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ROTEIRO DE ATUAÇÃO SAÚDE MENTAL

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ROTEIRO DE ATUAÇÃO

SAÚDE MENTAL

ELABORAÇÃO

CAOSAÚDE

CAODHC

CATEP

CAOINFÂNCIA

CONCEITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE x CAPACIDADE CIVIL

Criança, pessoa de até 12 anos de idade incompletos.

Adolescente, entre 12 e 18 anos de idade.

OITIVA OBRIGATÓRIA E PARTICIPAÇÃO

CONCEITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE x CAPACIDADE CIVIL

CÓDIGO CIVIL (art. 3º)

CÓDIGO PENAL (cap. crimes sexuais contra

vulnerável)

BIOÉTICA

• MENORES DE 16 ANOS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES

• MENORES DE 18 ANOS E MAIORES DE 16 ANOS RELATIVAMENTE INCAPAZES

• TRATAMENTO ESPECÍFICO AOS MENORES DE 14 ANOS DE IDADE

• CAPACIDADE PARA CONSENTIR / ASSENTIR

REQUISITOS PARA INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA

LEGAIS

• Existência de um laudo médico circunstanciado.

• Insuficiência dos recursos extra-hospitalares.

RECOMENDÁVEL• Análise do paciente também por uma equipe interprofissional.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA1º) PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL (ECA)

Crianças (0 a 11 anos de

idade)

• A oitiva é obrigatória (considerando-se o respectivo estágio de desenvolvimento e grau de compreensão), embora o consentimento não seja.

Adolescentes (12 a 18 anos

de idade)

• Tanto a oitiva quanto o consentimento são obrigatórios, em que pese a possibilidade deste último não prevalecer, nas hipóteses de uma possível internação psiquiátrica, desde que preenchidos os requisitos legais.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

1º) PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL (ECA)

1 Criança deseja se internar Pais/Responsáveis também Internação Involuntária

2 Criança NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis desejam Internação Involuntária

3 Criança deseja se internar Pais/Responsáveis NÃO desejam Internação Compulsória

4 Criança NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis também NÃO Internação Compulsória

CRIANÇAS (0 A 11 ANOS DE IDADE)

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

1º) PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL (ECA)

1 Adolescente deseja se internar Pais/Responsáveis também Internação Voluntária

2 Adolescente NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis desejam Internação Compulsória

3 Adolescente deseja se internar Pais/Responsáveis NÃO desejam Internação Compulsória

4 Adolescente NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis também NÃO Internação Compulsória

ADOLESCENTES (12 A 18 ANOS DE IDADE)

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

1º) PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL (ECA)

DA AVALIAÇÃO MÉDICA

IDEAL

• Que a equipe do CAPS e/ou da ESF (inclusive o profissional médico), eventualmente com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), realize a avaliação médica / interprofissional da criança /adolescente.

PROVISÓRIA OU EXCEPCIONAL

• Havendo resistência das equipes do CAPS e/ou da ESF, tanto em atender no respectivo equipamento, quanto em se dirigir até a residência do paciente, recomenda-se judicializar o respectivo pedido, assegurando que referidos profissionais se disponham a realizar a avaliação, a depender da hipótese, no próprio equipamento ou na residência da criança/adolescente.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

1º) PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL (ECA)

DA AVALIAÇÃO MÉDICA

OUTRA

SITUAÇÃO

• ADOLESCENTE (12 A 18 ANOS DE IDADE) – não se recomenda a realização da avaliação contra a vontade do paciente, devendo a equipe da ESF ou mesmo do CAPS construir o respectivo vínculo, com visitas periódicas, na perspectiva de convencimento da importância da avaliação que se pretende e de disponibilização do suporte necessário.

• CRIANÇA (0 A 11 ANOS DE IDADE) – seus pais/responsáveis poderão autorizar a realização da intervenção. No entanto, faz-se necessário que sejam utilizadas estratégias adequadas para a realização cuidadosa do exame de modo a não provocar danos emocionais e físicos, buscando-se, conforme as condições de saúde e desenvolvimento da criança e de seu modo de compreensão e de expressão de sua vontade, promover a participação da criança, a criação de vínculo.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA1º) PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL (ECA)

DA AVALIAÇÃO MÉDICA

Cabe registrar, entretanto, que mesmo nas hipóteses de submissão à avaliação

médica/interprofissional propriamente dita, é possível que esta não seja conclusiva,

ensejando o contínuo acompanhamento pela equipe da ESF ou do próprio CAPS, visando

fortalecer o necessário vínculo para posteriores intervenções, e buscando-se a

construção de um projeto terapêutico singular.

