoso

demonstrou-se mais efetivo que o oral, pois este não exerce efeito clínico significativo,

motivo pelo qual não é utilizado.

Correntemente há outro prostanóide disponível para o tratamento da TAO, o

alprostadil alphadex (prostaciclina E1). A TASC e a ACC/AHA permitem o tratamento

de doentes com isquemia crítica dos membros recorrendo a prostanóides, no entanto

reconhecem as suas limitações de efetividade[5]. Apesar de serem necessários mais

estudos de investigação para esclarecer a posição atual dos prostanóides no tratamento

da TAO, alguns autores, através da sua experiência, afirmam que estes fármacos são

mais eficazes no tratamento de lesões distais oclusivas e em regime intra-arterial.[5]

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O uso de inibidores dos canais de cálcio, tais como a nifedipina, nicardipina e a

amlodipina é frequentemente recomendado na presença de um vasoespasmo

significativo,[26] apesar de não existir prova da sua real efetividade.[9]

Perante a fase aguda da doença, a terapêutica antiagregante, anticoagulante e

trombolítica pode ter benefício teórico na prevenção de trombose progressiva, mas a sua

eficácia permanece incerta.[3, 7, 10] Contudo, existem alguns casos descritos de úlceras

isquémicas tratadas com sucesso com cilostazol (inibidor da fosfodiasteraseIII) quando

outras estratégias de revascularização não foram possíveis. [26, 68]

Recentemente, a terapêutica imunosupressora tem sido apontada como uma

possível alternativa para os doentes com TAO. Apesar de não existirem indicações para

o uso de fármacos imunossupressores estão descritos alguns casos com sucesso.[10]

Num ensaio não randomizado com 12 doentes com TAO que receberam 400mg de

ciclofosfamida intravenosa durante 7 dias, seguida pela administração oral diária de

100mg de ciclofosfamica durante 7 semanas, observou-se melhoria clínica na terceira

semana de tratamento e um benefício máximo no final do tratamento. O estudo

histopatológico das artérias biopsadas posteriormente ao tratamento com ciclofosfamida

revelou uma diminuição de linfócitos e células plasmáticas no trombo e na parede

arterial, comparativamente aos resultados histopatológicos anteriores.[69]

Ainda neste contexto, admitindo que a TAO tem um componente autoimune, um

novo estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a eficácia da imunoadsorção (IA),

um tratamento que consiste na remoção de imunoglobulinas por filtração através de uma

máquina especializada. Um estudo piloto que submeteu 10 doentes com TAO em fase

avançada a um ciclo de IA durante 5 dias consecutivos, observou, em todos eles, a

diminuição da intensidade da dor ao segundo dia de tratamento e após um mês o alívio

completo da dor. A cicatrização das úlceras isquémicas foi observada em todos os

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pacientes durante o follow-up (6 meses) e os valores de perfusão tecidual de oxigénio

melhoraram rapidamente atingindo valores normais em 1 mês. Demonstrou-se que IA é

segura, bem tolerada, sem efeitos adversos ou complicações major e permite aliviar a

dor durante um período de 6 meses. Apesar de ainda desconhecido o mecanismo exato

através do qual este tratamento altera o curso da doença de Buerger é importante

discutir até que ponto a eliminação de prováveis imunoglobulinas patogénicas da

circulação é crucial para a remissão da doença.[70]

Demonstrou-se um aumento dos níveis de endotelina-1, um vasoconstritor

potente, durante as exacerbações clínicas dos doentes com TAO.[71] Estas conclusões

incentivaram o uso de fármacos antagonistas dos recetores da endotelina. A infusão

aguda de tezosentan® não demonstrou superioridade hemodinâmica em relação ao

placebo.[9] No entanto, existem vários casos reportados de eficácia clínica satisfatória

do bosentan® na fase ativa da doença em doentes sem abstenção tabágica.[72, 73]

Recentemente um estudo piloto não randomizado e não controlado verificou eficácia

clínica e melhoria da disfunção endotelial em 12 doentes com TAO submetidos a

tratamento com bosentan®. Contudo são necessários mais estudos que abranjam uma

amostra maior.[74]

