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RUMO À PRÁTIÇA EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL * • Nlarla Tereza Saraiva deSô~ Bacharel, Mestre e Doutoranttaem Administração de qmpresas pela EAESP/F~,y.j "",,~: * RESUMO: Este artigo discorre sobre os principais aspec- tos da temática meio ambiente, procurando apontar a preo- cupação ecológica como uma variável macro-ambiental a mais a ser considerada no planejamento estratégio das em- presas. Procurou-se compreender o processo de adaptação das empresas no Brasil aos novos valores de preservação do meio ambiente, através de exemplos de medidas que vêm sendo adotadas em resposta aos apelos das organizações in- ternacionais, do governo e da sociedade. * PALAVRAS-CHAVE: Gestão ambiental, desenvolvimento sustentável, tecnologia limpa, ecobusiness, marketing verde, reciclagem. .ft <, ;,'-'; Revistade Admjnl.a9ã~~ Empresas :'>:?"'".,,,,! ~ ,,:,,;~~ *.A8Sf8ACT: This article discusses about the principal p.J'intsrtlatively to the theme ·envir~f1.~entál.looking to pdi~t.o~tthe eé~.l~$icalworries as a~rnai:tq.:.~fftl'J.i~tal varia- ble >t.i)s~iüso cánsidered in the strategi€:al'planning of the e11~fjJri~. We tried to undersumd'the process df adapta- tion' of the enterprises in Brazil to the new values of preser- vation of environmental, through adopted atitudes answe- ring the pressure of the international organizations the go- vernment and the society. * KEY WORDS: Environmental management, sustentable development, clean technological, ecobusiness, green marke- ting, recycling. • Artlgóiba~ado na dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós- &~da EAESP/FGV. ,;",:J:i:i'i'",

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RUMO À PRÁTIÇA EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL *• Nlarla Tereza Saraiva deSô~

Bacharel, Mestre e Doutoranttaem Administração deqmpresas pela EAESP/F~,y.j

"",,~:

* RESUMO: Este artigo discorre sobre os principais aspec-tos da temática meio ambiente, procurando apontar a preo-cupação ecológica como uma variável macro-ambiental amais a ser considerada no planejamento estratégio das em-presas. Procurou-se compreender o processo de adaptaçãodas empresas no Brasil aos novos valores de preservação domeio ambiente, através de exemplos de medidas que vêmsendo adotadas em resposta aos apelos das organizações in-ternacionais, do governo e da sociedade.

* PALAVRAS-CHAVE: Gestão ambiental, desenvolvimentosustentável, tecnologia limpa, ecobusiness, marketingverde, reciclagem.

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Revistade Admjnl.a9ã~~ Empresas:'>:?"'".,,,,!~,,:,,;~~

*.A8Sf8ACT: This article discusses about the principalp.J'intsrtlatively to the theme ·envir~f1.~entál.looking topdi~t.o~tthe eé~.l~$icalworries as a~rnai:tq.:.~fftl'J.i~talvaria-ble>t.i)s~iüso cánsidered in the strategi€:al'planning of thee11~fjJri~. We tried to undersumd'the process df adapta-tion' of the enterprises in Brazil to the new values of preser-vation of environmental, through adopted atitudes answe-ring the pressure of the international organizations the go-vernment and the society.

* KEY WORDS: Environmental management, sustentabledevelopment, clean technological, ecobusiness, green marke-ting, recycling.

• Artlgóiba~ado na dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-&~da EAESP/FGV.,;",:J:i:i'i'",

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RUMO À PRATICA EMPRESARIAL SUSTENTAVEL

Hoje, crescimento econômico é enten-dido como o crescimento contínuo doproduto nacional em termos globais aolongo do tempo, enquanto desenvolvi-mento econômico representa não apenaso crescimento da produção nacional, mastambém a forma como esta é distribuídasocial e setorialmente. O desenvolvimen-to econômico passou a ser complementa-do por indicàdorés que expressam a qua-lidade de vida dos indivíduos: diminui-ção dos níveis de pobreza, desemprego edesigualdade; elevação das condições desaúde, nutrição, educação e moradia.ê

Observa-se que a evolução do termocrescimento econômico para desenvolvi-mento econômico incorporou outros as-pectos objetivando indicar a melhoria daqualidade de vida. Mesmo assim, o ter-mo desenvolvimento econômico não con-sidera o estado de depleção dos recursosnaturais.'

Somente no final da década de 60 e noinício da década cie70 surge um grupoque critica as ~ndências da sociedade in-dustrial. EstasC())Zíticasvoltavam-se paraos efeitos prejudiciais ao meio ambientedecorrentes da atividade industrial e docrescimento econômico.

Em 1970, reuniu-se o Clube de Romaalertando as autoridades para o proble-ma do desenvolvimento econômico, e em1971 publicou um informe denominado"Limites do Crescimento".

O estudo em questão mostra que, apersistir as taxas de crescimento demo-gráfico e econômico do mundo, efeitoscatastróficos ocorrerão em meados dopróximo s~~lllo,tais como: envenena-mento gerakda atmosfera e das águas, es-cassez de alim~1 bem. como o colapsoda produção ~~cola~illdustrial, decor-rentes da crfi!~ent~.escasseze esgotamen-to dos recursos naturais não-renováveis.

Do pós-guerra até fins da década de Recomenda o Clube de Roma, entre ou-60, o debate sobre crescimento econômi- tras medidas, a contenção do crescimentoco restringiu-se aos indicadores de cres- através de uma política mundial, visandocimento de produto real ou crescimento ao estado de equilíbrio e crescimentoze-do produto real per capita. Assim sendo, ro - que permita um balanço entre a po-os países desenvolvidos eram aqueles pulação do globo e a capacidade de pro-que possuíam maior taxa de crescimento dução do planeta na medida das necessi-da renda per capita. Os termos desenvol- dades de sustentação.'vimento e crescimento eram usados de As conclusões sobre o impacto ecolégí-forma indistinta. Não obstante, o avanço co dos trabalhos sobre os limites do cres-do debate trouxe como corolário a neces- cimento, "a ifJSIJJis[ação com o consumiemo,sidade de distinguir o~d.()il'term.0S.1 a desigual:fisd,' . , ca ao processo de in-

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. {<'1993, RevistadeAdminiãtrpoe~~1 EA~SPI FGV,sao.P~!8rá&lfEitr"-o' ',',' "', ',' .,' :"'Ç;""" .,'" .. ,-'," :-',: " .. '•.. :.<.... :, ,do- .. . .. ':·i:',.,,:>" ... '" ,',- -.:''1

INTRODUÇÃO

A variável ambiental de grande desta-que para as empresas na década de 90 éa preservação .do meio ambiente. Essaafirmação baseia-se no destaque quevem sendo dado ao tema nos encontros efóruns internacionais de empresários, nacriação do Conselho Empresarial para oDesenvolvimento Sustentávele, princi-palmente, nas ações desenvolvidas pelasempresas no que diz respeito à preservá-ção da natureza.