OBS: A depender dos desdobramentos pós avaliação médica, é importante que se registre

a necessidade de participação direta dos pais/responsáveis ou mesmo de terceiros, a

exemplo do Conselho Tutelar, quando, inexistindo indicação de internação

psiquiátrica, haja encaminhamento para tratamento junto aos recursos extra-

hospitalares.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

2º) APLICAÇÃO CONJUGADA DO ECA E DO CÓDIGO CIVIL

CRIANÇAS (0 A 11 ANOS DE

IDADE)

• A oitiva é obrigatória (considerando-se o respectivo estágio de desenvolvimento e grau de compreensão), embora o consentimento não seja.

ADOLESCENTES (12 A 15 ANOS

DE IDADE)

• A oitiva é obrigatória (considerando-se o respectivo estágio de desenvolvimento e grau de compreensão), embora o consentimento não seja, por se tratar de absolutamente incapaz, nos termos da lei civil.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

2º) APLICAÇÃO CONJUGADA DO ECA E DO CÓDIGO CIVIL

ADOLESCENTES (16 A 18 ANOS

DE IDADE)

• Tanto a oitiva quanto o consentimento são obrigatórios, em que pese a possibilidade deste último não prevalecer nas hipóteses de uma possível internação psiquiátrica, desde que preenchidos os requisitos legais.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

2º) APLICAÇÃO CONJUGADA DO ECA E DO CÓDIGO CIVIL

CRIANÇAS(0 A 11

ANOS DE IDADE)

• Aplicam-se, aqui, as mesmas regras econclusões estabelecidas anteriormente, aotratar da prevalência do ECA, em relação àscrianças, salvo no tocante a submissão àavaliação médica, que será abaixo tratada.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

1 Adolescente deseja se internar Pais/Responsáveis também Internação Involuntária

2 Adolescente NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis desejam Internação Involuntária

3 Adolescente deseja se internar Pais/Responsáveis NÃO desejam Internação Compulsória

4 Adolescente NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis também NÃO Internação Compulsória

ADOLESCENTES (12 A 15 ANOS DE IDADE)

2º) APLICAÇÃO CONJUGADA DO ECA E DO CÓDIGO CIVIL

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

1 Adolescente deseja se internar Pais/Responsáveis também Internação Voluntária

2 Adolescente NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis desejam Internação Compulsória

3 Adolescente deseja se internar Pais/Responsáveis NÃO desejam Internação Compulsória

4 Adolescente NÃO deseja se internar Pais/Responsáveis também NÃO Internação Compulsória

ADOLESCENTES (16 A 18 ANOS DE IDADE)

2º) APLICAÇÃO CONJUGADA DO ECA E DO CÓDIGO CIVIL

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

DA AVALIAÇÃO MÉDICA

No tocante a submissão à avaliação médica, sob a

ótica acima exposta e pelos mesmos

fundamentos, há de se fazer a seguinte distinção:

• a) CRIANÇAS (0 A 11 ANOS) E ADOLESCENTES “absolutamente incapazes” (12 a 15 anos) – havendo recusa à avaliação, em virtude da desconsideração legal das respectivas vontades, os pais/responsáveis poderão autorizar a intervenção médica.

• b) ADOLESCENTES “RELATIVAMENTE INCAPAZES” (16 a 18 anos) – havendo recusa do paciente em se submeter à avaliação médica, aplicam-se as mesmas regras estabelecidas anteriormente ao tratar da prevalência do ECA, inclusive, a respectiva observação.