Foram descritos alguns casos de oclusões vasculares em doentes com TAO que

trataram com sucesso situações de isquemia aguda dos membros recorrendo a

tratamento de intervenção, através de trombólise e subsequente angioplastia arterial

anterior e poplítea.[7]

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9.3 Terapêutica cirúrgica:

Quando o tratamento conservador não é capaz de melhorar os sintomas

isquémicos, recorre-se ao tratamento cirúrgico.[1] A cirurgia raramente é necessária se

os doentes forem capazes de abstinência tabágica.[8] As modalidades terapêuticas

cirúrgicas têm sido amplamente ultrapassadas pela terapêutica médica farmacológica,

maioritariamente devido ao aparecimento dos prostanóides. Nos casos refratários ao

tratamento conservador, o objetivo é o alívio da dor intratável e a prevenção da

amputação.[10]

O procedimento cirúrgico mais utilizado é a simpaticectomia, lombar ou

torácica, que consegue vasodilatação através do aumento da relação

adrenalina/noradrenalina no plasma, aliviando o vasoespasmo da TAO.[23]

Aproximadamente 20% dos doentes submetem-se a simpaticectomia,[3] sendo opção

quando estão presentes gangrena ou ulcerações,[24] particularmente quando são

persistentes e incuráveis apesar da cessação tabágica[3, 10] ou ainda quando o

componente vasoespástico é muito importante.[10] Apesar da experiência limitada, a

simpaticectomia lombar retroperitoneoscópica é um procedimento seguro e efetivo em

doentes com TAO avançada que necessitam de simpaticectomia lombar. Demonstrou

ter um menor período de convalescença e morbilidade pós operatória do que a

simpaticectomia lombar convencional.[75] Em 2004, um estudo com 161 doentes com

TAO sujeitos a simpaticectomia encontrou melhorias clínicas em 52.3% dos pacientes,

estabilidade clínica em 27.8% e agravamento clínico em 19.8%.[7]

Todavia, o seu papel na prevenção de amputações e tratamento da dor não é

claro,[23, 26] podendo ser utilizada como último recurso na tentativa de melhorar a

condição do membro antes da amputação. O uso desta técnica tem vindo a diminuir,

sendo substituída por tratamento médico com prostaglandinas e simpaticectomia

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farmacológica.[7] Os resultados favoráveis da simpaticectomia poderão dever-se ao

facto de esta promover a vasodilatação ao aumentar as concentrações de adrenalina e

consequentemente a razão de concentrações adrenalina/noradrenalina. Tal explica-se

porque a adrenalina tem um feito vasoconstritor menos intenso que a noradrenalina.

Estes efeitos da simpaticectomia são revertidos pelo tabaco, que promove a

vasoconstrição. Assim, tendo em conta a relação etiológica entre os hábitos tabágicos e

a TAO, poderá explicar-se a controvérsia acerca da efetividade da simpaticectomia

nesta doença, estando a sua utilidade dependente da cessação tabágica.[23]

A implantação de um estimulador da medula espinal foi realizada em doentes

com lesões tróficas e dor em repouso refractária a outro tipo de analgesia, resultando na

redução da dor em repouso, na melhoria de úlceras e prevenção da amputação.[7] Um

estudo que envolveu 29 doentes com TAO observou melhoria da perfusão regional,

especialmente em 13 pacientes com lesões tróficas, e uma taxa de sobrevivência de

membro de 93.1%.[76] Contudo, esta terapêutica é dispendiosa e também questionável

quanto à evidência de melhoria na cicatrização das lesões isquémicas, sendo reservada

para casos extremos quando todas as outras medidas conservadoras falharam.[3, 8]

A cirurgia de revascularização não é normalmente indicada devido ao

envolvimento segmentar difuso e à natureza distal da doença oclusiva. [1, 5, 8, 9, 51]

Muitos autores partilham a opinião que a cirurgia de revascularização só deve ser

considerada em situações de isquemia do membro, pois para além do padrão de

obstrução arterial segmentar, a má qualidade venosa em consequência de tromboflebites

prévias, contribuem para os maus resultados.[3]

