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COMISSO EXTERNA DE FISCALIZAO E INVESTIGAO DA SEGURANA DAS PLATAFORMAS DA PETROBRS E DO ACIDENTE DA P-36

RELATRIO-SUMRIO DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS PELA COMISSO RELATRIO E RECOMENDAES DO ACIDENTE DA P-36

Em cumprimento ao ato da mesa da Cmara dos Deputados de 15 de maro de 2001, que criou a Comisso Externa para Investigar a Segurana das Plataformas da Petrobrs e o acidente da P-36, Presidida pelo Deputado Federal Luis Antonio Fleury, apresento este RELATRIO , das atividades realizadas pela Comisso Externa, com nfase a fase de investigao dos fatos relacionados com o acidente da Plataforma P-36, visando que as atividades da comisso possam se dedicar aos demais temas de seus objetivos, e que fatos j constatados pela comisso possuam previamente indicao de solues ou aprofundamento do processo de avaliao ou investigao.

Atividades Desenvolvidas pela Comisso

DATA 15/03/01 20/03/01 21/03/01

EVENTO ACIDENTE NA PLATAFORMA P-36. IDA A MACA E REUNIO COM REPRESENTANTES DA PETROBRS. AFUNDAMENTO DA PLATAFORMA P-36 IDA A MACA E REUNIO COM REPRESENTANTES DA PETROBRS. Audincia com representantes da comunidade cientifica e

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22/03/01 27/03/01

28/03/01 03/04/01 05/04/01

sociedade civil RJ Reunio com a diretoria da Petrobrs no Rio de Janeiro Audincia Pblica em Braslia: Jos Jorge, Ministro de Minas e Energia; Henri Phillippe Reichstul, Presidente da Petrobrs; Fernando Carvalho, Presidente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense Fernando Leite Siqueira, Presidente da Associao de Engenheiros da Petrobrs Reunio Ordinria em Braslia. Audincia Pblica em Braslia: David Zylberstajn, diretor da Agncia Nacional de Petrleo Reunio no Rio de Janeiro: Representantes dos seguintes Sindicatos: Sindicato dos Mergulhadores; Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense; Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante; Superintendente da Bacia de Campos; Superintendente da Unidade Rio; Coordenador da Plataforma P-36.

Reunio com a Diretoria da Petrobrs 10/04/01 Reunio Ordinria em Braslia 17/04/01 Audincia Publica em Braslia: Joel Renn, Ex-Presidente da Petrobrs; German Efromovich, Presidente da Martima Engenharia; Luiz Carlos Delben Leite, Presidente da Abimaq 19/04/01 Reunio de Audincia Pblica em Maca: Familiares das vtimas; trabalhadores da P-36; Paulo Viana, Coordenador da Plataforma P-36; Hlio Galvo de Menezes, Coordenador da Plataforma P-36; Claronildo de Covas Santos, Gerente de Operaes de terra; Carlos Eduardo Bellot, Superintendente da Bacia de Campos. 24/04/01 Reunio de Audincia Pblica 10/05/01 Os deputados Miriam Reid e Paulo Feij visitam a Policia Civil de Maca. 19/05/01 Reunio Ordinria em Braslia 31/05/01 Audincia Publica no Rio de Janeiro: Carlos Eduardo Bellot, Superintendente da Bacia de Campos; Lo Zimmermann, Gerente de Informtica; Mergulhadores da Stolt Offshore e da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos que trabalharam na tentativa de resgate da P-36. 07/06/01 Reunio com a Diretoria da Petrobrs no Rio de Janeiro 12 e 13/06/01 Deputados Luciano Zica e Luiz Sergio visitam a sede da

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02/07/01

03/07/01 04/07/01

Petrobrs para verificar as plantas da P-36 Reunio no Rio de Janeiro/Sede de Sindicatos: Ricardo Maurcio Bezerra da Silva, funcionrio da P-37; Silvio Marcio Avelino Sarmento, funcionrio da P-37; Mergulhadores da Stolt Offshore e Ocenica Servios Tcnicos Submarinos que trabalharam na tentativa de resgate da P-36. Reunio com a Comisso de Sindicncia da Petrobrs, no Rio de Janeiro, para apresentao do seu relatrio. Visita a plataforma P-37, na Bacia de Campos

-Em agosto/2001 este relatrio foi entregue a Comisso e divulgado para sua discusso prvia, para recebimento de observaes e alteraes, resultando no presente relatrio consolidado.

1. Ofcios Expedidos1 1) Ofcio C.Ex 101/01, de 30 de Maro de 2001 Destinatrio: Ilmo. Sr. DAVID ZYLBERSZTAJN - Diretor-Geral da Agncia Nacional de Petrleo Assunto: Designao dos deputados Candinho Mattos, Dr. Heleno, Mirian Reid e Vivaldo Barbosa para acompanhar e colher subsdios da investigao promovida por esta Agncia Nacional de Petrleo e pela Marinha do Brasil;

2) Ofcio C.Ex 102/01, de 30 de Maro de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Designao dos deputados Fernando Gabeira, Paulo Feij e Jandira Feghali para acompanhar e colher subsdios da investigao promovida pela Companhia Petrleo Brasileiro S.A. sobre o acidente na Plataforma P-36;

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Alguns ofcios no foram incluidos na listagem pois so relativos a providncias internas na Cmara dos Deputados.

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3)Ofcio C.Ex 105/01, de 30 de maro de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Solicitao de oitiva dos funcionrios Carlos Eduardo Sandemberg Bellot, Superintendente da Bacia de Campos, Carlos Tadeu da Costa Fraga, Supervisor da Unidade Rio e Paulo Viana, Coordenador da Plataforma P-36, pela Comisso, no dia 5 de abril de 2001;

4) Ofcio C.Ex 106/01, de 30 de maro de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. SEVERINO ALMEIDA FILHO Presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante

Assunto: Convite para participao da audincia da Comisso na Sede da Petrobrs, no dia 5 de abril de 2001;

5) Ofcio C.Ex 107/01, de 30 de maro de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. EDNEY SANTOS DE JESUS Presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Atividades Subquticas e Afins. Assunto: Convite para participao Da audincia da Comisso na Sede da Petrobrs, no dia 5 de abril de 2001;

6) Ofcio C.Ex 108/01, de 30 de maro de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. FERNANDO CARVALHO Diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense

Assunto: Convite para participao Da audincia da Comisso na Sede da Petrobrs, no 5 de abril de 2001;

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7) Ofcio C.Ex 109/01, de 30 de maro de 2001 Destinatrio: : Ilmo. Sr. JOEL RENN Assunto: Convite para participar de Audincia Pblica da Comisso, no dia 17 de abril de 2001;

8) Ofcio C.Ex 110/01, de 11 de abril de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. GERMAN EFROMOVICH Diretor-Presidente da Martima Petrleo e Engenharia Ltda

Assunto: Convite para Audincia Pblica da Comisso, no dia 24 de abril de 2001;

9) Ofcio C.Ex 113/01, de 04 de abril de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. ANTNIO CARLOS Delegado Titular da 23 Delegacia de Polcia Civil de Maca

Assunto: designao os deputados Mirian Reid e Paulo Feij para acompanhar e colher subsdios da investigao promovida pela Delegacia de Polcia Civil;

10) Ofcio C.Ex 114/01, de 11 de abril de 2001 Destinatrio: Ilmo. Sr. Luiz Carlos Delben Leite Presidente daAssociao Brasileira da Indstria de Mquinas e Equipamentos/ABIMAQ

