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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMBUQUIRA-MG
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
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Prefeito: FABRÍCIO DOS SANTOS SIMONI
Nome do chefe do setor: REGINA LUCIA SÁ Data: 30/11/2018
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CHÁCARA
DAS ROSAS
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FOLHA DE ROSTO – QUADRO II
DATA DE ENCAMINHAMENTO AO
IEPHA: 10/12/2018 CAMBUQUIRA
ENDEREÇO DA PREFEITURA
AV. VIRGÍLIO DE MELO FRANCO 555
CENTRO.
CAMBUQUIRA-MG. CEP 37420-000
NOME DO PREFEITO FABRÍCIO DOS SANTOS SIMONI
NOME DO SETOR DE PATRIMONIO
CULTURAL DA PREFEITURA SECRETARIA DE CULTURA
ENDEREÇO DO SETOR
AV. VIRGÍLIO DE MELO FRANCO 555
CENTRO.
CAMBUQUIRA-MG. CEP 37420-000
TELEFONE DO SETOR (35) 3251-2000 ramal 24
ENDEREÇO ELETRÔNICO DO SETOR [email protected]
NOME DO CHEFE DE SETOR REGINA LUCIA SÁ
PROCESSO DE TOMBAMENTO DE BEM IMÓVEL
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
EXERCÍCIO 2020
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SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
2. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO E DO BEM CULTURAL ........................................ 9
2.1. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO ....................................................................................................... 9
2.2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO BEM NO MUNICÍPIO ..................................................................24
2.3. HISTÓRICO DO BEM .................................................................................................................27
2.4. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS ...............................................................................................30
3. CARTOGRAFIA DO MUNICÍPIO .......................................................................... 41
3.1. LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ...............................................................................................41
3.2. LOCALIZAÇÃO DO BEM CULTURAL......................................................................................43
4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DO BEM ...... 45
4.1. MAPA DE VISADAS ...................................................................................................................61
4.2. TRANSFORMAÇÕES E INTERVENÇÕES .................................................................................63
5. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO .................................... 69
6. DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO .......................................... 71
7. JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ................................... 72
8. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO ..ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
9. DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO ............... 75
10. JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO .... 76
11. LEVANTAMENTO MÉTRICO DO BEM ........................................................... 77
12. PLANO DE GESTÃO DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA ........................... 83
12.1. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS E AMEAÇAS AO BEM CULTURAL ......................................83
12.2. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DO BEM TOMBADO..........................................................83
12.3. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO ..................................................87
12.4. APLICAÇÃO DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA .................................................................88
13. DOCUMENTO CONCLUSIVO SOBRE O BEM TOMBADO ........................... 92
14. REFERÊNCIA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA ...................................... 93
15. RITO LEGAL......................................................................................................... 95
15.1. NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO .........................................................................................95
15.2. RECIBO DE NOTIFICAÇÃO .......................................................................................................97
15.3. ATA DE APROVAÇÃO DO TOMBAMENTO DEFINITIVO ......................................................99
15.4. HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO................................................................................... 103
15.5. DECRETO DE TOMBAMENTO ................................................................................................ 105
15.6. INSCRIÇÃO NO LIVRO DE TOMBO ....................................................................................... 107
16. FICHA TÉCNICA ................................................................................................ 109
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A Prefeitura Municipal de Cambuquira em conjunto com o seu Conselho de Patrimônio e as
Instituições atuantes e sociedade civil deste município, conscientes do valor da cultura e memória de
seu povo, buscam através de ações de proteção e preservação do patrimônio uma política cultural
eficaz e comprometida com seu resultado. Amparada pela Lei de Proteção do Patrimônio Cultural
Municipal e em obediência às condições prescritas na Deliberação Normativa CONEP 06/2018, o
município coloca-se como instrumento de identificação, documentação, proteção e promoção do
patrimônio local.
O Processo de Tombamento apresentado a seguir constitui esforço para auxiliar na construção da
identidade municipal baseada no conceito de desenvolvimento sustentável. Sob a ótica da proteção e
preservação do patrimônio, o bem - Imóvel Sede da Chácara das Rosas - foi escolhido pela relevância
de suas características estilístico-arquitetônicas e importância histórico-cultural e simbólica para o
município (seu estilo eclético ímpar, na cidade de Cambuquira, por remeter ao estilo germânico e
grego romano, bem como o simbolismo de uma família de empreendedores e dos primeiros industriais
da cidade de Cambuquira), e por sua importância como marco cultural para o município.
Este documento é dividido em itens que abrangem a história do município e do bem em questão, assim
como sua contextualização com a comunidade e região na qual está inserido. Além disso, apresenta
descrição detalhada, fotografias, plantas ilustrativas, definição dos perímetros de tombamento e
entorno, diretrizes de intervenção, ficha de inventário, laudo técnico de conservação, assim como os
documentos necessários para legalização do tombamento municipal. A metodologia utilizada neste
trabalho tem como ferramenta principal o levantamento de campo no município, a consulta à
bibliografia geral e específica sobre o tema, além de relatos orais, bases cartográficas e fotográficas.
Diante do exposto, a Prefeitura Municipal de Cambuquira apresenta ao IEPHA/MG para o
Exercício 2020, o Dossiê de Tombamento Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Belo Horizonte, 30 de novembro de 2018.
Gisele Pinto de Vasconcelos costa
Arquiteta e Urbanista
Racchel Santiago Chaves
Arquiteta e Urbanista
Rogério Stockler de Mello
Coordenação Geral - MGTM Ltda. Agradecimentos
Nossos agradecimentos a todos que com seu apoio, depoimentos e sugestões colaboraram para a elaboração do
trabalho e em especial à equipe de funcionários da Prefeitura Municipal de Cambuquira - MG.
1. INTRODUÇÃO
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Localização de Cambuquira
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/
Cambuquira
Localização
Cambuquira está situada na mesorregião Sudoeste de
Minas e na microrregião de São Lourenço, numa área
total de 255,55 km2. Ela está a 305 km da capital
mineira e possui uma população estimada em 13.053
habitantes, segundo o censo do IBGE de 2017. As
cidades que fazem limites com Cambuquira são: Três
Corações, Campanha, Lambari, Conceição do Rio
Verde e Jesuânia.
1.1. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO
Fundação do município
A história de Cambuquira se confunde com as outras cidades do Circuito das Águas. A
descoberta de fontes, por acaso, foi fator importante para o surgimento de cidades.
Pouco a pouco foi-se descobrindo o valor terapêutico das águas para a cura do corpo;
não servia apenas para saciar a sede.
A história de Cambuquira começa no século XVII, quando suas terras pertenciam à Vila
da Campanha da Princesa, que abrangia o sul do Rio Grande até a Serra da Mantiqueira.
No século XVIII, era comum a indicação de substâncias naturais para o tratamento de
certas doenças devido à falta de uma indústria farmacêutica. Esse fato contribuiu para o
fenômeno que iria acontecer posteriormente com a cidade que, naquele século, era parte
integrante da municipalidade de Campanha.
Cambuquira foi outrora a fazenda da ―Boa Vista‖, que pertencia a três irmãs: Ana,
Francisca e Joana da Silva Goulart (ou Silva Gularte), descendentes de Furriel José da
Silva Leme e de sua esposa Rosa Maria Goulart. O terreno da fazenda corresponde hoje
ao território de Cambuquira.
A origem dessa família é incerta, sendo provável a Holanda ou o norte da Bélgica,
cidade de Bruges. No final do século XV e início do XVI, devido às perseguições
religiosas da reforma protestante nos países baixos, diversas famílias foram para a ilha
Faial no arquipélago do Açores, Portugal. Os Goulart foram uma delas e permaneceram
HISTÓRICO DO MUNICÍPIO E DO BEM CULTURAL
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nesse local até meados do século XVIII, quando muitos, inclusive açorianos, foram
enviados para o litoral sul brasileiro.
Em entrevista com o estudante de arquitetura Leonardo Leitão Capparelli de Mesquita,
morador de Cambuquira e filho do entusiasta pela história de Cambuquira e aposentado
pela TELERJ (Telecomunicações do Estado de Rio de Janeiro), Antônio Cesar
Capparelli de Mesquita, ele conta que havia registros históricos da Fazenda Boa Vista
no arquivo público de Campanha. Segundo Mesquita, seu pai, quando jovem, teve
acesso a um livro de registro da fazenda datado de 1713, que dizia sobre diversos
assuntos, como: controle de escravos e nascimento de seus bebês, além do número de
óbitos, casamentos, plantio, colheita, etc. Mesquita cita, com orgulho, o cabeçalho desse
livro, narrado diversas vezes pelo seu pai:
―Hoje do ano de mil setecentos e treze, toma posse a Companhia de Jesus das
terras e das gleuras ao sul das capitanias de Minas Gerais, como pagamento da
indulgência a Coroa Real, pois a mesma alega que em boa fé existem lavras em
ouro, ficando em referidas terra subordinadas ao Pablo Arraial de São Cipriano
(hoje Campanha), intitulado como Fazenda Boa Vista‖ (Trecho da entrevista
com Leonardo Mesquita – julho 2018, Cambuquira/MG)
FUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO
Atualmente não se sabe a localização desse livro, pois, de acordo com Mesquita, ele não
foi mais visto depois da mudança na administração do arquivo.
Com o falecimento das irmãs solteiras proprietárias da Fazenda Boa Vista, a sede da
fazenda foi deixada para os antigos escravos da família Silva Goulart em testamento, e
seu restante para os irmãos José e Manoel Martins Ribeiro, parentes da família. Nesse
período, o local já era conhecido por suas virtuosidades nas águas e isso atraía curiosos,
viajantes e forasteiros das mais variadas regiões do Brasil. Por esse motivo, os negros
tentaram dificultar a entrada dos visitantes indesejados com medo de perder o
patrimônio ganho.
Em 1861, a Câmara Municipal de Campanha desapropria a fazenda alegando ser de
utilidade pública, passando ao seu domínio. Os ex-proprietários negros foram
indenizados com a quantia de 800 mil réis e fizeram aquisição de novas terras,
conhecidas como ―Marimbeiro‖. O local foi aberto para visitação do público,
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estimulando o desenvolvimento de um povoado ao redor da fazenda, que passou a ser
chamado de Boa Vista de Cambuquira.
Há relatos na história do município de que os fazendeiros negros tornaram-se vizinhos
do sitiante segundo tenente José Antônio Rodrigues, com alcunha de ―cambuquira‖ pelo
fato de na época comercializar cambuquiras na cidade de Campanha.
O nome Cambuquira se deu por causa da grande plantação de cambuquiras na região. A
etimologia da palavra Cambuquira é originária do tupi-guarani (caà-amby-quira) que
significa brotos de ervas. Cambuquiras são grelos de aboboreira, que significa brotos da
abóbora. Eram utilizadas nas refeições para acompanhar carnes assadas.
Já o terreno herdado pelos irmãos José e Manoel Martins Ribeiro era muito extenso:
uma parte abrigava o que hoje chamamos da Chácara das Rosas e outra foi vendida para
o Estado de Minas Gerais, que criou uma reserva florestal para preservar as nascentes
das águas minerais. Atualmente essa reserva é denominada de Parque das Águas de
Cambuquira
Em 1872, constituiu-se o arraial de Cambuquira, pertencente ao distrito de Campanha.
Em 1874, já contava com 53 prédios, dos quais 32 eram cobertos com telhas de barro.
Nesse mesmo ano, Campanha vende as terras da antiga Fazendo Boa Vista para o
Estado de Minas Gerais pelo valor de
10 mil réis. Através da lei provincial nº
2694, de 30 de novembro de 1880, o
arraial converte-se em vila,
denominada Vila de Cambuquira. A
Vila de Cambuquira passa a pertencer à
cidade de Três Corações do Rio Verde
pela lei estadual nº 2 de 14 de setembro
de 1891.
Ainda sobre sua formação
administrativa, em 1911, a Vila de Cambuquira é desmembrada de Três Corações do
Rio Verde e se torna distrito sede. Pela lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923,
teve sua denominação reduzida para Cambuquira. E em 1925, Cambuquira é elevada à
condição de cidade, sendo sua data comemorativa o dia de 12 de maio, quando se torna
Cambuquira na década de 1930
Fonte: Acervo iconográfico Leonardo Leitão
Capparelli Mesquita
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sede. O município possui os bairros rurais: Laranjal, Domingos, Congonhal, Cantagalo,
Mafras e Miranda.
É importante contextualizar a política que ocorria no Brasil no final do século XIX. Em
1889, após a Proclamação da República, Marechal Deodoro da Fonseca assume o
comando do país na qualidade de Chefe do Governo Provisório da República e
permanece até 1891. Com muitos desafios, Marechal Deodoro nomeia Rui Barbosa
como Ministro da Fazenda durante seu governo provisório.
Durante sua gestão, Rui Barbosa tem o intuito de promover a industrialização do país,
incentivar o crescimento econômico e acabar com a dependência do capital estrangeiro.
O Brasil passava por um cenário conturbado, pois além de ser um país
predominantemente agrícola, aconteceu a assinatura da Lei Aurea que aboliu a
escravidão, em 13 de maio de 1888, e os senhores de escravos exigiam indenizações por
isso.
Rui Barbosa iniciou uma reforma monetária e bancária no país baseada no modelo dos
bancos norte-americanos. Sua principal mudança foi a inserção da emissão da moeda
sem lastro de ouro, no formato de papel-moeda. Entretanto, isso acarretou altas
inflações, especulação financeira, crise na bolsa e a ruína de numerosos investidores.
Essa crise econômica ficou conhecida como encilhamento.
Apesar disso, os investimentos para a industrialização foram grandes no país e
verificamos a presença da Empresa União Industrial dos Estados do Brasil em
Cambuquira. Essa empresa era destinada à exploração das estâncias das águas virtuosas
de Cambuquira e Lambari. Além disso, serviços importantes foram inaugurados na
cidade, como os serviços do correio em 1892, o Hotel Globo em 1889, e a criação do
estabelecimento hidroterápico do Parque das Águas em 1899.
As águas de Cambuquira sempre foram motivo de preocupação para as gestões
administrativas, sempre atentas em promover seu melhor uso e benefício. Com essa
responsabilidade, em 1900 foram contratados o conceituado especialista químico da
época, o francês Charles Berthaud e o pesquisador das propriedades das águas de
Cambuquira e Lambari, o Dr. Américo Werneck, para realizarem o trabalho de
isolamento das fontes e análise das mesmas. Os estudiosos catalogaram 4 das principais
fontes, que foram: Regina Werneck, Ferruginosa, Magnesiana e Roxo Rodrigues.
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Inauguração da Estrada de Ferro
Fonte: Acervo iconográfico da Banda 12 de Maio de Cambuquira
As descobertas das fontes mineiras impulsionaram a criação de laboratórios de análises
e de fabricação de produtos químicos para estudo dos usos doméstico e industrial das
águas, e explorar o potencial das fontes carbo-gasozas.
Um fato que contribuiu para melhorar a criação de estabelecimentos para os estudos das
águas e expansão de Cambuquira foi a inauguração da Estrada de Ferro em 1892. Ela
foi construída pela Estrada de Ferro de Muzambinho, que saiu de Freitas, localizada
entre Minas e Rio, e atingiu Campanha. Na mesma época, foi construído outro curto
ramal, o de São Gonçalo, ligando Campanha à Cambuquira. A obra da Estrada de Ferro
favoreceu o aumento da população, sendo que muitas pessoas procuravam cura de seus
problemas através das águas.
