Sanidade

Mdico Veterinrio Werner Meincke

Diretor Tcnico Genetiporc. Introduo: A suinocultura brasileira vem apresentando uma forte tendncia de concentrao, onde por um lado se verifica uma reduo gradativa das propriedades envolvidas com a atividade e por outro, um aumento significativo dos plantis que permanecem em produo, o que tem motivado o aprimoramento, desenvolvimento e implantao de novos sistemas de produo bem como despertado tcnicos e produtores para necessidade de adoo de novos conceitos em relao a sanidade dos rebanhos. sabido que a ocorrncia de enfermidades nos rebanhos, diminui a lucratividade da operao por causar despesas adicionais e por reduzir o desempenho dos animais de reproduo e de engorda. Entre os principais efeitos deletrios das doenas nos animais de reproduo encontramos: Aumento de mortalidade de leites e porcas, reduo da natalidade e da taxa de pario e menores pesos dos leites ao nascimento .J no setor de crescimento e terminao, as doenas influenciam negativamente na rentabilidade devido os aumentos significativos nas taxas de mortalidade, custos com medicamentos e vacinas para o tratamento e preveno das mesmas, alm de piorar substancialmente a converso alimentar e o ganho de peso dirio, elevando por conseqncia o custo do kg produzido. Estes efeitos acarretam ainda na elevao dos custos de utilizao das instalaes e do capital empregado ,e depreciam a qualidade de carcaa. Em funo desta perda de lucratividade e aumento adicional de despesas relacionadas com doenas, existe um amplo incentivo para que tcnicos e produtores desenvolvam e programem tcnicas de manejo capazes de controlar ou reduzir a transferncia de agentes infecciosos entre os sunos de maneira simples e economicamente vivel. Classificao das granjas de acordo com o nvel de sade: a) Granjas Convencionais ou Abertas:

Enquadram-se nesta categoria a grande maioria das unidades de produo de sunos, especialmente as pequenas e mdias, por no possurem nenhum critrio de controle sanitrio rgido sobre a origem dos animais de reposio bem como pela total inexistncia de qualquer poltica de Biosseguridade. A grande maioria das unidades esto muito mal localizadas em regies de alta densidade populacional, o que torna invivel a implementao de qualquer medida tcnica que possa ser eficaz no sentido de transformar profundamente a realidade sanitria destas unidades.De acordo com dados publicados pela Embrapa, 100% dos rebanhos controlados da regio sul do pas apresentaram leses de Pneumonia Enzotica (PE) e Rinite Atrfica(RA), a nvel de frigorfico indicando que essas doenas esto amplamente disseminadas em nosso meio. De acordo com o mesmo estudo, estimou-se que para cada 100 sunos abatidos, perde-se cerca de trs devido a RA e dois e meio devido a pneumonias.

b) Granjas de Mnima Doena: Esta terminologia tem sido utilizada para aquelas granjas que possuem animais livres das principais doenas infecciosas, o que muitas vezes tem gerado confuso entre os produtores, pois os mesmos esperam que os animais destas unidades de produo estejam livres de todas as doenas. Em razo disso uma nova terminologia alternativa foi proposta e passou a ser chamada de Alto status de Sade.

c) Granjas com Alto status de Sade: Esta denominao descreve um rebanho com um nvel de sade reconhecido atravs da ausncia das principais doenas infecciosas de grande impacto econmico. O objetivo principal desta terminologia o de assegurar que cada rebanho mostre evidncias da continuidade de ausncia de doenas. Um aspecto muito importante a enfatizar, o fato de que esta terminologia no descreve animais como sendo livres de qualquer agente infeccioso, mas sim que observaes e testes diagnsticos indicam que determinada enfermidade est ausente do rebanho.

