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Rodrigo Augusto de Araujo PROCEDIMENTO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA CONTRA ADULTERAÇÃO DE RÓTULO Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Professor Orientador: Dr. Sérgio Bronze Orientador Profissional: Dra. Elisa M. Carvalho Curitiba Dezembro 2004

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Rodrigo Augusto de Araujo

PROCEDIMENTO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA CONTRA

ADULTERAÇÃO DE RÓTULO

Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterináriada Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde daUniversidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcialpara obtenção do título de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Dr. Sérgio Bronze

Orientador Profissional: Dra. Elisa M. Carvalho

CuritibaDezembro 2004

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ..

RESUMO ...

ABSTRACT ...

1 INTRODUÇÃO ...

2. BREVE HISTÓRICO DA VIGILÁNCIA SANITÁRIA ...

2.1 VIGILÂNCIA SANITÂRIA DO ESTADO DO PARANÁ. ..

3. DENUNCIA ..

4. INSPEÇÃO ..

iii

iv

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6

5. PROCESSO ADMINISTRATIVO ...

5.1 DEFESA..

5.2 JUNTADA ..

5.3 JULGAMENTO ...

6. CONCLUSÃO ..

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..

15

15

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - PRODUTO APREENDIDO ...

FIGURA 2 - PRIMEIRA ETAPA DA ABERTURA DO PRODUTO ..

FIGURA 3 - DESTACAMENTO DO RÓTULO ADULTERADO ..

FIGURA 4 - RETIRADA DO RÓTULO ADULTERADO ..

iii

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RESUMO

A Vigilância Sanitária é uma importante arma na proteção do consumidor

contra pessoas mal intencionadas, que na busca do lucro, lesam a população ao

colocar no mercado produtos de qualidade contestável e origem duvidosa.

Este trabalho gira em tomo de uma denuncia feita à C.A.U (Centro de

Atendimento ao Usuário) pelo telefone 156. O consumidor reclamou que havia

comprado um produto alimentício de origem animal com o rótulo adulterado no

Mercado X, (o nome do estabelecimento não será relatado a fim de proteger a sua

integridade), no Bairro Boqueirão. Como a denuncia estava relacionada com a

área de saude, ela foi encaminhada á Vigl1ância Sanitária de Alimentos do distrito

do Boqueirão, sendo atendida pelo Médico Veterinário, que é a Autoridade

Sanitária responsável em intervir quando a problemática está relacionada à área

de alimentos.

iv

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ABSTRACT

The Sanitary Monitoring is an important weapon in the protection af the

consumer against badly intentioned people, who in the search af the prefit, injure to

the population when plaeing in the market produets 01 bad quality and origin

doubtful.

This work is about one denounces done to the C.A.U (Center af Customer

service) for telephone 156. The consumer complained that he had bought an

nourishing produet 01 animal origin with the label adulterated in Market X, (the

trade name will not be told in order to proteet its integrity), in the Boqueirão As he

denounees it was related with the health area, it was direeted to Food lhe Sanilary

Monitoring af the district cf the Boqueirão, being taken care by the Medicai

Veterinarian, who is the responsible Sanitary Authority in intervining when the

problematic one is related to the food area.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho visa mostrar a atuação da Vigilância Sanitária frente a uma

denuncia realizada junto a CAU (Centro de Atendimento ao Usuário) pelo número 156.

Dessa forma o leitor poderá conhecer um pouco do trabalho realizado pelas

Autoridades Sanitárias, sua importância e forma de atuação, percebendo que a

população não está desamparada quanto aos cuidados com a qualidade dos serviços

relacionados a saúde. Serão relatados os procedimentos tomados pela Autoridade

Sanitária bem como os processos administrativos e a base legal usada para intervir no

problema, e as soluções encontradas.

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2. BREVE HISTÓRICO DA VIGILÂNCIA SANITÂRIA

Os alimentos sempre mereceram grande atenção quanto ao controle de

qualidade, já que estão diretamente ligados à saúde da população.

A preocupação quanto a qualidade é antiga. Na índia, 300 a.C, foi feita

uma lei que proibia a adulteração de alimentos, medicamentos e perfumes, prevendo

punições aos responsáveis por tal ato. Porém, ainda antes, no século XIII, ja haviam

multas para alimentos contaminados (MIRANDA, 2001).

Perto de 2000 anos a.C, registros demonstram a preocupação que Moisés

teve quanto à saúde do povo Hebreu. Nessa época foram elaboradas leis no intuito de

proteger a saúde da população, obrigando-a a ter hábitos de higiene, como lavar as

mãos após o sacrifício de animais e antes das refeições. Essas leis também

controlavam o tipo de alimento a ser consumido. Como, por exemplo, considerar a

carne do suíno uma carne impura, logo proibida. Atualmente sabemos que os suínos

são os grandes propagadores da Taenia solium e Trichinella spiralis. Muitos outros

animais, sabidamente transmissores das mais diferentes doenças infecciosas, também

receberam algumas menções nessa lei. Essas regras foram de grande importância na

preservação da saúde do povo Hebreu, permanecendo vivas ainda hoje entre os

adeptos da religião Judaica (HOBBS, 2001).

Na Alemanha, século XV, há referencias quanto â criação da Polícia

Médica. Essa policia tena a função de punir as adulterações dos alimentos (MIRANDA,

2001). A idéia da Policia Médica foi logo disseminada pela Europa, servindo de base

para outras intervenções (ROZENFELD, 2000).

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Como se pode verificar, através da história, sempre existiram pessoas

interessadas em prejudicar o consumidor, visando obter o máximo de lucro possível, ao

expor a venda, produtos de baixa qualidade, adulterados ou com o prazo de validade

vencido.

Da mesma forma, encontramos diversos exemplos de govemos que estavam

preocupados em coibir a ação desonesta dessas pessoas, ao formularem leis que

protegiam a população e que previam punições aos infratores.

Infelizmente, nos dias de hoje, ainda existem pessoas má intencionadas, que

devem ser punidas pelas suas ações fraudulentas.

Para isso acontecer, o consumidor deve estar atendo. Verificando a qualidade do

serviço e dos produtos que lhes são oferecidos. Não deixando ser enganado.

O Brasil desenvolveu com o passar do tempo uma eficiente estrutura que se

responsabiliza pela prevenção e combate aos produtos ou serviços encontrados em

determinados estabelecimentos que desrespeitam o direito do consumidor.

Um bom exemplo disso, seria as atividades da Vigilância Sanitária, que foram

sendo estruturadas a partir nos séculos XVIII e XIX no intuito de evitar a propagação de

doenças entre a população.

Nessa época foi instituída a Policia Sanitária, com a finalidade de fiscalizar

algumas atividades profissionais, coibindo o charlatanismo e também fiscalizando as

áreas do comércio ligadas a alimentos.

Em 1904 houve a implantação do novo Regulamento do Serviço Sanitário da

União, que previa a elaboração de um código sanitário. Com a reforma de Carlos

Chagas foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP).

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Passados alguns anos, em 31 de Dezembro de 1923, foi decretado o

Regulamento Sanitário Federal que cuidava de diversas áreas de interesse à saúde,

como a área médica, farmacêutica, alimentos etc.

Em 94 foi criado o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, que continha o

Regulamento Técnico para a inspeção Sanitária de Alimentos, nesse regulamento

encontra-se os itens para o desenvolvimento do Manual de Boas Práticas de Produção.

A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi criada em 1999, com o

objetivo de promover a saúde da população, fazendo o controle sanitário da produção e

da comercialização de produtos e serviços ligados à Vigilância Sanitária.

2.1 VIGILANCIA SANITARIA DO ESTADO DO PARANÁ

A Vigilância Sanitária começou a atuar na década de 80, sobre a direção da

Secretaria Estadual de Saúde.

Em 1992, foi determinada a municipalização dos serviços de saúde. Os

municípios ficaram responsáveis pelo controle de produtos e serviços de saúde e das

ações sobre o meio ambiente. Também houve a criação do DSA (Departamento de

Saúde Ambiental), que abrangia, além da Vigilância Sanitária, as funções de controle

de Vetores e de Zoonoses.

