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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RONALDO CAMARA CAVALCANTE MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO LEAN: UM ESTUDO DE CASO NITERÓI 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

RONALDO CAMARA CAVALCANTE

MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO LEAN: UM ESTUDO DE CASO

NITERÓI 2009

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ii

RONALDO CAMARA CAVALCANTE

MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO LEAN: UM ESTUDO DE CASO

Orientador: Prof. Dr. RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ

NITERÓI 2009

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Produção

iii

RONALDO CAMARA CAVALCANTE

MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO LEAN: UM ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Produção.

Aprovada em Dezembro de 2009

BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________________________

Ruben Huamanchumo Gutierrez, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

______________________________________________________________________________ Helder Gomes Costa, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________________________________________ Julio Nichioka, D.Sc.

Universidade do Estado do Rio de janeiro

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, acima de tudo, por ter me dado força, garra e perseverança para vencer mais

este desafio.

Aos meus pais, cujo apoio e estímulo foram imprescindíveis para que pudesse concluir

mais esta etapa da minha vida.

A minha esposa, Aline Rodrigues Zaram e filha, Ana Clara Cavalcante que me

apoiaram bastante no decorrer do projeto.

Ao professor Dr. Rubens H. Gutierrez, pela paciência e ajuda durante o tempo que

tivemos para desenvolver este trabalho. Suas críticas e sugestões contribuíram para que um

melhor resultado final pudesse ser obtido.

A Sra. Roberta Braga Neves, que forneceu importante contribuição para o

desenvolvimento deste trabalho.

A todos que, esquecidos aqui, contribuíram direta ou indiretamente para a elaboração

desta obra.

v

"O rio atinge os seus objetivos porque

aprendeu a contornar os obstáculos".

Autor Desconhecido

vi

RESUMO

Este trabalho aborda um estudo de caso, onde é realizada uma análise dos processos de

determinada indústria do setor de construção e montagem de equipamentos do setor de óleo e

gás, realizando em seguida uma busca teórica que permita dar suporte a estratégias de

melhorias nos processos utilizando princípios da filosofia Lean seis sigma, verificando ser

possível utilizar ferramentas analíticas de análise dos processos para obter um status apurado

dos mesmos e conseguir tratar suas causas usando diagrama de Ishikawa gerando assim um

incremento significativo de produtividade em dois projetos estudados simultaneamente,

controlando sua evolução através de metodologias de gestão de projetos.

Palavras-chave: Lean seis sigma, melhoria de processos, gestão

vii

ABSTRACT

This work discusses a case study, where it’s held processes analysis in a industry of

construction and installation equipment, in the oil and gas sector and then a theoretical search

that allows to develop strategies for improving the processes using the principles of Lean six

sigma philosophy, proving be possible to use analytical tools for analyzing the processes to

obtain an accurate status of them and able to treat their causes using Ishikawa’s diagram

generating a yield increase in two projects studied simultaneously and controlling its

evolution through management projects methodologies.

Keywords: Lean six sigma, management, process improvement

viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .................................................................................................. 3

1.2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO .................................................................................................. 4

1.3 OBJETIVO .............................................................................................................................. 4

1.3.1 OBJETIVOS GERAIS........................................................................................................... 4

1.3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ................................................................................................. 4

2 METODOLOGIA DE PESQUISA .................................................................................................. 6

3 REFERENCIAL TEÓRICO ...........................................................................................................10

3.1 PDCA .....................................................................................................................................10

3.2 DIAGRAMA DE ISHIKAWA ................................................................................................13

3.3 ESTRUTURA ANÁLITICA DE PROJETO ............................................................................14

3.3 SEIS SIGMA ..........................................................................................................................16

3.4 FMEA (FAILURE MODE AND EFFECTIVE ANALYSES) ..................................................19

3.5 LEAN PRODUCTION ............................................................................................................21

3.6 LEAN SEIS SIGMA ...............................................................................................................26

4 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................................32

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS ...........................................................................................34

4.3 FONTES DE CUSTOS DOS PROCESSOS ............................................................................38

5 ANÁLISES E DISCUSSÕES.........................................................................................................40

5.1 DMAIC ...................................................................................................................................40

5.2 ANÁLISE DOS PROCESSOS (FMEA) ..................................................................................42

5.3 MEDIÇÃO E CONTROLE DE MELHORIAS ........................................................................58

6 CONCLUSÕES .............................................................................................................................67

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................69

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Visão sistêmica .................................................................................................................. 2

Figura 2 – Organização vista como um sistema................................................................................... 3

Figura 3-Fluxograma de pesquisa bibliográfica ................................................................................... 7

Figura 4 - Filtro de referências ............................................................................................................ 8

Figura 5 - Filtro final ........................................................................................................................... 8

Figura 6 - Fluxograma de pesquisa (2) ................................................................................................ 9

Figura 7 – PDCA ................................................................................................................................11

Figura 8 – Rodando o PDCA ...............................................................................................................11

Figura 9 - Diagrama de Ishikawa ........................................................................................................14

Figura 10 - Esquema da EAP ..............................................................................................................15

Figura 11 - A cadeia de valor interna .................................................................................................24

Figura 12 – Níveis de processo ..........................................................................................................28

Figura 13 - Gestão de Processos e por processos ...............................................................................29

Figura 14 – Abordagem por processos ..............................................................................................30

Figura 15 - Macro processos produtivos ............................................................................................33

Figura 16 – Melhoria contínua ..........................................................................................................41

Figura 17 - Diagrama de Ishikawa ......................................................................................................47

Figura 18 - Layout inicial....................................................................................................................48

Figura 19 - Novo layout (Solução de curto prazo) ..............................................................................49

Figura 20 - Novo layout (Solução de longo prazo) ..............................................................................50

Figura 21 - Esquema setorial desejado ..............................................................................................51

Figuras 22 – Mão de obra direta por área ..........................................................................................53

Figura 23 - Gráfico de distribuição .....................................................................................................54

x

Figura 24 - Processos críticos e não críticos .......................................................................................56

Figura 25 – EAP .................................................................................................................................59

Figura 26 - Curva de montagem ........................................................................................................61

Figura 27 - Curva de soldagem ..........................................................................................................62

Figura 28 - Evolução de projeto .........................................................................................................62

Figura 29 – EAP .................................................................................................................................63

Figura 30 - Curva de montagem ........................................................................................................65

Figura 31 - Curva de Soldagem ..........................................................................................................65

Figura 32 - Evolução de projeto .........................................................................................................66

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Seis Sigma .......................................................................................................................17

Quadro 2 – Qualidade total e satisfação das pessoas ........................................................................18

Quadro 3 - Esquema de avaliação da FMEA .......................................................................................20

Quadro 4 - Ficha de percepção das falhas .........................................................................................21

Quadro 5 - Ações recomendadas.......................................................................................................21

Quadro 6 - Quadro geral dos desperdícios ........................................................................................22

Quadro 7 - Classificações dos sistemas de produção .........................................................................25

Quadro 8 - Layout funcional ..............................................................................................................26

Quadro 9 - Lean X Seis sigma .............................................................................................................27

Quadro 10 - Lean Seis Sigma .............................................................................................................28

Quadro 11 - Benefícios do Lean Seis Sigma........................................................................................31

Quadro 12 - Análise dos processos ....................................................................................................45

Quadro 13 - ações recomendadas .....................................................................................................46

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Bibliometria............................................................................................................7

Tabela 2 - Real X Planejado....................................................................................................50

Tabela 3 - Mão de obra disponível..........................................................................................52

Tabela 4 - Disponibilidade......................................................................................................53

Tabela 5 - Pesos atribuídos as disciplinas de projeto.............................................................58

Tabela 6 - EAP projeto 1........................................................................................................60

Tabela 7 - EAP projeto 2........................................................................................................64

xiii

LISTA DE SIGLAS

ALL – America latina logística

DMAIC – Definir, medir, analisar, incrementar e controlar

TQC – Total quality control

PROMINP – Programa de mobilização da indústria do petróleo

EAP – Estrutura analítica de projeto

FMEA – Failure mode and effective analyses

PCP – Planejamento e controle da produção

SWOT – Forças, fraquezas, oportunidades e ameaças

MTS – Make-to-stok

ATO – Assemble to order

MTO – Make to order

ETO – Engineer to order

USP – Universidade de São Paulo

NPR – Número de prioridade de risco

PDCA – Plan – do – check - act

HH – Homem hora

AF – Autorização de fornecimento

RM Requisição de materiais

CQ – Controle de qualidade

ENEGEP – Encontro nacional de engenharia de produção

SIMPEP – Simpósio de engenharia de produção

API – American petroleum institute

1 INTRODUÇÃO

As diversas mudanças tecnológicas que têm ocorrido no mundo forçam as empresas a

necessitarem de métodos eficientes para melhorar seu processo produtivo e oferecer produtos

em melhores condições a seus clientes.

Tem sido crescente a busca por excelência operacional nas empresas. Cada vez mais

se acirra a competição e se torna mais necessário melhorar para derrotar a concorrência.

(PORTER,1991). Neste ambiente altamente competitivo, tem se tornado objeto de incessantes

pesquisas, as ferramentas de melhorias de processos, tendo sido vislumbrados inúmeros casos

de sucesso, como também tantos outros de fracasso (SAARI, 2006).

De acordo com Deming (1990),

“A melhora da qualidade transfere o desperdício de homens-hora e tempo-máquina

para a fabricação de um bom produto e uma melhor prestação de serviços. O

resultado é uma reação em cadeia - custos mais baixos, melhor posição competitiva,

pessoas mais felizes no trabalho, empregos e mais empregos.”

O interesse pelo tema é grande, e não mais apenas pelas grandes empresas, mas

também pelas pequenas e médias. O pleno domínio de sofisticadas técnicas de melhoria e

gestão dos processos tem se tornado vital para a manutenção da competitividade das empresas

e por conseqüência para sua sobrevivência no ambiente de negócios também.

De acordo com Quelhas et al (2008),

“ O avanço tecnológico proporcionou vertiginoso acréscimo nos cinco objetivos de

desempenho da produção, quais sejam:

qualidade,confiabilidade,velocidade,flexibilidade e custos.

2

Percebe-se que o ambiente de mercado encontra-se constantemente em mudança e ao

mesmo tempo, repleto de oportunidades para os que se preparam. Neste contexto torna-se

vital se preparar para obter vantagem competitiva em relação aos concorrentes para assim

aumentar a presença no mercado e conseguir também alcançar maiores níveis de

produtividade, possibilitando também a conquista de novos mercados (HAMMER ,1994). A

Figura 1 abaixo exemplifica a questão, explicitando a visão sistêmica dos passos para buscar a

melhoria.

Figura 1 – Visão sistêmica

Fonte: Filho (2007)

Este trabalho aborda um estudo de caso de melhoria de processo em uma média

empresa do segmento indústria metalúrgica e este capítulo tem o objetivo de apresentar o

ambiente em que a pesquisa está inserida, conceitos básicos, escopo do trabalho, objetivos e

hipóteses. Serão apresentadas brevemente as ferramentas cientificas que suportam a pesquisa.

3

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA Diversas empresas objetivam empreender um programa de melhoria de processos,

porém, são muitas as dificuldades de implementação e desafios a serem superados.

