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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁFACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E MEDICINA LEGALMESTRADO EM PATOLOGIA
ROSÂNGELA PINHEIRO GONÇALVES MACHADO
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LLC DO AMBULATÓRIO DO HUWC/HEMOCE: CORRELAÇÃO COM MARCADORES BIOLÓGICOS DE
PROGNÓSTICO
FORTALEZA2009
1
ROSÂNGELA PINHEIRO GONÇALVES MACHADO
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LLC DO AMBULATÓRIO DO HUWC/HEMOCE: CORRELAÇÃO COM MARCADORES BIOLÓGICOS DE
PROGNÓSTICO
Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Curso de Pós-Graduação em Patologia, como requisito para obtenção do título de mestre em Patologia.
Orientador: Dr. José Ajax Nogueira Queiroz Co-orientador: Dr. Ronald Feitosa Pinheiro
FORTALEZA 2009
2
M133p Machado, Rosangela Pinheiro Gonçalves Perfil clínico dos pacientes com LLC do ambulatório do
HUWC/HEMOCE: correlação com marcadores biológicos de prognóstico. / Rosângela Pinheiro Gonçalves Machado. – Fortaleza, 2009.
98f. : il.
Orientador: Prof. Dr. José Ajax Nogueira Queiroz. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará. Curso de Pós-
Graduação em Patologia, Fortaleza-Ce, 2009.
1. Estadiamento de Neoplasias. 2. Leucemia Linfocítica Crônica de Célula B. 3. Diagnóstico clínico. 4. Prognóstico. I. Queiroz, José Ajax Nogueira (Orient.) II. Título.
CDD T616.99419
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ROSÂNGELA PINHEIRO GONÇALVES MACHADO
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LLC DO AMBULATÓRIO DO HUWC/HEMOCE: CORRELAÇÃO COM MARCADORES BIOLÓGICOS DE PROGNÓSTICO
Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Curso de Pós-Graduação em Patologia, como requisito para obtenção do título de mestre em Patologia
Aprovado em: _____/_____/ 2009
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________Dr. José Ajax Nogueira Queiroz (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________________Prof. Dr. Yuri Vasconcelos Pinheiro
Instituto Goiano de Hematologia-INGOH
________________________________________________Dr. Francisco Dário Rocha Filho
Universidade Federal do Ceará-UFC
________________________________________________Dr. Herivaldo Ferreira da Silva
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará – HEMOCE
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A Deus, fonte de vida, amor e sabedoria que ajuda-me nos trabalhos e faz frutificar meus esforços.
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AGRADECIMENTOS
Obrigada ao bom Deus, onipotente, onipresente, onisciente que mantem o bem que por mim iniciou.
Obrigada ao Prof. Dr. José Ajax Nogueira Queiroz meu orientador, pela sua força, determinação, competência e, principalmente, amizade. Uma pessoa rica não só em conhecimentos, mas também como ser humano de beleza interior inquestionável.
Obrigada ao Prof. Dr. Ronald Feitosa Pinheiro, meu co-orientador, por toda a ajuda, gratuidade, disponibilidade e conhecimentos que me ofereceu. Você foi essencial pelo sucesso do trabalho.
Obrigada a minha irmã Prof. Dra. Romélia Pinheiro Gonçalves Lemes pelo incentivo, amor, companheirismo e participação em todo o processo deste trabalho, tornando-se uma colaboradora fundamental.
Obrigada à Coordenação do Mestrado em Patologia pelo esforço em ajudar a todos os mestrandos. Parabenizo este curso pelos novos empreendimentos os quais resultarão em grandes conquistas.
Obrigada à Dra. Luciana Maria de Barros Carlos, Diretora do HEMOCE, pela amizade e disponibilização da estrutura dessa instituição para o desenvolvimento da pesquisa, e a todos os seus funcionários que colaboraram.
Obrigada à Profa. Dra. Silvia Maria Meira Magalhães, Chefe do Serviço de Hematologia do HUWC, pelo seu profissionalismo e apoio logístico através do ambulatório, à equipe que assiste aos pacientes e aos serviços vinculados.
Obrigada a todos dos Laboratórios: de Citogenética Clássica e Molecular, de Marcadores Celulares, de Citologia, de Hematologia e do LARP pela participação e conhecimentos compartilhados.
Obrigada à Gabriela, Juliana, Thiago Dias e José Barbosa pela valiosa colaboração.
Obrigada à Paula, secretária do mestrado, Gabriela e Juliana pelo apoio e amizade.
Obrigada aos pacientes participantes da pesquisa pela confiança e colaboração.
Agradeço às pessoas que direta e indiretamente colaboraram para o êxito desse estudo.
Obrigada aos meus pais, esposo, filhos, irmãos e à minha família pelo amor, apoio e renúncia da minha presença nesse período e durante toda minha caminhada. Vocês são a alegria maior da minha vida.
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“As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam”.
Bernard Shaw
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RESUMO
Introdução: A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é uma neoplasia caracterizada pela proliferação clonal de linfócitos de aspecto maduro. Apresenta curso clínico e prognóstico heterogêneo. Rai e Binet criaram sistemas de prognósticos clínicos que classificam a LLC em baixo, intermediário e alto risco. Surgiram os marcadores biológicos de prognóstico que aumentaram o poder preditivo na LLC. Objetivo:Caracterizar os marcadores clínicos e biológicos de pognóstico dos pacientes com LLC do ambulatório do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC)/Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará/HEMOCE. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e observacional com 43 pacientes portadores de LLC, recrutados de forma randomisada, no período de agosto de 2007 a Junho de 2009. Foram coletados dos pacientes dados nos prontuários, entrevista e três amostras com 5,0 ml de sangue venoso periférico em ácido etilenodiaminotetraacético (EDTA) para o hemograma, por metodologia automatizada no equipamento CellDyn®, modelo 3.500; dosagem da ß2-microglobulina (ß2-M) sérica pelo teste quantitativo automatizado no aparelho MINI- VIDAS (BioMérieux®) e imunofenotipagem em citômetro de fluxo Beckman Coulter® EPICS XL-MCL (Coulter). Em seguida, foi coletado pelapunção da medula óssea o aspirado para o mielograma e 4 a 5 ml, em 2 ml de heparina, para a avaliação citogenética por banda–G. A análise dos dados foi realizada utilizando os programas estatísticos Biostat 4.0 e GraphPad Prism (versão 5.0), o teste Coeficiente de Phi e o teste Coeficiente de Contingencia C. Os testes de Fisher e Qui-quadrado com índice de significância α = 5%. Kaplan-Meier para função de sobrevivência e o teste log rank. Os resultados foram gerados usando o software livre R, versão 2.7. Resultados: Os pacientes (74,42%) tinham idade acima de 60 anos; 58,14% homens e 41,86% mulheres; a maioria (32,56%) trabalhava na agricultura; pardos (74,42%), procedentes da capital (53,49%); história familiar de LLC desconhecida (46,51%); sintomáticos ao diagnóstico (53,49%); com comorbidades (hipertenção arterial e Diabetes Melitus) (51,16%); estágio 0 (34,89%), I e II (51,16%), III e IV (13,95%) de Rai; A (44,19%), B (44,19%) e C (11,62%) de Binet ; tempo de duplicação linfocitára (TDL) ausente (81,40%); biópsia da medula óssea com padrão não difuso (57,14%); a desidrogenase láctica (LDH) normal (83,72%), avaliados ao diagnóstico.Os exames obtidos durante a evolução dos pacientes revelaram um perfil imunofenotípico clássico de LLC- B, com expressão de CD5+, CD19+, CD23+ e imunoglobulina de superfície de baixa expressão; a maioria com Zap-70 negativa (77,50%); expressão de CD38 negativa (73,81%); ß2-M aumentada (55,81%); cariótipo normal (44,4%) e alterações genéticas em 11, 11% pela citogenética clássica. As curvas de sobrevidas dos pacientes com Zap-70 e CD38 negativos apresentaram maior tempo de sobrevida livre de tratamento. Conclusão:Os pacientes avaliados eram idosos, com tendêndia ao diagnostico tardio decorrente do contexto socioeconômico; apresentaram LLC indolente, pelos critérios de estadiamentos clássicos (Rai, Binet, TDL, padrão da histologia da medula óssea, LDH) e biológicos (as expressões da Zap-70 e CD38), exceção à ß2-M, porém, sem significância. Aqueles com Zap-70 e CD38 negativos apresentaram maior sobrevida livre de tratamento. Pacientes do sexo masculino apresentaram evolução e prognóstico semelhantes ao feminino. O tratamento prevalente foi clorambucil associado à prednisona e não levou os pacientes à remissão clínica ou hematológica. Os marcadores de prognósticos tenderam à correlação na identificação dos pacientes dentro dos subgrupos de riscos.
Palavras-chave: Leucemia Linfocítica Crônica de Células B. Diagnóstico clínico. Estadiamento de Neoplasias. Prognóstico.
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ABSTRACT
Introduction: Chronic lymphocytic leukemia (CLL) is a neoplasm characterized by clonal proliferation of lymphocytes of mature appearance. Clinically and prognostic heterogeneous. Rai and Binet established clinical prognostic systems that classify LLC in low, intermediate and high risk. Soon, the biological markers of prognosis that increased the predictive power of the LLC. Objective: To characterize the clinical and biological markers of pognóstico of patients with CLL the outpatient department of a university hospital (HUWC) / Center for Hematology and Hemotherapy Ceará / HEMOCE). Methodology: This is a retrospective, cross-sectional and observational 43 patients LLC, recruited so randomisation, from August 2007 to June 2009. We collected patient data from medical records, interview and three samples with 5.0 ml of peripheral venous blood in ethylenediaminetetraacetic acid (EDTA) for blood, for automated methodology CellDyn ® equipment, model 3500, measurement of ß2-microglobulin (ß2 - M) serum by automated quantitative test on the device MINI-VIDAS (BioMérieux ®) and immunophenotyping on flow cytometry Beckman Coulter ® EPICS XL-MCL (Coulter). Then collect the puncture of bone marrow aspirate and bone marrow examination for 4 to 5 ml in 2 ml of heparin for cytogenetic evaluation by Banda - G. Data analysis was performed using the statistical programs Biostat 4.0 and GraphPad Prism (version 5.00), the Phi coefficient test and the test coefficient Contingency C. The Fisher and chi-square test with significance level α = 5%. Kaplan-Meier survival function and log rank test. The results were generated using the free software R, version 2.7. Results: The patients (74.42%) were aged over 60 years, 58.14% 41.86% men and women, the majority (32.56%) worked in agriculture; brown (74.42%), coming the capital (53.49%), family history of unknown LLC (46.51%), symptomatic at diagnosis (53.49%), with comorbidity (arterial hypertension and Diabetes Mellitus) (51.16%), stage 0 ( 34.89%), I and II (51.16%), III and IV (13.95%) Rai, A (44.19%), B (44.19%) and C (11.62%) of Binet, lymphocyte doubling time (SRT) absent (81.40%), bone marrow biopsy with non-diffuse pattern (57.14%), lactate dehydrogenase (LDH) normal (83.72%), valued at diagnosis. The tests obtained during the course of the patients showed an immunophenotypic profile of classic B-CLL with expression of CD5 +, CD19 +, CD23 + surface immunoglobulin and low-expression, most with Zap-70 negative (77.50%); expression CD38 negative (73.81%), beta-2 microglobulin increased (55.81%), normal karyotype (44.4%) and genetic alterations in 11, 11% by classical cytogenetics. Survival curves of patients with Zap-70 negative and CD38 showed longer survival free of treatment. Conclusion: The patients studied were elderly, to encourage improve with late diagnosis due to the socioeconomic context, LLC indolent presented by classical staging criteria (Rai, Binet, TDL, standard bone marrow histology, LDH) and biological (the expression of Zap -70 and CD38), except for beta-2 microglobulin, but without statistical significance. Those with Zap-70 and CD38 negative had higher survival free of treatment. Male patients showed progress and prognosis similar to female. The prevalent treatment was associated with chlorambucil prednisone and did not lead patients to clinical remission or hematologic. The prognostic markers of the correlation tended to identify patients within the subgroups of risk.
Keywords: Leukemia, Lymphocytic, Chronic, B-Cell. Diagnosis, Clinical. Neoplasm Staging. Prognosis
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.
Figura 2.
Figura 3.
Figura 4.
Figura 5.
Figura 6.
Figura 7.
Gráfico 1.
Gráfico 2.
Gráfico 3.
Gráfico 4.
Gráfico 5.
Gráfico 6.
Gráfico 7.
Gráfico 8.
Gráfico 9.
Quadro 1.
Quadro 2.
Quadro 3.
Amostras de sangue periférico da LLC. ....................................................................
Padrão da biópsia de medula óssea na LLC. ............................................................
Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 28, com
resultado 46, XY[13] ...............................................................................................
Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 33, com
resultado 46,XX,del(11)(q23)[7]/46,XX[14] ..........................................................
Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 7, com resultado
46,XX[11] ...............................................................................................................
Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 35, com resultado
material adicional no cromossomo 1 e presença de cromossomo marcador ..........
Estratificação dos pacientes segundo o modo de apresentação da doença, ao
diagnóstico ..............................................................................................................
Estratificação dos pacientes segundo o modo de apresentação da doença, ao
diagnóstico ..............................................................................................................
Estratificação dos pacientes quanto à etnia .............................................................
Classificação dos pacientes em subgrupos de risco baixo, moderado e alto
segundo o sistema de estadiamento clínico de Binet ..............................................
Classificação dos pacientes segundo o marcador de progóstico TDL .................
Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo
sem tratamento dos pacientes segundo Zap-70 .......................................................
Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo
sem tratamento dos pacientes segundo CD38 .........................................................
Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo
sem tratamento dos pacientes segundo TDL ..........................................................
Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo
sem tratamento dos pacientes segundo LDH ..........................................................
Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo
sem tratamento dos pacientes segundo o sexo ........................................................
Sistema de estadiamento clínico de prognóstico de Raí .........................................
Sistema de estadiamento clínico de prognóstico de Binet ......................................
Sistema de pontuação característica de leucemia linfocítica crônica .....................
18
19
51
52
53
54
55
44
44
46
46
62
63
64
65
66
23
24
38
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Tabela 2.
Tabela 3.
Tabela 4.
Tabela 5.
Tabela 6.
Tabela 7.
Tabela 8.
Tabela 9.
Tabela 10.
Tabela 11.
Tabela 12.
Tabela 13.
Estratificação das características demográficas ao diagnóstico ...................
Estratificação das características clínicas e de prognóstico ao diagnóstico..
Expressão dos antígenos das células clonais da LLC, através da
imunofenotipagem dos pacientes .................................................................
Expressão dos antígenos obtidos através da imunofenotipagem dos
pacientes com leucemia linfocítica crônica ..................................................
Estratificação dos parâmetros de prognósticos realizados em um dado
momento no acompanhamento dos pacientes ..............................................
Estratificação dos pacientes em relação às características da citogenética
associada ao sexo e a idade ..........................................................................
Estratificação dos pacientes em relação à realização ou não do tratamento,
tipo de tratamento e situação atual ...............................................................
Relação dos pacientes com e sem tratamento e a expressão do CD38 ........
Relação dos pacientes com e sem tratamento com os níveis da Zap-70 ......
Estudo de correlação do Zap-70 com as variáveis CD38, TDL, β2-M,
LDH, Padrão da biópsia e linfocitose ..........................................................
Estudo de correlação do Zap-70 com as variáveis estadiamento clínico de
Rai e Binet e com a citogenética convencional ............................................
Estudo de correlação do CD38 com as variáveis TDL, β2-M, LDH,
Padrão da biópsia e linfocitose .....................................................................
Estudo de correlação do CD38 com as variáveis estadiamentos clínicos de
Rai e Binet e citogenética convencional ......................................................
