samael aun weor - psicologia revolucionária (mensagem de natal de 1975-1976)

Upload: arte-gnostica

Post on 03-Apr-2018

220 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    1/59

    Tratado

    de

    Psicologia Revolucionria

    V.M. Samael Aun Weor

    Instituto Gnstico Stella Maris

    Brasil

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    2/59

    2

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    .Sumrio

    Captulo I - O Nvel do Ser ......................................................................................................... 3

    Captulo II - A Escada Maravilhosa ........................................................................................... 5

    Captulo III - Rebeldia Psicolgica ............................................................................................ 6

    Captulo IV - A Essncia ............................................................................................................. 7

    Captulo V - Acusar a Si Mesmo ................................................................................................ 8Captulo VI - A Vida ................................................................................................................... 9

    Captulo VII - O Estado Interior .............................................................................................. 10

    Captulo VIII - Estados Equivocados ...................................................................................... 12

    Captulo IX - Acontecimentos Pessoais ................................................................................... 14

    Captulo X - Os Diferentes Eus................................................................................................. 16

    Captulo XI - O Querido Ego ................................................................................................... 17

    Captulo XII - A Transformao Radical ................................................................................ 18

    Captulo XIII - Observador e Observado ................................................................................ 20

    Captulo XIV - Pensamentos Negativos ................................................................................... 21

    Captulo XV - A Individualidade ............................................................................................. 23Captulo XVI - O Livro da Vida............................................................................................... 25

    Captulo XVII - Criaturas Mecnicas ..................................................................................... 26

    Captulo XVIII - O Po Super-Substancial ............................................................................. 28

    Captulo XIX - O Bom Dono de Casa ...................................................................................... 30

    Captulo XX - Os Dois Mundos ................................................................................................ 31

    Captulo XXI - Observao de Si Mesmo................................................................................ 33

    Captulo XXII - A Tagarelice .................................................................................................... 34

    Captulo XXIII - O Mundo das Relaes ................................................................................ 35

    Captulo XXIV - A Cano Psicolgica ................................................................................... 37

    Captulo XXV - Retorno e Recorrncia................................................................................... 40

    Captulo XXVI - Auto-conscincia Infantil ............................................................................. 42

    Captulo XXVII - O Publicano e o Fariseu ............................................................................. 44

    Captulo XXVIII - A Vontade................................................................................................... 47

    Captulo XXIX - A Decapitao ............................................................................................... 49

    Captulo XXX - O Centro de Gravidade Permanente ........................................................... 53

    Captulo XXXI - O Trabalho Esotrico Gnstico ................................................................... 56

    Captulo XXXII - A Orao no Trabalho ................................................................................ 58

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    3/59

    3

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo I

    O Nvel do Ser

    Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Para que vivemos? Por que vivemos?...

    Inquestionavelmente, o pobre Animal Intelectual, equivocadamente chamado homem, no sno sabe, como alm disso, nem sequer sabe que no sabe...

    O pior de tudo a situao to difcil e to estranha em que nos encontramos: ignoramos osegredo de todas as nossas tragdias e, no entanto, estamos convencidos de que sabemos tudo...

    Transporte-se um Mamfero Racional, uma dessas pessoas que na vida se presume influente,ao centro do deserto do Saara; deixe-se-o ali, longe de qualquer osis, e observe-se de uma nave area tudo oque acontece...

    Os fatos falaro por si mesmos; o Humanide Intelectual, ainda que se presuma de forte e seache muito homem, no fundo resulta espantosamente dbil...

    O Animal Racional cem por cento tolo; pensa o melhor de si mesmo; acredita que podedesenvolver-se maravilhosamente atravs do jardim de infncia, manuais de etiqueta social, escolas primriase secundria, bacharelato, universidade, do bom prestgio do papai, etc., etc., etc...

    Infelizmente, por trs de tantas letras e bons modos, ttulos e dinheiro, bem sabemos que qualquerdor de estmago nos entristece, e que no fundo continuamos sendo infelizes e miserveis...

    Basta ler a Histria Universal para saber que somos os mesmos brbaros de outrora, e que, emvez de melhorar, nos tornamos piores...

    Este sculo XX, com todos os seus espetculos de guerras, prostituio, sodomia em escalamundial, degenerao sexual, drogas, lcool, crueldade exorbitante, perversidade extrema, monstruosidade,etc., etc., etc., o espelho no qual devemos nos olhar. No existe, pois, razo suficiente para jactar-nos dehaver chegado a uma etapa superior de desenvolvimento...

    Pensar que o tempo significa progresso absurdo; desgraadamente, os ignorantes ilustradoscontinuam engarrafados no Dogma da Evoluo...

    Em todas as pginas negras da Negra Histria, encontramos sempre as mesmas horrorosascrueldades, ambies, guerras, etc...

    Contudo, nossos contemporneos Super-Civilizados esto convencidos de que isso de guerra algo secundrio, um acidente passageiro que nada tem a ver com sua cacarejada Civilizao Moderna.

    Certamente o que importa a maneira de ser de cada pessoa; alguns sujeitos sero bbados,outros abstmios, aqueles honrados e estes sem-vergonha; de tudo h na vida...

    A massa a soma dos indivduos; o que o indivduo a massa, o governo, etc...

    A massa pois a extenso do indivduo; no possvel a transformao das massas, dos povos,

    se o indivduo, se cada pessoa, no se transforma...Ningum pode negar que existem distintos nveis sociais; h gentes de igreja e de prostbulo, de

    comrcio e de campo, etc., etc., etc.

    Assim, existem tambm diferentes Nveis de Ser. O que internamente somos, esplndidos oumesquinhos, generosos ou tacanhos, violentos ou tranquilos, castos ou luxuriosos, atrai as diversascircunstncias da vida...

    Um luxurioso atrair sempre cenas, dramas e at tragdias de lascvia, nas quais se envolver...

    Um bbado atrair outros bbados, e se ver sempre em bares e cantinas, isso bvio.

    O que atrair o usurrio? O egosta? Quantos problemas? Prises? Desgraas?

    Entretanto, as pessoas amarguradas, cansadas de sofrer, tm ganas de mudar, passar a pgina de

    sua histria...Pobres pessoas! Querem mudar e no sabem como: no conhecem o procedimento; encontram-

    se em um beco sem sada...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    4/59

    4

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    O que lhes aconteceu ontem lhes acontece hoje e lhes acontecer amanh; repetem sempre osmesmos erros e no aprendem as lies da vida, nem a pauladas.

    Todas as coisas se repetem em sua prpria vida; dizem as mesmas coisas, fazem as mesmascoisas, lamentam as mesmas coisas...

    Esta repetio aborrecedora de dramas, comdias e tragdias continuar enquanto carreguemosem nosso interior os elementos indesejveis da Ira, Cobia, Luxria, Inveja, Orgulho, Preguia, Gula, etc.,

    etc., etc...Qual nosso nvel moral? Ou, melhor diramos: qual nosso Nvel de Ser?

    Enquanto o Nvel de Ser no mudar radicalmente, continuar a repetio de todas as nossasmisrias, cenas, desgraas e infortnios...

    Todas as coisas, todas as circunstncias que acontecem fora de ns, no cenrio deste mundo, soexclusivamente o reflexo do que interiormente levamos.

    Com justa razo podemos afirmar solenemente que o exterior o reflexo do interior.

    Quando algum muda interiormente e tal mudana radical, o exterior, as circunstncias, avida, transformam-se tambm.

    Estive observando recentemente (1974) um grupo de pessoas que invadiu um terreno alheio.

    Aqui no Mxico, tais pessoas recebem o curioso qualificativo de paraquedistas.So vizinhos da colnia campestre de Churubusco, esto muito perto de minha casa, motivo pelo

    qual pude estud-los de perto...

    Ser pobre jamais ser um delito, mas o grave no est nisso, mas em seu Nvel de Ser...

    Diariamente lutam entre si, embebedam-se, insultam-se mutuamente, convertem-se em assassinosde seus prprios companheiros de infortnio; vivem certamente em imundos casebres, dentro dos quais emvez do amor reina o dio...

    Muitas vezes pensei que, se qualquer indivduo desses eliminasse de seu interior o dio, a ira, aluxria, a embriagus, a maledicncia, a crueldade, o egosmo, a calnia, a inveja, o amor prprio, o orgulho,etc., etc., etc., agradaria a outras pessoas e se associaria, por uma simples Lei de Afinidades Psicolgicas,

    com pessoas mais refinadas, mais espiritualizadas; essas novas relaes seriam definitivas para uma mudanaeconmica e social...

    Seria esse o sistema que permitiria a tal indivduo abandonar o chiqueiro, a cloaca imunda...

    Assim, pois, se realmente queremos uma mudana radical, o que devemos compreender primeiro que cada um de ns (seja branco ou negro, amarelo ou vermelho, ignorante ou culto, etc.) est em tal ou qualNvel do Ser.

    Qual o nosso Nvel de Ser? Haveis refletido alguma vez sobre isso? No seria possvel passara outro nvel, se ignoramos o estado em que nos encontramos.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    5/59

    5

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo II

    A Escada Maravilhosa

    Temos que aspirar a uma mudana verdadeira, sair desta rotina aborrecedora, desta vidameramente mecanicista, cansativa...

    O que devemos compreender primeiro, com inteira claridade, que cada um de ns, seja burgusou proletrio, acomodado ou da classe mdia, rico ou miservel, encontra-se realmente em tal ou qual Nveldo Ser...

    O Nvel de Ser do bbado diferente daquele do abstmio, o da prostituta muito diferente do dadonzela. Isto que estamos dizendo irrefutvel, irrebatvel...

    Ao chegar a esta parte de nosso captulo, podemos imaginar uma escada, que se estende de baixopara cima, verticalmente, com muitssimos degraus...

    Inquestionavelmente, em alguns destes degraus nos encontramos; degraus abaixo haver pessoaspiores que ns; degraus acima encontraremos pessoas melhores que ns...

    Nesta Vertical extraordinria, nesta escada maravilhosa, claro que podemos encontrar todos osNveis de Ser... Cada pessoa diferente e isto ningum pode negar...

    No estamos falando de caras feias ou bonitas, nem tampouco se trata de questo de idades. Hpessoas jovens e velhas, ancios que j esto para morrer e meninos recm-nascidos...

    A questo do tempo e dos anos, isso de nascer, crescer, desenvolver-se, casar-se, reproduzir-se,envelhecer e morrer, exclusivo da Horizontal...

    Na Escada Maravilhosa, na Vertical, o conceito de tempo no cabe. Nos degraus de tal escalas podemos encontrar Nveis de Ser...

    A esperana mecnica das pessoas no serve para nada. Acreditam que com o tempo as coisassero melhores; assim pensavam nossos avs e bisavs; os fatos vieram demonstrar precisamente o contrrio...

