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XIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL 25 a 29 de maio de 2009 Florianópolis - Santa Catarina - Brasil O CAVALO DE TRÓIA E SUA BARRIGA VERDE: PLANEJAMENTO REGIONAL E DESIGUALDADES SÓCIO-ESPACIAIS EM SANTA CATARINA Ivo Marcos Theis (FURB) - [email protected] Economista, doutor em Geografia pela Universität Tübingen/Alemanha, professor e pesquisador da Universidade de Blumenau Luciana Butzke (UFSC) - [email protected] Cientista social, doutoranda em Sociologia Política pela UFSC, professora da UNIFEBE Iara L. K. Rischbieter (FURB) - [email protected] Turismóloga, mestre em Desenvolvimento Regional pela FURB Mariana C. Linder (FURB) - [email protected] Administradora, mestranda em Desenvolvimento Regional pela FURB Diego B. Vargas (FURB) - [email protected] Graduando em Economia, bolsista FURB/PIBIC

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  • XIII ENCONTRO DA ASSOCIAO NACIONAL DE PS-GRADUAO E PESQUISA EMPLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL25 a 29 de maio de 2009Florianpolis - Santa Catarina - Brasil

    O CAVALO DE TRIA E SUA BARRIGA VERDE: PLANEJAMENTO REGIONAL EDESIGUALDADES SCIO-ESPACIAIS EM SANTA CATARINA

    Ivo Marcos Theis (FURB) - [email protected], doutor em Geografia pela Universitt Tbingen/Alemanha, professor e pesquisador da Universidade deBlumenau

    Luciana Butzke (UFSC) - [email protected] social, doutoranda em Sociologia Poltica pela UFSC, professora da UNIFEBE

    Iara L. K. Rischbieter (FURB) - [email protected], mestre em Desenvolvimento Regional pela FURB

    Mariana C. Linder (FURB) - [email protected], mestranda em Desenvolvimento Regional pela FURB

    Diego B. Vargas (FURB) - [email protected] em Economia, bolsista FURB/PIBIC

  • O cavalo de Tria e sua barriga verde: Planejamento regional edesigualdades scio-espaciais em Santa Catarina

    Resumo

    O capitalismo se desenvolve de forma desigual e combinada no espao e no tempo e, seuaprofundamento se relaciona, dentre outros fatores, ao planejamento. Nos pases perifricoso planejamento surge de forma sutil, da a utilizao da metfora do cavalo de Tria. Oobjetivo principal deste artigo analisar as relaes entre o desenvolvimento desigual e oplanejamento regional em Santa Catarina. A anlise da atuao governamental e dasinstituies regionais no planejamento revelou que a contribuio do governo de SantaCatarina se sobrepe, quase anulando, a contribuio das instituies regionais aoplanejamento. No mbito das instituies regionais, constatou-se uma tendncia deacirramento da competio e no, como se esperava, um esforo coletivo e articuladovisando a superao dos problemas regionais.

  • Introduo

    A espetacular produo capitalista do espao que teve lugar ao longo do sculo XX podeser creditada, em considervel medida, ao planejamento. As iniciativas de planejamento noBrasil iniciaram depois de 1930 e a maior parte delas foi orientada para o crescimento

    econmico. Esse tipo de planejamento resultado das idias dominantes na poca,entendendo-o como um processo fundamentalmente econmico, de carter imediatista e

    com uma viso parcial da realidade (GUILLEZEAU, 2002). No Brasil, a fase posterior Segunda Guerra Mundial foi marcada por grandes projetos, pela ajuda internacional e peloendividamento. Neste perodo ganharam gravidade os problemas sociais, ambientais e,

    tambm, econmicos (SANTOS, 2003).

    Escobar (2000) e Santos (2003) abordaram o carter ideolgico do planejamento que,segundo eles, inaugurou uma nova forma de colonizao. Santos (2003) empregou aexpresso cavalo de Tria para mostrar que o planejamento entrou nos pases perifricosde forma sutil e insidiosa. A rigor, ele no alterou logo a estrutura socioeconmica. Foi

    modificando primeiro as formas e, aos poucos, as estruturas.

    Na dcada de 1980 o Brasil entrou em crise. O Estado intervencionista perdeu fora e, comele, tambm, o padro autoritrio-tecnocrtico-racionalista de desenvolvimento ento

    vigente. Cabe lembrar, contrariamente ao que se imagina, que a preservao e a extensodo poder do Estado so cruciais para o funcionamento do livre mercado (HARVEY, 2004).Nesse perodo, nos anos 1980, ressurgiu a esperana no planejamento. A participao dosmovimentos sociais e das associaes de classe na elaborao da Constituio de 1988marcou grande avano na redemocratizao do pas (GONALVES, 2005).