―Partindo-se da Estação Central da E. de F. Central do Brasil às 6 horas da
manhã, chegava-se à Estação de Cruzeiro às 12 horas e 50 minutos sem
baldeação. Nesta estação tomava-se 5 minutos depois, a Estrada de Ferro
Minas e Rio, na qual segue-se até à Estação de Freitas, sem baldeação; às 5
horas da tarde, aproximadamente; na Estação de Freitas tomava-se, 5 minutos
depois, a Estrada de Ferro Muzambinho, que conduzia o passageiro no mesmo
dia à Estação de Cambuquira, onde se chegava mais ou menos às 8 horas da
noite.‖ (BRANDÃO,1958, p.27)
O primeiro trem de ferro da região
chegou à cidade de Varginha em 1892,
através de iniciativas do Major
Matheus Tavares da Silva, mais tarde o
primeiro presidente da Câmara
Municipal de Varginha. Tavares da
Silva chegou a emprestar setenta mil
contos de réis para as obras das
estradas de Três Corações a Varginha,
num esforço constante da sua parte, durante 9 anos, para a concretização da estrada de
ferro. Os responsáveis pelo empreendimento eram profissionais ingleses.
A Ferrovia Muzambinho também teve os ramais de Campanha, depois Lambari,
Cambuquira e São Gonçalo do Sapucaí. Já da outra vertente de Varginha, foram
construídas as Ferrovias Machadense, a Alfenense e a Trespontana por particulares.
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Altar com a imagem de São Sebastião na
Igreja Matriz
Foto: Marina Fares/julho 2018
Todas alcançavam a linha principal, de onde escoavam a produção cafeeira e de outros
produtos em geral.
ASPECTOS RELIGIOSOS
A religiosidade é um ponto marcante na cultura dos moradores de Cambuquira. No
município acontecem diversas festas tradicionais anuais, ligadas essencialmente ao
catolicismo. A fé e a devoção estão presentes no cotidiano dos moradores,
principalmente a crença em São Sebastião.
São Sebastião é o padroeiro da cidade, sendo que a Igreja Matriz possui o nome do
santo. A Festa de São Sebastião ocorre desde 1892, antes mesmo das obras da igreja
matriz finalizarem em 1923. Na data de 20 de janeiro, durante 9 dias, a devoção e fé do
santo são festejadas na cidade de Cambuquira. A festa é organizada pela comunidade da
paróquia juntamente com os moradores. Antes do dia do padroeiro, ocorre uma novena
na igreja matriz, que fica plena de fiéis não só de Cambuquira, mas também de várias
localidades da região. No altar, localizado no centro da igreja, está a imagem de São
Sebastião.
No dia 20 de janeiro ocorre a Santa Missa
Solene pela manhã e, logo após, acontece
uma procissão com uma réplica, em um
tamanho menor, da imagem do Santo
Guerreiro São Sebastião, possível de ser
carregada pelos devotos. A partida dos
devotos é na Igreja Nossa Senhora da
Aparecida, que seguem rezando e cantando
até a Igreja Matriz, onde acontece a missa de
encerramento. Após esse ritual, os fiéis
podem venerar a imagem de São Sebastião e
no pátio da igreja acontece a quermesse, com
apresentação de bandas, brincadeiras e leilão
de gado.
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Outras festas religiosas também importantes ocorrem em Cambuquira, como a Festa do
Divino Espírito Santo, em julho, mais especificamente 50 dias após o Dia da Páscoa. A
data comemora a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo e tem como
simbologia a pomba branca, que representa o Divino.
Em Cambuquira, há duas festas que celebram o Divino Espírito Santo: a primeira é
realizada pelas comunidades dos bairros rurais do município e a segunda, por iniciativa
privada no centro de Cambuquira. Ambas ocorrem em datas similares, mas não estão
ligadas. A primeira possui três grupos: Terno do Divino da Comunidade do Miranda,
Companhia dos Santos Reis Devotos de Todos os Santos e Grupo Terno do Divino do
Astrogildo. A festa é organizada pela comunidade dos bairros onde ocorre a celebração.
Os grupos passam de casa em casa rezando, na forma de canto, ocasião em recebem
doações de alimentos ou dinheiro para a realização de um jantar oferecido a todos da
comunidade. De acordo com Afonso Francisco Freitas da Silva, fundador do Terno do
Divino da Comunidade do Miranda, que pratica a celebração há 57 anos no bairro rural
Miranda, eles chegam a distribuir mais de 1.500 refeições no dia do encerramento do
evento. Na festividade ainda acontecem as missas de abertura e de encerramento e a
novena.
Já a segunda festa é de cunho privado e remete às origens portuguesas, pois foram os
portugueses que trouxeram o modo de celebrar para o Brasil. Em Cambuquira, ela é
organizada pela Instituição Keppe & Pacheco, acontece há 14 anos e segue a seguinte
programação: café da manhã, concentração em frente ao Grande Hotel Trilogia,
procissão até a Igreja Matriz e missa, cortejo Divino (Coroação do Imperador do
Divino, Soltura dos Pombos, Libertação dos Presos e Cortejo até o Circo), distribuição
do bodo, refeições gratuitas e, para encerar o dia, shows.
Cambuquira também comemora a Semana Santa com vários eventos de cunho religioso,
inerentes ao período que ela representa. Celebra-se uma semana de procissões, com atos
alusivos à Via Sacra de Jesus Cristo na terra, com as ruas da cidade enfeitadas
pontuando os locais de cultos, com participação da sociedade religiosa e das Igrejas do
município.
Além dessas festas religiosas, destacamos também antigas celebrações que acontecem
anualmente na cidade, há anos, como a Folia de Reis, a Festa do Congado e a Romaria.
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A Folia de Reis ocorre desde 1930 em Cambuquira, com o objetivo de louvar o menino
Jesus, São José, Maria e os três Reis do Oriente. Os diversos grupos existentes na
cidade iniciam as celebrações a partir de 1º de janeiro, quando saem cantando e
abençoando as residências. Durante 6 dias, o ritual é realizado com a marcha de foliões
que cantam músicas remetendo aos três Reis Magos. Quando os grupos param em frente
a uma residência, o morador recebe a bandeira em suas mãos como um símbolo de
benção ao seu lar. Em seguida, ele devolvida a bandeira e os grupos continuam batendo
em outras casas. Ao final do dia, a bandeira do grupo e os instrumentos musicais ficam
na última residência visitada, de onde os foliões partem no dia seguinte.
Não se sabe ao certo a primeira data de ocorrência do Congado em Cambuquira, mas os
antigos afirmam que começou antes da década de 1930. O evento, que louva a Nossa
Senhora do Rosário e São Benedito, acontece anualmente, na última semana do mês de
outubro. Em um momento de sincretismo religioso, entre culturas africanas e o
catolicismo, o início do ritual começa com o levantamento do mastro na porta da Igreja
Nossa Senhora do Rosário no bairro Lavra. As apresentações dos ternos de congado
existentes no município acontecem durante o período da noite, ocorrendo apresentações
nas ruas e na porta da Igreja do Rosário, onde são montadas barracas de comida e de
bebida. No desenvolvimento do festejo, acontece também a visita dos ternos nas casas
dos congadeiros, o coroamento do Rei e da Rainha do Congo, considerado o momento
mais importante da festividade. Além disso, realiza-se a Missa Conga na Igreja do
Rosário, o cortejo dos grupos participantes e mais barracas de comidas e bebidas. A
Festa do Congado encerra quando ocorre a retirada do mastro. Esse evento reúne mais
de 6 mil pessoas.
A Romaria de Cambuquira também é um importante evento religioso, festejado há mais
de 80 anos. Com mais de 8 grupos de romeiros na cidade, o evento se desenvolve de
acordo com a organização de cada grupo. No esquema geral da romaria, a celebração
começa com uma novena, que acontece na Igreja de Nossa Senhora de Aparecida,
podendo ser também na sede do grupo Romaria de Cambuquira ou em casas de devotos.
Após um ou dois dias da finalização da novena, os romeiros partem em peregrinação ao
Santuário Nacional de Nossa Senhora da Aparecida, em São Paulo. A peregrinação dura
6 dias, tempo em que os romeiros percorrem 265 km a pé, ora em rodovias, ora em
estrada de terra. Cada grupo possui seu trajeto e acomodações para dormir, mas se
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Hotel Cambuquira
Fonte:https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g2572113-
d4523871-i247576205-
Restaurante_Cambuquira-
Cambuquira_State_of_Minas_Gerais.html
assemelham nos horários e na organização. Os grupos recebem cerca de 80 a 130
pessoas pagantes para participar da
romaria. A verba é destinada aos
custos com alimentação, primeiros
socorros, hospedagem e apoio ao
longo da caminhada. A romaria de
Cambuquira envolve muitos
moradores cambuquirenses, e
também pessoas das cidades
vizinhas.
ASPECTOS ECONOMICOS
A expansão do município de Cambuquira se deu, principalmente, através da melhoria
do transporte, tanto ferroviário como rodoviário. Essa expansão também ampliou e
intensificou os setores de turismo, econômico e cultural.
As estâncias das águas foi o motor econômico de
Cambuquira. Conhecida como a cidade
hidromineral, o município ainda atrai turistas de
diversas partes do Brasil e também do exterior.
Seu apogeu como balneário aconteceu até a
década de 1970; era comum a presença de
personalidades e importantes competições
aconteceram na época. Andando pela cidade,
são visíveis os grandes e imponentes hotéis que
integram o centro da cidade. Pela arquitetura de
Cambuquira é possível perceber os tempos
áureos fomentados principalmente pelo turismo,
como o grande Hotel Brasília, o Hotel Santos
Dumont e o recém-reformado Hotel
Cambuquira.
Romeiros de Cambuquira chegando ao Santuário Nossa
Senhora da Aparecida, SP – década de 1950.
Foto: Acervo do grupo Romaria de Cambuquira
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Nome do chefe do setor: REGINA LUCIA SÁ Data: 30/11/2018
Fonte: Dados fornecidos pelo livro de
BRANDÃO,1958, p. 27
A exportação de água mineral já foi um
ramo econômico do município. Essa
atividade significou uma importante fonte de
lucro na década de 1910 e 1920, sendo que
em 1927, foram exportadas 21 mil caixas de
água mineral, com 48 litros cada, para outras
regiões. A partir da década de 1930, ocorre
um declínio nas exportações e esse ramo
deixa de ser uma fonte de renda para o
município. Podemos verificar tal fato na
tabela a seguir
O Parque das Águas e assuntos relacionados a essa temática ficaram sob o domínio do
Estado. Após certo tempo, o governo arrendou o parque para a Empresa Cambuquira de
Águas Minerais, que permaneceu até 1946, data que foi expirado o contrato de
arrendamento. Após esse fato, o Estado de Minas Gerais retoma o controle do parque e
de suas pendências. Depois de três anos, o Estado firma contrato com nova empresa, a
Construtora Planalto, para a construção do estabelecimento fisioterápico do Parque de
Águas Minerais da Cambuquira, assim como o engarrafamento para industrialização do
serviço de exportação de água mineral. Como Cambuquira, outras cidades faziam parte
do circuito das águas: os municípios de Araxá, Caldas, Cambuquira, Caxambu,
Jacutinga, Lambari, Monte Sião, Passa Quatro, Patrocínio, Poços de Caldas, São
Lourenço.
Atualmente, sua economia provém principalmente da exportação do café, além do
cultivo de arroz e feijão, e agropecuária. Há também atividades da agricultura e turismo.
ASPECTOS POLÍTICOS
No dia 12 de maio de 1911, pelo Decreto nº 2528/1911, foi criado o município de
Cambuquira, sendo o Dr. Raul de Noronha Sá seu primeiro prefeito. Como dito
anteriormente, verifica-se o empenho nas discussões sobre a remodelação das estâncias
minerais. A partir disso, foram enviados créditos para serem investidos nas estâncias
Ano Número de Caixas
1911 2.027
1913 10.443
1923 20.200
1927 21.000
1933 5.680
1937 5.329
1940 8.312
1943 2.800
1944 1.034
1945 2.046
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mineiras e na melhoria da cidade, sendo que o Governo Estadual transferiu seis mil
contos de réis para tais finalidades.
Não foi somente essa quantia que foi destinada ao município. Mais créditos foram
repassados ainda na gestão de Noronha Sá, que realizou diversas obras, nas quais a
criação do Matadouro Municipal e o novo serviço de iluminação elétrica.
O prefeito Noronha Sá foi substituído por Thomé Dias dos Santos Brandão, que
permaneceu entre 1912 e 1917. Santos Brandão continuou as melhorias no município e
realizou a instalação da sede municipal e a legalização de direitos de propriedade. Além
disso, executou os serviços de nivelamento das ruas, até então abertas, construiu
galerias de águas pluviais, executou o calçamento da Avenida Principal e modificou as
primitivas normas de alinhamento das ruas. Outra obra importante finalizada na gestão
de Santos Brandão foi a construção da Estrada de Rondagem, ligando Cambuquira e
Três Corações. De acordo com relato do livro de Sueli Lindalva
― (...) o deslocamento do Distrito de Cambuquira, quando ainda pertencia ao
Município de Três Corações, era muito difícil, em razão da única estrada
existente, ser apropriada apenas para cavaleiros, e uma segunda via era pouco
utilizada devido ao enorme tempo que se gastava em função longo percurso,
que dividia as duas localidades. A viagem era muito penosa, demorava-se até
cinco horas, com baldeação obrigatória na Estação de Freitas até chegar a Três
Corações.
No ano de 1914, Dr. Thomé Brandão, por conta própria, mediu passo a passo,
sob o lombo de um cavalo, a distância entre Cambuquira e Três Corações.
Naquela época, existia uma Lei Estadual que favorecia a abertura de rodovias,
para um mínimo de 20 quilômetros, com uma dotação de 2.000,00 (Dois
Contos de reis por quilômetros), então Dr. Thomé Brandão, empreendeu a
execução de uma estrada apropriada ao tráfego de automóveis, ligando as duas
regiões.
Nesta data, (1914) Cambuquira, não pertencia mais a Três Corações, pois já
havia sido desmembrada de seu território.
Dr. Thomé Brandão, viajou para Belo Horizonte, e negociou com o então
Secretário de Agricultura, Dr. Raul soares de Moura, o pleito para a concessão
para a construção de uma estrada que ligasse Três Corações a Cambuquira, e
ficou aguardando a próxima reunião ordinária do Conselho que se realizaria no
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mês de setembro de 1914, em que daria ou não autorização para tal
empreendimento.
Entretanto Arthur Monteiro de Queiroz, explorador de concessões Estaduais, já
havia obtido concessões de linhas telefônicas para vários municípios mineiros,
se dirigiu ao Governo do Estado de Minas e obteve um Decreto, dando-lhe a
concessão para a construção de uma autoestrada, ligando Três Corações a
Cambuquira, o mesmo projeto de Thomé Brandão, que ignorava
completamente tais negociações.
Ao tomar conhecimento do fato através da publicação no Diário Oficial do
Estado, de tal notícia, o prefeito se surpreendeu, pois as negociações que tinha
iniciado na esfera governamental, com o Secretario, ainda não havia sido
concluída, ou não o havia lhe comunicado do resultado do parecer do Conselho
Deliberativo tanto de Cambuquira, quanto da Câmara de Três Corações.