43
45
47
48
49
50
56
57
57
58
59
60
61
11
LISTA DE ABREVIATURAS
LLC
β2-M
Zap-70
CD38
CD2
CD3
CD5
CD19
CD4
CD8
CD7
CD20
CD22
CD23
CD16
CD103
CD56
CD10
CD79b
sIgM
Κ
Λ
FMC7
TDL
LDH
Leucemia linfocítica crônica
Beta 2 microglobulina
Proteína tirosino quinase associada à cadeia ζ, de 70 kDa
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 38
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 2
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 3
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 5
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 19
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 4
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 8
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 7
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 20
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 22
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 23
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 16
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 103
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 56
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 10
Anticorpo monoclonal do antígeno celular 79b
Imunoglobulina M de superfície
Cadeia leve kappa da imunoglobulina
Cadeia leve lambda da imunoglobulina
Anticorpo monoclonal do antígeno celuar FMC7
Tempo de duplicação linfocitária
Desidrogenase láctica
12
SUMÁRIO
11.11.21.31.41.51.61.6.11.6.21.6.31.6.41.6.51.722.12.233.13.23.33.3.13.3.23.3.33.3.43.3.53.3.63.43.5456
INTRODUÇÃO ......................................................................................................Definição .................................................................................................................Epidemiologia .........................................................................................................Etiopatogenia .........................................................................................................Clínica .....................................................................................................................Diagnóstico ..............................................................................................................Prognóstico .............................................................................................................Marcadores de prognóstico clássicos e biológicos na LLC ....................................Marcadores de prognóstico clássicos .......................................................................Marcadores biológicos de prognóstico na LLC .......................................................Estado de mutação do gene da imunoglobulina .......................................................Marcadores biológicos: Zap-70 e CD38 ..................................................................Alterações citogenéticas ..........................................................................................OBJETIVOS ...........................................................................................................Objetivos gerais ......................................................................................................Objetivos específicos ..............................................................................................CASUÍSTICA E MÉTODOS ................................................................................Desenho do estudo ..................................................................................................Casuística ................................................................................................................Metodologia ............................................................................................................Coleta das amostras do estudo .................................................................................Hemograma ..............................................................................................................β-2M .........................................................................................................................Dosagem sérica da desidrogenase láctica (LDH) ....................................................Imunofenotipagem ..................................................................................................Citogenética clássica ...............................................................................................Aspecto ético ...........................................................................................................Análise estatística .................................................................................................RESULTADOS ......................................................................................................DISCUSSÃO ...........................................................................................................CONCLUSÕES ......................................................................................................
13131314161821222226272831333333343434343535363637404041426772
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ANEXOS ............................................................................................................................APÊNDICES ......................................................................................................................
739195
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Definição
A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é uma neoplasia linfoproliferativa crônica
caracterizada pela proliferação clonal progressiva de linfócitos pequenos e de aspecto maduro
(linfocitose a partir de 5x109/L), de células B CD5+ e CD19+, no sangue periférico, nos
tecidos linfóides e medula óssea, com conseqüente organomegalia e insuficiência medular
(CHIATTONE, 2005; GHIA et al., 2007; HALLEK et al., 2008a; INAMDAR; BUESCO –
RAMOS, 2007; OLIVEIRA; POLI NETO, 2004; ROBAC, 2007; VAN BOCKSTAELE;
VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009).
1.2 Epidemiologia
A LLC é responsável por cerca de 40% de todas as leucemias dos adultos acima
de 65 anos (HERISHANU; POLLIACK, 2004; LINET; BLATTNER, 1988; SGAMBATI;
LINET; DEVESA, 2003; YAMAMOTO, 2005), ocorre raramente abaixo dos 30 anos e não
existe relato de casos em crianças (DE ROSSI et al., 1989; MONTSERRAT et al., 1991;
YAMAMOTO et al., 2005). Apresenta uma idade média ao diagnóstico de 70 anos para
homens e 74 anos para mulheres (BINET et al., 2006; BROUET, 2003; GARICOCHEA,
2005; MACMAHON; KOLLER, 1957; RAWSTRON et al., 2002; SEGEL et al., 2003; XIE
et al., 2003).
A sua incidência varia também conforme a origem étnica dos pacientes. É mais
freqüente em americanos brancos que em afro-descendentes (3,9/2,8), sendo 5 vezes menor
em americanos descendentes de chineses, japoneses ou filipinos e duas vezes maior em
americanos judeus, quando comparados a americanos não judeus (BINET et al., 2006;
BROUET, 2003; GARICOCHEA, 2005; MACMAHON; KOLLER, 1957). É comum nos
países ocidentais e rara no oriente (YAMAMOTO, 2005). Sua incidência na Inglaterra e País
14
de Gales é de 6/100.000 habitantes/ano com variação entre 1,3 a 13,7/100.000 habitantes/ano
(CARTWRIGHT et al., 1987).
Nos Estados Unidos da América a incidência estimada é de 1%-2% na população
geral, ou seja, 3,5/100.000 habitantes/ano, sendo esta taxa maior em homens do que em
mulheres (5,0/2,5) (BINET et al., 2006; BROUET, 2003; GARICOCHEA, 2005;
MACMAHON; KOLLER, 1957; RAWSTRON et al., 2002; SEGEL et al., 2003; XIE et al.,
2003).
Dados epidemiológicos da LLC na população brasileira, envolvendo razoável
casuística, não foram encontrados na literatura. Há uma citação no trabalho de Redaelli et al.
(2004) referindo uma incidência em torno de 10% (KEATING, 2002; REDAELLI et al.,
2004).
A LLC apresenta uma predisposição familiar (LINET et al., 1989; SELLICK;
CATOVSKY; HOUSTON, 2006; YAMAMOTO, 2005) e é assim classificada quando dois
ou mais membros de uma família a apresentam. Parentes em primeiro grau de pacientes têm
incidência três vezes maior de desenvolver LLC ou outra neoplasia linfóide e maior
freqüência de outras doenças linfoproliferativas (DLPC) (SELLICK; CATOVSKY;
HOUSTON, 2006; YAMAMOTO, 2005).
1.3 Etiopatogenia
Durante muito tempo, a LLC foi considerada uma doença relativamente
homogênea decorrente do acúmulo de linfócitos B monoclonais, imuno-incompetentes e com
alterações nos mecanismos de apoptose. Entretanto, evidências demonstraram a
heterogeneidade da mesma e que as células leucêmicas constituem-se em linfócitos B
maduros, previamente expostos a antígenos, ou seja, provavelmente imunocompetentes
(CHIORAZZI, 2007; GARICOCHEA, 2005).
A etiologia da LLC ainda não está esclarecida e os fatores ambientais, a radiação
ionizante, agentes tóxicos ou virais específicos não têm mostrado associação com o
surgimento da doença exceto nos casos de agricultores e dos contactantes com herbicidas,
15
agentes laranja (herbicida usado no Vietnã) os quais foram relacionados com o surgimento de
LLC (DREXLER et al., 2003; YAMAMOTO, 2005).
Estudos recentes sugerem que a LLC é uma condição dinâmica na qual as células
neoplásicas apresentam níveis mensuráveis de multiplicação e morte e que o índice de
proliferação é maior em alguns clones. A proporção de duplicação ativa dos linfócitos
neoplásicos é de 0,1% a 1% por dia. Quando a taxa de proliferação excede 0,5% por dia a
doença apresenta uma evolução mais grave. Tais subclones podem desenvolver
anormalidades genéticas e apresentarem maior relação entre as taxas de proliferação e morte
celular (CHIORAZZI, 2007; MESSMER; MORENO; MONTSERRAT, 2008).
A descoberta de que o estado mutacional do gene que codifica a expressão da
região variável da cadeia pesada da imunoglobulina (IGHV) é um marcador de prognóstico
importante, onde a presença de mutação da IGHV resulta em doença com prognóstico
favorável e os casos sem mutação possuem evolução desfavorável, tem orientando o
entendimento sobre a patologia da doença, representando um grande diferencial no
prognóstico da LLC (DIGHIERO; HAMBLIN, 2008; KEATING et al., 2005).
A célula de origem da LLC provavelmente é um progenitor linfóide,
comprometida com a linhagem B, porém com algumas características de linfócitos T,
anormalmente expressas. A evolução destas células para os linfócitos da LLC depende de
estimulação antigênica. Tanto as formas não mutadas como as mutadas expressam BCR
(receptor de células B), mas, aparentemente, as células com mutação são anérgicas
(CALLIGARIS-CAPPIO; GHIA, 2004; MELCHERS et al., 2000; WILLIAM et al., 2002).
As células da LLC derivam de uma população de células B-CD5+ localizadas na
zona do manto dos folículos linfóides, ou seja, são da linhagem B e a imunoglobulina de
superfície da membrana é de baixa densidade (KEATING et al., 2005).
O gene localizado no braço curto do cromossomo 2 codifica uma proteína tirosino
quinase de 70 kDa (Zap-70), essencial na transdução da sinalização dos linfócitos T e células
natural killer. Essa proteína intracelular encontra-se associada à cadeia ζ do complexo
receptor de células T (TCR)/CD3 +, do qual deriva seu nome Zap (zeta associated protein).
Normalmente, as células B não expressam Zap-70, exceto uma subpopulação B com fenótipo
ativado no baço e na tonsila, (NOLZ et al., 2005). Estudos que analisaram o perfil de
expressão gênica pelas técnicas de microarray de cDNA nas células da LLC revelaram que o
clone neoplásico de linfócitos B de certos pacientes expressavam a proteína Zap-70
16
(ROSENWALD et al., 2001; VASCONCELOS et al., 2005; WIESTNER et al., 2003). A
Zap-70 pode ser utilizada como um possível substituto do estado de não mutação do gene da
imunoglobulina (IGHV) para a avaliação prognóstica, correlacionando-se com doença mais
agressiva (GARICHOCEA et al., 2005; KEATING et al., 2005b; YAMAMOTO, 2005).
A baixa expressão de receptor de células B é uma característica dos linfocitos na
LLC (VUILLIER et al., 2005). Porém, os mecanismos para avaliar a etiologia da expressão
reduzida do receptor supracitado permanecem indefinidos. Com a exceção do relato de
mutação no CD79b (THOMPSON et al., 1997), não tem sido reconhecidos defeitos genéticos
nos componentes dos receptores de células B (ALFARANO et al., 1999; PAYELLE-
BROGARD et al., 1999).
Nenhum dos protooncogenes envolvidos na patogênese de outras malignidades de
células B maduras, incluindo BCL-1, BCL-2, BCL-6, PAX-5 e c-Myc, mostram alterações
primárias na LLC (ATHAN; FOITL; KNOULES, 1991; DYER et al., 1994; KEDAR;
BUESO-RAMOS, 2007).
Mutações do gene P53 ocorrem em cerca de 10% a 15% dos pacientes com LLC
(EL ROUBY et al., 1993; FENAUX et al., 1992; GAIDANO et al., 1991).
O gene CLLU1, o produto do qual se assemelha a interleucina-4 (IL-4), foi
identificado como um gene específico da LLC localizado no cromossomo 12q22 que pode
estar envolvido na patogênese (BUHL et al., 2006).
Alterações do cromossomo 14 na LLC, embora raras, são vistas em cerca de 6% a
14% dos casos LLC (pela banda-G) e geralmente envolvem a banda 14q32, a qual abriga o
gene da cadeia pesada Ig (IGHV) (ASOU et al., 1993; JULIUSSON et al., 1990).
1.4 Clínica
A forma de apresentação clínica inicial e a evolução da LLC são bastante
heterogêneas (BINET et al., 2006; BROUET, 2003; HAMBLIN, 2002; GARICOCHEA,
2005; MORENO; MONTSERRAT, 2008). Alguns pacientes evoluem a óbito em torno de
cinco meses do diagnóstico enquanto outros sobrevivem vinte anos ou mais (DEFOICHE et
al., 2008; MONTSERRAT; MORENO, 2008; RIPOLLÉS et al., 2006).
17
Em torno de 50% dos pacientes são assintomáticos ao diagnóstico e
frequentemente não requerem tratamento (ANDRITSOS; KHOURY, 2002; GHIA;
FERRERI; CALIGARIS-CAPPIOA, 2007; ROBAC, 2007) evoluindo com um curso clínico
favorável, caracterizado por uma lentidão ou estabilidade no aumento linfocitário, aos
hemogramas seriados, e evoluíram ao óbito devido a causas não relacionadas à doença
(FERRARINI; CHIORAZZI, 2004; GHIA et al., 2007; MORENO; MONTSERRAT, 2008).
Cerca de 75% dos pacientes são diagnosticados incidentalmente, ao fazer um hemograma e
evoluem oligosintomáticos (DIGHIERO; HAMBLIN, 2008).
Diferentemente, outros pacientes irão apresentar uma evolução grave da doença
com o aumento na contagem de linfócitos progressivamente e, ao exame clinico, hiperplasia
de linfonodos, esplenomegalia, hepatomegalia, hipertermia, perda de peso, adinamia,
hiporexia, sudorese noturna, anemia, trombocitopenia e anemia hemolítica auto-imune. Esses
pacientes irão necessitar frequentemente de tratamento precoce e morrerão da doença ou de
complicações relacionadas ao tratamento específico de LLC (FERRARINI; CHIORAZZI,
2004; MORENO; MONTSERRAT, 2008; GHIA et al., 2007).
A sobrevida dos pacientes com LLC varia de meses a décadas com uma mediana
de 7,5 anos (DIGHIERO; BINNET, 2000; HAMBLIN, 2002), que varia de um ano até mais
de quinze anos (MORENO; MONTSERRAT, 2008). A maioria dos pacientes irá evoluir a
óbito com sua doença e embora tenha havido um grande progresso terapêutico no controle e
sintomas da LLC, a cura completa é um evento extremamente raro (GHIA et al., 2007). A
idade média de óbito é de 76 anos para homens e 81 anos para mulheres (BINET et al., 2006;
BROUET, 2003; GARICOCHEA, 2005; MACMAHON; KOLLER, 1957; RAWSTRON et
al., 2002; SEGEL et al., 2003; XIE et al., 2003).
Em decorrência da grande heterogeneidade na apresentação clínica e evolução da
LLC, estudos foram sendo desenvolvidos com o objetivo de identificar parâmetros mais
fidedignos na previsão da evolução, progressão da doença e sobrevida. Então, os
pesquisadores demonstraram a existência dos fatores de prognósticos clínicos e biológicos,
capazes de classificar os pacientes em grupos, segundo os critérios de estratificação de riscos
(baixo, intermediário e alto), na tentativa, cada vez mais precisa, de individualizar a
gravidade, a evolução da doença e a escolha do tratamento (HALLEK et al., 2008a;
MONTSERRAT et al., 1991; GHIA, et al., 2007).
18
1.5 Diagnostico
O diagnóstico é obtido quando o paciente apresenta uma linfocitose persistente,
por mais de um mês, a partir de 5 x 109/L, no sangue periférico, a qual se caracteriza por
linfócitos pequenos e morfologicamente maduros (INAMDAR; BUESO-RAMOS, 2007)
(Figura 1). Podem ser encontradas células grandes ou atípicas, clivadas ou prolinfócitos,
porém, compreendem menos de 55% dos linfócitos sanguíneos. Sombras nucleares de
Gumprecht ou restos celulares são outras características morfológicas sugestivas de LLC. O
mielograma apresenta uma linfocitose em torno de 30%, com as mesmas características dos
linfócitos periféricos e um determinado percentual de prolinfócitos, independente da presença
de anemia, plaquetopenia e organomegalia. Esses achados permitem o diagnóstico diferencial
com as outras síndromes linfoproliferativas (BENNETT et al., 1989; BUESO-RAMOS et al.,
2004; CHESON et al., 1996; HALLEK et al., 2008a; MÜLLER-HERMELINK et al., 2001;
POLLIACK; MATUTES, 2000). A clonalidade dos linfócitos B circulantes necessita ser
confirmada por citometria de fluxo (GHIA et al., 2007; HALLEK et al., 2008a; HAMBLIN et
al., 1999; KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007; VASCONCELOS et al., 2005).
Figura 1- Amostras de sangue periférico da LLC.Os slides da esquerda e da direita da figura respectivamente mostram a linfocitose caracterizada por linfócitos pequenos e morfologicamente maduros.CLL= Leucemia Linfóide CrônicaFonte: TKACHUK; HIRSCHMANN, 2007.
19
Figura 2 - Padrão da biópsia de medula óssea na LLC.Acima no padrão nodular, os nódulos de linfócitos são tipicamente distribuídos em um padrão entre as trabéculas. No centro temos o padrão intertiscial, caracterizado pela infiltração da medula óssea por clones da LLC intercalados entre as células hematopoéticas e as células gordurosas. Abaixo se observa o padrão difuso, que invade e destroe completamente a arquitetura da medula óssea pelas células da LLC.
Fonte: TKACHUK; HIRSCHMANN, 2007.
Com a finalidade de diferenciar a LLC das outras doenças linfoproliferativas de
células B, tem sido estabelecido um sistema de pontuação internacional baseado na expressão
20
dos padrões dos marcadores imunofenotípicos na LLC. Portanto, cinco marcadores de
antígenos celulares são usados: sIg, CD5, CD23, FMC7 e CD79b (ou CD22). A pontuação é
baseada na baixa expressão de Ig de superfície (um ponto), expressão de CD5 (um ponto),
expressão de CD23 (um ponto), FMC7 negativo (um ponto) e CD79b, (ou 22) negativo ou
fraca expressão (um ponto). Casos com pontuação de 4 ou 5 são considerados típicos de LLC
e aqueles com 3 pontos ou menos são considerados atípicos da LLC (MATUTES et al., 1994;
MOREAU et al., 1997).
