rosemari fabianovicz conflitos entre a extracao de...

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F112c UNICAMP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE GEOCIENCIAS AREA DE ADMINISTRACAO E POLiTICA DE RECURSOS MINERAlS ROSEMARI FABIANOVICZ CONFLITOS ENTRE A EXTRACAO DE AREIA E A EXPANSAO URBANA NA REGIAO DA GRANDE CURITIBA (PR) Disserta9ao apresentada ao lnstituto de Geociencias, como parte dos requisites para obtenyao do grau de Mestre em Geociencias - Area de Administrayao e Politica de recursos Minerais Orientador: Professor Doutor Hildebrando Herrmann CAMPINAS -SAO PAULO Maio- 1998

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F112c

UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS

AREA DE ADMINISTRACAO E POLiTICA DE

RECURSOS MINERAlS

ROSEMARI FABIANOVICZ

CONFLITOS ENTRE A EXTRACAO DE AREIA E A EXPANSAO

URBANA NA REGIAO DA GRANDE CURITIBA (PR)

Disserta9ao apresentada ao lnstituto de

Geociencias, como parte dos requisites para

obtenyao do grau de Mestre em Geociencias

- Area de Administrayao e Politica de

recursos Minerais

Orientador: Professor Doutor Hildebrando Herrmann

CAMPINAS -SAO PAULO

Maio- 1998

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UN I CAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS

P6S GRADUACAO EM GEOCIENCIAS

AREA DE ADMINISTRACAO E POLiTICA DE

RECURSOS MINERAlS

ROSEMARI FABIANOVICZ

CONFLITOS ENTRE A EXTRACAO DE AREIA E A EXPANSAO

URBANA NA REGIAO DA GRANDE CURITIBA (PR)

Disserta9ao apresentada ao Institute de Geociencias carr

requisite parcial para obten9ao do titulo de Mestre e

Geociencias - Area de Administra9ao e Politica de Recursc

Minerais.

Orientador: Prof. Dr. Hildebrando Herrmann - UNICAMP

CAMPINAS -SAO PAULO

Maio- 1998

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I I ;" .

FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA

BIBLIOTECA I. G.- UNICAMP

Fablanovicz, Rosemari F 112c Conflitos entre a extra<;:ao de areia e a expansao urbana na regiao da

Grande Curitiba (PR) I Rosemari Fabianovicz -Campinas, SP: [s.n.], 1998.

Orientador: Hildebrando Herrmann Disserta.yao (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas,

Institute de Geociencias.

L Areia - Curitiba PR. 2. Planejan1ento Urbano. 3. Prote.yao Ambiental. I. Herrmann, Hildebrando. II. Universidade Estadual de Campinas, Institute de Geociencias. Ill. Titulo.

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UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS

POS-GRADUACAO EM GEOCIENCIAS

AREA DE ADMINISTRACAO E POLiTICA DE

RECURSOS MINERAlS

AUTOR: Rosemari Fabianovicz

TiTULO DA DISSERTA<;AO: "Conflitos Entre a Extrar;ao de Areia e a

Expansao Urbana na Regiao

da Grande Curitiba (PR)"

ORIENTADOR: Prof. Dr. Hildebrando Herrmann

PRESIDENTE: Prof. Dr. Hildebrando Herrmann

EXAMINADORES:

Prof. Dr. Hildebrando Herrmann - Orientador

Prof'. Dr".

Prof'. Dr". Gilda Carneiro Ferreira

Campinas, de de 1998

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Dedicat6ria

A minha familia, em especial minha mae, Leocadia M. Fabianovicz, e

ao amigo e companheiro Adoniran Bugalho

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Agradecimentos

Gostaria de deixar registrado o meu agradecimento as pessoas e/ou

institui<;:6es que contribuiram para a realiza<;:ao desse trabalho:

A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ao Departamento

de Administra<;:ao e Politica de Recursos Minerals (DARMIIG), pela oportunida­

de de ingresso ao curso de Mestrado;

A Funda<;:ao de Aperfei<;:oamento de Pessoal de Nivel Superior (CA­

PES) pelo auxilio financeiro atraves da concessao de bolsa;

Aos Professores do Departamento de Administra<;:ao e Politica de Re­

cursos Minerals, em espacial ao Prof. Hildebrando Herrmann pela orienta<;:ao

do trabalho, e aos Prof. Luiz A. Milani Martins e Rachel N. Cavalcanti pelas

criticas e sugestoes feitas durante a fase de qualifica<;:ao:

Aos Funcionarios do IG, em especial a Maria Cristina P. Veglia, Tania

Medeiros, Valdenir F. Teixeira, Maria Helena S. Ricardo e Doraci lnacio pela

colabora<;:ao e amizade;

As bibliotecarias do IG Marcia Schenfel e Cassia Rachel da Silva;

Ao Eng. Agr. Claudio D'Oiiveira e Geol. Fernando S. Bettega do Insti­

tute Ambiental do Parana pelo apoio tecnico e informa96es prestada;

Ao Geol. Gil Fernando B. Polidoro, Arq. Luiz Celso Tarnowski e Milton

Luiz B. Campos, da Coordenayao da Regiao Metropolitana de Curitiba (CO­

MEC), pelas conversas esclarecedoras e pela cessao de materials:

Ao Geol. Luiz Tadeu Cava e Adm. Paulo Roberto C. dos Santos, da

Minerals do Parana SA (Mineropar), pelas informagoes prestadas

Aos mineradores de areia da regiao e aos responsaveis tecnicos Geol.

Sabino Rodrigues de Freitas, Geol. Lucio lraja Furtado. Geol. Enyel Carazzai e

Eng. Flor. Sergio Roberto Piaskowski pelas informa:;;oes crestadas.

ll

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A Luiz E. Gaia de Campos e Antonio Eleuterio de Souza do Departa­

mento Nacional da Prodw;:ao Mineral (DNPM/PR e OF);

A Luiz Antonio Cortesi da Base Publica do Estado do Institute Parana- .

ense de Desenvolvimento Economico e Social (IPARDES);

A Eng. Flor. Elma Romano e Celia Sayama Pastore (estagiaria) tecni­

cas do Ministerio Publico do Estado do Parana, pelo apoio tecnico, em especial

pela participayao nas vistorias de campo;

A Haroldo 0. de Paula Jr. da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de

Pinhais;

Aos Amigos do IG, em especial Andrea Mecchi, Papa Amadou Gueye,

Carmen E. Sanchez Navarrete e Wagner J. Giaconi pela amizade;

A amiga Jaqueline S. Kogut pela discussoes (hora do cha), incentives e

"notfcias do Front";

Ao amigo e companheiro Adoniran Bugalho pelo constante apoio e ca­

rinho em todas as etapas deste trabalho.

Ill

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Errata

Pagina Paragrafo Linha Onde se le Leia-se 13 Quadro 1.2 1, col. 3 Brasileiro, pessoa Firma individual ou

(Concessiio natural, firma individual empresa legalmente de Lavra) ou empresa habilitada, mediante

legalmente habilitada, requerimento (CM. Art. mediante requerimento 38, inciso I; ... )

(CM. Art. 15; ... ) 16 Quadro 1.4 2, col. 2 interestadual e interestadual e

interestadual intermunicipal 17 2 1 o regime os regimes 18 4 8 exploracao eXPiora~o

31 3 5 par ocorrere par ocorrer 43 4 4 Lei complementar no Lei complementar no

58/91 59/91 48 5 5 Ter ter 48 5 6 (Parana, 1997) (Parana, 1997a) 48 6 3 4,8 4,6 49 Tabela 2.6 Fonte Fonte: Parana (1997) Fonte: Parana (1997

a,b) 57 6 1 Desmonte a seco "Desmonte a seco" 57 7 2 Cava-se urn buraco Abre-se uma cava 58 Fotografia 3.1 1 em metoda de cava em area de varzea 59 2 2 suga a agua do rio suga a areia

trazendo junto a areia 67 2 2 6(11,5%) 7(11,5%) 67 Tabela 3.6 3, col. 5 3 2 67 Tabela3.6 8, col. 1 8 7 67 Tabela 3.6 8, col. 5 10 9 71 1 6 recuperacao reabilitacao 71 Fotografia 3.6 1 ... do metoda de cava ... de dragaQem 73 Fotografia 3.9 1 reabilitayao9iio reabilitayao 76 3 6 garantindo garantia 82 4 5 recuperacao reabilitaciio 93 6 2 fiscalizacciio fiscalizaciio

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Sumario

Dedicat6ria

Agradecimentos

Lista de siglas e abreviaturas

Lista de Figuras

Lista de Ouadros

Lista de Fotografias

Lista de Tabelas

Resume

Abstract

INTRODUyAO

Capitulo 1. ASPECTOS DAATIVIDADE DE MINERACAO 1.1. lmport<!lncia da Minera~o 1.2. Caracteristicas do Setor Mineral 1.3. Minera~ao e Meio Ambiente 1.4. Aspectos Juridico-lnstitucionais

1.4.1. Legisla~ao lncidente na Atividade Mineral 1.4.2. Aspectos lnstitucionais 1.4.3. Experii'mcias Estrangeiras

Capitulo 2. CARACTERIZACAO DA AREA EM ESTUDO 2.1. Situa~ao Geogr<ifica 2.2. Vegetac;:ao 2. 3. Condicionantes Geoambientais

2.3.1. Contexte Geologico 2.4. Aspectos S6cio-Econ6micos

2.4. 1. Populac;:ao 2.4.2. Uso e Ocupa~ao de Solo

3.4.3. Principals Atividades Econ6micas 3.4.4. lnfra-Estrutura e Servi~os

Capitulo 3. MINERAyAO NA GRANDE CURITIBA 3.1. Recursos Minerals

3.1.1. Recursos Hidricos Superficiais 3.1.2. Recursos Hidricos Subterraneos

3.2. Caracteriza~ao dos Depositos de Areia para ConstrU<;:ao Civil 3.2.1. Avaliac;:ao dos Depositos 3.2.2. Lavra e Beneficia mente

3.3. 0 Mercado Produtor de Areia 3.3.1. Organiza~o Produtiva do Setor 3.3.2. Consumo

3.4. Situac;:ao Legal dos Estabe!ecimentos Produtores de Areia 3.4.1. Direitos Minerarios 3.4.2. Licenciamento Ambienta\

3.5. Aspectos Ambientais

Capitulo 4. ANALISE DOS DADOS

CONS!DERAyOES FINAlS

REFERENCIAS BIBLIOGRAFIC.A.S

B!BLIOGR/<.F!A

AN EX OS

]\

pagina

ii

vi

viii

viii

viii

ix

xi

xii

01

04 04 08 09 12 12 18 25

30 30 31 32 32 35 35 38 47 48

52 52 52 54 55 55 57 59 61 62 65 65 67 67

75

93

94

404

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ABNT APA Art. CECA CE/PR CETESB CF CFB CFEM CM COFINS COHAB COMEC CONAMA CONDEPHAAT

CONEMA CONSEMA COP AM CSL Dec.

Dec. Est.

DEPRN DNPM DRH DRM EIA ETA FEAM FEEMA lAP lA PAR IBAMA

IBGE IBRAM ICMS

IEF (MG)

Lista de Siglas e Abreviaturas

Associayao Brasileira de Normas Tecnicas

Area de Prote9ao Ambiental

Artigo

Comissao Estadual de Controle Ambiental (RJ)

Constitui9ao do Estado do Parana

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

Constitui9ao Federal

Clima Subtropical Mesotermico Umido

Compensa9ao Financeira pela Explora9ao de Recursos Minerais

C6digo de Minera9ao

Contribui9ao Financeira da Seguridade Social

Companhia de Habitagao Popular

Coordenagao da Regiao Metropolitana de Curitiba

Conselho Nacional de Meio Ambiente

Conselho de Defesa do Patrim6nio Hist6rico, Arqueol6gico, Artistico

e Turistico do Estado de Sao Paulo

Conselho Estadual de Meio Ambiente (RJ)

Conselho Estadua/ de Meio Ambiente (SP)

Conselho Estadual de Politica Ambiental (MG) Contribuigao Social sabre o Lucre

Decreta-Lei

Decreta Estadual

Departamento Estadual de Protegao de Recursos Naturais

Departamento Nacional da Produgao Mineral

Departamento de Recursos Hidricos (MG)

Departamento de Recursos Minerais (RJ)

Estudo de lmpacto Ambiental

Estagao de Tratamento de Agua

Fundagao Estadual de Meio Ambiente (MG)

Fundagao Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (RJ)

Institute Ambiental do Parana

Institute Agron6mico do Parana

Institute Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturals Renova­

veis

Fundagao Institute Brasileiro de Geografia e Estatistica

Institute Brasiieiro de Minerat;ao

lmposto sobre operat;6es relativas a Circulat;ao de Mercadorias e

sabre prestagac de Servigos de transporte interestaduai e intermu­

nicipal e de comunicagao

lnstituto Estadue: de Florestas

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IEF (RJ)

IOF

IPI

IPPUC

IRPJ

MINEROPAR

MMA

MME

NBR

PCA

POl

PIB

PIS

RIMA

RMC

SANEPAR

SEFA

SEMA (PR)

SEMA (RJ)

SERLA

SICOM

SUDERHSA

Funda~ao lnstituto Estadual de Florestas

lmposto sobre Operag6es Financeiras

lmposto sobre Produtos lndustrializados

Institute de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba

lmposto de Renda sobre Pessoas Juridicas

Minerals do Parana S./A.

Ministerio do Meio Ambiente, dos Recursos Hidricos e da Amazonia

Legal

Ministerio de Minas e Energia

Norma Brasileira

Plano de Controle Ambiental

Programa de Desenvolvimento lntegrado

Produto Interne Brute

Programa de lntegragao Social

Relat6rio de lmpacto Ambiental

Regiao Metropolitana de Curitiba

Companhia de Saneamento do Parana

Secretaria Estadual da Fazenda (PR)

Secretaria Estadual de Meio ambiente e Recursos Hidricos

Secreta ria de Estado de Meio Ambiente e Projetos Especiais

Superintendemcia Estadual de Rios e Lagos (RJ)

Sistema de C6digo de Mineragao

Superintendencia de Desenvolvimento de Recursos Hidricos e Sa­

neamento Ambiental (PR)

V1

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Lista de Figuras

Capitulo 1 Figura 1.1 Consume per capita de cimento versus PIS per capita em paises

desenvolvidos e em desenvolvimento 06

Figura 1.2 Consume per capita de cimento versus PIS per capita em paises da America Latina 07

Capitulo 2 Figura 2.1 Mapa de localiza~tao da area em estudo 30

Figura 2.2 Mapa geologico do Estado do Parana 32

Figura 2.3 Distribui~tao espacial da populagao urbana na Regiao Metropolitana de Curitiba 37

Figura 2.4 Evolu~tao da expansao urbana de Curitiba e RMC no perfodo de 1955-1995 40

Figura 2.5 Areas naturais sob protegao na Grande Curitiba 44

Capitulo 3 Figura 3.1 Localizagao da area estudada referente ao Projeto Plano Diretor de

Mineragao da RMC com relagao ao potencial de areia nas varzeas do rio lgua9u 56

Figura 3.2 Evolul(ao da produ~tao de areia na Grande Curitiba no periodo de 1988 a 1994 60

Capitulo 4 Figura 4.1a Mapa de uso do solo metropolitano 86 Figura 4.1 b Detalhe da Figura 4.1-a, mostrando o zoneamente da Grande Curi-

tiba 87

Lista de Quadros

Capitulo 1 Quadro 1.1 Caracteristicas do setor mineral 09

Quadro 1.2 Regimes legais de aproveitamento de recursos minerais com utili­zaqao imediata na constru9ao civil, seus principais aspectos e le-gisla;:ao basica 13

Quadro 1.3 Algumas possibilidades de insergao da minera;:ao em areas urba-nas nos instrumentos legais municipals 15

Quadro 1.4 sobre c setor mineral 16

Vll

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Quadro 1.5 Tributes sobre o setor mineral- contribui<;:6es sociais 17

Capitulo 2 Quadro 2.1 Coluna litoestratigrafica do Parana 33

Quadro 2.2 Dominies morfolitoestruturais da folha de Curitiba 34

Capitulo 4 Quadro 4.1 Proposta de integra<;:ao da minera<;:ao com outras formas de uso e

ocupa<;:ao do solo na Grande Curitiba 88

Quadro 4.2 Alternativas de areas fontes de areia para abastecimento da Gran-de Curitiba 92

Capitulo 2 Fotografia 2.1

Fotografia 2.2

Fotografia 2.3

Fotografia 2.4

Capitulo 3 Fotografia 3.1

Fotografia 3.2

Fotografia 3.3

Fotografia 3.4

Lista de Fotografias

Antigas cavas de extra<;:ao de areia envolvidas pela malha ur-bana 45

Em primeiro plano antiga cava de extra<;:ao de areia nao reabi­litada e coberta por vegeta<;:ao; ao fundo observa-se a presen-<;:a de moradias caracterizando uma ocupa9iflo irregular 46

Ocupa<;:ao irregular em antiga area de extra<;:ao de areia; as cavas abandonadas encontram-se cobertas per vegeta<;:ao e lixo. tornando-se um risco para a popula<;:ao de entorno 46

Area de mananciais onde nao e permitida a extra<;:ao mineral. porem, devido a falta de fiscaliza<;:ao e per corresponder a um grande espa<;:o vazio, houve a ocupagao per parte da popula-<;:ao de baixa renda 47

Lavra de areia em metodo de cava onde inicialmente se f;3z o decapeamento da area a ser lavrada 58

Areia extraida atraves de bomba de sucgao; a agua da cava e retida em uma bacia de decanta<;:ao 58

Parque Regional do lguagu, antiga area de extra<;:ao de areia reabilitada pela prefeitura do Municipio de Curitiba 68

Zool6gico de Curitiba, area pertencente ao Parque Regional do lgua<;:u, antiga area de extra<;:ao de areia reabilitada pela pre­feitura de Curitiba - a) visao geral do parque; b) detalhe do zool6gico, observar que os planejadores da area utilizaram as cavas antigas para isolar os an,n1a's 69

vii1

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Fotografia 3.5 Parque Nautico do lgua<;:u, area utilizada para esportes nauti­cos. Antiga area de extra<;:ao de areia reabilitada pela Prefeitu-ra de Curitiba 70

Fotografia 3.6 Lavra de areia atraves do metodo de cava onde percebe-se o aspecto lunar com o decapeamento da area. Em muitos casos nao ha estocagem do solo organico dificultando, assim, o pro-cesso de recupera<;:ao da area 71

Fotografia 3.7 Fase de decapeamento do solo para a posterior extra<;:ao de areia; neste caso verifica-se a ausemcia dos devidos cuidados com a vegeta((aO nativa 72

Fotografia 3.8 Antiga area de extra<;:ao de areia onde nao houve o processo de reabilita<;:ao 72

Fotografia 3.90 Area minerada que nao passou pelo processo de reabilita<;:ao, onde verifica-se a regenera<;:ao natural da flora e cavas parci-almente cobertas pela vegeta((ao 73

Fotografia 3.10 Area lavrada em processo de reabilita((ao, onde observa-se o rebaixamento da topografia e retaludamento das bordas das cavas, sendo necessaria ainda o plantio de mudas 73

Fotografia 3.11 Em primeiro plano, antigas cavas de extra<;:ao de areia, as quais nao passaram pelo processo de reabilita<;:ao; na por<;:ao central, estoque de areia de empresa ativa; e ao fundo, aterro sanitario da Cachimba, o qual recebe residues de toda Grande Curitiba, cerca de 1 ,4 mil toneladas por dia. 7 4

Lista de Tabelas

Capitulo 2 Tabela 2.1 Popula<;:iio total e area, em km2

, por municipio da Grande Curitiba 36

Tabela 2.2 Evolu<;:ao demografica da Grande Curitiba 38

Tabela 2.3 Percentual da popula((ao residente em areas irregulares em rela<;:ao a popula<;:ao total 42

Tabela 2.4 Percentual das areas naturais sob prote((ao na Grande Curitiba 44

Tabela 2.5 Caracteriza<;:ao da Regiao Metropolitana de Curitiba com rela<;:ao ao atendimento de agua e coleta de esgoto para a popula<;:ao urbana 49

Tabela 2.6 Popula<;:ao da Grande Curitiba atendida pelo servi<;:o de coleta de esgoto, para o ano de 1996 49

Tabela 2. 7 Quadro da degrada9ao do r:o lguar;:u na regiao da Grande Curitiba 50

i\

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Tabela 2.8 Previsao da demanda de agua e de utilizayao de mananciais na RMC 50

Capitulo 3 Tabela 3.1 Produyao mineral acumulada do periodo de 1989 a 1994, nos mu-

nicipios pertencente a Grande Curitiba e a produyao total do Estado do Parana 53

Tabela 3.2 Produyao de areia, em mil m3, na Grande Curitiba 59

Tabela 3.3 Produyao total, numero de estabelecimentos produtores de areia para construyao e pessoal ocupado, per municipio da Grande Curi-tiba, para o ano de 1997 61

Tabela 3.4 Produyao de areia para construyao civil per municipio da Grande Curitiba per faixa de produvao 62

Tabela 3.5 Numero de titulos legais per municipio da Grande Curitiba 65

Tabela 3.6 Situayao legal das empresas extratoras de areia na Grande Curitiba 67 em relayao ao 6rgao ambiental ate julho de 1997

X

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UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRACAO E POLi­

TICA DE RECURSOS MINERAlS

CONFLITOS ENTRE A MINERACAO DE AREIA E A EXPANSAO URBANA

NA REGIAO DA GRANDE CURITIBA (PR)

Resumo

DISSERTACAO DE MESTRADO

Rosemari Fabianovicz

A Regiao Metropolitana de Curitiba vern, ha algum tempo, sofrendo um inten­

se processo de ocupa9ao irracional evidenciado pelas invasoes e uso incorreto das

areas de prote9ao ambiental e de mananciais, que provocam assim a degrada9ao

dos rios e da propria qualidade de vida dos moradores da regiao.

A extra9ao de areia na regiao ocorre desde a decada de 40, principalmente

nas varzeas do rio lgua9u e os seus principais impactos ambientais sao: corte da

vegetagao nativa e mata ciliar e abandono das cavas, ambos contribuindo para o

comprometimento da qualidade dos recursos hidricos.

Os problemas de degradagao do solo associados a ausencia da atividade de

mineragao nos pianos de ocupagao territorial, estao gerando conflitos em rela9ao ao

uso do solo, provocando o deslocamento da mineragao de areas com potencial mi­

neral.

Neste contexte, torna-se imperativa a revisao das politicas de protegao ambi­

ental adotadas por alguns municipios e 6rgaos ambientais estaduais que conside­

ram a atividade mineral apenas como um agente degradador do meio ambiente.

A presente dissertagao pretende contribuir com um diagn6stico da situa9ao

mineraria e ambiental na Grande Curitiba, no que diz respeito a extra9ao de areia

para construgao civil e, a partir disto, apresentar algumas propostas que possam

minimizar os problemas levantados e compatibilizar os interesses aparentemente

divergentes.

xi

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UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRACAO E POLi­

TICA DE RECURSOS MINERAlS

CONFLICT BETWEEN SAND EXTRACTION AND URBAN EXPANSION

IN THE CURITIBA AREA (PR)

Abstract

MASTER DISSERTATION

Rosemari Fabianovicz

The area around Curitiba has suffered intense, unplanned land exploitation for

some time, including the invasion of areas of environmental protection and the pollu­

tion of springs, thus provoking the degradation of the rivers and jeopardizing the

quality of the life of the inhabitants of the region.

The extraction of sand in the region has occurred since the 1949's, especially

in from river plains along the lgua<;u River. The main environmental impacts include

the removal of trees and native vegetation along the river, while eventual aban­

donment of excavation sites leads to the endangerment of the quality of the hydric

resources.

The problems of soil erosion, accompanied by the absence of arrangements

for such activities in official policies for land use, are generating conflicts about land

use policies and stimulating the complete cessation of such activities in areas where

it could safely be pursued.

In this context, it has become imperative to review the policies for envi­

ronmental protection adopted by various counties and state environmental organiza­

tions in the area which see such extraction as playing an inevitably destructive role in

environmental maintenance.

This thesis surveys environmental situation in the area of Curitiba in relation to

the extraction of sand for civil construction, and goes on to present some proposals

which may minimize the problem found by appeasing the apparently divergent inte­

rests.

Xll

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INTRODUCAO

Considerar;oes Gerais

Atualmente h8 urn certo consenso a respeito da necessidade dos bens

minerais para melhoria do padrao de vida dos seres humanos. A extra<;ao de

bens minerais e vista como indispensavel para a constru<;ao e manuten<;ao das

cidades, levando em conta que o consume de insumos dos outros reinos da

natureza (madeira, por exemplo) alem de antiecon6mico geraria comprometi­

mentos ambientais irreversiveis.

Porem, nos grandes centres urbanos, a disponibilidade desses recursos

naturais vern diminuindo a cada dia, devido a competitividade com outras for­

mas de uso do solo, as restri<;oes impostas pelo planejamento urbana, as

questoes ambientais, a valoriza<;ao do solo, etc.

A questao da minera<;ao em areas urbanas e os conseqOentes conflitos

em rela<;ao ao uso e ocupa<;ao do solo e urn tema ha muito tempo discutido no

Brasil e em outros paises. "Na verdade o problema ja esta diagnosticado" e as

solu<;oes para o problema sao conhecidas e aceitas (Brasil, 1994a).

Acreditando que os impactos ambientais negatives causados pela mine­

ra<;ao sao previsiveis e controlaveis, desde que essa atividade seja bem ge­

renciada, pretende-se discutir neste trabalho a necessidade da inser<;ao da ati­

vidade mineira no planejamento urbana. Para tanto tomamos a Grande Curiti­

ba 1 como objeto de estudo.

A Regiao Metropolitana de Curitiba (RMC), a qual engloba a Grande Cu­

ritiba, e a por<;ao do Estado do Parana onde se concentra a maior parte da ati­

vidade mineral (destacando-se a extra<;ao de bens nao metalicos: areia, argila,

calcaria, brita e rocha ornamental), ao mesmo tempo que possui a maior den­

sidade demogratica.

Embora essa regiao possua dispositivos que regulam a ocupa<;ao terri­

torial, nao dispoe de instrumentos que estabele<;am condic;:oes de garantia

quanta a disponibilidade de insumos minerais a pre<;os viaveis, de modo a nao

1 Grande Curitiba refere~se aos municipios que sofn:;~~ int1u0ncia diretJ de Cur!tiba .. tend() ,,:._, ; com a mesma

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comprometer o meio ambiente e evitar conflitos com as demais formas de ocu­

pal(ao territorial.

A urbanizayao desenfreada e o crescente aumento da preocupayao

com a preservayao ambiental na Grande Curitiba, provoca o deslocamento da

minerayao de areas com potencial mineral, gerando assim conflitos entre o uso

e ocupal(ao do solo e a proteyao ambiental.

Este trabalho tem por objetivo principal demonstrar que a minerayao

pode estar inserida em areas urbanas de forma compativel com outros tipos de

uso e ocupayao do solo, desde que esta atividade esteja apoiada em meca­

nismos tecnicos, legais e administrativos coerentes com as condil(oes locais.

Portanto, no Capitulo 1 - Aspectos da atividade de minerayao - e feito

um resgate da concepyao segundo a qual a industria de bens minerais utiliza­

dos diretamente na construyao civil e de grande importancia para o desenvol­

vimento de uma regiao, bem como a descriyao de alguns impactos negativos

da atividade e de seus conseqOentes conflitos com outras formas de uso e

ocupayao do solo, quando esta nao e planejada. Tambem e apresentada uma

compilal(ao das legislayoes federais, estaduais e municipais que incidem sobre

a atividade de extrayao de areia, e dos seus aspectos institucionais no Brasil e

em alguns paises onde ocorrem os mesmos conflitos.

0 Capitulo 2 - Caracterizayao da Area em Estudo - !rata dos aspectos

fisico-ambientais e s6cio-econ6micos da area em estudo. trazendo informa­

yoes a respeito do contexto geologico, da distribuiyao geografica da popula-

1(80, das formas de uso e ocupal(ao do solo e dos problemas que a urbaniza­

l(aO acarreta quando ocorre em local inadequado para este tipo de ocupal(ao.

0 capitulo 3 - Minerayao na Grande Curitiba - traz informal(oes a res­

peito dos aspectos geoecon6micos do setor areeiro, da caracterizal(ao dos

empreendimentos minerarios da regiao, bem como dos dispositivos juridicos­

institucionais relativos a extral(ao de areia, alem da apresental(ao das altera­

y6es ambientais decorrentes desta atividade na area em estudo.

0 capitulo 4 -Analise dos dados - analisa o que foi apresentado nos ca­

pitulos precedentes e recomenda alguns procedimentos com o objetivo de mi­

nimizar os conflitos.