Tecnicamente falando, impossvel declarar-se qualquer rebanho como livre de um agente infeccioso, pois a qualquer momento algum animal do rebanho poderia estar em pleno perodo de incubao sem ainda apresentar sintomas clnicos naquele momento. . Sugesto de uma granja com um alto status de sade: Agentes que devem obrigatoriamente estar ausentes e aqueles que podem eventualmente estar presentes. Ausentes Podem estar presentes Febre Aftosa Parvovrus Pestes Sunas(Clssica/Africana) Ilete Aujesky Doena Glsser TGE Parasitas internos Varola Erisipela P.Enzotica Epidermite Exudativa Pleuropneumonia Leptospiras. R.Atrfica Streptococcus suis. Brucelose Salmonelose Disenteria Suna Sarna/Piolho Tuberculose SRRS (PEARS).

Estratgias e prticas de manejo utilizadas em nvel de granja para auxiliar no controle de doenas. Medicao estratgica- A medicao estratgica de sunos nas fases de crescimento e terminao tem sido usada como forma de controlar e em algumas situaes at eliminar doenas como: Disenteria suna, Pleuropneumonia, Pneumonia Enzotica, Rinite Atrfica, etc .Esta alternativa consiste em administrar altas doses de antibiticos por um curto perodo de tempo na fase de maior prevalncia da doena que se pretende controlar, com objetivo de reduzir os sintomas a nveis sub-clnicos .Devem ser considerados sempre os aspectos de custo/benefcio da medicao a ser implementada com correo dos fatores predisponentes. Adquirir animais de fonte nica: Animais advindos de uma nica origem, possuem um status sanitrio mais homogneo, com a maioria dos sunos sendo susceptveis ou resistentes as mesmas enfermidades. A mescla de animais de vrias fontes ou origens aumenta a probabilidade de transmisso de doenas entre os sunos com diferentes graus de imunidade. O estresse, pela imunodepresso que ocasiona, pode ser considerado como sendo um dos principais fatores predisponentes responsveis pela transmisso de enfermidades entre os sunos, que sabemos muito maior quando os animais provem de vrias origens, especialmente pelo transporte, realocao, disputas pela hierarquia social etc. Como esto bem mensurados os efeitos negativos advindos da mescla de sunos de vrias origens , fundamental que os produtores coloquem em prtica a poltica de adquirir o seu material gentico de uma nica fonte, objetivando desta forma minimizar os riscos de introduzir enfermidades que podem afetar a produtividade da unidade de produo. All-in/All-out: O termo all-in/all-out utilizado para a prtica de manejo que possibilita colocar e retirar todos os sunos ao mesmo tempo de uma determinada instalao. Existem evidncias claras que quando esta prtica de manejo passvel de ser aplicada nos diferentes setores de produo, os resultados gerais de desempenho especialmente em relao a converso alimentar e ganho de peso dirio, so superiores .Quando instalaes que eram manejadas em fluxo contnuo foram remodeladas com a intercalao de paredes divisrias, possibilitando a implementao do manejo all-

in/all-out, a prevalncia dos escores de leses por pneumonias foram reduzidas. Em suma podemos dizer que o manejo all-in/all-out pode ser efetivo para reduzir a prevalncia de enfermidades e o seu impacto sobre o crescimento, mas no capaz de eliminar todos os patgenos da unidade de `produo. O manejo all-in/all-out pode ser praticado em salas, pavilhes ou stios. Quanto maior for a possibilidade de isolamento dos animais, mais eficaz tende a ser a prtica. Produo de sunos em Mltiplos Stios: Sistemas de produo em mltiplos stios, os quais utilizam o mtodo de desmame isolado (ISOWEAN), no qual os leites so desmamados e levados para uma creche separada geograficamente da unidade onde nasceram, possuem muitas vantagens sobre os sistemas tradicionais ou clssicos de criao de sunos. a) Eliminao de agentes infecciosos sem a necessidade de depopulao b) Melhor desempenho dos animais de recria e terminao c) Expanso do rebanho de reproduo sem depopulao. d) Especializao e melhor eficincia da mo de obra.

Tradicionalmente, um sistema de produo de sunos de ciclo completo est localizado na mesma rea geogrfica, na qual os animais nascem e so criados at a idade de abate, ou so retirados da creche e enviados para granjas que s realizam as fases de recria e engorda. Existem alguns problemas importantes que so inerentes a este tipo de criao de sunos onde animais das mais diferentes idades convivem em um mesmo meio ambiente. Estes problemas so: a) Dificuldade de eliminao de doenas infecciosas b) Ocorrncia de situaes de doenas enzoticas e/ ou crnicas c) Altos custos com medicamentos, vacinas e honorrios veterinrios d) Aumentada morbidade do rebanho e) Dificuldades com o manejo ambiental das instalaes em termos de temperatura, ventilao e conforto animal.