Assunto: Convite para comparecimento em Audincia Pblica da Comisso, no dia 24 de abril de 2001;

11) Ofcio C.Ex115/01, 11 de abril de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. JOEL RENN

Assunto: Convite para Audincia Pblica da Comisso, no dia 24 de abril DE 2001;

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12) Ofcio C.Ex 117/01, de 17 de abril de 2001Destinatrio: Exmo. Sr. Vereador PAUO ROBERTO PAES DE OLIVEIRA

Assunto: Solicitao de autorizao para realizao de reunio de Audincia Pblica no Plenrio da Cmara de Vereadores, no dia 19 de abril de 2001;

13) Ofcio C.Ex 118/01, 17 de abril de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. DAVID ZYLBERSZTAJN - Diretor-Geral da Agncia Nacional de Petrleo

Assunto: Solicitao de informaes;

14) Ofcio C.Ex 119/01, de 17 de Abril de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL - Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Solicitao de informaes;

15) Ofcio C.Ex 120/01, de 17 de abril de 2001Destinatrio: Exma. Sra. LIV KERR Embaixadora do Reino da Noruega

Assunto: Solicitao de encaminhamento da legislao norueguesa cdigos relativa s normas tcnicas de estabilidade e de reparo de avarias em plataformas petrolferas;

16) Ofcio C.Ex 123/01, de 17 de abril de 2001Destinatrio: HENRY PHILIPPE REICHSTUL - Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Solicitao de relao dos funcionrios embarcados na Plataforma P-36, nos dias 14 e 15 de maro de 2001;

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17) Ofcio C.Ex 124/01, de 17 de abril de 2001Destinatrio: HENRY PHILIPPE REICHSTUL - Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Solicitao de oitiva dos funcionrios Carlos Eduardo Sandemberg Bellot, Superintendente da Bacia de Campos, Hlio Galvo de Menezes e Paulo Viana, Coordenadores da Plataforma P-36, Claronildo de Covas Santos, Gerente de Operaes de Terra, no dia 19 de abril de 2001, na Cmara Municipal de Maca ;

18) Ofcio C.Ex 125/01, de 17 de abril de 2001Destinatrio: Exma. Sra. Deputada ANA CATARINA ALVES Presidente da Comisso de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias

Assunto: Convite Comisso de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias para a Audincia Pblica, do dia 24 de abril de 2001;

19) Ofcio C.Ex 126/01, de 17 de abril de 2001Destinatrio: Exmo. Sr. Deputado ANTNIO CAMBRAIA Presidente da Comisso de Minas e Energia

Assunto: Convite Comisso de Minas e Energia para Audincia Pblica, no dia 24 de abril de 2001;

20) Ofcio C.Ex 127/01, de 19 de abril de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. Luiz Paulo Assuno Diretor Administrativo da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos Ltda.

Assunto: Solicitao de relao nominal dos funcionrios que participaram do resgate da Plataforma P-36;

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21) Ofcio C.Ex 131/01, de 28 de maio de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. JOS FIGUEIREDO Gerente de Mergulho da Stolt Offshore

Assunto: Convite para os Srs. Paulo Eduardo Amaral Silva, Edson Alves de Melo e Jos Roberto Rodrigues de Castro participarem de audincia que a Comisso promover na Sede da Petrobrs, no dia 31 de maio de 2001;

22) Ofcio C.Ex 132/01, de 28 de maio de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. LUIZ PAULO ASSUNO Diretor da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos Ltda;

Assunto: Convite para os Srs. Ivan Lemos Barbosa, Aloysio Boechat Leal, Jarves Moreira Jnior, Magno Vieira Leo, Carlos Alberto Ramos de Souza, Claudomiro Neves do Nascimentos, Zenbio Silva Pereira Jnior e Andr Melo Viana para audincia da Comisso na Sede da Petrobrs, no dia 31 de maio de 2001;

23) Ofcio C.Ex 133/01, de 20 de maio de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. LUIZ PAULO ASSUNO Diretor da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos Ltda.

Assunto: solicito oitiva dos funcionrios Carlos Eduardo Sandemberg Bellot, Superintendente da Bacia de Campos, Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerentegeral da rea de explorao sul/sudeste, Lo Fernando Zimmermann, Gerente de Informtica, Ricardo Maurcio Bezerra da Silva e Silvio Marcio Avelino Sarmento, por esta Comisso, no dia 25 de maio de 2001;

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24) Ofcio C.Ex 134/01, de 24 de maio de 2001

Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTULPresidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Adiamento de audincia de 25 para 31 de maio de 2001;

25) Ofcio C.Ex 136/01, de 31 de maio de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. Engenheiro LUIZ PAULO ASSUNO Diretor da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos Ltda.

Assunto: Convite para os Srs. Ivan Lemos Barbosa, Aloysio Boechat Leal, Jarves Moreira Junior, Magno Vieira Leo, Carlos Alberto Ramos de Souza, Claudomiro Neves do Nascimento,

Zenbio Silva Pereira Jnior e Andr Melo Viana participarem da audincia da Comisso, na Sede do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante, no dia 7 de junho de 2001;

26) Ofcio C.Ex 137/01, de 31 de maio de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. JOS FIGUEIREDO Gerente de Mergulho da Stolt Offshore S.A . Assunto: Convite para os Srs. Edson Alves de Melo e Jos Roberto Rodrigues de Castro participarem de audincia que esta Comisso promover na Sede do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante, no dia 7 de junho de 2001;

27) Ofcio C.Ex 138/01, de 31 de maio de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A. -

Assunto: Solicitao de oitiva dos funcionrios Ricardo Maurcio Bezerra da Silva e Silvio Marcio Avelino Sarmento, por esta Comisso, no dia 07

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de junho de 2001, no Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante;

28) Ofcio C.Ex 139/01, de 06 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A. -

Assunto: Adiamento de audincia - do dia 05 de maio, para o dia 21 de junho de 2001;

29) Ofcio C.Ex 140/01, de 06 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. JOS FIGUEIREDO Gerente de Mergulho da Stolt Offshore S.A.

Assunto: Adiamento de audincia - do dia 05 de maio, para o dia 21 de junho de 2001;

30) Ofcio C.Ex 141/01, de 06 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. LUIZ PAULO ASSUNO Diretor Administrativo da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos Ltda.

Assunto: Adiamento de audincia - do dia 05 de maio, para o dia 21 de junho de 2001; 31) Ofcio C.Ex 142/01, de 07 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A. -

Assunto: Designao dos deputados Luciano Zica e Luiz Sergio pela Comisso para examinar as plantas, desenhos e outros que tenham da plataforma P-36 e demais plataformas da rea;

32) Ofcio C.Ex 144/01, de 18 de junho de 2001Destinatrio: Exmo. Sr. PAULO RAMOS - Presidente da Comisso Parlamentar de Inqurito para apurar as causas do acidente da plataforma P-36

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Assunto: Encaminhamento de cpia em vdeo das audincias pblicas solicitadas no ofcio CPI n 010/2001, bem como cpia dos documentos entregues pelos depoentes nas audincias;

33) Ofcio C.Ex 145/01, de 19 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Comunicao de suspenso das audincias previstas para a semana na cidade do Rio de janeiro;

34) Ofcio C.Ex 146/01, de 19 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. JOS FIGUEIREDO Gerente de Mergulho da Stolt Offshores S.A. Assunto: Comunicao de suspenso das audincias previstas para a semana na cidade do Rio de janeiro;

35) Ofcio C.Ex 147/01, de 19 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. LUIZ PAULO ASSUNO Diretor Administrativo da Ocenica Servios Submarinos Ltda Assunto: Comunicao de suspenso das audincias previstas para a semana na cidade do Rio de janeiro;

36) Ofcio C.Ex 151/01, de 20 de junho de 2001Destinatrio: llmo Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Informa a realizao de diligncias na cidade do Rio de Janeiro, na primeira semana de julho de 2001;

37) Ofcio C.Ex 152/01, de 27 de junho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. LUIZ PAULO ASSUNO Diretor Administrativo da Ocenica Servios Tcnicos Submarinos Ltda.

