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ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNO DA CEMIG SOBRE SISTEMAS DE TRANSPOSIÇÃO DE PEIXES (STP) METODOLOGIA PARA O PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPOSIÇÃO DE PEIXES DA CEMIG BELO HORIZONTE, 25 E 26 DE JUNHO DE 2008 Gerência de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão

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AANNAAIISS DDOO 22°° SSEEMMIINNÁÁRRIIOO IINNTTEERRNNOO DDAA CCEEMMIIGG SSOOBBRREE

SSIISSTTEEMMAASS DDEE TTRRAANNSSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE PPEEIIXXEESS ((SSTTPP))

MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA PPAARRAA OO PPLLAANNEEJJAAMMEENNTTOO,, IIMMPPLLAANNTTAAÇÇÃÃOO EE MMOONNIITTOORRAAMMEENNTTOO DDEE

SSIISSTTEEMMAASS DDEE TTRRAANNSSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE PPEEIIXXEESS DDAA CCEEMMIIGG

BBEELLOO HHOORRIIZZOONNTTEE,, 2255 EE 2266 DDEE JJUUNNHHOO DDEE 22000088

Gerência de Gestão Ambiental da Geração e Transmiss ão

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Metodologia para o planejamento, implantação e moni toramento

de sistemas de transposição de peixes da Cemig

Gerente de Gestão Ambiental da Geração e Transmissã o: Enio Marcus Brandão Fonseca Coordenador Técnico do Programa Peixe Vivo: Newton José Schmidt Prado Coordenador do Seminário: João de Magalhães Lopes Colaboração e edição: Andréa Cássia Pinto Pires de Almeida

Setembro/2008

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ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE

1. Introdução ...................................... .......................................................................................2

2. Programação do Seminário ........................ .........................................................................4

3. Planejamento de Sistemas de Transposição de Peix es da Cemig....................................5

3.1- Requisitos Legais.............................................................................................................5 3.1.1 Política Ambiental da Cemig...................................................................................5

3.1.2 Legislação Federal .................................................................................................6

3.1.3 Legislação Estadual ...............................................................................................6

3.2- Requisitos da Ictiofauna...................................................................................................8 3.2.1- Conceito................................................................................................................8

3.2.2- Parâmetros a serem estudados.............................................................................9

3.3- Requisitos do Empreendimento .....................................................................................20 3.3.1- Parâmetros a serem estudados...........................................................................20

3.4- Requisitos do Sistema de Transposição de Peixes........................................................22 3.4.1- Parâmetros a serem estudados...........................................................................22

3.5- Requisitos Ambientais: ..................................................................................................26 3.5.1- Parâmetros a serem estudados...........................................................................26

3.6-Características restritivas para a implantação do Sistema de Transposição de Peixes...27 4. Construção de Sistemas de Transposição de Peixes da Cemig .....................................28

5. Monitoramento e avaliação de eficiência de Siste mas de Transposição de Peixes da

Cemig.............................................. ...................................................................................29

5.1- Conceitos:......................................................................................................................29 5.2- Parâmetros do Sistema de Transposição de Peixes a serem avaliados ........................30 5.3- Parâmetros da ictiofauna na região sob influência do STP ............................................40 5.4- Parâmetros gerais do Sistema de Transposição de Peixes a serem avaliados..............49

6. Regra Operativa Para Sistemas de Transposição de Peixes da Cemig..........................50

6.1- Dados necessários para se obter a regra operativa .......................................................50 6.2- Como se obter a regra operativa....................................................................................50 6.3- Resultado obtido com a aplicação da regra operativa....................................................51 6.4- Produto ..........................................................................................................................51

7. Linhas de Pesquisa Prioritárias................. ........................................................................52

8. Estratégias de Difusão do Conhecimento.......... ...............................................................53

9. Participantes ................................... ....................................................................................54

10. Bibliografia ................................... .....................................................................................56

11. Memorial fotográfico do evento................. ......................................................................58

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Apresentação

Grande esforço tem sido despendido em estudos e projetos de sistemas de transposição em

diferentes áreas do planeta. Apesar de a tecnologia estar se desenvolvendo rapidamente, muitos

desafios ainda precisam ser superados, em especial no que diz respeito à padronização de

procedimentos e estudos para a implantação, operação destes sistemas e sua eficácia. Para que se

consiga uma máxima eficiência a um custo-benefício ótimo, é necessário que sejam conhecidas as

características de cada local, empreendimento e da ictiofauna impactada pela construção do

barramento. Organizar todo o conhecimento disponível sobre estes sistemas e toda a experiência da

Cemig na sua implantação e operação possibilitará um planejamento racional de todas as etapas

envolvidas nesta complexa e admirável tarefa: conservar uma das comunidades de peixes mais rica

da Terra.

Tendo por base os desafios que ainda persistem para a utilização dessa prática de manejo da

ictiofauna, foi realizado nos dias 25 e 26 de junho de 2008, em Belo Horizonte, o 2º Seminário Interno

da Cemig sobre Sistemas de Transposição de Peixes (STP). Neste evento foram discutidos diversos

aspectos relacionados à transposição de peixes em barragens e revisada uma metodologia para as

fases de planejamento, construção, operação e avaliação da eficiência de STP’s planejados,

construídos e operados pela Cemig ou em consórcio.

Desta forma, a Cemig apresenta à comunidade científica, pesquisadores e técnicos especializados,

neste volume os resultados do 2º Seminário Interno da Cemig sobre Sistemas de Transposição de

Peixes que teve como objetivo discutir a eficiência e seletividade desses mecanismos.

Enio Marcus Brandão Fonseca – Gerente de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão

João de Magalhaes Lopes. – Coordenador Técnico do Seminário

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11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Considera-se, atualmente, que uma das principais causas da diminuição dos peixes em

diversas partes do mundo se deve à implantação de barragens nos rios (Bernacsek 1984,

Pavlov 1989, Godinho 1993, Godinho & Godinho 1994, Swales 1994, Martinez &

Magalhães, 2006). Os peixes migradores, também conhecidos no Brasil como de

piracema, constituem um dos grupos mais afetados pelas barragens. Populações de

peixes são altamente dependentes das características do ecossistema aquático que

mantém todas as suas funções biológicas. A dependência é mais marcada em espécies

migradoras que dependem de ambientes diferentes para as principais fases do seu ciclo

de vida que são reprodução, produção de juvenis, crescimento e maturação sexual

(Larinier, 2000).

A migração, na sua forma mais simples, é o deslocamento do peixe da área de

alimentação para a de desova e seu posterior retorno, após a reprodução, para a área de

alimentação. Para os peixes de piracema, o barramento, constituí-se num obstáculo que

impede o seu livre deslocamento entre as áreas de alimentação e desova. Com o objetivo

de se atenuar esse efeito negativo tem-se implantado sistemas de transposição de peixes

(STPs) que permitam a passagem dos peixes pelas barragens.

A instalação de STPs no Brasil foi impulsionada com a edição de leis estaduais que visam

atenuar os impactos do barramento sobre os peixes de piracema. A lei 12.488, de

09/04/1997 torna obrigatória a construção de STPs em barragens a serem edificadas em

cursos d´água do estado de Minas Gerais, exceto, quando em virtude das características

do projeto, a medida for considerada ineficaz. Além da lei 12.488, o artigo 20o do Decreto

38.744 de 09/04/1997 determina que para o licenciamento ambiental de novas usinas

hidrelétricas, seja exigida a construção destes mecanismos.

Os dispositivos de transposição podem ser agrupados nas seguintes categorias:

elevadores, eclusas e escadas. Elevadores são definidos como quaisquer dispositivos,

tais com tanques movimentados por cabos, caminhões tanques, tanques em planos

inclinados, etc., que transportem por meio de equipamentos mecânicos peixes de jusante

para montante de uma barragem. As escadas são geralmente constituídas de uma série

de tanques em desníveis que conduzem água do reservatório para o canal de fuga. Os

tanques são separados por defletores que têm como objetivo dissipar a energia do

escoamento de modo a permitir o deslocamento dos peixes, de jusante para montante,

nadando ou saltando de um tanque para outro (Martinez & Magalhães, 2006).

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O sucesso nos programas de gerenciamento dos recursos pesqueiros, no entanto, não

depende apenas de ações isoladas. Muitas técnicas de gerenciamento foram

empregadas para reduzir problemas ambientais (Ludwig et al, 1993). A falta de

informação sobre os sistemas sendo gerenciados, a ausência ou inadequação das

técnicas de monitoramento, e a alta variabilidade natural da abundância dos recursos são

em geral os principais problemas que afetam a eficiência do gerenciamento (Agostinho &

Gomes, 1997). A instalação de sistemas de transposição de peixes não foge desta regra.

Para que estes mecanismos sejam eficientes é necessário que uma série de estudos seja

realizada e algumas premissas sejam atendidas.

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22.. PPRROOGGRRAAMMAAÇÇÃÃOO DDOO SSEEMMIINNÁÁRRIIOO

o 25/06/2008

Abertura e apresentações

➼ Fernando Augusto de Campos – Superintendente de Ativos da Geração

➼ Luiz Augusto Barcelos de Almeida – Superintendente de Sustentabilidade

➼ Flávio Dutra Doehler - Superintendente de Empreendimentos de Geração e

Transmissão em Sociedades

Resultados do I Seminário Interno de Transposição da Cemig - João Lopes – Gerência de

Gestão Ambiental da Geração e Transmissão

Novos projetos da Cemig em STPs: Desafios do Programa Peixe Vivo em relação à

transposição de peixes. - Newton Jose Schmidt Prado – Gerência de Gestão

Ambiental da Geração e Transmissão

Legislação e licenciamento de empreendimentos energéticos com STPs na Cemig -

Humberto Ribeiro Mendes – Gerência de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão

Projetos de Sistemas de Transposição de Peixes na Cemig - Marcos Liberato do

Nascimento – Gerência de Engenharia Eletromecânico da Geração

I Simpósio Internacional de Passagem de Peixes Neotropicais - Paulo dos Santos Pompeu

- Universidade Federal de Lavras - UFLA

Escada para peixes de Igarapava - Volney Vono - Universidade Federal de Minas Gerais -

UFMG

Elevador para peixes de Funil - Zoraia Silva - Bios

Escada para peixes de Igarapé - Carlos Bernardo Mascarenhas - Universidade Federal de

Minas Gerais - UFMG

Escada para peixes de Aimorés - Volney Vono - Universidade Federal de Minas Gerais -

UFMG

Sistema de Transposição de Peixes de Porto Estrela - Zoraia Silva – Bios

Escadas para peixes como armadilhas ecológicas e formas de gerenciamento de recursos

pesqueiros no Brasil - Fernando Pelicice - UFT

o 26/06/2008

P&D094-Diversidade da ictiofauna como modelo para avaliar a construção de mecanismos

de transposição para peixes - Gilmar Bastos Santos - PUC-Minas

P&D142- Capacidade natatória de espécies neotropicais - Carlos Barreira Martinez

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Projeto do Sistema de Transposição de Peixes de Retiro Baixo - Vasco Torquato

OBS.: As apresentações dos trabalhos técnicos se en contram anexo a este

documento.