Em 1996 houve a criação da Lei Municipal n° 9000. Essa lei é muito

importante para o exercício da Vigilância Sanitária. Ela traz a base legal, da qual a

Autoridade Sanitária baseia-se ao formular um Auto de Infração, ou Termo de

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Intimação, Apreensão, Inutilização, Doação, Interdição, Desinterdição, Ciência e

Impostos de Penalidade.

Em 1997 foram criados os Distritos Sanitários, responsáveis pela Vigilância

Sanitária e Epidemiológica. Desse modo, houve maior organização, porque cada distrito

passou a conhecer melhor as particularidades da região que lhe cabia, atuando com

maior eficiência. Nesse mesmo ano, o DSA passou a chamar-se CSA (Centro de Saúde

Ambientai).

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3. DENUNCIA

Com o passar dos anos, o governo desenvolveu uma eficiente fonna de controle

dos serviços ligados à saúde, muito mais organizada e com maior poder de atuação,

desenvolvendo uma legislação especifica para essa área, permitindo um excelente

suporte legal para as ações das Autoridades Sanitárias.

Prova disto, foi a atuação da Vigilância Sanitária da Cidade de Curitiba, no

Distrito do Boqueirão realizada após receber uma denuncia pela C.A.U ( Centro de

atendimento ao usuário) pelo telefone 156.

Um consumidor reclamou que havia comprado no Mercado X um queijo tipo

Mussarela da marca Di Paula com o rótulo adulterado.

Dentro da Vigilância Sanitária há diversos tipos de profissionais como

farmacêuticos, dentistas, enfermeiros etc, porém quando o problema esta ligado a area

de alimentos o profissional designado para intervir é o Médico Veterinário.

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4. INSPEÇÃO

A fim de verificar a autenticidade da denuncia, no dia 28/07/2004 foi realizada a

inspeção no Mercado X.

Ao chegar no local, a Autoridade Sanitária identificou-se e pediu que o

proprietário ou o responsável pelo Mercado o acompanhasse e lhe mostrasse a área

pela qual era exposta a venda produtos derivados do leite aos consumidores.

Chegando na área de exposição, que ficava próximo ao açougue do

estabelecimento, foram encontrados diversos produtos de aparência suspeita como

Mortadela bolognella Perdigão, Mortadela de Frango Batavo e queijo Prato Sangor

Para verificar a suspeita desses produtos, eles foram retirados de suas

embalagens, com cada paço da abertura da embalagem sendo fotografada a fim de

anexar no processo as fotos como prova.

Durante a abertura do pacote, pode-se verificar que havia duas embalagens. A

primeira que envolvia diretamente o produto era uma embalagem do tipo a vácuo. Por

cima desta estava acomodado o rótulo, simplesmente solto sobre a embalagem, com as

bordas irregulares, como se esse tivesse sido recortado de outro produto e

reaproveitado. Para se fazer a fixação do rótulo sobre a embalagem à vácuo, foi

colocada uma segunda camada plástica, com a única função de envolver toda a

adulteração.

A seguir segue todo o processo de abertura da embalagem do produto de rótulo

adulterado.

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FIGURA 1 - PRODUTO APREENDIDO

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FIGURA 2 - PRIMEIRA ETAPA DA ABERTURA DO PRODUTO

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FIGURA 3 - DESTACAMENTO DO RÓTULO ADULTERADO

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FIGURA 4 - RETIRADA DO RÓTULO ADULTERADO

II

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Dessa forma o Vigilante Sanitário pode verificar a autenticidade da denuncia,

procedendo com a Lavratura de um Auto de Infração.

A lavratura do Auto foi feita com base na lei Federal n° 8078/90 (código de

defesa do consumidor) artigo 18 § 60 inciso II que diz:

§ 6° São impróprios ao uso e consumo:

11 - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados,

corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou ã saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em

desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação.

Também usou como base a Lei Municipal n° 9000/96 artigo 95, artigo 98 e

incisos, artigo 106 inciso eXII, que dizem:

Artigo 95:

- Considera-se infração sanitária, a desobediência ou inobservância aos

preceitos estabelecidos na presente lei, nos regulamentos, normas técnicas e outras

que se destinem a promoção, preservação e recuperação da saúde.

Artigo 98:

Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal, as infrações

sanitárias serão punidas, alternativa ou cumulativamente com

penalidades de:

I - Advertência escrita;

11- Multa;

111- Apreensão do produto;

IV - Inutilização do produto;

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v - Interdição parcial ou total, temporária ou definitiva, do estabelecimento, do

produto e/ou de instrumentos utilizados no processo produtivo;

VI - Proibição de propaganda do produto elou da empresa;

VII - Cassação da Licença Sanitária;

LX - Cancelamento do alvará de funcionamento do estabelecimento.

Parágrafo único - A autoridade sanitéria poderá impor uma ou mais penalidades

previstas neste artigo, conforme o caso exigir.

Artigo 106 inciso eXII:

Transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à

proteção da saude.

Após lavrar o Auto de infração a autoridade sanitaria lavrou um termo de

inutHização, pelo fato do estabelecimento ter cometido a infração descrita no Auto de

infração, consistente em estar vendendo e expondo à venda produtos de origem animal

com embalagem violada, tornando os mesmos impróprios para o consumo.

A Inutilização deve ser realizada na presença do proprietário ou do responsável

técnico, neste caso foi realizada diante do proprietário já que o mesmo estava no local

durante a inspeção.

O procedimento da inutilização ocorre da seguinte forma: os produtos irregulares

devem ser triturados o máximo possível. Pode-se utilizar materiais do prõprio

estabelecimento como, por exemplo, facas.

Feito esse processo, os retalhos do produto deverão ser todos jogados dentro de

um saco plástico, como por exemplo, um saco de lixo. Depois se deve derramar sobre o

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alimento água sanitária e detergente em abundancia, a fim de alterar drasticamente as

aparências organolépticas do produto para que ele não seja reaproveitado de forma

alguma.

Para fins de proteção da saúde pública, foram inutilizados os seguintes produtos:

7.880 gramas de Mortadela Bolognella Perdigão.

2.380 gramas de Mortadela de Frango Batavo.

15.272 gramas de queijo prato Sangor.

10.830 gramas de queijo Mussarela Di Paula.

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5. PROCESSO ADMINISTRATIVO

No distrito deve-se fazer uma busca a fim de constatar se o infrator possuía

algum antecedente junto ao serviço da saúde. Neste caso não foi encontrado nada

contra o infrator, sendo esta a sua primeira infração.

O responsável pelo estabelecimento teve que aguardar o prazo de 15 dias para a

apresentação de defesa ou impugnação dos autos lavrados contra o estabelecimento,

conforme o artigo 113 da lei Municipal nO 9000/96.

5.1 DEFESA

Decorridos os 15 dias, o infrator ingressou com defesa administrativa protocolada

junto ao Distrito Sanitário

Na defesa administrativa o infrator tenta cancelar o Auto de infração, alegando

que a empresa é de pequeno porte, de baixo faturamento, passando por dificuldades

financeiras, com isso, solicitando o cancelamento da multa.

Também relatou na defesa que o fornecedor vende os frios já cortados e

embalados, não sendo de responsabilidade do estabelecimento, a violação das

embalagens e sua identificação. Alegou que a empresa mantém seus produtos frios em

ambiente prõprio em temperatura específica conforme a cada tipo de produto, e que a

empresa não causou prejuízos aos consumidores. Por isso, pedem o cancelamento do

auto de infração.

Porém, quando um estabelecimento adquire o produto do fornecedor, O

estabelecimento toma-se responsável por esse produto, tendo que arcar com as

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conseqüências pela conivência em estar comprando alimentos fora dos padrões

exigidos por lei, vindo a lesar o consumidor.

Desse modo a defesa não teve efeito algum no cancelamento do Auto de

Infração.