A defesa do meio ambiente deixou deser apenas assunto de ecologista e pas-sou a ter grande relevância nas estraté-gias empresariais. Algumas empresas es-tão procurando mudar a filosofia de sa-tisfação das necessidades do consumi-dor, objetivando uma melhor qualidadede vida para a sociedade, buscando solu-cionar os problemas ambientais e, aomesmo tempo, explorar as oportunida-des do ecobusiness. A preservação domeio ambiente converteu-se em um dosfatores de maior influência .da década de90, com grande rapidez de penetração demercado. '

No Brasil, muitas empresas estão seajustando para atender aos apelos deproteção do meio ambiente, apresentan-do soluções para a redução do impactode suas atividades no meio ambiente e ouso adequado dos recursos naturais,descobriram que não agredir o meio am-biente é economicamente viável. Assim,começam a apresentar soluções para al-cançar o desenvolvimento sustentável eao mesmo tempo aumentar ..a lucrativi-dade de seus negócios.

o ASPECTO ECONÔMICÔ'b'A"PROTEÇÃOAOMEIO AMBIENTE

1. MILONE, Paulo Cézar, Teoriado desenvolvimento econômico.In: PEREIRA, Wladimir. Manualde Introdução à economia. SãoPaulo: Saraiva, 1981, p. 334,

2. Idem, ibidem, p. 335,

3. A esse respeito ver: EHR·LlCH, Paul R, População, recur-sos, ambiente: problemas daecologia humana, São Paulo:Polígono, 1974, p, 385-8,

4. MEADOWS, Donella H. Limi-tes do crescimento. São Paulo:Perspectiva, 1973,

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jJ~1J AMBIENTAL

5. BUARQUE, Cristovan. O co-lapso da modernidade brasileirae uma proposta alternativa. SãoPaulo: Paz e Terra, 1991, p. 42.

6. BROWN, Lester R. Por umasociedade viável. Rio de Janei-ro: FGV, 1983, p. 37.

7. GARCIA, Ramon Moreira.Contribuição à formação de po-Iftlc4s públicas relativas ao meioam/Jiente. São Paulo: FGV,t9~,!.l. 10 (Relatório de Pes-qVi!!ª" 46).

:";"

•. $10(AT, (luy. Marxismo emBí& ilmblente. Lisboa: Seara,1977, p. 73.

9. FONSECA, Eduardo Gianettida. Crescimento econômico, li-berdade e natureza. Debate so-bre questão ambiental de um ci-cio de estudo promovido pelaFEA/USP.

10. OATES, Wallace E. Deveria apoluição ser tributada. Econo-mic Impact, Rio de Janeiro, v.65, p. 27-31, 3lItrimestre, 1989.

11. Idem, ibidem.

dustrialização - à escala mundial e dentro demuitos países - têm levantado dúvidas sobreo futuro da civilização industrial em suasatuais características. O avanço tecnológicovem apresentando deseconomias e risces. Asestr~~r41s sociais e industriais deixammms«~~~uas deficiências e insatisfaçij~6(/5. ), I~guestões levaram algunga~~atece~~\~l.1as·críticas ao desef\,,\,,~lvi",mento e®I\Ômico convencional. 1JeàdX~do com' Brown 6 o pensamento econômi-co convencional não tem oferecido res-postas plausíveis à saúde dos ecossiste-mas biológicos que servem de suporte àeconomia. Por essa razão, "deve-se fazerajustes em nossos padrões de consumo, polí-tica demográfica e sistema econômico se qui-sermos preservar os fundamentos biológicesda economia".

O desenvolvimento econômico gerouuma .escassez a qual Ophus? denominoude escassez ecológica. Segundo o autor, a"escqS$fz ecológica é um conceito altran.genteqeende os vários limites que.a.uatlJ,.

ao creecimetüo econômico, CQ-

m(J'~cij$tos.~1Sassociados a eête8(...ros limites relativos aos custos e11.etgéti...cos e aos recursos minerais não renováveis, e,sobretudo, os limites da biosfera às atividadestecnológicas do homem".

Para outros autores a eficácia dos me-canismos de mercado para lidar com aquestão da escassez ecológica é contestá-vel, pois o setor privado apropriou-sedos bens naturais de modo a obter lucrosem interesse em modificar o sistemaprodutivo para remediar ou limitar osdanos causados ao meio ambiente;"':';€>,~~éma de pr;eçcsna economig,,!ie~

~~mf!l~mente não capta os cúlfesam,'"'ÍfiIP~~'i?id~de econômica. UmajlQ.. ·tdaq,,~·lugar a uma fábriql

:.m 'w aparece·nlfiestatísticas comqra a sociedade, até aumento de renda 'per ca-pita. Assim, pode-se afirmar que a racionali-dade privada não bate com a racionalidadeso-cial, além dos custos ecológicos serem termosestranhos aOvocabulário econômico".9

Na década de 80, são criados algunsmecanismos econômicos com o objetivode solucionar a pressão do desenvolvi-mento econômico sobre a natureza. Sãoquatro os principais instrumentosvêm sendo discutidos e <:l"t"Ltll"~':>.t .•(;l

.be~:I11;:t.postosobre Poluição, "--OtóU!i._QJ;~~.·

vida em Investimentos na Natureza eContabilização dos Recursos Naturais.

O primeiro mecanismo, o Imposto so-bre Poluição serve para corrigir uma im-perfeição de mercado - a ausência de umpreço que retrate corretamente o custo derecursos esgotáveiselfiptegado na pro-~UÇãOde bens e se~~t. ~rimindo,a$sim, o uso excessiv~'~';,~dado dosrecursos ambientais eSC;.r~s.l(J

"A ausência de um preço apropriado paraalguns recursos escassos (como ar puro eágua potável) levou a sua superutilização re-sultando em algo que os livros chamam de 'fa-lha de mercado'. Um produtor, por exemplo,cuja fábrica despeja fumaça sobre uma árearesidencial vizinha está gastando um recursoescasso: ar puro. Em outras palavras, o pro-dutor está impondo custos efetivos a todosaqueles que precisam viver com ar poluído.Mas a empresa não precisa arcar com estescustos de forma análoga ao.que acontece comoutros recursos - trabâlho; 1JPtérias-primas-de que faz uso. Enquanti'J.09•.pr;eçosdo traba-lho e insumos estimula1TJ.q/~1!Itpresaa econo-mizar em seu uso, não é~tetal incentivo pa'-ra que controle suas emissões de fumaça.Sempre que um recurso escasso torna-se dis-ponível sem ônus (como é o caso de nossas re-servas de ar puro e água potável, de livreacesso individual) é provável que sua utiliza-ção seja excessiva. Produtores e consumidoresigualmente devem ser obrigados a suportar oscustos que suas atividades impõem a tercei-ros, se pretendem que tais atividades sejamajustadas emfunção de tais custes".11

Os pesquisadores. afirmam que é fácilmostrar, em termos de análise microeco-nômica, que se este imp~tofor fixadoem nível igual ao dO:Y~91"~os.prejuízos~rrentes de uma ~afPcionaldeetJ\tssão, as fontes emi~ ~jbincen--ti\fo adequado parw"c(intrôlarsuas dês-cargas poluidoras. A análise econômicaentão sugere a necessidade de tributar apoluição para que se corrija esta "falha"no sistema de mercado competitivo."

O princípio do imposto sobre polui-ção, parte da concepção básica de que osagentes poluidores devem ressarcir a so-ciedade pela destruição provocada. Senão se evita a poluição, evita-se, pelomenos, que os custos de produção sejamencobertos e que a sociedade venha pos-teriormente a pagar. pÓ1\: eles. Paralela-mente, cria-se um' ra financiar

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novas pesquisas e subsidiar o uso deformas alternativas menos poluentes,até que elas se tomem economicamenteviáveis.