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Metodologia

De acordo com os objetivos propostos, para a execuc;;ao deste trabalho

foram utilizados os seguintes procedimentos:

• Revisao bibliogratica: a respeito do grau de necessidade da atividade

de minerac;;ao em meios urbanos; caracteristicas intrinsecas da mine­

rac;;ao; levantamento do que ocorre em outras regioes brasileiras e

em paises desenvolvidos em relac;;ao aos conflitos entre a expansao

urbana, a preservac;;ao ambiental e a atividade de minerac;;ao;

• Levantamento dos aspectos fisicos ambientais e s6cio-econ6micos

da area em estudo: o qual foi realizado a partir de pesquisa bibliogra­

fica, para a contextualizac;;ao dos problemas relacionados com a

questao planejamento urbane e a atividade de minerac;;ao;

• Levantamento das fontes de produtoras de areia para construc;ao:

para tanto foram feitas pesquisas junto aos 6rgaos de fomento e con­

trole da atividade. Foram consultadas as listagens de dados essen­

dais do DNPM/SICOM (Sistema de C6digo de Minerac;;ao), o cadastre

do lAP, cadastre da Mineropar/SEFA. Nesta fase foi possivel cons­

tatar a situac;;ao legal dos empreendimentos;

• Levantamento dos aspectos geoecon6micos do setor areeiro : este

levantamento foi realizado junto aos mineradores (entrevistas pesso­

ais), tecnicos responsaveis pela atividade (entrevistas impessoais) e

etapas de campo (correspondente a vistorias efetuadas pelo Institute

Ambiental do Parana e pela Promotoria de Meio Ambiente do Ministe­

rio Publico do Estado), onde foram obtidas informac;;oes a respeito da

produc;;ao, pessoal ocupado, equipamentos utilizados, aspectos am­

bientais, entre outros.

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Cap. 1. ASPECTOS DA ATIVIDADE DE MINERACAO

1.1. lmportancia da minerac;ao

Em toda sua hist6ria, o homem teve que desenvolver atividades extrati­

vas basicas para poder satisfazer suas necessidades com relac;:ao a utensilios,

ferramentas, armas, construc;:ao de moradias, e implantac;:ao de infra-estrutura.

De certa forma o homem sempre dependeu de substancias minerais; no inicio,

devido a uma questao de sobrevivencia e, posteriormente com o objetivo de

melhorar sua qualidade de vida.

A crescente preocupac;:ao com a questao "qualidade de vida" esta pro­

vavelmente relacionada com o aumento da poluic;:ao e degradac;:ao ambiental e

com o fato de algumas sociedades desenvolvidas ja terem ultrapassado o nivel

de satisfac;:ao das necessidades basicas de sua populac;:ao. Neste caso, o en­

toque passa de quantidade para qualidade (Comune eta!., 1982).

Pode-se caracterizar a qualidade de vida no ambiente urbano atraves

do conjunto de elementos que o constituem - atendimento de agua, esgoto,

eletricidade, meios de comunicac;:ao, educac;:ao, saude, areas verdes, entre ou­

tros, e da qualidade que estes apresentam a populac;:ao (Comune et al., op.

cit.).

Estudos do "American Mining Congress" (IBRAM, 1994) chegam a afir­

mar que, para ter acesso ao conforto propiciado pela tecnologia atual, cada in­

dividuo precisa de cerca de 10 tlano de bens minerais: brita (4,2 t), areia e

cascalho (3,9 t), cimento (363 Kg), argila (222 Kg) sal (200 Kg), rocha fosfatica

(140 Kg) outros nao metalicos (486 Kg) ferro e ago (547 Kg).

Dentre toda gama de recursos minerais citados acima, podemos desta­

car aqueles utilizados diretamente na construr;:ao civil, tambem conhecidos

como agregados1 (areia, argila e brita), os quais sao componentes basicos

para qualquer tipo de construc;:ao (estradas. pred!os publicos, conjuntos habita­

cionais, obras de infra-estrutura e saneamento basico). Essa demanda de re-

1 A NBR 9935 (ABNT. 1987), descreve agregado corr.: se-.::- ~:~, ;;2:erial sem forma ou voiume definido geraimente inerte. de dimens6es e propriedades ade::r-E:::::::a~- -c:~a de argamassa e concreto

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cursos minerals evidencia sua importancia para o desenvolvimento s6cio­

econ6mico de qualquer meio urbano.

Notstaller (1988) considera que M urn relacionamento direto entre o

consumo de minerals e o nivel de desenvolvimento econ6mico de urn pais.

Assim, o aumento crescente da renda per capita nos paises em desenvolvi­

mento pode implicar em urn aumento no consumo de minerals industrials. Po­

rem, ao atingir o valor maximo de intensidade de uso,2 diminui a quantidade de

minerals consumidos.

lsto pode ser verificado fazendo uma comparayao entre o PIS per capita

e o consumo per capita de cimento nos paises de alta rend a, rend a media alta

e de rend a media baixa (Figura 1.1 ). Esta analise tambem e feita entre os pai­

ses da America Latina (Figura 1.2).

Entre os paises de renda alta, verifica-se que a ltalia e a Espanha sao

os que tern apresentado alto consumo per capita de cimento (entre 500 e 700

Kg). Em paises onde a infra-estrutura encontra-se praticamente pronta, como

os Estados Unidos e Alemanha, o consumo per capita fica entre 300 e 500 Kg.

Estes paises podem ser considerados como de economia madura, onde a in­

tensidade de uso para materials de construyao ja atingiu seu valor maximo.

0 alto consumo per capita de cimento na Coreia do Sui foi gerado a

partir de 1991 devido ao desenvolvimento de urn programa habitacional no

pais, o qual chegou a consumir mais de 1 tonelada/habitante/ano (Haugue­

nauer, 1996).

0 Brasil apresenta urn consumo per capita de cimento inferior a media

dos paises da America Latina (Venezuela, Costa rica, Colombia. Equador) que

apresentam urn PIS per capita semelhante ou ate menor se comparados ao

Brasil.

: p., intensidade de usa (IU) e definida como sendo a razao entre a quantidade de um determinado bern rn:nera! consumido no pais e o seu PIB num mesmo periodo (Malenbaum, 1978 apud Silva & Susl!ck.

A IU pode ser representada pela seguinte expressao: lut = DtiY t , on de

Dt - consume do bern mineral no periodo t ; Yt- Produto Interne Brute (PI B) no periodo t; Obs.: e utilizado o PIB per capita.

~ ,_: na:. incorpora fatores que influenciam a demanda. tais como: mudangas tecnobgicas_ substi~ui­~-, e~:'e materiais, preyos e preferencias dos consumidores.

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~ ~

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.!! fij ·a. :a "' "' O.c ~o,

!i>< o-E ~

:Q 0 u

1.200 I

1.000 i

::I i Turquia i

Consumo per capita de cimento x PIB

+ coreia do Sui

Espanha ttalia

• • 400 [ C hfla Mexico

,+ ~RSS 200 i .. Brasil

; India-;+

o I

0 5.000 10.000 15.000 20.000

PIB (US$)

--

Japilo

• + Alemanha

+ EUA

25.000 30.000 35.000

Figura 1.1 -Consume per capita de cimento* versus PIB per capita** entre paises desenvolvidos e em desenvolvimento (Fonte: • Gomes et a/., 1997; **The World Bank, 1996)

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Consumo de cimento per capita x PIB per capita na America latina

350 0 c

:a 300 Costa Rica • .. • Mexico .c c. 250 ~ Colombia Venezuela

J!! • • ·c. • "' 200 • Chile • 0 ~

Equador Argentina " • c. .8 150 Brasil c Bolivia • " Peru E 100 • • ·u Paraguai 0 E ~ 50 m c 0

(.)

0 I

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000

PIB per capita (US$)

Figura 1.2 -Consumo per capita de cimento versus PIS per capita em paises da America Latina (Fonte:* Gonzales, 1996; **The World Bank, 1996)

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Levando em conta que atualmente o Brasil necessita de aproximada­

mente 212 mil salas de aula; 216 milleitos hospitalares; 21 milhoes de casas 3;

14 milhoes de liga96es de agua potavel e 19 milhoes de liga96es de esgoto

(Brasil, 1994a) podemos concluir que ha uma grande demanda reprimida por

cimento e outros insumos minerais utilizados diretamente na constru9ao civil.

Entretanto, para os anos de 1995 e 1996 o consume per capita de ci­

mento subiu, respectivamente, para 183,30 e 221,60 Kg/hab.. Este aumento

de consume se deve a retomada do crescimento da economia a partir de 1995.

0 plano de estabilizavao da economia permitiu um aumento do poder de com­

pra do consumidor brasileiro, especialmente na auto-construvao.

Dentre os varios tipos de agregados trataremos da extra9ao da areia4

que e um segmento do setor mineral que comporta um grande numero de em­

presas (e trabalhadores) junto aos principais centres urbanos.

As principais formas de ocorrencia de areia sao: depositos em leitos de

rios; depositos aluvionares; depositos em chapadas, terra9os e dunas. Sao

classificadas, de acordo com sua granulometria, em: grossa, media e fina. As

areias lavadas sao aquelas que foram separadas de componentes argilosos.

A areia e utilizada principalmente na constru9ao civil, sob a forma de

concreto e argamassas (de assentamento e de revestimento), e em manuten­

vao e construvao de estradas. Em fun9ao deste uso, os agregados sao, ge­

ralmente, os maiores constituintes das obras civis, em peso e volume (60%).

1.2. Caracteristicas do Setor Mineral

0 setor mineral apresenta caracteristicas proprias que o diferenciam de

outros setores produtivos (Buck, 1972). Segundo esta caracterizavao relativa

a extra9ao de insumos minerais utilizados diretamente na constru<;:ao civil. po­

demos destacar (Wilson, 1993; Rossete, 1996):

3 Dados apr-.:'sentados no Primeiro Semimirio da lndUstna Brasikira de ConstrU~:;ilo. demonstram niJm'-.'rP.~ :~~ ;· ~" dcstos em re!a~ao ao ··ctefici(" habitacional dD BrasiL l' cmuh;::ri8 cercci de 5.61 m!JJ-iCh:::o de fi.m:iL.c:.-ressalva de que este nUrnero poden1 chegar a 12 milhOc>. st consideradas a_;:; sub~habita~Oes .

..1 geologicamcnte a arcia pode ser definida como urn sedimcntc• cb5tico inconsolidado. de &rilo:-:. geralnh.')JL' ~- ,.--J,'­sos com difunctro entre 0.06 e 2.0 mm. pron:niemc da dc5:Jf_:n:_f:o;;Jo de nxhJ.s preexistentes. Come> m<.r~·;;,, ~lmstru~a'--' a l'BR 9935 f/.,.B"\'T. 198"7 i define an.:ii' c:.lT'' · c.::r:_:,::Jdu miUJu originado ntfJ.\ ~;;de rr ',<'" ni-.; ou aruficiais de desintegrao;ao de rocha-.; r•~; rn•\cl~:cm~ J:: c•:J:>J> r:-'1.>-.:c:~-.;o:; industri~:i<.

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exauribilidade

rigidez locacional

monitoramento ambiental

porte

capital

mercado abundancia relativa

baixo indice de rejeitos

simplicidade de lavra e beneficiamento

Quadro 1.l Caracteristicas do setor mineral

os bens minerals se esgotam com a produgao, por isso os recursos minerals sao considerados recursos naturals nao renovaveis. as substancias minerals encontram-se onde as condici-onantes fisicas, quimicas e geol6gicas permitiram sua formagao. a mineragao e uma atividade essencialmente modifica-dora do meio ambiente; assim, necessita de urn acorn-panhamento sistematico. as empresas extratoras de agregados sao em grande numero de pequenas operadoras. a ordem e magnitude de capital gasto e de risco e mui-tas vezes menor para uma extratora de agregados em relagao as outras atividades de mineragao. o mercado para agregados e geralmente local. devido a sua ampla distribuigao geografica, muitos acre-ditam que e possivel encontrar agregados em qualquer Iugar, o que nem sempre e verdadeiro. nas atividades de extrat;:ao de agregados o volume de rejeito e pequeno, com indices inferiores a 5%. principalmente nos casos da areia, com poucas opera-goes de lavra e equipamentos, e possivel conseguir a explotagao do material

Fonte: Buck (1972); Wilson (1993) Rossete (1996);

1.3. Minerayao e Meio Ambiente

Quando se fala em meio ambiente, muitas vezes este e associado ape­

nas a fauna e a flora. Dessa forma sao desconsiderados outros elementos es-

senciais e indissociaveis, relativos ao ser humano: a subsistencia do homem

esta diretamente vinculada ao meio social, aos elementos s6cio-econ6micos,

hist6ricos, culturais e aos recursos naturals (IBRAM, 1992).

Existem varias defini<;:6es para meio ambiente. Algumas consideram

apenas os componentes naturals, outras consideram que o me:o ambiente e um sistema no qual interagem fatores fisicos, quimicos, biol6gicos espaciais e

s6cio-econ6micos. (Pacheco e Mendon<;:a, 1992).

De acordo com a Politica Nacional de Meio Ambiente. Federal no

6.938/81, o meio ambiente compreende determinado espac;:o onde o

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"conjunto de condir;oes, leis, influencias e intcra~ocs de ordcm.fisica. quimica e biologica que permitc. ahriga e regc a vida em todas as sua formas"

Toda e qualquer forma de vida e capaz de modificar o meio onde vive.

Ao Iongo da hist6ria o homem nao agiu de forma diferente. Deleage (1993)

descreve que a partir da pre-hist6ria as atividades produtivas e, em muitos ca­

sos, predadoras do homem, acabaram por provocar a redu9ao geral e a

transformayao continua dos ecossistemas naturais.

0 autor complementa observando que o advento do capitalismo indus­

trial destruiu o principio da solidariedade homem/universo o substituindo pelo

da dominayao da natureza pelo homem. Sob influencia da lgreja e da filosofia

da epoca instalou-se o antropocentrismo absolute pois, o principio da econo­

mia capitalista e o da maximiza9ao (maximizayao da produyao, dos rendimen­

tos e do lucro).

0 meio ambiente, alem de sua evolu9ao natural, esta sujeito a cons­

tantes altera9oes provocadas pelo homem. Em decorrencia disto, a legisla9ao

federal define o impacto ambiental como sendo:

"toda alterar;iio das propriedades fisicas. quimicas e biologicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de materia ou energia resultante da atividade humana, que, direta ou indiretamente, afetem a segura111;a, eo bem-estar da populm;iio; as atividades sociais e economicas: a biota: as condir;oes esteticas e sanitarias do meio ambiente: e a qua/idade dos recursos ambientais" (Resolw;iio COJ\'AMA 001/86, Art. JO).

A polui9ao e caracterizada pela degrada9ao da qualidade ambiental, re­

sultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudicam a saude, a se­

guranya eo bern estar da popula9ao.

A minera9ao e uma atividade extrativa que retira urn recurso natural nao

renovavel e, por consequencia, tende a agredir o meio ambiente e criar espa­

yOS vazios, apesar dos cuidados com a questao da recuperayao ou reabilita-

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c;:ao5 da area minerada. Esses impactos ambientais estao relacionados com a

degradac;:ao do solo, a poluic;:ao do are das aguas (Brasil, 1995).

• do solo: atraves dos desmatamentos, deposic;:ao de estereis e rejeitos, ac;:ao

da erosao e desfigurac;:ao paisagistica;

• do ar: devido ao aumento da concentrac;:ao de material particulado e/ou ga­

ses na atmosfera e a emissao de ruidos decorrentes das detonac;:oes do

desmonte de rochas;

• das aguas: ocasionada pelo assoreamento dos curses d'agua devido ao ar­

raste de sedimentos, bem como, a contaminac;:ao dos mananciais, em fun­

c;:ao da descarga de efluentes (oleos e graxas utilizados nos equipamentos)

Em muitos casos a atividade mineradora se desenvolve de maneira

conflitante com os principios de protec;:ao ao meio ambiente e de uso do solo

(principalmente entre a agricultura e a ocupac;:ao urbana).

Ao mesmo tempo que a minerac;:ao e importante para manter e/ou me­

lhorar a qualidade de vida do homem, sua existencia em meio social e ambi­

ental e bastante conturbada. Muitas vezes associa-se minerac;:ao com degra­

dac;:ao ambiental porque esta atividade esteve, durante muito tempo, baseada

no uso predat6rio dos recursos naturais. A indiferenc;:a de alguns mineradores

com relac;:ao ao meio ambiente se deve a falta de consciencia ecol6gica e a

ausencia de fiscalizac;:ao.

A minerac;:ao em areas urbanas tem provocado preocupac;:oes devido ao

confronto entre produc;:ao e consume, tendo em vista que, sob esta 6tica, a

produc;:ao se reveste de rigidez locacional, enquanto o consume, normalmente,

esta localizado nos grandes centres populacionais (Mascarenhas e Oliveira,

1992).

No entanto, esta atividade e regulamentada e controlada por uma serie

de legislac;:oes e 6rgaos das tres esferas de governo.

5 Recupe~<J~Jo com.>pomk ae retorno an uso original: por ewmrL:_ :Jv -->' ,k I<·.:~l;'.::~l\,·J.u de un1a arcJ desm:nada para retorno a uma formn~ao de mata scmelhante:

Reabilila.;:Jo cnrrbpondc aCl estahdecimento de condi.;Oes pare que:; J~c,: L.::r:d~:, ;_;;~-; ~;:--,\ difc-n:mc dP o:i.;inal. por exemplc. tr::msform;:;.;- a <irca mincrada que era originalmente re,._·(•bc:-:a f'\\i' rT .::de rre~en it~8.Cl amhicntal. em

]99-1-CI

ll

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1.4. Aspectos Juridico-lnstitucionais da Minera~ao

1.4.1. Legisla~ao lncidente na Atividade Mineral

No Brasil h8 uma serie de leis que regem a atividade mineral. A maioria

delas e de ambito federal.

A) Constitui~ao Federal

A Constitui~ao Federal, sancionada em 05/10/88, com rela<;:ao ao or­

denamento juridico do setor mineral, enfatiza os seguintes aspectos:

• Os recursos minerais sao bens da Uniao (Art. 20- IX);

• A participa<;:ao no resultado da explora<;:ao de recursos minerais em

favor dos Estados, Distrito Federal e Municipios em seus territories

(Art. 20, § 1);

• Compete a Uniao legislar sobre os recursos minerais (Art. 22 -XII);

sendo de competencia comum entre Uniao. Estado, e Municipio re­

gistrar, acompanhar e fiscalizar a concessao de direito de pesquisa e

explota<;:ao de recursos minerais, nos respectivos territories (Art. 23 -

IX);

• Compete a Uniao, Estados e Municipios legislar concorrentemente

sobre a defesa do solo, conservagao da natureza e recursos mine­

rais, prote<;:ao do meio ambiente e controle da polui<;:ao (Art. 24 -VI);

• Compete a Uniao autorizar ou conceder a pesquisa e a lavra de re­

cursos minerais (Art. 176, § 1); Assegurando ao proprietario do solo a

participa<;:ao nos resultados da lavra (Art. 176, § 2)

B) C6digo Mineral e Legisla~ao Correlata

Concessao Mineral

No Brasil as atividades de mineragao sao regidas pelo Decreta-Lei n"

227 de 28 02.67(alterado recentemente pela Lei no 9.314 de 14/11/96), deno­

minado ··c6DIGO DE MINERA<;;Au·, o qua! e reguiamentado pelo Decreto n"

62.934. de 02/07/68, e por legislagoes postenores.

!2

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Conforme o seu Art. 2°, os recursos minerais no Brasil sao explotados

de acordo com um dos seguintes regimes juridicos (Quadro 1.2):

Quadro 1.2 Regimes legais de aproveitamento de recursos minerais de utilizayao imediata na cons­

tru9ao civil, seus principais aspectos e legislayoes basi cas

Topicos Autoriza~ao de Concessao de Lavra Licenciamento Pesquisa

Titulares Brasileiro, pessoa natural, Brasileiro, pessoa natu- Proprietario do solo ou firma individual ou empre- ral. firma individual ou quem dele tiver autoriza-sa legalmente habilitada, empresa legalmente ha- viio (Lei 6567178. Art. mediante requerimento bilitada, mediante reque- 20) (CM. Art. IS; Lei 9314/96, rim en to (CM. Art. IS; Art. I O) Lei 9314/96, Art. I O)

Autoridade Diretor Geral do DNPM Ministro de Estado de Autoridade Local e Re-Concedente (CM. Art. 20: II. Lei Minas e Energia (CM, gistro no DNPM (CM,

9314/96, Art. I O) Art. 20 • I; Lei 9314/96, Art. 20. Jll; Lei Art. l O) 93124/96, Art. I o; Lei

6567/78, Art. JO)

Durayiio prazo de 2 anos (Portaria Jndeterminado variavel em funqao das DNPM no I 6/97, Ill), com diretrizes municipais possibilidade de prorroga-9iio (CM, Art. 22, lll; Lei 9314/96, Art. I O)

Substancias Todos os minerais, exceto Todos OS mmerais, ex- Minerais com utilizayiio mmeraJs OS garimpaveis e OS tra- ceto os garimp:iveis e os imediata na construvao

ba!hos de movimentaviio trabalhos de movimenta- civil; argilas usadas no de terra e de desmonte de yao de terra e de des- fabrico de ceramica ver-materiais "in natura" que monte de materiais "in melba e 0 calcaria em-tern por objetivo abertura natura'' que tern por ob- pregado como corretivo de VIaS de transporte e jetivo abertura de vias de de solo (Lei 6567178. obras de terraplanagem e transpone e obras de ter- Art. JO· • Lei 8982/95. edificay5es (CM, Art. 30 raplanagem e edifica96es Art. I O) Lei 8982/95, Art. 1 O) (01. Art. '0

j ' Lei 898295. Art !O)

Titulo Alvan! de autoriza~ao de Ponaria de Concessao de Registro de Licen~a (lei Pesquisa (CM. Art. 70: Lei Lavra (CM, Art.70: Lei 6567178. An 60)

93 14/96, Art. 1 o) 9314 96. Art.! O)

Area a bran- Ate 50 hectares (Portaria Yariavel. respeitada a ate 50 ha L"' " 6567/78. gida por re- DNPM no 16/97. 1.2) area de pesqursa (CM. An. so) querente Ar1. 37. ll)

Direitos do Renda pela ocupm;ao efe- -Renda pel a ocupa9ilo -Renda pel a ('CUf'3.<;:3.0

Proprietiirio tiva do terreno a quem e:-;- efcti\-a do terreno a quem efetiva do tcrr,__-n :: quem do solo teja na superficie de, irrL< c-steja na superficie do esteja na - - d~__--,

vel. e urn a indeniza~ao imO\'eL e uma indeniza- imOvel, e unu ) ](]:..'lllZ:l-

pelos danos e prejuizo~ ~Jo pelos danos e prejui- 9ao pelos den.'· , , c_iL, que possam ser causad~.1:- zcs que possam ser cau- zos que pos:~:::~ <"- ...:~iU-

(01. Art. 2') I ':;,__:, __ ,;-, (C\1. _-\rt . .2 7 ) sados. n:: h::" -·-~-- _ __ :~- .;;er

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Penalidades

Exigencias relacionadas ao meto am­biente

-Advertencia; Multa: Ca­ducidade; Anulas:ao do Alvan\ (CM, Art. 63, 64, 65, 66) -A extras;ao do produto mineral sem autoriza~ao

expressa, constitui cnme

-Pagamento referente a participa~ao do proprie­tario do solo nos resulta­dos da lavra (CM, Art. 70; Lei 9314/96, Art. I O)

-Advertencia; Multa; Caducidade; Anulas;ao do decreta (CM, Art. 63, 64, 65, 66) -A extras:ao do produto mineral sem o respective titulo, constitui cnme

contra o patrim6nio, su- contra o patrim6nio, su­jeito 0 infrator a pena de jeito 0 infrator a pena de prisao (ate cinco anos) e prisao (ate cinco anos) e Multa (Lei 8176190, Art Multa (Lei 8176/90, Art 20) 20)

urn terceiro o titu Jar do licenciamento (CM, Art. 27; Lei 6567/78, Art 11) - Pagamento referente a participas;ao do proprie­tario do solo nos resulta­dos da lavra (CM, Art. 70; Lei 93 J 4/96, Art. I 0) -Advertencia; Multa; Caducidade; Cancela-mento do Registro (Lei 6567178, Art. 1 0; CM, Art. 63, 64, 65, 66) -A extras;ao do produto mineral sem o respectivo titulo, constitUI cnme contra o patrim6nio, su­jeito 0 infrator a pena de prisao (ate cinco anos) e Multa (Lei 8176190, Art 20)

-Protes:ao ao meio ambiente (CF, Art. 225, VII; Lei 4771/65, Art. 20, I, II, III, An. 3°, Art. 26: Lei 6902/81, Art. 70; CE/PR, Art. 27; Lei Est.ll054/95, art.5°; Dec. Est. 2964/80, art. 1 OJ -Estudo Previa de Impacto Ambiental (CF, Art 225, IV; Lei 6938/81, Art. 10; Resolus:ao CONAMA 001/86, Art 20 e 30; Resoluyao CONAMA 009 e 010/90 -Obrigatoriedade de recuperas:ao (CF. Art.225, § 2°; Lei 6938/81, Art. 14, IV; Dec. 97632/88. Art. l OJ -Restris:ao a atividades poluidoras (CF, Art. 225, III; CM, Art. 47; Lei 6902/81; Dec. 89336/84; Dec. 99274 190)

Fonte: modificado de Chaves & Serra (1997)

C) Legis/aqao Urbana

Apesar de a Constituigao Brasileira assegurar o direito de propriedade,

estabelece, tambem, a sua fungao social (Art. 5°, inciso XXII e XXIII).

Assim, a propriedade esta sujeita as restrigoes de usa e ocupagao, fi­

cando subordinada a sua fungao social e a defesa do meio ambiente (Art.170).

De acordo com a Constituigao Federal ha diversos instrumentos legais

de planejamento urbano, tais como: Piano Diretor, Lei de Zonearnento de Usa

e Ocupagao do Solo Urbano. Lei de Parcelamento do Solo Urbano, dentre ou­

tros.

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0 Art. 182 da Constitui<;:ao Federal considera que a politica de desen­

volvimento urbano deve ordenar as fungoes sociais da cidade e garantir o

bem-estar de seus habitantes. 0 Plano Diretor, obrigat6rio para cidades com

mais de vinte mil habitantes, e 0 instrumento basico da politica de desenvolvi­

mento.

Rossete (1996) apresenta algumas formas de inserir a atividade minera­

ria nos instrumentos de gestao municipal em areas urbanas (Quadro 1 .3).

Quadro 1.3 Algumas possibilidades de inser~ao da minera~ao em areas urbanas nos instrumentos

legais municipais

INSTRUMENTOS LEGAlS CARACTERISTICAS INSER<;:AO DA MINERA<;:AO Plano Diretor (CF, Art. 182) lnstrumento basi co da ldentificar areas potenciais Lei Organica (CF, Art. 29) politica de desenvolvi- para minera~ao e propor zo-

menlo e de expansao ur- neamentos minerais ban a Regulamenta a utiliza~ao regular a extrac;:ao de recur-

Lei de Uso e Ocupac;:ao do do solo em todo o territ6- sos naturais solo rio municipal

Estabelece diretrizes para Fixar normas para evitar a Lei de Parcelamento do projetos de parcelamento minerac;:ao em areas urbanas

Solo Urbano ( Lei 6766/79) de glebas urbanas, em pel a implementac;:ao de pro-conformidade com inte- jetos de parcelamento resses municipais Disciplina as edificac;:oes Fixar norm as tecnicas para com 0 fim de garantir edificac;:6es destinadas a

C6digo de Obras condic;:6es de higiene, sa- guardar equipamentos e ude e seguranc;:a combustiveis utilizados pel a

minerac;:ao Estabelece a politica mu- Prever incentivos tributaries e

C6digo Tributario nicipal de tributac;:ao cobranc;:a de contribuic;:ao para atividade de minerac;:ao

Estabelece diretrizes or- Prever a origem e aplicac;:ao Legislac;:ao Orc;:amentaria c;:amentarias, prevendo de recursos financeiros em

receitas e fixando as projetos de controle ambientai despesas necessarias na minera<;ao

Fonte: Rossete ( 1996 ). p. 1 02

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D) Legislayao Tributaria Mineral

A explora~tao de bens minerais sempre esteve associada a cobran9a de

impostos. Entretanto o Brasil nao dispoe de legisla~tao especifica sobre tribu­

ta~tao na minera~taos.

Os principais tributos sobre o setor mineral (Quadros 1.4 e 1.5) podem

ser divididos em dois tipos: os que incidem sobre a receita, e os que incidem

sobre o lucro.

• Receita: ICMS, PIS, COFINS, IPI (imposto federal que incide sobre o

valor adicionado gerado na transforma~tao e no processamento in­

dustrial), IOF (imposto federal, envolvendo o ouro, como ativo finan­

ceiro);

• Lucro: lmposto de Renda sobre Pessoa Juridica (IRPJ) e a Contribui­

gao Social sobre o Lucro (CSL)

Quadro 1.4 Tributos sobre o setor mineral

Encargos ICMS IRPJ

defini9ao Impasto sabre opera96es relativas a cir- Impasto de Renda sabre Pessoa cula9ao de mercadorias e sabre presta9ao Juridica de servi9os de transporte interestadual e intermunicipal e de comunica96es: Cons-titu1yao Federal de 1988, Art. 155

lncidE:ncia Sabre opera96es relativas a circulayao de lncide sabre as pessoas juridicas mercadorias e as prestay6es de serviyos e tem como base o Iuera tributa-de transporte interestadual e interestadual vel e de comunica96es

ali quotas 7 a 18% em funyao da natureza das ope- 25% ray5es

distribU19ao 75% Estado Uniao 25% Municipios

Fonte: Ferreira e Albuquerque (1997)

Contribuiyoes Sociais

A Constituigao Federal de 1988, em seu Artigo 195, estabelece que a

seguridade social deve ser financiada pela socedade mediante recursos pro­

venientes dos orgamentos da Uniao, dos Estados. do Distrito Federal. dos Mu-

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nicipios e das contribui<;oes sociais dos empregadores, trabalhadores e da re­

ceita de concursos de progn6sticos (loterias).