Os linfócitos da LLC co-expressam antígeno CD5 de células T e antígenos de
superfície de células B: CD19, CD20 e CD23. O clone das células neoplásicas exibe baixos
níveis de imunoglobulinas de superfície, de CD20 e CD79b (ou CD22) comparados ao das
células B normais e também apresenta restrição seletiva para maior expressão de uma cadeia
da imunoglobulina kappa ou lambda (HALLEK et al., 2008a; HOFFBRAND; HAMBLIN,
2006; KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007; MOREAU et al., 1997; MONTILLO et al., 2005;
MÜLLER-HERMELINK et al., 2001).
O perfil imunofenotípico da LLC-B é diferente dos linfomas B leucemizados e
das outras doenças linfoproliferativas. O antígeno FMC7 e CD10 geralmente são negativos
nos casos de LLC e positivos em outros distúrbios de células B. Em uma minoria de LLC
ocorre positividade para o FMC7, e, nesses casos, também os linfócitos apresentam uma
morfologia atípica com clara expressão de CD20 e sIg (LORAND-METZE., 2005). O CD5,
em alguns clones de LLC, pode ser negativo decorrente da variação da técnica do exame,
permitindo pouco consenso entre os investigadores com respeito à significância clínica desse
subgrupo particular (KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007).
O estudo citogenético por meio do cariótipo convencional (banda G) e molecular
(por hibridização in situ por fluorescência-FISH) é recomendado para o diagnóstico de LLC
(CHAUFFAILLE, 2005; HALLEK et al., 2008a).
A avaliação através da citogenética clássica nos permite o encontro de
anormalidades cromossômicas em torno de 40%-50% das LLC (JAFFE et al., 2001;
CHAUFFAILLE, 2005; HALLEK et al., 1997; RIPOLLÉS et al., 2006) e em cerca de 80%
quando empregamos a citogenética molecular por FISH (DOHNER et al., 2000; DURAK et
al., 2009; HALLEK et al., 2008a; JULIUSSON; MERUP, 1998).
As alterações mais freqüentes na LLC são: deleção do braço longo do
cromossomo 13 (13q14), (em mais de 50% dos casos), trissomia do cromossomo 12 (em 10-
21
20% dos casos), deleção do 11q22-23 (em 10-20% dos casos), deleção do 17p13 (em menos
de 10% dos casos) no qual afeta também o gene supressor do tumor, P53 (CALIN et al.,
2002; DURAK et al., 2009; EL ROUBY et al., 1993; GAIDANO et al., 1991; MORENO et
al., 2008; MONTSERRAT; MORENO, 2008). Vários estudos identificaram trissomia do
cromossomo 12, 11q- e 17p- como marcadores de prognóstico desfavorável (BULLRICH et
al., 1999; CHAUFFAILLE, 2005; CROSSEN., 1997; DÖHNER et al., 2000; HALLEK et al.,
2008a; GARCIA-MARCOET et al., 1997; SCAFFNER et al., 1999; STANKOVIC et al.,
1999).
Pela análise cromossômica da banda G convencional, a mais comum
anormalidade cromossômica na LLC é a trissomia do cromossomo 12 (em 15-20% dos
casos), seguida pelas anormalidades estruturais dos cromossomos 11, 13 e 14, as quais podem
ocorrer isoladas ou junto com deleções ou translocações do cromossomo 13q14 (DOHNER et
al., 1999; JULIUSSON; GAHRTON, 1990; JULIUSSON et al., 1990). Morfologicamente,
casos com 6q- freqüentemente mostram características atípicas, incluindo grande linfocitose,
células prolinfóides (acima de 55%) e linfócitos clivados (CUNEO et al., 2004).
O estudo das alterações cromossômicas em LLC é importante no auxílio
diagnóstico, para identificar a doença clonal, no diagnóstico diferencial com as outras
linfoproliferações, no acompanhamento evolutivo ao permitir a detecção de alterações
adicionais, na escolha terapêutica dependendo do tipo de aberração cromossômica, no
monitoramento do tratamento em relação à avaliação de doença residual mínima e também no
diagnóstico de transformação e informações de prognóstico (como na Síndrome de Richter)
(CHAUFFAILLE, 2005; DURAK et al., 2009; VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT;
PHILIPPÉ, 2009).
1.6. Prognóstico
O prognóstico dos pacientes com LLC é extremamente variado. Portanto, as
pesquisas têm sido desenvolvidas na tentativa de identificar os diferentes clones das células
neoplásicas, suas diversidades de comportamentos clínicos e biológicos a fim de definir o
comportamento evolutivo da doença nos pacientes, o momento de iniciar o tratamento e qual
22
a terapêutica adequada, diante da particularidade inerente de cada doente (VAN
BOCKSTAELE; VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009; GHIA; FERRERI; CALIGARIS-
CAPPIOA, 2007; HALLEK et al., 2008a; HAMBLIN, 2007; MORENO; MONTSERRAT,
2008).
1.6.1. Marcadores de prognóstico clássicos e biológicos na LLC
Os marcadores de prognóstico clássicos são: estágios clínicos (Sistemas de Rai e
Binet), contagem de linfócitos no sangue periférico, morfologia dos linfócitos, tempo de
duplicação dos linfócitos (TDL) no sangue periférico e padrão da infiltração na histologia da
medula óssea (aspirado/biópsia) (MORENO; MONTSERRAT, 2008). Exceto os estágios
clínicos, eles também são denominados indicadores da massa tumoral e da atividade da
doença (SEILER; DÖHNER; STILGENBAUER, 2006).
Os marcadores de prognóstico biológicos, extensivamente estudados, são: os
séricos (timidina quinase, β2-M, níveis de CD23 solúveis), estado de mutação da região
variável da cadeia pesada da imunoglobulina (IGHV), gene V3-21, citogenética por FISH
(baixo risco: resultado normal ou 13q- e alto risco: +12, 11q-, 17p- e cariótipo complexo), a
expressão do CD38 e expressão da Zap-70. E aqueles que requerem estudos futuros são: as
translocações cromossômicas, a expressão do CLLU1, a assinatura do microRNA, o gene
TCL-1, os genes antiapoptóticos (expressão do MCL1, Bcl-2/relação Bax), os genes
MDR1/MDR-3, indução da ativação deamina citidina mRNA, expressão da lipoproteína
lipase A, expressão da ADM29, VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular),
trombopoetina, atividade telomerase e comprimento telomérico, CD49d, CD69. Finalmente,
considera-se o relato do tratamento (resposta à terapia - estado de doença residual mínima
depois da terapia) (MORENO; MONTSERRAT, 2008).
1.6.2. Marcadores de prognóstico clássicos
23
Os sistemas de estadiamento clínico de Rai e Binet, introduzidos há trinta anos
por Rai et al., 1975 e Binet et al., 1981 são a base para a avaliação do prognóstico em LLC, os
quais requerem somente o exame físico do paciente e a contagem de células sanguíneas. Em
decorrência da simplicidade e reprodutibilidade, esses sistemas continuam sendo adotados e
têm sido validados em muitos estudos (HALLEK., et al., 2008b;VAN BOCKSTAELE;
VERHASSELT; PHILIPPÉ., 2009). Os estadiamentos clínicos de Rai e Binet são usados para
definir a extensão da doença, o prognóstico, especialmente como critério de iniciar o
tratamento; permitem avaliar o tamanho da massa tumoral, porém não auxiliam na previsão
dos pacientes, pertencentes aos subgrupos de risco baixo e intermmediário, que irão ter
evolução desfavorável e necessitarão de tratamento precoce (VAN BOCKSTAELE;
VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009; CHAUFFAILLE, 2005; MORENO; MONTSERRAT,
2008). Esse fato se deve à incapacidade de o exame físico e da contagem de células
sanguíneas, exclusivamente, em predizerem a sobrevida ou a necessidade de tratamento dos
pacientes nos subgrupos inicias de Rai e Binet (VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT;
PHILIPPÉ, 2009). Eles são mais consistentes nos estádios de alto risco (KEDAR; BUESO-
RAMOS, 2007). Pacientes no estádio IV de Rai ou estádio C de Binet devem ser
considerados de eleição para tratamento precoce (GHIA; FERRERI; CALIGARIS-
CAPPIOA, 2007).
A classificação de Rai modificada define como doença de risco baixo o paciente
com linfocitose no sangue periférico e/ou linfocitose >30% na medula óssea (estágio O); os
pacientes com linfocitose e adenomegalia em qualquer sítio (estádio I) e aqueles com
linfocitose, esplenomegalia e/ou hepatomegalia (estádio II) são definidos como de risco
intermediário. E de risco alto incluem os pacientes portadores de anemia, definida como uma
Hb<11g/dL (estágio III), e/ou trombocitopenia, ou seja, plaquetas <100.000/mm3 (estagio IV)
(HALLEK et al., 2008b) (Quadro 1).
Estádio Características Clínicas
0 Linfocitose
I Linfocitose e adenomegalia
II Linfocitose, esplenomegalia e/ou hepatomegalia
III Linfocitose e Hb < 11g/dL
IV Linfocitose e trombocitopenia (plaquetas < 100.000/mm3)
Quadro 1- Sistema de estadiamento clínico de prognóstico de Rai. Fonte: KALLER et al., 2008b.
24
A sobrevida global estimada segundo o estadiamento de Rai é de doze anos para
os pacientes nos estágios 0 e I, sete anos no estádio II e menor que um ano nos estádios III e
IV (VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009; GHIA; FERRERI;
CALIGARIS-CAPPIOA, 2007; HALLEK et al., 2008a; HAMBLIN, 2007; MORENO;
MONTSERRAT, 2008).
O sistema de estadiamento de Binet utiliza o número de sítios linfóides envolvidos
das seguintes regiões: cabeça e cervical, axilar, inguinal, baço e fígado. Os subgrupos de
Binet são: estágio A, inclui pacientes com hemoglobina Hg > 10 g/dL, plaquetas > 100.000 /
mm³ e menos de três sítios envolvidos (baixo risco); estágio B inclui pacientes com Hb >
10g/dL, plaquetas > 100.000 /mm³ e três ou mais sítios envolvidos (risco intermediário) e
estágio C inclui pacientes com Hb < 10g/dL ou plaquetas < 100.000 /mm³, independente do
número de sítios envolvidos. A sobrevida estimada, segundo Binet é de nove anos para o
estágio A, cinco anos para o estágio B e de dois anos para o estágio C (VAN BOCKSTAELE;
VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009; GHIA; FERRERI; CALIGARIS-CAPPIOA, 2007;
HALLEK et al., 2008b; HAMBLIN, 2007; MORENO; MONTSERRAT, 2008) (Quadro 2).
Estádio Areas* envolvidas Hb (g/dL) Plaquetas (x109L)
A Nenhuma, uma ou
duas áreas
>10 >100
B Três, quatros ou
cinco
>10 >100
C <10 <100
Quadro 2 - Sistema de estadiamento clínico de prognóstico de Binet.
Fonte: KALLER et al., 2008b.
O prognóstico de cada paciente será mais fidedigno na dependência das
complexas relações entre as características do paciente (idade, gênero, comorbidades, etnia,
performance status), da doença (carga tumoral, cinética e biologia do tumor), bem como da
sensibilidade da doença ao tratamento (VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT; PHILIPPÉ,
2009; MORENO; MONTSERRAT, 2008).
25
A influência da idade no prognóstico é peculiar, pois a sobrevida global é maior
em pacientes jovens, porém, a sua sobrevida relativa é geralmente menor e o relato de óbitos é
maior nos pacientes jovens e do sexo masculino (JAKSIC et al., 1991; LEE et al., 1987;
MONTSERRAT et al., 1991; MAURO et al., 1999). Pacientes idosos costumam evoluir
menos favoravelmente em função de suas comorbidades (MAURO et al., 1999; TAMURA et
al., 2001). A raça não possui um papel relevante em relação ao prognóstico na LLC. Porém,
observa-se maior incidência de LLC na raça branca, nos países ocidentais e nos parentes de
primeiro e segundo grau de pacientes com LLC (DIGHIERO; HAMBLIN, 2008;
YAMAMOTO, 2005).
Em relação ao sexo, pacientes do sexo masculino geralmente evoluem de forma
mais desfavorável quando comparados aos pacientes do sexo feminino (VAN
BOCKSTAELE; VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009; CATOVSKY et al., 1989;
MONTSERRAT; MORENO, 2008).
O tempo de duplicação linfocitária (TDL) é considerado presente quando o
número absoluto de linfócitos no hemograma, contado a partir do diagnóstico, duplica num
período menor ou igual a doze meses. A presença da duplicação linfocitária está associada a
um aumento na cinética e progressão da doença (DEFOICHE et al., 2008; HALLEK et al.,
2008a; KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007), conferindo um pior prognóstico, e uma sobrevida
média de 61 meses (MONTSERRAT et al., 1986), porém, o TDL é inerentemente
retrospectivo (KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007). O aumento do valor absoluto dos linfócitos
de 50%, em dois meses, também constitui indicação para o inicio de tratamento nos pacientes
com LLC (CHESON, et al., 1996; DIGHIERO; HAMBLIN, 2008; MONTSERRAT et al.,
1985, 1986; ROZMAN et al., 1984; SEILER; DÖHNER; STILGENBAUER, 2006).
Os níveis séricos elevados da desidrogenase láctica (LDH) e da contagem de
linfócitos periféricos associam-se com a atividade da doença, ou seja, representam marcadores
de multiplicação das células neoplásicas e suas elevações estão associadas com um tempo de
sobrevida menor (LEE et al., 1987), com uma alta expressão de CD38 e de Zap-70 (DURIG
et al., 2002; SCHROERS et al., 2005) e del 17p (DOHNER et al., 2000). Esses parâmetros,
em análises multivariadas, incluindo dados clínicos e genéticos, mostraram-se como fatores
prognósticos independentes (VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009;
DOHNER et al., 2000; KROBER et al., 2002).
26
A morfologia das células e a histologia da medula óssea têm sido, há muito
tempo, usadas como marcadores de prognóstico (ROZMAN et al., 1984; DOMINIS;
JAKSIC, 1987; VALLESPÍ; MONTSERRAT; SANZ, 1991). O padrão de infiltração da
medula óssea nos portadores de LLC mostra que infiltração difusa de linfócitos na histologia
da medula óssea é indicativa de doença mais agressiva quando comparado aos pacientes que
apresentam um padrão não-difuso (DOMINIS; JAKSIC, 1987; HALLEK; BERGMANN;
EMMERICH, 2004; KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007; ROZMAN et al., 1984; VALLESPÍ;
MONTSERRAT; SANZ, 1991).
O estudo da medula óssea (citologia e histologia) pode ser útil nos casos de
linfocitoses discretas, isoladas, com quadro clínico contraditório. A histologia de medula
óssea também pode ajudar no diagnóstico diferencial com alguns outros linfomas indolentes
leucemizados (MÜLLER-HERMELINK et al., 2001) e é auxilio no diagnóstico de LLC com
morfologia atípica pela análise do tipo de infiltração (SCHADE et al., 2006). .É um exame de
valor para determinar o curso de citopenias, suas etiologias e medir a resposta à terapia
(SCHADE et al., 2006).
O padrão difuso e o não difuso se correlacionam bem com a expressão da proteína
Zap-70 e ao estado de mutação da cadeia pesada da região variável da Ig (IGHV). Casos de
LLC com padrão de infiltração nodular apresentam mutação da região variável da IGVH e
não expressam Zap-70. Casos com envolvimento difuso têm um GENE IGHV não mutado e
apresentam expressão de Zap-70 (SCHADE et al., 2006).
1.6.3. Marcadores biológicos de prognóstico na LLC
Os níveis séricos elevados da β2-M, timidina quinase, CD23 solúvel (KEDAR;
BUESO-RAMOS, 2007) e a LDH correlacionam-se com uma menor sobrevida em indivíduos
com LLC (MAGNAC et al., 2003; MOLICA et al., 1999).
A β2-M é uma proteína associada à membrana expressa em células nucleadas e não
covalentemente associada com a cadeia α do complexo maior de histocompatibilidade classe I
(MHC) (VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT; PHILIPPÉ, 2009; BJORKMAN;
BURMEISTER, 1994).
27
Os níveis da β2-M foram inicialmente relatados como de significado prognóstico
por Di Giovanni et al., 1989 relacionando seu achado com tumor agressivo e estágios
avançados de pacientes com LLC (DI GIOVANNI et al., 1989; HALLEK et al., 1996).