A busca pela excelência operacional é difícil e o caminho a ser percorrido é bastante

longo, porém extremamente necessário para alcançar maior participação de mercado inibindo

cada vez mais o poder da concorrência e se antecipando as necessidades demonstradas pelos

clientes.

Desta forma, obter melhorias na produtividade é vital para manter a empresa com

capacidade competitiva para sobreviver no ambiente hostil de negócios.

Metodologias como o Lean Sigma, têm sido utilizadas com êxito em diversas

empresas para obter substanciais reduções de custo em seus processos, garantindo assim

vantagem competitiva e diferenciação em relação aos concorrentes.

Tais metodologias devem ser inseridas na cultura da empresa de forma melhorar as

interfaces entre os diversos setores da empresa, obtendo assim um fluxo ótimo de informações

permeando a organização. Com os setores bem delineados a produtividade tende a subir. A

Figura 2 abaixo exemplifica bem a questão:

Figura 2 – Organização vista como um sistema

Fonte: Adaptado de API, 2003

4

1.2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO O estudo a ser apresentado é de suma importância por se tratar de um tema bastante

explorado na comunidade acadêmica para dar suporte ao empresariado com ferramentas

sofisticadas de melhorias de processos que suportem um incremento de produtividade.

As empresas brasileiras têm registrado recentemente uma grande procura por

programas de excelência operacional para assim se prepararem melhor para a competição

tanto numa escala regional quanto global.

A elevação dos índices de produtividade se torna fundamental para assim obter

vantagens econômicas em relação de preço do produto final, tanto quanto relacionada a

questão ambiental, no momento que a otimização de matéria prima se torna fundamental para

o desenvolvimento sustentável da economia de um país.

É importante também para auxiliar micro empreendedores a alavancar seu próprio

negócio, gerando assim, negócios sustentáveis, emprego e renda suportando um crescimento

econômico e social duradouro para o país.

1.3 OBJETIVO

1.3.1 OBJETIVOS GERAIS

Os diversos métodos e ferramentas de melhoria de processos têm sido bastante

discutidos no meio acadêmico. Neste sentido, este trabalho busca de uma maneira geral obter

incrementos de produtividade nos processos de uma indústria do setor de construção de

equipamentos navais e offshore obtendo assim sistemática de melhoria contínua que aumente

a capacidade competitiva das diversas empresas do setor instaladas no pólo industrial da

região metropolitana do Rio de janeiro.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS O presente estudo tem objetiva apresentar uma proposta de melhoria dos processos em

um caso específico de uma indústria metalúrgica, utilizado como base metodológica um

instrumento de análise de processos denominada FMEA (Failure mode and effect analysis),

muito utilizada na metodologia Lean Seis sigma.

5

É demonstrado que é possível uma coleta de dados robusta que suporte a iniciativa

com esta ferramenta, e o tratamento adequado dos problemas utilizando o diagrama de

ishikawa.

Também é realizada uma pesquisa exploratória no interior da empresa para que através

de observações e discussões com representantes da empresa, fosse possível um diagnóstico

completo da situação atual dos processos, além obviamente de um estudo exploratório do

estado da arte desta ferramenta e de casos de sucesso de sua aplicação conhecidos.

Foram utilizadas também ferramentas de engenharia de projetos para acompanhar o

desempenho dos processos e informar se a evolução esperada antes do início do projeto estava

sendo atendida, bem como para calcular os ganhos obtidos nos processos com a efetivação

das sugestões de melhoria.

2 METODOLOGIA DE PESQUISA

Segundo Lakatos & Marconi (2007), a pesquisa sempre parte de um tipo de problema,

de uma interrogação.Desta forma o trabalho procurou responder em como a metodologia Lean

realmente possibilita incrementos de produtividade na empresa a ser estudada.

O trabalho adota a estratégia de pesquisa denominada estudo de caso. Tal estratégia se

faz pertinente na medida em que de se trata de uma pesquisa aplicada, em que se pretende

simular em tempo real a funcionalidade da proposição do objetivo de pesquisa e adaptar o uso

de ferramentas genéricas para um caso específico.

O caso consiste geralmente no estudo aprofundado de uma unidade individual, tal

como: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, um evento cultural, etc. (YIN,

2005).

Foi realizada para dar suporte e embasamento a pesquisa, uma revisão da literatura que

tinha como eixos centrais os estudos sobre a aplicabilidade dos princípios e filosofias Lean,

do seis sigma, ferramentas de análise de processos e de melhoria contínua.

Para a fase de revisão da literatura, a pesquisa exploratória iniciou-se com a busca por

artigos e livros para a formação do referencial teórico, tendo como ponto de partida um

brainstorming realizado com o professor orientador para a seleção das palavras-chave de

pesquisa.

Passada esta fase será desenvolvido o referencial teórico da pesquisa com a busca de

artigos correlatos as palavras chaves em bibliotecas físicas, virtuais (Scopus, ISI, p ex.) e

através de contatos no meio acadêmico.

Ao final desta etapa de busca, um filtro será realizado para separar os artigos de maior

afinidade com os objetivos da pesquisa, para dar início a produção de resenhas que auxiliarão

no embasamento e ampliação do conhecimento acerca do trabalho a ser desenvolvido.

7

A Figura 3 logo abaixo ilustra os passos seguidos.

Figura 3-Fluxograma de pesquisa bibliográfica

Fonte: Próprio autor

Para efetivar o filtro dos artigos e livros, inicialmente ordenou-se o material de

maneira decrescente em relação ao número de referência das palavras chaves escolhidas, para

após ser realizada uma triagem dos artigos selecionados inicialmente, tendo como base a

leitura dos respectivos resumos, para assim definir sobre sua aplicabilidade ou não. Tabela 1

abaixo e as subseqüentes Figuras 4 e 5.

PALAVRA CHAVE Busca por

referencias Referências consideradas como

relevantes inicialmente Referências aprovadas

%

LEAN 213 40 6 15% LEAN SIGMA 180 64 11 17% SEIS SIGMA 315 42 7 17% QUALIDADE 650 20 2 10% PROCESSO 550 70 10 14%

PRODUTIVIDADE 450 82 9 11% GESTÃO 650 36 7 19% TOTAL 3008 354 52 15%

Tabela 1 – Bibliometria

Fonte: Próprio autor

8

Figura 4 - Filtro de referências Fonte: Próprio autor

Figura 5 - Filtro final Fonte: Próprio autor

9

Para o momento do estudo de caso, foi selecionado o lugar onde se deu a condução do

estudo exploratório e realizada a coleta de dados. Nesta fase foram identificados na empresa

os possíveis contatos estratégicos que forneceram informações para o andamento do projeto.

Foi realizada uma análise dos processos da empresa através de preenchimento de

questionários por funcionários da empresa com posterior tratamento das informações usando

FMEA.

Realizou-se também, com o auxílio de técnicas de engenharia projetos, o controle e

medição das melhorias alcançadas, assim como a condução entrevistas com os especialistas

focais na área, como suporte para disseminação do conhecimento, auxiliando na elaboração

de um programa robusto de melhorias de processos.

A Figura 6 ilustra estes passos.

Figura 6 - Fluxograma de pesquisa (2)

Fonte:Próprio autor

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 PDCA

O início da busca por melhoria contínua se fundamenta no ciclo PDCA (plan-do-

check-act), desenvolvido por Shewhart, na década de 20, e divulgado por Deming na década

de 50, sendo importante e, bastante difundido método para alcançar a melhoria contínua.

O primeiro estágio - Plan (planejamento) - é dado no planejamento das ações a serem

executadas, com definição de metodologias e estabelecimento de objetivos (metas) a serem

alcançadas.

O estágio seguinte é o Do (teste), onde são testadas as ações planejadas. Nesta etapa é

fundamental o treinamento pois demanda muita disciplina para alcançar a excelência.

De acordo com Deming: “Para obter qualidade, é preciso treinar,treinar,treinar e

continuar trinando.

Posteriormente, no terceiro – check (Verificação) são realizadas avaliações periódicas

das atividades realizadas confrontando com o idealizado.

Para finalmente no quarto estágio serem feitas as mudanças necessárias tendo como

base as avaliações feitas no passo anterior.

A Figura 7 exemplifica o modelo do PDCA:

11

Figura 7 – PDCA Fonte; Campos (2004)

É necessário “rodar” constantemente o PDCA, para assim obter melhorias sucessivas e

provocar rupturas de desempenho, conforme Figura 8 abaixo:

Figura 8 – Rodando o PDCA

Fonte: Campos(2004)

12

De acordo com Maximiano (2006), para controlar processos é o PDCA, ele é utilizado

para auxílio na gestão das organizações com intuito de identificar e solucionar os problemas

existentes, sendo assim um caminho a ser seguido para atingir as metas estabelecidas pela

gerência.

Campos (2004) alerta para a necessidade de entender a existência de dois tipos de

metas para o correto entendimento do PDCA:

• Metas para manter: São as metas padrão

• Metas para melhorar: são as metas de melhoria contínua.

De acordo com Campos (2004), O conceito do Total Quality Control (TQC) é formado pelos seguintes tópicos:

1. Orientação pelo cliente: Produzir e fornecer serviços e produtos que sejam

definitivamente requisitados pelo consumidor.

2. Qualidade em primeiro lugar: Conseguir a sobrevivência através do lucro continuo

pelo domínio da qualidade.

3. Ações orientadas pôr prioridades: Identificar o problema mais critico e solucioná-lo

pelo mais alta prioridade.

4. Ação orientada pôr fatos e dados: Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em

fatos.

5. Controle de processos: Uma empresa não pode ser controlada pôr resultados, mas

durante o processo. O resultado final é tardio para se tomar ações corretivas.

6. Controle da dispersão: Observar cuidadosamente a dispersão dos dados e isolar a

causa fundamental da dispersão.

7. Próximo processo é seu cliente: O cliente é um rei ou uma rainha com quem não se

deve discutir, mas satisfazer os desejos desde que razoáveis. Não deixe passar

produto/serviço defeituoso.

8. Controle de monte: A satisfação do cliente se baseia exclusivamente em funções a

montante. As contribuições à jusante são pequenas. [Identificar as necessidades

verdadeiras dos clientes, assegurar a qualidade em cada estagio, prevê falhas, preparar

padrão técnico, etc.]

9. Ação de bloqueio: Não permita o mesmo engano ou erro. Não tropece na mesma

pedra. Tome ação preventiva de bloqueio para que o mesmo problema não ocorra

outra vez pela mesma causa. (utilizando FMEA- failure mode and effect analysis, etc)

13

10. Respeito pelo empregado como ser humano: Respeitar os empregados como seres

humanos independentes. [padronizar tarefa individual; educar e treinar, delegar

tarefas, usar sua criatividade, fornecer programa de desenvolvimento pessoal, etc.]

11. Comprometimento da alta direção: Entender a definição da missão da empresa e a

visão e estratégia da alta direção e executar as diretrizes e metas aravas de todas as

chefias. [Publicar definição da missão da empresa, visão e estratégia de alta direção,

diretrizes de longo e médio prazo, metais anuais, etc.]

3.2 DIAGRAMA DE ISHIKAWA O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada em processos diversos

com o objetivo de identificar as possíveis causas que gerem um efeito específico no processo.

Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos

anos seguintes por diversos estudiosos do ramo da qualidade.

Este diagrama também é conhecido como 6M, pois, em sua estrutura, com cada um

deles com o seguinte significado

• Método

• Matéria-prima

• Mão de obra

• Máquina

• Medição

• Meio ambiente

O diagrama de Ishikawa apresenta a seguinte estrutura como representada na Figura 9 abaixo

14

Figura 9 - Diagrama de Ishikawa Fonte: Barreto (2005)

Ferramenta bastante útil, pois permite maior conhecimento acerca dos problemas.

Pode ser facilmente posta em prática por pessoas de qualquer nível dentro da empresa.

A aplicação das Ferramentas da Qualidade Total como o Diagrama de Ishikawa

tornam possíveis a detecção dos processos que possuem falhas, permitindo a correção

(BARRETO, 2005).

3.3 ESTRUTURA ANÁLITICA DE PROJETO

A estrutura analítica de projeto é no escopo do gerenciamento de Projetos um

importante instrumento de execução de estratégias e vem sendo amplamente utilizado na

indústria (MORRIS, JAMIESON, 2004; BROECKE et al, 2005).

Consiste Basicamente em subdividir as macro etapas do projeto em estruturas menores

e mais facilmente controláveis. Todo o escopo do projeto deve estar contido nas subdivisões

É uma estrutura em árvore exaustiva, hierárquica (de mais geral para mais específica)

orientada às entregas que precisam ser feitas para completar um projeto. O objetivo de uma

EAP é identificar elementos terminais (os produtos, serviços e resultados a serem feitos em

um projeto). Assim, ela serve como base para a maior parte do planejamento de projeto.

15

A estrutura analítica de projeto é uma ferramenta bastante utilizada nos setores de

planejamento de indústrias de construção e montagem de equipamentos e empresas de

engenharia em geral

Inicialmente deve-se estudar a fundo o projeto de forma a agrupar de forma robusta as

sub-atividades tornando coerente o gerenciamento (VALERIANO, 1998)

As subdivisõs do projeto são denominadas disciplinas de projeto as quais podem ser

explodidas em atividades menores de acordo com o tamanho do projeto

A Figura 10 abaixo demonstra o esquema da ferramenta.

Figura 10 - Esquema da EAP Fonte: MAXIMIANO, 1997

Um dos princípios utilizados na elaboração de uma EAP é conhecido como a regra dos

100%.

A Regra 100% diz que a EAP inclui 100% do trabalho definido pelo escopo do projeto

e captura todas as entregas de forma ao trabalho estar completo, incluído o gerenciamento do

projeto. Guia portanto, o desenvolvimento, decomposição e avaliação da EAP.

A aplicação da mesma vale para todos os níveis das estruturas hierárquicas: a soma de

todos os trabalhos dos níveis deve ser igual a 100% do trabalho representado pela sua

atividade principal. É importante lembrar-se que a regra dos 100% também se aplica ao nível

de atividades.

16

3.3 SEIS SIGMA

Segundo Franks(1994), todas as metodologias e técnicas têm valor em algum

segmento de negócio. É então imprescindível uma análise apurada para a escolha correta

daquela ferramenta que irá propiciar o maior ganho.

Grande variedade de ferramentas vem sendo utilizadas, na atualidade, por diversas

empresas com o objetivo de obter melhorias nos processos.

No Brasil, diversas empresas registram iniciativas com o Seis Sigma, como na Gerdau,

Maxion, Votorantim Cimentos, América Latina Logística (ALL), por exemplo. Tendo, estas

empresas, gerado expressivos ganhos com a ferramenta, obtendo incrementos de

produtividade e redução dos custos operacionais.

No caso do Seis Sigma, trata-se de um conjunto de práticas originalmente

desenvolvidas pela Motorola para melhorar sistematicamente os processos, reduzindo sua

variabilidade para assim alcançar a meta de zero defeitos.

O seis sigma é um método que objetiva o aumento da satisfação do cliente agregando

o valor dos processos das empresas. É uma extensão dos conceitos da Qualidade Total com

foco na melhoria contínua dos processos, dando ênfase em sua fase inicial, por aqueles que

atingem diretamente o cliente. Considera algumas etapas tais como um sólido treinamento

para os agentes de melhoria Seis Sigma e persistência no objetivo "redução de custos”.

Pode ser considerada uma ferramenta que focaliza principalmente na resolução de

problemas através da aplicação de sofisticadas técnicas estatísticas, com o intuito de manter o

processo sobre controle, reduzindo suas variações.

Segundo Maximiano (2006), a qualidade significa também a minimização ou redução

da variação que ocorre em qualquer processo de trabalho, um produto ou serviço tem

qualidade quando atende sistematicamente a especificações planejadas.

No Quadro 1 abaixo, algumas definições sobre Seis Sigma são mostradas.

17

AUTOR DEFINIÇÃO SOBRE SEIS SIGMA

Linderman (2003)

Trata-se de um método organizado e sistemático para melhoria dos processos e do desenvolvimento de produtos e serviços, baseado em técnicas estatísticas e científicas, com o objetivo de reduzir defeitos

definidos pelos clientes.

Neuman e Cavanagh (2001)

Um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial. Seis Sigma é singularmente

impulsionado por uma estreita compreensão das necessidades dos clientes, pelo uso disciplinado de fatos, dados e análise estatística e

pela atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos de negócios.

Pande et al. (2001)

Seis Sigma é definido como um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial, onde o Seis

Sigma é singularmente necessidades dos clientes, pelo uso disciplinado de fatos, dados e análise estatística e impulsionado por uma estreita compreensão das a atenção diligente à gestão, melhoria

e reinvenção dos processos de negócios

Werkema (1995)

O Seis Sigma é uma estratégia gerencial disciplinada e altamente quantitativa, que tem como objetivo aumentar expressivamente a

performance e a lucratividade das empresas, por meio da melhoria da qualidade de produtos e processos e do aumento da satisfação de

clientes e consumidores.

Quadro 1 – Seis Sigma

Fonte: Próprio autor

Ao empreender iniciativas de melhorias de processos, as empresas objetivam obter

vantagem competitiva perante a concorrência, aumentando a produtividade, melhorando

assim a percepção dos produtos perante os clientes.

O Quadro 2 logo abaixo exemplifica bem a questão:

18

QUALIDADE TOTAL E A SATISFAÇÃO DAS PESSOAS

DIMENSÃO DA

QUALIDADE

TOTAL

PESSOAS ATINGIDAS

CLIENTES VIZINHOS ACIONISTAS EMPREGADOS

Qualidade dos

produtos

Produtos confiáveis,

duráveis e de boa

aparência, bom

acabamento, fácil

operação, etc.

- - -

Custo/Preços

Preço satisfatório que

permita obter o máximo

valor pelo dinheiro

Impostos e

benefícios

para a

sociedade

Maior produtividade e

lucro, viabilizando o

negócio da empresa

Melhor

remuneração e

mais emprego

Entrega

Produtos ou serviços

disponíveis, entregues

no prazo, na quantidade

certa e no local certo

-

Desenvolvimento de

novos produtos,

estoques adequados

-

Moral - - -

Remuneração

adequada,

oportunidades de

crescimento, bom

ambiente de

trabalho

Segurança

Produtos e serviços

seguros que não

causem acidentes

Segurança

contra

acidentes e

poluição do

meio

ambiente

- Ambiente de

trabalho seguro

Quadro 2 – Qualidade total e satisfação das pessoas

FONTE: Campos (2004)

De acordo com Macedo (2002), a gestão da produtividade incorpora basicamente três

procedimentos:

19

− A medição da produtividade;

− A identificação e a análise dos fatores determinantes dos gargalos de produtividade;

− A definição e aplicação de propostas de superação desses gargalos.

3.4 FMEA (FAILURE MODE AND EFFECTIVE ANALYSES) A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (do

inglês Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que busca, em princípio, evitar,

por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que ocorram

falhas no projeto do produto ou do processo (AMARAL, 2009).

Este é o objetivo básico desta técnica, ou seja, detectar falhas antes que se produza

uma peça e/ou produto. Pode-se dizer que, com sua utilização, se está diminuindo as chances

do produto ou processo falhar, ou seja, estamos buscando aumentar sua confiabilidade

(Ramos, 2004).

Esta dimensão da qualidade, a confiabilidade, tem se tornado cada vez mais

importante para os consumidores, pois, a falha de um produto, mesmo que prontamente

reparada pelo serviço de assistência técnica e totalmente coberta por termos de garantia,

causa, no mínimo, uma insatisfação ao consumidor ao privá-lo do uso do produto por

determinado tempo (ROTONDARO, 2001).

Além disso, cada vez mais são lançados produtos em que determinados tipos de falhas

podem ter conseqüências drásticas para o consumidor, tais como aviões e equipamentos

hospitalares nos quais o mal funcionamento pode significar até mesmo um risco de vida ao

usuário.

Apesar de ter sido desenvolvida com um enfoque no projeto de novos produtos e

processos, a metodologia FMEA, pela sua grande utilidade, passou a ser aplicada de diversas

maneiras. Assim, ela atualmente é utilizada para diminuir as falhas de produtos e processos

existentes e para diminuir a probabilidade de falha em processos administrativos

(ABRAHAM, 2002).

Tem sido empregada também em aplicações específicas tais como análises de fontes

de risco em engenharia de segurança e na indústria de alimentos (PALADY, 2004).

20

Esta ferramenta identifica todos os possíveis focos de falha, seus efeitos sobre o

desempenho do processo e prioriza as falhas que tem maior ocorrência e cujos controles

internos atuais não sejam suficientes. Para utilizar o método, devemos definir todos os

processos envolvidos, levantar as falhas potencias, seus efeitos, determinar suas causas e

identificar o controle atual existente para o processo (AMARAL, 2009).

Posteriormente são atribuídos pesos aos efeitos da falha, as causas potenciais e aos

controles atuais. O índice de severidade é dado em função da conseqüência dos efeitos da

falha, numa escala de 1( falha imperceptível) a 10 ( falha compromete o funcionamento do

produto. A ocorrência é a probabilidade de uma causa potencial vir a ocorrer, seu valor varia

de 1 ( baixa probabilidade) a 10 (alta probabilidade).O índice de detecção indica a

probabilidade dos controles atuais serem eficazes, varia de 1 ( alta probabilidade de detecção)

a 10 (baixa probabilidade de detecção(ROTONDARO,2001).

O Quadro 3 abaixo agrupa os valores completos:

Índice de Ocorrência Índice de Severidade Índice de Detecção

Muito remota – 1 - Muito alta – 1

Muito Pequena – 2 Apenas perceptível – 1 Alta – 2, 3

Pequena – 3 Pouca importância – 2, 3 Moderada – 4, 5, 6

Moderada – 4, 5, 6 Moderadamente grave – 4, 5, 6 Pequena – 7, 8

Alta – 7, 8 Grave – 7, 8 Muito pequena – 9

Muito Alta – 9, 10 Extremamente grave – 9, 10 Remota – 10

Quadro 3 - Esquema de avaliação da FMEA

Fonte: Rotondaro(2001)

Atribuídos esses pesos, deve-se agora obter o número de prioridade de risco (NPR),

que consiste no produto dos 3 índices determinados. Os valores com maior NPR devem ter

prioridade de ação corretiva.