Os bypasses efetuados mais proximalmente parecem ter geralmente taxas de

patência mais elevada.[7] Alguns autores defendem que apesar da patência a longo

prazo para enxertos de bypass não ser boa, a patência a curto prazo é suficiente para

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33

permitir a cura das ulcerações na TAO. [26, 77] Outros preferem reservar esta técnica

para doentes com claudicação intermitente concomitante,[3, 10] pois nestes casos a

simpaticectomia não está indicada por não melhorar significativamente a circulação do

músculo.[10] A cirurgia de bypass apenas se considera em doentes com isquemia severa

e vasos distais alvo preservados, em pontos onde exista um bom run-in e com um run-

off aceitável.[1] Nestes casos poderá salvar-se o membro afetado através de uma veia

autóloga ou de um enxerto com epíploon,[8] no entanto, menos de 10% dos doentes têm

uma artéria distal apropriada para esta intervenção.[3]

A omentopexia é uma opção cirúrgica que tem ganho popularidade e tem

apresentado resultados positivos na melhoria da claudicação intermitente, da dor em

repouso, na cicatrização de úlceras bem como paragem da progressão de gangrena. A

ulceração que não responde ao tratamento conservador, a falência à cicatrização de

úlceras e a persistência de claudicação e dor em repouso incapacitante após

simpaticectomia lombar são indicações para este procedimento. Em detrimento da

simpaticectomia lombar apresentar benefícios a curto prazo, tem sido proposta a

realização de simpaticectomia e omentopexia numa única operação, verificando-se igual

sucesso e menor custo. Os possíveis mecanismos de ação da omentopexia poderão ser o

aumento da circulação colateral local e do fluxo sanguíneo, bem como a presença de

uma fração lipídica que promove a neovascularização.[78]

A compressão pneumática intermitente tem sido usada para aumentar a perfusão

dos membros afetados, mostrando uma melhoria no influxo da perna em doentes com

isquemia crítica dos membros e poderá ser uma terapêutica adjuvante nos doentes que

não são candidatos a revascularização.[79]

As amputações major ou minor tentam evitar-se ao máximo. O objetivo é

melhorar o fluxo arterial distal e preservar a parte viável de membro possível. Mesmo

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34

em casos em que a gangrena distal está estabelecida, as amputações só se definem

quando a lesão estiver completamente limitada e o doente tiver abandonado os hábitos

tabágicos por um longo período de tempo.[3] A amputação normalmente não ocorre se

o doente abandonar os hábitos tabágicos e não desenvolver gangrena.[77]

9.4 Terapêutica angiogénica:

Ultimamente foram desenvolvidas várias estratégias de estimulação da

angiogénese que representam uma alternativa atrativa para o tratamento da TAO. A

angiogénese pode ser alcançada através da introdução de fatores de crescimento, genes

angiogénicos, células estaminais contendo células progenitoras endoteliais e células

mesenquimatosas.[80]

Em 1998, Isner e col.[81] trataram 7 membros de 6 doentes com TAO

recorrendo à injeção intramuscular do gene do fator de crescimento endotelial vascular

(phVEGF165). As úlceras cicatrizaram em 3 dos 5 membros e os outros 2 obtiveram

alívio da dor em repouso, mantendo a claudicação. O aumento da perfusão distal foi

documentado pelo aumento de 0.1 no índex tornozelo-braço em 3 doentes, pelo

aumento do fluxo na RMN nos 7 membros e pela presença de neovascularização

colateral visível na angiografia. Os efeitos adversos desta terapêutica limitaram-se a

edema transitório da perna e tornozelo em 3 dos 7 membros, mas 2 doentes com

gangrena necessitaram de amputação abaixo do joelho.

A implantação de células mononucleares da medula óssea, incluindo células

progenitoras endoteliais, em membros isquémicos aumenta a formação de novos

vasos.[9] Saito e col.[82] procederam ao transplante autólogo de células mononucleares

através da sua injeção na musculatura dos membros isquémicos de 14 doentes com

TAO, tendo ocorrido, após 4 semanas, a diminuição significativa da dor em repouso e a

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35

cicatrização de algumas úlceras, mantendo estes resultados até às 24 semanas.