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33.. PPLLAANNEEJJAAMMEENNTTOO DDEE SSIISSTTEEMMAASS DDEE TTRRAANNSSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE PPEEIIXXEESS DDAA CCEEMMIIGG

A primeira etapa na elaboração de um Sistema de Transposição é o seu planejamento. Esta etapa

deve ser tratada de forma bastante criteriosa já que dela dependerão grande parte dos resultados

a serem obtidos no futuro. Os estudos de ictiofauna devem ser iniciados no mínimo, dois anos

antes da construção da barragem. Os parâmetros a serem analisados nesta etapa dizem respeito

aos requisitos legais que condicionam a construção, características da ictiofauna local, do

ambiente, do empreendimento e do próprio STP que devem ser observados para se obter uma

maior eficiência e melhores relações custo-benefício no futuro.

3.1- Requisitos Legais

A seguir serão listados os aspectos legais que condicionam a construção de STPs em

empreendimentos da Cemig.

3.1.1 Política Ambiental da Cemig

► Princípio nº 1: A Cemig planeja, projeta e desenvolve suas atividades, levando em

consideração as implicações relativas ao meio ambiente.

► Princípio nº 2: A Cemig administra preventivamente as implicações ambientais de suas

atividades.

► Princípio nº 3: A Cemig administra os impactos ambientais significativos de suas

atividades, adotando medidas mitigadoras e práticas adequadas.

► Princípio nº 4: A Cemig busca a valorização ambiental viável que pode ir além da

administração de impactos exigidos pela legislação, sem contudo, assumir funções de

responsabilidade de outros órgãos dos Governos Federal, Estadual ou Municipal.

► Princípio nº 5: A Cemig considera enriquecedora a participação das comunidades

afetadas ou interessadas, durante as fases de projeto de suas atividades.

► Princípio nº 6: Além do cumprimento das leis, regulamentos e políticas governamentais

aplicáveis, a CEMIG pode vir a complementá-los com suas próprias regras, se necessário.

► Princípio n 7: O respeito e a valorização do meio ambiente constituem responsabilidade

de todos os empregados e parceiros da Cemig e de suas subsidiárias.

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3.1.2 Legislação Federal

► Constituição da República Federativa do Brasil:

Artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ II - Para assegurar a afetividade desse direito, incumbe ao Poder Publico:

IV – Exigir na forma de lei, para instalação de obras ou atividades potencialmente

compensadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto

ambiental, a que se dará publicidade.

► Lei Federal no 9605/98: Lei de Crimes Ambientais:

Art. 29: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécies de fauna silvestre, nativas ou

em rota migratória sem a devida permissão ou autorização da autoridade competente, ou

em desacordo com a obtida.

Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

► Decreto Federal Nº3179/99

Regulamenta as sanções administrativas da lei 9605/98 – Lei de crimes ambientais.

► Resolução CONAMA no 1, 1986:

Art. 2º: Dependerá de elaboração de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto

ambiental – RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente e do

IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio

ambiente, tais como Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de

energia primária, acima de 10 MW.

3.1.3 Legislação Estadual

► Lei 12488/97

Torna obrigatória a construção de escadas para peixes de piracema em barragem

edificada no Estado.

Art. 1o: É obrigatória a construção de escadas para peixes de piracema em barragem a ser

edificada em curso de água de domínio do estado. Parágrafo único: O disposto neste

artigo não se aplica quando, em virtude das características do projeto da barragem, a

medida for considerada ineficaz, ouvido o Conselho Estadual de Política Ambiental –

COPAM.

Art. 2o- As barragens existentes na data da publicação desta Lei deverão ser adaptadas no

prazo de 5 anos (abril de 2002)

Obs: Esta lei não está regulamentada.

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► Lei 14181/02

Dispõe sobre a política de proteção à fauna e à flora aquáticas e de desenvolvimento da

pesca e agricultura no estado de Minas Gerais.

► Decreto 43713/04

Regulamenta a Lei nº 14.181, de 17 de janeiro de 2002

Art. 22 Constitui dano a fauna e flora aquáticas toda ação ou omissão que causa prejuízo

ao ecossistema, alem das demais hipóteses previstas nas disposições normativas em

vigor, e especialmente:

V - a prática de qualquer ato ou ação que provoque a morte ou prejudique a reprodução

de espécies da fauna e flora aquáticas, por qualquer método não permitido.

§ 1 – Para o licenciamento ambiental de construção de novas barragens, reservatórios e

represas para usinas hidrelétricas poderá ser exigida, a critério do órgão competente, a

construção de estações de hidrobiologia ou mecanismo de transposição que propiciem a

realização de fenômeno da piracema.

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3.2- Requisitos da Ictiofauna

A seguir serão listadas as características da ictiofauna que devem ser estudas antes da

construção de Sistemas de Transposição de Peixes em empreendimentos da CEMIG e

consórcios. São estas variáveis que indicarão a necessidade ou não da construção do

sistema, visto que a sua implantação só será necessária caso existam espécies-alvo que

necessitem transpor a barragem.

3.2.1- Conceito

► Objetivo do STP: Será considerado objetivo do Sistema de Transposição de Peixes em

empreendimentos da Cemig a conservação da ictiofauna nativa na região de influência da

barragem (neste documento está considerada como a área de remanso de montante mais

a área de remanso a jusante) com suas características mais próximas das originais

mantendo a conectividade de habitats na região de influência da barragem compatível ao

que ocorria antes de sua implantação.

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3.2.2- Parâmetros a serem estudados

1) Qual a estrutura das populações e da comunidade de peixes na região

diretamente afetada pelo empreendimento? (neste doc umento, considerada

como a área de remanso de montante mais a área de r emanso a jusante)

Objetivo:

- Avaliar a estrutura das populações e da comunidade de peixes existentes

na região de influência da barragem.

Metodologia:

. Identificar a estrutura das populações e comunidade de peixes a montante e

jusante do STP.

- Manipulação: Devem ser utilizadas redes de emalhar com tamanhos de

malha variando de 3 a 16 cm (distância entre nós opostos), empregando-

se por estação o esforço de 760 m lineares no total, sendo 20 m para as

redes de malhas 3, 4 e 5 e 100 m para as demais malhas. Em cada ponto

de coleta, as redes devem ser colocadas ao entardecer e retiradas na

manhã seguinte, ficando expostas durante 12-14 horas aproximadamente.

Os peixes capturados devem ser acondicionados em sacos plásticos

etiquetados, separados por ponto de coleta, tipo de ambiente e malhas.

Para as coletas na região litorânea (coletas qualitativas) devem ser

utilizadas redes de espera, malha 1,6 cm, rede de arrasto de tela

mosqueteira abertura de 2,0 mm, através de 3 a 4 arrastos por ponto ao

longo de cerca de 10 metros da linha da margem e peneiras Os peixes

capturados devem ser identificados, contados, pesados (kg) e medidos

(comprimento total e comprimento padrão). Os pontos e a freqüência de

captura devem ser cuidadosamente escolhidos de forma a abranger o

maior número de hábitats possível. A periodicidade de coleta deve ocorrer

no mínimo trimestralmente. Outros métodos de coleta podem ser

utilizados, como pesca elétrica ou utilização de tarrafa, desde que tenham

embasamento científico e possam ser padronizados.

- A abundância relativa da pesca experimental será determinada através da

captura por unidade de esforço (CPUE), definida como o somatório do

número (CPUEn) ou biomassa (CPUEb em kg) de peixes/100m2 das

redes empregadas/15 horas, sendo obtido da seguinte forma:

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CPUEn = i

n

=∑

1

N/E.0,1

e

CPUEb = i

n

=∑

1

B/E.0,1, onde

CPUEn = captura em número em 100 m2 por unidade de esforço;

CPUEb = captura em biomassa (kg) em 100 m2 por unidade de esforço;

N = nº de peixes capturados para um determinado tamanho de malha;

n = tamanhos de malha empregados (3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 14, 16);

B = biomassa (g) dos peixes capturados para um determinado tamanho de

malha;

E = esforço de pesca para um dado tamanho de malha (área de rede

empregada) durante o tempo de exposição.

- As composições das comunidades dos diferentes pontos de coletas e ao

longo do tempo devem ser comparadas utilizando-se o Índice de

Similaridade de Sorensen (Magurram, 1988) utilizando a fórmula:

IS = 2j/(a+b)

Onde:

IS = índice de similaridade;

j = número de espécies em comum;

a + b = número de espécies em dois pontos.

- Para o cálculo da diversidade de espécies devem ser empregados os

dados quantitativos obtidos com uso das capturas com redes de emalhar

(CPUE). Deve ser utilizado o índice de diversidade de Shannon

(Magurran, 1988), descrito pela equação:

S

H' = - ∑∑∑∑ (pi ) . (log n pi )

i = 1

Onde:

S = número total de espécies na amostra;

i = espécie 1, 2, 3 ...i na amostra;

pi = proporção do número de indivíduos da espécie i na amostra,

através da CPUE em número.

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- A equitabilidade (E) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada

para cada período de captura, deve ser calculada por meio da equação de

Pielou (1975).

E = H’/logS

Onde:

H’ = Índice de Diversidade de Shannon;

S = número de espécies;

- A riqueza de espécies (D) deve ser estimada segundo Odum (1985)

- D = (S-1)/logN

- Onde:

- S = número de espécies;

- N = número de indivíduos.

- Exemplares das espécies devem ser depositados em coleções científicas

reconhecidas.

- Resultados Esperados:

- Lista de espécies encontradas na região.

- Riqueza e diversidade de espécies na região de influência da barragem.

- Estrutura das populações em número de indivíduos, biomassa e

distribuição de tamanho na região de influência da barragem.

- Comparação entre as estruturas das populações e comunidade de peixes

nos diversos pontos da região de influência da barragem por meio de sua

similaridade.

- Curvas de acumulação de espécies ao longo das coletas realizadas.

