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SÃO PAULO - XX MARÇO DE 2018 - EDIÇÃO 235

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Page 1: SÃO PAULO - XX MARÇO DE 2018 - EDIÇÃO 235 DA PENHA... · Agostinho, comentando o Salmo 148, de-fine bem a diferença e, ao mesmo tempo, a conexão destes dois tempos entre si

SÃO PAULO - XX MARÇO DE 2018 - EDIÇÃO 235

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 20182

Estamos na Quaresma e, em breve, celebraremos a Páscoa da Ressurreição. A Quaresma e o Tempo Pascal estão conecta-dos um ao outro e constituem o ciclo mais importante do Ano Litúrgico pelo fato de nele celebrarmos o Mistério Pascal de Cristo, mistério central de nossa fé. Santo Agostinho, comentando o Salmo 148, de-fine bem a diferença e, ao mesmo tempo, a conexão destes dois tempos entre si. Vejamos o que ele diz: “Toda a nossa vida presente deve transcorrer no louvor de Deus, porque louvar a Deus será também a alegria eterna de nossa vida futura. Ora, ninguém pode tornar-se apto para a vida futura se, desde já, não se prepara para ela. Agora louvamos a Deus, mas também rogamos a Deus. Nosso louvor está cheio de alegrias, e nossa oração, de gemidos. Foi-nos prometido algo que ainda não possuímos; porém, por ser feliz quem o prometeu, alegramo-nos na esperança; mas, como ainda não estamos na posse da promessa, gememos de ansiedade. É bom perseverarmos no desejo, até que a promessa se realize; então acabará o gemido e permanecerá somente o louvor.

Assim podemos considerar duas fases da nossa existência: a primeira, que acontece agora em meio às tentações e dificuldades da vida presente; e a segun-da, que virá depois na segurança e alegria eterna. Por isso, foram instituídas para nós duas celebrações: a do tempo antes da Páscoa e a do tempo depois da Páscoa.

O tempo antes da Páscoa repre-senta as tribulações que passamos nesta vida. O que celebramos agora, depois da Páscoa, significa a felicidade que alcan-çamos na vida futura. Portanto, antes da Páscoa celebramos o que estamos vivendo; depois da Páscoa celebramos e significamos o que ainda não possuímos. Eis porque passamos o primeiro tempo em jejuns e orações; no segundo, porém, que estamos celebrando, deixando os jejuns, nos dedicamos ao louvor de Deus. É este o significado do Aleluia que cantamos.

Em Cristo, nossa cabeça, ambos os tempos foram figurados e manifesta-

EDITORIAL / IGREJA

dos. A paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada.”

Nestas palavras percebemos que a Liturgia que celebramos está entrelaçada com a nossa vida e nossa história. Al-ternamos Quaresma e Páscoa em muitas ocasiões de nossa jornada neste mundo, mas sabemos que nossa Páscoa definitiva está por vir. Nas dores e sofrimentos do tempo presente a Páscoa do Senhor – passagem da morte para vida – nos dá força e esperança para perseverarmos no bem, não desistir de nossa caminhada de conversão e acreditarmos na vitória da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado, da vida sobre a morte e do bem sobre o mal.

Desejo que você, meu irmão e minha irmã, com confiança na misericórdia de Deus e firme na fé, vença as tentações do mal; se deixe transfigurar pelo encontro constante com Cristo na escuta da Pala-vra, na oração, na prática da caridade fra-terna e na Eucaristia; seja sal e luz neste mundo para que, transfigurado(a) pelo Evangelho, seja instrumento de Deus para transfigurar o mundo à sua volta, anun-ciando Cristo com sua boca e suas ações, combatendo a violência e estabelecendo a paz, visto que, como afirma o apóstolo Paulo: “Na verdade, as aspirações da carne levam à morte e as aspirações do Espírito levam à vida e à paz” (Gl 5, 6).

Feliz e santa Páscoa da Ressurreição para você e sua família!

Dos Comentários sobre os salmos, de Santo Agostinho, bispo (Ps 148,1-

2:CCL 40,2165-2166) (Séc.V), citado em: http://www.freifrancisco.

com.br/2015/05/o-aleluia-pascal.html (acessado em 19/02/2018).

Pe. EDILSON DE SOUZA SILVA

Pároco da Basílica de Nossa Senhora da Penha

Como já é tradicional em nossa Diocese, no primeiro domingo da quaresma acon-teceu na Catedral de São Miguel Arcanjo a abertura da Campanha da Fraternidade de 2018 com o tema Fraternidade e su-peração da violência e com o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). A abertura se deu no contexto de uma celebração da Palavra presidida pelo Bispo Diocesano com a participação de grande número de padres, diáconos, seminaristas, religiosas e grande número de fiéis leigos que vieram de suas co-munidades e paróquias. Em sua homilia Dom Manuel realçou o objetivo geral da Campanha que é construir a fraternidade promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Vide abaixo um breve resumo de sua homília:

• Em nossas ações pastorais, três pre-ocupações inerentes ao anúncio por uma cultura de paz devem ser observadas: a fraternidade, a ternura e a compaixão.

• A solução está na educação para a paz, para a harmonia entre as pessoas. Então, colocar a proposta da criação de uma cul-tura de paz de forma alguma é uma utopia impossível. A paz deve ser fortalecida e formada em diversas dimensões: pessoal,

DIOCESE ABRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2018

espiritual, social e ecológica.• Os primeiros cristãos davam à fraterni-

dade, à comunhão um grande apreço. Essa comunhão era manifestada em três dimen-sões: A comunhão da Palavra; Um grande amor à Eucaristia; A comunhão fraterna.

Quero me colocar ao lado de quem produz violência para chamá-lo à conver-são, que a Virgem Maria, Nossa Senhora da Paz e São Miguel Arcanjo nos protejam e nos ajudem nessa caminhada em busca da verdadeira Paz!

