rondônia, aspectos históricos e geográficos

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Rondônia, aspectos históricos e geográficos 1 BACIAS HIDROGRÁFICAS: Rio Guaporé Nasce na serra dos Parecis, região de Mato Grosso, seu percurso é de 1.716 km com direção inicial para o sul, seguindo depois para o oeste. Ao alcançar a cidade de Vila Bela, toma a direção norte-oeste entrando em terras rondonienses na cidade de Pimenteiras do Oeste, passando por Cabixi, Cerejeiras, São Miguel do Guaporé até Costa Marques. A 12o de latitude sul recebe as águas do rio Mamoré. Seu trecho navegável é de 1.500 quilômetros e se constitui em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia. Seus afluentes brasileiros são os rios Cabixi, Corumbiara, Mequéns, Colorado, São Miguel, Cautário e Cautarinho, todos com nascentes na Chapada dos Parecis; Rio Mamoré Nasce na Cordilheira dos Andes, em território boliviano com o nome Grande de La Plata, passando a ser designado Mamoré quando alcança a Serra dos Pacaás Novos, região de Guajará- Mirim. Constituindo-se em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia, recebe as águas do rio Guaporé e, ao juntar-se ao Beni, outro rio boliviano, recebe a designação Mamoré e passa a formar a nascente do rio Madeira. Seu curso possui uma extensão de 1.100 quilômetros e é totalmente navegável. Tem como principais afluentes brasileiros os rios Sotério, pacaás Novos, Bananeiras e Ribeirão ou Lajes. Seus acidentes hidrográficos são as corredeiras Lages, Bananeiras, Guajará- Acu e Guajará-Mirim; Rio Ji-Paraná ou Machado Nasce da junção dos rios Barão de Melgaço, também chamado de Comemoração de Floriano, e Apediá, chamado de Pimenta Bueno, na chapada dos Parecis. Seu curso tem uma extensão de 800 quilômetros, atravessando a região central do Estado até desembocar no rio Madeira, região de Calama, no município de 1 Compilação organizada por Neirimar Coradini em Setembro de 2010.

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Rondônia, aspectos históricos e geográficos1

BACIAS HIDROGRÁFICAS:

Rio GuaporéNasce na serra dos Parecis, região de Mato Grosso, seu percurso é de 1.716 km com

direção inicial para o sul, seguindo depois para o oeste. Ao alcançar a cidade de Vila Bela, toma a direção norte-oeste entrando em terras rondonienses na cidade de Pimenteiras do Oeste, passando por Cabixi, Cerejeiras, São Miguel do Guaporé até Costa Marques. A 12o de latitude sul recebe as águas do rio Mamoré. Seu trecho navegável é de 1.500 quilômetros e se constitui em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia.

Seus afluentes brasileiros são os rios Cabixi, Corumbiara, Mequéns, Colorado, São Miguel, Cautário e Cautarinho, todos com nascentes na Chapada dos Parecis;

Rio MamoréNasce na Cordilheira dos Andes, em território boliviano com o nome Grande de La

Plata, passando a ser designado Mamoré quando alcança a Serra dos Pacaás Novos, região de Guajará-Mirim. Constituindo-se em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia, recebe as águas do rio Guaporé e, ao juntar-se ao Beni, outro rio boliviano, recebe a designação Mamoré e passa a formar a nascente do rio Madeira. Seu curso possui uma extensão de 1.100 quilômetros e é totalmente navegável. Tem como principais afluentes brasileiros os rios Sotério, pacaás Novos, Bananeiras e Ribeirão ou Lajes. Seus acidentes hidrográficos são as corredeiras Lages, Bananeiras, Guajará-Acu e Guajará-Mirim;

Rio Ji-Paraná ou MachadoNasce da junção dos rios Barão de Melgaço, também chamado de Comemoração de

Floriano, e Apediá, chamado de Pimenta Bueno, na chapada dos Parecis. Seu curso tem uma extensão de 800 quilômetros, atravessando a região central do Estado até desembocar no rio Madeira, região de Calama, no município de Porto Velho. Tem como afluentes pela margem direita os rios Riozinho, Lourdes, São João e Tarumã. Pela margem esquerda os afluentes são os rios Luiz de Albuquerque, Rolim de Moura, Ricardo Franco, Preto, Jaru, Boa Vista, Urupá e Machadinho. Seu principal acidente hidrográfico, dentre os vários existentes e que dificultam a navegação, é a cachoeira 02 de Novembro, localizada no município de Machadinho do Oeste.

