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i FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORAS – FIP-MOC Asirlene Nogueira Dias Áurea Viviane Fagundes Silveira Danyelle Azevedo Santos Jéssica Costa Simões Tavares Patrick Roberto Costa Pereira Ronaldo Mendes Maia DRENAGEM PLUVIAL Verificação Prática do Dimensionamento da Drenagem de Uma Bacia Hidrográfica Montes Claros – MG Março de 2015

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Analise da drenagem de uma mico bacia hidrográfica da cidade de Montes

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FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORAS – FIP-MOC

Asirlene Nogueira Dias

Áurea Viviane Fagundes Silveira Danyelle Azevedo Santos

Jéssica Costa Simões Tavares Patrick Roberto Costa Pereira

Ronaldo Mendes Maia

DRENAGEM PLUVIAL

Verificação Prática do Dimensionamento da Drenagem de Uma Bacia Hidrográfica

Montes Claros – MG Março de 2015

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Asirlene Nogueira Dias

Áurea Viviane Fagundes Silveira Danyelle Azevedo Santos

Jéssica Costa Simões Tavares Patrick Roberto Costa Pereira

Ronaldo Mendes Maia

DRENAGEM PLUVIAL

Verificação Prática do Dimensionamento da Drenagem de Uma Bacia Hidrográfica

Trabalho solicitado pelo professor Cláudio Matos como parte das atividades avaliativas da disciplina Saneamento Ambiental do 9º período do curso de Engenharia Civil das Faculdades Integradas Pitágoras – FIPMoc.

Montes Claros – MG Março de 2015

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

1.1 BREVE HISTÓRICO ...................................................................................... 1

1.2 MARCO LEGAL ............................................................................................. 2

2 PROBLEMA .......................................................................................................... 2

3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 3

4 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 3

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 3

5 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 3

5.1 PARÂMETROS DE CÁLCULO E EQUAÇÕES .............................................. 4

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 5

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................ 5

6.2 REALIZAÇÃO DOS CÁLCULOS ................................................................... 8

7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 11

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 12

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Localização da área (Adaptada de "Mapa Adensamento"). ....................... 6 Figura 2 – Imagem da área antes da ocupação. ......................................................... 6 Figura 3 – Esboço do loteamento (esq.), imagem real do terreno (centro) e caminho das águas pluviais (dir.) (adaptados de "Mapa Adensamento” e Google Earth). ........ 7 Figura 4 – Parte alagadiça da APP desrespeitada com a saída da água que nasce ali. ................................................................................................................................ 8 Figura 5 – Atual tubulação de saída da bacia hidrográfica sob a Avenida Francisco Gatani. ....................................................................................................................... 10

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 – Parâmetros utilizados em canais e/ou seção circular das galerias de águas pluviais. ............................................................................................................. 4 Tabela 2 – K, a,b, c = parâmetros de ajuste relativos à estação pluviográfica. Fonte: Silva et al. (2013); ....................................................................................................... 5 Tabela 3 – Número de tubos e diâmetros capazes de escoar a vazão pretendida. .. 10

ÍNDICE DE EQUAÇÕES Equação 1 – Intensidade Média máxima das chuvas esperadas ................................ 5 Equação 2 – Vazão máxima de escoamento superficial ............................................. 5 Equação 3 – Cálculo da Vazão ................................................................................... 9 Equação 4 – Calculo da área de seção tranversal de tubos circulares. ...................... 9 Equação 5 – Cálculo do Diâmetro do tubo. ................................................................. 9