Recentemente, um outro estudo, que envolveu o seguimento de doentes com isquemia

crítica dos membros num período médio de 4.8 anos, comparou o resultado após

implantação de células mononucleares da medula óssea de 25 doentes com DAOP e 26

com TAO, concluindo que este procedimento é seguro, efetivo e reduz a taxa de

amputações, principalmente em doentes com TAO.[83]

Em contrapartida existem opiniões que admitem que a transplantação autóloga

de células mononucleares e o isolamento de células mononucleares da medula óssea,

apesar da melhoria de sintomas isquémicos e cicatrização de úlceras, é uma técnica

cara, representa um potencial perigo de contaminação[80] e pode estar associada a

efeitos adversos a longo prazo, incluindo morte e angiogénese desfavorável.[84]

Resultados satisfatórios foram obtidos com a implantação autóloga de células

mononucleares do sangue periférico após estimulação com G-CSF (fator de estimulação

de colónias de granulócitos).[85] De acordo com um estudo recente esta nova forma de

tratamento melhora o índice tornozelo-braço, a medida da distância máxima percorrida,

a cicatrização das úlceras, bem como a funcionalidade do membro. A principal

vantagem desta técnica em relação à implantação de células mononucleares da medula

óssea é o facto de poder realizar-se sem anestesia geral e repetidamente, podendo

aumentar o número de vasos colaterais formados.[86] A injeção intramuscular de

células mononucleares de sangue periférico poderá ser segura e efetiva no tratamento da

isquemia dos membros inferiores em doentes com TAO, pois observou-se melhoria dos

sintomas isquémicos na maioria dos doentes testados e diminuição da taxa de

amputações.[87]

Outros grupos focaram na indução de angiogénese recorrendo a terapêuticas de

células estaminais usando células progenitores endoteliais, com resultados

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promissores.[88] Recentemente sugeriu-se que a terapêutica de células estaminais

multipotentes derivadas do cordão umbilical também poderá ser útil na cicatrização de

lesões necróticas na pele e alívio da dor.[89]

A transplantação autóloga integral de células estaminais da medula óssea através

da fenestração na tíbia poderá ser útil ao facilitar a saída das células progenitoras da

medula e a sua chegada aos locais de isquemia.[80] A colocação de um fio de kirchner

no canal medular da tíbia demonstrou resultados positivos na TAO refractária ao

tratamento médico e cirúrgico, nomeadamente, na dor em repouso, na distância de

claudicação e na cicatrização completa das úlceras.[90] Apesar dos resultados positivos

com taxas de complicações aceitáveis, o número reduzido de doentes estudados e o

curto tempo de seguimento impõe a necessidade de realizar mais estudos para verificar

os reais benefícios deste procedimento.[90, 91]

10. PROGNÓSTICO:

O curso clínico da TAO caracteriza-se tipicamente por exacerbações e remissões

no início da doença, tornando-se quiescente por volta dos 60 anos de idade. Parece

existir maior taxa de exacerbações no inverno.[4]

Não existem diferenças na morbilidade e mortalidade cardiovascular entre os

doentes com TAO e indivíduos saudáveis, uma vez que a doença raramente atinge a

circulação visceral, coronária ou cerebral.[8] A esperança média de vida destes doentes

é semelhante à da população geral para a mesma idade e sexo, sendo 98% aos 5 anos e

94% aos 10 anos, claramente superior à da aterosclerose (76% aos 5 anos e 59% aos 10

anos).[65]

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O prognóstico dos doentes com doença de Buerger depende largamente da

habilidade para a cessação tabágica, pois o tabaco é indubitavelmente o fator de risco

major para a recorrência da doença e necessidade futura de amputação.[51]

Em 2004, Ohta e col.[77] desenvolveram um estudo retrospetivo de 106 homens

e 4 mulheres com TAO, com média de idades entre os 40 anos, para analisar o curso

clínico e a influência na qualidade de vida da doença. Entre os doentes que mantiveram

hábitos tabágicos, 19% necessitaram de amputações major e nenhum dos que

abandonaram o tabaco sofreram amputação. A maioria (85%) dos doentes que sofreram

amputação major perderam o emprego, especialmente se envolviam trabalhos manuais.