FONTE: http://www.diocesesaomiguel.org.br

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo

DOM MANUEL PARRADO CARRAL

QUARESMA E PÁSCOA:

VIDA PRESENTE E

VIDA FUTURA

EDITORIAL

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O SANTUÁRIO DA PENHA MARÇO DE 2018 3PUBLICIDADES

“O EVANGELHO É A GRANDE LUZ QUE NÃO SE APAGA E NOS GUIA NO CAMINHO DA VIDA”

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 20184FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

ROBERTO ALVES DE OLIVEIRA | Equipe de Comunicação

Ivone Camargo Nogueira Min. da Eucaristia 09/marMarta Aparecida D’Anna Ap. Sag. Coração de Jesus 10/marAparecida Regina de S. Braz Dizimista 11/marCarlos Alberto Ribeiro Dizimista 12/marCristiana Golhi Macedo Ap. Sag. Coração de Jesus 14/marEliza Xavier Min. da Eucaristia 14/marEvanil Pontes de Souza Dizimista 15/marMarinez Fernandes Nunes Dizimista 17/marVera Lucia Dias Siqueira Souza Dizimista 17/marRoberto Pires e Família Dizimista 18/marDoraci Abreu Rudge Dizimista 19/marAmado Sebastião Moreira Assinante 20/marAngelique Nicorezes Machado Congregação Mariana 21/marSilvana Ap. G. Alves de Oliveira Pastoral do Batismo 21/marAlbertina Muniz da Silva Min. da Eucaristia 22/marFrancisco Sebastião Egidio Equipe de Acolhida 24/marEmilia Terezinha Costa Tierno Equipe de Acolhida 24/marLeni Vera da Silva Candido Dizimista 24/marAnete Carlucci Assinante 25/marManoel Barbosa Borer Dizimista 25/marAlexandre Campos Luis Dizimista 26/marIdalina Conceição Machado Dizimista 26/marFelix Banhos Dizimista 30/marAlzira Chede Dizimista 30/marNathalia Spimpolo dos Santos Dizimista 30/marJosé Carlos Pereira Dizimista 31/marEsther Galves G. Mauricio Congregação Mariana 04/abrRenato Navarro Sanches Dizimista 05/abrFilomena Rabello Mov. da Mãe Peregrina 06/abrCaroline Teixeira Ribeiro Dizimista 07/abrElvis Roberto Bertola Eq. de Com. e Acolhida 07/abrLeonardo Caetano de Almeida Diz. e Eq. Comunicação 08/abrMaria Odete Santos Pinfildi SASP 08/abr

AGENDA PAROQUIAL de MARÇO e ABRIL04/mar Encontro de Formação para Equipe de Batismo, às 16h00, na Basílica.10/mar Encontro da Semana Santa na Catequese da Basílica de N. Sra. da Penha.10/mar Formação para Coroinhas, das 09h30 às 11h30, na Basílica de N. Sra. da Penha.15/mar Terço dos Homens às 19h00, na Basílica de N. Sra. da Penha.17/mar Reunião de Formação para Catequistas, das 15h00 à 17h00, na Basílica.17/mar Pastoral do Batismo - palestra para pais e padrinhos ás 18h00, na Basílica.18/mar Pastoral do Batismo – celebração do batismo às 09h00, na Basílica.18/mar Caminhada Penitencial da Par. Bom Jesus do Cangaíba à Basílica de N. Sra. da Penha às 15h00.22/mar Terço dos Homens às 19h00, na Basílica de N. Sra. da Penha.24/mar Formação para Coroinhas, das 09h30 às 11h30, na Basílica de N. Sra. da Penha.25/mar à 01/abr Semana Santa na Basílica – programação completa na página 02.30/mar Sexta Feira Santa: Adoração com as crianças da Catequese das 10h00 às 11h00.05/abr Terço dos Homens às 19h00, na Basílica de N. Sra. da Penha

PARA VOCÊ LEMBRAR!

CONFISSÕES INDIVIDUAIS

MISSAS NA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA PENHA:2ª feira às 15:00 h, no Ossário.4ª feira às 15:00 h (Novena Perpétua) 6ª feira às 15:00 h. (Pelos Enfermos)DOMINGO às 07:30 h, 10:30 h e 19:00 h.MISSA DO DIA 08: Missa de Nossa Senhora da Penha na Basílica às 07:30 h; 15:00 h e 19:00 h.MISSAS NA COMUNIDADE NOSSA SENHORADE FÁTIMA:Todos os Domingos às 09:00 h.

MISSAS NO SANTUÁRIO EUCARÍSTICO:3ª a 6ª feira às 07:15 h e 17:00 h.Sábado às 07:15 h e 16:00 h.DOMINGO às 9:30 h.MISSAS NA IGREJA DO ROSÁRIO: CELEBRAÇÃO DA PALAVRA NA IGREJA DO RO-SÁRIO:Todo primeiro domingo do mês às 10:00 hMISSA NA CAPELA DO CLUBE ESP.DA PENHA:2° Domingo do Mês às 09:00 h.

GRUPO DE ORAÇÃO – MISERICÓRDIA DIVINA:6ª feira 19:30 h na Igreja do Rosário.GRUPO DE ORAÇÃO – RENOVADOS PELO ESPÍRITO:Domingo às 16:30 h na Igreja do Rosário.CATEQUESE: Sábado das 09:00 h às 11:00 h.TERÇO DOS HOMENS: 5ª feira as 19:00 h, na Capela

do Santíssimo da BasílicaBATIZADOS e CASAMENTOS: Marcar de2ª à 6ª feira das 08:30 h às 11:30 h e das14:00 h às 17:00 h e Sábado das 08:30 hàs 11:30 h e das 14:00 h às 15:30 h nasecretaria da Basílica.

SANTUÁRIO EUCARÍSTICO DIOCESANO:Terça à Sexta: das 09:00 h às 12:00 h e das 15:00 h às 16:30 h

Sábado: das 09:00 h às 12:00 h.BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA PENHA:

Sexta: das 16:00 h às 17:30 h. - Sábado: das 14:00 h às 15:00 h.

NOTAS!O SANTÍSSIMO SACRAMENTOFica exposto durante o dia (exceto às 2ª feiras) no San-tuário Eucarístico Diocesano (Igreja Velha da Penha).

VISITA AOS DOENTES:Para receber a visita do Padre ou de Ministros (as) para comunhão, neces-sário agendar na livraria ou na secre-taria (deixando: endereço, telefone e

horários mais convenientes).