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2) Há espécies de peixes com potencial de serem mig radoras na região afetada

pelo empreendimento?

- Objetivo:

- Identificar se há espécies de peixes com o potencial de serem migradoras

e que apresentam potencial de utilização do STP na região para

completar o seu ciclo reprodutivo.

Metodologia:

. Fazer uma avaliação do estádio reprodutivo dos peixes coletados.

- Manipulação: Para a avaliação da atividade reprodutiva em campo, os

peixes devem ser submetidos à incisão ventral para determinação do

sexo e do diagnóstico macroscópico de maturação gonadal. Para os

diagnósticos duvidosos, devem ser coletados fragmentos de uma das

gônadas, os quais devem ser fixados em líquido de Bouin e conservados

em álcool 700 GL após 24 horas para posterior processamento

histológico;

- A análise macroscópica deve ser baseada principalmente no volume relativo

da gônada na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea

(machos e fêmeas), presença e tamanho dos diversos tipos de ovócitos

(ovócitos I, II, III e IV) e integridade das lamelas ovarianas (fêmeas). Para

esta análise devem ser considerados os seguintes estádios de

maturação, seguindo-se as características propostas por Vono et. al.

(2002):

1) Repouso – 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos

visíveis a olho nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente

hialinos.

2) Maturação inicial – 2A: ovários com discreto aumento de volume e

poucos ovócitos vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos

com discreto aumento de volume e com aparência leitosa.

3) Maturação intermediária – 2B: ovários com maior aumento de volume,

grande número de ovócitos IV evidentes, porém, ainda com áreas a

serem preenchidas; testículos com maior aumento de volume, leitosos.

4) Maturação avançada – 2C: ovários com aumento máximo de volume,

ovócitos vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com

aumento máximo de volume, túrgidos, leitosos.

5) Esgotado (desovado ou espermiado) – 3: ovários flácidos e

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sanguinolentos, com número variável de ovócitos vitelogênicos

remanescentes; testículos flácidos e sanguinolentos.

- Em laboratório, o diagnóstico de maturação deverá ser confirmado através

de análise das gônadas em microscópio ou estereomicroscópio,

utilizando-se mesma escala macroscópica e levando-se em conta a

proporção dos diversos tipos de ovócitos e a presença de folículos

ovocitários vazios, especialmente para o estágio desovado.

- As gônadas também devem ser pesadas para avaliação do índice

gonadossomático.

- O índice gonadossomático será avaliado pela seguinte fórmula:

IGS = PG / PC X 100

Onde:

- PG = peso da gônoda;

- PC = peso corporal

Resultados Esperados:

- Lista de espécies potencialmente migradoras na região.

- Proporção de espécies da região que apresentam o potencial de utilização

do STP.

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3) Qual a dinâmica migratória destas espécies?

Objetivo: Avaliar a dinâmica migratória das espécies potencialmente migradoras

encontradas na região afetada pela barragem.

Metodologia:

Marcar indivíduos das espécies potencialmente migradoras e liberá-los na região

afetada pela barragem. Os métodos são:

- Marcas do tipo LEA: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura

deve ser feita a jusante e montante com uso de redes de emalhar, tarrafa

e pesca com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados.

Utilizando-se este método, um grande número de indivíduos poderá ser

marcado visto que o preço das marcas é baixo, no entanto o esforço de

recaptura deve ser aumentado e o investimento em campanhas

educativas deve ser alto.

- Marcas do tipo elastômero: deve ser utilizado o maior esforço de captura

e marcação possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura

deve ser feita a jusante e montante com uso de redes de emalhar, tarrafa

e pesca com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados.

Utilizando-se este método, um grande número de indivíduos poderá ser

marcado visto que o preço das marcas é baixo no entanto o esforço de

recaptura deve ser aumentado.

- Radiotelemetria: deve ser utilizado o maior esforço de captura e marcação

possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura deve ser feita

a jusante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca com anzol. Os

indivíduos devem ser marcados e liberados. Devido ao maior preço

destas marcas um número menor de peixes poderá ser marcado. Os

dados obtidos, no entanto, serão mais confiáveis, pois indicarão com

precisão as rotas migratórias.

- Telemetria-acústica: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura

deve ser feita a jusante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados. Devido ao

maior preço destas marcas um número menor de peixes poderá ser

marcado. Os dados obtidos, no entanto, serão mais confiáveis, pois

indicarão com precisão as rotas migratórias. As grandes vantagens são

que este tipo de marcação pode enviar dados em três dimensões da

movimentação dos peixes e pode também monitorar os peixes a grandes

profundidades. As desvantagens são: é sensível à turbidez e formação de

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bolhas de ar, as áreas de detecção são menores do que a rádio-

telemetria, os tempos de duração das marcas são menores do que os

rádios, o processamento dos dados pode ser lento (dados em três

dimensões) e ainda não foi desenvolvido um pacote estatístico para a

análise deste tipo de dados.

Resultados Esperados:

- Mapeamento das rotas migratórias das espécies migradoras encontradas

na região.

- Variação sazonal da migração.

4) Quais os sítios de reprodução existentes na regi ão de influência da barragem?

Objetivo:

- Mapear os sítios reprodutivos existentes na região de influência da

barragem.

- Identificar as épocas de reprodução das espécies existentes na região de

influência da barragem.

Metodologia:

. Coletar, identificar e quantificar ovos e larvas em pontos determinados na região

de influência da barragem de acordo com a probabilidade de serem sítios de

reprodução (ex: leito ou calha dos rios, lagoas marginais, pântanos, etc). Os métodos

são:

- A coleta deve ser realizada com uso de rede de plâncton de malha de

0,5mm. Deve ser instalado um fluxímetro no centro da rede para medir a

velocidade e pelo conhecimento da área da rede tem-se o volume filtrado.

A densidade de ovos e larvas coletados por este método deve ser

calculada a partir da seguinte fórmula (Nakatani et al, 2001):

Y=(x/V).10

Onde: Y=número de ovos ou larvas por 10m3

x=número de ovos ou larvas coletadas V=volume de água filtrada (m3)

Nos pontos de amostragem qualitativa os ovos e larvas devem ser

coletados com uso de rede de arrasto de tela mosqueteira abertura de

2,0mm, realizando-se de 3 a 4 arrastos por ponto ao longo de cerca de 10

metros da linha da margem e peneiras. Os ovos e larvas capturados

devem ser fixados em solução de formalina a 4%, tamponada com

carbonato de cálcio (1g de CaCO3 para 1.000ml de solução de formalina,

segundo proposto por Nakatani et al, 2001), identificados em laboratório e

quantificados.

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. Coletar gônadas e identificar o estádio de maturação gonadal das populações na

região de influência da barragem:

- Manipulação: Para a avaliação da atividade reprodutiva em campo, os

peixes devem ser submetidos à incisão ventral para determinação do

sexo e do diagnóstico macroscópico de maturação gonadal. Para os

diagnósticos duvidosos, devem ser coletados fragmentos de uma das

gônadas, os quais devem ser fixados em líquido de Bouin e conservados

em álcool 700 GL após 24 horas para posterior processamento

histológico;

- A análise macroscópica deve ser baseada principalmente no volume relativo

da gônada na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea

(machos e fêmeas), presença e tamanho dos diversos tipos de ovócitos

(ovócitos I, II, III e IV) e integridade das lamelas ovarianas (fêmeas). Para

esta análise devem ser considerados os seguintes estádios de

maturação, seguindo-se as características propostas por Vono et. al.

(2002):

6) Repouso – 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos

visíveis a olho nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente

hialinos.

7) Maturação inicial – 2A: ovários com discreto aumento de volume e

poucos ovócitos vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos

com discreto aumento de volume e com aparência leitosa.

8) Maturação intermediária – 2B: ovários com maior aumento de volume,

grande número de ovócitos IV evidentes, porém, ainda com áreas a

serem preenchidas; testículos com maior aumento de volume, leitosos.

9) Maturação avançada – 2C: ovários com aumento máximo de volume,

ovócitos vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com

aumento máximo de volume, túrgidos, leitosos.

10) Esgotado (desovado ou espermiado) – 3: ovários flácidos e

sanguinolentos, com número variável de ovócitos vitelogênicos

remanescentes; testículos flácidos e sanguinolentos.

- Em laboratório, o diagnóstico de maturação deverá ser confirmado através

de análise das gônadas em microscópio ou estereomicroscópio,

utilizando-se mesma escala macroscópica e levando-se em conta a

proporção dos diversos tipos de ovócitos e a presença de folículos

ovocitários vazios, especialmente para o estágio desovado.

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- As gônadas também devem ser pesadas para avaliação do índice

gonadossomático.

- O índice gonadossomático será avaliado pela seguinte fórmula:

IGS = PG / PC X 100

Onde:

- PG = peso da gônoda;

- - PC = peso corporal

Resultados Esperados:

- Sítios de reprodução identificados e mapeados na região de influência da

barragem.

- Identificação da época de desova das espécies encontradas na região de

influência da barragem.

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5) Quais os hábitos alimentares das espécies existe ntes e os sítios de

alimentação existentes na região de influência da b arragem?

Objetivo:

- Mapear os sítios de alimentação existentes na região de influência da

barragem.

Metodologia:

. Coletar e identificar o conteúdo estomacal das populações na região de influência

da barragem. Os métodos são: -

- Após fixação em formalina a 10% por cerca de cinco dias e posterior

conservação em álcool 70o GL, os peixes devem ser eviscerados para

dissecação dos estômagos. O conteúdo estomacal deve ser analisado em

estereomicroscópio e microscópio óptico. Os itens alimentares devem ser

identificados até o menor nível taxonômico possível. Para cada item

devem ser calculados a freqüência de ocorrência (Fi = nº de estômagos

em que ocorre o item i / total de estômagos com alimento) e seu peso

relativo (Pi = peso do item i/peso total de todos os itens), combinados no

Índice Alimentar (IAi) modificado de Kawakami & Vazzoler (1980):

n IAi = (Fi. Pi) / ΣΣΣΣ Fi. Pi , onde:

i=1

IAi = índice alimentar do item i,

Fi = freqüência de ocorrência do item i,

Pi = peso proporcional do item i.

As abundâncias em número e biomassa das guildas devem ser

estimadas com base na captura por unidade de esforço (CPUE),

expressas em suas respectivas freqüências de ocorrência.

Resultados Esperados:

- Identificação da estrutura trófica das populações de peixes na região de

influência do STP ao longo do tempo.

- Mapeamento dos sítios de alimentação das espécies representativas da

região.