5.2 JUNTADA

Passado essa etapa do processo, o distrito realiza o Termo de Juntada. Neste

Termo é feita a juntada das provas relacionadas às infrações na forma das fotografias

realizadas no local e na forma das embalagens recortadas retiradas dos produtos

inutilizados, e na forma do comprovante de venda e da defesa administrativa.

5.3JULGAMENTO

O Julgamento foi realizado pela Chefia do Distrito Sanitario após a analise de

todo o processo administrativo.

Levando em conta a atenuante, do réu ser primário, segundo a lei Municipal

9000/96 artigo 102 inciso I e artigo 101 inciso I e 111, e que o mesmo não era

responsável pela adulteração, somente pela conivência em comprar e revender

produtos dessa espécie. O infrator pode receber apenas uma advertência. Sendo o

procedimento tomado nesse julgamento.

O réu ficou sobre aviso de que numa reincidência, a atitude a ser tomada pela

Vigilância Sanitária seria na aplicação de multa, e caso o réu cometa a infração pela

terceira vez, a atitude a ser tomada pela chefia do Distrito será no encaminhamento do

infrator ao Ministério Público.

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6. CONLUSÃO

A Vigilância Sanitária tem demonstrado grande capacidade no controle da

qualidade e no combate às irregularidades encontradas na área de alimentos.

Utilizando-se de uma legislação forte e eficiente, a Autoridade Sanitária pode agir com

tranqüilidade nos momentos em que a situação exigir medidas drásticas como na

inutilização de produtos ou na Lavratura do Auto de Infração.

As denuncias feitas pelo telefone 156 são tratadas com grande empenho pelas

Autoridades Sanitárias. Dessa forma a população está bem resguardada, tendo os seus

direitos defendidos de forma intensiva por esses profissionais.

Muitas vezes é dificil de conseguir o pronto atendimento de um órgão público,

por causa da burocracia, tão comum no govemo, porém a Vigilância Sanitária tem

demonstrado grande eficiência e agilidade no atendimento à população. Os processos

andam rapidamente, o julgamento é feito de forma coerente, levando em conta os

diversos aspectos descritos no processo administrativo.

É de grande importância conhecer o trabalho realizado por estes profissionais,

para que dessa fonna a população possa compreender que ela não está desamparada,

mas sim protegida através da atuação das Autoridades Sanitárias no controle da

qualidade dos estabelecimentos e produtos da área de alimentos.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lei Federal nO8078/90 (código de defesa do consumidor) artigo 18 § 6° inciso 11

Lei Municipal n° 9000/96 artigo 95, artigo 98 e incisos, artigo 101 inciso I e 111,

artigo 102 inciso I, artigo 106 inciso CXII, artigo 113

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO(T.C.C.)

RODRIGO AUGUSTO DE ARAUJO

MV391CONSULT/\ Curitiba

Dezembro/2004

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO(T.C.C.)

CuritibaDezembro/2004

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ReitorProf" Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor AdministrativoSr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora AcadêmicaProl" Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de PlanejamentoSe. Alonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitora de Pós-Graduação. Pesquisa e ExtensãoProl" Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Secretário GeralProf" João Henrique Ribas de Lima

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da SaúdeProf" João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina VeterináriaProlo ítalo Minardi

Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina VeterináriaProto Sérgio José Meireles Bronze

Metodologia CientíficaProf' Lucimeris Ruaro Schuta

CAMPUS TORRESAv. Comendador Franco, 1860 - Jardim BotânicoCEP 80.215-090 - Curitiba - PRFone: (41) 331-7600

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TC.C.) apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de

Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são descritas

as atividades realizadas durante o período de 21/07 a 20/09/2004, período este em

que estive na Vigilância Sanitária, localizada no municipio de Curitiba cumprindo

estágio curricular e também de uma Monografia que versa sobre o tema:

"Procedimento da Vigilância Sanitária contra adulteração de rótulo"

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RODRIGO AUGUSTO DE ARAUJO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Relatório de Estagio Curricular apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da Faculdadede Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiulido Paraná, como requisito parcial para obtenção dotitulo de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Dr. Sérgio Bronze

Orientador Profissional: Dr. Elisa M. Carvalho

CuritibaDezembro/2004

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..

2. DISTRITOS SANITÁRIOS ...

3. SERViÇOS ADMINISTRATIVOS ..

3.1 CONSULTA AZUL (LIBERAÇÃO DE ALVARÁ) ..

3.2 LICENÇA SANITÁRIA ..

3.3 ANÁLISE DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS ...

3.4 AUTO TERMO ..

3.5 JULGAMENTO ...

3.6 JUNTADA ..

3.7 PENALIDADE..

3.8 PROVAS ..

3.9 RECURSOS ..

3.10 PROCESSO ADMINISTRATIVO ..

3.10.1 Instauração ...

3.10.2 Instrução ..

3.10.3 Julgamento ...

4. INSPEÇÃO ..

4.1 EXIGÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO ..

4.1.1 Inspeção em indústrias de alimentos ..

4.1.1.1 Projeto arquitetônico ...

4.1.1.2 Instalações ..

4.1.1.3 Equipamentos ..

4.1.1.4 Manipuladores ...

4.1.1.5 Licenciamento ..

4.2 INSPEÇÃO EM LANCHONETES, RESTAURANTES, BARES E

CHURRASCARIAS ..

4.2.1 Exigências da legislação

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4.2.1.1 Manipuladores .

4.2.1.2 Equipamentos .

4.2.1.3 Alimentos ..

4.3 PADARIAS ..

4.3.1 Sala de vendas ...

4.3.2 Manipulação .

4.3.3 Equipamentos .

4.3.4 Depósito de matéria prima ..

4.3.5 Outras instalações ..

4.3.6 Manipuladores ..

4.3.7 Alimentos ..

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO ..

5.1 INSPEÇÕES ..

5.1.1 Rotina ..

5.1.2 Denúncias ...

5.1.3 Liberação de consulta azul..

6. CONCLUSÃO ..

7. REFARÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO(T.C.C.)

RODRIGO AUGUSTO DE ARAUJO

CuritibaDezembro/2004

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO(T.C.C.)

CuritibaDezembro/2004

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ReitorPro!" Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor AdministrativoSr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora AcadêmicaProf' Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de PlanejamentoSr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e ExtensãoProf' Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Secretário GeralProfO João Henrique Ribas de Uma

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da SaúdePro!" João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina VeterináriaPro!" ítalo Minardi

Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina VeterináriaPrafo Sérgio José Meireles Bronze

Metodologia CientificaProfl Lucimeris Ruaro Schuta

CAMPUS TORRESAv. Comendador Franco, 1860 - Jardim BotânicoCEP 80.215-090 - Curitiba - PRFone: (41) 331-7600

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de

Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são descritas

as atividades realizadas durante o período de 21/07 a 20/09/2004, período este em

que estive na Vigilância Sanitária, localizada no município de Curitiba cumprindo

estágio curricular e também de uma Monografia que versa sobre o tema:

"Procedimento da Vigilância Sanitária contra adulteração de rótulo"

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RODRIGO AUGUSTO DE ARAUJO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Relatório de Estágio Curricular apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da Faculdadede Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiutido Paraná, como requisito parcial para obtenção dotítulo de Mêdico Veterinário.

Professor Orientador: Dr. Sérgio Bronze

Orientador Profissional: Dr. Elisa M. Carvalho

CuritibaDezembro/2004

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..

2. DISTRITOS SANITÁRIOS ...

3. SERViÇOS ADMINISTRATIVOS ..

3.1 CONSULTA AZUL (LIBERAÇÃO DE ALVARÁ) ..

3.2 LICENÇA SANITÁRIA.

3.3 ANÁLISE DE PROJETOS ARQUITETÓNICOS ..

3.4 AUTO TERMO.

3.5 JULGAMENTO ..

3.6 JUNTADA ..

3.7 PENALIDADE ..

3.8 PROVAS ..

3.9 RECURSOS ..

3.10 PROCESSO ADMINISTRATIVO ..

3.10.1 Instauração ....

3.10.2Inslrução ..