    Nesse contexto, a democracia, a participao, a descentralizao e o fortalecimento dopoder local se tornaram conceitos-chave. No entanto, a utilizao massiva desses termosacaba incutindo valor ao discurso, independentemente da concretizao prtica dos termoscitados (GONALVES, 2005, p. 16). A crtica ao modelo de planejamento racionalista-tecnocrtico-autoritrio abriria novas possibilidades. Se o planejamento passou a sercontestado pela ideologia neoliberal e empresarial, de um lado, tambm foi invadido por

    experincias participativas, de outro.

    O planejamento em Santa Catarina caminha lado a lado com o sistema federal deplanejamento, contando com aproximadamente cinqenta anos de histria. Estevediretamente vinculado ao governo estadual, passando, com o tempo, a agregar a

    contribuio de instituies regionais: as Associaes de Municpios na dcada de 1960, os

  • Fruns de Desenvolvimento Regional (FDR), os Comits de Bacia Hidrogrfica e as RegiesMetropolitanas na dcada de 1990.

    A hiptese subjacente a este trabalho de que o Estado de Santa Catarina marcado porum desenvolvimento desigual. Embora esteja numa situao melhor do que a de muitosoutros estados brasileiros, as desigualdades so bastante evidentes. Diante disso, o

    problema a ser tratado neste artigo o planejamento e sua relao com o desenvolvimentodesigual de Santa Catarina. Trata-se de aprofundar a anlise da atuao das instituiesregionais e do Governo de Santa Catarina no planejamento, bem como, de avaliar suaparticipao no desenvolvimento do Estado.

    Para dar conta deste propsito, o artigo foi dividido em quatro sees: a primeira delascorresponde a esta introduo; a segunda dedicada ao desenvolvimento desigual, a seapresentando o referencial terico (desenvolvimento desigual e combinado edesenvolvimento geogrfico desigual) e discutindo o desenvolvimento recente de SantaCatarina; a terceira seo trata do planejamento regional em Santa Catarina, iniciando pelotipo de planejamento aqui considerado e analisando o processo de planejamento queocorreu em Santa Catarina desde os anos 1980; na ltima seo, finalmente, apresentam-se as concluses do artigo.

    Desenvolvimento desigual em Santa Catarina

    Para tratar da relao entre o planejamento regional e o desenvolvimento desigual em SantaCatarina, examina-se, inicialmente, este ltimo. A presente seo procura, primeiro,apresentar o referencial que ilumina a presente anlise, resgatando a conhecida lei do

    desenvolvimento desigual e combinado, de Trotsky; e, segundo, caracterizar o

    desenvolvimento recente de Santa Catarina.

    Do desenvolvimento desigual e combinado ao desenvolvimento geogrficodesigual

    O enfoque terico sobre o qual se apia esta anlise do planejamento de Santa Catarina odo desenvolvimento desigual, cuja origem se encontra em Marx, Lnin e Trotsky. A lei dodesenvolvimento desigual e combinado, como originalmente formulada por Leon Trotsky

    (1978), permite explicar as contradies econmicas e sociais nos pases perifricos,

  • rompendo com a perspectiva evolucionista e determinista, segundo a qual apenas os pases

    economicamente desenvolvidos estariam aptos a superar o capitalismo. O desenvolvimento

    do capitalismo se d de forma diferenciada, combinando caractersticas atrasadas e

    avanadas. Trotsky reafirma a importncia das dimenses econmica e tecnolgica, mastambm destaca a dimenso cultural e a poltica na explicao do desenvolvimento desiguale combinado (LW Y, 1981).

    Neil Smith (1988) e David Harvey (1982, 2004, 2006) partem de perspectiva similar, mascolocam a dimenso espacial no centro do que se pode chamar de desenvolvimento

    geogrfico desigual. A se atenta para o fato de que a mudana poltica resulta de mudanasde pensamento e ao em vrias escalas. Isto leva a considerar a necessidade de observaras relaes polticas nas mltiplas escalas. No mbito local elas podem reforar odesenvolvimento geogrfico desigual ou contribuir para a mudana. Na base do argumentoest que a acumulao de capital sempre foi uma questo geogrfica.