11. CONCLUSÃO:

Desde a descrição inicial de Leo Buerger mais de cem anos passaram e a

etiopatogenia da TAO ainda permanece pouco compreendida, sendo consensual que o

tabaco desempenha um papel fulcral no desenvolvimento da doença.

Várias investigações sugeriram uma origem multifatorial, nomeadamente, a

existência de disfunção endotelial, de uma predisposição genética, o desenvolvimento

de uma resposta imunológica celular e humoral, alterações da coagulação, bem como

associação a infeções periodontais.

É uma entidade clínica caracterizada pela ocorrência de oclusões trombóticas e

segmentares nos vasos de pequeno e médio calibre dos membros superiores e inferiores.

As principais manifestações clínicas são a ocorrência de isquemia das extremidades

com claudicação intermitente, dor em repouso, ulceração e gangrena, podendo ainda

ocorrer episódios de tromboflebite migratória. O curso clínico da doença é caracterizado

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por remissões e exacerbações, na maioria das vezes relacionadas com a atividade

tabágica

O diagnóstico da doença é baseado no reconhecimento de sinais e sintomas

clínicos, em características arteriográficas e histopatológicos sugestivas, não existindo

achados patognomónicos nem nenhum marcador específico desta doença. Apesar dos

esforços, ainda não foram definidos critérios clínicos de diagnóstico universais,

dificultando a uniformização e precisão do diagnóstico em todo o mundo, a nível clínico

e investigacional.

A falta de conhecimento acerca da etiopatogenia da doença reflete-se na

incapacidade de estabelecer um alvo terapêutico eficaz que permita a cura da doença.

Assim toda a terapêutica a efetuar é sintomática, sendo o único tratamento realmente

efetivo a cessação tabágica, capaz de prevenir a progressão da doença evitando a

amputação. Os antagonistas seletivos dos recetores cannabinóides, de que é exemplo o

rimonabant®, têm demonstrado resultados promissores na desabituação tabágica.

O tratamento médico-cirúrgico evoluiu consideravelmente, verificando-se uma

preferência pela terapêutica médica conservadora, recorrendo amplamente ao uso dos

prostanóides, que reduziu o número de amputações. Os análogos das prostaglandinas e

mais recentemente o alprostadil alphadex (prostaciclina E1) são particularmente úteis

em situações de dor isquémica severa. Também foram sugeridos como alternativa para

o tratamento da TAO o uso de imunossupressores e a terapêutica de imunoadsorção. O

bosentan®, antagonista dos recetores da endotelina, surgiu ultimamente como uma nova

possibilidade terapêutica.

A revascularização cirúrgica é com frequência pouco efetiva devido ao

envolvimento distal difuso e segmentar dos vasos alvo. A simpaticectomia parece ser

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ocasionalmente útil na prevenção da amputação, principalmente se os doentes

abandonarem os hábitos tabágicos.

A recente evolução na descoberta de novos recursos terapêuticos no âmbito da

angiogénese, de que é exemplo a injeção intramuscular do gene do fator de crescimento

endotelial vascular, o transplante autólogo de células mononucleares da medula óssea

ou do sangue periférico, o transplante autólogo de células estaminais da medula óssea

ou do cordão umbilical, tem proporcionado novas soluções para o tratamento da doença

de Buerger.

O progresso das modalidades terapêuticas levou à melhoria da qualidade de vida

nos doentes, no entanto a ausência de um tratamento curativo deveria encorajar novas

investigações. Atualmente ainda existe grande controvérsia científica em relação a

alguns conceitos, principalmente no que concerne à etiologia e tratamento.

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12. FIGURAS E LEGENDAS:

Figura 1 – Manifestações clínicas

das unhas, ulcerações do hálux e 4º dedo do pé esquerdo

Envolvimento dos membros superiores com necrose dos dedos

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do HSJ, com autorização do Prof. Doutor

Roncon de Albuquerque).