Ao invés de tributar as emissões nasfontes, as autoridades ambientais criaramum segundo mecanism,c,;,/~tir um nú-mero limitado de pemú~~;plJ;, seja, au-tt>riz.u Cotas de Émissãc' dePol\ilentes.Cada país, região ou indústria ·.teria· umataxa de emissão predeterminada. Essa ta-xa poderia ser negociada, ou seja, as fon-tes estariam livres para comprar e venderas permissões de emissão P.

Nos EUA, a Agência de Proteção Am-biental já realizou alguns avanços em di-reção a um sistema de permissões trans-feríveis, através de seu Programa de Ne-gociação de Emissão para o Controle decertos poluentes na atmosfera. Alguns es-tados agora apresentam programas quepermitam às partes intercambiar permis-sões para emíssão.", 'A vantagem deste fi

,tPósto sobre a poluição, é> ••....,..~s auto-, ridades'ambientais contrate diteio sobreos níveis. de emissões através do'àcompa-nhamento do número de permissões."

É possível que esses dois mecanismosde mercado - o Imposto sobre Poluição eCotas de Emissão de Poluentes - resol-vam em parte a questão da escassez eco-lógica. Pelo menos dificultarão as empre-sas de apropriarem-se dos recursos natu-rais sem arcarem com os custos dos da-nos causados ao meio ambiente.

O terceiro mecanismo tem como objeti-vo solucionar a questão da dívida extema110spaíses em desenvol~t(). Para tan-to, os ambientalistas dlveram um.~trumento chamado, . .......\9 ~~.Dívi-~'emlnvestitnentos iã-iN'.e~~E~se;pfoceditnento tem comE>'t>&j~vo ~'Uziros problemas ambientais e, ao mesmotempo, contribuir para diminuir o ônusda dívida sobre as nações em desenvolvi-mento. A Conversão da Dívida em Inves-timentos na Natureza significa a comprade parte da dívida por organizações con-servacionistas, com deságio, para resgatá-la em títulos ou em moeda local junto aoTesouro do país, a ser investido em proje-tos de conservação da natureza. Atravésdessa medida torna-se p6s$ível promovero desenvolvimento s'U~ta4onos paísesem desenvolvimento,111ft '

Até junho de 1991, o WWF, Fundo pa-ra a Vida Selvagem Mundial, juntamentecom outras organizações de conservação,já haviam feito a conversão de parte dadívida em projetos ambientais dos se-guintes países: a.oJívia, Equador, CostaRica, Filipin~, República Dominicana,Madagascai'(~~*,-~~/.tâmbia e Sudão.Estes acord?~~~~o'~d,(). expandidospara o Perú;.·'1\ig~nti11'Ílé-oBrasil:"

No que conceme à preocupação com asoberania, os projetos de conservação fi-nanciados por meio de conversão da dí-vida não transferem propriedade de terrae repassam os recursos para grupos na-cionais de preservação ambiental."

Os agentes poluidoresdevem ressarcir a sociedade

pela destruição provocada.Se não se evita a poluição,evita-se, pelo menos, que os

custos de produçãosejam encobertos.

Uma das conseqüências para as em-presas dos países que estão convertendoa dívida extema~ investimento na na-tureza é aE.~itidade das organizaçõesde conserv~Oj n~dpnajs .ou intemacio-nais, passal'$N.a.,*#UlI);~er de pressãomaior junto emo'mcal. Este fatopode gerataai2:a~ão mais rigoro-sa nas emp as feita pelos órgãos quecontrolam a qualidade ambiental.

O quarto mecanismo, Contabilidadedos Recursos Naturais, foi criado com oobjetivo de deduzir os impactos ambien-tais das contas nacionais, que conduzemao PIB.19

As contas da renda nacional, que for-necem a estrutura para a análise do de-sempenho d.e uma economia, têm comocomponente i . conhecido dos dados

13. Idem, ibidem.

14:Idet'\1,ibidem..L.:,_, ...."},

~.}:n(llJitjem;

1tíPütLER,iKithyrn, S·iCon-<~ve~dadf\tidaem investimen-

to na natureza: novo instrumen-to para a conservação. Econo-mic Impact, Rio de Janeiro, v.65, p. 39-44, 32 trimestre, 1989.

17. MAIMON, Dália. Ensaios so-bre economia do meio ambien-te. Rio de Janeiro: APED, 1992,p.124.

18. FULLER, Kathyrn S. Op. cit.

19. REPETTO, Roberto. O por-quê. d.acontabilização dos re-éUIsoS naturais. Economic Im-pact, fljo de Janeiro, v. 71, p.

9 trimestre, 1991.

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jJ~lJAMBIENTAL

a primeira vez em que representantes degovernos uniram-se para discutir a ne-cessidade de tomar medidas efetivas decontrole dos fatores que causam a degra-dação ambiental. 24

Nesse evento popularizou-se a fraseda então primeira ministra da índia, Indi-ra Gandhi: "A pobreza é-a maior das polui-ções". Foi nesse contextp que os países dosul afirmaram que a solução da poluiçãonão era brecar o desenvolvimento e simorientar o desenvolvimento para preser-var o meio ambiente e os recursos não-re-nováveis."

O documento final da Conferência,Declaração sobre Meio Ambiente Huma-no, resultou numa agenda padrão e nu-ma política comum para a ação ambien-tal, contendo 23 princípios, entre os quaisalgumas das teses desenvolvidas pelospaíses periféricos."

A partir dessa conferência, quase todasas nações industrializadas promulgaramlegislações e regulamenêés ambientais.Além disso, criaram ~~téri()ou orga-nismos encarregados.do meio ambientepara enfrentar de maneira mais eficaz adegradação da natureza."

Organizações intergovernamentais in-corporaram a questão ambiental em seusprogramas. Um grande número de am-bientalistas e de organizações não-gover-namentais surgiram em todo o mundo.Os empresários passaram a levar mais asério os assuntos ecológicos. A conscien-tização dos cidadãos cresceu e a discus-são foi ampliada e aprofundada."

Entretanto, houve pouco progresso nosentido de resolver as conseqüências pa-ra o meio ambiente decorrente do cresci-mento econômico. Pora-íeso..o aumentoda população e da pob~zado$países emdesenvolvimento coatríbuíam com a de-teriorização ambíental."

A integração dos conceitos meio am-biente e desenvolvimento recebeu umnovo impulso com o relatório da Comis-são Brudtland, Nosso Futuro em Comum.Este relatório alerta as autoridades go-vernamentais para tomarem medidasefetivas no sentido de coibir e controlaros efeitos desastrosos da contaminaçãoambiental, com o intuito de alcançar odesenvolvimento sustentável."

Os principais problemas abordadosnesse relatório fora~~~tamento, po-

20. Idem, ibidem.

21. STERENBERG, Leila. A con-tabilidade ecológica. Economiae Desenvolvimento, Rio de Ja-neiro, v.2 n. 22, p. 27, dez.1992.

2%. CALDWELL, Lynton K. Umapolítica mundial para o meioambiente. O Correio, Rio de Ja-neiro, V. 1, n. 3, p. 4-7, mar.1973.

23. DROSTE, Bernd Von. Paraum desenvolvimento duradou-ro: conservação e desenvolvi-mento são dois lados da mesmamoeda. O Correio, Rio de Janei-ro, v. 15, n. 12, p. 4-7, dez.1987.