Thomé Brandão, muito contrariado com tal incidente enviou ao Secretário um
telegrama com a seguinte frase: ‗Protesto contra ato do Governo dando
concessão estrada a Arthur Monteiro de Queiroz‘.
Não obstante, fez-se presente em Belo Horizonte, levando seu pedido de
demissão, por tratar-se de prefeito nomeado.‖ (VILHENA, Sueli, p. 42-43)
A relação dos prefeitos de Cambuquira, desde a criação do município, encontra-se
abaixo.
1911 -1912: Raul de Noronha Sá
1912 -1917: Thomé Dias dos Santos Brandão
1913: Antônio Pimentel Junior (interino: agosto a novembro)
1913: Polidor de Azevedo Lemos (interino: janeiro a fevereiro de 1917)
1917-1919: Bernardo José de Paula Aroeira
1919 -1922: Antônio Jose Moreira
1922- 1925: Thomé Dias dos Santos Brandão
1925-1935: Sylvio Marinho
1935-1937: Manoel Dias dos Santos Brandão
1937-1940: Edison Álvares da Silva
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1940-1943: José Ribeiro Lage
1943 -1945: Orlando da Fonseca Lobato
1946: Neder João Neder (interino: dezembro a março de 1946)
1946: Orlando da Fonseca Lobato (até dezembro)
1947: Geraldo Pimenta (interino: janeiro)
1947: Afonso Ferreira de Castro (interino: janeiro a abril)
1947: Manoel Dias dos Santos Brandão (interino: abril a dezembro)
1947-1951: André Bacha
1951-1955: Manoel Dias dos Santos Brandão
1955-1959: André Bacha
1959-1960: Gabriel Flávio Carneiro
1960: Arnaldo Lemes Siqueira (interino: janeiro a maio)
1960-1963: João Silva Filho
1963-1967: Jorge Sá de Noronha
1967-1971: André Bacha
1971-1972: João Barros Santos
1973-1975: Higino Valadares da Fonseca
1975-1983: Antônio de Almeida Oliveira
1983-1986: Jorge Sá de Noronha
1986-1988: Antônio de Almeida Oliveira
1989-1992: Amilcar Almeida
1993-1996: Antônio de Almeida Oliveira
1997-2003: Rubens Barros Santos
2003: Paulo César da Costa (interinho: junho a outubro)
2005-2008: Marco Vinícius Marques Félix
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2009-2016: Evanderson Xavier
2017- em curso: Fabrício dos Santos Simoni
CARACTERIZAÇÃO NATURAL DO MUNICÍPIO E EVOLUÇÃO URBANA
Cambuquira é conhecida como a cidade hidromineral, devido à excelente qualidade de
sua água, além do seu clima ameno. Por essas características, atrai turistas de várias
localidades que procuram repouso ou tratamentos terapêuticos nas suas estâncias
hidrominerais.
Essa marcante característica relacionada à virtuosidade da água, é um dos aspectos
naturais desse município. A cidade é irrigada pela Bacia do Rio Grande, assim também
como pelos rios Lambari, Ribeirão do Barreiro, Lambarizinho, São Bento, entre outros.
Cambuquira está situada na região sul do Estado de Minas Gerais, entre as montanhas, a
950 metros de altitude. Os limites naturais da cidade são delimitados pelas montanhas e
baixadas ao longo dos cursos de águas.
O Parque das Águas, atração turística da cidade, conta com cinco das sete fontes que o
município possui. Dentro do parque estão as seguintes fontes: Roxo Rodrigues, litinada;
Regina Werneck, gasosa; Sr. Fernandes Pinheiro, férrea; Comendador Augusto Ferreira,
magnesiana; e Sousa Lima, sulfurosa. As outras duas fontes estão localizadas, uma no
Parque Marimbeiro, com água ferruginosa, e outra em Laranjal, próximo a Congonhal,
bairro rural de Cambuquira.
O Parque das Águas passou por reformas
e, no ano de 1995, o balneário trouxe
melhorias para oferecer aos turistas, como
massagens orientais e ocidentais, saunas,
banhos terapêuticos e medicinais,
tratamentos estéticos e relaxantes, etc.
Atualmente essas opções são oferecidas e
tornaram-se mais um atrativo para os
turistas na visitação ao Parque das Águas.
Parque das Águas em Cambuquira
Fonte:
http://www.institutoestradareal.com.br/cidades/c
ambuquira/42
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Reportagem na Revista Exame -1997
Fonte:https://www.eaiferias.com/2015/06/mg-parques-
das-aguas-de-cambuquira.html
Cidade de Cambuquira
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=88tyuE4pUzs
Pertencendo ao Circuito das
Águas em Minas e também
integrante do Circuito da Estrada
Real, Cambuquira foi considerada
a melhor cidade do Brasil,
segundo pesquisa da Revista
Exame de 1997. Nesse ano, foi
realizada uma avaliação que
reuniu diversos especialistas para
avaliar a pureza da água de várias
fontes mundialmente conhecidas.
Na classificação geral, a água de Cambuquira ganhou o segundo lugar, ficando atrás
apenas da Marca Ty Nant, do País de Gales. Na lista constam também as águas minerais
brasileiras de Caxambu (MG), Lindoya (SP), Prata (SP), Lambari (MG) e Minalba (SP).
Cambuquira possui outros atrativos, como lugares para a prática de esportes radicais e
cachoeiras. No Pico do Piripau é possível realizar essas duas atividades, além da
atividade de voo livre e de paraglider. O local apresenta uma cachoeira que pertence ao
conjunto de várias outras cachoeiras, como a do Congonhal e a de São Bento. A altitude
do lugar é de 1.372 metros e pode-se ter uma bela vista da região, com as cidades de
Campanha, São Tomé da Letras, Três Corações, Varginha e outras, ao longe.
O Alto Santa Quitéria, mais conhecido
como Cruzeiro, também proporciona
uma bela visão e fica a cerca de 3 km
do centro do município. O Vale do
Sol, conhecido como mirante, que fica
na estrada de terra que leva a
Congonhal, também é mais um dos
pontos com bela visibilidade. Em
Cambuquira há também o
Observatório Centauros, situado no do
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Centro de Estudo de Astronomia, e a Reserva Biológica de Santa Clara, que possui 6
nascentes no interior da mata, formando um manancial que abastece a cidade. Sua fauna
e flora são típicas do Sul de Minas, sendo o Cerrado a vegetação predominante.
Cambuquira foi uma das primeiras cidades projetadas de Minas. O desenho de suas ruas
largas, totalmente arborizadas, aproveita os desníveis naturais da cidade e são uma
atração à parte.
Podemos afirmar que Cambuquira é uma cidade moderna, com todos os benefícios
atuais de telefonia, rede bancária, hospitalar, tratamento de água, limpeza urbana,
biblioteca pública, etc. A educação básica (1º e 2º graus) é fornecida pela rede
municipal e estadual. Como a maioria dos municípios brasileiros, há problemas a serem
enfrentados e melhorados.
A principal rodovia que serve de acesso ao município é a BR-267, BR-460, BR-381,
MG-167. Na evolução urbana, pode-se notar que o município de Cambuquira passou
por uma transformação bastante significativa, com o esvaziamento do campo e o
inchaço da cidade. A partir da década de 1980, esse movimento foi verificado na
maioria das cidades brasileiras. Este processo não foi diferente em Cambuquira.
Conforme estatísticas realizadas, é possível confirmar que ainda continua o êxodo da
população rural para os centros urbanos, em busca de melhores condições de vida.
Atualmente, Cambuquira conta com uma população de 13.053, de acordo com o censo
do IBGE 2017, sendo mais povoada a zona urbana do que a rural. A religião
predominante na cidade é a católica, seguida da evangélica. A taxa de escolaridade entre
alunos de 6 a 14 anos é de 98,2% e sua renda per capita é de R$17.274,57. O município
apresenta 78.4% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 98.5% de
domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 77% de domicílios urbanos em
vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e
meio-fio), de acordo com dados do IBGE 2017.
EDUCAÇÃO E CULTURA
Cambuquira é uma cidade rica culturalmente. Como dito anteriormente, diversas são as
festas religiosas que acontecem ao longo do ano, também de cunho cultural. A própria
realização das festas, como Romaria, Festa do Divino, Festa do Congado e Folia de
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Coral de Cambuquira com seu fundador,
maestro Rafael Antierio, na Igreja Matriz São
Sebastião – década de 1970
Fonte: Acervo iconográfico de Dóris
Fonseca Oliveira
Reis, envolve a comunidade que participa contribuindo com doações de alimentos,
dinheiros ou ajuda pessoal, quando necessários. Mesmo os não devotos se integram nos
preparativos das comemorações.
Dentre os eventos culturais, destacamos as atividades artísticas culturais que o Instituto
Keppe & Pacheco desenvolve juntamente com a Festa do Divino. Nessa ocasião, as
atividades são promovidas através do projeto Crescer com Arte, que divulga
constantemente ações culturais, como a presença do Circo Marconi. Para a elaboração
da festa, o instituto conta com diversas parcerias, como a APAE de Cambuquira que
construiu muitas flores de papel para montar a decoração da Festa do Divino.
Em Cambuquira também há dois bens culturais que fazem parte da história da cidade,
que são a Banda 12 de Maio e o Coral de Cambuquira. A Banda 12 de Maio tem
registro de atividade desde 1900. Criando sua história e acompanhando as
transformações da narrativa da cidade, a banda realiza apresentações principalmente na
Festa de São Sebastião, Semana Santa, Aniversário de Cambuquira, Romaria de
Cambuquira e Encontro de Bandas. Atualmente com quase 20 participantes, a maioria
adolescentes, a banda desempenha uma função social e educativa.
Já o Coral de Cambuquira, criado em
1956, tem comparecimento ininterrupto
durante seus anos de vida. Com um
repertório principalmente de musicas
religiosas e sacras, o coral conta hoje com
20 integrantes. As apresentações do coral
seguem por todo o ano, com datas fixas
apenas no Encontro de Corais de
Cambuquira e no Encontro Natalino, que
ocorre nas cidades de São Bento Abade e
Campanha
Na cidade de Cambuquira ainda ocorre outros eventos como o Carnaval, com a
promoção de shows pela prefeitura, e o aniversário da cidade. Nesse evento acontece o
desfile cívico, apresentações de bandas, atrações locais e brinquedos para as crianças. O
município também faz parte do Circuito Mineiro de Cafeicultores, além dos já
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mencionados Circuito das Águas e Circuito da Estrada Real. É programa anual o
MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira, chegando à sua 12º edição em 2018,
evento que atrai multidões de amantes desta arte. Nessa mostra é passado filmes de
curta metragem, nacional e internacional, na antiga sala de cinema de Cambuquira.
O Município conta com uma rede jornalística, tanto impressa quanto em redes, como a
maioria das cidades do Brasil, possibilitando informações aos seus. Habitantes. O
primeiro jornal da cidade foi criado em 1907 e chamava-se Águas de Cambuquira,
sendo impresso nas oficinas do Monitor Sul Mineiro. Em 1910 surgiu o segundo jornal
da cidade, A Gazeta de Cambuquira, dirigida por Antônio Vasconcelos. O jornal
circulou por apenas um ano, pois os dirigentes tinham ideias políticas e partidárias
contrarias às dos chefes políticos locais. ―Ora, contrariar política de lugar pequeno é
coisa séria e dia a dia crescendo a animosidade, sequência natural e lógica era o
desaparecimento do jornal‖. (BRANDÃO, 1958, p.91).
Entretanto, é importante ressaltar que outros jornais circularam na cidade: Jacaré
(1913); Mignon; Sul de Minas (1913); A Notícia (1915); O Cambuquira (1916); Jornal
Cambuquira (1936); O Progresso (1934); A Voz da Cidade (1948) e Folha de
Cambuquira (1951).
Registramos a inauguração do primeiro grupo escolar, que recebeu o nome de Raul Sá,
homenageando o primeiro prefeito municipal Raul Noronha de Sá, no mês de janeiro de
1914, na gestão de Thomé Dias dos Santos Brandão. Foi construído por ordem da
Secretaria do Interior, regulamentando-se, dessa forma, o ensino primário no município.
Do período que compreendeu o ano de 1914 a 1921, somente funcionavam quatro
regentes de classe e uma professora de trabalhos manuais.
Muito mudou no âmbito da educação e, atualmente, Cambuquira conta com 2 escolas
públicas estaduais, que são a Escola Estadual Maria Umbelina de Andrade Gomes e a
Escola Estadual Clóvis Salgado. As escolas municipais são: Escola Municipal Dr. Raul
Sá, Centro Municipal Educacional Infantil Georgina Bacha e a Escola Municipal Dona
Sara Azevedo. Além dessas, há a Escola Municipal Sementinha, que está no bairro
Parque São João e a Escola Municipal Congonhal, no bairro rural de Congonhal. As
escolas particulares são o Centro Educacional Aquarelinha, o Centro Estudantil da
Criança, a Creche Cantinho Feliz e a Escola São José.
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Ainda sobre educação, Cambuquira possui uma filial do Insituto Keppe & Pacheco,
originário de São Paulo, que oferece graduação em Gestão Ambiental, Artes Visuais e
Teologia. Além disso, a entidade promove diversos cursos relacionados ao tema de
psiquiatria. Entretanto, como acontece em muitos lugares do Brasil, a grande parte da
população jovem de Cambuquira precisa deixar o local pelos estudos ou por melhores
condições de trabalho.
CONTEXTUALIZAÇÃO DO BEM NO MUNICÍPIO
A Chácara das Rosas é um importante bem cultural para a cidade de Cambuquira, já que
sua arquitetura junto à sua historia caminham lado a lado da narração da própria história
do município.
A Chácara das Rosas está localizada no centro da cidade, na Av. Virgílio de Melo
Franco, em frente à rodoviária de Cambuquira. A sua construção data do final do século
XIX e, em 1923, a residência pertenceu ao importante complexo industrial chamado
Granja Maroim, planejada pelo engenheiro Rodolpho Furquim Lahmeyer. Hoje a
edificação é a única existente desse complexo.
Esse complexo industrial teve como objetivo a produção de leite e seus derivados.
Também produziu enlatados com a criação de suínos da espécie Duroc Jersey para a
produção de banha e subprodutos do porco, como: bacon, salsichas, linguiças,
presuntos, entre outros. Diante de tal produção, esse complexo possuía frigoríficos,
câmara de defumação e uma fábrica de latas para acondicionar os produtos da empresa.
A construção da indústria de Lahmeyer ocorreu em um momento importante da história
de Cambuquira, quando, em 1923, a então Vila de Cambuquira é elevada à categoria de
cidade e tem seu nome reduzido para Cambuquira. Com a expansão econômica do
município, principalmente nos setores de café e turismo, a indústria tornara-se uma das
maiores promessas econômicas do município.
A Charcutaria montada por Lahmeyer deu um impulso econômico ao município de
Cambuquira com a geração de empregos e a compra de produtos da região. Entretanto,
houve uma crise na produção de grãos o que obrigou Rodolpho Lahmeyer a recorrer à
importação de milho para alimentar gado e porcos. Na chegada do navio ao porto do
Rio de Janeiro, a carga foi interceptada e apreendida pela Comissão de Abastecimento
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do Rio de Janeiro com apoio do Governo Federal. Este fato repercutiu negativamente
nos negócios mantidos por Lahmeyer, fazendo com que ele desistisse da empresa,
vendesse a edificação e retornasse ao Rio de Janeiro, pondo fim a uma alta expectativa
de crescimento econômico do lugar.
