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estudo sobre romanos

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  • Estudo sobre a Epstola

    do Apstolo Paulo aos Romanos

    George Howes

    1 edio em portugus: 1919 3 edio em portugus: 1929 4 edio em portugus: 2006

    Todos os direitos da traduo reservados: DLC Depsito de Literatura Crist

    Rua Arlidno Btio 117 Jd Maro

    09911-470 Diadema / SP BRASIL

  • 2

    ndice

    OBSERVAO GERAL 03

    PREFCIO 04

    PARTE 1 Captulo 1:1 17 05

    PARTE 2 Captulo 1:18 captulo 3:20 06

    PARTE 3 Captulo 3:21 captulo 5:11 09

    PARTE 4 Captulo 5:12 captulo 8:39 16

    PARTE 5 Captulos 9 a 11 29

    PARTE 6 Captulo 12:1 captulo 15:7 36

    PARTE 7 Captulo 15:8 captulo 16:27 44

  • 3

    Observao Geral

    Para facilitar o estudo dessa epstola, a dividiremos em 7 partes:

    PARTE 1 Captulo 1:1 17 PARTE 2 Captulo 1:18 captulo 3:20 PARTE 3 Captulo 3:21 captulo 5:11 PARTE 4 Captulo 5:12 captulo 8:39 PARTE 5 Captulos 9 a 11 PARTE 6 Captulo 12:1 captulo 15:7 PARTE 7 Captulo 15:8 CAPTULO 16:27

    Lembramos aos nossos leitores ser conveniente sempre acompanhar a leitura desses estudos com o trecho correspondente em seus Novos Testamentos. Recomendamos que estudem sempre num esprito de orao, lembrando-se que s pelo ensino do Esprito Santo podem alcanar uma compreenso verdadeira daquilo que ali est escrito.

  • 4

    Estudos sobre

    A EPSTOLA AOS ROMANOS

    Prefcio

    A epstola de Paulo aos Romanos de grande importncia, porque nela temos os alicerces do cristianismo firmados.

    provvel que fosse escrita quando o apstolo esteve em Corinto, pouco antes da sua ltima viagem para Jerusalm (veja-se Rm 15:25); isso corresponde mais ou menos ao ano 60 da era crist, quando nenhum apstolo tinha ainda estado naquela cidade de Roma. Todavia, ali j moravam alguns salvos que tinham chegado de diversas partes do Imprio Romano. Desses irmos, alguns receberam o evangelho do prprio Paulo em outros lugares e foram at mesmo seus companheiros e cooperadores (veja Rm 16:3-4). Outros j se haviam convertido antes do apstolo (veja Rm 16:7), e todos esses se reuniam ento naquela cidade, a capital do Imprio Romano, formando a assemblia ou igreja de Deus ali.

    A esses irmos, pois, se dirigiu Paulo nesta carta, a fim deles se firmarem sobre os alicerces da sua santssima f. Quando estudamos essa epstola, podemos apreciar alguma coisa da doutrina primitiva dos irmos que compunham a igreja de Deus em Roma naquela poca, doutrina sobre a qual precisamos edificar-nos na atualidade.

    Que assim seja pela graa de Deus.

  • 5

    PARTE 1

    ROMANOS 1:1 17

    Paulo, na sua condio de servo de Jesus Cristo, separado para pregar o evangelho de Deus, sada os irmos, os amados de Deus, em Roma. Depois, em poucas palavras, assegura quanto se interessava por tudo que lhes dizia respeito, manifestando ao mesmo tempo o forte desejo que tinha de os visitar, para lhes comunicar algum dom espiritual e para anunciar o evangelho queles que viviam na cidade, que, naquele tempo, era a grande capital do mundo.

    Os versculos 3 e 4 mostram que o evangelho de Deus no diz respeito a ns, mas sim ao Filho de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor. Com respeito a Sua humanidade, Ele era da linhagem do Rei Davi, Filho de Davi, conforme as profecias antigas; com respeito a Sua divindade, foi, pela ressurreio dos mortos, demonstrado que Ele o Filho de Deus.

    Paulo recebeu a sua comisso para pregar o evangelho diretamente de Jesus na glria, e o propsito do Senhor nisto era obter obedincia f entre todas as naes.

    No final desse trecho que estamos considerando e que constitui um prefcio a toda a epstola, o apstolo volta a falar no evangelho, expondo a razo, por que no se envergonhava de anunci-lo aos poderosos romanos: A final, o evangelho o poder de Deus para a salvao do pecador que cr nele, porque nessa salvao est manifesta a justia de Deus, que se alcana pela f: justia de Deus para os homens no justia exigida deles, mas sim concedida a eles por Deus. Assim, logo no princpio desta importantssima epstola, vemos aparecer com deslumbrante brilho a primorosa verdade de que Deus por ns.

  • 6

    PARTE 2

    ROMANOS 1:18 3:20

    Desde o captulo 1, versculo 18 at captulo 3, versculo 20, o apstolo ocupa-se em mostrar o triste estado pessoal em que se encontra o homem um estado pecaminoso, que deu ocasio, ou antes diremos, que tornou necessria a manifestao da ira de Deus contra toda a impiedade e injustia dos seres humanos. E esta manifestao, por sua vez, fez necessria para a nossa salvao a manifestao da justia de Deus, i.e., justia que vem de Deus para o bem do ser humano.

    Romanos 1:18

    Nesse versculo vemos que a atitude de Deus para com o pecado est plenamente declarada. A ira de Deus manifestada contra tudo o que se ope a Deus, e duas coisas so mencionadas de maneira especial, primeiro, a impiedade; segundo, a injustia praticada por alguns, embora professem aparentemente a verdade. Deus no pode tolerar o pecado.

    Romanos 1:19 32

    Nesses versculos podemos ver a culpa dos gentios, dos mpios, e como se manifesta a sua impiedade.

    Trs pontos principais nos mostram a completa runa moral dos seres humanos:

    1 Deus tem dado aos homens, na obra da criao dos cus e da terra, um testemunho perptuo de Si, manifestando-lhes assim o Seu eterno poder e a Sua divindade. Alguns, porm, no quiseram reconhec-Lo, e outros, tendo conhecido a Deus, no O glorificaram como Deus, nem deram graas, mas substituram a glria do Deus incorruptvel pela imagem do homem corruptvel etc., pelo que Deus os entregou s concupiscncias dos seus coraes, imundcia, para desonrarem o seu corpo entre si.

    2 Mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura i.e. a si prprios do que o Criador. O resultado de assim darem criatura a honra e o servio que se devia prestar somente a Deus foi a runa das suas afeies.

    3 Como no lhes pareceu bem guardarem em si o conhecimento de Deus, por isso Deus os abandonou a um sentimento perverso e depravado, e deste modo vemos arruinado pelo pecado o entendimento do homem.

    Reunindo esses pontos, temos o ser humano arruinado no que diz respeito ao seu corpo (v. 24), s suas afeies (v.26) e ao seu entendimento (v. 28).

    Assim nos ltimos versculos desse primeiro captulo, achamos o ser humano sem o conhecimento de Deus, capaz de praticar qualquer mal, e

  • 7

    completamente subjugado pelo pecado, at ao ponto de no s o praticar como tambm de se regozijar com o dos outros.

    Tendo abandonado a Deus, o homem ficou dominado pelo pecado, porm o nosso Deus manifestou o Seu desejo de nos salvar e de Se tornar conhecido por ns, em toda a Sua justia e amor, e assim atrair para Si os nossos coraes: benditas novas estas, bendito evangelho!

    Romanos 2:1 16

    Aqui o apstolo trata dos que se imaginam capazes de julgar os atos dos outros, esquecendo-se eles de que Deus que h de julgar os segredos de todos. Deus, todavia, no Se apraz em julgar os seres humanos, mas antes procura pela Sua bondade lev-los ao arrependimento. Vemos que tanto estes homens, como tambm aqueles mencionados no captulo 1, so, na verdade, indesculpveis, porquanto tendo luz, pelo menos a luz da sua prpria conscincia, ocupam-se em julgar os seus semelhantes, recusando tomar o lugar que lhes compete, isto , o lugar dos condenados, e dos arrependidos perante Deus.

    Deus, porm, no isenta nenhuma pessoa de Seu juzo e o Seu julgamento segundo a verdade. Vemos aqui os justos princpios do juzo de Deus. Notemos porm, que o apstolo no est aqui propondo os termos pelos quais se pode ganhar a vida eterna, mas est mostrando os justos princpios conforme os quais Deus h de julgar o mundo.

    Romanos 2:17 3:8

    Temos agora perante ns o caso do judeu, o homem mais privilegiado de todos, porque aos judeus foram confiados os orculos de Deus. Mas ento ser ele melhor do que os outros? De modo algum, porque, sabendo a vontade de Deus, gloriando-se nos seus privilgios, e tendo a tarefa de instruidor dos outros, ele mesmo desonrou a Deus pela transgresso da Sua Lei, e at por causa dele o nome de Deus foi blasfemado entre os gentios. O judeu teve at grandes vantagens, havendo na aparncia muita diferena entre ele e o gentio, porm na questo de justificao perante Deus, no o que se v aparentemente, mas sim o que existe no corao que faz a diferena. Neste caso o judeu foi to culpado como os outros, sendo condenado pela mesma Lei de que se gloriou.

    Romanos 3:9 20

    Chegamos agora concluso de todo este testemunho, e lemos que todos esto debaixo do pecado.

    Esta concluso, diz o apstolo, confirmada pelas Escrituras Sagradas do Antigo Testamento, porquanto nelas est escrito: No h um justo, nem um sequer.

    Os versculos 10 a 18 apresentam-nos o homem, de uma maneira triste, mas verdadeira, debaixo do poder do pecado e longe de Deus, afastado dEle, tanto no seu entendimento como nas suas afeies e na sua vontade; no existe o temor de Deus no seu corao. Sim, a solene concluso que toda boca fica fechada e todo o mundo fica condenvel e sujeito ao julgamento de Deus.

  • 8

    Sendo assim, evidente que nenhum homem ser justificado perante Deus, pelas suas prprias obras pelas obras da Lei porquanto a Lei s serve para mostrar a sua culpabilidade, e conden-lo.

  • 9

    PARTE 3

    ROMANOS 3:21 5:11

    Romanos 3:21 26

    No captulo 1, versculos 15 e 16, afirma-se que o evangelho o poder de Deus para salvao de todo aquele que cr, porque nele se manifesta a justia de Deus. Em seguida, o apstolo demonstra a necessidade que havia para a manifestao dessa justia da parte de Deus, a nosso favor, e agora no trecho que estamos considerando volta a falar dela.

    Em tempos passados, Deus pela Lei exigia a justia da parte do ser humano, porm, agora ela est no evangelho. Deus nos fornece o que Ele nunca poderia achar em ns. Manifestou-se a justia, provida por Deus e oferecida a todos, porm somente alcanada por aqueles que nEle crem.

    Mas ser que esta justia oferecida a todos com a nica e simples condio de terem f em Jesus Cristo? Sim, oferecida a todos sob esta nica e simples condio, porque enquanto ao fato de sermos culpados, no h diferena (Rm 3:22); a culpa de todos est provada, todos pecaram e destitudos esto da glria de Deus, e portanto Deus justifica, ou tem por justos, todos os que crem.

    Sim, sem merecimento algum da nossa parte, Deus justifica gratuitamente todo o crente pela redeno que h em Cristo Jesus (Rm 3:24).

    importante notarmos que Deus nunca Se podia negar a Si prprio nem sequer em um nico dos Seus atributos. Portanto, se Deus nos justifica, perdoando-nos os pecados, cabe-nos perguntar qual a base de um tal ato. Como que a prpria justia de Deus fica de p, ao mesmo tempo que Ele justifica o mpio?