    O Nvel de Ser o que conta, e isto Vertical; encontramo-nos em um degrau, mas podemossubir a outro degrau...

    A Escada Maravilhosa de que estamos falando, e que se refere aos distintos Nveis de Ser,certamente nada tem a ver com o tempo linear...

    Um Nvel de Ser mais alto est imediatamente acima de ns de instante em instante...

    No est em nenhum remoto futuro horizontal, mas aqui e agora, dentro de ns mesmos, naVertical...

    evidente, e qualquer um pode compreender, que as duas linhas, Horizontal e Vertical, seencontram a cada momento em nosso interior psicolgico e formam Cruz...

    A personalidade manifesta-se e desenvolve-se na linha Horizontal da Vida. Nasce e morre dentro

    de seu tempo linear, perecedora. No existe um amanh para a personalidade do morto; no o Ser...Os Nveis do Ser, o Ser mesmo, no so do tempo, nada tm a ver com a linha Horizontal;

    encontra-se dentro de ns mesmos, agora, na Vertical...

    Seria evidentemente absurdo buscar o nosso prprio Ser fora de ns mesmos...

    Podemos afirmar como corolrio o seguinte: ttulos, graus, ascenses, etc., no mundo fsicoexterior, de modo algum poderiam originar exaltao autntica, revalorizao do Ser, passagem a um degrausuperior nos Nveis do Ser.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    6/59

    6

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo III

    Rebeldia Psicolgica

    Queremos recordar a nossos leitores que existe um ponto matemtico dentro de ns mesmos.

    Inquestionavelmente, tal ponto jamais se encontra no passado, nem tampouco no futuro. Quemquiser descobrir esse ponto misterioso, deve busc-lo aqui e agora, dentro de si mesmo, exatamente nesteinstante, nem um segundo depois, nem um segundo antes.

    Os dois paus, o Vertical e o Horizontal da Santa Cruz, encontram-se neste ponto.

    Encontramo-nos pois, de instante em instante, diante de dois Caminhos: o Horizontal e o Vertical...

    evidente que o Horizontal muito comum: por ele andam Vicente e toda gente, o Sr.Raimundo e todo o mundo.

    O Caminho Vertical diferente: o caminho dos rebeldes inteligentes, dos Revolucionrios...

    Quando algum se recorda de si mesmo, quando trabalha sobre si mesmo, quando no se identifica

    com todos os problemas e sofrimentos da vida, est de fato trilhando a Senda Vertical...Certamente, jamais ser tarefa fcil eliminar as emoes negativas, perder toda identificaocom nosso prprio trem da vida, problemas de todo tipo, negcios, dvidas, pagamento de letras, hipotecas,telefone, gua, luz, etc., etc., etc.

    Os desempregados, aqueles que por qualquer motivo perderam o emprego, o trabalho,evidentemente sofrem por falta de dinheiro, e esquecer seu caso, no se preocupar nem se identificar com seuprprio problema, resulta de fato espantosamente difcil.

    Aqueles que sofrem, aqueles que choram, aqueles que foram vtimas de alguma traio na vida,de uma ingratido, de uma calnia ou de alguma fraude, realmente se esquecem de si mesmos, de seu real Serntimo; identificam-se completamente com sua tragdia moral...

    O trabalho sobre si mesmo a caracterstica fundamental do Caminho Vertical. Ningum poderia

    trilhar a Senda da Grande Rebeldia se jamais trabalhasse sobre si mesmo.O trabalho a que estamos nos referindo de tipo psicolgico; ocupa-se de certa transformao

    do momento presente em que nos encontramos.

    Necessitamos aprender a viver de instante a instante...

    Por exemplo, uma pessoa que se encontra desesperada por algum problema sentimental, econmicoou poltico, obviamente esqueceu-se de si mesma.

    Se tal pessoa se detm por um instante, se observa a situao e trata de recordar-se de si mesmae depois se esfora por compreender o sentido de sua atitude...

    Se reflete um pouco, se pensa no fato de que tudo passa, de que a vida ilusria, fugaz, de quea morte reduz a cinzas todas as vaidades do mundo...

    Se compreende que seu problema no fundo no mais que fogo de palha, um fogo ftuo quelogo se apagar, ver imediatamente, com surpresa, que tudo se transformou.

    Transformar reaes mecnicas possvel mediante a confrontao lgica e a Auto-Reflexontima do Ser.

    evidente que as pessoas reagem mecanicamente diante das diversas circunstncias da vida...

    Pobres pessoas! Costumam sempre converter-se em vtimas. Sorriem quando algum as adula,sofrem quando algum as humilha. Insultam se so insultadas, ferem quando so feridas, nunca so livres;seus semelhantes tm o poder de lev-las da alegria tristeza, da esperana ao desespero.

    Cada pessoa dessas que vo pelo Caminho Horizontal se parece com um instrumento musical,onde cada um de seus semelhantes toca o que bem deseja...

    Quem aprende a transformar as relaes mecnicas de fato vai pelo Caminho Vertical.Isto representa uma mudana fundamental no Nvel do Ser, resultado extraordinrio da

    Rebeldia Psicolgica.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    7/59

    7

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo IV

    A Essncia

    O que torna belo e adorvel todo menino recm-nascido sua Essncia; esta constitui em simesma sua verdadeira realidade...

    O crescimento normal da Essncia em toda criatura certamente muito residual, incipiente...

    O corpo humano cresce e se desenvolve de acordo com as leis biolgicas da espcie. Entretanto,tais possibilidades resultam por si mesmas muito limitadas para a Essncia. Inquestionavelmente, a Essncias pode crescer por si mesma, sem ajuda, em um grau muito pequeno.

    Falando francamente, diremos que o crescimento espontneo e natural da Essncia s possveldurante os primeiros trs ou quatro anos de idade, isto , na primeira etapa da vida.

    Em geral se pensa que o crescimento e o desenvolvimento da Essncia se realizam de formacontnua, de acordo com a mecnica da evoluo; mas sempre de forma contnua, de acordo com a mecnicada evoluo; mas o Gnosticismo Universal ensina claramente que isto no ocorre assim.

    A fim de que a Essncia cresa mais, algo muito especial deve acontecer, h que se realizar algonovo...

    Quero referir-me, de forma enftica, ao trabalho sobre si mesmo. O desenvolvimento da Essncias possvel base de trabalhos conscientes e sofrimentos voluntrios.

    necessrio compreender que estes trabalhos no se referem a questes de profisso, bancos,carpintarias, serralheria, conserto de linhas frreas ou assuntos de escritrio.

    Este trabalho para toda pessoa que haja desenvolvido a personalidade; trata-se de algopsicolgico.

    Todos ns sabemos que temos dentro de ns mesmos isso que se chama Ego, Eu, Mim Mesmo,Si Mesmo...

    Desgraadamente, a Essncia se encontra engarrafada dentro do Ego, e isto lamentvel.Dissolver o Eu Psicolgico, desintegrar seus elementos indesejveis, urgente, inadivel,

    impostergvel. Este o sentido do trabalho sobre si mesmo.

    Nunca poderemos libertar a Essncia sem desintegrar previamente o Eu Psicolgico.

    Na Essncia esto a Religio, o Buda, a Sabedoria, as partculas de dor de nosso Pai que estnos Cus e todos os dados de que necessitamos para a Auto-Realizao ntima do Ser.

    Ningum poderia aniquilar o Eu Psicolgico sem eliminar previamente os elementos inumanosque trazemos dentro de ns.

    Necessitamos reduzir a cinzas a crueldade monstruosa destes tempos, a inveja, quedesgraadamente veio a converter-se na mola secreta de nossas aes, a cobia insuportvel que tornou a vida

    to amarga, a asquerosa maledicncia, a calnia que tantas tragdias origina, a embriagus, a imunda luxriaque age to mal, etc., etc., etc...

    medida que todas essas abominaes forem sendo reduzidas a poeira csmica, a Essncia,alm de emancipar-se, crescer e se desenvolver harmoniosamente.

    Inquestionavelmente, quando o Eu Psicolgico morre, resplandece em ns a Essncia.

    A Essncia livre confere-nos beleza ntima, e de tal beleza emanam a felicidade perfeita e overdadeiro Amor...

    A Essncia possui mltiplos sentidos de perfeio e extraordinrios poderes naturais...

    Quando Morremos em Ns Mesmos, quando dissolvemos o Eu Psicolgico, gozamos dospreciosos sentidos e poderes da Essncia.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    8/59

    8

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo V

    Acusar a Si Mesmo

    A Essncia que cada um de ns traz em seu interior vem do alto, do Cu, das Estrelas...

    Inquestionavelmente, a Essncia maravilhosa provm da nota L (a Via Lctea, a galxia emque vivemos).

    A Essncia preciosa passa atravs da nota Sol (o Sol), a seguir pela nota Fa (a ZonaPlanetria), entra neste mundo e peneira em nosso prprio interior.

    Nossos pais criaram o corpo apropriado para a recepo dessa Essncia, que vem das Estrelas...

    Trabalhando intensamente sobre ns mesmos e sacrificando-nos por nossos semelhantes,regressaremos vitoriosos ao seio profundo de Urnia...

    Ns estamos vivendo neste mundo por algum motivo, para algo, por algum fator especial...

    Obviamente, h em ns muitas coiss que devemos ver, estudar, compreender, se que na realidade

    ansiamos saber algo sobre ns mesmos, sobre nossa prpria vida.Trgica a existncia daquele que morre sem haver conhecido o motivo de sua vida...

    Cada um de ns deve descobrir, por si mesmo, o sentido de sua prpria vida, aquilo que omantm prisioneiro no crcere da dor...

    Evidentemente, existe em cada um de ns algo que nos amarga a vida e contra o qual necessitamoslutar firmemente.

    No indispensvel que continuemos na desgraa; inadivel reduzir a poeira csmica isso quenos faz to fracos e infelizes.

    De nada serve envaidecer-nos com ttulos, honras, diplomas, dinheiro, intil raciocnio subjetivo,costumeiras virtudes, etc., etc., etc.

    No devemos esquecer jamais que a hipocrisia e as tolas vaidades da falsa personalidade fazem-nos torpes, ranosos, retardatrios, reacionrios, incapazes para ver o novo...

    A morte tem muitos significados, tanto positivos como negativos. Consideremos aquela magnficaobservao do Grande Kabir Jesus, o Cristo: Que os mortos sepultem os seus mortos.

    Muitas pessoas, ainda que vivam, esto de fato mortas para todo possvel trabalho sobre simesmas, e, por conseguinte, para qualquer transformao ntima.

    So pessoas engarrafadas em seus dogmas e crenas; pessoas petrificadas nas recordaes demuitos passados; indivduos cheios de preconceitos ancestrais; pessoas escravas do que os outros vo dizer,espantosamente tbias, indiferentes, s vezes sabichonas, convencidas de estarem com a verdade porqueassim o disseram, etc., etc., etc...