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6) Qual a importância da pesca amadora e profission al na região de influência da

barragem?

Objetivo:

- Avaliar a pesca profissional e amadora na região de influência da

barragem.

Metodologia:

. Realizar o monitoramento das atividades de pesca na região de influência da

barragem. Os métodos são:

- Inspeções na região de influência da barragem visando a identificação de

atividade de pesca profissional como presença de embarcações,

concentração de pescadores e locais de comercialização do pescado.

- Obtenção de dados desta atividade junto à instituições nela envolvidas

(ex.: IBAMA, IEF, FEAM, Colônias de Pescadores)

- Avaliação do desembarque pesqueiro proveniente da atividade de pesca

profissional e amadora na região de influência da barragem aplicando-se

questionários estruturados.

Resultados Esperados:

- Perfil da pesca amadora e profissional na região de influência da

barragem.

7) Quais os objetivos específicos do Sistema de Tra nsposição de Peixes a ser

implantado?

Objetivo:

- Identificar os objetivos específicos do STP a ser implementado na

barragem.

- Determinar metas e indicadores para cada um dos objetivos propostos.

Metodologia:

- Relacionar todas as informações disponíveis nas avaliações prévias.

Resultados Esperados:

- Definição dos objetivos específicos do STP: conservação de espécies

ameaçadas, conservação de espécies de interesse econômico,

manutenção de estoques pesqueiros, impedimento de dispersão de

espécies exóticas, manutenção de rotas migratórias e acessos a pontos

de reprodução/alimentação; manutenção da pesca esportiva/amadora a

jusante/montante da barragem; manutenção das funções ecológicas

desempenhadas pelas espécies de peixes existentes a montante/jusante

da barragem; etc.

- Definição de metas e indicadores para cada um dos objetivos propostos.

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8) Quais as espécies alvo do sistema de Transposiçã o de Peixes a ser

implantado?

Objetivo:

- Identificar as espécies para as quais o STP deve ser implementado.

Metodologia:

- Relacionar todas as informações obtidas previamente e definir as

espécies alvo do STP.

- Resultados Esperados: Proporcionar a realização dos objetivos específicos

propostos.

3.3- Requisitos do Empreendimento

A seguir serão listadas as variáveis relacionadas ao empreendimento que devem ser

estudadas antes da construção de STPs em empreendimentos da Cemig.

3.3.1- Parâmetros a serem estudados

1) Qual o Sistema de Transposição de Peixes adequad o à altura da barragem a

ser implantada?

Objetivo:

- Identificar o STP adequado à altura da barragem a ser implantada.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura e experiências internas da empresa

para a escolha do tipo de STP a ser utilizado de acordo com a altura da

barragem.

Resultados Esperados:

- Escolha adequada do STP de acordo com a altura da barragem.

2) Qual o Sistema de Transposição de Peixes adequad o ao arranjo da barragem,

casa de força e vertedouro do empreendimento, conju ntamente com o

comportamento das estruturas hidráulicas?

Objetivo:

- Identificar o STP adequado à disposição da barragem, casa de força e

vertedouro do empreendimento.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura e experiências internas da empresa

para a escolha do tipo de STP a ser utilizado de acordo com a disposição

da barragem, casa de força e vertedouro do empreendimento.

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Resultados Esperados:

- Escolha adequada do STP de acordo com a disposição da barragem, casa

de força e vertedouro do empreendimento.

3) Qual o STP adequado às características hidrológi cas do fluxo a jusante da

barragem?

Objetivo:

- Identificar o STP adequado às características hidrológicas do fluxo a

jusante da barragem.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura e experiências internas da empresa

para a escolha do tipo de STP a ser utilizado de acordo com as

características hidrológicas do fluxo a jusante da barragem.

Resultados Esperados:

- Escolha adequada do STP de acordo com as características hidrológicas

do fluxo a jusante da barragem.

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3.4- Requisitos do Sistema de Transposição de Peixes

A seguir serão listadas as variáveis relacionadas ao próprio Sistema de Transposição de

Peixes que devem ser estudadas antes de sua construção em empreendimentos da Cemig.

3.4.1- Parâmetros a serem estudados

1) A estrutura do STP é adequada para o cumprimento dos objetivos e para

permitir a passagem das espécies-alvo nos sentidos montante/jusante e vice-

versa?

Objetivo:

- Projetar a estrutura do STP de forma a aumentar a eficiência de

passagem das espécies-alvo, em todas as suas fases de vida (ovos,

larvas, alevinos, juvenis e adultos).

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratórios para se projetar :

. Escada. É preciso se levar em conta: declividade, velocidade e

vazão de água no corpo do STP, tipo de anteparo dissipador de

energia, disposição de anteparo dissipador de energia, intervalo entre

os anteparos dissipadores de energia, tamanho e características

hidrológicas das áreas de descanso para peixes, extensão total e

largura do STP.

. Elevador. É preciso se levar em conta: velocidade e vazão de água

na área de entrada da caçamba coletora, tamanho da caçamba

coletora, velocidade de içamento da caçamba coletora, largura e

extensão da área de soltura do STP.

- Levar em conta para o planejamento destas estruturas as características

natatórias, comportamentais e bio-mecânicas das espécies-alvo.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente as características hidrológicas e

estruturais do STP.

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2) A proporção entre a abertura da área de atração de peixes do STP em relação

à largura do rio é adequada à atração das espécies alvo do STP?

Objetivo:

- Projetar a largura de área atração de peixes do STP de forma a aumentar

a sua eficiência em relação à largura do rio no ponto em que será inserido

o STP.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratório para se projetar a largura da área de

atração dos peixes.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente a largura da área de atração do

STP.

3) A velocidade e a vazão da água de atração de pei xes do STP é adequada à

atração das espécies alvo do STP?

Objetivo:

- Projetar a vazão e a velocidade da água de atração de forma a aumentar

a eficiência de atração das espécies-alvo.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratório para se projetar a vazão e velocidade

da água de atração das espécies-alvo do STP.

- Levar em conta as características natatórias, comportamentais e bio-

mecânicas das espécies-alvo do STP.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente a vazão e velocidade da água de

atração do STP.

4) A altura da comporta reguladora e a largura da á rea de atração do STP são

adequadas para a atração das espécies-alvo?

Objetivo:

- Projetar a altura da comporta reguladora e largura da área de atração do

STP de forma a aumentar a eficiência de atração das espécies-alvo.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratório para se projetar a altura da comporta

reguladora e a largura da área de atração do STP.

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- Levar em conta no planejamento destas estruturas as características

natatórias, comportamentais e bio-mecânicas das espécies-alvo.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente a localização da área de atração do

STP.

5) A localização da área de atração de peixes do ST P é adequada à atração das

espécies alvo do STP?

Objetivo:

- Projetar a localização da área de atração de forma a aumentar a

eficiência de atração das espécies-alvo.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratório para se projetar a localização da área

de atração das espécies-alvo do STP.

- Levar em conta a disposição das máquinas e turbilhonamento gerado por

sua operação.

- Levar em conta no planejamento desta estrutura as características

natatórias, comportamentais e bio-mecânicas das espécies-alvo.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente a localização da área de atração do

STP.

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6) A localização e a estrutura do visor do STP são adequadas para a observação

dos peixes que passam pelo STP?

Objetivo:

- Projetar a estrutura e a localização visor de forma a aumentar a eficiência

de observação das espécies que utilizam a escada.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura e experiências internas da empresa

para se projetar o visor.

- Levar em conta as características de turbidez da água que passa pelo

STP.

- Levar em conta as características comportamentais das espécies-alvo,

principalmente em relação à luminosidade.

- Levar em conta para o planejamento destas estruturas as características

natatórias e bio-mecânicas das espécies-alvo.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente a localização e estrutura do visor do

STP.

7) A saída de peixes do Sistema de Transposição de Peixes evita que os peixes

sejam atraídos pela tomada d´água e vertedouro?

Objetivo:

- Projetar a saída de peixes do STP de forma a evitar que os peixes

possam ser atraídos pela tomada d´água e vertedouro

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratório para se projetar a saída de peixes.

- Levar em conta as características do empreendimento como estrutura e

localização dos dutos forçados das máquinas, altura de captação de água

turbinada e características operativas.

- Levar em conta as características comportamentais das espécies-alvo,

principalmente em à distribuição na coluna d´água e área de uso após

realizar transposição.

Resultados Esperados:

- Adequar de forma racional e eficiente a localização da saída de água do

STP.

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8) A água de atração do STP pode ser usada para a g eração de energia elétrica?

Objetivo:

- Instalar uma turbina para a geração de energia elétrica através do uso da

água de atração do STP sempre que possível tecnicamente, de forma a

diminuir os custos de operação do sistema.

Metodologia:

- Utilizar dados existentes na literatura, experiências internas da empresa e

modelos reduzidos em laboratório para se projetar o uso de água de

atração para a geração de energia elétrica.

Resultados Esperados:

- Diminuição dos custos de operação do STP.

3.5- Requisitos Ambientais:

A seguir serão listadas as variáveis relacionadas ao ambiente no qual será implantada a

barragem que devem ser estudadas antes da construção de Sistemas de Transposição de

Peixes em empreendimentos da Cemig.

3.5.1- Parâmetros a serem estudados

1) Qual o ponto adequado para a instalação do STP e m relação à qualidade de

água que será utilizada?

Objetivo:

- Projetar o STP em um ponto em que as características de qualidade de

água sejam favoráveis para a atração e passagem das espécies-alvo.

Metodologia:

- Medir temperatura, oxigênio dissolvido, pH, turbidez e condutividade ao

longo do ponto de implantação do STP. A freqüência e os locais de

amostragem devem ser padronizados.

- Utilizar dados existentes na literatura e experiências internas da empresa

para se escolher o melhor ponto de instalação do STP tendo como base a

preferência das espécies-alvo. (Ex: não projetar STP em pontos com

lançamentos de efluentes, esgoto, poluição, temperatura abaixo ou acima

de limites de tolerância, etc).

- Levar em conta as características comportamentais das espécies-alvo.

Resultados Esperados:

- STP implantado em ponto com características de qualidade de água

favoráveis.

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3.6-Características restritivas para a implantação do Sistema de Transposição de Peixes

Em vista das respostas obtidas nos itens anteriores o STP não deverá ser implementado nas

seguintes situações:

► Já existirem obstáculos naturais à transposição na área de implantação da

barragem.

► Não houver espécies que necessitem transpor a barragem na região de

influência do empreendimento de acordo com os objetivos propostos

► A barragem ter influência pouco expressiva na migração dos peixes.