21

O Quadro 4 abaixo explicita o modelo:

Processo Falha Efeito da

falha

Índice de

Severidade

Causas

Ocorrência

Controle

atual

Índice

de

detecção

NPR

Processo

1

a b C abc

Processo

2

x y Z xyz

Quadro 4 - Ficha de percepção das falhas

Fonte: Rotondaro,1998

Após esta analise são efetivamente priorizados os de maior NPR e é montada o

Quadro 5 de acordo com a que se segue:

Processo NPR Ações recomendadas Responsável (Prazo)

Processo

Quadro 5 - Ações recomendadas

Fonte: Rotondaro, 1998

3.5 LEAN PRODUCTION

O Lean production, é um conjunto de técnicas desenvolvidas pela Toyota com o

intuito de maximizar o rendimento do fluxo produtivo, gerando maior eficiência produtiva.

De acordo com o Lean institute Brasil (2001):

O pensamento enxuto é uma filosofia operacional ou um sistema de negócios, uma forma de especificar valor, alinhar na melhor seqüência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz.

De acordo com Shingo(1996),no Quadro 6 abaixo, são sete os tipos de desperdícios

que devem ser controlados:

22

QUADRO GERAL DOS SETE DESPERDÍCIOS

Superprodução Deve-se elaborar bons mecanismos de previsão para que sejam

produzidas quantidades ótimas.

Espera A espera entre atividades deve ser reduzida através de melhora

no fluxo de atividades com um rearranjo de layout.

Transporte Excessivo

Devem ser eliminadas excessivas movimentações de materiais

e pessoas que provocam enormes perdas financeiras e de

tempo

Processos Inadequados Constante busca da inovação tecnológica para assim dominar

processos cada vez melhores

Estoque Desnecessário Produzir nada além do necessário, com sistemas eficientes de

controle de produção

Movimentação Desnecessária Falta de controle apropriado de materiais, resultando em sua

perda e de boas condições do ponto de vista ergonômico

Produtos Defeituosos Falhas eventuais de processo e problemas na qualidade.

Quadro 6 - Quadro geral dos desperdícios

Fonte: SHINGO,1996

O pensamento Lean é utilizado basicamente para implementar mudanças nos

processos de trabalho, otimizando seu fluxo, aumentando sua velocidade e eficiência.. Por

isso é uma ferramenta utilizada basicamente pela alta gerência, quem efetivamente tem o

poder de empreender mudanças nos processos.

Segundo NAVE (2002), a metodologia Lean tem alguns pressupostos:

1. As pessoas valorizam o efeito visual do fluxo.

2. O desperdício é o maior obstáculo do lucro.

3. Várias pequenas melhorias em rápida sucessão trazem mais benefícios do que

um estudo analítico.

4. Os efeitos da integração do processo serão resolvidos pelo refinamento da

corrente de valor

O Lean não é uma ferramenta de diagnóstico para solução de problemas, mas apenas

uma metodologia que objetiva na reorganização e na reengenharia, com o propósito de

efetuar mudanças nos processos e, subseqüentemente nas relações de trabalho, garantindo que

os processos sejam feitos da maneira certa e na ordem certa, focando na eliminação dos

gargalos produtivos. (HEINECK (1999).

23

Também pode ser utilizado para adicionar ou eliminar equipamentos dentro dos

processos de reengenharia, efetuar mudanças de layout,adicionar e eliminar processos, p ex.

O pensamento Lean focaliza na eliminação de desperdícios e na maximização da

eficiência do fluxo dos processos produtivos. É entendido como desperdício tudo aquilo que

não agrega valor ao produto. Para mensurar a eliminação do desperdício, uma rigorosa

monitoração do tempo de fabricação deve ser realizada.

Slack (1993) cita dois benefícios que são alcançados através da estabilização dos

processos produtivos:

• Menos estoque – pelo fato de um processo estável alcançar os resultados dentro

do planejado reduzindo assim formação de produtos fora do prazo

• Fluxo rápido – O fluxo melhorado reduz o lead time, garantindo maior

agilidade em atender o cliente.

A metodologia cria também meios de simplificar os meios que a organização produz

valor a seus clientes, garantindo o cumprimento dos prazos da maneira mais rápida e eficiente

possível. Conforme já citado, se ampara em princípios fundamentais:

Primeiramente devem ser identificados os processos que efetivamente geram valor

(críticos), para que seja possível identificar o fluxo de valor dos processos em que sejam

maximizados os esforços de melhoria nestes processos críticos e minimizados os efeitos

indesejáveis dos processos que não geram valor (não-críticos). (Shah ,2007).

Após estas etapas deve-se aperfeiçoar as condições físicas de produção, garantindo

que o fluxo de atividades seja ótima, retirando movimentações desnecessárias que

impactariam negativamente os esforços de melhoria, reduzindo tempo de ciclo do produto.

Com a planta já bem organizada e fluxo de valor melhorado, deve-se agora

efetivamente “puxar” a produção. Não deve haver estoque intermediário significativo, com a

produção, realmente sendo realizada no momento apropriado.

O último principio diz respeito a continuidade das melhorias, tendo em vista que a

busca da perfeição deve ser constante, e sempre deve haver pesquisa e desenvolvimento de

meios de otimizar a cadeia de valor.

A cadeia de valor da empresa, composta pelos processos que agregam valor ao

produto/serviço, deve permear toda a empresa conforme retrata logo abaixo a Figura 11.

24

Figura 11 - A cadeia de valor interna

Fonte: Adaptada de Rother e Shook (1998)

A organização Lean ideal apresenta as seguintes características:

- Uma forte parceria entre o sindicato e a gerência;

- Garantia de emprego;

- Uma cultura de solução de problemas;

- Foco no trabalhador da linha de frente;

- Grupos de trabalho com poder de decisão e características multitarefas;

- Comunicação e feedback freqüentes;

- Comprometimento com treinamento e educação continuada;

- Mentalidade voltada à melhoria contínua;

- Confiança e respeito mútuos;

- Desenvolvimento e alinhamento de políticas da empresa.

Segundo Cassel (1996), o avanço tecnológico não implica, necessariamente, na

aquisição de máquinas mais modernas e mais automatizadas, necessitando menos mão de

obra. Este avanço pode ser em nível de estrutura da empresa, de uma mudança no processo ou

de uma mudança na disposição do sistema produtivo.

O Quadro 7 logo abaixo disponibiliza informações acerca de diversos sistemas

produtivos.

25

Tipos de classificação Características

Grau de Padronização dos produtos • Produtos padronizados

• Produtos sob medida ou personalizados

Tipos de operação

• Processos contínuos (larga-escala)

• Processos discretos

• Repetitivos em massa (larga-escala)

• Repetitivos em lote (flow job, linha de

produção)

• Por encomenda(job shop, layout

funcional)

• Por projeto (unitária, layout posicional

fixo)

Ambiente de produção

• Make-to-stock (MTS)

• Assemble-to-order (ATO)

• Make-to-order (MTO)

• Engineer-to-order (ETO)

Tipos de classificação

Características

Fluxo dos processos

• Processos em linha

• Processos em lotes

• Processos por projetos

Natureza dos produtos • Bens

• Serviços

Quadro 7 - Classificações dos sistemas de produção Fonte: Quelhas, 2008

Segundo Monks (1987), um bom layout permite que os materiais, o pessoal e as

informações fluam de uma forma eficiente e segura. Desta forma, o dimensionamento correto

do layout dos processos pode ser de grande valia para obtenção de melhorias na

produtividade.

26

A planta a ser estudada possui layout funcional e o Quadro 8 explicita as principais

características deste tipo de arranjo físico.

Layout Funcional

Muitos Produtos

Baixo volume

Fluxo irregular

Lead times alto

Maior dificuldade de programação e controle

Quadro 8 - Layout funcional Fonte: Quelhas et al, 2008

Deve-se combater o fluxo irregular dos processos devido a alta variabilidade de

produtos e obter meios de se melhorar o controle da produção, para assim reduzir o lead time

aumentando assim a competitividade. (HAMMER, 1999).

3.6 LEAN SEIS SIGMA

Diferente de outras formas de gerenciamento de processos produtivos o Lean seis

Sigma tem como prioridade a obtenção de resultados de forma planejada e clara, tanto de

qualidade como principalmente financeiros, alinhando os objetivos estratégicos da empresa de

produzir da forma mais econômica possível com também da melhor e mais rápida forma

possível, alcançando as necessidades do cliente e obtendo assim vantagem competitiva

(ABRAHAM, 2002).

É na realidade, uma solução ótima de médio e longo prazo se aplicado da maneira

correta, de forma a não criar falsas expectativas. Neste aspecto, muitas empresas têm tido

sucesso em sua aplicação e obtenção de resultados, e tantas outras têm falhado, o que ressalta

a importância de serem estudados os fatores críticos de sucesso das empresas que obtiveram

bons ganhos com a implementação da técnica.

Como envolve mudança de cultura na empresa que a está implementando, existe uma

forte resistência inicial a sua aplicação por parte dos colaboradores e times.

27

Este aspecto não pode ser negligenciado em sua implementação sob risco sério de

falha na mesma, Daí a importância fundamental do apoio da alta gerencia na implementação

da metodologia.

Abaixo o Quadro 9 fornece uma análise comparativa entre Lean e seis sigma:

Programa Seis Sigma Lean

Teoria Reduzir a variação Eliminar o desperdício

Diretrizes de

Aplicação

1. Definir.

2. Medir.

3. Analisar.

4. Melhorar.

5. Controlar.

1. Identificar valor.

2. Identificar corrente de valor.

3. Fluir.

4. Puxar.

5. Aperfeiçoar.

Foco Foco no problema Foco no fluxo

Quadro 9 - Lean X Seis sigma

FONTE: Melo 2004

O Lean Seis Sigma surgiu da necessidade de se integrar a capacidade analítica de

solução de problemas e redução de variabilidades em processos, características básicas do seis

sigma, com a velocidade e dinamismo da filosofia Lean (NAVE,2002).

Diversas definições Lean seis sigma são encontradas na literatura. O Quadro 10 exibe

algumas delas:

AUTOR DEFINIÇÃO SOBRE LEAN SEIS SIGMA

Snee (2002)

Combina a estratégia baseada em velocidade e conjunto de soluções inerentes ao Lean com o processo cultural, organizacional e as ferramentas analíticas do Seis

sigma

Valladares (2002)

O Lean Seis Sigma é extremamente eficaz porque direciona para a solução de todos os tipos de problemas relacionados à melhoria de processos e produtos de forma

sustentável, deixando a empresa mais rentável e sólida e podendo ser aplicada para qualquer tipo de empresa.

28

AUTOR DEFINIÇÃO SOBRE LEAN SEIS SIGMA

Breyfogle III,et all(

2001)

“Lean e six sigma, trabalhando juntas, representam uma formidável arma na luta contra a variação nos processos. A metodologia seis sigma usa técnicas de solução de problemas para determinar como os sistemas e processos operam e como reduzir variação em processos. Num sistema que combina essas duas filosofias, o lean cria

o padrão e o seis sigma investiga e resolve qualquer variação em relação ao padrão.”

