saneamento urbano e qualidade das Águas de …

289
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS – ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL Área de concentração: Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS ÁGUAS DE PEQUENAS OBRAS HÍDRICAS NA ÁREA DE XINGÓ RECIFE – PE 2OO7 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Upload: others

Post on 16-Oct-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS ndash ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA CIVIL Aacuterea de concentraccedilatildeo Tecnologia Ambiental e Recursos Hiacutedricos

SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute

RECIFE ndash PE 2OO7

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS ndash ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA CIVIL Aacuterea de concentraccedilatildeo Tecnologia Ambiental e Recursos Hiacutedricos

TESE DE DOUTORADO

GIOVANNI DE MELO PERAZZO

SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute

Recife 2007

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

GGIIOOVVAANNNNII DDEE MMEELLOO PPEERRAAZZZZOO SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute

TTeessee aapprreesseennttaaddaa aaoo PPrrooggrraammaa ddee PPoacuteoacutess--ggrraadduuaaccedilccedilatildeatildeoo eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeerrnnaammbbuuccoo ppaarraa oobbtteennccedilccedilatildeatildeoo ddoo ttiacuteiacutettuulloo ddee DDoouuttoorr eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill AacuteAacuterreeaa ddee CCoonncceennttrraaccedilccedilatildeatildeoo TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ee RReeccuurrssooss HHiacuteiacuteddrriiccooss OOrriieennttaaddoorr MMaarriioo TTaakkaayyuukkii KKaattoo

PPrrooff aaddjjuunnttoo PPhhDD eemm TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee AAggrriacuteiacuteccoollaa ddee WWaaggeenniinnggeenn HHoollaannddaa

CCoo--oorriieennttaaddoorr SSaacuteaacutevviiaa GGaavvaazzzzaa ddooss SSaannttooss PPrrooffaa aaddjjuunnttaa ddoouuttoorraa ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee ddee SSatildeatildeoo CCaarrllooss--SSPP

RReecciiffee 22000077

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

P427s Perazzo Giovanni de Melo

Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute Giovanni de Melo Perazzo ndash Recife O Autor 2007

xii 264 f il graacutefs tabs Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CTG Depto de Engenharia Civil Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Civil 2007

Inclui referecircncias bibliograacuteficas e anexos 1 Engenharia Civil 2 Saneamento Ambiental 3

Aacutegua - Qualidade 4 Aacutegua ndash Abastecimento - Xingoacute I Tiacutetulo

624 CDD (22ed) UFPEBCTG2007-065

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ldquoA aacutegua eacute um recurso natural renovaacutevel que apresenta sinais de escassez Esta escassez se faz sentir quando a aacutegua eacute desperdiccedilada ou perdida por natildeo se reconhecer o seu verdadeiro valorrdquo (BANCO MUNDIAL 1992)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Geraldo Perazzo e Diana Abrantes de Melo Perazzo minha eterna gratidatildeo

Agrave toda minha famiacutelia pelo que me tem proporcionado

Ao Professor Mario Takayuki Kato orientador e idealizador desta tese

pelo apoio orientaccedilatildeo e pela confianccedila que depositou em mim

Agrave professora e co-orientadora Saacutevia Gavazza pelas sugestotildees

orientaccedilotildees e amizade

Agrave Professora Lourdinha Florencio pela amizade e conhecimentos transmitidos

Aos professores da UFPE que fazem a Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia

Civil em especial aos professores Maria do Carmo Sobral Joseacute Mariano de

Saacute Aragatildeo Paulo Tadeu Ribeiro de Gusmatildeo Suzana Montenegro Jaime

Cabral Sylvio Campello pela contribuiccedilatildeo acadecircmica e profissional

imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do meu doutorado

Aos colegas Vicente de Paula e Ronaldo Faustino pela amizade

sincera companheirismo cooperaccedilatildeo lealdade e por terem compartilhado

duacutevidas problemas soluccedilotildees e alegrias

Ao professor da UFRPE Joseacute Antonio Aleixo pela contribuiccedilatildeo na parte

estatiacutestica

Aos dedicados funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Civil

Ronaldo Fonseca Teacutecnico do Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental

Laudenice Bezerra e Andreacutea Negromonte secretaacuterias do curso de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia Civil da UFPE pelo profissionalismo e sincera

amizade

A todos os amigos e colegas da Poacutes-graduaccedilatildeo e do Grupo de

Saneamento Ambiental em especial a Ana Maria Bastos Ana Paula de

Arauacutejo Ana Claacuteudia Andreacute Felipe Santos Diogo Santana Flaacutevio Joseacute Castro

Filho Jefferson Henrique Bonfim Kenia Barros Maria Clara Mendonccedila Mariacutelia

Lyra Mauriacutecio Pimenta Marcos Vieira Petronildo Bezerra Silvana Arauacutejo

Simone Machado Sergio Carneiro Suzana Pedroza Tauil Selingardi Joseacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Armando Torres Moreno e Valmir Marques pelo companheirismo e alegria

durante toda nossa convivecircncia

Agrave professora e diretora do Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute professora Isabel Marinho pelo indispensaacutevel apoio agrave

pesquisa A todos os amigos que convivi no Instituto Xingoacute e que de alguma

forma ajudaram-me na soluccedilatildeo de problemas Rivaldo Pereira (Pingo)

Anselmo Alves Rivaldo Couto Jucelino Schaeffer Renato Figueiredo Jailza

Siqueira Joseacute Gomes Auro Andrade Marcelo Barbalho Renata Paulino

Ricardo Bezerra Ana Rute Bernardino Ramalho Alberto Guedes Joseacute Castro

Erick Lopes Paulo Belchior Aidil Almeida e Wbaneide Andrade

A todos os amigos que estatildeo ou que passaram pelo Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental em especial a Juliana Cardoso Juilma Anailda da

Silva Luiacuteza Feitosa Taciana dos Santos Sylvia Costa Aparecida Guilherme

Poliana Maria Andreacute Diego Cinthia Melquiacuteades Elizabeth Pastich Ewson

Andrade Ednaldo Gomes Aline Brasil Aluiacutezio Galdino Ismaacutelia Melo Luiz

Galdino Rodrigo Mendonccedila Solange Melo Yuri Vieira entre outros pela

colaboraccedilatildeo e amizade

Agrave FUNASA pelo apoio financeiro e em especial ao consultor ad hoc

Osman Lins e agrave Sra Filomena Kotaka pela amizade e apoio agrave pesquisa

Ao Ministeacuterio da Ciecircncia e TecnologiaCAPES pelo apoio financeiro agrave

pesquisa

Agrave Universidade Federal de Pernambuco pela oportunidade iacutempar de

desenvolver este trabalho

Ao Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico de Xingoacute pelo

apoio logiacutestico

Agraves prefeituras dos municiacutepios de Xingoacute em particular agrave prefeitura de

Poccedilo Redondo pelas informaccedilotildees e apoio

Aos moradores entrevistados em Poccedilo Redondo pelas entrevistas aos

questionaacuterios semi-estruturados

Aos proprietaacuterios das 20 cisternas monitoradas por consentirem a coleta

de aacutegua para anaacutelise

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

SUMAacuteRIO

Paacutegina

LISTA DE FIGURAS i

LISTA DE TABELAS iv

LISTA DE SIGLAS E SIacuteMBOLOS vii

RESUMO ix

ABSTRACT xi

CAPIacuteTULO 1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

1

1 OBJETIVOS DA PESQUISA 4 11 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA 4 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 4 13 HIPOacuteTESE 4 14 ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE 5 CAPIacuteTULO 2 O ESTADO DA ARTE

7 21 A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-

AacuteRIDO BRASILEIRO

7 22 SANEAMENTO AMBIENTAL 14 23 QUALIDADE DE AacuteGUA 16 231 Generalidades 16 232 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos 18 233 Paracircmetros bacterioloacutegicos 23 234 Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano 24 24 ABASTECIMENTO DE AacuteGUA 26 241 Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua 26 242 Obras hiacutedricas de pequeno porte 29 24 ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA

QUALIDADE DE AacuteGUA

45 241 Dessalinizaccedilatildeo 45 242 Filtraccedilatildeo domiciliar 55 243 Desinfecccedilatildeo 56 244 Moringa 56 245 Aguapeacute (Eichornia crassipes) 58

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 25 USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO

AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

59 251 Controle de perdas e desperdiacutecio 59 252 Reuacuteso de aacutegua 60 26 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 61 CAPIacuteTULO 3 PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

77

RESUMO 77 ABSTRACT 77 31 INTRODUCcedilAtildeO 78 32 METODOLOGIA 78 33 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 79 331 Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 79 332 Perfil do saneamento ambiental 85 34 CONCLUSOtildeES 100 35 RECOMENDACcedilOtildeES 101 36 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 102 CAPIacuteTULO 4 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE DESSALINIZADORES NA AacuteREA DE XINGOacute

105

RESUMO 105 ABSTRACT 105 41 INTRODUCcedilAtildeO 106 42 METODOLOGIA 107 43 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 111 44 CONCLUSOtildeES 138 45 RECOMENDACcedilOtildeES 140 46 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 141

CAPIacuteTULO 5 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO REDONDO-SE

143 RESUMO 143 ABSTRACT 143 51 INTRODUCcedilAtildeO 144 52 METODOLOGIA 147 53 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 152 54 CONCLUSOtildeES 167

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 55 RECOMENDACcedilOtildeES 169 55 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 170 CAPIacuteTULO 6 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM

POCcedilO REDONDO-SE

173

RESUMO 173 ABSTRACT 173 61 INTRODUCcedilAtildeO 173 62 METODOLOGIA 174 63 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 176 64 CONCLUSOtildeES 180 65 RECOMENDACcedilOtildeES 181 66 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 181 CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO REDONDO-SE

183

RESUMO 183 ABSTRACT 183 71 INTRODUCcedilAtildeO 184 72 METODOLOGIA 184 73 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 188 731 Perfil dos moradores 188 732 Objeto (perfil sanitaacuterio) 191 733 Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de

saneamento)

200 74 CONCLUSOtildeES 203 75 RECOMENDACcedilOtildeES 203 76 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 204

CAPIacuteTULO 8 CONCLUSOtildeES GERAIS

205

ANEXOS 209 ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR

(MODELO AP 10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA) 210

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 215 ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS

CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 219

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE 240 ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA 242 ANEXO F FILTRO DE AREIA 246 ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 248 ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS BARREIROS

MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 250

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO APLICADO EM POCcedilO

REDONDO-SE 259

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

i

LISTA DE FIGURAS Paacutegina Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o

detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GeoXingoacute)

3 Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-Aacuterido no Brasil (IBAMA 2003

apud Freire 2004)

10 Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999) 32 Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001) 37 Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001) 38 Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Costa e Melo (ABREU 2001) 39 Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997) 40 Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS

1997)

41 Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e

amostragem (FREITAS 1997)

41 Figura 29 Processos de osmose (CRAVO 1999) 47 Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al

(2006)

54 Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento

de aacutegua na aacuterea de Xingoacute

88 Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

89 Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da

aacuterea de Xingoacute no rio Satildeo Francisco e seus afluentes

90 Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com

utilizaccedilatildeo inadequada na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas envolvendo o esgotamento sanitaacuterio

na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea

de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

92 Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de

Xingoacute

93 Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionadas aos resiacuteduos soacutelidos e

limpeza puacuteblica na aacuterea de Xingoacute

95 Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos

na aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

95 Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

99 Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem

dessalinizador em Poccedilo Redondo

113 Figura 42 Dessalinizadores monitorados 117 Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

121

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ii

Paacutegina Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias 123 Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira 125 Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim 127 Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira 129 Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

136 Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

154 Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da

cisterna do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de detritos

155 Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 54 Caixa construiacuteda sem impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas

nas caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

163 Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

188 Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo 189 Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo 189 Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo 190 Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo 190 Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas 193 Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo

Redondo

195 Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo 195 Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro 196 Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do

vaso sanitaacuterio

196 Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal de residecircncia 196 Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

197

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iii

Paacutegina Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidades de tratamento de Santa

Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso

em Santa Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de

Poccedilo Redondo

198 Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

200 Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 200 Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 201 Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua

na opiniatildeo dos entrevistados

201 Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem urbana na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

202

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iv

LISTA DE TABELAS

Paacutegina Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado 7 Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

25 Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a

Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

26 Tabela 24 Tipos de dessalinizadores 46 Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex

53 Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo

de atriplex

53 Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como

coagulante

58 Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos

29 municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto Xingoacute

80 Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute

83 Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute

86 Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade de aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados

109 Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

109 Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

110 Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory 111 Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

114 Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e

deslocamentos a serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em dessalinizadores

116 Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de

permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

118 Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

122 Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

124

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

v

Paacutegina Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

126 Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

128 Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito)

135 Tabela 413 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 414 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

148 Tabela 52 Paracircmetros de qualidade de aacutegua determinados na aacutegua

coletada nas 20 cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

150

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas localizadas em Poccedilo Redondo-SE

155

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

157

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

162

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vi

Paacutegina Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na

caixa construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda sem o impermeabilizante

164

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20 cisternas em Poccedilo Redondo

166

Tabela 61 Localidades e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de 8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

176

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8 barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

176

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados

177

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

178

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros em Poccedilo Redondo-SE

180

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados nas aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

187

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vii

LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SIacuteMBOLOS

A Ampegravere (unidade de corrente eleacutetrica) ABCMAC Associaccedilatildeo Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacuteguas de

Chuva ABES Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ABRH Associaccedilatildeo Brasileira de Recursos Hiacutedricos Al siacutembolo quiacutemico do alumiacutenio AL sigla do estado de Alagoas AMASE Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe APHA American Public Health Association AWWA American Water Works Association BA sigla do estado da Bahia BaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de baacuterio CaCO3 foacutermula quiacutemica do carbonato de caacutelcio CaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de caacutelcio CASAL Companhia de Abastecimento drsquoAacutegua e Saneamento do

Estado de Alagoas CDJBC Centro Dom Joseacute Brandatildeo de Capacitaccedilatildeo CECAC Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos CECOR Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural CERB Companhia de Engenharia Rural da Bahia CHESF Companhia Hidro Eleacutetrica do Satildeo Francisco Cl - iacuteon cloreto CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco

e do Parnaiacuteba COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento CPATSA Centro de Pesquisa Tecnoloacutegica do Semi-Aacuterido CPVC cloreto de polivinila clorado CV coeficiente de variaccedilatildeo CV cavalo-vapor (unidade de potecircncia) DESO Companhia de Saneamento de Sergipe dSm deciSimens por metro EE estaccedilatildeo elevatoacuteria EMBASA Empresa Baiana de Aacuteguas e Saneamento EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ETA estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua FADE Fundaccedilatildeo de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade

Federal de Pernambuco Fe siacutembolo quiacutemico do ferro FIB Faculdade Integrada da Bahia ha hectare (unidade de aacuterea) IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Renovaacuteveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ICV Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

viii

IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano IPEa Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada IRCSA International Rainwater Catchment Systems Association IRPAA Instituto Regional da Pesquisa Agropecuaacuteria Apropriada K siacutembolo quiacutemico do potaacutessio kg quilograma (unidade de massa) L litro (unidade volumeacutetrica) mg miligrama (unidade de massa) Mn siacutembolo quiacutemico do manganecircs MOGGOD Mixed Oxidant Gases Generated On site for Disinfection MS Ministeacuterio da Sauacutede mScm miliSimens por centiacutemetro (unidade de condutividade eleacutetrica) MST Movimento dos Sem Terra Na siacutembolo quiacutemico do soacutedio no nuacutemero OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede ONG Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OPS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede p paacutegina PE sigla do estado de Pernambuco pH potencial hidrogeniocircnico ppm partes por milhatildeo PNUD Programa da Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento ldquo polegada porcentagem permil partes por mil PST percentagem de soacutedio trocaacutevel PVC policloreto de vinilo RAS relaccedilatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio SAAE Serviccedilo Autocircnomo de Aacutegua e Esgoto SE sigla do estado de Sergipe SECTMA Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Meio Ambiente STD Soacutelidos Totais Dissolvidos SUDENE Superintendecircncia de Desenvolvimento do Nordeste UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco UHE usina hidroeleacutetrica UNEP United Nations Environment Programme UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia v volume V Volt (unidade de potencial eleacutetrico) WEF Water Environment Federation WHO World Health Organization Zn siacutembolo quiacutemico do zinco

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ix

RESUMO

Neste trabalho avaliou-se a situaccedilatildeo do saneamento ambiental

(abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza

puacuteblica e sauacutede puacuteblica) na zona urbana de 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Satildeo analisadas principalmente as principais deficiecircncias encontradas atraveacutes

de levantamentos de campo e consultas a oacutergatildeos oficiais Esta aacuterea encontra-

se totalmente inserida no semi-aacuterido brasileiro De acordo com os resultados da

pesquisa em geral a aacuterea de Xingoacute apresenta infra-estrutura sanitaacuteria e

gerenciamento deficientes

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE um dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute foi selecionado para um estudo especiacutefico sobre a qualidade de aacutegua

para consumo humano de obras hiacutedricas de pequeno porte (um poccedilo com

dessalinizador 8 aguadas e 20 cisternas) Foi efetuada tambeacutem uma pesquisa

no campo atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307 questionaacuterios a fim de obter-se

informaccedilotildees sobre os serviccedilos puacuteblicos de acordo com a opiniatildeo dos

moradores de Poccedilo Redondo

Para o estudo da qualidade de aacutegua dos dessalinizadores (aacutegua bruta

permeado e rejeito) 4 poccedilos incluindo aquele que se localiza em Poccedilo

Redondo foram monitorados Tambeacutem foram coletadas amostras de solo no

local de disposiccedilatildeo dos rejeitos A qualidade de aacutegua do permeado produzido

em cada uma das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas nem sempre

atendeu aos padrotildees de potabilidade Os resultados de anaacutelises de laboratoacuterio

e determinaccedilotildees no campo do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de

cloretos de STD e de condutividade eleacutetrica Os maiores valores foram

verificados no rejeito gerado no dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE)

sendo esses valores iguais a 6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e

condutividade eleacutetrica de 18020 microScm Amostras de solo coletadas no local de

despejo do rejeito dessas unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao

solo Mesmo assim o rejeito produzido nessas e nas outras unidades da aacuterea

de Xingoacute vem sendo descartado no meio ambiente sem nenhum criteacuterio

Verificou-se tambeacutem que de 56 unidades dessalinizadoras instaladas na aacuterea

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

x

de Xingoacute apenas 11 vinham produzindo aacutegua devido agrave ausecircncia de cuidados

com operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo A condutividade eleacutetrica de cada um dos

extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de despejo do

rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino sendo

prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado no

local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

No estudo sobre a qualidade da aacutegua armazenada nas cisternas

constatou-se que geralmente natildeo se atendia aos padrotildees de potabilidade

principalmente o pH e a presenccedila de coliformes termotolerantes devido a

deficiecircncias na sua proteccedilatildeo sanitaacuteria e por natildeo servirem apenas para

armazenar aacutegua de origem pluvial

A qualidade da aacutegua estocada nos barreiros natildeo eacute apropriada para ser

consumida pela populaccedilatildeo pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de

coliformes natildeo atenderam em nenhuma ocasiatildeo aos padrotildees de potabilidade

Na opiniatildeo da maior proporccedilatildeo dos residentes na zona rural (3887)

de Poccedilo Redondo que foram entrevistados o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

sauacutede puacuteblica enquanto que a maior proporccedilatildeo dos entrevistados que mora na

zona urbana (3206) respondeu que o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

limpeza puacuteblica Por outro lado em ambas as regiotildees a maior proporccedilatildeo dos

entrevistados disse que o pior serviccedilo era o de esgotamento sanitaacuterio

Palavras-chave saneamento ambiental qualidade de aacutegua abastecimento de

aacutegua aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xi

ABSTRACT

This work dealt with the environmental sanitation (water supply sewage

drainage solid wastes and public health) in the urban zone of 29 municipalities

of Xingoacute area The research showed the main deficiencies found through

surveys on site and by consultings in official institutions The Xingoacute area is

entirely located in the semi-arid zone of Brazil According to the results obtained

in this research the Xingoacute area usually showed a deficient sanitary infra-

structure and management

Poccedilo Redondo municipality is located in the state of Sergipe and it

belongs to Xingoacute area It was selected for a specific research In this specific

study the water quality for human consumption purposes of small sized water

works (1 well with desalinator 20 cisterns and 8 water traps) was evaluated

Besides semi-structured 307 questionnaires survey by house interview were

applied for getting information about public services according to the opinion of

dwellers

The water quality monitoring has been accomplished in 4 wells with

desalinator installed in the Xingoacute area In addition soil samples were collected

in the disposal site of water desalinator wastes

Concerning the permeate produced by desalination units several results

showed that some water quality parameters did not always comply the water

quality standards as such pH (permeate produced in the Aroeira and Icozeira

desalinators) TDS (total dissolved solid) and chloride (permeate produced in

the Areias desalinator) and thermotolerant coliforms (permeate produced in the

Areias Aroeira Icozeira and Minuim desalinators) According to the results

obtained the concentrate from 4 desalinators monitored showed high

concentrations of chloride TDS and electrical conductivity The concentrate

from Areias (Poccedilo Redondo) desalinator reached the highest values 6226 mgL

(chloride) 26826 mgL (TDS) and 18020 microScm The results of soil samples

collected in the disposal sites of concentrate from these desalinators showed

that the discharge is harmful to soil Even so the concentrate from desalinators

installed in the Xingoacute area has been disposed without any criterion It was found

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xii

that of total of 56 desalinators only 11 have been producing water This

occured due to the lack of suitable technical operations and maintenance

The water quality stored in the cisterns usually did not comply entirely

with the potable water standards mainly the pH and the presence of

thermotolerant coliforms This occured due their unsuitable sanitary protection

and because these units not have been used for storing rainwater only

The water quality stored in the water traps must not be consumed by

inhabitants because the parameters apparent colour turbidity and the

presence of thermotolerant coliforms did not comply with the potable water

standards

In the opinion of majority of the interviewed inhabitants in the rural zone

a highest proportion (3887) declared that the most efficient public service

was the public health while in the urban zone the highest proportion (3206)

answered that the best public service was the solid waste collection On the

other hand the highest proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo

Redondo answered that the poorest public service was the sewerage

Keywords environmental sanitation water quality water supply Xingoacute area

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

1

CAPIacuteTULO 1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

O semi-aacuterido brasileiro eacute marcado sobretudo pela escassez e

imprevisibilidade das chuvas assim como por uma variabilidade temporal e

espacial das precipitaccedilotildees e por elevadas taxas de evaporaccedilatildeo As formaccedilotildees

geomorfoloacutegicas dessa regiatildeo predominantemente apresentam grandes

extensotildees de rochas cristalinas constituindo o pediplano sertanejo Nessas

formaccedilotildees as aacuteguas de chuva se perdem rapidamente escoadas pela rede

fluvial temporaacuteria devido agrave baixa capacidade de retenccedilatildeo do solo Aleacutem do

mais apesar de sua importacircncia vital o saneamento ambiental na regiatildeo via

de regra natildeo tem recebido a devida importacircncia Esse quadro desfavoraacutevel

tem contribuiacutedo para a deterioraccedilatildeo da qualidade de vida dos sertanejos

No entanto diversos oacutergatildeos e entidades tecircm se dedicado agrave busca por

soluccedilotildees de melhoria a fim de suplantar as adversidades apresentadas nessa

regiatildeo Entre eles encontra-se o Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute (Instituto Xingoacute) com sede em Canindeacute do Satildeo

Francisco-SE Sua aacuterea de atuaccedilatildeo inicialmente era constituiacuteda por 29

municiacutepios nos estados de Alagoas Bahia Pernambuco e Sergipe Esses

municiacutepios ocupavam uma aacuterea de 40204 km2 com uma populaccedilatildeo de

608771 habitantes Posteriormente os municiacutepios de Belo Monte-AL Satildeo

Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE e Parnamirim-PE

(municiacutepios assistidos) foram incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo desse instituto

Com a inclusatildeo desses 5 municiacutepios a aacuterea de atuaccedilatildeo passou a ser de

45492 km2 com uma populaccedilatildeo de 703537 habitantes Essa regiatildeo que

neste trabalho eacute denominada de a ldquoaacuterea de Xingoacuterdquo encontra-se integralmente

no semi-aacuterido nordestino

Nesta tese de doutorado foram realizados estudos sobre o saneamento

ambiental na zona urbana dos 29 municiacutepios originais onde atua o Instituto

Xingoacute A pesquisa consistiu em levantamentos sobre abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

2

assim como estudos sobre a qualidade de aacutegua em 4 poccedilos dotados de

dessalinizador Em virtude da enorme extensatildeo territorial da aacuterea de Xingoacute foi

selecionado apenas o municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE para o desenvolvimento

de um estudo especiacutefico no campo do saneamento ambiental A escolha

baseou-se no fato de que o municiacutepio tem uma boa representatividade do

saneamento ambiental da aacuterea de Xingoacute e dentre os 29 municiacutepios onde

foram realizados estudos sobre o saneamento na zona urbana eacute o detentor do

menor IDH (Iacutendice de Desenvolvimento Humano) e por ser um dos municiacutepios

mais secos

O estudo especiacutefico em Poccedilo Redondo abrangeu a determinaccedilatildeo de

paracircmetros de qualidade de aacutegua de unidades (poccedilo com dessalinizador

barreiros e cisternas) cuja qualidade natildeo era ou natildeo vinha sendo monitorada

Adicionalmente foram realizadas entrevistas atraveacutes de questionaacuterios

aplicados sobre o saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica)

junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo-SE

A aacuterea alvo desta pesquisa de doutorado pode ser visualizada na Figura

11 com destaque para Poccedilo Redondo-SE onde se desenvolveu um estudo

detalhado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38ordm00rsquoW

TerraNova

BAHIA

PERNAMBUCOPARAIacuteBA

SERGIPE

9ordm00rsquoS9ordm00rsquoS

40ordm00rsquoW

Delmiro Gouveia

P iranh

as

Paulo Afonso

Portoda Folha

Gararu

Gloacuteria

Rodelas

M acurureacute

Chorrochoacute

Abareacute

Curaccedilaacute

Santa Mariada Boa Vis ta Orocoacute

Cabroboacute

Beleacutem do Satildeo Francisco

Ita cur uba

Petrolacircndia

Tacaratu

Aacutegu aBranca

Poccedilo Redondo

Jatobaacute

Patildeo de Accediluacutecar

Monte Alegre do Sergipe

Nossa Senhora da Gloacuteria

Pariconha

Municiacutepios Integrantes

Municiacutepios Assistidos

Aacuterea Total 45492 kmPopulaccedilatildeo (2000) 703537 hab

2

SantaBriacutegida Belo

Monte

Flore sta

ALAGOAS

N

Ibimirim

Parnamirim

Satildeo Joseacute da Tapera

Rio Moxotoacute

Olho

Daacuteg

ua do

Cas

ado

Canind eacute do Satildeo Francisco

Rio

Xin

gozi

nho

Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GEOXINGOacute)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

4

1 ndash OBJETIVOS DA PESQUISA

11 ndash OBJETIVO GERAL DA PESQUISA

Elaborar accedilotildees para melhoria do saneamento ambiental na aacuterea de

Xingoacute com maior ecircnfase para o setor de abastecimento de aacutegua do municiacutepio

de Poccedilo Redondo-SE considerado um dos mais secos do semi-aacuterido e o de

pior iacutendice de desenvolvimento humano daquela aacuterea

12 ndash OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

(i) Determinar o perfil do saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) na aacuterea

urbana dos 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

(ii) Realizar levantamentos sobre a situaccedilatildeo das unidades de dessalinizaccedilatildeo

existentes na aacuterea de Xingoacute e monitorar a qualidade de aacutegua

(iii) Diagnosticar a situaccedilatildeo em que se encontram as obras hiacutedricas de pequeno

porte no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE e avaliar a qualidade de aacutegua destas

(iv) Determinar o perfil das condiccedilotildees sanitaacuterias (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) do

municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios semi-

estruturados

13 ndash HIPOacuteTESE

O presente trabalho tem como hipoacutetese de que a qualidade de aacutegua

armazenada em cisternas e tambeacutem a que eacute produzida em poccedilos com

dessalinizadores satildeo adequadas ao consumo humano Por outro lado a aacutegua

estocada em barreiros eacute recomendada para usos menos exigentes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

5

14 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE

Esta tese de doutorado estaacute subdividida em 8 capiacutetulos com o seguinte

conteuacutedo

O capiacutetulo 1 informa a aacuterea onde se desenvolveu esta pesquisa de

doutorado os seus objetivos e uma siacutentese dos capiacutetulos que a compotildeem

No capiacutetulo 2 atraveacutes de uma revisatildeo na literatura descreve-se os

aspectos que contribuem para a degradaccedilatildeo do semi-aacuterido brasileiro Tambeacutem

satildeo abordadas a conceituaccedilatildeo e importacircncia do saneamento ambiental e da

qualidade de aacutegua para consumo humano

No capiacutetulo 3 eacute apresentado resultados do levantamento e avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do saneamento ambiental na zona urbana de 29 municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute

No capiacutetulo 4 eacute feita uma abordagem sobre a situaccedilatildeo em que se

encontram os dessalinizadores dos 34 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Apresenta-se tambeacutem resultados de qualidade de aacutegua de 4 dessalinizadores e

de amostras coletadas no ponto de despejo do rejeito e a jusante deste

No capiacutetulo 5 apresenta-se os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

e bacterioloacutegicos da aacutegua armazenada em 20 cisternas localizadas em Poccedilo

Redondo-SE e suas condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo

No capiacutetulo 6 satildeo apresentados os resultados de paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos e bacterioloacutegicos da aacutegua estocada em 8 barreiros situados em Poccedilo

Redondo-SE

O capiacutetulo 7 trata de uma descriccedilatildeo do perfil do saneamento ambiental

obtido mediante a aplicaccedilatildeo de 229 questionaacuterios na zona rural e 78 na zona

urbana de Poccedilo Redondo Registra-se tambeacutem a opiniatildeo dos entrevistados

com relaccedilatildeo aos serviccedilos de abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio

drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

6

O capiacutetulo 8 apresenta as conclusotildees finais obtidas com esta pesquisa

de doutorado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

7

CAPIacuteTULO 2

O ESTADO DA ARTE

21 ndash A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

O Nordeste oficialmente delimitado compreende uma aacuterea de 1561176

km2 abrangendo completamente 9 estados e uma porccedilatildeo de Minas Gerais

conforme pode ser visto na Tabela 21 onde 645 da aacuterea territorial do

Nordeste se encontra inserida no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo e cerca de 56 da

mesma estaacute em clima considerado semi-aacuterido (ANDRADE 2001) O semi-

aacuterido inclusive o norte de Minas Gerais eacute composto por 1031 municiacutepios

cobrindo a aacuterea de 8923 mil km2 que abriga uma populaccedilatildeo de 194 milhotildees

correspondendo a 496 e a 363 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo

da regiatildeo de atuaccedilatildeo da Superintendecircncia de Desenvolvimento dos Estados do

Nordeste (SUDENE) Sem incluir os municiacutepios de Minas Gerais o semi-aacuterido

abrange 537 e 392 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo do

Nordeste em 991 municiacutepios (SECTMA 2004)

Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado

Estadoregiatildeo Total Aacuterea (km2) Aacuterea no poliacutegono das

secas Aacuterea em clima

semi-aacuterido Alagoas 279331 14704 11900 Bahia 5672953 361206 392955 Cearaacute 1463463 143080 119081 Maranhatildeo 3333656 ----- ----- Paraiacuteba 565846 56972 48502 Pernambuco 989376 90067 85574 Piauiacute 2523785 234084 125692 Regiatildeo litigiosa 29774 ----- ----- Rio Grande do Norte 533068 51210 48344 Sergipe 220504 13163 10928 Regiatildeo Nordeste 15611756 964486 842976 Norte de Minas Gerais 1207010 120701 57530 Total 16818788 1085187 900506

Fonte Andrade (2001)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

8

Considera-se o semi-aacuterido uma aacuterea tradicional de expulsatildeo

populacional em decorrecircncia das secas das baixas vantagens competitivas

em termos econocircmicos e da estrutura fundiaacuteria altamente concentrada

(ANDRADE 2001)

O conceito de seca estaacute intimamente relacionado com o ponto de vista

do observador Embora a causa primaacuteria das secas resida na insuficiecircncia ou

na irregularidade das precipitaccedilotildees pluviais existe uma sequumlecircncia de causas e

efeitos na qual o efeito mais proacuteximo de uma seca torna-se a causa de um

outro efeito e esse efeito passa a ser denominado tambeacutem de seca Assim

para citar as mais comuns pode-se definir a seca climatoloacutegica (causa primaacuteria

ou elemento que desencadeia o processo) a seca edaacutefica (efeito da seca

climatoloacutegica) a seca social (efeito da seca edaacutefica) e a seca hidroloacutegica

(SOacuteLON et al 2001) Segundo Sabino (2002) a SUDENE (1999) faz alusatildeo a

3 principais tipos de secas de acordo com sua irregularidade na distribuiccedilatildeo

espacial e temporal

(i) Seca hidroloacutegica poucas chuvas mas bem distribuiacutedas suficientes para

agricultura Diminuiccedilatildeo no volume de aacutegua acumulada

(ii) Seca agriacutecola (seca verde) chuvas mal distribuiacutedas natildeo garantindo as

colheitas

(iii) Seca efetiva quando coincidem baixa precipitaccedilatildeo e maacute distribuiccedilatildeo

causando frustraccedilatildeo das safras e esgotamento dos reservatoacuterios hiacutedricos

Adicionalmente Sabino (2002) afirma que todas as definiccedilotildees de seca

satildeo tentativas de melhor entender o fenocircmeno e suas variaccedilotildees e criar uma

uacutenica nomenclatura Poreacutem fica claro que o foco principal da questatildeo seca

perpassa pela vulnerabilidade das populaccedilotildees

A seca eacute um binocircmio climaacutetico de um periacuteodo chuvoso muito curto cerca

de 40 a 60 dias de chuva por ano e um periacuteodo muito longo de evaporaccedilatildeo

(300 dias) Esta eacute a razatildeo da ocorrecircncia da seca Na Europa nas cidades de

Londres Paris e Moscou por exemplo chove aproximadamente 600 mm por

ano mas o clima eacute temperado a aacutegua eacute distribuiacuteda e permanece ao inveacutes de

evaporar enquanto que no semi-aacuterido brasileiro ocorre o terriacutevel fenocircmeno da

evaporaccedilatildeo (SUASSUNA 2000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

9

Dentre os desastres naturais a seca eacute com certeza o fenocircmeno mais

complexo de se analisar Furacotildees terremotos e enchentes possuem iniacutecios e

teacuterminos bem definidos e suas consequumlecircncias satildeo muito evidentes para a

populaccedilatildeo As secas por sua vez iniciam-se lentamente e possuem duraccedilotildees

relativamente longas cobrindo grandes aacutereas e ocasionando uma seacuterie de

danos agrave populaccedilatildeo atingida A complexidade do fenocircmeno com suas

diferentes causas e efeitos pode ser a razatildeo pela qual haacute na literatura tantas

definiccedilotildees diferentes para seca (PAIXAtildeO et al 2003)

A fragilidade econocircmica do semi-aacuterido brasileiro a sua vulnerabilidade

social agraves secas a consideraacutevel dimensatildeo do seu contingente demograacutefico em

face de sua estreita base econocircmica resultam em indicadores sociais tiacutepicos

de regiotildees profundamente atrasadas onde prevalece a pobreza a

desigualdade no acesso a ativos e a renda e a exclusatildeo social O grande

nuacutemero de carros-pipa mobilizados todos os anos em situaccedilotildees de seca ou de

chuvas normais reflete o grau de inadequaccedilatildeo entre oferta e demanda de aacutegua

na regiatildeo tanto em termos temporais como espaciais O nuacutemero de carros-

pipa constitui por isso importante indicador da carecircncia de aacutegua cuja

constataccedilatildeo eacute reforccedilada a cada ano (SECTMA 2004)

O fenocircmeno ENOS (episoacutedio quente ou El Nintildeo) consiste basicamente

de um aquecimento anocircmalo do oceano Paciacutefico Equatorial em conjunto com

variaccedilotildees do campo de pressatildeo ao niacutevel do mar na regiatildeo tropical Embora a

existecircncia do fenocircmeno ENOS natildeo implique necessariamente em ocorrecircncia

de secas sobre o nordeste brasileiro sabe-se que sua atividade moderada a

muito intensa pode provocar condiccedilotildees de seca moderada a severa sobre o

semi-aacuterido nordestino (ARAGAtildeO 2004) De acordo com Quintans (2001) o

interesse cientiacutefico pelo El Nintildeo aumentou em meados da deacutecada de 70

quando se percebeu que um conjunto de fenocircmenos climaacuteticos acontecia

antes durante e depois da sua chegada Seu impacto climaacutetico e social passou

a ser considerado natildeo soacute entre os cientistas mas tambeacutem por grupos de

gestatildeo puacuteblica Segundo Aragatildeo (2004) os organismos estaduais nacionais e

internacionais de meteorologia tecircm tido ecircxito consideraacutevel nas previsotildees dos

ciclos do ENOS por meio de simulaccedilotildees (modelos) de evoluccedilatildeo solidaacuteria dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

10

fenocircmenos fiacutesicos da interface oceano-atmosfera As previsotildees de tempo e de

variaccedilotildees climaacuteticas representam uma nova e extraordinaacuteria ferramenta para o

desenvolvimento sustentaacutevel agrave medida que ensejaratildeo melhorias significativas

no manejo dos recursos naturais e consequumlentemente na qualidade de vida

para as populaccedilotildees das regiotildees mais vulneraacuteveis aos impactos da variabilidade

climaacutetica

No Brasil as aacutereas sujeitas aos processos de desertificaccedilatildeo

correspondem basicamente agravequelas oficialmente delimitadas como ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo ocupando cerca de 10837907 km2 pois estatildeo sujeitas a periacuteodos

curtos ou prolongados de estiagens Estende-se por boa parte do Nordeste

brasileiro atingindo tambeacutem uma pequena porccedilatildeo ao norte do estado de Minas

Gerais conforme ilustra a Figura 21 Trata-se do ldquoTroacutepico do Semi-Aacuteridordquo

incorporando caracteriacutesticas climaacuteticas do semi-aacuterido e do sub-uacutemido seco

possuindo estruturas geoloacutegicas referentes ao escudo cristalino e agraves bacias

sedimentares morfoestruturas com blocos soerguidos e depressotildees

apresentando formaccedilotildees de Caatinga e de Cerrado Segundo dados do Censo

Demograacutefico 2000 (IBGE 2003) a aacuterea tem cerca de 185 milhotildees de

habitantes sendo 85 milhotildees na zona rural com densidade demograacutefica de 20

habkm2 isto representa 42 da populaccedilatildeo do Nordeste ou ainda 11 da

populaccedilatildeo brasileira (IBAMA 2003 apud FREIRE 2004)

Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-aacuterido no Brasil (IBAMA 2003 apud

FREIRE 2004)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

11

Conforme o SECTMA (2004) atualmente admite-se a existecircncia no

semi-aacuterido nordestino de quatro nuacutecleos de desertificaccedilatildeo

(i) Nuacutecleo de Seridoacute localizado na regiatildeo centro-sul do Rio Grande do Norte e

centro norte da Paraiacuteba compreendendo uma aacuterea com cerca de 2341 km2

envolvendo vaacuterios municiacutepios vizinhos ao municiacutepio de Parelhas

(ii) Nuacutecleo de Irauccediluba localizado no noroeste do estado do Cearaacute que

abrange uma aacuterea de 4000 km2 incluindo os municiacutepios de Irauccediluba Forquilha

e Sobral

(iii) Nuacutecleo de Gilbueacutes localizado no Piauiacute com uma aacuterea com

aproximadamente 6131 km2 envolvendo os municiacutepios de Gilbueacutes e Monte

Alegre

(iv) Nuacutecleo de Cabroboacute localizado em Pernambuco que totaliza uma aacuterea de

cerca de 5960 km2 e abrange os municiacutepios de Cabroboacute Beleacutem do Satildeo

Francisco e Floresta

Segundo o SECTMA (2004) aleacutem da fragilidade natural motivada pelas

caracteriacutesticas dos seus solos e pelas condiccedilotildees climaacuteticas esses nuacutecleos

desenvolveram-se sob forte e indevida interferecircncia humana Entre as causas

antroacutepicas apontadas como de importacircncia no processo de desertificaccedilatildeo

algumas satildeo comuns a todos os nuacutecleos de desertificaccedilatildeo enquanto outras

podem ser atribuiacutedas agraves caracteriacutesticas especiacuteficas das atividades

desenvolvidas nos municiacutepios incluiacutedos em cada um deles Entre as causas

comuns estatildeo o desmatamento indiscriminado as queimadas e o

sobrepastejo em razatildeo principalmente dos caprinos e ovinos No nuacutecleo de

desertificaccedilatildeo do Seridoacute o problema do desmatamento eacute agravado por cerca de

70 olarias cujos produtos ceracircmicos satildeo de reconhecida qualidade nos

grandes centros urbanos do Nordeste A ineficiecircncia na geraccedilatildeo de energia

pelas induacutestrias de ceracircmica dessa regiatildeo tem agravado o processo de

desertificaccedilatildeo por causa da demanda por lenha

Os ambientes aacuteridos e semi-aacuteridos satildeo mais vulneraacuteveis ao

desmatamento visto a falta de chuvas e quando ocorrem provocam efeitos

erosivos intensos em solos geralmente rasos Com isso a vegetaccedilatildeo tem

recuperaccedilatildeo lenta (MOURA 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

12

Aleacutem dos jaacute mencionados outros fatores antroacutepicos desempenham

papel importante nos processos de desertificaccedilatildeo no semi-aacuterido Nesse

contexto a salinizaccedilatildeo eacute a principal causa da degradaccedilatildeo dos solos e

consequumlente desertificaccedilatildeo nas aacutereas de agricultura irrigada Dos 4 nuacutecleos de

desertificaccedilatildeo mencionados o de Cabroboacute eacute o uacutenico onde a salinizaccedilatildeo

mesmo sem se constituir na principal causa apresenta alguma relevacircncia no

processo de desertificaccedilatildeo das suas aacutereas situadas agraves margens do rio Satildeo

Francisco Esses nuacutecleos de desertificaccedilatildeo tecircm sido objeto de estudos em

anos recentes e embora ainda insuficientes as informaccedilotildees obtidas nesses

estudos representam a base do acervo sobre desertificaccedilatildeo no Nordeste do

Brasil (SECTMA 2004)

Efluentes domeacutesticos e industriais sem tratamento lanccedilados nos cursos

drsquoaacutegua associados agrave deficiecircncia de educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo ambiental da

populaccedilatildeo satildeo as causas principais da degradaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e de

propagaccedilatildeo de doenccedilas endecircmicas que debilitam a populaccedilatildeo do semi-aacuterido

Para enfrentar esse quadro preocupante torna-se necessaacuterio repensar o

modelo de sauacutede puacuteblica empregado e atuar emergencialmente articulando

accedilotildees desse setor com as aacutereas de saneamento alimentaccedilatildeo habitaccedilatildeo

promoccedilatildeo social e geraccedilatildeo de emprego e renda (LOacuteCIO 2000) Segundo

Nunes et al (2000) os estudos da qualidade das aacuteguas superficiais nessa

regiatildeo satildeo fundamentais porque a maioria dos corpos hiacutedricos eacute destinada a

usos muacuteltiplos e recebem esgotos ldquoin naturardquo (apenas 128 dos habitantes

tecircm rede de esgotos e soacute 4 dos coletados recebem algum tratamento)

Os rios que se encontram na regiatildeo semi-aacuterida vecircm padecendo e

muitos deles tecircm tido uma diminuiccedilatildeo no seu volume e na sua vazatildeo Algumas

das aacutereas ao longo destes rios satildeo ldquobolsotildees uacutemidosrdquo no sentido de que eles

satildeo menos secos e sua vegetaccedilatildeo eacute mais verde do que no restante do semi-

aacuterido propenso agrave seca Estes bolsotildees uacutemidos satildeo chamados de brejos de

altitude Em um ambiente hostil como a regiatildeo semi-aacuterida estas aacutereas satildeo

diferentes no sentido de que elas mantecircm sua populaccedilatildeo e desta forma o

fluxo migratoacuterio eacute bem menor quando comparado a outras localidades

Entretanto isto natildeo quer dizer que sua populaccedilatildeo tenha aprendido como tratar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

13

estas aacutereas de forma sustentaacutevel preservando-a Pelo contraacuterio devido agrave

grande confianccedila nos recursos hiacutedricos e agrave ausecircncia de medidas que

assegurem a preservaccedilatildeo destas aacutereas estes rios estatildeo literalmente

ldquomorrendordquo A maior parte deles eacute muito poluiacuteda pois eles atendem natildeo soacute agraves

necessidades das populaccedilotildees ribeirinhas mas tambeacutem a muitas outras que

tecircm que caminhar longas distacircncias em busca de aacutegua Como estas

populaccedilotildees natildeo satildeo cientes das implicaccedilotildees causadas pela degradaccedilatildeo

destes recursos lanccedilam lixo nas margens dos rios tornando a aacutegua

contaminada Aleacutem do mais a maioria das casas localizadas nestas aacutereas natildeo

possui sistemas de esgoto agravando ainda mais a contaminaccedilatildeo (BRANCO

ALMEIDA 2002)

Branco e Almeida (2002) apresentaram um estudo de caso da

mobilizaccedilatildeo de mulheres do Movimento das Trabalhadoras Rurais do Sertatildeo

Central (porccedilatildeo do semi-aacuterido localizada no centro do estado de Pernambuco)

voltadas para a revitalizaccedilatildeo do pequeno rio Olho drsquoAacutegua localizado no

municiacutepio de Santa Cruz da Baixa Verde A comunidade ocupa as margens do

rio e eacute formada por 1000 pessoas Desde que o problema da aacutegua estava

intimamente relacionado agraves vidas das mulheres elas perceberam que o uacutenico e

vital recurso hiacutedrico (rio Olho drsquoAacutegua) estava desaparecendo entatildeo decidiram

revitalizaacute-lo Esta iniciativa demonstra a ausecircncia de accedilatildeo governamental na

soluccedilatildeo do problema aleacutem da importacircncia da forccedila da mobilizaccedilatildeo das

mulheres da zona rural Aleacutem da poluiccedilatildeo existente nas aacutereas ocupadas pelos

pequenos posseiros o sistema de esgoto de Jatiuacuteca despeja o esgoto no rio A

populaccedilatildeo local tinha seacuterios problemas de sauacutede incluindo hepatite que pode

ser vista como um resultado da sua exposiccedilatildeo agrave aacutegua contaminada Embora a

iniciativa do movimento esteja no seu estaacutegio inicial todas as fases foram

planejadas pela populaccedilatildeo local Esta iniciativa vem sendo considerada como

um projeto piloto e espera-se que na conclusatildeo deste projeto o mesmo seja

feito em outras aacutereas Aleacutem das organizaccedilotildees rurais femininas e da uniatildeo de

trabalhadoras rurais uma Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental (ONG) chamada

CECOR (Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural) jaacute vem sendo envolvida Esta

ONG conta com engenheiros agrocircnomos especialistas que recomendaram

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

14

quais tipos de vegetaccedilotildees nativas deveriam ser plantadas aleacutem de outros

assuntos relacionados agrave silvicultura

Um retrato da realidade que predomina nos municiacutepios do semi-aacuterido

nordestino eacute mostrado no trabalho de Duque e Balbino (2000) Estes autores

realizaram um trabalho no periacuteodo de janeiro a fevereiro de 1998 no municiacutepio

de Major Isidoro-AL O municiacutepio apresenta um clima semi-aacuterido e possui uma

populaccedilatildeo de cerca de 18000 habitantes O estudo tinha como objetivo a

caracterizaccedilatildeo das formas de abastecimento de aacutegua detectar focos de

contaminaccedilatildeo do meio ambiente e a orientaccedilatildeo direta agrave populaccedilatildeo induacutestrias

comeacutercio e autoridades competentes As principais atividades desenvolvidas na

pesquisa foram visitas a escolas onde foram entrevistados professores

funcionaacuterios e alunos aleacutem de visitas a bairros da periferia Tambeacutem foram

feitas visitas agrave zona rural onde foram realizadas entrevistas com moradores e

autoridades administrativas do municiacutepio reuniotildees com os principais liacutederes

comunitaacuterios e inspeccedilatildeo agraves principais fontes de abastecimento de aacutegua

Concluiu-se que neste municiacutepio natildeo havia nenhuma cultura ambiental com

relaccedilatildeo agrave racional utilizaccedilatildeo da aacutegua nem com relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo dos riscos

ambientais

22 ndash SANEAMENTO AMBIENTAL

Segundo Chaudhry (2003) o conceito de saneamento ambiental

explicitado pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) difere pouco do de

saneamento claacutessico que eacute totalmente antropocecircntrico e retrata aquilo que no

Brasil se denomina de saneamento baacutesico Segundo a OMS (WHO 2003)

saneamento ambiental eacute a promoccedilatildeo da higiene e a prevenccedilatildeo de doenccedilas e

de outras consequumlecircncias da maacute sauacutede relacionada a fatores ambientais Para a

OMS o saneamento tem duas dimensotildees baacutesicas os fatores ambientais que

exercem impacto sobre agentes infecciosos e sobre a transmissatildeo de doenccedilas

incluem disposiccedilatildeo de dejetos humanos esgotos resiacuteduos soacutelidos e outros

drenagem pluvial abastecimento de aacutegua para uso domeacutestico e habitaccedilatildeo e

as praacuteticas de higiene que envolvem fatores soacutecio-culturais e comportamentais

relacionados agrave sauacutede estilo de vida e consciecircncia ambiental incluem higiene

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

15

pessoal limpeza domeacutestica e limpeza dos ambientes comunitaacuterios Enfatiza-se

que no sentido mais amplo eacute finalidade do saneamento ambiental controlar e

modificar o ambiente fiacutesico para prevenir a transmissatildeo de doenccedilas aos seres

humanos A ecircnfase por parte da OMS com relaccedilatildeo ao saneamento ambiental

sobre o ambiente humano deve-se agraves estatiacutesticas preocupantes sobre a

populaccedilatildeo mundial que ainda natildeo tem suas necessidades sanitaacuterias baacutesicas

atendidas principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A consequumlecircncia

em niacutevel mundial eacute de milhotildees de mortes causadas por doenccedilas transmitidas

via aacutegua em focos representados por habitaccedilotildees informais na forma de

barracos favelas e similares natildeo contemplados por serviccedilos de saneamento

A definiccedilatildeo mais atual do saneamento ambiental reporta-se ao sentido de

remediar o meio ambiente mitigar os impactos negativos das intervenccedilotildees

humanas ou outras sobre os ecossistemas e prevenir tais impactos no futuro

O saneamento possui um impacto profundo na qualidade de vida de

uma populaccedilatildeo interagindo com questotildees culturais econocircmicas e poliacuteticas de

uma determinada regiatildeo A carecircncia de investimentos nesse setor acaba

ocasionando entre outras coisas um aumento da incidecircncia de casos de

doenccedilas relacionadas com as condiccedilotildees sanitaacuterias em geral interferindo

negativamente no bem estar da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al 2003)

A estrutura fiacutesica dos serviccedilos de saneamento em particular a dos

sistemas de abastecimento de aacutegua e de esgotos sanitaacuterios estaacute associada agrave

realidade complexa da urbanizaccedilatildeo e agrave multiplicidade de atribuiccedilotildees de

competecircncia aleacutem de possuir estreita ligaccedilatildeo com o desempenho do setor

puacuteblico Como tal sofre influecircncia do processo de desenvolvimento vigente no

Brasil que promoveu ao longo dos anos um desgaste das financcedilas puacuteblicas

com repercussatildeo direta nas suas instituiccedilotildees Atualmente a estrutura do setor

de saneamento no Brasil eacute caracterizada de um lado pelo esgotamento do

modelo de financiamento existente e de outro por um intenso processo de

debates e articulaccedilotildees em torno da formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de novos

arranjos institucionais para o setor processo esse cujo resultado ainda se

encontra indefinido (SOARES et al 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

16

O setor de saneamento no Brasil assim como outros setores de serviccedilos

puacuteblicos essenciais sempre careceu de um ordenamento institucional que

permitisse a implementaccedilatildeo de accedilotildees coordenadas entre os trecircs niacuteveis de

governo e dado o seu caraacuteter multidisciplinar tambeacutem com os outros setores

afins tais como sauacutede puacuteblica meio ambiente recursos hiacutedricos e

desenvolvimento urbano (PEROSA et al 2000)

Somente em 5 de janeiro de 2007 foi sancionada pelo presidente da

Repuacuteblica Luiacutes Inaacutecio Lula da Silva e publicada posteriormente em 8 de

janeiro do mesmo ano no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a lei que estabelece

diretrizes nacionais baacutesicas para o saneamento baacutesico a Lei 1144507

Segundo ela as poliacuteticas puacuteblicas de saneamento baacutesico deveratildeo criar

mecanismos de controle social ou seja formas de garantir agrave sociedade

informaccedilotildees e participaccedilatildeo no processo de formulaccedilatildeo das medidas

relacionadas ao setor Aleacutem da universalizaccedilatildeo do acesso a lei prevecirc que o

abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e o manejo dos

resiacuteduos soacutelidos sejam feitos de forma adequada agrave sauacutede puacuteblica e agrave proteccedilatildeo

do meio ambiente (AGEcircNCIA BRASIL 2007)

23 ndash QUALIDADE DE AacuteGUA

231 ndash Generalidades

Muito jaacute se sabe da relaccedilatildeo saneamento e sauacutede e mais

especificamente da aacutegua e sauacutede puacuteblica Em 400 aC Hipoacutecrates jaacute chamava

a atenccedilatildeo de seus colegas para a relaccedilatildeo entre a qualidade da aacutegua e a sauacutede

da populaccedilatildeo Afirmava que ldquoo meacutedico que chega numa cidade desconhecida

deve observar com cuidado a aacutegua usada por seus habitantesrdquo (COSTA et al

2001b)

Chagas e Souza (2003) salientam que com o desenvolvimento da

tecnologia e o aumento populacional a qualidade da aacutegua tornou-se um

importante toacutepico de estudo para cientistas e engenheiros a niacutevel mundial

Atualmente os problemas da poluiccedilatildeo hiacutedrica satildeo tatildeo importantes quanto os

mais importantes problemas que envolvem as questotildees quantitativas da aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

17

Apesar da preocupaccedilatildeo com problemas relacionados com a qualidade

de aacutegua vaacuterios casos de morbidade relativos agrave falta de saneamento

continuam sendo registrados principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

(TEIXEIRA et al 2003) Richter e Netto (1991) afirmam que a OMS

(Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) identifica que 80 dos casos de doenccedilas em

paiacuteses em desenvolvimento satildeo de veiculaccedilatildeo hiacutedrica Segundo Teixeira et al

(2003) alguns estudos (CARVALHO1997 MEDRONHO 1999) comprovam a

correlaccedilatildeo entre niacuteveis socioeconocircmicos com a incidecircncia de doenccedilas

relacionadas com o saneamento

Uma das dificuldades na avaliaccedilatildeo do impacto do abastecimento de

aacutegua destinada ao consumo na sauacutede eacute a ausecircncia de estatiacutesticas

demograacuteficas sobre os habitantes locais especialmente em comunidades

rurais Portanto o conhecimento sobre as incidecircncias de doenccedilas que ocorrem

nas aacutereas rurais em decorrecircncia de aacutegua poluiacuteda eacute importante Isso possibilita

comparar a incidecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica entre comunidades

que tecircm acesso agrave aacutegua potaacutevel e aquelas que natildeo tecircm (ZAMXAKA et al

2004)

A falta de aacutegua para consumo e de medidas sanitaacuterias adequadas

podem ocasionar vaacuterias doenccedilas tais como coacutelera disenteria salmonelose e

febre tifoacuteide A diarreacuteia eacute a principal causa pela morte de mais de 2 milhotildees de

pessoas no mundo A maioria destas pessoas eacute composta por crianccedilas com

idade inferior a 5 anos (ZAMXAKA et al 2004)

Alguns indicadores criacuteticos relacionados ao saneamento e agrave carecircncia de

aacutegua nos paiacuteses em desenvolvimento foram comentados por Maia Neto

(1997) Dentre esses paracircmetros destaca-se que a pobreza e a falta de

saneamento baacutesico satildeo responsaacuteveis nesses paiacuteses pelo oacutebito de uma

crianccedila a cada 10 segundos em consequumlecircncia de doenccedilas evitaacuteveis caso a

aacutegua fosse tratada totalizando 10 milhotildees de oacutebitos a cada ano

Rush et al (2000) afirmam que levantamentos realizados em campo

com o intento de identificar impropriedades do uso da aacutegua satildeo fundamentais

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

18

Eles proporcionam um conhecimento baacutesico adequado para a tomada de

accedilotildees corretivas relacionadas ao abastecimento de aacutegua

232 ndash Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Von Sperling (1996) afirma que a qualidade de uma determinada aacutegua eacute

resultante do uso e da ocupaccedilatildeo do solo na bacia hidrograacutefica sendo afetada

tanto pelas condiccedilotildees naturais como tambeacutem pela interferecircncia do homem

Os diversos componentes presentes na aacutegua e que alteram sua qualidade

podem ser avaliados a partir de suas caracteriacutesticas fiacutesicas (cor sabor

temperatura turbidez entre outras) quiacutemicas (alcalinidade cloretos

condutividade eleacutetrica dureza pH entre outras) e bioloacutegicas (coliformes

termotolerantes e totais entre outras) que devem ser entendidas de uma

forma abrangente com suas possiacuteveis interaccedilotildees

2321 ndash Condutividade eleacutetrica

A capacidade da aacutegua de conduzir corrente eleacutetrica eacute conhecida como

condutividade eleacutetrica ou condutacircncia especiacutefica e depende da concentraccedilatildeo

de iacuteons em soluccedilatildeo (UNEPWHO1996)

2322 ndash Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Soacutelidos totais dissolvidos eacute o peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua por unidade de volume Representa a concentraccedilatildeo de

todo o material dissolvido na aacutegua seja ou natildeo volaacutetil (SANTOS 1997)

Aacuteguas com STD superior a 30000 mgL (ppm) satildeo consideradas como

aacuteguas salgadas enquanto que aquelas com STD inferior a 500 mgL (ppm)

satildeo aacuteguas doces As aacuteguas salobras apresentam uma concentraccedilatildeo desse

paracircmetro intermediaacuteria entre a aacutegua doce e a aacutegua salgada (MMAABEAS

1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

19

2323 ndash Temperatura

A temperatura eacute a mediccedilatildeo da intensidade de calor Elevaccedilotildees da

temperatura aumentam a taxa das reaccedilotildees quiacutemicas e bioloacutegicas e diminuem a

solubilidade dos gases e aumentam a taxa de transferecircncia de gases (VON

SPERLING 1996)

Segundo Santos (1997) a amplitude teacutermica anual das aacuteguas

subterracircneas em geral eacute baixa (de 1 a 2 oC) e independem da temperatura

atmosfeacuterica a natildeo ser nos aquumliacuteferos freaacuteticos pouco profundos onde a

temperatura eacute um pouco superior agrave da superfiacutecie

2324 ndash pH

O potencial hidrogeniocircnico representa a concentraccedilatildeo de iacuteons

hidrogecircnio H+ (em escala anti-logariacutetimica) dando uma indicaccedilatildeo sobre a

condiccedilatildeo de acidez neutralidade ou alcalinidade da aacutegua O pH eacute um dos mais

importantes paracircmetros de qualidade de aacutegua (VON SPERLING 1996)

Este paracircmetro eacute essencialmente uma funccedilatildeo do gaacutes carbocircnico

dissolvido e da alcalinidade da aacutegua Varia de 1 a 14 sendo neutro com o valor

7 aacutecido com valores inferiores a 7 e alcalino ou baacutesico com valores superiores

a 7 A maioria das aacuteguas subterracircneas tem pH entre 55 e 85 Em casos

excepcionais pode variar entre 3 e 11 (SANTOS 1997)

2325 ndash Cor

Eacute o resultado das substacircncias dissolvidas na aacutegua provenientes

principalmente da lixiviaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica (SANTOS 1997)

O termo cor aparente inclui natildeo apenas a cor devido a substacircncias em

soluccedilatildeo mas tambeacutem a cor devido agrave mateacuteria em suspensatildeo A cor verdadeira

eacute aquela na qual a turbidez tenha sido removida (APHA et al 1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

20

2326 ndash Turbidez

A turbidez representa o grau de interferecircncia com a passagem da luz

atraveacutes da aacutegua conferindo uma aparecircncia turva agrave mesma (Von Sperling

1996) Eacute causada pela mateacuteria em suspensatildeo e coloidal tais como argila silte

mateacuteria orgacircnica e inorgacircnica finamente dividida e placircncton e outros

organismos microscoacutepicos (APHA et al 1998)

2327 ndash Alcalinidade

Alcalinidade de uma aacutegua eacute sua capacidade de neutralizar um aacutecido A

alcalinidade de algumas aacuteguas deve-se somente aos bicarbonatos de caacutelcio e

magneacutesio Quando o pH da aacutegua natildeo excede a 83 e sua alcalinidade total eacute

praticamente idecircntica agrave sua alcalinidade de bicarbonato Aacuteguas que tecircm um

pH acima de 83 contecircm carbonatos e possivelmente hidroacutexidos aleacutem de

bicarbonatos (UNEPWHO1996)

Como a alcalinidade de muitas aacuteguas superficiais eacute primariamente uma

funccedilatildeo de carbonato bicarbonato e teor de hidroacutexidos este paracircmetro eacute

considerado como uma indicaccedilatildeo da concentraccedilatildeo destes constituintes (APHA

et al1998) Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas em geral situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e somente em

casos especiais pode atingir 1000 mg CaCO3L

2328 ndash Cloreto

Uma elevada concentraccedilatildeo de cloretos ocorre em aacuteguas que tiveram

contato com formaccedilotildees geoloacutegicas que os continham Senatildeo devido a isto

altos teores podem indicar uma poluiccedilatildeo por esgoto ou resiacuteduos industriais ou

atraveacutes da intrusatildeo de aacutegua do mar ou salina no corpo drsquoaacutegua doce ou

aquumliacutefero Uma concentraccedilatildeo alta deste elemento tem um efeito corrosivo em

condutos e estruturas de metal aleacutem de ser prejudicial agrave maioria dos vegetais

(UNEPWHO 1996)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

21

2329 ndash Dureza

A dureza eacute a medida da capacidade de aacutegua precipitar sabatildeo (APHA et

al1998) Utiliza-se geralmente o teor de caacutelcio e magneacutesio de uma aacutegua

expresso em teores de carbonato de caacutelcio e magneacutesio para definir a dureza

Em termos de tratamento e abastecimento puacuteblico de aacutegua tem-se (Von

Sperling 1996)

(i) Dureza lt 50 mgL CaCO3 ndash aacutegua branda

(ii) Dureza entre 50 e 150 mgL CaCO3 ndash aacutegua de dureza moderada

(iii) Dureza entre 150 e 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua dura

(iv) Dureza gt 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua muito dura

Desde o final da deacutecada de 50 numerosos estudos tecircm relatado que a

dureza da aacutegua ou seja a sua concentraccedilatildeo de caacutelcio e magneacutesio estaacute

associada agraves doenccedilas cardiovasculares (ROSENLUND 2005)

Ao contraacuterio do que se acreditou no passado a ingestatildeo de aacuteguas duras

pode influenciar favoravelmente a sauacutede humana eacute o que indicam algumas

pesquisas epidemioloacutegicas que relacionaram o seu uso com a menor incidecircncia

de enfermidades cardiovasculares (LIMA 1993)

23210 ndash Metais

As concentraccedilotildees de metais na aacutegua ocorrem em funccedilatildeo do

comportamento eletroquiacutemico e quiacutemico das partiacuteculas como tambeacutem de

outras condiccedilotildees do ambiente hidroloacutegico Esses niacuteveis podem variar de

algumas ngL (10-9 gL) ou microgL (10-6 gL) naqueles conhecidos como metais

traccedilos (beriacutelio caacutedmio mercuacuterio entre outros) a mgL (10-3 gL) ou ainda em

alguns casos gL com relaccedilatildeo aos metais principais (caacutelcio magneacutesio soacutedio

entre outros) Alguns metais podem ser beneacuteficos ou toacutexicos dependendo das

suas concentraccedilotildees e do comportamento fisioloacutegico (GALVIacuteN 1996)

Embora o alumiacutenio seja um dos elementos mais abundantes da crosta

terrestre ele estaacute presente apenas em concentraccedilotildees traccedilo nas aacuteguas

naturais Este elemento ocorre em muitas rochas minerais e argilas e estaacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

22

presente em praticamente todas as aacuteguas superficiais (UNEPWHO 1996)

Segundo Juan (2000) este metal normalmente natildeo estaacute presente em aacuteguas

subterracircneas nem superficiais a menos que ocorra uma contaminaccedilatildeo

industrial Para Galviacuten (1996) o metabolismo do alumiacutenio nos seres humanos

natildeo eacute bem compreendido O principal problema deste metal com relaccedilatildeo agrave

ingestatildeo por seres humanos eacute baseado na possibilidade de favorecer a

incidecircncia de certos distuacuterbios neuroloacutegicos como por exemplo o mal de

Alzheimer em pacientes de diaacutelise renal tratados com aacutegua obtida de aacuteguas

potaacuteveis ricas em alumiacutenio (mais de 011 mgL)

Aacuteguas pobres em compostos orgacircnicos como por exemplo na

Alemanha apresentam concentraccedilotildees de cobre na ordem de 5 a 10 microgL

Aacuteguas com quantidades mais elevadas de compostos orgacircnicos assim como

na Sueacutecia apresentam concentraccedilotildees acima de 390 microgL Concentraccedilotildees de 3

a 5 mgL de cobre conferem um sabor amargo e adstringente e ateacute mesmo

uma irritaccedilatildeo gaacutestrica aguda em alguns indiviacuteduos como tambeacutem efeitos na

cor e turbidez seu niacutevel excede 1 mgL (GALVIacuteN 1996)

O ferro pode estar presente com baixos teores (lt 03 mgL) em quase

todas as aacuteguas e ocorre sob diversas formas quiacutemicas e frequumlentemente

aparece associado ao manganecircs No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo

da hemoglobina A sua carecircncia pode causar anemia (SANTOS 1997) No

entanto segundo Galviacuten (1996) a ingestatildeo deste metal em elevadas

quantidades causa graves distuacuterbios reversiacuteveis nos tecidos humanos

Eacute a formaccedilatildeo de oacutexido feacuterrico hidratado que torna aacuteguas carregadas de

ferro objetivaacuteveis Este precipitado feacuterrico causa manchas alaranjadas em

quaisquer superfiacutecies em que venham a se sedimentar incluindo roupas

alimentos e utensiacutelios usados na cozinha e aparelhos sanitaacuterios (UNEPWHO

1996)

O manganecircs encontra-se frequumlentemente presente com baixos teores

(lt 02 mgL) em quase todas as aacuteguas naturais (SANTOS 1997) Eacute um

elemento traccedilo essencial estando envolvido na siacutentese de proteiacutenas dinacircmica

do colesterol e na produccedilatildeo de hemoglobina aleacutem de ser um catalisador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

23

enzimaacutetico Sua deficiecircncia no corpo humano estaacute associada a doenccedilas

cardiacuteacas anemia e maacute formaccedilatildeo oacutessea em crianccedilas No entanto a ingestatildeo

habitual de aacuteguas ricas em manganecircs (14 mgL) causa lesotildees cerebrais Com

relaccedilatildeo ao consumo de aacutegua potaacutevel baixos niacuteveis deste metal podem

ocasionar o surgimento de bacteacuterias manganosas em sistemas de rede como

tambeacutem cor e turbidez Concentraccedilotildees deste elemento que excedem a 02

mgL produzem sabor desagradaacutevel (GALVIacuteN 1996)

Segundo Santos (1997) os teores de potaacutessio nas aacuteguas subterracircneas

satildeo inferiores a 10 mgL Em aacuteguas meteoacutericas os teores de potaacutessio estatildeo

geralmente no intervalo de 01 a 4 mgL Ainda segundo estes autores a

carecircncia de potaacutessio no organismo humano pode provocar fadiga baixa de

accediluacutecar no sangue e insocircnia enquanto que seu excesso pode causar catildeimbra

fadiga paralisia muscular e diarreacuteia

O soacutedio eacute o principal responsaacutevel pelo aumento constante da salinidade

das aacuteguas naturais do ponto de vista catiocircnico As aacuteguas naturais com

elevados teores de soacutedio satildeo prejudiciais agraves plantas por reduzir a

permeabilidade do solo (SANTOS 1997) Fisiologicamente altos niacuteveis de

soacutedio no sangue resultam em problemas cardiacuteacos como hipertensatildeo

patologias nos rins e no fiacutegado e intoxicaccedilatildeo em gestantes e em bebecircs

(GALVIacuteN 1996)

O zinco entre os metais pesados eacute o mais soluacutevel Sua concentraccedilatildeo

em geral eacute inferior a 10 microgL nas aacuteguas subterracircneas (Santos 1997) Pode ser

considerado um metal natildeo toacutexico ainda que em doses elevadas Contudo

aumentos de zinco em aacuteguas potaacuteveis satildeo geralmente associadas com os

efeitos toacutexicos do caacutedmio Este fato deve alertar agraves autoridades responsaacuteveis

pelo controle da qualidade da aacutegua com relaccedilatildeo ao consumo de aacuteguas

relativamente ricas em zinco e potencialmente em caacutedmio (GALVIacuteN 1997)

233 ndash Paracircmetros bacterioloacutegicos

Existem vaacuterios meacutetodos de detectar o grau de contaminaccedilatildeo de uma

aacutegua A teacutecnica microbioloacutegica baacutesica consiste na detecccedilatildeo e na contagem de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

24

organismos indicadores Esta teacutecnica eacute utilizada no monitoramento da

qualidade de aacutegua As bacteacuterias do grupo coliforme podem ser definidas como

os principais indicadores da pureza da aacutegua para consumo domeacutestico

industrial entre outros (ZAMXAKA et al 2004)

O isolamento de patoacutegenos eacute inviaacutevel pois eles estatildeo presentes em

nuacutemeros relativamente pequenos comparados com outros gecircneros de

microorganismos Aleacutem do mais existem muitos gecircneros de patoacutegenos e cada

um requer uma teacutecnica especiacutefica de isolamento A metodologia que tem sido

adotada consiste em analisar para organismos indicadores que habitam o

intestino em expressivas quantidades e que satildeo excretados nas fezes

humanas A presenccedila destes organismos indicadores na aacutegua evidencia a

contaminaccedilatildeo fecal e portanto o provaacutevel risco de que patoacutegenos estejam

presentes O termo ldquocoliformes totaisrdquo inclui coliformes termotolerantes e

bacteacuterias de origem fecal assim como tambeacutem algumas bacteacuterias que podem

ser isoladas de fontes do meio ambiente A presenccedila de coliformes totais pode

indicar ou natildeo a presenccedila de contaminaccedilatildeo fecal O termo coliforme fecal tem

sido utilizado em microbiologia para denotar organismos coliformes que se

desenvolvem a 44 ou 445 oC e fermentam lactose para produzir aacutecido e gaacutes

Na praacutetica alguns organismos que apresentam estas caracteriacutesticas podem

natildeo ser de origem fecal e o termo ldquocoliforme termotoleranterdquo eacute portanto mais

correto e eacute mais comumente empregado (UNEPWHO 1996)

234 - Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano

A qualidade de aacutegua constitui-se de grande importacircncia para a

humanidade O sabor foi a forma mais simples de se reconhecer a adequaccedilatildeo

da aacutegua para consumo Assim sendo os antigos sistemas de classificaccedilatildeo

dividiam as aacuteguas naturais como aacuteguas doces aacuteguas salobras e aacuteguas

salgadas Esta classificaccedilatildeo tem sido empregada ateacute o presente Contudo

estes tipos de aacuteguas poderiam variar tremendamente de acordo com as

condiccedilotildees locais As pessoas que usavam aacutegua de rio (cong 200 mgL de

salinidade) para beber considerariam uma aacutegua subterracircnea com uma

salinidade de 800 mgL como altamente salobra enquanto que habitantes dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

25

desertos poderiam admitir que uma aacutegua com salinidade de 1500 mgL seria

satisfatoacuteria para consumo No Sinai do Sul os beduiacutenos assim como o seu

rebanho sobreviviam com aacutegua de poccedilo com uma salinidade em torno de 2000

mgL Em 1988 a OMS (Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) estabeleceu padrotildees

quiacutemicos e bioloacutegicos para a qualidade de aacutegua destinada ao consumo e

classificou as aacuteguas quanto agrave potabilidade de acordo com a salinidade como

mostra a Tabela 22 (EL-MANHARAWY HAFEZ 2003)

Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

Qualidade da aacutegua STD (mgL) Excelente lt 300 Boa 300 - 600 Regular 600 - 900 Insatisfatoacuteria 900 - 1200 Inaceitaacutevel gt 1200

Fonte El-Manharawy e Hafez (2003)

Em 1996 a Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental dos Estados Unidos

recomendou um niacutevel de STD de 500 mgL como seguro para fins de consumo

humano a longo prazo e 1000 mgL como maacuteximo para consumo humano a

curto prazo Os padrotildees de qualidade de aacutegua estabelecidos por ambos

mencionam detalhadamente os limites bacterioloacutegicos e tambeacutem para

substacircncias quiacutemicas perigosas (FATH et al 2003) A maior parte da aacutegua

disponiacutevel na terra tem uma salinidade superior a 10000 mgL enquanto que a

aacutegua salgada normalmente tem uma salinidade entre 35000-45000 mgL na

forma de sais dissolvidos

De acordo com o Art 16 da Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do

Ministeacuterio da Sauacutede a aacutegua potaacutevel deve estar em conformidade com o padratildeo

de aceitaccedilatildeo de consumo expresso na Tabela 23

A referida Portaria recomenda que o pH da aacutegua seja mantido na faixa

de 60 a 95 que o teor maacuteximo de cloro residual livre em qualquer ponto do

sistema de abastecimento seja de 20 mgL Aleacutem disso recomenda-se a

realizaccedilatildeo de testes para detecccedilatildeo de odor e gosto em amostras de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

26

coletadas na saiacuteda do tratamento e na rede de distribuiccedilatildeo Aleacutem disso as

amostras de aacutegua para consumo humano devem tambeacutem estar isentas de

coliformes termotolerantes

Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a Portaria

no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

Paracircmetro Unidade VMP(1)

Alumiacutenio mgL 02 Amocircnia (como NH3) mgL 15 Cloreto mgL 250 Cor aparente UH(2) 15 Dureza mgCaCO3L 500 Etilbenzeno mgL 02 Ferro mgL 03 Manganecircs mgL 01 Monoclorbenzeno mgL 012 Odor - Natildeo objetivaacutevel(3)

Gosto - Natildeo objetivaacutevel(3)

Soacutedio mgL 200 Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

mgL 1000

Sulfato mgL 250 Sulfeto de hidrogecircnio mgL 005 Surfactantes mgL 05 Tolueno mgL 017 Turbidez UT(4) 5 Zinco mgL 5 Xileno mgL 03 (1) Valor maacuteximo permitido (2) Unidade Hazen (mg Pt ndash CoL) (3) Criteacuterio de referecircncia ( 4) Unidade de turbidez

24 ndash ABASTECIMENTO DE AacuteGUA

241 - Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua

A bacia do rio Satildeo Francisco possui 52 de sua aacuterea inserida no

ldquoPoliacutegono da Secardquo (SUASSUNA 2000) Possui uma disponibilidade de aacutegua

de 644 bilhotildees de m3ano respondendo por 69 da disponibilidade de aacuteguas

superficiais e por 73 da disponibilidade superficial garantida do Nordeste

face agrave sua perenidade (MONTENEGRO et al 2003) Este vital recurso hiacutedrico

tem desempenhado o papel de principal fonte de recurso hiacutedrico da regiatildeo

Nordeste como elemento fornecedor de aacutegua atraveacutes de sistemas integrados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

27

e sistemas isolados de abastecimento de aacutegua Apesar de ser um manancial

notoriamente reconhecido pela sua boa qualidade nem sempre a qualidade

de aacutegua dos sistemas adutores de fornecimento de aacutegua do Satildeo Francisco

atendem aos padrotildees de potabilidade preconizados como mostra o trabalho de

Santos e Daltro Filho (2000) Estes autores realizaram um levantamento

exploratoacuterio visando avaliar a qualidade de aacutegua de abastecimento fornecida

pelo sistema integrado Escurial (Sergipe) as condiccedilotildees de vida sauacutede

percepccedilatildeo e postura da populaccedilatildeo ao recurso da aacutegua Neste trabalho fez-se

uso de questionaacuterios que foram aplicados junto agrave populaccedilatildeo agraves autoridades e

oacutergatildeos atuantes nos 5 povoados atendidos aleacutem de terem sido efetuadas

coletas e anaacutelises de aacutegua no rio Satildeo Francisco e em diversos pontos deste

sistema O referido sistema inicia no povoado Escurial onde existe a captaccedilatildeo

o tratamento uma unidade de armazenamento e uma estaccedilatildeo elevatoacuteria

Atende aleacutem do povoado Escurial aos povoados Carro Quebrado Lagoas

Catingueira e Areias Todos estes povoados pertencem ao municiacutepio sergipano

de Nossa Senhora de Lourdes e estatildeo inseridos no semi-aacuterido Este sistema de

responsabilidade da DESO (Companhia de Saneamento de Sergipe) foi

projetado para o alcance de 2011 quando se pretende atender a uma

populaccedilatildeo de 4476 pessoas De acordo com os resultados apresentados

Santos e Daltro Filho (2000) concluiacuteram

(i) Com a chegada do abastecimento de aacutegua as comunidades adquiriram a

percepccedilatildeo da aacutegua como um bem disponiacutevel (de consumo) e mesmo de

conforto apesar de sofrimento pela sua falta

(ii) Tanto a aacutegua do manancial como a que eacute distribuiacuteda natildeo atende

totalmente aos padrotildees de potabilidade

(iii) O alto grau de pobreza que estava submetida a populaccedilatildeo da aacuterea

estudada representava um risco agrave sustentabilidade do meio ambiente pois as

famiacutelias natildeo dispunham de recursos nem conhecimento para evitar a

degradaccedilatildeo do ambiente onde viviam

(iv) As atividades da DESO atraveacutes do sistema integrado de Escurial que

abastece os cinco povoados estudados tecircm representado um ganho parcial

para aquelas comunidades principalmente no que se refere ao ldquoconfortordquo Essa

situaccedilatildeo eacute particularmente importante para a populaccedilatildeo dos povoados mais

distantes na busca pela aacutegua Os efeitos positivos daquela infra-estrutura na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

28

sauacutede da comunidade dependem natildeo soacute da qualidade da aacutegua mas de

muacuteltiplos fatores e demais intervenccedilotildees como destino e tratamento dos

resiacuteduos soacutelidos instalaccedilotildees sanitaacuterias adequadas nos domiciacutelios boa higiene

comunitaacuteria e niacuteveis soacutecio-econocircmicos e educacionais compatiacuteveis ao bem

estar de qualquer comunidade No mais pocircde-se perceber que o simples

fornecimento de aacutegua tem representado impacto parcialmente positivo agrave

qualidade de vida da populaccedilatildeo apesar das constantes faltas drsquoaacutegua

particularmente no periacuteodo de estiagem

Atualmente o nuacutemero de accediludes existentes no semi-aacuterido nordestino eacute

superior a 100 mil e a capacidade de armazenamento eacute de 25 bilhotildees de

metros cuacutebicos (DUARTE 2002) No Nordeste do Brasil que eacute a principal

regiatildeo onde as condiccedilotildees aacuteridas e semi-aacuteridas satildeo encontradas tecircm sido

construiacutedos centenas de reservatoacuterios a fim de armazenar aacutegua para consumo

humano e para irrigaccedilatildeo Infelizmente a maioria destes reservatoacuterios (cerca de

80) natildeo eacute conectada aos sistemas de distribuiccedilatildeo de aacutegua para consumo

humano Aleacutem da evidente necessidade de uma quantidade suficiente de aacutegua

existem seacuterios problemas relacionados com a qualidade da aacutegua destes

reservatoacuterios (VON SPERLING 1998)

(i) Eutrofizaccedilatildeo (florescecircncia de plantas aquaacuteticas causadas pela descarga de

nutrientes)

(ii) Assoreamento (acuacutemulo de material inorgacircnico tal como areia silte e

argila)

(iii) Salinizaccedilatildeo (elevaccedilatildeo do teor de sais no corpo drsquoaacutegua quando a

evaporaccedilatildeo excede a precipitaccedilatildeo)

Segundo Santos et al (2000) a construccedilatildeo simples de accediludes grandes

e pequenos sem criteacuterios de distribuiccedilatildeo nas bacias hidrograacuteficas tem levado

ao agravamento do quadro da falta drsquoaacutegua ou mesmo da qualidade de aacutegua

(salinizaccedilatildeo)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

29

242 ndash Obras hiacutedricas de pequeno porte

Como no semi-aacuterido brasileiro a escassez de aacutegua para o consumo

humano ainda eacute um drama social principalmente durante as secas a

necessidade diaacuteria de buscar aacutegua para o consumo domeacutestico obriga

principalmente as mulheres a longas caminhadas agrave sua procura As

estimativas apontam que dois terccedilos dos domiciacutelios rurais no Nordeste se

encontram nessa situaccedilatildeo Na maioria dos casos sem ter outra alternativa

utilizam aacutegua improacutepria ao consumo humano ou esperam dias e ateacute semanas

pelo abastecimento do carro-pipa cuja qualidade de aacutegua muitas vezes natildeo

atende aos padrotildees de potabilidade O esforccedilo despendido para obtenccedilatildeo de

aacutegua nos periacuteodos de escassez de chuvas eacute significativo Satildeo cerca de trecircs

diashomem por semana para obtenccedilatildeo de aacutegua segundo estudos da

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria) sem falar dos

problemas causados pelo consumo de aacutegua contaminada A UNICEF (Fundo

das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia) usando dados do Ministeacuterio da Sauacutede do

Brasil alerta para o fato de que a cada quatro crianccedilas que morrem na regiatildeo

uma deixa a vida acometida por diarreacuteia consequumlecircncia indesejaacutevel do

consumo de aacutegua improacutepria Os custos diretos e indiretos financeiros e sociais

desta situaccedilatildeo satildeo imensos e se repetem com uma frequumlecircncia inaceitaacutevel

(LIMA et al 2001)

Em funccedilatildeo disto tem-se buscado para o povo nordestino soluccedilotildees

simples praacuteticas e economicamente viaacuteveis Por meio de parcerias diversas

ONGs instituiccedilotildees eclesiaacutesticas e governamentais tecircm desenvolvido algumas

experiecircncias localizadas e conseguido melhorar as condiccedilotildees de vida da

populaccedilatildeo rural difusa Um princiacutepio elementar do manejo dos recursos

hiacutedricos no semi-aacuterido eacute a captaccedilatildeo no periacuteodo chuvoso e utilizaccedilatildeo no periacuteodo

de estiagem imediato (COSTA et al 2001a)

A realidade econocircmica e social do homem do campo nordestino exige

que as soluccedilotildees encontradas para a convivecircncia com a seca envolvam

tecnologias de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo Dentre estas alternativas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

30

empregadas historicamente destacam-se os barreiros as barragens

subterracircneas os poccedilos tubulares e as cisternas (ABREU 2001) Uma consideraacutevel quantidade de estudos hidroloacutegicos e obras

hidraacuteulicas tem levado progressivamente agrave atenuaccedilatildeo dos problemas

decorrentes das condiccedilotildees de semi-aridez Todavia como observam Costa et

al (2001a) soluccedilotildees definitivas estatildeo ainda longe de serem alcanccediladas e

soluccedilatildeo uacutenica natildeo existe

Qualquer que seja a soluccedilatildeo ou conjunto de soluccedilotildees deve-se ter

sempre em mente a busca mais apropriada a cada condiccedilatildeo de escassez de

aacutegua banindo-se a cultura de soluccedilotildees aplicadas a regiotildees uacutemidas como

tradicionalmente tecircm-se comportado a pesquisa e a extensatildeo rural do semi-

aacuterido (BATISTA 2001) Um aspecto ressaltado por Mota e Studart (1996) eacute que

na implantaccedilatildeo de obras hiacutedricas devem ser considerados os sistemas jaacute

existentes e os impactos que podem causar nos meios abioacutetico bioacutetico e

antroacutepico tendo como unidade de anaacutelise a bacia hidrograacutefica Assim aleacutem

dos impactos localizados decorrentes de cada empreendimento devem ser

analisados os impactos cumulativos do mesmo sobre a bacia hidrograacutefica

onde se situaraacute

As pequenas obras hiacutedricas (barreiros cisternas barragens

subterracircneas e poccedilos) satildeo estruturas de pequeno porte e de custo construtivo

relativamente baixo construiacutedas com a finalidade de armazenar aacuteguas

superficiais subterracircneas ou pluviais para a sua utilizaccedilatildeo de alguma forma ou

de muacuteltiplas formas (abastecimento de aacutegua dessedentaccedilatildeo animal irrigaccedilatildeo

entre outras) Enfoca-se a seguir alguns aspectos relacionados a estas

estruturas 2421 ndash Barreiros

O aproveitamento de aacutegua conhecido regionalmente por barreiro

tanque ou aguada consiste no acuacutemulo de aacuteguas de superfiacutecie que recolhe a

aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio proporcionado pela construccedilatildeo de

um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo do terreno Sua capacidade de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

31

acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute algumas dezenas de milhares de

metros cuacutebicos A partir de um acuacutemulo superior a cerca de 100000 m3 a obra

eacute considerada como um pequeno accedilude Trata-se de um aproveitamento de

pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo relativamente baixo e

sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho do barreiro podendo

ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas razotildees o barreiro

encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste (OLIVEIRA

LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al (2003) estas

estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas por evaporaccedilatildeo

elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas exigecircncias de

potabilidade

No que se refere agrave utilizaccedilatildeo da aacutegua armazenada as famiacutelias a utilizam

para os mais diversos usos em funccedilatildeo destas estruturas exercerem um papel

importante no abastecimento familiar Apesar da alta turbidez encontrada

nestas aacuteguas chegando a valores acima de 600 uT elas tambeacutem satildeo

destinadas ao consumo familiar Eacute comum as famiacutelias utilizarem produtos

minerais tais como sulfato de alumiacutenio gesso cal etc para clarificar a aacutegua

desses barreiros Ciente dos riscos que estes produtos podem trazer agrave sauacutede

humana quando ingeridos em dosagens excessivas e por periacuteodos

prolongados a ONG CAATINGA vem introduzindo o uso da semente de

moringa oleifera para clarificar e tratar a aacutegua dos barreiros destinada ao uso

familiar (SOUZA 1999)

Atraveacutes da observaccedilatildeo de alguns poucos barreiros profundos

(profundidade superior a 4 m) existentes no municiacutepio de Ouricuri-PE

confirmou-se na praacutetica que a evaporaccedilatildeo era reduzida agrave medida em que se

aumentava a profundidade Daiacute em 1987 o barreiro-trincheira (Figura 22)

surgiu como proposta para armazenamento e fornecimento de aacutegua para

consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal das pequenas propriedades da

regiatildeo de Ouricuri (SOUZA 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

32

Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999)

2422 ndash Cisternas

Construir cisternas eacute uma tradiccedilatildeo antiga em regiotildees aacuteridas ou semi-

aacuteridas do ldquoVelho Mundordquo como no Oriente Meacutedio e na Aacutesia onde a captaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para o abastecimento humano faz parte do acervo cultural

dos povos haacute milhares de anos (SCHISTEK 2001)

A cisterna consiste em um reservatoacuterio fechado destinado a armazenar

aacuteguas pluviais para consumo humano Eacute constituiacuteda por um tanque de

armazenamento um sistema de filtragem e a aacuterea de captaccedilatildeo O tanque de

armazenamento eacute o proacuteprio reservatoacuterio que pode ser semi-enterrado ou

totalmente subterracircneo no caso da aacuterea de captaccedilatildeo ser no solo (Brito e Porto

1999) Trata-se de uma tecnologia de soluccedilatildeo local e de baixo custo com

perspectiva de equacionar a demanda de aacutegua para consumo humano e

animal aproveitando o proacuteprio telhado das construccedilotildees eou solo da

circunvizinhanccedila como aacuterea de captaccedilatildeo Existe portanto possibilidade de

aproveitamento das superfiacutecies de captaccedilatildeo existentes numa propriedade (casas-

sede casas de colono instalaccedilotildees animais) livre de taxa e sem necessidade de

transporte da aacutegua por longas distacircncias aleacutem do benefiacutecio de reduzir a demanda

por aacutegua tratada (GONDIM 2001)

Segundo Gnadlinger (1999) a cisterna de placas de cimento eacute o tipo de

cisterna mais utilizado no semi-aacuterido brasileiro Esse reservatoacuterio consiste em

placas de concreto (mistura cimento-areia na proporccedilatildeo de 14) de cerca de 50

por 60 cm com 3 cm de espessura curvadas de acordo com o raio projetado

da parede da cisterna dependendo da capacidade prevista Haacute variantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

33

onde por exemplo as placas de concreto satildeo menores e mais espessas e com

um traccedilo de cimento mais magro A parede da cisterna eacute levantada com essas

placas finas a partir do chatildeo jaacute cimentado Para evitar que a parede venha a

cair ela eacute sustentada com varas ateacute que a argamassa esteja seca Apoacutes isso

um arame de accedilo galvanizado (no 12 ou 277 mm) eacute enrolado no lado externo

da parede e essa eacute rebocada Em seguida a parede interna e o chatildeo satildeo

rebocados e cobertos com nata de cimento forte O telhado da cisterna tambeacutem

eacute feito de placas de concreto Um reboco externo eacute suficiente para dar firmeza

O espaccedilo vazio em volta da cisterna eacute aterrado

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel aleacutem da

poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais como roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos animais satildeo levados pelo escoamento da aacutegua

de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada Uma

vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir em

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004) Aleacutem disso a construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de

lanccedilamento de esgotos a ausecircncia de conservaccedilatildeo e de manejo adequados

da aacutegua aliados ao uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e

uso de cordas e baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem

representar fontes de contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios

microorganismos natildeo soacute os pertencentes ao grupo coliformes totais e

termotolerantes mas tambeacutem outras bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua

(AMORIM PORTO 2003) Geralmente indicadores tradicionais assim como

os coliformes totais e termotolerantes satildeo utilizados para avaliar a qualidade

microbioloacutegica das aacuteguas de chuva (MEERA AHAMMED 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

34

Amorim e Porto (2001) avaliaram a qualidade bacterioloacutegica da aacutegua de

cisternas da comunidade de Volta do Riacho localizada no municiacutepio de

Petrolina-PE Eles enfocaram medidas de proteccedilatildeo da contaminaccedilatildeo por

agentes patogecircnicos associados agraves doenccedilas veiculadas pela aacutegua Os

resultados obtidos indicaram contaminaccedilatildeo de origem fecal em todas as

cisternas avaliadas e tambeacutem a ausecircncia de medidas de prevenccedilatildeo de

contaminaccedilatildeo principalmente o uso da desinfecccedilatildeo da aacutegua pelo cloro

O dispositivo destinado a desviar automaticamente as primeiras aacuteguas

de chuva apresentado no trabalho de Andrade Neto (2003 2004) consiste

num pequeno tanque localizado na cobertura da cisterna para o qual satildeo

desviadas automaticamente as primeiras aacuteguas de cada chuva utilizando-se

um ldquoTrdquo (intercalado na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna) que deriva para este

pequeno tanque as aacuteguas de lavagem da superfiacutecie de captaccedilatildeo Como o

tanque de desvio permanece todo fechado quando o telhado estaacute lavado ele

enche e soacute entatildeo eacute que a aacutegua de melhor qualidade vai para a cisterna O

fecho hiacutedrico dispensa boacuteias ou outros artifiacutecios Apoacutes a chuva e antes que se

acumule sujeira na superfiacutecie de captaccedilatildeo o tanque de desvio deve ser

esvaziado por meio de uma tubulaccedilatildeo de descarga que novamente fechada

deixa o dispositivo pronto para o desvio automaacutetico das primeiras aacuteguas da

proacutexima chuva O tanque de desvio eacute pequeno e portanto perde-se muito

pouco da aacutegua que aliaacutes pode ser empregada em usos menos exigentes e

ganha-se muito em qualidade

Aleacutem de apresentar um dispositivo destinado a desviar automaticamente

as primeiras aacuteguas de chuva Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios

aspectos da qualidade da aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a

fim de evitar a contaminaccedilatildeo da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na

superfiacutecie de captaccedilatildeo e propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

35

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microorganismos de maior dimensatildeo melhorando a qualidade da aacutegua

coletada

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuteria

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante (prejudica a qualidade da aacutegua pois favorece a proliferaccedilatildeo de

algas tornando a aacutegua improacutepria para consumo)

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais mas na calha e na tubulaccedilatildeo

de entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou outra coisa que possa

reter a sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes eacute prudente tratar a aacutegua

da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem a

garantia de que a cisterna eacute abastecida apenas por aacutegua de chuva ou que natildeo

se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM PORTO

2003) Existem muitas formas de tratamento das aacuteguas das cisternas Os mais

comuns satildeo cloraccedilatildeo fervura filtraccedilatildeo e exposiccedilatildeo aos raios ultravioleta do

sol A cloraccedilatildeo eacute o tratamento mais apropriado para aacuteguas pluviais quando se

suspeita de contaminaccedilatildeo devido a aacutegua apresentar coloraccedilatildeo ou odor

desagradaacutevel (GOULD 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

36

2423 ndash Barragens subterracircneas

Este tipo de obra se caracteriza por um barramento artificial do fluxo de

aacutegua subterracircnea construiacutedo comumente encaixado no leito de riachos com o

fim de manter elevado o niacutevel freaacutetico aumentar o armazenamento de aacutegua e

estabelecer condiccedilotildees favoraacuteveis de captaccedilatildeo a montante Tais caracteriacutesticas

evitam que os recursos hiacutedricos do aquumliacutefero aluvial continuem a escoar ateacute

que se esgotem com o fim do periacuteodo de chuvas fato comumente verificado

nas regiotildees semi-aacuteridas (COSTA et al 2001a) As barragens subterracircneas satildeo

menos susceptiacuteveis agrave evaporaccedilatildeo e contaminaccedilatildeo da aacutegua do que

reservatoacuterios superficiais (accedilude) como mostram Puerari e Castro (2001)

Uma pesquisa para locaccedilatildeo de uma barragem subterracircnea deve levar

em conta diversos aspectos fundamentais entre eles (COSTA 2001) se a

aacutegua do rio jaacute possui elevado teor de sais natildeo se deve construir uma barragem

subterracircnea pois a tendecircncia natural seraacute aumentar a sua concentraccedilatildeo salina

tornando-a imprestaacutevel ao consumo humano

Dentre os vaacuterios modelos de barragem subterracircnea segundo Abreu

(2001) os mais conhecidos satildeo

(i) Modelo CPATSA (Figura 23) padratildeo desenvolvido por pesquisadores do

CPATSAEMBRAPA em Petrolina-PE no iniacutecio dos anos 80 constando

essencialmente de

bull Uma escavaccedilatildeo em arco

bull Uma parede elevada (cerca de 1 m de altura) a jusante da escavaccedilatildeo

bull Impermeabilizaccedilatildeo da parede elevada e da escavaccedilatildeo

bull Um sangradouro em cimento e alvenaria ou em concreto

bull Uma cisterna coberta com telhado a jusante da barragem

bull Um filtro de areia e carvatildeo na escavaccedilatildeo

bull Uma tubulaccedilatildeo para conduccedilatildeo da aacutegua da barragem atraveacutes do filtro ateacute a

cisterna a jusante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

37

Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001)

(ii) Modelo CAATINGA (Figura 24) modelo desenvolvido pela ONG

CAATINGA e consta basicamente de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira linear em geral de modo manual

bull Preenchimento da trincheira com o mesmo material retirado submetido a

uma compactaccedilatildeo manual ou feita por animais

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte sobre a barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38

Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001)

(iii) Modelo Costa e Melo (Figura 25) desenvolvida pelos pesquisadores da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Waldir D Costa e Pedro G de

Melo no iniacutecio da deacutecada de 80 tendo sido posteriormente modificado

ampliado e adequado agraves condiccedilotildees locais pelo primeiro dos pesquisadores

Consta de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira retiliacutenea perpendicular agrave direccedilatildeo de

escoamento do riacho

bull Septo impermeaacutevel ao longo da trincheira

bull Um ou mais poccedilos amazonas sendo um necessariamente colocado junto do

septo impermeaacutevel e a montante deste

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte na superfiacutecie junto ao

septo impermeaacutevel e a jusante deste

bull Um ou mais piezocircmetros ao longo da bacia hidraacuteulica da barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

39

Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Modelo Costa e Melo (ABREU

2001)

2424 ndash Poccedilos

A utilizaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea no Brasil vem crescendo de maneira

significativa provavelmente com taxas superiores agrave da proacutepria economia como

um todo Entretanto pode-se afirmar que a mesma ainda natildeo atingiu um niacutevel

de divulgaccedilatildeo adequado e continua sendo um recurso natural completamente

desconhecido e marginal ao planejamento econocircmico do Paiacutes Ocorrem

atualmente demandas localizadas e sazonais ora movidas pela trageacutedia das

secas nas regiotildees semi-aacuteridas e ora por efeitos artificiais dos interesses

eleitoreiros (RIBEIRO 2001) Silans (2002) informa que os poccedilos constituem

junto com a pequena accediludagem a soluccedilatildeo mais difundida para o

abastecimento de aacutegua difuso no semi-aacuterido

A captaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea daacute-se pelo bombeamento da aacutegua de

poccedilos O tipo de poccedilo a ser construiacutedo depende da finalidade a que se destina

e da vazatildeo que se espera retirar Os poccedilos podem ser classificados por sua

profundidade diacircmetro material de construccedilatildeo tipo de aquumliacutefero entre outros

As cacimbas (Figura 26) satildeo um dos tipos mais conhecidos de poccedilos Este

tipo de poccedilo eacute usado para captaccedilatildeo de aquumliacuteferos livres freaacuteticos e de aluviatildeo

de domiacutenio poroso Natildeo satildeo profundos e possuem grande diacircmetro (maior que

2 m) e as vazotildees de explotaccedilatildeo satildeo baixas O material de revestimento pode

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

40

ser de manilhas de concreto ladrilho tijolos cimento ou pedras As bombas

empregadas para retirada de aacutegua satildeo de baixa potecircncia muitas vezes em

poccedilos com menos de 10 m de profundidade empregam-se compressores

(FREITAS 1997)

Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997)

Os poccedilos tubulares (Figura 27) usualmente chamados poccedilos

artesianos possuem diacircmetro menor que as cacimbas e sua profundidade

varia de dezenas a centenas de metros Satildeo revestidos por tubos de PVC

geomecacircnico ou accedilo galvanizado intercalados com filtros que nada mais satildeo

do que os revestimentos dotados de ranhuras ou espaccedilos vazios para permitir

a entrada de aacutegua Estes poccedilos atingem todo o tipo de aquumliacutefero empregam

bombas submersas para a explotaccedilatildeo da aacutegua (FREITAS 1997)

Haacute ainda os poccedilos de monitoramento e amostragem (Figura 28) Estes

poccedilos satildeo utilizados no monitoramento da qualidade da aacutegua subterracircnea em

um determinado local Satildeo em geral construiacutedos proacuteximos a aterros

sanitaacuterios lixotildees estaccedilotildees de tratamento de esgoto e outras instalaccedilotildees que

podem vir a contaminar a aacutegua subterracircnea principalmente o lenccedilol freaacutetico

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

41

Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS 1997)

Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e amostragem

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

42

Os materiais visualizados anteriormente nas Figuras 27 e 28 satildeo

imprescindiacuteveis na construccedilatildeo de poccedilos de qualidade Nenhum deles deve ser

suprimido O revestimento interno consiste de tubos de PVC da linha

geomecacircnica (resistente agrave traccedilatildeo provocada pelo bombeamento) ou de accedilo

galvanizado Tem a funccedilatildeo de revestir as paredes do poccedilo Os tubos de PVC

soacute podem ser empregados em poccedilos de no maacuteximo 250 m de profundidade

No entanto em poccedilos com menor profundidade deve-se sempre optar por

revestimento e filtros deste material uma vez que eacute praticamente inerte agrave

maioria das substacircncias e natildeo eacute susceptiacutevel agrave corrosatildeo quiacutemica O filtro possui

a propriedade de permitir a entrada de aacutegua do aquumliacutefero para dentro do poccedilo e

de impedir a penetraccedilatildeo de alguma impureza Existem vaacuterios tipos de filtros

poreacutem o mais comum eacute o do tipo ranhurado O preacute-filtro consiste de areia

lavada de gratildeos de quartzo ou pedriscos de quartzo inertes e resistentes O

preacute-filtro ocupa o espaccedilo anular entre o filtro e a parede de perfuraccedilatildeo A

granulometria do preacute-filtro eacute funccedilatildeo da granulometria do aquumliacutefero O preacute-filtro

tem a funccedilatildeo de estabilizar areias muito finas e bem selecionadas e permitir

maior percentual de aacuterea aberta das ranhuras do filtro A proteccedilatildeo sanitaacuteria tem

a funccedilatildeo de evitar que a aacutegua superficial contamine o poccedilo atraveacutes da

infiltraccedilatildeo pelo espaccedilo anular Eacute formada pelo selo sanitaacuterio e pela caixa de

proteccedilatildeo O selo sanitaacuterio consiste de uma argamassa de cimento na

extremidade superior do espaccedilo anular A laje de proteccedilatildeo eacute um piso de

cimento ao redor da boca do poccedilo construiacutedo com um pequeno declive

(FREITAS 1997)

A primeira fase na construccedilatildeo de um poccedilo eacute a execuccedilatildeo de um projeto

do poccedilo Neste projeto define-se a vazatildeo pretendida para o sistema Devem

constar um estudo que contenha informaccedilotildees sobre a geologia local planta

topograacutefica em escala adequada com localizaccedilatildeo e cadastro de obras e de

poccedilos existentes a existecircncia de outros poccedilos abrangidos pelo mesmo

aquumliacutefero o meacutetodo de locaccedilatildeo o perfil estratigraacutefico previsto meacutetodo de

perfuraccedilatildeo entre outras informaccedilotildees A obra propriamente dita inicia-se com a

perfuraccedilatildeo inicial para a colocaccedilatildeo do tubo de proteccedilatildeo sanitaacuteria Pode-se ou

natildeo executar executar um furo guia para obtenccedilatildeo de dados preliminares das

caracteriacutesticas rochas em subsuperfiacutecie Existem basicamente dois tipos de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

43

sonda utilizados para a perfuraccedilatildeo de poccedilos rotativa e agrave percussatildeo A rotativa

eacute empregada em terrenos cujas rochas possuem grande resistecircncia A

perfuraccedilatildeo agrave percussatildeo baseia-se na perfuraccedilatildeo mediante o movimento

alternativo (para cima e para baixo) de uma pesada massa que em sua queda

fratura e desagrega a rocha desprendendo fragmentos de variados tamanhos

que satildeo extraiacutedos por meio de uma vaacutelvula de limpeza (FREITAS 1997)

A forma de construccedilatildeo do poccedilo eacute fundamental para garantir a qualidade

da aacutegua captada e maximizar a eficiecircncia da operaccedilatildeo do poccedilo e a explotaccedilatildeo

do aquumliacutefero Essa questatildeo encontra-se regulamentada atraveacutes de duas

normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas (ABNT) publicadas em

1990 O projeto de poccedilo para captaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea eacute regulamentado

pela norma NBR-12212 de 1992 que prevecirc a elaboraccedilatildeo de especificaccedilotildees

teacutecnicas de construccedilatildeo planilha orccedilamentaacuteria e croquis construtivos O projeto

executivo deve seguir as normas teacutecnicas para construccedilatildeo de poccedilos

apresentada na NBR-12244 de 1990 (ANA 2005)

Entre os principais fatores construtivos dos poccedilos tubulares que podem

representar risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas estatildeo (ANA 2005)

(i) Natildeo isolar as camadas indesejaacuteveis durante a perfuraccedilatildeo como por

exemplo a parte de rochas alteradas mais superficiais que satildeo mais

vulneraacuteveis agrave contaminaccedilatildeo

(ii) Ausecircncia de laje de proteccedilatildeo sanitaacuteria e altura inadequada da boca do poccedilo

(iii) Proximidade com pontos potencialmente contaminantes da aacutegua tais como

fossas lixotildees entre outros

(iv) Natildeo desinfectar o poccedilo apoacutes a construccedilatildeo

(v) Natildeo cimentaccedilatildeo do espaccedilo anelar entre o furo e o poccedilo que facilita a

entrada de aacuteguas superficiais

A resoluccedilatildeo no 15 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH)

de 2001 considera que poccedilos abandonados e desativados devem ser

adequadamente lacrados a fim de que natildeo se tornem possiacuteveis fontes de

contaminaccedilatildeo para o aquumliacutefero (ANA 2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

44

A vida uacutetil de um poccedilo depende tanto da metodologia adequada de

construccedilatildeo como tambeacutem da manutenccedilatildeo posterior A manutenccedilatildeo consiste

de operaccedilotildees necessaacuterias ao bom funcionamento do poccedilo e eacute de suma

importacircncia para se prevenir problemas futuros que podem quando natildeo

sanados a tempo inutilizar o poccedilo Os problemas mais comuns em poccedilos satildeo

(FREITAS 1997)

(i) Obstruccedilatildeo das seccedilotildees filtrantes pode indicar incrustaccedilatildeo (aacuteguas

incrustantes) ou deposiccedilatildeo de argila silte ou areia fina nos filtros ou ainda

pode ser decorrente de mau desenvolvimento do poccedilo

(ii) Produccedilatildeo de areia geralmente eacute resultado do rompimento de algumas

seccedilotildees de filtro ou do proacuteprio revestimento

(iii) Deterioraccedilatildeo da estrutura do poccedilo (accedilo inoxidaacutevel) reflete-se em geral

pela alteraccedilatildeo da cor da aacutegua e presenccedila de partiacuteculas em suspensatildeo

Tambeacutem pode ser reflexo de accedilatildeo bacteriana (bacteacuterias do ferro)

(iv) Defeitos de equipamento de bombeamento a temperatura do motor a

tensatildeo dos tubos e o comportamento da parte eleacutetrica refletem este tipo de

problema

(v) Incrustaccedilatildeo a queda da vazatildeo especiacutefica indica este problema

(vi) Modificaccedilotildees nas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua podem ser

reflexo da corrosatildeo do revestimento da construccedilatildeo de algum tipo de

instalaccedilatildeo que altere a qualidade da aacutegua subterracircnea tais como lixotildees

aterros ou fossas nas cercanias do local

(vii) Atividade bacteriana tambeacutem pode refletir instalaccedilotildees com potencial de

contaminaccedilatildeo Ainda estatildeo relacionadas a bacteacuterias do ferro que satildeo nativas

da aacutegua e atuam na corrosatildeo de revestimentos e filtros de accedilo galvanizado

Estas bacteacuterias tambeacutem geram material que se deposita nas ranhuras dos

filtros

(viii) Queda da vazatildeo de produccedilatildeo praticamente todos os fatores supracitados

contribuem para a queda da vazatildeo

A fim de evitar estes e outros problemas deve-se proceder com a

manutenccedilatildeo preventiva Um programa de manutenccedilatildeo preventiva requer

estreita articulaccedilatildeo com atividades de operaccedilatildeo (FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

45

No semi-aacuterido considerando a grande extensatildeo aflorante das rochas

cristalinas a maioria dos poccedilos eacute perfurada inevitavelmente nessas rochas A

fraca vocaccedilatildeo hidrogeoloacutegica influenciada pela deficiente circulaccedilatildeo de aacutegua

ao longo das fraturas aliada ainda ao desconhecimento de seu subsolo e da

hidraacuteulica nas zonas fraturadasfissuradas tem acarretado inuacutemeros

insucessos (MOTA STUDART 1996) Abreu (2001) relata que soacute no semi-

aacuterido pernambucano em 1998 foram perfurados 206 poccedilos em rocha

cristalina Destes 87 resultaram secos eou com teor de sais dissolvidos muito

elevados (resiacuteduo seco gt 7000 mgL) o que inviabilizou a instalaccedilatildeo dos

mesmos

24 ndash ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA QUALIDADE DE AacuteGUA

241 ndash Dessalinizaccedilatildeo

A dessalinizaccedilatildeo consiste em uma tecnologia empregada que possibilita

a separaccedilatildeo de sais de aacuteguas salobras e aacuteguas salinas tornando-as potaacuteveis

Este processo vem se expandindo rapidamente principalmente em aacutereas

aacuteridas semi-aacuteridas e remotas onde se verifica escassez hiacutedrica ou os custos

para aduccedilatildeo ateacute estas regiotildees satildeo elevados

Arabi e Zurigat (2005) salientam que a escassez hiacutedrica natildeo eacute a uacutenica

causa da crescente aplicaccedilatildeo da tecnologia da dessalinizaccedilatildeo Em diversas

partes do mundo o aumento da poluiccedilatildeo de rios lagos e em alguns casos da

aacutegua subterracircnea tem reduzido significativamente a qualidade das fontes de

aacutegua doce disponiacuteveis Por exemplo nos Paiacuteses Baixos os quais possuem

abundacircncia em aacutegua doce as aacuteguas dos seus rios tornaram-se poluiacutedas com

resiacuteduos de sais provenientes da mineraccedilatildeo Isso levou agrave fundaccedilatildeo em 1999

da maior usina de dessalinizaccedilatildeo com a tecnologia de membrana do mundo na

eacutepoca com 2000 m3h

Diariamente satildeo produzidos cerca de 25 milhotildees de metros cuacutebicos da

demanda hiacutedrica do mundo em usinas de dessalinizaccedilatildeo Estas faacutebricas de

aacutegua tecircm uma capacidade que pode alcanccedilar ateacute 230000 m3dia e podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

46

abastecer grandes cidades com aacutegua potaacutevel (KOSCHIKOWSKI et al 2003)

Kahraman et al (2004) mencionam que a maior parte das usinas de

dessalinizaccedilatildeo estaacute no Oriente Meacutedio com quase 50 da capacidade mundial

A Araacutebia Saudita eacute o maior usuaacuterio da tecnologia de dessalinizaccedilatildeo com 24

da capacidade mundial e os Estados Unidos satildeo o segundo maior com 16 Os processos de dessalinizaccedilatildeo podem ser classificados em processos

teacutermicos que implicam em mudanccedila de fase e processos que utilizam

membrana de filtraccedilatildeo conforme a Tabela 24 (SILANS 2002)

Tabela 24 Tipos de dessalinizadores Processo Tipo de dessalinizador Teacutermico (i) Criogecircnico

(ii) Simples efeito (destilaccedilatildeo por energia solar) (iii) Muacuteltiplo efeito (iv) Destilaccedilatildeo instantacircnea (v) Compressatildeo de vapor

Membranas de filtraccedilatildeo (i) Eletrodiaacutelise (ii) Osmose inversa ou reversa

Fonte Silans (2002)

A tecnologia que utiliza processos teacutermicos envolvendo a mudanccedila de

estado fiacutesico estaacute perdendo mercado para as membranas seletivas devido

basicamente agrave escala de produccedilatildeo e agrave evoluccedilatildeo da tecnologia Para se ter

uma ideacuteia em 1991 uma instalaccedilatildeo de osmose reversa em Santa Baacuterbara

(EUA) com capacidade instalada de cerca de 22 mil m3dia produzia aacutegua a

um custo de US$ 21m3 Atualmente uma unidade em Singapura de 142 mil

m3dia produz aacutegua a um custo de US$ 043m3 (NATIONAL RESEARCH

COUNCIL 2004)

A osmose eacute um fenocircmeno natural de caraacuteter fiacutesico-quiacutemico identificado

haacute mais de 200 anos Nela quando duas soluccedilotildees com diferentes

concentraccedilotildees satildeo separadas em um mesmo recipiente por uma membrana

semi-permeaacutevel ocorre espontaneamente a passagem da soluccedilatildeo de menor

concentraccedilatildeo no sentido da soluccedilatildeo menos diluiacuteda ateacute que se estabeleccedila um

equiliacutebrio como mostra a Figura 29(a) O fluxo ocorre porque a soluccedilatildeo menos

diluiacuteda encontra-se em um estado de maior energia Neste ponto de equiliacutebrio

a coluna de soluccedilatildeo menos concentrada estaraacute relativamente abaixo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

47

coluna do lado da soluccedilatildeo mais diluiacuteda A esta diferenccedila de altura entre as

colunas das soluccedilotildees daacute-se o nome de pressatildeo osmoacutetica Por outro lado a

osmose inversa eacute um processo induzido obtido por intermeacutedio da aplicaccedilatildeo

mecacircnica de uma pressatildeo superior agrave pressatildeo osmoacutetica do lado da soluccedilatildeo

mais concentrada fazendo com que ocorra um fluxo no sentido da soluccedilatildeo de

menor concentraccedilatildeo salina como eacute visto na Figura 29(b) Este princiacutepio fiacutesico

eacute utilizado na concepccedilatildeo de operaccedilatildeo dos dessalinizadores nos quais satildeo

utilizadas membranas sinteacuteticas (CRAVO 1999)

(a) osmose natural (b) Osmose inversa Figura 29 Processos de osmose (CRAVO1999)

A vantagem da osmose inversa eacute o baixo custo da aacutegua produzida que

pode ser entorno de 050-070 US$m3 comparado a 10-14 US$m3 com o

processo de destilaccedilatildeo com muacuteltiplo efeito e com a destilaccedilatildeo instantacircnea com

muacuteltiplos efeitos dependendo dos custos com energia O consumo de energia

do processo de osmose inversa eacute baixo comparado com os processos de

destilaccedilatildeo embora os custos com bombas sejam ainda consideraacuteveis A

qualidade do permeado eacute muito boa com concentraccedilotildees totais de soacutelidos

dissolvidos entre 100 e 500 mgL Podem ocorrer poluiccedilotildees com pequenas

moleacuteculas orgacircnicas (ex dioacutexido de carbono) o que pode ser evitado atraveacutes

de aeraccedilatildeo A desvantagem da osmose inversa eacute a sua susceptibilidade de

suas membranas ao ldquofoulingrdquo por exemplo soacutelidos suspensos e aos danos

causados por compostos oxidados tais como o cloro ou oacutexidos de cloro

Geralmente um preacute-tratamento eacute necessaacuterio para garantir o desempenho

estaacutevel do moacutedulo A otimizaccedilatildeo do preacute-tratamento eacute um dos aspectos mais

criacuteticos da osmose inversa O ldquoscalingrdquo de por exemplo CaCO3 CaSO4 e

BaSO4 eacute um outro possiacutevel problema dependendo da taxa de recuperaccedilatildeo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

48

produccedilatildeo do permeado e da alimentaccedilatildeo Numa recuperaccedilatildeo de 50 o

ldquoscalingrdquo pode ser efetivamente evitado pela adiccedilatildeo de produtos anti-

incrustaccedilotildees agrave aacutegua O aumento da recuperaccedilatildeo tem um impacto negativo no

scaling da membrana (BRUGGEN VANDERCASTEELE 2002)

Os processos de separaccedilatildeo com membrana tecircm demonstrado um

grande potencial para o tratamento de aacutegua e de esgoto por atender em todo o

mundo aos padrotildees restritivos relacionados agrave qualidade de aacutegua potaacutevel e a

padrotildees de lanccedilamento de esgotos Microfiltraccedilatildeo ultrafiltraccedilatildeo nanofiltraccedilatildeo e

osmose inversa tecircm sido usados cada vez mais para o tratamento de aacutegua e

de esgoto para remover soacutelidos suspensos e reduzir o teor de mateacuteria

orgacircnica e inorgacircnica (DING et al 2005)

No semi-aacuterido brasileiro de acordo com Duarte (2002) cerca de 80

dos poccedilos existentes se encontram em aacutereas de cristalino e cerca de 60

desses poccedilos contecircm aacutegua salobra contendo em meacutedia entre 30 e 40 gL de

sal Frente a este problema a partir dos anos 90 diversos programas federais

e estaduais incentivaram a utilizaccedilatildeo de dessalinizadores da aacutegua na

proximidade dos poccedilos

O processo de osmose reversa ou inversa segundo Porto et al (2000)

eacute o meacutetodo predominantemente usado na dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra no

Nordeste Amorim et al (2000) informam que o princiacutepio operacional desta

teacutecnica de dessalinizaccedilatildeo foi desenvolvido no final da deacutecada de 60 e suas

aplicaccedilotildees foram iniciadas em meados de 1970 Atraveacutes de programas federais

e estaduais realizados a partir da deacutecada de 90 ocorreu consideraacutevel

disseminaccedilatildeo dos dessalinizadores no semi-aacuterido nordestino (Duarte 2002)

No Anexo A satildeo apresentadas informaccedilotildees sobre o funcionamento e os

componentes de um dessalinizador (modelo AP 10004000 utilizado para

abastecimento de aacutegua da comunidade de Minuim no municiacutepio de Santa

Briacutegida-BA) que utiliza a tecnologia de osmose reversa

Os efluentes gerados (rejeito) pelo processo de dessalinizaccedilatildeo

ameaccedilam o meio ambiente da regiatildeo pois satildeo aacuteguas com elevados teores de

sais e cujo meacutetodo atual de disposiccedilatildeo geralmente eacute o uso de um corpo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

49

receptor ou simplesmente o despejo indiscriminado no solo contribuindo para

contaminar mananciais solo e ateacute a fauna e flora (AMORIM et al 2000) A

depender do equipamento de dessalinizaccedilatildeo usado e da qualidade da aacutegua do

poccedilo a quantidade de rejeito gerado eacute da ordem de 30 a 70 do total de

aacutegua que passa pelo equipamento (PORTO et al 2000) Apesar do

significante impacto ambiental causado pela instalaccedilatildeo de dessalinizadores as

aacuteguas salobras podem e devem ser aproveitadas como alternativa de

suprimento de aacutegua potaacutevel nas regiotildees de escassez (AMORIM et al 2000)

Segundo Einav e Lokiec (2003) embora os processos de dessalinizaccedilatildeo

contribuam beneficamente para a humanidade assim como para a

preservaccedilatildeo da natureza concomitantemente eles podem causar danos

ambientais Contudo isto pode ser minimizado atraveacutes de um planejamento

adequado

O devido tratamento do rejeito da dessalinizaccedilatildeo vem preocupando e

instigando os cientistas que propotildeem soluccedilotildees tais como criaccedilatildeo de

crustaacuteceos ou plantas capazes de se desenvolverem em um meio salino O

concentrado de unidades proacuteximas agrave costa do mar normalmente eacute

simplesmente lanccedilado ao mar natildeo causando com isso grandes impactos

ambientais Entretanto o maior problema se encontra em unidades de

dessalinizaccedilatildeo de aacuteguas salobras instaladas no interior do continente onde o

concentrado chega a possuir uma concentraccedilatildeo ateacute 10 vezes a da aacutegua bruta

original Este concentrado eacute muitas vezes despejado novamente no poccedilo de

origem salinizando-o ainda mais Em outras ocasiotildees o concentrado eacute

lanccedilado sobre o solo o que em pouco tempo pode esterilizaacute-lo (RIFFEL

2005)

Amorim et al (2000) observaram que a reduccedilatildeo do volume de efluentes

(resultantes do processo de dessalinizaccedilatildeo) e a sua transformaccedilatildeo em um

produto soacutelido atraveacutes do emprego de evaporaccedilatildeo solar facilitava seu

manuseio evitava seu contato com o solo e os sais obtidos pela cristalizaccedilatildeo

indicaram possiacutevel utilizaccedilatildeo tanto para o setor humano e animal como no

industrial

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

50

Porto et al (2001) cultivaram durante 1 ano nos campos da Estaccedilatildeo

Experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuaacuteria) a Atriplex

nummularia Estas plantas foram irrigadas com rejeito proveniente do processo

de dessalinizaccedilatildeo com concentraccedilatildeo salina meacutedia de 1138 dSm Cada uma

das plantas recebeu 75 L de aacutegua por semana durante 48 semanas A

salinidade meacutedia do perfil do solo da camada de 0 a 90 cm era de 064 dSm

antes de se iniciar a irrigaccedilatildeo das plantas Apoacutes a colheita das plantas a

salinidade do mesmo perfil de solo foi de 1274 dSm enquanto a

produtividade da atriplex foi de 6537 kgha de mateacuteria seca com teor de

proteiacutena bruta de 1840 nas folhas A atriplex apresentou grande potencial de

extraccedilatildeo de sais do perfil de solo No entanto quando irrigadas com rejeito de

alta concentraccedilatildeo salina a quantidade de sais extraiacuteda foi da ordem de 393

do total de sais adicionados ao solo pelas irrigaccedilotildees Segundo os

pesquisadores isto implica no fato de que para um manejo de aacutegua

sustentaacutevel haacute a necessidade de se gerar mais informaccedilotildees sobre as relaccedilotildees

de solo e aacutegua para a atriplex nas condiccedilotildees das zonas aacuteridas do Brasil

Segundo Montenegro et al (2001) os rejeitos do dessalinizador

instalado pelo DNOCS implantado em aacuterea de solo salino (com condutividade

eleacutetrica meacutedia de 603 dSm em maio de 1999) em uma unidade piloto situada

no povoado de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE) vinham sendo utilizados

para cultivo de haloacutefitas (Atriplex nummularia) O experimento fazia parte do

acircmbito de atividades do programa Xingoacute Segundo o relato de Montenegro et

al (2001) a cultura apresentou bom desenvolvimento crescendo de 15 cm de

altura ateacute 170 cm (meacutedia) em um periacuteodo de 19 meses Segundo Montenegro

et al (2003) existia tambeacutem no referido povoado uma barragem subterracircnea

Desde que foi implantada a salinidade da aacutegua desta barragem sempre se

mostrou elevada (com condutividade eleacutetrica entre 32 e 37 dSm) A salinidade

era poreacutem adequada ao uso pretendido para a aacutegua da barragem que era o

de complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito do dessalinizador usada no cultivo da

atriplex e nos viveiros de criaccedilatildeo do camaratildeo marinho e tilaacutepia

Furtado e Mota (2003) realizaram um trabalho em Caucaia-CE com o

objetivo de estudar os impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

51

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) sobre a planta e o solo O

dessalinizador utilizado na pesquisa era abastecido por 2 poccedilos com

salinidade entre 1500 e 3500 mgL de STD Os poccedilos dotados de bombas

se alternavam na alimentaccedilatildeo do dessalinizador O modelo de dessalinizador

empregado foi o PS-14 com uma bomba de alta pressatildeo 2 filtros de cartucho

de 5 microcircmetros 1 vaso de pressatildeo (permeador) com uma membrana de 100

mm de diacircmetro e com 1 m de comprimento Foi empregado um delineamento

experimental totalmente casualizado com 4 tratamentos e 3 repeticcedilotildees Os

tratamentos definidos foram

(i) T1 - terreno natural irrigado com o rejeito do dessalinizador

(ii) T2 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com o rejeito do dessalinizador

(iii) T3 ndash terreno natural irrigado com aacutegua de cacimba

(iv) T4 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com aacutegua de cacimba

O rejeito apresentou condutividade eleacutetrica de 5660 microScm e a aacutegua da

cacimba uma condutividade eleacutetrica de 1032 microScm As plantas foram irrigadas

com 10 litros de aacutegua por dia durante 7 meses Verificou-se que a

produtividade no tratamento irrigado com rejeito do dessalinizador foi superior

agrave obtida nos demais tratamentos com valor de 25000 kgha de mateacuteria fresca

De acordo com os resultados a atriplex mostrou ser capaz de extrair do solo o

soacutedio presente no rejeito do dessalinizador Os teores de soacutedio e potaacutessio

encontrados no tecido da planta foram elevados evidenciando sua eficiecircncia

em retirar sais do solo

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede (OPS) promoveu em 1982 um

programa para incrementar na Ameacuterica Latina em comunidades natildeo assistidas

pelo abastecimento puacuteblico de aacutegua o desenvolvimento de equipamentos que

viabilizassem a implantaccedilatildeo de unidades geradoras de cloro no mesmo local

de utilizaccedilatildeo Para tanto foi implementada a teacutecnica Mixed Oxidant Gases

Generated On site for Disinfection (MOGGOD) Esta teacutecnica baseia-se na

eletroacutelise de uma soluccedilatildeo de cloreto de soacutedio produzindo in loco misturas de

gases oxidantes para a desinfecccedilatildeo de aacuteguas (MATOS et al 2006) As

vantagens dessa teacutecnica satildeo vistas pelo baixo custo e facilidade de obtenccedilatildeo

da mateacuteria prima (cloreto de soacutedio) tornando-se ideal para atender pequenas

comunidades Ressaltam-se as vantagens em relaccedilatildeo agrave tecnologia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

52

convencional que requer o uso de produtos agrave base de cloro os quais embora

eficientes apresentam desvantagens em face das dificuldades no transporte

armazenamento acondicionamento manuseio dosagem aleacutem dos perigos de

toxidez corrosividade e agressividade ambiental (BOLLMANN 1995 apud

MATOS et al 2006) A teacutecnica MOGGOD sofreu alteraccedilotildees e como inovaccedilatildeo

tecnoloacutegica foi desenvolvido um novo sistema que produz uma soluccedilatildeo de

misturas oxidantes com a mesma eficiecircncia dos gases oxidantes A soluccedilatildeo

obtida (produto da reaccedilatildeo eletroliacutetica do sal) conteacutem principalmente hipoclorito

de soacutedio aleacutem do cloro livre e outros oxidantes Essa tecnologia eacute mais

vantajosa visto ser mais conveniente trabalhar com misturas de soluccedilotildees

oxidantes do que com misturas de gases oxidantes (REIFF WITT 1995)

Mota et al (2005) e Matos et al (2006) realizaram estudos sobre o

aproveitamento dos rejeitos de dessalinizadores de duas formas 1) na

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) e 2) na produccedilatildeo pelo

processo de eletroacutelise de soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua A

Tabela 25 apresenta as caracteriacutesticas do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex Na preparaccedilatildeo da soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua pelo

processo de eletroacutelise os autores utilizaram 3 rejeitos coletados nos

municiacutepios de Caucaia (rejeito 1) Chorozinho (rejeito 2) e Ocara (rejeito 3) que

apresentaram os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos mostrados na

Tabela 26

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

53

Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Resultado Turbidez (uT) 120 Cor aparente (uH) 25 Odor Inodoro pH 72

Hidroacutexidos (mg CaCO3L) 0 Carbonatos (mg CaCO3L) 0

Alcalinidade

Bicarbonatos (mg CaCO3L) 200 Dureza (mg CaCO3L) 1080 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1624 Magneacutesio (mg MgCO3L) 1860 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5660 Cloreto (mg Cl -L) 1340 Cloro residual (mgL) Ausecircncia Sulfato (mg SO4

=L) 827 Ferro (mg FeL) 006 O2 Consumido (mg O2L) 51 Soacutedio (mg NaL) 3380 Potaacutessio (mg KL) 309 Nitrito (mg N-NO2L) 020 Nitrato (mg N-NO3L) 307 Amocircnia (mg N-NH3L) 038 Soacutelidos totais (mg STDL) 2883 Alumiacutenio (mg AlL) Ausecircncia

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Rejeito 1 Rejeito 2 Rejeito 3 Turbidez (uT) 095 040 070 Cor aparente (uH) 5 9 12 pH 72 83 77 Temperatura (oC) 27 27 27 Dureza (mg CaCO3L) 1386 4562 10977 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1656 2617 14074 Magneacutesio (mg MgCO3L) 2362 9495 18120 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5400 13000 24500 Cloreto (mg Cl -L) 1678 5458 10200 Sulfato (mg SO4

=L) 33 59 711 Ferro (mg FeL) lt 01 lt 01 01 Soacutedio (mg NaL) 4880 14400 14800 Potaacutessio (mg KL) 386 1232 2510 Manganecircs (mg MnL) 070 N N Nitrato (mg N-NO3L) 06 33 20 Mateacuteria orgacircnica (mg O2 consL) 71 56 92 Soacutelidos dissolvidos (mgL) 2883 10738 19310 Soacutelidos totais (mgL) 3010 11718 19494 Coliformes totais (NMP100 mL) 46 x 102 lt 30 78 x 102

Coliformes termotolerantes (NMP100 mL) lt 30 lt 30 697 = valor meacutedio = natildeo determinado

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

54

Os ensaios de eletroacutelise foram executados com um eletrolisador que

produzia em 8 horas 25 L da soluccedilatildeo oxidante por batelada O equipamento

possuiacutea uma fonte de corrente com alimentaccedilatildeo de 220 V2A e saiacuteda de 65

V25A uma cacircmara de recirculaccedilatildeo uma ceacutelula eletroliacutetica com 1530 cm3 de

volume livre 2 eletrodos de titacircnio sendo um positivo revestido com rutecircnio e

outro negativo sem revestimento com espessura de 2 mm e aacuterea de 48 cm2 2

cabos de alimentaccedilatildeo um vermelho conectado ao eletrodo positivo (acircnodo) e

o cabo preto ao eletrodo negativo (caacutetodo) A Figura 210 mostra o esquema

do eletrolisador

Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al (2006) Nesses estudos Mota et al (2005) mostraram que a Atriplex nummularia

Lindl apresentou bom desenvolvimento quando irrigada com rejeitos de um

dessalinizador A erva-sal mostrou-se capaz de retirar o soacutedio lanccedilado no solo

pelo rejeito do dessalinizador exigindo-se estudos de manejo desse rejeito

para aplicaccedilatildeo em larga escala Segundo Mota et al (2005) e Matos (2006)

tambeacutem ficou constatado que o hipoclorito gerado a partir de rejeitos eacute

indicado para ser utilizado na desinfecccedilatildeo de ambientes domeacutesticos e puacuteblicos

como na lavagem de preacutedios escolas faacutebricas calccediladas banheiros e no

transporte de esgotos havendo necessidade de mais estudos visando avaliar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

55

a possibilidade de seu uso no tratamento de aacuteguas destinadas ao

abastecimento humano

As teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos afetados por sais satildeo de

fundamental importacircncia uma vez que possibilitam o retorno deles ao processo

de produccedilatildeo Dentre as teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos a

aplicaccedilatildeo de corretivos quiacutemicos e a lavagem do solo satildeo bastante utilizadas

por atuarem diretamente na correccedilatildeo dos problemas desses solos em relaccedilatildeo

agraves plantas As demais teacutecnicas ou praacuteticas utilizadas satildeo consideradas

auxiliares tais como drenagem araccedilatildeo aplicaccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos

sistematizaccedilatildeo e nivelamento entre outros por agirem indiretamente sobre

algumas propriedades do solo que facilitam a recuperaccedilatildeo Em muitas aacutereas a

salinidade ocorre conjuntamente com o aumento dos niacuteveis de soacutedio

originando os solos salino-soacutedicos e soacutedicos A teacutecnica convencional de

recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos e soacutedicos eacute a aplicaccedilatildeo de melhoradores

seguida pela irrigaccedilatildeo excessiva Os melhoradores comumente empregados

satildeo o cloreto de caacutelcio o fosfogesso e o gesso Uma alternativa que vem

surgindo para a recuperaccedilatildeo de solos salinos eacute a fitorremediaccedilatildeo utilizando

haloacutefitas como a Atriplex nummularia (LEAL 2005)

242 - Filtraccedilatildeo domiciliar

Pode-se afirmar que a filtraccedilatildeo domiciliar constitui um haacutebito cultural dos

brasileiros No entanto eacute controvertida sua necessidade de uso A seu favor

argumenta-se que constitui a uacuteltima barreira sanitaacuteria capaz de reter eventuais

partiacuteculas ateacute mesmo microorganismos presentes na aacutegua No entanto

existem argumentos contraacuterios agrave sua utilizaccedilatildeo tais como (HELLER CASSEB

1995)

(i) Baixa eficiecircncia e irregularidade na remoccedilatildeo da turbidez e de patoacutegenos

(ii) Formaccedilatildeo de uma peliacutecula bioloacutegica em torno do elemento filtrante na qual

pode ocorrer o desenvolvimento de patoacutegenos oportunistas

(iii) Nos paiacuteses desenvolvidos natildeo eacute empregada a filtraccedilatildeo domiciliar pois a

qualidade da aacutegua do sistema puacuteblico eacute inteiramente confiaacutevel embora ali

tambeacutem natildeo sejam utilizados os reservatoacuterios domiciliares

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

56

Ainda segundo Heller e Casseb (1995) os filtros domiciliares mais

tradicionais satildeo o filtro de vela e o filtro de areia

243 - Desinfecccedilatildeo

A desinfecccedilatildeo de aacutegua consiste em um processo unitaacuterio essencial e

necessaacuterio para eliminar os microorganismos patogecircnicos proporcionando

uma aacutegua potaacutevel que eacute segura para o consumo humano Esta aacutegua reduz a

ocorrecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica e a incidecircncia de mortalidade de

crianccedilas e idosos (GENTHE DU PREEZ 1995 GENTHE SEAGER 1996

apud MEYER REED 2001) No entanto Genthe e Seager (1996) apud Meyer

Reed (2001) observam que a utilizaccedilatildeo deste processo em aacutereas rurais

afetadas pela escassez e sem aacutegua corrente permanece como um grande

problema

Vaacuterios meacutetodos simplificados de purificaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo tecircm sido

utilizados mas a maioria requer alguma forma de infra-estrutura investimento

econocircmico e uso capacitado Estes meacutetodos incluem filtraccedilatildeo coagulaccedilatildeo

cloraccedilatildeo e oxidaccedilatildeo Fervura e aeraccedilatildeo tambeacutem tecircm sido empregados com

aplicaccedilatildeo limitada (pequenos volumes) e algumas vezes apresentam

resultados natildeo confiaacuteveis (SOLSONA 1996) 244 - Moringa

A Moringa oleifera pertence agrave Famiacutelia Moringaceae que eacute composta

apenas de um gecircnero (Moringa) e quatorze espeacutecies conhecidas Nativa do

Norte da Iacutendia esta planta desenvolve-se atualmente em vaacuterios paiacuteses dos

troacutepicos Eacute um arbusto ou aacutervore de pequeno porte de crescimento raacutepido que

alcanccedila 12 m de altura (RANGEL 2004) Esta planta eacute considerada uma

alternativa alimentar estrateacutegica em paiacuteses em desenvolvimento pois se trata

de uma planta perene resistente agrave seca pouco exigente quanto agrave qualidade do

solo e pouco susceptiacutevel a doenccedilas (A MORINGA OLEIFERA 2004)

Segundo Bezerra et al (2004) esta planta eacute cultivada devido ao seu

valor alimentar (folhas frutos verdes flores e sementes torradas) forrageiro

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

57

(folhas frutos e sementes) medicinal (todas as partes da planta) condimentar

(principalmente as raiacutezes) culinaacuterio e na induacutestria de cosmeacuteticos (oacuteleo extraiacutedo

das sementes) meliacutefero (flores) combustiacutevel (madeira e oacuteleo) e no tratamento

de aacutegua para o consumo humano (cotileacutedones e tegumento das sementes)

Um dos usos mais registrados da moringa na literatura no entanto eacute a

utilizaccedilatildeo do extrato das suas sementes no tratamento de aacuteguas turvas

substituindo de forma eficiente o sulfato de alumiacutenio (BAKKE 2001)

No iniacutecio do seacuteculo XX mulheres aacuterabes do Sudatildeo descobriram que as

sementes da moringa foram mais eficientes para a clarificaccedilatildeo de aacuteguas turvas

do rio Nilo do que outros materiais vegetais anteriormente conhecidos

Pesquisas comparativas mostraram que sementes de 5 espeacutecies da famiacutelia

Moringaceae (Moringa oleifera M peregrina M longituba M drouhardii e M

ovalifolia) tambeacutem continham coagulantes altamente eficientes Estes

coagulantes tecircm propriedades semelhantes ao coagulante usado

convencionalmente (sulfato de alumiacutenio) (SILVA1996) Comparada com o

alumiacutenio as sementes da moringa natildeo alteram significativamente o pH e a

alcalinidade da aacutegua apoacutes o tratamento e natildeo causam problemas de corrosatildeo

(GALLAtildeO et al 2006)

Atualmente a cultura da moringa vem sendo difundida em todo o semi-

aacuterido nordestino devido agrave sua utilizaccedilatildeo no tratamento de aacutegua para uso

domeacutestico (GALLAtildeO et al 2006)

No meio rural os moradores geralmente consomem a aacutegua bruta com

contaminaccedilatildeo microbioloacutegica e turbidez muito acima dos ldquolimites aceitaacuteveisrdquo A

possibilidade de utilizar um coagulante primaacuterio natural produzido no local e

com baixo custo representa um grande potencial na luta contra os problemas

ligados ao consumo de aacutegua natildeo potaacutevel (PINTO HERMES 2006)

Borba (2001) efetuou um estudo sobre a viabilidade do uso da Moringa

oleifera no tratamento simplificado de aacutegua para pequenas comunidades

Nesse estudo constatou-se que a moringa eacute um excelente coagulante

apresentando durante os ensaios uma reduccedilatildeo de 925 a 977 da turbidez

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

58

e uma reduccedilatildeo da cor de 907 a 975 O pesquisador tambeacutem constatou

que ela vem sendo utilizada em muitos locais como alternativa para a

clarificaccedilatildeo de aacutegua de abastecimento de casas isoladas na zona rural No

entanto foi constatado que ela eacute inviaacutevel para sistemas comunitaacuterios

considerando a grande dificuldade de obtecirc-la em quantidades suficientes para

atender a sistemas desse porte aleacutem de natildeo ser um eficiente bactericida

Pinto e Hermes (2006) apresentam vantagens e desvantagens do uso

da moringa como coagulante (Tabela 27)

Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como coagulante

Vantagens Desvantagens

(i) Meacutetodo faacutecil e barato para paiacuteses

em desenvolvimento (especialmente

em tratamentos caseiros)

(ii) A eficiecircncia natildeo depende do pH

da aacutegua bruta

(iii) O processo natildeo modifica o pH da

aacutegua

(iv) Natildeo altera o sabor da aacutegua a

natildeo ser que seja adicionada uma

dose muito alta

(i) O tratamento clarifica a aacutegua e a

torna em boas condiccedilotildees para ser

bebida poreacutem ela pode possuir

alguns germes patogecircnicos

(ii) O coagulante natildeo pode ser

utilizado na sua forma pura ele deve

ser previamente preparado

Fonte Pinto e Hermes (2006)

245 ndash Aguapeacute (Eichornia crassipes)

Todas as macroacutefitas exercem importante papel na remoccedilatildeo de

substacircncias dissolvidas assimilando-as e incorporando-as agrave sua biomassa No

entanto a espeacutecie Eichornia crassipes tem sido a mais pesquisada para o

tratamento de aacutegua com plantas (PACHECO 2004) Essa planta recebe

diferentes nomes populares no Brasil como aguapeacute baronesa murureacute pavoacuteia

rainha do lago uapeacute e uapecirc (SALATTI 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

59

O aguapeacute por funcionar como um autecircntico filtro bioloacutegico passou a ser

pesquisado e utilizado em projetos de preacute-tratamento de rios e esgotos pois

suas raiacutezes retecircm as impurezas contidas na aacutegua e estas quando se

decompotildeem pela accedilatildeo de microorganismos vatildeo servir de nutrientes para a

planta O aguapeacute pode ser usado tambeacutem em aacuteguas destinadas ao

abastecimento puacuteblico pois remove naturalmente muitas das impurezas que

de outra forma teriam de ser eliminadas com substacircncias quiacutemicas

(MEDEIROS et al 2001)

Quando o aguapeacute eacute cultivado de forma correta do ponto de vista

teacutecnico-cientiacutefico ele pode ser um agente de despoluiccedilatildeo No entanto quando

esta planta cresce de forma descontrolada e sem manejo adequado pode se

transformar num problema ambiental (PACHECO 2004)

25 ndash USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

251 ndash Controle de perdas e desperdiacutecio

Nas uacuteltimas deacutecadas uma das principais preocupaccedilotildees dos gestores de

sistemas de abastecimento de aacutegua em todo o mundo tem sido a minimizaccedilatildeo

de perdas de aacutegua que atingem frequumlentemente valores superiores a 30 ou

mesmo 40 de toda aacutegua que entra nos sistemas Portanto o problema das

perdas e do seu controle em sistemas de aduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de aacutegua

assume importacircncia cada vez maior na atual tendecircncia para promover a

sustentabilidade dos serviccedilos e a proteccedilatildeo do ambiente (ARAUacuteJO et al

2004) No Brasil as perdas fiacutesicas satildeo em meacutedia superiores a 50 do volume

injetado nos sistemas em decorrecircncia de muitos fatores tais como valores

extremos de pressotildees nas redes rupturas nas tubulaccedilotildees golpes de ariacuteete

sobrepressotildees decorrentes de interrupccedilotildees no fluxo drsquoaacutegua nas tubulaccedilotildees

desperdiacutecios entre outros (SILVA et al 2004) O controle de perdas e

desperdiacutecio deve ser feito pelo poder puacuteblico por empresas privadas e pela

populaccedilatildeo em geral Vaacuterias medidas de controle podem ser adotadas entre

elas (MOTA 2002)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

60

(i) Controle de vazamentos nos sistemas puacuteblicos de abastecimento de aacutegua e

nas edificaccedilotildees Reduccedilatildeo do consumo de aacutegua na rega de jardins Em regiotildees

com carecircncia de aacutegua deve ser incentivado o plantio de vegetais que

consomem menor quantidade bem como adotadas praacuteticas para reduzir a

evaporaccedilatildeo tais como promover a cobertura do solo com folhas e palhas para

manter a umidade junto agraves plantas

(ii) Adoccedilatildeo de medidas de reduccedilatildeo do consumo e controle de desperdiacutecios tais

como fechar a torneira enquanto se escova os dentes utilizaccedilatildeo de aacutegua

necessaacuteria no banho evitar usar mangueiras e utilizar balde e pano na

lavagem de carros usar somente o necessaacuterio na lavagem de roupas e na

preparaccedilatildeo de alimentos manter as torneiras descargas chuveiros boacuteias de

caixas drsquoaacutegua e tubulaccedilotildees sem vazamentos

252 ndash Reuacuteso de aacutegua

Na atualidade a reutilizaccedilatildeo de aacutegua de qualidade inferior em

atividades menos exigentes eacute imperativo Primeiramente como forma de

preservar a aacutegua de melhor qualidade para o consumo humano e depois

como barreira contra a contaminaccedilatildeo dos corpos receptores A reutilizaccedilatildeo de

aacuteguas residuaacuterias tratadas pressupotildee riscos sanitaacuterios que no entanto quando

devidamente tratadas e controladas em aacutereas onde os recursos hiacutedricos satildeo

escassos podem ser aproveitadas como um recurso natildeo convencional A aacutegua

residuaacuteria bruta deveraacute ser submetida a tratamentos antes de ser reutilizada

O niacutevel de tratamento exigido dependeraacute do uso proposto devendo no

entanto apresentar caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas que

assegurem a proteccedilatildeo da sauacutede puacuteblica (BRITO et al 2004) Vaacuterias regiotildees

aacuteridas e semi-aacuteridas do Planeta tecircm-se tornado um campo ideal para a

aplicaccedilatildeo de aacuteguas residuaacuterias recuperadas como ocorre nos paiacuteses da regiatildeo

do Mediterracircneo que tecircm praticado o uso das aacuteguas residuaacuterias em vaacuterias

localidades No Brasil o Nordeste brasileiro em particular o semi-aacuterido pelas

suas caracteriacutesticas climaacuteticas conducentes agrave escassez dos recursos hiacutedricos

poderaacute ser suprido com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de reuacuteso de aacutegua (SANTOS

SOUZA 2000) O conhecimento acumulado sobre o reuacuteso no Brasil eacute escasso

e a proacutepria pesquisa sobre tratamento de esgotos desenvolvida no paiacutes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

61

pouco recebeu o enfoque do reuacuteso Isso natildeo quer dizer que natildeo ocorra e de

forma indiscriminada e sem controle O reuacuteso indireto eacute com certeza praacutetica

corrente haja vista a quase inexistecircncia de tratamento de esgotos e somente

10 do volume total de esgotos coletados no paiacutes satildeo submetidos a algum tipo

de tratamento Aleacutem disso vaacuterios estudos sobre a qualidade de aacuteguas de

irrigaccedilatildeo ou de hortaliccedilas comercializadas em diversas regiotildees do paiacutes

reforccedilam os indiacutecios da praacutetica disseminada de irrigaccedilatildeo com esgotos ao

menos de forma indireta Portanto torna-se premente a necessidade de

pesquisas e accedilotildees no sentido do reuacuteso controlado incluindo sua

regulamentaccedilatildeo (TSUTIYA 2001)

26 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABREU GHFG Avaliaccedilatildeo das barragens subterracircneas no estado de

Pernambuco 183 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia Ambiental e

Recursos hiacutedricos) Universidade Federal de PernambucoCTG Recife-PE

2001

AGEcircNCIA BRASIL Lei de saneamento baacutesico eacute publica no Diaacuterio Oficial

Disponiacutevel em lthttpwwwagenciabrasilgovbrnoticias20070108materia20

07-01-087624620635viewgt Acesso em 10 jan 2007

ALMEIDA NETO MA Uso da semente do gecircnero moringa In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

A MORINGA OLEIFERA Disponiacutevel em lthttpwwwoesteubbicombrgt

Acesso em 14 fev 2004

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

62

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

AMORIM MCC PORTO ER SILVA JUacuteNIOR LGA Evaporaccedilatildeo solar

como alternativa de reuacuteso dos efluentes da dessalinizaccedilatildeo por osmose inversa

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

ANDRADE MC Nordeste semi-aacuterido limitaccedilotildees e potencialidades In

BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001

p 12-18

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAGAtildeO JOR A influecircncia dos oceanos Paciacutefico e Atlacircntico na dinacircmica do

tempo e do clima do Nordeste do Brasil In Oceanografia um cenaacuterio tropical

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

63

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociecircncias

Departamento de Oceanografia Recife Bagaccedilo 2004 p 131-184

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

ARAUacuteJO LS RAMOS H COELHO ST Maximizaccedilatildeo do desempenho de

redes de distribuiccedilatildeo de aacutegua atraveacutes da inserccedilatildeo e ajuste de vaacutelvulas In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

ARABI MA ZURIGAT Y Year-round comparative study of three types of

solar desalination units Desalination Elsevier Science BV v 172 p 137-143

2005

BAKKE IA Caracteriacutesticas de crescimento e valor forrageiro da moringa

(Moringa oleifera Lam) submetida a diferentes adubos orgacircnicos e intervalos

de corte 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal da

Paraiacuteba CCA-CFT-CSTR Areia-PB 2001

BATISTA LF Aacutegua mais aacutegua eacute a soluccedilatildeo para o semi-aacuterido In Batista

Filho M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001 p 32-37

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BEZERRA AME MOMENTEacute VG MEDEIROS FILHO S Germinaccedilatildeo de

sementes e desenvolvimento de placircntulas de moringa (Moringa oleifera Lam)

em funccedilatildeo do peso da semente e do tipo de substrato Horticultura Brasileira

Brasiacutelia v 22 no 2 p 295-299 2004

BEZERRA MRC MONTENEGRO SMGL CIRILO JA BLACKBURN

DM COSTA NETTO MLC Avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua em fontes

superficiais e subterracircneas da regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste brasileiro In XV

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

64

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais

Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOLMANN HA Desenvolvimento de um equipamento simplificado de

desinfecccedilatildeo de aacuteguas de abastecimento puacuteblico pela geraccedilatildeo de gases

oxidantes produzidos no local In 18o CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 1995 Salvador Anais Salvador

ABES 1995

BORBA LR Viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam no tratamento

simplificado de aacutegua para pequenas comunidades 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Desenvolvimento e Meio Ambiente) Universidade Federal da Paraiacuteba

Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza Joatildeo Pessoa -PB 2001

BRANCO AM ALMEIDA V Women mobilization and the revitalization of

water resources the case of Northeastern Brazil In FORUM WATER IN THE

AMERICAS IN THE 21ST CENTURY 2002 Cidade do Meacutexico

BRITO LTL PORTO ER Cisterna rural aacutegua para consumo humano In 1o

SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 59-62

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

BRUGGEN B VANDERCASTEELE C Distillation vs membrane filtration

overview of process evolutions in seawater desalination Desalination Elsevier

Science BV v 143 p 207-218 2002

CARVALHO MS Aplicaccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise espacial na caracterizaccedilatildeo

de aacutereas de risco agrave sauacutede 1997 138 f Tese (Doutorado em Engenharia

Biomeacutedica) COPPEUFRJ Rio de Janeiro-RJ 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

65

CHAGAS P SOUZA R Aplicaccedilatildeo da teoria dos nuacutemeros difusos na anaacutelise

de risco em problemas de qualidade de aacutegua In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1

CD-ROM

CHAUDHRY FH Saneamento ambiental e recursos hiacutedricos ndash as muacuteltiplas

interfaces In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

COSTA WD Barragem subterracircnea uma obra de redenccedilatildeo no semi-aacuterido In

XII ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife Anais

p175-181

COSTA MR ABREU GHFG CIRILO JA COSTA WD Barragem

subterracircnea ndash uma alternativa tecnoloacutegica para a convivecircncia com a seca In

XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju

Anais Aracaju ABRH 2001a 1 CD-ROM

COSTA SS MACIEL FILHO AA CANCIO JA OLIVEIRA MLC Seleccedilatildeo

de indicadores sanitaacuterios como instrumento de vigilacircncia e controle da

qualidade da aacutegua para consumo humano na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas

de veiculaccedilatildeo hiacutedrica In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001b 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

DAVIS PA Wave powered desalination resource assessment and review of

technology Desalination Elsevier Science BV v 186 p 97-109 2005

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

66

DING Z LIU L EL-BOURAWI MS MA R Analysis of a solar-powered

membrane distillation system Desalination Elsevier Science BV v 171 p

27-40 2005

DUARTE RS Do desastre natural agrave calamidade puacuteblica a seca de 1998-1999

Recife FUNDAJ 2002 280 p

DUQUE MG BALBINO MA Estuacutedio ambiental en el municiacutepio de Major

Izidoro Del Estado de Alagoas de Brasil In XXVII CONGRESSO

INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y AMBIENTAL 2000 Porto

Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-ROM

EINAV R LOKIEC F Experimental aspects of a desalination plant in

Ashkelon Desalination Elsevier Science BV v 156 p 79-85 2003

EL-MANHARAWY S HAFEZ A A new chemical classification system of

waters for desalination and other industrial uses Desalination Elsevier Science

BV v 156 p 163-180 2003

FATH HES EL-SHERBINY SM GHAZY A Transient analysis of a new

humidification-dehumidification solar still Desalination Elsevier Science BV v

155 p 187-203 2003

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREITAS ALS Uso racional da aacutegua subterracircnea aplicado agraves ciecircncias

agraacuterias Brasiacutelia Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo Agriacutecola Superior 1997

75 p

FURTADO FN MOTA S Impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador

de aacutegua na irrigaccedilatildeo da erva-sal sobre plantas e o solo Revista SANEAS Satildeo

Paulo p 6-10 2003

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

67

GALLAtildeO MI DAMASCENO LF BRITO ES Avaliaccedilatildeo quiacutemica e estrutural

da semente de moringa Revista Ciecircncia Agronocircmica Centro de Ciecircncias

Agraacuterias ndash Universidade Federal do Cearaacute v 37 no 1 p 106-109 2006

GALVIacuteN RM Occurrence of metals in waters an overview Water SA v 22 no

1 p 7-18 1996

GENTHE B DU PREEZ M Evaluation of rapid methods for the detection of

indicator organisms in drinking water WRC Report no 610195 1995

GENTHE B SEAGER J The effects of water supply handling and usage on

water quality in relation to health indices in developing communities WRC

Report 562196 1996

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

GONDIM RS Difusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuvas no financiamento rural In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

GOULD J Is Rainwater Safe to Drink A Review of Recent Findings In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

HELLER L CASSEB MMS Abastecimento de aacutegua In BARROS RT et

al Manual de saneamento e proteccedilatildeo ambiental para os municiacutepios Belo

Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental DESAUFMG

1995 p 63-112

IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renovaacuteveis) Desertificaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia-DF Ministeacuterio do Meio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

68

Ambiente 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwibamagovbrgt Acesso em 22 set

2003

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo ndash v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2003 1

CD-ROM

KAHRAMAN N CENGEL YA WOOD B CERCI Y Energy analysis of a

combined RO NF and EDR desalination plant Desalination Elsevier Science

BV v 171 p 217-232 2004

KOSCHIKOWSKI J WIEGHAUS M ROMMEL M Solar thermal-driven

desalination plants based on membrane distilation Desalination Elsevier

Science BV v 156 p 295-304 2003

LEAL IG Utilizaccedilatildeo de Atriplex nummularia e gesso de jazida na

fitorremediaccedilatildeo de solo salino-soacutedico 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia

do Solo) Departamento de Agronomia Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2005

LIMA AF Reduccedilatildeo de dureza In Problemas de Engenharia Sanitaacuteria Recife

Editora Universitaacuteria da UFPE 1993 cap 16 p167-175

LIMA MF SOUSA GN ASSIS JA ARAUacuteJO IP Captaccedilatildeo da aacutegua de

chuva integrada ao trabalho da pastoral da crianccedila In 3o SIMPOacuteSIO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina

Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

LOacuteCIO AM Plano de desenvolvimento sustentaacutevel da bacia do rio Satildeo

Francisco e do semi-aacuterido nordestino In II SIMPOacuteSIO BRASILEIRO SOBRE

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL DO SEMI-AacuteRIDO

2000 Mossoroacute Anais Recife 2000 p 89 - 107

MAIA NETO R F A aacutegua para o desenvolvimento sustentaacutevel A Aacutegua em

Revista Belo Horizonte no 9 p21-32 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

69

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIRA JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MEDEIROS YDP OLIVEIRA IB PROENCcedilA CNO SILVA AMS

Seleccedilatildeo de tecnologias limpas utilizadas no controle e preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos do semi-aacuterido do estado da Bahia In XIV SIMPOacuteSIO

BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju

ABRH 2001 1 CD-ROM

MEDRONHO RA Avaliaccedilatildeo do meacutetodo geoestatiacutestico no estudo da

distribuiccedilatildeo espacial da hepatite A 146 f Tese (Doutorado em Sauacutede Puacuteblica)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFIOCRUZ Rio de Janeiro 1999

MEYER V REED RH SOLAIR disinfection of coliform bacteria in hand-

drawn drinking water Water SA v 27 no 27 p49-52 2001

MMA (Ministeacuterio do Meio Ambiente) ABEAS (Associaccedilatildeo Brasileira de

Educaccedilatildeo Superior) Aacutegua subterracircnea conceitos reservas usos e mitos

Brasiacutelia-DF 1999 28 p

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

MOTA S Aacutegua controle do desperdiacutecio e reuacuteso In Aacutegua e desenvolvimento

sustentaacutevel no semi-aacuterido Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 53-

68

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

70

MOTA S STUDART TMC O estudo de impacto ambiental como

instrumento para o desenvolvimento sustentaacutevel de bacias hidrograacuteficas do

semi-aacuterido In III SIMPOacuteSIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DO NORDESTE

1996 Salvador Anais Salvador ABRH 1996 p 259-264

MOTA S MATOS JF FURTADO FN Aproveitamento de rejeitos salinos

na irrigaccedilatildeo e para geraccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio In WORKSHOP USO E

REUacuteSO DE AacuteGUAS DE QUALIDADE INFERIOR 2005 Campina Grande

UFCGUFPB 2005 p 453-471 1 CD-ROM

MOURA DC Riqueza e abundacircncia de abelhas em diferentes estaacutegios de

degradaccedilatildeo da caatinga como indicadores ambientais no entorno da usina

hidreleacutetrica de Xingoacute 98 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo e Poliacuteticas

Ambientais) Departamento de GeografiaUFPE Recife 2003

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Review of the desalination and water

purification technology roadmap Washington DC The National Academies

Press Disponiacutevel em lthttpwwwnapedubooks0309091578htmlgt Acesso

em 10 out 2004

NUNES ABA MAGALHAtildeES NF PEREIRA CB CEBALLOS BSO

TEIXEIRA EC KONIG A Resposta do processo de autodepuraccedilatildeo ao

impacto dos esgotos domeacutesticos em um rio do semi-aacuterido paraibano ndash Baixo

Bodocongoacute In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PACHECO JR Estudo de certas potencialidades de processos oxidativos

avanccedilado para o tratamento de percolado de aterro sanitaacuterio 81 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Quiacutemica Analiacutetica) Setor de Ciecircncias Exatas Universidade

Federal do Paranaacute Curitiba-PR 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

71

PAIXAtildeO MP STUDART TMC BEZERRA JN CARVALHO RM

Aplicaccedilatildeo de indicadores de performance na avaliaccedilatildeo de sistemas hiacutedricos

um estudo de caso In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

PEROSA PT RIBEIRO H BORGES VMNA PEREIRA AS Regulaccedilatildeo

dos serviccedilos de saneamento baacutesico aspectos conceituais e fatores

intervenientes In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

da aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido Jaguariuacutena

EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

PORTO ER AMORIM MCC ARAUacuteJO OJ Potencialidades da erva sal

(Atriplex nummularia) irrigada com o rejeito da dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra

no semi-aacuterido brasileiro com alternativa de reutitilizaccedilatildeo) In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PUERARI EM CASTRO MAH Barragem subterracircnea versus accedilude

anaacutelise comparativa dos dois sistemas de armazenamento de aacutegua no semi-

aacuterido In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E

AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

72

QUINTANS LJ A globalizaccedilatildeo econocircmica o Nordeste brasileiro e seu semi-

aacuterido In BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife

IMIP 2001 p 83-102

RANGEL MS Moringa oleifera um purificador natural de aacutegua e complemento

alimentar para o Nordeste do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwjardimdeflorescombrfloresefolhasa10moringahtmgt Acesso em

20 fev 2004

REIFF FM WITT VM Manual de desinfeccioacuten guias para la seleccion y

aplication de tecnologias de desinfeccion del aacutegua para consumo humano em

pueblos pequentildeos y comunidades rurales en Ameacuterica Latina y el Caribe

Washington Editora OPS Seacuterie Teacutecnica no 30 1995 227 p

RIBEIRO AC Mercado atual e futuro da perfuraccedilatildeo de poccedilos In XII

ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife

AnaisRecife ABAS 2001 p83-88

RICHTER CA AZEVEDO NETTO JMD Tratamento de aacutegua tecnologia

atualizada Satildeo Paulo Editora Edgar Bluumlcher Ltda 1991 332p

RIFFEL DB Unidade de osmose reversa acionada por energia solar

fotovoltaica sem baterias simulaccedilatildeo projeto e validaccedilatildeo experimental 125 p

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Eleacutetrica) - Departamento de Engenharia

Eleacutetrica Universidade Federal do Cearaacute 2005

ROSENLUND M Environmental factors in cardiovascular disease 69 f Tese

(Doutorado em Epidemiologia) Karolinska Institutet Estocolmo Sueacutecia 2005

Disponiacutevel em lthttpdisskibkise200591-7140-292-6thesispdfgt Acesso em

16 mar 2007

RUSH K HUYSSTEEN V OLIVIER J Pattern of domestic water inadequacy

on the South Africa West Coast Water SA v 26 no 4 p 537-554 2000

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

73

SABINO STBO Programas emergenciais de combate aos efeitos da seca o

que mudou na deacutecada de 90 175 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo

Puacuteblica) ndash Universidade Federal de PernambucoCCSA RecifendashPE 2002

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

SALATTI E Utilizaccedilatildeo de sistemas de wetlands construiacutedas para tratamento

de aacuteguas Bioloacutegico Satildeo Paulo v 65 nos 12 p 113-116 2003

SANTOS JB ASSIS EG MACHADO TTV A qualidade dos recursos

hiacutedricos superficiais no semi-aacuterido ndash Curimatauacute Paraibano In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

Rom

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

SANTOS IJ e SOUZA MAA Reuacuteso de aacutegua uma anaacutelise da

adequabilidade da utilizaccedilatildeo das aacuteguas residuaacuterias tratadas no Distrito Federal

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

SECTMA (Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e Meio Ambiente) Cenaacuterio para

o bioma Caatinga Recife SECTMA 2004 283 p

SCHISTEK H A cisterna de tela e cimento In 3o SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina Grande Anais

Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

74

SILANS AP Alternativas cientiacuteficas e tecnologias para o abastecimento de

aacutegua no semi-aacuterido In Aacutegua e desenvolvimento sustentaacutevel no semi-aacuterido

Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 133-160

SILVA AR Estudos sobre o gecircnero Moringa 87 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Geneacutetica e Bioquiacutemica) Departamento de Geneacutetica e BioquiacutemicaUniversidade

Federal de Uberlacircndia 1996

SILVA LMC Accediludes e reservatoacuterios mecanismos legais e institucionais para

uma gestatildeo sustentaacutevel In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS

2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SILVA FC DIAS I CS BEZERRA STM Anaacutelise econocircmica da

reabilitaccedilatildeo de redes de abastecimento ndash EPANET e PNL 2000 In XI SILUBESA Simpoacutesio Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal

Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

SOARES SRA CORDEIRO NETTO OMC BERNARDES RS Avaliaccedilatildeo

de aspectos poliacutetico-institucionais e econocircmico-financeiros do setor de

saneamento no Brasil com vistas agrave definiccedilatildeo de elementos para um modelo

conceitual Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v8 nos 12 p 84-94

2003

SOacuteLON AO CAMPOS JNB STUDART TMC Estimativa dos valores

esperados para duraccedilotildees maacuteximas de secas hidroloacutegicas no accedilude Castanhatildeo-

CE In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001

Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SOLSONA F Disinfection for small water supplies CSIR Technical Guide no C

2878 1996

SOUZA RA Barreiro trincheira In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais

EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 171-173

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

75

SUASSUNA J Contribuiccedilatildeo ao estudo hidroloacutegico do semi-aacuterido nordestino

Recife Editora Massangana 2000 98 p

SUDENE (Superintendecircncia para o Desenvolvimento do Nordeste) A seca e

as accedilotildees do Governo Federal no Nordeste do Brasil ndash Pronunciamento do

superintendente professor Marcos formiga na Comissatildeo de Fiscalizaccedilatildeo

Financeira e Controle da Cacircmara de Deputados Brasiacutelia-DF (natildeo publicado)

1999

TEIXEIRA ALF ROTUNNO FILHO OC AREND FILHO LA GONCcedilALVES

RC Anaacutelise da evoluccedilatildeo temporal dos indicadores hiacutedricos e socioeconocircmicos

aplicada ao municiacutepio de Niteroacutei In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-

ROM

TORNISIELO WL A santa praga da purificaccedilatildeo Revista Globo Rural p 39-

40 1987

TSUTIYA MT Uso agriacutecola dos efluentes das lagoas de estabilizaccedilatildeo do

estado de Satildeo Paulo In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001 1 CD-ROM

UNEP (United Nations Environment Programme) WHO (World Health

Organization) Water quality monitoring Publicado por E amp FN Spon Londres

1996 383 p

VON SPERLING M Introduccedilatildeo agrave Qualidade das Aacuteguas e ao Tratamento de

Esgotos Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental

da Universidade Federal de Minas Gerais 1996 v 1 243 p

VON SPERLING E Water quality in semi-arid Brazilian reservoirs In 24th

WEDC CONFERENCE SANITATION AND WATER FOR ALL 1998

Islamabad Pakistan p 322-323

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

76

WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION) ltProtection of human environment

Disponiacutevel em lthttpwhointpehsite_maphtmgt Acesso em 15 dez 2003

ZAMXAKA M PIRONCHEVA G MUYIMA NYO (2004) Microbiological and

physico-chemical assessment of the quality of domestic water sources in

selected rural communities of the Eastern Cape Province South Africa Water

SA v 30 no 3 p 333-340 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

77

CAPIacuteTULO 3

PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO Apresenta-se neste trabalho uma visatildeo geral do saneamento

ambiental (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana

limpeza puacuteblica sauacutede puacuteblica e fontes de poluiccedilatildeo) na zona urbana de 29

municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Esta regiatildeo localiza-se integralmente no semi-

aacuterido brasileiro O estudo envolveu levantamentos de campo e consultas a

oacutergatildeos oficiais de interesse De acordo com os resultados em geral os

municiacutepios dispotildeem de uma infra-estrutura e de um gerenciamento deficientes

Baixos iacutendices de cobertura de esgoto desperdiacutecios de aacutegua e disposiccedilatildeo de

resiacuteduos soacutelidos em depoacutesitos de lixo a ceacuteu aberto satildeo apenas alguns

exemplos que foram encontrados

Palavras-chave saneamento ambiental zona urbana da aacuterea de Xingoacute infra-

estrutura sanitaacuteria

ABSTRACT In this work an overview about environmental sanitation (water

supply sewage urban drainage public cleasing public health and sources of

pollution) in the urban zone of 29 municipalities of Xingoacute area is shown This

region is entirely located in the semi-arid zone of Brazil The research evolved

surveys on site and consultings to the official institutions of concern According

to the results in general the municipalities showed a deficient sanitary infra-

structure and management Poor sewage services water wastefulness and

solid waste disposal on dumps are some examples that were found

Keywords environmental sanitation urban zone of Xingoacute area sanitary infra-

structure

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

78

31 ndash INTRODUCcedilAtildeO

O Saneamento estaacute intimamente relacionado agrave qualidade de vida e agrave

sauacutede da populaccedilatildeo de uma cidade Modernamente tem-se preferido o termo

saneamento ambiental para abranger a sauacutede puacuteblica e as aacutereas afins como

coleta e tratamento de esgotos e efluentes industriais destinaccedilatildeo e tratamento

de resiacuteduos soacutelidos drenagem urbana etc As aacutereas de saneamento recursos

hiacutedricos e de meio ambiente estatildeo intimamente relacionadas principalmente

quando o assunto a tratar eacute a aacutegua e o seu uso mais nobre o abastecimento

puacuteblico (LAHOacuteZ 2000)

Embora o saneamento ambiental seja de suma relevacircncia para o

homem e o meio ambiente diversos trabalhos encontrados na literatura

especiacutefica (DUQUE BALBINO 2000 LOacuteCIO 2000 NUNES et al 2000

BRANCO ALMEIDA 2002) apresentam a forma equivocada como vem sendo

conduzido o saneamento ambiental no semi-aacuterido

No presente trabalho apresenta-se uma avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental principalmente a exposiccedilatildeo das principais deficiecircncias encontradas

em uma regiatildeo a aacuterea urbana de 29 cidades que faz parte da aacuterea de Xingoacute

32 ndash METODOLOGIA

Basicamente na conduccedilatildeo e obtenccedilatildeo dos dados aqui apresentados

foram realizadas consultas a oacutergatildeos oficiais da prefeitura IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) e companhias de aacutegua e de esgoto aleacutem

de inuacutemeras visitas a captaccedilotildees de aacutegua estaccedilotildees de tratamento de aacutegua e de

esgoto e locais de disposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos usinas de

reciclagem e compostagem aterros controlados e fontes de poluiccedilatildeo

Secretaacuterios de sauacutede de infra-estrutura gerentes e operadores de companhias

de saneamento fizeram descriccedilotildees sobre o abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e sauacutede inclusive

apontando as principais carecircncias As visitas de campo foram bastante uacuteteis na

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo do saneamento na aacuterea alvo sendo

fotograficamente documentadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

79

33 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

331 ndash Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 3311 ndash Aspectos fiacutesicos geograacuteficos e demograacuteficos

A aacuterea de Xingoacute eacute aquela sob a influecircncia direta das usinas hidreleacutetricas

de Xingoacute Paulo Afonso e Itaparica Ela situa-se integralmente no Nordeste

brasileiro entre as coordenadas de 8o13rsquo S e 37o05rsquo e 39o05rsquo e 39o54 W Numa

delimitaccedilatildeo provisoacuteria que foi necessaacuteria a fim de possibilitar o funcionamento

das atividades previstas nos diversos convecircnios que compunham o Instituto

Xingoacute essa aacuterea foi definida como se estendendo por 29 municiacutepios

localizados em quatro estados do Nordeste Alagoas Bahia Pernambuco e

Sergipe Segundo o IBGE (2001b) em 2000 a referida aacuterea tinha uma

populaccedilatildeo total de 608771 habitantes Os municiacutepios da aacuterea de Xingoacute situam-

se no Submeacutedio e no Baixo Satildeo Francisco Todos eles encontram-se inseridos

no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Aleacutem dos 29 municiacutepios 5 municiacutepios (municiacutepios

assistidos) foram posteriormente incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute Belo Monte-AL Satildeo Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE

e Parnamirim-PE

A populaccedilatildeo a aacuterea e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute constam na Tabela 31

Do apresentado na Tabela 31 tem-se

(i) Os municiacutepios de maior e menor dimensatildeo territorial satildeo respectivamente

Curaccedilaacute-BA (6449 km2) e Pariconha-PE (262 km2)

(ii) Os municiacutepios de maior e menor populaccedilatildeo satildeo respectivamente Paulo

Afonso-BA (96428 habitantes) e Itacuruba-PE (3669 habitantes)

(iii) Os municiacutepios de maior e menor taxa de urbanizaccedilatildeo satildeo respectivamente

Paulo Afonso-BA (8557) e Piranhas-AL (670)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

80

Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29

municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto

Xingoacute Populaccedilatildeo (habitantes) Municiacutepio Estado

Urbana Rural Total

Aacuterea (km2)

Urbanizaccedilatildeo ()

Aacutegua Branca 4496 14164 18660 455 2409

Delmiro Gouveia

33563 9432 42995 607 7806

Olho drsquoAacutegua do Casado

3887 3172 7059 323 5506

Patildeo de Accediluacutecar 10806 13545 24351 659 4438

Pariconha 2404 7682 10086 262 2384

Piranhas

Alagoas 1340 18667 20007 407 670

Abareacute 5529 8105 13634 1694 4055

Chorrochoacute 2153 7741 9894 2652 2176

Curaccedilaacute 10750 18650 29400 6449 3656

Gloacuteria 2365 12194 14559 1277 1939

Macurureacute 2355 6257 8612 2279 2735

Paulo Afonso 82514 13914 96428 1693 8557

Rodelas

Bahia 4764 1473 6237 2575 7638

Beleacutem do Satildeo Francisco

11803 8416 20219 1835 5838

Cabroboacute 15759 10632 26391 1623 5971

Floresta 15540 9184 24724 3675 6285

Itacuruba 3233 436 3669 437 8812

Jatobaacute 5412 7736 13148 276 4116

Orocoacute 3572 7251 10823 560 3300

Petrolacircndia 19599 7721 27320 1084 7174

Santa Maria da Boa Vista

13960 22780 36740 2965 3800

Tacaratu 7242 9854 17096 1249 4236

Terra Nova

Pernambuco

3869 3550 7419 361 5215

Canindeacute do Satildeo Francisco

9303 8451 17754 904 5240

Gararu 2988 8375 11363 638 2630

Monte Alegre de Sergipe

6468 5119 11587 417 5582

Nossa Senhora da Gloacuteria

17137 9773 26910 742 6368

Poccedilo Redondo 6360 19662 26022 1215 2444

Porto da Folha Sergipe 8712 16952 25664 891 3395

Total 317883 290888 608771 40204 -----

Fonte IBGE (2001b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

81

3312 ndash Aspectos climaacuteticos

A totalidade da aacuterea de Xingoacute estaacute inserida numa aacuterea onde predomina

o clima semi-aacuterido que segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen pode ser definido

como do tipo BSh ou seja clima seco de estepe de baixas latitudes Esta

regiatildeo do ponto de vista meteoroloacutegico apresenta um deacuteficit hiacutedrico os iacutendices

pluviomeacutetricos anuais verificados variam de 400 a 900 mm enquanto que os

valores de precipitaccedilatildeo ficam entre 1500 a 2500 mmano (CHESF et al 1999)

3313 ndash Vegetaccedilatildeo e aspectos pedoloacutegicos

A vegetaccedilatildeo dominante na regiatildeo constitui-se predominantemente pelas

caatingas Essas formaccedilotildees satildeo lenhosas espinhosas e de caraacuteter xeroacutefilo

Quanto aos aspectos pedoloacutegicos na aacuterea de Xingoacute tem-se (CHESF et

al 1999)

(i) Aacuterea de Xingoacute em Alagoas ndash haacute dois tipos de associaccedilotildees de solos

predominantes na aacuterea alagoana de Xingoacute os Planossolos Soloacutedicos e os

Solos Litoacutelicos Os Litoacutelicos restringem-se a oeste e norte de Delmiro Gouveia

norte de Olho DrsquoAacutegua do Casado e Piranhas e todo o municiacutepio de Patildeo de

Accediluacutecar Os Planossolos Soloacutedicos distribuem-se nas partes mais baixas jaacute

proacuteximas ao rio Satildeo Francisco nos vales dos baixos cursos dos rios sem

riachos que correm para este rio Eles predominam nos municiacutepios de Delmiro

Gouveia e partes sul de Olho drsquoAacutegua e Piranhas Os Planossolos apresentam

textura arenosa areno argilosa ou argilosa O relevo eacute predominantemente

plano ou com ondulaccedilotildees muito suaves Em alguns trechos estes solos

apresentam-se pedregosos Satildeo solos de horizonte A (ldquohorizonte agriacutecolardquo)

muito delgado requerendo cuidados especiais no cultivo para evitar erosatildeo

laminar e por isto natildeo satildeo recomendaacuteveis para mecanizaccedilatildeo A drenagem eacute

tambeacutem difiacutecil correndo-se o risco de salinizaccedilatildeo em condiccedilotildees de irrigaccedilatildeo

Contudo satildeo solos moderadamente aacutecidos a neutros e muito ricos em

nutrientes minerais para as plantas Uma irrigaccedilatildeo manejada com extremo

cuidado eacute possiacutevel Os solos Litoacutelicos satildeo solos de arenoso a pedregosos

localizados nas aacutereas de maior declividade Desenvolveram-se a partir dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

82

granitos e gnaisses do substrato Ocorrem muitos afloramentos de rochas

(ldquolajedosrdquo) Satildeo muito rasos por vezes o ldquohorizonte agriacutecolardquo (A) assenta-se

diretamente sobre o material originaacuterio ou rocha Altamente susceptiacuteveis agrave

erosatildeo Satildeo moderadamente aacutecidos a neutros O uso agriacutecola concentra-se

nas aacutereas mais aplainadas Como satildeo solos pedregosos com alta limitaccedilatildeo

hiacutedrica e extremamente susceptiacuteveis agrave erosatildeo o mais recomendado eacute a sua

compreensatildeo funcional no sentido da utilizaccedilatildeo como parte do complexo

paisagiacutestico para serviccedilos ambientais (proteccedilatildeo de mananciais preservaccedilatildeo de

flora fauna e conjuntos ecoloacutegicos) ecoturismo e turismo educacional

(ii) Aacuterea de Xingoacute na Bahia ndash Podem ser identificadas na regiatildeo de Xingoacute

dentro do estado da Bahia trecircs aacutereas de solos a aacuterea de Macurureacute Rodelas e

Gloacuteria onde predominam as Areias Quartzozas na parte central da Regiatildeo a

aacuterea oeste de Abareacute e Curaccedilaacute onde respectivamente predominam o Solonetz

Solodizado e o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico e a aacuterea de leste ou de Paulo

Afonso onde predomina o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico

(iii) Aacuterea de Xingoacute em Pernambuco ndash As seguintes associaccedilotildees de solos

destacam-se as Areias Quartzozas (de Petrolacircndia para o norte) os Bruno

Natildeo Caacutelcicos (vatildeo do Municiacutepio de Floresta ateacute o municiacutepio de Cabroboacute mais

dominantemente e daiacute em Santa Maria da Boa Vista nos baixos vales dos

afluentes do rio Satildeo Francisco) e os Latossolos Vermelho Amarelo Eutroacuteficos

(dominantes nos municiacutepios de Orocoacute e Santa Maria da Boa Vista e nos

interfluacutevios entre os rios que correm para o Satildeo Francisco

(iv) Aacuterea de Xingoacute em Sergipe ndash A aacuterea do estado de Sergipe dentro da Regiatildeo

de Xingoacute oferece um rico complexo de associaccedilotildees de solos e esta

diversidade por certo auxilia nas suas funccedilotildees agropecuaacuterias Em contraste

com os demais estados o estado de Sergipe apresenta solos mais

estruturados e manejaacuteveis a um custo mais baixo Nas superfiacutecies dos

municiacutepios de Canindeacute do Satildeo Francisco e Poccedilo Redondo destacam-se os

solos Bruno Natildeo Caacutelcicos enquanto que nas superfiacutecies dos municiacutepios de

Porto da Folha Monte Alegre de Sergipe Gloacuteria e Garuru dividem importacircncia

os Podzols e os Litoacutelicos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

83

3314 ndash Recursos hiacutedricos

O uacutenico rio perene na referida regiatildeo eacute o Satildeo Francisco Todos os

afluentes do Satildeo Francisco no espaccedilo considerado tecircm um regime fluvial do

tipo semi-aacuterido ou seja os rios permanecem secos (total ou parcialmente) ao

longo do periacuteodo de estiagem (CHESF et al 1999)

Os maiores mananciais de aacutegua subterracircnea concentram-se nos terrenos

fanerozoacuteicos sedimentares especialmente na bacia do Jatobaacute onde dominam

rochas porosas Os terrenos preacute-cambrianos natildeo se prestam satisfatoriamente

ao armazenamento de aacutegua subterracircnea Este em tais terrenos quando se

verifica concentra-se nas aacutereas falhadas eou fraturadas A anaacutelise do

potencial hiacutedrico integrado na aacuterea permite a identificaccedilatildeo das aacutereas vistas na

Tabela 32 Em face da heterogeneidade geoloacutegica alguns municiacutepios

aparecem em mais de uma aacuterea nessa regionalizaccedilatildeo procedida do potencial

hiacutedrico (CHESF et al 1999)

Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Aacuterea Caracteriacutesticas Municiacutepios

1 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Gararu-SE

2 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Abareacute-BA Curaccedilaacute-BA Macurureacute-BA Paulo Afonso-BA Cabroboacute-PE Santa

Maria da Boa Vista-PE Monte Alegre de Sergipe-SE Nossa Senhora da Gloacuteria-

SE e Porto da Folha-SE 3 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio

bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Rodelas-BA Curaccedilaacute-BA Terra Nova-PE e Santa Maria da Boa Vista-PE

4 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice bom bull Excedente hiacutedrico bom bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Olho drsquo Aacutegua do Casado-AL Paulo Afonso-BA Petrolacircndia-PE e Tacaratu-

PE

5 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Santa Maria da Boa Vista-PE

6 bull Distribuiccedilatildeo Anual das aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Aacuteguas superficiais concentrada

Aacutegua Branca-AL

Fonte CHESF et al (1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

84

3315 ndash Aspectos econocircmicos

A atividade econocircmica predominante dos municiacutepios estaacute pautada

eminentemente na lavoura e na pecuaacuteria de pequeno porte A falta de

investimento tecnoloacutegico na produccedilatildeo agriacutecola e pecuaacuteria traduz o estaacutegio

pouco desenvolvido destas atividades nos municiacutepios A atividade produtiva

agriacutecola de alguns produtos destina-se geralmente agrave substistecircncia (CHESF et

al 1999)

A avaliaccedilatildeo geral da induacutestria na aacuterea de Xingoacute revela a quase

inexistecircncia de atividade que possa ser considerada de relevacircncia econocircmica

Isto pode ser atribuiacutedo agrave completa ausecircncia de condiccedilotildees miacutenimas de fomento

para o capital privado apesar da aacuterea dispor de dotaccedilotildees excepcionais no

tocante a dois insumos baacutesicos para vaacuterios segmentos da induacutestria energia e

abundacircncia de aacutegua A baixa qualificaccedilatildeo dos recursos humanos as precaacuterias

condiccedilotildees da infra-estrutura e a pouca articulaccedilatildeo das poliacuteticas de

desenvolvimento tornam a regiatildeo muito pouco atraente para investimentos

industriais (CHESF et al 1999)

3316 ndash Educaccedilatildeo

A anaacutelise da situaccedilatildeo educacional de Xingoacute evidencia em resumo a

baixa qualidade do ensino bem como a sua baixa cobertura aleacutem da evasatildeo e

repetecircncia escolar elevadas Isto sinaliza que deve haver formas mais

arrojadas de intervenccedilatildeo do setor puacuteblico no sentido de universalizaccedilatildeo do

ensino de qualidade em todos os niacuteveis (CHESF et al 1999)

3317ndash Indicadores de qualidade de vida

Em consulta aos dados publicados pelo PNUD (Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Desenvolvimento) verificou-se que vem ocorrendo uma

ascensatildeo do ICV (Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida) e do IDH (Iacutendice de

Desenvolvimento Humano) ao longo do tempo dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute Contudo no contexto do cenaacuterio nacional eles aparecem numa

modesta posiccedilatildeo Entre 5507 municiacutepios brasileiros o melhor colocado eacute o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

85

municiacutepio de Paulo Afonso-BA ocupando a 2643a posiccedilatildeo e o pior colocado

Poccedilo Redondo-SE ocupando a 5394a posiccedilatildeo No entanto cabe mencionar

que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees como quaisquer outras que

se proponham a medir condiccedilotildees de vida e desenvolvimento humano Em

primeiro lugar porque utilizam eventos quantitativos para medir dimensotildees

qualitativas e da vida segundo porque tais indicadores satildeo obtidos atraveacutes de

dados com datas especiacuteficas gerando uma visatildeo estaacutetica da realidade um

corte no tempo

332 ndash Perfil do saneamento ambiental

3321 ndash Abastecimento de aacutegua

Das 29 sedes municipais que integram a aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute apenas Tacaratu-PE e Macurureacute-BA satildeo abastecidas por aacuteguas

subterracircneas As demais satildeo abastecidas atraveacutes de captaccedilotildees superficiais

situadas na calha do rio Satildeo Francisco O fornecimento de aacutegua da cidade de

Macurureacute eacute de responsabilidade da prefeitura sendo que os serviccedilos de

manutenccedilatildeo satildeo efetuados pela CERB (Companhia de Engenharia Rural da

Bahia) A CHESF responsabiliza-se por este serviccedilo no municiacutepio de Jatobaacute

Nas 27 demais sedes municipais o abastecimento de aacutegua fica sob

responsabilidade de concessionaacuterias como mostra a Tabela 33 Esta tabela

tambeacutem mostra outras informaccedilotildees (localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua o tipo e

a localizaccedilatildeo da ETA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

86

Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute Sede municipal

Concessionaacuteria responsaacutevel pelo abastecimento de aacutegua

Localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo para abastecimento

Localizaccedilatildeo da ETA Tipo de ETA

Aacutegua Branca CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Delmiro Gouveia CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia(1)

Delmiro Gouveia Compacta Olho drsquoAacutegua do Casado

CASAL

Olho drsquoAacutegua do Casado Olho drsquoAacutegua do Casado

Compacta

Patildeo de Accediluacutecar CASAL Patildeo de Accediluacutecar Patildeo de Accediluacutecar Convencional Pariconha CASAL Povoado de Salgado em

Delmiro Gouveia (1) Delmiro Gouveia Compacta

Piranhas CASAL Piranhas (2) ----- Natildeo possui Abareacute EMBASA Abareacute Abareacute Compacta

Chorrochoacute EMBASA Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Compacta

Curaccedilaacute SAAE Curaccedilaacute Curaccedilaacute Compacta Gloacuteria EMBASA Gloacuteria Gloacuteria Compacta

Paulo Afonso EMBASA Paulo Afonso (3) Paulo Afonso Convencional Rodelas SAAE Rodelas Rodelas Compacta

Beleacutem do Satildeo Francisco

COMPESA Beleacutem do Satildeo Francisco Beleacutem do Satildeo Francisco

Convencional

Cabroboacute (4) Cabroboacute Compacta Cabroboacute COMPESA

Cabroboacute (5) Cabroboacute Compacta Floresta COMPESA Floresta Floresta Compacta Itacuruba COMPESA Itacuruba Itacuruba Compacta

Jatobaacute COMPESA Jatobaacute Jatobaacute Compacta Orocoacute COMPESA Orocoacute Orocoacute Compacta

Petrolacircndia COMPESA Petrolacircndia Petrolacircndia Convencional Santa Maria da

Boa Vista COMPESA Santa Maria da Boa Vista Santa Maria da Boa

Vista Compacta

Terra Nova COMPESA Cabroboacute (5) Terra Nova Compacta Canindeacute do Satildeo

Francisco DESO Canindeacute do Satildeo

Francisco Canindeacute do Satildeo

Francisco Compacta

Gararu DESO Gararu Gararu Compacta Monte Alegre de

Sergipe DESO Ilha do Ouro em Porto da

Folha (6) Porto da Folha Compacta

Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta Nossa Senhora da Gloacuteria

DESO

Proacutexima do povoado de Satildeo Joseacute em Amparo do

Satildeo Francisco (7)

Proacutexima do povoado de Satildeo

Joseacute em Amparo do Satildeo Francisco

Compacta

Poccedilo Redondo DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

Porto da Folha DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

(1) O sistema coletivo do Sertatildeo abastece as cidades de Aacutegua Branca Canapi Delmiro Gouveia Inhapi Mata Grande Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha aleacutem de vaacuterios povoados (2) A aacutegua para abastecimento da sede do municiacutepio de Piranhas recebe apenas hipoclorito de soacutedio ou Hypocal aplicados na EE Para abastecer os bairros Xingoacute e Nossa Senhora da Sauacutede faz-se a captaccedilatildeo a montante da UHE Xingoacute A aacutegua eacute aduzida por recalque ateacute uma ETA onde se efetua o tratamento (3) A cidade de Paulo Afonso possui duas captaccedilotildees para o seu abastecimento (4) captaccedilatildeo individual para atender apenas Cabroboacute (5) O sistema coletivo Salgueiro atende agraves cidades de Cabroboacute Parnamirim Salgueiro Serrita Terra Nova Umatildes e Verdejante (6) O sistema coletivo Alto Sertatildeo abastece as cidades de Porto da Folha Poccedilo Redondo Monte Alegre de Sergipe Satildeo Miguel do Aleixo Nossa Senhora Apararecida Nossa Senhora da Gloacuteria Frei Paulo Pedra Mole Pinhatildeo e Pedro Alexandre (BA) aleacutem de 56 povoados (7) O sistema coletivo Adutora Sertaneja abastece as cidades de Amparo do Satildeo Francisco Canhoba Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores Itabi Graccho Cardoso Cumbe Feira Nova Nossa Senhora da Gloacuteria Carira Aquidabatilde aleacutem de povoados do municiacutepio de Gararu e mais 73 outros povoados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

87

Algumas precariedades comuns foram identificadas nos sistemas de

abastecimento de aacutegua da aacuterea avaliada durante os levantamentos de campo

Estas envolviam principalmente

(i) Deficiecircncias na preservaccedilatildeo das instalaccedilotildees das unidades do sistema de

abastecimento - ausecircncia de tela protetora de reservatoacuterios maacute conservaccedilatildeo

unidades de tratamento em ETAs hidrocircmetros inutilizados entre outros

(ii) Desperdiacutecios de aacutegua e ausecircncias ou ineficiecircncias relacionadas agrave

fiscalizaccedilatildeo do conjunto do abastecimento de aacutegua - desperdiacutecios de aacutegua

accedilatildeo de vacircndalos em tubulaccedilotildees principalmente as de PVC hidrocircmetros sem

cobertura e com cobertura improvisada vazamentos na rede operadores sem

utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo facilidade de acesso de animais agraves

instalaccedilotildees inclusive animais peccedilonhentos intermitecircncias no fornecimento de

aacutegua entre outros Algumas deficiecircncias comuns satildeo vistas na Figura 31

Segundo Arauacutejo (2001) se as perdas de aacutegua vatildeo aleacutem de valores

aceitaacuteveis (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de grande

porte) podem ocorrer problemas de funcionamento e com isso exigir a

pesquisa de vazamentos invisiacuteveis ligaccedilotildees clandestinas e outras perdas De

acordo com os levantamentos efetuados no sistema de abastecimento de aacutegua

na aacuterea de Xingoacute esses sistemas operam com valores acima dos mencionados

por esse autor atingindo ateacute cerca de 76 de perda de aacutegua no sistema de

abastecimento de aacutegua de Petrolacircndia Soacute com o montante de aacutegua aduzida

ateacute a ETA da cidade de Patildeo de Accediluacutecar perde-se entre 30 e 40 de aacutegua

(lavagem de filtros lavagem de decantadores e extravasamento de

reservatoacuterios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

88

(a) Adutora de aacutegua bruta de PVC avariada devido agrave praacutetica de furto (Itacuruba-PE)

(b) Vazamento em adutora de aacutegua bruta (Rodelas-BA)

(c) Estrutura deteriorada de um filtro de ETA (Gloacuteria-BA)

(d) Combogoacutes em via puacuteblica servindo de proteccedilatildeo para hidrocircmetro (Monte Alegre de Sergipe-SE)

(e) Ofiacutedio peccedilonhento em estaccedilatildeo elevatoacuteria (Macurureacute-BA)

(f) Tubulaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo do clorador desconectada (Petrolacircndia)

Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento de

aacutegua na aacuterea de Xingoacute

Os graacuteficos da Figura 32 plotados com os dados do IBGE (2001a) do

Censo 2000 fornecem uma panoracircmica sobre a forma do abastecimento de

aacutegua dos 29 municiacutepios da aacuterea pesquisada Os resultados indicam que a

forma predominante de abastecimento de aacutegua eacute aquela que ocorre atraveacutes da

rede geral com um total de 95256 domiciacutelios (6923 do total de domiciacutelios

que eacute de 137787 domiciacutelios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

89

Embora esta estatiacutestica do IBGE tenha a sua relevacircncia ela natildeo

contempla questotildees tais como a quantidade per capita a qualidade da aacutegua

distribuiacuteda e as intermitecircncias no abastecimento

Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

3322 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa as prefeituras atraveacutes

normalmente de suas Secretarias de Obras ou das Secretarias de Infra-

Estrutura responsabilizam-se pelas questotildees pertinentes ao esgotamento

sanitaacuterio municipal No entanto no municiacutepio de Piranhas o responsaacutevel eacute a

CASAL e em Curaccedilaacute eacute o SAAE (autarquia municipal)

As cidades de Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe natildeo possuem rede coletora de esgoto Delmiro Gouveia Olho drsquoAacutegua

do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco Orocoacute

Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo possuem

menos de 50 das casas conectadas agrave rede puacuteblica de esgoto O efluente

sanitaacuterio das casas natildeo ligadas agrave rede de esgoto tem como destino o terreno

eou fossa Verificou-se que vaacuterias cidades utilizavam o rio Satildeo Francisco eou

os seus afluentes para diluir seus esgotos sem tratamento Na Figura 33 satildeo

vistos alguns desses pontos de lanccedilamento do esgoto bruto Algumas cidades

8154

34177

95256

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral

Poccedilo ou nascente (na propriedade) Outra

6923

593

2484

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

90

possuem lagoas de estabilizaccedilatildeo construiacutedas para processar a depuraccedilatildeo dos

efluentes liacutequidos gerados bairros Nossa Senhora da Sauacutede e Xingoacute no

municiacutepio de Piranhas Curaccedilaacute Rodelas Floresta Jatobaacute Itacuruba

Petrolacircndia e Canindeacute do Satildeo Francisco Entretanto constatou-se que algumas

estavam em pleno abandono eou funcionavam em condiccedilotildees inadequadas

como mostra a Figura 34 Em Paulo Afonso maior cidade da aacuterea apenas os

bairros Cleacuteriston Andrade e Jardim Aeroporto possuem coleta e tratamento de

esgoto (reator UASB)

(a) Rio Capivara (Porto da Folha) (b) Rio Jacareacute (Poccedilo Redondo)

(c) Rio do Accedilude (Delmiro Gouveia) (d) Rio Satildeo Francisco (Gararu)

Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da aacuterea

de Xingoacute no Satildeo Francisco e seus afluentes

Outras situaccedilotildees inadequadas e comuns relacionadas com o

esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de estudo satildeo visualizadas na Figura 35

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

91

(a) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Itacuruba)

(b) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(c) Pescaria com tarrafa em lagoa de estabilizaccedilatildeo (Piranhas)

(d) Emissaacuterio de lagoa de lagoa de estabilizaccedilatildeo avariada (Rodelas)

Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com utilizaccedilatildeo

inadequada na aacuterea de Xingoacute

(a) Dano em rede coletora (Gloacuteria)

(b) Caixa de passagem com ferragem exposta (Terra Nova)

(c) Escoamento de esgoto (Pariconha)

(d) Lavagem de roupa proacutexima proacutexima de local de despejo de esgoto (Gararu)

Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas evolvendo o esgotamento sanitaacuterio na

aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

92

Segundo os dados apresentados nos graacuteficos da Figura 36 uma

parcela expressiva das residecircncias dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute nos 4

estados natildeo dispotildee de instalaccedilotildees sanitaacuterias (natildeo possuem banheiro nem

sanitaacuterio) Outros meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no esgotamento

dos municiacutepios desta regiatildeo tais como fossa rudimentar (2585 dos

domiciacutelios) e vala (165 dos domiciacutelios)

Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de

Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

De acordo com dados do IBGE (2001a) 46272 domiciacutelios na aacuterea de

Xingoacute estatildeo ligados agrave rede geral de esgoto ou pluvial Dentre os tipos de

esgotamento sanitaacuterio este eacute o que apresenta maior percentual (3363) na

aacuterea de Xingoacute Um percentual expressivo (3073) dos domiciacutelios natildeo dispotildee

de banheiro nem sanitaacuterio Meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no

esgotamento desses municiacutepios tais como fossa rudimentar e vala Vale

salientar que esse indicador do tipo de esgotamento sanitaacuterio refere-se apenas

agrave sua disponibilidade natildeo incluindo as condiccedilotildees de funcionamento e

conservaccedilatildeo dos serviccedilos e instalaccedilotildees nem o destino final dos dejetos

3323 ndash Drenagem urbana

De acordo com os levantamentos na ampla maioria dos casos

verificou-se que natildeo havia um planejamento quanto agrave drenagem urbana nas

9122

35568

42284

13992276666

46272

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral de esgoto ou pluvialFossa seacutepticaFossa rudimentarValaRio lago ou marOutro escoadouroNatildeo tinha banheiro nem sanitaacuterio

