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A DISCIPLINA DE DIREITO ROMANO EM PORTUGAL E NOS PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (*) EDUARDO VERA-CRUZ PINTO Com alguma dose de imprudência, por debilidades próprias e pela escassez de tempo que disponho, resolvi aceitar o convite do Professor Pierangelo Cata- lano para fazer urna breve resenha da bibliografia romanística editada nos últimos anos nos países de expressão portuguesa, com excepção do imenso Brasil, pro- duzida no panorama dos estudos universitários da disciplina de Direito Romano. A partir da breve conversa havida com o mestre Catalano onde me com- prometi a fazê-lo em uma semana, nas escassas horas que sobram de dias cheios e que roubei ao sono, quase de memória e sem tempo para a investigação e ponderação necessárias ( 1 ), a obrigação foi cumprida com o agrado de quem pertence a um grupo de docentes da Faculdade de Direito de Lisboa que apren- deu a cultivar o Direito Romano como acesso à possibilidade do Direito, pela mão firme e o espírito arguto do Professor Ruy de Albuquerque, no ano da sua jubi- lação universitária. Esta bibliografia, no que respeita aos autores de Lisboa, é em grande parte produto do seu incentivo e acompanhamento, o que só por si muito diz daquilo que a romanística portuguesa lhe deve e cujo agradecimento merece outras linhas mais expressivas que esta descolrada e modesta referência ( 2 ). Por outro lado, quer o Professor Doutor António dos Santos Justo, da Facul- dade de Direito de Coimbra, um dos mais reputados romanistas da Península His- pânica, quer o Professor Duarte Nogueira, da Faculdade de Direito de Lisboa, seriam as pessoas mais adequadas para fazer este resumo dos estudos romanís- ticos publicados em Portugal. Coube-me, no entanto, a mim a tarefa de o fazer e aos leitores a indulgência para as falhas que o trabalho apresentar. 371 (*) Texto escrito no início de 2005. ( 1 ) Logo, não pode o presente texto ser tomado sequer como uma tentativa de metodicamente fixar as fontes doutrinárias da romanística portuguesa nos últimos anos. ( 2 ) Eduardo Vera-Cruz Pinto, “Elementos Formativos da Componente Pedagógica de um Pro- jecto de Política Educativa para o Direito na Faculdade de Direito de Lisboa”, in Revista Jurídica, AAFDL, n.º 25, Abril, 2002, pp. 505-510.

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A DISCIPLINA DE DIREITO ROMANO EM PORTUGALE NOS PAÍSES AFRICANOS

DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (*)

EDUARDO VERA-CRUZ PINTO

Com alguma dose de imprudência, por debilidades próprias e pela escassezde tempo que disponho, resolvi aceitar o convite do Professor Pierangelo Cata-lano para fazer urna breve resenha da bibliografia romanística editada nos últimosanos nos países de expressão portuguesa, com excepção do imenso Brasil, pro-duzida no panorama dos estudos universitários da disciplina de Direito Romano.

A partir da breve conversa havida com o mestre Catalano onde me com-prometi a fazê-lo em uma semana, nas escassas horas que sobram de dias cheiose que roubei ao sono, quase de memória e sem tempo para a investigação eponderação necessárias (1), a obrigação foi cumprida com o agrado de quempertence a um grupo de docentes da Faculdade de Direito de Lisboa que apren-deu a cultivar o Direito Romano como acesso à possibilidade do Direito, pela mãofirme e o espírito arguto do Professor Ruy de Albuquerque, no ano da sua jubi-lação universitária.

Esta bibliografia, no que respeita aos autores de Lisboa, é em grande parteproduto do seu incentivo e acompanhamento, o que só por si muito diz daquiloque a romanística portuguesa lhe deve e cujo agradecimento merece outraslinhas mais expressivas que esta descolrada e modesta referência (2).

Por outro lado, quer o Professor Doutor António dos Santos Justo, da Facul-dade de Direito de Coimbra, um dos mais reputados romanistas da Península His-pânica, quer o Professor Duarte Nogueira, da Faculdade de Direito de Lisboa,seriam as pessoas mais adequadas para fazer este resumo dos estudos romanís-ticos publicados em Portugal. Coube-me, no entanto, a mim a tarefa de o fazere aos leitores a indulgência para as falhas que o trabalho apresentar.