    A resposta s nossas perguntas encontra-se na morte de nosso Senhor Jesus Cristo, ao Qual Deus props para propiciatrio, ou lugar de encontro, onde Ele, o justo Deus, pode vir ao encontro de ns, pecadores, sem nos julgar. ali onde ns nos podemos aproximar dEle pela f no sangue de Seu Filho.

    Na morte de Jesus Cristo, da qual o Seu sangue derramado foi testemunha, recebeu Deus plena satisfao com respeito questo do pecado, e de tal maneira foi Ele glorificado por aquela morte, que agora, neste terreno, nos convida a ir ter com Ele, a fim de experimentarmos a Sua soberana graa em nos justificar. Ao mesmo tempo, fica patenteado que Ele justo em assim agir, visto que tudo est baseado na redeno que h em Cristo Jesus.

    Que grande revelao esta que se nos apresenta! Deus revelado como o Deus da Salvao! O Deus justo ocupa-Se, no em julgar, mas sim em justificar os condenados que tm f em Jesus! Que descanso para ns o apreciarmos a presente atitude de Deus para com os homens, isto , a atitude de um Justificador, de um Salvador, de um Doador.

  • 10

    Romanos 3:27

    Visto que tudo recebemos somente pela graa de Deus, sem merecimento algum da nossa parte, onde est o motivo de nos gloriarmos? Sem dvida, tal motivo no existe, visto que no alcanamos a bno mediante as nossas obras ou merecimento o que teria sido conforme lei das obras , mas alcanamo-la pela f, isto , segundo a lei ou princpio ou fundamento da f, e portanto por essa mesma lei est excludo qualquer motivo para nos vangloriarmos.

    Romanos 3:28

    Neste versculo 28 temos a concluso do apstolo a respeito da questo da justificao do homem perante Deus, isto , que o homem justificado pela f, sem as obras da lei. Que gloriosa concluso esta! A linguagem da Lei faze tu, porm a linguagem da f est feito. Deus apresenta-nos Jesus como objeto de f, e o Seu sangue derramado, a Sua morte consumada, como a base de toda a nossa bno.

    Romanos 3:29 e 30

    A Lei foi dada por Deus exclusivamente aos judeus, e por isso, se a justificao fosse alcanada pela Lei, seria esta bno tambm limitada a eles.

    Mas Deus no exclusivamente Deus dos judeus, e por conseqncia no se pode limitar a eles a bno que provm dEle por f em Jesus ela oferecida a todos.

    Romanos 3:31

    O apstolo, em vista da concluso de que somos justificados diante de Deus pela f (Rm 3:28), pergunta se assim anulamos a Lei pela f? A resposta clara: De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.

    Se porventura um ru fosse justificado na conformidade da lei, seria isso anular a lei? De certo que no; antes seria respeitar a lei. Se porm o ru, tendo sofrido a pena de morte, ressuscitasse, a lei j nada teria com ele, porque a sua sentena j tinha sido cumprida, e ele estaria fora de seu alcance.

    Pois, bem, Cristo, tendo-Se identificado sobre a cruz com o pecado, morreu, satisfazendo as exigncias da Lei, at ao ltimo ponto. Em seguida Ele ressuscitou de entre os mortos e assim ficou fora do alcance da Lei. A maldio da Lei, que foi suportada por Cristo no Calvrio por amor de ns, no pode mais cair sobre Ele, pois agora est na esfera da ressurreio, fora do seu alcance. O crente, porm, pode dizer: Sou eu um dos pecadores por quem Cristo morreu, por quem Ele suportou a maldio, e por isso nada pode a maldio ou a Lei contra mim; em Cristo estou ressuscitado e Deus j recebeu toda a satisfao que podia exigir a meu respeito. Assim, ao mesmo tempo que o homem justificado pela f, fica a Lei estabelecida e respeitada.

    Romanos 4:1 8

  • 11

    Como vemos no fim do captulo 3, est j consumada a obra sobre a qual se baseia a justificao do crente, e fica preparado o terreno onde o nosso Deus nos pode encontrar para nos justificar e abenoar. Mas muitos h que no tm ocupado este lugar pela f nem tm at hoje achado a bno, sendo todo o seu desejo saber como podem encontrar esta bno e como podem possu-la. a tais desejos que o captulo 4 responde.

    Nos versculos 1 a 8 o apstolo chama a nossa ateno para dois homens, dos mais salientes no Antigo Testamento, para exemplificar por meio deles o assunto da nossa justificao diante de Deus so esses Abrao e Davi. Abrao viveu antes de Deus ter dado a Sua Lei a Moiss. Davi, por sua vez, nasceu depois disso. Todavia, Deus a ambos justificou.

    Pensemos um pouco no caso de Abrao, que foi um homem to notvel pela sua obedincia e piedade e que evidentemente achou e possuiu a bno.

    Perguntamos: Foi Abrao justificado pelas suas obras? Tem ele de que se gloriar?

    O que respondem as Escrituras? Quanto primeira pergunta lemos no versculo 3: Creu Abrao em Deus, e isso lhe foi imputado como justia. Quanto a segunda pergunta temos uma resposta clara no versculo 2: no diante de Deus.

    Nem poderia ser de outra maneira, porque se a justificao fosse resultado das suas obras, ento ela seria um galardo recebido como prmio merecido e no gratuitamente pela graa de Deus, conforme est escrito (compare Rm 3:24). Louvado seja Deus, Ele est manifestado no carter dAquele que justifica o mpio, e confiando nEle como tal, Ele, por causa disso, nos considera justos. Assim Davi exclamou: Bem-aventurados aqueles cujas maldades so perdoadas, e cujos pecados so cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor no imputa o pecado.

    Continuemos a indagar como se consegue este bem.

    Romanos 4:9 16

    Sabemos pelas Escrituras do Antigo Testamento como Deus escolheu um povo especial, santificando-o, isto , separando-o para Si, dando-lhe certos privilgios e sinais exteriores que mostraram essa separao das outras naes: Porventura alcanou Abrao a bno por pertencer a esses, ou ainda por ter recebido no seu corpo o sinal da circunciso?

    De certo que no! Muito pelo contrrio as Escrituras dizem que ele creu na palavra de Deus, e a sua f foi-lhe imputada como justia, e depois que recebeu o sinal da circunciso sendo esse um rito que Deus ordenou aos judeus como selo da justia da f. Deve-se notar que o selo segue e no precede a recepo da justia. Se seguirmos o caminho da f de Abrao, no podemos deixar de alcanar a mesma bno que ele alcanou.

    Vejamos agora 3 pontos de muito interesse mencionados neste trecho de que estamos tratando:

    1 a justia da f. 2 o selo circunciso sinal da separao para Deus. 3 a herana.

    Ns crentes tambm podemos apreciar esses prontos, porque:

  • 12

    1 somos justificados pela f. 2 somos selados com o Esprito Santo, o poder da verdadeira separao para

    Deus 3 temos uma herana (veja tambm Cl 1:12).

    Mas haver quem diga: Eu ainda no vejo como posso dizer que tenho estas bnos; porventura no haver assim alguma coisa no caso de Abrao que me possa ajudar nesse ponto?

    Sim, de certo h o que, como a bno de Deus, nos pode conduzir perfeita luz.

    Romanos 4:17 25

    Examinemos um pouco o versculo 17. O que devemos especialmente notar aqui o carter em que Deus se manifesta. Lemos: Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que no so como se j fossem.

    Abrao no creu somente em Deus como Criador, mas tambm nEle revelado no carter do Deus da ressurreio.

    Abrao bem podia apreciar quanta, e quo grande, era a fraqueza do ser humano, e como pelo pecado entraram neste mundo a fraqueza, a tristeza e a morte, demonstrando esta ltima, mais do que qualquer outra coisa, essa fraqueza absoluta do ser humano.

    Mas Abrao percebeu que nem mesmo a morte podia impedir os propsitos de Deus; que Ele podia entrar no lugar da maior fraqueza do ser humano, e demonstrar o Seu poder vivificando os mortos.

    E assim, apreciando a grandeza e glria do Deus da ressurreio, ele bem sabia que nada havia que pudesse impedir a realizao e o triunfo dos propsitos de Deus. Abrao, pondo-se, por assim dizer, ao lado de Deus, podia contar com as coisas que no so como se j fossem. Est escrito que, crendo na palavra de Deus, essa crena lhe foi imputada como justia. E no s para ele isso foi escrito, mas tambm para ns a quem ser imputada a justia se crermos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor (Rm 4:24).

    Sim, tambm para ns para ns que cremos. E o Deus em Quem cremos, o Deus que ressuscitou a Jesus, Aquele que Se manifestou em amor e em poder como um Deus Salvador.

    Jesus foi crucificado pelos nossos pecados, pelas nossas ofensas; tinha, como Redentor, entrado no lugar do julgamento e da morte, e toda a fora da ira de Deus contra o pecado caiu sobre Ele; suportou de um modo glorioso e perfeito todas as exigncias da justia e da santidade divina, liquidando de uma vez para sempre a questo do pecado, perante Deus; e tendo consumado tudo, e estando j morto como testificou o Seu sangue derramado foi sepultado.

    Porm Deus O ressuscitou! Gloriosa prova esta, da Sua absoluta satisfao na obra consumada, e tambm do Seu perfeito agrado na Pessoa que a fez.

    Assim pelo Seu grande poder Deus ressuscitou a Jesus, e O ressuscitou para a nossa justificao.

    Benditas novas! Poder o leitor ainda ter algumas dvidas? Nesse caso procuremos aprender mais um pouco pelo procedimento de

    Abrao.

  • 13

    Romanos 4:18 20

    Como vimos no captulo 1, e muitas vezes o vemos na prtica, o homem pretende ocupar o lugar que pertence nica e verdadeiramente a Deus. Essa disposio to forte em nossos coraes, que muitas vezes nos custa desviar os olhos de ns mesmos para os fitarmos no nosso Deus e Salvador.

    O pecado, a runa, a fraqueza e a morte, acompanham o ser humano, enquanto que a justia,a perfeio, o poder e a vida derivam de Deus.

    Convm, ento, que sigamos os passos de Abrao a esse respeito. Ele no atentou para si, e no duvidou de Deus.

    Portanto, querido leitor, deixemos de nos ocupar de ns mesmos, a no ser para confessarmos os nossos pecados e a nossa runa, e voltemos os olhos para Deus e para Aquele que por Ele foi elevado para a Sua glria, e est assentado nela. E, ento, enquanto a luz da glria do Cristo brilha em nossas almas, entraremos naquele descanso divino que nunca ter fim, sabendo que somos justificados no somente perante Deus, mas tambm por Deus.

    Romanos 5:1

    Sendo, pois, justificados pela f, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. Sim, temos a paz; uma paz plena, perfeita e divina. Os nossos coraes que outrora tremiam com medo da ira de Deus, esto agora tranqilos, vendo Jesus, que para nos remir passou debaixo das guas do temporal da ira e da morte, atualmente colocado por Deus acima de tudo na Sua glria e no Seu favor, e sabendo que aos Seus olhos, ns, os que em Jesus cremos, estamos to livres de todo o julgamento, como o nosso Substituto glorioso.

    O perfeito carter da nossa justificao est patente na pessoa de Jesus ressuscitado e glorificado.

    Romanos 5:2

    Agora, visto que, na pessoa de Jesus, os nossos pecados tm sido julgados, e que a paz reina em ossos coraes, podemos livremente e com gozo contemplar e experimentar a graa ilimitada do nosso Deus e Salvador. Na verdade belo e enorme o quinho que desfrutamos por meio de Jesus Cristo.