Rio Madeira ou CaiaryNasce na junção dos rios Beni e Mamoré, sendo o maior afluente do rio Amazonas pela

margem direita. Sua extensão é de 3.240 quilômetros, sendo 1.700 em território brasileiro. Mas, devido aos diversos acidentes hidrográficos, seu curso navegável é de 1.116 quilômetros, a partir da cachoeira de Santo Antonio, em Porto Velho até Itacoatiara,AM. Seus afluentes pela margem direita são os rios Ribeirão, Mutum-Paraná, Jacy-Paraná, Jamari e Machado. Pela margem esquerda os afluentes são os rios Abunã, Ferreiros, José Alves, São Simão e o igarapé Cuniã.

- Os acidentes hidrográficos existentes no rio Madeira são os seguintes: (trecho Porto Velho/Guajará-Mirim)

Corredeiras: Periquitos, Três Irmãos, Macaco, Morrinhos, Pederneiras, Chocolatal, Araras e Lages. Guajará-Açu e Guajará-Mirim;

1 Compilação organizada por Neirimar Coradini em Setembro de 2010.

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Cachoeiras: Santo Antonio, Caldeirão do Inferno, Paredão, Misericórdia, Madeira, Pau Grande e Bananeiras;

Saltos: Teotônio, Girau e Ribeirão.

ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS

O Relevo A área compreendida pelo Estado de Rondônia apresenta certos contrastes de

configuração que podem ser agrupados em quatro partes distintas: a) Planície Amazônica; b) Encosta setentrional do Planalto Brasileiro; c) Chapada do Parecís; d) Vale do Guaporé-Mamoré.

A) Planície Amazônica A planície Amazônica, dentro do Estado, estende-se desde o extremo Norte nos limites

com o Estado do Amazonas e se prolonga nas direções Sul-Sudeste até encontrar as primeiras ramificações das chapadas dos Parecis e Encosta Setentrional. Domina as terras de forma plana planície terciária (terra firme). Cuja altitude média é de 90 a 200 metros acima do nível do mar. Sua constituição morfológica é de sedimentos areno-argiloso em sua parte superficial e da natureza argilosa a certa profundidade.

Terrenos sedimentares da idade pliocênica, modelam a planície, encontrando-se nas várzeas, áreas de acumulação constituídas por terrenos recentes correspondentes ao Holocênico.

Os médios e baixos cursos do rio Madeira e seus afluentes se encaixam nesta área, adaptando-se as várias direções em decorrência do surgimento de falhas e fraturas do terreno. Nos baixos cursos, os rios formam extensas planícies de inundações e nas áreas de formações tabulares, descrevem caprichosos meandros, enquanto nos terrenos da Formação Barreiras argilo - ferruginoso, agem dissecando-os, formando barrancos de 5 a 10 metros de altura, nos quais infiltram suas águas provocando desabamentos (fenômeno das terras caídas) e processos de respectivo desmonte e transporte de material em suspensão na corrente líquida.

Os seus médios cursos ao atravessarem os terrenos pré-cambrianos atingem o substrato rochoso originando corredeiras, lajeados e cachoeiras.

B) Encosta Setentrional Do Planalto Brasileiro Este acidente do relevo do Estado é correspondente a uma faixa de terreno arqueano,

constituída de restos de uma superfície de aplainamento rebaixada pelas sucessivas fases erosivas, subdivididas em patamares de altitude entre mais de 100 metros e menos de 600 metros formando detritos residuais espersas, colinas de topos plainados, colinas com inselbergs, pontões, afilamentos de granitos, lateritos e matacões de tamanhos variados, morros isolados e esporões de cristas agudas.

Sobre as superfícies plainadas surgem rochas sedimentares (pleistocenas) e depósitos em conseqüência da erosão provocada por violentas enxurradas, ocorridas em períodos remotos, em decorrência do clima mais seco e por falta da cobertura florestal.

C) Chapada Dos Parecis - Pacaás Novos A chapada dos Parecis-Pacaás Novos constitui a superfície cimeira do Estado,

desenvolvendo-se na direção Noroeste - Sudeste é pertencente ao sistema mato-grossense do

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Maciço Central Brasileiro com altitude acima de 300, e entre 600 a 900 metros, com pontos culminantes acima de 1.000 m.

A Chapada é originária de uma antiga área de deposição, soerguida e entalhada pela erosão por intenso processo de movimentos diastróficos de caráter epirogenético, originando falhamento e diaclasamento do relevo, como: superfície cimeira entalhada de rochas correspondentes às partes mais elevadas; restos de antigas superfícies deformadas por desdobramentos de grandes raios de curvaturas bastante dissecada e delimitadas por falhas; e patamares de erosão antiga glacial escalonadas.

Vários rios nascem em suas encostas Sul e Oeste descendo na direção do rio Guaporé. A Chapada serve de divisória de águas entre as bacias do rio Jaci - Paraná e dos rios Guaporé - Mamoré, do rio Jí-Paraná e do Roosevelt.