Figura 2 – Aspetos angiográfic

artéria tibial anterior (setas)

rosa). (Imagens cedidas pelo Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do HSJ, com

autorização do Prof. Doutor Roncon de Albuquerque).

a)

a)

FIGURAS E LEGENDAS:

Manifestações clínicas típicas da doença de Buerger. a) Alterações tróficas

do hálux e 4º dedo do pé esquerdo, com edema ligeiro e

dos membros superiores com necrose dos dedos. (Image

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do HSJ, com autorização do Prof. Doutor

Aspetos angiográficos típicos da doença de Buerger. a) Oclusão

(setas); b)“Skip lesions” e colaterais em saca-rolhas

Imagens cedidas pelo Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do HSJ, com

autorização do Prof. Doutor Roncon de Albuquerque).

b)

b)

40

Alterações tróficas

, com edema ligeiro e rubor; b)

Imagens cedidas pelo

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do HSJ, com autorização do Prof. Doutor

Oclusão abrupta da

rolhas (área cor-de-

Imagens cedidas pelo Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do HSJ, com

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41

Figura 3 – Aspetos histopatológicos da doença de Buerger. a) Lesão inicial sem

trombo; b) Lesão aguda; c) Lesão subaguda com células gigantes multinucleadas no

interior do trombo e persistência da lâmina elástica interna; d) Lesão crónica, com

fibrose e neovascularização. (Imagens cedidas pelo Serviço de Angiologia e Cirurgia

Vascular do HSJ, com autorização do Prof. Doutor Roncon de Albuquerque).

a) b)

d) c)

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42

13. AGRADECIMENTOS

Durante a realização desta monografia pensei: Orientada com empenho e dedicação E em grandes pilares de sabedoria, Não posso deixar de manifestar a minha gratidão Com reconhecimento e admiração Ao Professor Doutor Roncon de Albuquerque. Deixou-me caminhar em avenidas de liberdade E crescer em pensamento e saber. Berço de apoio e comunhão, Um agradecimento especial Escrito, também, para a minha família: Rosas que crescem no meu coração e Grandes condutores na minha formação. Elevo, também, o apoio dos meus amigos, Relevante e essencial na realização desta caminhada.

Todos estão no meu coração. Muito Obrigado!

Sara Fernandes

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43

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ANEXOS

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REVISTA PORTUGUESA DE CIRURGIA CARDIO-TORáCICA E VASCULAR

63Volume XVIII - N.º 1

A Revista da SPCCTV destina-se à publicação de artigos originais nos campos da Cirurgia Cardiotorácica e Vascular. Os manuscritos serão revistos pelo Editor e a sua aceitação depen-derá do seu interesse, originalidade e validade científicas.

Os manuscritos devem ser acompanhados de uma Carta de Submissão que terá de incluir:

- a declaração de originalidade,- a concordância de todos os autores com o teor do

artigo,- a transferência da propriedade intelectual para a

Revista e,- a declaração da presença ou ausência de conflitos

de interesse. Se existentes, os Autores devem revelar as relações comerciais com tecnologias em estudo, as fontes de financiamento, a sua filiação Insti- tucional ou Corporativa, incluindo consultadorias.

- Os Autores poderão ser responsabilizados por falsas declarações.

Os autores devem declarar na secção de “Material e Métodos”, quando aplicável, se o consentimento informado foi obtido e a aprovação de estudo pela Comissão de Ética Institucional. Em caso de Estudos Animais, os autores devem declarar na secção de “Material e Métodos” que todos os ani-mais foram tratados de acordo com a Convenção Europeia e a aprovação do estudo pela Comissão de Ética Institucional. Os Ensaios Clinicos randomizados devem ser descritos de acordo com as “guidelines”/ linha de orientação Consort.

ARTIGOSOs Artigos serão publicados no âmbito da Cirurgia

Cardíaca, Cirurgia Torácica ou Cirurgia Vascular e poderão ser submetido nas seguintes categorias:

- Artigo Original- Editorial- Artigo de Revisão- Caso Clínico- Imagens em Cirurgia - Carta ao Editor

Para cada categoria, a Revista especifica o seguinte formato:

Item AO ED AREV CC IC CE

Página de Título s s s s s s

Número Máximo de Autores 8 s/ lim 8 4 4 4

Resumo (max. palavras- 350 a 500)* s n n n n n

Resumo curto (200 palavras) * para indexação

Contagem de palavras (na página do título) s s s s s s

Número máximo de palavras 5000 1000 s/ lim 1000 50 850

Número máximo de referências bibliográficas 25 10 s/ lim 10 0 8

Número máximo de tabelas e figuras 8 2 8 2 2 2

* Em Português e Inglês obrigatoriamente.