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Assunto: Convite para Srs. Ivan Lemos Barbosa, Aloysio Boechat Leal, Jarves Moreira Junior, Magno Vieira Leo, Carlos Alberto Ramos de Souza, Claudomiro Neves do Nascimento, Zenbio Silva Pereira Jnior e Andr Melo Viana participarem de audincia da Comisso, na Sede do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante, no prximo dia 2 de julho de 2001;

38) Ofcio C.Ex 153/01, de 27 de junho de 2001 Destinatrio: Ilmo. Sr. JOS FIGUEIREDO Gerente de Mergulho da Stolt Offshores S.A. Assunto: Convite para Srs. Ivan Lemos Barbosa, Aloysio Boechat Leal, Jarves Moreira Junior, Magno Vieira Leo, Carlos Alberto Ramos de Souza, Claudomiro Neves do Nascimento, Zenbio Silva Pereira Jnior e Andr Melo Viana participarem de audincia da Comisso, na Sede do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante, no prximo dia 2 de julho de 2001;

39) Ofcio C.Ex 154/01, de 27 de julho de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. HENRY PHILIPPE REICHSTUL Presidente da Petrleo Brasileiro S.A.

Assunto: Solicitao de oitiva dos funcionrios Ricardo Maurcio Bezerra da Silva, Silvio Marcio Avelino Sarmento, Lo Fernando Zimmermann, Gerente de Informtica e Carlos Tadeu da Costa Fraga, Gerente-Geral da rea de explorao sul/sudeste, por esta Comisso no dia 2 de julho de 2001, no

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Sindicato Mercante;

Nacional

dos

Oficiais

da

Marinha

40) Ofcio C.Ex 157/01, de 01 de agosto de 2001Destinatrio: Ilmo. Sr. DAVID ZYLBERSZTAJN - Diretor-Geral da Agncia Nacional de Petrleo

Assunto:

Solicita cpia do relatrio final da Comisso de Investigao conjunta ANP / Marinha do Brasil, sobre o acidente da plataforma P-36 da Petrobrs.

Alm dos ofcios expedidos foram solicitados inmeros documentos e informaes atravs de pedidos verbais durante as audincias, constando a documentao do arquivo tcnico da Comisso . 2. Documentao e correspondncias recebidas A Comisso dispe, at a presente data, para subsidiar os seus trabalhos, dos seguintes documentos e correspondncias: 01) cpia das notas taquigrficas da Audincia Pblica, realizada pela Comisso de Minas e Energia, em 2 de dezembro de 1999, com os Srs. Joo Luis A. Phillips, representante da Schain Engenharia e Comrcio Ltda., German Efromovich, representante da Martima Petrleo e Engenharia Ltda. e Joel Renn, ex-presidente da PETROBRAS; 02) cpia do Dossi do Acidente Enchova-84, PETROBRAS, elaborado durante a Primeira Jornada de Sade do Trabalhador, de 25 a 29 de novembro de 1996, encaminhado pelo Sindicato dos Trabalhadores na indstria do petrleo do Estado do Rio de Janeiro SINDIPETRO/RJ; 03) cpia de documentos, encaminhados pelo SINDIPETRO/RJ, relativos a acidente no Terminal da Baa de Ilha Grande TEBIG, ocorrido em 7 de setembro de 1998; 04) cpia de correspondncias expedidas pela Associao de Engenheiros da PETROBRAS AEPET, no perodo de agosto de 1998 a agosto de 2000, para a Presidncia da PETROBRAS, para a Presidncia da Comisso de Valores Mobilirios CVM, para o Ministrio Pblico e para a Presidncia da Agncia Nacional ANP;

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05) cpia da apresentao, feita no Senado Federal, em 27 de maro de 2001, pelo Presidente da PETROBRAS; 06) conjunto de documentos, enviados pelo SINDIPETRO/RJ, em 26 de maro de 2001, constitudo por cpias de cartas e memorandos expedidos, ou recebidos, pelo SINDIPETRO/RJ, sobre as relaes da PETROBRAS com a Empresa Martima Petrleo e Engenharia Ltda., cpia das notas taquigrficas da Audincia Pblica realizada pela Comisso de Minas e Energia, em 8 de dezembro de 1999, com os Srs. Henri Philippe Reichstul, Presidente da Petrobrs, Jos Coutinho Barbosa, Diretor de Explorao e produo da Petrobrs, e Ruy Berford Dias, Superintendente Jurdico da Petrobrs, cpias de recortes de jornal e de informativos do SINDIPETRO/RJ sobre as relaes da Empresa Martima Petrleo e Engenharia Ltda. com a Petrobrs; 07) cpia das notas taquigrficas da Audincia Pblica, realizada, em conjunto, pela Comisso de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias e pela Comisso de Minas e Energia, em 27 de maro de 2001, com os Srs. Henri Philippe Reichstul, Presidente da PETROBRS, Fernando Leite Siqueira, Presidente da Associao de Engenheiros da PETROBRAS AEPET, e Fernando Carvalho, Coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense; 08) cpia das notas taquigrficas da Audincia Pblica, realizada, em conjunto, pela Comisso de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente, e Minorias e pela Comisso de Minas e Energia, em 3 de abril de 2001, com o Sr. David Zylberzstain, Diretor-Geral da Agncia Nacional de Petrleo e cpia de sinopse da TV Cmara, desta mesma Audincia Pblica; 09) cpia das notas taquigrficas da Audincia Pblica, realizada na cidade de Maca/RJ, em 19 de abril de 2001, com os familiares dos trabalhadores mortos no acidente com a P-36, com trabalhadores da Plataforma P-36 e com os Srs. Paulo Viana, Coordenador da Plataforma P-36, Hlio Galvo, Menezes, Coordenador da Plataforma P-36, Cloronildo de Cabo Santos, Gerente de Operaes de Terra e Carlos Sandemberg Bellot, Superintendente da Bacia de Campos; 10) cpia de conjunto de documentos composto por Relatrio da PETROBRS, de setembro de 1999, apresentando uma sntese de fatos e resultados relativos ao perodo de 1992 a maro de 1999, reprodues de transparncias utilizadas pela presidncia da Martima, em sua exposio, dados relativos produo de plataformas da PETROBRS e cpia de carta da Presidncia da ABIMAQ para o Senador Eduardo Suplicy , recebido pela