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(*) Texto escrito no início de 2005.(1) Logo, não pode o presente texto ser tomado sequer como uma tentativa de metodicamente

fixar as fontes doutrinárias da romanística portuguesa nos últimos anos.(2) Eduardo Vera-Cruz Pinto, “Elementos Formativos da Componente Pedagógica de um Pro-

jecto de Política Educativa para o Direito na Faculdade de Direito de Lisboa”, in Revista Jurídica,AAFDL, n.º 25, Abril, 2002, pp. 505-510.

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Começando pela Faculdade de Direito de Lisboa, porque como escreviaCícero — Unicuique sua domus nota (cada um conhece a sua casa) (3), dostrês períodos bem característicos qua marcam a história do ensino da disciplinade “Direito Romano”, só nos interessa o último iniciado no ano lectivo de1990/1991 que será fechado com o novo Plano de Estudos destinado a adaptaro currículo escolar às disposições da Declaração de Bolonha.

Após a inscrição no plano de Estudos em 1982/1983 de uma disciplinasemestral no 5.º ano, foi no ano lectivo 1986/1987 que recomeçou a ser lecio-nada, mas só em 1990/1991, o Direito Romano passou a ser ensinado no4.º ano, como disciplina optativa comum às menções de ciências histórico-jurí-dicas e de ciências jurídicas, mudando de forma radical a possibilidade de apre-sentar aos alunos o Direito Romano nas suas potencialidades formativas epráticas.

Actualmente, apresentadas que estão as propostas de reforma do actualPlano de Estudos na Faculdade de Direito de Lisboa, todas elas inscrevem oDireito Romano como disciplina obrigatória no elenco daquelas que integram alicenciatura ou no 1.º ciclo de estudos na versão bolonhesa, reconhecendo a suaimportância formativa e a vitalidade que a disciplina conheceu nestes últimosdez anos.

Só se pode compreender o incremento dos estudos romanísticos se acom-panharmos a história interna da disciplina nas Faculdade de Direito portuguesase os factores exógenos que tornam necessário, senão urgente, o retorno ao ensinodo Direito romano inserido na formação dos juristas do nosso tempo.

A profunda transformação operada nos estudos romanísticos, nos métodose nos conteúdos, por uma série de estudos pioneiros surgidos na Alemanha, nadécada de oitenta do século XIX (Eisele, Wlassak, Lenel, Mitteis, Graden-witz) (4) seguindo Friedrich Bluhme (5) e antecedendo Franz Hoffman (6), e oesforço inovador da doutrina romanística italiana (Fadda, Perozi, Brugi, Ferrini,Scialoja) (7) não estimularam, por si só, a investigação ou o comentário críticodos docentes da Faculdade de Direito de Lisboa encarregados da regência da dis-ciplina.

EDUARDO VERA-CRUZ PINTO

(3) Cícero, Epistulae ad Quintum fraterm, 1, 1, 45.(4) Cfr. Franz Wieacker, Romische Rechtsgeschichte, I, Munique, 1988, p. 46.(5) Friedrich Bluhme, “Die Ordnung Fragmente in den PandectentiteIn. Ein Beitrag zur

Entstehungsgeschichte der Pandecten”, in ZGR, 4, 1820, pp. 257 e ss.(6) Franz Hoftnann, “Die Compilation der Digesten Justinians. Kritische Studien”, in Nach

des Verfassers Tode heraussgegeben von Dr. Ivo Pfaff, Viena, 1900. Hoffman que, como mostraDario Mantovani, “Cent’anni dalla morte di Hofmann. Duecento dalla nascita di Bluhme”, in Labeo,43, 1997-3, pp. 417-433, loc. de ref., p. 425, nota 33, ignorava esses trabalhos.

(7) Ver M. Talamanca, “La romanistica italiana fra Otto e Novecento”, in Index, 23, 1995,p. 166.

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Raúl Ventura mudou o panorama divulgacionista da leccionação (8). Emborasalientando o carácter didáctico do que escreve, recusa o espartilho vulgarizadorde ideias alheias e transmite aos alunos as dúvidas sobre algumas das teses queexpõe, com argumentos e fundamentos bem encadeados, propõe outras leiturase diferentes soluções, mostrando estar a par daquilo que se escreve e publica emDireito Romano. A esta distância, percebemos que Raúl Ventura inovou e refun-dou a singela romanística lusitana, deixando os alicerces para retirar o DireitoRomano do estatuto envergonhado de “disciplina auxiliar” das outras disciplinasjurídicas (9).