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DRENAGEM PLUVIAL – Verificação Prática do Dimensionamento da Drenagem de Uma Bacia Hidrográfica 1 INTRODUÇÃO Água pluvial é a água oriunda das chuvas e se mostra como a única forma natural de entrada de água em uma bacia hidrográfica. É essa água que abastece os mananciais, irriga a vegetação natural e as lavouras e também mata a sede da população, no entanto ela também pode trazer doenças e destruição. Uma série de fatores associados a drenagem pluvial levam a eventos cada vez mais frequentes e com impactos cada vez mais severos sobre as comunidades afetadas. Quando se fala em drenagem das águas a primeira coisa a se pensar é o respeito à natureza. E notório que a grande maioria dos eventos relacionados às águas das chuvas são sofridos por áreas cuja ocupação não seria recomendada. Além da ocupação de terras inadequadas, a inexistência de um sistema de escoamento, assim como um sistema de drenagem mal dimensionado são relevantes fatores que levam a ocorrências de alagamentos e os consequentes prejuízos causados pelas inundações. Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com seu tamanho em sistemas de microdrenagem e sistemas de macrodrenagem. A microdrenagem inclui a coleta das águas superficiais ou subterrâneas através de pequenas e médias galerias. Já a rede de macrodrenagem engloba, além da rede de microdrenagem, galerias de grande porte e os corpos receptores destas águas (rios ou canais). 1.1 BREVE HISTÓRICO Historicamente a drenagem pluvial urbana passou por três fases distintas na trajetória de sua evolução. O Higienismo, em que se acreditava que era necessário dar escoamento rápido a água e leva-la para fora da cidade o mais rápido possível. A Racionalização, marcada pela criação do método racional em 1989, período em que o avanço dos cálculos hidrológicos levou os administradores urbanos a construir extensos canais artificiais com seção crescente. E por fim o período científico em que, a partir do século XX, o conceito de canalizar foi melhorado com a aplicação de métodos computacionais, o avanço técnico científico, e a separação entre as águas das chuvas e o esgoto sanitário (PINTO e PINHEIRO, 2008). Hoje em dia o reflexo das canalizações realizadas durante essa evolução das técnicas de drenagem pluvial é marcante na grande maioria das cidades. São inúmeros rios que foram transformados em extensos canais artificiais dotados de majestosas avenidas marginais e leito em concreto.

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A tendência atual tem se voltado para a não intervenção em canais naturais. Finalmente, tem se percebido que é inviável domar a força da natureza e que a melhor alternativa é manter os cursos d’água em sua forma natural, com trajetória curvilínea e baixa velocidade de escoamento. Nessa nova visão, percebeu-se que as áreas de encostas devem ser preservadas e que a ocupação humana das várzeas é inviável e arriscada. 1.2 MARCO LEGAL A drenagem das águas pluviais no Brasil, está regulamentada pela Lei Nº 11.445, de 5 de Janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o Saneamento Básico. No Capítulo I – Dos Princípios Fundamentais, o Art. 30 - Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas; No Capítulo VI - Dos Aspectos Econômicos e Sociais, o Art. 29. III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades. Art. 36. A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou de retenção de água de chuva, bem como poderá considerar: I - o nível de renda da população da área atendida; II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas. 2 PROBLEMA O trabalho desenvolvido visa elucidar as seguintes questões:

• Qual o modelo matemático para se estimar a intensidade das chuvas na cidade de Montes Claros?

• Qual a vazão máxima esperada no exutório da bacia, para uma chuva intensa com período de retorno de 25 anos e duração de cinco minutos?

• E por fim, qual o diâmetro de tubo capaz de dar escoamento a vazão máxima calculada?