2585663165

049

102

3073

3363

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

93

cidades da aacuterea de Xingoacute Assim sendo via de regra o escoamento das aacuteguas

pluviais ocorre no calccedilamento das ruas a maioria desprovida de bocas de lobo

galerias de aacuteguas pluviais e bueiros entre outras obras drsquoarte Muitas vias

puacuteblicas natildeo satildeo calccediladas ou apresentam calccedilamento bastante precaacuterio Um

exemplo de exceccedilatildeo quanto a isso foi o bairro Xingoacute no municiacutepio de Piranhas-

AL Nesta localidade o sistema de drenagem compunha-se de bocas de lobo

sarjetas galerias de aacuteguas pluviais concentrados nos pontos de mais baixa

cota e todas as ruas satildeo calccediladas Na Figura 37 satildeo vistas algumas

deficiecircncias no que concerne a drenagem urbana na aacuterea em estudo

(a) Valetas ocasionadas por Erosatildeo (Aacutegua Branca)

(b) Canal com resiacuteduos soacutelidos (Delmiro Gouveia)

(c) Canal na iminecircncia de transbordar (Cabroboacute)

(d) Galeria de aacuteguas pluviais que recebe esgoto de ligaccedilotildees clandestinas (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(e) Calccedilamento irregular (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Boca de lobo obstruiacuteda (Nossa Senhora da Gloacuteria)

Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

94

3324 ndash Limpeza puacuteblica

Em geral nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa a prefeitura

atraveacutes normalmente da Secretaria de Obras ou da Secretaria de Infra-

Estrutura responsabiliza-se pelas questotildees pertinentes agrave limpeza urbana

municipal Os serviccedilos de coleta dos resiacuteduos soacutelidos restringem-se em

grande parte dos municiacutepios agrave zona urbana Os resiacuteduos soacutelidos urbanos na

maioria das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo lanccedilados em terrenos onde ficam

expostos numa situaccedilatildeo bastante precaacuteria

Algumas cidades no entanto como eacute o caso de Delmiro Gouveia (uma

parte) Patildeo de Accediluacutecar os resiacuteduos soacutelidos recolhidos satildeo enviados para uma

usina de reciclagem e compostagem embora operem com condiccedilotildees aqueacutem

do ideal devido a uma falta de uma melhor infra-estrutura e de recursos

humanos de melhor qualificaccedilatildeo teacutecnica Patildeo de Accediluacutecar dispotildee aleacutem de uma

usina de reciclagem um aterro controlado As cidades de Paulo Afonso que

conta com uma usina de reciclagem e Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio no

acircmbito das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo as que dispotildeem de melhores

condiccedilotildees de infra-estrutura no tocante ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

urbano A Figura 38 retrata algumas das situaccedilotildees inadequadas e comuns

com relaccedilatildeo aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea de Xingoacute

A partir de dados sobre o destino dos resiacuteduos soacutelidos dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute obtidos do IBGE (2001a) foram plotados os graacuteficos da Figura

39 A forma predominante de destino do lixo na aacuterea de Xingoacute eacute aquela em

que os resiacuteduos soacutelidos satildeo coletados por serviccedilo de limpeza com 630009

(4580 do total de domiciacutelios na aacuterea de Xingoacute) domiacutecilios enquadrando-se

nessa situaccedilatildeo

Esse indicador utilizado pelo IBGE no entanto refere-se apenas agrave

disposiccedilatildeo de serviccedilos regulares de coleta de lixo domiciliar Poreacutem natildeo inclui

as condiccedilotildees de funcionamento assiduidade volume transportado e forma de

tratamento dos resiacuteduos soacutelidos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

95

(a) Veiacuteculo de limpeza urbana inutilizado por falta de pneus (Curaccedilaacute)

(b) Suiacutenos em lixo colocado em via puacuteblica (Chorrochoacute)

(c) Entulhos em local improacuteprio (Beleacutem do Satildeo Francisco)

(d) Depoacutesito de lixo proacuteximo de curso drsquoaacutegua (Olho drsquoAacutegua do Casado)

(e) Catadores descalccedilos em lixatildeo (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Lixo hospitalar exposto (Abareacute)

Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionados aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea

de Xingoacute

Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos na

aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

10528

20041

877 5404244

63009

38348

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s

765

4580

308039

064

2787

1457

Coletado por serviccedilo de limpeza

Coletado por caccedilamba de serviccedilo de limpeza

Queimado (no proacuteprio terreno)

Enterrado (no proacuteprio terreno)

Jogado em terreno baldio ou logradouro

Jogado em rio lago ou mar

Outro destino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

96

Segundo Perazzo et al (2002) um estudo realizado pelo GRS-UFPE

(Grupo de Resiacuteduos Soacutelidos da Universidade Federal de Pernambuco) sobre a

composiccedilatildeo gravimeacutetrica dos resiacuteduos soacutelidos de 3 cidades (Jatobaacute

Petrolacircndia e Tacaratu) da aacuterea de Xingoacute verificou-se que quanto agrave origem

dos resiacuteduos soacutelidos a de origem domiciliar predomina Aleacutem disso a

composiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos gerados era predominantemente composta

por mateacuteria orgacircnica com os seguintes valores 5420 em Jatobaacute 6140

em Petrolacircndia e 6140 em Tacaratu

Muniz et al (2001) informam que no Brasil do total de resiacuteduos soacutelidos

urbanos produzidos cerca de 65 satildeo constituiacutedos de mateacuteria orgacircnica

putresciacutevel Este material orgacircnico pode causar poluiccedilatildeo contaminando a

populaccedilatildeo mais carente que reside na periferia dos centros urbanos

3325 ndash Sauacutede puacuteblica

Para Longuinho (2002) o programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede no

Brasil representa um avanccedilo em termos das poliacuteticas puacuteblicas adotadas pois

considera o municiacutepio como ente fundamental no processo decisoacuterio de

aplicaccedilatildeo dos recursos A maior participaccedilatildeo do municiacutepio no planejamento e

execuccedilatildeo dos recursos da sauacutede puacuteblica pode conduzir a uma elevaccedilatildeo da

eficiecircncia das poliacuteticas puacuteblicas uma vez que com o deslocamento do

processo decisoacuterio para fim da cadeia (municiacutepio) a sociedade poderaacute dispor

com mais facilidade de instrumentos legais que a possibilitem influir na

formataccedilatildeo das poliacuteticas a serem adotadas reduzindo a sua possibilidade de

falha aleacutem do que eleva a capacidade de controle por parte da sociedade que

eacute a principal beneficiaacuteria das poliacuteticas puacuteblicas

Com relaccedilatildeo agrave municipalizaccedilatildeo da sauacutede nos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute via de regra esta aconteceu na deacutecada de 90

Atraveacutes de levantamentos realizados junto agrave Secretaria de Sauacutede de

cada um dos 29 municiacutepios foram constatados os seguintes principais

problemas na aacuterea de sauacutede nos 29 municiacutepios

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

97

(i) Baixa resolutividade (incapacidade de solucionar casos de sauacutede que

possuem uma certa complexidade levando ao deslocamento do paciente para

ser tratado em outras unidades ateacute mesmo localizadas em outro municiacutepio

com condiccedilotildees para tal atendimento) e infra-estrutura deficitaacuteria das unidades

de sauacutede

(ii) Carecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede

(iii) Nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida (com um aacutepice de

941 em Olho drsquoAacutegua do Casado)

(iv) Frequumlentes altas taxas de mortalidade infantil (acima do iacutendice aceitaacutevel

da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos) atingindo um

aacutepice no municiacutepio de Olho drsquoAacutegua do Casado (1716permil) As principais causas

satildeo a desnutriccedilatildeo e as deficiecircncias no saneamento baacutesico

(v) Nuacutemero elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo

cerca de 1200 casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

em 2001

De acordo com as informaccedilotildees obtidas junto agrave Secretaria de Sauacutede dos

municiacutepios pesquisados os agravos agrave sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo relacionados

principalmente agrave baixa renda familiar agraves carecircncias nutricionais agrave sauacutede

puacuteblica e ao saneamento deficitaacuterios

3326 ndash Fontes de degradaccedilatildeo do meio ambiente

De acordo com os estudos efetuados na aacuterea de abrangecircncia do

Instituto Xingoacute as principais fontes geradoras de poluentes satildeo

(i) Os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos sem tratamento ou com tratamento deficiente

tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo do meio ambiente sobretudo a fauna a

flora o solo e os recursos hiacutedricos subterracircneos e superficiais (rio Satildeo

Francisco e afluentes)

(ii) Despejo do efluente industrial de uma induacutestria tecircxtil na cidade de Delmiro

Gouveia parcialmente tratado em um rio afluente do Satildeo Francisco gerando

transtornos principalmente agrave populaccedilatildeo ribeirinha ocorrendo inclusive a

mortandade de peixes

(iii) Liberaccedilatildeo de gases de faacutebricas especialmente em Paulo Afonso cidade

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

98

mais avanccedilada da aacuterea de Xingoacute do ponto de vista industrial

(iv) Estabelecimentos comerciais tais como postos de gasolina lava-jatos

matadouros puacuteblicos padarias bares e restaurantes entre outros

(v) Rejeitos gerados por dessalinizadores que satildeo descartados

indiscriminadamente no meio ambiente favorecendo o processo de

dessalinizaccedilatildeo do solo e dos corpos hiacutedricos

(vi) Praacuteticas inadequadas de irrigaccedilatildeo propiciando a salinizaccedilatildeo do solo e de

corpos hiacutedricos

(vii) Utilizaccedilatildeo indiscriminada de agrotoacutexicos principalmente no periacutemetro

irrigado Califoacuternia em Canindeacute do Satildeo Francisco sem conhecimento adequado

sobre dosagem preparaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo aleacutem de se verificar a ausecircncia de

equipamento de proteccedilatildeo quando na aplicaccedilatildeo O destino de parte desses

agrotoacutexicos eacute devido agrave lavagem de plantas e do solo pelas aacuteguas de

precipitaccedilatildeo ou de irrigaccedilatildeo os cursos daacutegua e drenos naturais que compotildeem

principalmente a sub-bacia do riacho da Onccedila afluente do rio Satildeo Francisco

(viii) Poluiccedilatildeo agropastoril oriunda da presenccedila de animais nos rios e riachos

(ix) Animais mortos em cursos de aacutegua ou proacuteximos destes e cemiteacuterios em

locais inadequados que como se sabe geram o necrochorume que contecircm

elevado teor de metais pesados patoacutegenos entre outras substacircncias

prejudiciais ao meio ambiente

Atraveacutes do cruzamento de seacuteries temporais de imagens de sateacutelite do

periacuteodo compreendido entre 1989 a 2003 e dados demograacuteficos (Censo do

IBGE 2000) Freire (2004) estabeleceu uma metodologia para detecccedilatildeo de

aacutereas de risco e passiacuteveis de desertificaccedilatildeo em seis municiacutepios (Olho drsquoAacutegua

do Casado-AL Patildeo de Accediluacutecar-AL Piranhas-AL Canindeacute do Satildeo Francisco-SE

Poccedilo Redondo-SE e Porto da Folha-SE) circunvizinhos agrave UHE Xingoacute

Pesquisas de campo validaram os resultados obtidos em laboratoacuterio apoiados

em extensa literatura sobre os indicadores de desertificaccedilatildeo Nesse estudo o

autor constatou uma significativa devastaccedilatildeo da caatinga aumento de solo

exposto e diminuiccedilatildeo de aacutereas agropastoris na aacuterea de estudo Dos 4405 km2

da aacuterea de estudo cerca de 985 km2 (2237) apresentaram problemas

ambientais significativos quanto ao risco de desertificaccedilatildeo Estes resultados

tambeacutem satildeo apresentados por Freire e Pacheco (2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

99

Algumas das formas de degradaccedilatildeo do meio ambiente na aacuterea

pesquisada satildeo vistas na Figura 310

(a) Despejo em rio oriundo de matadouro (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(b) Culturas no Periacutemetro Califoacuternia com uso de agrotoacutexico (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(c) Emanaccedilatildeo de gases de faacutebrica de ceracircmicas (Paulo Afonso-BA)

(d) Efluente de induacutestria tecircxtil lanccedilado em rio (Delmiro Gouveia-AL)

(e) Popular ateando fogo (Paulo Afonso- BA)

(f) Bar na margem do rio Satildeo Francisco (Gloacuteria-BA)

(g) Poluiccedilatildeo agropastoril no rio Jacareacute (Poccedilo Redondo-SE)

(h) Cemiteacuterio localizado acima da cidade (Piranhas-AL)

Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

100

34 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com estatiacutesticas do PNUD (Programa das Naccedilotildees Unidas

para o Desenvolvimento) os indicadores ICV e IDH dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute vecircm ascendendo no transcorrer dos anos o que de certa forma ofusca a

realidade das precaacuterias condiccedilotildees de vida na aacuterea de Xingoacute Mesmo com essa

ascenccedilatildeo os municiacutepios da aacuterea situam-se numa posiccedilatildeo modesta no cenaacuterio

nacional Vale observar que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees

como quaisquer outras que se proponham a medir condiccedilotildees de vida e

desenvolvimento humano Em primeiro lugar porque utilizam eventos

quantitativos para medir dimensotildees qualitativas e da vida segundo porque tais

indicadores satildeo obtidos atraveacutes de dados com datas especiacuteficas gerando uma

visatildeo estaacutetica da realidade um corte no tempo

Visitas in loco agraves localidades de interesse da pesquisa e de consultas a

oacutergatildeos oficiais possibilitaram uma obtenccedilatildeo do perfil sanitaacuterio inclusive

detectar deficiecircncias no tocante ao abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso

essa investigaccedilatildeo permitiu a identificaccedilatildeo das principais fontes geradoras de

poluiccedilatildeo

No setor de abastecimento de aacutegua da aacuterea pesquisada constatou-se

com frequumlecircncia deficiecircncias que envolviam a maacute preservaccedilatildeo de unidades do

sistema de abastecimento desperdiacutecios de aacutegua e fiscalizaccedilatildeo ausente Os

sistemas de abastecimento de aacutegua existentes na aacuterea de Xingoacute operam

comumente com perdas drsquoaacutegua superior a valores considerados aceitaacuteveis por

Arauacutejo (2001) (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de

grande porte)

No tocante ao esgotamento sanitaacuterio algumas cidades natildeo satildeo servidas

por rede coletora (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe) e algumas apresentam uma cobertura inferior a 50 (Delmiro

Gouveia Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo

Francisco Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

101

Redondo) Algumas cidades possuem unidades destinadas ao tratamento

sendo que em algumas delas estas unidades encontram-se abandonadas ou

funcionando precariamente Essa situaccedilatildeo encontrada tem acarretado o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

Na quase totalidade das cidades o escoamento das aacuteguas pluviais

ocorre com a ausecircncia de planejamento Situaccedilotildees inadequadas tais como a

presenccedila de resiacuteduos soacutelidos e escoamento de aacuteguas residuaacuterias em unidades

integrantes do sistema de drenagem das cidades entre outros problemas

puderam ser constatados durante as visitas de campo

Via de regra os resiacuteduos soacutelidos vecircm sendo dispostos em depoacutesitos a

ceacuteu aberto Algumas cidades como Delmiro Gouveia e Patildeo de Accediluacutecar dispotildeem

de usina de reciclagem e compostagem que no entanto requerem melhorias

Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio e Paulo Afonso com sua usina de

reciclagem satildeo as cidades que possuem uma melhor infra-estrutura no tocante

ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

A fragilidade do niacutevel de sauacutede na aacuterea de Xingoacute eacute evidenciada pela

baixa resolutividade infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede a

insuficiecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes

por causa desconhecida (atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com

941) as altas taxas de mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice

aceitaacutevel da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com

um valor maacuteximo em Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) aleacutem do nuacutemero

elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200

casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE em 2001

35 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Sugere-se criar instrumentos de incentivos fiscais para as empresas e

oacutergatildeos puacuteblicos natildeo poluiacuterem o meio ambiente

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

102

Sugere-se investir em estudos de verificaccedilatildeo da viabilidade do

estabelecimento de consoacutercios intermunicipais Esses consoacutercios consistem

em um acordo firmado entre municiacutepios visando agrave realizaccedilatildeo de interesses e

objetivos comuns nas diversas aacutereas do saneamento Isso dar-se-ia mediante

a utilizaccedilatildeo de recursos humanos e materiais de cada integrante do consoacutercio

para atender agraves necessidades que isoladamente natildeo conseguiriam

Intensificar a eficaacutecia da integraccedilatildeo das accedilotildees de saneamento com

outras poliacuteticas puacuteblicas A implementaccedilatildeo dessa integraccedilatildeo requer uma

articulaccedilatildeo no niacutevel de cada poliacutetica setorial e dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela

coordenaccedilatildeo global das poliacuteticas como os de planejamento no niacutevel dos

conselhos onde pode verificar-se a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Promover o fortalecimento da educaccedilatildeo ambiental e mobilizaccedilatildeo social

atraveacutes de diversas accedilotildees

(i) Capacitaccedilatildeo de educadores da rede ensino para a identificaccedilatildeo de temas

ambientais nos conteuacutedos curriculares

(ii) Elaboraccedilatildeo de material educativo e de comunicaccedilatildeo para subsidiar accedilotildees

de educaccedilatildeo ambiental

(iii) Difundir as informaccedilotildees contidas no material educativo por intermeacutedio de

diversos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo

36 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARAUacuteJO FAS Avaliaccedilatildeo de perdas em setor de abastecimento de aacutegua no

distrito de Cruz de Rebouccedilas 135 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade

Federal de PernambucoCTG Recife-PE 2001

CHESF SUDENE CNPQ UFPE FADE IPEA I Plano diretor de Xingoacute 2000-

2004 Recife 1999 519 p 1 CD-ROM

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

103

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREIRE NCF PACHECO AP Aspectos da detecccedilatildeo de aacutereas de risco agrave

desertificaccedilatildeo na regiatildeo de Xingoacute In XII SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO 2005 Goiacircnia Anais Goiacircnia INPE 2005 p

525-532

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo Demograacutefico 2000

- Caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios Rio de Janeiro-RJ IBGE

2001a v 1

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Sinopse preliminar do

censo demograacutefico 2000 Rio de Janeiro-RJ IBGE 2001b v 7

LAHOacuteZ FCC Uma experiecircncia em mobilizaccedilatildeo para a gestatildeo

descentralizada e participativa dos recursos hiacutedricos In IX SILUBESA -

SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto

Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

LONGUINHOS MAA Anaacutelise do programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede o

caso do municiacutepio de Vitoacuteria da Conquista-BA 80 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis-SC 2002

MUNIZ ACS BRITO ALF LEITE UD PRASAD S Eficiecircncia de

transformaccedilatildeo de carbono total e nutrientes no processo de compostagem de

resiacuteduos soacutelidos orgacircnicos In 21o Congresso Brasileiro de Engenharia

Sanitaacuteria e Ambiental Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

Rom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

104

PERAZZO GM KATO MT FLORENCIO L Avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental em 29 municiacutepios na regiatildeo do semi-aacuterido Nordeste do Brasil In

XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIacuteA SANITAacuteRIA Y

AMBIENTAL CancuacutenndashMeacutexico Anais Cancuacuten-Meacutexico ABES 2002 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

105

CAPIacuteTULO 4

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE

DESSALINIZADOR NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO A aacuterea de Xingoacute abrange uma aacuterea de 45492 km2 com 34

municiacutepios totalmente inseridos no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Dessalinizadores tecircm

sido instalados nessa regiatildeo a fim de incrementar a oferta hiacutedrica Foi

realizado um levamento com relaccedilatildeo aos dessalinizadores existentes nesta

aacuterea Constatou-se que a maioria desses equipamentos natildeo estava produzindo

aacutegua dessalinizada devido principalmente agrave falta de importacircncia dada agrave

questatildeo da sua correta manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo A qualidade de aacutegua de 4

poccedilos com dessalinizador (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa

Briacutegida-BA e Icozeira Abareacute-BA) foi monitorada Com relaccedilatildeo ao permeado

produzido alguns paracircmetros de qualidade de aacutegua (cor aparente turbidez e

dureza total) sempre atenderam aos padrotildees de potabilidade No entanto

outros paracircmetros tais como pH do permeado produzido nos dessalinizadores

instalados em Aroeira e Icozeira e o STD e a concentraccedilatildeo de cloreto do

permeado produzido pelo dessalinizador instalado em Areias nem sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade Natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes na maioria das amostras do permeado poreacutem

conveacutem efetuar a desinfecccedilatildeo antes de ser consumido Foram coletadas

amostras de solo no local de disposiccedilatildeo dos rejeitos provenientes dos

dessalinizadores monitorados Constatou-se que o despejo indiscriminado eacute

prejudicial ao solo

Palavras-chave dessalinizadores qualidade de aacutegua rejeito aacuterea de Xingoacute

ABSTRACT The Xingoacute area comprises 45492 km2 with 34 municipalities It is

entirely located in the so-called ldquoDrought Polygonrdquo Water desalinators have

been installed for increasing the water offer in this area A survey about the

situation of these units of desalination was accomplished It was found that

most of them were not producing desalting water due to the lack of suitable

technical operations and maintenance The water quality of 4 wells with

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

106

desalinator (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa Briacutegida-BA e

Icozeira Abareacute-BA) was monitored With regard to the permeate produced

some water quality parameters (apparent colour turbidity and total hardness)

always met the water quality standards However some parameters not always

met such as pH of the permeate produced by desalinators installed in Aroeira

and Icozeira and TDS and chloride concentration of the permeate produced by

desalinator installed in Areias In most of the analysis the presence of

thermotolerant coliforms were not detected however the permeate must be

disinfected before consumption Soil samples were collected in the disposal site

of water desalinators wastes It was found that the indiscriminate discharge is

harmful to soil

Key words water desalinators water quality desalinators wastes Xingoacute area

41 ndash INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil a maior parte do semi-aacuterido nordestino cerca de 600000 km2

eacute constituiacuteda por terrenos cristalinos A associaccedilatildeo nesta regiatildeo de baixas

precipitaccedilotildees distribuiccedilatildeo irregular das chuvas delgado manto intempeacuterico

quando natildeo ausente e cobertura vegetal esparsa especialmente no bioma

caatinga favorece o escoamento superficial em detrimento da infiltraccedilatildeo

Assim no cristalino do semi-aacuterido brasileiro os poccedilos para abastecimento de

aacutegua muito comumente apresentam vazotildees entre 1 e 3 m3h e elevado

conteuacutedo salino comumente acima dos padrotildees de potabilidade Apesar

disso em muitas pequenas comunidades esses poccedilos constituem a uacutenica

fonte de abastecimento disponiacutevel Em geral a qualidade quiacutemica da aacutegua nos

terrenos cristalinos eacute boa Os problemas quando existentes relacionam-se agrave

elevada salinidade que eacute tiacutepica dos aquumliacuteferos do cristalino do semi-aacuterido

nordestino e agrave elevada dureza da aacutegua e salinidade observadas em algumas

aacutereas de ocorrecircncia das rochas calcaacuterias (ANA 2005) Diante dessa realidade

foi dada grande atenccedilatildeo aos programas de dessalinizaccedilatildeo o que permitiu a

exploraccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas por meio da instalaccedilatildeo de dessalinizadores

no semi-aacuterido brasileiro com a finalidade de converter aacutegua salgada ou salobra

em aacutegua potaacutevel (MATOS et al 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

107

Na aacuterea de Xingoacute foram instalados vaacuterios dessalinizadores Neste

trabalho satildeo apresentados os resultados de anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas e

bacterioloacutegicas da aacutegua de coletas realizadas em 4 poccedilos com dessalinizador

Estes resultados satildeo confrontados com os padrotildees de potabilidade As aacuteguas

analisadas foram a aacutegua de alimentaccedilatildeo (bruta) o permeado e o rejeito

Tambeacutem satildeo apresentados os resultados de amostras de solo no local de

lanccedilamento do rejeito e a jusante deste Estas unidades dessalinizadoras

situam-se em Areias (Poccedilo Redondo-SE) Aroeira (Santa Briacutegida-BA) Minuim

(Santa Briacutegida-BA) e Icozeira (Abareacute-BA)

42 ndash METODOLOGIA

Foram efetuados levantamentos sobre poccedilos que possuiacuteam

dessalinizador existentes nos municiacutepios onde o instituto Xingoacute exerce suas

atividades O objetivo dessas investigaccedilotildees foi escolher algumas unidades que

estivesem produzindo aacutegua dessalinizada e determinar paracircmetros de

qualidade de aacutegua aleacutem de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do solo no local de

despejo do rejeito e a jusante deste Na escolha das unidades cujos resultados

satildeo aqui apresentados foram levados em consideraccedilatildeo questotildees relacionadas

com a distacircncia acessibilidade e adequaccedilatildeo ao roteiro e agraves atividades do

projeto No municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE aleacutem de levantamentos dos poccedilos

com dessalinizaccedilatildeo foram levantados os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador

existentes Os levantamentos incluiacuteram consultas agraves prefeituras e visitas de

campo No levantamento dos poccedilos de aacutegua em Poccedilo Redondo tambeacutem foi

consultado Bomfim et al (2002)

Os paracircmetros condutividade eleacutetrica temperatura STD (soacutelidos totais

dissolvidos) pH cor aparente e turbidez da aacutegua (aacutegua bruta permeado e

rejeito) dos 4 poccedilos monitorados foram determinados com equipamentos

portaacuteteis Foram utilizados recipientes de plaacutestico com 1000 mL para as

coletas destinadas agrave determinaccedilatildeo dos paracircmetros alcalinidade cloreto e

dureza no laboratoacuterio No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes

recipientes com detergente neutro e aacutegua destilada Apoacutes isso no local de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

108

coleta os recipientes eram lavados 3 vezes com a proacutepria aacutegua a ser coletada

antes de sua coleta definitiva

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis

(ii) O recipiente era destampado no momento da coleta removendo a tampa e

o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente tendo o cuidado de natildeo

deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer superfiacutecie aleacutem de natildeo

tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 41 consta a localizaccedilatildeo o periacuteodo de monitoramento da

qualidade da aacutegua (aacutegua bruta permeado e rejeito) dos 4 poccedilos com

dessalinizador estudados Os paracircmetros que foram determinados o local de

sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo apresentados na Tabela 42

Todas as anaacutelises foram realizadas em conformidade com o que preconiza o

APHA et al (1998) O paracircmetro cor aparente foi determinado apenas em

marccedilo e abril de 2006 nas amostras coletadas no poccedilo com dessalinizador de

Areias e de marccedilo a junho de 2006 nos poccedilos com dessalinizador de Aroeira

Minuim e Icozeira

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

109

Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados Localidade do poccedilo

com dessalinizador

monitorado

Municiacutepio Estado Periacuteodo de monitoramento

Areias Poccedilo Redondo Sergipe bull Julho a setembro de 2005

(semanalmente)

bull Outubro e novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a abril de 2006

(mensalmente)

Aroeira Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Minuim Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Icozeira Abareacute Bahia bull Fevereiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua

determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico Coliformes (totais e

termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

O rendimento de cada um dos 4 dessalinizadores monitorados foi

determinado atraveacutes da determinaccedilatildeo da vazatildeo do permeado produzido e do

rejeito gerado no processo de dessalinizaccedilatildeo Para isso utilizou-se um balde

graduado ateacute 11 L e um cronocircmetro onde foram efetuadas 30 leituras pois os

rotacircmetros (indicadores de vazatildeo dos equipamentos dessalinizadores)

apresentavam-se defeituosos eou o visor da leitura devido agraves condiccedilotildees natildeo

permitia a visualizaccedilatildeo Esse procedimento foi realizado todas as vezes em

que se determinava os paracircmetros de qualidade de aacutegua destas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

110

A fim de avaliar-se os impactos decorrentes do despejo do rejeito dos

dessalinizadores foram coletadas amostras de solo com o emprego de trado

no local do despejo do rejeito dos dessalinizadores localizados em Areias

Aroeira Minuim e Icozeira Tambeacutem foram coletadas amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

despejo do dessalinizador de Areias e apenas a 50 m a jusante do despejo dos

dessalinizadores de Aroeira Minuim e Icozeira As amostras de solo foram

coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em Areias e de 0-40 cm

em Aroeira Minuim e Icozeira

Os paracircmetros determinados nas amostras coletadas de solo com os

respectivos locais de determinaccedilatildeo e meacutetodos utilizados constam na Tabela

43 As anaacutelises de solo foram realizadas usando-se a metodologia constante

no Manual de Meacutetodos de Anaacutelise de Solo (EMBRAPA 1997)

Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o

local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Condutividade eleacutetrica Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Condutiviacutemetro pH Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute pHmetro Soacutedio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Fotometria de chama

Caacutelcio Laboratoacuterio de Fertilidade do Solo (Depto de Agronomia da

UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica Magneacutesio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica

Na avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas para a irrigaccedilatildeo a classificaccedilatildeo

mais utilizada eacute aquela proposta pelo US Salinity Laboratory que relaciona a

concentraccedilatildeo de sais soluacuteveis como indicadora do perigo de salinizaccedilatildeo do

solo e a Relaccedilatildeo de Absorccedilatildeo de Soacutedio (RAS) como indicadora do perigo de

sodificaccedilatildeo Esta relaccedilatildeo eacute dada pela seguinte foacutermula (CRUCIANI 1980)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

111

2

++++

+

+=

MgCaNaRAS (Eq41)

Obs teores de Na+ Ca++ e Mg++ em miliequivalentelitro

Existe uma relaccedilatildeo linear entre PST (percentagem de soacutedio trocaacutevel) e o

RAS A equaccedilatildeo que relaciona estes paracircmetros eacute (CRUCIANI 1980)

)01475001260(1)01475001260(100

RASxRASxPST

+minus++minus

= (Eq42)

Nesta pesquisa foram utilizadas as equaccedilotildees 1 e 2 indicadas por

Cruciani (1980) Com os seus resultados efetuou-se a classificaccedilatildeo do solo

segundo o US Salinity Laboratory tambeacutem apresentada em Cruciani (1980)

de acordo com a Tabela 44

Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory

Solo Condutividade

eleacutetrica do extrato

(dSm)

PST

()

pH

Normal lt 4 lt 15 lt 85

Salino gt 4 lt 15 lt 85

Soacutedico lt 4 gt 15 gt 85

Salino-soacutedico gt 4 gt 15 lt 85

Fonte Cruciani 1980

43 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Bomfim et al (2002) constataram a presenccedila de 32 pontos daacutegua em

Poccedilo Redondo-SE sendo que todos eram do tipo poccedilo tubular e localizados

sobre o aquumliacutefero do tipo fissural Alguns de propriedade puacuteblica e outros de

propriedade particular Desses 32 pontos 5 poccedilos possuiacuteam dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

112

No entanto em levantamentos realizados nesta pesquisa foram constatados

29 pontos de aacutegua sendo 5 poccedilos com dessalinizador e 24 sem

Nas visitas de campo verificou-se que das 24 unidades encontradas que

natildeo possuiacuteam dessalinizador apenas uma (Fazenda Jurema) estava

produzindo aacutegua Foram determinados em campo alguns paracircmetros de

qualidade de aacutegua deste poccedilo durante a visita Obteve-se os seguintes

resultados da aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema condutividade eleacutetrica = 3200

microScm STD = 4869 mgL pH = 88 e temperatura = 310 oC

Portanto nota-se que a aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema era improacutepria

para consumo humano devido ao valor de STD ser superior ao valor maacuteximo

permido para consumo humano recomendado pela Portaria 518 do MS Com

isso os moradores pouco utilizavam desta aacutegua preferindo a aacutegua de um

barreiro proacuteximo

Verificou-se que os demais poccedilos sem dessalinizador natildeo estavam

produzindo aacutegua e apresentavam uma das seguintes situaccedilotildees (i) em alguns o

poccedilo havia sido perfurado poreacutem natildeo tinham sido equipados com sistema e

bombeamento e distribuiccedilatildeo estando abandonado (ii) alguns estavam

paralisados sem funcionamento devido a problemas relativos agrave manutenccedilatildeo ou

quebra de equipamentos e (iii) outros encontravam-se abandonados devido agrave

salinidade excessiva eou terem sido submetidos agrave superexplotaccedilatildeo (retirada

de um volume de aacutegua superior agrave capacidade do aquumliacutefero) Tambeacutem constatou-

se que alguns elementos da infra-estrutura de alguns poccedilos tais como

catavento bomba estavam danificados Exemplos dessas situaccedilotildees

encontradas satildeo ilustradas na Figura 41

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

113

(a) Poccedilo perfurado e abandonado (localidade Titoacuteia)

(b) Bomba do poccedilo danificada (localidade Fazenda Satildeo Paulo)

(c) Poccedilo seco (localidade Barra da Onccedila)

(d) Palhetas do catavento danificadas e abandonadas (localidade de Monte Alegre Velho)

Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem dessalinizador

em Poccedilo Redondo

Com relaccedilatildeo aos 5 poccedilos com dessalinizador situados em Poccedilo

Redondo apenas 1 estava operando Este poccedilo foi escolhido para

monitoramento de sua qualidade de aacutegua como seraacute visto adiante

As unidades de dessalinizaccedilatildeo existentes nos municiacutepios integrantes da

aacuterea de Xingoacute utilizam a tecnologia da osmose reversa Na Tabela 45 eacute

apresentada a situaccedilatildeo dessas unidades com relaccedilatildeo a se estavam ou natildeo

produzindo aacutegua dessalinizada Do total de 56 instalaccedilotildees de dessalinizaccedilatildeo

apenas 11 (1964) estavam em atividade e 45 (8036) natildeo estavam

produzindo aacutegua dessalinizada Via de regra a principal causa disso eacute a

ausecircncia de cuidados relacionados agrave manutenccedilatildeo do equipamento O pessoal

teacutecnico capacitado para as tarefas de manutenccedilatildeo e reparos destes

equipamentos tecircm que se deslocar das capitais para o atendimento aleacutem do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

114

que os materiais de manutenccedilatildeo e reposiccedilatildeo algumas vezes apresentam um

orccedilamento aqueacutem dos recursos financeiros disponiacuteveis das prefeituras

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Aacutegua Branca Natildeo haacute

Belo Monte Olho dacuteAacutegua Novo x

Delmiro Gouveia Caraiacuteba do Limo x

Siacutetios Barracas x

Rede de Luz x

Lagoa da Cruz x

Olho drsquoAacutegua do Casado

Poccedilos x

Ass Selma Bandeira x

Bom Nome x

Chico do Bode x

Japatildeo x

Patildeo de Accediluacutecar

Xexeacuteu x

Coleacutegio (na sede) x

Verdatildeo x Pariconha

Campinhos x

Juazeiro x Piranhas Olho drsquoAguinha x

Caboclo (2 poccedilos) x

Cacimba do Barro x

Umbuzeiro Doce x

Alagoas

Satildeo Joseacute da Tapera

Cachoeirinha x

Abareacute Icozeira x

Chorrochoacute Caraiacutebas x

Barro Novo x

Mundo Novo x

Pata Mute x

Curaccedilaacute

Poccedilo de Fora x

Gloacuteria Natildeo haacute

Macurureacute Formosa x

Paulo Afonso Natildeo haacute

Rodelas Natildeo haacute

Arauacutejo x

Aroeira x

Bugi x

Minuim x

Bahia

Santa Briacutegida

Trapiaacute x

Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

(continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

115

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute (cont)

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Beleacutem do Satildeo Francisco Riacho Pequeno x

Cabroboacute Natildeo haacute Floresta Ass Papagaio x

Poccedilo Boi x Jeritacoacute x Angico x

Ibimirim

Barro Branco x Itacuruba Natildeo haacute

Jatobaacute Natildeo haacute

Orocoacute Natildeo haacute

Parnamirim Fazenda Pau de Colher (Siacutetio Chapada do Arapoaacute)

x

Petrolacircndia Natildeo haacute

Baixa do Curral x Santa Maria da Boa Vista Curimamatilde x

Tacaratu Siacutetio Olho drsquoAacutegua do Juliatildeo x

Pernambuco

Terra Nova Natildeo haacute Canindeacute do S Francisco Natildeo haacute

Gararu-SE Tanque da Pedra (Fazenda S Joaquim)

x

Monte Alegre de Sergipe Natildeo haacute Aningas x Retiro II x

Nossa Senhora da Gloacuteria

Santa Helena x Areias 1 x Areias 2 x

Fazenda Santa Maria x Flor da Serra x

Poccedilo Redondo

Morro Vermelho x Bela Aurora x

Belos Ares (Craibeiras) x Esperanccedila x

Junco x

Sergipe

Porto da Folha-

Pedro Leatildeo x Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

A Tabela 46 fornece uma noccedilatildeo de gastos com peccedilas serviccedilos e

deslocamentos relativos agrave manutenccedilatildeo de dessalinizadores

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

116

Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e deslocamentos a

serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em desalinizadores Item Quantidade Preccedilo unitaacuterio (R$)

Membrana Hidranautcs mod Cpa 2 4040 (nova)

1 110000

Cartucho de filtro 9x frac34 5micras 1 1500 Anti-incrustante 1 kg 4500

Manocircmetros glicerinado 1 8500 Rotacircmetro mod Hedland 0 a 60LPM 1 49000

Bomba dosadora 1 75000 Bomba de retrolavagem 14 CV Dancor

termoplaacutestica 1 25000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 monofaacutesica motor aberto

1 195000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 trifaacutesica motor aberto

1 169000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 monofaacutesica motor aberto

1 175000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 trifaacutesica motor aberto

1 150000

Tubo cpvc 28 1 vara 6000 Joelho 90ordm cpvc 28 1 515

Tecirc cpvc 28 1 535 Luva cpvc 28 1 350 Uniatildeo cpvc 28 1 1150

Luva de transmissatildeo cpvc 22 x 34 1 750 Conector Aquatherm cpvc28x1rdquo 1 2635 Luva de reduccedilatildeo de frac12 x 25mm 1 150

Mangueira 14 x 14 pmanocircmetros 1 m 450 Adaptador para manocircmetro 14 x 18 1 1500 Adaptador para manocircmetro 14 x 12 1 2500

Mangueira tranccedilada de 12 1m 300 Espelho para vaso de alta pressatildeo 1 15000

Anel elaacutestico para vaso 4 ldquo 1 3000 Pressostato danfoss 12KGF 1 35000

Bucha de reduccedilatildeo 112 x 1rdquo PVC 1 300 Bucha de reduccedilatildeo 34 x 12 ldquo PVC 1 200

Carcaccedila de Filtro 9 x 34 1 16000

Materiais

Adaptador entrada dosador 1 4000 Limpeza quiacutemica de membranas (preccedilo

cobrado por membrana lavada) - 13000 Matildeo de

obra Visita teacutecnica para avaliaccedilatildeo e pequenos

reparos e substituiccedilatildeo de peccedilas 1 km rodado 100

O Custo eacute de R$ 100km rodado aleacutem de uma diaacuteria de R$ 9000

Fonte Osmose Peccedilas e Manutenccedilatildeo de Dessalinizadores e Sistemas de Aacutegua Feira de

Santana-BA (10082006) atraveacutes de consulta pessoal

Cravo (1999) informa que no Brasil estima-se que 25 dos

equipamentos estatildeo desativados por problemas que vatildeo desde questotildees

poliacuteticas ateacute falta de aacutegua no poccedilo passando por equipamentos mal

dimensionados incorretamente operados ou com ausecircncia de manutenccedilatildeo

Em termos de reparos e de manutenccedilatildeo satildeo as membranas aleacutem dos filtros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

117

que necessitam de maior atenccedilatildeo A vida uacutetil de uma membrana eacute de 3 anos e

a periodicidade de manutenccedilatildeo eacute em meacutedia de 3 meses dependendo da

qualidade da aacutegua de alimentaccedilatildeo da operaccedilatildeo manutenccedilatildeo e do sistema de

preacute-tratamento

Cada dessalinizador monitorado (Figura 42) na corrente pesquisa eacute

alimentado por um poccedilo Consta na Tabela 47 uma siacutentese das caracteriacutesticas

desses equipamentos e dos respectivos poccedilos de alimentaccedilatildeo Nesta mesma

tabela haacute tambeacutem informaccedilotildees quanto ao volume de aacutegua produzido

(permeado) e a quantidade de casa atendidas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 42 Dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

Caracteriacutesticas do dessalinizador

Potecircncia das bombas do dessalinizador

(CV)

Local Profundidade

do poccedilo (m)

Potecircncia da

bomba do poccedilo que alimenta o

dessalinizador (CV)

Ano de

instalaccedilatildeo do dessalinizador

Nuacutemero de

filtros de cartucho

Nuacutemero de vasos

de pressatildeo (permeadores) Principal Retrolavagem Dosadora

Volume de aacutegua

dessalinizada produzida

Nuacutemero de

residecircncias atendidas

Areias 42 34 1998 4 2 3 13 12 Ateacute nov2005

bull 15 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 5 m3semana

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 25 a m3mecircs

Ateacute nov2005

bull 30 residecircncias

(eacutepoca seca)

bull 10 residecircncias

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 2 a 4 residecircncias

Aroeira 60 75 2005 3 1 2 13 --- bull 10 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 10 m3 quinzenalmete

(eacutepoca chuvosa)

bull 42 residecircncias

Minuim 64 5 2005 6 3 5 13 --- bull 10 a 20 m3semana bull 100 a 150

residecircncias

Icozeira 18 1 1996 3 1 3 13 Natildeo possui

bomba

dosadora

bull 5 a 10 m3dia bull 92 residecircncias

Natildeo havia informaccedilatildeo quanto agrave potecircncia poreacutem a vazatildeo era de 6 Lh

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

119

Vale observar que tambeacutem com relaccedilatildeo agrave Tabela 47 que apoacutes

novembro de 2005 algumas residecircncias localizadas em Areias passaram a

ser contempladas com aacutegua encanada Com isso houve um decreacutescimo de

casas que consumiam aacutegua da unidade dessalinizadora instalada nesta

comunidade

Os moradores de Areias e Icozeira natildeo pagam tarifa pela aacutegua

produzida nas unidades de dessalinizaccedilatildeo A comunidade de Minuim paga por

uma ficha um valor de R$020 (vinte centavos) por cada balde de 20 L de aacutegua

produzida A ficha eacute inserida em um chafariz automaacutetico Com isso satildeo

acionadas duas bombas cada uma com 13 CV (localizadas no proacuteprio abrigo

onde estaacute o dessalinizador) Isso permite que a aacutegua dessalinizada seja

conduzida ateacute um chafariz automaacutetico para o enchimento de um balde de 20 L

Procedimento semelhante ao de Minuim era o que acontecia em Aroeira No

entanto durante o periacuteodo de monitoramento em Aroeira e tambeacutem poucos

meses antes deste monitoramento natildeo era cobrada tarifa pela aacutegua produzida

Alguns moradores de Minuim pagam o valor de R$100 (um real)

mensalmente pela aacutegua bruta captada nesse poccedilo para ter essa aacutegua em

suas torneiras

Os operadores das unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas satildeo

pessoas da proacutepria comunidade onde estas estatildeo instaladas aleacutem de

residirem proacuteximo destas Eles natildeo recebem nenhuma remuneraccedilatildeo O grau de

escolaridade do operador da unidade de Aroeira e do operador de Minuim eacute 5a

seacuterie concluiacuteda enquanto o do operador de Areias eacute de 3a seacuterie concluiacuteda De

acordo com o proacuteprio operador de Icozeira este natildeo havia frequumlentado a

escola e apenas sabia assinar o nome e identificar algarismos

Apenas o operador da unidade de Minuim possui um manual de

operaccedilatildeo do dessalinizador (modelo AP 10004000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

120

De acordo com os operadores a limpeza das membranas vinha sendo

efetuada com a utilizaccedilatildeo da bomba de retrolavagem A frequumlecircncia dessa

operaccedilatildeo era de acordo com os operadores a seguinte

(i) em Areias natildeo havia uma frequumlecircncia certa algumas vezes passava ateacute uns

2 meses sem lavar

(ii) em Aroeira e Icozeira era semanal

(iii) duas vezes por semana (agraves quartas-feiras e saacutebados) em Minuim

Em Areias e Icozeira a manutenccedilatildeo perioacutedica do equipamento natildeo era

realizada A equipe teacutecnica soacute era acionada quando algum equipamento ou

acessoacuterio deixava de funcionar

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiram a sua

manutenccedilatildeo eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da

prefeitura

O dinheiro arrecado na venda das fichas no dessalinizador de Minuim

tambeacutem eacute utilizado nas despesas de manutenccedilatildeo e reparos

As despesas com energia e reparos dos equipamentos de Areias e

Icozeira eram arcadas respectivamente pelas prefeituras de Poccedilo Redondo-

SE e Abareacute-BA Em Aroeira as despesas com energia e manutenccedilatildeo ateacute pouco

antes do monitoramento do trabalho aqui apresentado era por conta dos

recursos arrecadados com a venda das fichas e depois passou a cargo da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA Por outro lado em Minuim o valor arrecadado

com as fichas era destinado a pagar as despesas com energia e manutenccedilatildeo

do dessalinizador No entanto as despesas com a energia gasta pelo poccedilo

que alimentava o dessalinizador de Minuim fica sob a responsabilidade da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA

Na Figura 43 satildeo vistos os locais onde os moradores retiram a aacutegua

dessalinizada pelos dessalinizadores monitorados A aacutegua eacute conduzida em

balde(s) ateacute as suas residecircncias

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

121

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

De acordo com determinaccedilotildees efetuadas no campo os dessalinizadores

Areias Aroeira Minuim e Icozeira apresentaram em meacutedia respectivamente

um rendimento de 4326 5119 5644 e 3512 Isso significa que estas

unidades geram em meacutedia uma quantidade de rejeito que corresponde a

respectivamente 5674 4881 4356 e 6488 do total de aacutegua a ser

dessalinizada Segundo Porto et al (2004) em funccedilatildeo da eficiecircncia do

dessalinizador e da qualidade da aacutegua do poccedilo a quantidade de efluente

gerado eacute da ordem de 40 a 70 do total de aacutegua salobra a ser dessalinizada

Nas Tabela 48 a 411 e nas Figuras 44 a 47 satildeo apresentados os

resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos no campo e em laboratoacuterio

da aacutegua bruta do permeado e do rejeito dos 4 dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 336 242 278 26 94 330 234 268 31 116 323 242 276 24 87

pH 83 59 74 05 68 74 65 69 03 43 87 70 81 05 62 Cor aparente

(uH) 941 534 738 288 390 0 0 0 --- --- 1789 1161 1475 444 301

Turbidez (uT) 278 82 1370 608 444 14 048 07 02 286 151 16 38 35 921 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 245 20 1441 821 570 16 4 101 36 356 469 26 3169 1526 481

Condutividade eleacutetrica (microScm)

11000 1725 55732 24192 434 1143 198 4593 2987 650 18020 7800 111604 33409 299

STD (mgL) 16463 5567 96449 37712 391 1687 295 7386 4859 658 26826 11725 164505 55730 339 Cloreto

(mg Cl-L) 3587 566 20715 9291 449 324 36 1269 823 648 6226 2289 35422 9578 270

Dureza total (mg CaCO3L)

3086 398 13623 9685 711 81 10 296 198 669 5481 1428 25098 12461 496

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 119 4796 3458 721 35 6 142 91 641 2314 612 959 5174 539

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

123

Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35Te

mpe

ratu

ra (o C

)

(a)

123456789

1011121314

pH

(b)

0

100

200

300

400

500

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

5000

10000

15000

20000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0

50

100

150

200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

STD

(mg

L)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

(h)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(g)

(d)(c)

(f)(e)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300DiasD

urez

a caacute

lcic

a (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 307 252 286 19 67 320 257 295 22 74 321 256 295 22 74

pH 91 69 75 06 86 72 50 64 07 112 73 67 71 02 25 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 15 03 07 04 552 05 02 03 010 357 45 03 11 10 09 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 30 6 116 81 702 7 3 47 13 285 39 9 167 98 586

Condutividade eleacutetrica (microScm)

1324 1130 12094 712 59 501 26 411 80 196 2330 1840 20652 1809 88

STD (mgL) 1961 1674 18078 999 55 717 374 557 126 226 3433 2727 30583 2627 86 Cloreto

(mg Cl-L) 630 290 4266 973 228 6 2 34 13 397 750 510 5656 823 145

Dureza total (mg CaCO3L)

568 305 4493 878 196 20 0 72 63 874 832 650 7164 597 83

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

345 122 2360 739 313 18 0 23 29 1265 406 203 3131 709 227

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

125

Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3L

)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

500

1000

1500

2000

2500C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0500

1000150020002500300035004000

STD

(mg

L)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 316 262 296 18 60 318 263 295 17 59 331 265 307 26 84

pH 86 72 75 04 52 69 60 64 03 54 78 73 76 02 21 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 13 02 05 03 554 05 01 03 01 464 08 03 06 02 274 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 51 20 294 107 361 12 2 58 30 519 66 22 391 136 349

Condutividade eleacutetrica (microScm)

4995 4770 48984 962 20 124 633 986 173 176 8110 7330 73122 15353 210

STD (mgL) 7491 7072 72850 1700 23 1772 954 1404 173 124 11986 11061 115767 3490 30 Cloreto

(mg Cl-L) 1750 1232 14811 1643 111 28 2 90 73 813 2849 2019 23652 2342 99

Dureza total (mg CaCO3L)

1969 1096 13489 2760 205 20 0 137 148 1078 2578 1827 21667 2864 132

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

609 311 4599 1137 247 20 0 50 73 1464 609 311 9762 412 42

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

127

Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT

)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0100020003000400050006000700080009000

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

STD

(mg

L)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 337 241 302 25 84 343 256 309 23 75 349 249 309 26 85

pH 76 61 70 04 63 62 57 59 02 27 76 58 72 05 76 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 06 02 04 01 333 05 02 04 01 351 44 03 07 04 507 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 32 22 269 33 124 9 4 61 19 311 36 31 328 17 52

Condutividade eleacutetrica (microScm)

7640 6840 70917 2422 34 475 368 4193 399 95 9760 8930 92256 3091 33

STD (mgL) 11222 10101 104609 3628 35 690 542 6059 469 78 14436 13263 136817 4895 36 Cloreto

(mg Cl-L) 2429 1629 18956 2985 157 88 76 811 43 52 3029 1709 22923 4360 190

Dureza total (mg CaCO3L)

2436 1989 21467 1809 84 67 41 581 87 149 3979 2639 30838 3620 117

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 853 99400 1132 114 25 18 217 25 118 1543 1102 13107 1669 127

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

129

Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

05

10

152025

303540

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

020004000

60008000

1000012000

1400016000

STD

(mg

L)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i) (j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

130

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos verificou-se (i) Temperatura

A temperatura da aacutegua bruta dos poccedilos ficou situada entre 24 e 34 oC

durante o periacuteodo de monitoramento O poccedilo que apresentou maior faixa de

variaccedilatildeo foi o poccedilo de Icozeira com uma variaccedilatildeo de temperatura de 96 oC

(241 ndash 337 oC) seguido por Areias com 94 oC (242 ndash 336 oC) Aroeira com

55 oC (252 ndash 307 oC) e Minuim com 53 oC (263 ndash 316 oC)

A temperatura do permeado ficou entre 23 e 35 oC O permeado

produzido em Icozeira tambeacutem foi o que apresentou maior variaccedilatildeo (87 oC)

A temperatura do rejeito gerado ficou entre 24 e 35 o C A maior

temperatura registrada do rejeito foi em Icozeira com 349 oC e a menor foi em

Areias com 242 oC

(ii) pH

Com relaccedilatildeo ao pH das aacuteguas subterracircneas segundo Santos (1997)

nestas aacuteguas este paracircmetro geralmente fica entre 55 e 85 e em casos

excepcionais entre 3 e 11 O pH da aacutegua bruta do poccedilo de Areias esteve entre

59 - 83 a de Aroeira esteve entre 69 - 91 a de Minuim esteve entre 72 - 86

e a de Icozeira entre 61 -76 A condiccedilatildeo excepcional a que Santos (1997) se

refere soacute foi verificada uma uacutenica vez com a aacutegua bruta do poccedilo de Aroeira

sendo de 91 e uma uacutenica vez em Minuim com a aacutegua bruta apresentando um

pH de 86

A faixa do pH da aacutegua destinada ao consumo humano segundo a

Portaria 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) eacute de 60 ndash 95 O pH do permeado

produzido pelo dessalinizador de Areias e Minuim sempre esteve nesta faixa

Em duas ocasiotildees das 10 coletas realizadas o pH da aacutegua do permeado

produzido pelo dessalinizador de Aroeira esteve abaixo da faixa recomendada

(na 1a coleta o pH foi 50 e na 3a coleta foi de 56) Das 9 coletas da aacutegua do

permeado do dessalinizador de Icozeira em 6 ocasiotildees (3a 4a 6a 7a 8a e 9a

coletas com o pH respectivamente sendo 58 57 59 59 58 e 59) o pH

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

131

natildeo atendeu ao recomendado indicando que necessita que procedimentos de

ajuste desse paracircmetro sejam efetuados por um profissional capacitado a fim

de atingir-se os valores recomendados

O pH do rejeito de Aroeira variou entre 67 ndash 73 Em Areias esse

paracircmetro variou de neutro a alcalino variando entre 70 ndash 87 O pH do rejeito

de Minuim foi o que menos oscilou os seus valores esteve entre 73 ndash 78 O

pH do rejeito produzido em Icozeira somente uma vez esteve abaixo de 70 e

nas demais apresentou um valor de 76

(iii) Cor aparente

Diferentemente dos resultados da cor aparente da aacutegua bruta dos poccedilos

de Aroeira Minuim e Icozeira onde este paracircmetro determinado foi sempre de

0 uH a cor aparente da aacutegua bruta do poccedilo de Areias foi sempre elevada (534

ndash 941) Natildeo se conseguiu precisar exatamente qual a causa disto No

entanto Segundo a ANA (2005) a inadequaccedilatildeo do filtro e preacute-filtro (alguns dos

materiais empregados na construccedilatildeo do poccedilo) agrave formaccedilatildeo geoloacutegica

normalmente reflete em problemas de cor e turbidez da aacutegua subterracircnea Por

isso eacute comum que vaacuterios estudos mostrem frequentemente que estes

paracircmetros natildeo atendem aos padrotildees de potabilidade no caso das aacuteguas

subterracircneas

Por outro lado a aacutegua analisada do permeado produzido em todas as

unidades inclusive na de Areias sempre apresentou uma cor aparente de 0

uH Desta forma esse paracircmetro da aacutegua do permeado atende ao que

estabelece a Portaria no 518 cujo valor maacuteximo permitido para esse paracircmetro

eacute de 15 uH

(iv) Turbidez

A turbidez da aacutegua bruta dos poccedilos apresentou-se de forma similar agrave cor

aparente da aacutegua bruta dos poccedilos ou seja com valores muito elevados em

Areias (valor maacuteximo de 278 uT) e muito baixos nos demais poccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

132

A aacutegua do permeado produzido em todas as unidades atendeu aos

padrotildees de potabilidade cujo valor maacuteximo permitido eacute de 5 uT

(v) Alcalinidade

Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas geralmente situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e em casos

excepcionais pode atingir 1000 mg CaCO3L No entanto Franca et al (2006)

encontrou alguns valores de alcalinidade da aacutegua em poccedilos tubulares

localizados em Juazeiro do Norte-CE inferiores a 100 mg CaCO3L com um

valor miacutenimo de 173 mg CaCO3L

O menor valor de alcalinidade entre todas as coletas realizadas nos

poccedilos foi no poccedilo de Aroeira (8 mg CaCO3L) e o maior foi em Areias (245 mg

CaCO3L)

A Portaria no 518 natildeo estabelece valores recomendados com relaccedilatildeo agrave

alcalinidade em aacutegua destinada ao consumo humano Mota (2000) afirma que

a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor desagradaacutevel agrave aacutegua sem no

entanto informar a partir de que valores isso pode ocorrer

O maior valor encontrado com relaccedilatildeo a esse paracircmetro nas

determinaccedilotildees realizadas na aacutegua do permeado produzido nas 4 unidades foi

de 16 mg CaCO3L Com relaccedilatildeo ao rejeito o maior valor encontrado desse

paracircmetro foi em Areias com 469 mg CaCO3L

(vi) Condutividade eleacutetrica

A condutividade eleacutetrica da aacutegua bruta de todos os poccedilos foi sempre

elevada que eacute uma caracteriacutestica tiacutepica de poccedilos situados no cristalino O valor

maacuteximo encontrado foi de 11000 microScm no poccedilo de Areias

O menor valor de condutividade eleacutetrica do permeado foi verificado em

Aroeira com 26 microScm A aacutegua do permeado coletada nas 5 uacuteltimas coletas

apresentou valores elevados chegando a um maacuteximo de 1143 microScm na uacuteltima

coleta (abril de 2006) Antes dessas 5 uacuteltimas coletas a condutividade eleacutetrica

natildeo chegava a 500 microScm Em maio de 2006 o dessalinizador apresentou-se

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

133

defeituoso e natildeo conseguiu mais desempenhar suas funccedilotildees Essa elevaccedilatildeo

de certa forma suacutebita da condutividade eleacutetrica pode ter sido um indiacutecio de que

havia uma necessidade premente de manutenccedilatildeo inclusive com troca das

membranas o que natildeo foi efetuado na ocasiatildeo

A condutividade eleacutetrica do rejeito como era de se esperar apresentou-

se sempre elevada com um valor miacutenimo de 1840 microScm encontrado em

Aroeira e um valor maacuteximo de 18020 microScm em Areias

(vii) Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para os

soacutelidos totais dissolvidos (STD) eacute 1000 mgL Teores elevados deste paracircmetro

indicam que a aacutegua tem sabor desagradaacutevel podendo causar problemas

digestivos principalmente em crianccedilas aleacutem de danificar as redes de

distribuiccedilatildeo

O STD da aacutegua bruta de todas as coletas nos 4 poccedilos sempre esteve

acima de 1000 mgL Isso deve servir de alerta para as pessoas natildeo

consumirem essa aacutegua principalmente em Minuim onde algumas pessoas natildeo

tecircm condiccedilotildees de sempre pagar R$020 por um balde de 20 L e preferem

pagar R$100 mensalmente por aacutegua bruta do poccedilo e algumas vezes a

consomem

O STD do permeado de todos os poccedilos estiveram abaixo de 1000 mgL

exceto na 10a 12a 13a e 14a coletas em Areias onde nesta uacuteltima chegou a

1687 mgL

O STD do rejeito como era de se esperar apresentou-se sempre

elevado com um valor miacutenimo de 3433 mgL encontrado em Aroeira e um

valor maacuteximo de 26826 mgL em Areias

(viii) Cloreto

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para a

concentraccedilatildeo de cloreto eacute 250 mg Cl -L Em todas as coletas realizadas na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

134

aacutegua bruta dos poccedilos o teor de cloretos sempre esteve acima dessa

concentraccedilatildeo com o valor miacutenimo encontrado em 290 mg Cl -L em Aroeira

As amostras de aacutegua do permeado que foram coletadas sempre

estiveram com uma concentraccedilatildeo abaixo do que preconiza essa Portaria

exceto nas duas uacuteltimas coletas em Areias que apresentaram

respectivamente 293 e 324 mg Cl -L

(ix) Dureza

De acordo com as anaacutelises realizadas na aacutegua bruta dos poccedilos

monitorados estas satildeo classificadas como muito duras (dureza gt 300 mg

CaCO3L) A aacutegua dos poccedilos de Areia Minuim e Icozeira apresentaram uma

dureza caacutelcica inferior a 50 da dureza total Isso indica que esses poccedilos tecircm

uma dureza magnesiana superior agrave caacutelcica Em 6 das 10 coletas realizadas

na aacutegua do poccedilo de Aroeira a dureza caacutelcica foi inferior agrave dureza magnesiana

O maior valor de dureza do permeado produzido nos 4 dessalinizadores

foi de 81 mg CaCO3L o que atende aos padrotildees de potabilidade (valor

maacuteximo permitido igual a 500 mg CaCO3L)

A Tabela 412 reuacutene os resultados das anaacutelises bacterioloacutegicas das 4

localidades Na maioria das anaacutelises da aacutegua do permeado natildeo foi detectada a

presenccedila de coliformes termotolerantes No entanto como foi apresentado

anteriormente a aacutegua eacute conduzida pelas pessoas por baldes ateacute as

residecircncias estando muito susceptiacutevel agrave contaminaccedilatildeo Recomenda-se que a

aacutegua antes de ser consumida seja desinfetada Dos trecircs tipos de aacutegua

analisados apenas o rejeito produzido nos 4 dessalinizadores em algumas

ocasiotildees (1665 das anaacutelises em Areias 2000 em Aroeira 1000 em

Minuim e 2222 em Icozeira) apresentou um NMP100 mL gt 16 (Valor

maacuteximo correspondente a 5 tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de

10 mL) Como a tabela para a determinaccedilatildeo do NMP100 mL soacute apresenta

como maior valor o nuacutemero gt 16 natildeo eacute possiacutevel afirmar a intensidade da

contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

135

Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos

monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito) Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes

(NMP100 mL)

0 (ausente)

22 51 92 16 gt 16

Local Aacutegua analisada

( de amostras)

Aacutegua bruta 5834 1110 555 0 555 0

Permeado 8890 555 555 0 000 000

Areias

Rejeito 7780 1667 0 0 555 1665

Aacutegua bruta 70 0 20 0 10 0

Permeado 90 10 0 0 0 0

Aroeira

Rejeito 60 0 0 10 10 20

Aacutegua bruta 80 0 0 10 10 0

Permeado 80 10 10 0 0 0

Minuim

Rejeito 80 0 0 10 0 10

Aacutegua bruta 7778 0 1111 0 1111 0

Permeado 8889 0 0 1111 0 0

Icozeira

Rejeito 6667 0 0 0 1111 2222

Conforme informam Montenegro et al (2001) e Montenegro et al (2003)

um dos projetos implantados pelo Instituto Xingoacute foi a construccedilatildeo de uma

barragem subterracircnea na comunidade de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE)

para complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito de um dessalinizador utilizada nos

viveiros de cultivo de camaratildeo marinho (Litopenaeus vannamei) tambeacutem

construiacutedos pelo Instituto Xingoacute e tambeacutemno desenvolvimento da Atriplex

nummularia O projeto beneficiava cerca de 170 pessoas O permeado desse

dessalinizador era utilizado para o consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal

De acordo com informaccedilotildees obtidas junto agrave coordenaccedilatildeo do Instituto Xingoacute o

moacutedulo de Morro Vermelho ateacute o ano de 2003 contava com assistecircncia

teacutecnica com manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do Instituto Xingoacute Desta data em diante

ele ficou sob responsabilidade da prefeitura de Poccedilo Redondo e da proacutepria

comunidade de Morro Vermelho Devido a principalmente conflitos nesta

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

136

comunidade o referido moacutedulo teve suas atividades produtivas (aquumlicultura e

agricultura) paralisadas

Na aacuterea de Xingoacute com exceccedilatildeo do que ocorria em Morro Vermelho os

efluentes gerados durante a produccedilatildeo nos dessalinizadores da aacutegua potaacutevel

satildeo lanccedilados no meio ambiente sem nenhum criteacuterio Na Figura 48 pode ser

visto o local de despejo do rejeito das unidades de dessalinizaccedilatildeo que foram

monitoradas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

Foram coletadas amostras de solo no local do despejo do rejeito

proveniente das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo e amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

137

despejo (Areias) e a 50 m a jusante do despejo (Aroeira Minuim e Icozeira) As

amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm

em Areias e de 0-40 cm em Aroeira Minuim e Icozeira Os resultados das

anaacutelises quiacutemicas dos paracircmetros determinados nas amostras constam na

Tabela 413 Na Tabela 414 eacute vista a classificaccedilatildeo do extrato de saturaccedilatildeo do

solo coletado

Tabela 413 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4

dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH Na+

(meqL) Ca++

(meqL) Mg++

(meqL) CaMg RAS

P1 0-20 509 71 3200 367 994 037 1228 P1 20-40 639 72 3796 457 1997 023 1084 P2 0-20 314 73 1761 363 756 048 745 P2 20-40 152 76 939 145 240 060 678 P3 0-20 055 66 352 063 166 038 329

Areias

P3 20-40 077 67 430 069 131 053 430 P1 0-40 403 77 365 159 322 049 236 Aroeira P2 0-40 033 74 070 057 075 076 086 P1 0-40 601 73 2609 406 1163 035 932 Minuim P2 0-40 462 72 3235 434 2343 019 869 P1 0-40 794 78 3561 644 2353 027 921 Icozeira P2 0-40 493 73 2374 480 2398 020 626

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

Tabela 414 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e

a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH PST () Classificaccedilatildeo do solo

P1 0-20 509 71 1442 Salino P1 20-40 639 72 1284 Salino P2 0-20 314 73 887 Normal P2 20-40 152 76 804 Normal P3 0-20 055 66 347 Normal

Areias

P3 20-40 077 67 484 Normal P1 0-40 403 77 217 Salino Aroeira P2 0-40 033 74 001 Normal P1 0-40 601 73 1110 Salino Minuim P2 0-40 462 72 1036 Salino P1 0-40 794 78 1097 Salino Icozeira P2 0-40 493 73 738 Salino

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

138

Os resultados das anaacutelises do solo obtidas confirmaram o potencial do

rejeito em causar problemas ao mesmo A condutividade eleacutetrica de cada um

dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de

despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino

sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado

no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi em Aroeira

(403 dSm) As amostras coletadas a jusante do ponto de despejo do rejeito

variaram entre solo normal e solo salino

Conforme mostrou a Tabela 413 a proporccedilatildeo CaMg sempre foi inferior

a unidade o que segundo Porto et al (1999) caracteriza uma intoxicaccedilatildeo pelo

iacuteon especiacutefico de magneacutesio

44 ndash CONCLUSOtildeES

Os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador localizados em Poccedilo Redondo-

SE encontravam-se sem aproveitamento Alguns estavam paralisados sem

funcionamento e outros abandonados Foi identificado apenas um poccedilo que

estava produzindo aacutegua Esta aacutegua era salobra condiccedilatildeo comumente

encontrada na regiatildeo

Predominantemente as unidades de dessalinizaccedilatildeo localizadas na aacuterea

de Xingoacute vecircm sendo operadas ineficientemente e com ausecircncia de cuidados

na manutenccedilatildeo dos equipamentos De 56 unidades implantadas 45 natildeo

vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem dessas 45 unidades acrescente-

se a paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Trata-se de

mais um exemplo tiacutepico da forma equivocada que vecircm sendo administradas

estas instalaccedilotildees no semi-aacuterido

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiu a sua manutenccedilatildeo

eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da prefeitura

O rendimento meacutedio dos dessalinizadores monitorados ficou entre

3512 (Icozeira) e 5644 (Minuim) Assim sendo em meacutedia estas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

139

geravam entre 6488 e 4356 do total de aacutegua a ser dessalinizada Esta

faixa de variaccedilatildeo obtida situa-se nos limites encontrado na literatura (PORTO

et al 2004)

Em nenhuma ocasiatildeo os paracircmetros de qualidade da aacutegua bruta que

foram determinados dos 4 poccedilos monitorados atendeu a todos os padrotildees de

potabilidade determinados

O pH das amostras de aacutegua do permeado de Areias e Minuim sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade no entanto em duas das dez

amostras coletadas do permeado produzido pelo dessalinizador de Aroeira e

em 6 das 9 amostras coletadas do permeado em Icozeira esse paracircmetro

esteve abaixo da faixa (60 ndash 95) recomendada pela Portaria 518 do MS

A cor aparente e a turbidez determinadas em amostras de aacutegua do

permeado produzido nas 4 instalaccedilotildees sempre estiveram compatiacuteveis com os

padrotildees de potabilidade

A concentraccedilatildeo de STD e de cloretos da aacutegua do permeado em todas

as ocasiotildees com exceccedilatildeo das duas uacuteltimas amostras do permeado produzido

em Areias sempre estiveram abaixo do valor maacuteximo recomendado pelo MS

(TDS le1000 mgL e cloretos le 250 mg Cl -L)

Os valores de dureza da aacutegua do permeado sempre atenderam ao

estabelecido pelo MS (dureza le 500 mg CaCO3L)

Em geral natildeo foi detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes na

aacutegua do permeado dos poccedilos Contudo eacute recomendada a desinfecccedilatildeo pois as

torneiras onde se retira o permeado ficam expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute

transportada em baldes ou latas com boa possibilidade de ficar contaminada

Os rejeitos produzidos nas unidades de dessalinizaccedilatildeo que operam na

aacuterea de Xingoacute satildeo despejados no meio ambiente de forma indiscriminada As

anaacutelises de amostras coletadas no local de despejo do rejeito proveniente dos

4 dessalinizadores monitorados confirmaram o prejuiacutezo que esta disposiccedilatildeo

inadequada no solo traz para este A condutividade eleacutetrica e o teor de STD

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

140

elevados do rejeito contribuiacuteram O maacuteximo valor de condutividade eleacutetrica foi

verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi

em Aroeira (403 dSm) As amostras nesses pontos de acordo com a

classificaccedilatildeo satildeo salinas sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas

45 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

A construccedilatildeo de futuros poccedilos em Poccedilo Redondo soacute deveraacute ser

procedida mediante um rigoroso estudo de viabilidade teacutecnica-econocircmica

aleacutem de um severo comprometimento do(s) responsaacuteve(l)is pela sua

administraccedilatildeo e manutenccedilatildeo para atendimento no que preceitua a legislaccedilatildeo

sanitaacuteria e ambiental em vigor

Campanhas educativas e informativas devem ser promovidas por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais na aacuterea de sauacutede e meio

ambiente no sentido de alertar aos consumidores da aacutegua dessalinizada para

a importacircncia da desinfecccedilatildeo da aacutegua antes do consumo final

As autoridades competentes devem proibir o consumo de aacutegua para

abastecimento humano da aacutegua bruta do poccedilo de Minuim por natildeo atender aos

padrotildees de potabilidade

Propotildee-se que nos futuros processos de licitaccedilatildeo de compra dos

dessalinizadores que porventura ocorram seja orccedilado o preccedilo do

dessalinizador acrescido da manutenccedilatildeo por um periacuteodo de 3 anos Sugere-

se tambeacutem que nessa licitaccedilatildeo seja ajustado um valor de produccedilatildeo de

determinado volume mensal de aacutegua doce (permeado) com uma qualidade

especificada Essas propostas tambeacutem satildeo recomendadas por Cravo (1999)

no seu trabalho sobre o programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do Nordeste

brasileiro

Devem ser realizadas periodicamente capacitaccedilotildees dos operadores

dos poccedilos com dessalinizaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

141

A gestatildeo municipal deve fomentar projetos e pesquisas que possibilitem

um destino adequado (piscicultura carcinocultura cultivo de atriplex) ao rejeito

Existem inuacutemeras experiecircncias positivas nesse sentido retratados em

universidades no EMBRAPA Semi-Aacuterido IRPAA e no Instituto Xingoacute

46 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste

20a ed Washington American Public Health Association American Water

Works Associations Water Environmental Federation 1998

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CRUCIANI DE A drenagem na agricultura Satildeo Paulo Editora Nobel 1980

333 p

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria Manual de

meacutetodos de anaacutelise de solo Centro Nacional de Pesquisa de Solos 2a Ed

revisada e atualizada Rio de Janeiro 1997 212 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

142

FRANCA RM FRISCHKORN H SANTOS MRP MENDONCcedilA LAR

BEZERRA MC Contaminaccedilatildeo de poccedilos tubulares em Juazeiro do Norte-CE

Engenharia Sanitaacuteria Ambiental v 11 no 1 p 92-102 2006

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIR JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

PORTO ER AMORIM MCC Aproveitamento dos rejeitos da

dessalinizaccedilatildeo In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA

NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 51-57

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PORTO EP ARAUacuteJO O ARAUacuteJO GGL AMORIM MCC PAULINO

RV MATOS ANB Sistema integrado usando efluentes da dessalinizaccedilatildeo

Petrolina EMBRAPA Semi-Aacuterido 2004 22 p

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

143

CAPIacuteTULO 5

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo estaacute situado na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Apesar da proximidade com o rio Satildeo Francisco o

fornecimento de aacutegua potaacutevel eacute bastante precaacuterio sendo frequumlente o

abastecimento por caminhotildees pipa contratados pela prefeitura do municiacutepio

Para complementar a demanda de aacutegua satildeo construiacutedas cisternas pelos

moradores que em geral envolvem a participaccedilatildeo de ONGs A qualidade da

aacutegua de chuva armazenada nas cisternas e consumida pela populaccedilatildeo eacute

desconhecida Eacute portanto importante o monitoramento da qualidade dessa

aacutegua a fim de se verificar o atendimento ao padratildeo de potabilidade e avaliar a

possibilidade de associar a qualidade da aacutegua agrave ocorrecircncia de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica No presente trabalho foi realizado o monitoramento de

alguns paracircmetros de qualidade em amostras de 20 cisternas construiacutedas no

municiacutepio cuja aacutegua eacute utilizada para consumo humano Dentre os paracircmetros

analisados constatou-se que o padratildeo de potabilidade natildeo eacute completamente

atendido e que os principais problemas de contaminaccedilatildeo satildeo decorrentes do

inadequado manejo da aacutegua Palavras-chave semi-aacuterido de Sergipe abastecimento de aacutegua aacutegua de

chuva qualidade de aacutegua cisternas

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil In despite of being bordered by the Satildeo Francisco

river the potable water supply is very poor Thus the local city hall has often

hired water delivery trucks Cisterns have also been built by inhabitants with

support of Non Governmental Organizations (NGOs) in order to complement

the water demand However the rainfall water quality stored and consumed by

people is unknown Thefore it is important to accomplish the water quality

monitoring in order to investigate if it complies with the potable water standards

and evaluate the possibility of association between water quality and

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

144

occurrence of waterborne diseases In this research the monitoring of some

water quality parameters collected at 20 cisterns built for human consumption

purposes was performed The results show that the water quality of these

cisterns does not comply entirely with the potable water standards and that the

water quality of them is affected due their unsuitable management

Key words semi-arid of Sergipe water supply rainfall water water quality

cisterns

51 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel etc aleacutem

de poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos de animais satildeo levados pelo escoamento da

aacutegua de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada

Uma vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004)

Apoacutes um periacuteodo prolongado sem chuva uma certa quantidade de

sujeira permanece acumulada no telhado Por essa razatildeo eacute aconselhado evitar

a entrada das primeiras aacuteguas escoadas do telhado na cisterna colocando as

tubulaccedilotildees de conduccedilatildeo fora do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo da cisterna O tempo

de ldquolavagemrdquo do telhado depende da intensidade da precipitaccedilatildeo pode ser

reduzido a menos de uma hora no caso de uma chuva forte ou pode ser

prolongado ateacute um ou dois dias no caso de uma chuva de pequena intensidade

e constante (BERNAT 1993)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

145

A construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de lanccedilamento de

esgotos a falta de conservaccedilatildeo e de manejo adequado da aacutegua aliados ao

uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e uso de cordas e

baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem representar fontes de

contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios microorganismos natildeo soacute os

pertencentes ao grupo coliformes totais e termotolerantes mas tambeacutem outras

bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua (AMORIM PORTO 2003)

Meera e Ahammed (2006) fazem uma revisatildeo na literatura sobre a

questatildeo da qualidade de aacutegua de sistemas de coleta de aacutegua de chuva De

acordo com esses autores a maioria das pesquisas revela que a aacutegua destes

sistemas eacute bastante contaminada microbiologicamente a menos que cuidados

especiais sejam tomados durante a coleta e o armazenamento da aacutegua de

chuva Aleacutem disso estudos revelam que em geral a qualidade fiacutesico-quiacutemica

atende aos padrotildees de potabilidade com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH

Contudo amplas variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de iacuteons principais como caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio cloretos sulfatos e nitratos Essa variaccedilatildeo reflete

diferenccedilas no material do telhado o seu tratamento a sua orientaccedilatildeo e

declividade aleacutem da qualidade do ar das caracteriacutesticas de precipitaccedilatildeo da

regiatildeo Aleacutem disso metais pesados e compostos orgacircnicos traccedilos podem

tambeacutem apresentar problemas em alguns casos

Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios aspectos da qualidade da

aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a fim de evitar a contaminaccedilatildeo

da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na superfiacutecie de captaccedilatildeo e

propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microrganismos de maior tamanho melhorando a qualidade da aacutegua coletada

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

146

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuterio

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais Na calha ou tubulaccedilatildeo de

entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou qualquer outra forma de

retenccedilatildeo de sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes conveacutem tratar a

aacutegua da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem

a garantia de que a cisterna eacute abastecida somente por aacutegua de chuva ou que

natildeo se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM

PORTO 2003)

O municiacutepio de Poccedilo Redondo pertence agrave Microrregiatildeo Sergipana do

Sertatildeo e agrave Mesorregiatildeo do Sertatildeo Sergipano estando inserido no ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo Apesar de ser banhado em 23 km de extensatildeo do seu territoacuterio

pelo rio Satildeo Francisco uma significativa parcela de sua populaccedilatildeo

principalmente a rural natildeo dispotildee de acesso regular ao abastecimento de

aacutegua Isso tem levado a prefeitura e algumas vezes ateacute algumas pessoas a

contratar carros-pipa principalmente na eacutepoca de estiagem Outras formas de

abastecimento satildeo poccedilos com dessalinizador aguadas e cisternas Segundo o

IBGE (2001) sua aacuterea eacute de cerca de 1200 km2 e na sua zona rural vivem

19660 habitantes enquanto que na zona urbana satildeo 6360 habitantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

147

Algumas ONGs tais como o CDJBC (Centro Dom Joseacute Brandatildeo de

Capacitaccedilatildeo) AMASE (Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe) o CECAC

(Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos) do MST (Movimento dos Sem Terra) e a

Caacuteritas (instituiccedilatildeo da Igreja Catoacutelica) tecircm se ocupado em angariar e gerir

recursos no sentido de construir cisternas em Poccedilo Redondo Com os recursos

geridos pelo CDJBC foram construiacutedas nos uacuteltimos anos 520 cisternas 100

pela AMASE (construiacutedas de 2003 a 2005) 67 pelo CECAC (2002 a 2004) e 30

pela Caacuteritas

Embora as aacuteguas pluviais sejam em geral de boa qualidade eacute

necessaacuterio que alguns cuidados sejam tomados Eacute muito importante que se

conheccedila a qualidade da aacutegua que se encontra armazenada nessas cisternas a

fim de se verificar o atendimento dos padrotildees de potabilidade uma vez que

essa aacutegua eacute utilizada para consumo pela populaccedilatildeo Este trabalho apresenta

os resultados do monitoramento de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e

bacterioloacutegicos da qualidade de aacutegua de algumas das cisternas instaladas em

Poccedilo Redondo-SE Aleacutem disso a forma de manejo da aacutegua armazenada nas

cisternas eacute tambeacutem abordada

52 ndash METODOLOGIA

As 20 cisternas utilizadas no presente trabalho foram escolhidas

aleatoriamente uma em cada localidade situada em Poccedilo Redondo-SE onde

foram construiacutedas cisternas com os recursos geridos pelo CECAC CDJBC

AMASE e Caacuteritas com frequumlecircncia mensal e periacuteodos distintos de duraccedilatildeo do

monitoramento No Anexo B podem ser vistas as 20 cisternas monitoradas Na

Tabela 51 consta as localidades das cisternas monitoradas com o nuacutemero de

residentes aleacutem do periacuteodo de monitoramento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

148

Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas

em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem Nuacutemero

da cisterna

Localidade Nuacutemero de pessoas

residentes

Periacuteodo de monitoramento

1 Areias 4

2 Assentamento

Cajueiro

7

3 Assentamento

Maria Bonita

7

4 Assentamento

Maria Feitosa

7

5 Assentamento

Mulungu

3

6 Assentamento

Pioneira

4

7 Assentamento Satildeo

Francisco

1

8 Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute

6

9 Maranduba 10

10 Pia do Boi 3

11 Queimadas 4

12 Rancho Velho 5

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

13 Tanque Novo 4 10 meses

bull Agosto a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

14 Berro Grosso 5

15 Flor da Serra 5

16 JacareacuteCurituba 6

17 Peacute da Serra 9

18 Salgadinho 5

19 Satildeo Joseacute 4

20 Serra da Guia 7

2 meses

bull Julho a agosto de 2005

(mensalmente)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

149

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua das

cisternas monitoradas

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Quando era possiacutevel aacutegua era coletada diretamente com o referido

recipiente de 1000 mL Nas ocasiotildees onde natildeo era possiacutevel coletaacute-la

diretamente foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma

corda utilizado pelo usuaacuterio da cisterna) Entatildeo a aacutegua coletada no recipiente

de transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

A aacutegua coletada em cada cisterna com o balde era tambeacutem transferida

(em algumas coletas) para 2 recipientes de 100 mL sendo um destinado agrave

determinaccedilatildeo de soacutedio e potaacutessio no laboratoacuterio e o outro (com 5 mL de aacutecido

niacutetrico) para a determinaccedilatildeo de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco no

laboratoacuterio

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis contendo 01 mL (aproximadamente 2 gotas)

de soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio a 10 a fim de neutralizar a accedilatildeo do cloro

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

(iii) Na impossibilidade de coletar-se diretamente com o recipiente autoclavado

era utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma corda utilizado

pelo usuaacuterio da cisterna) Em seguida a aacutegua coletada nesse recipiente de

transposiccedilatildeo era colocada no recipiente autoclavado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

150

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos que foram

determinados o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo

apresentados na Tabela 52 Todas as anaacutelises foram realizadas em

conformidade com o que preconiza o APHA et al (1998) A cor aparente foi

determinada apenas nas coletas realizadas entre marccedilo a junho de 2006

Tabela 52 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nas 20

cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

As concentraccedilotildees de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco

presentes na amostras de aacutegua coletadas foram determinadas utilizando-se o

espectrofotocircmetro de emissatildeo atocircmica em plasma indutivamente acoplado

(ICP) As concentraccedilotildees de soacutedio e potaacutessio foram determinadas atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas Vale observar que a concentraccedilatildeo de ferro

nas amostras coletadas em novembro de 2005 foi determinada atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas

Para cada cisterna monitorada foram levantados os seguintes dados

nuacutemero de pessoas atendidas realizaccedilatildeo de desvio das primeiras aacuteguas de

chuva procedimento de retirada de aacutegua da cisterna existecircncia e tipo de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

151

tratamento local de aplicaccedilatildeo de produtos quiacutemicos (quando aplicados)

acessoacuterios existentes (extravasor ventilaccedilatildeo etc) e origem da aacutegua

armazenada no dia da coleta (chuva abastecimento puacuteblico (DESO) caminhatildeo

pipa mistura entre estas) Nos uacuteltimos 3 meses de monitoramento da

qualidade da aacutegua (abril maio e junho de 2006) foi determinado o niacutevel da

aacutegua armazenada nas cisternas de no 1 a 13

Como seraacute visto mais adiante o pH da aacutegua das cisternas diversas

vezes atingiu valores bem elevados Foram construiacutedas duas caixas de 70 x 60

cm x 15 cm de altura (uma foi confeccionada com um produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e a outra foi confeccionada sem

este impermeabilizante) para investigar a sua influecircncia na elevaccedilatildeo do pH

Este produto quiacutemico tem a propriedade de impermeabilizar concretos e

argamassas por hidrofugaccedilatildeo do sistema capilar e permite a respiraccedilatildeo dos

materiais mantendo os ambientes salubres Sua composiccedilatildeo baacutesica eacute de sais

metaacutelicos e silicatos As etapas para a confecccedilatildeo da caixa com o referido

produto na sua composiccedilatildeo foram as seguintes

(i) Utilizou-se um pedaccedilo de telha de fibrocimento do tipo calhetatildeo da Eternit

(ii) As duas extremidades foram fechadas com pedaccedilos da proacutepria telha

recortada de forma a se ajustar perfeitamente na calha da telha

(iii) Foi aplicado internamente sobre toda a superfiacutecie um chapisco no traccedilo 11

de cimento e areia grossa

(iv) Sobre o chapisco foi aplicada uma camada de cerca de 2 cm de espessura

de reboco no traccedilo 13 de cimento e areia com adiccedilatildeo do impermeabilizante na

aacutegua de amassamento

(v) Foi deixado durante 7 dias mantendo-se a caixa sempre cheia drsquoaacutegua a fim

de proporcionar uma boa cura da argamassa aplicada

(vi) Foi colocado aacutegua da torneira e foram realizadas mediccedilotildees do pH durante 5

dias desta aacutegua armazenada na caixa Apoacutes os 5 dias a caixa foi esvaziada e

enchida com aacutegua da chuva onde foi determinado o pH durante 5 dias

Antes da colocaccedilatildeo da aacutegua da torneira e da de chuva na caixa foi determinado

o pH destas aacuteguas aleacutem do pH do impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

152

Para a caixa construiacuteda sem o impermeabilizante na sua composiccedilatildeo

utilizou-se o mesmo procedimento anterior com exceccedilatildeo da etapa iv onde natildeo

houve adiccedilatildeo deste produto Da mesma forma descrita anteriormente foram

deteminados o pH da aacutegua da torneira e o pH da aacutegua da chuva antes e apoacutes a

sua colocaccedilatildeo na caixa

53 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Todas as cisternas levantadas e monitoradas eram de placa de cimento

de forma ciliacutendrica coberta e semi-enterrada algumas com capacidade para

armazenar 15 m3 outras com capacidade para 16 m3 O telhado de todas as

casas era de material ceracircmico (telha canal) Segundo Yaziz et al (1989) e

Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) a qualidade microbioloacutegica da aacutegua

de chuva proveniente de telhados metaacutelicos eacute geralmente melhor que outros

tipos de telhados e segundo o Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) o

inverso se verifica para os telhados ceracircmicos

A calha de todas as 20 cisternas monitoradas era de zinco e a tubulaccedilatildeo

que interligava a calha a essas cisternas era de PVC Todas essas cisternas

foram pintadas de branco que segundo Gnadlinger (1999) diminui o

aquecimento a fim de dificultar o surgimento de fissuras

Os agentes de sauacutede distribuiacuteam hipoclorito para os proprietaacuterios das

cisternas Poreacutem a distribuiccedilatildeo natildeo vinha sendo frequumlente Alguns moradores

colocavam esse produto somente na cisterna outros soacute no pote outros em

ambos e alguns admitem que natildeo o utilizavam (Assentamento Maria Bonita

Maranduba Areias e Assentamento Pioneira)

Quanto agrave origem da aacutegua armazenada nas cisternas no dia de cada

coleta de aacutegua para anaacutelise obteve-se dos moradores proprietaacuterios o seguinte

a aacutegua tinha as mais variadas procedecircncias chuva carro pipa sistema de

abastecimento puacuteblico (DESO) de chafariz puacuteblico ou uma mistura (carro pipa

chafariz chuva rede puacuteblica e chuva) Segundo Amorim e Porto (2003) essa

praacutetica de natildeo armazenar somente aacutegua de chuva em cisterna vem sendo

comum nas comunidades do semi-aacuterido nordestino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

153

Todos os 20 proprietaacuterios retiravam a aacutegua da cisterna atraveacutes de balde

(quando necessaacuterio atado a uma corda) embora algumas cisternas

possuiacutessem bomba bola de gude (Areias Assentamento Cajueiro

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Assentamento Satildeo Francisco Maranduba

Peacute da Serra e Salgadinho) pois se queixavam da baixa vazatildeo desta Na

cisterna de Queimadas inclusive o proprietaacuterio a removeu da cisterna Ao

longo das visitas (dias de coleta) algumas situaccedilotildees improacuteprias foram

presenciadas tais como por exemplo presenccedila de animais no interior de

cisterna fissuras em cisterna tampa da cisterna aberta deteriorada eou

inadequada entre outras Eacute recomendado que a cisterna seja localizada a pelo

menos 30 m de fossas galinheiros pocilgas e similares Essa recomendaccedilatildeo

natildeo foi verificada em nenhuma das 20 cisternas monitoradas Na Figura 51

satildeo vistas alguns exemplos de manejo inadequado das cisternas monitoradas

Das cisternas monitoradas apenas a cisterna do Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute era dotada de peneira na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna o

que previne a passagem de resiacuteduos carreados com a aacutegua de chuva Esta

peneira eacute vista na Figura 52

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

154

(a) Tampa deteriorada (b) Anfiacutebio no interior

(c) Presenccedila de fissuras (d) Fossa com distacircncia inferior a 30 m

da cisterna

(e) Bomba de bola de gude retirada da cisterna

(f) Tubulaccedilatildeo que interliga a calha agrave cisterna colocada no chatildeo

Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

155

(a) Detalhe da peneira (b) Insetos retidos pela peneira

Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna

do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de

insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de

detritos

Em abril (geralmente mecircs seco em Poccedilo Redondo) maio e junho

(geralmente meses chuvosos em Poccedilo Redondo) de 2006 uacuteltimos meses de

monitoramento das cisternas foi medido o niacutevel da aacutegua no interior da cisterna

Os resultados satildeo apresentados na Tabela 53 onde se nota uma

heterogeneidade no niacutevel da aacutegua das cisternas

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas

localizadas em Poccedilo Redondo-SE Niacutevel da cisterna

monitorada (cm)

2006

Nuacutemero

da

cisterna

Localidade

Abril Maio Junho

1 Areias 11 92 22

2 Assentamento Cajueiro 18 65 32

3 Assentamento Maria Bonita 30 22 14

4 Assentamento Maria Feitosa 41 33 47

5 Assentamento Mulungu 85 53 51

6 Assentamento Pioneira 96 126 146

7 Assentamento Satildeo Francisco 88 79 14

8 Satildeo Joseacute de Nazareacute 22 29 19

9 Maranduba 140 125 147

10 Pia do Boi 52 34 26

11 Queimadas 107 102 108

12 Rancho Velho 50 71 98

13 Tanque Novo 34 21 29

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

156

Os resultados das anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas na aacutegua das cisternas satildeo

apresentados na Tabela 54 enquanto que nas Tabelas 55 a 511 satildeo

apresentado os resultados das anaacutelises de metais na aacutegua coletada nas

cisternas 1 a 13 O Anexo C conteacutem graacuteficos dos resultados dos paracircmetros

fiacutesico-quiacutemicos determinados com a indicaccedilatildeo da origem da aacutegua

armazenada que foi coletada Vale observar que na coleta realizada em marccedilo

de 2006 a cisterna de Tanque Novo encontrava-se vazia Os moradores

estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro em recipientes Ela

tinha um aspecto bastante turvo poreacutem vinha sendo consumida pelos

moradores Essa aacutegua foi coletada para a determinaccedilatildeo de seus paracircmetros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1 Areias

2630 ndash 795 1736 plusmn 511 CV = 295

3345 ndash 1175 2523 plusmn 849 CV = 337

306 ndash 235 272 plusmn 26 CV = 95

94 ndash 81 89 plusmn 04

CV = 45

134 ndash 40 77 plusmn 43

CV = 558

318 ndash 044 102 plusmn 079

CV = 7745

66 ndash 4 304 plusmn 273 CV = 898

16 ndash 1 38 plusmn 47

CV = 1237

110 ndash 30 598 plusmn 239 CV = 400

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

2

Ass

Cajueiro

3920 ndash 1033 1571 plusmn 877 CV = 558

2580 ndash 1551 1819 plusmn 339 CV = 186

319 ndash 225 273 plusmn 31

CV = 113

91 ndash 66 82 plusmn 08

CV = 97

226 ndash 62 145 plusmn 67

CV = 462

413 ndash 055 13 plusmn 10

CV = 7692

91 ndash 5 326 plusmn 279 CV = 856

10 ndash 2 47 plusmn 24

CV = 511

87 ndash 24 402 plusmn 173 CV = 430

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

3 Ass Maria

Bonita

2460 ndash 816 1645 plusmn 540 CV = 328

3696 ndash 1196 2408 plusmn 856 CV = 355

297 ndash 240 269 plusmn 27

CV = 100

93 ndash 82 88 plusmn 03

CV = 34

93 ndash 03 39 plusmn 38

CV = 974

177 ndash 048 112 plusmn 048

CV = 4286

63 ndash 5 258 plusmn 255 CV = 988

18 ndash 2 95 plusmn 115

CV = 1211

102 ndash 41 589 plusmn 202 CV = 343

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

4 Ass Maria

Feitosa

1233 ndash 610 1073 plusmn 302 CV = 281

3170 ndash 1222 1734 plusmn 583 CV = 336

293 ndash 238 266 plusmn 19 CV = 71

89 ndash 77 81 plusmn 06 CV = 74

110 ndash 02 76 plusmn 51

CV = 671

135 ndash 061 097 plusmn 025

CV = 2577

33 ndash 5 154 plusmn 124 CV = 805

6 ndash 1 28 plusmn 16

CV = 571

95 ndash 37 564 plusmn 195 CV = 346

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

5 Ass

Mulungu

1540 ndash 970 1200 plusmn 210 CV = 175

2210 ndash 1359 1728 plusmn 288 CV = 167

322 ndash 232 280 plusmn 30

CV = 107

87 ndash 71 83 plusmn 05

CV = 60

101 ndash 04 52 plusmn 40

CV = 769

137 ndash 029 078 plusmn 031

CV = 3974

44 ndash 5 247 plusmn 174 CV = 704

8 ndash 2 37 plusmn 21

CV = 567

65 ndash 36 441 plusmn 93

CV = 211

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

6 Ass

Pioneira

1511 ndash 864 1240 plusmn 180 CV = 145

2240 ndash 1291 1818 plusmn 269 CV = 148

312 ndash 232 276 plusmn 28

CV = 101

89 ndash 65 82 plusmn 07

CV = 85

136 ndash 03 60 plusmn 58

CV = 967

095 ndash 034 061 plusmn 019

CV = 3115

47 ndash 6 252 plusmn 151 CV = 599

6 ndash 2 45 plusmn 18

CV = 400

51 ndash 36 440 plusmn 49

CV = 111

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154 7

Ass Satildeo Francisco

3070 ndash 1235 2727 plusmn 1781

CV = 653

7500 ndash 1846 3484 plusmn 1915

CV = 550

312 ndash 239 277 plusmn 26 CV = 94

105 ndash 75 90 plusmn 089 CV = 99

168 ndash 67 115 plusmn 41

CV = 356

127 ndash 057 085 plusmn 019

CV = 2235

126 ndash 4 533 plusmn 452 CV = 848

4 ndash 2 31 plusmn 12

CV = 387

61 ndash 14 347 plusmn 107 CV = 309

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

8

Ass Satildeo Joseacute de Nazareacute

7110 ndash 1179 3808 plusmn 2381

CV = 625

8360 ndash 1752 4596 plusmn 2955

CV = 643

312 ndash 231 274 plusmn 25 CV = 91

118 ndash 88 104 plusmn 12

CV = 115

97 ndash 21 54 plusmn 33

CV = 611

099 ndash 056 075 plusmn 014

CV = 1867

162 ndash 5 785 plusmn 655 CV = 834

18 ndash 2 62 plusmn 48

CV = 774

102 ndash 14 706 plusmn 327 CV = 463

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

9 Maranduba

1920 ndash 1290 1494 plusmn 170 CV = 114

2390 ndash 1918 2163 plusmn 156

CV = 72

317 ndash 230 269 plusmn 24 CV = 89

101 ndash 84 96 plusmn 06

CV = 62

70 ndash 00 31 plusmn 29

CV = 935

089 ndash 040 064 plusmn 015

CV = 2344

70 ndash 4 305 plusmn 261 CV = 856

6 ndash 2 29 plusmn 13

CV = 448

80 ndash 41 562 plusmn 135 CV = 240

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

10 Pia do Boi

2410 ndash 1190 1839 plusmn 437 CV = 237

3590 ndash 1650 2719 plusmn 747 CV = 275

299 ndash 234 264 plusmn 25 CV = 95

90 ndash 67 84 plusmn 08

CV = 95

67 ndash 44 54 plusmn 09

CV = 167

152 ndash 046 079 plusmn 028

CV = 3544

71 ndash 5 332 plusmn 259 CV = 780

18 ndash 2 56 plusmn 51

CV = 911

132 ndash 36 835 plusmn283 CV = 339

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo (Continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE (cont) Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

11 Queimadas

1920 ndash 1290 1659 plusmn 127 CV = 77

2797 ndash 2130 2488 plusmn 206

CV = 83

306 ndash 246 276 plusmn 22 CV = 80

97 ndash 84 90 plusmn 04

CV = 44

60 ndash 00 31 plusmn 33 1064

225 ndash 041 084 plusmn 050

CV = 5952

51 ndash 4 263 plusmn 201 CV = 764

12 ndash 2 60 plusmn 35

CV = 583

57 ndash 41 496 plusmn 55

CV = 111

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

12

Rancho Velho

2070 ndash 1298 1695 plusmn 264 CV = 156

2960 ndash 1928 2462 plusmn 354 CV = 144

306 ndash 238 275 plusmn 22 CV = 80

107 ndash 83 95 plusmn 08

CV = 84

115 ndash 33 73 plusmn 41 562

1684 ndash 043 292 plusmn 494

CV = 1692

82 ndash 5 420 plusmn 351 CV = 834

8 ndash 2 37 plusmn 19

CV = 514

92 ndash 41 521 plusmn 145 CV = 278

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

13 Tanque

Novo

4760 ndash 784 2119 plusmn 1293

CV = 610

7060 ndash 1166 3217 plusmn 2054

CV = 638

284 ndash 226 263 plusmn 20 CV = 76

88 ndash 67 81 plusmn 08

CV = 99

29300 ndash 58 7409 plusmn 14594

1970

20100 ndash 069 2189 plusmn 6296 CV = 28762

47 ndash 5 239 plusmn 165 CV = 690

50 ndash 3 139 plusmn 146

CV = 1050

126 ndash 34 646 plusmn 330 CV = 511

88 ndash 20 397 plusmn 242 CV = 609

14 Berro

Grosso

1750 ndash 1720 1735 plusmn 21 CV = 12

2570 ndash 2570 --- ---

236 ndash 235 235 plusmn 01 CV = 04

96 ndash 93 94 plusmn 02

CV = 21

--- --- ---

079 ndash 069 074 plusmn 007 CV = 946

15 ndash 15 15 plusmn 0

CV = 00

8 ndash 6 70 plusmn 14

CV = 200

55 ndash 41 480 plusmn 99

CV = 206

88 ndash 20 397plusmn 242 CV = 609

15 Flor da

Serra

1980 ndash 1630 1805 plusmn 247 CV = 137

2420 ndash 242 2420 plusmn 00 CV = 00

243 ndash 240 241 plusmn 02 CV = 08

93 ndash 92 92 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

109 ndash 054 080 plusmn 040

CV = 5000

65 ndash 64 645 plusmn 07 CV = 11

12 ndash 8 100 plusmn 28

CV = 280

40 ndash 39 395 plusmn 07 CV = 18

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154

16 Jacareacute Curituba

2110 ndash 2010 2060 plusmn 71 CV = 34

3144 ndash 3144 3144 plusmn 00 CV = 00

231 ndash 225 228 plusmn 04 CV = 18

73 ndash 71 72 plusmn 01

CV = 14

--- --- ---

121 ndash 118 120 plusmn 002 CV = 167

77 ndash 75 760 plusmn 14 CV = 18

6 ndash 4 50 plusmn 14

CV = 280

78 ndash 69 735 plusmn 64 CV = 87

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

17

Peacute da Serra 1940 ndash 1470 1705 plusmn 332 CV = 195

2222 ndash 2222 2222 plusmn 00 CV = 00

246 ndash 240 243 plusmn 04 CV = 16

82 ndash 80 81 plusmn 014 CV = 17

--- --- ---

189 ndash 071 130 plusmn 083 CV = 638

60 ndash 49 545 plusmn 78

CV = 143

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

53 ndash 41 470 plusmn 85

CV = 181

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

18 Salgadinho

2840 ndash 2530 2685 plusmn 219

CV = 82

4290 ndash 4290 4290 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 237 243 plusmn 09 CV = 37

90 ndash 90 90 plusmn 00

CV = 00

--- --- ---

082 ndash 068 070 plusmn 099

CV = 1414

95 ndash 74 845 plusmn 148 CV = 176

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

89 ndash 82 855 plusmn 49 CV = 57

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

19 Satildeo Joseacute

4500 ndash 1660 3080 plusmn 2088

CV = 678

6705 ndash 6705 6705 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 242 246 plusmn 06 CV = 24

91 ndash 90 90 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

204 ndash 075 140 plusmn 091 CV = 650

118 ndash 102 1100 plusmn 113 CV = 103

8 ndash 2 50 plusmn 42

CV = 840

51 ndash 41 460 plusmn 71

CV = 154

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

20 Serra da

Guia

1460 ndash 1090 1275 plusmn 262 CV = 205

1640 ndash 1640 1640 plusmn 00 CV = 00

242 ndash 235 238 plusmn 05 CV = 21

92 ndash 90 91 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

116 ndash 072 094 plusmn 031 CV = 330

26 ndash 24 490 plusmn 28 CV = 57

18 ndash 4 110 plusmn 99

CV = 900

36 ndash 35 355 plusmn 07 CV = 20

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

159

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) Areias 178 ------ ------ 128 139 116 62 48 Ass Cajueiro 156 ------ ------ 32 40 47 39 48 Ass Maria Bonita

36 ------ ------ 82 23 32 36 64

Ass Maria Feitosa

25 ------ ------ 60 24 30 25 20

AssMulungu 32 ------ ------ 24 35 43 32 37 Ass Pioneira 46 ------ ------ 36 40 34 24 23 Ass SFrancico

118 ------ ------ 138 160 77 88 35

AssSJoseacute de Nazareacute

396 ------ ------ 514 94 77 78 67

Maranduba 130 ------ ------ 104 80 83 71 72 Pia do Boi 99 ------ ------ 87 103 113 106 106 Queimadas 125 ------ ------ 138 86 102 81 81 Rancho Velho

186 ------ ------ 161 182 81 72 69

Tanque Novo 24 ------ ------ 160 251 33 32 18

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) Areias 60 ------ ------ 43 41 66 44 26 Ass Cajueiro 76 ------- ------ 44 43 76 37 45 Ass Maria Bonita

29 ------- ------ 44 24 72 51 67

Ass Maria Feitosa

27 ------ ------ 30 25 60 34 29

AssMulungu 26 ------ ------ 26 25 46 29 36 Ass Pioneira 34 ------ ------ 27 27 51 26 40 Ass SFrancico

213 ------ ------ 41 59 57 52 22

AssSJoseacute de Nazareacute

68 ------ ------ 88 40 62 32 44

Maranduba 47 ------ ------ 32 29 53 34 43 Pia do Boi 34 ------ ------ 35 33 69 45 43 Queimadas 88 ------ ------ 95 59 89 64 60 Rancho Velho

38 ------ ------ 42 39 74 50 55

Tanque Novo 27 ------ ------ 433 564 63 39 40

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

160

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de ferro (mgL) Areias 02 ------ ------ -------- 00401 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

02 ------ ------ 02824 02496

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu 03 ------ ------ 0 Ass Pioneira 02 ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

01 ------ ------ 0 --------

AssSJoseacute de Nazareacute

01 ------ ------ 0 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi lt 01 ------ ------ 0 0 Queimadas 02 ------ ------ 00793 0 Rancho Velho

------ ------ ------ ------ 0

Tanque Novo 03 ------ ------ 04411 1006 Determinado com o fotocircmetro de chamas

Determinado com o ICP Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) Areias ------ ------ ------ 00927 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 Ass Maria Bonita ------ ------ 02400 00100 Ass Maria Feitosa ------ ------ ------ 0 0 AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 0 00687 Ass SFrancico ------ ------ 0 00813 AssSJoseacute de Nazareacute ------ ------ 01390 01152 Maranduba ------ ------ ------ 00360 00228 Pia do Boi ------ ------ 00705 00035 Queimadas ------ ------ 00555 0 Rancho Velho ------ ------ ------ ------ 00333 Tanque Novo ------ ------ 01077 2615

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

161

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de zinco (mgL) Areias ------ ------ ------ 0 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 0 0

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 0 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ 0

Tanque Novo ------ ------ 0 0 Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de cobre (mgL) Areias ------ ------ 00032

Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00002 0 Ass Maria

Bonita ------ ------ 00044 00085

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 00019 0

AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 00026 00012

Ass SFrancico

------ ------ 00081 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00027 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 00006 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 00002 00032

Rancho Velho

------ ------ ------ 00056

Tanque Novo ------ ------ 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

162

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) Areias ------ ------ 00038 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00036 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 00045 00080

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 00012 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00004 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ -------- 00002

Tanque Novo ------ ------ 00291 03097

Com base nos resultados da Tabela 54 e excluindo-se a aacutegua coletada

em marccedilo de 2006 em Tanque Novo pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna 8

(Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute) que atingiu o valor de 711 microScm Os

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL atendendo

portanto agrave Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede

(ii) Percebe-se que algumas cisternas (7 8 9 11 12 e 14) apresentaram

valores de pH superior a 95 chegando a 118 na cisterna 8 tornando a aacutegua

inaceitaacutevel para consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que

essas cisternas natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que

segundo Meera e Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da

cisterna Tambeacutem possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da

cisterna inclusive o impermeabilizante podem ter contribuiacutedo para essa

elevaccedilatildeo do pH A fim de verificar a influecircncia ou natildeo deste

impermeabilizante usado na construccedilatildeo de cisternas no pH de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

163

armazenada foram construiacutedas duas caixas conforme foi descrito na

metodologia sendo uma com esse produto quiacutemico (Figura 53) e a outra sem

(Figura 54) A seguir foram colocadas aacutegua de chuva e de torneira nessas

duas caixas e determinado o pH durante 5 dias O pH deste produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e o pH dessas aacuteguas foram

determinados antes da sua colocaccedilatildeo na confecccedilatildeo das caixas Na Figura 55

e na Tabela 512 satildeo apresentados os resultados dessa investigaccedilatildeo

Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

Figura 54 Caixa construiacuteda sem o impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

123456789

1011121314

0 1 2 3 4 5Tempo (dias)

pH

Caixa com impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa com impermeabilizante - aacutegua de chuvaCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de chuva

Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas nas

caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

164

Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na caixa

construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda

sem o impermeabilizante Caixa confecionada com o

produto comercial para impemeabilizaccedilatildeo

Caixa confecionada sem o produto comercial para

impemeabilizaccedilatildeo

Tempo (dias)

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

0 102 88 98 78 1 101 88 98 77 2 102 87 98 75 3 102 86 96 76 4 102 87 97 75 5 101 87 96 75

Obs 1) pH do produto comercial para impermeabilizaccedilatildeo = 103 2) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 69 3) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 77 4) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 69 5) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 72

Como se pode observar os valores de pH da caixa construiacuteda com o

impermeabilizante alcanccedilaram valores elevados de pH sendo tambeacutem mais

elevados que os da caixa confeccionada sem a adiccedilatildeo desse produto Como o

monitoramento do pH deste experimento foi realizado durante apenas 5 dias

para se chegar a resultados mais conclusivos eacute necessaacuterio um estudo por um

periacuteodo mais extenso

Valores de pH alcalino foram verificados por Awadallah (2004) que

coletou aacutegua de 30 cisternas domiciliares escolares e puacuteblicas no distrito de

Hebron (18 na aacuterea de Yatta e 12 na aacuterea de Arab Ramadeen) O pH da aacutegua

das cisternas da aacuterea de Yatta variou entre 851-1152 com valor meacutedio de

911 O pH da aacuterea de Arab Ramadeen variou entre 831-1016 com valor

meacutedio de 883 De acordo com a pesquisa o pH era alcalino devido ao

acuacutemulo de sedimentos alcalinos no fundo da cisterna e devem ser removidos

pelo menos uma vez ao ano

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez a Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

estabelece que satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto de acordo com os

resultados a aacutegua de todas as cisternas atendeu a esse valor maacuteximo

permitido De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor aparente natildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

165

deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas cisternas 2

(Assentamento Cajueiro) em maio de 2006 e na cisterna 7 (Assentamento Satildeo

Francisco) coletada em maio de 2006 apresentaram valores maiores que o

recomendado (226 uH para a cisterna 2 e 168 para a cisterna 7)

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna 4 Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna 8 Satildeo Joseacute de Nazareacute)

Mota (2000) afirma que a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor

desagradaacutevel agrave aacutegua sem no entanto informar a partir de que valores isso

pode ocorrerer

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

(vi) As dispersotildees nos valores dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das amostras

coletadas entre outras causas podem estar associadas agrave diversidade de

origem da aacutegua armazenada e agraves variaccedilotildees nos niacuteveis da aacutegua armazenada

nas cisternas

De acordo com os dados obtidos e apresentados nas Tabelas 55 a

511 apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna de Tanque Novo

natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave concentraccedilatildeo de

alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na aacutegua coletada em

marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram respectivamente de 2615

mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em fevereiro de 2006 apresentou

uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL ultrapassando portanto o limite

maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de 03 mgL A referida cisterna

encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os moradores estavam

armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo da residecircncia em

recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de qualidade de aacutegua

Conforme se observa na Tabela 51 natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes em 910 das coletas no Ass Cajueiro Ass Maria

Feitosa Ass Satildeo Francisco e Pia do Boi em 7210 de Satildeo Joseacute de Nazareacute

(uacutenica dotada com uma peneira na tubulaccedilatildeo de entrada) e em 1820 em

Rancho Velho Nas demais cisternas foi detectada a presenccedila destes

microorganismos em todas as coletas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

166

A presenccedila de coliformes termotolerantes em aacuteguas armazenadas em

cisternas tambeacutem foi detectada por algumas pesquisas que indicaram a

influecircncia da maacute utilizaccedilatildeo da cisterna (AMORIM PORTO 2001 BRITO et al

2005 HANDIA 2005)

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20

cisternas em Poccedilo Redondo

Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

No da cisterna

Localidade

( de amostras)

1

Areias 0 2730 2730 1820 1820 910

2 Assentamento Cajueiro 910 0 0 5450 2730 1820

3 Assentamento Maria Bonita 0 910 0 1820 5450 1820

4 Assentamento Maria Feitosa 910 1820 2730 2730 910 910

5 Assentamento Mulungu 0 910 1820 1820 3630 1820

6 Assentamento Pioneira 0 910 2730 1820 3630 910

7 Assentamento Satildeo Francisco 910 0 2730 2730 2730 910

8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

7270 910 1820 0 0 0

9 Maranduba 0 0 910 1820 1820 5450

10 Pia do Boi 910 1820 910 0 6360 0

11 Queimadas 0 910 2730 2730 3630 0

12 Rancho Velho 1820 1820 2730 2730 910 0

13 Tanque Novo 0 0 0 2000 5000 3000

14 Berro Grosso 0 0 0 0 50 50

15 Flor da Serra 0 0 0 100 0 0

16 Jacareacute Curituba 0 0 0 0 50 50

17 Peacute da Serra 0 0 0 50 0 50

18 Salgadinho 0 0 0 0 0 100

19 Satildeo Joseacute 0 0 0 0 0 100

20 Serra da Guia 0 50 50 0 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

167

54 ndash CONCLUSOtildeES

As cisternas unifamiliares construiacutedas no municiacutepio de Poccedilo Redondo e

avaliadas nesta pesquisa satildeo utilizadas para armazenar aacutegua de diferentes

origens aleacutem da aacutegua de chuva Isso se deve ao fato de que o volume

armazenado de aacutegua nestas unidades para ser consumida no periacuteodo seco

ser insuficiente para atender agrave demanda familiar

Diversas formas de maacute conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo ficaram evidenciadas

Portanto compete aos gestores puacuteblicos providenciarem uma capacitaccedilatildeo

intensa e sistemaacutetica nas comunidades onde estatildeo instaladas cisternas sobre

o gerenciamento e o tratamento da aacutegua (manejo tratamento) Medidas tais

como natildeo colocar recipientes sujos dentro da cisterna evitar deixar a cisterna

aberta limpar canos e calhas na eacutepoca das chuvas natildeo permitir que animais

fiquem no telhado da casa estimular a utilizaccedilatildeo da bomba bola de gude

(Anexo D) ao inveacutes do balde na retirada de aacutegua da cisterna entre outras

medidas devem ser abordadas nessa capacitaccedilatildeo Adicionalmente deve-se

distribuir hipoclorito frequentemente e ensinar como utilizaacute-lo de forma correta e

estimular os moradores a ferver a aacutegua antes de ser consumida

Em todas as cisternas foi detectada a presenccedila de coliformes

termotolerantes sendo que a cisterna 7 (Satildeo Joseacute de Nazareacute) foi a que

apresentou a menor frequumlecircncia natildeo sendo detectada em 8 (7270) das 11

coletas realizadas Em amostras individuais desse tipo de aacutegua devem estar

ausentes dessa presenccedila Recomenda-se portanto que algum tipo de

desinfecccedilatildeo seja adotado uma vez que a ocorrecircncia de coliformes

termotolerantes pode estar relacionada agrave presenccedila de microrganismos

patogecircnicos

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos e

excluindo-se a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 em Tanque Novo (cuja

cisterna estava vazia sendo coletada aacutegua proveniente de um barreiro em um

dos recipientes sendo consumida pelos moradores) pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna do

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute que atingiu o valor de 711 microScm Os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

168

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL que o valor

maacuteximo permitido para consumo conforme a Portaria 518 do MS

(ii) Percebe-se que as cisternas do Assentamento Satildeo Francisco

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Maranduba Rancho Velho e Berro

Grosso algumas vezes apresentaram valores de pH superior a 95 chegando

a 118 na cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute tornando a aacutegua inaceitaacutevel para

consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que essas cisternas

natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que segundo Meera e

Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da cisterna Tambeacutem

possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da cisterna inclusive o

impermeabilizante vedacit podem ter contribuiacutedo para essa elevaccedilatildeo do pH

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez esta deve ser sempre inferior a 10 uT sendo que

para consumo satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto a aacutegua de todas as

cisternas atendeu a esse paracircmetro embora seja recomendaacutevel a manutenccedilatildeo

de valores ateacute 10 uT De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor

aparente natildeo deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas

cisternas do Assentamento Cajueiro em maio de 2006 e na cisterna do

Assentamento Satildeo Francisco coletada em maio de 2006 apresentaram

valores maiores que o recomendado

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna de Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute)

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

Com relaccedilatildeo agrave concentraccedilatildeo de metais na aacutegua armazenada nas

cisternas monitoradas apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna

de Tanque Novo natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave

concentraccedilatildeo de alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na

aacutegua coletada em marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram

respectivamente de 2615 mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em

fevereiro de 2006 apresentou uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL

ultrapassando portanto o limite maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de

03 mgL Esta cisterna encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

169

moradores estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo

da residecircncia em recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de

qualidade de aacutegua

5 5 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Apenas a construccedilatildeo de cisternas para atenuar as dificuldades dos

beneficiaacuterios com esse empreendimento natildeo eacute o suficiente Deve-se tambeacutem

provecirc-los de informaccedilatildeo e treinamento sobre as questotildees que envolvem a

preservaccedilatildeo da qualidade de aacutegua da cisterna e sua integridade fiacutesica

Existem diversos meios de difusatildeo de informaccedilotildees concernentes a esse

assunto tais como programas de raacutedio comunitaacuterios distribuiccedilatildeo de cartilhas

baseadas em literatura de cordel ou em uma linguagem acessiacutevel em escolas

e nas comunidades oficinas ministradas por especialistas entre outras

Recomenda-se que para cada capacitaccedilatildeo promovida seja por entidade

de qualquer natureza ao menos um membro da famiacutelia que disponha de

cisterna e de agentes comunitaacuterios de sauacutede estejam presentes nesse evento

Deve-se prever em programas comunitaacuterios ou municipais o

monitoramento e o controle da qualidade de aacutegua quando esta destinar-se ao

consumo humano Nesse processo eacute indispensaacutevel a participaccedilatildeo dos

usuaacuterios bem como da sua conscientizaccedilatildeo da importacircncia da sua

participaccedilatildeo Quando natildeo ocorrerem os referidos monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua a sociedade civil deve acionar o Ministeacuterio Puacuteblico atraveacutes

de uma accedilatildeo civil puacuteblica para o cumprimento da Portaria no 518 de 25 marccedilo

de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede que rege a qualidade de aacutegua para consumo

humano

Existem no comeacutercio diferentes tipos de aacutegua sanitaacuteria que satildeo

utilizadas como desinfetante da aacutegua de consumo Recomenda-se que soacute deve

ser utilizado cloro ativo a 25 na dosagem de 2 gotas por litro de aacutegua e

nunca utilizar aacutegua sanitaacuteria Essa recomendaccedilatildeo foi mencionada na oficina

ldquoAvanccedilos nos estudos sobre cisternas qualidade de aacutegua e cisterna tipo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

170

alambradordquo realizada em 20 e 21 de abril de 2006 promovida pela Associaccedilatildeo

Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacutegua de Chuva (ABCMAC) e que contou

com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco e

do Parnaiacuteba (CODEVASF) e da EMBRAPA Semi-Aacuterido

Brito et al (2005) recomendam que o cloro deve ser aplicado da forma

mais homogecircnea possiacutevel e apoacutes sua aplicaccedilatildeo deve-se esperar no miacutenimo

30 minutos para consumir a aacutegua

Uma alternativa viaacutevel para a aplicaccedilatildeo do cloro consiste na utilizaccedilatildeo do

clorador da EMBRAPA (ver Anexo E) Antes poreacutem da aplicaccedilatildeo do cloro com

esse equipamento deve-se efetuar uma filtraccedilatildeo Esta pode ser realizada com

o emprego de um filtro de areia como apresentado por Pinto e Hermes (2006)

(ver anexo F)

Sugere-se que as instituiccedilotildees de pesquisa e especialistas do meio a

investirem em pesquisas que proporcionem confeccionar bombas bola de

gude que apresentem um maior vazatildeo Isso seria uma tentativa de contribuir

para inibir que os usuaacuterios retirem aacutegua da cisterna com baldes (fato verificado

em todas as 20 cisternas monitoradas em Poccedilo Redondo) comprometendo a

sua qualidade

Sugere-se que sejam aprofundados os conhecimentos sobre os fatores

que afetam e controlam o pH da aacutegua armazenada nas cisternas Como foi

visto na revisatildeo na literatura realizada por Meera e Ahammed (2006) em geral

a qualidade fiacutesico-quiacutemica da aacutegua nelas estocadas atende aos padrotildees para

fins de consumo humano com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH Esse fato tambeacutem

foi verificado em vaacuterias ocasiotildees na aacutegua coletada nas cisternas monitoradas

em Poccedilo Redondo

56 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

171

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

AWADALLAH W Water quality of 30 rainwater harvesting cisterns in the

Hebron district Palestinian Hydrology Group Technical Paper 2004 p 1-12

Disponiacutevel em lthttpwwwPhgorgstudygvctechpaperreport20about20

cisterns20cisterns20water20quality_vers_04_laura3pdf gt Acesso em 02

nov 2006

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BRITO LTL ANJOS JB PORTO ER SILVA AS SOUZA MA

XENOFONTE GHS Qualidade fiacutesico-quiacutemica e bacterioloacutegica das aacuteguas de

cisternas no municiacutepio de Ouricuri-PE In 5o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2005 Teresina Anais Teresina

ABCMAC 2005 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

172

EMBRAPA Tecnologia desenvolvidas e produtos Disponiacutevel em

lthttpwattscnpdiaembrapabrmenuleft_desenv_produtos_cloradorhtmlgt

Acesso em 01 dez 2006

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

HANDIA L Comparative study of rainwater quality in urban Zambia Journal of

Water Supply Research and Technology ndash Aqua v 54 no 1 p 55-64 2005

IBGE Sinopse preliminar do Censo Demograacutefico 2000 Rio de Janeiro 2001

v7

LANKA RAINWATER HARVESTING FORUM Domestic roof water harvesting

and water security in the humid tropics Milestone report D5 2001 Disponiacutevel

em lthttpwwwengwarwickacukdturwheudoesc1pdfgt Acesso em 24 set

2006

MEERA V AHAMMED MM Water quality of rooftop rainwater harvesting

systems a review Journal of Water Supply Research and Technology

Technology ndash Aqua v 55 no 1 p 257-268 2006

MOTA S Introduccedilatildeo agrave engenharia ambiental 2a ed Rio de Janeiro ABES

2000 416 p

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

a aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido do Brasil

Jaguaraiuacutena EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

YAZIZ MI GUNTING H SAPIARI N GHAZALI A Variations in rainwater

quality from roof catchments Water Research v 23 no 6 p 761-765 1989

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

173

CAPIacuteTULO 6

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se no estado de Sergipe

Brasil Ele enfrenta seacuterios problema relacionados ao abastecimento de aacutegua

principalmente na zona rural Existem diversos barreiros sendo utilizados para

muacuteltiplos fins inclusive o consumo humano Foi realizado o monitoramento da

qualidade de aacutegua de 8 barreiros Em nenhuma oportunidade os paracircmetros

de qualidade de aacutegua turbidez cor aparente e coliformes termotolerantes

atenderam aos padrotildees de potabilidade

Palavras-chave abastecimento de aacutegua qualidade de aacutegua barreiros

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil It faces serious problems related with the water

supply mainly in the rural zone There are several water traps being used for

multiple purposes including human consumption Water quality monitoring has

been accomplished in 8 of them In any occasion the water quality parameters

turbidy apparent colour and thermotolerant coliforms never complied with the

potable water standards

Keywords water supply water quality water traps

61 ndash INTRODUCcedilAtildeO

Os barreiros tecircm sido usados para armazenar aacutegua de chuva

proveniente do escoamento superficial haacute muitos seacuteculos em diversas partes

do mundo Poreacutem geralmente satildeo rasos cobrindo uma grande aacuterea de terra e

apresentam elevadas perdas por evaporaccedilatildeo (BRITO et al 1999)

Essa forma de aproveitamento de aacutegua consiste no acuacutemulo de aacuteguas

de superfiacutecie que recolhe a aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio

proporcionado pela construccedilatildeo de um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo

do terreno Sua capacidade de acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

174

algumas dezenas de milhares de metros cuacutebicos Trata-se de um

aproveitamento de pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo

relativamente baixo e sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho

do barreiro podendo ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas

razotildees o barreiro encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do

Nordeste (OLIVEIRA LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al

(2003) estas estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas

por evaporaccedilatildeo elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas

exigecircncias de potabilidade

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE estaacute inserido no ldquoPoliacutegono das

Secasrdquo com um clima do tipo megateacutermico semi-aacuterido Apresenta uma

temperatura meacutedia anual de 25 oC e uma precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia

anual de cerca de 605 mm Geograficamente a sede municipal apresenta as

seguintes coordenadas geograacuteficas 09o48rsquo17rdquo de latitude sul e 37o41rsquo06rdquo de

longitude oeste (BOMFIM et al 2002) Apesar de ser banhado pelo rio Satildeo

Francisco a sua populaccedilatildeo sobretudo a da zona rural enfrenta problemas

relacionados ao abastecimento de aacutegua Um das formas de aproveitamentos

hiacutedricos existentes cuja aacutegua eacute consumida por alguns satildeo os barreiros O

presente trabalho apresenta os resultados do monitoramento da qualidade de

aacutegua de 8 barreiros localizados na zona rural deste municiacutepio

62 ndash METODOLOGIA

Como havia centenas de barreiros alguns puacuteblicos e outros particulares

no municiacutepio de Poccedilo Redondo foram selecionados aleatoriamente apenas 8

O criteacuterio adotado foi a escolha de barreiros que estivessem entre os usos de

suas aacuteguas o consumo humano A partir daiacute foram considerados aspectos

relacionados agrave distacircncia e agrave acessibilidade

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

175

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua dos

barreiros monitorados

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde previamente limpo atado

a uma corda) A coleta com o balde foi sempre efetuada em um ponto aleatoacuterio

afastado das margens dos barreiros A aacutegua coletada no recipiente de

transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) O recipiente de transposiccedilatildeo era lavado 3 vezes com a proacutepria aacutegua do

barreiro Depois coletava-se a aacutegua com esse recipiente transferindo-a em

seguida para um recipiente autoclavado de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexico e esteacuteril

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 61 satildeo mostrados a localizaccedilatildeo dos barreiros e o periacuteodo de

monitoramento da qualidade de aacutegua destas O local de sua determinaccedilatildeo e o

meacutetodo empregado constam na Tabela 62 Todas as anaacutelises foram

determinadas conforme o APHA et al (1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

176

Tabela 61 Localidade e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de

8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia

mensal de amostragem

Nuacutemero do barreiro

Localidade Periacuteodo de monitoramento

1 Pia do Boi

2 Rancho Velho

3 Satildeo Sebastiatildeo

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

4 Titoacuteia 3 meses

bull Julho a setembro de 2005

(mensalmente)

5 Junca

6 Maravilha

7 Poccedilo Preto

8 Salitrado

2 meses

bull Julho e agosto de 2005

(mensalmente)

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8

barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e

termotolerantes)

Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

63 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os 8 barreiros monitorados (Anexo G) foram construiacutedos pela

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Satildeo Francisco)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

177

Estas unidades consistiam de uma aacuterea de armazenamento e de um

barramento de terra destinado a conter o escoamento das aacuteguas

armazenadas Aleacutem disso estas estruturas natildeo dispunham de estruturas

hidraacuteulicas (comportas vertedouros etc)

Informaccedilotildees quanto agrave populaccedilatildeo beneficiada e valor gasto na

implantaccedilatildeo de cada um dos barreiro satildeo apresentadas na Tabela 63 Natildeo

havia informaccedilotildees com relaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento dessas

estruturas

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e

populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados Localidade Custo de implantaccedilatildeo (R$) Populaccedilatildeo beneficiada

Pia do Boi 525000 300

Rancho Velho 525000 400

Satildeo Sebastiatildeo 525000 220

Titoacuteia 350000 250

Junca 350000 200

Maravilha 425000 250

Poccedilo Preto 576000 51

Salitrado 320000 63

Fonte 4a Superintendecircncia Regional da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do

Vale do Satildeo Francisco) atraveacutes de consulta pessoal

Segundo algumas informaccedilotildees obtidas na prefeitura e de moradores da

regiatildeo onde se localizavam estes barreiros eles nem sempre armazenavam

somente aacuteguas pluviais Algumas vezes quando se encontrava praticamente

seco caminhotildees-pipa traziam aacutegua proveniente do rio Satildeo Francisco ou ateacute

mesmo de outros barreiros para abastececirc-los Esses barreiros vecircm sendo

utilizados de muacuteltiplas formas lavagem de utensiacutelios domeacutesticos

dessedentaccedilatildeo animal praacutetica de banho e consumo humano

Na Tabela 64 consta os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

determinados na aacutegua armazenada nesses barreiros Esses resultados satildeo

representados graficamente como o mostra o Anexo H

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

Local

Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor (uH) Turbidez (uT)

Alcalinidade total

(mg CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

Pia do Boi 19710 ndash 4040 9954 plusmn 6172 CV = 620

28920 ndash 5980 16185 plusmn 9397

CV = 581

305 ndash 226 273 plusmn 23 CV = 85

88 ndash 78 82 plusmn 03

CV = 129

15550 ndash 5840 16847 plusmn 8473

CV = 503

2620 ndash 318 1068 plusmn 821 CV = 768

1280 ndash 150 638 plusmn 426 CV = 668

4920 ndash 100 1822 plusmn 1811 CV = 994

3650 ndash 840 2014 plusmn 1072 CV = 532

2640 ndash 440 1350 plusmn 807 CV = 598

Satildeo Sebastiatildeo

8430 ndash 2590 5389 plusmn 2157 CV = 400

12230 ndash 5820 9236 plusmn 2640 CV = 286

298 ndash 235 270 plusmn 21 CV = 80

96 ndash 81 88 plusmn 04

CV = 48

13000 ndash 5380 9534 plusmn 3623 CV = 380

955 ndash 121 361 plusmn 308 CV = 851

960 ndash 170 519 plusmn 333 CV = 642

1060 ndash 200 501 plusmn 314 CV = 627

1790 ndash 310 1117 plusmn 413 CV = 370

1020 ndash 160 609 plusmn 344 CV = 565

Rancho Velho

2520 ndash 870 1639 plusmn 538 CV = 328

3700 ndash 1282 2521 plusmn 783 CV = 311

292 ndash 245 274 plusmn 14 CV = 51

87 ndash 79 82 plusmn 02

CV = 27

38800 ndash 27500 34400 plusmn 5475

159

371 ndash 975 2272 plusmn 1208 CV = 532

480 ndash 50 258 plusmn 178 CV = 691

160 ndash 100 133 plusmn 22

CV = 166

910 ndash 350 634 plusmn 192 CV = 304

570 ndash 140 361 plusmn 125 CV = 346

Titoacuteia 6630 ndash 3460 4757 plusmn 1662 CV = 349

9160 ndash 6270 7715 plusmn 2045 CV = 265

258 ndash 234 242 plusmn 14 CV = 56

79 ndash 77 78 plusmn 01

15

--- --- ---

223 ndash 118 168 plusmn 52

CV = 311

1770 ndash 1500 1637 plusmn 135 CV = 82

340 ndash 140 260 plusmn 106 CV = 407

1240 ndash 650 923 plusmn 297 CV = 322

780 ndash 220 477 plusmn 283 CV = 593

Poccedilo Preto 4980 ndash 4830 4905 plusmn 106 CV = 22

7200 ndash 7200 7200 plusmn 00 CV = 00

254 ndash 247 249 plusmn 03 CV = 14

77 ndash 76 76 plusmn 01

CV = 09

--- --- ---

268 ndash 166 217 plusmn 73

CV = 334

1330 ndash 1220 1275 plusmn 78 CV = 61

680 ndash 620 650 plusmn 42 CV = 65

1000 ndash 820 910 plusmn 127 CV = 140

440 ndash 410 425 plusmn 21 CV = 50

Salitrado 6480 ndash 6100 6290 plusmn 269 CV = 43

9089 ndash 9089 9089 plusmn 00 CV = 00

251 ndash 248 249 plusmn 02 CV = 08

80 ndash 78 79 plusmn 01

CV = 18

--- --- ---

680 ndash 645 662 plusmn 25 CV = 37

1310 ndash 1220 1265 plusmn 64 CV = 50

1960 ndash 1280 1620 plusmn 481 CV = 297

1620 ndash 1590 1605 plusmn 21 CV = 13

970 ndash 830 900 plusmn 99

CV = 110

Junca 1380 ndash 1000 1190 plusmn 269 CV = 226

1330 ndash 1330 1330 plusmn 00 CV = 00

287 ndash 254 271 plusmn 23 CV = 86

83 ndash 78 81 plusmn 03

CV = 44

--- --- ---

289 ndash 149 219 plusmn 99

CV = 452

400 ndash 310 355 plusmn 64

CV = 179

120 ndash 50 85 plusmn 49

CV = 582

330 ndash 220 275 plusmn 78

CV = 283

80 ndash 60 70 plusmn 14

CV = 202

Maravilha 2850 ndash 2330 2590 plusmn 368 CV = 142

4280 ndash 4280 4280 plusmn 00 CV = 00

226 ndash 215 220 plusmn 08 CV = 35

83 ndash 81 82 plusmn 01

17

--- --- ---

697 ndash 605 651 plusmn 65

CV = 100

640 ndash 530 585 plusmn 78

CV = 133

200 ndash 120 160 plusmn 57

CV = 354

610 ndash 410 510 plusmn 141 CV = 277

200 ndash 160 180 plusmn 28

CV = 157 Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

179

Com exceccedilatildeo de algumas amostras coletadas nos barreiros Pia do Boi

(5 uacuteltimas coletas) e Satildeo Sebastiatildeo (4 uacuteltimas coleta) os teores de STD dos

demais barreiros foram inferiores a 1000 mgL

Apenas em uma coleta realizada em Satildeo Sebastiatildeo verificou-se um pH

em desacordo com os padrotildees de aacutegua para consumo (60 ndash 95) Naquela

ocasiatildeo o pH foi de 96 Natildeo se identificou a possiacutevel causa para isto

A turbidez e a cor aparente sempre apresentaram valores acima do

permitido para consumo humano O paracircmetro cor aparente soacute foi determinado

nos barreiros de Pia do Boi Satildeo Sebastiatildeo e Rancho Velho apresentando

valores acima de 500 uH sendo necessaacuteria a diluiccedilatildeo da aacutegua analisada pois

a faixa de leitura do equipamento portaacutetil para a determinaccedilatildeo desse

paracircmetro era de 0 ndash 500 uH Embora a cor e a turbidez comprometam

diretamente as caracteriacutesticas organoleacutepticas da aacutegua a aacutegua vem sendo

consumida pelos moradores principalmente durante a ausecircncia de alternativas

de abastecimento Aleacutem disso em aacuteguas de elevada turbidez as partiacuteculas

que a causam servem de abrigo a microorganismos sendo alguns deles

patoacutegenos

O uacutenico barreiro que apresentou um teor de cloretos acima de 250 mg

Cl-L foi o de Pia do Boi (4 uacuteltimas coletas)

A dureza total de todas as amostras coletas sempre esteve compatiacutevel

com os padrotildees de potabilidade (dureza lt 500 mg CaCO3L)

Na Tabela 65 satildeo vistos os resultados de anaacutelises bacterioloacutegicas

realizadas na aacutegua coletada dos barreiros Como pode ser visto na Tabela 65

em todas as amostras coletadas nos barreiros foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes Por terem a aacutegua utilizada de diversas forma e por

ficarem expostas a ceacuteu aberto eles estatildeo bastante susceptiacuteveis agrave

contaminaccedilatildeo Em diversas ocasiotildees a aacutegua coletada nos barreiros

apresentou um valor de NMP100 mL gt 16 (Valor maacuteximo correspondente a 5

tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de 10 mL) Como a tabela para a

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

180

determinaccedilatildeo do NMP100 mL apresenta como maior valor gt16 natildeo eacute possiacutevel

afirmar a intensidade da contaminaccedilatildeo

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros

em Poccedilo Redondo-SE Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

Localidade

( de amostras)

Pia do Boi 0 0 1818 909 1818 5455

Satildeo Sebastiatildeo 0 0 909 909 1818 6364

Rancho Velho 0 0 0 1818 1818 6364

Titoacuteia 0 0 0 0 3333 6667

Poccedilo Preto 0 0 0 0 0 100

Salitrado 0 0 0 50 50 0

Junccedila 0 0 0 0 0 100

Maravilha 0 0 0 0 50 50

64 ndash CONCLUSOtildeES

A deficiecircncia apresentada no suprimento de aacutegua na zona rural de Poccedilo

Redondo aliada agrave irregularidade e escassez das precipitaccedilotildees tem

impulsionado a construccedilatildeo de barreiros puacuteblicos e particulares Apesar dessas

estruturas natildeo atenderem aos padrotildees de potabilidade algumas pessoas

consomem a aacutegua neles armazenada

De acordo com os resultados da aacutegua analisadas em 8 barreiros

localizados na zona rural de Poccedilo Redondo-SE estes natildeo satildeo recomendados

para consumo humano Paracircmetros como cor aparente turbidez sempre

estiveram muito acima do valor maacuteximo permitido pelos padrotildees de aacutegua para

consumo Aleacutem disso coliformes termotolerantes sempre estiveram presentes

Por ficarem livremente expostos natildeo tendo nenhuma proteccedilatildeo e por

serem utilizados de muacuteltiplas formas concomitantemente eles satildeo

extremamente passiacuteveis de contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

181

65 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Os barreiros que foram monitorados natildeo devem ser usados para

consumo humano No entanto podem ser recomendados para usos menos

exigentes como por exemplo lavagem de ambientes domeacutesticos Sugere-se

que se procedam estudos de viabilidade de projetos por profissionais

competentes envolvendo a utilizaccedilatildeo dos barreiros na irrigaccedilatildeo de salvaccedilatildeo

Devem ser realizados programas de educaccedilatildeo ambiental no sentido de

orientar os consumidores da aacutegua dos barreiros a natildeo consumi-la aleacutem dos

gestores municipais a ofertarem outras fontes a esses usuaacuterios

66 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

182

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

183

CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Brasil Foi realizada uma pesquisa no campo neste

municiacutepio a fim de obter-se informaccedilotildees a respeito dos serviccedilos puacuteblicos de

acordo com a opiniatildeo dos moradores Foram aplicados 307 questionaacuterios semi-

estruturados em entrevistas realizadas nas casas dos moradores A

metodologia adotada foi a por amostragem aleatoacuteria estratificada proporcional

Conforme os resultados obtidos no municiacutepio prevalecem condiccedilotildees precaacuterias

na educaccedilatildeo renda familiar e nas condiccedilotildees sanitaacuterias A maior proporccedilatildeo dos

entrevistados em ambas as aacutereas da pesquisa escolheu o esgotamento

sanitaacuterio como o pior serviccedilo Por outro lado na zona rural a maior proporccedilatildeo

(3887) escolheu os serviccedilos de sauacutede como o melhor enquanto que na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (3206) escolheu o serviccedilo de limpeza

puacuteblica

Palavras-chave serviccedilos puacuteblicos questionaacuterios condiccedilotildees sanitaacuterias

precaacuterias

ABSTRACT Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of the

state of Sergipe Brazil A field study was conducted in this municipality in order

to obtain information on public services according to the opinion of the

dwellers The semi-structured 307 questionnaires survey by house interview

were applied The approach adopted was the proportional random sampling

rural zone and zone urban According to the results obtained poor education

income and sanitary conditions prevail on this municipality In the opinion of

majority of the interviewed inhabitants in the rural zone a highest proportion

(3887) declared that the most efficient public service was the public health

while in the urban zone the highest proportion (3206) answered that the best

public service was the solid waste collection On the other hand the highest

proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo Redondo answered that

the poorest public service was the sewerage

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

184

Keywords public services questionnaires poor sanitary conditions

71 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A ideacuteia de qualidade de vida representa um conceito ainda indefinido

pois abrange uma seacuterie extremamente heterogecircnea e diversificada de

aspiraccedilotildees necessidades e desejos inerentes a cada indiviacuteduo ou

coletividade inseridos no seu contexto histoacuterico social e cultural Em suma a

qualidade de vida deve representar em geral a plena satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas humanas concebida dentro de um processo ecoloacutegico e

eticamente corretos (SANTOS DALTRO FILHO 2000)

Segundo o IBGE (2001) as caracteriacutesticas dos domiciacutelios e dos serviccedilos

de infra-estrutura sanitaacuteria constituem elementos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo da

qualidade de vida de uma populaccedilatildeo

O presente trabalho mostra os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo

de questionaacuterios a pessoas residentes em Poccedilo Redondo-SE O objetivo foi

determinar o perfil sanitaacuterio e conhecer a opiniatildeo dos moradores sobre o

saneamento ambiental nos setores de abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e serviccedilos de sauacutede O periacuteodo de

execuccedilatildeo da pesquisa foi de junho de 2005 a junho de 2006

72 ndash METODOLOGIA

Para coleta dos dados formulou-se um questionaacuterio semi-estruturado

dirigido aos moradores de Poccedilo Redondo-SE afim de obter informaccedilotildees que

permitissem obter o perfil do saneamento ambiental Dados sobre as

caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas tambeacutem estatildeo incluiacutedas neste questionaacuterio

Antes de iniciar a corrente pesquisa foi necessaacuteria a aprovaccedilatildeo pelo

comitecirc de Eacutetica do CCSUFPE (Centro de Ciecircncias Sociais da Universidade

Federal de Pernambuco) aleacutem de uma carta de Anuecircncia da prefeitura do

municiacutepio de Poccedilo Redondo e cada vez que o questionaacuterio era aplicado ao

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

185

entrevistado era apresentado o termo de consentimento (na primeira paacutegina do

questionaacuterio) onde a pessoa entrevistada lia e assinava dando permissatildeo

para a entrevista

Tal procedimento foi necessaacuterio tendo em vista que a Resoluccedilatildeo no

196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede preconiza que

todas as pesquisas que envolvem seres humanos (pesquisa que

individualmente ou coletivamente envolva o ser humano de forma direta ou

indireta em sua totalidade ou partes dele incluindo o manejo de informaccedilotildees

ou materiais) deve atender agraves exigecircncias eacuteticas e cientiacuteficas fundamentais

devendo ser submetida agrave apreciaccedilatildeo de um Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa e soacute

pode se processar apoacutes o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos

indiviacuteduos ou grupos que por si eou por seus representantes legais

manifestem a sua anuecircncia agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Os uacutenicos requisitos exigidos durante as entrevistas eacute que o

entrevistado fosse residente no domiciacutelio onde era realizada a entrevista aleacutem

de haver pelo menos um morador no domiciacutelio que soubesse ler e assinar o

nome a fim de assinar o termo de consentimento da entrevista

A pesquisa no municiacutepio de Poccedilo Redondo envolveu os seguintes

aspectos

(i) Perfil ndash niacutevel de escolaridade profissatildeo quantidade de horas diaacuterias que

trabalha e renda mensal do chefe de famiacutelia nuacutemero de pessoas residentes

onde mora as culturas que cultiva e os animais que cria

(ii) Objeto ndash tipologia habitacional abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

(iii) Aberto ndash qual o conceito que o entrevistado tem com relaccedilatildeo a cada

serviccedilo (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial

limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) e o grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada

um destes serviccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

186

No Anexo I consta o modelo de questionaacuterio que foi aplicado As

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes do sistema de amostragem estratificada

(COCHRAN 1965) foram considerados 2 estratos a zona rural e a zona

urbana De acordo com a Secretaria Municipal de Sauacutede Poccedilo Redondo conta

com 6 equipes do Plano de Sauacutede Familiar (PSF) sendo 4 equipes atuando na

zona rural (aacutereas 1 2 3 e 4) e duas atuando na sede (5 e 6) Foram aplicados

questionaacuterios em 5 dos domiciacutelios cadastrados de cada setor de atuaccedilatildeo das

equipes do PSF O sorteio das casas onde foram aplicados os questionaacuterios

foi realizado pelo meacutetodo de amostragem casual simples e de modo

proporcional agrave populaccedilatildeo de cada comunidade ou povoado A amostra total

compreendeu 307 questionaacuterios sendo 229 aplicados na zona rural e 78 na

zona urbana Os dados quantitativos foram processados utilizando-se a

planilha do Excel a partir dos dados do questionaacuterio

Na Tabela 71 consta o nuacutemero de domiciacutelios cadastrados em cada

aacuterea as localidades e o nuacutemero de domiciacutelios de cada uma das localidades

onde foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

187

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados na aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e

o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas

com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

Aacuterea Nuacutecleo(s) principal(is)

Nuacutemero total de domiciacutelios

Localidades pesquisadas Nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

bull Bonsucesso 20

bull Curralinho 5

bull Assentamento Cajueiro 9

bull Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

4

bull Assentamento Satildeo Francisco 4

bull Maravilha 1

bull Monte Ceacuteu 1

bull Titoacuteia 1

1

Bonsucesso Curralinho

919

bull Barra da Onccedila 1

bull Santa Rosa do Ermiacuterio 40

bull Pedrinhas 10

bull Pedra Grande 9

bull Peacute da Serra 2

bull Patos 2

bull Serra da Guia 1

bull Tanque Novo 1

bull Flor da Serra 1

2

Santa Rosa do Ermiacuterio

1342

bull Siacutetios Soares 1

bull Siacutetios Novos 54 3

Siacutetios Novos 1083

bull Serra do Boi 1

bull Queimadas 3

bull Areias 9

bull Assentamento Alto Bonito 30

bull Assentamento Mulungu 4

bull Assentamento Pioneira 4

bull Rancho Velho 1

bull Junca 1

bull Morro Vermelho 2

bull Maranduba 1

bull Assentamento Maria Feitosa 1

bull Assentamento Maria Bonita 1

4 Queimadas

Areias Assentamento

Alto Bonito

1221

bull Assentamento Nossa Senhora da Conceiccedilatildeo

4

5 Poccedilo Redondo

(sede) 58

6 Poccedilo Redondo (sede)

1560

bull

Poccedilo Redondo 20

Total 6125 Total 307

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

188

73 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

731 ndash Perfil dos moradores

Houve uma oacutetima receptividade durante a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios

Apenas um morador no povoado de Siacutetios Novos natildeo aceitou conceder

entrevista

Nas Figuras 71 a 75 satildeo apresentados os dados que foram obtidos

sobre o perfil do chefe de famiacutelia atraveacutes das entrevistas

3450

306

1616349

4279

4231

769

3852564

1795

256

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

1703

699

7031

087

043

175262

AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

6376

2183 1441 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

2692

6539

769 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

2564

256

641

5133974

1667

385AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

189

7467

1922

218306

087lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuterios

55143718

256128

128

256lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuteriosgt 4 salaacuterios

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo

Do exposto nas Figuras 71 a 75 comenta-se

(i) Observa-se que na zona rural 98 (4279 do total de 229) dos chefes de

famiacutelia satildeo analfabetos e que 79 (3450 do total de 229) foram alfabetizados

(sabe assinar o nome mas escreve e lecirc com dificuldade) Na Zona urbana o

grau de instruccedilatildeo dos chefes eacute superior aos da zona urbana Entretanto 20

(2564) satildeo analfabetos e (14 1795) mal sabem ler e escrever e apenas 2

possuem niacutevel superior

(ii) Do total de 229 entrevistados na zona rural 161 (7031) satildeo

exclusivamente agricultor Do total de 229 chefes de famiacutelia a maioria (146

chefes de famiacutelia) trabalha entre 4 e 8 horas diariamente Observa-se que 171

(7467) percebem vencimentos menores que 1 salaacuterio miacutenimo mensal O

nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 493

(iii) Assim como na zona rural na zona urbana a maioria dedica-se agrave

agricultura O nuacutemero de horas que exercem o ofiacutecio que predomina eacute entre 4 e

8 horas Observa-se que 43 (5513) percebem vencimento inferior a 1 salaacuterio

miacutenimo mensal O nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 546

5641

641

3718Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

546 habitantesdomiciacutelio

6856

2969175

Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

493 habitantesdomiciacutelio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

190

Conforme mostra a Figura 76 as culturas mais cultivadas nas duas

regiotildees satildeo o feijatildeo e o milho na zona rural 203 entrevistados responderam

que plantam feijatildeo e 197 que plantam milho enquanto que na zona urbana 33

cultivam feijatildeo e 31 cultivam milho O nuacutemero de entrevistados nas zonas rural

e urbana que respondeu que natildeo planta nenhuma cultura foram

respectivamente 27 e 22 Conforme apresenta a Figura 77 as aves (1037

cabeccedilas na zona rural e na zona urbana) e os bovinos (602 cabeccedilas na zona

rural e na zona urbana) satildeo os animais mais difundidos em ambas as aacutereas O

nuacutemero de entrevistados que respondeu que natildeo cria nenhum animal foi de 36

(1572) na zona rural e 51 na zona urbana (6456)

203 197

1534 25

195

0

50

100

150

200

250

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

33 31

38

3

38

05

101520253035404550

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo

74

602

82

1037

84 88

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

693

31

16350 13

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

191

732 ndash Objeto (perfil sanitaacuterio)

7321 ndash Habitaccedilatildeo

Informaccedilotildees concernentes agrave tipologia habitacional e suas caracteriacutesticas

estatildeo representadas nos graacuteficos das Figuras 78 a 712

4585

262175

4498

131 349TijoloTaipa

AdobeBloco de cimentoTijolo e taipa

Tijolo e bloco de cimento

3718

5256

1026TijoloBloco de cimentoTijolo e bloco de cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo

21841179

1790

2620 2227

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

1538641

513

2436

4872

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo

8734

305 175786 Terra

CeracircmicaCimentoCeracircmica e cimento

5256

1026

3718Ceracircmica

Cimento

Ceracircmica e cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

192

7293

873

1048786 Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

128

1795

20516026

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de Poccedilo

Redondo 524

1965

131

7380

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem umidade

2180

1282

6538

Soacute na paredeNa parede e no pisoSem umidade

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

Constatou-se em siacutentese a respeito das habitaccedilotildees da amostra

investigada

(i) Todas as 229 casas na zona rural e 78 na zona urbana tecircm cobertura com

telha ceracircmica do tipo canal

(ii) Tanto na zona rural como na urbana a maioria das casas das amostras

analisadas eacute de tijolo (105 domiciacutelios da zona rural e 29 domiciacutelios da zona

urbana) ou de bloco de cimento (103 domiciacutelios na zona rural e 41 da zona

urbana) Aleacutem destas na zona rural 6 casas satildeo de taipa enquanto que 3 satildeo

uma parte de taipa e outra de alvenaria de tijolo

(iii) Verificou-se que 50 casas da zona rural natildeo possuem reboco 60 satildeo

rebocadas parcialmente e 27 tecircm uma parte caiada e outra sem reboco

Segundo Daltro Filho e Sales (2003) a ausecircncia de revestimento nas paredes

gera dificuldades de higienizaccedilatildeo e no caso das casas de taipa riscos da

presenccedila do barbeiro (Triatoma sp) inseto transmissor da doenccedila de chagas

(Tripanossoma cruzi)

(iv) Na zona rural predomina o piso cimentado como material do piso das

residecircncias Observou-se durante as visitas que algumas casas possuiacuteam o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

193

piso cimentado do tipo vitrificado outras o piso era do tipo cimentado queimado

e outras do tipo cimentado grosseiro Este uacuteltimo tipo de piso segundo Daltro

Filho e Sales (2003) costuma trazer dificuldades de higienizaccedilatildeo gerando

grande quantidade de poeira durante a varriccedilatildeo e por conseguinte favorece o

surgimento de doenccedilas respiratoacuterias Por outro lado o tipo de piso

predominantemente encontrado nas casas da zona urbana foi o de ceracircmica

(v) A maioria das casas (7380) da zona rural apresentava fissuras tanto na

parede como no piso do chatildeo enquanto que a maior proporccedilatildeo (6026) das

casas da zona urbana soacute apresentava fissuras na parede Apenas 786 das

residecircncias na zona rural e 2051 na zona urbana natildeo apresentavam fissura

nem na parede nem na piso

(vi) A maior proporccedilatildeo das casas na zona rural apresentava umidade tanto na

parede como no piso correspondendo a 7380 do total das casas

entrevistadas Na zona urbana o maior percentual das casas (6538)

apresentava umidade apenas na parede

Durante as entrevistas pocircde-se visualizar em algumas residecircncias

cavidades e irregularidades nas paredes conforme mostra a Figura 713

Paredes esburacadas e superfiacutecies irregulares segundo Daltro e Sales (2003)

aleacutem de favorecerem um maior acuacutemulo de sujeiras podem servir de abrigo a

insetos

(a) Irregularidades e ausecircncia de revestimento

(b) Presenccedila de cavidades

Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

194

7322 ndash Abastecimento de aacutegua

De acordo com as respostas das entrevistas 180 casas do universo da

amostra da pesquisa de 229 casas na zona rural recebem aacutegua da rede

puacuteblica Na zona urbana 74 residecircncias do total de 78 satildeo contempladas com

aacutegua da rede puacuteblica Essa aacutegua eacute proveniente da captaccedilatildeo no povoado

ribeirinho de Ilha do Ouro (municiacutepio de Porto da Folha-SE) no leito do rio Satildeo

Francisco Esse sistema integra o sistema do Alto Sertatildeo Antes de ser

distribuiacuteda para a populaccedilatildeo essa aacutegua submete-se a um tratamento em uma

ETA localizada na cidade de Porto da Folha A companhia responsaacutevel pelo

sistema de abastecimento de aacutegua eacute a DESO (Companhia de Saneamento de

Sergipe)

Vale observar que das 180 residecircncias acima referidas 155 delas

recebem do sistema acima descrito enquanto que 20 casas do povoado de

Bonsucesso tecircm captaccedilatildeo e tratamento (ETA) proacuteprios e 5 casas do povoado

de Curralinho possuem captaccedilatildeo proacutepria poreacutem soacute ocorre cloraccedilatildeo simples

Durante o periacuteodo de inverno (periacuteodo chuvoso) 167 (7293)

entrevistados afirmaram que a forma de abastecimento de aacutegua eacute somente a

rede puacuteblica enquanto que 62 se abastecem com aacutegua da rede puacuteblica e

tambeacutem atraveacutes de outra forma (carro pipa cisterna (aacuteguas pluviais) de

chafariz ou do parente ou vizinho) Isso eacute devido ao fato da ocorrecircncia da

intermitecircncia que ocorre mesmo no inverno e tambeacutem que algumas casas

ligadas agrave rede dispotildeem de cisterna para armazenamento de aacuteguas pluviais Na

zona urbana 73 (9359) durante esse periacuteodo soacute utilizam aacutegua da rede

puacuteblica e 1 utiliza de ambas (rede puacuteblica e ou outra forma) A forma de

abastecimento no inverno eacute vista na Figura 714 Analogamente acontece na

eacutepoca seca como mostra a Figura 715

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

195

7293

218393 612

1397

087

Rede puacuteblicaCisternaPoccediloBarreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

9359

128513

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo Redondo

087

1878

1790

175

6070

Rede puacuteblica

Poccedilo

Barreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

1539

3205

5256

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo

Da amostra de 180 casas da zona rural ligadas agrave rede de

abastecimento 118 (6556) possuem hidrocircmetro enquanto que na zona

urbana do total de 74 casas 71 dispotildeem

O nuacutemero de casas na zona rural que dispotildee de cisterna eou caixa

drsquoaacutegua para armazenamento de aacutegua eacute de 201 Na zona urbana eacute de 66 A

capacidade desses reservatoacuterios varia entre 250 e 16000 L Um total de 192

dos entrevistados na zona rural e 63 na zona urbana afirmaram que antes de

beber a aacutegua filtram eou coam eou fervem eou usam cloro Poreacutem da zona

rural 138 e da zona urbana 52 disseram que o fazem esporadicamente

7323 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Um total de 22 casas da zona rural (960) e 3 (385) na zona urbana

natildeo possuem banheiro Como mostra a Figura 716

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

196

6289

960218

2533 Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

385897769

7949

Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro

Alguns banheiros da zona rural natildeo possuem descarga sendo utilizado

balde em alguns casos para apanhar a aacutegua armazenada em um reservatoacuterio

instalado acima do teto do banheiro (Figura 717)

O destino das aacuteguas cinzas de 191 casas na zona rural e 32 na zona

urbana eacute o terreno da forma como se vecirc na Figura 718 No restante das

casas estas aacuteguas servidas satildeo conduzidas agrave rede de esgoto

Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do vaso sanitaacuterio

Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal

O esgoto oriundo do vaso sanitaacuterio (aacuteguas negras) da maioria das casas

eacute direcionado para fossa e desta para o terreno (geralmente o quintal das

casas) conforme mostra a Figura 719

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

197

1747

6332

1921 SoloRede de esgotoFossa e depois solo

384

4872

4744

SoloRede de esgotoFossa e depois solo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

A disposiccedilatildeo adequada dos esgotos eacute essencial agrave proteccedilatildeo da sauacutede

puacuteblica Cerca de 50 tipos de infecccedilotildees podem ser transmitidas por diferentes

caminhos envolvendo as excretas humanas (NASCIMENTO FILHO 2000)

Com relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de poluentes nas aacuteguas cinzas vindas do

banheiro da lavanderia e da cozinha variam sensivelmente entre si Aquelas

provenientes do banheiro considerando soacute as do lavatoacuterio e as do chuveiro

satildeo constituiacutedas de gorduras sabotildees oacuteleos entre outros As aacuteguas cinzas da

lavanderia apresentam uma alta concentraccedilatildeo quiacutemica de elementos como

soacutedio fosfatos nitrogecircnio boro e surfactantes Aquelas vindas da pia de

cozinha apresentam uma contaminaccedilatildeo fiacutesica maior em virtude da presenccedila

de partiacuteculas de alimentos oacuteleos e gorduras Natildeo obstante eacute extremamente

contaminada por microorganismos (BORGES 2003)

No entanto no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE apenas o povoado de

Santa Rosa do Ermiacuterio e o bairro Satildeo Joseacute localizado na sede municipal o

esgoto domiciliar eacute conduzido para fossa seacuteptica e em seguida para um filtro

anaeroacutebio que no entanto estatildeo funcionando precariamente

Constatou-se no local onde estatildeo estas unidades de tratamento de

Santa Rosa do Ermiacuterio mau cheiro obstruccedilatildeo fossa seacuteptica com tampas fora

da posiccedilatildeo e filtro seacuteptico com laje avariada aleacutem de vegetaccedilatildeo alta em lagoa

que recebe o efluente do filtro anaeroacutebio como se vecirc na Figura 720 Ateacute 2002

existia um projeto na aacuterea de Xingoacute em que o esgoto dessa lagoa era utilizado

na irrigaccedilatildeo de feijatildeo guandu (Cajanus cajan) sorgo (Sorghum bicolor (L)

Moench) e melatildeo (Cucumis melo L) vistos na Figura 721

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

198

(a) Fossa seacuteptica com

laje fora de posiccedilatildeo

(b) Filtro anaeroacutebio

com laje avariada

(c) Vegetaccedilatildeo alta no local

Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidade de tratamento de Santa Rosa

do Ermiacuterio

(a) Feijatildeo guandu (b) Sorgo (c) Melatildeo

Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso de

Santa Rosa do Ermiacuterio

7324 ndash Drenagem pluvial

A maioria das casas da zona rural localiza-se em rua com pavimentaccedilatildeo

de barro muitas vezes precaacuteria enquanto que a maior parte das casas da

zona urbana localiza-se em rua calccedilada em paralelepiacutepedo como mostra o

graacutefico da Figura 722

5284

699

25331484 Paralelepiacutepedo

AsfaltoBarroNatildeo tem

1667

8333

Paralelepiacutepedo

Barro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de Poccedilo

Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

199

Natildeo existe um planejamento no que se refere a esse setor As aacuteguas

pluviais escoam atraveacutes do calccedilamento das ruas algumas vezes precaacuterio

sendo que em algumas estatildeo ausentes

7325 ndash Limpeza puacuteblica

De acordo com as informaccedilotildees dos entrevistados na zona rural em

5633 das casas os resiacuteduos soacutelidos domiciliares satildeo recolhidos pela

prefeitura e o restante queima eou enterra Na zona urbana os 78

entrevistados (100) responderam que este material eacute recolhido pela

prefeitura O lixo coletado eacute encaminhado e conduzido a um lixatildeo

7326 ndash Sauacutede puacuteblica

O nuacutemero de entrevistados que responderam que nenhuma pessoa na

residecircncia onde mora apresentou alguma enfermidade nos uacuteltimos 6 meses

foi de 135 (5895) na zona rural e 52 (6667) na zona urbana Na zona

rural segundo relatado pelos entrevistados as enfermidades mais frequumlentes

que acometeram pelo menos uma pessoa da residecircncia onde reside o

morador entrevistado foram virose dengue diarreacuteias respectivamente em 32

30 e 23 domiciacutelios da amostra pesquisada Na zona urbana foram virose

diarreacuteia dengue e doenccedilas respiratoacuterias respectivamente em 11 7 3 e 3

residecircncias Natildeo foi informado ao entrevistado da ocorrecircncia de oacutebitos

A opiniatildeo dos entrevistados quanto agrave acessibilidade agraves unidades de

sauacutede numa escala de oacutetima a peacutessima eacute representada na Figura 723

A maior porcentagem dos entrevistados na zona rural (2925)

classificou como ruim a acessibilidade enquanto que na zona urbana a maior

proporccedilatildeo correspondente a 6538 disseram que o acesso eacute bom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

200

2576

2926

1572480

2446

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

513513

898

6538

1538

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

(a) Rural (n = 229) (b) Urbana (n = 78)

Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

733 ndash Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de saneamento)

Quando indagados sobre qual dos serviccedilos (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) o

entrevistado acha que lhe traz maiores problemas e dificuldades o maior

percentual de entrevistados em ambas as aacutereas respondeu que era o

esgotamento sanitaacuterio (2620 dos entrevistados na zona rural e 4231 dos

entrevistados na zona urbana) como representado nos graacuteficos da Figura 724

O segundo percentual maior em ambas as aacutereas correspondeu ao

abastecimento de aacutegua Um significativo nuacutemero de pessoas na zona rural

correspondendo a 2532 respondeu que natildeo sabe dizer

Por outro lado o serviccedilo mais escolhido como o melhor com 38 87 na

opiniatildeo dos entrevistados da zona rural foi o de sauacutede puacuteblica e na zona

urbana com 3206 dos entrevistados o serviccedilo de limpeza puacuteblica como

mostra a Figura 725 Ao responder o questionaacuterio muitos indagaram ao

entrevistador sobre o conceito de drenagem pluvial o qual respondeu de

forma simples e esclarecedora

2620

2621223

1223

2532 2140Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

4231

256

769

513897

3334Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

201

769

256

15382052

2179 3206

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterio

Drenagem pluvial

Limpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

O grau de satisfaccedilatildeo quanto aos serviccedilos puacuteblicos na opiniatildeo dos

entrevistados eacute representado nas Figuras 726 a 730

O maior percentual dos entrevistados na zona rural disse estar

insatisfeito com relaccedilatildeo aos serviccedilos de esgotamento e drenagem pluvial Com

relaccedilatildeo aos outros serviccedilos o maior percentual respondeu estar satisfeito

O uacutenico serviccedilo na zona urbana onde o maior percentual respondeu que

estava satisfeito foi o de drenagem pluvial Por outro lado o uacutenico serviccedilo em

que o maior percentual dos entrevistados respondeu estar insatisfeito foi o de

esgotamento sanitaacuterio Os demais serviccedilos a maior proporccedilatildeo respondeu estar

nem satisfeito nem insatisfeito Constata-se que embora o serviccedilo de limpeza

puacuteblica tenha sido escolhido como o melhor na opiniatildeo dos entrevistados na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (5641) respondeu natildeo estar satisfeito nem

insatisfeito

4454

2664

2882 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua na

opiniatildeo dos entrevistados

087

480

131

25762839

3887

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

4359

16673974 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

202

2533

1485

5982

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

4615

5128

257SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

2271

2009

4585

1135 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem pluvial na opiniatildeo

dos entrevistados

3450044

3537

2969

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

3718

5256

1026 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza puacuteblica

na opiniatildeo dos entrevistados

2183

4498

3319

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

5641

1538 2821 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

5256

3846

385513

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

203

74 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307

questionaacuterios sendo 229 na zona rural e 78 na zona urbana do municiacutepio de

Poccedilo Redondo constatou-se

Os chefes de famiacutelia na sua maioria agricultores que habitam na zona

rural possuem um baixo grau de escolaridade (na zona rural 4279 satildeo

analfabetos e 3450 sabem apenas assinar o nome mas escreve e lecirc com

dificuldade) Na zona urbana o grau de instruccedilatildeo dos chefes embora seja

superior aos da zona rural apresenta-se baixo (2564 satildeo analfabetos e 14

1795 mal sabem ler e escrever e apenas 256 possuem niacutevel superior)

Aleacutem disso um Percentual que corresponde a 6373 dos chefes de famiacutelia da

zona rural e 5514 da zona rural percebem menos que 1 salaacuterio miacutenimo e

vivem em moradia que apresenta um infra-estrutura sanitaacuteria deficitaacuteria

Embora sejam contemplados pelo abastecimento de aacutegua puacuteblico

alguns recorrem a outros meios para suprirem seu consumo devido agrave

intermitecircncia do fornecimento de aacutegua

Tanto na zona rural como na zona urbana o maior percentual dos

entrevistados escolheu o esgotamento sanitaacuterio como o pior serviccedilo Na zona

rural o maior percentual dos entrevistados disse achar os serviccedilos de sauacutede

como o melhor serviccedilo puacuteblico enquanto que na zona urbana disseram ser a

limpeza puacuteblica o pior

75 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Urge a necessidade de implantaccedilatildeo de um programa habitacional para

melhoria ou construccedilatildeo de casas populares dentro de padrotildees sanitaacuterios

adequados

A carecircncia de investimentos em saneamento eacute evidente Faz-se

necessaacuterio um ordenamento institucional que permita a implementaccedilatildeo de

accedilotildees e investimentos coordenados entre os trecircs niacuteveis de governo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

204

A educaccedilatildeo ambiental e a mobilizaccedilatildeo social devem ser prioritaacuterias

Dentre outras accedilotildees deveratildeo ser desenvolvidas a capacitaccedilatildeo de educadores

da rede ensino e difusatildeo de informaccedilotildees por diversos veiacuteculos de

comunicaccedilatildeo

76 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORGES NCF Caracterizaccedilatildeo da aacutegua cinza para promoccedilatildeo da

sustentabilidade dos recursos hiacutedricos 91 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Recursos Hiacutedricos e Ambiental) Universidade Federal do

ParanaacuteSetor de Tecnologia Curitiba-PR 2003

COCHRAN WG Teacutecnicas de amostragem Rio de Janeiro USAID 1965 555

p

DALTRO FILHO J SALES ATC Condiccedilotildees de salubridade de habitaccedilotildees

em uma comunidade do semi-aacuterido de Sergipe In 22o CONGRESSO

BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2003 Joinville

Anais Joinville ABES 2003 1 CD-ROM

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2001 1

CD-ROM

NASCIMENTO FILHO DG Contaminaccedilatildeo do manancial subterracircneo da

cidade de Feira de Santana por nitratos influecircncia das fossas seacutepticas In IX

SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

205

CAPIacuteTULO 8

CONCLUSOtildeES FINAIS

Com relaccedilatildeo agrave hipoacutetese formulada nesta tese verificou-se

(i) A aacutegua armazenada nas cisternas geralmente natildeo atendia aos padrotildees

estabelecidos para aacutegua destinada ao consumo humano Isso se deve ao fato

de que a aacutegua de chuva embora seja notoriamente de boa qualidade a aacutegua

armazenada nas cisternas monitoradas natildeo era exclusivamente de origem

pluvial e os cuidados com a proteccedilatildeo sanitaacuteria natildeo eram adequados

(ii) A aacutegua produzida nos quatro dessalinizadores monitorados embora nem

sempre tenha atendido aos padrotildees de potabilidade no geral mostrou-se de

boa qualidade para o consumo humano

(iii) Em nenhuma ocasiatildeo verificou-se que a qualidade de aacutegua dos barreiros

era apropriada para o consumo humano sendo no entanto recomendada

penas para usos menos nobres como por exemplo a dessedentaccedilatildeo de

animais Esse resultado jaacute era esperado em virtude de que estas estruturas

ficam bastante expostas sendo bastante susceptiacuteveis agrave contaminaccedilatildeo Aleacutem

disso havia sido verificado na literatura constataccedilatildeo similar

Com base nos estudos que foram conduzidos nesta pesquisa concluiu-

se

1 ndash Embora os indicadores ICV e IDH de desenvolvimento dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute venham ascendendo ao longo dos anos verificou-se em geral

que as condiccedilotildees de saneamento estatildeo aqueacutem do ideal Vaacuterias deficiecircncias

foram identificadas na aacuterea em estudo

(i) Uma necessidade de melhorar a preservaccedilatildeo manutenccedilatildeo e vistorias das

unidades do sistema de abastecimento e conscientizaccedilatildeo de evitar o

desperdiacutecio de aacutegua Aleacutem disso eacute uma necessidade premente que as

empresas responsaacuteveis devam promover um controle efetivo do sistema de

abastecimento atraveacutes do desenvolvimento de dois planos independentes um

de manutenccedilatildeo e outro de reabilitaccedilatildeo pois como foi relatado as perdas de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

206

aacutegua nos sistemas de abastecimento de aacutegua na aacuterea estudada satildeo elevadas

atingindo ateacute 76 (Petrolacircndia)

(ii) A ausecircncia de rede coletora em vaacuterias cidades (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas

Chorrochoacute e Monte Alegre de Sergipe) a baixa cobertura de coleta (menos de

50 das casas ligadas agrave rede de esgoto) em vaacuterias cidades (Delmiro Gouveia

Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco

Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo) e a

maacute preservaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio tecircm contribuiacutedo para o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

(iii) Necessidade de elaboraccedilatildeo de projetos criteriosos maior atenccedilatildeo com

relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos componentes do sistema de

drenagem

(iv) Uma necessidade de proporcionar um tratamento e disposiccedilatildeo adequados

aos resiacuteduos soacutelidos e elaboraccedilatildeo de um programa sistemaacutetico de educaccedilatildeo

ambiental

(v) Uma infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede e carecircncia de

profissionais de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida

(atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com 941) as altas taxas de

mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice aceitaacutevel da ONU que eacute

de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com um valor maacuteximo em

Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) e o nuacutemero elevado de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200 casos de diarreacuteia

notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

2 ndash Devido agrave ineficiecircncia no tocante aos cuidados com operaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos dessalinizadores de 56 unidades de dessalinizaccedilatildeo na aacuterea

de Xingoacute somente 11 vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem de 45

unidades que natildeo estavam produzindo aacutegua dessalinizada acrescente-se a

paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Adicionalmente

verificou-se que o rejeito gerado vinha sendo descartado no meio ambiente

sem nenhum criteacuterio contribuindo para a sua degradaccedilatildeo As anaacutelises de aacutegua

do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de cloretos STD e condutividade

eleacutetrica Os maiores valores foram verificados no rejeito gerado no

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

207

dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE) sendo esses valores iguais a

6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e de 18020 microScm (condutividade

eleacutetrica) Amostras de solo coletadas no local de despejo do rejeito dessas

unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao solo A condutividade

eleacutetrica de cada um dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas

no ponto de despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo

como salino sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor

foi verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

3 ndash Os valores de cor aparente turbidez e dureza da aacutegua do permeado

produzido pelos dessalinizadores de Areias Aroeira Minuim e Icozeira sempre

atenderam agrave Portaria 518 do MS No entanto o pH do permeado produzido nos

dessalinizadores de Aroeira e no de Icozeira nem sempre o STD e a

concentraccedilatildeo de cloretos do permeado produzido no dessalinizador de Areias

nem sempre atenderam agrave Portaria no 518 do MS Embora natildeo tenha sido

detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes no permeado conveacutem

efetuar a desinfecccedilatildeo pois as torneiras onde se retira o permeado ficam

expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute transportada em baldes com boa

possibilidade de ficar contaminada

4 ndash Levantamentos sobre as condiccedilotildees de uso das cisternas e anaacutelises de

aacutegua coletada evidenciaram a necessidade premente de um sistemaacutetico

programa de capacitaccedilatildeo dos usuaacuterios e de monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua

5 ndash A aacutegua estocada nos barreiros natildeo deve ser consumida pela populaccedilatildeo

pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de coliformes natildeo estatildeo

compatiacuteveis com a Portaria 518 do MS

6 ndash Com os resultados da aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios agrave populaccedilatildeo de Poccedilo

Redondo constatou-se o baixo niacutevel de escolaridade e de renda dos chefes de

famiacutelia e da maacute qualidade dos setores de serviccedilo

7 ndash De acordo com a opiniatildeo dos entrevistados na zona rural de Poccedilo

Redondo o serviccedilo de sauacutede foi o que apresentou maior percentual com

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

208

389 dos entrevistados escolhendo-o como o melhor serviccedilo enquanto que

284 responderam que natildeo sabiam qual o melhor serviccedilo

8 ndash Na zona urbana o serviccedilo que apresentou maior percentual foi o de

limpeza puacuteblica com cerca de 321 dos entrevistados elegendo-o como o

melhor serviccedilo Um percentual de 205 dos entrevistados natildeo soube

responder

9 ndash Tanto na zona rural como na urbana o esgotamento sanitaacuterio foi escolhido

como o pior serviccedilo respectivamente com 262 e 423 das pessoas

questionadas

Espera-se que os resultados deste trabalho proporcionem subsiacutedios que

auxiliem os gestores nas tomadas de decisotildees nas questotildees que envolvam o

saneamento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

209

ANEXOS

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

210

ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR (MODELO AP

10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

211

Bombadosadora

M - 4

M - 3M - 2M - 1 PSLV - 1

Filtros de cartucho

L1 L2 L3

V - 2

V - 4

Bomba de alta pressatildeo

RecirculaccedilatildeoL6

V - 9 P1

P2

P3

V - 3

Q1

Q2

V - 6

V - 5

VR

VR

V - 7

V - 8

Efluente concentrado

Efluentepermeado

L4

L5

A

B

Aacutegua de alimenta ccedilatildeo(Salobra)

Lim pezaquiacutem ica - eRetrolavagem -

B

A

Figura A1 Fluxograma do dessalinizador (modelo AP 10004000 da

Perenne) de Minuim (Santa Briacutegida-BA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

212

A1 ndash DESCRICcedilAtildeO DO PROCESSO (RELACIONADO Agrave FIGURA A1)

A aacutegua salobra (L1) eacute admitida na unidade atraveacutes da vaacutelvula (V ndash 1) em seguida passa por uma bateria de filtros de cartucho onde satildeo removidos os soacutelidos em suspensatildeo A referida bateria eacute composta por 6 filtros de cartucho em paralelo Apoacutes a bateria de filtros a aacutegua salobra filtrada eacute enviada para a bomba de alta pressatildeo (L2) que fornece pressatildeo suficiente para remover os sais atraveacutes das membranas)

A linha L3 alimenta o vaso de pressatildeo onde ocorre o processo de separaccedilatildeo As linhas L4 e L5 conduzem respectivamente concentrado e aacutegua potaacutevel Obs No caso de queda de pressatildeo na L2 apoacutes os filtros de cartucho (por falta de aacutegua de alimentaccedilatildeo entupimento dos filtros vazamentos etc) o equipamento desliga-se automaticamente

A2 ndash DESCRICcedilAtildeO DAS LINHAS EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS A21 ndash LINHAS (REFERE-SE AO FLUXOGRAMA DE PROCESSO COMPLETO) Tabela A1 Linhas Linha Material Qualidade da aacutegua Utilizaccedilatildeo

L1 PVC Salobra (baixa pressatildeo natildeo exceder 7 kgcm2)

Alimentaccedilatildeo dos filtros de 5 micra

L2 CPVCnylon Salobra (baixa pressatildeo) Captaccedilatildeo da aacutegua dos filtros de 5 micra para

alimentaccedilatildeo da bomba de alta

pressatildeo L3 PVC Salobra (alta pressatildeo natildeo

exceder 30 kgcm2) Transporta aacutegua salobra filtrada e

pressurizada durante a operaccedilatildeo para

alimentar os permeadores

L4 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Transporta aacutegua salobra concentrada

L5 PVC Potaacutevel (baixa pressatildeo) Transporta aacutegua potaacutevel para o reservatoacuterio

L6 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Recircula o concentrado para

aumentar a recuperaccedilatildeo do

sistema (opcional)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

213

A22 ndash EQUIPAMENTOS Tabela A2 Bomba de alta pressatildeo

Tipo Pressatildeo de operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga multi-

estaacutegio

180 220380 V ndash monofaacutesicotrifaacutesico ndash 60

Hz

30 Comprimir a aacutegua salobra filtrada a ser

enviada aos permeadores

Tabela A3 Bomba de retrolavagem Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga em Noryl

20 220 V ndash monofaacutesicondash

60 Hz

13 Fazer retrolavagem e limpeza quiacutemica

Tabela A4 Bomba dosadora (opcional) Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Funccedilatildeo

Diafragma 180 Bobina Saw Dosar aacutecido eou anti-incrustante

Tabela A5 Vaacutelvulas Vaacutelvula Tipo Funccedilatildeo V ndash 1 Esferamanual Controlar a entrada da aacutegua salobra

(aacutegua do poccedilo) V ndash 2 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda da bomba de alta pressatildeo V ndash 3 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda do concentrado do permeador (regulagem do dessalinizador)

V ndash 4 Esferamanual Controlar o sistema de retrolavagem V ndash 5 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 6 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 7 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 8 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 9 Registromanual Ajustar a recirculaccedilatildeo (opcional) VR Retenccedilatildeo Assegurar o sistema

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

214

Tabela A6 Filtros de cartucho (5 micra) Quantidade Elemento filtrante Vazatildeo maacutexima de

operaccedilatildeo (m3helemento)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo (kgcm2)

6 Cartucho de celulose

aglomerada eou polipropileno 5

micras

10 Diferencial de 18 ndash 24

Tabela A7 Permeadores (P1 P2 e P3) Nuacutemero de elementos

Comprimento (m) Diacircmetro (m)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo

(psi)

Temperatura maacutexima de

operaccedilatildeo (oC)

3 30 01 3550 45 Obs os permeadores satildeo tubos de alta pressatildeo confeccionados em plaacutestico reforccedilado com fibra de vidro internamente montados com membranas de osmose reversa (3 membranas em cada permeador) e com vazatildeo maacutexima por permeador de 36 m3h

A23 ndash INSTRUMENTACcedilAtildeO Tabela A8 Manocircmetros

Manocircmetro Funccedilatildeo M ndash 1 Verificar a pressatildeo da alimentaccedilatildeo da bateria de filtros de cartucho

(5 micra) M ndash 2 Verificar a pressatildeo de saiacuteda da bateria de filtros de cartucho (5

micra) M ndash 3 Verificar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo dos permeadores M ndash 4 Verificar a pressatildeo de saiacuteda dos permeadores (concentrado)

Tabela A9 Medidores de vazatildeo Manocircmetro Funccedilatildeo

Q1 Medir a vazatildeo da aacutegua concentrada Q2 Medir a vazatildeo da aacutegua potaacutevel

Tabela A10 Pressostato Pressatildeo de

acionamento (kgcm2)

Funccedilatildeo

10 Controlar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo da bomba de alta pressatildeo e enviar sinal eleacutetrico para o desligamento da

bomba de alta pressatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

215

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM

POCcedilO REDONDO-SE (Figuras B1 a B20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

216

Figura B1 Areias Figura B2 Assentamento

Cajueiro

Figura B3 Assentamento Maria Bonita

Figura B4 Assentamento Maria Feitosa

Figura B5 Assentamento Mulungu

Figura B6 Assentamento Pioneira

Figura B7 Assentamento Satildeo Francisco

Figura B8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

217

Figura B9 Maranduba Figura B10 Pia do Boi

Figura B11 Queimadas Figura B12 Rancho Velho

Figura B13 Tanque Novo Figura B14 Berro Grosso

Figura B15 Flor da Serra Figura B16 Assentamento

JacareacuteCurituba

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

218

Figura B17 Peacute da Serra Figura B18 Salgadinho

Figura B19 Satildeo Joseacute Figura B20 Serra da Guia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

219

ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS CISTERNAS

MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE (Figuras C1 a C20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

220

Figura C1 Areias

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

(g)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

(c) (d)

(f)

(h)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

221

Figura C2 Assentamento Cajueiro

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

5

10

15

20

25

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

2

4

6

8

10

12

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

050

100150200250300350400

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

(f)

(h)(g)

(e)

(c)

(b)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

(d)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

222

Figura C3 Assentamento Maria Bonita

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

05

1015202530354045

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(a)

(d)(c)

(e) (f)

(g) (h)

(j)

(b)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

223

Figura C4 Assentamento Maria Feitosa

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(b)

(d)(c)

(a)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

224

Figura C5 Assentamento Mulungu

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Tur

bide

z (u

T)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

ST

D (m

gL)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

DESO + chuva DESO

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

225

Figura C6 Assentamento Pioneira

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO + chuva chuva DESO

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva chuva DESO

(b)

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

226

Figura C7 Assentamento Satildeo Francisco

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

02468

1012141618

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

123456789

1011121314

pH

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

227

Figura C8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

020406080

100120140160180

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

228

Figura C9 Maranduba

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

229

Figura C10 Pia do Boi

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chafariz + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chafariz + chuva chuva

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

230

Figura C11 Queimadas

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

6

7

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

05

1

15

2

25

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

(f)

(h)(g)

(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

231

Figura C12 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

14

Cor

apa

rent

e (u

H)

02468

1012141618

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

232

Figura C13 Tanque Novo

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

Turb

idez

(uT)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

10

20

30

40

50

60

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

(b)(a)

(c) (d)

(f)

(g) (h)

(j)(i)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

233

Figura C14 Berro Grosso

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

(i)

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

10121416

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(h)

(j)

(g)

(f)(e)

(d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

234

Figura C15 Flor da Serra

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(c)

(f)(e)

(d)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

235

Figura C16 Assentamento JacareacuteCurituba

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0102030405060

7080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO

(g)

(i) (j)

(h)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

236

Figura C17 Peacute da Serra

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

237

Figura C18 Salgadinho

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

100

200

300

400

500

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

238

Figura C19 Satildeo Joseacute

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

239

Figura C20 Serra da Guia

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Scm

)

020406080

100120140160180

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

(g) (h)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

240

ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

241

Figura D1 Bomba bola de gude

Tabela D1 Material necessaacuterio para a confecccedilatildeo da bomba bola de gude Parte interna Parte externa bull Joelho de 90o soldaacutevel de 32 mm bull Cap soldaacutevel bull Tubo de 32 mm com 15 cm bull Tubo de 32 mm com 25 cm bull Tubo de 32 mm com 10 cm bull Tubo de 30 mm com 240 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull T soldaacutevel de 32 mm bull Luva soldaacutevel 25 por 32 mm mista bull Luva soldaacutevel com rosca 25 por 32 mm mista bull 2 bolas de gude bull 1 anel de sola

bull Bucha de reduccedilatildeo soldaacutevel curta de 50 por 40 mm bull Adaptador (frange) de 50 por 1 12rdquo com rosca interna bull Tubo de 50 mm com 225 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull Tubo de 50 mm com 150 mm com furo bull Luva de 50 por 1 frac12 mista bull Luva de reduccedilatildeo soldaacutevel 50 por 32 mm bull Luva soldaacutevel com rosca 25 cm por 32 mm

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

242

ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

243

E1 ndash CARACTERIacuteSTICAS DO CLORADOR DA EMBRAPA Simples barato eficiente e pode ser montado pelo proacuteprio usuaacuterio Sua finalidade eacute clorar a aacutegua em propriedades rurais

Figura E1 Cloraccedilatildeo de aacutegua do reservatoacuterio

Figura E2 Esquema de montagem do clorador da EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

244

E2 ndash COMO PROCEDER PARA CLORAR A AacuteGUA A SER CONSUMIDA 1 ndash Fechar o registro (A) da entrada de aacutegua para o reservatoacuterio

2 ndash Abrir a torneira (B) para aliviar a pressatildeo da tubulaccedilatildeo Quando a aacutegua

parar de escorrer tornar a fechaacute-la

3 ndash Preparar a soluccedilatildeo de cloro da seguinte forma em frac12 copo de aacutegua colocar

uma colher rasa de cafeacute do cloro granulado (adquirido no comeacutercio

especializado em venda de produtos para piscina) e misturar bem ateacute diluir o

cloro Esta quantidade eacute suficiente para um reservatoacuterio com capacidade de

500 L de aacutegua

4 ndash Apoacutes isso abrir o registro (C) e entornar lentamente a soluccedilatildeo no receptor

de cloro (D) procurando evitar o borbulhamento da soluccedilatildeo que pode causar

acidente caso atinja os olhos

5 ndash Apoacutes esta operaccedilatildeo lavar o receptor de cloro (D) com aacutegua limpa e em

seguida fechaacute-lo

6 ndash Apoacutes isso fechar o registro do clorador (C) e abrir o registro da entrada de

aacutegua Assim que o cloro atingir o reservatoacuterio a aacutegua estaraacute clorada Uma hora

depois estaraacute isenta de germes Para acelerar esse processo basta utilizar a

aacutegua da caixa dando uma descarga no vaso sanitaacuterio

Obs a cloraccedilatildeo deve ser precedida por uma filtraccedilatildeo Adquirindo-se um kit de

dosagem de cloro pode-se verificar se a aacutegua estaacute corretamente clorada na

dosagem ideal

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

245

E3 ndash Material necessaacuterio para montagem do clorado da EMBRAPA

(a) Adaptador 25 x 34 (R$625unid) (b) Bucha reduccedilatildeo 60 x 25 (R$355unid)

(c) Registro Esfera 34 (R$1185unid) (d) Niacutepel ndash 34 ndash R$047unid)

(e) Tecirc 25 mm (R$061unid) (f) Tecirc 25 mm rosqueado (R$148unid)

(g) Torneira de jardim 12 (R$1058unid) (h) Tubo 25 mm (R$180m)

Figura E3 Tubos e conexotildees necessaacuterios para a montagem do clorador da EMBRAPA (com a indicaccedilatildeo de preccedilos - Tupan Construccedilotildees Recife 27012007)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

246

ANEXO F FILTRO DE AREIA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

247

Tabela F1 Eficiecircncia da remoccedilatildeo do filtro de areia

Paracircmetro Desempenho do filtro Cor Reduccedilatildeo de 30 a 100

Turbidez Reduccedilatildeo para 1 UNT Coliformes termotolerantes Reduccedilatildeo entre 95 e 100

Cercarias Virtual remoccedilatildeo de cercaacuterias de schistossoma cistos e ovos

Viacuterus Virtual completa remoccedilatildeo Mateacuteria orgacircnica 60 a 75 de reduccedilatildeo

Ferro e manganecircs Muito removidos Metais pesados 30 a 95 de reduccedilatildeo

Figura F1 Esquema do filtro de areia (PINTO HERMES 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

248

ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras G1 a G8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

249

Figura G1 Pia do Boi Figura G2 Rancho Velho

Figura G3 Satildeo Sebastiatildeo Figura G4 Titoacuteia

Figura G5 Junccedila Figura G6 Maravilha

Figura G7 Poccedilo Preto Figura G8 Salitrado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

250

ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS

BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras H1 a H8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

251

Figura H1 Pia do Boi

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

STD

(mg

L)

0

100

200

300

400

500

600

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

252

Figura H2 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(a) (b)

(d)

(e) (f)

(h)(g)

0500

10001500200025003000350040004500

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

253

(c) Satildeo Sebastiatildeo

Figura H3 Satildeo Sebastiatildeo

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0102030405060708090

100

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800900

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

STD

(mg

L)

0

20

40

60

80

100

120

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(f)(e)

(d)

(a) (b)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

254

Figura H4 Titoacuteia

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

1000

STD

(mg

L)

05

10152025303540

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)

(b)(a)

0

50

100

150

200

250

300

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

6080

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

2040

60

80

100120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

255

Figura H5 Junccedila

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(d)(c)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

256

Figura H6 Maravilha

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

2030

40

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

010

20

3040

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

(h)

(i) (j)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

257

Figura H7 Poccedilo Preto

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

30

60

90

120

150

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200

300400500600

700800

ST

D (m

gL)

01020304050607080

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

258

Figura H8 Salitrado

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(f)(e)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

259

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO

APLICADO EM POCcedilO REDONDO-SE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

260

SERVICcedilO PUacuteBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO A pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras

hiacutedricas na aacuterea de Xingoacuterdquo tem entre os seus objetivos especiacuteficos sugerir e orientar

medidas relacionadas com o abastecimento humano no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

com o objetivo de sua melhoria Para isso seratildeo feitas algumas perguntas aos

moradores e as respostas seratildeo anotadas em questionaacuterio Todas as informaccedilotildees seratildeo

anocircnimas (sigilosas) O entrevistado natildeo seraacute identificado nem assinaraacute qualquer

documento garantindo-lhe total sigilo Os resultados serviratildeo agrave elaboraccedilatildeo de trabalho

para conclusatildeo de curso de doutorado Poderatildeo os seus resultados serem publicados em

trabalhos cientiacuteficos e agrave prefeitura de Poccedilo Redondo-SE a fim de contribuir para

melhoria da qualidade de vida da aacuterea estudada Sabe-se que a sauacutede da populaccedilatildeo estaacute

diretamente ligada agrave existecircncia de serviccedilos de saneamento adequados

Eu ____________________________________ declaro que tomei conhecimento da (nome da pessoa entrevistada)

pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute e livremente concordo em participar da mesma

Diante deste termo dato e assino abaixo ________________________________________________________ Giovanni de Melo Perazzo (entrevistador)

Poccedilo Redonso-SE____ de ______________ de ______

Obs para qualquer duacutevida ou esclarecimento por parte do entrevistado entrar em contato com o

entrevistador (Giovanni de Melo Perazzo) nos seguintes telefones (82) 3686-1557 ou (81) 2126-8906

Departamento de Engenharia Civil - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Ambiental e Recursos

Hiacutedricos Endereccedilo Av Acadecircmico Heacutelio Ramos sn ndash Cidade Universitaacuteria CEP 50740-530 Recife-PE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

261

Riscos A referida pesquisa oferece riscos miacutenimos agrave pessoa entrevista incluindo-se a

possibilidade de causar-lhe constrangimento com relaccedilatildeo agraves perguntas oferecidas pelo

questionaacuterio

Benefiacutecios Com a obtenccedilatildeo dos conhecimentos obtidos sobre o saneamento ambiental

(potencialidades deficiecircncias e proposiccedilotildees) no municiacutepio investigado (Poccedilo Redondo-

SE) espera-se que accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo de planejamento e definiccedilatildeo de tomada de

decisotildees possam ser efetuadas por parte dos gestores no sentido de melhoria do niacutevel

de vida da populaccedilatildeo em particular o saneamento ambiental

______________________________

(assinatura do entrevistado)

______________________________

Assinatura de testemunha

______________________________

Assinatura de testemunha

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

262

Paracircmetros a serem coletados junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo submetidos agrave aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc

de Eacutetica do CCSUFPE 1) Perfil 11) Niacutevel de escolaridade do chefe de famiacutelia Natildeo possui ( ) alfabetizado ( ) 1o grau ( ) 2o grau ( ) superior ( ) poacutes-graduaccedilatildeo ( ) 12) Funccedilatildeo (profissatildeo) ____________________________ 13) Quantas horas por dia trabalha Menos de 4 horas ( ) 4 horas ( ) 5 horas ( ) 6 horas ( ) 7 horas ( ) 8 horas ( ) 9 horas ( ) 10 horas ( ) mais de 10 horas ( ) 14) Renda mensal Menor que 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 2 salaacuterios miacutenimo ( ) 3 salaacuterios miacutenimo ( ) 4 salaacuterios miacutenimo ( ) maior que 4 salaacuterios miacutenimo ( ) 15) Nuacutemero de residentes na casa onde mora ______ 16) Quais culturas cultiva Feijatildeo ( ) milho ( ) mandioca ( ) mamatildeo ( ) melancia ( ) cenoura ( ) outras ( ) quais_____________________________ 17) Animais que cria Cabras e bodes ( ) ndash quantos________________ Vacas e bois ( ) ndash quantos________________ Porco ( ) ndash quantos________________ Galinha ( ) ndash quantos________________ Outros ( ) ndash quais________________________ quantos________________ 2) Objeto 21) Tipo de parede da casa Tijolo ( ) taipa ( ) madeira ( ) adobe ( ) bloco de cimento ( ) outra ( ) 22) Tipo de revestimento da parede Sem reboco ( ) rebocada ( ) rebocada parcialmente ( ) rebocada e caiada ( ) outra ( ) 23) Material da cobertura Telha de barro ( ) telha de cimento amianto ( ) telha de alumiacutenio ( ) madeira ( ) palha ( ) outra ( ) 24) Material do piso do chatildeo Madeira ( ) tijolo ( ) terra ( ) ladrilhoceracircmicacimento ( ) 25) Pavimentaccedilatildeo da rua Paralelepiacutepedo ( ) asfalto ( ) barro ( ) outro ( ) natildeo tem ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

263

26) Local onde existe fissura na casa Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) sem fissura ( ) 27) Local na casa onde existe umidade Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) Natildeo existe ( ) 28) Forma de abastecimento de aacutegua No inverno rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) No veratildeo rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) 29) Possui caixa daacutegua ou cisterna Sim ( ) Quantos litros____________ Natildeo ( ) 210) Possui hidrocircmetro Sim ( ) Natildeo ( ) 211) Como trata a aacutegua que bebe filtra ( ) cocirca ( ) ferve ( ) usa cloro ( ) natildeo trata ( ) 212) Destino do esgoto da casa fossa seacuteptica p depois ir para o solo ( ) fossa seacuteptica p depois ir p a rede coletora ( ) fossa seca ( ) solo a ceacuteu aberto ( ) rede coletora ( ) 213) Possui banheiro Na casa ( ) fora da casa ( ) natildeo possui banheiro ( ) 214) As aacuteguas servidas satildeo aproveitadas de alguma forma Sim ( ) como _______________ natildeo ( ) 215) Destino do lixo Coletado pela prefeitura ( ) queimado ( ) enterrado ( ) mato ( ) rio ( ) 216) Teve algum caso de doenccedila nos residentes nos uacuteltimos 6 meses Sim ( ) qual _______________ Natildeo ( ) 217) Acesso aos oacutergatildeos de sauacutede puacuteblica Oacutetimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) peacutessimo ( ) 3) Aberto 31) Qual o pior serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

264

32) Qual o melhor serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( ) 33) Grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada um dos serviccedilos prestados Abastecimento de aacutegua Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Esgotamento sanitaacuterio Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Drenagem pluvial Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Limpeza puacuteblica Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Serviccedilos de sauacutede Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS ndash ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA CIVIL Aacuterea de concentraccedilatildeo Tecnologia Ambiental e Recursos Hiacutedricos

TESE DE DOUTORADO

GIOVANNI DE MELO PERAZZO

SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute

Recife 2007

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

GGIIOOVVAANNNNII DDEE MMEELLOO PPEERRAAZZZZOO SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute

TTeessee aapprreesseennttaaddaa aaoo PPrrooggrraammaa ddee PPoacuteoacutess--ggrraadduuaaccedilccedilatildeatildeoo eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeerrnnaammbbuuccoo ppaarraa oobbtteennccedilccedilatildeatildeoo ddoo ttiacuteiacutettuulloo ddee DDoouuttoorr eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill AacuteAacuterreeaa ddee CCoonncceennttrraaccedilccedilatildeatildeoo TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ee RReeccuurrssooss HHiacuteiacuteddrriiccooss OOrriieennttaaddoorr MMaarriioo TTaakkaayyuukkii KKaattoo

PPrrooff aaddjjuunnttoo PPhhDD eemm TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee AAggrriacuteiacuteccoollaa ddee WWaaggeenniinnggeenn HHoollaannddaa

CCoo--oorriieennttaaddoorr SSaacuteaacutevviiaa GGaavvaazzzzaa ddooss SSaannttooss PPrrooffaa aaddjjuunnttaa ddoouuttoorraa ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee ddee SSatildeatildeoo CCaarrllooss--SSPP

RReecciiffee 22000077

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

P427s Perazzo Giovanni de Melo

Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute Giovanni de Melo Perazzo ndash Recife O Autor 2007

xii 264 f il graacutefs tabs Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CTG Depto de Engenharia Civil Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Civil 2007

Inclui referecircncias bibliograacuteficas e anexos 1 Engenharia Civil 2 Saneamento Ambiental 3

Aacutegua - Qualidade 4 Aacutegua ndash Abastecimento - Xingoacute I Tiacutetulo

624 CDD (22ed) UFPEBCTG2007-065

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ldquoA aacutegua eacute um recurso natural renovaacutevel que apresenta sinais de escassez Esta escassez se faz sentir quando a aacutegua eacute desperdiccedilada ou perdida por natildeo se reconhecer o seu verdadeiro valorrdquo (BANCO MUNDIAL 1992)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Geraldo Perazzo e Diana Abrantes de Melo Perazzo minha eterna gratidatildeo