24. CALDWELL, Lynton K. Op.cit.

25. STRONG, Maurício. O desti-no da terra está em nossasmãos. Ecologia e Desenvolvi-mento, Rio de Janeiro, v. 2, n.15,p. 1~,15, maio 1992.

Z6.:GUIMARÃES, Fausto. O Bra-sil na Conferência de Estocol-mo. Ecologia e Desenvolvimen-to, Rio de Janeiro, v. 2, n. 15, p.39-41, maio 1992.

27. CALDWEL, Lynton K. Op.cit.

28. STRONG, Maurício. Op. cit.

29. Idem, ibidem.

30. COMISSÃO MUNDIAL SO-BRE AMBIENTE E DESENVOL-VIMENTO. Nosso futuro em co-mum. Rio de Janeiro: FGV,

sez de recursos naturais, assim como osistema de contas nacionais das NaçõesUnidas, adotado pela maioria dos países.Como resultado, um país pode exaurirsuas reservas naturais, derrubar suas flo-restas e levar à extinção da vida silvestresem deduzir esses danos ambientais nacoritabilidade nacional. 20

A ONU já despertou para a I\eçessida-de de implementar a contabilidade am-biental," incluindo a degradação dos re-cursos naturais e do ambiente nas contasnacionais de alguns países. Pesquisa nes-sa área está sendo realizada em diversospaíses, entre eles o Brasil. Os EUA já pos-suem estudos completos de contabilida-de ambiental."

A Conversão da Dívida em Investi-mentos na Natureza e a Contabilidadedos Recursos Naturais são procedimen-tos que contribuem para realçar a impor-tância da questão ambiental para o setorpúblico. Conseqüentemente, levar-se-á osorg~smos públicos de controle~.mbien-tal a' cobrarem das empresas medidasefetj,vasde proteqão ao meio ambienfe.

o DESPERTAR MUNDIAL DA CONSCIÊNCIAECOLÓGICA

A Conferência sobre a Biosfera realiza-da em Paris, em 1968, mesmo sendo umareunião de especialistas em ciências, mar-cou o despertar de uma consciência eco-lógica internacional. 22

Essa Conferência resultou no lança-mento, em 1971, do Programa o Homeme a Biosfera, também conhecido como oprojetoMAB da Unesco. As atividadesdq,MAB baseiam-se num conceito nove,_1~;~c1'lservaçãOfJfl,:aum desenvolvimento. ~nra-"d(J~o.(; •.) Qtrabalho do MAB já nã{J~S-

te 'em denunciar as atividades nocioassio meioambiente, mas em propor ações capazes ieconciliar os imperativos do desenvolvimentocom os da preservação do meio natural".23

O Programa o Homem e a Biosfera e oinforme Limites do Crescimento influen-ciaram na convocação pela ONU de umaconferência mundial sobre problemasambientais.

A primeira Conferência das NaçõesUnidas sobre Meio Ambiente, realizadaem Estocolmo em junho de 1972, veio co-

ambiental nasag~l1~~~qJl!~~'~ orS'!:aI1ltzelCõesint~.,I'l~i

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RUMO A PRATICA EMPRESARIAL SUSTENTAVEL

breza, mudança climática, extinção de es-pécies, crise da dívida, destruição da ca-mada de ozônio, entre outros."

As recomendações da Comissão Brund-tland serviram de base para a Conferênciasobre Meio Ambiente e De~vplvimento,realizada no Rio de r ' JJP. junho de1992, por ocasião do 'ário da~íêmf~ência de Estolco~iJ" q:.. .•...ioo daConferência do Rio seria avaliar c~ os critétrios ambientais haviam sido incorporados naspolíticas e no planejamento dos países desde aConferência de Estocolmo."32

Os documentos resultantes da Rio-92foram a Carta da Terra (rebatizada deDeclaração do Rio) e a Agenda 21.

A Declaração do Rio visa "...estabeleceracordos internacionais que respeitem os inte-ressesde todos e protejam a integridade do sis-tema global de ecologia e desenvolvimento ..."33

A Agenda 21 dedica-se aos problemasda atualidade e almeja preparar o mundo

"' para os desafios do próx~o. século. Ela.r ' reflete o consenso global e .., Tpromis-

'{.~ pelítíco no seu mais~l~ .•' 1, objetí-"va~doO' Idesenvolvimen~ eC);çoinp~()-misso ambiental. No entanto, para a im-plementação bem-sucedida desta Agen-da é necessário o engajamento e respon-sabilidade dos governos.ê'

A Agenda 21 constitui um plano deação que tem como objetivo colocar emprática programas para frear o processode degradação ambiental e transformarem realidade os princípios da Declaraçãodo Rio. Esses programas estão subdividi-dos em capítulos que tratam dos seguin-tes problemas: atmosfera, recursos da ter-ra, agricultura sustentãvefdesértífícação.florestas, biodiversidaci~(~iôtecIl()logia,IJ;l\ldanças climáticas,g5~apos, méiQiam-biente marinho, água;~~vél, res:íduÇ)ssólidos, resíduos tóxicos, 'rejeitos perigo-sos, entre outros."

O grande debate, tanto nas reuniõespreparatórias como na Conferência doRio, foi sobre o financiamento da Agenda21. A quantia de recursos financeiros queos países ricos destinariam anualmenteao financiamento da mesma."

As áreas-programas que constituem aAgenda 21 são descritas em termos de:base para ação, objetivos, atividades emeios de implantação. Ela se desenvolve-rá ao longo do tempo à luz das mudan-ças necessárias e circ~tanC~, marcan-

do o começo de uma nova parceria globalpara o desenvolvimento sustentãvel."

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEl

O termo dese1\vQlvÍJ:nento sustentávelsurge pela í~:vezem 1980, no do-cumento Es onservação Mun-dial: conse os vivos parao desenvof r ", eiitável. Esse do-cumento foi publicado pela União Inter-nacional para a Conservação da Natureza(UICN), pelo Fundo Mundial de Vida

Um país pode exaurirsuas reservas naturais,

derrubar suas florestas elevar à extinção da vida

silvestre sem deduzir essesdanos ambientais na

contabilidade nacional.

Selvagem (WWF) e pelo Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente(PNUMA).~

De acordo com esse documento "paraser sustentável, o 4~envolvimento precisa le-var em contaf4ttJt'etNociais e ecol6gicos, as-sim como eC(!fl'ômic9f;as bases dos recursosvivos e não-vivo~;~s,,!(l~.ag~ns e desvanta-gens de ações.~lft.1'1J.Qtiv(,JS.t.fl.ylongoe a curtoprazos."39,.;<"'\" .' "

Em 1987,a'Comissão Mundial sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento ela-bora um novo significado para o termo.Para a comissão, desenvolvimento sus-tentável passa a ser "aquele que atende àsnecessidades do presente sem comprometer asgerações futuras atenderem as suas prôpriasnecessidades. "4()

Segundo a comissão, as nações domundo deveriam incluir em suas políti-cas ambientais e desenvolvimentistas osprincípios qüed~rivam do conceito dedesenvolv'" dsustentável, a saber:

p.46.

32. GUIMARÃES, Fausto. Op.cit.

33. DECLARAÇÃO DO RIO. Eco-logia e desenvolvimento. Rio deJaneiro, v. 2, n. 15, p. 26-28,maio 1992.

34. UNITED NATIONAL CONFE-RENCE ON ENVIRONMENT ANODEVELOPMENT. Rio de Janeiro,Agenda 21, Chapter 1, Pream-ble. June 14, 1992, p, 1-3.