    Essas pessoas no querem entender que este mundo um Ginsio Psicolgico, mediante oqual ser possvel aniquilar essa feira secreta que todos carregamos dentro de ns...

    Se estas pobres pessoas compreendessem o estado to lamentvel em que se encontram, tremeriamde horror...

    No entanto, tais pessoas pensam sempre de si mesmas o melhor; orgulham-se de suas virtudes,sentem-se perfeitas, bondosas, serviais, nobres, caridosas, inteligentes, cumpridoras de seus deveres, etc.

    A vida prtica como escola formidvel, mas tom-la como um fim em si mesma manifestamenteabsurdo.

    Aqueles que tomam a vida em si mesma, tal como se vive diariamente, no compreendem anecessidade de trabalhar sobre si mesmos para conseguir uma Transformao Radical.

    Desgraadamente, as pessoas vivem mecanicamente, nunca ouviram falar sobre o trabalho interior.

    Mudar necessrio, mas as pessoas no sabem como, sofrem muito e nem sequer sabem porquesofrem...

    Ter dinheiro no tudo. A vida de muitas pessoas ricas costuma ser verdadeiramente trgica...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    9/59

    9

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo VI

    A Vida

    No terreno da vida prtica, sempre descobrimos contrastes que assombram. Pessoas endinheiradas,possuindo magnficas residncias e muitas amizades, s vezes sofrem espantosamente...

    Humildes operrios da p e da picareta, ou pessoas da classe mdia, vivem s vezes em completafelicidade.

    Muitos arquimilionrios sofrem de impotncia sexual, e ricas senhoras choram amargamente ainfelicidade do marido...

    Os ricos da Terra parecem abutres dentro de gaiolas de ouro, e atualmente no podem viver semguarda-costas...

    Os homens de Estado arrastam correntes, nunca esto livres e andam por todos os lados rodeadosde homens armados at os dentes...

    Estudemos esta situao mais detidamente. Necessitamos saber o que a vida. Cada um livrepara opinar como queira...

    Digam o que digam, certamente ningum sabe nada, a vida um problema que ningum entende...

    Quando as pessoas desejam contar-nos gratuitamente a histria de sua vida, citam acontecimentos,nomes e sobrenomes, datas, etc., e sentem satisfao ao fazer seus relatos.

    Essas pobres pessoas ignoram que seus relatos esto incompletos, porque eventos, nomes edatas so apenas o aspecto externo do filme; falta o aspecto interno...

    urgente conhecer os estados de conscincia: a cada evento corresponde tal ou qual estadoanmico.

    Os estados so interiores e os eventos so exteriores; os acontecimentos externos no so tudo...

    Entende-se por estados interiores as boas ou ms disposies, as preocupaes, a depresso, asuperstio, o temor, a suspeita, a misericrdia, a auto-considerao, a superestimao de si mesmo; estadosde felicidade, estados de gozo, etc., etc., etc.

    Inquestionavelmente, os estados interiores podem corresponder-se exatamente com osacontecimentos exteriores, podem ser originados por estes, ou no ter relao alguma com os mesmos...

    De qualquer modo, estados e eventos so diferentes. Nem sempre os eventos se correspondemexatamente com estados afins.

    O estado interior de um evento agradvel poderia no se corresponder com o mesmo.

    O estado interior de um evento desagradvel tambm poderia no se corresponder com o mesmo.

    Quando surgiram acontecimentos aguardados durante muito tempo, muitas vezes sentimos quefaltava algo...

    E, frequentemente, o acontecimento que no espervamos veio a ser o que melhores momentosnos proporcionou...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    10/59

    10

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo VII

    O Estado Interior

    Combinar estados interiores com acontecimentos exteriores, de forma correta, saber viverinteligentemente.

    Qualquer evento inteligentemente vivenciado exige seu correspondente estado interior especfico.

    Porm, infelizmente, as pessoas, quando revisam sua vida, pensam que esta formadaexclusivamente por eventos exteriores...

    Pobres pessoas! Pensam que, se tal ou qual acontecimento no lhes houvesse sucedido, sua vidateria sido melhor...

    Supem que a sorte veio ao seu encontro, e que perderam a oportunidade de ser felizes...

    Lamentam o perdido, choram o que desprezaram, gemem recordando velhos tropeos ecalamidades...

    No querem dar-se conta de que vegetar no viver, e de que a capacidade para existirconscientemente depende exclusivamente da qualidade dos estados interiores da Alma...

    Certamente, no importa quo formosos sejam os acontecimentos externos da vida, se no nosencontramos em tais momentos no estado interior apropriado. Os melhores eventos podem parecer-nosmontonos, cansativos, ou simplesmente aborrecedores...

    Algum aguarda com ansiedade a festa de casamento; um acontecimento, mas poderia sucederque estivesse to preocupado no momento preciso do evento que realmente no encontrasse nele nenhumdeleite, e que tudo aquilo se tornasse to rido e frio como um protocolo...

    A experincia nos ensinou que nem todas as pessoas que assistem a um banquete ou a um baile,divertem-se de verdade...

    Nunca falta um aborrecido no melhor dos festejos, e as peas mais deliciosas alegram a uns e

    fazem chorar a outros...Muito raras so as pessoas que sabem combinar conscientemente o evento externo com o estado

    interno apropriado.

    lamentvel que as pessoas no saibam viver conscientemente: choram quando devem ir e riemquando devem chorar...

    Controle diferente: o sbio pode estar alegre, mas nunca cheio de louco frenesi; triste, masnunca desesperado e abatido; sereno no meio de violncia; abstmio na orgia; casto em meio luxria, etc...

    As pessoas melanclicas e pessimistas pensam da vida o pior e francamente no desejam viver...

    Todos os dias vemos pessoas que no somente so infelizes como, alm disso, e o que o pior,fazem tambm amarga a vida dos demais...

    Gente assim no mudaria nem vivendo diariamente de festa em festa; carregam a enfermidadepsicolgica em seu interior. Tais pessoas possuem estados ntimos definitivamente perversos...

    No obstante, esses indivduos se auto-qualificam como justos, santos, virtuosos, nobres, serviais,mrtires, etc., etc., etc...

    So pessoas que se auto-consideram demasiadamente; pessoas que estimam muito a si mesmas,indivduos que se apiedam muito de si mesmos e que sempre buscam escapatrias para fugir a suas prpriasresponsabilidades...

    Pessoas assim esto acostumadas s emoes inferiores, e evidente que por tal motivo criamdiariamente elementos psquicos infrahumanos.

    Os eventos desgraados, os reveses da fortuna, misria, dvidas, problemas, etc., so

    exclusivamente daquelas pessoas que no sabem viver...Qualquer um pode formar uma rica cultura intelectual, mas so muito poucas as pessoas que

    aprenderam a viver retamente...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    11/59

    11

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Quando algum quer separar os eventos exteriores dos estados interiores da conscincia, demonstraconcretamente sua incapacidade para existir dignamente.

    Aqueles que aprendem a combinar conscientemente eventos exteriores e estados interiores marchampelo caminho do xito...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    12/59

    12

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo VIII

    Estados Equivocados

    Inquestionavelmente, na rigorosa observao do Mim Mesmo, resulta inadivel fazer umacompleta diferenciao lgica entre os acontecimentos exteriores da vida prtica e os estados ntimos daconscincia.

    Necessitamos, com urgncia, saber onde estamos situados em um dado momento, tanto emrelao ao estado ntimo da conscincia como natureza especfica do acontecimento exterior que nos estsucedendo.

    A vida, em si mesma, uma srie de acontecimentos que se processam atravs do tempo e doespao...

    Algum disse: A vida uma cadeia de martrios que o homem leva enredada na Alma...

    Cada um tem liberdade de pensar como quiser; eu creio que aos efmeros prazeres de um instantefugaz sucedem sempre o desencanto e a amargura...

    Cada acontecimento tem seu sabor caracterstico especial, e os estados interiores so tambm dediversos tipos; isto irrefutvel...

    Certamente, o trabalho interior sobre si mesmo se refere aos diversos estados psicolgicos daconscincia...

    Ningum poderia negar que carregamos, em nosso interior, muitos erros, e que existem estadosequivocados...

    Se realmente queremos mudar, necessitamos, com urgncia mxima e inadivel, modificarradicalmente esses estados equivocados da conscincia...

    A modificao absoluta dos estados equivocados origina transformaes completas no terrenoda vida prtica.

    Quando algum trabalha seriamente sobre os estados equivocados, obviamente os acontecimentosdesagradveis da vida j no podem fer-lo to facilmente...

    Estamos dizendo algo que s possvel compreender vivenciando-o, sentindo-o realmente noprprio terreno dos fatos...

    Quem no trabalha sobre si mesmo sempre vtima das circunstncias; como um mseropedao de madeira entre as guas tormentosas do oceano...

    Os acontecimentos mudam incessantemente em suas mltiplas combinaes, vm um aps outroem ondas; so influncias...

    Certamente existem bons e maus acontecimentos; alguns eventos sero melhores ou piores queoutros...

    Modificar certos eventos possvel; alterar resultados, modificar situaes, etc., est certamentedentro das possibilidades.

    Mas existem, de fato, situaes que no podem ser alteradas. Nestes ltimos casos, devem seraceitas conscientemente, ainda que algumas sejam muito dolorosas e at perigosas...

    Inquestionavelmente, a dor desaparece quando no nos identificamos com o problema que seapresentou...

    Devemos considerar a vida como uma srie sucessiva de estados interiores; uma histria autnticade nossa vida em particular est formada por todos esses estados...

    Ao revisar a totalidade de nossa prpria existncia, podemos verificar por ns mesmos, de formadireta, que muitas situaes desagradveis foram possveis graas a estados interiores equivocados...

    Alexandre o Grande, ainda que sempre tenha sido temperado por natureza, se entregou pororgulho aos excessos que lhe produziram a morte...

    Francisco I morreu por causa de um adultrio sujo e abominvel, que a histria ainda recorda

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    13/59

    13

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    muito bem...

    Quando Marat foi assassinado por uma monja perversa, morria de orgulho e inveja e acreditava-se absolutamente justo...

    As damas do Parque dos Servos, inquestionavelmente, acabaram totalmente com a vitalidade doespantoso fornicrio chamado Luiz XV.

    Muitas so as pessoas que morrem por ambio, ira ou cimes; isto o sabem muito bem os

    psiclogos...Quando nossa vontade se confirma irrevogavelmente em uma tendncia absurda, nos convertemos

    em candidatos ao cemitrio.