D) Vale Do Guaporé-Mamoré Vale do Guaporé-Mamoré é uma vasta planície dissimétrica de forma tabular, formada

por terrenos sedimentares recentes, cuja altitude média fica entre 100 a 200 metros. Estende-se desde o sopé das chapadas dos Parecis e Pacaás Novos no Estado de Rondônia, até atingir os primeiros contrafortes dos Andes, na República da Bolívia; na direção Sudeste se prolonga pelo Estado de Mato Grosso. A porção pertencente ao Estado é restrita, fica limitada na direção Leste - Oeste entre a Chapada dos Parecis e rios Guaporé e Mamoré, ambos linhas de limite entre o Brasil e a Bolívia; na direção Norte - Sul, entre a Encosta Setentrional e rio Cabixi, nos limites com o Estado de Mato Grosso.

Esta região é constituída por terrenos alagadiços, associados a platôs mais elevados. É drenada pelas águas dos rios Guaporé, Mamoré e pelos baixos cursos de seus afluentes. As enchentes dos rios inundam dezenas de quilômetros das áreas mais baixas, formando lagos temporários e amplos meandros divagantes de escoamento bastante complexo.

Relevo II -Segundo Jurandyr L. Ross

O relevo do Estado de Rondônia varia de alguns metros acima do nível do mar até altitudes acima de 1.000 m. O ponto mais alto de Rondônia está localizado na Serra dos Pacaás Novos, com altitude de 1.126 m, é o pico Jaru.

O Estado de Rondônia possui relevo de aspecto geomorfológico variado, apresentando Planícies ou Várzeas Amazônicas, Depressão do Solimões, Depressão da Amazônia Meridional, Planalto Residual da Amazônia Meridonal, Planalto dos Parecis, Depressão do Guaporé e Planície e Pantanal do Guaporé.

Planícies ou Várzeas Amazônicas - Localizadas nos Municípios de Candeias do Jamari e Porto Velho, segundo o IBGE "...compreendem áreas periodicamente inundáveis e, quando altas e florestadas, refletem níveis de terraços fluviais, contendo ainda, "furos", "paranás", lagos de várzea e de barragens".

Depressão do Solimões - ocupa área nos Municípios de Candeias do Jamari, Cujubim, Jamari, Machadinho d'Oeste e Porto Velho onde, segundo o IBGE, "as feições geomorfológicas predominantes são extensas superfícies dissecadas em interflúvios tabulares de média a fraca intensidade de aprofundamento da drenagem" do Rio Madeira. "Ocorrem faixas rebaixadas de interflúvios com características colinosas nas proximidades das Planícies Amazônicas. A Depressão dos Solimões se compõe de argilitos, siltitos e arenitos de idade pliopleistocênica, pertencentes à Formação Solimões".

A rede de drenagem do Rio Madeira "...tem padrões meândricos...", "contendo largas faixas de planícies com extensos níveis de terraços, componentes da unidade Planícies Amazônicas".

Depressão da Amazônia Meridional - Ocupa parte dos Municípios de Alta Floresta d'Oeste, Alto Alegre do Parecis, Alto Paraíso, Alvorada d'Oeste, Ariquemes, Buritis,

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Cacaulândia, Cacoal, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Castanheiras, Costa Marques, Espigão d'Oeste, Governador Jorge Teixeira, Guajará-Mirim, Jamari, Jarú, Ji-Paraná, Machadinho d'Oeste, Nova Mamoré, Nova União, Novo Horizonte do Oeste, Ouro Preto do Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, Porto Velho, Presidente Médici, Primavera de Rondônia, Rio Crespo, Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé, São Francisco do Guaporé, Santa Luzia d'Oeste, São Felipe d'Oeste, Seringueiras, Teixeirópolis, Theobroma, Urupá, Vale do Anari e Vale do Paraíso, e segundo o IBGE "caracteriza-se por áreas do Pediplano Pleistocênico mais conservadas, com caimento topográfico em direção a drenagem, apresentando, em vales encaixados, interflúvios aplainados e inselbergs, geralmente esculpidos em rochas pré-cambrianas".

