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Robson Bierre Sousa Da Cruz

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  • 1

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    AS RELAES INTERPESSOAIS E A QUALIDADE DE VIDA NO

    TRABALHO

    Por: Robson Bierre Sousa da Cruz

    Orientador

    Prof. Andr Cunha

    Rio de Janeiro

    2005

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    AS RELAES INTERPESSOAIS E A QUALIDADE DE VIDA NO

    TRABALHO

    Apresentao de monografia Universidade

    Candido Mendes como condio prvia para a

    concluso do Curso de Ps-Graduao Lato Sensu

    em Gesto de Recursos Humanos. So os objetivos

    da monografia perante o curso e no os objetivos do

    aluno

    Por: Robson Bierre Sousa da Cruz

  • 3

    EPGRAFE

    ...cada vida uma enciclopdia, uma biblioteca, um inventrio de objetos, uma amostragem de estilos,

    em que tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possveis.

    talo Calvino (Op. Cit.).

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    A professora Adlia pelo apoio prestado.

    Ao professor Andr pela grandiosa orientao desse trabalho.

    queles que colaboraram na minha caminhada acadmica.

  • 5

    SMARIO

    CAPTULO 1- INTRODUO.............................................................................8 CAPTULO 2 - DESENHO DE CARGOS..........................................................11

    2.1 Os antigos conceitos de desenhos de Cargos............................................................................................12 2.2 Modelo clssico......................................................................12 2.3 Modelo das relaes humanas..............................................13 2.4 Modelo contigencial................................................................15 2.5 Anlise e descrio de cargos...............................................17 2.6 Gesto da competncia..........................................................18

    CAPTULO 3- RELAES INTERPESSOAIS E QUALIDADE DE VIDA NO

    TRABALHO....................................................................................22

    3.1 Conduta assertiva e qualidade de vida.................................24 3.1.1 Origens da conduta assertiva.............................................24 3.2.2 Conduta assertiva e qualidade de vida..............................25 3.3 O medo das relaes de trabalho..........................................26 3.4 Qualidade de vida no terceiro milnio..................................29

    CAPTULO 4- O SIGNIFICADO DO TRABALHO............................................32

    4.1 Sade dos trabalhadores.......................................................32 4.2 Escolha da profisso..............................................................34 4.3 O homem para alm do trabalho...........................................35 4.4 Perspectiva da gesto da QVT...............................................36

    CAPTULO 5- CONCEITOS DE QUALIDADE DE VIDA..................................38

    5.1 Escolas de pensamento em qualidade de vida no trabalho..........................................................................................42 5.1.1 Escola socioeconmica .....................................................42 5.1.2 Escola organizacional.........................................................43 5.1.3 Escola da condio humana no trabalho..........................44 5.2 Prticas e valores nas empresas...........................................44 5.3 Nova competncia..................................................................45

    CAPTULO 6- CONSIDERAES FINAIS.......................................................47 CAPTULO 7- REFERNCIAS..........................................................................49

  • 6

    LISTA DE QUADROS

    01-Anlise Swot do modelo clssico ou tradicional...........................................12

    02-Anlise Swot do modelo humanstico ou das relaes humanas................13

    03-Cinco dimenses essncias de um cargo....................................................16

    04-Competncias Individuais Requeridas.........................................................20

    05-Assertividade passo a passo.....................................................................26

  • 7

    RESUMO

    Tanto se fala em qualidade de vida. Mais ser se todo mundo tem critrio bem

    definidos do que venha a ser? E a qualidade de vida no trabalho ser se

    sabemos eficazmente contribuir para sua implementao? E as relaes

    interpessoais esto sendo valorizadas? Ou o egosmo predomina essas

    relaes? Perguntas que ao longo do trabalho sero laboradas com foco na

    qualidade de vida. As relaes interpessoais saudveis como ferramenta

    importante nesse processo. As organizaes tentaram atravs do racional e

    mecanicista impor ao trabalhador a separao da realidade pessoal da vida

    profissional. Pura iluso. A pessoa um todo precisa ser vista em seus

    aspectos biolgicos, psicolgicos, sociais e organizacionais, convivendo com a

    razo e a emoo, vida pessoal e profissional. Buscaremos questionar a

    implementao de estratgias empresarias para obter melhor qualidade de

    vida. Conceituares cada um dos itens abordados contextualizando e

    esmiuando cada tpico para melhor esclarecimento. O desenho de cargo

    atravs de paradigmas clssico e o das relaes humanas de cargos serviro

    de base terica de estudo. A anlise Swot desses cargos permitir uma viso

    diagramtica mais clara com suas diferenas bem definidas. As escolas de

    pensamento em qualidade de vida no trabalho: socioeconmica, organizacional

    e da condio humana no trabalho iro nos dar dimenses peculiares que nos

    favorecera uma analise mais profunda e realista da QVT. Este trabalho um

    convite a uma reflexo sobre a QVT. Parte de pressuposto que viver com

    qualidade de vida s torna possvel atravs do exerccio da busca do

    autoconhecimento e da audaciosa reflexo sobre conseqncias de nossa

    postura na qualidade de vida do outro.

    Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho Relaes interpessoais

    desenhos de cargos

  • 8

    CAPTULO 1

    Introduo

    Este estudo pretende despertar o leitor para tamanha importncia

    das relaes interpessoais e a qualidade de vida no trabalho.

    Alm do mais para melhor investigar o tema proposto foi criada

    duas situaes problemas: Como implementar estratgias empresariais para

    obter melhor qualidade de vida? Que fatores favorecem a melhora na

    qualidade de vida do trabalhador?

    O objetivo geral do trabalho visa estudar a importncia qualidade

    de vida no ambiente de trabalho e implementar as estratgias para obter

    melhor qualidade de vida.

    Foram usados objetivos especficos para melhor esmiuar as

    entre linhas do estudo:

    -conceituar relaes interpessoais;

    -conceituar qualidade de vida;

    -contextualizar o trabalho na atualidade;

    -verificar at que ponto a qualidade de vida influencia no trabalho;

    -apontar estratgias que o trabalhador adota para favorecimento

    da qualidade de vida.

    Vamos trabalhar sobre o foco de duas hipteses: Relaes

    interpessoais saudveis favorecem uma boa qualidade de vida no trabalho? e a

    carncia de recursos materiais e estruturais numa organizao prejudica a

    qualidade de vida no trabalho?

    A delimitao do tema vem direcionar o caminho a ser explorado.

    O estudo se basear em conceitos antigos de desenho de cargos: modelo

    clssico e modelo de relaes humanas. E tratar tambm de uma nova

    abordagem em desenhos de cargos: variedades de habilidades, identidade

    com tarefas, significado das tarefas, autonomia e retroao.