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Mesa desta Comisso Especial, durante Audincia Pblica, realizada em 24 de abril com os Srs. Srs. German Efromovich, Diretor-Presidente da Martima, Luiz Carlos Delben Leite, Presidente da Associao Brasileira da Indstria e Mquinas e Equipamentos ABIMAQ, e Joel Mendes Renn, ex-presidente da PETROBRS; 11) conjunto de documentos, encaminhado pela Agncia Nacional do Petrleo, em atendimento ao Ofcio C.Ex. 120/01, de 17 de abril de 2001, da Presidncia desta Comisso, por meio do Ofcio n 086/DG, composto pelo Anexo A Respostas aos Quesitos Formulados e pelo Anexo B Documentos solicitados pela Comisso 12) conjunto de normas relativas estabilidade de plataformas e segurana de atividades petrolferas, composto por The Norwegian Maritime Directorates Regulations for mobile offshore units, Regulations relating to load bearing structures in petroleum activities, com anexos e aditamentos, e Regulations relating safety in the petroleum activities, encaminhado pela Embaixada Real da Noruega, em Braslia, em resposta a Ofcio C.Ex. 120/01, de 17 de abril de 2001, da Presidncia desta Comisso; 13) cpias de transparncias utilizadas pela DNV Managing Risk, em coletiva para imprensa, no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 2001; 14) cpia de trabalho do Engenheiro de Petrleo e de Segurana no Trabalho Jorge Eduardo Costa do Nascimento sobre Pirmide de Acidentes Engenharia de Preveno de Perdas Associao Brasileira de Preveno de Acidentes; 15) cpia de Boletins de Produo do Campo de Roncador e cpia de mensagem do Comandante do NT Maruim sobre questes de segurana a bordo, em razo de problemas com recursos humanos; 16) cpia do Relatrio Preliminar, de 23 de abril de 2001, da Comisso de Sindicncia do Acidente da P-36; 17) cpia do relatrio da Comisso de Sindicncia da Petrobrs, da exposio feita na audincia para a Comisso Externa e dos filmes e vdeos disponveis na Comisso de Sindicncia; 18) cpia da exposio de operao da P-37, plantas dos pontos de chegada dos dutos na costa (ponto A); 19) cpia do relatrio da ANP/Marinha do Brasil; 20) cpia da documentao complementar da comisso de sindicncia do acidente da P-36.

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3. Prximas Atividades da Comisso A comisso, aps analise, debate, alterao e votao deste relatrio prvio, dever iniciar uma fase de investigao ampla das atividades na bacia de campos, visando aprimorar sua capacidade de conhecimento e investigao de todo processo produtivo da Petrobrs na rea, com nfase aos seus aspectos de segurana, operao, relaes de trabalho, oportunidade, legislao, meio ambiente, entre outros.

4. Recomendaes e anlise prvia, com nfase ao acidente da Plataforma P-36 Deve ser observado a ateno recebida pela comisso de toda equipe da Petrobrs e dos funcionrios que participaram de depoimentos e apresentaes, o que permitiu a presente analise, independente das indicaes que determinam a necessidade de aes complementares e/ou atividades e procedimentos no realizados. Em relao as causas do acidente, com a magnitude do acontecido com a plataforma P-36, no possivel identificar apenas uma causa ou responsavel, e sim a somatria de equivocos, atos falhos ou fortuitos, e consequencias de politicas equivocadas, tanto da Petrobrs como dos orgos de controle e fiscalizao. Ads informaes tcnicas, depoimentos e relatrios de comisses de sindicancia e de comisses externas foram analisados por esta Comisso Externa, permitindo o amplo debate do tema e uma sistematizao de eventos, que no so descritos neste relatrio, por serem de contedo estritamente tcnico e que constam na documentao da comisso. Na compreenso destes eventos, lamentvel at o momento no existir um relatrio final, unico, consolidado, assinado por todas as partes envolvidas, que indiquem os pontos de concordncia e as eventuais divergncias em relao as questes tcnicas e operacionais que levaram a esta tragdia. Em relao a atividades desenvolvidas pela comisso, considerando-se as informaes, depoimentos, documentos recebidos e o cruzamento de todos estes dados com o sentimento da Comisso, destaca-se os seguintes fatos e recomenda-se de maneira prvia:

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A-) A anlise do acidente como um evento completo, desde as suas causas at a perda total de um ativo relevante da Petrobrs e do pais, continua fragmentada, com aes isoladas dos entes envolvidos, em especial a Petrobrs, a ANP Agencia Nacional de Petrleo, Marinha do Brasil, IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, com evidencias da falta de capacidade operacional e da clara competncia dos principais envolvidos, tanto empresa como rgos pblicos, devendo com a mxima urgncia: A.1-) A Petrobrs complementar sua sindicncia interna, com os trabalhos que avaliaram o acidente detalhadamente at o momento da evacuao dos trabalhadores se estender com o mesmo grau de detalhamento e ateno at o momento da perda efetiva da Plataforma, ou seja, o seu afundamento, avaliando e investigando : Medidas adotadas; Oportunidades e opes existentes; Oportunidade e efetividade das decises Desempenho dos envolvidos; Projeto sua execuo e sua relao com a perda da plataforma; Esforo para resgate dos corpos das vitimas; Uso das tecnologias disponveis; Processo de integrao com as autoridades e entes pblicos; Outros aspectos relevantes que completem a analise do acidente.

A.2-) A ANP apresentar relatrio e investigao do seu desempenho no acidente, com : Anlise das condies de gerao das plataformas, feita in loco, e no apenas por meio do exame dos certificados e documentos fornecidos por rgos internacionais, como ocorreu em relao P36; Aplicao correta das normas em vigor, licenciamento, fiscalizao e controle dos equipamentos e sua operao; Participao efetiva no acidente dentro de sua competncia legal; Disponibilidade prpria de equipe, mobilizao, tecnologia e capacidade de resposta ao acidente; informao,

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Relao das metas estabelecidas para Petrobrs em relao a demais companhias, sua influencia na capacidade operacional e na segurana do sistema; Avaliao e aprovao do Plano de Contingncia Local e do Plano de Contingncia Regional; Tambm em relao a ANP a comisso da nfase de que a

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mesma deve cumprir de maneira mais eficiente seu papel fiscalizador da atividade petroleira, dando conhecimento a comunidade desta atividade, em especial as entidades e organismos representativos da sociedade. A.3-) Da Marinha do Brasil investigar e concluir sobre : Sua capacidade operacional para enfrentar acidentes de grandes propores; A responsabilidade e jurisdio sobre poluio e meio ambiente em ZEE Zona Econmica Exclusiva, frente a Conveno do Mar e legislao em vigor, bem como sua relao institucional com os demos rgos diretamente envolvidos nesta rea; Sua responsabilidade e ao para resgate direto de vidas no processo de evacuao e tentativa de salvamento de feridos ; Sua responsabilidade e ao para resgate direto de corpos; Sua capacidade de fiscalizao e controle das atividades martimas na regio, incluindo trafego comercial e no comercial, atividade pesqueira, contingncias ambientais, etc; Sua responsabilidade no sentido de analisar as condies operacionais das plataformas, concedendo-lhes (ou no) autorizao de funcionamento, baseando-se na anlise efetiva dos equipamentos, e no apenas examinando documentos fornecidos por rgos internacionais, como ocorreu em relao P-36. A-4-) Do IBAMA investigar e concluir : Sua efetiva jurisdio e responsabilidade em guas territoriais brasileiras, zona de influencia, ZEE e plataforma continental, com a devida emisso de norma ou protocolo com os demais rgos envolvidos sobre o tema;

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Processo de licenciamento, capacidade prpria de avaliao e agilidade no controle, fiscalizao, monitoramento e resposta as necessidades de rapidez e eficincia do setor; Sua participao efetiva no acidente, orientao e determinaes, resultados obtidos e capacidade de organizar o processo de implementao das atividades de contingncia; Responsabilidade desencontradas; pela demora de decises e/ou decises

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Capacidade operacional para fiscalizao, controle e monitoramento;

A.5-) Da Petrobrs e Instituies citadas gerarem relatrio conjunto comparativo de suas analises, investigaes e divergncias, com indicativo dos pontos que podem convergir em funo da sinergia de informaes , fatos e das claras discrepncias e suas razes. Nesta anlise conjunta destacar que a responsabilidade de uma empresa atuar diretamente em uma emergncia no exime a obrigao e responsabilidade do poder publico em atuar diretamente na coordenao e operao de aes de sua competncia, em especial de assumir decises de interesse publico ou que podem afetar a sociedade ou vidas humanas.