2º) APLICAÇÃO CONJUGADA DO ECA E DO CÓDIGO CIVIL

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

1º PASSO ATENDIMENTO

2º PASSO AVALIAÇÃO MÉDICA

3º PASSO TRATAMENTO

IDEAL: direto pelo SAMU, sem necessidade de intervenção do Ministério Público ou do Poder Judiciário.INTERMEDIÁRIA: havendo recusa/resistência do SAMU, nada impede que o PJ requisite diretamente, via ofício, o respectivo atendimento, ante a emergência ou urgência do caso (artigo 2º, inciso I, da Portaria do Ministério da Saúde nº 1.010, de 21/05/12), sob pena, inclusive, de omissão de socorro.PROVISÓRIA E EXCEPCIONAL: ingressar com ação cautelar (inominada)

SOLUÇÃO IDEAL: pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência + equipe do CAPSSOLUÇÃO INTERMEDIÁRIA: pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência + ESF, eventualmente NASFPROVISÓRIA E EXCEPCIONAL: somente pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência.

NÃO INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO: nesse caso, deve-se valer de recursos extra-hospitalares, ou seja, do tratamento junto ao CAPS (I, II, III ou AD ou CAPS i) ou mesmo às ESF/NASF.INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO: nessa hipótese, é imprescindível que constem do laudo médico os motivos da internação a ser aplicada, valendo-se da internação psiquiátrica compulsória somente quando a rede não promover a internação voluntária (adolescentes de 12 a 18 anos de idade) ou involuntária(crianças e adolescentes), observando-se o que foi exposto acima em relação à prevalência do Estatuto da Criança e do Adolescente.

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

1º PASSO

• Ideal – atendimento direto pelo SAMU, sem necessidade de intervenção do Ministério Público ou do Poder Judiciário.

• Intermediária – havendo recusa/resistência do SAMU, nada impede que o PJ requisite diretamente, via ofício, o respectivo atendimento, ante a emergência ou urgência do caso (artigo 2º, inciso I, da Portaria do Ministério da Saúde nº 1.010, de 21/05/12), sob pena, inclusive, de omissão de socorro.

• Provisória e excepcional – havendo recusa/resistência após requisição ministerial, ingressar com ação cautelar (inominada), a fim de se obter a tutela judicial para assegurar a assistência médica necessária.

• O atendimento pelo SAMU, via de regra, poderá ser realizado no próprio local de abordagem e/ou com eventual condução, pela mesma unidade, até o estabelecimento de saúde com estrutura para atendimento de urgências e emergências (exs: Pronto-socorro local, UPAs 24 horas, CAIS 24 horas, CAPS III, ou o próprio hospital), para fins de avaliação e tratamento.

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

2º PASSO

Na sequência, será realizada avaliação

médica do paciente a fim de verificar se é caso de internação

psiquiátrica (não necessariamente por médico psiquiatra).

E, para tanto, sugere-se que o laudo técnico

circunstanciado seja elaborado em

conjunto:

• 1) Solução Ideal: pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência + equipe do CAPS (I, II, III ou AD ou CAPS i);

• 2) Solução intermediária: pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência + equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF), eventualmente com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF);

• 3) Solução provisória: somente pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência.

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

3º PASSO

Realizada a avaliação médica, poderão

surgir as seguintes situações:

• 1) NÃO INDICAÇÃO de Internação – nesse caso, deve-se valer de recursos extra-hospitalares, ou seja, do tratamento junto ao CAPS (I, II, III ou AD ou CAPS i) ou mesmo às ESF/NASF.

• 2) INDICAÇÃO de Internação – nessa hipótese, é imprescindível que constem do laudo médico os motivos da internação a ser aplicada, valendo-se da internação psiquiátrica compulsória somente quando a rede não promover a internação voluntária (adolescentes de 12 a 18 anos de idade) ou involuntária (crianças e adolescentes), observando-se o que foi exposto acima em relação à prevalência do Estatuto da Criança e do Adolescente.

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

E, independentemente da modalidade de internação psiquiátrica que vier

a ser aplicada – voluntária (só para adolescentes a partir dos 12 anos de

idade), involuntária (crianças e adolescentes) ou compulsória (crianças e

adolescentes) – a mesma poderá ser executada em:

LEITOS EM HOSPITAL GERAL (PÚBLICO OU CONVENIADO)

CAPS III (ATENDIMENTO 24 HORAS)

CLÍNICAS PSIQUIÁTRICAS

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

É importante registrar, ainda, que em decorrência das condições de saúde da criança/adolescente, em determinada situação, pode ser necessária a intervenção médica imediata, objetivando a sua proteção, o que, entretanto, não deve representar a desconsideração de eventual manifestação de vontade.