Agrave toda minha famiacutelia pelo que me tem proporcionado

Ao Professor Mario Takayuki Kato orientador e idealizador desta tese

pelo apoio orientaccedilatildeo e pela confianccedila que depositou em mim

Agrave professora e co-orientadora Saacutevia Gavazza pelas sugestotildees

orientaccedilotildees e amizade

Agrave Professora Lourdinha Florencio pela amizade e conhecimentos transmitidos

Aos professores da UFPE que fazem a Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia

Civil em especial aos professores Maria do Carmo Sobral Joseacute Mariano de

Saacute Aragatildeo Paulo Tadeu Ribeiro de Gusmatildeo Suzana Montenegro Jaime

Cabral Sylvio Campello pela contribuiccedilatildeo acadecircmica e profissional

imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do meu doutorado

Aos colegas Vicente de Paula e Ronaldo Faustino pela amizade

sincera companheirismo cooperaccedilatildeo lealdade e por terem compartilhado

duacutevidas problemas soluccedilotildees e alegrias

Ao professor da UFRPE Joseacute Antonio Aleixo pela contribuiccedilatildeo na parte

estatiacutestica

Aos dedicados funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Civil

Ronaldo Fonseca Teacutecnico do Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental

Laudenice Bezerra e Andreacutea Negromonte secretaacuterias do curso de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia Civil da UFPE pelo profissionalismo e sincera

amizade

A todos os amigos e colegas da Poacutes-graduaccedilatildeo e do Grupo de

Saneamento Ambiental em especial a Ana Maria Bastos Ana Paula de

Arauacutejo Ana Claacuteudia Andreacute Felipe Santos Diogo Santana Flaacutevio Joseacute Castro

Filho Jefferson Henrique Bonfim Kenia Barros Maria Clara Mendonccedila Mariacutelia

Lyra Mauriacutecio Pimenta Marcos Vieira Petronildo Bezerra Silvana Arauacutejo

Simone Machado Sergio Carneiro Suzana Pedroza Tauil Selingardi Joseacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Armando Torres Moreno e Valmir Marques pelo companheirismo e alegria

durante toda nossa convivecircncia

Agrave professora e diretora do Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute professora Isabel Marinho pelo indispensaacutevel apoio agrave

pesquisa A todos os amigos que convivi no Instituto Xingoacute e que de alguma

forma ajudaram-me na soluccedilatildeo de problemas Rivaldo Pereira (Pingo)

Anselmo Alves Rivaldo Couto Jucelino Schaeffer Renato Figueiredo Jailza

Siqueira Joseacute Gomes Auro Andrade Marcelo Barbalho Renata Paulino

Ricardo Bezerra Ana Rute Bernardino Ramalho Alberto Guedes Joseacute Castro

Erick Lopes Paulo Belchior Aidil Almeida e Wbaneide Andrade

A todos os amigos que estatildeo ou que passaram pelo Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental em especial a Juliana Cardoso Juilma Anailda da

Silva Luiacuteza Feitosa Taciana dos Santos Sylvia Costa Aparecida Guilherme

Poliana Maria Andreacute Diego Cinthia Melquiacuteades Elizabeth Pastich Ewson

Andrade Ednaldo Gomes Aline Brasil Aluiacutezio Galdino Ismaacutelia Melo Luiz

Galdino Rodrigo Mendonccedila Solange Melo Yuri Vieira entre outros pela

colaboraccedilatildeo e amizade

Agrave FUNASA pelo apoio financeiro e em especial ao consultor ad hoc

Osman Lins e agrave Sra Filomena Kotaka pela amizade e apoio agrave pesquisa

Ao Ministeacuterio da Ciecircncia e TecnologiaCAPES pelo apoio financeiro agrave

pesquisa

Agrave Universidade Federal de Pernambuco pela oportunidade iacutempar de

desenvolver este trabalho

Ao Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico de Xingoacute pelo

apoio logiacutestico

Agraves prefeituras dos municiacutepios de Xingoacute em particular agrave prefeitura de

Poccedilo Redondo pelas informaccedilotildees e apoio

Aos moradores entrevistados em Poccedilo Redondo pelas entrevistas aos

questionaacuterios semi-estruturados

Aos proprietaacuterios das 20 cisternas monitoradas por consentirem a coleta

de aacutegua para anaacutelise

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

SUMAacuteRIO

Paacutegina

LISTA DE FIGURAS i

LISTA DE TABELAS iv

LISTA DE SIGLAS E SIacuteMBOLOS vii

RESUMO ix

ABSTRACT xi

CAPIacuteTULO 1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

1

1 OBJETIVOS DA PESQUISA 4 11 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA 4 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 4 13 HIPOacuteTESE 4 14 ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE 5 CAPIacuteTULO 2 O ESTADO DA ARTE

7 21 A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-

AacuteRIDO BRASILEIRO

7 22 SANEAMENTO AMBIENTAL 14 23 QUALIDADE DE AacuteGUA 16 231 Generalidades 16 232 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos 18 233 Paracircmetros bacterioloacutegicos 23 234 Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano 24 24 ABASTECIMENTO DE AacuteGUA 26 241 Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua 26 242 Obras hiacutedricas de pequeno porte 29 24 ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA

QUALIDADE DE AacuteGUA

45 241 Dessalinizaccedilatildeo 45 242 Filtraccedilatildeo domiciliar 55 243 Desinfecccedilatildeo 56 244 Moringa 56 245 Aguapeacute (Eichornia crassipes) 58

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 25 USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO

AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

59 251 Controle de perdas e desperdiacutecio 59 252 Reuacuteso de aacutegua 60 26 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 61 CAPIacuteTULO 3 PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

77

RESUMO 77 ABSTRACT 77 31 INTRODUCcedilAtildeO 78 32 METODOLOGIA 78 33 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 79 331 Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 79 332 Perfil do saneamento ambiental 85 34 CONCLUSOtildeES 100 35 RECOMENDACcedilOtildeES 101 36 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 102 CAPIacuteTULO 4 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE DESSALINIZADORES NA AacuteREA DE XINGOacute

105

RESUMO 105 ABSTRACT 105 41 INTRODUCcedilAtildeO 106 42 METODOLOGIA 107 43 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 111 44 CONCLUSOtildeES 138 45 RECOMENDACcedilOtildeES 140 46 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 141

CAPIacuteTULO 5 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO REDONDO-SE

143 RESUMO 143 ABSTRACT 143 51 INTRODUCcedilAtildeO 144 52 METODOLOGIA 147 53 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 152 54 CONCLUSOtildeES 167

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 55 RECOMENDACcedilOtildeES 169 55 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 170 CAPIacuteTULO 6 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM

POCcedilO REDONDO-SE

173

RESUMO 173 ABSTRACT 173 61 INTRODUCcedilAtildeO 173 62 METODOLOGIA 174 63 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 176 64 CONCLUSOtildeES 180 65 RECOMENDACcedilOtildeES 181 66 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 181 CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO REDONDO-SE

183

RESUMO 183 ABSTRACT 183 71 INTRODUCcedilAtildeO 184 72 METODOLOGIA 184 73 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 188 731 Perfil dos moradores 188 732 Objeto (perfil sanitaacuterio) 191 733 Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de

saneamento)

200 74 CONCLUSOtildeES 203 75 RECOMENDACcedilOtildeES 203 76 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 204

CAPIacuteTULO 8 CONCLUSOtildeES GERAIS

205

ANEXOS 209 ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR

(MODELO AP 10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA) 210

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 215 ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS

CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 219

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE 240 ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA 242 ANEXO F FILTRO DE AREIA 246 ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 248 ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS BARREIROS

MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 250

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO APLICADO EM POCcedilO

REDONDO-SE 259

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

i

LISTA DE FIGURAS Paacutegina Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o

detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GeoXingoacute)

3 Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-Aacuterido no Brasil (IBAMA 2003

apud Freire 2004)

10 Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999) 32 Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001) 37 Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001) 38 Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Costa e Melo (ABREU 2001) 39 Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997) 40 Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS

1997)

41 Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e

amostragem (FREITAS 1997)

41 Figura 29 Processos de osmose (CRAVO 1999) 47 Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al

(2006)

54 Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento

de aacutegua na aacuterea de Xingoacute

88 Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

89 Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da

aacuterea de Xingoacute no rio Satildeo Francisco e seus afluentes

90 Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com

utilizaccedilatildeo inadequada na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas envolvendo o esgotamento sanitaacuterio

na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea

de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

92 Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de

Xingoacute

93 Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionadas aos resiacuteduos soacutelidos e

limpeza puacuteblica na aacuterea de Xingoacute

95 Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos

na aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

95 Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

99 Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem

dessalinizador em Poccedilo Redondo

113 Figura 42 Dessalinizadores monitorados 117 Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

121

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ii

Paacutegina Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias 123 Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira 125 Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim 127 Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira 129 Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

136 Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

154 Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da

cisterna do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de detritos

155 Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 54 Caixa construiacuteda sem impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas

nas caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

163 Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

188 Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo 189 Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo 189 Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo 190 Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo 190 Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas 193 Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo

Redondo

195 Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo 195 Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro 196 Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do

vaso sanitaacuterio

196 Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal de residecircncia 196 Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

197

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iii

Paacutegina Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidades de tratamento de Santa

Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso

em Santa Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de

Poccedilo Redondo

198 Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

200 Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 200 Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 201 Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua

na opiniatildeo dos entrevistados

201 Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem urbana na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

202

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iv

LISTA DE TABELAS

Paacutegina Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado 7 Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

25 Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a

Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

26 Tabela 24 Tipos de dessalinizadores 46 Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex

53 Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo

de atriplex

53 Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como

coagulante

58 Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos

29 municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto Xingoacute

80 Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute

83 Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute

86 Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade de aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados

109 Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

109 Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

110 Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory 111 Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

114 Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e

deslocamentos a serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em dessalinizadores

116 Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de

permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

118 Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

122 Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

124

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

v

Paacutegina Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

126 Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

128 Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito)

135 Tabela 413 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 414 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

148 Tabela 52 Paracircmetros de qualidade de aacutegua determinados na aacutegua

coletada nas 20 cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

150

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas localizadas em Poccedilo Redondo-SE

155

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

157

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

162

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vi

Paacutegina Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na

caixa construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda sem o impermeabilizante

164

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20 cisternas em Poccedilo Redondo

166

Tabela 61 Localidades e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de 8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

176

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8 barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

176

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados

177

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

178

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros em Poccedilo Redondo-SE

180

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados nas aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

187

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vii

LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SIacuteMBOLOS

A Ampegravere (unidade de corrente eleacutetrica) ABCMAC Associaccedilatildeo Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacuteguas de

Chuva ABES Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ABRH Associaccedilatildeo Brasileira de Recursos Hiacutedricos Al siacutembolo quiacutemico do alumiacutenio AL sigla do estado de Alagoas AMASE Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe APHA American Public Health Association AWWA American Water Works Association BA sigla do estado da Bahia BaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de baacuterio CaCO3 foacutermula quiacutemica do carbonato de caacutelcio CaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de caacutelcio CASAL Companhia de Abastecimento drsquoAacutegua e Saneamento do

Estado de Alagoas CDJBC Centro Dom Joseacute Brandatildeo de Capacitaccedilatildeo CECAC Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos CECOR Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural CERB Companhia de Engenharia Rural da Bahia CHESF Companhia Hidro Eleacutetrica do Satildeo Francisco Cl - iacuteon cloreto CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco

e do Parnaiacuteba COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento CPATSA Centro de Pesquisa Tecnoloacutegica do Semi-Aacuterido CPVC cloreto de polivinila clorado CV coeficiente de variaccedilatildeo CV cavalo-vapor (unidade de potecircncia) DESO Companhia de Saneamento de Sergipe dSm deciSimens por metro EE estaccedilatildeo elevatoacuteria EMBASA Empresa Baiana de Aacuteguas e Saneamento EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ETA estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua FADE Fundaccedilatildeo de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade

Federal de Pernambuco Fe siacutembolo quiacutemico do ferro FIB Faculdade Integrada da Bahia ha hectare (unidade de aacuterea) IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Renovaacuteveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ICV Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

viii

IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano IPEa Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada IRCSA International Rainwater Catchment Systems Association IRPAA Instituto Regional da Pesquisa Agropecuaacuteria Apropriada K siacutembolo quiacutemico do potaacutessio kg quilograma (unidade de massa) L litro (unidade volumeacutetrica) mg miligrama (unidade de massa) Mn siacutembolo quiacutemico do manganecircs MOGGOD Mixed Oxidant Gases Generated On site for Disinfection MS Ministeacuterio da Sauacutede mScm miliSimens por centiacutemetro (unidade de condutividade eleacutetrica) MST Movimento dos Sem Terra Na siacutembolo quiacutemico do soacutedio no nuacutemero OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede ONG Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OPS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede p paacutegina PE sigla do estado de Pernambuco pH potencial hidrogeniocircnico ppm partes por milhatildeo PNUD Programa da Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento ldquo polegada porcentagem permil partes por mil PST percentagem de soacutedio trocaacutevel PVC policloreto de vinilo RAS relaccedilatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio SAAE Serviccedilo Autocircnomo de Aacutegua e Esgoto SE sigla do estado de Sergipe SECTMA Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Meio Ambiente STD Soacutelidos Totais Dissolvidos SUDENE Superintendecircncia de Desenvolvimento do Nordeste UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco UHE usina hidroeleacutetrica UNEP United Nations Environment Programme UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia v volume V Volt (unidade de potencial eleacutetrico) WEF Water Environment Federation WHO World Health Organization Zn siacutembolo quiacutemico do zinco

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ix

RESUMO

Neste trabalho avaliou-se a situaccedilatildeo do saneamento ambiental

(abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza

puacuteblica e sauacutede puacuteblica) na zona urbana de 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Satildeo analisadas principalmente as principais deficiecircncias encontradas atraveacutes

de levantamentos de campo e consultas a oacutergatildeos oficiais Esta aacuterea encontra-

se totalmente inserida no semi-aacuterido brasileiro De acordo com os resultados da

pesquisa em geral a aacuterea de Xingoacute apresenta infra-estrutura sanitaacuteria e

gerenciamento deficientes

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE um dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute foi selecionado para um estudo especiacutefico sobre a qualidade de aacutegua

para consumo humano de obras hiacutedricas de pequeno porte (um poccedilo com

dessalinizador 8 aguadas e 20 cisternas) Foi efetuada tambeacutem uma pesquisa

no campo atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307 questionaacuterios a fim de obter-se

informaccedilotildees sobre os serviccedilos puacuteblicos de acordo com a opiniatildeo dos

moradores de Poccedilo Redondo

Para o estudo da qualidade de aacutegua dos dessalinizadores (aacutegua bruta

permeado e rejeito) 4 poccedilos incluindo aquele que se localiza em Poccedilo

Redondo foram monitorados Tambeacutem foram coletadas amostras de solo no

local de disposiccedilatildeo dos rejeitos A qualidade de aacutegua do permeado produzido

em cada uma das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas nem sempre

atendeu aos padrotildees de potabilidade Os resultados de anaacutelises de laboratoacuterio

e determinaccedilotildees no campo do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de

cloretos de STD e de condutividade eleacutetrica Os maiores valores foram

verificados no rejeito gerado no dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE)

sendo esses valores iguais a 6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e

condutividade eleacutetrica de 18020 microScm Amostras de solo coletadas no local de

despejo do rejeito dessas unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao

solo Mesmo assim o rejeito produzido nessas e nas outras unidades da aacuterea

de Xingoacute vem sendo descartado no meio ambiente sem nenhum criteacuterio

Verificou-se tambeacutem que de 56 unidades dessalinizadoras instaladas na aacuterea

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

x

de Xingoacute apenas 11 vinham produzindo aacutegua devido agrave ausecircncia de cuidados

com operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo A condutividade eleacutetrica de cada um dos

extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de despejo do

rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino sendo

prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado no

local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

No estudo sobre a qualidade da aacutegua armazenada nas cisternas

constatou-se que geralmente natildeo se atendia aos padrotildees de potabilidade

principalmente o pH e a presenccedila de coliformes termotolerantes devido a

deficiecircncias na sua proteccedilatildeo sanitaacuteria e por natildeo servirem apenas para

armazenar aacutegua de origem pluvial

A qualidade da aacutegua estocada nos barreiros natildeo eacute apropriada para ser

consumida pela populaccedilatildeo pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de

coliformes natildeo atenderam em nenhuma ocasiatildeo aos padrotildees de potabilidade

Na opiniatildeo da maior proporccedilatildeo dos residentes na zona rural (3887)

de Poccedilo Redondo que foram entrevistados o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

sauacutede puacuteblica enquanto que a maior proporccedilatildeo dos entrevistados que mora na

zona urbana (3206) respondeu que o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

limpeza puacuteblica Por outro lado em ambas as regiotildees a maior proporccedilatildeo dos

entrevistados disse que o pior serviccedilo era o de esgotamento sanitaacuterio

Palavras-chave saneamento ambiental qualidade de aacutegua abastecimento de

aacutegua aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xi

ABSTRACT

This work dealt with the environmental sanitation (water supply sewage

drainage solid wastes and public health) in the urban zone of 29 municipalities

of Xingoacute area The research showed the main deficiencies found through

surveys on site and by consultings in official institutions The Xingoacute area is

entirely located in the semi-arid zone of Brazil According to the results obtained

in this research the Xingoacute area usually showed a deficient sanitary infra-

structure and management

Poccedilo Redondo municipality is located in the state of Sergipe and it

belongs to Xingoacute area It was selected for a specific research In this specific

study the water quality for human consumption purposes of small sized water

works (1 well with desalinator 20 cisterns and 8 water traps) was evaluated

Besides semi-structured 307 questionnaires survey by house interview were

applied for getting information about public services according to the opinion of

dwellers

The water quality monitoring has been accomplished in 4 wells with

desalinator installed in the Xingoacute area In addition soil samples were collected

in the disposal site of water desalinator wastes

Concerning the permeate produced by desalination units several results

showed that some water quality parameters did not always comply the water

quality standards as such pH (permeate produced in the Aroeira and Icozeira

desalinators) TDS (total dissolved solid) and chloride (permeate produced in

the Areias desalinator) and thermotolerant coliforms (permeate produced in the

Areias Aroeira Icozeira and Minuim desalinators) According to the results

obtained the concentrate from 4 desalinators monitored showed high

concentrations of chloride TDS and electrical conductivity The concentrate

from Areias (Poccedilo Redondo) desalinator reached the highest values 6226 mgL

(chloride) 26826 mgL (TDS) and 18020 microScm The results of soil samples

collected in the disposal sites of concentrate from these desalinators showed

that the discharge is harmful to soil Even so the concentrate from desalinators

installed in the Xingoacute area has been disposed without any criterion It was found

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xii

that of total of 56 desalinators only 11 have been producing water This

occured due to the lack of suitable technical operations and maintenance

The water quality stored in the cisterns usually did not comply entirely

with the potable water standards mainly the pH and the presence of

thermotolerant coliforms This occured due their unsuitable sanitary protection

and because these units not have been used for storing rainwater only

The water quality stored in the water traps must not be consumed by

inhabitants because the parameters apparent colour turbidity and the

presence of thermotolerant coliforms did not comply with the potable water

standards

In the opinion of majority of the interviewed inhabitants in the rural zone

a highest proportion (3887) declared that the most efficient public service

was the public health while in the urban zone the highest proportion (3206)

answered that the best public service was the solid waste collection On the

other hand the highest proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo

Redondo answered that the poorest public service was the sewerage

Keywords environmental sanitation water quality water supply Xingoacute area

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

1

CAPIacuteTULO 1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

O semi-aacuterido brasileiro eacute marcado sobretudo pela escassez e

imprevisibilidade das chuvas assim como por uma variabilidade temporal e

espacial das precipitaccedilotildees e por elevadas taxas de evaporaccedilatildeo As formaccedilotildees

geomorfoloacutegicas dessa regiatildeo predominantemente apresentam grandes

extensotildees de rochas cristalinas constituindo o pediplano sertanejo Nessas

formaccedilotildees as aacuteguas de chuva se perdem rapidamente escoadas pela rede

fluvial temporaacuteria devido agrave baixa capacidade de retenccedilatildeo do solo Aleacutem do

mais apesar de sua importacircncia vital o saneamento ambiental na regiatildeo via

de regra natildeo tem recebido a devida importacircncia Esse quadro desfavoraacutevel

tem contribuiacutedo para a deterioraccedilatildeo da qualidade de vida dos sertanejos

No entanto diversos oacutergatildeos e entidades tecircm se dedicado agrave busca por

soluccedilotildees de melhoria a fim de suplantar as adversidades apresentadas nessa

regiatildeo Entre eles encontra-se o Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute (Instituto Xingoacute) com sede em Canindeacute do Satildeo

Francisco-SE Sua aacuterea de atuaccedilatildeo inicialmente era constituiacuteda por 29

municiacutepios nos estados de Alagoas Bahia Pernambuco e Sergipe Esses

municiacutepios ocupavam uma aacuterea de 40204 km2 com uma populaccedilatildeo de

608771 habitantes Posteriormente os municiacutepios de Belo Monte-AL Satildeo

Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE e Parnamirim-PE

(municiacutepios assistidos) foram incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo desse instituto

Com a inclusatildeo desses 5 municiacutepios a aacuterea de atuaccedilatildeo passou a ser de

45492 km2 com uma populaccedilatildeo de 703537 habitantes Essa regiatildeo que

neste trabalho eacute denominada de a ldquoaacuterea de Xingoacuterdquo encontra-se integralmente

no semi-aacuterido nordestino

Nesta tese de doutorado foram realizados estudos sobre o saneamento

ambiental na zona urbana dos 29 municiacutepios originais onde atua o Instituto

Xingoacute A pesquisa consistiu em levantamentos sobre abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

2

assim como estudos sobre a qualidade de aacutegua em 4 poccedilos dotados de

dessalinizador Em virtude da enorme extensatildeo territorial da aacuterea de Xingoacute foi

selecionado apenas o municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE para o desenvolvimento

de um estudo especiacutefico no campo do saneamento ambiental A escolha

baseou-se no fato de que o municiacutepio tem uma boa representatividade do

saneamento ambiental da aacuterea de Xingoacute e dentre os 29 municiacutepios onde

foram realizados estudos sobre o saneamento na zona urbana eacute o detentor do

menor IDH (Iacutendice de Desenvolvimento Humano) e por ser um dos municiacutepios

mais secos

O estudo especiacutefico em Poccedilo Redondo abrangeu a determinaccedilatildeo de

paracircmetros de qualidade de aacutegua de unidades (poccedilo com dessalinizador

barreiros e cisternas) cuja qualidade natildeo era ou natildeo vinha sendo monitorada

Adicionalmente foram realizadas entrevistas atraveacutes de questionaacuterios

aplicados sobre o saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica)

junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo-SE

A aacuterea alvo desta pesquisa de doutorado pode ser visualizada na Figura

11 com destaque para Poccedilo Redondo-SE onde se desenvolveu um estudo

detalhado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38ordm00rsquoW

TerraNova

BAHIA

PERNAMBUCOPARAIacuteBA

SERGIPE

9ordm00rsquoS9ordm00rsquoS

40ordm00rsquoW

Delmiro Gouveia

P iranh

as

Paulo Afonso

Portoda Folha

Gararu

Gloacuteria

Rodelas

M acurureacute

Chorrochoacute

Abareacute

Curaccedilaacute

Santa Mariada Boa Vis ta Orocoacute

Cabroboacute

Beleacutem do Satildeo Francisco

Ita cur uba

Petrolacircndia

Tacaratu

Aacutegu aBranca

Poccedilo Redondo

Jatobaacute

Patildeo de Accediluacutecar

Monte Alegre do Sergipe

Nossa Senhora da Gloacuteria

Pariconha

Municiacutepios Integrantes

Municiacutepios Assistidos

Aacuterea Total 45492 kmPopulaccedilatildeo (2000) 703537 hab

2

SantaBriacutegida Belo

Monte

Flore sta

ALAGOAS

N

Ibimirim

Parnamirim

Satildeo Joseacute da Tapera

Rio Moxotoacute

Olho

Daacuteg

ua do

Cas

ado

Canind eacute do Satildeo Francisco

Rio

Xin

gozi

nho

Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GEOXINGOacute)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

4

1 ndash OBJETIVOS DA PESQUISA

11 ndash OBJETIVO GERAL DA PESQUISA

Elaborar accedilotildees para melhoria do saneamento ambiental na aacuterea de

Xingoacute com maior ecircnfase para o setor de abastecimento de aacutegua do municiacutepio

de Poccedilo Redondo-SE considerado um dos mais secos do semi-aacuterido e o de

pior iacutendice de desenvolvimento humano daquela aacuterea

12 ndash OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

(i) Determinar o perfil do saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) na aacuterea

urbana dos 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

(ii) Realizar levantamentos sobre a situaccedilatildeo das unidades de dessalinizaccedilatildeo

existentes na aacuterea de Xingoacute e monitorar a qualidade de aacutegua

(iii) Diagnosticar a situaccedilatildeo em que se encontram as obras hiacutedricas de pequeno

porte no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE e avaliar a qualidade de aacutegua destas

(iv) Determinar o perfil das condiccedilotildees sanitaacuterias (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) do

municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios semi-

estruturados

13 ndash HIPOacuteTESE

O presente trabalho tem como hipoacutetese de que a qualidade de aacutegua

armazenada em cisternas e tambeacutem a que eacute produzida em poccedilos com

dessalinizadores satildeo adequadas ao consumo humano Por outro lado a aacutegua

estocada em barreiros eacute recomendada para usos menos exigentes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

5

14 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE

Esta tese de doutorado estaacute subdividida em 8 capiacutetulos com o seguinte

conteuacutedo

O capiacutetulo 1 informa a aacuterea onde se desenvolveu esta pesquisa de

doutorado os seus objetivos e uma siacutentese dos capiacutetulos que a compotildeem

No capiacutetulo 2 atraveacutes de uma revisatildeo na literatura descreve-se os

aspectos que contribuem para a degradaccedilatildeo do semi-aacuterido brasileiro Tambeacutem

satildeo abordadas a conceituaccedilatildeo e importacircncia do saneamento ambiental e da

qualidade de aacutegua para consumo humano

No capiacutetulo 3 eacute apresentado resultados do levantamento e avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do saneamento ambiental na zona urbana de 29 municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute

No capiacutetulo 4 eacute feita uma abordagem sobre a situaccedilatildeo em que se

encontram os dessalinizadores dos 34 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Apresenta-se tambeacutem resultados de qualidade de aacutegua de 4 dessalinizadores e

de amostras coletadas no ponto de despejo do rejeito e a jusante deste

No capiacutetulo 5 apresenta-se os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

e bacterioloacutegicos da aacutegua armazenada em 20 cisternas localizadas em Poccedilo

Redondo-SE e suas condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo

No capiacutetulo 6 satildeo apresentados os resultados de paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos e bacterioloacutegicos da aacutegua estocada em 8 barreiros situados em Poccedilo

Redondo-SE

O capiacutetulo 7 trata de uma descriccedilatildeo do perfil do saneamento ambiental

obtido mediante a aplicaccedilatildeo de 229 questionaacuterios na zona rural e 78 na zona

urbana de Poccedilo Redondo Registra-se tambeacutem a opiniatildeo dos entrevistados

com relaccedilatildeo aos serviccedilos de abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio

drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

6

O capiacutetulo 8 apresenta as conclusotildees finais obtidas com esta pesquisa

de doutorado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

7

CAPIacuteTULO 2

O ESTADO DA ARTE

21 ndash A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

O Nordeste oficialmente delimitado compreende uma aacuterea de 1561176

km2 abrangendo completamente 9 estados e uma porccedilatildeo de Minas Gerais

conforme pode ser visto na Tabela 21 onde 645 da aacuterea territorial do

Nordeste se encontra inserida no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo e cerca de 56 da

mesma estaacute em clima considerado semi-aacuterido (ANDRADE 2001) O semi-

aacuterido inclusive o norte de Minas Gerais eacute composto por 1031 municiacutepios

cobrindo a aacuterea de 8923 mil km2 que abriga uma populaccedilatildeo de 194 milhotildees

correspondendo a 496 e a 363 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo

da regiatildeo de atuaccedilatildeo da Superintendecircncia de Desenvolvimento dos Estados do

Nordeste (SUDENE) Sem incluir os municiacutepios de Minas Gerais o semi-aacuterido

abrange 537 e 392 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo do

Nordeste em 991 municiacutepios (SECTMA 2004)

Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado

Estadoregiatildeo Total Aacuterea (km2) Aacuterea no poliacutegono das

secas Aacuterea em clima

semi-aacuterido Alagoas 279331 14704 11900 Bahia 5672953 361206 392955 Cearaacute 1463463 143080 119081 Maranhatildeo 3333656 ----- ----- Paraiacuteba 565846 56972 48502 Pernambuco 989376 90067 85574 Piauiacute 2523785 234084 125692 Regiatildeo litigiosa 29774 ----- ----- Rio Grande do Norte 533068 51210 48344 Sergipe 220504 13163 10928 Regiatildeo Nordeste 15611756 964486 842976 Norte de Minas Gerais 1207010 120701 57530 Total 16818788 1085187 900506

Fonte Andrade (2001)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

8

Considera-se o semi-aacuterido uma aacuterea tradicional de expulsatildeo

populacional em decorrecircncia das secas das baixas vantagens competitivas

em termos econocircmicos e da estrutura fundiaacuteria altamente concentrada

(ANDRADE 2001)

O conceito de seca estaacute intimamente relacionado com o ponto de vista

do observador Embora a causa primaacuteria das secas resida na insuficiecircncia ou

na irregularidade das precipitaccedilotildees pluviais existe uma sequumlecircncia de causas e

efeitos na qual o efeito mais proacuteximo de uma seca torna-se a causa de um

outro efeito e esse efeito passa a ser denominado tambeacutem de seca Assim

para citar as mais comuns pode-se definir a seca climatoloacutegica (causa primaacuteria

ou elemento que desencadeia o processo) a seca edaacutefica (efeito da seca

climatoloacutegica) a seca social (efeito da seca edaacutefica) e a seca hidroloacutegica

(SOacuteLON et al 2001) Segundo Sabino (2002) a SUDENE (1999) faz alusatildeo a

3 principais tipos de secas de acordo com sua irregularidade na distribuiccedilatildeo

espacial e temporal

(i) Seca hidroloacutegica poucas chuvas mas bem distribuiacutedas suficientes para

agricultura Diminuiccedilatildeo no volume de aacutegua acumulada

(ii) Seca agriacutecola (seca verde) chuvas mal distribuiacutedas natildeo garantindo as

colheitas

(iii) Seca efetiva quando coincidem baixa precipitaccedilatildeo e maacute distribuiccedilatildeo

causando frustraccedilatildeo das safras e esgotamento dos reservatoacuterios hiacutedricos

Adicionalmente Sabino (2002) afirma que todas as definiccedilotildees de seca

satildeo tentativas de melhor entender o fenocircmeno e suas variaccedilotildees e criar uma

uacutenica nomenclatura Poreacutem fica claro que o foco principal da questatildeo seca

perpassa pela vulnerabilidade das populaccedilotildees

A seca eacute um binocircmio climaacutetico de um periacuteodo chuvoso muito curto cerca

de 40 a 60 dias de chuva por ano e um periacuteodo muito longo de evaporaccedilatildeo

(300 dias) Esta eacute a razatildeo da ocorrecircncia da seca Na Europa nas cidades de

Londres Paris e Moscou por exemplo chove aproximadamente 600 mm por

ano mas o clima eacute temperado a aacutegua eacute distribuiacuteda e permanece ao inveacutes de

evaporar enquanto que no semi-aacuterido brasileiro ocorre o terriacutevel fenocircmeno da

evaporaccedilatildeo (SUASSUNA 2000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

9

Dentre os desastres naturais a seca eacute com certeza o fenocircmeno mais

complexo de se analisar Furacotildees terremotos e enchentes possuem iniacutecios e

teacuterminos bem definidos e suas consequumlecircncias satildeo muito evidentes para a

populaccedilatildeo As secas por sua vez iniciam-se lentamente e possuem duraccedilotildees

relativamente longas cobrindo grandes aacutereas e ocasionando uma seacuterie de

danos agrave populaccedilatildeo atingida A complexidade do fenocircmeno com suas

diferentes causas e efeitos pode ser a razatildeo pela qual haacute na literatura tantas

definiccedilotildees diferentes para seca (PAIXAtildeO et al 2003)

A fragilidade econocircmica do semi-aacuterido brasileiro a sua vulnerabilidade

social agraves secas a consideraacutevel dimensatildeo do seu contingente demograacutefico em

face de sua estreita base econocircmica resultam em indicadores sociais tiacutepicos

de regiotildees profundamente atrasadas onde prevalece a pobreza a

desigualdade no acesso a ativos e a renda e a exclusatildeo social O grande

nuacutemero de carros-pipa mobilizados todos os anos em situaccedilotildees de seca ou de

chuvas normais reflete o grau de inadequaccedilatildeo entre oferta e demanda de aacutegua

na regiatildeo tanto em termos temporais como espaciais O nuacutemero de carros-

pipa constitui por isso importante indicador da carecircncia de aacutegua cuja

constataccedilatildeo eacute reforccedilada a cada ano (SECTMA 2004)

O fenocircmeno ENOS (episoacutedio quente ou El Nintildeo) consiste basicamente

de um aquecimento anocircmalo do oceano Paciacutefico Equatorial em conjunto com

variaccedilotildees do campo de pressatildeo ao niacutevel do mar na regiatildeo tropical Embora a

existecircncia do fenocircmeno ENOS natildeo implique necessariamente em ocorrecircncia

de secas sobre o nordeste brasileiro sabe-se que sua atividade moderada a

muito intensa pode provocar condiccedilotildees de seca moderada a severa sobre o

semi-aacuterido nordestino (ARAGAtildeO 2004) De acordo com Quintans (2001) o

interesse cientiacutefico pelo El Nintildeo aumentou em meados da deacutecada de 70

quando se percebeu que um conjunto de fenocircmenos climaacuteticos acontecia

antes durante e depois da sua chegada Seu impacto climaacutetico e social passou

a ser considerado natildeo soacute entre os cientistas mas tambeacutem por grupos de

gestatildeo puacuteblica Segundo Aragatildeo (2004) os organismos estaduais nacionais e

internacionais de meteorologia tecircm tido ecircxito consideraacutevel nas previsotildees dos

ciclos do ENOS por meio de simulaccedilotildees (modelos) de evoluccedilatildeo solidaacuteria dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

10

fenocircmenos fiacutesicos da interface oceano-atmosfera As previsotildees de tempo e de

variaccedilotildees climaacuteticas representam uma nova e extraordinaacuteria ferramenta para o

desenvolvimento sustentaacutevel agrave medida que ensejaratildeo melhorias significativas

no manejo dos recursos naturais e consequumlentemente na qualidade de vida

para as populaccedilotildees das regiotildees mais vulneraacuteveis aos impactos da variabilidade

climaacutetica

No Brasil as aacutereas sujeitas aos processos de desertificaccedilatildeo

correspondem basicamente agravequelas oficialmente delimitadas como ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo ocupando cerca de 10837907 km2 pois estatildeo sujeitas a periacuteodos

curtos ou prolongados de estiagens Estende-se por boa parte do Nordeste

brasileiro atingindo tambeacutem uma pequena porccedilatildeo ao norte do estado de Minas

Gerais conforme ilustra a Figura 21 Trata-se do ldquoTroacutepico do Semi-Aacuteridordquo

incorporando caracteriacutesticas climaacuteticas do semi-aacuterido e do sub-uacutemido seco

possuindo estruturas geoloacutegicas referentes ao escudo cristalino e agraves bacias

sedimentares morfoestruturas com blocos soerguidos e depressotildees

apresentando formaccedilotildees de Caatinga e de Cerrado Segundo dados do Censo

Demograacutefico 2000 (IBGE 2003) a aacuterea tem cerca de 185 milhotildees de

habitantes sendo 85 milhotildees na zona rural com densidade demograacutefica de 20

habkm2 isto representa 42 da populaccedilatildeo do Nordeste ou ainda 11 da

populaccedilatildeo brasileira (IBAMA 2003 apud FREIRE 2004)

Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-aacuterido no Brasil (IBAMA 2003 apud

FREIRE 2004)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

11

Conforme o SECTMA (2004) atualmente admite-se a existecircncia no

semi-aacuterido nordestino de quatro nuacutecleos de desertificaccedilatildeo

(i) Nuacutecleo de Seridoacute localizado na regiatildeo centro-sul do Rio Grande do Norte e

centro norte da Paraiacuteba compreendendo uma aacuterea com cerca de 2341 km2

envolvendo vaacuterios municiacutepios vizinhos ao municiacutepio de Parelhas

(ii) Nuacutecleo de Irauccediluba localizado no noroeste do estado do Cearaacute que

abrange uma aacuterea de 4000 km2 incluindo os municiacutepios de Irauccediluba Forquilha

e Sobral

(iii) Nuacutecleo de Gilbueacutes localizado no Piauiacute com uma aacuterea com

aproximadamente 6131 km2 envolvendo os municiacutepios de Gilbueacutes e Monte

Alegre

(iv) Nuacutecleo de Cabroboacute localizado em Pernambuco que totaliza uma aacuterea de

cerca de 5960 km2 e abrange os municiacutepios de Cabroboacute Beleacutem do Satildeo

Francisco e Floresta

Segundo o SECTMA (2004) aleacutem da fragilidade natural motivada pelas

caracteriacutesticas dos seus solos e pelas condiccedilotildees climaacuteticas esses nuacutecleos

desenvolveram-se sob forte e indevida interferecircncia humana Entre as causas

antroacutepicas apontadas como de importacircncia no processo de desertificaccedilatildeo

algumas satildeo comuns a todos os nuacutecleos de desertificaccedilatildeo enquanto outras

podem ser atribuiacutedas agraves caracteriacutesticas especiacuteficas das atividades

desenvolvidas nos municiacutepios incluiacutedos em cada um deles Entre as causas

comuns estatildeo o desmatamento indiscriminado as queimadas e o

sobrepastejo em razatildeo principalmente dos caprinos e ovinos No nuacutecleo de

desertificaccedilatildeo do Seridoacute o problema do desmatamento eacute agravado por cerca de

70 olarias cujos produtos ceracircmicos satildeo de reconhecida qualidade nos

grandes centros urbanos do Nordeste A ineficiecircncia na geraccedilatildeo de energia

pelas induacutestrias de ceracircmica dessa regiatildeo tem agravado o processo de

desertificaccedilatildeo por causa da demanda por lenha

Os ambientes aacuteridos e semi-aacuteridos satildeo mais vulneraacuteveis ao

desmatamento visto a falta de chuvas e quando ocorrem provocam efeitos

erosivos intensos em solos geralmente rasos Com isso a vegetaccedilatildeo tem

recuperaccedilatildeo lenta (MOURA 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

12

Aleacutem dos jaacute mencionados outros fatores antroacutepicos desempenham

papel importante nos processos de desertificaccedilatildeo no semi-aacuterido Nesse

contexto a salinizaccedilatildeo eacute a principal causa da degradaccedilatildeo dos solos e

consequumlente desertificaccedilatildeo nas aacutereas de agricultura irrigada Dos 4 nuacutecleos de

desertificaccedilatildeo mencionados o de Cabroboacute eacute o uacutenico onde a salinizaccedilatildeo

mesmo sem se constituir na principal causa apresenta alguma relevacircncia no

processo de desertificaccedilatildeo das suas aacutereas situadas agraves margens do rio Satildeo

Francisco Esses nuacutecleos de desertificaccedilatildeo tecircm sido objeto de estudos em

anos recentes e embora ainda insuficientes as informaccedilotildees obtidas nesses

estudos representam a base do acervo sobre desertificaccedilatildeo no Nordeste do

Brasil (SECTMA 2004)

Efluentes domeacutesticos e industriais sem tratamento lanccedilados nos cursos

drsquoaacutegua associados agrave deficiecircncia de educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo ambiental da

populaccedilatildeo satildeo as causas principais da degradaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e de

propagaccedilatildeo de doenccedilas endecircmicas que debilitam a populaccedilatildeo do semi-aacuterido

Para enfrentar esse quadro preocupante torna-se necessaacuterio repensar o

modelo de sauacutede puacuteblica empregado e atuar emergencialmente articulando

accedilotildees desse setor com as aacutereas de saneamento alimentaccedilatildeo habitaccedilatildeo

promoccedilatildeo social e geraccedilatildeo de emprego e renda (LOacuteCIO 2000) Segundo

Nunes et al (2000) os estudos da qualidade das aacuteguas superficiais nessa

regiatildeo satildeo fundamentais porque a maioria dos corpos hiacutedricos eacute destinada a

usos muacuteltiplos e recebem esgotos ldquoin naturardquo (apenas 128 dos habitantes

tecircm rede de esgotos e soacute 4 dos coletados recebem algum tratamento)

Os rios que se encontram na regiatildeo semi-aacuterida vecircm padecendo e

muitos deles tecircm tido uma diminuiccedilatildeo no seu volume e na sua vazatildeo Algumas

das aacutereas ao longo destes rios satildeo ldquobolsotildees uacutemidosrdquo no sentido de que eles

satildeo menos secos e sua vegetaccedilatildeo eacute mais verde do que no restante do semi-

aacuterido propenso agrave seca Estes bolsotildees uacutemidos satildeo chamados de brejos de

altitude Em um ambiente hostil como a regiatildeo semi-aacuterida estas aacutereas satildeo

diferentes no sentido de que elas mantecircm sua populaccedilatildeo e desta forma o

fluxo migratoacuterio eacute bem menor quando comparado a outras localidades

Entretanto isto natildeo quer dizer que sua populaccedilatildeo tenha aprendido como tratar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

13

estas aacutereas de forma sustentaacutevel preservando-a Pelo contraacuterio devido agrave

grande confianccedila nos recursos hiacutedricos e agrave ausecircncia de medidas que

assegurem a preservaccedilatildeo destas aacutereas estes rios estatildeo literalmente

ldquomorrendordquo A maior parte deles eacute muito poluiacuteda pois eles atendem natildeo soacute agraves

necessidades das populaccedilotildees ribeirinhas mas tambeacutem a muitas outras que

tecircm que caminhar longas distacircncias em busca de aacutegua Como estas

populaccedilotildees natildeo satildeo cientes das implicaccedilotildees causadas pela degradaccedilatildeo

destes recursos lanccedilam lixo nas margens dos rios tornando a aacutegua

contaminada Aleacutem do mais a maioria das casas localizadas nestas aacutereas natildeo

possui sistemas de esgoto agravando ainda mais a contaminaccedilatildeo (BRANCO

ALMEIDA 2002)

Branco e Almeida (2002) apresentaram um estudo de caso da

mobilizaccedilatildeo de mulheres do Movimento das Trabalhadoras Rurais do Sertatildeo

Central (porccedilatildeo do semi-aacuterido localizada no centro do estado de Pernambuco)

voltadas para a revitalizaccedilatildeo do pequeno rio Olho drsquoAacutegua localizado no

municiacutepio de Santa Cruz da Baixa Verde A comunidade ocupa as margens do

rio e eacute formada por 1000 pessoas Desde que o problema da aacutegua estava

intimamente relacionado agraves vidas das mulheres elas perceberam que o uacutenico e

vital recurso hiacutedrico (rio Olho drsquoAacutegua) estava desaparecendo entatildeo decidiram

revitalizaacute-lo Esta iniciativa demonstra a ausecircncia de accedilatildeo governamental na

soluccedilatildeo do problema aleacutem da importacircncia da forccedila da mobilizaccedilatildeo das

mulheres da zona rural Aleacutem da poluiccedilatildeo existente nas aacutereas ocupadas pelos

pequenos posseiros o sistema de esgoto de Jatiuacuteca despeja o esgoto no rio A

populaccedilatildeo local tinha seacuterios problemas de sauacutede incluindo hepatite que pode

ser vista como um resultado da sua exposiccedilatildeo agrave aacutegua contaminada Embora a

iniciativa do movimento esteja no seu estaacutegio inicial todas as fases foram

planejadas pela populaccedilatildeo local Esta iniciativa vem sendo considerada como

um projeto piloto e espera-se que na conclusatildeo deste projeto o mesmo seja

feito em outras aacutereas Aleacutem das organizaccedilotildees rurais femininas e da uniatildeo de

trabalhadoras rurais uma Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental (ONG) chamada

CECOR (Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural) jaacute vem sendo envolvida Esta

ONG conta com engenheiros agrocircnomos especialistas que recomendaram

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

14

quais tipos de vegetaccedilotildees nativas deveriam ser plantadas aleacutem de outros

assuntos relacionados agrave silvicultura

Um retrato da realidade que predomina nos municiacutepios do semi-aacuterido

nordestino eacute mostrado no trabalho de Duque e Balbino (2000) Estes autores

realizaram um trabalho no periacuteodo de janeiro a fevereiro de 1998 no municiacutepio

de Major Isidoro-AL O municiacutepio apresenta um clima semi-aacuterido e possui uma

populaccedilatildeo de cerca de 18000 habitantes O estudo tinha como objetivo a

caracterizaccedilatildeo das formas de abastecimento de aacutegua detectar focos de

contaminaccedilatildeo do meio ambiente e a orientaccedilatildeo direta agrave populaccedilatildeo induacutestrias

comeacutercio e autoridades competentes As principais atividades desenvolvidas na

pesquisa foram visitas a escolas onde foram entrevistados professores

funcionaacuterios e alunos aleacutem de visitas a bairros da periferia Tambeacutem foram

feitas visitas agrave zona rural onde foram realizadas entrevistas com moradores e

autoridades administrativas do municiacutepio reuniotildees com os principais liacutederes

comunitaacuterios e inspeccedilatildeo agraves principais fontes de abastecimento de aacutegua

Concluiu-se que neste municiacutepio natildeo havia nenhuma cultura ambiental com

relaccedilatildeo agrave racional utilizaccedilatildeo da aacutegua nem com relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo dos riscos

ambientais

22 ndash SANEAMENTO AMBIENTAL

Segundo Chaudhry (2003) o conceito de saneamento ambiental

explicitado pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) difere pouco do de

saneamento claacutessico que eacute totalmente antropocecircntrico e retrata aquilo que no

Brasil se denomina de saneamento baacutesico Segundo a OMS (WHO 2003)

saneamento ambiental eacute a promoccedilatildeo da higiene e a prevenccedilatildeo de doenccedilas e

de outras consequumlecircncias da maacute sauacutede relacionada a fatores ambientais Para a

OMS o saneamento tem duas dimensotildees baacutesicas os fatores ambientais que

exercem impacto sobre agentes infecciosos e sobre a transmissatildeo de doenccedilas

incluem disposiccedilatildeo de dejetos humanos esgotos resiacuteduos soacutelidos e outros

drenagem pluvial abastecimento de aacutegua para uso domeacutestico e habitaccedilatildeo e

as praacuteticas de higiene que envolvem fatores soacutecio-culturais e comportamentais

relacionados agrave sauacutede estilo de vida e consciecircncia ambiental incluem higiene

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

15

pessoal limpeza domeacutestica e limpeza dos ambientes comunitaacuterios Enfatiza-se

que no sentido mais amplo eacute finalidade do saneamento ambiental controlar e

modificar o ambiente fiacutesico para prevenir a transmissatildeo de doenccedilas aos seres

humanos A ecircnfase por parte da OMS com relaccedilatildeo ao saneamento ambiental

sobre o ambiente humano deve-se agraves estatiacutesticas preocupantes sobre a

populaccedilatildeo mundial que ainda natildeo tem suas necessidades sanitaacuterias baacutesicas

atendidas principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A consequumlecircncia

em niacutevel mundial eacute de milhotildees de mortes causadas por doenccedilas transmitidas

via aacutegua em focos representados por habitaccedilotildees informais na forma de

barracos favelas e similares natildeo contemplados por serviccedilos de saneamento

A definiccedilatildeo mais atual do saneamento ambiental reporta-se ao sentido de

remediar o meio ambiente mitigar os impactos negativos das intervenccedilotildees

humanas ou outras sobre os ecossistemas e prevenir tais impactos no futuro

O saneamento possui um impacto profundo na qualidade de vida de

uma populaccedilatildeo interagindo com questotildees culturais econocircmicas e poliacuteticas de

uma determinada regiatildeo A carecircncia de investimentos nesse setor acaba

ocasionando entre outras coisas um aumento da incidecircncia de casos de

doenccedilas relacionadas com as condiccedilotildees sanitaacuterias em geral interferindo

negativamente no bem estar da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al 2003)

A estrutura fiacutesica dos serviccedilos de saneamento em particular a dos

sistemas de abastecimento de aacutegua e de esgotos sanitaacuterios estaacute associada agrave

realidade complexa da urbanizaccedilatildeo e agrave multiplicidade de atribuiccedilotildees de

competecircncia aleacutem de possuir estreita ligaccedilatildeo com o desempenho do setor

puacuteblico Como tal sofre influecircncia do processo de desenvolvimento vigente no

Brasil que promoveu ao longo dos anos um desgaste das financcedilas puacuteblicas

com repercussatildeo direta nas suas instituiccedilotildees Atualmente a estrutura do setor

de saneamento no Brasil eacute caracterizada de um lado pelo esgotamento do

modelo de financiamento existente e de outro por um intenso processo de

debates e articulaccedilotildees em torno da formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de novos

arranjos institucionais para o setor processo esse cujo resultado ainda se

encontra indefinido (SOARES et al 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

16

O setor de saneamento no Brasil assim como outros setores de serviccedilos

puacuteblicos essenciais sempre careceu de um ordenamento institucional que

permitisse a implementaccedilatildeo de accedilotildees coordenadas entre os trecircs niacuteveis de

governo e dado o seu caraacuteter multidisciplinar tambeacutem com os outros setores

afins tais como sauacutede puacuteblica meio ambiente recursos hiacutedricos e

desenvolvimento urbano (PEROSA et al 2000)

Somente em 5 de janeiro de 2007 foi sancionada pelo presidente da

Repuacuteblica Luiacutes Inaacutecio Lula da Silva e publicada posteriormente em 8 de

janeiro do mesmo ano no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a lei que estabelece

diretrizes nacionais baacutesicas para o saneamento baacutesico a Lei 1144507

Segundo ela as poliacuteticas puacuteblicas de saneamento baacutesico deveratildeo criar

mecanismos de controle social ou seja formas de garantir agrave sociedade

informaccedilotildees e participaccedilatildeo no processo de formulaccedilatildeo das medidas

relacionadas ao setor Aleacutem da universalizaccedilatildeo do acesso a lei prevecirc que o

abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e o manejo dos

resiacuteduos soacutelidos sejam feitos de forma adequada agrave sauacutede puacuteblica e agrave proteccedilatildeo

do meio ambiente (AGEcircNCIA BRASIL 2007)

23 ndash QUALIDADE DE AacuteGUA

231 ndash Generalidades

Muito jaacute se sabe da relaccedilatildeo saneamento e sauacutede e mais

especificamente da aacutegua e sauacutede puacuteblica Em 400 aC Hipoacutecrates jaacute chamava

a atenccedilatildeo de seus colegas para a relaccedilatildeo entre a qualidade da aacutegua e a sauacutede

da populaccedilatildeo Afirmava que ldquoo meacutedico que chega numa cidade desconhecida

deve observar com cuidado a aacutegua usada por seus habitantesrdquo (COSTA et al

2001b)

Chagas e Souza (2003) salientam que com o desenvolvimento da

tecnologia e o aumento populacional a qualidade da aacutegua tornou-se um

importante toacutepico de estudo para cientistas e engenheiros a niacutevel mundial

Atualmente os problemas da poluiccedilatildeo hiacutedrica satildeo tatildeo importantes quanto os

mais importantes problemas que envolvem as questotildees quantitativas da aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

17

Apesar da preocupaccedilatildeo com problemas relacionados com a qualidade

de aacutegua vaacuterios casos de morbidade relativos agrave falta de saneamento

continuam sendo registrados principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

(TEIXEIRA et al 2003) Richter e Netto (1991) afirmam que a OMS

(Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) identifica que 80 dos casos de doenccedilas em

paiacuteses em desenvolvimento satildeo de veiculaccedilatildeo hiacutedrica Segundo Teixeira et al

(2003) alguns estudos (CARVALHO1997 MEDRONHO 1999) comprovam a

correlaccedilatildeo entre niacuteveis socioeconocircmicos com a incidecircncia de doenccedilas

relacionadas com o saneamento

Uma das dificuldades na avaliaccedilatildeo do impacto do abastecimento de

aacutegua destinada ao consumo na sauacutede eacute a ausecircncia de estatiacutesticas

demograacuteficas sobre os habitantes locais especialmente em comunidades

rurais Portanto o conhecimento sobre as incidecircncias de doenccedilas que ocorrem

nas aacutereas rurais em decorrecircncia de aacutegua poluiacuteda eacute importante Isso possibilita

comparar a incidecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica entre comunidades

que tecircm acesso agrave aacutegua potaacutevel e aquelas que natildeo tecircm (ZAMXAKA et al

2004)

A falta de aacutegua para consumo e de medidas sanitaacuterias adequadas

podem ocasionar vaacuterias doenccedilas tais como coacutelera disenteria salmonelose e

febre tifoacuteide A diarreacuteia eacute a principal causa pela morte de mais de 2 milhotildees de

pessoas no mundo A maioria destas pessoas eacute composta por crianccedilas com

idade inferior a 5 anos (ZAMXAKA et al 2004)

Alguns indicadores criacuteticos relacionados ao saneamento e agrave carecircncia de

aacutegua nos paiacuteses em desenvolvimento foram comentados por Maia Neto

(1997) Dentre esses paracircmetros destaca-se que a pobreza e a falta de

saneamento baacutesico satildeo responsaacuteveis nesses paiacuteses pelo oacutebito de uma

crianccedila a cada 10 segundos em consequumlecircncia de doenccedilas evitaacuteveis caso a

aacutegua fosse tratada totalizando 10 milhotildees de oacutebitos a cada ano

Rush et al (2000) afirmam que levantamentos realizados em campo

com o intento de identificar impropriedades do uso da aacutegua satildeo fundamentais

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

18

Eles proporcionam um conhecimento baacutesico adequado para a tomada de

accedilotildees corretivas relacionadas ao abastecimento de aacutegua

232 ndash Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Von Sperling (1996) afirma que a qualidade de uma determinada aacutegua eacute

resultante do uso e da ocupaccedilatildeo do solo na bacia hidrograacutefica sendo afetada

tanto pelas condiccedilotildees naturais como tambeacutem pela interferecircncia do homem

Os diversos componentes presentes na aacutegua e que alteram sua qualidade

podem ser avaliados a partir de suas caracteriacutesticas fiacutesicas (cor sabor

temperatura turbidez entre outras) quiacutemicas (alcalinidade cloretos

condutividade eleacutetrica dureza pH entre outras) e bioloacutegicas (coliformes

termotolerantes e totais entre outras) que devem ser entendidas de uma

forma abrangente com suas possiacuteveis interaccedilotildees

2321 ndash Condutividade eleacutetrica

A capacidade da aacutegua de conduzir corrente eleacutetrica eacute conhecida como

condutividade eleacutetrica ou condutacircncia especiacutefica e depende da concentraccedilatildeo

de iacuteons em soluccedilatildeo (UNEPWHO1996)

2322 ndash Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Soacutelidos totais dissolvidos eacute o peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua por unidade de volume Representa a concentraccedilatildeo de

todo o material dissolvido na aacutegua seja ou natildeo volaacutetil (SANTOS 1997)

Aacuteguas com STD superior a 30000 mgL (ppm) satildeo consideradas como

aacuteguas salgadas enquanto que aquelas com STD inferior a 500 mgL (ppm)

satildeo aacuteguas doces As aacuteguas salobras apresentam uma concentraccedilatildeo desse

paracircmetro intermediaacuteria entre a aacutegua doce e a aacutegua salgada (MMAABEAS

1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

19

2323 ndash Temperatura

A temperatura eacute a mediccedilatildeo da intensidade de calor Elevaccedilotildees da

temperatura aumentam a taxa das reaccedilotildees quiacutemicas e bioloacutegicas e diminuem a

solubilidade dos gases e aumentam a taxa de transferecircncia de gases (VON

SPERLING 1996)

Segundo Santos (1997) a amplitude teacutermica anual das aacuteguas

subterracircneas em geral eacute baixa (de 1 a 2 oC) e independem da temperatura

atmosfeacuterica a natildeo ser nos aquumliacuteferos freaacuteticos pouco profundos onde a

temperatura eacute um pouco superior agrave da superfiacutecie

2324 ndash pH

O potencial hidrogeniocircnico representa a concentraccedilatildeo de iacuteons

hidrogecircnio H+ (em escala anti-logariacutetimica) dando uma indicaccedilatildeo sobre a

condiccedilatildeo de acidez neutralidade ou alcalinidade da aacutegua O pH eacute um dos mais

importantes paracircmetros de qualidade de aacutegua (VON SPERLING 1996)

Este paracircmetro eacute essencialmente uma funccedilatildeo do gaacutes carbocircnico

dissolvido e da alcalinidade da aacutegua Varia de 1 a 14 sendo neutro com o valor

7 aacutecido com valores inferiores a 7 e alcalino ou baacutesico com valores superiores

a 7 A maioria das aacuteguas subterracircneas tem pH entre 55 e 85 Em casos

excepcionais pode variar entre 3 e 11 (SANTOS 1997)

2325 ndash Cor

Eacute o resultado das substacircncias dissolvidas na aacutegua provenientes

principalmente da lixiviaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica (SANTOS 1997)

O termo cor aparente inclui natildeo apenas a cor devido a substacircncias em

soluccedilatildeo mas tambeacutem a cor devido agrave mateacuteria em suspensatildeo A cor verdadeira

eacute aquela na qual a turbidez tenha sido removida (APHA et al 1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

20

2326 ndash Turbidez

A turbidez representa o grau de interferecircncia com a passagem da luz

atraveacutes da aacutegua conferindo uma aparecircncia turva agrave mesma (Von Sperling

1996) Eacute causada pela mateacuteria em suspensatildeo e coloidal tais como argila silte

mateacuteria orgacircnica e inorgacircnica finamente dividida e placircncton e outros

organismos microscoacutepicos (APHA et al 1998)

2327 ndash Alcalinidade

Alcalinidade de uma aacutegua eacute sua capacidade de neutralizar um aacutecido A

alcalinidade de algumas aacuteguas deve-se somente aos bicarbonatos de caacutelcio e

magneacutesio Quando o pH da aacutegua natildeo excede a 83 e sua alcalinidade total eacute

praticamente idecircntica agrave sua alcalinidade de bicarbonato Aacuteguas que tecircm um

pH acima de 83 contecircm carbonatos e possivelmente hidroacutexidos aleacutem de

bicarbonatos (UNEPWHO1996)

Como a alcalinidade de muitas aacuteguas superficiais eacute primariamente uma

funccedilatildeo de carbonato bicarbonato e teor de hidroacutexidos este paracircmetro eacute

considerado como uma indicaccedilatildeo da concentraccedilatildeo destes constituintes (APHA

et al1998) Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas em geral situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e somente em

casos especiais pode atingir 1000 mg CaCO3L

2328 ndash Cloreto

Uma elevada concentraccedilatildeo de cloretos ocorre em aacuteguas que tiveram

contato com formaccedilotildees geoloacutegicas que os continham Senatildeo devido a isto

altos teores podem indicar uma poluiccedilatildeo por esgoto ou resiacuteduos industriais ou

atraveacutes da intrusatildeo de aacutegua do mar ou salina no corpo drsquoaacutegua doce ou

aquumliacutefero Uma concentraccedilatildeo alta deste elemento tem um efeito corrosivo em

condutos e estruturas de metal aleacutem de ser prejudicial agrave maioria dos vegetais

(UNEPWHO 1996)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

21

2329 ndash Dureza

A dureza eacute a medida da capacidade de aacutegua precipitar sabatildeo (APHA et

al1998) Utiliza-se geralmente o teor de caacutelcio e magneacutesio de uma aacutegua

expresso em teores de carbonato de caacutelcio e magneacutesio para definir a dureza

Em termos de tratamento e abastecimento puacuteblico de aacutegua tem-se (Von

Sperling 1996)

(i) Dureza lt 50 mgL CaCO3 ndash aacutegua branda

(ii) Dureza entre 50 e 150 mgL CaCO3 ndash aacutegua de dureza moderada

(iii) Dureza entre 150 e 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua dura

(iv) Dureza gt 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua muito dura

Desde o final da deacutecada de 50 numerosos estudos tecircm relatado que a

dureza da aacutegua ou seja a sua concentraccedilatildeo de caacutelcio e magneacutesio estaacute

associada agraves doenccedilas cardiovasculares (ROSENLUND 2005)

Ao contraacuterio do que se acreditou no passado a ingestatildeo de aacuteguas duras

pode influenciar favoravelmente a sauacutede humana eacute o que indicam algumas

pesquisas epidemioloacutegicas que relacionaram o seu uso com a menor incidecircncia

de enfermidades cardiovasculares (LIMA 1993)

23210 ndash Metais

As concentraccedilotildees de metais na aacutegua ocorrem em funccedilatildeo do

comportamento eletroquiacutemico e quiacutemico das partiacuteculas como tambeacutem de

outras condiccedilotildees do ambiente hidroloacutegico Esses niacuteveis podem variar de

algumas ngL (10-9 gL) ou microgL (10-6 gL) naqueles conhecidos como metais

traccedilos (beriacutelio caacutedmio mercuacuterio entre outros) a mgL (10-3 gL) ou ainda em

alguns casos gL com relaccedilatildeo aos metais principais (caacutelcio magneacutesio soacutedio

entre outros) Alguns metais podem ser beneacuteficos ou toacutexicos dependendo das

suas concentraccedilotildees e do comportamento fisioloacutegico (GALVIacuteN 1996)

Embora o alumiacutenio seja um dos elementos mais abundantes da crosta

terrestre ele estaacute presente apenas em concentraccedilotildees traccedilo nas aacuteguas

naturais Este elemento ocorre em muitas rochas minerais e argilas e estaacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

22

presente em praticamente todas as aacuteguas superficiais (UNEPWHO 1996)

Segundo Juan (2000) este metal normalmente natildeo estaacute presente em aacuteguas

subterracircneas nem superficiais a menos que ocorra uma contaminaccedilatildeo

industrial Para Galviacuten (1996) o metabolismo do alumiacutenio nos seres humanos

natildeo eacute bem compreendido O principal problema deste metal com relaccedilatildeo agrave

ingestatildeo por seres humanos eacute baseado na possibilidade de favorecer a

incidecircncia de certos distuacuterbios neuroloacutegicos como por exemplo o mal de

Alzheimer em pacientes de diaacutelise renal tratados com aacutegua obtida de aacuteguas

potaacuteveis ricas em alumiacutenio (mais de 011 mgL)

Aacuteguas pobres em compostos orgacircnicos como por exemplo na

Alemanha apresentam concentraccedilotildees de cobre na ordem de 5 a 10 microgL

Aacuteguas com quantidades mais elevadas de compostos orgacircnicos assim como

na Sueacutecia apresentam concentraccedilotildees acima de 390 microgL Concentraccedilotildees de 3

a 5 mgL de cobre conferem um sabor amargo e adstringente e ateacute mesmo

uma irritaccedilatildeo gaacutestrica aguda em alguns indiviacuteduos como tambeacutem efeitos na

cor e turbidez seu niacutevel excede 1 mgL (GALVIacuteN 1996)

O ferro pode estar presente com baixos teores (lt 03 mgL) em quase

todas as aacuteguas e ocorre sob diversas formas quiacutemicas e frequumlentemente

aparece associado ao manganecircs No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo

da hemoglobina A sua carecircncia pode causar anemia (SANTOS 1997) No

entanto segundo Galviacuten (1996) a ingestatildeo deste metal em elevadas

quantidades causa graves distuacuterbios reversiacuteveis nos tecidos humanos

Eacute a formaccedilatildeo de oacutexido feacuterrico hidratado que torna aacuteguas carregadas de

ferro objetivaacuteveis Este precipitado feacuterrico causa manchas alaranjadas em

quaisquer superfiacutecies em que venham a se sedimentar incluindo roupas

alimentos e utensiacutelios usados na cozinha e aparelhos sanitaacuterios (UNEPWHO

1996)

O manganecircs encontra-se frequumlentemente presente com baixos teores

(lt 02 mgL) em quase todas as aacuteguas naturais (SANTOS 1997) Eacute um

elemento traccedilo essencial estando envolvido na siacutentese de proteiacutenas dinacircmica

do colesterol e na produccedilatildeo de hemoglobina aleacutem de ser um catalisador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

23

enzimaacutetico Sua deficiecircncia no corpo humano estaacute associada a doenccedilas

cardiacuteacas anemia e maacute formaccedilatildeo oacutessea em crianccedilas No entanto a ingestatildeo

habitual de aacuteguas ricas em manganecircs (14 mgL) causa lesotildees cerebrais Com

relaccedilatildeo ao consumo de aacutegua potaacutevel baixos niacuteveis deste metal podem

ocasionar o surgimento de bacteacuterias manganosas em sistemas de rede como

tambeacutem cor e turbidez Concentraccedilotildees deste elemento que excedem a 02

mgL produzem sabor desagradaacutevel (GALVIacuteN 1996)

Segundo Santos (1997) os teores de potaacutessio nas aacuteguas subterracircneas

satildeo inferiores a 10 mgL Em aacuteguas meteoacutericas os teores de potaacutessio estatildeo

geralmente no intervalo de 01 a 4 mgL Ainda segundo estes autores a

carecircncia de potaacutessio no organismo humano pode provocar fadiga baixa de

accediluacutecar no sangue e insocircnia enquanto que seu excesso pode causar catildeimbra

fadiga paralisia muscular e diarreacuteia

O soacutedio eacute o principal responsaacutevel pelo aumento constante da salinidade

das aacuteguas naturais do ponto de vista catiocircnico As aacuteguas naturais com

elevados teores de soacutedio satildeo prejudiciais agraves plantas por reduzir a

permeabilidade do solo (SANTOS 1997) Fisiologicamente altos niacuteveis de

soacutedio no sangue resultam em problemas cardiacuteacos como hipertensatildeo

patologias nos rins e no fiacutegado e intoxicaccedilatildeo em gestantes e em bebecircs

(GALVIacuteN 1996)

O zinco entre os metais pesados eacute o mais soluacutevel Sua concentraccedilatildeo

em geral eacute inferior a 10 microgL nas aacuteguas subterracircneas (Santos 1997) Pode ser

considerado um metal natildeo toacutexico ainda que em doses elevadas Contudo

aumentos de zinco em aacuteguas potaacuteveis satildeo geralmente associadas com os

efeitos toacutexicos do caacutedmio Este fato deve alertar agraves autoridades responsaacuteveis

pelo controle da qualidade da aacutegua com relaccedilatildeo ao consumo de aacuteguas

relativamente ricas em zinco e potencialmente em caacutedmio (GALVIacuteN 1997)

233 ndash Paracircmetros bacterioloacutegicos

Existem vaacuterios meacutetodos de detectar o grau de contaminaccedilatildeo de uma

aacutegua A teacutecnica microbioloacutegica baacutesica consiste na detecccedilatildeo e na contagem de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

24

organismos indicadores Esta teacutecnica eacute utilizada no monitoramento da

qualidade de aacutegua As bacteacuterias do grupo coliforme podem ser definidas como

os principais indicadores da pureza da aacutegua para consumo domeacutestico

industrial entre outros (ZAMXAKA et al 2004)

O isolamento de patoacutegenos eacute inviaacutevel pois eles estatildeo presentes em

nuacutemeros relativamente pequenos comparados com outros gecircneros de

microorganismos Aleacutem do mais existem muitos gecircneros de patoacutegenos e cada

um requer uma teacutecnica especiacutefica de isolamento A metodologia que tem sido

adotada consiste em analisar para organismos indicadores que habitam o

intestino em expressivas quantidades e que satildeo excretados nas fezes

humanas A presenccedila destes organismos indicadores na aacutegua evidencia a

contaminaccedilatildeo fecal e portanto o provaacutevel risco de que patoacutegenos estejam

presentes O termo ldquocoliformes totaisrdquo inclui coliformes termotolerantes e

bacteacuterias de origem fecal assim como tambeacutem algumas bacteacuterias que podem

ser isoladas de fontes do meio ambiente A presenccedila de coliformes totais pode

indicar ou natildeo a presenccedila de contaminaccedilatildeo fecal O termo coliforme fecal tem

sido utilizado em microbiologia para denotar organismos coliformes que se

desenvolvem a 44 ou 445 oC e fermentam lactose para produzir aacutecido e gaacutes

Na praacutetica alguns organismos que apresentam estas caracteriacutesticas podem

natildeo ser de origem fecal e o termo ldquocoliforme termotoleranterdquo eacute portanto mais

correto e eacute mais comumente empregado (UNEPWHO 1996)

234 - Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano

A qualidade de aacutegua constitui-se de grande importacircncia para a

humanidade O sabor foi a forma mais simples de se reconhecer a adequaccedilatildeo

da aacutegua para consumo Assim sendo os antigos sistemas de classificaccedilatildeo

dividiam as aacuteguas naturais como aacuteguas doces aacuteguas salobras e aacuteguas

salgadas Esta classificaccedilatildeo tem sido empregada ateacute o presente Contudo

estes tipos de aacuteguas poderiam variar tremendamente de acordo com as

condiccedilotildees locais As pessoas que usavam aacutegua de rio (cong 200 mgL de

salinidade) para beber considerariam uma aacutegua subterracircnea com uma

salinidade de 800 mgL como altamente salobra enquanto que habitantes dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

25

desertos poderiam admitir que uma aacutegua com salinidade de 1500 mgL seria

satisfatoacuteria para consumo No Sinai do Sul os beduiacutenos assim como o seu

rebanho sobreviviam com aacutegua de poccedilo com uma salinidade em torno de 2000

mgL Em 1988 a OMS (Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) estabeleceu padrotildees

quiacutemicos e bioloacutegicos para a qualidade de aacutegua destinada ao consumo e

classificou as aacuteguas quanto agrave potabilidade de acordo com a salinidade como

mostra a Tabela 22 (EL-MANHARAWY HAFEZ 2003)

Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

Qualidade da aacutegua STD (mgL) Excelente lt 300 Boa 300 - 600 Regular 600 - 900 Insatisfatoacuteria 900 - 1200 Inaceitaacutevel gt 1200

Fonte El-Manharawy e Hafez (2003)

Em 1996 a Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental dos Estados Unidos

recomendou um niacutevel de STD de 500 mgL como seguro para fins de consumo

humano a longo prazo e 1000 mgL como maacuteximo para consumo humano a

curto prazo Os padrotildees de qualidade de aacutegua estabelecidos por ambos

mencionam detalhadamente os limites bacterioloacutegicos e tambeacutem para

substacircncias quiacutemicas perigosas (FATH et al 2003) A maior parte da aacutegua

disponiacutevel na terra tem uma salinidade superior a 10000 mgL enquanto que a

aacutegua salgada normalmente tem uma salinidade entre 35000-45000 mgL na

forma de sais dissolvidos

De acordo com o Art 16 da Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do

Ministeacuterio da Sauacutede a aacutegua potaacutevel deve estar em conformidade com o padratildeo

de aceitaccedilatildeo de consumo expresso na Tabela 23

A referida Portaria recomenda que o pH da aacutegua seja mantido na faixa

de 60 a 95 que o teor maacuteximo de cloro residual livre em qualquer ponto do

sistema de abastecimento seja de 20 mgL Aleacutem disso recomenda-se a

realizaccedilatildeo de testes para detecccedilatildeo de odor e gosto em amostras de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

26

coletadas na saiacuteda do tratamento e na rede de distribuiccedilatildeo Aleacutem disso as

amostras de aacutegua para consumo humano devem tambeacutem estar isentas de

coliformes termotolerantes

Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a Portaria

no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

Paracircmetro Unidade VMP(1)

Alumiacutenio mgL 02 Amocircnia (como NH3) mgL 15 Cloreto mgL 250 Cor aparente UH(2) 15 Dureza mgCaCO3L 500 Etilbenzeno mgL 02 Ferro mgL 03 Manganecircs mgL 01 Monoclorbenzeno mgL 012 Odor - Natildeo objetivaacutevel(3)

Gosto - Natildeo objetivaacutevel(3)

Soacutedio mgL 200 Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

mgL 1000

Sulfato mgL 250 Sulfeto de hidrogecircnio mgL 005 Surfactantes mgL 05 Tolueno mgL 017 Turbidez UT(4) 5 Zinco mgL 5 Xileno mgL 03 (1) Valor maacuteximo permitido (2) Unidade Hazen (mg Pt ndash CoL) (3) Criteacuterio de referecircncia ( 4) Unidade de turbidez

24 ndash ABASTECIMENTO DE AacuteGUA

241 - Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua

A bacia do rio Satildeo Francisco possui 52 de sua aacuterea inserida no

ldquoPoliacutegono da Secardquo (SUASSUNA 2000) Possui uma disponibilidade de aacutegua

de 644 bilhotildees de m3ano respondendo por 69 da disponibilidade de aacuteguas

superficiais e por 73 da disponibilidade superficial garantida do Nordeste

face agrave sua perenidade (MONTENEGRO et al 2003) Este vital recurso hiacutedrico

tem desempenhado o papel de principal fonte de recurso hiacutedrico da regiatildeo

Nordeste como elemento fornecedor de aacutegua atraveacutes de sistemas integrados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

27

e sistemas isolados de abastecimento de aacutegua Apesar de ser um manancial

notoriamente reconhecido pela sua boa qualidade nem sempre a qualidade

de aacutegua dos sistemas adutores de fornecimento de aacutegua do Satildeo Francisco

atendem aos padrotildees de potabilidade preconizados como mostra o trabalho de

Santos e Daltro Filho (2000) Estes autores realizaram um levantamento

exploratoacuterio visando avaliar a qualidade de aacutegua de abastecimento fornecida

pelo sistema integrado Escurial (Sergipe) as condiccedilotildees de vida sauacutede

percepccedilatildeo e postura da populaccedilatildeo ao recurso da aacutegua Neste trabalho fez-se

uso de questionaacuterios que foram aplicados junto agrave populaccedilatildeo agraves autoridades e

oacutergatildeos atuantes nos 5 povoados atendidos aleacutem de terem sido efetuadas

coletas e anaacutelises de aacutegua no rio Satildeo Francisco e em diversos pontos deste

sistema O referido sistema inicia no povoado Escurial onde existe a captaccedilatildeo

o tratamento uma unidade de armazenamento e uma estaccedilatildeo elevatoacuteria

Atende aleacutem do povoado Escurial aos povoados Carro Quebrado Lagoas

Catingueira e Areias Todos estes povoados pertencem ao municiacutepio sergipano

de Nossa Senhora de Lourdes e estatildeo inseridos no semi-aacuterido Este sistema de

responsabilidade da DESO (Companhia de Saneamento de Sergipe) foi

projetado para o alcance de 2011 quando se pretende atender a uma

populaccedilatildeo de 4476 pessoas De acordo com os resultados apresentados

Santos e Daltro Filho (2000) concluiacuteram

(i) Com a chegada do abastecimento de aacutegua as comunidades adquiriram a

percepccedilatildeo da aacutegua como um bem disponiacutevel (de consumo) e mesmo de

conforto apesar de sofrimento pela sua falta

(ii) Tanto a aacutegua do manancial como a que eacute distribuiacuteda natildeo atende

totalmente aos padrotildees de potabilidade

(iii) O alto grau de pobreza que estava submetida a populaccedilatildeo da aacuterea

estudada representava um risco agrave sustentabilidade do meio ambiente pois as

famiacutelias natildeo dispunham de recursos nem conhecimento para evitar a

degradaccedilatildeo do ambiente onde viviam

(iv) As atividades da DESO atraveacutes do sistema integrado de Escurial que

abastece os cinco povoados estudados tecircm representado um ganho parcial

para aquelas comunidades principalmente no que se refere ao ldquoconfortordquo Essa

situaccedilatildeo eacute particularmente importante para a populaccedilatildeo dos povoados mais

distantes na busca pela aacutegua Os efeitos positivos daquela infra-estrutura na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

28

sauacutede da comunidade dependem natildeo soacute da qualidade da aacutegua mas de

muacuteltiplos fatores e demais intervenccedilotildees como destino e tratamento dos

resiacuteduos soacutelidos instalaccedilotildees sanitaacuterias adequadas nos domiciacutelios boa higiene

comunitaacuteria e niacuteveis soacutecio-econocircmicos e educacionais compatiacuteveis ao bem

estar de qualquer comunidade No mais pocircde-se perceber que o simples

fornecimento de aacutegua tem representado impacto parcialmente positivo agrave

qualidade de vida da populaccedilatildeo apesar das constantes faltas drsquoaacutegua

particularmente no periacuteodo de estiagem

Atualmente o nuacutemero de accediludes existentes no semi-aacuterido nordestino eacute

superior a 100 mil e a capacidade de armazenamento eacute de 25 bilhotildees de

metros cuacutebicos (DUARTE 2002) No Nordeste do Brasil que eacute a principal

regiatildeo onde as condiccedilotildees aacuteridas e semi-aacuteridas satildeo encontradas tecircm sido

construiacutedos centenas de reservatoacuterios a fim de armazenar aacutegua para consumo

humano e para irrigaccedilatildeo Infelizmente a maioria destes reservatoacuterios (cerca de

80) natildeo eacute conectada aos sistemas de distribuiccedilatildeo de aacutegua para consumo

humano Aleacutem da evidente necessidade de uma quantidade suficiente de aacutegua

existem seacuterios problemas relacionados com a qualidade da aacutegua destes

reservatoacuterios (VON SPERLING 1998)

(i) Eutrofizaccedilatildeo (florescecircncia de plantas aquaacuteticas causadas pela descarga de

nutrientes)

(ii) Assoreamento (acuacutemulo de material inorgacircnico tal como areia silte e

argila)

(iii) Salinizaccedilatildeo (elevaccedilatildeo do teor de sais no corpo drsquoaacutegua quando a

evaporaccedilatildeo excede a precipitaccedilatildeo)

Segundo Santos et al (2000) a construccedilatildeo simples de accediludes grandes

e pequenos sem criteacuterios de distribuiccedilatildeo nas bacias hidrograacuteficas tem levado

ao agravamento do quadro da falta drsquoaacutegua ou mesmo da qualidade de aacutegua

(salinizaccedilatildeo)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

29

242 ndash Obras hiacutedricas de pequeno porte

Como no semi-aacuterido brasileiro a escassez de aacutegua para o consumo

humano ainda eacute um drama social principalmente durante as secas a

necessidade diaacuteria de buscar aacutegua para o consumo domeacutestico obriga

principalmente as mulheres a longas caminhadas agrave sua procura As

estimativas apontam que dois terccedilos dos domiciacutelios rurais no Nordeste se

encontram nessa situaccedilatildeo Na maioria dos casos sem ter outra alternativa

utilizam aacutegua improacutepria ao consumo humano ou esperam dias e ateacute semanas

pelo abastecimento do carro-pipa cuja qualidade de aacutegua muitas vezes natildeo

atende aos padrotildees de potabilidade O esforccedilo despendido para obtenccedilatildeo de

aacutegua nos periacuteodos de escassez de chuvas eacute significativo Satildeo cerca de trecircs

diashomem por semana para obtenccedilatildeo de aacutegua segundo estudos da

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria) sem falar dos

problemas causados pelo consumo de aacutegua contaminada A UNICEF (Fundo

das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia) usando dados do Ministeacuterio da Sauacutede do

Brasil alerta para o fato de que a cada quatro crianccedilas que morrem na regiatildeo

uma deixa a vida acometida por diarreacuteia consequumlecircncia indesejaacutevel do

consumo de aacutegua improacutepria Os custos diretos e indiretos financeiros e sociais

desta situaccedilatildeo satildeo imensos e se repetem com uma frequumlecircncia inaceitaacutevel

(LIMA et al 2001)

Em funccedilatildeo disto tem-se buscado para o povo nordestino soluccedilotildees

simples praacuteticas e economicamente viaacuteveis Por meio de parcerias diversas

ONGs instituiccedilotildees eclesiaacutesticas e governamentais tecircm desenvolvido algumas

experiecircncias localizadas e conseguido melhorar as condiccedilotildees de vida da

populaccedilatildeo rural difusa Um princiacutepio elementar do manejo dos recursos

hiacutedricos no semi-aacuterido eacute a captaccedilatildeo no periacuteodo chuvoso e utilizaccedilatildeo no periacuteodo

de estiagem imediato (COSTA et al 2001a)

A realidade econocircmica e social do homem do campo nordestino exige

que as soluccedilotildees encontradas para a convivecircncia com a seca envolvam

tecnologias de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo Dentre estas alternativas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

30

empregadas historicamente destacam-se os barreiros as barragens

subterracircneas os poccedilos tubulares e as cisternas (ABREU 2001) Uma consideraacutevel quantidade de estudos hidroloacutegicos e obras

hidraacuteulicas tem levado progressivamente agrave atenuaccedilatildeo dos problemas

decorrentes das condiccedilotildees de semi-aridez Todavia como observam Costa et

al (2001a) soluccedilotildees definitivas estatildeo ainda longe de serem alcanccediladas e

soluccedilatildeo uacutenica natildeo existe

Qualquer que seja a soluccedilatildeo ou conjunto de soluccedilotildees deve-se ter

sempre em mente a busca mais apropriada a cada condiccedilatildeo de escassez de

aacutegua banindo-se a cultura de soluccedilotildees aplicadas a regiotildees uacutemidas como

tradicionalmente tecircm-se comportado a pesquisa e a extensatildeo rural do semi-

aacuterido (BATISTA 2001) Um aspecto ressaltado por Mota e Studart (1996) eacute que

na implantaccedilatildeo de obras hiacutedricas devem ser considerados os sistemas jaacute

existentes e os impactos que podem causar nos meios abioacutetico bioacutetico e

antroacutepico tendo como unidade de anaacutelise a bacia hidrograacutefica Assim aleacutem

dos impactos localizados decorrentes de cada empreendimento devem ser

analisados os impactos cumulativos do mesmo sobre a bacia hidrograacutefica

onde se situaraacute

As pequenas obras hiacutedricas (barreiros cisternas barragens

subterracircneas e poccedilos) satildeo estruturas de pequeno porte e de custo construtivo

relativamente baixo construiacutedas com a finalidade de armazenar aacuteguas

superficiais subterracircneas ou pluviais para a sua utilizaccedilatildeo de alguma forma ou

de muacuteltiplas formas (abastecimento de aacutegua dessedentaccedilatildeo animal irrigaccedilatildeo

entre outras) Enfoca-se a seguir alguns aspectos relacionados a estas

estruturas 2421 ndash Barreiros

O aproveitamento de aacutegua conhecido regionalmente por barreiro

tanque ou aguada consiste no acuacutemulo de aacuteguas de superfiacutecie que recolhe a

aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio proporcionado pela construccedilatildeo de

um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo do terreno Sua capacidade de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

31

acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute algumas dezenas de milhares de

metros cuacutebicos A partir de um acuacutemulo superior a cerca de 100000 m3 a obra

eacute considerada como um pequeno accedilude Trata-se de um aproveitamento de

pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo relativamente baixo e

sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho do barreiro podendo

ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas razotildees o barreiro

encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste (OLIVEIRA

LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al (2003) estas

estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas por evaporaccedilatildeo

elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas exigecircncias de

potabilidade

No que se refere agrave utilizaccedilatildeo da aacutegua armazenada as famiacutelias a utilizam

para os mais diversos usos em funccedilatildeo destas estruturas exercerem um papel

importante no abastecimento familiar Apesar da alta turbidez encontrada

nestas aacuteguas chegando a valores acima de 600 uT elas tambeacutem satildeo

destinadas ao consumo familiar Eacute comum as famiacutelias utilizarem produtos

minerais tais como sulfato de alumiacutenio gesso cal etc para clarificar a aacutegua

desses barreiros Ciente dos riscos que estes produtos podem trazer agrave sauacutede

humana quando ingeridos em dosagens excessivas e por periacuteodos

prolongados a ONG CAATINGA vem introduzindo o uso da semente de

moringa oleifera para clarificar e tratar a aacutegua dos barreiros destinada ao uso

familiar (SOUZA 1999)

Atraveacutes da observaccedilatildeo de alguns poucos barreiros profundos

(profundidade superior a 4 m) existentes no municiacutepio de Ouricuri-PE

confirmou-se na praacutetica que a evaporaccedilatildeo era reduzida agrave medida em que se

aumentava a profundidade Daiacute em 1987 o barreiro-trincheira (Figura 22)

surgiu como proposta para armazenamento e fornecimento de aacutegua para

consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal das pequenas propriedades da

regiatildeo de Ouricuri (SOUZA 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

32

Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999)

2422 ndash Cisternas

Construir cisternas eacute uma tradiccedilatildeo antiga em regiotildees aacuteridas ou semi-

aacuteridas do ldquoVelho Mundordquo como no Oriente Meacutedio e na Aacutesia onde a captaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para o abastecimento humano faz parte do acervo cultural

dos povos haacute milhares de anos (SCHISTEK 2001)

A cisterna consiste em um reservatoacuterio fechado destinado a armazenar

aacuteguas pluviais para consumo humano Eacute constituiacuteda por um tanque de

armazenamento um sistema de filtragem e a aacuterea de captaccedilatildeo O tanque de

armazenamento eacute o proacuteprio reservatoacuterio que pode ser semi-enterrado ou

totalmente subterracircneo no caso da aacuterea de captaccedilatildeo ser no solo (Brito e Porto

1999) Trata-se de uma tecnologia de soluccedilatildeo local e de baixo custo com

perspectiva de equacionar a demanda de aacutegua para consumo humano e

animal aproveitando o proacuteprio telhado das construccedilotildees eou solo da

circunvizinhanccedila como aacuterea de captaccedilatildeo Existe portanto possibilidade de

aproveitamento das superfiacutecies de captaccedilatildeo existentes numa propriedade (casas-

sede casas de colono instalaccedilotildees animais) livre de taxa e sem necessidade de

transporte da aacutegua por longas distacircncias aleacutem do benefiacutecio de reduzir a demanda

por aacutegua tratada (GONDIM 2001)

Segundo Gnadlinger (1999) a cisterna de placas de cimento eacute o tipo de

cisterna mais utilizado no semi-aacuterido brasileiro Esse reservatoacuterio consiste em

placas de concreto (mistura cimento-areia na proporccedilatildeo de 14) de cerca de 50

por 60 cm com 3 cm de espessura curvadas de acordo com o raio projetado

da parede da cisterna dependendo da capacidade prevista Haacute variantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

33

onde por exemplo as placas de concreto satildeo menores e mais espessas e com

um traccedilo de cimento mais magro A parede da cisterna eacute levantada com essas

placas finas a partir do chatildeo jaacute cimentado Para evitar que a parede venha a

cair ela eacute sustentada com varas ateacute que a argamassa esteja seca Apoacutes isso

um arame de accedilo galvanizado (no 12 ou 277 mm) eacute enrolado no lado externo

da parede e essa eacute rebocada Em seguida a parede interna e o chatildeo satildeo

rebocados e cobertos com nata de cimento forte O telhado da cisterna tambeacutem

eacute feito de placas de concreto Um reboco externo eacute suficiente para dar firmeza

O espaccedilo vazio em volta da cisterna eacute aterrado

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel aleacutem da

poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais como roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos animais satildeo levados pelo escoamento da aacutegua

de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada Uma

vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir em

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004) Aleacutem disso a construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de

lanccedilamento de esgotos a ausecircncia de conservaccedilatildeo e de manejo adequados

da aacutegua aliados ao uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e

uso de cordas e baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem

representar fontes de contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios

microorganismos natildeo soacute os pertencentes ao grupo coliformes totais e

termotolerantes mas tambeacutem outras bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua

(AMORIM PORTO 2003) Geralmente indicadores tradicionais assim como

os coliformes totais e termotolerantes satildeo utilizados para avaliar a qualidade

microbioloacutegica das aacuteguas de chuva (MEERA AHAMMED 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

34

Amorim e Porto (2001) avaliaram a qualidade bacterioloacutegica da aacutegua de

cisternas da comunidade de Volta do Riacho localizada no municiacutepio de

Petrolina-PE Eles enfocaram medidas de proteccedilatildeo da contaminaccedilatildeo por

agentes patogecircnicos associados agraves doenccedilas veiculadas pela aacutegua Os

resultados obtidos indicaram contaminaccedilatildeo de origem fecal em todas as

cisternas avaliadas e tambeacutem a ausecircncia de medidas de prevenccedilatildeo de

contaminaccedilatildeo principalmente o uso da desinfecccedilatildeo da aacutegua pelo cloro

O dispositivo destinado a desviar automaticamente as primeiras aacuteguas

de chuva apresentado no trabalho de Andrade Neto (2003 2004) consiste

num pequeno tanque localizado na cobertura da cisterna para o qual satildeo

desviadas automaticamente as primeiras aacuteguas de cada chuva utilizando-se

um ldquoTrdquo (intercalado na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna) que deriva para este

pequeno tanque as aacuteguas de lavagem da superfiacutecie de captaccedilatildeo Como o

tanque de desvio permanece todo fechado quando o telhado estaacute lavado ele

enche e soacute entatildeo eacute que a aacutegua de melhor qualidade vai para a cisterna O

fecho hiacutedrico dispensa boacuteias ou outros artifiacutecios Apoacutes a chuva e antes que se

acumule sujeira na superfiacutecie de captaccedilatildeo o tanque de desvio deve ser

esvaziado por meio de uma tubulaccedilatildeo de descarga que novamente fechada

deixa o dispositivo pronto para o desvio automaacutetico das primeiras aacuteguas da

proacutexima chuva O tanque de desvio eacute pequeno e portanto perde-se muito

pouco da aacutegua que aliaacutes pode ser empregada em usos menos exigentes e

ganha-se muito em qualidade

Aleacutem de apresentar um dispositivo destinado a desviar automaticamente

as primeiras aacuteguas de chuva Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios

aspectos da qualidade da aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a

fim de evitar a contaminaccedilatildeo da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na

superfiacutecie de captaccedilatildeo e propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

35

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microorganismos de maior dimensatildeo melhorando a qualidade da aacutegua

coletada

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuteria

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante (prejudica a qualidade da aacutegua pois favorece a proliferaccedilatildeo de

algas tornando a aacutegua improacutepria para consumo)

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais mas na calha e na tubulaccedilatildeo

de entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou outra coisa que possa

reter a sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes eacute prudente tratar a aacutegua

da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem a

garantia de que a cisterna eacute abastecida apenas por aacutegua de chuva ou que natildeo

se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM PORTO

2003) Existem muitas formas de tratamento das aacuteguas das cisternas Os mais

comuns satildeo cloraccedilatildeo fervura filtraccedilatildeo e exposiccedilatildeo aos raios ultravioleta do

sol A cloraccedilatildeo eacute o tratamento mais apropriado para aacuteguas pluviais quando se

suspeita de contaminaccedilatildeo devido a aacutegua apresentar coloraccedilatildeo ou odor

desagradaacutevel (GOULD 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

36

2423 ndash Barragens subterracircneas

Este tipo de obra se caracteriza por um barramento artificial do fluxo de

aacutegua subterracircnea construiacutedo comumente encaixado no leito de riachos com o

fim de manter elevado o niacutevel freaacutetico aumentar o armazenamento de aacutegua e

estabelecer condiccedilotildees favoraacuteveis de captaccedilatildeo a montante Tais caracteriacutesticas

evitam que os recursos hiacutedricos do aquumliacutefero aluvial continuem a escoar ateacute

que se esgotem com o fim do periacuteodo de chuvas fato comumente verificado

nas regiotildees semi-aacuteridas (COSTA et al 2001a) As barragens subterracircneas satildeo

menos susceptiacuteveis agrave evaporaccedilatildeo e contaminaccedilatildeo da aacutegua do que

reservatoacuterios superficiais (accedilude) como mostram Puerari e Castro (2001)

Uma pesquisa para locaccedilatildeo de uma barragem subterracircnea deve levar

em conta diversos aspectos fundamentais entre eles (COSTA 2001) se a

aacutegua do rio jaacute possui elevado teor de sais natildeo se deve construir uma barragem

subterracircnea pois a tendecircncia natural seraacute aumentar a sua concentraccedilatildeo salina

tornando-a imprestaacutevel ao consumo humano

Dentre os vaacuterios modelos de barragem subterracircnea segundo Abreu

(2001) os mais conhecidos satildeo

(i) Modelo CPATSA (Figura 23) padratildeo desenvolvido por pesquisadores do

CPATSAEMBRAPA em Petrolina-PE no iniacutecio dos anos 80 constando

essencialmente de

bull Uma escavaccedilatildeo em arco

bull Uma parede elevada (cerca de 1 m de altura) a jusante da escavaccedilatildeo

bull Impermeabilizaccedilatildeo da parede elevada e da escavaccedilatildeo

bull Um sangradouro em cimento e alvenaria ou em concreto

bull Uma cisterna coberta com telhado a jusante da barragem

bull Um filtro de areia e carvatildeo na escavaccedilatildeo

bull Uma tubulaccedilatildeo para conduccedilatildeo da aacutegua da barragem atraveacutes do filtro ateacute a

cisterna a jusante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

37

Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001)

(ii) Modelo CAATINGA (Figura 24) modelo desenvolvido pela ONG

CAATINGA e consta basicamente de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira linear em geral de modo manual

bull Preenchimento da trincheira com o mesmo material retirado submetido a

uma compactaccedilatildeo manual ou feita por animais

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte sobre a barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38

Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001)

(iii) Modelo Costa e Melo (Figura 25) desenvolvida pelos pesquisadores da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Waldir D Costa e Pedro G de

Melo no iniacutecio da deacutecada de 80 tendo sido posteriormente modificado

ampliado e adequado agraves condiccedilotildees locais pelo primeiro dos pesquisadores

Consta de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira retiliacutenea perpendicular agrave direccedilatildeo de

escoamento do riacho

bull Septo impermeaacutevel ao longo da trincheira

bull Um ou mais poccedilos amazonas sendo um necessariamente colocado junto do

septo impermeaacutevel e a montante deste

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte na superfiacutecie junto ao

septo impermeaacutevel e a jusante deste

bull Um ou mais piezocircmetros ao longo da bacia hidraacuteulica da barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

39

Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Modelo Costa e Melo (ABREU

2001)

2424 ndash Poccedilos

A utilizaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea no Brasil vem crescendo de maneira

significativa provavelmente com taxas superiores agrave da proacutepria economia como

um todo Entretanto pode-se afirmar que a mesma ainda natildeo atingiu um niacutevel

de divulgaccedilatildeo adequado e continua sendo um recurso natural completamente

desconhecido e marginal ao planejamento econocircmico do Paiacutes Ocorrem

atualmente demandas localizadas e sazonais ora movidas pela trageacutedia das

secas nas regiotildees semi-aacuteridas e ora por efeitos artificiais dos interesses

eleitoreiros (RIBEIRO 2001) Silans (2002) informa que os poccedilos constituem

junto com a pequena accediludagem a soluccedilatildeo mais difundida para o

abastecimento de aacutegua difuso no semi-aacuterido

A captaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea daacute-se pelo bombeamento da aacutegua de

poccedilos O tipo de poccedilo a ser construiacutedo depende da finalidade a que se destina

e da vazatildeo que se espera retirar Os poccedilos podem ser classificados por sua

profundidade diacircmetro material de construccedilatildeo tipo de aquumliacutefero entre outros

As cacimbas (Figura 26) satildeo um dos tipos mais conhecidos de poccedilos Este

tipo de poccedilo eacute usado para captaccedilatildeo de aquumliacuteferos livres freaacuteticos e de aluviatildeo

de domiacutenio poroso Natildeo satildeo profundos e possuem grande diacircmetro (maior que

2 m) e as vazotildees de explotaccedilatildeo satildeo baixas O material de revestimento pode

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

40

ser de manilhas de concreto ladrilho tijolos cimento ou pedras As bombas

empregadas para retirada de aacutegua satildeo de baixa potecircncia muitas vezes em

poccedilos com menos de 10 m de profundidade empregam-se compressores

(FREITAS 1997)

Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997)

Os poccedilos tubulares (Figura 27) usualmente chamados poccedilos

artesianos possuem diacircmetro menor que as cacimbas e sua profundidade

varia de dezenas a centenas de metros Satildeo revestidos por tubos de PVC

geomecacircnico ou accedilo galvanizado intercalados com filtros que nada mais satildeo

do que os revestimentos dotados de ranhuras ou espaccedilos vazios para permitir

a entrada de aacutegua Estes poccedilos atingem todo o tipo de aquumliacutefero empregam

bombas submersas para a explotaccedilatildeo da aacutegua (FREITAS 1997)

Haacute ainda os poccedilos de monitoramento e amostragem (Figura 28) Estes

poccedilos satildeo utilizados no monitoramento da qualidade da aacutegua subterracircnea em

um determinado local Satildeo em geral construiacutedos proacuteximos a aterros

sanitaacuterios lixotildees estaccedilotildees de tratamento de esgoto e outras instalaccedilotildees que

podem vir a contaminar a aacutegua subterracircnea principalmente o lenccedilol freaacutetico

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

41

Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS 1997)

Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e amostragem

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

42

Os materiais visualizados anteriormente nas Figuras 27 e 28 satildeo

imprescindiacuteveis na construccedilatildeo de poccedilos de qualidade Nenhum deles deve ser

suprimido O revestimento interno consiste de tubos de PVC da linha

geomecacircnica (resistente agrave traccedilatildeo provocada pelo bombeamento) ou de accedilo

galvanizado Tem a funccedilatildeo de revestir as paredes do poccedilo Os tubos de PVC

soacute podem ser empregados em poccedilos de no maacuteximo 250 m de profundidade

No entanto em poccedilos com menor profundidade deve-se sempre optar por

revestimento e filtros deste material uma vez que eacute praticamente inerte agrave

maioria das substacircncias e natildeo eacute susceptiacutevel agrave corrosatildeo quiacutemica O filtro possui

a propriedade de permitir a entrada de aacutegua do aquumliacutefero para dentro do poccedilo e

de impedir a penetraccedilatildeo de alguma impureza Existem vaacuterios tipos de filtros

poreacutem o mais comum eacute o do tipo ranhurado O preacute-filtro consiste de areia

lavada de gratildeos de quartzo ou pedriscos de quartzo inertes e resistentes O

preacute-filtro ocupa o espaccedilo anular entre o filtro e a parede de perfuraccedilatildeo A

granulometria do preacute-filtro eacute funccedilatildeo da granulometria do aquumliacutefero O preacute-filtro

tem a funccedilatildeo de estabilizar areias muito finas e bem selecionadas e permitir

maior percentual de aacuterea aberta das ranhuras do filtro A proteccedilatildeo sanitaacuteria tem

a funccedilatildeo de evitar que a aacutegua superficial contamine o poccedilo atraveacutes da

infiltraccedilatildeo pelo espaccedilo anular Eacute formada pelo selo sanitaacuterio e pela caixa de

proteccedilatildeo O selo sanitaacuterio consiste de uma argamassa de cimento na

extremidade superior do espaccedilo anular A laje de proteccedilatildeo eacute um piso de

cimento ao redor da boca do poccedilo construiacutedo com um pequeno declive

(FREITAS 1997)

A primeira fase na construccedilatildeo de um poccedilo eacute a execuccedilatildeo de um projeto

do poccedilo Neste projeto define-se a vazatildeo pretendida para o sistema Devem

constar um estudo que contenha informaccedilotildees sobre a geologia local planta

topograacutefica em escala adequada com localizaccedilatildeo e cadastro de obras e de

poccedilos existentes a existecircncia de outros poccedilos abrangidos pelo mesmo

aquumliacutefero o meacutetodo de locaccedilatildeo o perfil estratigraacutefico previsto meacutetodo de

perfuraccedilatildeo entre outras informaccedilotildees A obra propriamente dita inicia-se com a

perfuraccedilatildeo inicial para a colocaccedilatildeo do tubo de proteccedilatildeo sanitaacuteria Pode-se ou

natildeo executar executar um furo guia para obtenccedilatildeo de dados preliminares das

caracteriacutesticas rochas em subsuperfiacutecie Existem basicamente dois tipos de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

43

sonda utilizados para a perfuraccedilatildeo de poccedilos rotativa e agrave percussatildeo A rotativa

eacute empregada em terrenos cujas rochas possuem grande resistecircncia A

perfuraccedilatildeo agrave percussatildeo baseia-se na perfuraccedilatildeo mediante o movimento

alternativo (para cima e para baixo) de uma pesada massa que em sua queda

fratura e desagrega a rocha desprendendo fragmentos de variados tamanhos

que satildeo extraiacutedos por meio de uma vaacutelvula de limpeza (FREITAS 1997)

A forma de construccedilatildeo do poccedilo eacute fundamental para garantir a qualidade

da aacutegua captada e maximizar a eficiecircncia da operaccedilatildeo do poccedilo e a explotaccedilatildeo

do aquumliacutefero Essa questatildeo encontra-se regulamentada atraveacutes de duas

normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas (ABNT) publicadas em

1990 O projeto de poccedilo para captaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea eacute regulamentado

pela norma NBR-12212 de 1992 que prevecirc a elaboraccedilatildeo de especificaccedilotildees

teacutecnicas de construccedilatildeo planilha orccedilamentaacuteria e croquis construtivos O projeto

executivo deve seguir as normas teacutecnicas para construccedilatildeo de poccedilos

apresentada na NBR-12244 de 1990 (ANA 2005)

Entre os principais fatores construtivos dos poccedilos tubulares que podem

representar risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas estatildeo (ANA 2005)

(i) Natildeo isolar as camadas indesejaacuteveis durante a perfuraccedilatildeo como por

exemplo a parte de rochas alteradas mais superficiais que satildeo mais

vulneraacuteveis agrave contaminaccedilatildeo

(ii) Ausecircncia de laje de proteccedilatildeo sanitaacuteria e altura inadequada da boca do poccedilo

(iii) Proximidade com pontos potencialmente contaminantes da aacutegua tais como

fossas lixotildees entre outros

(iv) Natildeo desinfectar o poccedilo apoacutes a construccedilatildeo

(v) Natildeo cimentaccedilatildeo do espaccedilo anelar entre o furo e o poccedilo que facilita a

entrada de aacuteguas superficiais

A resoluccedilatildeo no 15 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH)

de 2001 considera que poccedilos abandonados e desativados devem ser

adequadamente lacrados a fim de que natildeo se tornem possiacuteveis fontes de

contaminaccedilatildeo para o aquumliacutefero (ANA 2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

44

A vida uacutetil de um poccedilo depende tanto da metodologia adequada de

construccedilatildeo como tambeacutem da manutenccedilatildeo posterior A manutenccedilatildeo consiste

de operaccedilotildees necessaacuterias ao bom funcionamento do poccedilo e eacute de suma

importacircncia para se prevenir problemas futuros que podem quando natildeo

sanados a tempo inutilizar o poccedilo Os problemas mais comuns em poccedilos satildeo

(FREITAS 1997)

(i) Obstruccedilatildeo das seccedilotildees filtrantes pode indicar incrustaccedilatildeo (aacuteguas

incrustantes) ou deposiccedilatildeo de argila silte ou areia fina nos filtros ou ainda

pode ser decorrente de mau desenvolvimento do poccedilo

(ii) Produccedilatildeo de areia geralmente eacute resultado do rompimento de algumas

seccedilotildees de filtro ou do proacuteprio revestimento

(iii) Deterioraccedilatildeo da estrutura do poccedilo (accedilo inoxidaacutevel) reflete-se em geral

pela alteraccedilatildeo da cor da aacutegua e presenccedila de partiacuteculas em suspensatildeo

Tambeacutem pode ser reflexo de accedilatildeo bacteriana (bacteacuterias do ferro)

(iv) Defeitos de equipamento de bombeamento a temperatura do motor a

tensatildeo dos tubos e o comportamento da parte eleacutetrica refletem este tipo de

problema

(v) Incrustaccedilatildeo a queda da vazatildeo especiacutefica indica este problema

(vi) Modificaccedilotildees nas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua podem ser

reflexo da corrosatildeo do revestimento da construccedilatildeo de algum tipo de

instalaccedilatildeo que altere a qualidade da aacutegua subterracircnea tais como lixotildees

aterros ou fossas nas cercanias do local

(vii) Atividade bacteriana tambeacutem pode refletir instalaccedilotildees com potencial de

contaminaccedilatildeo Ainda estatildeo relacionadas a bacteacuterias do ferro que satildeo nativas

da aacutegua e atuam na corrosatildeo de revestimentos e filtros de accedilo galvanizado

Estas bacteacuterias tambeacutem geram material que se deposita nas ranhuras dos

filtros

(viii) Queda da vazatildeo de produccedilatildeo praticamente todos os fatores supracitados

contribuem para a queda da vazatildeo

A fim de evitar estes e outros problemas deve-se proceder com a

manutenccedilatildeo preventiva Um programa de manutenccedilatildeo preventiva requer

estreita articulaccedilatildeo com atividades de operaccedilatildeo (FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

45

No semi-aacuterido considerando a grande extensatildeo aflorante das rochas

cristalinas a maioria dos poccedilos eacute perfurada inevitavelmente nessas rochas A

fraca vocaccedilatildeo hidrogeoloacutegica influenciada pela deficiente circulaccedilatildeo de aacutegua

ao longo das fraturas aliada ainda ao desconhecimento de seu subsolo e da

hidraacuteulica nas zonas fraturadasfissuradas tem acarretado inuacutemeros

insucessos (MOTA STUDART 1996) Abreu (2001) relata que soacute no semi-

aacuterido pernambucano em 1998 foram perfurados 206 poccedilos em rocha

cristalina Destes 87 resultaram secos eou com teor de sais dissolvidos muito

elevados (resiacuteduo seco gt 7000 mgL) o que inviabilizou a instalaccedilatildeo dos

mesmos

24 ndash ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA QUALIDADE DE AacuteGUA

241 ndash Dessalinizaccedilatildeo

A dessalinizaccedilatildeo consiste em uma tecnologia empregada que possibilita

a separaccedilatildeo de sais de aacuteguas salobras e aacuteguas salinas tornando-as potaacuteveis

Este processo vem se expandindo rapidamente principalmente em aacutereas

aacuteridas semi-aacuteridas e remotas onde se verifica escassez hiacutedrica ou os custos

para aduccedilatildeo ateacute estas regiotildees satildeo elevados

Arabi e Zurigat (2005) salientam que a escassez hiacutedrica natildeo eacute a uacutenica

causa da crescente aplicaccedilatildeo da tecnologia da dessalinizaccedilatildeo Em diversas

partes do mundo o aumento da poluiccedilatildeo de rios lagos e em alguns casos da

aacutegua subterracircnea tem reduzido significativamente a qualidade das fontes de

aacutegua doce disponiacuteveis Por exemplo nos Paiacuteses Baixos os quais possuem

abundacircncia em aacutegua doce as aacuteguas dos seus rios tornaram-se poluiacutedas com

resiacuteduos de sais provenientes da mineraccedilatildeo Isso levou agrave fundaccedilatildeo em 1999

da maior usina de dessalinizaccedilatildeo com a tecnologia de membrana do mundo na

eacutepoca com 2000 m3h

Diariamente satildeo produzidos cerca de 25 milhotildees de metros cuacutebicos da

demanda hiacutedrica do mundo em usinas de dessalinizaccedilatildeo Estas faacutebricas de

aacutegua tecircm uma capacidade que pode alcanccedilar ateacute 230000 m3dia e podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

46

abastecer grandes cidades com aacutegua potaacutevel (KOSCHIKOWSKI et al 2003)

Kahraman et al (2004) mencionam que a maior parte das usinas de

dessalinizaccedilatildeo estaacute no Oriente Meacutedio com quase 50 da capacidade mundial

A Araacutebia Saudita eacute o maior usuaacuterio da tecnologia de dessalinizaccedilatildeo com 24

da capacidade mundial e os Estados Unidos satildeo o segundo maior com 16 Os processos de dessalinizaccedilatildeo podem ser classificados em processos

teacutermicos que implicam em mudanccedila de fase e processos que utilizam

membrana de filtraccedilatildeo conforme a Tabela 24 (SILANS 2002)

Tabela 24 Tipos de dessalinizadores Processo Tipo de dessalinizador Teacutermico (i) Criogecircnico

(ii) Simples efeito (destilaccedilatildeo por energia solar) (iii) Muacuteltiplo efeito (iv) Destilaccedilatildeo instantacircnea (v) Compressatildeo de vapor

Membranas de filtraccedilatildeo (i) Eletrodiaacutelise (ii) Osmose inversa ou reversa

Fonte Silans (2002)

A tecnologia que utiliza processos teacutermicos envolvendo a mudanccedila de

estado fiacutesico estaacute perdendo mercado para as membranas seletivas devido

basicamente agrave escala de produccedilatildeo e agrave evoluccedilatildeo da tecnologia Para se ter

uma ideacuteia em 1991 uma instalaccedilatildeo de osmose reversa em Santa Baacuterbara

(EUA) com capacidade instalada de cerca de 22 mil m3dia produzia aacutegua a

um custo de US$ 21m3 Atualmente uma unidade em Singapura de 142 mil

m3dia produz aacutegua a um custo de US$ 043m3 (NATIONAL RESEARCH

COUNCIL 2004)

A osmose eacute um fenocircmeno natural de caraacuteter fiacutesico-quiacutemico identificado

haacute mais de 200 anos Nela quando duas soluccedilotildees com diferentes

concentraccedilotildees satildeo separadas em um mesmo recipiente por uma membrana

semi-permeaacutevel ocorre espontaneamente a passagem da soluccedilatildeo de menor

concentraccedilatildeo no sentido da soluccedilatildeo menos diluiacuteda ateacute que se estabeleccedila um

equiliacutebrio como mostra a Figura 29(a) O fluxo ocorre porque a soluccedilatildeo menos

diluiacuteda encontra-se em um estado de maior energia Neste ponto de equiliacutebrio

a coluna de soluccedilatildeo menos concentrada estaraacute relativamente abaixo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

47

coluna do lado da soluccedilatildeo mais diluiacuteda A esta diferenccedila de altura entre as

colunas das soluccedilotildees daacute-se o nome de pressatildeo osmoacutetica Por outro lado a

osmose inversa eacute um processo induzido obtido por intermeacutedio da aplicaccedilatildeo

mecacircnica de uma pressatildeo superior agrave pressatildeo osmoacutetica do lado da soluccedilatildeo

mais concentrada fazendo com que ocorra um fluxo no sentido da soluccedilatildeo de

menor concentraccedilatildeo salina como eacute visto na Figura 29(b) Este princiacutepio fiacutesico

eacute utilizado na concepccedilatildeo de operaccedilatildeo dos dessalinizadores nos quais satildeo

utilizadas membranas sinteacuteticas (CRAVO 1999)

(a) osmose natural (b) Osmose inversa Figura 29 Processos de osmose (CRAVO1999)

A vantagem da osmose inversa eacute o baixo custo da aacutegua produzida que

pode ser entorno de 050-070 US$m3 comparado a 10-14 US$m3 com o

processo de destilaccedilatildeo com muacuteltiplo efeito e com a destilaccedilatildeo instantacircnea com

muacuteltiplos efeitos dependendo dos custos com energia O consumo de energia

do processo de osmose inversa eacute baixo comparado com os processos de

destilaccedilatildeo embora os custos com bombas sejam ainda consideraacuteveis A

qualidade do permeado eacute muito boa com concentraccedilotildees totais de soacutelidos

dissolvidos entre 100 e 500 mgL Podem ocorrer poluiccedilotildees com pequenas

moleacuteculas orgacircnicas (ex dioacutexido de carbono) o que pode ser evitado atraveacutes

de aeraccedilatildeo A desvantagem da osmose inversa eacute a sua susceptibilidade de

suas membranas ao ldquofoulingrdquo por exemplo soacutelidos suspensos e aos danos

causados por compostos oxidados tais como o cloro ou oacutexidos de cloro

Geralmente um preacute-tratamento eacute necessaacuterio para garantir o desempenho

estaacutevel do moacutedulo A otimizaccedilatildeo do preacute-tratamento eacute um dos aspectos mais

criacuteticos da osmose inversa O ldquoscalingrdquo de por exemplo CaCO3 CaSO4 e

BaSO4 eacute um outro possiacutevel problema dependendo da taxa de recuperaccedilatildeo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

48

produccedilatildeo do permeado e da alimentaccedilatildeo Numa recuperaccedilatildeo de 50 o

ldquoscalingrdquo pode ser efetivamente evitado pela adiccedilatildeo de produtos anti-

incrustaccedilotildees agrave aacutegua O aumento da recuperaccedilatildeo tem um impacto negativo no

scaling da membrana (BRUGGEN VANDERCASTEELE 2002)

Os processos de separaccedilatildeo com membrana tecircm demonstrado um

grande potencial para o tratamento de aacutegua e de esgoto por atender em todo o

mundo aos padrotildees restritivos relacionados agrave qualidade de aacutegua potaacutevel e a

padrotildees de lanccedilamento de esgotos Microfiltraccedilatildeo ultrafiltraccedilatildeo nanofiltraccedilatildeo e

osmose inversa tecircm sido usados cada vez mais para o tratamento de aacutegua e

de esgoto para remover soacutelidos suspensos e reduzir o teor de mateacuteria

orgacircnica e inorgacircnica (DING et al 2005)

No semi-aacuterido brasileiro de acordo com Duarte (2002) cerca de 80

dos poccedilos existentes se encontram em aacutereas de cristalino e cerca de 60

desses poccedilos contecircm aacutegua salobra contendo em meacutedia entre 30 e 40 gL de

sal Frente a este problema a partir dos anos 90 diversos programas federais

e estaduais incentivaram a utilizaccedilatildeo de dessalinizadores da aacutegua na

proximidade dos poccedilos

O processo de osmose reversa ou inversa segundo Porto et al (2000)

eacute o meacutetodo predominantemente usado na dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra no

Nordeste Amorim et al (2000) informam que o princiacutepio operacional desta

teacutecnica de dessalinizaccedilatildeo foi desenvolvido no final da deacutecada de 60 e suas

aplicaccedilotildees foram iniciadas em meados de 1970 Atraveacutes de programas federais

e estaduais realizados a partir da deacutecada de 90 ocorreu consideraacutevel

disseminaccedilatildeo dos dessalinizadores no semi-aacuterido nordestino (Duarte 2002)

No Anexo A satildeo apresentadas informaccedilotildees sobre o funcionamento e os

componentes de um dessalinizador (modelo AP 10004000 utilizado para

abastecimento de aacutegua da comunidade de Minuim no municiacutepio de Santa

Briacutegida-BA) que utiliza a tecnologia de osmose reversa

Os efluentes gerados (rejeito) pelo processo de dessalinizaccedilatildeo

ameaccedilam o meio ambiente da regiatildeo pois satildeo aacuteguas com elevados teores de

sais e cujo meacutetodo atual de disposiccedilatildeo geralmente eacute o uso de um corpo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

49

receptor ou simplesmente o despejo indiscriminado no solo contribuindo para

contaminar mananciais solo e ateacute a fauna e flora (AMORIM et al 2000) A

depender do equipamento de dessalinizaccedilatildeo usado e da qualidade da aacutegua do

poccedilo a quantidade de rejeito gerado eacute da ordem de 30 a 70 do total de

aacutegua que passa pelo equipamento (PORTO et al 2000) Apesar do

significante impacto ambiental causado pela instalaccedilatildeo de dessalinizadores as

aacuteguas salobras podem e devem ser aproveitadas como alternativa de

suprimento de aacutegua potaacutevel nas regiotildees de escassez (AMORIM et al 2000)

Segundo Einav e Lokiec (2003) embora os processos de dessalinizaccedilatildeo

contribuam beneficamente para a humanidade assim como para a

preservaccedilatildeo da natureza concomitantemente eles podem causar danos

ambientais Contudo isto pode ser minimizado atraveacutes de um planejamento

adequado

O devido tratamento do rejeito da dessalinizaccedilatildeo vem preocupando e

instigando os cientistas que propotildeem soluccedilotildees tais como criaccedilatildeo de

crustaacuteceos ou plantas capazes de se desenvolverem em um meio salino O

concentrado de unidades proacuteximas agrave costa do mar normalmente eacute

simplesmente lanccedilado ao mar natildeo causando com isso grandes impactos

ambientais Entretanto o maior problema se encontra em unidades de

dessalinizaccedilatildeo de aacuteguas salobras instaladas no interior do continente onde o

concentrado chega a possuir uma concentraccedilatildeo ateacute 10 vezes a da aacutegua bruta

original Este concentrado eacute muitas vezes despejado novamente no poccedilo de

origem salinizando-o ainda mais Em outras ocasiotildees o concentrado eacute

lanccedilado sobre o solo o que em pouco tempo pode esterilizaacute-lo (RIFFEL

2005)

Amorim et al (2000) observaram que a reduccedilatildeo do volume de efluentes

(resultantes do processo de dessalinizaccedilatildeo) e a sua transformaccedilatildeo em um

produto soacutelido atraveacutes do emprego de evaporaccedilatildeo solar facilitava seu

manuseio evitava seu contato com o solo e os sais obtidos pela cristalizaccedilatildeo

indicaram possiacutevel utilizaccedilatildeo tanto para o setor humano e animal como no

industrial

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

50

Porto et al (2001) cultivaram durante 1 ano nos campos da Estaccedilatildeo

Experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuaacuteria) a Atriplex

nummularia Estas plantas foram irrigadas com rejeito proveniente do processo

de dessalinizaccedilatildeo com concentraccedilatildeo salina meacutedia de 1138 dSm Cada uma

das plantas recebeu 75 L de aacutegua por semana durante 48 semanas A

salinidade meacutedia do perfil do solo da camada de 0 a 90 cm era de 064 dSm

antes de se iniciar a irrigaccedilatildeo das plantas Apoacutes a colheita das plantas a

salinidade do mesmo perfil de solo foi de 1274 dSm enquanto a

produtividade da atriplex foi de 6537 kgha de mateacuteria seca com teor de

proteiacutena bruta de 1840 nas folhas A atriplex apresentou grande potencial de

extraccedilatildeo de sais do perfil de solo No entanto quando irrigadas com rejeito de

alta concentraccedilatildeo salina a quantidade de sais extraiacuteda foi da ordem de 393

do total de sais adicionados ao solo pelas irrigaccedilotildees Segundo os

pesquisadores isto implica no fato de que para um manejo de aacutegua

sustentaacutevel haacute a necessidade de se gerar mais informaccedilotildees sobre as relaccedilotildees

de solo e aacutegua para a atriplex nas condiccedilotildees das zonas aacuteridas do Brasil

Segundo Montenegro et al (2001) os rejeitos do dessalinizador

instalado pelo DNOCS implantado em aacuterea de solo salino (com condutividade

eleacutetrica meacutedia de 603 dSm em maio de 1999) em uma unidade piloto situada

no povoado de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE) vinham sendo utilizados

para cultivo de haloacutefitas (Atriplex nummularia) O experimento fazia parte do

acircmbito de atividades do programa Xingoacute Segundo o relato de Montenegro et

al (2001) a cultura apresentou bom desenvolvimento crescendo de 15 cm de

altura ateacute 170 cm (meacutedia) em um periacuteodo de 19 meses Segundo Montenegro

et al (2003) existia tambeacutem no referido povoado uma barragem subterracircnea

Desde que foi implantada a salinidade da aacutegua desta barragem sempre se

mostrou elevada (com condutividade eleacutetrica entre 32 e 37 dSm) A salinidade

era poreacutem adequada ao uso pretendido para a aacutegua da barragem que era o

de complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito do dessalinizador usada no cultivo da

atriplex e nos viveiros de criaccedilatildeo do camaratildeo marinho e tilaacutepia

Furtado e Mota (2003) realizaram um trabalho em Caucaia-CE com o

objetivo de estudar os impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

51

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) sobre a planta e o solo O

dessalinizador utilizado na pesquisa era abastecido por 2 poccedilos com

salinidade entre 1500 e 3500 mgL de STD Os poccedilos dotados de bombas

se alternavam na alimentaccedilatildeo do dessalinizador O modelo de dessalinizador

empregado foi o PS-14 com uma bomba de alta pressatildeo 2 filtros de cartucho

de 5 microcircmetros 1 vaso de pressatildeo (permeador) com uma membrana de 100

mm de diacircmetro e com 1 m de comprimento Foi empregado um delineamento

experimental totalmente casualizado com 4 tratamentos e 3 repeticcedilotildees Os

tratamentos definidos foram

(i) T1 - terreno natural irrigado com o rejeito do dessalinizador

(ii) T2 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com o rejeito do dessalinizador

(iii) T3 ndash terreno natural irrigado com aacutegua de cacimba

(iv) T4 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com aacutegua de cacimba

O rejeito apresentou condutividade eleacutetrica de 5660 microScm e a aacutegua da

cacimba uma condutividade eleacutetrica de 1032 microScm As plantas foram irrigadas

com 10 litros de aacutegua por dia durante 7 meses Verificou-se que a

produtividade no tratamento irrigado com rejeito do dessalinizador foi superior

agrave obtida nos demais tratamentos com valor de 25000 kgha de mateacuteria fresca

De acordo com os resultados a atriplex mostrou ser capaz de extrair do solo o

soacutedio presente no rejeito do dessalinizador Os teores de soacutedio e potaacutessio

encontrados no tecido da planta foram elevados evidenciando sua eficiecircncia

em retirar sais do solo

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede (OPS) promoveu em 1982 um

programa para incrementar na Ameacuterica Latina em comunidades natildeo assistidas

pelo abastecimento puacuteblico de aacutegua o desenvolvimento de equipamentos que

viabilizassem a implantaccedilatildeo de unidades geradoras de cloro no mesmo local

de utilizaccedilatildeo Para tanto foi implementada a teacutecnica Mixed Oxidant Gases

Generated On site for Disinfection (MOGGOD) Esta teacutecnica baseia-se na

eletroacutelise de uma soluccedilatildeo de cloreto de soacutedio produzindo in loco misturas de

gases oxidantes para a desinfecccedilatildeo de aacuteguas (MATOS et al 2006) As

vantagens dessa teacutecnica satildeo vistas pelo baixo custo e facilidade de obtenccedilatildeo

da mateacuteria prima (cloreto de soacutedio) tornando-se ideal para atender pequenas

comunidades Ressaltam-se as vantagens em relaccedilatildeo agrave tecnologia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

52

convencional que requer o uso de produtos agrave base de cloro os quais embora

eficientes apresentam desvantagens em face das dificuldades no transporte

armazenamento acondicionamento manuseio dosagem aleacutem dos perigos de

toxidez corrosividade e agressividade ambiental (BOLLMANN 1995 apud

MATOS et al 2006) A teacutecnica MOGGOD sofreu alteraccedilotildees e como inovaccedilatildeo

tecnoloacutegica foi desenvolvido um novo sistema que produz uma soluccedilatildeo de

misturas oxidantes com a mesma eficiecircncia dos gases oxidantes A soluccedilatildeo

obtida (produto da reaccedilatildeo eletroliacutetica do sal) conteacutem principalmente hipoclorito

de soacutedio aleacutem do cloro livre e outros oxidantes Essa tecnologia eacute mais

vantajosa visto ser mais conveniente trabalhar com misturas de soluccedilotildees

oxidantes do que com misturas de gases oxidantes (REIFF WITT 1995)

Mota et al (2005) e Matos et al (2006) realizaram estudos sobre o

aproveitamento dos rejeitos de dessalinizadores de duas formas 1) na

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) e 2) na produccedilatildeo pelo

processo de eletroacutelise de soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua A

Tabela 25 apresenta as caracteriacutesticas do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex Na preparaccedilatildeo da soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua pelo

processo de eletroacutelise os autores utilizaram 3 rejeitos coletados nos

municiacutepios de Caucaia (rejeito 1) Chorozinho (rejeito 2) e Ocara (rejeito 3) que

apresentaram os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos mostrados na

Tabela 26

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

53

Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Resultado Turbidez (uT) 120 Cor aparente (uH) 25 Odor Inodoro pH 72

Hidroacutexidos (mg CaCO3L) 0 Carbonatos (mg CaCO3L) 0

Alcalinidade

Bicarbonatos (mg CaCO3L) 200 Dureza (mg CaCO3L) 1080 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1624 Magneacutesio (mg MgCO3L) 1860 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5660 Cloreto (mg Cl -L) 1340 Cloro residual (mgL) Ausecircncia Sulfato (mg SO4

=L) 827 Ferro (mg FeL) 006 O2 Consumido (mg O2L) 51 Soacutedio (mg NaL) 3380 Potaacutessio (mg KL) 309 Nitrito (mg N-NO2L) 020 Nitrato (mg N-NO3L) 307 Amocircnia (mg N-NH3L) 038 Soacutelidos totais (mg STDL) 2883 Alumiacutenio (mg AlL) Ausecircncia

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Rejeito 1 Rejeito 2 Rejeito 3 Turbidez (uT) 095 040 070 Cor aparente (uH) 5 9 12 pH 72 83 77 Temperatura (oC) 27 27 27 Dureza (mg CaCO3L) 1386 4562 10977 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1656 2617 14074 Magneacutesio (mg MgCO3L) 2362 9495 18120 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5400 13000 24500 Cloreto (mg Cl -L) 1678 5458 10200 Sulfato (mg SO4

=L) 33 59 711 Ferro (mg FeL) lt 01 lt 01 01 Soacutedio (mg NaL) 4880 14400 14800 Potaacutessio (mg KL) 386 1232 2510 Manganecircs (mg MnL) 070 N N Nitrato (mg N-NO3L) 06 33 20 Mateacuteria orgacircnica (mg O2 consL) 71 56 92 Soacutelidos dissolvidos (mgL) 2883 10738 19310 Soacutelidos totais (mgL) 3010 11718 19494 Coliformes totais (NMP100 mL) 46 x 102 lt 30 78 x 102

Coliformes termotolerantes (NMP100 mL) lt 30 lt 30 697 = valor meacutedio = natildeo determinado

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

54

Os ensaios de eletroacutelise foram executados com um eletrolisador que

produzia em 8 horas 25 L da soluccedilatildeo oxidante por batelada O equipamento

possuiacutea uma fonte de corrente com alimentaccedilatildeo de 220 V2A e saiacuteda de 65

V25A uma cacircmara de recirculaccedilatildeo uma ceacutelula eletroliacutetica com 1530 cm3 de

volume livre 2 eletrodos de titacircnio sendo um positivo revestido com rutecircnio e

outro negativo sem revestimento com espessura de 2 mm e aacuterea de 48 cm2 2

cabos de alimentaccedilatildeo um vermelho conectado ao eletrodo positivo (acircnodo) e

o cabo preto ao eletrodo negativo (caacutetodo) A Figura 210 mostra o esquema

do eletrolisador

Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al (2006) Nesses estudos Mota et al (2005) mostraram que a Atriplex nummularia

Lindl apresentou bom desenvolvimento quando irrigada com rejeitos de um

dessalinizador A erva-sal mostrou-se capaz de retirar o soacutedio lanccedilado no solo

pelo rejeito do dessalinizador exigindo-se estudos de manejo desse rejeito

para aplicaccedilatildeo em larga escala Segundo Mota et al (2005) e Matos (2006)

tambeacutem ficou constatado que o hipoclorito gerado a partir de rejeitos eacute

indicado para ser utilizado na desinfecccedilatildeo de ambientes domeacutesticos e puacuteblicos

como na lavagem de preacutedios escolas faacutebricas calccediladas banheiros e no

transporte de esgotos havendo necessidade de mais estudos visando avaliar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

55

a possibilidade de seu uso no tratamento de aacuteguas destinadas ao

abastecimento humano

As teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos afetados por sais satildeo de

fundamental importacircncia uma vez que possibilitam o retorno deles ao processo

de produccedilatildeo Dentre as teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos a

aplicaccedilatildeo de corretivos quiacutemicos e a lavagem do solo satildeo bastante utilizadas

por atuarem diretamente na correccedilatildeo dos problemas desses solos em relaccedilatildeo

agraves plantas As demais teacutecnicas ou praacuteticas utilizadas satildeo consideradas

auxiliares tais como drenagem araccedilatildeo aplicaccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos

sistematizaccedilatildeo e nivelamento entre outros por agirem indiretamente sobre

algumas propriedades do solo que facilitam a recuperaccedilatildeo Em muitas aacutereas a

salinidade ocorre conjuntamente com o aumento dos niacuteveis de soacutedio

originando os solos salino-soacutedicos e soacutedicos A teacutecnica convencional de

recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos e soacutedicos eacute a aplicaccedilatildeo de melhoradores

seguida pela irrigaccedilatildeo excessiva Os melhoradores comumente empregados

satildeo o cloreto de caacutelcio o fosfogesso e o gesso Uma alternativa que vem

surgindo para a recuperaccedilatildeo de solos salinos eacute a fitorremediaccedilatildeo utilizando

haloacutefitas como a Atriplex nummularia (LEAL 2005)

242 - Filtraccedilatildeo domiciliar

Pode-se afirmar que a filtraccedilatildeo domiciliar constitui um haacutebito cultural dos

brasileiros No entanto eacute controvertida sua necessidade de uso A seu favor

argumenta-se que constitui a uacuteltima barreira sanitaacuteria capaz de reter eventuais

partiacuteculas ateacute mesmo microorganismos presentes na aacutegua No entanto

existem argumentos contraacuterios agrave sua utilizaccedilatildeo tais como (HELLER CASSEB

1995)

(i) Baixa eficiecircncia e irregularidade na remoccedilatildeo da turbidez e de patoacutegenos

(ii) Formaccedilatildeo de uma peliacutecula bioloacutegica em torno do elemento filtrante na qual

pode ocorrer o desenvolvimento de patoacutegenos oportunistas

(iii) Nos paiacuteses desenvolvidos natildeo eacute empregada a filtraccedilatildeo domiciliar pois a

qualidade da aacutegua do sistema puacuteblico eacute inteiramente confiaacutevel embora ali

tambeacutem natildeo sejam utilizados os reservatoacuterios domiciliares

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

56

Ainda segundo Heller e Casseb (1995) os filtros domiciliares mais

tradicionais satildeo o filtro de vela e o filtro de areia

243 - Desinfecccedilatildeo

A desinfecccedilatildeo de aacutegua consiste em um processo unitaacuterio essencial e

necessaacuterio para eliminar os microorganismos patogecircnicos proporcionando

uma aacutegua potaacutevel que eacute segura para o consumo humano Esta aacutegua reduz a

ocorrecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica e a incidecircncia de mortalidade de

crianccedilas e idosos (GENTHE DU PREEZ 1995 GENTHE SEAGER 1996

apud MEYER REED 2001) No entanto Genthe e Seager (1996) apud Meyer

Reed (2001) observam que a utilizaccedilatildeo deste processo em aacutereas rurais

afetadas pela escassez e sem aacutegua corrente permanece como um grande

problema

Vaacuterios meacutetodos simplificados de purificaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo tecircm sido

utilizados mas a maioria requer alguma forma de infra-estrutura investimento

econocircmico e uso capacitado Estes meacutetodos incluem filtraccedilatildeo coagulaccedilatildeo

cloraccedilatildeo e oxidaccedilatildeo Fervura e aeraccedilatildeo tambeacutem tecircm sido empregados com

aplicaccedilatildeo limitada (pequenos volumes) e algumas vezes apresentam

resultados natildeo confiaacuteveis (SOLSONA 1996) 244 - Moringa

A Moringa oleifera pertence agrave Famiacutelia Moringaceae que eacute composta

apenas de um gecircnero (Moringa) e quatorze espeacutecies conhecidas Nativa do

Norte da Iacutendia esta planta desenvolve-se atualmente em vaacuterios paiacuteses dos

troacutepicos Eacute um arbusto ou aacutervore de pequeno porte de crescimento raacutepido que

alcanccedila 12 m de altura (RANGEL 2004) Esta planta eacute considerada uma

alternativa alimentar estrateacutegica em paiacuteses em desenvolvimento pois se trata

de uma planta perene resistente agrave seca pouco exigente quanto agrave qualidade do

solo e pouco susceptiacutevel a doenccedilas (A MORINGA OLEIFERA 2004)

Segundo Bezerra et al (2004) esta planta eacute cultivada devido ao seu

valor alimentar (folhas frutos verdes flores e sementes torradas) forrageiro

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

57

(folhas frutos e sementes) medicinal (todas as partes da planta) condimentar

(principalmente as raiacutezes) culinaacuterio e na induacutestria de cosmeacuteticos (oacuteleo extraiacutedo

das sementes) meliacutefero (flores) combustiacutevel (madeira e oacuteleo) e no tratamento

de aacutegua para o consumo humano (cotileacutedones e tegumento das sementes)

Um dos usos mais registrados da moringa na literatura no entanto eacute a

utilizaccedilatildeo do extrato das suas sementes no tratamento de aacuteguas turvas

substituindo de forma eficiente o sulfato de alumiacutenio (BAKKE 2001)

No iniacutecio do seacuteculo XX mulheres aacuterabes do Sudatildeo descobriram que as

sementes da moringa foram mais eficientes para a clarificaccedilatildeo de aacuteguas turvas

do rio Nilo do que outros materiais vegetais anteriormente conhecidos

Pesquisas comparativas mostraram que sementes de 5 espeacutecies da famiacutelia

Moringaceae (Moringa oleifera M peregrina M longituba M drouhardii e M

ovalifolia) tambeacutem continham coagulantes altamente eficientes Estes

coagulantes tecircm propriedades semelhantes ao coagulante usado

convencionalmente (sulfato de alumiacutenio) (SILVA1996) Comparada com o

alumiacutenio as sementes da moringa natildeo alteram significativamente o pH e a

alcalinidade da aacutegua apoacutes o tratamento e natildeo causam problemas de corrosatildeo

(GALLAtildeO et al 2006)

Atualmente a cultura da moringa vem sendo difundida em todo o semi-

aacuterido nordestino devido agrave sua utilizaccedilatildeo no tratamento de aacutegua para uso

domeacutestico (GALLAtildeO et al 2006)

No meio rural os moradores geralmente consomem a aacutegua bruta com

contaminaccedilatildeo microbioloacutegica e turbidez muito acima dos ldquolimites aceitaacuteveisrdquo A

possibilidade de utilizar um coagulante primaacuterio natural produzido no local e

com baixo custo representa um grande potencial na luta contra os problemas

ligados ao consumo de aacutegua natildeo potaacutevel (PINTO HERMES 2006)

Borba (2001) efetuou um estudo sobre a viabilidade do uso da Moringa

oleifera no tratamento simplificado de aacutegua para pequenas comunidades

Nesse estudo constatou-se que a moringa eacute um excelente coagulante

apresentando durante os ensaios uma reduccedilatildeo de 925 a 977 da turbidez

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

58

e uma reduccedilatildeo da cor de 907 a 975 O pesquisador tambeacutem constatou

que ela vem sendo utilizada em muitos locais como alternativa para a

clarificaccedilatildeo de aacutegua de abastecimento de casas isoladas na zona rural No

entanto foi constatado que ela eacute inviaacutevel para sistemas comunitaacuterios

considerando a grande dificuldade de obtecirc-la em quantidades suficientes para

atender a sistemas desse porte aleacutem de natildeo ser um eficiente bactericida

Pinto e Hermes (2006) apresentam vantagens e desvantagens do uso

da moringa como coagulante (Tabela 27)

Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como coagulante

Vantagens Desvantagens

(i) Meacutetodo faacutecil e barato para paiacuteses

em desenvolvimento (especialmente

em tratamentos caseiros)

(ii) A eficiecircncia natildeo depende do pH

da aacutegua bruta

(iii) O processo natildeo modifica o pH da

aacutegua

(iv) Natildeo altera o sabor da aacutegua a

natildeo ser que seja adicionada uma

dose muito alta

(i) O tratamento clarifica a aacutegua e a

torna em boas condiccedilotildees para ser

bebida poreacutem ela pode possuir

alguns germes patogecircnicos

(ii) O coagulante natildeo pode ser

utilizado na sua forma pura ele deve

ser previamente preparado

Fonte Pinto e Hermes (2006)

245 ndash Aguapeacute (Eichornia crassipes)

Todas as macroacutefitas exercem importante papel na remoccedilatildeo de

substacircncias dissolvidas assimilando-as e incorporando-as agrave sua biomassa No

entanto a espeacutecie Eichornia crassipes tem sido a mais pesquisada para o

tratamento de aacutegua com plantas (PACHECO 2004) Essa planta recebe

diferentes nomes populares no Brasil como aguapeacute baronesa murureacute pavoacuteia

rainha do lago uapeacute e uapecirc (SALATTI 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

59

O aguapeacute por funcionar como um autecircntico filtro bioloacutegico passou a ser

pesquisado e utilizado em projetos de preacute-tratamento de rios e esgotos pois

suas raiacutezes retecircm as impurezas contidas na aacutegua e estas quando se

decompotildeem pela accedilatildeo de microorganismos vatildeo servir de nutrientes para a

planta O aguapeacute pode ser usado tambeacutem em aacuteguas destinadas ao

abastecimento puacuteblico pois remove naturalmente muitas das impurezas que

de outra forma teriam de ser eliminadas com substacircncias quiacutemicas

(MEDEIROS et al 2001)

Quando o aguapeacute eacute cultivado de forma correta do ponto de vista

teacutecnico-cientiacutefico ele pode ser um agente de despoluiccedilatildeo No entanto quando

esta planta cresce de forma descontrolada e sem manejo adequado pode se

transformar num problema ambiental (PACHECO 2004)

25 ndash USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

251 ndash Controle de perdas e desperdiacutecio

Nas uacuteltimas deacutecadas uma das principais preocupaccedilotildees dos gestores de

sistemas de abastecimento de aacutegua em todo o mundo tem sido a minimizaccedilatildeo

de perdas de aacutegua que atingem frequumlentemente valores superiores a 30 ou

mesmo 40 de toda aacutegua que entra nos sistemas Portanto o problema das

perdas e do seu controle em sistemas de aduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de aacutegua

assume importacircncia cada vez maior na atual tendecircncia para promover a

sustentabilidade dos serviccedilos e a proteccedilatildeo do ambiente (ARAUacuteJO et al

2004) No Brasil as perdas fiacutesicas satildeo em meacutedia superiores a 50 do volume

injetado nos sistemas em decorrecircncia de muitos fatores tais como valores

extremos de pressotildees nas redes rupturas nas tubulaccedilotildees golpes de ariacuteete

sobrepressotildees decorrentes de interrupccedilotildees no fluxo drsquoaacutegua nas tubulaccedilotildees

desperdiacutecios entre outros (SILVA et al 2004) O controle de perdas e

desperdiacutecio deve ser feito pelo poder puacuteblico por empresas privadas e pela

populaccedilatildeo em geral Vaacuterias medidas de controle podem ser adotadas entre

elas (MOTA 2002)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

60

(i) Controle de vazamentos nos sistemas puacuteblicos de abastecimento de aacutegua e

nas edificaccedilotildees Reduccedilatildeo do consumo de aacutegua na rega de jardins Em regiotildees

com carecircncia de aacutegua deve ser incentivado o plantio de vegetais que

consomem menor quantidade bem como adotadas praacuteticas para reduzir a

evaporaccedilatildeo tais como promover a cobertura do solo com folhas e palhas para

manter a umidade junto agraves plantas

(ii) Adoccedilatildeo de medidas de reduccedilatildeo do consumo e controle de desperdiacutecios tais

como fechar a torneira enquanto se escova os dentes utilizaccedilatildeo de aacutegua

necessaacuteria no banho evitar usar mangueiras e utilizar balde e pano na

lavagem de carros usar somente o necessaacuterio na lavagem de roupas e na

preparaccedilatildeo de alimentos manter as torneiras descargas chuveiros boacuteias de

caixas drsquoaacutegua e tubulaccedilotildees sem vazamentos

252 ndash Reuacuteso de aacutegua

Na atualidade a reutilizaccedilatildeo de aacutegua de qualidade inferior em

atividades menos exigentes eacute imperativo Primeiramente como forma de

preservar a aacutegua de melhor qualidade para o consumo humano e depois

como barreira contra a contaminaccedilatildeo dos corpos receptores A reutilizaccedilatildeo de

aacuteguas residuaacuterias tratadas pressupotildee riscos sanitaacuterios que no entanto quando

devidamente tratadas e controladas em aacutereas onde os recursos hiacutedricos satildeo

escassos podem ser aproveitadas como um recurso natildeo convencional A aacutegua

residuaacuteria bruta deveraacute ser submetida a tratamentos antes de ser reutilizada

O niacutevel de tratamento exigido dependeraacute do uso proposto devendo no

entanto apresentar caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas que

assegurem a proteccedilatildeo da sauacutede puacuteblica (BRITO et al 2004) Vaacuterias regiotildees

aacuteridas e semi-aacuteridas do Planeta tecircm-se tornado um campo ideal para a

aplicaccedilatildeo de aacuteguas residuaacuterias recuperadas como ocorre nos paiacuteses da regiatildeo

do Mediterracircneo que tecircm praticado o uso das aacuteguas residuaacuterias em vaacuterias

localidades No Brasil o Nordeste brasileiro em particular o semi-aacuterido pelas

suas caracteriacutesticas climaacuteticas conducentes agrave escassez dos recursos hiacutedricos

poderaacute ser suprido com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de reuacuteso de aacutegua (SANTOS

SOUZA 2000) O conhecimento acumulado sobre o reuacuteso no Brasil eacute escasso

e a proacutepria pesquisa sobre tratamento de esgotos desenvolvida no paiacutes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

61

pouco recebeu o enfoque do reuacuteso Isso natildeo quer dizer que natildeo ocorra e de

forma indiscriminada e sem controle O reuacuteso indireto eacute com certeza praacutetica

corrente haja vista a quase inexistecircncia de tratamento de esgotos e somente

10 do volume total de esgotos coletados no paiacutes satildeo submetidos a algum tipo

de tratamento Aleacutem disso vaacuterios estudos sobre a qualidade de aacuteguas de

irrigaccedilatildeo ou de hortaliccedilas comercializadas em diversas regiotildees do paiacutes

reforccedilam os indiacutecios da praacutetica disseminada de irrigaccedilatildeo com esgotos ao

menos de forma indireta Portanto torna-se premente a necessidade de

pesquisas e accedilotildees no sentido do reuacuteso controlado incluindo sua

regulamentaccedilatildeo (TSUTIYA 2001)

26 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABREU GHFG Avaliaccedilatildeo das barragens subterracircneas no estado de

Pernambuco 183 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia Ambiental e

Recursos hiacutedricos) Universidade Federal de PernambucoCTG Recife-PE

2001

AGEcircNCIA BRASIL Lei de saneamento baacutesico eacute publica no Diaacuterio Oficial

Disponiacutevel em lthttpwwwagenciabrasilgovbrnoticias20070108materia20

07-01-087624620635viewgt Acesso em 10 jan 2007

ALMEIDA NETO MA Uso da semente do gecircnero moringa In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

A MORINGA OLEIFERA Disponiacutevel em lthttpwwwoesteubbicombrgt

Acesso em 14 fev 2004

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

62

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

AMORIM MCC PORTO ER SILVA JUacuteNIOR LGA Evaporaccedilatildeo solar

como alternativa de reuacuteso dos efluentes da dessalinizaccedilatildeo por osmose inversa

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

ANDRADE MC Nordeste semi-aacuterido limitaccedilotildees e potencialidades In

BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001

p 12-18

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAGAtildeO JOR A influecircncia dos oceanos Paciacutefico e Atlacircntico na dinacircmica do

tempo e do clima do Nordeste do Brasil In Oceanografia um cenaacuterio tropical

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

63

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociecircncias

Departamento de Oceanografia Recife Bagaccedilo 2004 p 131-184

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

ARAUacuteJO LS RAMOS H COELHO ST Maximizaccedilatildeo do desempenho de

redes de distribuiccedilatildeo de aacutegua atraveacutes da inserccedilatildeo e ajuste de vaacutelvulas In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

ARABI MA ZURIGAT Y Year-round comparative study of three types of

solar desalination units Desalination Elsevier Science BV v 172 p 137-143

2005

BAKKE IA Caracteriacutesticas de crescimento e valor forrageiro da moringa

(Moringa oleifera Lam) submetida a diferentes adubos orgacircnicos e intervalos

de corte 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal da

Paraiacuteba CCA-CFT-CSTR Areia-PB 2001

BATISTA LF Aacutegua mais aacutegua eacute a soluccedilatildeo para o semi-aacuterido In Batista

Filho M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001 p 32-37

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BEZERRA AME MOMENTEacute VG MEDEIROS FILHO S Germinaccedilatildeo de

sementes e desenvolvimento de placircntulas de moringa (Moringa oleifera Lam)

em funccedilatildeo do peso da semente e do tipo de substrato Horticultura Brasileira

Brasiacutelia v 22 no 2 p 295-299 2004

BEZERRA MRC MONTENEGRO SMGL CIRILO JA BLACKBURN

DM COSTA NETTO MLC Avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua em fontes

superficiais e subterracircneas da regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste brasileiro In XV

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

64

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais

Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOLMANN HA Desenvolvimento de um equipamento simplificado de

desinfecccedilatildeo de aacuteguas de abastecimento puacuteblico pela geraccedilatildeo de gases

oxidantes produzidos no local In 18o CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 1995 Salvador Anais Salvador

ABES 1995

BORBA LR Viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam no tratamento

simplificado de aacutegua para pequenas comunidades 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Desenvolvimento e Meio Ambiente) Universidade Federal da Paraiacuteba

Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza Joatildeo Pessoa -PB 2001

BRANCO AM ALMEIDA V Women mobilization and the revitalization of

water resources the case of Northeastern Brazil In FORUM WATER IN THE

AMERICAS IN THE 21ST CENTURY 2002 Cidade do Meacutexico

BRITO LTL PORTO ER Cisterna rural aacutegua para consumo humano In 1o

SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 59-62

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

BRUGGEN B VANDERCASTEELE C Distillation vs membrane filtration

overview of process evolutions in seawater desalination Desalination Elsevier

Science BV v 143 p 207-218 2002

CARVALHO MS Aplicaccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise espacial na caracterizaccedilatildeo

de aacutereas de risco agrave sauacutede 1997 138 f Tese (Doutorado em Engenharia

Biomeacutedica) COPPEUFRJ Rio de Janeiro-RJ 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

65

CHAGAS P SOUZA R Aplicaccedilatildeo da teoria dos nuacutemeros difusos na anaacutelise

de risco em problemas de qualidade de aacutegua In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1

CD-ROM

CHAUDHRY FH Saneamento ambiental e recursos hiacutedricos ndash as muacuteltiplas

interfaces In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

COSTA WD Barragem subterracircnea uma obra de redenccedilatildeo no semi-aacuterido In

XII ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife Anais

p175-181

COSTA MR ABREU GHFG CIRILO JA COSTA WD Barragem

subterracircnea ndash uma alternativa tecnoloacutegica para a convivecircncia com a seca In

XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju

Anais Aracaju ABRH 2001a 1 CD-ROM

COSTA SS MACIEL FILHO AA CANCIO JA OLIVEIRA MLC Seleccedilatildeo

de indicadores sanitaacuterios como instrumento de vigilacircncia e controle da

qualidade da aacutegua para consumo humano na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas

de veiculaccedilatildeo hiacutedrica In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001b 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

DAVIS PA Wave powered desalination resource assessment and review of

technology Desalination Elsevier Science BV v 186 p 97-109 2005

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

66

DING Z LIU L EL-BOURAWI MS MA R Analysis of a solar-powered

membrane distillation system Desalination Elsevier Science BV v 171 p

27-40 2005

DUARTE RS Do desastre natural agrave calamidade puacuteblica a seca de 1998-1999

Recife FUNDAJ 2002 280 p

DUQUE MG BALBINO MA Estuacutedio ambiental en el municiacutepio de Major

Izidoro Del Estado de Alagoas de Brasil In XXVII CONGRESSO

INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y AMBIENTAL 2000 Porto

Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-ROM

EINAV R LOKIEC F Experimental aspects of a desalination plant in

Ashkelon Desalination Elsevier Science BV v 156 p 79-85 2003

EL-MANHARAWY S HAFEZ A A new chemical classification system of

waters for desalination and other industrial uses Desalination Elsevier Science

BV v 156 p 163-180 2003

FATH HES EL-SHERBINY SM GHAZY A Transient analysis of a new

humidification-dehumidification solar still Desalination Elsevier Science BV v

155 p 187-203 2003

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREITAS ALS Uso racional da aacutegua subterracircnea aplicado agraves ciecircncias

agraacuterias Brasiacutelia Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo Agriacutecola Superior 1997

75 p

FURTADO FN MOTA S Impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador

de aacutegua na irrigaccedilatildeo da erva-sal sobre plantas e o solo Revista SANEAS Satildeo

Paulo p 6-10 2003

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

67

GALLAtildeO MI DAMASCENO LF BRITO ES Avaliaccedilatildeo quiacutemica e estrutural

da semente de moringa Revista Ciecircncia Agronocircmica Centro de Ciecircncias

Agraacuterias ndash Universidade Federal do Cearaacute v 37 no 1 p 106-109 2006

GALVIacuteN RM Occurrence of metals in waters an overview Water SA v 22 no

1 p 7-18 1996

GENTHE B DU PREEZ M Evaluation of rapid methods for the detection of

indicator organisms in drinking water WRC Report no 610195 1995

GENTHE B SEAGER J The effects of water supply handling and usage on

water quality in relation to health indices in developing communities WRC

Report 562196 1996

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

GONDIM RS Difusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuvas no financiamento rural In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

GOULD J Is Rainwater Safe to Drink A Review of Recent Findings In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

HELLER L CASSEB MMS Abastecimento de aacutegua In BARROS RT et

al Manual de saneamento e proteccedilatildeo ambiental para os municiacutepios Belo

Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental DESAUFMG

1995 p 63-112

IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renovaacuteveis) Desertificaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia-DF Ministeacuterio do Meio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

68

Ambiente 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwibamagovbrgt Acesso em 22 set

2003

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo ndash v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2003 1

CD-ROM

KAHRAMAN N CENGEL YA WOOD B CERCI Y Energy analysis of a

combined RO NF and EDR desalination plant Desalination Elsevier Science

BV v 171 p 217-232 2004

KOSCHIKOWSKI J WIEGHAUS M ROMMEL M Solar thermal-driven

desalination plants based on membrane distilation Desalination Elsevier

Science BV v 156 p 295-304 2003

LEAL IG Utilizaccedilatildeo de Atriplex nummularia e gesso de jazida na

fitorremediaccedilatildeo de solo salino-soacutedico 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia

do Solo) Departamento de Agronomia Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2005

LIMA AF Reduccedilatildeo de dureza In Problemas de Engenharia Sanitaacuteria Recife

Editora Universitaacuteria da UFPE 1993 cap 16 p167-175

LIMA MF SOUSA GN ASSIS JA ARAUacuteJO IP Captaccedilatildeo da aacutegua de

chuva integrada ao trabalho da pastoral da crianccedila In 3o SIMPOacuteSIO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina

Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

LOacuteCIO AM Plano de desenvolvimento sustentaacutevel da bacia do rio Satildeo

Francisco e do semi-aacuterido nordestino In II SIMPOacuteSIO BRASILEIRO SOBRE

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL DO SEMI-AacuteRIDO

2000 Mossoroacute Anais Recife 2000 p 89 - 107

MAIA NETO R F A aacutegua para o desenvolvimento sustentaacutevel A Aacutegua em

Revista Belo Horizonte no 9 p21-32 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

69

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIRA JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MEDEIROS YDP OLIVEIRA IB PROENCcedilA CNO SILVA AMS

Seleccedilatildeo de tecnologias limpas utilizadas no controle e preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos do semi-aacuterido do estado da Bahia In XIV SIMPOacuteSIO

BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju

ABRH 2001 1 CD-ROM

MEDRONHO RA Avaliaccedilatildeo do meacutetodo geoestatiacutestico no estudo da

distribuiccedilatildeo espacial da hepatite A 146 f Tese (Doutorado em Sauacutede Puacuteblica)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFIOCRUZ Rio de Janeiro 1999

MEYER V REED RH SOLAIR disinfection of coliform bacteria in hand-

drawn drinking water Water SA v 27 no 27 p49-52 2001

MMA (Ministeacuterio do Meio Ambiente) ABEAS (Associaccedilatildeo Brasileira de

Educaccedilatildeo Superior) Aacutegua subterracircnea conceitos reservas usos e mitos

Brasiacutelia-DF 1999 28 p

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

MOTA S Aacutegua controle do desperdiacutecio e reuacuteso In Aacutegua e desenvolvimento

sustentaacutevel no semi-aacuterido Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 53-

68

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

70

MOTA S STUDART TMC O estudo de impacto ambiental como

instrumento para o desenvolvimento sustentaacutevel de bacias hidrograacuteficas do

semi-aacuterido In III SIMPOacuteSIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DO NORDESTE

1996 Salvador Anais Salvador ABRH 1996 p 259-264

MOTA S MATOS JF FURTADO FN Aproveitamento de rejeitos salinos

na irrigaccedilatildeo e para geraccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio In WORKSHOP USO E

REUacuteSO DE AacuteGUAS DE QUALIDADE INFERIOR 2005 Campina Grande

UFCGUFPB 2005 p 453-471 1 CD-ROM

MOURA DC Riqueza e abundacircncia de abelhas em diferentes estaacutegios de

degradaccedilatildeo da caatinga como indicadores ambientais no entorno da usina

hidreleacutetrica de Xingoacute 98 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo e Poliacuteticas

Ambientais) Departamento de GeografiaUFPE Recife 2003

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Review of the desalination and water

purification technology roadmap Washington DC The National Academies

Press Disponiacutevel em lthttpwwwnapedubooks0309091578htmlgt Acesso

em 10 out 2004

NUNES ABA MAGALHAtildeES NF PEREIRA CB CEBALLOS BSO

TEIXEIRA EC KONIG A Resposta do processo de autodepuraccedilatildeo ao

impacto dos esgotos domeacutesticos em um rio do semi-aacuterido paraibano ndash Baixo

Bodocongoacute In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PACHECO JR Estudo de certas potencialidades de processos oxidativos

avanccedilado para o tratamento de percolado de aterro sanitaacuterio 81 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Quiacutemica Analiacutetica) Setor de Ciecircncias Exatas Universidade

Federal do Paranaacute Curitiba-PR 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

71

PAIXAtildeO MP STUDART TMC BEZERRA JN CARVALHO RM

Aplicaccedilatildeo de indicadores de performance na avaliaccedilatildeo de sistemas hiacutedricos

um estudo de caso In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

PEROSA PT RIBEIRO H BORGES VMNA PEREIRA AS Regulaccedilatildeo

dos serviccedilos de saneamento baacutesico aspectos conceituais e fatores

intervenientes In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

da aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido Jaguariuacutena

EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

PORTO ER AMORIM MCC ARAUacuteJO OJ Potencialidades da erva sal

(Atriplex nummularia) irrigada com o rejeito da dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra

no semi-aacuterido brasileiro com alternativa de reutitilizaccedilatildeo) In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PUERARI EM CASTRO MAH Barragem subterracircnea versus accedilude

anaacutelise comparativa dos dois sistemas de armazenamento de aacutegua no semi-

aacuterido In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E

AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

72

QUINTANS LJ A globalizaccedilatildeo econocircmica o Nordeste brasileiro e seu semi-

aacuterido In BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife

IMIP 2001 p 83-102

RANGEL MS Moringa oleifera um purificador natural de aacutegua e complemento

alimentar para o Nordeste do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwjardimdeflorescombrfloresefolhasa10moringahtmgt Acesso em

20 fev 2004

REIFF FM WITT VM Manual de desinfeccioacuten guias para la seleccion y

aplication de tecnologias de desinfeccion del aacutegua para consumo humano em

pueblos pequentildeos y comunidades rurales en Ameacuterica Latina y el Caribe

Washington Editora OPS Seacuterie Teacutecnica no 30 1995 227 p

RIBEIRO AC Mercado atual e futuro da perfuraccedilatildeo de poccedilos In XII

ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife

AnaisRecife ABAS 2001 p83-88

RICHTER CA AZEVEDO NETTO JMD Tratamento de aacutegua tecnologia

atualizada Satildeo Paulo Editora Edgar Bluumlcher Ltda 1991 332p

RIFFEL DB Unidade de osmose reversa acionada por energia solar

fotovoltaica sem baterias simulaccedilatildeo projeto e validaccedilatildeo experimental 125 p

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Eleacutetrica) - Departamento de Engenharia

Eleacutetrica Universidade Federal do Cearaacute 2005

ROSENLUND M Environmental factors in cardiovascular disease 69 f Tese

(Doutorado em Epidemiologia) Karolinska Institutet Estocolmo Sueacutecia 2005

Disponiacutevel em lthttpdisskibkise200591-7140-292-6thesispdfgt Acesso em

16 mar 2007

RUSH K HUYSSTEEN V OLIVIER J Pattern of domestic water inadequacy

on the South Africa West Coast Water SA v 26 no 4 p 537-554 2000

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

73

SABINO STBO Programas emergenciais de combate aos efeitos da seca o

que mudou na deacutecada de 90 175 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo

Puacuteblica) ndash Universidade Federal de PernambucoCCSA RecifendashPE 2002

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

SALATTI E Utilizaccedilatildeo de sistemas de wetlands construiacutedas para tratamento

de aacuteguas Bioloacutegico Satildeo Paulo v 65 nos 12 p 113-116 2003

SANTOS JB ASSIS EG MACHADO TTV A qualidade dos recursos

hiacutedricos superficiais no semi-aacuterido ndash Curimatauacute Paraibano In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

Rom

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

SANTOS IJ e SOUZA MAA Reuacuteso de aacutegua uma anaacutelise da

adequabilidade da utilizaccedilatildeo das aacuteguas residuaacuterias tratadas no Distrito Federal

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

SECTMA (Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e Meio Ambiente) Cenaacuterio para

o bioma Caatinga Recife SECTMA 2004 283 p

SCHISTEK H A cisterna de tela e cimento In 3o SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina Grande Anais

Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

74

SILANS AP Alternativas cientiacuteficas e tecnologias para o abastecimento de

aacutegua no semi-aacuterido In Aacutegua e desenvolvimento sustentaacutevel no semi-aacuterido

Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 133-160

SILVA AR Estudos sobre o gecircnero Moringa 87 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Geneacutetica e Bioquiacutemica) Departamento de Geneacutetica e BioquiacutemicaUniversidade

Federal de Uberlacircndia 1996

SILVA LMC Accediludes e reservatoacuterios mecanismos legais e institucionais para

uma gestatildeo sustentaacutevel In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS

2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SILVA FC DIAS I CS BEZERRA STM Anaacutelise econocircmica da

reabilitaccedilatildeo de redes de abastecimento ndash EPANET e PNL 2000 In XI SILUBESA Simpoacutesio Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal

Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

SOARES SRA CORDEIRO NETTO OMC BERNARDES RS Avaliaccedilatildeo

de aspectos poliacutetico-institucionais e econocircmico-financeiros do setor de

saneamento no Brasil com vistas agrave definiccedilatildeo de elementos para um modelo

conceitual Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v8 nos 12 p 84-94

2003

SOacuteLON AO CAMPOS JNB STUDART TMC Estimativa dos valores

esperados para duraccedilotildees maacuteximas de secas hidroloacutegicas no accedilude Castanhatildeo-

CE In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001

Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SOLSONA F Disinfection for small water supplies CSIR Technical Guide no C

2878 1996

SOUZA RA Barreiro trincheira In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais

EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 171-173

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

75

SUASSUNA J Contribuiccedilatildeo ao estudo hidroloacutegico do semi-aacuterido nordestino

Recife Editora Massangana 2000 98 p

SUDENE (Superintendecircncia para o Desenvolvimento do Nordeste) A seca e

as accedilotildees do Governo Federal no Nordeste do Brasil ndash Pronunciamento do

superintendente professor Marcos formiga na Comissatildeo de Fiscalizaccedilatildeo

Financeira e Controle da Cacircmara de Deputados Brasiacutelia-DF (natildeo publicado)

1999

TEIXEIRA ALF ROTUNNO FILHO OC AREND FILHO LA GONCcedilALVES

RC Anaacutelise da evoluccedilatildeo temporal dos indicadores hiacutedricos e socioeconocircmicos

aplicada ao municiacutepio de Niteroacutei In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-

ROM

TORNISIELO WL A santa praga da purificaccedilatildeo Revista Globo Rural p 39-

40 1987

TSUTIYA MT Uso agriacutecola dos efluentes das lagoas de estabilizaccedilatildeo do

estado de Satildeo Paulo In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001 1 CD-ROM

UNEP (United Nations Environment Programme) WHO (World Health

Organization) Water quality monitoring Publicado por E amp FN Spon Londres

1996 383 p

VON SPERLING M Introduccedilatildeo agrave Qualidade das Aacuteguas e ao Tratamento de

Esgotos Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental

da Universidade Federal de Minas Gerais 1996 v 1 243 p

VON SPERLING E Water quality in semi-arid Brazilian reservoirs In 24th

WEDC CONFERENCE SANITATION AND WATER FOR ALL 1998

Islamabad Pakistan p 322-323

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

76

WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION) ltProtection of human environment

Disponiacutevel em lthttpwhointpehsite_maphtmgt Acesso em 15 dez 2003

ZAMXAKA M PIRONCHEVA G MUYIMA NYO (2004) Microbiological and

physico-chemical assessment of the quality of domestic water sources in

selected rural communities of the Eastern Cape Province South Africa Water

SA v 30 no 3 p 333-340 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

77

CAPIacuteTULO 3

PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO Apresenta-se neste trabalho uma visatildeo geral do saneamento

ambiental (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana

limpeza puacuteblica sauacutede puacuteblica e fontes de poluiccedilatildeo) na zona urbana de 29

municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Esta regiatildeo localiza-se integralmente no semi-

aacuterido brasileiro O estudo envolveu levantamentos de campo e consultas a

oacutergatildeos oficiais de interesse De acordo com os resultados em geral os

municiacutepios dispotildeem de uma infra-estrutura e de um gerenciamento deficientes

Baixos iacutendices de cobertura de esgoto desperdiacutecios de aacutegua e disposiccedilatildeo de

resiacuteduos soacutelidos em depoacutesitos de lixo a ceacuteu aberto satildeo apenas alguns

exemplos que foram encontrados

Palavras-chave saneamento ambiental zona urbana da aacuterea de Xingoacute infra-

estrutura sanitaacuteria

ABSTRACT In this work an overview about environmental sanitation (water

supply sewage urban drainage public cleasing public health and sources of

pollution) in the urban zone of 29 municipalities of Xingoacute area is shown This

region is entirely located in the semi-arid zone of Brazil The research evolved

surveys on site and consultings to the official institutions of concern According

to the results in general the municipalities showed a deficient sanitary infra-

structure and management Poor sewage services water wastefulness and

solid waste disposal on dumps are some examples that were found

Keywords environmental sanitation urban zone of Xingoacute area sanitary infra-

structure

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

78

31 ndash INTRODUCcedilAtildeO

O Saneamento estaacute intimamente relacionado agrave qualidade de vida e agrave

sauacutede da populaccedilatildeo de uma cidade Modernamente tem-se preferido o termo

saneamento ambiental para abranger a sauacutede puacuteblica e as aacutereas afins como

coleta e tratamento de esgotos e efluentes industriais destinaccedilatildeo e tratamento

de resiacuteduos soacutelidos drenagem urbana etc As aacutereas de saneamento recursos

hiacutedricos e de meio ambiente estatildeo intimamente relacionadas principalmente

quando o assunto a tratar eacute a aacutegua e o seu uso mais nobre o abastecimento

puacuteblico (LAHOacuteZ 2000)

Embora o saneamento ambiental seja de suma relevacircncia para o

homem e o meio ambiente diversos trabalhos encontrados na literatura

especiacutefica (DUQUE BALBINO 2000 LOacuteCIO 2000 NUNES et al 2000

BRANCO ALMEIDA 2002) apresentam a forma equivocada como vem sendo

conduzido o saneamento ambiental no semi-aacuterido

No presente trabalho apresenta-se uma avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental principalmente a exposiccedilatildeo das principais deficiecircncias encontradas

em uma regiatildeo a aacuterea urbana de 29 cidades que faz parte da aacuterea de Xingoacute

32 ndash METODOLOGIA

Basicamente na conduccedilatildeo e obtenccedilatildeo dos dados aqui apresentados

foram realizadas consultas a oacutergatildeos oficiais da prefeitura IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) e companhias de aacutegua e de esgoto aleacutem

de inuacutemeras visitas a captaccedilotildees de aacutegua estaccedilotildees de tratamento de aacutegua e de

esgoto e locais de disposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos usinas de

reciclagem e compostagem aterros controlados e fontes de poluiccedilatildeo

Secretaacuterios de sauacutede de infra-estrutura gerentes e operadores de companhias

de saneamento fizeram descriccedilotildees sobre o abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e sauacutede inclusive

apontando as principais carecircncias As visitas de campo foram bastante uacuteteis na

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo do saneamento na aacuterea alvo sendo

fotograficamente documentadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

79

33 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

331 ndash Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 3311 ndash Aspectos fiacutesicos geograacuteficos e demograacuteficos

A aacuterea de Xingoacute eacute aquela sob a influecircncia direta das usinas hidreleacutetricas

de Xingoacute Paulo Afonso e Itaparica Ela situa-se integralmente no Nordeste

brasileiro entre as coordenadas de 8o13rsquo S e 37o05rsquo e 39o05rsquo e 39o54 W Numa

delimitaccedilatildeo provisoacuteria que foi necessaacuteria a fim de possibilitar o funcionamento

das atividades previstas nos diversos convecircnios que compunham o Instituto

Xingoacute essa aacuterea foi definida como se estendendo por 29 municiacutepios

localizados em quatro estados do Nordeste Alagoas Bahia Pernambuco e

Sergipe Segundo o IBGE (2001b) em 2000 a referida aacuterea tinha uma

populaccedilatildeo total de 608771 habitantes Os municiacutepios da aacuterea de Xingoacute situam-

se no Submeacutedio e no Baixo Satildeo Francisco Todos eles encontram-se inseridos

no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Aleacutem dos 29 municiacutepios 5 municiacutepios (municiacutepios

assistidos) foram posteriormente incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute Belo Monte-AL Satildeo Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE

e Parnamirim-PE

A populaccedilatildeo a aacuterea e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute constam na Tabela 31

Do apresentado na Tabela 31 tem-se

(i) Os municiacutepios de maior e menor dimensatildeo territorial satildeo respectivamente

Curaccedilaacute-BA (6449 km2) e Pariconha-PE (262 km2)

(ii) Os municiacutepios de maior e menor populaccedilatildeo satildeo respectivamente Paulo

Afonso-BA (96428 habitantes) e Itacuruba-PE (3669 habitantes)

(iii) Os municiacutepios de maior e menor taxa de urbanizaccedilatildeo satildeo respectivamente

Paulo Afonso-BA (8557) e Piranhas-AL (670)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

80

Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29

municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto

Xingoacute Populaccedilatildeo (habitantes) Municiacutepio Estado

Urbana Rural Total

Aacuterea (km2)

Urbanizaccedilatildeo ()

Aacutegua Branca 4496 14164 18660 455 2409

Delmiro Gouveia

33563 9432 42995 607 7806

Olho drsquoAacutegua do Casado

3887 3172 7059 323 5506

Patildeo de Accediluacutecar 10806 13545 24351 659 4438

Pariconha 2404 7682 10086 262 2384

Piranhas

Alagoas 1340 18667 20007 407 670

Abareacute 5529 8105 13634 1694 4055

Chorrochoacute 2153 7741 9894 2652 2176

Curaccedilaacute 10750 18650 29400 6449 3656

Gloacuteria 2365 12194 14559 1277 1939

Macurureacute 2355 6257 8612 2279 2735

Paulo Afonso 82514 13914 96428 1693 8557

Rodelas

Bahia 4764 1473 6237 2575 7638

Beleacutem do Satildeo Francisco

11803 8416 20219 1835 5838

Cabroboacute 15759 10632 26391 1623 5971

Floresta 15540 9184 24724 3675 6285

Itacuruba 3233 436 3669 437 8812

Jatobaacute 5412 7736 13148 276 4116

Orocoacute 3572 7251 10823 560 3300

Petrolacircndia 19599 7721 27320 1084 7174

Santa Maria da Boa Vista

13960 22780 36740 2965 3800

Tacaratu 7242 9854 17096 1249 4236

Terra Nova

Pernambuco

3869 3550 7419 361 5215

Canindeacute do Satildeo Francisco

9303 8451 17754 904 5240

Gararu 2988 8375 11363 638 2630

Monte Alegre de Sergipe

6468 5119 11587 417 5582

Nossa Senhora da Gloacuteria

17137 9773 26910 742 6368

Poccedilo Redondo 6360 19662 26022 1215 2444

Porto da Folha Sergipe 8712 16952 25664 891 3395

Total 317883 290888 608771 40204 -----

Fonte IBGE (2001b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

81

3312 ndash Aspectos climaacuteticos

A totalidade da aacuterea de Xingoacute estaacute inserida numa aacuterea onde predomina

o clima semi-aacuterido que segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen pode ser definido

como do tipo BSh ou seja clima seco de estepe de baixas latitudes Esta

regiatildeo do ponto de vista meteoroloacutegico apresenta um deacuteficit hiacutedrico os iacutendices

pluviomeacutetricos anuais verificados variam de 400 a 900 mm enquanto que os

valores de precipitaccedilatildeo ficam entre 1500 a 2500 mmano (CHESF et al 1999)

3313 ndash Vegetaccedilatildeo e aspectos pedoloacutegicos

A vegetaccedilatildeo dominante na regiatildeo constitui-se predominantemente pelas

caatingas Essas formaccedilotildees satildeo lenhosas espinhosas e de caraacuteter xeroacutefilo

Quanto aos aspectos pedoloacutegicos na aacuterea de Xingoacute tem-se (CHESF et

al 1999)

(i) Aacuterea de Xingoacute em Alagoas ndash haacute dois tipos de associaccedilotildees de solos

predominantes na aacuterea alagoana de Xingoacute os Planossolos Soloacutedicos e os

Solos Litoacutelicos Os Litoacutelicos restringem-se a oeste e norte de Delmiro Gouveia

norte de Olho DrsquoAacutegua do Casado e Piranhas e todo o municiacutepio de Patildeo de

Accediluacutecar Os Planossolos Soloacutedicos distribuem-se nas partes mais baixas jaacute

proacuteximas ao rio Satildeo Francisco nos vales dos baixos cursos dos rios sem

riachos que correm para este rio Eles predominam nos municiacutepios de Delmiro

Gouveia e partes sul de Olho drsquoAacutegua e Piranhas Os Planossolos apresentam

textura arenosa areno argilosa ou argilosa O relevo eacute predominantemente

plano ou com ondulaccedilotildees muito suaves Em alguns trechos estes solos

apresentam-se pedregosos Satildeo solos de horizonte A (ldquohorizonte agriacutecolardquo)

muito delgado requerendo cuidados especiais no cultivo para evitar erosatildeo

laminar e por isto natildeo satildeo recomendaacuteveis para mecanizaccedilatildeo A drenagem eacute

tambeacutem difiacutecil correndo-se o risco de salinizaccedilatildeo em condiccedilotildees de irrigaccedilatildeo

Contudo satildeo solos moderadamente aacutecidos a neutros e muito ricos em

nutrientes minerais para as plantas Uma irrigaccedilatildeo manejada com extremo

cuidado eacute possiacutevel Os solos Litoacutelicos satildeo solos de arenoso a pedregosos

localizados nas aacutereas de maior declividade Desenvolveram-se a partir dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

82

granitos e gnaisses do substrato Ocorrem muitos afloramentos de rochas

(ldquolajedosrdquo) Satildeo muito rasos por vezes o ldquohorizonte agriacutecolardquo (A) assenta-se

diretamente sobre o material originaacuterio ou rocha Altamente susceptiacuteveis agrave

erosatildeo Satildeo moderadamente aacutecidos a neutros O uso agriacutecola concentra-se

nas aacutereas mais aplainadas Como satildeo solos pedregosos com alta limitaccedilatildeo

hiacutedrica e extremamente susceptiacuteveis agrave erosatildeo o mais recomendado eacute a sua

compreensatildeo funcional no sentido da utilizaccedilatildeo como parte do complexo

paisagiacutestico para serviccedilos ambientais (proteccedilatildeo de mananciais preservaccedilatildeo de

flora fauna e conjuntos ecoloacutegicos) ecoturismo e turismo educacional

(ii) Aacuterea de Xingoacute na Bahia ndash Podem ser identificadas na regiatildeo de Xingoacute

dentro do estado da Bahia trecircs aacutereas de solos a aacuterea de Macurureacute Rodelas e

Gloacuteria onde predominam as Areias Quartzozas na parte central da Regiatildeo a

aacuterea oeste de Abareacute e Curaccedilaacute onde respectivamente predominam o Solonetz

Solodizado e o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico e a aacuterea de leste ou de Paulo

Afonso onde predomina o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico

(iii) Aacuterea de Xingoacute em Pernambuco ndash As seguintes associaccedilotildees de solos

destacam-se as Areias Quartzozas (de Petrolacircndia para o norte) os Bruno

Natildeo Caacutelcicos (vatildeo do Municiacutepio de Floresta ateacute o municiacutepio de Cabroboacute mais

dominantemente e daiacute em Santa Maria da Boa Vista nos baixos vales dos

afluentes do rio Satildeo Francisco) e os Latossolos Vermelho Amarelo Eutroacuteficos

(dominantes nos municiacutepios de Orocoacute e Santa Maria da Boa Vista e nos

interfluacutevios entre os rios que correm para o Satildeo Francisco

(iv) Aacuterea de Xingoacute em Sergipe ndash A aacuterea do estado de Sergipe dentro da Regiatildeo

de Xingoacute oferece um rico complexo de associaccedilotildees de solos e esta

diversidade por certo auxilia nas suas funccedilotildees agropecuaacuterias Em contraste

com os demais estados o estado de Sergipe apresenta solos mais

estruturados e manejaacuteveis a um custo mais baixo Nas superfiacutecies dos

municiacutepios de Canindeacute do Satildeo Francisco e Poccedilo Redondo destacam-se os

solos Bruno Natildeo Caacutelcicos enquanto que nas superfiacutecies dos municiacutepios de

Porto da Folha Monte Alegre de Sergipe Gloacuteria e Garuru dividem importacircncia

os Podzols e os Litoacutelicos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

83

3314 ndash Recursos hiacutedricos

O uacutenico rio perene na referida regiatildeo eacute o Satildeo Francisco Todos os

afluentes do Satildeo Francisco no espaccedilo considerado tecircm um regime fluvial do

tipo semi-aacuterido ou seja os rios permanecem secos (total ou parcialmente) ao

longo do periacuteodo de estiagem (CHESF et al 1999)

Os maiores mananciais de aacutegua subterracircnea concentram-se nos terrenos

fanerozoacuteicos sedimentares especialmente na bacia do Jatobaacute onde dominam

rochas porosas Os terrenos preacute-cambrianos natildeo se prestam satisfatoriamente

ao armazenamento de aacutegua subterracircnea Este em tais terrenos quando se

verifica concentra-se nas aacutereas falhadas eou fraturadas A anaacutelise do

potencial hiacutedrico integrado na aacuterea permite a identificaccedilatildeo das aacutereas vistas na

Tabela 32 Em face da heterogeneidade geoloacutegica alguns municiacutepios

aparecem em mais de uma aacuterea nessa regionalizaccedilatildeo procedida do potencial

hiacutedrico (CHESF et al 1999)

Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Aacuterea Caracteriacutesticas Municiacutepios

1 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Gararu-SE

2 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Abareacute-BA Curaccedilaacute-BA Macurureacute-BA Paulo Afonso-BA Cabroboacute-PE Santa

Maria da Boa Vista-PE Monte Alegre de Sergipe-SE Nossa Senhora da Gloacuteria-

SE e Porto da Folha-SE 3 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio

bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Rodelas-BA Curaccedilaacute-BA Terra Nova-PE e Santa Maria da Boa Vista-PE

4 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice bom bull Excedente hiacutedrico bom bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Olho drsquo Aacutegua do Casado-AL Paulo Afonso-BA Petrolacircndia-PE e Tacaratu-

PE

5 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Santa Maria da Boa Vista-PE

6 bull Distribuiccedilatildeo Anual das aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Aacuteguas superficiais concentrada

Aacutegua Branca-AL

Fonte CHESF et al (1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

84

3315 ndash Aspectos econocircmicos

A atividade econocircmica predominante dos municiacutepios estaacute pautada

eminentemente na lavoura e na pecuaacuteria de pequeno porte A falta de

investimento tecnoloacutegico na produccedilatildeo agriacutecola e pecuaacuteria traduz o estaacutegio

pouco desenvolvido destas atividades nos municiacutepios A atividade produtiva

agriacutecola de alguns produtos destina-se geralmente agrave substistecircncia (CHESF et

al 1999)

A avaliaccedilatildeo geral da induacutestria na aacuterea de Xingoacute revela a quase

inexistecircncia de atividade que possa ser considerada de relevacircncia econocircmica

Isto pode ser atribuiacutedo agrave completa ausecircncia de condiccedilotildees miacutenimas de fomento

para o capital privado apesar da aacuterea dispor de dotaccedilotildees excepcionais no

tocante a dois insumos baacutesicos para vaacuterios segmentos da induacutestria energia e

abundacircncia de aacutegua A baixa qualificaccedilatildeo dos recursos humanos as precaacuterias

condiccedilotildees da infra-estrutura e a pouca articulaccedilatildeo das poliacuteticas de

desenvolvimento tornam a regiatildeo muito pouco atraente para investimentos

industriais (CHESF et al 1999)

3316 ndash Educaccedilatildeo

A anaacutelise da situaccedilatildeo educacional de Xingoacute evidencia em resumo a

baixa qualidade do ensino bem como a sua baixa cobertura aleacutem da evasatildeo e

repetecircncia escolar elevadas Isto sinaliza que deve haver formas mais

arrojadas de intervenccedilatildeo do setor puacuteblico no sentido de universalizaccedilatildeo do

ensino de qualidade em todos os niacuteveis (CHESF et al 1999)

3317ndash Indicadores de qualidade de vida

Em consulta aos dados publicados pelo PNUD (Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Desenvolvimento) verificou-se que vem ocorrendo uma

ascensatildeo do ICV (Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida) e do IDH (Iacutendice de

Desenvolvimento Humano) ao longo do tempo dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute Contudo no contexto do cenaacuterio nacional eles aparecem numa

modesta posiccedilatildeo Entre 5507 municiacutepios brasileiros o melhor colocado eacute o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

85

municiacutepio de Paulo Afonso-BA ocupando a 2643a posiccedilatildeo e o pior colocado

Poccedilo Redondo-SE ocupando a 5394a posiccedilatildeo No entanto cabe mencionar

que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees como quaisquer outras que

se proponham a medir condiccedilotildees de vida e desenvolvimento humano Em

primeiro lugar porque utilizam eventos quantitativos para medir dimensotildees

qualitativas e da vida segundo porque tais indicadores satildeo obtidos atraveacutes de

dados com datas especiacuteficas gerando uma visatildeo estaacutetica da realidade um

corte no tempo

332 ndash Perfil do saneamento ambiental

3321 ndash Abastecimento de aacutegua

Das 29 sedes municipais que integram a aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute apenas Tacaratu-PE e Macurureacute-BA satildeo abastecidas por aacuteguas

subterracircneas As demais satildeo abastecidas atraveacutes de captaccedilotildees superficiais

situadas na calha do rio Satildeo Francisco O fornecimento de aacutegua da cidade de

Macurureacute eacute de responsabilidade da prefeitura sendo que os serviccedilos de

manutenccedilatildeo satildeo efetuados pela CERB (Companhia de Engenharia Rural da

Bahia) A CHESF responsabiliza-se por este serviccedilo no municiacutepio de Jatobaacute

Nas 27 demais sedes municipais o abastecimento de aacutegua fica sob

responsabilidade de concessionaacuterias como mostra a Tabela 33 Esta tabela

tambeacutem mostra outras informaccedilotildees (localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua o tipo e

a localizaccedilatildeo da ETA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

86

Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute Sede municipal

Concessionaacuteria responsaacutevel pelo abastecimento de aacutegua

Localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo para abastecimento

Localizaccedilatildeo da ETA Tipo de ETA

Aacutegua Branca CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Delmiro Gouveia CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia(1)

Delmiro Gouveia Compacta Olho drsquoAacutegua do Casado

CASAL

Olho drsquoAacutegua do Casado Olho drsquoAacutegua do Casado

Compacta

Patildeo de Accediluacutecar CASAL Patildeo de Accediluacutecar Patildeo de Accediluacutecar Convencional Pariconha CASAL Povoado de Salgado em

Delmiro Gouveia (1) Delmiro Gouveia Compacta

Piranhas CASAL Piranhas (2) ----- Natildeo possui Abareacute EMBASA Abareacute Abareacute Compacta

Chorrochoacute EMBASA Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Compacta

Curaccedilaacute SAAE Curaccedilaacute Curaccedilaacute Compacta Gloacuteria EMBASA Gloacuteria Gloacuteria Compacta

Paulo Afonso EMBASA Paulo Afonso (3) Paulo Afonso Convencional Rodelas SAAE Rodelas Rodelas Compacta

Beleacutem do Satildeo Francisco

COMPESA Beleacutem do Satildeo Francisco Beleacutem do Satildeo Francisco

Convencional

Cabroboacute (4) Cabroboacute Compacta Cabroboacute COMPESA

Cabroboacute (5) Cabroboacute Compacta Floresta COMPESA Floresta Floresta Compacta Itacuruba COMPESA Itacuruba Itacuruba Compacta

Jatobaacute COMPESA Jatobaacute Jatobaacute Compacta Orocoacute COMPESA Orocoacute Orocoacute Compacta

Petrolacircndia COMPESA Petrolacircndia Petrolacircndia Convencional Santa Maria da

Boa Vista COMPESA Santa Maria da Boa Vista Santa Maria da Boa

Vista Compacta

Terra Nova COMPESA Cabroboacute (5) Terra Nova Compacta Canindeacute do Satildeo

Francisco DESO Canindeacute do Satildeo

Francisco Canindeacute do Satildeo

Francisco Compacta

Gararu DESO Gararu Gararu Compacta Monte Alegre de

Sergipe DESO Ilha do Ouro em Porto da

Folha (6) Porto da Folha Compacta

Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta Nossa Senhora da Gloacuteria

DESO

Proacutexima do povoado de Satildeo Joseacute em Amparo do

Satildeo Francisco (7)

Proacutexima do povoado de Satildeo

Joseacute em Amparo do Satildeo Francisco

Compacta

Poccedilo Redondo DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

Porto da Folha DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

(1) O sistema coletivo do Sertatildeo abastece as cidades de Aacutegua Branca Canapi Delmiro Gouveia Inhapi Mata Grande Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha aleacutem de vaacuterios povoados (2) A aacutegua para abastecimento da sede do municiacutepio de Piranhas recebe apenas hipoclorito de soacutedio ou Hypocal aplicados na EE Para abastecer os bairros Xingoacute e Nossa Senhora da Sauacutede faz-se a captaccedilatildeo a montante da UHE Xingoacute A aacutegua eacute aduzida por recalque ateacute uma ETA onde se efetua o tratamento (3) A cidade de Paulo Afonso possui duas captaccedilotildees para o seu abastecimento (4) captaccedilatildeo individual para atender apenas Cabroboacute (5) O sistema coletivo Salgueiro atende agraves cidades de Cabroboacute Parnamirim Salgueiro Serrita Terra Nova Umatildes e Verdejante (6) O sistema coletivo Alto Sertatildeo abastece as cidades de Porto da Folha Poccedilo Redondo Monte Alegre de Sergipe Satildeo Miguel do Aleixo Nossa Senhora Apararecida Nossa Senhora da Gloacuteria Frei Paulo Pedra Mole Pinhatildeo e Pedro Alexandre (BA) aleacutem de 56 povoados (7) O sistema coletivo Adutora Sertaneja abastece as cidades de Amparo do Satildeo Francisco Canhoba Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores Itabi Graccho Cardoso Cumbe Feira Nova Nossa Senhora da Gloacuteria Carira Aquidabatilde aleacutem de povoados do municiacutepio de Gararu e mais 73 outros povoados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

87

Algumas precariedades comuns foram identificadas nos sistemas de

abastecimento de aacutegua da aacuterea avaliada durante os levantamentos de campo

Estas envolviam principalmente

(i) Deficiecircncias na preservaccedilatildeo das instalaccedilotildees das unidades do sistema de

abastecimento - ausecircncia de tela protetora de reservatoacuterios maacute conservaccedilatildeo

unidades de tratamento em ETAs hidrocircmetros inutilizados entre outros

(ii) Desperdiacutecios de aacutegua e ausecircncias ou ineficiecircncias relacionadas agrave

fiscalizaccedilatildeo do conjunto do abastecimento de aacutegua - desperdiacutecios de aacutegua

accedilatildeo de vacircndalos em tubulaccedilotildees principalmente as de PVC hidrocircmetros sem

cobertura e com cobertura improvisada vazamentos na rede operadores sem

utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo facilidade de acesso de animais agraves

instalaccedilotildees inclusive animais peccedilonhentos intermitecircncias no fornecimento de

aacutegua entre outros Algumas deficiecircncias comuns satildeo vistas na Figura 31

Segundo Arauacutejo (2001) se as perdas de aacutegua vatildeo aleacutem de valores

aceitaacuteveis (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de grande

porte) podem ocorrer problemas de funcionamento e com isso exigir a

pesquisa de vazamentos invisiacuteveis ligaccedilotildees clandestinas e outras perdas De

acordo com os levantamentos efetuados no sistema de abastecimento de aacutegua

na aacuterea de Xingoacute esses sistemas operam com valores acima dos mencionados

por esse autor atingindo ateacute cerca de 76 de perda de aacutegua no sistema de

abastecimento de aacutegua de Petrolacircndia Soacute com o montante de aacutegua aduzida

ateacute a ETA da cidade de Patildeo de Accediluacutecar perde-se entre 30 e 40 de aacutegua

(lavagem de filtros lavagem de decantadores e extravasamento de

reservatoacuterios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

88

(a) Adutora de aacutegua bruta de PVC avariada devido agrave praacutetica de furto (Itacuruba-PE)

(b) Vazamento em adutora de aacutegua bruta (Rodelas-BA)

(c) Estrutura deteriorada de um filtro de ETA (Gloacuteria-BA)

(d) Combogoacutes em via puacuteblica servindo de proteccedilatildeo para hidrocircmetro (Monte Alegre de Sergipe-SE)

(e) Ofiacutedio peccedilonhento em estaccedilatildeo elevatoacuteria (Macurureacute-BA)

(f) Tubulaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo do clorador desconectada (Petrolacircndia)

Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento de

aacutegua na aacuterea de Xingoacute

Os graacuteficos da Figura 32 plotados com os dados do IBGE (2001a) do

Censo 2000 fornecem uma panoracircmica sobre a forma do abastecimento de

aacutegua dos 29 municiacutepios da aacuterea pesquisada Os resultados indicam que a

forma predominante de abastecimento de aacutegua eacute aquela que ocorre atraveacutes da

rede geral com um total de 95256 domiciacutelios (6923 do total de domiciacutelios

que eacute de 137787 domiciacutelios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

89

Embora esta estatiacutestica do IBGE tenha a sua relevacircncia ela natildeo

contempla questotildees tais como a quantidade per capita a qualidade da aacutegua

distribuiacuteda e as intermitecircncias no abastecimento

Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

3322 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa as prefeituras atraveacutes

normalmente de suas Secretarias de Obras ou das Secretarias de Infra-

Estrutura responsabilizam-se pelas questotildees pertinentes ao esgotamento

sanitaacuterio municipal No entanto no municiacutepio de Piranhas o responsaacutevel eacute a

CASAL e em Curaccedilaacute eacute o SAAE (autarquia municipal)

As cidades de Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe natildeo possuem rede coletora de esgoto Delmiro Gouveia Olho drsquoAacutegua

do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco Orocoacute

Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo possuem

menos de 50 das casas conectadas agrave rede puacuteblica de esgoto O efluente

sanitaacuterio das casas natildeo ligadas agrave rede de esgoto tem como destino o terreno

eou fossa Verificou-se que vaacuterias cidades utilizavam o rio Satildeo Francisco eou

os seus afluentes para diluir seus esgotos sem tratamento Na Figura 33 satildeo

vistos alguns desses pontos de lanccedilamento do esgoto bruto Algumas cidades

8154

34177

95256

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral

Poccedilo ou nascente (na propriedade) Outra

6923

593

2484

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

90

possuem lagoas de estabilizaccedilatildeo construiacutedas para processar a depuraccedilatildeo dos

efluentes liacutequidos gerados bairros Nossa Senhora da Sauacutede e Xingoacute no

municiacutepio de Piranhas Curaccedilaacute Rodelas Floresta Jatobaacute Itacuruba

Petrolacircndia e Canindeacute do Satildeo Francisco Entretanto constatou-se que algumas

estavam em pleno abandono eou funcionavam em condiccedilotildees inadequadas

como mostra a Figura 34 Em Paulo Afonso maior cidade da aacuterea apenas os

bairros Cleacuteriston Andrade e Jardim Aeroporto possuem coleta e tratamento de

esgoto (reator UASB)

(a) Rio Capivara (Porto da Folha) (b) Rio Jacareacute (Poccedilo Redondo)

(c) Rio do Accedilude (Delmiro Gouveia) (d) Rio Satildeo Francisco (Gararu)

Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da aacuterea

de Xingoacute no Satildeo Francisco e seus afluentes

Outras situaccedilotildees inadequadas e comuns relacionadas com o

esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de estudo satildeo visualizadas na Figura 35

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

91

(a) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Itacuruba)

(b) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(c) Pescaria com tarrafa em lagoa de estabilizaccedilatildeo (Piranhas)

(d) Emissaacuterio de lagoa de lagoa de estabilizaccedilatildeo avariada (Rodelas)

Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com utilizaccedilatildeo

inadequada na aacuterea de Xingoacute

(a) Dano em rede coletora (Gloacuteria)

(b) Caixa de passagem com ferragem exposta (Terra Nova)

(c) Escoamento de esgoto (Pariconha)

(d) Lavagem de roupa proacutexima proacutexima de local de despejo de esgoto (Gararu)

Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas evolvendo o esgotamento sanitaacuterio na

aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

92

Segundo os dados apresentados nos graacuteficos da Figura 36 uma

parcela expressiva das residecircncias dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute nos 4

estados natildeo dispotildee de instalaccedilotildees sanitaacuterias (natildeo possuem banheiro nem

sanitaacuterio) Outros meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no esgotamento

dos municiacutepios desta regiatildeo tais como fossa rudimentar (2585 dos

domiciacutelios) e vala (165 dos domiciacutelios)

Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de

Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

De acordo com dados do IBGE (2001a) 46272 domiciacutelios na aacuterea de

Xingoacute estatildeo ligados agrave rede geral de esgoto ou pluvial Dentre os tipos de

esgotamento sanitaacuterio este eacute o que apresenta maior percentual (3363) na

aacuterea de Xingoacute Um percentual expressivo (3073) dos domiciacutelios natildeo dispotildee

de banheiro nem sanitaacuterio Meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no

esgotamento desses municiacutepios tais como fossa rudimentar e vala Vale

salientar que esse indicador do tipo de esgotamento sanitaacuterio refere-se apenas

agrave sua disponibilidade natildeo incluindo as condiccedilotildees de funcionamento e

conservaccedilatildeo dos serviccedilos e instalaccedilotildees nem o destino final dos dejetos

3323 ndash Drenagem urbana

De acordo com os levantamentos na ampla maioria dos casos

verificou-se que natildeo havia um planejamento quanto agrave drenagem urbana nas

9122

35568

42284

13992276666

46272

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral de esgoto ou pluvialFossa seacutepticaFossa rudimentarValaRio lago ou marOutro escoadouroNatildeo tinha banheiro nem sanitaacuterio

2585663165

049

102

3073

3363

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

93

cidades da aacuterea de Xingoacute Assim sendo via de regra o escoamento das aacuteguas

pluviais ocorre no calccedilamento das ruas a maioria desprovida de bocas de lobo

galerias de aacuteguas pluviais e bueiros entre outras obras drsquoarte Muitas vias

puacuteblicas natildeo satildeo calccediladas ou apresentam calccedilamento bastante precaacuterio Um

exemplo de exceccedilatildeo quanto a isso foi o bairro Xingoacute no municiacutepio de Piranhas-

AL Nesta localidade o sistema de drenagem compunha-se de bocas de lobo

sarjetas galerias de aacuteguas pluviais concentrados nos pontos de mais baixa

cota e todas as ruas satildeo calccediladas Na Figura 37 satildeo vistas algumas

deficiecircncias no que concerne a drenagem urbana na aacuterea em estudo

(a) Valetas ocasionadas por Erosatildeo (Aacutegua Branca)

(b) Canal com resiacuteduos soacutelidos (Delmiro Gouveia)

(c) Canal na iminecircncia de transbordar (Cabroboacute)

(d) Galeria de aacuteguas pluviais que recebe esgoto de ligaccedilotildees clandestinas (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(e) Calccedilamento irregular (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Boca de lobo obstruiacuteda (Nossa Senhora da Gloacuteria)

Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

94

3324 ndash Limpeza puacuteblica

Em geral nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa a prefeitura

atraveacutes normalmente da Secretaria de Obras ou da Secretaria de Infra-

Estrutura responsabiliza-se pelas questotildees pertinentes agrave limpeza urbana

municipal Os serviccedilos de coleta dos resiacuteduos soacutelidos restringem-se em

grande parte dos municiacutepios agrave zona urbana Os resiacuteduos soacutelidos urbanos na

maioria das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo lanccedilados em terrenos onde ficam

expostos numa situaccedilatildeo bastante precaacuteria

Algumas cidades no entanto como eacute o caso de Delmiro Gouveia (uma

parte) Patildeo de Accediluacutecar os resiacuteduos soacutelidos recolhidos satildeo enviados para uma

usina de reciclagem e compostagem embora operem com condiccedilotildees aqueacutem

do ideal devido a uma falta de uma melhor infra-estrutura e de recursos

humanos de melhor qualificaccedilatildeo teacutecnica Patildeo de Accediluacutecar dispotildee aleacutem de uma

usina de reciclagem um aterro controlado As cidades de Paulo Afonso que

conta com uma usina de reciclagem e Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio no

acircmbito das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo as que dispotildeem de melhores

condiccedilotildees de infra-estrutura no tocante ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

urbano A Figura 38 retrata algumas das situaccedilotildees inadequadas e comuns

com relaccedilatildeo aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea de Xingoacute

