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Rodrigo Andrade de Almeida ROTEIRO DE ESTUDOS Direito Civil Volume 7 Direito das Sucessões Versão 1.3 | 2018.1 www.rodrigoandrade.pro.br

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Rodrigo Andrade de Almeida

ROTEIRO DE ESTUDOS

Direito Civil

Vo

lum

e

7 Direito das

Sucessões

Versão 1.3 | 2018.1 www.rodrigoandrade.pro.br

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Rodrigo Andrade de Almeida www.rodrigoandrade.pro.br

www.direitolevadoaserio.com.br

ROTEIRO DE ESTUDOS

Direito Civil

Volume 7

Direito das Sucessões

Versão 1.3 • 2018.1 Atualizado em 11/04/2018

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APRESENTAÇÃO

Este material foi desenvolvido pelo Prof. Rodrigo Andrade, para ser utilizado durante as aulas presenciais de Direito das Sucessões.

Como o próprio nome o indica, trata-se de um roteiro de estudos: sua finalidade é dinamizar as aulas, deixando já à sua mão os slides utilizados pelo professor e os dispositivos normativos cor-relatos, de modo a que você possa se concentrar em fazer suas anotações e esclarecer eventuais dúvidas, ao invés de se preocupar em copiar o que está na lousa.

Ao longo das aulas, o professor projetará diversos slides. Cada infográfico neste roteiro cor-responde a um slide projetado durante os encontros presenciais.

Abaixo de cada infográfico, você encontrará a transcrição dos dispositivos constitucionais, legais e jurisprudenciais relacionados ao assunto ali tratado. Eventualmente, podem constar excer-tos doutrinários ou outras informações complementares.

Em meio aos assuntos, haverá exercícios que deverão ser realizados em sala, durante as aulas. No momento adequado, o professor o instruirá a respeito deles. Esses exercícios têm como objetivo auxiliá-lo ou auxiliá-la na adequada compreensão da matéria, bem como facilitar o processo de aprendizagem, sempre que possível, através de atividades de natureza lúdica.

Ao final de cada bloco de assuntos, você encontrará exercícios de fixação, que deverão ser respondidos em casa, e levados para as aulas de revisão em sala, onde serão corrigidos.

Sempre que possível, haverá também, ao final de cada unidade, questões de concursos públi-cos, para que você possa desenvolver a habilidade de responder a questões de múltipla escolha e já possa ir se preparando para provas, como o Exame de Ordem e concursos das mais variadas car-reiras.

Para que tenha melhor proveito deste material, sugere-se que você o imprima, encaderne e leve para todas as aulas. Assim, poderá facilmente acompanhar o desenvolvimento dos assuntos ao longo do período letivo, o que facilitará sobremaneira seus estudos.

É óbvio que este material não substitui o estudo dos livros da melhor doutrina, que será opor-tunamente indicada ao longo do texto, nem dispensa sua presença nas aulas presenciais: é indis-pensável que você estude com afinco as lições dos grandes mestres, e leve suas inquietações para os encontros presenciais, a fim de que você, seus colegas e seu professor possam, juntos, construir o conhecimento.

Com isso, o Prof. Rodrigo Andrade espera que você possa aproveitar ao máximo o convívio e as atividades propostas neste Roteiro de Estudos.

Salvador, 15 de janeiro de 2018.

RODRIGO ANDRADE DE ALMEIDA

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 2

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4

O que é o Direito das Sucessões .......................................................................................... 4

Metodologia .......................................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5

1.1 Direito das Sucessões.................................................................................................... 5

1.2 Objeto da Sucessão ....................................................................................................... 6

1.3 Abertura da Sucessão ................................................................................................... 7

1.4 Lugar da abertura da Sucessão .................................................................................... 9

1.5 Aceitação ou Renúncia da Herança ............................................................................ 10

1.6 Herança Jacente e Vacante ..........................................................................................13

1.7 Petição de Herança .......................................................................................................15

SUCESSÃO LEGÍTIMA ............................................................................................................... 17

2.1 Quando ocorre a sucessão legítima ............................................................................ 17

2.2 Herdeiros Necessários e Legítimos ............................................................................. 17 2.2.1 Sucessão por Cabeça e Sucessão por Estirpe ........................................................................... 19 2.2.2 Direito Próprio, Direito de Transmissão e Direito de

Representação ................................................................................................................................................................... 20

2.3 Ordem de Vocação Hereditária .................................................................................. 22

2.4 Sucessão do Companheiro ......................................................................................... 29

2.5 Indignidade do Sucessor ............................................................................................. 30

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA ................................................................................................. 34

3.1 Liberdade de Testar .................................................................................................... 34

3.2 Capacidade Testamentária ......................................................................................... 34

3.3 Testamento .................................................................................................................. 36

3.4 Testamentos Ordinários ............................................................................................. 37

3.5 Testamentos Especiais ................................................................................................ 39

3.6 Testamentos Conjuntivos ........................................................................................... 41

3.7 Disposições Testamentárias Patrimoniais ................................................................ 42 3.7.1 Instituição de Herdeiros e Legatários ......................................................................................... 42

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INTRODUÇÃO

O que é o Direito das Sucessões

O Direito das Sucessões é a última disciplina do Código Civil, seguida apenas das disposições finais, e trata, essencialmente, da transmissão do patrimônio das pessoas falecidas para seus her-deiros e legatários.