    O trabalho proposto pretende mostrar a situao atual da

    qualidade de vida no trabalho, com o foco tambm nas relaes interpessoais.

    A vida do trabalhador apresenta muitas dificuldades que por vezes causadas

    por no saberem conduzir minimamente questes importantes para que venha

  • 9

    a ter uma qualidade de vida em seu ambiente de trabalho. A preocupao

    constante em ganhar mais e mais dinheiro leva trabalhador a no atentar para

    esse detalhe to relevante da sua vida. O estudo abordar questes de

    relaes interpessoais: como os conflitos podem interferir, tanto de forma

    positiva como negativa.

    O estudo pretende focar tambm os conflitos com elemento

    constituinte do processo interpessoais em grupo. Suas divergncias de

    percepo e idias.

    A presena das mltiplas interaes humanas que ocorrem na

    convivncia dos membros de uma Instituio consolidam valores e crenas.

    O diferencial de muitas organizaes est sendo a valorizao de

    equipes saudveis, ou seja, que realizam o trabalho com prazer, favorecendo

    bastante o desenvolvimento pessoal e profissional de forma significativa.

    Os modelos de cargos serviro para entendermos melhor o

    surgimento mais detalhado das funes que cada funcionrio tem que observar

    numa organizao, e tambm para que os gestores de pessoal das empresas

    possam proceder da melhor forma possvel suas atitudes no ambiente de

    trabalho.

    Veremos agora os principais tericos utilizados para nortear este

    trabalho. Para WALTON (1975) oito categorias conceituais com critrios de

    QVT, incluindo: compensao justa e adequada, condies de trabalho

    seguras e saudveis, oportunidades imediatas para desenvolver e usar as

    capacidades humanas, oportunidades futuras para crescimento continuo e a

    garantia de emprego, integrao social na organizao, constitucionalismo na

    organizao, trabalho e espao total na vida do individuo, e relevncia social do

    trabalho. Para LIMONGI-FRANA (2004, p.148) da anlise sobre as

    percepes conceituais de QVT, cita trs grandes concluses.

    - existe crescente conscincia ou percepo da importncia de

    QVT para o administrador, independentemente de sua rea de atuao ou

    nvel de formao;

    - o cho de fbrica o tradicional alvo de programas de sade

    ocupacional e de segurana no trabalho (hoje, a QVT passa a englobar outras

    categorias de colaboradores, incluindo gerencia e alta direo);

    - embora seja mais frequentemente associado a questes de

    sade e segurana no trabalho, o conceito de QVT passa a sinalizar a

  • 10

    emergncia de habilidades, atitudes e conhecimentos em outros fatores,

    abrangendo competncias gerencias gerenciais e integrao social.

    Usaremos a pesquisa bibliogrfica como mtodo de pesquisa,

    com inteno de fazermos leituras crticas e interpretaes dos tericos

    consultados. Foram selecionados materiais previamente para principiar e

    trabalho e posteriormente foram agregadas mais informaes que serviram

    para consolidar ainda mais o estudo.

    Espera-se que esse estudo possa contribuir de maneira efetiva na

    melhora da qualidade de vida em nossa sociedade, que se possa atravs dele

    formar uma opinio consistente, da relevncia de valorizarmos e agirmos em

    busca de uma vida mais digna no ambiente de trabalho.

  • 11

    CAPITULO 2

    Desenho de cargos

    O mundo do trabalho precisa ser cada vez mais bem estudado

    para que as empresas possam ter mais sucesso em seu intento. Um dos

    fatores imprescindveis na hora de contratar um trabalhador e saber

    exatamente o profissional adequado para preencher uma determina vaga.

    Segundo CHIAVENATO (1992, p.94) desenho de cargos significa a

    especificao do contedo, dos mtodos de trabalho e das relaes com os

    demais cargos, no sentido de atender aos objetivos da empresa. Uma

    Instituio precisa lanar mo de estratgias que venha adequar da melhor

    forma possvel um profissional na busca de seus objetivos.

    Apenas, a partir do sculo passado que os desenhos de cargos

    teve seu estudo racionalizado pelos estudiosos da chamada Administrao

    Cientifica, por Adam Smith e Taylor, que atravs de seus estudos mensurando

    tempo que um trabalhador levava para realizar determinada tarefa, chegou a

    concluso que se simplificasse a tarefa, diminui o grau de dificuldade e

    facilitava seu aprendizado e sua superviso, porque todos os procedimentos

    eram padronizados.

    CHIAVENATO (1992, p.95) sinaliza que para desenhar um cargo

    significa basicamente:

    a- Especificar o contedo de cada tarefa a ser executada. Isto , definir o que o ocupante deve fazer ou executar; b- especificar o mtodo para executar cada tarefa. Isto , definir como deve fazer ou executar a tarefa; c- Combinar as tarefas individuais em cargos especficos, isto , qual o conjunto de tarefas que deve compor o cargo.

    Desenhar um cargo e estabelecer previamente todas as

    qualidades fsicas e mentais esperadas do ocupante, definindo critrios que

    devero ser seguidos periodicamente. E a maneira de o administrador dar

    coerncia as atividades entre os departamentos e divises de uma empresa.

    Para Chiavenato (1992) existem dois sistemas que compem o

    desenho de cargo: o Sistema Tecnolgico que so os trabalhos a serem

    executados, equipamentos, tecnologia, mtodos e processos e o Sistema

  • 12

    Humano e social que so os seres humanos e seus aspectos fsicos e

    psicolgicos, relaes interpessoais. Esses dois sistemas compem o sistema

    sciotcnico de uma empresa. Essas duas vertentes so centrais, e precisa ser

    bem trabalhada com a inteno de proporcionar o mximo de adequao entre

    ambos, porque esses sistemas trabalham simultneos a falha de um interfere

    no processo inteiro. Na maioria das vezes o sistema humano e procurado para

    atender o sistema tecnolgico conforme a peculiaridade de cada Instituio. O

    trabalho em equipe se faz necessrio para que as pessoas possam se

    relacionar e interagir, no sentido de troca de conhecimentos e experincias que

    venham contribuir constantemente no andamento do processo de trabalho.

    2.1 Os antigos conceitos de desenhos de cargos

    O mundo do trabalho vem sendo estudado de maneira tal que

    possa cada vez mais obter lucro com o menor custo possvel, para isso

    estudiosos com Adam Smith e Taylor se debruaram na busca da

    racionalizao da atividade do trabalho para que pudessem desenvolver um

    paradigma que aumentasse no maximo a eficincia e consequentemente a

    produtividade atravs de diviso do trabalho e tarefas bem simples para facilitar

    o aprendizado do trabalhador, a superviso e a produo.