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3 JUSTIFICATIVA O problema da drenagem pluvial é evidente na grande maioria das cidades e com o aquecimento global tem se intensificado e reincidido com maior frequência, na medida em que os eventos climáticos estão ficando cada vez mais extremos. As águas dos sistemas de abastecimento e esgoto são altamente previsíveis e consequentemente controláveis. Já as águas das chuvas apresentam características particulares. O conhecimento dos indícios demonstrados pela natureza é essencial para que o engenheiro não seja surpreendido em suas atividades por eventos que poderiam ser previstos e evitados. Nesse sentido o trabalho aqui apresentado se justifica pela necessidade de os engenheiros civis terem um conhecimento holístico sobre as diversas variáveis que interferem em suas atividades. É de suma importância que na concepção e execução dos seus projetos, o engenheiro se assegure de ter considerado todas as influências externas do entorno para não ser negativamente surpreendido por eventos que poderiam ser previstos e evitados, como possíveis inundações. 4 OBJETIVO GERAL Exemplificar o projeto de drenagem pluvial de uma área, considerando os diversos fatores associados à determinação de vazões e diâmetros de tubos a serem empregados. 4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Demonstrar o procedimento de cálculo da intensidade esperada das chuvas na cidade de Montes Claros para um período de retorno de 25 anos. Determinar a vazão de escoamento no exutório dá área selecionada. Exemplificar o cálculo do diâmetro de um conduto considerando a vazão a ser percorrida por ele assim como a velocidade de escoamento. 5 MATERIAIS E MÉTODOS Para realização do estudo proposto são necessários alguns estudos preliminares. Informações como área do terreno, declividades e traçado das ruas, assim como uma série de informações relevantes sobre a área são geralmente obtidas por um levantamento planialtimétrico cadastral. Outras informações como coeficiente de absorção do solo, impermeabilização entre outras, necessitam de estudos específicos. Como o trabalho ora apresentado tem propósito demonstrativo e o cálculo dele obtido não será aplicado na prática, tendo objetivo didático e não funcional foram utilizados métodos pouco convencionais para definição dos parâmetros necessários.

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Para definição da área a ser estudada fez se necessário conhecer os divisores de águas da bacia. Essa definição foi feita por meio de visita ao local em que foi possível perceber que a limitação das águas que são direcionadas para dentro da bacia é claramente definida por algumas ruas. Esses limites constituem os divisores de água da bacia estudada. Com os divisores de água definidos, o desafio passou a ser encontrar a área total de contribuição da bacia. Essa área foi obtida no mapa que define os limites dos bairros, disponível para download em formatos PDF e DWG no site da prefeitura. Para calculo da área foi usado o mapa em formato DWG e a área e perímetro da bacia obtidos pela ferramenta específica do software Autocad da Autodesk. O mapa também permitiu uma visão clara do formato da bacia e apresenta também um esboço do fundo do vale por onde se espera que todo o volume de água escorra e seja direcionado ao exutório. O cálculo da vazão máxima se fez pelo Método Racional Modificado que, segundo Silva et. al. (2013) é muito utilizado em sistemas de drenagem urbana e recomendado para bacias de pequenas dimensões como é o caso da área de estudo em questão. 5.1 PARÂMETROS DE CÁLCULO E EQUAÇÕES No trabalho de Meneses Filho e Costa (2012), os referidos autores divulgaram uma tabela na qual são citados os “Parâmetros utilizados em canais e/ou seção circular das galerias de águas pluviais” recomendados por diversos autores. No presente trabalho, foram adotados os parâmetros finais recomendados por Menezes Filho e Costa para o cálculo de sistemas de drenagem pluvial.

Tabela 1 – Parâmetros utilizados em canais e/ou seção circular das galerias de águas pluviais. Fonte: Menezes Filho e Costa (2012).

���� (�/�) �� (�/�) ��� (���) � (�) Seção plena ou h/D

Tipo de escoamento

Valores recomendados pelos autores

0,75 5,00 5 1,00 0,85 uniforme

Apesar de não se ter ao certo a definição do que será implantado no loteamento, tudo indica que será um bairro residencial. Em comparação com outros estudos semelhantes realizados, observando a prática usual nas construções da cidade e considerando a declividade relativamente acentuada do terreno, espera-se uma elevada impermeabilização da superfície e consequentemente alto percentual de escoamento superficial, assim sendo, optou-se pela adoção de um coeficiente de escoamento superficial igual a 0,85 que conforme Silva et. al. (2013) corresponde a média do esperado para um “Terreno estéril montanhoso”. Para determinação da intensidade da chuva, foi adotado um período de retorno de 25 anos e um tempo de concentração de 5 minutos.