    Otelo, devido aos cimes, se converteu em assassino, e a priso est cheia de equivocadossinceros...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    14/59

    14

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo IX

    Acontecimentos Pessoais

    Torna-se inadivel a plena auto-observao ntima do Mim Mesmo, quando se trata de descobrirestados psicolgicos equivocados.

    Inquestionavelmente, os estados psicolgicos equivocados podem ser corrigidos medianteprocedimentos corretos.

    Como a vida interior o im que atrai os eventos exteriores, necessitamos, com a mximaurgncia, eliminar de nossa psique os estados psicolgicos errneos.

    Corrigir estados psicolgicos equivocados indispensvel quando se quer alter fundamentalmentea natureza de certos eventos indesejveis.

    Alterar nossa relao com determinados eventos possvel se eliminamos de nosso interiorcertos estados psicolgicos absurdos.

    Situaes exteriores destrutivas poderiam se converter em inofensivas e at construtivas mediantea inteligente correo dos estados interiores errneos.

    Algum pode mudar a natureza dos eventos desagradveis que lhe ocorrem quando se purificaintimamente.

    Quem jamais corrige os estados psicolgicos absurdos, crendo-se muito forte, converte- se emvtima das circunstncias.

    Por ordem em nossa desordenada casa interior vital, quando se deseja mudar o curso de umaexistncia infeliz.

    As pessoas que se queixam de tudo, sofrem, choram e protestam, gostariam de mudar de vida,sair do infortnio em que se encontram; infelizmente, no trabalham sobre si mesmas.

    No querem dar-se conta de que a vida interior atrai circunstncias exteriores, e que, se estas so

    dolorosas, isto se deve aos estados interiores absurdos.O exterior apenas o reflexo do interior; quem muda interiormente origina uma nova ordem de

    coisas.

    Os eventos exteriores jamais poderiam ser to importantes, como o modo de reagir ante osmesmos.

    Permanecestes sereno ante o insultador? Recebestes com agrado as manifestaes desagradveisde vossos semelhantes?

    De que maneira reagistes ante a infidelidade do ser amado? Deixaste-vos levar pelo veneno doscimes? Matastes? Estais na priso?

    Os hospitais, os cemitrios e as prises esto cheios de equivocados sinceros, que reagiram de

    forma absurda ante os eventos exteriores.A melhor arma que um homem pode usar na vida um estado psicolgico correto.

    Pode-se desarmar feras e desmascarar traidores mediante estados interiores apropriados.

    Os estados interiores equivocados convertem-se em vtimas indefesas da perversidade humana.

    Aprendei a enfrentar os acontecimentos mais desagradveis da vida prtica com uma atitudeinterior apropriada...

    No vos identifiqueis com acontecimentos mais desagradveis da vida prtica com uma atitudeinterior apropriada...

    No vos identifiqueis com acontecimento algum; recordai que tudo passa; aprendei a ver a vidacomo um filme e recebereis os benefcios...

    No esqueais que acontecimentos sem nenhum valor poderiam levar-nos desgraa, se noeliminardes de vossa Psique os estados interiores equivocados.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    15/59

    15

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Cada evento exterior necessita, inquestionavelmente, da senha apropriada, ou seja, do estadopsicolgico preciso.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    16/59

    16

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo X

    Os Diferentes Eus

    O Mamfero Racional, equivocadamente chamado homem, realmente no possui umaindividualidade definida.

    Inquestionavelmente, esta falta de unidade psicolgica no humanide a causa de tantasdificuldades e amarguras.

    O corpo fsico uma unidade completa e trabalha como um todo orgnico, a menos que estejadoente.

    Entretanto, a vida interior do humanide de modo algum uma unidade psicolgica.

    O mais grave de tudo isso, a despeito do que digam as diversas escolas de tipo Pseudo- Esotricono fundo ntimo de cada um.

    Certamente, em tais condies, no existe trabalho harmonioso, como um todo, na vida interiordas pessoas.

    O humanide, no que diz respeito a seu estado interior, uma multiplicidade psicolgica, umasoma de Eus.

    Os ignorantes ilustrados desta poca tenebrosa rendem culto ao EU, endeusam-no, colocam-no nos altares, chamam-no Alter Ego, Eu Superior, Eu Divino, etc., etc., etc.

    No querem dar-se conta, os sabiches desta idade negra em que vivemos, de que Eu Superiorou Eu Inferior so duas sees do mesmo Ego pluralizado...

    O humanide no tem certamente um Eu Permanente, mas uma multido de diferentes Eusinfrahumanos e absurdos.

    O pobre animal intelectual, equivocadamente chamado homem, semelhante a uma casa emdesordem, onde, em vez de um nico chefe, existem muitos criados que querem sempre mandar e fazer o que

    lhes vem cabea...O maior erro do Pseudo-Esoterismo e Pseudo-Ocultismo baratos supor que os outros possuem

    ou que se tem um Eu Permanente e Imutvel, sem princpio e sem fim...

    Se esses que assim pensam despertassem a conscincia, ainda que fosse por um instante, poderiamevidenciar claramente, por si mesmos, que o humanide racional nunca o mesmo por muito tempo...

    O mamfero intelectual, do ponto de vista psicolgico, muda continuamente...

    Pensar que se uma pessoa se chama Luiz sempre Luiz como uma brincadeira de muito maugosto...

    Esse sujeito, a quem se chama Luiz, tem em si mesmo outros Eus, outros Egos que se expressamatravs de sua personalidade em diferentes momentos, e, ainda que o Luiz no goste da cobia, outro Eu

    nele, chamemo-lhe Pepe, gosta da cobia, e assim sucessivamente...Nenhuma pessoa a mesma de forma contnua. Realmente, no necessrio ser muito sbio

    para dar-se conta cabal das inmeras mudanas e contradies de cada indivduo...

    Supor que algum possui um Eu Permanente e Imutvel equivale a um abuso para com oprximo e para consigo mesmo...

    Dentro de cada pessoa vivem muitas pessoas, muitos Eus, isto o pode verificar, por si mesmoe de forma direta, qualquer pessoa desperta, consciente...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    17/59

    17

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo XI

    O Querido Ego

    Considerando que superior e inferior so duas sees de uma mesma coisa, pode-se deduziro seguinte corolrio: Eu Superior e Eu Inferior so dois aspectos do mesmo Ego tenebroso e pluralizado.

    O denominado Eu Divino ou Eu Superior, Alter Ego ou algo parecido, certamente umaevasiva do Mim Mesmo, uma forma de auto-engano.

    Quando o Eu quer continuar aqui e no alm, se auto-engana com o falso conceito de um EuDivino Imortal...

    Nenhum de ns tem um Eu verdadeiro, permanente, imutvel, eterno, inefvel, etc., etc., etc.

    Nenhum de ns tem, na verdade, uma verdadeira e autntica Unidade de Ser; infelizmente, nemsequer possumos uma legtima individualidade.

    O Ego, ainda que continue alm do tmulo, tem, no entanto, um princpio e um fim.

    O Ego nunca algo individual, unitrio, unitotal. Obviamente, o Eu so Eus.No Tibete Oriental, os Eus so denominados Agregados Psquicos ou simplesmente Valores,sejam estes ltimos positivos ou negativos.

    Se pensamos em cada Eu como uma pessoa diferente, podemos asseverar de forma enftica oseguinte: Dentro de cada pessoa que vive no mundo, existem muitas pessoas.

    Inquestionavelmente, dentro de cada um de ns vivem muitas pessoas diferentes, algumas melhores,outras piores...

    Cada um destes Eus, cada uma destas pessoas, luta pela supremacia, quer ser exclusiva, controlao crebro intelectual ou os centros emocional e motor cada vez que pode, at que outra a substitui...

    A Doutrina dos Muitos Eus foi ensinada no Tibete Oriental pelos verdadeiros Clarividentes,pelos autnticos iluminados...

    Cada um de nossos defeitos psicolgicos est personificado em tal ou qual Eu.

    Considerando que temos milhares e at milhes de defeitos, evidente que vive muita gente emnosso interior.

    Em questes psicolgicas, pudemos evidenciar claramente que os paranicos, eglatras emitmanos por nada na vida abandonariam o culto do querido Ego.

    Inquestionavelmente, tais pessoas odeiam mortalmente a doutrina dos muitos Eus.

    Quando algum quer conhecer de verdade a si mesmo, deve auto-observar-se e tratar de conheceros diferentes Eus que esto radicados em sua personalidade.

    Se algum de nossos leitores no compreende essa doutrina dos muitos Eus, deve-se

    exclusivamente falta de prtica em matria de Auto-Observao. medida em que algum pratica a Auto-Observao interior, vai descobrindo, por si mesmo, asmuitas pessoas, os muitos Eus que vivem dentro de sua prpria personalidade.

    Aqueles que negam a doutrina dos muitos Eus, aqueles que adoram a um Eu Divino,indubitavelmente jamais se auto-observaram seriamente. Falando em estilo socrtico, diremos que essas pessoasno s ignoram como, alm disso, ignoram que ignoram.

    Certamente jamais poderamos conhecer a ns mesmos sem a auto-observao sria e profunda.

    Enquanto uma pessoa continue considerando-se como Um, claro que qualquer transformaointerior ser totalmente impossvel.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    18/59

    18

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo XII

    A Transformao Radical

    Enquanto um homem prosseguir com o erro de crer-se Um, nico, Individual, evidente que amudana radical ser algo mais que impossvel.

    O fato mesmo de que o trabalho esotrico comea com a rigorosa observao de ns mesmosest nos indicando uma multiplicidade de fatos psicolgicos, Eus ou elementos indesejveis que urgenteextirpar, erradicar de nosso interior.

    Inquestionavelmente, de modo algum seria possvel eliminar erros desconhecidos.

    Urge observar previamente aquilo que queremos separar de nossa Psique.

    Este tipo de trabalho no externo, mas interno, e aqueles que pensem que qualquer manual deetiqueta ou sistema tico externo e superficial poder lev-los ao xito estaro de fato totalmente equivocados.

    O fato concreto e definido de que o trabalho ntimo se inicia com a ateno concentrada naobservao plena de si mesmo motivo mais que suficiente para demonstrar que isto exige um esforo pessoalmuito particular de cada um de ns.

    Falando francamente, asseveramos enfaticamente o seguinte: nenhum ser humano poderia fazereste tipo de trabalho por ns.

    No possvel mudana alguma em nossa Psique sem a observao direta de todo esse conjuntode fatores subjetivos que levamos dentro de ns.

    Aceitar simplesmente a multiplicidade de erros, descartando a necessidade de estudo e observaodireta dos mesmos, significa de fato uma evasiva ou escapatria, uma fuga de si mesmo, uma forma de auto-engano.

    S atravs do esforo rigoroso da observao judiciosa de si mesmo, sem escapatrias de qualquerespcie, poderemos evidenciar realmente que no somos Um, mas Muitos.