Planalto residual da Amazônia Meridional - Ocupa áreas localizadas na Serra dos Pacaás Novos e Serra dos Uopiânes (Municípios de Alvorada d'Oeste, campo Novo de Rondônia, Costa Marques, Governador Jorge Teixeira, Guajará-Mirim, Mirante da Serra, Monte Negro, Nova Brasilândia d'Oeste, Nova Mamoré, São Miguel do Guaporé, Seringueiras); na Serra Grande, Serra Machado, Serra da Providência e Serra Tarumã (Municípios de Cacoal, Ji-Paraná, Presidente Médici, Ministro Andreazza); na Serra do Caneco (Municípios de Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Vale do Paraíso); e na Serra Azul, Serra do Peri, Serra Sargento Paixão, Morro dos Macacos, Morro do Quartzito, (Municípios de Cacoal, Espigão d'Oeste, Pimenta Bueno e Vilhena) e segundo o IBGE são "relevos residuais de uma superfície de aplainamento. Configuram topos planos conservados em interflúvios tabulares de rebordos erosivos abaulados, em altitudes acima de 400 m, e serras talhadas em rochas pré-cambrianas de origem vulcânica, subvulcânica e metamórfica, representadas por granitos, riolitos, granodioritos, gnaisses, migmatitos e arenitos arcoseanos.

Planalto dos Parecis - Ocupa áreas localizadas nos Municípios de Alta floresta d'oeste, Alto Alegre dos Parecis, Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Chupinguaia, Nova Brasilândia d'Oeste, Parecis, Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Santa Luzia d'Oeste e Vilhena, e segundo o IBGE com "...litologias cretácicas das formações Tapirapuã e Salto das Nuvens (Grupo Parecis). Compõe-se de basaltos e diabásios intercalados com arenitos e outros tipos de rochas, formando patamar rebaixado limitado por escarpas estruturais".

Depressão do Guaporé - Ocupando áreas dos Municípios de Alta Floresta d'Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Cerejeiras, Colorado do Oeste, Corumbiara, Costa Marques, Guajará-Mirim, Pimenteiras do Oeste, São Francisco do Guaporé, São Miguel do Guaporé, Seringueiras e Vilhena, segundo o IBGE, "...onde os processos de erosão truncaram indistintamente, litologias do Pré-cambriano ao Carbonífero".

Áreas Atualmente Desaconselháveis à Utilização Agrícola - Possuem limitações muito forte de solos e/ou topografia, ocorre em parte das margens dos Rios Guaporé, Mamoré, Madeira, Ji-Paraná ou Machado e Roosevelt; na Serra dos Pacaás Novos, nos Municípios de Alta Floresta d'Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Costa Marques, Candeias do Jamari, Cerejeiras, Cujubim, Espigão d'Oeste, Guajará-Mirim, Jaru, Ji-Paraná, Machadinho d'Oeste, Pimenta Bueno, Pimenteiras do Oeste, Porto Velho, Vale do Anari e Vilhena, onde, segundo o IBGE predominam solos com limitações muito fortes ou áreas com topografia muito movimentada, que as tornam atualmente desaconselháveis á utilização agrícola. São áreas praticamente sem potencial para práticas agrícolas, por apresentarem, em geral, uma ou mais das seguintes restrições: fertilidade natural muito baixa, teores elevados de sais solúveis, solos rasos, pedregosidade, rochosidade, textura arenosa, topografia montanhosa e escarpada, riscos de inundações e deficiência de drenagem.

ASPECTOS POLÍTICOS

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A representação política do Estado de Rondônia é constituída por três senadores e oito deputados federais que atuam no Congresso Nacional. Em nível estadual, a Assembléia Legislativa é composta por 24 deputados estaduais. No plano municipal, existem 537 vereadores, 52 prefeitos e 52 vice-prefeitos. O Poder Executivo Estadual é exercido pelo governador e, nos seus impedimentos, pelo vice-governador.

ASPECTOS ECONÔMICOS

A construção do porto graneleiro na capital, Porto Velho, em 1995, e a abertura, em 1997, da hidrovia do rio Madeira, mudam o perfil econômico de Rondônia. Com 1.115 km, a hidrovia liga a capital ao Porto de Itacoatiara, no Amazonas, barateando o transporte de seus produtos agrícolas. Rondônia abastece a Região Nordeste com feijão e milho, destacando-se também como produtor nacional de cacau, café, arroz e soja.

Entre os anos 60 e 80, Rondônia foi considerada o eldorado brasileiro, quando atraiu milhares de imigrantes da Região Sul, seduzidos pela distribuição de terras promovida pelo governo federal. Em apenas duas décadas, a população do estado cresce nove vezes. Porém, de 1991 a 1997, o território vem perdendo em média 37 pessoas por dia. Segundo o IBGE, a migração ocorre principalmente em direção a Roraima. Com o esgotamento da qualidade da terra, em virtude das constantes queimadas, os pequenos agricultores buscam novas fronteiras agrícolas na Amazônia.

Marcado pelo extrativismo vegetal, principalmente de madeira e borracha, Rondônia também é responsável por 40% da cassiterita produzida no Brasil, boa parte retirada de Bom Futuro, em Ariquemes, uma das maiores jazidas desse minério em todo o mundo. Essa exploração passa por uma fase de modernização: desde 1997, a atividade é exercida por grandes empresas mineradoras, controladas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O processo de industrialização de Rondônia acompanha de perto a ocupação agrícola e a exploração mineral, nascendo do aproveitamento das matérias-primas, entre as quais a cassiterita, e passando ao beneficiamento de produtos agropecuários. Depois da construção da Usina Hidrelétrica de Samuel, na década de 80, crescem os segmentos madeireiro, mineral, de construção civil e alimentos.