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De posse desses dados, a obtenção da vazão esperada se deu pela aplicação das equações que se seguem (SILVA et. al. 2013):

Equação 1 – Intensidade Média máxima das chuvas esperadas

�� = � ∗ ��(� + �)�

Em que: �� = intensidade máxima média de precipitação para uma duração igual ao tempo de concentração da bacia, mm/h; � = Período de retorno em anos;

Tabela 2 – K, a,b, c = parâmetros de ajuste relativos à estação pluviográfica. Fonte: Silva et al. (2013);

Localidade K a b c

Montes Claros/MG 3500,014 0,248 34,992 0,993 � = duração da precipitação, em minutos.

Equação 2 – Vazão máxima de escoamento superficial ���� = 0,278 ∗ ! ∗ "# ∗ $% Em que: ���� = vazão máxima de escoamento superficial, m³/s; ! = coeficiente de escoamento superficial, adimensional, em função de características da bacia; �� = Intensidade de precipitação máxima média observada num intervalo de tempo igual ao tempo de concentração da bacia, mm/hora; $ = Área total da bacia de drenagem em km² & = coeficiente redutor, admite-se 1,0 para áreas até 50 hectares e igual a 0,9 para áreas maiores que este valor. 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto de um sistema de drenagem tem grande relação com a hidrologia e hidrografia da bacia analisada. A fim de embasar os parâmetros adotados para o objetivo proposto, a seguir serão realizadas algumas analises referentes a área em estudo para nortear a definição desses parâmetros. 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A fim de se obter um estudo o mais realista possível, optou se pela analise de uma área de pequena abrangência. Onde as informações necessárias pudessem ser mais facilmente coletadas ou estimadas com nível de assertividade satisfatório. A localização geográfica da área estudada pode ser vista na figura 1. Limitada a Leste pela Avenida Francisco Gaetani, a Norte pela Rua Benedita Ribeiro Xavier a Oeste pela Rua Vinte e a Sul pela Avenida Doutor Mário Tourinho, que também compõe o Anel Rodoviário Sul, trata-se de um valoroso espaço na zona sul da cidade que muito provavelmente será habitado, no mínimo, pela classe média alta da cidade.

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Figura 1 – Localização da área (Adaptada de "Mapa Adensamento").

Fonte: Prefeitura Municipal de Montes Claros. A figura 2 mostra uma vista de satélite da área em estudo antes do inicio do empreendimento.

Figura 2 – Imagem da área antes da ocupação.

Fonte: Google Earth. Tal área apresenta-se como um considerável vazio urbano que recentemente começou a ser ocupado pela implantação de um loteamento e de uma enorme loja

ÁREA EM ESTUDO

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da rede de supermercados Mart Minas, onde é notável a existência de uma depressão propensa a alagamentos. A área em questão chamou a atenção, pois, o Mapa de Adensamento datado de 2008 obtido no site da prefeitura mostra em seu interior um pequeno trecho de Área de Preservação Permanente – APP, que não foi respeitado pelo empreendimento imobiliário em andamento. Apesar de não ser foco do presente trabalho, é impossível não notar a incoerência entre o que determina a legislação municipal e o empreendimento implantado. O Mapa de Zoneamento da cidade classifica a área como Zona Residencial Um, onde, pela Lei de Uso e Ocupação do Solo vigente no município, não deveria ser autorizada a instalação de estabelecimento comercial com área superior a 200m², que é o definido na referida lei para comércio local. Ainda assim, a loja Mart Minas construída no local ocupa uma área superior a 10% da área total do terreno, o que deve ser próximo de 50000m². A área total do terreno obtida pelo Autocad no Mapa Adensamento disponibilizado no formato de arquivo DWG no site da prefeitura totalizou 520216,18m² com perímetro de 2837,42m. Assim sendo os cálculos serão baseados na área de 0,520Km² com um perímetro de 2,837Km.

Figura 3 – Esboço do loteamento (esq.), imagem real do terreno (centro) e caminho das águas pluviais (dir.) (adaptados

de "Mapa Adensamento” e Google Earth). Fontes: Prefeitura Municipal de Montes Claros e Google Earth.