►Quando houver espécies a jusante que não são encontradas a montante,

principalmente se as espécies de jusante tiverem potencial de impactar

negativamente a montante.

►Se o STP tiver potencial de funcionar como um armadilha ecológica de acordo

com os objetivos propostos. Conforme definido por Agostinho e Pelicice (2007) o

STP funcionará como uma armadilha ecológica quando: os peixes forem ativamente

atraídos a ascender o STP; o STP permitir apenas movimentos unidirecionais para

montante da barragem e a qualidade ambiental acima da barragem for menor do

que a qualidade ambiental encontrada abaixo.

►O Sistema de Transposição de outra barragem puder atender a transposição do

empreendimento analisado.

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44.. CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDEE SSIISSTTEEMMAASS DDEE TTRRAANNSSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE PPEEIIXXEESS DDAA CCEEMMIIGG

Tendo sido respondidas as questões relativas ao planejamento de Sistemas de Transposição de

Peixes, tem-se início sua construção. Algumas sugestões para esta etapa foram apresentadas no

seminário:

► O planejamento e a construção do STP devem ocorrer concomitantemente ao

planejamento e construção da barragem. Esta medida propicia um melhor planejamento do

sistema não sendo necessárias mudanças estruturais realizadas após a barragem já estar

construída.

► Deve ser implementado um Sistema de Transposição de Peixes provisório durante a

construção da barragem. Este STP provisório deve ser implantado caso os estudos prévios

apontem a necessidade de construção de STP. Capturas manuais realizadas à jusante da

barragem e posterior soltura a montante devem ser realizadas. Parte dos peixes

transpostos deve ser marcada de acordo com metodologia já apresentada, tendo as suas

rotas migratórias monitoradas.

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55.. MMOONNIITTOORRAAMMEENNTTOO EE AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDEE EEFFIICCIIÊÊNNCCIIAA DDEE SSIISSTTEEMMAASS DDEE TTRRAANNSSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE

PPEEIIXXEESS DDAA CCEEMMIIGG

A avaliação da eficiência de STPs engloba as atividades relacionadas ao monitoramento do

sistema. Esta etapa tem como objetivo a busca de respostas relacionadas ao funcionamento e

passagem de peixes e abrange, no plano temporal, os estudos realizados previamente à

implantação da barragem e durante a sua construção, e espacialmente toda a área de influência

da barragem. O monitoramento do STP deve ocorrer enquanto o sistema for operado. As

respostas obtidas nesta etapa subsidiarão melhorias de operação do STP e de sistemas a serem

construídos no futuro.

5.1- Conceitos:

► Efetividade (Larinier, 2000): é um conceito qualitativo, que consiste em confirmar

que todas as espécies alvo estão realmente passando pelo STP. Esta confirmação

pode ser feita através de visualização direta, amostragem e visualização com vídeo.

Obs: a efetividade desejada será definida de acordo com as peculiaridades de cada

empreendimento.

► Eficiência (Larinier, 2000): é um conceito quantitativo. Pode ser definida como a

proporção do estoque de peixes concentrado a jusante da barragem que transpõe com

sucesso o STP, em um período de tempo considerado aceitável.

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5.2- Parâmetros do Sistema de Transposição de Peixes a serem avaliados

1) Quais espécies utilizam STP?

Objetivo:

- Avaliar a efetividade do STP.

Metodologia:

. Identificar todos os indivíduos que passam pelo STP. Os métodos são:

- Manipulação: via amostragem, os indivíduos que passam pelo STP

devem ser identificados, medidos e ter seu estádio de maturação gonadal

diagnosticado. . A periodicidade ideal deste método é de coletas mensais,

adequando-se às características operacionais de cada sistema.

- Contagem através do visor: quando existir um visor para observação dos

indivíduos que passam pelo STP, eles devem ser identificados por

visualização. Pode ser utilizado sistema de filmagem 24 horas por dia ou

sistema de identificação computacional quando disponível.

- Na ausência do visor, outras técnicas devem ser empregadas.

Resultados Esperados:

- Lista de espécies que passam pelo STP.

- Proporção de espécies na área de influência da barragem que passam

pelo STP. Unidade: número e composição de espécies que passam pelo

STP/número e composição de espécies existentes a jusante e montante.

Requisitos:

Conhecimento da riqueza e composição de espécies na área de influência da

barragem.

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2) Qual o número e biomassa de peixes que passam pe lo STP?

- Objetivo: Estimar a abundância de peixes em número e biomassa que utilizam o

STP.

Metodologia:

. Identificar e quantificar os indivíduos amostrados que passam pelo STP. Os

métodos são:

- Manipulação: os indivíduos que utilizam o STP devem ser identificados,

contados e pesados.

- Contagem através do visor: quando existir um visor para observação dos

indivíduos que passam pelo STP, eles devem ser identificados e contados

por visualização. Pode ser utilizado sistema de filmagem acoplado ou

sistema de identificação computacional. Na ausência do visor, outras

técnicas devem ser aplicadas.

- A periodicidade mínima deverá ser mensal.

. Medir e pesar os indivíduos amostrados. Os métodos são:

- Manipulação: deve ser utilizado o maior esforço de captura possível dos

indivíduos que utilizam o STP. Os indivíduos devem ser identificados,

contados, pesados (kg) e medidos (comprimento total e comprimento

padrão). É preciso saber qual a porcentagem do total de peixes que

utilizam o STP está sendo medida para se identificar o erro amostral e

permitir comparações.

- Medição através do visor: quando existir visor, deve ser testado e

implementado programa computacional que automaticamente identifique,

conte e meça todos os indivíduos que passam pelo STP.

Resultados Esperados:

- Número total de peixes que passa pelo STP em determinado período de

tempo.

- Biomassa total de peixes que passa pelo STP em determinado período de

tempo.

- Número de peixes das diferentes espécies que passa pelo STP em

determinado período de tempo.

- Biomassa de peixes das diferentes espécies que passa pelo STP em

determinado período de tempo.

- Distribuição de tamanho das espécies que passam pelo STP (peso e

comprimento médio e amplitude de variação).

Requisitos:

- Conhecimento prévio da ictiofauna na área de influência da barragem.

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3) Qual a condição reprodutiva dos peixes que utili zam o STP?

Objetivo:

- Avaliar a condição reprodutiva dos peixes que utilizam o STP.

Metodologia:

. Coletar e identificar o estágio de maturação gonadal dos indivíduos que passam

pelo STP:

- Manipulação: Os indivíduos amostrados devem ser identificados,

contados, pesados (kg), medidos (comprimento total e comprimento

padrão), e o estádio de maturação gonadal deve ser diagnosticado. É

necessário avaliar o percentual de peixes por estádio de maturação

gonadal, permitindo comparações. Para a avaliação da atividade

reprodutiva em campo, os peixes devem ser submetidos à incisão ventral

para determinação do sexo e do diagnóstico macroscópico de maturação

gonadal. Em casos de diagnósticos duvidosos, devem ser coletados

fragmentos de uma das gônadas, fixados em líquido de Bouin e

conservados em álcool 700 GL após 24 horas para posterior

processamento histológico.

- A análise macroscópica deve ser baseada principalmente no volume relativo

da gônada na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea

(machos e fêmeas), presença e tamanho dos diversos tipos de ovócitos

(ovócitos I, II, III e IV) e integridade das lamelas ovarianas (fêmeas). Para

esta análise devem ser considerados os seguintes estádios de

maturação, seguindo-se as características propostas por Vono et. al.

(2002):

1) Repouso – 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos

visíveis a olho nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente

hialinos.

2) Maturação inicial – 2A: ovários com discreto aumento de volume e

poucos ovócitos vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos

com discreto aumento de volume e com aparência leitosa.

3) Maturação intermediária – 2B: ovários com maior aumento de volume,

grande número de ovócitos IV evidentes, porém, ainda com áreas a

serem preenchidas; testículos com maior aumento de volume, leitosos.

4) Maturação avançada – 2C: ovários com aumento máximo de volume,

ovócitos vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com

aumento máximo de volume, túrgidos, leitosos.

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5) Esgotado (desovado ou espermiado) – 3: ovários flácidos e

sanguinolentos, com número variável de ovócitos vitelogênicos

remanescentes; testículos flácidos e sanguinolentos.

- Em laboratório, o diagnóstico de maturação deverá ser confirmado através

de análise das gônadas em microscópio ou estereomicroscópio,

utilizando-se mesma escala macroscópica e levando-se em conta a

proporção dos diversos tipos de ovócitos e a presença de folículos

ovocitários vazios, especialmente para o estágio desovado.

- As gônadas também devem ser pesadas para avaliação do índice

gonadossomático.

- O índice gonadossomático será avaliado pela seguinte fórmula:

IGS = PG / PC X 100

Onde:

- PG = peso da gônoda;

- - PC = peso corporal

- A periodicidade mínima deverá ser mensal.

Resultados Esperados:

- Distribuição do estádio de maturação gonadal entre os indivíduos de cada

espécie de interesse em porcentagem.

Requisitos:

- Conhecimento da distribuição do estádio de maturação gonadal entre os

indivíduos de cada espécie de interesse na área de influência da barragem

em número de indivíduos e porcentagem.

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4) Qual a proporção das espécies alvo que utilizam o STP?

Objetivo:

- Avaliar a eficiência do STP.

Metodologia:

. Marcar indivíduos das espécies alvo a jusante e a montante e liberá-los no

mesmo local.

- Marcas do tipo LEA: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A captura deve ser

feita a jusante/montante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados a

jusante/montante do STP. Utilizando-se este método, um grande número

de indivíduos poderá ser marcado visto que o preço das marcas é baixo,

no entanto todos os indivíduos que passam pelo STP devem ser

identificados e contados.

- Marcas do tipo elastômero: deve ser utilizado o maior esforço de captura

e marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A captura deve ser

feita a jusante/montante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados a

jusante/montante do STP. Utilizando-se este método, um grande número

de indivíduos poderá ser marcado visto que o preço das marcas é baixo,

no entanto todos os indivíduos que passam pelo STP devem ser

identificados e contados.

- Marcas do tipo pit-tag: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A captura deve ser

feita a jusante/montante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados a

jusante/montante do STP. Neste tipo de marcação ao menos dois leitores

automáticos devem ser instalados no STP, um na entrada e outro na

saída do sistema. Devido ao maior preço destas marcas um número

menor de peixes poderá ser marcado. Os dados obtidos, no entanto,

serão mais confiáveis, pois podem indicar não só a porcentagem de

peixes que passam pelo STP, mas também o tempo de passagem dos

indivíduos de cada espécie pelo STP.