    A fim de se compreender a geografia histrica global da acumulao de capital, impe-seuma mudana de linguagem: de globalizao para desenvolvimento geogrfico desigual.Tratar a globalizao como processo requer que se a desnaturalize, implica consider-lacomo ela, de fato, ocorreu e est ocorrendo uma nova fase de exatamente esse mesmo

    processo intrnseco da produo capitalista do espao (HARVEY, 2004, p. 81). Se aglobalizao consiste numa nova fase da produo capitalista do espao, o Estado assumenovas funes que se resumem a gerar novas maneiras de criar um clima favorvel aosnegcios (idem, ibidem, p. 94). Na globalizao, os Estados passam a atuar na construode territrios mais competitivos, vale dizer: com baixos salrios e rigorosa disciplina

    trabalhista.

    Esse debate sobre desenvolvimento desigual e combinado e desenvolvimento geogrfico

    desigual no estranho ao contexto brasileiro. Alguns intelectuais partiram (explcita ouimplicitamente) para analisar o desenvolvimento do capitalismo no Brasil. O ponto de partidaso as concepes etapista e dualista da Comisso Econmica para a Amrica Latina e oCaribe (CEPAL), do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e do Partido ComunistaBrasileiro (PCB), identificveis com o stalinismo. Para essas concepes, havia umaoposio entre os pases capitalistas desenvolvidos e subdesenvolvidos, e a aliana comsetores da burguesia deveria levar revoluo nacional necessariamente, burguesa eanti-imperialista. Os acontecimentos pr-1964 demonstraram que estas idias eram

    equivocadas. Desde ento, a base terica do pensamento etapista passou a ser duramente

    questionada, entre outros, por Caio Prado Jr., Florestan Fernandes, Fernando Henrique

    Cardoso e Francisco de Oliveira (DEMIER, 2007).

  • Uma dimenso crucial da crtica ao etapismo/dualismo diz respeito desigualdade poltica.

    A poltica compreende a capacidade de construo de hegemonia. Os sujeitos, os grupos eclasses sociais jogam com linguagens, situaes, instituies e culturas inventadas que setornam cultura dominante: A sociedade civil fica restrita aos arranjos locais e localizados,enquanto as operaes da poltica se tornam reserva de caa das grandes empresas e domercado (OLIVEIRA, 2007, p. 42). O presente estgio de desenvolvimento do capitalismoparece corresponder a um perodo de indeterminao, no qual emergem experinciasinventivas, mas no necessariamente situadas no campo dos conflitos. A razo simples:

    neste estgio, a poltica apropriada pelos partidos e pelas empresas e o espao do conflito esvaziado. Todavia, so essas condies desiguais [que] oferecem abundantesoportunidades de organizao e ao poltica (HARVEY, 2004, p. 98).

    Entre as oportunidades de organizao e ao poltica, possvel distinguir dois tiposprincipais de utopia: as utopias espaciais e as utopias do processo social. As primeiras

    estariam presentes na construo de espaos seguros e controlados. J as utopias doprocesso social tm na utopia do mercado o seu principal exemplo. O mercado passou a ser

    a soluo para todos os problemas mas, foi confrontado com o desenvolvimentogeogrfico desigual. Logo, as utopias do espao precisam enfrentar o desafio do processo eas utopias do processo precisam enfrentar o desafio do espao (HARVEY, 2004).

    Da articulao entre a problemtica apresentada e o referencial terico aqui explicitado,emergem as seguintes indagaes: Como se manifesta o desenvolvimento capitalista emSanta Catarina? Pode-se falar de desenvolvimento desigual e combinado para o caso em

    questo? Observa-se um desenvolvimento geogrfico desigual entre as regies de Santa

    Catarina? Que relevncia vem tendo o planejamento regional na produo capitalista doespao em Santa Catarina? Essas indagaes sero examinadas nas prximas sees.

    As desigualdades no territrio catarinense

    O Estado de Santa Catarina, situado no sul do Brasil, possui fronteiras estaduais com o

    Paran ao Norte, com o Rio Grande do Sul ao Sul, com a Argentina a Oeste, e a Leste com

    o Oceano Atlntico. Integra 293 municpios e tem rea de 95.346.181 km, o que representa

    1,12% do territrio nacional (SANTA CATARINA, 2006).

    Segundo Caio Prado Jnior (1981), a extremidade meridional do Brasil permaneceu, durantemuito tempo, fora da rbita de atuao do governo de Portugal. Entrou na histria em fins dosculo XVII e, economicamente, s na segunda metade do sculo XVIII. Foi motivo de

  • grande disputa entre portugueses e espanhis. Sua base econmica foi a pecuria e a

    agricultura. Foi estabelecida uma colonizao original que se distingue de todo o Brasil. Apropriedade fundiria muito subdividida, o trabalho escravo raro, quase inexistente, a

    populao etnicamente homognea (idem, ibidem, p. 96). Esses fatores, associados sguerras de fronteira, reao de ndios, ao roubo de gado e intensidade do contrabandode metais preciosos, marcaram profundamente a agricultura nessa regio (PAULILO, 1996).Outro ponto no menos importante que a colonizao baseada nas pequenaspropriedades (de 25 a 30 hectares) impediu a formao de uma aristocracia rural nessescantos do pas.