Setor Primário do Estado- Agricultura, pecuária, piscicultura, apicultura, extrativismo vegetal e mineral. - O extrativismo mineral destaca-se pela ocorrência de ouro, cassiterita, diamante,

nióbio, quartzo, granito e água mineral. - O extrativismo vegetal destaca-se pela produção de cacau, madeira em toras,

castanha-do-pará e borracha silvestre. - O setor agrícola destaca-se nacionalmente por produzir cereais, café, soja, milho,

banana, mandioca e algodão, além de hortifrutigranjeiros. - O efetivo pecuário é composto, principalmente, de rebanhos bovinos de corte e de

leite, com mais de cinco milhões de cabeças e uma Bacia leiteira em franca expansão, notadamente nas regiões de Porto Velho, Jaru e Ouro Preto do Oeste.

Setor secundárioPrevalece a agroindústria, notadamente na produção de laticínios, na região central do

Estado. Mas crescem as indústrias de transformação destinadas aos setores moveleiro, de confecções, couro e calçados.

Setor terciário

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Envolve comércio e serviços, é o que mais cresce no Estado, tendo em vista a evolução urbana, a exemplo de municípios como Vilhena, Pimenta Bueno, Rolim de Moura, Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ouro Preto e Ariquemes.

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ASPECTOS SOCIAIS

A formação étnica É semelhante ao restante do país, formada por brancos, negros e índios. Mas em virtude das fases de atração imigratória e migratória ocorrentes durante os ciclos de produção econômica, diversos povos dessas raças deram sua contribuição para o elemento humano rondoniense, cuja identidade regional ainda está em formação.

CRIAÇÃO

O Estado de Rondônia criado pela Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981. Originou-se do Território Federal do mesmo nome, criado pelo Decreto-Lei nº 5.812 de 13 de setembro de 1943, com a denominação de Território Federal do Guaporé, mudando posteriormente para Território Federal de Rondônia através da Lei nº 21.731, de 17 de fevereiro de 1956, de autoria do Deputado Federal pelo Estado do Amazonas, Áureo de Melo, em homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

PROCESSO DE POVOAMENTO

O processo de povoamento do espaço físico que constitui o estado de Rondônia começa no século XVIII, durante o ciclo do Ouro, quando mineradores, comercializadores, militares e padres jesuítas fundam os primeiros arraiais e vilas nos vales Guaporé-Madeira.

A decadência desse ciclo de produção aurífera causa a involução populacional desses arraiais, vilas e cidades surgidas no auge do ciclo do Ouro, com o êxodo dos portugueses e paulistas que formavam o topo da sociedade da época. Mas ficam os negros remanescentes do escravismo, os mulatos e os índios já aculturados.

No século XIX, o primeiro ciclo da Borracha, em sua fase primária, atraiu basicamente nordestinos e bolivianos para o trabalho nos seringais, mas não gerou núcleos de povoamento nesse espaço geográfico tendo em vista o conceito econômico, que não produzia riquezas locais, por tratar-se de uma economia de exportação, cujos principais núcleos localizavam-se Manaus e Belém.

No entanto, os sub-ciclos gerados em decorrência da construção e funcionamento da Ferrovia Madeira-Mamoré, o Ferroviário, e das Estações Telegráficas da Comissão Rondon, o do Telégrafo, atraíram povoadores para as terras rondonienses originários de várias regiões brasileiras e de outros países, que se fixaram e formaram núcleos urbanos.

As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram, principalmente, matogrossenses, paulistas e nordestinos, que trabalhavam nos serviços de telegrafia, e acomodavam-se em suas cercanias gerando pequenos núcleos urbanos, como Ariquemes, Presidente Pena ou Urupá, Pimenta Bueno e Vilhena.

A Madeira-Mamoré atraiu vários contingentes imigratórios destinados ao trabalho nas obras da ferrovia, nos setores técnicos e administrativos da empresa com seus diversos ramos de exploração, comercialização e serviços, e ao comércio que se formava ao redor.

Nesta fase de imigrações instalaram-se em terras rondonienses, notadamente nos núcleos urbanos de Porto Velho, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Guajará-Mirim e Costa Marques, imigrantes turcos, sírios, judeus, gregos, libaneses, italianos, bolivianos, indianos, cubanos, panamenhos, porto-riquenhos, italianos, barbadianos, tobaguenses, jamaicanos e bolivianos.