CAMPANHA DOS ALIMEN-TOS PARA AS

FAMÍLIAS CARENTES:Trazer como ofertório nas missas do dia 08 de cada

mês, na Basílica.

SECRETARIA DA BASÍLICASegunda à Sexta-Feira das 08:30 h às 12:00 h e das 14:00 às 17:30 h

Sábado das 08:30 h às 12:00 h e das 14:00 às 16:00h. A secretaria está fechada aos Domingos e Feriados

Dízimo do mês de Fevereirode 2018 - R$ 7.246,50Ganhador(a) da Bíblia sorteada em 08 de Fevereiro 2018

Iolanda Notte – Nº 190

PASTORAL DO DÍZIMO

ÓRGÃO INFORMATIVO E FORMATIVO DA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA PENHA PADROEIRA DA CIDADE DE SÃO PAULO DIOCESE DE SÃO MIGUEL PAULISTA | RUA SANTO AFONSO, 199 – FONES: 2295-4462 – SÃO PAULO.

Site: www.basilicadapenha.com.br / e-mail: [email protected]://www.facebook.com/basilicanossasenhoradapenha

• DIRETOR: Pe. Edilson de Souza Silva • EDITOR: Roberto Alves de Oliveira • JORNALISTA RESPONSÁVEL: Ricardo Bigi - MTb 39.450 • SUPERVISÃO DE TEXTO E DIGITAÇÃO: Soleimar Maria Rossi e Roberto A. de Oliveira • REVISÃO: Eduardo Mazzocatto • RELAÇÕES PÚBLICAS/ COMERCIAIS: Roberto A. de Oliveira e Elvis R. Bertola • ASSINATURAS: José Pinfildi Filho • RE-PORTAGEM e PESQUISAS: Roberto A. de Oliveira • COLABORADORES: Pe. Edilson de Souza Silva, Elvis Roberto Bertola, Soleimar M. Rossi, Roberto A. de Oliveira, Ralph Rosário Solimeo, Claudio e Maria Pincinato, Emilia T. Costa Tierno, Paulo Imparato, Marta Ap. L. de Ana, Marilena Alfano Teixeira Lima, Leonardo C. de Almeida e Atílio Monteiro Jr. • ILUSTRAÇÕES e FOTOS: Roberto A. de Oliveira, Memorial Penha de França, Inventy Soluções Criativas, site da Diocese de São Miguel Paulista • TIRAGEM: 3.000 exemplares • DIAGRAMAÇÃO: José Hildegardo– Fone: (88) 99974-9086 • FOTOLITO e IMPRESSÃO: Atlântica Gráfica e Editora Ltda Fone: (11) 4615-4680.

As matérias assinadas são de total responsabilidade de seus autores, isentando este jornal de qualquer responsabilidade sobre as mesmas.

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O SANTUÁRIO DA PENHA MARÇO DE 2018 5PUBLICIDADES

“É FELIZ QUEM COMPREENDE E ACOLHE O AMOR DO PAI QUE É NOS OFERECIDO NA GRATUIDADE”

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 20186

da nossa impotência diante de nós mesmos, pois somos pó e cinza, recorda que nossa arrogância e soberba nada são, mas ao mes-mo tempo, as cinzas também já constituem um elemento pascal. Recorda-nos que, seremos pó, mas aponta que essa finitude se tornará ressurreição, “Pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção” (Sl 15, 10). Ora, o que o belo salmo 15 profetiza sobre o Cristo é extensivo a cada membro de seu corpo. Res-suscitaremos com Ele!

Em 2018, a Igreja no Brasil nos oferece como tema da Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e superação da violência” e o lema: “Vós sois todos irmãos”. A violência, nas suas diversas manifestações, é um aspecto do pe-cado pessoal e social tão próximo de nós, mas é também um convite para manifestar a Vida do Ressuscitado tra-balhando para que haja menos violência onde vivemos. A começar dentro da própria casa. Mas também na comuni-dade, no trabalho, no trânsito, no laser. Quanta violência poderíamos evitar a partir de um simples “desculpe”, “por favor”, “obrigado”.

Vivamos este tempo de graça que Deus nos concede mais uma vez neste ano, quem sabe, de maneira mais amadurecida e cons-ciente para uma eficaz conversão. Cada um de nós conhece os pon-tos fracos da sua personalidade, onde somos mais frágeis, mais pusilânimes. Façamos o propósito de melhorar a partir de uma “de-cidida decisão”, que nos leva a uma efetiva conversão. Conversão essa que não é trabalho apenas para a Quaresma, mas caminho para cada dia da vida, aprendendo de Jesus, nosso modelo maior, a nos configurarmos cada vez mais a Ele, a fim de que na nossa Páscoa definitiva da eternidade possamos cantar com o salmo 15: “Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a Vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!”. (Sl 15, 11)

ATÍLIO MONTEIRO JÚNIOR

NON NISI TE, DOMINE

FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

Adentramos o Tempo Qua-resmal, com o rito da imposição das cinzas. Ouvimos a Palavra de Deus que nos exorta à conversão. “Hoje é o tempo favorável, hoje é o dia da salvação” (2Cor 6,2). Deus nos concede a cada ano um “grande retiro” eclesial para que, fazendo uma pausa nas ocupações cotidianas, trabalhemos mais in-tensamente a maior e mais grave causa pela qual devemos viver: a nossa santificação. Para isso, faz-se mister colocar diante dos olhos tudo aquilo que o Senhor Jesus e a Santa Igreja nos ensi-nam: vigilância, oração madura e frequente, esmola no sentido mais profundo de doação de si mesmo aos demais, sobretudo os mais pobres e jejum de tantas coisas inúteis – não apenas de comida – mas de atitudes. Como faria bem se as pessoas, por exemplo, fizessem jejum da língua... Ao invés do mote “beba com moderação”, que é salutar, “fale com moderação” seria muito melhor. Jejum de celular, de televisão, de consu-mismo, de preguiça, de egoísmo, de vaidade e de inveja, para citar apenas alguns exemplos, seriam muito bem vindos em tempos de tanta futilidade e superficialidade

humanas. Esses exercícios que a Igreja nos propõe, devem, no entanto, levar-nos a criar espaço dentro de nós para Deus e os ir-mãos. Senão, tornam-se atitudes farisaicas, vazias se feitas por si mesmas. Enfim, o que deve mover nossa vivência quaresmal é o amor. É por amor a Deus que perdoamos. É por amor que O buscamos na oração. É por amor que tentamos nos desvencilhar de tudo o que nos afasta Dele. É por amor que ouvimos o apelo do profeta: “Voltai para mim com todo o vosso coração!” (Jl 2,12). E que maravilha se meditarmos que, apesar de nossos pecados, defeitos de caráter e modos tremendamente egoístas, podemos contar com a in-comensurável misericórdia do Senhor. “Se vossos pecados forem escarlates, se tornarão brancos como a neve. Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã!” (Is 1, 18).