Assim, Cambuquira teve uma grande perda no âmbito econômico e a Granja Maroim
passou a pertencer, por volta de 1930, ao município e ao Estado. A parte doada ao
município tinha em suas terras a edificação da sede da Granja, que ficou conhecida
como Vila das Rosas ou Chácara das Rosas, devido ao seu enorme jardim com mais de
180 espécies de hortênsias e rosas, além de diversas outras árvores frutíferas.
Chácara das Rosas
Fonte: Acervo iconográfico de Leonardo Leitão Capperelli Mesquita
A importância da Chácara das Rosas não está somente no aspecto econômico. Na
ocasião da sua doação, a edificação passou a ser a residência dos prefeitos nomeados
pelo governador até o ano de 1946. Os prefeitos que tiveram moradia na Chácara das
Rosas foram: Edison Álvares da Silva, José Ribeiro Lage e Orlando da Fonseca Lobato
e Neder João Neder.
Depois desse período, o então prefeito Orlando Lobato transferiu a sede da Prefeitura
para o imóvel da Chácara das Rosas e permaneceu dessa maneira até o início dos anos
2002. Nessa temporada, a Chácara também abrigava a biblioteca e o departamento do
serviço militar. Após esse tempo, o prefeito Rubens Barros Santos transferiu a
prefeitura para a edificação do antigo Hotel Globo e lá perdura até o presente momento.
Cícero Prado, funcionário da prefeitura há mais de 30 anos e que hoje trabalha no Setor
de Cultura, narra o que cada sala abrigava na época em que a administração tinha sua
sede na Chácara
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―Essa parte era a cozinha da prefeitura, depois aqui era a
Lançadoria, onde era registrado tudo que entrava e saia.
Era aqui que eu trabalhava. Depois, aqui do lado, tem as
salas da Contabilidade, que eram duas, e essa abertura
aqui entre as paredes era onde passavam os papeis. Aqui
já era o Departamento da Fazenda, aqui a Recepção,
aqui a Secretaria Geral de Administração. Desse outro
lado, era a sala da Tesouraria, do Turismo, do
Departamento Pessoal e a Sala do Gabinete. Ao todo
tinham umas 25 pessoas que trabalhavam aqui.‖ (Trecho
da entrevista com Cícero Prado, Cambuquira, julho
2018)
Hoje o casarão encontra-se abandonado. A situação de descaso foi agravada após a
remoção da cobertura da edificação pelo ainda prefeito Rubens Barros Santos, no ano de
2002. Em 2003, o Posto de Saúde Dr. Manoel Brandão foi construído em seu entorno.
Em 2005, foi também erguido o Posto da Polícia Militar e uma área de estacionamento
anexa à edificação, que prejudicam a ambiência do bem cultural.
Chácara das Rosas atualmente
Fonte: Marina Fares/julho de 2018
Visando proteger o imóvel, a Chácara das Rosas foi tombada pelo município através do
Decreto Municipal nº 2097 de 18 de dezembro de 2013.
Em 21 de março de 2014, a Prefeitura de Cambuquira, preocupada em proteger seu bem
cultural, iniciou com as atividades de recomposição do telhado, tendo como base o
projeto desenvolvido pelo arquiteto Leonardo Loures de Souza Lima.
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Mesmo com os esforços da prefeitura com a reforma do teto, atualmente, o imóvel da
Chácara das Rosas continua desuso e em situação de abandono, possibilitando a invasão
de andarilhos, além de riscos de incêndios e depredações.
Em entrevista com a professora aposentada e moradora de Cambuquira, Dóris Fonseca
de Oliveira, foi relatada a importância da Chácara das Rosas para o município. Segundo
Fonseca, o imóvel representa a memória da cidade. ―A casa é um patrimônio histórico,
que conta o desenvolvimento de Cambuquira‖.
1.2. HISTÓRICO DO BEM
A Chácara das Rosas tem sua origem ligada à Fazenda da Boa Vista, que deu nascença
ao município de Cambuquira. No início do século XIX, a fazenda pertencia às
irmãs Ana, Francisca e Joana da Silva Goulart, herdeiras de Furriel José da Silva Leme
e Rosa Maria Goulart. Com a morte destas, a fazenda foi deixada em testamento a
antigos escravos da família Silva Goulart, e aos irmãos José e Manoel Martins Ribeiro.
Na área herdada pelos escravos foram encontradas águas minerais e isso atraiu muitos
curiosos com interesses diversos no poder que a água podia trazer, como a cura de
doenças. No ano de 1861, a Câmara Municipal de Campanha considerou a propriedade
herdada pelos antigos escravos como utilidade pública, e indenizou os donos com a
quantia de oitocentos mil réis. Esta quantia foi posteriormente utilizada para a aquisição
de novas terras, sendo essas novas terras denominadas "Marimbeiro".
Já a área herdada por Manoel Martins Ribeiro, virou a propriedade do terreno em que
está localizada a Chácara das Rosas hoje. Como herança, essas terras foram passadas
para seu filho João Martins Ribeiro que, no final do século XIX, as vendeu para
Américo Werneck, político e estudioso das propriedades medicinais das águas de
Cambuquira e Lambari.
A propriedade era muito extensa e, além da área da chácara propriamente dita, abrangia
uma grande região onde hoje se localizam a rodoviária e a principal avenida, indo até as
divisas do Parque das Águas, além de toda a vegetação formada pela Mata da Empresa.
Essa mata foi vendida ao Estado de Minas Gerais que criou uma reserva florestal no
local com o objetivo de preservar os mananciais das águas minerais.
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Américo Werneck residiu em Cambuquira até o início do século XX, quando mudou
para Águas Virtuosas de Lambari, onde fixou residência e exerceu o cargo de primeiro
prefeito do recém-criado município. Com a mudança para Lambari, Américo Werneck
permutou seu terreno com o Dr. Ferreira Neto, morador de Cambuquira que se
dedicava à medicina.
Há relatos de que o Marechal Floriano Peixoto, Presidente do Brasil, hospedou-se na
residência do Dr. Ferreira Neto para se tratar de uma bronquite, fazendo uso das águas
virtuosas de Cambuquira.
Com o falecimento de Ferreira Neto na Europa, em data não identificada, a propriedade
foi vendida por sua esposa D. Prudenciana ao engenheiro Rodolpho Furquim Lahmeyer,
na década de 1920, um dos maiores industriais da época. Há outra versão que diz que a
propriedade foi doada à esposa de Lahmeyer, pois Dona Prudenciana era sua madrinha.
Rodolpho Lahmeyer mantinha negócios em áreas diversas como a Empresa de
Navegação, Sal, com salinas no Ceará, no Rio Grande do Norte, no Pará e em Sergipe.
A produção desta empresa supria todos os mercados consumidores de sal do país nas
primeiras décadas do século XX. Além das salinas, Rodolpho Lahmeyer era presidente
da Companhia Comércio e Navegação (CCN) uma das maiores organizações da
América Latina, especializada em construção e reparo de navios.
O contrato celebrado em 24 de abril de 1902 com o
engenheiro Rodolfo Lahmeyer para a exploração das
salinas do Canoé, do município do Aracatí, vai sendo
executado de modo promissor para o futuro dessa
indústria e para os interesses do Estado. As salinas de
Canoé estão situadas à margem do rio Pirangy, servida
pelas águas da barra do mesmo rio, na distância de 21
quilômetros do porto do Fortinho. Nesse percurso,
porém, e em terreno apropriado, existe uma estrada de
ferro construída pelo mesmo engenheiro em virtude de
uma das clausulas do respectivo contrato. A via-férrea,
com a bitola de 1 metro, percorre 23 quilômetros —
inclusive 2 entre os baldes ou cristalizadores das salinas.
Toda essa linha férrea está funcionando desde o mês de
setembro do ano passa do , e acha-se aparelhada dos
necessários desvios, caixas d´agua e oficinas próprias
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para trabalhos de fundação. Seu material rondante
compõe-se de 4 locomotivas de grande força, 12 carros
de 16 toneladas e 6 wagonetes de 1 ½ toneladas. A
empresa encomendou para os Estados Unidos da
América do Norte mais 2 locomotivas grades, 10 carros
de capacidade de 16 toneladas cada um. As salinas de
Canoé constam atualmente de 31 baldes ou
cristalizadores de 100x80 metros cada um, ou sejam 6
alqueires por tonelada. Há um depósito fora dos baldes,
de 300 mil alqueires no mínimo, e nos cristalizadores,
outro deposito calculado em 560 mil alqueires, com
probabilidade maior produção. A qualidade do produto
é bem reputada; o sal pode ser equiparado, — si não
exceder— aos melhores de procedência nacional. A
exploração dessas salinas tem constituído uma fonte de
recurso para as classes necessitadas: ali se acham
empregadas 200 pessoas, havendo proporções para
admissão de pessoal duplo, quando a empresa se
desembaraçar de dificuldades provenientes da falta de
meios de transporte por via marítima. A linha férrea
transporta diariamente 3.800 alqueires do interior das
salinas para o porto. O serviço de embarque é feito em
qualquer navio, por meio de calhas especialmente
preparadas pelo engenheiro Lahmeyer, de modo que
facilmente se efetua o carregamento de 600 toneladas de
sal, em 12 horas. Corno sabeis, pelo contrato celebrado
com o governo, o engenheiro Lahmeyer está obrigado a
uma exportação anual, no mínimo, de 150 mil alqueires
de sal, de 160 litros cada um. Havendo o referido
industrial firmado contrato com a conceituada firma
comercial do Rio de Janeiro—Rodrigues Farias &C .ª ,
para a venda anual de 400 mil alqueires de sal, temos já
ai excedida em mais do duplo a quantidade do sal que se
obrigou a exportar, ex vi de seu contrato com o governo
do Estado . Em virtude de seu convênio com aquela
firma, esta se obrigou a mandar receber o sal dentro do
porto ou fora da barra, em navios seus ou fretados para
tal fim. Devido, porém, à afluência extraordinariamente
de cargas de cabotagem para o sul e norte da República,
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ha subido extraordinariamente o preço dos fretes; e,
atuando por outro lado a falta de embarcações
apropriadas ao transporte do sal, têm surgido embaraços
para a exportação desse produto na medida e extensão
do respectivo contrato. No intuito, porém, de resolver as
dificuldades e normalizar o serviço, a citada firma
comercial já adquiriu, por compra, 3 vapores, — que
denominou — Aracaty, Canoé e Maroim. Assim
apercebida, confia a empresa superar os embaraços e
entrar francamente em uma fase de crescente
prosperidade. São manifestas as vantagens que o Estado
terá de colher, a par do desenvolvimento de uma
indústria que se achava paralisada, figurando no
orçamento de 1901 com a exígua renda de 2:276$148
rs."Trechos da Mensagem enviada à Assembleia
Legislativa do Ceará, em 1.° de julho de 1904, pelo
Presidente de Estado, Dr. Pedro Augusto Borges".
Fonte:http://aracati.net/site/index.php?option=com_content&
view=article&id=319:salina-do-
canoe&catid=42:historia&Itemid=61
Após a aquisição da propriedade do Dr. Ferreira Neto, Rodolpho Lahmeyer demoliu a
velha casa existente no local e construiu um belo casarão, ladeado por jardins com mais
de 180 espécies de rosas e hortênsias, além de um grande pomar de frutas diversas,
estrangeiras e nativas. Este paisagismo no entorno da casa sede, sobretudo as diversas
espécies de rosas, fez com que a edificação recebesse a denominação de Vila das Rosas
ou Chácara das Rosas.
A moradora de Cambuquira, Dóris Fonseca de Oliveira, relata que o casarão possuía
inspirações europeias, já que o proprietário era de origem alemã. ―Lahmeyer era um
industrial, então ele montou aquilo dali, ele era alemão, você vê que a estrutura da casa
é totalmente diferente né‖. Oliveira afirma que as exuberâncias dos jardins foram
mantidas até quando, anos mais tarde, a casa serviu como residências de alguns
prefeitos. Ela conta que até os oito anos de idade morou numa casa atrás da Chácara das
Rosas, época em que o local servia de residência dos prefeitos, já que seu pai era
motorista dos mesmos. Dóris descreve as lembranças dos jardins com entusiasmo:
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―Era residência do prefeito, era aquela casa! (...) Tinha
o jardim de inverno (...) A sala de jantar, você viu lá né,
a sala grande, aquela sala tinha as portas que davam
para aquela parte aterrada e depois tinha uma escada e
descia e ia para o jardim. O jardim era um gramado
bacana, rodeado de canteiros com flores.(...) Tudo tinha
colunas sabe, aquelas colunas imitando colunas gregas
redondas, aquela coisa bonita, porque tinha o suporte
para colocar flores, trepadeiras, era muito bonito. Do
lado de baixo, tinha um jardim beirando a casa, era
cheio de hortênsias e aquela parte de dentro era uma
escada que dava para o jardim.‖ (Trecho da entrevista
com Dóris Fonseca de Oliveira-Cambuquira, julho
2018)
Vila Das Rosas
Fonte: Acervo Iconográfico de Leonardo Leitão Capparelli de Mesquita
Em Cambuquira, Rodolpho Lahmeyer dedicou-se à criação e reprodução de gado Jersey
e de suínos da espécie Duroc Jersey, dos quais pediu patente da marca em 1924. Na
Granja Maroim eram produzidos leite e seus derivados, além de banha e subprodutos do
porco, como bacon, salsichas, linguiças, presuntos, entre outros. A granja possuía em
suas dependências, frigoríficos, câmara de defumação e uma fábrica de latas para
acondicionar os produtos.
―Completava a Vila das Rosas (hoje chamada Chácara
das Rosas) o conjunto da Granja Maroim, propriedade
na qual empregava o Dr. Rodolpho Lahmeyer elevada
soma de energias e capitais, onde possuía um posto de
criação de gado da raça Jersey, que destinava ao
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suprimento da leiteria que pretendia estabelecer para
exploração do leite e seus derivados.
As pocilgas de criação, estabelecidas na zona do
Marimbeiro, onde se estendiam em longos corpos de
edifícios, de uma extensão de 200 metros, possuía o
Dr.Lahmeyer porcos da raça Duroc-Jersey, cujo número
de exemplares puro sangue, em pouco tempo se elevava
a mais de um milheiro. Contígua ao estábulo, a fábrica
de banha e subprodutos do porco, com as instalações
necessárias a tal indústria, entre as quais frigoríficos,
câmaras de defumação para "bacons", presuntos,
salsichas, etc., e a fábrica de latas para
acondicionamento dos produtos‖. (BRANDÃO, 1958,
p.46)
2. Vista parcial da Granja Maroim
Fonte: http://cambuka.blogspot.com/2009/04/
No ano de 1924, Lahmeyer solicitou a marca para os produtos da sua charcutaria e
investiu grande quantidade de dinheiro no maior complexo industrial da época em
Cambuquira, tornando-se, então, uma das maiores promessas econômicas do
município.
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Publicação da solicitação de marca para a produção de subprodutos do porco Duroc Jersey por Rodolpho
Lahmeyer. Fonte: Diário Oficial – Maio de 1924
A Charcutaria montada por Lahmeyer deu grande impulso econômico ao município de
Cambuquira, além de geração de empregos. Entretanto, uma crise na produção de grãos
fez com que Rodolpho Lahmeyer tivesse que recorrer à importação de milho para
alimentar gado e porcos que criava. O navio que trazia o milho importado da Argentina
foi interceptado no Porto do Rio de Janeiro e requisitado pela Comissão de
abastecimento do Rio de Janeiro e do Governo do Estado, com apoio do Governo
Federal.