Vários estudos têm mostrado que a presença de B2-M é um forte preditor de sobrevida em
cinco anos em análises multivariadas (DELGADO et al., 2009; DI GIOVANNI et al., 1989;
MOLICA et al., 1999). Apesar da disponibilidade de novos marcadores de prognósticos de
grande impacto na LLC, o valor dos marcadores sericos, como a β2-M, permanecem úteis na
avaliação prognostica (DEARDEN., 2008; TSIMBERIDOU et al., 2007; WIERDA et al.,
2007). Entretanto, devemos avaliar a função renal dos pacientes devido ao aumento dos
níveis de β2-M diante da insuficiência renal. Também, os níveis sericos de β2-M têm sido
considerados preditivos da sobrevida livre de tratamento em pacientes com LLC (DELGADO
et al., 2009), de importância, mesmo em pacientes após quimioterapia ou imuno-
quimioterapia, na previsão da sobrevida e apresenta correlação positiva com os estádios
clínicos (KEATING et al., 2005.). Os níveis séricos elevados de β2-M correlacionam-se com
um prognóstico desfavorável (HALLEK et al., 1996) e em associação com outros marcadores
prognosticos como CD23 solúvel (MOLICA et al., 1999), expressão positiva de CD38 (DEL
POETA et al., 2001; DURIG et al., 2002; HEINTEL et al., 2001; SCHROERS et al., 2005;
XU et al., 2008) e de Zap-70 (DURIG et al., 2003; DEL PRINCIPE et al., 2006; SCHROERS
et al., 2005) e LDH (MOLICA et al., 1999) nos fornece dados sobre uma menor sobrevida
global (DELGADO et al., 2009; MANSHOURI et al., 2003). Também existe uma correlação
entre os níveis aumentados de β2-M, CD44 solúvel e níveis de LDH com esplenomegalia,
estágio avançado da doença, necessidade de iniciar terapia e menor sobrevida livre de
progressão (DE ROSSI et al., 1997; EISTERER et al., 2004; MOLICA, 2001).
1.6.4 Estado de mutação do gene da imunoglobulina
Vários estudos recentes têm encontrado que aproximadamente 50% dos clones de
LLC exibem mutações somáticas em suas cadeias de Ig sugerindo que alguns clones, de
células B memória, de LLC surgiram após passagem pelo centro germinativo (CG) (DAMLE
28
et al., 1999; FAIS et al., 1998; HAMBLIN et al., 1999; KROBER et al., 2002; KEDAR;
BUESO-RAMOS., 2007; LIN et al., 2002).
Nos últimos dez anos, alguns estudos constataram que o estado de mutação dos
genes da região variável da cadeia pesada de imunoglobulinas (IGVH) está relacionado com a
patogênese da LLC, confere uma heterogeneidade à doença em dois subgrupos maiores e
permite uma predição de prognóstico bastante acurada e independente aos pacientes com LLC
(DAMLE et al., 1999; HAMBLIN et al., 1999; KIENLE et al., 2006; MALOUM et al.,
2000). Desde então, os portadores de LLC passaram a ser categorizados em mutados, aqueles
com doença indolente, e não-mutados, aqueles com doença agressiva e pequena mediana de
sobrevida, em relação ao estado mutacional IGVH passando, esse exame, a ser considerado
como padrão-ouro na avaliação de prognóstico da LLC (MORENO; MONTSERRAT, 2008).
A mediana de sobrevida foi de 8 a 9 anos para pacientes com genes da IGVH não
mutados (células da linhagem germinativa) e de acima de 24 anos para pacientes com
mutações somáticas nos gene IGVH (DAMLE et al., 1999). Também, pacientes com LLC
com genes da IGVH não mutados têm maior risco de recidiva após transplante de célula
tronco (stem cell) (RITGEN et al., 2003).
No entanto, a metodologia empregada para a avaliação do estado de mutação da
IGHV é bastante laboriosa, tecnicamente difícil, cara e pouco disponível na prática rotineira
dos serviços de onco-hematologia (DAMLE et al., 1999; HAMBLIIN et al., 1999; KROBER
et al., 2002; MALOUM et al., 2000). Por esta razão, marcadores de prognóstico que
pudessem ser substitutos à avaliação da IGHV começaram a ser investigados, por diversos
estudos, como os marcadores clássicos e biológicos supracitados. Dentre os marcadores
biológicos, extensivamente estudados, a expressão da Zap-70, a expressão do CD38 e as
aberrações cromossômicas são de incontestável valor na avaliação prognóstica da LLC na
prática clínica (MORENO; MONTSERRAT, 2008).
1.6.5. Marcadores biológicos: Zap-70 e CD38
O marcador de prognóstico Zap-70 tem sido apontado como um marcador
substituto do estado de mutação do gene da IGHV por ser um exame de maior facilidade
29
técnica, principalmente através da citometria de fluxo, rapidez na obtenção dos resultados,
disponibilidade nos centros onco-hematológicos e de apresentar um poder prognóstico
semelhante ao estado de mutação da IGHV, quando positivo, correlacionando-se com o
estado não mutado da IGHV, ou seja, doença agressiva (CHEN et al., 2002; CRESPO et al.,
2003; DEL PRINCIPE, 2006; GHIA et al., 2007; ORCHAR, 2004; MONTILLO et al., 2005;
RASSENTI et al., 2004; RESENWALD, 2001).
Padrões elevados de expressão do CD38, Zap-70 e a não mutação da região
variável da cadeia pesada da imunoglobulina nos linfócitos B da LLC estão freqüentemente
associados a pacientes com doença mais grave, independentemente do estádio clínico ao
diagnóstico (CRESPO et al., 2003; DAMLE et al., 1999; DEL POETA et al., 2001; DEL
PRINCIPE et al., 2006; DURIG et al., 2003; HEINTEL et al., 2001; IBRAHIM et al., 2001;
OPPEZZO et al., 2005; RASSENTI et al., 2004; RASSENTI; KIPPS., 2006). Esses
marcadores parecem estar correlacionados a um maior estado de ativação celular (CHEN et
al., 2002, 2007; DEAGLIO et al., 2003; LANHAM et al., 2003; MORABITO et al., 2009;
RASSENTI; KIPPS, 2006; ZUPO et al., 2000).
Pela expressão da Zap-70 podemos distinguir dois grupos de pacientes com
diferentes progressões da doença, quando mensurados por citometria de fluxo e com cut-off
de 30% (CRESPO et al., 2003; HUS et al., 2006; MORABITO et al.; 2009 ; RASSENTI et
al., 2004; RASSENTI et al., 2008 ; SHANAFELT et al., 2008; SCHROERS et al., 2005).
Recentes estudos têm reforçado a grande associação entre a expressão positiva de Zap-70 e o
maior risco de progressão precoce da doença, necessitando de tratamento (HAMBLIN et al.,
2007; RASSENTI et al., 2004). A avaliação de Zap-70, dentre outros marcadores biológicos,
nos clones neoplásicos de LLC é um bom marcador biológico de prognóstico fornecendo
importantes informações na decisão da escolha terapêutica (BOSCH et al., 2006). Diferentes
estudos têm provado a ligação entre Zap-70 e a expressão de CD38 em células leucêmicas
com a resposta à terapia e sua duração e com a possibilidade de informar sobre o estado de
doença residual mínima negativa (MRD-negativa). E, se outras triagens clínicas confirmarem
a presença da Zap-70 e expressão do CD38 com DRM, considerando a importância crescente
atribuída à erradicação da DRM em pacientes, o resultado poderá ser de fundamental
importância na avaliação dos riscos adaptados às terapias (BOSCH et al., 2008).
Existe uma controvérsia a respeito da estabilidade na manutenção da expressão da
Zap-70, com o decorrer do tempo, nos pacientes com LLC. Segundo Rassenti et al. (2004) e
30
Del Princepe et al. (2006) a mesma parece manter-se constante, ao contrário do observado por
Hamblin et al. (2007) que afirma haver uma mudança na expressão da Zap-70 ao longo da
doença. E que, portanto, as células neoplásicas podem expressar maiores níveis de Zap-70
com a progressão da doença (CHAAR; SCHERGEN; GROSSO, 2008) Também afirma
Morabito (2009) que o uso simultâneo desses marcadores biológicos (perfil da expressão
gênica, expressão de Zap-70, expressão de CD38 e estado de mutação da IGHV) pôde
aumentar o poder preditivo, no grupo de pacientes pertencentes ao estágio A de Binet, em três
subgrupos.
A Zap-70 no estudo desenvolvido por Zanotti et al, 2006 se correlacionou com
vários parâmetros clínicos e biológicos de prognóstico adversos como estádio avançado de
Binet, infiltração difusa na histologia da medula óssea, aumento sérico dos níveis de LDH,
β2-M e tempo de duplicação linfocitária inferior a 12 meses.
Segundo Ghia et al, 2003, a expressão do CD38 parece manter-se estável ao longo
do tempo (MARGALIT et al., 2005; EISELE et al., 2008) e não haver mudança na expressão
do CD38 de positivo para negativo induzida pela quimioterapia, exceção encontrada em uma
minoria pertencente ao subgrupo de pacientes com subclones bimodais de CD38 (presença de
duas subpopulações: CD38+ e outra CD38-), após iniciado o tratamento. Também refere o
pesquisador que uma técnica reprodutível e padronizada deveria ser determinada a fim de
estabelecer qual o padrão de expressão de CD38 correlacionado com o estado de mutação do
gene da IGHV que permitisse identificar os pacientes de risco para doença progressiva,
valorizando a observação biológica da presença de células CD38+ independente de um cuttof.
A metodologia mais comumente empregada na avaliação destes marcadores é a
citometria de fluxo multiparamétrica. Os estudos realizados com CD38 e com Zap-70
oferecem dados contraditórios em relação ao valor de expressão utilizado como ponto de
corte, porém o importante é considerar a porcentagem de linfócitos B com expressão destes
marcadores, já que subpopulações celulares – contendo padrões distintos de expressão –
podem coexistir numa mesma amostra analisada. Em geral, os pontos de corte mais
amplamente utilizados são 30% e 20% para CD38 e Zap-70, respectivamente (CRESPO et al.,
2003; DAMLE et al., 1999).
Segundo Ertault-Daneshpouy et al., 2008 uma menor sobrevida livre de
tratamento e diminuição da sobrevida global foram observados em pacientes com a presença
de Zap-70 e CD38 positivo em relação ao grupo onde Zap-70 e CD38 eram negativos.
31
As proteínas Zap-70 e CD38 possuem um papel independente no prognóstico da
LLC (HUS et al., 2008) com um poder de predição evolutiva tão preciso quanto o perfil
mutacional das imunoglobulinas. A proteína Zap-70 e o aumento da expressão de CD38
também tem estreita relação com a ausência da mutação da IgV e seus aumentos de expressão
estão relacionados com doença mais agressiva (AMIEL et al., 2003; BOONSTRA, et al.,
2006; CRUSE et al., 2007; KEATING et al., 2005; RAVANDI; O’BRIEN, 2006).
De acordo com o estado mutacional da imunoglobulina (DAMLE et al., 1999,
2000; GHIA et al., 2003) demonstraram que as células B da LLC não mutadas apresentaram
positividade para CD38, em níveis significativos, associadas a uma resposta desfavorável à
quimioterapia e sobrevida curta, em oposição àquelas com mutação, que não expressam CD38
(DAMLE et al., 1999, 2000).
Deaglio et al, 2006 têm sugerido que a expressão de CD38 funciona
especificamente na LLC para promover proliferação e prolongar a sobrevida de populações de
células da leucemia.
1.7 Alterações citogenéticas
Alterações genéticas podem ser identificadas em torno de 80% dos casos de LLC
através da citogenética molecular pela técnica de hibridização in situ fluorescente (FISH) e a
citogenetica convencional pela banda G revela 40% a 50% das anormalidades cromossômicas
(CHAUFFAILLE , 2005; COLL-MULET ; GIL , 2009).
Dentre as alterações genéticas mais conhecidas na LLC e de bom prognóstico
encontramos a deleção 13q isolada (em torno de 55%) e cariótipo normal (cerca de 18%). São
consideradas de alto risco a trissomia do cromossomo 12 (18%), deleção do 11q (16%) e a
deleção do 17p (7%) (DOHNERL et al., 1999, 2000; KROBER et al., 2002; KEDAR;
BUESO-RAMOS, 2007). A deleção 17p confere um prognóstico especialmente reservado
quando observamos uma má resposta dos pacientes aos tratamentos convencionais com
agentes alquilantes e análogos de purina, além de uma mediana de sobrevida inferior a três
anos (DOHNER et al., 2000; KROBER et al., 2002).
32
Em relação à avaliação de prognóstico, não está claro se as alterações na
citogenética são independentes do estágio da doença (ZWIEBEL; CHESON, 1998). Pacientes
com certas anormalidades cromossômicas têm sobrevida menor em relação aos de cariótipo
normal. A presença de anomalias complexas (mais de três anormalidades) caracteriza-se por
apresentar uma doença de evolução desfavorável e menor sobrevida (ESCUDIER et al.,
1993).
Elevadas porcentagens de células em metáfase com anormalidades
cromossômicas, indicando células leucêmicas altamente proliferativas, foram associadas com
menor sobrevida (KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007).
A deleção 13q14 representa alteração clonal precoce e sugere a presença da perda
ou inativação de um gene supressor de tumor a qual pode ser crucial para o desenvolvimento
da LLC. A região 13q14 abriga o gene do retinoblastoma (RB1) (CUNEO et al., 2004).
O grupo de pacientes com deleção 11q22.3 frequentemente tem um prognóstico
reservado com linfadenopatia volumosa e extensa, multiplicação linfocitária rápida e menor
sobrevida livre de tratamento (CUNEO et al., 2004).
O gene P53, localizado no braço curto do cromossomo 17 na subregião 13, tem
um papel integral na indução da apoptose ou de interromper o ciclo celular após dano no
DNA. Alterações P53 na LLC estão associadas com um estágio avançado da apresentação,
resistência à fludarabina e terapias baseadas em agentes alquilantes, alta incidência de
transformação e progressão da doença em 1 a 2 anos (DOHNER et al., 1995; FENAUX et al.,
1992; GILES; O’BRIEN; KEATING, 1998; MAURO et al., 1999 ; WATTEL et al., 1994).
Deleções P53 são detectadas pela FISH em 10% a 20% dos casos e predizem sobrevida
reduzida. (DOHNER et al., 1995).
Considerando a importância epidemiológica da LLC, o fato de sua abordagem
terapêutica ser iniciada com base em critérios de evolução clínica, hematológica,
classificações do estadiamento de Rai e Binet associados aos marcadores de prognósticos
biológicos, o estudo se propõe: avaliar os pacientes em seu perfil clinico, imunofenotípico das
células neoplásicas, os fatores de prognósticos clínicos, níveis séricos da β2-M, padrão
histológico da biópsia óssea, expressão da Zap-70, expressão do CD38 e citogenética clássica
a fim de compará-los entre si e avaliar o comportamento da LLC dos pacientes quanto a sua
apresentação clínica, evolução da doença e sobrevida livre de tratamento.
33
2 OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Caracterizar os marcadores clínicos e biológicos dos pacientes com LLC do
Hospital Universitário Walter Cantídio/HEMOCE (Hemocentro do Ceará).
2.2. Objetivos Específicos
Avaliar o perfil dos pacientes com LLC segundo as variáveis: características
demográficas, histórico familiar, estadiamentos de Rai e Binet, tempo de
duplicação linfocitária, padrão histológico da biópsia da medula óssea e níveis
séricos da desidrogenase láctica (LDH), ao diagnóstico;
Identificar o perfil imunofenotípico das células da LLC;
Avaliar os marcadores biológicos (expressão do Zap-70 e CD38, níveis séricos de
β2-M e os achados da citogenética clássica), nos pacientes com LLC, em um
determinado momento, do acompanhamento ambulatorial;
Determinar as curvas de sobrevida estimada segundo marcadores biológicos;
Correlacionar o perfil dos pacientes com LLC, ao diagnóstico, com os marcadores
biológicos avaliados no estudo.
34
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e observacional.
3.2 Casuística
Foram recrutados 54 pacientes, de modo randomizado, acompanhados no Serviço
de Hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) / Centro de Hematologia
e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), no período de agosto de 2007 a Junho de 2009.
Os critérios de inclusão consistiram em pacientes com o diagnóstico de LLC,
confirmado pela citometria de fluxo, pertencer ao serviço supracitado e assinarem o do termo
de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (ANEXO A).