Quadro 1.5 Tributos sobre o setor mineral - Contribuic;:oes Sociais

Contribuicoes Sociais Encargos PIS Confins CSL

Definic;:ao Programa de Integra- Contribuic,;ao Financeira de Contribuic;:ao Social sabre c,;ao Social; Lei Com- Seguridade Social; Lei o Luera; Lei no 7.689 de plementar no 7 de Complementar no 70 de 15/12/88 07/09/70 30/12/93

lncidencia Sabre a receita opera- Sabre as vendas Sabre o Iuera liquido an-cional bruta da empre- tes do impasto de renda sa

Ali quota Contribuic,;ao mensa! de Taxa de 2% 8% 0,65%; Decreta-Lei no 2.445, de 29/06/88 e Decreta-Lei no 2.449 de 21107/88

Fonte: Ferreira e Albuquerque (1997)

Outros Encargos

Relacionados com o regime de autoriza<;oes e concessoes minerais te­

mos. ainda os seguintes encargos: pagamento de taxas e emolumentos ao

DNPM sobre os titulos e areas concedidas e o pagamento da participa<;ao ao

proprietario do solo pelas atividades de produ<;ao mineral praticada em terrene

de terceiros.

Outra figura que onera a minera<;ao e a CFEM (CF, Art. 20; Leis no

7.990/89 e 8.001/90 e Decreta n° 01/91) Mesmo nao sendo definida como um

impasto, a CFEM e vista como tal, pois tern base de calculo definida, aliquotas,

e prazc para recolhimento e tern a defini<;ao do sujeito passive (Ferreira e Al­

buquerque, 1997)

0 percentual da CFEM e calculado sobre o valor do faturamento liquido

e varia em fungao da substancia mineral. 0 faturamento liquido citado e obtido

deduz1ndo-se do total das receitas de venda os tributes incidentes sobre a

comercializa<;ao do produto mineral. as despesas de transporte e de seguro.

No caso da substancia mineral consumida transformada ou utilizada pelo pr6-

considera-se como faturame,.,:c J o valor industrial.

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Embora variavel em funyao do bem mineral (CFEM) e destino das ven­

das (ICMS) a onerayao fiscal e extrafiscal sobre o valor de venda pode chegar

a 23,65%: 18% de ICMS + 3% de CFEM + 2% de COFINS + 0,65% de PIS

(Teixeira. 1996).

1.4.2. Aspectos lnstitucionais

A atividade de minerayao, do ponto de vista institucional, como destaca

Frichenbruder (1995), e um setor bastante interessante pois e regido princi­

palmente por legislayao federal, ocorre geralmente em territ6rio local e implica

em ayoes de fiscalizayao e controle principalmente no ambito estadual.

Na esfera federal os principals 6rgaos relacionados com a questao mi­

neral sao:

Ministerio de Minas e Energia (MME) e Departamento Nacional da Pro­

dugao Mineral (DNPM). 0 MME e responsavel pela politica de exploragao de

recursos minerais e energeticos no pais, estabelecendo diretrizes e elaborando

pianos plurianuais de mineragao; o DNPM e o 6rgao responsavel pela execu­

gao das normas previstas no C6digo de Mineragao e tem a finalidade de fisca­

lizar as atividades relativas a mineragao, a industria e ao consume de materias

primas minerals (Decreto-Lei no 62.934/68); alem de promover o planejamento

e fomento da exploragao e do aproveitamento dos recursos minerais e super­

intender as pesquisas geol6gicas, minerals e de tecnologia mineral (Lei no

8.876/94) (Herrmann, 1992)

Institute Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaveis

(IBAMA): vinculado ao Ministerio do Meio Ambiente, dos Recursos Hidricos e

da Amazonia Legal (MMA), e responsavel pela fixagao de parametres basicos

que devem constar nos Estudos de lmpacto Ambiental (EIA) e dos seus res­

pectivos Relat6rios de lmpacto ambiental (RIMA) (Herrmann, op. cit.); alem de

ser responsavel pelo licenciamento para atividades em areas de preservagao

permanente e para desmate.

0 MMA, ao fazer um estudo sobre a relagao entre a extragao de bens

minerais de uso social e o meio amoiente, visitou os principals centros produto­

res e verificou que, na maicr:a c:::s ::asos, existe um grande numero de 6rgaos

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envolvidos no processo de licenciamento e, muitas vezes, cada 6rgao apre­

senta diferentes exigencias em relac;:ao a documentac;:ao (Brasil, 1994c).

A seguir serao apresentados os principals 6rgaos estaduais relaciona­

dos direta e indiretamente com a atividade mineral nos principais centros pro­

dutores de bens minerais de uso social no Brasil.

Sao Paulo

No caso do Estado de Sao Paulo, os principals 6rgaos sao:

• Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB): or­

gao que recebe a documentac;:ao necessaria para o licenciamento

ambiental e analisa o PCA (Plano de Controle Ambiental) quando o

projeto nao necessita de Estudo de lmpacto Ambiental e do respecti­

ve Relat6rio de lmpacto Ambiental (EINRIMA);

• Secretaria do Meio Ambiente: avalia a dispensa do EINRIMA;

• Departamento de Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente:

analisa o EINRIMA;

• Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA): aprova o

EJNRJMA;

• Departamento Estadual de Protec;:ao de Recursos Naturais (DEPRN):

responsavel pela licenc;:a para desmate de areas que nao sao de pre­

servac;:ao permanente;

• Conselho de Defesa do Patrim6nio Hist6rico, Arqueol6gico, Artistico e

Turistico do Estado de Sao Paulo (CONDEPHAAT): licenc;:a para are­

as protegidas pelo patrim6nio hist6rico;

• Prefeitura Municipal: responsavel pela outorga do licenciamento am­

biental municipal (porem este instrumento e questionado judicial­

mente);

No municipio de Sao Paulo existem varios conflitos entre a atividade mi­

neradora e outras formas de uso e ocupac;:ao do solo urbano. Estes conflitos

envolvem os mineradores em disputas com seus moradores vizinhos e com a

regulamentac;:ao das areas de protec;:ao ambiental (Cincoto e Silva, 1994 ).

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Ate a Constitui~ao Federal de 1988, nao havia harmoniza~ao entre as

a~6es governamentais dos municfpios e do Estado. A minera~ao foi urn

exemplo dessa desarmonia pois o municipio ignorou as diretrizes do Plano Di­

retor de Minera~ao para a Regiao Metropolitana de Sao Paulo. Existe uma in­

compatibilidade entre as disposi~6es proibitivas da lei de zoneamento e a vo­

ca~ao mineral das zonas estabelecidas na legisla~ao municipal de uso e ocu­

pa~ao do solo (Cincoto e Silva, op. cit.)

Em 1991, a Secreta ria das Administra~6es Regionais editou a Porta ria

Municipal no 1.923/SAR/91, a qual preve o licenciamento das substancias em­

pregadas na constru~ao civil. A partir disso foi criado o Grupo de Minera~ao

(Cincoto e Silva, op. cit.). Este grupo tern como atribui~6es:

• analisar os pedidos de Licen~a Especial de lnstala~ao e Funciona­

mento das minera~6es do municipio;

• monitorar as opera~6es de lavra;

• levantar as caracterfsticas e condi~6es das areas degradadas e do

entorno;

• avaliar e controlar a execu~ao do EINRIMA e do Plano de Recupera-

~ao de Areas Degradadas (PRAD).

Objetivando:

• otimizar os procedimentos administrativos;

• corrigir distor~6es legais e buscar uma integra~ao entre as tres esfe­

ras de governo.

A areia consumida na Regiao Metropolitana de Sao Paulo e, em grande

parte, proveniente do Vale do Parafba, do sui de Minas Gerais e do Vale do

Ribeira, locais que distam a mais de 150 Km de Sao Paulo. Diante deste fato,

o Governo do Estado de Sao Paulo resolveu adotar urn projeto de beneficia­

mente da areia depositada no rio Tiete, cujo material corresponderia de 5 a 8%

do total consumido na regiao (Gorgueira, 1997).

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Minas Gerais

Em Minas Gerais a Superintend€mcia de Minerayao e a Fundayao Esta­

dual de Meio Ambiente tratam conjuntamente das quest6es ambientais criando

parametres tecnicos que conciliam o aproveitamento dos recursos minerais e o

cumprimento da legislayao mineral (Pinheiro. 1991).

Nesse Estado os 6rgaos responsaveis pelo licenciamento ambiental sao

(Brasil, 1994c):

• Conselho Estadual de Politica Ambiental (COPAM): responsavel pelo

licenciamento ambiental;

• Fundayao Estadual de Meio Ambiente (FEAM): 6rgao de apoio tecni­

co que analisa os projetos ambientais;

• Departamento de Recursos Hidricos (DRH): Fornece as licen9as para

capta9ao e desvio de aguas;

• Institute Estadual de Florestas (IEF): responsavel pela licen9a de

desmate para areas que nao sao de preservayaO permanente. Este

6rgao exige um plano de manejo e de reposiyao florestal;

A FEAM desenvolveu um sistema de municipalizayao que preve a cria­

yao de conselhos municipals de meio ambiente, alem de treinamento do pes­

seal da prefeitura. Dessa maneira a prefeitura tern condi96es de analisar pro­

cesses de licenciamentos e fiscalizar empreendimentos que causam proble­

mas ambientais no seu territ6rio de jurisdiyao. Todo processo de licenciamento

e acompanhado pelo 6rgao ambiental estadual. Este processo incide sabre

empreendimentos que extraem ate 2.000 m3/mes de areia. Em alguns munici­

pios como Bela Horizonte, Uberlandia. Juiz de Fora e Pedro Leopolda. obser­

va-se que ha um born controle da atividade (Brasil, 1994c).

Alem disso, o municipio de Bela Horizonte gera diariamente cerca de

3.000 toneladas de residues originados da construyao civil. Considerando que

aproximadamente 1/3 desse material e reciclavel. a prefeitura implantou urn

programa para corre9ao das disposiy6es e reciclagem de residues em Belo

Horizonte (Brasil, op. cit.).

Este programa inclui:

• cria9ao de redes de recep9ao e reciclagem:

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• informagao aos construtores para a correta selegao do entulho;

• reabilitagao dos postos de disposigao clandestinos.

Rio de Janeiro

Os 6rgao envolvidos no licenciamento ambiental no Estado do Rio de

Janeiro sao (Brasil, 1994c; Rossete, 1996):

• Prefeituras: onde sao requeridos os licenciamentos;

• Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA): encarregado de

estabelecer as diretrizes da politica estadual de controle ambiental e

de orientar o Governo do Estado na defesa do meio ambiente;

• Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Projetos Especiais (SEMA):

formula, coordena e executa a politica estadual de meio ambiente;

6rgaos Vinculados a SEMA:

• Fundat;:ao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA): e

responsavel pelo licenciamento para a extrat;:ao mineral;

• Comissao Estadual de Controle Ambiental (CECA): e responsavel

pela coordenat;:ao, supervisao e controle da utilizat;;ao racional do

meio ambiente;

• Departamento de Recursos Minerais (DRM): tem a fungao de fiscali­

zar, acompanhar e orientar a atividade mineral;

• Fundagao Institute Estadual de Florestas (IEF): e responsavel pela

gestao e conservat;:ao dos recursos florestais;

• Superintendencia Estadual de Rios e Lagoas (SERLA): autoriza o li­

cenciamento quando a atividade ocorre em corpos d'agua;

Em ltaguai foi iniciado um processo de zoneamento ambiental e mineral

envolvendo o municipio, o Estado eo DNPM. Com esta regularizat;:ao o muni­

cipio passou a ter a areia como a maior fonte de arrecadat;:ao e emprego. En­

quanto o 6rgao de fomento mineral do Estado acredita ser este um modelo de

planejamento para a extrat;:ao de minerais de uso imediato na construgao civil.

a SERLA ve a atividade como um serio problema ambiental (Brasil, 1994c).

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Rio Grande do Sui

A revista Areia & Brita7 descreve um projeto desenvolvido por produto­

res de areia que demonstra a possibilidade de haver minera<;:ao e preserva<;:ao

ambiental em um mesmo local.

No estado do Rio Grande do Sui, nos municipios por onde passa o rio

Jacui, a partir da parceria entre a associa<;:ao de mineradores, Patrulha Ambi­

ental e Prefeituras, foi criado o projeto "Jacui Verde Vida", o qual visa conciliar

a atividade de extra<;:ao de areia no leito do rio com a preserva<;:ao ambiental.

0 projeto teve inicio com o processo de legaliza<;:ao das areas de extra­

<;:ao junto ao DNPM, 6rgao ambiental e Marinha, seguido do repovoamento das

aguas do rio Jacui e reflorestamento de suas margens. 0 projeto tambem pro­

move a coleta do lixo inorganico e 61eo lubrificante queimado das dragas e

embarca<;:oes.

Ha, ainda, a preocupa<;:ao com a questao da educa<;:ao ambiental a par­

tir da conscientiza<;:ao dos proprietaries e funcionarios das embarca<;:6es e dra­

gas, pescadores e alunos das escolas, atraves da distribui<;:ao de panfletos, da

realiza<;:ao de palestras e de convenios com a brigada militar.

A fiscaliza<;:ao, feita por dois postos de controle flutuantes, tem por obje­

tivo o reflorestamento das margens, coordena<;:ao do repovoamento do rio, re­

colhimento de lixo e de 61eo lubrificante queimado, controle das notas fiscais,

cubagem das embarca<;:6es e controle dos locais permitidos para extra<;:ao.

Porem, outra reportagem, de responsabilidade da TV Cultura de Sao

Paulo," mostra que ainda existe desrespeito com o projeto por parte de alguns

mineradores. Na reportagem o presidente da associa<;:ao de mineradores de

areia e acusado de realizar a extra<;:ao desse bem mineral em uma area de

preserva<;:ao ambiental onde nao ha autoriza<;:ao para a atividade.

7 AREL:\ & BRITA, Sao Paulo: A1\'EPAC n L P- 1'"'·:22. ago. 1997

8 T\' Cultur;l. Jornal60 Minuto dt: 15 J(J I.J/s

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Parana

Na Regiao Metropolitana de Curitiba os principais 6rgaos que atuam

junto a atividade de extral(ao de areia sao:

• Institute Ambiental do Parana (lAP): 6rgao vinculado a Secretaria

Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hidricos (SEMA), responsa­

vel pelo licenciamento e fiscalizal(aO ambiental de atividades potenci­

almente poluidoras. Para a extral(ao de areia, o licenciamento ambi­

ental constitui-se de duas etapas: licen9a previa e licen9a de opera­

l(ao;

• Superintendencia de Desenvolvimento de Recursos Hidricos e Sane­

amento Ambiental (SUDERHSA): responsavel pela outorga de direito

de uso de recursos hidricos de dominio estadual, bern como de

gestao de recursos hidricos

• Coordenal(ao da Regiao Metropolitana de Curitiba (COMEC): tern por

atribuil(ao formular diretrizes da politica de desenvolvimento da RMC,

inclusive relativas a questao do planejamento, uso e ocupal(ao do

solo;

• Prefeituras (Secretaria Municipal de Meio Ambiente): no regime de Li­

cenciamento, o empreendedor precisa de autorizal(ao da prefeitura

para exercer sua atividade. No caso do municipio de Curitiba, com a

crial(ao da Area de Protel(ao Ambiental (APA) do lguaqu pela prefei­

tura, foram definidas zonas apropriadas para a atividade de extral(ao

de areia. Para o licenciamento ambiental nesta area o processo todo

refere-se apenas a licenga de operal(ao. Entretanto, como a legisla-

1(80 federal define que apenas IBAMA e 6rgaos estaduais tern com­

petencia para licenciar, o DNPM nao reconhece as licenqas ambien­

tais municipais, assim o lAP tern que referenda-las:

• Promotoria de Meio Ambiente: e o 6rgao vinculado ao Ministerio Pu­

blico e tern o poder de instalagao de agoes civis publicas (Lei

7.347/85). Na RMC demonstra-se bastante eficaz na mterdigao das

atividades que nao cumprem com o estabelecido nos Pianos de Con-

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trole Ambiental e/ou que nao tern autorizagao ambiental para atua­

rem.

1.4.3. Experiencias Estrangeiras

Nos palses desenvolvidos considera-se a mineragao como uma posslvel

forma de ocupa9ao em projetos de zoneamento ambiental. Porem, como res­

salta Lemos (1991), estes palses apresentam contextos s6cio-econ6micos

bern diferentes do Brasil: as taxas de natalidade, o deficit habitacional e de in­

fra-estrutura e as taxas de analfabetismo sao inferiores, e o nlvel cultural dos

mineradores e superior em rela9ao ao do Brasil.

Canada

0 Canada e urn dos principals produtores de minerais e metais do mun­

do. Essa industria desempenha urn importante papel na economia do pais.

Gera empregos para cerca de 340.000 canadenses e constitui a base econ6-

mica de 150 comunidades nas areas rurais e na regiao norte do pais (Mclellan,

1997).

A preocupagao com o meio ambiente e a globalizagao, assim como a

necessidade de se possuir uma federagao mais eficiente e de atingir o desen­

volvimento sustentavel, fez com que o governo, em sua Politica de Minerais e

Metais (publicada em novembro de 1996) desenvolvesse os seguintes progra­

mas (Mclellan, 1997):

• Creating Opportunity (A Criagao de Oportunidades)

• Mining Agenda (A Agenda da Mineragao)

• A Guide to Green Government ( Guia para urn Governo Verde)

Esta politica estabelece jurisdigao provincial sobre a mineragao e reco­

menda que o governo federal forme parcerias com a industria, as provincias e

territ6rios para tratar das questoes dentro de sua area de jurisdigao.

Ao aplicar o conceito de desenvolvimento sustentavel na politica mineral

e necessaria assegurar que as decisoes sobre mineragao considerem os con­

textos ambientais, sociais e econ6micos. Assim. ao decidir sabre a inclusao de

uma determinada area numa zona protegida que o desenvolvimento

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mineral, as autoridades devem levar em conta o potencial mineral da area e os

beneficios socials e economicos da minera9ao. Dessa forma, a politica de mi­

nerals e metals do Canada aborda as seguintes questoes (Shinya, 1997):

• principia do uso seguro, no caso de minerals t6xicos;

• reciclagem de minerals e metals;

• recupera9ao de areas mineradas;

• acesso a terras e zonas protegidas.

0 governo exige a elabora9ao do plano para a recupera9ao de areas

degradadas e garantia financeira para cobrir os custos de recupera9ao e ma­

nutenyao, como condi96es para a explora9ao de minerals em terras federais

(Shinya, op. cit.).

A politica em rela9ao a extra9ao de agregados no Canada e descentra­

lizada. Assim, a prote9ao, administra9ao e regulamenta9ao dos agregados na

Provincia de Ontario baseia-se no processo legislativo e na politica de plane­

jamento. Todos os municipios da Provincia tem que assegurar que os agrega­

dos estejam inseridos no documento do plano que lhes cabe controlar e super­

visionar (Scott, 1989).

lnglaterra

0 governo do Reino Unido esta desenvolvendo estrategias para a in­

corpora9ao dos principios de desenvolvimento sustentavel no planejamento

mineral; assim, a meta em rela9ao a minera9ao e ao meio ambiente deve

(Scott, 1994):

• assegurar uma oferta adequada de minerals;

• incentivar o uso eficiente dos materials e a reciclagem;

• preservar ou melhorar a qualidade do ambiente afetado pela minera-

9ao

Os principals regulamentos sobre a atividade de minera9ao na lnglaterra

estao inseridos nas leis de uso e ocupayao do solo (Town and Country Plan­

ning Act), embora outras regras adicionais possam ser incluidas pela norma de

planejamento de autoridades locais (Hake, 1987).

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No Reino Unido, se uma empresa deseja extrair agregados de uma de­

terminada area, deve pedir uma permissao para a autoridade regional, que e o

equivalente ao Estado no Brasil. Assim, o governo regional deve ter um plano

de minerios atualizado e prever as necessidades de agregados e a situac;:ao do

suprimento.(Crimes, 1989)

Estados Unidos

Nos Estados Unidos ha dois tipos de regulamentac;:ao relativas a extra­

c;:ao de areia e cascalho (Bauer, 1989):

• regulamentac;:ao estatal: nem todos estados tem regulamentos e leis

que tratam desta atividade;

• regulamentac;:ao local: em quase todos os Estados a autorizac;:ao para

a minerac;:ao e dada pelas autoridades locais.

Alem de cumprir exigencias de recuperac;:ao, o minerador tem que pagar

uma cauc;:ao aos 6rgaos governamentais para assegurar a recuperac;:ao da

area minerada (Morris, 1989).

0 processo de decisao e local; entretanto, Bauer (1989) em sua pesqui­

sa verificou que as populac;:oes locais estavam negando muitas autorizac;:oes

para operac;:ao das minas pois, geralmente, as pessoas nao valorizam o recur­

so mineral como uma riqueza da regiao e nao querem ter uma cava proxima de

sua casa.

lsto afetou o suprimento de material para concreto e construc;:ao e ma­

nutenc;:ao de estradas. Assim, construtores pagaram mais caro para trazer o

material em quantidade suficientes de grandes disttmcias. Em areas urbanas

que ficaram sem insumos para construc;:ao. os altos prec;:os atrairam navios do

Mexico e do Canada (Aston, 1996a,b)

Durante o a no de 1992 os Estados Unidos importaram 1.317.000 tone­

ladas metricas de agregados do Canada e 1.531.000 toneladas metricas do

Mexico (Langer, 1995).

Enquanto os produtores tem diftculdades em relac;:ao a expansao da at,­

vidade e abertura de novas lavras, os entulhos de construc;:ao e demolic;:ao in-

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cluindo rejeitos de concreto e asfalto, somam cerca de 24% de todo residuo

s61ido municipais (Holub, 1997).

Devido a dificuldade em encontrar urn Iugar para estes entulhos, os go­

vernos federal e estadual dos EUA impuseram, como soluc;:ao alternativa, uma

reduc;:ao dos rejeitos, baseada na reciclagem de concreto e asfalto (Moore,

1993).

0 consumo de agregados reciclados para construc;:ao tera urn aumento

de 4% em 1998. Os fatores que contribuirao para este crescimento serao o

aumento nos custos da disposic;:ao de rejeitos , custos mais eficientes na reci­

clagem de materiais, preocupac;:ao com o meio ambiente, aumento dos esfor­

c;:os para recuperac;:ao dos residues s61idos, inovac;:ao tecnol6gica e legislac;:ao

governamental que estabelece o uso de materials reciclados em algumas

construc;:6es (Nichol, 1997).

Fran~a

Arnold (1989) faz uma descric;:ao da situac;:ao da atividade mineral na

Franc;:a no periodo compreendido entre os anos de 1970 a 1989.

0 autor observa que, na decada de 70, houve grandes problemas com

extrac;:ao de agregados (chamados na Franc;:a de granulados) em pedreiras,

cascalheiras e areais, onde ocorriam freqOentes protestos da populac;:ao.

Os principals problemas das extrac;:oes de agregados em relac;:ao ao

meio ambiente na Franc;:a estiveram associados a dispersao das extra96es no

seu territ6rio e ao fato de 90% dos materials serem transportados por rodovia.

Os agregados representavam 50% do total de toneladas transportadas por

quil6metro pelas rodovias da Franc;:a.

Desde 1979 os pedidos para extral(ao de agregados sao apresentados

a um unico 6rgao; ha uma Comissao Departamental sobre extrac;:ao de agre­

gados para examinar todos os pedidos de exploral(ao realizados e recebidos.

A Comissao Departamental apresenta a resposta de autorizagao dentro de um

prazo de seis meses.

Esta regulamental(ao obriga os mineradores a fazerem a devoluc;:ao do

solo em seu estado original Entretanto. ha casos em que se tem interesse em

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fazer um remanejamento ou a reabilitavao do solo. Nestes casos, com um pe­

queno investimento, sao criadas area de lazer, de camping e esportes nauti­

cos.

Ao encaminhar o pedido de autorizavao para extravao, o responsavel

tem que pagar uma cauyao, depositada num banco, correspondente ao custo

de recuperavao ou reabilitavao da area.

Com o objetivo de estruturar as politicas regionais de explorayao de

agregados sao realizados uma serie de estudos sobre as restriyoes da ativida­

de, seus aspectos econ6micos, seu potencial mineral e reutilizayao do terreno,

assim como analises hidrol6gicas e hidrogeol6gicas (Prime!, 1989).

Com relavao a questao de uso e ocupayao do solo, Machado (1996)

destaca os "Esquemas de ordenamento e de Urbanizac;ao", os "Pianos de

Ocupac;ao do Solo" e as "Zonas de Ambiente Protegido", que prescrevem a

consulta a populavao.

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Cap. 2. CARACTERIZACAO DA AREA EM ESTUDO

2.1. Situa~io Geografica

A area em estudo esta inserida na Regiao Metropolitana de Curitiba

(RMC), a qual situa-se no Primeiro Planalto Paranaense, atingindo a oeste as

bordas do Segundo Planalto Paranaense (bordas da Bacia do Parana) e a

teste a Serra do Mar. Ao norte limita-se pelo Estado de Sao Paulo e ao sui pelo

Estado de Santa Catarina (Figura 2.1 ).

BRASIL

PARANA

POSICAO GEOGRAFICA

NOR:1E

REGIAO METROPOLiTANA DECUR!TlBA

Figura 2.1 - Mapa de localizayao da area em estudo (Desenho: COMEC)

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Atualmente a Regiao Metropolitana de Curitiba compoe-se de 25 muni­

cipios distribuidos em uma area total de 13.528,46 km2, a qual corresponde a

6,82% do territ6rio do Estado do Parana.

A area em estudo compreende os municipios pertencentes a Grande

Curitiba ( municipios que sofrem influencia direta de Curitiba, tendo areas co­

nurbadas com a mesma- Almirante Tamandare, Araucaria, Campo Largo, Co­

lombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara e Sao Jose dos Pinhais).

2.2. Vegeta~ao

Dados do Projeto JICA (1995b) indicam que esta regiao apresenta co­

bertura vegetal dominada pela especie Araucaria. Devido as atividades de

agricultura e mineragao a vegetagao apresenta-se em estado avangado de de­

vastagao. A flora nativa esta confinada a pequenas extensoes de terra, gragas

a problemas de acesso ou por ocorrere em encostas ingremes.

Na porgao leste da area encontram-se os campos naturais abertos com

gramineas e pequenos bosques. Na porgao norte, municipio de Colombo, ain­

da pode ser encontrada uma cobertura vegetal bern preservada.

A cobertura vegetal predominante e representada por arbustos

(19,84%), floresta nativa (18,3%) e a Araucaria angustifolia ( 1 ,89%)

0 tipo climatico encontrado na regiao, segundo a classificagao de Wla­

dimir Koeppen, eo CFB (clima subtropical mesotermico umido) de veroes fres­

cos e ocorrencia de geadas severas e frequentes, nao apresentando estagao

seca. A media das temperaturas dos meses mais quentes e inferior a 22°

Centfgrados e ados meses mais frios e inferior a 18° Centigrados (IAPAR1).

l FO"!\TE: PARANA ( i 997b)

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2.3. Condicionantes Geoambientais

2.3.1. Contexto Geo/6gico

As unidades geol6gicas que correspondem ao substrata da area em

estudo (Figura 2.2 e Quadro 2.1 )2 sao representadas por rochas lgneas e me­

tam6rficas de idade Proteroz6ica, alem de sedimentos Quaternarios perten­

centes a Formac;ao Guabirotuba e depositos recentes que compreendem os

aluvioes.

Figura 2.2 - Mapa geologico do Estado do Parana (Mineropar, 1986 - escala aproximada:

1 :1.400.000)

2 Brasil. Ministerio de Minas e Energia. Avaliafiio Regional do Setor Mineral. Parana.. Brasilia: DNPM, 1994b. 112p. (Boletim n° 60)

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Quadro 2.1 Coluna litoestratignifica da Grande Curitiba

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Com base na constitui9ao do substrate geologico da Folha de Curitiba,

Theodorovicz (1994) define dominios morfolitoestruturais a partir das caracte­

risticas geol6gicas de cada forma9ao e faz algumas recomenda96es a respeito

da ocupayao urbana e da explorayao mineral para cada dominio definido

(Quadro 2.2).