Sem milho para alimentar sua criação, Lahmeyer teve que vender os animais, inclusive
as matrizes reprodutoras, fechou a indústria, que seria um marco no desenvolvimento da
cidade, vendeu a propriedade ao Governo do Estado e voltou para o Rio de Janeiro,
onde faleceu no ano de 1938.
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Anúncio no jornal Correio Paulistano de 03 de junho de 1938, convidando parentes e amigos para a missa de 7º dia de Rodolpho Lahmeyer.
Fonte: http://memoria.bn.br
Anos mais tarde, parte da propriedade foi transferida ao município, local onde
atualmente se localizam o Colégio Clóvis Salgado, a Rodoviária, um Posto de Saúde, a
Farmácia básica do SUS, o estacionamento da Polícia Militar e a casa sede da Chácara,
que ficou conhecida como Chácara das Rosas.
Sob a responsabilidade do município, a Chácara das Rosas teve diversas utilidades.
Inicialmente foi transformada em administração do Posto de Monta de Cambuquira.
Depois, a edificação passou a ser a residência dos prefeitos nomeados pelo governador
até o ano de 1946. Os prefeitos que tiveram residência na Chácara das Rosas foram:
Edison Álvares da Silva (1937-1940), José Ribeiro Lage (1940-1943) e Orlando da
Fonseca Lobato (1943 -1945), Neder João Neder (interino: dezembro a março de 1946)
e Orlando da Fonseca Lobato (até dezembro 1946). Dóris Fonseca relata suas memórias
dessa época:
―Eu lembro muito porque eu ia lá dentro da casa, porque
se olhar lá na galeria dos prefeitos vai ter lá José Ribeiro
Lage. Ele veio para cá solteiro e ficava muito sozinho lá
e quando eu ia e entrava dentro da casa e ficava
conversando. (...) Já na época do Dr. Orlando Fonseca
Lobato, a empregada dele, chamada Raimunda, me dava
coisas de comer ‖ (Trecho da entrevista com Dóris
Fonseca de Oliveira –Cambuquira, julho 2018)
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Após esse período, o então prefeito Orlando Lobato transferiu a sede da Prefeitura para
o imóvel da Chácara das Rosas e permaneceu assim até o início dos anos 2002. Nessa
etapa, a Chácara também abrigava a biblioteca e o Departamento do Serviço Militar.
Funcionário da prefeitura há mais de 30 anos, Cícero Prado conta uma curiosidade: na
época do funcionamento da prefeitura na Chácara das Rosas, houve no local o
sepultamento do médico e ex-prefeito de Cambuquira, Manoel Dias dos Santos
Brandão, em 1994.
Após esse tempo, o prefeito Rubens Barros Santos transferiu a prefeitura para a
edificação do antigo Hotel Globo, onde permanece até o presente momento.
No ano de 2002, após a transferência da sede da municipalidade, o prefeito Rubens
Barros Santos mandou destelhar a edificação sob a alegação de que faria uma reforma
na mesma, sendo que a referida reforma não foi finalizada até os anos de 2014. Isso
provocou graves danos à edificação.
Durante o período posterior a 2002 até o ano de 2013, a edificação ficou em total estado
de abandono pelo poder público, o que levou à sua invasão por indigentes e,
consequentemente, à ações danosas do mau uso e à intempéries. Tentando reverter esta
situação, a Chácara das Rosas foi tombada através do decreto municipal 2097, de 18 de
dezembro de 2013.
Fachada atual da Chácara das Rosas.
Fonte: Marina Fares/julho2018.
Interior da Chácara das Rosas.
Fonte: Marina Fares/julho 2018.
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2.1. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS
Livros:
BRANDÃO, Manuel Dias dos Santos; BRANDÃO, Thomas Dias dos Santos. Cambuquira:
estâncias hidromineral e climática. Rio de Janeiro: IBGE, 1958.
IBGE. Cambuquira. In: Enciclopédia dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, vol
24, p.293, 1958.
PENHA, Lúcio Ferreira. Comunidade e memória em um município sulmineiro:
subjetividade e resistência. Dissertação de Mestrado. São Paulo: USP, 2017, p. 78-81.
Disponível em: < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-
20072017.../penha_corrigida.pdf> Acesso em: 10 de ago. 2018.
VILHENA, Sueli Lindalva Fonseca. Casos, Causos & Acasos de Cambuquira. Três
Corações: A autora.
Internet:
CAMBUQUIRA ONLINE. História – 100 anos de Cambuquira. [Internet] Site Cambuquira
Online. Disponível em: <http://cambuquiraonline.blogspot.com/p/contato.html> Acesso em:
10 ago. 2018.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Jornal Diário Oficial da União Maio 1924 [Internet]. Site
JusBrasil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/diarios/DOU/1924/> Acesso em: 10
ago. 2018
FARIA, Camila. Minas Gerais- Parque das Águas de Cambuquira [Internet]. Site E aí
férias? Disponível em: <https://www.eaiferias.com/2015/06/mg-parques-das-aguas-de-
cambuquira.html> Acesso em: 10 ago. 2018
INSTITUTO MINEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA- IBGE. Cambuquira
[Internet]. Site IBGE. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/cambuquira/panorama> Acesso em: 10 de ago. 2018.
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LEMES, Silva. Família Silva Lemes – De Bruges (Bélgica), Portugal, Madeira e Açores
para Cambuquira [Internet]. Site Silva Lemes. Disponível em:
<http://silvalemes.blogspot.com/2007/01/silva-lemes-e-os-goulart-gularte-ou.html
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/cambuquira/historico> Acesso em: 10 de ago. 2018.
MOSCA. Mostra Audiovisual de Cambuquira [Internet]. Site Mosca. Disponível em<
http://www.mostramosca.com.br/> Acesso em: 10 ago. 2018.
Grande Hotel Trilogia. 14º Festa do Divino [Internet]. Site Grande Hotel Trilogia. Disponível
em: < http://www.grandehoteltrilogia.org.br/14a-festa-do-divino/> Acesso em: 10 ago. 2018.
Fonte oral:
Entrevista concedida à Marina Fares Ferreira por Cícero Prado – funcionário da Prefeitura de
Cambuquira no setor da Cultura – Cambuquira, julho 2018.
Entrevista concedida à Marina Fares Ferreira por Leonardo Leitão Capparelli de Mesquita–
funcionário da Prefeitura de Cambuquira no setor da Contabilidade e estudante de arquitetura,
Cambuquira, julho 2018.
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2.2. LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Figura 1. Mapa do Estado de Minas Gerais com a indicação do Município de Cambuquira/MG.
Fonte: Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MinasGerais_Municip_Cambuquira.svg.
Data: junho de 2018. Escala: ―escala indefinida‖
Figura 2. Mapa 2 -Mesorregião a qual Cambuquira pertence: Sul/Sudoeste de Minas (8). A Mesorregião Sul
Sudoeste de Minasé formada por 146 municípios que, por sua vez, estão organizados em 11 microrregiões.
Escala: gráfica. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_mesorregi%C3%B5es_de_Minas_Gerais
CARTOGRAFIA DO MUNICÍPIO
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Figura 3. Mapa 03- Microrregião de São Lourenço a qual Cambuquira (3) esta inserida. Sem Escala
Fonte: http://www.citybrazil.com.br/mg/microregiao_detalhe.php?micro=54 Acesso em 12/06/2018
Figura 4. Mapa 05 - Sede do município de Cambuquira. Em vermelho a localização da sede da Chácara das
Rosas.
Sem escala. Fonte: http://www.cambuquira.org/planta.htm. Acessado em 12/06/2018
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2.3. LOCALIZAÇÃO DO BEM CULTURAL
Figura 5. Mapa de localização do bem.
Base: Planta Cadastral do distrito Sede de Cambuquira. Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. Data: julho de 2018. Escala: ―escala gráfica‖
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Este texto tem como premissa a descrição detalhada do bem em sua forma original, para em
seguida discriminar as alterações sofridas com o tempo e finalmente o seu estado de
conservação.
A edificação da sede da Chácara das Rosas localiza-se na área central do município de
Cambuquira, implantada em um terreno situado a meia encosta de um pequeno morro nas
proximidades do loteamento denominado Tiro ao Pombo, no Bairro Nossa Senhora de
Fátima. O principal acesso é feito através da Alameda Lahmeyer, uma via sinuosa e sem
saída, partindo da Av. Quintino Bocaiúva e da rodovia MG 167.
Essa via é pavimentada com blocos sextavados intertravados de concreto, com largura para
dois veículos e com mão dupla.
Originalmente a edificação foi concebida como uma casa de moradia, construída em uma área
ampla sem construções ao redor, com uma implantação cenográfica em meio à jardins de
exuberantes roseirais, pomar e árvores exóticas de pequeno porte (segundo relatos locais). A
edificação, de volumetria térrea, configuração retangular, apresenta estilo eclético com
algumas características da arquitetura colonial germânica do estilo bávaro (retratada através
da forte inclinação do telhado que proporciona maior volume à construção, pelo frontão
elevado decorado com faixas verticais paralelas ressaltadas em argamassa, mimetizando
tábuas de madeira como as aplicadas no processo construtivo das casas germânica do século
XVI, bem como pelos jardins e caramanchões floridos no entorno imediato á casa) e da
arquitetura greco-romana (com a apropriação de elementos gregos como o das colunas e
arquitraves e o pátio interno muito utilizado nas edificações romanas).
A casa tem uma planta de partido retangular com área de 443,07m² que se desenvolvendo a
partir de um elemento central - um jardim de inverno. Construída em terreno inclinado, que
consequentemente gera porões com pequena altura (aproximadamente 80 cm) em alguns
trechos. Devido ao desnível do terreno, os principais acessos ao imóvel são feitos através de
escadas, instaladas nas fachadas: frontal, posterior e lateral esquerda.
DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DO BEM
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A cobertura original de telhas cerâmicas francesas se desenvolve retangularmente com águas
vertendo para o jardim central e para os quatro lados externos da edificação, compondo várias
águas furtadas e rincões. Na vertente frontal da cobertura se encaixa perpendicularmente um
telhado com duas águas que faz a cobertura de um alpendre (ver foto 01) que se projeta para
frente da edificação. De forma semelhante, na vertente lateral esquerda se encaixa um telhado
com duas águas que faz a cobertura de uma parte da fachada que se eleva em formato
triangular (ver foto 02). A água do telhado da fachada lateral esquerda apresenta uma água-
furtada, com lucarna para ventilação do telhado e do forro (ver foto 02).
O engradamento do telhado é em madeira de seção quadrada com beirais em todo o perímetro
da construção, protegidos por guarda-pó em madeira sobre um conjunto de cachorros e calhas
metálicas nas extremidades com coletores de águas pluviais aparentes descendo rente ás
paredes e ancorados por gradeado para suporte do roseiral) (ver foto 19). No jardim de
inverno os beirais são complementados por cachorros (provavelmente com função decorativa)
(ver foto 20).
Na parte posterior do imóvel havia uma varanda com um
caramanchão com vigas em peças de madeira (veja foto 02, lado
direito). Este foi entaipado e recebeu cobertura em telha de
fibrocimento.
O imóvel apresenta como técnica construtiva
alicerce em pedra, um robusto embasamento,
elevado na altura do porão, em alvenaria,
paredes autoportantes em alvenaria de tijolos
maciços cerâmicos sendo as externas formadas
pelo assentamento de 1 vez de tijolos e as das
divisórias internas com o aparelhamento de
meia vez de tijolos. Os tijolos foram
assentados com argamassa de cal e argila.
Figura 6.. Imagem do livro de autoria de Silvio
de Vasconcellos.
01 alvenaria de meia vez.
02 alvenaria de 1 vez aparelhamento inglês. 03 ”alvenaria de 1 vez aparelhamento flamengo.
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Figura 7.. Fachada Frontal – norte. Croqui elaborado pela arquiteta Gisele Pinto de Vasconcelos Cota, tendo
como base a foto 02. Data do croqui: julho de 2018.
A fachada frontal, ilustrada acima, é simétrica e formada pela projeção de três planos, sendo o
primeiro composto pela escadaria de acesso, posicionada perpendicularmente ao alpendre,
com oito degraus em alvenaria com revestimento de cerâmica vermelha nos pisos e nos
espelhos; apresenta fechamentos laterais, escalonados em alvenaria de tijolos maciços
revestidos de pedras.
No segundo plano dessa fachada o alpendre destaca-se do corpo da edificação e possui, nas
extremidades, dois pilares em alvenaria de tijolos maciços revestidos com pedras como as do
revestimento periférico de todo embasamento desta edificação. Estes pilares são ladeados por
duas colunas de seção circular, da ordem toscana, construídas com alvenaria de tijolos
maciços e revestidas com reboco. Estas colunas são encimadas por uma arquitrave de viga de
concreto revestida com reboco, a qual sustenta um frontão triangular em alvenaria de tijolos
maciços revestida com reboco. O alpendre é delimitado por muretas de alvenaria de tijolos
revestidas de pedras que acompanham o mesmo acabamento de pedra por todo perímetro da
base desta edificação. O piso do alpendre é revestido com lajotas cerâmicas na cor vermelha.
(ver fotos 01).
O terceiro plano da fachada frontal apresenta vãos retangulares de vergas retas (uma porta
P02 e duas janelas J01), sendo um conjunto central constituído pelo vão da porta principal que
está emoldurado por elementos ornamentais que remetem a um majestoso pórtico formado
por quatro colunas distribuídas de forma simétrica, com capitel no estilo da ordem coríntia das
colunas gregas, coroadas por arquitrave e friso ricamente decorado, cuja vedação se faz por
duas folhas com abertura central de giro, trabalhadas com esquadrias e caixilhos de madeira
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com encaixes formando relevo almofadado e vidros craquelados, ladeados por duas seteiras
(atualmente vedadas com maderite) (ver fotos 11).
No lado esquerdo e no direito do plano dessa fachada estão duas janelas aqui denominadas de
J01 (uma de cada lado) compostas por duas folhas de giro, abertura central para fora, com
enquadramento e caixilhos de madeira. As folhas contam com veneziana em madeira e na
porção superior cega está vedada por madeira formando relevo almofadado como o do
trabalho de marcenaria da porta principal, contando ainda, na parte interna, com duas folhas
de giro, abertura central para dentro, também com enquadramento e caixilhos de madeira
formando duas colunas e cinco linhas em cada folha, vedadas por vidro incolor e liso. Todos
os vãos de janelas estão alinhados pela parte superior (verga reta) e suas esquadrias protegidas
por pintura.
Figura 8. Fachada Lateral direita – leste. Croqui elaborado pela arquiteta Gisele Pinto de Vasconcelos Cota,
tendo como base a edificação atual, pois esta fachada não sofreu intervenções descaracterizantes. Data do
croqui: julho de 2018.
A fachada lateral direita, ilustrada acima, é bastante simplificada, uma vez que ficava voltada
para uma área não habitada, ou seja, não havia interesse que a mesma representasse o requinte
do imóvel. No seu plano estão distribuídos em ritmo assimétrico seis vãos de janelas,
retangulares, alinhados na parte superior com verga reta, e, um vão de porta, não alinhado
com os demais vãos, próximo da fachada posterior. As vedações das janelas são em
esquadrias de madeira do mesmo estilo e padrão das janelas frontais. A parede apresenta
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revestimento em reboco com pintura e faixa de revestimento com pedra até a altura de 70cm
acima do piso (ver fotos 04).