B-) Em relao aos trabalhadores, prprios ou contratados, ficou evidente tratamento diferenciado, que no traduz o sentimento social que se espera de uma empresa, especialmente sendo publica, mesmo considerando que varias medidas foram adotadas para sanar algumas destas distores e a abertura no processo de dialogo e participao dos representantes dos trabalhadores em todas as fases do processo dos trabalhos da Comisso Externa e da Comisso de Sindicncia da Petrobrs. Entre os inmeros aspectos a serem propostos no relatrio final, que levar em considerao o processo como um todo e no somente o acidente com a Plataforma P-36, a Petrobrs deve tomar medidas e adotar esforos inicialmente para: B.1-) Adotar em seus plano de contingncia indicaes e determinaes claras do tratamento e cuidado idntico entre funcionrios prprios e contratados, bem como a responsabilidade da cada um durante os eventos; B.2-) Manter na linha de emergncia, em especial coordenao e comando de equipes funcionrios prprios, com maior grau de experincia e responsabilidade direta junto a Empresa;

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B.3) Rever o processo de treinamento para terceirizados, com : No permitir a cobrana ou desconto dos cursos preparatrios dos trabalhadores; Aumentar o perodo de treinamento para uma carga horria compatvel com as necessidades e cenrios que podero ser enfrentados nas reas embarcadas; Assumir diretamente a elaborao do contedo e forma dos cursos de Segurana, Sade e Meio Ambiente, dando nfase aos procedimentos em contingncias, simulados, agentes agressivos, normas reguladoras do Ministrio do Trabalho, normas ambientais, relaes de trabalho entre funcionrios prprios e contratados, etc; Gerar programas de treinamento seletivo nas atividades com maior risco ou perigosas, considerando-se reas estatisticamente mais perigosas, inserindo o aprendizado dos acidentes no contedo cs cursos de atualizao e de preparao; Criar curso de reciclagem e atualizao, com menor durao, mas periodicidade de pelo menos uma vez ao ano; No permitir que trabalhos eventuais ou de curta durao sejam executados por trabalhadores contratados sem o curso preparatrio para atividades off shore; Treinar e reciclar os funcionrios prprios com maior periodicidade, alm de oferecer oportunidade de aperfeioamento e troca de conhecimento nas reas de segurana e meio ambiente ;

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B-4-) Aumentar o tempo de permanncia ou a rotao de funcionrios nas Empresas terceirizadas, adotando processos de estimulo , como acrscimo ou prmios nos pagamentos as empresas que tiverem quadro funcional com maior experincia em atividades embarcadas, inclusive colocando esta caracterstica como condio de requisito para demonstrao de capacidade tcnica na qualificao da contratao de empresas; B-5-) Aumentar o quadro funcional prprio da Petrobrs, atravs de concurso publico imediato, com nfase para as funes de chefia, coordenao, responsabilidade tcnica e operacional e as envolvidas diretamente no plano de contingncia que gerem responsabilidades diretas de conhecimento especializado para seu cumprimento.

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B-6-) Assegurar maior participao e comunicao no processo de discusso e aprimoramento da terceirizao, em especial para gerar garantias trabalhistas, qualificao e treinamento compatveis com a funo e homogenizao de competncias e direitos entre funcionrios prprios e contratados; B-7-)Em medidas j indicadas como: relao as atividades operacionais, adotar

Melhorar a definio de responsabilidade no que tange a operao, manuteno e superviso das reas de produo, utilidades e controle da estabilidade; Rever as atribuies dos supervisores de modo a reduzir suas atividades burocrticas e concentrar o foco de sua atuao nas atividades operacionais, tais como operao em curso, alinhamento no rotineiro, inibio de alarme ou dispositivos de segurana, conduo das operaes cuja complexidade ou riscos exijam sua participao pessoal, etc; Rever o dimensionamento e aprimorar a capacidade da equipe prpria, de modo a atender a complexidade das instalaes e das operaes envolvidas, o emprego de novas tecnologias, importncia estratgica das instalaes para o negcio da empresa e evitar o acumulo de funes, garantindo a presena a bordo de equipe completa de superviso com funcionrios prprios; Remanejar pessoal ou transferir para outras atividades apenas com o devido treinamento e orientao prvia;

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B-8-) Quanto ao quadro de pessoal embarcado, definir parmetros claros sobre a capacidade ou necessidade de pessoal permanente e o limite de pessoal eventual, bem como os procedimentos para situaes onde o quadro de pessoal eventual embarcado esteja em aplicao, conseqentemente aumentando os riscos e com a implementao de metodologias de contingncias diferenciadas; B-9-) Nos aspectos levantados, deve ser destacado a Petrobras de que a mesma estabelea limites claros para a terceirizao de seus servios, restritas s atividades no envolvidas diretamente com o processo de produo, manuteno e segurana, de forma a assegurar a perfeita formao de seus trabalhadores, assegurando a continuidade e segurana de suas atividades.

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C-) Em relao a preveno de acidentes e situaes diversas ocorridas no acidente da P-36, deve ser observado que uma srie de procedimentos j esto sendo revistos pela Empresa, necessitando ainda de maior integrao entre os diversos departamentos, sistemtica e equipamentos para maior proteo de dados e informaes relevantes, reviso dos equipamentos de segurana adotados em especial os meios de abandono, alm de melhor a avaliao dos acidentes para que ndices possam demonstrar o resultado das polticas e investimentos aplicados em Segurana, Sade e Meio Ambiente; C-1-) Rever a poltica de gerenciamento da empresa, com a retirada da meta de reduo de acidentes para obteno de promoes, mudana de nvel e bnus, que vem induzindo a possibilidade da ausncia de notificaes de acidentes, em especial de pequena monta, o que compromete a atuao da preveno e podem ocasionar futuros acidentes de grande magnitude como os indicados como causa do acidente da P-36; C-2-) Diminuir a presso de produo e metas de produo da Petrobrs, dando o mesmo prazo que dado as demais empresas do setor para produzir, pesquisar e gerenciar seus campos de produo em guas profundas (alterar de 3 para 8 anos o prazo da Petrobrs); C-3-) Priorizar atividades construtivas e de servios especializados com empresas que as executem no Brasil, dando estimulo a gerao de tecnologia e especializao de tcnicos brasileiros, em especial nas questes de contingncias, operao e obras; C-4-) Rever a filosofia de segurana de modo que os painis de controle no fiquem sobrecarregados de informaes que no permitam sua avaliao por seu operador, gerando ainda programas de apoio que armazenem estas informaes e disponibilizem as informaes sistematizadas para que o operador consiga ter indicativos em tempo real que permitam a tomada de decises preventivas; C-5-) Dotar as unidades de produo de sistemas on-line com a central de informaes em terra, para que todos os dados sejam mantidos em arquivo e no corram riscos de perda de dados, ou desenvolver pesquisa ou a instalao de sistemas que garantam a cpia permanente dos arquivos e seu resgate em acidentes; C-6-) Rever o sistema de radio comunicao na plataforma, que no corresponde a necessidade de funcionar em todas as reas de operao;

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C-7-) Rever os procedimentos junto ao DAC Departamento de Aviao Civil para vos de emergncia e vos noturnos, permitindo operaes mais geis; C-8-)Que a Petrobrs respeite com rigor as etapas do processo de pr-operao de suas unidades, permitindo que passem a operar com 100% de certeza do cumprimento das exigncias tcnicas de segurana e respeito ao meio ambiente.