Dos cinqüenta e quatro pacientes, 43 foram incluídos no estudo após a
confirmação do diagnóstico de LLC, segundo os critérios do Instituto Nacional do Câncer-
Grupo de Trabalho (NCI-WG) (HALLEK et al., 2007). Onze pacientes foram excluídos, dos
quais quatro em decorrência de apresentarem diagnósticos de outras doenças
linfoproliferativas B crônicas e sete devido a não realização da imunofenotipagem em tempo
hábil. O grupo dos pacientes era composto de 12 que nunca receberam tratamento específico
para LLC e 31 previamente tratados. Quanto ao gênero, 24 pertenciam ao sexo masculino e 19
ao sexo feminino.
3.3 Metodologia
As informações relacionadas aos pacientes foram obtidas através da leitura dos
seus prontuários, complementadas por entrevistas com os mesmos e registradas em fichas
clínicas individualizadas (APENDICE) que continham as seguintes informações: dados
35
demográficos (idade, sexo, etnia, estado civil, nacionalidade, naturalidade e profissão),
clínicos (histórico familiar; contato com substâncias tóxicas; modo da apresentação clínica da
doença; exame físico e estadiamentos de Rai e Binet modificados na primeira consulta (RAI;
RAN., 1990); a avaliação da evolução clínica; análise dos parâmetros medidos ao diagnóstico
e durante o seguimento dos pacientes, grau de aumento do baço e/ou fígado, tamanho dos
linfonodos envolvidos, manifestações autoimunes, trombocitopênicas e quanto a presença de
infecções; evolução terapêutica; progressão, estabilidade ou remissão da doença de acordo
com os critérios definidos pelo NCI-WG (CHESON, et al., 1996) e laboratoriais (TDL,
hemogramas, mielogramas, padrão histológico da biópsia da medula óssea e LDH, ao
diagnóstico.
Em um segundo momento, realizamos os exames: imunofenotipagem com o
painel de LLC, expressão da Zap-70 e CD38, dosagem sérica de β2-M, mielograma e
citogenética clássica.
3.3.1. Coleta de amostras do estudo
Três amostras com cerca de 5,0 ml de sangue venoso periférico foram colhidas,
em três tubos estéreis a vácuo contendo EDTA para os exames de hemograma, dosagem
sérica de β2-M e imunofenotipagem, realizados nos laboratórios de Hematologia (HEMOCE),
Laboratório de Apoio Roberto Picanço (LARP) e Laboratório de Marcadores Celulares
(HEMOCE), respectivamente.
Em seguida, os pacientes foram submetidos a punção de medula óssea no
manúbrio esternal com coleta de cerca de 0,2ml do aspirado medular para o mielograma e 4 a
5 ml de material, em uma seringa contendo 2ml de heparina, e o material colhido
encaminhado ao Laboratório de Citogenética Clássica e Molecular do HUWC/HEMOCE para
a análise do cariótipo por banda G.
3.3.2 Hemograma
As amostras de sangue periférico foram analisadas pelo sistema automático do
aparelho CellDyn® para realização dos hemogramas e realizados esfregaços do sangue
36
periférico, corados pelo método May-Grünwald-Giemsa, para avaliação morfológica das
células.
3.3.3. ß2-M
Utilizamos um teste quantitativo automatizado no sistema (VIDAS -
BioMérieux®), que permite a medida quantitativa de ß2-M no soro ou plasma humano, pela
técnica ELFA (Enzyme Linked Flourescente Assay). O principio do doseamento associa o
método imunoenzimático ELISA em duas etapas com uma detecção final em fluorescência
(ELFA).
O aparelho, denominado MINI VIDA, possui um cone de utilização única que
serve tanto para a fase sólida como de suporte na pipetagem. Todas as etapas do teste foram
realizadas automaticamente pelo sistema. E são constituídas por uma sucessão de ciclos de
aspiração e dispersão do meio reacional.
A primeira etapa consiste na diluição da amostra e a ß2-M na amostra liga-se ao
anticorpo monoclonal específico fixado no cone. As etapas de lavagem eliminam os
componentes não fixados. A ß2-M retida é revelada por um anticorpo policlonal de carneiro
anti-β2-M humana marcado com fosfatase alcalina. O conjugado não fixado é eliminado por
lavagem.
Na segunda etapa final de revelação, o substrato (4-metil-umbeliferil fosfato) é
aspirado e dispersado pelo cone; a enzima do conjugado catalisa a reação de hidrólise do
substrato num produto (4-metil-umbeliferona) cuja fluorescência emitida é medida a 450nm.
O valor do sinal de fluorescência é proporcional à concentração da ß2-M presente na amostra.
Existe uma curva de calibração memorizada pelo equipamento que permite a
comparação com a leitura realizada no ensaio da amostra, sendo o resultado quantitativo
liberado e impresso em UI/ml, tendo com valor de referência (VR) 0,4 - 2,4 UI/ml
(REVILLARD., 1979; KARLSSON; WIBELL; EVRIN., 1980; VINCENT et al., 1985;
BELEC et al., 1992; ROMETTE et al., 1992).
3.3.4. Dosagem sérica da desidrogenase láctica (LDH)
37
As dosagens séricas da LDH foram realizadas na época da primeira consulta e em
outras consultas subseqüentes, solicitadas pelos médicos do referido ambulatório durante o
acompanhamento dos pacientes. As mesmas foram realizadas no Laboratório de bioquímica
do HUWC através da seguinte técnica: após a coleta de cerca de 5ml do sangue periférico, em
tubo contendo um gel separador, a mesma é levada para centrifugação a 3.500 rotações por
minuto (rpm) por dez minutos. O princípio do teste é baseado na utilização de ultravioleta
(UV), de acordo com a padronização do método; a amostra (soro do paciente) com adição do
reagente 1 (R1= tampão/piruvato) e, posteriormente, adicionado o reagente 2 (R2=NADH)
que resulta no início da reação:
piruvato+ NADH + H+ →← LACTATO + NAD+ .
A lactato desidrogenase catalisa a conversão de piruvato em lactato; neste
processo NADH é reduzido para NAD. A taxa de diminuição de NADH é diretamente
proporcional à atividade de LDH e é medida fotometricamente. Os reagentes R1 e R2 já são
fornecidos prontos para a utilização pela Empresa ESSEN, representante no Nordeste, da
ROCHE. Todo o processo da reação ocorre no aparelho Hitachi 917 da ROCHE e, a mesma, é
padronizada através de um manual da ROCHE, onde constam as normas para o analisador
utilizado, para a calibração do aparelho, controle de qualidade diário através do controle
normal com a solução Precinorm e o controle patológico usando a solução Precipath, entre
outras normas. Os resultados são fornecidos pelo analizador o qual faz um cálculo automático
tendo como valores de referência para adultos: 240-480 U/L (WACKER, et al., 1956;
GESELLSCHAFT; CHEMIE, 1972; RYDER; JACKSON, 1986; BABLOK et al., 1988;
TROMAS, 1992).
3.3.5. Imunofenotipagem
Marcadores monoclonais
As amostras de sangue periférico foram estudadas com um painel de anticorpos
monoclonais contendo os seguintes marcadores, com os respectivos fluorocromos entre
parênteses: Tubo1: Controle com linfócitos não marcados x CD19 (RC5); Tubo2:
Linfograma, CD3 (PE) x CD4 (PerCP) x CD8 (FITC) x CD19 (PC5) x CD56 (PE); Tubo3:
CD38 (FITC) x CD5 (PE) x CD19 (PC5); Tubo4: FMC7 (FITC) x CD23(PE); Tubo 5: CD20
38
(FITC) x CD10 (PE); Tubo 6: sIgM (FITC) x CD22 (PE); Tubo 7: Kappa (FITC) x Lambda
(PE)xCD19 (PC5); Tubo 8: CD16 (FITC) x CD56 (PE) x CD3 (PC5) ; Tubo 9: CD7 (FITC) x
CD3 (PC5); Tubo 10: Controle da Zap-70 (FITC) x CD8 (PE) x CD19 (PC5); Tubo11: Zap-
70 (FITC) x CD8 (PE) x CD19 (PC5); Tubo12: CD103 (FITC) x CD19 (PC5).
Tubo 10: Controle da Zap-70 (FITC) x CD8 (PE) x CD19 (PC5); Tubo11: Zap-70
(FITC) x CD8 (PE) x CD19 (PC5); Tubo 12: CD103 (FITC) x CD19 (PC5).
A população residual de linfócitos T (CD3+) presente na amostra foi utilizada
como controle positivo para a Zap-70. Como controles negativo, foram utilizadas células do
próprio paciente marcadas com um anticorpo isotipo de especificidade irrelevante. A análise
da Zap-70 foi realizada na população de células linfóides de interesse (CD19+). Foram
considerados os valores de 20% de células marcadas como ponte de corte para a expressão
positiva da Zap-70, e a partir de 30% para os outros marcadores.
Os anticorpos monoclonais foram adquiridos junto à IQ Products (Groninger,
Holanda), exceto o anticorpo anti-Zap-70 que foi obtido junto a Bioscience (San Jose, CA,
USA).
Todos os casos de LLC foram classificados segundo o sistema de pontuação
proposto por Matutes et al. (1994), complementado posteriormente por Moreau et al. (1997)
(Quadro 3) e a maioria obteve 4 a 5 pontos. Aqueles com pontuação igual a três apresentaram
características clínicas, hematológicas, padrão da histologia da medula óssea compatíveis com
LLC, aos quais atribuímos à expressão baixa da dupla positividade de CD5/CD19 ao
tratamento quimioterápico na ocasião do exame.
Marcador LLC Pontuação
sIg* Fraco 1
CD5 Positivo 1
CD23 Positivo 1
CD22 ou CD79b Negativo/Fraco 1
FMC7 Negativo 1
Quadro 3 - Sistema de pontuação característica de LLC.
*sIg: imunoglobulina de superfície. Fonte: MOREAU et al., (1997).
39
Os anticorpos monoclonais estavam conjugados com os fluorocromos
phycoerytrin (PE), fluorescein isothiocyanate (FITC) e phycoerytrin-cyanin-5(PC5).
Todas as amostras foram analisadas em citômetro de fluxo Beckman Coulter®
EPICS XL-MCL (Coulter), equipado com laser de 488 nm de comprimento de onda. Foram
captados a partir de 15.000 eventos por tubo. A janela (gate) utilizada para o estudo das
células leucêmicas caracterizava-se por baixo tamanho celular (FSC) e baixa complexidade
interna (SSC) (gate linfocitária). O programa Listmode foi utilizado para a aquisição e a
análise dos dados.
Marcação de membrana para CD38 e demais antígenos do painel
Cerca de 1,0x106 células em suspensão de 100μl de sangue total foram
adicionadas em cada tubo e incubadas em temperatura ambiente, por 30 min, com 5 μL de
cada anticorpo monoclonal. Posteriormente, 500μl de solução de lise (Opti-lyse) foram
adicionados em cada tubo. O material foi mantido por 10 minutos, no escuro, em temperatura
ambiente, com o objetivo de lisar as hemácias. Em seguida, as amostras foram centrifugadas
por 5 minutos, a 2.000 rpm. O sobrenadante foi desprezado, o pellet foi desfeito por meio de
agitação, no agitador Vortex, as amostras ressuspensas em 500μL de PBS, e,
subseqüentemente, levadas ao citômetro de fluxo para aquisição.
Marcação intracitoplasmática para a Zap-70
Inicialmente, foi realizada a marcação de membrana para o CD8 e o CD19 como
previamente descrito na técnica de marcação de membrana.
Para a fixação e permeabilização celular utilizamos o reagente Intraprep®
(Coulter Immunotech).
Foi adicionado 100µl do paraformaldeído e incubado por 15 minutos, no escuro.
Em seguida, foi realizada a lavagem com 4mL de PBS e centrifugado por 5 minutos, a 2.000
rpm. Adicionou-se 100 µl de Triton X e incubou-se por 5 minutos, no escuro. Em seguida, foi
adicionado 5µl do monoclonal anti-Zap-70 e incubado por 15 minutos e realizada nova
lavagem com 4mL de PBS, centrifugada por 5 minutos a 2.000 rpm. Desprezado o
sobrenadante, foi desfeito o pellet no vortex. Adicionou-se 500 µl de PBS e posteriormente,
levadas ao citômetro de fluxo para aquisição.
40
3.3.6. Citogenética clássica
As amostras de medula óssea para avaliação do cariótipo por banda G foram
coletadas em tubos 15x75 mm. O estudo do cariótipo por banda - G foi realizado à época das
coletas.O material foi coletado com agulha de mielograma após punção esternal.
A citogenética clássica por banda G foi realizada da forma habitual
(CHAUFFAILLE et al., 1997), isto é, a medula óssea (MO) colhida em heparina e de forma
estéril foi dividida em dois frascos contendo 7 mL de meio RPMI (pH 7,0), 3 mL de soro fetal
bovino e 100μl de L-glutamina. Este material foi cultivado por 24 horas em estufa a 37ºC.
Uma hora antes do término da cultura foram adicionados 50 uL de colchicina (Colcemid®),
por 30 minutos. Em seguida, o material foi centrifugado e ressuspenso em solução hipotônica
de KCL 0,075 M e fixado em solução de ácido acético e metanol (3:1), por 4 vezes. Para
confecção das lâminas para análise, o material foi gotejado em lâminas de microscopia e
secado ao ar. As bandas foram feitas pela técnica de tripsina-Giemsa (GTG), sendo analisadas
pelo menos 20 mitoses e os cromossomos classificados de acordo com o Sistema
Internacional de Nomenclatura Citogenética Humana (ISCN, 2009). As metáfases foram
capturadas em sistema computadorizado (CHROMU) com software para cariotipagem, e o
cariótipo digitalizado e impresso em impressora a laser (HP).
3.4 Aspecto ético
O projeto que resultou no presente trabalho está em conformidade com as
orientações constantes da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da
Saúde, e obteve o parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), do HUWC, da
Universidade Federal do Ceará, sob protocolo de número 113.12.07.
Todos os pacientes que participaram do estudo foram informados sobre os
objetivos, a metodologia e riscos da pesquisa.
41
3.5 Análise estatística
A análise dos dados foi realizada utilizando os programas estatísticos Biostat 4.0 e
GraphPad Prism (versão 5.0). Para verificar o grau de associação entre as variáveis foi
utilizado o teste Coeficiente de Phi para tabelas de contingência 2x2 e o teste Coeficiente de
Contingência C para tabelas n x n (n < 2). Os testes de Fisher e Qui-quadrado foram utilizados
com o objetivo de verificar diferenças estatisticamente significante entre as proporções
observadas. Para a análise dos resultados fornecidos pelos testes estatísticos, foi escolhido
como índice de significância α = 5%, portanto com um nível de confiança de 95%.
Foi utilizado o estimador de Kaplan-Meier para função de sobrevivência e o teste
de igualdade das funções de sobrevivências para vários grupos (teste log rank). Os resultados
foram gerados usando o software livre R,versão 2.7.(www.r-project.org/).
42
4 RESULTADOS
Os pacientes recrutados quanto ao sexo foram: 25 (58%) masculinos e 18 (42%)
femininos. Houve uma discreta predominância do sexo masculino em relação ao feminino,
porém estatisticamente não significativa (p=0,6651). Quanto à idade, 32 (74,4%) deles tinham
idade acima de 60 anos e 11 (25,6%) abaixo de 60 anos, com uma média de 66,09 anos ao
diagnóstico. Portanto a LLC predominou nas idades acima de 60 anos (Tabela1).
Das profissões exercidas pelos pacientes destacou-se a de agricultores, estando
presente em 14 dos 43, e 29 pertenciam a outras diversificadas profissões. A predominância
da profissão de agricutor foi significativa (p=0,0057). Com relação à etnia, 32 (74%) eram
pardos, 10 (23%) brancos e 1 (3%) negro. A procedência foi de 23 (53,5%) da capital e 20
(46,6%) do interior (Tabela 1).
Obtivemos a presença de LLC na família em 5 (11,6%) dos pacientes e a ausência
em 29 (46,5%) (p=0,0051). A presença de outras doenças linfoproliferativas na família foi
identificada em 6 pacientes (14,0%), ausente em 17 (39,5%) e desconhecida em 20 deles
(46,5%) (p=0,0601), com uma tendência para significância. A presença de outras neoplasias
na família foi confirmada por 12, dos 43 pacientes (14,0%) (p=0,8564). O contato com
herbicida ocorreu em 11(25,6%) e ausência dele em 32 (74,4%) ( p=0,0439) (Tabela 1).
43
Tabela 1 - Estratificação das características demográficas, ao diagnóstico.