A migração ocorreu com a fixação de nordestinos procedentes dos estados do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba, além de amazonenses, paraenses e matogrossenses.

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O segundo ciclo da Borracha, iniciado em 1942, funcionou completamente diferenciado do primeiro e encontrou a região com sua infra-estrutura em fase de consolidação. Os povoadores dos seringais eram nordestinos, mas divididos em duas categorias, os seringueiros civis e os soldados da borracha, estes, incorporados ao Batalhão da Borracha.

Os núcleos urbanos desenvolveram-se. O sistema de saúde pública melhorou consideravelmente e as ações de governo estenderam-se para o interior. A geopolítica regional passa por total transformação tendo em vista a criação do Território Federal do Guaporé em terras desmembradas dos estados de Mato Grosso e do Amazonas.

Nesse período, as estações telegráficas da Comissão Rondon funcionavam como receptores de uma ocupação humana rural-rural, procedente do Mato Grosso, destinada á pecuária, formando grandes latifúndios onde funcionavam antigos seringais.

O ciclo do Diamante promoveu mudanças substanciais na ocupação humana e desenvolvimento dos povoados de Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Pimenta Bueno, enquanto o ciclo da Cassiterita expandiu a ocupação humana no espaço físico que compreende as microrregiões de Porto Velho e Ariquemes.

O ciclo da Agricultura, cuja atração migratória começou desordenadamente em 1964, fixou em Rondônia contingentes migratórios procedentes do Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Acre e do Nordeste, destacando-se os estados do Ceará, Bahia, Piauí, Paraíba e Sergipe.

As microrregiões formadas pelos municípios de Vilhena, Pimenta Bueno e Rolim de Moura, receberam migrantes mato-grossenses, gaúchos e paranaenses, em sua maioria. As microrregiões formadas pelos municípios de Cacoal, Presidente Médice e Ji-Paraná, recebem gaúchos, paranaenses, paulistas, e nordestinos, em sua maioria. Migrantes capixabas, paranaenses, mineiros e baianos formam a maioria dos que se fixaram nas microrregiões de Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.

As regiões de Porto Velho e Guajará-Mirim receberam povoadores, mas em menor escala e de categorias diferentes, considerando-se que o ciclo da Agricultura atraiu, em princípio, uma migração rural-rural, para, em seguida, fixarem-se migrantes de características rural-urbana.

FERROVIA MADEIRA-MAMORÉ: 1ª FASE

As primeiras discussões sobre a construção de uma ferrovia em plena floresta Amazônica Ocidental Brasileira datam de 1868, quando a Bolívia concede autorização ao engenheiro militar estadunidense George Earl Church, para construir canais paralelos às cachoeiras do rio Madeira visando o escoamento de produtos bolivianos para o Atlântico. Este projeto foi alterado, passando a ser, então, previsto um ferrovia margeando parte dos rios Mamoré e Madeira, projeto este a ser financiado por investidores londrinos.

Como o trajeto de tal ferrovia passaria por território brasileiro, em 20 de abril de 1870, foi assinado entre Brasil e Bolívia, em La Paz, o Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição, criando-se a empresa The Madeira and Mamoré Railway Company Ltda. em 1º de março de 1871, sob presidência do coronel Church.

Por exigência dos investidores londrinos, Church contratou a empreiteira Public Works Construction Company, de Londres, por 600 mil libras esterlinas. Esta empresa instalou seu canteiro de obras na localidade de Santo Antônio em 06 de julho de 1872, e deu início à primeira fase do projeto.

A Public Works permaneceu no local por apenas um ano. Em 09 de julho de 1873 a empresa rompeu contrato devido aos enormes prejuízos e dificuldades estruturais do local, além de contínuos ataques de índios Caripunas e doenças regionais. Tudo isso levou a Public Works abandonar equipamentos e máquinas no local em janeiro de 1874.

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Church contrata em 17 de setembro de 1873 a empreiteira estadunidense Dorsey and Caldwell, que se instalou em Manaus em 1874, mas ao conhecer os inúmeros problemas e dificuldades da região retorna para os EUA e transfere o contrato para a empreiteira Reed Brothers Company, que apenas pretendia especular e receber possíveis indenizações contratuais.

Com o apoio do Imperador Dom Pedro II, o coronel Church contratou em 25 de outubro de 1877 a empresa estadunidense P & T Collins, da Filadélfia, que se instalou em Santo Antônio na data de 19 de fevereiro de 1878. Apesar dos problemas esta empresa foi a que obteve, até então, mais êxito, trazendo para a região a primeira locomotiva e contratando os primeiros operários brasileiros, cerca de 500 cearenses que chegaram ao canteiro de obras em 1878.