    Muito aplicado, principalmente, nas fbricas e indstrias. Foi o

    primeiro modelo seguido pela engenharia das indstrias.

    Veremos a comparao entre alguns aspectos relevantes

    mostrados atravs da anlise Swot, de dois modelos de cargos: o clssico e o

    de relaes humanas e entende-las como so utilizadas nas estratgias de

    QVT.

    2.2 Modelo clssico ou tradicional

    Quadro -1 Anlise Swot do modelo clssico ou tradicional

    Ambiente interno Ambiente externo

    Fora Fraqueza Oportunidade Ameaa

  • 13

    -aumento da produtividade -prmios por produo -mxima eficincia atravs da diviso do trabalho -cargos claramente definidos -reduo de desperdcios -facilidade e economia no treinamento das pessoas

    -trabalho racional -fragmentao do trabalho -grande desgaste fsico e psicolgico -as pessoas so tratadas de maneira homogneas e padronizadas como mquinas -grande prejuzo psicolgico e mental -elevado absentesmo

    -aumento do nmero de vaga indstria -crescimento da economia -aparecimento de varias profisses especficas

    -grande nmero de trabalhadores com problemas fsicos e mentais -grande nmero de trabalhadores tiveram apatia, desinteresse e fadiga mental. -alienao e frustrao do trabalhador -doenas musculares e nervosas -participao muito restrita na vida da empresa.

    Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas o passo decisivo para a educao participativa. So Paulo: Makron Books, 1992.

    Esse modelo foi um avano magnfico para as organizaes, mais

    isso a curto prazo, por que o preo pela adoo desse paradigma a longo

    prazo e muito caro, como podemos observar acima as diferentes ameaas e

    fraquezas que tanto menosprezam o trabalhador.

    2.3 Modelo humanstico ou das relaes humanas

    Quadro -2 Anlise Swot do modelo humanstico ou das relaes humanas

    Ambiente interno Ambiente externo

    Fora Fraqueza Oportunidade Ameaa

    -se preocupa fundamentalmente com o contexto do cargo -procura dar ateno especial e promover maior interao entre as pessoas -permite a participao em algumas decises -trabalho variado com operaes diferentes, equipamentos e habilidades variadas. -diversidade e desafio onde a pessoa executa atividades criativas e inovadoras

    -requer muito esforo das empresas para a introduo desse modelo.

    -a nfase do trabalho est no grupo social ao qual o ocupante pertence -compensa a frustrao do trabalho por satisfaes decorrentes de contatos pessoais com outras pessoas da organizao.

    -o incentivo no e salarial, mais sim, com incentivo as relaes humanas.

    Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas o passo decisivo para a educao participativa. So Paulo: Makron Books, 1992.

  • 14

    Como o prprio nome j diz esse paradigma tem o foco voltado

    s condies sob a quais o cargo desempenhado, e no com a sua execuo

    com vimos no modelo anterior. Nesse modelo relevado o ambiente externo

    do cargo, valorizando aspectos essncias como por exemplo as relaes

    humanas no ambiente de trabalho permitindo uma maior socializao e troca

    entre os funcionrios. Aumentando a auto-estima, a moral e diminuindo o

    absentesmo, as doenas nervosas e musculares. O trabalho em equipe foi o

    carro chefe, atravs de uma atmosfera amigvel e cooperativa.

    Para Bom Sucesso (2002, p.129) elucida que,

    preciso salientar que reconhecer as diferenas individuais possibilita experimentar uma convivncia pautada na identificao dos aspectos facilitadores e dos aspectos dificultadores na relao com o outro. Esse posicionamento abre caminho para uma nova modalidade de convivncia, pautada no entendimento do que torna nico cada ser humano. Permite tambm compreender que as aptides e os talentos variados podem atuar de forma complementar, uma vez que justamente a diferena que viabiliza a vida.

    Atualmente, tanto se fala em qualidade de vida no trabalho ento

    porque no colocarmos esses ideais em prtica? Para preciso ter um prvio

    conhecimento, claro e objetivo. A escola de relaes humanas busca, sim, o

    respeito a natureza humana. Faz-se necessrio um o respeito entre o trabalho

    e trabalhador num sentido ergonmico, psicodinmica e epidemiolgica.

    Mendes (2002) sinaliza que,

    O estudo da Ergonomia procura conhecer o trabalho concreto e

    sua adequao ao homem, no que se refere sua sade e desempenho. Ex.:

    Foras musculares, problemas posturais e exigncias mentais.

    Estudo da Epidemiologia estuda a distribuio e os determinantes

    dos problemas de sade na coletividade. Ex.: Comunicao de acidentes de

    trabalho e bitos. (Ocorrem erros nas informaes).

    Estudo da Psicodinmica do trabalho influncia o pensar e o

    sentir dos trabalhadores. Ex.: Sentimentos, angstias, medos e infelicidades.

    Uma nova abordagem em desenho de cargos presume uma

    utilizao da capacidade de autodireo e de autocontrole para que as pessoas

    obtenham satisfao no trabalho. Para Chiavenato (1992) a nova abordagem

    dos cargos deve atuar agindo em torno de cinco dimenses profundas: a

    variedade, a identidade, o significado, a autonomia e a retroao, que logo

    veremos no tpico a seguir no modelo contigencial de cargos. Muito se fala

  • 15

    mais pouco se fez ao longo dos tempos para mudar esse crtico estado em que

    se encontram as condies do trabalho.

    Moscovici (2000, p. 54), relata que:

    No processo de desenvolvimento da competncia interpessoal, feedback um processo de ajuda para mudanas de comportamento; comunicao a uma pessoa, ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informaes sobre como sua atuao est afetando outras pessoas. Feedback eficaz ajuda o individuo (ou grupo) a melhora seu desempenho e assim alcanar seus objetivos.

    O feedback um elemento importante no modelo das relaes

    humanas, favorece uma troca de conhecimento e experincias entre os setores

    das organizaes. Todos os trabalhadores tm que estar caminhando junto

    dentro do processo, com aes integradas entre seus membros. Hoje, todos os

    gestores tm a obrigao de melhoria dentro das empresas. No processo de

    feedback possvel ver aonde que ocorreram os erros, correes e alteraes

    lies aprendidas (sucessos e insucessos) e discutir buscando solues.

    O feedback tambm tem grande importncia no planejamento de

    carreiras. Para Chiavenato (1992, p.117) aponta que,

    Para tornar o planejamento de carreiras mais pblico e participativo, muitas empresas costumam anunciar todos os cargos. Ao tomarem conhecimento, as pessoas tm a oportunidade de revelarem seus desejos por algum tipo diferente de cargo. Outras empresas permitem ao seu pessoal tambm obter retroao (feedback) sobre seu potencial de desenvolvimento individual.