Em outras palavras, mesmo nas hipóteses de urgência/emergência, após a necessária e eventual intervenção médica, assim que haja condições de compreensão e manifestação de vontade, ainda que necessário o decurso de certo tempo, faz-se necessário que a criança/adolescente seja devidamente informado, ouvido e tenha suas opiniões consideradas para outras eventuais abordagens terapêuticas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em que pese a distinção feita pelo Código Civil em relação aos absoluta e relativamente incapazes, em especial no que tange aos adolescentes de 12 a 15 anos de idade, entende-se que deve prevalecer, na íntegra, as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, por se tratar de lei específica, em consonância, inclusive, com as normativas internacionais.

A incidência da internação psiquiátrica, nos casos que envolvam crianças e adolescentes, ainda que conte com a aquiescência do paciente menor, poderá se efetivar na modalidade compulsória, diante da necessidade de uma decisão judicial, visando, inclusive, respeitar a manifestação de vontade do paciente. Em outras palavras, a aplicação da internação psiquiátrica compulsória não representa, necessariamente, para o público infanto-juvenil, uma intervenção judicial contra a vontade desse último.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a prevalência do Estatuto da Criança e do Adolescente, às crianças se aplicam as Internações Psiquiátricas nas modalidades Involuntária e Compulsória, enquanto que para os adolescentes incidem as modalidades Voluntária e Compulsória, salvo quando se tratar de situação de urgência ou emergência.

A exemplo do público adulto, nos termos da legislação e normativas pertinentes, para fins de tratamento de uma criança ou adolescente, a internação psiquiátrica somente deverá ser utilizada com objetivo terapêutico e apenas após esgotadas as demais possibilidades terapêuticas e de recursos extra-hospitalares, devendo ser realizada com a menor duração temporal possível, conforme indicação médica adequada (Portaria nº 2.391/02, do Ministério da Saúde).

Não compete ao Promotor de Justiça, nem ao Juiz, indicar o período da internação psiquiátrica, já que esta perdurará até a alta clínica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fim de assegurar maior efetividade ao tratamento dispensado à criança e ao adolescente, inclusive para averiguação da respectiva capacidade de discernimento/entendimento, é fundamental que esses sejam atendidos também por uma equipe interprofissional, além, por óbvio, do próprio profissional médico.

Esgotadas todas as possibilidades de solução da questão na esfera extrajudicial, sendo necessário valer-se das vias judiciais, recomenda-se que seja proposta uma ação requerendo a aplicação do tratamento adequado em relação à criança/adolescente, especificando, se for o caso, a incidência da internação compulsória, com ou sem acompanhante (a depender das circunstâncias).

Recomenda-se também que seja acionado o Secretário Municipal de Saúde, por entender que compete a ele (com o auxílio da respectiva equipe) indicar o local a se efetivar a internação compulsória (conforme regulação da RAPS), bem como operacionalizá-la, providenciando desde o transporte/deslocamento até a eventualmente disponibilização de acompanhante.

Sugere-se, ainda, que, após a desinternação do paciente (criança/adolescente), seja requerida a continuidade do acompanhamento do caso, oficiando-se às equipes da rede de proteção e de atenção, extinguindo-se o procedimento judicial, por atingir sua finalidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com relação à competência para processar e julgar referidas ações judiciais, é oportuno destacar a existência de posicionamento sustentando que na hipótese de pedido formulado pelos próprios pais/responsáveis ou quando se tratar de autorização judicial formulada pelo menor, em oposição aos genitores, competiria às Varas de Família a respectiva análise. Já em qualquer outra hipótese de internação psiquiátrica, que não envolva requerimento dos pais/responsáveis, segundo o mesmo entendimento, a ação deverá ser julgada pelo Juízo da Infância e Juventude.

Entretanto, em que pese o posicionamento acima exposto, entende-se que por se tratar de justiça especializada, diante da inegável situação de risco/vulnerabilidade do menor, por qualquer das hipóteses previstas no artigo 98, do Estatuto da Criança e do Adolescente, a Justiça competente será sempre a da Infância e Juventude.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Ou seja, ainda que haja manifestação dos pais/responsável da criança ou do adolescente, no sentido de acionar a justiça, deixando, portanto, de incidir a hipótese do inciso II, do artigo 98, do ECA, vislumbra-se que, pelo menos a situação descrita no inciso III, do mesmo dispositivo legal, restará configurada, haja vista que, ao fazer uso de álcool ou outras drogas, a própria criança ou adolescente, em razão de sua conduta, se coloca em uma situação de risco, ensejando a intervenção do juiz especializado.