A partir de dados sobre o destino dos resiacuteduos soacutelidos dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute obtidos do IBGE (2001a) foram plotados os graacuteficos da Figura

39 A forma predominante de destino do lixo na aacuterea de Xingoacute eacute aquela em

que os resiacuteduos soacutelidos satildeo coletados por serviccedilo de limpeza com 630009

(4580 do total de domiciacutelios na aacuterea de Xingoacute) domiacutecilios enquadrando-se

nessa situaccedilatildeo

Esse indicador utilizado pelo IBGE no entanto refere-se apenas agrave

disposiccedilatildeo de serviccedilos regulares de coleta de lixo domiciliar Poreacutem natildeo inclui

as condiccedilotildees de funcionamento assiduidade volume transportado e forma de

tratamento dos resiacuteduos soacutelidos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

95

(a) Veiacuteculo de limpeza urbana inutilizado por falta de pneus (Curaccedilaacute)

(b) Suiacutenos em lixo colocado em via puacuteblica (Chorrochoacute)

(c) Entulhos em local improacuteprio (Beleacutem do Satildeo Francisco)

(d) Depoacutesito de lixo proacuteximo de curso drsquoaacutegua (Olho drsquoAacutegua do Casado)

(e) Catadores descalccedilos em lixatildeo (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Lixo hospitalar exposto (Abareacute)

Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionados aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea

de Xingoacute

Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos na

aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

10528

20041

877 5404244

63009

38348

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s

765

4580

308039

064

2787

1457

Coletado por serviccedilo de limpeza

Coletado por caccedilamba de serviccedilo de limpeza

Queimado (no proacuteprio terreno)

Enterrado (no proacuteprio terreno)

Jogado em terreno baldio ou logradouro

Jogado em rio lago ou mar

Outro destino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

96

Segundo Perazzo et al (2002) um estudo realizado pelo GRS-UFPE

(Grupo de Resiacuteduos Soacutelidos da Universidade Federal de Pernambuco) sobre a

composiccedilatildeo gravimeacutetrica dos resiacuteduos soacutelidos de 3 cidades (Jatobaacute

Petrolacircndia e Tacaratu) da aacuterea de Xingoacute verificou-se que quanto agrave origem

dos resiacuteduos soacutelidos a de origem domiciliar predomina Aleacutem disso a

composiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos gerados era predominantemente composta

por mateacuteria orgacircnica com os seguintes valores 5420 em Jatobaacute 6140

em Petrolacircndia e 6140 em Tacaratu

Muniz et al (2001) informam que no Brasil do total de resiacuteduos soacutelidos

urbanos produzidos cerca de 65 satildeo constituiacutedos de mateacuteria orgacircnica

putresciacutevel Este material orgacircnico pode causar poluiccedilatildeo contaminando a

populaccedilatildeo mais carente que reside na periferia dos centros urbanos

3325 ndash Sauacutede puacuteblica

Para Longuinho (2002) o programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede no

Brasil representa um avanccedilo em termos das poliacuteticas puacuteblicas adotadas pois

considera o municiacutepio como ente fundamental no processo decisoacuterio de

aplicaccedilatildeo dos recursos A maior participaccedilatildeo do municiacutepio no planejamento e

execuccedilatildeo dos recursos da sauacutede puacuteblica pode conduzir a uma elevaccedilatildeo da

eficiecircncia das poliacuteticas puacuteblicas uma vez que com o deslocamento do

processo decisoacuterio para fim da cadeia (municiacutepio) a sociedade poderaacute dispor

com mais facilidade de instrumentos legais que a possibilitem influir na

formataccedilatildeo das poliacuteticas a serem adotadas reduzindo a sua possibilidade de

falha aleacutem do que eleva a capacidade de controle por parte da sociedade que

eacute a principal beneficiaacuteria das poliacuteticas puacuteblicas

Com relaccedilatildeo agrave municipalizaccedilatildeo da sauacutede nos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute via de regra esta aconteceu na deacutecada de 90

Atraveacutes de levantamentos realizados junto agrave Secretaria de Sauacutede de

cada um dos 29 municiacutepios foram constatados os seguintes principais

problemas na aacuterea de sauacutede nos 29 municiacutepios

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

97

(i) Baixa resolutividade (incapacidade de solucionar casos de sauacutede que

possuem uma certa complexidade levando ao deslocamento do paciente para

ser tratado em outras unidades ateacute mesmo localizadas em outro municiacutepio

com condiccedilotildees para tal atendimento) e infra-estrutura deficitaacuteria das unidades

de sauacutede

(ii) Carecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede

(iii) Nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida (com um aacutepice de

941 em Olho drsquoAacutegua do Casado)

(iv) Frequumlentes altas taxas de mortalidade infantil (acima do iacutendice aceitaacutevel

da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos) atingindo um

aacutepice no municiacutepio de Olho drsquoAacutegua do Casado (1716permil) As principais causas

satildeo a desnutriccedilatildeo e as deficiecircncias no saneamento baacutesico

(v) Nuacutemero elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo

cerca de 1200 casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

em 2001

De acordo com as informaccedilotildees obtidas junto agrave Secretaria de Sauacutede dos

municiacutepios pesquisados os agravos agrave sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo relacionados

principalmente agrave baixa renda familiar agraves carecircncias nutricionais agrave sauacutede

puacuteblica e ao saneamento deficitaacuterios

3326 ndash Fontes de degradaccedilatildeo do meio ambiente

De acordo com os estudos efetuados na aacuterea de abrangecircncia do

Instituto Xingoacute as principais fontes geradoras de poluentes satildeo

(i) Os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos sem tratamento ou com tratamento deficiente

tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo do meio ambiente sobretudo a fauna a

flora o solo e os recursos hiacutedricos subterracircneos e superficiais (rio Satildeo

Francisco e afluentes)

(ii) Despejo do efluente industrial de uma induacutestria tecircxtil na cidade de Delmiro

Gouveia parcialmente tratado em um rio afluente do Satildeo Francisco gerando

transtornos principalmente agrave populaccedilatildeo ribeirinha ocorrendo inclusive a

mortandade de peixes

(iii) Liberaccedilatildeo de gases de faacutebricas especialmente em Paulo Afonso cidade

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

98

mais avanccedilada da aacuterea de Xingoacute do ponto de vista industrial

(iv) Estabelecimentos comerciais tais como postos de gasolina lava-jatos

matadouros puacuteblicos padarias bares e restaurantes entre outros

(v) Rejeitos gerados por dessalinizadores que satildeo descartados

indiscriminadamente no meio ambiente favorecendo o processo de

dessalinizaccedilatildeo do solo e dos corpos hiacutedricos

(vi) Praacuteticas inadequadas de irrigaccedilatildeo propiciando a salinizaccedilatildeo do solo e de

corpos hiacutedricos

(vii) Utilizaccedilatildeo indiscriminada de agrotoacutexicos principalmente no periacutemetro

irrigado Califoacuternia em Canindeacute do Satildeo Francisco sem conhecimento adequado

sobre dosagem preparaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo aleacutem de se verificar a ausecircncia de

equipamento de proteccedilatildeo quando na aplicaccedilatildeo O destino de parte desses

agrotoacutexicos eacute devido agrave lavagem de plantas e do solo pelas aacuteguas de

precipitaccedilatildeo ou de irrigaccedilatildeo os cursos daacutegua e drenos naturais que compotildeem

principalmente a sub-bacia do riacho da Onccedila afluente do rio Satildeo Francisco

(viii) Poluiccedilatildeo agropastoril oriunda da presenccedila de animais nos rios e riachos

(ix) Animais mortos em cursos de aacutegua ou proacuteximos destes e cemiteacuterios em

locais inadequados que como se sabe geram o necrochorume que contecircm

elevado teor de metais pesados patoacutegenos entre outras substacircncias

prejudiciais ao meio ambiente

Atraveacutes do cruzamento de seacuteries temporais de imagens de sateacutelite do

periacuteodo compreendido entre 1989 a 2003 e dados demograacuteficos (Censo do

IBGE 2000) Freire (2004) estabeleceu uma metodologia para detecccedilatildeo de

aacutereas de risco e passiacuteveis de desertificaccedilatildeo em seis municiacutepios (Olho drsquoAacutegua

do Casado-AL Patildeo de Accediluacutecar-AL Piranhas-AL Canindeacute do Satildeo Francisco-SE

Poccedilo Redondo-SE e Porto da Folha-SE) circunvizinhos agrave UHE Xingoacute

Pesquisas de campo validaram os resultados obtidos em laboratoacuterio apoiados

em extensa literatura sobre os indicadores de desertificaccedilatildeo Nesse estudo o

autor constatou uma significativa devastaccedilatildeo da caatinga aumento de solo

exposto e diminuiccedilatildeo de aacutereas agropastoris na aacuterea de estudo Dos 4405 km2

da aacuterea de estudo cerca de 985 km2 (2237) apresentaram problemas

ambientais significativos quanto ao risco de desertificaccedilatildeo Estes resultados

tambeacutem satildeo apresentados por Freire e Pacheco (2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

99

Algumas das formas de degradaccedilatildeo do meio ambiente na aacuterea

pesquisada satildeo vistas na Figura 310

(a) Despejo em rio oriundo de matadouro (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(b) Culturas no Periacutemetro Califoacuternia com uso de agrotoacutexico (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(c) Emanaccedilatildeo de gases de faacutebrica de ceracircmicas (Paulo Afonso-BA)

(d) Efluente de induacutestria tecircxtil lanccedilado em rio (Delmiro Gouveia-AL)

(e) Popular ateando fogo (Paulo Afonso- BA)

(f) Bar na margem do rio Satildeo Francisco (Gloacuteria-BA)

(g) Poluiccedilatildeo agropastoril no rio Jacareacute (Poccedilo Redondo-SE)

(h) Cemiteacuterio localizado acima da cidade (Piranhas-AL)

Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

100

34 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com estatiacutesticas do PNUD (Programa das Naccedilotildees Unidas

para o Desenvolvimento) os indicadores ICV e IDH dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute vecircm ascendendo no transcorrer dos anos o que de certa forma ofusca a

realidade das precaacuterias condiccedilotildees de vida na aacuterea de Xingoacute Mesmo com essa

ascenccedilatildeo os municiacutepios da aacuterea situam-se numa posiccedilatildeo modesta no cenaacuterio

nacional Vale observar que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees

como quaisquer outras que se proponham a medir condiccedilotildees de vida e

desenvolvimento humano Em primeiro lugar porque utilizam eventos

quantitativos para medir dimensotildees qualitativas e da vida segundo porque tais

indicadores satildeo obtidos atraveacutes de dados com datas especiacuteficas gerando uma

visatildeo estaacutetica da realidade um corte no tempo

Visitas in loco agraves localidades de interesse da pesquisa e de consultas a

oacutergatildeos oficiais possibilitaram uma obtenccedilatildeo do perfil sanitaacuterio inclusive

detectar deficiecircncias no tocante ao abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso

essa investigaccedilatildeo permitiu a identificaccedilatildeo das principais fontes geradoras de

poluiccedilatildeo

No setor de abastecimento de aacutegua da aacuterea pesquisada constatou-se

com frequumlecircncia deficiecircncias que envolviam a maacute preservaccedilatildeo de unidades do

sistema de abastecimento desperdiacutecios de aacutegua e fiscalizaccedilatildeo ausente Os

sistemas de abastecimento de aacutegua existentes na aacuterea de Xingoacute operam

comumente com perdas drsquoaacutegua superior a valores considerados aceitaacuteveis por

Arauacutejo (2001) (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de

grande porte)

No tocante ao esgotamento sanitaacuterio algumas cidades natildeo satildeo servidas

por rede coletora (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe) e algumas apresentam uma cobertura inferior a 50 (Delmiro

Gouveia Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo

Francisco Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

101

Redondo) Algumas cidades possuem unidades destinadas ao tratamento

sendo que em algumas delas estas unidades encontram-se abandonadas ou

funcionando precariamente Essa situaccedilatildeo encontrada tem acarretado o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

Na quase totalidade das cidades o escoamento das aacuteguas pluviais

ocorre com a ausecircncia de planejamento Situaccedilotildees inadequadas tais como a

presenccedila de resiacuteduos soacutelidos e escoamento de aacuteguas residuaacuterias em unidades

integrantes do sistema de drenagem das cidades entre outros problemas

puderam ser constatados durante as visitas de campo

Via de regra os resiacuteduos soacutelidos vecircm sendo dispostos em depoacutesitos a

ceacuteu aberto Algumas cidades como Delmiro Gouveia e Patildeo de Accediluacutecar dispotildeem

de usina de reciclagem e compostagem que no entanto requerem melhorias

Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio e Paulo Afonso com sua usina de

reciclagem satildeo as cidades que possuem uma melhor infra-estrutura no tocante

ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

A fragilidade do niacutevel de sauacutede na aacuterea de Xingoacute eacute evidenciada pela

baixa resolutividade infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede a

insuficiecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes

por causa desconhecida (atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com

941) as altas taxas de mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice

aceitaacutevel da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com

um valor maacuteximo em Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) aleacutem do nuacutemero

elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200

casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE em 2001

35 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Sugere-se criar instrumentos de incentivos fiscais para as empresas e

oacutergatildeos puacuteblicos natildeo poluiacuterem o meio ambiente

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

102

Sugere-se investir em estudos de verificaccedilatildeo da viabilidade do

estabelecimento de consoacutercios intermunicipais Esses consoacutercios consistem

em um acordo firmado entre municiacutepios visando agrave realizaccedilatildeo de interesses e

objetivos comuns nas diversas aacutereas do saneamento Isso dar-se-ia mediante

a utilizaccedilatildeo de recursos humanos e materiais de cada integrante do consoacutercio

para atender agraves necessidades que isoladamente natildeo conseguiriam

Intensificar a eficaacutecia da integraccedilatildeo das accedilotildees de saneamento com

outras poliacuteticas puacuteblicas A implementaccedilatildeo dessa integraccedilatildeo requer uma

articulaccedilatildeo no niacutevel de cada poliacutetica setorial e dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela

coordenaccedilatildeo global das poliacuteticas como os de planejamento no niacutevel dos

conselhos onde pode verificar-se a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Promover o fortalecimento da educaccedilatildeo ambiental e mobilizaccedilatildeo social

atraveacutes de diversas accedilotildees

(i) Capacitaccedilatildeo de educadores da rede ensino para a identificaccedilatildeo de temas

ambientais nos conteuacutedos curriculares

(ii) Elaboraccedilatildeo de material educativo e de comunicaccedilatildeo para subsidiar accedilotildees

de educaccedilatildeo ambiental

(iii) Difundir as informaccedilotildees contidas no material educativo por intermeacutedio de

diversos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo

36 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARAUacuteJO FAS Avaliaccedilatildeo de perdas em setor de abastecimento de aacutegua no

distrito de Cruz de Rebouccedilas 135 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade

Federal de PernambucoCTG Recife-PE 2001

CHESF SUDENE CNPQ UFPE FADE IPEA I Plano diretor de Xingoacute 2000-

2004 Recife 1999 519 p 1 CD-ROM

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

103

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREIRE NCF PACHECO AP Aspectos da detecccedilatildeo de aacutereas de risco agrave

desertificaccedilatildeo na regiatildeo de Xingoacute In XII SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO 2005 Goiacircnia Anais Goiacircnia INPE 2005 p

525-532

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo Demograacutefico 2000

- Caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios Rio de Janeiro-RJ IBGE

2001a v 1

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Sinopse preliminar do

censo demograacutefico 2000 Rio de Janeiro-RJ IBGE 2001b v 7

LAHOacuteZ FCC Uma experiecircncia em mobilizaccedilatildeo para a gestatildeo

descentralizada e participativa dos recursos hiacutedricos In IX SILUBESA -

SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto

Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

LONGUINHOS MAA Anaacutelise do programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede o

caso do municiacutepio de Vitoacuteria da Conquista-BA 80 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis-SC 2002

MUNIZ ACS BRITO ALF LEITE UD PRASAD S Eficiecircncia de

transformaccedilatildeo de carbono total e nutrientes no processo de compostagem de

resiacuteduos soacutelidos orgacircnicos In 21o Congresso Brasileiro de Engenharia

Sanitaacuteria e Ambiental Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

Rom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

104

PERAZZO GM KATO MT FLORENCIO L Avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental em 29 municiacutepios na regiatildeo do semi-aacuterido Nordeste do Brasil In

XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIacuteA SANITAacuteRIA Y

AMBIENTAL CancuacutenndashMeacutexico Anais Cancuacuten-Meacutexico ABES 2002 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

105

CAPIacuteTULO 4

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE

DESSALINIZADOR NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO A aacuterea de Xingoacute abrange uma aacuterea de 45492 km2 com 34

municiacutepios totalmente inseridos no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Dessalinizadores tecircm

sido instalados nessa regiatildeo a fim de incrementar a oferta hiacutedrica Foi

realizado um levamento com relaccedilatildeo aos dessalinizadores existentes nesta

aacuterea Constatou-se que a maioria desses equipamentos natildeo estava produzindo

aacutegua dessalinizada devido principalmente agrave falta de importacircncia dada agrave

questatildeo da sua correta manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo A qualidade de aacutegua de 4

poccedilos com dessalinizador (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa

Briacutegida-BA e Icozeira Abareacute-BA) foi monitorada Com relaccedilatildeo ao permeado

produzido alguns paracircmetros de qualidade de aacutegua (cor aparente turbidez e

dureza total) sempre atenderam aos padrotildees de potabilidade No entanto

outros paracircmetros tais como pH do permeado produzido nos dessalinizadores

instalados em Aroeira e Icozeira e o STD e a concentraccedilatildeo de cloreto do

permeado produzido pelo dessalinizador instalado em Areias nem sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade Natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes na maioria das amostras do permeado poreacutem

conveacutem efetuar a desinfecccedilatildeo antes de ser consumido Foram coletadas

amostras de solo no local de disposiccedilatildeo dos rejeitos provenientes dos

dessalinizadores monitorados Constatou-se que o despejo indiscriminado eacute

prejudicial ao solo

Palavras-chave dessalinizadores qualidade de aacutegua rejeito aacuterea de Xingoacute

ABSTRACT The Xingoacute area comprises 45492 km2 with 34 municipalities It is

entirely located in the so-called ldquoDrought Polygonrdquo Water desalinators have

been installed for increasing the water offer in this area A survey about the

situation of these units of desalination was accomplished It was found that

most of them were not producing desalting water due to the lack of suitable

technical operations and maintenance The water quality of 4 wells with

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

106

desalinator (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa Briacutegida-BA e

Icozeira Abareacute-BA) was monitored With regard to the permeate produced

some water quality parameters (apparent colour turbidity and total hardness)

always met the water quality standards However some parameters not always

met such as pH of the permeate produced by desalinators installed in Aroeira

and Icozeira and TDS and chloride concentration of the permeate produced by

desalinator installed in Areias In most of the analysis the presence of

thermotolerant coliforms were not detected however the permeate must be

disinfected before consumption Soil samples were collected in the disposal site

of water desalinators wastes It was found that the indiscriminate discharge is

harmful to soil

Key words water desalinators water quality desalinators wastes Xingoacute area

41 ndash INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil a maior parte do semi-aacuterido nordestino cerca de 600000 km2

eacute constituiacuteda por terrenos cristalinos A associaccedilatildeo nesta regiatildeo de baixas

precipitaccedilotildees distribuiccedilatildeo irregular das chuvas delgado manto intempeacuterico

quando natildeo ausente e cobertura vegetal esparsa especialmente no bioma

caatinga favorece o escoamento superficial em detrimento da infiltraccedilatildeo

Assim no cristalino do semi-aacuterido brasileiro os poccedilos para abastecimento de

aacutegua muito comumente apresentam vazotildees entre 1 e 3 m3h e elevado

conteuacutedo salino comumente acima dos padrotildees de potabilidade Apesar

disso em muitas pequenas comunidades esses poccedilos constituem a uacutenica

fonte de abastecimento disponiacutevel Em geral a qualidade quiacutemica da aacutegua nos

terrenos cristalinos eacute boa Os problemas quando existentes relacionam-se agrave

elevada salinidade que eacute tiacutepica dos aquumliacuteferos do cristalino do semi-aacuterido

nordestino e agrave elevada dureza da aacutegua e salinidade observadas em algumas

aacutereas de ocorrecircncia das rochas calcaacuterias (ANA 2005) Diante dessa realidade

foi dada grande atenccedilatildeo aos programas de dessalinizaccedilatildeo o que permitiu a

exploraccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas por meio da instalaccedilatildeo de dessalinizadores

no semi-aacuterido brasileiro com a finalidade de converter aacutegua salgada ou salobra

em aacutegua potaacutevel (MATOS et al 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

107

Na aacuterea de Xingoacute foram instalados vaacuterios dessalinizadores Neste

trabalho satildeo apresentados os resultados de anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas e

bacterioloacutegicas da aacutegua de coletas realizadas em 4 poccedilos com dessalinizador

Estes resultados satildeo confrontados com os padrotildees de potabilidade As aacuteguas

analisadas foram a aacutegua de alimentaccedilatildeo (bruta) o permeado e o rejeito

Tambeacutem satildeo apresentados os resultados de amostras de solo no local de

lanccedilamento do rejeito e a jusante deste Estas unidades dessalinizadoras

situam-se em Areias (Poccedilo Redondo-SE) Aroeira (Santa Briacutegida-BA) Minuim

(Santa Briacutegida-BA) e Icozeira (Abareacute-BA)

42 ndash METODOLOGIA

Foram efetuados levantamentos sobre poccedilos que possuiacuteam

dessalinizador existentes nos municiacutepios onde o instituto Xingoacute exerce suas

atividades O objetivo dessas investigaccedilotildees foi escolher algumas unidades que

estivesem produzindo aacutegua dessalinizada e determinar paracircmetros de

qualidade de aacutegua aleacutem de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do solo no local de

despejo do rejeito e a jusante deste Na escolha das unidades cujos resultados

satildeo aqui apresentados foram levados em consideraccedilatildeo questotildees relacionadas

com a distacircncia acessibilidade e adequaccedilatildeo ao roteiro e agraves atividades do

projeto No municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE aleacutem de levantamentos dos poccedilos

com dessalinizaccedilatildeo foram levantados os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador

existentes Os levantamentos incluiacuteram consultas agraves prefeituras e visitas de

campo No levantamento dos poccedilos de aacutegua em Poccedilo Redondo tambeacutem foi

consultado Bomfim et al (2002)

Os paracircmetros condutividade eleacutetrica temperatura STD (soacutelidos totais

dissolvidos) pH cor aparente e turbidez da aacutegua (aacutegua bruta permeado e

rejeito) dos 4 poccedilos monitorados foram determinados com equipamentos

portaacuteteis Foram utilizados recipientes de plaacutestico com 1000 mL para as

coletas destinadas agrave determinaccedilatildeo dos paracircmetros alcalinidade cloreto e

dureza no laboratoacuterio No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes

recipientes com detergente neutro e aacutegua destilada Apoacutes isso no local de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

108

coleta os recipientes eram lavados 3 vezes com a proacutepria aacutegua a ser coletada

antes de sua coleta definitiva

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis

(ii) O recipiente era destampado no momento da coleta removendo a tampa e

o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente tendo o cuidado de natildeo

deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer superfiacutecie aleacutem de natildeo

tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 41 consta a localizaccedilatildeo o periacuteodo de monitoramento da

qualidade da aacutegua (aacutegua bruta permeado e rejeito) dos 4 poccedilos com

dessalinizador estudados Os paracircmetros que foram determinados o local de

sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo apresentados na Tabela 42

Todas as anaacutelises foram realizadas em conformidade com o que preconiza o

APHA et al (1998) O paracircmetro cor aparente foi determinado apenas em

marccedilo e abril de 2006 nas amostras coletadas no poccedilo com dessalinizador de

Areias e de marccedilo a junho de 2006 nos poccedilos com dessalinizador de Aroeira

Minuim e Icozeira

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

109

Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados Localidade do poccedilo

com dessalinizador

monitorado

Municiacutepio Estado Periacuteodo de monitoramento

Areias Poccedilo Redondo Sergipe bull Julho a setembro de 2005

(semanalmente)

bull Outubro e novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a abril de 2006

(mensalmente)

Aroeira Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Minuim Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Icozeira Abareacute Bahia bull Fevereiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua

determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico Coliformes (totais e

termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

O rendimento de cada um dos 4 dessalinizadores monitorados foi

determinado atraveacutes da determinaccedilatildeo da vazatildeo do permeado produzido e do

rejeito gerado no processo de dessalinizaccedilatildeo Para isso utilizou-se um balde

graduado ateacute 11 L e um cronocircmetro onde foram efetuadas 30 leituras pois os

rotacircmetros (indicadores de vazatildeo dos equipamentos dessalinizadores)

apresentavam-se defeituosos eou o visor da leitura devido agraves condiccedilotildees natildeo

permitia a visualizaccedilatildeo Esse procedimento foi realizado todas as vezes em

que se determinava os paracircmetros de qualidade de aacutegua destas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

110

A fim de avaliar-se os impactos decorrentes do despejo do rejeito dos

dessalinizadores foram coletadas amostras de solo com o emprego de trado

no local do despejo do rejeito dos dessalinizadores localizados em Areias

Aroeira Minuim e Icozeira Tambeacutem foram coletadas amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

despejo do dessalinizador de Areias e apenas a 50 m a jusante do despejo dos

dessalinizadores de Aroeira Minuim e Icozeira As amostras de solo foram

coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em Areias e de 0-40 cm

em Aroeira Minuim e Icozeira

Os paracircmetros determinados nas amostras coletadas de solo com os

respectivos locais de determinaccedilatildeo e meacutetodos utilizados constam na Tabela

43 As anaacutelises de solo foram realizadas usando-se a metodologia constante

no Manual de Meacutetodos de Anaacutelise de Solo (EMBRAPA 1997)

Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o

local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Condutividade eleacutetrica Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Condutiviacutemetro pH Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute pHmetro Soacutedio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Fotometria de chama

Caacutelcio Laboratoacuterio de Fertilidade do Solo (Depto de Agronomia da

UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica Magneacutesio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica

Na avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas para a irrigaccedilatildeo a classificaccedilatildeo

mais utilizada eacute aquela proposta pelo US Salinity Laboratory que relaciona a

concentraccedilatildeo de sais soluacuteveis como indicadora do perigo de salinizaccedilatildeo do

solo e a Relaccedilatildeo de Absorccedilatildeo de Soacutedio (RAS) como indicadora do perigo de

sodificaccedilatildeo Esta relaccedilatildeo eacute dada pela seguinte foacutermula (CRUCIANI 1980)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

111

2

++++

+

+=

MgCaNaRAS (Eq41)

Obs teores de Na+ Ca++ e Mg++ em miliequivalentelitro

Existe uma relaccedilatildeo linear entre PST (percentagem de soacutedio trocaacutevel) e o

RAS A equaccedilatildeo que relaciona estes paracircmetros eacute (CRUCIANI 1980)

)01475001260(1)01475001260(100

RASxRASxPST

+minus++minus

= (Eq42)

Nesta pesquisa foram utilizadas as equaccedilotildees 1 e 2 indicadas por

Cruciani (1980) Com os seus resultados efetuou-se a classificaccedilatildeo do solo

segundo o US Salinity Laboratory tambeacutem apresentada em Cruciani (1980)

de acordo com a Tabela 44

Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory

Solo Condutividade

eleacutetrica do extrato

(dSm)

PST

()

pH

Normal lt 4 lt 15 lt 85

Salino gt 4 lt 15 lt 85

Soacutedico lt 4 gt 15 gt 85

Salino-soacutedico gt 4 gt 15 lt 85

Fonte Cruciani 1980

43 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Bomfim et al (2002) constataram a presenccedila de 32 pontos daacutegua em

Poccedilo Redondo-SE sendo que todos eram do tipo poccedilo tubular e localizados

sobre o aquumliacutefero do tipo fissural Alguns de propriedade puacuteblica e outros de

propriedade particular Desses 32 pontos 5 poccedilos possuiacuteam dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

112

No entanto em levantamentos realizados nesta pesquisa foram constatados

29 pontos de aacutegua sendo 5 poccedilos com dessalinizador e 24 sem

Nas visitas de campo verificou-se que das 24 unidades encontradas que

natildeo possuiacuteam dessalinizador apenas uma (Fazenda Jurema) estava

produzindo aacutegua Foram determinados em campo alguns paracircmetros de

qualidade de aacutegua deste poccedilo durante a visita Obteve-se os seguintes

resultados da aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema condutividade eleacutetrica = 3200

microScm STD = 4869 mgL pH = 88 e temperatura = 310 oC

Portanto nota-se que a aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema era improacutepria

para consumo humano devido ao valor de STD ser superior ao valor maacuteximo

permido para consumo humano recomendado pela Portaria 518 do MS Com

isso os moradores pouco utilizavam desta aacutegua preferindo a aacutegua de um

barreiro proacuteximo

Verificou-se que os demais poccedilos sem dessalinizador natildeo estavam

produzindo aacutegua e apresentavam uma das seguintes situaccedilotildees (i) em alguns o

poccedilo havia sido perfurado poreacutem natildeo tinham sido equipados com sistema e

bombeamento e distribuiccedilatildeo estando abandonado (ii) alguns estavam

paralisados sem funcionamento devido a problemas relativos agrave manutenccedilatildeo ou

quebra de equipamentos e (iii) outros encontravam-se abandonados devido agrave

salinidade excessiva eou terem sido submetidos agrave superexplotaccedilatildeo (retirada

de um volume de aacutegua superior agrave capacidade do aquumliacutefero) Tambeacutem constatou-

se que alguns elementos da infra-estrutura de alguns poccedilos tais como

catavento bomba estavam danificados Exemplos dessas situaccedilotildees

encontradas satildeo ilustradas na Figura 41

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

113

(a) Poccedilo perfurado e abandonado (localidade Titoacuteia)

(b) Bomba do poccedilo danificada (localidade Fazenda Satildeo Paulo)

(c) Poccedilo seco (localidade Barra da Onccedila)

(d) Palhetas do catavento danificadas e abandonadas (localidade de Monte Alegre Velho)

Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem dessalinizador

em Poccedilo Redondo

Com relaccedilatildeo aos 5 poccedilos com dessalinizador situados em Poccedilo

Redondo apenas 1 estava operando Este poccedilo foi escolhido para

monitoramento de sua qualidade de aacutegua como seraacute visto adiante

As unidades de dessalinizaccedilatildeo existentes nos municiacutepios integrantes da

aacuterea de Xingoacute utilizam a tecnologia da osmose reversa Na Tabela 45 eacute

apresentada a situaccedilatildeo dessas unidades com relaccedilatildeo a se estavam ou natildeo

produzindo aacutegua dessalinizada Do total de 56 instalaccedilotildees de dessalinizaccedilatildeo

apenas 11 (1964) estavam em atividade e 45 (8036) natildeo estavam

produzindo aacutegua dessalinizada Via de regra a principal causa disso eacute a

ausecircncia de cuidados relacionados agrave manutenccedilatildeo do equipamento O pessoal

teacutecnico capacitado para as tarefas de manutenccedilatildeo e reparos destes

equipamentos tecircm que se deslocar das capitais para o atendimento aleacutem do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

114

que os materiais de manutenccedilatildeo e reposiccedilatildeo algumas vezes apresentam um

orccedilamento aqueacutem dos recursos financeiros disponiacuteveis das prefeituras

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Aacutegua Branca Natildeo haacute

Belo Monte Olho dacuteAacutegua Novo x

Delmiro Gouveia Caraiacuteba do Limo x

Siacutetios Barracas x

Rede de Luz x

Lagoa da Cruz x

Olho drsquoAacutegua do Casado

Poccedilos x

Ass Selma Bandeira x

Bom Nome x

Chico do Bode x

Japatildeo x

Patildeo de Accediluacutecar

Xexeacuteu x

Coleacutegio (na sede) x

Verdatildeo x Pariconha

Campinhos x

Juazeiro x Piranhas Olho drsquoAguinha x

Caboclo (2 poccedilos) x

Cacimba do Barro x

Umbuzeiro Doce x

Alagoas

Satildeo Joseacute da Tapera

Cachoeirinha x

Abareacute Icozeira x

Chorrochoacute Caraiacutebas x

Barro Novo x

Mundo Novo x

Pata Mute x

Curaccedilaacute

Poccedilo de Fora x

Gloacuteria Natildeo haacute

Macurureacute Formosa x

Paulo Afonso Natildeo haacute

Rodelas Natildeo haacute

Arauacutejo x

Aroeira x

Bugi x

Minuim x

Bahia

Santa Briacutegida

Trapiaacute x

Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

(continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

115

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute (cont)

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Beleacutem do Satildeo Francisco Riacho Pequeno x

Cabroboacute Natildeo haacute Floresta Ass Papagaio x

Poccedilo Boi x Jeritacoacute x Angico x

Ibimirim

Barro Branco x Itacuruba Natildeo haacute

Jatobaacute Natildeo haacute

Orocoacute Natildeo haacute

Parnamirim Fazenda Pau de Colher (Siacutetio Chapada do Arapoaacute)

x

Petrolacircndia Natildeo haacute

Baixa do Curral x Santa Maria da Boa Vista Curimamatilde x

Tacaratu Siacutetio Olho drsquoAacutegua do Juliatildeo x

Pernambuco

Terra Nova Natildeo haacute Canindeacute do S Francisco Natildeo haacute

Gararu-SE Tanque da Pedra (Fazenda S Joaquim)

x

Monte Alegre de Sergipe Natildeo haacute Aningas x Retiro II x

Nossa Senhora da Gloacuteria

Santa Helena x Areias 1 x Areias 2 x

Fazenda Santa Maria x Flor da Serra x

Poccedilo Redondo

Morro Vermelho x Bela Aurora x

Belos Ares (Craibeiras) x Esperanccedila x

Junco x

Sergipe

Porto da Folha-

Pedro Leatildeo x Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

A Tabela 46 fornece uma noccedilatildeo de gastos com peccedilas serviccedilos e

deslocamentos relativos agrave manutenccedilatildeo de dessalinizadores

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

116

Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e deslocamentos a

serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em desalinizadores Item Quantidade Preccedilo unitaacuterio (R$)

Membrana Hidranautcs mod Cpa 2 4040 (nova)

1 110000

Cartucho de filtro 9x frac34 5micras 1 1500 Anti-incrustante 1 kg 4500

Manocircmetros glicerinado 1 8500 Rotacircmetro mod Hedland 0 a 60LPM 1 49000

Bomba dosadora 1 75000 Bomba de retrolavagem 14 CV Dancor

termoplaacutestica 1 25000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 monofaacutesica motor aberto

1 195000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 trifaacutesica motor aberto

1 169000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 monofaacutesica motor aberto

1 175000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 trifaacutesica motor aberto

1 150000

Tubo cpvc 28 1 vara 6000 Joelho 90ordm cpvc 28 1 515

Tecirc cpvc 28 1 535 Luva cpvc 28 1 350 Uniatildeo cpvc 28 1 1150

Luva de transmissatildeo cpvc 22 x 34 1 750 Conector Aquatherm cpvc28x1rdquo 1 2635 Luva de reduccedilatildeo de frac12 x 25mm 1 150

Mangueira 14 x 14 pmanocircmetros 1 m 450 Adaptador para manocircmetro 14 x 18 1 1500 Adaptador para manocircmetro 14 x 12 1 2500

Mangueira tranccedilada de 12 1m 300 Espelho para vaso de alta pressatildeo 1 15000

Anel elaacutestico para vaso 4 ldquo 1 3000 Pressostato danfoss 12KGF 1 35000

Bucha de reduccedilatildeo 112 x 1rdquo PVC 1 300 Bucha de reduccedilatildeo 34 x 12 ldquo PVC 1 200

Carcaccedila de Filtro 9 x 34 1 16000

Materiais

Adaptador entrada dosador 1 4000 Limpeza quiacutemica de membranas (preccedilo

cobrado por membrana lavada) - 13000 Matildeo de

obra Visita teacutecnica para avaliaccedilatildeo e pequenos

reparos e substituiccedilatildeo de peccedilas 1 km rodado 100

O Custo eacute de R$ 100km rodado aleacutem de uma diaacuteria de R$ 9000

Fonte Osmose Peccedilas e Manutenccedilatildeo de Dessalinizadores e Sistemas de Aacutegua Feira de

Santana-BA (10082006) atraveacutes de consulta pessoal

Cravo (1999) informa que no Brasil estima-se que 25 dos

equipamentos estatildeo desativados por problemas que vatildeo desde questotildees

poliacuteticas ateacute falta de aacutegua no poccedilo passando por equipamentos mal

dimensionados incorretamente operados ou com ausecircncia de manutenccedilatildeo

Em termos de reparos e de manutenccedilatildeo satildeo as membranas aleacutem dos filtros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

117

que necessitam de maior atenccedilatildeo A vida uacutetil de uma membrana eacute de 3 anos e

a periodicidade de manutenccedilatildeo eacute em meacutedia de 3 meses dependendo da

qualidade da aacutegua de alimentaccedilatildeo da operaccedilatildeo manutenccedilatildeo e do sistema de

preacute-tratamento

Cada dessalinizador monitorado (Figura 42) na corrente pesquisa eacute

alimentado por um poccedilo Consta na Tabela 47 uma siacutentese das caracteriacutesticas

desses equipamentos e dos respectivos poccedilos de alimentaccedilatildeo Nesta mesma

tabela haacute tambeacutem informaccedilotildees quanto ao volume de aacutegua produzido

(permeado) e a quantidade de casa atendidas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 42 Dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

Caracteriacutesticas do dessalinizador

Potecircncia das bombas do dessalinizador

(CV)

Local Profundidade

do poccedilo (m)

Potecircncia da

bomba do poccedilo que alimenta o

dessalinizador (CV)

Ano de

instalaccedilatildeo do dessalinizador

Nuacutemero de

filtros de cartucho

Nuacutemero de vasos

de pressatildeo (permeadores) Principal Retrolavagem Dosadora

Volume de aacutegua

dessalinizada produzida

Nuacutemero de

residecircncias atendidas

Areias 42 34 1998 4 2 3 13 12 Ateacute nov2005

bull 15 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 5 m3semana

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 25 a m3mecircs

Ateacute nov2005

bull 30 residecircncias

(eacutepoca seca)

bull 10 residecircncias

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 2 a 4 residecircncias

Aroeira 60 75 2005 3 1 2 13 --- bull 10 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 10 m3 quinzenalmete

(eacutepoca chuvosa)

bull 42 residecircncias

Minuim 64 5 2005 6 3 5 13 --- bull 10 a 20 m3semana bull 100 a 150

residecircncias

Icozeira 18 1 1996 3 1 3 13 Natildeo possui

bomba

dosadora

bull 5 a 10 m3dia bull 92 residecircncias

Natildeo havia informaccedilatildeo quanto agrave potecircncia poreacutem a vazatildeo era de 6 Lh

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

119

Vale observar que tambeacutem com relaccedilatildeo agrave Tabela 47 que apoacutes

novembro de 2005 algumas residecircncias localizadas em Areias passaram a

ser contempladas com aacutegua encanada Com isso houve um decreacutescimo de

casas que consumiam aacutegua da unidade dessalinizadora instalada nesta

comunidade

Os moradores de Areias e Icozeira natildeo pagam tarifa pela aacutegua

produzida nas unidades de dessalinizaccedilatildeo A comunidade de Minuim paga por

uma ficha um valor de R$020 (vinte centavos) por cada balde de 20 L de aacutegua

produzida A ficha eacute inserida em um chafariz automaacutetico Com isso satildeo

acionadas duas bombas cada uma com 13 CV (localizadas no proacuteprio abrigo

onde estaacute o dessalinizador) Isso permite que a aacutegua dessalinizada seja

conduzida ateacute um chafariz automaacutetico para o enchimento de um balde de 20 L

Procedimento semelhante ao de Minuim era o que acontecia em Aroeira No

entanto durante o periacuteodo de monitoramento em Aroeira e tambeacutem poucos

meses antes deste monitoramento natildeo era cobrada tarifa pela aacutegua produzida

Alguns moradores de Minuim pagam o valor de R$100 (um real)

mensalmente pela aacutegua bruta captada nesse poccedilo para ter essa aacutegua em

suas torneiras

Os operadores das unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas satildeo

pessoas da proacutepria comunidade onde estas estatildeo instaladas aleacutem de

residirem proacuteximo destas Eles natildeo recebem nenhuma remuneraccedilatildeo O grau de

escolaridade do operador da unidade de Aroeira e do operador de Minuim eacute 5a

seacuterie concluiacuteda enquanto o do operador de Areias eacute de 3a seacuterie concluiacuteda De

acordo com o proacuteprio operador de Icozeira este natildeo havia frequumlentado a

escola e apenas sabia assinar o nome e identificar algarismos

Apenas o operador da unidade de Minuim possui um manual de

operaccedilatildeo do dessalinizador (modelo AP 10004000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

120

De acordo com os operadores a limpeza das membranas vinha sendo

efetuada com a utilizaccedilatildeo da bomba de retrolavagem A frequumlecircncia dessa

operaccedilatildeo era de acordo com os operadores a seguinte

(i) em Areias natildeo havia uma frequumlecircncia certa algumas vezes passava ateacute uns

2 meses sem lavar

(ii) em Aroeira e Icozeira era semanal

(iii) duas vezes por semana (agraves quartas-feiras e saacutebados) em Minuim

Em Areias e Icozeira a manutenccedilatildeo perioacutedica do equipamento natildeo era

realizada A equipe teacutecnica soacute era acionada quando algum equipamento ou

acessoacuterio deixava de funcionar

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiram a sua

manutenccedilatildeo eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da

prefeitura

O dinheiro arrecado na venda das fichas no dessalinizador de Minuim

tambeacutem eacute utilizado nas despesas de manutenccedilatildeo e reparos

As despesas com energia e reparos dos equipamentos de Areias e

Icozeira eram arcadas respectivamente pelas prefeituras de Poccedilo Redondo-

SE e Abareacute-BA Em Aroeira as despesas com energia e manutenccedilatildeo ateacute pouco

antes do monitoramento do trabalho aqui apresentado era por conta dos

recursos arrecadados com a venda das fichas e depois passou a cargo da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA Por outro lado em Minuim o valor arrecadado

com as fichas era destinado a pagar as despesas com energia e manutenccedilatildeo

do dessalinizador No entanto as despesas com a energia gasta pelo poccedilo

que alimentava o dessalinizador de Minuim fica sob a responsabilidade da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA

Na Figura 43 satildeo vistos os locais onde os moradores retiram a aacutegua

dessalinizada pelos dessalinizadores monitorados A aacutegua eacute conduzida em

balde(s) ateacute as suas residecircncias

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

121

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

De acordo com determinaccedilotildees efetuadas no campo os dessalinizadores

Areias Aroeira Minuim e Icozeira apresentaram em meacutedia respectivamente

um rendimento de 4326 5119 5644 e 3512 Isso significa que estas

unidades geram em meacutedia uma quantidade de rejeito que corresponde a

respectivamente 5674 4881 4356 e 6488 do total de aacutegua a ser

dessalinizada Segundo Porto et al (2004) em funccedilatildeo da eficiecircncia do

dessalinizador e da qualidade da aacutegua do poccedilo a quantidade de efluente

gerado eacute da ordem de 40 a 70 do total de aacutegua salobra a ser dessalinizada

Nas Tabela 48 a 411 e nas Figuras 44 a 47 satildeo apresentados os

resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos no campo e em laboratoacuterio

da aacutegua bruta do permeado e do rejeito dos 4 dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 336 242 278 26 94 330 234 268 31 116 323 242 276 24 87

pH 83 59 74 05 68 74 65 69 03 43 87 70 81 05 62 Cor aparente

(uH) 941 534 738 288 390 0 0 0 --- --- 1789 1161 1475 444 301

Turbidez (uT) 278 82 1370 608 444 14 048 07 02 286 151 16 38 35 921 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 245 20 1441 821 570 16 4 101 36 356 469 26 3169 1526 481

Condutividade eleacutetrica (microScm)

11000 1725 55732 24192 434 1143 198 4593 2987 650 18020 7800 111604 33409 299

STD (mgL) 16463 5567 96449 37712 391 1687 295 7386 4859 658 26826 11725 164505 55730 339 Cloreto

(mg Cl-L) 3587 566 20715 9291 449 324 36 1269 823 648 6226 2289 35422 9578 270

Dureza total (mg CaCO3L)

3086 398 13623 9685 711 81 10 296 198 669 5481 1428 25098 12461 496

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 119 4796 3458 721 35 6 142 91 641 2314 612 959 5174 539

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

123

Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35Te

mpe

ratu

ra (o C

)

(a)

123456789

1011121314

pH

(b)

0

100

200

300

400

500

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

5000

10000

15000

20000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0

50

100

150

200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

STD

(mg

L)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

(h)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(g)

(d)(c)

(f)(e)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300DiasD

urez

a caacute

lcic

a (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 307 252 286 19 67 320 257 295 22 74 321 256 295 22 74

pH 91 69 75 06 86 72 50 64 07 112 73 67 71 02 25 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 15 03 07 04 552 05 02 03 010 357 45 03 11 10 09 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 30 6 116 81 702 7 3 47 13 285 39 9 167 98 586

Condutividade eleacutetrica (microScm)

1324 1130 12094 712 59 501 26 411 80 196 2330 1840 20652 1809 88

STD (mgL) 1961 1674 18078 999 55 717 374 557 126 226 3433 2727 30583 2627 86 Cloreto

(mg Cl-L) 630 290 4266 973 228 6 2 34 13 397 750 510 5656 823 145

Dureza total (mg CaCO3L)

568 305 4493 878 196 20 0 72 63 874 832 650 7164 597 83

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

345 122 2360 739 313 18 0 23 29 1265 406 203 3131 709 227

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

125

Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3L

)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

500

1000

1500

2000

2500C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0500

1000150020002500300035004000

STD

(mg

L)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 316 262 296 18 60 318 263 295 17 59 331 265 307 26 84

pH 86 72 75 04 52 69 60 64 03 54 78 73 76 02 21 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 13 02 05 03 554 05 01 03 01 464 08 03 06 02 274 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 51 20 294 107 361 12 2 58 30 519 66 22 391 136 349

Condutividade eleacutetrica (microScm)

4995 4770 48984 962 20 124 633 986 173 176 8110 7330 73122 15353 210

STD (mgL) 7491 7072 72850 1700 23 1772 954 1404 173 124 11986 11061 115767 3490 30 Cloreto

(mg Cl-L) 1750 1232 14811 1643 111 28 2 90 73 813 2849 2019 23652 2342 99

Dureza total (mg CaCO3L)

1969 1096 13489 2760 205 20 0 137 148 1078 2578 1827 21667 2864 132

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

609 311 4599 1137 247 20 0 50 73 1464 609 311 9762 412 42

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

127

Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT

)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0100020003000400050006000700080009000

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

STD

(mg

L)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 337 241 302 25 84 343 256 309 23 75 349 249 309 26 85

pH 76 61 70 04 63 62 57 59 02 27 76 58 72 05 76 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 06 02 04 01 333 05 02 04 01 351 44 03 07 04 507 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 32 22 269 33 124 9 4 61 19 311 36 31 328 17 52

Condutividade eleacutetrica (microScm)

7640 6840 70917 2422 34 475 368 4193 399 95 9760 8930 92256 3091 33

STD (mgL) 11222 10101 104609 3628 35 690 542 6059 469 78 14436 13263 136817 4895 36 Cloreto

(mg Cl-L) 2429 1629 18956 2985 157 88 76 811 43 52 3029 1709 22923 4360 190

Dureza total (mg CaCO3L)

2436 1989 21467 1809 84 67 41 581 87 149 3979 2639 30838 3620 117

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 853 99400 1132 114 25 18 217 25 118 1543 1102 13107 1669 127

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

129

Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

05

10

152025

303540

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

020004000

60008000

1000012000

1400016000

STD

(mg

L)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i) (j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

130

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos verificou-se (i) Temperatura

A temperatura da aacutegua bruta dos poccedilos ficou situada entre 24 e 34 oC

durante o periacuteodo de monitoramento O poccedilo que apresentou maior faixa de

variaccedilatildeo foi o poccedilo de Icozeira com uma variaccedilatildeo de temperatura de 96 oC

(241 ndash 337 oC) seguido por Areias com 94 oC (242 ndash 336 oC) Aroeira com

55 oC (252 ndash 307 oC) e Minuim com 53 oC (263 ndash 316 oC)

A temperatura do permeado ficou entre 23 e 35 oC O permeado

produzido em Icozeira tambeacutem foi o que apresentou maior variaccedilatildeo (87 oC)

A temperatura do rejeito gerado ficou entre 24 e 35 o C A maior

temperatura registrada do rejeito foi em Icozeira com 349 oC e a menor foi em

Areias com 242 oC

(ii) pH

Com relaccedilatildeo ao pH das aacuteguas subterracircneas segundo Santos (1997)

nestas aacuteguas este paracircmetro geralmente fica entre 55 e 85 e em casos

excepcionais entre 3 e 11 O pH da aacutegua bruta do poccedilo de Areias esteve entre

59 - 83 a de Aroeira esteve entre 69 - 91 a de Minuim esteve entre 72 - 86

e a de Icozeira entre 61 -76 A condiccedilatildeo excepcional a que Santos (1997) se

refere soacute foi verificada uma uacutenica vez com a aacutegua bruta do poccedilo de Aroeira

sendo de 91 e uma uacutenica vez em Minuim com a aacutegua bruta apresentando um

pH de 86

A faixa do pH da aacutegua destinada ao consumo humano segundo a

Portaria 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) eacute de 60 ndash 95 O pH do permeado

produzido pelo dessalinizador de Areias e Minuim sempre esteve nesta faixa

Em duas ocasiotildees das 10 coletas realizadas o pH da aacutegua do permeado

produzido pelo dessalinizador de Aroeira esteve abaixo da faixa recomendada

(na 1a coleta o pH foi 50 e na 3a coleta foi de 56) Das 9 coletas da aacutegua do

permeado do dessalinizador de Icozeira em 6 ocasiotildees (3a 4a 6a 7a 8a e 9a

coletas com o pH respectivamente sendo 58 57 59 59 58 e 59) o pH

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

131

natildeo atendeu ao recomendado indicando que necessita que procedimentos de

ajuste desse paracircmetro sejam efetuados por um profissional capacitado a fim

de atingir-se os valores recomendados

O pH do rejeito de Aroeira variou entre 67 ndash 73 Em Areias esse

paracircmetro variou de neutro a alcalino variando entre 70 ndash 87 O pH do rejeito

de Minuim foi o que menos oscilou os seus valores esteve entre 73 ndash 78 O

pH do rejeito produzido em Icozeira somente uma vez esteve abaixo de 70 e

nas demais apresentou um valor de 76

(iii) Cor aparente

Diferentemente dos resultados da cor aparente da aacutegua bruta dos poccedilos

de Aroeira Minuim e Icozeira onde este paracircmetro determinado foi sempre de

0 uH a cor aparente da aacutegua bruta do poccedilo de Areias foi sempre elevada (534

ndash 941) Natildeo se conseguiu precisar exatamente qual a causa disto No

entanto Segundo a ANA (2005) a inadequaccedilatildeo do filtro e preacute-filtro (alguns dos

materiais empregados na construccedilatildeo do poccedilo) agrave formaccedilatildeo geoloacutegica

normalmente reflete em problemas de cor e turbidez da aacutegua subterracircnea Por

isso eacute comum que vaacuterios estudos mostrem frequentemente que estes

paracircmetros natildeo atendem aos padrotildees de potabilidade no caso das aacuteguas

subterracircneas

Por outro lado a aacutegua analisada do permeado produzido em todas as

unidades inclusive na de Areias sempre apresentou uma cor aparente de 0

uH Desta forma esse paracircmetro da aacutegua do permeado atende ao que

estabelece a Portaria no 518 cujo valor maacuteximo permitido para esse paracircmetro

eacute de 15 uH

(iv) Turbidez

A turbidez da aacutegua bruta dos poccedilos apresentou-se de forma similar agrave cor

aparente da aacutegua bruta dos poccedilos ou seja com valores muito elevados em

Areias (valor maacuteximo de 278 uT) e muito baixos nos demais poccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

132

A aacutegua do permeado produzido em todas as unidades atendeu aos

padrotildees de potabilidade cujo valor maacuteximo permitido eacute de 5 uT

(v) Alcalinidade

Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas geralmente situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e em casos

excepcionais pode atingir 1000 mg CaCO3L No entanto Franca et al (2006)

encontrou alguns valores de alcalinidade da aacutegua em poccedilos tubulares

localizados em Juazeiro do Norte-CE inferiores a 100 mg CaCO3L com um

valor miacutenimo de 173 mg CaCO3L

O menor valor de alcalinidade entre todas as coletas realizadas nos

poccedilos foi no poccedilo de Aroeira (8 mg CaCO3L) e o maior foi em Areias (245 mg

CaCO3L)

A Portaria no 518 natildeo estabelece valores recomendados com relaccedilatildeo agrave

alcalinidade em aacutegua destinada ao consumo humano Mota (2000) afirma que

a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor desagradaacutevel agrave aacutegua sem no

entanto informar a partir de que valores isso pode ocorrer

O maior valor encontrado com relaccedilatildeo a esse paracircmetro nas

determinaccedilotildees realizadas na aacutegua do permeado produzido nas 4 unidades foi

de 16 mg CaCO3L Com relaccedilatildeo ao rejeito o maior valor encontrado desse

paracircmetro foi em Areias com 469 mg CaCO3L

(vi) Condutividade eleacutetrica

A condutividade eleacutetrica da aacutegua bruta de todos os poccedilos foi sempre

elevada que eacute uma caracteriacutestica tiacutepica de poccedilos situados no cristalino O valor

maacuteximo encontrado foi de 11000 microScm no poccedilo de Areias

O menor valor de condutividade eleacutetrica do permeado foi verificado em

Aroeira com 26 microScm A aacutegua do permeado coletada nas 5 uacuteltimas coletas

apresentou valores elevados chegando a um maacuteximo de 1143 microScm na uacuteltima

coleta (abril de 2006) Antes dessas 5 uacuteltimas coletas a condutividade eleacutetrica

natildeo chegava a 500 microScm Em maio de 2006 o dessalinizador apresentou-se

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

133

defeituoso e natildeo conseguiu mais desempenhar suas funccedilotildees Essa elevaccedilatildeo

de certa forma suacutebita da condutividade eleacutetrica pode ter sido um indiacutecio de que

havia uma necessidade premente de manutenccedilatildeo inclusive com troca das

membranas o que natildeo foi efetuado na ocasiatildeo

A condutividade eleacutetrica do rejeito como era de se esperar apresentou-

se sempre elevada com um valor miacutenimo de 1840 microScm encontrado em

Aroeira e um valor maacuteximo de 18020 microScm em Areias

(vii) Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para os

soacutelidos totais dissolvidos (STD) eacute 1000 mgL Teores elevados deste paracircmetro

indicam que a aacutegua tem sabor desagradaacutevel podendo causar problemas

digestivos principalmente em crianccedilas aleacutem de danificar as redes de

distribuiccedilatildeo

O STD da aacutegua bruta de todas as coletas nos 4 poccedilos sempre esteve

acima de 1000 mgL Isso deve servir de alerta para as pessoas natildeo

consumirem essa aacutegua principalmente em Minuim onde algumas pessoas natildeo

tecircm condiccedilotildees de sempre pagar R$020 por um balde de 20 L e preferem

pagar R$100 mensalmente por aacutegua bruta do poccedilo e algumas vezes a

consomem

O STD do permeado de todos os poccedilos estiveram abaixo de 1000 mgL

exceto na 10a 12a 13a e 14a coletas em Areias onde nesta uacuteltima chegou a

1687 mgL

O STD do rejeito como era de se esperar apresentou-se sempre

elevado com um valor miacutenimo de 3433 mgL encontrado em Aroeira e um

valor maacuteximo de 26826 mgL em Areias

(viii) Cloreto

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para a

concentraccedilatildeo de cloreto eacute 250 mg Cl -L Em todas as coletas realizadas na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

134

aacutegua bruta dos poccedilos o teor de cloretos sempre esteve acima dessa

concentraccedilatildeo com o valor miacutenimo encontrado em 290 mg Cl -L em Aroeira

As amostras de aacutegua do permeado que foram coletadas sempre

estiveram com uma concentraccedilatildeo abaixo do que preconiza essa Portaria

exceto nas duas uacuteltimas coletas em Areias que apresentaram

respectivamente 293 e 324 mg Cl -L

(ix) Dureza

De acordo com as anaacutelises realizadas na aacutegua bruta dos poccedilos

monitorados estas satildeo classificadas como muito duras (dureza gt 300 mg

CaCO3L) A aacutegua dos poccedilos de Areia Minuim e Icozeira apresentaram uma

dureza caacutelcica inferior a 50 da dureza total Isso indica que esses poccedilos tecircm

uma dureza magnesiana superior agrave caacutelcica Em 6 das 10 coletas realizadas

na aacutegua do poccedilo de Aroeira a dureza caacutelcica foi inferior agrave dureza magnesiana

O maior valor de dureza do permeado produzido nos 4 dessalinizadores

foi de 81 mg CaCO3L o que atende aos padrotildees de potabilidade (valor

maacuteximo permitido igual a 500 mg CaCO3L)

A Tabela 412 reuacutene os resultados das anaacutelises bacterioloacutegicas das 4

localidades Na maioria das anaacutelises da aacutegua do permeado natildeo foi detectada a

presenccedila de coliformes termotolerantes No entanto como foi apresentado

anteriormente a aacutegua eacute conduzida pelas pessoas por baldes ateacute as

residecircncias estando muito susceptiacutevel agrave contaminaccedilatildeo Recomenda-se que a

aacutegua antes de ser consumida seja desinfetada Dos trecircs tipos de aacutegua

analisados apenas o rejeito produzido nos 4 dessalinizadores em algumas

ocasiotildees (1665 das anaacutelises em Areias 2000 em Aroeira 1000 em

Minuim e 2222 em Icozeira) apresentou um NMP100 mL gt 16 (Valor

maacuteximo correspondente a 5 tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de

10 mL) Como a tabela para a determinaccedilatildeo do NMP100 mL soacute apresenta

como maior valor o nuacutemero gt 16 natildeo eacute possiacutevel afirmar a intensidade da

contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

135

Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos

monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito) Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes

(NMP100 mL)

0 (ausente)

22 51 92 16 gt 16

Local Aacutegua analisada

( de amostras)

Aacutegua bruta 5834 1110 555 0 555 0

Permeado 8890 555 555 0 000 000

Areias

Rejeito 7780 1667 0 0 555 1665

Aacutegua bruta 70 0 20 0 10 0

Permeado 90 10 0 0 0 0

Aroeira

Rejeito 60 0 0 10 10 20

Aacutegua bruta 80 0 0 10 10 0

Permeado 80 10 10 0 0 0

Minuim

Rejeito 80 0 0 10 0 10

Aacutegua bruta 7778 0 1111 0 1111 0

Permeado 8889 0 0 1111 0 0

Icozeira

Rejeito 6667 0 0 0 1111 2222

Conforme informam Montenegro et al (2001) e Montenegro et al (2003)

um dos projetos implantados pelo Instituto Xingoacute foi a construccedilatildeo de uma

barragem subterracircnea na comunidade de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE)

para complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito de um dessalinizador utilizada nos

viveiros de cultivo de camaratildeo marinho (Litopenaeus vannamei) tambeacutem

construiacutedos pelo Instituto Xingoacute e tambeacutemno desenvolvimento da Atriplex

nummularia O projeto beneficiava cerca de 170 pessoas O permeado desse

dessalinizador era utilizado para o consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal

De acordo com informaccedilotildees obtidas junto agrave coordenaccedilatildeo do Instituto Xingoacute o

moacutedulo de Morro Vermelho ateacute o ano de 2003 contava com assistecircncia

teacutecnica com manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do Instituto Xingoacute Desta data em diante

ele ficou sob responsabilidade da prefeitura de Poccedilo Redondo e da proacutepria

comunidade de Morro Vermelho Devido a principalmente conflitos nesta

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

136

comunidade o referido moacutedulo teve suas atividades produtivas (aquumlicultura e

agricultura) paralisadas

Na aacuterea de Xingoacute com exceccedilatildeo do que ocorria em Morro Vermelho os

efluentes gerados durante a produccedilatildeo nos dessalinizadores da aacutegua potaacutevel

satildeo lanccedilados no meio ambiente sem nenhum criteacuterio Na Figura 48 pode ser

visto o local de despejo do rejeito das unidades de dessalinizaccedilatildeo que foram

monitoradas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

Foram coletadas amostras de solo no local do despejo do rejeito

proveniente das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo e amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

137

despejo (Areias) e a 50 m a jusante do despejo (Aroeira Minuim e Icozeira) As

amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm

em Areias e de 0-40 cm em Aroeira Minuim e Icozeira Os resultados das

anaacutelises quiacutemicas dos paracircmetros determinados nas amostras constam na

Tabela 413 Na Tabela 414 eacute vista a classificaccedilatildeo do extrato de saturaccedilatildeo do

solo coletado

Tabela 413 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4

dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH Na+

(meqL) Ca++

(meqL) Mg++

(meqL) CaMg RAS

P1 0-20 509 71 3200 367 994 037 1228 P1 20-40 639 72 3796 457 1997 023 1084 P2 0-20 314 73 1761 363 756 048 745 P2 20-40 152 76 939 145 240 060 678 P3 0-20 055 66 352 063 166 038 329

Areias

P3 20-40 077 67 430 069 131 053 430 P1 0-40 403 77 365 159 322 049 236 Aroeira P2 0-40 033 74 070 057 075 076 086 P1 0-40 601 73 2609 406 1163 035 932 Minuim P2 0-40 462 72 3235 434 2343 019 869 P1 0-40 794 78 3561 644 2353 027 921 Icozeira P2 0-40 493 73 2374 480 2398 020 626

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

Tabela 414 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e

a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH PST () Classificaccedilatildeo do solo

P1 0-20 509 71 1442 Salino P1 20-40 639 72 1284 Salino P2 0-20 314 73 887 Normal P2 20-40 152 76 804 Normal P3 0-20 055 66 347 Normal

Areias

P3 20-40 077 67 484 Normal P1 0-40 403 77 217 Salino Aroeira P2 0-40 033 74 001 Normal P1 0-40 601 73 1110 Salino Minuim P2 0-40 462 72 1036 Salino P1 0-40 794 78 1097 Salino Icozeira P2 0-40 493 73 738 Salino

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

138

Os resultados das anaacutelises do solo obtidas confirmaram o potencial do

rejeito em causar problemas ao mesmo A condutividade eleacutetrica de cada um

dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de

despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino

sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado

no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi em Aroeira

(403 dSm) As amostras coletadas a jusante do ponto de despejo do rejeito

variaram entre solo normal e solo salino

Conforme mostrou a Tabela 413 a proporccedilatildeo CaMg sempre foi inferior

a unidade o que segundo Porto et al (1999) caracteriza uma intoxicaccedilatildeo pelo

iacuteon especiacutefico de magneacutesio

44 ndash CONCLUSOtildeES

Os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador localizados em Poccedilo Redondo-

SE encontravam-se sem aproveitamento Alguns estavam paralisados sem

funcionamento e outros abandonados Foi identificado apenas um poccedilo que

estava produzindo aacutegua Esta aacutegua era salobra condiccedilatildeo comumente

encontrada na regiatildeo

Predominantemente as unidades de dessalinizaccedilatildeo localizadas na aacuterea

de Xingoacute vecircm sendo operadas ineficientemente e com ausecircncia de cuidados

na manutenccedilatildeo dos equipamentos De 56 unidades implantadas 45 natildeo

vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem dessas 45 unidades acrescente-

se a paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Trata-se de

mais um exemplo tiacutepico da forma equivocada que vecircm sendo administradas

estas instalaccedilotildees no semi-aacuterido

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiu a sua manutenccedilatildeo

eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da prefeitura

O rendimento meacutedio dos dessalinizadores monitorados ficou entre

3512 (Icozeira) e 5644 (Minuim) Assim sendo em meacutedia estas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

139

geravam entre 6488 e 4356 do total de aacutegua a ser dessalinizada Esta

faixa de variaccedilatildeo obtida situa-se nos limites encontrado na literatura (PORTO

et al 2004)

Em nenhuma ocasiatildeo os paracircmetros de qualidade da aacutegua bruta que

foram determinados dos 4 poccedilos monitorados atendeu a todos os padrotildees de

potabilidade determinados

O pH das amostras de aacutegua do permeado de Areias e Minuim sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade no entanto em duas das dez

amostras coletadas do permeado produzido pelo dessalinizador de Aroeira e

em 6 das 9 amostras coletadas do permeado em Icozeira esse paracircmetro

esteve abaixo da faixa (60 ndash 95) recomendada pela Portaria 518 do MS

A cor aparente e a turbidez determinadas em amostras de aacutegua do

permeado produzido nas 4 instalaccedilotildees sempre estiveram compatiacuteveis com os

padrotildees de potabilidade

A concentraccedilatildeo de STD e de cloretos da aacutegua do permeado em todas

as ocasiotildees com exceccedilatildeo das duas uacuteltimas amostras do permeado produzido

em Areias sempre estiveram abaixo do valor maacuteximo recomendado pelo MS

(TDS le1000 mgL e cloretos le 250 mg Cl -L)

Os valores de dureza da aacutegua do permeado sempre atenderam ao

estabelecido pelo MS (dureza le 500 mg CaCO3L)

Em geral natildeo foi detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes na

aacutegua do permeado dos poccedilos Contudo eacute recomendada a desinfecccedilatildeo pois as

torneiras onde se retira o permeado ficam expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute

transportada em baldes ou latas com boa possibilidade de ficar contaminada

Os rejeitos produzidos nas unidades de dessalinizaccedilatildeo que operam na

aacuterea de Xingoacute satildeo despejados no meio ambiente de forma indiscriminada As

anaacutelises de amostras coletadas no local de despejo do rejeito proveniente dos

4 dessalinizadores monitorados confirmaram o prejuiacutezo que esta disposiccedilatildeo

inadequada no solo traz para este A condutividade eleacutetrica e o teor de STD

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

140

elevados do rejeito contribuiacuteram O maacuteximo valor de condutividade eleacutetrica foi

verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi

em Aroeira (403 dSm) As amostras nesses pontos de acordo com a

classificaccedilatildeo satildeo salinas sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas

45 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

A construccedilatildeo de futuros poccedilos em Poccedilo Redondo soacute deveraacute ser

procedida mediante um rigoroso estudo de viabilidade teacutecnica-econocircmica

aleacutem de um severo comprometimento do(s) responsaacuteve(l)is pela sua

administraccedilatildeo e manutenccedilatildeo para atendimento no que preceitua a legislaccedilatildeo

sanitaacuteria e ambiental em vigor

Campanhas educativas e informativas devem ser promovidas por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais na aacuterea de sauacutede e meio

ambiente no sentido de alertar aos consumidores da aacutegua dessalinizada para

a importacircncia da desinfecccedilatildeo da aacutegua antes do consumo final

As autoridades competentes devem proibir o consumo de aacutegua para

abastecimento humano da aacutegua bruta do poccedilo de Minuim por natildeo atender aos

padrotildees de potabilidade

Propotildee-se que nos futuros processos de licitaccedilatildeo de compra dos

dessalinizadores que porventura ocorram seja orccedilado o preccedilo do

dessalinizador acrescido da manutenccedilatildeo por um periacuteodo de 3 anos Sugere-

se tambeacutem que nessa licitaccedilatildeo seja ajustado um valor de produccedilatildeo de

determinado volume mensal de aacutegua doce (permeado) com uma qualidade

especificada Essas propostas tambeacutem satildeo recomendadas por Cravo (1999)

no seu trabalho sobre o programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do Nordeste

brasileiro

Devem ser realizadas periodicamente capacitaccedilotildees dos operadores

dos poccedilos com dessalinizaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

141

A gestatildeo municipal deve fomentar projetos e pesquisas que possibilitem

um destino adequado (piscicultura carcinocultura cultivo de atriplex) ao rejeito

Existem inuacutemeras experiecircncias positivas nesse sentido retratados em

universidades no EMBRAPA Semi-Aacuterido IRPAA e no Instituto Xingoacute

46 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste

20a ed Washington American Public Health Association American Water

Works Associations Water Environmental Federation 1998

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CRUCIANI DE A drenagem na agricultura Satildeo Paulo Editora Nobel 1980

333 p

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria Manual de

meacutetodos de anaacutelise de solo Centro Nacional de Pesquisa de Solos 2a Ed

revisada e atualizada Rio de Janeiro 1997 212 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

142

FRANCA RM FRISCHKORN H SANTOS MRP MENDONCcedilA LAR

BEZERRA MC Contaminaccedilatildeo de poccedilos tubulares em Juazeiro do Norte-CE

Engenharia Sanitaacuteria Ambiental v 11 no 1 p 92-102 2006

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIR JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

PORTO ER AMORIM MCC Aproveitamento dos rejeitos da

dessalinizaccedilatildeo In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA

NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 51-57

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PORTO EP ARAUacuteJO O ARAUacuteJO GGL AMORIM MCC PAULINO

RV MATOS ANB Sistema integrado usando efluentes da dessalinizaccedilatildeo

Petrolina EMBRAPA Semi-Aacuterido 2004 22 p

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

143

CAPIacuteTULO 5

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo estaacute situado na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Apesar da proximidade com o rio Satildeo Francisco o

fornecimento de aacutegua potaacutevel eacute bastante precaacuterio sendo frequumlente o

abastecimento por caminhotildees pipa contratados pela prefeitura do municiacutepio

Para complementar a demanda de aacutegua satildeo construiacutedas cisternas pelos

moradores que em geral envolvem a participaccedilatildeo de ONGs A qualidade da

aacutegua de chuva armazenada nas cisternas e consumida pela populaccedilatildeo eacute

desconhecida Eacute portanto importante o monitoramento da qualidade dessa

aacutegua a fim de se verificar o atendimento ao padratildeo de potabilidade e avaliar a

possibilidade de associar a qualidade da aacutegua agrave ocorrecircncia de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica No presente trabalho foi realizado o monitoramento de

alguns paracircmetros de qualidade em amostras de 20 cisternas construiacutedas no

municiacutepio cuja aacutegua eacute utilizada para consumo humano Dentre os paracircmetros

analisados constatou-se que o padratildeo de potabilidade natildeo eacute completamente

atendido e que os principais problemas de contaminaccedilatildeo satildeo decorrentes do

inadequado manejo da aacutegua Palavras-chave semi-aacuterido de Sergipe abastecimento de aacutegua aacutegua de

chuva qualidade de aacutegua cisternas

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil In despite of being bordered by the Satildeo Francisco

river the potable water supply is very poor Thus the local city hall has often

hired water delivery trucks Cisterns have also been built by inhabitants with

support of Non Governmental Organizations (NGOs) in order to complement

the water demand However the rainfall water quality stored and consumed by

people is unknown Thefore it is important to accomplish the water quality

monitoring in order to investigate if it complies with the potable water standards

and evaluate the possibility of association between water quality and

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

144

occurrence of waterborne diseases In this research the monitoring of some

water quality parameters collected at 20 cisterns built for human consumption

purposes was performed The results show that the water quality of these

cisterns does not comply entirely with the potable water standards and that the

water quality of them is affected due their unsuitable management

Key words semi-arid of Sergipe water supply rainfall water water quality

cisterns

51 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel etc aleacutem

de poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos de animais satildeo levados pelo escoamento da

aacutegua de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada

Uma vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004)

Apoacutes um periacuteodo prolongado sem chuva uma certa quantidade de

sujeira permanece acumulada no telhado Por essa razatildeo eacute aconselhado evitar

a entrada das primeiras aacuteguas escoadas do telhado na cisterna colocando as

tubulaccedilotildees de conduccedilatildeo fora do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo da cisterna O tempo

de ldquolavagemrdquo do telhado depende da intensidade da precipitaccedilatildeo pode ser

reduzido a menos de uma hora no caso de uma chuva forte ou pode ser

prolongado ateacute um ou dois dias no caso de uma chuva de pequena intensidade

e constante (BERNAT 1993)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

145

A construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de lanccedilamento de

esgotos a falta de conservaccedilatildeo e de manejo adequado da aacutegua aliados ao

uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e uso de cordas e

baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem representar fontes de

contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios microorganismos natildeo soacute os

pertencentes ao grupo coliformes totais e termotolerantes mas tambeacutem outras

bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua (AMORIM PORTO 2003)

Meera e Ahammed (2006) fazem uma revisatildeo na literatura sobre a

questatildeo da qualidade de aacutegua de sistemas de coleta de aacutegua de chuva De

acordo com esses autores a maioria das pesquisas revela que a aacutegua destes

sistemas eacute bastante contaminada microbiologicamente a menos que cuidados

especiais sejam tomados durante a coleta e o armazenamento da aacutegua de

chuva Aleacutem disso estudos revelam que em geral a qualidade fiacutesico-quiacutemica

atende aos padrotildees de potabilidade com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH

Contudo amplas variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de iacuteons principais como caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio cloretos sulfatos e nitratos Essa variaccedilatildeo reflete

diferenccedilas no material do telhado o seu tratamento a sua orientaccedilatildeo e

declividade aleacutem da qualidade do ar das caracteriacutesticas de precipitaccedilatildeo da

regiatildeo Aleacutem disso metais pesados e compostos orgacircnicos traccedilos podem

tambeacutem apresentar problemas em alguns casos

Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios aspectos da qualidade da

aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a fim de evitar a contaminaccedilatildeo

da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na superfiacutecie de captaccedilatildeo e

propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microrganismos de maior tamanho melhorando a qualidade da aacutegua coletada

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

146

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuterio

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais Na calha ou tubulaccedilatildeo de

entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou qualquer outra forma de

retenccedilatildeo de sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes conveacutem tratar a

aacutegua da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem

a garantia de que a cisterna eacute abastecida somente por aacutegua de chuva ou que

natildeo se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM

PORTO 2003)

O municiacutepio de Poccedilo Redondo pertence agrave Microrregiatildeo Sergipana do

Sertatildeo e agrave Mesorregiatildeo do Sertatildeo Sergipano estando inserido no ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo Apesar de ser banhado em 23 km de extensatildeo do seu territoacuterio

pelo rio Satildeo Francisco uma significativa parcela de sua populaccedilatildeo

principalmente a rural natildeo dispotildee de acesso regular ao abastecimento de

aacutegua Isso tem levado a prefeitura e algumas vezes ateacute algumas pessoas a

contratar carros-pipa principalmente na eacutepoca de estiagem Outras formas de

abastecimento satildeo poccedilos com dessalinizador aguadas e cisternas Segundo o

IBGE (2001) sua aacuterea eacute de cerca de 1200 km2 e na sua zona rural vivem

19660 habitantes enquanto que na zona urbana satildeo 6360 habitantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

147

Algumas ONGs tais como o CDJBC (Centro Dom Joseacute Brandatildeo de

Capacitaccedilatildeo) AMASE (Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe) o CECAC

(Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos) do MST (Movimento dos Sem Terra) e a

Caacuteritas (instituiccedilatildeo da Igreja Catoacutelica) tecircm se ocupado em angariar e gerir

recursos no sentido de construir cisternas em Poccedilo Redondo Com os recursos

geridos pelo CDJBC foram construiacutedas nos uacuteltimos anos 520 cisternas 100

pela AMASE (construiacutedas de 2003 a 2005) 67 pelo CECAC (2002 a 2004) e 30

pela Caacuteritas

Embora as aacuteguas pluviais sejam em geral de boa qualidade eacute

necessaacuterio que alguns cuidados sejam tomados Eacute muito importante que se

conheccedila a qualidade da aacutegua que se encontra armazenada nessas cisternas a

fim de se verificar o atendimento dos padrotildees de potabilidade uma vez que

essa aacutegua eacute utilizada para consumo pela populaccedilatildeo Este trabalho apresenta

os resultados do monitoramento de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e

bacterioloacutegicos da qualidade de aacutegua de algumas das cisternas instaladas em

Poccedilo Redondo-SE Aleacutem disso a forma de manejo da aacutegua armazenada nas

cisternas eacute tambeacutem abordada

52 ndash METODOLOGIA

As 20 cisternas utilizadas no presente trabalho foram escolhidas

aleatoriamente uma em cada localidade situada em Poccedilo Redondo-SE onde

foram construiacutedas cisternas com os recursos geridos pelo CECAC CDJBC

AMASE e Caacuteritas com frequumlecircncia mensal e periacuteodos distintos de duraccedilatildeo do

monitoramento No Anexo B podem ser vistas as 20 cisternas monitoradas Na

Tabela 51 consta as localidades das cisternas monitoradas com o nuacutemero de

residentes aleacutem do periacuteodo de monitoramento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

148

Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas

em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem Nuacutemero

da cisterna

Localidade Nuacutemero de pessoas

residentes

Periacuteodo de monitoramento

1 Areias 4

2 Assentamento

Cajueiro

7

3 Assentamento

Maria Bonita

7

4 Assentamento

Maria Feitosa

7

5 Assentamento

Mulungu

3

6 Assentamento

Pioneira

4

7 Assentamento Satildeo

Francisco

1

8 Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute

6

9 Maranduba 10

10 Pia do Boi 3

11 Queimadas 4

12 Rancho Velho 5

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

13 Tanque Novo 4 10 meses

bull Agosto a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

14 Berro Grosso 5

15 Flor da Serra 5

16 JacareacuteCurituba 6

17 Peacute da Serra 9

18 Salgadinho 5

19 Satildeo Joseacute 4

20 Serra da Guia 7

2 meses

bull Julho a agosto de 2005

(mensalmente)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

149

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua das

cisternas monitoradas

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Quando era possiacutevel aacutegua era coletada diretamente com o referido

recipiente de 1000 mL Nas ocasiotildees onde natildeo era possiacutevel coletaacute-la

diretamente foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma

corda utilizado pelo usuaacuterio da cisterna) Entatildeo a aacutegua coletada no recipiente

de transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

A aacutegua coletada em cada cisterna com o balde era tambeacutem transferida

(em algumas coletas) para 2 recipientes de 100 mL sendo um destinado agrave

determinaccedilatildeo de soacutedio e potaacutessio no laboratoacuterio e o outro (com 5 mL de aacutecido

niacutetrico) para a determinaccedilatildeo de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco no

laboratoacuterio

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis contendo 01 mL (aproximadamente 2 gotas)

de soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio a 10 a fim de neutralizar a accedilatildeo do cloro

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

(iii) Na impossibilidade de coletar-se diretamente com o recipiente autoclavado

era utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma corda utilizado

pelo usuaacuterio da cisterna) Em seguida a aacutegua coletada nesse recipiente de

transposiccedilatildeo era colocada no recipiente autoclavado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

150

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos que foram

determinados o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo

apresentados na Tabela 52 Todas as anaacutelises foram realizadas em

conformidade com o que preconiza o APHA et al (1998) A cor aparente foi

determinada apenas nas coletas realizadas entre marccedilo a junho de 2006

Tabela 52 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nas 20

cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

As concentraccedilotildees de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco

presentes na amostras de aacutegua coletadas foram determinadas utilizando-se o

espectrofotocircmetro de emissatildeo atocircmica em plasma indutivamente acoplado

(ICP) As concentraccedilotildees de soacutedio e potaacutessio foram determinadas atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas Vale observar que a concentraccedilatildeo de ferro

nas amostras coletadas em novembro de 2005 foi determinada atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas

Para cada cisterna monitorada foram levantados os seguintes dados

nuacutemero de pessoas atendidas realizaccedilatildeo de desvio das primeiras aacuteguas de

chuva procedimento de retirada de aacutegua da cisterna existecircncia e tipo de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

151

tratamento local de aplicaccedilatildeo de produtos quiacutemicos (quando aplicados)

acessoacuterios existentes (extravasor ventilaccedilatildeo etc) e origem da aacutegua

armazenada no dia da coleta (chuva abastecimento puacuteblico (DESO) caminhatildeo

pipa mistura entre estas) Nos uacuteltimos 3 meses de monitoramento da

qualidade da aacutegua (abril maio e junho de 2006) foi determinado o niacutevel da

aacutegua armazenada nas cisternas de no 1 a 13

Como seraacute visto mais adiante o pH da aacutegua das cisternas diversas

vezes atingiu valores bem elevados Foram construiacutedas duas caixas de 70 x 60

cm x 15 cm de altura (uma foi confeccionada com um produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e a outra foi confeccionada sem

este impermeabilizante) para investigar a sua influecircncia na elevaccedilatildeo do pH

Este produto quiacutemico tem a propriedade de impermeabilizar concretos e

argamassas por hidrofugaccedilatildeo do sistema capilar e permite a respiraccedilatildeo dos

materiais mantendo os ambientes salubres Sua composiccedilatildeo baacutesica eacute de sais

metaacutelicos e silicatos As etapas para a confecccedilatildeo da caixa com o referido

produto na sua composiccedilatildeo foram as seguintes

(i) Utilizou-se um pedaccedilo de telha de fibrocimento do tipo calhetatildeo da Eternit

(ii) As duas extremidades foram fechadas com pedaccedilos da proacutepria telha

recortada de forma a se ajustar perfeitamente na calha da telha

(iii) Foi aplicado internamente sobre toda a superfiacutecie um chapisco no traccedilo 11

de cimento e areia grossa

(iv) Sobre o chapisco foi aplicada uma camada de cerca de 2 cm de espessura

de reboco no traccedilo 13 de cimento e areia com adiccedilatildeo do impermeabilizante na

aacutegua de amassamento

(v) Foi deixado durante 7 dias mantendo-se a caixa sempre cheia drsquoaacutegua a fim

de proporcionar uma boa cura da argamassa aplicada

(vi) Foi colocado aacutegua da torneira e foram realizadas mediccedilotildees do pH durante 5

dias desta aacutegua armazenada na caixa Apoacutes os 5 dias a caixa foi esvaziada e

enchida com aacutegua da chuva onde foi determinado o pH durante 5 dias

Antes da colocaccedilatildeo da aacutegua da torneira e da de chuva na caixa foi determinado

o pH destas aacuteguas aleacutem do pH do impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

152

Para a caixa construiacuteda sem o impermeabilizante na sua composiccedilatildeo

utilizou-se o mesmo procedimento anterior com exceccedilatildeo da etapa iv onde natildeo

houve adiccedilatildeo deste produto Da mesma forma descrita anteriormente foram

deteminados o pH da aacutegua da torneira e o pH da aacutegua da chuva antes e apoacutes a

sua colocaccedilatildeo na caixa

53 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Todas as cisternas levantadas e monitoradas eram de placa de cimento

de forma ciliacutendrica coberta e semi-enterrada algumas com capacidade para

armazenar 15 m3 outras com capacidade para 16 m3 O telhado de todas as

casas era de material ceracircmico (telha canal) Segundo Yaziz et al (1989) e

Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) a qualidade microbioloacutegica da aacutegua

de chuva proveniente de telhados metaacutelicos eacute geralmente melhor que outros

tipos de telhados e segundo o Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) o

inverso se verifica para os telhados ceracircmicos

A calha de todas as 20 cisternas monitoradas era de zinco e a tubulaccedilatildeo

que interligava a calha a essas cisternas era de PVC Todas essas cisternas

foram pintadas de branco que segundo Gnadlinger (1999) diminui o

aquecimento a fim de dificultar o surgimento de fissuras

Os agentes de sauacutede distribuiacuteam hipoclorito para os proprietaacuterios das

cisternas Poreacutem a distribuiccedilatildeo natildeo vinha sendo frequumlente Alguns moradores

colocavam esse produto somente na cisterna outros soacute no pote outros em

ambos e alguns admitem que natildeo o utilizavam (Assentamento Maria Bonita

Maranduba Areias e Assentamento Pioneira)

Quanto agrave origem da aacutegua armazenada nas cisternas no dia de cada

coleta de aacutegua para anaacutelise obteve-se dos moradores proprietaacuterios o seguinte

a aacutegua tinha as mais variadas procedecircncias chuva carro pipa sistema de

abastecimento puacuteblico (DESO) de chafariz puacuteblico ou uma mistura (carro pipa

chafariz chuva rede puacuteblica e chuva) Segundo Amorim e Porto (2003) essa

praacutetica de natildeo armazenar somente aacutegua de chuva em cisterna vem sendo

comum nas comunidades do semi-aacuterido nordestino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

153

Todos os 20 proprietaacuterios retiravam a aacutegua da cisterna atraveacutes de balde

(quando necessaacuterio atado a uma corda) embora algumas cisternas

possuiacutessem bomba bola de gude (Areias Assentamento Cajueiro

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Assentamento Satildeo Francisco Maranduba

Peacute da Serra e Salgadinho) pois se queixavam da baixa vazatildeo desta Na

cisterna de Queimadas inclusive o proprietaacuterio a removeu da cisterna Ao

longo das visitas (dias de coleta) algumas situaccedilotildees improacuteprias foram

presenciadas tais como por exemplo presenccedila de animais no interior de

cisterna fissuras em cisterna tampa da cisterna aberta deteriorada eou

inadequada entre outras Eacute recomendado que a cisterna seja localizada a pelo

menos 30 m de fossas galinheiros pocilgas e similares Essa recomendaccedilatildeo

natildeo foi verificada em nenhuma das 20 cisternas monitoradas Na Figura 51

satildeo vistas alguns exemplos de manejo inadequado das cisternas monitoradas

Das cisternas monitoradas apenas a cisterna do Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute era dotada de peneira na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna o

que previne a passagem de resiacuteduos carreados com a aacutegua de chuva Esta

peneira eacute vista na Figura 52

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

154

(a) Tampa deteriorada (b) Anfiacutebio no interior

(c) Presenccedila de fissuras (d) Fossa com distacircncia inferior a 30 m

da cisterna

(e) Bomba de bola de gude retirada da cisterna

(f) Tubulaccedilatildeo que interliga a calha agrave cisterna colocada no chatildeo

Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

155

(a) Detalhe da peneira (b) Insetos retidos pela peneira

Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna

do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de

insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de

detritos

Em abril (geralmente mecircs seco em Poccedilo Redondo) maio e junho

(geralmente meses chuvosos em Poccedilo Redondo) de 2006 uacuteltimos meses de

monitoramento das cisternas foi medido o niacutevel da aacutegua no interior da cisterna

Os resultados satildeo apresentados na Tabela 53 onde se nota uma

heterogeneidade no niacutevel da aacutegua das cisternas

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas

localizadas em Poccedilo Redondo-SE Niacutevel da cisterna

monitorada (cm)

2006

Nuacutemero

da

cisterna

Localidade

Abril Maio Junho

1 Areias 11 92 22

2 Assentamento Cajueiro 18 65 32

3 Assentamento Maria Bonita 30 22 14

4 Assentamento Maria Feitosa 41 33 47

5 Assentamento Mulungu 85 53 51

6 Assentamento Pioneira 96 126 146

7 Assentamento Satildeo Francisco 88 79 14

8 Satildeo Joseacute de Nazareacute 22 29 19

9 Maranduba 140 125 147

10 Pia do Boi 52 34 26

11 Queimadas 107 102 108

12 Rancho Velho 50 71 98

13 Tanque Novo 34 21 29

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

156

Os resultados das anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas na aacutegua das cisternas satildeo

apresentados na Tabela 54 enquanto que nas Tabelas 55 a 511 satildeo

apresentado os resultados das anaacutelises de metais na aacutegua coletada nas

cisternas 1 a 13 O Anexo C conteacutem graacuteficos dos resultados dos paracircmetros

fiacutesico-quiacutemicos determinados com a indicaccedilatildeo da origem da aacutegua

armazenada que foi coletada Vale observar que na coleta realizada em marccedilo

de 2006 a cisterna de Tanque Novo encontrava-se vazia Os moradores

estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro em recipientes Ela

tinha um aspecto bastante turvo poreacutem vinha sendo consumida pelos

moradores Essa aacutegua foi coletada para a determinaccedilatildeo de seus paracircmetros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1 Areias

2630 ndash 795 1736 plusmn 511 CV = 295

3345 ndash 1175 2523 plusmn 849 CV = 337

306 ndash 235 272 plusmn 26 CV = 95

94 ndash 81 89 plusmn 04

CV = 45

134 ndash 40 77 plusmn 43

CV = 558

318 ndash 044 102 plusmn 079

CV = 7745

66 ndash 4 304 plusmn 273 CV = 898

16 ndash 1 38 plusmn 47

CV = 1237

110 ndash 30 598 plusmn 239 CV = 400

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

2

Ass

Cajueiro

3920 ndash 1033 1571 plusmn 877 CV = 558

2580 ndash 1551 1819 plusmn 339 CV = 186

319 ndash 225 273 plusmn 31

CV = 113

91 ndash 66 82 plusmn 08

CV = 97

226 ndash 62 145 plusmn 67

CV = 462

413 ndash 055 13 plusmn 10

CV = 7692

91 ndash 5 326 plusmn 279 CV = 856

10 ndash 2 47 plusmn 24

CV = 511

87 ndash 24 402 plusmn 173 CV = 430

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

3 Ass Maria

Bonita

2460 ndash 816 1645 plusmn 540 CV = 328

3696 ndash 1196 2408 plusmn 856 CV = 355

297 ndash 240 269 plusmn 27

CV = 100

93 ndash 82 88 plusmn 03

CV = 34

93 ndash 03 39 plusmn 38

CV = 974

177 ndash 048 112 plusmn 048

CV = 4286

63 ndash 5 258 plusmn 255 CV = 988

18 ndash 2 95 plusmn 115

CV = 1211

102 ndash 41 589 plusmn 202 CV = 343

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

4 Ass Maria

Feitosa

1233 ndash 610 1073 plusmn 302 CV = 281

3170 ndash 1222 1734 plusmn 583 CV = 336

293 ndash 238 266 plusmn 19 CV = 71

89 ndash 77 81 plusmn 06 CV = 74

110 ndash 02 76 plusmn 51

CV = 671

135 ndash 061 097 plusmn 025

CV = 2577

33 ndash 5 154 plusmn 124 CV = 805

6 ndash 1 28 plusmn 16

CV = 571

95 ndash 37 564 plusmn 195 CV = 346

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

5 Ass

Mulungu

1540 ndash 970 1200 plusmn 210 CV = 175

2210 ndash 1359 1728 plusmn 288 CV = 167

322 ndash 232 280 plusmn 30

CV = 107

87 ndash 71 83 plusmn 05

CV = 60

101 ndash 04 52 plusmn 40

CV = 769

137 ndash 029 078 plusmn 031

CV = 3974

44 ndash 5 247 plusmn 174 CV = 704

8 ndash 2 37 plusmn 21

CV = 567

65 ndash 36 441 plusmn 93

CV = 211

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

6 Ass

Pioneira

1511 ndash 864 1240 plusmn 180 CV = 145

2240 ndash 1291 1818 plusmn 269 CV = 148

312 ndash 232 276 plusmn 28

CV = 101

89 ndash 65 82 plusmn 07

CV = 85

136 ndash 03 60 plusmn 58

CV = 967

095 ndash 034 061 plusmn 019

CV = 3115

47 ndash 6 252 plusmn 151 CV = 599

6 ndash 2 45 plusmn 18

CV = 400

51 ndash 36 440 plusmn 49

CV = 111

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154 7

Ass Satildeo Francisco

3070 ndash 1235 2727 plusmn 1781

CV = 653

7500 ndash 1846 3484 plusmn 1915

CV = 550

312 ndash 239 277 plusmn 26 CV = 94

105 ndash 75 90 plusmn 089 CV = 99

168 ndash 67 115 plusmn 41

CV = 356

127 ndash 057 085 plusmn 019

CV = 2235

126 ndash 4 533 plusmn 452 CV = 848

4 ndash 2 31 plusmn 12

CV = 387

61 ndash 14 347 plusmn 107 CV = 309

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

8

Ass Satildeo Joseacute de Nazareacute

7110 ndash 1179 3808 plusmn 2381

CV = 625

8360 ndash 1752 4596 plusmn 2955

CV = 643

312 ndash 231 274 plusmn 25 CV = 91

118 ndash 88 104 plusmn 12

CV = 115

97 ndash 21 54 plusmn 33

CV = 611

099 ndash 056 075 plusmn 014

CV = 1867

162 ndash 5 785 plusmn 655 CV = 834

18 ndash 2 62 plusmn 48

CV = 774

102 ndash 14 706 plusmn 327 CV = 463

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

9 Maranduba

1920 ndash 1290 1494 plusmn 170 CV = 114

2390 ndash 1918 2163 plusmn 156

CV = 72

317 ndash 230 269 plusmn 24 CV = 89

101 ndash 84 96 plusmn 06

CV = 62

70 ndash 00 31 plusmn 29

CV = 935

089 ndash 040 064 plusmn 015

CV = 2344

70 ndash 4 305 plusmn 261 CV = 856

6 ndash 2 29 plusmn 13

CV = 448

80 ndash 41 562 plusmn 135 CV = 240

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

10 Pia do Boi

2410 ndash 1190 1839 plusmn 437 CV = 237

3590 ndash 1650 2719 plusmn 747 CV = 275

299 ndash 234 264 plusmn 25 CV = 95

90 ndash 67 84 plusmn 08

CV = 95

67 ndash 44 54 plusmn 09

CV = 167

152 ndash 046 079 plusmn 028

CV = 3544

71 ndash 5 332 plusmn 259 CV = 780

18 ndash 2 56 plusmn 51

CV = 911

132 ndash 36 835 plusmn283 CV = 339

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo (Continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE (cont) Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

11 Queimadas

1920 ndash 1290 1659 plusmn 127 CV = 77

2797 ndash 2130 2488 plusmn 206

CV = 83

306 ndash 246 276 plusmn 22 CV = 80

97 ndash 84 90 plusmn 04

CV = 44

60 ndash 00 31 plusmn 33 1064

225 ndash 041 084 plusmn 050

CV = 5952

51 ndash 4 263 plusmn 201 CV = 764

12 ndash 2 60 plusmn 35

CV = 583

57 ndash 41 496 plusmn 55

CV = 111

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

12

Rancho Velho

2070 ndash 1298 1695 plusmn 264 CV = 156

2960 ndash 1928 2462 plusmn 354 CV = 144

306 ndash 238 275 plusmn 22 CV = 80

107 ndash 83 95 plusmn 08

CV = 84

115 ndash 33 73 plusmn 41 562

1684 ndash 043 292 plusmn 494

CV = 1692

82 ndash 5 420 plusmn 351 CV = 834

8 ndash 2 37 plusmn 19

CV = 514

92 ndash 41 521 plusmn 145 CV = 278

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

13 Tanque

Novo

4760 ndash 784 2119 plusmn 1293

CV = 610

7060 ndash 1166 3217 plusmn 2054

CV = 638

284 ndash 226 263 plusmn 20 CV = 76

88 ndash 67 81 plusmn 08

CV = 99

29300 ndash 58 7409 plusmn 14594

1970

20100 ndash 069 2189 plusmn 6296 CV = 28762

47 ndash 5 239 plusmn 165 CV = 690

50 ndash 3 139 plusmn 146

CV = 1050

126 ndash 34 646 plusmn 330 CV = 511

88 ndash 20 397 plusmn 242 CV = 609

14 Berro

Grosso

1750 ndash 1720 1735 plusmn 21 CV = 12

2570 ndash 2570 --- ---

236 ndash 235 235 plusmn 01 CV = 04

96 ndash 93 94 plusmn 02

CV = 21

--- --- ---

079 ndash 069 074 plusmn 007 CV = 946

15 ndash 15 15 plusmn 0

CV = 00

8 ndash 6 70 plusmn 14

CV = 200

55 ndash 41 480 plusmn 99

CV = 206

88 ndash 20 397plusmn 242 CV = 609

15 Flor da

Serra

1980 ndash 1630 1805 plusmn 247 CV = 137

2420 ndash 242 2420 plusmn 00 CV = 00

243 ndash 240 241 plusmn 02 CV = 08

93 ndash 92 92 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

109 ndash 054 080 plusmn 040

CV = 5000

65 ndash 64 645 plusmn 07 CV = 11

12 ndash 8 100 plusmn 28

CV = 280

40 ndash 39 395 plusmn 07 CV = 18

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154

16 Jacareacute Curituba

2110 ndash 2010 2060 plusmn 71 CV = 34

3144 ndash 3144 3144 plusmn 00 CV = 00

231 ndash 225 228 plusmn 04 CV = 18

73 ndash 71 72 plusmn 01

CV = 14

--- --- ---

121 ndash 118 120 plusmn 002 CV = 167

77 ndash 75 760 plusmn 14 CV = 18

6 ndash 4 50 plusmn 14

CV = 280

78 ndash 69 735 plusmn 64 CV = 87

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

17

Peacute da Serra 1940 ndash 1470 1705 plusmn 332 CV = 195

2222 ndash 2222 2222 plusmn 00 CV = 00

246 ndash 240 243 plusmn 04 CV = 16

82 ndash 80 81 plusmn 014 CV = 17

--- --- ---

189 ndash 071 130 plusmn 083 CV = 638

60 ndash 49 545 plusmn 78

CV = 143

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

53 ndash 41 470 plusmn 85

CV = 181

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

18 Salgadinho

2840 ndash 2530 2685 plusmn 219

CV = 82

4290 ndash 4290 4290 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 237 243 plusmn 09 CV = 37

90 ndash 90 90 plusmn 00

CV = 00

--- --- ---

082 ndash 068 070 plusmn 099

CV = 1414

95 ndash 74 845 plusmn 148 CV = 176

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

89 ndash 82 855 plusmn 49 CV = 57

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

19 Satildeo Joseacute

4500 ndash 1660 3080 plusmn 2088

CV = 678

6705 ndash 6705 6705 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 242 246 plusmn 06 CV = 24

91 ndash 90 90 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

204 ndash 075 140 plusmn 091 CV = 650

118 ndash 102 1100 plusmn 113 CV = 103

8 ndash 2 50 plusmn 42

CV = 840

51 ndash 41 460 plusmn 71

CV = 154

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

20 Serra da

Guia

1460 ndash 1090 1275 plusmn 262 CV = 205

1640 ndash 1640 1640 plusmn 00 CV = 00

242 ndash 235 238 plusmn 05 CV = 21

92 ndash 90 91 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

116 ndash 072 094 plusmn 031 CV = 330

26 ndash 24 490 plusmn 28 CV = 57

18 ndash 4 110 plusmn 99

CV = 900

36 ndash 35 355 plusmn 07 CV = 20

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

159

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) Areias 178 ------ ------ 128 139 116 62 48 Ass Cajueiro 156 ------ ------ 32 40 47 39 48 Ass Maria Bonita

36 ------ ------ 82 23 32 36 64

Ass Maria Feitosa

25 ------ ------ 60 24 30 25 20

AssMulungu 32 ------ ------ 24 35 43 32 37 Ass Pioneira 46 ------ ------ 36 40 34 24 23 Ass SFrancico

118 ------ ------ 138 160 77 88 35

AssSJoseacute de Nazareacute

396 ------ ------ 514 94 77 78 67

Maranduba 130 ------ ------ 104 80 83 71 72 Pia do Boi 99 ------ ------ 87 103 113 106 106 Queimadas 125 ------ ------ 138 86 102 81 81 Rancho Velho

186 ------ ------ 161 182 81 72 69

Tanque Novo 24 ------ ------ 160 251 33 32 18

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) Areias 60 ------ ------ 43 41 66 44 26 Ass Cajueiro 76 ------- ------ 44 43 76 37 45 Ass Maria Bonita

29 ------- ------ 44 24 72 51 67

Ass Maria Feitosa

27 ------ ------ 30 25 60 34 29

AssMulungu 26 ------ ------ 26 25 46 29 36 Ass Pioneira 34 ------ ------ 27 27 51 26 40 Ass SFrancico

213 ------ ------ 41 59 57 52 22

AssSJoseacute de Nazareacute

68 ------ ------ 88 40 62 32 44

Maranduba 47 ------ ------ 32 29 53 34 43 Pia do Boi 34 ------ ------ 35 33 69 45 43 Queimadas 88 ------ ------ 95 59 89 64 60 Rancho Velho

38 ------ ------ 42 39 74 50 55

Tanque Novo 27 ------ ------ 433 564 63 39 40

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

160

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de ferro (mgL) Areias 02 ------ ------ -------- 00401 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

02 ------ ------ 02824 02496

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu 03 ------ ------ 0 Ass Pioneira 02 ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

01 ------ ------ 0 --------

AssSJoseacute de Nazareacute

01 ------ ------ 0 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi lt 01 ------ ------ 0 0 Queimadas 02 ------ ------ 00793 0 Rancho Velho

------ ------ ------ ------ 0

Tanque Novo 03 ------ ------ 04411 1006 Determinado com o fotocircmetro de chamas

Determinado com o ICP Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) Areias ------ ------ ------ 00927 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 Ass Maria Bonita ------ ------ 02400 00100 Ass Maria Feitosa ------ ------ ------ 0 0 AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 0 00687 Ass SFrancico ------ ------ 0 00813 AssSJoseacute de Nazareacute ------ ------ 01390 01152 Maranduba ------ ------ ------ 00360 00228 Pia do Boi ------ ------ 00705 00035 Queimadas ------ ------ 00555 0 Rancho Velho ------ ------ ------ ------ 00333 Tanque Novo ------ ------ 01077 2615

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

161

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de zinco (mgL) Areias ------ ------ ------ 0 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 0 0

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 0 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ 0

Tanque Novo ------ ------ 0 0 Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de cobre (mgL) Areias ------ ------ 00032

Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00002 0 Ass Maria

Bonita ------ ------ 00044 00085

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 00019 0

AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 00026 00012

Ass SFrancico

------ ------ 00081 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00027 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 00006 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 00002 00032

Rancho Velho

------ ------ ------ 00056

Tanque Novo ------ ------ 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

162

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) Areias ------ ------ 00038 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00036 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 00045 00080

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 00012 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00004 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ -------- 00002

Tanque Novo ------ ------ 00291 03097

Com base nos resultados da Tabela 54 e excluindo-se a aacutegua coletada

em marccedilo de 2006 em Tanque Novo pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna 8

(Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute) que atingiu o valor de 711 microScm Os

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL atendendo

portanto agrave Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede

(ii) Percebe-se que algumas cisternas (7 8 9 11 12 e 14) apresentaram

valores de pH superior a 95 chegando a 118 na cisterna 8 tornando a aacutegua

inaceitaacutevel para consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que

essas cisternas natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que

segundo Meera e Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da

cisterna Tambeacutem possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da

cisterna inclusive o impermeabilizante podem ter contribuiacutedo para essa

elevaccedilatildeo do pH A fim de verificar a influecircncia ou natildeo deste

impermeabilizante usado na construccedilatildeo de cisternas no pH de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

163

armazenada foram construiacutedas duas caixas conforme foi descrito na

metodologia sendo uma com esse produto quiacutemico (Figura 53) e a outra sem

(Figura 54) A seguir foram colocadas aacutegua de chuva e de torneira nessas

duas caixas e determinado o pH durante 5 dias O pH deste produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e o pH dessas aacuteguas foram

determinados antes da sua colocaccedilatildeo na confecccedilatildeo das caixas Na Figura 55

e na Tabela 512 satildeo apresentados os resultados dessa investigaccedilatildeo

Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

Figura 54 Caixa construiacuteda sem o impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

123456789

1011121314

0 1 2 3 4 5Tempo (dias)

pH

Caixa com impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa com impermeabilizante - aacutegua de chuvaCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de chuva

Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas nas

caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

164

Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na caixa

construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda

sem o impermeabilizante Caixa confecionada com o

produto comercial para impemeabilizaccedilatildeo

Caixa confecionada sem o produto comercial para

impemeabilizaccedilatildeo

Tempo (dias)

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

0 102 88 98 78 1 101 88 98 77 2 102 87 98 75 3 102 86 96 76 4 102 87 97 75 5 101 87 96 75

Obs 1) pH do produto comercial para impermeabilizaccedilatildeo = 103 2) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 69 3) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 77 4) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 69 5) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 72

Como se pode observar os valores de pH da caixa construiacuteda com o

impermeabilizante alcanccedilaram valores elevados de pH sendo tambeacutem mais

elevados que os da caixa confeccionada sem a adiccedilatildeo desse produto Como o

monitoramento do pH deste experimento foi realizado durante apenas 5 dias

para se chegar a resultados mais conclusivos eacute necessaacuterio um estudo por um

periacuteodo mais extenso

Valores de pH alcalino foram verificados por Awadallah (2004) que

coletou aacutegua de 30 cisternas domiciliares escolares e puacuteblicas no distrito de

Hebron (18 na aacuterea de Yatta e 12 na aacuterea de Arab Ramadeen) O pH da aacutegua

das cisternas da aacuterea de Yatta variou entre 851-1152 com valor meacutedio de

911 O pH da aacuterea de Arab Ramadeen variou entre 831-1016 com valor

meacutedio de 883 De acordo com a pesquisa o pH era alcalino devido ao

acuacutemulo de sedimentos alcalinos no fundo da cisterna e devem ser removidos

pelo menos uma vez ao ano

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez a Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

estabelece que satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto de acordo com os

resultados a aacutegua de todas as cisternas atendeu a esse valor maacuteximo

permitido De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor aparente natildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

165

deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas cisternas 2

(Assentamento Cajueiro) em maio de 2006 e na cisterna 7 (Assentamento Satildeo

Francisco) coletada em maio de 2006 apresentaram valores maiores que o

recomendado (226 uH para a cisterna 2 e 168 para a cisterna 7)

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna 4 Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna 8 Satildeo Joseacute de Nazareacute)

Mota (2000) afirma que a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor

desagradaacutevel agrave aacutegua sem no entanto informar a partir de que valores isso

pode ocorrerer

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

(vi) As dispersotildees nos valores dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das amostras

coletadas entre outras causas podem estar associadas agrave diversidade de

origem da aacutegua armazenada e agraves variaccedilotildees nos niacuteveis da aacutegua armazenada

nas cisternas

De acordo com os dados obtidos e apresentados nas Tabelas 55 a

511 apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna de Tanque Novo

natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave concentraccedilatildeo de

alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na aacutegua coletada em

marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram respectivamente de 2615

mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em fevereiro de 2006 apresentou

uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL ultrapassando portanto o limite

maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de 03 mgL A referida cisterna

encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os moradores estavam

armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo da residecircncia em

recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de qualidade de aacutegua

Conforme se observa na Tabela 51 natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes em 910 das coletas no Ass Cajueiro Ass Maria

Feitosa Ass Satildeo Francisco e Pia do Boi em 7210 de Satildeo Joseacute de Nazareacute

(uacutenica dotada com uma peneira na tubulaccedilatildeo de entrada) e em 1820 em

Rancho Velho Nas demais cisternas foi detectada a presenccedila destes

microorganismos em todas as coletas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

166

A presenccedila de coliformes termotolerantes em aacuteguas armazenadas em

cisternas tambeacutem foi detectada por algumas pesquisas que indicaram a

influecircncia da maacute utilizaccedilatildeo da cisterna (AMORIM PORTO 2001 BRITO et al

2005 HANDIA 2005)

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20

cisternas em Poccedilo Redondo

Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

No da cisterna

Localidade

( de amostras)

1

Areias 0 2730 2730 1820 1820 910

2 Assentamento Cajueiro 910 0 0 5450 2730 1820

3 Assentamento Maria Bonita 0 910 0 1820 5450 1820

4 Assentamento Maria Feitosa 910 1820 2730 2730 910 910

5 Assentamento Mulungu 0 910 1820 1820 3630 1820

6 Assentamento Pioneira 0 910 2730 1820 3630 910

7 Assentamento Satildeo Francisco 910 0 2730 2730 2730 910

8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

7270 910 1820 0 0 0

9 Maranduba 0 0 910 1820 1820 5450

10 Pia do Boi 910 1820 910 0 6360 0

11 Queimadas 0 910 2730 2730 3630 0

12 Rancho Velho 1820 1820 2730 2730 910 0

13 Tanque Novo 0 0 0 2000 5000 3000

14 Berro Grosso 0 0 0 0 50 50

15 Flor da Serra 0 0 0 100 0 0

16 Jacareacute Curituba 0 0 0 0 50 50

17 Peacute da Serra 0 0 0 50 0 50

18 Salgadinho 0 0 0 0 0 100

19 Satildeo Joseacute 0 0 0 0 0 100

20 Serra da Guia 0 50 50 0 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

167

54 ndash CONCLUSOtildeES

As cisternas unifamiliares construiacutedas no municiacutepio de Poccedilo Redondo e

avaliadas nesta pesquisa satildeo utilizadas para armazenar aacutegua de diferentes

origens aleacutem da aacutegua de chuva Isso se deve ao fato de que o volume

armazenado de aacutegua nestas unidades para ser consumida no periacuteodo seco

ser insuficiente para atender agrave demanda familiar

Diversas formas de maacute conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo ficaram evidenciadas

Portanto compete aos gestores puacuteblicos providenciarem uma capacitaccedilatildeo

intensa e sistemaacutetica nas comunidades onde estatildeo instaladas cisternas sobre

o gerenciamento e o tratamento da aacutegua (manejo tratamento) Medidas tais

como natildeo colocar recipientes sujos dentro da cisterna evitar deixar a cisterna

aberta limpar canos e calhas na eacutepoca das chuvas natildeo permitir que animais

fiquem no telhado da casa estimular a utilizaccedilatildeo da bomba bola de gude

(Anexo D) ao inveacutes do balde na retirada de aacutegua da cisterna entre outras

medidas devem ser abordadas nessa capacitaccedilatildeo Adicionalmente deve-se

distribuir hipoclorito frequentemente e ensinar como utilizaacute-lo de forma correta e

estimular os moradores a ferver a aacutegua antes de ser consumida

Em todas as cisternas foi detectada a presenccedila de coliformes

termotolerantes sendo que a cisterna 7 (Satildeo Joseacute de Nazareacute) foi a que

apresentou a menor frequumlecircncia natildeo sendo detectada em 8 (7270) das 11

coletas realizadas Em amostras individuais desse tipo de aacutegua devem estar

ausentes dessa presenccedila Recomenda-se portanto que algum tipo de

desinfecccedilatildeo seja adotado uma vez que a ocorrecircncia de coliformes

termotolerantes pode estar relacionada agrave presenccedila de microrganismos

patogecircnicos

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos e

excluindo-se a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 em Tanque Novo (cuja

cisterna estava vazia sendo coletada aacutegua proveniente de um barreiro em um

dos recipientes sendo consumida pelos moradores) pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna do

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute que atingiu o valor de 711 microScm Os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

168

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL que o valor

maacuteximo permitido para consumo conforme a Portaria 518 do MS

(ii) Percebe-se que as cisternas do Assentamento Satildeo Francisco

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Maranduba Rancho Velho e Berro

Grosso algumas vezes apresentaram valores de pH superior a 95 chegando

a 118 na cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute tornando a aacutegua inaceitaacutevel para

consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que essas cisternas

natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que segundo Meera e

Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da cisterna Tambeacutem

possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da cisterna inclusive o

impermeabilizante vedacit podem ter contribuiacutedo para essa elevaccedilatildeo do pH

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez esta deve ser sempre inferior a 10 uT sendo que

para consumo satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto a aacutegua de todas as

cisternas atendeu a esse paracircmetro embora seja recomendaacutevel a manutenccedilatildeo

de valores ateacute 10 uT De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor

aparente natildeo deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas

cisternas do Assentamento Cajueiro em maio de 2006 e na cisterna do

Assentamento Satildeo Francisco coletada em maio de 2006 apresentaram

valores maiores que o recomendado

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna de Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute)

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

Com relaccedilatildeo agrave concentraccedilatildeo de metais na aacutegua armazenada nas

cisternas monitoradas apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna

de Tanque Novo natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave

concentraccedilatildeo de alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na

aacutegua coletada em marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram

respectivamente de 2615 mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em

fevereiro de 2006 apresentou uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL

ultrapassando portanto o limite maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de

03 mgL Esta cisterna encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

169

moradores estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo

da residecircncia em recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de

qualidade de aacutegua

5 5 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Apenas a construccedilatildeo de cisternas para atenuar as dificuldades dos

beneficiaacuterios com esse empreendimento natildeo eacute o suficiente Deve-se tambeacutem

provecirc-los de informaccedilatildeo e treinamento sobre as questotildees que envolvem a

preservaccedilatildeo da qualidade de aacutegua da cisterna e sua integridade fiacutesica

Existem diversos meios de difusatildeo de informaccedilotildees concernentes a esse

assunto tais como programas de raacutedio comunitaacuterios distribuiccedilatildeo de cartilhas

baseadas em literatura de cordel ou em uma linguagem acessiacutevel em escolas

e nas comunidades oficinas ministradas por especialistas entre outras

Recomenda-se que para cada capacitaccedilatildeo promovida seja por entidade

de qualquer natureza ao menos um membro da famiacutelia que disponha de

cisterna e de agentes comunitaacuterios de sauacutede estejam presentes nesse evento

Deve-se prever em programas comunitaacuterios ou municipais o

monitoramento e o controle da qualidade de aacutegua quando esta destinar-se ao

consumo humano Nesse processo eacute indispensaacutevel a participaccedilatildeo dos

usuaacuterios bem como da sua conscientizaccedilatildeo da importacircncia da sua

participaccedilatildeo Quando natildeo ocorrerem os referidos monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua a sociedade civil deve acionar o Ministeacuterio Puacuteblico atraveacutes

de uma accedilatildeo civil puacuteblica para o cumprimento da Portaria no 518 de 25 marccedilo

de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede que rege a qualidade de aacutegua para consumo

humano

Existem no comeacutercio diferentes tipos de aacutegua sanitaacuteria que satildeo

utilizadas como desinfetante da aacutegua de consumo Recomenda-se que soacute deve

ser utilizado cloro ativo a 25 na dosagem de 2 gotas por litro de aacutegua e

nunca utilizar aacutegua sanitaacuteria Essa recomendaccedilatildeo foi mencionada na oficina

ldquoAvanccedilos nos estudos sobre cisternas qualidade de aacutegua e cisterna tipo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

170

alambradordquo realizada em 20 e 21 de abril de 2006 promovida pela Associaccedilatildeo

Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacutegua de Chuva (ABCMAC) e que contou

com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco e

do Parnaiacuteba (CODEVASF) e da EMBRAPA Semi-Aacuterido

Brito et al (2005) recomendam que o cloro deve ser aplicado da forma

mais homogecircnea possiacutevel e apoacutes sua aplicaccedilatildeo deve-se esperar no miacutenimo

30 minutos para consumir a aacutegua

Uma alternativa viaacutevel para a aplicaccedilatildeo do cloro consiste na utilizaccedilatildeo do

clorador da EMBRAPA (ver Anexo E) Antes poreacutem da aplicaccedilatildeo do cloro com

esse equipamento deve-se efetuar uma filtraccedilatildeo Esta pode ser realizada com

o emprego de um filtro de areia como apresentado por Pinto e Hermes (2006)

(ver anexo F)

Sugere-se que as instituiccedilotildees de pesquisa e especialistas do meio a

investirem em pesquisas que proporcionem confeccionar bombas bola de

gude que apresentem um maior vazatildeo Isso seria uma tentativa de contribuir

para inibir que os usuaacuterios retirem aacutegua da cisterna com baldes (fato verificado

em todas as 20 cisternas monitoradas em Poccedilo Redondo) comprometendo a

sua qualidade

Sugere-se que sejam aprofundados os conhecimentos sobre os fatores

que afetam e controlam o pH da aacutegua armazenada nas cisternas Como foi

visto na revisatildeo na literatura realizada por Meera e Ahammed (2006) em geral

a qualidade fiacutesico-quiacutemica da aacutegua nelas estocadas atende aos padrotildees para

fins de consumo humano com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH Esse fato tambeacutem

foi verificado em vaacuterias ocasiotildees na aacutegua coletada nas cisternas monitoradas

em Poccedilo Redondo

56 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

171

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

AWADALLAH W Water quality of 30 rainwater harvesting cisterns in the

Hebron district Palestinian Hydrology Group Technical Paper 2004 p 1-12

Disponiacutevel em lthttpwwwPhgorgstudygvctechpaperreport20about20

cisterns20cisterns20water20quality_vers_04_laura3pdf gt Acesso em 02

nov 2006

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BRITO LTL ANJOS JB PORTO ER SILVA AS SOUZA MA

XENOFONTE GHS Qualidade fiacutesico-quiacutemica e bacterioloacutegica das aacuteguas de

cisternas no municiacutepio de Ouricuri-PE In 5o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2005 Teresina Anais Teresina

ABCMAC 2005 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

172

EMBRAPA Tecnologia desenvolvidas e produtos Disponiacutevel em

lthttpwattscnpdiaembrapabrmenuleft_desenv_produtos_cloradorhtmlgt

Acesso em 01 dez 2006

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

HANDIA L Comparative study of rainwater quality in urban Zambia Journal of

Water Supply Research and Technology ndash Aqua v 54 no 1 p 55-64 2005

IBGE Sinopse preliminar do Censo Demograacutefico 2000 Rio de Janeiro 2001

v7

LANKA RAINWATER HARVESTING FORUM Domestic roof water harvesting

and water security in the humid tropics Milestone report D5 2001 Disponiacutevel

em lthttpwwwengwarwickacukdturwheudoesc1pdfgt Acesso em 24 set

2006

MEERA V AHAMMED MM Water quality of rooftop rainwater harvesting

systems a review Journal of Water Supply Research and Technology

Technology ndash Aqua v 55 no 1 p 257-268 2006

MOTA S Introduccedilatildeo agrave engenharia ambiental 2a ed Rio de Janeiro ABES

2000 416 p

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

a aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido do Brasil

Jaguaraiuacutena EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

YAZIZ MI GUNTING H SAPIARI N GHAZALI A Variations in rainwater

quality from roof catchments Water Research v 23 no 6 p 761-765 1989

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

173

CAPIacuteTULO 6

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se no estado de Sergipe

Brasil Ele enfrenta seacuterios problema relacionados ao abastecimento de aacutegua

principalmente na zona rural Existem diversos barreiros sendo utilizados para

muacuteltiplos fins inclusive o consumo humano Foi realizado o monitoramento da

qualidade de aacutegua de 8 barreiros Em nenhuma oportunidade os paracircmetros

de qualidade de aacutegua turbidez cor aparente e coliformes termotolerantes

atenderam aos padrotildees de potabilidade

Palavras-chave abastecimento de aacutegua qualidade de aacutegua barreiros

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil It faces serious problems related with the water

supply mainly in the rural zone There are several water traps being used for

multiple purposes including human consumption Water quality monitoring has

been accomplished in 8 of them In any occasion the water quality parameters

turbidy apparent colour and thermotolerant coliforms never complied with the

potable water standards

Keywords water supply water quality water traps

61 ndash INTRODUCcedilAtildeO

Os barreiros tecircm sido usados para armazenar aacutegua de chuva

proveniente do escoamento superficial haacute muitos seacuteculos em diversas partes

do mundo Poreacutem geralmente satildeo rasos cobrindo uma grande aacuterea de terra e

apresentam elevadas perdas por evaporaccedilatildeo (BRITO et al 1999)

Essa forma de aproveitamento de aacutegua consiste no acuacutemulo de aacuteguas

de superfiacutecie que recolhe a aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio

proporcionado pela construccedilatildeo de um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo

do terreno Sua capacidade de acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

174

algumas dezenas de milhares de metros cuacutebicos Trata-se de um

aproveitamento de pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo

relativamente baixo e sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho

do barreiro podendo ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas

razotildees o barreiro encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do

Nordeste (OLIVEIRA LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al

(2003) estas estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas

por evaporaccedilatildeo elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas

exigecircncias de potabilidade

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE estaacute inserido no ldquoPoliacutegono das

Secasrdquo com um clima do tipo megateacutermico semi-aacuterido Apresenta uma

temperatura meacutedia anual de 25 oC e uma precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia

anual de cerca de 605 mm Geograficamente a sede municipal apresenta as

seguintes coordenadas geograacuteficas 09o48rsquo17rdquo de latitude sul e 37o41rsquo06rdquo de

longitude oeste (BOMFIM et al 2002) Apesar de ser banhado pelo rio Satildeo

Francisco a sua populaccedilatildeo sobretudo a da zona rural enfrenta problemas

relacionados ao abastecimento de aacutegua Um das formas de aproveitamentos

hiacutedricos existentes cuja aacutegua eacute consumida por alguns satildeo os barreiros O

presente trabalho apresenta os resultados do monitoramento da qualidade de

aacutegua de 8 barreiros localizados na zona rural deste municiacutepio

62 ndash METODOLOGIA

Como havia centenas de barreiros alguns puacuteblicos e outros particulares

no municiacutepio de Poccedilo Redondo foram selecionados aleatoriamente apenas 8

O criteacuterio adotado foi a escolha de barreiros que estivessem entre os usos de

suas aacuteguas o consumo humano A partir daiacute foram considerados aspectos

relacionados agrave distacircncia e agrave acessibilidade

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

175

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua dos

barreiros monitorados

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde previamente limpo atado

a uma corda) A coleta com o balde foi sempre efetuada em um ponto aleatoacuterio

afastado das margens dos barreiros A aacutegua coletada no recipiente de

transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) O recipiente de transposiccedilatildeo era lavado 3 vezes com a proacutepria aacutegua do

barreiro Depois coletava-se a aacutegua com esse recipiente transferindo-a em

seguida para um recipiente autoclavado de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexico e esteacuteril

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 61 satildeo mostrados a localizaccedilatildeo dos barreiros e o periacuteodo de

monitoramento da qualidade de aacutegua destas O local de sua determinaccedilatildeo e o

meacutetodo empregado constam na Tabela 62 Todas as anaacutelises foram

determinadas conforme o APHA et al (1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

176

Tabela 61 Localidade e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de

8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia

mensal de amostragem

Nuacutemero do barreiro

Localidade Periacuteodo de monitoramento

1 Pia do Boi

2 Rancho Velho

3 Satildeo Sebastiatildeo

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

4 Titoacuteia 3 meses

bull Julho a setembro de 2005

(mensalmente)

5 Junca

6 Maravilha

7 Poccedilo Preto

8 Salitrado

2 meses

bull Julho e agosto de 2005

(mensalmente)

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8

barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e

termotolerantes)

Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

63 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os 8 barreiros monitorados (Anexo G) foram construiacutedos pela

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Satildeo Francisco)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

177

Estas unidades consistiam de uma aacuterea de armazenamento e de um

barramento de terra destinado a conter o escoamento das aacuteguas

armazenadas Aleacutem disso estas estruturas natildeo dispunham de estruturas

hidraacuteulicas (comportas vertedouros etc)

Informaccedilotildees quanto agrave populaccedilatildeo beneficiada e valor gasto na

implantaccedilatildeo de cada um dos barreiro satildeo apresentadas na Tabela 63 Natildeo

havia informaccedilotildees com relaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento dessas

estruturas

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e

populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados Localidade Custo de implantaccedilatildeo (R$) Populaccedilatildeo beneficiada

Pia do Boi 525000 300

Rancho Velho 525000 400

Satildeo Sebastiatildeo 525000 220

Titoacuteia 350000 250

Junca 350000 200

Maravilha 425000 250

Poccedilo Preto 576000 51

Salitrado 320000 63

Fonte 4a Superintendecircncia Regional da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do

Vale do Satildeo Francisco) atraveacutes de consulta pessoal

Segundo algumas informaccedilotildees obtidas na prefeitura e de moradores da

regiatildeo onde se localizavam estes barreiros eles nem sempre armazenavam

somente aacuteguas pluviais Algumas vezes quando se encontrava praticamente

seco caminhotildees-pipa traziam aacutegua proveniente do rio Satildeo Francisco ou ateacute

mesmo de outros barreiros para abastececirc-los Esses barreiros vecircm sendo

utilizados de muacuteltiplas formas lavagem de utensiacutelios domeacutesticos

dessedentaccedilatildeo animal praacutetica de banho e consumo humano

Na Tabela 64 consta os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

determinados na aacutegua armazenada nesses barreiros Esses resultados satildeo

representados graficamente como o mostra o Anexo H

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

Local

Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor (uH) Turbidez (uT)

Alcalinidade total

(mg CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

Pia do Boi 19710 ndash 4040 9954 plusmn 6172 CV = 620

28920 ndash 5980 16185 plusmn 9397

CV = 581

305 ndash 226 273 plusmn 23 CV = 85

88 ndash 78 82 plusmn 03

CV = 129

15550 ndash 5840 16847 plusmn 8473

CV = 503

2620 ndash 318 1068 plusmn 821 CV = 768

1280 ndash 150 638 plusmn 426 CV = 668

4920 ndash 100 1822 plusmn 1811 CV = 994

3650 ndash 840 2014 plusmn 1072 CV = 532

2640 ndash 440 1350 plusmn 807 CV = 598

Satildeo Sebastiatildeo

8430 ndash 2590 5389 plusmn 2157 CV = 400

12230 ndash 5820 9236 plusmn 2640 CV = 286

298 ndash 235 270 plusmn 21 CV = 80

96 ndash 81 88 plusmn 04

CV = 48

13000 ndash 5380 9534 plusmn 3623 CV = 380

955 ndash 121 361 plusmn 308 CV = 851

960 ndash 170 519 plusmn 333 CV = 642

1060 ndash 200 501 plusmn 314 CV = 627

1790 ndash 310 1117 plusmn 413 CV = 370

1020 ndash 160 609 plusmn 344 CV = 565

Rancho Velho

2520 ndash 870 1639 plusmn 538 CV = 328

3700 ndash 1282 2521 plusmn 783 CV = 311

292 ndash 245 274 plusmn 14 CV = 51

87 ndash 79 82 plusmn 02

CV = 27

38800 ndash 27500 34400 plusmn 5475

159

371 ndash 975 2272 plusmn 1208 CV = 532

480 ndash 50 258 plusmn 178 CV = 691

160 ndash 100 133 plusmn 22

CV = 166

910 ndash 350 634 plusmn 192 CV = 304

570 ndash 140 361 plusmn 125 CV = 346

Titoacuteia 6630 ndash 3460 4757 plusmn 1662 CV = 349

9160 ndash 6270 7715 plusmn 2045 CV = 265

258 ndash 234 242 plusmn 14 CV = 56

79 ndash 77 78 plusmn 01

15

--- --- ---

223 ndash 118 168 plusmn 52

CV = 311

1770 ndash 1500 1637 plusmn 135 CV = 82

340 ndash 140 260 plusmn 106 CV = 407

1240 ndash 650 923 plusmn 297 CV = 322

780 ndash 220 477 plusmn 283 CV = 593

Poccedilo Preto 4980 ndash 4830 4905 plusmn 106 CV = 22

7200 ndash 7200 7200 plusmn 00 CV = 00

254 ndash 247 249 plusmn 03 CV = 14

77 ndash 76 76 plusmn 01

CV = 09

--- --- ---

268 ndash 166 217 plusmn 73

CV = 334

1330 ndash 1220 1275 plusmn 78 CV = 61

680 ndash 620 650 plusmn 42 CV = 65

1000 ndash 820 910 plusmn 127 CV = 140

440 ndash 410 425 plusmn 21 CV = 50

Salitrado 6480 ndash 6100 6290 plusmn 269 CV = 43

9089 ndash 9089 9089 plusmn 00 CV = 00

251 ndash 248 249 plusmn 02 CV = 08

80 ndash 78 79 plusmn 01

CV = 18

--- --- ---

680 ndash 645 662 plusmn 25 CV = 37

1310 ndash 1220 1265 plusmn 64 CV = 50

1960 ndash 1280 1620 plusmn 481 CV = 297

1620 ndash 1590 1605 plusmn 21 CV = 13

970 ndash 830 900 plusmn 99

CV = 110

Junca 1380 ndash 1000 1190 plusmn 269 CV = 226

1330 ndash 1330 1330 plusmn 00 CV = 00

287 ndash 254 271 plusmn 23 CV = 86

83 ndash 78 81 plusmn 03

CV = 44

--- --- ---

289 ndash 149 219 plusmn 99

CV = 452

400 ndash 310 355 plusmn 64

CV = 179

120 ndash 50 85 plusmn 49

CV = 582

330 ndash 220 275 plusmn 78

CV = 283

80 ndash 60 70 plusmn 14

CV = 202

Maravilha 2850 ndash 2330 2590 plusmn 368 CV = 142

4280 ndash 4280 4280 plusmn 00 CV = 00

226 ndash 215 220 plusmn 08 CV = 35

83 ndash 81 82 plusmn 01

17

--- --- ---

697 ndash 605 651 plusmn 65

CV = 100

640 ndash 530 585 plusmn 78

CV = 133

200 ndash 120 160 plusmn 57

CV = 354

610 ndash 410 510 plusmn 141 CV = 277

200 ndash 160 180 plusmn 28

CV = 157 Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

179

Com exceccedilatildeo de algumas amostras coletadas nos barreiros Pia do Boi

(5 uacuteltimas coletas) e Satildeo Sebastiatildeo (4 uacuteltimas coleta) os teores de STD dos

demais barreiros foram inferiores a 1000 mgL

Apenas em uma coleta realizada em Satildeo Sebastiatildeo verificou-se um pH

em desacordo com os padrotildees de aacutegua para consumo (60 ndash 95) Naquela

ocasiatildeo o pH foi de 96 Natildeo se identificou a possiacutevel causa para isto

A turbidez e a cor aparente sempre apresentaram valores acima do

permitido para consumo humano O paracircmetro cor aparente soacute foi determinado

nos barreiros de Pia do Boi Satildeo Sebastiatildeo e Rancho Velho apresentando

valores acima de 500 uH sendo necessaacuteria a diluiccedilatildeo da aacutegua analisada pois

a faixa de leitura do equipamento portaacutetil para a determinaccedilatildeo desse

paracircmetro era de 0 ndash 500 uH Embora a cor e a turbidez comprometam

diretamente as caracteriacutesticas organoleacutepticas da aacutegua a aacutegua vem sendo

consumida pelos moradores principalmente durante a ausecircncia de alternativas

de abastecimento Aleacutem disso em aacuteguas de elevada turbidez as partiacuteculas

que a causam servem de abrigo a microorganismos sendo alguns deles

patoacutegenos

O uacutenico barreiro que apresentou um teor de cloretos acima de 250 mg

Cl-L foi o de Pia do Boi (4 uacuteltimas coletas)

A dureza total de todas as amostras coletas sempre esteve compatiacutevel

com os padrotildees de potabilidade (dureza lt 500 mg CaCO3L)

Na Tabela 65 satildeo vistos os resultados de anaacutelises bacterioloacutegicas

realizadas na aacutegua coletada dos barreiros Como pode ser visto na Tabela 65

em todas as amostras coletadas nos barreiros foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes Por terem a aacutegua utilizada de diversas forma e por

ficarem expostas a ceacuteu aberto eles estatildeo bastante susceptiacuteveis agrave

contaminaccedilatildeo Em diversas ocasiotildees a aacutegua coletada nos barreiros

apresentou um valor de NMP100 mL gt 16 (Valor maacuteximo correspondente a 5

tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de 10 mL) Como a tabela para a

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

180

determinaccedilatildeo do NMP100 mL apresenta como maior valor gt16 natildeo eacute possiacutevel

afirmar a intensidade da contaminaccedilatildeo

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros

em Poccedilo Redondo-SE Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

Localidade

( de amostras)

Pia do Boi 0 0 1818 909 1818 5455

Satildeo Sebastiatildeo 0 0 909 909 1818 6364

Rancho Velho 0 0 0 1818 1818 6364

Titoacuteia 0 0 0 0 3333 6667

Poccedilo Preto 0 0 0 0 0 100

Salitrado 0 0 0 50 50 0

Junccedila 0 0 0 0 0 100

Maravilha 0 0 0 0 50 50

64 ndash CONCLUSOtildeES

A deficiecircncia apresentada no suprimento de aacutegua na zona rural de Poccedilo

Redondo aliada agrave irregularidade e escassez das precipitaccedilotildees tem

impulsionado a construccedilatildeo de barreiros puacuteblicos e particulares Apesar dessas

estruturas natildeo atenderem aos padrotildees de potabilidade algumas pessoas

consomem a aacutegua neles armazenada

De acordo com os resultados da aacutegua analisadas em 8 barreiros

localizados na zona rural de Poccedilo Redondo-SE estes natildeo satildeo recomendados

para consumo humano Paracircmetros como cor aparente turbidez sempre

estiveram muito acima do valor maacuteximo permitido pelos padrotildees de aacutegua para

consumo Aleacutem disso coliformes termotolerantes sempre estiveram presentes

Por ficarem livremente expostos natildeo tendo nenhuma proteccedilatildeo e por

serem utilizados de muacuteltiplas formas concomitantemente eles satildeo

extremamente passiacuteveis de contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

181

65 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Os barreiros que foram monitorados natildeo devem ser usados para

consumo humano No entanto podem ser recomendados para usos menos

exigentes como por exemplo lavagem de ambientes domeacutesticos Sugere-se

que se procedam estudos de viabilidade de projetos por profissionais

competentes envolvendo a utilizaccedilatildeo dos barreiros na irrigaccedilatildeo de salvaccedilatildeo

Devem ser realizados programas de educaccedilatildeo ambiental no sentido de

orientar os consumidores da aacutegua dos barreiros a natildeo consumi-la aleacutem dos

gestores municipais a ofertarem outras fontes a esses usuaacuterios

66 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

182

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

183

CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Brasil Foi realizada uma pesquisa no campo neste

municiacutepio a fim de obter-se informaccedilotildees a respeito dos serviccedilos puacuteblicos de

acordo com a opiniatildeo dos moradores Foram aplicados 307 questionaacuterios semi-

estruturados em entrevistas realizadas nas casas dos moradores A

metodologia adotada foi a por amostragem aleatoacuteria estratificada proporcional

Conforme os resultados obtidos no municiacutepio prevalecem condiccedilotildees precaacuterias

na educaccedilatildeo renda familiar e nas condiccedilotildees sanitaacuterias A maior proporccedilatildeo dos

entrevistados em ambas as aacutereas da pesquisa escolheu o esgotamento

sanitaacuterio como o pior serviccedilo Por outro lado na zona rural a maior proporccedilatildeo

(3887) escolheu os serviccedilos de sauacutede como o melhor enquanto que na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (3206) escolheu o serviccedilo de limpeza

puacuteblica

Palavras-chave serviccedilos puacuteblicos questionaacuterios condiccedilotildees sanitaacuterias

precaacuterias

ABSTRACT Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of the

state of Sergipe Brazil A field study was conducted in this municipality in order

to obtain information on public services according to the opinion of the

dwellers The semi-structured 307 questionnaires survey by house interview

were applied The approach adopted was the proportional random sampling

rural zone and zone urban According to the results obtained poor education

income and sanitary conditions prevail on this municipality In the opinion of

majority of the interviewed inhabitants in the rural zone a highest proportion

(3887) declared that the most efficient public service was the public health

while in the urban zone the highest proportion (3206) answered that the best

public service was the solid waste collection On the other hand the highest

proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo Redondo answered that

the poorest public service was the sewerage

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

184

Keywords public services questionnaires poor sanitary conditions

71 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A ideacuteia de qualidade de vida representa um conceito ainda indefinido

pois abrange uma seacuterie extremamente heterogecircnea e diversificada de

aspiraccedilotildees necessidades e desejos inerentes a cada indiviacuteduo ou

coletividade inseridos no seu contexto histoacuterico social e cultural Em suma a

qualidade de vida deve representar em geral a plena satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas humanas concebida dentro de um processo ecoloacutegico e

eticamente corretos (SANTOS DALTRO FILHO 2000)

Segundo o IBGE (2001) as caracteriacutesticas dos domiciacutelios e dos serviccedilos

de infra-estrutura sanitaacuteria constituem elementos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo da

qualidade de vida de uma populaccedilatildeo

O presente trabalho mostra os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo

de questionaacuterios a pessoas residentes em Poccedilo Redondo-SE O objetivo foi

determinar o perfil sanitaacuterio e conhecer a opiniatildeo dos moradores sobre o

saneamento ambiental nos setores de abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e serviccedilos de sauacutede O periacuteodo de

execuccedilatildeo da pesquisa foi de junho de 2005 a junho de 2006

72 ndash METODOLOGIA

Para coleta dos dados formulou-se um questionaacuterio semi-estruturado

dirigido aos moradores de Poccedilo Redondo-SE afim de obter informaccedilotildees que

permitissem obter o perfil do saneamento ambiental Dados sobre as

caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas tambeacutem estatildeo incluiacutedas neste questionaacuterio

Antes de iniciar a corrente pesquisa foi necessaacuteria a aprovaccedilatildeo pelo

comitecirc de Eacutetica do CCSUFPE (Centro de Ciecircncias Sociais da Universidade

Federal de Pernambuco) aleacutem de uma carta de Anuecircncia da prefeitura do

municiacutepio de Poccedilo Redondo e cada vez que o questionaacuterio era aplicado ao

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

185

entrevistado era apresentado o termo de consentimento (na primeira paacutegina do

questionaacuterio) onde a pessoa entrevistada lia e assinava dando permissatildeo

para a entrevista

Tal procedimento foi necessaacuterio tendo em vista que a Resoluccedilatildeo no

196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede preconiza que

todas as pesquisas que envolvem seres humanos (pesquisa que

individualmente ou coletivamente envolva o ser humano de forma direta ou

indireta em sua totalidade ou partes dele incluindo o manejo de informaccedilotildees

ou materiais) deve atender agraves exigecircncias eacuteticas e cientiacuteficas fundamentais

devendo ser submetida agrave apreciaccedilatildeo de um Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa e soacute

pode se processar apoacutes o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos

indiviacuteduos ou grupos que por si eou por seus representantes legais

manifestem a sua anuecircncia agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Os uacutenicos requisitos exigidos durante as entrevistas eacute que o

entrevistado fosse residente no domiciacutelio onde era realizada a entrevista aleacutem

de haver pelo menos um morador no domiciacutelio que soubesse ler e assinar o

nome a fim de assinar o termo de consentimento da entrevista

A pesquisa no municiacutepio de Poccedilo Redondo envolveu os seguintes

aspectos

(i) Perfil ndash niacutevel de escolaridade profissatildeo quantidade de horas diaacuterias que

trabalha e renda mensal do chefe de famiacutelia nuacutemero de pessoas residentes

onde mora as culturas que cultiva e os animais que cria

(ii) Objeto ndash tipologia habitacional abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

(iii) Aberto ndash qual o conceito que o entrevistado tem com relaccedilatildeo a cada

serviccedilo (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial

limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) e o grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada

um destes serviccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

186

No Anexo I consta o modelo de questionaacuterio que foi aplicado As

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes do sistema de amostragem estratificada

(COCHRAN 1965) foram considerados 2 estratos a zona rural e a zona

urbana De acordo com a Secretaria Municipal de Sauacutede Poccedilo Redondo conta

com 6 equipes do Plano de Sauacutede Familiar (PSF) sendo 4 equipes atuando na

zona rural (aacutereas 1 2 3 e 4) e duas atuando na sede (5 e 6) Foram aplicados

questionaacuterios em 5 dos domiciacutelios cadastrados de cada setor de atuaccedilatildeo das

equipes do PSF O sorteio das casas onde foram aplicados os questionaacuterios

foi realizado pelo meacutetodo de amostragem casual simples e de modo

proporcional agrave populaccedilatildeo de cada comunidade ou povoado A amostra total

compreendeu 307 questionaacuterios sendo 229 aplicados na zona rural e 78 na

zona urbana Os dados quantitativos foram processados utilizando-se a

planilha do Excel a partir dos dados do questionaacuterio

Na Tabela 71 consta o nuacutemero de domiciacutelios cadastrados em cada

aacuterea as localidades e o nuacutemero de domiciacutelios de cada uma das localidades

onde foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

187

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados na aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e

o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas

com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

Aacuterea Nuacutecleo(s) principal(is)

Nuacutemero total de domiciacutelios

Localidades pesquisadas Nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

bull Bonsucesso 20

bull Curralinho 5

bull Assentamento Cajueiro 9

bull Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

4

bull Assentamento Satildeo Francisco 4

bull Maravilha 1

bull Monte Ceacuteu 1

bull Titoacuteia 1

1

Bonsucesso Curralinho

919

bull Barra da Onccedila 1

bull Santa Rosa do Ermiacuterio 40

bull Pedrinhas 10

bull Pedra Grande 9

bull Peacute da Serra 2

bull Patos 2

bull Serra da Guia 1

bull Tanque Novo 1

bull Flor da Serra 1

2

Santa Rosa do Ermiacuterio

1342

bull Siacutetios Soares 1

bull Siacutetios Novos 54 3

Siacutetios Novos 1083

bull Serra do Boi 1

bull Queimadas 3

bull Areias 9

bull Assentamento Alto Bonito 30

bull Assentamento Mulungu 4

bull Assentamento Pioneira 4

bull Rancho Velho 1

bull Junca 1

bull Morro Vermelho 2

bull Maranduba 1

bull Assentamento Maria Feitosa 1

bull Assentamento Maria Bonita 1

4 Queimadas

Areias Assentamento

Alto Bonito

1221

bull Assentamento Nossa Senhora da Conceiccedilatildeo

4

5 Poccedilo Redondo

(sede) 58

6 Poccedilo Redondo (sede)

1560

bull

Poccedilo Redondo 20

Total 6125 Total 307

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

188

73 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

731 ndash Perfil dos moradores

Houve uma oacutetima receptividade durante a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios

Apenas um morador no povoado de Siacutetios Novos natildeo aceitou conceder

entrevista

Nas Figuras 71 a 75 satildeo apresentados os dados que foram obtidos

sobre o perfil do chefe de famiacutelia atraveacutes das entrevistas

3450

306

1616349

4279

4231

769

3852564

1795

256

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

1703

699

7031

087

043

175262

AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

6376

2183 1441 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

2692

6539

769 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

2564

256

641

5133974

1667

385AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

189

7467

1922

218306

087lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuterios

55143718

256128

128

256lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuteriosgt 4 salaacuterios

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo

Do exposto nas Figuras 71 a 75 comenta-se

(i) Observa-se que na zona rural 98 (4279 do total de 229) dos chefes de

famiacutelia satildeo analfabetos e que 79 (3450 do total de 229) foram alfabetizados

(sabe assinar o nome mas escreve e lecirc com dificuldade) Na Zona urbana o

grau de instruccedilatildeo dos chefes eacute superior aos da zona urbana Entretanto 20

(2564) satildeo analfabetos e (14 1795) mal sabem ler e escrever e apenas 2

possuem niacutevel superior

(ii) Do total de 229 entrevistados na zona rural 161 (7031) satildeo

exclusivamente agricultor Do total de 229 chefes de famiacutelia a maioria (146

chefes de famiacutelia) trabalha entre 4 e 8 horas diariamente Observa-se que 171

(7467) percebem vencimentos menores que 1 salaacuterio miacutenimo mensal O

nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 493

(iii) Assim como na zona rural na zona urbana a maioria dedica-se agrave

agricultura O nuacutemero de horas que exercem o ofiacutecio que predomina eacute entre 4 e

8 horas Observa-se que 43 (5513) percebem vencimento inferior a 1 salaacuterio

miacutenimo mensal O nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 546

5641

641

3718Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

546 habitantesdomiciacutelio

6856

2969175

Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

493 habitantesdomiciacutelio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

190

Conforme mostra a Figura 76 as culturas mais cultivadas nas duas

regiotildees satildeo o feijatildeo e o milho na zona rural 203 entrevistados responderam

que plantam feijatildeo e 197 que plantam milho enquanto que na zona urbana 33

cultivam feijatildeo e 31 cultivam milho O nuacutemero de entrevistados nas zonas rural

e urbana que respondeu que natildeo planta nenhuma cultura foram

respectivamente 27 e 22 Conforme apresenta a Figura 77 as aves (1037

cabeccedilas na zona rural e na zona urbana) e os bovinos (602 cabeccedilas na zona

rural e na zona urbana) satildeo os animais mais difundidos em ambas as aacutereas O

nuacutemero de entrevistados que respondeu que natildeo cria nenhum animal foi de 36

(1572) na zona rural e 51 na zona urbana (6456)

203 197

1534 25

195

0

50

100

150

200

250

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

33 31

38

3

38

05

101520253035404550

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo

74

602

82

1037

84 88

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

693

31

16350 13

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

191

732 ndash Objeto (perfil sanitaacuterio)

7321 ndash Habitaccedilatildeo

Informaccedilotildees concernentes agrave tipologia habitacional e suas caracteriacutesticas

estatildeo representadas nos graacuteficos das Figuras 78 a 712

4585

262175

4498

131 349TijoloTaipa

AdobeBloco de cimentoTijolo e taipa

Tijolo e bloco de cimento

3718

5256

1026TijoloBloco de cimentoTijolo e bloco de cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo

21841179

1790

2620 2227

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

1538641

513

2436

4872

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo

8734

305 175786 Terra

CeracircmicaCimentoCeracircmica e cimento

5256

1026

3718Ceracircmica

Cimento

Ceracircmica e cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

192

7293

873

1048786 Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

128

1795

20516026

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de Poccedilo

Redondo 524

1965

131

7380

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem umidade

2180

1282

6538

Soacute na paredeNa parede e no pisoSem umidade

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

Constatou-se em siacutentese a respeito das habitaccedilotildees da amostra

investigada

(i) Todas as 229 casas na zona rural e 78 na zona urbana tecircm cobertura com

telha ceracircmica do tipo canal

(ii) Tanto na zona rural como na urbana a maioria das casas das amostras

analisadas eacute de tijolo (105 domiciacutelios da zona rural e 29 domiciacutelios da zona

urbana) ou de bloco de cimento (103 domiciacutelios na zona rural e 41 da zona

urbana) Aleacutem destas na zona rural 6 casas satildeo de taipa enquanto que 3 satildeo

uma parte de taipa e outra de alvenaria de tijolo

(iii) Verificou-se que 50 casas da zona rural natildeo possuem reboco 60 satildeo

rebocadas parcialmente e 27 tecircm uma parte caiada e outra sem reboco

Segundo Daltro Filho e Sales (2003) a ausecircncia de revestimento nas paredes

gera dificuldades de higienizaccedilatildeo e no caso das casas de taipa riscos da

presenccedila do barbeiro (Triatoma sp) inseto transmissor da doenccedila de chagas

(Tripanossoma cruzi)

(iv) Na zona rural predomina o piso cimentado como material do piso das

residecircncias Observou-se durante as visitas que algumas casas possuiacuteam o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

193

piso cimentado do tipo vitrificado outras o piso era do tipo cimentado queimado

e outras do tipo cimentado grosseiro Este uacuteltimo tipo de piso segundo Daltro

Filho e Sales (2003) costuma trazer dificuldades de higienizaccedilatildeo gerando

grande quantidade de poeira durante a varriccedilatildeo e por conseguinte favorece o

surgimento de doenccedilas respiratoacuterias Por outro lado o tipo de piso

predominantemente encontrado nas casas da zona urbana foi o de ceracircmica

(v) A maioria das casas (7380) da zona rural apresentava fissuras tanto na

parede como no piso do chatildeo enquanto que a maior proporccedilatildeo (6026) das

casas da zona urbana soacute apresentava fissuras na parede Apenas 786 das

residecircncias na zona rural e 2051 na zona urbana natildeo apresentavam fissura

nem na parede nem na piso

(vi) A maior proporccedilatildeo das casas na zona rural apresentava umidade tanto na

parede como no piso correspondendo a 7380 do total das casas

entrevistadas Na zona urbana o maior percentual das casas (6538)

apresentava umidade apenas na parede

Durante as entrevistas pocircde-se visualizar em algumas residecircncias

cavidades e irregularidades nas paredes conforme mostra a Figura 713

Paredes esburacadas e superfiacutecies irregulares segundo Daltro e Sales (2003)

aleacutem de favorecerem um maior acuacutemulo de sujeiras podem servir de abrigo a

insetos

(a) Irregularidades e ausecircncia de revestimento

(b) Presenccedila de cavidades

Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

194

7322 ndash Abastecimento de aacutegua

De acordo com as respostas das entrevistas 180 casas do universo da

amostra da pesquisa de 229 casas na zona rural recebem aacutegua da rede

puacuteblica Na zona urbana 74 residecircncias do total de 78 satildeo contempladas com

aacutegua da rede puacuteblica Essa aacutegua eacute proveniente da captaccedilatildeo no povoado

ribeirinho de Ilha do Ouro (municiacutepio de Porto da Folha-SE) no leito do rio Satildeo

Francisco Esse sistema integra o sistema do Alto Sertatildeo Antes de ser

distribuiacuteda para a populaccedilatildeo essa aacutegua submete-se a um tratamento em uma

ETA localizada na cidade de Porto da Folha A companhia responsaacutevel pelo

sistema de abastecimento de aacutegua eacute a DESO (Companhia de Saneamento de

Sergipe)

Vale observar que das 180 residecircncias acima referidas 155 delas

recebem do sistema acima descrito enquanto que 20 casas do povoado de

Bonsucesso tecircm captaccedilatildeo e tratamento (ETA) proacuteprios e 5 casas do povoado

de Curralinho possuem captaccedilatildeo proacutepria poreacutem soacute ocorre cloraccedilatildeo simples

Durante o periacuteodo de inverno (periacuteodo chuvoso) 167 (7293)

entrevistados afirmaram que a forma de abastecimento de aacutegua eacute somente a

rede puacuteblica enquanto que 62 se abastecem com aacutegua da rede puacuteblica e

tambeacutem atraveacutes de outra forma (carro pipa cisterna (aacuteguas pluviais) de

chafariz ou do parente ou vizinho) Isso eacute devido ao fato da ocorrecircncia da

intermitecircncia que ocorre mesmo no inverno e tambeacutem que algumas casas

ligadas agrave rede dispotildeem de cisterna para armazenamento de aacuteguas pluviais Na

zona urbana 73 (9359) durante esse periacuteodo soacute utilizam aacutegua da rede

puacuteblica e 1 utiliza de ambas (rede puacuteblica e ou outra forma) A forma de

abastecimento no inverno eacute vista na Figura 714 Analogamente acontece na

eacutepoca seca como mostra a Figura 715

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

195

7293

218393 612

1397

087

Rede puacuteblicaCisternaPoccediloBarreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

9359

128513

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo Redondo

087

1878

1790

175

6070

Rede puacuteblica

Poccedilo

Barreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

1539

3205

5256

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo

Da amostra de 180 casas da zona rural ligadas agrave rede de

abastecimento 118 (6556) possuem hidrocircmetro enquanto que na zona

urbana do total de 74 casas 71 dispotildeem

O nuacutemero de casas na zona rural que dispotildee de cisterna eou caixa

drsquoaacutegua para armazenamento de aacutegua eacute de 201 Na zona urbana eacute de 66 A

capacidade desses reservatoacuterios varia entre 250 e 16000 L Um total de 192

dos entrevistados na zona rural e 63 na zona urbana afirmaram que antes de

beber a aacutegua filtram eou coam eou fervem eou usam cloro Poreacutem da zona

rural 138 e da zona urbana 52 disseram que o fazem esporadicamente

7323 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Um total de 22 casas da zona rural (960) e 3 (385) na zona urbana

natildeo possuem banheiro Como mostra a Figura 716

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

196

6289

960218

2533 Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

385897769

7949

Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro

Alguns banheiros da zona rural natildeo possuem descarga sendo utilizado

balde em alguns casos para apanhar a aacutegua armazenada em um reservatoacuterio

instalado acima do teto do banheiro (Figura 717)

O destino das aacuteguas cinzas de 191 casas na zona rural e 32 na zona

urbana eacute o terreno da forma como se vecirc na Figura 718 No restante das

casas estas aacuteguas servidas satildeo conduzidas agrave rede de esgoto

Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do vaso sanitaacuterio

Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal

O esgoto oriundo do vaso sanitaacuterio (aacuteguas negras) da maioria das casas

eacute direcionado para fossa e desta para o terreno (geralmente o quintal das

casas) conforme mostra a Figura 719

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

197

1747

6332

1921 SoloRede de esgotoFossa e depois solo

384

4872

4744

SoloRede de esgotoFossa e depois solo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

A disposiccedilatildeo adequada dos esgotos eacute essencial agrave proteccedilatildeo da sauacutede

puacuteblica Cerca de 50 tipos de infecccedilotildees podem ser transmitidas por diferentes

caminhos envolvendo as excretas humanas (NASCIMENTO FILHO 2000)

Com relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de poluentes nas aacuteguas cinzas vindas do

banheiro da lavanderia e da cozinha variam sensivelmente entre si Aquelas

provenientes do banheiro considerando soacute as do lavatoacuterio e as do chuveiro

satildeo constituiacutedas de gorduras sabotildees oacuteleos entre outros As aacuteguas cinzas da

lavanderia apresentam uma alta concentraccedilatildeo quiacutemica de elementos como

soacutedio fosfatos nitrogecircnio boro e surfactantes Aquelas vindas da pia de

cozinha apresentam uma contaminaccedilatildeo fiacutesica maior em virtude da presenccedila

de partiacuteculas de alimentos oacuteleos e gorduras Natildeo obstante eacute extremamente

contaminada por microorganismos (BORGES 2003)

No entanto no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE apenas o povoado de

Santa Rosa do Ermiacuterio e o bairro Satildeo Joseacute localizado na sede municipal o

esgoto domiciliar eacute conduzido para fossa seacuteptica e em seguida para um filtro

anaeroacutebio que no entanto estatildeo funcionando precariamente

Constatou-se no local onde estatildeo estas unidades de tratamento de

Santa Rosa do Ermiacuterio mau cheiro obstruccedilatildeo fossa seacuteptica com tampas fora

da posiccedilatildeo e filtro seacuteptico com laje avariada aleacutem de vegetaccedilatildeo alta em lagoa

que recebe o efluente do filtro anaeroacutebio como se vecirc na Figura 720 Ateacute 2002

existia um projeto na aacuterea de Xingoacute em que o esgoto dessa lagoa era utilizado

na irrigaccedilatildeo de feijatildeo guandu (Cajanus cajan) sorgo (Sorghum bicolor (L)

Moench) e melatildeo (Cucumis melo L) vistos na Figura 721

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

198

(a) Fossa seacuteptica com

laje fora de posiccedilatildeo

(b) Filtro anaeroacutebio

com laje avariada

(c) Vegetaccedilatildeo alta no local

Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidade de tratamento de Santa Rosa

do Ermiacuterio

(a) Feijatildeo guandu (b) Sorgo (c) Melatildeo

Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso de

Santa Rosa do Ermiacuterio

7324 ndash Drenagem pluvial

A maioria das casas da zona rural localiza-se em rua com pavimentaccedilatildeo

de barro muitas vezes precaacuteria enquanto que a maior parte das casas da

zona urbana localiza-se em rua calccedilada em paralelepiacutepedo como mostra o

graacutefico da Figura 722

5284

699

25331484 Paralelepiacutepedo

AsfaltoBarroNatildeo tem

1667

8333

Paralelepiacutepedo

Barro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de Poccedilo

Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

199

Natildeo existe um planejamento no que se refere a esse setor As aacuteguas

pluviais escoam atraveacutes do calccedilamento das ruas algumas vezes precaacuterio

sendo que em algumas estatildeo ausentes

7325 ndash Limpeza puacuteblica

De acordo com as informaccedilotildees dos entrevistados na zona rural em

5633 das casas os resiacuteduos soacutelidos domiciliares satildeo recolhidos pela

prefeitura e o restante queima eou enterra Na zona urbana os 78

entrevistados (100) responderam que este material eacute recolhido pela

prefeitura O lixo coletado eacute encaminhado e conduzido a um lixatildeo

7326 ndash Sauacutede puacuteblica

O nuacutemero de entrevistados que responderam que nenhuma pessoa na

residecircncia onde mora apresentou alguma enfermidade nos uacuteltimos 6 meses

foi de 135 (5895) na zona rural e 52 (6667) na zona urbana Na zona

rural segundo relatado pelos entrevistados as enfermidades mais frequumlentes

que acometeram pelo menos uma pessoa da residecircncia onde reside o

morador entrevistado foram virose dengue diarreacuteias respectivamente em 32

30 e 23 domiciacutelios da amostra pesquisada Na zona urbana foram virose

diarreacuteia dengue e doenccedilas respiratoacuterias respectivamente em 11 7 3 e 3

residecircncias Natildeo foi informado ao entrevistado da ocorrecircncia de oacutebitos

A opiniatildeo dos entrevistados quanto agrave acessibilidade agraves unidades de

sauacutede numa escala de oacutetima a peacutessima eacute representada na Figura 723

A maior porcentagem dos entrevistados na zona rural (2925)

classificou como ruim a acessibilidade enquanto que na zona urbana a maior

proporccedilatildeo correspondente a 6538 disseram que o acesso eacute bom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

200

2576

2926

1572480

2446

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

513513

898

6538

1538

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

(a) Rural (n = 229) (b) Urbana (n = 78)

Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

733 ndash Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de saneamento)

Quando indagados sobre qual dos serviccedilos (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) o

entrevistado acha que lhe traz maiores problemas e dificuldades o maior

percentual de entrevistados em ambas as aacutereas respondeu que era o

esgotamento sanitaacuterio (2620 dos entrevistados na zona rural e 4231 dos

entrevistados na zona urbana) como representado nos graacuteficos da Figura 724

O segundo percentual maior em ambas as aacutereas correspondeu ao

abastecimento de aacutegua Um significativo nuacutemero de pessoas na zona rural

correspondendo a 2532 respondeu que natildeo sabe dizer

Por outro lado o serviccedilo mais escolhido como o melhor com 38 87 na

opiniatildeo dos entrevistados da zona rural foi o de sauacutede puacuteblica e na zona

urbana com 3206 dos entrevistados o serviccedilo de limpeza puacuteblica como

mostra a Figura 725 Ao responder o questionaacuterio muitos indagaram ao

entrevistador sobre o conceito de drenagem pluvial o qual respondeu de

forma simples e esclarecedora

2620

2621223

1223

2532 2140Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

4231

256

769

513897

3334Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

201

769

256

15382052

2179 3206

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterio

Drenagem pluvial

Limpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

O grau de satisfaccedilatildeo quanto aos serviccedilos puacuteblicos na opiniatildeo dos

entrevistados eacute representado nas Figuras 726 a 730

O maior percentual dos entrevistados na zona rural disse estar

insatisfeito com relaccedilatildeo aos serviccedilos de esgotamento e drenagem pluvial Com

relaccedilatildeo aos outros serviccedilos o maior percentual respondeu estar satisfeito

O uacutenico serviccedilo na zona urbana onde o maior percentual respondeu que

estava satisfeito foi o de drenagem pluvial Por outro lado o uacutenico serviccedilo em

que o maior percentual dos entrevistados respondeu estar insatisfeito foi o de

esgotamento sanitaacuterio Os demais serviccedilos a maior proporccedilatildeo respondeu estar

nem satisfeito nem insatisfeito Constata-se que embora o serviccedilo de limpeza

puacuteblica tenha sido escolhido como o melhor na opiniatildeo dos entrevistados na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (5641) respondeu natildeo estar satisfeito nem

insatisfeito

4454

2664

2882 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua na

opiniatildeo dos entrevistados

087

480

131

25762839

3887

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

4359

16673974 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

202

2533

1485

5982

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

4615

5128

257SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

2271

2009

4585

1135 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem pluvial na opiniatildeo

dos entrevistados

3450044

3537

2969

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

3718

5256

1026 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza puacuteblica

na opiniatildeo dos entrevistados

2183

4498

3319

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

5641

1538 2821 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

5256

3846

385513

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

203

74 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307

questionaacuterios sendo 229 na zona rural e 78 na zona urbana do municiacutepio de

Poccedilo Redondo constatou-se

Os chefes de famiacutelia na sua maioria agricultores que habitam na zona

rural possuem um baixo grau de escolaridade (na zona rural 4279 satildeo

analfabetos e 3450 sabem apenas assinar o nome mas escreve e lecirc com

dificuldade) Na zona urbana o grau de instruccedilatildeo dos chefes embora seja

superior aos da zona rural apresenta-se baixo (2564 satildeo analfabetos e 14

1795 mal sabem ler e escrever e apenas 256 possuem niacutevel superior)

Aleacutem disso um Percentual que corresponde a 6373 dos chefes de famiacutelia da

zona rural e 5514 da zona rural percebem menos que 1 salaacuterio miacutenimo e

vivem em moradia que apresenta um infra-estrutura sanitaacuteria deficitaacuteria

Embora sejam contemplados pelo abastecimento de aacutegua puacuteblico

alguns recorrem a outros meios para suprirem seu consumo devido agrave

intermitecircncia do fornecimento de aacutegua

Tanto na zona rural como na zona urbana o maior percentual dos

entrevistados escolheu o esgotamento sanitaacuterio como o pior serviccedilo Na zona

rural o maior percentual dos entrevistados disse achar os serviccedilos de sauacutede

como o melhor serviccedilo puacuteblico enquanto que na zona urbana disseram ser a

limpeza puacuteblica o pior

75 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Urge a necessidade de implantaccedilatildeo de um programa habitacional para

melhoria ou construccedilatildeo de casas populares dentro de padrotildees sanitaacuterios

adequados

A carecircncia de investimentos em saneamento eacute evidente Faz-se

necessaacuterio um ordenamento institucional que permita a implementaccedilatildeo de

accedilotildees e investimentos coordenados entre os trecircs niacuteveis de governo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

204

A educaccedilatildeo ambiental e a mobilizaccedilatildeo social devem ser prioritaacuterias

Dentre outras accedilotildees deveratildeo ser desenvolvidas a capacitaccedilatildeo de educadores

da rede ensino e difusatildeo de informaccedilotildees por diversos veiacuteculos de

comunicaccedilatildeo

76 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORGES NCF Caracterizaccedilatildeo da aacutegua cinza para promoccedilatildeo da

sustentabilidade dos recursos hiacutedricos 91 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Recursos Hiacutedricos e Ambiental) Universidade Federal do

ParanaacuteSetor de Tecnologia Curitiba-PR 2003

COCHRAN WG Teacutecnicas de amostragem Rio de Janeiro USAID 1965 555

p

DALTRO FILHO J SALES ATC Condiccedilotildees de salubridade de habitaccedilotildees

em uma comunidade do semi-aacuterido de Sergipe In 22o CONGRESSO

BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2003 Joinville

Anais Joinville ABES 2003 1 CD-ROM

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2001 1

CD-ROM

NASCIMENTO FILHO DG Contaminaccedilatildeo do manancial subterracircneo da

cidade de Feira de Santana por nitratos influecircncia das fossas seacutepticas In IX

SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

205

CAPIacuteTULO 8

CONCLUSOtildeES FINAIS

Com relaccedilatildeo agrave hipoacutetese formulada nesta tese verificou-se

(i) A aacutegua armazenada nas cisternas geralmente natildeo atendia aos padrotildees

estabelecidos para aacutegua destinada ao consumo humano Isso se deve ao fato

de que a aacutegua de chuva embora seja notoriamente de boa qualidade a aacutegua

armazenada nas cisternas monitoradas natildeo era exclusivamente de origem

pluvial e os cuidados com a proteccedilatildeo sanitaacuteria natildeo eram adequados

(ii) A aacutegua produzida nos quatro dessalinizadores monitorados embora nem

sempre tenha atendido aos padrotildees de potabilidade no geral mostrou-se de

boa qualidade para o consumo humano

(iii) Em nenhuma ocasiatildeo verificou-se que a qualidade de aacutegua dos barreiros

era apropriada para o consumo humano sendo no entanto recomendada

penas para usos menos nobres como por exemplo a dessedentaccedilatildeo de

animais Esse resultado jaacute era esperado em virtude de que estas estruturas

ficam bastante expostas sendo bastante susceptiacuteveis agrave contaminaccedilatildeo Aleacutem

disso havia sido verificado na literatura constataccedilatildeo similar

Com base nos estudos que foram conduzidos nesta pesquisa concluiu-

se

1 ndash Embora os indicadores ICV e IDH de desenvolvimento dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute venham ascendendo ao longo dos anos verificou-se em geral

que as condiccedilotildees de saneamento estatildeo aqueacutem do ideal Vaacuterias deficiecircncias

foram identificadas na aacuterea em estudo

(i) Uma necessidade de melhorar a preservaccedilatildeo manutenccedilatildeo e vistorias das

unidades do sistema de abastecimento e conscientizaccedilatildeo de evitar o

desperdiacutecio de aacutegua Aleacutem disso eacute uma necessidade premente que as

empresas responsaacuteveis devam promover um controle efetivo do sistema de

abastecimento atraveacutes do desenvolvimento de dois planos independentes um

de manutenccedilatildeo e outro de reabilitaccedilatildeo pois como foi relatado as perdas de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

206

aacutegua nos sistemas de abastecimento de aacutegua na aacuterea estudada satildeo elevadas

atingindo ateacute 76 (Petrolacircndia)

(ii) A ausecircncia de rede coletora em vaacuterias cidades (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas

Chorrochoacute e Monte Alegre de Sergipe) a baixa cobertura de coleta (menos de

50 das casas ligadas agrave rede de esgoto) em vaacuterias cidades (Delmiro Gouveia

Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco

Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo) e a

maacute preservaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio tecircm contribuiacutedo para o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

(iii) Necessidade de elaboraccedilatildeo de projetos criteriosos maior atenccedilatildeo com

relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos componentes do sistema de

drenagem

(iv) Uma necessidade de proporcionar um tratamento e disposiccedilatildeo adequados

aos resiacuteduos soacutelidos e elaboraccedilatildeo de um programa sistemaacutetico de educaccedilatildeo

ambiental

(v) Uma infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede e carecircncia de

profissionais de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida

(atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com 941) as altas taxas de

mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice aceitaacutevel da ONU que eacute

de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com um valor maacuteximo em

Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) e o nuacutemero elevado de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200 casos de diarreacuteia

notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

2 ndash Devido agrave ineficiecircncia no tocante aos cuidados com operaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos dessalinizadores de 56 unidades de dessalinizaccedilatildeo na aacuterea

de Xingoacute somente 11 vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem de 45

unidades que natildeo estavam produzindo aacutegua dessalinizada acrescente-se a

paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Adicionalmente

verificou-se que o rejeito gerado vinha sendo descartado no meio ambiente

sem nenhum criteacuterio contribuindo para a sua degradaccedilatildeo As anaacutelises de aacutegua

do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de cloretos STD e condutividade

eleacutetrica Os maiores valores foram verificados no rejeito gerado no

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

207

dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE) sendo esses valores iguais a

6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e de 18020 microScm (condutividade

eleacutetrica) Amostras de solo coletadas no local de despejo do rejeito dessas

unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao solo A condutividade

eleacutetrica de cada um dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas

no ponto de despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo

como salino sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor

foi verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

3 ndash Os valores de cor aparente turbidez e dureza da aacutegua do permeado

produzido pelos dessalinizadores de Areias Aroeira Minuim e Icozeira sempre

atenderam agrave Portaria 518 do MS No entanto o pH do permeado produzido nos

dessalinizadores de Aroeira e no de Icozeira nem sempre o STD e a

concentraccedilatildeo de cloretos do permeado produzido no dessalinizador de Areias

nem sempre atenderam agrave Portaria no 518 do MS Embora natildeo tenha sido

detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes no permeado conveacutem

efetuar a desinfecccedilatildeo pois as torneiras onde se retira o permeado ficam

expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute transportada em baldes com boa

possibilidade de ficar contaminada

4 ndash Levantamentos sobre as condiccedilotildees de uso das cisternas e anaacutelises de

aacutegua coletada evidenciaram a necessidade premente de um sistemaacutetico

programa de capacitaccedilatildeo dos usuaacuterios e de monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua

5 ndash A aacutegua estocada nos barreiros natildeo deve ser consumida pela populaccedilatildeo

pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de coliformes natildeo estatildeo

compatiacuteveis com a Portaria 518 do MS

6 ndash Com os resultados da aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios agrave populaccedilatildeo de Poccedilo

Redondo constatou-se o baixo niacutevel de escolaridade e de renda dos chefes de

famiacutelia e da maacute qualidade dos setores de serviccedilo

7 ndash De acordo com a opiniatildeo dos entrevistados na zona rural de Poccedilo

Redondo o serviccedilo de sauacutede foi o que apresentou maior percentual com

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

208

389 dos entrevistados escolhendo-o como o melhor serviccedilo enquanto que

284 responderam que natildeo sabiam qual o melhor serviccedilo

8 ndash Na zona urbana o serviccedilo que apresentou maior percentual foi o de

limpeza puacuteblica com cerca de 321 dos entrevistados elegendo-o como o

melhor serviccedilo Um percentual de 205 dos entrevistados natildeo soube

responder

9 ndash Tanto na zona rural como na urbana o esgotamento sanitaacuterio foi escolhido

como o pior serviccedilo respectivamente com 262 e 423 das pessoas

questionadas

Espera-se que os resultados deste trabalho proporcionem subsiacutedios que

auxiliem os gestores nas tomadas de decisotildees nas questotildees que envolvam o

saneamento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

209

ANEXOS

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

210

ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR (MODELO AP

10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

211

Bombadosadora

M - 4

M - 3M - 2M - 1 PSLV - 1

Filtros de cartucho

L1 L2 L3

V - 2

V - 4

Bomba de alta pressatildeo

RecirculaccedilatildeoL6

V - 9 P1

P2

P3

V - 3

Q1

Q2

V - 6

V - 5

VR

VR

V - 7

V - 8

Efluente concentrado

Efluentepermeado

L4

L5

A

B

Aacutegua de alimenta ccedilatildeo(Salobra)

Lim pezaquiacutem ica - eRetrolavagem -

B

A

Figura A1 Fluxograma do dessalinizador (modelo AP 10004000 da

Perenne) de Minuim (Santa Briacutegida-BA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

212

A1 ndash DESCRICcedilAtildeO DO PROCESSO (RELACIONADO Agrave FIGURA A1)

A aacutegua salobra (L1) eacute admitida na unidade atraveacutes da vaacutelvula (V ndash 1) em seguida passa por uma bateria de filtros de cartucho onde satildeo removidos os soacutelidos em suspensatildeo A referida bateria eacute composta por 6 filtros de cartucho em paralelo Apoacutes a bateria de filtros a aacutegua salobra filtrada eacute enviada para a bomba de alta pressatildeo (L2) que fornece pressatildeo suficiente para remover os sais atraveacutes das membranas)

A linha L3 alimenta o vaso de pressatildeo onde ocorre o processo de separaccedilatildeo As linhas L4 e L5 conduzem respectivamente concentrado e aacutegua potaacutevel Obs No caso de queda de pressatildeo na L2 apoacutes os filtros de cartucho (por falta de aacutegua de alimentaccedilatildeo entupimento dos filtros vazamentos etc) o equipamento desliga-se automaticamente

A2 ndash DESCRICcedilAtildeO DAS LINHAS EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS A21 ndash LINHAS (REFERE-SE AO FLUXOGRAMA DE PROCESSO COMPLETO) Tabela A1 Linhas Linha Material Qualidade da aacutegua Utilizaccedilatildeo

L1 PVC Salobra (baixa pressatildeo natildeo exceder 7 kgcm2)

Alimentaccedilatildeo dos filtros de 5 micra

L2 CPVCnylon Salobra (baixa pressatildeo) Captaccedilatildeo da aacutegua dos filtros de 5 micra para

alimentaccedilatildeo da bomba de alta

pressatildeo L3 PVC Salobra (alta pressatildeo natildeo

exceder 30 kgcm2) Transporta aacutegua salobra filtrada e

pressurizada durante a operaccedilatildeo para

alimentar os permeadores

L4 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Transporta aacutegua salobra concentrada

L5 PVC Potaacutevel (baixa pressatildeo) Transporta aacutegua potaacutevel para o reservatoacuterio

L6 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Recircula o concentrado para

aumentar a recuperaccedilatildeo do

sistema (opcional)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

213

A22 ndash EQUIPAMENTOS Tabela A2 Bomba de alta pressatildeo

Tipo Pressatildeo de operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga multi-

estaacutegio

180 220380 V ndash monofaacutesicotrifaacutesico ndash 60

Hz

30 Comprimir a aacutegua salobra filtrada a ser

enviada aos permeadores

Tabela A3 Bomba de retrolavagem Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga em Noryl

20 220 V ndash monofaacutesicondash

60 Hz

13 Fazer retrolavagem e limpeza quiacutemica

Tabela A4 Bomba dosadora (opcional) Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Funccedilatildeo

Diafragma 180 Bobina Saw Dosar aacutecido eou anti-incrustante

Tabela A5 Vaacutelvulas Vaacutelvula Tipo Funccedilatildeo V ndash 1 Esferamanual Controlar a entrada da aacutegua salobra

(aacutegua do poccedilo) V ndash 2 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda da bomba de alta pressatildeo V ndash 3 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda do concentrado do permeador (regulagem do dessalinizador)

V ndash 4 Esferamanual Controlar o sistema de retrolavagem V ndash 5 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 6 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 7 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 8 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 9 Registromanual Ajustar a recirculaccedilatildeo (opcional) VR Retenccedilatildeo Assegurar o sistema

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

214

Tabela A6 Filtros de cartucho (5 micra) Quantidade Elemento filtrante Vazatildeo maacutexima de

operaccedilatildeo (m3helemento)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo (kgcm2)

6 Cartucho de celulose

aglomerada eou polipropileno 5

micras

10 Diferencial de 18 ndash 24

Tabela A7 Permeadores (P1 P2 e P3) Nuacutemero de elementos

Comprimento (m) Diacircmetro (m)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo

(psi)

Temperatura maacutexima de

operaccedilatildeo (oC)

3 30 01 3550 45 Obs os permeadores satildeo tubos de alta pressatildeo confeccionados em plaacutestico reforccedilado com fibra de vidro internamente montados com membranas de osmose reversa (3 membranas em cada permeador) e com vazatildeo maacutexima por permeador de 36 m3h

A23 ndash INSTRUMENTACcedilAtildeO Tabela A8 Manocircmetros

Manocircmetro Funccedilatildeo M ndash 1 Verificar a pressatildeo da alimentaccedilatildeo da bateria de filtros de cartucho

(5 micra) M ndash 2 Verificar a pressatildeo de saiacuteda da bateria de filtros de cartucho (5

micra) M ndash 3 Verificar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo dos permeadores M ndash 4 Verificar a pressatildeo de saiacuteda dos permeadores (concentrado)

Tabela A9 Medidores de vazatildeo Manocircmetro Funccedilatildeo

Q1 Medir a vazatildeo da aacutegua concentrada Q2 Medir a vazatildeo da aacutegua potaacutevel

Tabela A10 Pressostato Pressatildeo de

acionamento (kgcm2)

Funccedilatildeo

10 Controlar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo da bomba de alta pressatildeo e enviar sinal eleacutetrico para o desligamento da

bomba de alta pressatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

215

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM

POCcedilO REDONDO-SE (Figuras B1 a B20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

216

Figura B1 Areias Figura B2 Assentamento

Cajueiro

Figura B3 Assentamento Maria Bonita

Figura B4 Assentamento Maria Feitosa

Figura B5 Assentamento Mulungu

Figura B6 Assentamento Pioneira

Figura B7 Assentamento Satildeo Francisco

Figura B8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

217

Figura B9 Maranduba Figura B10 Pia do Boi

Figura B11 Queimadas Figura B12 Rancho Velho

Figura B13 Tanque Novo Figura B14 Berro Grosso

Figura B15 Flor da Serra Figura B16 Assentamento

JacareacuteCurituba

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

218

Figura B17 Peacute da Serra Figura B18 Salgadinho

Figura B19 Satildeo Joseacute Figura B20 Serra da Guia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

219

ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS CISTERNAS

MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE (Figuras C1 a C20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

220

Figura C1 Areias

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

(g)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

(c) (d)

(f)

(h)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

221

Figura C2 Assentamento Cajueiro

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

5

10

15

20

25

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

2

4

6

8

10

12

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

050

100150200250300350400

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

(f)

(h)(g)

(e)

(c)

(b)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

(d)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

222

Figura C3 Assentamento Maria Bonita

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

05

1015202530354045

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(a)

(d)(c)

(e) (f)

(g) (h)

(j)

(b)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

223

Figura C4 Assentamento Maria Feitosa

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(b)

(d)(c)

(a)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

224

Figura C5 Assentamento Mulungu

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Tur

bide

z (u

T)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

ST

D (m

gL)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

DESO + chuva DESO

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

225

Figura C6 Assentamento Pioneira

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO + chuva chuva DESO

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva chuva DESO

(b)

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

226

Figura C7 Assentamento Satildeo Francisco

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

02468

1012141618

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

123456789

1011121314

pH

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

227

Figura C8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

020406080

100120140160180

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

228

Figura C9 Maranduba

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

229

Figura C10 Pia do Boi

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chafariz + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chafariz + chuva chuva

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

230

Figura C11 Queimadas

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

6

7

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

05

1

15

2

25

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

(f)

(h)(g)

(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

231

Figura C12 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

14

Cor

apa

rent

e (u

H)

02468

1012141618

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

232

Figura C13 Tanque Novo

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

Turb

idez

(uT)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

10

20

30

40

50

60

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

(b)(a)

(c) (d)

(f)

(g) (h)

(j)(i)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

233

Figura C14 Berro Grosso

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

(i)

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

10121416

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(h)

(j)

(g)

(f)(e)

(d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

234

Figura C15 Flor da Serra

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(c)

(f)(e)

(d)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

235

Figura C16 Assentamento JacareacuteCurituba

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0102030405060

7080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO

(g)

(i) (j)

(h)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

236

Figura C17 Peacute da Serra

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

237

Figura C18 Salgadinho

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

100

200

300

400

500

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

238

Figura C19 Satildeo Joseacute

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

239

Figura C20 Serra da Guia

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Scm

)

020406080

100120140160180

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

(g) (h)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

240

ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

241

Figura D1 Bomba bola de gude

Tabela D1 Material necessaacuterio para a confecccedilatildeo da bomba bola de gude Parte interna Parte externa bull Joelho de 90o soldaacutevel de 32 mm bull Cap soldaacutevel bull Tubo de 32 mm com 15 cm bull Tubo de 32 mm com 25 cm bull Tubo de 32 mm com 10 cm bull Tubo de 30 mm com 240 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull T soldaacutevel de 32 mm bull Luva soldaacutevel 25 por 32 mm mista bull Luva soldaacutevel com rosca 25 por 32 mm mista bull 2 bolas de gude bull 1 anel de sola

bull Bucha de reduccedilatildeo soldaacutevel curta de 50 por 40 mm bull Adaptador (frange) de 50 por 1 12rdquo com rosca interna bull Tubo de 50 mm com 225 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull Tubo de 50 mm com 150 mm com furo bull Luva de 50 por 1 frac12 mista bull Luva de reduccedilatildeo soldaacutevel 50 por 32 mm bull Luva soldaacutevel com rosca 25 cm por 32 mm

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

242

ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

243

E1 ndash CARACTERIacuteSTICAS DO CLORADOR DA EMBRAPA Simples barato eficiente e pode ser montado pelo proacuteprio usuaacuterio Sua finalidade eacute clorar a aacutegua em propriedades rurais

Figura E1 Cloraccedilatildeo de aacutegua do reservatoacuterio

Figura E2 Esquema de montagem do clorador da EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

244

E2 ndash COMO PROCEDER PARA CLORAR A AacuteGUA A SER CONSUMIDA 1 ndash Fechar o registro (A) da entrada de aacutegua para o reservatoacuterio

2 ndash Abrir a torneira (B) para aliviar a pressatildeo da tubulaccedilatildeo Quando a aacutegua

parar de escorrer tornar a fechaacute-la

3 ndash Preparar a soluccedilatildeo de cloro da seguinte forma em frac12 copo de aacutegua colocar

uma colher rasa de cafeacute do cloro granulado (adquirido no comeacutercio

especializado em venda de produtos para piscina) e misturar bem ateacute diluir o

cloro Esta quantidade eacute suficiente para um reservatoacuterio com capacidade de

500 L de aacutegua

4 ndash Apoacutes isso abrir o registro (C) e entornar lentamente a soluccedilatildeo no receptor

de cloro (D) procurando evitar o borbulhamento da soluccedilatildeo que pode causar

acidente caso atinja os olhos

5 ndash Apoacutes esta operaccedilatildeo lavar o receptor de cloro (D) com aacutegua limpa e em

seguida fechaacute-lo

6 ndash Apoacutes isso fechar o registro do clorador (C) e abrir o registro da entrada de

aacutegua Assim que o cloro atingir o reservatoacuterio a aacutegua estaraacute clorada Uma hora

depois estaraacute isenta de germes Para acelerar esse processo basta utilizar a

aacutegua da caixa dando uma descarga no vaso sanitaacuterio

Obs a cloraccedilatildeo deve ser precedida por uma filtraccedilatildeo Adquirindo-se um kit de

dosagem de cloro pode-se verificar se a aacutegua estaacute corretamente clorada na

dosagem ideal

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

245

E3 ndash Material necessaacuterio para montagem do clorado da EMBRAPA

(a) Adaptador 25 x 34 (R$625unid) (b) Bucha reduccedilatildeo 60 x 25 (R$355unid)

(c) Registro Esfera 34 (R$1185unid) (d) Niacutepel ndash 34 ndash R$047unid)

(e) Tecirc 25 mm (R$061unid) (f) Tecirc 25 mm rosqueado (R$148unid)

(g) Torneira de jardim 12 (R$1058unid) (h) Tubo 25 mm (R$180m)

Figura E3 Tubos e conexotildees necessaacuterios para a montagem do clorador da EMBRAPA (com a indicaccedilatildeo de preccedilos - Tupan Construccedilotildees Recife 27012007)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

246

ANEXO F FILTRO DE AREIA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

247

Tabela F1 Eficiecircncia da remoccedilatildeo do filtro de areia

Paracircmetro Desempenho do filtro Cor Reduccedilatildeo de 30 a 100

Turbidez Reduccedilatildeo para 1 UNT Coliformes termotolerantes Reduccedilatildeo entre 95 e 100

Cercarias Virtual remoccedilatildeo de cercaacuterias de schistossoma cistos e ovos

Viacuterus Virtual completa remoccedilatildeo Mateacuteria orgacircnica 60 a 75 de reduccedilatildeo

Ferro e manganecircs Muito removidos Metais pesados 30 a 95 de reduccedilatildeo

Figura F1 Esquema do filtro de areia (PINTO HERMES 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

248

ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras G1 a G8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

249

Figura G1 Pia do Boi Figura G2 Rancho Velho

Figura G3 Satildeo Sebastiatildeo Figura G4 Titoacuteia

Figura G5 Junccedila Figura G6 Maravilha

Figura G7 Poccedilo Preto Figura G8 Salitrado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

250

ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS

BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras H1 a H8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

251

Figura H1 Pia do Boi

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

STD

(mg

L)

0

100

200

300

400

500

600

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

252

Figura H2 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(a) (b)

(d)

(e) (f)

(h)(g)

0500

10001500200025003000350040004500

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

253

(c) Satildeo Sebastiatildeo

Figura H3 Satildeo Sebastiatildeo

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0102030405060708090

100

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800900

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

STD

(mg

L)

0

20

40

60

80

100

120

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(f)(e)

(d)

(a) (b)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

254

Figura H4 Titoacuteia

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

1000

STD

(mg

L)

05

10152025303540

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)

(b)(a)

0

50

100

150

200

250

300

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

6080

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

2040

60

80

100120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

255

Figura H5 Junccedila

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(d)(c)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

256

Figura H6 Maravilha

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

2030

40

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

010

20

3040

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

(h)

(i) (j)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

257

Figura H7 Poccedilo Preto

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

30

60

90

120

150

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200

300400500600

700800

ST

D (m

gL)

01020304050607080

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

258

Figura H8 Salitrado

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(f)(e)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

259

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO

APLICADO EM POCcedilO REDONDO-SE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

260

SERVICcedilO PUacuteBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO A pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras

hiacutedricas na aacuterea de Xingoacuterdquo tem entre os seus objetivos especiacuteficos sugerir e orientar

medidas relacionadas com o abastecimento humano no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

com o objetivo de sua melhoria Para isso seratildeo feitas algumas perguntas aos

moradores e as respostas seratildeo anotadas em questionaacuterio Todas as informaccedilotildees seratildeo

anocircnimas (sigilosas) O entrevistado natildeo seraacute identificado nem assinaraacute qualquer

documento garantindo-lhe total sigilo Os resultados serviratildeo agrave elaboraccedilatildeo de trabalho

para conclusatildeo de curso de doutorado Poderatildeo os seus resultados serem publicados em

trabalhos cientiacuteficos e agrave prefeitura de Poccedilo Redondo-SE a fim de contribuir para

melhoria da qualidade de vida da aacuterea estudada Sabe-se que a sauacutede da populaccedilatildeo estaacute

diretamente ligada agrave existecircncia de serviccedilos de saneamento adequados

Eu ____________________________________ declaro que tomei conhecimento da (nome da pessoa entrevistada)

pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute e livremente concordo em participar da mesma

Diante deste termo dato e assino abaixo ________________________________________________________ Giovanni de Melo Perazzo (entrevistador)

Poccedilo Redonso-SE____ de ______________ de ______

Obs para qualquer duacutevida ou esclarecimento por parte do entrevistado entrar em contato com o

entrevistador (Giovanni de Melo Perazzo) nos seguintes telefones (82) 3686-1557 ou (81) 2126-8906

Departamento de Engenharia Civil - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Ambiental e Recursos

Hiacutedricos Endereccedilo Av Acadecircmico Heacutelio Ramos sn ndash Cidade Universitaacuteria CEP 50740-530 Recife-PE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

261

Riscos A referida pesquisa oferece riscos miacutenimos agrave pessoa entrevista incluindo-se a

possibilidade de causar-lhe constrangimento com relaccedilatildeo agraves perguntas oferecidas pelo

questionaacuterio

Benefiacutecios Com a obtenccedilatildeo dos conhecimentos obtidos sobre o saneamento ambiental

(potencialidades deficiecircncias e proposiccedilotildees) no municiacutepio investigado (Poccedilo Redondo-

SE) espera-se que accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo de planejamento e definiccedilatildeo de tomada de

decisotildees possam ser efetuadas por parte dos gestores no sentido de melhoria do niacutevel

de vida da populaccedilatildeo em particular o saneamento ambiental

______________________________

(assinatura do entrevistado)

______________________________

Assinatura de testemunha

______________________________

Assinatura de testemunha

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

262

Paracircmetros a serem coletados junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo submetidos agrave aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc

de Eacutetica do CCSUFPE 1) Perfil 11) Niacutevel de escolaridade do chefe de famiacutelia Natildeo possui ( ) alfabetizado ( ) 1o grau ( ) 2o grau ( ) superior ( ) poacutes-graduaccedilatildeo ( ) 12) Funccedilatildeo (profissatildeo) ____________________________ 13) Quantas horas por dia trabalha Menos de 4 horas ( ) 4 horas ( ) 5 horas ( ) 6 horas ( ) 7 horas ( ) 8 horas ( ) 9 horas ( ) 10 horas ( ) mais de 10 horas ( ) 14) Renda mensal Menor que 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 2 salaacuterios miacutenimo ( ) 3 salaacuterios miacutenimo ( ) 4 salaacuterios miacutenimo ( ) maior que 4 salaacuterios miacutenimo ( ) 15) Nuacutemero de residentes na casa onde mora ______ 16) Quais culturas cultiva Feijatildeo ( ) milho ( ) mandioca ( ) mamatildeo ( ) melancia ( ) cenoura ( ) outras ( ) quais_____________________________ 17) Animais que cria Cabras e bodes ( ) ndash quantos________________ Vacas e bois ( ) ndash quantos________________ Porco ( ) ndash quantos________________ Galinha ( ) ndash quantos________________ Outros ( ) ndash quais________________________ quantos________________ 2) Objeto 21) Tipo de parede da casa Tijolo ( ) taipa ( ) madeira ( ) adobe ( ) bloco de cimento ( ) outra ( ) 22) Tipo de revestimento da parede Sem reboco ( ) rebocada ( ) rebocada parcialmente ( ) rebocada e caiada ( ) outra ( ) 23) Material da cobertura Telha de barro ( ) telha de cimento amianto ( ) telha de alumiacutenio ( ) madeira ( ) palha ( ) outra ( ) 24) Material do piso do chatildeo Madeira ( ) tijolo ( ) terra ( ) ladrilhoceracircmicacimento ( ) 25) Pavimentaccedilatildeo da rua Paralelepiacutepedo ( ) asfalto ( ) barro ( ) outro ( ) natildeo tem ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

263

26) Local onde existe fissura na casa Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) sem fissura ( ) 27) Local na casa onde existe umidade Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) Natildeo existe ( ) 28) Forma de abastecimento de aacutegua No inverno rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) No veratildeo rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) 29) Possui caixa daacutegua ou cisterna Sim ( ) Quantos litros____________ Natildeo ( ) 210) Possui hidrocircmetro Sim ( ) Natildeo ( ) 211) Como trata a aacutegua que bebe filtra ( ) cocirca ( ) ferve ( ) usa cloro ( ) natildeo trata ( ) 212) Destino do esgoto da casa fossa seacuteptica p depois ir para o solo ( ) fossa seacuteptica p depois ir p a rede coletora ( ) fossa seca ( ) solo a ceacuteu aberto ( ) rede coletora ( ) 213) Possui banheiro Na casa ( ) fora da casa ( ) natildeo possui banheiro ( ) 214) As aacuteguas servidas satildeo aproveitadas de alguma forma Sim ( ) como _______________ natildeo ( ) 215) Destino do lixo Coletado pela prefeitura ( ) queimado ( ) enterrado ( ) mato ( ) rio ( ) 216) Teve algum caso de doenccedila nos residentes nos uacuteltimos 6 meses Sim ( ) qual _______________ Natildeo ( ) 217) Acesso aos oacutergatildeos de sauacutede puacuteblica Oacutetimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) peacutessimo ( ) 3) Aberto 31) Qual o pior serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

264

32) Qual o melhor serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( ) 33) Grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada um dos serviccedilos prestados Abastecimento de aacutegua Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Esgotamento sanitaacuterio Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Drenagem pluvial Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Limpeza puacuteblica Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Serviccedilos de sauacutede Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

GGIIOOVVAANNNNII DDEE MMEELLOO PPEERRAAZZZZOO SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute

TTeessee aapprreesseennttaaddaa aaoo PPrrooggrraammaa ddee PPoacuteoacutess--ggrraadduuaaccedilccedilatildeatildeoo eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeerrnnaammbbuuccoo ppaarraa oobbtteennccedilccedilatildeatildeoo ddoo ttiacuteiacutettuulloo ddee DDoouuttoorr eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill AacuteAacuterreeaa ddee CCoonncceennttrraaccedilccedilatildeatildeoo TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ee RReeccuurrssooss HHiacuteiacuteddrriiccooss OOrriieennttaaddoorr MMaarriioo TTaakkaayyuukkii KKaattoo

PPrrooff aaddjjuunnttoo PPhhDD eemm TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee AAggrriacuteiacuteccoollaa ddee WWaaggeenniinnggeenn HHoollaannddaa

CCoo--oorriieennttaaddoorr SSaacuteaacutevviiaa GGaavvaazzzzaa ddooss SSaannttooss PPrrooffaa aaddjjuunnttaa ddoouuttoorraa ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee ddee SSatildeatildeoo CCaarrllooss--SSPP

RReecciiffee 22000077

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

P427s Perazzo Giovanni de Melo

Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute Giovanni de Melo Perazzo ndash Recife O Autor 2007

xii 264 f il graacutefs tabs Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CTG Depto de Engenharia Civil Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Civil 2007

Inclui referecircncias bibliograacuteficas e anexos 1 Engenharia Civil 2 Saneamento Ambiental 3

Aacutegua - Qualidade 4 Aacutegua ndash Abastecimento - Xingoacute I Tiacutetulo

624 CDD (22ed) UFPEBCTG2007-065

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ldquoA aacutegua eacute um recurso natural renovaacutevel que apresenta sinais de escassez Esta escassez se faz sentir quando a aacutegua eacute desperdiccedilada ou perdida por natildeo se reconhecer o seu verdadeiro valorrdquo (BANCO MUNDIAL 1992)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Geraldo Perazzo e Diana Abrantes de Melo Perazzo minha eterna gratidatildeo

Agrave toda minha famiacutelia pelo que me tem proporcionado

Ao Professor Mario Takayuki Kato orientador e idealizador desta tese

pelo apoio orientaccedilatildeo e pela confianccedila que depositou em mim

Agrave professora e co-orientadora Saacutevia Gavazza pelas sugestotildees

orientaccedilotildees e amizade

Agrave Professora Lourdinha Florencio pela amizade e conhecimentos transmitidos

Aos professores da UFPE que fazem a Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia

Civil em especial aos professores Maria do Carmo Sobral Joseacute Mariano de

Saacute Aragatildeo Paulo Tadeu Ribeiro de Gusmatildeo Suzana Montenegro Jaime

Cabral Sylvio Campello pela contribuiccedilatildeo acadecircmica e profissional

imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do meu doutorado

Aos colegas Vicente de Paula e Ronaldo Faustino pela amizade

sincera companheirismo cooperaccedilatildeo lealdade e por terem compartilhado

duacutevidas problemas soluccedilotildees e alegrias

Ao professor da UFRPE Joseacute Antonio Aleixo pela contribuiccedilatildeo na parte

estatiacutestica

Aos dedicados funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Civil

Ronaldo Fonseca Teacutecnico do Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental

Laudenice Bezerra e Andreacutea Negromonte secretaacuterias do curso de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia Civil da UFPE pelo profissionalismo e sincera

amizade

A todos os amigos e colegas da Poacutes-graduaccedilatildeo e do Grupo de

Saneamento Ambiental em especial a Ana Maria Bastos Ana Paula de

Arauacutejo Ana Claacuteudia Andreacute Felipe Santos Diogo Santana Flaacutevio Joseacute Castro

Filho Jefferson Henrique Bonfim Kenia Barros Maria Clara Mendonccedila Mariacutelia

Lyra Mauriacutecio Pimenta Marcos Vieira Petronildo Bezerra Silvana Arauacutejo

Simone Machado Sergio Carneiro Suzana Pedroza Tauil Selingardi Joseacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Armando Torres Moreno e Valmir Marques pelo companheirismo e alegria

durante toda nossa convivecircncia

Agrave professora e diretora do Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute professora Isabel Marinho pelo indispensaacutevel apoio agrave

pesquisa A todos os amigos que convivi no Instituto Xingoacute e que de alguma

forma ajudaram-me na soluccedilatildeo de problemas Rivaldo Pereira (Pingo)

Anselmo Alves Rivaldo Couto Jucelino Schaeffer Renato Figueiredo Jailza

Siqueira Joseacute Gomes Auro Andrade Marcelo Barbalho Renata Paulino

Ricardo Bezerra Ana Rute Bernardino Ramalho Alberto Guedes Joseacute Castro

Erick Lopes Paulo Belchior Aidil Almeida e Wbaneide Andrade

A todos os amigos que estatildeo ou que passaram pelo Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental em especial a Juliana Cardoso Juilma Anailda da