    A cada dia nos convencemos ainda mais da grande onda de

    observao que ronda o mercado de trabalho. Pessoas analisam cada vez com

    mais profundidade o comportamento humano, suas aes e emoes na

    tentativa de obter um perfil adequado para o desempenho do cargo. As

    empresas com sempre querem o melhor profissional, e lanam mo de

    estratgias de divulgaes abertas ao publico em geral com inteno fazer uma

    triagem e selecionar o que mais lhe convm.

    2.4 Modelo contigencial

    Esse paradigma configura-se numa viso mais complexa e

    envolvente e leva em considerao duas variveis: as diferenas individuais

    das pessoas e as tarefas envolvidas. Essas duas variveis esto sempre

    atreladas e tudo vai depender do desenho de cargo para que esse modelo

  • 16

    possa adequar s expectativas da realidade da empresa e da expectativa do

    trabalhador.

    Para CHIAVENATO (2002, p. 279) acentua o enfoque

    manipulativo das relaes humanas.

    No modelo contigencial, as prescries quanto ao desenho de cargos no so baseadas na presuno de estabilidade e permanncia dos objetivos e dos processos organizacionais, mas, ao contrrio, explicitamente dinmico e baseado na continua ampliao dos cargos atravs do enriquecimento de tarefas, como uma responsabilidade bsica colocada nas mos do gerente ou de sua equipe de trabalho.

    Percebemos que esse modelo incerto e mutvel,

    acompanhando as transformaes pessoais e tecnolgicas. Tudo muda em

    velocidade assustadora em nosso planeta, o mercado se abarrota de novas

    tendncias, por isso, devemos sair da inrcia e adequar aos requisitos

    impostos pela forte concorrncia de outras empresas, onde predomina a

    exigncia de grande produtividade aliada a qualidade. Deposita uma grande

    confiana nos seus membros incentivando seu crescimento pessoal e

    profissional, valorizando o aprendizado contnuo e desenvolvendo nos

    funcionrios a capacidade de autodireo e autocontrole.

    Para melhor entendermos as cinco dimenses desse modelo

    citadas, anteriormente, observaremos no quadro a seguir distintamente cada

    uma delas.

    Quadro -3 Cinco dimenses essncias de um cargo

    Baixo grau Alto grau

    Trabalho parcial, seqencial, rotineiro, chato, montono e repetitivo. As operaes e equipamentos e habilidades so sempre as mesmas sem nenhuma mudana, variao ou inovao. Rotina.

    VARIEDADES

    Trabalho variado com operaes diferente, equipamentos e habilidades, variadas. Diversidade, desafio em que a pessoa executa vrias atividades diferentes, criativas e inovadores. Variao.

    Trabalho rigidamente programado, com local e equipamento definitivos e mtodos preestabelecidos. O chefe determina o que, quando, onde e como fazer.

    AUTONOMIA

    Ampla liberdade para planejar e programar o trabalho, encolher o equipamento, local e mtodo de trabalho. O ocupante programa seu trabalho, escolhe local, mtodo e equipamento.

    Desconhecimento do impacto e das interdependncias da tarefa sobre as outras tarefas da organizao. Viso

    SIGINIFICA DO TRABALHO

    Conhecimento amplo da repercusso do trabalho sobre os demais trabalhos da organizao. Viso

  • 17

    estreita confinada, isolada e mope das prpria atividade.

    abrangente das conseqncias e das interdependncias do trabalho.

    Trabalho especifico, parcial e fragmentado, sem nenhum sentido psicolgico para a pessoa, que se frustra e se aliena. Trabalho estranho.

    INDENTIDADE CO A TAREFA

    Trabalho integral, conjunto e global, com significado para a pessoa e que lhe permite identificar-se com ele. O trabalho pertence pessoa.

    Nenhuma informao sobre o desempenho ou o resultado do trabalho. Completa ignorncia sobre a performance. Necessidade avaliao externa e de incentivo salarial para compensar.

    RETROAO

    Informao clara sobre o desempenho e resultado do trabalho. Perfeita e imediata noo da performance. Senso de auto-avaliao, autodireo e autocontrole. Auto-realizao.

    Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Manual de reengenharia: um guia para reinventar e harmonizar a sua empresa com a ajuda das pessoas. So Paulo. Makron, 1995. p.95.

    Podemos perceber distintamente que quando as cinco dimenses

    apresentam alto grau o desenho do cargo acontece de modo mais interessante

    para o trabalhador. Nesse modelo o funcionrio se sente cada vez mais

    motivado porque a empresa respeita a dignidade da pessoa humana, valoriza

    uma dinmica participativa entre seus membros, procurando acompanhar de

    perto as oscilaes que o mercado faz.

    2.5 Anlise e descrio de cargos

    Para Chiavenato (1992) refora a necessidade de conhecer

    descrevendo e analisando os contedos dos cargos para que possa gerir da

    melhor forma possvel os funcionrios. Veremos agora separadamente esses

    dois enfoques:

    a) anlise cargos consiste na identificao do contedo dos

    cargos, passa-se a observar o cargo do ponto de vista dos aspectos

    extrnsecos. Essa anlise valoriza quatro requisitos: mentais, fsicos,

    responsabilidades e condies de trabalho.

    b) descrio de cargos corresponde ao destrinchamento das

    tarefas ou atribuies que moldam um cargo. Est voltado para o aspecto

    intrnseco do cargo, se preocupando com fatores que defina o que o

    trabalhador vai fazer, porque vai fazer, quando fazer e o intervalo de tempo que

    tem que ser feito determinada tarefa.

  • 18

    Percebemos ento que esses dois fatores intrnsecos e

    extrnsecos se atrelam para uma configurao de um desenho de cargo ideal

    ou pelo menos o mais prximo possvel do planejado. um estudo

    imprescindvel para obteno do sucesso de uma empresa, faz parte do

    planejamento e d mais solidez a estrutura organizacional. Uma descrio e

    anlise de cargos para ser bem feita so necessrios mtodos eficazes, para

    que depois no venha a admitir um trabalhador que no corresponde s

    expectativas esperadas. Os mtodos tradicionais so os questionrios e as

    entrevistas. Tem o objetivo de fornecer informaes relevantes sobre o perfil

    psicolgico e profissional, servir para estimar a faixa salarial e serve para ver

    o candidato ter capacidade para desenvolver as suas futuras atribuies.