35. UNITED NATION CONFE-RENCE ON ENVIRONMENT ANOQEVELOPMENT. Rio de Janeiro,Ag&i1da 21; June 14,1992.

3II.'B.tSStll, ~;'íz. As dores do"pârtQ de úm mundo novo. Eco-

logia e desenvolvimento, Rio deJaneiro, v. 2, n, 15, p. 16-23,maio 1992.

37. UNITED NATIONAL CONFE-RENCE ON ENVIRONMENT ANODEVELOPMENT. Op. cit.

38. STARKE, Linda. Lutando pornosso futuro em comum. Riode Janeiro: FGV, 1991, p. 9.

39. Idem, ibidem.

40. COMISSÃO MUNDIAL SO-BRE AMBIENTE E DESENVOL-ViMtiNJP. Op. cit.

.t6;·~:2~'~:""';~,-e ,.t;,.",/,:'i 45

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1J~1JAMBIENTAL

ibidem, p. 52-70.

::ONi,Margaret: Ambi~s e déflciênóias do oon-

ceito desenvolvimento sustentá-vel. Revista de Administraçãode Empresas. São Paulo, v. 32,n. 2, p. 14-24, abr./jun. 1992.

43. Idem, ibidem.

44. Idem, ibidem.

45. 'Idem, ibidem.

46. STARKE, Linda. Op. cit. p.102-3.

47. COMISSÃO MUNDIAL SO-BRE AMBIENTE E DESENVOt-

yIMENTO. Op. cito p.,244-58.

reativação do cresdmento; mudança daqualidade do crescimento; conservação efortalecimento da base dos recursos; ga-rantia de 1;Úveispopulacionais sustentá-veis; reorientação da tecnologia e, admi-

dos rísces; integração do :me~oe da economia nos p, '.'s; reformulação das

acionais; reviaciona1.41 "

Barofii fez uma revisão crítica do ter-mo desenvolvimento sustentável apon-tando as contradições e inconsistênciasdas definições adotadas por alguns auto-res e organizações mundiais. Dê acordocom a autora, "existe uma diversidade deidéias que reflete afalta de precisão na concei-tuação corrente do termo (...) Há a~t~res queconfundem desenvolvimento sustentável comsustentabilidadeecol6gica -que tem à ver so-men.#ecom a capacidade dos rec~rsos se re-

, ou não se esgotarem -i ~'fitíi'.1Ifi re«haver limites p. .

õmicà noraue ele é i

jetifJos tral:ticilonaisálC)fÍt'stt1r1;JOlvirllréJram asustentabilidade eco16gicano passado,que novos insights sugerem que esta contra-dição possa ser evitada nofuturo?,,43

Já para Rattner, lia incorporação da di-mensão ambiental nas estratégias e projetosdecrescimento econômico não é condição su-

nem para o desenvolvimenmsusten-nem-para a melhoria de vida,dos,pobres

edJesvlrovl!dos(...) É necessária abu~ade, pa•.

tável, fugindo 4as visões normativas e ãiscu-tindo concretamente suas reais possibilidadesde existência.".(4

Assim, tanto Lelé

o consensoca empresarial

nifi(ia' mudança de v8l101t'eSção em seu sistema operacional, vislum-brando a preservação do meio ambiente.

GESTÃO AMBIENTAL

o conceito de gestão ambiental nãoapresenta ainda um significado strictosensu, mas .existem algumas pl1opost:as asempresas sobre dilreb~,espráti!caspelos teJ,reseIltant~~s'.(ie<cQlnu.nÍ(ia(les

apresentamno qUê diz

çãodomeio ambient~,As'reeomendações às empresas pelos

Princípios Valdez dizem respeito à prote·ção da biosfera, uso sustentável de recur-sos naturaisl redução e despejo de resí-duos, uso prudente de, energia, reduçãode riscos, comercialização de produtos eserviços seguros, compensação por danoscausados, informação ao público e aosempregqdos~,maciUen«~'l,r~~dki<ÚSà saúde e ao meio decargos de drlZet~r.~$:)l~,.~,~nnistta(:lQ1·esambientais e '

A COltnis,são

deve-se guiarrios: criar metas, regulamentosvos e padrões ambientais; tomar mais efi-caz o uso dos instrumentos econômicos;fomentar a avaliação ambiental; aumen-tar a capacidade de lidar com os riscosdecorrentes da atividade industrial; eapoiar os esforços internacionais paraajudar os países emd;esenvolvimento.47

Já a Agenda 21 convpc;a as empresas auma participação ativa naimplementa-ção de seus programlis que levarão aodesenvolvimento sust~ntável. Para aAgenda, as políticas ia e do,co-

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RUMO À PRÁTICA EMPRESÂRIAL SUSTENTÁVEL

mércio, incluindo as empresas multina-cionais, têm o papel fundamental na. re-dução do impacto no me;.o ambiente e nouso dos recursos naturí,ÚS,atra.vês de pro-cessos de produção eficiEnlte$'estratégiasprceventivas, minimi~~4esperdí-cios,tecnologias de,' limpas e

1;';,r~edimentos adequa t~ todo,.~ o~~de vida do. pro

as empresas devem pro(: '.. éria. ecooperação na transferência de 'inovaçõestecnológicas em prol do desenvolvimentosustentável. 48

Segundo, ainda, a Agenda 21, O desen-volvimento sustentável pode ser alcança-do com o uso de instrumentos de merca-do, no qual os preços de mercadorias eserviços devamrefletir os custos ambien-tais de seus insumos, processos produti-vos, uso e reciclagem dos produtos. 49

De acordo com estes documentos, asempresas devem rec0nll~~F.~ gerênciaambiental como prioridad~5()rporativa

C()ínO a determinan~~~f.dodesen-'<iólvim~nto sustentãvelj tiat~;~~segurar~;·que suas atividades não tél:ili'amum iIp.-pacto negativo na saúde humana e noambiente. É preciso ter possibilidade deestabelecer um balanço do estado e dascausas de degradação do meio ambien-te, de procurar novas técnicas e proces-sos produtivos, bem como criar medidaspreventivas.

DO CONTROLE DA POLUiÇÃO AO IJSO DETECNOLOGIAS LIMPAS

A Agenda 21 salienta que um impor-.tantecamlnho na co da susten-

~l' >lâbilidade ecológica é riádos sis-',..',i " "i S ,d,e,..produção d.i!t·~l'I;olo-::li:\c>'" > ..

$ht ,r z .eiptocessos que u,: ••/ . de:~;ft)rmaeficiente, evit~fugos; ne-

cessário, portanto, substituir por tecnolo-gias, engenharia, know-how e práticas ge-renciais que minimizem os refugos du-rante o ciclo de vida doproduto."

~gundo Maimon, a capacitação dasempresas em responder às questões am-bientais é diferenciada entre países e se-tores industriais, devido, na maioria dasvezes, à.pressão do movímento.ambien-talista e da legislação ambiental. 51

Na década de 70, a política ambientaldas empresas dos.pai~s,d·rnitava-se a íncorpi

--1,\ - -.- ". '.

depuração face às exigências dos órgãosgovemarnentais de controle.52

A tecnologia de depuração, tambémconhecida como. técnicas de final de li-nha, não m<>difica produtivo,

incoll,or~il~:t1dlparnerltos antípo-Assim, surgede. produtos

poluição

Para evitar o foi criadauma técnica "de segunda geração, de caráterpreventivo, que consiste tanto na introduçãode novos processos de produção menos po-

As empresas devem

reconhecer a gerência

ambiental como prioridade

corporativa e como a

determinante-chave do

desenvolvimento

sustentável.

luentes,alteração das matérias-primas utili-zadas na transformação industrial, como tam-bém nairrrodijicaçãOdoproduto finill.'I54

Assim, êl partir da década de 80, a ên-fase passa de vida do produ-to - de matéria-pri-

~1(:a.çj;\o,destinação.disloosílcão final

dores, devem observar osdanos que seus produtos causam ao am-biente - em todos os estágíos."