    No somente estamos libertos de culpa, mas tambm temos aceitao positiva da parte de Deus. Ele nos coloca perante Si na Sua graa ou favor, no qual estamos firmes. Sim estamos firmes neste favor; est a nossa posio perante Deus, que nada e ningum pode alterar, porque ela a posio que a Deus aprouve conceder-nos.

    O favor de que Jesus goza o mesmo que ns temos tambm o privilgio de gozar, e por Ele que temos entrada neste favor.

    Deus permita que no somente saibamos que esta a nossa posio e privilgio, mas que tambm pela f vamos entrando no gozo desse favor, aprendendo cada vez mais a respeito do lugar que o Salvador ressuscitado ocupa atualmente, porque pela apreciao da Sua posio que ns crentes aprendemos os pensamentos de Deus a nosso respeito.

    Se experimentarmos j tanto gozo, quando estamos apenas principiando a desfrutar a graa divina, o que ser quando todos os propsitos do amor de Deus a nosso respeito se acharem realizados?

  • 14

    Se lanarmos um olhar para trs, nada h que nos perturba, e exclamamos: Paz! O momento atual caracterizado pelo gozo do favor divino, e o futuro para ns no tem seno glria.

    Paz! Favor! A glria de Deus! Que quinho para o presente que perspectiva para o futuro!

    Mas naquele gloriosos futuro, qual ser a fonte principal da nossa alegria? No ser o conhecimento e gozo perfeito do amor de Deus? Sim, sem dvida assim ser, porm, esta no uma fonte cujas delcias esto reservadas para os tempos futuros, mas assim uma da qual podemos beber desde j.

    Se tivermos apreciado as verdades j expostas com referncia morte a ressurreio de Jesus como base justa para o cumprimento e edificao dos propsitos de Deus, e se tivermos visto, em Jesus ressuscitado e assentado como Homem na glria e favor de Deus, a realizao destes propsitos, os nossos coraes ficaro sem dvida muito impressionados com a justia e o amor de Deus, e assim ser slida a nossa paz e grande a satisfao dos nossos coraes, porque o prprio Esprito de Deus derrama neles o amor divino.

    Romanos 5:3 5

    Uma vez que a questo do pecado j est resolvida conforme as exigncias da justia divina, o santo amor de Deus est livre para se manifestar na bno dos Seus escolhidos. E assim acontece, que, tendo conhecido a Deus como o Deus de todo poder, e estando agora certos tambm do Seu amor, caminhamos no mundo como conhecidos e amados de Deus.

    O gozo do Seu amor transforma para ns o carter de tudo, de maneira que, se Ele nos deixar passar por tribulaes, no havemos de desesperar, porque, ainda que a Sua mo nos parea pesada, conhecemos o amor que faz mover a mo, e assim confiados neste amor gloriamos-nos nas tribulaes, e por meio delas possumos a pacincia.

    No exerccio da pacincia achamo-nos conduzidos pelo caminho da experincia experincia dAquele, Cujo amor conhecemos, experincia de Deus.

    Por sua vez esta experincia produz a esperana esperana em Deus , que no pode acabar em confuso, porque em tudo nos firmamos no amor de Deus.

    Que descanso para o corao! Perfeito poder e perfeito amor! Quantas vezes se v entre os homens o desejo de fazer um favor a outro, mas faltar o poder, ou vice-versa: haver o poder, mas faltar o desejo. Em Deus, porm, existem ambas as coisas.

    Romanos 5:5 9

    Nestes versculos vemos claramente que nada de bom havia em ns para que Deus nos amasse. Porm, Deus amor, e na Sua infinita sabedoria, por meio da morte nos recomendou o Seu amor, sendo ns ainda fracos e mpios (veja Rm 5:6), pecadores (Rm 5:8) e inimigos (Rm 5:10).

    Na morte de Cristo vemos satisfeitas inteiramente as exigncias do trono de Deus e ao mesmo tempo manifestada toda a grandeza do amor do corao de Deus.

  • 15

    Romanos 5:10 e 11

    Bem podemos dar graas a Deus pela morte do Seu Filho, porque pelo amor nela manifestado que Ele desfez de uma vez para sempre a nossa inimizade, e nos introduziu no lugar de favor que pela f ocupamos. Porm, se pela Sua morte temos alcanado tanta bno, qual no ser a bno que nos far experimentar a Sua vida atual?

    Agora ns que somos amados por Deus, e que O amamos a Ele, temos um Salvador vivo, Jesus Cristo, o Filho de Deus, para nos conduzir e guiar at ao momento de entrarmos naquela glria que com tanto gozo esperamos. E no somente isto, mas tambm nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.

    Feliz o corao que se gloria em Deus, gloriando-se, no nas bnos, por mais ricas que sejam, mas sim gloriando-se no Abenoador, gloriando-se em Deus manifestado em Cristo, manifestado em sabedoria, justia, poder e amor.

    A alma do crente espera tudo de Deus, e tudo acha em Deus: Deus tudo para ela. E ainda mais, estamos aptos para nos gloriarmos nEle, sabendo que estamos perante Ele segundo o Seu agrado, aceitos em Seu Filho, por Quem temos alcanado a reconciliao. Lemos a esse respeito: agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensveis, e inculpveis (Cl 1:21-22). J se v, seria impossvel gloriarmo-nos em Deus sem apreciarmos, at certo ponto, o que termos alcanado a reconciliao por nosso Senhor Jesus Cristo, ou por outra, sem apreciarmos que por Cristo, e em Cristo, estamos perante Deus conforme o Seu agrado.

    Deus ter, por fim, o Seu povo perante Si em conformidade com tudo o que Ele , para o Seu prazer e agrado; j vemos um exemplo disso em Cristo glorificado como Homem na Sua presena.

    Que ns, no gozo desta reconciliao em Cristo, nos gloriemos em Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!

  • 16

    PARTE 4

    ROMANOS 5:12 8:39

    Romanos 5:12 21

    O apstolo aqui comea a falar da bno crist sob um outro ponto de vista. At aqui tem tratado da questo dos pecados cometidos pelos homens e tem mostrado como aquele que cr em Cristo justificado deles e colocado no favor divino com a certeza de ter parte na glria futura.

    Agora, todavia, comea a falar sobre a natureza pecaminosa que ns temos como descendentes de Ado, e desenvolve um pouco a verdade da reconciliao mencionada no versculo 11.

    Um ponto de grande importncia neste trecho que nele os nossos olhos so dirigidos para Cristo no s para aquilo que Ele tem feito a nosso favor, mas tambm para a Sua pessoa. Assim os nossos coraes so atrados mais para Ele, e, medida que O vamos apreciando, o nosso amor por Ele aumenta.

    Romanos 5:12, 18 e 19

    Nesses versculos o apstolo apresenta-nos trs contrastes:

    1 Duas pessoas: Ado e Cristo. 2 Dois atos: o de Ado, um ato do pecado; o de Cristo: um ato de justia. 3 Dois resultados desses respectivos atos: a morte e a vida.

    Vemos que o resultado do ato de Ado alcanou em todo o tempo os que esto identificados com ele, e da mesma maneira o resultado do ato de Cristo alcana todos os que com Ele esto identificados.

    Ado como cabea da raa humana caiu pelo pecado, e na sua queda levou-a toda consigo.

    Foi pela desobedincia de um homem que todos os outros foram feitos pecadores, e no pelos seus prprios pecados. Todos tm pecado, cada um tem os seus prprios pecados, mas aqui no se trata desse fato, mas antes do estado de pecados de que todos participam igualmente, como disse Davi: em pecado me concebeu minha me (Sl 51:5).

    Assim fica confirmado o estado verdadeiro do ser humano como parece aos olhos de Deus. Em conseqncia do pecado de Ado, a sua vida e a vida de todos que esto identificados com ele, tornou-se uma vida condenada a morte passou por todos. Essa vida no pode consistir diante de Deus.

    Agora, porm, se manifestou a grandeza da misericrdia e do amor de Deus. O Filho de Deus, tornando-Se homem, carregou o peso da condenao do primeiro homem, e pela Sua morte aquele ato supremo de amor e da justia estabeleceu a justia divina e abriu o caminho pelo qual Deus, tendo ressuscitado Jesus, pode nEle, e por meio dEle, abenoar a todos os que nEle crem, dando-lhes vida nEle.

    Assim, Cristo em ressurreio tornou-Se em fonte de nova vida, e o crente que a possui fica inteiramente justificado de toda a questo ou imputao do pecado. Em Cristo alcanamos a justificao de vida.

  • 17

    Todos que esto relacionados com Ado so constitudos ou feitos pecadores; todos os que esto identificados com Cristo so constitudos justos.

    Romanos 5:13 17

    Esses versculos formam um parntesis em que o apstolo desenvolve o assunto. Principia por demonstrar que a morte no somente o resultado da desobedincia do homem a um mandamento explcito, a uma lei, mas que resultado necessrio da presena do pecado, ainda que no houvesse a transgresso de uma lei. Isto provas do pelo fato da morte ter reinado desde Ado a Moiss, durante o perodo em que Deus no deu aos seres humanos lei alguma (veja Gn 2 a x 20).

    Conclumos ento que todos que pertencem raa de Ado esto, por natureza, debaixo da condenao e do poder da morte, independentemente da questo dos atos praticados por cada indivduo.

    Podemos referir-nos aqui ao caso de Enoque (veja Gn 5:24); ele no morreu, foi uma exceo regra; porm, lemos em Hebreus 11:5 que foi pela f que Enoque foi arrebatado, e isto confirma o argumento do apstolo, quer dizer, que s pela f que se pode alcanar a libertao.

    No versculo 14 lemos que Ado figura daquele que havia de vir e assim, graas a Deus, podemos virar-nos de Ado para contemplarmos a Cristo como a nossa Cabea. Voltamo-nos do primeiro Ado descobrindo que temos parte nAquele que chamado o ltimo Ado; voltamo-nos do primeiro homem em toda a sua runa para contemplarmos o Segundo Homem, Jesus Cristo, em toda a Sua perfeio. Tudo ficou perdido em Ado, e agora para os crentes tudo assegurado em cristo. Com alegres coraes podemos, portanto, contemplar Aquele que agora a nossa Cabea no Ado, mas Cristo.

    Que grande graa a graa divina que assim nos identifica com Cristo, e nEle nos d vida, uma vida nova, qual o pecado no se pode ligar!

    Romanos 5:20 e 21

    Vemos aqui a razo por que Deus deu aos homens a Sua Lei. Ningum podia se justificar por ela diante de Deus, mas foi dada afim de manifestar o terrvel carter do pecado. A Lei no foi a causa do pecado abundar, disto j havia muito, mas por meio dela o pecado tornou-se em transgresso, e a sua fora ficou aprovada. Graas a Deus, porm, que onde o pecado abundou, superabundou a graa.

    Do nosso lado, s pecado; do lado de Deus, s graa divina sim, graa superabundante!

    A morte , em ns, o resultado de sermos filhos de Ado, nascidos em pecado; a vida eterna o resultado da livre operao da graa divina que nos alcanou, de uma maneira absolutamente justa, por Jesus Cristo, nosso Senhor, porque agora a graa reina pela justia, por meio dEle.

    Se no atual estado das coisas fosse a justia que reinasse, seria para condenao de todos; mas agora a graa reina pela justia, por Jesus Cristo, e o resultado para aquele que cr, a vida.

    Bem podemos levantar os nossos coraes em adorao a Deus ao contemplarmos Cristo em toda a Sua glria, posto por Deus para Cabea de todos.