Mas os problemas continuavam, e se agravavam, fazendo com que o proprietário da empreiteira, Mr. Philips Thomas Collins se instalasse no local para dirigir pessoalmente os trabalhos. Collins, no entanto, foi flechado pelos índios Caripunas ficando gravemente ferido. Em seguida a empresa abandonou as obras e, posteriormente, entrou em concordata. Diante de tanto fracasso o governo imperial brasileiro cancelou a permissão concedida ao coronel Church.

Em 10 de janeiro de 1883 chega a Santo Antônio uma comissão de estudos, liderada pelo sueco naturalizado brasileiro Carlos Morsing, com a finalidade de projetar uma nova rota para a ferrovia. Ficando dois meses no local, Morsing retorna para o Rio de Janeiro com a recomendação técnica de alteração da estação inicial da ferrovia, mudando de Santo Antônio para onde é hoje Porto Velho. Uma segunda comissão visitou Santo Antônio, sendo esta liderada pelo austríaco Júlio Pinkas, que ao término dos estudos teve resultados divergentes dos de Morsing, e colocados sob suspeita pelo governo imperial brasileiro.

A Bolívia então arquiva o seu ambicioso projeto.

FERROVIA MADEIRA-MAMORÉ: 2ª FASE

Com a extração de látex em larga escala na Amazônia, brasileiros adentravam cada vez mais à oeste, entrando em território boliviano. Com isso muitos conflitos foram travados com o país vizinho, sendo o mais expressivo a Guerra do Acre em 06 de agosto de 1902, liderada pelo ex-major gaúcho Castro Alves.

Com a vitória do Acre, em 24 de janeiro de 1903, foi assinado o Tratado de Petrópolis na cidade de mesmo nome, à rua Westphalia, número 05 no Rio de Janeiro, entre as repúblicas do Brasil e Bolívia.O tratado foi aprovado pelo Congresso Brasileiro em 12 de abril de 1904, e nele vinha expresso que o Brasil ficaria com a posse do Acre, indenizando a Bolívia em 2 milhões de libras esterlinas, 114 mil libras à Bolivian Sindicate, e também o Brasil se encarregaria de realizar a construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

Para cumprir o tratado o governo brasileiro realizou licitação das obras da ferrovia, cujo edital fora publicado em 12 de maio de 1905. O vencedor foi Joaquim Catramby que tão logo recebeu a homologação da concorrência, transferiu o contrato ao estadunidense Percival Farquhar, que tinha o objetivo de controlar todo o sistema ferroviário da América Latina. Farquhar constituiu a empresa The Madeira-Mamoré Railway Company Ltda., investindo inicialmente 11 milhões de dólares, financiados pelo Bank of Scotland, e contratou a empreiteira May, Jeckyll & Randolph que se instalou em Santo Antônio em 1906.

Devido aos tradicionais problemas da região, a empreiteira May, Jeckyll & Randolph, com a autorização de Farquhar e do governo brasileiro, transferiu suas instalações, em 19 de abril de 1907, para um porto amazônico, onde é hoje a cidade de Porto Velho, onde implantou centro administrativo, construiu o cais, residências para técnicos, e deu início, em junho de 1907, a construção da estação inicial da ferrovia Madeira-Mamoré. Através do Decreto- Lei

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nº 6.775 de 28 de novembro de 1907, o governo brasileiro autorizou a empresa The Madeira-Mamoré Railway Company Ltda. a funcionar no Brasil.

A empresa teve inúmeras dificuldades, e a obra chegou até a bater o recorde mundial de acidentes de trabalho, teve centenas de homens perdidos na imensidão da floresta, as doenças e os índios Caripunas continuavam implacáveis.

No ano de 1908 a empreiteira contratou operários espanhóis que trabalhavam em Cuba. No entanto, de 305 operários recrutados, somente 65 chegaram a Porto Velho. O restante desistiu no porto de Belém ao tomar conhecimento das doenças e dos ataques indígenas.

Em 1909 os médicos estadunidenses do Hospital da Candelária (criado especialmente para a obra da ferrovia) declararam-se sem condições de combater as doenças regionais, por isso solicitaram que a empresa contratasse os serviços do sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que chegou a Porto Velho, aos 37 anos de idade, em09 de julho de 1910, acompanhado de seu médico particular Belizário Pena.

De realizar os estudos sobre a região, Oswaldo Cruz conclui que as doenças, como malária e beribéri, eram conhecidas e tinham tratamento.

Para combater os índios que além de flechar os operários, arrancavam os trilhos e dormentes na calada da noite, a direção da empresa mandava que a segurança eletrificasse os trilhos no término de cada jornada diária de trabalho. Muitos índios morreram.