A humildade académica, salientada por Ruy de Albuquerque (10), foi exer-cida no seu magistério, em geral, por não se considerar romanista, e, concreta-mente em várias ocasiões, v. g., quando remete a exposição do comitatus maxi-mus para os Manuais de Arangio Ruiz e Grosso (11) reconhecendo as virtudesdestes autores (virtutes habet abunde qui alienas amat (12)).

Seu reconhecido discípulo, Ruy de Albuquerque leccionou em época degrande turbulência universitária, sabendo resistir ao vento que varreu a docên-cia da Faculdade e o prestígio da Escola. O espírito livre, criativo e críticoque caracteriza a leccionação do Direito Romano e que outrora condicionarapoliticamente a liberdade de programar o ensino da disciplina, constitui agoraperigo maior para os novos poderes instituídos que traçaram o perfil das disci-plinas a ensinar. A disciplina de Direito Romano é extinta.

Pela mão de Ruy de Albuquerque, com a colaboração de outros docentes(Soares Martinez, Martim de Albuquerque, Jorge Miranda, Menezes Cordeiro,Duarte Nogueira) vai sendo reconstruído o prestígio das disciplinas formativase consolidada a secção de ciências histórico-jurídicas, com a disciplina de DireitoRomano em crescendo na preferência dos alunos. Leccionando a disciplina,

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(8) Ver Artur Montenegro, Apontamentos da História do Direito Romano, coligidos porAmbrósio Neto e Martinho Simões, segundo as prelecções feitas ao curso do 1.º ano jurídicode 1911-1912, Moura Marques, Coimbra, s.d., Capítulo V, pp. 119-181. Lições com que, presu-mivelmente, se iniciou o Curso de História do Direito Romano, na Faculdade de Direito de Lis-boa, em 1913-1914, com regência de Artur Montenegro. A sua exposição nada inovou sobre asFontes (remetendo os alunos para Girard, May, Eugene Petit, Eduardo Cuq, Pedro Martins eRafael Altamira, a fim de seguirem os desenvolvimentos desejados).

(9) José António Veloso, “in Memoriam. Raul Ventura (1919-1999)”, in Scientia Ivuri-dica. Revista de Direito Comparado Português e Brasileiro, Tomo XLIX, jan./Jun., 2000,pp. 225-227, loc. de ref., p. 227, reconhece em Raúl Ventura “um dos verdadeiros mestres dos juris-tas portugueses”.

(10) Ruy de Albuquerque, “Evocação de Raúl Ventura”, in RFDUL, 2000, pp. 345-363.(11) Arangio Ruiz, Storia del diritto romano, 7.ª ed.; e G. Grosso, Lezioni di Storià del

Diritto Romano, 4.ª ed. (Raúl Ventura, Manual de Direito Romano, Volume 1, Tomo I, Lisboa, 1964,p. 27).

(12) Plínio, o Moço, Epist. 1, 17, 4.

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primeiro como assistente, depois como regente, acompanhei esse percurso nestaúltima década e meia.

Além da leccionação de um Programa constante nas suas bases dogmáticase diverso nas temáticas optativas, as aulas procuram mostrar à Escola a impres-cindibilidade do estudo do ius Romanum para pensar o Direito e criar regras esoluções justas (13).

Os alunos da Faculdade em ambiente ainda adverso, dominado por estere-ótipos e ideias feitas sobre a inutilidade do estudo do Direito Romano para o exer-cício de profissões jurídicas, cedo compreenderam a importância da disciplina nasua formação jurídica (14).

Alguns docentes têm mostrado, com intencionalidade criativa, a participa-ção crítica da dogmática romanista na formação do direito aplicado (15), reco-locando o ius Romanum, como critério fundamentante do nosso corpus iuris edo direito dos juristas, entre as fontes do Direito (16). Necessitados de umEstado de Justiça os juristas portugueses podem encontrar no Direito Romano osargumentos que revelam a insuficiência da independência institucional dos juí-zes garantida pelo Estado de Direito-legal, e para a defesa da sua “independên-cia vocacional” (17). Os romanos construíram a função jurisdicional como um

EDUARDO VERA-CRUZ PINTO

(13) Tal evidência, sucessivamente reafirmada, não tem encontrado concretização suficienteno plano de estudos da Faculdade de Direito de Lisboa. A proposta de Menezes Cordeiro deinclusão de uma cadeira anual de Direito Romano no 2.º ano do Curso de licenciatura continua àespera de um consenso entre Doutores que reveja o actual plano de estudos. As Faculdades de Direitodas Universidades Nova de Lisboa, do Minho e do Porto, lamentavelmente seguiram opções curri-culares que excluem o ensino autónomo do Direito Romano. Só a Universidade Lusíada (Lisboa)incluiu no seu plano de estudos uma cadeira semestral optativa, no 5.º ano da licenciatura, nos anoslectivos 2000/2001 e 2001/2002, infelizmente sem continuidade nos anos seguintes.