Quadro 2.2

Dominios morfolitoestruturais da folha de Curitiba

Domioio Mor- Caracteristicas Ocupa~ao Urbana Recursos mioerais folitoestrutural

Planicies aluvi- -Depressoes com decli- -Enchentes freqiientes; -Areia, argila e cascalho ais vidades entre 0 e 5%; solo vulnenivel a po- para construviio civil e

baixa drenabilidade; luentes: trincamento nas para industria ceramica; I envoi freatico proximo edificas;oes e desestabi- -Turfa utilizada como da superficie; presens;a lizavilo de fundav5es; fertilizante; de sedimentos pouco proliferayilo de insetos, -Agua subterranea consolidados: ncos em fungos e bacterias; mai-materia orgfinica. ores gastos em conser-

vas;ilo de obras de infra-estrutura

Bacia de Curiti- -Colinas amp las e sua- -Possibilidade de ocor- -Cascalho para constru-

ba vizadas; declividade rer movimentos de mas- yiiO civil; argila para baixa a moderada; apre- sa; desestabilizaviio de ceriimica verrnelha e senta material detritico fundav5es; subsidencia agua subterranea associ-disponivel a remoyao; e rachaduras nas cons- ada a lentes de arenito e apresenta sedimentos tru9oes; desestabiliza- conglomerados pouco consolidados com s;ao em taludes e aterros argilas expansivas; pre-senva de argilas rijas e conglomerados

Diques de dia- -Relevo com forte ali- -lnadequado ao assen- -Brita e constituem-se

basio nhamento das cristas e tamento urbano, devido como excelentes agi.iife-sistema de drenagem na a presens;a de aqi.iiferos ros dire9ao NW /SE: situam-se em um contexto de relevo ciirstico

Granit6ides -Relevo montanhoso, de -Fragilidade alta a mo- -Brita e rocha para can-

declividade acentuada. derada taria. allado a natureza areno-siltosa do material de altera,ao das rochas; presen9a de solos colu-v1onares

Terrenos carsti- -Roc has de altissima -Recomenda9iio de nc- :-\;'"' -"Ubtt:rr3nea cos solubilidade: presen9a nhuma forma de aden·

de dolinas: area de des- samento urbano nessa:-carga e recarga de aqllf- areas tCros I

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Setuva -Terrenos montanhosos, -Area nao adequada ao -Quartz ito fino e puro instaveis e propensos a processo de urbaniza9ao para uso industrial e grandes movimenta9i'ies material argiloso para de massa; sao areas com fabricayao de cerarnica; escoamento superficial Barita, minerais do gru-intenso, nipido e sujeito po de sulfetos, talco, a fortes enxurradas com quartzito. mftnnores, alto potencial erosivo; filitos para cedimica, solo pouco espesso e ouro, aqiiiferos predominantemente CO·

luvionares; presens:a de lentes de rochas carbo-naticas

Cornplexo cris- -Presen9a de solos -Fragilidade baixa a -Baixo potencial; tali no muito profundos, evo~ moderada -Agua subterranea

luidos e de natureza ar-gilosa

Bacia do Parana -Cuestas forrnadas por -Toda iirea apresenta processos erostvos; a profundas limita96es a declividade situa-se qualquer forma de uso e acima de 45% ocupa9ao do meio fisi-

co, caracterizando uma regiao de preservas:ao

Fonte: Theodorovicz (1994)

Relacionando o mapa geologico (Figura 2.2) com o quadro de dominies

morfolitoestruturais (Quadro 2.2) verificamos que grande parte da area em es­

tudo encontra-se sobre substrates geol6gicos com relativa fragilidade em rela­

c;:ao a sua ocupac;:ao (presenc;:a de sedimentos pouco consolidados; presenc;:a

de argilas expansivas; area de descarga e recarga de aqOiferos; entre outros).

No entanto, como veremos a seguir, e justamente nestas porc;:oes que

se instalou a malha urbana na regiao, caracterizando a falta de compatibiliza­

c;:ao entre as caracteristicas geol6gicas da area e o planejamento urbana.

2.4. Aspectos S6cio-Economicos

2.4.1. Popula9iio

Dados preliminares do Censo Demogratico do IBGE, relatives ao ano de

1996, indicam que a RMC concentra cerca de 26,88% da populac;:ao total do

Estado do Parana (Tabela 2.1 ); sendo que 91% da populac;:ao total da RMC

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pertencem a cidade de Curitiba e aos municipios limitrofes, formando uma

mancha urbana continua (Figura 2.3).

Tabela 2.1 Populayao total e area em Km2

, por municipio da Grande Curitiba

Municipio **Area Km *Popula~lio %daRMC Almirante Tamandare 523 71.782 Araucaria 461 74.976 Campo Largo 1.192 82.443 Colombo 199 153.583 Curitiba 432 1.465.698 Fazenda Rio Grande 127 45.009 Pinhais 66 89.272 Piraquara 224,85 52.462 Sao Jose dos Pinhais 899 167.286 Total 4.123,85 2.202.511 Total R.M:C 13.528,46 2.415.565 Estado do Parana 198.156 8.985.981

Fonte: * Dados preliminares do Censo Demografico IBGE 1996 * * Dados Peyerl (1997)

2,97 3,10 3,41 6,36

60,68 1,86 3,70 2,17 6,93

91,17

Dens. Dem. 137,25 162,63 69,16

771,77 3.392,81

354,40 1.352,60

238,46 186,08 534,09 185,28

45,34

As polfticas desenvolvimentistas adotadas no Brasil durante a decada

de 50 provocaram uma expansao agricola no Norte do Estado do Parana que

se baseou principalmente na cultura de cafe. Na decada de 70, fortes geadas

eliminaram os cafezais, provocando mudanl{as na agricultura. A partir desse

momenta, o Estado consolidou-se como "Celeiro do Brasil" devido ao estimulo

a agricultura graneleira (trigo, soja, algodao); expandindo a ocupal{ao de terra

para o noroeste e sudoeste do Estado (Parana, 1992).

A agricultura expansiva, baseada na lavoura mecanizada e aliada a pe­

cuaria de corte, gerou a formal{ao de latifundios que, por sua vez, provocou o

exodo rural do homem do campo para os grandes centros urbanos.

Durante os ultimos trinta anos a cidade de Curitiba e regiao receberam

um grande contingente populacional do interior do Estado e, mais recente­

mente. de Sao Paulo. Os problemas tipicos das metr6poles tem levado as

pessoas a procurarem outras regioes com melhor ambiente urbano (JICA,

1995b). Esse processo migrat6rio pode ser observado se analisarmos a evo­

lul{aO demografica dos municipios perte:<centes a Grande Curitiba nas ultimas

decadas (Tabela 2.2).

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EST ADO DE sAo PAULO

ESTAOO DE SANTA CATARINA

Figura 2.3 - Distribuic;ao espacial da populac;ao urbana na Regiao Metropolitana de Curitiba (Desenho: COMEC - escala aproximada: 1 :950.000)

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0 controle do uso do solo urbano em Curitiba onerou o custo da terra e

provocou a transfen§ncia da popula9ao de menor renda para a periferia, cada

vez mais distante. Este processo atingiu as areas limitrofes dos municipios vi­

zinhos de Curitiba.

Tabela 2.2 Evolw;ao demognifica dos municipios da Grande Curitiba.

Municipio Distancia a Populac;ao Curitiba* 1960 1970 1980

A.Tamandare 17Km 10.102 15.299 34.168 Araucaria 27Km 16.526 17.117 34.799 Campo Largo 32Km 7.964 34.405 54.839 Colombo 19Km 32.071 19.258 62.881 Curitiba 356.830 609.026 1.024.975 Faz.Rio Gnd 19Km 4.500 6.302 Pinhais 7Km 7.972 35.406 Piraquara 22Km 11.554 13.281 35.234 S.J. Pinhais 15Km 28.735 34.124 70.634 Total 473.541 754.982 1.359.238

Fonte: Censo Demognifico IBGE- 1960, 1970, 1980, 1991 e 1996 *Fonte: Parana (1997b)

2.4.2 Uso e Ocupa~ao do Solo

A) Urbano

1991 66.034 62.581 72.067

117.937 1.315.035

25.065 75.536 31.346

127.413 1.893.014

1996 71.782 74.976 82.443

153.583 1.465.698

45.009 89.272 52.462

167.286 2.202.511

A ocupa9ao do espa9o urbano no Brasil e urn reflexo do modelo de

desenvolvimento adotado pelo pals, onde, em rela9ao aos recursos naturais,

prevalecem os metodos predat6rios, excludentes e de explora9ao (Amaral,

1992). De maneira geral ocorre:

• predomlnio da ideia de acumula9ao maxima, as custas do esgota--

mento dos recursos, associado a privatiza9ao dos Iueras e a sociali-

zayao dos conseqOentes prejulzos ambientais;

• aceita9ao, por parte das administra96es publicas, do processo de pe­

riferizayao como solu9ao dos problemas habitacionais;

• especulayao imobiliaria que destina as popula96es mais pobres areas

inadequadas para ocupar;ao.

A regiao da Grande Curitiba nao foge a regra e apresenta problemas

ambientais e sociais bastante se···e ntes aqueles encontrados em outros

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grandes centres urbanos brasileiros. A estrategia de planejamento na regiao

consiste na centraliza~ao de servi~os, infra-estrutura e administra~ao na capi­

tal.

De maneira geral a expansao urbana (Figura 2.4) ocorreu desordena­

damente na grande maioria dos municipios, resultando na inadequa~ao do usa

do solo urbana sabre areas de potencial agricola ou de preserva~ao ambiental.

No que diz respeito a ocupa~ao do solo urbana, verifica-se que a sua

configura~ao espacial foi condicionada pelos seguintes elementos principais:

• alto pre~o do solo urbana de Curitiba;

• reten~ao especulativa do solo;

• fortes restri~oes impostas pela lei de zoneamento de usa e ocupa~ao

do solo (Lei 6766/79);

• elevado numero de loteamentos aprovados antes da vigencia da lei

federal de usa e ocupa~ao do solo.

Com rela~ao ao planejamento urbana existe uma diferen~a temporal

entre o Plano Diretor de Curitiba (1966), o Plano de Desenvolvimento Integra­

do (1975), e os Pianos Municipais.

Ao mesmo tempo que o Plano Diretor de Curitiba apresentava limita­

~oes em rela~ao ao usa e ocupa~ao do solo, os municipios limitrofes, que nao

possuiam pianos de ocupa~ao do solo, acabavam par receber um grande con­

tingente populacional, apesar da total falta de infra estrutura.

0 Plano de Oesenvolvimento lntegrado (POl) desenvolvido pela Coor­

dena~ao da Regiao Metropolitana de Curitiba (COMEC) em 1975 (Parana,

1975) estabeleceu que a expansao urbana da Regiao Metropolitana deveria

ser orientada para oeste, pois a por~ao leste correspo-ndia as areas de abaste­

cimento de agua; na por9ao sui, o crescimento deveria ser limitado pelo rio

lgua~u e suas areas de inunda9ao e, ao norte, par uma topografia bastante

ondulada.

Porem, devido a questoes economicas em nivel federal, a expansao ur­

bana nao seguiu de acordo como que estava preestabelecido no POl de 1975.

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1955 1985

1965

1995

1975

Figura 2.4 - Evolu~ao da expansao urbana de Curitiba e RMC no periodo de 1955-1995

40

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0 mesmo ocorreu em rela9ao a reavalia9ao do PDI de 1982, a qual de-

finiu as seguintes caracteristicas estrategicas de a9ao (Parana, 1982):

• por9oes norte e sui: dinamiza9ao rural;

• por9ao leste: preserva9ao;

• por9ao oeste: promo9ao da ocupa9ao industrial e urbana;

• centro: conten9ao da ocupa9ao.

Esta ocupa9ao encontra-se, em termos geograficos, nas seguintes con­

di95es3:

• Por9ao norte: altas declividades; baixa fertilidade do solo, onde ocor­

re o extrativismo vegetal (reflorestamento); e grande potencial geolo­

gico para a explora9ao de substancias minerais nao metalicas tais

como calcario, dolomite, argila e marmore. Com rela9ao a ocupa9ao

urbana, esta concentra-se nas proximidades de Curitiba formando

bolsoes de pobreza.

• Por9ao sui: apresenta relevo plano de solos hidrom6rficos sujeitos a

inunda9ao. Devido a aprova9ao de novos loteamentos, esta area tem

um grande potencial para a expansao urbana.

• A oeste a topografia caracteriza-se pela presen9a de espigoes e va­

les de rios. 0 solo e rico em argilo-minerais atraindo industrias do

setor ceramico e olarias. Tambem encontra-se ali a represa do rio

Passauna, a qual e responsavel por 24% do abastecimento de agua

da regiao e que apresenta problemas relacionados ao comprometi­

mento de suas margens com a ocupa9ao urbana.

• A leste estao concentrados os maiores problemas da regiao. Nesta

por9ao estao os principais mananciais responsaveis pelo abasteci­

mento de agua para toda a regiao, onde concentram-se grandes con­

tingentes populacionais de baixa renda.

3 PAR:'\"'\.-\, (bt::~iv L 1'''-'"J n:cup~'rayao e preserva<;ao de areas\ c _, - · __ -- J_ -, d<.: \'ale na Regiao Mttropo~ litana j,; Curi:ib~t C ,;·itih;:- C0\1FC 1995. s.n.t.

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B) Areas de Ocupat;iio Irregular

0 Programa Estadual de Habita9ao• fez um levantamento do numero de

habita96es e das condi96es das areas ocupadas irregularmente nos munici­

pios pertencentes a Regiao Metropolitana, exceto Curitiba, ate o anode 1993

(Tabela 2.3). Neste trabalho foram consideradas impr6prias para habita9ao as

areas com declividade superior a 30%, de varzeas, fundo de vales e faixas de

drenagem dos c6rregos.

Tabela 2.3 Percentual de popula<yiio residente em area irregulares em rela<yiio a popula<yiio total nos

municipios da Grande Curitiba

Municipios n'de unida- Pop. areas invadi- Popula~ao Total % des das (PI) (PT) PI/PT

Alm1rante Tamandare 1.536 6.451 66.034 9,76 Araucaria 509 2.102 62.581 3,40 Campo Largo 423 1.709 72.067 2,37 Colombo 3.303 13.740 117.937 11,68 Curitiba* 20.217 80.868 1.315.035 6,14 Fazenda Rio Grande 440 1.874 25.065 7,47 Pinhais 1.556 6.302 75.536 8,34 Piraquara 197 648 31.346 2,06 Sao Jose dos Pinhais 581 2353 127.413 1,84 TOTAL 28.762 116 047 1.893.014 6,13

Fonte: Parana (1994) *Fonte: Curitiba (1994)

Os dados referentes a Curitiba foram levantados pelo Institute de Pes­

quisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) referente ao anode 1992.

Para o ano de 1996 o IPPUC levantou o numero de 56.117 domicilios, distri­

buidos em 242 areas consideradas como irregulares ou sub-habita96es5. Es­

sas areas apresentam os seguintes aspectos (Peyerl, 1997):

Quanto a situayao fundiaria: areas regularizadas (11 ,98%); em vias de

regularizayao (26,86%); nao regularizadas (61. 16%).

4 PAR_-\'\."\ (Estado). Secrctaria de Estado do Desenvoh·imc:~,r;\ l r~.~:oc• Programa Estadual de Habita~ao (PEHAB­R\1C: Rdat6~io de pesquisa de campo no 2. Curitiba: CCJ\lEC C(lFl-\PAR. abril'l 994b. 34p.

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Quanta a situa~ao de risco: areas inundaveis (41%); com rede de alta

tensao (9%); pr6ximas a rodovias (2%); pr6ximas a ferrovias (3%); de alta de­

clividade (19%); em faixa de drenagem (42%). E interessante observar que

determinadas areas situam-se em duas ou mais categorias de risco.

Com rela~ao ao restante da RMC, a COMEC ainda nao divulgou os re­

sultados do levantamento realizado durante o anode 1997; porem sabe-se que

os numeros sao maiores se comparados aos de 1993.

A RMC e o literal paranaense foram os pontos onde o crescimento po­

pulacional explodiu no periodo de 1991 a 1996. Nos municipios de Fazenda

Rio Grande e Piraquara os aumentos registrados foram, respectivamente, de

11 ,91% e 10,24%6.

C) Areas naturais sob prote~ao

No Estado do Parana, 5% da parcela do ICMS pertencente aos munici­

pios e repassado aqueles que abrigam em seu territ6rio mananciais de abaste­

cimento publico de interesse de municipios vizinhos ou unidades de conserva­

c;:ao ambiental (Projeto ICMS Ecol6gico, Lei Complementar no 58/91).

Na Grande Curitiba as principais areas naturais sob protec;:ao sao: o

Parque Regional do lguac;:u, a APA da Bacia do Rio lrai, a APA do Rio Piraqua­

ra e a APA do Rio Pequeno (Figura 2.5). As areas de protec;:ao ambiental en­

contram-se justamente na por~ao leste da regiao, onde estao os mananciais

de abastecimento de agua para a grande Curitiba.

De acordo com a tabela 2.4 verificamos que cerca de 15% da area em

estudo encontram-se s·ujeitos a algum tipo de restric;:ao em relac;:ao ao uso e

ocupac;:ao do solo. Os municipios que apresentam maior area de protec;:ao em

relac;:ao a sua extensao territorial sao: Curitiba, Pinhais, Piraquara e Sao Jose

dos Pinhais.

f- 85 ClDADES do Parana estfto encolhendo_ 0 Estado do Parana, Curitiba. 9 de janeiro de 1998. p.13.

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Tabela 2.4 Percentual das areas naturais sob proteyao na grande Curitiba

Municipio **AreaKm2 rea de Prote~ao (Km2) o/o

Almirante Tamandare 523 73,20 13,99 Araucaria 461 19,34 4,19 Campo Largo 1.192 129,71 10,88 Colombo 199 0,01 0 Curitiba 432 78,69 18,21 Fazenda Rio Grande 127 Pinhais 66 29,44 44,60 Piraquara 224,85 67,20 29,88 Sao Jose dos Pinhais 899 236,41 26,29

Total 4.123,85 634 15,37

Total RMC 13.528,46 1.249,79 9,23

Fonte: Peyerl (1997)

Figura 2.5 -Areas naturais sob proteyao na Grande Curitiba (Desenho: COMEC - escala aproximada: 1 :400.000)

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D) Ocupat;ao Urbana nas Areas Mineradas Abandonadas e com Potencial Mineral

Atualmente, grande parte das areas de mineragao abandonadas estao

ocupadas ou em fase de ocupagao por invasoes e loteamentos irregulares.

Nestas areas concentram-se as populagoes de baixa renda que migram para a

RMC (Fotografias 2.1, 2.2 e 2.3).

As cavas abandonadas, quando nao protegidas, sao utilizadas para di­

versos fins: pesca, balnearios, tanques de lavar roupas e esgoto, dentre ou­

tros. Em alguns casas as cavas estao cobertas por vegetagao.

Boa parte das varzeas com alto potencial mineral e consideradas como

areas de preservagao ambiental (areas de mananciais) esta comprometida

com a ocupagao urbana (Fotografias 2.4).

Fotografia 2.1- Antigas cavas de extragao de areia envolvidas pela malha urbana (municipio de Pinhais, fev./97)

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Fotografia 2.2 - Em primeiro plano antiga cava de extragao de areia, a qual nao passou pelo processo de reabilitagao e atualmente encontra-se coberta por vegetagao; ao fundo observa-se

moradias caracterizando uma ocupagao irregular (municipio de Curitiba, jan./98)

Fotografia 2.3 - Ocupagao irregular em antiga area de extragao de areia; as cavas abandona­das encontram-se cobertas por vegetagao e lixo, tornando-se urn risco para a populagao de

entorno ( municipio de Sao Jose dos Pinhais, jul./97)

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Fotografia 2.4 - Area de mananciais onde nao e permitida a extragao mineral, porem devido a falta de fiscalizac;ao e por corresponder a urn grande espago vazio houve a ocupagao por parte

da populagao de baixa renda (municipio de Piraquara, jul./97)

2.4.3. Principais Atividades Economicas

A economia da Regiao da Grande Curitiba concentra-se na Industria e

no setor terciario. 0 setor primario, por sua vez, tem baixa representatividade.

0 setor industrial caracteriza-se pela presenga de agroindustrias, indus­

trias quimicas, metal-mecanicas, mobiliarias e graficas, dentre outras industrias

de transformagao. A RMC, em termos economicos, centrava-se, ate o final dos

anos 80, nos setores madeireiros, imobiliarios e de alimento. Nos anos 90, as­

sistiu a emergencia do setor eletro-eletronico e, mais recentemente, a do setor

da industria automobilistica (Garcia, 1997f

Em relagao ao setor terciario, os principais ramos de atividade sao os

seguintes: limpeza e vigilancia, transportes, administragao e utilidade publica,

7 G/\RCIA. fernanda Ester Sanchez. Reorganiza<;ao do espa~;o metropolitano e marketing territorial: o caso de Curitiha. versao preliminar. 1997( incdito)

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alimenta9ao, educa9ao, saude, dentre outros. Destaca-se, neste setor, o co­

mercia e a area financeira e de credito, uma vez que, 81% da rede bancaria

regional concentram-se no municipio de Curitiba (Prefeitura de Pinhais, 1995).

Com exce9ao dos municipios de Campo Largo e Sao Jose dos Pinhais,

os demais, pertencentes a area em estudo sao cidades dormit6rios, apresen­

tando restri96es a atra9aO de industrias devido a precariedade infra-estrutural,

a topografia irregular e a presen9a de grandes areas de mananciais e/ou de

mata atlantica (Louren9o, 1997).

Dentre os setores de atividade economica, os que mais geraram empre­

gos nos ultimos meses foram o comercio, a industria de transforma9ao e os

servi9os domesticos. 0 contigente de autonomos na regiao foi estimado em

19,22% dos ocupados8

Dentre a popula9ao economicamente ativa9, ate o mes de agosto de

1997, 85,3% estavam ocupadas e cerca de 14,7% estavam desempregadas.

2.4.4. lnfra-Estrutura e Servir;os

Cerca de 98% da popula9ao urbana da RMC tem suas habita9oes liga­

das a rede de abastecimento de agua. Entretanto, 70% da popula9ao sao

atingidas por programas de racionamento de agua; principalmente os morado­

res situadas em cotas mais elevadas. A falta da disponibilidade deste bem se

deve ao fato do aumento da capta9ao e tratamento de agua nao Ter acompa­

nhado o crescimento da popula9ao (Parana, 1997)

Atualmente ha uma demanda crescente de agua, enquanto que a oferta

e limitada. Nos ultimos 25 anos a popula9ao da Regiao Metropolitana de Curi­

tiba teve um indice de crescimento anual de 4,8%, enquanto que o da deman­

da de agua foi de 5,3% (Freitas, 1997)(Tabela 2.5).

·' !NFORMATiVO-PED, IPARDES. Curitiba. v.4, n. 7, jul./1997

~,. __ ;._:;,-;:'ern idad,: J.:, \a corrcsponde a popula;;ao com idade igual e acima de da anos (lnforr:na:i\ o-Ped. 199'7)

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Tabela 2.5 Caracterizar,:ao da Regiao Metropolitana de Curitiba com relar,:ao ao atendimento de

agua e coleta de esgoto para a popula;;:ao urbana

1970 1980 populac;ao urbana 656.469

demanda total de agua (m'/s) 1,80 nivel de atendimento - agua 75% nivel de atendimento - esgoto

Fonte: Freitas (1997)

1.325.275 3,20 80% 34%

1991 1.877.232

5,64 95% 43%

1996 I variac;ao 2.091.046 4,6o/o

6,95 5,3°/o 98% 37%

0 processo de ocupa<;:ao irracional, com invas6es e uso incorreto das

areas de prote<;:ao e mananciais, provocou a deteriora<;:ao dos rios e da propria

qualidade de vida dos moradores da regiao devido ao lan<;:amento de esgoto

domestico sem tratamento.

Cerca de 53% da popula<;:ao de Curitiba e atendida pelo servi<;:o de co­

leta de esgoto, enquanto que em toda Grande Curitiba esse indice e de 40%.

Se considerarmos apenas os municipios limitrofes a Curitiba, o atendimento

atinge apenas 9% da popula<;:ao (tabela 2.6).

Tabela 2.6 Popula;;:ao da Grande Curitiba atendida pelo servi;;:o de coleta de esgoto para o ano de

1996

Municipio Almirante Tamandare Araucaria Campo Largo Colombo Curitiba

· Fazenda Rio Grande Pinhais Piraquara Sao Jose dos Pinhais Total

Fonte: Parana (1997)

Pop. Urbana 71.782 72.873 60.411

152.537 1.465.698

36.350 88.264 33.654

138.698 2.120.067

I no econ. atend. l Pop. atendida l % 1 4

2.769 11.491 15,76 3.720 14.880- 24,63-

224.122 768.738 52,44

2.025 7.999 9,06 3.558 13.414 39,85 4.010 18.085 13.3

240.205 834.611 39.36

A pessima qualidade das aguas do rio lgua<;:u, manancial de onde e

captada 60% da agua tratada da RMC, exigiu um processo de tratamento com

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novas tecnologias e maior aplica<;:ao de produtos quimicos (Tabela 2.7) (Frei­

tas, 1997).

Tabela 2.7 Quadro de degrada<;:iio do rio Igua9u na Grande Curitiba

Capta~ao do rio lgua~u

Concentra~ao media de coliformes fecais/100ml

Aplica~ao media mensa! de cloro (kg)

Fonte: Freitas (1997)

1996

39.274

82.170

aumento

320%

56%

Cantarino eta/. (1996) citam ainda o comprometimento dos recursos hi­

dricos devido ao lan<;:amento de efluentes industrials nos rios da regiao e ao

uso intensivo de agrot6xicos por parte de alguns agricultores.

De acordo com um estudo desenvolvido pelo Estado do Parana em

conjunto com o governo japon€!5 (JICA, 1995a), havera, ate o ano de 2015, urn

aumento de 56% no consumo per capita de agua e a popula<(ao urbana da

RMC podera chegar a 3.113.000 habitantes.

Frente a esta situa<(ao, o Governo do Estado instituiu alguns programas

que visam minimizar os problemas de degrada9ao dos mananciais, bern como

aumentar a capacidade de coleta de agua atraves de constru96es de represas

e do aproveitamento do potencial hidrico subterrEmeo (Tabela 2.8).

Tabela 2.8 Previsiio da demanda de agua e de utiliza;:ao de mananciais na RM C

ANO Popula~ao Urbana Demanda total de agua (m3/s) Necessidade de aumento de produ~ao (m'!s) Novos mananciais a serem explorados Sistema de abastecimento previsto

Fonte: Freitas (1997).

2005 2015 2.582.200 3.112. 700

11.4 15,4 321 7,24

6 rios: 1 aqUifero 5 barragens: 4 ETA's; 101 po<;:os

Ha, ainda, projetos de recupera<(ao ambiental e de prote<;:ao e aprovei­

tamento de mananciais de abastecimento, os quais incluem a cria9ao de Areas

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de Prote<;:ao Ambiental, parques e areas verdes, restringindo assim, o uso do

solo.

0 deficit no suprimento de infra-estrutura social e resultado das dificul­

dades financeiras provocadas pela transferemcia de consume de bens e servi­

yOS para a capital associado a movimenta9ao populacional. Este desequilibrio

entre a demanda por servi9os sociais e a capacidade de atendimento por parte

das administra96es publicas e efeito da falta de oportunidades de empregos

locais (Lourenyo, 1997).

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Cap. 3. MINERACAO NA GRANDE CURITIBA

Este capitulo aborda alguns dos principals aspectos referentes a ativi­

dade de minerac;:ao de areia na area em estudo. Para tanto, analisou-se a ge­

ologia dos depositos, o planejamento e as tecnicas de lavra, o comportamento

da produc;;ao e do consumo e a organizagao produtiva do setor.

Com relac;:ao as fontes de informac;:ao, inicialmente foi feito um levanta­

mento bibliografico a respeito da atividade de mineragao na area em questao,

seguido do levantamento de informagoes sobre as empresas extratoras de

areia atraves dos cadastros do lAP, da Mineropar e do DNPM, e da aplicagao

de questionarios junto as empresas de mineragao.

3.1. Recursos Minerais

As principais substancias mineradas na RMC sao: agua mineral, areia,

argila, brita (basalto, gnaisse, migmatito, granito), calcario calcltico, calcario

dolomitico, caulim, e saibro.

A produc;:ao total destas substancias em todo Estado e nos municlpios

da Grande Curitiba, durante o periodo de 1989 a 1994, esta representada na

Tabela 3.1, de acordo com dados do Boletim Estatistico da Produgao Mineral

do Parana'.

3.1.1. Recursos Hidricos- superiiciais

As principals bacias hidrograficas que drenam a regiao sao a Bacia

Atlantica, composta pelo rio Ribeira e seus afluentes (com 9.130 Km 2 e 220 Km

de extensao), e a Bacia do lguar;:u (55.034 Km2 e 1255 Km de extensao), com­

posta pelo rio lguagu e seus tributaries. Na grande Curitiba, as cidades de Al­

mirante Tamandare e Colombo localizam-se na Bacia do Ribeira e as cidades

de Araucaria, Curitiba, Piraquara, Sao Jose dos Pinhais e Pinhais. na Bacia do

lguagu.

1 MJNEROPAR Minerais do Parana S· A Prograrna de Economla MineraL Boletim estatistico d:; !',-. ,;_,,-::._, r;-;:ncral do Parana: periodo 89 a 94 (6 anos). Curitiba, 1996. 55p.

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Tabela 3.1 l'rodu<;ao mineral acumulada do pcriodo de 1989 a 1994, nos municipios pertencente a grande Curitiba e

a produ<;i'io total do Estado do Parana

municipio areia argila brita calc. calc. calc.dolom. saibro (mil m3) (milt) (milt) (milt) (milt) (mil m3)

Almirante Tamandare 17.267 - 0,17 331,22 156,85 6.128,53 50,59 -Araucaria - 325 40,17 - - 6,57 0,5 -Colombo - - 12,04 610,15 31,54 4.121,41 14,76 Curitiba - 684,44 521,06 34,83 F azenda Rio Grande - 153,80 98,29 Pinhais - - - -Piraquara - - - 1488,89 - - - -Si'!o Jose dos Pinhais - 378,29 230,49 703,43 - - - 1.006,01 Total 17.267 1.541,13 902,23 3.168,51 188,39 10.249,94 71,92 1.006,51 Total Estado 222.828,22 9.310,06 7.270,68 13.840,10 24.118,03 21.318,78 124,19 1.185,71

% Estado 7,74 16,26 12,40 22,89 0,77 48,07 57,25 84,89

I llllk': i\1ii1<''"Pm ( 19')6)

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3.1.2. Recursos Hidricos Subtem3neos

De acordo com Rosa Filho et a/. (inedito) na area em questao ocorrem

tres grandes compartimentos hidrogeol6gicos: a)Unidade das Rochas Meta­

m6rficas do Grupo Ac;:ungui; b)Unidade dos Sedimentos Quaternaries da Bacia

de Curitiba; c)Unidade das rochas Granit6ides do embasamento Cristalino.