    2.6 Gesto da competncia.

    um modelo de gesto que tem como base, claro,

    competncias, que apresentem as respostas necessrias, oferecendo uma

    reunio de conceitos e ferramentas mais alinhados com a modernidade. Esse

    paradigma permite uma gesto simples, flexvel e clara obtendo-se assim

    diversas vantagens como: capacidade de conceitos que permitem que seja

    facilmente entendida pelos gestores e pelas outras pessoas ligadas

    organizao. A clareza conseguida em virtude da coerncia do modelo com a

    realidade organizacional que permite constantemente a troca e sugestes de

    conhecimentos, para que sua gesto se adapte s contingncias. Por ser

    flexvel, permite que seu uso pelas organizaes seja feito em diferentes

    momentos.

    Tem como grande promessa o equacionamento da gesto de

    pessoas, isto , dispor na prtica problemas e questes a fim de encaminh-la

    a soluo. A gesto da competncia est intimamente ligada ao modelo de

    cargo contigencial, facilitando e dando condies para que o trabalhador possa

    exercer sua funo da melhor e mais criativa maneira possvel.

    Competncia est relacionada ao processo de aprendizagem e

    inovao. mais que um conjunto de atributos cognitivos e atitudinais.

    subjetiva e interpretativa j que demanda de comunicao e de significado.

    Depende da possibilidade de um arranjo de recursos. Depende dos arranjos

    tecno-organizativos.

  • 19

    A abordagem de FLEURY; FLEURY (2004) tem foco nos

    resultados: racionalista. Sinaliza que competncia um Saber; Saber agir;

    saber mobilizar; saber transferir; saber aprender; saber se engajar; ter viso

    estratgica; assumir responsabilidades, que agreguem valor social ao individuo

    e econmico para a empresa. Uma abordagem racionalista que coloca no

    trabalhador a responsabilidade pelos resultados da empresa.

    ZARIFIAN (2001) tem uma abordagem estruturalista: com o foco

    nos recursos organizacionais.

    A definio de competncias-chave, expressas nos referenciais

    ocupacionais podem constituir um momento de apreenso das implicaes

    estratgicas por todos os nveis institucionais. Exige autonomia de ao que

    consente o engajamento voluntrio e consciente do trabalhador e pode, assim,

    diferenciar a competncia de um trabalho taylorizado.

    A competncia do individuo, portanto inalienvel, mas seu

    aparecimento e desenvolvimento dependem da instituio e da rede de atores.

    O conceito de competncia no recente. Na verdade, trata-se

    de uma idia consideravelmente antiga, porm (re)conceituada e (re-

    )valorizada no presente em decorrncia de fatores como os processos de

    reestruturao produtiva em curso, a intensificao das descontinuidades e

    imprevisibilidades das situaes econmicas, organizacionais e de mercado e

    as sensveis mudanas nas caractersticas do mercado de trabalho,

    resultantes, em especial, dos processos de globalizao (FLEURY e FLEURY,

    2001).

    Diversas, no entanto, tm sido as definies atribudas

    expresso competncia individual. A inexistncia de um consenso quanto a seu

    conceito, alm de divergncias de carter filosfico e ideolgico podem,

    tambm, ser atribudas adoo da expresso com diferentes enfoques, em

    diferentes reas do conhecimento (MANFREDI, 1998).

    No podemos deixar de fora a gesto da competncia quando

    tratamos de qualidade de vida no trabalho. Competncia uma ferramenta

    imprescindvel para a ostentao de um cenrio capaz de atender as

    exigncias do publico alvo das organizaes.

    Moscovici (2000, p.60), aponta que:

    O desenvolvimento de competncia interpessoal exige a aquisio e o aperfeioamento de certas habilidades de comunicao para facilidade de compreenso mtua. Estas habilidades precisam ser

  • 20

    treinadas e praticadas constantemente para maior eficincia de resultado. Entre as principais habilidades de comunicao interpessoal podem ser indicadas a parfrase, a descrio de comportamento, a verificao de percepo e a descrio de sentimentos, as quais constituem recursos valiosos para o processo de feedback til.

    Como podemos observar nos autores citados, anteriormente, que

    a competncia nos dias atuais so outras e precisam estarmos sempre em

    busca de mant-las adequadas conforme a necessidade do mercado, que cada

    vez mais exige conhecimentos.

    Veremos agora o resultado final das anlises fatoriais procedidas,

    os quinze indicadores destinados mensurao das competncias individuais

    requeridas, conforme apresentado no quadro 3.

    Quadro 4 - Competncias Individuais Requeridas

    Capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e tecnologias Capacidade de trabalhar em equipes Criatividade Viso de mundo ampla e global Capacidade de comprometer-se com os objetivos da organizao Capacidade de comunicao Capacidade de lidar com incertezas e ambigidades Domnio de novos conhecimentos tcnicos associados ao exerccio do cargo ou funo ocupada Capacidade de inovao Capacidade de relacionamento interpessoal Iniciativa de ao e deciso Autocontrole emocional Capacidade empreendedora Capacidade de gerar resultados efetivos

    Competncias Individuais Requeridas

    Capacidade de lidar com situaes novas e inusitadas.

    Fonte: RAE-Eletrnica v. 4, n.1 jan./jun. 2005.

    Podemos perceber que as competncias individuais requeridas

    tm haver com as diversas qualidades que as pessoas tem para um

  • 21

    determinado fim; habilidade, aptido. Esses dados foram relacionados para

    servir de base para analisar determinadas competncias que cada indivduo

    possui e a partir desses dados poder melhor desenvolver e avaliar o

    profissional dentro da empresa.

    Notamos que a gesto da competncia est antenada com as

    questes, atualmente, exigidas pelo mercado de trabalho. uma gesto que

    valoriza e instiga as qualidades dos trabalhadores, ou seja, suas competncias

    individuais procurando sempre exerce uma administrao em que todos os

    membros da equipe trabalhem de forma integrada.

  • 22

    CAPITULO 3

    Relaes interpessoais e qualidade de vida no trabalho

    A sociedade est cada vez mais individualista, sempre a procura

    de benefcios particulares no se dando conta do universo humano que o

    cerca, as relaes entre as pessoas esto repleta de desconfiana, rivalidade,

    intriga, agressividade, mentira, insegura, vaidosa, arrogante e preconceituosa.

    Muitos estudos no presente abordam esse tema que de essencial relevncia

    uma boa qualidade de vida. Somos pessoas diferentes, sim, mais temos que

    nos respeitar reciprocamente e aceitar os defeitos e as qualidades dos outros.

    Destacaremos aqui mais aspectos relacionados ao trabalho em grupo, para

    que possam ser de grande valia no ambiente de trabalho.

    Bom sucesso (2002, p.127) alega,

    Nossa cultura enfatiza a observao dos prprios defeitos e qualidades, e tambm os do outro, e sobre esses dois aspectos fundamenta-se o relacionamento interpessoal. Os aspectos considerados qualidades so supervalorizados, provocando comentrios como: -ele consegue se manter equilibrado durante todo o tempo em que fala com sua mulher. Se fosse eu, j teria perdido a calma. Confrontam-se qualidades entre irmos: - veja, ela obteve total em trs disciplinas, enquanto voc est abaixo da mdia.