Metodologia

Além do clássico método expositivo, o presente Direito das Sucessões será abordado por meio dos mais diferenciados métodos, sempre com o intuito de proporcionar, para o estudante, a melhor e mais eficiente experiência de aprendizagem. Assim, por exemplo, este Roteiro de Estudos é com-posto por inúmeros exercícios, que contemplam desde questões de concursos públicos a atividades lúdicas, como caça-palavras, palavras cruzadas, exercícios de associação e questões discursivas, a serem resolvidas durante os encontros em sala de aula, individual ou coletivamente.

A abordagem do conteúdo programático do componente curricular Direito das Sucessões contemplará, ainda, o emprego de metodologias ativas, aqui entendidas como o processo de en-sino e aprendizagem cuja principal característica é a inserção do estudante como principal agente responsável por sua própria aprendizagem, comprometendo-se ativamente com o desenvolvi-mento das competências cognitivas, técnicas e comportamentais indispensáveis à sua formação.

Dentre as inúmeras ferramentas disponíveis, serão especificamente empregados o método do Estudo de Caso, a Aprendizagem Baseada em Problemas ou PBL (acrônimo para Problem-Based Learning) e a Metodologia para Projetos.

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Anotações

Unidade 1

INTRODUÇÃO

1.1 Direito das Sucessões

INFOGRÁFICO 1: TRANSMISSÃO DE SITUAÇÕES JURÍDICAS

INFOGRÁFICO 2: DIREITO SUCESSÓRIO

Código Civil

Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade. Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concor-

rência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascenden-tes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais.

Sucessão Causa Mortis

Manifestação de vontade do Sucedendo, ainda em vida

Sucessão Testamentária

Testamento

Sucessão determinada pela lei

Sucessão Legítima

Ordem de vocação hereditária

Transmissão de uma situação jurídica

Ato de Vontade (inter vivos)

Negócio Jurídico

Obrigações, Contratos

Ocupação, abandono, esbulho

Direito das Coisas

Etc.

Causa Mortis

Sucessão

Direito das Sucessões

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Anotações

1.2 Objeto da Sucessão

INFOGRÁFICO 3: OBJETO DA SUCESSÃO

Código Civil

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independente-mente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universa-lidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

INFOGRÁFICO 4: OBJETO DA SUCESSÃO

Código Civil

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Sucessão

a título universal

Totalidade ou parte do patrimônio do morto

Herança → Herdeiro

a título singular

Um ou mais bens individualizados

Legado → Legatário

Direitos

Personalíssimos

Obrigacionais

Reais

Dívidas

Personalíssimas

Obrigacionais

Direitos

Personalíssimos

Obrigacionais

Reais

Dívidas

Personalíssimas

Obrigacionais

Pat

rim

ôn

io

He

ran

ça o

u E

spó

lio

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Anotações

INFOGRÁFICO 5: HERANÇA OU ESPÓLIO

Código Civil

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta.

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universa-lidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da he-rança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

1.3 Abertura da Sucessão

INFOGRÁFICO 6: ABERTURA DA SUCESSÃO

Código Civil

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e tes-tamentários.

Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva. §1º Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatário entrar por autoridade própria. §2º O legado de coisa certa

Herança (Espólio)

Universalidade de bens

Condomínio

Extinção mediante partilha dos bens (art. 1.791, parágrafo único)

Cada herdeiro tem direito a uma fração ideal da herança

Tem personalidade judiciária

Morte

Abertura da Sucessão

Aquisição completa do

direito sucessório

Transmissão da herança

Aquisição da herança

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Anotações

existente na herança transfere também ao legatário os frutos que produzir, desde a morte do tes-tador, exceto se dependente de condição suspensiva, ou de termo inicial.

INFOGRÁFICO 7: PRESSUPOSTOS DA TRANSMISSÃO DA HERANÇA

Código Civil

Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos au-sentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extrema-mente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em cam-panha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Art. 8º. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da aber-tura da sucessão.

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.

Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. §1º Salvo disposição testamentária em con-trário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessiva-mente, às pessoas indicadas no art. 1.775. §2º Os poderes, deveres e responsabilidades do cura-dor, assim nomeado, regem-se pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber. §3º Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador. §4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposi-ção em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

Pressupostos da Transmissão da Herança

Morte do Sucedendo

Natural

Presumida

Capacidade para Suceder

Existência (sobrevivência)

Direito sucessório eventual

Lei Testamento

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Anotações

1.4 Lugar da abertura da Sucessão

INFOGRÁFICO 8: LUGAR DA ABERTURA DA SUCESSÃO

Código Civil

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, con-siderar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordi-nado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.

Código de Processo Civil

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anu-lação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferen-tes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do es-pólio.

Lugar da Abertura da Sucessão

Último domicílio do autor da herança

Residência ou centro de negócios

Domicílio incerto ou desconhecido

Foro de situação dos bens imóveis

Foro do local de qualquer dos bens do

espólio

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Anotações

1.5 Aceitação ou Renúncia da Herança

INFOGRÁFICO 9: ACEITAÇÃO OU RENÚNCIA DA HERANÇA

INFOGRÁFICO 10: ACEITAÇÃO DA HERANÇA

Código Civil

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tá-cita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. §1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. §2º Não importa igualmente aceitação a cessão gra-tuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros.

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. §1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. §2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.

Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não

Morte = Abertura da Sucessão = Transmissão da Herança

Aceitação da Herança Renúncia da Herança

Aceitação da Herança

Ato jurídico

Voluntário

Interessados (art. 1.807)

Unilateral

Puro e simples (art. 1.808)

Irrevogável (art. 1.812)

Eficácia retroativa (art.

1.804)

Expressa ou Tácita

Declaração escrita

Atos próprios da qualidade de herdeiro

(arts. 1.805 e 1.807)

Morte antes da aceitação

Poder de aceitar

transmite-se aos sucessores

(Art. 1.809)

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Anotações

verificada. Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

INFOGRÁFICO 11: RENÚNCIA À HERANÇA

Código Civil

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do

outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelece-rem economia separada.

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.

Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial.

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. §1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. §2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles,

com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. §1º A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. §2º Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.

Renúncia à Herança

Ato jurídico

Voluntário

Interessados (art. 1.807)

Unilateral

Puro e simples

Irrevogável

Eficácia retroativa

Solene (art. 1.806)

Credores do Renunciante

Art. 1.813

Renúncia abdicativa

vs. Renúncia

translativa in favorem

Pacto Sucessório

Renunciativo(art. 426)

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Anotações

INFOGRÁFICO 12: SUCESSÃO A TÍTULOS DIVERSOS

Código Civil

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. §1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. §2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.

INFOGRÁFICO 13: ACEITAÇÃO, RENÚNCIA E CESSÃO DA HERANÇA

Código Civil

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. §1º Os direitos, conferidos ao herdeiro em conse-qüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente. §2º É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. §3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização

Sucessão a títulos diversos

A título universal e a título singular

Aceitar ambosRenunciar a

ambos

Aceitar um e renunciar ao

outro

Legítima e Testamentária

Aceitar ambos

Terá direito a dois quinhões

Renunciar a ambos

Aceitar um e renunciar ao

outro

Aceitação/Renúncia ≠ Cessão

Cessão Gratuita

Pura e Simples

A co-herdeiros

Renúncia

A terceiros

Aceitação

Doação

Distribuição desigual

Aceitação

Doação

Cessão Onerosa

Aceitação

Compra e Venda ou Troca

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Anotações

do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.

Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à suces-são, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a trans-missão. Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distri-buirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.

1.6 Herança Jacente e Vacante

INFOGRÁFICO 14: HERANÇA JACENTE

Código Civil

Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente co-nhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.

Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.

Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança.

Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, in-corporando-se ao domínio da União quando situados em território federal. Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.

Herança Jacente

Hipóteses

Não se descobre

testamento

Nenhum sucessor

reclama a herança

Todos os sucessores

renunciam à herança

Procedimento

Arrecadação

Nomeação de Curador

Editais ou citação de herdeiros

Após 1 ano da 1ª publicação, declara-se a vacância da

herança

Após 5 anos da abertura da sucessão, a herança vacante é

incorporada pelo Estado

Herdeiros necessários e credores podem, por ação própria, pleitear

seus direitos

Credores podem pedir o pagamento do passivo da herança (art. 1.821)

Sucessores podem pedir habilitação

(CPC, arts. 687 a 692)

Conversão da arrecadação em

inventário

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Anotações

Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo declarada vacante.

Código de Processo Civil

Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo.

Art. 688. A habilitação pode ser requerida: I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido; II - pelos sucessores do falecido, em relação à parte.

Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que esti-ver, suspendendo-se, a partir de então, o processo.

Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se pronunciarem no prazo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador constituído nos autos.

Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em que determinará que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução.

Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos.

Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domi-cílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.

Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância. §1º Incumbe ao curador: I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público; II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes; III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança; IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa; V - prestar contas ao final de sua gestão. §2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161.

Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de se-cretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado. §1º Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à arrecadação e ao arro-lamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências. §2º Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de compromissado. §3º Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e informa-ção. §4º O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes. §5º Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados. §6º Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública.

Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação. §1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital. §2º Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular. §3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário. §4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventá-rios ou propor a ação de cobrança

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15

Anotações

Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação: I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa; II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria; III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação; IV - de ações de socie-dade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento; V - de bens imóveis: a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação; b) se estiverem hipoteca-dos e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento. §1º Não se procederá, entre-tanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a importância para as despesas. §2º Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância da herança.

Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante. §1º Pendendo habilitação, a vacân-cia será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última. §2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.

1.7 Petição de Herança

INFOGRÁFICO 15: PETIÇÃO DE HERANÇA

Código Civil

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de

seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qua-lidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.

Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários.

Petição de Herança

Hipóteses

Esquecimento Desconhecimento

Omissão dolosa

Objeto

Reconhecimento do direito sucessório

Declaração da qualidade de

herdeiro

Pode ser cumulada com declaratória de

parentesco

Abrangência

Todos os bens hereditários (1.825)

Efeitos

Art. 1.826

Prescrição

10 anos (art. 205)

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Anotações

Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo, fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts. 1.214 a 1.222. Pará-grafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir pelas regras con-cernentes à posse de má-fé e à mora.

Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados. Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé.

Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu.