    O processo de industrializao catarinense se deu de forma descentralizada, sem umaurbanizao excessiva. A distribuio de renda uma das mais eqitativas do pas.Todavia, ao lado de um aparente sucesso econmico as principais firmas catarinenses

    impem-se [...] nos mercados nacionais e internacionais uma anlise mais precisa revelanumerosos problemas sociais e ecolgicos (RAUD, 1999, p. 83).

    No Brasil, a discusso sobre o desenvolvimento/subdesenvolvimento nacional teve como

    foco o endogenismo/exogenismo. Para os partidrios do endogenismo, os limites do

    desenvolvimento eram de ordem interna e, no caso do exogenismo, que caracterizou a

    Escola da Dependncia, o subdesenvolvimento era causado pelo capitalismo internacional.

    Esses enfoques tambm podem ser vistos no esforo para refletir o processo dedesenvolvimento de Santa Catarina, sobretudo, nos trabalhos do Centro de Assistncia

    Gerencial de Santa Catarina-CEAG (1980) e de Hering (1987). Para aquele, odesenvolvimento de Santa Catarina era dependente, para esta o desenvolvimento era

    endgeno e independente, desencadeado pelo empreendedorismo dos imigrantes (LENZI,2000).

    Para Raud (2000), o desenvolvimento industrial catarinense se explica mais pela estruturasocioeconmica das colnias do que pela presena de alguns empresrios ou pela relaode dependncia. A chave da industrializao catarinense estaria na organizao setorial-espacial. A autora resgata Mamigonian (1965), que utilizou o enfoque scio-espacial em suaanlise. A abordagem do desenvolvimento de Raud (2000) enfatiza a importncia doterritrio. Nesta abordagem, as relaes econmicas no so vistas como regidas por umalgica mercantil pura, mas como inscritas em redes sociais que definem territrios no seio

    dos quais aparecem sinergias (RAUD, 2000, p. 52). Por trs das particularidades dodesenvolvimento catarinense, de sua ocupao e industrializao descentralizada,constatam-se desigualdades regionais. O contexto histrico-geogrfico condicionou e

    condiciona o desenvolvimento das regies e do Estado. No perodo recente, um fator que

  • afetou o desenvolvimento de Santa Catarina foi seu fraco desempenho econmico, embora

    tambm se deva notar uma atuao governamental deplorvel. A industrializao levou aque as polticas pblicas fossem orientadas para a modernizao da infra-estrutura urbana,com impactos negativos para o espao rural. Em decorrncia, ocorreu um aumento damigrao campo-cidade e dos problemas urbanos (RAUD, 1999).

    Na dcada de 1980, o meio rural do Oeste encontrava-se com perspectivas to limitadas

    para os pequenos produtores e trabalhadores rurais que nessa mesorregio que explode

    o movimento sem-terra no Estado. Em 1985, duas mil famlias promoveram 16 ocupaesde terra. No irrelevante lembrar aqui que o mito da superioridade europia em Santa

    Catarina to forte a ponto de considerar a populao sem terra como uniformementecabocla. De fato, 33% dessa populao descendem de alemes, italianos e poloneses(PAULILO, 1996).

    Dados recentes mostram que as desigualdades aumentaram. Considerando-se a

    regionalizao do IBGE, constatam-se considerveis disparidades entre as regiescatarinenses. Cinco das 20 microrregies concentravam 51,2% da PopulaoEconomicamente Ativa [PEA] do Estado e 56% do Produto Interno Bruto [PIB]concentravam-se em quatro microrregies no ano de 2002 (THEIS; VARGAS, 2007). Odesenvolvimento desigual de Santa Catarina condicionado por fatores histrico-

    geogrficos, bem como, fatores scio-polticos. Para se compreender a influncia dos

    fatores scio-polticos no desenvolvimento desigual catarinense recente, importante

    descrever e analisar o processo de mobilizao dos atores regionais e a atuaogovernamental no planejamento, ambos tratados a seguir.

    Planejamento em Santa Catarina

    Para tratar da relao entre o planejamento regional e o desenvolvimento desigual em SantaCatarina, examina-se, agora, o primeiro. Nesta seo se busca, inicialmente, indicar o tipode planejamento que aqui se considera, o que inclui aspectos normativos (se bem que redundante falar em normatividade em relao ao planejamento); e, depois, adentrar oprocesso de planejamento que teve lugar em Santa Catarina desde os anos 1980,confrontando as iniciativas governamentais com as das instituies regionais.