Atravs do sistema Isowean, os estgios da criao de sunos podem ser separados da seguinte maneira: 1) Cobertura , gestao e maternidade. 2) Creche 3) Recria e terminao. Estes trs estgios podem ser alocados em um, dois, trs ou mltiplos stios, e tem sido utilizado com muito sucesso para produo de sunos livres de determinadas doenas para a povoamento de granjas novas e/ ou aquelas que foram depopuladas. As seguintes doenas e/ ou agentes infecciosos podem ser eliminados atravs do Isowean: Micoplasma hyopneumoniae Bordetela bronchiseptica Vrus de Aujesky Encefalomiocardite Serpulina hyodysenteriae Leptospiras Actinobaccilus Pleuropneu. Influenza suna SRRS (Pears) As doenas que no tem sido possvel eliminar atravs deste sistema de produo so: Parvovrus Haemophilus parasuis Estreptococcus suis tipo II Pasteurela multocida.

bastante difcil estabelecer com segurana uma distncia mnima requerida entre os vrios stios existentes em sistemas de produo com a tecnologia Isowean. Obviamente, se a eliminao de um ou mais agentes infecciosos a principal preocupao, distncias entre 1.5 a 3.0 km podem ser necessrios para preveno de transmisso de aerossis. No entanto, se uma melhora no desempenho geral do rebanho a principal vantagem desejada, ento distncias bem menores podem ser utilizadas com sucesso. Em reas com densidade populacional muito alta de sunos a distncia entre stios passa ter uma menor importncia no contexto de preveno de doenas. Isto ocorre porque durante o transporte dos animais entre stios os veculos estariam trafegando muito prximo as unidades contaminadas, aumentando deste modo a probabilidade de contaminao durante o transporte. Depopulao com repopulao: A depopulao de um rebanho contaminado, seguido de um vazio sanitrio e repopulao com animais livres de doenas, tm sido reconhecidas como um mtodo eficaz para o controle de doenas. Este mtodo tem sido utilizado com vrias finalidades: a) Para eliminar doenas especficas b) Para melhorar a produtividade e competitividade financeira. c) Para reduzir mortalidade e depreciao de carcaas em nvel de frigorfico. d) Para reduzir os custos com medicamentos e quimioterpicos. Observaes feitas em granjas que adotaram este mtodo, mostraram que houve uma melhoria de aproximadamente 10% na converso alimentar e ganho de peso dirio. Existem pelo menos trs causas principais que devem ser levadas em considerao e que normalmente no incentivam os produtores a adotar este mtodo a saber: a) Pode ser difcil de encontrar material gentico livre do patgenos que estamos querendo eliminar. b) Interrompe o fluxo de caixa e torna-se oneroso pelos investimentos em melhorias e reformas que normalmente so

necessrias. c) Os problemas normalmente observados em rebanhos jovens que podem deprimir a produtividade, tais como:

diarrias neonatais, eczema mido, aumento de natimortos e mumificados, reduo da natalidade, descargas vulvares, aumento do intervalo desmame cio etc.

Como forma de agilizar o reinicio das atividades e a primeira venda de sunos para abate aconselhvel vender os ltimos lotes de leites a serem descrechados ou ento termin-los em outro local com o que se pode obter um ganho de pelo menos 90 dias. Como manter o alto status sanitrio de uma populao de sunos?