A U causa verde" oferece à empresaoportunidades de adicionar valor - epossivelmente obter vantagem competiti-va através da percepção p.lÍblica favorá-vel, economia de custo ou rendimentosadicionais - enquanto alivia os efeitos deseus produto&\e.processos produtivos noambiente.

Uma seja naJi)r€)(:etliSOSproduti-

48. UNITED NATION CONFE-RENCEON ENVlRONMENT ANODEVElOPMENT. Rio de Janeiro,~f1(JI1da21,Chapter 30, Streng-theninU"itle <,fole business andilldust,y.June 14, 1992. p. 1-3.

-,.- .

.:;~~,jbi~;

,•. Idem, ib~.

51. MAlMOM, Dália. Empresa emeio ambiente. Tempo e Pre-sença, São Paulo, v. 14, n. 261,p. 49-51, fev. 1992.

52. Idem, ibidem.

53. Idem, ibidem.

54. Idem, ibidem.

55.BLUMENFElD, Karen. Focus011 environment: rnanaging theproduct Ufe cycle. ManagementRev!ew,New Vork, n. 80, p, 30-

1.

47

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jJ~I1.'AMIHENTAL

/

vos menos poluentes, seja na alteraçãodas matérias-primas utilizadas na trans-IQzmétça·oindustrial, seja na modificaçãodo 'Pl'lod\ltofinal, garantiriam a utilização

recursos naturais e cU.I~ria)nas empresas.

rém, face à pressão do consumidor, asempresas estão agindo proativamente, e,em muitos casos, antedpando--se à pró-pria legislação.

As estratégias de

,(o "~:@nl~tlríi:s1taque

a sociedade ao'aeiS-•••••1·t!!i'T<>J tendo como prinçipal estratégiaa~/obsolescência programàda". Por con-seguinte, as pessoas aprenderam a des-perdiça!', a usar e descartar. De roupas acopos, de carros a eletrodomésticos. /IAspessoas passaram a ser chámadas não mais decidadãos mas de consumidores" 56

Os ambientàlistas prlDCtlra:m,d.e~:nons-

p.essoas a quepreci-sam, forçando asell1presas a exauriremos recursos naturais.57

Nosestá qUJe~~k<?n.an'lO

exigências da ""rj",QJ;l·rv,~r:;j·t"I

meio ambiente, através da utilização ra-cional dos recursos naturais e eliminaçãode poluentes.

A década de 90 abre

uma nova era na economia

mundial na qual o

crescimento ecológico será

o centro das atenções

em todos os países

desenvolvidos.

'Â~:WilHS; .HOR .. n. () trálJalho crfáti-

vo.slÍ.o PaulO: CUltrix, 1990, p.45.

57. KOTHER, Phllip. Marketing.São Paulo: Atlas, 1980.

58. OUVEIRA, Margarida et aI.As oportunidades verdes. Pe-quenas Empresas Grandes Ne-gócIos. Sã9 Paulo, v. 4, n. 42,p. 26·35, jul. 1992,

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RUMO A PRÁTICA EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL

A consciência ecológica por parte dasempresas resultou, também, na "modifica-ção do conceito de qualidade do produto, queagora precisa ser ecologicamente viável. Recen-te estudo americano concluiu que, no primeirosemestre de 1990, 9,2% dos produtos introdu-zidos no mercado eram anunciados 'verdes',enquanto, em 1985, estes constituíam apenas0,5%."61

11As experiências pioneiras de endosso daecologicidade do produto, mediante o selo ver-t:k, são a alemã, a canadense e a americana. OAnge Bleu, garantido por uma companhia go-vernamental alemã, foi introduzido em 1978 ejá alcança 3600 produtos. A experiência cana-dense Choix Ecologique, lançada em 1988 eefetivada em 1991, é um pouco mais rigorosa:uma comissão analisa todo o ciclo de vida deum produto desde a fabricação até a elimina-ção. Até junho de 1992 somente 14 produtosganharão tal aval. 11 62

Nos EUA, os selos ecológicos GreenCross e Green Seal são endossados por duasorganizações privadas. O Green Cross foicriado por uma empresa de pesquisa inde-pendente para revisar produtos e concederselos àqueles que alcancem os padrões exi-gidos pela organização. Os critérios utili-zados na análise dos produtos são a emba-lagem, a biodegradabilidade, a eficiênciaenergética e o uso de recursos sustentá-veis. Já o Green Seal visa a avaliar os aspec-tos do ciclo de vida dos produtos e utilizaos mesmos critérios do Green Cross. Ambosos programas gozam de grande credibili-dade no mercado americano.P Alguns em-presários e agências de propaganda vêmse utilizando do apelo ecológico na publi-cidade inadequadamente. Para que istonão continuasse ocorrendo foram criadas,em alguns países, leis eentidades que re-gulam a publicidade com o objetivo deevitar a atrelação de alguns produtos àecologia, sem que a empresa tenha umaverdadeira preocupação ambiental.

Para não macular sua imagem corpora-tiva e mais tarde não perder mercado - asempresas estão sendo obrigadas a reversuas normas e reavaliar suas estratégias.Este comportamento é mais comum empaíses desenvolvidos, onde a preocupaçãoambiental é mais acentuada.

No futuro todos os produtos serão ex-plícita ou implicitamente verdes. Osconsumidores do mundo inteiro darãopreferência àquelas marcas e produtos

que, além de prestarem os serviços aque se propuseram, também respeitarãoa natureza.

ECOBUSINESS

Elkíngton= expôs em seu livro, TheGreen Capitalism, os caminhos pelos quaisinevitavelmente o capitalismo e o ecolo-gismo se encontrariam. Salientou que atendência mundial ao desenvolvimentosustentável cria novas oportunidades pa-ra as empresas, portanto, investir no am-biente é um elemento chave da competi-tividade.

A relevância da preservação ambientalno meio empresarial manifestou-se atra-vés de seminários internacionais e de cria-ção de órgãos responsáveis pela dissemi-nação da prática empresarial sustentável.