Toda vivência espiritual e os exercícios quaresmais devem nos predispor a desejar o único neces-sário: Jesus mesmo. Ele deve ser o nosso desiderato a todo o momento. Quem fez a experiência de Jesus Cristo, que é uma pessoa, não uma ideologia, alguém que é a razão do nosso viver, não poderá desejar nada mais, mas dirá com o Apóstolo: “Já

não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Este era o sentimento que brotava do profun-díssimo amor a Jesus, que animou toda a vida do grande Santo Tomás de Aquino. Conta-nos o seu biógrafo mais próximo, Frei Guilherme de Toc-co, que narra a seguinte passagem muito forte da vida do grande santo doutor: no convento de Nápoles, Frei Domingos de Caserta, que exerce funções de sacristão, repara que Tomás desce do seu quarto, antes de matinas, até a igreja e, apenas o sino toca e supõe os companheiros prestes a despertar, volta para cima, como se quisesse não ser descober-to. Frei Domingos resolve, um dia, saber o que se passa. Levanta-se mais cedo, e, ao ver Frei Tomás sair da cela, segue-o, oculto, à capela de S. Nicolau. Aí, surpreende o mestre dominicano imerso em profunda oração. E, com grande espanto, observa que o seu corpo se levanta no ar. Dentro de alguns momentos, na penumbra silenciosa da capela, soa uma voz misteriosa, que vem do crucifixo erguido sobre o altar: - Tomás, escreveste bem sobre mim. Que receberás de mim como recom-pensa do teu trabalho? De joelhos, transportado de fé e de amor, Tomás exprime na sua reposta a plenitude

do seu ardor místico, feito do mais puro desinteresse:

- Senhor, nada senão Tu! (Non nisi Te, Domine).

Esta cena pitoresca da vida de um santo (dos maiores que a Igreja teve) mostra-nos bem os efeitos da graça de Deus quando a ela corres-pondemos. Tomás já vivia aqui na terra a realidade pascal, em íntima união ao Cristo morto e ressuscitado. Tudo o que fazia, toda sua grande obra, era por Ele, com Ele e Nele. Mas esta realidade é oferecida a todos nós desde o batismo. Somos chamados à santidade a cada mo-mento da nossa vida. O problema é que carregamos na nossa estrutura humana a divisão fatídica do pecado que sempre de novo quer fazer re-viver o homem velho e, não poucas vezes, cedemos. O Tempo Quaresmal tem também esse efeito, isto é, de nos fazer retomar a caminhada de união amorosa a um Deus que por amor se fez um de nós, morreu por nós e ressuscitou por nós.

As cinzas que recebemos no início da Quaresma, lembra-nos

CANTINHO DO LEITOR O poder da prece

Uma pobre senhora entrou num armazém, aproximou-se do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos. Ela explicou que seu marido estava muito doente e não podia tra-balhar, e que tinha sete filhos para alimentar.

O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse de seu estabelecimento.

Pensando na necessidade de sua família, ela implorou: “Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que o tiver...”

No balcão ao lado, um fre-guês aproximou-se do dono do armazém e lhe disse que ele

deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta. Então, o comerciante falou para a pobre mulher: - Você tem uma lista de mantimentos? – Sim – respondeu ela. Muito bem, coloque a sua lista na balança e, o que ela pesar, eu lhe darei em mantimentos. A pobre mulher retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança.

Os três ficaram admirados, quando o prato da balança com o papel desceu. Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante comen-tou contrariado: - Eu não posso acreditar!

O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimen-tos no outro prato da balança. Como a escala da balança não equi-librava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos, até não caber mais nada. Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado, pois não era uma lista de compras, mas uma oração que dizia: “Meu Deus, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isso em suas mãos”.

O homem deu as mercadorias para a pobre mulher silenciosa-

mente, que agradeceu e deixou o armazém. O freguês pagou a conta e disse: Valeu cada centavo! - Só mais tarde, o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado. En-tretanto, só Deus sabe o quanto pesa uma prece.

NAIR Ministra da Eucaristia

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O SANTUÁRIO DA PENHA MARÇO DE 2018 7

“É PRECISO VER EM NOSSOS DIAS A AÇÃO DE DEUS, POIS ELE CONTINUA A AGIR NO MEIO DE NÓS”

PUBLICIDADES

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 20188FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

Em razão das solenidades co-memorativas dos quinhentos anos do protesto de Lutero, a questão das indulgências voltou à discussão, pois foi este o pretexto que aquele frade usou para romper com a fé católica e dar início à sua igreja.

Assim, embora já tenha tra-tado destes assuntos, nesta folha, sobre as indulgências, por ocasião das comemorações do ANO DA FÉ, instituído Papa Francisco em 2013 e sobre Lutero, em maio passado, volto ao tema das indulgências, apresentando um trecho de um arti-go de Sérgio Bertoli, publicado pela ABIM, Agência Boa Imprensa, que julgo bem interessante e oportuno.

“A grande Santa Teresa d’Ávila teve uma visão de Nosso Senhor, durante a qual ela viu no Céu uma religiosa de sua Ordem, que era pouco fervorosa. Espantada, quis saber por que a mesma se livrou tão rapidamente do Purgatório. O

Divino Redentor então lhe respon-deu: “Ela soube aproveitar bem as indulgências que a Santa Igreja lhe concedia”.