  • 18

    Oh!, que alegria apreciarmos que, diante de Deus, estamos identificados com Cristo; assim exclamamos: No Ado, mas Cristo!

    Mais um passo e exclamamos: No eu, mas Cristo! A alma aprende a apreciar Cristo mais do que tudo e mais do que a si

    mesma.

    Romanos 6:1 5

    O apstolo agora contradiz a idia de que o conhecimento e gozo da soberana graa de Deus possam ser acompanhados pelo desejo de ser permanecer na prtica do pecado. Muitas vezes, ouvindo a bendita verdade contida nas palavras pela graa sois salvos, por meio da f (Ef 2:8), diz-se que um tal ensino levar quem o receber a ser pouco cuidadoso na sua vida crist e que produzir maus resultados. Quo diferente, porm, o pensamento de Deus manifestado nestes versculos.

    Se, tendo crido em Cristo, estamos hoje identificados com Ele, em vida nova, um resultado de termos sido identificados com Ele na Sua morte.

    Aos olhos de Deus foi posto termo, pela morte de Cristo, a tudo quanto ramos como filhos de Ado, isto , nossa antiga condio como pertencendo raa condenada de Ado; e sobre este terreno que entramos no gozo da nossa vida em Cristo.

    Claro ento, que, se reconhecermos que por meio da morte de Cristo estamos mortos quanto ao pecado, no podemos pensar em viver mais nele; tal proceder seria o mesmo que negar o que professamos.

    O apstolo em seguida confirma este pensamento, chamando a nossa ateno para o significado do nosso batismo. Se temos sido batizados no nome do Senhor Jesus, temos sido por esse meio identificados, quanto nossa posio neste mundo, com a morte de Cristo batizados na Sua morte.

    No sabeis isso? pergunta o apstolo. Convm perguntarmos a ns prprios se temos apreciado esta verdade, e correspondido a ela na nossa vida prtica.

    por meio da morte, a morte de Cristo e a nossa morte nEle, que alcanamos a vida, e no podemos continuar a viver naquela vida que foi condenada na cruz de Cristo; a f reconhece que aquela vida antiga acabou judicialmente na morte de Cristo.

    Agora, identificados com o Cristo ressurreto, devemos andar em novidade de vida.

    Romanos 6:6 8

    Este versculo 6 comea com as palavras sabendo isto etc. Porventura, temos ns apreciado o que se segue a essas palavras? Podemos ns dizer que sabemos? E qual a verdade indicada? Leiamos: o nosso velho homem foi com ele crucificado.

    A expresso o nosso velho homem descreve a nossa condio como identificados com o primeiro Ado, tendo uma vida condenada por motivo do pecado. Isto, graas a Deus, foi aos Seus olhos condenado e finado na morte de Jesus, a fim de que o pecado no mais tivesse domnio sobre os nossos corpos e que no o servssemos mais.

  • 19

    Se temos apreciado o verdadeiro carter do nosso homem velho como sendo em tudo o contraste daquilo que Deus , e por isso odioso a Deus, ser com grande alvio que veremos a maneira como Ele o julgou na morte de Cristo.

    O que vemos nestes versculos no que o nosso homem velho fica remendado ou melhorado, mas, sim, que para Deus ele acabou na cruz, para dar lugar quilo que novo em Cristo.

    A nota tnica, por assim dizer, desse captulo a revelao do privilgio que pertence ao crente de se identificar na sua f e nos seus pensamentos com Cristo. Se temos apreciado a verdade da nossa identificao com Cristo na Sua morte, podemos regozijar-nos pela nossa identificao atual com Ele vivemos nEle diante de Deus, e podemos andar na certeza de que estaremos, mais tarde, identificados com Ele na glria da ressurreio.

    Romanos 6:9 13

    Diremos aqui que no podemos aprender as verdades que estamos considerando, sem que cheguemos a apreciar Cristo na Sua atual condio e posio, porque como lemos a verdade est em Jesus (Ef 4:21); nEle vemos a verdade exemplificada. O que Deus no Seu amor prope para ns, v-se j realizado em Cristo na sua condio de Homem na glria celeste.

    O versculo 9, assim como o versculo 6, comea com a palavra sabendo. claro que as verdades de que o apstolo aqui fala devem ser conhecidas por todos ns, os verdadeiros salvos. Prestemos-lhes, portanto, toda a ateno.

    De que falam ento esses versculos? Do triunfo de Cristo! A morte no mais tem domnio sobre Ele! Mas leiamos para diante: Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

    O nosso bendito Senhor Jesus foi feito pecado por ns sobre a cruz do Calvrio (veja 2 Co 5:21), e ali morreu e saiu da condio e da posio em que, por amor de ns, Se achou identificado com o pecado de uma vez morreu para o pecado, para nunca mais tornar a tocar nele. E agora? Agora Ele vive como homem glorioso no cu, e vive para Deus. Deus acha nEle ali o Seu perfeito agrado. Vemos, assim, manifestado nEle o propsito de Deus a nosso respeito.

    Como os nossos coraes se comovem de amor, e de santo e ardente desejo ao meditarem nestas palavras mortos para o pecado vivos para Deus.

    Conhecendo o amor de Deus, anelamos por corresponder Sua vontade a nosso respeito; queremos que Ele ache agrado na nossa vida aqui: desejamos dar-Lhe aquilo que Lhe apraz. Constrangidos por tais desejos, reconhecendo quantas vezes falhamos nisto, um verdadeiro gozo para ns vermos que h ao menos Um, Jesus Cristo, que vivendo na glria celeste corresponde em tudo divina vontade.

    Como isto atrai o corao do crente ainda mais para Cristo, e nos ensina a achar deleite nAquele em Quem Deus Se deleita, fazendo crescer em ns o desejo de correspondermos aqui quilo que Ele ali!

    Mas isto ser possvel? Leiamos o versculo seguinte, e leiamo-lo com ateno: Assim tambm vs

    considerai-vos como mortos para o pecado; mas, vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Temos o privilgio no s de contemplarmos Cristo na glria celeste, mas tambm do saber que estamos identificados com Ele.

    Morreu Ele para o pecado?! Sim, e assim temos o privilgio de nos considerarmos como tendo sido mortos com Ele. Vive Ele para Deus?!

  • 20

    Certamente, e por isso somos vivos para Deus, nEle. Quanto ao pecado mortos; quanto a Deus vivos em Cristo.

    No que o pecado esteja morto, mas ns temos de considerar que pela morte de Jesus morremos quanto ao pecado. Por isso recusemos continuar a ser dominados por ele. Se nos tenta, e se, por assim dizer, quer andar na nossa companhia, viremos-lhe as costas, considerando-nos mortos para ele.

    Por outro lado, reconhecemos que doravante estamos no mundo para fazermos a vontade de Deus, e, enquanto esperamos o dia em que havemos de ter corpos gloriosos, reconhecemos que os nossos corpos atuais devem ser apresentados a Deus a fim de que neles se realize a Sua vontade aqui no mundo.

    Lemos: Apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justia. Bendito privilgio este! Porm, s como libertados da condenao e domnio do pecado, como vivos em Cristo, vivos dentre os mortos, que podemos apresentar-nos a Deus.

    Vendo assim o privilgio que nos pertence, no deixemos de o experimentar para o nosso gozo e para a glria de Deus.

    Romanos 6:14 23

    O privilgio de no sermos mais dominados pelo pecado nos assegurado pela graa divina; no a Lei, mas sim o conhecimento da graa de Deus, que nos liberta e nos mantm na liberdade. J no estamos debaixo da Lei, porque a graa de Deus nos tem feito ocupar um novo lugar, como identificados com Cristo em ressurreio, onde a Lei no domina.

    O pecado no ter mais domnio sobre vs. Bendita nova! Essa liberdade, contudo, no d ocasio a andarmos no pecado, porque, claro, estando libertados do domnio do pecado no havemos de continuar a servi-lo. J somos servos da justia; temos, por assim dizer, mudado de senhores.

    A liberdade crist no nos permite andar no pecado, no nos d licena para pecar, mas, pelo contrrio, uma liberdade para servirmos a Deus.

    O antigo servio debaixo do domnio do pecado no deu resultado algum proveitoso, e no fim havia a morte; agora libertados do pecado, o nosso gozo servirmos a justia, e isto resulta em santificao no presente, e no fim haver a vida eterna vida eterna gozada no como resultado das nossas obras, mas como resultado da operao da graa divina como dom gratuito de Deus.

    Romanos 7:1 6

    Tendo o apstolo j considerado e demonstrado a maneira pela qual estamos justificados diante de Deus, de como temos vida em Cristo ressuscitado e estamos libertos do domnio do pecado na nossa vida prtica, trata agora nestes versculos de nos mostrar o efeito de tudo isto em relao questo da autoridade e domnio da Lei.

    Numa palavra, podemos dizer que, por meio da morte de Cristo e da nossa associao com Ele ressuscitado, estamos fora do alcance do domnio da Lei.

    Para tornar a questo mais simples o apstolo faz uma comparao fcil de compreendermos. Cita o caso da mulher com o marido. Enquanto o marido viver, a mulher est ligada e ele pela lei, porm, claro que morrendo o marido, fica ela livre da lei do marido. Outrossim reconhecemos que dois no podem ter domnio sobre ela ao mesmo tempo; mas se o marido morrer est livre para ser de outro.

  • 21

    A lio que tiramos desta comparao que a Lei tem domnio sobre uma pessoa enquanto viver, mas, sobrevindo a morte, essa pessoa fica fora do seu alcance. E de mais, uma pessoa no pode, ao mesmo tempo, estar debaixo do domnio da Lei e tambm de Cristo: tem de ser de um ou de outro; dos dois no pode ser.

    Qual pois a nossa posio atual como cristos? Estvamos outrora na carne, isto quanto vida em que, como responsveis vivamos diante de Deus, estvamos identificados com o pecado e a runa de Ado; e sobre pessoas neste estado ou condio que a lei tem domnio. Sobreveio, porm, a morte a morte de Cristo e por esta morte, com que somos identificados, acabou, aos olhos de Deus, a nossa condio como identificados com Ado e samos dela para sermos identificados em vida com Cristo.

    Servindo-nos da comparao acima citada podemos dizer que a nossa conexo com o primeiro marido a Lei acabou. No que ela morresse, a Lei fica sempre de p, mas somos ns, os que temos parte na morte de Cristo, que temos sado fora daquele estado em que a Lei podia ter domnio sobre ns. No estamos mais na carne; assim lemos: Meus irmos, tambm vs estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo.

    Mas se no estamos mais sob o domnio da Lei, estamos sob o domnio de Cristo. O primeiro marido disse-nos aquilo que devamos fazer sem contudo nos habilitar ou dar foras para isso; no produzamos nesse tempo seno pecado fruto para morte (Rm 7:5). Mas agora, na nova posio em que estamos colocados, e no novo parentesco que temos como identificados com um Cristo ressurreto, e debaixo do Seu domnio, podemos produzir fruto para Deus.

    Qual , pois, o pensamento de Deus a nosso respeito em tudo isso? que, gozando ns agora a liberdade em Cristo e estando identificados com Ele e debaixo do Seu domnio, O serviremos em novidade de esprito, e no na velhice da letra (Rm 7:6); isto , o nosso servio prestado a Deus no deve continuar a ser o resultado de estarmos constrangidos pelas ameaas da Lei, mas, sim, o de estarmos associados, em santa e alegre liberdade, com Cristo agora ressuscitado.