• Da mesma forma e por idênticas razões – justiça especializada e situação de risco – entende-se que ainda que figure, no polo passivo de eventual ação judicial, o Poder Público (a exemplo do Secretário Municipal de Saúde), a competência continua sendo a do Juízo da Infância e Juventude e não da Vara de Fazendas Públicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Da mesma forma e por idênticas razões – justiça especializada e situação de risco – entende-se que ainda que figure, no polo passivo de eventual ação judicial, o Poder Público (a exemplo do Secretário Municipal de Saúde), a competência continua sendo a do Juízo da Infância e Juventude e não da Vara de Fazendas Públicas.

Nesse sentido, inclusive, já decidiram o Superior Tribunal de Justiça e outros Tribunais, a exemplo dos Estados do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, em casos semelhantes (dispensa do tratamento adequado, com o fornecimento de medicamentos necessários), cujos fundamentos, dentre eles, o fato de tratar-se de proteção de interesse individual afeto à criança e adolescente (art. 148, IV, do ECA), sem sombra de dúvida, podem ser invocados, por analogia, à presente situação.

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE INCAPAZES ADULTOS E

INTERDIÇÃOPESSOA COM DEFICIÊNCIA

PARAPLEGIA E PARAPARESIA

MONOPLEGIA E MONOPARESIA

TETRAPLEGIA E TETRAPARESIA

TRIPLEGIA ETRIPARESIA

HEMIPLEGIA E HEMIPARESIA

AMPUTAÇÃO

PARALISIA CEREBRAL

OSTOMIA

TRANSTORNOS MENTAIS

DEFICIÊNCIAS DA PcD

DOENÇAS MENTAIS

Construção de instrumentos de avaliação: MS, SDH/PR, MDS

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE INCAPAZES ADULTOS E

INTERDIÇÃO

VISÃO PATRIMONIALISTA

CC

CENTRALIDADE DA PESSOA

CDPD

Delimitação dos direitos atingidos, do tempo da interdição, do prazo

para revisão.

Necessidade da pessoa com deficiência sempre ser ouvida e ter

sua opinião devidamente considerada, inclusive na interdição.

Priorização da interdição parcial e a delimitação, na sentença de

interdição, dos atos da vida civil para os quais o curatelado

necessitará de apoio, preservando-se, na maior medida possível, os direitos de cunho existencial

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE INCAPAZES ADULTOS E

INTERDIÇÃOTOMADA DE DECISÃO APOIADA

Absolutamente incapazes (art. 3º do CC)

Relativamente incapazes (art. 4º do CC)

Sujeitos a curatela (art. 1.767 CC) “Ébrio habitual” “viciado em tóxicos” “pródigo”

1) os menores de dezesseis anos;2) os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;*3) os que, mesmo porcausa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

1) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;2) os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;*3) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;*4) os pródigos.*

1) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil;*2) aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;3) os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;*4) os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;*5) os pródigos.*

Legislação Projetada:incapacidade absoluta: menores de dezesseis anosrelativamente incapazes:1) os maiores de dezesseis e menores de dezoito;2) os ébrios habituais e os viciados em tóxicos (curatela);3) e aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade (curatela);4) os pródigos (curatela).

Interdição:

Causa Legal + discernimento comprometido e/ou expressão vontade + Necessidade (melhor interesse do interditando)

Perícia: equipe interprofissional, imprescindibilidade, impedimentos, potencialidades e suportes

Internação Psiquiátrica:

Requisitos: insuficiência dos recursos extra-hospitalares > laudo médico circunstanciado

Preferencialmente : equipe interprofissional (projeto terapêutico singular)

REGRA SUGERIDA PARA ADULTO INCAPAZ INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA

RAZÕES:

1) Perspectiva de proteção de vulnerável (dignidade, liberdade, autodeterminação, independência e assegurar a plena e efetiva participação e inclusão das PcD's);

2) A possibilidade de oitiva judicial da pessoa;

3) As interdições anteriores a 2002 sem revisão judicial;

4) A deficitária fiscalização das internações involuntárias;

5) Situação de institucionalização;