Em 1989, foi realizado na cidade suíçade Davos o World Economic Forum, semi-nário que reúne anualmente empresários,financistas e políticos de todo o mundo.Pela primeira vez, discutiu-se neste fóruma necessidade de .adequar os planejamen-tos econômicos à realidade do meio am-biente e introduzir o termo crescimentoecológico no mundo dos negócios, comosalientou a primeira Ministra da Norue-ga, GroU Harlem Brundland. Para o ex-primeiro-ministro francês, Raymond Ba-re, lia década de 90 abre uma nova era na eco-nomia mundial na qual o crescimento ecológi-co será o centro das atenções em todos o paísesdesenvolvidos. 11

Em 1991, foi criado o Business Councilfor Sustainable Development (Conselho Em-presarial para Desenvolvimento Sustentá-vel), um órgão ligado à ONU, que tem co-mo objetivo engajar a comunidade inter-nacional de empresários nas discussõesem tomo do desenvolvimento industrialsustentável. Entre os preceitos do BusinessCouncil estão os de estimular o empresa-riado mundial a cooperar com os gover-nantes na discussão e estabelecimento demetas ambientais e também garantir que odesenvolvimento destas propostas ocorradentro da economia de mercado.v

Uma pesquisa realizada pela HarvardBusiness Review mostrou o interesse mani-festado pelos empresários e executivos emrelação ao meio ambiente. O índice entreos japoneses é de 44%, entre os alemães36% e entre os brasileiros 9%.66 O merca-

61. MAIMOM, Dália. Op. cit.

62. Idem, ibidem.

63. MAKOWER, Joel; ELKING-TON, John; HAILES, Júlta, Thegreen consume r supermarketguidade. New Vork: PenguinGroup, 1991, p. 52-53.

64. ELKINGTON, John; BURKE,Tom. tne green capitalism.London: Gollancz, 1987.

65. SCHMIDHEINV, Stephan.Mudando o rumo: uma perspec-tiva empresarial global sobredesenvolvimento e meio am-biente. Rio de Janeiro: FGV,1991.

66. NATUREZA é o negócio dadécada. Exame, São Paulo, v.23, n. 14, p. 42-49, 10 jul.1.991.

49

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:tJ~lJAMBIENTAL

fil. Idem, ibidem.

68. idem. ibidem.

69. STARKE, Linda. Op. clt. p,94-5.

78. OLIVEiRA, Margarida et aI...Op, clt.

do verde movimenta nos Estados Unidos De acordo com Mário Fortes, respon-cerca de US$ 160 bilhões ao ano, onde sável pela coordenação no Brasil dos tra-mais de 30 mil empresas já foram criadas balhos do Businees Councii for Sustainablee pelo menos 5 mil dessas já possuem Development apresentados na Eco-92, "amais de 50 funcíonãríos.? empresa que não se alinhar ao processo do de-

.t\lgtu;nas das principais empre~as~o senvolvimento sustentável'{j(1.i ficar obsoleta:.estão tentando assimilar P}~~ em dez anos."70 .. \,

~el1volvintento industri~.~J,l· '; Os: empresários ~<~<criaram.atl;~~~1:\d?'medidas para 8:'" . .....'.'·P1J.ndação Brasileíra . '.Desenvol~-~an~a\me1\talidade empresarlâflij:g mento Sustentável. de.reúne 20que diz respeito à preservação do meio empresas - Vale do Rio Doce, Caemi, Va-

. ambiente. rig, Mannesmam, Papel Simão, Ripasa,A adoção de tecnologias ou produtos Aracruz, Shell, Suzano, Acesita, entre ou-

de menor impacto ambiental passou-a ser tras. O objetivo da Fundação é desenvol-encarada como uma necessidade de so- ver projetos e pesquisas para preservaçãobrevivência das empresas, constituindo do meio ambiente e a concientização doum novo mercado e diferenciando a poli- empresariado para incluir a questão meiotica de marketing e de competitividade das ambiente no gerenciamento de suas em-empresas. A matriz da Monsanto investiu presas. Muitas dessas empresas têmUS$.600 milhões entre 1991 a 1992 para apresentado soluções em direção ao de-reduzir as emissões tóxicas de süasfábri- senvolvimento sustentável.ças:Jl8A Shellelaborou seu plan~amento Algumas ações vêm sendo desenvolvi-

em 1989 por 20 anos, p<\)~saere-, das no Brasil na dééàQél' .Os jornaisdi o mundo se tornará,qa<1a v~z. e revistas trazem CO~i.'ft. "notíciasIi'l' '.. .: ....".-, .. ejantemente paranóf . Um ,";isobreas medidas a,. ..•....empre-~~ IB'M'~~touque " .' '. • 'dta. sa~.,âta reduzir a . ·í1e.ffibiental,(te iscolher entre 'crescimento econômico e l1emcomo o uso irraetQnal de matérias-equilíbrio eco16gico,mas, sim ambos..."69 primas e energia.

Percebe-se que, novas estratégias denegócios estão sendo delineadas, visandoao aperfeiçoamento e modernização tec-nológica, imprimindo mudanças no pro-cesso de produção, criando, adaptandoou extinguindo técnicas e produtos como objetivo de seguir as regras das matri-zes nos países desenvolvidos/atender àsexigências da legislação e dos importado-res, melhorar 'aimagém<1aempresa dian-te dos consumidores,' a~tar as opor-tunidades de negócio$:!2qs;ta.;rPS.

'~ medidas de pr~i~ntales .•~'sendo' despertadaS~~~!~cíl$OS'pelasmultiHacionais,'1~e tr~ pa-ra as sedes brasileiras as diretrizes traça-das em seus escritórios centrais. Empre-sas como McDonald's, Monsanto, Shell,Atlantis, entre outras vêm adotando. asmudanças traçadas internacionalmentepelas matrizes.

A indústria automobilística, por suavez, tem sido obrigada a introduzir dis-positivos de controle de emissão de p~luentes nos automóveis, o catalizador,devido à exigência da: legislação.

Alguns setores; co~ c,las indústriasquímicas - exatam: . agressí-

INICIATIVAS "VERDES" NO BRASIL

O debate sobre meio ambiente no Bra-sil remonta aos anos 70, época em que en-tidades ambientalistas começaram a de-senvolver um trabalho pioneiro em defe-sa das reservas naturais, como aAmazÔo-nia e a Mata Atlântica. Na décadade.80, aconseíêncía ecológica despertou. com,.~e-~ »Ó, S como .Cubatão e alc~~·u.'os......< .. ~~ccomunicação de ma~a, am"~~.~o.

, <1'~~~da/.~écada de 90, depreparátivos para '.sediar a Cqdas Nações Unidas sobre Desenvolvi-mento e Meio Ambiente, veiculou-semais informações sobre o assunto e, con-seqüentemente, aumenteu-se a conscien-tização da sociedade brasileira. Ao quetudo indica, a partir da Conferência doRio, a preocupação com o meio ambienteinstalou-se de modo definitivo no país,principalmente, no meio empresarial,que despertou para a necessidade depreservar a natureza, reduzindo Q$efei"to~ne8ativos das diversasativ:i~.i

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RUMO A PRATICA EMPRESARIAL SUSTENTAva

\:;.\

I·····Z'~~Z'

vos ao meio ambiente .....r foram pionei-ros na busca de estratégias empresariaispara desfazer a ímàgem.negattva peran-te a comunidade. A Hoe-chst foi a pri-meira indústria .Brasíl.umdos, que queima o

li ..dicial· ao ecossistêma-''~~ui~a"pela Rhodia,pela Ba'yerdo Rio de JanfttJo:

As empresas brasileirasperfor-mance ambiental são aquelas com maiorinserção no mercado ir\.ternacional ondea globalízação dosproblemas ambien-tais estão contribuindo para uma novapostura empresarial. O investimento decontrole ambiental deve-se, em algunscasos, às exigências dos clientes interna-cionais. Os. países cornpradores estão fi-xando datas limites pata solução'deemissão de poluentes,~UI1tinação deprodutos tóxicos n0l'Jote§S9produti~vo, instalação de filtr'1Js~tornos,

>f'~R\~omó comprovcq;it -: ão,es~<i<~~evastando florest,. ..•.....O.J."e.i~:9de:muitas empre!'asf' >a<~'"lúf<;ãogerada pela fábrjca 'tra rm.e":Seem empecilho para suas exportações.