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17

Anotações

Unidade 2

SUCESSÃO LEGÍTIMA

2.1 Quando ocorre a sucessão legítima

INFOGRÁFICO 16: HIPÓTESES DE OCORRÊNCIA DA SUCESSÃO LEGÍTIMA

2.2 Herdeiros Necessários e Legítimos

INFOGRÁFICO 17: HERDEIROS NECESSÁRIOS E LEGÍTIMOS

Código Civil

Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum

legado, não perderá o direito à legítima. Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de

seu patrimônio sem os contemplar.

Sucessão

Testamentária

Testamento Válido

Sem herdeiros necessários

Legítima

Testamento inválido

Testamento válido mas com

herdeiros necessários

Não deixa testamento

Herdeiros

Necessários

Descendentes Ascendentes

Cônjuge ouCompanheiro

Legítimos

Colaterais até o quarto grau

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Anotações

Jurisprudência

Recurso Extraordinário 878.694/MG (Repercussão Geral). Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. INCONSTITUCIONALIDADE DA DISTIN-ÇÃO DE REGIME SUCESSÓRIO ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. 1. A Constituição brasileira contempla diferentes formas de família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse rol incluem-se as famílias formadas mediante união estável. 2. Não é legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os cônjuges e os companheiros, isto é, a família formada pelo casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização entre entidades familiares é incompatível com a Constituição de 1988. 3. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as Leis nos 8.971/94 e 9.278/96 e discriminar a companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem inferiores aos conferidos à esposa (ou ao marido), entra em contraste com os princípios da igualdade, da digni-dade humana, da proporcionalidade como vedação à proteção (Supremo Tribunal Federal; Relator: Min. Luís Roberto Barroso; julgado em 10/05/2017).

INFOGRÁFICO 18: PARENTESCO

INFOGRÁFICO 19: LEGÍTIMA

Código Civil

Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

Avô (2º)

Tio (3º)

Primo (4º)

Primo (4º)

(5º)

Pai (1º)

De cujus

Filho (1º)

Neto (2º)

Irmão(2º)

Legítima

Conceito (1.845)

Metade dos bens da herança

Cálculo

Legítima = (Bens da herança –dívidas – despesas do funeral) +

(valor dos bens sujeitos à colação)

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Anotações

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, aba-tidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

2.2.1 SUCESSÃO POR CABEÇA E SUCESSÃO POR ESTIRPE

INFOGRÁFICO 20: SUCESSÃO POR CABEÇA E POR ESTIRPE

INFOGRÁFICO 21: SUCESSÃO POR CABEÇA

INFOGRÁFICO 22: SUCESSÃO POR ESTIRPE

Sucessão

Por Cabeça (per capita)

Todos os sucessores são

da mesma classe e grau

A herança é dividida

igualmente a cada um

Por Estirpe (in stirpes)

Os sucessores são de classes ou graus diferentes

A herança é divi-dida desigual-

mente entre os sucessores

De cujus

1/2

0 0

1/2

0

De cujus

1/2

1/4 1/4

1/2

0

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Anotações

2.2.2 DIREITO PRÓPRIO, DIREITO DE TRANSMISSÃO E DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

INFOGRÁFICO 23: SUCESSÃO POR DIREITO PRÓPRIO, DE TRANSMISSÃO E DE REPRESENTAÇÃO

Código Civil

Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, po-derão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na he-rança, nem à sucessão eventual desses bens.

Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascen-dente.

Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.

Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes. Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.

Sucessão por Direito

Próprio

Sucessor do de cujus

de Transmissão

Sucessor do sucessor morto

do de cujus

de Representação

Determinados Sucessores do sucessor premorto do de cujus

Sucessor premortoera Descendente do

Autor da Herança

Descendentes de descendente

Sucesso premortoera irmão do Autor

da Herança

Filhos de irmãos

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Anotações

INFOGRÁFICO 24: DIREITO DE TRANSMISSÃO

INFOGRÁFICO 25: DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

“A” morreÉ aberta a

sucessão de “A”

“B”, sucessor de “A”, adquire a herança por

direito próprio

Antes da partilha, “B” morre

É aberta a sucessão de “B”

Os herdeiros de “B”, herdarão seu

quinhão por direitode transmissão e

por estirpe

“B”, sucessor eventual de “A”, morre

“A” morre

É aberta a sucessão de “A”

Determinados sucessores de “B”

herdarão seu quinhãopor representação e por

estirpe

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Anotações

2.3 Ordem de Vocação Hereditária

INFOGRÁFICO 26: HERDEIROS NECESSÁRIOS E LEGÍTIMOS

Código Civil

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concor-rência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascenden-tes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais.

INFOGRÁFICO 27: PRIMEIRA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

Ordem de Vocação Hereditária

Herdeiros Necessários

1ª Ordem

Descendentes

Cônjuge ou Companheiro

2ª Ordem

Ascendentes

Cônjuge ou Companheiro

3ª Ordem

Cônjuge ou Companheiro

Herdeiros Legítimos

4ª Ordem

Colaterais até o 4º grau

1ª Ordem de Vocação Hereditária

Descendentes

Os de grau mais próximoexcluem os de

grau maisremoto

Admite-se direito de

representação

Concorrência do cônjuge ou companheiro

Capacidade para Suceder

Art. 1.830

Hipóteses (1.829, I)

Ocorre

Separaçãoconvencional

Participação final nos aquestos

Com. parcial, com bens particulares

Não ocorre

Comunhãouniversal

Separaçãoobrigatória

Com. parcial, sembens particulares

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Anotações

Código Civil

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concor-rência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascenden-tes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais.

Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobre-vivente.

Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação.

Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus ascen-dentes.

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça

REsp. 1368123 SP 2012/0103103-3. RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DAS SUCESSÕES. CÔN-JUGE SOBREVIVENTE. REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. HERDEIRO NECESSÁRIO. EXIS-TÊNCIA DE DESCENDENTES DO CÔNJUGE FALECIDO. CONCORRÊNCIA. ACERVO HEREDITÁRIO. EXIS-TÊNCIA DE BENS PARTICULARES DO DE CUJUS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 1.829, I, DO CÓDIGO CI-VIL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. [...] 2. Nos termos do art. 1.829, I, do Código Civil de 2002, o cônjuge sobrevivente, casado no regime de comunhão parcial de bens, concorrerá com os descendentes do cônjuge falecido somente quando este tiver deixado bens particulares. 3. A referida concorrência dar-se-á exclusivamente quanto aos bens particulares constantes do acervo hereditário do de cujus. 4. Recurso especial provido. (Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Se-gunda Seção, Julgamento em 22/04/2015, Publicação DJe 08/06/2015).

INFOGRÁFICO 28: DIVISÃO DA HERANÇA E QUINHÃO MÍNIMO DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO

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Anotações

Código Civil

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge qui-nhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

INFOGRÁFICO 29: SEGUNDA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

2ª Ordem de Vocação Hereditária

Ascendentes (1.836)

Mais próxi-mos excluem

os maisremotos, semdistinção de

linhas

Não há direito de re-presentação (1.852)

A herança se divide por linhas, e não por cabeça

Concorrência do cônjuge ou companheiro

Capacidade para Suceder

Art. 1.830

Hipóteses(1.837I)

Concorrênciacom os pais

Divide-se igualmente

1/3 para cada

Concorrência com um dos pais ou com avós

50% para o cônjuge oucompanheiro

50% divididos para osdemais ascendentes

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Anotações

Código Civil

Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobre-vivente.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. §1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. §2º Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascen-dentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da he-rança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascen-dente.

INFOGRÁFICO 30: CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE/COMPANHEIRO COM OS ASCENDENTES DO DE CUJUS

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Anotações

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Anotações

INFOGRÁFICO 31: TERCEIRA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

Código Civil

Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao côn-juge sobrevivente.

INFOGRÁFICO 32: QUARTA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

Código Civil

Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

3ª Ordem de Vocação Hereditária

Cônjuge ou Companheiro

Totalidade da herança Qualquer regime de bens

4ª Ordem de Vocação Hereditária

Coletarais até o 4º grau

Os de grau mais próximo excluem os de grau mais

remoto

Sucessão por cabeça, salvo

direito de representação de filhos de irmãos

Para excluir cola-teral, basta dispor do patrimônio em testamento, sem

os contemplar (1.850)

Graus

Irmãos (colaterais de 2º grau)

Tios e sobrinhos (colaterais de 3º

grau)

Primos, tios-avós, sobrinhos-netos (colaterais de 4º

grau)

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Anotações

INFOGRÁFICO 33: SUCESSÃO DOS IRMÃOS

Código Civil

Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.

Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilate-rais.

INFOGRÁFICO 34: SUCESSÃO DOS SOBRINHOS E TIOS

Código Civil

Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. §1º Se con-correrem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. §2º Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. §3º Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual.

INFOGRÁFICO 35: SUCESSÃO DOS PRIMOS, TIOS-AVÓS, SOBRINHOS-NETOS, ETC.

Sucessão de colaterais de 2º grau

Todos irmãos bilaterais

Sucessão por cabeça (1.842)

Todos irmãos unilaterais

Sucessão por cabeça (1.842)

Irmãos unilaterais com bilaterais

Unilaterais têm direito à metade do que herdarem

os bilaterais

Cada unilateral = x

Cada bilateral = 2x

Unilaterais + bilaterais = 100%

Sucessão de colaterais de 3º grau

Ordem de vocação

Sobrinhos excluem tios (1.843)

Bilateralidade do vínculo

Verifica-se se o pai (irmão do de cujus) é bilateral ou unilateral, aplicando-se a mesma regra

Sucessão de colaterais de 4º grau

Primos, tios-avós, sobrinhos-netos, etc.

Todos herdam por cabeça, sem direito de representação

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29

Anotações

2.4 Sucessão do Companheiro

INFOGRÁFICO 36: SUCESSÃO DO COMPANHEIRO

Código Civil

Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

RE 878.694/MG. DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. INCONSTITUCIONALIDADE DA DISTINÇÃO DE REGIME SUCESSÓRIO ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. 1. A Constituição brasileira contempla diferentes formas de família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse rol incluem-se as famílias formadas mediante união es-tável. 2. Não e legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os cônjuges e os companheiros, isto e, a família formada pelo casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização entre entida-des familiares e incompatível com a Constituição de 1988. 3. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as Leis nos 8.971/94 e 9.278/96 e discriminar a companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem inferiores aos conferidos a esposa (ou ao marido), entra em contraste com os princípios da igualdade, da dignidade humana, da proporcionalidade como ve-dação a proteção deficiente, e da vedação do retrocesso. 4. Com a finalidade de preservar a segu-rança jurídica, o entendimento ora firmado e aplicável apenas aos inventários judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado da sentença de partilha, e às partilhas extrajudiciais em que ainda não haja escritura pública. 5. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, em repercussão geral, da seguinte tese: “No sistema constitucional vigente, e inconstitucional a distinção de regi-mes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o re-gime estabelecido no art. 1.829 do CC/2002”.