  • Do planejamento convencional ao planejamento participativo

    O planejamento voltou agenda pblica. Aps anos de descrdito pela identificao com oautoritarismo e com certo intervencionismo, o planejamento acena com a participao e ademocracia num contexto marcado no apenas por um suposto enfraquecimento do Estado,

    mas pela possibilidade de construo de uma nova relao entre Estado e sociedade. Boaparte das concepes de planejamento utilizadas hoje em dia mistifica o Estado e oplanejamento. Mesmo nas abordagens participativas preciso manter o senso crtico(RANDOLPH, 2007).

    Surge nas ltimas dcadas o planejamento participativo. Os resultados da introduo dadimenso participativa do planejamento dependem do contexto social, da relao de foras,dos grupos de presso (RATTNER, 1979). A participao surgiu no discurso dodesenvolvimento no final da dcada de 1950. Ativistas e funcionrios de organismos

    internacionais atriburam o fracasso de alguns projetos de desenvolvimento ao fato de aspopulaes envolvidas serem sistematicamente excludas do processo. Atualmente, pareceexistir um consenso em torno da adoo da participao como medida poltica essencial nasestratgias de desenvolvimento. E por quais razes? A participao tornou-se um sloganpoliticamente atraente; um excelente meio para obteno de recursos; e torna os projetosmais eficazes (RAHNEMA, 2000).

    Lembrando que o Estado se empenha, no presente estgio de desenvolvimento capitalista,

    em gerar novas maneiras de criar um clima favorvel aos negcios e na construo deterritrios mais competitivos, ele encarna a superestrutura poltica da sociedade. Isso lhe

    confere atributos de regulao e manipulao do comportamento global da sociedade(GUILLEZEAU, 2002). Que margem de manobra resta, ento, sociedade civil no processodecisrio do planejamento? possvel que haja avanos reais no sentido da emancipaoda populao rumo construo de um modelo decisrio mais democrtico; mas, tambm, possvel que se mantenham e se recriem as condies de manipulao sobre ascomunidades, mascaradas por eventuais propostas ou estratgias falsamente democrticas

    (FERRARI JNIOR, 2004).

    Planejamento governamental, as instituies regionais: qual planejamento?O padro de crescimento da economia catarinense, de 1880 a 1945, baseou-se na indstria

    txtil e de alimentos, e na extrao mineral [carvo] e vegetal [madeira e erva-mate]. Emmeados da dcada de 1940, a indstria se ampliou e diversificou. Surgiram os setores

  • cermico, papel e pasta mecnica e o metal-mecnico. Como a infra-estrutura e as

    instituies no estavam devidamente preparadas para tal diversificao, o Estado teve que intervir para facilitar o processo de acumulao (GOULARTI FILHO, 2005). Contudo, apenas apartir de 1962 que a economia passou a ser planejada pelos rgos governamentais.

    Dos anos 1980 em diante, com as crises fiscal e financeira do Estado, inaugura-se uma fase

    de planos com boas intenes, porm sem programas bem definidos e sem uma aoefetiva do Estado (GOULARTI FILHO, 2005, p. 652). No mbito governamental em SantaCatarina, h um predomnio poltico-partidrio conservador, polarizado pelas famlias

    Ramos, Konder, Bornhausen e Amin. Se considerado o perodo de 1980 a 2005, os partidos

    mais representativos so os seguintes: Partido Progressista (PP) e Partido da Frente Liberal(PFL), considerados de direita e centro-direita; Partido do Movimento Democrtico Brasileiro(PMDB) e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), considerados de centro; ePartido Democrtico Trabalhista (PDT) e Partido dos Trabalhadores (PT), considerados deesquerda e centro-esquerda.Da dcada de 1980 em diante amplia-se a fragmentaopoltica, predomina nas eleies o equilbrio entre foras de centro-direita e direita e odomnio poltico duradouro das oligarquias referidas. Ademais, constata-se uma baixa

    participao popular, a baixa competitividade interna dos partidos e baixa competitividadeeleitoral dos partidos mais representativos das camadas populares, em que poucas elites se

    revezam no poder (CARREIRO, 2006, p. 46). Como o planejamento profundamentepoltico, necessrio investigar o processo de planejamento e sua interface com ademocracia ou procedimentos democrticos [ou democratizao plena] nas sociedadescontemporneas (RANDOLPH, 2007, p. 6) e aqui se trata do caso de Santa Catarina.