(14) Na Faculdade de Direito de Lisboa o Direito Romano tem sido procurado por umnúmero crescente de alunos, apesar do aumento da possibilidade de opções resultante da introduçãode novas disciplinas. Na Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa, a disciplinade Direito Romano funcionou como cadeira optativa no 5.º ano, no ano lectivo 2000/2001 com35 alunos examinados e em 2001/2002 concluíram com aprovação 66 alunos. Em ambos osanos foi a cadeira com mais alunos inscritos nas disciplinas dadas como opção aos alunos e compercentagens de inscrição superiores a metade do total dos alunos matriculados no ano respectivocom essa faculdade de escolha.

(15) Sobre o tema ver G. Morin, “Le rôle de la doctrine dans l’élaboration du droit positif”,in Annuaire de l’institut International de Philosophie du Droit et de Sociologie Juridique, 1,pp. 64 e ss.

(16) Cfr. José de Oliveira Ascensão, “Direito de juristas e direito vivo”, in Revista da Ordemdos Advogados, Janeiro-Abril, 1980, pp. 203-207; Ruy de Albuquerque, “Direito de Juristas eDireito do Estado”, in RFDUL, Vol. XLII-n.º 2, 2001; A. Castanheira Neves, Curso de Introdu-ção ao estudo do Direito (Extractos), Coimbra, 1971-1972, pp. 138-142.

(17) A. Castanheira Neves, Curso de Introdução ao estudo do Direito (Extractos), cit., p. 36,nota 166.

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poder efectivo que limitava, pelo Direito, os outros poderes, numa experiênciaque tem de ser ensinada.

Com a introdução de disciplinas próprias da ars inveniendi e recorrendo atécnicas didácticas de dramatização e artes plásticas, procurando o confrontocom a cultura clássica, em colaboração com os docentes da Faculdade deLetras (18), e da literatura actual sobre os temas tratados, o comentário de sen-tenças e leis à luz do ius Romanum, os alunos criativos e inconformados come-çam a procurar a nossa disciplina como possibilidade transgressora num cená-rio de formalização legalista do Direito submetido à decisão política.

As sucessivas gerações saídas das Faculdades de Direito para uma comu-nidade que conhece uma das mais graves crises de credibilidade e confiançanas leis e nos tribunais, nos seus criadores e aplicadores, nas instituições que oexpressam e na bondade e justeza das soluções preconizadas, não se pode dei-xar de interrogar sobre as deficiências da formação jurídica. O fracasso dosmodelos impostos e a ausência de elementos constitutivos do espírito críticonos planos de estudo e programas universitários é óbvio, impondo profundasalterações.

Sabemos pelas noções ulpianeia e celsiana de ius (19) que os romanos enten-diam o direito de uma forma objectiva, como ars ou systema (20) boni et aequi,como uma actividade destinada a aplicar o bonum et aequm (21), com os juris-tas no epicentro do fenómeno criador do Direito (22). Esta é uma das principaisbases para pensar a reforma dos estudos jurídicos. Foi ela que os docentes da

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(18) Apesar dos esforços de colaboração entre docentes das Faculdades de Direito e deLetras, da Universidade de Lisboa, para implantar o protocolo existente entre as duas institui-ções neste domínio e da actualização do seu ensino (Ver Maria Alcina dos Mártires Lopes.Maximo Gavdio Lingvam Latinam Disco — Guia prático de iniciação, Universitária Editora, 2001),a situação de desinteresse pela aprendizagem do latim persiste nos estudantes da nossa Facul-dade. O desnorte do ensino em Portugal e a política sistemática de empobrecimento da aprendi-zagem da língua portuguesa, além de se reflectir nas capacidades de compreensão e comunicaçãodos alunos, impossibilitam o desenvolvimento de técnicas pedagógicas indispensáveis ao ensinodo Direito Romano dirigido à sua formação jurídica.