Sucessão do Companheiro

Art. 1.790

Situação extremamente desfa-vorável, em relação ao cônjuge

Inconstitucionalidade

STF, RE 878.684 (2017)

Equiparação ao cônjuge

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30

Anotações

2.5 Indignidade do Sucessor

INFOGRÁFICO 37: INDIGNIDADE DO SUCESSOR

Código Civil

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou lega-tário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. §1º O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. §2º Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão do herdeiro ou legatário.

INFOGRÁFICO 38: HIPÓTESES DE INDIGNIDADE

Código Civil

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado ca-luniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

Código Penal

Calúnia. Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. §1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. §2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade

Indignidade do Sucessor

Conceito

Exclusão do sucessor que pratica

determinados atos

Configuração

Ação de ErepçãoNecessidade de decisão judicial

(1.815)

Hipóteses de Indignidade

Homicídio doloso (tentado ou consumado)

Herdeiro ou lega-tário, autor, coau-

tor ou partícipeVítimas

Autor da herança

Cônjuge ou companheiro

Ascendente ou descendente

Crime contra a honra

Necessário o trân-sito em julgado da condenação penal

Ato contrário à liberdade de

testar

Não tem natu-reza criminal

Exige prova na própria ação de erepção

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Anotações

§3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofen-dido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

Difamação Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. §1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. §2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. §3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa.

Disposições comuns Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Pará-grafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difama-ção, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofen-dido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfató-rias, responde pela ofensa.

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofen-dido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do §3º do art. 140 deste Código.

INFOGRÁFICO 39: EFEITOS DA INDIGNIDADE

Código Civil

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.

Efeitos da Indignidade

Exclusão da Sucessão

Perda da posse e propriedade dos bens adquiridos pela saisine

Res perit domino

Consideração como Morto

Direito de representação

Proibição de usufruto e administração dos bens ereptícios

Exclusão da sucessão de bens ereptícios

Validade das alienações a terceiro de boa-fé e obrigação de indenizar

Obrigação de restituir os frutos e direito à indenização das despesas

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32

Anotações

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I - são usufrutuários dos bens dos filhos; II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na he-rança, nem à sucessão eventual desses bens.

Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos. Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da he-rança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservação deles.

INFOGRÁFICO 40: REABILITAÇÃO DO INDIGNO

Código Civil

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato au-têntico. Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testa-mento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária.

Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico. §1º Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade seja lido e as-sinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que o devem subscre-ver. §2º Se elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença de pelo menos três testemu-nhas, que o subscreverão.

INFOGRÁFICO 41: EXERCÍCIO DO DIREITO DE EREPÇÃO

Código Civil

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado ca-luniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu

Reabilitação do Indigno

Conceito

Ato do autor da herança que perdoa expressamente o sucessor (1.818)

Forma

Testamento Ato autêntico

Exercício do Direito de Erepção

Natureza Jurídica

Direito potestativo do

ereptor

Prazo Decadencial

4 anos da abertura da

sucessão

Legitimados

InteressadosMinistério

Público

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Anotações

cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou lega-tário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. §1º O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. §2º Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão do herdeiro ou legatário.

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34

Anotações

Unidade 3

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

3.1 Liberdade de Testar

INFOGRÁFICO 42: LIBERDADE DE TESTAR

3.2 Capacidade Testamentária

INFOGRÁFICO 43: CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA

Liberdade de Testar

Conceito

Liberdade do testador de dispor de sua sucessão em testamento

Limites

Legítima, se houver herdeiros necessários

Capacidade Testamentária

Ativa

Capacidade para dispor dos bens em testamento

Passiva

Possibilidade de ser nomeado herdeiro ou legatário em

testamento

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35

Anotações

INFOGRÁFICO 44: CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA ATIVA

Código Civil

Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. §1º A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. §2º São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.

Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo. Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado

o prazo da data do seu registro. Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno

discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testa-

mento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.

INFOGRÁFICO 45: CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA PASSIVA

Código Civil

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da aber-tura da sucessão.

Capacidade Testamentária Ativa

Aquisição aos 16 anos Incapazes de Testar

Incapazes de FatoSem necessário

discernimento para praticar o ato

Incapacidade superveniente não invalida

o testamento feito pelo capaz

Capacidade superveniente não valida o testamento

feito pelo incapaz

Capacidade Testamentária Passiva

Capazes de Suceder

Pessoa Natural

Nascidas e vivas na abertura da sucessão

Nascituro

Concepturo

Pessoa Jurídica

Fundação

Apuração da Capacidade

Abertura da sucessão (1.798)

Efeito da Incapacidade

Nulidade da instituição do herdeiro ou

legatário

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Anotações

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.

Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. §1º Salvo disposição testamentária em con-trário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessiva-mente, às pessoas indicadas no art. 1.775. §2º Os poderes, deveres e responsabilidades do cura-dor, assim nomeado, regem-se pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber. §3º Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador. §4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposi-ção em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II - as teste-munhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suce-der, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pes-soa. Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os ir-mãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.

Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.