3.10.3 Julgamenlo .....

4. INSPEÇÃO ..

4.1 EXIGÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO ..

4.1.1 Inspeção em indústrias de alimentos ..

4.1.1.1 Projelo arquitetônico ...

4.1.1.2 Inslalaçôes .....

4.1.1.3 Equipamentos ...

4.1.1.4 Manipuladores ..

4.1.1.5 Licenciamento ..

4.2 INSPEÇÃO EM LANCHONETES, RESTAURANTES, BARES E

CHURRASCARIAS ...

4.2.1 Exigências da legislação ..

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4.2.1.1 Manipuladores ..

4.2.1.2 Equipamentos ..

4.2.1.3 Alimentos ..

4.3 PADARIAS.

4.3.1 Sala de vendas ..

4.3.2 Manipulação ..

4.3.3 Equipamentos ..

4.3.4 Depósito de matéria prima ...

4.3.5 Outras instalações ..

4.3.6 Manipuladores ..

4.3.7 Alimentos ...

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO ..

5.1 INSPEÇÕES ..

5.1.1 Rotina ..

5.1.2 Denúncias ..

5.1.3 Liberação de consulta azul..

6. CONCLUSÃO ....

7. REFARÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...

iii

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1. INTRODUÇÃO

O estágio curricular na Vigilância Sanitária foi de grande importância no aspecto

de poder conhecer as outras aéreas de atuação do Médico Veterinário, pouco

exploradas na formação acadêmica, como por exemplo, o trabalho do Responsavel

Técnico (R.T) em estabelecimentos que lidam com alimentos, e também a atuação do

profissional no âmbito de Autoridade Sanitária, pela Secretaria Municipal de Saúde.

Acompanhando as inspeções, pude entender como a Autoridade Sanitária age

dentro de um estabelecimento, quais são os métodos, procedimentos e o embasamento

legal usado em seu trabalho, como também pude entender o papel do Responsável

Técnico, percebendo as direções que ele deve tomar para adequar o estabelecimento a

fim de evitar transtornos ao ser inspecionado pela Vigilância Sanitária, e dessa forma,

proporcionar maior qualidade aos alimentos e aos serviços ofertados pela empresa.

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2. DISTRITOS SANITÁRIOS

A Cidade de Curitiba está dividida em oito Distritos Sanitários:

Distrito Sanitário do Boa Vista

Distrito Sanitário do Boqueirão

Distrito Sanitário do Cajuru

Distrito Sanitário da Matriz

Distrito Sanitário do Pinheirinho

Distrito Sanitário do Portão

Distrito Sanitário de Santa Felicidade

O Distrito que realizei o estagio curricular, num tolal de 444 horas, foi o Distrito

do Boqueirão localizado na Rua da Cidadania, sala 45, sobre a orientação de duas

Médicas Veterinária, Ora Elisa M. Carvalho, chefe do Distrito e Ora Virgínia Gaspareto,

na função de Técnica em inspeção.

As inspeções realizadas pela Doutora Virgínia eram feitas na parte da manhã.

A Secretaria Municipal de Saúde exige que o Médico Veterinário cumpra 40

horas semanais, trabalhando de segunda a sexta feira. Na maior parte do tempo não

ocorrem as inspeções, por isso a maior parte das 40 horas são usadas para trabalhos

administrativos dentro do próprio distrito, tais como escrever intimações, fazer

atualização de processos nos arquivos, avaliação de projetos arquitetônicos junto ao

engenheiro, termos de juntada e avaliação de provas.

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3. SERViÇOS ADMINISTRATIVOS

São serviços administrativos nesta área:

Consulta Azul

Licença Sanitária

Analise de Projetos Arquitetônicos

Auto-Tenno

Julgamento

Juntada

Penalidade

Provas

Recurso

Processo Administrativo Sanitário

3.1 CONSULTA AZUL (LIBERAÇÃO DE ALVARÁ)

Para obtenção do Alvará de Funcionamento, o estabelecimento através do

responsável, envia ao urbanismo o número da indicação fiscal encontrado no carnê de

IPTU. Os técnicos da Secretana Municipal de Urbanismo vão ao local e vistoriam a

região de acordo com o zoneamento no municipio, que se divide em área industrial,

zona comercial e região residencial.

Após a aprovação do Urbanismo, o propnetario pode pedir a liberação da

Consulta Azul à Secretaria de Saúde, caso o estabelecimento seja de interesse à

Saúde. Para haver essa liberação, a Secretaria envia o seu técnico para fazer avaliação

das condições Sanitárias do estabelecimento. Para tanto, deve-se inspecionar a

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estrutura física do local. Após a inspeção, o técnico irá solicitar melhorias ou

adequações do local ou caso a estrutura já esteja dentro das exigências da lei, ocorrerá

a imediata liberação da Consulta Azul

Após essa liberação, o proprietário pode dar entrada ao Alvará de

Funcionamento na Secretaria de Finanças.

3.2 LICENÇA SANITÁRIA

O proprietário do estabelecimento deve fazer uma cópia do Alvará para realizar o

pedido da Licença Sanitária na Rua da Cidadania da sua região ou no Protocolo Geral

da Prefeitura.

Essa licença é obrigatória e gratuita, exclusiva da saúde, podendo ter validade

anual para alguns estabelecimentos e em outros uma validade menor. Isso depende

das análises de risco que fica a critério do Técnico ou da Chefia.

Após ter feito o pedido da licença Sanitária, o estabelecimento terá a visita de

técnicos para a inspeção. Fica a critério do Técnico deferir, indeferir ou solicitar

melhorias no local conforme o caso. As melhorias podem ser exigidas através de um

Termo de Intimação, que devem ser cumpridas num prazo de até 60 dias.

O técnico faz as exigências baseado na Lei Municipal 9000/96 e pela lei

complementar Estadual n° 04/75 regulamentada pelo decreto Estadual n° 364/77.

Liberada a Licença, o estabelecimento estará sujeito à novas visitas da equipe

de Vigilância Sanitária, a fim de manter o padrão exigido pela lei.

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3.3 ANÁLISE DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS

São avaliados a estrutura fisica e o Fluxo do estabelecimento. Se aprovado,

recebe um carimbo e posteriormente emitido o Relatório de Análises de Projeto, sendo

entregue ao requerente. Deve-se arquivar o Lay-out, memoriais e declarações do

projeto.

3.4 AUTO-TERMO

São documentos lavrados pelo técnico da Vigilância Sanitária, com

embasamento legal.

O Documento tido como Auto, é feito para Infrações. Enquanto que o documento

tido como Termo é feito quando o técnico tem que Intimar, apreender, inutilizar, doar,

interditar, desinterditar, ciência e impostos de penalidade.

3.5 JULGAMENTO

Momento em que a autoridade Sanitária determina a penalidade que o infrator

deverá receber, dentro da lei.

3.6 JUNTADA

Procedimento de anexação de documentos ao Processo Administrativo.

3.7 PENALIDADE

Sanção imposta por lei aos infratores da Legislação.

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3.8 PROVAS

Documentos anexados ao processo administrativo como fotografias e

embalagens que comprovam a veracidade dos fatos.

3.9 RECURSO

Após a decisão da Autoridade Sanitária, o recurso pode ser usado pelo infrator

como meio de se opor ao julgamento que ele recebeu. Deve ser por escrito e

protocolado no Prédio central da Prefeitura.

3.10 PROCESSO ADMINISTRATIVO SANITÁRIO

Inicia-se quando o agente Sanitário faz a lavratura do Auto de Infração.

O Auto deve ser lavrado em três vias, destinando a primeira para a formação do

processo administrativo, a segunda para ser entregue ao autuado e a terceira

permanecendo no bloco para controle interno da Vigilância Sanitária.

