samuel de jesus oliveira maciel

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AS CONTRIBUIÇÕES DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL PARA A ORGANIZAÇÃO SOCIAL NO ASSENTAMENTO MAGNÍFICAT. Samuel de Jesus Oliveira Maciel/CECEN/UEMA. [email protected] Pesquisa concluída INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem por finalidade analisar as contribuições dos referenciais discutidos no colegiado territorial do Vale do Itapecuru Mapa 1, para organização social no assentamento Magníficat, principalmente no que se refere às políticas territoriais voltadas para os assentamentos disposto pelo governo federal. Mapa 01. Território Vale do Itapecuru

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AS CONTRIBUIÇÕES DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO

TERRITORIAL PARA A ORGANIZAÇÃO SOCIAL NO ASSENTAMENTO

MAGNÍFICAT.

Samuel de Jesus Oliveira Maciel/CECEN/UEMA.

[email protected]

Pesquisa concluída

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem por finalidade analisar as contribuições dos referenciais

discutidos no colegiado territorial do Vale do Itapecuru Mapa 1, para organização social

no assentamento Magníficat, principalmente no que se refere às políticas territoriais

voltadas para os assentamentos disposto pelo governo federal.

Mapa 01. Território Vale do Itapecuru

Para subsidiar as discussões sobre os referenciais teóricos foi importante

aprofundar o estudo dos conceitos de território, questão agrária e política de

desenvolvimento territorial usados nas Políticas Públicas do Governo Federal com o

objetivo de relacionar o marcos teórico e compreender a utilização dos mesmos nas

discussões sobre desenvolvimento rural.

Para a nossa fundamentação buscamos autores que ao longo dos anos promovem

discussões sobre o rural e utiliza o conceito de território. Saquet (2003), por exemplo,

entende que o território é a expressão concreto-abstrata do espaço produzido a partir das

relações de poder, sejam elas econômicas, culturais, políticas ou sociais. Para ele as

relações são múltiplas e por isso os territórios também o são, o que nos sugere a crer

que o território é resultado do processo de produção do e no espaço geográfico.

O território é produzido espaço-temporalmente pelas relações de

poder engendradas por um determinado grupo social. Dessa forma,

pode ser temporário ou permanente e se efetiva em diferentes escalas,

portanto não apenas naquela convencionalmente conhecida como o

“território nacional” sob gestão do Estado-Nação. (SAQUET, 2003,

p.10)

Dallabrida 2007, apud Leite, 2010 em trabalho que almeja contribuir com

reflexões teóricas sobre a gestão social dos territórios nos processos de desenvolvimento

territorial, conceitua território como

Uma fração do espaço historicamente construída através das inter-

relações dos atores sociais, econômicos e institucionais que atuam

neste âmbito espacial, apropriada a partir de relações de poder

sustentadas em motivações políticas, sociais, ambientais, econômicas,

culturais ou religiosas, emanadas do Estado, de grupos sociais ou

corporativos, instituições ou indivíduos. (p.16)

O autor ainda aborda o conceito de desenvolvimento territorial considerando a

dimensão material, que tem nos aspectos econômicos sua expressão maior, e a

dimensão imaterial, que aborda os aspectos culturais e o capital social, afirmando sua

conceituação de que o desenvolvimento territorial pode ser entendido como

Um processo de mudança estrutural empreendido por uma sociedade

organizada territorialmente, sustentado na potencialização dos capitais

e recursos existentes no local, com vistas à dinamização econômica e

à melhoria da qualidade de vida de sua população. (p.16)

Dallabrida (2007) também pondera que para que os direitos de participação

possam ser exercidos com equidade entre os diferentes atores territoriais é fundamental

que sua articulação ocorra através de procedimentos voluntários de conciliação e

mediação através de processos de concertação social (pactos territoriais), instituindo-os

como norma no processo de gestão do desenvolvimento.

No tocante à discussão sobre a questão agrária Martins, (1981) discorre:

A questão agrária nasceu da contradição estrutural do capitalismo que

produz simultaneamente a concentração da riqueza e a expansão da

pobreza e da miséria. Essa desigualdade é resultado de um conjunto de

fatores políticos e econômicos. Ela é produzida pela diferenciação

econômica dos agricultores, predominantemente do campesinato, por

meio da sujeição da renda da terra ao capital (p. 175).

A partir dessa concepção FERNANDES (2010) diz,

Nessa diferenciação prevalece à sujeição e a resistência do

campesinato à lógica do capital. Na destruição do campesinato por

meio da expropriação, ocorre simultaneamente a recriação do trabalho

familiar através do arredamento ou da compra de terra e, também;

uma pequena parte é transformada em capitalista pela acumulação de

capital, compra de mais terra e assalariamento. (p.508)

Por meio desses acontecimentos a questão agrária, Segundo (Oliveira, 1991)

gera continuamente conflitualidade. Porque é movimento de destruição e recriação de

relações sociais: de territorialização, desterritorialização e reterritorialização do capital e

do campesinato; de monopólio do território camponês pelo capital. (p.24-5).