(19) Ver G. Criffò, “Ulpiano. Esperienze e responsabilità del giurista”, in ANRW, 2.15,1976, pp. 780 e ss.; W. Waidstein, “Entscheidungsgrundlagen der Massischen romischen Juristen”,in ANRW, 2.15, 1976, pp. 89 e ss.; P. Cerami, La concezione celsiana del ius. Presupposti cul-turali e implicazione metodologiche, 1, 1985, pp. 7 e ss.; Antonio Guarino, “La concezione cel-siano del ‘ius’”, in Pagine di Diritto Romano, 1, 1993, pp. 425-427.

(20) Ver como S. Riccobono, “La definizione del ius al tempo di Adriano”, in BIDR, 54-55,1948, pp. 5 e ss., demonstrou que Celso tinha usado a palavra ars no sentido de sistema.

(21) Cfr. Paulo 17 A d Plaut., D. 45, 1, 9 1, 3.(22) Quer na interpretação que os situa num plano retórico-formal (F. Schulz, Storia della giu-

risprudenza romana, 1968, p. 242), quer os que acentuam a vertente académico-empírica (V. Sca-rano Ussani, Empiria e Dogmi. La scuola proculiana tra Nerva e Adriano, 1989, pp. 91 e ss.).

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Faculdade de Direito de Lisboa tomaram como mote e inspiração, na diversidadedas suas opiniões e perspectivas.

A reforma do Plano de Estudos imposta pela decisão política contida na har-monização curricular europeia veiculada pela Declaração de Bolonha, permitiurevelar o muito apreço que o corpo docente da Faculdade de Direito de Lisboatem pela nossa disciplina. Ao lado das incontestadas matérias que constituema base da formação jurídica no ensino superior universitário, o Direito Romanovoltou a ser disciplina incontornável no cursus academicum.

Além da possibilidade de funcionarem duas disciplinas de Direito Romanono 1.º ciclo de “Bolonha”, como obrigatórias, mantém-se ainda mais uma dis-ciplina de Direito Romano como optativa, a ser leccionada no 4.º ano, com umaprogramação mais especializada e também nos cursos de mestrado e de douto-ramento.

Recupera-se, assim, a ligação entre o Direito Romano e o Direito Civil (23),permitindo elaborar Programas que conjugem os métodos histórico-crítico edogmático-sistemático (24), nos tempos lectivos adequados para ser exposta a maté-ria em concomitância com a avaliação dos alunos.

Está, assim, aberta uma possibilidade única de melhorar a formação dosnossos juristas com as múltiplas potencialidades pedagógicas, metodológicas,didácticas, científicas e curriculares abertas pela nova inserção da disciplina nasPropostas de Reforma do Plano de Estudos da licenciatura em Direito na Facul-dade de Direito da Universidade de Lisboa.

Esta atitude pioneira de docentes e discentes, sufragada pelos órgãos degoverno da Escola, em plena vivência dos valores de autonomia universitária, res-pondendo às perguntas: que tipo de formação devem ter os nossos juristas? Deque juristas precisam a nossa comunidade e o Mundo actual? — constitui umexemplo a seguir por outras Faculdades em Portugal e no Mundo de fala por-tuguesa.

Recuperando o seu prestígio no meio universitário europeu e no âmbitodos Países lusófonos, a Faculdade de Direito de Lisboa volta a lançar propostasinovadoras de renovação dos estudos jurídicos, a partir do reposicionamentodas matérias do Direito Romano no percurso curricular dos seus alunos, mostrandoa perenidade pedagógico-didáctica da mais antiga disciplina na formação uni-

EDUARDO VERA-CRUZ PINTO

(23) Para usar uma expressão de Arnaldo Biscardi, “Contro l’Autolesionismo romanistico”,in Labeo, 1989, pp. 185-189, loc. de ref, p. 188.

(24) Ver Livro de Sumários. Direito Romano, ano lectivo 2001/2002, FDL, 2002, e o desen-volvimento dos conteúdos programáticos em Eduardo Vera-Cruz Pinto, O Direito das Obriga-ções em Roma, AAFDL, Lisboa, 1997; “As Fontes do Direito Romano. O contributo de Raúl Ven-tura para o seu ensino na Faculdade de Direito de Lisboa”, in Estudos em Homenagem aoProfessor Doutor Raúl Ventura, Coimbra editora, Coimbra, 2002 (no prelo).

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versitária em Direito e a natureza efémera dos discursos antihistoricísta pós-revo-lucionário e utilitarista do pragmatismo acéfalo.

Ao introduzir no seu planeamento estratégico, no plano curricular e naspropostas de inovação pedagógica e metodológica, a introdução do DireitoRomano, nas suas várias componentes e matizes, a Faculdade de Direito desafiae estimula as restantes Faculdades a uma reflexão sobre o tema. Além da Uni-versidade de Coimbra, onde o Professor Doutor Santos Justo e o mestre VieiraCura, continuam a manter a nau em mãos firmes, o resto do panorama é preo-cupante.