Para o preenchimento do Autorrermo de infração, deve-se colocar a qualificação

do Infrator, que pode ser serviços terceirizados, responsabilidade solidária, pessoa

Física ou Jurídica, deve constar a Base legal contendo o rito processual, cometimento

de irregularidades, hierarquia entre as leis e a ordem cronológica de Artigos. Depois

deve-se ser descrita a infração cometida relacionando com a base legal citada e

descrevendo exatamente como na prática. Depois o infrator deve dar ciência.

Divide-se o processo administrativo em 3 etapas

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3.10.1 Instauração

Refere-se à colocação dos documentos relativos a determinado caso no interior

de uma capa própria. Posteriormente é feita a autuação que em outras palavras seria a

lavratura do Auto de Infração. Após a Instauração do processo, o infrator pode pedir

defesa ou impugnação no prazo de 15 dias, contados a partir da ciência do infrator em

relação ao caso.

3.10.2 Instrução

A Autoridade Sanitária deve fazer um relatório referente aos autos lavrados,

anexar provas ao caso de infração e verificar se existe algum antecedente do infrator.

3.10.3 Julgamento

O julgamento cabe à chefia do distrito. Não pode ser feito pela mesma

autoridade que lavrou o Auto de Infração.

No julgamento. faz-se a leitura do relatório feito pela autoridade sanitária que

lavrou a infração

Para a fundamentação, analisa-se os fatos apurados a defesa apresentada, bem

como a avaliação das provas, classificação da infração e graduação da pena de acordo

com a legislação vigente.

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4 INSPEÇÃO

A vigilância Sanitária desenvolveu um programa de inspeções a serem

realizadas nos estabelecimentos que trabalham com alimentos, tendo uma ficha de

acompanhamento para auxiliar a autoridade Sanitária.

4.1 EXIGÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO

- Alvará de Funcionamento.

- Projeto Arquitetônico do estabelecimento em conformidade ao manual de Boas

Práticas.

- Manual de Boas Práticas de Manipulação ou Fabricação, elaborado pela

empresa.

- Responsável técnico (RT) em empresas de grande porte.

- Exame médico dos Funcionários, e periodicidade.

- Controle de Pragas.

- Controle da água.

- Controle de Matéria Prima.

- Controle de pragas.

- Fluxo do estabelecimento, bem como a estrutura, área de recebimento e

armazenamento, processamento, pisos, parede, forro, lavatórios, sabonetes

líquidos, papel toalha, lixeira com pedal, sanitários, vestiários.

- Fluxo do Lixo

- Controle no Estoque das Mercadorias.

- Adequada temperatura de refrigeração para os diversos tipos de alimentos.

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- Embalagem adequada para cada tipo de produto confeccionado no

estabelecimento, fornecendo informações técnicas e nutricionais sobre a

composição do produto, tais como: S8 o alimento é defumado, se contém

corantes, tipo de corte, quantidade de proteínas, gorduras, vitaminas,

carboidratos, calorias etc.

4.1.11nspeção em indústrias de alimentos

Requisitos exigidos pela Legislação Sanitária para as Industrias de Alimentos.

4.1.1.1 Projeto arquitetônico

Projetar o estabelecimento para que tenha dimensões apropriadas para o

trabalho a ser desenvolvido no IDeal, com adequada circulação de ar, pisos paredes e

teto feitos de material liso, contínuo, lavável e impermeável para facilitar a higienização

do local. Proteger as entradas de ar com telas para evitar a invasão de passares,

insetos e outros animais no recinto.

No projeto também devera aparecer a forma pela qual o estabelecimento ira

tratar os afluentes e os poluentes decorrentes da produção.

4.1.1.2 Instalações

- Higienização de todo o estabelecimento.

- Impedir a entrada de animais e a permanência de objetos em desuso.

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- Pisos paredes e tetos feitos de material impermeável, contínuo, lavável e liso.

Pé direito com altura adequada. A ser determinado pelo Técnico Sanitário, de

acordo com o tipo de Indústria.

- Portas adequadas ao tipo de Fluxo, separando os ambientes a fim de evitar

contaminação por Cruzamento de Fluxo.

- Janelas teladas.

- Iluminação e ventilação adequadas ao local. A ser avaliado pelo Técnico

Sanitário.

- Lavatórios nas áreas de manipulação com sabonete líquido e papel toalha

descartavel.

- Banheiros separados por sexo.

- Vestiários separados por sexo.

- Cada funcionário deverá ter um armário próprio, com tranca para guardar seus

pertences. O funcionário deve ficar com a chave para que nenhuma outra pessoa

tenha acesso aos seus pertences.

- Disposição de lixeiras com tampa em todas as seções.

- Nos depósitos os alimentos deverão ficar sobre estrados. Não armazenar nada

além do que foi previsto e aprovado no projeto arquitetônico pela Autoridade

Sanitaria. Por exemplo, não annazenar matéria prima e produto acabado no

mesmo local, como também não armazenar junto ao alimento material não

comestível.

- O estabelecimento não podera ter vínculo à residência.

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II

Depósito de Material de Limpeza. Nesse local deverá ficar todo o material de

limpeza, não podendo armazenar quaisquer outros tipos de produtos.

4.1.1.3 Equipamentos

- Higienizar após o uso.

- Mesas e balcões não deverão ser de madeira. Mas de material liso

impermeável e contínuo, que resista à higienização constante.

- Máquinas adequadas ao tipo de produção e que não representem risco à

segurança do trabalhador. Os funcionários que a utilizarão deverão ser bem

treinados para utiliza-Ia.

- As câmaras Frigoríficas deverão estar sempre bem conservadas e ajustadas à

temperatura ideal para a conservação de determinado tipo de alimento, como,

por exemplo, came bovina armazenada à temperatura de O a 7 graus Celsius.

Não colocar estrados de madeira ou qualquer outro material de madeira dentro

da câmara.

4.1.1.4 Manipuladores

- Devem usar uniformes limpos, em bom estado, de cor clara, como, por

exemplo, branco.

- Devem lavar as mãos antes da manipulação, depois e sempre que necessário.

- Os Funcionários não deverão trabalhar quando estiverem sofrendo de doença

infecto contagiosa.

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- Se o maquinário no local de trabalho produzem ruídos muito fortes que podem

comprometer a audição do trabalhador, então ele deverá usar protetores

auriculares e fazer audiometria a cada seis meses.

- Os funcionários deverão estar sempre com as unhas bem cortadas, não usando

anéis, esmaltes ou qualquer adorno, devendo também tirar os relógios e

pulseiras. Não manipularem qualquer material que possa causar contaminação,

como por, exemplo, dinheiro. Não devem fumar no recinto. Também é proibido

fumar no recinto.

4.1.1.5 Licenciamento

A Indústria deverá possuir licença Sanitária, que será renovada

anualmente após nova inspeção do Técnico da Vigilância Sanitária.

4.2 INSPEÇÃO EM

CHURRASCARIAS

Serão avaliadas as condições higiênicas, sanitárias como também a estrutura

LANCHONETES, RESTAURANTES, BARES E

física para que, se aprovados pelo técnico, o estabelecimento possa receber a Licença

Sanitária para o funcionamento do estabelecimento.

4.2.1 Exigências da legislação

- O local deve ser sempre limpo.

- Licença Sanitária atualizada.

- Impedir o acesso de animais ao estabelecimento.

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- Pisos, paredes e tetos feitos de materiais lisos, laváveis, contínuos e

impermeáveis.

- Adequada ventilação e iluminação do ambiente.

- Instalar lavatórios de mãos com sabonete liquido e papel toalha.

- Banheiros separados por sexo somente para funcionários e banheiros

separados por sexo somente para clientes. Caso o estabelecimento seja de

pequeno porte, permite-se um banheiro unisex para clientes. Todos os banheiros

devem conter Lavatórios de mãos com sabonete líquido e papel toalha.

- Vestiários separados por sexo.

- Armários para funcionários com trancas, deixando a chave com o funcionário.

Somente nesse local o funcionário poderá deixar seus pertences.