- Radiotelemetria e telemetria acústica: deve ser utilizado o maior esforço

de captura e marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A

captura deverá ser feita a jusante/montante por meio de redes de

emalhar, tarrafa e pesca com anzol. Os indivíduos devem marcados e

liberados a jusante/montante do STP. Neste tipo de marcação ao menos

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duas antenas receptoras devem ser instaladas no STP, uma na entrada e

outra na saída do sistema. Devido ao maior preço destas marcas um

número menor de peixes poderá ser marcado. Os dados obtidos, no

entanto, serão mais confiáveis, pois podem indicar não só a porcentagem

de peixes que passam pelo STP, mas também o tempo de negociação no

canal de entrada do STP e o tempo de passagem dos indivíduos de cada

espécie pelo STP.

Resultados Esperados:

- Estimativa do número de indivíduos de cada espécie existente a

jusante/montante do STP.

- Eficiência de passagem das espécies alvo pelo STP (número de peixes

marcados que passam pelo STP/número de peixes marcados a

jusante/montante)

- Tempo de passagem de indivíduos de cada espécie pelo STP. Tempo

mínimo, médio e máximo. (pit-tag e radiotelemetria e telemetria acústica).

- Tempo de negociação de entrada no canal de atração do STP de cada

espécie. Tempo mínimo, médio e máximo (pit-tag e radiotelemetria e

telemetria acústica).

- Velocidades utilizadas pelas espécies durante a passagem.

Requisitos:

- Avaliação das características técnicas de cada metodologia de marcação.

- Definir a periodicidade da marcação de acordo com a metodologia.

5) Qual o tamanho das espécies que passam pelo STP?

- Objetivo: Avaliar se há seletividade de tamanho das espécies que utilizam o STP.

Metodologia:

. Medir e pesar os indivíduos que passam pelo STP. Os métodos são:

- Manipulação: Os indivíduos devem ser identificados, contados, pesados

(kg) e medidos (comprimento total e comprimento padrão). Determinar

classes de tamanho, permitindo comparações.

- A periodicidade de coleta deve ser no mínimo mensal.

- Medição através do visor: quando existir visor, pode ser utilizado

programa computacional que automaticamente identifique, conte e meça

todos os indivíduos que passam pelo STP.

Resultados Esperados:

- Distribuição dos peixes em classes de tamanho e por espécie.

Requisitos:

- Conhecimento da estrutura de tamanho das populações de peixes que

ocorrem na área de influência da barragem.

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6) Qual a variação temporal de utilização do STP?

Objetivo:

- Avaliar diferentes padrões temporais de utilização do STP (circadiano,

mensal e sazonal).

Metodologia:

- Identificar e quantificar todos os indivíduos que utilizam o STP ao longo

do ano e em ciclos de 24 horas. Os métodos utilizados são os já descritos

anteriormente. O esforço de captura deve ser padronizado nos diferentes

períodos do ano e, quando aplicável, ao longo do ciclo de 24 horas para

proporcionar comparações.

Resultados Esperados:

- Freqüência de utilização do STP pelas diferentes espécies ao longo do

ano. Resultados em número de indivíduos e biomassa.

- Freqüência de utilização do STP pelas diferentes espécies ao longo do

ano, resultados em proporções sexuais. Para isto uma amostra dos

indivíduos que passam pelo STP deve ter o sexo identificado.

- Freqüência de utilização do STP pelas diferentes espécies ao longo do

ano, resultados em proporções de tamanho. Para isto uma amostra dos

indivíduos que passam pelo STP deve ser medida.

- Freqüência de utilização do STP pelas diferentes espécies ao longo do dia

e, quando aplicável, ao longo do ciclo de 24 horas.

Requisitos:

- Adotar a metodologia adequada a cada tipo de STP.

7) Quais as características físico-químicas da água no STP e como variam ao

longo do ano?

Objetivo:

- Avaliar as características físico-químicas da água ao longo do ano e suas

correlações com a passagem de peixes pelo STP.

Metodologia:

- Registrar temperatura, oxigênio dissolvido, pH, turbidez e condutividade.

A freqüência e os locais de amostragem devem ser padronizados.

Resultados Esperados:

- Banco de dados das variáveis físico-químicas.

- Correlação destas variáveis com a freqüência de passagem de peixes pelo

STP.

Requisitos:

- Adotar a metodologia adequada a cada tipo de STP.

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8) Quais características ambientais e hidrológicas influem na passagem de

peixes pelo STP?

Objetivo:

- Avaliar a relação entre as características ambientais e hidrológicas com a

passagem de peixes pelo STP.

Metodologia:

- Registrar o ciclo lunar, vazão total, vazão turbinada, vazão vertida, nível

da água à montante, a jusante e dentro do STP, fotoperíodo e

pluviosidade. A freqüência e os locais de amostragem devem ser

padronizados.

Resultados Esperados:

- Banco de dados das variáveis ambientais.

- Correlação destas variáveis com a freqüência de passagem de peixes pelo

STP.

Requisitos:

- Estabelecimento de regras de comunicação entre a operação da usina e o

monitoramento.

9) A operação da usina tem influência sobre a passa gem de peixes pelo STP?

Objetivo:

- Avaliar relação entre as manobras operativas e a passagem de peixes

pelo STP.

Metodologia:

- Registrar paradas e partidas de máquinas, variação de carga das

máquinas, vertimento e arranjo de operação das máquinas.

Resultados Esperados:

- Banco de dados das variáveis operativas.

- Correlação destas variáveis com a freqüência de passagem de peixes pelo

STP.

Requisitos:

- Estabelecimento de regras de comunicação entre a operação da usina e o

monitoramento.

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10) Existe passagem de peixes de montante para jusa nte da barragem? Quais os

fatores que influenciam esta passagem?

Objetivo:

- Avaliar se existe passagem de peixes de montante para jusante da

barragem.

- Avaliar quais os fatores que influem nesta passagem.

Metodologia:

. Marcar indivíduos das espécies alvo e liberá-los a montante do STP.

- Marcas do tipo LEA: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A captura deve ser

feita a jusante/montante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados a

jusante/montante do STP. Utilizando-se este método, um grande número

de indivíduos poderá ser marcado visto que o preço das marcas é baixo,

no entanto todos os indivíduos que passam pelo STP devem ser

identificados e contados.

- Marcas do tipo elastômero: deve ser utilizado o maior esforço de captura

e marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A captura deve ser

feita a jusante/montante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados a

jusante/montante do STP. Utilizando-se este método, um grande número

de indivíduos poderá ser marcado visto que o preço das marcas é baixo,

no entanto todos os indivíduos que passam pelo STP devem ser

identificados e contados.

- Marcas do tipo pit-tag: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A captura deve ser

feita a jusante/montante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados a

jusante/montante do STP. Neste tipo de marcação ao menos dois leitores

automáticos devem ser instalados no STP, um na entrada e outro na

saída do sistema. Devido ao maior preço destas marcas um número

menor de peixes poderá ser marcado. Os dados obtidos, no entanto,

serão mais confiáveis, pois podem indicar não só a porcentagem de

peixes que passam pelo STP, mas também o tempo de passagem dos

indivíduos de cada espécie pelo STP.

- Radiotelemetria e telemetria acústica: deve ser utilizado o maior esforço

de captura e marcação possível de indivíduos das espécies alvo. A

captura deverá ser feita a jusante/montante por meio de redes de

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emalhar, tarrafa e pesca com anzol. Os indivíduos devem marcados e

liberados a jusante/montante do STP. Neste tipo de marcação ao menos

duas antenas receptoras devem ser instaladas no STP, uma na entrada e

outra na saída do sistema. Devido ao maior preço destas marcas um

número menor de peixes poderá ser marcado. Os dados obtidos, no

entanto, serão mais confiáveis, pois podem indicar não só a porcentagem

de peixes que passam pelo STP, mas também o tempo de negociação no

canal de entrada do STP e o tempo de passagem dos indivíduos de cada

espécie pelo STP.

Resultados Esperados:

- Identificação da freqüência de passagem de peixes de montante para

jusante.

- Identificação das vias preferenciais de passagem.

- Correlação entre fatores de qualidade de água, ambientais, hidrológicos e

operativos com a passagem de peixes de montante para jusante caso

ocorra.

Requisitos:

- Não há requisitos.

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5.3- Parâmetros da ictiofauna na região sob influên cia do STP

1) Há alteração da estrutura das populações e da co munidade de peixes

existentes na região de influência da barragem?

Objetivo:

- Monitorar mudanças na estrutura das populações e da comunidade de

peixes existentes na região de influência da barragem, incluindo

tributários.

Metodologia:

. Identificar a estrutura das populações e comunidade de peixes a montante e

jusante do STP.

- Manipulação: Devem ser utilizadas redes de emalhar com tamanhos de

malha variando de 3 a 16 cm (distância entre nós opostos), empregando-

se por estação o esforço de 760 m lineares no total, sendo 20 m para as

redes de malhas 3, 4 e 5 e 100 m para as demais malhas. Em cada ponto

de coleta, as redes devem ser colocadas ao entardecer e retiradas na

manhã seguinte, ficando expostas durante 12-14 horas aproximadamente.

Os peixes capturados devem ser acondicionados em sacos plásticos

etiquetados, separados por ponto de coleta, tipo de ambiente e malhas.

Para as coletas na região litorânea (coletas qualitativas) devem ser

utilizadas redes de espera, malha 1,6 cm, rede de arrasto de tela

mosqueteira abertura de 2,0 mm, através de 3 a 4 arrastos por ponto ao

longo de cerca de 10 metros da linha da margem e peneiras Os peixes

capturados devem ser identificados, contados, pesados (kg) e medidos

(comprimento total e comprimento padrão). Os pontos e a freqüência de

captura devem ser cuidadosamente escolhidos de forma a abranger o

maior número de habitats possível. A periodicidade de coleta deve ocorrer

no mínimo trimestralmente. Outros métodos de coleta podem ser

utilizados, como pesca elétrica ou utilização de tarrafa, desde que tenham

embasamento científico e possam ser padronizados.