NOTA 1: O Editor poderá aceitar a nomeação de um maior número de autores, dependendo da relevância do artigo ou da sua proveniência de mais do que uma Instituição, por exemplo. Nestes e noutros casos, o pedido por parte dos Autores dever-se-à acompanhar das contribuições específicas de cada Autor.

NOTA 2: A cada imagem deverá corresponder um ficheiro electrónico.NOTA 3: No Item Imagens em Cirurgia, não são permitidas tabelas.NOTA 4: As cartas ao Editor deverão comentar artigos previamente publicados.NOTA 5: Os Editoriais são da responsabilidade do Editor e/ou Direcção da SPCCTV a convite do Editor.

Língua: Os manuscritos devem ser em Português ou Inglês. Aconselha-se o uso de um revisor ortográfico electró-nico antes da submissão.

Apresentação: O manuscrito deverá ter sempre uma cópia em formato electrónico. As páginas devem ser nume-radas, as fontes devem ser Times New Roman, tamanho 12,

os parágrafos devem ser formatados a duplo espaço e justi-ficados.

O manuscrito deverá ser organizado da seguinte forma (a) Página de Título; (b) Resumo; (c) Artigo com as seguintes secções: Introdução, Material e Métodos, Resulta-dos, Discussão, Conclusão; (d) Tabelas; (e) Figuras e legendas; (f) Referências.

NORMAS DE PUBLICAÇÃO DE TRABALHOS

Jorge Casanova

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REVISTA PORTUGUESA DE CIRURGIA CARDIO-TORáCICA E VASCULAR

64 Volume XVIII - N.º 1

Página de Título. Esta deve incluir o Título sem abreviações e em Maius-

cúlas; o nome e apelido dos autores e o(s) nome(s) e local(ais) da Instituição(ões) onde o estudo foi realizado.

O nome, endereço, telefone e email do autor corres-pondente, deve ser inscrito no fundo da página de título. No caso do manuscrito ter sido apresentado nalguma Reunião, esta deve ser discriminada juntamente com a data de apre-sentação. A contagem total de palavras do artigo (incluindo os resumos, mas excluindo tabelas, figures e referências) deve ser referida.

Resumo: O Resumo por ser a secção mais lida de todos os artigos é fundamental. Deve ser factual, sem abreviações (excepto unidades do SI) e ser impresso em página própria. Deve ser estruturado em Objectivos – problema em estudo ou objectivo do estudo, Métodos, explicando como o estudo foi realizado, Resultados, revelando os dados encontrados e sua importãncia e Conclusão, revelando a conclusão do estudo.

Texto Introdução: deve revelar o objectivo da investigação

e fazer uma revisão bibliográfica curta do estado da arte em relação ao problema em estudo.

Material e Métodos: estes devem ser descritos em detalhe com a informação adequada sobre Estudos Humanos ou Animais como atrás referido. O uso de abreviações deve ser limitado às unidades de medida do SI ou às de uso comum. As tecnologias devem ser nomeadas através do seu nome gene-rico, com o seu nome comercial, nome e local do fabricante entre parentesis.

Resultados: estes devem ser considerados a parte mais importante do artigo. Por tal, é importante que sejam descritos de forma concisa mas simultaneamente realçando os todos os resultados de forma completa, através de tabelas ou figuras, incluindo os comentários dos autores no texto. A aná-lise estatística deve seguir as “‘Guidelines for data reporting and nomenclature’ (Ann Thorac Surg 1988;46: 260-261).

Discussão: a discussão, deve ser clara e breve, devendo incluir a interpretação da significância dos resul-tados e da sua relação com outros trabalhos publicados na mesma área. A importância dos resultados e as limitações metodológicas, se existirem, devem ser enunciadas.