Figura 9. Fachada Posterior – sul. Croqui elaborado pela arquiteta Gisele Pinto de Vasconcelos Cota, tendo
como base nos remanescentes da edificação atual. Data do croqui: julho de 2018.
A fachada posterior, ilustrada acima, é personificada por um vasto caramanchão que percorre
quase toda sua extensão, composto, na sua cobertura, por peças de madeira, coberto com
vidro e sustentado por colunas, sendo três de seção circular e duas de seção retangular. As
colunas de seção circular são da ordem toscana similar ás do alpendre.
As aberturas deste caramanchão foram entaipadas e a área que ele
ocupava foi dividida, com parede de alvenaria, dando lugar a três
cômodos, e, a cobertura, que provavelmente era de vidro (conforme
a imagem da foto 02), foi substituída por telhas de fibrocimento
onduladas.
Este caramanchão é delimitado por muretas de alvenaria de tijolos revestidas de pedras que
acompanham o acabamento do revestimento periférico de todo embasamento desta edificação.
Como parte deste embasamento há uma escada de nove degraus que se projeta para fora da
edificação. A escada é semelhante à escada da fachada frontal, com proteções laterais em
alvenaria de tijolos maciços, revestida de pedra, e, da mesma forma os pisos e espelhos são
revestidos de cerâmica vermelha.
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Com as intervenções realizadas a fachada posterior ficou
descaracterizada, apesar da agressão sofrida à sua
plasticidade original, essa intervenção é passível de reversão.
Assim, atualmente esta fachada é composta por quatro vãos
sendo: duas janelas de peitoril alto, com vedações em
esquadria metálica e vidros, do tipo basculante, com duas
folhas compridas de báscula, uma janela de vão quadrado
com vedação em esquadria metálica e vidros, do tipo
basculante, um vão quadrado de janela atualmente sem
vedação. Os outros dois vãos são portas, sendo uma porta em
esquadria de madeira, com duas folhas de venezianas de giro
para fora e duas folhas de esquadria de madeira e vidros, de
giro para dentro. (porta original do imóvel que foi removida
do salão nobre e realocada no entaipamento do
caramanchão). A segunda porta é em madeira com montantes
e chapa de madeira, diferente do padrão utilizado na
edificação original, com uma folha de giro (ver foto 05).
Figura 10. Fachada Lateral Esquerda – oeste. Croqui elaborado pela arquiteta Gisele Pinto de Vasconcelos
Cota, tendo como base a foto 02. Data do croqui: julho de 2018.
A fachada lateral esquerda, ilustrada acima, é uma das mais bem elaboradas do imóvel. Ela
podia ser vista do centro da cidade já que ficava voltada para a igreja. Nela estão dispostos
nove vãos retangulares de janelas, com verga reta, assim descritos:
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No trecho próximo à fachada frontal, duas
janelas geminadas, aqui denominadas J03,
formando um conjunto destacado por
elementos salientes no correr dos peitoris e
das vergas; as vedações são de esquadria de
madeira, com venezianas em duas folhas de
giro de abrir para fora; na parte interna são
esquadrias com caixilhos de madeira e vidros
com abertura tipo guilhotina.
Em sequência à direita uma terceira janela do
mesmo padrão das janelas da fachada frontal
J01. Em seguida, neste lugar, originalmente,
havia uma varanda entalada com escadaria
externa e com uma porta no fundo. À direita uma quinta janela, do mesmo padrão das janelas
da fachada frontal J01. A seguir à direita, um conjunto de três janelas J04 à semelhança de
uma ―bay-window‖ com cercaduras verticais e horizontais projetadas para fora do plano da
fachada e com um pequeno telhado com guarda-pó de madeira sustentado por cachorros
também de madeira, fazendo o fechamento superior. Esse conjunto de janelas é encimado por
um frontão triangular à semelhança do frontão da fachada frontal.
O trecho próximo à parte posterior dessa fachada lateral esquerda
sofreu um acréscimo na forma de meia água em decorrência das
intervenções realizadas (o lugar, onde havia um caramanchão, foi
emparedado e coberto com telhas de fibrocimento).
O acesso pela lateral esquerda descrito acima, foi suprimido e
substituído pelo entaipamento através de um plano de alvenaria e a
instalação de uma janela de peitoril alto, com esquadria de metal e
vidros (que não fazia parte dos elementos arquitetônicos originais
da casa) instalada posteriormente em uma das intervenções na
edificação (ver foto 05 e 06).
Figura 11. Vista geral com o observador na facha
lateral esquerda do imóvel sede da Chácara das
Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fonte: Acervo Pessoal de Leonardo Capparelli.
Data provável: logo após o término de sua
construção.
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Podemos inferir baseando nas fotos 01 e 02 que os planos das fachadas e os de fundo dos
frontões tinham acabamento em pintura de tom claro sobre reboco rústico e que os detalhes,
as colunas e os caixilhos de madeira das folhas internas das janelas e portas apresentavam-se
com pintura na cor branca, os altos-relevos dos frontões em listas verticais pintados em tom
escuro e as esquadrias de madeira das folhas externas das janelas e portas em tom próximo
(provavelmente o cinza) ao do revestimento em pedra natural assentadas por todo perímetro
do embasamento dos planos de fachadas, na altura do porão e elevando-se a 70 cm
aproximadamente do piso da edificação.
Atualmente esta edificação apresenta-se com seus planos de fachada pintados na cor amarela
sobre reboco rústico, seus detalhes e colunas com pintura na cor branca, os dois frontões com
fundo branco e os altos-relevos em listas verticais pintados na cor vermelha, esquadrias de
madeira das janelas e portas na cor cinza e as pedras do revestimento da base da edificação e
as afloradas do alicerce sem proteção apresentando-se com seu tom cinza natural.
A composição dos ambientes internos da edificação original apresentava um programa
bastante elaborado. Tratava-se de um projeto de uma edificação residencial para uma família
abastada, com grande ênfase no conforto e privacidade dos moradores. O programa era
composto por: quatro salas, um salão nobre, uma copa, uma cozinha, quatro quartos, um
banho, uma instalação sanitária, jardim interno, circulação central, hall de entrada lateral,
varanda/ alpendre frontal, varanda/ caramanchão.
Os quartos, duas das salas e o salão nobre eram dotados de piso em tabuado de madeira sobre
barrotes de madeira (veja fotos 15, 16 e 17), as paredes provavelmente tinham pintura artística
figurativa (veja foto 16), teto com forro em tabuado de madeira com pintura branca sobre
barrotes em madeira dispostos aparentemente (veja foto 15).
A circulação central, as varandas, alpendre e o caramanchão eram em piso e rodapé cerâmico
na cor vermelha.
A cozinha, sala/copa, instalações sanitárias e banho e duas salas, com pisos de ladrilho
hidráulico antiderrapante e decorado, rodapé em cerâmica verde e meia parede revestida em
azulejo branco com acabamento em friso cerâmico na cor verde (veja fotos 23, 24, 25 e 26).
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Foto 1. Fachada frontal do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG. Fonte: Acervo Pessoal de Leonardo Capparelli. Data provável: logo após o término de sua construção.
Foto 2. Fotografia do imóvel sede da Chácara das Rosas. Á frente, provavelmente a esposa de Rodolpho
Furquim Lahmeyer, Sra. Violante Furquim Lahmeyer.
Município de Cambuquira, MG.
Fonte: Acervo Pessoal de Leonardo Capparelli. Data provável: logo após o término de sua construção.
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Foto 3. Fachada lateral esquerda do imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 4. Fachada lateral direita do imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 5. Fachada posterior do imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 6. Caramanchão do imóvel sede da Chácara das
Rosas. Vista interna com detalhe da intervenção do
entaipamento.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 7. Vista externa da janela sacada na fachada
lateral esquerda do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Foto: Kleumanery Melo. Novembro, 2013.
Foto 8. Vista interna da janela sacada na fachada lateral esquerda do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Foto: Kleumanery Melo. Novembro, 2013.
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Foto 9. Vista externa da janela sacada na fachada lateral esquerda do Imóvel sede da Chácara das
Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 10. Vista interna das janelas J01 e espera de encaixe dos barrotes do forro do Imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 11. Vista externa da porta de acesso na facha
frontal do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 12. Vista interna da porta de acesso na facha
frontal do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Foto: Kleumanery Melo. Novembro, 2013.
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Foto 13. Vista do fechamento com janela J02 do pátio
central do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 14. Vista do pátio central com sua fonte do
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 15. Vista interna do salão nobre do Imóvel sede
da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG. .
Fonte: Acervo Pessoal de Leonardo Capparelli
Foto 16. Detalhe de parede apresentando friso com
pintura artística sob a camada de pintura atual.
Município de Cambuquira, Sede – MG.
Foto: Kleumanery Melo, Novembro, 2013.
Foto 17. Detalhe do piso em tabuado de madeira e
seu borroteamento, esperas de encaixe dos barrotes
do forro e do armário embutido da sala de estar.
Município de Cambuquira, Sede – MG.
Foto: Kleumanery Melo, Novembro, 2013.
Foto 18. Detalhe da estrutura de madeira para
travamento das alvenarias e das esquadrias das portas,
janelas e dos barrotes do piso do salão nobre.
Município de Cambuquira, Sede – MG.
Foto: Kleumanery Melo, Novembro, 2013.
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Foto 19. Vista do acabamento externo com
revestimento em pedra por todo perímetro da
edificação e o embasamento e alicerce em cantaria de
pedra do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 20. Vista do pátio central com o remanescente de
um dos cachorros que originalmente apoiava o guarda
pó em madeira do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 21. Vista interna do porão do Imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 22. Vista do detalhe único do enquadramento do
vão de janela e da porta da cozinha do Imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
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Foto 23. Vista da inst. sanit. com detalhe da peça cerâmica da saboneteira embutida do Imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 24. Vista da inst.sanit. com detalhe da peça de
suporte da bancada.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 25. Vista do revestimento de piso em ladrilho
hidráulico antiderrapante e decorado do Imóvel sede
da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 26. Vista do revestimento de parede em azulejo
branco (altura de meia parede do piso) com filete
verde no acabamento e rodapé em ladrilho verde do
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 27. Vista das molduras em madeira na parede,
provavelmente moldurando pinturas parietais do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 28. Vista das molduras em madeira na parede,
provavelmente moldurando pinturas parietais do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
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Foto 29. Vista das esperas para a fixação dos
barrotes do forro do Imóvel sede da Chácara das
Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 30. Vista da cremona de ferragem da janela do
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 31. Vista do entorno imediato do Imóvel sede da
Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 32. Vista do entorno imediato e do acesso ao
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
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2.4. MAPA DE VISADAS
Documentação Fotográfica – Mapa de Visadas. Planta baixa do pavimento térreo – Imóvel sede Chácara das Rosas – Levantamento atual.
Base: Base do levantamento feita sobre a planta desenvolvida pelo arquiteto Leonardo Loures de Souza Lima em 2014. Elaboração: arquiteta Gisele Pinto de Vasconcelos Costa – CAU:A15001-0. Data: julho de 2018. Escala Gráfica 1:100.
Foto 02
Foto 01
Foto 32
Foto 31
Foto 20
Foto 17
Foto 11
Foto 12
Foto 05
Foto 06
Foto 04
Foto 03
Foto 07
Foto 08
Foto 09
Foto 10 Foto 13
Foto 14 Foto 15
Foto 19
Foto 22 Foto 24
Foto 23
Foto 26 Foto 25
Foto 28
Foto 29
Foto 18
Foto 15
Foto 16 e 27
Foto 30
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2.5. TRANSFORMAÇÕES E INTERVENÇÕES
Em 1920, o engenheiro Rodolpho Furquim Lahmeyer, adquiriu a propriedade, demoliu a
antiga casa e construiu a sede que ficou conhecida como Chácara das Rosas.
Na década de 30 a Chácara das Rosas passa a pertencer ao poder público, e fica a disposição
como casa dos prefeitos nomeados por Getúlio Vargas. Apesar da rotatividade dos moradores
não foram registradas interferências na edificação.
Em 1946 quando o Prefeito Orlando Lobato transferiu a sede da Prefeitura para o imóvel da
Chácara das Rosas até o início dos anos 2001. Este sofreu várias interferências, listadas
abaixo:
Na fachada frontal da edificação, foram colocados mastros e seu embasamento, para o
hasteamento de bandeiras, na época em que a edificação abrigou a Prefeitura Municipal.
O caramanchão em forma de arco, com pintura branca, instalado em frente ao acesso da
lateral esquerda foi removido.
O jardim de rosas que circundava a edificação, bem como as trepadeiras que subiam nas
treliças instaladas com maestria nos dois cantos da fachada frontal, foi retirado.
A edificação também recebeu várias camadas de pintura encobrindo sua pintura ornamental
original com a presença de frisos decorativos com motivos geométricos.
Há a complementação de algumas áreas do piso em ladrilho hidráulico com peças distintas
das originais.
Originalmente existiam três acessos: um pelo alpendre na fachada frontal, outro pelo
caramanchão na fachada posterior e por último pela varanda entalada da facha lateral
esquerda. Os quais, que além do acesso à edificação como um todo possibilitavam o acesso
direto aos ambientes de uso social, resguardando com isto a privacidade dos demais
ambientes, uma vez que a distribuição interna se dava por meio de circulação circundante ao
jardim interno.
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Atualmente o acesso originalmente existente na fachada lateral esquerda foi suprimido e seu
cômodo de acesso e distribuição que antes era um hall cedeu lugar a um depósito, a escadaria
para vencer o desnível foi demolida, a varanda entaipa e nesse plano foi instalada uma janela
de peitoril alto com caixilhos metálicos e vedação em vidro (veja foto 04). Não há
documentação sobre a data provável desta intervenção.
O acesso posterior através do caramanchão com conexão originalmente direta ao salão nobre
foi entaipado e construíram nesta área três depósitos, consequentemente foram instaladas duas
janelas de peitoril alto, caixilhos metálicos e vidro, abertura tipo basculante, uma terceira
janela também tipo basculante, de sessão quadrada, caixilharia de metal e vidro, uma porta de
madeira tipo prancheta, e, uma das três portas do salão nobre, em que seus vãos foram
entaipados, foi remanejada para a parede de entaipamento (veja fotos 06, 07, 08 e 12).
Em 2001 o então prefeito Rubens Barros Santos, transferiu a prefeitura para a edificação do
antigo Hotel Globo. A partir de então ela passa por vários usos como biblioteca e junta de
serviço militar até o inicio dos anos 2002, quando a partir de então ela fica abandonada.
A situação de abandono foi agravada, após a remoção da cobertura da edificação pelo prefeito
Rubens Barros Santos, no ano de 2002. Esta demolição deixou o interior do imóvel sobre a
ação de agentes naturais por muitos anos, causando, com isto, cério donos ao estuque dos
forros, que foram totalmente perdidos, as peças de madeira dos armários embutidos, portas,
janelas, tabuados dos pisos, estrutura de barrotes etc. sofreram desgastes e grandes perdas.
No entorno imediato, foram construídos diversas edificações, primeiramente, aos fundos, um
depósito pertencente à prefeitura, aos fundos (veja foto 05), em 2003 no seu lado esquerdo, o
Posto de Saúde Dr. Manoel Brandão com sua rampa de acesso e uma unidade policial com
seu estacionamento do lado direito à edificação, em 2005 o Posto da Polícia Militar e uma
área de estacionamento anexa à edificação, que prejudicam a ambiência do bem.