6) Relações frequentemente conflituosas entre pessoa interditada e seu curador.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

CONSENTIMENTO DO ABSOLUTAMENTE INCAPAZ

CONSENTIMENTO DO CURADOR CONDUTA

1 SIM SIM Internação Compulsória

2 NÃO SIM Internação Compulsória

3 SIM NÃO Internação Compulsória

4 NÃO NÃO Internação Compulsória

ABSOLUTAMENTE INCAPAZ

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

CONSENTIMENTO DO RELATIVAMENTE INCAPAZ

CONSENTIMENTO DO CURADOR CONDUTA

1 SIM SIM Internação Compulsória

2 NÃO SIM Internação Compulsória

3 SIM NÃO Internação Compulsória

4 NÃO NÃO Internação Compulsória

RELATIVAMENTE INCAPAZ COM DIREITO À SAUDE AFETADO PELA INTERDIÇÃO

RELATIVAMENTE INCAPAZ COM DIREITO À SAUDE PRESERVADO: mesma orientação relativa à pessoaplenamente capaz (roteiro 1).

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIA

SEMPRE A COMPULSÓRIA

• Absolutamente incapaz ou relativamente incapaz interditado com o direito à saúde afetado sem curador presente

• Aparentemente incapaz sem interdição decretada

• Aparentemente incapaz impossibilitado de exprimir a vontade (causa duradora ou transitória)

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIADA AVALIAÇÃO MÉDICA

IDEAL

• Equipe do CAPS e/ou da ESF, eventualmente com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), realize a avaliação médica / interprofissional.

• Não havendo recusa (paciente e/ou curador), a avaliação poderá ser realizada no equipamento.

• Havendo recusa em se dirigir, avaliação em domicílio pela equipe do CAPS ou ESF.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM URGÊNCIA OU

EMERGÊNCIADA AVALIAÇÃO MÉDICA

PROVISÓRIA OU EXCEPCIONAL

• Havendo resistência das equipes do CAPS e/ou da ESF: judicialização do pedido de avaliação médica;

• Recusa em se submeter, total ou parcialmente, à avaliação médica:

• 1) Não é recomendável a realização da avaliação contra a vontade do paciente;

• 2) Absolutamente incapazes, excepcionalmente, seu curador pode autorizar.

• Colaboração; danos emocionais e físicos;

• Imobilização, contenção física ou contenção química/ medicamentosa: situações excepcionais e em que haja indicação médica.

• Avaliação médica/interprofissional/inconclusiva.

• Desdobramentos pós-avaliação: recursos extra-hospitalares.

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

DA AVALIAÇÃO

MÉDICA

• Informações apropriadas em relação à situação de urgência-emergência vivenciada.

• Promoção da participação do adulto incapaz e de seu curador nas escolhas e decisões.

• Equilíbrio entre a autonomia do paciente e a beneficência e não-maleficência (danos emocionais e físicos).

• Imobilização, contenção física ou contenção química/medicamentosa.

• Regra: Internação Involuntária.

• Exceção: pessoa interditada parcialmente com preservação do direito à saúde.

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

1º PASSO ATENDIMENTO

2º PASSO AVALIAÇÃO MÉDICA

3º PASSO TRATAMENTO

IDEAL: direto pelo SAMUINTERMEDIÁRIA: requisição do PromotorPROVISÓRIA E EXCEPCIONAL: ingressar com ação cautelar (inominada)

SOLUÇÃO IDEAL: pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência + equipe do CAPSSOLUÇÃO INTERMEDIÁRIA: pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência + ESF, eventualmente NASFPROVISÓRIA E EXCEPCIONAL: somente pela equipe do estabelecimento de urgência ou emergência.

NÃO INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO: nesse caso, deve-se valer de recursos extra-hospitalares, ou seja, do tratamento junto ao CAPS (I, II, III ou AD ou CAPS i) ou mesmo às ESF/NASF.INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO: deverão constar os motivos da internação

SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA

INDEPENDEMENTEMENTE DA MODALIDADE, A INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA PODERÁ SER EXECUTADA EM:

LEITOS EM HOSPITAL GERAL (PÚBLICO OU CONVENIADO)

CAPS III (ATENDIMENTO 24 HORAS)

CLÍNICAS PSIQUIÁTRICAS

FLUXOGRAMA