3.3 Testamento

INFOGRÁFICO 46: TESTAMENTO

Código Civil

Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. §1º A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. §2º São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.

Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo. Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado

o prazo da data do seu registro. Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assi-

nado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e

Testamento

Conceito

Art. 1.857

Características

Unilateral Causa Mortis

Personalíssimo Revogável

Gratuito Solene

Codicilo

Arts. 1.881 a 1.885

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Anotações

determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar mó-veis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.

Art. 1.882. Os atos a que se refere o artigo antecedente, salvo direito de terceiro, valerão como codicilos, deixe ou não testamento o autor.

Art. 1.883. Pelo modo estabelecido no art. 1.881, poder-se-ão nomear ou substituir testamen-teiros.

Art. 1.884. Os atos previstos nos artigos antecedentes revogam-se por atos iguais, e consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer natureza, este os não confirmar ou modificar.

Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo modo que o testamento cerrado.

INFOGRÁFICO 47: FORMAS DE TESTAMENTO

Código Civil

Art. 1.862. São testamentos ordinários: I - o público; II - o cerrado; III - o particular. Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo. Art. 1.886. São testamentos especiais: I - o marítimo; II - o aeronáutico; III - o militar. Art. 1.887. Não se admitem outros testamentos especiais além dos contemplados neste Código.

3.4 Testamentos Ordinários

INFOGRÁFICO 48: TESTAMENTO PÚBLICO

Código Civil

Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público: I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos; II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta

Formas de Testamento

Formas Ordinárias

Testamento Público

Testamento Cerrado

Testamento Particular

Formas Especiais

Testamento Marítimo

Testamento Aeronáutico

Testamento Militar

Formas Proibidas

Testamento Simultâneo

Testamento Recíproco

Testamento Correspectivo

Testamento Público

Conceito Requisitos Essenciais (1.864)

O Oficial do regist-ro deve escrever as

declarações dita-das pelo testador.

Presença de 2 testemunhas

Leitura em voz alta, pelo Oficial, do

testamento

Assinatura do testador, Oficial e testemunhas

Cumprimento

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Anotações

pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião. Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manu-almente ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma.

Art. 1.865. Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu substituto legal assim o declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seu rogo, uma das testemunhas ins-trumentárias.

Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu testamento, e, se não o sou-ber, designará quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.

Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, desig-nada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento.

INFOGRÁFICO 49: TESTAMENTO CERRADO

Código Civil

Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal, observadas as seguintes formalidades: I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas testemunhas; II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja aprovado; III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas; IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemu-nhas e pelo testador. Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde que seu subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as paginas.

Art. 1.869. O tabelião deve começar o auto de aprovação imediatamente depois da última pala-vra do testador, declarando, sob sua fé, que o testador lhe entregou para ser aprovado na presença das testemunhas; passando a cerrar e coser o instrumento aprovado. Parágrafo único. Se não hou-ver espaço na última folha do testamento, para início da aprovação, o tabelião aporá nele o seu sinal público, mencionando a circunstância no auto.

Art. 1.870. Se o tabelião tiver escrito o testamento a rogo do testador, poderá, não obstante, aprová-lo.

Art. 1.871. O testamento pode ser escrito em língua nacional ou estrangeira, pelo próprio testa-dor, ou por outrem, a seu rogo.

Art. 1.872. Não pode dispor de seus bens em testamento cerrado quem não saiba ou não possa ler.

Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o escreva todo, e o as-sine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas testemunhas, escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja aprovação lhe pede.

Art. 1.874. Depois de aprovado e cerrado, será o testamento entregue ao testador, e o tabelião lançará, no seu livro, nota do lugar, dia, mês e ano em que o testamento foi aprovado e entregue.

Art. 1.875. Falecido o testador, o testamento será apresentado ao juiz, que o abrirá e o fará registrar, ordenando seja cumprido, se não achar vício externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de falsidade.

Testamento Cerrado

Conceito Requisitos Essenciais (1.868)

O testador deve entregar pessoal-

mente o testamen-to ao tabelião

Presença de 2 testemunhas

O tabelião deve lavrar o auto de

aprovação do testamento

Assinatura do auto de aprovação pelo testador, Oficial e

testemunhas

Cumprimento

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Anotações

INFOGRÁFICO 50: TESTAMENTO PARTICULAR

Código Civil

Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico. §1º Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade seja lido e as-sinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que o devem subscre-ver. §2º Se elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença de pelo menos três testemu-nhas, que o subscreverão.

Art. 1.877. Morto o testador, publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dos herdeiros legítimos.

Art. 1.878. Se as testemunhas forem contestes sobre o fato da disposição, ou, ao menos, sobre a sua leitura perante elas, e se reconhecerem as próprias assinaturas, assim como a do testador, o testamento será confirmado. Parágrafo único. Se faltarem testemunhas, por morte ou ausência, e se pelo menos uma delas o reconhecer, o testamento poderá ser confirmado, se, a critério do juiz, houver prova suficiente de sua veracidade.

Art. 1.879. Em circunstâncias excepcionais declaradas na cédula, o testamento particular de pró-prio punho e assinado pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz.

Art. 1.880. O testamento particular pode ser escrito em língua estrangeira, contanto que as tes-temunhas a compreendam.