Quadro 10 - Lean Seis Sigma

Fonte: Próprio autor

Em programas de melhoria de processos, se torna marcante uma característica do Lean

Seis Sigma, que é a mudança na cultura organizacional introduzida na empresa, resultando

obviamente em melhoria com sua aplicação (MACHADO, 2001). Com o pleno domínio do

processo (Gestão do processo) e seu correto gerenciamento (gestão por processo), atuando em

vários níveis, conforme explicitado na Figura 12 abaixo:

Figura 12 – Níveis de processo

Fonte: Filho(2007)

Gestão Por Processo: Enfoque na organização, permitir melhor fluxo dos processos na

cadeia de valor da companhia e aperfeiçoar a relação entre os processos dentro da empresa.

29

Enfoque requerido: “Fazer o processo certo” (PAIM, 2003).

Gestão de Processo: Enfoque na melhoria de desempenho de processos específicos,

objetivando inovações tecnológicas e pleno domínio das técnicas atuais.

Enfoque requerido: “Fazer certo o processo”.

A Figura 13 retrata os dois métodos

Figura 13 - Gestão de Processos e por processos

Fonte: Próprio autor Observando o processo no nível estratégico, o lean seis sigma contribui para

direcionar a corporação para as necessidades de mercado, obtendo vantagem competitiva ao

propiciar ganhos com inovações incrementais em gestão por processos, garantindo o pleno

domínio da integração dos processos, incorrendo em aumento de qualidade e produtividade.

Campos (2004) diz que a sobrevivência da empresa é garantida através do alcance da

plena satisfação do cliente a um baixo custo, mediante sistemas administrativos eficientes,

condicionado por pessoas eficientemente capazes. É necessário oferecer ao mercado produtos

e serviços de extrema qualidade, com velocidade, alcançando altos índices de satisfação.

A abordagem por processos é bastante complexa, sendo necessários controles bastante

eficientes na monitoração dos processos, garantindo ser eficazes (PAIM, 2007). A Figura 14

exemplifica a metodologia:

30

Figura 14 – Abordagem por processos

Fonte: Filho(2007)

Já ao analisar o processo em nível tático e estratégico o objetivo é reduzir a

variabilidade dos processos garantindo o fiel cumprimento das metas de “zero defeito"

garantindo uma otimização da gestão de processos da empresa (SANTOS, 2003).

A metodologia Lean Seis sigma busca a solução dos problemas utilizando basicamente

cinco princípios fundamentais denominados de DMAIC (Definir-medir - analisar-

incrementar – controlar) (COSTA, 2005).

Na etapa de definição é definido o projeto a ser abordado e o que precisa ser

melhorado nele, detalhando os recursos necessários e o horizonte de tempo de estudo.

Na etapa de medição são definidas a métricas a serem utilizadas para acompanhar o

andamento do projeto e fornecer dados que sirvam no futuro para analisar a eficácia das

medidas adotadas para incrementar os processos. Coletas de dados e comparações, lote a lote,

para gerar gráficos comparativos, são bastante utilizadas.

Na etapa de análise, são identificados problemas nos processos e utilizadas

ferramentas de tratamento para gerar propostas de melhoria, como diagrama de causa e efeito

e FMEA, p ex.

31

Na etapa de melhoria, as soluções levantadas na etapa anterior são efetivamente

testadas, tendo em vista a pré-realização de um brainstorming para validar a intervenção.

Na etapa de controle, são definidos meios para dar sustentabilidade e ações que

garantam que as melhorias alcançadas sejam duradouras.

A combinação do pensamento Lean com a metodologia seis sigma gera inúmeras

vantagens, tais quais podemos mencionar no Quadro 11 comparativa abaixo:

Benefícios do Lean Seis Sigma

Métrica Resultado

Lead Time Redução: até 80%

Custos indiretos de manufatura e qualidade Redução: até 20%

Entrega no prazo Aumento: até 99%

Tempo de desenvolvimento de produtos Redução: até 50%

Custos de materiais Redução: até 50%

Quadro 11 - Benefícios do Lean Seis Sigma

Fonte: George(2002)

A sinergia dos dois pensamentos gera altos ganhos de produtividade, aliando o

conhecimento técnico com formas mais dinâmicas de trabalho, que enriquecendo-o e gerando

ambientes propícios para inovação, garantindo que os processos consigam sempre ser capazes

de ser alterados em beneficio do cliente, garantindo a manutenção constante da capacidade

competitiva (HAMPSON, 1999).

4 ESTUDO DE CASO

O estudo exploratório foi realizado em uma indústria do setor metalúrgico,

localizada em São Gonçalo (RJ) que é fabricante de equipamentos estruturais utilizadas pela

indústria de óleo e gás dentre outras finalidades. Possui na cartela de clientes empresas do

setor de petróleo, nuclear e diversos estaleiros.

Trata-se de uma empresa de pequeno porte, fornecedora credenciada de

equipamentos e que possui certificação do sistema de gestão de qualidade NBR ISO: 9000.

A empresa possui processos bem definidos e deseja dar inicio a uma iniciativa de

melhoria de processos que suporte seu desejo de aumentar a produtividade de sua planta,

absorvendo assim uma gama superior de projetos.

A empresa pretende através de um programa de melhoria de processos, obter

também um status mais apurado dos seus processos, para poder efetivar um controle mais

eficiente por custos e produtividade.

A empresa é eficaz, porém encontra sérios problemas em ser eficiente, daí a

necessidade de empreender programa de melhoria que leve ao alcance da efetividade

(eficácia+eficiência).

No âmbito dos produtos fabricados pela empresa, destaca-se seu forte know-how na

fabricação de vasos de pressão, correspondendo a cerca de 50% das encomendas, recipientes

metálicos em geral e hidrocilclones. Sendo assim equipamentos muito utilizados em refinarias

e na construção de plataformas de petróleo.

Primeiramente, para por em prática a ferramenta, deve ser descrito os macro

processos da empresa para que seja possível visualizar o seu funcionamento, e ser conhecida a

33

relação de dependência entre os processos.

Posteriormente a esta etapa será feito um minucioso estudo dos processos para

explodir as macro atividades em um detalhado diagrama que explicite todos os

processos envolvidos na confecção do projeto, paras que assim seja possível

desenvolver uma análise de valor dos processos que permitam a elaboração de um plano

de ação que reduza o efeito das atividades que não geram valor no produto final. De

forma que seja possível obter um menor tempo de ciclo e uma redução de custos do

projeto, evitando assim atrasos na entrega do projeto ao cliente.

A empresa dispõe de um layout de características do tipo funcional onde existe

mão de obra de nível técnico altamente qualificado capaz de produzir uma alta

variabilidade de produtos com equipamentos de baixo custo. Tal layout possui a

marcante característica de necessitar de altos gastos com supervisão de empregados e

possui boa aceitabilidade aos idéias de produção Lean.

Abaixo na figura 15, está descrito um fluxograma contendo os macros

processos produtivos:

Fluxograma dos Macros processos de produção

Figura 15 - Macro processos produtivos Fonte: Próprio autor

34

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS

Abaixo segue em seqüência uma breve descrição dos processos industriais da

empresa para conhecimento e identificação de possibilidades de melhoria.

O conjunto de processos de corte, risco chanfro é denominado de

processamento. Após existe o processo de montagem.

Já o esmeril e a soldagem são denominados solda e o jateamento e pintura

denominado pintura.

4.2.1. RISCO

Traçagem é conjunto de tarefas destinadas a criar os elementos informativos

necessários para ser realizado na chapa auxiliando o processo de corte. Pode ser

realizada manualmente em caso de a empresa operar com corte manual, ou pode ser

realizada via programa computacional, caso a empresa disponha de máquinas

automatizadas de corte.

De acordo com Mesquita (2007), é o processo de marcação de curva, retas ou

pontos sobre a chapa para visualização dos locais a serem cortados,furados ou dobrados.

No caso específico deste trabalho a empresa dispõe de uma maquina

automatizada computadorizada, concentrando todo seu processo de risco em um

software de desenho.

4.2.2. Corte

Processo de corte das chapas de aço automatizado com máquina de alta precisão

CNC (controle numérico computadorizado), que permite uma programação de corte

remota eliminando assim erros de imprecisão humana.

Os planos de corte das chapas são realizados via computador através do software

COLUMBUS e são definidos através somente da posse dos perfis de chapas

desejados para cada projeto. Sua posterior efetivação é ordenada por um critério de

prioridade de obras a serem entregues, definição esta de responsabilidade do

engenheiro responsável no PCP.

35

A chegada e acompanhamento da ordem de corte é acompanhada através da

interação entre o operador da maquina de corte e um integrante do PCP, de forma

contínua. A planta industrial trabalha com técnicas de oxicorte e corte a plasma.

Oxicorte é uma aplicação de corte recomendada na preparação das bordas das partes

a soldar extensamente usada quando são de espessura considerável. Muito usado

para o corte de placas, barras ou outros elementos ferrosos. Não corta aço inox por

ser um aço com características anti-oxidação.

O Processo de Corte Plasma foi desenvolvido desde os anos 50 para cortar metais

condutores, principalmente o aço inoxidável e o alumínio. Hoje é o processo com

maior crescimento na indústria, nas instalações industriais e nas oficinas em geral

como excelente ferramenta para o corte de metais, em virtude da velocidade e

precisão do corte. Corta uma ampla faixa de espessuras (dependendo da capacidade

do equipamento, é possível cortar metais desde 0.5mm até 60 mm de espessura).

De acordo com a Americam society of mechanical engineer (ASME), as

tolerâncias admissíveis para o corte variam para cada equipamento.

4.2.3. CHANFRO

Corte pequeno que elimina os cantos vivos de uma peça, consistindo assim numa

etapa de preparação do processo de montagem. Por se tratar de uma atividade

basicamente manual é de extrema importância ser feito com acompanhamento

especifico de um supervisor especialista para assim minimizar erros e facilitar o

processo de montagem e solda.

A ASME recomenda que para preservar a condição de trabalho do operador o

chanfro sempre seja orientado a permitir que o menor número possível de soldas seja

feitas no interior de equipamentos.

4.2.4. ESMERIL

Processo de tratamento, realizado para retirada de materiais indesejáveis, como

óxido de ferro, por exemplo, que comprometem a eficiência do processo de soldagem.

Ao eliminar impurezas consegue maximizar a produtividade do processo de

soldagem garantindo que elas estejam menos suscetíveis a trincas e outros problemas

36

com a qualidade. Tonini (2006) garante uma maior eficiência de soldagem nas chapas

esmerilhadas e armazenadas corretamente.

4.2.5. MONTAGEM

Após os devidos tratamentos das chapas, monta-se o conjunto tendo como

documento de referencia o desenho em AUTOCAD fornecido pelo departamento de

engenharia.

A montagem é uma etapa importantíssima qu requer mão de obra experiente e

alta supervisão para ser eficiente. Tonini (2006) alerta para a necessidade de cuidado

adicional nesta etapa visando assim reduzir o risco de acidentes.O respeito as

tolerâncias as normas aplicáveis ASME, deve ser total.