    Admitir a pluralidade do Eu e evidenci-la atravs da observao rigorosa so dois aspectosdiferentes.

    Algum pode aceitar a Doutrina dos Muitos Eus sem jamais hav-la evidenciado; isto s possvel auto-observando-se cuidadosamente.

    Evitar o trabalho de observao ntima, buscar evasivas, sinal inconfundvel de degenerao.

    Enquanto um homem sustenta a iluso de que sempre uma e a mesma pessoa, no pode mudar;e bvio que a finalidade deste trabalho precisamente conseguir uma transformao gradual em nossa vidainterior.

    A transformao radical uma possibilidade definida, que normalmente se perde quando no setrabalha sobre si mesmo.

    O ponto inicial da transformao radical permanece oculto enquanto o homem continuar crendo-se Um.

    Aqueles que rechaam a Doutrina dos Muitos Eus demonstram claramente que jamais se auto-observaram seriamente.

    A severa observao de si mesmo, sem escapatrias de qualquer espcie, permite- nos verificarpor ns mesmos o cru realismo de que no somos Um, mas Muitos.

    No mundo das opinies subjetivas, diversas teorias pseudo-esotricas ou pseudo- ocultistas servemsempre de sada para a fuga de si mesmo...

    Inquestionavelmente, a iluso de que se sempre uma e a mesma pessoa constitui obstculo paraa auto-observao...

    Algum poderia dizer: Sei que no sou um mas muitos, a Gnose me ensinou. Tal afirmao,ainda que fosse muito sincera, se no existisse plena experincia vivida sobre esse aspecto doutrinrio,obviamente seria algo meramente externo e superficial.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    19/59

    19

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Evidenciar, experimentar e compreender o fundamental; s assim possvel trabalharconscientemente, para se conseguir uma transformao radical.

    Afirmar uma coisa e compreender outra. Quando algum diz: Compreendo que no sou um,mas muitos, se sua compreenso verdadeira e no mero palavreado insubstancial, isto indica plena verificaoda Doutrina dos Muitos Eus.

    Conhecimento e Compreenso so diferentes. O primeiro da mente, o segundo do corao.

    O mero conhecimento da Doutrina dos Muitos Eus de nada serve.Infelizmente, nos tempos em que vivemos, o conhecimento foi muito alm da compreenso; o

    pobre animal intelectual, equivocadamente chamado homem, desenvolveu exclusivamente o conhecimento,esquecendo lamentavelmente o Ser.

    Conhecer a Doutrina dos Muitos Eus e compreend-la fundamental para toda transformaoradical verdadeira.

    Quando um homem comea a observar-se detidamente, partindo do princpio de que no Um,mas Muitos, obviamente iniciou o trabalho srio sobre sua natureza interior.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    20/59

    20

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo XIII

    Observador e Observado

    muito claro e no difcil de compreender que, quando algum comea a observar-se seriamente,partindo do princpio de que no Um, mas Muitos, comea realmente a trabalhar sobre tudo isso que carregadentro de si.

    So obstculos, tropeos, impecilhos para o trabalho de Auto-Observao ntima os seguintesdefeitos psicolgicos. Mitomania (delrio de grandeza, crer-se um Deus); Egolatria (crena em um Eupermanente, adorao a qualquer espcie de Alter-Ego); Parania (achar que sabe tudo, auto-suficincia,presuno, crer-se infalvel, orgulho mstico, pessoa que no sabe ver o ponto de vista alheio).

    Quando se continua com a convico absurda de que Um, de que se possui um Eu permanente,torna-se mais que impossvel o trabalho srio sobre si mesmo.

    Quem sempre se cr Um, nunca ser capaz de separar-se de seus prprios elementos indesejveis.Considerar cada pensamento, sentimento, desejo, emoo, paixo, afeto, etc., como funcionalismos diferentes,

    imodificveis, de sua prpria natureza, e at se justificar ante os demais dizendo que tais ou quais defeitospessoais so de carter hereditrio...

    Quem aceita a Doutrina dos Muitos Eus compreende, base de observao, que cada desejo,pensamento, ao, paixo, etc., corresponde a um ou outro Eu distinto, diferente...

    Qualquer atleta da Auto-Observao ntima trabalha muito seriamente dentro de si mesmo, e seesfora por separar de sua Psique os diversos elementos indesejveis que carrega consigo.

    Se algum de verdade e muito sinceramente comea a observar-se internamente, dividir-se- emdois: Observador e Observado.

    Se tal diviso no ocorresse, evidente que nunca daramos um passo adiante na via maravilhosado Auto-Conhecimento.

    Como poderamos observar a ns mesmos, se cometssemos o erro de no querer dividir-nos emObservador e Observado?

    Se tal diviso no ocorresse, bvio que nunca daramos um passo adiante no caminho do Auto-Conhecimento.

    Indubitavelmente, quando esta diviso no sucede, continuamos identificados com todos osprocessos do Eu Pluralizado.

    Quem se identifica com os diversos processos do Eu Pluralizado sempre vtima dascircunstncias.

    Como poderia modificar circunstncias aquele que no conhece a si mesmo? Como poderiaconhecer a si mesmo quem nunca se observou internamente? De que maneira poderia algum auto-observar-se, se no se divide previamente em Observador e Observado?

    Assim, ningum pode comear a mudar radicalmente enquanto no for capaz de dizer: Estedesejo um Eu animal, que devo eliminar; Este pensamento egosta outro Eu que me atormenta e quenecessito desintegrar; Esse sentimento, que fere meu corao, um Eu intruso que necessito reduzir apoeira csmica, etc., etc., etc.

    Naturalmente, isto impossvel para quem nunca se dividiu em Observador e Observado.

    Quem toma todos seus processos Psicolgicos como funcionalismos de um Eu nico, Individuale Permanente, encontra-se to identificado com todos os seus erros, tem- nos to unidos a si mesmo, queperdfe por tal motivo a capacidade de separ-los de sua Psique.

    Obviamente, pessoas assim jamais podem mudar radicalmente, so pessoas condenadas ao maisrotundo fracasso.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    21/59

    21

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo XIV

    Pensamentos Negativos

    Pensar profundamente e com plena ateno parece algo estranho nesta poca involutiva edecadente.

    Do Centro Intelectual surgem diversos pensamentos, provenientes, no de um Eu permanentecomo supem nesciamente os ignorantes ilustrados, mas dos diferentes Eus em cada um de ns.

    Quando um homem est pensando, cr firmemente que ele em si mesmo e por si mesmo estpensando.

    No quer entender o pobre mamfero intelectual que os mltiplos pensamentos que passam porseu entendimento tm sua origem nos diferentes Eus que leva dentro.

    Isto significa que no somos verdadeiros indivduos pensantes; realmente ainda no temos menteindividual.

    Entretanto, cada um dos diferentes Eus que carregamos dentro usa nosso Centro Intelectual,utiliza-o cada vez que pode para pensar.

    Seria absurdo, ento, identificar-nos com tal ou qual pensamento negativo e prejudicial,acreditando ser ele nossa propriedade particular.

    Obviamente, este ou aquele pensamento negativo provm de qualquer Eu que em um dadomomento utilizou abusivamente nosso Centro Intelectual.

    Existem pensamentos negativos de distintas espcies: suspeita, desconfiana, m vontade paracom outra pessoa, cimes passionais, cimes religiosos, cimes polticos, cimes por amizades ou de tipofamiliar, cobia, luxria, vingana, ira, orgulho, inveja, dio, ressentimento, furto, adultrio, preguia, gula,etc., etc., etc...

    Realmente, so tantos os defeitos psicolgicos que temos que, ainda que tivssemos um palato

    de ao e mil lnguas para falar, no conseguiramos enumer-los cabalmente.Como sequncia ou corolrio do que antecede, torna-se descabido identificarmo-nos com os

    pensamentos negativos.

    Uma vez que no possvel que exista efeito sem causa, afirmamos solenemente que umpensamento poderia existir por si mesmo, por gerao espontnea...

    evidente a relao entre pensador e pensamento; cada pensamento negativo tem sua origem emum pensador diferente.

    Em cada um de ns existem tantos pensadores negativos quantos pensamentos da mesma ndole.

    Vista a questo sob o ngulo pluralizado de Pensadores e Pensamentos, conclui-se que cadaum dos Eus que carregamos em nossa Psique certamente um pensador diferente.

    Inquestionavelmente, dentro de cada um de ns existem pensadores em demasia.No obstante, cada um destes, apesar de ser to s parte, cr-se o todo, em um dado momento...

    Os mitmanos, os eglatras, os narcisistas, os paranicos, nunca aceitariam a tese da pluralidadede pensadores, porque valorizam demasiadamente a si mesmos, sentem-se o papai do Tarzan ou a mamedas criancinhas...

    Como poderiam tais pessoas anormais aceitar a idia de que no possuem uma mente individual,genial, maravilhosa?...

    No obstante, tais Sabiches pensam de si mesmos o melhor, e at se vestem com a tnica deArstipo para demonstrar sabedoria e humildade...

    Conta a lenda dos sculos que Arstipo, querendo demonstrar sabedoria e humildade, vestiu-se

    com uma velha tnica cheia de remendos e buracos; empunhou com a mo direita o Basto da Filosofia e sefoi pelas ruas de Atenas...

    Dizem que, quando Scrates o viu vindo, exclamou com grande voz: Arstipo, v-se tua

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    22/59

    22

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    vaidade atravs dos buracos de tua vestimenta!

    Quem no vive sempre em estado de Alerta Novidade, Alerta Percepo, pensando que estpensando, facilmente se identifica com qualquer pensamento negativo.

    Como resultado, fortalece lamentavelmente o poder sinistro do Eu Negativo, autor docorrespondente pensamento em questo.

    Quanto mais nos identificamos com um pensamento negativo, tanto mais escravos seremos do

    correspondente Eu que o caracteriza.Com relao Gnose, ao Caminho Secreto, ao trabalho sobre si mesmo, nossas tentaes

    particulares encontram-se precisamente nos Eusque odeiam a Gnose, o trabalho esotrico; porque noignoram que sua existncia dentro de nossa psique est mortalmente ameaada pela Gnose e pelo Trabalho.

    Esses Eus Negativos e briges apoderam-se facilmente de certos rolos mentais armazenadosem nosso Centro Intelectual, e originam sequencialmente correntes mentais nocivas e prejudiciais.

    Se aceitamos esses pensamentos, esse Eus Negativos que em um dado momento controlamnosso Centro Intelectual, seremos ento incapazes de livrar-nos de seus resultados.

    Jamais devemos esquecer que todo Eu Negativo se auto-engana e engana; concluso:Mente.

    Cada vez que sentimos uma sbita perda de fora, quando o aspirante se desilude da Gnose, dotrabalho esotrico, quando perde o entusiasmo e abandona o melhor, bvio que foi enganado por algum EuNegativo.