3.5 Testamentos Especiais

INFOGRÁFICO 51: TESTAMENTO MARÍTIMO

Código Civil

Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que corresponda ao

Testamento Particular

ConceitoRequisitos

Essenciais (1.876)

O testador deve escrever o

testamento

O testador deve ler o testamento diante de 3 testemunhas

Assinatura do testador e

testemunhas

CumprimentoTestamento hológrafo

Testamento Marítimo

Conceito Forma (1.888)Requisitos Essenciais

Ditado perante o Comandante e na presença de duas

testemunhas

Registro da realização no

Diário de Bordo

O testamento será entregue pelo Co-mandante às au-

toridades adminis-trativas do primei-ro porto nacional

Caducidade: 90 dias

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Anotações

testamento público ou ao cerrado. Parágrafo único. O registro do testamento será feito no diário de bordo.

Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de aeronave militar ou comercial, pode testar pe-rante pessoa designada pelo comandante, observado o disposto no artigo antecedente.

Art. 1.890. O testamento marítimo ou aeronáutico ficará sob a guarda do comandante, que o entregará às autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional, contra recibo averbado no diário de bordo.

Art. 1.891. Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador não morrer na via-gem, nem nos noventa dias subseqüentes ao seu desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária, outro testamento.

Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária.

INFOGRÁFICO 52: TESTAMENTO AERONÁUTICO

Código Civil

Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao cerrado. Parágrafo único. O registro do testamento será feito no diário de bordo.

Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de aeronave militar ou comercial, pode testar pe-rante pessoa designada pelo comandante, observado o disposto no artigo antecedente.

Art. 1.890. O testamento marítimo ou aeronáutico ficará sob a guarda do comandante, que o entregará às autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional, contra recibo averbado no diário de bordo.

Art. 1.891. Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador não morrer na via-gem, nem nos noventa dias subseqüentes ao seu desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária, outro testamento.

Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária.

Testamento Aeronáutico

Conceito Forma (1.888)Requisitos Essenciais

Ditado perante pessoa designada pelo Comandante e na presença de

duas testemunhas

Registro da realização no

Diário de Bordo

Entregue pelo Co-mandante às au-

toridades adminis-trativas do primei-

ro aeroporto nacional

Caducidade: 90 dias

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Anotações

INFOGRÁFICO 53: TESTAMENTO MILITAR

Código Civil

Art. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações interrompi-das, poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas. §1º Se o testador pertencer a corpo ou seção de corpo destacado, o testamento será escrito pelo respectivo comandante, ainda que de graduação ou posto inferior. §2º Se o testador estiver em tratamento em hospital, o tes-tamento será escrito pelo respectivo oficial de saúde, ou pelo diretor do estabelecimento. §3º Se o testador for o oficial mais graduado, o testamento será escrito por aquele que o substituir.

Art. 1.894. Se o testador souber escrever, poderá fazer o testamento de seu punho, contanto que o date e assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado, na presença de duas testemunhas ao audi-tor, ou ao oficial de patente, que lhe faça as vezes neste mister. Parágrafo único. O auditor, ou o oficial a quem o testamento se apresente notará, em qualquer parte dele, lugar, dia, mês e ano, em que lhe for apresentado, nota esta que será assinada por ele e pelas testemunhas.

Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador esteja, noventa dias se-guidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse testamento apresentar as soleni-dades prescritas no parágrafo único do artigo antecedente.

Art. 1.896. As pessoas designadas no art. 1.893, estando empenhadas em combate, ou feridas, podem testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas testemunhas. Parágrafo único. Não terá efeito o testamento se o testador não morrer na guerra ou convalescer do ferimento.

3.6 Testamentos Conjuntivos

INFOGRÁFICO 54: TESTAMENTOS CONJUNTIVOS

Testamento Militar

Conceito (1.893)

Militares e pessoas a serviço das forças

armadas

Em campanha dentro ou fora do país, em

praça sitiada ou com as comunicações

cortadas

Forma

Regra: testamento público, cerrado ou

particular

Exceção: oral (nuncupativo –

1.896)

Requisitos Essenciais

Testador ditará o testamento perante

tabelião, Comandante ou Oficial de Saúde

2 Testemunhas (3, se testador não souber

assinar)

Caducidade (1.895)

Testamentos Conjuntivos

Conceito (1.863)

Contratos, que caracterizam

Pacto Sucessório

2 ou mais testadores

Testamento Simultâneo

Traçam em comum disposi-

ções patrimoniais em favor de

terceira pessoa

Testamento Recíproco

Traçam dispo-sições patrimo-niais recíprocas, estabelecendo o

outro como único herdeiro

Testamento Correspectivo

Traçam dispo-sições patrimo-niais recíprocas, sem tornar o ou-

tro único herdeiro

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Anotações

Código Civil

Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo.

3.7 Disposições Testamentárias Patrimoniais

INFOGRÁFICO 55: DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS

3.7.1 INSTITUIÇÃO DE HERDEIROS E LEGATÁRIOS

INFOGRÁFICO 56: ESPÉCIES DE INSTITUIÇÃO

Código Civil

Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e simplesmente, sob con-dição, para certo fim ou modo, ou por certo motivo.

Disposições Testamentárias

Patrimoniais

Distribuição da herança

Instituição de Herdeiros e Legatários

Não Patrimoniais

DeserdaçãoReconhecimento

de Filhos

Espécies de Instituição (1.897)

Pura e Simples CondicionalPara certo fim ou

modoPor certo motivo