    Percebemos que todos ns temos nossos defeitos e qualidades,

    vrias pessoas podem avaliar de diferentes formas uma mesma questo, isso

    peculiar a cada ser humano. Devemos prtica s boas aes para que se

    tornem hbitos caso contrrio se atrofia como a nossa musculatura. Devemos

    exercitar sempre a boa conversa e a pacincia com o prximo, chegar pela

    manh em na empresa e perguntar para um colega de trabalho se est tudo

    bem, j um gesto de relao humana importantssima que demonstra

    ateno e cuidado, procurando entender e contribuir de alguma forma,

    sugerindo e tomando atitudes de favoream uma qualidade de vida no trabalho.

    No dia-a-dia, vivemos uma eterna repetio de comportamentos,

    agimos e pensamos de acordo com uma norma estabelecida no ser, muitos

    preferem repetir a elaborar novas formas e modelos de comportamento, que

    muito mais fcil. O planeta um composto de inmeras diferenas de lugares,

  • 23

    raas, credos e religies cada uma com seu paradigma de vida. Se pensarmos

    que temos a capacidade de sermos o agente capaz de nossa prpria

    transformao e persistir em sair da mesmice procurando alternativas que de

    fato possam obter uma qualidade de vida no trabalho com tambm fora dele,

    tornaremos nosso mundo melhor.

    Tudo na vida necessita de equilbrio esse fato no pode ser

    ignorado. As relaes interpessoais atingem diretamente a sade psicolgica

    que como conseqncia influencia na sade biolgica e social. Essa trade

    precisa ser respeitada central para ns percebemos isso. Sentimentos bons

    ou ruins contagiam o ambiente e refletem positivamente ou negativamente no

    desempenho em grupos de trabalhadores.

    Migliorini e Kasper (2003, p.1), mencionam que,

    Para ter sade mental necessrio que a pessoa esteja bem consigo mesmo, com os outros, aprendendo a lidar com os sentimentos bons e desagradveis, como: alegria e tristeza, coragem e medo, amor e dio, serenidade e raiva, cimes, culpa, frustraes. ter bom senso para adequar com coerncia seus ideais s exigncias da vida, buscar sua auto-realizao atravs de projetos de vida, ter relaes interpessoais saudveis e harmoniosas aceitando as outras pessoas com suas qualidades e limitaes.

    Muitas pessoas esto no mundo vivendo sem metas e objetivos

    definidos, entregues a fora do destino. Somos seres pensantes capazes de

    filosofar o prprio viver, fazer coisas incrveis e inimaginveis. Porque ento

    no tiramos proveitos das situaes de conflitos e transformamos em lies

    aprendidas, com forma de prosseguir alimentando o desejo de alcanar os

    projetos pretendidos.

    A partir da dcada de 90, no Brasil, passou a integrar o termo

    qualidade de vida no discurso acadmico, a literatura relativa ao

    comportamento nas instituies, as conversas informais, os programas de

    qualidade total e a mdia em geral. O termo tem sido utilizado tanto para avaliar

    as condies de vida urbana, incluindo transporte, saneamento bsico, lazer e

    segurana, quanto para se referir sade fsica, conforto, bens materiais.

    Embora fazendo parte do cotidiano, os parmetros para a definio do que

    viver com qualidade de vida so mltiplos e resultam das caractersticas,

    expectativas e interesses individuais. Bom Sucesso (2002)

  • 24

    E percebido que a sociedade vive mediante de um estresse muito

    intenso, correria seja pelos pedestres nas ruas, pelos motoristas sempre em

    alta velocidade, uma busca acirrada atrs de dinheiro, status e mesmo

    sobrevivncia, nesse percurso muitos no valorizam a essncia do ser humano

    em se relacionar interpessoalmente. Fator que primordial para um bom

    relacionamento que esto cada vez mais aumentando essa inverso de valores

    banalizando os bons costumes e comportamentos de nosso povo. Temos que

    mudar essas atitudes para que possamos ter uma qualidade de vida no

    trabalho, mais saudvel e tranqila para que se possa ter uma vida condigna.

    Segundo Bom Sucesso (2002), essas relaes sinalizam a importncia do

    autoconhecimento como ponto de partida para o mapeamento da postura do

    individuo frente vida, discutindo o comportamento assertivo como alternativa

    para a melhoria da qualidade de vida nas organizaes.

    3.1 Conduta assertiva e qualidade de vida

    Para Bom Sucesso (2002) conduta assertiva vai alm dos

    conceitos encontrados nos dicionrios, so aspectos centrais desta conduta a

    sinceridade, honestidade e respeito a pessoa humana. A assertividade

    corresponde a um comportamento que transmite clareza, objetividade dos seus

    sentimentos, por meio de atitudes de valorizao do outro e de si mesmo.

    Pessoas assertivas so aquelas que sabem conviver em grupo, trabalhar em

    equipes porque so firmes, defendem seus direitos e sabem reconhecer as

    diferenas individuais e assume a responsabilidades de seus atos.

    Esse comportamento adota uma posio de responsabilidade e

    liberdade, favorecendo o dialogo aberto entre as pessoas, abrindo portas para

    a exposio dos diversos pontos de vista, ainda que divergentes. Podemos

    pensar e opinar diferentemente, mais isso no precisa ser a origem de conflitos

    e desgastes.

    3.1.1 Origens da conduta assertiva

    Esse um modelo de pessoas capazes de respeitar a pessoa

    humana nas suas diferenas individuais. Mensagens positivas enobrecem esse

  • 25

    comportamento no sentido de acentuar relaes interpessoais de confiana.

    Uma questo que merece reflexo so as observaes, a ateno ao

    comportamento de si mesmo e do outro, nessa anlise podem-se descobrir

    atitudes pessoais e posies que facilitam ou dificultam as relaes

    interpessoais. Essas so questes bsicas que aliceram essa conduta, e que

    favorecer a qualidade de vida no trabalho.

    3.2 Conduta assertiva e qualidade de vida

    A pessoa que age assertivamente tem a conscincia de suas

    atitudes e deveres, reconhecendo no outro tambm essas posturas.

    Tal conduta tem como premissa a responsabilidade pelos seus

    prprios sentimentos.

    Bom sucesso (2002, p.144) frisa que,

    Comporta-se de forma assertiva pode implicar problemas, uma vez que no existem atitudes perfeitas e adequadas a todas as situaes. A diferena que ao assumir responsabilidade, aprende-se a valorizar os prprios desejos e a tomar conscincia do desafio que o relacionamento interpessoal.