- Lixeiras com tampas onde for necessário. A avaliação do local é feita pelo

técnico durante a inspeção

- No depósito de alimentos, os estrados não poderão ser de madeira. Mas sim de

material impermeável e laváve!. O depósito deverá ser, sempre que necessário,

limpo para tirar acumulo de matéria como sujidades, pó, restos de alimentos etc.

- Limpeza da caixa de água a cada 6 meses feitas por empresas que possuam

licença sanitária.

- Colocação de telas nas janelas para impedir a entrada de passaros e insetos.

- Controle de pragas.

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4.2.1.1 Manipuladores

Devem usar uniformes limpos, em bom estado, de cor clara, como, por

exemplo, branco.

- Devem lavar as mãos antes da manipulação, depois e sempre que necessário.

- Os Funcionarias não deverão trabalhar quando estiverem sofrendo de doença

infecto contagiosa.

- Não deve trabalhar sem proteção o funcionário que possuir lesões,

principalmente nas mãos.

- Os funcionários deverão estar sempre com as unhas bem cortadas, não usando

anéis, esmaltes ou qualquer outro adorno, devendo também tirar os relógios e

pulseiras. Não manipularem qualquer material que possa causar contaminação,

como por, exemplo, dinheiro. Também é proibido fumar no recinto.

4.2.1.2 Equipamentos

- Higienizar após o uso.

- Mesas e balcões não deverão ser de madeira. Mas de material liso impermeável e

contínuo, que resista à higienização constante.

- Máquinas adequadas ao tipo de produção e que não representem risco a

segurança do trabalhador. Os funcionários que a utilizarão deverão ser bem

treinados para utiliza-Ia.

- As câmaras Frigoríficas deverão estar sempre bem conservadas e ajustadas atemperatura ideal para a conservação de determinado tipo de alimento, como, por

exemplo, carne bovina armazenada à temperatura de O a 7 graus Celsius. Não

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colocar estrados de madeira ou qualquer outro material de madeira dentro da

câmara

~Sistema de exaustão na cozinha, como coifas e exaustores em locais adequados.

- Utilização de estufas para armazenar salgados.

- Utilização de pinças e pegadores para servir o allmento ao cliente.

- Lavagem de todos os utensílios e equipamentos com água quente corrente.

4.2.1.3 Alimentos

Os alimentos devem conter as características organolépticas normais, de

procedência conhecida e previamente inspecionada pelo órgão responsável. Devendo

ser armazenados de forma adequada, obedecendo às indicações encontradas na

embalagem, como temperatura e ambiente para a annazenagem.

4.3 PADARIAS

A autoridade Sanitária irá avaliar as condições higiênicas e sanitárias do

estabelecimento, avaliando toda a estrutura. Levando em conta os seguintes requisitos

pra avaliação:

4.3.1 Sala de vendas

Pisos, paredes e tetos devem ser de material liso, lavavel, contínuo e

impermeavel. As paredes devem possuir pé direito de dois metros.

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Os balcões devem ser constantemente limpos dos resíduos.

Usar espátulas ou pegadores para servir o alimento ao cliente.

4.3.2 Manipulação

Pisos, paredes e tetos devem ser de material liso, lavavel, contínuo e

impenneável. As paredes devem possuir pé direito de dois metros.

As janelas devem ser leladas. Impedir o acesso de insetos, pássaros e qualquer

outro tipo de animal no recinto.

Esse ambiente deve ser separado dos outros por portas que se fecham

automaticamente.

Não se deve pennitir a entrada de qualquer tipo de objeto que não seja próprio

desse recinto.

4.3.3 Equipamentos

Devem ser higienizados após o uso.

As mesas, cadeiras e balcões não deverão ser de madeira. Mas de material liso

impermeável e contínuo, que resista à higienização constante.

As estantes devem ser lavadas periodicamente, evitando o acúmulo de resíduos.

As formas devem ser limpas, de forma a não sobrar resíduos ou crostas I

estando sempre em ótimo estado de conservação.

As balanças devem estar em perfeito estado de conservação. Livres de resíduos

e sujidades, sendo higienizada sempre que necessario.

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4.3.4 Depósito de matéria prima

O piso a parede e o teto devem ser de material liso, lavável e impermeável.

Deve-se somente armazenar a matéria prima nesse local.

O alimento deve estar sobre estrado de PVC, distante da parede.

O depósito deve ficar fechado para evitar a entrada de roedores, baratas insetos

etc.

4.3.5 Outras instalações

Banheiros separados por sexo dotados de pias com sabão liquido e papel toalha.

Vestiários separados por sexo.

Armários para cada funcionário. A chave do armário deverá ficar com o

respectivo funcionário.

4.3.6 Manipuladores

Devem usar uniformes limpos, em bom estado, de cor clara, como, por exemplo,

branco.

Devem lavar as mãos antes da manipulação, depois e sempre que necessário.

Os Funcionários não deverão trabalhar quando estiverem sofrendo de doença

infecto contagiosa.

É proibido fumar no local, manipular dinheiro, comer e fazer qualquer coisa que

possa causar a contaminação do alimento.

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4.3.7 Alimentos

As matérias primas devem ser de boa procedência, originárias de locais

controlados e fiscalizados. Devem ser estocadas em local apropriado e exclusivo Livre

de umidade e de contaminação e na temperatura recomendada para cada tipo de

matéria prima.

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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO

O estágio consistiu em acompanhar a rotina dos Técnicos Sanitários, tais como

trabalhos administrativos e inspeções nos diversos tipos de estabelecimentos, inclusive

aqueles que não se relacionam com as atividades do médico veterinário, como, por

exemplo, consultórios odontológicos, fannácias, usinas, pré-escolas etc. Participar

dessas outras atividades foi de grande importância para que eu pudesse vivenciar as

diversas áreas de atuações da Vigilância Sanitária, entendendo todo o trabalho

desenvolvido pelos diferentes profissionais da área da Saúde, como Dentistas,

Farmacêuticos, Enfermeiras e Médicos Veterinários.

Como as outras áreas não são de interesse da Medicina Veterinária, irei relatar

somente as rotinas de inspeção realizadas em estabelecimentos do nosso interesse.

5.1 INSPEÇÕES

5.1.1 Rotina

AÇOUGUE 1

Inspeção realizada no dia 28/07/2004. O local estava adequado quanto á

estrutura, porém não possuía a licença sanitária.

A autoridade sanitária lavrou uma infração para o estabelecimento por funcionar

sem a licença sanitária expedida pelo órgão competente da Secretaria Municipal de

Saúde.

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MERCADO 1

Inspeção realizada no dia 28/07/2004. Foi verificado que o estabelecimento não

possuía licença sanitária. Também foi percebida a falta de higiene na parte do açougue,

como sujidades na serra fita, utilização de saco de lixo para estocar alimentos dentro da

geladeira frigorifica. Também havia alimentos estocados diretamente no chão. Foi

encontrado dentro de uma sala um grande acúmulo de entulho o que proporciona um

ótimo ambiente para a proliferação de ratos e baratas. As mesas do açougue eram de

madeira, o que é proibido, e o piso estava demasiadamente quebrado, acumulando

sujidades.

A autoridade sanitária Interditou temporariamente o estabelecimento por

funcionar sem licença sanitãria, pela falta de higiene e pelas instalações irregulares.

Caso o infrator rompa os lacres de interdição temporária, estará sujeito a

responder pelo crime previsto no artigo 330 do Código Penal (desobediência), artigo 98

e artigo 115 inciso 4° da lei municipal n° 9000/96.

Foi dado um prazo de 15 dias para interpor defesa administrativa.

A desinterdição ocorreu no dia 02/08/2004.

RESTAURANTE 1

Foi realizada uma inspeção anterior ao começo do meu estágio curricular no

Restaurante 1. No dia 15/08/2004, houve o retorno ao local para verificar se o

proprietário acatou a intimação quanto à construção do Depósito de Material de

Limpeza e a reforma no piso da cozinha. A inspeção demonstrou que a intimação fora

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cumprida e que tudo estava em ordem. O Depósito de material de limpeza possuía um

tanque para a limpeza dos panos de chão, sendo do tamanho ideal para guardar todo o

material de limpeza usado no estabelecimento.