As Faculdades de Direito das Universidades Nova de Lisboa, do Minho edo Porto, lamentavelmente seguiram opções curriculares que excluem o ensinoautónomo do Direito Romano. Só a Universidade Lusíada (Lisboa) incluiu noseu plano de estudos uma cadeira semestral optativa, no 5.º ano da licencia-tura, nos anos lectivos 2000/2001 e 2001/2002, infelizmente sem continuidadenos dois anos seguintes, mas já recuperada, pelo menos teoricamente, no Planode Estudos do próximo ano lectivo (2004-2005).

Na Guiné, os Estudos universitários de Direito na Faculdade de Direito deBissau, iniciaram-se sob os auspícios e continuam a ser acompanhados pelaFaculdade de Direito de Lisboa. Infelizmente, este facto de nada tem servido aosestudos romanísticos na Guiné-Bissau, pois os docentes portugueses heróicosna forma como aceitam exercer a docência, não têm podido ou sabido mostraras óbvias vantagens formativas da nossa disciplina, em ambiente universitário tãocarecido deste tipo de ensino.

Em Angola e Moçambique, nas Faculdades de Direito a funcionar em Uni-versidades Públicas, em virtude de opções ideológicas e estratégicas dos res-pectivos governos, a disciplina de Direito Romano esteve ausente dos Planos deEstudos. Como a matriz vigente e a possibilidade de formação de um direitonacional passa pela base romanista imposta nos processos codificadores doperíodo pós-colonial, em consequência da difusão do direito português, nãopodem os juristas angolanos e moçambicanos ignorar, na sua formação, o Direitoromano.

Nesse sentido, vencido o espectro da guerra e em processo acelerado de esta-dualização pelo Direito, as comunidades académicas destes dois países iniciamum lento processo de aproximação ao Direito Romano, a partir de curiosidadescriadas e sensibilidades desenvolvidas nos Cursos de pós-Graduação e Mestradona Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Em Moçambique, dada a integração na Commonwealth e a proximidadeaos sistemas jurídicos da África do Sul e do Zimbabwe, provavelmente a recupe-ração dos estudos romanísticos far-se-á na versão da common-law britânica,deturpada pelo sistema de precedentes case law. Ao contrário, em Angola, a intro-dução da Disciplina de Direito Romano nos estudos superiores de Direito, cuja

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necessidade e importância ainda se discute, mas de que não duvidamos, vai serfeita através da adaptação local das experiências portuguesa e brasileira deensino da disciplina.

Um dos exemplos mais expressivos desta possibilidade é a preparação paraprovas de mestrado em Direito Romano feitas pelo Professor angolano MoisésMbambi, director do Departamento de Direito do Centro Universitário do Lubangoda Universidade Agostinho Neto, na Faculdade de Direito de Lisboa, ao abrigodo protocolo existente e a possibilidade de ser leccionada a disciplina de DireitoRomano nos cursos de mestrado a ministrar pelos docentes da Faculdade deDireito de Lisboa aos docentes de Direito que leccionam no Lubango e emBenguela, na República de Angola.

O incremento dos estudos romanísticos em Angola, correspondendo a uminvestimento de futuro na juridicização da resolução de conflitos numa sociedademarcada pela violência da guerra, da fome, da corrupção e do sida, conta como apoio entusiástico da Faculdade de Direito de Lisboa e dos seus docentes.

Cansados de lavrar terra infrutífera e de se acompanhar com aqueles queconhecem melhor a sentença que o réu, recusando a fácil opção do silêncioperante a actual babel jurídica, os romanistas africanos de língua portuguesadispersam o seu tempo leccionando outras matérias e exercendo profissões jurí-dicas que os afastam da sua opção de estudos, lutando pela introdução da dis-ciplina nos Planos de Estudo das Faculdades de Direito angolanas (25), mantendocolaborações esporádicas com publicações estrangeiras, não fazendo sentido,hoje, falar de uma dogmática romanística com origem nos Países Africanos deLíngua Oficial Portuguesa.

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EDUARDO VERA-CRUZ PINTO

(25) Ver Eduardo Vera-Cruz Pinto, “Um Plano de Estudos para a formação jurídica uni-versitária em Angola”, in Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 2003, n.os 1e 2, pp. 409-415.

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