Explicarei do modo mais sucinto e didático possível como um católico pode obter facilmente uma indul-gência plenária, e também como ele pode ir diretamente para o Céu sem passar pelo Purgatório, bastando re-zar algumas orações durante a vida.

Nada disso é impossível aos ca-tólicos que têm uma vida de piedade normal. Não se requerem méritos nem “truques” pessoais, pois os benefícios advindos das indulgências nos são fornecidos pelos méritos in-finitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Virgem Santíssima e dos santos.

Tudo está claramente definido no Manual das Indulgências, documento oficial da Santa Igreja, do qual colhi as condições, normas e vantagens para a obtenção durante a vida da remissão das próprias penas, bem

como as vantagens decorrentes, como exponho a seguir.

A remissão das penas temporais devidas aos PECADOS JÁ PERDOADOS, pode ser obtida de várias maneiras: por atos de penitência voluntária, jejuns, sofrimentos no Purgatório, ou através das indulgências.

São seis as condições para se receber uma indulgência plenária:

1 – Ter a intenção de rece-bê-la. Pode ser uma intenção genérica, enunciada no começo do dia, uma vez por semana ou até uma vez por mês.

2 – Confessar-se. Uma única confissão vale para muitas indul-gências plenárias.

3 – Comungar. Uma comunhão vale apenas para uma indulgência plenária.

4 – Rezar pelas intenções do Santo Padre. Pode ser um Padre-Nosso e uma Ave- Maria.

5 – Não ter apego ao peca-

FORMANDO COM A IGREJAIndulgências II

do, mesmo venial. Isto não significa a exigência de a pessoa não cometer pecado, mas sim de não ter apego a ele e desejar abandoná-lo.

6 – Execução da obra. Dou cinco exemplos de atos fáceis de serem realizados:

a) Meia hora de visita ao Santíssimo Sacramento.

b) Rezar um terço em família, em grupo, ou com algum amigo.

c) Ler durante meia hora um dos livros da Bíblia Sagrada.

d) Ensinar o Catecismo duran-te meia hora.

e) Assistir a uma Primeira Comunhão. Além de ganhar uma indul-

gência plenária todos os dias, o fiel que ao longo de sua vida rezar — uma vez por semana, por exem-plo — uma oração (a Alma de Cristo ou qualquer outra) fazendo uso de um crucifixo, receberá uma indulgência plenária no momento de sua morte.

Uma dádiva como esta consti-tui uma verdadeira misericórdia de Deus, desde que queiramos e nos esforcemos para viver na Sua ami-

zade. Ela nos induz a abandonar o pecado e nos livra dos pesos de consciência que sempre acompa-nham o estado de pecado grave.

Aproveitemos todas as indul-gências que nos são concedidas para o nosso proveito, o bem das almas e as necessidades da Santa Igreja, mas principalmente para a maior glória de Deus Nosso Senhor.”

Lembremo-nos que as indul-gências não perdoam os nossos pecados, isto só a Confissão, seguida de um sincero arrependi-mento, o faz: as indulgências nos livram das penas do Purgatório, ou reduzem o nosso tempo de perma-nência naquele lugar de expiação.

RALPH ROSÁRIO [email protected]

Dia Internacional da Mulher

SASP

Ser mulher é uma dádiva, um presente de Deus. O Criador nos fez um misto de fragilidade e fortaleza. Somos frágeis no corpo e nas emoções, mas fortes na sensibilidade e na intuição. Somos sonhadoras, observadoras e detalhistas. Somos amigas, atentas e compreensivas.

A nossa força não vem dos músculos nem da estrutura fí-sica. A nossa força está na fé, na esperança, na perseverança. Conseguimos enxergar além dos semblantes. Conseguimos deci-frar o que está por trás das pa-lavras. Conseguimos sentir além dos gestos. O Criador implantou em nós um radar de sentimento, um raio-X de amor.

O Deus Todo Poderoso nos fez seres especiais. Fomos feitas para auxiliar, ajudar, comple-mentar, gerar, cuidar, educar, compreender, sentir e amar. Deus

nos fez para sermos virtuosas e preciosas. Ele nos fez detentoras de características ímpares, de peculiaridades únicas.

Ser mulher é um grande de-safio e ser mulher cristã é um desafio ainda maior porque Deus determinou para nós o seu ideal de virtude e beleza. A beleza pro-veniente de uma alma submissa. A beleza que vem do coração e se reflete no rosto. A formosura proveniente da alegria de servir ao Criador. Toda mulher cristã tem como padrão divino e modelo bí-blico, a mulher virtuosa. Ela serve de exemplo para todas aquelas que desejam agradar a Deus.

A Bíblia nos ensina que a mulher virtuosa tem a confiança do marido. É disposta, diligente e prudente. Sabe liderar sem governar. Sabe providenciar sem negligenciar. É próspera, sábia e produtiva. É forte na lida, nas

tarefas, na labuta da vida. Está atenta a sua casa e estende a mão ao necessitado. Não teme a escassez nem as adversida-des, ela é atenta e precavida.

A mulher virtuo-sa veste e é vestida. Serve e é servida. Louva e é lou-vada. A mulher virtuosa é exemplo no lar, na igreja e na sociedade. Ela deixa a sua marca na casa, no marido, nos filhos, nos irmãos de fé, nos parentes de sangue, na comunidade onde vive e por onde passa.

Ela é forte, honrada e alegre. Fala com sabedoria. A sua língua serve de remédio, alimento, con-solo e edificação. Esta é a mulher projetada por Deus. Digna de hon-ra. O seu trabalho é louvado nas portas. Não precisa se apresentar, mas o seu Deus é apresentado em sua vida.

Mulher cristã, Deus te deixou o modelo a seguir. Seja você filha, mãe, esposa, avó, profissional, dona de casa, não esqueça: seja

acima de tudo serva do Deus Altíssimo e te irás bem. Tudo que fizer prosperará e o nome do Senhor será glorificado em teu viver.

Parabéns pelo seu dia! Dia da Mulher! Dia daquela que foi feita para ser honrada e louvada aos olhos humanos. Dia daquela que foi feita para ser virtuosa e preciosa aos olhos do Pai.