    O Eu Negativo do Adultrio aniquila os nobres lares e torna desgraados os filhos.

    O Eu Negativo dos Cimes engana os seres que se adoram e destri sua felicidade.

    O Eu Negativo do Orgulho Mstico engana os devotos do Caminho e estes, sentindo-se sbios,cansam-se de seu Mestre ou o atraioam...

    O Eu Negativo apela para nossas experincias pessoais, nossas recordaes, nossas melhoresaspiraes, nosssa sinceridade, e, mediante uma rigorosa seleo de tudo isto, apresenta algo sob uma falsaluz, algo que fascina, e vem o fracasso...

    No obstante, quando algum descobre o Eu em ao, quando aprendeu a viver em estado dealerta, tal engano faz-se impossvel...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    23/59

    23

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo XV

    A Individualidade

    Crer-se Uno certamente uma brincadeira de muito mau gosto; infelizmente esta v ilusoexiste dentro de cada um de ns.

    Lamentavelmente, sempre pensamos de ns mesmos o melhor, jamais no ocorre compreenderque nem sequer possumos verdadeira individualidade.

    O pior que at nos damos ao falso luxo de supor que cada um de ns goza de plena conscinciae vontade prpria.

    Pobres de ns! Quo nscios somos! No h dvida de que a ignorncia a pior das desgraas.

    Dentro de cada um de ns existem muitos milhares de indivduos diferentes, Eus ou pessoas quebrigam entre si, que pelejam pela supremacia e que no tm ordem ou concordncia alguma entre si.

    Se fssemos conscientes, se despertssemos de tantos sonhos e fantasias, quo diferente seria avida...

    Mas, para cmulo de nosso infortnio, as emoes negativas e as auto-consideraes e amorprprio nos fascinam, nos hipnotizam, jamais nos permitem recordarmo-nos de ns mesmos, ver-nos tal qualsomos...

    Acreditamos ter uma s vontade, quando na realidade possumos muitas vontades diferentes(cada Eu tem a sua).

    A tragicomdia de toda esta Multiplicidade Interior pavorosa; as diferentes vontades interioreschocam-se entre si, vivem em conflito contnuo, atuam em diferentes direes.

    Se tivssemos verdadeira Individualidade, se possussemos uma Unidade em vez de umaMultiplicidade, teramos tambm continuidade de propsitos, conscincia desperta, vontade particular,individual.

    Mudar o indicado; entretanto, devemos comear por ser sinceros com ns mesmos.Necessitamos fazer um inventrio psicolgico sobre ns mesmos para conhecer o que nos sobra

    e o que nos falta.

    possvel conseguir a Individualidade, mas, se acreditamos t-la, tal possibilidade desaparecer.

    evidente que jamais lutaramos para conseguir algo que acreditamos ter. A fantasia nos fazcrer que somos possuidores da Individualidade, e at existem no mundo escolas que assim o ensinam.

    urgente lutar contra a fantasia. Esta nos faz crer que somos isto ou aquilo, quando na realidadesomos miserveis, desavergonhados e perversos.

    Pensamos que somos homens, quando de verdade somos to s mamferos intelectuais desprovidosde Individualidade.

    Os mitmanos crem-se Deuses, Mahatmas, etc., sem suspeitar que nem sequer tm menteindividual e Vontade Consciente.

    Os eglatras adoram tanto a seu querido Ego, que nunca aceitariam a idia da Multiplicidade deEgos dentro de si mesmos.

    Os paranicos, com todo o orgulho clssico que os caracteriza, nem sequer lero este livro...

    indispensvel travarmos uma luta de morte contra a fantasia acerca de ns mesmos, se queno queremos ser vtimas de emoes artificiais e experincias falsas que, alm de colocar-nos em situaesridculas, detm toda possibilidade de desenvolvimento interior.

    O animal intelectual est to hipnotizado por sua fantasia que sonha que leo ou guia, quandona verdade no mais que um pobre verme do lodo da terra.

    O mitmano jamais aceitaria as afirmaes feitas nas linhas acima; obviamente ele se sentearqui-hierofante, no importa o que digam, sem suspeitar que a fantasia meramente nada, nada senofantasia.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    24/59

    24

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    A fantasia uma fora real que atua universalmente sobre a humanidade e que mantm ohumanide intelectual em estado de sonho, fazendo-o crer que j homem, que possui verdadeira Individualidade,vontade, conscincia desperta, mente particular, etc., etc., etc...

    Quando pensamos que somos Um, no podemos mover-nos de onde estamos em ns mesmos,permanecemos estancados e por fim degeneramos, involumos.

    Cada um de ns encontra-se em determinada etapa psicolgica, e no poderemos sair da mesma

    a menos que descubramos diretamente todas essas pessoas ou Eus que vivem dentro de ns. claro que, mediante a auto-observao ntima, poderemos ver as pessoas que vivem em nossa

    psique e que necessitamos eliminar para lograr a transformao radical.

    Esta percepo, esta auto-observao, muda fundamentalmente todos os conceitos equivocadosque sobre ns tnhamos, e, como resultado, evidenciamos o fato concreto de que no possumos verdadeiraIndividualidade.

    Enquanto no nos auto-observemos, viveremos na iluso de que somos Um, e, como consequncia,nossa vida ser equivocada.

    No possvel relacionar-nos corretamente com nossos semelhantes enquanto no se realizeuma mudana interior no fundo de nossa psique.

    Qualquer mudana ntima exige a eliminao prvia dos Eus que levamos dentro de ns.De nenhuma maneira poderamos eliminar tais Eus se no os observamos em nosso interior.

    Aqueles que se sentem Um, que pensam em si mesmos o melhor, que nunca aceitariam a doutrinados muitos, tampouco desejam observar os Eus, e, portanto, qualquer possibilidade de mudana torna-seimpossvel para eles.

    No possvel mudar se no se elimina; mas quem se sente possuidor da Individualidade, seaceitasse que deve eliminar, ignoraria realmente o que deve eliminar.

    No entanto, no devemos esquecer que, quem cr ser Uno, auto-enganado, cr que sabe o queeliminar, quando na verdade nem sequer sabe que no sabe, um ignorante ilustrado.

    Necessitamos desegoistizar-nos para individualizar-nos, mas quem cr que possui a

    Individualidade impossvel que possa desegoistizar-se.A Individualidade 100% sagrada, raros so os que a tm; mas todos pensam que a tm.

    Como poderamos eliminar os mltiplos Eus se cremos que temos um Eu nico?

    Certamente s quem jamais se auto-observou seriamente pensa que tem um Eu nico.

    Devemos entretanto ser muito claros neste ensinamento, porque existe o perigo psicolgico de seconfundir a Individualidade autntica com o conceito de alguma espcie de Eu Superior, ou algo do gnero.

    A Individualidade Sagrada est muito alm de qualquer forma de Eu, o que , o que sempretem sido e o que sempre ser.

    A legtima Individualidade o Ser, e a razo de Ser do Ser o mesmo Ser.

    Distinga-se entre o Ser e o Eu. Aqueles que confundem o Eu com o Ser certamente nunca se

    auto-observaram seriamente.Enquanto a Essncia, a conscincia, continua engarrafada dentro de todo esse conjunto de Eus

    que levamos dentro, a transformao radical ser totalmente impossvel.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    25/59

    25

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo XVI

    O Livro da Vida

    Uma pessoa o que a sua vida. Isso que continua mais alm da morte a vida.

    Este o significado do livro da vida, que se abre com a morte.Vendo esta questo de um ponto de vista estritamente psicolgico, um dia qualquer de nossa vida

    realmente uma pequena rplica da totalidade da vida.

    De tudo isto podemos inferir o seguinte: Se um homem no trabalha sobre si mesmo hoje, nomudar nunca. Quando se afirma que se quer trabalhar sobre si mesmo, e no se trabalha hoje, adiando paraamanh, tal afirmao ser um simples projeto e nada mais, porque no hoje est a rplica de toda a nossaexistncia.

    Existe por a um dito popular que diz: No deixes para amanh o que podes fazer hoje mesmo.

    Se um homem diz: Trabalharei sobre mim mesmo, amanh, nunca trabalhar sobre si mesmo,porque sempre haver um amanh.

    Isto muito similar a certo aviso que alguns comerciantes pem em suas lojas: Fiado, samanh.

    Quando algum necessitado chega para solicitar crdito, encontra o terrvel aviso; volta no outrodia, e encontra outra vez o malfadado letreiro.

    Isto o que se chama em psicologia a doena do amanh.

    Enquanto um homem diga amanh, nunca mudar.

    Necessitamos, com urgncia mxima, inadivel, trabalhar sobre ns mesmos hoje, no sonharpreguiosamente com um futuro ou uma oportunidade extraordinria.

    Esses que dizem vou antes fazer isto ou aquilo, e depois trabalharei, jamais trabalharo sobresi mesmos. Esses so os moradores da terra citados nas Sagradas Escrituras.

    Conheci um poderoso latifundirio que dizia: primeiro necessito aumentar minhas propriedades,depois trabalharei sobre mim mesmo.

    Quando ficou mortalmente doente, fui visit-lo e lhe fiz a seguinte pergunta: Ainda queresaumentar tuas propriedades?

    Lamento de verdade haver perdido o tempo, me respondeu. Dias depois morreu, depois dehaver reconhecido seu erro.

    Aquele homem tinha muitas terras, mas queria apossar-se das propriedades vizinhas, a fim deque sua fazenda ficasse limitada exatamente por quatro caminhos.

    A cada dia basta o seu af!, disse o Grande Kabir Jesus. Devemos auto-observar- nos hojemesmo, no tocante ao dia sempre recorrente, miniatura de nossa vida inteira.

    Quando um homem comea a trabalhar sobre si mesmo hoje mesmo, quando observa seusdesgostos e penas, marcha pelo caminho do xito.

    No seria possvel eliminar o que no conhecemos. Devemos antes observar nossos prprioserros.

    Necessitamos no s conhecer nosso dia, como tambm nossa relao com o mesmo. H certodia ordinrio que cada pessoa experimenta diretamente, exceto os acontecimentos inslitos, inusitados.

    interessante observar a recorrncia diria, a repetio de palavras e acontecimentos na vida decada pessoa, etc.

    Essa repetio ou recorrncia de eventos e palavras merece ser estudada, pois nos conduz aoauto-conhecimento.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    26/59

    26

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo XVII

    Criaturas Mecnicas

    De maneira alguma poderamos negar a Lei da Recorrncia processando-se em cada momentode nossa vida.

    Certamente, em cada dia de nossa existncia existe repetio de eventos, estados de conscincia,palavras, desejos, pensamentos, volies, etc.

    bvio que, quando algum no se auto-observa, no pode se dar conta desta incessante repetiodiria.

    evidente que quem no sente interesse algum por observar-se a si mesmo, tampouco desejatrabalhar para lograr uma verdadeira transformao radical.