Visando proteger o Imóvel sede da Chácara das Rosas, este foi tombado pelo município
através do decreto municipal 2097 de 18 de dezembro de 2013. Atualmente, encontra-se em
obra de recomposição da cobertura.
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Foto 1. Intervenção através da colocação dos mastros
de bandeira, instalado quando o imóvel passou a ser a
sede da prefeitura municipal.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 2. Intervenção através da colocação dos mastros
de bandeira, instalado quando o impovel passou a ser
a sede da prefeitura municial.
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Foto 3. Intervenções observadas através da
comparação entre a foto 03 com a 04 que podemos
notar a retirada do acesso á edificação, bem como dos
jardins e do caramanchão em forma de arco do ao
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 4. Intervenção da rampa instalada próxima ao
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 5. Intervenção com a edificação de construções
no entorno imediato ao Imóvel sede da Chácara das
Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 6. Intervenção com a edificação de construções
no entorno imediato ao Imóvel sede da Chácara das
Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
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Foto 7. Intervenção com o entaipamento, instalação
de janelas e portas do caramanchão original do
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 8. Intervenção do entaipamento e retirada do
suporte superior do caramanchão original do Imóvel
sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 9. Intervenção como o entaipamento de vãos de
porta do Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 10. Intervenção a instalação de cofre e guarita
para pagamento, quando da mudançca de uso do
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
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Prefeito: FABRÍCIO DOS SANTOS SIMONI
Nome do chefe do setor: REGINA LUCIA SÁ Data: 30/11/2018
Foto 11. Intervenção e restauração com a instalação
do telhado no ano de 2018, mas houve a supressão do
beiral no perímetro da edificação no lado do pátio
interno. Podemos notar o cachorro em madeira
(suporte do quarda-pó do beiral original) do Imóvel
sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Foto 12. Remanejamento de uma das três portas do
salão nobre para o acesso ao novo cômodo formado
depois do entaipamento do caramanchão original do
Imóvel sede da Chácara das Rosas.
Município de Cambuquira, MG.
Fotógrafo Humberto Carneiro, julho/2018.
Figura 1. Elevação Lateral Esquerda – oeste - com indicação de intervenções.
Supressão do acesso da lateral esquerda quando o imóvel passou a abrigar a sede da
Prefeitura Municipal de Caxambu na segunda gestão do Pref. André Bacha em 1955.
Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. julho/2018.
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Figura 2. Elevação Posterior – sul - com indicação de intervenções.
Entaipamento do caramanchão e criação de três depósitos quando o imóvel passou a abrigar a sede da
Prefeitura Municipal de Caxambu na segunda gestão do Pref. André Bacha em 1955.
Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. julho/2018.
Figura 3. Planta baixa - com indicação das intervenções.
Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. julho/2018.
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Base: Google Earth. Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. Data: julho de 2018. Escala Gráfica.
DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO e da DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO
Delimitação do Perímetro
de Tombamento
Delimitação do Perímetro
do entorno ao bem
Tombado
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Descrever a poligonal de tombamento de forma completa. Considerar modelo abaixo:
O perímetro de tombamento do bem Imóvel sede Chácadas das Rosas, definido pela
poligonal P01-P05, contempla toda a edificação e o terreno no qual está implantada. A área
total da poligonal é de 00,00m².
O primeiro ponto da poligonal, P01, coincide aproximadamente com o alinhamento da
parede externa da unida de Saúde, de coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 54,75´´
Longitude: 45o 17´ 44,60´´
A partir de P01, percorre-se em linha reta ao longo de 34,61m, no sentido leste, em direção a
P02 de coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 53,88´´
Longitude: 45o 17´ 43,86´´
A partir de P02, percorre-se em linha reta ao longo de 57,34m, no sentido norte, em direção
a P03 de coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 53,52´´
Longitude: 45o 17´ 46,55´´
A partir de P03, percorre-se em linha reta ao longo de 37,41m, no sentido oeste, em direção
a P04 de coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 54,75´´
Longitude: 45o 17´
A partir de P04, percorre-se em linha reta ao longo de 68,58m, no sentido sul, em direção a
P05 de coordenadas sendo P05, coincidente com P01.
DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO
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O polígono definido para caracterizar a área de tombamento do bem extrapola os limites
físicos da edificação abrangendo uma área mais ampla ao redor, com o objetivo de, com as
garantias e as restrições das medidas de proteção e preservação, não só poder evitar
Intervenções descaracterizadoras de sua integridade mas também garantir que sejam reparadas
algumas intervenções já existentes. Também tem o sentido de permitir a implantação de
jardins em volta, reconstituindo o cenário original.
JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO
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Base: Google Earth. Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. Data: julho de 2018. Escala Gráfica..
DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO e da DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO
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Descrever a poligonal de entorno do tombamento de forma completa. Considerar modelo
abaixo:
O perímetro de entorno do tombamento do bem Imóvel sede Chácara das Rosas, definido
pela poligonal P1-P7, contempla a poligonal de tombamento. A área total da poligonal é de
00,00m².
O primeiro ponto da poligonal, P1, que coincide aproximadamente com o eixo da rodovia Mg
167, de coordenadas:
Latitude:21o 50´ 54,39´´
Longitude: 45o 17´ 49,86´´
A partir de P1, percorre-se em linha reta ao longo de 151,24m, no sentido sul, em direção a
P2, com coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 56,89´´
Longitude: 45o 17´ 45,29´´
A partir de P2, percorre-se em linha reta ao longo de 115,09m, no sentido Sudeste, em
direção a P3 com coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 55,18´´
Longitude: 45o 17 41,83´´
A partir de P3, percorre-se em linha reta ao longo de 117,59m, no sentido nordeste, em
direção a P4, com coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 51,98 ´´
Longitude: 45o 17 43,39´´
A partir de P4, percorre-se em linha reta ao longo de 83,93m, no sentido noroeste, em
direção a P5 com coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 52,81´´
Longitude: 45o 17´ 44,86´´
A partir de P5, percorre-se em linha reta ao longo de 98,06m, no sentido noroeste, em
direção a P6 que coincide aproximadamente com o eixo da Av. Quintino Bocaiuva de
coordenadas:
Latitude: 21o 50´ 52,20´´
Longitude: 45o 17´ 48,16´´
A partir de P6, percorre-se em linha reta ao longo de 54,32m, no sentido sul, em direção a
P7 que coincidente com P1, fechando assim a poligonal.
DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO
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O polígono definido para o entorno inclui toda a área circundante que numa escala mais
ampla exerce influência na ambientação paisagística e de visadas em volta do casarão. Essa
área se estende desde a rodovia MG 167 na parte mais baixa da encosta onde a edificação está
implantada, até a parte mais alta onde estão situados um campo de futebol e o Colégio
Estadual Clóvis Salgado. Em toda a extensão da área, a arborização de porte existente
predomina sobre as áreas edificadas conferindo grande qualidade ambiental. O impacto visual
das edificações existentes é arrefecido pela presença expressiva das árvores dispostas em
renques na paisagem em frente ao casarão. A extensão do polígono tem o sentido de propiciar
a proteção das áreas verdes e dos vazios circundantes garantindo a ambientação paisagística
adequada.
JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO
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2.4.2. Para bens imóveis, apresentar no mínimo 1 (um) dos itens abaixo:
a) Projeto original, caso disponível;
b) Croquis com implantação do bem no terreno e croquis das divisões internas;
c) Levantamento arquitetônico constando de: Planta de situação (cotada); Planta de cada
pavimento (cotada); Planta de cobertura; Fachada(s) principal(is).
LEVANTAMENTO MÉTRICO DO BEM
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Base: Projeto do levantamento atual da edificação. Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. Data: julho de 2018. Escala 1:100, indicada.
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Base: A planta de situação foi feita com o auxílio do Google Earth. É importante frisar que a copa das árvores torna impossível a visualização do traçado da Alameda Laymaer. Assim, no desenho da planta de situação o traçado da Alameda Laymaer foi feito por
aproximação. Elaboração: Gisele Pinto de Vasconcelos Costa. Data: julho de 2018. Escala Gráfica.
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2.6. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS E AMEAÇAS AO BEM CULTURAL
Falta de manutenção - a conservação de um bem exige, antes de tudo, manutenção
permanente.
Imóvel sem uso – a conservação de um bem é sempre favorecida pela destinação a uma
função útil à sociedade, desde que este uso seja compatível com a disposição, decoração e
estilo da edificação.
Intervenções descaracterizantes – intervenções descaracterizantes, sem o devido estudo de
profissionais qualificados e cocientes da importância cultural, estilística e histórica do bem em
questão e da proteção legal existente.
O Imóvel sede Chácara das Rosas se apresenta em péssimo estado de conservação devido a
situação a qual foi exposto a partir do ano 2002. O prolongado tempo de ausência de
cobertura na edificação, de 2002 a 2014, expos a edificação, sobretudo o seu interior, à ação
de fatores naturais de degradação.
Em relação a sua estabilidade estrutural, alguns trechos de suas alvenarias apresentam danos
como rachaduras e deformações que comprometem sua estabilidade.
O acúmulo de entulhos no interior da edificação contribui para o aparecimento de animais
peçonhentos em seu interior, podendo ocasionar acidentes em pessoas que frequentam
indevidamente a edificação. Nos dias em que foram realizados os trabalhos para a elaboração
deste dossiê, foi verificado, em vários momentos a presença de invasores andarilhos, que
fazem de abrigo esta edificação.
Os pisos e revestimentos apresentam muitos desgastes, áreas de perdas e sujidades aderidas.
Já os pisos em assoalho de madeira e suas estruturas estão seriamente comprometidos.
As instalações hidráulicas e elétricas foram desligadas.
A pintura do imóvel está muito danificada, com esmaecimento, abrasões e grandes áreas de
perdas.
No que se refere à ambiência do local, esta se encontra totalmente prejudicada pela presença
das edificações que abrigam o posto de saúde e a polícia militar.
2.7. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DO BEM TOMBADO
PLANO DE GESTÃO DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA
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O tombamento é um procedimento administrativo através do qual o Poder Público intervém
na propriedade, no caso, imóvel, tendo como objetivo a proteção do bem reconhecido como
patrimônio cultural.
―Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira(...)‖DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937.
Tombado o bem, o proprietário terá o dever de preservá-lo, podendo contar com a
colaboração, inclusive financeira, da entidade pública que realizou o tombamento para
serviços de conservação do mesmo.
"Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de
recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a
mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras,
sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que for
avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. § 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o
diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser
iniciadas dentro do prazo de seis meses, ou providenciará para que
seja feita a desapropriação da coisa. "DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937.
Ao mesmo tempo, o tombamento impõe ao proprietário obrigações sobre o imóvel que se
sujeitará ao controle e fiscalização pública especial por interessar a coletividade.
"Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização
especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser
reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por
cento do dano causado.
Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá
inspecioná-los sempre que fôr julgado conveniente, não podendo os
respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção,
sob pena de multa (...)"
DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937.
Como uma das primeiras medidas de proteção, o Conselho Deliberativo do Patrimônio
Histórico, Artístico e Cultural de Cambuquira deverá providenciar a transcrição do ato de
tombamento, para os devidos fins, no setor de cadastro da prefeitura municipal e no cartório
de registro de imóveis com a competente averbação à margem da transcrição do domínio.
Esta medida tem por objetivo a divulgação do tombamento e deixar claro as situações de
restrições que o imóvel passou a suportar.
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Para as diretrizes relativas ao bem edificado tombado ou entorno, os projetos de qualquer
natureza, sejam arquitetônicos, paisagísticos, urbanísticos, relativo a novas construções,
restauração, reforma ou complementares a estes, devem ser desenvolvidos e estar sob a
responsabilidade e coordenação de um arquiteto devidamente registrado no CAU.
A edificação protegida não poderá ser demolida, e deverá ter suas características originais
preservadas, recuperadas ou restauradas. A restauração tem como objetivo conservar e revelar
os valores estéticos e históricos do bem tombado que deverão ser norteadas de acordo com as
diretrizes abaixo:
Fica expressamente proibida a construção de qualquer edifício no terreno demarcado pela
poligonal de tombamento.
Sugere-se que seja feito o remanejamento dos serviços do posto de saúde, da farmácia básica
do SUS e da unidade policial e a demolição dos seus respectivos imóveis edificados próximos
ao Imóvel da sede da Chácara das Rosas. Estes três imóveis interferem negativamente na
ambiência ao bem tombado, além de prejudicarem sua visibilidade. Sugere-se a permanência
do Colégio Clóvis Salgado e da Rodoviária.
Todas as intervenções no bem tombado devem ter a anuência do conselho.
Todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas
deverá destacar-se da arquitetura original e ostentar a marca do nosso tempo. Como diretriz
importante, os elementos que substituírem as partes faltantes devem ser integrados de forma
harmoniosa, porém é imprescindível que se distinguem das partes originais a fim de que a
restauração não falsifique o objeto em questão (conforme cita a Carta de Veneza, 1964).
Os vãos em sua quantidade, proporção, alinhamento, distribuição nos planos de fachadas bem
como suas esquadrias, só poderão ser alterados no sentido de reverter eventuais
descaracterizações. Vale salientar que as esquadrias existentes no local assim como muitos
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dos vidros são originais, desta forma devem ser reaproveitados e complementados, não sendo
permitido o seu descarte.
Os materiais de revestimento e de ornamentação empregados nos planos de fachada não
poderão ser alterados.
Os diagramas, a declividade das coberturas e de seus os beirais não poderão sofrer alterações.
Essas referências poderão ser observadas nas duas fotografias das fachadas frontal e lateral
esquerda do Imóvel sede da Chácara das Rosas, Município de Cambuquira, MG, tiradas
provavelmente logo após o término da construção e pertencentes ao Acervo Pessoal de
Leonardo Capparelli.
O forro em estuque deverá ser refeito em pelo menos no antigo Salão Nobre. Como referência
deverá ser observada a fotografia do salão nobre do Imóvel sede da Chácara das Rosas,
Município de Cambuquira, MG, tirada provavelmente logo após o término da construção e
pertencentes ao Acervo Pessoal de Leonardo Capparelli.
As técnicas construtivas originais deverão ser mantidas. Vale salientar que quando as técnicas
tradicionais se revelarem inadequadas, a consolidação do bem pode ser assegurada com o
emprego de todas as técnicas modernas de conservação e construção cuja eficácia tenha sido
demonstrada por dados científicos e comprovada pela experiência conforme o Artigo 10 da
Carta de Veneza de maio de 1964.
Os pisos em assoalho de madeira deverão se reconstituídos tomando como base a paginação e
a estrutura dos barrotes dos pisos remanescentes;
Os jardins com mais de 180 espécies de rosas e hortênsias, bem como o pomar de frutas
diversas, estrangeiras e nativas que compunham o paisagismo no entorno do Imóvel da sede
da chácara das Rosas, conforme o descritivo histórico que faz parte deste documento, devem
ser reconstituídos. Este paisagismo no entorno da casa sede da granja, sobretudo as diversas
espécies de rosas, fez com que a edificação recebesse a denominação de Vila das Rosas. A
reestruturação e reconstrução desses jardins devem acontecer depois de estudos através de
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documentos para assegurar o caráter científico da intervenção. Carta de Florença de 1981
visou o cuidado com os jardins históricos, sendo estes uma composição arquitetônica e
vegetal que apresenta interesse público.