FONTE: http://crissou-zalucena.blogspot.com.

br/2011/01/cronica-dia-inter-nacional-da-mulher.html

por ROBERTO A. de OLIVEIRA

Equipe do Terço dos Homens

CRÔNICA “Entrega o teu caminho ao SE-

NHOR, confia n’Ele e Ele tudo fará. ( Salmos, 37:5)”

Estamos vivendo o tempo da Quaresma, quando nos preparamos para a Páscoa do SENHOR, momento de união, de parar para refletir, de ver a vida diferente, de ver gente como a gente. JESUS morreu e ressuscitou para mostrar ao mundo o verdadeiro sentido da vida, a necessidade de termos ideias novas, novos compor-tamentos, novas atitudes, enfim, um novo modo de ser. Todos nós pretendemos uma vida nova, mas não abandonamos as coisas velhas e empoeiradas dentro de nós. Quantos almejam uma vida feliz, contudo tei-mam em deixar para trás recordações tristes que impedem a felicidade de se aproximar. Em nossas reflexões, neste temo quaresmal, vamos nos vestir de coragem, alegria, bom ânimo, perdão, confiança e perseverança. Que Jesus, que em suas palavras, tanto exaltou o perdão, faça-nos fortes para cumprirmos nossa missão. Só assim, no final deste tempo, teremos uma vida renovada.

SOLEIMAR MARIA ROSSIEquipe do SASP

Serviço Social da Penha

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O SANTUÁRIO DA PENHA MARÇO DE 2018 9PUBLICIDADES

“QUARESMA É O TEMPO DE FIRMAR UM POUCO MAIS NOSSA VIDA NA PALAVRA DO SENHOR”

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 201810

A partir de minhas leituras diárias, deparei-me com este texto abaixo, que com muito amor e carinho transmito a vocês, irmãos, leitores (as) deste Santu-ário da Penha; órgão informativo e formativo da Basílica de Nossa Senhora da Penha – padroeira da cidade de São Paulo.

Achei propício e salutar para os que tiveram a oportunidade de lê-lo e aos que não tiveram acesso e privilégio desta informação: “Para bem celebrar a Liturgia”.

O termo “liturgia”, provenien-te do grego clássico (leitourgia), em sua origem indicava a obra, a ação ou a iniciativa assumida li-vremente por um particular em fa-vor do povo, do bairro, da cidade

FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

NOS CAMINHOS DE MARIA Maria e o Mistério da Redenção

MINISTÉRIO DA EUCARISTIA

Dentro de algumas semanas, celebraremos o Mistério central de nossa fé – Paixão, Morte e Res-surreição do Senhor – na Semana Santa. No período da Quaresma e do Tríduo Pascal, a Igreja volta suas atenções para o Cristo Servo Sofredor, que, Vitorioso, ressurge da morte, trazendo-nos a Vida em plenitude. Ao lado de Jesus, encontramos Maria, participante e colaboradora dos mistérios da redenção. A piedade popular, por sua vez, invoca a Mãe de Deus através de diversos títulos que aludem à Paixão de Cristo: Senhora das Dores, da Piedade, da Agonia, da Soledade, das Angústias, do Calvário etc. Mas a participação da Virgem vai muito além de sua presença apenas como assistente ao lado do Filho Crucificado...

Aquilo que a Igreja identifica como as Sete Dores de Maria são referências a episódios marcantes da participação ativa de Maria no projeto salvífico, isto é, na vida de Jesus Cristo e da sua comunidade, ainda que Ela tenha sofrido por

isso, tal como profetizou Simeão: “Quanto a ti, uma espada de dor te transpassará a alma” (Lc 2,35). Assim, a devoção popular medita e cultiva, com grande afeição, apre-ço e identificação, as sete dores de Maria Santíssima (1- Profecia de Simeão; 2 – Fuga para o Egito; 3 – Perda de Jesus no Templo; 4 – Encontro no Caminho do Calvário; 5 – Aos pés da Cruz; 6 – Descendi-mento da Cruz; 7 – Sepultamento de Jesus). E faz isso através de uma série de cerimônias e pro-cissões quaresmais e de Semana Santa que perpetuam tais dores de acordo com a tradição dos lugares: Procissão do Encontro, Via Matris, Descendimento da Cruz e Pro-cissão do Enterro; Setenário das Dores; Comemoração de Passos; Celebração das Sete Dores; Terço doloroso, entre outras.

Vamos nos ater, nestas linhas, ao encontro dorido entre o Divino Mestre, com a cruz às costas, e sua Mãe Santíssima, aflita, no caminho para o Calvário, no lugar chamado, pela tradição, “Rua da Amargura”. Ali, o Senhor

dos Passos e a Senhora das Dores trocam, talvez por apenas alguns segundos, no meio da multidão em polvorosa, um olhar que penetra os corações chorosos e sofridos de ambos. Esse encontro, apesar de brevíssimo, acalenta e acalma o íntimo de Jesus e de Maria. Jesus não se sente mais sozinho, tem a certeza da companhia afável de sua Mãezinha, que, como quando criança, toma-lhe pela mão no momento do desespero, ainda que apenas em pensamento por conta da situação crudelíssima. Maria, mulher fortíssima, apesar de sofrer duplamente, por Ela e pelo Filho, sente um reconforto ao encontrar o seu Jesus: não O abandona; pelo contrário, caminha com Ele e, apesar do flagelo em sua alma e da aparente impotência ante a injusta condenação de Cristo, nutre a esperança na futura res-surreição do Filho amado. Uma nova realidade, apesar da dor inevitável, instaura-se a partir daquele encontro.