Um esboço aproximado do traçado do loteamento pode ser visto na figura 3 a esquerda. Comparando com a imagem real do terreno (figura 3 centro), percebe-se que o loteamento ocupa área superior a 50% do total. O espaço restante é ocupado pela imensa loja Mart Minas, por uma chácara relativamente arborizada, por um pequeno condomínio pouco edificado localizado em sua extremidade sudeste e por considerável área desmatada. A direita é apresentado um esboço do caminho natural das águas pluviais dentro da bacia. Nota-se que a declividade promove a junção das águas no fundo da bacia para então direciona-las para nordeste. Ao centro do arruamento percebe-se uma avenida dotada de duas pistas, cujo traçado se assemelha ao da faixa de vegetação existente na foto do terreno natural. O sistema de drenagem em construção no local direciona as águas pluviais de toda

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a área para uma canalização que está sendo construída no canteiro central dessa avenida.

A figura 4 mostra uma área de nascente pertencente à APP desrespeitada. É possível notar a vegetação característica de terras alagadas. Abaixo percebe-se a intervenção no local por onde escorre a água. Essa água atravessa a Avenida Francisco Gaetani em um conjunto de manilhas e alimenta a Lagoa do Parque Municipal Milton Prates. Apesar da inexistência de estudos mais aprofundados é possível que haja relação entre a interferência na APP e o fato de a lagoa, que sempre foi completamente perene, ter secado parcialmente no último ano.

Figura 4 – Parte alagadiça da APP desrespeitada com a saída da água que nasce ali.

Fotos dos autores. A seguir são demonstrados os cálculos para obtenção dos dados desejados. Para demonstra-los de forma mais efetiva, os cálculos foram realizados passo a passo, em conformidade com os parâmetros e equações mencionados ao longo do trabalho. 6.2 REALIZAÇÃO DOS CÁLCULOS Definidos os parâmetros de cálculo, passou-se ao calculo dos valores propriamente ditos. Aplicando a equação 1 para um período de retorno de 25 anos e um tempo de concentração de cinco minutos, juntamente com os parâmetros de ajuste da tabela 1 temos:

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�� = 3500,014 ∗ 25+,,-.(5 + 34,992)+,001

�� = 199,526##/ℎ456 Assim sendo, é de se esperar que a cada 25 anos, ocorra uma precipitação com intensidade máxima média de 199,526 mm/hora, durante cinco minutos. De posse dessa informação é possível encontrar a vazão máxima com a aplicação da equação 2: ���� = 0,278 ∗ 0,85 ∗ 199,526 ∗ 0,5207 ���� = 22,757#1/8 A partir daí é possível aplicar conhecimentos básicos de hidráulica geral e encontrar o diâmetro comercial mais adequado para o conduto a ser utilizado.

Equação 3 – Cálculo da Vazão � = 9 ∗ $ Onde: � = Vazão em m³/s; 9 = Velocidade de escoamento em m/s e; $ = Área de seção transversal do conduto. Em se tratando de condutos de seção circular a área é facilmente encontrada em função do diâmetro por:

Equação 4 – Calculo da área de seção tranversal de tubos circulares.

$ = : ∗ &,4

Juntando as duas equações e isolando o diâmetro &:

Equação 5 – Cálculo do Diâmetro do tubo.

& = ;4 ∗ �9 ∗ : Assim:

& = ;4 ∗ 22,7575 ∗ : & = 2,407# Dessa forma seria necessário um tubo com diâmetro mínimo de 2,407m para dar escoamento à vazão máxima calculada. Verificando na NBR 8890 de 2007, percebe-

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se que o maior diâmetro reconhecido pela norma é de 2000mm ou 2m. Com isso, conclui-se que não seria possível dar escoamento à vazão máxima com apenas um tubo dos que se encontra no mercado. Assim torna-se necessário optar por um determinado número de tubos a serem instalados em paralelo e calcular o respectivo diâmetro. A tabela 3 mostra algumas opções aplicáveis à situação. A s vazões parciais foram obtidas dividindo a vazão total pelo número de tubos e os diâmetros de cada tubo, calculados pelo método que acaba de ser descrito. De posse de diâmetro calculado, considerou-se como válido o diâmetro comercial real imediatamente superior.