MERCEARIA 3

Visita realizada no dia 11/08/2004.

O Proprietário pediu o parecer da Saúde quanto à regularização do açougue e a

mudança do estabelecimento para a categoria de mini-mercado.

Neste dia foi levado o parecer da Saude permitindo o estabelecimento explorar a

atividade de açougue, porém o pedido do parecer para tornar a mercearia na categoria

de mini-mercado foi indeferido por questões estruturais já que o local possuía menos de

100 metros quadrados. Para ser considerado mini-mercado, o estabelecimento deveria

ter mais de 100 metros quadrados.

RESTAURANTE 2

No dia 16/08/2004 foi feito o retomo ao local, a fim de levar uma intimação que

exigia a colocação de telas nas janelas da cozinha e a troca da mesa de madeira, onde

era feita a manipulação dos alimentos, por uma mesa de material liso, lavável e

impermeável.

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RESTAURANTE 3

No dia 01/09/2004 foi feito o retomo ao Restaurante 3 para verificar se a

intimação quanto à colocação de Depósito de Material de Limpeza e armários para os

Funcionários foi respeitada.

A inspeção foi muito rápida. O técnico já conhecia o local, dando maior atenção

em inspecionar o que foi pedido na intimação. Felizmente o proprietário acatou as

ordens e fez tudo que era necessário. O Depósito de Material de Limpeza era pequeno,

porém atendia ás necessidades do local. Os armários foram adaptados à parede,

próximo ao depósito de Material de Limpeza, a fim de poupar o espaço, já que o

Restaurante 3 não possuía uma estrutura grande. Verificada as adequações, o

estabelecimento foi liberado pelo Técnico da Saúde. Sob o aviso de que outra inspeção

iria ocorrer no local, a fim de manter a qualidade do estabelecimento.

DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DERIVADOS DO LEITE

No dia 29/07/2004 foi feita uma inspeção nesse local e foi verificado que faltava

construir uma área de Depósito de Material de Limpeza. Também foi observada a

utilização de pa11etsde madeira na área de estocagem dos produtos derivados do leite,

o que é proibido. Também havia uma escada caracol utilizada pelos funcionários para

poderem chegar ao banheiro.

O proprietario foi Intimado a substituir os pallets de madeira pelos de plastico e a

fazer uma área para o Depósito de Material de Limpeza e a substituir a escada caracol

por outro sistema a fim de preservar a saúde do trabalhador.

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FÁBRICA DE TOMATE SECO

04/08/2004

A Fábrica pediu parecer da Saúde para a liberação da consulta azul.

O Técnico indeferiu a Licença Sanitária pela falta de projeto arquitetônico além de que a

inspeção realizada demonstrou que a Fabrica possuía vínculo à residência. Com base

no artigo 106 parágrafos XIX e XXI da Lei Municipal 9000/96 isso é proibido.

Foi feilo um termo de ciência sobre toda a situação ao responsável para ser

assinado por ele.

ESTABELECIMENTO DE ESTOCAGEM DE CARNES

Na visita realizada no dia 11/08/2004, foi verificado que as câmaras frias, como

também toda a estrutura estavam desativadas, não sendo encontrado nenhum tipo de

produto alimentício no local.

Foi feita uma ligação ao proprietário a fim de entender o que estava

acontecendo. O proprietário falou que estava desistindo do negócio. Então o técnico

orientou que ele deveria encerrar as atividades junto à Saúde.

CHURRASCARIAS

30/08/2004

Foram feitas visitas a quatro Churrascarias com a finalidade de orientar os

proprietários. Foram encontradas algumas irregularidades, como funcionários

trabalhando de chinelo na cozinha e falta de limpeza no refrigerador frigorífico.

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As quatro churrascarias vêm sendo observadas e fiscalizadas constantemente

pela Vigilância Sanitária e aos poucos estão adequando suas estruturas nas exigências

da lei. É um trabalho longo, feito com estabelecimentos antigos, que obedeciam a

normas que antes eram brandas e hoje estão mais rigorosas. Dessa forma a Vigilância

Sanitária tem conseguido com grande sucesso colocar esses tipos de estabelecimentos

dentro dos padrões de qualidade que a Legislação atual defende.

5.1.2 Denúncias

MERCADO 2

Veio ao distrito uma denuncia de que o Mercado 2 estava vendendo produtos

alimentícios de origem animal com o rótulo adulterado.

A inspeção foi realizada no dia 30/07/2004.

Chegando ao local, a denuncia foi confirmada.

A autoridade sanitária procedeu em pegar todos os produtos suspeitos, abrindo a

embalagem e retirando o rótulo, confirmando dessa forma a adulteração. O rótulo

deveria fazer parte da embalagem, porém ele fora recortado e colocado entre o produto

e a embalagem plástica.

O estabelecimento foi infracionado por expor à venda produtos alimentícios de

origem animal em embalagem plástica violada, com o rótulo da embalagem original

recortado e utilizado para re-embalar os produtos.

O Técnico da Vigilância fotografou todos os produtos irregulares, procedendo

com a inutilização dos mesmos. Essa Inutilização foi feita na presença do proprietário.

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2S

Foram inutilizados:

7.880 gramas de Mortadela

2.380 gramas de mortadela de Frango

15.272 gramas de queijo Mussarela

4.660 gramas de queijo prato.

SUPERMERCADO 1

Veio ao distrito uma denuncia de que o Supermercado 1 estava expondo à venda

carne de frango estragada.

A inspeção ocorreu no dia 27/08/2004. Chegando ao local, não foram

observadas alterações organolépticas no produto, porém foi verificado que a carne, no

balcão frigorífico, estava sem identificação. Também foram encontradas carnes de

frango congelada, no balcão frigorífico. Esta situação é irregular, pois no balcão

frigorífico o produto descongela perdendo as características expressa na embalagem,

lesando o consumidor.

O Supermercado 1 foi intimado a colocar etiqueta de identificação nas carnes e a

tirar produtos congelados do balcão Frigorífico para armazena-los no Freezer. Devendo

ficar no balcão Frigorífico somente produtos resfriados.

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MERCEARIA 1

Veio ao distrito uma denuncia de que a Mercearia 1 estava vendendo carne

estragada.

A inspeção foi realizada no dia 02/08/2004.

Foi verificado que o estabelecimento não possuía licença sanita lia e no balcão

frigorífico havia came sem identificação e com a aparência organolépticas alterada.

O estabelecimento foi infracionada por funcionar sem licença sanitâria e por

annazenar produtos de origem animal sem identificação e sem prazo de validade e por

estarem com a aparência alterada e deteriorada com base na Lei Municipal n° 9000/96

artigo 95, artigo 98 e incisos, artigo 108 inciso VII, CXII, artigo 115.

O Técnico Sanitário procedeu com a inutilização dos seguintes produtos:

50.100 gramas de Carne Bovina

10.880 gramas de Carne Suína

3.200 gramas de Carne de Frango

4.680 gramas de Lingüiça

260 gramas de Peixe

COZINHA E REFEITÓRIO DA SIDERURGICA 1

No dia 12/08/2004 chegou pela CAU (Centro de Atendimento ao Usuário) uma

denuncia feita pelo trabalhador de um Siderúrgica. Nela, o trabalhador relatou que o

refeitório da Siderúrgica não era adequado, sendo extremamente sujo, desrespeitando

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o direito do funcionário. Disse também que o chão e o forro estavam em péssimo

estado de cons8IVação e que faltava higiene na preparação dos alimentos.

A inspeção foi feita no dia 17/0812004. Chegando ao local pode-se constatar que

a estrutura estava em péssimo estado de conservação. O piso era de madeira,

extremamente frágil, quebradiço, as mesas eram formadas por tábuas apoiadas sobre

cavaletes cobertos por lona onde os funcionários faziam as refeições. A cozinha ficava

junto ao refeitório. Ela não possuía uma estrutura adequada para funcionar, resultando

na falta de higiene e qualidade aos alimentos. Era demasiadamente pequena. As

panelas ficavam empilhadas sobre um balcão próximo à porta. As janelas não

possuíam telas, portanto a entrada de insetos na cozinha era constante. O forro era de

madeira e estava em péssimo estado de conservação, havendo grande acúmulo de pó

nas partes quebradas, as paredes também eram de madeira, com a pintura

extremamente descascada.