Idade (anos) Acima de 60 anos32 (74,42%)
Abaixo de 60 anos11 (25,58%)
p = 0,0439٭٭
Sexo Masculino25 (58,14%)
Feminino18 (41,86%)
p = 0,6651٭٭
ProfissãoAgricultor 14 (32,56%) p = 0,0057٭Doméstica 9 (20,93%)Comerciante 3 (6,98%)Aposentado 3 (6,98%)Demais 14 (32,56%)
EtniaBranca 10 (23,26%) p < 0,0001٭Parda 32 (74,42%)Preta 1 (2,33%)
ProcedênciaCapital 23 (53, 49%) p = 0,8294٭٭Interior 20 (46, 51%)
Histórico Familiar LLC
Presente 5 (11,63%) p = 0,0051٭Ausente 29 (67,44%)Não informou 9 (20,93%)
Outras doenças lifoproliferativas
Presente 6 (13,95%) p = 0,0601٭Ausente 17 (39,53%)Não informou 20 (46,51%)
Outras neoplasiasPresente 12 (27,91%) p = 0,8564٭Ausente 15 (34,88%)Não informou 16 (37,21%)
Contato com Herbicida
Sim11 (25,58%)
Não32 (74,42%)
p = 0,0439٭٭
* Teste do Qui-quadradoTeste de Fish ٭٭
Quanto à apresentação inicial da doença, 23 (53,50%) procuraram assistência médica
devido à presença de sinais e/ou sintomas de LLC, na primeira consulta e 20 (46,50%) foram
encaminhados ao hematologista devido à linfocitose no hemograma, assintomática (p=1,000).
Obtivemos 22 (51,02%) pacientes com comorbidades (dentre elas, as mais freqüentes foram
hipertenção arterial e Diabetes Mellitus) e ausência das mesmas em 21(48,8%) (p=1,000)
(Tabela 2 e Gráfico 1).
44
Gráfico 1 - Estratificação dos pacientes segundo o modo de apresentação da doença, ao diagnóstico.
Dos 43 pacientes, 15 (34, 88%) eram do estágio 0, 22 (51,16%) dos estágios I, II e
6 (13,95%) do estágio III e IV de Rai. A maioria dos pacientes pertencem aos estádios 0, I e II
(baixo e moderado risco), totalizando 37 (86,04%), dos 43 pacientes (p= 0,0112) (Tabela 2).
Dos 21 pacientes que já possuíam a biópsia da medula óssea somente 9 (42,86%)
tinham um padrão difuso e 12 (57,14%) apresentaram um padrão histológico não difuso
(p=0,0012) (Tabela 2).
Todos os pacientes do estudo já possuíam a dosagem da LDH ao diagnóstico com
os seguintes resultados: 7 (16,30%) possuíam LDH aumentada e 36 (83,70%) os valores
foram normais (p= 0,0012) (Tabela 2).
A raça parda predominou em relação às outras (p<0,0001) (Gráfico 2).
Gráfico 2 - Estratificação dos pacientes quanto à etnia.
23,26 %
74,42%
2,33%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Per
cent
agem
(%)
Branca Parda Preta
Etnia
53,49%
46,51%
42
44
46
48
50
52
54
Per
cent
agem
(%)
Sintomática Assintomática
Apresentação inicial da doença
45
Tabela 2 - Estratificação das características clínicas e de prognóstico ao diagnóstico.
Apresentação inicial da doença Sintomática
23 (53,49%)
Assintomática
20 (46,51%)
p = 1,000٭٭
Comorbidades Presente
22 (51,16%)
Ausente
21 (48,84%)
p = 1,000٭٭
Estadiamento de Rai Risco Baixo (0, I) 21 (48, 84%) p = 0,0943٭
Risco Moderado (II) 16 (37, 21%)
Risco Alto (III, IV) 6 (13, 95%)
Estadiamento de Binet Risco Baixo (A) 19 (44,19%) p = 0,0559٭
Risco Moderado (B) 19 (44,19%)
Risco Alto (C) 5 (11, 63%)
TDL(≤ 12 meses) Presente 8 (18, 60%) Ausente 35 (81,0%) p = 0.0029٭٭
Linfócitose ≥ 50.000/mm³
28 (65,12%)
< 50.000/mm³
15 (34,88%)
p = 0.2744٭٭
Padrão da biopsia da medula
Óssea
Difuso
9 (42,86%)
Não Difuso
12 (57,14%)
p = 1,000٭٭
LDH ≥ 480 U/l
7 (16,28%)
< 480 U/l
36 (83,72%)
p = 0.0012٭٭
Teste do Qui-quadrado ٭Teste de Fisher ٭٭
No estadiamento de Binet, foram classificados 19 (44,20%) pacientes no estádio
A, 19 (44,20%) estágio B e 5 (11,60%) no estágio C. Portanto, a maioria dos pacientes
pertenciam aos estágios de risco baixo e intermediário, os quais somados foram 38 (88,40%)
pacientes, com uma tendência para significância estatística (p=0,0559). Achado semelhante
ao sistema de Raí (Tabela 2 e Gráfico 3).
46
Gráfico 3 - Classificação dos pacientes em subgrupos de risco baixo, moderado e alto segundo o sistema de estadiamento clínico de Binet.
Dos 43 pacientes, apenas 8 (18,60%) apresentaram um número absoluto de
linfócitos duplicados em menos de 12 meses, com significância (p = 0.0029). Foi observado
que 15 (34,90%) dos pacientes possuem contagem absoluta de linfócitos ≥ 50.000/mm3, ao
diagnóstico, e 28 (65,10%) possuíam linfocitose < 50.000/mm³ (p = 0.2744) (Gráfico 4).
As características imunofenotípicas dos pacientes com leucemia linfocítica
crônica encontram-se nas tabelas 3 e 4.
Gráfico 4 - Classificação dos pacientes segundo o marcador de progóstico TDL
44,19 % 44,19 %
11,63%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Pe
rce
nta
gem
(%
)
Risco Baixo (A) Risco Moderado (B) Risco Alto (C )
Estadiamento de Binet
18,6 %
81,4 %
0102030405060708090
Per
cen
tag
em (
%)
Presente Ausente
Tempo de duplicação linfocitária < 12 meses
47
Tabela 3 - Expressão dos antígenos das células clonais da LLC, através da
imunofenotipagem, dos pacientes (1 a 21).
Fonte : Matutes et al. (1994) ; Moreau et al., (1997)*=Houve expressão de dupla positividade, porém em valor < 30% (paciente em quimioterapia).; AG=antígeno; PA=paciente; NR=não realizado.
AG/PA CD10
CD5/19
CD22 CD23 CD103 FMC7 Κ Λ sIgM Expres Pontos
1 - + + + - - - + + fraca 52 - + - + NR - + - + fraca 53 - + - + NR + + - + fraca 44 - + - + NR - - + + fraca 55 - + - + NR - + - + fraca 56 - + - + - - - + - fraca 57 - + + + - - + - + fraca 58 - + + + - - - + + fraca 59 - + + + - - + - + fraca 510 - + + + - - + - - fraca 511 - + - + - - - + + fraca 512 + + + + - - + - + fraca 513 - + - + NR NR + - + fraca 514 - + + + - - - + + fraca 515 - + - + - NR - + + fraca 516 - + + + - - + - + fraca 417 - + - + NR - - + + fraca 518 - + - + - NR + - + fraca 519 - + - + NR - - + - fraca 420 - + - + - - + - + fraca 521 - + - + NR - + - + fraca 5
48
Tabela 4 - Expressão dos antígenos das células clonais da LLC, através da imunofenotipagem, dos pacientes (22 a 43).
AG/PA CD10 CD5/19 CD22 CD23 CD103 FMC7 Κ Λ sIgM Expres Pontos
22 - + - + NR - + - NR fraca 523 - + - + - - + - + fraca 524 - + + + - - - + + fraca 525 - + + + - - - + - fraca 526 - + + + - - - + + fraca 527 - + + + NR - NR NR NR fraca 428 - + - + - - - + + fraca 529 - + - + NR - + - + fraca 530* - - - + NR + - + + fraca 531 - + - + - - - - - fraca 332 - + - + NR - + - + fraca 533 - + + + - - + - + fraca 534 - - + + - - - - º + Fraca 435 - + + + - - - - - Fraca 536* - - - + - NR + - + Fraca 337 - + + + - - + - NR Fraca 538 - + - + - - - - - fraca 539* - - + + - - - - + fraca 540 - + + + - - + - + fraca 541* - - - + - - - - - fraca 442* - - + + - - + - - fraca 443 - + + + - - + - + fraca 5
Fonte : Matutes et al., (1994) ; Moreau et al., (1997). *=Houve expressão de dupla positividade, porém em valor < 30% (paciente em quimioterapia)ºº= relação K/L: 0,6: 1,0.º = relação K/L: 1,5: 1,0; AG=antígeno; PA=paciente; NR=não realizado.
A expressão da Zap-70 foi realizada em 40 pacientes, sendo que 9 (22,50%)
apresentaram positividade para Zap-70 e 31 (77,50%) negatividade (p=0,0193) (Tabela 5).
A expressão de CD38 foi realizada em 42 pacientes, sendo que 11 (26,19%)
apresentaram positividade para o CD38 e 31 (73, 81%) com ausência na expressão.
A citogenética clássica, realizada em 27 pacientes, obteve resultados em 15
pacientes (55, 55%), sendo normais em 12 (44, 44%), alterado em 3 (11,11%) e sem mitoses
em 12 (44, 44%) (p= 0,1414) (Tabela 5).
A dosagem sérica de β2-M mostrou-se elevada em 24 pacientes (55,81%) e em 19
(44,19%) os resultados foram normais. A presença de infecção foi evidenciada durante o
acompanhamento ambulatorial em 38 (88,37%) dos pacientes e 5 (11,63%) não apresentaram
infecções em sua evolução (p= 0,0003) (Tabela 5).
49
Encontramos 8 (18, 60%) dos pacientes com o teste da antiglobulina direta e
autoanticorpos positivos, os quais desenvolveram o quadro de anemia hemolítica autoimune
e 35 (81, 40%) evoluíram sem essa complicação (p= 0,0054) (Tabela 5).
Tabela 5 - Estratificação dos parâmetros de prognósticos realizados em um dado momento do
acompanhamento dos pacientes.
Expressão da Zap-70(n=40)
Positiva9 (22,50%)
Negativa31 (77,50%)
p = 0,0193٭٭
Expressão do CD38(n=42)
Positiva11 (26,19%)
Negativa31 (73,81%)
p = 0,0422٭٭
β2-M(n=43)
Normal19 (44,19%)
Aumentada (>4UI/ml)24 (55,81%)
p = 0,6662٭
Alterado 3 (11,11%) p = 0,1414٭
Citogenética clássica(n=27)
Normal 12 (44, 44%)
Ausência de mitose 12 (44, 44%)
Infecção (n=43) Não ocorreu5 (11, 63%)
Ocorreu38 (88,37%)
p = 0,0003٭٭
AHAI(n=43)
Ocorreu8 (18, 60%)
Não ocorreu35 (81,40%)
p = 0,0054٭٭
Teste do Qui-quadrado ٭Teste de Fisher ٭٭
50
Tabela 6 - Estratificação dos pacientes em relação às características da citogenética
associadas ao sexo e a idade.
Paciente Sexo Idade Resultado
01 M 76 46, XY [7]03 F 74 46, XX [3]
05 F 65 Ausência de mitoses
06 M 63 46, XY [7]
07 F 73 46, XX [11]
08 F 63 01 mitose condensada
09 M 45 46, XY [7]
10 F 73 Ausência de mitose
11 F 85 Ausência de mitose
12 F 57 46, XX [5]
13 M 52 Ausência de mitoses
14 F 73 46, XX [2]
15 F 64 46, XX [3]
16 M 62 04 mitoses condensadas.
18 M 68 46, XY [2]
19 M 66 Ausência de mitoses
23 M 74 Ausência de mitoses
26 M 53 46, XY [5]
27 F 76 Ausência de mitoses
28 M 66 46, XY [13]
29 F 65 Ausência de mitoses
32 F 77 Ausência de mitoses
33 F 59 46, XX, del(11)(q23)[7]/46,XX[14]
35 F 56 46, XX, add(1)(p43)[10]/46,XX[5]
37 F 71 48, XX, +mar1,+mar2[3]/46,XX[3]
39 M 76 Ausência de mitose
43 F 65 46, XX [4]
51
Resultado baseado no ISCN-In International System for Human Cytogenetic Nomenclature, 2009
Figura 3 - Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 28, com resultado 46,
XY [13].
52
Resultado baseado no ISCN-In International System for Human Cytogenetic Nomenclature, 2009
Figura 4 - Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 33, com resultado 46,
XX, del (11) (q23) [7] /46, XX [14].
53
Resultado baseado no ISCN-In International System for Human Cytogenetic Nomenclature, 2009
Figura 5 - Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 7, com resultado
46,XX[11].
54
Figura 6 - Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 35, com resultado
material adicional no cromossomo 1 e presença de cromossomo marcador.
55
PACIENTE NÚMERO 35: MATERIAL ADICIONAL NO CROMOSSOMO 1 E
PRESENÇA DE CROMOSSOMO MARCADOR
Figura 7 - Análise do Cariótipo por banda G do paciente de número 35, com resultado
material adicional no cromossomo 1 e presença de cromossomo marcador
Em relação ao tratamento, 31 (72,09%) dos pacientes receberam tratamento
durante o acompanhamento ambulatorial e 12 (27,91%) nunca receberam (p= 0,0464). Os
protocolos quimioterápicos utilizados foram: clorambucil e prednisona, em 24 (77,42%)
pacientes (p= 0,0464); ciclofosfamida e fludarabina em 5 (16,13%) deles e a associação de
ciclofosfamida, oncovin e prednisona foi administrada em 2 (6,45%) (Tabela 7).
56
Ao término do estudo, a maioria dos pacientes apresentava doença em progressão
(60, 47%), independente de ter recebido tratamento (p= 0,0004) (Tabela 7).
Tabela 7 - Estratificação dos pacientes em relação à realização ou não do tratamento, tipo de
tratamento e situação atual.
Tratamento Tratou31 (72, 09%)
Não tratou12 (27, 91%)
p = 0,0464٭٭
Modalidade de tratamento
Clorambucil + Prednisona
24 (77, 42%) p = 0,0017٭
Ciclofosfamida + Fludarabina
5 (16,13%)
Ciclofosfamida + Oncovin + Prednisona (COP)
2 (6,45%)
Situação atual(doença)
Ativa progredindo 26 (60,47%) p = 0,0004٭
Remissão(clínica/hematological, nos tratados)
2 (4, 65%)
Ativa, sem progressão
13 (30,23%)
Óbito 2 (4, 65%)
Teste do Qui-quadrado ٭Teste de Fisher ٭٭
Aplicou-se o teste de independência para verificar se existe dependência ou
associação entre os níveis dos marcadores da Zap-70 e expressão do CD38 em relação ao
paciente ter ou não tratamento. Para o marcador CD38, obtivemos o valor p = 0,096, isto é, o
paciente ter tratamento ou não independe do marcador CD38 para um nível de 0,05 de
significância. Em relação ao Zap-70, observou-se que o valor do p foi bem menos significante
(0,827), indicado que não houve associação entre tratamento e Zap-70. Esse fato pode ser
verificado nas tabelas 8 e 9. Percebemos que a proporção de tratados e não tratados é bem
parecida para os dois níveis de Zap-70 (25,81% e 22,22% ), mas a expressão do CD38, essa
relação proporcional não foi tão forte (35,45% e 9,09%).
57
Tabela 8 - Relação dos pacientes com e sem tratamento e a expressão do CD38
PacientesCD38
Sem Tratamento Com TratamentoTotal
11 20 3135,48% (CD38) 64,52% (CD38) -Negativo
91,67% (Pacientes)
66,67 % (Pacientes) -
1 10 119,09% (CD38) 90,90% (CD38) -Positivo
8,33% (Pacientes)
33,33% (Pacientes) -
Total 12 30 42
Tabela 9 - Relação dos pacientes com e sem tratamento com os níveis da Zap-70
PacientesZap-70
Sem Tratamento Com TratamentoTotal
8 23 3125,81% (ZAP-
70)74,19% (ZAP-
70) - Negativo80,00%
(Pacientes) 76,67 %
(Pacientes) -2 7 9
22,22% (ZAP-70)
77,78% (ZAP-70) -Positivo
20,00% (Pacientes)
23,33% (Pacientes) -
Total 10 30 40
Correlações entre as variáveis
Conforme se observa na tabela 10, não encontramos correlação do Zap-70 com as
variáveis CD38, TDL, β2-M, LDH, padrão da biópsia e linfocitose.
58
Tabela 10 - Estudo de correlação do Zap-70 com as variáveis CD38, TDL, β2-M, LDH,
Padrão da biópsia e linfocitose.