Silva Luiacuteza Feitosa Taciana dos Santos Sylvia Costa Aparecida Guilherme

Poliana Maria Andreacute Diego Cinthia Melquiacuteades Elizabeth Pastich Ewson

Andrade Ednaldo Gomes Aline Brasil Aluiacutezio Galdino Ismaacutelia Melo Luiz

Galdino Rodrigo Mendonccedila Solange Melo Yuri Vieira entre outros pela

colaboraccedilatildeo e amizade

Agrave FUNASA pelo apoio financeiro e em especial ao consultor ad hoc

Osman Lins e agrave Sra Filomena Kotaka pela amizade e apoio agrave pesquisa

Ao Ministeacuterio da Ciecircncia e TecnologiaCAPES pelo apoio financeiro agrave

pesquisa

Agrave Universidade Federal de Pernambuco pela oportunidade iacutempar de

desenvolver este trabalho

Ao Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico de Xingoacute pelo

apoio logiacutestico

Agraves prefeituras dos municiacutepios de Xingoacute em particular agrave prefeitura de

Poccedilo Redondo pelas informaccedilotildees e apoio

Aos moradores entrevistados em Poccedilo Redondo pelas entrevistas aos

questionaacuterios semi-estruturados

Aos proprietaacuterios das 20 cisternas monitoradas por consentirem a coleta

de aacutegua para anaacutelise

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

SUMAacuteRIO

Paacutegina

LISTA DE FIGURAS i

LISTA DE TABELAS iv

LISTA DE SIGLAS E SIacuteMBOLOS vii

RESUMO ix

ABSTRACT xi

CAPIacuteTULO 1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

1

1 OBJETIVOS DA PESQUISA 4 11 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA 4 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 4 13 HIPOacuteTESE 4 14 ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE 5 CAPIacuteTULO 2 O ESTADO DA ARTE

7 21 A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-

AacuteRIDO BRASILEIRO

7 22 SANEAMENTO AMBIENTAL 14 23 QUALIDADE DE AacuteGUA 16 231 Generalidades 16 232 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos 18 233 Paracircmetros bacterioloacutegicos 23 234 Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano 24 24 ABASTECIMENTO DE AacuteGUA 26 241 Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua 26 242 Obras hiacutedricas de pequeno porte 29 24 ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA

QUALIDADE DE AacuteGUA

45 241 Dessalinizaccedilatildeo 45 242 Filtraccedilatildeo domiciliar 55 243 Desinfecccedilatildeo 56 244 Moringa 56 245 Aguapeacute (Eichornia crassipes) 58

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 25 USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO

AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

59 251 Controle de perdas e desperdiacutecio 59 252 Reuacuteso de aacutegua 60 26 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 61 CAPIacuteTULO 3 PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

77

RESUMO 77 ABSTRACT 77 31 INTRODUCcedilAtildeO 78 32 METODOLOGIA 78 33 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 79 331 Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 79 332 Perfil do saneamento ambiental 85 34 CONCLUSOtildeES 100 35 RECOMENDACcedilOtildeES 101 36 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 102 CAPIacuteTULO 4 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE DESSALINIZADORES NA AacuteREA DE XINGOacute

105

RESUMO 105 ABSTRACT 105 41 INTRODUCcedilAtildeO 106 42 METODOLOGIA 107 43 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 111 44 CONCLUSOtildeES 138 45 RECOMENDACcedilOtildeES 140 46 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 141

CAPIacuteTULO 5 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO REDONDO-SE

143 RESUMO 143 ABSTRACT 143 51 INTRODUCcedilAtildeO 144 52 METODOLOGIA 147 53 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 152 54 CONCLUSOtildeES 167

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 55 RECOMENDACcedilOtildeES 169 55 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 170 CAPIacuteTULO 6 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM

POCcedilO REDONDO-SE

173

RESUMO 173 ABSTRACT 173 61 INTRODUCcedilAtildeO 173 62 METODOLOGIA 174 63 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 176 64 CONCLUSOtildeES 180 65 RECOMENDACcedilOtildeES 181 66 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 181 CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO REDONDO-SE

183

RESUMO 183 ABSTRACT 183 71 INTRODUCcedilAtildeO 184 72 METODOLOGIA 184 73 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 188 731 Perfil dos moradores 188 732 Objeto (perfil sanitaacuterio) 191 733 Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de

saneamento)

200 74 CONCLUSOtildeES 203 75 RECOMENDACcedilOtildeES 203 76 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 204

CAPIacuteTULO 8 CONCLUSOtildeES GERAIS

205

ANEXOS 209 ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR

(MODELO AP 10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA) 210

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 215 ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS

CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 219

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE 240 ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA 242 ANEXO F FILTRO DE AREIA 246 ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 248 ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS BARREIROS

MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 250

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO APLICADO EM POCcedilO

REDONDO-SE 259

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

i

LISTA DE FIGURAS Paacutegina Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o

detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GeoXingoacute)

3 Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-Aacuterido no Brasil (IBAMA 2003

apud Freire 2004)

10 Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999) 32 Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001) 37 Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001) 38 Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Costa e Melo (ABREU 2001) 39 Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997) 40 Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS

1997)

41 Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e

amostragem (FREITAS 1997)

41 Figura 29 Processos de osmose (CRAVO 1999) 47 Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al

(2006)

54 Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento

de aacutegua na aacuterea de Xingoacute

88 Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

89 Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da

aacuterea de Xingoacute no rio Satildeo Francisco e seus afluentes

90 Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com

utilizaccedilatildeo inadequada na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas envolvendo o esgotamento sanitaacuterio

na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea

de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

92 Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de

Xingoacute

93 Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionadas aos resiacuteduos soacutelidos e

limpeza puacuteblica na aacuterea de Xingoacute

95 Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos

na aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

95 Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

99 Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem

dessalinizador em Poccedilo Redondo

113 Figura 42 Dessalinizadores monitorados 117 Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

121

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ii

Paacutegina Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias 123 Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira 125 Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim 127 Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira 129 Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

136 Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

154 Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da

cisterna do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de detritos

155 Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 54 Caixa construiacuteda sem impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas

nas caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

163 Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

188 Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo 189 Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo 189 Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo 190 Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo 190 Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas 193 Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo

Redondo

195 Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo 195 Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro 196 Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do

vaso sanitaacuterio

196 Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal de residecircncia 196 Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

197

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iii

Paacutegina Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidades de tratamento de Santa

Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso

em Santa Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de

Poccedilo Redondo

198 Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

200 Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 200 Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 201 Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua

na opiniatildeo dos entrevistados

201 Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem urbana na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

202

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iv

LISTA DE TABELAS

Paacutegina Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado 7 Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

25 Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a

Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

26 Tabela 24 Tipos de dessalinizadores 46 Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex

53 Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo

de atriplex

53 Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como

coagulante

58 Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos

29 municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto Xingoacute

80 Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute

83 Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute

86 Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade de aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados

109 Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

109 Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

110 Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory 111 Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

114 Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e

deslocamentos a serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em dessalinizadores

116 Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de

permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

118 Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

122 Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

124

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

v

Paacutegina Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

126 Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

128 Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito)

135 Tabela 413 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 414 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

148 Tabela 52 Paracircmetros de qualidade de aacutegua determinados na aacutegua

coletada nas 20 cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

150

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas localizadas em Poccedilo Redondo-SE

155

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

157

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

162

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vi

Paacutegina Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na

caixa construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda sem o impermeabilizante

164

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20 cisternas em Poccedilo Redondo

166

Tabela 61 Localidades e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de 8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

176

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8 barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

176

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados

177

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

178

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros em Poccedilo Redondo-SE

180

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados nas aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

187

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vii

LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SIacuteMBOLOS

A Ampegravere (unidade de corrente eleacutetrica) ABCMAC Associaccedilatildeo Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacuteguas de

Chuva ABES Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ABRH Associaccedilatildeo Brasileira de Recursos Hiacutedricos Al siacutembolo quiacutemico do alumiacutenio AL sigla do estado de Alagoas AMASE Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe APHA American Public Health Association AWWA American Water Works Association BA sigla do estado da Bahia BaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de baacuterio CaCO3 foacutermula quiacutemica do carbonato de caacutelcio CaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de caacutelcio CASAL Companhia de Abastecimento drsquoAacutegua e Saneamento do

Estado de Alagoas CDJBC Centro Dom Joseacute Brandatildeo de Capacitaccedilatildeo CECAC Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos CECOR Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural CERB Companhia de Engenharia Rural da Bahia CHESF Companhia Hidro Eleacutetrica do Satildeo Francisco Cl - iacuteon cloreto CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco

e do Parnaiacuteba COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento CPATSA Centro de Pesquisa Tecnoloacutegica do Semi-Aacuterido CPVC cloreto de polivinila clorado CV coeficiente de variaccedilatildeo CV cavalo-vapor (unidade de potecircncia) DESO Companhia de Saneamento de Sergipe dSm deciSimens por metro EE estaccedilatildeo elevatoacuteria EMBASA Empresa Baiana de Aacuteguas e Saneamento EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ETA estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua FADE Fundaccedilatildeo de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade

Federal de Pernambuco Fe siacutembolo quiacutemico do ferro FIB Faculdade Integrada da Bahia ha hectare (unidade de aacuterea) IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Renovaacuteveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ICV Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

viii

IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano IPEa Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada IRCSA International Rainwater Catchment Systems Association IRPAA Instituto Regional da Pesquisa Agropecuaacuteria Apropriada K siacutembolo quiacutemico do potaacutessio kg quilograma (unidade de massa) L litro (unidade volumeacutetrica) mg miligrama (unidade de massa) Mn siacutembolo quiacutemico do manganecircs MOGGOD Mixed Oxidant Gases Generated On site for Disinfection MS Ministeacuterio da Sauacutede mScm miliSimens por centiacutemetro (unidade de condutividade eleacutetrica) MST Movimento dos Sem Terra Na siacutembolo quiacutemico do soacutedio no nuacutemero OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede ONG Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OPS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede p paacutegina PE sigla do estado de Pernambuco pH potencial hidrogeniocircnico ppm partes por milhatildeo PNUD Programa da Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento ldquo polegada porcentagem permil partes por mil PST percentagem de soacutedio trocaacutevel PVC policloreto de vinilo RAS relaccedilatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio SAAE Serviccedilo Autocircnomo de Aacutegua e Esgoto SE sigla do estado de Sergipe SECTMA Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Meio Ambiente STD Soacutelidos Totais Dissolvidos SUDENE Superintendecircncia de Desenvolvimento do Nordeste UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco UHE usina hidroeleacutetrica UNEP United Nations Environment Programme UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia v volume V Volt (unidade de potencial eleacutetrico) WEF Water Environment Federation WHO World Health Organization Zn siacutembolo quiacutemico do zinco

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ix

RESUMO

Neste trabalho avaliou-se a situaccedilatildeo do saneamento ambiental

(abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza

puacuteblica e sauacutede puacuteblica) na zona urbana de 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Satildeo analisadas principalmente as principais deficiecircncias encontradas atraveacutes

de levantamentos de campo e consultas a oacutergatildeos oficiais Esta aacuterea encontra-

se totalmente inserida no semi-aacuterido brasileiro De acordo com os resultados da

pesquisa em geral a aacuterea de Xingoacute apresenta infra-estrutura sanitaacuteria e

gerenciamento deficientes

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE um dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute foi selecionado para um estudo especiacutefico sobre a qualidade de aacutegua

para consumo humano de obras hiacutedricas de pequeno porte (um poccedilo com

dessalinizador 8 aguadas e 20 cisternas) Foi efetuada tambeacutem uma pesquisa

no campo atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307 questionaacuterios a fim de obter-se

informaccedilotildees sobre os serviccedilos puacuteblicos de acordo com a opiniatildeo dos

moradores de Poccedilo Redondo

Para o estudo da qualidade de aacutegua dos dessalinizadores (aacutegua bruta

permeado e rejeito) 4 poccedilos incluindo aquele que se localiza em Poccedilo

Redondo foram monitorados Tambeacutem foram coletadas amostras de solo no

local de disposiccedilatildeo dos rejeitos A qualidade de aacutegua do permeado produzido

em cada uma das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas nem sempre

atendeu aos padrotildees de potabilidade Os resultados de anaacutelises de laboratoacuterio

e determinaccedilotildees no campo do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de

cloretos de STD e de condutividade eleacutetrica Os maiores valores foram

verificados no rejeito gerado no dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE)

sendo esses valores iguais a 6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e

condutividade eleacutetrica de 18020 microScm Amostras de solo coletadas no local de

despejo do rejeito dessas unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao

solo Mesmo assim o rejeito produzido nessas e nas outras unidades da aacuterea

de Xingoacute vem sendo descartado no meio ambiente sem nenhum criteacuterio

Verificou-se tambeacutem que de 56 unidades dessalinizadoras instaladas na aacuterea

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

x

de Xingoacute apenas 11 vinham produzindo aacutegua devido agrave ausecircncia de cuidados

com operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo A condutividade eleacutetrica de cada um dos

extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de despejo do

rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino sendo

prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado no

local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

No estudo sobre a qualidade da aacutegua armazenada nas cisternas

constatou-se que geralmente natildeo se atendia aos padrotildees de potabilidade

principalmente o pH e a presenccedila de coliformes termotolerantes devido a

deficiecircncias na sua proteccedilatildeo sanitaacuteria e por natildeo servirem apenas para

armazenar aacutegua de origem pluvial

A qualidade da aacutegua estocada nos barreiros natildeo eacute apropriada para ser

consumida pela populaccedilatildeo pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de

coliformes natildeo atenderam em nenhuma ocasiatildeo aos padrotildees de potabilidade

Na opiniatildeo da maior proporccedilatildeo dos residentes na zona rural (3887)

de Poccedilo Redondo que foram entrevistados o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

sauacutede puacuteblica enquanto que a maior proporccedilatildeo dos entrevistados que mora na

zona urbana (3206) respondeu que o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

limpeza puacuteblica Por outro lado em ambas as regiotildees a maior proporccedilatildeo dos

entrevistados disse que o pior serviccedilo era o de esgotamento sanitaacuterio

Palavras-chave saneamento ambiental qualidade de aacutegua abastecimento de

aacutegua aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xi

ABSTRACT

This work dealt with the environmental sanitation (water supply sewage

drainage solid wastes and public health) in the urban zone of 29 municipalities

of Xingoacute area The research showed the main deficiencies found through

surveys on site and by consultings in official institutions The Xingoacute area is

entirely located in the semi-arid zone of Brazil According to the results obtained

in this research the Xingoacute area usually showed a deficient sanitary infra-

structure and management

Poccedilo Redondo municipality is located in the state of Sergipe and it

belongs to Xingoacute area It was selected for a specific research In this specific

study the water quality for human consumption purposes of small sized water

works (1 well with desalinator 20 cisterns and 8 water traps) was evaluated

Besides semi-structured 307 questionnaires survey by house interview were

applied for getting information about public services according to the opinion of

dwellers

The water quality monitoring has been accomplished in 4 wells with

desalinator installed in the Xingoacute area In addition soil samples were collected

in the disposal site of water desalinator wastes

Concerning the permeate produced by desalination units several results

showed that some water quality parameters did not always comply the water

quality standards as such pH (permeate produced in the Aroeira and Icozeira

desalinators) TDS (total dissolved solid) and chloride (permeate produced in

the Areias desalinator) and thermotolerant coliforms (permeate produced in the

Areias Aroeira Icozeira and Minuim desalinators) According to the results

obtained the concentrate from 4 desalinators monitored showed high

concentrations of chloride TDS and electrical conductivity The concentrate

from Areias (Poccedilo Redondo) desalinator reached the highest values 6226 mgL

(chloride) 26826 mgL (TDS) and 18020 microScm The results of soil samples

collected in the disposal sites of concentrate from these desalinators showed

that the discharge is harmful to soil Even so the concentrate from desalinators

installed in the Xingoacute area has been disposed without any criterion It was found

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xii

that of total of 56 desalinators only 11 have been producing water This

occured due to the lack of suitable technical operations and maintenance

The water quality stored in the cisterns usually did not comply entirely

with the potable water standards mainly the pH and the presence of

thermotolerant coliforms This occured due their unsuitable sanitary protection

and because these units not have been used for storing rainwater only

The water quality stored in the water traps must not be consumed by

inhabitants because the parameters apparent colour turbidity and the

presence of thermotolerant coliforms did not comply with the potable water

standards

In the opinion of majority of the interviewed inhabitants in the rural zone

a highest proportion (3887) declared that the most efficient public service

was the public health while in the urban zone the highest proportion (3206)

answered that the best public service was the solid waste collection On the

other hand the highest proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo

Redondo answered that the poorest public service was the sewerage

Keywords environmental sanitation water quality water supply Xingoacute area

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

1

CAPIacuteTULO 1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

O semi-aacuterido brasileiro eacute marcado sobretudo pela escassez e

imprevisibilidade das chuvas assim como por uma variabilidade temporal e

espacial das precipitaccedilotildees e por elevadas taxas de evaporaccedilatildeo As formaccedilotildees

geomorfoloacutegicas dessa regiatildeo predominantemente apresentam grandes

extensotildees de rochas cristalinas constituindo o pediplano sertanejo Nessas

formaccedilotildees as aacuteguas de chuva se perdem rapidamente escoadas pela rede

fluvial temporaacuteria devido agrave baixa capacidade de retenccedilatildeo do solo Aleacutem do

mais apesar de sua importacircncia vital o saneamento ambiental na regiatildeo via

de regra natildeo tem recebido a devida importacircncia Esse quadro desfavoraacutevel

tem contribuiacutedo para a deterioraccedilatildeo da qualidade de vida dos sertanejos

No entanto diversos oacutergatildeos e entidades tecircm se dedicado agrave busca por

soluccedilotildees de melhoria a fim de suplantar as adversidades apresentadas nessa

regiatildeo Entre eles encontra-se o Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute (Instituto Xingoacute) com sede em Canindeacute do Satildeo

Francisco-SE Sua aacuterea de atuaccedilatildeo inicialmente era constituiacuteda por 29

municiacutepios nos estados de Alagoas Bahia Pernambuco e Sergipe Esses

municiacutepios ocupavam uma aacuterea de 40204 km2 com uma populaccedilatildeo de

608771 habitantes Posteriormente os municiacutepios de Belo Monte-AL Satildeo

Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE e Parnamirim-PE

(municiacutepios assistidos) foram incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo desse instituto

Com a inclusatildeo desses 5 municiacutepios a aacuterea de atuaccedilatildeo passou a ser de

45492 km2 com uma populaccedilatildeo de 703537 habitantes Essa regiatildeo que

neste trabalho eacute denominada de a ldquoaacuterea de Xingoacuterdquo encontra-se integralmente

no semi-aacuterido nordestino

Nesta tese de doutorado foram realizados estudos sobre o saneamento

ambiental na zona urbana dos 29 municiacutepios originais onde atua o Instituto

Xingoacute A pesquisa consistiu em levantamentos sobre abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

2

assim como estudos sobre a qualidade de aacutegua em 4 poccedilos dotados de

dessalinizador Em virtude da enorme extensatildeo territorial da aacuterea de Xingoacute foi

selecionado apenas o municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE para o desenvolvimento

de um estudo especiacutefico no campo do saneamento ambiental A escolha

baseou-se no fato de que o municiacutepio tem uma boa representatividade do

saneamento ambiental da aacuterea de Xingoacute e dentre os 29 municiacutepios onde

foram realizados estudos sobre o saneamento na zona urbana eacute o detentor do

menor IDH (Iacutendice de Desenvolvimento Humano) e por ser um dos municiacutepios

mais secos

O estudo especiacutefico em Poccedilo Redondo abrangeu a determinaccedilatildeo de

paracircmetros de qualidade de aacutegua de unidades (poccedilo com dessalinizador

barreiros e cisternas) cuja qualidade natildeo era ou natildeo vinha sendo monitorada

Adicionalmente foram realizadas entrevistas atraveacutes de questionaacuterios

aplicados sobre o saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica)

junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo-SE

A aacuterea alvo desta pesquisa de doutorado pode ser visualizada na Figura

11 com destaque para Poccedilo Redondo-SE onde se desenvolveu um estudo

detalhado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38ordm00rsquoW

TerraNova

BAHIA

PERNAMBUCOPARAIacuteBA

SERGIPE

9ordm00rsquoS9ordm00rsquoS

40ordm00rsquoW

Delmiro Gouveia

P iranh

as

Paulo Afonso

Portoda Folha

Gararu

Gloacuteria

Rodelas

M acurureacute

Chorrochoacute

Abareacute

Curaccedilaacute

Santa Mariada Boa Vis ta Orocoacute

Cabroboacute

Beleacutem do Satildeo Francisco

Ita cur uba

Petrolacircndia

Tacaratu

Aacutegu aBranca

Poccedilo Redondo

Jatobaacute

Patildeo de Accediluacutecar

Monte Alegre do Sergipe

Nossa Senhora da Gloacuteria

Pariconha

Municiacutepios Integrantes

Municiacutepios Assistidos

Aacuterea Total 45492 kmPopulaccedilatildeo (2000) 703537 hab

2

SantaBriacutegida Belo

Monte

Flore sta

ALAGOAS

N

Ibimirim

Parnamirim

Satildeo Joseacute da Tapera

Rio Moxotoacute

Olho

Daacuteg

ua do

Cas

ado

Canind eacute do Satildeo Francisco

Rio

Xin

gozi

nho

Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GEOXINGOacute)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

4

1 ndash OBJETIVOS DA PESQUISA

11 ndash OBJETIVO GERAL DA PESQUISA

Elaborar accedilotildees para melhoria do saneamento ambiental na aacuterea de

Xingoacute com maior ecircnfase para o setor de abastecimento de aacutegua do municiacutepio

de Poccedilo Redondo-SE considerado um dos mais secos do semi-aacuterido e o de

pior iacutendice de desenvolvimento humano daquela aacuterea

12 ndash OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

(i) Determinar o perfil do saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) na aacuterea

urbana dos 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

(ii) Realizar levantamentos sobre a situaccedilatildeo das unidades de dessalinizaccedilatildeo

existentes na aacuterea de Xingoacute e monitorar a qualidade de aacutegua

(iii) Diagnosticar a situaccedilatildeo em que se encontram as obras hiacutedricas de pequeno

porte no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE e avaliar a qualidade de aacutegua destas

(iv) Determinar o perfil das condiccedilotildees sanitaacuterias (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) do

municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios semi-

estruturados

13 ndash HIPOacuteTESE

O presente trabalho tem como hipoacutetese de que a qualidade de aacutegua

armazenada em cisternas e tambeacutem a que eacute produzida em poccedilos com

dessalinizadores satildeo adequadas ao consumo humano Por outro lado a aacutegua

estocada em barreiros eacute recomendada para usos menos exigentes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

5

14 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE

Esta tese de doutorado estaacute subdividida em 8 capiacutetulos com o seguinte

conteuacutedo

O capiacutetulo 1 informa a aacuterea onde se desenvolveu esta pesquisa de

doutorado os seus objetivos e uma siacutentese dos capiacutetulos que a compotildeem

No capiacutetulo 2 atraveacutes de uma revisatildeo na literatura descreve-se os

aspectos que contribuem para a degradaccedilatildeo do semi-aacuterido brasileiro Tambeacutem

satildeo abordadas a conceituaccedilatildeo e importacircncia do saneamento ambiental e da

qualidade de aacutegua para consumo humano

No capiacutetulo 3 eacute apresentado resultados do levantamento e avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do saneamento ambiental na zona urbana de 29 municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute

No capiacutetulo 4 eacute feita uma abordagem sobre a situaccedilatildeo em que se

encontram os dessalinizadores dos 34 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Apresenta-se tambeacutem resultados de qualidade de aacutegua de 4 dessalinizadores e

de amostras coletadas no ponto de despejo do rejeito e a jusante deste

No capiacutetulo 5 apresenta-se os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

e bacterioloacutegicos da aacutegua armazenada em 20 cisternas localizadas em Poccedilo

Redondo-SE e suas condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo

No capiacutetulo 6 satildeo apresentados os resultados de paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos e bacterioloacutegicos da aacutegua estocada em 8 barreiros situados em Poccedilo

Redondo-SE

O capiacutetulo 7 trata de uma descriccedilatildeo do perfil do saneamento ambiental

obtido mediante a aplicaccedilatildeo de 229 questionaacuterios na zona rural e 78 na zona

urbana de Poccedilo Redondo Registra-se tambeacutem a opiniatildeo dos entrevistados

com relaccedilatildeo aos serviccedilos de abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio

drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

6

O capiacutetulo 8 apresenta as conclusotildees finais obtidas com esta pesquisa

de doutorado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

7

CAPIacuteTULO 2

O ESTADO DA ARTE

21 ndash A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

O Nordeste oficialmente delimitado compreende uma aacuterea de 1561176

km2 abrangendo completamente 9 estados e uma porccedilatildeo de Minas Gerais

conforme pode ser visto na Tabela 21 onde 645 da aacuterea territorial do

Nordeste se encontra inserida no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo e cerca de 56 da

mesma estaacute em clima considerado semi-aacuterido (ANDRADE 2001) O semi-

aacuterido inclusive o norte de Minas Gerais eacute composto por 1031 municiacutepios

cobrindo a aacuterea de 8923 mil km2 que abriga uma populaccedilatildeo de 194 milhotildees

correspondendo a 496 e a 363 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo

da regiatildeo de atuaccedilatildeo da Superintendecircncia de Desenvolvimento dos Estados do

Nordeste (SUDENE) Sem incluir os municiacutepios de Minas Gerais o semi-aacuterido

abrange 537 e 392 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo do

Nordeste em 991 municiacutepios (SECTMA 2004)

Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado

Estadoregiatildeo Total Aacuterea (km2) Aacuterea no poliacutegono das

secas Aacuterea em clima

semi-aacuterido Alagoas 279331 14704 11900 Bahia 5672953 361206 392955 Cearaacute 1463463 143080 119081 Maranhatildeo 3333656 ----- ----- Paraiacuteba 565846 56972 48502 Pernambuco 989376 90067 85574 Piauiacute 2523785 234084 125692 Regiatildeo litigiosa 29774 ----- ----- Rio Grande do Norte 533068 51210 48344 Sergipe 220504 13163 10928 Regiatildeo Nordeste 15611756 964486 842976 Norte de Minas Gerais 1207010 120701 57530 Total 16818788 1085187 900506

Fonte Andrade (2001)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

8

Considera-se o semi-aacuterido uma aacuterea tradicional de expulsatildeo

populacional em decorrecircncia das secas das baixas vantagens competitivas

em termos econocircmicos e da estrutura fundiaacuteria altamente concentrada

(ANDRADE 2001)

O conceito de seca estaacute intimamente relacionado com o ponto de vista

do observador Embora a causa primaacuteria das secas resida na insuficiecircncia ou

na irregularidade das precipitaccedilotildees pluviais existe uma sequumlecircncia de causas e

efeitos na qual o efeito mais proacuteximo de uma seca torna-se a causa de um

outro efeito e esse efeito passa a ser denominado tambeacutem de seca Assim

para citar as mais comuns pode-se definir a seca climatoloacutegica (causa primaacuteria

ou elemento que desencadeia o processo) a seca edaacutefica (efeito da seca

climatoloacutegica) a seca social (efeito da seca edaacutefica) e a seca hidroloacutegica

(SOacuteLON et al 2001) Segundo Sabino (2002) a SUDENE (1999) faz alusatildeo a

3 principais tipos de secas de acordo com sua irregularidade na distribuiccedilatildeo

espacial e temporal

(i) Seca hidroloacutegica poucas chuvas mas bem distribuiacutedas suficientes para

agricultura Diminuiccedilatildeo no volume de aacutegua acumulada

(ii) Seca agriacutecola (seca verde) chuvas mal distribuiacutedas natildeo garantindo as

colheitas

(iii) Seca efetiva quando coincidem baixa precipitaccedilatildeo e maacute distribuiccedilatildeo

causando frustraccedilatildeo das safras e esgotamento dos reservatoacuterios hiacutedricos

Adicionalmente Sabino (2002) afirma que todas as definiccedilotildees de seca

satildeo tentativas de melhor entender o fenocircmeno e suas variaccedilotildees e criar uma

uacutenica nomenclatura Poreacutem fica claro que o foco principal da questatildeo seca

perpassa pela vulnerabilidade das populaccedilotildees

A seca eacute um binocircmio climaacutetico de um periacuteodo chuvoso muito curto cerca

de 40 a 60 dias de chuva por ano e um periacuteodo muito longo de evaporaccedilatildeo

(300 dias) Esta eacute a razatildeo da ocorrecircncia da seca Na Europa nas cidades de

Londres Paris e Moscou por exemplo chove aproximadamente 600 mm por

ano mas o clima eacute temperado a aacutegua eacute distribuiacuteda e permanece ao inveacutes de

evaporar enquanto que no semi-aacuterido brasileiro ocorre o terriacutevel fenocircmeno da

evaporaccedilatildeo (SUASSUNA 2000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

9

Dentre os desastres naturais a seca eacute com certeza o fenocircmeno mais

complexo de se analisar Furacotildees terremotos e enchentes possuem iniacutecios e

teacuterminos bem definidos e suas consequumlecircncias satildeo muito evidentes para a

populaccedilatildeo As secas por sua vez iniciam-se lentamente e possuem duraccedilotildees

relativamente longas cobrindo grandes aacutereas e ocasionando uma seacuterie de

danos agrave populaccedilatildeo atingida A complexidade do fenocircmeno com suas

diferentes causas e efeitos pode ser a razatildeo pela qual haacute na literatura tantas

definiccedilotildees diferentes para seca (PAIXAtildeO et al 2003)

A fragilidade econocircmica do semi-aacuterido brasileiro a sua vulnerabilidade

social agraves secas a consideraacutevel dimensatildeo do seu contingente demograacutefico em

face de sua estreita base econocircmica resultam em indicadores sociais tiacutepicos

de regiotildees profundamente atrasadas onde prevalece a pobreza a

desigualdade no acesso a ativos e a renda e a exclusatildeo social O grande

nuacutemero de carros-pipa mobilizados todos os anos em situaccedilotildees de seca ou de

chuvas normais reflete o grau de inadequaccedilatildeo entre oferta e demanda de aacutegua

na regiatildeo tanto em termos temporais como espaciais O nuacutemero de carros-

pipa constitui por isso importante indicador da carecircncia de aacutegua cuja

constataccedilatildeo eacute reforccedilada a cada ano (SECTMA 2004)

O fenocircmeno ENOS (episoacutedio quente ou El Nintildeo) consiste basicamente

de um aquecimento anocircmalo do oceano Paciacutefico Equatorial em conjunto com

variaccedilotildees do campo de pressatildeo ao niacutevel do mar na regiatildeo tropical Embora a

existecircncia do fenocircmeno ENOS natildeo implique necessariamente em ocorrecircncia

de secas sobre o nordeste brasileiro sabe-se que sua atividade moderada a

muito intensa pode provocar condiccedilotildees de seca moderada a severa sobre o

semi-aacuterido nordestino (ARAGAtildeO 2004) De acordo com Quintans (2001) o

interesse cientiacutefico pelo El Nintildeo aumentou em meados da deacutecada de 70

quando se percebeu que um conjunto de fenocircmenos climaacuteticos acontecia

antes durante e depois da sua chegada Seu impacto climaacutetico e social passou

a ser considerado natildeo soacute entre os cientistas mas tambeacutem por grupos de

gestatildeo puacuteblica Segundo Aragatildeo (2004) os organismos estaduais nacionais e

internacionais de meteorologia tecircm tido ecircxito consideraacutevel nas previsotildees dos

ciclos do ENOS por meio de simulaccedilotildees (modelos) de evoluccedilatildeo solidaacuteria dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

10

fenocircmenos fiacutesicos da interface oceano-atmosfera As previsotildees de tempo e de

variaccedilotildees climaacuteticas representam uma nova e extraordinaacuteria ferramenta para o

desenvolvimento sustentaacutevel agrave medida que ensejaratildeo melhorias significativas

no manejo dos recursos naturais e consequumlentemente na qualidade de vida

para as populaccedilotildees das regiotildees mais vulneraacuteveis aos impactos da variabilidade

climaacutetica

No Brasil as aacutereas sujeitas aos processos de desertificaccedilatildeo

correspondem basicamente agravequelas oficialmente delimitadas como ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo ocupando cerca de 10837907 km2 pois estatildeo sujeitas a periacuteodos

curtos ou prolongados de estiagens Estende-se por boa parte do Nordeste

brasileiro atingindo tambeacutem uma pequena porccedilatildeo ao norte do estado de Minas

Gerais conforme ilustra a Figura 21 Trata-se do ldquoTroacutepico do Semi-Aacuteridordquo

incorporando caracteriacutesticas climaacuteticas do semi-aacuterido e do sub-uacutemido seco

possuindo estruturas geoloacutegicas referentes ao escudo cristalino e agraves bacias

sedimentares morfoestruturas com blocos soerguidos e depressotildees

apresentando formaccedilotildees de Caatinga e de Cerrado Segundo dados do Censo

Demograacutefico 2000 (IBGE 2003) a aacuterea tem cerca de 185 milhotildees de

habitantes sendo 85 milhotildees na zona rural com densidade demograacutefica de 20

habkm2 isto representa 42 da populaccedilatildeo do Nordeste ou ainda 11 da

populaccedilatildeo brasileira (IBAMA 2003 apud FREIRE 2004)

Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-aacuterido no Brasil (IBAMA 2003 apud

FREIRE 2004)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

11

Conforme o SECTMA (2004) atualmente admite-se a existecircncia no

semi-aacuterido nordestino de quatro nuacutecleos de desertificaccedilatildeo

(i) Nuacutecleo de Seridoacute localizado na regiatildeo centro-sul do Rio Grande do Norte e

centro norte da Paraiacuteba compreendendo uma aacuterea com cerca de 2341 km2

envolvendo vaacuterios municiacutepios vizinhos ao municiacutepio de Parelhas

(ii) Nuacutecleo de Irauccediluba localizado no noroeste do estado do Cearaacute que

abrange uma aacuterea de 4000 km2 incluindo os municiacutepios de Irauccediluba Forquilha

e Sobral

(iii) Nuacutecleo de Gilbueacutes localizado no Piauiacute com uma aacuterea com

aproximadamente 6131 km2 envolvendo os municiacutepios de Gilbueacutes e Monte

Alegre

(iv) Nuacutecleo de Cabroboacute localizado em Pernambuco que totaliza uma aacuterea de

cerca de 5960 km2 e abrange os municiacutepios de Cabroboacute Beleacutem do Satildeo

Francisco e Floresta

Segundo o SECTMA (2004) aleacutem da fragilidade natural motivada pelas

caracteriacutesticas dos seus solos e pelas condiccedilotildees climaacuteticas esses nuacutecleos

desenvolveram-se sob forte e indevida interferecircncia humana Entre as causas

antroacutepicas apontadas como de importacircncia no processo de desertificaccedilatildeo

algumas satildeo comuns a todos os nuacutecleos de desertificaccedilatildeo enquanto outras

podem ser atribuiacutedas agraves caracteriacutesticas especiacuteficas das atividades

desenvolvidas nos municiacutepios incluiacutedos em cada um deles Entre as causas

comuns estatildeo o desmatamento indiscriminado as queimadas e o

sobrepastejo em razatildeo principalmente dos caprinos e ovinos No nuacutecleo de

desertificaccedilatildeo do Seridoacute o problema do desmatamento eacute agravado por cerca de

70 olarias cujos produtos ceracircmicos satildeo de reconhecida qualidade nos

grandes centros urbanos do Nordeste A ineficiecircncia na geraccedilatildeo de energia

pelas induacutestrias de ceracircmica dessa regiatildeo tem agravado o processo de

desertificaccedilatildeo por causa da demanda por lenha

Os ambientes aacuteridos e semi-aacuteridos satildeo mais vulneraacuteveis ao

desmatamento visto a falta de chuvas e quando ocorrem provocam efeitos

erosivos intensos em solos geralmente rasos Com isso a vegetaccedilatildeo tem

recuperaccedilatildeo lenta (MOURA 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

12

Aleacutem dos jaacute mencionados outros fatores antroacutepicos desempenham

papel importante nos processos de desertificaccedilatildeo no semi-aacuterido Nesse

contexto a salinizaccedilatildeo eacute a principal causa da degradaccedilatildeo dos solos e

consequumlente desertificaccedilatildeo nas aacutereas de agricultura irrigada Dos 4 nuacutecleos de

desertificaccedilatildeo mencionados o de Cabroboacute eacute o uacutenico onde a salinizaccedilatildeo

mesmo sem se constituir na principal causa apresenta alguma relevacircncia no

processo de desertificaccedilatildeo das suas aacutereas situadas agraves margens do rio Satildeo

Francisco Esses nuacutecleos de desertificaccedilatildeo tecircm sido objeto de estudos em

anos recentes e embora ainda insuficientes as informaccedilotildees obtidas nesses

estudos representam a base do acervo sobre desertificaccedilatildeo no Nordeste do

Brasil (SECTMA 2004)

Efluentes domeacutesticos e industriais sem tratamento lanccedilados nos cursos

drsquoaacutegua associados agrave deficiecircncia de educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo ambiental da

populaccedilatildeo satildeo as causas principais da degradaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e de

propagaccedilatildeo de doenccedilas endecircmicas que debilitam a populaccedilatildeo do semi-aacuterido

Para enfrentar esse quadro preocupante torna-se necessaacuterio repensar o

modelo de sauacutede puacuteblica empregado e atuar emergencialmente articulando

accedilotildees desse setor com as aacutereas de saneamento alimentaccedilatildeo habitaccedilatildeo

promoccedilatildeo social e geraccedilatildeo de emprego e renda (LOacuteCIO 2000) Segundo

Nunes et al (2000) os estudos da qualidade das aacuteguas superficiais nessa

regiatildeo satildeo fundamentais porque a maioria dos corpos hiacutedricos eacute destinada a

usos muacuteltiplos e recebem esgotos ldquoin naturardquo (apenas 128 dos habitantes

tecircm rede de esgotos e soacute 4 dos coletados recebem algum tratamento)

Os rios que se encontram na regiatildeo semi-aacuterida vecircm padecendo e

muitos deles tecircm tido uma diminuiccedilatildeo no seu volume e na sua vazatildeo Algumas

das aacutereas ao longo destes rios satildeo ldquobolsotildees uacutemidosrdquo no sentido de que eles

satildeo menos secos e sua vegetaccedilatildeo eacute mais verde do que no restante do semi-

aacuterido propenso agrave seca Estes bolsotildees uacutemidos satildeo chamados de brejos de

altitude Em um ambiente hostil como a regiatildeo semi-aacuterida estas aacutereas satildeo

diferentes no sentido de que elas mantecircm sua populaccedilatildeo e desta forma o

fluxo migratoacuterio eacute bem menor quando comparado a outras localidades

Entretanto isto natildeo quer dizer que sua populaccedilatildeo tenha aprendido como tratar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

13

estas aacutereas de forma sustentaacutevel preservando-a Pelo contraacuterio devido agrave

grande confianccedila nos recursos hiacutedricos e agrave ausecircncia de medidas que

assegurem a preservaccedilatildeo destas aacutereas estes rios estatildeo literalmente

ldquomorrendordquo A maior parte deles eacute muito poluiacuteda pois eles atendem natildeo soacute agraves

necessidades das populaccedilotildees ribeirinhas mas tambeacutem a muitas outras que

tecircm que caminhar longas distacircncias em busca de aacutegua Como estas

populaccedilotildees natildeo satildeo cientes das implicaccedilotildees causadas pela degradaccedilatildeo

destes recursos lanccedilam lixo nas margens dos rios tornando a aacutegua

contaminada Aleacutem do mais a maioria das casas localizadas nestas aacutereas natildeo

possui sistemas de esgoto agravando ainda mais a contaminaccedilatildeo (BRANCO

ALMEIDA 2002)

Branco e Almeida (2002) apresentaram um estudo de caso da

mobilizaccedilatildeo de mulheres do Movimento das Trabalhadoras Rurais do Sertatildeo

Central (porccedilatildeo do semi-aacuterido localizada no centro do estado de Pernambuco)

voltadas para a revitalizaccedilatildeo do pequeno rio Olho drsquoAacutegua localizado no

municiacutepio de Santa Cruz da Baixa Verde A comunidade ocupa as margens do

rio e eacute formada por 1000 pessoas Desde que o problema da aacutegua estava

intimamente relacionado agraves vidas das mulheres elas perceberam que o uacutenico e

vital recurso hiacutedrico (rio Olho drsquoAacutegua) estava desaparecendo entatildeo decidiram

revitalizaacute-lo Esta iniciativa demonstra a ausecircncia de accedilatildeo governamental na

soluccedilatildeo do problema aleacutem da importacircncia da forccedila da mobilizaccedilatildeo das

mulheres da zona rural Aleacutem da poluiccedilatildeo existente nas aacutereas ocupadas pelos

pequenos posseiros o sistema de esgoto de Jatiuacuteca despeja o esgoto no rio A

populaccedilatildeo local tinha seacuterios problemas de sauacutede incluindo hepatite que pode

ser vista como um resultado da sua exposiccedilatildeo agrave aacutegua contaminada Embora a

iniciativa do movimento esteja no seu estaacutegio inicial todas as fases foram

planejadas pela populaccedilatildeo local Esta iniciativa vem sendo considerada como

um projeto piloto e espera-se que na conclusatildeo deste projeto o mesmo seja

feito em outras aacutereas Aleacutem das organizaccedilotildees rurais femininas e da uniatildeo de

trabalhadoras rurais uma Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental (ONG) chamada

CECOR (Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural) jaacute vem sendo envolvida Esta

ONG conta com engenheiros agrocircnomos especialistas que recomendaram

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

14

quais tipos de vegetaccedilotildees nativas deveriam ser plantadas aleacutem de outros

assuntos relacionados agrave silvicultura

Um retrato da realidade que predomina nos municiacutepios do semi-aacuterido

nordestino eacute mostrado no trabalho de Duque e Balbino (2000) Estes autores

realizaram um trabalho no periacuteodo de janeiro a fevereiro de 1998 no municiacutepio

de Major Isidoro-AL O municiacutepio apresenta um clima semi-aacuterido e possui uma

populaccedilatildeo de cerca de 18000 habitantes O estudo tinha como objetivo a

caracterizaccedilatildeo das formas de abastecimento de aacutegua detectar focos de

contaminaccedilatildeo do meio ambiente e a orientaccedilatildeo direta agrave populaccedilatildeo induacutestrias

comeacutercio e autoridades competentes As principais atividades desenvolvidas na

pesquisa foram visitas a escolas onde foram entrevistados professores

funcionaacuterios e alunos aleacutem de visitas a bairros da periferia Tambeacutem foram

feitas visitas agrave zona rural onde foram realizadas entrevistas com moradores e

autoridades administrativas do municiacutepio reuniotildees com os principais liacutederes

comunitaacuterios e inspeccedilatildeo agraves principais fontes de abastecimento de aacutegua

Concluiu-se que neste municiacutepio natildeo havia nenhuma cultura ambiental com

relaccedilatildeo agrave racional utilizaccedilatildeo da aacutegua nem com relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo dos riscos

ambientais

22 ndash SANEAMENTO AMBIENTAL

Segundo Chaudhry (2003) o conceito de saneamento ambiental

explicitado pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) difere pouco do de

saneamento claacutessico que eacute totalmente antropocecircntrico e retrata aquilo que no

Brasil se denomina de saneamento baacutesico Segundo a OMS (WHO 2003)

saneamento ambiental eacute a promoccedilatildeo da higiene e a prevenccedilatildeo de doenccedilas e

de outras consequumlecircncias da maacute sauacutede relacionada a fatores ambientais Para a

OMS o saneamento tem duas dimensotildees baacutesicas os fatores ambientais que

exercem impacto sobre agentes infecciosos e sobre a transmissatildeo de doenccedilas

incluem disposiccedilatildeo de dejetos humanos esgotos resiacuteduos soacutelidos e outros

drenagem pluvial abastecimento de aacutegua para uso domeacutestico e habitaccedilatildeo e

as praacuteticas de higiene que envolvem fatores soacutecio-culturais e comportamentais

relacionados agrave sauacutede estilo de vida e consciecircncia ambiental incluem higiene

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

15

pessoal limpeza domeacutestica e limpeza dos ambientes comunitaacuterios Enfatiza-se

que no sentido mais amplo eacute finalidade do saneamento ambiental controlar e

modificar o ambiente fiacutesico para prevenir a transmissatildeo de doenccedilas aos seres

humanos A ecircnfase por parte da OMS com relaccedilatildeo ao saneamento ambiental

sobre o ambiente humano deve-se agraves estatiacutesticas preocupantes sobre a

populaccedilatildeo mundial que ainda natildeo tem suas necessidades sanitaacuterias baacutesicas

atendidas principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A consequumlecircncia

em niacutevel mundial eacute de milhotildees de mortes causadas por doenccedilas transmitidas

via aacutegua em focos representados por habitaccedilotildees informais na forma de

barracos favelas e similares natildeo contemplados por serviccedilos de saneamento

A definiccedilatildeo mais atual do saneamento ambiental reporta-se ao sentido de

remediar o meio ambiente mitigar os impactos negativos das intervenccedilotildees

humanas ou outras sobre os ecossistemas e prevenir tais impactos no futuro

O saneamento possui um impacto profundo na qualidade de vida de

uma populaccedilatildeo interagindo com questotildees culturais econocircmicas e poliacuteticas de

uma determinada regiatildeo A carecircncia de investimentos nesse setor acaba

ocasionando entre outras coisas um aumento da incidecircncia de casos de

doenccedilas relacionadas com as condiccedilotildees sanitaacuterias em geral interferindo

negativamente no bem estar da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al 2003)

A estrutura fiacutesica dos serviccedilos de saneamento em particular a dos

sistemas de abastecimento de aacutegua e de esgotos sanitaacuterios estaacute associada agrave

realidade complexa da urbanizaccedilatildeo e agrave multiplicidade de atribuiccedilotildees de

competecircncia aleacutem de possuir estreita ligaccedilatildeo com o desempenho do setor

puacuteblico Como tal sofre influecircncia do processo de desenvolvimento vigente no

Brasil que promoveu ao longo dos anos um desgaste das financcedilas puacuteblicas

com repercussatildeo direta nas suas instituiccedilotildees Atualmente a estrutura do setor

de saneamento no Brasil eacute caracterizada de um lado pelo esgotamento do

modelo de financiamento existente e de outro por um intenso processo de

debates e articulaccedilotildees em torno da formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de novos

arranjos institucionais para o setor processo esse cujo resultado ainda se

encontra indefinido (SOARES et al 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

16

O setor de saneamento no Brasil assim como outros setores de serviccedilos

puacuteblicos essenciais sempre careceu de um ordenamento institucional que

permitisse a implementaccedilatildeo de accedilotildees coordenadas entre os trecircs niacuteveis de

governo e dado o seu caraacuteter multidisciplinar tambeacutem com os outros setores

afins tais como sauacutede puacuteblica meio ambiente recursos hiacutedricos e

desenvolvimento urbano (PEROSA et al 2000)

Somente em 5 de janeiro de 2007 foi sancionada pelo presidente da

Repuacuteblica Luiacutes Inaacutecio Lula da Silva e publicada posteriormente em 8 de

janeiro do mesmo ano no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a lei que estabelece

diretrizes nacionais baacutesicas para o saneamento baacutesico a Lei 1144507

Segundo ela as poliacuteticas puacuteblicas de saneamento baacutesico deveratildeo criar

mecanismos de controle social ou seja formas de garantir agrave sociedade

informaccedilotildees e participaccedilatildeo no processo de formulaccedilatildeo das medidas

relacionadas ao setor Aleacutem da universalizaccedilatildeo do acesso a lei prevecirc que o

abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e o manejo dos

resiacuteduos soacutelidos sejam feitos de forma adequada agrave sauacutede puacuteblica e agrave proteccedilatildeo

do meio ambiente (AGEcircNCIA BRASIL 2007)

23 ndash QUALIDADE DE AacuteGUA

231 ndash Generalidades

Muito jaacute se sabe da relaccedilatildeo saneamento e sauacutede e mais

especificamente da aacutegua e sauacutede puacuteblica Em 400 aC Hipoacutecrates jaacute chamava

a atenccedilatildeo de seus colegas para a relaccedilatildeo entre a qualidade da aacutegua e a sauacutede

da populaccedilatildeo Afirmava que ldquoo meacutedico que chega numa cidade desconhecida

deve observar com cuidado a aacutegua usada por seus habitantesrdquo (COSTA et al

2001b)

Chagas e Souza (2003) salientam que com o desenvolvimento da

tecnologia e o aumento populacional a qualidade da aacutegua tornou-se um

importante toacutepico de estudo para cientistas e engenheiros a niacutevel mundial

Atualmente os problemas da poluiccedilatildeo hiacutedrica satildeo tatildeo importantes quanto os

mais importantes problemas que envolvem as questotildees quantitativas da aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

17

Apesar da preocupaccedilatildeo com problemas relacionados com a qualidade

de aacutegua vaacuterios casos de morbidade relativos agrave falta de saneamento

continuam sendo registrados principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

(TEIXEIRA et al 2003) Richter e Netto (1991) afirmam que a OMS

(Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) identifica que 80 dos casos de doenccedilas em

paiacuteses em desenvolvimento satildeo de veiculaccedilatildeo hiacutedrica Segundo Teixeira et al

(2003) alguns estudos (CARVALHO1997 MEDRONHO 1999) comprovam a

correlaccedilatildeo entre niacuteveis socioeconocircmicos com a incidecircncia de doenccedilas

relacionadas com o saneamento

Uma das dificuldades na avaliaccedilatildeo do impacto do abastecimento de

aacutegua destinada ao consumo na sauacutede eacute a ausecircncia de estatiacutesticas

demograacuteficas sobre os habitantes locais especialmente em comunidades

rurais Portanto o conhecimento sobre as incidecircncias de doenccedilas que ocorrem

nas aacutereas rurais em decorrecircncia de aacutegua poluiacuteda eacute importante Isso possibilita

comparar a incidecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica entre comunidades

que tecircm acesso agrave aacutegua potaacutevel e aquelas que natildeo tecircm (ZAMXAKA et al

2004)

A falta de aacutegua para consumo e de medidas sanitaacuterias adequadas

podem ocasionar vaacuterias doenccedilas tais como coacutelera disenteria salmonelose e

febre tifoacuteide A diarreacuteia eacute a principal causa pela morte de mais de 2 milhotildees de

pessoas no mundo A maioria destas pessoas eacute composta por crianccedilas com

idade inferior a 5 anos (ZAMXAKA et al 2004)

Alguns indicadores criacuteticos relacionados ao saneamento e agrave carecircncia de

aacutegua nos paiacuteses em desenvolvimento foram comentados por Maia Neto

(1997) Dentre esses paracircmetros destaca-se que a pobreza e a falta de

saneamento baacutesico satildeo responsaacuteveis nesses paiacuteses pelo oacutebito de uma

crianccedila a cada 10 segundos em consequumlecircncia de doenccedilas evitaacuteveis caso a

aacutegua fosse tratada totalizando 10 milhotildees de oacutebitos a cada ano

Rush et al (2000) afirmam que levantamentos realizados em campo

com o intento de identificar impropriedades do uso da aacutegua satildeo fundamentais

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

18

Eles proporcionam um conhecimento baacutesico adequado para a tomada de

accedilotildees corretivas relacionadas ao abastecimento de aacutegua

232 ndash Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Von Sperling (1996) afirma que a qualidade de uma determinada aacutegua eacute

resultante do uso e da ocupaccedilatildeo do solo na bacia hidrograacutefica sendo afetada

tanto pelas condiccedilotildees naturais como tambeacutem pela interferecircncia do homem

Os diversos componentes presentes na aacutegua e que alteram sua qualidade

podem ser avaliados a partir de suas caracteriacutesticas fiacutesicas (cor sabor

temperatura turbidez entre outras) quiacutemicas (alcalinidade cloretos

condutividade eleacutetrica dureza pH entre outras) e bioloacutegicas (coliformes

termotolerantes e totais entre outras) que devem ser entendidas de uma

forma abrangente com suas possiacuteveis interaccedilotildees

2321 ndash Condutividade eleacutetrica

A capacidade da aacutegua de conduzir corrente eleacutetrica eacute conhecida como

condutividade eleacutetrica ou condutacircncia especiacutefica e depende da concentraccedilatildeo

de iacuteons em soluccedilatildeo (UNEPWHO1996)

2322 ndash Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Soacutelidos totais dissolvidos eacute o peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua por unidade de volume Representa a concentraccedilatildeo de

todo o material dissolvido na aacutegua seja ou natildeo volaacutetil (SANTOS 1997)

Aacuteguas com STD superior a 30000 mgL (ppm) satildeo consideradas como

aacuteguas salgadas enquanto que aquelas com STD inferior a 500 mgL (ppm)

satildeo aacuteguas doces As aacuteguas salobras apresentam uma concentraccedilatildeo desse

paracircmetro intermediaacuteria entre a aacutegua doce e a aacutegua salgada (MMAABEAS

1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

19

2323 ndash Temperatura

A temperatura eacute a mediccedilatildeo da intensidade de calor Elevaccedilotildees da

temperatura aumentam a taxa das reaccedilotildees quiacutemicas e bioloacutegicas e diminuem a

solubilidade dos gases e aumentam a taxa de transferecircncia de gases (VON

SPERLING 1996)

Segundo Santos (1997) a amplitude teacutermica anual das aacuteguas

subterracircneas em geral eacute baixa (de 1 a 2 oC) e independem da temperatura

atmosfeacuterica a natildeo ser nos aquumliacuteferos freaacuteticos pouco profundos onde a

temperatura eacute um pouco superior agrave da superfiacutecie

2324 ndash pH

O potencial hidrogeniocircnico representa a concentraccedilatildeo de iacuteons

hidrogecircnio H+ (em escala anti-logariacutetimica) dando uma indicaccedilatildeo sobre a

condiccedilatildeo de acidez neutralidade ou alcalinidade da aacutegua O pH eacute um dos mais

importantes paracircmetros de qualidade de aacutegua (VON SPERLING 1996)

Este paracircmetro eacute essencialmente uma funccedilatildeo do gaacutes carbocircnico

dissolvido e da alcalinidade da aacutegua Varia de 1 a 14 sendo neutro com o valor

7 aacutecido com valores inferiores a 7 e alcalino ou baacutesico com valores superiores

a 7 A maioria das aacuteguas subterracircneas tem pH entre 55 e 85 Em casos

excepcionais pode variar entre 3 e 11 (SANTOS 1997)

2325 ndash Cor

Eacute o resultado das substacircncias dissolvidas na aacutegua provenientes

principalmente da lixiviaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica (SANTOS 1997)

O termo cor aparente inclui natildeo apenas a cor devido a substacircncias em

soluccedilatildeo mas tambeacutem a cor devido agrave mateacuteria em suspensatildeo A cor verdadeira

eacute aquela na qual a turbidez tenha sido removida (APHA et al 1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

20

2326 ndash Turbidez

A turbidez representa o grau de interferecircncia com a passagem da luz

atraveacutes da aacutegua conferindo uma aparecircncia turva agrave mesma (Von Sperling

1996) Eacute causada pela mateacuteria em suspensatildeo e coloidal tais como argila silte

mateacuteria orgacircnica e inorgacircnica finamente dividida e placircncton e outros

organismos microscoacutepicos (APHA et al 1998)

2327 ndash Alcalinidade

Alcalinidade de uma aacutegua eacute sua capacidade de neutralizar um aacutecido A

alcalinidade de algumas aacuteguas deve-se somente aos bicarbonatos de caacutelcio e

magneacutesio Quando o pH da aacutegua natildeo excede a 83 e sua alcalinidade total eacute

praticamente idecircntica agrave sua alcalinidade de bicarbonato Aacuteguas que tecircm um

pH acima de 83 contecircm carbonatos e possivelmente hidroacutexidos aleacutem de

bicarbonatos (UNEPWHO1996)

Como a alcalinidade de muitas aacuteguas superficiais eacute primariamente uma

funccedilatildeo de carbonato bicarbonato e teor de hidroacutexidos este paracircmetro eacute

considerado como uma indicaccedilatildeo da concentraccedilatildeo destes constituintes (APHA

et al1998) Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas em geral situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e somente em

casos especiais pode atingir 1000 mg CaCO3L

2328 ndash Cloreto

Uma elevada concentraccedilatildeo de cloretos ocorre em aacuteguas que tiveram

contato com formaccedilotildees geoloacutegicas que os continham Senatildeo devido a isto

altos teores podem indicar uma poluiccedilatildeo por esgoto ou resiacuteduos industriais ou

atraveacutes da intrusatildeo de aacutegua do mar ou salina no corpo drsquoaacutegua doce ou

aquumliacutefero Uma concentraccedilatildeo alta deste elemento tem um efeito corrosivo em

condutos e estruturas de metal aleacutem de ser prejudicial agrave maioria dos vegetais

(UNEPWHO 1996)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

21

2329 ndash Dureza

A dureza eacute a medida da capacidade de aacutegua precipitar sabatildeo (APHA et

al1998) Utiliza-se geralmente o teor de caacutelcio e magneacutesio de uma aacutegua

expresso em teores de carbonato de caacutelcio e magneacutesio para definir a dureza

Em termos de tratamento e abastecimento puacuteblico de aacutegua tem-se (Von

Sperling 1996)

(i) Dureza lt 50 mgL CaCO3 ndash aacutegua branda

(ii) Dureza entre 50 e 150 mgL CaCO3 ndash aacutegua de dureza moderada

(iii) Dureza entre 150 e 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua dura

(iv) Dureza gt 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua muito dura

Desde o final da deacutecada de 50 numerosos estudos tecircm relatado que a

dureza da aacutegua ou seja a sua concentraccedilatildeo de caacutelcio e magneacutesio estaacute

associada agraves doenccedilas cardiovasculares (ROSENLUND 2005)

Ao contraacuterio do que se acreditou no passado a ingestatildeo de aacuteguas duras

pode influenciar favoravelmente a sauacutede humana eacute o que indicam algumas

pesquisas epidemioloacutegicas que relacionaram o seu uso com a menor incidecircncia

de enfermidades cardiovasculares (LIMA 1993)

23210 ndash Metais

As concentraccedilotildees de metais na aacutegua ocorrem em funccedilatildeo do

comportamento eletroquiacutemico e quiacutemico das partiacuteculas como tambeacutem de

outras condiccedilotildees do ambiente hidroloacutegico Esses niacuteveis podem variar de

algumas ngL (10-9 gL) ou microgL (10-6 gL) naqueles conhecidos como metais

traccedilos (beriacutelio caacutedmio mercuacuterio entre outros) a mgL (10-3 gL) ou ainda em

alguns casos gL com relaccedilatildeo aos metais principais (caacutelcio magneacutesio soacutedio

entre outros) Alguns metais podem ser beneacuteficos ou toacutexicos dependendo das

suas concentraccedilotildees e do comportamento fisioloacutegico (GALVIacuteN 1996)

Embora o alumiacutenio seja um dos elementos mais abundantes da crosta

terrestre ele estaacute presente apenas em concentraccedilotildees traccedilo nas aacuteguas

naturais Este elemento ocorre em muitas rochas minerais e argilas e estaacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

22

presente em praticamente todas as aacuteguas superficiais (UNEPWHO 1996)

Segundo Juan (2000) este metal normalmente natildeo estaacute presente em aacuteguas

subterracircneas nem superficiais a menos que ocorra uma contaminaccedilatildeo

industrial Para Galviacuten (1996) o metabolismo do alumiacutenio nos seres humanos

natildeo eacute bem compreendido O principal problema deste metal com relaccedilatildeo agrave

ingestatildeo por seres humanos eacute baseado na possibilidade de favorecer a

incidecircncia de certos distuacuterbios neuroloacutegicos como por exemplo o mal de

Alzheimer em pacientes de diaacutelise renal tratados com aacutegua obtida de aacuteguas

potaacuteveis ricas em alumiacutenio (mais de 011 mgL)

Aacuteguas pobres em compostos orgacircnicos como por exemplo na

Alemanha apresentam concentraccedilotildees de cobre na ordem de 5 a 10 microgL

Aacuteguas com quantidades mais elevadas de compostos orgacircnicos assim como

na Sueacutecia apresentam concentraccedilotildees acima de 390 microgL Concentraccedilotildees de 3

a 5 mgL de cobre conferem um sabor amargo e adstringente e ateacute mesmo

uma irritaccedilatildeo gaacutestrica aguda em alguns indiviacuteduos como tambeacutem efeitos na

cor e turbidez seu niacutevel excede 1 mgL (GALVIacuteN 1996)

O ferro pode estar presente com baixos teores (lt 03 mgL) em quase

todas as aacuteguas e ocorre sob diversas formas quiacutemicas e frequumlentemente

aparece associado ao manganecircs No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo

da hemoglobina A sua carecircncia pode causar anemia (SANTOS 1997) No

entanto segundo Galviacuten (1996) a ingestatildeo deste metal em elevadas

quantidades causa graves distuacuterbios reversiacuteveis nos tecidos humanos

Eacute a formaccedilatildeo de oacutexido feacuterrico hidratado que torna aacuteguas carregadas de

ferro objetivaacuteveis Este precipitado feacuterrico causa manchas alaranjadas em

quaisquer superfiacutecies em que venham a se sedimentar incluindo roupas

alimentos e utensiacutelios usados na cozinha e aparelhos sanitaacuterios (UNEPWHO

1996)

O manganecircs encontra-se frequumlentemente presente com baixos teores

(lt 02 mgL) em quase todas as aacuteguas naturais (SANTOS 1997) Eacute um

elemento traccedilo essencial estando envolvido na siacutentese de proteiacutenas dinacircmica

do colesterol e na produccedilatildeo de hemoglobina aleacutem de ser um catalisador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

23

enzimaacutetico Sua deficiecircncia no corpo humano estaacute associada a doenccedilas

cardiacuteacas anemia e maacute formaccedilatildeo oacutessea em crianccedilas No entanto a ingestatildeo

habitual de aacuteguas ricas em manganecircs (14 mgL) causa lesotildees cerebrais Com

relaccedilatildeo ao consumo de aacutegua potaacutevel baixos niacuteveis deste metal podem

ocasionar o surgimento de bacteacuterias manganosas em sistemas de rede como

tambeacutem cor e turbidez Concentraccedilotildees deste elemento que excedem a 02

mgL produzem sabor desagradaacutevel (GALVIacuteN 1996)

Segundo Santos (1997) os teores de potaacutessio nas aacuteguas subterracircneas

satildeo inferiores a 10 mgL Em aacuteguas meteoacutericas os teores de potaacutessio estatildeo

geralmente no intervalo de 01 a 4 mgL Ainda segundo estes autores a

carecircncia de potaacutessio no organismo humano pode provocar fadiga baixa de

accediluacutecar no sangue e insocircnia enquanto que seu excesso pode causar catildeimbra

fadiga paralisia muscular e diarreacuteia

O soacutedio eacute o principal responsaacutevel pelo aumento constante da salinidade

das aacuteguas naturais do ponto de vista catiocircnico As aacuteguas naturais com

elevados teores de soacutedio satildeo prejudiciais agraves plantas por reduzir a

permeabilidade do solo (SANTOS 1997) Fisiologicamente altos niacuteveis de

soacutedio no sangue resultam em problemas cardiacuteacos como hipertensatildeo

patologias nos rins e no fiacutegado e intoxicaccedilatildeo em gestantes e em bebecircs

(GALVIacuteN 1996)

O zinco entre os metais pesados eacute o mais soluacutevel Sua concentraccedilatildeo

em geral eacute inferior a 10 microgL nas aacuteguas subterracircneas (Santos 1997) Pode ser

considerado um metal natildeo toacutexico ainda que em doses elevadas Contudo

aumentos de zinco em aacuteguas potaacuteveis satildeo geralmente associadas com os

efeitos toacutexicos do caacutedmio Este fato deve alertar agraves autoridades responsaacuteveis

pelo controle da qualidade da aacutegua com relaccedilatildeo ao consumo de aacuteguas

relativamente ricas em zinco e potencialmente em caacutedmio (GALVIacuteN 1997)

233 ndash Paracircmetros bacterioloacutegicos

Existem vaacuterios meacutetodos de detectar o grau de contaminaccedilatildeo de uma

aacutegua A teacutecnica microbioloacutegica baacutesica consiste na detecccedilatildeo e na contagem de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

24

organismos indicadores Esta teacutecnica eacute utilizada no monitoramento da

qualidade de aacutegua As bacteacuterias do grupo coliforme podem ser definidas como

os principais indicadores da pureza da aacutegua para consumo domeacutestico

industrial entre outros (ZAMXAKA et al 2004)

O isolamento de patoacutegenos eacute inviaacutevel pois eles estatildeo presentes em

nuacutemeros relativamente pequenos comparados com outros gecircneros de

microorganismos Aleacutem do mais existem muitos gecircneros de patoacutegenos e cada

um requer uma teacutecnica especiacutefica de isolamento A metodologia que tem sido

adotada consiste em analisar para organismos indicadores que habitam o

intestino em expressivas quantidades e que satildeo excretados nas fezes

humanas A presenccedila destes organismos indicadores na aacutegua evidencia a

contaminaccedilatildeo fecal e portanto o provaacutevel risco de que patoacutegenos estejam

presentes O termo ldquocoliformes totaisrdquo inclui coliformes termotolerantes e

bacteacuterias de origem fecal assim como tambeacutem algumas bacteacuterias que podem

ser isoladas de fontes do meio ambiente A presenccedila de coliformes totais pode

indicar ou natildeo a presenccedila de contaminaccedilatildeo fecal O termo coliforme fecal tem

sido utilizado em microbiologia para denotar organismos coliformes que se

desenvolvem a 44 ou 445 oC e fermentam lactose para produzir aacutecido e gaacutes

Na praacutetica alguns organismos que apresentam estas caracteriacutesticas podem

natildeo ser de origem fecal e o termo ldquocoliforme termotoleranterdquo eacute portanto mais

correto e eacute mais comumente empregado (UNEPWHO 1996)

234 - Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano

A qualidade de aacutegua constitui-se de grande importacircncia para a

humanidade O sabor foi a forma mais simples de se reconhecer a adequaccedilatildeo

da aacutegua para consumo Assim sendo os antigos sistemas de classificaccedilatildeo

dividiam as aacuteguas naturais como aacuteguas doces aacuteguas salobras e aacuteguas

salgadas Esta classificaccedilatildeo tem sido empregada ateacute o presente Contudo

estes tipos de aacuteguas poderiam variar tremendamente de acordo com as

condiccedilotildees locais As pessoas que usavam aacutegua de rio (cong 200 mgL de

salinidade) para beber considerariam uma aacutegua subterracircnea com uma

salinidade de 800 mgL como altamente salobra enquanto que habitantes dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

25

desertos poderiam admitir que uma aacutegua com salinidade de 1500 mgL seria

satisfatoacuteria para consumo No Sinai do Sul os beduiacutenos assim como o seu

rebanho sobreviviam com aacutegua de poccedilo com uma salinidade em torno de 2000

mgL Em 1988 a OMS (Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) estabeleceu padrotildees

quiacutemicos e bioloacutegicos para a qualidade de aacutegua destinada ao consumo e

classificou as aacuteguas quanto agrave potabilidade de acordo com a salinidade como

mostra a Tabela 22 (EL-MANHARAWY HAFEZ 2003)

Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

Qualidade da aacutegua STD (mgL) Excelente lt 300 Boa 300 - 600 Regular 600 - 900 Insatisfatoacuteria 900 - 1200 Inaceitaacutevel gt 1200

Fonte El-Manharawy e Hafez (2003)

Em 1996 a Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental dos Estados Unidos

recomendou um niacutevel de STD de 500 mgL como seguro para fins de consumo

humano a longo prazo e 1000 mgL como maacuteximo para consumo humano a

curto prazo Os padrotildees de qualidade de aacutegua estabelecidos por ambos

mencionam detalhadamente os limites bacterioloacutegicos e tambeacutem para

substacircncias quiacutemicas perigosas (FATH et al 2003) A maior parte da aacutegua

disponiacutevel na terra tem uma salinidade superior a 10000 mgL enquanto que a

aacutegua salgada normalmente tem uma salinidade entre 35000-45000 mgL na

forma de sais dissolvidos

De acordo com o Art 16 da Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do

Ministeacuterio da Sauacutede a aacutegua potaacutevel deve estar em conformidade com o padratildeo

de aceitaccedilatildeo de consumo expresso na Tabela 23

A referida Portaria recomenda que o pH da aacutegua seja mantido na faixa

de 60 a 95 que o teor maacuteximo de cloro residual livre em qualquer ponto do

sistema de abastecimento seja de 20 mgL Aleacutem disso recomenda-se a

realizaccedilatildeo de testes para detecccedilatildeo de odor e gosto em amostras de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

26

coletadas na saiacuteda do tratamento e na rede de distribuiccedilatildeo Aleacutem disso as

amostras de aacutegua para consumo humano devem tambeacutem estar isentas de

coliformes termotolerantes

Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a Portaria

no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

Paracircmetro Unidade VMP(1)

Alumiacutenio mgL 02 Amocircnia (como NH3) mgL 15 Cloreto mgL 250 Cor aparente UH(2) 15 Dureza mgCaCO3L 500 Etilbenzeno mgL 02 Ferro mgL 03 Manganecircs mgL 01 Monoclorbenzeno mgL 012 Odor - Natildeo objetivaacutevel(3)

Gosto - Natildeo objetivaacutevel(3)

Soacutedio mgL 200 Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

mgL 1000

Sulfato mgL 250 Sulfeto de hidrogecircnio mgL 005 Surfactantes mgL 05 Tolueno mgL 017 Turbidez UT(4) 5 Zinco mgL 5 Xileno mgL 03 (1) Valor maacuteximo permitido (2) Unidade Hazen (mg Pt ndash CoL) (3) Criteacuterio de referecircncia ( 4) Unidade de turbidez

24 ndash ABASTECIMENTO DE AacuteGUA

241 - Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua

A bacia do rio Satildeo Francisco possui 52 de sua aacuterea inserida no

ldquoPoliacutegono da Secardquo (SUASSUNA 2000) Possui uma disponibilidade de aacutegua

de 644 bilhotildees de m3ano respondendo por 69 da disponibilidade de aacuteguas

superficiais e por 73 da disponibilidade superficial garantida do Nordeste

face agrave sua perenidade (MONTENEGRO et al 2003) Este vital recurso hiacutedrico

tem desempenhado o papel de principal fonte de recurso hiacutedrico da regiatildeo

Nordeste como elemento fornecedor de aacutegua atraveacutes de sistemas integrados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

27

e sistemas isolados de abastecimento de aacutegua Apesar de ser um manancial

notoriamente reconhecido pela sua boa qualidade nem sempre a qualidade

de aacutegua dos sistemas adutores de fornecimento de aacutegua do Satildeo Francisco

atendem aos padrotildees de potabilidade preconizados como mostra o trabalho de

Santos e Daltro Filho (2000) Estes autores realizaram um levantamento

exploratoacuterio visando avaliar a qualidade de aacutegua de abastecimento fornecida

pelo sistema integrado Escurial (Sergipe) as condiccedilotildees de vida sauacutede

percepccedilatildeo e postura da populaccedilatildeo ao recurso da aacutegua Neste trabalho fez-se

uso de questionaacuterios que foram aplicados junto agrave populaccedilatildeo agraves autoridades e

oacutergatildeos atuantes nos 5 povoados atendidos aleacutem de terem sido efetuadas

coletas e anaacutelises de aacutegua no rio Satildeo Francisco e em diversos pontos deste

sistema O referido sistema inicia no povoado Escurial onde existe a captaccedilatildeo

o tratamento uma unidade de armazenamento e uma estaccedilatildeo elevatoacuteria

Atende aleacutem do povoado Escurial aos povoados Carro Quebrado Lagoas

Catingueira e Areias Todos estes povoados pertencem ao municiacutepio sergipano

de Nossa Senhora de Lourdes e estatildeo inseridos no semi-aacuterido Este sistema de

responsabilidade da DESO (Companhia de Saneamento de Sergipe) foi

projetado para o alcance de 2011 quando se pretende atender a uma

populaccedilatildeo de 4476 pessoas De acordo com os resultados apresentados

Santos e Daltro Filho (2000) concluiacuteram

(i) Com a chegada do abastecimento de aacutegua as comunidades adquiriram a

percepccedilatildeo da aacutegua como um bem disponiacutevel (de consumo) e mesmo de

conforto apesar de sofrimento pela sua falta

(ii) Tanto a aacutegua do manancial como a que eacute distribuiacuteda natildeo atende

totalmente aos padrotildees de potabilidade

(iii) O alto grau de pobreza que estava submetida a populaccedilatildeo da aacuterea

estudada representava um risco agrave sustentabilidade do meio ambiente pois as

famiacutelias natildeo dispunham de recursos nem conhecimento para evitar a

degradaccedilatildeo do ambiente onde viviam

(iv) As atividades da DESO atraveacutes do sistema integrado de Escurial que

abastece os cinco povoados estudados tecircm representado um ganho parcial

para aquelas comunidades principalmente no que se refere ao ldquoconfortordquo Essa

situaccedilatildeo eacute particularmente importante para a populaccedilatildeo dos povoados mais

distantes na busca pela aacutegua Os efeitos positivos daquela infra-estrutura na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

28

sauacutede da comunidade dependem natildeo soacute da qualidade da aacutegua mas de

muacuteltiplos fatores e demais intervenccedilotildees como destino e tratamento dos

resiacuteduos soacutelidos instalaccedilotildees sanitaacuterias adequadas nos domiciacutelios boa higiene

comunitaacuteria e niacuteveis soacutecio-econocircmicos e educacionais compatiacuteveis ao bem

estar de qualquer comunidade No mais pocircde-se perceber que o simples

fornecimento de aacutegua tem representado impacto parcialmente positivo agrave

qualidade de vida da populaccedilatildeo apesar das constantes faltas drsquoaacutegua

particularmente no periacuteodo de estiagem

Atualmente o nuacutemero de accediludes existentes no semi-aacuterido nordestino eacute

superior a 100 mil e a capacidade de armazenamento eacute de 25 bilhotildees de

metros cuacutebicos (DUARTE 2002) No Nordeste do Brasil que eacute a principal

regiatildeo onde as condiccedilotildees aacuteridas e semi-aacuteridas satildeo encontradas tecircm sido

construiacutedos centenas de reservatoacuterios a fim de armazenar aacutegua para consumo

humano e para irrigaccedilatildeo Infelizmente a maioria destes reservatoacuterios (cerca de

80) natildeo eacute conectada aos sistemas de distribuiccedilatildeo de aacutegua para consumo

humano Aleacutem da evidente necessidade de uma quantidade suficiente de aacutegua

existem seacuterios problemas relacionados com a qualidade da aacutegua destes

reservatoacuterios (VON SPERLING 1998)

(i) Eutrofizaccedilatildeo (florescecircncia de plantas aquaacuteticas causadas pela descarga de

nutrientes)

(ii) Assoreamento (acuacutemulo de material inorgacircnico tal como areia silte e

argila)

(iii) Salinizaccedilatildeo (elevaccedilatildeo do teor de sais no corpo drsquoaacutegua quando a

evaporaccedilatildeo excede a precipitaccedilatildeo)

Segundo Santos et al (2000) a construccedilatildeo simples de accediludes grandes

e pequenos sem criteacuterios de distribuiccedilatildeo nas bacias hidrograacuteficas tem levado

ao agravamento do quadro da falta drsquoaacutegua ou mesmo da qualidade de aacutegua

(salinizaccedilatildeo)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

29

242 ndash Obras hiacutedricas de pequeno porte

Como no semi-aacuterido brasileiro a escassez de aacutegua para o consumo

humano ainda eacute um drama social principalmente durante as secas a

necessidade diaacuteria de buscar aacutegua para o consumo domeacutestico obriga

principalmente as mulheres a longas caminhadas agrave sua procura As

estimativas apontam que dois terccedilos dos domiciacutelios rurais no Nordeste se

encontram nessa situaccedilatildeo Na maioria dos casos sem ter outra alternativa

utilizam aacutegua improacutepria ao consumo humano ou esperam dias e ateacute semanas

pelo abastecimento do carro-pipa cuja qualidade de aacutegua muitas vezes natildeo

atende aos padrotildees de potabilidade O esforccedilo despendido para obtenccedilatildeo de

aacutegua nos periacuteodos de escassez de chuvas eacute significativo Satildeo cerca de trecircs

diashomem por semana para obtenccedilatildeo de aacutegua segundo estudos da

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria) sem falar dos

problemas causados pelo consumo de aacutegua contaminada A UNICEF (Fundo

das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia) usando dados do Ministeacuterio da Sauacutede do

Brasil alerta para o fato de que a cada quatro crianccedilas que morrem na regiatildeo

uma deixa a vida acometida por diarreacuteia consequumlecircncia indesejaacutevel do

consumo de aacutegua improacutepria Os custos diretos e indiretos financeiros e sociais

desta situaccedilatildeo satildeo imensos e se repetem com uma frequumlecircncia inaceitaacutevel

(LIMA et al 2001)

Em funccedilatildeo disto tem-se buscado para o povo nordestino soluccedilotildees

simples praacuteticas e economicamente viaacuteveis Por meio de parcerias diversas

ONGs instituiccedilotildees eclesiaacutesticas e governamentais tecircm desenvolvido algumas

experiecircncias localizadas e conseguido melhorar as condiccedilotildees de vida da

populaccedilatildeo rural difusa Um princiacutepio elementar do manejo dos recursos

hiacutedricos no semi-aacuterido eacute a captaccedilatildeo no periacuteodo chuvoso e utilizaccedilatildeo no periacuteodo

de estiagem imediato (COSTA et al 2001a)

A realidade econocircmica e social do homem do campo nordestino exige

que as soluccedilotildees encontradas para a convivecircncia com a seca envolvam

tecnologias de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo Dentre estas alternativas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

30

empregadas historicamente destacam-se os barreiros as barragens

subterracircneas os poccedilos tubulares e as cisternas (ABREU 2001) Uma consideraacutevel quantidade de estudos hidroloacutegicos e obras

hidraacuteulicas tem levado progressivamente agrave atenuaccedilatildeo dos problemas

decorrentes das condiccedilotildees de semi-aridez Todavia como observam Costa et

al (2001a) soluccedilotildees definitivas estatildeo ainda longe de serem alcanccediladas e

soluccedilatildeo uacutenica natildeo existe

Qualquer que seja a soluccedilatildeo ou conjunto de soluccedilotildees deve-se ter

sempre em mente a busca mais apropriada a cada condiccedilatildeo de escassez de

aacutegua banindo-se a cultura de soluccedilotildees aplicadas a regiotildees uacutemidas como

tradicionalmente tecircm-se comportado a pesquisa e a extensatildeo rural do semi-

aacuterido (BATISTA 2001) Um aspecto ressaltado por Mota e Studart (1996) eacute que

na implantaccedilatildeo de obras hiacutedricas devem ser considerados os sistemas jaacute

existentes e os impactos que podem causar nos meios abioacutetico bioacutetico e

antroacutepico tendo como unidade de anaacutelise a bacia hidrograacutefica Assim aleacutem

dos impactos localizados decorrentes de cada empreendimento devem ser

analisados os impactos cumulativos do mesmo sobre a bacia hidrograacutefica

onde se situaraacute

As pequenas obras hiacutedricas (barreiros cisternas barragens

subterracircneas e poccedilos) satildeo estruturas de pequeno porte e de custo construtivo

relativamente baixo construiacutedas com a finalidade de armazenar aacuteguas

superficiais subterracircneas ou pluviais para a sua utilizaccedilatildeo de alguma forma ou

de muacuteltiplas formas (abastecimento de aacutegua dessedentaccedilatildeo animal irrigaccedilatildeo

entre outras) Enfoca-se a seguir alguns aspectos relacionados a estas

estruturas 2421 ndash Barreiros

O aproveitamento de aacutegua conhecido regionalmente por barreiro

tanque ou aguada consiste no acuacutemulo de aacuteguas de superfiacutecie que recolhe a

aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio proporcionado pela construccedilatildeo de

um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo do terreno Sua capacidade de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

31

acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute algumas dezenas de milhares de

metros cuacutebicos A partir de um acuacutemulo superior a cerca de 100000 m3 a obra

eacute considerada como um pequeno accedilude Trata-se de um aproveitamento de

pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo relativamente baixo e

sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho do barreiro podendo

ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas razotildees o barreiro

encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste (OLIVEIRA

LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al (2003) estas

estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas por evaporaccedilatildeo

elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas exigecircncias de

potabilidade

No que se refere agrave utilizaccedilatildeo da aacutegua armazenada as famiacutelias a utilizam

para os mais diversos usos em funccedilatildeo destas estruturas exercerem um papel

importante no abastecimento familiar Apesar da alta turbidez encontrada

nestas aacuteguas chegando a valores acima de 600 uT elas tambeacutem satildeo

destinadas ao consumo familiar Eacute comum as famiacutelias utilizarem produtos

minerais tais como sulfato de alumiacutenio gesso cal etc para clarificar a aacutegua

desses barreiros Ciente dos riscos que estes produtos podem trazer agrave sauacutede

humana quando ingeridos em dosagens excessivas e por periacuteodos

prolongados a ONG CAATINGA vem introduzindo o uso da semente de

moringa oleifera para clarificar e tratar a aacutegua dos barreiros destinada ao uso

familiar (SOUZA 1999)

Atraveacutes da observaccedilatildeo de alguns poucos barreiros profundos

(profundidade superior a 4 m) existentes no municiacutepio de Ouricuri-PE

confirmou-se na praacutetica que a evaporaccedilatildeo era reduzida agrave medida em que se

aumentava a profundidade Daiacute em 1987 o barreiro-trincheira (Figura 22)

surgiu como proposta para armazenamento e fornecimento de aacutegua para

consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal das pequenas propriedades da

regiatildeo de Ouricuri (SOUZA 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

32

Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999)

2422 ndash Cisternas

Construir cisternas eacute uma tradiccedilatildeo antiga em regiotildees aacuteridas ou semi-

aacuteridas do ldquoVelho Mundordquo como no Oriente Meacutedio e na Aacutesia onde a captaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para o abastecimento humano faz parte do acervo cultural

dos povos haacute milhares de anos (SCHISTEK 2001)

A cisterna consiste em um reservatoacuterio fechado destinado a armazenar

aacuteguas pluviais para consumo humano Eacute constituiacuteda por um tanque de

armazenamento um sistema de filtragem e a aacuterea de captaccedilatildeo O tanque de

armazenamento eacute o proacuteprio reservatoacuterio que pode ser semi-enterrado ou

totalmente subterracircneo no caso da aacuterea de captaccedilatildeo ser no solo (Brito e Porto

1999) Trata-se de uma tecnologia de soluccedilatildeo local e de baixo custo com

perspectiva de equacionar a demanda de aacutegua para consumo humano e

animal aproveitando o proacuteprio telhado das construccedilotildees eou solo da

circunvizinhanccedila como aacuterea de captaccedilatildeo Existe portanto possibilidade de

aproveitamento das superfiacutecies de captaccedilatildeo existentes numa propriedade (casas-

sede casas de colono instalaccedilotildees animais) livre de taxa e sem necessidade de

transporte da aacutegua por longas distacircncias aleacutem do benefiacutecio de reduzir a demanda

por aacutegua tratada (GONDIM 2001)

Segundo Gnadlinger (1999) a cisterna de placas de cimento eacute o tipo de

cisterna mais utilizado no semi-aacuterido brasileiro Esse reservatoacuterio consiste em

placas de concreto (mistura cimento-areia na proporccedilatildeo de 14) de cerca de 50

por 60 cm com 3 cm de espessura curvadas de acordo com o raio projetado

da parede da cisterna dependendo da capacidade prevista Haacute variantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

33

onde por exemplo as placas de concreto satildeo menores e mais espessas e com

um traccedilo de cimento mais magro A parede da cisterna eacute levantada com essas

placas finas a partir do chatildeo jaacute cimentado Para evitar que a parede venha a

cair ela eacute sustentada com varas ateacute que a argamassa esteja seca Apoacutes isso

um arame de accedilo galvanizado (no 12 ou 277 mm) eacute enrolado no lado externo

da parede e essa eacute rebocada Em seguida a parede interna e o chatildeo satildeo

rebocados e cobertos com nata de cimento forte O telhado da cisterna tambeacutem

eacute feito de placas de concreto Um reboco externo eacute suficiente para dar firmeza

O espaccedilo vazio em volta da cisterna eacute aterrado

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel aleacutem da

poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais como roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos animais satildeo levados pelo escoamento da aacutegua

de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada Uma

vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir em

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004) Aleacutem disso a construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de

lanccedilamento de esgotos a ausecircncia de conservaccedilatildeo e de manejo adequados

da aacutegua aliados ao uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e

uso de cordas e baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem

representar fontes de contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios

microorganismos natildeo soacute os pertencentes ao grupo coliformes totais e

termotolerantes mas tambeacutem outras bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua

(AMORIM PORTO 2003) Geralmente indicadores tradicionais assim como

os coliformes totais e termotolerantes satildeo utilizados para avaliar a qualidade

microbioloacutegica das aacuteguas de chuva (MEERA AHAMMED 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

34

Amorim e Porto (2001) avaliaram a qualidade bacterioloacutegica da aacutegua de

cisternas da comunidade de Volta do Riacho localizada no municiacutepio de

Petrolina-PE Eles enfocaram medidas de proteccedilatildeo da contaminaccedilatildeo por

agentes patogecircnicos associados agraves doenccedilas veiculadas pela aacutegua Os

resultados obtidos indicaram contaminaccedilatildeo de origem fecal em todas as

cisternas avaliadas e tambeacutem a ausecircncia de medidas de prevenccedilatildeo de

contaminaccedilatildeo principalmente o uso da desinfecccedilatildeo da aacutegua pelo cloro

O dispositivo destinado a desviar automaticamente as primeiras aacuteguas

de chuva apresentado no trabalho de Andrade Neto (2003 2004) consiste

num pequeno tanque localizado na cobertura da cisterna para o qual satildeo

desviadas automaticamente as primeiras aacuteguas de cada chuva utilizando-se

um ldquoTrdquo (intercalado na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna) que deriva para este

pequeno tanque as aacuteguas de lavagem da superfiacutecie de captaccedilatildeo Como o

tanque de desvio permanece todo fechado quando o telhado estaacute lavado ele

enche e soacute entatildeo eacute que a aacutegua de melhor qualidade vai para a cisterna O

fecho hiacutedrico dispensa boacuteias ou outros artifiacutecios Apoacutes a chuva e antes que se

acumule sujeira na superfiacutecie de captaccedilatildeo o tanque de desvio deve ser

esvaziado por meio de uma tubulaccedilatildeo de descarga que novamente fechada

deixa o dispositivo pronto para o desvio automaacutetico das primeiras aacuteguas da

proacutexima chuva O tanque de desvio eacute pequeno e portanto perde-se muito

pouco da aacutegua que aliaacutes pode ser empregada em usos menos exigentes e

ganha-se muito em qualidade

Aleacutem de apresentar um dispositivo destinado a desviar automaticamente

as primeiras aacuteguas de chuva Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios

aspectos da qualidade da aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a

fim de evitar a contaminaccedilatildeo da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na

superfiacutecie de captaccedilatildeo e propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

35

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microorganismos de maior dimensatildeo melhorando a qualidade da aacutegua

coletada

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuteria

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante (prejudica a qualidade da aacutegua pois favorece a proliferaccedilatildeo de

algas tornando a aacutegua improacutepria para consumo)

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais mas na calha e na tubulaccedilatildeo

de entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou outra coisa que possa

reter a sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes eacute prudente tratar a aacutegua

da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem a

garantia de que a cisterna eacute abastecida apenas por aacutegua de chuva ou que natildeo

se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM PORTO

2003) Existem muitas formas de tratamento das aacuteguas das cisternas Os mais

comuns satildeo cloraccedilatildeo fervura filtraccedilatildeo e exposiccedilatildeo aos raios ultravioleta do

sol A cloraccedilatildeo eacute o tratamento mais apropriado para aacuteguas pluviais quando se

suspeita de contaminaccedilatildeo devido a aacutegua apresentar coloraccedilatildeo ou odor

desagradaacutevel (GOULD 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

36

2423 ndash Barragens subterracircneas

Este tipo de obra se caracteriza por um barramento artificial do fluxo de

aacutegua subterracircnea construiacutedo comumente encaixado no leito de riachos com o

fim de manter elevado o niacutevel freaacutetico aumentar o armazenamento de aacutegua e

estabelecer condiccedilotildees favoraacuteveis de captaccedilatildeo a montante Tais caracteriacutesticas

evitam que os recursos hiacutedricos do aquumliacutefero aluvial continuem a escoar ateacute

que se esgotem com o fim do periacuteodo de chuvas fato comumente verificado

nas regiotildees semi-aacuteridas (COSTA et al 2001a) As barragens subterracircneas satildeo

menos susceptiacuteveis agrave evaporaccedilatildeo e contaminaccedilatildeo da aacutegua do que

reservatoacuterios superficiais (accedilude) como mostram Puerari e Castro (2001)

Uma pesquisa para locaccedilatildeo de uma barragem subterracircnea deve levar

em conta diversos aspectos fundamentais entre eles (COSTA 2001) se a

aacutegua do rio jaacute possui elevado teor de sais natildeo se deve construir uma barragem

subterracircnea pois a tendecircncia natural seraacute aumentar a sua concentraccedilatildeo salina

tornando-a imprestaacutevel ao consumo humano

Dentre os vaacuterios modelos de barragem subterracircnea segundo Abreu

(2001) os mais conhecidos satildeo

(i) Modelo CPATSA (Figura 23) padratildeo desenvolvido por pesquisadores do

CPATSAEMBRAPA em Petrolina-PE no iniacutecio dos anos 80 constando

essencialmente de

bull Uma escavaccedilatildeo em arco

bull Uma parede elevada (cerca de 1 m de altura) a jusante da escavaccedilatildeo

bull Impermeabilizaccedilatildeo da parede elevada e da escavaccedilatildeo

bull Um sangradouro em cimento e alvenaria ou em concreto

bull Uma cisterna coberta com telhado a jusante da barragem

bull Um filtro de areia e carvatildeo na escavaccedilatildeo

bull Uma tubulaccedilatildeo para conduccedilatildeo da aacutegua da barragem atraveacutes do filtro ateacute a

cisterna a jusante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

37

Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001)

(ii) Modelo CAATINGA (Figura 24) modelo desenvolvido pela ONG

CAATINGA e consta basicamente de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira linear em geral de modo manual

bull Preenchimento da trincheira com o mesmo material retirado submetido a

uma compactaccedilatildeo manual ou feita por animais

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte sobre a barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38

Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001)

(iii) Modelo Costa e Melo (Figura 25) desenvolvida pelos pesquisadores da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Waldir D Costa e Pedro G de

Melo no iniacutecio da deacutecada de 80 tendo sido posteriormente modificado

ampliado e adequado agraves condiccedilotildees locais pelo primeiro dos pesquisadores

Consta de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira retiliacutenea perpendicular agrave direccedilatildeo de

escoamento do riacho

bull Septo impermeaacutevel ao longo da trincheira

bull Um ou mais poccedilos amazonas sendo um necessariamente colocado junto do

septo impermeaacutevel e a montante deste

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte na superfiacutecie junto ao

septo impermeaacutevel e a jusante deste

bull Um ou mais piezocircmetros ao longo da bacia hidraacuteulica da barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

39

Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Modelo Costa e Melo (ABREU

2001)

2424 ndash Poccedilos

A utilizaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea no Brasil vem crescendo de maneira

significativa provavelmente com taxas superiores agrave da proacutepria economia como

um todo Entretanto pode-se afirmar que a mesma ainda natildeo atingiu um niacutevel

de divulgaccedilatildeo adequado e continua sendo um recurso natural completamente

desconhecido e marginal ao planejamento econocircmico do Paiacutes Ocorrem

atualmente demandas localizadas e sazonais ora movidas pela trageacutedia das

secas nas regiotildees semi-aacuteridas e ora por efeitos artificiais dos interesses

eleitoreiros (RIBEIRO 2001) Silans (2002) informa que os poccedilos constituem

junto com a pequena accediludagem a soluccedilatildeo mais difundida para o

abastecimento de aacutegua difuso no semi-aacuterido

A captaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea daacute-se pelo bombeamento da aacutegua de

poccedilos O tipo de poccedilo a ser construiacutedo depende da finalidade a que se destina

e da vazatildeo que se espera retirar Os poccedilos podem ser classificados por sua

profundidade diacircmetro material de construccedilatildeo tipo de aquumliacutefero entre outros

As cacimbas (Figura 26) satildeo um dos tipos mais conhecidos de poccedilos Este

tipo de poccedilo eacute usado para captaccedilatildeo de aquumliacuteferos livres freaacuteticos e de aluviatildeo

de domiacutenio poroso Natildeo satildeo profundos e possuem grande diacircmetro (maior que

2 m) e as vazotildees de explotaccedilatildeo satildeo baixas O material de revestimento pode

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

40

ser de manilhas de concreto ladrilho tijolos cimento ou pedras As bombas

empregadas para retirada de aacutegua satildeo de baixa potecircncia muitas vezes em

poccedilos com menos de 10 m de profundidade empregam-se compressores

(FREITAS 1997)

Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997)

Os poccedilos tubulares (Figura 27) usualmente chamados poccedilos

artesianos possuem diacircmetro menor que as cacimbas e sua profundidade

varia de dezenas a centenas de metros Satildeo revestidos por tubos de PVC

geomecacircnico ou accedilo galvanizado intercalados com filtros que nada mais satildeo

do que os revestimentos dotados de ranhuras ou espaccedilos vazios para permitir

a entrada de aacutegua Estes poccedilos atingem todo o tipo de aquumliacutefero empregam

bombas submersas para a explotaccedilatildeo da aacutegua (FREITAS 1997)

Haacute ainda os poccedilos de monitoramento e amostragem (Figura 28) Estes

poccedilos satildeo utilizados no monitoramento da qualidade da aacutegua subterracircnea em

um determinado local Satildeo em geral construiacutedos proacuteximos a aterros

sanitaacuterios lixotildees estaccedilotildees de tratamento de esgoto e outras instalaccedilotildees que

podem vir a contaminar a aacutegua subterracircnea principalmente o lenccedilol freaacutetico

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

41

Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS 1997)

Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e amostragem

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

42

Os materiais visualizados anteriormente nas Figuras 27 e 28 satildeo

imprescindiacuteveis na construccedilatildeo de poccedilos de qualidade Nenhum deles deve ser

suprimido O revestimento interno consiste de tubos de PVC da linha

geomecacircnica (resistente agrave traccedilatildeo provocada pelo bombeamento) ou de accedilo

galvanizado Tem a funccedilatildeo de revestir as paredes do poccedilo Os tubos de PVC

soacute podem ser empregados em poccedilos de no maacuteximo 250 m de profundidade

No entanto em poccedilos com menor profundidade deve-se sempre optar por

revestimento e filtros deste material uma vez que eacute praticamente inerte agrave

maioria das substacircncias e natildeo eacute susceptiacutevel agrave corrosatildeo quiacutemica O filtro possui

a propriedade de permitir a entrada de aacutegua do aquumliacutefero para dentro do poccedilo e

de impedir a penetraccedilatildeo de alguma impureza Existem vaacuterios tipos de filtros

poreacutem o mais comum eacute o do tipo ranhurado O preacute-filtro consiste de areia

lavada de gratildeos de quartzo ou pedriscos de quartzo inertes e resistentes O

preacute-filtro ocupa o espaccedilo anular entre o filtro e a parede de perfuraccedilatildeo A

granulometria do preacute-filtro eacute funccedilatildeo da granulometria do aquumliacutefero O preacute-filtro

tem a funccedilatildeo de estabilizar areias muito finas e bem selecionadas e permitir

maior percentual de aacuterea aberta das ranhuras do filtro A proteccedilatildeo sanitaacuteria tem

a funccedilatildeo de evitar que a aacutegua superficial contamine o poccedilo atraveacutes da

infiltraccedilatildeo pelo espaccedilo anular Eacute formada pelo selo sanitaacuterio e pela caixa de

proteccedilatildeo O selo sanitaacuterio consiste de uma argamassa de cimento na

extremidade superior do espaccedilo anular A laje de proteccedilatildeo eacute um piso de

cimento ao redor da boca do poccedilo construiacutedo com um pequeno declive

(FREITAS 1997)

A primeira fase na construccedilatildeo de um poccedilo eacute a execuccedilatildeo de um projeto

do poccedilo Neste projeto define-se a vazatildeo pretendida para o sistema Devem

constar um estudo que contenha informaccedilotildees sobre a geologia local planta

topograacutefica em escala adequada com localizaccedilatildeo e cadastro de obras e de

poccedilos existentes a existecircncia de outros poccedilos abrangidos pelo mesmo

aquumliacutefero o meacutetodo de locaccedilatildeo o perfil estratigraacutefico previsto meacutetodo de

perfuraccedilatildeo entre outras informaccedilotildees A obra propriamente dita inicia-se com a

perfuraccedilatildeo inicial para a colocaccedilatildeo do tubo de proteccedilatildeo sanitaacuteria Pode-se ou

natildeo executar executar um furo guia para obtenccedilatildeo de dados preliminares das

caracteriacutesticas rochas em subsuperfiacutecie Existem basicamente dois tipos de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

43

sonda utilizados para a perfuraccedilatildeo de poccedilos rotativa e agrave percussatildeo A rotativa

eacute empregada em terrenos cujas rochas possuem grande resistecircncia A

perfuraccedilatildeo agrave percussatildeo baseia-se na perfuraccedilatildeo mediante o movimento

alternativo (para cima e para baixo) de uma pesada massa que em sua queda

fratura e desagrega a rocha desprendendo fragmentos de variados tamanhos

que satildeo extraiacutedos por meio de uma vaacutelvula de limpeza (FREITAS 1997)

A forma de construccedilatildeo do poccedilo eacute fundamental para garantir a qualidade

da aacutegua captada e maximizar a eficiecircncia da operaccedilatildeo do poccedilo e a explotaccedilatildeo

do aquumliacutefero Essa questatildeo encontra-se regulamentada atraveacutes de duas

normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas (ABNT) publicadas em

1990 O projeto de poccedilo para captaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea eacute regulamentado

pela norma NBR-12212 de 1992 que prevecirc a elaboraccedilatildeo de especificaccedilotildees

teacutecnicas de construccedilatildeo planilha orccedilamentaacuteria e croquis construtivos O projeto

executivo deve seguir as normas teacutecnicas para construccedilatildeo de poccedilos

apresentada na NBR-12244 de 1990 (ANA 2005)

Entre os principais fatores construtivos dos poccedilos tubulares que podem

representar risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas estatildeo (ANA 2005)

(i) Natildeo isolar as camadas indesejaacuteveis durante a perfuraccedilatildeo como por

exemplo a parte de rochas alteradas mais superficiais que satildeo mais

vulneraacuteveis agrave contaminaccedilatildeo

(ii) Ausecircncia de laje de proteccedilatildeo sanitaacuteria e altura inadequada da boca do poccedilo

(iii) Proximidade com pontos potencialmente contaminantes da aacutegua tais como

fossas lixotildees entre outros

(iv) Natildeo desinfectar o poccedilo apoacutes a construccedilatildeo

(v) Natildeo cimentaccedilatildeo do espaccedilo anelar entre o furo e o poccedilo que facilita a

entrada de aacuteguas superficiais

A resoluccedilatildeo no 15 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH)

de 2001 considera que poccedilos abandonados e desativados devem ser

adequadamente lacrados a fim de que natildeo se tornem possiacuteveis fontes de

contaminaccedilatildeo para o aquumliacutefero (ANA 2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

44

A vida uacutetil de um poccedilo depende tanto da metodologia adequada de

construccedilatildeo como tambeacutem da manutenccedilatildeo posterior A manutenccedilatildeo consiste

de operaccedilotildees necessaacuterias ao bom funcionamento do poccedilo e eacute de suma

importacircncia para se prevenir problemas futuros que podem quando natildeo

sanados a tempo inutilizar o poccedilo Os problemas mais comuns em poccedilos satildeo

(FREITAS 1997)

(i) Obstruccedilatildeo das seccedilotildees filtrantes pode indicar incrustaccedilatildeo (aacuteguas

incrustantes) ou deposiccedilatildeo de argila silte ou areia fina nos filtros ou ainda

pode ser decorrente de mau desenvolvimento do poccedilo

(ii) Produccedilatildeo de areia geralmente eacute resultado do rompimento de algumas

seccedilotildees de filtro ou do proacuteprio revestimento

(iii) Deterioraccedilatildeo da estrutura do poccedilo (accedilo inoxidaacutevel) reflete-se em geral

pela alteraccedilatildeo da cor da aacutegua e presenccedila de partiacuteculas em suspensatildeo

Tambeacutem pode ser reflexo de accedilatildeo bacteriana (bacteacuterias do ferro)

(iv) Defeitos de equipamento de bombeamento a temperatura do motor a

tensatildeo dos tubos e o comportamento da parte eleacutetrica refletem este tipo de

problema

(v) Incrustaccedilatildeo a queda da vazatildeo especiacutefica indica este problema

(vi) Modificaccedilotildees nas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua podem ser

reflexo da corrosatildeo do revestimento da construccedilatildeo de algum tipo de

instalaccedilatildeo que altere a qualidade da aacutegua subterracircnea tais como lixotildees

aterros ou fossas nas cercanias do local

(vii) Atividade bacteriana tambeacutem pode refletir instalaccedilotildees com potencial de

contaminaccedilatildeo Ainda estatildeo relacionadas a bacteacuterias do ferro que satildeo nativas

da aacutegua e atuam na corrosatildeo de revestimentos e filtros de accedilo galvanizado

Estas bacteacuterias tambeacutem geram material que se deposita nas ranhuras dos

filtros

(viii) Queda da vazatildeo de produccedilatildeo praticamente todos os fatores supracitados

contribuem para a queda da vazatildeo

A fim de evitar estes e outros problemas deve-se proceder com a

manutenccedilatildeo preventiva Um programa de manutenccedilatildeo preventiva requer

estreita articulaccedilatildeo com atividades de operaccedilatildeo (FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

45

No semi-aacuterido considerando a grande extensatildeo aflorante das rochas

cristalinas a maioria dos poccedilos eacute perfurada inevitavelmente nessas rochas A

fraca vocaccedilatildeo hidrogeoloacutegica influenciada pela deficiente circulaccedilatildeo de aacutegua

ao longo das fraturas aliada ainda ao desconhecimento de seu subsolo e da

hidraacuteulica nas zonas fraturadasfissuradas tem acarretado inuacutemeros

insucessos (MOTA STUDART 1996) Abreu (2001) relata que soacute no semi-

aacuterido pernambucano em 1998 foram perfurados 206 poccedilos em rocha

cristalina Destes 87 resultaram secos eou com teor de sais dissolvidos muito

elevados (resiacuteduo seco gt 7000 mgL) o que inviabilizou a instalaccedilatildeo dos

mesmos

24 ndash ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA QUALIDADE DE AacuteGUA

241 ndash Dessalinizaccedilatildeo

A dessalinizaccedilatildeo consiste em uma tecnologia empregada que possibilita

a separaccedilatildeo de sais de aacuteguas salobras e aacuteguas salinas tornando-as potaacuteveis

Este processo vem se expandindo rapidamente principalmente em aacutereas

aacuteridas semi-aacuteridas e remotas onde se verifica escassez hiacutedrica ou os custos

para aduccedilatildeo ateacute estas regiotildees satildeo elevados

Arabi e Zurigat (2005) salientam que a escassez hiacutedrica natildeo eacute a uacutenica

causa da crescente aplicaccedilatildeo da tecnologia da dessalinizaccedilatildeo Em diversas

partes do mundo o aumento da poluiccedilatildeo de rios lagos e em alguns casos da

aacutegua subterracircnea tem reduzido significativamente a qualidade das fontes de

aacutegua doce disponiacuteveis Por exemplo nos Paiacuteses Baixos os quais possuem

abundacircncia em aacutegua doce as aacuteguas dos seus rios tornaram-se poluiacutedas com

resiacuteduos de sais provenientes da mineraccedilatildeo Isso levou agrave fundaccedilatildeo em 1999

da maior usina de dessalinizaccedilatildeo com a tecnologia de membrana do mundo na

eacutepoca com 2000 m3h

Diariamente satildeo produzidos cerca de 25 milhotildees de metros cuacutebicos da

demanda hiacutedrica do mundo em usinas de dessalinizaccedilatildeo Estas faacutebricas de

aacutegua tecircm uma capacidade que pode alcanccedilar ateacute 230000 m3dia e podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

46

abastecer grandes cidades com aacutegua potaacutevel (KOSCHIKOWSKI et al 2003)

Kahraman et al (2004) mencionam que a maior parte das usinas de

dessalinizaccedilatildeo estaacute no Oriente Meacutedio com quase 50 da capacidade mundial

A Araacutebia Saudita eacute o maior usuaacuterio da tecnologia de dessalinizaccedilatildeo com 24

da capacidade mundial e os Estados Unidos satildeo o segundo maior com 16 Os processos de dessalinizaccedilatildeo podem ser classificados em processos

teacutermicos que implicam em mudanccedila de fase e processos que utilizam

membrana de filtraccedilatildeo conforme a Tabela 24 (SILANS 2002)

Tabela 24 Tipos de dessalinizadores Processo Tipo de dessalinizador Teacutermico (i) Criogecircnico

(ii) Simples efeito (destilaccedilatildeo por energia solar) (iii) Muacuteltiplo efeito (iv) Destilaccedilatildeo instantacircnea (v) Compressatildeo de vapor

Membranas de filtraccedilatildeo (i) Eletrodiaacutelise (ii) Osmose inversa ou reversa

Fonte Silans (2002)

A tecnologia que utiliza processos teacutermicos envolvendo a mudanccedila de

estado fiacutesico estaacute perdendo mercado para as membranas seletivas devido

basicamente agrave escala de produccedilatildeo e agrave evoluccedilatildeo da tecnologia Para se ter

uma ideacuteia em 1991 uma instalaccedilatildeo de osmose reversa em Santa Baacuterbara

(EUA) com capacidade instalada de cerca de 22 mil m3dia produzia aacutegua a

um custo de US$ 21m3 Atualmente uma unidade em Singapura de 142 mil

m3dia produz aacutegua a um custo de US$ 043m3 (NATIONAL RESEARCH

COUNCIL 2004)

A osmose eacute um fenocircmeno natural de caraacuteter fiacutesico-quiacutemico identificado

haacute mais de 200 anos Nela quando duas soluccedilotildees com diferentes

concentraccedilotildees satildeo separadas em um mesmo recipiente por uma membrana

semi-permeaacutevel ocorre espontaneamente a passagem da soluccedilatildeo de menor

concentraccedilatildeo no sentido da soluccedilatildeo menos diluiacuteda ateacute que se estabeleccedila um

equiliacutebrio como mostra a Figura 29(a) O fluxo ocorre porque a soluccedilatildeo menos

diluiacuteda encontra-se em um estado de maior energia Neste ponto de equiliacutebrio

a coluna de soluccedilatildeo menos concentrada estaraacute relativamente abaixo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

47

coluna do lado da soluccedilatildeo mais diluiacuteda A esta diferenccedila de altura entre as

colunas das soluccedilotildees daacute-se o nome de pressatildeo osmoacutetica Por outro lado a

osmose inversa eacute um processo induzido obtido por intermeacutedio da aplicaccedilatildeo

mecacircnica de uma pressatildeo superior agrave pressatildeo osmoacutetica do lado da soluccedilatildeo

mais concentrada fazendo com que ocorra um fluxo no sentido da soluccedilatildeo de

menor concentraccedilatildeo salina como eacute visto na Figura 29(b) Este princiacutepio fiacutesico

eacute utilizado na concepccedilatildeo de operaccedilatildeo dos dessalinizadores nos quais satildeo

utilizadas membranas sinteacuteticas (CRAVO 1999)

(a) osmose natural (b) Osmose inversa Figura 29 Processos de osmose (CRAVO1999)

A vantagem da osmose inversa eacute o baixo custo da aacutegua produzida que

pode ser entorno de 050-070 US$m3 comparado a 10-14 US$m3 com o

processo de destilaccedilatildeo com muacuteltiplo efeito e com a destilaccedilatildeo instantacircnea com

muacuteltiplos efeitos dependendo dos custos com energia O consumo de energia

do processo de osmose inversa eacute baixo comparado com os processos de

destilaccedilatildeo embora os custos com bombas sejam ainda consideraacuteveis A

qualidade do permeado eacute muito boa com concentraccedilotildees totais de soacutelidos

dissolvidos entre 100 e 500 mgL Podem ocorrer poluiccedilotildees com pequenas

moleacuteculas orgacircnicas (ex dioacutexido de carbono) o que pode ser evitado atraveacutes

de aeraccedilatildeo A desvantagem da osmose inversa eacute a sua susceptibilidade de

suas membranas ao ldquofoulingrdquo por exemplo soacutelidos suspensos e aos danos

causados por compostos oxidados tais como o cloro ou oacutexidos de cloro

Geralmente um preacute-tratamento eacute necessaacuterio para garantir o desempenho

estaacutevel do moacutedulo A otimizaccedilatildeo do preacute-tratamento eacute um dos aspectos mais

criacuteticos da osmose inversa O ldquoscalingrdquo de por exemplo CaCO3 CaSO4 e

BaSO4 eacute um outro possiacutevel problema dependendo da taxa de recuperaccedilatildeo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

48

produccedilatildeo do permeado e da alimentaccedilatildeo Numa recuperaccedilatildeo de 50 o

ldquoscalingrdquo pode ser efetivamente evitado pela adiccedilatildeo de produtos anti-

incrustaccedilotildees agrave aacutegua O aumento da recuperaccedilatildeo tem um impacto negativo no

scaling da membrana (BRUGGEN VANDERCASTEELE 2002)

Os processos de separaccedilatildeo com membrana tecircm demonstrado um

grande potencial para o tratamento de aacutegua e de esgoto por atender em todo o

mundo aos padrotildees restritivos relacionados agrave qualidade de aacutegua potaacutevel e a

padrotildees de lanccedilamento de esgotos Microfiltraccedilatildeo ultrafiltraccedilatildeo nanofiltraccedilatildeo e

osmose inversa tecircm sido usados cada vez mais para o tratamento de aacutegua e

de esgoto para remover soacutelidos suspensos e reduzir o teor de mateacuteria

orgacircnica e inorgacircnica (DING et al 2005)

No semi-aacuterido brasileiro de acordo com Duarte (2002) cerca de 80

dos poccedilos existentes se encontram em aacutereas de cristalino e cerca de 60

desses poccedilos contecircm aacutegua salobra contendo em meacutedia entre 30 e 40 gL de

sal Frente a este problema a partir dos anos 90 diversos programas federais

e estaduais incentivaram a utilizaccedilatildeo de dessalinizadores da aacutegua na

proximidade dos poccedilos

O processo de osmose reversa ou inversa segundo Porto et al (2000)

eacute o meacutetodo predominantemente usado na dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra no

Nordeste Amorim et al (2000) informam que o princiacutepio operacional desta

teacutecnica de dessalinizaccedilatildeo foi desenvolvido no final da deacutecada de 60 e suas

aplicaccedilotildees foram iniciadas em meados de 1970 Atraveacutes de programas federais

e estaduais realizados a partir da deacutecada de 90 ocorreu consideraacutevel

disseminaccedilatildeo dos dessalinizadores no semi-aacuterido nordestino (Duarte 2002)

No Anexo A satildeo apresentadas informaccedilotildees sobre o funcionamento e os

componentes de um dessalinizador (modelo AP 10004000 utilizado para

abastecimento de aacutegua da comunidade de Minuim no municiacutepio de Santa

Briacutegida-BA) que utiliza a tecnologia de osmose reversa

Os efluentes gerados (rejeito) pelo processo de dessalinizaccedilatildeo

ameaccedilam o meio ambiente da regiatildeo pois satildeo aacuteguas com elevados teores de

sais e cujo meacutetodo atual de disposiccedilatildeo geralmente eacute o uso de um corpo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

49

receptor ou simplesmente o despejo indiscriminado no solo contribuindo para

contaminar mananciais solo e ateacute a fauna e flora (AMORIM et al 2000) A

depender do equipamento de dessalinizaccedilatildeo usado e da qualidade da aacutegua do

poccedilo a quantidade de rejeito gerado eacute da ordem de 30 a 70 do total de

aacutegua que passa pelo equipamento (PORTO et al 2000) Apesar do

significante impacto ambiental causado pela instalaccedilatildeo de dessalinizadores as

aacuteguas salobras podem e devem ser aproveitadas como alternativa de

suprimento de aacutegua potaacutevel nas regiotildees de escassez (AMORIM et al 2000)

Segundo Einav e Lokiec (2003) embora os processos de dessalinizaccedilatildeo

contribuam beneficamente para a humanidade assim como para a

preservaccedilatildeo da natureza concomitantemente eles podem causar danos

ambientais Contudo isto pode ser minimizado atraveacutes de um planejamento

adequado

O devido tratamento do rejeito da dessalinizaccedilatildeo vem preocupando e

instigando os cientistas que propotildeem soluccedilotildees tais como criaccedilatildeo de

crustaacuteceos ou plantas capazes de se desenvolverem em um meio salino O

concentrado de unidades proacuteximas agrave costa do mar normalmente eacute

simplesmente lanccedilado ao mar natildeo causando com isso grandes impactos

ambientais Entretanto o maior problema se encontra em unidades de

dessalinizaccedilatildeo de aacuteguas salobras instaladas no interior do continente onde o

concentrado chega a possuir uma concentraccedilatildeo ateacute 10 vezes a da aacutegua bruta

original Este concentrado eacute muitas vezes despejado novamente no poccedilo de

origem salinizando-o ainda mais Em outras ocasiotildees o concentrado eacute

lanccedilado sobre o solo o que em pouco tempo pode esterilizaacute-lo (RIFFEL

2005)

Amorim et al (2000) observaram que a reduccedilatildeo do volume de efluentes

(resultantes do processo de dessalinizaccedilatildeo) e a sua transformaccedilatildeo em um

produto soacutelido atraveacutes do emprego de evaporaccedilatildeo solar facilitava seu

manuseio evitava seu contato com o solo e os sais obtidos pela cristalizaccedilatildeo

indicaram possiacutevel utilizaccedilatildeo tanto para o setor humano e animal como no

industrial

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

50

Porto et al (2001) cultivaram durante 1 ano nos campos da Estaccedilatildeo

Experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuaacuteria) a Atriplex

nummularia Estas plantas foram irrigadas com rejeito proveniente do processo

de dessalinizaccedilatildeo com concentraccedilatildeo salina meacutedia de 1138 dSm Cada uma

das plantas recebeu 75 L de aacutegua por semana durante 48 semanas A

salinidade meacutedia do perfil do solo da camada de 0 a 90 cm era de 064 dSm

antes de se iniciar a irrigaccedilatildeo das plantas Apoacutes a colheita das plantas a

salinidade do mesmo perfil de solo foi de 1274 dSm enquanto a

produtividade da atriplex foi de 6537 kgha de mateacuteria seca com teor de

proteiacutena bruta de 1840 nas folhas A atriplex apresentou grande potencial de

extraccedilatildeo de sais do perfil de solo No entanto quando irrigadas com rejeito de

alta concentraccedilatildeo salina a quantidade de sais extraiacuteda foi da ordem de 393

do total de sais adicionados ao solo pelas irrigaccedilotildees Segundo os

pesquisadores isto implica no fato de que para um manejo de aacutegua

sustentaacutevel haacute a necessidade de se gerar mais informaccedilotildees sobre as relaccedilotildees

de solo e aacutegua para a atriplex nas condiccedilotildees das zonas aacuteridas do Brasil

Segundo Montenegro et al (2001) os rejeitos do dessalinizador

instalado pelo DNOCS implantado em aacuterea de solo salino (com condutividade

eleacutetrica meacutedia de 603 dSm em maio de 1999) em uma unidade piloto situada

no povoado de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE) vinham sendo utilizados

para cultivo de haloacutefitas (Atriplex nummularia) O experimento fazia parte do

acircmbito de atividades do programa Xingoacute Segundo o relato de Montenegro et

al (2001) a cultura apresentou bom desenvolvimento crescendo de 15 cm de

altura ateacute 170 cm (meacutedia) em um periacuteodo de 19 meses Segundo Montenegro

et al (2003) existia tambeacutem no referido povoado uma barragem subterracircnea

Desde que foi implantada a salinidade da aacutegua desta barragem sempre se

mostrou elevada (com condutividade eleacutetrica entre 32 e 37 dSm) A salinidade

era poreacutem adequada ao uso pretendido para a aacutegua da barragem que era o

de complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito do dessalinizador usada no cultivo da

atriplex e nos viveiros de criaccedilatildeo do camaratildeo marinho e tilaacutepia

Furtado e Mota (2003) realizaram um trabalho em Caucaia-CE com o

objetivo de estudar os impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

51

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) sobre a planta e o solo O

dessalinizador utilizado na pesquisa era abastecido por 2 poccedilos com

salinidade entre 1500 e 3500 mgL de STD Os poccedilos dotados de bombas

se alternavam na alimentaccedilatildeo do dessalinizador O modelo de dessalinizador

empregado foi o PS-14 com uma bomba de alta pressatildeo 2 filtros de cartucho

de 5 microcircmetros 1 vaso de pressatildeo (permeador) com uma membrana de 100

mm de diacircmetro e com 1 m de comprimento Foi empregado um delineamento

experimental totalmente casualizado com 4 tratamentos e 3 repeticcedilotildees Os

tratamentos definidos foram

(i) T1 - terreno natural irrigado com o rejeito do dessalinizador

(ii) T2 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com o rejeito do dessalinizador

(iii) T3 ndash terreno natural irrigado com aacutegua de cacimba

(iv) T4 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com aacutegua de cacimba

O rejeito apresentou condutividade eleacutetrica de 5660 microScm e a aacutegua da

cacimba uma condutividade eleacutetrica de 1032 microScm As plantas foram irrigadas

com 10 litros de aacutegua por dia durante 7 meses Verificou-se que a

produtividade no tratamento irrigado com rejeito do dessalinizador foi superior

agrave obtida nos demais tratamentos com valor de 25000 kgha de mateacuteria fresca

De acordo com os resultados a atriplex mostrou ser capaz de extrair do solo o

soacutedio presente no rejeito do dessalinizador Os teores de soacutedio e potaacutessio

encontrados no tecido da planta foram elevados evidenciando sua eficiecircncia

em retirar sais do solo

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede (OPS) promoveu em 1982 um

programa para incrementar na Ameacuterica Latina em comunidades natildeo assistidas

pelo abastecimento puacuteblico de aacutegua o desenvolvimento de equipamentos que

viabilizassem a implantaccedilatildeo de unidades geradoras de cloro no mesmo local

de utilizaccedilatildeo Para tanto foi implementada a teacutecnica Mixed Oxidant Gases

Generated On site for Disinfection (MOGGOD) Esta teacutecnica baseia-se na

eletroacutelise de uma soluccedilatildeo de cloreto de soacutedio produzindo in loco misturas de

gases oxidantes para a desinfecccedilatildeo de aacuteguas (MATOS et al 2006) As

vantagens dessa teacutecnica satildeo vistas pelo baixo custo e facilidade de obtenccedilatildeo

da mateacuteria prima (cloreto de soacutedio) tornando-se ideal para atender pequenas

comunidades Ressaltam-se as vantagens em relaccedilatildeo agrave tecnologia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

52

convencional que requer o uso de produtos agrave base de cloro os quais embora

eficientes apresentam desvantagens em face das dificuldades no transporte

armazenamento acondicionamento manuseio dosagem aleacutem dos perigos de

toxidez corrosividade e agressividade ambiental (BOLLMANN 1995 apud

MATOS et al 2006) A teacutecnica MOGGOD sofreu alteraccedilotildees e como inovaccedilatildeo

tecnoloacutegica foi desenvolvido um novo sistema que produz uma soluccedilatildeo de

misturas oxidantes com a mesma eficiecircncia dos gases oxidantes A soluccedilatildeo

obtida (produto da reaccedilatildeo eletroliacutetica do sal) conteacutem principalmente hipoclorito

de soacutedio aleacutem do cloro livre e outros oxidantes Essa tecnologia eacute mais

vantajosa visto ser mais conveniente trabalhar com misturas de soluccedilotildees

oxidantes do que com misturas de gases oxidantes (REIFF WITT 1995)

Mota et al (2005) e Matos et al (2006) realizaram estudos sobre o

aproveitamento dos rejeitos de dessalinizadores de duas formas 1) na

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) e 2) na produccedilatildeo pelo

processo de eletroacutelise de soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua A

Tabela 25 apresenta as caracteriacutesticas do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex Na preparaccedilatildeo da soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua pelo

processo de eletroacutelise os autores utilizaram 3 rejeitos coletados nos

municiacutepios de Caucaia (rejeito 1) Chorozinho (rejeito 2) e Ocara (rejeito 3) que

apresentaram os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos mostrados na

Tabela 26

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

53

Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Resultado Turbidez (uT) 120 Cor aparente (uH) 25 Odor Inodoro pH 72

Hidroacutexidos (mg CaCO3L) 0 Carbonatos (mg CaCO3L) 0

Alcalinidade

Bicarbonatos (mg CaCO3L) 200 Dureza (mg CaCO3L) 1080 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1624 Magneacutesio (mg MgCO3L) 1860 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5660 Cloreto (mg Cl -L) 1340 Cloro residual (mgL) Ausecircncia Sulfato (mg SO4

=L) 827 Ferro (mg FeL) 006 O2 Consumido (mg O2L) 51 Soacutedio (mg NaL) 3380 Potaacutessio (mg KL) 309 Nitrito (mg N-NO2L) 020 Nitrato (mg N-NO3L) 307 Amocircnia (mg N-NH3L) 038 Soacutelidos totais (mg STDL) 2883 Alumiacutenio (mg AlL) Ausecircncia

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Rejeito 1 Rejeito 2 Rejeito 3 Turbidez (uT) 095 040 070 Cor aparente (uH) 5 9 12 pH 72 83 77 Temperatura (oC) 27 27 27 Dureza (mg CaCO3L) 1386 4562 10977 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1656 2617 14074 Magneacutesio (mg MgCO3L) 2362 9495 18120 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5400 13000 24500 Cloreto (mg Cl -L) 1678 5458 10200 Sulfato (mg SO4

=L) 33 59 711 Ferro (mg FeL) lt 01 lt 01 01 Soacutedio (mg NaL) 4880 14400 14800 Potaacutessio (mg KL) 386 1232 2510 Manganecircs (mg MnL) 070 N N Nitrato (mg N-NO3L) 06 33 20 Mateacuteria orgacircnica (mg O2 consL) 71 56 92 Soacutelidos dissolvidos (mgL) 2883 10738 19310 Soacutelidos totais (mgL) 3010 11718 19494 Coliformes totais (NMP100 mL) 46 x 102 lt 30 78 x 102

Coliformes termotolerantes (NMP100 mL) lt 30 lt 30 697 = valor meacutedio = natildeo determinado

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

54

Os ensaios de eletroacutelise foram executados com um eletrolisador que

produzia em 8 horas 25 L da soluccedilatildeo oxidante por batelada O equipamento

possuiacutea uma fonte de corrente com alimentaccedilatildeo de 220 V2A e saiacuteda de 65

V25A uma cacircmara de recirculaccedilatildeo uma ceacutelula eletroliacutetica com 1530 cm3 de

volume livre 2 eletrodos de titacircnio sendo um positivo revestido com rutecircnio e

outro negativo sem revestimento com espessura de 2 mm e aacuterea de 48 cm2 2

cabos de alimentaccedilatildeo um vermelho conectado ao eletrodo positivo (acircnodo) e

o cabo preto ao eletrodo negativo (caacutetodo) A Figura 210 mostra o esquema

do eletrolisador

Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al (2006) Nesses estudos Mota et al (2005) mostraram que a Atriplex nummularia

Lindl apresentou bom desenvolvimento quando irrigada com rejeitos de um

dessalinizador A erva-sal mostrou-se capaz de retirar o soacutedio lanccedilado no solo

pelo rejeito do dessalinizador exigindo-se estudos de manejo desse rejeito

para aplicaccedilatildeo em larga escala Segundo Mota et al (2005) e Matos (2006)

tambeacutem ficou constatado que o hipoclorito gerado a partir de rejeitos eacute

indicado para ser utilizado na desinfecccedilatildeo de ambientes domeacutesticos e puacuteblicos

como na lavagem de preacutedios escolas faacutebricas calccediladas banheiros e no

transporte de esgotos havendo necessidade de mais estudos visando avaliar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

55

a possibilidade de seu uso no tratamento de aacuteguas destinadas ao

abastecimento humano

As teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos afetados por sais satildeo de

fundamental importacircncia uma vez que possibilitam o retorno deles ao processo

de produccedilatildeo Dentre as teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos a

aplicaccedilatildeo de corretivos quiacutemicos e a lavagem do solo satildeo bastante utilizadas

por atuarem diretamente na correccedilatildeo dos problemas desses solos em relaccedilatildeo

agraves plantas As demais teacutecnicas ou praacuteticas utilizadas satildeo consideradas

auxiliares tais como drenagem araccedilatildeo aplicaccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos

sistematizaccedilatildeo e nivelamento entre outros por agirem indiretamente sobre

algumas propriedades do solo que facilitam a recuperaccedilatildeo Em muitas aacutereas a

salinidade ocorre conjuntamente com o aumento dos niacuteveis de soacutedio

originando os solos salino-soacutedicos e soacutedicos A teacutecnica convencional de

recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos e soacutedicos eacute a aplicaccedilatildeo de melhoradores

seguida pela irrigaccedilatildeo excessiva Os melhoradores comumente empregados

satildeo o cloreto de caacutelcio o fosfogesso e o gesso Uma alternativa que vem

surgindo para a recuperaccedilatildeo de solos salinos eacute a fitorremediaccedilatildeo utilizando

haloacutefitas como a Atriplex nummularia (LEAL 2005)

242 - Filtraccedilatildeo domiciliar

Pode-se afirmar que a filtraccedilatildeo domiciliar constitui um haacutebito cultural dos

brasileiros No entanto eacute controvertida sua necessidade de uso A seu favor

argumenta-se que constitui a uacuteltima barreira sanitaacuteria capaz de reter eventuais

partiacuteculas ateacute mesmo microorganismos presentes na aacutegua No entanto

existem argumentos contraacuterios agrave sua utilizaccedilatildeo tais como (HELLER CASSEB

1995)

(i) Baixa eficiecircncia e irregularidade na remoccedilatildeo da turbidez e de patoacutegenos

(ii) Formaccedilatildeo de uma peliacutecula bioloacutegica em torno do elemento filtrante na qual

pode ocorrer o desenvolvimento de patoacutegenos oportunistas

(iii) Nos paiacuteses desenvolvidos natildeo eacute empregada a filtraccedilatildeo domiciliar pois a

qualidade da aacutegua do sistema puacuteblico eacute inteiramente confiaacutevel embora ali

tambeacutem natildeo sejam utilizados os reservatoacuterios domiciliares

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

56

Ainda segundo Heller e Casseb (1995) os filtros domiciliares mais

tradicionais satildeo o filtro de vela e o filtro de areia

243 - Desinfecccedilatildeo

A desinfecccedilatildeo de aacutegua consiste em um processo unitaacuterio essencial e

necessaacuterio para eliminar os microorganismos patogecircnicos proporcionando

uma aacutegua potaacutevel que eacute segura para o consumo humano Esta aacutegua reduz a

ocorrecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica e a incidecircncia de mortalidade de

crianccedilas e idosos (GENTHE DU PREEZ 1995 GENTHE SEAGER 1996

apud MEYER REED 2001) No entanto Genthe e Seager (1996) apud Meyer

Reed (2001) observam que a utilizaccedilatildeo deste processo em aacutereas rurais

afetadas pela escassez e sem aacutegua corrente permanece como um grande

problema

Vaacuterios meacutetodos simplificados de purificaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo tecircm sido

utilizados mas a maioria requer alguma forma de infra-estrutura investimento

econocircmico e uso capacitado Estes meacutetodos incluem filtraccedilatildeo coagulaccedilatildeo

cloraccedilatildeo e oxidaccedilatildeo Fervura e aeraccedilatildeo tambeacutem tecircm sido empregados com

aplicaccedilatildeo limitada (pequenos volumes) e algumas vezes apresentam

resultados natildeo confiaacuteveis (SOLSONA 1996) 244 - Moringa

A Moringa oleifera pertence agrave Famiacutelia Moringaceae que eacute composta

apenas de um gecircnero (Moringa) e quatorze espeacutecies conhecidas Nativa do

Norte da Iacutendia esta planta desenvolve-se atualmente em vaacuterios paiacuteses dos

troacutepicos Eacute um arbusto ou aacutervore de pequeno porte de crescimento raacutepido que

alcanccedila 12 m de altura (RANGEL 2004) Esta planta eacute considerada uma

alternativa alimentar estrateacutegica em paiacuteses em desenvolvimento pois se trata

de uma planta perene resistente agrave seca pouco exigente quanto agrave qualidade do

solo e pouco susceptiacutevel a doenccedilas (A MORINGA OLEIFERA 2004)

Segundo Bezerra et al (2004) esta planta eacute cultivada devido ao seu

valor alimentar (folhas frutos verdes flores e sementes torradas) forrageiro

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

57

(folhas frutos e sementes) medicinal (todas as partes da planta) condimentar

(principalmente as raiacutezes) culinaacuterio e na induacutestria de cosmeacuteticos (oacuteleo extraiacutedo

das sementes) meliacutefero (flores) combustiacutevel (madeira e oacuteleo) e no tratamento

de aacutegua para o consumo humano (cotileacutedones e tegumento das sementes)

Um dos usos mais registrados da moringa na literatura no entanto eacute a

utilizaccedilatildeo do extrato das suas sementes no tratamento de aacuteguas turvas

substituindo de forma eficiente o sulfato de alumiacutenio (BAKKE 2001)

No iniacutecio do seacuteculo XX mulheres aacuterabes do Sudatildeo descobriram que as

sementes da moringa foram mais eficientes para a clarificaccedilatildeo de aacuteguas turvas

do rio Nilo do que outros materiais vegetais anteriormente conhecidos

Pesquisas comparativas mostraram que sementes de 5 espeacutecies da famiacutelia

Moringaceae (Moringa oleifera M peregrina M longituba M drouhardii e M

ovalifolia) tambeacutem continham coagulantes altamente eficientes Estes

coagulantes tecircm propriedades semelhantes ao coagulante usado

convencionalmente (sulfato de alumiacutenio) (SILVA1996) Comparada com o

alumiacutenio as sementes da moringa natildeo alteram significativamente o pH e a

alcalinidade da aacutegua apoacutes o tratamento e natildeo causam problemas de corrosatildeo

(GALLAtildeO et al 2006)

Atualmente a cultura da moringa vem sendo difundida em todo o semi-

aacuterido nordestino devido agrave sua utilizaccedilatildeo no tratamento de aacutegua para uso

domeacutestico (GALLAtildeO et al 2006)

No meio rural os moradores geralmente consomem a aacutegua bruta com

contaminaccedilatildeo microbioloacutegica e turbidez muito acima dos ldquolimites aceitaacuteveisrdquo A

possibilidade de utilizar um coagulante primaacuterio natural produzido no local e

com baixo custo representa um grande potencial na luta contra os problemas

ligados ao consumo de aacutegua natildeo potaacutevel (PINTO HERMES 2006)

Borba (2001) efetuou um estudo sobre a viabilidade do uso da Moringa

oleifera no tratamento simplificado de aacutegua para pequenas comunidades

Nesse estudo constatou-se que a moringa eacute um excelente coagulante

apresentando durante os ensaios uma reduccedilatildeo de 925 a 977 da turbidez

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

58

e uma reduccedilatildeo da cor de 907 a 975 O pesquisador tambeacutem constatou

que ela vem sendo utilizada em muitos locais como alternativa para a

clarificaccedilatildeo de aacutegua de abastecimento de casas isoladas na zona rural No

entanto foi constatado que ela eacute inviaacutevel para sistemas comunitaacuterios

considerando a grande dificuldade de obtecirc-la em quantidades suficientes para

atender a sistemas desse porte aleacutem de natildeo ser um eficiente bactericida

Pinto e Hermes (2006) apresentam vantagens e desvantagens do uso

da moringa como coagulante (Tabela 27)

Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como coagulante

Vantagens Desvantagens

(i) Meacutetodo faacutecil e barato para paiacuteses

em desenvolvimento (especialmente

em tratamentos caseiros)

(ii) A eficiecircncia natildeo depende do pH

da aacutegua bruta

(iii) O processo natildeo modifica o pH da

aacutegua

(iv) Natildeo altera o sabor da aacutegua a

natildeo ser que seja adicionada uma

dose muito alta

(i) O tratamento clarifica a aacutegua e a

torna em boas condiccedilotildees para ser

bebida poreacutem ela pode possuir

alguns germes patogecircnicos

(ii) O coagulante natildeo pode ser

utilizado na sua forma pura ele deve

ser previamente preparado

Fonte Pinto e Hermes (2006)

245 ndash Aguapeacute (Eichornia crassipes)

Todas as macroacutefitas exercem importante papel na remoccedilatildeo de

substacircncias dissolvidas assimilando-as e incorporando-as agrave sua biomassa No

entanto a espeacutecie Eichornia crassipes tem sido a mais pesquisada para o

tratamento de aacutegua com plantas (PACHECO 2004) Essa planta recebe

diferentes nomes populares no Brasil como aguapeacute baronesa murureacute pavoacuteia

rainha do lago uapeacute e uapecirc (SALATTI 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

59

O aguapeacute por funcionar como um autecircntico filtro bioloacutegico passou a ser

pesquisado e utilizado em projetos de preacute-tratamento de rios e esgotos pois

suas raiacutezes retecircm as impurezas contidas na aacutegua e estas quando se

decompotildeem pela accedilatildeo de microorganismos vatildeo servir de nutrientes para a

planta O aguapeacute pode ser usado tambeacutem em aacuteguas destinadas ao

abastecimento puacuteblico pois remove naturalmente muitas das impurezas que

de outra forma teriam de ser eliminadas com substacircncias quiacutemicas

(MEDEIROS et al 2001)

Quando o aguapeacute eacute cultivado de forma correta do ponto de vista

teacutecnico-cientiacutefico ele pode ser um agente de despoluiccedilatildeo No entanto quando

esta planta cresce de forma descontrolada e sem manejo adequado pode se

transformar num problema ambiental (PACHECO 2004)

25 ndash USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

251 ndash Controle de perdas e desperdiacutecio

Nas uacuteltimas deacutecadas uma das principais preocupaccedilotildees dos gestores de

sistemas de abastecimento de aacutegua em todo o mundo tem sido a minimizaccedilatildeo

de perdas de aacutegua que atingem frequumlentemente valores superiores a 30 ou

mesmo 40 de toda aacutegua que entra nos sistemas Portanto o problema das

perdas e do seu controle em sistemas de aduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de aacutegua

assume importacircncia cada vez maior na atual tendecircncia para promover a

sustentabilidade dos serviccedilos e a proteccedilatildeo do ambiente (ARAUacuteJO et al

2004) No Brasil as perdas fiacutesicas satildeo em meacutedia superiores a 50 do volume

injetado nos sistemas em decorrecircncia de muitos fatores tais como valores

extremos de pressotildees nas redes rupturas nas tubulaccedilotildees golpes de ariacuteete

sobrepressotildees decorrentes de interrupccedilotildees no fluxo drsquoaacutegua nas tubulaccedilotildees

desperdiacutecios entre outros (SILVA et al 2004) O controle de perdas e

desperdiacutecio deve ser feito pelo poder puacuteblico por empresas privadas e pela

populaccedilatildeo em geral Vaacuterias medidas de controle podem ser adotadas entre

elas (MOTA 2002)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

60

(i) Controle de vazamentos nos sistemas puacuteblicos de abastecimento de aacutegua e

nas edificaccedilotildees Reduccedilatildeo do consumo de aacutegua na rega de jardins Em regiotildees

com carecircncia de aacutegua deve ser incentivado o plantio de vegetais que

consomem menor quantidade bem como adotadas praacuteticas para reduzir a

evaporaccedilatildeo tais como promover a cobertura do solo com folhas e palhas para

manter a umidade junto agraves plantas

(ii) Adoccedilatildeo de medidas de reduccedilatildeo do consumo e controle de desperdiacutecios tais

como fechar a torneira enquanto se escova os dentes utilizaccedilatildeo de aacutegua

necessaacuteria no banho evitar usar mangueiras e utilizar balde e pano na

lavagem de carros usar somente o necessaacuterio na lavagem de roupas e na

preparaccedilatildeo de alimentos manter as torneiras descargas chuveiros boacuteias de

caixas drsquoaacutegua e tubulaccedilotildees sem vazamentos

252 ndash Reuacuteso de aacutegua

Na atualidade a reutilizaccedilatildeo de aacutegua de qualidade inferior em

atividades menos exigentes eacute imperativo Primeiramente como forma de

preservar a aacutegua de melhor qualidade para o consumo humano e depois

como barreira contra a contaminaccedilatildeo dos corpos receptores A reutilizaccedilatildeo de

aacuteguas residuaacuterias tratadas pressupotildee riscos sanitaacuterios que no entanto quando

devidamente tratadas e controladas em aacutereas onde os recursos hiacutedricos satildeo

escassos podem ser aproveitadas como um recurso natildeo convencional A aacutegua

residuaacuteria bruta deveraacute ser submetida a tratamentos antes de ser reutilizada

O niacutevel de tratamento exigido dependeraacute do uso proposto devendo no

entanto apresentar caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas que

assegurem a proteccedilatildeo da sauacutede puacuteblica (BRITO et al 2004) Vaacuterias regiotildees

aacuteridas e semi-aacuteridas do Planeta tecircm-se tornado um campo ideal para a

aplicaccedilatildeo de aacuteguas residuaacuterias recuperadas como ocorre nos paiacuteses da regiatildeo

do Mediterracircneo que tecircm praticado o uso das aacuteguas residuaacuterias em vaacuterias

localidades No Brasil o Nordeste brasileiro em particular o semi-aacuterido pelas

suas caracteriacutesticas climaacuteticas conducentes agrave escassez dos recursos hiacutedricos

poderaacute ser suprido com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de reuacuteso de aacutegua (SANTOS

SOUZA 2000) O conhecimento acumulado sobre o reuacuteso no Brasil eacute escasso

e a proacutepria pesquisa sobre tratamento de esgotos desenvolvida no paiacutes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

61

pouco recebeu o enfoque do reuacuteso Isso natildeo quer dizer que natildeo ocorra e de

forma indiscriminada e sem controle O reuacuteso indireto eacute com certeza praacutetica

corrente haja vista a quase inexistecircncia de tratamento de esgotos e somente

10 do volume total de esgotos coletados no paiacutes satildeo submetidos a algum tipo

de tratamento Aleacutem disso vaacuterios estudos sobre a qualidade de aacuteguas de

irrigaccedilatildeo ou de hortaliccedilas comercializadas em diversas regiotildees do paiacutes

reforccedilam os indiacutecios da praacutetica disseminada de irrigaccedilatildeo com esgotos ao

menos de forma indireta Portanto torna-se premente a necessidade de

pesquisas e accedilotildees no sentido do reuacuteso controlado incluindo sua

regulamentaccedilatildeo (TSUTIYA 2001)

26 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABREU GHFG Avaliaccedilatildeo das barragens subterracircneas no estado de

Pernambuco 183 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia Ambiental e

Recursos hiacutedricos) Universidade Federal de PernambucoCTG Recife-PE

2001

AGEcircNCIA BRASIL Lei de saneamento baacutesico eacute publica no Diaacuterio Oficial

Disponiacutevel em lthttpwwwagenciabrasilgovbrnoticias20070108materia20

07-01-087624620635viewgt Acesso em 10 jan 2007

ALMEIDA NETO MA Uso da semente do gecircnero moringa In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

A MORINGA OLEIFERA Disponiacutevel em lthttpwwwoesteubbicombrgt

Acesso em 14 fev 2004

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

62

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

AMORIM MCC PORTO ER SILVA JUacuteNIOR LGA Evaporaccedilatildeo solar

como alternativa de reuacuteso dos efluentes da dessalinizaccedilatildeo por osmose inversa

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

ANDRADE MC Nordeste semi-aacuterido limitaccedilotildees e potencialidades In

BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001

p 12-18

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAGAtildeO JOR A influecircncia dos oceanos Paciacutefico e Atlacircntico na dinacircmica do

tempo e do clima do Nordeste do Brasil In Oceanografia um cenaacuterio tropical

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

63

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociecircncias

Departamento de Oceanografia Recife Bagaccedilo 2004 p 131-184

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

ARAUacuteJO LS RAMOS H COELHO ST Maximizaccedilatildeo do desempenho de

redes de distribuiccedilatildeo de aacutegua atraveacutes da inserccedilatildeo e ajuste de vaacutelvulas In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

ARABI MA ZURIGAT Y Year-round comparative study of three types of

solar desalination units Desalination Elsevier Science BV v 172 p 137-143

2005

BAKKE IA Caracteriacutesticas de crescimento e valor forrageiro da moringa

(Moringa oleifera Lam) submetida a diferentes adubos orgacircnicos e intervalos

de corte 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal da

Paraiacuteba CCA-CFT-CSTR Areia-PB 2001

BATISTA LF Aacutegua mais aacutegua eacute a soluccedilatildeo para o semi-aacuterido In Batista

Filho M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001 p 32-37

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BEZERRA AME MOMENTEacute VG MEDEIROS FILHO S Germinaccedilatildeo de

sementes e desenvolvimento de placircntulas de moringa (Moringa oleifera Lam)

em funccedilatildeo do peso da semente e do tipo de substrato Horticultura Brasileira

Brasiacutelia v 22 no 2 p 295-299 2004

BEZERRA MRC MONTENEGRO SMGL CIRILO JA BLACKBURN

DM COSTA NETTO MLC Avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua em fontes

superficiais e subterracircneas da regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste brasileiro In XV

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

64

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais

Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOLMANN HA Desenvolvimento de um equipamento simplificado de

desinfecccedilatildeo de aacuteguas de abastecimento puacuteblico pela geraccedilatildeo de gases

oxidantes produzidos no local In 18o CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 1995 Salvador Anais Salvador

ABES 1995

BORBA LR Viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam no tratamento

simplificado de aacutegua para pequenas comunidades 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Desenvolvimento e Meio Ambiente) Universidade Federal da Paraiacuteba

Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza Joatildeo Pessoa -PB 2001

BRANCO AM ALMEIDA V Women mobilization and the revitalization of

water resources the case of Northeastern Brazil In FORUM WATER IN THE

AMERICAS IN THE 21ST CENTURY 2002 Cidade do Meacutexico

BRITO LTL PORTO ER Cisterna rural aacutegua para consumo humano In 1o

SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 59-62

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

BRUGGEN B VANDERCASTEELE C Distillation vs membrane filtration

overview of process evolutions in seawater desalination Desalination Elsevier

Science BV v 143 p 207-218 2002

CARVALHO MS Aplicaccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise espacial na caracterizaccedilatildeo

de aacutereas de risco agrave sauacutede 1997 138 f Tese (Doutorado em Engenharia

Biomeacutedica) COPPEUFRJ Rio de Janeiro-RJ 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

65

CHAGAS P SOUZA R Aplicaccedilatildeo da teoria dos nuacutemeros difusos na anaacutelise

de risco em problemas de qualidade de aacutegua In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1

CD-ROM

CHAUDHRY FH Saneamento ambiental e recursos hiacutedricos ndash as muacuteltiplas

interfaces In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

COSTA WD Barragem subterracircnea uma obra de redenccedilatildeo no semi-aacuterido In

XII ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife Anais

p175-181

COSTA MR ABREU GHFG CIRILO JA COSTA WD Barragem

subterracircnea ndash uma alternativa tecnoloacutegica para a convivecircncia com a seca In

XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju

Anais Aracaju ABRH 2001a 1 CD-ROM

COSTA SS MACIEL FILHO AA CANCIO JA OLIVEIRA MLC Seleccedilatildeo

de indicadores sanitaacuterios como instrumento de vigilacircncia e controle da

qualidade da aacutegua para consumo humano na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas

de veiculaccedilatildeo hiacutedrica In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001b 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

DAVIS PA Wave powered desalination resource assessment and review of

technology Desalination Elsevier Science BV v 186 p 97-109 2005

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

66

DING Z LIU L EL-BOURAWI MS MA R Analysis of a solar-powered

membrane distillation system Desalination Elsevier Science BV v 171 p

27-40 2005

DUARTE RS Do desastre natural agrave calamidade puacuteblica a seca de 1998-1999

Recife FUNDAJ 2002 280 p

DUQUE MG BALBINO MA Estuacutedio ambiental en el municiacutepio de Major

Izidoro Del Estado de Alagoas de Brasil In XXVII CONGRESSO

INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y AMBIENTAL 2000 Porto

Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-ROM

EINAV R LOKIEC F Experimental aspects of a desalination plant in

Ashkelon Desalination Elsevier Science BV v 156 p 79-85 2003

EL-MANHARAWY S HAFEZ A A new chemical classification system of

waters for desalination and other industrial uses Desalination Elsevier Science

BV v 156 p 163-180 2003

FATH HES EL-SHERBINY SM GHAZY A Transient analysis of a new

humidification-dehumidification solar still Desalination Elsevier Science BV v

155 p 187-203 2003

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREITAS ALS Uso racional da aacutegua subterracircnea aplicado agraves ciecircncias

agraacuterias Brasiacutelia Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo Agriacutecola Superior 1997

75 p

FURTADO FN MOTA S Impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador

de aacutegua na irrigaccedilatildeo da erva-sal sobre plantas e o solo Revista SANEAS Satildeo

Paulo p 6-10 2003

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

67

GALLAtildeO MI DAMASCENO LF BRITO ES Avaliaccedilatildeo quiacutemica e estrutural

da semente de moringa Revista Ciecircncia Agronocircmica Centro de Ciecircncias

Agraacuterias ndash Universidade Federal do Cearaacute v 37 no 1 p 106-109 2006

GALVIacuteN RM Occurrence of metals in waters an overview Water SA v 22 no

1 p 7-18 1996

GENTHE B DU PREEZ M Evaluation of rapid methods for the detection of

indicator organisms in drinking water WRC Report no 610195 1995

GENTHE B SEAGER J The effects of water supply handling and usage on

water quality in relation to health indices in developing communities WRC

Report 562196 1996

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

GONDIM RS Difusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuvas no financiamento rural In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

GOULD J Is Rainwater Safe to Drink A Review of Recent Findings In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

HELLER L CASSEB MMS Abastecimento de aacutegua In BARROS RT et

al Manual de saneamento e proteccedilatildeo ambiental para os municiacutepios Belo

Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental DESAUFMG

1995 p 63-112

IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renovaacuteveis) Desertificaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia-DF Ministeacuterio do Meio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

68

Ambiente 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwibamagovbrgt Acesso em 22 set

2003

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo ndash v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2003 1

CD-ROM

KAHRAMAN N CENGEL YA WOOD B CERCI Y Energy analysis of a

combined RO NF and EDR desalination plant Desalination Elsevier Science

BV v 171 p 217-232 2004

KOSCHIKOWSKI J WIEGHAUS M ROMMEL M Solar thermal-driven

desalination plants based on membrane distilation Desalination Elsevier

Science BV v 156 p 295-304 2003

LEAL IG Utilizaccedilatildeo de Atriplex nummularia e gesso de jazida na

fitorremediaccedilatildeo de solo salino-soacutedico 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia

do Solo) Departamento de Agronomia Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2005

LIMA AF Reduccedilatildeo de dureza In Problemas de Engenharia Sanitaacuteria Recife

Editora Universitaacuteria da UFPE 1993 cap 16 p167-175

LIMA MF SOUSA GN ASSIS JA ARAUacuteJO IP Captaccedilatildeo da aacutegua de

chuva integrada ao trabalho da pastoral da crianccedila In 3o SIMPOacuteSIO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina

Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

LOacuteCIO AM Plano de desenvolvimento sustentaacutevel da bacia do rio Satildeo

Francisco e do semi-aacuterido nordestino In II SIMPOacuteSIO BRASILEIRO SOBRE

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL DO SEMI-AacuteRIDO

2000 Mossoroacute Anais Recife 2000 p 89 - 107

MAIA NETO R F A aacutegua para o desenvolvimento sustentaacutevel A Aacutegua em

Revista Belo Horizonte no 9 p21-32 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

69

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIRA JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MEDEIROS YDP OLIVEIRA IB PROENCcedilA CNO SILVA AMS

Seleccedilatildeo de tecnologias limpas utilizadas no controle e preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos do semi-aacuterido do estado da Bahia In XIV SIMPOacuteSIO

BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju

ABRH 2001 1 CD-ROM

MEDRONHO RA Avaliaccedilatildeo do meacutetodo geoestatiacutestico no estudo da

distribuiccedilatildeo espacial da hepatite A 146 f Tese (Doutorado em Sauacutede Puacuteblica)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFIOCRUZ Rio de Janeiro 1999

MEYER V REED RH SOLAIR disinfection of coliform bacteria in hand-

drawn drinking water Water SA v 27 no 27 p49-52 2001

MMA (Ministeacuterio do Meio Ambiente) ABEAS (Associaccedilatildeo Brasileira de

Educaccedilatildeo Superior) Aacutegua subterracircnea conceitos reservas usos e mitos

Brasiacutelia-DF 1999 28 p

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

MOTA S Aacutegua controle do desperdiacutecio e reuacuteso In Aacutegua e desenvolvimento

sustentaacutevel no semi-aacuterido Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 53-

68

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

70

MOTA S STUDART TMC O estudo de impacto ambiental como

instrumento para o desenvolvimento sustentaacutevel de bacias hidrograacuteficas do

semi-aacuterido In III SIMPOacuteSIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DO NORDESTE

1996 Salvador Anais Salvador ABRH 1996 p 259-264

MOTA S MATOS JF FURTADO FN Aproveitamento de rejeitos salinos

na irrigaccedilatildeo e para geraccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio In WORKSHOP USO E

REUacuteSO DE AacuteGUAS DE QUALIDADE INFERIOR 2005 Campina Grande

UFCGUFPB 2005 p 453-471 1 CD-ROM

MOURA DC Riqueza e abundacircncia de abelhas em diferentes estaacutegios de

degradaccedilatildeo da caatinga como indicadores ambientais no entorno da usina

hidreleacutetrica de Xingoacute 98 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo e Poliacuteticas

Ambientais) Departamento de GeografiaUFPE Recife 2003

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Review of the desalination and water

purification technology roadmap Washington DC The National Academies

Press Disponiacutevel em lthttpwwwnapedubooks0309091578htmlgt Acesso

em 10 out 2004

NUNES ABA MAGALHAtildeES NF PEREIRA CB CEBALLOS BSO

TEIXEIRA EC KONIG A Resposta do processo de autodepuraccedilatildeo ao

impacto dos esgotos domeacutesticos em um rio do semi-aacuterido paraibano ndash Baixo

Bodocongoacute In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PACHECO JR Estudo de certas potencialidades de processos oxidativos

avanccedilado para o tratamento de percolado de aterro sanitaacuterio 81 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Quiacutemica Analiacutetica) Setor de Ciecircncias Exatas Universidade

Federal do Paranaacute Curitiba-PR 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

71

PAIXAtildeO MP STUDART TMC BEZERRA JN CARVALHO RM

Aplicaccedilatildeo de indicadores de performance na avaliaccedilatildeo de sistemas hiacutedricos

um estudo de caso In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

PEROSA PT RIBEIRO H BORGES VMNA PEREIRA AS Regulaccedilatildeo

dos serviccedilos de saneamento baacutesico aspectos conceituais e fatores

intervenientes In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

da aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido Jaguariuacutena

EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

PORTO ER AMORIM MCC ARAUacuteJO OJ Potencialidades da erva sal

(Atriplex nummularia) irrigada com o rejeito da dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra

no semi-aacuterido brasileiro com alternativa de reutitilizaccedilatildeo) In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PUERARI EM CASTRO MAH Barragem subterracircnea versus accedilude

anaacutelise comparativa dos dois sistemas de armazenamento de aacutegua no semi-

aacuterido In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E

AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

72

QUINTANS LJ A globalizaccedilatildeo econocircmica o Nordeste brasileiro e seu semi-

aacuterido In BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife

IMIP 2001 p 83-102

RANGEL MS Moringa oleifera um purificador natural de aacutegua e complemento

alimentar para o Nordeste do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwjardimdeflorescombrfloresefolhasa10moringahtmgt Acesso em

20 fev 2004

REIFF FM WITT VM Manual de desinfeccioacuten guias para la seleccion y

aplication de tecnologias de desinfeccion del aacutegua para consumo humano em

pueblos pequentildeos y comunidades rurales en Ameacuterica Latina y el Caribe

Washington Editora OPS Seacuterie Teacutecnica no 30 1995 227 p

RIBEIRO AC Mercado atual e futuro da perfuraccedilatildeo de poccedilos In XII

ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife

AnaisRecife ABAS 2001 p83-88

RICHTER CA AZEVEDO NETTO JMD Tratamento de aacutegua tecnologia

atualizada Satildeo Paulo Editora Edgar Bluumlcher Ltda 1991 332p

RIFFEL DB Unidade de osmose reversa acionada por energia solar

fotovoltaica sem baterias simulaccedilatildeo projeto e validaccedilatildeo experimental 125 p

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Eleacutetrica) - Departamento de Engenharia

Eleacutetrica Universidade Federal do Cearaacute 2005

ROSENLUND M Environmental factors in cardiovascular disease 69 f Tese

(Doutorado em Epidemiologia) Karolinska Institutet Estocolmo Sueacutecia 2005

Disponiacutevel em lthttpdisskibkise200591-7140-292-6thesispdfgt Acesso em

16 mar 2007

RUSH K HUYSSTEEN V OLIVIER J Pattern of domestic water inadequacy

on the South Africa West Coast Water SA v 26 no 4 p 537-554 2000

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

73

SABINO STBO Programas emergenciais de combate aos efeitos da seca o

que mudou na deacutecada de 90 175 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo

Puacuteblica) ndash Universidade Federal de PernambucoCCSA RecifendashPE 2002

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

SALATTI E Utilizaccedilatildeo de sistemas de wetlands construiacutedas para tratamento

de aacuteguas Bioloacutegico Satildeo Paulo v 65 nos 12 p 113-116 2003

SANTOS JB ASSIS EG MACHADO TTV A qualidade dos recursos

hiacutedricos superficiais no semi-aacuterido ndash Curimatauacute Paraibano In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

Rom

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

SANTOS IJ e SOUZA MAA Reuacuteso de aacutegua uma anaacutelise da

adequabilidade da utilizaccedilatildeo das aacuteguas residuaacuterias tratadas no Distrito Federal

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

SECTMA (Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e Meio Ambiente) Cenaacuterio para

o bioma Caatinga Recife SECTMA 2004 283 p

SCHISTEK H A cisterna de tela e cimento In 3o SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina Grande Anais

Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

74

SILANS AP Alternativas cientiacuteficas e tecnologias para o abastecimento de

aacutegua no semi-aacuterido In Aacutegua e desenvolvimento sustentaacutevel no semi-aacuterido

Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 133-160

SILVA AR Estudos sobre o gecircnero Moringa 87 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Geneacutetica e Bioquiacutemica) Departamento de Geneacutetica e BioquiacutemicaUniversidade

Federal de Uberlacircndia 1996

SILVA LMC Accediludes e reservatoacuterios mecanismos legais e institucionais para

uma gestatildeo sustentaacutevel In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS

2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SILVA FC DIAS I CS BEZERRA STM Anaacutelise econocircmica da

reabilitaccedilatildeo de redes de abastecimento ndash EPANET e PNL 2000 In XI SILUBESA Simpoacutesio Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal

Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

SOARES SRA CORDEIRO NETTO OMC BERNARDES RS Avaliaccedilatildeo

de aspectos poliacutetico-institucionais e econocircmico-financeiros do setor de

saneamento no Brasil com vistas agrave definiccedilatildeo de elementos para um modelo

conceitual Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v8 nos 12 p 84-94

2003

SOacuteLON AO CAMPOS JNB STUDART TMC Estimativa dos valores

esperados para duraccedilotildees maacuteximas de secas hidroloacutegicas no accedilude Castanhatildeo-

CE In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001

Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SOLSONA F Disinfection for small water supplies CSIR Technical Guide no C

2878 1996

SOUZA RA Barreiro trincheira In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais

EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 171-173

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

75

SUASSUNA J Contribuiccedilatildeo ao estudo hidroloacutegico do semi-aacuterido nordestino

Recife Editora Massangana 2000 98 p

SUDENE (Superintendecircncia para o Desenvolvimento do Nordeste) A seca e

as accedilotildees do Governo Federal no Nordeste do Brasil ndash Pronunciamento do

superintendente professor Marcos formiga na Comissatildeo de Fiscalizaccedilatildeo

Financeira e Controle da Cacircmara de Deputados Brasiacutelia-DF (natildeo publicado)

1999

TEIXEIRA ALF ROTUNNO FILHO OC AREND FILHO LA GONCcedilALVES

RC Anaacutelise da evoluccedilatildeo temporal dos indicadores hiacutedricos e socioeconocircmicos

aplicada ao municiacutepio de Niteroacutei In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-

ROM

TORNISIELO WL A santa praga da purificaccedilatildeo Revista Globo Rural p 39-

40 1987

TSUTIYA MT Uso agriacutecola dos efluentes das lagoas de estabilizaccedilatildeo do

estado de Satildeo Paulo In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001 1 CD-ROM

UNEP (United Nations Environment Programme) WHO (World Health

Organization) Water quality monitoring Publicado por E amp FN Spon Londres

1996 383 p

VON SPERLING M Introduccedilatildeo agrave Qualidade das Aacuteguas e ao Tratamento de

Esgotos Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental

da Universidade Federal de Minas Gerais 1996 v 1 243 p

VON SPERLING E Water quality in semi-arid Brazilian reservoirs In 24th

WEDC CONFERENCE SANITATION AND WATER FOR ALL 1998

Islamabad Pakistan p 322-323

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

76

WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION) ltProtection of human environment

Disponiacutevel em lthttpwhointpehsite_maphtmgt Acesso em 15 dez 2003

ZAMXAKA M PIRONCHEVA G MUYIMA NYO (2004) Microbiological and

physico-chemical assessment of the quality of domestic water sources in

selected rural communities of the Eastern Cape Province South Africa Water

SA v 30 no 3 p 333-340 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

77

CAPIacuteTULO 3

PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO Apresenta-se neste trabalho uma visatildeo geral do saneamento

ambiental (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana

limpeza puacuteblica sauacutede puacuteblica e fontes de poluiccedilatildeo) na zona urbana de 29

municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Esta regiatildeo localiza-se integralmente no semi-

aacuterido brasileiro O estudo envolveu levantamentos de campo e consultas a

oacutergatildeos oficiais de interesse De acordo com os resultados em geral os

municiacutepios dispotildeem de uma infra-estrutura e de um gerenciamento deficientes

Baixos iacutendices de cobertura de esgoto desperdiacutecios de aacutegua e disposiccedilatildeo de

resiacuteduos soacutelidos em depoacutesitos de lixo a ceacuteu aberto satildeo apenas alguns

exemplos que foram encontrados

Palavras-chave saneamento ambiental zona urbana da aacuterea de Xingoacute infra-

estrutura sanitaacuteria

ABSTRACT In this work an overview about environmental sanitation (water

supply sewage urban drainage public cleasing public health and sources of

pollution) in the urban zone of 29 municipalities of Xingoacute area is shown This

region is entirely located in the semi-arid zone of Brazil The research evolved

surveys on site and consultings to the official institutions of concern According

to the results in general the municipalities showed a deficient sanitary infra-

structure and management Poor sewage services water wastefulness and

solid waste disposal on dumps are some examples that were found

Keywords environmental sanitation urban zone of Xingoacute area sanitary infra-

structure

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

78

31 ndash INTRODUCcedilAtildeO

O Saneamento estaacute intimamente relacionado agrave qualidade de vida e agrave

sauacutede da populaccedilatildeo de uma cidade Modernamente tem-se preferido o termo

saneamento ambiental para abranger a sauacutede puacuteblica e as aacutereas afins como

coleta e tratamento de esgotos e efluentes industriais destinaccedilatildeo e tratamento

de resiacuteduos soacutelidos drenagem urbana etc As aacutereas de saneamento recursos

hiacutedricos e de meio ambiente estatildeo intimamente relacionadas principalmente

quando o assunto a tratar eacute a aacutegua e o seu uso mais nobre o abastecimento

puacuteblico (LAHOacuteZ 2000)

Embora o saneamento ambiental seja de suma relevacircncia para o

homem e o meio ambiente diversos trabalhos encontrados na literatura

especiacutefica (DUQUE BALBINO 2000 LOacuteCIO 2000 NUNES et al 2000

BRANCO ALMEIDA 2002) apresentam a forma equivocada como vem sendo

conduzido o saneamento ambiental no semi-aacuterido

No presente trabalho apresenta-se uma avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental principalmente a exposiccedilatildeo das principais deficiecircncias encontradas

em uma regiatildeo a aacuterea urbana de 29 cidades que faz parte da aacuterea de Xingoacute

32 ndash METODOLOGIA

Basicamente na conduccedilatildeo e obtenccedilatildeo dos dados aqui apresentados

foram realizadas consultas a oacutergatildeos oficiais da prefeitura IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) e companhias de aacutegua e de esgoto aleacutem

de inuacutemeras visitas a captaccedilotildees de aacutegua estaccedilotildees de tratamento de aacutegua e de

esgoto e locais de disposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos usinas de

reciclagem e compostagem aterros controlados e fontes de poluiccedilatildeo

Secretaacuterios de sauacutede de infra-estrutura gerentes e operadores de companhias

de saneamento fizeram descriccedilotildees sobre o abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e sauacutede inclusive

apontando as principais carecircncias As visitas de campo foram bastante uacuteteis na

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo do saneamento na aacuterea alvo sendo

fotograficamente documentadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

79

33 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

331 ndash Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 3311 ndash Aspectos fiacutesicos geograacuteficos e demograacuteficos

A aacuterea de Xingoacute eacute aquela sob a influecircncia direta das usinas hidreleacutetricas

de Xingoacute Paulo Afonso e Itaparica Ela situa-se integralmente no Nordeste

brasileiro entre as coordenadas de 8o13rsquo S e 37o05rsquo e 39o05rsquo e 39o54 W Numa

delimitaccedilatildeo provisoacuteria que foi necessaacuteria a fim de possibilitar o funcionamento

das atividades previstas nos diversos convecircnios que compunham o Instituto

Xingoacute essa aacuterea foi definida como se estendendo por 29 municiacutepios

localizados em quatro estados do Nordeste Alagoas Bahia Pernambuco e

Sergipe Segundo o IBGE (2001b) em 2000 a referida aacuterea tinha uma

populaccedilatildeo total de 608771 habitantes Os municiacutepios da aacuterea de Xingoacute situam-

se no Submeacutedio e no Baixo Satildeo Francisco Todos eles encontram-se inseridos

no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Aleacutem dos 29 municiacutepios 5 municiacutepios (municiacutepios

assistidos) foram posteriormente incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute Belo Monte-AL Satildeo Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE

e Parnamirim-PE

A populaccedilatildeo a aacuterea e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute constam na Tabela 31

Do apresentado na Tabela 31 tem-se

(i) Os municiacutepios de maior e menor dimensatildeo territorial satildeo respectivamente

Curaccedilaacute-BA (6449 km2) e Pariconha-PE (262 km2)

(ii) Os municiacutepios de maior e menor populaccedilatildeo satildeo respectivamente Paulo

Afonso-BA (96428 habitantes) e Itacuruba-PE (3669 habitantes)

(iii) Os municiacutepios de maior e menor taxa de urbanizaccedilatildeo satildeo respectivamente

Paulo Afonso-BA (8557) e Piranhas-AL (670)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

80

Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29

municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto

Xingoacute Populaccedilatildeo (habitantes) Municiacutepio Estado

Urbana Rural Total

Aacuterea (km2)

Urbanizaccedilatildeo ()

Aacutegua Branca 4496 14164 18660 455 2409

Delmiro Gouveia

33563 9432 42995 607 7806

Olho drsquoAacutegua do Casado

3887 3172 7059 323 5506

Patildeo de Accediluacutecar 10806 13545 24351 659 4438

Pariconha 2404 7682 10086 262 2384

Piranhas

Alagoas 1340 18667 20007 407 670

Abareacute 5529 8105 13634 1694 4055

Chorrochoacute 2153 7741 9894 2652 2176

Curaccedilaacute 10750 18650 29400 6449 3656

Gloacuteria 2365 12194 14559 1277 1939

Macurureacute 2355 6257 8612 2279 2735

Paulo Afonso 82514 13914 96428 1693 8557

Rodelas

Bahia 4764 1473 6237 2575 7638

Beleacutem do Satildeo Francisco

11803 8416 20219 1835 5838

Cabroboacute 15759 10632 26391 1623 5971

Floresta 15540 9184 24724 3675 6285

Itacuruba 3233 436 3669 437 8812

Jatobaacute 5412 7736 13148 276 4116

Orocoacute 3572 7251 10823 560 3300

Petrolacircndia 19599 7721 27320 1084 7174

Santa Maria da Boa Vista

13960 22780 36740 2965 3800

Tacaratu 7242 9854 17096 1249 4236

Terra Nova

Pernambuco

3869 3550 7419 361 5215

Canindeacute do Satildeo Francisco

9303 8451 17754 904 5240

Gararu 2988 8375 11363 638 2630

Monte Alegre de Sergipe

6468 5119 11587 417 5582

Nossa Senhora da Gloacuteria

17137 9773 26910 742 6368

Poccedilo Redondo 6360 19662 26022 1215 2444

Porto da Folha Sergipe 8712 16952 25664 891 3395

Total 317883 290888 608771 40204 -----

Fonte IBGE (2001b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

81

3312 ndash Aspectos climaacuteticos

A totalidade da aacuterea de Xingoacute estaacute inserida numa aacuterea onde predomina

o clima semi-aacuterido que segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen pode ser definido

como do tipo BSh ou seja clima seco de estepe de baixas latitudes Esta

regiatildeo do ponto de vista meteoroloacutegico apresenta um deacuteficit hiacutedrico os iacutendices

pluviomeacutetricos anuais verificados variam de 400 a 900 mm enquanto que os

valores de precipitaccedilatildeo ficam entre 1500 a 2500 mmano (CHESF et al 1999)

3313 ndash Vegetaccedilatildeo e aspectos pedoloacutegicos

A vegetaccedilatildeo dominante na regiatildeo constitui-se predominantemente pelas

caatingas Essas formaccedilotildees satildeo lenhosas espinhosas e de caraacuteter xeroacutefilo

Quanto aos aspectos pedoloacutegicos na aacuterea de Xingoacute tem-se (CHESF et

al 1999)

(i) Aacuterea de Xingoacute em Alagoas ndash haacute dois tipos de associaccedilotildees de solos

predominantes na aacuterea alagoana de Xingoacute os Planossolos Soloacutedicos e os

Solos Litoacutelicos Os Litoacutelicos restringem-se a oeste e norte de Delmiro Gouveia

norte de Olho DrsquoAacutegua do Casado e Piranhas e todo o municiacutepio de Patildeo de

Accediluacutecar Os Planossolos Soloacutedicos distribuem-se nas partes mais baixas jaacute

proacuteximas ao rio Satildeo Francisco nos vales dos baixos cursos dos rios sem

riachos que correm para este rio Eles predominam nos municiacutepios de Delmiro

Gouveia e partes sul de Olho drsquoAacutegua e Piranhas Os Planossolos apresentam

textura arenosa areno argilosa ou argilosa O relevo eacute predominantemente

plano ou com ondulaccedilotildees muito suaves Em alguns trechos estes solos

apresentam-se pedregosos Satildeo solos de horizonte A (ldquohorizonte agriacutecolardquo)

muito delgado requerendo cuidados especiais no cultivo para evitar erosatildeo

laminar e por isto natildeo satildeo recomendaacuteveis para mecanizaccedilatildeo A drenagem eacute

tambeacutem difiacutecil correndo-se o risco de salinizaccedilatildeo em condiccedilotildees de irrigaccedilatildeo

Contudo satildeo solos moderadamente aacutecidos a neutros e muito ricos em

nutrientes minerais para as plantas Uma irrigaccedilatildeo manejada com extremo

cuidado eacute possiacutevel Os solos Litoacutelicos satildeo solos de arenoso a pedregosos

localizados nas aacutereas de maior declividade Desenvolveram-se a partir dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

82

granitos e gnaisses do substrato Ocorrem muitos afloramentos de rochas

(ldquolajedosrdquo) Satildeo muito rasos por vezes o ldquohorizonte agriacutecolardquo (A) assenta-se

diretamente sobre o material originaacuterio ou rocha Altamente susceptiacuteveis agrave

erosatildeo Satildeo moderadamente aacutecidos a neutros O uso agriacutecola concentra-se

nas aacutereas mais aplainadas Como satildeo solos pedregosos com alta limitaccedilatildeo

hiacutedrica e extremamente susceptiacuteveis agrave erosatildeo o mais recomendado eacute a sua

compreensatildeo funcional no sentido da utilizaccedilatildeo como parte do complexo

paisagiacutestico para serviccedilos ambientais (proteccedilatildeo de mananciais preservaccedilatildeo de

flora fauna e conjuntos ecoloacutegicos) ecoturismo e turismo educacional

(ii) Aacuterea de Xingoacute na Bahia ndash Podem ser identificadas na regiatildeo de Xingoacute

dentro do estado da Bahia trecircs aacutereas de solos a aacuterea de Macurureacute Rodelas e

Gloacuteria onde predominam as Areias Quartzozas na parte central da Regiatildeo a

aacuterea oeste de Abareacute e Curaccedilaacute onde respectivamente predominam o Solonetz

Solodizado e o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico e a aacuterea de leste ou de Paulo

Afonso onde predomina o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico

(iii) Aacuterea de Xingoacute em Pernambuco ndash As seguintes associaccedilotildees de solos

destacam-se as Areias Quartzozas (de Petrolacircndia para o norte) os Bruno

Natildeo Caacutelcicos (vatildeo do Municiacutepio de Floresta ateacute o municiacutepio de Cabroboacute mais

dominantemente e daiacute em Santa Maria da Boa Vista nos baixos vales dos

afluentes do rio Satildeo Francisco) e os Latossolos Vermelho Amarelo Eutroacuteficos

(dominantes nos municiacutepios de Orocoacute e Santa Maria da Boa Vista e nos

interfluacutevios entre os rios que correm para o Satildeo Francisco

(iv) Aacuterea de Xingoacute em Sergipe ndash A aacuterea do estado de Sergipe dentro da Regiatildeo

de Xingoacute oferece um rico complexo de associaccedilotildees de solos e esta

diversidade por certo auxilia nas suas funccedilotildees agropecuaacuterias Em contraste

com os demais estados o estado de Sergipe apresenta solos mais

estruturados e manejaacuteveis a um custo mais baixo Nas superfiacutecies dos

municiacutepios de Canindeacute do Satildeo Francisco e Poccedilo Redondo destacam-se os

solos Bruno Natildeo Caacutelcicos enquanto que nas superfiacutecies dos municiacutepios de

Porto da Folha Monte Alegre de Sergipe Gloacuteria e Garuru dividem importacircncia

os Podzols e os Litoacutelicos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

83

3314 ndash Recursos hiacutedricos

O uacutenico rio perene na referida regiatildeo eacute o Satildeo Francisco Todos os

afluentes do Satildeo Francisco no espaccedilo considerado tecircm um regime fluvial do

tipo semi-aacuterido ou seja os rios permanecem secos (total ou parcialmente) ao

longo do periacuteodo de estiagem (CHESF et al 1999)

Os maiores mananciais de aacutegua subterracircnea concentram-se nos terrenos

fanerozoacuteicos sedimentares especialmente na bacia do Jatobaacute onde dominam

rochas porosas Os terrenos preacute-cambrianos natildeo se prestam satisfatoriamente

ao armazenamento de aacutegua subterracircnea Este em tais terrenos quando se

verifica concentra-se nas aacutereas falhadas eou fraturadas A anaacutelise do

potencial hiacutedrico integrado na aacuterea permite a identificaccedilatildeo das aacutereas vistas na

Tabela 32 Em face da heterogeneidade geoloacutegica alguns municiacutepios

aparecem em mais de uma aacuterea nessa regionalizaccedilatildeo procedida do potencial

hiacutedrico (CHESF et al 1999)

Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Aacuterea Caracteriacutesticas Municiacutepios

1 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Gararu-SE

2 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Abareacute-BA Curaccedilaacute-BA Macurureacute-BA Paulo Afonso-BA Cabroboacute-PE Santa

Maria da Boa Vista-PE Monte Alegre de Sergipe-SE Nossa Senhora da Gloacuteria-

SE e Porto da Folha-SE 3 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio

bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Rodelas-BA Curaccedilaacute-BA Terra Nova-PE e Santa Maria da Boa Vista-PE

4 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice bom bull Excedente hiacutedrico bom bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Olho drsquo Aacutegua do Casado-AL Paulo Afonso-BA Petrolacircndia-PE e Tacaratu-

PE

5 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Santa Maria da Boa Vista-PE

6 bull Distribuiccedilatildeo Anual das aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Aacuteguas superficiais concentrada

Aacutegua Branca-AL

Fonte CHESF et al (1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

84

3315 ndash Aspectos econocircmicos

A atividade econocircmica predominante dos municiacutepios estaacute pautada

eminentemente na lavoura e na pecuaacuteria de pequeno porte A falta de

investimento tecnoloacutegico na produccedilatildeo agriacutecola e pecuaacuteria traduz o estaacutegio

pouco desenvolvido destas atividades nos municiacutepios A atividade produtiva

agriacutecola de alguns produtos destina-se geralmente agrave substistecircncia (CHESF et

al 1999)

A avaliaccedilatildeo geral da induacutestria na aacuterea de Xingoacute revela a quase

inexistecircncia de atividade que possa ser considerada de relevacircncia econocircmica

Isto pode ser atribuiacutedo agrave completa ausecircncia de condiccedilotildees miacutenimas de fomento

para o capital privado apesar da aacuterea dispor de dotaccedilotildees excepcionais no

tocante a dois insumos baacutesicos para vaacuterios segmentos da induacutestria energia e

abundacircncia de aacutegua A baixa qualificaccedilatildeo dos recursos humanos as precaacuterias

condiccedilotildees da infra-estrutura e a pouca articulaccedilatildeo das poliacuteticas de

desenvolvimento tornam a regiatildeo muito pouco atraente para investimentos

industriais (CHESF et al 1999)

3316 ndash Educaccedilatildeo

A anaacutelise da situaccedilatildeo educacional de Xingoacute evidencia em resumo a

baixa qualidade do ensino bem como a sua baixa cobertura aleacutem da evasatildeo e

repetecircncia escolar elevadas Isto sinaliza que deve haver formas mais

arrojadas de intervenccedilatildeo do setor puacuteblico no sentido de universalizaccedilatildeo do

ensino de qualidade em todos os niacuteveis (CHESF et al 1999)

3317ndash Indicadores de qualidade de vida

Em consulta aos dados publicados pelo PNUD (Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Desenvolvimento) verificou-se que vem ocorrendo uma

ascensatildeo do ICV (Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida) e do IDH (Iacutendice de

Desenvolvimento Humano) ao longo do tempo dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute Contudo no contexto do cenaacuterio nacional eles aparecem numa

modesta posiccedilatildeo Entre 5507 municiacutepios brasileiros o melhor colocado eacute o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

85

municiacutepio de Paulo Afonso-BA ocupando a 2643a posiccedilatildeo e o pior colocado

Poccedilo Redondo-SE ocupando a 5394a posiccedilatildeo No entanto cabe mencionar

que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees como quaisquer outras que

se proponham a medir condiccedilotildees de vida e desenvolvimento humano Em

primeiro lugar porque utilizam eventos quantitativos para medir dimensotildees

qualitativas e da vida segundo porque tais indicadores satildeo obtidos atraveacutes de

dados com datas especiacuteficas gerando uma visatildeo estaacutetica da realidade um

corte no tempo

332 ndash Perfil do saneamento ambiental

3321 ndash Abastecimento de aacutegua

Das 29 sedes municipais que integram a aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute apenas Tacaratu-PE e Macurureacute-BA satildeo abastecidas por aacuteguas

subterracircneas As demais satildeo abastecidas atraveacutes de captaccedilotildees superficiais

situadas na calha do rio Satildeo Francisco O fornecimento de aacutegua da cidade de

Macurureacute eacute de responsabilidade da prefeitura sendo que os serviccedilos de

manutenccedilatildeo satildeo efetuados pela CERB (Companhia de Engenharia Rural da

Bahia) A CHESF responsabiliza-se por este serviccedilo no municiacutepio de Jatobaacute

Nas 27 demais sedes municipais o abastecimento de aacutegua fica sob

responsabilidade de concessionaacuterias como mostra a Tabela 33 Esta tabela

tambeacutem mostra outras informaccedilotildees (localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua o tipo e

a localizaccedilatildeo da ETA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

86

Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute Sede municipal

Concessionaacuteria responsaacutevel pelo abastecimento de aacutegua

Localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo para abastecimento

Localizaccedilatildeo da ETA Tipo de ETA

Aacutegua Branca CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Delmiro Gouveia CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia(1)

Delmiro Gouveia Compacta Olho drsquoAacutegua do Casado

CASAL

Olho drsquoAacutegua do Casado Olho drsquoAacutegua do Casado

Compacta

Patildeo de Accediluacutecar CASAL Patildeo de Accediluacutecar Patildeo de Accediluacutecar Convencional Pariconha CASAL Povoado de Salgado em

Delmiro Gouveia (1) Delmiro Gouveia Compacta

Piranhas CASAL Piranhas (2) ----- Natildeo possui Abareacute EMBASA Abareacute Abareacute Compacta

Chorrochoacute EMBASA Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Compacta

Curaccedilaacute SAAE Curaccedilaacute Curaccedilaacute Compacta Gloacuteria EMBASA Gloacuteria Gloacuteria Compacta

Paulo Afonso EMBASA Paulo Afonso (3) Paulo Afonso Convencional Rodelas SAAE Rodelas Rodelas Compacta

Beleacutem do Satildeo Francisco

COMPESA Beleacutem do Satildeo Francisco Beleacutem do Satildeo Francisco

Convencional

Cabroboacute (4) Cabroboacute Compacta Cabroboacute COMPESA

Cabroboacute (5) Cabroboacute Compacta Floresta COMPESA Floresta Floresta Compacta Itacuruba COMPESA Itacuruba Itacuruba Compacta

Jatobaacute COMPESA Jatobaacute Jatobaacute Compacta Orocoacute COMPESA Orocoacute Orocoacute Compacta

Petrolacircndia COMPESA Petrolacircndia Petrolacircndia Convencional Santa Maria da

Boa Vista COMPESA Santa Maria da Boa Vista Santa Maria da Boa

Vista Compacta

Terra Nova COMPESA Cabroboacute (5) Terra Nova Compacta Canindeacute do Satildeo

Francisco DESO Canindeacute do Satildeo

Francisco Canindeacute do Satildeo

Francisco Compacta

Gararu DESO Gararu Gararu Compacta Monte Alegre de

Sergipe DESO Ilha do Ouro em Porto da

Folha (6) Porto da Folha Compacta

Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta Nossa Senhora da Gloacuteria

DESO

Proacutexima do povoado de Satildeo Joseacute em Amparo do

Satildeo Francisco (7)

Proacutexima do povoado de Satildeo

Joseacute em Amparo do Satildeo Francisco

Compacta

Poccedilo Redondo DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

Porto da Folha DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

(1) O sistema coletivo do Sertatildeo abastece as cidades de Aacutegua Branca Canapi Delmiro Gouveia Inhapi Mata Grande Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha aleacutem de vaacuterios povoados (2) A aacutegua para abastecimento da sede do municiacutepio de Piranhas recebe apenas hipoclorito de soacutedio ou Hypocal aplicados na EE Para abastecer os bairros Xingoacute e Nossa Senhora da Sauacutede faz-se a captaccedilatildeo a montante da UHE Xingoacute A aacutegua eacute aduzida por recalque ateacute uma ETA onde se efetua o tratamento (3) A cidade de Paulo Afonso possui duas captaccedilotildees para o seu abastecimento (4) captaccedilatildeo individual para atender apenas Cabroboacute (5) O sistema coletivo Salgueiro atende agraves cidades de Cabroboacute Parnamirim Salgueiro Serrita Terra Nova Umatildes e Verdejante (6) O sistema coletivo Alto Sertatildeo abastece as cidades de Porto da Folha Poccedilo Redondo Monte Alegre de Sergipe Satildeo Miguel do Aleixo Nossa Senhora Apararecida Nossa Senhora da Gloacuteria Frei Paulo Pedra Mole Pinhatildeo e Pedro Alexandre (BA) aleacutem de 56 povoados (7) O sistema coletivo Adutora Sertaneja abastece as cidades de Amparo do Satildeo Francisco Canhoba Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores Itabi Graccho Cardoso Cumbe Feira Nova Nossa Senhora da Gloacuteria Carira Aquidabatilde aleacutem de povoados do municiacutepio de Gararu e mais 73 outros povoados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

87

Algumas precariedades comuns foram identificadas nos sistemas de

abastecimento de aacutegua da aacuterea avaliada durante os levantamentos de campo

Estas envolviam principalmente

(i) Deficiecircncias na preservaccedilatildeo das instalaccedilotildees das unidades do sistema de

abastecimento - ausecircncia de tela protetora de reservatoacuterios maacute conservaccedilatildeo

unidades de tratamento em ETAs hidrocircmetros inutilizados entre outros

(ii) Desperdiacutecios de aacutegua e ausecircncias ou ineficiecircncias relacionadas agrave

fiscalizaccedilatildeo do conjunto do abastecimento de aacutegua - desperdiacutecios de aacutegua

accedilatildeo de vacircndalos em tubulaccedilotildees principalmente as de PVC hidrocircmetros sem

cobertura e com cobertura improvisada vazamentos na rede operadores sem

utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo facilidade de acesso de animais agraves

instalaccedilotildees inclusive animais peccedilonhentos intermitecircncias no fornecimento de

aacutegua entre outros Algumas deficiecircncias comuns satildeo vistas na Figura 31

Segundo Arauacutejo (2001) se as perdas de aacutegua vatildeo aleacutem de valores

aceitaacuteveis (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de grande

porte) podem ocorrer problemas de funcionamento e com isso exigir a

pesquisa de vazamentos invisiacuteveis ligaccedilotildees clandestinas e outras perdas De

acordo com os levantamentos efetuados no sistema de abastecimento de aacutegua

na aacuterea de Xingoacute esses sistemas operam com valores acima dos mencionados

por esse autor atingindo ateacute cerca de 76 de perda de aacutegua no sistema de

abastecimento de aacutegua de Petrolacircndia Soacute com o montante de aacutegua aduzida

ateacute a ETA da cidade de Patildeo de Accediluacutecar perde-se entre 30 e 40 de aacutegua

(lavagem de filtros lavagem de decantadores e extravasamento de

reservatoacuterios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

88

(a) Adutora de aacutegua bruta de PVC avariada devido agrave praacutetica de furto (Itacuruba-PE)

(b) Vazamento em adutora de aacutegua bruta (Rodelas-BA)

(c) Estrutura deteriorada de um filtro de ETA (Gloacuteria-BA)

(d) Combogoacutes em via puacuteblica servindo de proteccedilatildeo para hidrocircmetro (Monte Alegre de Sergipe-SE)

(e) Ofiacutedio peccedilonhento em estaccedilatildeo elevatoacuteria (Macurureacute-BA)

(f) Tubulaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo do clorador desconectada (Petrolacircndia)

Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento de

aacutegua na aacuterea de Xingoacute

Os graacuteficos da Figura 32 plotados com os dados do IBGE (2001a) do

Censo 2000 fornecem uma panoracircmica sobre a forma do abastecimento de

aacutegua dos 29 municiacutepios da aacuterea pesquisada Os resultados indicam que a

forma predominante de abastecimento de aacutegua eacute aquela que ocorre atraveacutes da

rede geral com um total de 95256 domiciacutelios (6923 do total de domiciacutelios

que eacute de 137787 domiciacutelios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

89

Embora esta estatiacutestica do IBGE tenha a sua relevacircncia ela natildeo

contempla questotildees tais como a quantidade per capita a qualidade da aacutegua

distribuiacuteda e as intermitecircncias no abastecimento

Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

3322 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa as prefeituras atraveacutes

normalmente de suas Secretarias de Obras ou das Secretarias de Infra-

Estrutura responsabilizam-se pelas questotildees pertinentes ao esgotamento

sanitaacuterio municipal No entanto no municiacutepio de Piranhas o responsaacutevel eacute a

CASAL e em Curaccedilaacute eacute o SAAE (autarquia municipal)

As cidades de Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe natildeo possuem rede coletora de esgoto Delmiro Gouveia Olho drsquoAacutegua

do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco Orocoacute

Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo possuem

menos de 50 das casas conectadas agrave rede puacuteblica de esgoto O efluente

sanitaacuterio das casas natildeo ligadas agrave rede de esgoto tem como destino o terreno

eou fossa Verificou-se que vaacuterias cidades utilizavam o rio Satildeo Francisco eou

os seus afluentes para diluir seus esgotos sem tratamento Na Figura 33 satildeo

vistos alguns desses pontos de lanccedilamento do esgoto bruto Algumas cidades

8154

34177

95256

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral

Poccedilo ou nascente (na propriedade) Outra

6923

593

2484

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

90

possuem lagoas de estabilizaccedilatildeo construiacutedas para processar a depuraccedilatildeo dos

efluentes liacutequidos gerados bairros Nossa Senhora da Sauacutede e Xingoacute no

municiacutepio de Piranhas Curaccedilaacute Rodelas Floresta Jatobaacute Itacuruba

Petrolacircndia e Canindeacute do Satildeo Francisco Entretanto constatou-se que algumas

estavam em pleno abandono eou funcionavam em condiccedilotildees inadequadas

como mostra a Figura 34 Em Paulo Afonso maior cidade da aacuterea apenas os

bairros Cleacuteriston Andrade e Jardim Aeroporto possuem coleta e tratamento de

esgoto (reator UASB)

(a) Rio Capivara (Porto da Folha) (b) Rio Jacareacute (Poccedilo Redondo)

(c) Rio do Accedilude (Delmiro Gouveia) (d) Rio Satildeo Francisco (Gararu)

Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da aacuterea

de Xingoacute no Satildeo Francisco e seus afluentes

Outras situaccedilotildees inadequadas e comuns relacionadas com o

esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de estudo satildeo visualizadas na Figura 35

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

91

(a) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Itacuruba)

(b) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(c) Pescaria com tarrafa em lagoa de estabilizaccedilatildeo (Piranhas)

(d) Emissaacuterio de lagoa de lagoa de estabilizaccedilatildeo avariada (Rodelas)

Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com utilizaccedilatildeo

inadequada na aacuterea de Xingoacute

(a) Dano em rede coletora (Gloacuteria)

(b) Caixa de passagem com ferragem exposta (Terra Nova)

(c) Escoamento de esgoto (Pariconha)

(d) Lavagem de roupa proacutexima proacutexima de local de despejo de esgoto (Gararu)

Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas evolvendo o esgotamento sanitaacuterio na

aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

92

Segundo os dados apresentados nos graacuteficos da Figura 36 uma

parcela expressiva das residecircncias dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute nos 4

estados natildeo dispotildee de instalaccedilotildees sanitaacuterias (natildeo possuem banheiro nem

sanitaacuterio) Outros meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no esgotamento

dos municiacutepios desta regiatildeo tais como fossa rudimentar (2585 dos

domiciacutelios) e vala (165 dos domiciacutelios)

Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de

Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

De acordo com dados do IBGE (2001a) 46272 domiciacutelios na aacuterea de

Xingoacute estatildeo ligados agrave rede geral de esgoto ou pluvial Dentre os tipos de

esgotamento sanitaacuterio este eacute o que apresenta maior percentual (3363) na

aacuterea de Xingoacute Um percentual expressivo (3073) dos domiciacutelios natildeo dispotildee

de banheiro nem sanitaacuterio Meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no

esgotamento desses municiacutepios tais como fossa rudimentar e vala Vale

salientar que esse indicador do tipo de esgotamento sanitaacuterio refere-se apenas

agrave sua disponibilidade natildeo incluindo as condiccedilotildees de funcionamento e

conservaccedilatildeo dos serviccedilos e instalaccedilotildees nem o destino final dos dejetos

3323 ndash Drenagem urbana

De acordo com os levantamentos na ampla maioria dos casos

verificou-se que natildeo havia um planejamento quanto agrave drenagem urbana nas

9122

35568

42284

13992276666

46272

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral de esgoto ou pluvialFossa seacutepticaFossa rudimentarValaRio lago ou marOutro escoadouroNatildeo tinha banheiro nem sanitaacuterio

2585663165

049

102

3073

3363

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

93

cidades da aacuterea de Xingoacute Assim sendo via de regra o escoamento das aacuteguas

pluviais ocorre no calccedilamento das ruas a maioria desprovida de bocas de lobo

galerias de aacuteguas pluviais e bueiros entre outras obras drsquoarte Muitas vias

puacuteblicas natildeo satildeo calccediladas ou apresentam calccedilamento bastante precaacuterio Um

exemplo de exceccedilatildeo quanto a isso foi o bairro Xingoacute no municiacutepio de Piranhas-

AL Nesta localidade o sistema de drenagem compunha-se de bocas de lobo

sarjetas galerias de aacuteguas pluviais concentrados nos pontos de mais baixa

cota e todas as ruas satildeo calccediladas Na Figura 37 satildeo vistas algumas

deficiecircncias no que concerne a drenagem urbana na aacuterea em estudo

(a) Valetas ocasionadas por Erosatildeo (Aacutegua Branca)

(b) Canal com resiacuteduos soacutelidos (Delmiro Gouveia)

(c) Canal na iminecircncia de transbordar (Cabroboacute)

(d) Galeria de aacuteguas pluviais que recebe esgoto de ligaccedilotildees clandestinas (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(e) Calccedilamento irregular (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Boca de lobo obstruiacuteda (Nossa Senhora da Gloacuteria)

Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

94

3324 ndash Limpeza puacuteblica

Em geral nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa a prefeitura

atraveacutes normalmente da Secretaria de Obras ou da Secretaria de Infra-

Estrutura responsabiliza-se pelas questotildees pertinentes agrave limpeza urbana

municipal Os serviccedilos de coleta dos resiacuteduos soacutelidos restringem-se em

grande parte dos municiacutepios agrave zona urbana Os resiacuteduos soacutelidos urbanos na

maioria das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo lanccedilados em terrenos onde ficam

expostos numa situaccedilatildeo bastante precaacuteria

Algumas cidades no entanto como eacute o caso de Delmiro Gouveia (uma

parte) Patildeo de Accediluacutecar os resiacuteduos soacutelidos recolhidos satildeo enviados para uma

usina de reciclagem e compostagem embora operem com condiccedilotildees aqueacutem

do ideal devido a uma falta de uma melhor infra-estrutura e de recursos

humanos de melhor qualificaccedilatildeo teacutecnica Patildeo de Accediluacutecar dispotildee aleacutem de uma

usina de reciclagem um aterro controlado As cidades de Paulo Afonso que

conta com uma usina de reciclagem e Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio no

acircmbito das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo as que dispotildeem de melhores

condiccedilotildees de infra-estrutura no tocante ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

urbano A Figura 38 retrata algumas das situaccedilotildees inadequadas e comuns

com relaccedilatildeo aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea de Xingoacute

A partir de dados sobre o destino dos resiacuteduos soacutelidos dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute obtidos do IBGE (2001a) foram plotados os graacuteficos da Figura

39 A forma predominante de destino do lixo na aacuterea de Xingoacute eacute aquela em

que os resiacuteduos soacutelidos satildeo coletados por serviccedilo de limpeza com 630009

(4580 do total de domiciacutelios na aacuterea de Xingoacute) domiacutecilios enquadrando-se

nessa situaccedilatildeo

Esse indicador utilizado pelo IBGE no entanto refere-se apenas agrave

disposiccedilatildeo de serviccedilos regulares de coleta de lixo domiciliar Poreacutem natildeo inclui

as condiccedilotildees de funcionamento assiduidade volume transportado e forma de

tratamento dos resiacuteduos soacutelidos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

95

(a) Veiacuteculo de limpeza urbana inutilizado por falta de pneus (Curaccedilaacute)

(b) Suiacutenos em lixo colocado em via puacuteblica (Chorrochoacute)

(c) Entulhos em local improacuteprio (Beleacutem do Satildeo Francisco)

(d) Depoacutesito de lixo proacuteximo de curso drsquoaacutegua (Olho drsquoAacutegua do Casado)

(e) Catadores descalccedilos em lixatildeo (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Lixo hospitalar exposto (Abareacute)

Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionados aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea

de Xingoacute

Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos na

aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

10528

20041

877 5404244

63009

38348

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s

765

4580

308039

064

2787

1457

Coletado por serviccedilo de limpeza

Coletado por caccedilamba de serviccedilo de limpeza

Queimado (no proacuteprio terreno)

Enterrado (no proacuteprio terreno)

Jogado em terreno baldio ou logradouro

Jogado em rio lago ou mar

Outro destino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

96

Segundo Perazzo et al (2002) um estudo realizado pelo GRS-UFPE

(Grupo de Resiacuteduos Soacutelidos da Universidade Federal de Pernambuco) sobre a

composiccedilatildeo gravimeacutetrica dos resiacuteduos soacutelidos de 3 cidades (Jatobaacute

Petrolacircndia e Tacaratu) da aacuterea de Xingoacute verificou-se que quanto agrave origem

dos resiacuteduos soacutelidos a de origem domiciliar predomina Aleacutem disso a

composiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos gerados era predominantemente composta

por mateacuteria orgacircnica com os seguintes valores 5420 em Jatobaacute 6140

em Petrolacircndia e 6140 em Tacaratu

Muniz et al (2001) informam que no Brasil do total de resiacuteduos soacutelidos

urbanos produzidos cerca de 65 satildeo constituiacutedos de mateacuteria orgacircnica

putresciacutevel Este material orgacircnico pode causar poluiccedilatildeo contaminando a

populaccedilatildeo mais carente que reside na periferia dos centros urbanos

3325 ndash Sauacutede puacuteblica

Para Longuinho (2002) o programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede no