    O carter poltico do planejamento pode manifestar-se por meio da descentralizao, queestimula a negociao, deciso e implementao de polticas pblicas entre governo federale governos sub-nacionais. Mais ainda: a descentralizao incentiva maior participao dosgovernos locais, tornando mais complexas as relaes entre nveis de governo e sociedade(SOUZA, 2002). Todavia, a idia de que a descentralizao esteja relacionada consolidao da democracia e busca de superao dos resduos de clientelismo relativa,dependendo menos do mbito no qual as decises so tomadas e mais da natureza das

    instituies dela encarregadas (ARRETCHE, 1996).

    No Estado de Santa Catarina, a criao das SDR levou ao planejamento o slogan dadescentralizao. Todavia, as SDR tm sido duramente criticadas por abrigarem de 15 a 20cargos gratificados, vinculados aos partidos da base governista, ironicamente, favorecendo

    o fortalecimento de relaes clientelistas ao invs de atenu-las (BIRKNER, 2004). De fato,o governo atual adotou uma estratgia de descentralizao concebida de cima para baixo,

  • em vez de valorizar e estimular as iniciativas endgenas de planejamento regional jexistentes no Estado.

    A anlise dos planos institudos em Santa Catarina revela caractersticas que acompanham

    o planejamento do desenvolvimento nacional e estadual de maneira marcante: intensaparticipao estatal; nfase na dimenso econmica e, conseqentemente, no curto e mdioprazo; descontinuidade do processo de planejamento por dificuldades polticas, tcnicas efinanceiras; e a abordagem setorial. Existe, sem dvida, preocupao crescente com adimenso ambiental e com as desigualdades regionais e urbanas. Porm, essa

    preocupao incorporada aos poucos e apresenta, dependendo do plano em questo,avanos e retrocessos (BATISTA; THEIS, 2008). Dessa forma, a tendncia tem sido de oEstado continuar investindo nas regies mais desenvolvidas, contribuindo para o

    desenvolvimento geogrfico desigual.

    Indissocivel do processo de desenvolvimento de Santa Catarina (e suas particularidadesmencionadas acima) est tambm a organizao dos atores/sujeitos regionais comoassociaes de municpios, fruns de desenvolvimento regional, comits de bacia e regiesmetropolitanas. Segundo Raud (1999, p. 115), a ausncia de interveno do governocentral favoreceu a mobilizao das foras locais e a construo de uma cooperao e umacoeso comunitria.

    A primeira associao de municpios de Santa Catarina foi fundada em 1961, existindo,atualmente, 21 associaes de municpios no Estado. Elas surgiram com a finalidade bsicade aumentar o poder reivindicatrio dos municpios junto aos rgos estatais, visando aresoluo de problemas comuns (SOUTO-MAIOR, 1992). O processo de descentralizao,que se originou na dcada de 1960, com a criao das associaes de municpios,prosseguiu na dcada de 1990 com a criao dos fruns e, posteriormente, das agncias dedesenvolvimento regional. O primeiro FDR foi criado em 1996, em Chapec, por iniciativa da

    Associao dos Municpios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC). Na seqncia foi criado oFrum Catarinense de Desenvolvimento (FORUMCAT), que congregaria todos demaisfruns regionais (BIRKNER, 2004).

    Enquanto existiram, os 16 FDR tinham como objetivo buscar o desenvolvimento regionalsustentvel atravs da articulao e integrao de entidades pblicas e privadas com olhosnum fortalecimento da cidadania. Atualmente, os FDR esto num processo de transiopara a formao de Agncias de Desenvolvimento Regional [ADR]. Estas tm por objetivocaptar recursos para a realizao de projetos e deveriam ser braos operacionais dos FDR.

    Os Comits de Bacias Hidrogrficas surgiram na dcada de 1990 atravs da Poltica

    Nacional de Recursos Hdricos (Lei 9493/97). Estes tm como unidade a bacia hidrogrfica

  • e como objetivo organizar o processo de descentralizao da gesto dos recursos naturais,elegendo prioridades locais e estabelecendo estratgias e diretrizes polticas. Os comits,

    por sua vez, so compostos por 40% de usurios da gua, 20% de governos (estadual efederal) e 40% da populao e sociedade civil. Atualmente existem 15 comits de baciaconstitudos em Santa Catarina (THEIS et al., 2007).