Aqilffero Carstico

Pertence ao Grupo Ac;:ungui, situado cerca de 7 Km ao norte da cidade

de Curitiba (entre os municipios de Campo Largo e Colombo) e possui uma

area de abrangencia de 5.710 Km2 • A vazao exploravel ou disponivel deste

aqOifero e de 15,35 m3/s. A agua apresenta tipologia bicarbonatada calco­

magnesiana. Em relac;:ao ao uso nao apresenta inconvenientes para abaste­

cimento domestico, podendo sofrer alguma restric;:ao no abastecimento indus­

trial devido aos teores de dureza total.

Aqilifero Guabirotuba

Sua abrangencia e de cerca de 900 km2, dos quais a maior parte esta

localizada na cidade de Curitiba. As espessuras maximas sao da ordem de 60

a 80 metros na porc;:ao central da Bacia de Curitiba. A area onde e mais nota­

vel a ocorrencia de areias arcoseanas esta localizada no municipio de Pinhais.

Apresenta um potencial de 3,78 m3/s e a vazao exploravel corresponde a ape­

nas 20% do potencial total estimado que e de 0,76 m3/s. A agua e do tipo bi­

carbonatada calco-s6dica. No que se refere ao uso as aguas. raramente apre­

sentam restric;:oes para fins industriais e, via de regra, nao necessitam de tra­

tamento para abastecimento domestico.

Aqilifero do Embasamento Crista/ina

Abrange uma area de 7.500 Km2 que se estende desde o municipio de

Curitiba ate parte dos municipios de Araucaria, Almirante Tamandare. Campina

Grande do Sui, Campo Largo, Colombo, Piraquara, Quatro Barras. Rio Branco

do Sui e Sao Jose dos Pinhais. 0 potencial total corresponde a 26,25 m3/s, dos

quais apenas 10%, ou seja, o equivalente a 2,62 m'is se· considerado

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disponivel para explorayao. Com rela9ao a qualidade da agua, esta apresenta

as mesmas caracteristicas daquelas do aqOifero Guabirotuba.

3.2. Caracteriza~rio dos Depositos de Areia para Construcio Civil

A maier parte da areia utilizada na construyao civil, na area em estudo, e

proveniente das varzeas do rio lguayu e de alguns de seus afluentes. A extra­

yao de areia nesse local ocorre desde a decada de 40; assim, em muitos locais

o minerio ja esta quase esgotado. Com isso, observa-se a ocorrencia, ao Iongo

do tempo, da migrayao das areas de produ9ao do leste de Curitiba (Piraquara,

Pinhais e Sao Jose dos Pinhais) em direyao ao Sui (Mandirituba e Fazenda Rio

Grande), posteriormente ao sudeste (Araucaria) e, mais recentemente, para

oeste (Balsa Nova, Contenda e Lapa) (Mineropar, 1994).

Kaefer eta! (1988) descrevem estes depositos de areia como estratos

horizontalizados, com intercala96es locais de argilas. Podem apresentar ainda

uma cobertura de solo de aproximadamente 30 em de espessura, alem de um

pacote de argila de espessura variavel.

Geralmente estas areias sao de cor cinza-esbranqui9ada, de granula9ao

media, localmente mais grosseira, sempre mal classificada. 0 trabalho de pes­

quisa nesta regiao indicou que a espessura media destes depositos e de 1 ,68

metros.

0 esteril constitui-se de solo organico e argilas diversas, com espessura

media de 1 ,5 metros, sendo composto por turfa e material organico. Parte

desta argila e comercializada e o restante e depositado nas bordas das cavas

para evitar a invasao das aguas de enchentes.

3.2.1. Avaliat;iio dos depositos

Estudos relatives ao "Projeto Plano Diretor de M:nera9ao da Regiao Me­

tropolitana de Curitiba" demonstra a existencia de grandes depositos de areia

de boa qualidade nas varzeas do rio lguayu. Este levantamento realizado em

1991 indica que ha reservas de cerca de 341 miih6es de m3 de areia (F1gura

3.1)

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' . -- ... ·- .. -.- . ---Figura 3.1 - LocalizaQiio da area estudada referente ao Projeto Plano Diretor de MineraQilo da Regiao Metropolitana de Curitiba, com rela(:ao ao potencial de

areia nas varzeas do rio lgua(:u (Kaefer, 1991)

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Os depositos podem ser caracterizados como homogeneos quando

considerados no conjunto e para uma determinada drenagem, apesar das va­

riac;:oes laterais de espessura das lentes de areia e argila.

Porem, muitas varzeas estao comprometidas devido a sua ocupac;:ao

pela malha urbana ou cobertas por represas, tais como: trechos dos rios lgua­

c;:u, Atuba, Bacacheri, Belem, Padilha, Passauna, Barigui, Palmital, Verde e

Piraquara.

G6is eta/. (1993) ao fazerem urn estudo de avaliac;:ao dos depositos de

areia da planicie aluvial do rio lrai, a qual sera alagada como represamento do

rio lrai, concluiram que a reserva de areia nesta planicie pode chegar a

55.125.000 m3• Apesar do lAP fazer algumas restric;:oes a atividade de minera­

c;:ao nesta area devido a riqueza do solo em materia organica cujo revolvimento

poderia provocar eutrofizac;:ao na agua da represa, algumas empresas tern

autorizac;:ao para extrair areia deste local de forma controlada.

Estudos de Pellenz & Loyola (1994) na regiao do alto lguac;:u, cobrindo

uma area de aproximadamente 405 ha, indicam urn volume de areia de cerca

de 4.252.500 m3• Se considerarmos uma espessura media de 1 ,5m e urn ma­

nejo capaz de recuperar 70% das reservas, este volume manteria esta ativida­

de durante 8 anos, para uma capacidade instalada de aproximadamente

45.000 m3/mes.

3.2.2. Lavra e beneficiamento

A grande maioria das lavras de areia ocorrem em areas de varzeas,

onde sao utilizados os seguintes metodos:

Desmonte a seco: neste processo a area a ser explorada e inicialmente

decapeada para a remoc;:ao do esteril utilizando-se escavadeiras. Em seguida

a areia e explotada e transportada a urn lavador onde e submetida a urn jato

de agua para a retirada de finos. A seguir e estacada e vend ida.

Dragagem (Fotografias 3.1e 3.2): este processo compreende a remoc;:ao

do esteril por decapeamento, utilizando-se uma escavadeira. Cava-se urn bu­

raco ate atingir o nivel freatico e como aparecimento de agua utiliza-se uma

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Fotografia 3.1 - Lavra de areia em metodo de cava onde inicialmente se faz o decapeamento da area a ser lavrada (municipio de Piraquara, fev./97)

Fotografia 3.2 - Areia extra ida atraves de bomba de suc<;ao, a agua da cava fica retida em uma bacia de decanta<;ao (municipio de Piraquara, fev./97)

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bomba de suc(_fao. Posteriormente o material passa pelo processo de lavagem

e peneiramento para a separa~.tao de grosseiros.

Dragagem em leito de rio: e feita atraves de draga flutuante que suga a

agua do rio trazendo junto a areia que ali se encontra. A areia fica no barco e

a agua retorna ao leito do rio. Este tipo de extra(_faO e representado por ape­

nas uma empresa de minera~.tao na area em estudo.

3.3. 0 Mercado Produtor de Areia para Constru~ao

No periodo de 1989 a 1994 as empresas extratoras de areias responde­

ram por 6,96% do valor da produ(_fao mineral paranaense e por 14,83% de toda

quantidade de bens minerais produzidos, neste periodo, no Estado (Mineropar,

1996).

0 cadastre da Mineropar revela a seguinte produgao de areia, em m3,

para os municipios da Grande Curitiba (Tabela 3.2 e Figura 3.3):

Tabela 3.2 Produc;ao de areia, em mil m3

, na Grande Curitiba

I MUNICIPIO 11988* 1 1989 l199o 1 1991 I 1992 I 1993 I 1994 1995 11996 Araucaria 246,6 38,3 39,4 52,0 75,2 61,7 91,6 63,4 76,5 Balsa Nova 24,0 20,9 59,2 2,4 1,4 C. Gnd. Sui 2,1 1,7 0,9 0,7 Campo Largo 20,4 38,2 78,1 23,7 Curitiba 278,4 71,5 118,1 110,0 134,7 124,2 130,4 169,8 196,2 Faz.Rio Gnd 23,0 80,2 81,4 59,7 81,2 Mandirituba 62,4 143,8 155,0 154,2 49,8 Sao J.Pinhais 304,8 21,7 120,4 92,3 70,4 37,4 35,9 46,3 73,6 TOTAL 916,2 296,5 492.3 433,6 393,2 384,2 363,8 339,3 427,6

**Fonte: Cadastro da Mineropar *Fonte: Kaefer (1991)

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Evolu~o da Produ~o de Areia para Constru~o Civil na Grande Curitiba

1. cx:x:w:JO 900.CXJO 800.CXJO 700.CXJO 600.CXJO

;:;; !:iOO.CXJO .§. 400.CXJO 300. (X)() c---=-

200.CXJO 100.CXJO ,..,~11 ~,.rLII .ni\1. n .rw-0 • .rl.. ,lilt\ ,•I h.

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Anos

• Araucaria • Balsa No'S c Curitiba D Faz.Rio Gnd 1111 Sao J.Pinh. 1111TOTAL

Fonte: Cadastro Mineropar, Kaefer (1991)

Figura 3.2 - Evoluyao da produyao de areia na Grande Curitiba no periodo de 1988 a 1994

Os dados referentes ao ano de 1988 foram coletados a partir de vistori­

as de campo durante o Projeto Plano Diretor de Minera~ao para a RMC, en­

quanto que, de 1989 a 1996, os dados baseiam-se nas informa~oes prestadas

pelos mineradores a Secretaria do Estado da Fazenda (SEFA). A produyao

registrada pelo DNPM indica uma produ~ao de 405.199 para o ano de 1988.

Ao fazer uma analise destes dados e importante salientar que foram

obtidos a partir de informa~oes prestadas pelos mineradores a Secretaria da

Fazenda. A maior parte das empresas esta cadastrada no municipio de Curiti­

ba, mesmo operando em outras localidades, refletindo assim a concentra~ao

da produ~o neste municipio.

Podemos verificar que no periodo de 1992 a 1995 houve uma tendencia

geral decrescente no volume de material produzido. Levando em conta que

este setor esta relacionado diretamente aos setores de constru~o civil e de

obras publicas, devemos considerar o periodo de recessao iniciado em 1990,

que levou a uma forte retra~ao da produ~o e consumo de forma geral2•

As empresas mineradoras de areia concentram-se nos municipios de

Araucaria, Curitiba, Fazenda Rio Grandee Sao Jose dos Pinhais. Estes muni-

2 No periodo de 1986 a 1994 o crescimento da produyao brasileira de cimento foi igual a zero, em consequencia da estagnayao dos setores de constrlll;:ao civile obras pUblicas (Gomes et al. , 1997)

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cipios, segundo o boletim estatfstico da Mineropar (1996), responderam por

cerca de 20,31% da produ9ao de areia do Estado no perfodo de 1989 a 1994.

E interessante observar que os dados oficiais referentes as empresas

produtoras de areia nao correspondem a realidade, principalmente no que diz

respeito ao numero de empresas produtoras e ao volume total da produ9ao.

Por exemplo, o cadastro da Mineropar/SEFA demonstra que para o ano

de 1996 havia 32 empresas, as quais foram responsaveis por uma produyao

de 427.688,98 m3 de areia no referido ano.

Porem, vistorias de campo realizadas no perfodo de fevereiro a agosto

de 1997 indicam que o setor mineral produtor de areia da Grande Curitiba ca­

racteriza-se pela presen9a de aproximadamente 52 empresas em atividade e

duas inativas (embargadas). A aplica9ao de questionarios junto a 36 empresas

(69% do total) e dados obtidos atraves do PCA de 6 empresas (11 %) revelam

uma produ9ao total de aproximadamente 160.400 m3/mes (considerando 80%

da empresas ativas), o que corresponderia a 1.924.800 m3/ano, indicando, as­

sim, uma produ9ao 4,5 vezes superior aquela fornecida pelos dados oficiais

(Tabela 3.3).

Tabela 3.3 Produyao total, nlimero de estabelecimentos produtores de areia para construyao e pes­

soal ocupado, por municipio da Grande Curitiba, para o ano de 1997.

Municipio Estabelecimentos Produtores Produ~ao

est.ativo I est. inativo I funcionarios m3/mes

Araucaria 11 1 77 35.300 Balsa Nova 3 1 9 6.250 Curitiba 15 101 40.500 Faz. R. Gnd 8 27 12.800 Sao J. Pinha;s 15 0 112 65.550

TOTAL 52 2 326 160.400

3.3.1. Organizat;ao Produtiva do Setor

Em termos da porta das ampresas verifica-se que nao ha concentra9ao

em uma determinada categoria ou faixa de produ9ao. Destes empreendimen­

tos, cerca de 32% estao na faixa de produ9ao acima de 4.000 m3/mes (6.000

times), responde~::. : : · do total produzido (Tabela 3.4)

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Tabela 3.4 Produyao de areia para construyiio por municipio da Grande Curitiba. por faixa de pro­

duyao

municipio ate 800 m3/m 800-4000 m3/m acima de 4000 nao definida m3/m

prodU<;:ao lempresas ProdU<;:aol empresas produyllo I Empre- empresas sas

Araucana 300 1 9.000 6 26.000 4 0 Balsa Nova 250 2 0 0 6.000 1 0 Curitiba 0 0 4.500 3 36.000 5 7 Faz. Rio Gnd 1.200 2 5.600 3 6.000 1 2 sao J. Pinhais 2.550 5 9.000 3 54.000 6 1

Total 4.300 10 28.100 15 128.000 17 10

0 conjunto de equipamentos utilizados pelos mineradores (drag-lines,

escavadeiras hidraulicas, pas-carregadeiras e caminhoes) podem representar

investimentos superiores a US$ 500.000,00 para os maiores produtores e US$

100.000,00 para os pequenos produtores da regiao da grande Curitiba (Pellenz

e Loyola, 1994)

Este setor absorve urn numero razoavel de mao-de-obra, mais precisa­

mente, 326 empregados. 0 numero de empregados por empresa varia de 2 a

20. Algumas empresas pertencentes a faixa de menor prodUI;:ao nao possuem

empregados, sendo o trabalho realizado pelos donos das empresas e seus

familiares.

Das 36 empresas questionadas, 24 (66%) possuem transporte proprio e

entregam o material dentro de uma distancia maxima de 30 Km. De acordo

com os mineradores cerca de 90% da produ9ao e destinada a concreteiras,

construtoras e materiais de construyao.

3.3.2. Consumo

Este se:or de produ9ao mineral esta diretamente relacionado aos seto­

res de constru9ao civil e tambem as politicas de execu9ao de obras publicas.

A demanda po• areia para construyao civil varia de acordo com a renda e a

taxa de crescrmento da populayao.

Nao dados disponiveis em rela9ao ao consume de areia usada

na constrc.::~ · ~ , Porem, pode-se calcular o consumo hipotetico da areia

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indiretamente a partir de dados de consumo de cimento, pais este insumo e

utilizado em sua maior parte na prodw;ao de concreto (propor9ao ideal em re­

la9ao a areia e de 1 :4,5) e argamassa (propor9ao ideal em rela9ao a areia e de

1 :3) (Brasil, 1994c).

Assim, levando-se em conta que 1m3 de areia corresponde a 1 ,5 tonela­

das, com rela9ao a valores medias, pode-se considerar o consumo de 3 m3 de

areia para cada tonelada de cimento no caso do concreto, e 2 m3 de areia para

cada tonelada de cimento no caso da argamassa.

Considerando que cerca de 30-40% da areia consumida na area em

estudo e utilizada para concreto eo restante para argamassa (Kaefer, 1991) e

que, de acordo com a industria cimenteira, ha um consumo de aproximada­

mente 50 mil toneladas de cimento par mes na Regiao Metropolitana de Curiti­

ba, pode-se deduzir que, teoricamente, o consumo media de areia na RMC e

de aproximadamente 180.000 toneladas ou 120.000 m3.

Considerando que:

a) Consumo de areia para concreto (cAco) = 4,5 x Consumo de cimento (cC)

b) Consumo de areia para argamassa (cAag) = 3 x Consumo de cimento (cC)

c) Consumo de areia total (cAt)= (consumo de areia para argamassa = 60%) +

(Consumo de areia para concreto = 40%)

d) Consumo de cimento (cC) = 50.000 toneladas

Temos:

cAt= 04 X (4,5 X 50.000) + 0,6 X (3 X 50.000)

cAt= 0,4 X 225.000 + 0,6 X 150.000

cAt= 90.000 + 90.000 = 180.000 tonelada

Sendo:

1 m' areia = 1 ,5 tone Iadas

180. toneladas de areia = 120.000 m3 de areia

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0 consume de agregados e sensivel as mudanc;:as na densidade e cres­

cimento demografico e de renda da populac;:ao. Esses fatores podem ter fortes

efeitos na previsao da produc;:ao a Iongo prazo (Whelan, 1996). As politicas de

incentive a construc;:ao popular e de redistribuic;:ao de renda podem, tambem,

ampliar os niveis de consume de agregados.

0 setor produtor de cimento acredita, de forma otimista, que se houver

continuidade no processo de estabilizac;:ao econ6mica, desestatizac;:ao e con­

cessao das prestac;:oes de servic;:os publicos ao setor privado havera a retoma­

da dos investimentos em infra-estrutura e em outras obras de natureza social,

aumentando assim, a demanda por insumos minerals utilizados na construc;:ao

civil (Gomes et at. 1997).

Para o ano de 1997 a COAHB (Companhia de Habitac;:ao Popular de

Curitiba) solicitou verbas do Governo Federal para construc;:ao de 1.834 apar­

tamentos e 318 casas. Os recursos liberados atenderao cerca de 5% das fa­

milias que estao na fila da COAHB. Em toda regiao metropolitana a lista de

espera da COAHB reune cerca de 50 mil pessoas cadastradas-"

Para se construir uma casa de 45 m2 de area e necessaria aproximada­

mente 7 m3 de areia. Porem, como a industria brasileira e pouco eficiente em

relac;:ao ao aproveitamento dos materials de construc;:ao (as perdas ultrapas­

sam os 20%), deve-se considerar o uso de 8,5 m3 de areia para construc;:ao de

uma casa popular (Francisconi, 1995).

Em Curitiba, para o ano de 1995, foram liberadas 2.993 licenc;:as para

construc;:ao em alvenaria, totalizando uma area de 2.085.133,44 m2 (Peyerl,

1997).

Enquanto isso, a Secretaria de Obras de Curitiba preve em um de seus

programas a pavimentac;:ao de mil quil6metros de ruas com anti-p64 ate o ano

2 000 5. No municipio de Curitiba, para o anode 1996, 30% da malha viaria era

pavimentada com revestimento asfaltico e 36% com anti-p6 (Peyerl, 1997).

' i\OLETIM DA CONSTRU('AO. Curitiba: SINDUSCON/PR, n. 469, maio/97

; c:-F;(' u:i1u_.3.d0 na regi5.:' para designar a aplicayao de uma carnada de cimento asf<lJtico diretamente sobre a pavi~ ::;c.::LJ.,;:-3.,, dt" saibro. sem a execw;:ao de uma base mais reforyada como ocorre nas estradas e rodovias

~ , -\ \1\'..-\-H) va; conclL;o/ obras de Greca. Jomal do Estado. Curitiba. 13 de janeiro de 1997

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A Companhia de Saneamento do Parana (SANEPAR) pretende investir

em obras no municipio de Curitiba e regiao metropolitana, prevendo a constru­

c;:ao de mais de 2.000 quil6metros de rede de coleta e 19 estac;:oes de trata­

mento6.

Estes investimentos farao com que, em Curitiba, a populac;:ao atendida

passe de 53% para 71%, e na Regiao Metropolitana passe de 40% para 61%.

A populac;:ao com esgoto tratado passara de 16% para 36,5%7.

Verifica-se assim, que a demanda por este bern mineral tende a au­

mentar para os pr6ximos anos.

3.4. Situagao Legal dos Estabelecimento Produtores de Areia

3.4.1. Direitos Minerarios

A tabela 3.5 mostra, com base nos arquivos do DNPM, a situac;:ao dos

direitos minerarios de acordo com os diplomas legais requeridos e concedidos

junto a esse 6rgao para a pesquisa e lavra de areia na Grande Curitiba (ca­

dastro ativo ate maio de 1997).

Tabela 3.5 Nllinero de titulos legais por municipio da Grande Curitiba

MUNICIPIO AREAMUN. AREA REO. NUMERO DE PROCESSO POR TITULO LEGAL km2 Km2 RL I RP I AP I L I Total

Arauctma 461 8,9014 7 18 25 Curitiba 432 10,7117 11 22 33 Faz. Rio Grande 521 1.395 15 1 1 17 Pinhais 66 3,9187 1 7 8 Piraquara 220 5,2517 12 12 Sao J. des Pinhais 899 18,5109 21 21 2 5 49

TOTAL 2599 48,6739 67 69 2 6 144

RL=Requerimento de Licenciamento; RP=Requerimento de Pesquisa; AP=Autorizas:ao de Pesquisa; L=Licenciamento (Fonte: Brasil. 1997b).

Para uma melhor definic;:ao dos direitos minerarios a atividade de mine­

rac;:ao e dividida em duas fases: pesquisa e lavra. Na fase de pesquisa s6

6 Desenvolvimento Urbano & Meio Ambiente, n.28, ano 6. maryo/abril 1997.

7 PARA'i\A (ESTADO). RelatOrio Ambiental da Regiao Metropolitana de Curi1ih:l Curitiba: PNUD/IPEA: 1997a. s.n.t

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ocorrem atividades de extrac;:ao e comercializac;:ao de pequenas quantidades; e

na fase de lavra ocorre a extrac;:ao e a comercializac;:ao do produto, efetivando

assim, a atividade mineraria propriamente dita.

Na fase de pesquisa os diplomas legais sao o requerimento eo alvara; e

na fase de lavra o Licenciamento e a Concessao de lavra.

No regime de Licenciamento o direito de lavra e imediato ap6s a con­

cessao do titulo (em alguns casas o prazo entre a data de entrada do requeri­

mento e a liberac;:ao do titulo e de pouco mais que 12 meses); enquanto que no

regime de Autorizac;:ao e Concessao o titulo de lavra depende da realizac;:ao e

aprovac;:ao dos trabalhos de pesquisa e do plano de aproveitamento economico

(o que pode demandar varies anos).

No entanto, a partir de 1995, com a Lei 8.982, o minerador pode optar

entre o regime de Licenciamento e o de Autorizac;:ao e Concessao Com isso

cerca de 66, 34 % dos requerentes optaram pelo regime de autorizac;:ao e con­

cessao e apenas 33,5% optaram pelo licenciamento. Essa preferencia do re­

querente reflete o interesse do minerador em "fugir" da necessidade do assen­

timento do proprietario do solo e da administrac;:ao local.

E. interessante observar que apenas 6 dos 144 processes que deram

entrada no DNPM tem o tftulo legal para extrac;:ao comercial do bem mineral

(Licenciamento). lsto ocorre principalmente porque o DNPM tem se mostrado

impotente em agilizar tais processes, provavelmente devido ao numero insufi­

ciente de tecnicos disponiveis. Ha ainda o fato de que o DNPM autoriza o pe­

dido de pesquisa somente ap6s o parecer da viabilidade do 6rgao ambiental.

Na area em estudo os direitos minerarios para extrac;:ao de areia estao

nas maos de um pequeno numero de grupos empresariais (grupos familiares)

que estao neste ramo de atividade ha varies anos.

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3.4.2. Licenciamento Ambiental

Com rela<;:ao ao licenciamento ambiental verificou-se que na area em

estudo a situa<;:ao e a seguinte (Tabela 3.6):

Das 52 empresas que estao operando, 44 (84,6%) possuem Licen<;:a de

Opera<;:ao; 6 (11 ,5%) operam sem licen<;:a ambiental e uma das empresas ope­

ra tendo apenas a Licen<;:a Previa.

A Licen<;:a Previa tern prazo de 12 meses e nesse periodo o interessado

deve providenciar o Plano de controle ambiental para a area a ser minerada. A

Licen<;:a de Opera<;:ao tern prazo de 24 meses com possibilidade de prorroga­

<;:ao.

Tabela 3.6 Situayao legal das empresas extratoras de areia da Grande Curitiba em relac;:ao ao 6rgao

ambiental, ate julho de 1997

Municipio empresas Licenca Ambiental

ativas LP LO SL

Araucaria 11 1 9 3 Balsa Nova 3 2 3 1 Curitiba 15 13 2 Faz. R. Gnd 8 4 4 S. J. Pinhais 15 4 15 TOTAL 52 8 44 10

LP=Licenc;:a Previa; LO=Licenc;:a de Operac;:ao; SL=Sem Licenc;:a Fonte: Cadastro IAP

0 fato da maior parte das empresas opera rem ha mais de 10 a nos e,

algumas, ha mais de 20, fez com que nao se preocupassem com o Licencia­

mento Ambiental. Nestes casos, o Licenciamento tende a ocorrer quando os

6rgaos de controle e fiscaliza<;:ao notificam o minerador.

Com rela<;:ao a assessoria tecnica prestada aos mineradores, esta e re­

presentada por um pequeno numero de escrit6rios responsaveis pela elabora­

<;:ao de PCA's e PRAD's.

3.5. Aspectos Ambientais

Com rela<;:ao a questao ambiental, a atividade de minera<;ao na regiao

de Curitiba nao difere das demais regioes do pais.

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Para que as empresa obtenham licenciamento ambiental e necessaria

que apresentem ao lAP ou a Prefeitura (no caso de Curitiba) um plano de con­

trole e recupera<;;ao ambiental. 0 uso posterior dessas areas esta geralmente

relacionado a areas de lazer (pesque e pague, clubes, chacaras de recrea<;;ao,

parques aquaticos).

Entretanto, apenas 6rgaos publicos (como a Prefeitura de Curitiba) tern

reabilitado efetivamente algumas areas (fotos 3.3, 3.4, 3.5, 3.6).

As empresa de grande porte, devido a sua alta capacidade de produ<;;ao,

tern necessidade de lavrar grandes areas ou grande numero de pequenas are­

as, pois os depositos estao restritos a lentes. Cada empresa chega a lavrar

uma area total de 5.000 m2 (0,5 ha) por mes. Assim, a atividade torna-se ex­

tremamente dinamica, dificultando a atua<;;ao dos 6rgaos de fiscalizagao.

Fotografia 3.3 - Parque Regional do lguac;u, antiga area de extrac;ao de areia reabilitada pela Prefeitura do Municipio de Curitiba Uan. /98)

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(A)

(B)

Fotografia 3.4. Zool6gico de Curitiba. area pertencente ao Parque Regional do lguar;:u, antiga area de extrac;:ao de areia reabilitada pela Prefeitura de Curitiba. A) visao geral do zool6gico;

B) detalhe do zool6gico. observar que os planejadores da area utilizaram as cavas antigas para isolar os animais (abr/96)

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Fotografia 3.5 - Parque Nautico do lguagu, area utilizada para esportes nautico. Antiga area de extragao de areia reabilitada pela Prefeitura de Curitiba Uan./98)

Em todo pafs a falta de integrac;:ao dos 6rgaos envolvidos e, de certa

forma, a complexidade do processo de licenciamento ambiental transformam

os instrumentos tecnicos em meros documentos burocraticos que devem ser

apresentados para cumprir as normas estabelecidas. Nesse sentido, esses

instrumentos nao sao compreendidos em sua finalidade de orientac;:ao para o

controle e reabilitac;:ao das areas mineradas (Brasil, 1994c).

Em muitos casas, os empreendedores, mesmo com a licenc;:a mineral e

ambiental, nao cumprem o que dispoe a legislac;:ao mineraria vigente, bem

como o que estabelece o Plano de Recuperac;:ao Ambiental. A maioria dos

mineradores nao considera as medidas de controle ambiental necessarias ao

desenvolvimento da atividade, incorrendo nas seguintes irregularidades:

• desrespeito as areas de preservac;:ao ao Iongo de leitos de rios;

• inobservancia dos cuidados com a area de preservac;:ao nativa;

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• avanc;;o das cavas sem metodologia adequada; as formas e tamanho

das cavas variam muito, existem cavas pequenas e rasas com ate 15

metros de diametro e 2 metros de profundidade, e existem cavas

maiores que chegam a formar lagoas pois atingem 200 metros de

comprimento com 5 metros de profundidade (Pellenz e Loyola, 1994 );

• escoamento de agua de lavagem da areia em circuito aberto;

• corte de vegetac;;ao em area de preservac;;ao permanents;

• nao ha estocagem do solo organico com a finalidade de reutilizac;;ao;

• nao ha retrabalhamento dos taludes das bordas das cavas;

• abandono de area sem nenhum tipo de recuperac;;ao; etc.entre outros

A seguir temos uma sequencia de fotografias que ilustram alguns des-

ses problemas:

Fotografia 3.6 - Lavra de areia atraves do metoda de cava, onde percebe-se o "aspecto lunar" com o decapeamento da area. Em muitos casas nao ha a estocagem de solo organico dificul­

tando, assim, o processo de reabilita9ao da area (municipio de Araucaria, fev./97).