Essa cena, transposta para nossos dias, faz-nos pensar em

Maria, como Mãe, que vem, so-lidária, ao encontro de nossa nação sofrida, que carrega tantas pesadas cruzes, particularmente geradas, como nos lembra a CF-2018, pela violência, presente dentro de nós mesmos, nos lares, nas ruas das cidades, no campo, na escola, no mundo do trabalho, nas estradas e em todas as situ-ações em que existem o medo e a exploração da pessoa, e onde a paz, a justiça e o perdão não estão presentes. Pensamos em Maria que, a partir desse encontro com o povo brasileiro, alerta-nos para lutarmos por iniciativas e políticas públicas que sirvam, de fato, à construção da cultura da paz e não a interesses de líderes e poderosos opressores que fomen-tam a intolerância e a violência. A Mãe de Deus acompanha-nos, pela Rua da Amargura, na firme esperança de vida nova, de “novos céus e nova terra” (cf. Is 65,17), a partir do seguimento do Res-suscitado, que destrói a dor, o medo e a morte. Identificamo-nos, assim, com a cruz de Cristo, a ela nos associamos e nos seus rastros caminhamos, seguindo, como leigos conscientes, o mandato de Jesus: “Se alguém quer me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16,24).

Lembramos, por fim, da ima-gem de Nossa Senhora do Triunfo ou da Alegria (coroada, em alguns lugares, no Domingo de Páscoa). Trata-se da mesma Senhora, an-tes chamada “das Dores”, mas, agora, gloriosa e participante das alegrias da Ressurreição do Filho Libertador. Na experiência cristã legítima, para se chegar à alegria, à coroa de glória, pas-sa-se, necessariamente e com resignação, pela cruz, pela dor da espada. Foi assim com Maria. Seja assim conosco, seguidores do seu Filho, Sol perene do Domingo da Ressurreição!

LEONARDO CAETANO

DE ALMEIDAEquipe de Comunicação e

Associado da Academia Marial de Aparecida

Tempo da Quaresma Paixão e Morte de Jesus

ou do estado. Na tradução grega do Antigo Testamento, chamada dos Setenta, liturgia indicava sempre, sem exceção, o serviço religioso prestado pelos levitas a Javé, primeiro na tenda e depois no templo de Jerusalém. “Com razão, pois, a liturgia é tida como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual mediante sinais sensíveis, é significado de modo peculiar a cada sinal reali-zado a santificação do homem; e é exercido o culto público integral”, pelo Corpo Místico de Cristo, (Ca-beça e Membros) (sc7).

Naturalmente começamos a refletir sobre quem preside a liturgia. Ele é alguém que está à frente não para ser exaltado, mas

para presidir o que vai acontecer. É sempre bom lembrar que deve agir humildemente em nome do Senhor. É o ministro constituído pelo Sacramento da Ordem. Aque-le que completa o que o Senhor confiou as sua mãos.

O sacerdote não celebra para si, mas para os fiéis. A inspiração vem da contemplação do próprio Cristo Jesus, pois não fazemos outra coisa senão contemplar o Senhor e realizar os seus gestos para fazer o que Ele fez antes da sua Ascenção aos Céus. É de gran-de importância à organização das pessoas que ajudam a quem presi-de, para que haja uma celebração que estimule e realize o que se vai celebrar. Todo o esforço que se faz, para preparar a celebração da Eucaristia, de maneira proveitosa e louvável.

Deus confia aos Ministros Ordenados à graça de atualizar

o sacrifício redentor, morte e ressurreição de Jesus, na celebração eucarística. Portanto, não temos o direito de fazer a nosso modo, como nos agrada, mas o dever de fazer o que de fato é. Pela força do Espírito Santo agimos, em nome de Cristo, na transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo, nosso Senhor. Pretenda-mos, portanto, durante este Ano do Laicato e todos os anos que se seguem a contemplarmos com mais amor, respeito e admiração a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, na Santa Missa. Va-lha-nos a graça da misericórdia do Senhor Jesus, e agradeçamos continuamente a Providência Divina, que nos acompanha ao longo de nossa existência com sua permanente assistência, ao sentarmos a volta deste banquete espiritual. Amém!

Aprofundamos neste mês de março, o que Jesus nos propõe: a contemplação da Via Sacra; Domingo de Ramos; sua Paixão, Crucificação e Morte. Que possa-mos refletir sempre: o seu Amor por nós, e o nosso amor por Ele. Nosso Senhor Jesus Cristo, pieda-de de nós.

Com muito amor, carinho e respeito – uma amiga cristã.

EMÍLIA TEREZINHA COSTA TIERNO

Ministra da Eucaristia

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O SANTUÁRIO DA PENHA MARÇO DE 2018 11PUBLICIDADES

“A PALAVRA NOS ENSINA A ACOLHER A VERDADE, VIVER NA LUZ E LIBERTAR-NOS DAS SEDUÇÕES”

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 201812

Se o amor de Cristo estiver em mim, posso doar-me plenamente ao outro, na certeza interior que mesmo se o outro me ferir eu não morrerei; caso contrário, teria que me defender. Os mártires oferece-ram a própria vida devido a esta certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Só se experimentarmos este poder de Cristo, o poder do seu amor, seremos realmente li-vres de nos doarmos sem medo. É este o significado da Missa: entrar nesta paixão, morte, ressurreição, ascensão de Jesus; quando vamos à Missa é como se fôssemos ao calvário, a mesma coisa. Mas pen-sai: no momento da Missa vamos ao calvário — usemos a imagi-nação — e sabemos que aquele homem ali é Jesus. Mas, será que nos permitiríamos conversar, tirar fotografias, dar um pouco de espetáculo? Não! Porque é Jesus! Certamente estaríamos em silêncio, no pranto e também na alegria de sermos salvos. Quando entramos na Igreja para celebrar a Missa pensemos nisto: entro no calvário, onde Jesus oferece a sua vida por mim. E assim desaparece o espetáculo, desaparecem as tagare-lices, os comentários e estas coisas que nos afastam de algo tão bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus.

Penso que agora é mais claro que a Páscoa se torna presente e ativa todas as vezes que celebra-mos a Missa, ou seja, o sentido do memorial. A participação na Eu-caristia faz-nos entrar no mistério pascal de Cristo, concedendo-nos a oportunidade de passar com Ele da morte para a vida, ou seja, no cal-vário. A Missa significa repercorrer o calvário, não é um espetáculo.

Disponível em: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2017/documents/papa-francesco_20171122_udien-za-generale.html (acessado em 30/01/2018).

FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO

GRUPOS DE RUADurante o mês de março

iniciaremos os encontros da Campanha da Fraternidade, com a reflexão do tema que é “Frater-nidade e Superação da Violência” e o lema “Em Cristo somos todos irmãos”, junto aos grupos de rua. Estamos também nos preparando neste Tempo da Quaresma para a festa máxima de nossa Igreja que é a Páscoa da Ressurreição: Jesus venceu a morte para sempre! O tema a ser refletido está muito presente no nosso dia a dia, não deixa de fazer parte em todos os segmentos de nossa sociedade. Os homens quando ouvem falar de violência se apegam sempre em tipos de violência como morte, furto, estrupo etc..., vol-tada ao ataque físico, voltada à criminalidade, mas ela também acontece dentro de casa, no ambiente de trabalho, no nos-so relacionamento social, pela condição social, pelo gênero, nos meios de comunicação e até nas intolerâncias das palavras. Devemos destacar um tipo de violência significativa que é aquela que atinge o seu irmão diretamente, como quando pes-soas estão com o coração aberto e acolhem o outro e, ao virar as costas, este o ataca com trai-ção, com uma mentira, e assim provocam grande decepção. Não podemos continuar convivendo com isto, devemos rezar muito e lembrar que em Cristo somos todos irmãos!

Toda a violência exclui, toda a violência mata. Com certeza

estamos no caminho certo para combatermos esta atitude tendo o privilégio de poder nos reunir rezando, refletindo e propagan-do aos demais que não tiveram esta oportunidade de participar dos encontros.

A Campanha da Fraternidade se iniciou no período da Quares-ma, na quarta-feira de Cinzas e diferente do que muitos pensam, ela não termina com a chegada da Páscoa, mas segue ao longo do ano todo.

Precisamos caminhar de mãos dadas e não de punhos cerrados. Essa é a melhor forma de lidarmos com essa Campa-nha. Chegamos à conclusão de que a violência é um problema social e que só diminuirá com a conscientização de todos para conseguirmos ter uma boa qua-lidade de vida.

Aproveitamos para desejar a toda comunidade penhense uma Páscoa renovada com a presença de Cristo ressuscitado e, quando nos sentirmos desmotivados, acreditemos que Deus está ca-minhando conosco.

MARILENA A. TEIXEIRA LIMA

Coordenadora dos Grupos de Rua

AUDIÊNCIA GERAL - Quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Prosseguindo as Catequeses sobre a Missa, podemos questio-nar-nos: o que é essencialmente a Missa? A Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo. Ela torna-nos partícipes da sua vitória sobre o pecado e a morte, e confe-re pleno significado à nossa vida.

Por esta razão, a fim de com-preender o valor da Missa deve-mos então entender em primeiro lugar o significado bíblico do “memorial”. Ele «não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas... tornam-se de certo modo presentes e atuais. É assim que Israel entende a sua libertação do Egito: sempre que se celebrar a Páscoa, os acon-tecimentos do Êxodo tornam-se presentes à memória dos crentes, para que conformem com eles a sua vida» (Catecismo da Igreja Católica, 1363). Jesus Cristo, com a sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu levou a cum-primento a Páscoa. E a Missa é o memorial da sua Páscoa, do seu “êxodo”, que cumpriu por nós, para nos fazer sair da escravidão e nos introduzir na terra prometida da vida eterna. Não é somente uma lembrança, não, é mais do que isso: significa evocar o que aconteceu há vinte séculos.

A Eucaristia leva-nos sempre ao ápice da ação de salvação de Deus: o Senhor Jesus, tornando-se pão partido para nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, de modo a renovar o nosso cora-ção, a nossa existência e a nossa forma de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos. O Concílio Vaticano II afirma: «Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, realiza-se também a obra da nossa redenção» (Cost. dogm. Lumen gentium, 3).

Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado. Partici-

par na Missa, em particular aos do-mingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser i luminados pela sua luz, abra-sados pelo seu calor. Através da celebração eucarística o Espírito Santo torna-nos partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal. E na sua passagem da morte para a vida, do tempo para a eternidade, o Senhor Jesus arrasta também a nós com Ele para fazer a Páscoa. Na Missa faz-se a Pascoa. Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele arrasta-nos em frente, para a vida eterna. Na Missa unimo-nos a Ele. Aliás, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele: «Estou crucificado com Cris-to — diz Paulo — , já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim» (Gl 2, 19-20). Paulo pensava desta forma.

Com efeito, o seu sangue liberta-nos da morte e do medo da morte. Liberta-nos não só do domí-nio da morte física, mas da morte espiritual que é o mal, o pecado, que se apodera de nós todas as vezes que somos vítimas do pecado nosso e alheio. E então a nossa vida é contaminada, perde beleza, perde significado, desfloresce.

Ao contrário, Cristo restitui-nos a vida; Cristo é a plenitude da vida, e quando enfrentou a morte aniquilou-a para sempre: «res-suscitando dos mortos, venceu a morte e renovou vida», confessa a Igreja celebrando a Eucaristia (Oração eucarística IV). A Páscoa de Cristo é a vitória definitiva so-bre a morte, porque Ele transformou a sua morte em ato supremo de amor. Morreu por amor! E na Eucaristia, Ele quer comunicar-nos este seu amor pascal, vitorioso. Se o recebermos com fé, também nós podemos amar verdadeiramente a Deus e ao pró-ximo, podemos amar como Ele nos amou, oferecendo a vida.

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O SANTUÁRIO DA PENHA MARÇO DE 2018 13

“JESUS CRISTO CUMPRIU A PROMESSA DIVINA E NOS REDIMIU PELA OBLAÇÃO DE SUA VIDA”

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 201814FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

“CRISTO NOS RECRIOU E FEZ NOVAS TODAS AS COISAS COM SUA RESSURREIÇÃO”

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“APRENDER COM JESUS E SEGUI-LO É DISPOR-SE A LAVAR OS PÉS UNS DOS OUTROS, COMO ELE FEZ”

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O SANTUÁRIO DA PENHAMARÇO DE 201816

“VIVAMOS NOSSA FÉ COM INTENSIDADE E ESCOLHENDO O QUE CRISTO ENSINA EM SEU EVANGELHO”

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