saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da...

52
Fábio Cerqueira, Ana Teresa Gonçalves, Edalaura Medeiros & José Luís Brandão (Orgs.) Saberes e poderes no Mundo Antigo Estudos ibero-latino-americanos Volume I - Dos saberes IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FEDERAL UNIVERSITY OF PELOTAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÃS FEDERAL UNIVERSITY OF GOIÃS Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Upload: dinhhuong

Post on 13-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

23

Sabe

res

e po

dere

s no

Mun

do A

ntig

o - V

ol I

Coimbra

Faacutebi

o Ce

rque

ira A

na Te

resa

Gon

ccedilalv

es

Edal

aura

Med

eiro

s amp Jo

seacute L

uiacutes B

rand

atildeo (O

rgs)

Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo(Orgs)

Saberes e poderes no Mundo AntigoEstudos ibero-latino-americanos

Volume I - Dos saberes

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRACOIMBRA UNIVERSITY PRESS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASFEDERAL UNIVERSITY OF PELOTAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAtildeSFEDERAL UNIVERSITY OF GOIAtildeS

OBRA PUBLICADA COM A COORDENACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

bull

Que investigadores da Peniacutensula Ibeacuterica estudem a Histoacuteria de Roma poderaacute natildeo constituir

admiraccedilatildeo porque os Romanos estiveram laacute haacute vestiacutegios das suas cidades subsistem

inscriccedilotildees a dar conta de nomes de pessoas e de divindades Poderia poreacutem estranhar-se

que a Ameacuterica Latina assistisse cada vez mais a redobrado interesse pelo que aconteceu

nessas remotas eras Natildeo eacute de admirar A identidade de cada um dos paiacuteses postula o

reencontro das suas raiacutezes ndash e essas estatildeo natildeo haacute duacutevida nas margens mediterracircnicas

Temos pois ementa bem recheada e variada opiparamente servida por mais de uma

trintena de investigadores provenientes de universidades do Brasil da Argentina de

Portugal do Meacutexico Uruguai Chile Espanha Fecunda e diversificada panoracircmica esta em

que a arrumaccedilatildeo temaacutetica vivifica o jaacute de per si variegado cromatismo do mosaico

Toda a documentaccedilatildeo da mais variada iacutendole eacute pois chamada a intervir para traccedilar uma

perspectiva abrangente tanto no espaccedilo como no tempo pois que por aqui perpassa toda a

Antiguidade Claacutessica (Greacutecia e Roma) desde o Oriente ao Ocidente desde uma Corinto arcaica

ao papel desempenhado pelos Vacircndalos na laquotransiccedilatildeo entre a Antiguidade e o feudalismoraquohellip

As manifestaccedilotildees artiacutesticas mesmo que em singelos artefactos ceracircmicos revelam perspicaz

olhar sobre a realidade circundante Uma das caracteriacutesticas a meu ver da investigaccedilatildeo

sobre Histoacuteria Antiga na Ameacuterica Latina reside no recurso agraves fontes literaacuterias cuja anaacutelise

entusiasma dado que aiacute inclusive se laquoexperimentamraquo aplicaccedilotildees de teorias sobre a Histoacuteria

e a Sociedade Aliaacutes natildeo surpreende a influecircncia do quotidiano (agora global) identidade e

confronto o local versus o global o pragmatismo do concreto contra a aparente inutilidade

da abstracccedilatildeohellip E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e

religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

ANA TERESA MARQUES GONCcedilALVES eacute Professora Associada II de Histoacuteria Antiga e Medieval

na Universidade Federal de Goiaacutes Doutora em Histoacuteria pela USP Bolsista Produtividade II

do CNPq Membro da Sociedade Brasileira de Estudos Claacutessicos da Associaccedilatildeo Nacional de

Histoacuteria e do Laboratoacuterio de Estudos sobre o Impeacuterio Romano Autora de diversos artigos

publicados em perioacutedicos no Brasil e em outros paiacuteses e organizadora de diversas coletacircneas

sobre o mundo antigo claacutessico Coordena o LEIR-GO e o GTHA-GO

EDALAURA BERNY MEDEIROS eacute Mestre em Histoacuteria pela Universidade Federal de Pelotas

e graduada nos cursos de Direito e de Licenciatura em Histoacuteria pela mesma universidade

Dedica-se ao estudo da Antiguidade Tardia enfocando em suas pesquisas e publicaccedilotildees

temas relativos agrave religiatildeo e identidade aos embates entre cristianismo e paganismo agrave

historiografia cristatilde em especial Euseacutebio de Cesareia e ao poder imperial particularmente

Constantino Eacute pesquisadora colaboradora do POIEMA-UFPel

FAacuteBIO VERGARA CERQUEIRA eacute Professor Associado de Histoacuteria Antiga na Universidade

Federal de Pelotas Doutor em Antropologia Social ecircnfase em Arqueologia do Mediterracircneo

Antigo pela USP Bolsista Produtividade II CNPq Foi presidente da Sociedade Brasileira de

Estudos Claacutessicos (2001-2003) e coordenador nacional de Histoacuteria Antiga da Associaccedilatildeo

Nacional de Histoacuteria (2007-2009) Autor de artigos publicados em perioacutedicos e em livros no

Brasil e em outros paiacuteses em seus estudos sobre a Antiguidade aborda temas relacionados

entre outros agrave iconografia ceracircmica muacutesica educaccedilatildeo mulher homoerotismo religiatildeo

memoacuteria patrimocircnio e recepccedilatildeo da Antiguidade

JOSEacute LUIacuteS LOPES BRANDAtildeO eacute Professor Associado do Instituto de Estudos Claacutessicos da

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos

Claacutessicos e Humaniacutesticos Dedica-se ao estudo da liacutengua e literatura latinas (epigrama

romance latino biografia historiografia) bem como da histoacuteria de Roma Entre os autores

estudados salientam-se Marcial Suetoacutenio a Histoacuteria Augusta e Plutarco sobre os quais

publicou diversos estudos No que respeita ao teatro claacutessico tem desenvolvido actividade

relacionada com a traduccedilatildeo e produccedilatildeo dramaacutetica (actor encenador e consultor)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Tiacutetulo bull Saberes e poderes no Mundo AntigoEstudos ibero-latino -americanos Volume I - Dos saberes

Organizadores bull Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves Edalaura Berny Medeiros amp Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo

Seacuterie Hvmanitas Svpplementvm

Coordenador Cientiacutefico do plano de ediccedilatildeo Maria do Ceacuteu Fialho

Conselho EditorialJoseacute Ribeiro FerreiraMaria de Faacutetima Silva

Director Teacutecnico Delfim Leatildeo

Francisco de Oliveira Nair Castro Soares

EdiccedilatildeoImprensa da Universidade de CoimbraURL httpwwwucptimprensa_ucE-mail imprensaucciucptVendas online httplivrariadaimprensaucpt

Coordenaccedilatildeo editorialImprensa da Universidade de Coimbra

Concepccedilatildeo graacutefica amp PaginaccedilatildeoRodolfo Lopes amp Edalaura Medeiros

Preacute-ImpressatildeoImprensa da Universidade de Coimbra

Impressatildeo e Acabamento Simotildees amp Linhares

ISBN978-989-26-0623-1

ISBN Digital 978-989-26-0624-8

Depoacutesito LegaL

36143913

1ordf eDiccedilatildeo IUC bull 2013

copy Junho 2013 Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia Vniversitatis Conimbrigensis (httpclassicadigitaliaucpt)Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos da Universidade de Coimbra

Reservados todos os direitos Nos termos legais fica expressamente proibida a reproduccedilatildeo total ou parcial por qualquer meio em papel ou em ediccedilatildeo electroacutenica sem autorizaccedilatildeo expressa dos titulares dos direitos Eacute desde jaacute excepcionada a utilizaccedilatildeo em circuitos acadeacutemicos fechados para apoio a leccionaccedilatildeo ou extensatildeo cultural por via de e-learning

Todos os volumes desta seacuterie satildeo sujeitos a arbitragem cientiacutefica independente

Obra realizada no acircmbito das actividades da UIampDCentro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

DOIhttpdxdoiorg1014195978-989-26-0624-8

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

IacuteNDICE

Apresentaccedilatildeo 9

Nota preacutevia 11 Maria do Ceacuteu Fialho

Prefaacutecio - Histoacuteria Antiga exemplaridade e memoacuteria 13 Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

SECcedilAtildeO I HISTOacuteRIA MEMOacuteRIA E OUTROS USOS DO PASSADO

Escrita da histoacuteria e as histoacuterias dos antigos 19 Faacutebio Faversani

Creso entre el mito y la historia 35 Ana Mariacutea Gonzaacutelez de Tobia

Europa en Heroacutedoto nocioacuten y sentido 47 Alejandro Bancalari Molina

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia 59 Lorena Esteller

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra 65 Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

SECcedilAtildeO II OLARIA E PINTURA

Artesatildeo e Oficina em Corinto Arcaica 87 Alexandre Carneiro Cerqueira Lima

El poder evocador de las imaacutegenes fuentes y mujeres en la ceraacutemica griega 93 Cora Dukelsky

Textos do periacuteodo imperial romano sobre a pintura grega dita claacutessica o que eacute preciso ver e saber acerca da arte e de sua reafirmada decadecircncia 115 Pedro Luiacutes Machado Sanches

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 2: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Tiacutetulo bull Saberes e poderes no Mundo AntigoEstudos ibero-latino -americanos Volume I - Dos saberes

Organizadores bull Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves Edalaura Berny Medeiros amp Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo

Seacuterie Hvmanitas Svpplementvm

Coordenador Cientiacutefico do plano de ediccedilatildeo Maria do Ceacuteu Fialho

Conselho EditorialJoseacute Ribeiro FerreiraMaria de Faacutetima Silva

Director Teacutecnico Delfim Leatildeo

Francisco de Oliveira Nair Castro Soares

EdiccedilatildeoImprensa da Universidade de CoimbraURL httpwwwucptimprensa_ucE-mail imprensaucciucptVendas online httplivrariadaimprensaucpt

Coordenaccedilatildeo editorialImprensa da Universidade de Coimbra

Concepccedilatildeo graacutefica amp PaginaccedilatildeoRodolfo Lopes amp Edalaura Medeiros

Preacute-ImpressatildeoImprensa da Universidade de Coimbra

Impressatildeo e Acabamento Simotildees amp Linhares

ISBN978-989-26-0623-1

ISBN Digital 978-989-26-0624-8

Depoacutesito LegaL

36143913

1ordf eDiccedilatildeo IUC bull 2013

copy Junho 2013 Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia Vniversitatis Conimbrigensis (httpclassicadigitaliaucpt)Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos da Universidade de Coimbra

Reservados todos os direitos Nos termos legais fica expressamente proibida a reproduccedilatildeo total ou parcial por qualquer meio em papel ou em ediccedilatildeo electroacutenica sem autorizaccedilatildeo expressa dos titulares dos direitos Eacute desde jaacute excepcionada a utilizaccedilatildeo em circuitos acadeacutemicos fechados para apoio a leccionaccedilatildeo ou extensatildeo cultural por via de e-learning

Todos os volumes desta seacuterie satildeo sujeitos a arbitragem cientiacutefica independente

Obra realizada no acircmbito das actividades da UIampDCentro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

DOIhttpdxdoiorg1014195978-989-26-0624-8

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

IacuteNDICE

Apresentaccedilatildeo 9

Nota preacutevia 11 Maria do Ceacuteu Fialho

Prefaacutecio - Histoacuteria Antiga exemplaridade e memoacuteria 13 Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

SECcedilAtildeO I HISTOacuteRIA MEMOacuteRIA E OUTROS USOS DO PASSADO

Escrita da histoacuteria e as histoacuterias dos antigos 19 Faacutebio Faversani

Creso entre el mito y la historia 35 Ana Mariacutea Gonzaacutelez de Tobia

Europa en Heroacutedoto nocioacuten y sentido 47 Alejandro Bancalari Molina

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia 59 Lorena Esteller

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra 65 Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

SECcedilAtildeO II OLARIA E PINTURA

Artesatildeo e Oficina em Corinto Arcaica 87 Alexandre Carneiro Cerqueira Lima

El poder evocador de las imaacutegenes fuentes y mujeres en la ceraacutemica griega 93 Cora Dukelsky

Textos do periacuteodo imperial romano sobre a pintura grega dita claacutessica o que eacute preciso ver e saber acerca da arte e de sua reafirmada decadecircncia 115 Pedro Luiacutes Machado Sanches

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 3: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Tiacutetulo bull Saberes e poderes no Mundo AntigoEstudos ibero-latino -americanos Volume I - Dos saberes

Organizadores bull Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves Edalaura Berny Medeiros amp Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo

Seacuterie Hvmanitas Svpplementvm

Coordenador Cientiacutefico do plano de ediccedilatildeo Maria do Ceacuteu Fialho

Conselho EditorialJoseacute Ribeiro FerreiraMaria de Faacutetima Silva

Director Teacutecnico Delfim Leatildeo

Francisco de Oliveira Nair Castro Soares

EdiccedilatildeoImprensa da Universidade de CoimbraURL httpwwwucptimprensa_ucE-mail imprensaucciucptVendas online httplivrariadaimprensaucpt

Coordenaccedilatildeo editorialImprensa da Universidade de Coimbra

Concepccedilatildeo graacutefica amp PaginaccedilatildeoRodolfo Lopes amp Edalaura Medeiros

Preacute-ImpressatildeoImprensa da Universidade de Coimbra

Impressatildeo e Acabamento Simotildees amp Linhares

ISBN978-989-26-0623-1

ISBN Digital 978-989-26-0624-8

Depoacutesito LegaL

36143913

1ordf eDiccedilatildeo IUC bull 2013

copy Junho 2013 Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia Vniversitatis Conimbrigensis (httpclassicadigitaliaucpt)Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos da Universidade de Coimbra

Reservados todos os direitos Nos termos legais fica expressamente proibida a reproduccedilatildeo total ou parcial por qualquer meio em papel ou em ediccedilatildeo electroacutenica sem autorizaccedilatildeo expressa dos titulares dos direitos Eacute desde jaacute excepcionada a utilizaccedilatildeo em circuitos acadeacutemicos fechados para apoio a leccionaccedilatildeo ou extensatildeo cultural por via de e-learning

Todos os volumes desta seacuterie satildeo sujeitos a arbitragem cientiacutefica independente

Obra realizada no acircmbito das actividades da UIampDCentro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

DOIhttpdxdoiorg1014195978-989-26-0624-8

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

IacuteNDICE

Apresentaccedilatildeo 9

Nota preacutevia 11 Maria do Ceacuteu Fialho

Prefaacutecio - Histoacuteria Antiga exemplaridade e memoacuteria 13 Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

SECcedilAtildeO I HISTOacuteRIA MEMOacuteRIA E OUTROS USOS DO PASSADO

Escrita da histoacuteria e as histoacuterias dos antigos 19 Faacutebio Faversani

Creso entre el mito y la historia 35 Ana Mariacutea Gonzaacutelez de Tobia

Europa en Heroacutedoto nocioacuten y sentido 47 Alejandro Bancalari Molina

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia 59 Lorena Esteller

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra 65 Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

SECcedilAtildeO II OLARIA E PINTURA

Artesatildeo e Oficina em Corinto Arcaica 87 Alexandre Carneiro Cerqueira Lima

El poder evocador de las imaacutegenes fuentes y mujeres en la ceraacutemica griega 93 Cora Dukelsky

Textos do periacuteodo imperial romano sobre a pintura grega dita claacutessica o que eacute preciso ver e saber acerca da arte e de sua reafirmada decadecircncia 115 Pedro Luiacutes Machado Sanches

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 4: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Tiacutetulo bull Saberes e poderes no Mundo AntigoEstudos ibero-latino -americanos Volume I - Dos saberes

Organizadores bull Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves Edalaura Berny Medeiros amp Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo

Seacuterie Hvmanitas Svpplementvm

Coordenador Cientiacutefico do plano de ediccedilatildeo Maria do Ceacuteu Fialho

Conselho EditorialJoseacute Ribeiro FerreiraMaria de Faacutetima Silva

Director Teacutecnico Delfim Leatildeo

Francisco de Oliveira Nair Castro Soares

EdiccedilatildeoImprensa da Universidade de CoimbraURL httpwwwucptimprensa_ucE-mail imprensaucciucptVendas online httplivrariadaimprensaucpt

Coordenaccedilatildeo editorialImprensa da Universidade de Coimbra

Concepccedilatildeo graacutefica amp PaginaccedilatildeoRodolfo Lopes amp Edalaura Medeiros

Preacute-ImpressatildeoImprensa da Universidade de Coimbra

Impressatildeo e Acabamento Simotildees amp Linhares

ISBN978-989-26-0623-1

ISBN Digital 978-989-26-0624-8

Depoacutesito LegaL

36143913

1ordf eDiccedilatildeo IUC bull 2013

copy Junho 2013 Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia Vniversitatis Conimbrigensis (httpclassicadigitaliaucpt)Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos da Universidade de Coimbra

Reservados todos os direitos Nos termos legais fica expressamente proibida a reproduccedilatildeo total ou parcial por qualquer meio em papel ou em ediccedilatildeo electroacutenica sem autorizaccedilatildeo expressa dos titulares dos direitos Eacute desde jaacute excepcionada a utilizaccedilatildeo em circuitos acadeacutemicos fechados para apoio a leccionaccedilatildeo ou extensatildeo cultural por via de e-learning

Todos os volumes desta seacuterie satildeo sujeitos a arbitragem cientiacutefica independente

Obra realizada no acircmbito das actividades da UIampDCentro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

DOIhttpdxdoiorg1014195978-989-26-0624-8

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

IacuteNDICE

Apresentaccedilatildeo 9

Nota preacutevia 11 Maria do Ceacuteu Fialho

Prefaacutecio - Histoacuteria Antiga exemplaridade e memoacuteria 13 Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

SECcedilAtildeO I HISTOacuteRIA MEMOacuteRIA E OUTROS USOS DO PASSADO

Escrita da histoacuteria e as histoacuterias dos antigos 19 Faacutebio Faversani

Creso entre el mito y la historia 35 Ana Mariacutea Gonzaacutelez de Tobia

Europa en Heroacutedoto nocioacuten y sentido 47 Alejandro Bancalari Molina

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia 59 Lorena Esteller

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra 65 Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

SECcedilAtildeO II OLARIA E PINTURA

Artesatildeo e Oficina em Corinto Arcaica 87 Alexandre Carneiro Cerqueira Lima

El poder evocador de las imaacutegenes fuentes y mujeres en la ceraacutemica griega 93 Cora Dukelsky

Textos do periacuteodo imperial romano sobre a pintura grega dita claacutessica o que eacute preciso ver e saber acerca da arte e de sua reafirmada decadecircncia 115 Pedro Luiacutes Machado Sanches