    Romanos 7:7 15

    Tendo exposto claramente a doutrina a respeito da posio crist com respeito ao domnio da Lei, o apstolo considera agora algumas dificuldades que se podem formar na mente de qualquer pessoa.

    Por exemplo, se o crente pela morte de Cristo libertado do domnio do pecado, como j sabemos, quer isto porventura dizer que a Lei pecado, que uma coisa m?

    De maneira alguma. Foi na verdade, por meio da Lei que cheguei a perceber o carter pecaminoso da minha natureza; mostrou-me ela que no somente os meus atos, mas tambm os meus desejos eram pecado.

    Quando eu no sentia a fora da Lei, a existncia do pecado na minha natureza passou desapercebida para mim sem a lei, estava morto o pecado (Rm 7:8); porm desde que vi como a Lei condena e probe at o desejo de praticar o pecado, descobri que tenho uma natureza que ama o pecado. Foi mesmo a proibio do desejo que manifestou a existncia dessa natureza.

    O pecado que considerado aqui como um inimigo que ataca o crente servindo-se da proibio da Lei, despertou a vontade prpria da minha natureza pecaminosa, que est sempre pronta a resistir a esta e assim me colocou na minha conscincia, debaixo da condenao da Lei, debaixo da morte.

  • 22

    E eu, em algum tempo, vivia sem lei (Rm 7:9); isto , com respeito a minha conscincia, vivia imaginava que tinha direito vida, no sentindo que tinha uma natureza pecaminosa que estava debaixo da condenao da morte. Porm, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.; isto , o conhecimento da Lei me fez sentir a fora e a existncia do pecado em mim, e fiquei assim condenado na minha conscincia, estremeci debaixo da condenao da Lei, vi que tinha sobre mim a sentena da morte.

    Desta maneira, como lemos no versculo 10, a Lei, que em si boa e justa e que era para a vida, tornou-se para mim devido presena do pecado em mim em Lei para morte.

    A Lei disse: O homem que fizer estas coisas viver por elas (Rm 10:5). Ela foi dada para a vida, porm logo percebi que no podia satisfazer as suas exigncias. Cumpri-la, para assim alcanar a vida, me era impossvel: tinha descoberto a presena do pecado em mim, e assim, a Lei apenas me condenava; no meu caso vi que era para a morte.

    Claramente a Lei ento santa, justa e boa, visto que condena absolutamente o pecado, quer no desejo, quer no ato de o praticar. Porm, tendo a vontade prpria da minha natureza sido despertada em oposio ao mandamento, senti-me colocado debaixo da sua justa condenao; quanto apreciao da minha conscincia, posso dizer: o pecado, tomando ocasio pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou (Rm 7:11).

    Ora, tudo isso levanta outra dificuldade. Porventura ser esta Lei to boa e santa, a causadora da minha morte? No, de modo algum. O causador disso no a Lei, mas antes o pecado.

    Tal o carter pecaminoso da minha natureza, que a vinda da Lei, perfeita como em si, no podia seno condenar-me. Assim, sei que a Lei espiritual, mas, em mim ah!, em mim est o mal; sou carnal, vendido sob o pecado (Rm 7:14). Pela Lei tenho descoberto em mim uma natureza que se revolta contra ela, e que ama o pecado. E o que ainda pior, quando desejo fazer o bem no o posso fazer, e aquilo que fao no o aprovo.

    Romanos 7:16 26

    E, se fao o que no quero, consinto com a lei, que boa (Rm 7:16). Isto um ponto importante, porque na minha mente ponho-me do lado da Lei, condenando as minhas aes, mas no s isso: pois at reconheo que praticando tais atos condenveis, estes procedem no de mim prprio, mas do pecado que habita em mim (veja Rm 7:17).

    Que idia tudo isto me d da carne, daquilo que sou por natureza! Uma coisa reconhecer que tenho feito mal, e outra, que no posso fazer o bem , chegar a saber que em mim, isto , na minha carne, no habita bem algum (Rm 7:18).

    custoso reconhecer esse triste fato, contudo assim que sou levado a distinguir entre aquilo que eu prprio sou, como sendo nascido de Deus, e o pecado que habita em mim. No posso em tais circunstncias deixar de dizer que eu fao o que no quero, porm, analisando tudo isso, vejo, com efeito, que j o no fao eu, mas o pecado que habita em mim.

    Reconheo que h em mim alguma coisa que de Deus, que ama e aprova a Sua Lei, e agora identifico-me com isso, com o homem interior; contudo acho-me sem o poder de pr em prtica o bem que desejo, e ainda mais, percebo presente em mim o pecado que me estorva sempre.

  • 23

    O meu grande desejo viver para Deus ser alguma coisa para Deus. Porm, vejo que de um lado estou absolutamente sem poder, e do outro, pela operao do pecado mim, que estou sob a sentena de morte.

    O novo eu anela por estar livre para servir a Deus, mas no me posso livrar do velho eu, que est ligado ao pecado e, portanto, debaixo da sentena de morte. Miservel homem que eu sou! Quem me livrar do corpo desta morte? (Rm 7:24).

    Absolutamente incapaz de me libertar a mim mesmo, olho ao meu redor e clamo: Quem, quem me livrar?

    E quem pode faz-lo seno Deus?! Sim, agora vejo que Deus j efetuou a minha salvao, e aprecio, por fim, a verdade a respeito da morte e ressurreio de Cristo, e da minha identificao com Ele. Dou graas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 7:25).

    Notemos que a experincia descrita no fim desse captulo 7 no propriamente experincia crist, apesar de ser a experincia de muitos cristos. a experincia de quem est nascido de novo, e que por isso tem novos desejos e sentimentos, mas que no tem pleno conhecimento da verdade do evangelho nem do dom do Esprito Santo. Enfim, trata-se de uma pessoa que, quanto sua conscincia, tem ainda diante de Deus a responsabilidade de um homem na carne e por isso se acha debaixo do domnio da Lei.

    De modo algum Paulo est aqui descrevendo a sua experincia como cristo, isto , a sua experincia na ocasio de escrever essa epstola; mas como quem tivesse sado do lodo e estivesse em terra firme, descreve a agonia espiritual de quem ainda l se encontrasse.

    Para o mim o viver Cristo! essa a linguagem da verdadeira experincia crist (veja Fp 1:21).; assim como tambm as palavras: Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fp 4:13).

    Romanos 8:1 4

    Este captulo abre com uma nota verdadeiramente triunfante: Portanto, agora, nenhuma condenao h para os que esto em Cristo Jesus1. E quem haver que, ao ler esses versculos, possa deixar de ficar deveras impressionado com a diferena entre as palavras do captulo 7, versculo 24 (Miservel homem que eu sou! Quem me livrar?) e as do versculo 2 deste captulo: A Lei do Esprito de vida, em Cristo Jesus, me livrou.

    Louvado seja Deus! Achamo-nos aqui na presena de um triunfo maior do que qualquer que se possa ler na histria humana o triunfo de Deus; de Deus que coloca os Seus remidos diante de Si livres de toda a condenao, e livres tambm do domnio do pecado e da morte.

    Aqui podemos citar algumas palavras da epstola aos Efsios: Mas vs no aprendestes assim a Cristo, se que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como est a verdade em Jesus (Ef 4:20-21). Notemos bem as ltimas palavras acima citadas, que so a verdade est em Jesus.

    Estas palavras encerram um princpio de grande importncia para ns na compreenso do pensamento de Deus a nosso respeito. Toda a verdade a respeito do propsito de Deus para com os crentes de hoje se manifesta na pessoa de Jesus na Sua morte, ressurreio e glria. Portanto, quanto melhor

    1 As palavras que no andam segundo a carne, mas segundo o esprito em alguns manuscritos no constam.

    Teologicamente no cabem aqui, como se existisse alguma condio salvao, porm, sim, no versculo 4, onde as lemos de igual modo. N. do T.

  • 24

    compreendermos a posio dEle, tanto mais capazes seremos de apreciar a nossa posio nEle.

    Com que alvio descansa agora em Cristo aquele que tiver passado pela triste experincia contada no captulo 7, versculos 7 24. Naqueles versculos as palavras que se salientam mais, pelas muitas vezes que se repetem, so os pronomes eu, me e mim, que indicam que a pessoa que fala se ocupa consigo prpria. Agora, no captulo 8, j tudo aquilo tem passado, e tanto a inteligncia como o corao dessa pessoa se ocupam com Cristo.

    Leiamos ento de novo as palavras: Portanto, agora, nenhuma condenao h para os que esto em Cristo Jesus. Talvez algum pense que isto parece dizer demais. Lembremo-nos, porm, que Deus que assim nos fala, e bem podemos confiar naquilo que Ele diz.

    Consideremos por um momento as palavras em Cristo. Todo crente h de confessar que nEle tudo perfeito, e que Ele nada tem de condenao; sabemos que Deus acha nEle toda a Sua complacncia.

    Ora bem, ns crentes podemos dizer pausadamente e, pondo nas palavras todo o seu sentido, que estamos nEle, que temos vida em Cristo.

    A vida que temos de Deus em Cristo inteiramente diferente da que temos em Ado. Quanto a essa ltima, j foi condenada na morte de Jesus, ao passo que a vida que temos em Cristo, nada tem, nem pode ter, de condenao.

    Assim iniciamos por apreciar Cristo e a Sua perfeio, e em seguida, sabendo que estamos tambm atualmente libertados do domnio do pecado em ns, pela introduo deste novo princpio de vida em Cristo; e o poder desta vida em ns o Esprito Santo.

    Vemos, pela f, com coraes agradecidos, a maneira como na pessoa e morte de Seu Filho, feito pecado por ns sobre a cruz, Deus de uma vez para sempre condenou o pecado na carne: a Sua plena sentena contra o pecado foi ali executada, e podemos afirmar que Deus no tem mais que dizer a esse respeito. Visto isso, tambm ns, aceitando o que Deus fez, no devemos ocupar-nos mais com a carne: mas, recusando satisfazer os seus desejos, considerar que j no estamos mais identificados com ela. Dominados ento, no mais pelo pecado ou pela carne, mas sim pelo poder da nova vida que temos em Cristo, andemos, no segundo a carne, mas segundo o Esprito, achando o nosso gozo e prazer em fazer a vontade de Deus.

    Repetimos, que na morte de Cristo, a plena e justa exigncia da Lei, a nosso respeito, ficou satisfeita foi executada a ltima pena. Agora libertados no poder de uma nova vida em Cristo, o nosso privilgio andarmos segundo o Esprito e pelo Seu poder, de maneira que a vida de Jesus se manifeste em ns.

    Romanos 8:5 9

    O apstolo nestes versculos torna a falar do contraste que h entre o que da carne e o que do Esprito. Vem a propsito aludir aqui as palavras do Senhor Jesus O que nascido da carne carne, o que nascido do Esprito esprito (Jo 3:6).

    Neste trecho o apstolo est tratando das duas classes em que se pode dividir o gnero humano, isto , os que ainda tm necessidade de se converter, que so segundo a carne, e os convertidos, que so, nessa sua condio, segundo o Esprito. Cada qual tem os seus gostos e inclinaes, mas como solene a posio daquele que ainda precisa se converter, visto que as suas

  • 25

    inclinaes o conduzem morte. Atualmente sofre morte espiritual, mais tarde sofrer a fsica, e finalmente o que se chama a segunda morte, o castigo eterno.

    Muito diferente o caso do crente, pois lhe pertencem a vida e a paz. O apstolo no est aqui descrevendo exatamente a nossa experincia, mas manifestando as respectivas posies ou caracteres de quem est identificado com a carne, e de quem est no Esprito.