- A abundância relativa da pesca experimental será determinada através da

captura por unidade de esforço (CPUE), definida como o somatório do

número (CPUEn) ou biomassa (CPUEb em kg) de peixes/100m2 das

redes empregadas/15 horas, sendo obtido da seguinte forma:

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CPUEn = i

n

=∑

1

N/E.0,1

e

CPUEb = i

n

=∑

1

B/E.0,1, onde

CPUEn = captura em número em 100 m2 por unidade de esforço;

CPUEb = captura em biomassa (kg) em 100 m2 por unidade de esforço;

N = nº de peixes capturados para um determinado tamanho de malha;

n = tamanhos de malha empregados (3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 14, 16);

B = biomassa (g) dos peixes capturados para um determinado tamanho de

malha;

E = esforço de pesca para um dado tamanho de malha (área de rede

empregada) durante o tempo de exposição.

- As composições das comunidades dos diferentes pontos de coletas e ao

longo do tempo devem ser comparadas utilizando-se o Índice de

Similaridade de Sorensen (Magurram, 1988) utilizando a fórmula:

IS = 2j/(a+b)

Onde:

IS = índice de similaridade;

j = número de espécies em comum;

a + b = número de espécies em dois pontos.

- Para o cálculo da diversidade de espécies devem ser empregados os

dados quantitativos obtidos com uso das capturas com redes de emalhar

(CPUE). Deve ser utilizado o índice de diversidade de Shannon

(Magurran, 1988), descrito pela equação:

S

H' = - ∑∑∑∑ (pi ) . (log n pi )

i = 1

Onde:

S = número total de espécies na amostra;

i = espécie 1, 2, 3 ...i na amostra;

pi = proporção do número de indivíduos da espécie i na amostra,

através da CPUE em número.

-

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- A equitabilidade (E) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada

para cada período de captura, deve ser calculada por meio da equação de

Pielou (1975).

E = H’/logS

Onde:

H’ = Índice de Diversidade de Shannon;

S = número de espécies;

- A riqueza de espécies (D) deve ser estimada segundo Odum (1985)

D = (S-1)/logN

Onde:

S = número de espécies;

N = número de indivíduos.

Exemplares das espécies devem ser depositados em coleções

científicas reconhecidas.

Resultados Esperados:

- Lista de espécies encontradas na região.

- Riqueza e diversidade de espécies na região de influência da barragem.

- Estrutura das populações em número de indivíduos, biomassa e

distribuição de tamanho na região de influência da barragem.

- Comparação entre as estruturas das populações e comunidade de peixes

nos diversos pontos da região de influência da barragem por meio de sua

similaridade.

- Curvas de acumulação de espécies ao longo das coletas realizadas.

- Comparação entre as estruturas das populações e comunidade de peixes

na região de influência do STP ao longo do tempo a partir de sua

similaridade.

Requisitos:

- Identificação da estrutura de populações e comunidade de peixes na

região de influência do STP pelos estudos realizados previamente à

operação do STP.

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2) Os sítios de desova existentes a jusante e monta nte da barragem continuam a

ser utilizados pelos peixes?

Objetivo:

- Monitorar a utilização dos sítios de desova de peixes existentes antes e

após a construção da barragem.

Metodologia:

. Coletar, identificar e quantificar ovos e larvas em pontos previamente

determinados a jusante e a montante do STP. Os métodos são:

- A coleta deve ser realizada com uso de rede de plâncton de malha de

0,5mm. Deve ser instalado um fluxímetro no centro da rede para medir a

velocidade e pelo conhecimento da área da rede tem-se o volume filtrado.

A densidade de ovos e larvas coletados por este método deve ser

calculada utilizando-se a seguinte fórmula (Nakatani et al, 2001):

Y=(x/V).10

Onde: Y=número de ovos ou larvas por 10m3

x=número de ovos ou larvas coletadas V=volume de água filtrada (m3)

Nos pontos de amostragem qualitativa os ovos e larvas devem ser

coletados por meio de rede de arrasto de tela mosqueteira abertura de

2,0mm, através de 3 a 4 arrastos por ponto ao longo de cerca de 10

metros da linha da margem e peneiras. Os ovos e larvas capturados

devem ser fixados em solução de formalina a 4%, tamponada com

carbonato de cálcio (1g de CaCO3 para 1.000ml de solução de formalina,

segundo proposto por Nakatani et al, 2001), identificados em laboratório e

quantificados. A periodicidade de coleta deve acompanhar as variações de

nível da água, pluviosidade e época do ano, a ser executada em trabalho

específico.

. Coletar e identificar o estágio de maturação gonadal das populações a montante

e jusante do STP:

- Manipulação: Para a avaliação da atividade reprodutiva em campo, os

peixes devem ser submetidos à incisão ventral para determinação do

sexo e do diagnóstico macroscópico de maturação gonadal. Para os

diagnósticos duvidosos, devem ser coletados fragmentos de uma das

gônadas, os quais devem ser fixados em líquido de Bouin e conservados

em álcool 700 GL após 24 horas para posterior processamento

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histológico;

- A análise macroscópica deve ser baseada principalmente no volume relativo

da gônada na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea

(machos e fêmeas), presença e tamanho dos diversos tipos de ovócitos

(ovócitos I, II, III e IV) e integridade das lamelas ovarianas (fêmeas). Para

esta análise devem ser considerados os seguintes estádios de

maturação, seguindo-se as características propostas por Vono et. al.

(2002):

6) Repouso – 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos

visíveis a olho nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente

hialinos.

7) Maturação inicial – 2A: ovários com discreto aumento de volume e

poucos ovócitos vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos

com discreto aumento de volume e com aparência leitosa.

8) Maturação intermediária – 2B: ovários com maior aumento de volume,

grande número de ovócitos IV evidentes, porém, ainda com áreas a

serem preenchidas; testículos com maior aumento de volume, leitosos.

9) Maturação avançada – 2C: ovários com aumento máximo de volume,

ovócitos vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com

aumento máximo de volume, túrgidos, leitosos.

10) Esgotado (desovado ou espermiado) – 3: ovários flácidos e

sanguinolentos, com número variável de ovócitos vitelogênicos

remanescentes; testículos flácidos e sanguinolentos.

- Em laboratório, o diagnóstico de maturação deverá ser confirmado através

de análise das gônadas em microscópio ou estereomicroscópio,

utilizando-se mesma escala macroscópica e levando-se em conta a

proporção dos diversos tipos de ovócitos e a presença de folículos

ovocitários vazios, especialmente para o estágio desovado.

- As gônadas também devem ser pesadas para avaliação do índice

gonadossomático.

- O índice gonadossomático será avaliado pela seguinte fórmula:

IGS = PG / PC X 100

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Onde:

- PG = peso da gônada;

- PC = peso corporal

Resultados Esperados:

- Freqüência de captura de ovos e larvas por ponto amostral e período do

ano.

- Conhecimento da distribuição freqüência de ocorrência (absoluta e

relativa) dos estádios de maturação gonadal de cada espécie a jusante e

montante do STP.

- Correlação destas variáveis com os dados obtidos previamente e após a

construção da barragem.

- Avaliação de mudanças na estrutura reprodutiva das populações locais.

Requisitos:

- Identificação dos sítios de desova pelos estudos realizados previamente à

operação do STP.

- Distribuição do estágio de maturação gonadal de cada espécie em número

de indivíduos e porcentagem nos pontos de coleta realizadas previamente

à operação do STP.

3) Os sítios de alimentação a jusante e montante do STP continuam a ser

utilizados pelos peixes?

Objetivo:

- Monitorar a utilização dos sítios de alimentação existentes antes da

construção da barragem pelos peixes.

Metodologia:

. Coletar e identificar o conteúdo estomacal das populações a montante e jusante

do STP:

- Após fixação em formalina a 10% por cerca de cinco dias e conservação

em álcool 70o GL, os peixes devem ser eviscerados para dissecção dos

estômagos. O conteúdo estomacal deve ser analisado em

estereomicroscópio e microscópio óptico. Os itens alimentares devem ser

identificados até o menor nível taxonômico possível. Para cada item

devem ser calculados a freqüência de ocorrência (Fi = nº de estômagos

em que ocorre o item i / total de estômagos com alimento) e seu peso

relativo (Pi = peso do item i/peso total de todos os itens), combinados no

Índice Alimentar (IAi) modificado de Kawakami & Vazzoler (1980):

n IAi = (Fi. Pi) / ΣΣΣΣ Fi. Pi , onde:

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i=1

IAi = índice alimentar do item i,

Fi = freqüência de ocorrência do item i,

Pi = peso proporcional do item i.

As abundâncias em número e biomassa das guildas serão

estimadas com base na captura por unidade de esforço (CPUE),

expressas em suas respectivas freqüências de ocorrência.

Resultados Esperados:

- Comparação entre a estrutura trófica das populações de peixes na região

de influência do STP ao longo do tempo.

- Identificação de mudança nos hábitos alimentares das populações de

peixes e correlação com o funcionamento do STP.

Requisitos:

- Identificação da estrutura trófica das populações nos estudos realizados

previamente à operação do STP.

4) A dinâmica migratória das espécies alvo continua a mesma?

Objetivo:

- Monitorar a utilização, pelos peixes, das rotas migratórias existentes antes

da construção da barragem.

Metodologia:

Marcar indivíduos das espécies potencialmente migradoras e liberá-los na região

afetada pela barragem. Os métodos são:

- Marcas do tipo LEA: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura

deve ser feita a jusante e montante com uso de redes de emalhar, tarrafa

e pesca com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados.

Utilizando-se este método, um grande número de indivíduos poderá ser

marcado visto que o preço das marcas é baixo, no entanto o esforço de

recaptura deve ser aumentado e o investimento em campanhas

educativas deve ser alto.

- Marcas do tipo elastômero: deve ser utilizado o maior esforço de captura

e marcação possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura

deve ser feita a jusante e montante com uso de redes de emalhar, tarrafa

e pesca com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados.

Utilizando-se este método, um grande número de indivíduos poderá ser

marcado visto que o preço das marcas é baixo no entanto o esforço de

recaptura deve ser aumentado.

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- Radiotelemetria: deve ser utilizado o maior esforço de captura e marcação

possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura deve ser feita

a jusante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca com anzol. Os

indivíduos devem ser marcados e liberados. Devido ao maior preço

destas marcas um número menor de peixes poderá ser marcado. Os

dados obtidos, no entanto, serão mais confiáveis, pois indicarão com

precisão as rotas migratórias.