Para alcançar os objetivos deste trabalho, foi feita uma análise dentro do

colegiado para identificar os referenciais teóricos discutidos e as discussões sobre a

política de desenvolvimento territorial e a aplicabilidade dos referenciais teóricos

utilizados para organização do assentamento Magnificat. Para uma maior compreensão

do Objeto de estudo, fez-se um levantamento bibliográfico sobre o Programa Territórios

da Cidadania, em particular sobre o Território Vale do Itapecuru realizando-se

posteriormente uma análise da documentação utilizada nas oficinas promovidas para

articulação do colegiado. Visitou-se Instituições Governamentais e Entidades não

governamentais que desenvolvem atividades ligadas aos programas e planos

desenvolvidos nos assentamentos. Além do acompanhamento das atividades desenvolvidas

pelo colegiado territorial, foi realizada uma visita técnica aos municípios de Itapecuru-Mirim e

ao assentamento Magnifica. Foram feitas visitas à secretaria de agricultura, sindicados dos

trabalhadores e trabalhadoras rurais, AGERP (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária) e

entre outras. Posteriormente foram feitas entrevistas com algumas pessoas que fizeram e

fazem parte do colegiado território do Vale do Itapecuru e com alguns produtores rurais

do assentamento.

TERRITÓRIO DA CIDADANIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

As referências bibliográficas estudadas consistiram num maior embasamento no

que se refere às noções de território, Reforma Agrária, Políticas Territoriais e

Desenvolvimento Territorial. Mediante a análise faz-se necessário uma análise sobre os

resultados obtidos.

E para compreender melhor este processo de contribuição dos referenciais, é

importante destacar como se deu o surgimento do programa Território da cidadania e

destacar o colegiado territorial que vai ser o alvo desta pesquisa.

Criado em 2003 pelo Governo Federal, os Territórios Rurais tornaram-se

estratégia de desenvolvimento regional sustentável e garantia de direitos sociais

voltados às regiões do país que mais precisam (necessitam), com objetivo de levar o

desenvolvimento econômico e universalizar os programas básicos de cidadania. O

principal objetivo do projeto era a superação da pobreza e a geração de trabalho e renda

no meio rural por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável,

assim como, a inclusão produtiva das populações pobres dos territórios, busca da

universalização de programas básicos de cidadania, planejamento e integração de

políticas públicas e ampliação da participação social.

No Maranhão foram criados 4 territórios rurais em 2003 Baixo Parnaíba,

Cocais, Lençóis/Munim e Vale do Itapecuru em 2008 foram criados mais 4 territórios

Alto Turi e Gurupi, Baixada Ocidental, Campos e Lagos e Médio Mearim perfazendo

atualmente um total de oito territórios da cidadania.

Cada território tem o colegiado territorial e suas principais atribuições são de

elaborar ou aperfeiçoar o plano de desenvolvimento do território; promover a interação

entre gestores públicos e conselhos setoriais; contribuir para qualificação e integração

de ações; Ajudar na execução das ações e identificar ações para serem priorizadas no

atendimento; Exercer o controle social do Programa; dar ampla divulgação sobre as

ações do Programa.

A ORGANIZAÇÂO SOCIAL EM MAGNIFICAT

A Comunidade de Magnificat Mapa 01, está localizada a 9 km da cidade de

Itapecuru-Mirim, município que dista 120 km de São Luís, capital do Estado do

Maranhão. MACIEL, 2011. A constituição dessa iniciativa em 1979 está diretamente

vinculada a um acontecimento: Barriguda, uma gleba de 2.420 hectares de terra

pertencia a uma viúva, que imbuída do espírito evangélico, ao decidir vende-la,

preocupou-se com a situação das 130 famílias de lavradores que haviam ocupado a área.

A proprietária recusou a oferta e para evitar conflitos agrários, já frequentes na região,

então, ela decidiu doar 420 hectares e as 2.000 hectares pelo quarto de seu valor real

para um grupo de integrantes do Movimento dos Focolares, que formaram o Serviço

Comunitário (SERCOM). Que era um grupo de voluntários que foram morar na

comunidade e iniciaram um trabalho de organização social.

Nos anos de 1979 e 1980.