4.2.6. SOLDAGEM

A Soldagem é o processo de união de materiais (particularmente os metais) mais

importante do ponto de vista industrial sendo extensivamente utilizada na fabricação e

recuperação de peças, equipamentos e estruturas. A sua aplicação atinge desde pequenos

componentes eletrônicos até grandes estruturas e equipamentos (pontes, navios, vasos

de pressão, etc.). Existe um grande número de processos de soldagem diferentes, sendo

necessária a seleção do processo (ou processos) adequado para uma dada aplicação. A

empresa atualmente emprega 4 tipos de soldagem: MIG/MAG, TIG e arco submerso e

eletrodo revestido.

O MIG/MAG é um processo de soldagem a arco elétrico entre a peça e o

consumível em forma de arame, eletrodo não revestido, fornecido por um alimentador

contínuo, realizando uma união de materiais metálicos pelo aquecimento e fusão. É

aplicável à soldagem da maioria dos metais utilizados na indústria como os aços, o

alumínio, aços inoxidáveis, cobre a vários outros. Peças com espessura acima de

0,76mm podem ser soldados praticamente em todas as posições.

O processo de soldagem TIG é definido como o processo de soldagem a arco

elétrico estabelecido entre um eletrodo não consumível a base de tungstênio e a peça a

ser soldada. A poça de fusão é protegida por um fluxo de gás inerte. Se mostra

inadequado para soldagem de chapas de mais de 6 mm.

37

Soldagem por arco submerso é um método no qual o calor requerido para fundir

o metal é gerado por um arco formado pela corrente elétrica passando entre o arame de

soldagem e a peça de trabalho. A ponta do arame de soldagem, o arco elétrico e a peça

de trabalho são cobertos por uma camada de um material mineral granulado conhecido

por fluxo para soldagem por arco submerso. Não há arco visível nem faíscas, respingos

ou fumos.

Soldagem por eletrodo revestido consiste em um arco elétrico que é formado

com o contato do eletrodo (revestido) na peça a ser soldada. O eletrodo é consumido à

medida que vai se formando o cordão de solda, cuja proteção contra contaminações do

ar atmosférico é feita por atmosfera gasosa e escória, proveniente da fusão do seu

revestimento. Tem a vantagem do baixo custo e da soldagem em locais de difícil acesso

e possui a desvantagem da baixa produtividade.

4.2.7. JATEAMENTO

Fase inicial do acabamento do equipamento, que consiste em tratamento para

eliminar riscos, manchas de solda e proteger contra corrosão. Garantindo assim que

superfície do produto esteja na melhor condição possível para receber o tratamento de

tinta na fase subseqüente de pintura

Consiste basicamente em limpeza, mudança de textura ou gravação de uma

substância por aplicação de um jato de ar carregando material abrasivo ou colisivo

(POLONIO, 2003).

4.2.8. PINTURA

Fase final de acabamento do equipamento, onde deve ser isolada uma área

específica para proceder todas as demãos de tinta necessárias para finalizar o

equipamento, utilizando as tintas indicadas em plano de pintura específico desenvolvido

por inspetor autorizado.

Deve-se tomar cuidado especial com a condição do local de tratamento para

evitar contaminação e interferência na qualidade do processo.

38

Toda a superfície a ser revestida, deve ser limpa, isenta de óleo, graxa, sujeira,

poeira ou qualquer matéria estranha e contaminante da superfície, deixando o subs-trato

metálico isento de quaisquer contaminações (POLONIO,2003).

As tintas a serem escolhidas devem seguir o padrão de qualidade das normas

internacionais de pintura, se adequando ao tipo de funcionamento desejado para o

equipamento (ASME)

4.3 FONTES DE CUSTOS DOS PROCESSOS

Faz-se necessário uma descrição dos custos de processo envolvidos nos projetos

para acompanhar de forma mais precisa, com o menor percentual de erro possível a

margem de lucro de cada projeto.

Pode-se desta forma controlar os processos calculando seu custo e

subseqüentemente monitorando o tempo de execução conforme o cronograma de

atividades a serem realizadas. Para assim obter meios de comparar processos similares a

serem realizados no futuro e definir metas e prazos ótimos de execução. Informação

essa fundamental para acompanhar em tempo real o fiel cumprimento do orçamento do

projeto assim como descobrir sua real margem de lucro em comparação com a primeira

análise de viabilidade anterior ao efetivo inicio do projeto.

É de suma importância o conhecimento por parte do gestor, do custo de cada

processo, para que as ações de melhoria sejam priorizadas pelo critério do maior valor

econômico, combinado a complexidade do processo. De forma a ser necessário a

criação de sistemática comparativa que garanta que os processos que gerem maior valor

ao produto e tenham maior custo econômico combinados sejam priorizados.

De posse desta análise o gestor do processo pode contabilizar os ganhos obtidos

com seu programa de melhoria de processos e contínua mente aperfeiçoá-lo.

Vale ressaltar que programas de melhoria de processo devem ser incorporadas

aos valores da empresa, pois somente se forem continuamente realizadas, gerarão

ganhos para a corporação.

Abaixo estão descritos as fontes relevantes de custos em cada processo

(a) No processo de corte incide os gastos diretos com mão de obra, os gastos de operação da maquina de corte CNC, os gastos com a licença do programa operador de corte – COLUMBUS, e os insumos necessários, tais como oxigênio.

39

(b) Já no risco, temos apenas os gastos com mão de obra tendo em vista que é um processo rápido e apenas de marcação da chapa para chanfro.

(c) No processo de chanfra, temos os gastos com a operação da máquina (TARTARUGA), gastos com a mão de obra envolvida e com os insumos.

(d) O processo de esmeril tem a incidência de custos na mão de obra e com o disco de esmeril.

(e) A montagem tem custos somente com a mão de obra direta. (f) A soldagem tem custos com mão de obra e com os insumos da solda e com

os equipamentos necessários para os diferentes tipos de solda. (g) O jateamento e a pintura possuem custo de mão de obra, maquinário

necessário e os insumos. O custo da mão de obra envolvida em uma obra pode ser levantado através de

planilhas de alocação de atividades, contendo quantos homem-hora (hh) foram gastas

em cada atividade do processo multiplicando assim pelo respectivo valor monetário.

O custo de manutenção das máquinas pode ser estimado pelo gasto médio com

manutenção.

O custo da licença do software também é conhecido assim como os consumíveis

da obra (chapas, tinta, disco de esmeril, eletrodo para solda, etc.), que estão

especificadas na autorização do fornecimento (AF).

Esta análise possibilita a tripla comparação entre o gasto real do projeto, com o

gasto previsto e com o novo gasto com o processo melhorado, de forma a acompanhar a

eficácia das medidas adotadas no decorrer do projeto.

De posse desta informação a gerência pode traçar um plano realista de

investimentos que aloque uma quantidade ótima de recursos para incrementos

tecnológicos na planta.

5 ANÁLISES E DISCUSSÕES

5.1 DMAIC

Na etapa de definição do DMAIC, foram escolhidos 2 projetos de fabricação de

vasos de pressão para análise, tendo como horizonte de estudo o período de 2 meses.

Para a etapa de melhoria, definiu-se como métrica de estudo o avanço físico de

fabricação dos equipamentos confrontando com o idealizado na época de contratação do

pedido de fornecimento

Já na etapa de análise foi identificado como problema chave a ser tratado os

constantes atrasos na entrega dos equipamentos. Tal identificação foi feita mediante

brainstorming, com todos os envolvidos no setor de planejamento da empresa, no caso 4

pessoas. Em seguida foi definida como ferramenta de análise dos processos a FMEA e

posterior tratamento das causas pelo diagrama de Ishikawa.

No passo seguinte, de melhoria, testou-se algumas soluções para o problema,

empreendendo algumas alterações nos processos produtivos, no layout, por exemplo,

tendo como base as propostas do passo anterior

Para controlar e quantificar as melhorias alcançadas foram elaboradas estruturas

analíticas de projetos e gráficos de controle, verificando assim a viabilidade das

medidas adotadas.

Seguindo a lógica do PDCA, estes passos devem ser continuamente repetidos de

forma a tornarem as melhorias de processos um hábito duradouro na empresa,

aproximando cada vez mais a empresa da excelência

A Figura 16 explicita o DMAIC, a partir da etapa exploratória de análise,

indicando o passo a passo a ser seguido para obter melhoria continua dos processos.

41

Figura 16 – Melhoria contínua

Fonte: Adaptado de Rotondaro, 2003

42

5.2 ANÁLISE DOS PROCESSOS (FMEA)

Pode ser efetuada uma análise global dos processos envolvidos no projeto como um

todo. Para tal será utilizada a ferramenta FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) ou

análise do modo e do efeito de falha.

Foi Preenchida ficha de percepção por todos os membros do setor de planejamento da

empresa estudada e seus resultados computados e ordenados em quadro específico por critério

de importância.

A formação acadêmica dos participantes era a seguinte:

• 2 Técnicos de planejamento

• 2 Engenheiros de produção

Os membros da equipe após preencherem as fichas através de brainstorming chegaram

a um consenso sobre a principal falha a ser abordado em cada processo e como seria o melhor

meio de melhorá-lo.

Os participantes tinham reconhecida experiência no ramo de construção e montagem

de equipamentos, tendo trabalhado em diversas empresas do ramo nos últimos 10 anos.

Quadro 12 abaixo explicita a aplicação do método nos processos envolvidos.

43

Processo Falha Efeito da falha Índice de

Severidade Causas Ocorrência Controle atual

Índice de

detecção NPR

Abrir OS

Demora em

processar

abertura

Atraso do

projeto 5

Falha

administrativa 1 Não Há 10 50

Abrir RM Demora na

aquisição

Atraso na

entrega 10

Sistema de

cotação e

seleção de

fornecedores

falho

4 Requisição de

materiais (RM) 3 120

Validar

materiais

recebidos

Atraso na

inspeção

realizada pelo

controle de

qualidade(CQ)

Tempo ocioso

de espera de

processamento

7

Sistema de TI

falho atrasa

notificação de

recebimento de

material

5 Requerimento de

inspeção 10 350

Corte Corte

incorreto

Especificação

invalida do

produto

10

Plano de corte

desenvolvido

incorreto

4

Software

especializado e

monitoramento

8 320

44

Processo Falha Efeito da falha Índice de

Severidade Causas Ocorrência Controle atual

Índice de

detecção NPR

Inspeção de

corte

Atraso de

inspeção

Tempo ocioso

de espera de

processamento

7

Atraso de

notificação e

atendimento da

solicitação de

inspeção

8 Requerimento de

inspeção 8 448

Chanfro Chanfro

incorreto

Perda de

material 8

Falha de

engenharia 6

Monitoramento

do supervisor 6 288

Esmeril Processo

incorreto

Perda de

material 8

Falha de

engenharia 6

Monitoramento

do supervisor 6 288

Montagem Esquema

incorreto Retrabalho 1

Falha de

engenharia 1

Monitoramento

do supervisor 6 6

Inspeção

dimensional

Atraso de

inspeções

Tempo ocioso

de espera de

processamento

7

Falha no fluxo

de informações

na empresa

9 Requerimento de

inspeção 10 630

Solda Falta de MO

qualificada

Atraso na

entrega 10

Escassez de

mão de obra

qualificada

9 Não há 10 900

45

Processo Falha Efeito da falha Índice de

Severidade Causas Ocorrência Controle atual

Índice de

detecção NPR

Testes Reprovação Atraso na

entrega 10

Falhas de

produção 1

Inspeções em

cada etapa 1 10

Quadro 12 - Análise dos processos

Fonte: Próprio autor

46

Realizando o filtro necessário e priorizando as etapas de maior número de prioridade de

risco (NPR), obtém-se o seguinte quadro, conforme exibido abaixo na Quadro 13:

Processo NPR Ações recomendadas Responsável (Prazo)

Inspeção

corte 448

Sistema de planilha mais completa contendo

data e hora do pedido e data e hora do

atendimento da requisição

Gerente produção (imediato)

Corte 320 Treinamento e cursos de reciclagem do

software empregado Gerente PCP (imediato)

Validar

materiais

recebidos

350

Aquisição de sistema de TI de controle de

produtos no almoxarifado que permita

conhecimento da movimentação de entrada e

saída de materiais

Gerente PCP (imediato)

Inspeção

dimensional 630

Sistema de planilha mais completa contendo

data e hora do pedido e data e hora do

atendimento da requisição

Gerente produção (imediato)

Solda 900 Pesquisa de mercado para fazer análise para

captar mais mão de obra. Gestão de pessoas (imediato)

Quadro 13 - ações recomendadas

Fonte: Próprio autor

Tendo em vista o diagrama de FMEA pode-se fazer uma análise dos problemas utilizando

o diagrama de causa e efeito de ISHIKAWA (6M’S). O problema a ser priorizado é o relativo ao

atraso de cronograma de projeto, tendo em vista este ser um fator crítico que pode impactar a

disposição do cliente em contratar nossos serviços no futuro em caso de atraso de entrega do

produto. Abaixo está explicitado o diagrama na Figura 17:

47

Figura 17 - Diagrama de Ishikawa

Fonte: Próprio autor

Algumas ações podem ser realizadas para combater as causas deste problema e maximizar

o desempenho operacional da planta em questão:

a) Tendo em vista o layout da planta ser funcional é relevante exemplificar alguns dos

problemas clássicos relacionados a este perfil:

• Alto custo de movimentação de materiais

• Necessidade de supervisão do empregado

• Mão de obra qualificada

Abordando o primeiro problema, é possível verificar que o maior gargalo operacional da

planta é a posição da máquina de corte, pois, as chapas entram pelo lado oposto onde está situada

a máquina, e elas são processadas perto do local de entrada das chapas. Ou seja, deve-se caso

possível, re-arranjar a posição da máquina para provocar um layout linear de fluxo de materiais da

planta.

Este re-arranjo teria impacto de custo na obra civil de instalação do equipamento, no custo

de aumento da área coberta onde esta situada a calandra, na construção de saleta para abrigar as

maquinas de suporte e em possíveis ajustes e calibragens do equipamento.

48

Caso inviável a movimentação da máquina de corte, existe uma grande movimentação de

materiais do processo de chanfra ao esmeril. Poderia ser evitado através de um re-arranjo físico da

planta. Isto poderia ser obtido abrindo-se espaço próximo a máquina de corte para assim chanfrar

– esmerilhar e enfim organizá-los de maneira ótima através da identificação do nó. Desta forma

poderia ser obtido um melhor fluxo de materiais, reduzindo assim o tempo de execução de projeto.

Abaixo é apresentado o layout atual da planta assim como é apresentado duas propostas

alternativas de layout para assim buscar o aumento da produtividade da planta. A Figura 18 abaixo

mostra o layout inicial da empresa:

Figura 18 - Layout inicial

Fonte: Próprio autor

49

Como proposta gerada para minimizar essas movimentações desnecessárias, foi proposta o

rearranjo de certas atividades como forma de melhorar a produtividade e estabilizar os processos.

De forma a não impactar a produção com profundas alterações do layout, foi proposto um layout

para minimizar as perdas no curto prazo, de alterações mais simplificadas e um layout com

alterações mais significativas a ser implementado em um segundo momento, quando a atividade

industrial da empresa estiver em setup, sendo possível empreende-la sem afetar a produtividade. O

novo layout está descrito na Figura 19:

Figura 19 - Novo layout (Solução de curto prazo)

Fonte: Próprio autor

50

Tendo em vista que no layout funcional o importante objetivo a ser alcançado é minimizar

a necessidade do uso de transporte ao invés de otimizar o sistema de transporte conforme pode ser

observado na Figura 20 foi proposto também um layout para o longo prazo.

Com este novo layout evita-se em muito a movimentação excessiva de chapas e demais

componentes, otimizando de forma robusta o andamento dos processos, reduzindo assim o tempo

de espera entre processos, aumentando consideravelmente a produtividade diária da planta. É

importante também destacar que será diminuída também a ocorrência de acidentes de trabalho,

resultantes da movimentação perigosa destes materiais.

Figura 20 - Novo layout (Solução de longo prazo)

Fonte: Próprio autor

51

A setorização da planta além de eliminar a movimentação excessiva de materiais, reduziria

o tempo de espera de entrada dos materiais entre as etapas do processo, garantindo assim um

maior controle das atividades realizadas pelos operários por parte do supervisor, agilizando todo o

processo.

A Figura 21 ilustra a configuração setorial desejada para a planta:

Figura 21 - Esquema setorial desejado

Fonte: Próprio autor

A entrada dos produtos na pintura deve ser feita de acordo com o critério PEPS (primeiro

que entra/primeiro que sai), quando apenas um nó estiver pronto em um dado instante, ou pelo

critério do menor tempo de intervenção, quando simultaneamente mais de um nó ficar pronto em

um dado instante, como forma de controlar o espaço físico da planta, reduzindo assim eventuais

filas.

Seria possível graças a esta nova configuração a adoção de sinalização indicativa de

andamento e término das atividades, que geraria uma mais ágil movimentação de recursos e mão

de obra da estação seguinte, implicando assim em redução do tempo de ciclo (KANBAN).Criando

meios de ser possível a produção “puxada” , que é uma característica fundamental da filosofia lean

proposta.

b) Outra causa- raiz a ser tratada seria a falta de mão de obra. Atualmente a empresa

encontra-se operando com mão de obra disponível abaixo do planejado inicialmente.

Como causa principal para este problema, se encontra a escassez de mão de obra

qualificada em funções bastante especificas tais como, soldadores, caldeireiros, esmerilhadores,

etc.

Abordando um projeto especifico da empresa a titulo de exemplo deveria haver a seguinte

disponibilidade de mão de obra em um horizonte de 2 meses conforme abaixo na Tabela 2.

52

O quantitativo se refere à necessidade mensal planejada de funcionários e a realmente

obtida. Evidenciando assim a dificuldade de recrutar mão de obra qualificada para o setor.

Funções Jan Fev

CALDEREIRO PLANEJADO 19 19

REAL 3 6

SOLDADOR PLANEJADO 25 25

REAL 4 9

ESMERILHADOR PLANEJADO 12 12

REAL 4 5

MAÇARIQUEIRO PLANEJADO 1 1

REAL 2 2

TRANS./PINT PLANEJADO 5 5

REAL 2 1

TOTAL PLANEJADO 62 62

REAL 15 23

Tabela 2 - Real X Planejado

Fonte: Próprio autor

Na Figura 22, logo a seguinte, se encontra o status parcial no que diz respeito a

disponibilidade atual de mão de obra no projeto em questão. Fica fácil observar através do gráfico

a discrepância entre o real e planejado com uma deficiência de pessoal de aproximadamente 40%.

53

d)

Figuras 22 – Mão de obra direta por área

Fonte: Próprio autor

Em se tratando de um mercado cada vez mais competitivo a ausência de mão de obra na

empresa pode acarretar severas perdas relativas ao atrasos nas entregas de mercadorias aos

clientes, que são obviamente passíveis de multas contratuais.

Podemos detalhar mais ainda e obter um gráfico único que identifique os avanços

realizados nos dois meses correntes no que diz respeito a captação de mão de obra. A Tabela 3 e a

Figura 23 são dadas abaixo:

54

Jan(Real)) Fev(Real) PLANEJADO

CALDEIREIRO 3 6 19

SOLDADOR 4 9 25

ESMERILHADOR 4 5 12

MAÇARIQUEIRO 2 2 1

TRANS./PINT 2 1 5

Tabela 3 – Mão de obra direta disponível

Fonte: Próprio autor

Figura 23 - Gráfico de distribuição Fonte: Próprio autor

Percebe-se claramente a deficiências de mão de obra, principalmente na área de soldagem,

onde a escassez leva a atrasos no cronograma. Desta forma podemos explicitar o percentual de

ocupação da planta tendo como referência (Fev/2009) em relação ao planejado na Tabela 4:

55

% DE OCUPAÇÃO

CALDEIRARIA 32%

SOLDADOR 36%

ESMERILHADOR 42%

MAÇARIQUEIRO 200%

TRANS./PINT 20%

Tabela 4 – Disponibilidade

Fonte: Próprio autor

Faz-se necessário um maior controle sobre a mão de obra e um método que otimize sua

utilização.

O arranjo característico para plantas deste tipo é o funcional, que é caracterizado por ser de

alta variabilidade e alto custo de supervisão do empregado. Desta forma, faz-se necessário

investimento em contratação de mão de obra para este fim.

A introdução de formulários de distribuição de mão de obra, contendo as atividades

desenvolvidas por cada operário com seu respectivo percentual de execução permitiria um melhor

fluxo de informações na empresa, gerando mais instrumentos de avaliação do desempenho

produtivo por parte do gerente de produção. Formulário este que deve ser desmembrado em um

mais complexo elaborado pelo PCP a partir de um mais simples a ser preenchido pelo supervisor

de área.

c) Deve ser feita também uma analise de valor dos processos da empresa para que seja

possível otimizar atividades que não geram valor, que são gargalos no processo. Explodindo os

macro-processos, chegamos a configuração abaixo mostrada na Figura 24.

56

Figura 24 - Processos críticos e não críticos

Fonte: Próprio autor

Os processos ditos críticos são aqueles que agregam valor ao produto, ou seja são os

processos de fabricação do produto em si. Já os que não são críticos, são aqueles de apoio, que

sempre que possível devem ser eliminados.

Conforme o fluxograma acima, existem etapas que não agregam valor, porém sua

eliminação é impraticável. Como forma de otimizar sua realização, deve ser feito um

acompanhamento mais preciso para registrar a data e hora do pedido de inspeção e a data e hora

da efetivação da inspeção como forma de incrementar o andamento dos processos e minimizar os

efeitos indesejáveis e custosos de tempo de espera para o próximo estágio de processamento.

Essa redução de tempo de ciclo seria economicamente vantajoso para a empresa pois

abriria espaço físico na planta para o inicio de novos projetos.

d) Controle de materiais inadequado

Um sistema mais apurado de TI agilizaria o fluxo de materiais na planta com a otimização

do funcionamento do almoxarifado, reduzindo o tempo de busca do material solicitado assim

como os técnicos de PCP saberiam de forma mais antecipada da chegada do material.

Além de claro permitir um planejamento mais eficaz da produção com uma alocação de

recursos mais próxima do ótimo.