Fica permitida a instalação de coberturas provisórias para o uso de feiras, exposições e outras
manifestações culturais temporárias da comunidade desde que não coloquem em risco a
integridade do bem e do paisagismo.
2.8. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO
Edificações novas dentro do perímetro de entorno imediato ao bem tombado deverão se
balizar na altimetria do Imóvel sede Chácara das Rosas, no sentido de valorizar a sua
visibilidade, não podendo constituir interferência visual na conformação arquitetônica do bem
tombado. Estas novas edificações só poderão ser realizadas mediante autorização do Conselho
do Patrimônio e elaboração de projeto específico realizado por profissional habilitado após
avaliação das peculiaridades de cada caso.
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2.9. APLICAÇÃO DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA
SALVAGUARDAS 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2030
2.9.1.1. Publicação no site da Prefeitura. x x x x x x
2.9.1.2. Elaboração e distribuição da Cartilha. x x x x
2.9.1.3. Instalação de Placas educativas. x
1.12.1.4. Rota turística. x x x x x
1.12.2.1 Imóvel Chácara das Rosas como espaço institucional dedicado à realização de ações educativas.
x
1.12.3.1. Projeto de Restauração arquitetônica, paisagística e dos complementares.
x
1.12.3.2. Projeto de restauração das pinturas parietais. x
1.12.3.3. Obra de restauração arquitetônica e dos bem integrados.
x x x x
1.12.3.5. Obra para iluminação das fachadas. x
1.12.4.1. Retirada da rampa do posto de saúde. x x x
1.12.4.2. Remanejamento do Posto de Saúde,. x
Os Itens de Salvaguarda listados na tabela acima são sugestões e devem ser analisados a
cada ano, principalmente o item 1.12.4.2. O detalhamento destes itens está exposto abaixo:
1.12.1. Ações que auxiliam na divulgação e consequentemente na sua preservação:
1.12.1.1. Disponibilizar a lista e a história dos bens protegidos pelo
município no site da oficial da Prefeitura.
2.9.1.2. Produção de Cartilha de Divulgação dos bens
protegidos pelo município. Nesta Cartilha deverá constar de um
desenho ilustrativo elaborado pelos alunos do ensino médio e outro do
fundamental.
2.9.1.3. Produção e instalação de placas educativas e
explicativas sobre o bem tombado.
2.9.1.4. O uso dos ricos recursos que mais crescem no mundo,
por causa do fado histórico da redução da jornada do trabalho,
aumento da riqueza mundial, aumento do tempo livre e a percepção
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da cultura como produto de consumo - o turístimo - se faz importante
para a divulgação do patrimônio protegido, o que nos leva a propor a
implantação de rota para visitação turística com roteiro turístico que se
inicia a partir da Igreja de São Sebastião (com a Imagem de São
Sebastião tombada pelo município), segue pelo Av. Virgílio de Melo
Franco (passando nos bens inventariados), depois pela Av. Benjamin
Constant (visitando, também os bens inventariados), segue em frente
até o Imóvel sede Chácara das Rosas.
1.12.2. Ações que auxiliam na compreensão e percepção do bem e consequentemente na
sua preservação:
1.12.2.1. Reservar o Imóvel Chácara das Rosas como espaço
institucional dedicado à realização de ações educativas e de
interface amigável entre os órgãos locais relacionados à preservação
e divulgação cultural. Reservar uma das salas como espaço
permanente para ministrar aulas sobre educação patrimonial
direcionada ao público em geral, pois deve atingir a todos, uma vez
que o patrimônio cultural diz respeito, ao mesmo tempo, a cada
indivíduo e à coletividade. Vale ressaltar que as depredações,
pichações e vandalismo cometidos em bens tombados são feitos por
moradores de própria cidade, muitas vezes por falta de
conhecimento.
Dentro desta temática, a educação patrimonial pode ser basicamente
entendida como a valorização dos bens de modo que seja resgatada
sua relação de memória e afeto com a comunidade. Para isso seria
interessante implementar um processo sistemático e permanente que
busca levar os indivíduos a uma ação ativa de conhecimento, para
que haja apropriação e valorização do patrimônio cultural, com o
intuito de que sejam agentes diretos da preservação. É sabido que
só se preserva o que se conhece.
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2.9.3. Ações que auxiliam na proteção direta física do bem tombado:
1.12.3.1. Sugere-se, tendo em vista o estado de conservação do
bem, a elaboração de um projeto de restauração que englobe a
área aberta de jardins, com justificativa teórica embasada nos
princípios éticos da conservação, por um arquiteto registrado no
CAU e com experiência comprovada em projeto de restauração e
conservação em bem tombado.
1.12.3.1.2. Sugere-se, tendo em vista o estado de conservação do
bem, a elaboração dos projetos complementares por profissional
habilitado com formação acadêmica. (instalações elétricas,
hidráulicas, telefonia, cabeamento estruturado etc.) a fim de
readequar o imóvel às necessidades atuais provenientes do uso.
1.12.3.1.3. Sugere-se a elaboração e implantação de projeto
luminotécnico para iluminação das fachadas do bem visando a
eliminação das interferências do sistema de iluminação existente e
valorização arquitetônica do mesmo. Vale salientar que os custos
relativos ao fornecimento de energia para a iluminação especial da
fachada, de acordo com a Resolução Normativa da ANEEL Nº
414/2010, artigos §50 e §60 “(...) a iluminação de monumentos,
fachadas, fontes luminosas e obras de arte de valor histórico,
cultural ou ambiental (...)” são de responsabilidade de pessoa
jurídica de direito público, pois se insere no conceito de iluminação
pública, cuja prestação toca ao poder público, ficando,
consequentemente, o proprietário livre deste ônus.
1.12.3.2. Recomenda-se, em relação às pinturas parietais, a
elaboração e execução de um projeto de conservação e restauro
por um profissional com experiência comprovada. Este projeto
deverá contemplar a realização de prospecções nas paredes
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internas da edificação com abertura de janelas e escaleiras a fim de
localizar áreas onde possivelmente houve a presença de pinturas
parietais, verificar se ainda é possível recuperá-las e avaliar o seu
estado de conservação.
2.9.4. Ações que auxiliam na proteção da ambiência ao bem tombado:
2.9.4.1. Sugerimos que seja feito o remanejamento dos serviços
do posto de saúde, da farmácia básica do SUS e da unidade policial
e a demolição dos seus respectivos imóveis edificados próximos ao
Imóvel da sede da Chácara das Rosas.
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A Chácara das Rosas, edificação sede da Granja Maruim é a única edificação remanescente
do importante complexo industrial, que foi construída no inicio do século XX pelo engenheiro
Rodolpho Furquim Lahmeyer.
Este complexo industrial foi de grande importância para o desenvolvimento
econômico da região e ocorreu em um momento muito importante da história de
Cambuquira, quando a vila foi elevada à cidade e a empresa se tornara uma das
maiores promessas econômicas do município.
Lahmeyer construiu um jardim com mais 180 espécies de rosas e hortênsias, além de diversos
tipos de árvores frutíferas, no entorna da sede o que dava ao local identidade e agradável
ambiência ao local. Este paisagismo no entorno da casa sede da granja, sobretudo as
diversas espécies de rosas, fez com que a edificação recebesse a denominação de Vila das
Rosas e mais tarde como Chácara das Rosas.
Assim, o Imóvel Sede da Chácara das Rosas - foi escolhido pela relevância de suas
características estilístico-arquitetônicas e importância histórico-cultural e simbólica para o
município como portador de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade. Exemplar de estilo eclético que remete de forma ímpar, na
cidade de Cambuquira, ao estilo germânico e grego romano, bem como o simbolismo de uma
família de empreendedores e dos primeiros industriais da cidade de Cambuquira.
Faz imperativo proteger este bem para seja conhecido pelas futuras gerações preservando
assim parte da identidade de Cambuquira.
____________________________________________
REGINA LUCIA SÁ
Chefe do Setor
Secretária de Cultura
SECRETARIA DE CULTURA DE CAMBUQUIRA
DOCUMENTO CONCLUSIVO SOBRE O BEM TOMBADO
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Fontes orais:
Entrevista concedida, em julho de 2018, ao arquiteto Humberto Magalhães Carneiro pela Sra.
Regina Lucia Sá, presidente do membro do Conselho de Proteção ao Patrimônio de
Cambuquira e Secretária de Cultura, tel.: (35) 3251-2000 ramal 24.
Entrevista concedida, em julho de 2018, ao arquiteto Humberto Magalhães Carneiro pelo Sr.
Cícero Antônio do Prado, membro do Conselho de Proteção ao Patrimônio de Cambuquira,
morador à av. Virgílio de Melo Franco 461, apto B, telefone residencial: 35 3251-1721 e tel.:
(35) 3251-2000 ramal 24.
Entrevista concedida, em julho de 2018, ao arquiteto Humberto Magalhães Carneiro pelo Sr.
Leo Capparelli, funcionário da prefeitura, telefone: (35) 99295-7399.
Entrevista concedida, em julho de 2018, ao arquiteto Humberto Magalhães Carneiro pelo Sr.
Eduardo Castelã, funcionário administrativo da Paróquia da Matriz de São Sebastião,
telefone: (35) 3251-1422, (35) 98863-6612.
Entrevista concedida ao arquiteto Humberto Magalhães Carneiro pela Sra. Doris Fonseca
Oliveira, membro do Conselho de Proteção ao Patrimônio de Cambuquira e ex vizinha,
quando criança , do Casarão das Rosas, telefone: (35) 3251-1364.
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. 1º Censo Cultural de Minas Gerais: Guia da Região Sul.
Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, 1994.
AZEVEDO, Gislane Campos. A tutela e o contrato de soldada: A reinvenção do trabalho
compulsório infantil. Revista digital HISTÓRIA SOCIALCampinas - SP N0 3 11-36 1996.
BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dicionário histórico-geográfico de Minas Gerais. Belo
Horizonte: SATERB, 1971.
BRANDÃO, Manoel, BRANDÃO, Thomé. Cambuquira: Estância Hidro-mineral e climática.
Riode Janeiro: IBGE, 1958.
REFERÊNCIA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA
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CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. Luciano Vieira Machado [trad.]. São
Paulo/Estação Liberdade: Editora UNESP, 2001.
CURY, Isabelle (org.). Cartas Patrimoniais. 3ª ed. rev. aum. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004.
FERREIRA, Jurandyr Pires. Enciclopédia dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE,
1957
LEMOS, Carlos A.C. Arquitetura Brasileira. São Paulo. Melhoramentos; EDUSP, 1979.
PAIVA, Carlos Magno de Souza; MIRANDA, Marcos Paulo de Souza. Direito do Patrimônio
Cultural: Compêndio da Legislação Brasileira. Ouro Preto: UFOP, 2011.
VASCONCELOS, Sylvio. Arquitetura colonial mineira. In Seminário de estudos Mineiros,
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Sites
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http://www.curso-g9.com.br/feira2010/monumentos/antigoforum.html
http://www.minasgerais.com.br/o-que-visitar/?cidade=itajuba
http://www.acervosetop.mg.gov.br/setop/modules/brtdesenhos/photo.php?lid=12699
http://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br;minas.gerais:estadual:lei:1893-07-27;73
http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/publicos_docs/photo.php?lid=66107
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http://www.terrasdamantiqueira.com/serradamantiqueira.htm
http://www.paeda.unifei.edu.br/conheca_parque.php
http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev10/aspectos_historicos_e_utilizacao.html
http://www.iga.br/Imagens/MG_MesoColor.pdf
http://licht.io.inf.br/mg_mapas/mapa/cgi/iga_comeco1024.htm
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2.10. NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO
RITO LEGAL
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2.11. RECIBO DE NOTIFICAÇÃO
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2.12. ATA DE APROVAÇÃO DO TOMBAMENTO DEFINITIVO
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ATA DE APROVAÇÃO DO TOMBAMENTO DEFINITIVO
INSERIR
Fazer uma ATA com a aprovação explícita do tombamento definitivo, bem como com a
aprovação das diretrizes de intervenção e das poligonais descritas no dossiê de tombamento
do Imóvel sede Chácara das Rosas.
Escrever na ATA que Reiteramos, por unanimidade, o Tombamento Definitivo do IMÓVEL
SEDE CHÁCARA DAS ROSAS, ficando aprovados os perímetros de tombamento, o
perímetro de entorno ao bem tombado, suas justificativas de escolhas e suas diretrizes de
intervenção e correções.
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2.13. HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO
DOCUMENTO FORNECIDO PELA PREFEITURA MUNICIPAL
DOCUMENTO INSERIDO PELA MGTM
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2.14. DECRETO DE TOMBAMENTO
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2.15. INSCRIÇÃO NO LIVRO DE TOMBO
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Avenida Prudente de Morais, nº 135.
5º andar. Santo Antônio – Belo Horizonte/MG. Tel./Fax. (31) 3503 - 5900
CONSULTORIA TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL
Rogério Stockler de Mello
COORDENAÇÃO TÉCNICA:
_________________________________
Racchel Santiago Chaves
CAU: A69971-3 Arquiteta e Urbanista – MGTM Ltda.
LEVANTAMENTO | DATA: Junho / 2018
ELABORAÇÃO | DATA: Julho / 2018
EQUIPE DE TRABALHO
Trabalho de Campo
_______________________________
Gisele Pinto de Vasconcelos Costa | CAU: A15001-0
Arquiteto e Urbanista – MGTM Ltda.
________________________________
Humberto Magalhães Carneiro | CAU: A2020-6
Arquiteto e Urbanista – MGTM Ltda.
________________________________
Marina Fares
Historiador – MGTM Ltda.
_____________________________________
REGINA LUCIA SÁ
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA SECRETARIA DE CULTURA DE CAMBUQUIRA
Elaboração do Trabalho
Gisele Pinto de Vasconcelos Costa | CAU:
A15001-0 Arquiteto e Urbanista – MGTM Ltda.
Humberto Magalhães Carneiro | CAU: A2020-6
Arquiteto e Urbanista – MGTM Ltda.
Marina Fares
Historiador – MGTM Ltda.
Assessoria Técnica MGTM
Racchel Santiago Chaves Arquiteta Urbanista
Rogério Stockler de Mello Administrador de Empresa
Simone Isabel Batista da Cruz
Gestora de Patrimônio Histórico e Cultural
Raquel Eugenia Nasser Santos
Historiadora
Revisão | Data: novembro/2018
Equipe de Coordenação Técnica MGTM Ltda. Prefeitura Municipal de Cambuquira/MG
FICHA TÉCNICA
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Notificação ao proprietário 25 de maio de 2013 – documento inserido nesse dossiê.
Recibo da notificação 29 de maio de 2013– documento inserido nesse dossiê.
ata com a aprovação da decisão de tombamento data 17 julho de 2013– documento inserido
nesse dossiê.
fazer outra ata com a aprovação explícita do tombamento definitivo e com a aprovação das
diretrizes de intervenção e das poligonais descritas no dossiê de tombamento do Imóvel sede
Chácara das Rosas.
Escrever na ATA que Reiteramos, por unanimidade, o Tombamento Definitivo do IMÓVEL
SEDE CHÁCARA DAS ROSAS, ficando aprovados os perímetros de tombamento, o
perímetro de entorno ao bem tombado, suas justificativas de escolhas e suas diretrizes de
intervenção e correções.
decreto de tombamento 18 de novembro de 2013
inscrição no livro de tombo 18 de novembro de 2013
fazer a homologação do tombamento
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