    Outra tentativa de regionalizao foi a das Regies Metropolitanas. O objetivo principal daregio metropolitana congregar os municpios que tenham uma relao entre si, para,juntos, elaborarem projetos e buscarem recursos, visando implementar obras de interesseregional j que as de interesse local so atendidas pela respectiva municipalidade (THEISet al., 2001, p. 234). Institudas em 1973, pela Lei Complementar n. 14, de 8 de junho, elasforam criadas em nmero de seis, englobando todo o Estado de Santa Catarina. A

    coordenao bsica de cada regio metropolitana composta por um Conselho deDesenvolvimento, uma Cmara Setorial, uma Superintendncia da Regio Metropolitana,

    vinculada Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (CODESC), e umFundo de Desenvolvimento Metropolitano (MOURA; KLEINKE, 2000).

    Se considerado o recorte espao-temporal, as instituies regionais encontram-se assimdivididas: 21 associaes de municpios (FECAM, 2005), 15 FDR (FORUMCAT, 2007), 15comits de bacias hidrogrficas (SANTA CATARINA, 2006) e seis regies metropolitanas.As instituies regionais formam um mosaico de diferentes regionalizaes. Os recortesmais prximos so os das associaes de municpios e dos FDR, embora nem todas asassociaes de municpios tenham originado FDR.

    A atuao recente das instituies regionais mostra que houve avanos e dificuldades.Quanto s associaes de municpios, de um lado, as populaes participam de forma aindamuito tmida das decises relativas ao planejamento, permanecendo o poder decisrioconcentrado nos gabinetes dos prefeitos. De outro, a nfase na prestao de servios (emdetrimento do planejamento sistmico e de longo prazo) leva a que as associaes semantenham em espaos muito restritos de reflexo e potencial de pesquisa para estudos deviabilidade de estratgias alternativas de desenvolvimento (BUTZKE, 2007).

    Quanto aos FDR, estes tm pouco tempo de atuao e esto se transformando emAgncias de Desenvolvimento Regional. Eles representam a nica instncia que no impe

    restries participao de qualquer natureza embora, na viso dos representantes daclasse trabalhadora, todas as instncias so controladas pelo poder econmico e poltico

    dominante nas regies (THEIS et al., 2001).

    Quanto aos comits de gerenciamento das bacias hidrogrficas, eles tm uma preocupaocom a questo ambiental e permitem a participao de muitos atores sociais. Todavia, a

  • atuao dos comits restrita, visto que sua preocupao central com a baciahidrogrfica, portanto, com as condies fsico-ambientais do espao que abrangem, e nocom o desenvolvimento regional.

    Quanto s regies metropolitanas, Moura e Kleinke (2000) fizeram um estudo sobre omodelo de gesto das regies metropolitanas do sul do Brasil. No caso de Santa Catarina,

    definiram as aglomeraes urbanas de Florianpolis, Joinville e Blumenau como pr-metropolitanas. Nestas aglomeraes se observa um processo de periferizao, detransferncia de crescimento, do plo para os municpios contguos. A essas aglomeraesso destinados quase trs quartos dos investimentos previstos para as atividades

    econmicas, reforando o grau de concentrao e o desenvolvimento desigual do territriocatarinense. A criao de seis regies metropolitanas buscou garantir o desenvolvimentoregional equilibrado, j que a institucionalizao de apenas uma regio poderia concentrarinvestimentos e fluxos migratrios. No entanto, a criao das seis regies foi baseadaapenas em critrios polticos, no em definies geogrficas e urbansticas. A nica regioque passa por um processo de metropolizao, de fato, a Regio Metropolitana deFlorianpolis. As demais nunca foram efetivamente implementadas (CARGNIN et al., 2006).A Lei Complementar n 381, de 7 de maio de 2007, que dispe sobre o modelo de gesto e

    a estrutura organizacional da Administrao Pblica Estadual, nem menciona as regiesmetropolitanas (SANTA CATARINA, 2007).

    Assim como o Estado marcado pelo desenvolvimento desigual, nas instituies regionaisse manifestam as desigualdades polticas. Das quatro instituies analisadas, todas tmuma misso clara e uma organizao pr-definida. No podem ser consideradas espaosconflitivos (W ATZLAW ICK, 2008). Os FDR eram, nesse sentido, as instituies regionaismais promissoras. Todavia, com o surgimento das SDR, ocorre uma crescente

    desmobilizao dessa iniciativa.

    Apesar do slogan participativo das instituies regionais, as preocupaes so paroquiais ea participao dos atores regionais restrita. Cooperam regionalmente, mas carecem deuma viso mais ampla. Preocupam-se com a resoluo de problemas comuns. Contudo, aprisionadas pela retrica da competitividade regional, no percebem a desigualdade entre

    sua regio e as vizinhas. E, portanto, no se mobilizam, articuladamente, em favor da

    superao das desigualdades socioeconmicas e polticas entre as regies de SantaCatarina.