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Fotografia 3.7- Fase de decapeamento do solo para posterior extrac;:ao de areia, neste caso verifica-se a ausencia dos devidos cuidados com a vegetac;:ao nativa (municipio'de Curitiba,

jul./97)

Fotografia 3.8 - Antiga area de extrac;:ao de areia onde nao houve o processo de reabilitac;:ao (municipio de Pinhais, fev/97)

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Fotografia 3.9 -Area minerada que nao passou pelo processo de reabilitac;aogao, onde verifi­ca-se a regeneragao natural da flora e cavas parcialmente cobertas pela vegetaqao (municipio

de Araucaria, juL/97)

Fotografia 3.10 - Area lavrada em processo de reabilitagao, on de observa-se o rebaixamento da topografia e retaludamento das bordas das cavas, sendo necessaria, ainda, o plantio de

mudas (municipio de Curitiba, juL/97)

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Fotografia 3.11 - Em primeiro plano antigas cavas de extra9ao de areia, as quais nao passaram pelo processo de reabilita9ao; na por9ao central, estoque de areia de empresa ativa e ao fundo aterro Sanitaria da Cachimba, o qual recebe resfduos de toda Grande Curitiba, cerca de 1,4 mil

toneladas/dia8 (municipio de Curitiba, jan./98)

X DEP(lSITO de !1\o 0 problema em I 00 (i;l!cta de l'O\o. ('uritiha. 10 de ahil de 1997. p.32

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Cap. 4. Analise dos Dados

Os Problemas e suas Conseqiiencias

Este capitulo apresenta uma analise das informagoes expostas nos ca­

pitulos precedentes e levanta os principals problemas que ocorrem na area em

estudo, bern como suas consequencias.

Vimos inicialmente que a atividade de extragao mineral sempre esteve

vinculada a vida humana. Num primeiro memento por uma questao de sobre­

vivencia do homem. Atualmente, para acompanhar o desenvolvimento tecno-

16gico, responsavel pela criagao de uma infra-estrutura que, muitas vezes,

permite ao homem o acesso a uma vida mais confortavel.

Dentre a ampla gama de bens minerals dos quais necessitamos diaria­

mente, destacamos os insumos minerals utilizados diretamente na construgao

civil, pois estes sao componentes basicos para obras de infra-estrutura que

visam a melhoria da qualidade de vida e o atendimento das demandas socials

reprimidas.

0 Brasil, apesar do seu elevado PIB per capita, e urn pais bastante ca­

rente em obras com fins socials; temos um grande deficit habitacional, faltam

salas de aulas, hospitals e diversas outras obras de infra-estrutura basica. lsto

demonstra a importancia da atividade de extragao de bens minerals para a

melhoria da qualidade de vida de grande parte da populagao, para a consoli­

dagao da cidadania (satisfagao das necessidades basicas), e para a geragao

de empregos (diretos e indiretos) e recursos atraves da tributagao. Desse

modo, pode-se concluir que a atividade .tem um efeito multiplicador na medida

em que gera empregos e recursos.

Esta demanda reprimida, associada a aparente estabilizagao da econo­

mia, tende a aumentar o consumo de bens minerals para construgao civil.

Mesmo nao havendo investimentos em infra-estrutura, o pequeno consumidor

representa uma grande parcela da demanda de material quando investe na

auto construgao e na reforma de sua casa.

No entanto, vimos tambem que esta atividade gera alguns disturbios

ambientais principalmente quando nao esta embasada em um estudo tecnico

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eficiente e bem planejado. Com isto, cria-se uma imagem negativa da ativida­

de, a qual e vista apenas como um agente degradador do meio ambiente.

Desse modo, sao gerados conflitos de uso e ocupa9ao do solo, pois a

maioria das pessoas nao familiarizadas com a atividade de minera9ao s6 co­

nhecem seus aspectos negativos e fazem pressao para que cesse a atividade.

Administrar esse conflito levando em considera9ao as caracteristicas

intrinsecas da minera9ao, conforme visto no capitulo 1 (Quadro 1.1 ), nao e

tarefa facil, mas absolutamente necessaria, pois a politica de compatibiliza9ao

da minera9ao e da urbaniza9ao que preve o suprimento constante de recursos

minerais deve, igualmente, preocupar-se com a reabilita9ao de areas degrada­

das, criando novos ambientes e a garantindo de qualidade de vida da popula­

yao.

No entanto, as politicas publicas destinadas a estabelecer as diretrizes

juridico-institucionais necessarias a consecu9ao daqueles objetivos muitas ve­

zes inexistem ou apenas tratam a materia de forma parcialmente objetiva.

Na Europa e nos Estados Unidos existem varios exemplos de uso do

solo posterior a atividade de minerac;;ao: habita9ao, agricultura, pastagem, co­

mercio, industria, disposi9ao de residuos, reflorestamento, lazer, recrea9ao,

esportes, piscicultura, preserva9ao e conserva9ao ambiental (Bitar, 1997; As­

ton, 1996a e 1996b; Sanchez, 1994; Turley, 1993; Weaver, 1991; Bauer,

1991 ).

Considerando apenas as atividades de extra9ao de areia Burley, e

Thomsen (1986, apud. Sanchez, 1994) apresentam diferentes configurac;;oes

de uso p6s-minerac;;ao, tais como: uso agricola, recreativo, residencial e de

preservac;;ao da fauna.

Com relac;;ao aos principals usos de areas mineradas na Regiao Meiro­

politana de Sao Paulo, Bitar (1997) destaca: lazer, recreac;;ao, esportes comu­

nitarios, comercio, industria e habitac;;ao.

Do que foi exposto anteriormente podemos considerar que os principais

problemas encontrados na area em estudo estao relacionados com:

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• Agua: ocupac;:ao desordenada em areas de mananciais; deteriorac;:ao

da qualidade da agua; demanda crescente com oferta limitada (ver

item 2.4.4);

• lnfra-estrutura urbana: sistema de coleta e tratamento de esgoto in­

suficiente para toda a populac;:ao (item 2.4.4);

• Habitac;:ao: deficit habitacional; problema de compatibilizac;:ao do or­

denamento urbana como planejamento regional (item 2.4.2);

• Conflitos de uso e ocupac;:ao do solo entre a minerac;:ao, expansao ur­

bana e preservac;:ao ambiental (item 2.4.2)

• Falla de capacidade gerencial dos 6rgaos envolvidos diretamente

com a minerac;:ao: precariedade no numero de tecnicos, falta de re­

cursos e falta de integrac;:ao entre os setores (item 3.4);

• despreocupac;:ao, por parte de alguns mineradores, com relac;:ao a questao ambiental (item 3.5).

Esta realidade se contrapoe a imagem de Curitiba enquanto "Cidade

Planejada", "Cidade Modelo", "Capital Ecol6gica" e "Capital da Qualidade de

Vida", divulgada por todo territ6rio nacional e aceita como verdadeira por gran­

de parte da populac;:ao da regiao. Provavelmente foi este "marketing territorial"

que provocou e/ou intensificou a situac;:ao atual.

No capitulo que se refere a area de estudo, vimos que a grande Curiti­

ba, a semelhanc;:a de outras regioes, esta passando por um excessivo e incon­

trolavel crescimento demogratico devido ao processo de migrac;:ao, que deslo­

ca populac;:oes das areas rurais para grandes centros urbanos em busca de

emprego e melhores condic;:oes de vida. Esse processo migrat6rio gera uma

ocupayao desordenada, principalmente nos municipios limitrofes de Curitiba,

caracterizando um processo de periferizac;:ao e evidenciando a a irrealidade

das expectativas dessa populac;:ao.

Apesar desta regiao possuir dispositivos que regulam o uso e a ocupa­

c;:ao do solo, a protec;:ao aos mananciais, a preservac;:ao das florestas e par­

ques, a ocupac;:ao urbana nao considerou o que estava estabelecido nos Pia­

nos de Desenvolvimento lntegrado da Regiao. A forma de ocupac;:ao obede­

ceu, neste caso, a 16gica do modelo desenvolvimentista do pals o qua' nao

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preve politicas que dificultem as migral(oes ou que estimulem a permanencia

das pessoas nos seus locals de origem. As politicas de obras de infra­

estrutura basica e de redistribuil(ao destes equipamentos para a populal(ao

inexistem.

A area mais atingida pela ocupal(ao urbana foi justamente a mais vulne­

ravel a poluentes e definida como area de preserva~tao por corresponder aos

mananciais de abastecimento de agua para a grande Curitiba.

0 atendimento de coleta e tratamento de esgoto esta muito aquem do

ideal. Apenas 53% da populal(ao de Curitiba tern atendimento de coleta de

esgoto, enquanto que no restante da regiao o atendimento chega a apenas

40% da populal(aO (item 2.4.4, Tabela 2.6). A previsao e de que este percen­

tual, mantida a politica migratoria, se reduza ainda mais, apesar dos investi­

mentos previstos para os proximos anos.

Este processo de ocupal(ao em areas de mananciais associado a falta

de infra-estrutura basica correspondem aos principals fatores de degradal(ao

ambiental na Grande Curitiba.

Simultaneamente ao processo de degradal(ao dos mananciais houve

urn sensivel aumento da demanda por agua potavel a partir desta decada.

Para tentar reverter este quadro os governos estadual e municipal da regiao

elaboraram projetos que visam garantir a qualidade dos recursos hidricos, res­

tring indo o uso e a ocupal(ao nas areas de mananciais.

Esta regiao possui, ao mesmo tempo, alta densidade demografica e

concentral(ao de grandes depositos de areia para construl(ao civil, urn dos in­

sumas basicos para as obras de infra-estrutura e atendimento das demandas

reprimidas.

No entanto, a crial(ao de areas de protel(ao e parques apenas restringiu

atividades industrials e de extrac;;ao mineral, nao conseguindo impedir a expan­

sao da ocupac;;ao urbana. Aie;,m de persistir o processo de degradac;;ao ambi­

ental, muitas areas com potencial mineral foram esterilizadas. Verifica-se as­

sim urn paradoxa: permite-se o crescimento da malha urbana e se esteriliza

jazidas (ou depositos minerais) que fornecem os insumos necessaries ao des­

envolvimento urbana.

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Segundo os mineradores de areia da regiao, as areas passiveis de ex­

plora9ao estao em franco esgotamento. A cria9ao do Parque Regional do

lgua9u e das APA's Pinhais, Piraquara, Palmital, lrai e Pequeno restringiram

demasiadamente os locals possiveis para a lavra.

Podemos entao considerar que, a legisla9ao - exterioriza9ao das politi­

cas publicas - muitas vezes contempla apenas vontades politicas das autori­

dades que, em muitos casas nao coincidem com os reais anseios da comuni­

dade. De outro lado, as autoridades desconhecem as rela9oes de dependen­

cia existentes entre o desenvolvimento urbano e a atividade de minera9ao

comprometendo, muitas vezes de forma irremediavel, o abastecimento siste­

matico das materias primas.

Ainda que assim seja, ao tratarmos especificamente dos aspectos juridi­

co-institucionais, verificamos que no Brasil ha uma serie de leis e 6rgaos, nas

tres esferas de governo (federal, estadual e municipal), que regulam o uso do

solo e a atividade de rninera9ao.

Com rela9ao a minera9ao, ha uma serie de exigencias, principalrnente

no que diz respeito a questao ambiental; tambem sao previstas multas e pena­

lidades, que se mostram ineficazes quando nao ha uma constante fiscaliza9ao

da atividade.

As leis relativas a concessao mineral estao centralizadas na esfera fede­

ral; porem, o 6rgao responsavel pela outorga e fiscaliza9ao dos direitos minera­

rios, o DNPM, nao atua de forma eficaz com rela9ao ao controle das atividades

de minera9ao, principalmente na extra9ao de areia, que e bastante dinamica,

dispersa em inumeros portos e, a custa disso tudo, majoritariamente clandesti­

nos.

lsto e comprovado quando verificamos que cerca de 90% das empresas

que atuam na regiao da Grande Curitiba nao tern autorizagao do DNPM para

extrair o bern mineral. A falta de recursos e de pessoal enfraquecem esse or­

gao e, consequentemente, sucateiam o setor.

Apesar da fragilidade do 6rgao federal, reconhecida nacionalmente, In­

clusive por seus pr6prios funcionarios, tecnicos do DNPM criticam abertamente

uma eventual descentralizagao (chamada pelo Ministrc de estadualizagao) do

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setor mineral, ainda que haja previsao legal (Constitui9ao Federal de 1988)

para tal postura.

Alguns funcionarios e tecnicos do DNPM alegam que ocorrera, neste

caso, o aumento da restri9ao a atividade, haja vista o desconhecimento de sua

importancia, e a perda do poder da Uniao sobre bens que lhe pertencem.

No entanto, foi a omissao desse 6rgao que permitiu que a atividade se

desenvolvesse sem controles eficazes, sujeita apenas a vontade do minerador

e aquilo que ele considerava melhor; criando assim certa antipatia contra essa

atividade por parte de 6rgaos ambientais vinculados a Estados e Municipios,

que, diante da inopen3ncia do 6rgao federal, acabaram por atuar de forma mais

incisiva sabre a atividade.

De certa forma os mineradores de areia tem fugido da fiscalizavao mu­

nicipal ao dar preferencia aos regimes de autoriza9ao de pesquisa e conces­

sao de lavra, em detrimento do regime de licenciamento, o qual faz necessaria

a autorizavao da prefeitura.

Alguns mineradores alegam, com certa dose de razao, que o processo

de licenciamento mineral transfere a autoridade municipal um grande poder

sabre os mineradores, principalmente durante a fase de renova9ao da licen9a.

0 IBAMA 6rgao responsavel pela questao ambiental, ainda que man­

tendo sua competencia original, descentralizou suas atividades, atribuindo aos

Estados competencia para controlar e fiscalizar atividades potencialmente po­

luidoras, o que tem se revelado altamente positivo; embora alguns 6rgaos es­

taduais se mostrem impotentes em algumas situa96es de controle e fiscaliza­

yao.

Na area em estudo, os 6rgaos e entidades que tem atribui96es e inte­

resses diretos e indiretos com rela9ao a minera9ao. apresentam posturas dife­

rentes sobre a atividade. Essas diferen9as provocam uma superposi9ao na

tentativa de controle reduzindo a capacidade de fiscalizayao, pois cada um dos

6rgaos delega ao outro a responsabilidade por determinada a9ao.

0 DNPM, 6rgao que deveria fiscalizar a mineravao, transfere, tacita­

mente, esta fun9ao para os 6rgaos ambientais e para as prefeituras, refletindo

a falta de controle de sua parte em rela9ao ao numero e localizayao dos em-

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preendimentos minerarios. Desse modo. o 6rgao acaba atuando apenas nos

casos em que ha denuncias comprovadas.

A Promotoria de Meio Ambiente apresenta uma postura bastante restriti­

va, porem, nao tern poder de policia para embargar a ativldade que nao cum­

pre o que esta estabelecldo no PCA. Neste caso, notlfica e pressiona o 6rgao

ambiental estadual para que o fa9a, ou promove a a9ao judicial competente.

No Parana, o maior problema esta no reduzido numero de tecnicos no

setor de llcenclamento amblental para atlvldades de mlnera9ao. Sao apenas

dols tecnlcos para atender toda a Reg lao Metropolitana de Curltlba. Este "gru­

po" de trabalho e responsavel pela autoriza9ao, controle e fiscaliza9ao de to­

das as atlvldades de mlnera9ao da reglao no que tange as questoes amblen­

tals.

Outro agravante constatado e a falta de lnformatlza9ao nos processes

de llcenclamento, dlficultando o controle das ativldades, prlnclpalmente no que

dlz respelto a datas e prazos, e a superposl9ao de tarefas burocratlcas.

Ao anallsar as politlcas de minera9ao de alguns paises, verlficamos que

na malorla dos casos as autoridades locals e que sao responsavels pela auto­

rlza9ao da atlvldade e que, em alguns casos, como nos EUA exlstem multas

restrl96es para com a atlvldade por ela provocar dlsturblos amblentals 1 dlver­

sos.

Por outro !ado, nos munlciplos brasileiros onde a mlnera9ao e uma atlvl­

dade contemplada nos pianos de uso e ocupa9ao do solo, verlfica-se que nao

ocorrem tantos conflitos e a atlvldade passa por uma fiscallza9ao mais eflclente

por parte de autorldades locals.

A inser9ao da minera9ao no planejamento urbano e atividade obrigat6-

ria, haja vista as caracteristicas da atividade e os impactos que ela acarreta 0

fato da atividade gerar impactos negatives e mais uma razao para considera-la

na analise de uso e ocupa9ao do solo. Ao inserir a minera9ao no planeja­

mento urbano, o administrador deve estabelecer zonas especificas onde esta

atividade devera ser estimulada, zonas onde ela sofrera restri96es espaciais ou

temporals e zonas onde ela decididamente sera proibida.

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Por outro lado, muitos mineradores contribuiram para que a atividade de

extra~tao de areia fosse considerada apenas como altamente degradadora do

meio ambiente. Ha um grande numero de areas que foram mineradas e que

nao passaram por nenhum processo de reabilitayao; algumas cavas abando­

nadas tornaram-se depositos clandestinos de lixo e, em alguns casas, favore­

ceram as invasoes, alem de comprometer as condi~toes sanitarias e de saude

da popula~tao.

Salvo algumas exce~toes, no caso de mineradores que sao proprietaries

do solo e percebem que podem utilizar futuramente a area de minera~tao para

empreendimentos economicamente viaveis, ainda persiste, em meio a alguns

mineradores, a mentalidade de 50 anos atras, quando a atividade teve inicio

na regiao e a sociedade nao se preocupava com o uso futuro dessas areas.

Muitos mineradores contratam tecnicos para elaborar os pianos de con­

trole ambiental e de recupera~tao de area degradada apenas para cumprir as

exigencias da legisla~tao ambiental, e nao seguem o que foi estabelecido nes­

ses pianos, nem tampouco se preocupam com a adequayao desses pianos a realidade local.

Esta situa~tao tem provocado diversos conflitos, principalmente com as

Associa~t5es de Defesa do Meio Ambiente que veem o embargo das atividades

como a melhor forma de resolver o problema. A paralisa~tao da atividade de

minera~tao de areia na regiao, bem como as restri~toes em rela~tao a areas

passiveis de explora~tao nao resolvem o problema da ausencia de recupera~tao

das areas mineradas e podem teras seguintes conseqUencias:

• queda da produ~tao;

• distanciamento entre os pontos de produ~tao e de consumo, o que

provocaria o encarecimento do produto, vista que o frete tem um gra­

de peso no pre~to final; e

• maiores dificuldades na reabilita~tao da area minerada.

A queda da produ~tao e o encarecimento de insumos minerais utilizados

diretamente na constru~tao civil, como conseqUencia da esteriliza~tao ou restri­

goes parciais, nao e uma op<;:ao viavel em uma regiao que apresenta uma

Alguns Estados. CalifOrnia. p. qua~e ~CJ licen~:;::, para regulariza~J.o da <!L\ ;::::d:: (\1or-

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grande demanda reprimida por esses bens, refletida no grande deficit habitaci­

onal e de infra-estrutura basica.

A fila da COAHB tern, oficialmente, 50 mil pessoas cadastradas. Consi­

derando que para a constru9ao de cada casa popular (com 45 m2) utilizam-se

cerca de 8,5 m3 de areia, serao necessarios pelo menos 425 mil m3 de areia

para resolver a situa9ao atual.

Alem disso, a chegada das montadoras de veiculos automotores exigira

material para suas instala96es e melhoria na infra-estrutura viaria da regiao,

uma vez que apenas 30% da malha viaria de Curitiba e revestida com cimento

asfaltico. Oeste ponto de vista, o ideal seria aumentar a produ9ao para os pr6-

ximos anos.

No entanto, he'! algum tempo ja vern ocorrendo o deslocamento da ativi­

dade de minera9ao para as por96es mais a jusante do rio lgua9u, principal­

mente no municipio de Balsa Nova, a 42 km de Curitiba, onde ainda nao he'!

restri96es com rela9ao a atividade. Porem, se a postura dos mineradores, das

entidades envolvidas e da comunidade nao mudar, os problemas e conflitos

apenas migrarao para outros municipios, persistindo os impactos negativos

gerados nas areas mineradas, haja vista a demand a por esses bens.

Recomendat;oes Devido a alta concentra9ao urbana, bern como o grande deficit habitaci-

onal e de infra-estrutura basica na area em estudo, havera, em breve, a ne­

cessidade de quantidades cada vez maiores de bens minerals, principalmente

os de aplica9ao imediata na constru<;ao civiL 0 aumento incontrolavel da pro­

duyao produzira impactos negativos ao meio ambiente. Dessa forma, para

harmonizar o inevitavel conflito, devem ser encontradas solu96es que possam

assegurar o suprimento de bens minerals de forma compativel com a preser­

vayao ambiental.

No entanto, como destaca o DNPM (Brasil, 1994b), a minerayao de

bens de uso social (agregados) em areas urbanas tern sido tema de muitos

estudos e eventos, e assim, discutida no Brasil e em varios paises desenvolvi­

dos. Dessa forma, verificamos que realmente nao ha muito a fazer em rela<;ao

ris. 1989)

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a propostas ou soluc;:oes inovadoras, pois o problema ja foi diagnosticado e

mesmo algumas das soluc;:oes ja foram apresentadas. A questao principal e a

implementac;:ao destas propostas e alternativas.

Para se chegar a estas soluc;:oes deve haver uma participac;:ao efetiva e

integrada de todos os setores envolvidos. A seguir serao apresentadas algu­

mas sugestoes que possam vir a minimizar os conflitos existentes com relac;:ao

ao que foi exposto anteriormente.

/ntegra£80 inter-institucional Deve haver a integrac;:ao entre os diversos organismos das tres esferas

de governo para que haja a compatibilizac;:ao entre os criterios e exigencias de

cada 6rgao envolvido e para que o controle e a fiscalizac;:ao sejam tao ageis

quanto a atividade demonstra ser.

A ac;:ao integrada entre as instituic;:oes de fiscalizac;:ao ambiental, mineral,

tributaria, dentre outras, visa ainda, evitar a clandestinidade, a qual, por sua

vez, traz problemas ambientais, leva a sonegac;:ao de impastos e extrac;:ao nao

autorizada de recursos minerais.

Restrutura980 dos 6rgaos de Jicenciamento e fisca/izayao Melhoria nas condic;:oes de trabalho dos tecnicos responsaveis pelo

controle e fiscalizac;:ao da atividade, bern como da infra-estrutura dos 6rgaos e

informatizac;:ao do setor. Deve haver urn apoio tecnico junto as prefeituras para

que estas possam ter urn maior controle e compreensao da atividade.

Planejamento da Atividade Revisao do Plano Diretor de Minerac;:ao para a Regiao Metropolitana de

Curitiba que deve ser feito conjuntamente pelo DNPM, Mineropar, COMEC e

Secretarias de Meio Ambiente do Estado e municfpios. Levantamento deta­

lhado sobre areas de risco, vocac;:ao do solo, produc;:ao, demanda e potencial

mineral; assim como estudos sobre a reabilitac;:ao e adequac;:ao dos solos mine­

rados, areas fontes alternativas, dentre outros.

Com esses procedimentos e possivel fazer urn mapa de zoneamento da

atividade minerai e verificar onde ela e considerada como uma forma de ocu­

pac;:ao do solo, devendo. assim, ter direitos e obriga96es dentro das atividades

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s6cio-econ6micas da regiao. Desse modo, e possivel criar condiyoes capazes

de determinar o desenvolvimento da atividade mineral integrado ao planeja­

mento metropolitano.

Planejamento do uso do solo metropolitano

lnserir a minerayao no planejamento urbano, fazendo com que as areas

destinadas a esta atividade sejam determinadas pela localizayao do material a

ser extraido devido a sua rigidez locacional, pela vocayao do solo e pela fragi­

lidade do terrene, entre outros fatores.

As experiencias de alguns paises e de algumas cidades do Brasil de­

monstram que e possivel, e em alguns casos recomendavel, compatibilizar a

atividade de minerayao com a preserva9ao ambiental e com outras formas de

uso e ocupa9ao do solo. Em certos casos esta atividade pode servir como uma

barreira para a expansao urbana desordenada em areas inadequadas para

este tipo de ocupayao.

Para tanto e imperioso que sejam estabelecidas diretrizes de uso e ocu­

payao do solo, detalhando os locais lavraveis e os favoraveis. Estas diretrizes

sao baseadas no cruzamento das informa96es da atividade mineral com as

demais formas de ocupa9ao do solo. Com isto podem ser estabelecidas as

seguintes zonas (Brasil, 1978):

a) onde a atividade mineral e permitida sem restriyoes;

b) onde a atividade mineral e permitida com restri96es;

c) onde a atividade mineral nao e permitida; e

d) caso especial, quando ocorrem situa96es onde somente atraves de

urn estudo mais detalhado pode-se integrar ou nao a minera9ao com as de­

mais atividades.

Com rela9ao a area de estudo podemos cruzar as informa96es do mapa

geologico da RMC (Figura 2.2) com as informa96es do PDM (Figura 3.1) e do

mapa de uso do solo (Figuras 4.1-a e 4. 1-b) e chegar as seguintes diretrizes

de ocupa<;ao da regiao (Quadro 4.1 ):

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00 SOLO METRO POLITANO

·:.,' I

!. ~WAOOIUL

Figura 4.1-a- Mapa de uso do solo metropolitano (desenho COMEC- escala aproximada:

1:500.000)

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Figura 4.1-b - Detalhe da figura 4.1-a mostrando o zoneamento da grande Curitiba.

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Quadro 4.1 Proposta de integra<;ao da minera<;ao com outras formas de ocupa<;ao do solo

na grande Curitiba

Zonas/Diretrizes Por<;ao Norte e Sui ( dinamizagao rural) Por<;ao Leste (preservagao)

Porgao Oeste (industrial) Centro (urbano)

Atividade Mineral - permitida com restrigao; - caso especial - nao permitida; - caso especial - permitida com restrigao; - nao permitida - nao permitida

Na pon;:ao sui (dinamiza9ao rural) a atividade deve ser permitida com

restri9ao, pois esta area e caracterizada por sua aptidao para atividades agro­

pecuarias, onde sao produzidas importantes parcelas dos produtos agricolas

consumidos na grande Curitiba. Porem, em areas onde ha a possibilidade de

ocorrerem loteamentos irregulares, a minera9ao pode ser considerada como

uma forma de ocupa9ao e evitar estas invasoes.

No caso de areas destinadas a preserva9ao ambiental (por9ao leste) a

minera9ao pode atuar como uma barreira com rela9ao a invasao e aos lotea­

mentos irregulares. Neste caso a lavra deve ser planejada levando em conta

posslveis usos futuros para a area tais como: capta9ao d'agua, parque aquati­

co, pesque e pague, chacaras de recrea9ao, dentre outros.

Com rela9ao a por9ao oeste (industrial) a minera9ao deve ser permitida

com restri9ao, pois as atividades industrials podem ser compatfveis com a ex­

tra9ao mineral em determinadas situa96es. Porem, em areas pr6ximas a re­

presa do rio Passauna a atividade nao deve ser permitida, pois esta area e responsavel por 24% do abastecimento de agua na grande Curitiba.

Na por9ao central a atividade nao deve ser permitida, pois muitas var­

zeas ja estao comprometidas com a ocupa9ao urbana.

A importancia da inser9ao da atividade de minera9ao no Plano Diretor

Municipal e/ou no Plano de Desenvolvimento lntegrado de uma regiao esta no

fate de haver. neste caso, a participagao de todos os 6rgaos envolvidos e da

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comunidade, e nao apenas dos 6rgaos de fomento a atividade de minera~ao,

como ocorre nos Pianos Diretores de Minera~ao que, em muitos casos, nao

sao de conhecimento das autoridades locais e por isso nao sao considerados

durante a elabora~ao do planejamento urbano.

Alem disso, as autoridades locais poderao ter maior controle e fiscaliza­

~ao da atividade, cujas conseqOencias sao: a maior arrecada~ao de impostos e

a possibilidade de previsao do consumo, da falta de material e do pre~o do

produto. No caso de haver restri~oes em rela~ao a atividade, a autoridade lo­

cal deve prever suas conseqOencias e apresentar alternativas com rela~ao a

areas fontes desse bem mineral.

Em ambito regional o governo tem que formular estrategias de assenta­

mento bem definidas para orientar o processo de urbaniza~ao e deve melhorar

as condi~oes de vida da popula~ao do interior para evitar que mig rem para os

grandes centros urbanos. Ambos objetivos s6 podem ser atingidos se forem

atendidas as necessidades basicas de todos.

Valorizacao da atividade e educacao ambiental

Os 6rgaos de fomento a minera~ao devem demonstrar aos de prote~ao

ambiental e a sociedade em geral, a importancia dos bens minerais para a

melhoria da qualidade de vida da popula~ao, e expor a possibilidade da convi­

vencia harmonica entre a minera~ao e a preserva~ao ambiental. Para haver

preserva~ao ambiental e preciso atender as necessidades basicas de infra­

estrutura e saude da popula~ao.

Por outro lado, os 6rgaos de fomento, controle e fiscaliza~ao da ativida­

de de minera~ao devem conscientizar os mineradores da importancia em rea­

bilitar a area que foi minerada para que a mesma possa ser destinada a outra

atividade previamente estabelecida; e tambem, de que o eventual custo da

reabilita~ao deve ser entendido como investimento que assegura ao empreen­

dedor o aumento da vida uti! da atividade, alem de reduzir a resistencia da co­

munidade e das autoridades.