D-) Em relao a procedimentos e atividades diversas a Comisso indica ainda : D-1-) Atravs de Projeto de Lei , alterar a Lei 5.811/72, que determina os regimes extraordinrios no trabalho off-shore, visando reduzir a permanncia dos trabalhadores embarcados de 15 para 10 dias, considerandose os dados estatsticos de maior incidncia de acidentes no perodo final de permanncia embarcado, indicando dificuldade para ajustar o perodo de permanncia de 15 dias com a capacidade emocional e operacional; D-2-) Solicitar ao Ministrio Publico que investigue o correto procedimento de licenciamento para operao da Plataforma P-36 por parte dos rgos responsveis, em especial a ANP Agencia Nacional de Petrleo; D-3-) Solicitar ao Ministrio Publico Federal e ao TCU tribunal de Contas da Unio realizao de investigao e auditoria sobre os contratos da Petrobrs com a Empresa Martima para a construo de plataformas; D-4-) Propor atravs da comisso, PFC Proposta de Fiscalizao e Controle, a ser implementada pela Comisso de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias, com vistas a investigar os contratos da Petrobrs com a Empresa Martima;

Na continuidade dos trabalhos da Comisso Externa, considerando-se a concluso da fase de trabalhos concentrada no acidente da plataforma P-36, se prope entre os trabalhos da Comisso a realizao de Seminrio com vistas a discutir e propor uma legislao brasileira para o trabalho off-shore, convidando para o debate todos os segmentos que hoje atuam no setor, como : trabalhadores petroleiros, marinha do Brasil, Petrobrs, Ministrio do Meio Ambiente, Universidades, ANP, outras empresas que

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operam plataformas e atividades off-shore, ministrio publico e sociedade em geral. Em relao aos aspectos especficos envolvendo a poltica de pessoal e seu trabalho na plataforma, este relatrio engloba o ANEXO elaborado pelo Deputado Federal Luiz Srgio (PT-RJ) , parte integrante da anlise do acidente com a P-36.

Deve ser destacado ainda que como foram produzidos diversos relatrios, de carter diverso, mesmo esta comisso tendo analisado e recebido informaes de cunho tcnico, as questes de detalhamento das condies e causas especificas do acidente no fazem parte detalhada deste relato, adotando-se as informaes existentes nestes diversos documentos de conhecimento publico. Neste aspecto fundamental a urgente execuo das recomendaes do Item A , gerando um documento nico, consolidado e oficial de todas as entidades governamentais e empresas envolvidas sobre as causas e seqncia de eventos e procedimentos no acidente. A comisso na continuidade de seus trabalhos dever de maneira comparativa observar a situao de toda atividade off-shore na bacia de campos, sendo recomendvel ampliar estas investigaes para as demais reas de explorao e empresas, em funo da abertura do mercado brasileiro e a entrada em operao de inmeras outras empresas.

Sala da Comisso, em 27 de maro de 2002.

DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY COORDENADOR

DEPUTADO LUCIANO PIZZATTO RELATOR

ANEXO : Relatrio Complementar Aspectos da Situao de Pessoal da P-36 Sub-relator Deputado federal Luiz Srgio (PR-RJ)

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ASPECTOS DA SITUAO DE PESSOAL EM P-36

1- QUANTIDADE DE PESSOAL poca do acidente, a quantidade total de pessoas embarcadas em P36 constitua a mdia que vinha embarcando nos dois ltimos meses naquela unidade. No dia 15 de maro estavam embarcadas, em P-36, 175 pessoas. Destas, havia 38 trabalhadores da Petrobras, e mais 42 trabalhadores de contratadas da Petrobras, e estes 80 trabalhadores faziam parte do grupo regular de embarcados. A equipe regular a bordo de P-36 era composta dos seguintes membros:

a) Pessoal Petrobras

1.1.1 Tabela 01Funo Coordenador de Plataforma - COPLAT Supervisor de Produo - SUPROD Supervisor de Facilidades SUFAC Operadores da planta de processo Operadores de Facilidades, Lastro e Manuteno Tcnicos de Segurana Supridor (almoxarife) Tcnico de Inspeo Tcnico de Construo e Montagem Tcnicos de Turbomquinas 1.1.1.1 Total Petrobras 38 pessoas Fonte: Lista Oficial de Embarcados em P-36 em 15/03/2001. Qt 1 1 1 12 16 2 1 1 1 2

b) Pessoal Contratado

1.1.2 Tabela 02Funo 1.1.2.1.1.1.1 Equipe de hotelaria Equipe de caldeiraria e movimentao de carga Martimos da bandeira italiana Operadores de rdio Guindasteiros Qt 18 11 4 2 2

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Funo Analista de petrleo Mestre de cabotagem Tcnico de enfermagem Mecnico Instrumentista 1.1.2.2 Total contratado 42 pessoas

Qt 1 1 1 1 1

Fonte: Lista Oficial de Embarcados em P-36 em 15/03/2001. Alm da equipe regular, encontravam-se a bordo mais 95 pessoas 7 empregados da Petrobras e 88 de empresas contratadas executando servios temporrios. A lista completa desse efetivo extra encontra-se a seguir:

1.1.2.2.1 Tabela 03 Origem Lotao Funo Qt 1 1 1 2 1 1 7 3 2 4 1 1 2 1 1 5 3 33 7 2 12 3 1

Petrobras UN-BC/ST/EIS Estagirio de Engenharia Petrobras UN-BC/ATP-MRL Reinstalao de bomba de Sea Water Petrobras ENGENHARIA Fiscalizao de servios de pintura Partida do compressor booster Petrobras ENGENHARIA Petrobras SERTEL VI Instalao do GMDSS Petrobras E&P-SSE/SC-ESUB Inspeo de Mergulho Contratada ULTRATEC Servios de construo e montagem Contratada GE Servios nos TGs Servios no compressor booster Contratada C.S.E. Servios no compressor booster Contratada RIDOW Contratada COOPERTEC Implementao do sistema RAST Contratada COPPE Anlises de vibrao dos TCs Contratada DAWNSTEC Servios de mecnica Contratada INST.MEC.LTDA Servios de mecnica Contratada DOULOS Servios de inventrio do almoxarifado Contratada FLUXO/ROTORK Substituio de atuadores de vlvulas Contratada TRIDENT Substituio de atuadores de vlvulas Contratada PROSENGE Servios de Pintura Contratada CONTINENTAL Servios de mergulho Contratada SETIN Servios de Instrumentao Retirada de equipamentos - final de Contratada SIGMA contrato Reinstalao de bomba de Sea Water Contratada SULZER Contratada UNIWAY Substituio do Servidor de Rede Fonte: Lista Oficial de Embarcados em P-36 em 15/03/2001.