Expressão(n=39)
CD38+(n = 10)
CD38-(n = 29)
Zap70+ (n = 8) 3 (7, 69%) 5 (12, 82%) p = 0, 6836*
Zap70- (n = 31) 7 (17, 95%) 24 (61, 54%)
TDL(n=40)
TDL + (n = 8) TDL – (n = 32)
Zap-70+ (n = 9) 2 (5, 00%) 7 (17, 50%) p = 0, 8899*
Zap-70- (n = 31) 6 (15, 00%) 25 (62, 50%)
β2-M(n=40)
β2-MNormal (n = 16)
β2-Maumentado (n = 24)
Zap-70 + (n = 9) 5 (12, 50%) 4 (10, 00%) p = 0, 4867*
Zap-70 - (n = 31) 11 (27, 50%) 20 (50, 00%)LDH
Normal (n = 33)LDH
Aumentado (n = 7)Zap-70 + (n = 9) 6 (15, 00%) 3 (7, 50%) p = 0, 3566*
Zap-70 - (n = 31) 27 (67, 50%) 4 (10, 00%)
Biópsia da medula óssea
Difuso(n = 8)
Não Difuso(n = 12)
Zap-70 + (n = 5) 4 (20, 00%) 1 (5, 00%) p = 0, 1138*
Zap-70 - (n = 15) 4 (20, 00%) 11 (55, 00%)
Linfocitose ao diagnostic
< 50.000 mm³(n = 25)
≥ 50.000 mm³(n = 15)
Zap-70 + (n = 9) 3 (7, 50%) 6 (15, 00%) p = 0, 0965*
Zap-70 - (n = 31) 22 (55, 00%) 9 (22, 50%)
*Teste de coeficiente de Phi
A correlação entre a expressão de Zap-70 só pôde ser evidenciada com os
resultados da citogenética, não ocorrendo com os sistemas de classificação de prognóstico de
Rai e Binet, embora com tendência à significância (Tabela 11).
59
Tabela 11 - Estudo de correlação do Zap-70 com as variáveis estadiamento clínico de Rai e
Binet e com a citogenética convencional.
Estádio de Rai(n=40)
Risco Baixo (0)
(n = 15)
Risco Moderado (I, II)
(n = 22)
Risco Alto(III, IV)(n = 6)
Zap-70 + (n = 9) 2 (5, 00%) 6 (15, 00%) 1 (2, 50%) p = 0,4194**
Zap-70 - (n = 31) 13 (32, 50%) 13 (32, 50%) 5 (12, 50%)
Estádio de Binet(n=40)
Risco Baixo (A)
(n = 16)
Risco Moderado(B)
(n = 19)
Risco Alto (C)(n = 5)
Zap-70 + (n = 9) 3 (7, 50%) 5 (12, 50%) 1 (2, 50%) p = 0,8583**
Zap-70 - (n = 31) 13 (32, 50%) 14 (35, 00%) 4 (10, 00%)
Citogenética clássica(n=27)
Normal(n = 12)
Alterado(n = 3)*
Sem mitose(n = 12)*
Zap-70 + (n = 6) 2 (8, 00%) 2 (8, 00%) 2 (8, 00% ) p = 0,0319**
ZAP70 - (n = 19) 10 (40, 0%) 0 9 (36, 00%)
**Teste de coeficiente de contingência C*Um cariótipo com alteração e outro sem mitose, porém não avaliada a Zap-70.
Obtivemos ausência de correlação entre a expressão do CD38 e as variáveis TDL,
β2-M, LDH, padrão da histologia da biópsia e linfocitose ≥ 50.000/mm3 (Tabela 12)
60
Tabela 12 - Estudo de correlação do CD38 com as variáveis TDL, β2-M, LDH, Padrão da
biópsia e linfocitose.
TDL(n=42)
TDL + (n = 8)
TDL –(n = 34)
CD38 + (n = 11) 3 (7, 14%) 8 (19, 05%) p = 0,7175*
CD38 - (n = 31) 5 (11, 90%) 26 (61, 90%)
Β2-microglobulina(n=42)
β2 Normal(n = 18)
β2 aumentado(n = 24)
CD38 + (n = 11) 5 (11, 90%) 6 (14, 29%) p = 0,8792*
CD38 - (n = 31) 13 (30, 95%) 18 (42, 86%)
LDH(n=42)
LDH Normal(n = 36)
LDH Aumentado(n = 6)
CD38 + (n = 11) 9 (21, 43%) 2 (4, 76%) p = 0,9429*
CD38 - (n = 31) 27 (64, 29%) 4 (9, 52%)
Biópsia da Medula óssea
(n=20)
Difuso(n = 8)
Não Difuso(n = 12)
CD38 + (n = 5) 1 (5, 00%) 4 (20, 00%) p = 0,5982*
CD38 - (n = 15) 7 (35, 00%) 8 (40, 00%)
Linfocitose ao diagnóstico
< 50.000 mm³(n = 28)
≥ 50.000 mm³(n = 14)
CD38 - (n =31) 21 (50, 00%) 10 (23, 81%)
CD38 + (n =11) 7 (16, 67%) 4 (9, 52%) p = 0,9013*
*Teste de coeficiente de Phi
A associação entre a expressão de CD38 e as variáveis: estadiamentos clínicos de
Rai e Binet e a citogenética convencional apresentou uma tendência a significância (Tabela
13).
61
Tabela 13 - Estudo de correlação do CD38 com as variáveis estadiamentos clínicos de Rai e
Binet e citogenética convencional.
Estádio de Rai(n=42)
Risco Baixo(0)
(n =15)
Risco Moderado(I, II)
(n = 22)
Risco Alto(III, IV)(n = 5)
CD38 + (n = 11)
1 (2, 32%) 9 (21, 43%) 1 (2, 38%) p = 0,063**
CD38 - (n = 31) 14 (33, 33%) 13 (30, 95%) 4 (9, 52%)
Estádio de Binet(n=42)
Risco Baixo (A)
(n=19)
Risco Moderado(B)
(n=19)
Risco Alto(C)
(n=4)CD38 + (n =
11)3 (7, 14%) 7 (16, 67%) 1 (2, 38%) p = 0,336**
CD38 - (n = 31) 16 (38, 10%) 12 (28, 57%) 3 (7, 14%)Citogenética
clássica(n=26)
Normal(n = 12)
Alterado(n = 2)
Sem mitose(n = 12)
CD38 + (n = 6) 1 (3, 85%) 1 (3, 85%) 4 (15, 38%) p = 0,2234**
CD38 - (n = 20) 11 (42,31%) 1 (3, 85%) 8 (30,77%)
**Teste de coeficiente de contingência C
62
Curvas de sobrevida estimadas segundo os marcadores biológicos
No gráfico 5, através do teste de Log-Rank, mostrou que os pacientes com ausência
de expressão da Zap-70 apresentaram maiores tempos sem tratamento do que aqueles com
Zap-70 positivo (p= 0,024).
0 5 10 15 20
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Tempo (Mês)
Fu
nçã
o d
e s
obre
vivê
nci
a e
stim
ada
Curva de sobrevivência estimada segundo ZAP70 Tempo sem tratamento
ZAP70 -ZAP70 +
Valor p = 0,024 Teste logrank
Gráfico 5 - Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo sem tratamento dos pacientes segundo Zap-70.
63
Os pacientes com ausência de expressão do CD38 apresentaram maior tempo sem tratamento em relação àqueles de resultados positivos para o CD38 (p= 0, 001) (Gráfico 6).
Gráfico 6 - Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo sem tratamento dos pacientes segundo CD38.
0 5 10 15 20
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Tempo (Mês)
Fu
nçã
o d
e s
obr
evi
vênc
ia e
stim
ada
Curva de sobrevivência estimada segundo CD38 Tempo sem tratamento.
CD38 -CD38 +
Valor p = 0,001 Teste logrank
64
Os pacientes que não apresentaram duplicação linfocitária no período de doze
meses do diagnóstico permaneceram sem tratamento por períodos maiores do que aqueles
pacientes com duplicação linfocitária no mesmo período (Gráfico 7).
0 5 10 15 20
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Tempo (Mês)
Fu
nçã
o d
e s
ob
revi
vên
cia
est
ima
da
Curva de sobrevivência estimada segundo TDL Tempo sem tratamento.
TDL -TDL +
Valor p = 0,043 Teste logrank
Gráfico 7 - Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo sem tratamento dos pacientes segundo TDL.
65
Obtivemos que os pacientes que apresentaram a dosagem sérica da desidrogenase
láctica normal evoluíram com um tempo sem tratamento maior em relação àqueles com LDH
aumentada (Gráfico 8).
0 5 10 15 20
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Tempo (Mês)
Fu
nçã
o d
e s
ob
revi
vên
cia
est
ima
da
Curva de sobrevivência estimada segundo LDH Tempo sem tratamento.
LDH ALDH N
Valor p = 0,006Teste logrank
Gráfico 8 - Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo sem tratamento dos pacientes segundo LDH.
Os pacientes que apresentaram níveis normais de LDH evoluíram com um maior
tempo sem tratamento específico para LLC do que aqueles pacientes com LDH aumentada
(Gráfico 9).
.
66
0 5 10 15 20
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Tempo (Mês)
Fu
nção
de
sob
revi
vênc
ia e
stim
ad
a
Curva de sobrevivência estimada segundo sexo Tempo sem tratamento
FemininoMasculino
Valor p = 0,102
Teste logrank
Gráfico 9 - Curva de sobrevivência estimada pelo Método de Kaplan-Meier para o tempo sem tratamento dos pacientes segundo sexo.
Pelo teste de Log-Rank, verificamos que não existe diferença significativa entre os
tempos sem tratamento, sem eventos (anemia hemolítica auto-imune e infecções) em
progressão e em remissão, entre os pacientes quanto ao gênero, cujos valores p’s obtidos
foram de 0, 102, 0, 276, 0,930 e 0, 361, respectivamente, todos não significantes.
O tempo mediano sem tratamento para o sexo feminino e masculino é 20 e 16 meses,
respectivamente. Já para o tempo sem evento se obteve 20 e 19, respectivamente para
feminino e masculino. Para o tempo sem progressão, obteve-se um tempo mediano de 7,5 e 8
meses, e em relação ao tempo em remissão, o tempo mediano obtido foi nulo (0 mês), para
ambos os sexos dos pacientes.
67
5 DISCUSSÃO
A leucemia linfocítica crônica (LLC) apresenta uma evolução clínica e biológica
bastante heterogênea sendo necessário se estabelecer critérios de classificação de riscos
(baixo, moderado e alto) com o objetivo de orientar as condutas terapêuticas. Rai e Binet
criaram os sistemas de estadiamentos clínicos, ainda utilizados atualmente e de importância
inquestionável, os quais estratificam os pacientes nos três subgrupos de riscos, estabelecendo
uma previsão de sobrevida global e indicação de tratamento precoce para os pacientes de risco
alto. Entretanto, esses sistemas não detectam alguns pacientes pertencentes aos subgrupos de
baixo e moderado risco que terão uma evolução desfavorável e que necessitarão de
terapêutica precoce, contrariamente ao esperado nestes estágios. Portanto, esses sistemas de
estadiamento têm sido mais consistentes no prognóstico do subgrupo de risco alto.
Na tentativa de obter maior poder de previsão, os pesquisadores descobriram uma
grande diversidade de marcadores de prognóstico dos quais o estado de mutação do gene da
região variável da cadeia pesada da imunoglobulina (IGHV) se destacou pelo seu poder de
dividir os pacientes com LLC em dois subgrupos: os com mutação, de prognóstico favorável,
e o sem mutação, de prognóstico desfavorável. Porém, este exame é tecnicamente laborioso,
demorado, de difícil execução, caro, exigindo profissionais especializados e, portanto,
indisponível na maioria dos centros onco-hematológicos, tornando seu uso inviável na prática
clínica. Então, surgiram novos marcadores de prognóstico a fim de substituir o anterior tais
como: desidrogenase lática, β2-M, a expressão do CD38, a expressão da Zap-70, as alterações
citogenéticas, dentre outros, os quais se correlacionam com o prognóstico e orientam a
decisão terapêutica.
Enfim, é consenso que o prognóstico do paciente portador de LLC depende das
complexas relações entre as características do paciente (idade, gênero, comorbidades, etnia,
performance status), da doença (carga tumoral, cinética e biologia do tumor), bem como da
sensibilidade da doença ao tratamento as quais determinam o grau de risco do mesmo.
Nosso resultado relacionado ao gênero foi de uma maior prevalência da doença no
sexo masculino, com relação M: F de 1,4: 1, 0, fato também evidenciado na literatura (BINET
et al., 2005; BROUET, 2003; GARICOCHEA, 2005; MACMAHON; RAWSTRON, et al.,
2002; SGAMBATI; LINET; DEVESA, 2003; SEGEL et al., 2003; XIE et al., 2003;
YAMAMOTO, 2005) e foi semelhante a Redaelli et al., (2004) que demonstrou a incidência
nos Estados Unidos com a relação M:F de 1,9:1,0.
68
Pacientes do sexo masculino possuem prognósticos mais desfavoráveis em
relação ao feminino, segundo vários pesquisadores (VAN BOCKSTAELE; VERHASSELT;
PHILIPPÉ, 2009; CATOVSKY et al., 1989; MORENO; MONTSERRAT., 2008), porém, não
evidenciamos essa diferença de prognóstico quanto ao gênero, ao avaliarmos os parâmetros:
tempo mediano sem tratamento de 20 e 16 meses, tempo mediano sem eventos (infecções,
anemia hemolítica autoimune) de 20 e 19 meses, tempo mediano sem progressão de 7,5 e 8
meses para os pacientes do sexo feminino e masculino, respectivamente, com diferenças sem
significância estatística. O tempo em remissão foi nulo em ambos, mulheres e homens. Na
avaliação dos marcadores de prognósticos clínicos, através das classificações de Rai e Binet,
os pacientes do sexo feminino em 88,8%, em ambos marcadores, pertenciam aos subgrupos
de risco baixo e moderado e 11,1% ao subgrupo de risco alto. Enquanto os do sexo
masculino, segundo Rai e Binet, apresentaram um percentual de 84, 00% e 88, 00%, nos
estágios de risco baixo e moderado e 16, 00% e 12, 00%, respectivamente, no estágio de risco
alto. Segundo os marcadores de prognóstico biológicos: expressões positivas do CD38 e da
Zap-70 foram de 29, 40% e 31, 30%, respectivamente no sexo feminino e 16, 60% e 17, 70%
para o sexo masculino. Tais diferenças também não apresentaram significância. Portanto, o
prognóstico relacionado ao gênero foi semelhante. A divergência de resultado do estudo em
relação à literatura pode ser decorrente das particularidades inerentes aos pacientes e das
características da doença no grupo avaliado, as quais são sabidamente apontadas na literatura
como influenciadoras no prognóstico na LLC (MORENO; MONTSERRAT., 2008).
Houve predominância da doença nas idades acima de 60 anos com uma mediana
de 66,09 de idade, ao diagnóstico. Este dado é concordante com a literatura (BINET et al.,
2005; BROUET, 2003; GARICOCHEA, 2005; RAWSTRON et al., 2002; SGAMBATI;
LINET; DEVESA, 2003; SEGEL et al., 2003; XIE et al., 2003; YAMAMOTO, 2005).
Das profissões exercidas pelos pacientes destacou-se a de agricultores. Essa
atividade ocupacional propicia um maior contato com herbicidas, substâncias que podem estar
associadas com o surgimento da doença (DREXLER et al., 2003; YAMAMOTO, 2005).
Encontramos predominância de LLC, quanto à etnia, nos pacientes de cor parda.
Os pesquisadores relatam que a freqüência de LLC é maior em brancos (DIGHIERO;
HAMBLIN., 2008; YAMAMOTO., 2005). O encontro predominante em pardos pode ser
atribuído ao fato dos pacientes avaliados pertencerem à região Nordeste do Brasil que,
segundo dados do IBGE, concentram uma maior população afro-descendente quando somada
ao número de indivíduos negros e brancos (IBGE, 1996-2003). Este resultado sugere uma
variabilidade na incidência da doença quanto à etnia dependendo da região geográfica.
69
O ambulatório que presta assistência aos pacientes envolvidos na pesquisa
localiza-se na capital do Estado do Ceará. Porém, houve apenas uma ligeira predominância de
pacientes oriundos da capital sobre os do interior (p = 0,829). Sabemos que o ambulatório
citado faz parte de um serviço de referência, de assistência terciária especializada, da Rede de
Saúde Pública do Sistema Único de Saúde (SUS) do estado do Ceará, e, portanto, atende aos
doentes de toda a região, incluindo o interior, o que explicaria esse resultado.