Para isto devem ser estabelecidas as diretrizes basicas de controle de

reabi!ita~ao ambiental, nas quais serao considerados o metodo de lavra, os

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impactos potenciais e as caracteristicas regionais. Tambem deve ser exigida a

garantia de reabilitayao da area minerada atraves de uma cauyao (baseada

em uma planilha de custos).

Participacao dos mineradores

Os mineradores devem assumir urn compromisso com a comunidade da

qual fazem parte, principalmente no que se refere a otimiza~tao da atividade,

reabilitagao da area, cumprimento das suas obrigay5es sociais, fiscais e tra­

balhistas. A atividade de minerayao deve ser realizada de forma responsavel e

de acordo com as legislagoes minerais e ambientais vigentes, nao por mera

benevolemcia do titular, mas como uma condiyao para eliminar as indesejaveis

pressoes contrarias.

Sabe-se que ao estabelecer urn projeto de recuperagao da area minera­

da no inicio da lavra, e possivel reduzir os custos de reabilitagao; outro fator

importante e que uma area reabilitada deve ter uma utilizagao econ6mica ap6s

a lavra.

Os mineradores, atraves de urn representante, devem ter uma participa­

gao mais efetiva junto aos 6rgaos de planejamento urbano para que seja reco­

nhecida a importancia da atividade para o municipio.

Os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura, alem do 6rgao

licenciador, devem cobrar do tecnico responsavel pelo plano de recuperagao

uma fiscalizayao mais atuante junto ao minerador. Caso nao haja a reabilita­

gao da area concomitantemente a sua explotagao, o tecnico deve ser denunci­

ado ao CREA e ao 6rgao licenciador para que a lavra seja embargada ate a

sua reabilitagao.

Participacao da Sociedade

A sociedade teria, por sua vez, que atuar de forma mais ativa em rela­

gao a fiscalizagao ambiental e exigir dos 6rgaos competentes uma solugao em

relagao as ocupagoes em areas de preservagao, pressionando os setores

competentes para que formulem estrategias de assentamento, orientando, as­

sim. o processo de urbanizagao.

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Porem, para se atingir este estagio, a popula9ao precisa chegar a um

nivel de cidadania onde haja uma ampla participa9ao popular em tudo o que

diz respeito a sociedade, e onde o interesse coletivo sempre predomine sobre

o interesse individual.

Devemos ainda considerar a atua9ao das institui96es de ensino superior

que deveriam estar mais voltadas as necessidades da comunidade, direcio­

nando seus projetos de pesquisa para os problemas de uso e ocupa9ao do

solo, reabilita9ao de areas degradadas, alternativas de abastecimento de bens

minerais de uso imediato na constru9ao civil, demandas reprimidas, diminui9ao

dos custos, etc.

Altemativas de areas fontes de areia

Persistindo a tendencia de restri9ao da atividade de minera9ao na area

em estudo e necessaria prever quais as possiveis alternativas com rela9ao as

futuras areas fontes para este insumo mineral. Assim, levando em considera-

91iO as caracteristicas geo16gicas da regiao (ver Figura 2.2), e possivel fazer

urn exercicio das provaveis fontes alternativas de areia para a regiao (Quadro

4.2).

E. claro que estas sao apenas observa96es iniciais sendo, ainda, neces­

saries estudos mais detalhados sobre cada uma da forma9oes geol6gicas aci­

ma citadas. Vale lembrar que a Mineropar, 6rgao estadual de fomento a ativi­

dade mineral vern, ha algum tempo, sugerindo urn estudo mais detalhado sa­

bre a viabilidade de se utilizar o arenite da Forma9ao Furnas.

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Quadro 4.2 Altemativas de areas fonte de areia para abastecimento

da grande Curitiba

Alternativas caracteristicas Metarenitos sedimentos finos, (Fm. Votuverava friaveis com minerais

micaceos

Arenites arenites de textura (Fm. Furnas) muito variavel, local-

mente conglomeratica, com intercalagoes de clasticos siltico argilo-sos

Aluvioes - literal areias inconsolidadas

Aluvioes - porgao NW areias inconsolidadas; (rio Tibagi)** o vale do rio e forte-

mente encaixado sen-do a areia extraida do leito ativo do rio

Aluvioes - porgao SW areias inconsolidadas (medio rio lguagu)

Reciclagem de entu- residues de obras lhos de construgao e urban as material asfaltico

Areia originada da subproduto da brita moagem de brita •

Fonte: *Bauermeister (1996) * * !\1ineropar ( 1994)

vantagens proximidade

proximidade (50 Km); vias de aces so em 6timas condigoes

metodo de lavra; pro-ximidade

vias de acesso

vias de acesso; meto-do de lavra; proximi-dade

au menta a vida uti I das reservas naturals; diminui problemas ambientais relaciona-dos com a disposi9ao desse material; reduz custos de obras publi-cas

nao emissao de parti-culados, principal-mente nas drenagens: otimizavao do proces-so de britagem

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desvantagens uso de explosives na lavra; presen~ de finos; vias de acesso precarias (sem pavi-mentagao) uso de explosives na lavra; areas de pre-servagao ambiental

parque estadual de preservagao da Serra do Mar (Mata Atlanti-ca) na regiao de Ponta Grossa existem gran-des extra goes em aluvioes e terragos em processo de degrada-gao ambiental; grande distancia transferencia dos pro-blemas ambientais para porgoes do me-dio lguagu custo da britagem, graduagao, controle do p6 e separagao dos constituintres indesejaveis (Selma, 1994 ); problemas com a vizinhanga com re-a!a9ao a instalagao de usinas de reciclagem; o material produzido a apartir de entulhos tem suas limitagoes. podendo ser usa do em obras que tenham menor exigencia (Bra-sil, 1994c); antiecon6mica: o ma-terial a ser britado deve ter composigao mineral6gica estavel

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CONSIDERACOES FINAlS

Vimos neste trabalho que a regiao da grande Curitiba, assim como

outras metr6poles do Brasil e de paises desenvolvidos, apresenta conflitos em

relayao ao uso e ocupayao do solo, especialmente quando a atividade mineral

esta envolvida.

As propostas para a mitiga9ao destes conflitos estao, em sua maioria,

embasadas no planejamento da minerayao e do meio urbano com a inseryao

dessa atividade no ordenamento territorial.

A defini9ao clara dos locais para a minera9ao permite seu maior

controle, com possibilidade de retorno economico e social para o municipio,

decorrentes da tributayao e dos empregos que gera. Alem disso, em alguns

casas, a atividade mineradora pode restringir a ocupa9ao irregular,

principalmente em planicies de inundayao.

No entanto, nao basta apenas a inser9ao da minerayao no planejamento

urbano, e necessaria ainda:

• a integra9ao entre os 6rgaos envolvidos;

• a restruturayao dos 6rgaos responsaveis pelo licenciamento e

fiscaliza9cao da atividade;

• a valorizayao da atividade junto a comunidade;

• a conscientizayao ambiental junto aos mineradores;

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ANEXOS

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Anexo A

Cadastro do DNPM referente as empresas de extra~iio de areia

do municipios pertencentes a Grande Curitiba.

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CADASTRO DNPM- ARQUIVO ATIVO -13105197

titular/requerente Ultimo diploma Ultimo evento

Ceramica Agudos do Su! Ltda Requerimento de Ucenciamento Licen.llndef. art. 18 CM publ. 19101196

Arauc8ria 94 826849 24/10/94 Areal Rapocam Ltda 27,00 Requerimento de Ucenciamento pub!. 24/10/94 Ucen./Req. de Licenciamento prot. 24/10194

95 826151 19/04/95 Reinaldo Renata Costa 49,88 Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pub!. 19/04/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 19/06195

95 826152 19/04/95 Reinatdo Renata Costa 49,79 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 19/04/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 19/06/95 95 826153 19/04/95 Reinaldo Renata Costa 49,97 Requerimento de Pesquisa lncompteto pubL 19/04/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 19/06/95 95 826160 25/04/95 LA Com e Exp de Areia Arauc<lria Ltd a 11,39 Requerimento de Licenciamento pub!. 25/04/95 Ucen./Req. de Ucenciamento prot 25/04/95 95 826161 25/04/95 LA Com e Exp de Are"1a Araucaria Ltd a 10,09 Requerimento de Ucenciamento pubt. 25/04/95 Licen./Req. de Licenclamento prot 25/04/95 95 826162 25/04/95 LA Com e Exp de Areia AraucBria Ltd a 6,64 Requerimento de Ucenciamento pub!. 25/04/95 UcenJReq. de Ucenciamento prot. 25/04/95

95 826163 25/04/95 LA Com e Exp de Areia Araucaria Ltd a 9,22 Requerimento de Ucenciamento publ. 25/04/95 Ucen./Req. de Ucenciamento prot 25/04/95

95 826164 25104/95 LA Com e Exp de Areia Araucaria Ltd a 8,66 Requerimento de Ucenciamento publ. 25/04/95 Ucen./Req. de Licenciamento prot. 25/04/95

95 826165 25/04/95 LA Com e Exp de Areia Araucitria Ltd a 10,29 Requerimento de Ucenciamento publ. 25/04/95 Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 25/04/95

95 826177 27/04/95 Reinaldo Renata Costa 46,62 Requerimento de Pesquisa lncompleto pub!. 27/04/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 20/06/95

95 826178 27104/95 Reinaldo Renata Costa 42,40 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 27/04/95 Req. Pesq ./Compl Req. Pesq prot. 20/06/95

95 826449 22108/95 Airton Bernado Roveda 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 22/08/85 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 24/10195

95 826450 22108/95 Airton Bernado Roveda 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 22/08/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 24/10/95

95 826451 22/08/95 Airton Bernado Roveda 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 22/08195 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 24/10/95

95 826471 01/09/95 Airton Bernado Roveda 49,96 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 01109/95 ReqPesq./Compl. Req. Pesq. prot. 24/10/95

95 826495 15109/95 Nelson lvaneio 35,68 Requerimento de Pesquisa lncompteto pub!. 15/09/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 14/11/95

95 826559 06/11/95 Airton Bernado Roveda 26,21 Requerimento de Pesquisa lncompleto pub!. 06/11/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 20/12/95

95 826560 06/1 "1195 Airton Bernado Roveda 3,88 Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 06/11/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 20/12/95

95 8:?6561 06/11/95 Airton Bernado Roveda 45,25 Requerimento de Pesquisa fncompleto pub!. 06/11/95 Req.Pesq./CompL Req. Pesq prot 20/12/95

96 8?G395 16/01/96 Casemiro Carlos Stanszyk 49,98 Requerimento de Pesquisa lncompleto pub!. 16/01/96 Req.Pesq./Compf. Req. Pesq. prot 14/03/96

96 8213396 16/01/96 Casemiro Carlos Stanszyk 49,96 ? Disponib./despacho Publicado em 29/04/97

96 826397 16/01/96 Casemiro Carlos Stanszyk 49,75 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 16/01/96 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 14/03/96

96 826445 02/02/96 AHpio Afonso Ferreira 7,53 Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pub!. 02/02/96 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 18/03/96

96 826731 09/07/96 Otassio Pereira da Silva 49,99 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 09/07/96 Req.Pesq./Req. Pesq. lncomp. prot. 09107/96

96827100 17/12/96 Benjamin Orso 50,00 Requerimento de Pesquisa lncompleto pub!. 17/12/96 Req.Pesq./Req. Pesq. lncomp. prot. 17/12/96

8;1lsa Nova 82 820688 30/12/82 Minera~ao Bassani Ltda 50,00 Ucenciamento 020605H83 OOU 13/06/83 Ucen./Oocumento Diverso prot. 26/07/96

94 826456 25/07/94 Area! Mangue Seco 1,00 Requerimento de Licenciamento pub!. 25/07/94 Ucen.!lndeferimento publ. 15112195

96 826447 08/02196 Teodoro Durau e Cia Uda 50,00 Requerimento de Licenciamento publ. 08/02/96 Ucen.!Req. de Licenciamento prot. 08/02/96

96 826448 08/02/96 T eodoro Durau e Cia Ltd a 50,00 Requerimento de Ucenciamento pub!. 08/02/96 Ucen./Req. de licenciamento prot. 08102196

96 826513 18/03/96 Renate Kapp 50,00 Requerimento de Licenciamento publ. 18/03/96 licen./Req. de licenciamento prot. 17105/96

96 826449 02110196 Areal Mangue Seco 12,00 Requerimento de Licendamento publ. 02/10/96 Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 02/10196

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Jose Feldhaus

Te6fi!o Tibirir;a Ferreira

Te6filo Tibirir;a Ferreira

Orlando Pianaro ~ Fl

Cerro Azul 93 826148 12/05/93 L Sais e H Sais Uda

93 826149 12/05/93 L Sais e H Sais Uda

96 826452 09/02/96 Peccini e Sanches Ltda

Contend a 95 826622 15/02/95 Reinaldo Renata Costa

95 826624 15/02/95 Reinaldo Renata Costa

96 826434 31/01/96 Roque Suota

Curitiba 89 826421 20/10/89 Industria de Tijolos Cosmos Ltda

90 826216 01/11/90 M L Pelanda Cia Ltda

91 82G361 03/10191 Areal Portela Ltda

92 8213219 20101192 Paulo Undomar Pi!atto - Fl

84 82(:)063 22/02/94 Luiz Clemente Bonato & Cia Uda

94 826064 22/02/94 Luiz Clemente Bonato & Cia Ltda

94 82(5065 22/02/94 Luiz Clemente Bonato & Cia Ltda

94 826230 09105/94 Ceramica Gai Ltda

94 826231 09/05/94 Ceramica Gai Uda

94 826760 23/08/94 Areal Fl6rida Ltda

94 826915 09/12/94 Luis Nabosne

95 826308 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826309 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826310 28/06/95 Osmar Sansonowski

95826311 28106195 Osmar Sansonowski

95 826313 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826314 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826315 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826316 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826317 28/06/95 Osmar Sansonowski

95 826-127 09/08/95 Mauri bozza

95 826428 09108/95 Mauri bozza

95 826429 09/08195 Mauri bozza

2,26

1,65

23,51

49,50

49,50

49,25

7,31

5,62

12,66

26,10

2.00

2.00

3,00

7,00

5,00

9,00

1,00

49,60

49,00

27,75

49,75

47,25

18,20

47,00

48,60

48,00

50,00

48,05

41,00

Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pubL 06/11/96

Requerimento de pesquisa Incomplete pubL 05/12/96

Requerimento de pesquisa Incomplete pubL 05/12/96

Concess~o de Lavra 055118-64 DOU 13/01/65

Ucenciamento 130343-94 DOU 11/11/94

Licenciamento 130344-94 DOU 11 /11/94

Requerimento de Ucenciamento publ. 09/02/96

Requerimento de Pesquisa lncomp!eto publ. 15/12/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto pub!. 15/12/95

Requerimento de Pe~9~~~-~-~-~??~P~~!?._p~bl. 31/01/96

Requerimento de Ucenciamento publ. 20/10/89

Requerimento de Ucenciamento publ. 01111190

Requerimento de Licenciamento pub!. 03/10/91

Requerimento de Licenciamento pub1. 20/07/92

Requerimento de Licenciamento pub!. 22/02/94

Requerimento de Licenciamento publ. 22/02/94

Requerimento de Ucenciamento pub!. 22/02/94

Requerimento de Ucenciamento pub!. 09/05/94

Requerimento de Ucenciamento publ. 09105/94

Requerimento de Ucenciamento pub!. 23/08/94

Requerimento de Licenciamento publ. 09/12/94

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pub!. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 28/06/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto pub!. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 09/08/95

Req.Pesq./Req. Pesq. lncomp. prot. 06/11/96

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 04/02/97

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 04/02/97

Conc.Lav./Ral. ana base apresentado 15/03/96

Licen./Exigencia publicada 05/03/97

Ucen./Ucenciamento Autorizado pub!. 11/11/94

Ucen./Exigencia publicada 23/07/96

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 13/02/96

Req.Pesq./Compl. Req Pesq prot. 13/02/96

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 28/03/96

Ucen./Recurso Negado pub!. 21/07/94

Ucen./Arq. Processo Ucenr;a publ. 18/10196

Ucen./Arq. Processo Ucenr;a pub!. 18/10!96

Ucen./Arq. Processo Licenr;a publ. 19101/96

Licen./lndeferimento publicado 18/10/96

Licen./So!icita Prorrog. Prazo Exig. 02/12/96

Ucen./Req. de Licenciamento prot. 22/02/94

Licenllndef. art. 18 CM pub!. 19/01/96

Licen./lndef. art. 18 CM pub!. 19/01/96

Ucen./Req. de Licenciamento prot. 23/08/94

Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 09/12/94

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 publ. 19/01/96

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 publ. 19/01196

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 pub!. 19/01/96

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 publ. 19/01/96

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 publ. 19/01/96

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 pub!. 19/01/96

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 pub!. 19/01/96

Req.Pesq./lndef. art. 21 CM par 3 pub!. 19/01/96

ReqPesq./lndef. art. 21 CM par 3 pub!. 19/01/96

Req.Pesq./Compl Req. Pesq. prot. 06/10/95

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06/10/95

ReqPesq./Compl Req. Pesq. prot. 06/10/95

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95 826430 09/08/95

95 826431 09108/95

95 826432 09108195

95 826433 09/08195

95 826434 09/08/95

95 826435 09/08/95

95 826493 14/09195

95 826494 14/09/95

95 826574 10/11195

96 826724 03/07/96

M:1ndaituba 88 876323 09/12/88

90 8?.G034 23102190

9082G134 28/08/90

94 821JO?B 28/0 1fq4

94 82G041 04102194

94 826916 09/12/94

94 826950 14/12/94

94 826951 14/12194

94 826952 14112194

94 826953 14112/94

95 826036 24102195

95 826037 24/02195

95 826038 24/02195

95 826039 24/02/95

95 826580 17/11/95

PinhBis 95 826452 23108/95

95 826453 23108/95

95 826<154 23108195

95 826455 23/08195

95 826456 23/08/95

95 826457 23108/95

95 826458 23/08/95

96 826459 21/02/96

Mauri bozza

Mauri bozza

Mauri bozza

Mauri bozza

Mauri bozza

Mauri bozza

Joao amir Wosniak

Joao amir Wosniak

Joao amir Wosniak

Paulo Aluir Chueda

Luiz Clemente Bonato & Cia Ltda

RGR Extrayao e Comercio de Areia Ltd a

Ernesto Pilato ~ Fl

!ntijollndUstria de Tijolos Jory Ltda

Area! Magaifer Uda

lnfantil1nd. Fant3stica de Tijolos Uda

lnfantillnd. Fant3stica de Tijolos Ucla

Ceramica Nasbone Uda

Extrativa de Areia Mirage Uda

Mauri Bozza

Areal Bozza Uda

Bobato Com. Areia Brita Ltda

Luiz Clemente Bonato & Cia Uda

Luiz Clemente Bonato & Cia Uda

Luiz Clemente Bonato & Cia Ltda

Luiz Clemente Bonato & Cia Ltda

Luiz Clemente Sonata

Henrique Sell

Henrique Sell

Henrique Sell

Henrique Sell

Henrique Sell

Henrique Sell

Henrique Sell

Jaci Celupi

49,72

48,48

49,25

43,75

47,86

46,57

50,00

49,50

31,20

49,95

8,98

2,53

48,25

10,00

10,00

?

?

?

?

?

?

? ?

?

48,42

50,00

50.00

50,00

50,00

50,00

50,00

50,00

41,87

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete pubi. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 09/08/95

Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pubL 09/08/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 14/09/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 14/09195

Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pubL 10/11/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto pubL 03/07/96

Requerimento de Ucenciamento publ. 23/11/93

Requerimento de Ucenciamento publ. 23/11/93

Licenciamento 021603-91 DOU 27109191

Requerimento de Licenciamento

Requerimento de Licenciamento

Requerimento de Ucenciamento pub!. 28/01/94

Requerimento de Licenciamento pub!. 04/02/94

Requerimento de Ucenciamento

Requerimento de Ucenciamento publ. 14/12/94

Requerimento de Licenciamento publ. 14112/94

Requerimento de Licenciamento pub!. 14/12/94

Requerimento de Ucenciamento pub!. 14/12/94

Requerimento de l..icenciamento publ. 08/06/95

Requerimento de Ucenciamento publ. 08/06/95

Requerimento de Licenciamento publ. 24102/95

Requerimento de Ucenciamento pub!. 24/02/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 17/11/95

Requerimento de Pesquisa lncomp!eto pub!. 23/08/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08195

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08/95

Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 23/08/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08/95

Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08/95

Requerimento de Licenciamento publ. 21/02/96

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06/10/95

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06/10195

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06/10/95

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06/10/95

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06/10195

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 06110/95

Req.Pesq./Req. Pesq. lncomp. prot. 14/09195

Req.Pesq./Req. Pesq. lncomp. prot. 14/09/95

Req.Pesq./Compl. Req Pesq. prot. 08/12/95

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq prot. 30/08/96

Ucen.llndeferimento publicado 02/12/94

Ucen./Arq. Processo licenya publ. 19/01196

Licen./Relat6rio anual Lavra prot. 04/04/94

Correyfio 9 01 publ. 21/07/94

Licen.!Arq. Processo Ucenya publ. 18/10/96

Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 28/01/94

Ucen./Arq. Processo Ucen~a pub!. 18/10/96

Ucen./Arq. Processo Ucem;:a publ. 02/09/96

Licen./Arq. Processo Ucenya publ. 19101/96

Licen./lndef. art. 18 CM publ. 19/01/96

Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 14/12/94

Ucen./lndeferimento publicado 19/01/96

Licen./Oocumento Diverso prot. 08/06/95

Ucen./Oocumento Diverso prot. 08!06/95

Ucen.!Exigencia publicada 19/01/96

Ucen./Documento Oiverso prot. 08/06/95

Req.Pesq./lndef. Motive Diverse publ. 08/02/96

Req.Pesq./Oocumento Oiverso prot. 18/03/96

Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18103/96

Req.Pesq./Documento Diverse prot 18/03/96

Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96

Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96

Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96

Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96

Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 18/04/96

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Piraquara 93 826088 12103/93

93 826089 12103/93

95 826628 20112195

95 826629 20112195

95 826630 20112195

95 826631 20112195

95 826632 20112195

95 826633 20112195

95 826634 20112/95

95 826635 20112195

95 826636 20112195

95 826637 20/12195

Ouitandinha 95 826589 24111195

95 826603 30/11/95

95 826610 07/12195

95 826625 15112195

95 826626 15112195

S--LPinhais 77 801337 14112177

77 807338 14112177

79 820001 08101179

82 820591 29/10182

82 820617 16111182

87 820904 07108187

89 826460 10111189

90 826034 23102190

91 826247 19107191

92 826379 24111192

93 826444 23109193

94 826253 31105194

94 826285 29/06/94

94 826782 30/08/94

95 826088 20/03195

Construtora !taU Ltda

Construtora !taO Ltda

Minerals do Parana S.A. ~ MINEROPAR

Minerals do Parana S.A. MINEROPAR

Minerais do Parana SA - MINEROPAR

Minerais do Parana SA - MINEROPAR

Minerais do Parana SA- MINEROPAR

Minerals do Parana S.A. ~ MINEROPAR

Minerals do Parana S.A. - MINEROPAR

Minerais do Parana SA - MINEROPAR

Minerals do Parana S.A. MINEROPAR

Minerals do Parana S.A. - MINEROPAR

Park Estacionamento S/C Ltda

Park Estacionamento S/C Ltda

Walter Luiz Bahr ~ ME

Walter Luiz Bahr ~ ME

Walter Luiz Bahr- ME

Walter Luiz Bahr- ME

Walter Luiz Bahr ~ ME

Osmar Sansonowski

Orivaldo Sansonowskl

Waldemfro Oalagassa

Areal Andrade Ltda

Areal Santo Antonio Ltd a

Jo~o Anselmo Chueda

Cecilia Halama Gondro

lntijol Industria de Tijolos Jory Ltda

Kovalski - Extr. Com. Areia e Argila Uda

Saibreira Nova Prata Uda

Transportadora Bonanza Ltda

Areal· santo Antonio Ltda

Alfredo Purkot

Com. Tranp. Areia Sto Antonio Ltda

Olaria Sfllo Luiz Ltda

29,10

29,12

50,00

49,75

37,50

50,00

50,00

48,45

45,00

48,00

49,50

38,75

28,56

39,45

38,88

39,45

38,88

50,00

50,00

43,50

19,14

37,50

2,66

3,48

2,53

5,25

14,52

50,00

24,00

5,00

19,00

23,45

Requerimento de Ucenciamento publ. 12103193

Requerimento de Licenciamento publ. 12/03/93

Requerimento de Ucenciamento pub!. 20/12195

Requerimento de Ucenciamento pub!. 20/12/95

Requerimento de Licenciamento publ. 20/12/95

Requerimento de Ucenciamento publ. 20/12/95

Requerimento de Licenciamento publ. 20/12/95

Requerimento de Ucenciamento publ. 20/12/95

Requerimento de Ucenciamento pubL 20/12/95

Requerimento de Ucenciamento publ. 20/12/95

Requerimento de Licenciamento pub!. 20/12/95

Requerimento de Ucenciamento pub!. 20/12/95

Licenciamento 013268-93 DOU 28112/93

Licenciamento 013269-93 DOU 28112193

Requerimento de Licenciamento publ. 24/11/95

Requerimento de Licenciamento pub!. 30/11/95

Requerimento de Ucenciamento publ. 07/12/95

Requerimento de Ucenciamento pub!. 15/12/95

Requerimento de Ucenciamento pub!. 15/12/95 ---------

Alvara de Pesquisa 004252-78 DOU 20107178

Alvara de Pesquisa 004253-78 DOU 20/07178

Licenciamento 020134-79 DOU 25110179

Licenciamento 020622-83 DOU 12108183

Licenciamento 020626-83 DOU 09109183

Licenciamento 001577-90 DOU 05111/90

Licenciamento 020026-92 DOU 20103/92

Requerimento de Licenciamento

Requerimento de Licenciamento publ. 19/07/91

Requerimento de Ucenciamento publ. 24/11/92

Requerimento de Ucenciamento pub/. 23/09/93

Requerimento de Licenciamento publ. 31/05/94

Requerimento de Ucenciamento publ. 29/06/94

Requerimento de Ucenciamento publ. 30/08/94

Requerimento de Licenciamento publ. 20/03/95

Ucen./Req. de Licenciamento prot. 12103193

licen./Req. de licenciamento prot 12/03/93

Ucen.IDocumento Diverso prot. 10109/96

Licen./Req. de Ucenciamento prot 20/12/95

Ucen./Documento Diverse prot. 10/09/96

Licen./Documento Diverso prot. 10109196

Ucen./Documento Diverse prot. 10/09/96

Ucen./Documento Diverse prot. 10/09/96

Licen./Documento Diverse prot 10/09/96

Ucen./Documento Diverse prot. 10/09/96

Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 20/12/95

Ucen./Oocumento Diverse prot. 10/09/96

Ucen./Renov. Licenya Autorizada publ. 05/03/97

Licen./Renov. Ucenc;:a Autorizada pub!. 05/03/97

LicenJLicenciamento Autorizado publ. 18/03/96

Ucen./Ucenciamento Autorizado publ. 18/03/96

Ucen./lndeferimento Publicado 22/04/96

Ucen./Documento Diverse prot.03/04/96

Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 15/12/95

Conc.Lav./Novo Plano Lavra Apres. 13!12/82

Aut.Pesq./Rel. Pesq. Apv. art 30 pub!. 15112181

Ucen./licenciamento Autorizado pub!. 25/10rT9

Licen./Rel. Anual Lavra prot. 30/03/84

Ucen./Oocumento Diverse prot 27/01/88

Licen./Recurso Negado publ. 21107194

Ucen./Rel. Anual Lavra prot. 30/03/93

Corre9ao de 9.01 publ.21107/94

Ucen./Arq. Processo de Ucenc;:a pubt 18/10/96

Licen./Cumprimento Exigencia prot. 01/04/96

Licen./Ucenciamento Autor. pub!. 28/12/93

Ucen./Req. de Licenciamento prot. 31/05/94

Ucen./Pedido Renova<;ao Licen<;a prot. 28108196

Licen./Arq. Processo Ucen9a publ. 09108/96

Licen./Req. de Licenciamento prot. 20103195

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95 826149 18/04/95 Areal Santo Antonio Uda 48,62 Requerimento de Ucenciamento pub!. 18/04/95 Ucen./Req< de Licenciamento prot. 18/04/95

I 95 826273 12/06/95 Ext. Com. de Areia Das llhas Ltda 49,74 Requerimento de Licenciamento pub!. 12/06/95 Ucen./Documento Diverse prot. 19/08/96

95 826274 12/06/95 Ext Com. de Areia Das llhas Ltd a 49,62 Requerimento de Licenciamento publ. 12/06/95 Licen.!Req. de Licenciamento prot. 12/06/95

95826312 28/06/95 Osmar Sansonowski 39,25 Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 28/06/95 Req.Pesq./lndef. art. 21 par.3 RCM publ. 19/01/96

95826318 28/06/95 Osmar Sansonowski 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pubL 28/06/95 Req.Pesq./lndef. art. 21 par.3 RCM publ. 19/01/96