    O carter da carne o de inimizade contra Deus e tanto assim , que lemos que a carne no sujeita lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser (Rm 8:7). , como j temos visto, irremediavelmente m. No versculo 8 lemos: Portanto, os que esto na carne no podem agradar a Deus, isto , enquanto estivermos identificados, aos olhos de Deus, com o pecado na carne que caiu debaixo da Sua condenao na cruz, no podemos agradar-Lhe.

    Qual ento a posio do cristo? A resposta a esta pergunta encontra-se no versculo 9: Vs, porm, no estais na carne, mas no Esprito. Assim que Deus nos considera; somos salvos, e como tais no estamos na carne.

    Porm, preciso reparar bem a quem se referem estas palavras. Referem-se s s pessoas convertidas e salvas e no a qualquer pessoa que apenas se diz crist. No estais na carne, mas sim no Esprito, se que o Esprito de Deus habita em vs. Mas, se algum no tem o Esprito de Cristo, esse tal no dele. Bem-aventurada a sorte daquele que sabe que o Esprito de Cristo habita nele. Como aqui excludo todo o engano e toda a hipocrisia! Cada um tem de se haver individualmente com Deus; a bno vem s dEle; e preciso que tenhamos o selo divino.

    Ser bom aqui perguntarmos a ns prprios se porventura podemos levantar os nossos coraes a Deus em grata adorao, sabendo que em verdade estamos em Cristo diante dEle e no mais em Ado; que Ele nos v como estando no Esprito e no na carne? No isto uma questo de considerarmos os nossos sentimentos, nem de pensarmos na nossa experincia, mas sim de aceitarmos o testemunho de Deus, e de confiarmos nEle.

    O importante no o que ns pensamos, mas aquilo que Ele diz; no o que ns vemos, mas o que Ele v.

    Romanos 8:10 17

    Temos visto que Deus nos considera identificados com Cristo, vivos no poder do Esprito Santo. Porm, ento, se Cristo est em ns, no podemos deixar de reconhecer que o nosso corpo deve cessar de ser o instrumento do pecado; mas a vida antiga no pode produzir seno pecado. Se porm Cristo estiver em ns como a fonte e o poder de uma nova vida, o corpo, enquanto a vontade da carne est, por assim dizer, morto; mas, debaixo do domnio do Esprito Santo, e por meio dEle, torna-se o instrumento para a manifestao da justia.

    O Esprito Santo que o novo poder da vida no crente, a nica fonte do bem em ns e o nico poder para a sua manifestao.

    Alm disto temos, pela presena do Esprito Santo em ns, a prova de que at os nossos corpos mortais tambm ho de desfrutar mais tarde os gloriosos resultados da ressurreio de Cristo, sendo conformados semelhana do corpo glorioso do Senhor. Assim todo o nosso ser esprito, alma e corpo gozar os efeitos da plena redeno.

    Tendo sido desta maneira libertados por Deus, no somos devedores carne para vivermos segundo as suas inclinaes, mas antes pelo contrrio, por meio do Esprito Santo mortificamos as obras do corpo.

  • 26

    Deus no fala em mortificarmos os nossos corpos, mas as obras do corpo, e isto s pode ter lugar por meio da nova vida em Cristo. Procedendo assim, viveremos e desfrutaremos os gozos da vida nova.

    Agora, no versculo 14, lemos a maravilhosa verdade de que aqueles que assim so guiados pelo Esprito de Deus so filhos de Deus.

    O crente descansa, assim, no gozo do pleno amor de Deus, tendo recebido o Esprito de adoo, pelo qual clama: Pai!.

    E notemos que o sermos filhos de Deus uma conseqncia da redeno, de sermos identificados com Cristo na Sua vida atual e de termos recebido o Seu Esprito. Somente dos verdadeiros crentes se pode dizer que so filhos de Deus; todos os homens so criaturas de Deus, Ele o Criador de todos, mas Deus no Pai de todos nos sentido das palavras que estamos considerando. Ele o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e todos que em Cristo crem podem dizer: Ele o nosso Deus e o nosso Pai tambm.

    Esta sublime bno o resultado da nossa associao no poder da vida eterna com Cristo, e o Esprito que em ns habita testifica com o nosso esprito que assim .

    Sendo, pois, filhos, somos tambm herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo. Cristo, porm, sofreu aqui, como no podia deixar de sofrer, visto que andava no meio do pecado e da tristeza do mundo, e a ns nos concedido o privilgio de termos comunho com Ele no sofrimento aqui no lugar da Sua rejeio; mas isto ter como conseqncia, mais tarde, a nossa comunho com Ele no lugar da Sua glria.

    Romanos 8:18 27

    Andamos, ento, aqui como filhos de Deus, aguardando o dia da manifestao da glria e, nesse esprito, Paulo disse: para mim tenho por certo que as aflies deste tempo presente no so para comparar com a glria que em ns h de ser revelada (Rm 8:18).

    E ainda mais quando chegar o dia em que o povo de Deus, agora desprezado no mundo, se h de manifestar em glria, ento a inteira criao que tem estado sujeita corrupo pelo pecado de Ado, experimentar a liberdade da glria dos filhos de Deus. Oh! Que dia glorioso h de ser aquele em que ns havemos de estar manifestados em glria com Cristo!

    Lemos que a criao inteira geme e sofre, e no s ela, mas tambm ns gememos em ns mesmos, esperando pelo dia em que Cristo h de manifestar o Seu poder para a redeno dos nossos corpos.

    Ns j gozamos as primcias do Esprito e desfrutamos a liberdade dos filhos de Deus, porm desejamos muito deixar completamente o que da velha criao, e por isso gememos, anelando pelo momento em que isso se h de realizar. No desfrutamos ainda o pleno resultado da salvao tendo recebido o perdo dos nossos pecados, sendo justificados, tendo recebido o Esprito Santo, e estando assim livres em nossos espritos, esperamos pelos corpos gloriosos que havemos de receber. Assim esperamos com pacincia por esse bem que ainda no vemos.

    Nesse meio tempo a orao necessria, no ? E, bendito seja Deus, lemos que, no sabendo ns o que havemos de pedir como convm, o Esprito ora por ns. Ele mesmo, segundo a vontade de Deus, intercede por ns.

  • 27

    Romanos 8:28 30

    Chegamos agora a uma revelao verdadeiramente maravilhosa. O apstolo diz: Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que so chamados por seu decreto (Rm 8:28).

    Consideremos um pouco essas palavras, comeando pelas ltimas: chamados segundo o Seu decreto.

    Essas palavras nos falam do decreto ou propsito de Deus e, para aquele que conhece a Deus, o quanto agradvel pensar que Ele tem um propsito firme a respeito dos Seus, com respeito glria de Cristo e satisfao do Seu prprio amor, propsito cuja realizao nada h que a possa impedir.

    Que momento alegre para qualquer pessoa, quando pela primeira vez aprecia o que deixar o terreno da sua prpria responsabilidade, para se achar identificada com o propsito de Deus; sendo esse o terreno em que tudo depende da graa, amor e poder de Deus.

    Notemos agora que est escrito que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus e que so por Ele chamados.

    possvel que algum pergunte: Poder este ou aquele fato contribuir para o meu bem? A isso responderemos com outra pergunta. No ser porventura o dito fato includo nas palavras todas as coisas? Com toda certeza que sim. Aceitemos ento sem reserva aquilo que Deus nos diz.

    Porm, talvez algum sinta que isso no acontece consigo; pelo menos vemos na vida prtica que muitos crentes se queixam daquilo que lhes acontece, fazem murmuraes e mostram-se perturbados. Como se explica isso? Sem dvida pela falta de f e de confiana no amor de Deus.

    Qual ser, pois, ao segredo que nos leva a dizer triunfantemente: Sabemos que todas as coisas contribuem para o nosso bem? O segredo de tal certeza encontra-se no conhecimento do amor de Deus.

    Quais so aqueles que amam a Deus? Seguramente so os que descansam no gozo do Seu amor por eles. claro, portanto, que se somos mantidos diariamente no gozo do amor divino, e se apreciamos o fato de sermos chamados por Ele e identificados com o Seu propsito eterno, no podemos deixar de reconhecer que todas as coisas tm por fora de contribuir para o nosso bem, visto que nEle o amor ligado ao poder onipotente. Assim acontea o que acontecer, confiados no amor de Deus diremos: Sabemos que tudo h de contribuir de qualquer maneira para o nosso bem; e assim poderemos dar graas a Deus por todas as coisas, como a vontade do Senhor.

    O versculo 29 explica-nos qual o propsito de Deus a nosso respeito. Somos chamados para sermos conformes imagem de Seu Filho, para que seja o Primognito entre muitos irmos. Bendita esperana! Seremos conformes a Ele e estaremos com Ele. Ele em tudo ter a preeminncia, mas ns estaremos com Ele. E to certo este propsito de Deus, que o apstolo fala como se tudo j se tivesse realizado, dizendo: Aos que justificou, a esses tambm glorificou (Rm 8:30).

    Sim, bendito seja Deus, a obra iniciada aqui por divina graa, ser levada ao cabo ali em divina glria.

  • 28

    Romanos 8:31 39

    Tendo agora chegado ao fim desta maravilhosa manifestao do Evangelho, e tendo visto o que o propsito de Deus a nosso respeito, que podem os nossos coraes responder a tudo isso? Exclamaremos exultantes: Deus por ns!.

    E ser porventura possvel que Aquele que no deixou de entregar por ns o Seu prprio Filho, nos no daria seja o que for, desde que contribua para o nosso bem? No, isso no; Deus h de dar-nos com Cristo todas as coisas. Notemos bem as palavras com Ele. No nos dar nada que nos possa afastar dEle, mas com Ele nos dar todas as coisas.

    Outra vez repetimos: Deus por ns. Se for questo de dar Ele nos dar com Cristo todas as coisas (veja Rm 8:32). Se for questo de algum intentar acusao contra o Seu povo Ele o justificar (veja Rm 8:33). Se for questo das dificuldades e perigos que nos cercam seremos mais do que vencedores por Aquele que nos amou (veja Rm 8:30). Diremos mais, que o sermos vencedores seria j uma grande coisa, mas Deus nos faz mais do que vencedores.

    Podem haver dificuldades, perseguies ou perigos, mas Cristo que morreu, e est ressuscitado e no lugar de poder direita de Deus, interessa-Se por ns constantemente, e intercede por ns. Portanto, forosamente havemos de vencer; mas ainda mais, das mesmas dificuldades e perigos havemos de tirar muito proveito, chegando, assim, a ser mais do que vencedores, porque como temos j visto, todas as coisas ho de positivamente contribuir para o nosso bem e apenas nos fornecem ocasies para experimentarmos mais o amor pessoal de Cristo.

    O apstolo conclui este captulo dizendo que est certo de que nada h, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem coisas presentes, nem futuras, que nos possa separar do amor de Deus.

    O amor divino mais forte do que tudo, e nos manifestado e assegurado em Cristo Jesus, nosso Senhor, nAquele que venceu todo o poder do mal e da morte e est atualmente sobre o trono de Deus.

    O amor divino fica sendo eternamente o mesmo, e bem-aventurado quem pode dizer: Estou certo de que nada me poder separar do amor de Deus que est em Cristo Jesus.

    A pessoa que assim conhece a Deus, sabe verdadeiramente gloriar-se nEle.

    Bem podemos dizer aqui: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor (1 Co 1:31).

