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~RAPA DE TECNOLOGIA AGRrCOLA E
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N9
Rue Jinjlm 8odnlco, 1024 - Pane RJ - CEP 22.480 - Fone: ~290 Telex: 33267 E8PA
007/83 número de páginas 08
ISSN 0101 - 5508
CARACTERIZAÇ.ÃD FíSI~íMICA IE á..Eos PARA FINS CCMWSTÍVEIS
1 Rosa R_ Szpi z
1 . INTRODUçAO
lFany H. Jab10nka lDa1va A.Pereira
A escassez e o alto custo do petróleo geram interesse em desenvolver fontes alternativas, de preferência renováveis, de energia. Além do etano1, os õ1eos vegetais possuem inúmeras caracteristicas que os qualificam para substi tuir o diesel, (OnO 1945, ono 1946) quer 1so~dos ou em misturas com o diesel ou etano1, mas os re$(lltados ainda são contraditórios . (Internationa1 Conferen ce on Plant an Vegetab1e oi1 "S fllé1s, 1982; pryde, LH., 1983)
A idéia da utilização dos õ1eos vegetais remonta a 1911 quando Rudo1f Diesel apresentou um motor movido a õ1eo de amendoim (Nitscke & Wilson, 1965, citado por Goering et alii, 1982) .
Os õleos vegetais não eram aceitos como combustiveis devido ao seu alto preço em relação aos derivados de petrõleo, porém com a crise def1agrada ... 1973, o interesse na u ti li zação foi renovado.
Este trabalho teve por objetivo avaliar as caracteristicas fisico-qu! micas dos õ1eos vegetais visando sua utilização como combustive1 .
lpesquisadoras do CTAA-EMBRAPA
.2 2. MATERIAL E I€TOOOS
2.1. Ma teri a 1
Foram utilizados cinco amostras de õleos brutos obtidos por prensageM, a saber: algodão, colza, soja, amendoim e girassol.
As amostras de õleo de soja, caroço de algodão e colza foram fornecidas pela indústria e, as de girassol e amendoim foram extraídas por expeller na planta piloto no CTAA.
2.2. Mêtodos
2.2.1. - Análises químicas e físicas dos õleos.
Foram determinados os seguintes índices químicos: acidez, saponifica-çao, iodo, perõxido e material i nsaponificáve1 empregando-se os métodos ofi ciais da American 011 Chemists' Society (AOCS, 1962).
A composição em ácidos graxos foi efetuada por cromatografia gás ltJIL do dos esteres metll lcos preparados segundo Hartman & Lago (1973).
Foi empregado um cromatõgrafo de gás CG 270 equipado com detector de
ionização de chama ã temperatura de 2700 C. A coluna utilizada foi de aço inox! dáve1 de 2,2 m de comprimento e diametro interno de l/B",empacotada com 20% de
DEGS sobre chromosorb W. A temperatura da coluna foi de 1700 C e a do bloco i!!. jetor de 2700 C. O gás de arraste empregado foi nitrogenio ã vazão de 40 ml/min.
A identificação dos ácidos graxos foi feita por comparação dos tempos de retenção dos picos das amostras com os de padrões de esteres metilicos co merclais analisados nas mesmas condições.
A quantificação foi efetuada por normalização interna, obtendo-se a percentagem de cada componente dividindo-se a área individual pela área total e multiplicando-se por 100. As áreas foram calculadas multiplicando-se as altu ras dos picos pelas respectivas larguras medidas na metade da altura.
.3. Os teores de cinza foram determinados pelo método da Association of
Offi cia 1 Ana 1yti ca 1 Chem1sts I (AOAC, 1965).
A densidade - nétodo AOCS, Cc 10a-20.
2.2.2. - Análises para cOlllbusdvel
O poder ca10rlfico (cIl10r;metro de Par) e a viscosidade (viscosimetro Saybo1t a 37,80C) foram determinados nos laboratórios do CENPES-PETROBAAS.
O ponto de névoa foi determinado pelo método ABNT - Ie - 102.
Ponto de fu190r pelo método AOCS - Cc 9a-48.
Solubilidade - efetuada por mistura de diversas quantidades de óleo com o solvente ã telllperatura ambiente.
RESULTADOS E OISCUSSAO
Não foram observadas diferenças consideráveis entre os ;ndices qu;m! cos dos óleos estudados (Quadro 1) com relação aos dados vigentes (Wolft',1968). Sõmente o óleo de caroço de algodão revelou um teor de cinzas elevado 0,14%.
A composição em ácidos graxos mostrou um perfil dentro dos padrões a~ tados (Wolff 1968), no óleo de colza foi detectado apenas 0,3% de ácido .rúcio. (Quadro 11).
Verificou-se que todos os óleos apresentaram-se insolúveis em álcool hidratado e anidro ã temperatura ambiente e, solúveis até 50% no óleo diesel. (Quadro 111).
A viscosidade cinemãtica variou de 34,28 cSt para o óleo de soja até 39,54 cSt para o óleo de amendoim. O poder ca lorlfico foi da ordem de 9500 cal/g para todos os óleos estudados. O ponto de névoa não pode ser detel"llinado para o óleo de caroço de algodão e colza devido ã coloração escura dos IeIMOS
(Quadro IV).
Todos os resultados se referem ã media ari tmetica de 2 detel"llina-ções.
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...
.7.
QUADRO IV
Caracteristicas dos óleos vegetais para fins combustiveis
OLEOS VEGETAIS TNDICES
Al 00 01\0 SOJA AIlENOOIM GIRASSOL COlZA
Viscoaidade cSt 37,8 C 36,51 34,28 39,54 36 ,3 35,8
Poder ca 10rifico ca1/g 9428 9535 9449 9430 9450
Psnto de névoa C -2 +8 -1
Psnto de Fulgor C 320 330 322 320 280
CONClUSIIO
O alto poder ca10rifico encontrado de todos os óleos indicariam sua
utilização para fins combustiveis, porém a viscosidade elevada e alto ponto de
fulgor geram a necessidade de modificação no sistema de injeção dos motores,ou transformação dos óleos em derivados de pontos de fulgor e viscosidades . mais bai xos.
Só é possive1 pensar em misturas desses óleos com diesel a tempera~
ra ambiente, poiS .são insolúveis em etano1 ã temperatura ambiente.
REFERENCIAS
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.8.
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