Em 30 de abril de 1912 a May, Jeckyll & Randolph entregou a estação terminal da ferrovia Madeira-Mamoré, localizado no porto mato-grossense Espiridião Marques, atual cidade de Guajará Mirim. Com uma grande festa, que contou com a presença de autoridades brasileiras e bolivianas, um prego de ouro foi simbolicamente batido no último dormente. Os 364 quilômetros da ferrovia Madeira-Mamoré, concluída, foi inaugurado em 1º de agosto de 1912.

O PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA

Os fatores que influenciaram a formação dessa corrente migratória estão relacionados com a grande seca que assolou o Nordeste entre 1877 e 1880, e a intensa propaganda dos governos brasileiro e regionais, que acenavam com prêmios e facilidades para os migrantes. Por esta época, Rondônia recebeu mais de oito mil homens que adentraram os rios e se estabeleceram nos seringais.

A crescente expansão da produção de borracha e a progressiva incorporação de novas áreas de exploração, levaram os brasileiros a ocuparem parte do território da vizinha Bolívia, gerando assim um conflito internacional.

Como aquele país, que havia perdido sua costa marítima para o Chile, não dispunha de saída para o Pacífico, a solução do conflito redundou na incorporação, pelo Brasil, do Estado do Acre, com o pagamento de 2 milhões de libras de indenização e o compromisso de continuar uma estrada de ferro em terras brasileiras, que permitisse o acesso da Bolívia ao Rio Madeira, abaixo do último trecho encachoeirado, e daí com saída para o Rio Amazonas e o Oceano Atlântico.

Esse acordo foi consumado pelo Tratado de Petrópolis, no ano de 1903, e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua construção retomada em 1905. Foi concluída em 1912, numa extensão de 260 km, e consolidou nos seus extremos os maiores pólos populacionais: Guajará-Mirim, limite com a Bolívia e Porto Velho, a jusante da última cachoeira do Rio Madeira.

Ao longo dessa via se desenvolveram alguns núcleos habitacionais e floresceu uma pequena economia de subsistência. Contudo, desde o início do seu funcionamento a ferrovia sofreu um impacto negativo causado pelo desinteresse que logo atingiu a borracha natural brasileira, superada pelos seringais de cultivo implantados pelos ingleses na Malásia, através

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de sementes oriundas da Amazônia, que permitiram suprir o mercado internacional por preços menores. O desaquecimento da extração da borracha natural aliado a falta de uma política de ocupação para a região, não permitiu que se realizasse um povoamento efetivo.

O SEGUNDO CICLO DA BORRACHA

Em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, a Malásia ficou isolada da Europa pela ocupação do sudeste asiático pelos japoneses, o que fez renascer a importância dos seringais da Amazônia. Desta época data a última grande leva de migrantes para a região, composta quase que exclusivamente de nordestinos vinculados á exploração de seringueira, e denominados "Soldados da Borracha". Neste mesmo ano, o Presidente Getúlio Vargas criou os territórios federais, entre eles o Território Federal do Guaporé, posteriormente Território de Rondônia, desmembrado de terras do Amazonas e Mato Grosso. Em 1945 foram criados os municípios de Guajará-Mirim, que ocupava toda a região do Vale do Guaporé, e, Porto Velho, abrangendo toda a região de influências da atual BR - 364.

Contudo, apesar do desaquecimento do mercado internacional da borracha, a região não se despovoou como no Primeiro Ciclo, mantendo alguns seringais ativos e prosseguindo o extrativismo da castanha e de algumas outras essências para atender o mercado europeu. Parte dos ex-soldados da borracha deixaram os seringais e fixaram-se na Colônia Agrícola IATA, em Guajará-Mirim, criada em 1945, e na Colônia Agrícola do Candeias, em Porto Velho, criada em 1948. Tanto assim que os primeiros dados demográficos disponíveis registram no final da década de 40 uma população de 36.935 habitantes em Rondônia, sendo 13.816 na área urbana e 23.119 na área rural, tendo a cidade de Porto Velho cerca de 60% da população total da época. Além disso, o traçado telegráfico estabelecido por Rondon deu início, a partir de 1943, aos primeiros passos para a construção da BR-29, posteriormente denominada BR-364.

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BIBLIOGRAFIA

Geografia de Rondônia - Aspectos Físicos E Geográficos. Disponível em:

http://www.pakaas.net/geografiaderondonia.htm

RÏVER, Sáimon. Ferrovia Madeira-Mamoré: 1ª Fase. Disponível em:

http://saimonrio.blogspot.com/p/madeira-mamore.html

RÏVER, Sáimon. Ferrovia Madeira-Mamoré: 2ª Fase. Disponível em:

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Rondônia. Disponível em: http://www.esnips.com/web/HistGeogRo

Rondônia, aspectos históricos e geográficos. Disponível em:

http://www.esnips.com/web/HistGeogRo