Quando chegamos lá encontramos uma situação de muita pobreza, com uma

elevada taxa de mortalidade infantil (38,4%). As crianças morriam de

pneumonia, diarreia e parasitas. O percentual de analfabetismo, evasão

escolar eram bastantes serviços básicos como escola, saúde, saneamento e

estradas eram inexistentes. Além disso, a população costumava viver em

completa insegurança, com medo pela possibilidade de expulsão da terra

onde viviam. (MACIEL, 2011, p.2)

Mapa 02. Município de Itapecuru e Comunidade Magnificat

Segundo Maria Domingas Marques Pinto (Presidente da Associação das

Quebradeiras de Coco) A experiência de Magnificat influenciou muito na formação e

organização das comunidades rurais do nosso município, pois na década de 70 não

existiam associações de produtores rurais constituídas e nem grupo de mulheres. O

Sercom foi muito importante nesse processo. Nas décadas de 80 e 90 houveram muitos

conflitos de terra, ocasionando derramamento de sangue de muitos trabalhadores e

trabalhadoras rurais. A esperança de mudança veio com o fortalecimento das

organizações dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A intenção da luta até nos dias

atuais é que as famílias permaneçam no campo com uma vida digna. Apesar dos tímidos

avanços os assentamentos da Reforma Agraria são precários e faltam estruturas

adequadas para a permanência do homem no campo.

UMA ANÁLISE DO COLEGIADO

O colegiado territorial é composto pela sociedade civil e pelo poder público para

promover discussões sobre os projetos pensados também pelos representantes da

sociedade civil que são as principais lideranças da comunidade representadas em

colônia de pescadores, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Movimento das

quebradeiras de coco e entre outros. O diálogo com representantes do poder público

para construção de um ambiente favorável à integração e ao estabelecimento de

consensos, de acordos e compromissos coletivos para a transformação almejada da

realidade.

Foram realizadas 2 entrevista com representantes do Colegiado do vale do

Itapecuru, em 2 munícipios do território que foram Itapecuru Mirim e Vargem Grande.

Em entrevista com Eliane Quilombola que foi representante da sociedade civil, e

atual representante do poder Público do município de Itapecuru Mirim- MA, o principal

referencial para essa politica é o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável (PTDRS).

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) - principal

instrumento construído no ano 2004, de forma participativa pelo colegiado, em apoio à

gestão social do desenvolvimento territorial foi o primeiro produto elaborado pela

sociedade civil, dando início às ações de desenvolvimento territorial. A

ARTICULAÇÃO

SOCIEDADE

CIVIL

PODER

PÚBLICO

responsabilidade técnica na elaboração do Plano foi da Planeja, de forma participativa,

contando, especialmente, com a estrutura do Colegiado do território. (Documento

Elaborado pela Equipe Técnica da SDT com Consultores).

A consultora da equipe execultora do território diz ainda que a partir das oficinas

que sugiram a necessidade de criação das câmaras temáticas, porque se ampliou às

discussões sobre os projetos e programas sociais a serem implantados.

Segundo, KAHWAGE e HURTIENNE, 2007 Apud SILVA e CASTRO, 2012.

As instituições podem tanto facilitar novas posturas em relação aos processos

econômicos e tecnológicos como podem manter uma ordem já existente. O

acompanhamento das normas instituídas, bem como a criação de novas regras e

mudanças nas relações entre instituição e sociedade está vinculado à capacidade de

pressão da organização social por novas normatividades. Nesse quadro se inscreve o

acesso a participação social em espaços formais de discussão criados a partir da

redemocratização do país.

Paulo Henrique Silva Coelho (Poder Público Cantanhede, entrevistado em

março de 2013). Ele diz como os representantes tiveram acesso a esses referencias que

foram disponibilizados pelo Mistério do Desenvolvimento Agrário (MDA) aconteceu

através de varias capacitações foram disponibilizados especializações, cartilhas nós

mesmos chegamos a produzir vídeos, cartilhas acho que foi um processo de construção.

E enfatiza ainda sobre a politica de desenvolvimento territorial em curso que em

sua opinião está no caminho certo e que o desenvolvimento não acontece da noite para o

dia precisa- se de tempo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo não sendo juridicamente Projeto de Assentamento (PA) da reforma

agrária, a comunidade rural Magnificat apresenta as mesmas características de

assentamentos da região, as contribuições dos referencias discutidos no colegiado não

serviram para a organização social na comunidade, pois, antes mesmo da existência do

território da cidadania o assentamento já contava com uma estrutura de organização

muito forte 20 anos antes a comunidade contou com um programa de desenvolvimento

multi-setorial promovido pela AMU, Sercom (serviços comunitários) em parceria com a

Associação dos lavradores da comunidade de Magnificat e financiando pelo Ministério

dos negócios estrangeiros Italianos onde foi conseguindo inúmeros benefícios entre os

quais de maiores destaques foram à fábrica de polpa de frutas e uma fábrica de

produção de mel, além de acesso as várias políticas públicas como Programa de

Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura

Familiar (PRONAF), Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma

Agrária, (ATES).

Portanto, o principal entrave para que as políticas pensadas cheguem realmente

nas áreas alvos das ações territoriais é a desarticulação institucional entre as esferas

públicas e a descontinuidade dos programas sociais.

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