Brasil representa um avanccedilo em termos das poliacuteticas puacuteblicas adotadas pois

considera o municiacutepio como ente fundamental no processo decisoacuterio de

aplicaccedilatildeo dos recursos A maior participaccedilatildeo do municiacutepio no planejamento e

execuccedilatildeo dos recursos da sauacutede puacuteblica pode conduzir a uma elevaccedilatildeo da

eficiecircncia das poliacuteticas puacuteblicas uma vez que com o deslocamento do

processo decisoacuterio para fim da cadeia (municiacutepio) a sociedade poderaacute dispor

com mais facilidade de instrumentos legais que a possibilitem influir na

formataccedilatildeo das poliacuteticas a serem adotadas reduzindo a sua possibilidade de

falha aleacutem do que eleva a capacidade de controle por parte da sociedade que

eacute a principal beneficiaacuteria das poliacuteticas puacuteblicas

Com relaccedilatildeo agrave municipalizaccedilatildeo da sauacutede nos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute via de regra esta aconteceu na deacutecada de 90

Atraveacutes de levantamentos realizados junto agrave Secretaria de Sauacutede de

cada um dos 29 municiacutepios foram constatados os seguintes principais

problemas na aacuterea de sauacutede nos 29 municiacutepios

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

97

(i) Baixa resolutividade (incapacidade de solucionar casos de sauacutede que

possuem uma certa complexidade levando ao deslocamento do paciente para

ser tratado em outras unidades ateacute mesmo localizadas em outro municiacutepio

com condiccedilotildees para tal atendimento) e infra-estrutura deficitaacuteria das unidades

de sauacutede

(ii) Carecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede

(iii) Nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida (com um aacutepice de

941 em Olho drsquoAacutegua do Casado)

(iv) Frequumlentes altas taxas de mortalidade infantil (acima do iacutendice aceitaacutevel

da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos) atingindo um

aacutepice no municiacutepio de Olho drsquoAacutegua do Casado (1716permil) As principais causas

satildeo a desnutriccedilatildeo e as deficiecircncias no saneamento baacutesico

(v) Nuacutemero elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo

cerca de 1200 casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

em 2001

De acordo com as informaccedilotildees obtidas junto agrave Secretaria de Sauacutede dos

municiacutepios pesquisados os agravos agrave sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo relacionados

principalmente agrave baixa renda familiar agraves carecircncias nutricionais agrave sauacutede

puacuteblica e ao saneamento deficitaacuterios

3326 ndash Fontes de degradaccedilatildeo do meio ambiente

De acordo com os estudos efetuados na aacuterea de abrangecircncia do

Instituto Xingoacute as principais fontes geradoras de poluentes satildeo

(i) Os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos sem tratamento ou com tratamento deficiente

tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo do meio ambiente sobretudo a fauna a

flora o solo e os recursos hiacutedricos subterracircneos e superficiais (rio Satildeo

Francisco e afluentes)

(ii) Despejo do efluente industrial de uma induacutestria tecircxtil na cidade de Delmiro

Gouveia parcialmente tratado em um rio afluente do Satildeo Francisco gerando

transtornos principalmente agrave populaccedilatildeo ribeirinha ocorrendo inclusive a

mortandade de peixes

(iii) Liberaccedilatildeo de gases de faacutebricas especialmente em Paulo Afonso cidade

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

98

mais avanccedilada da aacuterea de Xingoacute do ponto de vista industrial

(iv) Estabelecimentos comerciais tais como postos de gasolina lava-jatos

matadouros puacuteblicos padarias bares e restaurantes entre outros

(v) Rejeitos gerados por dessalinizadores que satildeo descartados

indiscriminadamente no meio ambiente favorecendo o processo de

dessalinizaccedilatildeo do solo e dos corpos hiacutedricos

(vi) Praacuteticas inadequadas de irrigaccedilatildeo propiciando a salinizaccedilatildeo do solo e de

corpos hiacutedricos

(vii) Utilizaccedilatildeo indiscriminada de agrotoacutexicos principalmente no periacutemetro

irrigado Califoacuternia em Canindeacute do Satildeo Francisco sem conhecimento adequado

sobre dosagem preparaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo aleacutem de se verificar a ausecircncia de

equipamento de proteccedilatildeo quando na aplicaccedilatildeo O destino de parte desses

agrotoacutexicos eacute devido agrave lavagem de plantas e do solo pelas aacuteguas de

precipitaccedilatildeo ou de irrigaccedilatildeo os cursos daacutegua e drenos naturais que compotildeem

principalmente a sub-bacia do riacho da Onccedila afluente do rio Satildeo Francisco

(viii) Poluiccedilatildeo agropastoril oriunda da presenccedila de animais nos rios e riachos

(ix) Animais mortos em cursos de aacutegua ou proacuteximos destes e cemiteacuterios em

locais inadequados que como se sabe geram o necrochorume que contecircm

elevado teor de metais pesados patoacutegenos entre outras substacircncias

prejudiciais ao meio ambiente

Atraveacutes do cruzamento de seacuteries temporais de imagens de sateacutelite do

periacuteodo compreendido entre 1989 a 2003 e dados demograacuteficos (Censo do

IBGE 2000) Freire (2004) estabeleceu uma metodologia para detecccedilatildeo de

aacutereas de risco e passiacuteveis de desertificaccedilatildeo em seis municiacutepios (Olho drsquoAacutegua

do Casado-AL Patildeo de Accediluacutecar-AL Piranhas-AL Canindeacute do Satildeo Francisco-SE

Poccedilo Redondo-SE e Porto da Folha-SE) circunvizinhos agrave UHE Xingoacute

Pesquisas de campo validaram os resultados obtidos em laboratoacuterio apoiados

em extensa literatura sobre os indicadores de desertificaccedilatildeo Nesse estudo o

autor constatou uma significativa devastaccedilatildeo da caatinga aumento de solo

exposto e diminuiccedilatildeo de aacutereas agropastoris na aacuterea de estudo Dos 4405 km2

da aacuterea de estudo cerca de 985 km2 (2237) apresentaram problemas

ambientais significativos quanto ao risco de desertificaccedilatildeo Estes resultados

tambeacutem satildeo apresentados por Freire e Pacheco (2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

99

Algumas das formas de degradaccedilatildeo do meio ambiente na aacuterea

pesquisada satildeo vistas na Figura 310

(a) Despejo em rio oriundo de matadouro (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(b) Culturas no Periacutemetro Califoacuternia com uso de agrotoacutexico (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(c) Emanaccedilatildeo de gases de faacutebrica de ceracircmicas (Paulo Afonso-BA)

(d) Efluente de induacutestria tecircxtil lanccedilado em rio (Delmiro Gouveia-AL)

(e) Popular ateando fogo (Paulo Afonso- BA)

(f) Bar na margem do rio Satildeo Francisco (Gloacuteria-BA)

(g) Poluiccedilatildeo agropastoril no rio Jacareacute (Poccedilo Redondo-SE)

(h) Cemiteacuterio localizado acima da cidade (Piranhas-AL)

Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

100

34 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com estatiacutesticas do PNUD (Programa das Naccedilotildees Unidas

para o Desenvolvimento) os indicadores ICV e IDH dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute vecircm ascendendo no transcorrer dos anos o que de certa forma ofusca a

realidade das precaacuterias condiccedilotildees de vida na aacuterea de Xingoacute Mesmo com essa

ascenccedilatildeo os municiacutepios da aacuterea situam-se numa posiccedilatildeo modesta no cenaacuterio

nacional Vale observar que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees

como quaisquer outras que se proponham a medir condiccedilotildees de vida e

desenvolvimento humano Em primeiro lugar porque utilizam eventos

quantitativos para medir dimensotildees qualitativas e da vida segundo porque tais

indicadores satildeo obtidos atraveacutes de dados com datas especiacuteficas gerando uma

visatildeo estaacutetica da realidade um corte no tempo

Visitas in loco agraves localidades de interesse da pesquisa e de consultas a

oacutergatildeos oficiais possibilitaram uma obtenccedilatildeo do perfil sanitaacuterio inclusive

detectar deficiecircncias no tocante ao abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso

essa investigaccedilatildeo permitiu a identificaccedilatildeo das principais fontes geradoras de

poluiccedilatildeo

No setor de abastecimento de aacutegua da aacuterea pesquisada constatou-se

com frequumlecircncia deficiecircncias que envolviam a maacute preservaccedilatildeo de unidades do

sistema de abastecimento desperdiacutecios de aacutegua e fiscalizaccedilatildeo ausente Os

sistemas de abastecimento de aacutegua existentes na aacuterea de Xingoacute operam

comumente com perdas drsquoaacutegua superior a valores considerados aceitaacuteveis por

Arauacutejo (2001) (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de

grande porte)

No tocante ao esgotamento sanitaacuterio algumas cidades natildeo satildeo servidas

por rede coletora (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe) e algumas apresentam uma cobertura inferior a 50 (Delmiro

Gouveia Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo

Francisco Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

101

Redondo) Algumas cidades possuem unidades destinadas ao tratamento

sendo que em algumas delas estas unidades encontram-se abandonadas ou

funcionando precariamente Essa situaccedilatildeo encontrada tem acarretado o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

Na quase totalidade das cidades o escoamento das aacuteguas pluviais

ocorre com a ausecircncia de planejamento Situaccedilotildees inadequadas tais como a

presenccedila de resiacuteduos soacutelidos e escoamento de aacuteguas residuaacuterias em unidades

integrantes do sistema de drenagem das cidades entre outros problemas

puderam ser constatados durante as visitas de campo

Via de regra os resiacuteduos soacutelidos vecircm sendo dispostos em depoacutesitos a

ceacuteu aberto Algumas cidades como Delmiro Gouveia e Patildeo de Accediluacutecar dispotildeem

de usina de reciclagem e compostagem que no entanto requerem melhorias

Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio e Paulo Afonso com sua usina de

reciclagem satildeo as cidades que possuem uma melhor infra-estrutura no tocante

ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

A fragilidade do niacutevel de sauacutede na aacuterea de Xingoacute eacute evidenciada pela

baixa resolutividade infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede a

insuficiecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes

por causa desconhecida (atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com

941) as altas taxas de mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice

aceitaacutevel da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com

um valor maacuteximo em Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) aleacutem do nuacutemero

elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200

casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE em 2001

35 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Sugere-se criar instrumentos de incentivos fiscais para as empresas e

oacutergatildeos puacuteblicos natildeo poluiacuterem o meio ambiente

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

102

Sugere-se investir em estudos de verificaccedilatildeo da viabilidade do

estabelecimento de consoacutercios intermunicipais Esses consoacutercios consistem

em um acordo firmado entre municiacutepios visando agrave realizaccedilatildeo de interesses e

objetivos comuns nas diversas aacutereas do saneamento Isso dar-se-ia mediante

a utilizaccedilatildeo de recursos humanos e materiais de cada integrante do consoacutercio

para atender agraves necessidades que isoladamente natildeo conseguiriam

Intensificar a eficaacutecia da integraccedilatildeo das accedilotildees de saneamento com

outras poliacuteticas puacuteblicas A implementaccedilatildeo dessa integraccedilatildeo requer uma

articulaccedilatildeo no niacutevel de cada poliacutetica setorial e dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela

coordenaccedilatildeo global das poliacuteticas como os de planejamento no niacutevel dos

conselhos onde pode verificar-se a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Promover o fortalecimento da educaccedilatildeo ambiental e mobilizaccedilatildeo social

atraveacutes de diversas accedilotildees

(i) Capacitaccedilatildeo de educadores da rede ensino para a identificaccedilatildeo de temas

ambientais nos conteuacutedos curriculares

(ii) Elaboraccedilatildeo de material educativo e de comunicaccedilatildeo para subsidiar accedilotildees

de educaccedilatildeo ambiental

(iii) Difundir as informaccedilotildees contidas no material educativo por intermeacutedio de

diversos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo

36 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARAUacuteJO FAS Avaliaccedilatildeo de perdas em setor de abastecimento de aacutegua no

distrito de Cruz de Rebouccedilas 135 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade

Federal de PernambucoCTG Recife-PE 2001

CHESF SUDENE CNPQ UFPE FADE IPEA I Plano diretor de Xingoacute 2000-

2004 Recife 1999 519 p 1 CD-ROM

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

103

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREIRE NCF PACHECO AP Aspectos da detecccedilatildeo de aacutereas de risco agrave

desertificaccedilatildeo na regiatildeo de Xingoacute In XII SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO 2005 Goiacircnia Anais Goiacircnia INPE 2005 p

525-532

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo Demograacutefico 2000

- Caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios Rio de Janeiro-RJ IBGE

2001a v 1

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Sinopse preliminar do

censo demograacutefico 2000 Rio de Janeiro-RJ IBGE 2001b v 7

LAHOacuteZ FCC Uma experiecircncia em mobilizaccedilatildeo para a gestatildeo

descentralizada e participativa dos recursos hiacutedricos In IX SILUBESA -

SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto

Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

LONGUINHOS MAA Anaacutelise do programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede o

caso do municiacutepio de Vitoacuteria da Conquista-BA 80 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis-SC 2002

MUNIZ ACS BRITO ALF LEITE UD PRASAD S Eficiecircncia de

transformaccedilatildeo de carbono total e nutrientes no processo de compostagem de

resiacuteduos soacutelidos orgacircnicos In 21o Congresso Brasileiro de Engenharia

Sanitaacuteria e Ambiental Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

Rom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

104

PERAZZO GM KATO MT FLORENCIO L Avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental em 29 municiacutepios na regiatildeo do semi-aacuterido Nordeste do Brasil In

XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIacuteA SANITAacuteRIA Y

AMBIENTAL CancuacutenndashMeacutexico Anais Cancuacuten-Meacutexico ABES 2002 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

105

CAPIacuteTULO 4

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE

DESSALINIZADOR NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO A aacuterea de Xingoacute abrange uma aacuterea de 45492 km2 com 34

municiacutepios totalmente inseridos no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Dessalinizadores tecircm

sido instalados nessa regiatildeo a fim de incrementar a oferta hiacutedrica Foi

realizado um levamento com relaccedilatildeo aos dessalinizadores existentes nesta

aacuterea Constatou-se que a maioria desses equipamentos natildeo estava produzindo

aacutegua dessalinizada devido principalmente agrave falta de importacircncia dada agrave

questatildeo da sua correta manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo A qualidade de aacutegua de 4

poccedilos com dessalinizador (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa

Briacutegida-BA e Icozeira Abareacute-BA) foi monitorada Com relaccedilatildeo ao permeado

produzido alguns paracircmetros de qualidade de aacutegua (cor aparente turbidez e

dureza total) sempre atenderam aos padrotildees de potabilidade No entanto

outros paracircmetros tais como pH do permeado produzido nos dessalinizadores

instalados em Aroeira e Icozeira e o STD e a concentraccedilatildeo de cloreto do

permeado produzido pelo dessalinizador instalado em Areias nem sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade Natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes na maioria das amostras do permeado poreacutem

conveacutem efetuar a desinfecccedilatildeo antes de ser consumido Foram coletadas

amostras de solo no local de disposiccedilatildeo dos rejeitos provenientes dos

dessalinizadores monitorados Constatou-se que o despejo indiscriminado eacute

prejudicial ao solo

Palavras-chave dessalinizadores qualidade de aacutegua rejeito aacuterea de Xingoacute

ABSTRACT The Xingoacute area comprises 45492 km2 with 34 municipalities It is

entirely located in the so-called ldquoDrought Polygonrdquo Water desalinators have

been installed for increasing the water offer in this area A survey about the

situation of these units of desalination was accomplished It was found that

most of them were not producing desalting water due to the lack of suitable

technical operations and maintenance The water quality of 4 wells with

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

106

desalinator (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa Briacutegida-BA e

Icozeira Abareacute-BA) was monitored With regard to the permeate produced

some water quality parameters (apparent colour turbidity and total hardness)

always met the water quality standards However some parameters not always

met such as pH of the permeate produced by desalinators installed in Aroeira

and Icozeira and TDS and chloride concentration of the permeate produced by

desalinator installed in Areias In most of the analysis the presence of

thermotolerant coliforms were not detected however the permeate must be

disinfected before consumption Soil samples were collected in the disposal site

of water desalinators wastes It was found that the indiscriminate discharge is

harmful to soil

Key words water desalinators water quality desalinators wastes Xingoacute area

41 ndash INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil a maior parte do semi-aacuterido nordestino cerca de 600000 km2

eacute constituiacuteda por terrenos cristalinos A associaccedilatildeo nesta regiatildeo de baixas

precipitaccedilotildees distribuiccedilatildeo irregular das chuvas delgado manto intempeacuterico

quando natildeo ausente e cobertura vegetal esparsa especialmente no bioma

caatinga favorece o escoamento superficial em detrimento da infiltraccedilatildeo

Assim no cristalino do semi-aacuterido brasileiro os poccedilos para abastecimento de

aacutegua muito comumente apresentam vazotildees entre 1 e 3 m3h e elevado

conteuacutedo salino comumente acima dos padrotildees de potabilidade Apesar

disso em muitas pequenas comunidades esses poccedilos constituem a uacutenica

fonte de abastecimento disponiacutevel Em geral a qualidade quiacutemica da aacutegua nos

terrenos cristalinos eacute boa Os problemas quando existentes relacionam-se agrave

elevada salinidade que eacute tiacutepica dos aquumliacuteferos do cristalino do semi-aacuterido

nordestino e agrave elevada dureza da aacutegua e salinidade observadas em algumas

aacutereas de ocorrecircncia das rochas calcaacuterias (ANA 2005) Diante dessa realidade

foi dada grande atenccedilatildeo aos programas de dessalinizaccedilatildeo o que permitiu a

exploraccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas por meio da instalaccedilatildeo de dessalinizadores

no semi-aacuterido brasileiro com a finalidade de converter aacutegua salgada ou salobra

em aacutegua potaacutevel (MATOS et al 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

107

Na aacuterea de Xingoacute foram instalados vaacuterios dessalinizadores Neste

trabalho satildeo apresentados os resultados de anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas e

bacterioloacutegicas da aacutegua de coletas realizadas em 4 poccedilos com dessalinizador

Estes resultados satildeo confrontados com os padrotildees de potabilidade As aacuteguas

analisadas foram a aacutegua de alimentaccedilatildeo (bruta) o permeado e o rejeito

Tambeacutem satildeo apresentados os resultados de amostras de solo no local de

lanccedilamento do rejeito e a jusante deste Estas unidades dessalinizadoras

situam-se em Areias (Poccedilo Redondo-SE) Aroeira (Santa Briacutegida-BA) Minuim

(Santa Briacutegida-BA) e Icozeira (Abareacute-BA)

42 ndash METODOLOGIA

Foram efetuados levantamentos sobre poccedilos que possuiacuteam

dessalinizador existentes nos municiacutepios onde o instituto Xingoacute exerce suas

atividades O objetivo dessas investigaccedilotildees foi escolher algumas unidades que

estivesem produzindo aacutegua dessalinizada e determinar paracircmetros de

qualidade de aacutegua aleacutem de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do solo no local de

despejo do rejeito e a jusante deste Na escolha das unidades cujos resultados

satildeo aqui apresentados foram levados em consideraccedilatildeo questotildees relacionadas

com a distacircncia acessibilidade e adequaccedilatildeo ao roteiro e agraves atividades do

projeto No municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE aleacutem de levantamentos dos poccedilos

com dessalinizaccedilatildeo foram levantados os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador

existentes Os levantamentos incluiacuteram consultas agraves prefeituras e visitas de

campo No levantamento dos poccedilos de aacutegua em Poccedilo Redondo tambeacutem foi

consultado Bomfim et al (2002)

Os paracircmetros condutividade eleacutetrica temperatura STD (soacutelidos totais

dissolvidos) pH cor aparente e turbidez da aacutegua (aacutegua bruta permeado e

rejeito) dos 4 poccedilos monitorados foram determinados com equipamentos

portaacuteteis Foram utilizados recipientes de plaacutestico com 1000 mL para as

coletas destinadas agrave determinaccedilatildeo dos paracircmetros alcalinidade cloreto e

dureza no laboratoacuterio No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes

recipientes com detergente neutro e aacutegua destilada Apoacutes isso no local de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

108

coleta os recipientes eram lavados 3 vezes com a proacutepria aacutegua a ser coletada

antes de sua coleta definitiva

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis

(ii) O recipiente era destampado no momento da coleta removendo a tampa e

o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente tendo o cuidado de natildeo

deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer superfiacutecie aleacutem de natildeo

tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 41 consta a localizaccedilatildeo o periacuteodo de monitoramento da

qualidade da aacutegua (aacutegua bruta permeado e rejeito) dos 4 poccedilos com

dessalinizador estudados Os paracircmetros que foram determinados o local de

sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo apresentados na Tabela 42

Todas as anaacutelises foram realizadas em conformidade com o que preconiza o

APHA et al (1998) O paracircmetro cor aparente foi determinado apenas em

marccedilo e abril de 2006 nas amostras coletadas no poccedilo com dessalinizador de

Areias e de marccedilo a junho de 2006 nos poccedilos com dessalinizador de Aroeira

Minuim e Icozeira

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

109

Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados Localidade do poccedilo

com dessalinizador

monitorado

Municiacutepio Estado Periacuteodo de monitoramento

Areias Poccedilo Redondo Sergipe bull Julho a setembro de 2005

(semanalmente)

bull Outubro e novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a abril de 2006

(mensalmente)

Aroeira Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Minuim Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Icozeira Abareacute Bahia bull Fevereiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua

determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico Coliformes (totais e

termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

O rendimento de cada um dos 4 dessalinizadores monitorados foi

determinado atraveacutes da determinaccedilatildeo da vazatildeo do permeado produzido e do

rejeito gerado no processo de dessalinizaccedilatildeo Para isso utilizou-se um balde

graduado ateacute 11 L e um cronocircmetro onde foram efetuadas 30 leituras pois os

rotacircmetros (indicadores de vazatildeo dos equipamentos dessalinizadores)

apresentavam-se defeituosos eou o visor da leitura devido agraves condiccedilotildees natildeo

permitia a visualizaccedilatildeo Esse procedimento foi realizado todas as vezes em

que se determinava os paracircmetros de qualidade de aacutegua destas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

110

A fim de avaliar-se os impactos decorrentes do despejo do rejeito dos

dessalinizadores foram coletadas amostras de solo com o emprego de trado

no local do despejo do rejeito dos dessalinizadores localizados em Areias

Aroeira Minuim e Icozeira Tambeacutem foram coletadas amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

despejo do dessalinizador de Areias e apenas a 50 m a jusante do despejo dos

dessalinizadores de Aroeira Minuim e Icozeira As amostras de solo foram

coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em Areias e de 0-40 cm

em Aroeira Minuim e Icozeira

Os paracircmetros determinados nas amostras coletadas de solo com os

respectivos locais de determinaccedilatildeo e meacutetodos utilizados constam na Tabela

43 As anaacutelises de solo foram realizadas usando-se a metodologia constante

no Manual de Meacutetodos de Anaacutelise de Solo (EMBRAPA 1997)

Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o

local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Condutividade eleacutetrica Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Condutiviacutemetro pH Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute pHmetro Soacutedio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Fotometria de chama

Caacutelcio Laboratoacuterio de Fertilidade do Solo (Depto de Agronomia da

UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica Magneacutesio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica

Na avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas para a irrigaccedilatildeo a classificaccedilatildeo

mais utilizada eacute aquela proposta pelo US Salinity Laboratory que relaciona a

concentraccedilatildeo de sais soluacuteveis como indicadora do perigo de salinizaccedilatildeo do

solo e a Relaccedilatildeo de Absorccedilatildeo de Soacutedio (RAS) como indicadora do perigo de

sodificaccedilatildeo Esta relaccedilatildeo eacute dada pela seguinte foacutermula (CRUCIANI 1980)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

111

2

++++

+

+=

MgCaNaRAS (Eq41)

Obs teores de Na+ Ca++ e Mg++ em miliequivalentelitro

Existe uma relaccedilatildeo linear entre PST (percentagem de soacutedio trocaacutevel) e o

RAS A equaccedilatildeo que relaciona estes paracircmetros eacute (CRUCIANI 1980)

)01475001260(1)01475001260(100

RASxRASxPST

+minus++minus

= (Eq42)

Nesta pesquisa foram utilizadas as equaccedilotildees 1 e 2 indicadas por

Cruciani (1980) Com os seus resultados efetuou-se a classificaccedilatildeo do solo

segundo o US Salinity Laboratory tambeacutem apresentada em Cruciani (1980)

de acordo com a Tabela 44

Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory

Solo Condutividade

eleacutetrica do extrato

(dSm)

PST

()

pH

Normal lt 4 lt 15 lt 85

Salino gt 4 lt 15 lt 85

Soacutedico lt 4 gt 15 gt 85

Salino-soacutedico gt 4 gt 15 lt 85

Fonte Cruciani 1980

43 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Bomfim et al (2002) constataram a presenccedila de 32 pontos daacutegua em

Poccedilo Redondo-SE sendo que todos eram do tipo poccedilo tubular e localizados

sobre o aquumliacutefero do tipo fissural Alguns de propriedade puacuteblica e outros de

propriedade particular Desses 32 pontos 5 poccedilos possuiacuteam dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

112

No entanto em levantamentos realizados nesta pesquisa foram constatados

29 pontos de aacutegua sendo 5 poccedilos com dessalinizador e 24 sem

Nas visitas de campo verificou-se que das 24 unidades encontradas que

natildeo possuiacuteam dessalinizador apenas uma (Fazenda Jurema) estava

produzindo aacutegua Foram determinados em campo alguns paracircmetros de

qualidade de aacutegua deste poccedilo durante a visita Obteve-se os seguintes

resultados da aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema condutividade eleacutetrica = 3200

microScm STD = 4869 mgL pH = 88 e temperatura = 310 oC

Portanto nota-se que a aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema era improacutepria

para consumo humano devido ao valor de STD ser superior ao valor maacuteximo

permido para consumo humano recomendado pela Portaria 518 do MS Com

isso os moradores pouco utilizavam desta aacutegua preferindo a aacutegua de um

barreiro proacuteximo

Verificou-se que os demais poccedilos sem dessalinizador natildeo estavam

produzindo aacutegua e apresentavam uma das seguintes situaccedilotildees (i) em alguns o

poccedilo havia sido perfurado poreacutem natildeo tinham sido equipados com sistema e

bombeamento e distribuiccedilatildeo estando abandonado (ii) alguns estavam

paralisados sem funcionamento devido a problemas relativos agrave manutenccedilatildeo ou

quebra de equipamentos e (iii) outros encontravam-se abandonados devido agrave

salinidade excessiva eou terem sido submetidos agrave superexplotaccedilatildeo (retirada

de um volume de aacutegua superior agrave capacidade do aquumliacutefero) Tambeacutem constatou-

se que alguns elementos da infra-estrutura de alguns poccedilos tais como

catavento bomba estavam danificados Exemplos dessas situaccedilotildees

encontradas satildeo ilustradas na Figura 41

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

113

(a) Poccedilo perfurado e abandonado (localidade Titoacuteia)

(b) Bomba do poccedilo danificada (localidade Fazenda Satildeo Paulo)

(c) Poccedilo seco (localidade Barra da Onccedila)

(d) Palhetas do catavento danificadas e abandonadas (localidade de Monte Alegre Velho)

Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem dessalinizador

em Poccedilo Redondo

Com relaccedilatildeo aos 5 poccedilos com dessalinizador situados em Poccedilo

Redondo apenas 1 estava operando Este poccedilo foi escolhido para

monitoramento de sua qualidade de aacutegua como seraacute visto adiante

As unidades de dessalinizaccedilatildeo existentes nos municiacutepios integrantes da

aacuterea de Xingoacute utilizam a tecnologia da osmose reversa Na Tabela 45 eacute

apresentada a situaccedilatildeo dessas unidades com relaccedilatildeo a se estavam ou natildeo

produzindo aacutegua dessalinizada Do total de 56 instalaccedilotildees de dessalinizaccedilatildeo

apenas 11 (1964) estavam em atividade e 45 (8036) natildeo estavam

produzindo aacutegua dessalinizada Via de regra a principal causa disso eacute a

ausecircncia de cuidados relacionados agrave manutenccedilatildeo do equipamento O pessoal

teacutecnico capacitado para as tarefas de manutenccedilatildeo e reparos destes

equipamentos tecircm que se deslocar das capitais para o atendimento aleacutem do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

114

que os materiais de manutenccedilatildeo e reposiccedilatildeo algumas vezes apresentam um

orccedilamento aqueacutem dos recursos financeiros disponiacuteveis das prefeituras

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Aacutegua Branca Natildeo haacute

Belo Monte Olho dacuteAacutegua Novo x

Delmiro Gouveia Caraiacuteba do Limo x

Siacutetios Barracas x

Rede de Luz x

Lagoa da Cruz x

Olho drsquoAacutegua do Casado

Poccedilos x

Ass Selma Bandeira x

Bom Nome x

Chico do Bode x

Japatildeo x

Patildeo de Accediluacutecar

Xexeacuteu x

Coleacutegio (na sede) x

Verdatildeo x Pariconha

Campinhos x

Juazeiro x Piranhas Olho drsquoAguinha x

Caboclo (2 poccedilos) x

Cacimba do Barro x

Umbuzeiro Doce x

Alagoas

Satildeo Joseacute da Tapera

Cachoeirinha x

Abareacute Icozeira x

Chorrochoacute Caraiacutebas x

Barro Novo x

Mundo Novo x

Pata Mute x

Curaccedilaacute

Poccedilo de Fora x

Gloacuteria Natildeo haacute

Macurureacute Formosa x

Paulo Afonso Natildeo haacute

Rodelas Natildeo haacute

Arauacutejo x

Aroeira x

Bugi x

Minuim x

Bahia

Santa Briacutegida

Trapiaacute x

Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

(continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

115

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute (cont)

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Beleacutem do Satildeo Francisco Riacho Pequeno x

Cabroboacute Natildeo haacute Floresta Ass Papagaio x

Poccedilo Boi x Jeritacoacute x Angico x

Ibimirim

Barro Branco x Itacuruba Natildeo haacute

Jatobaacute Natildeo haacute

Orocoacute Natildeo haacute

Parnamirim Fazenda Pau de Colher (Siacutetio Chapada do Arapoaacute)

x

Petrolacircndia Natildeo haacute

Baixa do Curral x Santa Maria da Boa Vista Curimamatilde x

Tacaratu Siacutetio Olho drsquoAacutegua do Juliatildeo x

Pernambuco

Terra Nova Natildeo haacute Canindeacute do S Francisco Natildeo haacute

Gararu-SE Tanque da Pedra (Fazenda S Joaquim)

x

Monte Alegre de Sergipe Natildeo haacute Aningas x Retiro II x

Nossa Senhora da Gloacuteria

Santa Helena x Areias 1 x Areias 2 x

Fazenda Santa Maria x Flor da Serra x

Poccedilo Redondo

Morro Vermelho x Bela Aurora x

Belos Ares (Craibeiras) x Esperanccedila x

Junco x

Sergipe

Porto da Folha-

Pedro Leatildeo x Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

A Tabela 46 fornece uma noccedilatildeo de gastos com peccedilas serviccedilos e

deslocamentos relativos agrave manutenccedilatildeo de dessalinizadores

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

116

Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e deslocamentos a

serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em desalinizadores Item Quantidade Preccedilo unitaacuterio (R$)

Membrana Hidranautcs mod Cpa 2 4040 (nova)

1 110000

Cartucho de filtro 9x frac34 5micras 1 1500 Anti-incrustante 1 kg 4500

Manocircmetros glicerinado 1 8500 Rotacircmetro mod Hedland 0 a 60LPM 1 49000

Bomba dosadora 1 75000 Bomba de retrolavagem 14 CV Dancor

termoplaacutestica 1 25000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 monofaacutesica motor aberto

1 195000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 trifaacutesica motor aberto

1 169000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 monofaacutesica motor aberto

1 175000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 trifaacutesica motor aberto

1 150000

Tubo cpvc 28 1 vara 6000 Joelho 90ordm cpvc 28 1 515

Tecirc cpvc 28 1 535 Luva cpvc 28 1 350 Uniatildeo cpvc 28 1 1150

Luva de transmissatildeo cpvc 22 x 34 1 750 Conector Aquatherm cpvc28x1rdquo 1 2635 Luva de reduccedilatildeo de frac12 x 25mm 1 150

Mangueira 14 x 14 pmanocircmetros 1 m 450 Adaptador para manocircmetro 14 x 18 1 1500 Adaptador para manocircmetro 14 x 12 1 2500

Mangueira tranccedilada de 12 1m 300 Espelho para vaso de alta pressatildeo 1 15000

Anel elaacutestico para vaso 4 ldquo 1 3000 Pressostato danfoss 12KGF 1 35000

Bucha de reduccedilatildeo 112 x 1rdquo PVC 1 300 Bucha de reduccedilatildeo 34 x 12 ldquo PVC 1 200

Carcaccedila de Filtro 9 x 34 1 16000

Materiais

Adaptador entrada dosador 1 4000 Limpeza quiacutemica de membranas (preccedilo

cobrado por membrana lavada) - 13000 Matildeo de

obra Visita teacutecnica para avaliaccedilatildeo e pequenos

reparos e substituiccedilatildeo de peccedilas 1 km rodado 100

O Custo eacute de R$ 100km rodado aleacutem de uma diaacuteria de R$ 9000

Fonte Osmose Peccedilas e Manutenccedilatildeo de Dessalinizadores e Sistemas de Aacutegua Feira de

Santana-BA (10082006) atraveacutes de consulta pessoal

Cravo (1999) informa que no Brasil estima-se que 25 dos

equipamentos estatildeo desativados por problemas que vatildeo desde questotildees

poliacuteticas ateacute falta de aacutegua no poccedilo passando por equipamentos mal

dimensionados incorretamente operados ou com ausecircncia de manutenccedilatildeo

Em termos de reparos e de manutenccedilatildeo satildeo as membranas aleacutem dos filtros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

117

que necessitam de maior atenccedilatildeo A vida uacutetil de uma membrana eacute de 3 anos e

a periodicidade de manutenccedilatildeo eacute em meacutedia de 3 meses dependendo da

qualidade da aacutegua de alimentaccedilatildeo da operaccedilatildeo manutenccedilatildeo e do sistema de

preacute-tratamento

Cada dessalinizador monitorado (Figura 42) na corrente pesquisa eacute

alimentado por um poccedilo Consta na Tabela 47 uma siacutentese das caracteriacutesticas

desses equipamentos e dos respectivos poccedilos de alimentaccedilatildeo Nesta mesma

tabela haacute tambeacutem informaccedilotildees quanto ao volume de aacutegua produzido

(permeado) e a quantidade de casa atendidas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 42 Dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

Caracteriacutesticas do dessalinizador

Potecircncia das bombas do dessalinizador

(CV)

Local Profundidade

do poccedilo (m)

Potecircncia da

bomba do poccedilo que alimenta o

dessalinizador (CV)

Ano de

instalaccedilatildeo do dessalinizador

Nuacutemero de

filtros de cartucho

Nuacutemero de vasos

de pressatildeo (permeadores) Principal Retrolavagem Dosadora

Volume de aacutegua

dessalinizada produzida

Nuacutemero de

residecircncias atendidas

Areias 42 34 1998 4 2 3 13 12 Ateacute nov2005

bull 15 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 5 m3semana

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 25 a m3mecircs

Ateacute nov2005

bull 30 residecircncias

(eacutepoca seca)

bull 10 residecircncias

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 2 a 4 residecircncias

Aroeira 60 75 2005 3 1 2 13 --- bull 10 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 10 m3 quinzenalmete

(eacutepoca chuvosa)

bull 42 residecircncias

Minuim 64 5 2005 6 3 5 13 --- bull 10 a 20 m3semana bull 100 a 150

residecircncias

Icozeira 18 1 1996 3 1 3 13 Natildeo possui

bomba

dosadora

bull 5 a 10 m3dia bull 92 residecircncias

Natildeo havia informaccedilatildeo quanto agrave potecircncia poreacutem a vazatildeo era de 6 Lh

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

119

Vale observar que tambeacutem com relaccedilatildeo agrave Tabela 47 que apoacutes

novembro de 2005 algumas residecircncias localizadas em Areias passaram a

ser contempladas com aacutegua encanada Com isso houve um decreacutescimo de

casas que consumiam aacutegua da unidade dessalinizadora instalada nesta

comunidade

Os moradores de Areias e Icozeira natildeo pagam tarifa pela aacutegua

produzida nas unidades de dessalinizaccedilatildeo A comunidade de Minuim paga por

uma ficha um valor de R$020 (vinte centavos) por cada balde de 20 L de aacutegua

produzida A ficha eacute inserida em um chafariz automaacutetico Com isso satildeo

acionadas duas bombas cada uma com 13 CV (localizadas no proacuteprio abrigo

onde estaacute o dessalinizador) Isso permite que a aacutegua dessalinizada seja

conduzida ateacute um chafariz automaacutetico para o enchimento de um balde de 20 L

Procedimento semelhante ao de Minuim era o que acontecia em Aroeira No

entanto durante o periacuteodo de monitoramento em Aroeira e tambeacutem poucos

meses antes deste monitoramento natildeo era cobrada tarifa pela aacutegua produzida

Alguns moradores de Minuim pagam o valor de R$100 (um real)

mensalmente pela aacutegua bruta captada nesse poccedilo para ter essa aacutegua em

suas torneiras

Os operadores das unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas satildeo

pessoas da proacutepria comunidade onde estas estatildeo instaladas aleacutem de

residirem proacuteximo destas Eles natildeo recebem nenhuma remuneraccedilatildeo O grau de

escolaridade do operador da unidade de Aroeira e do operador de Minuim eacute 5a

seacuterie concluiacuteda enquanto o do operador de Areias eacute de 3a seacuterie concluiacuteda De

acordo com o proacuteprio operador de Icozeira este natildeo havia frequumlentado a

escola e apenas sabia assinar o nome e identificar algarismos

Apenas o operador da unidade de Minuim possui um manual de

operaccedilatildeo do dessalinizador (modelo AP 10004000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

120

De acordo com os operadores a limpeza das membranas vinha sendo

efetuada com a utilizaccedilatildeo da bomba de retrolavagem A frequumlecircncia dessa

operaccedilatildeo era de acordo com os operadores a seguinte

(i) em Areias natildeo havia uma frequumlecircncia certa algumas vezes passava ateacute uns

2 meses sem lavar

(ii) em Aroeira e Icozeira era semanal

(iii) duas vezes por semana (agraves quartas-feiras e saacutebados) em Minuim

Em Areias e Icozeira a manutenccedilatildeo perioacutedica do equipamento natildeo era

realizada A equipe teacutecnica soacute era acionada quando algum equipamento ou

acessoacuterio deixava de funcionar

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiram a sua

manutenccedilatildeo eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da

prefeitura

O dinheiro arrecado na venda das fichas no dessalinizador de Minuim

tambeacutem eacute utilizado nas despesas de manutenccedilatildeo e reparos

As despesas com energia e reparos dos equipamentos de Areias e

Icozeira eram arcadas respectivamente pelas prefeituras de Poccedilo Redondo-

SE e Abareacute-BA Em Aroeira as despesas com energia e manutenccedilatildeo ateacute pouco

antes do monitoramento do trabalho aqui apresentado era por conta dos

recursos arrecadados com a venda das fichas e depois passou a cargo da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA Por outro lado em Minuim o valor arrecadado

com as fichas era destinado a pagar as despesas com energia e manutenccedilatildeo

do dessalinizador No entanto as despesas com a energia gasta pelo poccedilo

que alimentava o dessalinizador de Minuim fica sob a responsabilidade da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA

Na Figura 43 satildeo vistos os locais onde os moradores retiram a aacutegua

dessalinizada pelos dessalinizadores monitorados A aacutegua eacute conduzida em

balde(s) ateacute as suas residecircncias

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

121

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

De acordo com determinaccedilotildees efetuadas no campo os dessalinizadores

Areias Aroeira Minuim e Icozeira apresentaram em meacutedia respectivamente

um rendimento de 4326 5119 5644 e 3512 Isso significa que estas

unidades geram em meacutedia uma quantidade de rejeito que corresponde a

respectivamente 5674 4881 4356 e 6488 do total de aacutegua a ser

dessalinizada Segundo Porto et al (2004) em funccedilatildeo da eficiecircncia do

dessalinizador e da qualidade da aacutegua do poccedilo a quantidade de efluente

gerado eacute da ordem de 40 a 70 do total de aacutegua salobra a ser dessalinizada

Nas Tabela 48 a 411 e nas Figuras 44 a 47 satildeo apresentados os

resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos no campo e em laboratoacuterio

da aacutegua bruta do permeado e do rejeito dos 4 dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 336 242 278 26 94 330 234 268 31 116 323 242 276 24 87

pH 83 59 74 05 68 74 65 69 03 43 87 70 81 05 62 Cor aparente

(uH) 941 534 738 288 390 0 0 0 --- --- 1789 1161 1475 444 301

Turbidez (uT) 278 82 1370 608 444 14 048 07 02 286 151 16 38 35 921 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 245 20 1441 821 570 16 4 101 36 356 469 26 3169 1526 481

Condutividade eleacutetrica (microScm)

11000 1725 55732 24192 434 1143 198 4593 2987 650 18020 7800 111604 33409 299

STD (mgL) 16463 5567 96449 37712 391 1687 295 7386 4859 658 26826 11725 164505 55730 339 Cloreto

(mg Cl-L) 3587 566 20715 9291 449 324 36 1269 823 648 6226 2289 35422 9578 270

Dureza total (mg CaCO3L)

3086 398 13623 9685 711 81 10 296 198 669 5481 1428 25098 12461 496

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 119 4796 3458 721 35 6 142 91 641 2314 612 959 5174 539

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

123

Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35Te

mpe

ratu

ra (o C

)

(a)

123456789

1011121314

pH

(b)

0

100

200

300

400

500

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

5000

10000

15000

20000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0

50

100

150

200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

STD

(mg

L)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

(h)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(g)

(d)(c)

(f)(e)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300DiasD

urez

a caacute

lcic

a (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 307 252 286 19 67 320 257 295 22 74 321 256 295 22 74

pH 91 69 75 06 86 72 50 64 07 112 73 67 71 02 25 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 15 03 07 04 552 05 02 03 010 357 45 03 11 10 09 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 30 6 116 81 702 7 3 47 13 285 39 9 167 98 586

Condutividade eleacutetrica (microScm)

1324 1130 12094 712 59 501 26 411 80 196 2330 1840 20652 1809 88

STD (mgL) 1961 1674 18078 999 55 717 374 557 126 226 3433 2727 30583 2627 86 Cloreto

(mg Cl-L) 630 290 4266 973 228 6 2 34 13 397 750 510 5656 823 145

Dureza total (mg CaCO3L)

568 305 4493 878 196 20 0 72 63 874 832 650 7164 597 83

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

345 122 2360 739 313 18 0 23 29 1265 406 203 3131 709 227

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

125

Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3L

)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

500

1000

1500

2000

2500C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0500

1000150020002500300035004000

STD

(mg

L)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 316 262 296 18 60 318 263 295 17 59 331 265 307 26 84

pH 86 72 75 04 52 69 60 64 03 54 78 73 76 02 21 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 13 02 05 03 554 05 01 03 01 464 08 03 06 02 274 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 51 20 294 107 361 12 2 58 30 519 66 22 391 136 349

Condutividade eleacutetrica (microScm)

4995 4770 48984 962 20 124 633 986 173 176 8110 7330 73122 15353 210

STD (mgL) 7491 7072 72850 1700 23 1772 954 1404 173 124 11986 11061 115767 3490 30 Cloreto

(mg Cl-L) 1750 1232 14811 1643 111 28 2 90 73 813 2849 2019 23652 2342 99

Dureza total (mg CaCO3L)

1969 1096 13489 2760 205 20 0 137 148 1078 2578 1827 21667 2864 132

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

609 311 4599 1137 247 20 0 50 73 1464 609 311 9762 412 42

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

127

Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT

)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0100020003000400050006000700080009000

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

STD

(mg

L)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 337 241 302 25 84 343 256 309 23 75 349 249 309 26 85

pH 76 61 70 04 63 62 57 59 02 27 76 58 72 05 76 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 06 02 04 01 333 05 02 04 01 351 44 03 07 04 507 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 32 22 269 33 124 9 4 61 19 311 36 31 328 17 52

Condutividade eleacutetrica (microScm)

7640 6840 70917 2422 34 475 368 4193 399 95 9760 8930 92256 3091 33

STD (mgL) 11222 10101 104609 3628 35 690 542 6059 469 78 14436 13263 136817 4895 36 Cloreto

(mg Cl-L) 2429 1629 18956 2985 157 88 76 811 43 52 3029 1709 22923 4360 190

Dureza total (mg CaCO3L)

2436 1989 21467 1809 84 67 41 581 87 149 3979 2639 30838 3620 117

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 853 99400 1132 114 25 18 217 25 118 1543 1102 13107 1669 127

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

129

Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

05

10

152025

303540

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

020004000

60008000

1000012000

1400016000

STD

(mg

L)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i) (j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

130

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos verificou-se (i) Temperatura

A temperatura da aacutegua bruta dos poccedilos ficou situada entre 24 e 34 oC

durante o periacuteodo de monitoramento O poccedilo que apresentou maior faixa de

variaccedilatildeo foi o poccedilo de Icozeira com uma variaccedilatildeo de temperatura de 96 oC

(241 ndash 337 oC) seguido por Areias com 94 oC (242 ndash 336 oC) Aroeira com

55 oC (252 ndash 307 oC) e Minuim com 53 oC (263 ndash 316 oC)

A temperatura do permeado ficou entre 23 e 35 oC O permeado

produzido em Icozeira tambeacutem foi o que apresentou maior variaccedilatildeo (87 oC)

A temperatura do rejeito gerado ficou entre 24 e 35 o C A maior

temperatura registrada do rejeito foi em Icozeira com 349 oC e a menor foi em

Areias com 242 oC

(ii) pH

Com relaccedilatildeo ao pH das aacuteguas subterracircneas segundo Santos (1997)

nestas aacuteguas este paracircmetro geralmente fica entre 55 e 85 e em casos

excepcionais entre 3 e 11 O pH da aacutegua bruta do poccedilo de Areias esteve entre

59 - 83 a de Aroeira esteve entre 69 - 91 a de Minuim esteve entre 72 - 86

e a de Icozeira entre 61 -76 A condiccedilatildeo excepcional a que Santos (1997) se

refere soacute foi verificada uma uacutenica vez com a aacutegua bruta do poccedilo de Aroeira

sendo de 91 e uma uacutenica vez em Minuim com a aacutegua bruta apresentando um

pH de 86

A faixa do pH da aacutegua destinada ao consumo humano segundo a

Portaria 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) eacute de 60 ndash 95 O pH do permeado

produzido pelo dessalinizador de Areias e Minuim sempre esteve nesta faixa

Em duas ocasiotildees das 10 coletas realizadas o pH da aacutegua do permeado

produzido pelo dessalinizador de Aroeira esteve abaixo da faixa recomendada

(na 1a coleta o pH foi 50 e na 3a coleta foi de 56) Das 9 coletas da aacutegua do

permeado do dessalinizador de Icozeira em 6 ocasiotildees (3a 4a 6a 7a 8a e 9a

coletas com o pH respectivamente sendo 58 57 59 59 58 e 59) o pH

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

131

natildeo atendeu ao recomendado indicando que necessita que procedimentos de

ajuste desse paracircmetro sejam efetuados por um profissional capacitado a fim

de atingir-se os valores recomendados

O pH do rejeito de Aroeira variou entre 67 ndash 73 Em Areias esse

paracircmetro variou de neutro a alcalino variando entre 70 ndash 87 O pH do rejeito

de Minuim foi o que menos oscilou os seus valores esteve entre 73 ndash 78 O

pH do rejeito produzido em Icozeira somente uma vez esteve abaixo de 70 e

nas demais apresentou um valor de 76

(iii) Cor aparente

Diferentemente dos resultados da cor aparente da aacutegua bruta dos poccedilos

de Aroeira Minuim e Icozeira onde este paracircmetro determinado foi sempre de

0 uH a cor aparente da aacutegua bruta do poccedilo de Areias foi sempre elevada (534

ndash 941) Natildeo se conseguiu precisar exatamente qual a causa disto No

entanto Segundo a ANA (2005) a inadequaccedilatildeo do filtro e preacute-filtro (alguns dos

materiais empregados na construccedilatildeo do poccedilo) agrave formaccedilatildeo geoloacutegica

normalmente reflete em problemas de cor e turbidez da aacutegua subterracircnea Por

isso eacute comum que vaacuterios estudos mostrem frequentemente que estes

paracircmetros natildeo atendem aos padrotildees de potabilidade no caso das aacuteguas

subterracircneas

Por outro lado a aacutegua analisada do permeado produzido em todas as

unidades inclusive na de Areias sempre apresentou uma cor aparente de 0

uH Desta forma esse paracircmetro da aacutegua do permeado atende ao que

estabelece a Portaria no 518 cujo valor maacuteximo permitido para esse paracircmetro

eacute de 15 uH

(iv) Turbidez

A turbidez da aacutegua bruta dos poccedilos apresentou-se de forma similar agrave cor

aparente da aacutegua bruta dos poccedilos ou seja com valores muito elevados em

Areias (valor maacuteximo de 278 uT) e muito baixos nos demais poccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

132

A aacutegua do permeado produzido em todas as unidades atendeu aos

padrotildees de potabilidade cujo valor maacuteximo permitido eacute de 5 uT

(v) Alcalinidade

Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas geralmente situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e em casos

excepcionais pode atingir 1000 mg CaCO3L No entanto Franca et al (2006)

encontrou alguns valores de alcalinidade da aacutegua em poccedilos tubulares

localizados em Juazeiro do Norte-CE inferiores a 100 mg CaCO3L com um

valor miacutenimo de 173 mg CaCO3L

O menor valor de alcalinidade entre todas as coletas realizadas nos

poccedilos foi no poccedilo de Aroeira (8 mg CaCO3L) e o maior foi em Areias (245 mg

CaCO3L)

A Portaria no 518 natildeo estabelece valores recomendados com relaccedilatildeo agrave

alcalinidade em aacutegua destinada ao consumo humano Mota (2000) afirma que

a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor desagradaacutevel agrave aacutegua sem no

entanto informar a partir de que valores isso pode ocorrer

O maior valor encontrado com relaccedilatildeo a esse paracircmetro nas

determinaccedilotildees realizadas na aacutegua do permeado produzido nas 4 unidades foi

de 16 mg CaCO3L Com relaccedilatildeo ao rejeito o maior valor encontrado desse

paracircmetro foi em Areias com 469 mg CaCO3L

(vi) Condutividade eleacutetrica

A condutividade eleacutetrica da aacutegua bruta de todos os poccedilos foi sempre

elevada que eacute uma caracteriacutestica tiacutepica de poccedilos situados no cristalino O valor

maacuteximo encontrado foi de 11000 microScm no poccedilo de Areias

O menor valor de condutividade eleacutetrica do permeado foi verificado em

Aroeira com 26 microScm A aacutegua do permeado coletada nas 5 uacuteltimas coletas

apresentou valores elevados chegando a um maacuteximo de 1143 microScm na uacuteltima

coleta (abril de 2006) Antes dessas 5 uacuteltimas coletas a condutividade eleacutetrica

natildeo chegava a 500 microScm Em maio de 2006 o dessalinizador apresentou-se

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

133

defeituoso e natildeo conseguiu mais desempenhar suas funccedilotildees Essa elevaccedilatildeo

de certa forma suacutebita da condutividade eleacutetrica pode ter sido um indiacutecio de que

havia uma necessidade premente de manutenccedilatildeo inclusive com troca das

membranas o que natildeo foi efetuado na ocasiatildeo

A condutividade eleacutetrica do rejeito como era de se esperar apresentou-

se sempre elevada com um valor miacutenimo de 1840 microScm encontrado em

Aroeira e um valor maacuteximo de 18020 microScm em Areias

(vii) Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para os

soacutelidos totais dissolvidos (STD) eacute 1000 mgL Teores elevados deste paracircmetro

indicam que a aacutegua tem sabor desagradaacutevel podendo causar problemas

digestivos principalmente em crianccedilas aleacutem de danificar as redes de

distribuiccedilatildeo

O STD da aacutegua bruta de todas as coletas nos 4 poccedilos sempre esteve

acima de 1000 mgL Isso deve servir de alerta para as pessoas natildeo

consumirem essa aacutegua principalmente em Minuim onde algumas pessoas natildeo

tecircm condiccedilotildees de sempre pagar R$020 por um balde de 20 L e preferem

pagar R$100 mensalmente por aacutegua bruta do poccedilo e algumas vezes a

consomem

O STD do permeado de todos os poccedilos estiveram abaixo de 1000 mgL

exceto na 10a 12a 13a e 14a coletas em Areias onde nesta uacuteltima chegou a

1687 mgL

O STD do rejeito como era de se esperar apresentou-se sempre

elevado com um valor miacutenimo de 3433 mgL encontrado em Aroeira e um

valor maacuteximo de 26826 mgL em Areias

(viii) Cloreto

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para a

concentraccedilatildeo de cloreto eacute 250 mg Cl -L Em todas as coletas realizadas na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

134

aacutegua bruta dos poccedilos o teor de cloretos sempre esteve acima dessa

concentraccedilatildeo com o valor miacutenimo encontrado em 290 mg Cl -L em Aroeira

As amostras de aacutegua do permeado que foram coletadas sempre

estiveram com uma concentraccedilatildeo abaixo do que preconiza essa Portaria

exceto nas duas uacuteltimas coletas em Areias que apresentaram

respectivamente 293 e 324 mg Cl -L

(ix) Dureza

De acordo com as anaacutelises realizadas na aacutegua bruta dos poccedilos

monitorados estas satildeo classificadas como muito duras (dureza gt 300 mg

CaCO3L) A aacutegua dos poccedilos de Areia Minuim e Icozeira apresentaram uma

dureza caacutelcica inferior a 50 da dureza total Isso indica que esses poccedilos tecircm

uma dureza magnesiana superior agrave caacutelcica Em 6 das 10 coletas realizadas

na aacutegua do poccedilo de Aroeira a dureza caacutelcica foi inferior agrave dureza magnesiana

O maior valor de dureza do permeado produzido nos 4 dessalinizadores

foi de 81 mg CaCO3L o que atende aos padrotildees de potabilidade (valor

maacuteximo permitido igual a 500 mg CaCO3L)

A Tabela 412 reuacutene os resultados das anaacutelises bacterioloacutegicas das 4

localidades Na maioria das anaacutelises da aacutegua do permeado natildeo foi detectada a

presenccedila de coliformes termotolerantes No entanto como foi apresentado

anteriormente a aacutegua eacute conduzida pelas pessoas por baldes ateacute as

residecircncias estando muito susceptiacutevel agrave contaminaccedilatildeo Recomenda-se que a

aacutegua antes de ser consumida seja desinfetada Dos trecircs tipos de aacutegua

analisados apenas o rejeito produzido nos 4 dessalinizadores em algumas

ocasiotildees (1665 das anaacutelises em Areias 2000 em Aroeira 1000 em

Minuim e 2222 em Icozeira) apresentou um NMP100 mL gt 16 (Valor

maacuteximo correspondente a 5 tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de

10 mL) Como a tabela para a determinaccedilatildeo do NMP100 mL soacute apresenta

como maior valor o nuacutemero gt 16 natildeo eacute possiacutevel afirmar a intensidade da

contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

135

Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos

monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito) Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes

(NMP100 mL)

0 (ausente)

22 51 92 16 gt 16

Local Aacutegua analisada

( de amostras)

Aacutegua bruta 5834 1110 555 0 555 0

Permeado 8890 555 555 0 000 000

Areias

Rejeito 7780 1667 0 0 555 1665

Aacutegua bruta 70 0 20 0 10 0

Permeado 90 10 0 0 0 0

Aroeira

Rejeito 60 0 0 10 10 20

Aacutegua bruta 80 0 0 10 10 0

Permeado 80 10 10 0 0 0

Minuim

Rejeito 80 0 0 10 0 10

Aacutegua bruta 7778 0 1111 0 1111 0

Permeado 8889 0 0 1111 0 0

Icozeira

Rejeito 6667 0 0 0 1111 2222

Conforme informam Montenegro et al (2001) e Montenegro et al (2003)

um dos projetos implantados pelo Instituto Xingoacute foi a construccedilatildeo de uma

barragem subterracircnea na comunidade de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE)

para complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito de um dessalinizador utilizada nos

viveiros de cultivo de camaratildeo marinho (Litopenaeus vannamei) tambeacutem

construiacutedos pelo Instituto Xingoacute e tambeacutemno desenvolvimento da Atriplex

nummularia O projeto beneficiava cerca de 170 pessoas O permeado desse

dessalinizador era utilizado para o consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal

De acordo com informaccedilotildees obtidas junto agrave coordenaccedilatildeo do Instituto Xingoacute o

moacutedulo de Morro Vermelho ateacute o ano de 2003 contava com assistecircncia

teacutecnica com manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do Instituto Xingoacute Desta data em diante

ele ficou sob responsabilidade da prefeitura de Poccedilo Redondo e da proacutepria

comunidade de Morro Vermelho Devido a principalmente conflitos nesta

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

136

comunidade o referido moacutedulo teve suas atividades produtivas (aquumlicultura e

agricultura) paralisadas

Na aacuterea de Xingoacute com exceccedilatildeo do que ocorria em Morro Vermelho os

efluentes gerados durante a produccedilatildeo nos dessalinizadores da aacutegua potaacutevel

satildeo lanccedilados no meio ambiente sem nenhum criteacuterio Na Figura 48 pode ser

visto o local de despejo do rejeito das unidades de dessalinizaccedilatildeo que foram

monitoradas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

Foram coletadas amostras de solo no local do despejo do rejeito

proveniente das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo e amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

137

despejo (Areias) e a 50 m a jusante do despejo (Aroeira Minuim e Icozeira) As

amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm

em Areias e de 0-40 cm em Aroeira Minuim e Icozeira Os resultados das

anaacutelises quiacutemicas dos paracircmetros determinados nas amostras constam na

Tabela 413 Na Tabela 414 eacute vista a classificaccedilatildeo do extrato de saturaccedilatildeo do

solo coletado

Tabela 413 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4

dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH Na+

(meqL) Ca++

(meqL) Mg++

(meqL) CaMg RAS

P1 0-20 509 71 3200 367 994 037 1228 P1 20-40 639 72 3796 457 1997 023 1084 P2 0-20 314 73 1761 363 756 048 745 P2 20-40 152 76 939 145 240 060 678 P3 0-20 055 66 352 063 166 038 329

Areias

P3 20-40 077 67 430 069 131 053 430 P1 0-40 403 77 365 159 322 049 236 Aroeira P2 0-40 033 74 070 057 075 076 086 P1 0-40 601 73 2609 406 1163 035 932 Minuim P2 0-40 462 72 3235 434 2343 019 869 P1 0-40 794 78 3561 644 2353 027 921 Icozeira P2 0-40 493 73 2374 480 2398 020 626

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

Tabela 414 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e

a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH PST () Classificaccedilatildeo do solo

P1 0-20 509 71 1442 Salino P1 20-40 639 72 1284 Salino P2 0-20 314 73 887 Normal P2 20-40 152 76 804 Normal P3 0-20 055 66 347 Normal

Areias

P3 20-40 077 67 484 Normal P1 0-40 403 77 217 Salino Aroeira P2 0-40 033 74 001 Normal P1 0-40 601 73 1110 Salino Minuim P2 0-40 462 72 1036 Salino P1 0-40 794 78 1097 Salino Icozeira P2 0-40 493 73 738 Salino

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

138

Os resultados das anaacutelises do solo obtidas confirmaram o potencial do

rejeito em causar problemas ao mesmo A condutividade eleacutetrica de cada um

dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de

despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino

sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado

no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi em Aroeira

(403 dSm) As amostras coletadas a jusante do ponto de despejo do rejeito

variaram entre solo normal e solo salino

Conforme mostrou a Tabela 413 a proporccedilatildeo CaMg sempre foi inferior

a unidade o que segundo Porto et al (1999) caracteriza uma intoxicaccedilatildeo pelo

iacuteon especiacutefico de magneacutesio

44 ndash CONCLUSOtildeES

Os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador localizados em Poccedilo Redondo-

SE encontravam-se sem aproveitamento Alguns estavam paralisados sem

funcionamento e outros abandonados Foi identificado apenas um poccedilo que

estava produzindo aacutegua Esta aacutegua era salobra condiccedilatildeo comumente

encontrada na regiatildeo

Predominantemente as unidades de dessalinizaccedilatildeo localizadas na aacuterea

de Xingoacute vecircm sendo operadas ineficientemente e com ausecircncia de cuidados

na manutenccedilatildeo dos equipamentos De 56 unidades implantadas 45 natildeo

vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem dessas 45 unidades acrescente-

se a paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Trata-se de

mais um exemplo tiacutepico da forma equivocada que vecircm sendo administradas

estas instalaccedilotildees no semi-aacuterido

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiu a sua manutenccedilatildeo

eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da prefeitura

O rendimento meacutedio dos dessalinizadores monitorados ficou entre

3512 (Icozeira) e 5644 (Minuim) Assim sendo em meacutedia estas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

139

geravam entre 6488 e 4356 do total de aacutegua a ser dessalinizada Esta

faixa de variaccedilatildeo obtida situa-se nos limites encontrado na literatura (PORTO

et al 2004)

Em nenhuma ocasiatildeo os paracircmetros de qualidade da aacutegua bruta que

foram determinados dos 4 poccedilos monitorados atendeu a todos os padrotildees de

potabilidade determinados

O pH das amostras de aacutegua do permeado de Areias e Minuim sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade no entanto em duas das dez

amostras coletadas do permeado produzido pelo dessalinizador de Aroeira e

em 6 das 9 amostras coletadas do permeado em Icozeira esse paracircmetro

esteve abaixo da faixa (60 ndash 95) recomendada pela Portaria 518 do MS

A cor aparente e a turbidez determinadas em amostras de aacutegua do

permeado produzido nas 4 instalaccedilotildees sempre estiveram compatiacuteveis com os

padrotildees de potabilidade

A concentraccedilatildeo de STD e de cloretos da aacutegua do permeado em todas

as ocasiotildees com exceccedilatildeo das duas uacuteltimas amostras do permeado produzido

em Areias sempre estiveram abaixo do valor maacuteximo recomendado pelo MS

(TDS le1000 mgL e cloretos le 250 mg Cl -L)

Os valores de dureza da aacutegua do permeado sempre atenderam ao

estabelecido pelo MS (dureza le 500 mg CaCO3L)

Em geral natildeo foi detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes na

aacutegua do permeado dos poccedilos Contudo eacute recomendada a desinfecccedilatildeo pois as

torneiras onde se retira o permeado ficam expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute

transportada em baldes ou latas com boa possibilidade de ficar contaminada

Os rejeitos produzidos nas unidades de dessalinizaccedilatildeo que operam na

aacuterea de Xingoacute satildeo despejados no meio ambiente de forma indiscriminada As

anaacutelises de amostras coletadas no local de despejo do rejeito proveniente dos

4 dessalinizadores monitorados confirmaram o prejuiacutezo que esta disposiccedilatildeo

inadequada no solo traz para este A condutividade eleacutetrica e o teor de STD

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

140

elevados do rejeito contribuiacuteram O maacuteximo valor de condutividade eleacutetrica foi

verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi

em Aroeira (403 dSm) As amostras nesses pontos de acordo com a

classificaccedilatildeo satildeo salinas sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas

45 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

A construccedilatildeo de futuros poccedilos em Poccedilo Redondo soacute deveraacute ser

procedida mediante um rigoroso estudo de viabilidade teacutecnica-econocircmica

aleacutem de um severo comprometimento do(s) responsaacuteve(l)is pela sua

administraccedilatildeo e manutenccedilatildeo para atendimento no que preceitua a legislaccedilatildeo

sanitaacuteria e ambiental em vigor

Campanhas educativas e informativas devem ser promovidas por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais na aacuterea de sauacutede e meio

ambiente no sentido de alertar aos consumidores da aacutegua dessalinizada para

a importacircncia da desinfecccedilatildeo da aacutegua antes do consumo final

As autoridades competentes devem proibir o consumo de aacutegua para

abastecimento humano da aacutegua bruta do poccedilo de Minuim por natildeo atender aos

padrotildees de potabilidade

Propotildee-se que nos futuros processos de licitaccedilatildeo de compra dos

dessalinizadores que porventura ocorram seja orccedilado o preccedilo do

dessalinizador acrescido da manutenccedilatildeo por um periacuteodo de 3 anos Sugere-

se tambeacutem que nessa licitaccedilatildeo seja ajustado um valor de produccedilatildeo de

determinado volume mensal de aacutegua doce (permeado) com uma qualidade

especificada Essas propostas tambeacutem satildeo recomendadas por Cravo (1999)

no seu trabalho sobre o programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do Nordeste

brasileiro

Devem ser realizadas periodicamente capacitaccedilotildees dos operadores

dos poccedilos com dessalinizaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

141

A gestatildeo municipal deve fomentar projetos e pesquisas que possibilitem

um destino adequado (piscicultura carcinocultura cultivo de atriplex) ao rejeito

Existem inuacutemeras experiecircncias positivas nesse sentido retratados em

universidades no EMBRAPA Semi-Aacuterido IRPAA e no Instituto Xingoacute

46 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste

20a ed Washington American Public Health Association American Water

Works Associations Water Environmental Federation 1998

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CRUCIANI DE A drenagem na agricultura Satildeo Paulo Editora Nobel 1980

333 p

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria Manual de

meacutetodos de anaacutelise de solo Centro Nacional de Pesquisa de Solos 2a Ed

revisada e atualizada Rio de Janeiro 1997 212 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

142

FRANCA RM FRISCHKORN H SANTOS MRP MENDONCcedilA LAR

BEZERRA MC Contaminaccedilatildeo de poccedilos tubulares em Juazeiro do Norte-CE

Engenharia Sanitaacuteria Ambiental v 11 no 1 p 92-102 2006

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIR JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

PORTO ER AMORIM MCC Aproveitamento dos rejeitos da

dessalinizaccedilatildeo In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA

NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 51-57

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PORTO EP ARAUacuteJO O ARAUacuteJO GGL AMORIM MCC PAULINO

RV MATOS ANB Sistema integrado usando efluentes da dessalinizaccedilatildeo

Petrolina EMBRAPA Semi-Aacuterido 2004 22 p

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

143

CAPIacuteTULO 5

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo estaacute situado na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Apesar da proximidade com o rio Satildeo Francisco o

fornecimento de aacutegua potaacutevel eacute bastante precaacuterio sendo frequumlente o

abastecimento por caminhotildees pipa contratados pela prefeitura do municiacutepio

Para complementar a demanda de aacutegua satildeo construiacutedas cisternas pelos

moradores que em geral envolvem a participaccedilatildeo de ONGs A qualidade da

aacutegua de chuva armazenada nas cisternas e consumida pela populaccedilatildeo eacute

desconhecida Eacute portanto importante o monitoramento da qualidade dessa

aacutegua a fim de se verificar o atendimento ao padratildeo de potabilidade e avaliar a

possibilidade de associar a qualidade da aacutegua agrave ocorrecircncia de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica No presente trabalho foi realizado o monitoramento de

alguns paracircmetros de qualidade em amostras de 20 cisternas construiacutedas no

municiacutepio cuja aacutegua eacute utilizada para consumo humano Dentre os paracircmetros

analisados constatou-se que o padratildeo de potabilidade natildeo eacute completamente

atendido e que os principais problemas de contaminaccedilatildeo satildeo decorrentes do

inadequado manejo da aacutegua Palavras-chave semi-aacuterido de Sergipe abastecimento de aacutegua aacutegua de

chuva qualidade de aacutegua cisternas

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil In despite of being bordered by the Satildeo Francisco

river the potable water supply is very poor Thus the local city hall has often

hired water delivery trucks Cisterns have also been built by inhabitants with

support of Non Governmental Organizations (NGOs) in order to complement

the water demand However the rainfall water quality stored and consumed by

people is unknown Thefore it is important to accomplish the water quality

monitoring in order to investigate if it complies with the potable water standards

and evaluate the possibility of association between water quality and

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

144

occurrence of waterborne diseases In this research the monitoring of some

water quality parameters collected at 20 cisterns built for human consumption

purposes was performed The results show that the water quality of these

cisterns does not comply entirely with the potable water standards and that the

water quality of them is affected due their unsuitable management

Key words semi-arid of Sergipe water supply rainfall water water quality

cisterns

51 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel etc aleacutem

de poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos de animais satildeo levados pelo escoamento da

aacutegua de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada

Uma vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004)

Apoacutes um periacuteodo prolongado sem chuva uma certa quantidade de

sujeira permanece acumulada no telhado Por essa razatildeo eacute aconselhado evitar

a entrada das primeiras aacuteguas escoadas do telhado na cisterna colocando as

tubulaccedilotildees de conduccedilatildeo fora do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo da cisterna O tempo

de ldquolavagemrdquo do telhado depende da intensidade da precipitaccedilatildeo pode ser

reduzido a menos de uma hora no caso de uma chuva forte ou pode ser

prolongado ateacute um ou dois dias no caso de uma chuva de pequena intensidade

e constante (BERNAT 1993)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

145

A construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de lanccedilamento de

esgotos a falta de conservaccedilatildeo e de manejo adequado da aacutegua aliados ao

uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e uso de cordas e

baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem representar fontes de

contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios microorganismos natildeo soacute os

pertencentes ao grupo coliformes totais e termotolerantes mas tambeacutem outras

bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua (AMORIM PORTO 2003)

Meera e Ahammed (2006) fazem uma revisatildeo na literatura sobre a

questatildeo da qualidade de aacutegua de sistemas de coleta de aacutegua de chuva De

acordo com esses autores a maioria das pesquisas revela que a aacutegua destes

sistemas eacute bastante contaminada microbiologicamente a menos que cuidados

especiais sejam tomados durante a coleta e o armazenamento da aacutegua de

chuva Aleacutem disso estudos revelam que em geral a qualidade fiacutesico-quiacutemica

atende aos padrotildees de potabilidade com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH

Contudo amplas variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de iacuteons principais como caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio cloretos sulfatos e nitratos Essa variaccedilatildeo reflete

diferenccedilas no material do telhado o seu tratamento a sua orientaccedilatildeo e

declividade aleacutem da qualidade do ar das caracteriacutesticas de precipitaccedilatildeo da

regiatildeo Aleacutem disso metais pesados e compostos orgacircnicos traccedilos podem

tambeacutem apresentar problemas em alguns casos

Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios aspectos da qualidade da

aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a fim de evitar a contaminaccedilatildeo

da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na superfiacutecie de captaccedilatildeo e

propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microrganismos de maior tamanho melhorando a qualidade da aacutegua coletada

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

146

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuterio

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais Na calha ou tubulaccedilatildeo de

entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou qualquer outra forma de

retenccedilatildeo de sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes conveacutem tratar a

aacutegua da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem

a garantia de que a cisterna eacute abastecida somente por aacutegua de chuva ou que

natildeo se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM

PORTO 2003)

O municiacutepio de Poccedilo Redondo pertence agrave Microrregiatildeo Sergipana do

Sertatildeo e agrave Mesorregiatildeo do Sertatildeo Sergipano estando inserido no ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo Apesar de ser banhado em 23 km de extensatildeo do seu territoacuterio

pelo rio Satildeo Francisco uma significativa parcela de sua populaccedilatildeo

principalmente a rural natildeo dispotildee de acesso regular ao abastecimento de

aacutegua Isso tem levado a prefeitura e algumas vezes ateacute algumas pessoas a

contratar carros-pipa principalmente na eacutepoca de estiagem Outras formas de

abastecimento satildeo poccedilos com dessalinizador aguadas e cisternas Segundo o

IBGE (2001) sua aacuterea eacute de cerca de 1200 km2 e na sua zona rural vivem

19660 habitantes enquanto que na zona urbana satildeo 6360 habitantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

147

Algumas ONGs tais como o CDJBC (Centro Dom Joseacute Brandatildeo de

Capacitaccedilatildeo) AMASE (Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe) o CECAC

(Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos) do MST (Movimento dos Sem Terra) e a

Caacuteritas (instituiccedilatildeo da Igreja Catoacutelica) tecircm se ocupado em angariar e gerir

recursos no sentido de construir cisternas em Poccedilo Redondo Com os recursos

geridos pelo CDJBC foram construiacutedas nos uacuteltimos anos 520 cisternas 100

pela AMASE (construiacutedas de 2003 a 2005) 67 pelo CECAC (2002 a 2004) e 30

pela Caacuteritas

Embora as aacuteguas pluviais sejam em geral de boa qualidade eacute

necessaacuterio que alguns cuidados sejam tomados Eacute muito importante que se

conheccedila a qualidade da aacutegua que se encontra armazenada nessas cisternas a

fim de se verificar o atendimento dos padrotildees de potabilidade uma vez que

essa aacutegua eacute utilizada para consumo pela populaccedilatildeo Este trabalho apresenta

os resultados do monitoramento de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e

bacterioloacutegicos da qualidade de aacutegua de algumas das cisternas instaladas em

Poccedilo Redondo-SE Aleacutem disso a forma de manejo da aacutegua armazenada nas

cisternas eacute tambeacutem abordada

52 ndash METODOLOGIA

As 20 cisternas utilizadas no presente trabalho foram escolhidas

aleatoriamente uma em cada localidade situada em Poccedilo Redondo-SE onde

foram construiacutedas cisternas com os recursos geridos pelo CECAC CDJBC

AMASE e Caacuteritas com frequumlecircncia mensal e periacuteodos distintos de duraccedilatildeo do

monitoramento No Anexo B podem ser vistas as 20 cisternas monitoradas Na

Tabela 51 consta as localidades das cisternas monitoradas com o nuacutemero de

residentes aleacutem do periacuteodo de monitoramento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

148

Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas

em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem Nuacutemero

da cisterna

Localidade Nuacutemero de pessoas

residentes

Periacuteodo de monitoramento

1 Areias 4

2 Assentamento

Cajueiro

7

3 Assentamento

Maria Bonita

7

4 Assentamento

Maria Feitosa

7

5 Assentamento

Mulungu

3

6 Assentamento

Pioneira

4

7 Assentamento Satildeo

Francisco

1

8 Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute

6

9 Maranduba 10

10 Pia do Boi 3

11 Queimadas 4

12 Rancho Velho 5

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

13 Tanque Novo 4 10 meses

bull Agosto a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

14 Berro Grosso 5

15 Flor da Serra 5

16 JacareacuteCurituba 6

17 Peacute da Serra 9

18 Salgadinho 5

19 Satildeo Joseacute 4

20 Serra da Guia 7

2 meses

bull Julho a agosto de 2005

(mensalmente)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

149

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua das

cisternas monitoradas

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Quando era possiacutevel aacutegua era coletada diretamente com o referido

recipiente de 1000 mL Nas ocasiotildees onde natildeo era possiacutevel coletaacute-la

diretamente foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma

corda utilizado pelo usuaacuterio da cisterna) Entatildeo a aacutegua coletada no recipiente

de transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

A aacutegua coletada em cada cisterna com o balde era tambeacutem transferida

(em algumas coletas) para 2 recipientes de 100 mL sendo um destinado agrave

determinaccedilatildeo de soacutedio e potaacutessio no laboratoacuterio e o outro (com 5 mL de aacutecido

niacutetrico) para a determinaccedilatildeo de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco no

laboratoacuterio

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis contendo 01 mL (aproximadamente 2 gotas)

de soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio a 10 a fim de neutralizar a accedilatildeo do cloro

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

(iii) Na impossibilidade de coletar-se diretamente com o recipiente autoclavado

era utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma corda utilizado

pelo usuaacuterio da cisterna) Em seguida a aacutegua coletada nesse recipiente de

transposiccedilatildeo era colocada no recipiente autoclavado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

150

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos que foram

determinados o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo

apresentados na Tabela 52 Todas as anaacutelises foram realizadas em

conformidade com o que preconiza o APHA et al (1998) A cor aparente foi

determinada apenas nas coletas realizadas entre marccedilo a junho de 2006

Tabela 52 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nas 20

cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

As concentraccedilotildees de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco

presentes na amostras de aacutegua coletadas foram determinadas utilizando-se o

espectrofotocircmetro de emissatildeo atocircmica em plasma indutivamente acoplado

(ICP) As concentraccedilotildees de soacutedio e potaacutessio foram determinadas atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas Vale observar que a concentraccedilatildeo de ferro

nas amostras coletadas em novembro de 2005 foi determinada atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas

Para cada cisterna monitorada foram levantados os seguintes dados

nuacutemero de pessoas atendidas realizaccedilatildeo de desvio das primeiras aacuteguas de

chuva procedimento de retirada de aacutegua da cisterna existecircncia e tipo de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

151

tratamento local de aplicaccedilatildeo de produtos quiacutemicos (quando aplicados)

acessoacuterios existentes (extravasor ventilaccedilatildeo etc) e origem da aacutegua

armazenada no dia da coleta (chuva abastecimento puacuteblico (DESO) caminhatildeo

pipa mistura entre estas) Nos uacuteltimos 3 meses de monitoramento da

qualidade da aacutegua (abril maio e junho de 2006) foi determinado o niacutevel da

aacutegua armazenada nas cisternas de no 1 a 13

Como seraacute visto mais adiante o pH da aacutegua das cisternas diversas

vezes atingiu valores bem elevados Foram construiacutedas duas caixas de 70 x 60

cm x 15 cm de altura (uma foi confeccionada com um produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e a outra foi confeccionada sem

este impermeabilizante) para investigar a sua influecircncia na elevaccedilatildeo do pH

Este produto quiacutemico tem a propriedade de impermeabilizar concretos e

argamassas por hidrofugaccedilatildeo do sistema capilar e permite a respiraccedilatildeo dos

materiais mantendo os ambientes salubres Sua composiccedilatildeo baacutesica eacute de sais

metaacutelicos e silicatos As etapas para a confecccedilatildeo da caixa com o referido

produto na sua composiccedilatildeo foram as seguintes

(i) Utilizou-se um pedaccedilo de telha de fibrocimento do tipo calhetatildeo da Eternit

(ii) As duas extremidades foram fechadas com pedaccedilos da proacutepria telha

recortada de forma a se ajustar perfeitamente na calha da telha

(iii) Foi aplicado internamente sobre toda a superfiacutecie um chapisco no traccedilo 11

de cimento e areia grossa

(iv) Sobre o chapisco foi aplicada uma camada de cerca de 2 cm de espessura

de reboco no traccedilo 13 de cimento e areia com adiccedilatildeo do impermeabilizante na

aacutegua de amassamento

(v) Foi deixado durante 7 dias mantendo-se a caixa sempre cheia drsquoaacutegua a fim

de proporcionar uma boa cura da argamassa aplicada

(vi) Foi colocado aacutegua da torneira e foram realizadas mediccedilotildees do pH durante 5

dias desta aacutegua armazenada na caixa Apoacutes os 5 dias a caixa foi esvaziada e

enchida com aacutegua da chuva onde foi determinado o pH durante 5 dias

Antes da colocaccedilatildeo da aacutegua da torneira e da de chuva na caixa foi determinado

o pH destas aacuteguas aleacutem do pH do impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

152

Para a caixa construiacuteda sem o impermeabilizante na sua composiccedilatildeo

utilizou-se o mesmo procedimento anterior com exceccedilatildeo da etapa iv onde natildeo

houve adiccedilatildeo deste produto Da mesma forma descrita anteriormente foram

deteminados o pH da aacutegua da torneira e o pH da aacutegua da chuva antes e apoacutes a

sua colocaccedilatildeo na caixa

53 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Todas as cisternas levantadas e monitoradas eram de placa de cimento

de forma ciliacutendrica coberta e semi-enterrada algumas com capacidade para

armazenar 15 m3 outras com capacidade para 16 m3 O telhado de todas as

casas era de material ceracircmico (telha canal) Segundo Yaziz et al (1989) e

Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) a qualidade microbioloacutegica da aacutegua

de chuva proveniente de telhados metaacutelicos eacute geralmente melhor que outros

tipos de telhados e segundo o Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) o

inverso se verifica para os telhados ceracircmicos

A calha de todas as 20 cisternas monitoradas era de zinco e a tubulaccedilatildeo

que interligava a calha a essas cisternas era de PVC Todas essas cisternas

foram pintadas de branco que segundo Gnadlinger (1999) diminui o

aquecimento a fim de dificultar o surgimento de fissuras

Os agentes de sauacutede distribuiacuteam hipoclorito para os proprietaacuterios das

cisternas Poreacutem a distribuiccedilatildeo natildeo vinha sendo frequumlente Alguns moradores

colocavam esse produto somente na cisterna outros soacute no pote outros em

ambos e alguns admitem que natildeo o utilizavam (Assentamento Maria Bonita

Maranduba Areias e Assentamento Pioneira)

Quanto agrave origem da aacutegua armazenada nas cisternas no dia de cada

coleta de aacutegua para anaacutelise obteve-se dos moradores proprietaacuterios o seguinte

a aacutegua tinha as mais variadas procedecircncias chuva carro pipa sistema de

abastecimento puacuteblico (DESO) de chafariz puacuteblico ou uma mistura (carro pipa

chafariz chuva rede puacuteblica e chuva) Segundo Amorim e Porto (2003) essa

praacutetica de natildeo armazenar somente aacutegua de chuva em cisterna vem sendo

comum nas comunidades do semi-aacuterido nordestino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

153

Todos os 20 proprietaacuterios retiravam a aacutegua da cisterna atraveacutes de balde

(quando necessaacuterio atado a uma corda) embora algumas cisternas

possuiacutessem bomba bola de gude (Areias Assentamento Cajueiro

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Assentamento Satildeo Francisco Maranduba

Peacute da Serra e Salgadinho) pois se queixavam da baixa vazatildeo desta Na

cisterna de Queimadas inclusive o proprietaacuterio a removeu da cisterna Ao

longo das visitas (dias de coleta) algumas situaccedilotildees improacuteprias foram

presenciadas tais como por exemplo presenccedila de animais no interior de

cisterna fissuras em cisterna tampa da cisterna aberta deteriorada eou

inadequada entre outras Eacute recomendado que a cisterna seja localizada a pelo

menos 30 m de fossas galinheiros pocilgas e similares Essa recomendaccedilatildeo

natildeo foi verificada em nenhuma das 20 cisternas monitoradas Na Figura 51

satildeo vistas alguns exemplos de manejo inadequado das cisternas monitoradas

Das cisternas monitoradas apenas a cisterna do Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute era dotada de peneira na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna o

que previne a passagem de resiacuteduos carreados com a aacutegua de chuva Esta

peneira eacute vista na Figura 52

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

154

(a) Tampa deteriorada (b) Anfiacutebio no interior

(c) Presenccedila de fissuras (d) Fossa com distacircncia inferior a 30 m

da cisterna

(e) Bomba de bola de gude retirada da cisterna

(f) Tubulaccedilatildeo que interliga a calha agrave cisterna colocada no chatildeo

Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

155

(a) Detalhe da peneira (b) Insetos retidos pela peneira

Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna

do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de

insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de

detritos

Em abril (geralmente mecircs seco em Poccedilo Redondo) maio e junho

(geralmente meses chuvosos em Poccedilo Redondo) de 2006 uacuteltimos meses de

monitoramento das cisternas foi medido o niacutevel da aacutegua no interior da cisterna

Os resultados satildeo apresentados na Tabela 53 onde se nota uma

heterogeneidade no niacutevel da aacutegua das cisternas

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas

localizadas em Poccedilo Redondo-SE Niacutevel da cisterna

monitorada (cm)

2006

Nuacutemero

da

cisterna

Localidade

Abril Maio Junho

1 Areias 11 92 22

2 Assentamento Cajueiro 18 65 32

3 Assentamento Maria Bonita 30 22 14

4 Assentamento Maria Feitosa 41 33 47

5 Assentamento Mulungu 85 53 51

6 Assentamento Pioneira 96 126 146

7 Assentamento Satildeo Francisco 88 79 14

8 Satildeo Joseacute de Nazareacute 22 29 19

9 Maranduba 140 125 147

10 Pia do Boi 52 34 26

11 Queimadas 107 102 108

12 Rancho Velho 50 71 98

13 Tanque Novo 34 21 29

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

156

Os resultados das anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas na aacutegua das cisternas satildeo

apresentados na Tabela 54 enquanto que nas Tabelas 55 a 511 satildeo

apresentado os resultados das anaacutelises de metais na aacutegua coletada nas

cisternas 1 a 13 O Anexo C conteacutem graacuteficos dos resultados dos paracircmetros

fiacutesico-quiacutemicos determinados com a indicaccedilatildeo da origem da aacutegua

armazenada que foi coletada Vale observar que na coleta realizada em marccedilo

de 2006 a cisterna de Tanque Novo encontrava-se vazia Os moradores

estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro em recipientes Ela

tinha um aspecto bastante turvo poreacutem vinha sendo consumida pelos

moradores Essa aacutegua foi coletada para a determinaccedilatildeo de seus paracircmetros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1 Areias

2630 ndash 795 1736 plusmn 511 CV = 295

3345 ndash 1175 2523 plusmn 849 CV = 337

306 ndash 235 272 plusmn 26 CV = 95

94 ndash 81 89 plusmn 04

CV = 45

134 ndash 40 77 plusmn 43

CV = 558

318 ndash 044 102 plusmn 079

CV = 7745

66 ndash 4 304 plusmn 273 CV = 898

16 ndash 1 38 plusmn 47

CV = 1237

110 ndash 30 598 plusmn 239 CV = 400

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

2

Ass

Cajueiro

3920 ndash 1033 1571 plusmn 877 CV = 558

2580 ndash 1551 1819 plusmn 339 CV = 186

319 ndash 225 273 plusmn 31

CV = 113

91 ndash 66 82 plusmn 08

CV = 97

226 ndash 62 145 plusmn 67

CV = 462

413 ndash 055 13 plusmn 10

CV = 7692

91 ndash 5 326 plusmn 279 CV = 856

10 ndash 2 47 plusmn 24

CV = 511

87 ndash 24 402 plusmn 173 CV = 430

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

3 Ass Maria

Bonita

2460 ndash 816 1645 plusmn 540 CV = 328

3696 ndash 1196 2408 plusmn 856 CV = 355

297 ndash 240 269 plusmn 27

CV = 100

93 ndash 82 88 plusmn 03

CV = 34

93 ndash 03 39 plusmn 38

CV = 974

177 ndash 048 112 plusmn 048

CV = 4286

63 ndash 5 258 plusmn 255 CV = 988

18 ndash 2 95 plusmn 115

CV = 1211

102 ndash 41 589 plusmn 202 CV = 343

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

4 Ass Maria

Feitosa

1233 ndash 610 1073 plusmn 302 CV = 281

3170 ndash 1222 1734 plusmn 583 CV = 336

293 ndash 238 266 plusmn 19 CV = 71

89 ndash 77 81 plusmn 06 CV = 74

110 ndash 02 76 plusmn 51

CV = 671

135 ndash 061 097 plusmn 025

CV = 2577

33 ndash 5 154 plusmn 124 CV = 805

6 ndash 1 28 plusmn 16

CV = 571

95 ndash 37 564 plusmn 195 CV = 346

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

5 Ass

Mulungu

1540 ndash 970 1200 plusmn 210 CV = 175

2210 ndash 1359 1728 plusmn 288 CV = 167

322 ndash 232 280 plusmn 30

CV = 107

87 ndash 71 83 plusmn 05

CV = 60

101 ndash 04 52 plusmn 40

CV = 769

137 ndash 029 078 plusmn 031

CV = 3974

44 ndash 5 247 plusmn 174 CV = 704

8 ndash 2 37 plusmn 21

CV = 567

65 ndash 36 441 plusmn 93

CV = 211

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

6 Ass

Pioneira

1511 ndash 864 1240 plusmn 180 CV = 145

2240 ndash 1291 1818 plusmn 269 CV = 148

312 ndash 232 276 plusmn 28

CV = 101

89 ndash 65 82 plusmn 07

CV = 85

136 ndash 03 60 plusmn 58

CV = 967

095 ndash 034 061 plusmn 019

CV = 3115

47 ndash 6 252 plusmn 151 CV = 599

6 ndash 2 45 plusmn 18

CV = 400

51 ndash 36 440 plusmn 49

CV = 111

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154 7

Ass Satildeo Francisco

3070 ndash 1235 2727 plusmn 1781

CV = 653

7500 ndash 1846 3484 plusmn 1915

CV = 550

312 ndash 239 277 plusmn 26 CV = 94

105 ndash 75 90 plusmn 089 CV = 99

168 ndash 67 115 plusmn 41

CV = 356

127 ndash 057 085 plusmn 019

CV = 2235

126 ndash 4 533 plusmn 452 CV = 848

4 ndash 2 31 plusmn 12

CV = 387

61 ndash 14 347 plusmn 107 CV = 309

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

8

Ass Satildeo Joseacute de Nazareacute

7110 ndash 1179 3808 plusmn 2381

CV = 625

8360 ndash 1752 4596 plusmn 2955

CV = 643

312 ndash 231 274 plusmn 25 CV = 91

118 ndash 88 104 plusmn 12

CV = 115

97 ndash 21 54 plusmn 33

CV = 611

099 ndash 056 075 plusmn 014

CV = 1867

162 ndash 5 785 plusmn 655 CV = 834

18 ndash 2 62 plusmn 48

CV = 774

102 ndash 14 706 plusmn 327 CV = 463

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

9 Maranduba

1920 ndash 1290 1494 plusmn 170 CV = 114

2390 ndash 1918 2163 plusmn 156

CV = 72

317 ndash 230 269 plusmn 24 CV = 89

101 ndash 84 96 plusmn 06

CV = 62

70 ndash 00 31 plusmn 29

CV = 935

089 ndash 040 064 plusmn 015

CV = 2344

70 ndash 4 305 plusmn 261 CV = 856

6 ndash 2 29 plusmn 13

CV = 448

80 ndash 41 562 plusmn 135 CV = 240

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

10 Pia do Boi

2410 ndash 1190 1839 plusmn 437 CV = 237

3590 ndash 1650 2719 plusmn 747 CV = 275

299 ndash 234 264 plusmn 25 CV = 95

90 ndash 67 84 plusmn 08

CV = 95

67 ndash 44 54 plusmn 09

CV = 167

152 ndash 046 079 plusmn 028

CV = 3544

71 ndash 5 332 plusmn 259 CV = 780

18 ndash 2 56 plusmn 51

CV = 911

132 ndash 36 835 plusmn283 CV = 339

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo (Continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE (cont) Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

11 Queimadas

1920 ndash 1290 1659 plusmn 127 CV = 77

2797 ndash 2130 2488 plusmn 206

CV = 83

306 ndash 246 276 plusmn 22 CV = 80

97 ndash 84 90 plusmn 04

CV = 44

60 ndash 00 31 plusmn 33 1064

225 ndash 041 084 plusmn 050

CV = 5952

51 ndash 4 263 plusmn 201 CV = 764

12 ndash 2 60 plusmn 35

CV = 583

57 ndash 41 496 plusmn 55

CV = 111

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

12

Rancho Velho

2070 ndash 1298 1695 plusmn 264 CV = 156

2960 ndash 1928 2462 plusmn 354 CV = 144

306 ndash 238 275 plusmn 22 CV = 80

107 ndash 83 95 plusmn 08

CV = 84

115 ndash 33 73 plusmn 41 562

1684 ndash 043 292 plusmn 494

CV = 1692

82 ndash 5 420 plusmn 351 CV = 834

8 ndash 2 37 plusmn 19

CV = 514

92 ndash 41 521 plusmn 145 CV = 278

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

13 Tanque

Novo

4760 ndash 784 2119 plusmn 1293

CV = 610

7060 ndash 1166 3217 plusmn 2054

CV = 638

284 ndash 226 263 plusmn 20 CV = 76

88 ndash 67 81 plusmn 08

CV = 99

29300 ndash 58 7409 plusmn 14594

1970

20100 ndash 069 2189 plusmn 6296 CV = 28762

47 ndash 5 239 plusmn 165 CV = 690

50 ndash 3 139 plusmn 146

CV = 1050

126 ndash 34 646 plusmn 330 CV = 511

88 ndash 20 397 plusmn 242 CV = 609

14 Berro

Grosso

1750 ndash 1720 1735 plusmn 21 CV = 12

2570 ndash 2570 --- ---

236 ndash 235 235 plusmn 01 CV = 04

96 ndash 93 94 plusmn 02

CV = 21

--- --- ---

079 ndash 069 074 plusmn 007 CV = 946

15 ndash 15 15 plusmn 0

CV = 00

8 ndash 6 70 plusmn 14

CV = 200

55 ndash 41 480 plusmn 99

CV = 206

88 ndash 20 397plusmn 242 CV = 609

15 Flor da

Serra

1980 ndash 1630 1805 plusmn 247 CV = 137

2420 ndash 242 2420 plusmn 00 CV = 00

243 ndash 240 241 plusmn 02 CV = 08

93 ndash 92 92 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

109 ndash 054 080 plusmn 040

CV = 5000

65 ndash 64 645 plusmn 07 CV = 11

12 ndash 8 100 plusmn 28

CV = 280

40 ndash 39 395 plusmn 07 CV = 18

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154

16 Jacareacute Curituba

2110 ndash 2010 2060 plusmn 71 CV = 34

3144 ndash 3144 3144 plusmn 00 CV = 00

231 ndash 225 228 plusmn 04 CV = 18

73 ndash 71 72 plusmn 01

CV = 14

--- --- ---

121 ndash 118 120 plusmn 002 CV = 167

77 ndash 75 760 plusmn 14 CV = 18

6 ndash 4 50 plusmn 14

CV = 280

78 ndash 69 735 plusmn 64 CV = 87

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

17

Peacute da Serra 1940 ndash 1470 1705 plusmn 332 CV = 195

2222 ndash 2222 2222 plusmn 00 CV = 00

246 ndash 240 243 plusmn 04 CV = 16

82 ndash 80 81 plusmn 014 CV = 17

--- --- ---

189 ndash 071 130 plusmn 083 CV = 638

60 ndash 49 545 plusmn 78

CV = 143

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

53 ndash 41 470 plusmn 85

CV = 181

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

18 Salgadinho

2840 ndash 2530 2685 plusmn 219

CV = 82

4290 ndash 4290 4290 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 237 243 plusmn 09 CV = 37

90 ndash 90 90 plusmn 00

CV = 00

--- --- ---

082 ndash 068 070 plusmn 099

CV = 1414

95 ndash 74 845 plusmn 148 CV = 176

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

89 ndash 82 855 plusmn 49 CV = 57

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

19 Satildeo Joseacute

4500 ndash 1660 3080 plusmn 2088

CV = 678

6705 ndash 6705 6705 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 242 246 plusmn 06 CV = 24

91 ndash 90 90 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

204 ndash 075 140 plusmn 091 CV = 650

118 ndash 102 1100 plusmn 113 CV = 103

8 ndash 2 50 plusmn 42

CV = 840

51 ndash 41 460 plusmn 71

CV = 154

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

20 Serra da

Guia

1460 ndash 1090 1275 plusmn 262 CV = 205

1640 ndash 1640 1640 plusmn 00 CV = 00

242 ndash 235 238 plusmn 05 CV = 21

92 ndash 90 91 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

116 ndash 072 094 plusmn 031 CV = 330

26 ndash 24 490 plusmn 28 CV = 57

18 ndash 4 110 plusmn 99

CV = 900

36 ndash 35 355 plusmn 07 CV = 20

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

159

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) Areias 178 ------ ------ 128 139 116 62 48 Ass Cajueiro 156 ------ ------ 32 40 47 39 48 Ass Maria Bonita

36 ------ ------ 82 23 32 36 64

Ass Maria Feitosa

25 ------ ------ 60 24 30 25 20

AssMulungu 32 ------ ------ 24 35 43 32 37 Ass Pioneira 46 ------ ------ 36 40 34 24 23 Ass SFrancico

118 ------ ------ 138 160 77 88 35

AssSJoseacute de Nazareacute

396 ------ ------ 514 94 77 78 67

Maranduba 130 ------ ------ 104 80 83 71 72 Pia do Boi 99 ------ ------ 87 103 113 106 106 Queimadas 125 ------ ------ 138 86 102 81 81 Rancho Velho

186 ------ ------ 161 182 81 72 69

Tanque Novo 24 ------ ------ 160 251 33 32 18

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) Areias 60 ------ ------ 43 41 66 44 26 Ass Cajueiro 76 ------- ------ 44 43 76 37 45 Ass Maria Bonita

29 ------- ------ 44 24 72 51 67

Ass Maria Feitosa

27 ------ ------ 30 25 60 34 29

AssMulungu 26 ------ ------ 26 25 46 29 36 Ass Pioneira 34 ------ ------ 27 27 51 26 40 Ass SFrancico

213 ------ ------ 41 59 57 52 22

AssSJoseacute de Nazareacute

68 ------ ------ 88 40 62 32 44

Maranduba 47 ------ ------ 32 29 53 34 43 Pia do Boi 34 ------ ------ 35 33 69 45 43 Queimadas 88 ------ ------ 95 59 89 64 60 Rancho Velho

38 ------ ------ 42 39 74 50 55

Tanque Novo 27 ------ ------ 433 564 63 39 40

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

160

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de ferro (mgL) Areias 02 ------ ------ -------- 00401 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

02 ------ ------ 02824 02496

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu 03 ------ ------ 0 Ass Pioneira 02 ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

01 ------ ------ 0 --------

AssSJoseacute de Nazareacute

01 ------ ------ 0 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi lt 01 ------ ------ 0 0 Queimadas 02 ------ ------ 00793 0 Rancho Velho

------ ------ ------ ------ 0

Tanque Novo 03 ------ ------ 04411 1006 Determinado com o fotocircmetro de chamas

Determinado com o ICP Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) Areias ------ ------ ------ 00927 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 Ass Maria Bonita ------ ------ 02400 00100 Ass Maria Feitosa ------ ------ ------ 0 0 AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 0 00687 Ass SFrancico ------ ------ 0 00813 AssSJoseacute de Nazareacute ------ ------ 01390 01152 Maranduba ------ ------ ------ 00360 00228 Pia do Boi ------ ------ 00705 00035 Queimadas ------ ------ 00555 0 Rancho Velho ------ ------ ------ ------ 00333 Tanque Novo ------ ------ 01077 2615

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

161

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de zinco (mgL) Areias ------ ------ ------ 0 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 0 0

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 0 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ 0

Tanque Novo ------ ------ 0 0 Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de cobre (mgL) Areias ------ ------ 00032

Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00002 0 Ass Maria

Bonita ------ ------ 00044 00085

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 00019 0

AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 00026 00012

Ass SFrancico

------ ------ 00081 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00027 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 00006 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 00002 00032

Rancho Velho

------ ------ ------ 00056

Tanque Novo ------ ------ 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

162

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) Areias ------ ------ 00038 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00036 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 00045 00080

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 00012 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00004 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ -------- 00002

Tanque Novo ------ ------ 00291 03097

Com base nos resultados da Tabela 54 e excluindo-se a aacutegua coletada

em marccedilo de 2006 em Tanque Novo pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna 8

(Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute) que atingiu o valor de 711 microScm Os

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL atendendo

portanto agrave Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede

(ii) Percebe-se que algumas cisternas (7 8 9 11 12 e 14) apresentaram

valores de pH superior a 95 chegando a 118 na cisterna 8 tornando a aacutegua

inaceitaacutevel para consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que

essas cisternas natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que

segundo Meera e Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da

cisterna Tambeacutem possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da

cisterna inclusive o impermeabilizante podem ter contribuiacutedo para essa

elevaccedilatildeo do pH A fim de verificar a influecircncia ou natildeo deste

impermeabilizante usado na construccedilatildeo de cisternas no pH de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

163

armazenada foram construiacutedas duas caixas conforme foi descrito na

metodologia sendo uma com esse produto quiacutemico (Figura 53) e a outra sem

(Figura 54) A seguir foram colocadas aacutegua de chuva e de torneira nessas

duas caixas e determinado o pH durante 5 dias O pH deste produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e o pH dessas aacuteguas foram

determinados antes da sua colocaccedilatildeo na confecccedilatildeo das caixas Na Figura 55

e na Tabela 512 satildeo apresentados os resultados dessa investigaccedilatildeo

Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

Figura 54 Caixa construiacuteda sem o impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

123456789

1011121314

0 1 2 3 4 5Tempo (dias)

pH

Caixa com impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa com impermeabilizante - aacutegua de chuvaCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de chuva

Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas nas

caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

164

Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na caixa

construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda

sem o impermeabilizante Caixa confecionada com o

produto comercial para impemeabilizaccedilatildeo

Caixa confecionada sem o produto comercial para

impemeabilizaccedilatildeo

Tempo (dias)

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

0 102 88 98 78 1 101 88 98 77 2 102 87 98 75 3 102 86 96 76 4 102 87 97 75 5 101 87 96 75

Obs 1) pH do produto comercial para impermeabilizaccedilatildeo = 103 2) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 69 3) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 77 4) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 69 5) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 72

Como se pode observar os valores de pH da caixa construiacuteda com o

impermeabilizante alcanccedilaram valores elevados de pH sendo tambeacutem mais

elevados que os da caixa confeccionada sem a adiccedilatildeo desse produto Como o

monitoramento do pH deste experimento foi realizado durante apenas 5 dias

para se chegar a resultados mais conclusivos eacute necessaacuterio um estudo por um

periacuteodo mais extenso

Valores de pH alcalino foram verificados por Awadallah (2004) que

coletou aacutegua de 30 cisternas domiciliares escolares e puacuteblicas no distrito de

Hebron (18 na aacuterea de Yatta e 12 na aacuterea de Arab Ramadeen) O pH da aacutegua

das cisternas da aacuterea de Yatta variou entre 851-1152 com valor meacutedio de

911 O pH da aacuterea de Arab Ramadeen variou entre 831-1016 com valor

meacutedio de 883 De acordo com a pesquisa o pH era alcalino devido ao

acuacutemulo de sedimentos alcalinos no fundo da cisterna e devem ser removidos

pelo menos uma vez ao ano

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez a Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

estabelece que satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto de acordo com os

resultados a aacutegua de todas as cisternas atendeu a esse valor maacuteximo

permitido De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor aparente natildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

165

deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas cisternas 2

(Assentamento Cajueiro) em maio de 2006 e na cisterna 7 (Assentamento Satildeo

Francisco) coletada em maio de 2006 apresentaram valores maiores que o

recomendado (226 uH para a cisterna 2 e 168 para a cisterna 7)

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna 4 Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna 8 Satildeo Joseacute de Nazareacute)

Mota (2000) afirma que a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor

desagradaacutevel agrave aacutegua sem no entanto informar a partir de que valores isso

pode ocorrerer

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

(vi) As dispersotildees nos valores dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das amostras

coletadas entre outras causas podem estar associadas agrave diversidade de

origem da aacutegua armazenada e agraves variaccedilotildees nos niacuteveis da aacutegua armazenada

nas cisternas

De acordo com os dados obtidos e apresentados nas Tabelas 55 a

511 apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna de Tanque Novo

natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave concentraccedilatildeo de

alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na aacutegua coletada em

marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram respectivamente de 2615

mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em fevereiro de 2006 apresentou

uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL ultrapassando portanto o limite

maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de 03 mgL A referida cisterna

encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os moradores estavam

armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo da residecircncia em

recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de qualidade de aacutegua

Conforme se observa na Tabela 51 natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes em 910 das coletas no Ass Cajueiro Ass Maria

Feitosa Ass Satildeo Francisco e Pia do Boi em 7210 de Satildeo Joseacute de Nazareacute

(uacutenica dotada com uma peneira na tubulaccedilatildeo de entrada) e em 1820 em

Rancho Velho Nas demais cisternas foi detectada a presenccedila destes

microorganismos em todas as coletas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

166

A presenccedila de coliformes termotolerantes em aacuteguas armazenadas em

cisternas tambeacutem foi detectada por algumas pesquisas que indicaram a

influecircncia da maacute utilizaccedilatildeo da cisterna (AMORIM PORTO 2001 BRITO et al

2005 HANDIA 2005)

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20

cisternas em Poccedilo Redondo

Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

No da cisterna

Localidade

( de amostras)

1

Areias 0 2730 2730 1820 1820 910

2 Assentamento Cajueiro 910 0 0 5450 2730 1820

3 Assentamento Maria Bonita 0 910 0 1820 5450 1820

4 Assentamento Maria Feitosa 910 1820 2730 2730 910 910

5 Assentamento Mulungu 0 910 1820 1820 3630 1820

6 Assentamento Pioneira 0 910 2730 1820 3630 910

7 Assentamento Satildeo Francisco 910 0 2730 2730 2730 910

8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

7270 910 1820 0 0 0

9 Maranduba 0 0 910 1820 1820 5450

10 Pia do Boi 910 1820 910 0 6360 0

11 Queimadas 0 910 2730 2730 3630 0

12 Rancho Velho 1820 1820 2730 2730 910 0

13 Tanque Novo 0 0 0 2000 5000 3000

14 Berro Grosso 0 0 0 0 50 50

15 Flor da Serra 0 0 0 100 0 0

16 Jacareacute Curituba 0 0 0 0 50 50

17 Peacute da Serra 0 0 0 50 0 50

18 Salgadinho 0 0 0 0 0 100

19 Satildeo Joseacute 0 0 0 0 0 100

20 Serra da Guia 0 50 50 0 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

167

54 ndash CONCLUSOtildeES

As cisternas unifamiliares construiacutedas no municiacutepio de Poccedilo Redondo e

avaliadas nesta pesquisa satildeo utilizadas para armazenar aacutegua de diferentes

origens aleacutem da aacutegua de chuva Isso se deve ao fato de que o volume

armazenado de aacutegua nestas unidades para ser consumida no periacuteodo seco

ser insuficiente para atender agrave demanda familiar

Diversas formas de maacute conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo ficaram evidenciadas

Portanto compete aos gestores puacuteblicos providenciarem uma capacitaccedilatildeo

intensa e sistemaacutetica nas comunidades onde estatildeo instaladas cisternas sobre

o gerenciamento e o tratamento da aacutegua (manejo tratamento) Medidas tais

como natildeo colocar recipientes sujos dentro da cisterna evitar deixar a cisterna

aberta limpar canos e calhas na eacutepoca das chuvas natildeo permitir que animais

fiquem no telhado da casa estimular a utilizaccedilatildeo da bomba bola de gude

(Anexo D) ao inveacutes do balde na retirada de aacutegua da cisterna entre outras

medidas devem ser abordadas nessa capacitaccedilatildeo Adicionalmente deve-se

distribuir hipoclorito frequentemente e ensinar como utilizaacute-lo de forma correta e

estimular os moradores a ferver a aacutegua antes de ser consumida

Em todas as cisternas foi detectada a presenccedila de coliformes

termotolerantes sendo que a cisterna 7 (Satildeo Joseacute de Nazareacute) foi a que

apresentou a menor frequumlecircncia natildeo sendo detectada em 8 (7270) das 11

coletas realizadas Em amostras individuais desse tipo de aacutegua devem estar

ausentes dessa presenccedila Recomenda-se portanto que algum tipo de

desinfecccedilatildeo seja adotado uma vez que a ocorrecircncia de coliformes

termotolerantes pode estar relacionada agrave presenccedila de microrganismos

patogecircnicos

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos e

excluindo-se a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 em Tanque Novo (cuja

cisterna estava vazia sendo coletada aacutegua proveniente de um barreiro em um

dos recipientes sendo consumida pelos moradores) pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna do

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute que atingiu o valor de 711 microScm Os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

168

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL que o valor

maacuteximo permitido para consumo conforme a Portaria 518 do MS

(ii) Percebe-se que as cisternas do Assentamento Satildeo Francisco

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Maranduba Rancho Velho e Berro

Grosso algumas vezes apresentaram valores de pH superior a 95 chegando

a 118 na cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute tornando a aacutegua inaceitaacutevel para

consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que essas cisternas

natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que segundo Meera e

Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da cisterna Tambeacutem

possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da cisterna inclusive o

impermeabilizante vedacit podem ter contribuiacutedo para essa elevaccedilatildeo do pH

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez esta deve ser sempre inferior a 10 uT sendo que

para consumo satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto a aacutegua de todas as

cisternas atendeu a esse paracircmetro embora seja recomendaacutevel a manutenccedilatildeo

de valores ateacute 10 uT De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor

aparente natildeo deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas

cisternas do Assentamento Cajueiro em maio de 2006 e na cisterna do

Assentamento Satildeo Francisco coletada em maio de 2006 apresentaram

valores maiores que o recomendado

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna de Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute)

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

Com relaccedilatildeo agrave concentraccedilatildeo de metais na aacutegua armazenada nas

cisternas monitoradas apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna

de Tanque Novo natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave

concentraccedilatildeo de alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na

aacutegua coletada em marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram

respectivamente de 2615 mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em

fevereiro de 2006 apresentou uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL

ultrapassando portanto o limite maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de

03 mgL Esta cisterna encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

169

moradores estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo

da residecircncia em recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de

qualidade de aacutegua

5 5 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Apenas a construccedilatildeo de cisternas para atenuar as dificuldades dos

beneficiaacuterios com esse empreendimento natildeo eacute o suficiente Deve-se tambeacutem

provecirc-los de informaccedilatildeo e treinamento sobre as questotildees que envolvem a

preservaccedilatildeo da qualidade de aacutegua da cisterna e sua integridade fiacutesica

Existem diversos meios de difusatildeo de informaccedilotildees concernentes a esse

assunto tais como programas de raacutedio comunitaacuterios distribuiccedilatildeo de cartilhas

baseadas em literatura de cordel ou em uma linguagem acessiacutevel em escolas

e nas comunidades oficinas ministradas por especialistas entre outras

Recomenda-se que para cada capacitaccedilatildeo promovida seja por entidade

de qualquer natureza ao menos um membro da famiacutelia que disponha de

cisterna e de agentes comunitaacuterios de sauacutede estejam presentes nesse evento

Deve-se prever em programas comunitaacuterios ou municipais o

monitoramento e o controle da qualidade de aacutegua quando esta destinar-se ao

consumo humano Nesse processo eacute indispensaacutevel a participaccedilatildeo dos

usuaacuterios bem como da sua conscientizaccedilatildeo da importacircncia da sua

participaccedilatildeo Quando natildeo ocorrerem os referidos monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua a sociedade civil deve acionar o Ministeacuterio Puacuteblico atraveacutes

de uma accedilatildeo civil puacuteblica para o cumprimento da Portaria no 518 de 25 marccedilo

de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede que rege a qualidade de aacutegua para consumo

humano

Existem no comeacutercio diferentes tipos de aacutegua sanitaacuteria que satildeo

utilizadas como desinfetante da aacutegua de consumo Recomenda-se que soacute deve

ser utilizado cloro ativo a 25 na dosagem de 2 gotas por litro de aacutegua e

nunca utilizar aacutegua sanitaacuteria Essa recomendaccedilatildeo foi mencionada na oficina

ldquoAvanccedilos nos estudos sobre cisternas qualidade de aacutegua e cisterna tipo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

170

alambradordquo realizada em 20 e 21 de abril de 2006 promovida pela Associaccedilatildeo

Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacutegua de Chuva (ABCMAC) e que contou

com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco e

do Parnaiacuteba (CODEVASF) e da EMBRAPA Semi-Aacuterido

Brito et al (2005) recomendam que o cloro deve ser aplicado da forma

mais homogecircnea possiacutevel e apoacutes sua aplicaccedilatildeo deve-se esperar no miacutenimo

30 minutos para consumir a aacutegua

Uma alternativa viaacutevel para a aplicaccedilatildeo do cloro consiste na utilizaccedilatildeo do

clorador da EMBRAPA (ver Anexo E) Antes poreacutem da aplicaccedilatildeo do cloro com

esse equipamento deve-se efetuar uma filtraccedilatildeo Esta pode ser realizada com

o emprego de um filtro de areia como apresentado por Pinto e Hermes (2006)

(ver anexo F)

Sugere-se que as instituiccedilotildees de pesquisa e especialistas do meio a

investirem em pesquisas que proporcionem confeccionar bombas bola de

gude que apresentem um maior vazatildeo Isso seria uma tentativa de contribuir

para inibir que os usuaacuterios retirem aacutegua da cisterna com baldes (fato verificado

em todas as 20 cisternas monitoradas em Poccedilo Redondo) comprometendo a

sua qualidade

Sugere-se que sejam aprofundados os conhecimentos sobre os fatores

que afetam e controlam o pH da aacutegua armazenada nas cisternas Como foi

visto na revisatildeo na literatura realizada por Meera e Ahammed (2006) em geral

a qualidade fiacutesico-quiacutemica da aacutegua nelas estocadas atende aos padrotildees para

fins de consumo humano com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH Esse fato tambeacutem

foi verificado em vaacuterias ocasiotildees na aacutegua coletada nas cisternas monitoradas

em Poccedilo Redondo

56 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

171

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

AWADALLAH W Water quality of 30 rainwater harvesting cisterns in the

Hebron district Palestinian Hydrology Group Technical Paper 2004 p 1-12

Disponiacutevel em lthttpwwwPhgorgstudygvctechpaperreport20about20

cisterns20cisterns20water20quality_vers_04_laura3pdf gt Acesso em 02

nov 2006

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BRITO LTL ANJOS JB PORTO ER SILVA AS SOUZA MA

XENOFONTE GHS Qualidade fiacutesico-quiacutemica e bacterioloacutegica das aacuteguas de

cisternas no municiacutepio de Ouricuri-PE In 5o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2005 Teresina Anais Teresina

ABCMAC 2005 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

172

EMBRAPA Tecnologia desenvolvidas e produtos Disponiacutevel em

lthttpwattscnpdiaembrapabrmenuleft_desenv_produtos_cloradorhtmlgt

Acesso em 01 dez 2006

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

HANDIA L Comparative study of rainwater quality in urban Zambia Journal of

Water Supply Research and Technology ndash Aqua v 54 no 1 p 55-64 2005

IBGE Sinopse preliminar do Censo Demograacutefico 2000 Rio de Janeiro 2001

v7

LANKA RAINWATER HARVESTING FORUM Domestic roof water harvesting

and water security in the humid tropics Milestone report D5 2001 Disponiacutevel

em lthttpwwwengwarwickacukdturwheudoesc1pdfgt Acesso em 24 set

2006

MEERA V AHAMMED MM Water quality of rooftop rainwater harvesting

systems a review Journal of Water Supply Research and Technology

Technology ndash Aqua v 55 no 1 p 257-268 2006

MOTA S Introduccedilatildeo agrave engenharia ambiental 2a ed Rio de Janeiro ABES

2000 416 p

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

a aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido do Brasil

Jaguaraiuacutena EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

YAZIZ MI GUNTING H SAPIARI N GHAZALI A Variations in rainwater

quality from roof catchments Water Research v 23 no 6 p 761-765 1989

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

173

CAPIacuteTULO 6

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se no estado de Sergipe

Brasil Ele enfrenta seacuterios problema relacionados ao abastecimento de aacutegua

principalmente na zona rural Existem diversos barreiros sendo utilizados para

muacuteltiplos fins inclusive o consumo humano Foi realizado o monitoramento da

qualidade de aacutegua de 8 barreiros Em nenhuma oportunidade os paracircmetros

de qualidade de aacutegua turbidez cor aparente e coliformes termotolerantes

atenderam aos padrotildees de potabilidade

Palavras-chave abastecimento de aacutegua qualidade de aacutegua barreiros

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil It faces serious problems related with the water

supply mainly in the rural zone There are several water traps being used for

multiple purposes including human consumption Water quality monitoring has

been accomplished in 8 of them In any occasion the water quality parameters

turbidy apparent colour and thermotolerant coliforms never complied with the

potable water standards

Keywords water supply water quality water traps

61 ndash INTRODUCcedilAtildeO

Os barreiros tecircm sido usados para armazenar aacutegua de chuva

proveniente do escoamento superficial haacute muitos seacuteculos em diversas partes

do mundo Poreacutem geralmente satildeo rasos cobrindo uma grande aacuterea de terra e

apresentam elevadas perdas por evaporaccedilatildeo (BRITO et al 1999)

Essa forma de aproveitamento de aacutegua consiste no acuacutemulo de aacuteguas

de superfiacutecie que recolhe a aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio

proporcionado pela construccedilatildeo de um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo

do terreno Sua capacidade de acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

174

algumas dezenas de milhares de metros cuacutebicos Trata-se de um

aproveitamento de pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo

relativamente baixo e sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho

do barreiro podendo ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas

razotildees o barreiro encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do

Nordeste (OLIVEIRA LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al

(2003) estas estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas

por evaporaccedilatildeo elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas

exigecircncias de potabilidade

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE estaacute inserido no ldquoPoliacutegono das

Secasrdquo com um clima do tipo megateacutermico semi-aacuterido Apresenta uma

temperatura meacutedia anual de 25 oC e uma precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia

anual de cerca de 605 mm Geograficamente a sede municipal apresenta as

seguintes coordenadas geograacuteficas 09o48rsquo17rdquo de latitude sul e 37o41rsquo06rdquo de

longitude oeste (BOMFIM et al 2002) Apesar de ser banhado pelo rio Satildeo

Francisco a sua populaccedilatildeo sobretudo a da zona rural enfrenta problemas

relacionados ao abastecimento de aacutegua Um das formas de aproveitamentos

hiacutedricos existentes cuja aacutegua eacute consumida por alguns satildeo os barreiros O

presente trabalho apresenta os resultados do monitoramento da qualidade de

aacutegua de 8 barreiros localizados na zona rural deste municiacutepio

62 ndash METODOLOGIA

Como havia centenas de barreiros alguns puacuteblicos e outros particulares

no municiacutepio de Poccedilo Redondo foram selecionados aleatoriamente apenas 8

O criteacuterio adotado foi a escolha de barreiros que estivessem entre os usos de

suas aacuteguas o consumo humano A partir daiacute foram considerados aspectos

relacionados agrave distacircncia e agrave acessibilidade

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

175

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua dos

barreiros monitorados

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde previamente limpo atado

a uma corda) A coleta com o balde foi sempre efetuada em um ponto aleatoacuterio

afastado das margens dos barreiros A aacutegua coletada no recipiente de

transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) O recipiente de transposiccedilatildeo era lavado 3 vezes com a proacutepria aacutegua do

barreiro Depois coletava-se a aacutegua com esse recipiente transferindo-a em

seguida para um recipiente autoclavado de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexico e esteacuteril

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 61 satildeo mostrados a localizaccedilatildeo dos barreiros e o periacuteodo de

monitoramento da qualidade de aacutegua destas O local de sua determinaccedilatildeo e o

meacutetodo empregado constam na Tabela 62 Todas as anaacutelises foram

determinadas conforme o APHA et al (1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

176

Tabela 61 Localidade e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de

8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia

mensal de amostragem

Nuacutemero do barreiro

Localidade Periacuteodo de monitoramento

1 Pia do Boi

2 Rancho Velho

3 Satildeo Sebastiatildeo

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

4 Titoacuteia 3 meses

bull Julho a setembro de 2005

(mensalmente)

5 Junca

6 Maravilha

7 Poccedilo Preto

8 Salitrado

2 meses

bull Julho e agosto de 2005

(mensalmente)

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8

barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e

termotolerantes)

Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

63 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os 8 barreiros monitorados (Anexo G) foram construiacutedos pela

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Satildeo Francisco)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

177

Estas unidades consistiam de uma aacuterea de armazenamento e de um

barramento de terra destinado a conter o escoamento das aacuteguas

armazenadas Aleacutem disso estas estruturas natildeo dispunham de estruturas

hidraacuteulicas (comportas vertedouros etc)

Informaccedilotildees quanto agrave populaccedilatildeo beneficiada e valor gasto na

implantaccedilatildeo de cada um dos barreiro satildeo apresentadas na Tabela 63 Natildeo

havia informaccedilotildees com relaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento dessas

estruturas

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e

populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados Localidade Custo de implantaccedilatildeo (R$) Populaccedilatildeo beneficiada

Pia do Boi 525000 300

Rancho Velho 525000 400

Satildeo Sebastiatildeo 525000 220

Titoacuteia 350000 250

Junca 350000 200

Maravilha 425000 250

Poccedilo Preto 576000 51

Salitrado 320000 63

Fonte 4a Superintendecircncia Regional da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do

Vale do Satildeo Francisco) atraveacutes de consulta pessoal

Segundo algumas informaccedilotildees obtidas na prefeitura e de moradores da

regiatildeo onde se localizavam estes barreiros eles nem sempre armazenavam

somente aacuteguas pluviais Algumas vezes quando se encontrava praticamente

seco caminhotildees-pipa traziam aacutegua proveniente do rio Satildeo Francisco ou ateacute

mesmo de outros barreiros para abastececirc-los Esses barreiros vecircm sendo

utilizados de muacuteltiplas formas lavagem de utensiacutelios domeacutesticos

dessedentaccedilatildeo animal praacutetica de banho e consumo humano

Na Tabela 64 consta os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

determinados na aacutegua armazenada nesses barreiros Esses resultados satildeo

representados graficamente como o mostra o Anexo H

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

Local

Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor (uH) Turbidez (uT)

Alcalinidade total

(mg CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

Pia do Boi 19710 ndash 4040 9954 plusmn 6172 CV = 620

28920 ndash 5980 16185 plusmn 9397

CV = 581

305 ndash 226 273 plusmn 23 CV = 85

88 ndash 78 82 plusmn 03

CV = 129

15550 ndash 5840 16847 plusmn 8473

CV = 503

2620 ndash 318 1068 plusmn 821 CV = 768

1280 ndash 150 638 plusmn 426 CV = 668

4920 ndash 100 1822 plusmn 1811 CV = 994

3650 ndash 840 2014 plusmn 1072 CV = 532

2640 ndash 440 1350 plusmn 807 CV = 598

Satildeo Sebastiatildeo

8430 ndash 2590 5389 plusmn 2157 CV = 400

12230 ndash 5820 9236 plusmn 2640 CV = 286

298 ndash 235 270 plusmn 21 CV = 80

96 ndash 81 88 plusmn 04

CV = 48

13000 ndash 5380 9534 plusmn 3623 CV = 380

955 ndash 121 361 plusmn 308 CV = 851

960 ndash 170 519 plusmn 333 CV = 642

1060 ndash 200 501 plusmn 314 CV = 627

1790 ndash 310 1117 plusmn 413 CV = 370

1020 ndash 160 609 plusmn 344 CV = 565

Rancho Velho

2520 ndash 870 1639 plusmn 538 CV = 328

3700 ndash 1282 2521 plusmn 783 CV = 311

292 ndash 245 274 plusmn 14 CV = 51

87 ndash 79 82 plusmn 02

CV = 27

38800 ndash 27500 34400 plusmn 5475

159

371 ndash 975 2272 plusmn 1208 CV = 532

480 ndash 50 258 plusmn 178 CV = 691

160 ndash 100 133 plusmn 22

CV = 166

910 ndash 350 634 plusmn 192 CV = 304

570 ndash 140 361 plusmn 125 CV = 346

Titoacuteia 6630 ndash 3460 4757 plusmn 1662 CV = 349

9160 ndash 6270 7715 plusmn 2045 CV = 265

258 ndash 234 242 plusmn 14 CV = 56

79 ndash 77 78 plusmn 01

15

--- --- ---

223 ndash 118 168 plusmn 52

CV = 311

1770 ndash 1500 1637 plusmn 135 CV = 82

340 ndash 140 260 plusmn 106 CV = 407

1240 ndash 650 923 plusmn 297 CV = 322

780 ndash 220 477 plusmn 283 CV = 593

Poccedilo Preto 4980 ndash 4830 4905 plusmn 106 CV = 22

7200 ndash 7200 7200 plusmn 00 CV = 00

254 ndash 247 249 plusmn 03 CV = 14

77 ndash 76 76 plusmn 01

CV = 09

--- --- ---

268 ndash 166 217 plusmn 73

CV = 334

1330 ndash 1220 1275 plusmn 78 CV = 61

680 ndash 620 650 plusmn 42 CV = 65

1000 ndash 820 910 plusmn 127 CV = 140

440 ndash 410 425 plusmn 21 CV = 50

Salitrado 6480 ndash 6100 6290 plusmn 269 CV = 43

9089 ndash 9089 9089 plusmn 00 CV = 00

251 ndash 248 249 plusmn 02 CV = 08

80 ndash 78 79 plusmn 01

CV = 18

--- --- ---

680 ndash 645 662 plusmn 25 CV = 37

1310 ndash 1220 1265 plusmn 64 CV = 50

1960 ndash 1280 1620 plusmn 481 CV = 297

1620 ndash 1590 1605 plusmn 21 CV = 13

970 ndash 830 900 plusmn 99

CV = 110

Junca 1380 ndash 1000 1190 plusmn 269 CV = 226

1330 ndash 1330 1330 plusmn 00 CV = 00

287 ndash 254 271 plusmn 23 CV = 86

83 ndash 78 81 plusmn 03

CV = 44

--- --- ---

289 ndash 149 219 plusmn 99

CV = 452

400 ndash 310 355 plusmn 64

CV = 179

120 ndash 50 85 plusmn 49

CV = 582

330 ndash 220 275 plusmn 78

CV = 283

80 ndash 60 70 plusmn 14

CV = 202

Maravilha 2850 ndash 2330 2590 plusmn 368 CV = 142

4280 ndash 4280 4280 plusmn 00 CV = 00

226 ndash 215 220 plusmn 08 CV = 35

83 ndash 81 82 plusmn 01

17

--- --- ---

697 ndash 605 651 plusmn 65

CV = 100

640 ndash 530 585 plusmn 78

CV = 133

200 ndash 120 160 plusmn 57

CV = 354

610 ndash 410 510 plusmn 141 CV = 277

200 ndash 160 180 plusmn 28

CV = 157 Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

179

Com exceccedilatildeo de algumas amostras coletadas nos barreiros Pia do Boi

(5 uacuteltimas coletas) e Satildeo Sebastiatildeo (4 uacuteltimas coleta) os teores de STD dos

demais barreiros foram inferiores a 1000 mgL

Apenas em uma coleta realizada em Satildeo Sebastiatildeo verificou-se um pH

em desacordo com os padrotildees de aacutegua para consumo (60 ndash 95) Naquela

ocasiatildeo o pH foi de 96 Natildeo se identificou a possiacutevel causa para isto

A turbidez e a cor aparente sempre apresentaram valores acima do

permitido para consumo humano O paracircmetro cor aparente soacute foi determinado

nos barreiros de Pia do Boi Satildeo Sebastiatildeo e Rancho Velho apresentando

valores acima de 500 uH sendo necessaacuteria a diluiccedilatildeo da aacutegua analisada pois

a faixa de leitura do equipamento portaacutetil para a determinaccedilatildeo desse

paracircmetro era de 0 ndash 500 uH Embora a cor e a turbidez comprometam

diretamente as caracteriacutesticas organoleacutepticas da aacutegua a aacutegua vem sendo

consumida pelos moradores principalmente durante a ausecircncia de alternativas

de abastecimento Aleacutem disso em aacuteguas de elevada turbidez as partiacuteculas

que a causam servem de abrigo a microorganismos sendo alguns deles

patoacutegenos

O uacutenico barreiro que apresentou um teor de cloretos acima de 250 mg

Cl-L foi o de Pia do Boi (4 uacuteltimas coletas)

A dureza total de todas as amostras coletas sempre esteve compatiacutevel

com os padrotildees de potabilidade (dureza lt 500 mg CaCO3L)

Na Tabela 65 satildeo vistos os resultados de anaacutelises bacterioloacutegicas

realizadas na aacutegua coletada dos barreiros Como pode ser visto na Tabela 65

em todas as amostras coletadas nos barreiros foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes Por terem a aacutegua utilizada de diversas forma e por

ficarem expostas a ceacuteu aberto eles estatildeo bastante susceptiacuteveis agrave

contaminaccedilatildeo Em diversas ocasiotildees a aacutegua coletada nos barreiros

apresentou um valor de NMP100 mL gt 16 (Valor maacuteximo correspondente a 5

tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de 10 mL) Como a tabela para a

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

180

determinaccedilatildeo do NMP100 mL apresenta como maior valor gt16 natildeo eacute possiacutevel

afirmar a intensidade da contaminaccedilatildeo

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros

em Poccedilo Redondo-SE Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

Localidade

( de amostras)

Pia do Boi 0 0 1818 909 1818 5455

Satildeo Sebastiatildeo 0 0 909 909 1818 6364

Rancho Velho 0 0 0 1818 1818 6364

Titoacuteia 0 0 0 0 3333 6667

Poccedilo Preto 0 0 0 0 0 100

Salitrado 0 0 0 50 50 0

Junccedila 0 0 0 0 0 100

Maravilha 0 0 0 0 50 50

64 ndash CONCLUSOtildeES

A deficiecircncia apresentada no suprimento de aacutegua na zona rural de Poccedilo

Redondo aliada agrave irregularidade e escassez das precipitaccedilotildees tem

impulsionado a construccedilatildeo de barreiros puacuteblicos e particulares Apesar dessas

estruturas natildeo atenderem aos padrotildees de potabilidade algumas pessoas

consomem a aacutegua neles armazenada

De acordo com os resultados da aacutegua analisadas em 8 barreiros

localizados na zona rural de Poccedilo Redondo-SE estes natildeo satildeo recomendados

para consumo humano Paracircmetros como cor aparente turbidez sempre

estiveram muito acima do valor maacuteximo permitido pelos padrotildees de aacutegua para

consumo Aleacutem disso coliformes termotolerantes sempre estiveram presentes

Por ficarem livremente expostos natildeo tendo nenhuma proteccedilatildeo e por

serem utilizados de muacuteltiplas formas concomitantemente eles satildeo

extremamente passiacuteveis de contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

181

65 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Os barreiros que foram monitorados natildeo devem ser usados para

consumo humano No entanto podem ser recomendados para usos menos

exigentes como por exemplo lavagem de ambientes domeacutesticos Sugere-se

que se procedam estudos de viabilidade de projetos por profissionais

competentes envolvendo a utilizaccedilatildeo dos barreiros na irrigaccedilatildeo de salvaccedilatildeo

Devem ser realizados programas de educaccedilatildeo ambiental no sentido de

orientar os consumidores da aacutegua dos barreiros a natildeo consumi-la aleacutem dos

gestores municipais a ofertarem outras fontes a esses usuaacuterios

66 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

182

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

183

CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Brasil Foi realizada uma pesquisa no campo neste

municiacutepio a fim de obter-se informaccedilotildees a respeito dos serviccedilos puacuteblicos de

acordo com a opiniatildeo dos moradores Foram aplicados 307 questionaacuterios semi-

estruturados em entrevistas realizadas nas casas dos moradores A

metodologia adotada foi a por amostragem aleatoacuteria estratificada proporcional

Conforme os resultados obtidos no municiacutepio prevalecem condiccedilotildees precaacuterias

na educaccedilatildeo renda familiar e nas condiccedilotildees sanitaacuterias A maior proporccedilatildeo dos

entrevistados em ambas as aacutereas da pesquisa escolheu o esgotamento

sanitaacuterio como o pior serviccedilo Por outro lado na zona rural a maior proporccedilatildeo

(3887) escolheu os serviccedilos de sauacutede como o melhor enquanto que na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (3206) escolheu o serviccedilo de limpeza

puacuteblica

Palavras-chave serviccedilos puacuteblicos questionaacuterios condiccedilotildees sanitaacuterias

precaacuterias

ABSTRACT Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of the

state of Sergipe Brazil A field study was conducted in this municipality in order

to obtain information on public services according to the opinion of the

dwellers The semi-structured 307 questionnaires survey by house interview

were applied The approach adopted was the proportional random sampling

rural zone and zone urban According to the results obtained poor education

income and sanitary conditions prevail on this municipality In the opinion of

majority of the interviewed inhabitants in the rural zone a highest proportion

(3887) declared that the most efficient public service was the public health

while in the urban zone the highest proportion (3206) answered that the best

public service was the solid waste collection On the other hand the highest

proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo Redondo answered that

the poorest public service was the sewerage

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

184

Keywords public services questionnaires poor sanitary conditions

71 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A ideacuteia de qualidade de vida representa um conceito ainda indefinido

pois abrange uma seacuterie extremamente heterogecircnea e diversificada de

aspiraccedilotildees necessidades e desejos inerentes a cada indiviacuteduo ou

coletividade inseridos no seu contexto histoacuterico social e cultural Em suma a

qualidade de vida deve representar em geral a plena satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas humanas concebida dentro de um processo ecoloacutegico e

eticamente corretos (SANTOS DALTRO FILHO 2000)

Segundo o IBGE (2001) as caracteriacutesticas dos domiciacutelios e dos serviccedilos

de infra-estrutura sanitaacuteria constituem elementos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo da

qualidade de vida de uma populaccedilatildeo

O presente trabalho mostra os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo

de questionaacuterios a pessoas residentes em Poccedilo Redondo-SE O objetivo foi

determinar o perfil sanitaacuterio e conhecer a opiniatildeo dos moradores sobre o

saneamento ambiental nos setores de abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e serviccedilos de sauacutede O periacuteodo de

execuccedilatildeo da pesquisa foi de junho de 2005 a junho de 2006

72 ndash METODOLOGIA

Para coleta dos dados formulou-se um questionaacuterio semi-estruturado

dirigido aos moradores de Poccedilo Redondo-SE afim de obter informaccedilotildees que

permitissem obter o perfil do saneamento ambiental Dados sobre as

caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas tambeacutem estatildeo incluiacutedas neste questionaacuterio

Antes de iniciar a corrente pesquisa foi necessaacuteria a aprovaccedilatildeo pelo

comitecirc de Eacutetica do CCSUFPE (Centro de Ciecircncias Sociais da Universidade

Federal de Pernambuco) aleacutem de uma carta de Anuecircncia da prefeitura do

municiacutepio de Poccedilo Redondo e cada vez que o questionaacuterio era aplicado ao

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

185

entrevistado era apresentado o termo de consentimento (na primeira paacutegina do

questionaacuterio) onde a pessoa entrevistada lia e assinava dando permissatildeo

para a entrevista

Tal procedimento foi necessaacuterio tendo em vista que a Resoluccedilatildeo no

196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede preconiza que

todas as pesquisas que envolvem seres humanos (pesquisa que

individualmente ou coletivamente envolva o ser humano de forma direta ou

indireta em sua totalidade ou partes dele incluindo o manejo de informaccedilotildees

ou materiais) deve atender agraves exigecircncias eacuteticas e cientiacuteficas fundamentais

devendo ser submetida agrave apreciaccedilatildeo de um Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa e soacute

pode se processar apoacutes o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos

indiviacuteduos ou grupos que por si eou por seus representantes legais

manifestem a sua anuecircncia agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Os uacutenicos requisitos exigidos durante as entrevistas eacute que o

entrevistado fosse residente no domiciacutelio onde era realizada a entrevista aleacutem

de haver pelo menos um morador no domiciacutelio que soubesse ler e assinar o

nome a fim de assinar o termo de consentimento da entrevista

A pesquisa no municiacutepio de Poccedilo Redondo envolveu os seguintes

aspectos

(i) Perfil ndash niacutevel de escolaridade profissatildeo quantidade de horas diaacuterias que

trabalha e renda mensal do chefe de famiacutelia nuacutemero de pessoas residentes

onde mora as culturas que cultiva e os animais que cria

(ii) Objeto ndash tipologia habitacional abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

(iii) Aberto ndash qual o conceito que o entrevistado tem com relaccedilatildeo a cada

serviccedilo (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial

limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) e o grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada

um destes serviccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

186

No Anexo I consta o modelo de questionaacuterio que foi aplicado As

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes do sistema de amostragem estratificada

(COCHRAN 1965) foram considerados 2 estratos a zona rural e a zona

urbana De acordo com a Secretaria Municipal de Sauacutede Poccedilo Redondo conta

com 6 equipes do Plano de Sauacutede Familiar (PSF) sendo 4 equipes atuando na

zona rural (aacutereas 1 2 3 e 4) e duas atuando na sede (5 e 6) Foram aplicados

questionaacuterios em 5 dos domiciacutelios cadastrados de cada setor de atuaccedilatildeo das

equipes do PSF O sorteio das casas onde foram aplicados os questionaacuterios

foi realizado pelo meacutetodo de amostragem casual simples e de modo

proporcional agrave populaccedilatildeo de cada comunidade ou povoado A amostra total

compreendeu 307 questionaacuterios sendo 229 aplicados na zona rural e 78 na

zona urbana Os dados quantitativos foram processados utilizando-se a

planilha do Excel a partir dos dados do questionaacuterio

Na Tabela 71 consta o nuacutemero de domiciacutelios cadastrados em cada

aacuterea as localidades e o nuacutemero de domiciacutelios de cada uma das localidades

onde foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

187

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados na aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e

o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas

com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

Aacuterea Nuacutecleo(s) principal(is)

Nuacutemero total de domiciacutelios

Localidades pesquisadas Nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

bull Bonsucesso 20

bull Curralinho 5

bull Assentamento Cajueiro 9

bull Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

4

bull Assentamento Satildeo Francisco 4

bull Maravilha 1

bull Monte Ceacuteu 1

bull Titoacuteia 1

1

Bonsucesso Curralinho

919

bull Barra da Onccedila 1

bull Santa Rosa do Ermiacuterio 40

bull Pedrinhas 10

bull Pedra Grande 9

bull Peacute da Serra 2

bull Patos 2

bull Serra da Guia 1

bull Tanque Novo 1

bull Flor da Serra 1

2

Santa Rosa do Ermiacuterio

1342

bull Siacutetios Soares 1

bull Siacutetios Novos 54 3

Siacutetios Novos 1083

bull Serra do Boi 1

bull Queimadas 3

bull Areias 9

bull Assentamento Alto Bonito 30

bull Assentamento Mulungu 4

bull Assentamento Pioneira 4

bull Rancho Velho 1

bull Junca 1

bull Morro Vermelho 2

bull Maranduba 1

bull Assentamento Maria Feitosa 1

bull Assentamento Maria Bonita 1

4 Queimadas

Areias Assentamento

Alto Bonito

1221

bull Assentamento Nossa Senhora da Conceiccedilatildeo

4

5 Poccedilo Redondo

(sede) 58

6 Poccedilo Redondo (sede)

1560

bull

Poccedilo Redondo 20

Total 6125 Total 307

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

188

73 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

731 ndash Perfil dos moradores

Houve uma oacutetima receptividade durante a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios

Apenas um morador no povoado de Siacutetios Novos natildeo aceitou conceder

entrevista

Nas Figuras 71 a 75 satildeo apresentados os dados que foram obtidos

sobre o perfil do chefe de famiacutelia atraveacutes das entrevistas

3450

306

1616349

4279

4231

769

3852564

1795

256

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

1703

699

7031

087

043

175262

AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

6376

2183 1441 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

2692

6539

769 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

2564

256

641

5133974

1667

385AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

189

7467

1922

218306

087lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuterios

55143718

256128

128

256lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuteriosgt 4 salaacuterios

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo

Do exposto nas Figuras 71 a 75 comenta-se

(i) Observa-se que na zona rural 98 (4279 do total de 229) dos chefes de

famiacutelia satildeo analfabetos e que 79 (3450 do total de 229) foram alfabetizados

(sabe assinar o nome mas escreve e lecirc com dificuldade) Na Zona urbana o

grau de instruccedilatildeo dos chefes eacute superior aos da zona urbana Entretanto 20

(2564) satildeo analfabetos e (14 1795) mal sabem ler e escrever e apenas 2

possuem niacutevel superior

(ii) Do total de 229 entrevistados na zona rural 161 (7031) satildeo

exclusivamente agricultor Do total de 229 chefes de famiacutelia a maioria (146

chefes de famiacutelia) trabalha entre 4 e 8 horas diariamente Observa-se que 171

(7467) percebem vencimentos menores que 1 salaacuterio miacutenimo mensal O

nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 493

(iii) Assim como na zona rural na zona urbana a maioria dedica-se agrave

agricultura O nuacutemero de horas que exercem o ofiacutecio que predomina eacute entre 4 e

8 horas Observa-se que 43 (5513) percebem vencimento inferior a 1 salaacuterio

miacutenimo mensal O nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 546

5641

641

3718Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

546 habitantesdomiciacutelio

6856

2969175

Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

493 habitantesdomiciacutelio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

190

Conforme mostra a Figura 76 as culturas mais cultivadas nas duas

regiotildees satildeo o feijatildeo e o milho na zona rural 203 entrevistados responderam

que plantam feijatildeo e 197 que plantam milho enquanto que na zona urbana 33

cultivam feijatildeo e 31 cultivam milho O nuacutemero de entrevistados nas zonas rural

e urbana que respondeu que natildeo planta nenhuma cultura foram

respectivamente 27 e 22 Conforme apresenta a Figura 77 as aves (1037

cabeccedilas na zona rural e na zona urbana) e os bovinos (602 cabeccedilas na zona

rural e na zona urbana) satildeo os animais mais difundidos em ambas as aacutereas O

nuacutemero de entrevistados que respondeu que natildeo cria nenhum animal foi de 36

(1572) na zona rural e 51 na zona urbana (6456)

203 197

1534 25

195

0

50

100

150

200

250

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

33 31

38

3

38

05

101520253035404550

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo

74

602

82

1037

84 88

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

693

31

16350 13

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

191

732 ndash Objeto (perfil sanitaacuterio)

7321 ndash Habitaccedilatildeo

Informaccedilotildees concernentes agrave tipologia habitacional e suas caracteriacutesticas

estatildeo representadas nos graacuteficos das Figuras 78 a 712

4585

262175

4498

131 349TijoloTaipa

AdobeBloco de cimentoTijolo e taipa

Tijolo e bloco de cimento

3718

5256

1026TijoloBloco de cimentoTijolo e bloco de cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo

21841179

1790

2620 2227

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

1538641

513

2436

4872

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo

8734

305 175786 Terra

CeracircmicaCimentoCeracircmica e cimento

5256

1026

3718Ceracircmica

Cimento

Ceracircmica e cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

192

7293

873

1048786 Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

128

1795

20516026

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de Poccedilo

Redondo 524

1965

131

7380

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem umidade

2180

1282

6538

Soacute na paredeNa parede e no pisoSem umidade

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

Constatou-se em siacutentese a respeito das habitaccedilotildees da amostra

investigada

(i) Todas as 229 casas na zona rural e 78 na zona urbana tecircm cobertura com

telha ceracircmica do tipo canal

(ii) Tanto na zona rural como na urbana a maioria das casas das amostras

analisadas eacute de tijolo (105 domiciacutelios da zona rural e 29 domiciacutelios da zona

urbana) ou de bloco de cimento (103 domiciacutelios na zona rural e 41 da zona

urbana) Aleacutem destas na zona rural 6 casas satildeo de taipa enquanto que 3 satildeo

uma parte de taipa e outra de alvenaria de tijolo

(iii) Verificou-se que 50 casas da zona rural natildeo possuem reboco 60 satildeo

rebocadas parcialmente e 27 tecircm uma parte caiada e outra sem reboco

Segundo Daltro Filho e Sales (2003) a ausecircncia de revestimento nas paredes

gera dificuldades de higienizaccedilatildeo e no caso das casas de taipa riscos da

presenccedila do barbeiro (Triatoma sp) inseto transmissor da doenccedila de chagas

(Tripanossoma cruzi)

(iv) Na zona rural predomina o piso cimentado como material do piso das

residecircncias Observou-se durante as visitas que algumas casas possuiacuteam o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

193

piso cimentado do tipo vitrificado outras o piso era do tipo cimentado queimado

e outras do tipo cimentado grosseiro Este uacuteltimo tipo de piso segundo Daltro

Filho e Sales (2003) costuma trazer dificuldades de higienizaccedilatildeo gerando

grande quantidade de poeira durante a varriccedilatildeo e por conseguinte favorece o

surgimento de doenccedilas respiratoacuterias Por outro lado o tipo de piso

predominantemente encontrado nas casas da zona urbana foi o de ceracircmica

(v) A maioria das casas (7380) da zona rural apresentava fissuras tanto na

parede como no piso do chatildeo enquanto que a maior proporccedilatildeo (6026) das

casas da zona urbana soacute apresentava fissuras na parede Apenas 786 das

residecircncias na zona rural e 2051 na zona urbana natildeo apresentavam fissura

nem na parede nem na piso

(vi) A maior proporccedilatildeo das casas na zona rural apresentava umidade tanto na

parede como no piso correspondendo a 7380 do total das casas

entrevistadas Na zona urbana o maior percentual das casas (6538)

apresentava umidade apenas na parede

Durante as entrevistas pocircde-se visualizar em algumas residecircncias

cavidades e irregularidades nas paredes conforme mostra a Figura 713

Paredes esburacadas e superfiacutecies irregulares segundo Daltro e Sales (2003)

aleacutem de favorecerem um maior acuacutemulo de sujeiras podem servir de abrigo a

insetos

(a) Irregularidades e ausecircncia de revestimento

(b) Presenccedila de cavidades

Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

194

7322 ndash Abastecimento de aacutegua

De acordo com as respostas das entrevistas 180 casas do universo da

amostra da pesquisa de 229 casas na zona rural recebem aacutegua da rede

puacuteblica Na zona urbana 74 residecircncias do total de 78 satildeo contempladas com

aacutegua da rede puacuteblica Essa aacutegua eacute proveniente da captaccedilatildeo no povoado

ribeirinho de Ilha do Ouro (municiacutepio de Porto da Folha-SE) no leito do rio Satildeo

Francisco Esse sistema integra o sistema do Alto Sertatildeo Antes de ser

distribuiacuteda para a populaccedilatildeo essa aacutegua submete-se a um tratamento em uma

ETA localizada na cidade de Porto da Folha A companhia responsaacutevel pelo

sistema de abastecimento de aacutegua eacute a DESO (Companhia de Saneamento de

Sergipe)

Vale observar que das 180 residecircncias acima referidas 155 delas

recebem do sistema acima descrito enquanto que 20 casas do povoado de

Bonsucesso tecircm captaccedilatildeo e tratamento (ETA) proacuteprios e 5 casas do povoado

de Curralinho possuem captaccedilatildeo proacutepria poreacutem soacute ocorre cloraccedilatildeo simples

Durante o periacuteodo de inverno (periacuteodo chuvoso) 167 (7293)

entrevistados afirmaram que a forma de abastecimento de aacutegua eacute somente a

rede puacuteblica enquanto que 62 se abastecem com aacutegua da rede puacuteblica e

tambeacutem atraveacutes de outra forma (carro pipa cisterna (aacuteguas pluviais) de

chafariz ou do parente ou vizinho) Isso eacute devido ao fato da ocorrecircncia da

intermitecircncia que ocorre mesmo no inverno e tambeacutem que algumas casas

ligadas agrave rede dispotildeem de cisterna para armazenamento de aacuteguas pluviais Na

zona urbana 73 (9359) durante esse periacuteodo soacute utilizam aacutegua da rede

puacuteblica e 1 utiliza de ambas (rede puacuteblica e ou outra forma) A forma de

abastecimento no inverno eacute vista na Figura 714 Analogamente acontece na

eacutepoca seca como mostra a Figura 715

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

195

7293

218393 612

1397

087

Rede puacuteblicaCisternaPoccediloBarreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

9359

128513

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo Redondo

087

1878

1790

175

6070

Rede puacuteblica

Poccedilo

Barreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

1539

3205

5256

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo

Da amostra de 180 casas da zona rural ligadas agrave rede de

abastecimento 118 (6556) possuem hidrocircmetro enquanto que na zona

urbana do total de 74 casas 71 dispotildeem

O nuacutemero de casas na zona rural que dispotildee de cisterna eou caixa

drsquoaacutegua para armazenamento de aacutegua eacute de 201 Na zona urbana eacute de 66 A

capacidade desses reservatoacuterios varia entre 250 e 16000 L Um total de 192

dos entrevistados na zona rural e 63 na zona urbana afirmaram que antes de

beber a aacutegua filtram eou coam eou fervem eou usam cloro Poreacutem da zona

rural 138 e da zona urbana 52 disseram que o fazem esporadicamente

7323 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Um total de 22 casas da zona rural (960) e 3 (385) na zona urbana

natildeo possuem banheiro Como mostra a Figura 716

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

196

6289

960218

2533 Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

385897769

7949

Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro

Alguns banheiros da zona rural natildeo possuem descarga sendo utilizado

balde em alguns casos para apanhar a aacutegua armazenada em um reservatoacuterio

instalado acima do teto do banheiro (Figura 717)

O destino das aacuteguas cinzas de 191 casas na zona rural e 32 na zona

urbana eacute o terreno da forma como se vecirc na Figura 718 No restante das

casas estas aacuteguas servidas satildeo conduzidas agrave rede de esgoto

Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do vaso sanitaacuterio

Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal

O esgoto oriundo do vaso sanitaacuterio (aacuteguas negras) da maioria das casas

eacute direcionado para fossa e desta para o terreno (geralmente o quintal das

casas) conforme mostra a Figura 719

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

197

1747

6332

1921 SoloRede de esgotoFossa e depois solo

384

4872

4744

SoloRede de esgotoFossa e depois solo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

A disposiccedilatildeo adequada dos esgotos eacute essencial agrave proteccedilatildeo da sauacutede

puacuteblica Cerca de 50 tipos de infecccedilotildees podem ser transmitidas por diferentes

caminhos envolvendo as excretas humanas (NASCIMENTO FILHO 2000)

Com relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de poluentes nas aacuteguas cinzas vindas do

banheiro da lavanderia e da cozinha variam sensivelmente entre si Aquelas

provenientes do banheiro considerando soacute as do lavatoacuterio e as do chuveiro

satildeo constituiacutedas de gorduras sabotildees oacuteleos entre outros As aacuteguas cinzas da

lavanderia apresentam uma alta concentraccedilatildeo quiacutemica de elementos como

soacutedio fosfatos nitrogecircnio boro e surfactantes Aquelas vindas da pia de

cozinha apresentam uma contaminaccedilatildeo fiacutesica maior em virtude da presenccedila

de partiacuteculas de alimentos oacuteleos e gorduras Natildeo obstante eacute extremamente

contaminada por microorganismos (BORGES 2003)

No entanto no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE apenas o povoado de

Santa Rosa do Ermiacuterio e o bairro Satildeo Joseacute localizado na sede municipal o

esgoto domiciliar eacute conduzido para fossa seacuteptica e em seguida para um filtro

anaeroacutebio que no entanto estatildeo funcionando precariamente

Constatou-se no local onde estatildeo estas unidades de tratamento de

Santa Rosa do Ermiacuterio mau cheiro obstruccedilatildeo fossa seacuteptica com tampas fora

da posiccedilatildeo e filtro seacuteptico com laje avariada aleacutem de vegetaccedilatildeo alta em lagoa

que recebe o efluente do filtro anaeroacutebio como se vecirc na Figura 720 Ateacute 2002

existia um projeto na aacuterea de Xingoacute em que o esgoto dessa lagoa era utilizado

na irrigaccedilatildeo de feijatildeo guandu (Cajanus cajan) sorgo (Sorghum bicolor (L)

Moench) e melatildeo (Cucumis melo L) vistos na Figura 721

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

198

(a) Fossa seacuteptica com

laje fora de posiccedilatildeo

(b) Filtro anaeroacutebio

com laje avariada

(c) Vegetaccedilatildeo alta no local

Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidade de tratamento de Santa Rosa

do Ermiacuterio

(a) Feijatildeo guandu (b) Sorgo (c) Melatildeo

Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso de

Santa Rosa do Ermiacuterio

7324 ndash Drenagem pluvial

A maioria das casas da zona rural localiza-se em rua com pavimentaccedilatildeo

de barro muitas vezes precaacuteria enquanto que a maior parte das casas da

zona urbana localiza-se em rua calccedilada em paralelepiacutepedo como mostra o

graacutefico da Figura 722

5284

699

25331484 Paralelepiacutepedo

AsfaltoBarroNatildeo tem

1667

8333

Paralelepiacutepedo

Barro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de Poccedilo

Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

199

Natildeo existe um planejamento no que se refere a esse setor As aacuteguas

pluviais escoam atraveacutes do calccedilamento das ruas algumas vezes precaacuterio

sendo que em algumas estatildeo ausentes

7325 ndash Limpeza puacuteblica

De acordo com as informaccedilotildees dos entrevistados na zona rural em

5633 das casas os resiacuteduos soacutelidos domiciliares satildeo recolhidos pela

prefeitura e o restante queima eou enterra Na zona urbana os 78

entrevistados (100) responderam que este material eacute recolhido pela

prefeitura O lixo coletado eacute encaminhado e conduzido a um lixatildeo

7326 ndash Sauacutede puacuteblica

O nuacutemero de entrevistados que responderam que nenhuma pessoa na

residecircncia onde mora apresentou alguma enfermidade nos uacuteltimos 6 meses

foi de 135 (5895) na zona rural e 52 (6667) na zona urbana Na zona

rural segundo relatado pelos entrevistados as enfermidades mais frequumlentes

que acometeram pelo menos uma pessoa da residecircncia onde reside o

morador entrevistado foram virose dengue diarreacuteias respectivamente em 32

30 e 23 domiciacutelios da amostra pesquisada Na zona urbana foram virose

diarreacuteia dengue e doenccedilas respiratoacuterias respectivamente em 11 7 3 e 3

residecircncias Natildeo foi informado ao entrevistado da ocorrecircncia de oacutebitos

A opiniatildeo dos entrevistados quanto agrave acessibilidade agraves unidades de

sauacutede numa escala de oacutetima a peacutessima eacute representada na Figura 723

A maior porcentagem dos entrevistados na zona rural (2925)

classificou como ruim a acessibilidade enquanto que na zona urbana a maior

proporccedilatildeo correspondente a 6538 disseram que o acesso eacute bom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

200

2576

2926

1572480

2446

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

513513

898

6538

1538

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

(a) Rural (n = 229) (b) Urbana (n = 78)

Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

733 ndash Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de saneamento)

Quando indagados sobre qual dos serviccedilos (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) o

entrevistado acha que lhe traz maiores problemas e dificuldades o maior

percentual de entrevistados em ambas as aacutereas respondeu que era o

esgotamento sanitaacuterio (2620 dos entrevistados na zona rural e 4231 dos

entrevistados na zona urbana) como representado nos graacuteficos da Figura 724

O segundo percentual maior em ambas as aacutereas correspondeu ao

abastecimento de aacutegua Um significativo nuacutemero de pessoas na zona rural

correspondendo a 2532 respondeu que natildeo sabe dizer

Por outro lado o serviccedilo mais escolhido como o melhor com 38 87 na

opiniatildeo dos entrevistados da zona rural foi o de sauacutede puacuteblica e na zona

urbana com 3206 dos entrevistados o serviccedilo de limpeza puacuteblica como

mostra a Figura 725 Ao responder o questionaacuterio muitos indagaram ao

entrevistador sobre o conceito de drenagem pluvial o qual respondeu de

forma simples e esclarecedora

2620

2621223

1223

2532 2140Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

4231

256

769

513897

3334Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

201

769

256

15382052

2179 3206

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterio

Drenagem pluvial

Limpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

O grau de satisfaccedilatildeo quanto aos serviccedilos puacuteblicos na opiniatildeo dos

entrevistados eacute representado nas Figuras 726 a 730

O maior percentual dos entrevistados na zona rural disse estar

insatisfeito com relaccedilatildeo aos serviccedilos de esgotamento e drenagem pluvial Com

relaccedilatildeo aos outros serviccedilos o maior percentual respondeu estar satisfeito

O uacutenico serviccedilo na zona urbana onde o maior percentual respondeu que

estava satisfeito foi o de drenagem pluvial Por outro lado o uacutenico serviccedilo em

que o maior percentual dos entrevistados respondeu estar insatisfeito foi o de

esgotamento sanitaacuterio Os demais serviccedilos a maior proporccedilatildeo respondeu estar

nem satisfeito nem insatisfeito Constata-se que embora o serviccedilo de limpeza

puacuteblica tenha sido escolhido como o melhor na opiniatildeo dos entrevistados na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (5641) respondeu natildeo estar satisfeito nem

insatisfeito

4454

2664

2882 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua na

opiniatildeo dos entrevistados

087

480

131

25762839

3887

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

4359

16673974 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

202

2533

1485

5982

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

4615

5128

257SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

2271

2009

4585

1135 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem pluvial na opiniatildeo

dos entrevistados

3450044

3537

2969

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

3718

5256

1026 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza puacuteblica

na opiniatildeo dos entrevistados

2183

4498

3319

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

5641

1538 2821 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

5256

3846

385513

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

203

74 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307

questionaacuterios sendo 229 na zona rural e 78 na zona urbana do municiacutepio de

Poccedilo Redondo constatou-se

Os chefes de famiacutelia na sua maioria agricultores que habitam na zona

rural possuem um baixo grau de escolaridade (na zona rural 4279 satildeo

analfabetos e 3450 sabem apenas assinar o nome mas escreve e lecirc com

dificuldade) Na zona urbana o grau de instruccedilatildeo dos chefes embora seja

superior aos da zona rural apresenta-se baixo (2564 satildeo analfabetos e 14

1795 mal sabem ler e escrever e apenas 256 possuem niacutevel superior)

Aleacutem disso um Percentual que corresponde a 6373 dos chefes de famiacutelia da

zona rural e 5514 da zona rural percebem menos que 1 salaacuterio miacutenimo e

vivem em moradia que apresenta um infra-estrutura sanitaacuteria deficitaacuteria

Embora sejam contemplados pelo abastecimento de aacutegua puacuteblico

alguns recorrem a outros meios para suprirem seu consumo devido agrave

intermitecircncia do fornecimento de aacutegua

Tanto na zona rural como na zona urbana o maior percentual dos

entrevistados escolheu o esgotamento sanitaacuterio como o pior serviccedilo Na zona

rural o maior percentual dos entrevistados disse achar os serviccedilos de sauacutede

como o melhor serviccedilo puacuteblico enquanto que na zona urbana disseram ser a

limpeza puacuteblica o pior

75 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Urge a necessidade de implantaccedilatildeo de um programa habitacional para

melhoria ou construccedilatildeo de casas populares dentro de padrotildees sanitaacuterios

adequados

A carecircncia de investimentos em saneamento eacute evidente Faz-se

necessaacuterio um ordenamento institucional que permita a implementaccedilatildeo de

accedilotildees e investimentos coordenados entre os trecircs niacuteveis de governo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

204

A educaccedilatildeo ambiental e a mobilizaccedilatildeo social devem ser prioritaacuterias

Dentre outras accedilotildees deveratildeo ser desenvolvidas a capacitaccedilatildeo de educadores

da rede ensino e difusatildeo de informaccedilotildees por diversos veiacuteculos de

comunicaccedilatildeo

76 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORGES NCF Caracterizaccedilatildeo da aacutegua cinza para promoccedilatildeo da

sustentabilidade dos recursos hiacutedricos 91 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Recursos Hiacutedricos e Ambiental) Universidade Federal do

ParanaacuteSetor de Tecnologia Curitiba-PR 2003

COCHRAN WG Teacutecnicas de amostragem Rio de Janeiro USAID 1965 555

p

DALTRO FILHO J SALES ATC Condiccedilotildees de salubridade de habitaccedilotildees

em uma comunidade do semi-aacuterido de Sergipe In 22o CONGRESSO

BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2003 Joinville

Anais Joinville ABES 2003 1 CD-ROM

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2001 1

CD-ROM

NASCIMENTO FILHO DG Contaminaccedilatildeo do manancial subterracircneo da

cidade de Feira de Santana por nitratos influecircncia das fossas seacutepticas In IX

SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

205

CAPIacuteTULO 8

CONCLUSOtildeES FINAIS

Com relaccedilatildeo agrave hipoacutetese formulada nesta tese verificou-se

(i) A aacutegua armazenada nas cisternas geralmente natildeo atendia aos padrotildees

estabelecidos para aacutegua destinada ao consumo humano Isso se deve ao fato

de que a aacutegua de chuva embora seja notoriamente de boa qualidade a aacutegua

armazenada nas cisternas monitoradas natildeo era exclusivamente de origem

pluvial e os cuidados com a proteccedilatildeo sanitaacuteria natildeo eram adequados

(ii) A aacutegua produzida nos quatro dessalinizadores monitorados embora nem

sempre tenha atendido aos padrotildees de potabilidade no geral mostrou-se de

boa qualidade para o consumo humano

(iii) Em nenhuma ocasiatildeo verificou-se que a qualidade de aacutegua dos barreiros

era apropriada para o consumo humano sendo no entanto recomendada

penas para usos menos nobres como por exemplo a dessedentaccedilatildeo de

animais Esse resultado jaacute era esperado em virtude de que estas estruturas

ficam bastante expostas sendo bastante susceptiacuteveis agrave contaminaccedilatildeo Aleacutem

disso havia sido verificado na literatura constataccedilatildeo similar

Com base nos estudos que foram conduzidos nesta pesquisa concluiu-

se

1 ndash Embora os indicadores ICV e IDH de desenvolvimento dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute venham ascendendo ao longo dos anos verificou-se em geral

que as condiccedilotildees de saneamento estatildeo aqueacutem do ideal Vaacuterias deficiecircncias

foram identificadas na aacuterea em estudo

(i) Uma necessidade de melhorar a preservaccedilatildeo manutenccedilatildeo e vistorias das

unidades do sistema de abastecimento e conscientizaccedilatildeo de evitar o

desperdiacutecio de aacutegua Aleacutem disso eacute uma necessidade premente que as

empresas responsaacuteveis devam promover um controle efetivo do sistema de

abastecimento atraveacutes do desenvolvimento de dois planos independentes um

de manutenccedilatildeo e outro de reabilitaccedilatildeo pois como foi relatado as perdas de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

206

aacutegua nos sistemas de abastecimento de aacutegua na aacuterea estudada satildeo elevadas

atingindo ateacute 76 (Petrolacircndia)

(ii) A ausecircncia de rede coletora em vaacuterias cidades (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas

Chorrochoacute e Monte Alegre de Sergipe) a baixa cobertura de coleta (menos de

50 das casas ligadas agrave rede de esgoto) em vaacuterias cidades (Delmiro Gouveia

Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco

Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo) e a

maacute preservaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio tecircm contribuiacutedo para o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

(iii) Necessidade de elaboraccedilatildeo de projetos criteriosos maior atenccedilatildeo com

relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos componentes do sistema de

drenagem

(iv) Uma necessidade de proporcionar um tratamento e disposiccedilatildeo adequados

aos resiacuteduos soacutelidos e elaboraccedilatildeo de um programa sistemaacutetico de educaccedilatildeo

ambiental

(v) Uma infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede e carecircncia de

profissionais de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida

(atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com 941) as altas taxas de

mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice aceitaacutevel da ONU que eacute

de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com um valor maacuteximo em

Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) e o nuacutemero elevado de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200 casos de diarreacuteia

notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

2 ndash Devido agrave ineficiecircncia no tocante aos cuidados com operaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos dessalinizadores de 56 unidades de dessalinizaccedilatildeo na aacuterea

de Xingoacute somente 11 vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem de 45

unidades que natildeo estavam produzindo aacutegua dessalinizada acrescente-se a

paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Adicionalmente

verificou-se que o rejeito gerado vinha sendo descartado no meio ambiente

sem nenhum criteacuterio contribuindo para a sua degradaccedilatildeo As anaacutelises de aacutegua

do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de cloretos STD e condutividade

eleacutetrica Os maiores valores foram verificados no rejeito gerado no

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

207

dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE) sendo esses valores iguais a

6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e de 18020 microScm (condutividade

eleacutetrica) Amostras de solo coletadas no local de despejo do rejeito dessas

unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao solo A condutividade

eleacutetrica de cada um dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas

no ponto de despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo

como salino sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor

foi verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

3 ndash Os valores de cor aparente turbidez e dureza da aacutegua do permeado

produzido pelos dessalinizadores de Areias Aroeira Minuim e Icozeira sempre

atenderam agrave Portaria 518 do MS No entanto o pH do permeado produzido nos

dessalinizadores de Aroeira e no de Icozeira nem sempre o STD e a

concentraccedilatildeo de cloretos do permeado produzido no dessalinizador de Areias

nem sempre atenderam agrave Portaria no 518 do MS Embora natildeo tenha sido

detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes no permeado conveacutem

efetuar a desinfecccedilatildeo pois as torneiras onde se retira o permeado ficam

expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute transportada em baldes com boa

possibilidade de ficar contaminada

4 ndash Levantamentos sobre as condiccedilotildees de uso das cisternas e anaacutelises de

aacutegua coletada evidenciaram a necessidade premente de um sistemaacutetico

programa de capacitaccedilatildeo dos usuaacuterios e de monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua

5 ndash A aacutegua estocada nos barreiros natildeo deve ser consumida pela populaccedilatildeo

pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de coliformes natildeo estatildeo

compatiacuteveis com a Portaria 518 do MS

6 ndash Com os resultados da aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios agrave populaccedilatildeo de Poccedilo

Redondo constatou-se o baixo niacutevel de escolaridade e de renda dos chefes de

famiacutelia e da maacute qualidade dos setores de serviccedilo

7 ndash De acordo com a opiniatildeo dos entrevistados na zona rural de Poccedilo

Redondo o serviccedilo de sauacutede foi o que apresentou maior percentual com

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

208

389 dos entrevistados escolhendo-o como o melhor serviccedilo enquanto que

284 responderam que natildeo sabiam qual o melhor serviccedilo

8 ndash Na zona urbana o serviccedilo que apresentou maior percentual foi o de

limpeza puacuteblica com cerca de 321 dos entrevistados elegendo-o como o

melhor serviccedilo Um percentual de 205 dos entrevistados natildeo soube

responder

9 ndash Tanto na zona rural como na urbana o esgotamento sanitaacuterio foi escolhido

como o pior serviccedilo respectivamente com 262 e 423 das pessoas

questionadas

Espera-se que os resultados deste trabalho proporcionem subsiacutedios que

auxiliem os gestores nas tomadas de decisotildees nas questotildees que envolvam o

saneamento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

209

ANEXOS

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

210

ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR (MODELO AP

10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

211

Bombadosadora

M - 4

M - 3M - 2M - 1 PSLV - 1

Filtros de cartucho

L1 L2 L3

V - 2

V - 4

Bomba de alta pressatildeo

RecirculaccedilatildeoL6

V - 9 P1

P2

P3

V - 3

Q1

Q2

V - 6

V - 5

VR

VR

V - 7

V - 8

Efluente concentrado

Efluentepermeado

L4

L5

A

B

Aacutegua de alimenta ccedilatildeo(Salobra)

Lim pezaquiacutem ica - eRetrolavagem -

B

A

Figura A1 Fluxograma do dessalinizador (modelo AP 10004000 da

Perenne) de Minuim (Santa Briacutegida-BA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

212

A1 ndash DESCRICcedilAtildeO DO PROCESSO (RELACIONADO Agrave FIGURA A1)

A aacutegua salobra (L1) eacute admitida na unidade atraveacutes da vaacutelvula (V ndash 1) em seguida passa por uma bateria de filtros de cartucho onde satildeo removidos os soacutelidos em suspensatildeo A referida bateria eacute composta por 6 filtros de cartucho em paralelo Apoacutes a bateria de filtros a aacutegua salobra filtrada eacute enviada para a bomba de alta pressatildeo (L2) que fornece pressatildeo suficiente para remover os sais atraveacutes das membranas)

A linha L3 alimenta o vaso de pressatildeo onde ocorre o processo de separaccedilatildeo As linhas L4 e L5 conduzem respectivamente concentrado e aacutegua potaacutevel Obs No caso de queda de pressatildeo na L2 apoacutes os filtros de cartucho (por falta de aacutegua de alimentaccedilatildeo entupimento dos filtros vazamentos etc) o equipamento desliga-se automaticamente

A2 ndash DESCRICcedilAtildeO DAS LINHAS EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS A21 ndash LINHAS (REFERE-SE AO FLUXOGRAMA DE PROCESSO COMPLETO) Tabela A1 Linhas Linha Material Qualidade da aacutegua Utilizaccedilatildeo

L1 PVC Salobra (baixa pressatildeo natildeo exceder 7 kgcm2)

Alimentaccedilatildeo dos filtros de 5 micra

L2 CPVCnylon Salobra (baixa pressatildeo) Captaccedilatildeo da aacutegua dos filtros de 5 micra para

alimentaccedilatildeo da bomba de alta

pressatildeo L3 PVC Salobra (alta pressatildeo natildeo

exceder 30 kgcm2) Transporta aacutegua salobra filtrada e

pressurizada durante a operaccedilatildeo para

alimentar os permeadores

L4 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Transporta aacutegua salobra concentrada

L5 PVC Potaacutevel (baixa pressatildeo) Transporta aacutegua potaacutevel para o reservatoacuterio

L6 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Recircula o concentrado para

aumentar a recuperaccedilatildeo do

sistema (opcional)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

213

A22 ndash EQUIPAMENTOS Tabela A2 Bomba de alta pressatildeo

Tipo Pressatildeo de operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga multi-

estaacutegio

180 220380 V ndash monofaacutesicotrifaacutesico ndash 60

Hz

30 Comprimir a aacutegua salobra filtrada a ser

enviada aos permeadores

Tabela A3 Bomba de retrolavagem Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga em Noryl

20 220 V ndash monofaacutesicondash

60 Hz

13 Fazer retrolavagem e limpeza quiacutemica

Tabela A4 Bomba dosadora (opcional) Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Funccedilatildeo

Diafragma 180 Bobina Saw Dosar aacutecido eou anti-incrustante

Tabela A5 Vaacutelvulas Vaacutelvula Tipo Funccedilatildeo V ndash 1 Esferamanual Controlar a entrada da aacutegua salobra

(aacutegua do poccedilo) V ndash 2 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda da bomba de alta pressatildeo V ndash 3 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda do concentrado do permeador (regulagem do dessalinizador)

V ndash 4 Esferamanual Controlar o sistema de retrolavagem V ndash 5 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 6 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 7 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 8 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 9 Registromanual Ajustar a recirculaccedilatildeo (opcional) VR Retenccedilatildeo Assegurar o sistema

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

214

Tabela A6 Filtros de cartucho (5 micra) Quantidade Elemento filtrante Vazatildeo maacutexima de

operaccedilatildeo (m3helemento)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo (kgcm2)

6 Cartucho de celulose

aglomerada eou polipropileno 5

micras

10 Diferencial de 18 ndash 24

Tabela A7 Permeadores (P1 P2 e P3) Nuacutemero de elementos

Comprimento (m) Diacircmetro (m)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo

(psi)

Temperatura maacutexima de

operaccedilatildeo (oC)

3 30 01 3550 45 Obs os permeadores satildeo tubos de alta pressatildeo confeccionados em plaacutestico reforccedilado com fibra de vidro internamente montados com membranas de osmose reversa (3 membranas em cada permeador) e com vazatildeo maacutexima por permeador de 36 m3h

A23 ndash INSTRUMENTACcedilAtildeO Tabela A8 Manocircmetros

Manocircmetro Funccedilatildeo M ndash 1 Verificar a pressatildeo da alimentaccedilatildeo da bateria de filtros de cartucho

(5 micra) M ndash 2 Verificar a pressatildeo de saiacuteda da bateria de filtros de cartucho (5

micra) M ndash 3 Verificar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo dos permeadores M ndash 4 Verificar a pressatildeo de saiacuteda dos permeadores (concentrado)

Tabela A9 Medidores de vazatildeo Manocircmetro Funccedilatildeo

Q1 Medir a vazatildeo da aacutegua concentrada Q2 Medir a vazatildeo da aacutegua potaacutevel

Tabela A10 Pressostato Pressatildeo de

acionamento (kgcm2)

Funccedilatildeo

10 Controlar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo da bomba de alta pressatildeo e enviar sinal eleacutetrico para o desligamento da

bomba de alta pressatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

215

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM

POCcedilO REDONDO-SE (Figuras B1 a B20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

216

Figura B1 Areias Figura B2 Assentamento

Cajueiro

Figura B3 Assentamento Maria Bonita

Figura B4 Assentamento Maria Feitosa

Figura B5 Assentamento Mulungu

Figura B6 Assentamento Pioneira

Figura B7 Assentamento Satildeo Francisco

Figura B8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

217

Figura B9 Maranduba Figura B10 Pia do Boi

Figura B11 Queimadas Figura B12 Rancho Velho

Figura B13 Tanque Novo Figura B14 Berro Grosso

Figura B15 Flor da Serra Figura B16 Assentamento

JacareacuteCurituba

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

218

Figura B17 Peacute da Serra Figura B18 Salgadinho

Figura B19 Satildeo Joseacute Figura B20 Serra da Guia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

219

ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS CISTERNAS

MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE (Figuras C1 a C20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

220

Figura C1 Areias

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

(g)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

(c) (d)

(f)

(h)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

221

Figura C2 Assentamento Cajueiro

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

5

10

15

20

25

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

2

4

6

8

10

12

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

050

100150200250300350400

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

(f)

(h)(g)

(e)

(c)

(b)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

(d)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

222

Figura C3 Assentamento Maria Bonita

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

05

1015202530354045

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(a)

(d)(c)

(e) (f)

(g) (h)

(j)

(b)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

223

Figura C4 Assentamento Maria Feitosa

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(b)

(d)(c)

(a)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

224

Figura C5 Assentamento Mulungu

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Tur

bide

z (u

T)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

ST

D (m

gL)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

DESO + chuva DESO

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

225

Figura C6 Assentamento Pioneira

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO + chuva chuva DESO

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva chuva DESO

(b)

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

226

Figura C7 Assentamento Satildeo Francisco

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

02468

1012141618

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

123456789

1011121314

pH

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

227

Figura C8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

020406080

100120140160180

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

228

Figura C9 Maranduba

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

229

Figura C10 Pia do Boi

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chafariz + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chafariz + chuva chuva

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

230

Figura C11 Queimadas

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

6

7

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

05

1

15

2

25

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

(f)

(h)(g)

(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

231

Figura C12 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

14

Cor

apa

rent

e (u

H)

02468

1012141618

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

232

Figura C13 Tanque Novo

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

Turb

idez

(uT)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

10

20

30

40

50

60

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

(b)(a)

(c) (d)

(f)

(g) (h)

(j)(i)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

233

Figura C14 Berro Grosso

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

(i)

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

10121416

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(h)

(j)

(g)

(f)(e)

(d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

234

Figura C15 Flor da Serra

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(c)

(f)(e)

(d)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

235

Figura C16 Assentamento JacareacuteCurituba

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0102030405060

7080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO

(g)

(i) (j)

(h)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

236

Figura C17 Peacute da Serra

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

237

Figura C18 Salgadinho

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

100

200

300

400

500

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

238

Figura C19 Satildeo Joseacute

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

239

Figura C20 Serra da Guia

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Scm

)

020406080

100120140160180

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

(g) (h)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

240

ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

241

Figura D1 Bomba bola de gude

Tabela D1 Material necessaacuterio para a confecccedilatildeo da bomba bola de gude Parte interna Parte externa bull Joelho de 90o soldaacutevel de 32 mm bull Cap soldaacutevel bull Tubo de 32 mm com 15 cm bull Tubo de 32 mm com 25 cm bull Tubo de 32 mm com 10 cm bull Tubo de 30 mm com 240 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull T soldaacutevel de 32 mm bull Luva soldaacutevel 25 por 32 mm mista bull Luva soldaacutevel com rosca 25 por 32 mm mista bull 2 bolas de gude bull 1 anel de sola

bull Bucha de reduccedilatildeo soldaacutevel curta de 50 por 40 mm bull Adaptador (frange) de 50 por 1 12rdquo com rosca interna bull Tubo de 50 mm com 225 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull Tubo de 50 mm com 150 mm com furo bull Luva de 50 por 1 frac12 mista bull Luva de reduccedilatildeo soldaacutevel 50 por 32 mm bull Luva soldaacutevel com rosca 25 cm por 32 mm

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

242

ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

243

E1 ndash CARACTERIacuteSTICAS DO CLORADOR DA EMBRAPA Simples barato eficiente e pode ser montado pelo proacuteprio usuaacuterio Sua finalidade eacute clorar a aacutegua em propriedades rurais

Figura E1 Cloraccedilatildeo de aacutegua do reservatoacuterio

Figura E2 Esquema de montagem do clorador da EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

244

E2 ndash COMO PROCEDER PARA CLORAR A AacuteGUA A SER CONSUMIDA 1 ndash Fechar o registro (A) da entrada de aacutegua para o reservatoacuterio

2 ndash Abrir a torneira (B) para aliviar a pressatildeo da tubulaccedilatildeo Quando a aacutegua

parar de escorrer tornar a fechaacute-la

3 ndash Preparar a soluccedilatildeo de cloro da seguinte forma em frac12 copo de aacutegua colocar

uma colher rasa de cafeacute do cloro granulado (adquirido no comeacutercio

especializado em venda de produtos para piscina) e misturar bem ateacute diluir o

cloro Esta quantidade eacute suficiente para um reservatoacuterio com capacidade de

500 L de aacutegua

4 ndash Apoacutes isso abrir o registro (C) e entornar lentamente a soluccedilatildeo no receptor

de cloro (D) procurando evitar o borbulhamento da soluccedilatildeo que pode causar

acidente caso atinja os olhos

5 ndash Apoacutes esta operaccedilatildeo lavar o receptor de cloro (D) com aacutegua limpa e em

seguida fechaacute-lo

6 ndash Apoacutes isso fechar o registro do clorador (C) e abrir o registro da entrada de

aacutegua Assim que o cloro atingir o reservatoacuterio a aacutegua estaraacute clorada Uma hora

depois estaraacute isenta de germes Para acelerar esse processo basta utilizar a

aacutegua da caixa dando uma descarga no vaso sanitaacuterio

Obs a cloraccedilatildeo deve ser precedida por uma filtraccedilatildeo Adquirindo-se um kit de

dosagem de cloro pode-se verificar se a aacutegua estaacute corretamente clorada na

dosagem ideal

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

245

E3 ndash Material necessaacuterio para montagem do clorado da EMBRAPA

(a) Adaptador 25 x 34 (R$625unid) (b) Bucha reduccedilatildeo 60 x 25 (R$355unid)

(c) Registro Esfera 34 (R$1185unid) (d) Niacutepel ndash 34 ndash R$047unid)

(e) Tecirc 25 mm (R$061unid) (f) Tecirc 25 mm rosqueado (R$148unid)

(g) Torneira de jardim 12 (R$1058unid) (h) Tubo 25 mm (R$180m)

Figura E3 Tubos e conexotildees necessaacuterios para a montagem do clorador da EMBRAPA (com a indicaccedilatildeo de preccedilos - Tupan Construccedilotildees Recife 27012007)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

246

ANEXO F FILTRO DE AREIA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

247

Tabela F1 Eficiecircncia da remoccedilatildeo do filtro de areia

Paracircmetro Desempenho do filtro Cor Reduccedilatildeo de 30 a 100

Turbidez Reduccedilatildeo para 1 UNT Coliformes termotolerantes Reduccedilatildeo entre 95 e 100

Cercarias Virtual remoccedilatildeo de cercaacuterias de schistossoma cistos e ovos

Viacuterus Virtual completa remoccedilatildeo Mateacuteria orgacircnica 60 a 75 de reduccedilatildeo

Ferro e manganecircs Muito removidos Metais pesados 30 a 95 de reduccedilatildeo

Figura F1 Esquema do filtro de areia (PINTO HERMES 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

248

ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras G1 a G8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

249

Figura G1 Pia do Boi Figura G2 Rancho Velho

Figura G3 Satildeo Sebastiatildeo Figura G4 Titoacuteia

Figura G5 Junccedila Figura G6 Maravilha

Figura G7 Poccedilo Preto Figura G8 Salitrado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

250

ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS

BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras H1 a H8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

251

Figura H1 Pia do Boi

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

STD

(mg

L)

0

100

200

300

400

500

600

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

252

Figura H2 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(a) (b)

(d)

(e) (f)

(h)(g)

0500

10001500200025003000350040004500

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

253

(c) Satildeo Sebastiatildeo

Figura H3 Satildeo Sebastiatildeo

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0102030405060708090

100

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800900

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

STD

(mg

L)

0

20

40

60

80

100

120

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(f)(e)

(d)

(a) (b)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

254

Figura H4 Titoacuteia

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

1000

STD

(mg

L)

05

10152025303540

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)

(b)(a)

0

50

100

150

200

250

300

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

6080

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

2040

60

80

100120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

255

Figura H5 Junccedila

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(d)(c)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

256

Figura H6 Maravilha

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

2030

40

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

010

20

3040

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

(h)

(i) (j)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

257

Figura H7 Poccedilo Preto

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

30

60

90

120

150

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200

300400500600

700800

ST

D (m

gL)

01020304050607080

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

258

Figura H8 Salitrado

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(f)(e)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

259

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO

APLICADO EM POCcedilO REDONDO-SE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

260

SERVICcedilO PUacuteBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO A pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras

hiacutedricas na aacuterea de Xingoacuterdquo tem entre os seus objetivos especiacuteficos sugerir e orientar

medidas relacionadas com o abastecimento humano no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

com o objetivo de sua melhoria Para isso seratildeo feitas algumas perguntas aos

moradores e as respostas seratildeo anotadas em questionaacuterio Todas as informaccedilotildees seratildeo

anocircnimas (sigilosas) O entrevistado natildeo seraacute identificado nem assinaraacute qualquer

documento garantindo-lhe total sigilo Os resultados serviratildeo agrave elaboraccedilatildeo de trabalho

para conclusatildeo de curso de doutorado Poderatildeo os seus resultados serem publicados em

trabalhos cientiacuteficos e agrave prefeitura de Poccedilo Redondo-SE a fim de contribuir para

melhoria da qualidade de vida da aacuterea estudada Sabe-se que a sauacutede da populaccedilatildeo estaacute

diretamente ligada agrave existecircncia de serviccedilos de saneamento adequados

Eu ____________________________________ declaro que tomei conhecimento da (nome da pessoa entrevistada)

pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute e livremente concordo em participar da mesma

Diante deste termo dato e assino abaixo ________________________________________________________ Giovanni de Melo Perazzo (entrevistador)

Poccedilo Redonso-SE____ de ______________ de ______

Obs para qualquer duacutevida ou esclarecimento por parte do entrevistado entrar em contato com o

entrevistador (Giovanni de Melo Perazzo) nos seguintes telefones (82) 3686-1557 ou (81) 2126-8906

Departamento de Engenharia Civil - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Ambiental e Recursos

Hiacutedricos Endereccedilo Av Acadecircmico Heacutelio Ramos sn ndash Cidade Universitaacuteria CEP 50740-530 Recife-PE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

261

Riscos A referida pesquisa oferece riscos miacutenimos agrave pessoa entrevista incluindo-se a

possibilidade de causar-lhe constrangimento com relaccedilatildeo agraves perguntas oferecidas pelo

questionaacuterio

Benefiacutecios Com a obtenccedilatildeo dos conhecimentos obtidos sobre o saneamento ambiental

(potencialidades deficiecircncias e proposiccedilotildees) no municiacutepio investigado (Poccedilo Redondo-

SE) espera-se que accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo de planejamento e definiccedilatildeo de tomada de

decisotildees possam ser efetuadas por parte dos gestores no sentido de melhoria do niacutevel

de vida da populaccedilatildeo em particular o saneamento ambiental

______________________________

(assinatura do entrevistado)

______________________________

Assinatura de testemunha

______________________________

Assinatura de testemunha

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

262

Paracircmetros a serem coletados junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo submetidos agrave aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc

de Eacutetica do CCSUFPE 1) Perfil 11) Niacutevel de escolaridade do chefe de famiacutelia Natildeo possui ( ) alfabetizado ( ) 1o grau ( ) 2o grau ( ) superior ( ) poacutes-graduaccedilatildeo ( ) 12) Funccedilatildeo (profissatildeo) ____________________________ 13) Quantas horas por dia trabalha Menos de 4 horas ( ) 4 horas ( ) 5 horas ( ) 6 horas ( ) 7 horas ( ) 8 horas ( ) 9 horas ( ) 10 horas ( ) mais de 10 horas ( ) 14) Renda mensal Menor que 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 2 salaacuterios miacutenimo ( ) 3 salaacuterios miacutenimo ( ) 4 salaacuterios miacutenimo ( ) maior que 4 salaacuterios miacutenimo ( ) 15) Nuacutemero de residentes na casa onde mora ______ 16) Quais culturas cultiva Feijatildeo ( ) milho ( ) mandioca ( ) mamatildeo ( ) melancia ( ) cenoura ( ) outras ( ) quais_____________________________ 17) Animais que cria Cabras e bodes ( ) ndash quantos________________ Vacas e bois ( ) ndash quantos________________ Porco ( ) ndash quantos________________ Galinha ( ) ndash quantos________________ Outros ( ) ndash quais________________________ quantos________________ 2) Objeto 21) Tipo de parede da casa Tijolo ( ) taipa ( ) madeira ( ) adobe ( ) bloco de cimento ( ) outra ( ) 22) Tipo de revestimento da parede Sem reboco ( ) rebocada ( ) rebocada parcialmente ( ) rebocada e caiada ( ) outra ( ) 23) Material da cobertura Telha de barro ( ) telha de cimento amianto ( ) telha de alumiacutenio ( ) madeira ( ) palha ( ) outra ( ) 24) Material do piso do chatildeo Madeira ( ) tijolo ( ) terra ( ) ladrilhoceracircmicacimento ( ) 25) Pavimentaccedilatildeo da rua Paralelepiacutepedo ( ) asfalto ( ) barro ( ) outro ( ) natildeo tem ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

263

26) Local onde existe fissura na casa Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) sem fissura ( ) 27) Local na casa onde existe umidade Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) Natildeo existe ( ) 28) Forma de abastecimento de aacutegua No inverno rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) No veratildeo rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) 29) Possui caixa daacutegua ou cisterna Sim ( ) Quantos litros____________ Natildeo ( ) 210) Possui hidrocircmetro Sim ( ) Natildeo ( ) 211) Como trata a aacutegua que bebe filtra ( ) cocirca ( ) ferve ( ) usa cloro ( ) natildeo trata ( ) 212) Destino do esgoto da casa fossa seacuteptica p depois ir para o solo ( ) fossa seacuteptica p depois ir p a rede coletora ( ) fossa seca ( ) solo a ceacuteu aberto ( ) rede coletora ( ) 213) Possui banheiro Na casa ( ) fora da casa ( ) natildeo possui banheiro ( ) 214) As aacuteguas servidas satildeo aproveitadas de alguma forma Sim ( ) como _______________ natildeo ( ) 215) Destino do lixo Coletado pela prefeitura ( ) queimado ( ) enterrado ( ) mato ( ) rio ( ) 216) Teve algum caso de doenccedila nos residentes nos uacuteltimos 6 meses Sim ( ) qual _______________ Natildeo ( ) 217) Acesso aos oacutergatildeos de sauacutede puacuteblica Oacutetimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) peacutessimo ( ) 3) Aberto 31) Qual o pior serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

264

32) Qual o melhor serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( ) 33) Grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada um dos serviccedilos prestados Abastecimento de aacutegua Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Esgotamento sanitaacuterio Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Drenagem pluvial Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Limpeza puacuteblica Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Serviccedilos de sauacutede Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

P427s Perazzo Giovanni de Melo

Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute Giovanni de Melo Perazzo ndash Recife O Autor 2007

xii 264 f il graacutefs tabs Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CTG Depto de Engenharia Civil Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Civil 2007

Inclui referecircncias bibliograacuteficas e anexos 1 Engenharia Civil 2 Saneamento Ambiental 3

Aacutegua - Qualidade 4 Aacutegua ndash Abastecimento - Xingoacute I Tiacutetulo

624 CDD (22ed) UFPEBCTG2007-065

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ldquoA aacutegua eacute um recurso natural renovaacutevel que apresenta sinais de escassez Esta escassez se faz sentir quando a aacutegua eacute desperdiccedilada ou perdida por natildeo se reconhecer o seu verdadeiro valorrdquo (BANCO MUNDIAL 1992)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Geraldo Perazzo e Diana Abrantes de Melo Perazzo minha eterna gratidatildeo

Agrave toda minha famiacutelia pelo que me tem proporcionado

Ao Professor Mario Takayuki Kato orientador e idealizador desta tese

pelo apoio orientaccedilatildeo e pela confianccedila que depositou em mim

Agrave professora e co-orientadora Saacutevia Gavazza pelas sugestotildees

orientaccedilotildees e amizade

Agrave Professora Lourdinha Florencio pela amizade e conhecimentos transmitidos

Aos professores da UFPE que fazem a Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia

Civil em especial aos professores Maria do Carmo Sobral Joseacute Mariano de

Saacute Aragatildeo Paulo Tadeu Ribeiro de Gusmatildeo Suzana Montenegro Jaime

Cabral Sylvio Campello pela contribuiccedilatildeo acadecircmica e profissional

imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do meu doutorado

Aos colegas Vicente de Paula e Ronaldo Faustino pela amizade

sincera companheirismo cooperaccedilatildeo lealdade e por terem compartilhado

duacutevidas problemas soluccedilotildees e alegrias

Ao professor da UFRPE Joseacute Antonio Aleixo pela contribuiccedilatildeo na parte

estatiacutestica

Aos dedicados funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Civil

Ronaldo Fonseca Teacutecnico do Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental

Laudenice Bezerra e Andreacutea Negromonte secretaacuterias do curso de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia Civil da UFPE pelo profissionalismo e sincera

amizade

A todos os amigos e colegas da Poacutes-graduaccedilatildeo e do Grupo de

Saneamento Ambiental em especial a Ana Maria Bastos Ana Paula de

Arauacutejo Ana Claacuteudia Andreacute Felipe Santos Diogo Santana Flaacutevio Joseacute Castro

Filho Jefferson Henrique Bonfim Kenia Barros Maria Clara Mendonccedila Mariacutelia

Lyra Mauriacutecio Pimenta Marcos Vieira Petronildo Bezerra Silvana Arauacutejo

Simone Machado Sergio Carneiro Suzana Pedroza Tauil Selingardi Joseacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Armando Torres Moreno e Valmir Marques pelo companheirismo e alegria

durante toda nossa convivecircncia

Agrave professora e diretora do Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute professora Isabel Marinho pelo indispensaacutevel apoio agrave

pesquisa A todos os amigos que convivi no Instituto Xingoacute e que de alguma

forma ajudaram-me na soluccedilatildeo de problemas Rivaldo Pereira (Pingo)

Anselmo Alves Rivaldo Couto Jucelino Schaeffer Renato Figueiredo Jailza

Siqueira Joseacute Gomes Auro Andrade Marcelo Barbalho Renata Paulino

Ricardo Bezerra Ana Rute Bernardino Ramalho Alberto Guedes Joseacute Castro

Erick Lopes Paulo Belchior Aidil Almeida e Wbaneide Andrade

A todos os amigos que estatildeo ou que passaram pelo Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental em especial a Juliana Cardoso Juilma Anailda da

Silva Luiacuteza Feitosa Taciana dos Santos Sylvia Costa Aparecida Guilherme

Poliana Maria Andreacute Diego Cinthia Melquiacuteades Elizabeth Pastich Ewson

Andrade Ednaldo Gomes Aline Brasil Aluiacutezio Galdino Ismaacutelia Melo Luiz

Galdino Rodrigo Mendonccedila Solange Melo Yuri Vieira entre outros pela

colaboraccedilatildeo e amizade

Agrave FUNASA pelo apoio financeiro e em especial ao consultor ad hoc

Osman Lins e agrave Sra Filomena Kotaka pela amizade e apoio agrave pesquisa

Ao Ministeacuterio da Ciecircncia e TecnologiaCAPES pelo apoio financeiro agrave

pesquisa

Agrave Universidade Federal de Pernambuco pela oportunidade iacutempar de

desenvolver este trabalho

Ao Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico de Xingoacute pelo

apoio logiacutestico

Agraves prefeituras dos municiacutepios de Xingoacute em particular agrave prefeitura de

Poccedilo Redondo pelas informaccedilotildees e apoio

Aos moradores entrevistados em Poccedilo Redondo pelas entrevistas aos

questionaacuterios semi-estruturados

Aos proprietaacuterios das 20 cisternas monitoradas por consentirem a coleta

de aacutegua para anaacutelise

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

SUMAacuteRIO

Paacutegina

LISTA DE FIGURAS i

LISTA DE TABELAS iv

LISTA DE SIGLAS E SIacuteMBOLOS vii

RESUMO ix

ABSTRACT xi

CAPIacuteTULO 1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

1

1 OBJETIVOS DA PESQUISA 4 11 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA 4 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 4 13 HIPOacuteTESE 4 14 ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE 5 CAPIacuteTULO 2 O ESTADO DA ARTE

7 21 A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-

AacuteRIDO BRASILEIRO

7 22 SANEAMENTO AMBIENTAL 14 23 QUALIDADE DE AacuteGUA 16 231 Generalidades 16 232 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos 18 233 Paracircmetros bacterioloacutegicos 23 234 Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano 24 24 ABASTECIMENTO DE AacuteGUA 26 241 Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua 26 242 Obras hiacutedricas de pequeno porte 29 24 ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA

QUALIDADE DE AacuteGUA

45 241 Dessalinizaccedilatildeo 45 242 Filtraccedilatildeo domiciliar 55 243 Desinfecccedilatildeo 56 244 Moringa 56 245 Aguapeacute (Eichornia crassipes) 58

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 25 USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO

AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

59 251 Controle de perdas e desperdiacutecio 59 252 Reuacuteso de aacutegua 60 26 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 61 CAPIacuteTULO 3 PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

77

RESUMO 77 ABSTRACT 77 31 INTRODUCcedilAtildeO 78 32 METODOLOGIA 78 33 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 79 331 Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 79 332 Perfil do saneamento ambiental 85 34 CONCLUSOtildeES 100 35 RECOMENDACcedilOtildeES 101 36 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 102 CAPIacuteTULO 4 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE DESSALINIZADORES NA AacuteREA DE XINGOacute

105

RESUMO 105 ABSTRACT 105 41 INTRODUCcedilAtildeO 106 42 METODOLOGIA 107 43 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 111 44 CONCLUSOtildeES 138 45 RECOMENDACcedilOtildeES 140 46 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 141

CAPIacuteTULO 5 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO REDONDO-SE

143 RESUMO 143 ABSTRACT 143 51 INTRODUCcedilAtildeO 144 52 METODOLOGIA 147 53 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 152 54 CONCLUSOtildeES 167

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina 55 RECOMENDACcedilOtildeES 169 55 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 170 CAPIacuteTULO 6 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM

POCcedilO REDONDO-SE

173

RESUMO 173 ABSTRACT 173 61 INTRODUCcedilAtildeO 173 62 METODOLOGIA 174 63 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 176 64 CONCLUSOtildeES 180 65 RECOMENDACcedilOtildeES 181 66 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 181 CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO REDONDO-SE