    Para o cmulo dos cmulos, existem pessoas que querem se transformar sem trabalhar sobre simesmos.

    No negamos o fato de que cada qual tem o direito real felicidade do esprito, mas tambm certo que tal felicidade seria absolutamente impossvel se no trabalhssemos sobre ns mesmos.

    Algum pode mudar intimamente quando realmente consegue modificar suas reaes ante osdiversos fatos que lhe sucedem diariamente.

    No entanto, no poderamos modificar nossa forma de reagir ante os fatos da vida prtica se notrabalhssemos seriamente sobre ns mesmos.

    Necessitamos mudar nossa maneira de pensar, ser menos negligentes, tornar-nos mais srios eencarar a vida de forma diferente, em seu sentido real e prtico.

    Mas se continuamos assim tal como estamos, comportando-nos da mesma forma todos os dias,repetindo os mesmos erros, com a mesma negligncia de sempre, qualquer possibilidade de mudana ficar defato eliminada.

    Se algum de verdade quer chegar a conhecer a si mesmo, deve comear por observar suaprpria conduta ante os acontecimentos de qualquer dia da vida.

    No queremos dizer com isto que no se deva observar-se diariamente, s queremos afirmar quese deve comear por um primeiro dia.

    Em tudo deve haver um comeo, e comear por observar nossa conduta em qualquer dia denossa vida um bom comeo.

    Observar nossas reaes mecnicas diante de todos esses pequenos detalhes do quarto, lar, salade jantar, casa, rua, trabalho, etc., etc., etc., o que se disse, sentiu e pensou, certamente o mais indicado.

    O importante ver logo de que maneira se pode mudar essas reaes; mas, se acreditamos quesomos boas pessoas, que nunca nos comportamos de forma inconsciente e equivocada, nunca mudaremos.

    Antes de tudo, necessitamos compreender que somos pessoas-mquinas, simples marionetescontroladas por agentes secretos, por Eus ocultos.

    Dentro de nossa pessoa vivem muitas pessoas, nunca somos idnticos; s vezes se manifesta emns uma pessoa mesquinha, outras vezes uma pessoa irritvel, em qualquer outro instante uma pessoa esplndida,benevolente, mais tarde uma pessoa escandalosa ou caluniadora, depois um santo, logo um trapaceiro, etc.

    Temos gente de todo tipo dentro de cada um de ns, Eus de toda espcie. Nossa personalidadeno mais que uma marionete, um boneco falante, algo mecnico.

    Comecemos por comportar-nos conscientemente durante uma pequena parte do dia; necessitamosdeixar de ser simples mquinas ainda que durante uns breves minutos dirios; isto influir decisivamentesobre nossa existncia.

    Quando nos auto-observamos e no fazemos o que tal ou qual Eu quer, claro que comeamosa deixar de ser mquinas.

    Um s momento em que se est bastante consciente, como para deixar de ser mquina, se for

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    27/59

    27

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    feito voluntariamente, pode modificar radicalmente muitas circunstncias desagradveis.

    Infelizmente, vivemos diariamente uma vida mecanicista, rotineira, absurda.

    Repetimos acontecimentos, nossos hbitos so os mesmos, nunca quisemos modific-los; so ostrilhos por onde circula o trem de nossa miservel existncia. No entanto, pensamos de ns o melhor...

    Por toda parte abundam os Mitmanos, o que se crem Deuses; criaturas mecnicas, rotineiras,personagens do lodo da terra, mseros bonecos movidos por diversos Eus; pessoas assim no trabalharo

    jamais sobre si mesmas...

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    28/59

    28

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo XVIII

    O Po Super-Substancial

    Se observarmos cuidadosamente qualquer dia de nossa vida, veremos que de fato no sabemosviver conscientemente.

    Nossa vida parece um trem em marcha, movendo-se nos trilhos fixos dos hbitos mecnicos,rgidos, de uma existncia v e superficial.

    O curioso do caso que jamais nos ocorre modificar os hbitos, parecee que no nos cansamosde estar repetindo sempre o mesmo.

    Os hbitos nos mantm petrificados, mas pensamos que somos livres; somos espantosamentefeios mas nos cremos Apolos...

    Somos gente mecnica, motivo mais que suficiente para carecer de todo sentimento verdadeirodo que estamos fazendo na vida.

    Movemo-nos diariamente dentro dos velhos trilhos de nossos hbitos antiquados e absurdos, eassim claro que no temos uma verdadeira vida; em vez de viver, vegetamos miseravelmente, e no recebemosnovas impresses.

    Se uma pessoa iniciasse seu dia conscientemente, claro que tal dia seria muito diferente dosoutros.

    Quando algum toma a totalidade de sua vida como o mesmo dia que est vivendo, quando nodeixa para amanh o que deve fazer hoje mesmo, chega realmente a conhecer o que significa trabalhar sobresi mesmo.

    Jamais um dia carece de importncia; se de verdade queremos transformar-nos radicalmente,devemos ver-nos, observar-nos e compreender-nos diariamente.

    Entretanto, as pessoas no querem ver-se a si mesmas. Alguns, tendo vontade de trabalhar sobre

    si mesmos, justificam sua negligncia com frases como a seguinte: O trabalho no escritrio no me permitetrabalhar sobre mim mesmo. Palavras sem sentido, ocas, vs, absurdas, que s servem para justificar aindolncia, a preguia, a falta de amor pela Grande Causa.

    bvio que pessoas assim, ainda que tenham muitas inquietudes espirituais, no mudaro nunca.

    Observar a ns mesmos urgente, inadivel, impostergvel. A Auto-Observao ntima fundamental para a mudana verdadeira.

    Qual seu estado psicolgico ao levantar-se? Qual seu estado de nimo durante o desjejum?Esteve impaciente com o empregado? Com a esposa? Por que esteve impaciente? O que que sempre tetranstorna?, etc.

    Fumar ou comer menos no toda a mudana, mas indica certo avano. Bem sabemos que o

    vcio e a gula so inumanos e bestiais.No est bem que algum, dedicado ao Caminho Secreto, tenha um corpo fsico excessivamente

    gordo e com um ventre avolumado e fora de toda euritmia de perfeio. Isto indicaria gula, e at preguia.

    A vida cotidiana, a profisso, o emprego, ainda que vitais para a existncia, constituem o sonhoda conscincia.

    Saber que a vida sonho no significa hav-lo compreendido.

    A compreenso vem com a auto-observao e o trabalho intenso sobre si mesmo.

    Para trabalhar sobre si, indispensvel trabalhar sobre sua vida diria, hoje mesmo, e ento secompreender o que significa aquela frase da Orao do Senhor: O Po nossa de cada dia d-nos hoje.

    A expresso Cada Dia significa o Po Super-Substancial em grego, ou o Po do Alto.

    A Gnose d esse Po de Vida no duplo sentido de idias e foras que nos permitem desintegrarerros psicolgicos.

    Cada vez que reduzimos a poeira csmica tal ou qual Eu, ganhamos experincia psicolgica,

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    29/59

    29

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    comemos o Po da Sabedoria, recebemos um novo conhecimento.

    A Gnose nos oferece o Po Super-substancial, o Po da Sabedoria, e nos assinala compreciso a nova vida que comea em ns mesmos, dentro de ns mesmos, aqui e agora.

    Ningum pode alterar sua vida ou mudar coisa alguma relacionada com as reaes mecnicas daexistncia, a menos que conte com a ajuda de novas idias e receba auxlio Divinal.

    A Gnose d essas novas idias e ensina o modus operandi mediante o qual pode-se ser assistido

    por Foras Superiores mente.Necessitamos preparar os centros inferiores de nosso organismo para receber as idias e foras

    que vm dos Centros Superiores.

    No trabalho sobre si mesmo no existe nada deprecivel. Qualquer pensamento, por insignificanteque seja, merece ser observado. Qualquer emoo negativa, reao, etc., deve ser observada.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    30/59

    30

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo XIX

    O Bom Dono de Casa

    Nestes tempos tenebrosos, separar-se dos efeitos desastrosos da vida certamente muito difcil,mas indispensvel; de outro modo se devorado pela vida.

    Qualquer trabalho que algum faa sobre si mesmo, com o propsito de conseguir umdesenvolvimento anmico e espiritual, relaciona-se sempre com o isolamento - muito bem entendido - pois,sob a influncia da vida tal como sempre a vivemos, no possvel desenvolver outra coisa que a personalidade.

    De modo algum tencionamos opor-nos ao desenvolvimento da personalidade; obviamente esta necessria na existncia, mas certamente algo meramente artificial, no o verdadeiro, o Real em ns.

    Se o pobre mamfero intelectual equivocadamente chamado homem no se isola, mas se identificacom os acontecimentos da vida prtica e dissipa suas foras em emoes negativas, em auto-consideraespessoais e no intil palavreado insubstancial e nada edificante, nenhum elemento real pode desenvolver-senele, exceto o que pertence ao mundo da mecanicidade.

    Certamente, quem quiser de verdade conseguir em si o desenvolvimento da Essncia deve chegara estar hermeticamente fechado. Isto se refere a algo ntimo estreitamente relacionado com o silncio.

    A frase vem dos antigos tempos, quando se ensinava secretamente uma Doutrina sobre odesenvolvimento interior do homem vinculada com o nome de Hermes.

    Se algum tem escapes de energia e no est isolado em sua intimidade, inquestionavelmenteque no poder conseguir o desenvolvimento de algo real em sua psique.

    A vida ordinria, comum e corrente, quer devorar-nos implacavelmente; devemos lutar contra avida diariamente, devemos aprender a nadar contra a correnteza...

    Este trabalho vai contra a vida, trata-se de algo muito diferente do de todos os dias, e que,contudo, devemos praticar de instante a instante. Refiro-me Revoluo da Conscincia.

    evidente que, se nossa atitude para com a vida diria fundamentalmente equivocada, seacreditamos que tudo deve marchar bem, apenas porque assim o queremos, viro os desenganos.

    As pessoas querem que as coisas lhes saiam bem porque tudo deve ir de acordo com seusplanos, mas a crua realidade diferente; enquanto algum no mude interiormente, goste ou no goste, sersempre vtima das circunstncias.

    Fala-se e escreve-se sobre a vida muitas estupidezas sentimentais, mas este Tratado de PsicologiaRevolucionria diferente.

    Esta doutrina vai ao gro, aos fatos concretos, claros e definitivos; afirma enfaticamente que oAnimal Intelectual, equivocadamente chamado homem, um bpede mecnico, inconsciente, adormecido.

    O Bom Dono de Casa jamais aceitaria a Psicologia Revolucionria; cumpre com todos os seus

    deveres como pai, esposo, etc., e por isso pensa o melhor de si mesmo. Entretanto, s serve aos fins danatureza, e isso tudo.