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De acordo com alguns dos entrevistados, e a partir da evidncia apontada na lista regular de pessoal da plataforma, foi necessrio gerncia de EP-BC, e posteriormente gerncia da UN-RIO, recorrer ao pessoal de outras reas e/ou unidades da Petrobras, no necessariamente oriundos da Produo, para completar e suprir parcela significativa de mo-de-obra da P-36. E, ainda assim, como se pode deduzir das declaraes de vrios entrevistados a respeito do tema, havia carncia de pessoal. A comear pelo prprio cargo de Coplat, o mais elevado na hierarquia no interior de uma plataforma. Constata-se facilmente, tendo por fonte os prprios Boletins Dirios de Produo-BDPs- uma significativa quantidade de interinidades, com o Coplat titular ausente, o Suprod-supervisor de produo- substituindo-o e acumulando funes, um operador mais experiente cobrindo parte das funes do Suprod, e assim por diante, em um efeito domin perverso e de risco para toda a unidade. Estamos diante de uma clara situao sobre a qual cabe direta responsabilidade gerencial. Possivelmente tal situao decorre, entre outros aspectos, dos onze anos sem concurso para contratao de pessoal de nvel mdio para a rea de produo da Bacia de Campos. Neste perodo, a Bacia dobrou a produo, passando da mdia anual de 405.568 barris/dia em 1990 para os atuais 980.000 barris/dia, em mdia. O nmero de unidades operando e produzindo, neste espao de tempo, passou de 22 para, atualmente, 38 unidades. Pois nestes onze anos, com todo este incremento de produo e de unidades operando, a Bacia de Campos segue com os mesmos 7.000 tcnicos, por incrvel que possa parecer. Como explicar que, neste intervalo de tempo, outras reas da Petrobras tenham feito concurso para admisso de pessoal, e justamente a rea que mais cresce no tenha tido um nico concurso para tcnicos de nvel mdio ? Como a gerncia pode esclarecer esta questo? Nas reas mais vinculadas manuteno, notadamente na mecnica, na instrumentao e na eltrica, a necessidade de pessoal era maior, relatam alguns entrevistados. Esta carncia decorria principalmente do fato de que a equipe de dia, em P-36, estava tambm dedicada a acompanhar o comissionamento e pr-operao de equipamentos tais como turbocompressores e turbo-geradores, alm de outras obras que deveriam ter sido concludas em canteiro. Paralelamente a este fato, a concluso dessas obras resultava em uma maior lotao a bordo. A tabela a seguir, criada a partir dos dados da Tabela 03, indica a situao: 1.1.2.2.1.1 Tabela 04 Atividade Quantidade de pessoal a bordo Manuteno corretiva 13 Concluso de obra/equipamento 66 Manuteno de rotina 03 Fonte: Lista Oficial de Embarcados em P-36 em 15/03/2001.

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Como se observa, 66 vagas da plataforma estavam ocupadas com pessoal envolvido, de alguma forma, com a concluso de alguma obra ou comissionamento de equipamento. As atividades de manuteno regulares, preventivas e preditivas, ficavam relegadas a um segundo plano, pois: i) no havia espao a bordo para se ter uma equipe de manuteno contratada. ii)quando havia tcnicos contratados a bordo, podia-se observar que lhes faltava uma maior capacitao, sendo encaminhados a eles os servios de menor complexidade. As rotinas de preventivas eram precrias. A precariedade da manuteno acabou se refletindo no acidente. A bomba de drenagem do Tanque de Drenagem de Emergncia/boreste/popa, embora nova e com pouca utilizao, apresentou problema a ponto de no poder ser reparada na plataforma, e ir para terra. Quem foi responsvel pela aquisio desta bomba ? E quem era responsvel pela escassa rotina de manutenes ? Quanto ao pessoal da operao, as manobras que fugissem da rotina, durante o turno da noite, eram evitadas, em parte por questo de segurana, em parte pela reduo do pessoal do grupo da noite, deslocado para ajudar nas tarefas dirias relacionadas ao comissionamento de equipamentos. O grupo-III por exemplo, um dos dois que estavam a bordo na noite do acidente, trabalhava com dois operadores na sala de controle, e mais trs na rea de processo, cuidando da parte de leo e gs. Mesmo durante o dia havia, muitas vezes, dificuldades para encaminhamento dos trabalhos, no relato de alguns dos entrevistados. A corda trabalhava esticada, comentou um deles. Relatam ainda, alguns dos entrevistados, que a situao de pessoal, em termos de quantidade, tendia a piorar, visto que a unidade estava somente com a metade da produo prevista, e ainda havia equipamentos em fase de condicionamento para posterior entrada em operao, caso do sistema de compresso de gs, com os trs compressores disponveis, os turbogeradores, a unidade de glicol, e a torre desaeradora. A situao poderia passar dos limites, relata um dos entrevistados, quando a plataforma atingisse a produo plena. Para outro dos entrevistados, a equipe deveria ser dimensionada quando da entrada dos demais sistemas. A vinda de pessoal de outras reas e unidades para a P-36, que, numa parcela dos casos, no tinha a vivncia de um ambiente de produo em plataforma martima de grande porte, gerava situaes de desnivelamento quanto experincia operacional que, no tendo sido corrigido antes da entrada em operao da unidade, s estava sendo suprimido com o desenrolar das rotinas na plataforma. A quem coube a responsabilidade de autorizar a plataforma a entrar em operao com esta precariedade e desnvel na formao de pessoal ? E como explicar esta prtica temerria, em uma empresa do porte da Petrobras ?

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2-TERCEIRIZAO

A Petrobras contrata servios junto a empresas especializadas que operam nos mercados onde ela desenvolve suas atividades empresarias. Com base nessa filosofia corporativa, as prticas de contratao de servios na Petrobras so condicionadas e diferenciadas por alguns aspectos relevantes, tais como a natureza e o nvel de especializao exigido pelas atividades contratveis e as disponibilidades dos mercados locais de prestao de servios. As atividades de trabalho normalmente existentes nas plataformas semisubmersveis podem ser classificadas em cinco grupos: segurana industrial, operao de produo, operao de facilidades (manuteno industrial, movimentao de cargas, utilidades industriais), operao de lastro e servios de apoio (atendimento mdico, hotelaria martima, comunicao, limpeza industrial). Alm de equipes executando essas atividades, na P-36 havia, no dia do acidente, equipes de montagem industrial e equipes fazendo comissionamento de equipamentos, em nome de seus fabricantes ou vendedores. Na P-36 eram executadas por empregados da Petrobras todas as atividades de segurana industrial, operao de produo, operao de lastro, e pequena parte das atividades de manuteno industrial. Os servios de apoio eram integralmente contratados. As entrevistas realizadas com integrantes da equipe da P-36 revelaram que planejava-se adotar a contratao de servios - por meio de contratos de longa durao - como alternativa para atenuar as deficincias quantitativas e qualitativas nas equipes de instrumentao, mecnica, eletrnica e eltrica. A precariedade de manutenes preventivas realada quando se nota, na lista de embarcados na plataforma poca do acidente, somente dois tcnicos, um para a rea mecnica, e outro para instrumentao (Tabela 02). At o incio da dcada de 90, as atividades de manuteno nas plataformas eram feitas, na maioria dos casos, ou coordenadas, em algumas situaes, pelo pessoal prprio da Petrobras. Com o progressivo aumento de atividades terceirizadas, e com a introduo do conceito de operador mantenedor, a deficincia de realizao de manutenes preventivas e programadas tornou-se significativa na P-36. Tal situao pode ser extrapolada em muitas unidades da Bacia de Campos. As equipes de manuteno so terceirizadas, no tm o mesmo nvel que tinham as equipes prprias da Petrobras, e ainda ficam sem superviso adequada, por conta do operador mantenedor assoberbado com outras tarefas, e que no tem tempo para um acompanhamento mais eficiente das tarefas desenvolvidas na rea da manuteno.