BIOSSEGURIDADE

1) Definio So os protocolos colocados em prtica, que objetivam reforar o controle sanitrio, visando minimizar os riscos de introduo de doenas nas unidades de produo. Os protocolos de biosseguridade devem ser muito rgidos e devem levar em considerao todas as possibilidades. Um programa de trabalho abrangente, visando conscientizar todas as pessoas ligadas ao sistema de produo, deve ser desenvolvido em relao a poltica de biosseguridade adotada, para que juntos possam cumprir risca as normas estabelecidas. 2) Localizao das Granjas Um programa de biosseguridade inicia na prtica com uma criteriosa inspeo da rea onde pretendemos localizar a granja (fig3). Ateno especial deve ser dada a presena de outros sunos, ou outras unidades de produo de animais prximas rea, bem como a existncia de rios e rodovias. A distncia mnima exigida de outra unidade de produo de sunos de trs Km, com mnimo de um Km de distncia de rodovias e 300 m de outro tipo de explorao animal. 3) Movimentao de Animais A transferncia de animais entre setores ou mesmo entre stios deve ser realizada com veculo prprio especfico. Este veculo fica proibido de realizar qualquer tipo de transporte de outros animais e necessita ser higienizado, inspecionado e desinfetado aps cada utilizao. Quando necessitamos utilizar veculos de terceiros, estes devem respeitar um perodo de carncia de pelo menos trs noites aps a realizao do ltimo embarque de animais, especialmente quando destinados ao frigorfico. Cada veculo no pode realizar mais do que um carregamento dirio. A inspeo para verificao do grau de higiene e desinfeco antes de sua reutilizao fundamental. A manipulao de animais para o carregamento deve ser feita pelos funcionrios da granja, que aps a finalizao do trabalho no podero voltar diretamente para o interior da granja, mas sim dirigir-se pelo lado externo entrada principal para tomar banho, trocar as roupas e os calados. 3.1 Procedimentos para a limpeza e desinfeco da rampa de embarque - O acesso rampa de embarque deve permanecer bloqueado atravs de um porto que delimita as reas suja e limpa da granja. - A limpeza e desinfeco da rampa de embarque devem ser realizadas logo aps o ltimo carregamento de animais,

de preferncia pelo lado externo. - Os instrumentos utilizados para limpeza e desinfeco da rampa de embarque devem ser especficos e guardados

em local apropriado do lado externo da cerca perimetral. - Os calados e as roupas utilizadas para auxiliar no carregamento de animais devem ser lavados separadamente e

identificadas, no podendo ser utilizadas no interior da unidade de produo. - O limite do funcionrio que conduz os animais a serem embarcados o porto da rampa de embarque. 4) PROCEDIMENTOS PARA INTRODUO DE ANIMAIS NUM SISTEMA DE PRODUO Quando pretendemos introduzir animais num sistema de produo, uma srie de medidas e controles sanitrios deve ser respeitada, sendo fundamental que os mesmos procedam de granjas sanitariamente controladas e que sejam submetidas a um protocolo de quarentena, que ser descrito a seguir.

Quando a opo para introduo de novos genes for a utilizao de smen, este deve proceder de um centro de inseminao que observe e preencha numa srie de requerimentos sanitrios em relao aos seguintes aspectos: Medidas gerais de biosseguridade. Status sanitrio das granjas fornecedoras de material gentico para a central. Cumprimento de um protocolo de quarentena pelos animais a serem introduzidos no centro de inseminao. Programa geral de monitoramento sanitrio do centro de inseminao. 4.1) PROTOCOLO DE QUARENTENA O quarentenrio deve ficar a uma distncia mnima de 300 m da granja a que se destinam os animais. O quarentenrio deve ser visitado sempre no final do dia, quando ser necessrio no mnimo trocar a roupa e os

calados. Se for constatado algum sinal de anormalidade clnica (pneumonia, diarria, tosse, anorexia) o veterinrio responsvel dever ser comunicado.

Qualquer tratamento que for efetuado dever ser registrado com a identificao dos animais e a especificao da causa e dosagem do produto utilizado.

As amostras de sangue devero ser coletadas de trs a quatro semanas aps a introduo dos animais no quarentenrio.

A introduo de animais ser permitida, quando os resultados laboratoriais forem analisados e julgados aceitveis. O veculo que far o transporte dos animais do quarentenrio at a granja dever ser supervisionado. O carregamento e descarregamento dos animais devem ser realizados pelos funcionrios de cada granja. O

motorista no deve ter contato com os animais. Aps o esvaziamento do quarentenrio, as instalaes devero ser lavadas e desinfetadas e se possvel fumigadas. Se ocorrerem mortes durante o perodo de quarentena, os animais devem ser levados a uma distncia de trezentos

metros da quarentena ou de outra unidade de produo, com comunicao ao veterinrio, que ir decidir ou no pela realizao da necropsia.

5) PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA UTILIZADOS PARA VECULOS QUE TRANSPORTAM ANIMAIS Os veculos destinados ao transporte de animais devem ser produzidos com carrocerias que apresentam facilidade de limpeza e desinfeco tais como: alumnio, ao inox, plsticos e de preferncia a ser provido com tela ant-pssaro. Dispor de uma rampa especfica para limpeza e desinfeco dos veculos antes de cada carregamento a no mnimo 300 m de distncia da granja o ideal. As lavagens e desinfeces realizadas junto as plataformas dos frigorficos no devem ser consideradas eficientes sendo, portanto, necessrio a repetio de toda a operao. As desinfeces devem ser completas abrangendo a gabine internamente. Uma vez concluda a limpeza e desinfeco, o motorista dever colocar botas descartveis para conduzir o veculo. As desinfeces devero ser duplas com intervalos superiores a uma hora entre as mesmas. Qualquer veculo que for encontrado sujo por ocasio da inspeo prvia ao carregamento, dever retornar para sofrer nova higienizao. Os desinfetantes a serem utilizados devem ser de boa qualidade, o que pode ser comprovado atravs de testes de sensibilidade em nvel de laboratrio, especialmente para cepas mais resistentes de E-coli e Staplylococcus. A concentrao, o espectro de ao e a diluio a ser utilizada deve ser conhecida e respeitada. Os desinfetantes mais utilizados so aqueles a base de amnia quaternria e derivados fenlicos.

6) CERCA PERIMETRAL E AVISOS Uma cerca perimetral deve ser projetada ao redor das instalaes da unidade de produo (fig 4) para assegurar que pessoas e animais no possam entrar. Avisos (placas) podem ser colocados junto entrada de acesso granja, onde conste claramente que os sunos esto sendo criados sob um rgido controle sanitrio e que ningum poder transgredir o limtrofe estabelecido sem a devida permisso. Sistemas de alarmes podem ser instalados para reforar o controle da biosseguridade. 7) DESTINO DOS ANIMAIS MORTOS Carcaas de animais mortos constituem um grande risco para entrada de doenas no rebanho, seja atravs da atuao de vetores (insetos roedores), e ou pelo aumento da presso de infeco nas instalaes. A maneira mais eficaz de eliminar os animais mortos via incinerao. 8) CONTROLE DE FUNCIONRIOS E VISITANTES Os funcionrios de uma granja de sunos de alta sade no devem jamais ter contato com outros sunos. As visitas devem ser restringidas ao mnimo necessrio. O ideal elaborar uma lista das pessoas que esporadicamente necessitam, por razes tcnicas, visitar a granja e que tero livre acesso mesma. As demais pessoas que, no entanto, no constarem na lista, somente tero acesso com autorizao por escrito do supervisor da granja. Todos as pessoas que desejarem visitar a granja, devero respeitar um perodo mnimo de 72 horas, sem ter tido contato com sunos. Um livro para o registro das visitas dever estar disponvel no escritrio da granja, onde o visitante ir declarar qual foi a data que teve seu ltimo contato com sunos. Antes de entrar na granja, os visitantes devero tomar banho, trocar as roupas e os calados fornecidos pela granja. O banheiro deve ser instalado de tal forma que as pessoas no possam retornar rea contaminada aps passarem pelo banho. A entrada granja devera ser nica, devendo os demais acessos permanecer bloqueados.. 9) PROCEDIMENTOS PARA INTRODUO DE MATERIAIS DE VRIAS ORIGENS Todo equipamento e material que for necessrio introduzir na granja deve ser higienizado e desinfetado ou passar por uma sala especfica para fumigao.