A consciência ecológica no Brasil estáabrindo caminho panao desenvolvi-mente de novos produtos, novas opor-tunidades de negócios e ncvosmeroa-dos de trabalho, não só no setor indus-trial,como também no setor desewiços.

Alguns exemplos dessa nova tendên-cia marcam presença cotidianamente namídia: produtos de'limpezabiôdegra-dáveis, herbicidas menos tpxicos, auto-ÍJ1ówis com injeção el .,veículosmovidos a gás na.tural,,~~der-

.feitos commateri 'sél'ttba-'.' ~~plásticaàbase '.. =cÓ. SUl'-':tãdos estãorefletindoitâ mf rtquantcrnes balanços financeíro~.

Não foram apenas as indústrias quedescobriram esse novo' nicho demerca-do.<O comércio, os bancos, o turismo,também estão investindo no mercadoverde. No Rio de Janeiro foiina\1gu.radoo Ecornercado. É a primeira loja do paísdedicada exclusi\Tarnente à venda deprodutos cujo processodustrial não gera n:::ll'UíI:.u,,,,.:) t4óxiiCOrSmatéría-prímanâó,êôbtida à

uma realidade na Amazônia onde asgrandes redes estão construindo seushotéis; Os bancos estão financiando pro-jetosque não agridem o meio ambiente.

Todoseste$novos empreendimentosestão dandos ~ma ,um mercado detrabalho inttovo,' ampliandoo mercad dos.eSÓlogosedas demàí ~"J.$a4áspara ap:reservaçã. . . t)";<t'-Jjll está sen-do ocupado 'por profissiól\ais especíalí-zadosém diversas áreas: gerentes, con-sultores, guias turísticos, advogados,economistas, sociólogos e uma infinida-de de. outros especialistas em meio am-bíente."

As empresas brasileiras comperformance ambiental sãoaquelas com maior inserçãono mercado internacionalonde a globalização dos

problemas ambientais estãocontribuindo para uma

nova postura empresarial.

Estes nO\Toscargos estão sendo cria-dos para aten.·derà necessidade deadaptação dasl:l nízações às questõesambittnté\i ..•..•.........•'.') empresas estãocriando deJ:t!fttaR\"tosenca:rregados deassuntos am" Coca-Cola,Sbell, Dow. Fibra, Rhe- .tjiae MBR, . rgode.gereã-tê ou dir.e de ·meio ambiente. Suafunção é a de desenvolver estratégiaspara ajustar a empresa aos novos valo-resprotecionistas.Em casos de emer-gência alguns têm autoridade para pa....ralisar a produção.

Jáexístem firmas.' especializadas emaSSessoria,c~nsultoria e1ttllrketing eco-lógico;como de orientar as in-

t>.Olu.lca(),pres-li.pS EXECUTIVOSVerdes,vej8;~IJlPaulo, v. 24, n.36, p.

1991.

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~a AMBtENTAL

CO.NClUSÃOE CONS1QERAÇÔESflNAIS

~.constante pressãod.a$organi.smosinternaçi.onais, dos meios de çomunica .•ç~~e da sociedade fizeram çom~ue al-g ,~mpresas no Brasil se \li. 'as a implementar prç)

:~os;ranlÍgQs ..da natu". legi.tlmados e refor~a'

processo de comunicação, influenciandoas mudanças de atitude de consumidor.

Percebe-se, ainda, o crescimento daspreocupações coma questão ambientalsob a.forma de esforços ativos por partedo governo, através do incremento dasregulamentações governamentais e au-mento do controle das empresas polui-doras.

-,#empresas, que não;;t~otam controlede poluição e desperdiçam recursos riatu-tais, tendem a ressentir-se cOm regula.,.meJ'!.t ões impostas pela legislou

ãosde controle. Princiti~.l~mentadas ml.li

daitl -Ós. ãop~Imitindo às ém ••...8;.<\realização. de- ajustes adequados eobrl~'gando-as a absorver. grandes custos etransferi-los ao comprador.

Assim, pode-se inferir que produtos eprocesso de fabricação poluentes, conde-nados no primeiro mundo, terão poucaschances de sobreviver no Brasil, devidonão só às pressões do governo, mas tam-bém pelas dificuldades que as empresasencontrarão para colocarem seus produ-tos nos mercados externo e interno.Alé~ disso, diminuirão ali)chancesiP~ac~remfi.nanciamentos nO~'~_ê()S,Jil~~"r()dl.ltos que impactam;o.m«:liº

'~~§'••.".v~~'5~ime).lto a qualq

·ço,;muitas ~presas nacionais~,~- .cionais estão começando a prafi(!ar al-guns princípios do desenvolvimento sus-tentável, comprovando que essa práticB écompatível com o lucro, como tambémrepresenta a abertura de novas oportuni-dades de negócios.

Observam-se empresas comprometi-das coma questão da proteção ambien-tal.Esse comprometímento traduz-se nu-ma ética empresarial que trezconse-qüêrtcias ao seu sistema de J<."'i~""'U"";l"

~~té~as, iª().seu processo decis6ri.Et~utura:

Algumas organizações brasileiras estãodirigindo seu P&D para descobrir produ-tos; embalagens, mat~rias-primas, fontesenergéticas e processos/produtivos quenão causem danos ao ambiente, ouseja,Ilão estão ecoló-gica cotno

A COl1ooaltibilizalcãQ

l1dj~ruma responssnhumaempresa pode fugir. Se antes estaera mais uma questão de' consciência dosempresários, hoje a preservação ambien-tal passou a fazer parte da estratégia em-presarial, já que as empresas passam aresponder perante. a lei e a sociedade pe-los danos que vierem a causar ao meioambiente. Ademais..o controle ambientalpassou a.ser também uma questão econô-mica, pois aminímízação da geração derejeites, acaba tra.tendoparaas empresasbenefícios econômic?s'i .:

A realização da Et0lrZ'1~?Ri() de [anei-'i-o, mostrou que a.p~s~~<\Ção do. meioambiente é um tema' .e·mobiliza asoçie~cie, no muss lr(je Ô·BrasU,como país em desenv(,Ivimento, não podese furtar a essa realidade. E, como a ativi-dade industrial é um dos fatores de amea-ça ao meio ambiente, quando mal condu-zida, as empresas têm que assumir o con-trole ambiental como um dos pontos prio-ritários em sua estratégia gerencial.

Apesar do otimismo no engajamentodas empresas em relação à preocupaçãoambiental, fica pendente a solução da de-sigualdade social, responsável pela gran-de poluição brasileira, a miséria.

Noutras palavras, noB~asil só não háum campo mais fértil>~Çlraa questão so-?~t~preservação da.J,)~eZé.l.pprque. os~oblemas econômicos~,S~@$ãO mui!ograndes, da mesma iorn:iacml;tofambémnão há uma maior consciência sobre osdireitos do cidadão enquanto consumidorna defesa de sua qualidade de vida.

É necessário que a sociedade brasileirase organize politicamente e exija que atecnologia de. menor impacto ambientalaplicada nos países do primeiro mundosejam, também, adotadas aqui. Essa orga-nização, entretanto, só ocorrerá com o au-mento de informações e com a educaçãoambiental, únicos fatores que motivarão oconsumo de produtos verde~ e ampliaçãodesse mercado. O