  • 29

    PARTE 5

    ROMANOS 9 A 11

    Com o captulo 8, o apstolo concluiu a sua magnfica exposio sobre o evangelho da graa de Deus, manifestado e enviado por Deus a toda criatura, quer seja gentio quer judeu, agora ele trata de demonstrar que isso de modo algum desfaz as promessas de Deus feitas a Abrao a respeito do Seu povo antigo, o povo de Israel. Ele nos mostrou que nada h que possa impedir que se realize o propsito de Deus com respeito queles que so chamados pela Sua graa por meio do testemunho do evangelho, agora nos mostra que nada h, tampouco, que possa estorvar a realizao das Suas promessas referentes ao povo de Israel.

    Um fato em que apstolo insiste nesse captulo, e que muito importante reconhecermos, que Deus soberano, e que toda a bno para os seres humanos o resultado da Sua soberana misericrdia.

    Romanos 9:1 5

    Nestes versculos o apstolo revela o intenso amor que sentia pelo povo terrestre de Deus, os seus irmos segundo a carne. Recapitula aqui alguns dos muitos privilgios que lhes pertenciam, concluindo com o fato de ter Cristo nascido entre eles, acrescentando, porm, a esta referncia Sua humanidade, que Ele sobre todos, Deus bendito eternamente (Rm 9:5).

    Qual foi a razo desta tristeza que o apstolo sentia no seu corao? Foi o fato deles terem rejeitado Cristo, o nico que podia faz-los entrar no

    gozo da bno prometida.

    Romanos 9:6 16

    Entristeceu-se, porventura, por pensar que Deus tinha faltado Sua Palavra? No, isso no podia ser. A sua dor foi causada por ter visto como o povo ia perdendo a bno por rejeitar Cristo. Quanto s promessas de Deus, tinha ele a certeza que nenhuma delas podia deixar de se cumprir, e agora trata de explicar isso, citando para esse fim 3 pontos:

    1 A promessa de Deus feita a Abrao (veja Rm 9:9). 2 A vontade de Deus que determinava que Jac havia de dominar Esa

    (veja Rm 9:11-12). 3 A Palavra de Deus a Moiss Compadecer-me-ei de quem me

    compadecer e terei misericrdia de quem eu tiver misericrdia (Rm 9:15).

    O resultado das lies tiradas desses 3 casos se v no versculo 16: Assim, pois, isto no depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.

    Consideremos esses 3 pontos. Em primeiro lugar era verdade, como diziam os judeus, que Deus fizera uma promessa a Abrao; porm, essa promessa no dizia respeito a todos os filhos de Abrao, como eles bem sabiam, mas somente a Isaque e sua descendncia.

  • 30

    Ismael e outros filhos de Abrao foram postos de lado e a bno prometida foi ligada a Isaque, o filho prometido (veja Rm 9:9); Em Isaque ser chamada a tua descendncia (Rm 9:7).

    Ismael, de cujo nascimento lemos no livro de Gnesis, captulo 16, foi o filho da vontade e da energia natural, ao passo que Isaque foi o filho da promessa; e a bno divina depende dessa ltima, da promessa de Deus. Assim o judeu devia ter compreendido, e ns podemos aprend-lo, que a bno no depende do que quer (veja Rm 9:16). De fato lemos: No h ningum que busque a Deus (Rm 3:11). por isso que no pode haver esperana para os seres humanos, quer judeus quer gentios, seno em Deus que soberano.

    Quando Deus faz uma promessa absoluta e incondicional, como se nos declarasse o Seu prprio propsito, e j temos visto que nada h que possa pr empecilho realizao do propsito de Deus. verdade que a bno prometida pode no estar ao alcance do poder dos homens por mais que se esforcem, mas o poder de Deus far com que eles a gozem.

    Isto a lio que temos no segundo caso acima citado, o de Esa e Jac. Antes mesmo que nascessem, Deus dissera: O maior servir o menor (Rm 9:12). Mais tarde, os dois fizeram mal, nem um nem outro merecia receber a bno prometida, porm Deus, sempre fiel a Sua promessa, assegurou a bno de Jac. Assim vemos que no depende do que corre (Rm 9:16). Tambm lemos: No h quem faa o bem, no h nem um s (Rm 3:12) e, por isso, novamente dizemos, no pode haver esperana para os homens seno em Deus que soberano.

    O terceiro caso citado, isso , as palavras de Deus a Moiss (veja Rm 9:15), prova e evidencia que Deus, soberano como , Se compraz de usar o Seu poder para abenoar os seres humanos, e que no tem prazer algum em julg-los.

    As ditas palavras foram dirigidas por Deus a Moiss logo depois do povo de Israel ter pecado horrivelmente contra Ele, fazendo o bezerro de ouro (veja x 32 e 33:19). Foi aquele um momento em que, com justia, Deus podia ter destrudo aquele povo por completo, mas em vez disso, falou, dizendo: Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericrdia de quem eu tiver misericrdia.

    Vemos, ento, que sendo todos pecadores, sem mrito algum diante de Deus, se algum receber bno dEle, ser em resultado da Sua soberana misericrdia.

    Assim o judeu tem que reconhecer que, quanto a si, tem perdido todo o direito de receber a bno, ao passo que Deus certamente h de cumprir a promessa dada a Abrao. Conseqentemente, tanto para ele como para o gentio, toda a bno depende da soberana misericrdia de Deus.

    Romanos 9:17 18

    O apstolo considera agora o caso daqueles que no recebem a bno divina.

    Fara serve como exemplo desses. Era um homem pecador que se exaltou contra Deus, desafiando-O com as palavras: Quem o SENHOR, cuja voz eu ouvirei? (x 5:2). Depois disso foi seis vezes avisado solenemente, por meio de pragas terrveis, contra a loucura de procurar resistir a Deus; mas de todas as vezes o se corao se endureceu. Lemos que depois de t-lo suportado com muita pacincia, o SENHOR endureceu o corao de Fara e ento ouvimos aquelas terrveis palavras: Para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra (x 9:12, 16; Rm 9:17).

  • 31

    Lendo no livro de xodo vemos que tanto Israel como Fara eram culpados diante de Deus e a justia teria condenado a ambos, porm Deus soberano, e mostra-nos ser Ele no s justo em todos os Seus atos, mas tambm um Deus que Se compraz em mostrar misericrdia. Quando Faro endureceu o seu corao contra Deus, foi destrudo pela justia, ao mesmo tempo que o povo de Israel foi salvo pela soberana misericrdia de Deus, que o abrigou sob o sangue do sacrifcio da pscoa.

    Todo o mundo condenvel diante de Deus; a justia havia de julgar e condenar a todos; porm, Deus Se tem manifestado como um Deus Salvador, soberano em misericrdia, sendo a morte de Cristo a base sobre a qual Ele assim pode agir.

    Romanos 9:19 24

    Talvez algum diga: Por que se queixa Ele ainda? Quem resiste Sua vontade? Ainda mais, se simplesmente uma questo da Sua vontade e do Seu poder, que posso eu fazer? Se hei-de ser salvo s-lo-ei efetivamente, e se no, a culpa no minha.

    Ah! Ningum que tivesse uma verdadeira apreciao da majestade, sabedoria e amor de Deus, falaria assim. O fato de Deus pelo Seu soberano poder cumprir a Sua vontade no razo alguma para o homem fazer o que bem quiser, satisfazendo assim a prpria vontade. No; o princpio da sabedoria temor de Deus, e isto faz com que demos a Deus o lugar e a glria que Lhe pertencem. Devemos aceitar e obedecer logo ao testemunho que Deus nos d, reconhecendo, ao mesmo tempo, que, sendo Ele soberano, tem o direito de fazer tudo quanto Lhe aprouver.

    O apstolo ousada mente afirma esta verdade. Digam os homens o que disserem, o oleiro tem poder sobre o barro. A coisa formada no pode dizer ao que a formou: Por que me fizeste assim?

    Tu s bom e fazes bem, lemos no Salmo 119:68, e o corao de quem teme a Deus e se humilha diante dEle, regozija-se em pensar na Sua soberana bondade. Porm, se Deus, querendo dar a conhecer co Seu poder e mostrar a Sua ira, a deixa cair sobre os que se tm preparado a si prprios para a perdio, tendo-os Ele primeiro suportado com muita pacincia e longanimidade, quem que se pode queixar? Ningum.

    Por outro lado, Ele mesmo prepara os vasos para a manifestao da Sua misericrdia. Todos so maus, porm Deus, em misericrdia soberana est preparando vasos nos quais dar a conhecer as riquezas da Sua glria.

    Os quais (vasos de misericrdia) somos ns, diz o apstolo. Oxal querido leitor, que ns nos possamos ver, pela f, entre esses! Pobres miserveis pecadores por natureza, se podermos, sequer, melhorar a nossa situao diante de Deus, no podemos seno lanar-nos sobre a misericrdia soberana de Deus por meio de Jesus. Escrevendo aos Corntios, Paulo tratando do estado glorioso que espera o crente, disse: Quem para isso mesmo nos preparou foi Deus (2 Co 5:5).

  • 32

    Romanos 9:24 33

    O apstolo agora afirma que os vasos de misericrdia so chamados no s de entre os judeus, mas tambm de entre os gentios, e em confirmao disso cita os profetas Oseas e Isaas.

    Osias tinha profetizado que a graa divina havia de alcanar tanto os gentios, que nunca tinham recebido promessa alguma a esse respeito, como os judeus, que tinham perdido, pelo seu pecado, todo o direito a receber a promessa que lhes fora feita.

    Alm disso, Isaas tinha dito que apenas uma parte do povo de Israel seria salva, e isto devido soberana misericrdia de Deus.

    Qual era ento o resultado de tudo isso? Vemos que os gentios, que no buscavam a justia, alcanaram-na pela f, enquanto que os judeus, to religiosos como eram, no alcanaram essa justia diante de Deus.

    E porqu? Porque os judeus enganaram-se no modo de a alcanar; procuraram justificar-se pelas suas prprias obra em vez de reconhecerem a sua incapacidade, e confiaram em Cristo. Rejeitaram Cristo em Quem e por Quem somente se pode alcanar a justia de Deus.

    Isaas tinha falado da pedra de tropeo que Deus havia de pr em Sio. Seria como um santurio para os que cressem, porm como uma rocha de escndalo e pedra de tropeo para os que no cressem. Os judeus tropearam naquela Pedra um Cristo humilde, meigo e rejeitado pelos homens e tm sido confundidos como atualmente se v.

    Romanos 10:1 13

    O apstolo aqui fala do intenso desejo que sentia pela salvao do povo de Israel, e de como orava a Deus por isso. Testifica do muito zelo que aquele povo mostrava quanto religio, mas explica-nos que esse mesmo zelo os impediu de apreciar o testemunho de justia pela f em Jesus Cristo, que Deus lhe estava enviando.

    Na sua cegueira procuravam, pelas suas prprias obras, colocar-se diante de Deus numa justia que fosse deles prprios. Recusaram humilhar-se perante Deus e confessar-Lhe a sua absoluta falta de justia, e assim no se sujeitaram justia de Deus.

    verdade que Moiss tinha dito: O homem que fizer estas coisas viver por elas (Rm 10:5); mas quem as podia fazer? Ningum.

    A pessoa, porm, que reconhea isso e se volte para Deus confessando-Lhe a sua necessidade, descobre logo que da Sua parte Deus lhe est apresentando, para a sua aceitao pela f, aquilo que nunca podia alcanar pelas obras da lei.

    Cristo tem vindo! A maldio da lei, pronunciada contra quem no cumprisse com as suas exigncias, sofreu-a Cristo na Sua morte! A vida o fim proposto pela lei alcanamo-la em Cristo ressuscitado!

    Plena satisfao, perfeita bno, justia, vida, tudo temos em Cristo e tudo alcanamos pela f. O fim da lei Cristo (Rm 10:4). Bendito seja Deus, toda esta bno, desde o princpio at ao fim, provm dEle.