FUMIGAO: proibida a introduo de materiais ou objetos advindos de outra granja de sunos tais como: motores, bebedores,

comedouros, etc. Todas as caixas destinadas granja devem ser abertas para verificao e facilitar a fumigao. Todo material poroso como couro, madeira, papel, etc. s pode ser introduzido quando novo. A sala de fumigao deve estar sempre limpa, pois no se constitui em depsito para outros materiais. As pessoas responsveis pela manuteno das instalaes devem trazer o seu material com antecedncia mnima

de um dia para possibilitar uma fumigao ou desinfeco perfeita Para cada fumigao, a proporo de permanganato de potssio e formaldedo deve ser de um Kg para dois litros

respectivamente para cada 100 m.2 Aps a introduo de qualquer material, na sala devemos consider-la contaminada. A sala deve permanecer completamente fechada por pelo menos doze horas aps o incio da fumigao.

Para materiais que necessitam ser introduzidas no mesmo dia, os seguintes procedimentos so importantes: Colocar o material na sala de fumigao e dar incio ao processo de desinfeco. O material necessita permanecer na sala pelo menos hora aps o trmino da desinfeco. Materiais que podem ser mergulhados em soluo desinfetantes no necessitam passar pela sala de fumigao. A concentrao do desinfetante deve ser trs vezes maior do que a recomendada para desinfeco de instalaes. Aps a desinfeco devemos deixar secar os materiais desinfetados por trinta minutos.

10) PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PARA O MANEJO DE DEJETOS

Os equipamentos utilizados para manejar os dejetos devem, de preferncia, pertencer granja, caso contrrio, devero ser lavados e desinfetados antes de sua utilizao. As pessoas encarregadas de lidar com os objetos no devem ter acesso a unidade de produo. Os dejetos devem ser distribudos no mnimo a 10 metros ou mais de distncia das instalaes da granja 11) PRODUO DE RAO Para as granjas de alta sade, a utilizao de sub-produtos de origem animal para produo de raes, devem ser evitada, com exceo para os derivados lcteos, as farinhas de peixe e o plasma sangneo. Caso a fbrica de raes venha utiliz-los para outras unidades de produo, um protocolo rigoroso para o controle de qualidade destes produtos deve ser colocado em prtica. O ideal seria que a fbrica no utilizasse nenhum subproduto de origem animal e produzisse rao exclusivamente para granja, especialmente quando tratar-se de uma granja ncleo ou multiplicadora de material gentico. Os veculos utilizados para o transporte das raes devem trabalhar exclusivamente para granja de alta sade, devendo ficar vetada a entrada do motorista para o interior da fbrica de rao. Os funcionrios da fbrica devem estar todos conscientizados de que se eventualmente voltar uma carga de rao, esta jamais poder ser destinada para granjas de alta sade. A balana da fbrica destinada a pesagem dos veculos transportadores de rao, jamais poder ser utilizada para pesagem de cargas de animais. A fbrica deve ter um programa permanente de controle de roedores, e no permitir a entrada de animais domsticos. As portas da fbrica devem permanecer fechadas.

12) DESINFECAO DAS INSTALAES Todas as instalaes a serem utilizadas para granjas ncleos ou multiplicadoras devem ser rigorosamente higienizadas e desinfetadas antes da introduo dos animais. Para as granjas que desejam fazer um despovoamento, um protocolo deve ser escrito, com incluso do programa de desinfeco a ser seguido. Para construes novas, todo material a ser utilizado dever ser novo e as pessoas encarregadas da construo no podem ter contato com sunos. Antes de realizar a primeira desinfeco, todo o protocolo de biosseguridade dever ser colocado em prtica. Aps a primeira desinfeco, as pessoas devem iniciar a rotina dos banhos, e todo material destinado granja, deve passar pela sala de fumigao. As instalaes devem ser desinfetadas duas vezes com intervalos de 24 a 48 horas. Para essas desinfeces devemos utilizar desinfetantes com princpios ativos diferentes. A ltima desinfeco dever ser feita 48 horas antes da entrada dos animais, seguida de uma fumigao. 13) MANUTENO EXTERNA, CONTROLE DE ROEDORES, PSSAROS, INSETOS E ANIMAIS DOMSTICOS Os funcionrios responsveis pelos trabalhos de manuteno devem estar conscientizados e respeitar as normas de biosseguridade para entrada de pessoas e materiais na unidade de produo. Para controle de roedores, uma firma especializada dever ser contratada. Para facilitar o seu trabalho, as seguintes providncias devem ser colocadas em prticas: Evitar a existncia de buracos nas paredes, portas ou em qualquer parte das instalaes. Cortar regularmente a grama ao redor das instalaes. Aplicao herbicida ao redor da cerca perimetral (um a dois metros). Evitar a presena de lixo ao redor das instalaes. Monitorar a reposio das iscas colocadas ao redor das instalaes. Quando for observada a presena de roedores a firma responsvel pelo seu controle dever ser imediatamente