    Como o prprio nome j diz, a conduta assumida tem a inteno

    assertividade, afirmar com certeza e segurana demonstrando sinceridade nas

    atitudes e no tom de seu discurso, facilitando a qualidade de vida, seja no

    trabalho ou no, como experincia positiva.

    Claro que todos erramos em nossos comportamentos, no

    conseguimos agradar a todos, muitas das vezes nem conseguimos agradar,

    mas a estratgia e buscar ferramentas interpessoais que influenciem

    eficazmente na hora dos conflitos e que tenhamos suportes tericos relevantes

    para adicionar coerentemente na prtica. preciso aprender a se comportar

    assertivamente encarando o medo e o preconceito, permitindo que as pessoas

    enfrentem fracamente situaes desagradveis, as lies aprendidas com os

    erros fortalecem o estabelecimento de relaes baseadas na confiana e na

    sinceridade.

  • 26

    Quadro 5 Assertividade passo a passo

    Fonte: BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relaes interpessoais e qualidade de vida no trabalho. Rio de janeiro: Qualitymark, 2002. p.145.

    Notamos que as organizaes buscam valorizar o profissional

    que saiba trabalhar em equipe, analisando-o enquanto um ser profissional,

    pessoal e cidado. Ou seja, contextualizando se tal indivduo est antenado

    com as mudanas em curso na sociedade. Mesmo porque as Instituies esto

    buscando, hoje, aes participativas envolvendo todos seus membros,

    estimulando e ouvindo as sugestes.

    3.3 O medo nas relaes de trabalho

    Nas organizaes muito com encontrar funcionrios receosos

    em falar ou discordar das atitudes dos gerentes. O medo imaginrio pode levar

    a pessoa a se abster de situaes que possam resultar em xito, recusando ao

    que lhe parea indicar algum perigo.

    Muitas pessoas evitam atitudes participativas com receio de um

    potencial dano, o medo anima a pessoa a afastar-se de situaes perigosas.

    1 Ouvir

    2 Clarear dvidas

    3 Checar suposies

    4 Ateno ao comportamento no -verbal

    5 Desenvolver a auto-estima

    6 reconhecer e valorizar o outro

    7 Dar e receber feedback afetivo

    8 Estimular no outro a conduta assertiva

  • 27

    Essa conduta tem como objetivo esquivar-se do medo para evitar mal maior,

    como conflito e demisses.

    Algumas condutas gerenciais como punies, presso, desgastes

    e experincias traumticas provocam medo. Contribuindo para represso das

    pessoas, assim sendo, elas evitam se expor e enfrentar situaes que

    envolvam riscos.

    Para Bom Sucesso (2002, p.94) ... os enxugamentos de quadros,

    as demisses resultantes dos programas de reestruturao constituem-se

    igualmente em outros exemplos de medo. Fato comumente temido, tendo em

    vista a dificuldade em se enquadrar com no mercado de trabalho, enfrentar

    novamente experincias, o medo do desconhecido.

    Comportamentos imprevisveis e condutas agressivas so

    elementos que dificultam ainda mais as relaes interpessoais, tornando o

    ambiente de trabalho um local em trabalhar em equipe. Atitudes com elevao

    da voz e ameaas para pressionar o subordinado quando no cumpridas

    demonstram uma forma negativa de relaes interpessoais dentro dos grupos,

    enfraquecendo ou acabando com os laos de confiana entre seus membros,

    gerando um mal-estar. Isso demonstra que tratar as pessoas com punies,

    gritos e exploses no uma maneira humana e inteligente de lidar com

    pessoas.

    O medo entre colegas de equipe est presente mais do que

    imaginamos em muitas atitudes como: falsidade, agressividade, disputa por

    prestigio e poder, fofoca e delao. Para BOM SUCESSO (2004), cenrios

    como esses so caracterizados pela traio e boatos que prejudicam o

    desempenho no ambiente de trabalho. A agressividade se constitui num

    mecanismo de defesa e meio para se destacar frente aos demais membros do

    grupo, usando condutas hostis especialmente impondo pontos de vista,

    desconsiderando opinies diferentes da sua, tentado obter vantagem pelo

    domnio das informaes. Na disputa pelo poder e prestgio aumenta o

    acirramento na busca de informaes em primeiro lugar, busca aliar-se nos

    amigos do chefe, forma panelinhas contra alguns colegas, promover festas,

    estabelece aliana na maioria das vezes com segundas intenes. Para

    entendermos claramente veremos as sinalizaes citadas referentes a

    mscaras do medo.

  • 28

    a) Distanciamento - so caractersticas das pessoas reservadas

    que na grande maioria das vezes busca o anonimato como zona de conforto.

    b) Postura derrotista so pessoas com atitude de baixa auto-

    estima, acomodados. Essas pessoas fazem de tudo para puxar para trs com

    os novos propsitos e sugestes apresentadas.

    c) Postura idealista so pessoas entusiastas que usam palavras

    estimulantes, adiam e evitam tarefas desagradveis. Querem sempre passar a

    impresso de saber tudo e busca desempenhar varias atividades ao mesmo

    tempo.

    d) Postura reativa o medo do enfrentamento das tarefas e das

    tomada de iniciativa, torna essa pessoa extremamente afugentada nas

    decises dos superiores, no busca solues para os problemas e se alguma

    coisa der errada pe a culpa em quem lhe mandou fazer.

    e) Pessimismo o pessimista no luta pelo seu desejo e ainda

    argumenta e tenta convencer o outro de que determinadas coisas no so

    possveis. A incoerncia est sempre presente em seus argumentos

    tendenciosos.

    f) Timidez dificilmente se expe com medo de errar ou

    desagradar o outro, esse seu principal temor.

    g) Mentira so freqentes nas organizaes. O temor pelas

    conseqncias negativas que pode lhe causar a verdade, leva o cultivo dessas

    pratica que cada vez requer mais mentira para sustentar a primeira.

    h) Insegurana o medo de enfrentar as novas situaes.

    Manisfesta-se em atitudes pessimistas e precavidas. A insegurana pode

    disfarar-se na virtude da obedincia ou da lealdade decorrente do medo.

    i) Conformismo essa postura reprime o aparecimento de

    grandes talentos. Age sempre com muita humildade por medo de aparecer e

    procura ficar sempre no segundo plano para no chamar a ateno.

    j) Vaidade - a vaidade se origina do medo. Tem a inteno de

    provocar a terceira a idia de que a avaliem de forma positiva. Gosta de

    mostrar servio e mergulha-se no trabalho para proteger-se de suas

    dificuldades.

    Por trs do medo se esconde muitos mecanismos de defesa com

    percebemos acima, que um mecanismo natural a defesa do ser humano que

  • 29

    se desdobra em distintos aspectos, prejudicando as relaes interpessoais no

    ambiente de trabalho.