183

RESUMO 183 ABSTRACT 183 71 INTRODUCcedilAtildeO 184 72 METODOLOGIA 184 73 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 188 731 Perfil dos moradores 188 732 Objeto (perfil sanitaacuterio) 191 733 Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de

saneamento)

200 74 CONCLUSOtildeES 203 75 RECOMENDACcedilOtildeES 203 76 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 204

CAPIacuteTULO 8 CONCLUSOtildeES GERAIS

205

ANEXOS 209 ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR

(MODELO AP 10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA) 210

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 215 ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS

CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 219

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Paacutegina ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE 240 ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA 242 ANEXO F FILTRO DE AREIA 246 ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 248 ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS BARREIROS

MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 250

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO APLICADO EM POCcedilO

REDONDO-SE 259

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

i

LISTA DE FIGURAS Paacutegina Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o

detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GeoXingoacute)

3 Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-Aacuterido no Brasil (IBAMA 2003

apud Freire 2004)

10 Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999) 32 Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001) 37 Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001) 38 Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Costa e Melo (ABREU 2001) 39 Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997) 40 Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS

1997)

41 Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e

amostragem (FREITAS 1997)

41 Figura 29 Processos de osmose (CRAVO 1999) 47 Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al

(2006)

54 Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento

de aacutegua na aacuterea de Xingoacute

88 Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

89 Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da

aacuterea de Xingoacute no rio Satildeo Francisco e seus afluentes

90 Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com

utilizaccedilatildeo inadequada na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas envolvendo o esgotamento sanitaacuterio

na aacuterea de Xingoacute

91 Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea

de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

92 Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de

Xingoacute

93 Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionadas aos resiacuteduos soacutelidos e

limpeza puacuteblica na aacuterea de Xingoacute

95 Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos

na aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

95 Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

99 Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem

dessalinizador em Poccedilo Redondo

113 Figura 42 Dessalinizadores monitorados 117 Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

121

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ii

Paacutegina Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias 123 Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira 125 Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim 127 Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira 129 Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

136 Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

154 Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da

cisterna do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de detritos

155 Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 54 Caixa construiacuteda sem impermeabilizante para a determinaccedilatildeo

de pH

163 Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas

nas caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

163 Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo

Redondo

188 Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

188 Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo 189 Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo 189 Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo 190 Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo 190 Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

192 Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas 193 Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo

Redondo

195 Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo 195 Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro 196 Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do

vaso sanitaacuterio

196 Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal de residecircncia 196 Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

197

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iii

Paacutegina Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidades de tratamento de Santa

Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso

em Santa Rosa do Ermiacuterio

198 Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de

Poccedilo Redondo

198 Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

200 Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 200 Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 201 Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua

na opiniatildeo dos entrevistados

201 Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem urbana na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza na

opiniatildeo dos entrevistados

202 Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

202

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

iv

LISTA DE TABELAS

Paacutegina Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado 7 Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

25 Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a

Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

26 Tabela 24 Tipos de dessalinizadores 46 Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex

53 Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo

de atriplex

53 Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como

coagulante

58 Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos

29 municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto Xingoacute

80 Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute

83 Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute

86 Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade de aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados

109 Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

109 Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

110 Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory 111 Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

114 Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e

deslocamentos a serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em dessalinizadores

116 Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de

permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

118 Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

122 Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

124

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

v

Paacutegina Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

126 Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)

permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

128 Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito)

135 Tabela 413 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 414 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

137 Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

148 Tabela 52 Paracircmetros de qualidade de aacutegua determinados na aacutegua

coletada nas 20 cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

150

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas localizadas em Poccedilo Redondo-SE

155

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

157

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

159

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

160

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

161

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta

162

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vi

Paacutegina Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na

caixa construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda sem o impermeabilizante

164

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20 cisternas em Poccedilo Redondo

166

Tabela 61 Localidades e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de 8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem

176

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8 barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

176

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados

177

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

178

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros em Poccedilo Redondo-SE

180

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados nas aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

187

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

vii

LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SIacuteMBOLOS

A Ampegravere (unidade de corrente eleacutetrica) ABCMAC Associaccedilatildeo Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacuteguas de

Chuva ABES Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ABRH Associaccedilatildeo Brasileira de Recursos Hiacutedricos Al siacutembolo quiacutemico do alumiacutenio AL sigla do estado de Alagoas AMASE Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe APHA American Public Health Association AWWA American Water Works Association BA sigla do estado da Bahia BaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de baacuterio CaCO3 foacutermula quiacutemica do carbonato de caacutelcio CaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de caacutelcio CASAL Companhia de Abastecimento drsquoAacutegua e Saneamento do

Estado de Alagoas CDJBC Centro Dom Joseacute Brandatildeo de Capacitaccedilatildeo CECAC Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos CECOR Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural CERB Companhia de Engenharia Rural da Bahia CHESF Companhia Hidro Eleacutetrica do Satildeo Francisco Cl - iacuteon cloreto CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco

e do Parnaiacuteba COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento CPATSA Centro de Pesquisa Tecnoloacutegica do Semi-Aacuterido CPVC cloreto de polivinila clorado CV coeficiente de variaccedilatildeo CV cavalo-vapor (unidade de potecircncia) DESO Companhia de Saneamento de Sergipe dSm deciSimens por metro EE estaccedilatildeo elevatoacuteria EMBASA Empresa Baiana de Aacuteguas e Saneamento EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ETA estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua FADE Fundaccedilatildeo de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade

Federal de Pernambuco Fe siacutembolo quiacutemico do ferro FIB Faculdade Integrada da Bahia ha hectare (unidade de aacuterea) IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Renovaacuteveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ICV Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

viii

IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano IPEa Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada IRCSA International Rainwater Catchment Systems Association IRPAA Instituto Regional da Pesquisa Agropecuaacuteria Apropriada K siacutembolo quiacutemico do potaacutessio kg quilograma (unidade de massa) L litro (unidade volumeacutetrica) mg miligrama (unidade de massa) Mn siacutembolo quiacutemico do manganecircs MOGGOD Mixed Oxidant Gases Generated On site for Disinfection MS Ministeacuterio da Sauacutede mScm miliSimens por centiacutemetro (unidade de condutividade eleacutetrica) MST Movimento dos Sem Terra Na siacutembolo quiacutemico do soacutedio no nuacutemero OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede ONG Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OPS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede p paacutegina PE sigla do estado de Pernambuco pH potencial hidrogeniocircnico ppm partes por milhatildeo PNUD Programa da Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento ldquo polegada porcentagem permil partes por mil PST percentagem de soacutedio trocaacutevel PVC policloreto de vinilo RAS relaccedilatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio SAAE Serviccedilo Autocircnomo de Aacutegua e Esgoto SE sigla do estado de Sergipe SECTMA Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Meio Ambiente STD Soacutelidos Totais Dissolvidos SUDENE Superintendecircncia de Desenvolvimento do Nordeste UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco UHE usina hidroeleacutetrica UNEP United Nations Environment Programme UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia v volume V Volt (unidade de potencial eleacutetrico) WEF Water Environment Federation WHO World Health Organization Zn siacutembolo quiacutemico do zinco

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

ix

RESUMO

Neste trabalho avaliou-se a situaccedilatildeo do saneamento ambiental

(abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza

puacuteblica e sauacutede puacuteblica) na zona urbana de 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Satildeo analisadas principalmente as principais deficiecircncias encontradas atraveacutes

de levantamentos de campo e consultas a oacutergatildeos oficiais Esta aacuterea encontra-

se totalmente inserida no semi-aacuterido brasileiro De acordo com os resultados da

pesquisa em geral a aacuterea de Xingoacute apresenta infra-estrutura sanitaacuteria e

gerenciamento deficientes

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE um dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute foi selecionado para um estudo especiacutefico sobre a qualidade de aacutegua

para consumo humano de obras hiacutedricas de pequeno porte (um poccedilo com

dessalinizador 8 aguadas e 20 cisternas) Foi efetuada tambeacutem uma pesquisa

no campo atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307 questionaacuterios a fim de obter-se

informaccedilotildees sobre os serviccedilos puacuteblicos de acordo com a opiniatildeo dos

moradores de Poccedilo Redondo

Para o estudo da qualidade de aacutegua dos dessalinizadores (aacutegua bruta

permeado e rejeito) 4 poccedilos incluindo aquele que se localiza em Poccedilo

Redondo foram monitorados Tambeacutem foram coletadas amostras de solo no

local de disposiccedilatildeo dos rejeitos A qualidade de aacutegua do permeado produzido

em cada uma das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas nem sempre

atendeu aos padrotildees de potabilidade Os resultados de anaacutelises de laboratoacuterio

e determinaccedilotildees no campo do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de

cloretos de STD e de condutividade eleacutetrica Os maiores valores foram

verificados no rejeito gerado no dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE)

sendo esses valores iguais a 6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e

condutividade eleacutetrica de 18020 microScm Amostras de solo coletadas no local de

despejo do rejeito dessas unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao

solo Mesmo assim o rejeito produzido nessas e nas outras unidades da aacuterea

de Xingoacute vem sendo descartado no meio ambiente sem nenhum criteacuterio

Verificou-se tambeacutem que de 56 unidades dessalinizadoras instaladas na aacuterea

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

x

de Xingoacute apenas 11 vinham produzindo aacutegua devido agrave ausecircncia de cuidados

com operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo A condutividade eleacutetrica de cada um dos

extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de despejo do

rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino sendo

prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado no

local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

No estudo sobre a qualidade da aacutegua armazenada nas cisternas

constatou-se que geralmente natildeo se atendia aos padrotildees de potabilidade

principalmente o pH e a presenccedila de coliformes termotolerantes devido a

deficiecircncias na sua proteccedilatildeo sanitaacuteria e por natildeo servirem apenas para

armazenar aacutegua de origem pluvial

A qualidade da aacutegua estocada nos barreiros natildeo eacute apropriada para ser

consumida pela populaccedilatildeo pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de

coliformes natildeo atenderam em nenhuma ocasiatildeo aos padrotildees de potabilidade

Na opiniatildeo da maior proporccedilatildeo dos residentes na zona rural (3887)

de Poccedilo Redondo que foram entrevistados o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

sauacutede puacuteblica enquanto que a maior proporccedilatildeo dos entrevistados que mora na

zona urbana (3206) respondeu que o melhor serviccedilo puacuteblico era o de

limpeza puacuteblica Por outro lado em ambas as regiotildees a maior proporccedilatildeo dos

entrevistados disse que o pior serviccedilo era o de esgotamento sanitaacuterio

Palavras-chave saneamento ambiental qualidade de aacutegua abastecimento de

aacutegua aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xi

ABSTRACT

This work dealt with the environmental sanitation (water supply sewage

drainage solid wastes and public health) in the urban zone of 29 municipalities

of Xingoacute area The research showed the main deficiencies found through

surveys on site and by consultings in official institutions The Xingoacute area is

entirely located in the semi-arid zone of Brazil According to the results obtained

in this research the Xingoacute area usually showed a deficient sanitary infra-

structure and management

Poccedilo Redondo municipality is located in the state of Sergipe and it

belongs to Xingoacute area It was selected for a specific research In this specific

study the water quality for human consumption purposes of small sized water

works (1 well with desalinator 20 cisterns and 8 water traps) was evaluated

Besides semi-structured 307 questionnaires survey by house interview were

applied for getting information about public services according to the opinion of

dwellers

The water quality monitoring has been accomplished in 4 wells with

desalinator installed in the Xingoacute area In addition soil samples were collected

in the disposal site of water desalinator wastes

Concerning the permeate produced by desalination units several results

showed that some water quality parameters did not always comply the water

quality standards as such pH (permeate produced in the Aroeira and Icozeira

desalinators) TDS (total dissolved solid) and chloride (permeate produced in

the Areias desalinator) and thermotolerant coliforms (permeate produced in the

Areias Aroeira Icozeira and Minuim desalinators) According to the results

obtained the concentrate from 4 desalinators monitored showed high

concentrations of chloride TDS and electrical conductivity The concentrate

from Areias (Poccedilo Redondo) desalinator reached the highest values 6226 mgL

(chloride) 26826 mgL (TDS) and 18020 microScm The results of soil samples

collected in the disposal sites of concentrate from these desalinators showed

that the discharge is harmful to soil Even so the concentrate from desalinators

installed in the Xingoacute area has been disposed without any criterion It was found

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

xii

that of total of 56 desalinators only 11 have been producing water This

occured due to the lack of suitable technical operations and maintenance

The water quality stored in the cisterns usually did not comply entirely

with the potable water standards mainly the pH and the presence of

thermotolerant coliforms This occured due their unsuitable sanitary protection

and because these units not have been used for storing rainwater only

The water quality stored in the water traps must not be consumed by

inhabitants because the parameters apparent colour turbidity and the

presence of thermotolerant coliforms did not comply with the potable water

standards

In the opinion of majority of the interviewed inhabitants in the rural zone

a highest proportion (3887) declared that the most efficient public service

was the public health while in the urban zone the highest proportion (3206)

answered that the best public service was the solid waste collection On the

other hand the highest proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo

Redondo answered that the poorest public service was the sewerage

Keywords environmental sanitation water quality water supply Xingoacute area

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

1

CAPIacuteTULO 1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

O semi-aacuterido brasileiro eacute marcado sobretudo pela escassez e

imprevisibilidade das chuvas assim como por uma variabilidade temporal e

espacial das precipitaccedilotildees e por elevadas taxas de evaporaccedilatildeo As formaccedilotildees

geomorfoloacutegicas dessa regiatildeo predominantemente apresentam grandes

extensotildees de rochas cristalinas constituindo o pediplano sertanejo Nessas

formaccedilotildees as aacuteguas de chuva se perdem rapidamente escoadas pela rede

fluvial temporaacuteria devido agrave baixa capacidade de retenccedilatildeo do solo Aleacutem do

mais apesar de sua importacircncia vital o saneamento ambiental na regiatildeo via

de regra natildeo tem recebido a devida importacircncia Esse quadro desfavoraacutevel

tem contribuiacutedo para a deterioraccedilatildeo da qualidade de vida dos sertanejos

No entanto diversos oacutergatildeos e entidades tecircm se dedicado agrave busca por

soluccedilotildees de melhoria a fim de suplantar as adversidades apresentadas nessa

regiatildeo Entre eles encontra-se o Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico de Xingoacute (Instituto Xingoacute) com sede em Canindeacute do Satildeo

Francisco-SE Sua aacuterea de atuaccedilatildeo inicialmente era constituiacuteda por 29

municiacutepios nos estados de Alagoas Bahia Pernambuco e Sergipe Esses

municiacutepios ocupavam uma aacuterea de 40204 km2 com uma populaccedilatildeo de

608771 habitantes Posteriormente os municiacutepios de Belo Monte-AL Satildeo

Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE e Parnamirim-PE

(municiacutepios assistidos) foram incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo desse instituto

Com a inclusatildeo desses 5 municiacutepios a aacuterea de atuaccedilatildeo passou a ser de

45492 km2 com uma populaccedilatildeo de 703537 habitantes Essa regiatildeo que

neste trabalho eacute denominada de a ldquoaacuterea de Xingoacuterdquo encontra-se integralmente

no semi-aacuterido nordestino

Nesta tese de doutorado foram realizados estudos sobre o saneamento

ambiental na zona urbana dos 29 municiacutepios originais onde atua o Instituto

Xingoacute A pesquisa consistiu em levantamentos sobre abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

2

assim como estudos sobre a qualidade de aacutegua em 4 poccedilos dotados de

dessalinizador Em virtude da enorme extensatildeo territorial da aacuterea de Xingoacute foi

selecionado apenas o municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE para o desenvolvimento

de um estudo especiacutefico no campo do saneamento ambiental A escolha

baseou-se no fato de que o municiacutepio tem uma boa representatividade do

saneamento ambiental da aacuterea de Xingoacute e dentre os 29 municiacutepios onde

foram realizados estudos sobre o saneamento na zona urbana eacute o detentor do

menor IDH (Iacutendice de Desenvolvimento Humano) e por ser um dos municiacutepios

mais secos

O estudo especiacutefico em Poccedilo Redondo abrangeu a determinaccedilatildeo de

paracircmetros de qualidade de aacutegua de unidades (poccedilo com dessalinizador

barreiros e cisternas) cuja qualidade natildeo era ou natildeo vinha sendo monitorada

Adicionalmente foram realizadas entrevistas atraveacutes de questionaacuterios

aplicados sobre o saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica)

junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo-SE

A aacuterea alvo desta pesquisa de doutorado pode ser visualizada na Figura

11 com destaque para Poccedilo Redondo-SE onde se desenvolveu um estudo

detalhado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38ordm00rsquoW

TerraNova

BAHIA

PERNAMBUCOPARAIacuteBA

SERGIPE

9ordm00rsquoS9ordm00rsquoS

40ordm00rsquoW

Delmiro Gouveia

P iranh

as

Paulo Afonso

Portoda Folha

Gararu

Gloacuteria

Rodelas

M acurureacute

Chorrochoacute

Abareacute

Curaccedilaacute

Santa Mariada Boa Vis ta Orocoacute

Cabroboacute

Beleacutem do Satildeo Francisco

Ita cur uba

Petrolacircndia

Tacaratu

Aacutegu aBranca

Poccedilo Redondo

Jatobaacute

Patildeo de Accediluacutecar

Monte Alegre do Sergipe

Nossa Senhora da Gloacuteria

Pariconha

Municiacutepios Integrantes

Municiacutepios Assistidos

Aacuterea Total 45492 kmPopulaccedilatildeo (2000) 703537 hab

2

SantaBriacutegida Belo

Monte

Flore sta

ALAGOAS

N

Ibimirim

Parnamirim

Satildeo Joseacute da Tapera

Rio Moxotoacute

Olho

Daacuteg

ua do

Cas

ado

Canind eacute do Satildeo Francisco

Rio

Xin

gozi

nho

Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GEOXINGOacute)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

4

1 ndash OBJETIVOS DA PESQUISA

11 ndash OBJETIVO GERAL DA PESQUISA

Elaborar accedilotildees para melhoria do saneamento ambiental na aacuterea de

Xingoacute com maior ecircnfase para o setor de abastecimento de aacutegua do municiacutepio

de Poccedilo Redondo-SE considerado um dos mais secos do semi-aacuterido e o de

pior iacutendice de desenvolvimento humano daquela aacuterea

12 ndash OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

(i) Determinar o perfil do saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) na aacuterea

urbana dos 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

(ii) Realizar levantamentos sobre a situaccedilatildeo das unidades de dessalinizaccedilatildeo

existentes na aacuterea de Xingoacute e monitorar a qualidade de aacutegua

(iii) Diagnosticar a situaccedilatildeo em que se encontram as obras hiacutedricas de pequeno

porte no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE e avaliar a qualidade de aacutegua destas

(iv) Determinar o perfil das condiccedilotildees sanitaacuterias (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) do

municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios semi-

estruturados

13 ndash HIPOacuteTESE

O presente trabalho tem como hipoacutetese de que a qualidade de aacutegua

armazenada em cisternas e tambeacutem a que eacute produzida em poccedilos com

dessalinizadores satildeo adequadas ao consumo humano Por outro lado a aacutegua

estocada em barreiros eacute recomendada para usos menos exigentes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

5

14 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE

Esta tese de doutorado estaacute subdividida em 8 capiacutetulos com o seguinte

conteuacutedo

O capiacutetulo 1 informa a aacuterea onde se desenvolveu esta pesquisa de

doutorado os seus objetivos e uma siacutentese dos capiacutetulos que a compotildeem

No capiacutetulo 2 atraveacutes de uma revisatildeo na literatura descreve-se os

aspectos que contribuem para a degradaccedilatildeo do semi-aacuterido brasileiro Tambeacutem

satildeo abordadas a conceituaccedilatildeo e importacircncia do saneamento ambiental e da

qualidade de aacutegua para consumo humano

No capiacutetulo 3 eacute apresentado resultados do levantamento e avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do saneamento ambiental na zona urbana de 29 municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute

No capiacutetulo 4 eacute feita uma abordagem sobre a situaccedilatildeo em que se

encontram os dessalinizadores dos 34 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute

Apresenta-se tambeacutem resultados de qualidade de aacutegua de 4 dessalinizadores e

de amostras coletadas no ponto de despejo do rejeito e a jusante deste

No capiacutetulo 5 apresenta-se os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

e bacterioloacutegicos da aacutegua armazenada em 20 cisternas localizadas em Poccedilo

Redondo-SE e suas condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo

No capiacutetulo 6 satildeo apresentados os resultados de paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos e bacterioloacutegicos da aacutegua estocada em 8 barreiros situados em Poccedilo

Redondo-SE

O capiacutetulo 7 trata de uma descriccedilatildeo do perfil do saneamento ambiental

obtido mediante a aplicaccedilatildeo de 229 questionaacuterios na zona rural e 78 na zona

urbana de Poccedilo Redondo Registra-se tambeacutem a opiniatildeo dos entrevistados

com relaccedilatildeo aos serviccedilos de abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio

drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

6

O capiacutetulo 8 apresenta as conclusotildees finais obtidas com esta pesquisa

de doutorado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

7

CAPIacuteTULO 2

O ESTADO DA ARTE

21 ndash A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

O Nordeste oficialmente delimitado compreende uma aacuterea de 1561176

km2 abrangendo completamente 9 estados e uma porccedilatildeo de Minas Gerais

conforme pode ser visto na Tabela 21 onde 645 da aacuterea territorial do

Nordeste se encontra inserida no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo e cerca de 56 da

mesma estaacute em clima considerado semi-aacuterido (ANDRADE 2001) O semi-

aacuterido inclusive o norte de Minas Gerais eacute composto por 1031 municiacutepios

cobrindo a aacuterea de 8923 mil km2 que abriga uma populaccedilatildeo de 194 milhotildees

correspondendo a 496 e a 363 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo

da regiatildeo de atuaccedilatildeo da Superintendecircncia de Desenvolvimento dos Estados do

Nordeste (SUDENE) Sem incluir os municiacutepios de Minas Gerais o semi-aacuterido

abrange 537 e 392 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo do

Nordeste em 991 municiacutepios (SECTMA 2004)

Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado

Estadoregiatildeo Total Aacuterea (km2) Aacuterea no poliacutegono das

secas Aacuterea em clima

semi-aacuterido Alagoas 279331 14704 11900 Bahia 5672953 361206 392955 Cearaacute 1463463 143080 119081 Maranhatildeo 3333656 ----- ----- Paraiacuteba 565846 56972 48502 Pernambuco 989376 90067 85574 Piauiacute 2523785 234084 125692 Regiatildeo litigiosa 29774 ----- ----- Rio Grande do Norte 533068 51210 48344 Sergipe 220504 13163 10928 Regiatildeo Nordeste 15611756 964486 842976 Norte de Minas Gerais 1207010 120701 57530 Total 16818788 1085187 900506

Fonte Andrade (2001)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

8

Considera-se o semi-aacuterido uma aacuterea tradicional de expulsatildeo

populacional em decorrecircncia das secas das baixas vantagens competitivas

em termos econocircmicos e da estrutura fundiaacuteria altamente concentrada

(ANDRADE 2001)

O conceito de seca estaacute intimamente relacionado com o ponto de vista

do observador Embora a causa primaacuteria das secas resida na insuficiecircncia ou

na irregularidade das precipitaccedilotildees pluviais existe uma sequumlecircncia de causas e

efeitos na qual o efeito mais proacuteximo de uma seca torna-se a causa de um

outro efeito e esse efeito passa a ser denominado tambeacutem de seca Assim

para citar as mais comuns pode-se definir a seca climatoloacutegica (causa primaacuteria

ou elemento que desencadeia o processo) a seca edaacutefica (efeito da seca

climatoloacutegica) a seca social (efeito da seca edaacutefica) e a seca hidroloacutegica

(SOacuteLON et al 2001) Segundo Sabino (2002) a SUDENE (1999) faz alusatildeo a

3 principais tipos de secas de acordo com sua irregularidade na distribuiccedilatildeo

espacial e temporal

(i) Seca hidroloacutegica poucas chuvas mas bem distribuiacutedas suficientes para

agricultura Diminuiccedilatildeo no volume de aacutegua acumulada

(ii) Seca agriacutecola (seca verde) chuvas mal distribuiacutedas natildeo garantindo as

colheitas

(iii) Seca efetiva quando coincidem baixa precipitaccedilatildeo e maacute distribuiccedilatildeo

causando frustraccedilatildeo das safras e esgotamento dos reservatoacuterios hiacutedricos

Adicionalmente Sabino (2002) afirma que todas as definiccedilotildees de seca

satildeo tentativas de melhor entender o fenocircmeno e suas variaccedilotildees e criar uma

uacutenica nomenclatura Poreacutem fica claro que o foco principal da questatildeo seca

perpassa pela vulnerabilidade das populaccedilotildees

A seca eacute um binocircmio climaacutetico de um periacuteodo chuvoso muito curto cerca

de 40 a 60 dias de chuva por ano e um periacuteodo muito longo de evaporaccedilatildeo

(300 dias) Esta eacute a razatildeo da ocorrecircncia da seca Na Europa nas cidades de

Londres Paris e Moscou por exemplo chove aproximadamente 600 mm por

ano mas o clima eacute temperado a aacutegua eacute distribuiacuteda e permanece ao inveacutes de

evaporar enquanto que no semi-aacuterido brasileiro ocorre o terriacutevel fenocircmeno da

evaporaccedilatildeo (SUASSUNA 2000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

9

Dentre os desastres naturais a seca eacute com certeza o fenocircmeno mais

complexo de se analisar Furacotildees terremotos e enchentes possuem iniacutecios e

teacuterminos bem definidos e suas consequumlecircncias satildeo muito evidentes para a

populaccedilatildeo As secas por sua vez iniciam-se lentamente e possuem duraccedilotildees

relativamente longas cobrindo grandes aacutereas e ocasionando uma seacuterie de

danos agrave populaccedilatildeo atingida A complexidade do fenocircmeno com suas

diferentes causas e efeitos pode ser a razatildeo pela qual haacute na literatura tantas

definiccedilotildees diferentes para seca (PAIXAtildeO et al 2003)

A fragilidade econocircmica do semi-aacuterido brasileiro a sua vulnerabilidade

social agraves secas a consideraacutevel dimensatildeo do seu contingente demograacutefico em

face de sua estreita base econocircmica resultam em indicadores sociais tiacutepicos

de regiotildees profundamente atrasadas onde prevalece a pobreza a

desigualdade no acesso a ativos e a renda e a exclusatildeo social O grande

nuacutemero de carros-pipa mobilizados todos os anos em situaccedilotildees de seca ou de

chuvas normais reflete o grau de inadequaccedilatildeo entre oferta e demanda de aacutegua

na regiatildeo tanto em termos temporais como espaciais O nuacutemero de carros-

pipa constitui por isso importante indicador da carecircncia de aacutegua cuja

constataccedilatildeo eacute reforccedilada a cada ano (SECTMA 2004)

O fenocircmeno ENOS (episoacutedio quente ou El Nintildeo) consiste basicamente

de um aquecimento anocircmalo do oceano Paciacutefico Equatorial em conjunto com

variaccedilotildees do campo de pressatildeo ao niacutevel do mar na regiatildeo tropical Embora a

existecircncia do fenocircmeno ENOS natildeo implique necessariamente em ocorrecircncia

de secas sobre o nordeste brasileiro sabe-se que sua atividade moderada a

muito intensa pode provocar condiccedilotildees de seca moderada a severa sobre o

semi-aacuterido nordestino (ARAGAtildeO 2004) De acordo com Quintans (2001) o

interesse cientiacutefico pelo El Nintildeo aumentou em meados da deacutecada de 70

quando se percebeu que um conjunto de fenocircmenos climaacuteticos acontecia

antes durante e depois da sua chegada Seu impacto climaacutetico e social passou

a ser considerado natildeo soacute entre os cientistas mas tambeacutem por grupos de

gestatildeo puacuteblica Segundo Aragatildeo (2004) os organismos estaduais nacionais e

internacionais de meteorologia tecircm tido ecircxito consideraacutevel nas previsotildees dos

ciclos do ENOS por meio de simulaccedilotildees (modelos) de evoluccedilatildeo solidaacuteria dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

10

fenocircmenos fiacutesicos da interface oceano-atmosfera As previsotildees de tempo e de

variaccedilotildees climaacuteticas representam uma nova e extraordinaacuteria ferramenta para o

desenvolvimento sustentaacutevel agrave medida que ensejaratildeo melhorias significativas

no manejo dos recursos naturais e consequumlentemente na qualidade de vida

para as populaccedilotildees das regiotildees mais vulneraacuteveis aos impactos da variabilidade

climaacutetica

No Brasil as aacutereas sujeitas aos processos de desertificaccedilatildeo

correspondem basicamente agravequelas oficialmente delimitadas como ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo ocupando cerca de 10837907 km2 pois estatildeo sujeitas a periacuteodos

curtos ou prolongados de estiagens Estende-se por boa parte do Nordeste

brasileiro atingindo tambeacutem uma pequena porccedilatildeo ao norte do estado de Minas

Gerais conforme ilustra a Figura 21 Trata-se do ldquoTroacutepico do Semi-Aacuteridordquo

incorporando caracteriacutesticas climaacuteticas do semi-aacuterido e do sub-uacutemido seco

possuindo estruturas geoloacutegicas referentes ao escudo cristalino e agraves bacias

sedimentares morfoestruturas com blocos soerguidos e depressotildees

apresentando formaccedilotildees de Caatinga e de Cerrado Segundo dados do Censo

Demograacutefico 2000 (IBGE 2003) a aacuterea tem cerca de 185 milhotildees de

habitantes sendo 85 milhotildees na zona rural com densidade demograacutefica de 20

habkm2 isto representa 42 da populaccedilatildeo do Nordeste ou ainda 11 da

populaccedilatildeo brasileira (IBAMA 2003 apud FREIRE 2004)

Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-aacuterido no Brasil (IBAMA 2003 apud

FREIRE 2004)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

11

Conforme o SECTMA (2004) atualmente admite-se a existecircncia no

semi-aacuterido nordestino de quatro nuacutecleos de desertificaccedilatildeo

(i) Nuacutecleo de Seridoacute localizado na regiatildeo centro-sul do Rio Grande do Norte e

centro norte da Paraiacuteba compreendendo uma aacuterea com cerca de 2341 km2

envolvendo vaacuterios municiacutepios vizinhos ao municiacutepio de Parelhas

(ii) Nuacutecleo de Irauccediluba localizado no noroeste do estado do Cearaacute que

abrange uma aacuterea de 4000 km2 incluindo os municiacutepios de Irauccediluba Forquilha

e Sobral

(iii) Nuacutecleo de Gilbueacutes localizado no Piauiacute com uma aacuterea com

aproximadamente 6131 km2 envolvendo os municiacutepios de Gilbueacutes e Monte

Alegre

(iv) Nuacutecleo de Cabroboacute localizado em Pernambuco que totaliza uma aacuterea de

cerca de 5960 km2 e abrange os municiacutepios de Cabroboacute Beleacutem do Satildeo

Francisco e Floresta

Segundo o SECTMA (2004) aleacutem da fragilidade natural motivada pelas

caracteriacutesticas dos seus solos e pelas condiccedilotildees climaacuteticas esses nuacutecleos

desenvolveram-se sob forte e indevida interferecircncia humana Entre as causas

antroacutepicas apontadas como de importacircncia no processo de desertificaccedilatildeo

algumas satildeo comuns a todos os nuacutecleos de desertificaccedilatildeo enquanto outras

podem ser atribuiacutedas agraves caracteriacutesticas especiacuteficas das atividades

desenvolvidas nos municiacutepios incluiacutedos em cada um deles Entre as causas

comuns estatildeo o desmatamento indiscriminado as queimadas e o

sobrepastejo em razatildeo principalmente dos caprinos e ovinos No nuacutecleo de

desertificaccedilatildeo do Seridoacute o problema do desmatamento eacute agravado por cerca de

70 olarias cujos produtos ceracircmicos satildeo de reconhecida qualidade nos

grandes centros urbanos do Nordeste A ineficiecircncia na geraccedilatildeo de energia

pelas induacutestrias de ceracircmica dessa regiatildeo tem agravado o processo de

desertificaccedilatildeo por causa da demanda por lenha

Os ambientes aacuteridos e semi-aacuteridos satildeo mais vulneraacuteveis ao

desmatamento visto a falta de chuvas e quando ocorrem provocam efeitos

erosivos intensos em solos geralmente rasos Com isso a vegetaccedilatildeo tem

recuperaccedilatildeo lenta (MOURA 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

12

Aleacutem dos jaacute mencionados outros fatores antroacutepicos desempenham

papel importante nos processos de desertificaccedilatildeo no semi-aacuterido Nesse

contexto a salinizaccedilatildeo eacute a principal causa da degradaccedilatildeo dos solos e

consequumlente desertificaccedilatildeo nas aacutereas de agricultura irrigada Dos 4 nuacutecleos de

desertificaccedilatildeo mencionados o de Cabroboacute eacute o uacutenico onde a salinizaccedilatildeo

mesmo sem se constituir na principal causa apresenta alguma relevacircncia no

processo de desertificaccedilatildeo das suas aacutereas situadas agraves margens do rio Satildeo

Francisco Esses nuacutecleos de desertificaccedilatildeo tecircm sido objeto de estudos em

anos recentes e embora ainda insuficientes as informaccedilotildees obtidas nesses

estudos representam a base do acervo sobre desertificaccedilatildeo no Nordeste do

Brasil (SECTMA 2004)

Efluentes domeacutesticos e industriais sem tratamento lanccedilados nos cursos

drsquoaacutegua associados agrave deficiecircncia de educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo ambiental da

populaccedilatildeo satildeo as causas principais da degradaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e de

propagaccedilatildeo de doenccedilas endecircmicas que debilitam a populaccedilatildeo do semi-aacuterido

Para enfrentar esse quadro preocupante torna-se necessaacuterio repensar o

modelo de sauacutede puacuteblica empregado e atuar emergencialmente articulando

accedilotildees desse setor com as aacutereas de saneamento alimentaccedilatildeo habitaccedilatildeo

promoccedilatildeo social e geraccedilatildeo de emprego e renda (LOacuteCIO 2000) Segundo

Nunes et al (2000) os estudos da qualidade das aacuteguas superficiais nessa

regiatildeo satildeo fundamentais porque a maioria dos corpos hiacutedricos eacute destinada a

usos muacuteltiplos e recebem esgotos ldquoin naturardquo (apenas 128 dos habitantes

tecircm rede de esgotos e soacute 4 dos coletados recebem algum tratamento)

Os rios que se encontram na regiatildeo semi-aacuterida vecircm padecendo e

muitos deles tecircm tido uma diminuiccedilatildeo no seu volume e na sua vazatildeo Algumas

das aacutereas ao longo destes rios satildeo ldquobolsotildees uacutemidosrdquo no sentido de que eles

satildeo menos secos e sua vegetaccedilatildeo eacute mais verde do que no restante do semi-

aacuterido propenso agrave seca Estes bolsotildees uacutemidos satildeo chamados de brejos de

altitude Em um ambiente hostil como a regiatildeo semi-aacuterida estas aacutereas satildeo

diferentes no sentido de que elas mantecircm sua populaccedilatildeo e desta forma o

fluxo migratoacuterio eacute bem menor quando comparado a outras localidades

Entretanto isto natildeo quer dizer que sua populaccedilatildeo tenha aprendido como tratar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

13

estas aacutereas de forma sustentaacutevel preservando-a Pelo contraacuterio devido agrave

grande confianccedila nos recursos hiacutedricos e agrave ausecircncia de medidas que

assegurem a preservaccedilatildeo destas aacutereas estes rios estatildeo literalmente

ldquomorrendordquo A maior parte deles eacute muito poluiacuteda pois eles atendem natildeo soacute agraves

necessidades das populaccedilotildees ribeirinhas mas tambeacutem a muitas outras que

tecircm que caminhar longas distacircncias em busca de aacutegua Como estas

populaccedilotildees natildeo satildeo cientes das implicaccedilotildees causadas pela degradaccedilatildeo

destes recursos lanccedilam lixo nas margens dos rios tornando a aacutegua

contaminada Aleacutem do mais a maioria das casas localizadas nestas aacutereas natildeo

possui sistemas de esgoto agravando ainda mais a contaminaccedilatildeo (BRANCO

ALMEIDA 2002)

Branco e Almeida (2002) apresentaram um estudo de caso da

mobilizaccedilatildeo de mulheres do Movimento das Trabalhadoras Rurais do Sertatildeo

Central (porccedilatildeo do semi-aacuterido localizada no centro do estado de Pernambuco)

voltadas para a revitalizaccedilatildeo do pequeno rio Olho drsquoAacutegua localizado no

municiacutepio de Santa Cruz da Baixa Verde A comunidade ocupa as margens do

rio e eacute formada por 1000 pessoas Desde que o problema da aacutegua estava

intimamente relacionado agraves vidas das mulheres elas perceberam que o uacutenico e

vital recurso hiacutedrico (rio Olho drsquoAacutegua) estava desaparecendo entatildeo decidiram

revitalizaacute-lo Esta iniciativa demonstra a ausecircncia de accedilatildeo governamental na

soluccedilatildeo do problema aleacutem da importacircncia da forccedila da mobilizaccedilatildeo das

mulheres da zona rural Aleacutem da poluiccedilatildeo existente nas aacutereas ocupadas pelos

pequenos posseiros o sistema de esgoto de Jatiuacuteca despeja o esgoto no rio A

populaccedilatildeo local tinha seacuterios problemas de sauacutede incluindo hepatite que pode

ser vista como um resultado da sua exposiccedilatildeo agrave aacutegua contaminada Embora a

iniciativa do movimento esteja no seu estaacutegio inicial todas as fases foram

planejadas pela populaccedilatildeo local Esta iniciativa vem sendo considerada como

um projeto piloto e espera-se que na conclusatildeo deste projeto o mesmo seja

feito em outras aacutereas Aleacutem das organizaccedilotildees rurais femininas e da uniatildeo de

trabalhadoras rurais uma Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental (ONG) chamada

CECOR (Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural) jaacute vem sendo envolvida Esta

ONG conta com engenheiros agrocircnomos especialistas que recomendaram

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

14

quais tipos de vegetaccedilotildees nativas deveriam ser plantadas aleacutem de outros

assuntos relacionados agrave silvicultura

Um retrato da realidade que predomina nos municiacutepios do semi-aacuterido

nordestino eacute mostrado no trabalho de Duque e Balbino (2000) Estes autores

realizaram um trabalho no periacuteodo de janeiro a fevereiro de 1998 no municiacutepio

de Major Isidoro-AL O municiacutepio apresenta um clima semi-aacuterido e possui uma

populaccedilatildeo de cerca de 18000 habitantes O estudo tinha como objetivo a

caracterizaccedilatildeo das formas de abastecimento de aacutegua detectar focos de

contaminaccedilatildeo do meio ambiente e a orientaccedilatildeo direta agrave populaccedilatildeo induacutestrias

comeacutercio e autoridades competentes As principais atividades desenvolvidas na

pesquisa foram visitas a escolas onde foram entrevistados professores

funcionaacuterios e alunos aleacutem de visitas a bairros da periferia Tambeacutem foram

feitas visitas agrave zona rural onde foram realizadas entrevistas com moradores e

autoridades administrativas do municiacutepio reuniotildees com os principais liacutederes

comunitaacuterios e inspeccedilatildeo agraves principais fontes de abastecimento de aacutegua

Concluiu-se que neste municiacutepio natildeo havia nenhuma cultura ambiental com

relaccedilatildeo agrave racional utilizaccedilatildeo da aacutegua nem com relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo dos riscos

ambientais

22 ndash SANEAMENTO AMBIENTAL

Segundo Chaudhry (2003) o conceito de saneamento ambiental

explicitado pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) difere pouco do de

saneamento claacutessico que eacute totalmente antropocecircntrico e retrata aquilo que no

Brasil se denomina de saneamento baacutesico Segundo a OMS (WHO 2003)

saneamento ambiental eacute a promoccedilatildeo da higiene e a prevenccedilatildeo de doenccedilas e

de outras consequumlecircncias da maacute sauacutede relacionada a fatores ambientais Para a

OMS o saneamento tem duas dimensotildees baacutesicas os fatores ambientais que

exercem impacto sobre agentes infecciosos e sobre a transmissatildeo de doenccedilas

incluem disposiccedilatildeo de dejetos humanos esgotos resiacuteduos soacutelidos e outros

drenagem pluvial abastecimento de aacutegua para uso domeacutestico e habitaccedilatildeo e

as praacuteticas de higiene que envolvem fatores soacutecio-culturais e comportamentais

relacionados agrave sauacutede estilo de vida e consciecircncia ambiental incluem higiene

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

15

pessoal limpeza domeacutestica e limpeza dos ambientes comunitaacuterios Enfatiza-se

que no sentido mais amplo eacute finalidade do saneamento ambiental controlar e

modificar o ambiente fiacutesico para prevenir a transmissatildeo de doenccedilas aos seres

humanos A ecircnfase por parte da OMS com relaccedilatildeo ao saneamento ambiental

sobre o ambiente humano deve-se agraves estatiacutesticas preocupantes sobre a

populaccedilatildeo mundial que ainda natildeo tem suas necessidades sanitaacuterias baacutesicas

atendidas principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A consequumlecircncia

em niacutevel mundial eacute de milhotildees de mortes causadas por doenccedilas transmitidas

via aacutegua em focos representados por habitaccedilotildees informais na forma de

barracos favelas e similares natildeo contemplados por serviccedilos de saneamento

A definiccedilatildeo mais atual do saneamento ambiental reporta-se ao sentido de

remediar o meio ambiente mitigar os impactos negativos das intervenccedilotildees

humanas ou outras sobre os ecossistemas e prevenir tais impactos no futuro

O saneamento possui um impacto profundo na qualidade de vida de

uma populaccedilatildeo interagindo com questotildees culturais econocircmicas e poliacuteticas de

uma determinada regiatildeo A carecircncia de investimentos nesse setor acaba

ocasionando entre outras coisas um aumento da incidecircncia de casos de

doenccedilas relacionadas com as condiccedilotildees sanitaacuterias em geral interferindo

negativamente no bem estar da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al 2003)

A estrutura fiacutesica dos serviccedilos de saneamento em particular a dos

sistemas de abastecimento de aacutegua e de esgotos sanitaacuterios estaacute associada agrave

realidade complexa da urbanizaccedilatildeo e agrave multiplicidade de atribuiccedilotildees de

competecircncia aleacutem de possuir estreita ligaccedilatildeo com o desempenho do setor

puacuteblico Como tal sofre influecircncia do processo de desenvolvimento vigente no

Brasil que promoveu ao longo dos anos um desgaste das financcedilas puacuteblicas

com repercussatildeo direta nas suas instituiccedilotildees Atualmente a estrutura do setor

de saneamento no Brasil eacute caracterizada de um lado pelo esgotamento do

modelo de financiamento existente e de outro por um intenso processo de

debates e articulaccedilotildees em torno da formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de novos

arranjos institucionais para o setor processo esse cujo resultado ainda se

encontra indefinido (SOARES et al 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

16

O setor de saneamento no Brasil assim como outros setores de serviccedilos

puacuteblicos essenciais sempre careceu de um ordenamento institucional que

permitisse a implementaccedilatildeo de accedilotildees coordenadas entre os trecircs niacuteveis de

governo e dado o seu caraacuteter multidisciplinar tambeacutem com os outros setores

afins tais como sauacutede puacuteblica meio ambiente recursos hiacutedricos e

desenvolvimento urbano (PEROSA et al 2000)

Somente em 5 de janeiro de 2007 foi sancionada pelo presidente da

Repuacuteblica Luiacutes Inaacutecio Lula da Silva e publicada posteriormente em 8 de

janeiro do mesmo ano no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a lei que estabelece

diretrizes nacionais baacutesicas para o saneamento baacutesico a Lei 1144507

Segundo ela as poliacuteticas puacuteblicas de saneamento baacutesico deveratildeo criar

mecanismos de controle social ou seja formas de garantir agrave sociedade

informaccedilotildees e participaccedilatildeo no processo de formulaccedilatildeo das medidas

relacionadas ao setor Aleacutem da universalizaccedilatildeo do acesso a lei prevecirc que o

abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e o manejo dos

resiacuteduos soacutelidos sejam feitos de forma adequada agrave sauacutede puacuteblica e agrave proteccedilatildeo

do meio ambiente (AGEcircNCIA BRASIL 2007)

23 ndash QUALIDADE DE AacuteGUA

231 ndash Generalidades

Muito jaacute se sabe da relaccedilatildeo saneamento e sauacutede e mais

especificamente da aacutegua e sauacutede puacuteblica Em 400 aC Hipoacutecrates jaacute chamava

a atenccedilatildeo de seus colegas para a relaccedilatildeo entre a qualidade da aacutegua e a sauacutede

da populaccedilatildeo Afirmava que ldquoo meacutedico que chega numa cidade desconhecida

deve observar com cuidado a aacutegua usada por seus habitantesrdquo (COSTA et al

2001b)

Chagas e Souza (2003) salientam que com o desenvolvimento da

tecnologia e o aumento populacional a qualidade da aacutegua tornou-se um

importante toacutepico de estudo para cientistas e engenheiros a niacutevel mundial

Atualmente os problemas da poluiccedilatildeo hiacutedrica satildeo tatildeo importantes quanto os

mais importantes problemas que envolvem as questotildees quantitativas da aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

17

Apesar da preocupaccedilatildeo com problemas relacionados com a qualidade

de aacutegua vaacuterios casos de morbidade relativos agrave falta de saneamento

continuam sendo registrados principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

(TEIXEIRA et al 2003) Richter e Netto (1991) afirmam que a OMS

(Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) identifica que 80 dos casos de doenccedilas em

paiacuteses em desenvolvimento satildeo de veiculaccedilatildeo hiacutedrica Segundo Teixeira et al

(2003) alguns estudos (CARVALHO1997 MEDRONHO 1999) comprovam a

correlaccedilatildeo entre niacuteveis socioeconocircmicos com a incidecircncia de doenccedilas

relacionadas com o saneamento

Uma das dificuldades na avaliaccedilatildeo do impacto do abastecimento de

aacutegua destinada ao consumo na sauacutede eacute a ausecircncia de estatiacutesticas

demograacuteficas sobre os habitantes locais especialmente em comunidades

rurais Portanto o conhecimento sobre as incidecircncias de doenccedilas que ocorrem

nas aacutereas rurais em decorrecircncia de aacutegua poluiacuteda eacute importante Isso possibilita

comparar a incidecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica entre comunidades

que tecircm acesso agrave aacutegua potaacutevel e aquelas que natildeo tecircm (ZAMXAKA et al

2004)

A falta de aacutegua para consumo e de medidas sanitaacuterias adequadas

podem ocasionar vaacuterias doenccedilas tais como coacutelera disenteria salmonelose e

febre tifoacuteide A diarreacuteia eacute a principal causa pela morte de mais de 2 milhotildees de

pessoas no mundo A maioria destas pessoas eacute composta por crianccedilas com

idade inferior a 5 anos (ZAMXAKA et al 2004)

Alguns indicadores criacuteticos relacionados ao saneamento e agrave carecircncia de

aacutegua nos paiacuteses em desenvolvimento foram comentados por Maia Neto

(1997) Dentre esses paracircmetros destaca-se que a pobreza e a falta de

saneamento baacutesico satildeo responsaacuteveis nesses paiacuteses pelo oacutebito de uma

crianccedila a cada 10 segundos em consequumlecircncia de doenccedilas evitaacuteveis caso a

aacutegua fosse tratada totalizando 10 milhotildees de oacutebitos a cada ano

Rush et al (2000) afirmam que levantamentos realizados em campo

com o intento de identificar impropriedades do uso da aacutegua satildeo fundamentais

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

18

Eles proporcionam um conhecimento baacutesico adequado para a tomada de

accedilotildees corretivas relacionadas ao abastecimento de aacutegua

232 ndash Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Von Sperling (1996) afirma que a qualidade de uma determinada aacutegua eacute

resultante do uso e da ocupaccedilatildeo do solo na bacia hidrograacutefica sendo afetada

tanto pelas condiccedilotildees naturais como tambeacutem pela interferecircncia do homem

Os diversos componentes presentes na aacutegua e que alteram sua qualidade

podem ser avaliados a partir de suas caracteriacutesticas fiacutesicas (cor sabor

temperatura turbidez entre outras) quiacutemicas (alcalinidade cloretos

condutividade eleacutetrica dureza pH entre outras) e bioloacutegicas (coliformes

termotolerantes e totais entre outras) que devem ser entendidas de uma

forma abrangente com suas possiacuteveis interaccedilotildees

2321 ndash Condutividade eleacutetrica

A capacidade da aacutegua de conduzir corrente eleacutetrica eacute conhecida como

condutividade eleacutetrica ou condutacircncia especiacutefica e depende da concentraccedilatildeo

de iacuteons em soluccedilatildeo (UNEPWHO1996)

2322 ndash Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Soacutelidos totais dissolvidos eacute o peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua por unidade de volume Representa a concentraccedilatildeo de

todo o material dissolvido na aacutegua seja ou natildeo volaacutetil (SANTOS 1997)

Aacuteguas com STD superior a 30000 mgL (ppm) satildeo consideradas como

aacuteguas salgadas enquanto que aquelas com STD inferior a 500 mgL (ppm)

satildeo aacuteguas doces As aacuteguas salobras apresentam uma concentraccedilatildeo desse

paracircmetro intermediaacuteria entre a aacutegua doce e a aacutegua salgada (MMAABEAS

1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

19

2323 ndash Temperatura

A temperatura eacute a mediccedilatildeo da intensidade de calor Elevaccedilotildees da

temperatura aumentam a taxa das reaccedilotildees quiacutemicas e bioloacutegicas e diminuem a

solubilidade dos gases e aumentam a taxa de transferecircncia de gases (VON

SPERLING 1996)

Segundo Santos (1997) a amplitude teacutermica anual das aacuteguas

subterracircneas em geral eacute baixa (de 1 a 2 oC) e independem da temperatura

atmosfeacuterica a natildeo ser nos aquumliacuteferos freaacuteticos pouco profundos onde a

temperatura eacute um pouco superior agrave da superfiacutecie

2324 ndash pH

O potencial hidrogeniocircnico representa a concentraccedilatildeo de iacuteons

hidrogecircnio H+ (em escala anti-logariacutetimica) dando uma indicaccedilatildeo sobre a

condiccedilatildeo de acidez neutralidade ou alcalinidade da aacutegua O pH eacute um dos mais

importantes paracircmetros de qualidade de aacutegua (VON SPERLING 1996)

Este paracircmetro eacute essencialmente uma funccedilatildeo do gaacutes carbocircnico

dissolvido e da alcalinidade da aacutegua Varia de 1 a 14 sendo neutro com o valor

7 aacutecido com valores inferiores a 7 e alcalino ou baacutesico com valores superiores

a 7 A maioria das aacuteguas subterracircneas tem pH entre 55 e 85 Em casos

excepcionais pode variar entre 3 e 11 (SANTOS 1997)

2325 ndash Cor

Eacute o resultado das substacircncias dissolvidas na aacutegua provenientes

principalmente da lixiviaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica (SANTOS 1997)

O termo cor aparente inclui natildeo apenas a cor devido a substacircncias em

soluccedilatildeo mas tambeacutem a cor devido agrave mateacuteria em suspensatildeo A cor verdadeira

eacute aquela na qual a turbidez tenha sido removida (APHA et al 1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

20

2326 ndash Turbidez

A turbidez representa o grau de interferecircncia com a passagem da luz

atraveacutes da aacutegua conferindo uma aparecircncia turva agrave mesma (Von Sperling

1996) Eacute causada pela mateacuteria em suspensatildeo e coloidal tais como argila silte

mateacuteria orgacircnica e inorgacircnica finamente dividida e placircncton e outros

organismos microscoacutepicos (APHA et al 1998)

2327 ndash Alcalinidade

Alcalinidade de uma aacutegua eacute sua capacidade de neutralizar um aacutecido A

alcalinidade de algumas aacuteguas deve-se somente aos bicarbonatos de caacutelcio e

magneacutesio Quando o pH da aacutegua natildeo excede a 83 e sua alcalinidade total eacute

praticamente idecircntica agrave sua alcalinidade de bicarbonato Aacuteguas que tecircm um

pH acima de 83 contecircm carbonatos e possivelmente hidroacutexidos aleacutem de

bicarbonatos (UNEPWHO1996)

Como a alcalinidade de muitas aacuteguas superficiais eacute primariamente uma

funccedilatildeo de carbonato bicarbonato e teor de hidroacutexidos este paracircmetro eacute

considerado como uma indicaccedilatildeo da concentraccedilatildeo destes constituintes (APHA

et al1998) Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas em geral situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e somente em

casos especiais pode atingir 1000 mg CaCO3L

2328 ndash Cloreto

Uma elevada concentraccedilatildeo de cloretos ocorre em aacuteguas que tiveram

contato com formaccedilotildees geoloacutegicas que os continham Senatildeo devido a isto

altos teores podem indicar uma poluiccedilatildeo por esgoto ou resiacuteduos industriais ou

atraveacutes da intrusatildeo de aacutegua do mar ou salina no corpo drsquoaacutegua doce ou

aquumliacutefero Uma concentraccedilatildeo alta deste elemento tem um efeito corrosivo em

condutos e estruturas de metal aleacutem de ser prejudicial agrave maioria dos vegetais

(UNEPWHO 1996)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

21

2329 ndash Dureza

A dureza eacute a medida da capacidade de aacutegua precipitar sabatildeo (APHA et

al1998) Utiliza-se geralmente o teor de caacutelcio e magneacutesio de uma aacutegua

expresso em teores de carbonato de caacutelcio e magneacutesio para definir a dureza

Em termos de tratamento e abastecimento puacuteblico de aacutegua tem-se (Von

Sperling 1996)

(i) Dureza lt 50 mgL CaCO3 ndash aacutegua branda

(ii) Dureza entre 50 e 150 mgL CaCO3 ndash aacutegua de dureza moderada

(iii) Dureza entre 150 e 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua dura

(iv) Dureza gt 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua muito dura

Desde o final da deacutecada de 50 numerosos estudos tecircm relatado que a

dureza da aacutegua ou seja a sua concentraccedilatildeo de caacutelcio e magneacutesio estaacute

associada agraves doenccedilas cardiovasculares (ROSENLUND 2005)

Ao contraacuterio do que se acreditou no passado a ingestatildeo de aacuteguas duras

pode influenciar favoravelmente a sauacutede humana eacute o que indicam algumas

pesquisas epidemioloacutegicas que relacionaram o seu uso com a menor incidecircncia

de enfermidades cardiovasculares (LIMA 1993)

23210 ndash Metais

As concentraccedilotildees de metais na aacutegua ocorrem em funccedilatildeo do

comportamento eletroquiacutemico e quiacutemico das partiacuteculas como tambeacutem de

outras condiccedilotildees do ambiente hidroloacutegico Esses niacuteveis podem variar de

algumas ngL (10-9 gL) ou microgL (10-6 gL) naqueles conhecidos como metais

traccedilos (beriacutelio caacutedmio mercuacuterio entre outros) a mgL (10-3 gL) ou ainda em

alguns casos gL com relaccedilatildeo aos metais principais (caacutelcio magneacutesio soacutedio

entre outros) Alguns metais podem ser beneacuteficos ou toacutexicos dependendo das

suas concentraccedilotildees e do comportamento fisioloacutegico (GALVIacuteN 1996)

Embora o alumiacutenio seja um dos elementos mais abundantes da crosta

terrestre ele estaacute presente apenas em concentraccedilotildees traccedilo nas aacuteguas

naturais Este elemento ocorre em muitas rochas minerais e argilas e estaacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

22

presente em praticamente todas as aacuteguas superficiais (UNEPWHO 1996)

Segundo Juan (2000) este metal normalmente natildeo estaacute presente em aacuteguas

subterracircneas nem superficiais a menos que ocorra uma contaminaccedilatildeo

industrial Para Galviacuten (1996) o metabolismo do alumiacutenio nos seres humanos

natildeo eacute bem compreendido O principal problema deste metal com relaccedilatildeo agrave

ingestatildeo por seres humanos eacute baseado na possibilidade de favorecer a

incidecircncia de certos distuacuterbios neuroloacutegicos como por exemplo o mal de

Alzheimer em pacientes de diaacutelise renal tratados com aacutegua obtida de aacuteguas

potaacuteveis ricas em alumiacutenio (mais de 011 mgL)

Aacuteguas pobres em compostos orgacircnicos como por exemplo na

Alemanha apresentam concentraccedilotildees de cobre na ordem de 5 a 10 microgL

Aacuteguas com quantidades mais elevadas de compostos orgacircnicos assim como

na Sueacutecia apresentam concentraccedilotildees acima de 390 microgL Concentraccedilotildees de 3

a 5 mgL de cobre conferem um sabor amargo e adstringente e ateacute mesmo

uma irritaccedilatildeo gaacutestrica aguda em alguns indiviacuteduos como tambeacutem efeitos na

cor e turbidez seu niacutevel excede 1 mgL (GALVIacuteN 1996)

O ferro pode estar presente com baixos teores (lt 03 mgL) em quase

todas as aacuteguas e ocorre sob diversas formas quiacutemicas e frequumlentemente

aparece associado ao manganecircs No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo

da hemoglobina A sua carecircncia pode causar anemia (SANTOS 1997) No

entanto segundo Galviacuten (1996) a ingestatildeo deste metal em elevadas

quantidades causa graves distuacuterbios reversiacuteveis nos tecidos humanos

Eacute a formaccedilatildeo de oacutexido feacuterrico hidratado que torna aacuteguas carregadas de

ferro objetivaacuteveis Este precipitado feacuterrico causa manchas alaranjadas em

quaisquer superfiacutecies em que venham a se sedimentar incluindo roupas

alimentos e utensiacutelios usados na cozinha e aparelhos sanitaacuterios (UNEPWHO

1996)

O manganecircs encontra-se frequumlentemente presente com baixos teores

(lt 02 mgL) em quase todas as aacuteguas naturais (SANTOS 1997) Eacute um

elemento traccedilo essencial estando envolvido na siacutentese de proteiacutenas dinacircmica

do colesterol e na produccedilatildeo de hemoglobina aleacutem de ser um catalisador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

23

enzimaacutetico Sua deficiecircncia no corpo humano estaacute associada a doenccedilas

cardiacuteacas anemia e maacute formaccedilatildeo oacutessea em crianccedilas No entanto a ingestatildeo

habitual de aacuteguas ricas em manganecircs (14 mgL) causa lesotildees cerebrais Com

relaccedilatildeo ao consumo de aacutegua potaacutevel baixos niacuteveis deste metal podem

ocasionar o surgimento de bacteacuterias manganosas em sistemas de rede como

tambeacutem cor e turbidez Concentraccedilotildees deste elemento que excedem a 02

mgL produzem sabor desagradaacutevel (GALVIacuteN 1996)

Segundo Santos (1997) os teores de potaacutessio nas aacuteguas subterracircneas

satildeo inferiores a 10 mgL Em aacuteguas meteoacutericas os teores de potaacutessio estatildeo

geralmente no intervalo de 01 a 4 mgL Ainda segundo estes autores a

carecircncia de potaacutessio no organismo humano pode provocar fadiga baixa de

accediluacutecar no sangue e insocircnia enquanto que seu excesso pode causar catildeimbra

fadiga paralisia muscular e diarreacuteia

O soacutedio eacute o principal responsaacutevel pelo aumento constante da salinidade

das aacuteguas naturais do ponto de vista catiocircnico As aacuteguas naturais com

elevados teores de soacutedio satildeo prejudiciais agraves plantas por reduzir a

permeabilidade do solo (SANTOS 1997) Fisiologicamente altos niacuteveis de

soacutedio no sangue resultam em problemas cardiacuteacos como hipertensatildeo

patologias nos rins e no fiacutegado e intoxicaccedilatildeo em gestantes e em bebecircs

(GALVIacuteN 1996)

O zinco entre os metais pesados eacute o mais soluacutevel Sua concentraccedilatildeo

em geral eacute inferior a 10 microgL nas aacuteguas subterracircneas (Santos 1997) Pode ser

considerado um metal natildeo toacutexico ainda que em doses elevadas Contudo

aumentos de zinco em aacuteguas potaacuteveis satildeo geralmente associadas com os

efeitos toacutexicos do caacutedmio Este fato deve alertar agraves autoridades responsaacuteveis

pelo controle da qualidade da aacutegua com relaccedilatildeo ao consumo de aacuteguas

relativamente ricas em zinco e potencialmente em caacutedmio (GALVIacuteN 1997)

233 ndash Paracircmetros bacterioloacutegicos

Existem vaacuterios meacutetodos de detectar o grau de contaminaccedilatildeo de uma

aacutegua A teacutecnica microbioloacutegica baacutesica consiste na detecccedilatildeo e na contagem de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

24

organismos indicadores Esta teacutecnica eacute utilizada no monitoramento da

qualidade de aacutegua As bacteacuterias do grupo coliforme podem ser definidas como

os principais indicadores da pureza da aacutegua para consumo domeacutestico

industrial entre outros (ZAMXAKA et al 2004)

O isolamento de patoacutegenos eacute inviaacutevel pois eles estatildeo presentes em

nuacutemeros relativamente pequenos comparados com outros gecircneros de

microorganismos Aleacutem do mais existem muitos gecircneros de patoacutegenos e cada

um requer uma teacutecnica especiacutefica de isolamento A metodologia que tem sido

adotada consiste em analisar para organismos indicadores que habitam o

intestino em expressivas quantidades e que satildeo excretados nas fezes

humanas A presenccedila destes organismos indicadores na aacutegua evidencia a

contaminaccedilatildeo fecal e portanto o provaacutevel risco de que patoacutegenos estejam

presentes O termo ldquocoliformes totaisrdquo inclui coliformes termotolerantes e

bacteacuterias de origem fecal assim como tambeacutem algumas bacteacuterias que podem

ser isoladas de fontes do meio ambiente A presenccedila de coliformes totais pode

indicar ou natildeo a presenccedila de contaminaccedilatildeo fecal O termo coliforme fecal tem

sido utilizado em microbiologia para denotar organismos coliformes que se

desenvolvem a 44 ou 445 oC e fermentam lactose para produzir aacutecido e gaacutes

Na praacutetica alguns organismos que apresentam estas caracteriacutesticas podem

natildeo ser de origem fecal e o termo ldquocoliforme termotoleranterdquo eacute portanto mais

correto e eacute mais comumente empregado (UNEPWHO 1996)

234 - Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano

A qualidade de aacutegua constitui-se de grande importacircncia para a

humanidade O sabor foi a forma mais simples de se reconhecer a adequaccedilatildeo

da aacutegua para consumo Assim sendo os antigos sistemas de classificaccedilatildeo

dividiam as aacuteguas naturais como aacuteguas doces aacuteguas salobras e aacuteguas

salgadas Esta classificaccedilatildeo tem sido empregada ateacute o presente Contudo

estes tipos de aacuteguas poderiam variar tremendamente de acordo com as

condiccedilotildees locais As pessoas que usavam aacutegua de rio (cong 200 mgL de

salinidade) para beber considerariam uma aacutegua subterracircnea com uma

salinidade de 800 mgL como altamente salobra enquanto que habitantes dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

25

desertos poderiam admitir que uma aacutegua com salinidade de 1500 mgL seria

satisfatoacuteria para consumo No Sinai do Sul os beduiacutenos assim como o seu

rebanho sobreviviam com aacutegua de poccedilo com uma salinidade em torno de 2000

mgL Em 1988 a OMS (Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) estabeleceu padrotildees

quiacutemicos e bioloacutegicos para a qualidade de aacutegua destinada ao consumo e

classificou as aacuteguas quanto agrave potabilidade de acordo com a salinidade como

mostra a Tabela 22 (EL-MANHARAWY HAFEZ 2003)

Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a

salinidade

Qualidade da aacutegua STD (mgL) Excelente lt 300 Boa 300 - 600 Regular 600 - 900 Insatisfatoacuteria 900 - 1200 Inaceitaacutevel gt 1200

Fonte El-Manharawy e Hafez (2003)

Em 1996 a Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental dos Estados Unidos

recomendou um niacutevel de STD de 500 mgL como seguro para fins de consumo

humano a longo prazo e 1000 mgL como maacuteximo para consumo humano a

curto prazo Os padrotildees de qualidade de aacutegua estabelecidos por ambos

mencionam detalhadamente os limites bacterioloacutegicos e tambeacutem para

substacircncias quiacutemicas perigosas (FATH et al 2003) A maior parte da aacutegua

disponiacutevel na terra tem uma salinidade superior a 10000 mgL enquanto que a

aacutegua salgada normalmente tem uma salinidade entre 35000-45000 mgL na

forma de sais dissolvidos

De acordo com o Art 16 da Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do

Ministeacuterio da Sauacutede a aacutegua potaacutevel deve estar em conformidade com o padratildeo

de aceitaccedilatildeo de consumo expresso na Tabela 23

A referida Portaria recomenda que o pH da aacutegua seja mantido na faixa

de 60 a 95 que o teor maacuteximo de cloro residual livre em qualquer ponto do

sistema de abastecimento seja de 20 mgL Aleacutem disso recomenda-se a

realizaccedilatildeo de testes para detecccedilatildeo de odor e gosto em amostras de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

26

coletadas na saiacuteda do tratamento e na rede de distribuiccedilatildeo Aleacutem disso as

amostras de aacutegua para consumo humano devem tambeacutem estar isentas de

coliformes termotolerantes

Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a Portaria

no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede

Paracircmetro Unidade VMP(1)

Alumiacutenio mgL 02 Amocircnia (como NH3) mgL 15 Cloreto mgL 250 Cor aparente UH(2) 15 Dureza mgCaCO3L 500 Etilbenzeno mgL 02 Ferro mgL 03 Manganecircs mgL 01 Monoclorbenzeno mgL 012 Odor - Natildeo objetivaacutevel(3)

Gosto - Natildeo objetivaacutevel(3)

Soacutedio mgL 200 Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

mgL 1000

Sulfato mgL 250 Sulfeto de hidrogecircnio mgL 005 Surfactantes mgL 05 Tolueno mgL 017 Turbidez UT(4) 5 Zinco mgL 5 Xileno mgL 03 (1) Valor maacuteximo permitido (2) Unidade Hazen (mg Pt ndash CoL) (3) Criteacuterio de referecircncia ( 4) Unidade de turbidez

24 ndash ABASTECIMENTO DE AacuteGUA

241 - Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua

A bacia do rio Satildeo Francisco possui 52 de sua aacuterea inserida no

ldquoPoliacutegono da Secardquo (SUASSUNA 2000) Possui uma disponibilidade de aacutegua

de 644 bilhotildees de m3ano respondendo por 69 da disponibilidade de aacuteguas

superficiais e por 73 da disponibilidade superficial garantida do Nordeste

face agrave sua perenidade (MONTENEGRO et al 2003) Este vital recurso hiacutedrico

tem desempenhado o papel de principal fonte de recurso hiacutedrico da regiatildeo

Nordeste como elemento fornecedor de aacutegua atraveacutes de sistemas integrados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

27

e sistemas isolados de abastecimento de aacutegua Apesar de ser um manancial

notoriamente reconhecido pela sua boa qualidade nem sempre a qualidade

de aacutegua dos sistemas adutores de fornecimento de aacutegua do Satildeo Francisco

atendem aos padrotildees de potabilidade preconizados como mostra o trabalho de

Santos e Daltro Filho (2000) Estes autores realizaram um levantamento

exploratoacuterio visando avaliar a qualidade de aacutegua de abastecimento fornecida

pelo sistema integrado Escurial (Sergipe) as condiccedilotildees de vida sauacutede

percepccedilatildeo e postura da populaccedilatildeo ao recurso da aacutegua Neste trabalho fez-se

uso de questionaacuterios que foram aplicados junto agrave populaccedilatildeo agraves autoridades e

oacutergatildeos atuantes nos 5 povoados atendidos aleacutem de terem sido efetuadas

coletas e anaacutelises de aacutegua no rio Satildeo Francisco e em diversos pontos deste

sistema O referido sistema inicia no povoado Escurial onde existe a captaccedilatildeo

o tratamento uma unidade de armazenamento e uma estaccedilatildeo elevatoacuteria

Atende aleacutem do povoado Escurial aos povoados Carro Quebrado Lagoas

Catingueira e Areias Todos estes povoados pertencem ao municiacutepio sergipano

de Nossa Senhora de Lourdes e estatildeo inseridos no semi-aacuterido Este sistema de

responsabilidade da DESO (Companhia de Saneamento de Sergipe) foi

projetado para o alcance de 2011 quando se pretende atender a uma

populaccedilatildeo de 4476 pessoas De acordo com os resultados apresentados

Santos e Daltro Filho (2000) concluiacuteram

(i) Com a chegada do abastecimento de aacutegua as comunidades adquiriram a

percepccedilatildeo da aacutegua como um bem disponiacutevel (de consumo) e mesmo de

conforto apesar de sofrimento pela sua falta

(ii) Tanto a aacutegua do manancial como a que eacute distribuiacuteda natildeo atende

totalmente aos padrotildees de potabilidade

(iii) O alto grau de pobreza que estava submetida a populaccedilatildeo da aacuterea

estudada representava um risco agrave sustentabilidade do meio ambiente pois as

famiacutelias natildeo dispunham de recursos nem conhecimento para evitar a

degradaccedilatildeo do ambiente onde viviam

(iv) As atividades da DESO atraveacutes do sistema integrado de Escurial que

abastece os cinco povoados estudados tecircm representado um ganho parcial

para aquelas comunidades principalmente no que se refere ao ldquoconfortordquo Essa

situaccedilatildeo eacute particularmente importante para a populaccedilatildeo dos povoados mais

distantes na busca pela aacutegua Os efeitos positivos daquela infra-estrutura na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

28

sauacutede da comunidade dependem natildeo soacute da qualidade da aacutegua mas de

muacuteltiplos fatores e demais intervenccedilotildees como destino e tratamento dos

resiacuteduos soacutelidos instalaccedilotildees sanitaacuterias adequadas nos domiciacutelios boa higiene

comunitaacuteria e niacuteveis soacutecio-econocircmicos e educacionais compatiacuteveis ao bem

estar de qualquer comunidade No mais pocircde-se perceber que o simples

fornecimento de aacutegua tem representado impacto parcialmente positivo agrave

qualidade de vida da populaccedilatildeo apesar das constantes faltas drsquoaacutegua

particularmente no periacuteodo de estiagem

Atualmente o nuacutemero de accediludes existentes no semi-aacuterido nordestino eacute

superior a 100 mil e a capacidade de armazenamento eacute de 25 bilhotildees de

metros cuacutebicos (DUARTE 2002) No Nordeste do Brasil que eacute a principal

regiatildeo onde as condiccedilotildees aacuteridas e semi-aacuteridas satildeo encontradas tecircm sido

construiacutedos centenas de reservatoacuterios a fim de armazenar aacutegua para consumo

humano e para irrigaccedilatildeo Infelizmente a maioria destes reservatoacuterios (cerca de

80) natildeo eacute conectada aos sistemas de distribuiccedilatildeo de aacutegua para consumo

humano Aleacutem da evidente necessidade de uma quantidade suficiente de aacutegua

existem seacuterios problemas relacionados com a qualidade da aacutegua destes

reservatoacuterios (VON SPERLING 1998)

(i) Eutrofizaccedilatildeo (florescecircncia de plantas aquaacuteticas causadas pela descarga de

nutrientes)

(ii) Assoreamento (acuacutemulo de material inorgacircnico tal como areia silte e

argila)

(iii) Salinizaccedilatildeo (elevaccedilatildeo do teor de sais no corpo drsquoaacutegua quando a

evaporaccedilatildeo excede a precipitaccedilatildeo)

Segundo Santos et al (2000) a construccedilatildeo simples de accediludes grandes

e pequenos sem criteacuterios de distribuiccedilatildeo nas bacias hidrograacuteficas tem levado

ao agravamento do quadro da falta drsquoaacutegua ou mesmo da qualidade de aacutegua

(salinizaccedilatildeo)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

29

242 ndash Obras hiacutedricas de pequeno porte

Como no semi-aacuterido brasileiro a escassez de aacutegua para o consumo

humano ainda eacute um drama social principalmente durante as secas a

necessidade diaacuteria de buscar aacutegua para o consumo domeacutestico obriga

principalmente as mulheres a longas caminhadas agrave sua procura As

estimativas apontam que dois terccedilos dos domiciacutelios rurais no Nordeste se

encontram nessa situaccedilatildeo Na maioria dos casos sem ter outra alternativa

utilizam aacutegua improacutepria ao consumo humano ou esperam dias e ateacute semanas

pelo abastecimento do carro-pipa cuja qualidade de aacutegua muitas vezes natildeo

atende aos padrotildees de potabilidade O esforccedilo despendido para obtenccedilatildeo de

aacutegua nos periacuteodos de escassez de chuvas eacute significativo Satildeo cerca de trecircs

diashomem por semana para obtenccedilatildeo de aacutegua segundo estudos da

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria) sem falar dos

problemas causados pelo consumo de aacutegua contaminada A UNICEF (Fundo

das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia) usando dados do Ministeacuterio da Sauacutede do

Brasil alerta para o fato de que a cada quatro crianccedilas que morrem na regiatildeo

uma deixa a vida acometida por diarreacuteia consequumlecircncia indesejaacutevel do

consumo de aacutegua improacutepria Os custos diretos e indiretos financeiros e sociais

desta situaccedilatildeo satildeo imensos e se repetem com uma frequumlecircncia inaceitaacutevel

(LIMA et al 2001)

Em funccedilatildeo disto tem-se buscado para o povo nordestino soluccedilotildees

simples praacuteticas e economicamente viaacuteveis Por meio de parcerias diversas

ONGs instituiccedilotildees eclesiaacutesticas e governamentais tecircm desenvolvido algumas

experiecircncias localizadas e conseguido melhorar as condiccedilotildees de vida da

populaccedilatildeo rural difusa Um princiacutepio elementar do manejo dos recursos

hiacutedricos no semi-aacuterido eacute a captaccedilatildeo no periacuteodo chuvoso e utilizaccedilatildeo no periacuteodo

de estiagem imediato (COSTA et al 2001a)

A realidade econocircmica e social do homem do campo nordestino exige

que as soluccedilotildees encontradas para a convivecircncia com a seca envolvam

tecnologias de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo Dentre estas alternativas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

30

empregadas historicamente destacam-se os barreiros as barragens

subterracircneas os poccedilos tubulares e as cisternas (ABREU 2001) Uma consideraacutevel quantidade de estudos hidroloacutegicos e obras

hidraacuteulicas tem levado progressivamente agrave atenuaccedilatildeo dos problemas

decorrentes das condiccedilotildees de semi-aridez Todavia como observam Costa et

al (2001a) soluccedilotildees definitivas estatildeo ainda longe de serem alcanccediladas e

soluccedilatildeo uacutenica natildeo existe

Qualquer que seja a soluccedilatildeo ou conjunto de soluccedilotildees deve-se ter

sempre em mente a busca mais apropriada a cada condiccedilatildeo de escassez de

aacutegua banindo-se a cultura de soluccedilotildees aplicadas a regiotildees uacutemidas como

tradicionalmente tecircm-se comportado a pesquisa e a extensatildeo rural do semi-

aacuterido (BATISTA 2001) Um aspecto ressaltado por Mota e Studart (1996) eacute que

na implantaccedilatildeo de obras hiacutedricas devem ser considerados os sistemas jaacute

existentes e os impactos que podem causar nos meios abioacutetico bioacutetico e

antroacutepico tendo como unidade de anaacutelise a bacia hidrograacutefica Assim aleacutem

dos impactos localizados decorrentes de cada empreendimento devem ser

analisados os impactos cumulativos do mesmo sobre a bacia hidrograacutefica

onde se situaraacute

As pequenas obras hiacutedricas (barreiros cisternas barragens

subterracircneas e poccedilos) satildeo estruturas de pequeno porte e de custo construtivo

relativamente baixo construiacutedas com a finalidade de armazenar aacuteguas

superficiais subterracircneas ou pluviais para a sua utilizaccedilatildeo de alguma forma ou

de muacuteltiplas formas (abastecimento de aacutegua dessedentaccedilatildeo animal irrigaccedilatildeo

entre outras) Enfoca-se a seguir alguns aspectos relacionados a estas

estruturas 2421 ndash Barreiros

O aproveitamento de aacutegua conhecido regionalmente por barreiro

tanque ou aguada consiste no acuacutemulo de aacuteguas de superfiacutecie que recolhe a

aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio proporcionado pela construccedilatildeo de

um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo do terreno Sua capacidade de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

31

acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute algumas dezenas de milhares de

metros cuacutebicos A partir de um acuacutemulo superior a cerca de 100000 m3 a obra

eacute considerada como um pequeno accedilude Trata-se de um aproveitamento de

pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo relativamente baixo e

sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho do barreiro podendo

ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas razotildees o barreiro

encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste (OLIVEIRA

LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al (2003) estas

estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas por evaporaccedilatildeo

elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas exigecircncias de

potabilidade

No que se refere agrave utilizaccedilatildeo da aacutegua armazenada as famiacutelias a utilizam

para os mais diversos usos em funccedilatildeo destas estruturas exercerem um papel

importante no abastecimento familiar Apesar da alta turbidez encontrada

nestas aacuteguas chegando a valores acima de 600 uT elas tambeacutem satildeo

destinadas ao consumo familiar Eacute comum as famiacutelias utilizarem produtos

minerais tais como sulfato de alumiacutenio gesso cal etc para clarificar a aacutegua

desses barreiros Ciente dos riscos que estes produtos podem trazer agrave sauacutede

humana quando ingeridos em dosagens excessivas e por periacuteodos

prolongados a ONG CAATINGA vem introduzindo o uso da semente de

moringa oleifera para clarificar e tratar a aacutegua dos barreiros destinada ao uso

familiar (SOUZA 1999)

Atraveacutes da observaccedilatildeo de alguns poucos barreiros profundos

(profundidade superior a 4 m) existentes no municiacutepio de Ouricuri-PE

confirmou-se na praacutetica que a evaporaccedilatildeo era reduzida agrave medida em que se

aumentava a profundidade Daiacute em 1987 o barreiro-trincheira (Figura 22)

surgiu como proposta para armazenamento e fornecimento de aacutegua para

consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal das pequenas propriedades da

regiatildeo de Ouricuri (SOUZA 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

32

Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999)

2422 ndash Cisternas

Construir cisternas eacute uma tradiccedilatildeo antiga em regiotildees aacuteridas ou semi-

aacuteridas do ldquoVelho Mundordquo como no Oriente Meacutedio e na Aacutesia onde a captaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para o abastecimento humano faz parte do acervo cultural

dos povos haacute milhares de anos (SCHISTEK 2001)

A cisterna consiste em um reservatoacuterio fechado destinado a armazenar

aacuteguas pluviais para consumo humano Eacute constituiacuteda por um tanque de

armazenamento um sistema de filtragem e a aacuterea de captaccedilatildeo O tanque de

armazenamento eacute o proacuteprio reservatoacuterio que pode ser semi-enterrado ou

totalmente subterracircneo no caso da aacuterea de captaccedilatildeo ser no solo (Brito e Porto

1999) Trata-se de uma tecnologia de soluccedilatildeo local e de baixo custo com

perspectiva de equacionar a demanda de aacutegua para consumo humano e

animal aproveitando o proacuteprio telhado das construccedilotildees eou solo da

circunvizinhanccedila como aacuterea de captaccedilatildeo Existe portanto possibilidade de

aproveitamento das superfiacutecies de captaccedilatildeo existentes numa propriedade (casas-

sede casas de colono instalaccedilotildees animais) livre de taxa e sem necessidade de

transporte da aacutegua por longas distacircncias aleacutem do benefiacutecio de reduzir a demanda

por aacutegua tratada (GONDIM 2001)

Segundo Gnadlinger (1999) a cisterna de placas de cimento eacute o tipo de

cisterna mais utilizado no semi-aacuterido brasileiro Esse reservatoacuterio consiste em

placas de concreto (mistura cimento-areia na proporccedilatildeo de 14) de cerca de 50

por 60 cm com 3 cm de espessura curvadas de acordo com o raio projetado

da parede da cisterna dependendo da capacidade prevista Haacute variantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

33

onde por exemplo as placas de concreto satildeo menores e mais espessas e com

um traccedilo de cimento mais magro A parede da cisterna eacute levantada com essas

placas finas a partir do chatildeo jaacute cimentado Para evitar que a parede venha a

cair ela eacute sustentada com varas ateacute que a argamassa esteja seca Apoacutes isso

um arame de accedilo galvanizado (no 12 ou 277 mm) eacute enrolado no lado externo

da parede e essa eacute rebocada Em seguida a parede interna e o chatildeo satildeo

rebocados e cobertos com nata de cimento forte O telhado da cisterna tambeacutem

eacute feito de placas de concreto Um reboco externo eacute suficiente para dar firmeza

O espaccedilo vazio em volta da cisterna eacute aterrado

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel aleacutem da

poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais como roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos animais satildeo levados pelo escoamento da aacutegua

de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada Uma

vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir em

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004) Aleacutem disso a construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de

lanccedilamento de esgotos a ausecircncia de conservaccedilatildeo e de manejo adequados

da aacutegua aliados ao uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e

uso de cordas e baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem

representar fontes de contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios

microorganismos natildeo soacute os pertencentes ao grupo coliformes totais e

termotolerantes mas tambeacutem outras bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua

(AMORIM PORTO 2003) Geralmente indicadores tradicionais assim como

os coliformes totais e termotolerantes satildeo utilizados para avaliar a qualidade

microbioloacutegica das aacuteguas de chuva (MEERA AHAMMED 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

34

Amorim e Porto (2001) avaliaram a qualidade bacterioloacutegica da aacutegua de

cisternas da comunidade de Volta do Riacho localizada no municiacutepio de

Petrolina-PE Eles enfocaram medidas de proteccedilatildeo da contaminaccedilatildeo por

agentes patogecircnicos associados agraves doenccedilas veiculadas pela aacutegua Os

resultados obtidos indicaram contaminaccedilatildeo de origem fecal em todas as

cisternas avaliadas e tambeacutem a ausecircncia de medidas de prevenccedilatildeo de

contaminaccedilatildeo principalmente o uso da desinfecccedilatildeo da aacutegua pelo cloro

O dispositivo destinado a desviar automaticamente as primeiras aacuteguas

de chuva apresentado no trabalho de Andrade Neto (2003 2004) consiste

num pequeno tanque localizado na cobertura da cisterna para o qual satildeo

desviadas automaticamente as primeiras aacuteguas de cada chuva utilizando-se

um ldquoTrdquo (intercalado na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna) que deriva para este

pequeno tanque as aacuteguas de lavagem da superfiacutecie de captaccedilatildeo Como o

tanque de desvio permanece todo fechado quando o telhado estaacute lavado ele

enche e soacute entatildeo eacute que a aacutegua de melhor qualidade vai para a cisterna O

fecho hiacutedrico dispensa boacuteias ou outros artifiacutecios Apoacutes a chuva e antes que se

acumule sujeira na superfiacutecie de captaccedilatildeo o tanque de desvio deve ser

esvaziado por meio de uma tubulaccedilatildeo de descarga que novamente fechada

deixa o dispositivo pronto para o desvio automaacutetico das primeiras aacuteguas da

proacutexima chuva O tanque de desvio eacute pequeno e portanto perde-se muito

pouco da aacutegua que aliaacutes pode ser empregada em usos menos exigentes e

ganha-se muito em qualidade

Aleacutem de apresentar um dispositivo destinado a desviar automaticamente

as primeiras aacuteguas de chuva Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios

aspectos da qualidade da aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a

fim de evitar a contaminaccedilatildeo da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na

superfiacutecie de captaccedilatildeo e propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

35

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microorganismos de maior dimensatildeo melhorando a qualidade da aacutegua

coletada

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuteria

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante (prejudica a qualidade da aacutegua pois favorece a proliferaccedilatildeo de

algas tornando a aacutegua improacutepria para consumo)

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais mas na calha e na tubulaccedilatildeo

de entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou outra coisa que possa

reter a sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes eacute prudente tratar a aacutegua

da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem a

garantia de que a cisterna eacute abastecida apenas por aacutegua de chuva ou que natildeo

se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM PORTO

2003) Existem muitas formas de tratamento das aacuteguas das cisternas Os mais

comuns satildeo cloraccedilatildeo fervura filtraccedilatildeo e exposiccedilatildeo aos raios ultravioleta do

sol A cloraccedilatildeo eacute o tratamento mais apropriado para aacuteguas pluviais quando se

suspeita de contaminaccedilatildeo devido a aacutegua apresentar coloraccedilatildeo ou odor

desagradaacutevel (GOULD 1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

36

2423 ndash Barragens subterracircneas

Este tipo de obra se caracteriza por um barramento artificial do fluxo de

aacutegua subterracircnea construiacutedo comumente encaixado no leito de riachos com o

fim de manter elevado o niacutevel freaacutetico aumentar o armazenamento de aacutegua e

estabelecer condiccedilotildees favoraacuteveis de captaccedilatildeo a montante Tais caracteriacutesticas

evitam que os recursos hiacutedricos do aquumliacutefero aluvial continuem a escoar ateacute

que se esgotem com o fim do periacuteodo de chuvas fato comumente verificado

nas regiotildees semi-aacuteridas (COSTA et al 2001a) As barragens subterracircneas satildeo

menos susceptiacuteveis agrave evaporaccedilatildeo e contaminaccedilatildeo da aacutegua do que

reservatoacuterios superficiais (accedilude) como mostram Puerari e Castro (2001)

Uma pesquisa para locaccedilatildeo de uma barragem subterracircnea deve levar

em conta diversos aspectos fundamentais entre eles (COSTA 2001) se a

aacutegua do rio jaacute possui elevado teor de sais natildeo se deve construir uma barragem

subterracircnea pois a tendecircncia natural seraacute aumentar a sua concentraccedilatildeo salina

tornando-a imprestaacutevel ao consumo humano

Dentre os vaacuterios modelos de barragem subterracircnea segundo Abreu

(2001) os mais conhecidos satildeo

(i) Modelo CPATSA (Figura 23) padratildeo desenvolvido por pesquisadores do

CPATSAEMBRAPA em Petrolina-PE no iniacutecio dos anos 80 constando

essencialmente de

bull Uma escavaccedilatildeo em arco

bull Uma parede elevada (cerca de 1 m de altura) a jusante da escavaccedilatildeo

bull Impermeabilizaccedilatildeo da parede elevada e da escavaccedilatildeo

bull Um sangradouro em cimento e alvenaria ou em concreto

bull Uma cisterna coberta com telhado a jusante da barragem

bull Um filtro de areia e carvatildeo na escavaccedilatildeo

bull Uma tubulaccedilatildeo para conduccedilatildeo da aacutegua da barragem atraveacutes do filtro ateacute a

cisterna a jusante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

37

Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001)

(ii) Modelo CAATINGA (Figura 24) modelo desenvolvido pela ONG

CAATINGA e consta basicamente de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira linear em geral de modo manual

bull Preenchimento da trincheira com o mesmo material retirado submetido a

uma compactaccedilatildeo manual ou feita por animais

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte sobre a barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

38

Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001)

(iii) Modelo Costa e Melo (Figura 25) desenvolvida pelos pesquisadores da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Waldir D Costa e Pedro G de

Melo no iniacutecio da deacutecada de 80 tendo sido posteriormente modificado

ampliado e adequado agraves condiccedilotildees locais pelo primeiro dos pesquisadores

Consta de

bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira retiliacutenea perpendicular agrave direccedilatildeo de

escoamento do riacho

bull Septo impermeaacutevel ao longo da trincheira

bull Um ou mais poccedilos amazonas sendo um necessariamente colocado junto do

septo impermeaacutevel e a montante deste

bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte na superfiacutecie junto ao

septo impermeaacutevel e a jusante deste

bull Um ou mais piezocircmetros ao longo da bacia hidraacuteulica da barragem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

39

Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Modelo Costa e Melo (ABREU

2001)

2424 ndash Poccedilos

A utilizaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea no Brasil vem crescendo de maneira

significativa provavelmente com taxas superiores agrave da proacutepria economia como

um todo Entretanto pode-se afirmar que a mesma ainda natildeo atingiu um niacutevel

de divulgaccedilatildeo adequado e continua sendo um recurso natural completamente

desconhecido e marginal ao planejamento econocircmico do Paiacutes Ocorrem

atualmente demandas localizadas e sazonais ora movidas pela trageacutedia das

secas nas regiotildees semi-aacuteridas e ora por efeitos artificiais dos interesses

eleitoreiros (RIBEIRO 2001) Silans (2002) informa que os poccedilos constituem

junto com a pequena accediludagem a soluccedilatildeo mais difundida para o

abastecimento de aacutegua difuso no semi-aacuterido

A captaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea daacute-se pelo bombeamento da aacutegua de

poccedilos O tipo de poccedilo a ser construiacutedo depende da finalidade a que se destina

e da vazatildeo que se espera retirar Os poccedilos podem ser classificados por sua

profundidade diacircmetro material de construccedilatildeo tipo de aquumliacutefero entre outros

As cacimbas (Figura 26) satildeo um dos tipos mais conhecidos de poccedilos Este

tipo de poccedilo eacute usado para captaccedilatildeo de aquumliacuteferos livres freaacuteticos e de aluviatildeo

de domiacutenio poroso Natildeo satildeo profundos e possuem grande diacircmetro (maior que

2 m) e as vazotildees de explotaccedilatildeo satildeo baixas O material de revestimento pode

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

40

ser de manilhas de concreto ladrilho tijolos cimento ou pedras As bombas

empregadas para retirada de aacutegua satildeo de baixa potecircncia muitas vezes em

poccedilos com menos de 10 m de profundidade empregam-se compressores

(FREITAS 1997)

Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997)

Os poccedilos tubulares (Figura 27) usualmente chamados poccedilos

artesianos possuem diacircmetro menor que as cacimbas e sua profundidade

varia de dezenas a centenas de metros Satildeo revestidos por tubos de PVC

geomecacircnico ou accedilo galvanizado intercalados com filtros que nada mais satildeo

do que os revestimentos dotados de ranhuras ou espaccedilos vazios para permitir

a entrada de aacutegua Estes poccedilos atingem todo o tipo de aquumliacutefero empregam

bombas submersas para a explotaccedilatildeo da aacutegua (FREITAS 1997)

Haacute ainda os poccedilos de monitoramento e amostragem (Figura 28) Estes

poccedilos satildeo utilizados no monitoramento da qualidade da aacutegua subterracircnea em

um determinado local Satildeo em geral construiacutedos proacuteximos a aterros

sanitaacuterios lixotildees estaccedilotildees de tratamento de esgoto e outras instalaccedilotildees que

podem vir a contaminar a aacutegua subterracircnea principalmente o lenccedilol freaacutetico

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

41

Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS 1997)

Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e amostragem

(FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

42

Os materiais visualizados anteriormente nas Figuras 27 e 28 satildeo

imprescindiacuteveis na construccedilatildeo de poccedilos de qualidade Nenhum deles deve ser

suprimido O revestimento interno consiste de tubos de PVC da linha

geomecacircnica (resistente agrave traccedilatildeo provocada pelo bombeamento) ou de accedilo

galvanizado Tem a funccedilatildeo de revestir as paredes do poccedilo Os tubos de PVC

soacute podem ser empregados em poccedilos de no maacuteximo 250 m de profundidade

No entanto em poccedilos com menor profundidade deve-se sempre optar por

revestimento e filtros deste material uma vez que eacute praticamente inerte agrave

maioria das substacircncias e natildeo eacute susceptiacutevel agrave corrosatildeo quiacutemica O filtro possui

a propriedade de permitir a entrada de aacutegua do aquumliacutefero para dentro do poccedilo e

de impedir a penetraccedilatildeo de alguma impureza Existem vaacuterios tipos de filtros

poreacutem o mais comum eacute o do tipo ranhurado O preacute-filtro consiste de areia

lavada de gratildeos de quartzo ou pedriscos de quartzo inertes e resistentes O

preacute-filtro ocupa o espaccedilo anular entre o filtro e a parede de perfuraccedilatildeo A

granulometria do preacute-filtro eacute funccedilatildeo da granulometria do aquumliacutefero O preacute-filtro

tem a funccedilatildeo de estabilizar areias muito finas e bem selecionadas e permitir

maior percentual de aacuterea aberta das ranhuras do filtro A proteccedilatildeo sanitaacuteria tem

a funccedilatildeo de evitar que a aacutegua superficial contamine o poccedilo atraveacutes da

infiltraccedilatildeo pelo espaccedilo anular Eacute formada pelo selo sanitaacuterio e pela caixa de

proteccedilatildeo O selo sanitaacuterio consiste de uma argamassa de cimento na

extremidade superior do espaccedilo anular A laje de proteccedilatildeo eacute um piso de

cimento ao redor da boca do poccedilo construiacutedo com um pequeno declive

(FREITAS 1997)

A primeira fase na construccedilatildeo de um poccedilo eacute a execuccedilatildeo de um projeto

do poccedilo Neste projeto define-se a vazatildeo pretendida para o sistema Devem

constar um estudo que contenha informaccedilotildees sobre a geologia local planta

topograacutefica em escala adequada com localizaccedilatildeo e cadastro de obras e de

poccedilos existentes a existecircncia de outros poccedilos abrangidos pelo mesmo

aquumliacutefero o meacutetodo de locaccedilatildeo o perfil estratigraacutefico previsto meacutetodo de

perfuraccedilatildeo entre outras informaccedilotildees A obra propriamente dita inicia-se com a

perfuraccedilatildeo inicial para a colocaccedilatildeo do tubo de proteccedilatildeo sanitaacuteria Pode-se ou

natildeo executar executar um furo guia para obtenccedilatildeo de dados preliminares das

caracteriacutesticas rochas em subsuperfiacutecie Existem basicamente dois tipos de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

43

sonda utilizados para a perfuraccedilatildeo de poccedilos rotativa e agrave percussatildeo A rotativa

eacute empregada em terrenos cujas rochas possuem grande resistecircncia A

perfuraccedilatildeo agrave percussatildeo baseia-se na perfuraccedilatildeo mediante o movimento

alternativo (para cima e para baixo) de uma pesada massa que em sua queda

fratura e desagrega a rocha desprendendo fragmentos de variados tamanhos

que satildeo extraiacutedos por meio de uma vaacutelvula de limpeza (FREITAS 1997)

A forma de construccedilatildeo do poccedilo eacute fundamental para garantir a qualidade

da aacutegua captada e maximizar a eficiecircncia da operaccedilatildeo do poccedilo e a explotaccedilatildeo

do aquumliacutefero Essa questatildeo encontra-se regulamentada atraveacutes de duas

normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas (ABNT) publicadas em

1990 O projeto de poccedilo para captaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea eacute regulamentado

pela norma NBR-12212 de 1992 que prevecirc a elaboraccedilatildeo de especificaccedilotildees

teacutecnicas de construccedilatildeo planilha orccedilamentaacuteria e croquis construtivos O projeto

executivo deve seguir as normas teacutecnicas para construccedilatildeo de poccedilos

apresentada na NBR-12244 de 1990 (ANA 2005)

Entre os principais fatores construtivos dos poccedilos tubulares que podem

representar risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas estatildeo (ANA 2005)

(i) Natildeo isolar as camadas indesejaacuteveis durante a perfuraccedilatildeo como por

exemplo a parte de rochas alteradas mais superficiais que satildeo mais

vulneraacuteveis agrave contaminaccedilatildeo

(ii) Ausecircncia de laje de proteccedilatildeo sanitaacuteria e altura inadequada da boca do poccedilo

(iii) Proximidade com pontos potencialmente contaminantes da aacutegua tais como

fossas lixotildees entre outros

(iv) Natildeo desinfectar o poccedilo apoacutes a construccedilatildeo

(v) Natildeo cimentaccedilatildeo do espaccedilo anelar entre o furo e o poccedilo que facilita a

entrada de aacuteguas superficiais

A resoluccedilatildeo no 15 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH)

de 2001 considera que poccedilos abandonados e desativados devem ser

adequadamente lacrados a fim de que natildeo se tornem possiacuteveis fontes de

contaminaccedilatildeo para o aquumliacutefero (ANA 2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

44

A vida uacutetil de um poccedilo depende tanto da metodologia adequada de

construccedilatildeo como tambeacutem da manutenccedilatildeo posterior A manutenccedilatildeo consiste

de operaccedilotildees necessaacuterias ao bom funcionamento do poccedilo e eacute de suma

importacircncia para se prevenir problemas futuros que podem quando natildeo

sanados a tempo inutilizar o poccedilo Os problemas mais comuns em poccedilos satildeo

(FREITAS 1997)

(i) Obstruccedilatildeo das seccedilotildees filtrantes pode indicar incrustaccedilatildeo (aacuteguas

incrustantes) ou deposiccedilatildeo de argila silte ou areia fina nos filtros ou ainda

pode ser decorrente de mau desenvolvimento do poccedilo

(ii) Produccedilatildeo de areia geralmente eacute resultado do rompimento de algumas

seccedilotildees de filtro ou do proacuteprio revestimento

(iii) Deterioraccedilatildeo da estrutura do poccedilo (accedilo inoxidaacutevel) reflete-se em geral

pela alteraccedilatildeo da cor da aacutegua e presenccedila de partiacuteculas em suspensatildeo

Tambeacutem pode ser reflexo de accedilatildeo bacteriana (bacteacuterias do ferro)

(iv) Defeitos de equipamento de bombeamento a temperatura do motor a

tensatildeo dos tubos e o comportamento da parte eleacutetrica refletem este tipo de

problema

(v) Incrustaccedilatildeo a queda da vazatildeo especiacutefica indica este problema

(vi) Modificaccedilotildees nas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua podem ser

reflexo da corrosatildeo do revestimento da construccedilatildeo de algum tipo de

instalaccedilatildeo que altere a qualidade da aacutegua subterracircnea tais como lixotildees

aterros ou fossas nas cercanias do local

(vii) Atividade bacteriana tambeacutem pode refletir instalaccedilotildees com potencial de

contaminaccedilatildeo Ainda estatildeo relacionadas a bacteacuterias do ferro que satildeo nativas

da aacutegua e atuam na corrosatildeo de revestimentos e filtros de accedilo galvanizado

Estas bacteacuterias tambeacutem geram material que se deposita nas ranhuras dos

filtros

(viii) Queda da vazatildeo de produccedilatildeo praticamente todos os fatores supracitados

contribuem para a queda da vazatildeo

A fim de evitar estes e outros problemas deve-se proceder com a

manutenccedilatildeo preventiva Um programa de manutenccedilatildeo preventiva requer

estreita articulaccedilatildeo com atividades de operaccedilatildeo (FREITAS 1997)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

45

No semi-aacuterido considerando a grande extensatildeo aflorante das rochas

cristalinas a maioria dos poccedilos eacute perfurada inevitavelmente nessas rochas A

fraca vocaccedilatildeo hidrogeoloacutegica influenciada pela deficiente circulaccedilatildeo de aacutegua

ao longo das fraturas aliada ainda ao desconhecimento de seu subsolo e da

hidraacuteulica nas zonas fraturadasfissuradas tem acarretado inuacutemeros

insucessos (MOTA STUDART 1996) Abreu (2001) relata que soacute no semi-

aacuterido pernambucano em 1998 foram perfurados 206 poccedilos em rocha

cristalina Destes 87 resultaram secos eou com teor de sais dissolvidos muito

elevados (resiacuteduo seco gt 7000 mgL) o que inviabilizou a instalaccedilatildeo dos

mesmos

24 ndash ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA QUALIDADE DE AacuteGUA

241 ndash Dessalinizaccedilatildeo

A dessalinizaccedilatildeo consiste em uma tecnologia empregada que possibilita

a separaccedilatildeo de sais de aacuteguas salobras e aacuteguas salinas tornando-as potaacuteveis

Este processo vem se expandindo rapidamente principalmente em aacutereas

aacuteridas semi-aacuteridas e remotas onde se verifica escassez hiacutedrica ou os custos

para aduccedilatildeo ateacute estas regiotildees satildeo elevados

Arabi e Zurigat (2005) salientam que a escassez hiacutedrica natildeo eacute a uacutenica

causa da crescente aplicaccedilatildeo da tecnologia da dessalinizaccedilatildeo Em diversas

partes do mundo o aumento da poluiccedilatildeo de rios lagos e em alguns casos da

aacutegua subterracircnea tem reduzido significativamente a qualidade das fontes de

aacutegua doce disponiacuteveis Por exemplo nos Paiacuteses Baixos os quais possuem

abundacircncia em aacutegua doce as aacuteguas dos seus rios tornaram-se poluiacutedas com

resiacuteduos de sais provenientes da mineraccedilatildeo Isso levou agrave fundaccedilatildeo em 1999

da maior usina de dessalinizaccedilatildeo com a tecnologia de membrana do mundo na

eacutepoca com 2000 m3h

Diariamente satildeo produzidos cerca de 25 milhotildees de metros cuacutebicos da

demanda hiacutedrica do mundo em usinas de dessalinizaccedilatildeo Estas faacutebricas de

aacutegua tecircm uma capacidade que pode alcanccedilar ateacute 230000 m3dia e podem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

46

abastecer grandes cidades com aacutegua potaacutevel (KOSCHIKOWSKI et al 2003)

Kahraman et al (2004) mencionam que a maior parte das usinas de

dessalinizaccedilatildeo estaacute no Oriente Meacutedio com quase 50 da capacidade mundial

A Araacutebia Saudita eacute o maior usuaacuterio da tecnologia de dessalinizaccedilatildeo com 24

da capacidade mundial e os Estados Unidos satildeo o segundo maior com 16 Os processos de dessalinizaccedilatildeo podem ser classificados em processos

teacutermicos que implicam em mudanccedila de fase e processos que utilizam

membrana de filtraccedilatildeo conforme a Tabela 24 (SILANS 2002)

Tabela 24 Tipos de dessalinizadores Processo Tipo de dessalinizador Teacutermico (i) Criogecircnico

(ii) Simples efeito (destilaccedilatildeo por energia solar) (iii) Muacuteltiplo efeito (iv) Destilaccedilatildeo instantacircnea (v) Compressatildeo de vapor

Membranas de filtraccedilatildeo (i) Eletrodiaacutelise (ii) Osmose inversa ou reversa

Fonte Silans (2002)

A tecnologia que utiliza processos teacutermicos envolvendo a mudanccedila de

estado fiacutesico estaacute perdendo mercado para as membranas seletivas devido

basicamente agrave escala de produccedilatildeo e agrave evoluccedilatildeo da tecnologia Para se ter

uma ideacuteia em 1991 uma instalaccedilatildeo de osmose reversa em Santa Baacuterbara

(EUA) com capacidade instalada de cerca de 22 mil m3dia produzia aacutegua a

um custo de US$ 21m3 Atualmente uma unidade em Singapura de 142 mil

m3dia produz aacutegua a um custo de US$ 043m3 (NATIONAL RESEARCH

COUNCIL 2004)

A osmose eacute um fenocircmeno natural de caraacuteter fiacutesico-quiacutemico identificado

haacute mais de 200 anos Nela quando duas soluccedilotildees com diferentes

concentraccedilotildees satildeo separadas em um mesmo recipiente por uma membrana

semi-permeaacutevel ocorre espontaneamente a passagem da soluccedilatildeo de menor

concentraccedilatildeo no sentido da soluccedilatildeo menos diluiacuteda ateacute que se estabeleccedila um

equiliacutebrio como mostra a Figura 29(a) O fluxo ocorre porque a soluccedilatildeo menos

diluiacuteda encontra-se em um estado de maior energia Neste ponto de equiliacutebrio

a coluna de soluccedilatildeo menos concentrada estaraacute relativamente abaixo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

47

coluna do lado da soluccedilatildeo mais diluiacuteda A esta diferenccedila de altura entre as

colunas das soluccedilotildees daacute-se o nome de pressatildeo osmoacutetica Por outro lado a

osmose inversa eacute um processo induzido obtido por intermeacutedio da aplicaccedilatildeo

mecacircnica de uma pressatildeo superior agrave pressatildeo osmoacutetica do lado da soluccedilatildeo

mais concentrada fazendo com que ocorra um fluxo no sentido da soluccedilatildeo de

menor concentraccedilatildeo salina como eacute visto na Figura 29(b) Este princiacutepio fiacutesico

eacute utilizado na concepccedilatildeo de operaccedilatildeo dos dessalinizadores nos quais satildeo

utilizadas membranas sinteacuteticas (CRAVO 1999)

(a) osmose natural (b) Osmose inversa Figura 29 Processos de osmose (CRAVO1999)

A vantagem da osmose inversa eacute o baixo custo da aacutegua produzida que

pode ser entorno de 050-070 US$m3 comparado a 10-14 US$m3 com o

processo de destilaccedilatildeo com muacuteltiplo efeito e com a destilaccedilatildeo instantacircnea com

muacuteltiplos efeitos dependendo dos custos com energia O consumo de energia

do processo de osmose inversa eacute baixo comparado com os processos de

destilaccedilatildeo embora os custos com bombas sejam ainda consideraacuteveis A

qualidade do permeado eacute muito boa com concentraccedilotildees totais de soacutelidos

dissolvidos entre 100 e 500 mgL Podem ocorrer poluiccedilotildees com pequenas

moleacuteculas orgacircnicas (ex dioacutexido de carbono) o que pode ser evitado atraveacutes

de aeraccedilatildeo A desvantagem da osmose inversa eacute a sua susceptibilidade de

suas membranas ao ldquofoulingrdquo por exemplo soacutelidos suspensos e aos danos

causados por compostos oxidados tais como o cloro ou oacutexidos de cloro

Geralmente um preacute-tratamento eacute necessaacuterio para garantir o desempenho

estaacutevel do moacutedulo A otimizaccedilatildeo do preacute-tratamento eacute um dos aspectos mais

criacuteticos da osmose inversa O ldquoscalingrdquo de por exemplo CaCO3 CaSO4 e

BaSO4 eacute um outro possiacutevel problema dependendo da taxa de recuperaccedilatildeo da

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

48

produccedilatildeo do permeado e da alimentaccedilatildeo Numa recuperaccedilatildeo de 50 o

ldquoscalingrdquo pode ser efetivamente evitado pela adiccedilatildeo de produtos anti-

incrustaccedilotildees agrave aacutegua O aumento da recuperaccedilatildeo tem um impacto negativo no

scaling da membrana (BRUGGEN VANDERCASTEELE 2002)

Os processos de separaccedilatildeo com membrana tecircm demonstrado um

grande potencial para o tratamento de aacutegua e de esgoto por atender em todo o

mundo aos padrotildees restritivos relacionados agrave qualidade de aacutegua potaacutevel e a

padrotildees de lanccedilamento de esgotos Microfiltraccedilatildeo ultrafiltraccedilatildeo nanofiltraccedilatildeo e

osmose inversa tecircm sido usados cada vez mais para o tratamento de aacutegua e

de esgoto para remover soacutelidos suspensos e reduzir o teor de mateacuteria

orgacircnica e inorgacircnica (DING et al 2005)

No semi-aacuterido brasileiro de acordo com Duarte (2002) cerca de 80

dos poccedilos existentes se encontram em aacutereas de cristalino e cerca de 60

desses poccedilos contecircm aacutegua salobra contendo em meacutedia entre 30 e 40 gL de

sal Frente a este problema a partir dos anos 90 diversos programas federais

e estaduais incentivaram a utilizaccedilatildeo de dessalinizadores da aacutegua na

proximidade dos poccedilos

O processo de osmose reversa ou inversa segundo Porto et al (2000)

eacute o meacutetodo predominantemente usado na dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra no

Nordeste Amorim et al (2000) informam que o princiacutepio operacional desta

teacutecnica de dessalinizaccedilatildeo foi desenvolvido no final da deacutecada de 60 e suas

aplicaccedilotildees foram iniciadas em meados de 1970 Atraveacutes de programas federais

e estaduais realizados a partir da deacutecada de 90 ocorreu consideraacutevel

disseminaccedilatildeo dos dessalinizadores no semi-aacuterido nordestino (Duarte 2002)

No Anexo A satildeo apresentadas informaccedilotildees sobre o funcionamento e os

componentes de um dessalinizador (modelo AP 10004000 utilizado para

abastecimento de aacutegua da comunidade de Minuim no municiacutepio de Santa

Briacutegida-BA) que utiliza a tecnologia de osmose reversa

Os efluentes gerados (rejeito) pelo processo de dessalinizaccedilatildeo

ameaccedilam o meio ambiente da regiatildeo pois satildeo aacuteguas com elevados teores de

sais e cujo meacutetodo atual de disposiccedilatildeo geralmente eacute o uso de um corpo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

49

receptor ou simplesmente o despejo indiscriminado no solo contribuindo para

contaminar mananciais solo e ateacute a fauna e flora (AMORIM et al 2000) A

depender do equipamento de dessalinizaccedilatildeo usado e da qualidade da aacutegua do

poccedilo a quantidade de rejeito gerado eacute da ordem de 30 a 70 do total de

aacutegua que passa pelo equipamento (PORTO et al 2000) Apesar do

significante impacto ambiental causado pela instalaccedilatildeo de dessalinizadores as

aacuteguas salobras podem e devem ser aproveitadas como alternativa de

suprimento de aacutegua potaacutevel nas regiotildees de escassez (AMORIM et al 2000)

Segundo Einav e Lokiec (2003) embora os processos de dessalinizaccedilatildeo

contribuam beneficamente para a humanidade assim como para a

preservaccedilatildeo da natureza concomitantemente eles podem causar danos

ambientais Contudo isto pode ser minimizado atraveacutes de um planejamento

adequado

O devido tratamento do rejeito da dessalinizaccedilatildeo vem preocupando e

instigando os cientistas que propotildeem soluccedilotildees tais como criaccedilatildeo de

crustaacuteceos ou plantas capazes de se desenvolverem em um meio salino O

concentrado de unidades proacuteximas agrave costa do mar normalmente eacute

simplesmente lanccedilado ao mar natildeo causando com isso grandes impactos

ambientais Entretanto o maior problema se encontra em unidades de

dessalinizaccedilatildeo de aacuteguas salobras instaladas no interior do continente onde o

concentrado chega a possuir uma concentraccedilatildeo ateacute 10 vezes a da aacutegua bruta

original Este concentrado eacute muitas vezes despejado novamente no poccedilo de

origem salinizando-o ainda mais Em outras ocasiotildees o concentrado eacute

lanccedilado sobre o solo o que em pouco tempo pode esterilizaacute-lo (RIFFEL

2005)

Amorim et al (2000) observaram que a reduccedilatildeo do volume de efluentes

(resultantes do processo de dessalinizaccedilatildeo) e a sua transformaccedilatildeo em um

produto soacutelido atraveacutes do emprego de evaporaccedilatildeo solar facilitava seu

manuseio evitava seu contato com o solo e os sais obtidos pela cristalizaccedilatildeo

indicaram possiacutevel utilizaccedilatildeo tanto para o setor humano e animal como no

industrial

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

50

Porto et al (2001) cultivaram durante 1 ano nos campos da Estaccedilatildeo

Experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuaacuteria) a Atriplex

nummularia Estas plantas foram irrigadas com rejeito proveniente do processo

de dessalinizaccedilatildeo com concentraccedilatildeo salina meacutedia de 1138 dSm Cada uma

das plantas recebeu 75 L de aacutegua por semana durante 48 semanas A

salinidade meacutedia do perfil do solo da camada de 0 a 90 cm era de 064 dSm

antes de se iniciar a irrigaccedilatildeo das plantas Apoacutes a colheita das plantas a

salinidade do mesmo perfil de solo foi de 1274 dSm enquanto a

produtividade da atriplex foi de 6537 kgha de mateacuteria seca com teor de

proteiacutena bruta de 1840 nas folhas A atriplex apresentou grande potencial de

extraccedilatildeo de sais do perfil de solo No entanto quando irrigadas com rejeito de

alta concentraccedilatildeo salina a quantidade de sais extraiacuteda foi da ordem de 393

do total de sais adicionados ao solo pelas irrigaccedilotildees Segundo os

pesquisadores isto implica no fato de que para um manejo de aacutegua

sustentaacutevel haacute a necessidade de se gerar mais informaccedilotildees sobre as relaccedilotildees

de solo e aacutegua para a atriplex nas condiccedilotildees das zonas aacuteridas do Brasil

Segundo Montenegro et al (2001) os rejeitos do dessalinizador

instalado pelo DNOCS implantado em aacuterea de solo salino (com condutividade

eleacutetrica meacutedia de 603 dSm em maio de 1999) em uma unidade piloto situada

no povoado de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE) vinham sendo utilizados

para cultivo de haloacutefitas (Atriplex nummularia) O experimento fazia parte do

acircmbito de atividades do programa Xingoacute Segundo o relato de Montenegro et

al (2001) a cultura apresentou bom desenvolvimento crescendo de 15 cm de

altura ateacute 170 cm (meacutedia) em um periacuteodo de 19 meses Segundo Montenegro

et al (2003) existia tambeacutem no referido povoado uma barragem subterracircnea

Desde que foi implantada a salinidade da aacutegua desta barragem sempre se

mostrou elevada (com condutividade eleacutetrica entre 32 e 37 dSm) A salinidade

era poreacutem adequada ao uso pretendido para a aacutegua da barragem que era o

de complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito do dessalinizador usada no cultivo da

atriplex e nos viveiros de criaccedilatildeo do camaratildeo marinho e tilaacutepia

Furtado e Mota (2003) realizaram um trabalho em Caucaia-CE com o

objetivo de estudar os impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

51

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) sobre a planta e o solo O

dessalinizador utilizado na pesquisa era abastecido por 2 poccedilos com

salinidade entre 1500 e 3500 mgL de STD Os poccedilos dotados de bombas

se alternavam na alimentaccedilatildeo do dessalinizador O modelo de dessalinizador

empregado foi o PS-14 com uma bomba de alta pressatildeo 2 filtros de cartucho

de 5 microcircmetros 1 vaso de pressatildeo (permeador) com uma membrana de 100

mm de diacircmetro e com 1 m de comprimento Foi empregado um delineamento

experimental totalmente casualizado com 4 tratamentos e 3 repeticcedilotildees Os

tratamentos definidos foram

(i) T1 - terreno natural irrigado com o rejeito do dessalinizador

(ii) T2 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com o rejeito do dessalinizador

(iii) T3 ndash terreno natural irrigado com aacutegua de cacimba

(iv) T4 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com aacutegua de cacimba

O rejeito apresentou condutividade eleacutetrica de 5660 microScm e a aacutegua da

cacimba uma condutividade eleacutetrica de 1032 microScm As plantas foram irrigadas

com 10 litros de aacutegua por dia durante 7 meses Verificou-se que a

produtividade no tratamento irrigado com rejeito do dessalinizador foi superior

agrave obtida nos demais tratamentos com valor de 25000 kgha de mateacuteria fresca

De acordo com os resultados a atriplex mostrou ser capaz de extrair do solo o

soacutedio presente no rejeito do dessalinizador Os teores de soacutedio e potaacutessio

encontrados no tecido da planta foram elevados evidenciando sua eficiecircncia

em retirar sais do solo

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede (OPS) promoveu em 1982 um

programa para incrementar na Ameacuterica Latina em comunidades natildeo assistidas

pelo abastecimento puacuteblico de aacutegua o desenvolvimento de equipamentos que

viabilizassem a implantaccedilatildeo de unidades geradoras de cloro no mesmo local

de utilizaccedilatildeo Para tanto foi implementada a teacutecnica Mixed Oxidant Gases

Generated On site for Disinfection (MOGGOD) Esta teacutecnica baseia-se na

eletroacutelise de uma soluccedilatildeo de cloreto de soacutedio produzindo in loco misturas de

gases oxidantes para a desinfecccedilatildeo de aacuteguas (MATOS et al 2006) As

vantagens dessa teacutecnica satildeo vistas pelo baixo custo e facilidade de obtenccedilatildeo

da mateacuteria prima (cloreto de soacutedio) tornando-se ideal para atender pequenas

comunidades Ressaltam-se as vantagens em relaccedilatildeo agrave tecnologia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

52

convencional que requer o uso de produtos agrave base de cloro os quais embora

eficientes apresentam desvantagens em face das dificuldades no transporte

armazenamento acondicionamento manuseio dosagem aleacutem dos perigos de

toxidez corrosividade e agressividade ambiental (BOLLMANN 1995 apud

MATOS et al 2006) A teacutecnica MOGGOD sofreu alteraccedilotildees e como inovaccedilatildeo

tecnoloacutegica foi desenvolvido um novo sistema que produz uma soluccedilatildeo de

misturas oxidantes com a mesma eficiecircncia dos gases oxidantes A soluccedilatildeo

obtida (produto da reaccedilatildeo eletroliacutetica do sal) conteacutem principalmente hipoclorito

de soacutedio aleacutem do cloro livre e outros oxidantes Essa tecnologia eacute mais

vantajosa visto ser mais conveniente trabalhar com misturas de soluccedilotildees

oxidantes do que com misturas de gases oxidantes (REIFF WITT 1995)

Mota et al (2005) e Matos et al (2006) realizaram estudos sobre o

aproveitamento dos rejeitos de dessalinizadores de duas formas 1) na

irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) e 2) na produccedilatildeo pelo

processo de eletroacutelise de soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua A

Tabela 25 apresenta as caracteriacutesticas do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da

atriplex Na preparaccedilatildeo da soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua pelo

processo de eletroacutelise os autores utilizaram 3 rejeitos coletados nos

municiacutepios de Caucaia (rejeito 1) Chorozinho (rejeito 2) e Ocara (rejeito 3) que

apresentaram os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos mostrados na

Tabela 26

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

53

Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Resultado Turbidez (uT) 120 Cor aparente (uH) 25 Odor Inodoro pH 72

Hidroacutexidos (mg CaCO3L) 0 Carbonatos (mg CaCO3L) 0

Alcalinidade

Bicarbonatos (mg CaCO3L) 200 Dureza (mg CaCO3L) 1080 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1624 Magneacutesio (mg MgCO3L) 1860 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5660 Cloreto (mg Cl -L) 1340 Cloro residual (mgL) Ausecircncia Sulfato (mg SO4

=L) 827 Ferro (mg FeL) 006 O2 Consumido (mg O2L) 51 Soacutedio (mg NaL) 3380 Potaacutessio (mg KL) 309 Nitrito (mg N-NO2L) 020 Nitrato (mg N-NO3L) 307 Amocircnia (mg N-NH3L) 038 Soacutelidos totais (mg STDL) 2883 Alumiacutenio (mg AlL) Ausecircncia

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo de

atriplex

Paracircmetro Rejeito 1 Rejeito 2 Rejeito 3 Turbidez (uT) 095 040 070 Cor aparente (uH) 5 9 12 pH 72 83 77 Temperatura (oC) 27 27 27 Dureza (mg CaCO3L) 1386 4562 10977 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1656 2617 14074 Magneacutesio (mg MgCO3L) 2362 9495 18120 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5400 13000 24500 Cloreto (mg Cl -L) 1678 5458 10200 Sulfato (mg SO4

=L) 33 59 711 Ferro (mg FeL) lt 01 lt 01 01 Soacutedio (mg NaL) 4880 14400 14800 Potaacutessio (mg KL) 386 1232 2510 Manganecircs (mg MnL) 070 N N Nitrato (mg N-NO3L) 06 33 20 Mateacuteria orgacircnica (mg O2 consL) 71 56 92 Soacutelidos dissolvidos (mgL) 2883 10738 19310 Soacutelidos totais (mgL) 3010 11718 19494 Coliformes totais (NMP100 mL) 46 x 102 lt 30 78 x 102

Coliformes termotolerantes (NMP100 mL) lt 30 lt 30 697 = valor meacutedio = natildeo determinado

Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

54

Os ensaios de eletroacutelise foram executados com um eletrolisador que

produzia em 8 horas 25 L da soluccedilatildeo oxidante por batelada O equipamento

possuiacutea uma fonte de corrente com alimentaccedilatildeo de 220 V2A e saiacuteda de 65

V25A uma cacircmara de recirculaccedilatildeo uma ceacutelula eletroliacutetica com 1530 cm3 de

volume livre 2 eletrodos de titacircnio sendo um positivo revestido com rutecircnio e

outro negativo sem revestimento com espessura de 2 mm e aacuterea de 48 cm2 2

cabos de alimentaccedilatildeo um vermelho conectado ao eletrodo positivo (acircnodo) e

o cabo preto ao eletrodo negativo (caacutetodo) A Figura 210 mostra o esquema

do eletrolisador

Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al (2006) Nesses estudos Mota et al (2005) mostraram que a Atriplex nummularia

Lindl apresentou bom desenvolvimento quando irrigada com rejeitos de um

dessalinizador A erva-sal mostrou-se capaz de retirar o soacutedio lanccedilado no solo

pelo rejeito do dessalinizador exigindo-se estudos de manejo desse rejeito

para aplicaccedilatildeo em larga escala Segundo Mota et al (2005) e Matos (2006)

tambeacutem ficou constatado que o hipoclorito gerado a partir de rejeitos eacute

indicado para ser utilizado na desinfecccedilatildeo de ambientes domeacutesticos e puacuteblicos

como na lavagem de preacutedios escolas faacutebricas calccediladas banheiros e no

transporte de esgotos havendo necessidade de mais estudos visando avaliar

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

55

a possibilidade de seu uso no tratamento de aacuteguas destinadas ao

abastecimento humano

As teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos afetados por sais satildeo de

fundamental importacircncia uma vez que possibilitam o retorno deles ao processo

de produccedilatildeo Dentre as teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos a

aplicaccedilatildeo de corretivos quiacutemicos e a lavagem do solo satildeo bastante utilizadas

por atuarem diretamente na correccedilatildeo dos problemas desses solos em relaccedilatildeo

agraves plantas As demais teacutecnicas ou praacuteticas utilizadas satildeo consideradas

auxiliares tais como drenagem araccedilatildeo aplicaccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos

sistematizaccedilatildeo e nivelamento entre outros por agirem indiretamente sobre

algumas propriedades do solo que facilitam a recuperaccedilatildeo Em muitas aacutereas a

salinidade ocorre conjuntamente com o aumento dos niacuteveis de soacutedio

originando os solos salino-soacutedicos e soacutedicos A teacutecnica convencional de

recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos e soacutedicos eacute a aplicaccedilatildeo de melhoradores

seguida pela irrigaccedilatildeo excessiva Os melhoradores comumente empregados

satildeo o cloreto de caacutelcio o fosfogesso e o gesso Uma alternativa que vem

surgindo para a recuperaccedilatildeo de solos salinos eacute a fitorremediaccedilatildeo utilizando

haloacutefitas como a Atriplex nummularia (LEAL 2005)

242 - Filtraccedilatildeo domiciliar

Pode-se afirmar que a filtraccedilatildeo domiciliar constitui um haacutebito cultural dos

brasileiros No entanto eacute controvertida sua necessidade de uso A seu favor

argumenta-se que constitui a uacuteltima barreira sanitaacuteria capaz de reter eventuais

partiacuteculas ateacute mesmo microorganismos presentes na aacutegua No entanto

existem argumentos contraacuterios agrave sua utilizaccedilatildeo tais como (HELLER CASSEB

1995)

(i) Baixa eficiecircncia e irregularidade na remoccedilatildeo da turbidez e de patoacutegenos

(ii) Formaccedilatildeo de uma peliacutecula bioloacutegica em torno do elemento filtrante na qual

pode ocorrer o desenvolvimento de patoacutegenos oportunistas

(iii) Nos paiacuteses desenvolvidos natildeo eacute empregada a filtraccedilatildeo domiciliar pois a

qualidade da aacutegua do sistema puacuteblico eacute inteiramente confiaacutevel embora ali

tambeacutem natildeo sejam utilizados os reservatoacuterios domiciliares

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

56

Ainda segundo Heller e Casseb (1995) os filtros domiciliares mais

tradicionais satildeo o filtro de vela e o filtro de areia

243 - Desinfecccedilatildeo

A desinfecccedilatildeo de aacutegua consiste em um processo unitaacuterio essencial e

necessaacuterio para eliminar os microorganismos patogecircnicos proporcionando

uma aacutegua potaacutevel que eacute segura para o consumo humano Esta aacutegua reduz a

ocorrecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica e a incidecircncia de mortalidade de

crianccedilas e idosos (GENTHE DU PREEZ 1995 GENTHE SEAGER 1996

apud MEYER REED 2001) No entanto Genthe e Seager (1996) apud Meyer

Reed (2001) observam que a utilizaccedilatildeo deste processo em aacutereas rurais

afetadas pela escassez e sem aacutegua corrente permanece como um grande

problema

Vaacuterios meacutetodos simplificados de purificaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo tecircm sido

utilizados mas a maioria requer alguma forma de infra-estrutura investimento

econocircmico e uso capacitado Estes meacutetodos incluem filtraccedilatildeo coagulaccedilatildeo

cloraccedilatildeo e oxidaccedilatildeo Fervura e aeraccedilatildeo tambeacutem tecircm sido empregados com

aplicaccedilatildeo limitada (pequenos volumes) e algumas vezes apresentam

resultados natildeo confiaacuteveis (SOLSONA 1996) 244 - Moringa

A Moringa oleifera pertence agrave Famiacutelia Moringaceae que eacute composta

apenas de um gecircnero (Moringa) e quatorze espeacutecies conhecidas Nativa do

Norte da Iacutendia esta planta desenvolve-se atualmente em vaacuterios paiacuteses dos

troacutepicos Eacute um arbusto ou aacutervore de pequeno porte de crescimento raacutepido que

alcanccedila 12 m de altura (RANGEL 2004) Esta planta eacute considerada uma

alternativa alimentar estrateacutegica em paiacuteses em desenvolvimento pois se trata

de uma planta perene resistente agrave seca pouco exigente quanto agrave qualidade do

solo e pouco susceptiacutevel a doenccedilas (A MORINGA OLEIFERA 2004)

Segundo Bezerra et al (2004) esta planta eacute cultivada devido ao seu

valor alimentar (folhas frutos verdes flores e sementes torradas) forrageiro

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

57

(folhas frutos e sementes) medicinal (todas as partes da planta) condimentar

(principalmente as raiacutezes) culinaacuterio e na induacutestria de cosmeacuteticos (oacuteleo extraiacutedo

das sementes) meliacutefero (flores) combustiacutevel (madeira e oacuteleo) e no tratamento

de aacutegua para o consumo humano (cotileacutedones e tegumento das sementes)

Um dos usos mais registrados da moringa na literatura no entanto eacute a

utilizaccedilatildeo do extrato das suas sementes no tratamento de aacuteguas turvas

substituindo de forma eficiente o sulfato de alumiacutenio (BAKKE 2001)

No iniacutecio do seacuteculo XX mulheres aacuterabes do Sudatildeo descobriram que as

sementes da moringa foram mais eficientes para a clarificaccedilatildeo de aacuteguas turvas

do rio Nilo do que outros materiais vegetais anteriormente conhecidos

Pesquisas comparativas mostraram que sementes de 5 espeacutecies da famiacutelia

Moringaceae (Moringa oleifera M peregrina M longituba M drouhardii e M

ovalifolia) tambeacutem continham coagulantes altamente eficientes Estes

coagulantes tecircm propriedades semelhantes ao coagulante usado

convencionalmente (sulfato de alumiacutenio) (SILVA1996) Comparada com o

alumiacutenio as sementes da moringa natildeo alteram significativamente o pH e a

alcalinidade da aacutegua apoacutes o tratamento e natildeo causam problemas de corrosatildeo

(GALLAtildeO et al 2006)

Atualmente a cultura da moringa vem sendo difundida em todo o semi-

aacuterido nordestino devido agrave sua utilizaccedilatildeo no tratamento de aacutegua para uso

domeacutestico (GALLAtildeO et al 2006)

No meio rural os moradores geralmente consomem a aacutegua bruta com

contaminaccedilatildeo microbioloacutegica e turbidez muito acima dos ldquolimites aceitaacuteveisrdquo A

possibilidade de utilizar um coagulante primaacuterio natural produzido no local e

com baixo custo representa um grande potencial na luta contra os problemas

ligados ao consumo de aacutegua natildeo potaacutevel (PINTO HERMES 2006)

Borba (2001) efetuou um estudo sobre a viabilidade do uso da Moringa

oleifera no tratamento simplificado de aacutegua para pequenas comunidades

Nesse estudo constatou-se que a moringa eacute um excelente coagulante

apresentando durante os ensaios uma reduccedilatildeo de 925 a 977 da turbidez

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

58

e uma reduccedilatildeo da cor de 907 a 975 O pesquisador tambeacutem constatou

que ela vem sendo utilizada em muitos locais como alternativa para a

clarificaccedilatildeo de aacutegua de abastecimento de casas isoladas na zona rural No

entanto foi constatado que ela eacute inviaacutevel para sistemas comunitaacuterios

considerando a grande dificuldade de obtecirc-la em quantidades suficientes para

atender a sistemas desse porte aleacutem de natildeo ser um eficiente bactericida

Pinto e Hermes (2006) apresentam vantagens e desvantagens do uso

da moringa como coagulante (Tabela 27)

Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como coagulante

Vantagens Desvantagens

(i) Meacutetodo faacutecil e barato para paiacuteses

em desenvolvimento (especialmente

em tratamentos caseiros)

(ii) A eficiecircncia natildeo depende do pH

da aacutegua bruta

(iii) O processo natildeo modifica o pH da

aacutegua

(iv) Natildeo altera o sabor da aacutegua a

natildeo ser que seja adicionada uma

dose muito alta

(i) O tratamento clarifica a aacutegua e a

torna em boas condiccedilotildees para ser

bebida poreacutem ela pode possuir

alguns germes patogecircnicos

(ii) O coagulante natildeo pode ser

utilizado na sua forma pura ele deve

ser previamente preparado

Fonte Pinto e Hermes (2006)

245 ndash Aguapeacute (Eichornia crassipes)

Todas as macroacutefitas exercem importante papel na remoccedilatildeo de

substacircncias dissolvidas assimilando-as e incorporando-as agrave sua biomassa No

entanto a espeacutecie Eichornia crassipes tem sido a mais pesquisada para o

tratamento de aacutegua com plantas (PACHECO 2004) Essa planta recebe

diferentes nomes populares no Brasil como aguapeacute baronesa murureacute pavoacuteia

rainha do lago uapeacute e uapecirc (SALATTI 2003)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

59

O aguapeacute por funcionar como um autecircntico filtro bioloacutegico passou a ser

pesquisado e utilizado em projetos de preacute-tratamento de rios e esgotos pois

suas raiacutezes retecircm as impurezas contidas na aacutegua e estas quando se

decompotildeem pela accedilatildeo de microorganismos vatildeo servir de nutrientes para a

planta O aguapeacute pode ser usado tambeacutem em aacuteguas destinadas ao

abastecimento puacuteblico pois remove naturalmente muitas das impurezas que

de outra forma teriam de ser eliminadas com substacircncias quiacutemicas

(MEDEIROS et al 2001)

Quando o aguapeacute eacute cultivado de forma correta do ponto de vista

teacutecnico-cientiacutefico ele pode ser um agente de despoluiccedilatildeo No entanto quando

esta planta cresce de forma descontrolada e sem manejo adequado pode se

transformar num problema ambiental (PACHECO 2004)

25 ndash USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO

251 ndash Controle de perdas e desperdiacutecio

Nas uacuteltimas deacutecadas uma das principais preocupaccedilotildees dos gestores de

sistemas de abastecimento de aacutegua em todo o mundo tem sido a minimizaccedilatildeo

de perdas de aacutegua que atingem frequumlentemente valores superiores a 30 ou

mesmo 40 de toda aacutegua que entra nos sistemas Portanto o problema das

perdas e do seu controle em sistemas de aduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de aacutegua

assume importacircncia cada vez maior na atual tendecircncia para promover a

sustentabilidade dos serviccedilos e a proteccedilatildeo do ambiente (ARAUacuteJO et al

2004) No Brasil as perdas fiacutesicas satildeo em meacutedia superiores a 50 do volume

injetado nos sistemas em decorrecircncia de muitos fatores tais como valores

extremos de pressotildees nas redes rupturas nas tubulaccedilotildees golpes de ariacuteete

sobrepressotildees decorrentes de interrupccedilotildees no fluxo drsquoaacutegua nas tubulaccedilotildees

desperdiacutecios entre outros (SILVA et al 2004) O controle de perdas e

desperdiacutecio deve ser feito pelo poder puacuteblico por empresas privadas e pela

populaccedilatildeo em geral Vaacuterias medidas de controle podem ser adotadas entre

elas (MOTA 2002)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

60

(i) Controle de vazamentos nos sistemas puacuteblicos de abastecimento de aacutegua e

nas edificaccedilotildees Reduccedilatildeo do consumo de aacutegua na rega de jardins Em regiotildees

com carecircncia de aacutegua deve ser incentivado o plantio de vegetais que

consomem menor quantidade bem como adotadas praacuteticas para reduzir a

evaporaccedilatildeo tais como promover a cobertura do solo com folhas e palhas para

manter a umidade junto agraves plantas

(ii) Adoccedilatildeo de medidas de reduccedilatildeo do consumo e controle de desperdiacutecios tais

como fechar a torneira enquanto se escova os dentes utilizaccedilatildeo de aacutegua

necessaacuteria no banho evitar usar mangueiras e utilizar balde e pano na

lavagem de carros usar somente o necessaacuterio na lavagem de roupas e na

preparaccedilatildeo de alimentos manter as torneiras descargas chuveiros boacuteias de

caixas drsquoaacutegua e tubulaccedilotildees sem vazamentos

252 ndash Reuacuteso de aacutegua

Na atualidade a reutilizaccedilatildeo de aacutegua de qualidade inferior em

atividades menos exigentes eacute imperativo Primeiramente como forma de

preservar a aacutegua de melhor qualidade para o consumo humano e depois

como barreira contra a contaminaccedilatildeo dos corpos receptores A reutilizaccedilatildeo de

aacuteguas residuaacuterias tratadas pressupotildee riscos sanitaacuterios que no entanto quando

devidamente tratadas e controladas em aacutereas onde os recursos hiacutedricos satildeo

escassos podem ser aproveitadas como um recurso natildeo convencional A aacutegua

residuaacuteria bruta deveraacute ser submetida a tratamentos antes de ser reutilizada

O niacutevel de tratamento exigido dependeraacute do uso proposto devendo no

entanto apresentar caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas que

assegurem a proteccedilatildeo da sauacutede puacuteblica (BRITO et al 2004) Vaacuterias regiotildees

aacuteridas e semi-aacuteridas do Planeta tecircm-se tornado um campo ideal para a

aplicaccedilatildeo de aacuteguas residuaacuterias recuperadas como ocorre nos paiacuteses da regiatildeo

do Mediterracircneo que tecircm praticado o uso das aacuteguas residuaacuterias em vaacuterias

localidades No Brasil o Nordeste brasileiro em particular o semi-aacuterido pelas

suas caracteriacutesticas climaacuteticas conducentes agrave escassez dos recursos hiacutedricos

poderaacute ser suprido com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de reuacuteso de aacutegua (SANTOS

SOUZA 2000) O conhecimento acumulado sobre o reuacuteso no Brasil eacute escasso

e a proacutepria pesquisa sobre tratamento de esgotos desenvolvida no paiacutes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

61

pouco recebeu o enfoque do reuacuteso Isso natildeo quer dizer que natildeo ocorra e de

forma indiscriminada e sem controle O reuacuteso indireto eacute com certeza praacutetica

corrente haja vista a quase inexistecircncia de tratamento de esgotos e somente

10 do volume total de esgotos coletados no paiacutes satildeo submetidos a algum tipo

de tratamento Aleacutem disso vaacuterios estudos sobre a qualidade de aacuteguas de

irrigaccedilatildeo ou de hortaliccedilas comercializadas em diversas regiotildees do paiacutes

reforccedilam os indiacutecios da praacutetica disseminada de irrigaccedilatildeo com esgotos ao

menos de forma indireta Portanto torna-se premente a necessidade de

pesquisas e accedilotildees no sentido do reuacuteso controlado incluindo sua

regulamentaccedilatildeo (TSUTIYA 2001)

26 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABREU GHFG Avaliaccedilatildeo das barragens subterracircneas no estado de

Pernambuco 183 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia Ambiental e

Recursos hiacutedricos) Universidade Federal de PernambucoCTG Recife-PE

2001

AGEcircNCIA BRASIL Lei de saneamento baacutesico eacute publica no Diaacuterio Oficial

Disponiacutevel em lthttpwwwagenciabrasilgovbrnoticias20070108materia20

07-01-087624620635viewgt Acesso em 10 jan 2007

ALMEIDA NETO MA Uso da semente do gecircnero moringa In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

A MORINGA OLEIFERA Disponiacutevel em lthttpwwwoesteubbicombrgt

Acesso em 14 fev 2004

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

62

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

AMORIM MCC PORTO ER SILVA JUacuteNIOR LGA Evaporaccedilatildeo solar

como alternativa de reuacuteso dos efluentes da dessalinizaccedilatildeo por osmose inversa

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

ANDRADE MC Nordeste semi-aacuterido limitaccedilotildees e potencialidades In

BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001

p 12-18

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAGAtildeO JOR A influecircncia dos oceanos Paciacutefico e Atlacircntico na dinacircmica do

tempo e do clima do Nordeste do Brasil In Oceanografia um cenaacuterio tropical

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

63

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociecircncias

Departamento de Oceanografia Recife Bagaccedilo 2004 p 131-184

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

ARAUacuteJO LS RAMOS H COELHO ST Maximizaccedilatildeo do desempenho de

redes de distribuiccedilatildeo de aacutegua atraveacutes da inserccedilatildeo e ajuste de vaacutelvulas In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

ARABI MA ZURIGAT Y Year-round comparative study of three types of

solar desalination units Desalination Elsevier Science BV v 172 p 137-143

2005

BAKKE IA Caracteriacutesticas de crescimento e valor forrageiro da moringa

(Moringa oleifera Lam) submetida a diferentes adubos orgacircnicos e intervalos

de corte 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal da

Paraiacuteba CCA-CFT-CSTR Areia-PB 2001

BATISTA LF Aacutegua mais aacutegua eacute a soluccedilatildeo para o semi-aacuterido In Batista

Filho M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001 p 32-37

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BEZERRA AME MOMENTEacute VG MEDEIROS FILHO S Germinaccedilatildeo de

sementes e desenvolvimento de placircntulas de moringa (Moringa oleifera Lam)

em funccedilatildeo do peso da semente e do tipo de substrato Horticultura Brasileira

Brasiacutelia v 22 no 2 p 295-299 2004

BEZERRA MRC MONTENEGRO SMGL CIRILO JA BLACKBURN

DM COSTA NETTO MLC Avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua em fontes

superficiais e subterracircneas da regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste brasileiro In XV

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

64

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais

Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOLMANN HA Desenvolvimento de um equipamento simplificado de

desinfecccedilatildeo de aacuteguas de abastecimento puacuteblico pela geraccedilatildeo de gases

oxidantes produzidos no local In 18o CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 1995 Salvador Anais Salvador

ABES 1995

BORBA LR Viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam no tratamento

simplificado de aacutegua para pequenas comunidades 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Desenvolvimento e Meio Ambiente) Universidade Federal da Paraiacuteba

Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza Joatildeo Pessoa -PB 2001

BRANCO AM ALMEIDA V Women mobilization and the revitalization of

water resources the case of Northeastern Brazil In FORUM WATER IN THE

AMERICAS IN THE 21ST CENTURY 2002 Cidade do Meacutexico

BRITO LTL PORTO ER Cisterna rural aacutegua para consumo humano In 1o

SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 59-62

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

BRUGGEN B VANDERCASTEELE C Distillation vs membrane filtration

overview of process evolutions in seawater desalination Desalination Elsevier

Science BV v 143 p 207-218 2002

CARVALHO MS Aplicaccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise espacial na caracterizaccedilatildeo

de aacutereas de risco agrave sauacutede 1997 138 f Tese (Doutorado em Engenharia

Biomeacutedica) COPPEUFRJ Rio de Janeiro-RJ 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

65

CHAGAS P SOUZA R Aplicaccedilatildeo da teoria dos nuacutemeros difusos na anaacutelise

de risco em problemas de qualidade de aacutegua In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1

CD-ROM

CHAUDHRY FH Saneamento ambiental e recursos hiacutedricos ndash as muacuteltiplas

interfaces In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

COSTA WD Barragem subterracircnea uma obra de redenccedilatildeo no semi-aacuterido In

XII ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife Anais

p175-181

COSTA MR ABREU GHFG CIRILO JA COSTA WD Barragem

subterracircnea ndash uma alternativa tecnoloacutegica para a convivecircncia com a seca In

XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju

Anais Aracaju ABRH 2001a 1 CD-ROM

COSTA SS MACIEL FILHO AA CANCIO JA OLIVEIRA MLC Seleccedilatildeo

de indicadores sanitaacuterios como instrumento de vigilacircncia e controle da

qualidade da aacutegua para consumo humano na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas

de veiculaccedilatildeo hiacutedrica In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001b 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

DAVIS PA Wave powered desalination resource assessment and review of

technology Desalination Elsevier Science BV v 186 p 97-109 2005

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

66

DING Z LIU L EL-BOURAWI MS MA R Analysis of a solar-powered

membrane distillation system Desalination Elsevier Science BV v 171 p

27-40 2005

DUARTE RS Do desastre natural agrave calamidade puacuteblica a seca de 1998-1999

Recife FUNDAJ 2002 280 p

DUQUE MG BALBINO MA Estuacutedio ambiental en el municiacutepio de Major

Izidoro Del Estado de Alagoas de Brasil In XXVII CONGRESSO

INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y AMBIENTAL 2000 Porto

Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-ROM

EINAV R LOKIEC F Experimental aspects of a desalination plant in

Ashkelon Desalination Elsevier Science BV v 156 p 79-85 2003

EL-MANHARAWY S HAFEZ A A new chemical classification system of

waters for desalination and other industrial uses Desalination Elsevier Science

BV v 156 p 163-180 2003

FATH HES EL-SHERBINY SM GHAZY A Transient analysis of a new

humidification-dehumidification solar still Desalination Elsevier Science BV v

155 p 187-203 2003

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREITAS ALS Uso racional da aacutegua subterracircnea aplicado agraves ciecircncias

agraacuterias Brasiacutelia Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo Agriacutecola Superior 1997

75 p

FURTADO FN MOTA S Impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador

de aacutegua na irrigaccedilatildeo da erva-sal sobre plantas e o solo Revista SANEAS Satildeo

Paulo p 6-10 2003

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

67

GALLAtildeO MI DAMASCENO LF BRITO ES Avaliaccedilatildeo quiacutemica e estrutural

da semente de moringa Revista Ciecircncia Agronocircmica Centro de Ciecircncias

Agraacuterias ndash Universidade Federal do Cearaacute v 37 no 1 p 106-109 2006

GALVIacuteN RM Occurrence of metals in waters an overview Water SA v 22 no

1 p 7-18 1996

GENTHE B DU PREEZ M Evaluation of rapid methods for the detection of

indicator organisms in drinking water WRC Report no 610195 1995

GENTHE B SEAGER J The effects of water supply handling and usage on

water quality in relation to health indices in developing communities WRC

Report 562196 1996

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

GONDIM RS Difusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuvas no financiamento rural In 3o

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

GOULD J Is Rainwater Safe to Drink A Review of Recent Findings In 9a

CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-

ROM

HELLER L CASSEB MMS Abastecimento de aacutegua In BARROS RT et

al Manual de saneamento e proteccedilatildeo ambiental para os municiacutepios Belo

Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental DESAUFMG

1995 p 63-112

IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renovaacuteveis) Desertificaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia-DF Ministeacuterio do Meio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

68

Ambiente 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwibamagovbrgt Acesso em 22 set

2003

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo ndash v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2003 1

CD-ROM

KAHRAMAN N CENGEL YA WOOD B CERCI Y Energy analysis of a

combined RO NF and EDR desalination plant Desalination Elsevier Science

BV v 171 p 217-232 2004

KOSCHIKOWSKI J WIEGHAUS M ROMMEL M Solar thermal-driven

desalination plants based on membrane distilation Desalination Elsevier

Science BV v 156 p 295-304 2003

LEAL IG Utilizaccedilatildeo de Atriplex nummularia e gesso de jazida na

fitorremediaccedilatildeo de solo salino-soacutedico 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia

do Solo) Departamento de Agronomia Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2005

LIMA AF Reduccedilatildeo de dureza In Problemas de Engenharia Sanitaacuteria Recife

Editora Universitaacuteria da UFPE 1993 cap 16 p167-175

LIMA MF SOUSA GN ASSIS JA ARAUacuteJO IP Captaccedilatildeo da aacutegua de

chuva integrada ao trabalho da pastoral da crianccedila In 3o SIMPOacuteSIO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina

Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

LOacuteCIO AM Plano de desenvolvimento sustentaacutevel da bacia do rio Satildeo

Francisco e do semi-aacuterido nordestino In II SIMPOacuteSIO BRASILEIRO SOBRE

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL DO SEMI-AacuteRIDO

2000 Mossoroacute Anais Recife 2000 p 89 - 107

MAIA NETO R F A aacutegua para o desenvolvimento sustentaacutevel A Aacutegua em

Revista Belo Horizonte no 9 p21-32 1997

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

69

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIRA JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MEDEIROS YDP OLIVEIRA IB PROENCcedilA CNO SILVA AMS

Seleccedilatildeo de tecnologias limpas utilizadas no controle e preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos do semi-aacuterido do estado da Bahia In XIV SIMPOacuteSIO

BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju

ABRH 2001 1 CD-ROM

MEDRONHO RA Avaliaccedilatildeo do meacutetodo geoestatiacutestico no estudo da

distribuiccedilatildeo espacial da hepatite A 146 f Tese (Doutorado em Sauacutede Puacuteblica)

Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFIOCRUZ Rio de Janeiro 1999

MEYER V REED RH SOLAIR disinfection of coliform bacteria in hand-

drawn drinking water Water SA v 27 no 27 p49-52 2001

MMA (Ministeacuterio do Meio Ambiente) ABEAS (Associaccedilatildeo Brasileira de

Educaccedilatildeo Superior) Aacutegua subterracircnea conceitos reservas usos e mitos

Brasiacutelia-DF 1999 28 p

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

MOTA S Aacutegua controle do desperdiacutecio e reuacuteso In Aacutegua e desenvolvimento

sustentaacutevel no semi-aacuterido Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 53-

68

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

70

MOTA S STUDART TMC O estudo de impacto ambiental como

instrumento para o desenvolvimento sustentaacutevel de bacias hidrograacuteficas do

semi-aacuterido In III SIMPOacuteSIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DO NORDESTE

1996 Salvador Anais Salvador ABRH 1996 p 259-264

MOTA S MATOS JF FURTADO FN Aproveitamento de rejeitos salinos

na irrigaccedilatildeo e para geraccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio In WORKSHOP USO E

REUacuteSO DE AacuteGUAS DE QUALIDADE INFERIOR 2005 Campina Grande

UFCGUFPB 2005 p 453-471 1 CD-ROM

MOURA DC Riqueza e abundacircncia de abelhas em diferentes estaacutegios de

degradaccedilatildeo da caatinga como indicadores ambientais no entorno da usina

hidreleacutetrica de Xingoacute 98 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo e Poliacuteticas

Ambientais) Departamento de GeografiaUFPE Recife 2003

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Review of the desalination and water

purification technology roadmap Washington DC The National Academies

Press Disponiacutevel em lthttpwwwnapedubooks0309091578htmlgt Acesso

em 10 out 2004

NUNES ABA MAGALHAtildeES NF PEREIRA CB CEBALLOS BSO

TEIXEIRA EC KONIG A Resposta do processo de autodepuraccedilatildeo ao

impacto dos esgotos domeacutesticos em um rio do semi-aacuterido paraibano ndash Baixo

Bodocongoacute In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PACHECO JR Estudo de certas potencialidades de processos oxidativos

avanccedilado para o tratamento de percolado de aterro sanitaacuterio 81 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Quiacutemica Analiacutetica) Setor de Ciecircncias Exatas Universidade

Federal do Paranaacute Curitiba-PR 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

71

PAIXAtildeO MP STUDART TMC BEZERRA JN CARVALHO RM

Aplicaccedilatildeo de indicadores de performance na avaliaccedilatildeo de sistemas hiacutedricos

um estudo de caso In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

PEROSA PT RIBEIRO H BORGES VMNA PEREIRA AS Regulaccedilatildeo

dos serviccedilos de saneamento baacutesico aspectos conceituais e fatores

intervenientes In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

da aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido Jaguariuacutena

EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

PORTO ER AMORIM MCC ARAUacuteJO OJ Potencialidades da erva sal

(Atriplex nummularia) irrigada com o rejeito da dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra

no semi-aacuterido brasileiro com alternativa de reutitilizaccedilatildeo) In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PUERARI EM CASTRO MAH Barragem subterracircnea versus accedilude

anaacutelise comparativa dos dois sistemas de armazenamento de aacutegua no semi-

aacuterido In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E

AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

72

QUINTANS LJ A globalizaccedilatildeo econocircmica o Nordeste brasileiro e seu semi-

aacuterido In BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife

IMIP 2001 p 83-102

RANGEL MS Moringa oleifera um purificador natural de aacutegua e complemento

alimentar para o Nordeste do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwjardimdeflorescombrfloresefolhasa10moringahtmgt Acesso em

20 fev 2004

REIFF FM WITT VM Manual de desinfeccioacuten guias para la seleccion y

aplication de tecnologias de desinfeccion del aacutegua para consumo humano em

pueblos pequentildeos y comunidades rurales en Ameacuterica Latina y el Caribe

Washington Editora OPS Seacuterie Teacutecnica no 30 1995 227 p

RIBEIRO AC Mercado atual e futuro da perfuraccedilatildeo de poccedilos In XII

ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV

SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife

AnaisRecife ABAS 2001 p83-88

RICHTER CA AZEVEDO NETTO JMD Tratamento de aacutegua tecnologia

atualizada Satildeo Paulo Editora Edgar Bluumlcher Ltda 1991 332p

RIFFEL DB Unidade de osmose reversa acionada por energia solar

fotovoltaica sem baterias simulaccedilatildeo projeto e validaccedilatildeo experimental 125 p

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Eleacutetrica) - Departamento de Engenharia

Eleacutetrica Universidade Federal do Cearaacute 2005

ROSENLUND M Environmental factors in cardiovascular disease 69 f Tese

(Doutorado em Epidemiologia) Karolinska Institutet Estocolmo Sueacutecia 2005

Disponiacutevel em lthttpdisskibkise200591-7140-292-6thesispdfgt Acesso em

16 mar 2007

RUSH K HUYSSTEEN V OLIVIER J Pattern of domestic water inadequacy

on the South Africa West Coast Water SA v 26 no 4 p 537-554 2000

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

73

SABINO STBO Programas emergenciais de combate aos efeitos da seca o

que mudou na deacutecada de 90 175 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo

Puacuteblica) ndash Universidade Federal de PernambucoCCSA RecifendashPE 2002

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

SALATTI E Utilizaccedilatildeo de sistemas de wetlands construiacutedas para tratamento

de aacuteguas Bioloacutegico Satildeo Paulo v 65 nos 12 p 113-116 2003

SANTOS JB ASSIS EG MACHADO TTV A qualidade dos recursos

hiacutedricos superficiais no semi-aacuterido ndash Curimatauacute Paraibano In XXVII

CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

Rom

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

SANTOS IJ e SOUZA MAA Reuacuteso de aacutegua uma anaacutelise da

adequabilidade da utilizaccedilatildeo das aacuteguas residuaacuterias tratadas no Distrito Federal

In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y

AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-

ROM

SECTMA (Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e Meio Ambiente) Cenaacuterio para

o bioma Caatinga Recife SECTMA 2004 283 p

SCHISTEK H A cisterna de tela e cimento In 3o SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina Grande Anais

Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

74

SILANS AP Alternativas cientiacuteficas e tecnologias para o abastecimento de

aacutegua no semi-aacuterido In Aacutegua e desenvolvimento sustentaacutevel no semi-aacuterido

Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 133-160

SILVA AR Estudos sobre o gecircnero Moringa 87 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Geneacutetica e Bioquiacutemica) Departamento de Geneacutetica e BioquiacutemicaUniversidade

Federal de Uberlacircndia 1996

SILVA LMC Accediludes e reservatoacuterios mecanismos legais e institucionais para

uma gestatildeo sustentaacutevel In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS

HIacuteDRICOS In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS

2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SILVA FC DIAS I CS BEZERRA STM Anaacutelise econocircmica da

reabilitaccedilatildeo de redes de abastecimento ndash EPANET e PNL 2000 In XI SILUBESA Simpoacutesio Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal

Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

SOARES SRA CORDEIRO NETTO OMC BERNARDES RS Avaliaccedilatildeo

de aspectos poliacutetico-institucionais e econocircmico-financeiros do setor de

saneamento no Brasil com vistas agrave definiccedilatildeo de elementos para um modelo

conceitual Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v8 nos 12 p 84-94

2003

SOacuteLON AO CAMPOS JNB STUDART TMC Estimativa dos valores

esperados para duraccedilotildees maacuteximas de secas hidroloacutegicas no accedilude Castanhatildeo-

CE In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001

Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM

SOLSONA F Disinfection for small water supplies CSIR Technical Guide no C

2878 1996

SOUZA RA Barreiro trincheira In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais

EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 171-173

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

75

SUASSUNA J Contribuiccedilatildeo ao estudo hidroloacutegico do semi-aacuterido nordestino

Recife Editora Massangana 2000 98 p

SUDENE (Superintendecircncia para o Desenvolvimento do Nordeste) A seca e

as accedilotildees do Governo Federal no Nordeste do Brasil ndash Pronunciamento do

superintendente professor Marcos formiga na Comissatildeo de Fiscalizaccedilatildeo

Financeira e Controle da Cacircmara de Deputados Brasiacutelia-DF (natildeo publicado)

1999

TEIXEIRA ALF ROTUNNO FILHO OC AREND FILHO LA GONCcedilALVES

RC Anaacutelise da evoluccedilatildeo temporal dos indicadores hiacutedricos e socioeconocircmicos

aplicada ao municiacutepio de Niteroacutei In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-

ROM

TORNISIELO WL A santa praga da purificaccedilatildeo Revista Globo Rural p 39-

40 1987

TSUTIYA MT Uso agriacutecola dos efluentes das lagoas de estabilizaccedilatildeo do

estado de Satildeo Paulo In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA

SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES

2001 1 CD-ROM

UNEP (United Nations Environment Programme) WHO (World Health

Organization) Water quality monitoring Publicado por E amp FN Spon Londres

1996 383 p

VON SPERLING M Introduccedilatildeo agrave Qualidade das Aacuteguas e ao Tratamento de

Esgotos Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental

da Universidade Federal de Minas Gerais 1996 v 1 243 p

VON SPERLING E Water quality in semi-arid Brazilian reservoirs In 24th

WEDC CONFERENCE SANITATION AND WATER FOR ALL 1998

Islamabad Pakistan p 322-323

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

76

WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION) ltProtection of human environment

Disponiacutevel em lthttpwhointpehsite_maphtmgt Acesso em 15 dez 2003

ZAMXAKA M PIRONCHEVA G MUYIMA NYO (2004) Microbiological and

physico-chemical assessment of the quality of domestic water sources in

selected rural communities of the Eastern Cape Province South Africa Water

SA v 30 no 3 p 333-340 2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

77

CAPIacuteTULO 3

PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO Apresenta-se neste trabalho uma visatildeo geral do saneamento

ambiental (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana

limpeza puacuteblica sauacutede puacuteblica e fontes de poluiccedilatildeo) na zona urbana de 29

municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Esta regiatildeo localiza-se integralmente no semi-

aacuterido brasileiro O estudo envolveu levantamentos de campo e consultas a

oacutergatildeos oficiais de interesse De acordo com os resultados em geral os

municiacutepios dispotildeem de uma infra-estrutura e de um gerenciamento deficientes

Baixos iacutendices de cobertura de esgoto desperdiacutecios de aacutegua e disposiccedilatildeo de

resiacuteduos soacutelidos em depoacutesitos de lixo a ceacuteu aberto satildeo apenas alguns

exemplos que foram encontrados

Palavras-chave saneamento ambiental zona urbana da aacuterea de Xingoacute infra-

estrutura sanitaacuteria

ABSTRACT In this work an overview about environmental sanitation (water

supply sewage urban drainage public cleasing public health and sources of

pollution) in the urban zone of 29 municipalities of Xingoacute area is shown This

region is entirely located in the semi-arid zone of Brazil The research evolved

surveys on site and consultings to the official institutions of concern According

to the results in general the municipalities showed a deficient sanitary infra-

structure and management Poor sewage services water wastefulness and

solid waste disposal on dumps are some examples that were found

Keywords environmental sanitation urban zone of Xingoacute area sanitary infra-

structure

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

78

31 ndash INTRODUCcedilAtildeO

O Saneamento estaacute intimamente relacionado agrave qualidade de vida e agrave

sauacutede da populaccedilatildeo de uma cidade Modernamente tem-se preferido o termo

saneamento ambiental para abranger a sauacutede puacuteblica e as aacutereas afins como

coleta e tratamento de esgotos e efluentes industriais destinaccedilatildeo e tratamento

de resiacuteduos soacutelidos drenagem urbana etc As aacutereas de saneamento recursos

hiacutedricos e de meio ambiente estatildeo intimamente relacionadas principalmente

quando o assunto a tratar eacute a aacutegua e o seu uso mais nobre o abastecimento

puacuteblico (LAHOacuteZ 2000)

Embora o saneamento ambiental seja de suma relevacircncia para o

homem e o meio ambiente diversos trabalhos encontrados na literatura

especiacutefica (DUQUE BALBINO 2000 LOacuteCIO 2000 NUNES et al 2000

BRANCO ALMEIDA 2002) apresentam a forma equivocada como vem sendo

conduzido o saneamento ambiental no semi-aacuterido

No presente trabalho apresenta-se uma avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental principalmente a exposiccedilatildeo das principais deficiecircncias encontradas

em uma regiatildeo a aacuterea urbana de 29 cidades que faz parte da aacuterea de Xingoacute

32 ndash METODOLOGIA

Basicamente na conduccedilatildeo e obtenccedilatildeo dos dados aqui apresentados

foram realizadas consultas a oacutergatildeos oficiais da prefeitura IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) e companhias de aacutegua e de esgoto aleacutem

de inuacutemeras visitas a captaccedilotildees de aacutegua estaccedilotildees de tratamento de aacutegua e de

esgoto e locais de disposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos usinas de

reciclagem e compostagem aterros controlados e fontes de poluiccedilatildeo

Secretaacuterios de sauacutede de infra-estrutura gerentes e operadores de companhias

de saneamento fizeram descriccedilotildees sobre o abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e sauacutede inclusive

apontando as principais carecircncias As visitas de campo foram bastante uacuteteis na

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo do saneamento na aacuterea alvo sendo

fotograficamente documentadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

79

33 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

331 ndash Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 3311 ndash Aspectos fiacutesicos geograacuteficos e demograacuteficos

A aacuterea de Xingoacute eacute aquela sob a influecircncia direta das usinas hidreleacutetricas

de Xingoacute Paulo Afonso e Itaparica Ela situa-se integralmente no Nordeste

brasileiro entre as coordenadas de 8o13rsquo S e 37o05rsquo e 39o05rsquo e 39o54 W Numa

delimitaccedilatildeo provisoacuteria que foi necessaacuteria a fim de possibilitar o funcionamento

das atividades previstas nos diversos convecircnios que compunham o Instituto

Xingoacute essa aacuterea foi definida como se estendendo por 29 municiacutepios

localizados em quatro estados do Nordeste Alagoas Bahia Pernambuco e

Sergipe Segundo o IBGE (2001b) em 2000 a referida aacuterea tinha uma

populaccedilatildeo total de 608771 habitantes Os municiacutepios da aacuterea de Xingoacute situam-

se no Submeacutedio e no Baixo Satildeo Francisco Todos eles encontram-se inseridos

no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Aleacutem dos 29 municiacutepios 5 municiacutepios (municiacutepios

assistidos) foram posteriormente incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute Belo Monte-AL Satildeo Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE

e Parnamirim-PE

A populaccedilatildeo a aacuterea e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29 municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute constam na Tabela 31

Do apresentado na Tabela 31 tem-se

(i) Os municiacutepios de maior e menor dimensatildeo territorial satildeo respectivamente

Curaccedilaacute-BA (6449 km2) e Pariconha-PE (262 km2)

(ii) Os municiacutepios de maior e menor populaccedilatildeo satildeo respectivamente Paulo

Afonso-BA (96428 habitantes) e Itacuruba-PE (3669 habitantes)

(iii) Os municiacutepios de maior e menor taxa de urbanizaccedilatildeo satildeo respectivamente

Paulo Afonso-BA (8557) e Piranhas-AL (670)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

80

Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29

municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto

Xingoacute Populaccedilatildeo (habitantes) Municiacutepio Estado

Urbana Rural Total

Aacuterea (km2)

Urbanizaccedilatildeo ()

Aacutegua Branca 4496 14164 18660 455 2409

Delmiro Gouveia

33563 9432 42995 607 7806

Olho drsquoAacutegua do Casado

3887 3172 7059 323 5506

Patildeo de Accediluacutecar 10806 13545 24351 659 4438

Pariconha 2404 7682 10086 262 2384

Piranhas

Alagoas 1340 18667 20007 407 670

Abareacute 5529 8105 13634 1694 4055

Chorrochoacute 2153 7741 9894 2652 2176

Curaccedilaacute 10750 18650 29400 6449 3656

Gloacuteria 2365 12194 14559 1277 1939

Macurureacute 2355 6257 8612 2279 2735

Paulo Afonso 82514 13914 96428 1693 8557

Rodelas

Bahia 4764 1473 6237 2575 7638

Beleacutem do Satildeo Francisco

11803 8416 20219 1835 5838

Cabroboacute 15759 10632 26391 1623 5971

Floresta 15540 9184 24724 3675 6285

Itacuruba 3233 436 3669 437 8812

Jatobaacute 5412 7736 13148 276 4116

Orocoacute 3572 7251 10823 560 3300

Petrolacircndia 19599 7721 27320 1084 7174

Santa Maria da Boa Vista

13960 22780 36740 2965 3800

Tacaratu 7242 9854 17096 1249 4236

Terra Nova

Pernambuco

3869 3550 7419 361 5215

Canindeacute do Satildeo Francisco

9303 8451 17754 904 5240

Gararu 2988 8375 11363 638 2630

Monte Alegre de Sergipe

6468 5119 11587 417 5582

Nossa Senhora da Gloacuteria

17137 9773 26910 742 6368

Poccedilo Redondo 6360 19662 26022 1215 2444

Porto da Folha Sergipe 8712 16952 25664 891 3395

Total 317883 290888 608771 40204 -----

Fonte IBGE (2001b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

81

3312 ndash Aspectos climaacuteticos

A totalidade da aacuterea de Xingoacute estaacute inserida numa aacuterea onde predomina

o clima semi-aacuterido que segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen pode ser definido

como do tipo BSh ou seja clima seco de estepe de baixas latitudes Esta

regiatildeo do ponto de vista meteoroloacutegico apresenta um deacuteficit hiacutedrico os iacutendices

pluviomeacutetricos anuais verificados variam de 400 a 900 mm enquanto que os

valores de precipitaccedilatildeo ficam entre 1500 a 2500 mmano (CHESF et al 1999)

3313 ndash Vegetaccedilatildeo e aspectos pedoloacutegicos

A vegetaccedilatildeo dominante na regiatildeo constitui-se predominantemente pelas

caatingas Essas formaccedilotildees satildeo lenhosas espinhosas e de caraacuteter xeroacutefilo

Quanto aos aspectos pedoloacutegicos na aacuterea de Xingoacute tem-se (CHESF et

al 1999)

(i) Aacuterea de Xingoacute em Alagoas ndash haacute dois tipos de associaccedilotildees de solos

predominantes na aacuterea alagoana de Xingoacute os Planossolos Soloacutedicos e os

Solos Litoacutelicos Os Litoacutelicos restringem-se a oeste e norte de Delmiro Gouveia

norte de Olho DrsquoAacutegua do Casado e Piranhas e todo o municiacutepio de Patildeo de

Accediluacutecar Os Planossolos Soloacutedicos distribuem-se nas partes mais baixas jaacute

proacuteximas ao rio Satildeo Francisco nos vales dos baixos cursos dos rios sem

riachos que correm para este rio Eles predominam nos municiacutepios de Delmiro

Gouveia e partes sul de Olho drsquoAacutegua e Piranhas Os Planossolos apresentam

textura arenosa areno argilosa ou argilosa O relevo eacute predominantemente

plano ou com ondulaccedilotildees muito suaves Em alguns trechos estes solos

apresentam-se pedregosos Satildeo solos de horizonte A (ldquohorizonte agriacutecolardquo)

muito delgado requerendo cuidados especiais no cultivo para evitar erosatildeo

laminar e por isto natildeo satildeo recomendaacuteveis para mecanizaccedilatildeo A drenagem eacute

tambeacutem difiacutecil correndo-se o risco de salinizaccedilatildeo em condiccedilotildees de irrigaccedilatildeo

Contudo satildeo solos moderadamente aacutecidos a neutros e muito ricos em

nutrientes minerais para as plantas Uma irrigaccedilatildeo manejada com extremo

cuidado eacute possiacutevel Os solos Litoacutelicos satildeo solos de arenoso a pedregosos

localizados nas aacutereas de maior declividade Desenvolveram-se a partir dos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

82

granitos e gnaisses do substrato Ocorrem muitos afloramentos de rochas

(ldquolajedosrdquo) Satildeo muito rasos por vezes o ldquohorizonte agriacutecolardquo (A) assenta-se

diretamente sobre o material originaacuterio ou rocha Altamente susceptiacuteveis agrave

erosatildeo Satildeo moderadamente aacutecidos a neutros O uso agriacutecola concentra-se

nas aacutereas mais aplainadas Como satildeo solos pedregosos com alta limitaccedilatildeo

hiacutedrica e extremamente susceptiacuteveis agrave erosatildeo o mais recomendado eacute a sua

compreensatildeo funcional no sentido da utilizaccedilatildeo como parte do complexo

paisagiacutestico para serviccedilos ambientais (proteccedilatildeo de mananciais preservaccedilatildeo de

flora fauna e conjuntos ecoloacutegicos) ecoturismo e turismo educacional

(ii) Aacuterea de Xingoacute na Bahia ndash Podem ser identificadas na regiatildeo de Xingoacute

dentro do estado da Bahia trecircs aacutereas de solos a aacuterea de Macurureacute Rodelas e

Gloacuteria onde predominam as Areias Quartzozas na parte central da Regiatildeo a

aacuterea oeste de Abareacute e Curaccedilaacute onde respectivamente predominam o Solonetz

Solodizado e o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico e a aacuterea de leste ou de Paulo

Afonso onde predomina o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico

(iii) Aacuterea de Xingoacute em Pernambuco ndash As seguintes associaccedilotildees de solos

destacam-se as Areias Quartzozas (de Petrolacircndia para o norte) os Bruno

Natildeo Caacutelcicos (vatildeo do Municiacutepio de Floresta ateacute o municiacutepio de Cabroboacute mais

dominantemente e daiacute em Santa Maria da Boa Vista nos baixos vales dos

afluentes do rio Satildeo Francisco) e os Latossolos Vermelho Amarelo Eutroacuteficos

(dominantes nos municiacutepios de Orocoacute e Santa Maria da Boa Vista e nos

interfluacutevios entre os rios que correm para o Satildeo Francisco

(iv) Aacuterea de Xingoacute em Sergipe ndash A aacuterea do estado de Sergipe dentro da Regiatildeo

de Xingoacute oferece um rico complexo de associaccedilotildees de solos e esta

diversidade por certo auxilia nas suas funccedilotildees agropecuaacuterias Em contraste

com os demais estados o estado de Sergipe apresenta solos mais

estruturados e manejaacuteveis a um custo mais baixo Nas superfiacutecies dos

municiacutepios de Canindeacute do Satildeo Francisco e Poccedilo Redondo destacam-se os

solos Bruno Natildeo Caacutelcicos enquanto que nas superfiacutecies dos municiacutepios de

Porto da Folha Monte Alegre de Sergipe Gloacuteria e Garuru dividem importacircncia

os Podzols e os Litoacutelicos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

83

3314 ndash Recursos hiacutedricos

O uacutenico rio perene na referida regiatildeo eacute o Satildeo Francisco Todos os

afluentes do Satildeo Francisco no espaccedilo considerado tecircm um regime fluvial do

tipo semi-aacuterido ou seja os rios permanecem secos (total ou parcialmente) ao

longo do periacuteodo de estiagem (CHESF et al 1999)

Os maiores mananciais de aacutegua subterracircnea concentram-se nos terrenos

fanerozoacuteicos sedimentares especialmente na bacia do Jatobaacute onde dominam

rochas porosas Os terrenos preacute-cambrianos natildeo se prestam satisfatoriamente

ao armazenamento de aacutegua subterracircnea Este em tais terrenos quando se

verifica concentra-se nas aacutereas falhadas eou fraturadas A anaacutelise do

potencial hiacutedrico integrado na aacuterea permite a identificaccedilatildeo das aacutereas vistas na

Tabela 32 Em face da heterogeneidade geoloacutegica alguns municiacutepios

aparecem em mais de uma aacuterea nessa regionalizaccedilatildeo procedida do potencial

hiacutedrico (CHESF et al 1999)

Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Aacuterea Caracteriacutesticas Municiacutepios

1 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Gararu-SE

2 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Abareacute-BA Curaccedilaacute-BA Macurureacute-BA Paulo Afonso-BA Cabroboacute-PE Santa

Maria da Boa Vista-PE Monte Alegre de Sergipe-SE Nossa Senhora da Gloacuteria-

SE e Porto da Folha-SE 3 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio

bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Rodelas-BA Curaccedilaacute-BA Terra Nova-PE e Santa Maria da Boa Vista-PE

4 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice bom bull Excedente hiacutedrico bom bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Olho drsquo Aacutegua do Casado-AL Paulo Afonso-BA Petrolacircndia-PE e Tacaratu-

PE

5 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada

Santa Maria da Boa Vista-PE

6 bull Distribuiccedilatildeo Anual das aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Aacuteguas superficiais concentrada

Aacutegua Branca-AL

Fonte CHESF et al (1999)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

84

3315 ndash Aspectos econocircmicos

A atividade econocircmica predominante dos municiacutepios estaacute pautada

eminentemente na lavoura e na pecuaacuteria de pequeno porte A falta de

investimento tecnoloacutegico na produccedilatildeo agriacutecola e pecuaacuteria traduz o estaacutegio

pouco desenvolvido destas atividades nos municiacutepios A atividade produtiva

agriacutecola de alguns produtos destina-se geralmente agrave substistecircncia (CHESF et

al 1999)

A avaliaccedilatildeo geral da induacutestria na aacuterea de Xingoacute revela a quase

inexistecircncia de atividade que possa ser considerada de relevacircncia econocircmica

Isto pode ser atribuiacutedo agrave completa ausecircncia de condiccedilotildees miacutenimas de fomento

para o capital privado apesar da aacuterea dispor de dotaccedilotildees excepcionais no

tocante a dois insumos baacutesicos para vaacuterios segmentos da induacutestria energia e

abundacircncia de aacutegua A baixa qualificaccedilatildeo dos recursos humanos as precaacuterias

condiccedilotildees da infra-estrutura e a pouca articulaccedilatildeo das poliacuteticas de

desenvolvimento tornam a regiatildeo muito pouco atraente para investimentos

industriais (CHESF et al 1999)

3316 ndash Educaccedilatildeo

A anaacutelise da situaccedilatildeo educacional de Xingoacute evidencia em resumo a

baixa qualidade do ensino bem como a sua baixa cobertura aleacutem da evasatildeo e

repetecircncia escolar elevadas Isto sinaliza que deve haver formas mais

arrojadas de intervenccedilatildeo do setor puacuteblico no sentido de universalizaccedilatildeo do

ensino de qualidade em todos os niacuteveis (CHESF et al 1999)

3317ndash Indicadores de qualidade de vida

Em consulta aos dados publicados pelo PNUD (Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Desenvolvimento) verificou-se que vem ocorrendo uma

ascensatildeo do ICV (Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida) e do IDH (Iacutendice de

Desenvolvimento Humano) ao longo do tempo dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute Contudo no contexto do cenaacuterio nacional eles aparecem numa

modesta posiccedilatildeo Entre 5507 municiacutepios brasileiros o melhor colocado eacute o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

85

municiacutepio de Paulo Afonso-BA ocupando a 2643a posiccedilatildeo e o pior colocado

Poccedilo Redondo-SE ocupando a 5394a posiccedilatildeo No entanto cabe mencionar

que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees como quaisquer outras que

se proponham a medir condiccedilotildees de vida e desenvolvimento humano Em

primeiro lugar porque utilizam eventos quantitativos para medir dimensotildees

qualitativas e da vida segundo porque tais indicadores satildeo obtidos atraveacutes de

dados com datas especiacuteficas gerando uma visatildeo estaacutetica da realidade um

corte no tempo

332 ndash Perfil do saneamento ambiental

3321 ndash Abastecimento de aacutegua

Das 29 sedes municipais que integram a aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto

Xingoacute apenas Tacaratu-PE e Macurureacute-BA satildeo abastecidas por aacuteguas

subterracircneas As demais satildeo abastecidas atraveacutes de captaccedilotildees superficiais

situadas na calha do rio Satildeo Francisco O fornecimento de aacutegua da cidade de

Macurureacute eacute de responsabilidade da prefeitura sendo que os serviccedilos de

manutenccedilatildeo satildeo efetuados pela CERB (Companhia de Engenharia Rural da

Bahia) A CHESF responsabiliza-se por este serviccedilo no municiacutepio de Jatobaacute

Nas 27 demais sedes municipais o abastecimento de aacutegua fica sob

responsabilidade de concessionaacuterias como mostra a Tabela 33 Esta tabela

tambeacutem mostra outras informaccedilotildees (localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua o tipo e

a localizaccedilatildeo da ETA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

86

Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes

municipais da aacuterea de Xingoacute Sede municipal

Concessionaacuteria responsaacutevel pelo abastecimento de aacutegua

Localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo para abastecimento

Localizaccedilatildeo da ETA Tipo de ETA

Aacutegua Branca CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Delmiro Gouveia CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)

Delmiro Gouveia Compacta

Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia(1)

Delmiro Gouveia Compacta Olho drsquoAacutegua do Casado

CASAL

Olho drsquoAacutegua do Casado Olho drsquoAacutegua do Casado

Compacta

Patildeo de Accediluacutecar CASAL Patildeo de Accediluacutecar Patildeo de Accediluacutecar Convencional Pariconha CASAL Povoado de Salgado em

Delmiro Gouveia (1) Delmiro Gouveia Compacta

Piranhas CASAL Piranhas (2) ----- Natildeo possui Abareacute EMBASA Abareacute Abareacute Compacta

Chorrochoacute EMBASA Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Barra do Tarrachil em Chorrochoacute

Compacta

Curaccedilaacute SAAE Curaccedilaacute Curaccedilaacute Compacta Gloacuteria EMBASA Gloacuteria Gloacuteria Compacta

Paulo Afonso EMBASA Paulo Afonso (3) Paulo Afonso Convencional Rodelas SAAE Rodelas Rodelas Compacta

Beleacutem do Satildeo Francisco

COMPESA Beleacutem do Satildeo Francisco Beleacutem do Satildeo Francisco

Convencional

Cabroboacute (4) Cabroboacute Compacta Cabroboacute COMPESA

Cabroboacute (5) Cabroboacute Compacta Floresta COMPESA Floresta Floresta Compacta Itacuruba COMPESA Itacuruba Itacuruba Compacta

Jatobaacute COMPESA Jatobaacute Jatobaacute Compacta Orocoacute COMPESA Orocoacute Orocoacute Compacta

Petrolacircndia COMPESA Petrolacircndia Petrolacircndia Convencional Santa Maria da

Boa Vista COMPESA Santa Maria da Boa Vista Santa Maria da Boa

Vista Compacta

Terra Nova COMPESA Cabroboacute (5) Terra Nova Compacta Canindeacute do Satildeo

Francisco DESO Canindeacute do Satildeo

Francisco Canindeacute do Satildeo

Francisco Compacta

Gararu DESO Gararu Gararu Compacta Monte Alegre de

Sergipe DESO Ilha do Ouro em Porto da

Folha (6) Porto da Folha Compacta

Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta Nossa Senhora da Gloacuteria

DESO

Proacutexima do povoado de Satildeo Joseacute em Amparo do

Satildeo Francisco (7)

Proacutexima do povoado de Satildeo

Joseacute em Amparo do Satildeo Francisco

Compacta

Poccedilo Redondo DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

Porto da Folha DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)

Porto da Folha Compacta

(1) O sistema coletivo do Sertatildeo abastece as cidades de Aacutegua Branca Canapi Delmiro Gouveia Inhapi Mata Grande Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha aleacutem de vaacuterios povoados (2) A aacutegua para abastecimento da sede do municiacutepio de Piranhas recebe apenas hipoclorito de soacutedio ou Hypocal aplicados na EE Para abastecer os bairros Xingoacute e Nossa Senhora da Sauacutede faz-se a captaccedilatildeo a montante da UHE Xingoacute A aacutegua eacute aduzida por recalque ateacute uma ETA onde se efetua o tratamento (3) A cidade de Paulo Afonso possui duas captaccedilotildees para o seu abastecimento (4) captaccedilatildeo individual para atender apenas Cabroboacute (5) O sistema coletivo Salgueiro atende agraves cidades de Cabroboacute Parnamirim Salgueiro Serrita Terra Nova Umatildes e Verdejante (6) O sistema coletivo Alto Sertatildeo abastece as cidades de Porto da Folha Poccedilo Redondo Monte Alegre de Sergipe Satildeo Miguel do Aleixo Nossa Senhora Apararecida Nossa Senhora da Gloacuteria Frei Paulo Pedra Mole Pinhatildeo e Pedro Alexandre (BA) aleacutem de 56 povoados (7) O sistema coletivo Adutora Sertaneja abastece as cidades de Amparo do Satildeo Francisco Canhoba Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores Itabi Graccho Cardoso Cumbe Feira Nova Nossa Senhora da Gloacuteria Carira Aquidabatilde aleacutem de povoados do municiacutepio de Gararu e mais 73 outros povoados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

87

Algumas precariedades comuns foram identificadas nos sistemas de

abastecimento de aacutegua da aacuterea avaliada durante os levantamentos de campo

Estas envolviam principalmente

(i) Deficiecircncias na preservaccedilatildeo das instalaccedilotildees das unidades do sistema de

abastecimento - ausecircncia de tela protetora de reservatoacuterios maacute conservaccedilatildeo

unidades de tratamento em ETAs hidrocircmetros inutilizados entre outros

(ii) Desperdiacutecios de aacutegua e ausecircncias ou ineficiecircncias relacionadas agrave

fiscalizaccedilatildeo do conjunto do abastecimento de aacutegua - desperdiacutecios de aacutegua

accedilatildeo de vacircndalos em tubulaccedilotildees principalmente as de PVC hidrocircmetros sem

cobertura e com cobertura improvisada vazamentos na rede operadores sem

utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo facilidade de acesso de animais agraves

instalaccedilotildees inclusive animais peccedilonhentos intermitecircncias no fornecimento de

aacutegua entre outros Algumas deficiecircncias comuns satildeo vistas na Figura 31

Segundo Arauacutejo (2001) se as perdas de aacutegua vatildeo aleacutem de valores

aceitaacuteveis (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de grande

porte) podem ocorrer problemas de funcionamento e com isso exigir a

pesquisa de vazamentos invisiacuteveis ligaccedilotildees clandestinas e outras perdas De

acordo com os levantamentos efetuados no sistema de abastecimento de aacutegua

na aacuterea de Xingoacute esses sistemas operam com valores acima dos mencionados

por esse autor atingindo ateacute cerca de 76 de perda de aacutegua no sistema de

abastecimento de aacutegua de Petrolacircndia Soacute com o montante de aacutegua aduzida

ateacute a ETA da cidade de Patildeo de Accediluacutecar perde-se entre 30 e 40 de aacutegua

(lavagem de filtros lavagem de decantadores e extravasamento de

reservatoacuterios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

88

(a) Adutora de aacutegua bruta de PVC avariada devido agrave praacutetica de furto (Itacuruba-PE)

(b) Vazamento em adutora de aacutegua bruta (Rodelas-BA)

(c) Estrutura deteriorada de um filtro de ETA (Gloacuteria-BA)

(d) Combogoacutes em via puacuteblica servindo de proteccedilatildeo para hidrocircmetro (Monte Alegre de Sergipe-SE)

(e) Ofiacutedio peccedilonhento em estaccedilatildeo elevatoacuteria (Macurureacute-BA)

(f) Tubulaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo do clorador desconectada (Petrolacircndia)

Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento de

aacutegua na aacuterea de Xingoacute

Os graacuteficos da Figura 32 plotados com os dados do IBGE (2001a) do

Censo 2000 fornecem uma panoracircmica sobre a forma do abastecimento de

aacutegua dos 29 municiacutepios da aacuterea pesquisada Os resultados indicam que a

forma predominante de abastecimento de aacutegua eacute aquela que ocorre atraveacutes da

rede geral com um total de 95256 domiciacutelios (6923 do total de domiciacutelios

que eacute de 137787 domiciacutelios)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

89

Embora esta estatiacutestica do IBGE tenha a sua relevacircncia ela natildeo

contempla questotildees tais como a quantidade per capita a qualidade da aacutegua

distribuiacuteda e as intermitecircncias no abastecimento

Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de

abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)

3322 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa as prefeituras atraveacutes

normalmente de suas Secretarias de Obras ou das Secretarias de Infra-

Estrutura responsabilizam-se pelas questotildees pertinentes ao esgotamento

sanitaacuterio municipal No entanto no municiacutepio de Piranhas o responsaacutevel eacute a

CASAL e em Curaccedilaacute eacute o SAAE (autarquia municipal)

As cidades de Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe natildeo possuem rede coletora de esgoto Delmiro Gouveia Olho drsquoAacutegua

do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco Orocoacute

Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo possuem

menos de 50 das casas conectadas agrave rede puacuteblica de esgoto O efluente

sanitaacuterio das casas natildeo ligadas agrave rede de esgoto tem como destino o terreno

eou fossa Verificou-se que vaacuterias cidades utilizavam o rio Satildeo Francisco eou

os seus afluentes para diluir seus esgotos sem tratamento Na Figura 33 satildeo

vistos alguns desses pontos de lanccedilamento do esgoto bruto Algumas cidades

8154

34177

95256

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral

Poccedilo ou nascente (na propriedade) Outra

6923

593

2484

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

90

possuem lagoas de estabilizaccedilatildeo construiacutedas para processar a depuraccedilatildeo dos

efluentes liacutequidos gerados bairros Nossa Senhora da Sauacutede e Xingoacute no

municiacutepio de Piranhas Curaccedilaacute Rodelas Floresta Jatobaacute Itacuruba

Petrolacircndia e Canindeacute do Satildeo Francisco Entretanto constatou-se que algumas

estavam em pleno abandono eou funcionavam em condiccedilotildees inadequadas

como mostra a Figura 34 Em Paulo Afonso maior cidade da aacuterea apenas os

bairros Cleacuteriston Andrade e Jardim Aeroporto possuem coleta e tratamento de

esgoto (reator UASB)

(a) Rio Capivara (Porto da Folha) (b) Rio Jacareacute (Poccedilo Redondo)

(c) Rio do Accedilude (Delmiro Gouveia) (d) Rio Satildeo Francisco (Gararu)

Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da aacuterea

de Xingoacute no Satildeo Francisco e seus afluentes

Outras situaccedilotildees inadequadas e comuns relacionadas com o

esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de estudo satildeo visualizadas na Figura 35

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

91

(a) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Itacuruba)

(b) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(c) Pescaria com tarrafa em lagoa de estabilizaccedilatildeo (Piranhas)

(d) Emissaacuterio de lagoa de lagoa de estabilizaccedilatildeo avariada (Rodelas)

Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com utilizaccedilatildeo

inadequada na aacuterea de Xingoacute

(a) Dano em rede coletora (Gloacuteria)

(b) Caixa de passagem com ferragem exposta (Terra Nova)

(c) Escoamento de esgoto (Pariconha)

(d) Lavagem de roupa proacutexima proacutexima de local de despejo de esgoto (Gararu)

Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas evolvendo o esgotamento sanitaacuterio na

aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

92

Segundo os dados apresentados nos graacuteficos da Figura 36 uma

parcela expressiva das residecircncias dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute nos 4

estados natildeo dispotildee de instalaccedilotildees sanitaacuterias (natildeo possuem banheiro nem

sanitaacuterio) Outros meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no esgotamento

dos municiacutepios desta regiatildeo tais como fossa rudimentar (2585 dos

domiciacutelios) e vala (165 dos domiciacutelios)

Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de

Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

De acordo com dados do IBGE (2001a) 46272 domiciacutelios na aacuterea de

Xingoacute estatildeo ligados agrave rede geral de esgoto ou pluvial Dentre os tipos de

esgotamento sanitaacuterio este eacute o que apresenta maior percentual (3363) na

aacuterea de Xingoacute Um percentual expressivo (3073) dos domiciacutelios natildeo dispotildee

de banheiro nem sanitaacuterio Meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no

esgotamento desses municiacutepios tais como fossa rudimentar e vala Vale

salientar que esse indicador do tipo de esgotamento sanitaacuterio refere-se apenas

agrave sua disponibilidade natildeo incluindo as condiccedilotildees de funcionamento e

conservaccedilatildeo dos serviccedilos e instalaccedilotildees nem o destino final dos dejetos

3323 ndash Drenagem urbana

De acordo com os levantamentos na ampla maioria dos casos

verificou-se que natildeo havia um planejamento quanto agrave drenagem urbana nas

9122

35568

42284

13992276666

46272

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s Rede geral de esgoto ou pluvialFossa seacutepticaFossa rudimentarValaRio lago ou marOutro escoadouroNatildeo tinha banheiro nem sanitaacuterio

2585663165

049

102

3073

3363

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

93

cidades da aacuterea de Xingoacute Assim sendo via de regra o escoamento das aacuteguas

pluviais ocorre no calccedilamento das ruas a maioria desprovida de bocas de lobo

galerias de aacuteguas pluviais e bueiros entre outras obras drsquoarte Muitas vias

puacuteblicas natildeo satildeo calccediladas ou apresentam calccedilamento bastante precaacuterio Um

exemplo de exceccedilatildeo quanto a isso foi o bairro Xingoacute no municiacutepio de Piranhas-

AL Nesta localidade o sistema de drenagem compunha-se de bocas de lobo

sarjetas galerias de aacuteguas pluviais concentrados nos pontos de mais baixa

cota e todas as ruas satildeo calccediladas Na Figura 37 satildeo vistas algumas

deficiecircncias no que concerne a drenagem urbana na aacuterea em estudo

(a) Valetas ocasionadas por Erosatildeo (Aacutegua Branca)

(b) Canal com resiacuteduos soacutelidos (Delmiro Gouveia)

(c) Canal na iminecircncia de transbordar (Cabroboacute)

(d) Galeria de aacuteguas pluviais que recebe esgoto de ligaccedilotildees clandestinas (Canindeacute do Satildeo Francisco)

(e) Calccedilamento irregular (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Boca de lobo obstruiacuteda (Nossa Senhora da Gloacuteria)

Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

94

3324 ndash Limpeza puacuteblica

Em geral nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa a prefeitura

atraveacutes normalmente da Secretaria de Obras ou da Secretaria de Infra-

Estrutura responsabiliza-se pelas questotildees pertinentes agrave limpeza urbana

municipal Os serviccedilos de coleta dos resiacuteduos soacutelidos restringem-se em

grande parte dos municiacutepios agrave zona urbana Os resiacuteduos soacutelidos urbanos na

maioria das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo lanccedilados em terrenos onde ficam

expostos numa situaccedilatildeo bastante precaacuteria

Algumas cidades no entanto como eacute o caso de Delmiro Gouveia (uma

parte) Patildeo de Accediluacutecar os resiacuteduos soacutelidos recolhidos satildeo enviados para uma

usina de reciclagem e compostagem embora operem com condiccedilotildees aqueacutem

do ideal devido a uma falta de uma melhor infra-estrutura e de recursos

humanos de melhor qualificaccedilatildeo teacutecnica Patildeo de Accediluacutecar dispotildee aleacutem de uma

usina de reciclagem um aterro controlado As cidades de Paulo Afonso que

conta com uma usina de reciclagem e Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio no

acircmbito das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo as que dispotildeem de melhores

condiccedilotildees de infra-estrutura no tocante ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

urbano A Figura 38 retrata algumas das situaccedilotildees inadequadas e comuns

com relaccedilatildeo aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea de Xingoacute

A partir de dados sobre o destino dos resiacuteduos soacutelidos dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute obtidos do IBGE (2001a) foram plotados os graacuteficos da Figura

39 A forma predominante de destino do lixo na aacuterea de Xingoacute eacute aquela em

que os resiacuteduos soacutelidos satildeo coletados por serviccedilo de limpeza com 630009

(4580 do total de domiciacutelios na aacuterea de Xingoacute) domiacutecilios enquadrando-se

nessa situaccedilatildeo

Esse indicador utilizado pelo IBGE no entanto refere-se apenas agrave

disposiccedilatildeo de serviccedilos regulares de coleta de lixo domiciliar Poreacutem natildeo inclui

as condiccedilotildees de funcionamento assiduidade volume transportado e forma de

tratamento dos resiacuteduos soacutelidos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

95

(a) Veiacuteculo de limpeza urbana inutilizado por falta de pneus (Curaccedilaacute)

(b) Suiacutenos em lixo colocado em via puacuteblica (Chorrochoacute)

(c) Entulhos em local improacuteprio (Beleacutem do Satildeo Francisco)

(d) Depoacutesito de lixo proacuteximo de curso drsquoaacutegua (Olho drsquoAacutegua do Casado)

(e) Catadores descalccedilos em lixatildeo (Monte Alegre de Sergipe)

(f) Lixo hospitalar exposto (Abareacute)

Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionados aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea

de Xingoacute

Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos na

aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)

10528

20041

877 5404244

63009

38348

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

par

ticul

ares

per

man

ente

s

765

4580

308039

064

2787

1457

Coletado por serviccedilo de limpeza

Coletado por caccedilamba de serviccedilo de limpeza

Queimado (no proacuteprio terreno)

Enterrado (no proacuteprio terreno)

Jogado em terreno baldio ou logradouro

Jogado em rio lago ou mar

Outro destino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

96

Segundo Perazzo et al (2002) um estudo realizado pelo GRS-UFPE

(Grupo de Resiacuteduos Soacutelidos da Universidade Federal de Pernambuco) sobre a

composiccedilatildeo gravimeacutetrica dos resiacuteduos soacutelidos de 3 cidades (Jatobaacute

Petrolacircndia e Tacaratu) da aacuterea de Xingoacute verificou-se que quanto agrave origem

dos resiacuteduos soacutelidos a de origem domiciliar predomina Aleacutem disso a

composiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos gerados era predominantemente composta

por mateacuteria orgacircnica com os seguintes valores 5420 em Jatobaacute 6140

em Petrolacircndia e 6140 em Tacaratu

Muniz et al (2001) informam que no Brasil do total de resiacuteduos soacutelidos

urbanos produzidos cerca de 65 satildeo constituiacutedos de mateacuteria orgacircnica

putresciacutevel Este material orgacircnico pode causar poluiccedilatildeo contaminando a

populaccedilatildeo mais carente que reside na periferia dos centros urbanos

3325 ndash Sauacutede puacuteblica

Para Longuinho (2002) o programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede no

Brasil representa um avanccedilo em termos das poliacuteticas puacuteblicas adotadas pois

considera o municiacutepio como ente fundamental no processo decisoacuterio de

aplicaccedilatildeo dos recursos A maior participaccedilatildeo do municiacutepio no planejamento e

execuccedilatildeo dos recursos da sauacutede puacuteblica pode conduzir a uma elevaccedilatildeo da

eficiecircncia das poliacuteticas puacuteblicas uma vez que com o deslocamento do

processo decisoacuterio para fim da cadeia (municiacutepio) a sociedade poderaacute dispor

com mais facilidade de instrumentos legais que a possibilitem influir na

formataccedilatildeo das poliacuteticas a serem adotadas reduzindo a sua possibilidade de

falha aleacutem do que eleva a capacidade de controle por parte da sociedade que

eacute a principal beneficiaacuteria das poliacuteticas puacuteblicas

Com relaccedilatildeo agrave municipalizaccedilatildeo da sauacutede nos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute via de regra esta aconteceu na deacutecada de 90

Atraveacutes de levantamentos realizados junto agrave Secretaria de Sauacutede de

cada um dos 29 municiacutepios foram constatados os seguintes principais

problemas na aacuterea de sauacutede nos 29 municiacutepios

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

97

(i) Baixa resolutividade (incapacidade de solucionar casos de sauacutede que

possuem uma certa complexidade levando ao deslocamento do paciente para

ser tratado em outras unidades ateacute mesmo localizadas em outro municiacutepio

com condiccedilotildees para tal atendimento) e infra-estrutura deficitaacuteria das unidades

de sauacutede

(ii) Carecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede

(iii) Nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida (com um aacutepice de

941 em Olho drsquoAacutegua do Casado)

(iv) Frequumlentes altas taxas de mortalidade infantil (acima do iacutendice aceitaacutevel

da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos) atingindo um

aacutepice no municiacutepio de Olho drsquoAacutegua do Casado (1716permil) As principais causas

satildeo a desnutriccedilatildeo e as deficiecircncias no saneamento baacutesico

(v) Nuacutemero elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo

cerca de 1200 casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

em 2001

De acordo com as informaccedilotildees obtidas junto agrave Secretaria de Sauacutede dos

municiacutepios pesquisados os agravos agrave sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo relacionados

principalmente agrave baixa renda familiar agraves carecircncias nutricionais agrave sauacutede

puacuteblica e ao saneamento deficitaacuterios

3326 ndash Fontes de degradaccedilatildeo do meio ambiente

De acordo com os estudos efetuados na aacuterea de abrangecircncia do

Instituto Xingoacute as principais fontes geradoras de poluentes satildeo

(i) Os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos sem tratamento ou com tratamento deficiente

tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo do meio ambiente sobretudo a fauna a

flora o solo e os recursos hiacutedricos subterracircneos e superficiais (rio Satildeo

Francisco e afluentes)

(ii) Despejo do efluente industrial de uma induacutestria tecircxtil na cidade de Delmiro