- Telemetria-acústica: deve ser utilizado o maior esforço de captura e

marcação possível de indivíduos das espécies migradoras. A captura

deve ser feita a jusante com uso de redes de emalhar, tarrafa e pesca

com anzol. Os indivíduos devem ser marcados e liberados. Devido ao

maior preço destas marcas um número menor de peixes poderá ser

marcado. Os dados obtidos, no entanto, serão mais confiáveis, pois

indicarão com precisão as rotas migratórias. As grandes vantagens são

que este tipo de marcação pode enviar dados em três dimensões da

movimentação dos peixes e pode também monitorar os peixes a grandes

profundidades. As desvantagens são: é sensível à turbidez e formação de

bolhas de ar, as áreas de detecção são menores do que a rádio-

telemetria, os tempos de duração das marcas são menores do que os

rádios, o processamento dos dados pode ser lento (dados em três

dimensões) e ainda não foi desenvolvido um pacote estatístico para a

análise deste tipo de dados.

Resultados Esperados:

- Comparação entre as rotas migratórias utilizadas antes e depois da

operação do STP.

Requisitos:

- Identificação das rotas migratórias das populações nos estudos realizados

previamente à operação do STP.

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5) Quais as eventuais modificações sofridas pela pe sca profissional e pela

amadora na região de influência da barragem?

Objetivo:

- Avaliar o resultado da pesca profissional e amadora na região de

influência da barragem.

Metodologia:

. Realizar o monitoramento das atividades de pesca na região de influência da

barragem. Os métodos são:

- Inspeções na região de influência da barragem visando a identificação de

atividade de pesca profissional como presença de embarcações,

concentração de pescadores e locais de comercialização do pescado.

- Obtenção de dados desta atividade junto a instituições nela envolvidas

(ex.: IBAMA, IEF, FEAM, Colônias de Pescadores)

- Avaliação do desembarque pesqueiro proveniente da atividade de pesca

profissional e amadora na região de influência da barragem aplicando-se

questionários estruturados.

Resultados Esperados:

- Perfil da atividade de pesca amadora e profissional na região de influência

da barragem antes e após a implantação do STP.

Requisitos:

- Perfil da atividade de pesca amadora e profissional na região de influência

da barragem realizada em estudos prévios.

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5.4- Parâmetros gerais do Sistema de Transposição de Peixes a serem avaliados

1) O objetivo do Sistema de Transposição de Peixes está sendo alcançado?

Objetivo:

- Monitorar o sucesso das metas e indicadores propostos previamente à

construção do STP.

Metodologia:

- Relacionar todas as informações obtidas com o monitoramento do STP.

Resultados Esperados:

- Avaliação da estrutura populacional e tendências de espécies ameaçadas

de extinção.

- Avaliação da estrutura populacional e tendências apresentadas por

espécies de interesse econômico.

- Avaliação da estrutura populacional e tendências de dispersão de

espécies exóticas.

- Avaliação das rotas migratórias utilizadas pelas espécies após a

implementação do STP.

- Avaliação da pesca amadora e profissional a jusante e montante do STP.

- Avaliação da passagem de indivíduos das espécies alvo do STP.

- Avaliação da atividade reprodutiva das espécies alvo do STP.

- Avaliação da estrutura trófica das espécies alvo do STP.

- Definição de estratégias para a melhoria na operação do STP.

Requisitos:

Objetivos do STP devem estar definidos previamente ao início de sua

operação.

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66.. RREEGGRRAA OOPPEERRAATTIIVVAA PPAARRAA SSIISSTTEEMMAASS DDEE TTRRAANNSSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE PPEEIIXXEESS DDAA CCEEMMIIGG

A obtenção de dados durante o planejamento, construção e operação de Sistemas de

Transposição de Peixes deve objetivar a elaboração de regras operativas que tornem o STP mais

eficiente do ponto de vista ambiental e com custos econômicos menores. Esta regra operativa

deve desta forma maximizar o custo/benefício do sistema.

6.1- Dados necessários para se obter a regra operativa

► 1) Relação do número de peixes transpostos com variáveis ambientais.

► 2) Variação sazonal e diária da freqüência de passagens de peixes pelo STP.

► 3) Variação sazonal e diária do custo de operação, monitoramento e da água utilizada

pelo STP.

6.2- Como se obter a regra operativa

► 1) Obter um modelo preditivo do número de peixes transpostos mês a mês de acordo

com a relação com variáveis ambientais (ex: vazão, temperatura da água, pH, etc).

► 2) Determinar a variação do custo de operação mês a mês em função da probabilidade

de vertimento (disponibilidade de água), custos de operação e monitoramento do STP.

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6.3- Resultado obtido com a aplicação da regra operativa

► 1) Estimativa mensal do custo de transposição por indivíduo (exemplo no gráfico

abaixo).

Exemplo de gráfico gerado como resultado de aplicação da regra operativa. Retirado da

apresentação de Paulo Pompeu (CPH-UFMG) no 1o Seminário Interno da CEMIG Sobre

Sistemas de Transposição

6.4- Produto

1) Regra operativa baseada na realidade de cada Sistema de Transposição de Peixes.

Meses do ano e períodos do dia nos quais o STP deve funcionar e quando deve ficar

inoperante.

* Para mais informações consultar: Estabelecimento da Regra Operativa de um Mecanismo de

Transposição de Peixes do Tipo Elevador com Caminhão-Tanque. Paulo dos Santos Pompeu, Carlos Barreira

Martinez. RBRH – Revista Brasileira de Recursos Hídricos Volum e 10 n.4 Out/dez 2005, 31-42

set a dez

out a jan

nov a fevdez a mar

jan a abr

nov a mar

set a jan

out a fev

dez a abr

0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Custo por indivíduo (R$)

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

110.000

120.000

130.000

Núm

ero

de in

diví

duos

tran

spos

tos

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77.. LL IINNHHAASS DDEE PPEESSQQUUIISSAA PPRRIIOORRIITTÁÁRRIIAASS

Foram discutidas no seminário as linhas de pesquisas consideradas como prioritárias para o

aumento do conhecimento sobre a estrutura e funcionamento de Sistemas de Transposição de

Peixes. Estas linhas representam os pontos necessários de serem elucidados a curto e médio

prazos.

► Determinação das estratégias e estruturas necessárias para a transposição de

montante para jusante em barramentos.

► Avaliação da importância ecológica de espécies para a manutenção das funções do

ecossistema.

► Avaliação global de longo prazo de ictiofauna de bacias hidrográficas.

► Determinação das características natatórias, comportamentais e bio-mecânicas da

ictiofauna migradora de nossas bacias hidrográficas.

► Métodos automatizados para monitoramento de STPs.

► Utilização de motorização da água de atração de STPs para redução do custo de

operação (geração de energia).

► Estudos da dinâmica migratória da ictiofauna migradora de nossas bacias hidrográficas.

► Estudos sobre a fisiologia e estresse fisiológico da ictiofauna de nossas bacias

hidrográficas.

► Determinação da influência de fatores de qualidade de água, ambientais, operativos,

hidrológicos sobre a atração da ictiofauna migradora de nossas bacias.

► Avaliação de estoques pesqueiros: determinação de métodos e modelos que sejam

capazes de quantificar de forma mais precisa a densidade e produtividade da ictiofauna

em rios e reservatórios.

► Fatores ambientais que determinam o evento reprodutivo e seu sucesso.

► Identificação de habitats críticos.

► Recuperação de ambientes críticos.

► Fatores que determinam mortalidade em barragens.

► Passagem descendente de ovos larvas e jovens.

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88.. EESSTTRRAATTÉÉGGIIAASS DDEE DDIIFFUUSSÃÃOO DDOO CCOONNHHEECCIIMMEENNTTOO

Foram discutidas no seminário as estratégias necessárias para a difusão e aplicação do

conhecimento gerado sobre Sistemas de Transposição de Peixes. As principais estratégias são:

► Realizar periodicamente Seminários Internos sobre STPs. Nestes seminários

devem estar representadas todas as gerências da Cemig que lidam direta ou

indiretamente com a questão.

► Incentivar a realização de Seminário Nacional e/ou internacional de Transposição

de Peixes no qual devem ser apresentados trabalhos sobre a transposição da

Ictiofauna Neotropical.

► Incentivar a difusão de trabalhos científicos em Congressos e Eventos diversos.

► Realizar palestras para Comitês de Bacia, COPAM, SUPRAMs, Ministério Público.

► Divulgar esta metodologia de planejamento, construção, avaliação e monitoramento

de STPs para a sociedade na internet.

► Disponibilizar no site do Peixe Vivo, resultados de estudos de transposição

realizados pela Cemig e consórcios.

► Disponibilizar na rede de dados da Cemig os relatórios de monitoramento e

licenciamento de STPs para consulta das áreas de engenharia e meio ambiente.

► Redigir um relatório anual de transposição a ser feito pela Cemig e disponibilizado

internamente e externamente.

► Incentivar a publicação científica dos dados obtidos.

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99.. PPAARRTTIICCIIPPAANNTTEESS

Nome Instituição e-mail

André Cavallari Cemig [email protected]

Carlos Barreira Martinez UFMG [email protected]

Carlos Bernardo Alves Mascarenhas UFMG [email protected]

Clarissa Chalub UFMG [email protected]

Débora Henrique da Silva Moraes AHE Aimorés [email protected]

Edna Viana UFMG [email protected]

Fanny Tereza Cemig [email protected]

Fernanda Linhales Cemig [email protected]

Fernanda Silveira UFMG [email protected]

Fernando Pelicice NUPELIA [email protected]

Filipe Fonseca Machado Cemig [email protected]

Flavio Wolf Durão Projeto Peixe Vivo [email protected]

Francisco Ricardo de Andrade Neto Projeto Peixe Vivo [email protected]

Gilmar Bastos Santos Puc-Minas [email protected]

Hersilia Santos UFMG [email protected]

Hugo Godinho Puc-Minas [email protected]

Humberto Ribeiro Mendes Neto Cemig [email protected]

João de Magalhães Lopes Cemig [email protected]

João Victor Silva Lopes Cemig [email protected]

Leonardo Resende Cemig [email protected]

Luiz Gustavo Martins da Silva UFMG [email protected]

Marcos Liberato do Nascimento Cemig [email protected]

Newton Jose Schmidt Prado Cemig [email protected]

Oscar Moura Cemig [email protected]

Paulo dos Santos Pompeu UFMG [email protected]

Paulo Guimarães Neto Projeto Peixe Vivo [email protected]

Raoni Rosa UFMG [email protected]

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Raquel Coelho Loures Fontes Cemig [email protected]

Ribamar Moreira Cemig [email protected]

Ricardo José da Silva Cemig [email protected]

Thiago Ribeiro UFMG [email protected]

Vasco Campos Ortemg [email protected]

Volney Vono UFMG [email protected]

Zoraia Silva Bios [email protected]

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Gerência de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão 58

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