    No necessitamos, por assim dizer, subir ao cu para trazer do alto a Cristo, porque Deus j no-Lo enviou, e Ele por amor de ns se entregou morte (veja Rm10:6).

  • 33

    Tampouco precisamos descer ao abismo para tornar a trazer Cristo de entre os mortos, porque Deus j O ressuscitou (Rm 10:7).

    Que nos resta ento fazer? Temos que escutar o testemunho que Deus nos tem enviado a respeito de Cristo, e sujeitarmo-nos a Ele.

    E que diz Ele? Apresenta-nos uma justia perfeita, uma salvao completa, dizendo: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu corao, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, sers salvo (Rm 10:9). Estas palavras indicam claramente que no se trata de uma simples questo do esclarecimento da nossa inteligncia, mas sim do nosso corao se comover profundamente, porque com o corao se cr para alcanar a justia (Rm 10:10).

    Mas h mais. Junta-se f do corao, a confisso da boca: o crente confessa que Cristo o seu Senhor.

    Quer diante de Deus, quer diante dos homens apresenta-se como identificado pela f com Cristo, confessando-O como sendo o seu Senhor. Assim tem aceitao para com Deus e desfruta o poder da salvao neste mundo, porque: Todo aquele que nele crer no ser confundido (Rm 10:11).

    Desta maneira, a bno por Deus assegurada igualmente aos gentios e aos judeus e, de acordo com isso, lemos que, referente ao evangelho e a bno nele oferecida, no h diferena entre judeu e grego (Rm 10:12).

    Em Romanos 3:22 e 23 lemos: No h diferena. Porque todos pecaram. Aqui, no versculo 12 de Romanos 10, lemos: No h diferena porque um mesmo o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Bem podemos confessar humildemente o primeiro desses fatos, enquanto nos regozijamos diante de Deus pelo segundo.

    Vemos ento que em Cristo glorificado h bno sem limites para todos. Sendo, como homem, exaltado por Deus a ser Senhor de todos, todos se podem aproveitar das riquezas que nEle h; porm para isso cada um tem de invoc-Lo individualmente.

    Nem zelo nem obras humanas podem alcanar este grande bem, mas todo aquele que invocar o nome do Senhor ser salvo (Rm 10:13).

    Romanos 10:14 21

    O ponto principal neste trecho parece ser o fato de que o testemunho de Deus para o mundo todo.

    Que necessidade h, ento, de pregar o evangelho! Como, pois, invocaro aquele em quem no creram? E como crero naquele de quem no ouviram? (Rm 10:14).

    preciso, e isso fica bvio, que os pregadores sejam enviados por Deus, mas que privilgio tambm ser enviado! Porventura no desejamos ns ser-Lhe teis para Seu servio?

    Como Ele aprecia este servio! Quo formosos so os ps dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! (Rm 10:15). Sim, quo formosos aos olhos de Deus! Quo aprecivel para Ele este servio!

    Como isso anima Seus servos, apesar de muita gente recusar aceitar o testemunho deles!

    Isaas deu testemunho, no meio do povo de Israel, referente aos sofrimentos e glria de Cristo, mas por fim teve que dizer: Senhor, quem creu na nossa pregao?

    O testemunho de Deus tem sido proclamado, e a f vem pelo ouvir por ouvir a Palavra de Deus.

  • 34

    Logo no princpio, quando Deus chamou o povo de Israel para ser um povo particular para Si, Moiss predisse a maneira como esse povo havia de deixar de seguir o Senhor, andando no seu pecado e cegueira e, ainda mais, disse como Deus havia de dar a bno a outros, que no pertencessem quele povo, a fim de assim despertar nele o desejo de tambm receber a bno de Deus que at agora, na sua coletividade, tem rejeitado.

    O apstolo cita outra vez o profeta Isaas como testemunha desse fato. Lemos: Fui achado pelos que me no buscavam, fui manifestado aos que por mim no perguntavam (Rm 10:20). Deus manifestou-Se queles que no O buscavam nem perguntavam por Ele. Bendito seja o Seu nome, aprouve-Lhe manifestar-Se a Si mesmo na pessoa do Seu Filho Jesus queles que, como ns, no o buscavam. Que graa divina! Que graa soberana!

    Isaas, porm, acrescentou, falando ainda do povo de Israel: Todo o dia estendi as minhas mos a um povo rebelde e contradizente (Rm 10:21). E assim tem acontecido; o testemunho de Deus tem sido aceito entre os gentios ao passo que a nao de Israel, na sua coletividade, o tem rejeitado; por conseqncia, tendo recusado a Cristo, tem sido por Deus posta de parte e confundida, porm: Todo aquele que nele crer no ser confundido (Rm 10:11).

    Romanos 11:1 15

    Coloca-se agora pergunta: Porventura, Rejeitou Deus o seu povo? (Rm 11:1). Ter mudado o Seu propsito com respeito a ele? De modo nenhum! responde o apstolo, comparando em seguida a posio do povo no tempo dele com a do povo no tempo de Elias (veja 1 Rs 19).

    Nesse tempo, a nao em geral estava cada em pecado, sem o temor de Deus, nem f. Contudo, Deus reservou para Si um pequeno nmero que O conhecia, e assim ainda hoje. A nao de Israel tem sido, por assim dizer, abandonada por agora e anda em cegueira espiritual, porm Deus na Sua graa soberana ainda trabalha entre ela, escolhendo um pequeno nmero que, por f em Cristo, tem parte na Sua Igreja. Paulo cita o seu prprio caso como prova disso.

    verdade que Deus tinha-lhes dado a Sua promessa, prometendo-lhes bno aqui na terra, mas quando Cristo, Aquele em Quem toda a bno lhes era assegurada, chegou entre eles, recusaram-se de receb-Lo e assim perderam todo o direito s promessas. Agora, se as receberem, ser somente em resultado dos soberanos propsito e misericrdia de Deus.

    O estado atual daquela nao no h de continuar sempre assim. Longe disso; mas tendo aquele povo perdido pela sua desobedincia, incredulidade e orgulho, o lugar de privilgio que tinha gozado, Deus est agora efetuando o Seu propsito de abenoar os gentios, tirando de entre eles um povo para o Seu nome (veja At 15:14), e entre este povo encontra-se um remanescente do povo antigo (Rm 11:15).

    E h ainda mais. Esse povo de Israel ainda o centro dos pensamentos de Deus com respeito ao Seu governo desse mundo, e se, como temos visto, a sua queda tem dado ocasio bno de Deus ser apresentada pelo evangelho a todo o mundo, qual ser a bno que h de resultar, c no mundo, quando Israel for colocado por Deus na posio e glria prometidas, no ?! Ser, na verdade, para toda a criao, como vida de entre os mortos (veja Rm 15:15).

  • 35

    Romanos 11:16 36

    O apstolo agora explica a posio relativa dos judeus e dos gentios com respeito ao lugar de privilgio e bno aqui neste mundo.

    Depois do dilvio com que Deus destruiu o mundo antigo, os homens procuraram fazer para si uma grande cidade e um grande nome a fim de que no fossem espalhados por toda a terra, porm Deus os confundiu neste propsito e os espalhou por toda a parte e os dividiu em diversas naes (Gn 11).

    Parece, ento, que basicamente todos se entregaram idolatria e, estando as coisas assim, Deus, conforme o seu soberano propsito, chamou a Abrao (veja Js 29), fazendo com que ele fosse o pai o primeiro daqueles que haviam de experimentar o benefcio das promessas que Deus estava prestes a declarar.

    Foi Abrao constitudo, por assim dizer, raiz da oliveira de promessa, e Israel no s os judeus, isto , as duas tribos, mas sim as doze tribos ser salvo (Rm 11:20). Quando O virem, passar a sua cegueira, e arrependidos reconhecero por fim o seu Messias, e Ele, cumprindo, ento, as promessas de Deus, reinar em poder e majestade e o Seu povo antigo ser outra vez o principal entre as naes.

    Sim, tudo quanto Deus tem proposto, quer a respeito da Sua Igreja, quer do Seu povo terrestre, Israel, h de infalivelmente ser realizado. E quando Deus assim nos fala da bno que tem determinado para os seres humanos, nos vem lembrana que todos, quer judeus quer gentios, tm sido desobedientes, de maneira que ningum, nem sequer o judeu, pode falar de qualquer direito bno; todos ho de receb-la somente pela soberana misericrdia de Deus (Rm 11:32).

    O apstolo, ao concluir esta parte de sua epstola, exclama num esprito de adorao: profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da cincia de Deus! Quo insondveis so os seus juzos, e quo inescrutveis, os seus caminhos! (Rm 11:33).

    A sabedoria divina planejou tudo, e o poder divino h de efetuar tudo, para a glria de Deus.

    Com coraes adoradores conclumos este captulo, dizendo: Dele, e por ele, e para ele so todas as coisas; glria, pois, a ele eternamente. Amm! (Rm 11:36).

  • 36

    PARTE 5

    ROMANOS 12:1 A 15:7

    Na parte desta epstola de que vamos agora tratar, vemos qual a conduta e maneira de vida que resulta da apreciao e aceitao da doutrina que j nos tem sido apresentada.

    Temos aqui, no tanto a exposio das verdades fundamentais do evangelho, como exortaes prprias para aqueles que tenham recebido estas verdades.

    Consideremos ento estas exortaes, pedindo a Deus que, pela Sua divina graa, nos faa corresponder a elas para glria do Seu nome.

    Romanos 12:1

    Se, tendo aceitado o testemunho de Deus no evangelho, pensarmos em ns prprios, havemos de reconhecer que somos os objetos de misericrdia e amor divino, e que somos colocados diante de Deus no Seu pleno favor. E, sendo assim, os nossos corpos devem ser postos Sua disposio, para que em ns, e por meio de ns, se realize a Sua divina vontade neste mundo.

    Reparemos bem na fora de expresso com que o apstolo comea as suas exortaes: Rogo-vos! Que intensidade de desejo vemos nestas palavras! Que santo fervor! Ele no diz: Mando-vos!; a graa, e no a Lei, que fala aqui.

    Notemos o motivo que cita para reforar o seu pedido. Rogo-vos, pois, irmos, pela compaixo de Deus. E como grande, de fato, essa misericrdia de Deus manifestada nesta epstola que estamos considerando.

    E para que ser que o apstolo assim nos roga? Rogo-vos que apresenteis o vosso corpo em sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus.

    Convm notarmos primeiro que o sacrifcio apresentado a Deus um sacrifcio vivo, santo e agradvel; somente assim podia Deus achar agrado nele.

    Talvez este pensamento v levantar em algum uma certa dificuldade, pensando naquilo que em si prprio. Devemos, porm, lembrar-nos de que Deus sempre v o crente como sendo identificado com Cristo.

    Na verdade, o que se nos apresenta neste versculo se baseia no ensino dos captulos 5 a 8.

    Nunca poderamos apresentar os nossos corpos a Deus como sacrifcios vivos, se no tivssemos primeiro apreciado de alguma maneira, o modo como Cristo Se Lhe apresentou como um sacrifcio na morte.

    Deus no pode sentir agrado com o que da carne, isto , com o que somos como identificados com Ado. Mas Cristo foi feito pecado por ns, sobre a cruz, e ali morreu, de maneira que lemos: Assim tambm vs considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6:11). E mais: Apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos (Rm 6:13).

    Assim como os que tm sido identificados com a morte de Cristo e que so agora vivos nEle diante de Deus, vemos que somos na verdade livres.

    O pecado n