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3- QUALIFICAO E ADEQUAO DE PESSOAL

Conseqncia dos desequilbrios listados anteriormente, no que concerne formao do grupo que viria a operar a plataforma, a situao do pessoal de P-36, em termos de treinamento e qualificao, era caracterizada pela desigualdade, no relato de alguns dos entrevistados. O pessoal da operao de P-36 dividia-se em dois grupos, sendo um vinculado produo e supervisionado por um Suprod, e outro ligado s facilidades, sob a superviso de um Sufac. Como era uma unidade semisubmersvel, a plataforma tinha pessoal voltado para a rea de lastro, que era vinculado ao Sufac. Havia, por um lado, um grupo j bastante experiente nas atividades de produo, bem como em outras rotinas que fazem parte do cotidiano de uma plataforma. Este grupo, menor, era integrado por aqueles que acompanharam a plataforma desde as modificaes realizadas em canteiro, no Canad. De outro lado, havia uma parcela de pessoal que estava acumulando experincia a partir do trabalho junto ao grupo com maior volume de conhecimento das tarefas de uma plataforma de grande porte. Segundo um dos relatos, estes trabalhadores estavam em fase de desenvolvimento. Neste caso encontram-se no s aqueles incorporados P-36 quando de sua chegada Baa de Guanabara, como tambm outros que, s mais recentemente, vieram integr-la. No caso do pessoal mais vinculado s atividades de produo, o desnvel era acentuado pelo fato de, mesmo vindos de outras reas, os operadores estarem pouco familiarizados com a produo em unidade de grande porte. Os manuais de operaes de leo e gs, devidamente traduzido para a lngua portuguesa, constituam auxlio que atenuava a situao para os operadores da rea. J os operadores ligados s atividades de lastro tinham, segundo relatos nas entrevistas, deficincias de formao. H sete anos, segundo um dos entrevistados, que trabalhava diretamente no lastro, no havia cursos de atualizao e reciclagem. Quando muito, segundo comenta, participou de uma atividade do tipo workshop, de um dia, em Maca, para discutir casos de problemas ocorridos na rea de lastro. A plataforma no tinha manuais de operao de lastro traduzidos para lngua portuguesa, um complicador a mais no processo de formao e informao do pessoal de lastro. Outro entrevistado comenta que o pessoal ligado ao lastro no tem mais o suporte tcnico que existia at 1995, em virtude de ter sido extinto o setor de apoio que fazia este papel. Com a reestruturao da empresa, e a extino deste setor, no houve outro que pudesse substitu-lo, ou suced-lo. O pessoal da rea de lastro vinculado e subordinado ao Sufac. Em muitas unidades da Bacia, esta a disposio encontrada buscando harmonizar duas reas que, de fato, guardam muitas distines. Os relatos dos entrevistados da P-36 indicam que tal distino nunca deixou de existir. As

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entrevistas mostram que o pessoal do lastro cuidava dos lastro, e as utilidades do restante que lhe era afim( parte eltrica, suprimento de gua potvel, entre outros). No por acaso, o pessoal ligado ao lastro era conhecido como grupo dos operadores de lastro. Na madrugada do dia 15 de maro, enquanto a equipe a bordo lutava na tentativa de salvar a plataforma, pode-se observar, pelos relatos apurados pela Comisso, que o Sufac cuidava da parte dos trabalhos que sua especialidade, enquanto o operador com experincia em lastro encaminhava sua parte, e se reportava diretamente ao Coplat. Pelas indagaes feitas aos entrevistados ligados rea de facilidades, nota-se que os mais vinculados ao lastro pouco sabiam dos equipamentos das facilidades, assim como os ligados a esta pouco, ou nada , conheciam daquele. As entrevistas apontam que havia confuso sobre as responsabilidades que cabiam a cada equipe (produo e facilidades, nestas includo o lastro),no que concerne aos sistemas nos quais havia interligaes entre vasos ou equipamentos do processo e aqueles chamados navais. Tal situao fazia com que no houvesse limites claramente estabelecidos de atribuies para operaes nesses equipamentos. Particularmente com relao aos vasos existentes na coluna de popa/boreste (Waste Oil Tank e Tanque de Drenagem de Emergncia), esta indefinio era patente. Estes vasos situavam-se, do ponto-de-vista operacional, na interface entre os sistemas de drenos navais e o sistema de produo.

4-CONCLUSES E RECOMENDAES:

A anlise dos vrios aspectos vinculados s questes de pessoal na plataforma P-36, particularmente aqueles comentados neste captulo, no que se refere poltica de terceirizaes, ao quantitativo de pessoal, ao treinamento do pessoal embarcado, s desigualdades indicadas entre o pessoal da plataforma, e qualificao e adequao do pessoal a bordo, todos estes quesitos nos levam a fazer as recomendaes seguintes: Retomada, por parte da Petrobras, dos concursos para recrutamento de pessoal tcnico de nvel mdio, particularmente para as reas de manuteno mecnica, eltrica, eletrnica e instrumentao, bem como operao. Reestruturao da poltica de treinamento de pessoal das plataformas, com nfase, no caso das unidades semi-submersveis e navios do tipo FPSO e FSO, no treinamento do pessoal de lastro. Medidas efetivas que evitem a interinidade, com a consequente sobrecarga de pessoal. Implantar, em prazo de at 90 dias, os procedimentos de certificao da capacitao de operadores de lastro na rea de abrangncia das Unidades de Negcios que necessitem desses profissionais.

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Reavaliao da prtica de unificao de atividades das reas de lastro e facilidades, que na configurao atual colocam o lastro subordinado s facilidades. Criao de ncleo de apoio tcnico ao pessoal de lastro em Maca. No-contratao de mo-de-obra para execuo de servios que abarquem as atividades e conhecimentos considerados essenciais para a preservao da capacidade tcnica, competitiva e da segurana das pessoas e instalaes da Petrobras. Intensificar a prtica de cursos de reciclagem profissional que levem em conta, alm das rotinas operacionais, as situaes de anormalidade e risco nas operaes. Mudana na prtica hoje adotada de encaminhamento de uma plataforma, para sua locao de operao, ainda com pendncias de obras e comissionamento de equipamentos, tal como se anida fosse um canteiro de obras. As pendncias devem ser concludas ainda com a unidade no canteiro. Tornar obrigatrio que as plataformas disponibilizem para seu pessoal, antes da entrada em operao, devidamente traduzidos para a lngua portuguesa, os manuais de operaes dos diversos sistemas nela encontrados, bem como dos equipamentos que os compem. No caso das unidades (plataformas ou navios) j em operao, verificar e, onde couber, fazer com que as mesmas encaminhem as providncias do tpico anterior. No caso das unidades em fase de construo, ou modificao, deve ser assegurado que o grupo integrante desta unidade esteja acompanhando-a em todas as fases de atividades, desde o canteiro. No caso de tcnicos que venham de outras reas ou setores, para atuar em uma unidade que j esteja em operao, devero estes profissionais cumprir treinamento das atividades operacionais relacionadas rotina daquela plataforma, por um perodo mnimo de seis meses, com cronograma para acompanhamento do treinamento, sem assumir responsabilidades quanto a operaes efetuadas, e monitorados pelo pessoal mais experiente de bordo. Estabelecer procedimentos de discusso, encaminhamento e ampla divulgao, entre os efetivos de uma plataforma, de modificaes que envolvam, no todo ou em parte, qualquer sistema ou equipamento ligado, direta ou indiretamente ao processamento de petrleo e gs. Sala das Comisses em, 27 de maro de 2002.

DEPUTADO LUIZ SERGIO PT-RJ

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