95 826319 28/06/95 Osmar Sansonowski 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pubL 28/06/95 ~eq.Pesq./lndef. art. 21 par.3 RCM publ. 19/01/96 95 826459 23/08/95 Henrique Sell 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 23/08/95 Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96 95 826460 23/08/95 Henrique Sell 50,00 Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08/95 Req.Pesq./Documento Diverso prot. 18/03/96 95 826461 23/08/95 Henrique Sell 50,00 Requerimento de Pesquisa Jncompleto publ. 23/08/95 Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96 95 826462 23/08/95 Henrique Sell 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 23/08/95 Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96 95 826463 23/08/95 Henrique Sell 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 23/08/95 Req.Pesq./Documento Diverse prot. 18/03/96 95 826545 16/10/95 Arnalda Jose Orso 25,35 Requerimento de Pesquisa Incomplete pubL 16/10/95 Req.Pesq./Req. Pesq. lncompl. prot. 16/10/95 95 826602 29/11/95 Julia Purkot Pozolski 21,57 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 29/11/95 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 26/01/96 95 826612 12/12/95 Joao Cel<so Barbosa e Cia Ltd a 50,00 Requerimento de Ucenciamento pubL 12/12/95 Licen./Exigencia Publicada 02/09/96 95 826623 15/12/95 Reinaldo Renata Costa 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 15/12195 Req.Pesq./compl. Req. Pesq. prot. 13/02/96 96 826364 15/01/96 Com. Tranp. Areia Sto Antonio Uda 17,19 Requerimento de Ucenciamento pub!. 16/01/96 Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 16/01/96 96 826402 18/01/96 Mauro Tailor Gerhardt 49,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 18/01/96 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 18/03/96 96 826413 24/01/96 Jose Dinar Orso 36,69 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub!. 24101/96 Req.Pesq./Req. Pesq. lncompl. prot. 24/01196 96 826418 25/01/96 Desiderio Uge Zamben 48,85 Requerimento de Pesquisa lncempleto publ. 25/01/96 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 22/03/96 96 826419 25/01/96 Desiderio Uge Zamben 28,50 Requerimente de Pesquisa Incomplete publ. 25/01/96 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 22/03/96

96 826460 21/02/96 Rui Cesar Sansonewski 49,00 Requerimente de Ucenciamente publ. 21/02/96 Licen./Req. de Ucenciamente prot. 21/02/96

96 826461 21/02/96 Rui Cesar Sansonowski 39,25 Requerimento de Ucenciamento pub!. 21/02/96 Ucen.!Req. de Ucenciamento prot. 21/02/96

96 826464 21/02/96 Rui Cesar Sansonowski 50,00 Requerimento de Ucenciamento pub!. 21/02/96 Ucen./Req. de Ucenciamento prot. 21/02/96

96 826467 21/02/96 Rui Cesar Sansonowski 47,23 Requerimento de Ucenciamento pub!. 21/02/96 Licen./Req. de Licenciamento prot 21/02/96

96 826468 21/02/96 Rui Cesar Sansonowski 48,60 Requerimento de Licenciamento pub!. 21/02/96 Licen./Req. de Licenciamento prot. 21/02/96

96 826469 21/02/96 Rui Cesar Sansonowski 49,60 Requerimente de Ucenciamento pub!. 21/02/96 Ucen./Req. de Ucenciamento prot 21/02/96

96 826471 21/02/96 Rui Cesar Sansonowski 48,00 Requerimento de Ucenciamento pub!. 21/02/96 Licen./Req. de Ucenciamento prot. 21/02/96

96 826750 24/07/96 Reinaldo Renata Costa 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete pub\. 24/07/96 Req.Pesq./Compl. Req. Pesq. prot. 30/08/96

96 826757 29/07/96 Edna Maria Gomes Filho 25,00 Requerimento de Pesquisa lncompletp publ. 29/07/96 Req.Pesq./Req. Pesq. lncompl. prot. 29/07/96

96 826799 23/08/96 Manuel Lopez Piche! 49,00 Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 23/08/96 Req./Pesq./Compl. req. Pesq. prot. 30/09/96

96 826800 23/08/96 Manuel Lopez Piche! 49,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 23/08/96 Req./Pesq./Compl. req. Pesq. prot. 30/09/96

96 826801 23/08/96 Manuel Lopez Piche! 50,00 Requerimento de Pesquisa Incomplete publ. 23/08/96 Req./Pesq./Compl. req. Pesq. prot. 30/09/96

97 826024 14/01/9'/ Desiderio Ugo Zambon 48,00 Requerimento de Pesquisa lncompleto publ. 14/01/97 Req.Pesq./Req. Pesq. lncompl. prot. 14/01/97

97 826034 27/01/97 Area! Portela Ltda 34,00 requerimento de Ucenciamento publ. 27/01/97 Licen./Req. de Ucenciamento prot. 27/01/97

5686,12

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Anexo B

Questiom!Jrio aplicado as empresas de extra~ao de areia da

Grande Curitiba- entrevista pessoa/ (Sanchez Navarrete, 1996)

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QUESTIONARIO APLICADO As EMPRESAS DE MINERACAO

Data de Preenchimento: __ /_/ __

A) INFORMAC0ES SOBRE A EMPRESA

1. Nome da Empresa: ---------------------

2. Nome do Empresario: --------------------

3. Endereco do Empreendimento: -----------------

4. Cidade: -------------------------Observacao: _______________________ _

5. Tempo de Funcionamento da Empresa:

( ) 0-5 anos ( ) 6-10 anos ( ) 11-15 anos

( ) 15-20 anos ( ) 20-25 anos ( ) mais de 26 anos

Observacao: _______________________________ _

6. Regime

( ) Licenciamento

( ) Autorizacao de Pesquisa

( ) Concessao de Lavra

( ) Outro

7. Situacao no 6rgao Ambiental

( ) Licenca Previa

( ) Licenca de Operacao

8. Area Requerida e Area Explorada:

Observacao (data, prazo, etc)

Observa~rao (data, prazo, etc)

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9. NOmero de Empregados

B) INFORMA~OES SOBRE A PRODU~AO

10. Qual a Produ~ao Mensal de Areia:

( )Ate 500m3 ( ) de 500 a 1000 m3

( ) De 2000 a 4000 m3 ( ) De 4000 a 10000 m3

11. Esta Produ~ao e em Fun~ao de:

( ) Encomenda ( ) Manter Estoque

C) MERCADO

12. Qual o Pre~o do Produto:

13. Qual a ReferE!ncia de Fixa~ao de Pre~o

( ) de 1000 a 2000 m3

( ) acima de 1 0000 m3

( )Ambos

( ) Pre~o de Mercado

( ) Acordo Entre Produtores

( ) analise de Custos

( ) Outros

14. Qual o Volume Vendido Mensalmente

15. Quem Sao Seus Principais Consumidores

( ) Poder Publico ( ) Construtoras ( ) Concreteira

( ) Dep6sitos ( ) Pequenos Consumidores ( ) Outros

16. Transporte

( } Pr6prio ( ) Transportadora ( ) Dep6sito ( ) Outros

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Anexo C

Questiomirio aplicado as empresas de extra~ao de areia da

Grande Curitiba- entrevista impessoal (Ruiz & Neves, 1990)

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Data de preenchirnento:

A) informa;;:oes gerais sobre a empresa

1. Nome da Empresa (razao social) e nome dos titu!ares

2. Endere;;:o para correspond€mcia

3. Nome do entrevistado e cargo que ocupa

B) Caracter!sticas do empreendimento

4. Localiza;;:ao do empreendimento

5. Bens minerais explorados e reserva

6. Regime de aproveitamento e situa;;:ao legal das areas tituiadas

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7. Area requerida e area expiorada {propria elou arrendada)

C) Caracterizac,;ao da iavra

8. Expiicita~ao do metodo !avra

9. Produ~ao atual mensa! ou media mensal

D) Caracteriza<;;iio beneficiamento

10. Que tipo de beneficiamento e empregado?

11. Qual foi a produ~ao dos anos anteriores?

E) Mercado

12. Qual o pre~o do produto, na boca da mina, e postos de distribuic,;ao? a

referenda de flxa.;;ao de pre.;;o?

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14. Composi,;:ao custos(%)

Lavra: ________________________________________________________ ___

Administra,;:ao: -----------------------------------------------

Outros: _______________________________________________________ __

Margemdelucro: ____________________________________________________ _

16. Quais as tendencias em rela<;ao a demanda e a oferta do

Metropo!itana de Curitiba?

17. A empresa tern problemas relacionados como

18. Quais sao os principais consumidores, de uua'~

quantidades vendidas para cada urn Cleles

loca!idades e

na Regiao

,... ' vomoe

as

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19. Qual a participa~ao em porcentagem, do setor publico e do setor r.n'""n" no

consumo de seus produtos?

20. A empresa enfrenta algum problema relacionado com o meio ~n,hll~~·•~.? "IU<llS

as possiveis solu<;oes? Existem pianos para a recupera~ao

{loteamentos; reflorestamentos; areas de

urbanas; areas agrico!as; barragens; etc?

----------··--"~·-------------------

F) Mao-de-obra

21. Qual o numero de empregados por setor?

r ::~~nfstmtivoT~-~~:-Mi~~~{~-e~~~~~re-~:~~~:;)~P ~-r~c:n;v:mc~. ··f~_r~i~-- --j I ~--------·--+----·------r··--··----·-·--·-1----·-·;---·---·---·-• Lavra e benef. I I i i ' ,

,L _ ~--------1···· - -! _________ ) _________ -f----------~ 1 Manuten~ao 1 i 1 I i i ·-~--~-----------L ___________ ~---------_j ___________________ , _____ . __ \ ____ ~------~-----L---"-------------.1

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Anexo D

Documenta~ao necessaria para o requerimento de

Licenciamento Ambiental junto ao lnstituto Ambiental do

Parana e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba

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GOV- RNO DO ESTADO GOVERNO DO ESTADO DO !'AKANA

.~ PA~?ANA

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO M'IBIENTA~ DO PARANA

EMPREENDIMENTOS Mll'<ER~IOS

Art. 14° Os pedid:'s cmpreendimentos minen1rios estao condicionad Js licen9a a apresenta9ao dos seguintes documentm:

I - Licens:a Previa

a) Requerimento:

de Jicenciamento de segundo a modalidade da

b) Cadastro de Em preen dime 1tos Minenirios; c) Prova de publicayiiO de sumula do pedido em peri6dico

de circulayao regional e no Diario Oficial co Estado, conforme modelo aprovado pela Resolus;ao 006/86 - CONAMA;

d) Comprovante de recolhim ~nto de taxa ambiental (GR-2) de acordo com a Tabela Ida Lei Estaduall0.23:: de 28 de dezembro de 1992, utilizando-se como base de calculo, 0 investimcnto total do empreendimento em UPF/PR;

e) Anuencia do Municipio eu relayilo ao empreendimento, dcclarando a incxistcncia de ()hiccs quanto a lei do nso do solo urhano do Municipio;

f) Mapa ou croqui de localizayilo e situayao do • empreendimento, em escala adequada a visualizayiio

• ' . '

SUMUlA DE PEDIDO DE LICSN(:A PREVIA

A nome da entidade solicitante - SIGLA . toma publico que requereu ao lAP, Licen<;:a Previa para esh:dos de instala<;:ao do (a) tipo do empreendimento a ser mplantado {a) na rua , avenida, praca, etc. , no ___ , bairro _ ___, Municipio , Estado do Paran:i.

Ruo Engenheiro Rebou,as, 1; 'iiiilr (041) 322-6163· Fax: (041) 222-2! CEP 80.215-100 • Curihbo • fbn

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-~ PARANA

EMPREENDIMENTOS MINER.\RIOS

II - Licen~a de Opera~ao

a) Requerimento;

0VVti'I:NV UV t.:;.IF.LYJ • .. --"~ ~

SECRETARIA DE EST1 DO MEIO AMBIENT INSTITUTO Af.ABIENTA~ DC P

b) Cadastro de Empreendimentos Minerarios c) Copia da Licenya anterior d) Prova de publicayaO de sumula do pedido em periodico

de circulayao regional e no Diario Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resoluyao 006/86 - CONAMA;

e) Comprovante de recolhimento de taxa ambiental (GR-2) de acordo com a Tabela I e III da Lei Estadual 10.233 de 28 de dezembro de 1992, utilizando-se como base de calculo 0 investimento total do empreendimento em UPF-PR. no caso da Tabela I;

f) Alvara de Funcionamento do empreendimento, expedido pelo Municipio;

g) Mapa ou croqui de localizayao e situayao do empreendimento, em escala adequada a visualizayao;

h) Matricula atualizada (ate 90 dias) no Cart6rio de Registo de Imoveis;

i) Contrato Social; j) Anuencia do superficiario em caso de atividade em area

de terceiros: k) Alvara de pesquisa expedido pelo DNPMIMME; I) Projeto Am hi ental (em apenso) elaborado segundo as

Normas vigentes; . .

m) T ermo de Responsabilidade quanto a execuyao do contido no Projeto Ambiental apresentado, devidamente firmado e averbado no Cart6rio de Registro de Im6veis.

SUMUL\ DE PEDIDO DE LICEN<;A DE OPERA<;A.O

A nome da entidade - SIGLA , torna publico que requereu ao LJU', Licen~a de Operayao para tipo do empreendimento implantado (a) na Rua . avenida , pra~a , etc. , no . bairro ,M,_,_"'uru"""·c:uim,_,·o"-----Estado do Parana.

'1. Ruo Engenheiro Rebouc;:o

':a' (041 1 322-6163 • Fax. i041 : CEP80.215-100 , Cun•bc ,

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SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE INSTiTUTO NAS!ENTAL DO PARAN/,

EMPREENDIMENTOS MINERt\.RIOS

III - Renova~ao da Ucen~a de Opera~ao

a) Requerimento; b) Cadastro de Empreendimentos Minenirios c) C6pia da Licens;a anterior; d) Prova de publicas;ao de sumula do pedido em peri6dico

de circulas;iio regional e no Diario Oficial do Estado. conforme modelo aprovado pela Resolus;iio 006/86 - CONAMA;

e) Comprovante de recolhimento de taxa ambiental (GR-2) de acordo com a Tabela Ida Lei Estadual 10.233 de 28 de dezembro de 1992, utilizando-se como base de calculo, o investimento total do empreendimento e UPFIPR;

f) Relat6rios peri6dicos dos trabalhos de recuperas;ao e controle ambiental desenvolvidos segundo projeto aprovado.

SUMULA DE PEDIDO DE RENOVA<;:AO DE LICEN<;:A DE OPERI\(:AO

A nome da entidade solicitante - SIGLA , torna pUblico que requereu ao IAP, Renovayao de Licenya de Operayao para tipo do ernpreendirnento , irnplantado (a) na Rua

, Avenida . praca , etc. n° __ . Bairro . Municipio , Estado

do Parana.

Kuo En er-;he,": Kebou~as, 12

~ 1041 322-616:: • FJ.x !'()41: 222-28

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limo. Sr Dlreror-Presidente do lnst:!tuto Arnbiental do Parana - lAP CIU1tloa- h.

vern mui respeitosamente a presenya de V. ~ .• requerer expediyao de licenya -----------­conforme elementos constantes das info~ cadastradas e documentos em IIIli!XO.

Declara, outrossim, que conhece a legisl•.,So ambiental e demais normas pe:rtinentes e compromete-se a respeit&-las. ISe!ltando de qumsquer responsabilidad o lnstltuto Amo1ental do Parana- lAP.

N. Termos Pede Deferimento

--------.de _______ de 19_

wUiri& reqwsiiii iDCiiitriii ou empoeeDOidOi

Docmnentos recebidos e conferidos por --------------

Escntono Re,;onal de -------------------

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GOVERNO DO ESTAOO

EST ADO DO PARANA ~ 4 t SECRET ARIA DE EST ADO DO ME!O AMBlENTE

PARAN~ INSTJTUTO AMBlENTAL DO PARANA

CADASTRO DE EMPREENDIMENTOS MINERARIOS - CEM 1 - Razi.io social i

' 2 - Endere<;:o para contato 13 -Ba!rro/Distr!to 14 Municlp!O

5 - Nome para c:ontato 16 Caruo 17 Telex/Fax 18 - Teiefone 9- CEP ' ------- "''"·---· ---- I

10- Enderer;:o do empreendimento 111 - Ba1rro/Distrito

-I 17 Mo!nidl"'' I, ' Ul' I , , !In•·"' l>"h<>tl' .ll,.,n T' t..uq. '' "'·"!'!"'

i 16 - SubsHincia 117 - N~ DNPM 118 -Area autorizada pelo DNPM (pol1gonal1

I 19 - Tipo de lavra ~20 - Area da lavra (ha) \ 2i -Area construida (m 2 1 ' ' I 22 • Atividade: 0 Lavra 0 lavra e benefic1amento 0 Ampiiayi.io e/ou reform a

0 Outros (especificar):

23- Licenya: 0 Previa 0 lnstalayilo 0 Opcrayi.io 0 Renovac;.1o ii

24- Agua utilizada (se for de fonte natural, requerer outorga) !

Origem: Consumo previsto (m 3 /dia) potilvel: lndustriai: ' 25 - DESPEJOS LiOU!DOS i

',

Oh!GEM DO OESPEJO Quantidade estimada (m~/dia) Tratamento D1sposir;:ilo final I OOMEST!CO

I (Sanitilrio)

INDUSTRIAL ' (Especificar)

26 - RELA<;;AD DOS PRODUTOS !

Denominar todo produto final, subproduto eo rejcito obtido do processo de mineravilo e beneficiamento Q"octidodo moe,;,; I mcid1a (kg. ton, m:'. L etc.)

27- COMBUSTiVE!$ UTILIZAOOS

T!PO EOUIPAMENTO CONSUMO DJARIO UNIDADE

' Considorar todas as m<iquinas e equipamentos. lndicar o tipo de combustive! utilizado para que1ma (Oleo A -alto tear de enxofrc; B- baixo I teor de enxofre; diesel; ilJcool; GLP; gas natural; coque; lenha, outro - especificar).

I

I

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,-----------------------------28 Descric5o sumilria do processo de lavra e beneficiamonto

29- Descriy5o sum<lria da cobertura vegotal/llorestal (i\rea rocoberta, t1po e estilgio de desenvolvimento, etc.):

30 - Croquis da situar;;i'io

OBS.: lnformar daramente a !ocalizay.3o dos rios mais pr6ximos, fontes, minas, pontes de lanyamento ou poluiy5o, depOsitos de estCreis, lagoas de estabilizayi'io, etc. Citar vias de acesso.

31 - Roteito de acesso a area:

32 -lnfocm" e oxis!Onoie de petrimonio ospeleol6gioo loav'ledes naMais subtNc;neas, gcut.,, oevom.,, oo!ines, sumidoucos, ""ucgoncias, oto.lol

33- Previsao de n° de iuncioruirios do empreend!mento: 34- lnvestimento total do empreendimento (em UPF/PRJ:

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' ESTAOO DO PARANA SECRET~RI~ D~ ~STADO DO ~!EI: AMBIENTE lAP - [NS7:~UTG AMBIEN7A~ SC PARAN~

Instruc.3.o oara oreencnimento oo Cadas::ro ce :=:::mreenolmentos i~iner3:-los - ,:El<.

r- Raz~o Socia1 aa emoresa ou nome do solicitante

2- Logradouro e n~mero ao escrit6rio ou resid~ncia do reauerente oara eventuais conta tos

3- Bairro onde se loca1iza o cantata

4- Municioio onde se localiza o cantata

:;- Resoons.3vei pelos cantatas e inforrna~Oes eventuais, entre o lAP eo so1ici-tante

6- Cargo do responsavel pe]os contatos com o lAP ,_ Esoecificar o n~mero, se houver

8- Especificar o nGmero antecedido pelo c6digo DOD

9- C6digo de Endere~amento Postal segundo a EBCT

10- Local onde efet1vamen1.e ~e processa a extrac~o m1neral

11- Referir-se 5 localidade citada no item anterior 12- Municipio onde se processa a extra~5o mineral

13- Codigo de Endere~amento Postal (EBCT) do local do emoreendimento 14- Bacia hidrografica da qual pertence o curso d 1 i:igua que drena a 3rea do em-

preendimento

15- Curso d 1agua oue drena a drea

16- Substancia(s) mineral (is) pr,etendida(s) para extra~ao

17- Nlimerc do processo reoistrado no ~iin. das t1inas e Energia/Deoartamento Na­cionaJ da Producao Mineral(MME/DNPM)

18- Suoerffcie em metros ouadrados, autorizada oelo DNPM, para oesauisa ou 1a­vra; area total da po1igona1

19- i'l.etodo a ser utilizado oara extracao do bem mineral pretendido (ex: iavra subterranea, lavra ace~ aberto, dragagem em cavas, dragagem em leito de rio, etc)

20- Suoerf1cie do terrene em hectares oue efetivamente sera util izadc., tanto no processo de 1 avra, como ocupada pe 1 a i nfraestrutura operaci ana J do emoreen­dimento (frente de 1 avra + patio de manoora + escri torios + unidade de bene­ficiamento + pi1has de rejei~o + bota-fora + estoque +etc)

21- Suoerffcie ocupada oelas benfeitorias aue oorventura existam ou venham a ser construfdas em fun~~o da atividade (escrit6rios, ~avaaor, oritaaor, estraaas, barragens, garagens, etc)

22- Preencner os ouadros conforme as a ti vi dades cesenvo J vi das no 1 oca l

23- Preencher de acordo com a(s) licen~a(s) oue j2 oossui o empreenclfi'lento

24- Origem da agua utilizada para o suprimen~o das necessidades dom§s:icas/hu­manas e industrial, e seu respectivo consumo diario

25- Estimar o volume diB:rio, a fonna de tratamento se houver, e a disposi.;:ao final ou forma de lan~amento dos efluentes gerados na area do empreendimen­to,

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' EST ADO 0 PARANA (cont.,~

ae acorao com sJa origem (dom§s:ico ou inaus:ria1)

26- Relacionar o tiJO e a auantidade ae toaos as orodutos. suoorocuros e outros materials geraocs no orocesso ae extra~~o (ex: ~1n§rio. rejeit:, est§ril . etc)

27- Re1acionar a natureza do combus~~ve1 utilizaao. otioo de eouioamento usaac no orocesso, seu consumo di3rio de comoustlvel e o numero oe eou1oamentos previstos oara ooerar no e.moreenoimento

28- Descrever susc1ntamenre a metodologia uti1izaaa r.o processo ae extra~ao ao bern mineral

29- Descrever a tipo1ogia florestal, passive1 ou n3o de corte, existente em to­da area ao emoreenaimento

Croaui o mais aeta1hado possivel, no sentido de permitir o acesso a area ao empreenaimento

31- Descrever a maneira como se pode acessar a area do emJreendimentc, constan­do inclusive as aist~ncias entre pontos de referenc1a

32- Citar a exist~ncia de cavernas, qrutas e similares, referindo sua 1oca1iza­~ao em reia~ao ao empreena1rnento.

33- Citar o n~mero de funcion~rios quando o empreendimento estiver funcionando "J plena carga"

34- Citar o investimento total a ser efetivado, considerado pelo somat6rio do investimento fixo mais o caoital de giro para a execu~io da atividade

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EST ADO DO PARANA

\ \ f \ r \ :<. -\ c .-\

PLA~O UG (~O~TROLE ~~lBIE\TAL PCA --------· _"_._

~'TER;-.10 DF RFFER[\CL-\''

For·ma c.ie aoresentt:~C<3.tJ:

\]ater·ial fotograiico i.J.ustr~tivo uriginill em pelo menos 02(duasl

vtas.

Documentac~o r·eierente ao licenciamento em apenso. componoo o

procedimento ad~ministrativo.

Devera cunstar a gula de r·ecolhiment.o da. :\RT !Unto ~

au CREA. r·e-

ferente a execu~ao do pvojetr> ambiental.

- 0 projeto devera ser elaborado par urn tecnico com formacao pro-

t'i.ss.ional na ar·ea do me-1c r'isi.co (geologo ou Eng:? de :\linas) c

IJutr(J na area do meicl biol6gico Eng2 \gronorno. Eng~ Florestal

ou l3iologo I.

clever~ l f'ffiJ(l() peJo llt:Jlar ou r·epresent ante le-

~aJ do empreendi.ment o. ;; l ern <los t ecni cos elaboru.dor·es.

Devera ser· f ir·mado !." junt acio ao pro.}et.o. '1 Termo cie Compromisso

de Cumprirr:.ent o Jo Planc)~ 1 •

Espec·ia]_ ~tencac> cievp ser· clispendid~ quant(J il est-rLrtura grama~l-

cal utilize1da na. elabor·aC.-Jo do rroieto. -\ 1in:ruage!!'. de>/(~ sec ()t)

jetiva. c:oncisa. clara c c·orret~. deven do--se eviTar· divagacoes.

r·epetl·coes ,_, ~~v-ce··c· ·J· ·e ,,,. '· t.Jll.1.,'.zaca-c' cJ·o.c \"""rbos. n_uan-. . ...:. c. _.__ - - .s .s ) c c c-: x: - m p _;._ .s . - -J '-

t" 0 :J t" leX,} U . cJ e \' C \" :.11 C r - _-, C ci () rn 0 ci 0 _l n d i C J t j_ \' U ; nUnC a C 0 SUb j U n t i -

\'0.

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SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE PESQUISA E MONITORAMENTO

1. Documenta~~o para solicita~~o de Guia Azul \PMC) 1.1 Requel-imentcl padr~o l E? Ca1-t~o clo CGC/i~F, clentl'"CJ da validade

Fc1toc6pia do tal~o de IPTU e/oL\ GL!ia de JJ6gamen·to dcJ ITR :i. " ,,;)

1 (.+ Fo·to1:6pia do C.F.E~M~( er1sa~~o :··1nancel1··a pel2 E:·:~:Jlor··a-

~~o de Recursos Millerais/DNPM). ln5 Certid~o do Registro de :[nl6veis Ol~ Fotoc6pia autenticada

dc1 Registl-o da 61-ea!, corn data m~)<im0 de e:<pedj.~~o de 3(1 cl" J. .6 AutcJr~:i.·za.c;.~~o do(s:)) pr·opr:i.E~tc~r·i.cl(~;) !I c,;~·1T1 c::;;;\s:,o Ci\~·:: ,;:·~r1·E·.;nc:ic::\rnE~·n·t:o

OLJ cess~o de uso, com firrna(s) reconhecida(s)" 1.7 Fotoc6pia(s) autenticadals) do Contrato Social

a].tera~~o contrati.Jal.

2. Tramita~~o do processo na SMMA <MAPM-5l 2~l Cac:lr;~st.ro

E~. a ") ,...\ (:.,. ,;,;

Em jrea de Af~A do lgua~Ll: an~lise 2G, retornando ao MA~~11 5 F'l-ova de domJ.nio da jrea requer·ida e doc\Jmenta~~o do pro­cesso~ an6lise do NA~J-·SM~IA, retorr1ando ao MAP11-·5~

2"~· Solicita~~o de docLimenta~~o complemental- ao i.nteressado~ Planta de situa~~o F'lanta de detalhe ART del t&cnico habilitado

2.5 An~lise do MAF'M-4~ retornando MAF'M-·5 2.6 Vistoria da jrea 2n7 Solicita~~o do Plano de Lavra e Recupera~~o Ambi.ental e

das ARTs do t~cnicos habilitados, em tr~s (03) vias. 2~8 An~lise e parecer do PLRA: MAPM-5~ MAF'I~-~·~ 2 G 2.9 Termo de responsabilidade (ern ane:~o), em tr~s vias, regis-

trado em Cart6rio. 2~11:1 E}:pedi;~o de Licen~a Ambiental 2~11 Libe1-a~~o do Alvar6 !pela SMMA} 2~12 Retol-no au MAPM-5~ para acompanhamento cic) PLRA"

3. Area fora do limite de'APA: analise do MAPM-4 e MAPM-5,

poder~ ser isenta mediante Termo de

de PLRA, 2.pos Compromisso ..

= DOCUMENTOS NECESSARIOS PARA ABERTURA DE PROCESSO DE ALVARA DE LICEN~A DO RAMO DE EXTRA~~O DE AREIA

DE LIBERA~f'!O

E/OU ARGILA = 1 Requerimento ~ SMI~A.

2 Consult~ azL.tl apl-ovada pela SMU. 3 FcltCJC6pia(s) 2Litenti~~da(s) do c:ontrato [;ocial e da 0:ltims

al·tera~~o contratual + CGC/MF no pra~tl de validade. 4 Fotoc6pia autenticad0 d;J F~egi.stl-o de Irn6veis~atLjalizado

5 Fotoc6pia do ·tal~o do IF'Tl.J OLJ da Guia de pagamento ITR(I~i

CRAI + C.F.E.M./DNPM 6 Planta topogr~fica da ~rea total car11 deli.mi.ta~~o da jrea de

e~:tr·a~~CJ soli.ci·tada~· cclTltet1dc:J: coni:l'CJT'I'tar·ttes. acessc. amal-r- ,:1 c;: ~1: u ci c:· p c:; n t o ;,:; c n irl I'" ( :· ~::. p c; c: t. i v i::t ~::; m c· t. Y" a q C:·: n ~::; :' c:· s; ·~·.: f ,.::\ d <0. ~::; ,, ~-· .1. \.) ~::; "

E·:tc, 7 ""' P1ut.nr· i.::: ,;;1(; ~~c1 c:l (J ( ::,) p r c~r:::. i ... :i. r-:~-t:. (·:~ r :l. D ( ~:;) , E~~·rn ;:: ;,·:\ s;cJ ci \·:·:'· E:\ r .. r· f~·:nci i~\ril(·::-•n t D

o u c (·:::: ~::; '0 Z;; c! d ~-::·:· u s:> c ,1 ( : o rn ;:,\ ~::; ~:;; .i. n ,~\ t.: u r· ,::1 ( ~::; ) r C.1 c C.! n i"l c.' c i. ci d ( ~~·; ;

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