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 5: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Tiacutetulo bull Saberes e poderes no Mundo AntigoEstudos ibero-latino -americanos Volume I - Dos saberes

Organizadores bull Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves Edalaura Berny Medeiros amp Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo

Seacuterie Hvmanitas Svpplementvm

Coordenador Cientiacutefico do plano de ediccedilatildeo Maria do Ceacuteu Fialho

Conselho EditorialJoseacute Ribeiro FerreiraMaria de Faacutetima Silva

Director Teacutecnico Delfim Leatildeo

Francisco de Oliveira Nair Castro Soares

EdiccedilatildeoImprensa da Universidade de CoimbraURL httpwwwucptimprensa_ucE-mail imprensaucciucptVendas online httplivrariadaimprensaucpt

Coordenaccedilatildeo editorialImprensa da Universidade de Coimbra

Concepccedilatildeo graacutefica amp PaginaccedilatildeoRodolfo Lopes amp Edalaura Medeiros

Preacute-ImpressatildeoImprensa da Universidade de Coimbra

Impressatildeo e Acabamento Simotildees amp Linhares

ISBN978-989-26-0623-1

ISBN Digital 978-989-26-0624-8

Depoacutesito LegaL

36143913

1ordf eDiccedilatildeo IUC bull 2013

copy Junho 2013 Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia Vniversitatis Conimbrigensis (httpclassicadigitaliaucpt)Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos da Universidade de Coimbra

Reservados todos os direitos Nos termos legais fica expressamente proibida a reproduccedilatildeo total ou parcial por qualquer meio em papel ou em ediccedilatildeo electroacutenica sem autorizaccedilatildeo expressa dos titulares dos direitos Eacute desde jaacute excepcionada a utilizaccedilatildeo em circuitos acadeacutemicos fechados para apoio a leccionaccedilatildeo ou extensatildeo cultural por via de e-learning

Todos os volumes desta seacuterie satildeo sujeitos a arbitragem cientiacutefica independente

Obra realizada no acircmbito das actividades da UIampDCentro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

DOIhttpdxdoiorg1014195978-989-26-0624-8

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

IacuteNDICE

Apresentaccedilatildeo 9

Nota preacutevia 11 Maria do Ceacuteu Fialho

Prefaacutecio - Histoacuteria Antiga exemplaridade e memoacuteria 13 Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

SECcedilAtildeO I HISTOacuteRIA MEMOacuteRIA E OUTROS USOS DO PASSADO

Escrita da histoacuteria e as histoacuterias dos antigos 19 Faacutebio Faversani

Creso entre el mito y la historia 35 Ana Mariacutea Gonzaacutelez de Tobia

Europa en Heroacutedoto nocioacuten y sentido 47 Alejandro Bancalari Molina

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia 59 Lorena Esteller

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra 65 Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

SECcedilAtildeO II OLARIA E PINTURA

Artesatildeo e Oficina em Corinto Arcaica 87 Alexandre Carneiro Cerqueira Lima

El poder evocador de las imaacutegenes fuentes y mujeres en la ceraacutemica griega 93 Cora Dukelsky

Textos do periacuteodo imperial romano sobre a pintura grega dita claacutessica o que eacute preciso ver e saber acerca da arte e de sua reafirmada decadecircncia 115 Pedro Luiacutes Machado Sanches

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 6: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

IacuteNDICE

Apresentaccedilatildeo 9

Nota preacutevia 11 Maria do Ceacuteu Fialho

Prefaacutecio - Histoacuteria Antiga exemplaridade e memoacuteria 13 Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

SECcedilAtildeO I HISTOacuteRIA MEMOacuteRIA E OUTROS USOS DO PASSADO

Escrita da histoacuteria e as histoacuterias dos antigos 19 Faacutebio Faversani

Creso entre el mito y la historia 35 Ana Mariacutea Gonzaacutelez de Tobia

Europa en Heroacutedoto nocioacuten y sentido 47 Alejandro Bancalari Molina

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia 59 Lorena Esteller

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra 65 Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

SECcedilAtildeO II OLARIA E PINTURA

Artesatildeo e Oficina em Corinto Arcaica 87 Alexandre Carneiro Cerqueira Lima

El poder evocador de las imaacutegenes fuentes y mujeres en la ceraacutemica griega 93 Cora Dukelsky

Textos do periacuteodo imperial romano sobre a pintura grega dita claacutessica o que eacute preciso ver e saber acerca da arte e de sua reafirmada decadecircncia 115 Pedro Luiacutes Machado Sanches

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 7: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

SECcedilAtildeO III MITO MORTE E RELIGIAtildeO

Gea la de los mil rostros Saber y poder en el relato miacutetico 127 Mariacutea Cecilia Colombani

A temaacutetica musical na iconografia dos lekythoi de fundo branco Simbolismos funeraacuterios da lyra do barbitos e da phorminx 143 Faacutebio Vergara Cerqueira

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano 173 Francesca Mestre

Interpretatio solo e as interaccedilotildees religiosas no Impeacuterio Romano 185 Claudia Beltratildeo da Rosa

Alteridad y alienidad durante el siglo IV los obispos cristianos ante las connotaciones inclusivas o excluyentes 207 Graciela Goacutemez Aso

SECcedilAtildeO IV CIDADE E COTIDIANO URBANIDADE E URBANISMO

El Aacutegua Traiana El control de las aguas urbanas en la estrategia del poder imperial 217 Gloria E Franco Pereira

Festas nos governos de Septiacutemio Severo e Caracala os jogos decenais 229 Ana Teresa Marques Gonccedilalves

Retomar Augusto nos fora imperiais senado urbanismo e ideologia da eacutepoca de Severo Alexandre 241 Rodrigo Furtado

Espaccedilo cotidiano e sociabilidade em Antioquia uma leitura do Antiochikos de Libacircnio 257 Gilvan Ventura da Silva

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 8: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

APRESENTACcedilAtildeO

Participando de eventos acadecircmicos no Brasil na Ameacuterica Latina e na Europa percebemos que ainda impera um desconhecimento no universo ibeacuterico e latino-americano acerca das pesquisas realizadas por latinistas e helenistas estrangeiros que partilham conosco por vezes um continente uma formaccedilatildeo e vaacuterios problemas estruturais bem como uma liacutengua que nem sempre nos une Conhecemos mais intimamente os trabalhos desenvolvidos na Franccedila na Inglaterra e nos Estados Unidos do que os temas estudados em regiotildees de liacutengua espanhola eou portuguesa Ainda nos causa espanto encontrar colegas mexicanos argentinos chilenos uruguaios espanhoacuteis e portugueses analisando assuntos concernentes ao mundo antigo de forma muito proacutexima da nossa Esta situaccedilatildeo eacute tanto mais surpreendente se atendermos a que reunidos os falantes nativos de portuguecircs e de espanhol satildeo praticamente o dobro dos falantes nativos de inglecircs a liacutengua que domina a comunidade cientiacutefica internacional E se eacute por certo positivo que possamos ler e escrever em outras liacutenguas diferentes da nossa a menorizaccedilatildeo a que de forma consciente ou natildeo estamos votando os nossos proacuteprios idiomas eacute uma situaccedilatildeo que se torna urgente alterar atraveacutes de uma atuaccedilatildeo global articulada

Tal situaccedilatildeo acadecircmica nos levou a organizar a obra intitulada Saberes e Poderes no Mediterracircneo Antigo Estudos Ibero-Latino-Americanos buscando preencher esta lacuna de informaccedilotildees e propiciar o intercacircmbio de meacutetodos teacutecnicas e temas de pesquisa desenvolvidos por estudiosos ibeacutericos e latinos Acreditando que o conhecimento soacute pode ser construiacutedo a partir da troca de experiecircncias acadecircmicas unimos forccedilas para apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas por especialistas de renome internacional que aceitaram apresentar suas conclusotildees de pesquisa neste veiacuteculo de divulgaccedilatildeo cientiacutefica

As contribuiccedilotildees vindas de diversos paiacuteses da Peniacutensula Ibeacuterica e da Ameacuterica latina redigidas em portuguecircs e espanhol se multiplicaram levando-nos agrave divisatildeo da obra em dois volumes o primeiro dedicado aos saberes o segundo aos poderes Outra decisatildeo editorial foi preservar as caracteriacutesticas e peculiaridades que os idiomas portuguecircs e espanhol assumem a Oriente e Ocidente do Oceano Atlacircntico

Repensar o Mediterracircneo Antigo enquanto espaccedilo integrador e conjunto de barreiras naturais tornou-se foco de inuacutemeros trabalhos atuais Muacuteltiplas culturas ocuparam as regiotildees em torno do Mar Mediterracircneo que os romanos alcunharam de mare nostrum visto que ao longo dos seacuteculos conquistaram e governaram suas margens gerando uma unidade administrativa que contemplou diversos povos com caracteriacutesticas muito distintas Processos de integraccedilatildeo e fissuras sociais geradoras de conflitos marcaram estes contatos econocircmicos poliacuteticos sociais e culturais Cenaacuterio e zona de convergecircncias e divergecircncias o

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 9: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Mediterracircneo tem captado a atenccedilatildeo dos pesquisadores como os trabalhos aqui reunidos demonstram

O saber histoacuterico acerca das sociedades complexas antigas tem se ampliado exponencialmente nos uacuteltimos anos No Brasil o nuacutemero de especialistas tem crescido bastante e os programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo tecircm garantido a efetivaccedilatildeo de trabalhos cada vez mais numerosos no que se refere agrave Antiguidade Claacutessica Torna-se deste modo imperativo para a expansatildeo do conhecimento a troca de ideias Esta obra tem a pretensatildeo de semear novas concepccedilotildees de expandir laccedilos culturais e de fomentar intercacircmbios de pesquisa aproximando interesses e resgatando particularidades

Percebe-se em seus capiacutetulos a diversidade de temas abordados e a riqueza documental fruto da ampliaccedilatildeo da anaacutelise das fontes tanto vindas de suportes textuais quanto arqueoloacutegicos A anaacutelise da cultura material produzida na Antiguidade se tornou peccedila chave para compreensatildeo destas sociedades ao mesmo tempo tatildeo distantes e tatildeo proacuteximas de noacutes A releitura de documentos textuais se encontra com o acreacutescimo de novas fontes sejam numismaacuteticas epigraacuteficas ou de outra natureza possibilitando a ampliaccedilatildeo do saber sobre o mundo antigo

Nosso maior interesse na organizaccedilatildeo desta obra foi contribuir para a exposiccedilatildeo de novos objetos novas abordagens novas teacutecnicas e metodologias de pesquisa que estatildeo sendo desenvolvidos por estudiosos alocados tanto na Peniacutensula Ibeacuterica quanto na Ameacuterica Latina E por que razatildeo saberes e poderes Pela preocupaccedilatildeo em se combinar na interpretaccedilatildeo do passado a cultura e a sociedade a dimensatildeo intelectual-espiritual e a dimensatildeo poliacutetico-econocircmica Enfim o conjunto desta obra pretende contribuir para uma compreensatildeo do Mediterracircneo antigo que equilibre saberes e poderes em consonacircncia com a liccedilatildeo deixada por Foucault de que poderes e saberes satildeo imbricados um no outro e de que natildeo conseguimos compreender as sociedades sem se levar em conta esta inexoraacutevel amarraccedilatildeo superando a falsa dicotomia entre Histoacuteria cultural e Histoacuteria poliacutetica e social

Esperamos que estes textos capitulares elaborados com precisatildeo e carinho possam aumentar o interesse pela aacuterea da Histoacuteria Antiga e instigar novos questionamentos acerca de homens que viveram num passado natildeo tatildeo distante visto que ainda capturam nossa atenccedilatildeo e nos auxiliam a compreender melhor o mundo em que vivemos

Desejamos uma boa leitura a todos

Os organizadores

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 10: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

NOTA PREacuteVIA

Tudo tem um tempo Veio o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos desde a sua fundaccedilatildeo nos anos sessenta do seacuteculo passado a formar investigadores e a desenvolver investigaccedilatildeo pautada pelo rigor elegendo como iacutecones paradigmaacuteticos as grandes figuras de classicistas do universo anglo-saxoacutenico ao mesmo tempo que como se impunha se difundia saber atraveacutes da traduccedilatildeo de ineacuteditos ou dos grandes claacutessicos Expansatildeo amadurecimento como equipa consciecircncia da qualidade de competecircncias adquiridas e a necessidade imposta pela natural dinacircmica de quem investiga com seriedade e rigor de interlocuccedilatildeo com Instituiccedilotildees de Investigaccedilatildeo enquanto parceiros iguais que outrora haviam assumido a aura de referecircncias tutelares eis o caminho percorrido Eis o caminho percorrido por outros centros do universo romacircnico mais propriamente ibero-americano

Descobrimo-nos ndash tudo teve o seu tempo ndash agora jaacute sem a mediaccedilatildeo de referecircncias tutelares de universos outros Descobrimos que haviacuteamos percorrido caminhos paralelos pensado na mesma liacutengua ou em liacutenguas afins para elas traduzido a partir delas reflectido sobre uma instacircncia matricial uacuteltima ndash que natildeo uacutenica ndash para a noacutes volvermos e nos repensarmos com os Antigos E assumirmos a nossa historicidade latina de modo mais pleno

Nessa descoberta avultou o quanto natildeo conheciacuteamos do que sendo tatildeo proacuteximos tatildeo afastado mantiacutenhamos da nossa investigaccedilatildeo e do nosso saber Saberes e poderes no Mundo Antigo foi o tiacutetulo eleito para estes dois volumes E o tiacutetulo ecoa uma verdade saber eacute poder E desenvolvermos entre a Ibero-ameacuterica e a Ibeacuteria a praacutetica de um diaacutelogo de saberes e da cultura de um conhecimento muacutetuo de saberes e competecircncias de um construir e divulgar comum de saberes e competecircncias no que ao Mundo Antigo diz respeito valoriza-nos mutuamente e confere-nos poder em tempo de autoridade indefectivelmente adquirida nesse saber

A essa consciecircncia havia chegado o Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos que assumiu desde haacute anos e tem sistematicamente cultivado uma poliacutetica de colaboraccedilatildeo institucionalmente enquadrada de natureza cientiacutefica e de intercacircmbio cientiacutefico-pedagoacutegico com o Brasil em particular e com os demais paiacuteses da Ibero-ameacuterica ndash colaboraccedilatildeo essa traduzida em publicaccedilotildees conjuntas parcerias missotildees docecircncia orientaccedilatildeo conjunta de dissertaccedilotildees

Eacute pois dentro dessa loacutegica estrateacutegica que o Centro respondeu ao desafio lanccedilado por Faacutebio Vergara Cerqueira Ana Teresa Marques Gonccedilalves e Edalaura Berny Medeiros com a colaboraccedilatildeo nestes dois volumes de Joseacute Luiacutes Brandatildeo e Delfim Leatildeo convidados natildeo soacute para colaborarem na sua feitura cientiacutefica como para integrarem a equipa editorial

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 11: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Quanto agrave obra ei-la perfecta E mais duradoiros que o bronze sejam os laccedilos que se tecem e se consolidam pelo saber do poder da identidade de um universo imenso de falar portuguecircs ou de liacutenguas irmatildes

Coimbra 10 de Junho de 2013

Maria do Ceacuteu Fialho Coordenadora Cientiacutefica do Centro de Estudos Claacutessicos e Humaniacutesticos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 12: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

HISTOacuteRIA ANTIGA EXEMPLARIDADE E MEMOacuteRIA

Joseacute drsquoEncarnaccedilatildeo

Universidade de Coimbra - Portugal

Olhares tecnocratas apenas enxergaratildeo ocioso diletantismo na investigaccedilatildeo sobre Histoacuteria Antiga Gente sem o sentido da realidade dizem num tom depreciativo do alto das suas estatiacutesticas e dos mercados financeiroshellip Vecircem no conflito da Liacutebia a luta contra um ditador por sinal detentor de poccedilos de petroacuteleo e facilmente esquecem ou desconhecem a sumptuosidade duma Leptis Magna ou de Sabratha empoacuterios gigantescos liacutebios haacute mais de dois mil anos atraacutes Falta-lhes aos tecnocratas do seacuteculo XXI exemplaridade e memoacuteria

Depois de mostrar como o escritor Libacircnio entende o espaccedilo o cotidiano e sociabilidade na Antioquia do seacuteculo IV Gilvan Ventura da Silva conclui

laquoPara noacutes homens do seacuteculo XXI que vivemos todos os contratempos de habitar em megaloacutepoles nas quais o simples tracircnsito pelas vias puacuteblicas comporta muitas vezes um risco potencial agrave integridade fiacutesica e psicoloacutegica o que nos faz temer e evitar o contato com o outro as reflexotildees de Libacircnio ao sugerirem que a associaccedilatildeo ciacutevica eacute fruto justamente desse encontro inevitaacutevel entre as pessoas pelas ruas praccedilas e avenidas nos devolve a um tempo no qual a vida na cidade inspirava decerto muito mais confianccedila do que medoraquo

Ao pretender implantar eficazes reformas na governaccedilatildeo houve por bem Severo Alexandre apontar o imperador Augusto como modelo ndash e Rodrigo Furtado natildeo se esquece de assinalaacute-lo

laquoSevero Alexandre mostrava-se obviamente como um tradicionalista que homenageava os maiores do povo romano onde os senadores cujos sucessores o tinham acolhido com tanta pressa e vontade representavam a larguiacutessima maioria Ao mesmo tempo apontava para o primeiro priacutencipe como referente da sua acccedilatildeo Severo Alexandre era assim um novo Augusto que se assumia como herdeiro dos summi uiri colocados no forum de Trajano e dos diui imperatores cujas estaacutetuas colossais e feitos eram perpetuados no forum de Nerva Como se toda a histoacuteria de Roma apontasse ainda que de forma menos evidente para este jovem imperadorraquo

E essa misteriosa simbiose entre os poderes poliacutetico econoacutemico militar e religioso Sentimo-la intensamente nos nossos dias mais ou menos evidente aqui e aleacutem mashellip nihil novi sub sole Nada cujos escriacutenios os governantes desse Mediterracircneo antigo ndash um Mediterracircneo ora [2012] em ebuliccedilatildeohellip ndash natildeo conhecessem sobejamente e natildeo soubessem como agora manipular a seu bel-prazer e conveniecircncia

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 13: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

HERODIANO UNA REVALORIZACIOacuteN DE SU HISTORIAlowast

Lorena Esteller Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina

Uno de los rasgos que caracteriza al Imperio Romano durante el siglo III es

la escasez de fuentes escritas1 situacioacuten que nos conduce a valorar en especial la obra Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio

2 escrita en griego por su autor Herodiano durante el siglo III Y maacutes si se tiene en cuenta que dicho autor fue contemporaacuteneo de los sucesos que describe

En el presente trabajo se pretende revalorizar la obra de Herodiano como historiador y testigo ocular de un periacuteodo clave en la historia de Roma Para ello se realizaraacute un breve recorrido por su vida y obra Como asiacute tambieacuten sobre la influencia que en su Historia tuvo la corriente historiograacutefica del momento la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo

Respecto de su obra se han hecho importantes criacuteticas tal es el caso de autores como Kolb (1972) y Alfoumlldy (1971 p205-209) que lo caracterizaron como pobre en datos histoacutericos y posible de ser considerada una historia novelada Sospechada incluso de poca veracidad de las fuentes utilizadas en su Historia

Sin embargo esta postura ya fue revisada tal como lo expone Gascoacute (1984

p355-360) por Cassola3 y Bowersock (1975 p229-236) al comprobar que en varios pasajes la Historia de Herodiano es maacutes confiable que otros autores contemporaacuteneos Y tal como afirma Torres Esbarranch4 entre Dioacuten Casio y nuestro autor existen importantes diferencias La teoriacutea que hoy se impone nos indica que las fuentes de Herodiano tanto escritas como orales fueron muacuteltiples y que no se puede reducir la importancia de su obra a una mera copia de la Historia de Dioacuten Casio

Con respecto a los principales datos biograacuteficos de nuestro autor podemos indicar que son varias las teoriacuteas que se desprenden del estudio analiacutetico de su obra con respecto al momento y lugar de nacimiento5 y al cargo y posicioacuten social6 ocupado por el historiador7

Sin embargo estas no dejan de ser hipoacutetesis ya que Herodiano basaacutendose en los preceptos sentildealados por Luciano de Samosata8 en su obra Como ha de escribirse la Historia establece las reglas del buen escrito histoacuterico En la que indica que

lowastEste artiacuteculo es una versioacuten revisada de un trabajo publicado en Actas XIV Jornadas de Estudios Claacutesicos Grecia en la Latinidad (26-27 de junio de 2008) Buenos Aires Instituto de Estudios Grecolatinos Prof F Noacutevoa Fac de Filosofiacutea y Letras de la Pontificia Universidad Catoacutelica Argentina 2008

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 14: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

60

Asiacute ha de ser el historiador exento de temor incorruptible independiente amigo de la franqueza y de la verdad [hellip] extrantildeo a sus libros sin rey sin ley y sin patria y sin preocuparse de lo que este aquel pensaraacute refirieacutendose verazmente los hechos (Luc HistConscr 41)

Si tenemos en cuenta lo mencionado por Gascoacute (1982 p166) cuando afirma que todo historiador es fuente por doble viacutea por los datos ofrecidos en su narracioacuten y por la visioacuten particular de los hechos que da Se nos hace indispensable estudiar el movimiento intelectual de dicho periacuteodo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo9

En la eacutepoca imperial la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo influyoacute considerablemente sobre distintos geacuteneros como la novela filosofiacutea cartas ficticias e incluso en la historiografiacutea Sus caracteriacutesticas principales fueron la elocuencia utilizada tanto en sus ensentildeanzas actuaciones en puacuteblico como asiacute tambieacuten en sus escritos Y el aticismo (CATAUDELLA 1954 p325) purismo leacutexico y sintaacutectico que desempentildeoacute un papel importante en el mantenimiento de la naturaleza cosmopolita del mundo griego mediante la utilizacioacuten de un idioma culto de uso universal (SPEAKE 1999 p54)

Este movimiento en formacioacuten durante el I siglo de la era cristiana tuvo su periacuteodo de mayor esplendor en el siglo siguiente y comenzoacute su decadencia durante el III siglo en coincidencia con el ascenso del cristianismo (BOWIE 1981

p185 SIRAGO 1989 p5) El sitio geograacutefico en el que se desarrolloacute fue la parte oriental del imperio

En particular la ciudad de Esmirna10 Esta regioacuten disfrutaba de un importante esplendor econoacutemico y un alto desarrollo intelectual Con el tiempo la ldquoSegunda Sofisticardquo fue el fundamento de las manifestaciones literarias de su tiempo

Sin embargo la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo como afirma Sirago (1989 p7)

Es un fenoacutemeno que no responde a una ciudad o una regioacuten sino que abarca todo el imperio esto no significa que su afirmacioacuten se deba a una particular cuestioacuten de una ciudad o provincia sino que responde al intereacutes

de la cultura imperial es un fenoacutemeno universal

El nombre se lo debe11 a uno de sus maacuteximos exponentes Filostrato12 Quieacuten no soacutelo la bautizoacute sino que tambieacuten la identifico con temas histoacutericos a diferencia de la Primera Sofiacutestica tal como podemos observar en el fragmento a continuacioacuten citado desde su obra Vida de los Sofistas

La antigua sofiacutestica hasta cuando presentaba cuestiones filosoacuteficas las exponiacutea prolijamente y por extenso argumentaba sobre el valor sobre la justicia sobre heacuteroes y dioses y coacutemo se habiacutea configurado la forma del universo La que le sucedioacute que habriacutea que llamar no nueva pues es antigua sino maacutes bien segunda sofiacutestica exponiacutea discursos en los que el orador personificaba los tipos del pobre y el rico del nombre y del tirano y

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 15: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Lorena Esteller

61

cuestiones donde encarnaba a personajes concretos para las que la historia es guiacutea adecuada (Philostr VS 1481)

Los hombres que encarnaron estas nuevas actitudes en literatura fueron generalmente miembros de las maacutes ricas e influyentes familias de la aristocracia los cuales desplegaron sus habilidades ante auditorios de las grandes ciudades (BOWIE 1981 p187-188)

Los emperadores a partir de finales del I siglo vieron en el oficio del sofista una oportunidad para difundir la cultura romana entre los habitantes de los nuevos territorios conquistados e incluso pretendieron en caso de necesidad calmar los aacutenimos del pueblo a partir justamente del uso de la palabra De esta manera eacutestos maestros de elocuencia se convirtieron en grandes colaboradores de la autoridad no como hombres poliacuteticos sino como hombres de la cultura de la palabra (SIRAGO 1989 p21)

Algunos de los nombres maacutes destacados del movimiento fueron Ariacutestides13 Arriano14 Luciano y el ya mencionado Filostrato Los uacuteltimo dos de suma importancia para el estudio de la Historia de Herodiano

Entendemos que la obra Como ha de escribirse la Historia es el escrito maacutes importante por lo menos en el aspecto histoacuterico de Luciano En ella realiza una aacutecida critica a distintos escritores que se dedicaron a escribir la historia de la guerra contra los partos (161 y 165 dC) Su objetivo fue establecer las reglas del buen escrito histoacuterico entre las que se destacan las siguientes

- El escrito debe tener como uacutenico fin la utilidad (Luc HistConscr 9) y verdad (39)

- El escritor debe haber sido testigo presencial de los hechos descriptos o fiarse de aquellas fuentes que sean incorruptibles (Luc HistConscr 47) Tener inteligencia poliacutetica y vigorosa elocuencia (34) Ademaacutes de estar exento del temor (41)

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc HistConscr 2)

- Que su obra debe ser imperecedera (Luc HistConscr 5)

En la obra de Filostrato (Philostr VS 536) se observa a traveacutes de un sugestivo dialogo el planteamiento de la mejor forma de gobierno como asiacute tambieacuten las caracteriacutesticas que debiacutea tener el gobierno de un buen emperador Caracteriacutesticas que resaltan el autocontrol cualidad moral que limita el poder del emperador Este valor es estimado por la aristocracia de este tiempo porque les permite intervenir en la vida poliacutetica (GASCOacute 1984 p155) Y son las usadas por Herodiano para juzgar los hechos de los distintos emperadores que abarca su obra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 16: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

62

A modo de conclusioacuten podriacuteamos decir que a partir de las comparaciones realizadas entre las obras de los autores sentildealados hemos podido ver grandes similitudes De aquiacute que se puede inferir que Herodiano influenciado por Luciano y Filostrato se vinculoacute a la ldquoSegunda Sofiacutesiticardquo Eacutesta fue un movimiento intelectual que abarcoacute todo el imperio durante casi tres siglos y no se lo deberiacutea reducir ni a una parte y mucho menos a una ciudad particular

Por tanto las criticas dadas por la historiografiacutea moderna sobre la falta de datos biograacuteficos estilo de redaccioacuten vocabulario e incluso la veracidad de las fuentes usadas para su composicioacuten pareciera inconsistente cuando se infiere que la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio es un referente del modelo planteado por los dos importantes autores de la ldquoSegunda Sofiacutesticardquo Luciano y Filostrato

Herodiano de acuerdo a lo aquiacute analizado pareceriacutea tomar del catalogo del buen historiador de Luciano las siguientes ideas

- Que la guerra es la temaacutetica maacutes digna de ser historiada (Luc

HistConscr 2) coacutemo puede apreciarse en las detalladas descripciones que realiza tanto de las guerras a lo largo de su obra

- Que la historia debe ser uacutetil veraz y con un orden cronoloacutegico de los hechos dignos de mencioacuten

- Que el historiador debe ser inteligente conocedor de los hechos por primera mano Sin dejarse tentar por ansias personales la buacutesqueda de elogios aplausos

- Que su obra debe ser imperecedera

Si constatamos ambas obras la inferencia es evidente Al mismo tiempo se puede apreciar que nuestro autor tomoacute de Filostrato

el modelo de emperador-priacutencipe ideal Al respecto se observa en Herodiano una preocupacioacuten constante por comparar en su relato de cada uno de los emperadores a eacutestos con aquel emperador al que consideroacute el modelo del buen gobernante Marco Aurelio

En siacutentesis Herodiano pareciera convocarnos a una revisioacuten y revalorizacioacuten maacutes exhaustiva de su obra como fuente veriacutedica del Imperio Romano durante el siglo III

Fuentes FILOacuteSTRATO Vidas de los Sofistas Madrid Planeta-DeAgostini 1998 FILOSTRATO Vida de Apolonio de Tiana Madrid Gredos 1992 HERODIANO Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio Traducioacuten y

introduccioacuten de Juan J Torres Esbarranch Madrid Gredos 1985 LUCIANO Obras Completas Barcelona Lib de la viuda de Herando 1889

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 17: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Lorena Esteller

63

Bibliografiacutea ALFOumlLDY G The Crisis of the Third Century as senn by Contemporaries GRBS 15 p89-

111 1974 ALFOLDY G Herodian Person AncSoc 2 p205-209 1971 BOWERSOCK Herodian and Elagabalus In CAGAN D (ed) Studies in the Greek Historians

Cambridge 1975 p229-236 BOWIE E L Los griegos y su pasado en la Segunda Sofistica In FINLEY I M (ed) Estudios

sobre historia antigua Madrid Akal 1981 CATAUDELLA Q Historia de la literatura griega Barcelona Iberia 1954 GASCOacute F La patria de Herodiano Habilis 13 p165-170 1982 GASCOacute F Las fuentes de la Historia de Herodiano Emerita 52 p355-360 1984 GASCOacute F El cargo ocupado por Herodiano el historiador Veleia 4 p365-368 1987 GASCOacute F La crisis del siglo III y la recuperacioacuten de la Historia de Roma como un tema digno

de ser historiado Studia Historica 45 p167-171 1987A GASCOacute F Retoacuterica y realidad en la Segunda Sofiacutestica Habilis 18-19 p437-443 1987-88 GASCOacute F Buenos y malos emperadores en Casio Dioacuten In CANDAU J M GASCOacute F

RAMIacuteREZ DE VERGER A (eds) La imagen de la realeza en la Antiguumledad Madrid 1988 p115-140

KOLB Literarische Beziehungen zwischen Cassius Dio Herodian und der Historia Augusta Boon 1972

SIRAGO V A La seconda sofistica come espressione culturale della classe dirigente del II sec ANRW 331 1989

SPEAKE G (ed) Diccionario Akal de Historia del Mundo Antiguo Madrid Akal 1999

Notas 1 Las fuentes histoacutericas que han llegado hasta nuestros diacuteas para el estudio de las uacuteltimas dos deacutecadas del siglo II y el primer tercio del III siglo son a) a las poleacutemicas biografiacuteas de la Historia Augusta b) los fragmentarios libros de la Historia de Roma de Casio Dioacuten y c) la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio escrita por Herodiano 2 Herodiano Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio ecrita en VIII libros cubre la historia del imperio romano desde la muerte de Marco Aurelio hasta la ascensioacuten al trono de Gordiano III 3 En la resentildea realizada por el autor en Anthenaeum 52 1974 p374-8 del libro de KOLB (1972) 4 Autor de la introduccioacuten de la Historia del Imperio Romano despueacutes de Marco Aurelio de la edicioacuten de Gredos 5 Tal como lo menciona en la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) la investigacioacuten sobre Herodiano estaacute dividida en dos tendencias respecto a las fechas de nacimiento del historiador y de composicioacuten de la Historia Para unos habriacutea nacido en torno al 170 y para otros hacia el 178-180 La composicioacuten habriacutea tenido lugar seguacuten unos durante el reino de Gordiano III (238-244) para otros no es admisible una fecha anterior al 244 Estos se dividen en torno a dos tesis unos piensan en los uacuteltimos antildeos del reinado de Filipo el Aacuterabe (244-49) y otros en el reinado de Decio (249-51) o incluso despueacutes de su muerte (por el 253) Respecto a su nacionalidad TORRES ESBARRANCH parte de la uacutenica teoriacutea aparentemente segura la de su origen griego u

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 18: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Herodiano una revalorizacioacuten de su Historia

64

oriental Debido a que el nombre del nuestro historiador es un derivado del nombre griego Herodes y que su Historia estaacute escrita en griego y se dirige a un puacuteblico que es oriental 6 En relacioacuten a la posicioacuten social tambieacuten existen diversas hipoacutetesis aunque la teoriacutea maacutes extendida es la que considera a Herodiano un esclavo o un liberto imperial funcionario de la administracioacuten puacuteblica La investigacioacuten se basa en dos pasajes de la Historia Romana (Herod 125 2157) 7 Puede leerse sobre el particular los breves artiacuteculos ya citados de Fernando GASCOacute (1982 1984 1987 1987A) en los cuales realiza un significativo estado de la cuestioacuten sobre cada uno de los temas que trata Y la introduccioacuten ya citada Juan J TORRES ESBARRANCH (in HERODIANO 1985) 8 Luciano de Samosata escritor griego que nacioacute hacia el 120 d J C en Comagene Viajoacute por Antioquia Italia Galia Acaya Macedonia y Tracia Sus obras ndashdiaacutelogos saacutetiras narraciones fantaacutesticas parodiasndash fueron clasificadas en periacuteodos bien definidos atendiendo a la actividad realizada por el mismo El juvenil entregado a la sofistica El segundo en donde Luciano rompe con la retoacuterica y se vuelve a la filosofiacutea Por uacuteltimo el de vejez en donde se encuentran los uacuteltimos resplandores de su ingenio Cabe aclarar que aun cuando Luciano se separoacute de la retoacuterica para entregarse a la filosofiacutea nunca fue un filoacutesofo siendo el residuo de la actividad sofistica una constante en sus escritos (CATAUDELLA 1954 p330) 9 El teacutermino sophisteacutes del cual proviene sofistas significaba originalmente un hombre sabio o experto en alguacuten arte Sin embargo durante el V siglo aC en la Heacutelade se aplicoacute a los hombres que se dedicaban a las ensentildeanzas viajando de una ciudad a la otra para desarrollar su oficio a cambio de dinero (SPEAKE 1999 p338) 10 Ciudad situada en la costa oeste de Asia Menor Actualmente ahiacute se situacutea a la ciudad turca de Izmir 11 En la introduccioacuten de su artiacuteculo SIRAGO (1989) explica que maacutes allaacute del nombre puesto por FILOSTRATO el nuacutemero asignado es erroacuteneo dado que los antiguos entendiacutean como primera sofiacutestica la que transcurre en el periacuteodo desde Temistocles a Pericles la segunda de Isocrates a Demostenes y la uacuteltima en tiempos cristianos como sofistas imperiales 12 Flavio Filoacutestrato nacioacute en Lemnos entre 160 y 170 dC fue probablemente hijo de sofista Sus obras maacutes importantes las cuales se conservan son Vidas de los Sofistas y Vida de Apolunio de Tiana Entre sus maestros se citan a Proclo de Naucratis Hipoacutedromo de Larisa ndashambos disciacutepulos de Herodes Aacuteticondash y Antiacutepatro de Hieraacutepolis quieacuten fue educador de los hijos de Septimio Severo 13 Ariacutestides Elio nacioacute en Adrianuteras en Misia para el 117 y murioacute en el 180dC Estudioacute en Atenas y en Peacutergamo y viajoacute por Egipto Ciacutecico y Roma antes de establecerse en Esmirna De sus escritos ndashhimnos panegiacutericos discursos y diariosndash se conservan una gran cantidad 14 Lucio Flavio Arriano historiador griego que vivioacute posiblemente entre 90 y 160 dC procediacutea de Bitinia y estudioacute con el estoico Epicteto Sus trabajos soacutelo han sido conservados en estado fragmentario

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 19: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

EM TEMPOS DE CULTO A MARTE POR QUE ESTUDAR VEcircNUS REPENSANDO O PAPEL DE POMPEIA DURANTE A II GUERRA

Renata Senna Garraffonilowast

Peacuterola de Paula Sanfelicelowastlowast Universidade Federal do Paranaacute - Brasil

Introduccedilatildeo

Os estudos sobre o mundo antigo tecircm passado por um momento de questionamentos tanto do ponto de vista dos historiadores como dos arqueoacutelogos e esse aspecto natildeo passou despercebido da academia brasileira Talvez essa renovaccedilatildeo seja mais um dos grandes legados do pensamento de Michel Foucault pois a partir de suas criacuteticas acerca da escrita da Histoacuteria abriu espaccedilo para pensar os discursos produzidos no meio acadecircmico seus conceitos e intenccedilotildees (FOUCAULT 1996 1997) As reflexotildees que tomaram por base seu pensamento como as de Said (2001) Bernal (1987 2005) e mais recentemente Hingley (1982 1996 2000 2001 2002 2005 2010) abriram caminhos para que os estudiosos do mundo antigo questionassem generalizaccedilotildees e se posicionassem diante dos meacutetodos interpretativos criados no seio da academia eivados de concepccedilotildees eurocecircntricas e atravessados por poliacuteticas de dominaccedilatildeo

Inspirados por Foucault e envolvidos pela criacutetica posteriormente denominada poacutes-colonial esses estudiosos cada um a seu modo causaram polecircmicas e sensibilizaram historiadores e arqueoacutelogos a pensar como conceitos e modelos interpretativos natildeo satildeo naturais mas construiacutedos historicamente Aos poucos ajudaram a estabelecer um movimento que atualmente tornou-se irreversiacutevel discutir o mundo antigo implica em conhecer as poliacuteticas modernas e o momento histoacuterico em que interpretaccedilotildees e conceitos foram cunhados

As criacuteticas estabelecidas e a perspectiva delineada trouxeram desconcertos e incocircmodos para os estudiosos do mundo antigo pois cada um dos autores mencionados explicitou em suas diferentes obras como na virada do seacuteculo XIX para o XX muitos especialistas do mundo grego-latino construiram interpretaccedilotildees fundamentadas em preconceitos que ajudaram a legitimar discursos de poder Desconstruindo os modelos interpretativos aplicados para o estudo do mundo antigo Bernal e Hingley enfatizaram em seus trabalhos a necessidade de rever categorias de estudos culturais estagnadas e normativas bem como Said alertou para a importacircncia do papel da academia na constituiccedilatildeo de poliacuteticas autoritaacuterias

lowastProfessora do Departamento de HistoacuteriaUFPR resenna93hotmailcom lowastlowast Doutoranda em Histoacuteria bolsista REUNICapes-UFPR perolasanfelicegmailcom

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 20: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

66

e visotildees de mundo preconceituosas elaborando assim novas maneiras de se perceber os estudos acerca do passado

Eacute precisamente essa consciecircncia criacutetica que tem trazido novos ares para os estudos Claacutessicos Como afirmou recentemente Glaydson Joseacute da Silva (2007) se o universo grego ou romano sempre fora visto como um campo de estudos tradicional conservador e hieraacuterquico a partir das uacuteltimas duas deacutecadas muitos estudiosos tem buscado questionar esses ranccedilos histoacutericos propondo uma revisatildeo teoacuterica-metodoloacutegica profunda e um diaacutelogo maior entre arqueologia e histoacuteria Revisatildeo essa gostariacuteamos de ressaltar que tem natildeo soacute proposto novas problemaacuteticas de estudo mas tambeacutem desenvolvido um repensar de como satildeo constituiacutedas as relaccedilotildees passadopresente e suas implicaccedilotildees poliacuteticas

Nesse processo a Arqueologia passa a desempenhar um importante papel Se durante muito tempo fora entendida como ciecircncia auxiliar da Histoacuteria os desdobramentos criacuteticos mencionados tecircm indicado como a escavaccedilatildeo e a preservaccedilatildeo da cultura material natildeo satildeo neutras mas realizadas a partir de dimensotildees poliacuteticas econocircmicas sociais culturais e psicoloacutegicas influenciando nosso entendimento do passado (LAWRENCE amp SHEPHERD 2006) A anaacutelise dos dados escavados e sua publicaccedilatildeo implicariam portanto em pensar que a produccedilatildeo dos discursos arqueoloacutegicos eacute permeada por questotildees de poder status dominaccedilatildeo resistecircncia etnicidade e gecircnero Eacute dentro desse contexto que se situa a presente reflexatildeo cuja ideia central eacute focar em Pompeia cidade romana soterrada pela explosatildeo do vulcatildeo Vesuacutevio em 79 dC e discutir como a cultura material romana foi selecionada e moldada durante as escavaccedilotildees lideradas por Maiuri no momento de ascensatildeo do fascismo italiano e logo apoacutes do final da II Guerra Para tanto iniciamos o texto explicitando as reflexotildees teoacutericas que norteiam nossa anaacutelise para a seguir focar em alguns aspectos especiacuteficos das escavaccedilotildees e publicaccedilotildees de seus resultados

Eacute importante destacar que nossa intenccedilatildeo natildeo eacute desqualificar o trabalho elaborado por Mauiri e sua equipe mas sim discutir como o processo de escavaccedilatildeo e seu relato satildeo eivados de intervenccedilotildees e escolhas atravessados pela poliacutetica do momento no qual eacute realizada e que modelam as percepccedilotildees que construiacutemos acerca do passado Como foram muitas as escavaccedilotildees realizadas e vaacuterias obras publicadas nessa ocasiatildeo vamos nos deter aos relatos de Maiuri sobre as pinturas acerca da deusa Vecircnus A escolha do tema natildeo eacute aleatoacuteria muito pelo contraacuterio optamos por tratar as escavaccedilotildees e anaacutelises dessas pinturas pois nos remetem aos silecircncios e exclusotildees provocadas pelas escavaccedilotildees Como jaacute destacou Cavicchioli (2009 p05) em tempos de guerra Marte ganha destaque e pensar Vecircnus natildeo era prioridade Nesse contexto nosso objetivo central eacute a partir das consideraccedilotildees de Maiuri sobre as pinturas parietais de Vecircnus problematizar os processos de escolhas dos arqueoacutelogos ou seja pensar os usos do passado seus silecircncios e exclusotildees O presente texto eacute portanto uma reflexatildeo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 21: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Renata Senna Garraffoni e Peacuterola de Paula Sanfelice

67

inicial sobre algumas ideias que temos desenvolvido em conjunto na Universidade Federal do Paranaacute e tem o intuito de criar leituras mais libertaacuterias do passado considerando a cultura material remanescente

Os usos do passado a busca da grandiosidade romana nos regimes totalitaacuterios

Antes de nos determos ao estudo das escavaccedilotildees de Pompeia por Maiuri gostariacuteamos de discutir alguns dos princiacutepios teoacutericos que sustentam essa nossa reflexatildeo Para tanto iniciamos lembrando uma afirmaccedilatildeo de Duby ainda no princiacutepio dos anos 1980 ldquocada eacutepoca constroacutei mentalmente sua proacutepria representaccedilatildeo do passado sua proacutepria Roma e sua proacutepria Atenasrdquo (DUBY apud

FUNARI 2003 p29) Essa observaccedilatildeo bastante apropriada nos faz pensar o quanto o presente influencia nossa percepccedilatildeo acerca do passado Enfatizar o historiador como sujeito histoacuterico e agente ao escrever sobre o passado aspecto teoacuterico-metodoloacutegico caro aos intelectuais vinculados aos Annales eacute uma faceta dos estudos claacutessicos que tem sido resignificada a partir de abordagens de inspiraccedilatildeo poacutes-colonial Como jaacute comentamos desde meados dos anos de 1990 os estudos acerca do mundo antigo em especial Greacutecia e Roma tecircm sofrido modificaccedilotildees profundas e cada vez mais tecircm-se atentado para as implicaccedilotildees poliacuteticas das escolhas de historiadores e arqueoacutelogos na elaboraccedilatildeo das leituras sobre o passado

Embora essa questatildeo seja recente no campo de estudos acadecircmicos eacute notaacutevel o espaccedilo que tem ocupado nas reflexotildees dos classicistas Em acircmbito brasileiro Silva (2007) apresenta uma interessante discussatildeo sobre como a memoacuteria acerca do mundo antigo esteve profundamente vinculada agraves questotildees de identidades nacionais chamando a atenccedilatildeo para o fato de que durante o periacuteodo compreendido pela Modernidade muito se recuperou do passado Claacutessico a fim de justificar uma suposta heranccedila cultural atribuiacuteda ao Ocidente Se por um lado a Greacutecia antiga serviu como um modelo de civilizaccedilatildeo e de democracia por outro buscou-se ressaltar no passado romano seu imperialismo sua forccedila beacutelica sua literatura suas construccedilotildees e sua arte (FUNARI e RAGO 2008 p9)

De todos os legados romanos construiacutedos ou imaginados a ideia de impeacuterio e toda a sua simbologia de forccedila e vitoacuteria foram marcantes na poliacutetica Ocidental Richard Hingley (2002 p29) enfatiza que o impeacuterio romano possibilitou a criaccedilatildeo de um mito de origem para muitos povos da Europa tendo proporcionado arcabouccedilo cultural e poliacutetico para muitas naccedilotildees que se consideram herdeiras de seus feitos

Assim as naccedilotildees que se formavam no seacuteculo XIX como Inglaterra Franccedila ou Itaacutelia soacute para citar alguns exemplos buscaram no Impeacuterio Romano sua maior fonte de legitimaccedilatildeo Em diferentes estudos Hingley afirma que a cultura claacutessica em especial os textos produzidos pelos antigos romanos da elite imperial foi

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 22: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Em tempos de culto a Marte por que estudar Vecircnus

68

importante no periacuteodo de formaccedilatildeo dos estados nacionais por apresentarem um caraacuteter de autoridade e poder Foi a partir destes textos que muitos estudiosos importantes como Mommsen ou Haverfield estabeleceram um dos conceitos mais influentes para o estudo das relaccedilotildees entre romanos e nativos a noccedilatildeo de Romanizaccedilatildeo Como os romanos estiveram presentes em grande parte dos territoacuterios que posteriormente dariam lugar a esses novos estados nacionais Hingley (2005) afirma que Haverfield desenvolveu a concepccedilatildeo em que os romanos culturalmente mais desenvolvidos teriam conquistado e derrotado os povos baacuterbaros ensinado a eles seu modo de vida definindo a base para a ideia na qual os povos nativos foram lsquoromanziadosrsquo Essa noccedilatildeo de continuidade de aculturaccedilatildeo tatildeo presente na academia da virada do seacuteculo XIX para o XX teria proporcionado uma associaccedilatildeo com a Roma claacutessica por meio da heranccedila de uma tradiccedilatildeo comum expressa pela liacutengua religiatildeo e civilizaccedilatildeo

A partir dessa perspectiva muito difundida na eacutepoca definiu-se uma linha de continuidade no desenvolvimento cultural europeu do passado romano ao presente britacircnico (ou europeu) possibilitando que as naccedilotildees modernas veiculassem os seus direitos imperialistas forjando numa espeacutecie de missatildeo imperial civilizatoacuteria que lhes foi transmitida pelos povos desse antigo impeacuterio (GARRAFFONI e FUNARI 2004 p 15 HINGLEY 2010 p31)

Se Hingley foca no caso britacircnico e a importacircncia desse pensamento para a legitimaccedilatildeo de poliacuteticas imperialistas entre os seacuteculos XIX e comeccedilo do XX Silva (2007) chama a atenccedilatildeo para os usos poliacuteticos que os regimes totalitaacuterios fizeram dos romanos De todos os paiacuteses europeus talvez a Itaacutelia tenha sido um dos que mais se apropriou de elementos da Antiguidade a serviccedilo de governos autoritaacuterios Com uma unificaccedilatildeo tardia (1859-1870) a Itaacutelia obteve na sua uniatildeo poliacutetica um dos maiores eventos de sua Histoacuteria Durante esse processo de unificaccedilatildeo Roma foi eleita sua capital e eacute sobre esta cidade que o liacuteder fascista Benito Mussolini conduziraacute posteriormente a sua marcha evocando a continuidade e a heranccedila da Antiga Roma Imperial Como afirma Silva (2007 p 38)

a Roma fascista constroacutei a Roma ideal fazendo com que Roma antiga e Itaacutelia moderna sejam inseparaacuteveis durante o fascismo

Nesse contexto poliacutetico no qual passado e presente se mesclam para formar discursos de poder a academia passa a desempenhar um papel importante Disciplinas como Histoacuteria e Arqueologia foram fundamentais nas elaboraccedilotildees identitaacuterias italianas e tambeacutem de outros regimes autoritaacuterios que assolaram a Europa durante o seacuteculo XX Chamadas ora para legitimarem ascendecircncias eacutetnicas ora para conferir direitos territoriais pautados na ancestralidade de ocupaccedilatildeo dos espaccedilos as duas disciplinas empregaram profissionais na busca da oficializaccedilatildeo de suas heranccedilas e tambeacutem na adequaccedilatildeo do presente aos entatildeo considerados ideais romanos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 23: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

TEXTOS DO PERIacuteODO IMPERIAL ROMANO SOBRE A PINTURA GREGA DITA CLAacuteSSICA O QUE Eacute PRECISO VER E SABER ACERCA DA

ARTE E DE SUA DECADEcircNCIA

Pedro Luiacutes Machado Sancheslowast Universidade Federal de Pelotas - Brasil

J J Pollitt estudioso dos documentos escritos acerca das artes na Greacutecia

antiga pode ser visto como um reexaminador ldquoagrave luz das aquisiccedilotildees recentes da terminologia da criacutetica de arte antiga e dos principais problemas teacutecnicos e esteacuteticos postos pelos textosrdquo (Rouveret 1989 p8) Em sua abordagem Pollitt como outros considera a dificuldade imediata dos estudos de arte grega dita ldquoclaacutessicardquo (quinto e quarto seacuteculos aC) por meio dos escritos antigos o surgimento tardio daquelas referecircncias literaacuterias que se fizeram mais relevantes em relaccedilatildeo ao florescimento das artes Dentre os textos mais importantes em tais estudos estatildeo a Hellados Periegesis de Pausacircnias (seacuteculo II dC) e principalmente os livros XXXIII a XXXVI da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho

Primeiro existe o fato de que a maioria dos autores que suprem significante informaccedilatildeo viveu muito depois que os artistas sobre os quais escrevem Pliacutenio o Velho por exemplo quem eacute a nossa mais compreensiva fonte para a histoacuteria da pintura e da escultura do periacuteodo claacutessico (o quinto e o quarto seacuteculos aC) escreveu na segunda metade do primeiro seacuteculo dC1 (POLLITT 1990 p1)

A distacircncia cronoloacutegica natildeo eacute a uacutenica No caso de Pliacutenio devemos situar uma evidente distacircncia cultural ou se preferimos uma distacircncia poliacutetica por ter escrito em liacutengua latina e vivido sob o Impeacuterio Romano uma sociedade que sem dificuldade natildeo se poderia perfilar agrave democracia ateniense dos tempos de Ciacutemon filho de Milciacuteades e de Peacutericles

Talvez natildeo seja desnecessaacuterio lembrar a quem se destinou a obra enciclopeacutedica de Pliacutenio e que papel desempenha naquele contexto uma histoacuteria das artes figurativas em especial da pintura

O livro I da Histoacuteria Natural conteacutem missiva e dedicatoacuteria a Vespasiano Ceacutesar aleacutem de introduzir cada um dos capiacutetulos O livro II apresenta estados atmosfeacutericos maravilhas do mar e prodiacutegios celestes2 e os quatro livros seguintes satildeo dedicados agrave topografia populaccedilatildeo mares cidades portos montanhas rios dimensotildees povos atuais e passados dos paiacuteses e regiotildees conhecidos Pliacutenio trata ainda de animais terrestres e aquaacuteticos de seres classificados entre os animais e

lowastDocente do Instituto de Ciecircncias Humanas da UFPel plmsanchesyahoocombr

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 24: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Textos do periacuteodo imperial romano

116

as plantas das plantas dos remeacutedios extraiacutedos de plantas animais e terras da natureza dos metais (livro XXXIII) No livro XXXIV dedicado aos metais cobreados menciona a arte do cinzelador do tintureiro e do escultor em metal indicando entatildeo estes artistas em eacutepocas pregressas

O livro XXXV sobre as terras e pedras eacute o lugar onde apresenta os pintores os temas e locais de exposiccedilatildeo dos quadros modos de pintar aleacutem das mudanccedilas ocorridas na figuraccedilatildeo enredando uma tradiccedilatildeo secular uma histoacuteria das contribuiccedilotildees agrave arte de pintar acompanhada de anedotas acerca dos ceacutelebres inovadores No livro XXXVI Pliacutenio parece fazer o mesmo aos escultores

De fato os temas dos livros XXXIII a XXXVI natildeo satildeo diretamente os artistas do metal das cores e da pedra e sim declaradamente a natureza destes materiais Uma histoacuteria da pintura tem lugar no livro XXXV ldquoconquanto pintores usaram estes materiais [pedras e terras] como pigmentosrdquo (POLLITT 1990 p2) e o mesmo se aplica agrave vinculaccedilatildeo entre os artistas e as mateacuterias primas nas outras artes sempre partindo destas uacuteltimas

As diferenccedilas figurativas entre as eacutepocas de Ciacutemon de Cleonas Polignoto de Tasos Zecircuxis e Apolodoro pintores e o periacuteodo imperial romano de Pliacutenio historiador podem ser lidos com clareza Pliacutenio condena o fato da pintura outrora ilustre se ver suplantada pelos maacutermores e pelo ouro o autor prefere os paineacuteis pintados que ldquofazem penetrar as montanhas justo dentro de um quartordquo agraves ldquoparedes cobertas de maacutermore cortado e cinzeladordquo de sua eacutepoca (Plin HN 352-

3) O material eacute decisivo tambeacutem em relaccedilatildeo aos retratos como explicita no proacutelogo do livro XXXV

Realmente a pintura de retratos pela qual se perpetuavam atraveacutes dos tempos as imagens perfeitamente semelhantes estaacute completamente abandonada Ergueram-se medalhotildees de bronze semblantes de prata sem que se distinguiam com clareza os traccedilos individuais () Todas as pessoas chegam a preferir que se olhe o material empregado a serem conhecidas atraveacutes dele (Plin HN 355)3

O caso de Pausacircnias eacute distinto Possivelmente oriundo da Liacutedia Pausacircnias escreve em grego uma obra singular quase um seacuteculo depois do surgimento dos volumes de Pliacutenio Singular porque o registro da perambulaccedilatildeo de Pausacircnias pela Greacutecia se fez seletivo aponta quase sempre aqueles monumentos dataacuteveis dos seacuteculos VI V e IV a C observando um nuacutemero menor de esculturas do dito periacuteodo heleniacutestico como reconheceu Joyce Heer em seu estudo intitulado La personaliteacute de Pausanias

Se as preferecircncias do periegeta satildeo pela austeridade e pelo ldquoestilo severordquo ele admite exceccedilotildees a esta regra As consideraccedilotildees de ordem pessoal lhe demandam em favor de certos escultores da eacutepoca heleniacutestica (HEER 1979 p22)

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 25: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Pedro Luiacutes Machado Sanches

117

Pausacircnias evita toda a referecircncia ao culto de Roma e de seus imperadores ldquodivinizadosrdquo Natildeo menciona por exemplo as estaacutetuas e construccedilotildees de Adriano em Atenas estaacutetuas de outros imperadores das famiacutelias destes imperadores e dos governadores de proviacutencias Heer (1979 p22) inferiu que a perda da independecircncia das cidades gregas faz com que as ldquolembranccedilas dos seacuteculos recentes natildeo lhe tra[gam] nenhum prazerrdquo e observou que em duas passagens (Paus 124 e 1183) o periegeta mostra indignaccedilatildeo com o costume disseminado em sua eacutepoca de suprimir os nomes das bases das estaacutetuas para trocaacute-los por outros com a finalidade de economizar a feitura de novas estaacutetuas destinadas aos novos senhores locais

Apesar de condenar o afatilde romano de dar novo destino agraves estaacutetuas antigas Pausacircnias natildeo deixou de tecer raros elogios a monumentos erigidos em sua proacutepria eacutepoca Exemplo disso eacute a descriccedilatildeo que faz da oferenda feita por Mummius em Oliacutempia (Paus 4244) apoacutes 150 aC Entretanto o sentido geral da descriccedilatildeo que Pausacircnias faz da Greacutecia parece repousar sobre a ideacuteia de que ldquoa arte grega se encontra em decliacutenio apoacutes a conquista macedocircniardquo (HEER 1979 p21) de Felipe alcanccedilada na batalha de Queroneacuteia em 338 aC ou seja a pintura a escultura e a arquitetura4 se tornam decadentes a partir do jugo de estrangeiros sobre os gregos O autor noticia o que resta do passado glorioso nos monumentos deste passado ao mesmo tempo em que comenta as grandes obras literaacuterias deste mesmo passado sobretudo os versos de Homero5

Pliacutenio e Pausacircnias compartilham portanto uma mesma topica6 os tempos

passados satildeo mais elevados e produziram obras de maior estima que os tempos atuais no caso os tempos atuais correspondem em ambos os casos ao periacuteodo imperial romano Para Pliacutenio a decadecircncia das artes acompanha a decadecircncia dos costumes e do gosto Pausacircnias parece associar agrave decadecircncia tambeacutem o decliacutenio poliacutetico da proacutepria Greacutecia subjugada

Tal condiccedilatildeo parece aos pesquisadores modernos7 aproximar Pliacutenio e Pausacircnias das pinturas feitas em Atenas sob os governos de Temiacutestocles Ciacutemon e Peacutericles e em outras localidades da Greacutecia pelo interesse que manifestaram em considerar aquelas pinturas em descriccedilotildees exaustivas ou comentaacuterios acerca dos modos de pintar que se julgam surgentes naquele periacuteodo

Filoacutestrato o Velho em oposiccedilatildeo se mostraraacute um entusiasta das obras em metal do periacuteodo imperial Natildeo se estranha que suas referecircncias agrave pintura do V seacuteculo aC se caracterizem pela analogia

Os elefantes os cavalos os soldados os capacetes os escudos eram em oricalcio8 em prata em ouro em bronze negro as lanccedilas os dardos as espadas em ferro Pode-se notar ali todas as caracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranor distribuiccedilatildeo harmoniosa das sombras vida das figuras ciecircncia dos relevos e das profundidades tudo isso se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 26: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Textos do periacuteodo imperial romano

118

encontra nestas esculturas onde a mistura dos metais produziu todos os efeitos de cores (Philostr VA 220)

Em Filoacutestrato as ldquocaracteriacutesticas das pinturas de Zecircuxis de Polignoto e de Eufranorrdquo satildeo algo diferente daquelas presentes em Pliacutenio e ao menos no exemplo acima resistem agrave romanizaccedilatildeo e ao gosto pelos materiais9 Estaacute ausente a ordem tatildeo significativa em Pliacutenio onde a sucessatildeo de pintores parece estabelecer-se pelo desenvolvimento teacutecnico10 ou melhor dizendo pelas ldquomudanccedilas na pinturardquo introduzidas por cada um dos artistas celebrados

Assim desde o egiacutepcio Filoacutecles ou o coriacutentio Cleanto inventores do ldquodesenho com traccedilosrdquo (Plin HN 3516) o desenvolvimento da pintura se deu por meacuterito de Ciacutemon de Cleonas o inventor da catagrapha o ldquoretrato em trecircs-quartosrdquo (Plin HN 3556) Polignoto e a ldquovariedade nos traccedilos do rostordquo Apolodoro mestre de Zecircuxis (Plin HN 3560-61) a quem eacute atribuiacuteda a invenccedilatildeo da skiagrafia a teacutecnica do sombreamento Parraacutesio ldquoo primeiro a dotar a pintura de proporccedilotildeesrdquo (Plin HN 3567)

A persistecircncia dos pesquisadores modernos em tomar os tardios Pliacutenio e Pausacircnias enquanto ldquofontes e documentosrdquo11 para a arte grega do dito periacuteodo claacutessico se justifica tambeacutem pelas fontes que os proacuteprios Pliacutenio e Pausacircnias declaram terem tido

Pliacutenio apresenta um iacutendice bibliograacutefico para cada um de seus volumes onde figuram nomes como Antiacutegonos e Xenoacutecrates escritores gregos praticantes das artes (Plin HN 3568) Estima-se que Xenoacutecrates tenha estado ativo no princiacutepio do seacuteculo III aC e a ele se pode atribuir a ordem adotada por Pliacutenio na sucessatildeo de pintores e de mudanccedilas na pintura Estas fontes de Pliacutenio se tornam mais importantes na medida que dentre elas encontramos pintores ldquoinovadoresrdquo de significativo destaque na Histoacuteria Natural tais como Apeles Melacircncio Eufranor e Parraacutesio (POLLITT 1990 p8)

Pausacircnias assinala a ajuda de guias locais e a leitura de textos em grande parte perdidos antes das visitas (HEER 1979 p24 por exemplo Paus 545-8 10263

e 287) donde as diferentes naturezas das informaccedilotildees satildeo apresentadas e quando natildeo haacute um guia (como eacute o caso da visita a Delfos cf Paus 10) ou a fonte literaacuteria natildeo corresponde ao que o periegeta afirma ver o fato eacute relatado

O proacuteprio periegeta repreende seriamente um autor por ter fornecido certas informaccedilotildees de ordem topograacutefica sem dispor de provas suficientes ldquoele natildeo viu ele proacuteprio e natildeo obteve esta informaccedilatildeo de algueacutem que tivesse vistordquo() ldquomas eu Pausacircnias eu tive estes dois meios agrave minha disposiccedilatildeo (Paus 84110 apud HEER 1979 p20)

Entre os estudiosos modernos cultivou-se a esperanccedila de que as ldquofontes escritas das fontes escritasrdquo constituam um elo entre a eacutepoca do florescimento das pinturas e os referidos autores dos seacuteculos I e II dC entendendo estes

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 27: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Pedro Luiacutes Machado Sanches

119

uacuteltimos como pertencentes a uma tradiccedilatildeo comum de escritores mais antigos (POLLITT 1990 p2 HEER 1979 p20) ao mesmo tempo em que natildeo podem ser deixadas de lado as diferenccedilas histoacutericas

Pinturas murais e de quadro do periacuteodo claacutessico grego desapareceram por completo haacute mais de mil anos12 o que elevou sobremaneira a importacircncia dos escritos acerca da pintura para os estudiosos modernos Acerca da destacada posiccedilatildeo de Pliacutenio e Pausacircnias nos estudos da pintura antiga podemos apresentar e comentar aqui uma proposta moderna de classificaccedilatildeo que pode explicitar o interesse de especialistas por estes autores Trata-se de uma proposta de classificaccedilatildeo apresentada por J J Pollitt e nos serve de exemplo de uma abordagem atual da relaccedilatildeo entre textos e pintura antigos

Pollitt considera os textos antigos sobre arte grega segundo os ldquodiferentes tipos de escritoresrdquo que se expressam de modo criacutetico Sugere para estes quatro diferentes categorias que vatildeo desde ldquoos mais bem preservados textosrdquo aos ldquoescritos dos proacuteprios artistasrdquo passando pelos ldquoescritos que tratam da pintura em analogiasrdquo e pelos textos dos ceacutelebres filoacutesofos gregos Platatildeo e Aristoacuteteles que juntos participam da mesma categoria13

A categoria dos escritos atribuiacutedos aos proacuteprios artistas eacute onde estaacute inserido o Cacircnone de Policleto entre textos de artistas dos quais se conhecem apenas sumaacuterias passagens ou o tiacutetulo ou apenas o autor e sequer o tiacutetulo como ocorre a muitas dentre as fontes citadas nos iacutendices da Naturalis Historia Apesar do entusiasmo de Pollitt com as referecircncias a estes textos14 natildeo satildeo escritos significativos para o estudo dos pintores da primeira metade do V seacuteculo Natildeo se conhecem alusotildees aos escritos de Polignoto ou aos de qualquer pintor ativo em seu tempo Sobre esta categoria Pollitt afirma ldquoO elemento comum em todos estes escritores parece ter sido a preocupaccedilatildeo com problemas da forma e dos procedimentos teacutecnicos pelos quais eacute produzida a formardquo (POLLITT 1990 p8)

Na categoria reservada aos filoacutesofos gregos estes satildeo chamados ldquoesteacuteticos moraisrdquo15 Marcada pelos textos Repuacuteblica de Platatildeo Poeacutetica e Poliacutetica de Aristoacuteteles esta categoria eacute estabelecida apesar das diferenccedilas entre os comentaacuterios sobre a pintura nestes dois autores (como apresentamos sumariamente acima e pormenorizadamente adiante) Segundo Pollitt (1990 p7) Platatildeo e Aristoacuteteles ldquojulgam nas artes sua influecircncia sobre o conhecimento humano e a consciecircncia moralrdquo e a eles satildeo associados autores do dito heleniacutestico tardio que teriam discutido a teoria da phantasia

16

A categoria dos ldquoanalogistas literaacuteriosrdquo abrange retoacutericos e poetas que lanccedilaram matildeo das artes visuais como fontes de analogia com a literatura Pequenas histoacuterias de Quintiliano e Ciacutecero ekhphraseis pequenos poemas que tenham por tema pintores e escultores e epigramas em bases de estaacutetuas estatildeo classificados nesta mesma categoria As analogias com a arte retoacuterica dentre

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 28: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Textos do periacuteodo imperial romano

120

estes variados gecircneros parecem ser as mais relevantes para Pollitt e Dioniacutesio de Halicarnasso o mais profiacutecuo dos ldquoanalogistasrdquo (POLLITT 1990 p224-226)

Por fim a categoria que abrange Pliacutenio e Pausacircnias eacute a dos ldquocompiladores da tradiccedilatildeordquo assim chamados graccedilas agraves fontes que tiveram e agrave noccedilatildeo de que a adoccedilatildeo de tais fontes (em sua maioria formada por textos perdidos atribuiacutedos a artistas como apontamos acima) os insere na mesma tradiccedilatildeo Em Pliacutenio e Pausacircnias as informaccedilotildees satildeo de diversas ordens e principalmente por este motivo satildeo consideradas as fontes mais importantes para os estudos modernos das pinturas surgidas cinco ou seis seacuteculos antes de seu florescimento ldquo() [ldquoCompiladores da tradiccedilatildeordquo satildeo] escritores que coletaram de diversas fontes informaccedilotildees biograacuteficas teacutecnicas e anedoacuteticas sobre arte e artistasrdquo (POLLITT 1990)

A necessidade de uma classificaccedilatildeo como esta entretanto natildeo parece resultar paradigmaacutetica tampouco parece ser um instrumento de pesquisa

Nas pesquisas do fim do seacuteculo XIX e comeccedilo do seacuteculo XX17 os escritos antigos se organizam pela temaacutetica como em Reinach (1921 reeditado em 1985) onde o agrupamento por tema (por exemplo proceacutedeacutes de peinture processos de pintura ou Polygnote et la premiegravere eacutecole attique Polignoto e a primeira escola aacutetica) sobrepotildee a ordem cronoloacutegica apresentando juntos textos poeacuteticos e prosaicos gregos e latinos de eacutepocas por vezes distanciadas em mais de um milecircnio

Carl Robert (1882 1892 1895) parece apresentar suas inferecircncias otimistas18 acerca das descriccedilotildees de Pausacircnias sem tomar o texto da periegese em nenhuma sorte de categoria (WOODFORD 1974 p158 ROBERTSON 1985 p5-6) embora seja sensiacutevel agrave diferenccedila entre o testemunho de Pausacircnias e aqueles datados do seacuteculo V aC

() O judicioso Carl Robert ironiza a ldquopiedosa supersticcedilatildeo de que os velhos mitos populares satildeo conservados em sua pureza original ateacute a eacutepoca dos Antoninosrdquo eacutepoca em que Pausacircnias os recolheu pois segundo este autor ldquoa massa do povo agrave eacutepoca imperial conhece as lendas somente na forma que lhe conferiram o drama aacutetico e a poesia alexandrina (HEER 1979 p25)

Rouveret autora de estudos recentes tambeacutem parece alheia agrave necessidade de classificaccedilotildees artificiosas para os textos antigos Em seu trabalho cumpre apenas distinguir os textos cronologicamente e em relaccedilatildeo ao gecircnero literaacuterio o que talvez se possa entender quando se observam tradiccedilotildees interpretativas que remontam agrave origem filoloacutegica dos estudos de arqueologia claacutessica19

Ao contraacuterio do que ocorre com as categorias modernas para os vasos pintados muitiacutessimo difundidas nos estudos haacute mais de cem anos as categorias para os textos sobre a pintura ndash propostas por Pollitt ndash parecem natildeo encontrar

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 29: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Pedro Luiacutes Machado Sanches

121

precursores e seguidores entre aqueles que se dedicam a estes objetos de estudo De fato a junccedilatildeo de epiacutegrafes de Simocircnides e analogias de Dioniacutesio de Halicarnasso em uma mesma classe de textos natildeo parece prestar grande ajuda agrave compreensatildeo destes mesmos textos ou das artes de que falam Existe por exemplo importante analogia entre a arte do pintor e a arte do poeta em Aristoacuteteles (Arist Poet 1448ordf720) e no entanto o filoacutesofo natildeo participa da ldquocategoria dos analogistasrdquo por se idenficar nos comentaacuterios sobre os ethe um aspecto moral que o distingue dos retoacutericos romanos de poetas traacutegicos e de outra sorte de autores

Haacute esforccedilos contraacuterios ao de Pollitt tambeacutem no trabalho de estudiosos que pretendem ldquolanccedilar luz agraves descriccedilotildees de Pausacircniasrdquo por meio de poesia ldquocontemporacircnea a Polignotordquo (ROUVERET 1989 p150) como eacute o caso de J P Barron (1980 apud ROUVERET 1989 p150-152) e David Castriota (1992 p58-63) que recorrem aos ditirambos de Baquiacutelides (Bacchyl Dith 17 e 18) ou Agnegraves Rouveret (1989 cap III e VI) que recorre tambeacutem agraves epigramas de Simocircnides e aos Memorabilia de Xenofonte (Xen Mem 310)

Estes uacuteltimos documentos escritos legiacutetimados pela cronologia natildeo teratildeo em si no entanto o valor compreensivo dos textos de Pliacutenio e Pausacircnias o que tornou as pinturas murais do periacuteodo claacutessico entes essencialmente literaacuterios perpetuados por descriccedilotildees surgidas com cinco ou seis seacuteculos de atraso em circunstacircncias que natildeo podem ser ignoradas pelos leitores e inteacuterpretes de nosso tempo

Agradecimentos A Profa Dra Haiganuch Sarian foi quem primeiro leu comentou e inspirou este

texto ainda durante minhas pesquisas de mestrado Aos organizadores devo agradecer a gentileza do convite e o reconhecimento Agradeccedilo tambeacutem ao professor Moacyr Liberato da Silva pelos comentaacuterios e pelos volumes que gentilmente doou agrave biblioteca de nossa instituiccedilatildeo

Documentos antigos ARISTOacuteTELES (384-322 aC) Aristotle in 23 Volumes Volume 20 (translated by H

Rackham) Cambridge MA Harvard University Press London William Heinemann Ltd 1952

BAQUIacuteLIDES DE CEOS (aproximadamente 505-450 aC) Dithyrambes eacutepinicies fragments Texte eacutetabli par Jean Irigoin et traduit par J Duchemin et L Bardollet Paris Les Belles Lettres 1993

FILOacuteSTRATO O VELHO (aproximadamente 210 dC) Imagines English translation by Arthur Fairbanks Cambridge (MA) Harvard University Press 1979

PAUSAcircNIAS (aproximadamente 170 dC) Description de la Gregravece Biliacutengual (texte eacutetabli par Michel Casevitz traduit par Jean Pouilloux commenteacute par Franccedilois Chamoux) Paris Belles Lettres 1992

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 30: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Textos do periacuteodo imperial romano

122

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Histoire Naturelle Livre XXXV Traduction de Jean-Michel Croisille introduction et notes de Pierre-Emmanuel Dauzat Paris Les Belles Lettres 1997

PLIacuteNIO O VELHO (23 ndash 79 dC) Seleccedilatildeo e traduccedilatildeo da Naturalis Historia de Pliacutenio o Velho referecircncia I (textos extraiacutedos do Livro XXXV 2 a 30 e 50 a 118) traduccedilatildeo e seleccedilatildeo Antonio da Silveira Mendonccedila Revista de Histoacuteria da Arte Campinas UNICAMP p 317-330 1998

VAacuteRIOS AUTORES in REINACH A J (tradutor e organizador) Recueil Milliet- textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne (reediccedilatildeo de A Rouveret) Paris Les Belles Lettres 1985

XENOFONTE (430-355 aC) Memorabilia Oeconomicus amp Symposium Apology Translated by E C Marchant (Memor Oeconom) and O J Todd (Symp Apol) Cambridge amp London Harvard University Press 1979

Bibliografia BRUNN Heinrich Geschichte der griechischen Kuumlnstler Stuttgart Ebner Seubert 1889 CASTRIOTA D Myth ethos and actuality - Official art in fifth-century B C Athens

Wisconsin The University of Wisconsin Press 1992 DEVAMBEZ Pierre La peinture grecque Paris Editions duPont Royal 1962 FUNARI P P A Linguumliacutestica e arqueologia In Arqueologia e Patrimocircnio Erechim Habilis

2007 HEER J La personaliteacute de Pausanias Paris Les Belles Lettres 1979 POLLITT J J The ethos of Polygnotos and Aristeides In BONFANTE L amp HEINTZE H von

(Orgs) Memoriam Otto J Brendel essays in archaeology and the humanities Mainz 1976 p49-54

POLLITT J J The art of ancient Greece sources and documents Cambridge Cambridge University Press 1990

REINACH AJ Recueil Milliet ndash textes grecs et latins relatifs agrave lrsquohistoire de la peinture ancienne Paris Les Belles Letres 1985 (1921)

ROBERT C Cratere di Orvieto Annali dellacuteIstituto di Corrispondenza archeologica p273-289 1882

ROBERT C Die Nekya des Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 16) Halle Halle AS Max Niemeyer 1892

ROBERT C Die Marathonschlacht in der Poikile und weiteres uumlber Polygnot (Hallisches Winckelmannprogramm 18) Halle Halle A S Max Niemeyer 1895

ROBERTSON Martin Conjectures in Polygnotusrsquo Troy The Annual of the British School at Athens 80 p5-12 1985

ROBERTSON Martin Uma breve histoacuteria da arte grega Traduccedilatildeo de Aacutelvaro Cabral Rio de Janeiro Zahar Editores 1982

ROBERTSON M A history of Greek art 2 volumes Cambridge Cambridge University Press 1975

ROUVERET Agnegraves Histoire et imaginaire de la peinture ancienne (Ve sieacutecle av J-Cndash Ier sieacutecle ap J-C) Rome Eacutecole Franccedilaise de Rome 1989

SMITH William (editor) Greek and Roman Biography and Mythology (3 volumes) Boston Little Brown and Company 1890 Disponiacutevel em lt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 31: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Pedro Luiacutes Machado Sanches

123

httpremacleorgbloodwolferuditsatheneelivre11htm gt acessado em 5 de janeiro de 2009 093947

WOODFORD S More light on old walls the Theseus of the centauromachy in the Theseion Journal of Hellenic Studies xciv p158-164 1974

Notas 1 Salvo indicaccedilatildeo atestando o contraacuterio a traduccedilatildeo de citaccedilotildees em liacutengua estrangeira eacute de responsabilidade do autor 2 A forma esfeacuterica da terra com seus dois poacutelos por exemplo eacute apresentado como senso comum no livro II 160 3 Nesta passagem bem como nas demais citaccedilotildees da Histoacuteria Natural procuramos seguir a traduccedilatildeo de Antonio da Silveira Mendonccedila para o portuguecircs (PLIacuteNIO O VELHO 1998 p317-330) Modificamos entretanto alguns termos sempre que se fez necessaacuterio aproximar o texto traduzido da terminologia original 4 Notaacutevel eacute o interesse datado do periegeta pela arte da pintura ldquo() que Pausacircnias natildeo se interessa pela pintura apoacutes Polignoto e que em geral esta arte engaja menos a sua atenccedilatildeo que a escultura e a arquiteturardquo (HEER 1979 p112) 5 Como eacute possiacutevel ler por exemplo em Paus 1226-7 e 10251 6 Rouveret (1989 p318) entende as topicas como ldquoum manual destinado a garantir uma boa discussatildeo a fim de arrebatar o adversaacuteriordquo Segundo a autora a obra de Aristoacuteteles que tem as toacutepicas por tiacutetulo eacute aquela onde o termo aparece pela primeira vez ldquoO presente tratado se propotildee a encontrar um meacutetodo de nos tornar capazes de pensar dedutivamente sobre ideacuteias admitidas sobre todos os temas que se possa apresentar ()rdquo (Arist Top apud ROUVERET 1989 p318) 7 Sobretudo Heer (1979) Pollitt (1990) e Castriota (1992) pela abordagem que fazem destas fontes tambeacutem Devambez (1962) e Robertson (1975 1982) 8 Segundo Reinach (1985 p53 nota 2) orichalque eacute ldquouma liga de cobre e zinco que resulta num metal muito brilhanterdquo 9 Tal como testemunhou Pliacutenio o Velho (Plin HN 354 e seg) 10 Pollitt (1990) descreve esta ordem do texto de Pliacutenio como um ldquosistema evolutivordquo onde pintura e escultura progridem em estaacutegios de contribuiccedilotildees e invenccedilotildees ateacute a perfeiccedilatildeo alcanccedilada no principio do periacuteodo heleniacutestico 11 O termo ldquofontes e documentosrdquo para os textos de Pliacutenio o Velho e Pausacircnias eacute empregado por Pollitt 12 Sineacutesio bispo de Cirene que viveu entre 370 e 415 dC registra em sua obra epistolar um dos uacuteltimos relatos acerca dos ceacutelebres paineacuteis pintados do periacuteodo claacutessico (Epist 135 apud REINACH 1985 n114) 13 Pollitt 1990 Introduction Varieties of art criticism in antiquity p 6 14 ldquo() fontes () conectadas com o espiacuterito original que caracterizou a arte do periacuteodo claacutessicordquo (POLLITT 1990 p9) 15 Moral no sentido do termo grego ethikos presente no texto da Poliacutetica de Aristoacuteteles (Arist Pol 81340-45) 16 Em Aristoacuteteles o conceito de phantasia aparece no tratado da alma (Arist de An 427b15 e seg) como uma ldquoimagem mental na qual pensarrdquo (apud ROUVERET 1989 p386) Este texto possui a seguinte analogia ldquoMas no que concerne agrave imaginaccedilatildeo somos

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 32: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Textos do periacuteodo imperial romano

124

como algueacutem que contempla num quadro qualquer coisa de terriacutevel ou digna de exaltaccedilatildeordquo (apud ROUVERET 1989 p386) 17 Alguns estudos notaacuteveis satildeo citados por Pollitt (1976 p51) Smith (1890) Brunn (1889) 18 Como eacute o caso da associaccedilatildeo proposta por Robert entre a centauromaquia (combate entre gregos ndashlaacutepitos - e centauros) e as figuras da cratera que se encontra em Berlim inventaacuterio F2403 (apud WOODFORD 1974 p158) 19 A este respeito ver Funari 2007 p12 e segs 20 Como reconhece o proacuteprio Pollitt (1976 p52) ldquoAristotle makes the analogy to emphasize that ethos is not essential to tragedy and there is no indication in the passage that he understands the term to mean loftiness of characterrdquo

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 33: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Faacutebio Vergara Cerqueira

171

trazendo coelho como oferenda Bibliografia BEacuteLIS 1992 p59 fig 6 nota 12 CERQUEIRA 2001 cat 5141 9 Pyxis Figuras vermelhas Pintor de Hesiacuteodo (ARVsup2 7791) Boston Museum of Fine Arts 98887 470-50 Bibliografia ROBERTS 1978 p 59 pr 343 10 Eacute preciso notar que autores como BEAZLEY (Para 416) e MAAS SNYDER (1989 p140-1) identificam-na como uma Musa natildeo obstante a demarcaccedilatildeo espacial do gineceu pelo diphros espelho e coroa 11 Satildeo Petersburgo Hermitage 210 Bibliografia Cataacutelogo de vasos do Hermitage Satildeo Petersburgo 1967 nordm 100 pr LXXIII 12 Pyxis Figuras vermelhas Sem atribuiccedilatildeo Atenas proveniente da rua Aiolou 430-20 Bib ROBERTS 1978p 125 nordm 2 pr 762 13 Pelike Figuras vermelhas Pintor de Munique 2335 (ARVsup2 116214) Munique Antikensammlung 2362 Em torno de 430 Bibliografia CVA Munique 2 (Alemanha 6) pr 762 14 Acircnfora de colo Pintor de Peleu (ARVsup2 103913) Londres Museu Britacircnico E 271 15 Beazley apresenta outro nuacutemero de inventaacuterio 18891016 (v 266) 16 Na seacuterie de leacutecitos de fundo branco com cenas de mulheres no gineceu retratadas entre 450-30 exclusivamente pelo Pintor de Aquiles descritas anteriormente por Beazley como ldquomistress and maidrdquo foram posteriormente identificadas por Shapiro como momento de preparo para a visita agrave tumba para ele as oferendas que elas levam como caixas com fitas lekythoi e alabastra deixam-nos claro que estatildeo se preparando para uma visita ao tuacutemulo de um parente falecido 17 Ver nota 9 18 Apoacutes o teacutermino da editoraccedilatildeo deste artigo em visita ao Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia em Roma em maio de 2013 fui surpreendido por um leacutecito de fundo branco em que se vecirc a representaccedilatildeo de uma cena de homenagem ao morto junto agrave tumba com a presenccedila de uma mulher e de um jovem na qual o jovem se aproxima da estela funeraacuteria com a matildeo estendida segurando um par de tubos de aulos Deixo aqui em aberto as possibilidades de interpretaccedilatildeo deste vaso elencando poreacutem trecircs delas a) seria o proacuteprio morto segurando o aulos como seu instrumento b) seria uma oferenda votiva ao morto trazida por seu amigo ou aparentado simbolizando a muacutesica dos banquetes como um siacutembolo da felicidade apoacutes a morte (cf Figura 15) c) seria referecircncia agrave muacutesica do threnos acompanhada pelo aulos cuja performance poderia ocorrer nestes rituais funeraacuterios Em princiacutepio descartaria a primeira alternativa pela caracterizaccedilatildeo e gestualidade do personagem que segura o instrumento e ficaria entra as duas uacuteltimas achando mais provaacutevel a segunda hipoacutetese 19 Como indica a convenccedilatildeo proacutepria da iconografia do banquete na qual se indica que um conviva estaacute cantando ao representar o seu braccedilo direito sendo levado agrave cabeccedila 20 Observe-se os recipientes para consumir a bebida nas matildeos das representaccediloes dos mortos no relevo votivo e no alabastron

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 34: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 35: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

VIDA DESPUEacuteS DE LA MUERTE Y JUICIO FINAL EN LUCIANOlowastlowastlowastlowast

Francesca Mestre Universidad de Barcelona- Espantildea

Luciano describe el mundo de los muertos en varias de sus obras A pesar de que existe un acuerdo general en que tales descripciones del maacutes allaacute son un pretexto para parodiar la tradicioacuten religiosa griega y desde un punto de vista literario una oportunidad muy productiva para la intertextualidad cabriacutea discutir si este infra- o ultramundo tiene un significado por siacute mismo en la obra de Luciano

Mi propoacutesito en el presente trabajo es explorar el marco y los personajes de las descripciones que hace Luciano del mundo del maacutes allaacute y presentar algunas conclusiones particularmente centradas en Radamantis como juez de los seres humanos La moral de sus sentencias puede ser analizada tanto desde la perspectiva de los principios tradicionales greco-romanos como desde aquellos correspondientes a los nuevos contextos religiosos del imperio romano

A todos los hombres pertenecientes a cualquier civilizacioacuten les preocupa lo que pueda suceder despueacutes de la muerte Todas las culturas tienen historias sobre la muerte (EDMONDS 2004 p2) a lo largo de la historia el geacutenero humano ha tratado de comprender la experiencia de la muerte En la mitologiacutea griega es bastante complejo (LINCOLN 1981 p236-238) por una parte en Hesiacuteodo (Op 169

cf Pind O 270-77) presenta a Cronos no un hombre sino un dios reemplazando a su divino padre Urano como sentildeor de la muerte por otra parte Homero (Hom Od

4564) introduce a un mortal Radamantis gobernando los campos Eliacuteseos situados tambieacuten en el reino de los muertos

La tradicioacuten miacutetica griega en lo que atantildee al mundo de los muertos hasta donde llega nuestro conocimiento surge de esas primeras narraciones1

Las coacutemicas mises en scegravene de Luciano en el mundo de los muertos son por supuesto parte de esta tradicioacuten Las circunstancias culturales de su tiempo sin embargo quedan muy lejos de aquellas antiguas la evocacioacuten del mito pues seguramente depende en mayor medida de elaboraciones maacutes recientes a saber desarrollos de ejercicios escolares convencionales acerca de temas miacuteticos2 por un lado y el uso filosoacutefico del mito por otro en especial el practicado a partir de

lowastUna primera versioacuten de este trabajo fue presentada en el Internacional Symposium on Lucianus of Samosata celebrado en la Adiyaman (Turquiacutea) del 17 al 19 de octubre de 2008 posteriormente fue publicada en las Actas de dicho Simposio bajo el tiacutetulo ldquoAfterlife and Judgement in Lucianus and in the early Christiansrdquo en M Ccedilevik (ed) Uluslararasi Samsatli Lucianus Sempozyumu Adiyaman 2009 p 251-266

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 36: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

174

la tradicioacuten platoacutenica (Cf Plat Gorg 523a-524a Phdr 127e-128a) ya sea proporcionando una versioacuten racional del mito tal como fuera recibido ya sea criticando la versioacuten de los poetas3

No obstante parece que el tratamiento que da Luciano a los mitos de la vida del maacutes allaacute adopta a veces un tono maacutes serio que el de otros tratamientos del mito No se trata uacutenicamente de una parodia criacutetica de los antiguos dioses y de las ingenuas creencias religiosas al contrario es posible percibir ciertos pensamientos sobre el maacutes allaacute maacutes profundos Tampoco se trata sin duda de un genuino programa filosoacutefico pero es obvio que Luciano muestra un intereacutes auteacutentico por estos problemas tan humanos tanto si la religioacuten forma parte de ellos como si no De hecho Luciano se ocupa del tema del maacutes allaacute en varias de sus obras Relatos veriacutedicos La Travesiacutea o el tirano Icaromenipo Caronte El aficionado a las mentiras Menipo o la necromancia Sobre el luto Alejandro o el falso profeta Diaacutelogos de los muertos y la recurrencia es sin duda alguna significativa

Caster en el capiacutetulo ldquoLrsquoau-delagrave et les mystegraveresrdquo (CASTER 1937 p275-306) de su libro Lucien et la penseacutee religieuse de son temps

4 establecioacute una distincioacuten entre las obras de esta lista un grupo perteneceriacutea a la descripcioacuten tradicional del Hades relacionada con la mitologiacutea popular y con la diatriba menipea y el otro formado soacutelo por el relato de la isla de los bienaventurados en Relatos Veriacutedicos (VH 24-34) estariacutea inspirado por un motivo novelesco de origen pitagoacuterico5

Para miacute en cambio es maacutes interesante establecer otra distincioacuten por un lado la descripcioacuten del viaje en siacute (Caronte y algunos de los Diaacutelogos de los Muertos

son los mejores ejemplos) y por el otro la organizacioacuten legal del mundo subterraacuteneo y de los juicios que alliacute tienen lugar (Relatos Veriacutedicos y El descenso hacia

el Hades o el tirano) Luciano enfoca los dos temas de maneras completamente distintas el tratamiento de ambos delata una significativa diferencia en su implicacioacuten personal y en su criacutetica asiacute como en la aceptacioacuten de ciertas ideas que eran comunes en su entorno

El relato del viaje en general estaacute contado con humor recayendo el eacutenfasis en divertidas absurdidades como el hecho de que la gente esteacute obligada a pagar (El descenso hacia el Hades Sobre el luto) o la descripcioacuten de la burocracia llevada a cabo por el personal del cuerpo de funcionarios del infierno

Los asuntos legales asiacute como la manera de juzgarlos sin embargo y el incuestionable ejercicio de poder por parte de los jueces son abordados en teacuterminos de justicia eacutetica y social estos tribunales se presentan como el uacutenico lugar donde se dispensa justicia de verdad y delata impliacutecitamente una serie de reflexiones de Luciano a propoacutesito del mundo que le rodea (EDMONDS 2004 p4) Se trata por una parte de un perfecto ejemplo de uso de historias miacuteticas como espejo en el cual se reflejan los deseos frustrados del autor ndashuna vida feliz para el bondadoso y humilde y dolor para el rico el soberbio y los opresoresndash y por otra

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 37: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Francesca Mestre

175

parte tal vez un cierto eco de las percepciones de la vida del maacutes allaacute tiacutepicas de los cristianos de la eacutepoca En realidad los primeros cristianos mucho antes de la introduccioacuten del purgatorio como lugar donde las almas se purifican creiacutean que los seres humanos si eran fieles bondadosos y humildes se reuniriacutean con Cristo inmediatamente despueacutes de su muerte a la espera de la resurreccioacuten y del juicio final y que en cambio los ricos y los opresores iriacutean al infierno En ambos casos el maacutes allaacute para ellos era tambieacuten un lugar donde las injusticias terrenales seriacutean corregidas (Cf BREMMER 2002 p56-70)

Las obras de Luciano siguen la tradicioacuten miacutetica griega presentando a los hermanos Minos y Radamantis como soberanos que deciden sobre las cuestiones del bien y el mal y por consiguiente sobre si recompensar o castigar Este principio que tiene su raiacutez como hemos visto en los relatos de los poetas todaviacutea puede encontrarse en Platoacuten ampliamente explotado en efecto los seres humanos despueacutes de su muerte se presentan ante un cuerpo supremo de justicia y merecen ser juzgados con imparcialidad es decir no seguacuten valores terrenales sino mediante unas leyes que trascienden su vida cotidiana La eacutepoca de Luciano ademaacutes se caracterizaba por el hecho de que en esa vida cotidiana era habitual el clamor por una vida mejor El imperio romano estaba lejos de ser igualitario y muchos ndashfiloacutesofos sofistas poetas intelectualesndash se dedicaban a profetizar o a extender la suposicioacuten de que debiacutea de existir ndasho de hecho existiacuteandash un lugar donde los seres humanos podriacutean alcanzar justicia verdadera No es pues una coincidencia que el cristianismo proclamara no soacutelo el origen humilde de Cristo sino tambieacuten la clara preferencia de Jesuacutes por los humildes los pobres y los inculpados6 y en este sentido es indudable que los primeros cristianos jugaron un papel relevante en la discusioacuten sobre la igualdad entre los humanos

Teniendo en cuenta este contexto resulta interesante comprobar que uno de los principales ataques de los cristianos contra la mitologiacutea y las creencias paganas es precisamente el papel de Minos y Radamantis como jueces de lo que ellos llamaron el juicio final que seguacuten deciacutean se produciriacutea despueacutes de la primera resurreccioacuten y de la segunda muerte (Cf NT Apoc 204-15) Algunos estudiosos han hecho hincapieacute en los paralelismos que se pueden establecer entre los cristianos y el propio Luciano (LIGHTFOOT 2003 p203 WHITTAKER 1982

pxi) ciertamente el papel que Luciano otorga a los dos hermanos jueces del inframundo hijos de Zeus y Europa parece guardar relacioacuten con el argumento simplista que afirma que los cristianos soliacutean diferenciar sus propias creencias sobre el juicio final de la labor de los jueces mitoloacutegicos (Cf Tatianus Graec 621

278) Encontramos un buen ejemplo en el discurso A los griegos de Taciano7

δικάζουσι δὲ ἡμῖν οὐ Μίνως οὐδὲ Ῥαδάμανθυς ὧν πρὸ τῆς τελευτῆς οὐδεμία τῶν ψυχῶν ὡς μυθολογοῦσιν ἐκρίνετο δοκιμαστὴς δὲ αὐτὸς ὁ ποιητὴς θεὸς γίνεται

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 38: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

176

A nosotros no nos juzgan Minos y Radamantis antes de cuya muerte ninguacuten alma seguacuten cuentan fue sometida a juicio nuestro aacuterbitro es el dios creador en persona8

Dejando ahora de lado las afirmaciones de Taciano desde el punto de vista estrictamente retoacuterico el discurso A los griegos es un extraordinario ejemplo de la influencia fuera de los muros de la escuela de la composicioacuten retoacuterica heredera de la formacioacuten escolar9 pues vemos que contiene una variada coleccioacuten de progymnasmata confirmacioacuten (κατασκευή) refutacioacuten (ἀνασκευή) comparacioacuten (σύγκρισις) tesis (θέσις) controversia (ἀντίρρησις)10 Taciano si bien terminoacute convirtieacutendose en apologista cristiano fue educado (al igual que Luciano que proveniacutea del mismo contexto provincial) en la paideia griega (WHITTAKER 1982 pxiii cf HAWTHORNE 1964) y su discurso A los griegos se adapta de un modo perfecto a la aplicacioacuten de los ejercicios que se practicaban en la escuela11 En esta obra Taciano se propone defender el dogma cristiano mediante breves composiciones retoacutericas subrayando cada uno de los aspectos donde la tradicioacuten pagana se equivoca con sus mismas armas por asiacute decir con el fin de ofrecer una solucioacuten definitiva para los errores y desembocar de este modo en la nueva verdad El resultado es este discurso ensamblaje (no siempre coherente12) de algunas piezas maacutes breves basadas en los diferentes progymnasmata Asiacute pues el pasaje citado maacutes arriba estaacute extraiacutedo de una parte que aspira a explicar la creacioacuten mediante la palabra creadora del dios cristiano y la absoluta necesidad de la resurreccioacuten del cuerpo al final de los tiempos Es en este contexto y de un modo algo confuso que se introduce la nocioacuten de juicio No pretendo discutir ahora la coherencia y el peso de los argumentos de refutacioacuten Uacutenicamente deseo apuntar que Taciano revisa aquiacute los encargos divinos a Minos y a Radamantis tal como se explican con claridad en el Gorgias de Platoacuten (Cf Plat Gorg 523a a 524a) y toma como uacutenico argumento de la refutacioacuten el hecho de que estos personajes eran en realidad mortales y por lo tanto tuvieron una vida histoacuterica un tiempo real en el que vivieron antes de su muerte cosa que seguacuten Taciano impide la nocioacuten de juicio universal Los cristianos por otra parte habiacutean fijado su propia cronologiacutea del maacutes allaacute13 En efecto Taciano se implica en la cronologiacutea para poner en evidencia que las genealogiacuteas griegas y las fechas de los sucesos destacados de la tradicioacuten griega fueron posteriores a Moiseacutes (Cf Tatianus Graec

314-32 y 3719 4114) y al mismo tiempo refuta este nuevo ldquodisparaterdquo de los mitos paganos del maacutes allaacute es cronoloacutegicamente imposible para todo ser humano de cualquier tiempo ser juzgado por Radamantis tambieacuten eacutel un ser humano

Llegados a este punto resulta uacutetil subrayar como ya se ha hecho que Taciano es contemporaacuteneo de Luciano y que ademaacutes proviene tambieacuten de Siria La Siria de aquella eacutepoca fue uno de los focos maacutes importantes para el desarrollo del cristianismo y alliacute tal como apunta Swain refirieacutendose a la lengua ldquoGreek was indeed more and more identified with the pagan gods and effectively became

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 39: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Francesca Mestre

177

the lingua franca of the old religionrdquo (SWAIN 1996 p307-309) el cristianismo anhelaba extenderse por medio del ataque a lo inconsistente de las viejas religiones ndashgriegas y no-griegas (Cf LIGHTFOOT 2003 p206-208) por igualndash y aun expresaacutendose tambieacuten en griego tendiacutea a favorecer las lenguas vernaacuteculas

La localizacioacuten geograacutefica y cronoloacutegica pueden permitirnos suponer algunas similitudes en las biografiacuteas de Taciano y de Luciano viajes educacioacuten amistades entorno Las uacuteltimas liacuteneas del discurso A los griegos de Taciano son muy expliacutecitas (Tatianus Graec 439-15)

Ταῦθ ὑμῖν ὦ ἄνδρες Ἕλληνες ὁ κατὰ βαρβάρους φιλοσοφῶν Τατιανὸς συνέταξα γεννηθεὶς μὲν ἐν τῇ τῶν Ἀσσυρίων γῇ παιδευθεὶς δὲ πρῶτον μὲν τὰ ὑμέτερα δεύτερον δὲ ἅτινα νῦν κηρύττειν ἐπαγγέλλομαι γινώσκων δὲ λοιπὸν τίς ὁ θεὸς καὶ τίς ἡ κατ αὐτὸν ποίησις ἕτοιμον ἐμαυτὸν ὑμῖν πρὸς τὴν ἀνάκρισιν τῶν δογμάτων παρίστημι μενούσης μοι τῆς κατὰ θεὸν πολιτείας ἀνεξαρνήτου

He compuesto estas reflexiones para vosotros griegos yo Taciano un filoacutesofo de entre los baacuterbaros nacido en la tierra de los asirios y educado primeramente en vuestras tradiciones pero despueacutes en aquello que ahora me he comprometido a proclamar Puesto que seacute quieacuten es dios y cuaacutel es su creacioacuten me presento ante vosotros preparado para el examen de mis doctrinas una vez que mi reacutegimen de vida seguacuten dios permanece ya irrenunciable

Volviendo ahora a las obras de Luciano vemos que los juicios de Minos y Radamantis se hallan en Relatos Veriacutedicos y en El descenso hacia el Hades o el tirano El anaacutelisis de las actitudes y decisiones de los jueces puede resultar uacutetil para demostrar que el principal intereacutes de Luciano hacia el mundo de los difuntos es de tipo social y moral maacutes que religioso El concepto que tiene Luciano del maacutes allaacute es por lo tanto similar al de los primeros cristianos aunque admitamos que en el caso del de Samosata ninguacuten tipo de religioacuten esteacute impliacutecita

Al principio del libro 2 el narrador de Relatos Veriacutedicos y sus compantildeeros logran matar la ballena y empiezan un viaje por varias islas llegan a la isla de los bienaventurados (Luc VH 25) donde Radamantis es rey14 y juez al mismo tiempo Entonces de igual modo que todo aqueacutel que ingresa en ese lugar los viajeros son llevados ante Radamantis para ser juzgados La descripcioacuten de la escena nos muestra a un Radamantis ejerciendo el oficio de juez pues debe dirimir sobre difiacuteciles asuntos internos relacionados con los heacuteroes En primer lugar debe fallar sobre si se debe permitir a Aacuteyax hijo de Telamoacuten vivir en la isla despueacutes sobre quieacuten tiene maacutes derecho si Teseo o Menelao a vivir con Helena y por uacuteltimo sobre si Alejandro es superior a Aniacutebal o viceversa Todos estos asuntos pueden afectar a los habitantes de la isla y la decisioacuten de Radamantis es siempre sabia Aacuteyax debe recuperarse de su locura antes de entrar Menelao viviraacute con Helena porque eacutel es su marido legiacutetimo y obviamente Alejandro es superior a Aniacutebal Es

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 40: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

178

de suponer que el lector de Luciano podriacutea considerar todas estas decisiones como una cuestioacuten de sentido comuacuten pero a pesar del tono coacutemico de la escena cabe sentildealar que las decisiones sobre Aacuteyax y Menelao implican una correccioacuten del mito alliacute donde no se ajustan a la moralidad contemporaacutenea

Seguidamente Radamantis tiene que lidiar con el problema de queacute hacer con esos visitantes que han llegado a la isla de los bienaventurados pero no han muerto sino que siguen vivos El divino juez actuacutea reflexivamente con consideracioacuten e inteligencia sin depender uacutenicamente de su juicio sino tambieacuten del de otras autoridades legales tales como Aristides de Atenas eacutesta es su conclusioacuten final

ὡς δὲ ἔδοξεν αὐτῷ ἀπεφήναντο τῆς μὲν φιλοπραγμοσύνης καὶ τῆς ἀποδημίας ἐπειδὰν ἀποθάνωμεν δοῦναι τὰς εὐθύνας τὸ δὲ νῦν ῥητὸν χρόνον μείναντας ἐν τῇ νήσῳ καὶ συνδιαιτηθέντας τοῖς ἥρωσιν ἀπελθεῖν ἔταξαν δὲ καὶ τὴν προθεσμίαν τῆς ἐπιδημίας μὴ πλέον μηνῶν ἑπτά (Luc VH 210)

Cuando hubo tomado una decisioacuten se nos comunicoacute que ya rendiriacuteamos cuentas de nuestra curiosidad y viaje al morir pero que de momento nos iriacuteamos de alliacute tras permanecer en la isla un tiempo estipulado durante el cual compartiriacuteamos el modo de vida de los heacuteroes Fijaron que el plazo de nuestra estancia no seriacutea superior a siete meses15

Por desgracia los visitantes cometen una grave infraccioacuten uno de ellos seduce vergonzosamente a Helena y se acuesta con ella (Luc VH 225) Menelao pide justicia a Radamantis y tambieacuten en este caso la decisioacuten es justa el amante criminal y sus coacutemplices son mandados al lugar de los malvados el inframundo mientras que el resto de visitantes sus comapntildeeros se ven obligados a abandonar la isla antes de lo previsto inicialmente

De nuevo la decisioacuten es de gusto y moralidad modernos el adulterio y ndashpeor auacutenndash la peacuterdida del auto-control sexual son en efecto criacutemenes infames cuyo castigo debe ser severo pero ademaacutes este crimen conlleva un perjuicio para otros los compantildeeros como aacutengeles caiacutedos pierden la oportunidad de pasar maacutes tiempo en la isla de los bienaventurados donde todo el mundo es feliz y estaacute libre de enfermedad y son desterrados de ese paraiacuteso16

En El descenso hacia el Hades o el tirano (Luc Cat) despueacutes de un detallado ndashy bastante entretenidondash relato del viaje al inframundo el tirano Megapentes es llevado ante Radamantis junto con el zapatero Micilo y el filoacutesofo Cinisco el cual actuacutea como acusador del tirano

Asiacute este diaacutelogo tiene claramente dos niveles el primero cercano a algunos de los Diaacutelogos de los muertos y a los Diaacutelogos de los dioses satiriza el significado literal del mito Caronte paciente barquero que siempre tiene prisa esperando impaciente a Hermes pequentildeos incidentes antes y durante el

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 41: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Francesca Mestre

179

trayecto el rol de Cloto y Aacutetropos etc Este nivel estaacute estrechamente relacionado con la tradicioacuten popular (GRINSELL 1967 p260-64) tal y como estaacute descrita tambieacuten con una nota de humor en Sobre el luto (Cf Luc Luct 2 y 6)

Algo antes de la mitad de la obra (Luc Cat 14 sq) sin embargo hay una variacioacuten de tono que se mantiene hasta el final primero podemos leer el discurso del zapatero Micilo cuyo discurso reviste una importancia capital en la obra a continuacioacuten el discurso de Cinisco llevando a cabo su acusacioacuten del tirano ante Radamantis y finalmente el juicio de Radamantis

El zapatero Micilo feliz de dejar su miserable vida en la tierra explica sus puntos de vista a Cloto en todo punto opuestos a los del tirano

ἐγὼ δὲ ἅτε μηδὲν ἔχων ἐνέχυρον ἐν τῷ βίῳ οὐκ ἀγρόν οὐ συνοικίαν οὐ χρυσόν οὐ σκεῦος οὐ δόξαν οὐκ εἰκόνας εἰκότως εὔζωνος ἦν κἀπειδὴ μόνον ἡ Ἄτροπος ἔνευσέ μοι ἄσμενος ἀπορρίψας τὴν σμίλην καὶ τὸ κάττυμα ndash κρηπῖδα γάρ τινα ἐν ταῖν χεροῖν εἶχον ndash ἀναπηδήσας εὐθὺς ἀνυπόδετος οὐδὲ τὴν μελαντηρίαν ἀπονιψάμενος εἱπόμην μᾶλλον δὲ ἡγούμην ἐς τὸ πρόσω ὁρῶν οὐδὲν γάρ με τῶν κατόπιν ἐπέστρεφε καὶ μετεκάλει καὶ νὴ Δί ἤδη καλὰ τὰ παρ ὑμῖν πάντα ὁρῶ τό τε γὰρ ἰσοτιμίαν ἅπασιν εἶναι καὶ μηδένα τοῦ πλησίον διαφέρειν ὑπερήδιστον ἐμοὶ γοῦν δοκεῖ τεκμαίρομαι δὲ μηδ ἀπαιτεῖσθαι τὰ χρέα τοὺς ὀφείλοντας ἐνταῦθα μηδὲ φόρους ὑποτελεῖν τὸ δὲ μέγιστον μηδὲ ῥιγοῦν τοῦ χειμῶνος μηδὲ νοσεῖν μήτε ὑπὸ τῶν δυνατωτέρων ῥαπίζεσθαι εἰρήνη δὲ πᾶσα καὶ πράγματα ἐς τὸ ἔμπαλιν ἀνεστραμμένα ἡμεῖς μὲν οἱ πένητες γελῶμεν ἀνιῶνται δὲ καὶ οἰμώζουσιν οἱ πλούσιοι (Luc Cat 15)

Yo en cambio como no teniacutea nada que me atara a la vida ni campo ni finca ni oro ni muebles ni fama ni efigies loacutegicamente estaba dispuesto y en el mismo momento en que Aacutetropo me hizo sentildeal con gusto solteacute la tijera y el cuero ndashpues teniacutea una bota en las manosndash al punto pegueacute un brinco y descalzo sin ni siquiera limpiarme el betuacuten la seguiacute mejor dicho me puse yo delante mirando al frente pues nada de lo que dejaba atraacutes me hizo girarme ni me reclamaba Y iexclpor Zeus lo veo todo hermoso ya aquiacute entre vosotros que haya igualdad de honores para todos y que nadie se distinga del vecino me parece ciertamente estupendo Soy testigo de que aquiacute ni se reclaman las deudas a los deudores ni se pagan impuestos y lo maacutes importante ni se pasa friacuteo en invierno ni se enferma ni estaacute uno expuesto a los golpes de los maacutes poderosos Mientras los pobres nos reiacutemos se afligen y lamentan los ricos17

Llegado el momento de hablar ante el juez el filoacutesofo Cinisco presenta en una larga lista todos los criacutemenes de Megapentes la mayoriacutea de los cuales abundan en lo que la tradicioacuten y el mismo Luciano en otros lugares18 establecen como tiacutepicos rasgos de la tiraniacutea guardia personal aislamiento nepotismo abuso de poder corrupcioacuten conspiracioacuten asesinatos etc

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 42: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Vida despueacutes de la muerte y juicio final en Luciano

180

hellipαὐτίκα εἴσῃ προσκαλέσας τοὺς ὑπ αὐτοῦ πεφονευμένους μᾶλλον δὲ ἄκλητοι ὡς ὁρᾷς πάρεισι καὶ περιστάντες ἄγχουσιν αὐτόν οὗτοι πάντες ὦ Ῥαδάμανθυ πρὸς τοῦ ἀλιτηρίου τεθνᾶσιν οἱ μὲν γυναικῶν ἕνεκα εὐμόρφων ἐπιβουλευθέντες οἱ δὲ υἱέων ἀπαγομένων πρὸς ὕβριν ἀγανακτήσαντες οἱ δὲ ὅτι ἐπλούτουν οἱ δὲ ὅτι ἦσαν δεξιοὶ καὶ σώφρονες καὶ οὐδαμοῦ ἠρέσκοντο τοῖς δρωμένοις (Luc Cat 26)

hellip vas a averiguarlo enseguida si haces comparecer a los que fueron asesinados por eacutel Mejor dicho sin haber sido llamados ya ves que se han personado aquiacute y rodeaacutendole le agarran del cuello Todos estos Radamantis han fallecido a manos de este criminal unos viacutectimas de emboscadas por culpa de sus hermosas mujeres otros fuera de siacute por el ultraje que sufrieron sus hijos secuestrados otros porque eran ricos y otros porque eran rectos y razonables y no aprobaban sus fechoriacuteas

Cuando ya ha escuchado al acusador Radamantis juez perfecto invita a Megapentes a hablar para defenderse a siacute mismo luego permite a Cinisco presentar testigos y los escucha Finalmente pide al tirano que se quite sus ropas puacuterpuras con el fin de ver las marcas en su cuerpo uacuteltima evidencia por comprobar19 Es entonces cuando el juez estaraacute listo para emitir su decisioacuten aunque le asalta la duda sobre el castigo a imponer

Ἅλις ἤδη τῶν μαρτύρων ἀλλὰ καὶ ἀπόδυθι τὴν πορφυρίδα ἵνα τὸν ἀριθμὸν ἴδωμεν τῶν στιγμάτων παπαί ὅλος οὗτος πελιδνὸς καὶ κατάγραφος μᾶλλον δὲ κυάνεός ἐστιν ἀπὸ τῶν στιγμάτων τίνα ἂν οὖν κολασθείη τρόπον ἆρ ἐς τὸν Πυριφλεγέθοντά ἐστιν ἐμβλητέος ἢ παραδοτέος τῷ Κερβέρῳ (Luc Cat 28)

Basta ya de testigos Ala pues despoacutejate del traje de puacuterpura para que veamos la cantidad de manchas que tienes iexclCarajo todo eacutel estaacute liacutevido y moteado mejor dicho estaacute amoratado por las marcas iquestQueacute castigo habriacutea que imponerle iquestAcaso debe ser lanzado al Pirifleguetonte o ser entregado a Cerbero

De nuevo el filoacutesofo propone algo que el justo Radamantis acepta de inmediato no es necesaria violencia alguna contra los violentos actos del tirano privarle del olvido seraacute un castigo terrible y suficiente del mismo modo que Micilo olvidaraacute su dura vida en la tierra y Cinisco su sufrimiento intelectual por no haber sido capaz de terminar con la injusticia y ambos compartiraacuten la felicidad de los bienaventurados Megapentes no podraacute olvidar y antildeoraraacute sus privilegios durante toda la eternidad

La descripcioacuten de la isla de los bienaventurados como hemos visto presenta un paradigma de buena administracioacuten y de justicia incluso para el maacutes allaacute de los bienaventurados heacuteroes y subraya que el bien siempre prevalece por encima del mal Alliacute seguacuten leemos en Relatos Veriacutedicos Soacutecrates uno de los bienaventurados20 por su coraje en la lucha contra los malvados recibe un

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 43: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

276

Cicero M Tulius (Cic) (Oratur et Philosophus)

Epistulae ad Atticum (Att) 4169 ndash p247

de Oratore (de Orat) 236 ndash p31

de Domo sua (Dom) 78 ndash p205 n19

de Haruspicum Responso (Harp Resp) 14 ndash p188 p203 n3 18 ndash p203 n4

de Legibus (Leg) 219-20 ndash p189

de Natura Deorum (ND) 1122 ndash p189 35 ndash p189

de Republica(Rep) 2 ndash p189 58 ndash p156

Clemens Alexandrinus (ClemAl) (Theologus)

Protrepticus (Protr) 12Pb-c ndash p154

Dio Cassius (Dio Cass) (Historicus)

Historia Romana 8162-3 ndash p232 5410 ndash p247 5953 ndash p247 64151 ndash p247 6923 ndash p 248 7124 ndash p247 7413-5 ndash p242 7581-3 ndash p243 7611 ndash p235 76152 ndash p242 7711 ndash p233 7712 ndash p233 7713 ndash p234 7714-5 ndash p235 7732 ndash p243 7761 ndash p243 77172-4 ndash p243 77212 ndash p243 7818 ndash p242 792 ndash p242 79172-3 ndash p255 n15 80201-2 ndash p242

Diodorus Siculus (Diod) Bibliotheca Historica

928 ndash p45 n1 9332 ndash p45 n1

Dionysius Halicarnassensis (DH)

Antiquitates Romanae 163 ndash p29

Epitome de Caesaribus (ep Caes)

51-5 ndash p24 98 ndash p247

Eratosthenes (Eratosth) (Epicus)

Καταστερισμοί (Cat) 24 ndash p270 n7

Euriacutepides (Eur) (Tragicus)

Alcestis (Al) 357-362d ndash p170 n7

Bacchae (Ba) 562-4ndash p154

Eutropius Flavius (Eutr) (Historicus)

Breviarium ab urbe condita (Breviarium Historiae Romanae) (Brev)

7235-6 ndash p247 852 ndash p 248 823 ndash p254 n6 n15

Festus Sex Pompeius (Fest) (Grammaticus Latinus)

146L ndash p192

Frontinus Sex Iulius (Fron) De Aquis Urbis Romae (Aq)

1 ndash p227 n1 p227 n2 2 ndash p227 n4 4 ndash p227 n7 7 ndash p227 n8 n10 8-9 ndash p222 16 ndash p228 n17 64 ndash p228 n14 78-87 ndash p219 91 ndash p227 n6 93 ndash p227 n12 94 ndash p227 n3 96-129 ndash p219

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 44: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

277

107 ndash p228 n15 117 ndash p225 p227 n5 119 ndash p227 n13 124-128 ndash p222 126 ndash p227 n11 127-129 ndash p222 p228 n16

Gaius (Gaius) (Iureconsulti)

Instituitiones (Inst) 25-7 ndash p196

Gellius Aulus (Gell) (Grammaticus Latinus)

Noctes Atticae 16138-9 ndash p191

Herodotus (Hdt) (Historicus)

Historiae 11-5 ndash p39 p39 11-94 ndash p45 n7 1129-33 ndash p40 1186 ndash p40 1186-90 ndash p40 141 - p50 153 ndash p40 16-94 ndash p39 132 ndash p45 n1 1324 ndash p46 n12 153 ndash p45 n1 155 ndash p45 n1 171 ndash p45 n1 185ndash p45 n1 1 86 ndash p45 n1 186-92ndash p45 n1 1862 ndash p42 1872 ndash p41 1 89 ndash p45 n1 195-140 ndash p45 n7 n8 195-216 ndash p40 p41 1141-76 ndash p45 n8 1141-216 ndash p45 n7 11661 ndash p55 n5 1177-200ndash p45 n8 1201-16 ndash p45 n8 1204-14 ndash p45 n8 1207-208 ndash p45 n1 1207-209 ndash p45 n9 216 ndash p56 n8 2167 ndash p90 331 ndash p57 n20 380-83 - p50

31151 ndash p55 n5 31152 ndash p55 n6 4362 - p47 442 - p48 444 ndash p55 n3 4451 ndash p55 n5 n6 4462ndash3 - p49 449 y 50 ndash p56 n10 459ndash66 - p49 467-75 - p49 499 ndash p56 n9 4101ndash104 ndash p57 n18 55ndash6 - p49 5 491 ndash p55 n4 579 ndash p57 n20 6137 ndash p97 7132ndash2 p58 n27

Herodianus (Herod) (Historicus)

Historia Romana (Historia de Imperio post Marcum)

125 ndash p64 n6 277-9 ndash p239 296 ndash p 248 2 157 ndash p64 n6 3101-2 ndash p236 386ndash p243 447 ndash p243 4118-9 ndash p238 532-5 ndash p245 552 ndash p242 571-2 ndash p255 n15 586-8 ndash p242 612 4 ndash p244 615-6 ndash p245

Hesiodus (Hes) (Epicus)

Opera et Dies (Op) 47-149 ndash p132 169 ndash p173

Theogonia (Th) 116-125 ndash p130 119 ndash p138 137-138 ndash p131 139-142 ndash p132 146 ndash p1132 147-153 ndash p132 154-155 ndash p132 159 ndash p137 160-162 ndash p133

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 45: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

278

164-166 ndash p133 173 ndash p133 174-175 ndash p133 357 ndash p55 n1 459-460 ndash p134 464 ndash p134 467 ndash p137 468-472 ndash p135 474-476 ndash p135 481-484 ndash p135 494 ndash p135 624-628 ndash p136 722-725 ndash p138 736-739 ndash p139 820-822 ndash p138 886-891 ndash p136

Hieronimus Eusebius (Hier)

Chronica (Chr) a Abr 2105 Helm ndash p247 a Abr 2216 Helm ndash p243

Hilarius

Contra Auxentium (Aux) 510 ndash p211

Homerus (Hom) (Epicus)

Ilias (Il) 14321 ndash p55 n1 18497-508 ndash p42 18501 ndash p42

Odyssea (Od)

4564 ndash p173

Hyginus (Hyg)

Astronomica (Astr) 271 ndash p154

Hymni Homerici (HH)

hymnus 3 ad Apollinem

3250 ndash p55 n1 3291 ndash p55 n1

hymnus 4 ad Mercurium

438 ndash p170 n6

Iamblichus (Iamb) (Philosophus) de Vita Pythagorica (VP )

66-7 ndash p156 88 ndash p183 n5 148 ndash p146

Ieronimus (Jer)

Epistulae (Ep) 6016 ndash p211 778 ndash p211

Isocrates (Isoc) (Orator)

Busiris 118 ndash p170 n7

Josephus (J) (Historicus)

contra Apionem (Ap) 315 ndash p28 837 ndash p28

Bellum Judaicum (BJ) 757 ndash p247

Lactantius (Lact) (Theologus)

Divinae Instituitiones et epitome divinarum instituitionum (DI )

725 ndash p210

Leonidas Tarantinus (Leon) (Epigrammaticus)

Epigrammata Anthologia Palatina (Epigfun)

7657 ndash p146 p148 Libanius (Lib) (Sophista)

Orationes (Or) 11132 ndash p263 11150 ndash p272 n5 11164 ndash p266 11167-168 ndash p266 11169 ndash p 266 11170 ndash p263 11170-172 ndash p263 11171 ndash p265 11174 ndash p267 11196-198 ndash p262 p263 11201 ndash p263 11211 ndash p263 11213-217 ndash p262

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 46: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

279

11214-215 ndash p261 11218-219 ndash p262 11227 ndash p266 11249 ndash p267 11251 ndash p264 11251-254 ndash p264 11255-257 ndash p264 11266 ndash p265 11267 ndash p265

Livius Titus (Liv) (Historicus)

Ab Urbe Condita 110 ndash p30 111-12 ndash p30 1205-7 ndash p189 p203 n6 1244 ndash p205 n19 132 ndash p194 28382 ndash p189 284411 ndash p189

Periochae (Perioch) 59 ndash p189

Lucianus (Luc) (Sophista)

Alexander (Alex) 25 ndash p184 n24 Cataplus (Cat)

14 ndash p179 15 ndash p179 26 ndash p180 28 ndash p180

de Luctu (Luct)

2 ndash p179 p 184 n25 6 ndash p 179 p 184 n25 de Morte Peregrini (Peregr) 13 ndash p184 n24 Phalaris (Phal)

p184 n18 Quomodo historia conscribenda sit (HistConscr)

2 ndash p61 p62 5 ndash p61 9 ndash p61 17 ndash p31 34 ndash p61 39 ndash p61 40 ndash p29 41 ndash p60 p61 47 ndash p61 62 ndash p30

Tyrannicida (Tyr) p184 n18

Vera Historiae 2 (VH ) 24-34 ndash p174 25 ndash p146 p160 p167 p177 210 ndash p178 223 ndashp184 n14 n23 225 ndash p178

Macrobius (Macr) (Grammaticus)

Excerpta Grammatica (Exc) 231-11 ndash p156

Martialis M Valerius (Mart) (Epigrammaticus latinus)

Epigrammata 127-8 ndash p247

Monumenta Germaniae Historica Auctores antiquissimi (MGH auctant)

1147 ndash p246

Novum Testamentum (NT)

2 Epistula ad Corinthios (2 EpCor) 51-10ndash p184 n16

Epistula ad Philippenses (Ep Phil) 122-23ndash p184 n16

Apocalypsis (Apoc) 204-15 ndash p175

Evangelium secundum Lucam (EvLuc) 1619-31 ndash p183 n6 2343 ndash p183 n6 p184 n16

Orosius Paulus (Or) (Historicus)

Historiae Adversus Paganos 73913-14 ndash p213

Pausanias (Paus) (Periegeta)

Periegesis Hellados 124 ndash p117 1183 ndash p117 1226-7 ndash p123 n5 4244 ndash p117 545-8 ndash p118 84110 ndash p118 9177 ndash p154 9302 ndash p154 10 ndash p118

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 47: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

280

10192 ndash p105 10251 ndash p123 n5 10263 ndash p118 10287 ndash p118

Philostratus (Philostr) (Sophista)

Vita Apollonii (VA) 220 ndash p118

Vitae Sophistarum (VS) 1481 ndash p61 536 ndash p61

Philostratus Minor (PhilostrJun) (Sophista)

Imagines (Im) Orfeu 6123-9 ndash p154

Pindarus (Pind) (Lyricus)

Olympiaca (O) 270-77 ndash p173

Plato (Plat) (Philosophus)

Gorgias (Gorg) 523a-524a ndash p174 523a ndash 524a ndash p176

Leges (Lg) 2311a ndash p43 310e ndash p45 n1

Phaedrus (Phdr) 89c5-10 ndash p184 n20 95b7-8 ndash p184 n20 127e-128a ndash p174

Republica (Rep) 2363 ndash p146

Symposium (Sym) 179d-e ndash p170 n7

Polybius (Plb) (Historicus)

Historiae 215ndash16ndash p55 n7 336ndash5 ndash p55 n7 34 ndash p32 41 ndash p32 49-10 ndash p32

Plinius Secundus C (Plin) (Rerum Naturalium Scriptor)

Historia Naturalis (HN) 31 ndash p221 352-3ndash p116 354 ndash p123 n9 355 ndash p116 3516 ndash p118 3556 ndash p118 3560-61 ndash p118 3567 ndash p118 3568 ndash p118 36103 ndash p247

Plinius Caecilius Secundus C (Plin)

Epistulae (Ep) 48 ndash p224 581 ndash p29 619 ndash p254 n10 1035-6ndash p193 1049-50 ndash p196 1050 ndash p201 1813 ndash p205 n19

Plutarchus (Plut) (Biographus et Philosophus)

Moralia (Moralia) 565b-c ndash p184 n19 566 ndash p170 n7

Vitae Parallelae Solon (Sol) 271-2 ndash p45 n1 281 ndash p45 n1 284 ndash p45 n1

Prosperus Aquitanus (Prosp)

Chronica (Chr) a 94 ndash p247

Quintilianus (Quint) (Rhetor Latinus)

Institutio oratoria (Inst) 21-21 ndash p 34 n5

Scriptores Historiae Augustae (HistAug)

Antoninus Pius (Pius) 613 ndash p 248

Elagabalus (Elag) 33 ndash p242 51 ndash p255 n15

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 48: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

281

165-171ndash p242

Marcus Aurelius (Aur) 118 ndash p254 n10 227 ndash p 248 228 ndash p 248

Opellius Macrinus (Macr) 234 ndash p242

Septimius Severus (Seu) 71-6 ndash p242 151 ndash p235 167 ndash p237 195 ndash p243 233 ndash p243 259 ndash p 248 764 ndash p 248

Severus Alexander (Alex) 12 ndash p255 n15 13 ndash p254 n6 14-25 ndash p244 16-21 ndash p254 n6 3 ndash p242 43 ndash p245 151-2 ndash p245 224 ndash p245 243 ndash p245 253 ndash p245 254 ndash p245 257 ndash p245 264 ndash p245 p 248 267 ndash p245 268 ndash p245 269 ndash p245 2611ndash p246 286 ndash p246 p247 p249 p 250 341-4 ndash p245 346-8 ndash p245 362 ndash p247 393-4 ndash p246 395 ndash p246 454-5 ndash p245

Servius (Serv) (Grammaticus Latinus)

In Vergilii carmina commentarii (ad Aen)

952ndash p195

Sidonius Apollinarius (Sidon)

Carmina (Carm) 2544 1749 ndash p 248

Simonides (Simon) (Lyricus) Fragmenta

fr384 ndash p155

Statius P Papinius (Stat) Silvae (Silu)

11 ndash p247

Suetonius Tranquillus Gaius (Suet) (Grammaticus et Historicus Latinus)

De Vita Caesarum Augustus (Aug) 291 ndash p247

De Vita Caesarum Iulius Caesar (Caes) 26 ndash p247

De Vita Caesarum Domitianus (Dom) 51 ndash p 247

De Vita Caesarum Vespasianus (Vesp) 9 ndash p247

Tacitus Cornelius (Tac) (Historicus) Agriacutecola (Ag)

21 ndash p193 Annales (Ann)

113 ndash p30 14 ndash p241 3611 ndash p205 n15 3711 ndash p196 4321-2 ndash p31 4333 ndash p31 434-35 ndash p31 1514 ndash p197

Germania (Ger) 433 ndash p204 n14

Historiae (Hist) 114 ndash p30

Tatianus (Orator Philosophus et Theologus) Oratio ad Graecos (Graec)

621 ndash p175 621-23 ndash p183 n7 22 ndash p184 n13 2516 ndash p184 n23 267 ndash p 184 n23 277-8 ndash p183 n8 278 ndash p175 314-32 ndash p176 3519 ndash p184 n18 3719 ndash p176 4114 ndash p176 439-15 ndash p177

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 49: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Index locorum

282

Theon (Rhetor) Progymnasmata (Prog)

6619-21 ndash p183 n2

Thucydides (Thuc) (Historicus)

Historiae 224 ndash p29

Vetus Testamentum Graece redditum (VT)

Ezekiel (Ez) 381ndash p211 3920 ndash p211

Varro M Terentius (Varro) (Grammaticus et Historicus Latinus)

Antiquitates rerum diuinarum (Ant Diu)

5152 ndash p188 de Liacutengua Latina (LL)

533 ndash p205 n18

Fragmenta fr apud ScholVerg ndash p157

Velleius Paterculus (Vell) (Historicus Latinus)

Prologomena Historiae Romanae 2100 ndash p247

Xenophon (Xen) (Historicus)

Cyropaedia (Cyrop) 8220-21 ndash p45 n1

Oeconomicus (Oec) 42-3 ndash p89 69 ndash p89

Memorabilia (Mem) 310 ndash p121

Zonaras (Zonar) (Lexicographus)

1215 p254 n13

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 50: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Volumes publicados na colecccedilatildeo Humanitassupplementum

1 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 1 - Liacutenguas e Literaturas Greacutecia e Roma (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 288 p

2 Francisco de Oliveira Claacuteudia Teixeira e Paula Barata Dias Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 2 - Liacutenguas e Literaturas Idade Meacutedia Renascimento Recepccedilatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 199 p

3 Francisco de Oliveira Jorge de Oliveira e Manuel Patrociacutenio Espaccedilos e Paisagens Antiguidade Claacutessica e Heranccedilas Contemporacircneas Vol 3 ndash Histoacuteria Arqueologia e Arte (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2010) 331 p

4 Maria Helena da Rocha Pereira Joseacute Ribeiro Ferreira amp Francisco de Oliveira (Coords) Horaacutecio e a sua perenidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 180 p

5 Joseacute Luiacutes Lopes Brandatildeo Maacutescaras dos Ceacutesares Teatro e moralidade nas Vidas suetonianas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 461 p

6 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim Leatildeo Manuel Troumlster amp Paula Barata Dias (eds) Symposion and Philanthropia in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2009) 573 p

7 Gabriele Cornelli (Org) Representaccedilotildees da Cidade Antiga Categorias histoacutericas e discursos filosoacuteficos (Coimbra Classica DigitaliaCECHGrupo Archai 2010) 173 p

8 Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simotildees Rodrigues (Coords) Sociedade Poder e Cultura no Tempo de Oviacutedio (Coimbra Classica DigitaliaCECHCECCH 2010) 288 p

9 Franccediloise Frazier et Delfim F Leatildeo (eds) Tychegrave et pronoia La marche du monde selon Plutarque (Coimbra Classica DigitaliaCECH Eacutecole Doctorale 395 ArScAn-THEMAM 2010) 298 p

10 Juan Carlos Iglesias-Zoido El legado de Tuciacutedides en la cultura occidental Discursos e historia (Coimbra Classica DigitaliaCECH ARENGA 2011) 301 p

11 Gabriele Cornelli O pitagorismo como categoria historiograacutefica (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 265 p

12 Frederico Lourenccedilo The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2011) 451 p

13 Joseacute Augusto Ramos Maria Cristina de Sousa Pimentel Maria do Ceacuteu Fialho Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Paulo de Tarso Grego e Romano Judeu e Cristatildeo (Coimbra Classica DigitaliaCECH CHUL CEC 2012) 306 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 51: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

14 Carmen Soares e Paula Barata Dias (coords) Contributos para a histoacuteria da alimentaccedilatildeo na antiguidade (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 116 p

15 Carlos A Martins de Jesus Claudio Castro Filho Joseacute Ribeiro Ferreira (coords) Hipoacutelito e Fedra - nos caminhos de um mito (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 228 p

16 Joseacute Ribeiro Ferreira Delfim F Leatildeo amp Carlos A Martins de Jesus (eds) Nomos Kosmos amp Dike in Plutarch (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 277 p

17 Joseacute Augusto Ramos amp Nuno Simotildees Rodrigues (coords) Mnemosyne kai Sophia (Coimbra Classica DigitaliaCECHCHUL 2012) 200 p

18 Ana Maria Guedes Ferreira O homem de Estado ateniense em Plutarco o caso dos Alcmeoacutenidas (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 396 p

19 Aurora Loacutepez Andreacutes Pocintildea amp Maria de Faacutetima Silva (coords) De ayer a hoy influencias claacutesicas en la literatura (Coimbra Classica DigitaliaCECH 2012) 594 p

20 Cristina Pimentel Joseacute Luiacutes Brandatildeo amp Paolo Fedeli (coords) O poeta e a cidade no mundo romano (Coimbra Classica DigitaliaCECHCEC 2012) 240 p

21 Francisco de Oliveira Joseacute Luiacutes Brandatildeo Vasco Gil Mantas amp Rosa Sanz Serrano (coords) A queda de Roma e o alvorecer da Europa (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2012) 252 p

22 Luiacutesa de Nazareacute Ferreira Mobilidade poeacutetica na Greacutecia antiga uma leitura da obra de Simoacutenides (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 472 p

23 Faacutebio Cerqueira Ana Teresa Gonccedilalves Edalaura Medeiros amp Joseacute Luiacutes Brandatildeo Saberes e poderes no mundo antigo Vol I ndash Dos saberes (Coimbra Imprensa da Universidade de Coimbra Classica Digitalia 2013) 282 p

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt

Page 52: Saberes e poderes - classicadigitalia.uc.pt · Sentimo-la intensamente nos nossos dias, ... da Associação Nacional de História e do Laboratório de Estudos sobre ... Dedica-se

Versatildeo integral disponiacutevel em digitalisucpt