Tabela 3 – Número de tubos e diâmetros capazes de escoar a vazão pretendida.

Quantidade de tubos

Vazão total

Vazão parcial em cada

tubo

Diâmetro calculado

Diâmetro comercial

real

1 22,757 22,757 2,407 Não

existe 2 22,757 11,379 1,702 1,750 3 22,757 7,586 1,390 1,500 4 22,757 5,689 1,204 1,300 5 22,757 4,551 1,077 1,100 6 22,757 3,793 0,983 1,000 7 22,757 3,251 0,910 1,000 8 22,757 2,845 0,851 0,900

A figura 5 mostra a estrutura existente no exutório da bacia. Nota-se que se assemelha ao calculado pela pesquisa já que são três tubos com diâmetro estimado de 1,5m.

Figura 5 – Atual tubulação de saída da bacia hidrográfica sob a Avenida Francisco Gatani.

Foto dos autores

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7 CONCLUSÃO Os estudos realizados apontam que para dar escoamento satisfatório a uma chuva intensa com período de retorno de 25 anos e duração de 5 minutos são necessários 3 tubos com diâmetro de 1,5m cada. A pesquisa possibilitou encontrar o modelo matemático para estimativa da intensidade das chuvas na cidade de Montes Claros (equação 1). Esse modelo permite estimar a intensidade da chuva com base no tempo de recorrência, que é o espaço de tempo entre a ocorrência de duas chuvas de mesma intensidade e a duração esperada da chuva. De posse da intensidade da chuva, foi possível calcular a vazão máxima a ser desaguada pelo exutório da bacia pelo método racional modificado (equação 2) que é amplamente utilizado no calculo de vazões em bacias hidrográficas de pequena área de contribuição. E por fim, com a vazão máxima a ser desaguada, foram aplicados conhecimentos de hidráulica geral para dimensionamento do diâmetro dos tubos capazes de dar escoamento para as águas.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR – 8890:2007. Tubo de concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários – Requisitos e métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 2007. 30p. MENEZES FILHO, Frederico Carlos Martins de; COSTA, Alfredo Ribeiro da. SISTEMÁTICA DE CÁLCULO PARA O DIMENSIONAMENTO DE GALERIAS DE ÁGUAS PLUVIAIS: UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA. REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil nº 4. v. 1 – 12-22. Goiânia 2012. Disponível em: <http://revistas.ufg.br/index.php/reec/article/view/18162>. Acesso 08/03/2015. PINTO, Luiza Helena; PINHEIRO, Sérgio Avelino. Orientações Básicas para Drenagem Urbana. Belo Horizonte, 2006. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.feam.br/images/stories/arquivos/Cartilha%20Drenagem.pdf>. Acesso 10/03/2015. PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS. Lei Número 3.031, de 06 de Julho de 2002. Dispõe sobre normas de uso e ocupação do solo no município de Montes Claros e dá outras providências. Disponível em: <http://www.montesclaros.mg.gov.br/servicos_urbanos/leis/Lei%203031%20Uso%20e%20Ocupacao%20do%20Solo.pdf>. Acesso 10/03/2015. PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS. Mapa Adensamento. Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação – Divisão de informações Geográficas. Montes Claros, 2008. Disponível em: <http://www.montesclaros.mg.gov.br/servicos_urbanos/mapas.htm>. Acesso 08/03/2015. PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS. Mapa Zoneamento. Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação – Divisão de informações Geográficas. Montes Claros, 2008. Disponível em: <http://www.montesclaros.mg.gov.br/servicos_urbanos/mapas.htm>. Acesso 08/03/2015. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – CASA CIVIL – SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso 08/03/2015. SILVA, Felipe Bernardes; VIEIRA; Nayara Paula Andrade; VIEIRA, Edson de Oliveira; NASCIMENTO, Cristina Rodrigues. Utilização de imagens LANDSAT para determinação de vazões máximas na bacia do córrego Melancias/MG em função do aumento das áreas urbanizadas para diferentes períodos de retorno.

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Montes Claros, 2013. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p0971.pdf>. Acesso 14/03/2015.