comunicada. Uma vez instaladas as telas anti-pssaro, devemos revis-las periodicamente para manter bloqueada qualquer

possibilidade de acesso dos mesmos ao interior das instalaes. Evitar os desperdcios de rao ao redor dos silos, corredores de manejo, etc, pois se constitui em fator de atrao

aos pssaros. Um controle adequado de insetos ao redor das instalaes pode ser obtido, observando medidas de higiene em

relao a presena de rao, lixo, animais mortos. Proibir a presena de animais domsticos no interior da unidade de produo. 14) CLORAO DA GUA

A gua destinada ao consumo dos animais da granja deve ser clorada a um nvel de dois ppm. Os nveis de cloro devem ser monitorados pelo menos uma vez por semana, com um kit de aferio especfico. Anlises bacteriolgicas bianuais da gua devem ser realizadas. Como monitorar o status sanitrio de uma populao de sunos?

Monitoramento de doenas Uma vez estabelecido um rebanho de alta sade, o passo seguinte consiste em estruturar um sistema de controle e monitoramento regular e permanente visando manter o status sanitrio obtido. O monitoramento sistemtico ir auxiliar para o diagnstico precoce de enfermidades introduzidas, alm de manter os funcionrios vigilantes em relao as medidas de biosseguridade adotadas pela unidade de produo .Normalmente o monitoramento sorolgico aliado s

inspees regulares dos sunos abatidos a nvel de frigorfico se traduzem como sendo os controles mais importantes. As avaliaes clnicas de rotina realizadas junto a unidade de produo bem como a realizao de necropsias se constituem em informaes complementares importantes. O monitoramento da produtividade da unidade de produo o ultimo aspecto a ser considerado para avaliao do status sanitrio da granja. Monitoramento sorolgico: De acordo com a portaria do M.A.R.A, para granjas G.M.S.D.so exigidas semestralmente as seguintes sorologias com amostragens de 10 a 30%. Leptospirose Brucelose Aujesky P.Suna Tuberculose As granjas so oficialmente reconhecidas e certificadas como G.M.S.D. pelo M.A.R.A. quando forem livres de : Febre Aftosa, Peste Suna clssica, Tuberculose, Brucelose, Aujesky e controladas para Leptospirose e Sarna Vacinas: Recomendadas para todas as granjas: Leptospirose Parvovirose Erisipela. A prescrio e utilizao de outras vacinas disponveis no mercado ficam a critrio de uma avaliao prvia da condio sanitria de cada unidade de produo assistida. Acompanhamento de abates: O acompanhamento de abates deve ser realizado no mximo a cada sessenta dias, com uma amostragem mnima de 20% do plantel de reproduo ou aproximadamente dois % do nmero de animais existentes na granja, ou seja para uma granja de 500 matrizes devero ser examinados 100 animais. Devem ser avaliados os escores pulmonares e de focinho e ainda as leses hepticas. Outros fatores que podem afetar a sade de um rebanho Existem vrios fatores de risco que podem quebrar o status sanitrio de um rebanho e que esto associados ao manejo e meio ambiente da unidade de produo. Por esta razo s podem ser monitorados e avaliados atravs de inspeo visual. Os fatores especficos que podem potencialmente aumentar o risco de infeco individual ou de um grupo de sunos so: Mesclar sunos ou adicionar sunos a outro grupo Superlotao Meio ambiente inadequado Manejo imprprio dos animais Atitude das pessoas perante os animais. Higiene.