Agradecimentos: a existirem, devem ser referidos no final do texto.

Tabelas: devem ser simples, suplementando mas não duplicando informações do texto. Deve ser titulada e todas as abreviações (excepto unidades de medida do SI) devem ser definidas no final da tabela. Cada tabela deve ser apresentada em página própria.

Legendas: todas as figuras devem ser legendadas e as abreviações usadas para identificar estruturas devem ser iden-tificadas.

Referências: devem ser apresentadas sequencial--mente de acordo com a ordem de uso no texto e apresen-tadas como números entre parêntesis rectos. Comunicações pessoais e dados não publicados não devem ser incluidos na lista de referências, embora possam ser referidos no texto. Nas referências todos os autores devem ser referidos e os jornais ou revistas apresentados de acordo com as abreviações usadas no Index Medicus. As referências devem ser apresentadas do seguinte modo:

Revistas[1] Dinis da Gama A, Perdigão J, Ministro A, Evangelista A, Damião A, Garcia Alves A. The utilization of the “simplified technique” in the simultaneous management of independent thoracic and abdominal aortic aneurysms. A clinical report. Rev Port Cir Cardiotorac V 2009;3:149-155.

Livros[2] Antunes M J. A Doença da Saúde. Lisboa: Quetzal 2001:167-176.

Vários Autores[3] Fragata J, Martins L. Como evitar o erro em Medicina. Em: Fragata J, Martins L, autores. O Erro em Medicina. Lisboa: Almedina, 2008:313-348.

Publicações Online (O DOI é referência obrigatória e a única necessária para citações de artigos de publicações online)[4] Azevedo O, Almeida J, Nolasco T, Medeiros R, Casanova J, Bartosch C, Almeida J, Pinho P. Massive right atrial myxoma presenting as syncope and exertional dyspnea: case report. Cardiovascular Ultrasound doi:10.1186/1476-7120-8-23.

Os autores devem sempre que adequado citar prévios artigos da Rev Port Cir Cardiotorac Vasc., para fundamentar ou discutir resultados.

FigurasDevem ter qualidade professional e ser numeradas na

ordem em que aparecem no texto. A reprodução de fotogra-fias a cores é possível dependendo do critério do editor.

Procedimentos de Submissão

Manuscritos Electrónicos – método de submissão pre-ferido

Os manuscritos submetidos electronicamente são geralmente processados de forma mais eficiente e a sua revi-são mais breve. Os manuscritos electrónicos devem ser envia-dos para:

O manuscrito electronic deve ser organizado da seguinte forma:

O Texto (incluindo a página de título) e as Tabelas devem ser combinados num ficheiro de texto (.doc ou .rtf ) – e enviados sob o título Manuscrito; As Figuras devem ser envia-das na forma de ficheiros .jpg (72 pontos por polegadas/600 pixel de largura de écran, em escala de cinzentos para imagens a preto e branco e RGB para imagens a cores). Uma figura por ficheiro e enviadas numeradas de acordo com a sua ordena-ção no artigo; Os Desenhos Originais devem ser enviados obri-gatoriamente como ficheiros tif (300 pontos por polegada) e nomeados com Ficheiros Suplementares. Na impossibilidade de enviar figuras ou desenhos electronicamente, podem ser enviados os originais em papel fotográfico para o seguinte endereço:

Manuscritos em papelDeve ser enviada uma cópia do manuscrito em papel

e 3 conjuntos de ilustrações originais – no verso das fotogra-fias deve ser referido o nome do primeiro autor, o número da figura e a respective orientação no texto. Simultaneamente deve ser submetido um ficheiro electrónico do texto em CD ou DVD.

Manuscritos Aceites para RevisãoOs manuscritos revistos devem ser enviados convenien-

temente titulados – revisão2, revisão3, incluindo novas figures e tabelas. Os comentários dos editores e/ou revisores devem ser discutidos ponto a ponto numa carta anexa e as alterações propostas discutidas. Eventuais alterações no texto original devem ser sublinhadas com traço duplo.

O Editor Associado | Jorge Casanova