    Por outro lado, tambm existe o Bom Dono de Casa que nada contra a correnteza, que noquer deixar-se devorar pela vida; mas estes ltimos so muitos raros no mundo, nunca abundantes.

    Quando algum pensa de acordo com as idias deste Tratado de Psicologia Revolucionria,obtm uma correta viso da vida.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    31/59

    31

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo XX

    Os Dois Mundos

    Observar e observar-se so duas coisas completamente diferentes, contudo, ambas exigem ateno.

    Na observao, a ateno orientada para fora, para o mundo exterior, atravs das janelas dossentidos.

    Na auto-observao de si mesmo, a ateno orientada para dentro, e para isso os sentidos depercepo externa no servem. Este motivo mais do que suficiente para que seja difcil do nefito a observaode seus processos psicolgicos ntimos.

    O ponto de partida da cincia oficial, em seu lado prtico, o observvel. O ponto de partida dotrabalho sobre si mesmo a auto-observao, o auto-observvel.

    Inquestionavelmente, estes dois pontos de partida supracitados levam-nos em direescompletamente diferentes.

    Algum poderia envelhecer absorvido nos dogmas intransigentes da cincia oficial, estudandofenmenos externos, observando clulas, tomos, molculas, sis, estrelas, cometas, etc., sem experimentardentro de si mesmo nenhuma mudana radical.

    A classe de conhecimento que transforma interiormente a algum jamais poderia ser conseguidamediante a observao externa.

    O verdadeiro conhecimento, aquele que realmente pode originar em ns uma mudana interiorfundamental, tem por embasamento a auto-observao direta de si mesmo.

    urgente dizer a nossos estudantes Gnsticos que se auto-observem, em que sentido devemauto-observar-se e as razes para isso.

    A observao um meio para modificar as condies mecnicas do mundo. A auto- observaointerior um meio para mudarmos intimamente.

    Como consequncia ou corolrio de tudo isto, podemos e devemos afirmar, de forma enftica,que existem duas classes de conhecimento, o externo e o interno, e que, a menos que tenhamos em ns mesmoso centro magntico que possa diferenciar as qualidades do conhecimento, esta mescla dos dois planos ouordens de idias poderia levar-nos confuso.

    Sublimes doutrinas pseudo-esotricas, com marcado cientificismo como plano de fundo,pertencem ao terreno do observvel. No entanto, so aceitas por muitos aspirantes como conhecimento interno.

    Encontramo-nos pois ante dois mundos, o exterior e o interior. O primeiro destes percebidopelos sentidos de percepo externa; o segundo s pode ser percebido mediante o sentido de auto-observaointerna.

    Pensamentos, idias, emoes, anseios, esperanas, desenganos, etc., so interiores, invisveis

    para os sentidos ordinrios; no entanto, so mais reais que a mesa de refeio ou as poltronas da sala.Certamente, vivemos mais em nosso mundo interior que no exterior; isto irrefutvel, irrebatvel.

    Em nossos Mundos Internos, em nosso mundo secreto, amamos, desejamos, suspeitamos,bendizemos, maldizemos, anelamos, sofremos, gozamos, somos defraudados, premiados, etc., etc., etc.

    Inquestionavelmente, os dois mundos, interno e externo, so verificveis experimentalmente. Omundo exterior o observvel. O mundo interior o auto-observvel em si mesmo e dentro de si mesmo, aquie agora.

    Quem de verdade quiser conhecer os Mundos Internos do Planeta Terra, do Sistema Solar ouda Galxia em que vivemos, deve conhecer previamente seu mundo ntimo, sua vida interior, particular, seusprprios Mundos Internos. Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecers ao Universo e aos Deuses!.

    Quanto mais explorar este Mundo Interior chamado Si Mesmo, mais compreender quevive simultaneamente em dois mundos, em duas realidades, em dois mbitos, o exterior e o interior.

    Do mesmo modo que indispensvel a algum aprender a caminhar no mundo exterior, para no

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    32/59

    32

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    cair em um precipcio, no extraviar-se nas ruas da cidade, no associar-se com perversos, no comer veneno,etc., assim tambm, mediante o trabalho psicolgico sobre ns mesmos, aprendemos a caminhar no MundoInterior, o qual explorvel mediante a auto- observao de si.

    Realmente, o sentido de auto-observao de si mesmo encontra-se atrofiado na raa humanadecadente deste poca tenebrosa em que vivemos.

    medida que perseveramos na auto-observao de ns mesmos, o sentido de auto-observao

    ntima ir se desenvolvendo progressivamente.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    33/59

    33

    TRATADODEPSICOLOGIA REVOLUCIONRIA

    Captulo XXI

    Observao de Si Mesmo

    A Auto-Observao ntima de si mesmo um meio prtico para obter uma transformao radical.

    Conhecer e observar so coisas diferentes. Muitos confundem a observao de si, como o conhecer.Temos conhecimento de que estamos sentados em uma cadeira em uma sala, mas isto no significa queestamos observando a cadeira.

    Conhecemos que, em um dado instante, nos encontramos em um estado negativo, talvez comalgum problema ou preocupao por este ou aquele assunto, ou em estado de desassossego ou incerteza, etc.Mas isto no significa que o estejamos observando.

    Voc sente antipatia por algum? No lhe agrada certa pessoa? Por que? Voc dir que conheceessa pessoa... Por favor! Observe-a, conhecer nunca observar; no confunda o conhecer com o observar...

    A observao de si, que cem por cento ativa, um meio para a transformao de si, enquantoo conhecer, que passivo, no o .

    Certamente, conhecer no um ato de ateno. A ateno dirigida para dentro de si mesmo, parao que est sucedendo em nosso interior, sim, algo positivo, ativo...

    No caso de uma pessoa a quem se tem antipatia, apenas porque nos agrada e muitas vezes semmotivo algum, observa-se a multido de pensamentos que se acumulam na mente, o grupo de vozes que falame gritam desordenamente dentro de si mesmo, o que esto dizendo, as emoes desagradveis que surgem emnosso interior, o sabor desagradvel que tudo isto deixa em nossa psique, etc., etc., etc.

    Obviamente, em tal estado damo-nos conta tambm de que interiormente estamos tratando muitomal pessoa a quem temos antipatia.

    Mas, para ver tudo isto, se necessita inquestionavelmente de uma ateno dirigida intencionalmentepara dentro de si mesmo; no de uma ateno passiva.

    A ateno dinmica provm realmente do lado observante, enquanto os pensamentos e as emoespertencem ao lado observado.

    Tudo isto nos faz compreender que o conhecer algo completamente passivo e mecnico, emcontraste com a observao de si, que um ato consciente.

    No queremos com isto dizer que no exista a observao mecnica de si, mas tal tipo deobservao nada tem a ver com a auto-observao psicolgica a que estamos nos referindo.

    Pensar e observar so tambm muito diferentes. Qualquer sujeito pode dar-se ao luxo de pensarsobre si mesmo tudo o que queira, mas isto no quer dizer que esteja se observando realmente.

    Necessitamos ver aos diferentes Eus em ao, descobr-los em nossa psique, compreender quedentro de cada um deles existe uma porcentagem de nossa prpria conscincia, arrepender-nos de hav-los

    criado, etc.Ento exclamaremos: Mas o que est fazendo este Eu?, O que est dizendo? O que que

    quer?, Por que me atormenta com sua luxria?, Com sua ira?, etc., etc., etc.

    Ento veremos dentro de ns mesmos todo esse trem de pensamentos, emoes, desejos, paixes,comdias privadas, dramas pessoais, elaboradas mentiras, discursos, desculpas, morbosidades, leitos de prazer,quadros de lascvia, etc., etc., etc.

    Muitas vezes, antes de dormirmos, no preciso momento de transio entre a virglia e o sono,sentimos dentro de nossa prpria mente diferentes vozes que falam entre si; so os diferentes Eus que devemromper, em tais momentos, toda conexo com os diferentes centros de nossa mquina orgnica, a fim desubmergirem, em seguida, no mundo molecular, na Quinta Dimenso.

  • 7/28/2019 Samael Aun Weor - Psicologia Revolucionria (Mensagem de Natal de 1975-1976)

    34/59

    34

    V. M. SAMAEL AUNWEOR

    Captulo XXII

    A Tagarelice

    Torna-se urgente, inadivel, impostergvel, observar a tagarelice interior e o lugar preciso deonde provm.

    Inquestionavelmente, a tagarelice interior equivocada a causa causorum de estados psquicosinarmnicos e desagradveis no presente e tambm no futuro.

    Obviamente, esse palavreado intil, insubstancial e de sentido ambguo, e em geral toda aoprejudicial, daninha, absurda, manifestada no mundo exterior, tem sua origem na conversao interiorequivocada.

    Sabe-se que existe na Gnose a prtica esotrica do silncio interior; isto o conhecem nossosdiscpulos de Terceira Cmara.

    No ser suprfluo dizer com inteira claridade que o silncio interior deve referir-se especificamentea algo muito preciso e definido.

    Quando o processo do pensar se esgota intencionalmente durante a meditao interior profunda,consegue-se o silncio interior; mas no isto o que queremos explicar no presente captulo.

    Esvaziar a mente ou p-la em branco para conseguir realmente o silncio interior, tampouco o que intentamos explicar agora nestes pargrafos.

    Praticar o silncio interior a que estamos nos referindo tampouco significa impedir que algopenetre na mente.

    Realmente, estamos falando agora de um tipo de silncio interior muito diferente. No se trata dealgo vago e geral...

    Queremos praticar o silncio interior em relao a algo que j esteja na mente: pessoa,acontecimento, assunto prprio ou alheio, o que nos contaram, o que fez fulano, etc., mas sem toc-lo com a

    lngua interior, sem discurso ntimo...Aprender a calar no somente com a lngua exterior, mas tambm, alm disso, com a lngua

    secreta, interna, resulta extraordinrio, maravilhoso.

    Muitos calam exteriormente, mas com sua lngua interior esfolam vivo ao prximo. A tagareliceinterior venenosa e malvola produz confuso interior.

    Se observarmos a tagarelice interior equivocada, veremos que est feita de meias verdades, oude verdades que se relacionam de um modo mais ou menos incorreto, ou do algo que se agregou ou se omitiu.

    Desgraadamente, nossa vida emocional se fundamenta exclusivamente na auto- simpatia.

    Para o cmulo de tanta infmia, s simpatizamos conosco mesmos, com nosso querido Ego, esentimos antipatia e at dio daqueles que no simpatizam conosco.

    Valorizamos demasiadamente a ns mesmos, somos cem por cento narcisistas, isto irrefutvel,irrebatvel.

    Enquanto continuemos bloqueados na auto-simpatia, qualquer desenvol