57

Uma boa ferramenta para catalogar em um banco de o fluxo de materiais de uma industria

de pequeno porte seria o Access, que seria atualizado a cada chegada de material e seria disponível

para visualização na rede no modo, “somente leitura”.

e) Ausência de software de controle das necessidades de produção

Um software típico de PCP, que controla as necessidades de produção, materiais e suporte

seria fundamental para diminuir o tempo de resposta a uma ordem de produção.

Um problema encontrado na planta em questão foi relacionado a desperdícios de insumos

de produção.

Atualmente, pela falta de softwares adequados, a programação de compra de chapas de aço

é feita de forma imprecisa. Pois somente depois de adquirida, é feita a programação de corte, para

aproveitamento da chapa, incorrendo em indesejáveis sobras, que aumentam desnecessariamente

os custos do projeto, reduzindo assim a margem de lucro do projeto.

Diagnosticada esta falha, faz-se necessário a catalogação de arquivos mais detalhados de

projetos passados, que podiam servir de referência para projetos posteriores, assim como a

programação de corte de chapas deveria ser feita antes da aquisição da mesma, para que assim a

quantidade ótima seja realmente adquirida.

Desta forma, assim que a chapa for entregue, será inspecionada para validação e já estará

preparada para corte, agilizando o processo, incorrendo em diminuição preciosa de tempo de ciclo.

f) Manutenção

Uma área mais bem equipada e com inspeções periódicas de equipamentos reduziria o

tempo de parada dos equipamentos.

g) Gestão do conhecimento

A empresa deveria investir na gestão do conhecimento na empresa através de treinamentos

internos fornecidos pelos próprios funcionários. Desta forma cada área mensalmente se reuniria e

realizava uma espécie de “troca de experiências”, ou seja, uma partilha de conhecimentos de cada

um, de forma a tornar o setor cada vez menos dependente das mesmas pessoas, tornando o

trabalho mais dinâmico e enriquecedor e diversificado, respeitando obviamente as diferenças de

formação dos funcionários.

58

5.3 MEDIÇÃO E CONTROLE DE MELHORIAS

Na condução do estudo foi possível programar o rearranjo de processos através da adoção

do layout proposto como solução de curto prazo, foi feito também um trabalho de melhoria no

controle de materiais conforme explicitado na análise de processos realizada utilizando FMEA,

assim como foi implementado controle mais rígido sobre atividades que não agregam valor. Sendo

assim possível através da utilização de estruturas analíticas de projeto (EAP) e curvas S,

acompanhar o desempenho de dois determinados projetos de diferentes tamanhos (peso), sendo

que um deles (projeto 1) que já estava em andamento porém estava estagnado e o outro de

proporção superior em peso ( projeto 2) estava em fase inicial.

As demais atividades demandavam parada de produção para serem realizadas no caso do

rearranjo de equipamentos, designada neste trabalho como rearranjo de longo prazo, ou

demandavam ações de eficácia difíceis de serem quantificadas no curto prazo, tais como ações de

melhoria na captação de recursos humanos para o ambiente de produção.

Porém, com as melhorias na organização dos processos, no controle de materiais e no

correto dimensionamento da mão de obra existente atualmente, foi possível obter sensível melhora

na condução do empreendimento com a conclusão do mesmo tendo atendido o prazo.

Abaixo na Tabela 5 estão definidos os pesos atribuídos as disciplinas de projeto a serem

representados na estrutura analítica de projeto (EAP) desenvolvida para monitorar o desempenho

dos processos.

Disciplinas Pesos

Projeto 1%

Suprimento 10%

Fabricação 89%

Tabela 5:14 Pesos atribuídos as disciplinas de projeto

Fonte: Próprio autor

Para definir os pesos das disciplinas tomou-se como base o fato de a engenharia ser quase

que inteiramente terceirizada para considerar um valor baixo. Em relação ao suprimento, foi

considerado um valor de 10% por se tratar basicamente de evento de pagamento parcial do

fornecimento de serviço

59

Sendo que a disciplina mais importante é a de fabricação por se tratar da fase mais

complexa e crítica do projeto

Considerou-se para avaliar a EAP, os percentuais de avanço físico do projeto,

confrontando-os com os idealizados na época da contratação do serviço

A Figura 25 e a Tabela 6 explicitam a EAP elaborada para o controle do projeto 1, que já

estava em andamento no horizonte especificado.

Figura 25 – EAP

Fonte: Próprio autor

60

EAP/WBS – Projeto 1

ATIVIDADE Status AGOSTO SETEMBRO

932 933 934 935 936 937

PROJETO

ABERTURA DE ORDEM DE SERVIÇO REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

EMISSÃO DOS DESENHOS REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

DELINEAMENTO PCP REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

MÉDIA REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

SUPRIMENTOS

CHAPAS REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

BARRAS REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

DIVERSOS REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

MÉDIA REAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

FABRICAÇÃO

Processamento (10%) REAL 20% 45% 65% 90% 100% 100%

PLANEJADO 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Montagem (20%) REAL 20% 35% 60% 90% 100% 100%

PLANEJADO 80% 85% 90% 95% 100% 100%

Soldagem (65%) REAL 10% 30% 60% 85% 100% 100%

PLANEJADO 70% 80% 90% 100% 100% 100%

Teste hidrostático (3%) REAL 0% 0% 0% 100% 100% 100%

PLANEJADO 0% 0% 0% 100% 100% 100%

Jateamento e pintura (1%) REAL 0% 0% 0% 0% 100% 100%

PLANEJADO 0% 0% 0% 100% 100% 100%

Entrega (1%) REAL 0% 0% 0% 0% 0% 100%

PLANEJADO 0% 0% 0% 0% 100% 100%

TOTAL GERAL REAL 22% 39% 62% 87% 99% 100%

PLANEJADO 75% 81% 88% 98% 100% 100%

Tabela 6 - EAP projeto 1

Fonte: Próprio autor

61

As Figuras 26,27 e 28 retratam a evolução do empreendimento e tornam possível a

visualização de como a melhora do desempenho foi alcançada.

Figura 26 - Curva de montagem

Fonte: Próprio autor

62

Figura 27 - Curva de soldagem Fonte: Próprio autor

Figura 28 - Evolução de projeto Fonte: Próprio autor

63

Figura 29 – EAP

Fonte: Próprio autor

64

Analisando em seguida o outro projeto que estava iniciando e tinha um peso maior que o

outro, foi obtido o seguinte resultado abaixo, descrito na Tabela 7:

EAP/WBS-Projeto 2 ATIVIDADE Status AGOSTO SETEMBRO

932 933 934 935 936 937 938 939 PROJETO ABERTURA DE OS REAL 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% EMISSÃO DOS DESENHOS REAL 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% DELINEAMENTO PCP REAL 0% 50% 75% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 75% 100% 100% 100% 100% 100%

MÉDIA REAL 0% 50% 92% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 92% 100% 100% 100% 100% 100%

SUPRIMENTOS CHAPAS REAL 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% BARRAS REAL 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% DIVERSOS REAL 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

MÉDIA REAL 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100% PLANEJADO 0% 50% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

FABRICAÇÃO Processamento (10%) REAL 0% 0% 0% 10% 25% 40% 45% 55% PLANEJADO 0% 0% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Montagem (20%) REAL 0% 0% 0% 0% 20% 30% 40% 50% PLANEJADO 0% 0% 0% 20% 30% 40% 50% 60% Soldagem (65%) REAL 0% 0% 0% 0% 5% 15% 20% 25% PLANEJADO 0% 0% 0% 5% 10% 20% 30% 40% Teste hidrostático (3%) REAL 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% PLANEJADO 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% Jateamento e pintura (1%) REAL 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% PLANEJADO 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% Entrega (1%) REAL 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% PLANEJADO 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

TOTAL GERAL REAL 0% 6% 11% 12% 20% 29% 34% 39%

PLANEJADO 0% 6% 13% 20% 26% 34% 43% 51%

Tabela 7 - EAP projeto 2 Fonte: Próprio autor

As Figuras 30,31 e 32 retratam a evolução do empreendimento e tornam possível a

visualização de como a melhora do desempenho foi alcançada.

65

Figura 30 - Curva de montagem Fonte: Próprio autor

Figura 31 - Curva de Soldagem Fonte: Próprio autor

66

Figura 32 - Evolução de projeto Fonte: Próprio autor

Fica assim claro que a técnica funciona para diferentes amplitudes de projeto e que foi

capaz de reduzir a defasagem do andamento dos projetos, otimizando assim o andamento dos

empreendimentos.

Registra-se que a técnica funcionou para aperfeiçoar o andamento do projeto nas condições

normais de fabricação, não tendo ocorrido movimentação extraordinária de pessoal, nem mesmo a

adoção de horas extras.

Ambos os projetos tinham atrasos consistentes e o rearranjo das atividades aliados a

melhor gestão dos processos foi capaz de suavizar o problema.

6 CONCLUSÕES

A aplicação da ferramenta FMEA para análise dos processos combinada a princípios

extraídos da metodologia lean seis sigma na planta em questão foi extremamente útil, pois

possibilitou uma gradual redução de tempo de execução dos processos, através de um

remanejamento da estrutura de produção para mais próxima do ótimo, tendo em vista as

restrições fabris existentes.

O principio da minimização dos do tempo de fabricação, através de uma melhora do

fluxo produtivo é inerente a filosofia Lean, sendo critério básico para garantir a sobrevivência

das empresas. O objetivo da redução das perdas e desperdícios deve ser contínuo e integrar

toda cadeia de valor da companhia, mudando assim por completo a maneira de gerenciar da

empresa.

A redução do tempo de execução de projeto conseguido se torna um fator de

competitividade para licitações futuras realizadas por diversas empresas e colocaria a empresa

em patamar diferenciado de competitividade, garantindo assim a possibilidade de aumentar

receitas e atender mais pedidos ao mesmo tempo.

Sendo uma empresa de pequeno porte e do setor metalúrgico, em que os processos já

são bem definidos e as melhorias organizacionais são mais práticas, a filosofia Lean Seis

Sigma se adapta consideravelmente, pois um conjunto enorme de pequenas ações é capaz de

gerar resultados satisfatórios e de ser bem aceito pela alta gerência, além de não causarem

conflitos com a mão de obra por não empreenderem mudanças radicais na metodologia de

trabalho, adicionando somente um maior grau de organização.

68

A setorização da planta foi um agente facilitador para a implementação da produção

puxada, pois facilitou a integração dos processos, diminuindo tempo de espera para a etapa

seguinte, diminuindo a ocupação física de preciosos espaços fabris com material aguardando

processamento, garantindo assim a maximização da produtividade da fabrica.

Possibilitou também um maior grau de supervisão dos operários, reduzindo sua

ociosidade e garantindo uma maior produtividade.

A utilização de ferramentas de engenharia de projetos, tais como estruturas analíticas

de projeto (EAP) e gráficos de controle foram importantes para mensurar os ganhos obtidos e

constituem informações cruciais para a tomada de decisão em projeto industrial.

Em outras palavras, pode-se dizer que a com o constante monitoramento dos processos

foi possível identificar gargalos e atuar para combatê-los, conseguindo assim reduzir a

defasagem dos projetos.

Vale a pena ressaltar que na condução deste estudo foi possível obter graus de

melhoria nos processos nas condições normais de fabricação, ou seja, não houve nenhum

aumento de força de trabalho assim como não foi programadas horas extras.

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