Não encontramos predisposição familiar nos pacientes do estudo. Pesquisadores
relatam que parentes em primeiro grau de pacientes com LLC possuem incidência três vezes
maior de LLC, maior incidência de doenças linfoproliferativas ou outras neoplasias
(SELLICK; CATOVSKY; HOUSTON, 2006; YAMAMOTO, 2005). Observamos que o nível
intelectual dos pacientes limitado em relação ao conhecimento sobre a LLC, neoplasias
linfoproliferativas e neoplasias em geral, associado à ausência de informações sobre os
diagnósticos das doenças que acometeram seus parentes, na maioria deles, teveram influência
sobre os dados coletado.
Em relação ao modo de apresentação clínica da doença encontramos uma maior
incidência de pacientes que buscaram assistência médica por sinais e/ou sintomas decorrentes
da doença em 53,49% (p=1,00) quando comparados àqueles encaminhados ao hematologista
devido unicamente à linfocitose ao hemograma (46,51%), sendo este último o modo de
apresentação mais comum da LLC, segundo a literatura, no percentual de 50% a 75%
(ANDRITSUS et al., 2002; FERRARINI; CHIORAZZI, 2004; GHIA; FERRERI;
CALIGARIS-CAPPIOA, 2007; MORENO; MONTSERRAT, 2008; PAOLO et al., 2007;
ROBAC, 2007). A divergência encontrada poderá ser decorrente do baixo nível
socioeconômico dos pacientes e das características geográficas da região, principalmente
daqueles oriundos do interior, devido às dificuldades de acesso aos centros de saúde terciários
da capital, certa desinformação sobre a existência dos mesmos e as carências locais na
assistência médica de avaliações clínicas periódicas.
Segundo o sistema de estadiamento de Rai, encontramos uma predominância dos
pacientes nos estágios 0 (34,88%), risco baixo, e estágios I e II (51,16%) de risco moderado.
Portanto, nossos pacientes são, em sua maioria, de risco baixo e intermediário. Quanto ao
estadiamento de Binet, os resultados foram semelhantes ao de Rai, ou seja, obtivemos 44,2%
nos estágios A e B, de riscos baixo e intermediário, respectivamente, totalizando 88,4% dos
pacientes da pesquisa.
A maioria dos pacientes não apresentou duplicação dos linfócitos em doze meses
(TDL). Este resultado está associado a pacientes pertencentes aos estágios de risco baixo e
70
intermediário, a maioria dos nossos casos, em que geralmente a cinética e progressão da
doença é menor, conferindo um prognóstico favorável (DEFOICHE et al., 2008; HALLEK et
al., 2008-b; KEDAR; BUESO-RAMOS, 2007).
Obtivemos valores normais nas dosagens séricas da desidrogenase láctica (LDH)
na grande maioria dos pacientes, ao diagnóstico. Este resultado confere bom prognóstico aos
pacientes do estudo já que a literatura refere que a LDH aumentada associa-se com a atividade
da doença, sendo considerada como marcador de multiplicação das células neoplásicas e,
portanto, de progressão da doença, menor tempo de sobrevida (LEE et al., 1987; MOLICA et
al., 1999) e associa-se com a expressão de CD38 e da Zap-70 (DURING et al., 2002;
SCHROERS et al., 2005) e deleção do 17p (DOHNER et al., 2000).
A grande maioria dos pacientes não apresentou a expressão da Zap-70, ou seja, foi
negativa para esta proteína. Este resultado vem corroborar com a tendência dos outros
marcadores de prognóstico, já citados, os quais classificaram os pacientes do estudo como
pertencentes aos estágios de risco baixo e intermediário, ou seja, uma LLC indolente já que a
expressão da Zap-70 está associada com prognóstico desfavorável (CRESPO, 2003; DEL
PRINCIPE, 2006; MONTILO, 2005; RASSENTI, 2004).
Segundo Nascimento et al. (2006), foi encontrado em seu estudo uma positividade
da Zap-70 de 44, 82% e de CD38 de 34, 48% em 29 pacientes com LLC-B e Chauffaille
(2005) encontrou positividade da Zap-70 em 52,63%. Em nosso estudo, encontramos
positividade de 22,50% para Zap-70 e de 26,19% para CD38. Nosso resultado apresentou
positividades inferiores aos descritos pelos pesquisadores supracitados. As divergências nos
reultados da pesquisa podem ser atribuídas, em parte, ao tratamento, presente em 72,09% dos
pacientes avaliados o qual, segundo alguns pesquisadores diminuem a expressão da Zap-70
e/ou por estarmos frente a uma doença de bom prognóstico, conforme sugerem os outros
marcadores de prognóstico analisados na pesquisa e também pelo fato desse exame ter sido
realizado vários meses após o diagnóstico, o esperado seria encontrar aumentos das
expressões de Zap-70 com a progressão da doença, segundo Chaar et al., 2008 o que não
ocorreu. Ou o tratamento teria uma influência independente em diminuir a expressão da Zap-
70, mesmo em pacientes com mais de doze meses de evolução de LLC.
Quando avaliamos a curva de sobrevida relacionada ao tempo sem tratamento
entre pacientes com Zap-70 positivo e Zap-70 negativo encontramos que aqueles com Zap-70
negativo apresentaram um maior tempo sem tratamento. Este resultado representa,
possivelmente, o comportamento menos agressivo deste grupo de pacientes os quais
apresentaram uma menor necessidade de iniciar terapêutica precoce, ratificando os achados da
71
literatura que atribuem à expressão ausente da proteína Zap-70 como um indicador de
prognóstico favorável enquanto que a presença da Zap-70 associa-se com maior risco de
progressão e necessidade de tratamento precoce na LLC (HAMBLIN et al., 2004;
RASSENTI, 2004).
A expressão de CD38 foi realizada em 42 pacientes, sendo que 11 (26,19%)
apresentaram positividade para o CD38. Ao observarmos a curva de sobrevida considerando o
tempo sem tratamento dos pacientes com CD38 negativo encontramos um tempo sem
tratamento superior nesse grupo. Este resultado é compatível com o marcador anterior:
expressão da Zap-79 ausente, na maioria dos pacientes, e igualmente com a literatura,
conforme já citada acima.
Com relação às curvas de sobrevida livre de eventos e livre de progressão
considerando as variáveis Zap-70, CD38, tempo de duplicação linfocitária, LDH, e ß2-M não
encontramos qualquer diferença. Estes resultados podem ser decorrentes da amostra pequena
de pacientes estudados.
Na avaliação das alterações citogenéticas pela banda-G, encontramos 44, 44% dos
casos com cariótipo normal e 11,11% deles apresentaram alterações cromossômicas. Sabe-se
que este resultado é decorrente do baixo índice proliferativo das células neoplásicas na LLC.
Neste sentido, o uso da Hibridização in situ por fluorescência (FISH) com sondas alvo-
específicas apresenta resultados bem mais fidedignos. Apesar disto, encontramos resultados
de alguns casos com alterações nos cromossomos um, onze, além de cromossomos
marcadores. Consideramos que a banda-G é um método inferior à FISH na detecção de
alterações características de LLC, porém podemos detectar anormalidades que jamais seriam
vistas pela FISH como aqui demonstrado.
72
6 CONCLUSÔES
A maioria dos pacientes em acompanhamento é de idosos, provenientes da capital, do
sexo masculino e apresentaram Rai/Binet de baixo e moderado riscos. Os eventos de
AHAI e infecções foram pouco freqüentes. O padrão histológico da biópsia foi na sua
maioria não difuso. O nível sérico de LDH se apresentou normal na grande maioria
dos casos.
Os pacientes deste estudo apresentaram perfil imunofenotípico clássico de LLC de
células B com expressão de CD5+, CD19+, CD23+ e imunoglobulina de baixa
expressão, tendo esse exame sido essencial para o diagnóstico diferencial com outras
linfoproliferações.
A maioria dos pacientes estudados apresentou Zap70 negativa, ausência de expressão
de CD38 e ß-2 M aumentada.
Pelo estudo das curvas de sobrevida, encontramos que pacientes com Zap-70 e CD38
negativos apresentaram maior tempo de sobrevida livre de tratamento. Nas demais
curvas não foram encontradas alterações significativas.
Não foram encontradas associações entre as variáveis estudadas, embora tenha havido
uma tendência, talvez em decorrência da amostra pequena.
O prognóstico dos pacientes do sexo masculino não se revelou mais desfavorável em
relação ao feminino.
73
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91
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA
A pesquisa intitulada: “Perfil clínico dos pacientes com LLC do ambulatório do HUWC/HEMOCE: correlação com marcadores biológicos de prognóstico ” tem o desejo de avaliar o seu estado clínico, classificar se sua doença é do tipo que apresenta uma evolução lenta (leve), moderada ou mais grave(acelerada) e sua condição de defesa contra infecções, em decorrência de sua doença. Assim, tentaremos melhorar a assistência do tratamento e de meios para evitar infecções. Iremos obter informações clínicas e dos exames, já realizados, nos prontuários. As informações que não estiverem nos prontuários serão obtidas perguntando ao paciente, quando ele vier para sua consulta. Os exames da pesquisa serão realizados no mesmo dia em que o paciente vier para a coleta de sangue, solicitada pelo médico que o atendeu no ambulatório. Nesta ocasião, retiraremos dois tubos a mais de sangue da veia, de 5ml, para a realização de exames da imunofenotipagem (avalia o tipo de célula doente) e da classificação do estágio de sua doença. Também, neste dia, faremos o exame de aspirado da medula do osso, com anestesia local, para avaliação citogenética (quais as mutações dos cromossomos). Não serão mais colhidos exames em outras ocasiões para a pesquisa. Os riscos da realização dos exames são a dores das punções e a possibilidade de sangramentos, porém raros, porque só colheremos o aspirado da medula óssea daqueles pacientes que tiverem os níveis de plaquetas adequados para a coleta. O paciente poderá desistir de participar da pesquisa, a qualquer momento, sem prejuízo de sua assistência médica no ambulatório. Sua identidade será mantida em sigilo absoluto, sendo a divulgação dos resultados totalmente proibida a terceiros, ficando no seu prontuário os resultados dos exames e uma cópia irá para a discussão acadêmica de âmbito científico e, ainda assim, sem qualquer possibilidade de identificação dos pacientes. Será permitido aos participantes da pesquisa obter as informações relacionadas à pesquisa.Convido o Sr.(a) a participar da pesquisa, em caso de dúvida, poderá comunicar-se com a pesquisadora Dra. Rosângela Pinheiro Gonçalves Machado, que reside na rua Tomas Acioli, número 1620, Apto. 902, bairro Dionísio Torres, Fortaleza,CE. Fone: (0xx85)-96126060. Também poderá obter informações no Comitê de Ética em Pesquisa no telefone (85)-33668589. Para tanto, necessitamos que o Sr.(a) autorize a obtenção da coleta de sangue e aspirado medular e das informações no prontuário.A participação do Sr.(a) na pesquisa será plenamente voluntária e consciente, não havendo qualquer forma de pagamento ou compensação material, sendo que , ao participar da pesquisa, não ficará exposto(a) a nenhum risco.Certo e ciente dos detalhes acima descritos, e, por concordar com todos os termos, acima expostos, manifesto, por vontade própria, livre e consciente, o propósito de participar do presente estudo.
Fortaleza, ____ de _________________ de ______._________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa________________________________________
Assinatura do responsável legal_________________________________________
Assinatura de quem obteve o termo
UFC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁFACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E MEDICINA LEGALMESTRADO EM PATOLOGIA
92
ANEXO B
93
ANEXO C
94
ANEXO D
95
APENDICE A
FICHA CLÍNICA
IDENTIFICAÇÀO DO PACIENTE
Paciente: ____________________________________________No do Prontuário:_________________.Profissão: __________________ Est. Civil: ______________CPF__________________________CNS_________________________________Mãe_______________________________________Telefone___________________Dt.Nasc: _____________ Sexo: ( ) Fem ( ) Mas ( ) Indeterminado
Cor: ( ) Amarela ( ) Branca ( ) Outra ( ) Preta ( ) Vermelha ( ) Parda
Cidade (residência): _____________________________________________________Telefone: ________________. Naturalidade_________________Estado___________ Nacionalidade_____________________
HISTÓRICO FAMILIAR
Casos de LLC na família: ( )sim ( )não ( )não sabe. Grau de parentesco:( )mãe ( )pai( )irmã ( )irmão : ( )materno( )paterno ( ) ambos( )avó( )avô : ( )materno( )paterno( )ambos( )tia ( )tio : ( )materno( )paterno( )ambos( )prima( ) : ( )materno( )paterno( )ambosOutras doenças linfoproliferativas: ( )sim ( )não ( )não sabeSe sim indique: ( )Linfoma não Hodgkin(LNH)( )Linfoma de Hodgkin(LH)( )Mieloma Múltiplo(MM)( )OutrosOutras neoplasias ________________________________________________________HISTÓRIA INICIAL: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________HÁBITOS SOCIAIS: ____________________________CONTATO COM: Agrotóxicos ( )sim ( )não.Solventes: ( )sim ( )não.Rx ionizante: ( )sim ( )não.Outros:_________________________________________________________________________EXAME FÍSICO INICIAL___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Data do diagnóstico (dd/mm/aaaa): _____/_____/____Adenomegalia número tamanho Adenomegalia número tamanhoCervical _______ _______mm intra abdominal _______ _______mmAxilar _______ _______ mm Inguinal _______ _______mmIntra torácica _______ ________mm Outras cadeias _______ _______mmHepatomegalia:( )sim( )não Tamanho: __________mmEsplenomegalia:( )sim( )não Tamanho: __________mm
96
EXAMES LABORATORIAIS INICIAIS E NAS INFECÇÕES
Hemograma - Data: __/__/____ Hemograma – Data: __/__/____Valor Unidade Valor UnidadeHb _______ g/dl Hb ______ g/dlHtc _______ % Htc ______ %Leucócitos _______ x109/L Leucócitos ______ x109/LNeutrófilos _______ % Neutrófilos______ %Eosinófilos _______ % Eosinófilos______ %Basófilos _______ x109/L Basófilos ______ x109/LLinfócitos _______ % Linfócitos ______ %Monócitos _______ % Monócitos ______ %Plaquetas _______ % Plaquetas ______ %
Hemograma - Data: __/__/____ Hemograma – Data: __/__/____Valor Unidade Valor UnidadeHb _______ g/dl Hb ______ g/dlHtc _______ % Htc ______ %Leucócitos _______ x109/L Leucócitos ______ x109/LNeutrófilos _______ % Neutrófilos______ %Eosinófilos _______ % Eosinófilos ______ %Basófilos _______ x109/L Basófilos ______ x109/LLinfócitos _______ % Linfócitos ______ %Monócitos _______ % Monócitos ______ %Plaquetas _______ % Plaquetas ______ %
Linfócitos na Medula Óssea (__/__/____): ________ %Teste de Antiglobulina Direta Coombs (__/__/____): ( )Positivo ( )Negativo ( )Não realizadoMorfologia dos Linfócitos: ( )Típico ( )Atípico ( )Não informadoLinfócito atípico: ______% Pró-linfócito: ______%
Imunofenotipagem (__/__/____): ( )Sangue periférico ( )MO
Antígeno +/- % Antígeno +/- %CD3 ( )+ ( )- ______% CD38 ( )+ ( )- ______%CD5 ( )+ ( )- ______% CD79b ( )+ ( )- ______%CD7 ( )+ ( )- ______% FMC7 ( )+ ( )- ______%CD19 ( )+ ( )- ______% ĸ ( )+ ( )- ______%CD20 ( )+ ( )- ______% λ ( )+ ( )- ______%CD22 ( )+ ( )- ______% sIgM ( )+ ( )- ______%CD23 ( )+ ( )- ______% ZAP70 ( )+ ( )- ______%
Cariótipo (__/__/____): ( )Alteração no cromossomo ( )Sem alteração no cromossomo ( )não realizadoOutras alterações:_________________________________________________
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ESTADIAMENTO
Estádio Binet: ( )A ( )B ( )C Estádio Raí: 0( ) ( )I ( )II ( )III( )IV
TRATAMENTOData início do tratamento (dd/mm/aaaa): __/__/____Número de ciclos: ______ Drogas: ( )Clorambucil ( ) Prednisona ( )Fludarabina ( ) Ciclofosfamida ( )OutrosSituação atual: ( )Estável ( )Em atividade ( )ÓbitoSe óbito indique: data: __/__/____ Causa: ( )Própria doença( )Infecção( )Sangramento( )Outras causas