  • Concluses

    Que concluses se podem extrair do antes exposto? Que possibilidades se abrem para areduo das desigualdades em Santa Catarina? Que relevncia tem a o planejamento?Antes de avanar, porm, cabe lembrar as motivaes que deram origem a este trabalho.

    Convm iniciar recuperando o tema do artigo: o planejamento no contexto dodesenvolvimento desigual em Santa Catarina. Com efeito, partiu-se da hiptese de que o

    Estado de Santa Catarina marcado por um desenvolvimento desigual. Apesar de fruir de

    uma situao melhor que a de outros estados brasileiros, as desigualdades scio-espaciaisso evidentes. O planejamento que vem tendo lugar em Santa Catarina ao longo de suahistria recente, sobretudo, a partir dos anos 1980, parece contribuir para o agravamento de

    tais desigualdades. De modo que o problema tratado neste artigo foi o planejamento e suarelao com o desenvolvimento desigual de Santa Catarina. Buscou-se aprofundar a anliseda atuao do Governo de Santa Catarina e das instituies regionais no planejamentoregional, com vistas a avaliar sua participao no desenvolvimento do Estado.

    As evidncias aqui reunidas mostraram, eloqentemente, que Santa Catarina exibe

    desigualdades em seu territrio. Mais: essas desigualdades (sociais, polticas eeconmicas) tm aumentado ao longo do tempo. Indicadores socioeconmicos permitemver que trs regies polarizam o desenvolvimento no Estado. No entanto, o que talvez

    escape de uma anlise, digamos, convencional que aqui, com um instrumental terico-

    metodolgico fundado na perspectiva crtica do desenvolvimento geogrfico desigual, se

    podem captar as sutis relaes entre o rural e o urbano, entre o atrasado e o avanado,entre o sociocultural e o econmico e, sobretudo, que tais relaes so, fundamentalmente,de natureza poltica.

    O planejamento catarinense imitou o planejamento brasileiro e, assim, influenciou odesenvolvimento de Santa Catarina. Se, por um lado, isto parece demasiadamente bvio,

    por outro, deve surpreender que o planejamento praticado em Santa Catarina, tal como uminsidioso cavalo de tria, foi produzindo as desigualdades socioeconmicas antes referidas

    e as disparidades regionais. Por que razo o planejamento deu errado em Santa Catarina?Bem, de fato, ele deu certo: se gerou desigualdades scio-espaciais devido a que tenha

    contribudo para o desenvolvimento econmico vale dizer: para acelerar o processo de

    acumulao de capital de Santa Catarina. Contudo, o que as evidncias revelam queesses so os resultados logrados pelo planejamento governamental, nos ltimos seis anosamplificados pela descentralizao desptica das SDR. Em contrapartida, j faz mais dequatro dcadas e com um novo mpeto nos anos 1990 que emergem, desde as

    comunidades regionais, iniciativas de planejamento no-estatal. Essas, porm, a despeito

  • de apontarem (pelo menos, na sua origem) para certas rupturas, padecem dos males doparoquialismo: reproduzem em escala local/regional as relaes polticas assimtricas que

    se observam na escala estadual.

    Voltando: que concluses se podem daqui extrair? Considerando o ltimo quarto de sculo,

    a produo capitalista do espao, com a providencial contribuio do planejamentogovernamental, tanto gera riquezas como desigualdades scio-espaciais em Santa Catarina.

    Que possibilidades se abrem para a reduo das desigualdades em Santa Catarina? No setem em vista um desacoplamento. Mas, a questo se apresenta no contexto brasileiro, em

    que o quadro socioeconmico catarinense vem sendo pintado em cores suaves e

    equilibradas. E o que aqui, ento, se argumenta que, ao invs de (supostamente)continuar se diferenciando do restante do pas, Santa Catarina tende mesmo a se aproximar

    da mdia das desigualdades vigentes no Brasil.

    E a, que relevncia ter o planejamento? Bem, o planejamento governamental nem mudade rumos nem deixar de existir. Para a reduo das desigualdades, poder-se-ia desejarque ele funcionasse mal. Talvez, o melhor que se poderia fazer democratizar o processo

    de planejamento, tanto o de origem governamental quanto o emanado das instituiesregionais. No entanto, no limite, dever-se-ia cogitar da viabilidade do acionamento da teoria

    que inspirou a lei do desenvolvimento desigual e combinado: a emancipao de cada uma ede cada um passa pela superao da sociedade apoiada num processo de planejamentoautoritrio que perpetua as desigualdades sociais no territrio.

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