Gouveia parcialmente tratado em um rio afluente do Satildeo Francisco gerando

transtornos principalmente agrave populaccedilatildeo ribeirinha ocorrendo inclusive a

mortandade de peixes

(iii) Liberaccedilatildeo de gases de faacutebricas especialmente em Paulo Afonso cidade

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

98

mais avanccedilada da aacuterea de Xingoacute do ponto de vista industrial

(iv) Estabelecimentos comerciais tais como postos de gasolina lava-jatos

matadouros puacuteblicos padarias bares e restaurantes entre outros

(v) Rejeitos gerados por dessalinizadores que satildeo descartados

indiscriminadamente no meio ambiente favorecendo o processo de

dessalinizaccedilatildeo do solo e dos corpos hiacutedricos

(vi) Praacuteticas inadequadas de irrigaccedilatildeo propiciando a salinizaccedilatildeo do solo e de

corpos hiacutedricos

(vii) Utilizaccedilatildeo indiscriminada de agrotoacutexicos principalmente no periacutemetro

irrigado Califoacuternia em Canindeacute do Satildeo Francisco sem conhecimento adequado

sobre dosagem preparaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo aleacutem de se verificar a ausecircncia de

equipamento de proteccedilatildeo quando na aplicaccedilatildeo O destino de parte desses

agrotoacutexicos eacute devido agrave lavagem de plantas e do solo pelas aacuteguas de

precipitaccedilatildeo ou de irrigaccedilatildeo os cursos daacutegua e drenos naturais que compotildeem

principalmente a sub-bacia do riacho da Onccedila afluente do rio Satildeo Francisco

(viii) Poluiccedilatildeo agropastoril oriunda da presenccedila de animais nos rios e riachos

(ix) Animais mortos em cursos de aacutegua ou proacuteximos destes e cemiteacuterios em

locais inadequados que como se sabe geram o necrochorume que contecircm

elevado teor de metais pesados patoacutegenos entre outras substacircncias

prejudiciais ao meio ambiente

Atraveacutes do cruzamento de seacuteries temporais de imagens de sateacutelite do

periacuteodo compreendido entre 1989 a 2003 e dados demograacuteficos (Censo do

IBGE 2000) Freire (2004) estabeleceu uma metodologia para detecccedilatildeo de

aacutereas de risco e passiacuteveis de desertificaccedilatildeo em seis municiacutepios (Olho drsquoAacutegua

do Casado-AL Patildeo de Accediluacutecar-AL Piranhas-AL Canindeacute do Satildeo Francisco-SE

Poccedilo Redondo-SE e Porto da Folha-SE) circunvizinhos agrave UHE Xingoacute

Pesquisas de campo validaram os resultados obtidos em laboratoacuterio apoiados

em extensa literatura sobre os indicadores de desertificaccedilatildeo Nesse estudo o

autor constatou uma significativa devastaccedilatildeo da caatinga aumento de solo

exposto e diminuiccedilatildeo de aacutereas agropastoris na aacuterea de estudo Dos 4405 km2

da aacuterea de estudo cerca de 985 km2 (2237) apresentaram problemas

ambientais significativos quanto ao risco de desertificaccedilatildeo Estes resultados

tambeacutem satildeo apresentados por Freire e Pacheco (2005)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

99

Algumas das formas de degradaccedilatildeo do meio ambiente na aacuterea

pesquisada satildeo vistas na Figura 310

(a) Despejo em rio oriundo de matadouro (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(b) Culturas no Periacutemetro Califoacuternia com uso de agrotoacutexico (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)

(c) Emanaccedilatildeo de gases de faacutebrica de ceracircmicas (Paulo Afonso-BA)

(d) Efluente de induacutestria tecircxtil lanccedilado em rio (Delmiro Gouveia-AL)

(e) Popular ateando fogo (Paulo Afonso- BA)

(f) Bar na margem do rio Satildeo Francisco (Gloacuteria-BA)

(g) Poluiccedilatildeo agropastoril no rio Jacareacute (Poccedilo Redondo-SE)

(h) Cemiteacuterio localizado acima da cidade (Piranhas-AL)

Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio

ambiente na aacuterea de Xingoacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

100

34 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com estatiacutesticas do PNUD (Programa das Naccedilotildees Unidas

para o Desenvolvimento) os indicadores ICV e IDH dos municiacutepios da aacuterea de

Xingoacute vecircm ascendendo no transcorrer dos anos o que de certa forma ofusca a

realidade das precaacuterias condiccedilotildees de vida na aacuterea de Xingoacute Mesmo com essa

ascenccedilatildeo os municiacutepios da aacuterea situam-se numa posiccedilatildeo modesta no cenaacuterio

nacional Vale observar que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees

como quaisquer outras que se proponham a medir condiccedilotildees de vida e

desenvolvimento humano Em primeiro lugar porque utilizam eventos

quantitativos para medir dimensotildees qualitativas e da vida segundo porque tais

indicadores satildeo obtidos atraveacutes de dados com datas especiacuteficas gerando uma

visatildeo estaacutetica da realidade um corte no tempo

Visitas in loco agraves localidades de interesse da pesquisa e de consultas a

oacutergatildeos oficiais possibilitaram uma obtenccedilatildeo do perfil sanitaacuterio inclusive

detectar deficiecircncias no tocante ao abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso

essa investigaccedilatildeo permitiu a identificaccedilatildeo das principais fontes geradoras de

poluiccedilatildeo

No setor de abastecimento de aacutegua da aacuterea pesquisada constatou-se

com frequumlecircncia deficiecircncias que envolviam a maacute preservaccedilatildeo de unidades do

sistema de abastecimento desperdiacutecios de aacutegua e fiscalizaccedilatildeo ausente Os

sistemas de abastecimento de aacutegua existentes na aacuterea de Xingoacute operam

comumente com perdas drsquoaacutegua superior a valores considerados aceitaacuteveis por

Arauacutejo (2001) (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de

grande porte)

No tocante ao esgotamento sanitaacuterio algumas cidades natildeo satildeo servidas

por rede coletora (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de

Sergipe) e algumas apresentam uma cobertura inferior a 50 (Delmiro

Gouveia Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo

Francisco Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

101

Redondo) Algumas cidades possuem unidades destinadas ao tratamento

sendo que em algumas delas estas unidades encontram-se abandonadas ou

funcionando precariamente Essa situaccedilatildeo encontrada tem acarretado o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

Na quase totalidade das cidades o escoamento das aacuteguas pluviais

ocorre com a ausecircncia de planejamento Situaccedilotildees inadequadas tais como a

presenccedila de resiacuteduos soacutelidos e escoamento de aacuteguas residuaacuterias em unidades

integrantes do sistema de drenagem das cidades entre outros problemas

puderam ser constatados durante as visitas de campo

Via de regra os resiacuteduos soacutelidos vecircm sendo dispostos em depoacutesitos a

ceacuteu aberto Algumas cidades como Delmiro Gouveia e Patildeo de Accediluacutecar dispotildeem

de usina de reciclagem e compostagem que no entanto requerem melhorias

Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio e Paulo Afonso com sua usina de

reciclagem satildeo as cidades que possuem uma melhor infra-estrutura no tocante

ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo

A fragilidade do niacutevel de sauacutede na aacuterea de Xingoacute eacute evidenciada pela

baixa resolutividade infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede a

insuficiecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes

por causa desconhecida (atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com

941) as altas taxas de mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice

aceitaacutevel da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com

um valor maacuteximo em Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) aleacutem do nuacutemero

elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200

casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE em 2001

35 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Sugere-se criar instrumentos de incentivos fiscais para as empresas e

oacutergatildeos puacuteblicos natildeo poluiacuterem o meio ambiente

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

102

Sugere-se investir em estudos de verificaccedilatildeo da viabilidade do

estabelecimento de consoacutercios intermunicipais Esses consoacutercios consistem

em um acordo firmado entre municiacutepios visando agrave realizaccedilatildeo de interesses e

objetivos comuns nas diversas aacutereas do saneamento Isso dar-se-ia mediante

a utilizaccedilatildeo de recursos humanos e materiais de cada integrante do consoacutercio

para atender agraves necessidades que isoladamente natildeo conseguiriam

Intensificar a eficaacutecia da integraccedilatildeo das accedilotildees de saneamento com

outras poliacuteticas puacuteblicas A implementaccedilatildeo dessa integraccedilatildeo requer uma

articulaccedilatildeo no niacutevel de cada poliacutetica setorial e dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela

coordenaccedilatildeo global das poliacuteticas como os de planejamento no niacutevel dos

conselhos onde pode verificar-se a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Promover o fortalecimento da educaccedilatildeo ambiental e mobilizaccedilatildeo social

atraveacutes de diversas accedilotildees

(i) Capacitaccedilatildeo de educadores da rede ensino para a identificaccedilatildeo de temas

ambientais nos conteuacutedos curriculares

(ii) Elaboraccedilatildeo de material educativo e de comunicaccedilatildeo para subsidiar accedilotildees

de educaccedilatildeo ambiental

(iii) Difundir as informaccedilotildees contidas no material educativo por intermeacutedio de

diversos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo

36 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARAUacuteJO FAS Avaliaccedilatildeo de perdas em setor de abastecimento de aacutegua no

distrito de Cruz de Rebouccedilas 135 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade

Federal de PernambucoCTG Recife-PE 2001

CHESF SUDENE CNPQ UFPE FADE IPEA I Plano diretor de Xingoacute 2000-

2004 Recife 1999 519 p 1 CD-ROM

FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise

espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

103

Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG

Recife-PE 2004

FREIRE NCF PACHECO AP Aspectos da detecccedilatildeo de aacutereas de risco agrave

desertificaccedilatildeo na regiatildeo de Xingoacute In XII SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO 2005 Goiacircnia Anais Goiacircnia INPE 2005 p

525-532

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo Demograacutefico 2000

- Caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios Rio de Janeiro-RJ IBGE

2001a v 1

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Sinopse preliminar do

censo demograacutefico 2000 Rio de Janeiro-RJ IBGE 2001b v 7

LAHOacuteZ FCC Uma experiecircncia em mobilizaccedilatildeo para a gestatildeo

descentralizada e participativa dos recursos hiacutedricos In IX SILUBESA -

SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto

Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

LONGUINHOS MAA Anaacutelise do programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede o

caso do municiacutepio de Vitoacuteria da Conquista-BA 80 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis-SC 2002

MUNIZ ACS BRITO ALF LEITE UD PRASAD S Eficiecircncia de

transformaccedilatildeo de carbono total e nutrientes no processo de compostagem de

resiacuteduos soacutelidos orgacircnicos In 21o Congresso Brasileiro de Engenharia

Sanitaacuteria e Ambiental Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-

Rom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

104

PERAZZO GM KATO MT FLORENCIO L Avaliaccedilatildeo do saneamento

ambiental em 29 municiacutepios na regiatildeo do semi-aacuterido Nordeste do Brasil In

XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIacuteA SANITAacuteRIA Y

AMBIENTAL CancuacutenndashMeacutexico Anais Cancuacuten-Meacutexico ABES 2002 1 CD-

ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

105

CAPIacuteTULO 4

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE

DESSALINIZADOR NA AacuteREA DE XINGOacute

RESUMO A aacuterea de Xingoacute abrange uma aacuterea de 45492 km2 com 34

municiacutepios totalmente inseridos no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Dessalinizadores tecircm

sido instalados nessa regiatildeo a fim de incrementar a oferta hiacutedrica Foi

realizado um levamento com relaccedilatildeo aos dessalinizadores existentes nesta

aacuterea Constatou-se que a maioria desses equipamentos natildeo estava produzindo

aacutegua dessalinizada devido principalmente agrave falta de importacircncia dada agrave

questatildeo da sua correta manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo A qualidade de aacutegua de 4

poccedilos com dessalinizador (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa

Briacutegida-BA e Icozeira Abareacute-BA) foi monitorada Com relaccedilatildeo ao permeado

produzido alguns paracircmetros de qualidade de aacutegua (cor aparente turbidez e

dureza total) sempre atenderam aos padrotildees de potabilidade No entanto

outros paracircmetros tais como pH do permeado produzido nos dessalinizadores

instalados em Aroeira e Icozeira e o STD e a concentraccedilatildeo de cloreto do

permeado produzido pelo dessalinizador instalado em Areias nem sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade Natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes na maioria das amostras do permeado poreacutem

conveacutem efetuar a desinfecccedilatildeo antes de ser consumido Foram coletadas

amostras de solo no local de disposiccedilatildeo dos rejeitos provenientes dos

dessalinizadores monitorados Constatou-se que o despejo indiscriminado eacute

prejudicial ao solo

Palavras-chave dessalinizadores qualidade de aacutegua rejeito aacuterea de Xingoacute

ABSTRACT The Xingoacute area comprises 45492 km2 with 34 municipalities It is

entirely located in the so-called ldquoDrought Polygonrdquo Water desalinators have

been installed for increasing the water offer in this area A survey about the

situation of these units of desalination was accomplished It was found that

most of them were not producing desalting water due to the lack of suitable

technical operations and maintenance The water quality of 4 wells with

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

106

desalinator (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa Briacutegida-BA e

Icozeira Abareacute-BA) was monitored With regard to the permeate produced

some water quality parameters (apparent colour turbidity and total hardness)

always met the water quality standards However some parameters not always

met such as pH of the permeate produced by desalinators installed in Aroeira

and Icozeira and TDS and chloride concentration of the permeate produced by

desalinator installed in Areias In most of the analysis the presence of

thermotolerant coliforms were not detected however the permeate must be

disinfected before consumption Soil samples were collected in the disposal site

of water desalinators wastes It was found that the indiscriminate discharge is

harmful to soil

Key words water desalinators water quality desalinators wastes Xingoacute area

41 ndash INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil a maior parte do semi-aacuterido nordestino cerca de 600000 km2

eacute constituiacuteda por terrenos cristalinos A associaccedilatildeo nesta regiatildeo de baixas

precipitaccedilotildees distribuiccedilatildeo irregular das chuvas delgado manto intempeacuterico

quando natildeo ausente e cobertura vegetal esparsa especialmente no bioma

caatinga favorece o escoamento superficial em detrimento da infiltraccedilatildeo

Assim no cristalino do semi-aacuterido brasileiro os poccedilos para abastecimento de

aacutegua muito comumente apresentam vazotildees entre 1 e 3 m3h e elevado

conteuacutedo salino comumente acima dos padrotildees de potabilidade Apesar

disso em muitas pequenas comunidades esses poccedilos constituem a uacutenica

fonte de abastecimento disponiacutevel Em geral a qualidade quiacutemica da aacutegua nos

terrenos cristalinos eacute boa Os problemas quando existentes relacionam-se agrave

elevada salinidade que eacute tiacutepica dos aquumliacuteferos do cristalino do semi-aacuterido

nordestino e agrave elevada dureza da aacutegua e salinidade observadas em algumas

aacutereas de ocorrecircncia das rochas calcaacuterias (ANA 2005) Diante dessa realidade

foi dada grande atenccedilatildeo aos programas de dessalinizaccedilatildeo o que permitiu a

exploraccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas por meio da instalaccedilatildeo de dessalinizadores

no semi-aacuterido brasileiro com a finalidade de converter aacutegua salgada ou salobra

em aacutegua potaacutevel (MATOS et al 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

107

Na aacuterea de Xingoacute foram instalados vaacuterios dessalinizadores Neste

trabalho satildeo apresentados os resultados de anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas e

bacterioloacutegicas da aacutegua de coletas realizadas em 4 poccedilos com dessalinizador

Estes resultados satildeo confrontados com os padrotildees de potabilidade As aacuteguas

analisadas foram a aacutegua de alimentaccedilatildeo (bruta) o permeado e o rejeito

Tambeacutem satildeo apresentados os resultados de amostras de solo no local de

lanccedilamento do rejeito e a jusante deste Estas unidades dessalinizadoras

situam-se em Areias (Poccedilo Redondo-SE) Aroeira (Santa Briacutegida-BA) Minuim

(Santa Briacutegida-BA) e Icozeira (Abareacute-BA)

42 ndash METODOLOGIA

Foram efetuados levantamentos sobre poccedilos que possuiacuteam

dessalinizador existentes nos municiacutepios onde o instituto Xingoacute exerce suas

atividades O objetivo dessas investigaccedilotildees foi escolher algumas unidades que

estivesem produzindo aacutegua dessalinizada e determinar paracircmetros de

qualidade de aacutegua aleacutem de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do solo no local de

despejo do rejeito e a jusante deste Na escolha das unidades cujos resultados

satildeo aqui apresentados foram levados em consideraccedilatildeo questotildees relacionadas

com a distacircncia acessibilidade e adequaccedilatildeo ao roteiro e agraves atividades do

projeto No municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE aleacutem de levantamentos dos poccedilos

com dessalinizaccedilatildeo foram levantados os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador

existentes Os levantamentos incluiacuteram consultas agraves prefeituras e visitas de

campo No levantamento dos poccedilos de aacutegua em Poccedilo Redondo tambeacutem foi

consultado Bomfim et al (2002)

Os paracircmetros condutividade eleacutetrica temperatura STD (soacutelidos totais

dissolvidos) pH cor aparente e turbidez da aacutegua (aacutegua bruta permeado e

rejeito) dos 4 poccedilos monitorados foram determinados com equipamentos

portaacuteteis Foram utilizados recipientes de plaacutestico com 1000 mL para as

coletas destinadas agrave determinaccedilatildeo dos paracircmetros alcalinidade cloreto e

dureza no laboratoacuterio No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes

recipientes com detergente neutro e aacutegua destilada Apoacutes isso no local de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

108

coleta os recipientes eram lavados 3 vezes com a proacutepria aacutegua a ser coletada

antes de sua coleta definitiva

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis

(ii) O recipiente era destampado no momento da coleta removendo a tampa e

o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente tendo o cuidado de natildeo

deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer superfiacutecie aleacutem de natildeo

tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 41 consta a localizaccedilatildeo o periacuteodo de monitoramento da

qualidade da aacutegua (aacutegua bruta permeado e rejeito) dos 4 poccedilos com

dessalinizador estudados Os paracircmetros que foram determinados o local de

sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo apresentados na Tabela 42

Todas as anaacutelises foram realizadas em conformidade com o que preconiza o

APHA et al (1998) O paracircmetro cor aparente foi determinado apenas em

marccedilo e abril de 2006 nas amostras coletadas no poccedilo com dessalinizador de

Areias e de marccedilo a junho de 2006 nos poccedilos com dessalinizador de Aroeira

Minuim e Icozeira

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

109

Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua

dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados Localidade do poccedilo

com dessalinizador

monitorado

Municiacutepio Estado Periacuteodo de monitoramento

Areias Poccedilo Redondo Sergipe bull Julho a setembro de 2005

(semanalmente)

bull Outubro e novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a abril de 2006

(mensalmente)

Aroeira Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Minuim Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Icozeira Abareacute Bahia bull Fevereiro a junho de 2006 (quinzenalmente)

Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4

poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua

determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico Coliformes (totais e

termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

O rendimento de cada um dos 4 dessalinizadores monitorados foi

determinado atraveacutes da determinaccedilatildeo da vazatildeo do permeado produzido e do

rejeito gerado no processo de dessalinizaccedilatildeo Para isso utilizou-se um balde

graduado ateacute 11 L e um cronocircmetro onde foram efetuadas 30 leituras pois os

rotacircmetros (indicadores de vazatildeo dos equipamentos dessalinizadores)

apresentavam-se defeituosos eou o visor da leitura devido agraves condiccedilotildees natildeo

permitia a visualizaccedilatildeo Esse procedimento foi realizado todas as vezes em

que se determinava os paracircmetros de qualidade de aacutegua destas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

110

A fim de avaliar-se os impactos decorrentes do despejo do rejeito dos

dessalinizadores foram coletadas amostras de solo com o emprego de trado

no local do despejo do rejeito dos dessalinizadores localizados em Areias

Aroeira Minuim e Icozeira Tambeacutem foram coletadas amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

despejo do dessalinizador de Areias e apenas a 50 m a jusante do despejo dos

dessalinizadores de Aroeira Minuim e Icozeira As amostras de solo foram

coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em Areias e de 0-40 cm

em Aroeira Minuim e Icozeira

Os paracircmetros determinados nas amostras coletadas de solo com os

respectivos locais de determinaccedilatildeo e meacutetodos utilizados constam na Tabela

43 As anaacutelises de solo foram realizadas usando-se a metodologia constante

no Manual de Meacutetodos de Anaacutelise de Solo (EMBRAPA 1997)

Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo

coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o

local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Condutividade eleacutetrica Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Condutiviacutemetro pH Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute pHmetro Soacutedio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Fotometria de chama

Caacutelcio Laboratoacuterio de Fertilidade do Solo (Depto de Agronomia da

UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica Magneacutesio Laboratoacuterio de Fertilidade do

Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)

Espectrofotometria de absorccedilatildeo

atocircmica

Na avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas para a irrigaccedilatildeo a classificaccedilatildeo

mais utilizada eacute aquela proposta pelo US Salinity Laboratory que relaciona a

concentraccedilatildeo de sais soluacuteveis como indicadora do perigo de salinizaccedilatildeo do

solo e a Relaccedilatildeo de Absorccedilatildeo de Soacutedio (RAS) como indicadora do perigo de

sodificaccedilatildeo Esta relaccedilatildeo eacute dada pela seguinte foacutermula (CRUCIANI 1980)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

111

2

++++

+

+=

MgCaNaRAS (Eq41)

Obs teores de Na+ Ca++ e Mg++ em miliequivalentelitro

Existe uma relaccedilatildeo linear entre PST (percentagem de soacutedio trocaacutevel) e o

RAS A equaccedilatildeo que relaciona estes paracircmetros eacute (CRUCIANI 1980)

)01475001260(1)01475001260(100

RASxRASxPST

+minus++minus

= (Eq42)

Nesta pesquisa foram utilizadas as equaccedilotildees 1 e 2 indicadas por

Cruciani (1980) Com os seus resultados efetuou-se a classificaccedilatildeo do solo

segundo o US Salinity Laboratory tambeacutem apresentada em Cruciani (1980)

de acordo com a Tabela 44

Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory

Solo Condutividade

eleacutetrica do extrato

(dSm)

PST

()

pH

Normal lt 4 lt 15 lt 85

Salino gt 4 lt 15 lt 85

Soacutedico lt 4 gt 15 gt 85

Salino-soacutedico gt 4 gt 15 lt 85

Fonte Cruciani 1980

43 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Bomfim et al (2002) constataram a presenccedila de 32 pontos daacutegua em

Poccedilo Redondo-SE sendo que todos eram do tipo poccedilo tubular e localizados

sobre o aquumliacutefero do tipo fissural Alguns de propriedade puacuteblica e outros de

propriedade particular Desses 32 pontos 5 poccedilos possuiacuteam dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

112

No entanto em levantamentos realizados nesta pesquisa foram constatados

29 pontos de aacutegua sendo 5 poccedilos com dessalinizador e 24 sem

Nas visitas de campo verificou-se que das 24 unidades encontradas que

natildeo possuiacuteam dessalinizador apenas uma (Fazenda Jurema) estava

produzindo aacutegua Foram determinados em campo alguns paracircmetros de

qualidade de aacutegua deste poccedilo durante a visita Obteve-se os seguintes

resultados da aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema condutividade eleacutetrica = 3200

microScm STD = 4869 mgL pH = 88 e temperatura = 310 oC

Portanto nota-se que a aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema era improacutepria

para consumo humano devido ao valor de STD ser superior ao valor maacuteximo

permido para consumo humano recomendado pela Portaria 518 do MS Com

isso os moradores pouco utilizavam desta aacutegua preferindo a aacutegua de um

barreiro proacuteximo

Verificou-se que os demais poccedilos sem dessalinizador natildeo estavam

produzindo aacutegua e apresentavam uma das seguintes situaccedilotildees (i) em alguns o

poccedilo havia sido perfurado poreacutem natildeo tinham sido equipados com sistema e

bombeamento e distribuiccedilatildeo estando abandonado (ii) alguns estavam

paralisados sem funcionamento devido a problemas relativos agrave manutenccedilatildeo ou

quebra de equipamentos e (iii) outros encontravam-se abandonados devido agrave

salinidade excessiva eou terem sido submetidos agrave superexplotaccedilatildeo (retirada

de um volume de aacutegua superior agrave capacidade do aquumliacutefero) Tambeacutem constatou-

se que alguns elementos da infra-estrutura de alguns poccedilos tais como

catavento bomba estavam danificados Exemplos dessas situaccedilotildees

encontradas satildeo ilustradas na Figura 41

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

113

(a) Poccedilo perfurado e abandonado (localidade Titoacuteia)

(b) Bomba do poccedilo danificada (localidade Fazenda Satildeo Paulo)

(c) Poccedilo seco (localidade Barra da Onccedila)

(d) Palhetas do catavento danificadas e abandonadas (localidade de Monte Alegre Velho)

Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem dessalinizador

em Poccedilo Redondo

Com relaccedilatildeo aos 5 poccedilos com dessalinizador situados em Poccedilo

Redondo apenas 1 estava operando Este poccedilo foi escolhido para

monitoramento de sua qualidade de aacutegua como seraacute visto adiante

As unidades de dessalinizaccedilatildeo existentes nos municiacutepios integrantes da

aacuterea de Xingoacute utilizam a tecnologia da osmose reversa Na Tabela 45 eacute

apresentada a situaccedilatildeo dessas unidades com relaccedilatildeo a se estavam ou natildeo

produzindo aacutegua dessalinizada Do total de 56 instalaccedilotildees de dessalinizaccedilatildeo

apenas 11 (1964) estavam em atividade e 45 (8036) natildeo estavam

produzindo aacutegua dessalinizada Via de regra a principal causa disso eacute a

ausecircncia de cuidados relacionados agrave manutenccedilatildeo do equipamento O pessoal

teacutecnico capacitado para as tarefas de manutenccedilatildeo e reparos destes

equipamentos tecircm que se deslocar das capitais para o atendimento aleacutem do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

114

que os materiais de manutenccedilatildeo e reposiccedilatildeo algumas vezes apresentam um

orccedilamento aqueacutem dos recursos financeiros disponiacuteveis das prefeituras

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Aacutegua Branca Natildeo haacute

Belo Monte Olho dacuteAacutegua Novo x

Delmiro Gouveia Caraiacuteba do Limo x

Siacutetios Barracas x

Rede de Luz x

Lagoa da Cruz x

Olho drsquoAacutegua do Casado

Poccedilos x

Ass Selma Bandeira x

Bom Nome x

Chico do Bode x

Japatildeo x

Patildeo de Accediluacutecar

Xexeacuteu x

Coleacutegio (na sede) x

Verdatildeo x Pariconha

Campinhos x

Juazeiro x Piranhas Olho drsquoAguinha x

Caboclo (2 poccedilos) x

Cacimba do Barro x

Umbuzeiro Doce x

Alagoas

Satildeo Joseacute da Tapera

Cachoeirinha x

Abareacute Icozeira x

Chorrochoacute Caraiacutebas x

Barro Novo x

Mundo Novo x

Pata Mute x

Curaccedilaacute

Poccedilo de Fora x

Gloacuteria Natildeo haacute

Macurureacute Formosa x

Paulo Afonso Natildeo haacute

Rodelas Natildeo haacute

Arauacutejo x

Aroeira x

Bugi x

Minuim x

Bahia

Santa Briacutegida

Trapiaacute x

Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

(continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

115

Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea

de Xingoacute (cont)

Produzindo aacutegua dessalinizada

Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador

Sim Natildeo Beleacutem do Satildeo Francisco Riacho Pequeno x

Cabroboacute Natildeo haacute Floresta Ass Papagaio x

Poccedilo Boi x Jeritacoacute x Angico x

Ibimirim

Barro Branco x Itacuruba Natildeo haacute

Jatobaacute Natildeo haacute

Orocoacute Natildeo haacute

Parnamirim Fazenda Pau de Colher (Siacutetio Chapada do Arapoaacute)

x

Petrolacircndia Natildeo haacute

Baixa do Curral x Santa Maria da Boa Vista Curimamatilde x

Tacaratu Siacutetio Olho drsquoAacutegua do Juliatildeo x

Pernambuco

Terra Nova Natildeo haacute Canindeacute do S Francisco Natildeo haacute

Gararu-SE Tanque da Pedra (Fazenda S Joaquim)

x

Monte Alegre de Sergipe Natildeo haacute Aningas x Retiro II x

Nossa Senhora da Gloacuteria

Santa Helena x Areias 1 x Areias 2 x

Fazenda Santa Maria x Flor da Serra x

Poccedilo Redondo

Morro Vermelho x Bela Aurora x

Belos Ares (Craibeiras) x Esperanccedila x

Junco x

Sergipe

Porto da Folha-

Pedro Leatildeo x Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados

A Tabela 46 fornece uma noccedilatildeo de gastos com peccedilas serviccedilos e

deslocamentos relativos agrave manutenccedilatildeo de dessalinizadores

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

116

Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e deslocamentos a

serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em desalinizadores Item Quantidade Preccedilo unitaacuterio (R$)

Membrana Hidranautcs mod Cpa 2 4040 (nova)

1 110000

Cartucho de filtro 9x frac34 5micras 1 1500 Anti-incrustante 1 kg 4500

Manocircmetros glicerinado 1 8500 Rotacircmetro mod Hedland 0 a 60LPM 1 49000

Bomba dosadora 1 75000 Bomba de retrolavagem 14 CV Dancor

termoplaacutestica 1 25000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 monofaacutesica motor aberto

1 195000

Bomba de alta pressatildeo 32b25 trifaacutesica motor aberto

1 169000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 monofaacutesica motor aberto

1 175000

Bomba de alta pressatildeo 32b20 trifaacutesica motor aberto

1 150000

Tubo cpvc 28 1 vara 6000 Joelho 90ordm cpvc 28 1 515

Tecirc cpvc 28 1 535 Luva cpvc 28 1 350 Uniatildeo cpvc 28 1 1150

Luva de transmissatildeo cpvc 22 x 34 1 750 Conector Aquatherm cpvc28x1rdquo 1 2635 Luva de reduccedilatildeo de frac12 x 25mm 1 150

Mangueira 14 x 14 pmanocircmetros 1 m 450 Adaptador para manocircmetro 14 x 18 1 1500 Adaptador para manocircmetro 14 x 12 1 2500

Mangueira tranccedilada de 12 1m 300 Espelho para vaso de alta pressatildeo 1 15000

Anel elaacutestico para vaso 4 ldquo 1 3000 Pressostato danfoss 12KGF 1 35000

Bucha de reduccedilatildeo 112 x 1rdquo PVC 1 300 Bucha de reduccedilatildeo 34 x 12 ldquo PVC 1 200

Carcaccedila de Filtro 9 x 34 1 16000

Materiais

Adaptador entrada dosador 1 4000 Limpeza quiacutemica de membranas (preccedilo

cobrado por membrana lavada) - 13000 Matildeo de

obra Visita teacutecnica para avaliaccedilatildeo e pequenos

reparos e substituiccedilatildeo de peccedilas 1 km rodado 100

O Custo eacute de R$ 100km rodado aleacutem de uma diaacuteria de R$ 9000

Fonte Osmose Peccedilas e Manutenccedilatildeo de Dessalinizadores e Sistemas de Aacutegua Feira de

Santana-BA (10082006) atraveacutes de consulta pessoal

Cravo (1999) informa que no Brasil estima-se que 25 dos

equipamentos estatildeo desativados por problemas que vatildeo desde questotildees

poliacuteticas ateacute falta de aacutegua no poccedilo passando por equipamentos mal

dimensionados incorretamente operados ou com ausecircncia de manutenccedilatildeo

Em termos de reparos e de manutenccedilatildeo satildeo as membranas aleacutem dos filtros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

117

que necessitam de maior atenccedilatildeo A vida uacutetil de uma membrana eacute de 3 anos e

a periodicidade de manutenccedilatildeo eacute em meacutedia de 3 meses dependendo da

qualidade da aacutegua de alimentaccedilatildeo da operaccedilatildeo manutenccedilatildeo e do sistema de

preacute-tratamento

Cada dessalinizador monitorado (Figura 42) na corrente pesquisa eacute

alimentado por um poccedilo Consta na Tabela 47 uma siacutentese das caracteriacutesticas

desses equipamentos e dos respectivos poccedilos de alimentaccedilatildeo Nesta mesma

tabela haacute tambeacutem informaccedilotildees quanto ao volume de aacutegua produzido

(permeado) e a quantidade de casa atendidas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 42 Dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas

Caracteriacutesticas do dessalinizador

Potecircncia das bombas do dessalinizador

(CV)

Local Profundidade

do poccedilo (m)

Potecircncia da

bomba do poccedilo que alimenta o

dessalinizador (CV)

Ano de

instalaccedilatildeo do dessalinizador

Nuacutemero de

filtros de cartucho

Nuacutemero de vasos

de pressatildeo (permeadores) Principal Retrolavagem Dosadora

Volume de aacutegua

dessalinizada produzida

Nuacutemero de

residecircncias atendidas

Areias 42 34 1998 4 2 3 13 12 Ateacute nov2005

bull 15 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 5 m3semana

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 25 a m3mecircs

Ateacute nov2005

bull 30 residecircncias

(eacutepoca seca)

bull 10 residecircncias

(eacutepoca chuvosa)

Apoacutes nov2005

bull 2 a 4 residecircncias

Aroeira 60 75 2005 3 1 2 13 --- bull 10 m3semana

(eacutepoca seca)

bull 10 m3 quinzenalmete

(eacutepoca chuvosa)

bull 42 residecircncias

Minuim 64 5 2005 6 3 5 13 --- bull 10 a 20 m3semana bull 100 a 150

residecircncias

Icozeira 18 1 1996 3 1 3 13 Natildeo possui

bomba

dosadora

bull 5 a 10 m3dia bull 92 residecircncias

Natildeo havia informaccedilatildeo quanto agrave potecircncia poreacutem a vazatildeo era de 6 Lh

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

119

Vale observar que tambeacutem com relaccedilatildeo agrave Tabela 47 que apoacutes

novembro de 2005 algumas residecircncias localizadas em Areias passaram a

ser contempladas com aacutegua encanada Com isso houve um decreacutescimo de

casas que consumiam aacutegua da unidade dessalinizadora instalada nesta

comunidade

Os moradores de Areias e Icozeira natildeo pagam tarifa pela aacutegua

produzida nas unidades de dessalinizaccedilatildeo A comunidade de Minuim paga por

uma ficha um valor de R$020 (vinte centavos) por cada balde de 20 L de aacutegua

produzida A ficha eacute inserida em um chafariz automaacutetico Com isso satildeo

acionadas duas bombas cada uma com 13 CV (localizadas no proacuteprio abrigo

onde estaacute o dessalinizador) Isso permite que a aacutegua dessalinizada seja

conduzida ateacute um chafariz automaacutetico para o enchimento de um balde de 20 L

Procedimento semelhante ao de Minuim era o que acontecia em Aroeira No

entanto durante o periacuteodo de monitoramento em Aroeira e tambeacutem poucos

meses antes deste monitoramento natildeo era cobrada tarifa pela aacutegua produzida

Alguns moradores de Minuim pagam o valor de R$100 (um real)

mensalmente pela aacutegua bruta captada nesse poccedilo para ter essa aacutegua em

suas torneiras

Os operadores das unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas satildeo

pessoas da proacutepria comunidade onde estas estatildeo instaladas aleacutem de

residirem proacuteximo destas Eles natildeo recebem nenhuma remuneraccedilatildeo O grau de

escolaridade do operador da unidade de Aroeira e do operador de Minuim eacute 5a

seacuterie concluiacuteda enquanto o do operador de Areias eacute de 3a seacuterie concluiacuteda De

acordo com o proacuteprio operador de Icozeira este natildeo havia frequumlentado a

escola e apenas sabia assinar o nome e identificar algarismos

Apenas o operador da unidade de Minuim possui um manual de

operaccedilatildeo do dessalinizador (modelo AP 10004000)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

120

De acordo com os operadores a limpeza das membranas vinha sendo

efetuada com a utilizaccedilatildeo da bomba de retrolavagem A frequumlecircncia dessa

operaccedilatildeo era de acordo com os operadores a seguinte

(i) em Areias natildeo havia uma frequumlecircncia certa algumas vezes passava ateacute uns

2 meses sem lavar

(ii) em Aroeira e Icozeira era semanal

(iii) duas vezes por semana (agraves quartas-feiras e saacutebados) em Minuim

Em Areias e Icozeira a manutenccedilatildeo perioacutedica do equipamento natildeo era

realizada A equipe teacutecnica soacute era acionada quando algum equipamento ou

acessoacuterio deixava de funcionar

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiram a sua

manutenccedilatildeo eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da

prefeitura

O dinheiro arrecado na venda das fichas no dessalinizador de Minuim

tambeacutem eacute utilizado nas despesas de manutenccedilatildeo e reparos

As despesas com energia e reparos dos equipamentos de Areias e

Icozeira eram arcadas respectivamente pelas prefeituras de Poccedilo Redondo-

SE e Abareacute-BA Em Aroeira as despesas com energia e manutenccedilatildeo ateacute pouco

antes do monitoramento do trabalho aqui apresentado era por conta dos

recursos arrecadados com a venda das fichas e depois passou a cargo da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA Por outro lado em Minuim o valor arrecadado

com as fichas era destinado a pagar as despesas com energia e manutenccedilatildeo

do dessalinizador No entanto as despesas com a energia gasta pelo poccedilo

que alimentava o dessalinizador de Minuim fica sob a responsabilidade da

prefeitura de Santa Briacutegida-BA

Na Figura 43 satildeo vistos os locais onde os moradores retiram a aacutegua

dessalinizada pelos dessalinizadores monitorados A aacutegua eacute conduzida em

balde(s) ateacute as suas residecircncias

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

121

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para

consumo

De acordo com determinaccedilotildees efetuadas no campo os dessalinizadores

Areias Aroeira Minuim e Icozeira apresentaram em meacutedia respectivamente

um rendimento de 4326 5119 5644 e 3512 Isso significa que estas

unidades geram em meacutedia uma quantidade de rejeito que corresponde a

respectivamente 5674 4881 4356 e 6488 do total de aacutegua a ser

dessalinizada Segundo Porto et al (2004) em funccedilatildeo da eficiecircncia do

dessalinizador e da qualidade da aacutegua do poccedilo a quantidade de efluente

gerado eacute da ordem de 40 a 70 do total de aacutegua salobra a ser dessalinizada

Nas Tabela 48 a 411 e nas Figuras 44 a 47 satildeo apresentados os

resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos no campo e em laboratoacuterio

da aacutegua bruta do permeado e do rejeito dos 4 dessalinizadores monitorados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Areias

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 336 242 278 26 94 330 234 268 31 116 323 242 276 24 87

pH 83 59 74 05 68 74 65 69 03 43 87 70 81 05 62 Cor aparente

(uH) 941 534 738 288 390 0 0 0 --- --- 1789 1161 1475 444 301

Turbidez (uT) 278 82 1370 608 444 14 048 07 02 286 151 16 38 35 921 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 245 20 1441 821 570 16 4 101 36 356 469 26 3169 1526 481

Condutividade eleacutetrica (microScm)

11000 1725 55732 24192 434 1143 198 4593 2987 650 18020 7800 111604 33409 299

STD (mgL) 16463 5567 96449 37712 391 1687 295 7386 4859 658 26826 11725 164505 55730 339 Cloreto

(mg Cl-L) 3587 566 20715 9291 449 324 36 1269 823 648 6226 2289 35422 9578 270

Dureza total (mg CaCO3L)

3086 398 13623 9685 711 81 10 296 198 669 5481 1428 25098 12461 496

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 119 4796 3458 721 35 6 142 91 641 2314 612 959 5174 539

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

123

Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35Te

mpe

ratu

ra (o C

)

(a)

123456789

1011121314

pH

(b)

0

100

200

300

400

500

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

5000

10000

15000

20000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0

50

100

150

200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

STD

(mg

L)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

(h)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(g)

(d)(c)

(f)(e)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 50 100 150 200 250 300DiasD

urez

a caacute

lcic

a (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 307 252 286 19 67 320 257 295 22 74 321 256 295 22 74

pH 91 69 75 06 86 72 50 64 07 112 73 67 71 02 25 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 15 03 07 04 552 05 02 03 010 357 45 03 11 10 09 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 30 6 116 81 702 7 3 47 13 285 39 9 167 98 586

Condutividade eleacutetrica (microScm)

1324 1130 12094 712 59 501 26 411 80 196 2330 1840 20652 1809 88

STD (mgL) 1961 1674 18078 999 55 717 374 557 126 226 3433 2727 30583 2627 86 Cloreto

(mg Cl-L) 630 290 4266 973 228 6 2 34 13 397 750 510 5656 823 145

Dureza total (mg CaCO3L)

568 305 4493 878 196 20 0 72 63 874 832 650 7164 597 83

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

345 122 2360 739 313 18 0 23 29 1265 406 203 3131 709 227

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

125

Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3L

)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alca

linid

ade

(mg

CaC

O3

L)

0

500

1000

1500

2000

2500C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

0500

1000150020002500300035004000

STD

(mg

L)

0100200300400500600700800900

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 316 262 296 18 60 318 263 295 17 59 331 265 307 26 84

pH 86 72 75 04 52 69 60 64 03 54 78 73 76 02 21 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 13 02 05 03 554 05 01 03 01 464 08 03 06 02 274 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 51 20 294 107 361 12 2 58 30 519 66 22 391 136 349

Condutividade eleacutetrica (microScm)

4995 4770 48984 962 20 124 633 986 173 176 8110 7330 73122 15353 210

STD (mgL) 7491 7072 72850 1700 23 1772 954 1404 173 124 11986 11061 115767 3490 30 Cloreto

(mg Cl-L) 1750 1232 14811 1643 111 28 2 90 73 813 2849 2019 23652 2342 99

Dureza total (mg CaCO3L)

1969 1096 13489 2760 205 20 0 137 148 1078 2578 1827 21667 2864 132

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

609 311 4599 1137 247 20 0 50 73 1464 609 311 9762 412 42

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

127

Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT

)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0100020003000400050006000700080009000

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

STD

(mg

L)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira

Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor

maacuteximo Valor

miacutenimo Meacutedia Desvio

padratildeo Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

()

Valor maacuteximo

Valor miacutenimo

Meacutedia Desvio padratildeo

Coef de variaccedilatildeo

() Temperatura

(oC) 337 241 302 25 84 343 256 309 23 75 349 249 309 26 85

pH 76 61 70 04 63 62 57 59 02 27 76 58 72 05 76 Cor aparente

(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---

Turbidez (uT) 06 02 04 01 333 05 02 04 01 351 44 03 07 04 507 Alcalinidade

(mg CaCO3L) 32 22 269 33 124 9 4 61 19 311 36 31 328 17 52

Condutividade eleacutetrica (microScm)

7640 6840 70917 2422 34 475 368 4193 399 95 9760 8930 92256 3091 33

STD (mgL) 11222 10101 104609 3628 35 690 542 6059 469 78 14436 13263 136817 4895 36 Cloreto

(mg Cl-L) 2429 1629 18956 2985 157 88 76 811 43 52 3029 1709 22923 4360 190

Dureza total (mg CaCO3L)

2436 1989 21467 1809 84 67 41 581 87 149 3979 2639 30838 3620 117

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1218 853 99400 1132 114 25 18 217 25 118 1543 1102 13107 1669 127

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

129

Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira

05

10152025303540

Tem

pera

tura

l (o C

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

3

6

9

12

15

Cor

apa

rent

e (u

H)

05

10

152025

303540

Alc

alin

idad

e (m

g C

aCO

3 L)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000C

ondu

tivid

ade

eleacutet

rica

( microS

cm

)

020004000

60008000

1000012000

1400016000

STD

(mg

L)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O3

L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0500

10001500200025003000350040004500

0 50 100 150 200Dias

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

Aacutegua bruta Permeado Rejeito

(i) (j)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a) (b)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

130

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos verificou-se (i) Temperatura

A temperatura da aacutegua bruta dos poccedilos ficou situada entre 24 e 34 oC

durante o periacuteodo de monitoramento O poccedilo que apresentou maior faixa de

variaccedilatildeo foi o poccedilo de Icozeira com uma variaccedilatildeo de temperatura de 96 oC

(241 ndash 337 oC) seguido por Areias com 94 oC (242 ndash 336 oC) Aroeira com

55 oC (252 ndash 307 oC) e Minuim com 53 oC (263 ndash 316 oC)

A temperatura do permeado ficou entre 23 e 35 oC O permeado

produzido em Icozeira tambeacutem foi o que apresentou maior variaccedilatildeo (87 oC)

A temperatura do rejeito gerado ficou entre 24 e 35 o C A maior

temperatura registrada do rejeito foi em Icozeira com 349 oC e a menor foi em

Areias com 242 oC

(ii) pH

Com relaccedilatildeo ao pH das aacuteguas subterracircneas segundo Santos (1997)

nestas aacuteguas este paracircmetro geralmente fica entre 55 e 85 e em casos

excepcionais entre 3 e 11 O pH da aacutegua bruta do poccedilo de Areias esteve entre

59 - 83 a de Aroeira esteve entre 69 - 91 a de Minuim esteve entre 72 - 86

e a de Icozeira entre 61 -76 A condiccedilatildeo excepcional a que Santos (1997) se

refere soacute foi verificada uma uacutenica vez com a aacutegua bruta do poccedilo de Aroeira

sendo de 91 e uma uacutenica vez em Minuim com a aacutegua bruta apresentando um

pH de 86

A faixa do pH da aacutegua destinada ao consumo humano segundo a

Portaria 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) eacute de 60 ndash 95 O pH do permeado

produzido pelo dessalinizador de Areias e Minuim sempre esteve nesta faixa

Em duas ocasiotildees das 10 coletas realizadas o pH da aacutegua do permeado

produzido pelo dessalinizador de Aroeira esteve abaixo da faixa recomendada

(na 1a coleta o pH foi 50 e na 3a coleta foi de 56) Das 9 coletas da aacutegua do

permeado do dessalinizador de Icozeira em 6 ocasiotildees (3a 4a 6a 7a 8a e 9a

coletas com o pH respectivamente sendo 58 57 59 59 58 e 59) o pH

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

131

natildeo atendeu ao recomendado indicando que necessita que procedimentos de

ajuste desse paracircmetro sejam efetuados por um profissional capacitado a fim

de atingir-se os valores recomendados

O pH do rejeito de Aroeira variou entre 67 ndash 73 Em Areias esse

paracircmetro variou de neutro a alcalino variando entre 70 ndash 87 O pH do rejeito

de Minuim foi o que menos oscilou os seus valores esteve entre 73 ndash 78 O

pH do rejeito produzido em Icozeira somente uma vez esteve abaixo de 70 e

nas demais apresentou um valor de 76

(iii) Cor aparente

Diferentemente dos resultados da cor aparente da aacutegua bruta dos poccedilos

de Aroeira Minuim e Icozeira onde este paracircmetro determinado foi sempre de

0 uH a cor aparente da aacutegua bruta do poccedilo de Areias foi sempre elevada (534

ndash 941) Natildeo se conseguiu precisar exatamente qual a causa disto No

entanto Segundo a ANA (2005) a inadequaccedilatildeo do filtro e preacute-filtro (alguns dos

materiais empregados na construccedilatildeo do poccedilo) agrave formaccedilatildeo geoloacutegica

normalmente reflete em problemas de cor e turbidez da aacutegua subterracircnea Por

isso eacute comum que vaacuterios estudos mostrem frequentemente que estes

paracircmetros natildeo atendem aos padrotildees de potabilidade no caso das aacuteguas

subterracircneas

Por outro lado a aacutegua analisada do permeado produzido em todas as

unidades inclusive na de Areias sempre apresentou uma cor aparente de 0

uH Desta forma esse paracircmetro da aacutegua do permeado atende ao que

estabelece a Portaria no 518 cujo valor maacuteximo permitido para esse paracircmetro

eacute de 15 uH

(iv) Turbidez

A turbidez da aacutegua bruta dos poccedilos apresentou-se de forma similar agrave cor

aparente da aacutegua bruta dos poccedilos ou seja com valores muito elevados em

Areias (valor maacuteximo de 278 uT) e muito baixos nos demais poccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

132

A aacutegua do permeado produzido em todas as unidades atendeu aos

padrotildees de potabilidade cujo valor maacuteximo permitido eacute de 5 uT

(v) Alcalinidade

Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas

subterracircneas geralmente situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e em casos

excepcionais pode atingir 1000 mg CaCO3L No entanto Franca et al (2006)

encontrou alguns valores de alcalinidade da aacutegua em poccedilos tubulares

localizados em Juazeiro do Norte-CE inferiores a 100 mg CaCO3L com um

valor miacutenimo de 173 mg CaCO3L

O menor valor de alcalinidade entre todas as coletas realizadas nos

poccedilos foi no poccedilo de Aroeira (8 mg CaCO3L) e o maior foi em Areias (245 mg

CaCO3L)

A Portaria no 518 natildeo estabelece valores recomendados com relaccedilatildeo agrave

alcalinidade em aacutegua destinada ao consumo humano Mota (2000) afirma que

a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor desagradaacutevel agrave aacutegua sem no

entanto informar a partir de que valores isso pode ocorrer

O maior valor encontrado com relaccedilatildeo a esse paracircmetro nas

determinaccedilotildees realizadas na aacutegua do permeado produzido nas 4 unidades foi

de 16 mg CaCO3L Com relaccedilatildeo ao rejeito o maior valor encontrado desse

paracircmetro foi em Areias com 469 mg CaCO3L

(vi) Condutividade eleacutetrica

A condutividade eleacutetrica da aacutegua bruta de todos os poccedilos foi sempre

elevada que eacute uma caracteriacutestica tiacutepica de poccedilos situados no cristalino O valor

maacuteximo encontrado foi de 11000 microScm no poccedilo de Areias

O menor valor de condutividade eleacutetrica do permeado foi verificado em

Aroeira com 26 microScm A aacutegua do permeado coletada nas 5 uacuteltimas coletas

apresentou valores elevados chegando a um maacuteximo de 1143 microScm na uacuteltima

coleta (abril de 2006) Antes dessas 5 uacuteltimas coletas a condutividade eleacutetrica

natildeo chegava a 500 microScm Em maio de 2006 o dessalinizador apresentou-se

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

133

defeituoso e natildeo conseguiu mais desempenhar suas funccedilotildees Essa elevaccedilatildeo

de certa forma suacutebita da condutividade eleacutetrica pode ter sido um indiacutecio de que

havia uma necessidade premente de manutenccedilatildeo inclusive com troca das

membranas o que natildeo foi efetuado na ocasiatildeo

A condutividade eleacutetrica do rejeito como era de se esperar apresentou-

se sempre elevada com um valor miacutenimo de 1840 microScm encontrado em

Aroeira e um valor maacuteximo de 18020 microScm em Areias

(vii) Soacutelidos totais dissolvidos (STD)

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para os

soacutelidos totais dissolvidos (STD) eacute 1000 mgL Teores elevados deste paracircmetro

indicam que a aacutegua tem sabor desagradaacutevel podendo causar problemas

digestivos principalmente em crianccedilas aleacutem de danificar as redes de

distribuiccedilatildeo

O STD da aacutegua bruta de todas as coletas nos 4 poccedilos sempre esteve

acima de 1000 mgL Isso deve servir de alerta para as pessoas natildeo

consumirem essa aacutegua principalmente em Minuim onde algumas pessoas natildeo

tecircm condiccedilotildees de sempre pagar R$020 por um balde de 20 L e preferem

pagar R$100 mensalmente por aacutegua bruta do poccedilo e algumas vezes a

consomem

O STD do permeado de todos os poccedilos estiveram abaixo de 1000 mgL

exceto na 10a 12a 13a e 14a coletas em Areias onde nesta uacuteltima chegou a

1687 mgL

O STD do rejeito como era de se esperar apresentou-se sempre

elevado com um valor miacutenimo de 3433 mgL encontrado em Aroeira e um

valor maacuteximo de 26826 mgL em Areias

(viii) Cloreto

Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para a

concentraccedilatildeo de cloreto eacute 250 mg Cl -L Em todas as coletas realizadas na

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

134

aacutegua bruta dos poccedilos o teor de cloretos sempre esteve acima dessa

concentraccedilatildeo com o valor miacutenimo encontrado em 290 mg Cl -L em Aroeira

As amostras de aacutegua do permeado que foram coletadas sempre

estiveram com uma concentraccedilatildeo abaixo do que preconiza essa Portaria

exceto nas duas uacuteltimas coletas em Areias que apresentaram

respectivamente 293 e 324 mg Cl -L

(ix) Dureza

De acordo com as anaacutelises realizadas na aacutegua bruta dos poccedilos

monitorados estas satildeo classificadas como muito duras (dureza gt 300 mg

CaCO3L) A aacutegua dos poccedilos de Areia Minuim e Icozeira apresentaram uma

dureza caacutelcica inferior a 50 da dureza total Isso indica que esses poccedilos tecircm

uma dureza magnesiana superior agrave caacutelcica Em 6 das 10 coletas realizadas

na aacutegua do poccedilo de Aroeira a dureza caacutelcica foi inferior agrave dureza magnesiana

O maior valor de dureza do permeado produzido nos 4 dessalinizadores

foi de 81 mg CaCO3L o que atende aos padrotildees de potabilidade (valor

maacuteximo permitido igual a 500 mg CaCO3L)

A Tabela 412 reuacutene os resultados das anaacutelises bacterioloacutegicas das 4

localidades Na maioria das anaacutelises da aacutegua do permeado natildeo foi detectada a

presenccedila de coliformes termotolerantes No entanto como foi apresentado

anteriormente a aacutegua eacute conduzida pelas pessoas por baldes ateacute as

residecircncias estando muito susceptiacutevel agrave contaminaccedilatildeo Recomenda-se que a

aacutegua antes de ser consumida seja desinfetada Dos trecircs tipos de aacutegua

analisados apenas o rejeito produzido nos 4 dessalinizadores em algumas

ocasiotildees (1665 das anaacutelises em Areias 2000 em Aroeira 1000 em

Minuim e 2222 em Icozeira) apresentou um NMP100 mL gt 16 (Valor

maacuteximo correspondente a 5 tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de

10 mL) Como a tabela para a determinaccedilatildeo do NMP100 mL soacute apresenta

como maior valor o nuacutemero gt 16 natildeo eacute possiacutevel afirmar a intensidade da

contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

135

Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos

monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito) Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes

(NMP100 mL)

0 (ausente)

22 51 92 16 gt 16

Local Aacutegua analisada

( de amostras)

Aacutegua bruta 5834 1110 555 0 555 0

Permeado 8890 555 555 0 000 000

Areias

Rejeito 7780 1667 0 0 555 1665

Aacutegua bruta 70 0 20 0 10 0

Permeado 90 10 0 0 0 0

Aroeira

Rejeito 60 0 0 10 10 20

Aacutegua bruta 80 0 0 10 10 0

Permeado 80 10 10 0 0 0

Minuim

Rejeito 80 0 0 10 0 10

Aacutegua bruta 7778 0 1111 0 1111 0

Permeado 8889 0 0 1111 0 0

Icozeira

Rejeito 6667 0 0 0 1111 2222

Conforme informam Montenegro et al (2001) e Montenegro et al (2003)

um dos projetos implantados pelo Instituto Xingoacute foi a construccedilatildeo de uma

barragem subterracircnea na comunidade de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE)

para complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito de um dessalinizador utilizada nos

viveiros de cultivo de camaratildeo marinho (Litopenaeus vannamei) tambeacutem

construiacutedos pelo Instituto Xingoacute e tambeacutemno desenvolvimento da Atriplex

nummularia O projeto beneficiava cerca de 170 pessoas O permeado desse

dessalinizador era utilizado para o consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal

De acordo com informaccedilotildees obtidas junto agrave coordenaccedilatildeo do Instituto Xingoacute o

moacutedulo de Morro Vermelho ateacute o ano de 2003 contava com assistecircncia

teacutecnica com manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do Instituto Xingoacute Desta data em diante

ele ficou sob responsabilidade da prefeitura de Poccedilo Redondo e da proacutepria

comunidade de Morro Vermelho Devido a principalmente conflitos nesta

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

136

comunidade o referido moacutedulo teve suas atividades produtivas (aquumlicultura e

agricultura) paralisadas

Na aacuterea de Xingoacute com exceccedilatildeo do que ocorria em Morro Vermelho os

efluentes gerados durante a produccedilatildeo nos dessalinizadores da aacutegua potaacutevel

satildeo lanccedilados no meio ambiente sem nenhum criteacuterio Na Figura 48 pode ser

visto o local de despejo do rejeito das unidades de dessalinizaccedilatildeo que foram

monitoradas

(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)

(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)

(c) Minuim (Santa Briacutegida)

(d) Icozeira (Abareacute-BA)

Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de

dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados

Foram coletadas amostras de solo no local do despejo do rejeito

proveniente das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo e amostras de solo

supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

137

despejo (Areias) e a 50 m a jusante do despejo (Aroeira Minuim e Icozeira) As

amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm

em Areias e de 0-40 cm em Aroeira Minuim e Icozeira Os resultados das

anaacutelises quiacutemicas dos paracircmetros determinados nas amostras constam na

Tabela 413 Na Tabela 414 eacute vista a classificaccedilatildeo do extrato de saturaccedilatildeo do

solo coletado

Tabela 413 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4

dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH Na+

(meqL) Ca++

(meqL) Mg++

(meqL) CaMg RAS

P1 0-20 509 71 3200 367 994 037 1228 P1 20-40 639 72 3796 457 1997 023 1084 P2 0-20 314 73 1761 363 756 048 745 P2 20-40 152 76 939 145 240 060 678 P3 0-20 055 66 352 063 166 038 329

Areias

P3 20-40 077 67 430 069 131 053 430 P1 0-40 403 77 365 159 322 049 236 Aroeira P2 0-40 033 74 070 057 075 076 086 P1 0-40 601 73 2609 406 1163 035 932 Minuim P2 0-40 462 72 3235 434 2343 019 869 P1 0-40 794 78 3561 644 2353 027 921 Icozeira P2 0-40 493 73 2374 480 2398 020 626

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

Tabela 414 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos

coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e

a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados

Local Ponto Prof (cm)

Condutividade eleacutetrica (dSm)

pH PST () Classificaccedilatildeo do solo

P1 0-20 509 71 1442 Salino P1 20-40 639 72 1284 Salino P2 0-20 314 73 887 Normal P2 20-40 152 76 804 Normal P3 0-20 055 66 347 Normal

Areias

P3 20-40 077 67 484 Normal P1 0-40 403 77 217 Salino Aroeira P2 0-40 033 74 001 Normal P1 0-40 601 73 1110 Salino Minuim P2 0-40 462 72 1036 Salino P1 0-40 794 78 1097 Salino Icozeira P2 0-40 493 73 738 Salino

Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

138

Os resultados das anaacutelises do solo obtidas confirmaram o potencial do

rejeito em causar problemas ao mesmo A condutividade eleacutetrica de cada um

dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de

despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino

sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado

no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi em Aroeira

(403 dSm) As amostras coletadas a jusante do ponto de despejo do rejeito

variaram entre solo normal e solo salino

Conforme mostrou a Tabela 413 a proporccedilatildeo CaMg sempre foi inferior

a unidade o que segundo Porto et al (1999) caracteriza uma intoxicaccedilatildeo pelo

iacuteon especiacutefico de magneacutesio

44 ndash CONCLUSOtildeES

Os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador localizados em Poccedilo Redondo-

SE encontravam-se sem aproveitamento Alguns estavam paralisados sem

funcionamento e outros abandonados Foi identificado apenas um poccedilo que

estava produzindo aacutegua Esta aacutegua era salobra condiccedilatildeo comumente

encontrada na regiatildeo

Predominantemente as unidades de dessalinizaccedilatildeo localizadas na aacuterea

de Xingoacute vecircm sendo operadas ineficientemente e com ausecircncia de cuidados

na manutenccedilatildeo dos equipamentos De 56 unidades implantadas 45 natildeo

vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem dessas 45 unidades acrescente-

se a paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Trata-se de

mais um exemplo tiacutepico da forma equivocada que vecircm sendo administradas

estas instalaccedilotildees no semi-aacuterido

Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de

dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiu a sua manutenccedilatildeo

eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da prefeitura

O rendimento meacutedio dos dessalinizadores monitorados ficou entre

3512 (Icozeira) e 5644 (Minuim) Assim sendo em meacutedia estas unidades

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

139

geravam entre 6488 e 4356 do total de aacutegua a ser dessalinizada Esta

faixa de variaccedilatildeo obtida situa-se nos limites encontrado na literatura (PORTO

et al 2004)

Em nenhuma ocasiatildeo os paracircmetros de qualidade da aacutegua bruta que

foram determinados dos 4 poccedilos monitorados atendeu a todos os padrotildees de

potabilidade determinados

O pH das amostras de aacutegua do permeado de Areias e Minuim sempre

atenderam aos padrotildees de potabilidade no entanto em duas das dez

amostras coletadas do permeado produzido pelo dessalinizador de Aroeira e

em 6 das 9 amostras coletadas do permeado em Icozeira esse paracircmetro

esteve abaixo da faixa (60 ndash 95) recomendada pela Portaria 518 do MS

A cor aparente e a turbidez determinadas em amostras de aacutegua do

permeado produzido nas 4 instalaccedilotildees sempre estiveram compatiacuteveis com os

padrotildees de potabilidade

A concentraccedilatildeo de STD e de cloretos da aacutegua do permeado em todas

as ocasiotildees com exceccedilatildeo das duas uacuteltimas amostras do permeado produzido

em Areias sempre estiveram abaixo do valor maacuteximo recomendado pelo MS

(TDS le1000 mgL e cloretos le 250 mg Cl -L)

Os valores de dureza da aacutegua do permeado sempre atenderam ao

estabelecido pelo MS (dureza le 500 mg CaCO3L)

Em geral natildeo foi detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes na

aacutegua do permeado dos poccedilos Contudo eacute recomendada a desinfecccedilatildeo pois as

torneiras onde se retira o permeado ficam expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute

transportada em baldes ou latas com boa possibilidade de ficar contaminada

Os rejeitos produzidos nas unidades de dessalinizaccedilatildeo que operam na

aacuterea de Xingoacute satildeo despejados no meio ambiente de forma indiscriminada As

anaacutelises de amostras coletadas no local de despejo do rejeito proveniente dos

4 dessalinizadores monitorados confirmaram o prejuiacutezo que esta disposiccedilatildeo

inadequada no solo traz para este A condutividade eleacutetrica e o teor de STD

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

140

elevados do rejeito contribuiacuteram O maacuteximo valor de condutividade eleacutetrica foi

verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi

em Aroeira (403 dSm) As amostras nesses pontos de acordo com a

classificaccedilatildeo satildeo salinas sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas

45 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

A construccedilatildeo de futuros poccedilos em Poccedilo Redondo soacute deveraacute ser

procedida mediante um rigoroso estudo de viabilidade teacutecnica-econocircmica

aleacutem de um severo comprometimento do(s) responsaacuteve(l)is pela sua

administraccedilatildeo e manutenccedilatildeo para atendimento no que preceitua a legislaccedilatildeo

sanitaacuteria e ambiental em vigor

Campanhas educativas e informativas devem ser promovidas por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais na aacuterea de sauacutede e meio

ambiente no sentido de alertar aos consumidores da aacutegua dessalinizada para

a importacircncia da desinfecccedilatildeo da aacutegua antes do consumo final

As autoridades competentes devem proibir o consumo de aacutegua para

abastecimento humano da aacutegua bruta do poccedilo de Minuim por natildeo atender aos

padrotildees de potabilidade

Propotildee-se que nos futuros processos de licitaccedilatildeo de compra dos

dessalinizadores que porventura ocorram seja orccedilado o preccedilo do

dessalinizador acrescido da manutenccedilatildeo por um periacuteodo de 3 anos Sugere-

se tambeacutem que nessa licitaccedilatildeo seja ajustado um valor de produccedilatildeo de

determinado volume mensal de aacutegua doce (permeado) com uma qualidade

especificada Essas propostas tambeacutem satildeo recomendadas por Cravo (1999)

no seu trabalho sobre o programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do Nordeste

brasileiro

Devem ser realizadas periodicamente capacitaccedilotildees dos operadores

dos poccedilos com dessalinizaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

141

A gestatildeo municipal deve fomentar projetos e pesquisas que possibilitem

um destino adequado (piscicultura carcinocultura cultivo de atriplex) ao rejeito

Existem inuacutemeras experiecircncias positivas nesse sentido retratados em

universidades no EMBRAPA Semi-Aacuterido IRPAA e no Instituto Xingoacute

46 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas

subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu

alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr

aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste

20a ed Washington American Public Health Association American Water

Works Associations Water Environmental Federation 1998

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In

1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO

BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114

CRUCIANI DE A drenagem na agricultura Satildeo Paulo Editora Nobel 1980

333 p

CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona

Omega SA 1983 v 2 2350 p

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria Manual de

meacutetodos de anaacutelise de solo Centro Nacional de Pesquisa de Solos 2a Ed

revisada e atualizada Rio de Janeiro 1997 212 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

142

FRANCA RM FRISCHKORN H SANTOS MRP MENDONCcedilA LAR

BEZERRA MC Contaminaccedilatildeo de poccedilos tubulares em Juazeiro do Norte-CE

Engenharia Sanitaacuteria Ambiental v 11 no 1 p 92-102 2006

MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS

MALVEIR JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de

dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no

2 p 143-152 2006

MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG

PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea

salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO

DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1

CD-ROM

MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA

MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o

SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

PORTO ER AMORIM MCC Aproveitamento dos rejeitos da

dessalinizaccedilatildeo In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA

NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-

AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 51-57

PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da

dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex

nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1

p 111-114 2001

PORTO EP ARAUacuteJO O ARAUacuteJO GGL AMORIM MCC PAULINO

RV MATOS ANB Sistema integrado usando efluentes da dessalinizaccedilatildeo

Petrolina EMBRAPA Semi-Aacuterido 2004 22 p

SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees

Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

143

CAPIacuteTULO 5

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo estaacute situado na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Apesar da proximidade com o rio Satildeo Francisco o

fornecimento de aacutegua potaacutevel eacute bastante precaacuterio sendo frequumlente o

abastecimento por caminhotildees pipa contratados pela prefeitura do municiacutepio

Para complementar a demanda de aacutegua satildeo construiacutedas cisternas pelos

moradores que em geral envolvem a participaccedilatildeo de ONGs A qualidade da

aacutegua de chuva armazenada nas cisternas e consumida pela populaccedilatildeo eacute

desconhecida Eacute portanto importante o monitoramento da qualidade dessa

aacutegua a fim de se verificar o atendimento ao padratildeo de potabilidade e avaliar a

possibilidade de associar a qualidade da aacutegua agrave ocorrecircncia de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica No presente trabalho foi realizado o monitoramento de

alguns paracircmetros de qualidade em amostras de 20 cisternas construiacutedas no

municiacutepio cuja aacutegua eacute utilizada para consumo humano Dentre os paracircmetros

analisados constatou-se que o padratildeo de potabilidade natildeo eacute completamente

atendido e que os principais problemas de contaminaccedilatildeo satildeo decorrentes do

inadequado manejo da aacutegua Palavras-chave semi-aacuterido de Sergipe abastecimento de aacutegua aacutegua de

chuva qualidade de aacutegua cisternas

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil In despite of being bordered by the Satildeo Francisco

river the potable water supply is very poor Thus the local city hall has often

hired water delivery trucks Cisterns have also been built by inhabitants with

support of Non Governmental Organizations (NGOs) in order to complement

the water demand However the rainfall water quality stored and consumed by

people is unknown Thefore it is important to accomplish the water quality

monitoring in order to investigate if it complies with the potable water standards

and evaluate the possibility of association between water quality and

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

144

occurrence of waterborne diseases In this research the monitoring of some

water quality parameters collected at 20 cisterns built for human consumption

purposes was performed The results show that the water quality of these

cisterns does not comply entirely with the potable water standards and that the

water quality of them is affected due their unsuitable management

Key words semi-arid of Sergipe water supply rainfall water water quality

cisterns

51 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de

transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre

durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios

tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel etc aleacutem

de poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais roedores aves e

insetos Os resiacuteduos ou dejetos de animais satildeo levados pelo escoamento da

aacutegua de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada

Uma vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir

fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos

(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a

retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios

usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta

somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a

aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003

2004)

Apoacutes um periacuteodo prolongado sem chuva uma certa quantidade de

sujeira permanece acumulada no telhado Por essa razatildeo eacute aconselhado evitar

a entrada das primeiras aacuteguas escoadas do telhado na cisterna colocando as

tubulaccedilotildees de conduccedilatildeo fora do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo da cisterna O tempo

de ldquolavagemrdquo do telhado depende da intensidade da precipitaccedilatildeo pode ser

reduzido a menos de uma hora no caso de uma chuva forte ou pode ser

prolongado ateacute um ou dois dias no caso de uma chuva de pequena intensidade

e constante (BERNAT 1993)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

145

A construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de lanccedilamento de

esgotos a falta de conservaccedilatildeo e de manejo adequado da aacutegua aliados ao

uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e uso de cordas e

baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem representar fontes de

contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios microorganismos natildeo soacute os

pertencentes ao grupo coliformes totais e termotolerantes mas tambeacutem outras

bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua (AMORIM PORTO 2003)

Meera e Ahammed (2006) fazem uma revisatildeo na literatura sobre a

questatildeo da qualidade de aacutegua de sistemas de coleta de aacutegua de chuva De

acordo com esses autores a maioria das pesquisas revela que a aacutegua destes

sistemas eacute bastante contaminada microbiologicamente a menos que cuidados

especiais sejam tomados durante a coleta e o armazenamento da aacutegua de

chuva Aleacutem disso estudos revelam que em geral a qualidade fiacutesico-quiacutemica

atende aos padrotildees de potabilidade com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH

Contudo amplas variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de iacuteons principais como caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio cloretos sulfatos e nitratos Essa variaccedilatildeo reflete

diferenccedilas no material do telhado o seu tratamento a sua orientaccedilatildeo e

declividade aleacutem da qualidade do ar das caracteriacutesticas de precipitaccedilatildeo da

regiatildeo Aleacutem disso metais pesados e compostos orgacircnicos traccedilos podem

tambeacutem apresentar problemas em alguns casos

Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios aspectos da qualidade da

aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a fim de evitar a contaminaccedilatildeo

da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na superfiacutecie de captaccedilatildeo e

propotildee as seguintes medidas

(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras

aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins

que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras

autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de

fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem

ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que

quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e

microrganismos de maior tamanho melhorando a qualidade da aacutegua coletada

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

146

(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser

retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna

for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuterio

(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como

as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode

ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares

o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos

severos na retirada da aacutegua

(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar

infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco

(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a

reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz

abundante

(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de

evitar o acesso de insetos e pequenos animais Na calha ou tubulaccedilatildeo de

entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou qualquer outra forma de

retenccedilatildeo de sujeira na linha de fluxo

Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes conveacutem tratar a

aacutegua da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem

a garantia de que a cisterna eacute abastecida somente por aacutegua de chuva ou que

natildeo se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM

PORTO 2003)

O municiacutepio de Poccedilo Redondo pertence agrave Microrregiatildeo Sergipana do

Sertatildeo e agrave Mesorregiatildeo do Sertatildeo Sergipano estando inserido no ldquoPoliacutegono

das Secasrdquo Apesar de ser banhado em 23 km de extensatildeo do seu territoacuterio

pelo rio Satildeo Francisco uma significativa parcela de sua populaccedilatildeo

principalmente a rural natildeo dispotildee de acesso regular ao abastecimento de

aacutegua Isso tem levado a prefeitura e algumas vezes ateacute algumas pessoas a

contratar carros-pipa principalmente na eacutepoca de estiagem Outras formas de

abastecimento satildeo poccedilos com dessalinizador aguadas e cisternas Segundo o

IBGE (2001) sua aacuterea eacute de cerca de 1200 km2 e na sua zona rural vivem

19660 habitantes enquanto que na zona urbana satildeo 6360 habitantes

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

147

Algumas ONGs tais como o CDJBC (Centro Dom Joseacute Brandatildeo de

Capacitaccedilatildeo) AMASE (Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe) o CECAC

(Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos) do MST (Movimento dos Sem Terra) e a

Caacuteritas (instituiccedilatildeo da Igreja Catoacutelica) tecircm se ocupado em angariar e gerir

recursos no sentido de construir cisternas em Poccedilo Redondo Com os recursos

geridos pelo CDJBC foram construiacutedas nos uacuteltimos anos 520 cisternas 100

pela AMASE (construiacutedas de 2003 a 2005) 67 pelo CECAC (2002 a 2004) e 30

pela Caacuteritas

Embora as aacuteguas pluviais sejam em geral de boa qualidade eacute

necessaacuterio que alguns cuidados sejam tomados Eacute muito importante que se

conheccedila a qualidade da aacutegua que se encontra armazenada nessas cisternas a

fim de se verificar o atendimento dos padrotildees de potabilidade uma vez que

essa aacutegua eacute utilizada para consumo pela populaccedilatildeo Este trabalho apresenta

os resultados do monitoramento de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e

bacterioloacutegicos da qualidade de aacutegua de algumas das cisternas instaladas em

Poccedilo Redondo-SE Aleacutem disso a forma de manejo da aacutegua armazenada nas

cisternas eacute tambeacutem abordada

52 ndash METODOLOGIA

As 20 cisternas utilizadas no presente trabalho foram escolhidas

aleatoriamente uma em cada localidade situada em Poccedilo Redondo-SE onde

foram construiacutedas cisternas com os recursos geridos pelo CECAC CDJBC

AMASE e Caacuteritas com frequumlecircncia mensal e periacuteodos distintos de duraccedilatildeo do

monitoramento No Anexo B podem ser vistas as 20 cisternas monitoradas Na

Tabela 51 consta as localidades das cisternas monitoradas com o nuacutemero de

residentes aleacutem do periacuteodo de monitoramento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

148

Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de

monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas

em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem Nuacutemero

da cisterna

Localidade Nuacutemero de pessoas

residentes

Periacuteodo de monitoramento

1 Areias 4

2 Assentamento

Cajueiro

7

3 Assentamento

Maria Bonita

7

4 Assentamento

Maria Feitosa

7

5 Assentamento

Mulungu

3

6 Assentamento

Pioneira

4

7 Assentamento Satildeo

Francisco

1

8 Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute

6

9 Maranduba 10

10 Pia do Boi 3

11 Queimadas 4

12 Rancho Velho 5

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

13 Tanque Novo 4 10 meses

bull Agosto a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

14 Berro Grosso 5

15 Flor da Serra 5

16 JacareacuteCurituba 6

17 Peacute da Serra 9

18 Salgadinho 5

19 Satildeo Joseacute 4

20 Serra da Guia 7

2 meses

bull Julho a agosto de 2005

(mensalmente)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

149

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua das

cisternas monitoradas

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Quando era possiacutevel aacutegua era coletada diretamente com o referido

recipiente de 1000 mL Nas ocasiotildees onde natildeo era possiacutevel coletaacute-la

diretamente foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma

corda utilizado pelo usuaacuterio da cisterna) Entatildeo a aacutegua coletada no recipiente

de transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

A aacutegua coletada em cada cisterna com o balde era tambeacutem transferida

(em algumas coletas) para 2 recipientes de 100 mL sendo um destinado agrave

determinaccedilatildeo de soacutedio e potaacutessio no laboratoacuterio e o outro (com 5 mL de aacutecido

niacutetrico) para a determinaccedilatildeo de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco no

laboratoacuterio

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis contendo 01 mL (aproximadamente 2 gotas)

de soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio a 10 a fim de neutralizar a accedilatildeo do cloro

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

(iii) Na impossibilidade de coletar-se diretamente com o recipiente autoclavado

era utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma corda utilizado

pelo usuaacuterio da cisterna) Em seguida a aacutegua coletada nesse recipiente de

transposiccedilatildeo era colocada no recipiente autoclavado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

150

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos que foram

determinados o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo

apresentados na Tabela 52 Todas as anaacutelises foram realizadas em

conformidade com o que preconiza o APHA et al (1998) A cor aparente foi

determinada apenas nas coletas realizadas entre marccedilo a junho de 2006

Tabela 52 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nas 20

cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado

Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

As concentraccedilotildees de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco

presentes na amostras de aacutegua coletadas foram determinadas utilizando-se o

espectrofotocircmetro de emissatildeo atocircmica em plasma indutivamente acoplado

(ICP) As concentraccedilotildees de soacutedio e potaacutessio foram determinadas atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas Vale observar que a concentraccedilatildeo de ferro

nas amostras coletadas em novembro de 2005 foi determinada atraveacutes do

emprego do fotocircmetro de chamas

Para cada cisterna monitorada foram levantados os seguintes dados

nuacutemero de pessoas atendidas realizaccedilatildeo de desvio das primeiras aacuteguas de

chuva procedimento de retirada de aacutegua da cisterna existecircncia e tipo de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

151

tratamento local de aplicaccedilatildeo de produtos quiacutemicos (quando aplicados)

acessoacuterios existentes (extravasor ventilaccedilatildeo etc) e origem da aacutegua

armazenada no dia da coleta (chuva abastecimento puacuteblico (DESO) caminhatildeo

pipa mistura entre estas) Nos uacuteltimos 3 meses de monitoramento da

qualidade da aacutegua (abril maio e junho de 2006) foi determinado o niacutevel da

aacutegua armazenada nas cisternas de no 1 a 13

Como seraacute visto mais adiante o pH da aacutegua das cisternas diversas

vezes atingiu valores bem elevados Foram construiacutedas duas caixas de 70 x 60

cm x 15 cm de altura (uma foi confeccionada com um produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e a outra foi confeccionada sem

este impermeabilizante) para investigar a sua influecircncia na elevaccedilatildeo do pH

Este produto quiacutemico tem a propriedade de impermeabilizar concretos e

argamassas por hidrofugaccedilatildeo do sistema capilar e permite a respiraccedilatildeo dos

materiais mantendo os ambientes salubres Sua composiccedilatildeo baacutesica eacute de sais

metaacutelicos e silicatos As etapas para a confecccedilatildeo da caixa com o referido

produto na sua composiccedilatildeo foram as seguintes

(i) Utilizou-se um pedaccedilo de telha de fibrocimento do tipo calhetatildeo da Eternit

(ii) As duas extremidades foram fechadas com pedaccedilos da proacutepria telha

recortada de forma a se ajustar perfeitamente na calha da telha

(iii) Foi aplicado internamente sobre toda a superfiacutecie um chapisco no traccedilo 11

de cimento e areia grossa

(iv) Sobre o chapisco foi aplicada uma camada de cerca de 2 cm de espessura

de reboco no traccedilo 13 de cimento e areia com adiccedilatildeo do impermeabilizante na

aacutegua de amassamento

(v) Foi deixado durante 7 dias mantendo-se a caixa sempre cheia drsquoaacutegua a fim

de proporcionar uma boa cura da argamassa aplicada

(vi) Foi colocado aacutegua da torneira e foram realizadas mediccedilotildees do pH durante 5

dias desta aacutegua armazenada na caixa Apoacutes os 5 dias a caixa foi esvaziada e

enchida com aacutegua da chuva onde foi determinado o pH durante 5 dias

Antes da colocaccedilatildeo da aacutegua da torneira e da de chuva na caixa foi determinado

o pH destas aacuteguas aleacutem do pH do impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

152

Para a caixa construiacuteda sem o impermeabilizante na sua composiccedilatildeo

utilizou-se o mesmo procedimento anterior com exceccedilatildeo da etapa iv onde natildeo

houve adiccedilatildeo deste produto Da mesma forma descrita anteriormente foram

deteminados o pH da aacutegua da torneira e o pH da aacutegua da chuva antes e apoacutes a

sua colocaccedilatildeo na caixa

53 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Todas as cisternas levantadas e monitoradas eram de placa de cimento

de forma ciliacutendrica coberta e semi-enterrada algumas com capacidade para

armazenar 15 m3 outras com capacidade para 16 m3 O telhado de todas as

casas era de material ceracircmico (telha canal) Segundo Yaziz et al (1989) e

Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) a qualidade microbioloacutegica da aacutegua

de chuva proveniente de telhados metaacutelicos eacute geralmente melhor que outros

tipos de telhados e segundo o Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) o

inverso se verifica para os telhados ceracircmicos

A calha de todas as 20 cisternas monitoradas era de zinco e a tubulaccedilatildeo

que interligava a calha a essas cisternas era de PVC Todas essas cisternas

foram pintadas de branco que segundo Gnadlinger (1999) diminui o

aquecimento a fim de dificultar o surgimento de fissuras

Os agentes de sauacutede distribuiacuteam hipoclorito para os proprietaacuterios das

cisternas Poreacutem a distribuiccedilatildeo natildeo vinha sendo frequumlente Alguns moradores

colocavam esse produto somente na cisterna outros soacute no pote outros em

ambos e alguns admitem que natildeo o utilizavam (Assentamento Maria Bonita

Maranduba Areias e Assentamento Pioneira)

Quanto agrave origem da aacutegua armazenada nas cisternas no dia de cada

coleta de aacutegua para anaacutelise obteve-se dos moradores proprietaacuterios o seguinte

a aacutegua tinha as mais variadas procedecircncias chuva carro pipa sistema de

abastecimento puacuteblico (DESO) de chafariz puacuteblico ou uma mistura (carro pipa

chafariz chuva rede puacuteblica e chuva) Segundo Amorim e Porto (2003) essa

praacutetica de natildeo armazenar somente aacutegua de chuva em cisterna vem sendo

comum nas comunidades do semi-aacuterido nordestino

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

153

Todos os 20 proprietaacuterios retiravam a aacutegua da cisterna atraveacutes de balde

(quando necessaacuterio atado a uma corda) embora algumas cisternas

possuiacutessem bomba bola de gude (Areias Assentamento Cajueiro

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Assentamento Satildeo Francisco Maranduba

Peacute da Serra e Salgadinho) pois se queixavam da baixa vazatildeo desta Na

cisterna de Queimadas inclusive o proprietaacuterio a removeu da cisterna Ao

longo das visitas (dias de coleta) algumas situaccedilotildees improacuteprias foram

presenciadas tais como por exemplo presenccedila de animais no interior de

cisterna fissuras em cisterna tampa da cisterna aberta deteriorada eou

inadequada entre outras Eacute recomendado que a cisterna seja localizada a pelo

menos 30 m de fossas galinheiros pocilgas e similares Essa recomendaccedilatildeo

natildeo foi verificada em nenhuma das 20 cisternas monitoradas Na Figura 51

satildeo vistas alguns exemplos de manejo inadequado das cisternas monitoradas

Das cisternas monitoradas apenas a cisterna do Assentamento Satildeo

Joseacute de Nazareacute era dotada de peneira na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna o

que previne a passagem de resiacuteduos carreados com a aacutegua de chuva Esta

peneira eacute vista na Figura 52

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

154

(a) Tampa deteriorada (b) Anfiacutebio no interior

(c) Presenccedila de fissuras (d) Fossa com distacircncia inferior a 30 m

da cisterna

(e) Bomba de bola de gude retirada da cisterna

(f) Tubulaccedilatildeo que interliga a calha agrave cisterna colocada no chatildeo

Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas

monitoradas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

155

(a) Detalhe da peneira (b) Insetos retidos pela peneira

Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna

do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de

insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de

detritos

Em abril (geralmente mecircs seco em Poccedilo Redondo) maio e junho

(geralmente meses chuvosos em Poccedilo Redondo) de 2006 uacuteltimos meses de

monitoramento das cisternas foi medido o niacutevel da aacutegua no interior da cisterna

Os resultados satildeo apresentados na Tabela 53 onde se nota uma

heterogeneidade no niacutevel da aacutegua das cisternas

Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas

localizadas em Poccedilo Redondo-SE Niacutevel da cisterna

monitorada (cm)

2006

Nuacutemero

da

cisterna

Localidade

Abril Maio Junho

1 Areias 11 92 22

2 Assentamento Cajueiro 18 65 32

3 Assentamento Maria Bonita 30 22 14

4 Assentamento Maria Feitosa 41 33 47

5 Assentamento Mulungu 85 53 51

6 Assentamento Pioneira 96 126 146

7 Assentamento Satildeo Francisco 88 79 14

8 Satildeo Joseacute de Nazareacute 22 29 19

9 Maranduba 140 125 147

10 Pia do Boi 52 34 26

11 Queimadas 107 102 108

12 Rancho Velho 50 71 98

13 Tanque Novo 34 21 29

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

156

Os resultados das anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas na aacutegua das cisternas satildeo

apresentados na Tabela 54 enquanto que nas Tabelas 55 a 511 satildeo

apresentado os resultados das anaacutelises de metais na aacutegua coletada nas

cisternas 1 a 13 O Anexo C conteacutem graacuteficos dos resultados dos paracircmetros

fiacutesico-quiacutemicos determinados com a indicaccedilatildeo da origem da aacutegua

armazenada que foi coletada Vale observar que na coleta realizada em marccedilo

de 2006 a cisterna de Tanque Novo encontrava-se vazia Os moradores

estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro em recipientes Ela

tinha um aspecto bastante turvo poreacutem vinha sendo consumida pelos

moradores Essa aacutegua foi coletada para a determinaccedilatildeo de seus paracircmetros

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

1 Areias

2630 ndash 795 1736 plusmn 511 CV = 295

3345 ndash 1175 2523 plusmn 849 CV = 337

306 ndash 235 272 plusmn 26 CV = 95

94 ndash 81 89 plusmn 04

CV = 45

134 ndash 40 77 plusmn 43

CV = 558

318 ndash 044 102 plusmn 079

CV = 7745

66 ndash 4 304 plusmn 273 CV = 898

16 ndash 1 38 plusmn 47

CV = 1237

110 ndash 30 598 plusmn 239 CV = 400

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

2

Ass

Cajueiro

3920 ndash 1033 1571 plusmn 877 CV = 558

2580 ndash 1551 1819 plusmn 339 CV = 186

319 ndash 225 273 plusmn 31

CV = 113

91 ndash 66 82 plusmn 08

CV = 97

226 ndash 62 145 plusmn 67

CV = 462

413 ndash 055 13 plusmn 10

CV = 7692

91 ndash 5 326 plusmn 279 CV = 856

10 ndash 2 47 plusmn 24

CV = 511

87 ndash 24 402 plusmn 173 CV = 430

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

3 Ass Maria

Bonita

2460 ndash 816 1645 plusmn 540 CV = 328

3696 ndash 1196 2408 plusmn 856 CV = 355

297 ndash 240 269 plusmn 27

CV = 100

93 ndash 82 88 plusmn 03

CV = 34

93 ndash 03 39 plusmn 38

CV = 974

177 ndash 048 112 plusmn 048

CV = 4286

63 ndash 5 258 plusmn 255 CV = 988

18 ndash 2 95 plusmn 115

CV = 1211

102 ndash 41 589 plusmn 202 CV = 343

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

4 Ass Maria

Feitosa

1233 ndash 610 1073 plusmn 302 CV = 281

3170 ndash 1222 1734 plusmn 583 CV = 336

293 ndash 238 266 plusmn 19 CV = 71

89 ndash 77 81 plusmn 06 CV = 74

110 ndash 02 76 plusmn 51

CV = 671

135 ndash 061 097 plusmn 025

CV = 2577

33 ndash 5 154 plusmn 124 CV = 805

6 ndash 1 28 plusmn 16

CV = 571

95 ndash 37 564 plusmn 195 CV = 346

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

5 Ass

Mulungu

1540 ndash 970 1200 plusmn 210 CV = 175

2210 ndash 1359 1728 plusmn 288 CV = 167

322 ndash 232 280 plusmn 30

CV = 107

87 ndash 71 83 plusmn 05

CV = 60

101 ndash 04 52 plusmn 40

CV = 769

137 ndash 029 078 plusmn 031

CV = 3974

44 ndash 5 247 plusmn 174 CV = 704

8 ndash 2 37 plusmn 21

CV = 567

65 ndash 36 441 plusmn 93

CV = 211

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

6 Ass

Pioneira

1511 ndash 864 1240 plusmn 180 CV = 145

2240 ndash 1291 1818 plusmn 269 CV = 148

312 ndash 232 276 plusmn 28

CV = 101

89 ndash 65 82 plusmn 07

CV = 85

136 ndash 03 60 plusmn 58

CV = 967

095 ndash 034 061 plusmn 019

CV = 3115

47 ndash 6 252 plusmn 151 CV = 599

6 ndash 2 45 plusmn 18

CV = 400

51 ndash 36 440 plusmn 49

CV = 111

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154 7

Ass Satildeo Francisco

3070 ndash 1235 2727 plusmn 1781

CV = 653

7500 ndash 1846 3484 plusmn 1915

CV = 550

312 ndash 239 277 plusmn 26 CV = 94

105 ndash 75 90 plusmn 089 CV = 99

168 ndash 67 115 plusmn 41

CV = 356

127 ndash 057 085 plusmn 019

CV = 2235

126 ndash 4 533 plusmn 452 CV = 848

4 ndash 2 31 plusmn 12

CV = 387

61 ndash 14 347 plusmn 107 CV = 309

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

8

Ass Satildeo Joseacute de Nazareacute

7110 ndash 1179 3808 plusmn 2381

CV = 625

8360 ndash 1752 4596 plusmn 2955

CV = 643

312 ndash 231 274 plusmn 25 CV = 91

118 ndash 88 104 plusmn 12

CV = 115

97 ndash 21 54 plusmn 33

CV = 611

099 ndash 056 075 plusmn 014

CV = 1867

162 ndash 5 785 plusmn 655 CV = 834

18 ndash 2 62 plusmn 48

CV = 774

102 ndash 14 706 plusmn 327 CV = 463

79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588

9 Maranduba

1920 ndash 1290 1494 plusmn 170 CV = 114

2390 ndash 1918 2163 plusmn 156

CV = 72

317 ndash 230 269 plusmn 24 CV = 89

101 ndash 84 96 plusmn 06

CV = 62

70 ndash 00 31 plusmn 29

CV = 935

089 ndash 040 064 plusmn 015

CV = 2344

70 ndash 4 305 plusmn 261 CV = 856

6 ndash 2 29 plusmn 13

CV = 448

80 ndash 41 562 plusmn 135 CV = 240

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

10 Pia do Boi

2410 ndash 1190 1839 plusmn 437 CV = 237

3590 ndash 1650 2719 plusmn 747 CV = 275

299 ndash 234 264 plusmn 25 CV = 95

90 ndash 67 84 plusmn 08

CV = 95

67 ndash 44 54 plusmn 09

CV = 167

152 ndash 046 079 plusmn 028

CV = 3544

71 ndash 5 332 plusmn 259 CV = 780

18 ndash 2 56 plusmn 51

CV = 911

132 ndash 36 835 plusmn283 CV = 339

102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo (Continua)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE (cont) Paracircmetro

No da

cisterna

Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor aparente (uH)

Turbidez (uT)

Alcalinidade total (mg

CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

11 Queimadas

1920 ndash 1290 1659 plusmn 127 CV = 77

2797 ndash 2130 2488 plusmn 206

CV = 83

306 ndash 246 276 plusmn 22 CV = 80

97 ndash 84 90 plusmn 04

CV = 44

60 ndash 00 31 plusmn 33 1064

225 ndash 041 084 plusmn 050

CV = 5952

51 ndash 4 263 plusmn 201 CV = 764

12 ndash 2 60 plusmn 35

CV = 583

57 ndash 41 496 plusmn 55

CV = 111

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

12

Rancho Velho

2070 ndash 1298 1695 plusmn 264 CV = 156

2960 ndash 1928 2462 plusmn 354 CV = 144

306 ndash 238 275 plusmn 22 CV = 80

107 ndash 83 95 plusmn 08

CV = 84

115 ndash 33 73 plusmn 41 562

1684 ndash 043 292 plusmn 494

CV = 1692

82 ndash 5 420 plusmn 351 CV = 834

8 ndash 2 37 plusmn 19

CV = 514

92 ndash 41 521 plusmn 145 CV = 278

51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561

13 Tanque

Novo

4760 ndash 784 2119 plusmn 1293

CV = 610

7060 ndash 1166 3217 plusmn 2054

CV = 638

284 ndash 226 263 plusmn 20 CV = 76

88 ndash 67 81 plusmn 08

CV = 99

29300 ndash 58 7409 plusmn 14594

1970

20100 ndash 069 2189 plusmn 6296 CV = 28762

47 ndash 5 239 plusmn 165 CV = 690

50 ndash 3 139 plusmn 146

CV = 1050

126 ndash 34 646 plusmn 330 CV = 511

88 ndash 20 397 plusmn 242 CV = 609

14 Berro

Grosso

1750 ndash 1720 1735 plusmn 21 CV = 12

2570 ndash 2570 --- ---

236 ndash 235 235 plusmn 01 CV = 04

96 ndash 93 94 plusmn 02

CV = 21

--- --- ---

079 ndash 069 074 plusmn 007 CV = 946

15 ndash 15 15 plusmn 0

CV = 00

8 ndash 6 70 plusmn 14

CV = 200

55 ndash 41 480 plusmn 99

CV = 206

88 ndash 20 397plusmn 242 CV = 609

15 Flor da

Serra

1980 ndash 1630 1805 plusmn 247 CV = 137

2420 ndash 242 2420 plusmn 00 CV = 00

243 ndash 240 241 plusmn 02 CV = 08

93 ndash 92 92 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

109 ndash 054 080 plusmn 040

CV = 5000

65 ndash 64 645 plusmn 07 CV = 11

12 ndash 8 100 plusmn 28

CV = 280

40 ndash 39 395 plusmn 07 CV = 18

41 ndash 24 350 plusmn 54

CV = 154

16 Jacareacute Curituba

2110 ndash 2010 2060 plusmn 71 CV = 34

3144 ndash 3144 3144 plusmn 00 CV = 00

231 ndash 225 228 plusmn 04 CV = 18

73 ndash 71 72 plusmn 01

CV = 14

--- --- ---

121 ndash 118 120 plusmn 002 CV = 167

77 ndash 75 760 plusmn 14 CV = 18

6 ndash 4 50 plusmn 14

CV = 280

78 ndash 69 735 plusmn 64 CV = 87

53 ndash 20 380 plusmn 91

CV = 239

17

Peacute da Serra 1940 ndash 1470 1705 plusmn 332 CV = 195

2222 ndash 2222 2222 plusmn 00 CV = 00

246 ndash 240 243 plusmn 04 CV = 16

82 ndash 80 81 plusmn 014 CV = 17

--- --- ---

189 ndash 071 130 plusmn 083 CV = 638

60 ndash 49 545 plusmn 78

CV = 143

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

53 ndash 41 470 plusmn 85

CV = 181

65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490

18 Salgadinho

2840 ndash 2530 2685 plusmn 219

CV = 82

4290 ndash 4290 4290 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 237 243 plusmn 09 CV = 37

90 ndash 90 90 plusmn 00

CV = 00

--- --- ---

082 ndash 068 070 plusmn 099

CV = 1414

95 ndash 74 845 plusmn 148 CV = 176

20 ndash 14 170 plusmn 42

CV = 247

89 ndash 82 855 plusmn 49 CV = 57

51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340

19 Satildeo Joseacute

4500 ndash 1660 3080 plusmn 2088

CV = 678

6705 ndash 6705 6705 plusmn 00 CV = 00

250 ndash 242 246 plusmn 06 CV = 24

91 ndash 90 90 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

204 ndash 075 140 plusmn 091 CV = 650

118 ndash 102 1100 plusmn 113 CV = 103

8 ndash 2 50 plusmn 42

CV = 840

51 ndash 41 460 plusmn 71

CV = 154

45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322

20 Serra da

Guia

1460 ndash 1090 1275 plusmn 262 CV = 205

1640 ndash 1640 1640 plusmn 00 CV = 00

242 ndash 235 238 plusmn 05 CV = 21

92 ndash 90 91 plusmn 01

CV = 11

--- --- ---

116 ndash 072 094 plusmn 031 CV = 330

26 ndash 24 490 plusmn 28 CV = 57

18 ndash 4 110 plusmn 99

CV = 900

36 ndash 35 355 plusmn 07 CV = 20

88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499

Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

159

Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) Areias 178 ------ ------ 128 139 116 62 48 Ass Cajueiro 156 ------ ------ 32 40 47 39 48 Ass Maria Bonita

36 ------ ------ 82 23 32 36 64

Ass Maria Feitosa

25 ------ ------ 60 24 30 25 20

AssMulungu 32 ------ ------ 24 35 43 32 37 Ass Pioneira 46 ------ ------ 36 40 34 24 23 Ass SFrancico

118 ------ ------ 138 160 77 88 35

AssSJoseacute de Nazareacute

396 ------ ------ 514 94 77 78 67

Maranduba 130 ------ ------ 104 80 83 71 72 Pia do Boi 99 ------ ------ 87 103 113 106 106 Queimadas 125 ------ ------ 138 86 102 81 81 Rancho Velho

186 ------ ------ 161 182 81 72 69

Tanque Novo 24 ------ ------ 160 251 33 32 18

Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Cisterna

Concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) Areias 60 ------ ------ 43 41 66 44 26 Ass Cajueiro 76 ------- ------ 44 43 76 37 45 Ass Maria Bonita

29 ------- ------ 44 24 72 51 67

Ass Maria Feitosa

27 ------ ------ 30 25 60 34 29

AssMulungu 26 ------ ------ 26 25 46 29 36 Ass Pioneira 34 ------ ------ 27 27 51 26 40 Ass SFrancico

213 ------ ------ 41 59 57 52 22

AssSJoseacute de Nazareacute

68 ------ ------ 88 40 62 32 44

Maranduba 47 ------ ------ 32 29 53 34 43 Pia do Boi 34 ------ ------ 35 33 69 45 43 Queimadas 88 ------ ------ 95 59 89 64 60 Rancho Velho

38 ------ ------ 42 39 74 50 55

Tanque Novo 27 ------ ------ 433 564 63 39 40

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

160

Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de ferro (mgL) Areias 02 ------ ------ -------- 00401 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

02 ------ ------ 02824 02496

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu 03 ------ ------ 0 Ass Pioneira 02 ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

01 ------ ------ 0 --------

AssSJoseacute de Nazareacute

01 ------ ------ 0 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi lt 01 ------ ------ 0 0 Queimadas 02 ------ ------ 00793 0 Rancho Velho

------ ------ ------ ------ 0

Tanque Novo 03 ------ ------ 04411 1006 Determinado com o fotocircmetro de chamas

Determinado com o ICP Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) Areias ------ ------ ------ 00927 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 Ass Maria Bonita ------ ------ 02400 00100 Ass Maria Feitosa ------ ------ ------ 0 0 AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 0 00687 Ass SFrancico ------ ------ 0 00813 AssSJoseacute de Nazareacute ------ ------ 01390 01152 Maranduba ------ ------ ------ 00360 00228 Pia do Boi ------ ------ 00705 00035 Queimadas ------ ------ 00555 0 Rancho Velho ------ ------ ------ ------ 00333 Tanque Novo ------ ------ 01077 2615

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

161

Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de zinco (mgL) Areias ------ ------ ------ 0 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 0 0

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 0 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 0 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ 0

Tanque Novo ------ ------ 0 0 Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras

coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data

em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de cobre (mgL) Areias ------ ------ 00032

Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00002 0 Ass Maria

Bonita ------ ------ 00044 00085

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 00019 0

AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 00026 00012

Ass SFrancico

------ ------ 00081 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00027 00066

Maranduba ------ ------ ------ 0 00006 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 00002 00032

Rancho Velho

------ ------ ------ 00056

Tanque Novo ------ ------ 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

162

Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de

amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com

indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta

2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar

Cisterna

Concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) Areias ------ ------ 00038 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00036 0 Ass Maria Bonita

------ ------ 00045 00080

Ass Maria Feitosa

------ ------ ------ 0 0

AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 00012 Ass SFrancico

------ ------ 0 0

AssSJoseacute de Nazareacute

------ ------ 00004 0

Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho

------ ------ ------ -------- 00002

Tanque Novo ------ ------ 00291 03097

Com base nos resultados da Tabela 54 e excluindo-se a aacutegua coletada

em marccedilo de 2006 em Tanque Novo pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna 8

(Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute) que atingiu o valor de 711 microScm Os

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL atendendo

portanto agrave Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede

(ii) Percebe-se que algumas cisternas (7 8 9 11 12 e 14) apresentaram

valores de pH superior a 95 chegando a 118 na cisterna 8 tornando a aacutegua

inaceitaacutevel para consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que

essas cisternas natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que

segundo Meera e Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da

cisterna Tambeacutem possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da

cisterna inclusive o impermeabilizante podem ter contribuiacutedo para essa

elevaccedilatildeo do pH A fim de verificar a influecircncia ou natildeo deste

impermeabilizante usado na construccedilatildeo de cisternas no pH de aacutegua

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

163

armazenada foram construiacutedas duas caixas conforme foi descrito na

metodologia sendo uma com esse produto quiacutemico (Figura 53) e a outra sem

(Figura 54) A seguir foram colocadas aacutegua de chuva e de torneira nessas

duas caixas e determinado o pH durante 5 dias O pH deste produto comercial

utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e o pH dessas aacuteguas foram

determinados antes da sua colocaccedilatildeo na confecccedilatildeo das caixas Na Figura 55

e na Tabela 512 satildeo apresentados os resultados dessa investigaccedilatildeo

Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

Figura 54 Caixa construiacuteda sem o impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH

123456789

1011121314

0 1 2 3 4 5Tempo (dias)

pH

Caixa com impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa com impermeabilizante - aacutegua de chuvaCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de chuva

Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas nas

caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

164

Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na caixa

construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda

sem o impermeabilizante Caixa confecionada com o

produto comercial para impemeabilizaccedilatildeo

Caixa confecionada sem o produto comercial para

impemeabilizaccedilatildeo

Tempo (dias)

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

pH com aacutegua da torneira

pH com aacutegua da chuva

0 102 88 98 78 1 101 88 98 77 2 102 87 98 75 3 102 86 96 76 4 102 87 97 75 5 101 87 96 75

Obs 1) pH do produto comercial para impermeabilizaccedilatildeo = 103 2) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 69 3) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 77 4) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 69 5) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 72

Como se pode observar os valores de pH da caixa construiacuteda com o

impermeabilizante alcanccedilaram valores elevados de pH sendo tambeacutem mais

elevados que os da caixa confeccionada sem a adiccedilatildeo desse produto Como o

monitoramento do pH deste experimento foi realizado durante apenas 5 dias

para se chegar a resultados mais conclusivos eacute necessaacuterio um estudo por um

periacuteodo mais extenso

Valores de pH alcalino foram verificados por Awadallah (2004) que

coletou aacutegua de 30 cisternas domiciliares escolares e puacuteblicas no distrito de

Hebron (18 na aacuterea de Yatta e 12 na aacuterea de Arab Ramadeen) O pH da aacutegua

das cisternas da aacuterea de Yatta variou entre 851-1152 com valor meacutedio de

911 O pH da aacuterea de Arab Ramadeen variou entre 831-1016 com valor

meacutedio de 883 De acordo com a pesquisa o pH era alcalino devido ao

acuacutemulo de sedimentos alcalinos no fundo da cisterna e devem ser removidos

pelo menos uma vez ao ano

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez a Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

estabelece que satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto de acordo com os

resultados a aacutegua de todas as cisternas atendeu a esse valor maacuteximo

permitido De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor aparente natildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

165

deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas cisternas 2

(Assentamento Cajueiro) em maio de 2006 e na cisterna 7 (Assentamento Satildeo

Francisco) coletada em maio de 2006 apresentaram valores maiores que o

recomendado (226 uH para a cisterna 2 e 168 para a cisterna 7)

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna 4 Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna 8 Satildeo Joseacute de Nazareacute)

Mota (2000) afirma que a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor

desagradaacutevel agrave aacutegua sem no entanto informar a partir de que valores isso

pode ocorrerer

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

(vi) As dispersotildees nos valores dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das amostras

coletadas entre outras causas podem estar associadas agrave diversidade de

origem da aacutegua armazenada e agraves variaccedilotildees nos niacuteveis da aacutegua armazenada

nas cisternas

De acordo com os dados obtidos e apresentados nas Tabelas 55 a

511 apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna de Tanque Novo

natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave concentraccedilatildeo de

alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na aacutegua coletada em

marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram respectivamente de 2615

mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em fevereiro de 2006 apresentou

uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL ultrapassando portanto o limite

maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de 03 mgL A referida cisterna

encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os moradores estavam

armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo da residecircncia em

recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de qualidade de aacutegua

Conforme se observa na Tabela 51 natildeo foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes em 910 das coletas no Ass Cajueiro Ass Maria

Feitosa Ass Satildeo Francisco e Pia do Boi em 7210 de Satildeo Joseacute de Nazareacute

(uacutenica dotada com uma peneira na tubulaccedilatildeo de entrada) e em 1820 em

Rancho Velho Nas demais cisternas foi detectada a presenccedila destes

microorganismos em todas as coletas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

166

A presenccedila de coliformes termotolerantes em aacuteguas armazenadas em

cisternas tambeacutem foi detectada por algumas pesquisas que indicaram a

influecircncia da maacute utilizaccedilatildeo da cisterna (AMORIM PORTO 2001 BRITO et al

2005 HANDIA 2005)

Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20

cisternas em Poccedilo Redondo

Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

No da cisterna

Localidade

( de amostras)

1

Areias 0 2730 2730 1820 1820 910

2 Assentamento Cajueiro 910 0 0 5450 2730 1820

3 Assentamento Maria Bonita 0 910 0 1820 5450 1820

4 Assentamento Maria Feitosa 910 1820 2730 2730 910 910

5 Assentamento Mulungu 0 910 1820 1820 3630 1820

6 Assentamento Pioneira 0 910 2730 1820 3630 910

7 Assentamento Satildeo Francisco 910 0 2730 2730 2730 910

8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

7270 910 1820 0 0 0

9 Maranduba 0 0 910 1820 1820 5450

10 Pia do Boi 910 1820 910 0 6360 0

11 Queimadas 0 910 2730 2730 3630 0

12 Rancho Velho 1820 1820 2730 2730 910 0

13 Tanque Novo 0 0 0 2000 5000 3000

14 Berro Grosso 0 0 0 0 50 50

15 Flor da Serra 0 0 0 100 0 0

16 Jacareacute Curituba 0 0 0 0 50 50

17 Peacute da Serra 0 0 0 50 0 50

18 Salgadinho 0 0 0 0 0 100

19 Satildeo Joseacute 0 0 0 0 0 100

20 Serra da Guia 0 50 50 0 0 0

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

167

54 ndash CONCLUSOtildeES

As cisternas unifamiliares construiacutedas no municiacutepio de Poccedilo Redondo e

avaliadas nesta pesquisa satildeo utilizadas para armazenar aacutegua de diferentes

origens aleacutem da aacutegua de chuva Isso se deve ao fato de que o volume

armazenado de aacutegua nestas unidades para ser consumida no periacuteodo seco

ser insuficiente para atender agrave demanda familiar

Diversas formas de maacute conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo ficaram evidenciadas

Portanto compete aos gestores puacuteblicos providenciarem uma capacitaccedilatildeo

intensa e sistemaacutetica nas comunidades onde estatildeo instaladas cisternas sobre

o gerenciamento e o tratamento da aacutegua (manejo tratamento) Medidas tais

como natildeo colocar recipientes sujos dentro da cisterna evitar deixar a cisterna

aberta limpar canos e calhas na eacutepoca das chuvas natildeo permitir que animais

fiquem no telhado da casa estimular a utilizaccedilatildeo da bomba bola de gude

(Anexo D) ao inveacutes do balde na retirada de aacutegua da cisterna entre outras

medidas devem ser abordadas nessa capacitaccedilatildeo Adicionalmente deve-se

distribuir hipoclorito frequentemente e ensinar como utilizaacute-lo de forma correta e

estimular os moradores a ferver a aacutegua antes de ser consumida

Em todas as cisternas foi detectada a presenccedila de coliformes

termotolerantes sendo que a cisterna 7 (Satildeo Joseacute de Nazareacute) foi a que

apresentou a menor frequumlecircncia natildeo sendo detectada em 8 (7270) das 11

coletas realizadas Em amostras individuais desse tipo de aacutegua devem estar

ausentes dessa presenccedila Recomenda-se portanto que algum tipo de

desinfecccedilatildeo seja adotado uma vez que a ocorrecircncia de coliformes

termotolerantes pode estar relacionada agrave presenccedila de microrganismos

patogecircnicos

Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos e

excluindo-se a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 em Tanque Novo (cuja

cisterna estava vazia sendo coletada aacutegua proveniente de um barreiro em um

dos recipientes sendo consumida pelos moradores) pode-se afirmar

(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna do

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute que atingiu o valor de 711 microScm Os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

168

valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque

Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL que o valor

maacuteximo permitido para consumo conforme a Portaria 518 do MS

(ii) Percebe-se que as cisternas do Assentamento Satildeo Francisco

Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Maranduba Rancho Velho e Berro

Grosso algumas vezes apresentaram valores de pH superior a 95 chegando

a 118 na cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute tornando a aacutegua inaceitaacutevel para

consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que essas cisternas

natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que segundo Meera e

Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da cisterna Tambeacutem

possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da cisterna inclusive o

impermeabilizante vedacit podem ter contribuiacutedo para essa elevaccedilatildeo do pH

(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez esta deve ser sempre inferior a 10 uT sendo que

para consumo satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto a aacutegua de todas as

cisternas atendeu a esse paracircmetro embora seja recomendaacutevel a manutenccedilatildeo

de valores ateacute 10 uT De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor

aparente natildeo deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas

cisternas do Assentamento Cajueiro em maio de 2006 e na cisterna do

Assentamento Satildeo Francisco coletada em maio de 2006 apresentaram

valores maiores que o recomendado

(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L

(cisterna de Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute)

(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas

atenderam ao padratildeo de potabilidade

Com relaccedilatildeo agrave concentraccedilatildeo de metais na aacutegua armazenada nas

cisternas monitoradas apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna

de Tanque Novo natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave

concentraccedilatildeo de alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na

aacutegua coletada em marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram

respectivamente de 2615 mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em

fevereiro de 2006 apresentou uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL

ultrapassando portanto o limite maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de

03 mgL Esta cisterna encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

169

moradores estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo

da residecircncia em recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de

qualidade de aacutegua

5 5 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Apenas a construccedilatildeo de cisternas para atenuar as dificuldades dos

beneficiaacuterios com esse empreendimento natildeo eacute o suficiente Deve-se tambeacutem

provecirc-los de informaccedilatildeo e treinamento sobre as questotildees que envolvem a

preservaccedilatildeo da qualidade de aacutegua da cisterna e sua integridade fiacutesica

Existem diversos meios de difusatildeo de informaccedilotildees concernentes a esse

assunto tais como programas de raacutedio comunitaacuterios distribuiccedilatildeo de cartilhas

baseadas em literatura de cordel ou em uma linguagem acessiacutevel em escolas

e nas comunidades oficinas ministradas por especialistas entre outras

Recomenda-se que para cada capacitaccedilatildeo promovida seja por entidade

de qualquer natureza ao menos um membro da famiacutelia que disponha de

cisterna e de agentes comunitaacuterios de sauacutede estejam presentes nesse evento

Deve-se prever em programas comunitaacuterios ou municipais o

monitoramento e o controle da qualidade de aacutegua quando esta destinar-se ao

consumo humano Nesse processo eacute indispensaacutevel a participaccedilatildeo dos

usuaacuterios bem como da sua conscientizaccedilatildeo da importacircncia da sua

participaccedilatildeo Quando natildeo ocorrerem os referidos monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua a sociedade civil deve acionar o Ministeacuterio Puacuteblico atraveacutes

de uma accedilatildeo civil puacuteblica para o cumprimento da Portaria no 518 de 25 marccedilo

de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede que rege a qualidade de aacutegua para consumo

humano

Existem no comeacutercio diferentes tipos de aacutegua sanitaacuteria que satildeo

utilizadas como desinfetante da aacutegua de consumo Recomenda-se que soacute deve

ser utilizado cloro ativo a 25 na dosagem de 2 gotas por litro de aacutegua e

nunca utilizar aacutegua sanitaacuteria Essa recomendaccedilatildeo foi mencionada na oficina

ldquoAvanccedilos nos estudos sobre cisternas qualidade de aacutegua e cisterna tipo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

170

alambradordquo realizada em 20 e 21 de abril de 2006 promovida pela Associaccedilatildeo

Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacutegua de Chuva (ABCMAC) e que contou

com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco e

do Parnaiacuteba (CODEVASF) e da EMBRAPA Semi-Aacuterido

Brito et al (2005) recomendam que o cloro deve ser aplicado da forma

mais homogecircnea possiacutevel e apoacutes sua aplicaccedilatildeo deve-se esperar no miacutenimo

30 minutos para consumir a aacutegua

Uma alternativa viaacutevel para a aplicaccedilatildeo do cloro consiste na utilizaccedilatildeo do

clorador da EMBRAPA (ver Anexo E) Antes poreacutem da aplicaccedilatildeo do cloro com

esse equipamento deve-se efetuar uma filtraccedilatildeo Esta pode ser realizada com

o emprego de um filtro de areia como apresentado por Pinto e Hermes (2006)

(ver anexo F)

Sugere-se que as instituiccedilotildees de pesquisa e especialistas do meio a

investirem em pesquisas que proporcionem confeccionar bombas bola de

gude que apresentem um maior vazatildeo Isso seria uma tentativa de contribuir

para inibir que os usuaacuterios retirem aacutegua da cisterna com baldes (fato verificado

em todas as 20 cisternas monitoradas em Poccedilo Redondo) comprometendo a

sua qualidade

Sugere-se que sejam aprofundados os conhecimentos sobre os fatores

que afetam e controlam o pH da aacutegua armazenada nas cisternas Como foi

visto na revisatildeo na literatura realizada por Meera e Ahammed (2006) em geral

a qualidade fiacutesico-quiacutemica da aacutegua nelas estocadas atende aos padrotildees para

fins de consumo humano com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH Esse fato tambeacutem

foi verificado em vaacuterias ocasiotildees na aacutegua coletada nas cisternas monitoradas

em Poccedilo Redondo

56 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das

aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

171

SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001

Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM

______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de

cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO

DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1

CD-ROM

ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In

4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003

Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM

______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio

Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES

2004 1 CD-ROM

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

AWADALLAH W Water quality of 30 rainwater harvesting cisterns in the

Hebron district Palestinian Hydrology Group Technical Paper 2004 p 1-12

Disponiacutevel em lthttpwwwPhgorgstudygvctechpaperreport20about20

cisterns20cisterns20water20quality_vers_04_laura3pdf gt Acesso em 02

nov 2006

BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife

FUNDAJ 1993 74 p

BRITO LTL ANJOS JB PORTO ER SILVA AS SOUZA MA

XENOFONTE GHS Qualidade fiacutesico-quiacutemica e bacterioloacutegica das aacuteguas de

cisternas no municiacutepio de Ouricuri-PE In 5o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE

CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2005 Teresina Anais Teresina

ABCMAC 2005 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

172

EMBRAPA Tecnologia desenvolvidas e produtos Disponiacutevel em

lthttpwattscnpdiaembrapabrmenuleft_desenv_produtos_cloradorhtmlgt

Acesso em 01 dez 2006

GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas

construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO

SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO

1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-

93

HANDIA L Comparative study of rainwater quality in urban Zambia Journal of

Water Supply Research and Technology ndash Aqua v 54 no 1 p 55-64 2005

IBGE Sinopse preliminar do Censo Demograacutefico 2000 Rio de Janeiro 2001

v7

LANKA RAINWATER HARVESTING FORUM Domestic roof water harvesting

and water security in the humid tropics Milestone report D5 2001 Disponiacutevel

em lthttpwwwengwarwickacukdturwheudoesc1pdfgt Acesso em 24 set

2006

MEERA V AHAMMED MM Water quality of rooftop rainwater harvesting

systems a review Journal of Water Supply Research and Technology

Technology ndash Aqua v 55 no 1 p 257-268 2006

MOTA S Introduccedilatildeo agrave engenharia ambiental 2a ed Rio de Janeiro ABES

2000 416 p

PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade

a aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido do Brasil

Jaguaraiuacutena EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p

YAZIZ MI GUNTING H SAPIARI N GHAZALI A Variations in rainwater

quality from roof catchments Water Research v 23 no 6 p 761-765 1989

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

173

CAPIacuteTULO 6

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se no estado de Sergipe

Brasil Ele enfrenta seacuterios problema relacionados ao abastecimento de aacutegua

principalmente na zona rural Existem diversos barreiros sendo utilizados para

muacuteltiplos fins inclusive o consumo humano Foi realizado o monitoramento da

qualidade de aacutegua de 8 barreiros Em nenhuma oportunidade os paracircmetros

de qualidade de aacutegua turbidez cor aparente e coliformes termotolerantes

atenderam aos padrotildees de potabilidade

Palavras-chave abastecimento de aacutegua qualidade de aacutegua barreiros

ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of

the state of Sergipe Brazil It faces serious problems related with the water

supply mainly in the rural zone There are several water traps being used for

multiple purposes including human consumption Water quality monitoring has

been accomplished in 8 of them In any occasion the water quality parameters

turbidy apparent colour and thermotolerant coliforms never complied with the

potable water standards

Keywords water supply water quality water traps

61 ndash INTRODUCcedilAtildeO

Os barreiros tecircm sido usados para armazenar aacutegua de chuva

proveniente do escoamento superficial haacute muitos seacuteculos em diversas partes

do mundo Poreacutem geralmente satildeo rasos cobrindo uma grande aacuterea de terra e

apresentam elevadas perdas por evaporaccedilatildeo (BRITO et al 1999)

Essa forma de aproveitamento de aacutegua consiste no acuacutemulo de aacuteguas

de superfiacutecie que recolhe a aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio

proporcionado pela construccedilatildeo de um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo

do terreno Sua capacidade de acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

174

algumas dezenas de milhares de metros cuacutebicos Trata-se de um

aproveitamento de pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo

relativamente baixo e sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho

do barreiro podendo ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas

razotildees o barreiro encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do

Nordeste (OLIVEIRA LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al

(2003) estas estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas

por evaporaccedilatildeo elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas

exigecircncias de potabilidade

O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE estaacute inserido no ldquoPoliacutegono das

Secasrdquo com um clima do tipo megateacutermico semi-aacuterido Apresenta uma

temperatura meacutedia anual de 25 oC e uma precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia

anual de cerca de 605 mm Geograficamente a sede municipal apresenta as

seguintes coordenadas geograacuteficas 09o48rsquo17rdquo de latitude sul e 37o41rsquo06rdquo de

longitude oeste (BOMFIM et al 2002) Apesar de ser banhado pelo rio Satildeo

Francisco a sua populaccedilatildeo sobretudo a da zona rural enfrenta problemas

relacionados ao abastecimento de aacutegua Um das formas de aproveitamentos

hiacutedricos existentes cuja aacutegua eacute consumida por alguns satildeo os barreiros O

presente trabalho apresenta os resultados do monitoramento da qualidade de

aacutegua de 8 barreiros localizados na zona rural deste municiacutepio

62 ndash METODOLOGIA

Como havia centenas de barreiros alguns puacuteblicos e outros particulares

no municiacutepio de Poccedilo Redondo foram selecionados aleatoriamente apenas 8

O criteacuterio adotado foi a escolha de barreiros que estivessem entre os usos de

suas aacuteguas o consumo humano A partir daiacute foram considerados aspectos

relacionados agrave distacircncia e agrave acessibilidade

Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-

quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

175

(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios

destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua dos

barreiros monitorados

(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente

neutro e aacutegua de destilada

(iii) Foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde previamente limpo atado

a uma corda) A coleta com o balde foi sempre efetuada em um ponto aleatoacuterio

afastado das margens dos barreiros A aacutegua coletada no recipiente de

transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL

Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios

bacterioloacutegicos

(i) O recipiente de transposiccedilatildeo era lavado 3 vezes com a proacutepria aacutegua do

barreiro Depois coletava-se a aacutegua com esse recipiente transferindo-a em

seguida para um recipiente autoclavado de boca larga com capacidade de

250 mL natildeo toacutexico e esteacuteril

(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta

removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente

tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer

superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal

Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos

eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a

funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto

ateacute o laboratoacuterio

Na Tabela 61 satildeo mostrados a localizaccedilatildeo dos barreiros e o periacuteodo de

monitoramento da qualidade de aacutegua destas O local de sua determinaccedilatildeo e o

meacutetodo empregado constam na Tabela 62 Todas as anaacutelises foram

determinadas conforme o APHA et al (1998)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

176

Tabela 61 Localidade e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de

8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia

mensal de amostragem

Nuacutemero do barreiro

Localidade Periacuteodo de monitoramento

1 Pia do Boi

2 Rancho Velho

3 Satildeo Sebastiatildeo

11 meses

bull Julho a novembro de 2005

(mensalmente)

bull Janeiro a junho de 2006

(mensalmente)

4 Titoacuteia 3 meses

bull Julho a setembro de 2005

(mensalmente)

5 Junca

6 Maravilha

7 Poccedilo Preto

8 Salitrado

2 meses

bull Julho e agosto de 2005

(mensalmente)

Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8

barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo

Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico

Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

Coliformes (totais e

termotolerantes)

Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos

Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro

Cor aparente Campo Coloriacutemetro

Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico

pH Campo Potenciomeacutetrico

Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro

Temperatura Campo Leitura direta

Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico

63 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os 8 barreiros monitorados (Anexo G) foram construiacutedos pela

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Satildeo Francisco)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

177

Estas unidades consistiam de uma aacuterea de armazenamento e de um

barramento de terra destinado a conter o escoamento das aacuteguas

armazenadas Aleacutem disso estas estruturas natildeo dispunham de estruturas

hidraacuteulicas (comportas vertedouros etc)

Informaccedilotildees quanto agrave populaccedilatildeo beneficiada e valor gasto na

implantaccedilatildeo de cada um dos barreiro satildeo apresentadas na Tabela 63 Natildeo

havia informaccedilotildees com relaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento dessas

estruturas

Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e

populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados Localidade Custo de implantaccedilatildeo (R$) Populaccedilatildeo beneficiada

Pia do Boi 525000 300

Rancho Velho 525000 400

Satildeo Sebastiatildeo 525000 220

Titoacuteia 350000 250

Junca 350000 200

Maravilha 425000 250

Poccedilo Preto 576000 51

Salitrado 320000 63

Fonte 4a Superintendecircncia Regional da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do

Vale do Satildeo Francisco) atraveacutes de consulta pessoal

Segundo algumas informaccedilotildees obtidas na prefeitura e de moradores da

regiatildeo onde se localizavam estes barreiros eles nem sempre armazenavam

somente aacuteguas pluviais Algumas vezes quando se encontrava praticamente

seco caminhotildees-pipa traziam aacutegua proveniente do rio Satildeo Francisco ou ateacute

mesmo de outros barreiros para abastececirc-los Esses barreiros vecircm sendo

utilizados de muacuteltiplas formas lavagem de utensiacutelios domeacutesticos

dessedentaccedilatildeo animal praacutetica de banho e consumo humano

Na Tabela 64 consta os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

determinados na aacutegua armazenada nesses barreiros Esses resultados satildeo

representados graficamente como o mostra o Anexo H

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua

coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro

Local

Condutividade eleacutetrica (microScm)

STD (mgL)

Temperatura (oC)

pH Cor (uH) Turbidez (uT)

Alcalinidade total

(mg CaCO3L)

Cloreto (mg Cl-L)

Dureza total (mg

CaCO3L)

Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)

Pia do Boi 19710 ndash 4040 9954 plusmn 6172 CV = 620

28920 ndash 5980 16185 plusmn 9397

CV = 581

305 ndash 226 273 plusmn 23 CV = 85

88 ndash 78 82 plusmn 03

CV = 129

15550 ndash 5840 16847 plusmn 8473

CV = 503

2620 ndash 318 1068 plusmn 821 CV = 768

1280 ndash 150 638 plusmn 426 CV = 668

4920 ndash 100 1822 plusmn 1811 CV = 994

3650 ndash 840 2014 plusmn 1072 CV = 532

2640 ndash 440 1350 plusmn 807 CV = 598

Satildeo Sebastiatildeo

8430 ndash 2590 5389 plusmn 2157 CV = 400

12230 ndash 5820 9236 plusmn 2640 CV = 286

298 ndash 235 270 plusmn 21 CV = 80

96 ndash 81 88 plusmn 04

CV = 48

13000 ndash 5380 9534 plusmn 3623 CV = 380

955 ndash 121 361 plusmn 308 CV = 851

960 ndash 170 519 plusmn 333 CV = 642

1060 ndash 200 501 plusmn 314 CV = 627

1790 ndash 310 1117 plusmn 413 CV = 370

1020 ndash 160 609 plusmn 344 CV = 565

Rancho Velho

2520 ndash 870 1639 plusmn 538 CV = 328

3700 ndash 1282 2521 plusmn 783 CV = 311

292 ndash 245 274 plusmn 14 CV = 51

87 ndash 79 82 plusmn 02

CV = 27

38800 ndash 27500 34400 plusmn 5475

159

371 ndash 975 2272 plusmn 1208 CV = 532

480 ndash 50 258 plusmn 178 CV = 691

160 ndash 100 133 plusmn 22

CV = 166

910 ndash 350 634 plusmn 192 CV = 304

570 ndash 140 361 plusmn 125 CV = 346

Titoacuteia 6630 ndash 3460 4757 plusmn 1662 CV = 349

9160 ndash 6270 7715 plusmn 2045 CV = 265

258 ndash 234 242 plusmn 14 CV = 56

79 ndash 77 78 plusmn 01

15

--- --- ---

223 ndash 118 168 plusmn 52

CV = 311

1770 ndash 1500 1637 plusmn 135 CV = 82

340 ndash 140 260 plusmn 106 CV = 407

1240 ndash 650 923 plusmn 297 CV = 322

780 ndash 220 477 plusmn 283 CV = 593

Poccedilo Preto 4980 ndash 4830 4905 plusmn 106 CV = 22

7200 ndash 7200 7200 plusmn 00 CV = 00

254 ndash 247 249 plusmn 03 CV = 14

77 ndash 76 76 plusmn 01

CV = 09

--- --- ---

268 ndash 166 217 plusmn 73

CV = 334

1330 ndash 1220 1275 plusmn 78 CV = 61

680 ndash 620 650 plusmn 42 CV = 65

1000 ndash 820 910 plusmn 127 CV = 140

440 ndash 410 425 plusmn 21 CV = 50

Salitrado 6480 ndash 6100 6290 plusmn 269 CV = 43

9089 ndash 9089 9089 plusmn 00 CV = 00

251 ndash 248 249 plusmn 02 CV = 08

80 ndash 78 79 plusmn 01

CV = 18

--- --- ---

680 ndash 645 662 plusmn 25 CV = 37

1310 ndash 1220 1265 plusmn 64 CV = 50

1960 ndash 1280 1620 plusmn 481 CV = 297

1620 ndash 1590 1605 plusmn 21 CV = 13

970 ndash 830 900 plusmn 99

CV = 110

Junca 1380 ndash 1000 1190 plusmn 269 CV = 226

1330 ndash 1330 1330 plusmn 00 CV = 00

287 ndash 254 271 plusmn 23 CV = 86

83 ndash 78 81 plusmn 03

CV = 44

--- --- ---

289 ndash 149 219 plusmn 99

CV = 452

400 ndash 310 355 plusmn 64

CV = 179

120 ndash 50 85 plusmn 49

CV = 582

330 ndash 220 275 plusmn 78

CV = 283

80 ndash 60 70 plusmn 14

CV = 202

Maravilha 2850 ndash 2330 2590 plusmn 368 CV = 142

4280 ndash 4280 4280 plusmn 00 CV = 00

226 ndash 215 220 plusmn 08 CV = 35

83 ndash 81 82 plusmn 01

17

--- --- ---

697 ndash 605 651 plusmn 65

CV = 100

640 ndash 530 585 plusmn 78

CV = 133

200 ndash 120 160 plusmn 57

CV = 354

610 ndash 410 510 plusmn 141 CV = 277

200 ndash 160 180 plusmn 28

CV = 157 Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

179

Com exceccedilatildeo de algumas amostras coletadas nos barreiros Pia do Boi

(5 uacuteltimas coletas) e Satildeo Sebastiatildeo (4 uacuteltimas coleta) os teores de STD dos

demais barreiros foram inferiores a 1000 mgL

Apenas em uma coleta realizada em Satildeo Sebastiatildeo verificou-se um pH

em desacordo com os padrotildees de aacutegua para consumo (60 ndash 95) Naquela

ocasiatildeo o pH foi de 96 Natildeo se identificou a possiacutevel causa para isto

A turbidez e a cor aparente sempre apresentaram valores acima do

permitido para consumo humano O paracircmetro cor aparente soacute foi determinado

nos barreiros de Pia do Boi Satildeo Sebastiatildeo e Rancho Velho apresentando

valores acima de 500 uH sendo necessaacuteria a diluiccedilatildeo da aacutegua analisada pois

a faixa de leitura do equipamento portaacutetil para a determinaccedilatildeo desse

paracircmetro era de 0 ndash 500 uH Embora a cor e a turbidez comprometam

diretamente as caracteriacutesticas organoleacutepticas da aacutegua a aacutegua vem sendo

consumida pelos moradores principalmente durante a ausecircncia de alternativas

de abastecimento Aleacutem disso em aacuteguas de elevada turbidez as partiacuteculas

que a causam servem de abrigo a microorganismos sendo alguns deles

patoacutegenos

O uacutenico barreiro que apresentou um teor de cloretos acima de 250 mg

Cl-L foi o de Pia do Boi (4 uacuteltimas coletas)

A dureza total de todas as amostras coletas sempre esteve compatiacutevel

com os padrotildees de potabilidade (dureza lt 500 mg CaCO3L)

Na Tabela 65 satildeo vistos os resultados de anaacutelises bacterioloacutegicas

realizadas na aacutegua coletada dos barreiros Como pode ser visto na Tabela 65

em todas as amostras coletadas nos barreiros foi detectada a presenccedila de

coliformes termotolerantes Por terem a aacutegua utilizada de diversas forma e por

ficarem expostas a ceacuteu aberto eles estatildeo bastante susceptiacuteveis agrave

contaminaccedilatildeo Em diversas ocasiotildees a aacutegua coletada nos barreiros

apresentou um valor de NMP100 mL gt 16 (Valor maacuteximo correspondente a 5

tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de 10 mL) Como a tabela para a

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

180

determinaccedilatildeo do NMP100 mL apresenta como maior valor gt16 natildeo eacute possiacutevel

afirmar a intensidade da contaminaccedilatildeo

Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de

coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros

em Poccedilo Redondo-SE Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)

0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16

Localidade

( de amostras)

Pia do Boi 0 0 1818 909 1818 5455

Satildeo Sebastiatildeo 0 0 909 909 1818 6364

Rancho Velho 0 0 0 1818 1818 6364

Titoacuteia 0 0 0 0 3333 6667

Poccedilo Preto 0 0 0 0 0 100

Salitrado 0 0 0 50 50 0

Junccedila 0 0 0 0 0 100

Maravilha 0 0 0 0 50 50

64 ndash CONCLUSOtildeES

A deficiecircncia apresentada no suprimento de aacutegua na zona rural de Poccedilo

Redondo aliada agrave irregularidade e escassez das precipitaccedilotildees tem

impulsionado a construccedilatildeo de barreiros puacuteblicos e particulares Apesar dessas

estruturas natildeo atenderem aos padrotildees de potabilidade algumas pessoas

consomem a aacutegua neles armazenada

De acordo com os resultados da aacutegua analisadas em 8 barreiros

localizados na zona rural de Poccedilo Redondo-SE estes natildeo satildeo recomendados

para consumo humano Paracircmetros como cor aparente turbidez sempre

estiveram muito acima do valor maacuteximo permitido pelos padrotildees de aacutegua para

consumo Aleacutem disso coliformes termotolerantes sempre estiveram presentes

Por ficarem livremente expostos natildeo tendo nenhuma proteccedilatildeo e por

serem utilizados de muacuteltiplas formas concomitantemente eles satildeo

extremamente passiacuteveis de contaminaccedilatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

181

65 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Os barreiros que foram monitorados natildeo devem ser usados para

consumo humano No entanto podem ser recomendados para usos menos

exigentes como por exemplo lavagem de ambientes domeacutesticos Sugere-se

que se procedam estudos de viabilidade de projetos por profissionais

competentes envolvendo a utilizaccedilatildeo dos barreiros na irrigaccedilatildeo de salvaccedilatildeo

Devem ser realizados programas de educaccedilatildeo ambiental no sentido de

orientar os consumidores da aacutegua dos barreiros a natildeo consumi-la aleacutem dos

gestores municipais a ofertarem outras fontes a esses usuaacuterios

66 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20

ed Washington American Public Health Association American Water Works

Associations Water Environmental Federation 1998

ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO

CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo

semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003

Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM

BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da

Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do

municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM

BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-

aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

182

OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos

de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo

Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

183

CAPIacuteTULO 7

DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO

REDONDO-SE

RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se na regiatildeo semi-aacuterida do

estado de Sergipe Brasil Foi realizada uma pesquisa no campo neste

municiacutepio a fim de obter-se informaccedilotildees a respeito dos serviccedilos puacuteblicos de

acordo com a opiniatildeo dos moradores Foram aplicados 307 questionaacuterios semi-

estruturados em entrevistas realizadas nas casas dos moradores A

metodologia adotada foi a por amostragem aleatoacuteria estratificada proporcional

Conforme os resultados obtidos no municiacutepio prevalecem condiccedilotildees precaacuterias

na educaccedilatildeo renda familiar e nas condiccedilotildees sanitaacuterias A maior proporccedilatildeo dos

entrevistados em ambas as aacutereas da pesquisa escolheu o esgotamento

sanitaacuterio como o pior serviccedilo Por outro lado na zona rural a maior proporccedilatildeo

(3887) escolheu os serviccedilos de sauacutede como o melhor enquanto que na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (3206) escolheu o serviccedilo de limpeza

puacuteblica

Palavras-chave serviccedilos puacuteblicos questionaacuterios condiccedilotildees sanitaacuterias

precaacuterias

ABSTRACT Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of the

state of Sergipe Brazil A field study was conducted in this municipality in order

to obtain information on public services according to the opinion of the

dwellers The semi-structured 307 questionnaires survey by house interview

were applied The approach adopted was the proportional random sampling

rural zone and zone urban According to the results obtained poor education

income and sanitary conditions prevail on this municipality In the opinion of

majority of the interviewed inhabitants in the rural zone a highest proportion

(3887) declared that the most efficient public service was the public health

while in the urban zone the highest proportion (3206) answered that the best

public service was the solid waste collection On the other hand the highest

proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo Redondo answered that

the poorest public service was the sewerage

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

184

Keywords public services questionnaires poor sanitary conditions

71 ndash INTRODUCcedilAtildeO

A ideacuteia de qualidade de vida representa um conceito ainda indefinido

pois abrange uma seacuterie extremamente heterogecircnea e diversificada de

aspiraccedilotildees necessidades e desejos inerentes a cada indiviacuteduo ou

coletividade inseridos no seu contexto histoacuterico social e cultural Em suma a

qualidade de vida deve representar em geral a plena satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas humanas concebida dentro de um processo ecoloacutegico e

eticamente corretos (SANTOS DALTRO FILHO 2000)

Segundo o IBGE (2001) as caracteriacutesticas dos domiciacutelios e dos serviccedilos

de infra-estrutura sanitaacuteria constituem elementos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo da

qualidade de vida de uma populaccedilatildeo

O presente trabalho mostra os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo

de questionaacuterios a pessoas residentes em Poccedilo Redondo-SE O objetivo foi

determinar o perfil sanitaacuterio e conhecer a opiniatildeo dos moradores sobre o

saneamento ambiental nos setores de abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e serviccedilos de sauacutede O periacuteodo de

execuccedilatildeo da pesquisa foi de junho de 2005 a junho de 2006

72 ndash METODOLOGIA

Para coleta dos dados formulou-se um questionaacuterio semi-estruturado

dirigido aos moradores de Poccedilo Redondo-SE afim de obter informaccedilotildees que

permitissem obter o perfil do saneamento ambiental Dados sobre as

caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas tambeacutem estatildeo incluiacutedas neste questionaacuterio

Antes de iniciar a corrente pesquisa foi necessaacuteria a aprovaccedilatildeo pelo

comitecirc de Eacutetica do CCSUFPE (Centro de Ciecircncias Sociais da Universidade

Federal de Pernambuco) aleacutem de uma carta de Anuecircncia da prefeitura do

municiacutepio de Poccedilo Redondo e cada vez que o questionaacuterio era aplicado ao

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

185

entrevistado era apresentado o termo de consentimento (na primeira paacutegina do

questionaacuterio) onde a pessoa entrevistada lia e assinava dando permissatildeo

para a entrevista

Tal procedimento foi necessaacuterio tendo em vista que a Resoluccedilatildeo no

196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede preconiza que

todas as pesquisas que envolvem seres humanos (pesquisa que

individualmente ou coletivamente envolva o ser humano de forma direta ou

indireta em sua totalidade ou partes dele incluindo o manejo de informaccedilotildees

ou materiais) deve atender agraves exigecircncias eacuteticas e cientiacuteficas fundamentais

devendo ser submetida agrave apreciaccedilatildeo de um Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa e soacute

pode se processar apoacutes o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos

indiviacuteduos ou grupos que por si eou por seus representantes legais

manifestem a sua anuecircncia agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Os uacutenicos requisitos exigidos durante as entrevistas eacute que o

entrevistado fosse residente no domiciacutelio onde era realizada a entrevista aleacutem

de haver pelo menos um morador no domiciacutelio que soubesse ler e assinar o

nome a fim de assinar o termo de consentimento da entrevista

A pesquisa no municiacutepio de Poccedilo Redondo envolveu os seguintes

aspectos

(i) Perfil ndash niacutevel de escolaridade profissatildeo quantidade de horas diaacuterias que

trabalha e renda mensal do chefe de famiacutelia nuacutemero de pessoas residentes

onde mora as culturas que cultiva e os animais que cria

(ii) Objeto ndash tipologia habitacional abastecimento de aacutegua esgotamento

sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica

(iii) Aberto ndash qual o conceito que o entrevistado tem com relaccedilatildeo a cada

serviccedilo (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial

limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) e o grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada

um destes serviccedilos

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

186

No Anexo I consta o modelo de questionaacuterio que foi aplicado As

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes do sistema de amostragem estratificada

(COCHRAN 1965) foram considerados 2 estratos a zona rural e a zona

urbana De acordo com a Secretaria Municipal de Sauacutede Poccedilo Redondo conta

com 6 equipes do Plano de Sauacutede Familiar (PSF) sendo 4 equipes atuando na

zona rural (aacutereas 1 2 3 e 4) e duas atuando na sede (5 e 6) Foram aplicados

questionaacuterios em 5 dos domiciacutelios cadastrados de cada setor de atuaccedilatildeo das

equipes do PSF O sorteio das casas onde foram aplicados os questionaacuterios

foi realizado pelo meacutetodo de amostragem casual simples e de modo

proporcional agrave populaccedilatildeo de cada comunidade ou povoado A amostra total

compreendeu 307 questionaacuterios sendo 229 aplicados na zona rural e 78 na

zona urbana Os dados quantitativos foram processados utilizando-se a

planilha do Excel a partir dos dados do questionaacuterio

Na Tabela 71 consta o nuacutemero de domiciacutelios cadastrados em cada

aacuterea as localidades e o nuacutemero de domiciacutelios de cada uma das localidades

onde foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

187

Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados na aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e

o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas

com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

Aacuterea Nuacutecleo(s) principal(is)

Nuacutemero total de domiciacutelios

Localidades pesquisadas Nuacutemero de domiciacutelios entrevistados

bull Bonsucesso 20

bull Curralinho 5

bull Assentamento Cajueiro 9

bull Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

4

bull Assentamento Satildeo Francisco 4

bull Maravilha 1

bull Monte Ceacuteu 1

bull Titoacuteia 1

1

Bonsucesso Curralinho

919

bull Barra da Onccedila 1

bull Santa Rosa do Ermiacuterio 40

bull Pedrinhas 10

bull Pedra Grande 9

bull Peacute da Serra 2

bull Patos 2

bull Serra da Guia 1

bull Tanque Novo 1

bull Flor da Serra 1

2

Santa Rosa do Ermiacuterio

1342

bull Siacutetios Soares 1

bull Siacutetios Novos 54 3

Siacutetios Novos 1083

bull Serra do Boi 1

bull Queimadas 3

bull Areias 9

bull Assentamento Alto Bonito 30

bull Assentamento Mulungu 4

bull Assentamento Pioneira 4

bull Rancho Velho 1

bull Junca 1

bull Morro Vermelho 2

bull Maranduba 1

bull Assentamento Maria Feitosa 1

bull Assentamento Maria Bonita 1

4 Queimadas

Areias Assentamento

Alto Bonito

1221

bull Assentamento Nossa Senhora da Conceiccedilatildeo

4

5 Poccedilo Redondo

(sede) 58

6 Poccedilo Redondo (sede)

1560

bull

Poccedilo Redondo 20

Total 6125 Total 307

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

188

73 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

731 ndash Perfil dos moradores

Houve uma oacutetima receptividade durante a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios

Apenas um morador no povoado de Siacutetios Novos natildeo aceitou conceder

entrevista

Nas Figuras 71 a 75 satildeo apresentados os dados que foram obtidos

sobre o perfil do chefe de famiacutelia atraveacutes das entrevistas

3450

306

1616349

4279

4231

769

3852564

1795

256

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

1703

699

7031

087

043

175262

AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

6376

2183 1441 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

2692

6539

769 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo

Redondo

2564

256

641

5133974

1667

385AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

189

7467

1922

218306

087lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuterios

55143718

256128

128

256lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuteriosgt 4 salaacuterios

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo

Do exposto nas Figuras 71 a 75 comenta-se

(i) Observa-se que na zona rural 98 (4279 do total de 229) dos chefes de

famiacutelia satildeo analfabetos e que 79 (3450 do total de 229) foram alfabetizados

(sabe assinar o nome mas escreve e lecirc com dificuldade) Na Zona urbana o

grau de instruccedilatildeo dos chefes eacute superior aos da zona urbana Entretanto 20

(2564) satildeo analfabetos e (14 1795) mal sabem ler e escrever e apenas 2

possuem niacutevel superior

(ii) Do total de 229 entrevistados na zona rural 161 (7031) satildeo

exclusivamente agricultor Do total de 229 chefes de famiacutelia a maioria (146

chefes de famiacutelia) trabalha entre 4 e 8 horas diariamente Observa-se que 171

(7467) percebem vencimentos menores que 1 salaacuterio miacutenimo mensal O

nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 493

(iii) Assim como na zona rural na zona urbana a maioria dedica-se agrave

agricultura O nuacutemero de horas que exercem o ofiacutecio que predomina eacute entre 4 e

8 horas Observa-se que 43 (5513) percebem vencimento inferior a 1 salaacuterio

miacutenimo mensal O nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 546

5641

641

3718Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

546 habitantesdomiciacutelio

6856

2969175

Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas

493 habitantesdomiciacutelio

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

190

Conforme mostra a Figura 76 as culturas mais cultivadas nas duas

regiotildees satildeo o feijatildeo e o milho na zona rural 203 entrevistados responderam

que plantam feijatildeo e 197 que plantam milho enquanto que na zona urbana 33

cultivam feijatildeo e 31 cultivam milho O nuacutemero de entrevistados nas zonas rural

e urbana que respondeu que natildeo planta nenhuma cultura foram

respectivamente 27 e 22 Conforme apresenta a Figura 77 as aves (1037

cabeccedilas na zona rural e na zona urbana) e os bovinos (602 cabeccedilas na zona

rural e na zona urbana) satildeo os animais mais difundidos em ambas as aacutereas O

nuacutemero de entrevistados que respondeu que natildeo cria nenhum animal foi de 36

(1572) na zona rural e 51 na zona urbana (6456)

203 197

1534 25

195

0

50

100

150

200

250

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

33 31

38

3

38

05

101520253035404550

Nuacutem

ero

de d

omic

iacutelios

Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo

74

602

82

1037

84 88

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

693

31

16350 13

0

200

400

600

800

1000

1200

Nuacutem

ero

de a

nim

ais

CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

191

732 ndash Objeto (perfil sanitaacuterio)

7321 ndash Habitaccedilatildeo

Informaccedilotildees concernentes agrave tipologia habitacional e suas caracteriacutesticas

estatildeo representadas nos graacuteficos das Figuras 78 a 712

4585

262175

4498

131 349TijoloTaipa

AdobeBloco de cimentoTijolo e taipa

Tijolo e bloco de cimento

3718

5256

1026TijoloBloco de cimentoTijolo e bloco de cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo

21841179

1790

2620 2227

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

1538641

513

2436

4872

Sem reboco

Rebocada

Rebocada parcialmente

Rebocada e caiada

Outro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo

8734

305 175786 Terra

CeracircmicaCimentoCeracircmica e cimento

5256

1026

3718Ceracircmica

Cimento

Ceracircmica e cimento

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

192

7293

873

1048786 Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

128

1795

20516026

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de Poccedilo

Redondo 524

1965

131

7380

Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem umidade

2180

1282

6538

Soacute na paredeNa parede e no pisoSem umidade

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de

Poccedilo Redondo

Constatou-se em siacutentese a respeito das habitaccedilotildees da amostra

investigada

(i) Todas as 229 casas na zona rural e 78 na zona urbana tecircm cobertura com

telha ceracircmica do tipo canal

(ii) Tanto na zona rural como na urbana a maioria das casas das amostras

analisadas eacute de tijolo (105 domiciacutelios da zona rural e 29 domiciacutelios da zona

urbana) ou de bloco de cimento (103 domiciacutelios na zona rural e 41 da zona

urbana) Aleacutem destas na zona rural 6 casas satildeo de taipa enquanto que 3 satildeo

uma parte de taipa e outra de alvenaria de tijolo

(iii) Verificou-se que 50 casas da zona rural natildeo possuem reboco 60 satildeo

rebocadas parcialmente e 27 tecircm uma parte caiada e outra sem reboco

Segundo Daltro Filho e Sales (2003) a ausecircncia de revestimento nas paredes

gera dificuldades de higienizaccedilatildeo e no caso das casas de taipa riscos da

presenccedila do barbeiro (Triatoma sp) inseto transmissor da doenccedila de chagas

(Tripanossoma cruzi)

(iv) Na zona rural predomina o piso cimentado como material do piso das

residecircncias Observou-se durante as visitas que algumas casas possuiacuteam o

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

193

piso cimentado do tipo vitrificado outras o piso era do tipo cimentado queimado

e outras do tipo cimentado grosseiro Este uacuteltimo tipo de piso segundo Daltro

Filho e Sales (2003) costuma trazer dificuldades de higienizaccedilatildeo gerando

grande quantidade de poeira durante a varriccedilatildeo e por conseguinte favorece o

surgimento de doenccedilas respiratoacuterias Por outro lado o tipo de piso

predominantemente encontrado nas casas da zona urbana foi o de ceracircmica

(v) A maioria das casas (7380) da zona rural apresentava fissuras tanto na

parede como no piso do chatildeo enquanto que a maior proporccedilatildeo (6026) das

casas da zona urbana soacute apresentava fissuras na parede Apenas 786 das

residecircncias na zona rural e 2051 na zona urbana natildeo apresentavam fissura

nem na parede nem na piso

(vi) A maior proporccedilatildeo das casas na zona rural apresentava umidade tanto na

parede como no piso correspondendo a 7380 do total das casas

entrevistadas Na zona urbana o maior percentual das casas (6538)

apresentava umidade apenas na parede

Durante as entrevistas pocircde-se visualizar em algumas residecircncias

cavidades e irregularidades nas paredes conforme mostra a Figura 713

Paredes esburacadas e superfiacutecies irregulares segundo Daltro e Sales (2003)

aleacutem de favorecerem um maior acuacutemulo de sujeiras podem servir de abrigo a

insetos

(a) Irregularidades e ausecircncia de revestimento

(b) Presenccedila de cavidades

Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

194

7322 ndash Abastecimento de aacutegua

De acordo com as respostas das entrevistas 180 casas do universo da

amostra da pesquisa de 229 casas na zona rural recebem aacutegua da rede

puacuteblica Na zona urbana 74 residecircncias do total de 78 satildeo contempladas com

aacutegua da rede puacuteblica Essa aacutegua eacute proveniente da captaccedilatildeo no povoado

ribeirinho de Ilha do Ouro (municiacutepio de Porto da Folha-SE) no leito do rio Satildeo

Francisco Esse sistema integra o sistema do Alto Sertatildeo Antes de ser

distribuiacuteda para a populaccedilatildeo essa aacutegua submete-se a um tratamento em uma

ETA localizada na cidade de Porto da Folha A companhia responsaacutevel pelo

sistema de abastecimento de aacutegua eacute a DESO (Companhia de Saneamento de

Sergipe)

Vale observar que das 180 residecircncias acima referidas 155 delas

recebem do sistema acima descrito enquanto que 20 casas do povoado de

Bonsucesso tecircm captaccedilatildeo e tratamento (ETA) proacuteprios e 5 casas do povoado

de Curralinho possuem captaccedilatildeo proacutepria poreacutem soacute ocorre cloraccedilatildeo simples

Durante o periacuteodo de inverno (periacuteodo chuvoso) 167 (7293)

entrevistados afirmaram que a forma de abastecimento de aacutegua eacute somente a

rede puacuteblica enquanto que 62 se abastecem com aacutegua da rede puacuteblica e

tambeacutem atraveacutes de outra forma (carro pipa cisterna (aacuteguas pluviais) de

chafariz ou do parente ou vizinho) Isso eacute devido ao fato da ocorrecircncia da

intermitecircncia que ocorre mesmo no inverno e tambeacutem que algumas casas

ligadas agrave rede dispotildeem de cisterna para armazenamento de aacuteguas pluviais Na

zona urbana 73 (9359) durante esse periacuteodo soacute utilizam aacutegua da rede

puacuteblica e 1 utiliza de ambas (rede puacuteblica e ou outra forma) A forma de

abastecimento no inverno eacute vista na Figura 714 Analogamente acontece na

eacutepoca seca como mostra a Figura 715

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

195

7293

218393 612

1397

087

Rede puacuteblicaCisternaPoccediloBarreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

9359

128513

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo Redondo

087

1878

1790

175

6070

Rede puacuteblica

Poccedilo

Barreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)

Outras formas

1539

3205

5256

Rede puacuteblica

Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo

Da amostra de 180 casas da zona rural ligadas agrave rede de

abastecimento 118 (6556) possuem hidrocircmetro enquanto que na zona

urbana do total de 74 casas 71 dispotildeem

O nuacutemero de casas na zona rural que dispotildee de cisterna eou caixa

drsquoaacutegua para armazenamento de aacutegua eacute de 201 Na zona urbana eacute de 66 A

capacidade desses reservatoacuterios varia entre 250 e 16000 L Um total de 192

dos entrevistados na zona rural e 63 na zona urbana afirmaram que antes de

beber a aacutegua filtram eou coam eou fervem eou usam cloro Poreacutem da zona

rural 138 e da zona urbana 52 disseram que o fazem esporadicamente

7323 ndash Esgotamento sanitaacuterio

Um total de 22 casas da zona rural (960) e 3 (385) na zona urbana

natildeo possuem banheiro Como mostra a Figura 716

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

196

6289

960218

2533 Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

385897769

7949

Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro

Alguns banheiros da zona rural natildeo possuem descarga sendo utilizado

balde em alguns casos para apanhar a aacutegua armazenada em um reservatoacuterio

instalado acima do teto do banheiro (Figura 717)

O destino das aacuteguas cinzas de 191 casas na zona rural e 32 na zona

urbana eacute o terreno da forma como se vecirc na Figura 718 No restante das

casas estas aacuteguas servidas satildeo conduzidas agrave rede de esgoto

Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do vaso sanitaacuterio

Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal

O esgoto oriundo do vaso sanitaacuterio (aacuteguas negras) da maioria das casas

eacute direcionado para fossa e desta para o terreno (geralmente o quintal das

casas) conforme mostra a Figura 719

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

197

1747

6332

1921 SoloRede de esgotoFossa e depois solo

384

4872

4744

SoloRede de esgotoFossa e depois solo

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo

Redondo

A disposiccedilatildeo adequada dos esgotos eacute essencial agrave proteccedilatildeo da sauacutede

puacuteblica Cerca de 50 tipos de infecccedilotildees podem ser transmitidas por diferentes

caminhos envolvendo as excretas humanas (NASCIMENTO FILHO 2000)

Com relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de poluentes nas aacuteguas cinzas vindas do

banheiro da lavanderia e da cozinha variam sensivelmente entre si Aquelas

provenientes do banheiro considerando soacute as do lavatoacuterio e as do chuveiro

satildeo constituiacutedas de gorduras sabotildees oacuteleos entre outros As aacuteguas cinzas da

lavanderia apresentam uma alta concentraccedilatildeo quiacutemica de elementos como

soacutedio fosfatos nitrogecircnio boro e surfactantes Aquelas vindas da pia de

cozinha apresentam uma contaminaccedilatildeo fiacutesica maior em virtude da presenccedila

de partiacuteculas de alimentos oacuteleos e gorduras Natildeo obstante eacute extremamente

contaminada por microorganismos (BORGES 2003)

No entanto no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE apenas o povoado de

Santa Rosa do Ermiacuterio e o bairro Satildeo Joseacute localizado na sede municipal o

esgoto domiciliar eacute conduzido para fossa seacuteptica e em seguida para um filtro

anaeroacutebio que no entanto estatildeo funcionando precariamente

Constatou-se no local onde estatildeo estas unidades de tratamento de

Santa Rosa do Ermiacuterio mau cheiro obstruccedilatildeo fossa seacuteptica com tampas fora

da posiccedilatildeo e filtro seacuteptico com laje avariada aleacutem de vegetaccedilatildeo alta em lagoa

que recebe o efluente do filtro anaeroacutebio como se vecirc na Figura 720 Ateacute 2002

existia um projeto na aacuterea de Xingoacute em que o esgoto dessa lagoa era utilizado

na irrigaccedilatildeo de feijatildeo guandu (Cajanus cajan) sorgo (Sorghum bicolor (L)

Moench) e melatildeo (Cucumis melo L) vistos na Figura 721

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

198

(a) Fossa seacuteptica com

laje fora de posiccedilatildeo

(b) Filtro anaeroacutebio

com laje avariada

(c) Vegetaccedilatildeo alta no local

Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidade de tratamento de Santa Rosa

do Ermiacuterio

(a) Feijatildeo guandu (b) Sorgo (c) Melatildeo

Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso de

Santa Rosa do Ermiacuterio

7324 ndash Drenagem pluvial

A maioria das casas da zona rural localiza-se em rua com pavimentaccedilatildeo

de barro muitas vezes precaacuteria enquanto que a maior parte das casas da

zona urbana localiza-se em rua calccedilada em paralelepiacutepedo como mostra o

graacutefico da Figura 722

5284

699

25331484 Paralelepiacutepedo

AsfaltoBarroNatildeo tem

1667

8333

Paralelepiacutepedo

Barro

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de Poccedilo

Redondo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

199

Natildeo existe um planejamento no que se refere a esse setor As aacuteguas

pluviais escoam atraveacutes do calccedilamento das ruas algumas vezes precaacuterio

sendo que em algumas estatildeo ausentes

7325 ndash Limpeza puacuteblica

De acordo com as informaccedilotildees dos entrevistados na zona rural em

5633 das casas os resiacuteduos soacutelidos domiciliares satildeo recolhidos pela

prefeitura e o restante queima eou enterra Na zona urbana os 78

entrevistados (100) responderam que este material eacute recolhido pela

prefeitura O lixo coletado eacute encaminhado e conduzido a um lixatildeo

7326 ndash Sauacutede puacuteblica

O nuacutemero de entrevistados que responderam que nenhuma pessoa na

residecircncia onde mora apresentou alguma enfermidade nos uacuteltimos 6 meses

foi de 135 (5895) na zona rural e 52 (6667) na zona urbana Na zona

rural segundo relatado pelos entrevistados as enfermidades mais frequumlentes

que acometeram pelo menos uma pessoa da residecircncia onde reside o

morador entrevistado foram virose dengue diarreacuteias respectivamente em 32

30 e 23 domiciacutelios da amostra pesquisada Na zona urbana foram virose

diarreacuteia dengue e doenccedilas respiratoacuterias respectivamente em 11 7 3 e 3

residecircncias Natildeo foi informado ao entrevistado da ocorrecircncia de oacutebitos

A opiniatildeo dos entrevistados quanto agrave acessibilidade agraves unidades de

sauacutede numa escala de oacutetima a peacutessima eacute representada na Figura 723

A maior porcentagem dos entrevistados na zona rural (2925)

classificou como ruim a acessibilidade enquanto que na zona urbana a maior

proporccedilatildeo correspondente a 6538 disseram que o acesso eacute bom

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

200

2576

2926

1572480

2446

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

513513

898

6538

1538

OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo

(a) Rural (n = 229) (b) Urbana (n = 78)

Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos

entrevistados

733 ndash Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de saneamento)

Quando indagados sobre qual dos serviccedilos (abastecimento de aacutegua

esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) o

entrevistado acha que lhe traz maiores problemas e dificuldades o maior

percentual de entrevistados em ambas as aacutereas respondeu que era o

esgotamento sanitaacuterio (2620 dos entrevistados na zona rural e 4231 dos

entrevistados na zona urbana) como representado nos graacuteficos da Figura 724

O segundo percentual maior em ambas as aacutereas correspondeu ao

abastecimento de aacutegua Um significativo nuacutemero de pessoas na zona rural

correspondendo a 2532 respondeu que natildeo sabe dizer

Por outro lado o serviccedilo mais escolhido como o melhor com 38 87 na

opiniatildeo dos entrevistados da zona rural foi o de sauacutede puacuteblica e na zona

urbana com 3206 dos entrevistados o serviccedilo de limpeza puacuteblica como

mostra a Figura 725 Ao responder o questionaacuterio muitos indagaram ao

entrevistador sobre o conceito de drenagem pluvial o qual respondeu de

forma simples e esclarecedora

2620

2621223

1223

2532 2140Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

4231

256

769

513897

3334Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

201

769

256

15382052

2179 3206

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterio

Drenagem pluvial

Limpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados

O grau de satisfaccedilatildeo quanto aos serviccedilos puacuteblicos na opiniatildeo dos

entrevistados eacute representado nas Figuras 726 a 730

O maior percentual dos entrevistados na zona rural disse estar

insatisfeito com relaccedilatildeo aos serviccedilos de esgotamento e drenagem pluvial Com

relaccedilatildeo aos outros serviccedilos o maior percentual respondeu estar satisfeito

O uacutenico serviccedilo na zona urbana onde o maior percentual respondeu que

estava satisfeito foi o de drenagem pluvial Por outro lado o uacutenico serviccedilo em

que o maior percentual dos entrevistados respondeu estar insatisfeito foi o de

esgotamento sanitaacuterio Os demais serviccedilos a maior proporccedilatildeo respondeu estar

nem satisfeito nem insatisfeito Constata-se que embora o serviccedilo de limpeza

puacuteblica tenha sido escolhido como o melhor na opiniatildeo dos entrevistados na

zona urbana a maior proporccedilatildeo (5641) respondeu natildeo estar satisfeito nem

insatisfeito

4454

2664

2882 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua na

opiniatildeo dos entrevistados

087

480

131

25762839

3887

Abastecimento de aacutegua

Esgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblica

Serviccedilos de sauacutede

Natildeo sabe

4359

16673974 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

202

2533

1485

5982

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

4615

5128

257SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na

opiniatildeo dos entrevistados

2271

2009

4585

1135 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem pluvial na opiniatildeo

dos entrevistados

3450044

3537

2969

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

3718

5256

1026 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza puacuteblica

na opiniatildeo dos entrevistados

2183

4498

3319

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

5641

1538 2821 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito

(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)

Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na

opiniatildeo dos entrevistados

5256

3846

385513

SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

203

74 ndash CONCLUSOtildeES

De acordo com os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307

questionaacuterios sendo 229 na zona rural e 78 na zona urbana do municiacutepio de

Poccedilo Redondo constatou-se

Os chefes de famiacutelia na sua maioria agricultores que habitam na zona

rural possuem um baixo grau de escolaridade (na zona rural 4279 satildeo

analfabetos e 3450 sabem apenas assinar o nome mas escreve e lecirc com

dificuldade) Na zona urbana o grau de instruccedilatildeo dos chefes embora seja

superior aos da zona rural apresenta-se baixo (2564 satildeo analfabetos e 14

1795 mal sabem ler e escrever e apenas 256 possuem niacutevel superior)

Aleacutem disso um Percentual que corresponde a 6373 dos chefes de famiacutelia da

zona rural e 5514 da zona rural percebem menos que 1 salaacuterio miacutenimo e

vivem em moradia que apresenta um infra-estrutura sanitaacuteria deficitaacuteria

Embora sejam contemplados pelo abastecimento de aacutegua puacuteblico

alguns recorrem a outros meios para suprirem seu consumo devido agrave

intermitecircncia do fornecimento de aacutegua

Tanto na zona rural como na zona urbana o maior percentual dos

entrevistados escolheu o esgotamento sanitaacuterio como o pior serviccedilo Na zona

rural o maior percentual dos entrevistados disse achar os serviccedilos de sauacutede

como o melhor serviccedilo puacuteblico enquanto que na zona urbana disseram ser a

limpeza puacuteblica o pior

75 ndash RECOMENDACcedilOtildeES

Urge a necessidade de implantaccedilatildeo de um programa habitacional para

melhoria ou construccedilatildeo de casas populares dentro de padrotildees sanitaacuterios

adequados

A carecircncia de investimentos em saneamento eacute evidente Faz-se

necessaacuterio um ordenamento institucional que permita a implementaccedilatildeo de

accedilotildees e investimentos coordenados entre os trecircs niacuteveis de governo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

204

A educaccedilatildeo ambiental e a mobilizaccedilatildeo social devem ser prioritaacuterias

Dentre outras accedilotildees deveratildeo ser desenvolvidas a capacitaccedilatildeo de educadores

da rede ensino e difusatildeo de informaccedilotildees por diversos veiacuteculos de

comunicaccedilatildeo

76 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORGES NCF Caracterizaccedilatildeo da aacutegua cinza para promoccedilatildeo da

sustentabilidade dos recursos hiacutedricos 91 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Engenharia de Recursos Hiacutedricos e Ambiental) Universidade Federal do

ParanaacuteSetor de Tecnologia Curitiba-PR 2003

COCHRAN WG Teacutecnicas de amostragem Rio de Janeiro USAID 1965 555

p

DALTRO FILHO J SALES ATC Condiccedilotildees de salubridade de habitaccedilotildees

em uma comunidade do semi-aacuterido de Sergipe In 22o CONGRESSO

BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2003 Joinville

Anais Joinville ABES 2003 1 CD-ROM

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000

Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo v 3

Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2001 1

CD-ROM

NASCIMENTO FILHO DG Contaminaccedilatildeo do manancial subterracircneo da

cidade de Feira de Santana por nitratos influecircncia das fossas seacutepticas In IX

SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM

SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida

das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-

aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE

ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES

2000 1 CD-ROM

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

205

CAPIacuteTULO 8

CONCLUSOtildeES FINAIS

Com relaccedilatildeo agrave hipoacutetese formulada nesta tese verificou-se

(i) A aacutegua armazenada nas cisternas geralmente natildeo atendia aos padrotildees

estabelecidos para aacutegua destinada ao consumo humano Isso se deve ao fato

de que a aacutegua de chuva embora seja notoriamente de boa qualidade a aacutegua

armazenada nas cisternas monitoradas natildeo era exclusivamente de origem

pluvial e os cuidados com a proteccedilatildeo sanitaacuteria natildeo eram adequados

(ii) A aacutegua produzida nos quatro dessalinizadores monitorados embora nem

sempre tenha atendido aos padrotildees de potabilidade no geral mostrou-se de

boa qualidade para o consumo humano

(iii) Em nenhuma ocasiatildeo verificou-se que a qualidade de aacutegua dos barreiros

era apropriada para o consumo humano sendo no entanto recomendada

penas para usos menos nobres como por exemplo a dessedentaccedilatildeo de

animais Esse resultado jaacute era esperado em virtude de que estas estruturas

ficam bastante expostas sendo bastante susceptiacuteveis agrave contaminaccedilatildeo Aleacutem

disso havia sido verificado na literatura constataccedilatildeo similar

Com base nos estudos que foram conduzidos nesta pesquisa concluiu-

se

1 ndash Embora os indicadores ICV e IDH de desenvolvimento dos municiacutepios da

aacuterea de Xingoacute venham ascendendo ao longo dos anos verificou-se em geral

que as condiccedilotildees de saneamento estatildeo aqueacutem do ideal Vaacuterias deficiecircncias

foram identificadas na aacuterea em estudo

(i) Uma necessidade de melhorar a preservaccedilatildeo manutenccedilatildeo e vistorias das

unidades do sistema de abastecimento e conscientizaccedilatildeo de evitar o

desperdiacutecio de aacutegua Aleacutem disso eacute uma necessidade premente que as

empresas responsaacuteveis devam promover um controle efetivo do sistema de

abastecimento atraveacutes do desenvolvimento de dois planos independentes um

de manutenccedilatildeo e outro de reabilitaccedilatildeo pois como foi relatado as perdas de

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

206

aacutegua nos sistemas de abastecimento de aacutegua na aacuterea estudada satildeo elevadas

atingindo ateacute 76 (Petrolacircndia)

(ii) A ausecircncia de rede coletora em vaacuterias cidades (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas

Chorrochoacute e Monte Alegre de Sergipe) a baixa cobertura de coleta (menos de

50 das casas ligadas agrave rede de esgoto) em vaacuterias cidades (Delmiro Gouveia

Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco

Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo) e a

maacute preservaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio tecircm contribuiacutedo para o

lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do

rio Satildeo Francisco

(iii) Necessidade de elaboraccedilatildeo de projetos criteriosos maior atenccedilatildeo com

relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos componentes do sistema de

drenagem

(iv) Uma necessidade de proporcionar um tratamento e disposiccedilatildeo adequados

aos resiacuteduos soacutelidos e elaboraccedilatildeo de um programa sistemaacutetico de educaccedilatildeo

ambiental

(v) Uma infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede e carecircncia de

profissionais de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida

(atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com 941) as altas taxas de

mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice aceitaacutevel da ONU que eacute

de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com um valor maacuteximo em

Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) e o nuacutemero elevado de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200 casos de diarreacuteia

notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE

2 ndash Devido agrave ineficiecircncia no tocante aos cuidados com operaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos dessalinizadores de 56 unidades de dessalinizaccedilatildeo na aacuterea

de Xingoacute somente 11 vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem de 45

unidades que natildeo estavam produzindo aacutegua dessalinizada acrescente-se a

paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Adicionalmente

verificou-se que o rejeito gerado vinha sendo descartado no meio ambiente

sem nenhum criteacuterio contribuindo para a sua degradaccedilatildeo As anaacutelises de aacutegua

do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de cloretos STD e condutividade

eleacutetrica Os maiores valores foram verificados no rejeito gerado no

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

207

dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE) sendo esses valores iguais a

6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e de 18020 microScm (condutividade

eleacutetrica) Amostras de solo coletadas no local de despejo do rejeito dessas

unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao solo A condutividade

eleacutetrica de cada um dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas

no ponto de despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo

como salino sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor

foi verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)

3 ndash Os valores de cor aparente turbidez e dureza da aacutegua do permeado

produzido pelos dessalinizadores de Areias Aroeira Minuim e Icozeira sempre

atenderam agrave Portaria 518 do MS No entanto o pH do permeado produzido nos

dessalinizadores de Aroeira e no de Icozeira nem sempre o STD e a

concentraccedilatildeo de cloretos do permeado produzido no dessalinizador de Areias

nem sempre atenderam agrave Portaria no 518 do MS Embora natildeo tenha sido

detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes no permeado conveacutem

efetuar a desinfecccedilatildeo pois as torneiras onde se retira o permeado ficam

expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute transportada em baldes com boa

possibilidade de ficar contaminada

4 ndash Levantamentos sobre as condiccedilotildees de uso das cisternas e anaacutelises de

aacutegua coletada evidenciaram a necessidade premente de um sistemaacutetico

programa de capacitaccedilatildeo dos usuaacuterios e de monitoramento e controle da

qualidade de aacutegua

5 ndash A aacutegua estocada nos barreiros natildeo deve ser consumida pela populaccedilatildeo

pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de coliformes natildeo estatildeo

compatiacuteveis com a Portaria 518 do MS

6 ndash Com os resultados da aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios agrave populaccedilatildeo de Poccedilo

Redondo constatou-se o baixo niacutevel de escolaridade e de renda dos chefes de

famiacutelia e da maacute qualidade dos setores de serviccedilo

7 ndash De acordo com a opiniatildeo dos entrevistados na zona rural de Poccedilo

Redondo o serviccedilo de sauacutede foi o que apresentou maior percentual com

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

208

389 dos entrevistados escolhendo-o como o melhor serviccedilo enquanto que

284 responderam que natildeo sabiam qual o melhor serviccedilo

8 ndash Na zona urbana o serviccedilo que apresentou maior percentual foi o de

limpeza puacuteblica com cerca de 321 dos entrevistados elegendo-o como o

melhor serviccedilo Um percentual de 205 dos entrevistados natildeo soube

responder

9 ndash Tanto na zona rural como na urbana o esgotamento sanitaacuterio foi escolhido

como o pior serviccedilo respectivamente com 262 e 423 das pessoas

questionadas

Espera-se que os resultados deste trabalho proporcionem subsiacutedios que

auxiliem os gestores nas tomadas de decisotildees nas questotildees que envolvam o

saneamento

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

209

ANEXOS

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

210

ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR (MODELO AP

10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

211

Bombadosadora

M - 4

M - 3M - 2M - 1 PSLV - 1

Filtros de cartucho

L1 L2 L3

V - 2

V - 4

Bomba de alta pressatildeo

RecirculaccedilatildeoL6

V - 9 P1

P2

P3

V - 3

Q1

Q2

V - 6

V - 5

VR

VR

V - 7

V - 8

Efluente concentrado

Efluentepermeado

L4

L5

A

B

Aacutegua de alimenta ccedilatildeo(Salobra)

Lim pezaquiacutem ica - eRetrolavagem -

B

A

Figura A1 Fluxograma do dessalinizador (modelo AP 10004000 da

Perenne) de Minuim (Santa Briacutegida-BA)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

212

A1 ndash DESCRICcedilAtildeO DO PROCESSO (RELACIONADO Agrave FIGURA A1)

A aacutegua salobra (L1) eacute admitida na unidade atraveacutes da vaacutelvula (V ndash 1) em seguida passa por uma bateria de filtros de cartucho onde satildeo removidos os soacutelidos em suspensatildeo A referida bateria eacute composta por 6 filtros de cartucho em paralelo Apoacutes a bateria de filtros a aacutegua salobra filtrada eacute enviada para a bomba de alta pressatildeo (L2) que fornece pressatildeo suficiente para remover os sais atraveacutes das membranas)

A linha L3 alimenta o vaso de pressatildeo onde ocorre o processo de separaccedilatildeo As linhas L4 e L5 conduzem respectivamente concentrado e aacutegua potaacutevel Obs No caso de queda de pressatildeo na L2 apoacutes os filtros de cartucho (por falta de aacutegua de alimentaccedilatildeo entupimento dos filtros vazamentos etc) o equipamento desliga-se automaticamente

A2 ndash DESCRICcedilAtildeO DAS LINHAS EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS A21 ndash LINHAS (REFERE-SE AO FLUXOGRAMA DE PROCESSO COMPLETO) Tabela A1 Linhas Linha Material Qualidade da aacutegua Utilizaccedilatildeo

L1 PVC Salobra (baixa pressatildeo natildeo exceder 7 kgcm2)

Alimentaccedilatildeo dos filtros de 5 micra

L2 CPVCnylon Salobra (baixa pressatildeo) Captaccedilatildeo da aacutegua dos filtros de 5 micra para

alimentaccedilatildeo da bomba de alta

pressatildeo L3 PVC Salobra (alta pressatildeo natildeo

exceder 30 kgcm2) Transporta aacutegua salobra filtrada e

pressurizada durante a operaccedilatildeo para

alimentar os permeadores

L4 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Transporta aacutegua salobra concentrada

L5 PVC Potaacutevel (baixa pressatildeo) Transporta aacutegua potaacutevel para o reservatoacuterio

L6 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)

Recircula o concentrado para

aumentar a recuperaccedilatildeo do

sistema (opcional)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

213

A22 ndash EQUIPAMENTOS Tabela A2 Bomba de alta pressatildeo

Tipo Pressatildeo de operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga multi-

estaacutegio

180 220380 V ndash monofaacutesicotrifaacutesico ndash 60

Hz

30 Comprimir a aacutegua salobra filtrada a ser

enviada aos permeadores

Tabela A3 Bomba de retrolavagem Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Potecircncia (CV)

Funccedilatildeo

Centriacutefuga em Noryl

20 220 V ndash monofaacutesicondash

60 Hz

13 Fazer retrolavagem e limpeza quiacutemica

Tabela A4 Bomba dosadora (opcional) Tipo Pressatildeo de

operaccedilatildeo (kgcm2)

Motor Funccedilatildeo

Diafragma 180 Bobina Saw Dosar aacutecido eou anti-incrustante

Tabela A5 Vaacutelvulas Vaacutelvula Tipo Funccedilatildeo V ndash 1 Esferamanual Controlar a entrada da aacutegua salobra

(aacutegua do poccedilo) V ndash 2 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda da bomba de alta pressatildeo V ndash 3 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de

saiacuteda do concentrado do permeador (regulagem do dessalinizador)

V ndash 4 Esferamanual Controlar o sistema de retrolavagem V ndash 5 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 6 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 7 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 8 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 9 Registromanual Ajustar a recirculaccedilatildeo (opcional) VR Retenccedilatildeo Assegurar o sistema

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

214

Tabela A6 Filtros de cartucho (5 micra) Quantidade Elemento filtrante Vazatildeo maacutexima de

operaccedilatildeo (m3helemento)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo (kgcm2)

6 Cartucho de celulose

aglomerada eou polipropileno 5

micras

10 Diferencial de 18 ndash 24

Tabela A7 Permeadores (P1 P2 e P3) Nuacutemero de elementos

Comprimento (m) Diacircmetro (m)

Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo

(psi)

Temperatura maacutexima de

operaccedilatildeo (oC)

3 30 01 3550 45 Obs os permeadores satildeo tubos de alta pressatildeo confeccionados em plaacutestico reforccedilado com fibra de vidro internamente montados com membranas de osmose reversa (3 membranas em cada permeador) e com vazatildeo maacutexima por permeador de 36 m3h

A23 ndash INSTRUMENTACcedilAtildeO Tabela A8 Manocircmetros

Manocircmetro Funccedilatildeo M ndash 1 Verificar a pressatildeo da alimentaccedilatildeo da bateria de filtros de cartucho

(5 micra) M ndash 2 Verificar a pressatildeo de saiacuteda da bateria de filtros de cartucho (5

micra) M ndash 3 Verificar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo dos permeadores M ndash 4 Verificar a pressatildeo de saiacuteda dos permeadores (concentrado)

Tabela A9 Medidores de vazatildeo Manocircmetro Funccedilatildeo

Q1 Medir a vazatildeo da aacutegua concentrada Q2 Medir a vazatildeo da aacutegua potaacutevel

Tabela A10 Pressostato Pressatildeo de

acionamento (kgcm2)

Funccedilatildeo

10 Controlar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo da bomba de alta pressatildeo e enviar sinal eleacutetrico para o desligamento da

bomba de alta pressatildeo

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

215

ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM

POCcedilO REDONDO-SE (Figuras B1 a B20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

216

Figura B1 Areias Figura B2 Assentamento

Cajueiro

Figura B3 Assentamento Maria Bonita

Figura B4 Assentamento Maria Feitosa

Figura B5 Assentamento Mulungu

Figura B6 Assentamento Pioneira

Figura B7 Assentamento Satildeo Francisco

Figura B8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

217

Figura B9 Maranduba Figura B10 Pia do Boi

Figura B11 Queimadas Figura B12 Rancho Velho

Figura B13 Tanque Novo Figura B14 Berro Grosso

Figura B15 Flor da Serra Figura B16 Assentamento

JacareacuteCurituba

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

218

Figura B17 Peacute da Serra Figura B18 Salgadinho

Figura B19 Satildeo Joseacute Figura B20 Serra da Guia

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

219

ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS CISTERNAS

MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE (Figuras C1 a C20)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

220

Figura C1 Areias

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

(g)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

(c) (d)

(f)

(h)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

221

Figura C2 Assentamento Cajueiro

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

5

10

15

20

25

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

2

4

6

8

10

12

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

050

100150200250300350400

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

(f)

(h)(g)

(e)

(c)

(b)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

(d)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

222

Figura C3 Assentamento Maria Bonita

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

05

1015202530354045

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(a)

(d)(c)

(e) (f)

(g) (h)

(j)

(b)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

223

Figura C4 Assentamento Maria Feitosa

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(b)

(d)(c)

(a)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

224

Figura C5 Assentamento Mulungu

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Tur

bide

z (u

T)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

ST

D (m

gL)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

DESO + chuva DESO

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

225

Figura C6 Assentamento Pioneira

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

02468

10121416

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO + chuva chuva DESO

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO + chuva chuva DESO

(b)

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

226

Figura C7 Assentamento Satildeo Francisco

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

02468

1012141618

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

123456789

1011121314

pH

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

70

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

227

Figura C8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

12

14

Turb

idez

(uT)

020406080

100120140160180

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

228

Figura C9 Maranduba

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

02

04

06

08

1

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

229

Figura C10 Pia do Boi

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

012345678

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

01020304050607080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(h)(g)

(f)(e)

(d)(c)

(a)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chafariz + chuva chuva

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chafariz + chuva chuva

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

230

Figura C11 Queimadas

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

6

7

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

05

1

15

2

25

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(j)(i)

(f)

(h)(g)

(e)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

231

Figura C12 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

2

4

6

8

10

12

14

Cor

apa

rent

e (u

H)

02468

1012141618

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

0102030405060708090

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa

(h)

(j)(i)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

232

Figura C13 Tanque Novo

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

Turb

idez

(uT)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

20

40

60

80

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva carro pipa barreiro

0

10

20

30

40

50

60

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

(b)(a)

(c) (d)

(f)

(g) (h)

(j)(i)

0

10

20

30

40

50

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

) (e)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

233

Figura C14 Berro Grosso

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

(i)

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

02468

10121416

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

020406080

100120140160180

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl- L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(h)

(j)

(g)

(f)(e)

(d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

234

Figura C15 Flor da Serra

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

(b)(a)

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

carro pipa + chuva chuva

05

101520253035404550

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

carro pipa + chuva chuva

(c)

(f)(e)

(d)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

235

Figura C16 Assentamento JacareacuteCurituba

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0102030405060

7080

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

300

350

STD

(mg

L)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

DESO

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

DESO

(g)

(i) (j)

(h)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

236

Figura C17 Peacute da Serra

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

50

100

150

200

250

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

237

Figura C18 Salgadinho

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

100

200

300

400

500

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(j)(i)

(h)(g)

(f)(e)

(c) (d)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

238

Figura C19 Satildeo Joseacute

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800

STD

(mg

L)

0123456789

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

0

10

20

30

40

50

60

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

chuva

(b)(a)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

239

Figura C20 Serra da Guia

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0

02

04

06

08

1

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

1

2

3

4

5

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Scm

)

020406080

100120140160180

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

chuva

05

10152025303540

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

chuva

(i) (j)

(g) (h)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

240

ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

241

Figura D1 Bomba bola de gude

Tabela D1 Material necessaacuterio para a confecccedilatildeo da bomba bola de gude Parte interna Parte externa bull Joelho de 90o soldaacutevel de 32 mm bull Cap soldaacutevel bull Tubo de 32 mm com 15 cm bull Tubo de 32 mm com 25 cm bull Tubo de 32 mm com 10 cm bull Tubo de 30 mm com 240 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull T soldaacutevel de 32 mm bull Luva soldaacutevel 25 por 32 mm mista bull Luva soldaacutevel com rosca 25 por 32 mm mista bull 2 bolas de gude bull 1 anel de sola

bull Bucha de reduccedilatildeo soldaacutevel curta de 50 por 40 mm bull Adaptador (frange) de 50 por 1 12rdquo com rosca interna bull Tubo de 50 mm com 225 m bull Tubo de 32 mm com 5 cm com pino de travamento bull Tubo de 50 mm com 150 mm com furo bull Luva de 50 por 1 frac12 mista bull Luva de reduccedilatildeo soldaacutevel 50 por 32 mm bull Luva soldaacutevel com rosca 25 cm por 32 mm

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

242

ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

243

E1 ndash CARACTERIacuteSTICAS DO CLORADOR DA EMBRAPA Simples barato eficiente e pode ser montado pelo proacuteprio usuaacuterio Sua finalidade eacute clorar a aacutegua em propriedades rurais

Figura E1 Cloraccedilatildeo de aacutegua do reservatoacuterio

Figura E2 Esquema de montagem do clorador da EMBRAPA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

244

E2 ndash COMO PROCEDER PARA CLORAR A AacuteGUA A SER CONSUMIDA 1 ndash Fechar o registro (A) da entrada de aacutegua para o reservatoacuterio

2 ndash Abrir a torneira (B) para aliviar a pressatildeo da tubulaccedilatildeo Quando a aacutegua

parar de escorrer tornar a fechaacute-la

3 ndash Preparar a soluccedilatildeo de cloro da seguinte forma em frac12 copo de aacutegua colocar

uma colher rasa de cafeacute do cloro granulado (adquirido no comeacutercio

especializado em venda de produtos para piscina) e misturar bem ateacute diluir o

cloro Esta quantidade eacute suficiente para um reservatoacuterio com capacidade de

500 L de aacutegua

4 ndash Apoacutes isso abrir o registro (C) e entornar lentamente a soluccedilatildeo no receptor

de cloro (D) procurando evitar o borbulhamento da soluccedilatildeo que pode causar

acidente caso atinja os olhos

5 ndash Apoacutes esta operaccedilatildeo lavar o receptor de cloro (D) com aacutegua limpa e em

seguida fechaacute-lo

6 ndash Apoacutes isso fechar o registro do clorador (C) e abrir o registro da entrada de

aacutegua Assim que o cloro atingir o reservatoacuterio a aacutegua estaraacute clorada Uma hora

depois estaraacute isenta de germes Para acelerar esse processo basta utilizar a

aacutegua da caixa dando uma descarga no vaso sanitaacuterio

Obs a cloraccedilatildeo deve ser precedida por uma filtraccedilatildeo Adquirindo-se um kit de

dosagem de cloro pode-se verificar se a aacutegua estaacute corretamente clorada na

dosagem ideal

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

245

E3 ndash Material necessaacuterio para montagem do clorado da EMBRAPA

(a) Adaptador 25 x 34 (R$625unid) (b) Bucha reduccedilatildeo 60 x 25 (R$355unid)

(c) Registro Esfera 34 (R$1185unid) (d) Niacutepel ndash 34 ndash R$047unid)

(e) Tecirc 25 mm (R$061unid) (f) Tecirc 25 mm rosqueado (R$148unid)

(g) Torneira de jardim 12 (R$1058unid) (h) Tubo 25 mm (R$180m)

Figura E3 Tubos e conexotildees necessaacuterios para a montagem do clorador da EMBRAPA (com a indicaccedilatildeo de preccedilos - Tupan Construccedilotildees Recife 27012007)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

246

ANEXO F FILTRO DE AREIA

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

247

Tabela F1 Eficiecircncia da remoccedilatildeo do filtro de areia

Paracircmetro Desempenho do filtro Cor Reduccedilatildeo de 30 a 100

Turbidez Reduccedilatildeo para 1 UNT Coliformes termotolerantes Reduccedilatildeo entre 95 e 100

Cercarias Virtual remoccedilatildeo de cercaacuterias de schistossoma cistos e ovos

Viacuterus Virtual completa remoccedilatildeo Mateacuteria orgacircnica 60 a 75 de reduccedilatildeo

Ferro e manganecircs Muito removidos Metais pesados 30 a 95 de reduccedilatildeo

Figura F1 Esquema do filtro de areia (PINTO HERMES 2006)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

248

ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras G1 a G8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

249

Figura G1 Pia do Boi Figura G2 Rancho Velho

Figura G3 Satildeo Sebastiatildeo Figura G4 Titoacuteia

Figura G5 Junccedila Figura G6 Maravilha

Figura G7 Poccedilo Preto Figura G8 Salitrado

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

250

ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS

BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO

REDONDO-SE (Figuras H1 a H8)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

251

Figura H1 Pia do Boi

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

050

100150200250300350400

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

(a)

123456789

1011121314

pH

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

50

100

150

200

250

300

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

500

1000

1500

2000

2500

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

STD

(mg

L)

0

100

200

300

400

500

600

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(b)

(c) (d)

(e) (f)

(g) (h)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

252

Figura H2 Rancho Velho

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400

STD

(mg

L)

02468

1012141618

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(a) (b)

(d)

(e) (f)

(h)(g)

0500

10001500200025003000350040004500

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

20

40

60

80

100

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

253

(c) Satildeo Sebastiatildeo

Figura H3 Satildeo Sebastiatildeo

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

0102030405060708090

100

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0100200300400500600700800900

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

STD

(mg

L)

0

20

40

60

80

100

120

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(f)(e)

(d)

(a) (b)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180200

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

254

Figura H4 Titoacuteia

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200300400500600700800900

1000

STD

(mg

L)

05

10152025303540

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

(h)(g)

(e) (f)

(d)

(b)(a)

0

50

100

150

200

250

300

Cor

apa

rent

e (u

H)

(c)

0

20

40

6080

100

120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

0

2040

60

80

100120

140

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

255

Figura H5 Junccedila

0

5

10

15

20

25

30

35

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

020406080

100120140160180200

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

05

1015202530354045

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

020406080

100120140160

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

20

40

60

80

100

120

140

STD

(mg

L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

05

1015

20253035

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(d)(c)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

256

Figura H6 Maravilha

0

5

10

15

20

25

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

10

20

30

40

50

60

70

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3L

)

0

50

100

150

200

250

300

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

050

100150200250300350400450

STD

(mg

L)

0

5

10

15

20

25

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

10

2030

40

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

010

20

3040

50

6070

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3 L

)

(h)

(i) (j)

(g)

(e) (f)

(d)(c)

(b)(a)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

257

Figura H7 Poccedilo Preto

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

0

5

10

15

20

25

30

Turb

idez

(uT)

0

30

60

90

120

150

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0100200

300400500600

700800

ST

D (m

gL)

01020304050607080

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3L)

0

20

40

60

80

100

120

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

(h)(g)

(j)(i)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

258

Figura H8 Salitrado

0

5

10

15

20

25

30

Tem

pera

tura

(ordmC

)

123456789

1011121314

pH

050

100150200250300350400450500

Cor

apa

rent

e (u

H)

01020304050607080

Turb

idez

(uT)

0

20

40

60

80

100

120

140

Alc

alin

idad

e to

tal (

mg

CaC

O 3 L

)

0

100

200

300

400

500

600

700

Con

dutiv

idad

e el

eacutetric

a ( micro

Sc

m)

0

200

400

600

800

1000

STD

(mg

L)

0

50

100

150

200

250

Clo

reto

(mg

Cl - L

)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

tota

l (m

g C

aCO

3 L)

020406080

100120140160180

jul0

5

ago

05

set0

5

out0

5

nov

05

dez

05

jan

06

fev

06

mar

06

abr0

6

mai

06

jun

06

Dur

eza

caacutelc

ica

(mg

CaC

O 3

L)

(a) (b)

(c) (d)

(f)(e)

(g) (h)

(i) (j)

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

259

ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO

APLICADO EM POCcedilO REDONDO-SE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

260

SERVICcedilO PUacuteBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO A pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras

hiacutedricas na aacuterea de Xingoacuterdquo tem entre os seus objetivos especiacuteficos sugerir e orientar

medidas relacionadas com o abastecimento humano no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE

com o objetivo de sua melhoria Para isso seratildeo feitas algumas perguntas aos

moradores e as respostas seratildeo anotadas em questionaacuterio Todas as informaccedilotildees seratildeo

anocircnimas (sigilosas) O entrevistado natildeo seraacute identificado nem assinaraacute qualquer

documento garantindo-lhe total sigilo Os resultados serviratildeo agrave elaboraccedilatildeo de trabalho

para conclusatildeo de curso de doutorado Poderatildeo os seus resultados serem publicados em

trabalhos cientiacuteficos e agrave prefeitura de Poccedilo Redondo-SE a fim de contribuir para

melhoria da qualidade de vida da aacuterea estudada Sabe-se que a sauacutede da populaccedilatildeo estaacute

diretamente ligada agrave existecircncia de serviccedilos de saneamento adequados

Eu ____________________________________ declaro que tomei conhecimento da (nome da pessoa entrevistada)

pesquisa Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute e livremente concordo em participar da mesma

Diante deste termo dato e assino abaixo ________________________________________________________ Giovanni de Melo Perazzo (entrevistador)

Poccedilo Redonso-SE____ de ______________ de ______

Obs para qualquer duacutevida ou esclarecimento por parte do entrevistado entrar em contato com o

entrevistador (Giovanni de Melo Perazzo) nos seguintes telefones (82) 3686-1557 ou (81) 2126-8906

Departamento de Engenharia Civil - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Ambiental e Recursos

Hiacutedricos Endereccedilo Av Acadecircmico Heacutelio Ramos sn ndash Cidade Universitaacuteria CEP 50740-530 Recife-PE

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

261

Riscos A referida pesquisa oferece riscos miacutenimos agrave pessoa entrevista incluindo-se a

possibilidade de causar-lhe constrangimento com relaccedilatildeo agraves perguntas oferecidas pelo

questionaacuterio

Benefiacutecios Com a obtenccedilatildeo dos conhecimentos obtidos sobre o saneamento ambiental

(potencialidades deficiecircncias e proposiccedilotildees) no municiacutepio investigado (Poccedilo Redondo-

SE) espera-se que accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo de planejamento e definiccedilatildeo de tomada de

decisotildees possam ser efetuadas por parte dos gestores no sentido de melhoria do niacutevel

de vida da populaccedilatildeo em particular o saneamento ambiental

______________________________

(assinatura do entrevistado)

______________________________

Assinatura de testemunha

______________________________

Assinatura de testemunha

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

262

Paracircmetros a serem coletados junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo submetidos agrave aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc

de Eacutetica do CCSUFPE 1) Perfil 11) Niacutevel de escolaridade do chefe de famiacutelia Natildeo possui ( ) alfabetizado ( ) 1o grau ( ) 2o grau ( ) superior ( ) poacutes-graduaccedilatildeo ( ) 12) Funccedilatildeo (profissatildeo) ____________________________ 13) Quantas horas por dia trabalha Menos de 4 horas ( ) 4 horas ( ) 5 horas ( ) 6 horas ( ) 7 horas ( ) 8 horas ( ) 9 horas ( ) 10 horas ( ) mais de 10 horas ( ) 14) Renda mensal Menor que 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 1 salaacuterio miacutenimo ( ) 2 salaacuterios miacutenimo ( ) 3 salaacuterios miacutenimo ( ) 4 salaacuterios miacutenimo ( ) maior que 4 salaacuterios miacutenimo ( ) 15) Nuacutemero de residentes na casa onde mora ______ 16) Quais culturas cultiva Feijatildeo ( ) milho ( ) mandioca ( ) mamatildeo ( ) melancia ( ) cenoura ( ) outras ( ) quais_____________________________ 17) Animais que cria Cabras e bodes ( ) ndash quantos________________ Vacas e bois ( ) ndash quantos________________ Porco ( ) ndash quantos________________ Galinha ( ) ndash quantos________________ Outros ( ) ndash quais________________________ quantos________________ 2) Objeto 21) Tipo de parede da casa Tijolo ( ) taipa ( ) madeira ( ) adobe ( ) bloco de cimento ( ) outra ( ) 22) Tipo de revestimento da parede Sem reboco ( ) rebocada ( ) rebocada parcialmente ( ) rebocada e caiada ( ) outra ( ) 23) Material da cobertura Telha de barro ( ) telha de cimento amianto ( ) telha de alumiacutenio ( ) madeira ( ) palha ( ) outra ( ) 24) Material do piso do chatildeo Madeira ( ) tijolo ( ) terra ( ) ladrilhoceracircmicacimento ( ) 25) Pavimentaccedilatildeo da rua Paralelepiacutepedo ( ) asfalto ( ) barro ( ) outro ( ) natildeo tem ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

263

26) Local onde existe fissura na casa Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) sem fissura ( ) 27) Local na casa onde existe umidade Na parede ( ) no piso ( ) na parede e no piso ( ) Natildeo existe ( ) 28) Forma de abastecimento de aacutegua No inverno rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) No veratildeo rede puacuteblica ( ) cisterna ( ) poccedilo ( ) barreiro ( ) carro-pipa ( ) diretamente do rio ( ) outra ( ) 29) Possui caixa daacutegua ou cisterna Sim ( ) Quantos litros____________ Natildeo ( ) 210) Possui hidrocircmetro Sim ( ) Natildeo ( ) 211) Como trata a aacutegua que bebe filtra ( ) cocirca ( ) ferve ( ) usa cloro ( ) natildeo trata ( ) 212) Destino do esgoto da casa fossa seacuteptica p depois ir para o solo ( ) fossa seacuteptica p depois ir p a rede coletora ( ) fossa seca ( ) solo a ceacuteu aberto ( ) rede coletora ( ) 213) Possui banheiro Na casa ( ) fora da casa ( ) natildeo possui banheiro ( ) 214) As aacuteguas servidas satildeo aproveitadas de alguma forma Sim ( ) como _______________ natildeo ( ) 215) Destino do lixo Coletado pela prefeitura ( ) queimado ( ) enterrado ( ) mato ( ) rio ( ) 216) Teve algum caso de doenccedila nos residentes nos uacuteltimos 6 meses Sim ( ) qual _______________ Natildeo ( ) 217) Acesso aos oacutergatildeos de sauacutede puacuteblica Oacutetimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) peacutessimo ( ) 3) Aberto 31) Qual o pior serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom

264

32) Qual o melhor serviccedilo Abastecimento de aacutegua ( ) esgotamento sanitaacuterio ( ) drenagem pluvial ( ) limpeza puacuteblica ( ) serviccedilos de sauacutede ( ) 33) Grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada um dos serviccedilos prestados Abastecimento de aacutegua Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Esgotamento sanitaacuterio Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Drenagem pluvial Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Limpeza puacuteblica Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( ) Serviccedilos de sauacutede Satisfeito ( ) mais ou menos ( ) insatisfeito ( )

PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom