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S3C4T3 Fl. 681 1 680 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16004.000961/200618 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403002.548 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 22 de outubro de 2013 Matéria IPI AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente BASCITRUS AGRO INDÚSTRIA SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO:IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 31/03/2001 a 10/10/2002 IPI. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONFIGURAÇÃO. CONFRONTO ENTRE CRÉDITOS E DÉBITOS. Em relação ao IPI, por causa de sua sistemática peculiar de apuração, baseada no princípio constitucional da nãocumulatividade, o lançamento por homologação configurase quando o pagamento ocorre na forma do confronto entre créditos e débitos, disto decorrendo a ausência de valor a recolher. Inteligência do art. 150, §§ 1º e 4º, do CTN c/c o art. 124 do RIPI/2002. Precedentes. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES. PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE. ART. 62A DO ANEXO II DO RICARF. O Superior Tribunal de Justiça firmou, pelo regime de recursos repetitivos, o entendimento de que devem ser incluídos, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, o valor das aquisições de insumos que não sofreram a incidência do PIS e Cofins, de modo que devem ser computadas as aquisições de pessoas físicas e cooperativas (REsp 993164/MG, DJe 17/12/2010 e Sumula STJ 494). Entendimento que este Tribunal Administrativo reproduz em respeito ao art. 62A do Regimento Interno. CREDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES QUE DÃO DIREITO DE CRÉDITO. CONFIGURAÇÃO DE MATÉRIAPRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. AÇÃO DIRETA SOBRE O PRODUTO. ÔNUS DA PROVA. Apenas geram crédito presumido as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, tal como conceituados pela legislação do IPI, apenas sendo alcançados por estes conceitos aqueles bens que integram o produto ou sejam consumidos no processo de industrialização, em contato direto com o produto. É ônus do contribuinte ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 16004.000961/2006-18 Fl. 681 DF CARF MF Impresso em 19/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 27/02/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM

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  • S3C4T3Fl.681

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    680

    S3C4T3 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISTERCEIRASEODEJULGAMENTO

    Processon 16004.000961/200618

    Recurson Voluntrio

    Acrdon 3403002.5484Cmara/3TurmaOrdinriaSessode 22deoutubrode2013

    Matria IPIAUTODEINFRAO

    Recorrente BASCITRUSAGROINDSTRIASA

    Recorrida FAZENDANACIONAL

    ASSUNTO:IMPOSTOSOBREPRODUTOSINDUSTRIALIZADOSIPIPerododeapurao:31/03/2001a10/10/2002

    IPI. DECADNCIA. LANAMENTO POR HOMOLOGAO.CONFIGURAO.CONFRONTOENTRECRDITOSEDBITOS.

    EmrelaoaoIPI,porcausadesuasistemticapeculiardeapurao,baseadano princpio constitucional da nocumulatividade, o lanamento porhomologao configurase quando o pagamento ocorre na forma doconfronto entre crditos e dbitos, disto decorrendo a ausncia de valor arecolher. Inteligncia do art. 150, 1 e 4, do CTN c/c o art. 124 doRIPI/2002.Precedentes.

    IPI. CRDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NOCONTRIBUINTES. PESSOAS FSICAS. POSSIBILIDADE. ART. 62ADOANEXOIIDORICARF.

    OSuperiorTribunaldeJustiafirmou,peloregimederecursosrepetitivos,oentendimento de que devem ser includos, na base de clculo do crditopresumido de IPI, o valor das aquisies de insumos que no sofreram aincidnciadoPISeCofins,demodoquedevemsercomputadasasaquisiesde pessoas fsicas e cooperativas (REsp 993164/MG, DJe 17/12/2010 eSumulaSTJ494).EntendimentoqueesteTribunalAdministrativoreproduzemrespeitoaoart.62AdoRegimentoInterno.

    CREDITOPRESUMIDODEIPI.AQUISIESQUEDODIREITODECRDITO. CONFIGURAO DE MATRIAPRIMA, PRODUTOINTERMEDIRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. AO DIRETASOBREOPRODUTO.NUSDAPROVA.

    Apenasgeramcrditopresumidoasaquisiesdematriasprimas,produtosintermedirios e material de embalagem, tal como conceituados pelalegislaodoIPI,apenassendoalcanadosporestesconceitosaquelesbensque integram o produto ou sejam consumidos no processo deindustrializao, em contato direto com o produto. nus do contribuinte

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    Impresso em 19/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 27/02/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 27/02/2014 porIVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM

    16004.000961/2006-18 3403-002.548 TERCEIRA SEO DE JULGAMENTO Voluntrio Acrdo 4 Cmara / 3 Turma Ordinria 22/10/2013 IPI AUTO DE INFRAO BASCITRUS AGRO INDSTRIA SA FAZENDA NACIONAL Recurso Voluntrio Provido em Parte Crdito Tributrio Mantido em Parte CARF Ivan Allegretti 2.0.4 34030025482013CARF3403ACC Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Perodo de apurao: 31/03/2001 a 10/10/2002 IPI. DECADNCIA. LANAMENTO POR HOMOLOGAO. CONFIGURAO. CONFRONTO ENTRE CRDITOS E DBITOS. Em relao ao IPI, por causa de sua sistemtica peculiar de apurao, baseada no princpio constitucional da no-cumulatividade, o lanamento por homologao configura-se quando o pagamento ocorre na forma do confronto entre crditos e dbitos, disto decorrendo a ausncia de valor a recolher. Inteligncia do art. 150, 1 e 4, do CTN c/c o art. 124 do RIPI/2002. Precedentes. IPI. CRDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NO CONTRIBUINTES. PESSOAS FSICAS. POSSIBILIDADE. ART. 62-A DO ANEXO II DO RICARF. O Superior Tribunal de Justia firmou, pelo regime de recursos repetitivos, o entendimento de que devem ser includos, na base de clculo do crdito presumido de IPI, o valor das aquisies de insumos que no sofreram a incidncia do PIS e Cofins, de modo que devem ser computadas as aquisies de pessoas fsicas e cooperativas (REsp 993164/MG, DJe 17/12/2010 e Sumula STJ 494). Entendimento que este Tribunal Administrativo reproduz em respeito ao art. 62-A do Regimento Interno. CREDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIES QUE DO DIREITO DE CRDITO. CONFIGURAO DE MATRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. AA~O DIRETA SOBRE O PRODUTO. NUS DA PROVA. Apenas geram crdito presumido as aquisies de materias-primas, produtos intermediarios e material de embalagem, tal como conceituados pela legislao do IPI, apenas sendo alcanados por estes conceitos aqueles bens que integram o produto ou sejam consumidos no processo de industrializaa~o, em contato direto com o produto. nus do contribuinte demonstrar que os bens concretamente adquiridos enquadram-se nestes conceitos. IPI. CREDITO PRESUMIDO. LEI 9.363/96. ENERGIA ELETRICA. SMULA CARF N 19. Apenas em relao aos contribuintes que fazem a opo expressa pelo regime alternativo da Lei 10.276/2001 e que se permite que as aquisies de energia eletrica e de combustiveis gerem direito ao crdito presumido de IPI. Na~o integram a base de calculo do credito presumido da Lei 9.363/96, as aquisio~es de combustiveis e energia eletrica, uma vez que na~o sa~o consumidos em contato direto com o produto, na~o se enquadrando nos conceitos de materia-prima ou produto intermediario. IPI. CRDITO PRESUMIDO. LEI 9.363/96. INDUSTRIALIZAO POR ENCOMENDA. POSSIBILIDADE. Tratando-se, a industrializao por encomenda, de aprimoramento a que se submete a matria-prima, deve o seu valor integrar as aquisies para o clculo do credito presumido. Precedente do Superior Tribunal de Justia (REsp 752888/RS, DJe 25/09/2009). MULTA DE OFICIO. EFEITO DE CONFISCO. RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, LEGALIDADE. SMULA CARF N 2. A multa de oficio tem natureza punitiva, motivo pelo qual na~o se lhe aplica o principio do na~o confisco previsto no art. 150, VI, da Constituio, que se refere exclusivamente a tributos. Arguir o princpio constitucional do no confisco, da razoabilidade, da proporcionalidade ou da legalidade para afastar a aplicao do dispositivo de lei que determinada a aplicao da multa de 75% envolveria inequvoco juzo de inconstitucionalidade da Lei, que est fora do mbito de competncia deste Conselho, conforme entendimento consolidado na Smula CARF n 2. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir do lanamento os fatos geradores ocorridos at 12/11/2001 e para reconhecer o direito de crdito em relao s aquisies de pessoas fsicas e em relao aquisio de industrializao por encomenda. Vencidos os Conselheiros Alexandre Kern e Rosaldo Trevisan quanto industrializao por encomenda. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente (assinado digitalmente) Ivan Allegretti - Relator Participaram da sesso de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de S Filho, Rosaldo Trevisan, Marcos Tranchesi Ortiz e Ivan Allegretti. Trata-se de auto de infrao (fls. 345/347) que formaliza a exigncia de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em relao a fatos geradores ocorridos no perodo de 31/03/2001 a 10/10/2002.Na descrio dos fatos que deram causa ao lanamento, consta do auto de infrao que houve recolhimento do IPI em valor menor que o devido, em razo de o contribuinte ter utilizado indevidamente valores de crdito presumido de IPI (fl. 347). No Termo de Verificao de Infrao (fls. 348/368) detalham-se as glosas de crdito presumido que foram constatadas quando da anlise dos pedidos de ressarcimento correspondentes aos 2, 3 e 4 trimestres de 2001 e aos 1, 2 e 3 trimestres de 2002, que refletiram nos saldos do IPI constantes do Livro Registro de Apurao do IPI (RAIPI).

    Houve a glosa de entradas de laranjas de pessoa fsica, bagao de cana, cal virgem, combustvel, gs GLP, leo combustvel para caldeira, leo (lubrificantes), servios de energia eltrica, servios de telecomunicaes, servios de transporte, soda custica, dentre outros insumos, por no integrarem diretamente o produto, bem como a glosa quanto aos valores de beneficiamento de leo essencial e de receita de exportao de produtos adquiridos de terceiros.A notificao do lanamento aconteceu em 13/11/2006 (fl. 390).A contribuinte apresentou impugnao (fls. 391/447) alegando 1) a decadncia do direito do Fisco de constituir o crdito tributrio referente aos fatos geradores ocorridos mais de cinco anos antes do lanamento;2) que, por ser empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais, faz jus ao crdito presumido do IPI como ressarcimento das contribuies de que tratam as Leis Complementares ns 7/70, 8/70, e 70/91, incidente sobre as respectivas aquisies, no mercado interno, de matrias-primas, produtos intermedirios e material de embalagem, para utilizao no processo produtivo.3) que a base de clculo do crdito presumido, tal como prevista nos arts. 1 e 2 da Lei n 9.363/96 deve levar em conta o valor total das aquisies de matrias-primas, produtos intermedirios e material de embalagem, no permitindo qualquer excluso, sendo indevida a inovao pretendida pelas Instrues Normativas ns 23/1997 e 103/1997, ao estabelecerem que o crdito presumido de IPI ser calculado, exclusivamente, em relao s aquisies efetuadas de pessoas jurdicas, sujeitas Cofins e ao PIS, excluindo as aquisies de pessoas fsicas e de cooperativas. Assevera ter direito de crdito em relao s laranjas que adquire de pessoas fsicas, bem como em relao aos pagamentos aplicados na industrializao por encomenda e ao suco de laranja equiparado exportao.4) em relao a juros, que a Taxa SELIC deve ser aplicada no ressarcimento, enquanto espcie do gnero restituio, por fora do art. 39, 4, da Lei n 9.250/1995. 5) que a utilizao da legislao do IPI, para efeitos do conceito de "insumos" tem carter subsidirio, e, assim, energia eltrica, combustveis e lubrificantes se incluem entres as matrias-primas, por participarem do processo de industrializao, at mesmo luz do art. 82, I, do RIPI. Tambm as aquisies de pessoas fsicas, no contribuintes das contribuies em causa, do direito ao crdito presumido, considerando-se que, em etapas anteriores, oneraram, em cascata, o custo do produto a ser exportado e tm sua incidncia embutida nas operaes anteriores. Requer percia tcnica a fim de esclarecer se os produtos elencados na planilha que deu origem ao crdito glosado so imprescindveis ao fluxo do seu processo industrial, se este realizvel sem suas aplicaes ou consumo e se o clculo elaborado obedece legislao aplicvel. Indica perito.Argumenta, ainda, que a Fiscalizao ignorou a existncia dos Pedidos de Ressarcimento 13869.000021/2001-56 (2. Trimestre de 2000), 13869.000022/2001-09 (3 . Trimestre de 2000) e 13869.000023/2001-45 (4. Trimestre de 2000), nos quais houve o deferimento parcial do direito creditrio, de maneira que, se houvessem sido computados os crditos deferidos, no existiria o saldo devedor denunciado e, tampouco, a infrao combatida. Assim, ao desconsiderar os processos anteriores, partindo do pedido concernente ao 2 trimestre de 2001, teria agido a Fiscalizao de forma premeditada, criando um saldo devedor inexistente. Pleiteou que fossem anexados aos presentes autos os autos dos referidos Processos Administrativos.A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belm/PA (DRJ), por meio do Acrdo n 01-23.457, de 8 de novembro de 2011 (fls. 548/566), julgou improcedente a impugnao, mantendo integralmente o lanamento, conforme entendimento resumido na seguinte ementa:ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCALPerodo de apurao: 31/03/2001 a 10/10/2002PAF. DECISES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS.As decises judiciais e administrativas relativas a terceiros no possuem eficcia normativa, uma vez que no integram a legislao tributria de que tratam os arts. 96 e 100 do Cdigo Tributrio Nacional.ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNO DE LEGITIMIDADE.A autoridade administrativa no possui atribuio para apreciar a argio de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislao tributria.DILIGNCIA. PERCIA. REQUISITOS.Descabe a realizao de diligncia ou percia quando presentes nos autos os elementos necessrios e suficientes dissoluo do litgio administrativo, notadamente quando a produo probatria invocada pelo sujeito passivo no necessita de qualquer conhecimento tcnico especializado, em se tratando de percia.ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPIPerodo de apurao: 31/03/2001 a 10/10/2002IPI. DECADNCIA. FALTA DE PAGAMENTO. REGRA GERAL.O prazo para a Fazenda Pblica constituir o crdito tributrio relativo ao IPI de cinco anos e rege-se pelo disposto no Cdigo Tributrio Nacional. Assim, na hiptese em que h recolhimento parcial antecipado, o lustro decadencial tem incio na data de ocorrncia do fato gerador, na forma do artigo 150, 4, do Estatuto Tributrio. De outro lado, no havendo qualquer pagamento, aplica-se a regra do artigo 173, inciso I, do mesmo diploma, pouco importando se houve ou no declarao, contando-se o prazo do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado.RESSARCIMENTO. CRDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NO-CONTRIBUINTES.Incabvel o clculo do crdito presumido de que trata a Lei n 9.363/1996 em relao a insumos adquiridos de pessoas fsicas, haja vista que o texto normativo, ao estipular a forma de apurao do incentivo, excluiu da base de clculo respectiva as aquisies que no suportaram a incidncia da Cofins e da contribuio ao PIS.IPI. CRDITO PRESUMIDO. LEI N 9.363/1996. BASE DE CLCULO. AO DIRETA SOBRE O PRODUTO.Geram direito ao crdito presumido de que trata a Lei n 9.363/1996, matrias-primas, produtos intermedirios e material de embalagem, incluindo-se, entre as matrias-primas e produtos intermedirios, aqueles que, embora no se integrando ao novo produto, sejam consumidos no processo de industrializao, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente. IPI. CRDITO PRESUMIDO. LEI N 10.276/2001. BASE DE CLCULO. ENERGIA ELTRICA.Somente com o advento da Lei n 10.276/2001 que foi introduzido, alternativamente ao disposto na Lei n 9.363/1996, permissivo para que a pessoa jurdica produtora e exportadora de mercadorias viesse a calcular o valor do crdito presumido do IPI utilizando-se de base de clculo formada pela soma no s dos custos com aquisio de matrias-primas, produtos intermedirios e matrias de embalagem, mas tambm dos gastos com energia eltrica e combustveis, devendo a pessoa jurdica, para tanto, manifestar opo pelo regime alternativo, observadas condicionantes especficas.IPI. CRDITO PRESUMIDO. BASE DE CLCULO. INDUSTRIALIZAO POR ENCOMENDA.O valor a ser considerado para efeito do clculo do crdito presumido com base na Lei n 9.363/1996, o valor dos insumos remetidos, e, somente na hiptese de opo pela forma alternativa de clculo do crdito presumido de que trata a Lei n 10.276/2001, corresponde ao valor total da operao, ou seja, o valor dos insumos enviados pelo encomendante e o do custo da industrializao cobrado pelo executor da encomenda.

    Impugnao ImprocedenteCrdito Tributrio MantidoA contribuinte interps recurso voluntrio (fls. 574/684) reiterando os argumentos apresentados na impugnao. o relatrio. Conselheiro Ivan Allegretti, RelatorO recurso voluntrio foi interposto em 05/12/2011 (fl. 572), dentro do prazo de 30 dias contados da data da notificao do acrdo da DRJ, em 30/11/2011, conforme Aviso de Recebimento (fl. 571).Por ser tempestivo, conheo do recurso.1. Decadncia.Configurado o lanamento por homologao, a contagem do prazo decadencial se desloca do art. 173 para o art. 150, 1 e 4 do CTN, iniciando-se a partir do momento da ocorrncia do fato gerador. entendimento uniforme deste Conselho, por transposio do entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justia (v.g. ERESP 101407, DJ 08/05/2000), de que fica inequivocamente configurado o lanamento por homologao quando o contribuinte realiza o pagamento, em carter de adiantamento do tributo devido.No caso do IPI, em razo de sua peculiar sistemtica de apurao, o pagamento tambm fica caracterizado na hiptese em que os dbitos do imposto so integralmente compensados com os crditos existentes, quando de seu confronto ao final do perodo de apurao.Nesta hiptese, como se percebe, no ocorre recolhimento por parte do contribuinte simplesmente porque no h recolhimento a fazer, no se podendo dizer que o contribuinte deixou de efetuar a antecipao do valor devido, pois concretamente no devido o adiantamento de qualquer valor por meio de recolhimento, visto que o contribuinte utilizou o seu saldo de crditos para compensar com os dbitos do perodo.Nesta hiptese, como visto, os crditos detidos pelo contribuinte fazem as vezes de pagamento, no confronto com os dbitos apurados no perodo. isto, alis, o que dispe o inciso III do art. 56, p.u., do RIPI/82:Art. 56 - O procedimento de lanar o imposto, de iniciativa do sujeito passivo, aperfeioa-se com o seu pagamento, feito antes do exame pela autoridade administrativa (Lei n 5172/66, Art. 150 e pargrafo 1).Pargrafo nico - Considera-se pagamento: I - o recolhimento do saldo devedor resultante da compensao dos dbitos, no perodo de apurao do imposto, com os crditos admitidos; II - o recolhimento do imposto no sujeito a apurao por perodos, haja ou no crditos a compensar; III - a compensao dos dbitos, no perodo de apurao do imposto, com os crditos admitidos, sem resultar saldo a recolher.Este mesma previso foi reiterada pelo art. 111 do RIPI/98, pelo art. 124 do RIPI/2002 e pelo art. 183 do RIPI/2010.O RIPI/2002, vigente na poca dos fatos aqui tratados, dispunha o seguinte:Art. 124. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lanamento por homologao, aperfeioam-se com o pagamento do imposto ou com a compensao do mesmo, nos termos dos arts. 207 e 208 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofcio da autoridade administrativa (Lei n 5.172, de 1966, art. 150 e 1, Lei n 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, e Medida Provisria n 66, de 2002, art. 49). Pargrafo nico. Considera-se pagamento: I - o recolhimento do saldo devedor, aps serem deduzidos os crditos admitidos dos dbitos, no perodo de apurao do imposto; II - o recolhimento do imposto no sujeito a apurao por perodos, haja ou no crditos a deduzir; ou III - a deduo dos dbitos, no perodo de apurao do imposto, dos crditos admitidos, sem resultar saldo a recolher.Assim, conforme previsto pela legislao, a compensao entre dbitos e crditos do IPI traduz modalidade de pagamento, configurando inequivocamente o lanamento por homologao.Neste mesmo sentido j entendeu esta Turma (Acrdo 3403-00.805, PA n 10830.006348/2005-12, Rel. Cons. Robson Jos Bayerl, j. 03/02/2011) e tambm a Cmara Superior de Recursos Fiscais (Acrdo 9303-001.658, PA 10980.002125/2003/92, Rel. Cons. Susy Hoffmann, j. 03/10/2011).A notificao do lanamento aconteceu em 13/11/2006 (fl. 390), de modo que no poderia alcanar os fatos geradores ocorridos antes de 13/11/2001.Por fora da decadncia, portanto, devem ser excludos do lanamento os fatos geradores ocorridos em antes de 13/11/2001.2. Crdito presumido pela aquisio de insumos de no contribuintes de PIS/Cofins.Em razo do disposto no art. 62-A do RICARF, introduzido pela Portaria MF 586/2010, deve ser reproduzido neste caso o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justia, pela sistemtica dos recursos repetitivos, a respeito da mesma questo jurdica.Este dispositivo do RICARF estabelece o seguinte:Art. 62-A. As decises definitivas de mrito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justia em matria infraconstitucional, na sistemtica prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Cdigo de Processo Civil, devero ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no mbito do CARF. 1 Ficaro sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF tambm sobrestar o julgamento dos recursos extraordinrios da mesma matria, at que seja proferida deciso nos termos do art. 543-B. 2 O sobrestamento de que trata o 1 ser feito de ofcio pelo relator ou por provocao das partes.O entendimento firmado pelo STJ na sistemtica do art. 543-C do CPC, resumido na seguinte ementa:PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA. IPI. CRDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUO NORMATIVA SRF 23/97.CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS TRIBUTAO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINRIA. SMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVNCIA. INSTRUO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDRIO).CORREO MONETRIA. INCIDNCIA. EXERCCIO DO DIREITO DE CRDITO POSTERGADO PELO FISCO. NO CARACTERIZAO DE CRDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAO. VIOLAO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRNCIA.1. O crdito presumido de IPI, institudo pela Lei 9.363/96, no poderia ter sua aplicao restringida por fora da Instruo Normativa SRF 23/97, ato normativo secundrio, que no pode inovar no ordenamento jurdico, subordinando-se aos limites do texto legal.2. A Lei 9.363/96 instituiu crdito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que:"Art. 1 A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais far jus a crdito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados , como ressarcimento das contribuies de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisies, no mercado interno, de matrias-primas, produtos intermedirios e material de embalagem, para utilizao no processo produtivo .Pargrafo nico. O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim especfico de exportao para o exterior."3. O artigo 6, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedir as instrues necessrias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apurao e para fruio do crdito presumido e respectivo ressarcimento, definio de receita de exportao e aos documentos fiscais comprobatrios dos lanamentos, a esse ttulo, efetuados pelo produtor exportador".4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuies, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o clculo e a utilizao do crdito presumido institudo pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretrio da Receita Federal a expedir normas complementares necessrias implementao da aludida portaria (artigo 12).5. Nesse segmento, o Secretrio da Receita Federal expediu a Instruo Normativa 23/97 (revogada, sem interrupo de sua fora normativa, pela Instruo Normativa 313/2003, tambm revogada, nos mesmos termos, pela Instruo Normativa 419/2004), assim preceituando:"Art. 2 Far jus ao crdito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. 1 O direito ao crdito presumido aplica-se inclusive:I - Quando o produto fabricado goze do benefcio da alquota zero;II - nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim especfico de exportao. 2 O crdito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2 da Lei n 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matria-prima, produto intermedirio ou embalagem, na produo bens exportados, ser calculado, exclusivamente, em relao s aquisies, efetuadas de pessoas jurdicas, sujeitas s contribuies PIS/PASEP e COFINS ."6. Com efeito, o 2, do artigo 2, da Instruo Normativa SRF 23/97, restringiu a deduo do crdito presumido do IPI (institudo pela Lei 9.363/96), no que concerne s empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, s aquisies, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurdicas sujeitas s contribuies destinadas ao PIS/PASEP e COFINS.7. Como de sabena, a validade das instrues normativas (atos normativos secundrios) pressupe a estrita observncia dos limites impostos pelos atos normativos primrios a que se subordinam (leis, tratados, convenes internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar-se-o de ilegalidade e no de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991).8. Conseqentemente, sobressai a "ilegalidade" da instruo normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de clculo do benefcio do crdito presumido do IPI, as aquisies (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matria-prima e de insumos de fornecedores no sujeito tributao pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Pblico: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel.Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004).9. que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, esto embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtor-exportador, mesmo no havendo incidncia na sua ltima aquisio" ; (ii) "o Decreto 2.367/98 - Regulamento do IPI -, posterior Lei 9.363/96, no fez restrio s aquisies de produtos rurais" ; e (iii) "a base de clculo do ressarcimento o valor total das aquisies dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2), sem condicionantes" (REsp 586392/RN).10. A Smula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que:"Viola a clusula de reserva de plenrio (CF, artigo 97) a deciso de rgo fracionrio de tribunal que, embora no declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder pblico , afasta sua incidncia, no todo ou em parte."11. Entrementes, certo que a exigncia de observncia clusula de reserva de plenrio no abrange os atos normativos secundrios do Poder Pblico, uma vez no estabelecido confronto direto com a Constituio, razo pela qual inaplicvel a Smula Vinculante 10/STF espcie.(...) 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidncia de correo monetria e a aplicao da Taxa Selic.16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido.17. Acrdo submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resoluo STJ 08/2008.(REsp 993164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEO, julgado em 13/12/2010, DJe 17/12/2010)Mais recentemente, o STJ sumulou o mesmo entendimento, nos seguintes termos:Smula 494 STJO benefcio fiscal do ressarcimento do crdito presumido do IPI relativo s exportaes incide mesmo quando as matrias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa fsica ou jurdica no contribuinte do PIS/PASEP.Assim, por fora do art. 62-A do RICARF, os Conselheiros do CARF devem obrigatoriamente reproduzir o entendimento do STJ neste caso concreto, reconhecendo o direito ao crdito presumido de IPI em relao s aquisies de no contribuintes de PIS/Cofins.3. As aquisies que do direito de crdito.Embora a finalidade do benefcio fiscal previsto na Lei n 9.363/96 tenha sido a de compensar o nus financeiro causada s exportaes em razo da incidncia de PIS/Cofins, o legislador optou em fazer tal compensao na forma de concesso de crditos de IPI, determinando expressamente a utilizao dos mesmos critrios da legislao deste imposto. este o efeito do pargrafo nico do art. 3 da referida Lei, ao dispor que Utilizar-se-, subsidiariamente, a legislao do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produo, matria-prima, produtos intermedirios e material de embalagem.Por isso, a determinao dos conceitos de matria-prima, produtos intermedirios e material de embalagem a mesma aplicvel apurao do IPI.Conforme esclarece o Parecer Normativo CST n 65/79, para que sejam considerados produtos intermedirios, necessrio que os produtos sofram alterao~es, tais como desgaste, dano ou perda de propriedades fisicas ou quimicas, em decorrncia de aa~o diretamente exercida sobre o produto em fabricaa~o, ou vice-versa, e desde que na~o estejam compreendidos entre os bens do ativo permanente.Portanto, apenas as aquisies que atendem este requisito que sero passveis de dar causa ao crdito presumido de IPI.O contribuinte, por sua vez, limita-se a alegar que teria de ser admitido o direito de crdito em relao ao bagao de cana, leo combustvel e cal virgem, dentre outros (fl. 629), sem fazer nenhum detalhamento ou demonstrao de como estes bens so aplicados na produo.Na medida, pois, em que no existe nenhum detalhamento nem prova de que tais bens configuram MP, PI ou ME, na forma da legislao do IPI, deve ser mantida a glosa e a respectiva exigncia fiscal.4. Aquisies de energia eltrica.A Smula CARF N 19 categrica em explicar que No integram a base de clculo do crdito presumido da Lei N 9.363, de 1996, as aquisies de combustveis e energia eltrica uma vez que no so consumidos em contato direto com o produto, no se enquadrando nos conceitos de matria-prima ou produto intermedirio.Apenas a partir da Lei n 10.276/2001, e em relao aos contribuintes que fizerem a opo expressa pelo regime alternativo previsto nesta Lei, que se permite que as aquisies de energia eletrica e de combustiveis gerem direito ao crdito presumido de IPI.No regime ordinrio da Lei n 9.363/96, apenas a aquisio de bens que configurem MP, PI e ME do direito de crdito, de maneira que apenas se pode cogitar do direito de crdito em relao ao combustvel e a energia eltrica se estes se integrarem com o produto final ou se desgastarem em contato com o produto final, situao que no se configura no presente caso.5. Industrializao por encomenda.Adoto como razo de decidir o seguinte trecho de voto do Conselheiro Antonio Zomer (Acrdo 202-18.000, PA 11065.002246/2001-77, j. 17/07/2007):Na manifestao de inconformidade, a empresa informa que, para o regular exerccio de sua atividade, utiliza-se do servio de outras pessoas jurdicas, que beneficiam o couro ou executam atividades de industrializao intermedirias, de modo a deixar as matrias-primas em condies de uso na fabricao dos calados que exporta. Examinando os documentos acostados aos autos, constata-se que no h dvida de que os produtos beneficiados por encomenda so utilizados como matria-prima na fabricao de calados para exportao.Se a indstria adquirisse o couro j beneficiado e trabalhado (cabedais tranados, solados montados etc.), certo que o custo destas atividades de beneficiamento seria includo no clculo do incentivo, pois que integraria o total pago na aquisio. Se, por outro lado, a indstria, em decorrncia das peculiaridades de cada caso, como aspectos tcnicos, especializao, qualificao de empregados, resolve contratar a terceiros a feitura de determinadas etapas da industrializao, no vejo como no se reconhecer o mesmo direito de utilizao dos custos desta industrializao intermediria, j que a nica diferena entre um caso e outro est no fato de que a obteno da matria-prima, necessria ao desenvolvimento das atividades industriais, neste segundo caso, envolve a compra do couro semi-elaborado de um fornecedor e o beneficiamento de outro. Tanto na hiptese da aquisio dos insumos j qualificados como matria-prima, quanto no caso de eles s virem a adquirir esta caracterstica depois do beneficiamento efetuado por terceiros, o custo desta atividade agrega-se a eles fora do estabelecimento do industrial exportador. Em outras palavras, o custo do beneficiamento acresce-se ao custo dos referidos insumos, compondo o custo da matria-prima.Assim, sendo inerente atividade industrial de fabricao de calados a utilizao de produtos semi-elaborados como matria-prima, quando esta atividade for efetuada por terceiro, o custo dessa operao integra o custo da matria-prima, devendo ser includo no clculo do incentivo fiscal de que trata a Lei n 9.363/96.Este o entendimento predominante no Segundo Conselho de Contribuintes e tambm na Cmara Superior de Recursos Fiscais, como demonstram as seguintes ementas: IPI. CRDITO PRESUMIDO RELATIVO S EXPORTAES (LEI N 9.363/96) - PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS POR ENCOMENDA - Investigada a atividade desenvolvida pelo executante da encomenda, se caracterizada a realizao de operao industrial, o recebimento dos produtos industrializados por encomenda por parte do encomendante, uma vez destinados a nova industrializao, corresponde aquisio de matrias-primas, produtos intermedirios e material de embalagem, integrando assim a base de clculo do crdito presumido (Lei n 9.363/96, artigo 2). Irrelevante, no caso, se a remessa ao encomendante dos produtos industrializados por encomenda ocorreu com suspenso ou tributao do IPI, importa sim a configurao dos produtos desse modo industrializados como insumos para nova industrializao a cargo do encomendante. Recurso voluntrio ao qual se d provimento. (Acrdo n 201-76.467, de 15/10/2002).IPI CRDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DE PIS E DE COFINS BENEFICIAMENTO REALIZADO POR TERCEIROS Tratando-se de operao necessria para que a matria-prima possa ser utilizada no processo produtivo, deve o valor do beneficiamento integrar o custo da matria-prima. Recurso ao qual se d provimento. (Acrdo n 202-14.469, de 04/12/2002).IPI. RESSARCIMENTO. CRDITO PRESUMIDO RELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAO POR ENCOMENDA A industrializao efetuada por terceiros visando aperfeioar para o uso ao qual se destina a matria-prima, produto intermedirio ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante agrega-se ao seu custo de aquisio para efeito de gozo e fruio do crdito presumido do IPI relativo ao PIS e a COFINS previsto na Lei n 9.363/96. (Acrdo n CSRF/02-01.905, de 12/04/2005).Pelo exposto, tendo em conta que objeto do benefcio fiscal, no caso da indstria caladista, no o aperfeioamento do couro, montagens de solados, montagens de cabedais etc., que no sero exportados, reconheo o direito de a recorrente incluir na base de clculo do crdito presumido do IPI, o valor pago pela industrializao encomendada a terceiros, quando dela se origina matria-prima utilizada na fabricao dos calados exportados.Neste mesmo sentido tambm entende o Superior Tribunal de Justia, em julgamento que restou assim ementado:PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. CRDITO PRESUMIDO DO IPI. MATRIA-PRIMA. BENEFICIAMENTO POR TERCEIROS. CRDITOS ESCRITURAIS. CORREO MONETRIA. INCIDNCIA. MATRIA DECIDIDA PELA 1 SEO, NO RESP 1.035.847/RS, DJE 03.08.2009, SOB O REGIME DO ART. 543-C DO CPC. ESPECIAL EFICCIA VINCULATIVA DESSE PRECEDENTE (CPC, ART. 543-C, 7), QUE IMPE SUA ADOO EM CASOS ANLOGOS. HONORRIOS ADVOCATCIOS. REEXAME DE MATRIA FTICA. IMPOSSIBILIDADE.1. Em recurso especial, no se conhece de matria no prequestionada.2. Faz jus ao crdito presumido do IPI o estabelecimento comercial que adquire insumos e os repassa a terceiros para benefici-los, por encomenda, para posteriormente exportar os produtos. Precedentes.3. devida a correo monetria de crditos escriturais quando o seu aproveitamento, pelo contribuinte, sofre demora em virtude de resistncia oposta por ilegtimo ato administrativo ou normativo do Fisco. Precedentes.4. A Primeira Seo, ao julgar o REsp 1.035.847/PR, Min. Luiz Fux, DJe 03/08/2009, sob o regime do art. 543-C do CPC, reafirmou o entendimento, que j adotara em outros precedentes sobre o mesmo tema, no sentido de que ocorrendo oposio constante de ato estatal, administrativo ou normativo, postergando o exerccio do direito de crdito, exsurge legtima a necessidade de atualizao monetria.5. No cabvel, em recurso especial, examinar a justia do valor fixado a ttulo de honorrios, j que o exame das circunstncias previstas nas alneas do 3 do art. 20 do CPC impe, necessariamente, incurso seara ftico-probatria dos autos, atraindo a incidncia da Smula 7/STJ e, por analogia, da Smula 389/STF.6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.(REsp 752888/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/09/2009, DJe 25/09/2009) (grifos editados)Assim, deve-se reconhecer ao recorrente o direito de que os valores pagos pela realizao de industrializao por encomenda sejam computados na apurao do crdito presumido de IPI. 6. Multa de ofcioO contribuinte argumenta que a multa de ofcio aplicada, por ultrapassar o patamar de 20 ou 30%, implica necessariamente em ofensa aos princpios da proporcionalidade e da vedao ao confisco.A multa de ofcio, no entanto, deve ser aplicada por configurar-se a hiptese de falta de recolhimento prevista no art. 44 da Lei n 9.430/96.No procede a alegao de que a multa de ofcio violaria o princpio do no confisco.Isto porque o inciso IV do art. 150 da Constituio Federal, que contm o princpio da vedao ao efeito de confisco, refere-se expressamente a tributos, no se aplicando s multas punitivas.O texto do art. 3 do Cdigo Tributrio Nacional revela as caractersticas essenciais da natureza do tributo, ao dispor que Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (grifo editado).A multa de ofcio, por sua vez, configura sano cuja finalidade punir a conduta ilcita do contribuinte, no se lhe aplicando, por isso, o princpio constitucional do no confisco.Assim, a limitao constitucional que veda a utilizao de tributo com efeito de confisco no se aplica s penalidades, porquanto seja evidente a natureza punitivo-repressora destas ltimas.O agente fiscal limitou-se a aplicar a legislao tributria vigente, levando a efeito a punio estipulada pelo legislador.A lei no confere qualquer mbito de discricionariedade ao agente administrativo, nem ao julgador, no tocante dosimetria desta punio ou se lhe aplica, ou no sendo suficiente que se caracterize a situao descrita na lei para que haja a aplicao da punio, por dever de ofcio.No h, pois, como cogitar que o lanamento fiscal teria violado o princpio da razoabilidade ou da moralidade.Quando muito, poderia ser alegada a inconstitucionalidade da prpria lei, o que necessariamente teria de ser feito por meio de ao judicial, tendo em vista que apenas o Poder Judicirio tem competncia para afastar a aplicao de dispositivo de lei. Este Tribunal Administrativo no tem competncia para afastar a aplicao de uma lei em vigor, que goza de presuno de constitucionalidade.O entendimento a respeito deste tema foi consolidado na Smula CARF n 2. O CARF no competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributria.7. ConclusoVoto pelo provimento parcial do recurso para (a) em razo da decadncia, excluir do lanamento os crditos tributrios correspondentes a fatos geradores ocorridos antes de 13/11/2001, (b) reconhecer o direito de crdito em relao s aquisies de pessoas fsicas e em relao aquisio de industrializao por encomenda.(assinado digitalmente)Ivan Allegretti

  • 2

    demonstrar que os bens concretamente adquiridos enquadramse nestesconceitos.

    IPI. CRDITO PRESUMIDO. LEI 9.363/96. ENERGIA ELTRICA.SMULACARFN19.

    ApenasemrelaoaoscontribuintesquefazemaopoexpressapeloregimealternativodaLei10.276/2001quesepermitequeasaquisiesdeenergiaeltrica e de combustveis gerem direito ao crdito presumido de IPI. Nointegram a base de clculo do crdito presumido da Lei 9.363/96, asaquisies de combustveis e energia eltrica, uma vez que no soconsumidos em contato direto com o produto, no se enquadrando nosconceitosdematriaprimaouprodutointermedirio.

    IPI.CRDITOPRESUMIDO.LEI 9.363/96. INDUSTRIALIZAOPORENCOMENDA.POSSIBILIDADE.

    Tratandose, a industrializao por encomenda, de aprimoramento a que sesubmete a matriaprima, deve o seu valor integrar as aquisies para oclculo do credito presumido. Precedente do Superior Tribunal de Justia(REsp752888/RS,DJe25/09/2009).

    MULTA DE OFCIO. EFEITO DE CONFISCO. RAZOABILIDADE,PROPORCIONALIDADE,LEGALIDADE.SMULACARFN2.

    Amultadeofciotemnaturezapunitiva,motivopeloqualnoselheaplicaoprincpio do no confisco previsto no art. 150,VI, daConstituio, que serefere exclusivamente a tributos. Arguir o princpio constitucional do noconfisco,darazoabilidade,daproporcionalidadeoudalegalidadeparaafastara aplicao do dispositivo de lei que determinada a aplicao damulta de75% envolveria inequvoco juzo de inconstitucionalidade da Lei, que estfora do mbito de competncia deste Conselho, conforme entendimentoconsolidadonaSmulaCARFn2.

    Recursoparcialmenteprovido.

    Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.

    Acordamosmembrosdocolegiado,pormaioriadevotos,emdarprovimentoparcial ao recurso para excluir do lanamento os fatos geradores ocorridos at 12/11/2001 eparareconhecerodireitodecrditoemrelaosaquisiesdepessoasfsicaseemrelaoaquisio de industrializao por encomenda. Vencidos os Conselheiros Alexandre Kern eRosaldoTrevisanquantoindustrializaoporencomenda.

    (assinadodigitalmente)AntonioCarlosAtulimPresidente

    (assinadodigitalmente)IvanAllegrettiRelator

    Participaram da sesso de julgamento os Conselheiros Antonio CarlosAtulim,AlexandreKern,DomingosdeSFilho,RosaldoTrevisan,MarcosTranchesiOrtizeIvanAllegretti.

    Relatrio

    Fl. 682DF CARF MF

    Impresso em 19/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 27/02/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 27/02/2014 porIVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM

  • Processon16004.000961/200618Acrdon.3403002.548

    S3C4T3Fl.682

    3

    Tratase de auto de infrao (fls. 345/3471) que formaliza a exigncia deImposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em relao a fatos geradores ocorridos noperodode31/03/2001a10/10/2002.

    Na descrio dos fatos que deram causa ao lanamento, consta do auto deinfrao que houve recolhimento do IPI em valor menor que o devido, em razo de ocontribuinteterutilizadoindevidamentevaloresdecrditopresumidodeIPI(fl.347).

    NoTermodeVerificaodeInfrao(fls.348/368)detalhamseasglosasdecrdito presumido que foram constatadas quando da anlise dos pedidos de ressarcimentocorrespondentes aos 2, 3 e 4 trimestres de 2001 e aos 1, 2 e 3 trimestres de 2002, querefletiramnossaldosdoIPIconstantesdoLivroRegistrodeApuraodoIPI(RAIPI).

    Houveaglosadeentradasde laranjasdepessoafsica,bagaodecana,calvirgem,combustvel,gsGLP,leocombustvelparacaldeira,leo(lubrificantes),serviosdeenergia eltrica, servios de telecomunicaes, servios de transporte, soda custica, dentreoutros insumos, por no integrarem diretamente o produto, bem como a glosa quanto aosvaloresdebeneficiamentodeleoessencialedereceitadeexportaodeprodutosadquiridosdeterceiros.

    Anotificaodolanamentoaconteceuem13/11/2006(fl.390).

    Acontribuinteapresentouimpugnao(fls.391/447)alegando

    1)adecadnciadodireitodoFiscodeconstituirocrditotributrioreferenteaosfatosgeradoresocorridosmaisdecincoanosantesdolanamento

    2) que, por ser empresa produtora e exportadora demercadorias nacionais,faz jus ao crdito presumido do IPI como ressarcimento das contribuies de que tratam asLeis Complementares ns 7/70, 8/70, e 70/91, incidente sobre as respectivas aquisies, nomercado interno,dematriasprimas,produtos intermedirios ematerial deembalagem,parautilizaonoprocessoprodutivo.

    3)queabasedeclculodocrditopresumido,talcomoprevistanosarts.1e2 da Lei n 9.363/96 deve levar em conta o valor total das aquisies dematriasprimas,produtos intermedirios ematerial de embalagem, no permitindo qualquer excluso, sendoindevida a inovao pretendida pelas Instrues Normativas ns 23/1997 e 103/1997, aoestabeleceremqueo crditopresumidode IPI ser calculado, exclusivamente, em relaosaquisiesefetuadasdepessoasjurdicas,sujeitasCofinseaoPIS,excluindoasaquisiesdepessoasfsicasedecooperativas.1Osnmerosdasfolhasindicadosnesteacrdoreferemsenumeraodoprocessoeletrnico,geradapeloeprocesso.

    Fl. 683DF CARF MF

    Impresso em 19/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 27/02/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 27/02/2014 porIVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM

  • 4

    Asseveraterdireitodecrditoemrelaoslaranjasqueadquiredepessoasfsicas,bemcomoemrelaoaospagamentosaplicadosnaindustrializaoporencomendaeaosucodelaranjaequiparadoexportao.

    4)emrelaoajuros,queaTaxaSELICdeveseraplicadanoressarcimento,enquantoespciedognerorestituio,porforadoart.39,4,daLein9.250/1995.

    5)queautilizaodalegislaodoIPI,paraefeitosdoconceitode"insumos"tem carter subsidirio, e, assim, energia eltrica, combustveis e lubrificantes se incluementresasmatriasprimas,porparticiparemdoprocessode industrializao,atmesmo luzdo art. 82, I, do RIPI. Tambm as aquisies de pessoas fsicas, no contribuintes dascontribuies em causa, do direito ao crdito presumido, considerandose que, em etapasanteriores, oneraram, em cascata, o custo do produto a ser exportado e tm sua incidnciaembutidanasoperaesanteriores.

    Requer percia tcnica a fim de esclarecer se os produtos elencados naplanilha que deu origem ao crdito glosado so imprescindveis ao fluxo do seu processoindustrial, se este realizvel sem suas aplicaes ou consumo e se o clculo elaboradoobedecelegislaoaplicvel.Indicaperito.

    Argumenta, ainda, que a Fiscalizao ignorou a existncia dos Pedidos deRessarcimento13869.000021/200156 (2.Trimestrede2000), 13869.000022/200109 (3 .Trimestre de 2000) e 13869.000023/200145 (4. Trimestre de 2000), nos quais houve odeferimentoparcial dodireito creditrio, demaneiraque, sehouvessemsido computadososcrditosdeferidos,noexistiriaosaldodevedordenunciadoe,tampouco,ainfraocombatida.

    Assim, ao desconsiderar os processos anteriores, partindo do pedidoconcernenteao2trimestrede2001,teriaagidoaFiscalizaodeformapremeditada,criandoumsaldodevedorinexistente.PleiteouquefossemanexadosaospresentesautososautosdosreferidosProcessosAdministrativos.

    A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belm/PA(DRJ),pormeiodoAcrdon0123.457,de8denovembrode2011(fls.548/566), julgouimprocedente a impugnao,mantendo integralmente o lanamento, conforme entendimentoresumidonaseguinteementa:

    ASSUNTO:PROCESSOADMINISTRATIVOFISCAL

    Perododeapurao:31/03/2001a10/10/2002

    PAF.DECISESJUDICIAISEADMINISTRATIVAS.EFEITOS.

    Asdecisesjudiciaiseadministrativasrelativasaterceirosnopossuem eficcia normativa, uma vez que no integram alegislaotributriadequetratamosarts.96e100doCdigoTributrioNacional.

    ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE.ILEGALIDADE.PRESUNODELEGITIMIDADE.

    Aautoridadeadministrativanopossuiatribuioparaapreciara argio de inconstitucionalidade ou de ilegalidade dedispositivosqueintegramalegislaotributria.

    DILIGNCIA.PERCIA.REQUISITOS.

    Fl. 684DF CARF MF

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  • Processon16004.000961/200618Acrdon.3403002.548

    S3C4T3Fl.683

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    Descabearealizaodedilignciaouperciaquandopresentesnosautososelementosnecessriosesuficientesdissoluodolitgio administrativo, notadamente quando a produoprobatria invocada pelo sujeito passivo no necessita dequalquerconhecimentotcnicoespecializado,emsetratandodepercia.

    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOSINDUSTRIALIZADOSIPI

    Perododeapurao:31/03/2001a10/10/2002

    IPI. DECADNCIA. FALTA DE PAGAMENTO. REGRAGERAL.

    OprazoparaaFazendaPblicaconstituiro crdito tributriorelativoaoIPIdecincoanoseregesepelodispostonoCdigoTributrioNacional.Assim,nahipteseemquehrecolhimentoparcial antecipado, o lustro decadencial tem incio na data deocorrncia do fato gerador, na forma do artigo 150, 4, doEstatuto Tributrio. De outro lado, no havendo qualquerpagamento,aplicasearegradoartigo173,incisoI,domesmodiploma, pouco importando se houve ou no declarao,contandose o prazo do primeiro dia do exerccio seguintequeleemqueolanamentopoderiatersidoefetuado.

    RESSARCIMENTO. CRDITO PRESUMIDO. INSUMOSADQUIRIDOSDENOCONTRIBUINTES.

    Incabvelo clculodo crdito presumido de que trata aLein9.363/1996emrelaoainsumosadquiridosdepessoasfsicas,haja vista que o texto normativo, ao estipular a forma deapuraodoincentivo,excluiudabasedeclculorespectivaasaquisies que no suportaram a incidncia da Cofins e dacontribuioaoPIS.

    IPI. CRDITO PRESUMIDO. LEI N 9.363/1996. BASE DECLCULO.AODIRETASOBREOPRODUTO.

    Geram direito ao crdito presumido de que trata a Lei n9.363/1996,matriasprimas,produtosintermediriosematerialde embalagem, incluindose, entre as matriasprimas eprodutosintermedirios,aquelesque,emboranoseintegrandoao novo produto, sejam consumidos no processo deindustrializao,salvosecompreendidosentreosbensdoativopermanente.

    IPI. CRDITO PRESUMIDO. LEI N 10.276/2001. BASE DECLCULO.ENERGIAELTRICA.

    Somente com o advento da Lei n 10.276/2001 que foiintroduzido,alternativamenteaodispostonaLein9.363/1996,permissivoparaqueapessoa jurdicaprodutoraeexportadorademercadorias viesse a calcularo valor do crdito presumidodoIPIutilizandosedebasedeclculo formadapelasomanos dos custos com aquisio de matriasprimas, produtos

    Fl. 685DF CARF MF

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    intermedirios e matrias de embalagem, mas tambm dosgastos com energia eltrica e combustveis, devendo a pessoajurdica, para tanto,manifestar opo pelo regime alternativo,observadascondicionantesespecficas.

    IPI. CRDITO PRESUMIDO. BASE DE CLCULO.INDUSTRIALIZAOPORENCOMENDA.

    O valor a ser considerado para efeito do clculo do crditopresumidocombasenaLein9.363/1996,ovalordosinsumosremetidos, e, somente na hiptese de opo pela formaalternativadeclculodocrditopresumidodequetrataaLein10.276/2001,correspondeaovalortotaldaoperao,ouseja,ovalordosinsumosenviadospeloencomendanteeodocustodaindustrializaocobradopeloexecutordaencomenda.

    ImpugnaoImprocedente

    CrditoTributrioMantido

    A contribuinte interps recurso voluntrio (fls. 574/684) reiterando osargumentosapresentadosnaimpugnao.

    orelatrio.

    Voto

    ConselheiroIvanAllegretti,Relator

    Orecursovoluntriofoiinterpostoem05/12/2011(fl.572),dentrodoprazode30diascontadosdadatadanotificaodoacrdodaDRJ,em30/11/2011,conformeAvisodeRecebimento(fl.571).

    Porsertempestivo,conheodorecurso.

    1.Decadncia.

    Configurado o lanamento por homologao, a contagem do prazodecadencialsedeslocadoart.173paraoart.150,1e4doCTN,iniciandoseapartirdomomentodaocorrnciadofatogerador.

    entendimentouniformedesteConselho,portransposiodoentendimentofirmadopeloSuperiorTribunaldeJustia (v.g.ERESP101407,DJ08/05/2000),dequeficainequivocamenteconfiguradoolanamentoporhomologaoquandoocontribuinterealizaopagamento,emcarterdeadiantamentodotributodevido.

    No caso do IPI, em razo de sua peculiar sistemtica de apurao, opagamento tambm fica caracterizado na hiptese em que os dbitos do imposto sointegralmente compensados comos crditos existentes, quandode seu confronto ao final doperododeapurao.

    Nesta hiptese, como se percebe, no ocorre recolhimento por parte docontribuinte simplesmente porque no h recolhimento a fazer, no se podendo dizer que o

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  • Processon16004.000961/200618Acrdon.3403002.548

    S3C4T3Fl.684

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    contribuintedeixoudeefetuaraantecipaodovalordevido,poisconcretamentenodevidooadiantamentodequalquervalorpormeioderecolhimento,vistoqueocontribuinteutilizouoseusaldodecrditosparacompensarcomosdbitosdoperodo.

    Nesta hiptese, como visto, os crditos detidos pelo contribuinte fazem asvezesdepagamento,noconfrontocomosdbitosapuradosnoperodo.

    isto,alis,oquedispeoincisoIIIdoart.56,p.u.,doRIPI/82:

    Art.56 Oprocedimentode lanaro imposto,de iniciativadosujeitopassivo,aperfeioasecomoseupagamento, feitoantesdo exame pela autoridade administrativa (Lei n 5172/66, Art.150epargrafo1).

    PargrafonicoConsiderasepagamento:

    Iorecolhimentodosaldodevedorresultantedacompensaodosdbitos,noperododeapuraodoimposto,comoscrditosadmitidos

    II o recolhimento do imposto no sujeito a apurao porperodos,hajaounocrditosacompensar

    III a compensao dos dbitos, no perodo de apurao doimposto, com os crditos admitidos, sem resultar saldo arecolher.

    Estemesmaprevisofoireiteradapeloart.111doRIPI/98,peloart.124doRIPI/2002epeloart.183doRIPI/2010.

    ORIPI/2002,vigentenapocadosfatosaquitratados,dispunhaoseguinte:

    Art.124.Osatosdeiniciativadosujeitopassivo,nolanamentoporhomologao,aperfeioamsecomopagamentodoimpostoou com a compensao domesmo, nos termos dos arts. 207 e208 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofcio daautoridadeadministrativa(Lein5.172,de1966,art.150e1,Lein9.430,de1996,arts.73e74,eMedidaProvisrian66,de2002,art.49).

    Pargrafonico.Considerasepagamento:

    Iorecolhimentodosaldodevedor,apsseremdeduzidososcrditos admitidos dos dbitos, no perodo de apurao doimposto

    II o recolhimento do imposto no sujeito a apurao porperodos,hajaounocrditosadeduzirou

    III a deduo dos dbitos, no perodo de apurao doimposto,doscrditosadmitidos,semresultarsaldoarecolher.

    Assim, conforme previsto pela legislao, a compensao entre dbitos ecrditosdoIPItraduzmodalidadedepagamento,configurandoinequivocamenteolanamentoporhomologao.

    Fl. 687DF CARF MF

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    NestemesmosentidojentendeuestaTurma(Acrdo340300.805,PAn10830.006348/200512, Rel. Cons. Robson JosBayerl, j. 03/02/2011) e tambm aCmaraSuperiordeRecursosFiscais(Acrdo9303001.658,PA10980.002125/2003/92,Rel.Cons.SusyHoffmann,j.03/10/2011).

    A notificao do lanamento aconteceu em 13/11/2006 (fl. 390), demodoquenopoderiaalcanarosfatosgeradoresocorridosantesde13/11/2001.

    Por fora da decadncia, portanto, devem ser excludos do lanamento osfatosgeradoresocorridosemantesde13/11/2001.

    2.CrditopresumidopelaaquisiodeinsumosdenocontribuintesdePIS/Cofins.

    Emrazododispostonoart.62AdoRICARF,introduzidopelaPortariaMF586/2010,deveserreproduzidonestecasooentendimentofirmadopeloSuperiorTribunaldeJustia,pelasistemticadosrecursosrepetitivos,arespeitodamesmaquestojurdica.

    EstedispositivodoRICARFestabeleceoseguinte:

    Art. 62A. As decises definitivas de mrito, proferidas peloSupremoTribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiaem matria infraconstitucional, na sistemtica prevista pelosartigos543Be543CdaLein5.869,de11dejaneirode1973,Cdigo de Processo Civil, devero ser reproduzidas pelosconselheirosnojulgamentodosrecursosnombitodoCARF.

    1 Ficaro sobrestados os julgamentos dos recursos sempreque o STF tambm sobrestar o julgamento dos recursosextraordinrios da mesma matria, at que seja proferidadecisonostermosdoart.543B.

    2Osobrestamentodequetratao1serfeitodeofciopelorelatorouporprovocaodaspartes.

    O entendimento firmado pelo STJ na sistemtica do art. 543C doCPC, resumidonaseguinteementa:

    PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIALREPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA. IPI. CRDITOPRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DOPIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS EEXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI9.363/96.INSTRUONORMATIVASRF23/97.

    CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOSINSUMOS ADQUIRIDOSDE FORNECEDORES SUJEITOSTRIBUTAO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITNCIADOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINRIA. SMULAVINCULANTE 10/STF. OBSERVNCIA. INSTRUONORMATIVA(ATONORMATIVOSECUNDRIO).

    CORREO MONETRIA. INCIDNCIA. EXERCCIO DODIREITO DE CRDITO POSTERGADO PELO FISCO. NOCARACTERIZAO DE CRDITO ESCRITURAL. TAXASELIC.APLICAO.VIOLAODOARTIGO535,DOCPC.INOCORRNCIA.

    Fl. 688DF CARF MF

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  • Processon16004.000961/200618Acrdon.3403002.548

    S3C4T3Fl.685

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    1.OcrditopresumidodeIPI,institudopelaLei9.363/96,nopoderia ter sua aplicao restringida por fora da InstruoNormativaSRF23/97,atonormativosecundrio,quenopodeinovarnoordenamentojurdico,subordinandoseaoslimitesdotextolegal.

    2. A Lei 9.363/96 instituiu crdito presumido de IPI pararessarcimentodovalordoPIS/PASEPeCOFINS,aodisporque:

    "Art. 1 A empresa produtora e exportadora de mercadoriasnacionais far jus a crdito presumido do Imposto sobreProdutos Industrializados , como ressarcimento dascontribuiesdequetratamasLeisComplementaresnos7,de7de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e dedezembrode1991,incidentessobreasrespectivasaquisies,nomercadointerno,dematriasprimas,produtosintermediriosematerialdeembalagem,parautilizaonoprocessoprodutivo.

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo aplicase, inclusive,noscasosdevendaaempresacomercialexportadoracomofimespecficodeexportaoparaoexterior."

    3.Oartigo6,doaludidodiplomalegal,determina,ainda,que"o Ministro de Estado da Fazenda expedir as instruesnecessrias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusivequanto aos requisitos e periodicidade para apurao e parafruio do crdito presumido e respectivo ressarcimento, definio de receita de exportao e aos documentos fiscaiscomprobatrios dos lanamentos, a esse ttulo, efetuados peloprodutorexportador".

    4.OMinistrodeEstadodaFazenda,nousodesuasatribuies,expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o clculo e autilizao do crdito presumido institudo pela Lei 9.363/96 eautorizando o Secretrio daReceitaFederal a expedir normascomplementares necessrias implementao da aludidaportaria(artigo12).

    5. Nesse segmento, o Secretrio da Receita Federal expediu aInstruo Normativa 23/97 (revogada, sem interrupo de suafora normativa, pela Instruo Normativa 313/2003, tambmrevogada, nos mesmos termos, pela Instruo Normativa419/2004),assimpreceituando:

    "Art.2Far jusaocrditopresumidoaqueserefereoartigoanterior a empresa produtora e exportadora de mercadoriasnacionais.

    1Odireitoaocrditopresumidoaplicaseinclusive:

    I Quando o produto fabricado goze do benefcio da alquotazero

    II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fimespecficodeexportao.

    Fl. 689DF CARF MF

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    2 O crdito presumido relativo a produtos oriundos daatividaderural,conformedefinidanoart.2daLein8.023,de12 de abril de 1990, utilizados como matriaprima, produtointermedirioouembalagem,naproduobensexportados,sercalculado, exclusivamente, em relaos aquisies, efetuadasde pessoas jurdicas, sujeitas s contribuies PIS/PASEP eCOFINS."

    6.Comefeito,o2,doartigo2,daInstruoNormativaSRF23/97, restringiu a deduo do crdito presumido do IPI(institudo pela Lei 9.363/96), no que concerne s empresasprodutoras e exportadoras de produtos oriundos de atividaderural, s aquisies, nomercado interno, efetuadas de pessoasjurdicassujeitasscontribuiesdestinadasaoPIS/PASEPeCOFINS.

    7.Comodesabena,avalidadedasinstruesnormativas(atosnormativos secundrios) pressupe a estrita observncia doslimites impostos pelos atos normativos primrios a que sesubordinam (leis, tratados, convenes internacionais, etc.),sendocertoque,sevieremapositivaremseutextoumaexegesequepossairromperahierarquianormativasobrejacente,viciarseodeilegalidadeenodeinconstitucionalidade(PrecedentesdoSupremoTribunalFederal:ADI531AgR,Rel.MinistroCelsode Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ03.04.1992 e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello,TribunalPleno,julgadoem07.11.1990,DJ15.03.1991).

    8. Conseqentemente, sobressai a "ilegalidade" da instruonormativaqueextrapolouoslimitesimpostospelaLei9.363/96,aoexcluir,dabasedeclculodobenefciodocrditopresumidodo IPI, as aquisies (relativamente aos produtos oriundos deatividaderural)dematriaprimaedeinsumosdefornecedoresno sujeito tributao pelo PIS/PASEP e pela COFINS(PrecedentesdasTurmasdeDireitoPblico:REsp849287/RS,Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010 AgRg no REsp913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma,julgadoem04.06.2009,DJe25.06.2009REsp1109034/PR,Rel.Ministro Benedito Gonalves, Primeira Turma, julgado em16.04.2009, DJe 06.05.2009 REsp 1008021/CE, Rel. MinistraEliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe11.04.2008REsp767.617/CE,Rel.MinistroLuizFux,PrimeiraTurma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007 REsp617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, PrimeiraTurma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006 e REsp586392/RN, Rel.Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,julgadoem19.10.2004,DJ06.12.2004).

    9.que:(i)"aCOFINSeoPISoneramemcascataoprodutorural e, por isso, esto embutidos no valor do produto finaladquirido pelo produtorexportador, mesmo no havendoincidncianasualtimaaquisio"(ii)"oDecreto2.367/98RegulamentodoIPI,posteriorLei9.363/96,nofezrestriosaquisiesdeprodutosrurais"e(iii)"abasedeclculodoressarcimento o valor total das aquisies dos insumosutilizados no processo produtivo (art. 2), sem condicionantes"(REsp586392/RN).

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    S3C4T3Fl.686

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    10. A SmulaVinculante 10/STF cristalizou o entendimento deque:

    "Viola a clusula de reserva de plenrio (CF, artigo 97) adeciso de rgo fracionrio de tribunal que, embora nodeclare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou atonormativodopoderpblico ,afasta sua incidncia,no todoouemparte."

    11. Entrementes, certo que a exigncia de observncia clusuladereservadeplenrionoabrangeosatosnormativossecundrios do Poder Pblico, uma vez no estabelecidoconfrontodiretocomaConstituio,razopelaqualinaplicvelaSmulaVinculante10/STFespcie.

    (...)

    15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer aincidnciadecorreomonetriaeaaplicaodaTaxaSelic.

    16.RecursoespecialdaFazendaNacionaldesprovido.

    17.Acrdosubmetidoaoregimedoartigo543C,doCPC,edaResoluoSTJ08/2008.

    (REsp 993164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEO,julgadoem13/12/2010,DJe17/12/2010)

    Mais recentemente, o STJ sumulou o mesmo entendimento, nos seguintestermos:

    Smula494STJ

    ObenefciofiscaldoressarcimentodocrditopresumidodoIPIrelativo s exportaes incide mesmo quando as matriasprimas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa fsica oujurdicanocontribuintedoPIS/PASEP.

    Assim,porforadoart.62AdoRICARF,osConselheirosdoCARFdevemobrigatoriamente reproduzir o entendimento do STJ neste caso concreto, reconhecendo odireito ao crdito presumido de IPI em relao s aquisies de no contribuintes dePIS/Cofins.

    3.Asaquisiesquedodireitodecrdito.

    EmboraafinalidadedobenefciofiscalprevistonaLein9.363/96tenhasidoa de compensar o nus financeiro causada s exportaes em razo da incidncia dePIS/Cofins,olegisladoroptouemfazertalcompensaonaformadeconcessodecrditosdeIPI, determinando expressamente a utilizao dos mesmos critrios da legislao desteimposto.

    esteo efeitodopargrafonicodo art. 3 da referidaLei, aodisporqueUtilizarse, subsidiariamente, a legislao do Imposto de Renda e do Imposto sobreProdutos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita

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    operacional bruta e de produo, matriaprima, produtos intermedirios e material deembalagem.

    Por isso, a determinao dos conceitos de matriaprima, produtosintermediriosematerialdeembalagemamesmaaplicvelapuraodoIPI.

    Conforme esclarece o Parecer Normativo CST n 65/79, para que sejamconsiderados produtos intermedirios, necessrio que os produtos sofram alteraes, taiscomo desgaste, dano ou perda de propriedades fsicas ou qumicas, em decorrncia de aodiretamente exercida sobreoproduto emfabricao,ouviceversa,edesdequenoestejamcompreendidosentreosbensdoativopermanente.

    Portanto, apenas as aquisies que atendem este requisito que seropassveisdedarcausaaocrditopresumidodeIPI.

    O contribuinte, por sua vez, limitase a alegar que teria de ser admitido odireitodecrditoemrelaoaobagaodecana,leocombustvelecalvirgem,dentreoutros(fl.629),semfazernenhumdetalhamentooudemonstraodecomoestesbenssoaplicadosnaproduo.

    Namedida,pois,emquenoexistenenhumdetalhamentonemprovadequetaisbensconfiguramMP,PIouME,naformadalegislaodoIPI,devesermantidaaglosaearespectivaexignciafiscal.

    4.Aquisiesdeenergiaeltrica.

    ASmulaCARFN19categricaemexplicarqueNointegramabasede clculo do crdito presumido daLeiN 9.363, de 1996, as aquisies de combustveis eenergia eltrica uma vez que no so consumidos em contato direto como produto, no seenquadrandonosconceitosdematriaprimaouprodutointermedirio.

    Apenas a partir daLei n 10.276/2001, e em relao aos contribuintes quefizeremaopoexpressapeloregimealternativoprevistonestaLei, quesepermitequeasaquisiesdeenergiaeltricaedecombustveisgeremdireitoaocrditopresumidodeIPI.

    No regime ordinrio da Lei n 9.363/96, apenas a aquisio de bens queconfiguremMP, PI eME do direito de crdito, demaneira que apenas se pode cogitar dodireitodecrditoemrelaoaocombustveleaenergiaeltricaseestesseintegraremcomoprodutofinalousedesgastarememcontatocomoprodutofinal,situaoquenoseconfiguranopresentecaso.

    5.Industrializaoporencomenda.

    Adoto como razo de decidir o seguinte trecho de voto do ConselheiroAntonioZomer(Acrdo20218.000,PA11065.002246/200177,j.17/07/2007):

    Na manifestao de inconformidade, a empresa informa que,parao regular exercciode suaatividade,utilizasedo serviodeoutraspessoasjurdicas,quebeneficiamocouroouexecutamatividadesdeindustrializaointermedirias,demodoadeixaras matriasprimas em condies de uso na fabricao doscaladosqueexporta.

    Examinandoosdocumentosacostadosaosautos,constatasequenohdvidadequeosprodutosbeneficiadosporencomenda

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  • Processon16004.000961/200618Acrdon.3403002.548

    S3C4T3Fl.687

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    so utilizados como matriaprima na fabricao de caladosparaexportao.

    Se a indstria adquirisse o couro j beneficiado e trabalhado(cabedaistranados,soladosmontadosetc.),certoqueocustodestasatividadesdebeneficiamentoseriaincludonoclculodoincentivo,poisqueintegrariaototalpagonaaquisio.

    Se, por outro lado, a indstria, em decorrncia daspeculiaridades de cada caso, como aspectos tcnicos,especializao,qualificaodeempregados,resolvecontrataraterceiros a feitura de determinadas etapas da industrializao,novejocomonosereconheceromesmodireitodeutilizaodos custos desta industrializao intermediria, j que a nicadiferenaentreumcasoeoutroestnofatodequeaobtenodamatriaprima,necessriaaodesenvolvimentodasatividadesindustriais, neste segundo caso, envolve a compra do courosemielaboradodeumfornecedoreobeneficiamentodeoutro.

    Tanto na hiptese da aquisio dos insumos j qualificadoscomomatriaprima,quantonocasodeelessviremaadquiriresta caracterstica depois do beneficiamento efetuado porterceiros, o custo desta atividade agregase a eles fora doestabelecimentodoindustrialexportador.Emoutraspalavras,ocusto do beneficiamento acrescese ao custo dos referidosinsumos,compondoocustodamatriaprima.

    Assim, sendo inerente atividade industrial de fabricao decalados a utilizao de produtos semielaborados comomatriaprima,quandoestaatividadeforefetuadapor terceiro,o custo dessa operao integra o custo da matriaprima,devendoserincludonoclculodoincentivofiscaldequetrataaLein9.363/96.

    Este o entendimento predominante no Segundo Conselho deContribuintes e tambm na Cmara Superior de RecursosFiscais,comodemonstramasseguintesementas:

    IPI. CRDITO PRESUMIDO RELATIVO SEXPORTAES (LEI N 9.363/96) PRODUTOSINDUSTRIALIZADOSPORENCOMENDAInvestigadaaatividade desenvolvida pelo executante da encomenda, secaracterizada a realizao de operao industrial, orecebimento dos produtos industrializados por encomendapor parte do encomendante, uma vez destinados a novaindustrializao, corresponde aquisio de matriasprimas, produtos intermedirios ematerial de embalagem,integrando assim a base de clculo do crdito presumido(Lei n 9.363/96, artigo 2). Irrelevante, no caso, se aremessaaoencomendantedosprodutosindustrializadosporencomenda ocorreu com suspenso ou tributao do IPI,importa sim a configurao dos produtos desse modoindustrializadoscomoinsumosparanovaindustrializaoacargodoencomendante.Recursovoluntrioaoqualsedprovimento.(Acrdon20176.467,de15/10/2002).

    Fl. 693DF CARF MF

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    CPI

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    IPICRDITOPRESUMIDOPARARESSARCIMENTODEPISEDECOFINSBENEFICIAMENTOREALIZADOPOR TERCEIROS Tratandose de operao necessriapara que amatriaprima possa ser utilizada no processoprodutivo,deveovalordobeneficiamentointegrarocustoda matriaprima. Recurso ao qual se d provimento.(Acrdon20214.469,de04/12/2002).

    IPI. RESSARCIMENTO. CRDITO PRESUMIDORELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAO PORENCOMENDAA industrializao efetuadapor terceirosvisando aperfeioar para o uso ao qual se destina amatriaprima, produto intermedirio ou material deembalagem utilizados nos produtos exportados peloencomendante agregase ao seu custo de aquisio paraefeitodegozoefruiodocrditopresumidodoIPIrelativoaoPISeaCOFINSprevistonaLein9.363/96.(AcrdonCSRF/0201.905,de12/04/2005).

    Peloexposto, tendoemcontaqueobjetodobenefcio fiscal,nocasodaindstriacaladista,nooaperfeioamentodocouro,montagens de solados, montagens de cabedais etc., que noseroexportados,reconheoodireitodearecorrenteincluirnabasedeclculodocrditopresumidodoIPI,ovalorpagopelaindustrializao encomendada a terceiros, quando dela seorigina matriaprima utilizada na fabricao dos caladosexportados.

    Neste mesmo sentido tambm entende o Superior Tribunal de Justia, emjulgamentoquerestouassimementado:

    PROCESSUALCIVILE TRIBUTRIO.RECURSOESPECIAL.AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. CRDITOPRESUMIDO DO IPI. MATRIAPRIMA.BENEFICIAMENTO POR TERCEIROS. CRDITOSESCRITURAIS. CORREO MONETRIA. INCIDNCIA.MATRIA DECIDIDA PELA 1 SEO, NO RESP1.035.847/RS,DJE03.08.2009,SOBOREGIMEDOART.543C DO CPC. ESPECIAL EFICCIA VINCULATIVA DESSEPRECEDENTE (CPC, ART. 543C, 7), QUE IMPE SUAADOO EM CASOS ANLOGOS. HONORRIOSADVOCATCIOS. REEXAME DE MATRIA FTICA.IMPOSSIBILIDADE.

    1. Em recurso especial, no se conhece de matria noprequestionada.

    2. Faz jus ao crdito presumido do IPI o estabelecimentocomercial que adquire insumos e os repassa a terceiros parabeneficilos,porencomenda,paraposteriormenteexportarosprodutos.Precedentes.

    3.devidaacorreomonetriadecrditosescrituraisquandooseuaproveitamento,pelocontribuinte,sofredemoraemvirtudede resistncia oposta por ilegtimo ato administrativo ounormativodoFisco.Precedentes.

    Fl. 694DF CARF MF

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    CPI

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    S3C4T3Fl.688

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    4.APrimeiraSeo,aojulgaroREsp1.035.847/PR,Min.LuizFux, DJe 03/08/2009, sob o regime do art. 543C do CPC,reafirmouoentendimento,quejadotaraemoutrosprecedentessobre o mesmo tema, no sentido de que ocorrendo oposioconstante de ato estatal, administrativo ou normativo,postergandooexercciododireitodecrdito,exsurgelegtimaanecessidadedeatualizaomonetria.

    5. No cabvel, em recurso especial, examinar a justia dovalor fixado a ttulo de honorrios, j que o exame dascircunstnciasprevistasnasalneasdo3doart.20doCPCimpe,necessariamente, incursoseara fticoprobatriadosautos,atraindoaincidnciadaSmula7/STJe,poranalogia,daSmula389/STF.

    6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte,desprovido.

    (REsp 752888/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/09/2009, DJe 25/09/2009)(grifoseditados)

    Assim, devese reconhecer ao recorrente o direito de que os valores pagospelarealizaode industrializaoporencomendasejamcomputadosnaapuraodocrditopresumidodeIPI.

    6.Multadeofcio

    Ocontribuinte argumenta que amulta deofcio aplicada, por ultrapassar opatamarde20ou30%,implicanecessariamenteemofensaaosprincpiosdaproporcionalidadeedavedaoaoconfisco.

    Amultadeofcio,noentanto,deveseraplicadaporconfigurarseahiptesedefaltaderecolhimentoprevistanoart.44daLein9.430/96.

    Noprocedeaalegaodequeamultadeofcioviolariaoprincpiodonoconfisco.

    Isto porque o inciso IV do art. 150 daConstituio Federal, que contm oprincpiodavedaoaoefeitodeconfisco,refereseexpressamenteatributos,noseaplicandosmultaspunitivas.

    O texto do art. 3 do Cdigo Tributrio Nacional revela as caractersticasessenciais da natureza do tributo, ao dispor que Tributo toda prestao pecuniriacompulsria,emmoedaoucujovalornelasepossaexprimir,quenoconstituasanodeatoilcito, institudaemleiecobradamedianteatividadeadministrativaplenamentevinculada.(grifoeditado).

    Amulta de ofcio, por sua vez, configura sano cuja finalidade punir acondutailcitadocontribuinte,noselheaplicando,porisso,oprincpioconstitucionaldonoconfisco.

    Fl. 695DF CARF MF

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    Assim,alimitaoconstitucionalquevedaautilizaodetributocomefeitode confisco no se aplica s penalidades, porquanto seja evidente a natureza punitivorepressoradestasltimas.

    Oagentefiscallimitouseaaplicaralegislaotributriavigente,levandoaefeitoapunioestipuladapelolegislador.

    A lei no confere qualquer mbito de discricionariedade ao agenteadministrativo,nemaojulgador,notocantedosimetriadestapunioouselheaplica,ounosendosuficientequesecaracterizeasituaodescritanaleiparaquehajaaaplicaodapunio,pordeverdeofcio.

    Noh,pois,comocogitarqueolanamentofiscalteriavioladooprincpiodarazoabilidadeoudamoralidade.

    Quandomuito,poderia ser alegadaa inconstitucionalidadedaprpria lei,oquenecessariamenteteriadeserfeitopormeiodeaojudicial,tendoemvistaqueapenasoPoderJudiciriotemcompetnciaparaafastaraaplicaodedispositivodelei.EsteTribunalAdministrativonotemcompetnciaparaafastaraaplicaodeumaleiemvigor,quegozadepresunodeconstitucionalidade.

    OentendimentoarespeitodestetemafoiconsolidadonaSmulaCARFn2.O CARF no competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de leitributria.

    7.Concluso

    Voto pelo provimento parcial do recurso para (a) em razo da decadncia,excluirdolanamentooscrditostributrioscorrespondentesafatosgeradoresocorridosantesde13/11/2001,(b)reconhecerodireitodecrditoemrelaosaquisiesdepessoasfsicaseemrelaoaquisiodeindustrializaoporencomenda.

    (assinadodigitalmente)IvanAllegretti

    Fl. 696DF CARF MF

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