Por estar em precario estado tanto a cozinha como o refeitório, o responsável foi

intimado a encerrar em 24 horas as atividades do local. Procurando fomecer alimento

aos funcionários de uma outra forma

HIPERMERCADO 1

No dia 15/08/2004 chegou pela C.A. U uma denuncia sobre o Hipermercado 1. A

reclamação era de que a carne de frango estava sem identificação, não apresentando

data de validade e a marca do produto.

A inspeção foi realizada no dia 18/08/2004. Chegando ao local, a Autoridade

Sanitária constatou que a denuncia realmente procedia. Foi observado que o frango

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estava fora de sua embalagem, sendo exposto no balcão frigorífico, sem identificação.

Além disso, foram encontradas outras irregularidades como congelar frango resfriado,

na tentativa de aumentar a validade do produto para expôMlo mais tarde sem

identificação, e também o contrario, como expor frango congelado no balcão frigorífico,

descongelando o produto.

Durante a inspeção, foi encontrada carne Bovina sem identificação em exposição

no balcão Frigorífico que ficava ao lado das cames de aves.

Visto tudo, o Hipermercado 1 foi infracionado em decorrência de todas essas

irregularidades.

RESTAURANTE 4

No dia 04/09/2004, chegou ao distrito uma denuncia feita à CAU (Centro de

atendimento ao usuário). Nesta C.A.U, a pessoa reclamou que o Restaurante 4 não

possuía uma cozinha adequadamente limpa, havendo uma grave falta de higiene no

local.

A inspeção ocorreu no dia 09/09/2004. Chegando ao local pode-se constatar que

o restaurante possuía uma churrasqueira, porém o seu Alvará permitia que o

estabelecimento funcionasse somente como Restaurante. O Alvará deveria ser mudado

para Churrascaria, porém o proprietário não tinha interesse nessa mudança. Então o

Técnico Sanitário intimou o proprietário a desativar a churrasqueira, demolindo-a ou

fechando-a com alvenaria. Passado essa parte, a inspeção continuou pela cozinha,

sendo observada a existência de elementos vazados naquela área. A fim de evitar a

entrada de insetos no local e o acúmulo de pó nesses elementos, foi feita outra

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intimação para que os mesmos fossem retirados. Também foi feita uma intimação para

substituir o forro de madeira da cozinha, por um forro de PVC.

5.1.3 Liberação de consulta azul

COMERCIO VAREJISTA DE PESCADO

o proprietário pediu o parecer da saúde para o funcionamento do

estabelecimento.

No dia 28/07/04 foi realizada a visita ao local.

O pedido de parecer foi indeferido por irregularidades na estrutura do

estabelecimento, como deficiência no depósito de alimentos, o depósito era

demasiadamente pequeno, as janelas não possuíam telas, o lixo não tinha um lugar

definido para ser colocado, não havia depósito de material de limpeza e a área de

vendas ficava ligada à érea do depósito de alimento.

O proprietário foi intimado a providenciar em até 30 dias melhorias no'

Depósito de alimentos

Colocação de tela na Janela

Depósito de lixo

Depósito de Material de Limpeza

Divisória em material liso, lavável, contínuo e impermeável separando o

depósito de alimentos com a área de vendas.

Também foi intimado a retirar a máquina seladora do estabelecimento para que

não haja manipulação do alimento.

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MERCEARIA 2

A Mercearia 2 pediu o parecer da saúde para o funcionamento do açougue.

A visita foi realizada no dia 10/08/2004.

O parecer foi indeferido, pelo motivo do estabelecimento possuir vinculo

residência.

Também foi visto que a carne do balcão frigorífico não possuía identificação. A

geladeira frigorífica, o freezer e a serra fita estavam em mal estado de conservação,

com grande acúmulo de ferrugem.

Outra irregularidade encontrada foi a falta do Depósito de Material de Limpeza.

O proprietârio foi intimado a fechar o vinculo a residência, colocar identificação

nas carnes do açougue, fazer a manutenção da geladeira frigorífica do Freezer e da

Serra fita e a construir o Depósito de Material de Limpeza.

FÁBRICA DE CHOCOLATE

Apôs ter sido aprovado o projeto arquitetônico da Fábrica de Chocolate, foi

realizado no dia 23/08/2004 uma inspeção no local a fim de verificar se tudo estava

dentro dos padrões previstos no projeto arquitetônico.

A inspeção verificou que a estrutura da fabrica não estava dentro do que foi

previsto. As irregularidades encontradas foram: portas do tipo "vai e vem", de pequenas

dimensões, separando ambientes como a area da venda, com a cozinha e a area do

estoque. No projeto aparece portas que abrem apenas para um lado e que possuíam o

tamanho adequado para isolar uma área da outra.

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A cozinha deveria ficar isolada do ambiente externo o melhor possível. A porta

utilizada na ocasião permitia a passagem de pó e de insetos da área das vendas para a

área de produção. O proprietário foi obrigado a conversar com o engenheiro para tentar

encontrar uma forma de solucionar essa questão.

O material utilizado para fazer o estoque da produção era composto por paredes

de madeira. O proprietário foi instruído â impermeabilizar a madeira ou utllizar divisórias

de PVC.

Portanto, após a inspeção, o pedido para a liberação de Licença Sanitária foi

indeferido.

O Proprietário recebeu uma intimação, que exigia a solução de dois assuntos:

- Adequar o local nos padrões previstos no projeto.

Construir a área do estoque com paredes, teto e chão feitos de materiais

lisos, laváveis, impermeáveis e contínuos.

PROJETO ARQUITETÔNICO

No dia 03/09/2004 foi feita a reavaliação do projeto arquitetônico de uma Fábrica

de Conservas.

O primeiro Projeto fora reprovado pelos técnicos da Saúde no começo do ano.

A falha estava no cruzamento de Fluxo, o que acarretaria na contaminação do

produto final.

A Fábrica chamou novamente o seu engenheiro a fim de encontrar uma solução

para o problema. O projeto retornou ao distrito no período do meu estágio. E no dia

03/09/2004 foi reavaliado. A Autoridade Sanitária verificou que o novo Fluxo estava

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adequado, sem perigos de cruzamentos e contaminações, permitindo maior qualidade

do produto final. Visto tudo, o projeto foi aprovado.

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6 CONCLUSÃO

A escolha da area de Vigilância Sanitária para cumprir as atividades de estágio

curricular foi uma decisão acertada, visto que pude conhecer mais esta área de atuação

do Médico Veterinário.

Dessa fonna foi possível acompanhar a rotina das Autoridades Sanita rias,

entendendo como atuam mediante as infrações encontradas, e de que maneira lidam

com as situações como também com os proprietârios ou responsáveis técnicos.

A legislação é rigorosa quanto aos aspectos estruturais, qualidade, e higiene dos

estabelecimentos. Porém não é difícil de estar adequado à lei. O que falia aos

proprietários é informação.

Portanto, não somente através de intimações e infrações que a Vigilância

Sanitária usa como instrumentos para intervir num local, mas também através da

orientação, que é uma importante aliada na correção dos mais diversos tipos de

problemas encontrados nos estabelecimentos alimentícios de Curitiba.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Prefeitura Municipal de Curitiba, SMS - Manual de procedimentos para Protocolo de

Vigilância Sanitária - Curitiba, Fevereiro 2000.

- Prefeitura Municipal de Curitiba, SMS, Serviço de Ação sobre o Meio - Rotina para

aprovação e Vistoria de Estabelecimentos de Interesses à Saúde - Curitiba 1996.

- Intemet: \NWW.anvisa.gov.br

www.saude.pr.gov.br