    3.4 Qualidade de vida no terceiro milnio

    Nesse contexto o afeto nas relaes interpessoais apresenta uma

    grande valorao, tendo com base a tica e a justia, questes que prometem

    ser marco na vida do trabalhador do sculo XXI.

    A construo de ambientes saudveis favorece melhores

    relaes interpessoais. preciso ento valorizarmos continuamente o

    aprendizado, porque um depende do outro na troca de informaes e

    conhecimentos.

    Signorelli (2003, p. 1), aponta:

    Para que uma vida seja boa, tem que ser humana. E se humana, est pautada nas relaes interpessoais. No h como ser humano sem algum em relao com um outro. Isso nos pe diante de outro aspecto das relaes humanas: o da dependncia. Pensar nisso incmodo, porque admitir a dependncia reconhecer que o outro importante e que tem coisas a nos oferecer que completam ou satisfazem nossas faltas.

    No dias atuais parece mais difcil o convvio para estabeleamos

    atitudes de trocas; as pessoas esto muito egocntricas. Muitas das vezes no

    partilham conhecimentos relativos a seu cargo ou funo, com medo de perder

    o emprego. Neste sentido, Signorelli (2003, p.1) indaga:

    [...] se possvel que uma pessoa que no tenha percorrido as diferentes fases do seu desenvolvimento psquico, passando pela renncia a uma posio egocntrica, menos evoluda, possa ser tica. Se no h reconhecimento do outro como algum que tem existncia prpria, como possvel exercer uma atitude tica em relao a esse outro?

    Nesse ponto as experincias de relaes entre seus pares, so

    necessrias, para o amadurecimento intelectual das pessoas.

    Bom Sucesso (2002, p.149) salienta,

    Viver com qualidade resulta tanto da busca individual, quanto do esforo coletivo. Primeiro, o trabalhador tem sido estimulado a pensar seus objetivos de vida, priorizar as aes pessoais, ouvir e outro, pautar-se em postura proativa, saindo da tica da submisso para aquela da crtica e da interdependncia. Os lideres so responsveis pelo incentivo e pela manuteno de medidas que assegurem clima positivo, uma vez que as relaes interpessoais constituem um forte componente da satisfao com o trabalho e, devido a esta importncia, requerem um guardio, empenhado em esforos dirios para a preveno de conflitos.

  • 30

    Muitos grupos so encorajados a praticar relaes verdadeiras e

    busca das solues de conflitos no relacionamento interpessoal. A conversa

    franca e respeitosa no lugar da fofoca e da mentira.

    Na viso de Calvino (1990) a qualidade de vida para o terceiro

    milnio est calcada em seis propostas leveza, rapidez, exatido, visibilidade,

    multiplicidade e consistncia como rumos para a humanidade. Essas reflexes

    propostas por Calvino se igualam as caractersticas dos estudiosos da

    administrao, da dcada de 90, afirmaes indispensveis aos lderes.

    a) Leveza - a leveza precisa ser praticada e ensinada, mesmo

    porque grande parte das pessoas no tem em seu repertrio. Para adquirir

    esse grau preciso refletir seriamente, sorrir, brincar, aprender, dialogar,

    persistir, ter maturidade e humor.

    b) Rapidez descreve a rapidez no como chegar em primeiro

    lugar, mais sim, ter agilidade, desembarao, desenvoltura, perspiccia e

    vivacidade. A rapidez favorece a qualidade de vida se concebida nessa viso.

    Gerentes geis constituem e mantm equipes entrosadas e produtivas.

    c) Exatido a busca da competncia, do desenvolvimento de

    habilidades, da destreza, do compromisso. Preocupa-se em aperfeioar e

    melhorar as pessoas, visto que as relaes interpessoais no acontecem em

    pessoas perfeitas. Precisa-se dividir espao com pessoas diferentes, abrir

    mos de algum intento. Pessoas e relaes podem ser transformadas, no

    entanto, faz-se necessrio muito capricho e esmero para chegar at a exatido.

    d) Visibilidade a possibilidade de mostrar resultados, talento,

    contribudo com alternativas prprias ou de outros. A qualidade de vida

    tambm precisa dar visibilidade a si e ao outro, criando um ambiente valorize o

    aprendizado com quem faz bem feito.

    e) Multiplicidade enxerga as pessoas como um universo muito

    complexo e ao mesmo tempo singular. E que independente de quem seja do

    estilo que ostenta, todos so capazes de continuamente serem remexidos e

    (re)arrumados de todas as formas possveis.

    f) Consistncia uma proposta que tem como base a firmeza, a

    estabilidade, a persistncia nas metas e a insistncia no rumo, mesmo com a

    dificuldade dos obstculos.

  • 31

    Calvino (1990) romancista italiano, fala da virtude e habilidade

    freqentes citadas nos livros de administrao de empresas. Ele mostra que

    atravs do romance a literatura pode contribuir com a humanidade estimulando

    essas seis virtudes citadas acima.

    Na sociedade ps-industrial a qualidade de vida no trabalho

    precisa da constncia de objetivos, perseverana e da temperana. Calvino em

    sua seis propostas assinala as caractersticas e os adjetivos que precisam ser

    observados para que obtenhamos uma postura mais eficaz frente aos

    problemas vigentes em nossas organizaes.

  • 32

    CAPITULO 4

    Dando significado ao trabalho

    Segundo Holanda, cargo Funo ou emprego pblico ou

    particular. Para Chiavenato (1992) cargo composio de todas as atividades

    desempenhadas por uma pessoa, que podem ser englobadas em um todo

    unificado e que figura em uma posio formal do organograma da empresa.

    Bom Sucesso (2002, p.3) enfatiza que,

    A palavra trabalho, do latim tripalium, refere-se a instrumento de tortura utilizado para punir criminosos que, ao perder a liberdade, eram submetidos a trabalho forado. Os dicionrios da lngua Portuguesa registram como sinnimos de capricho, cuidado e esmero, fadiga e esforo. Diversamente, na lngua Inglesa, a mesma expresso (work) significa ocupao, servio, atividade, s tomando conotao desagradvel seguida de adjetivo que lhe atribua caractersticas negativas.

    Vimos que a definio de trabalho relativa dependendo da tica

    de sua sociedade e do momento histrico com podemos perceber em Santos

    (1995, p. 52)

    A revoluo industrial mudou radicalmente para pior a vida e o trabalho do homem, transformou o campons e arteso, tipos relativamente descansados e sadios, nos operrios citadinos, aprisionados em casinhas minsculas, sem saneamento, amontoados em guetos, em condies anti-higinicas, cansados, estressados, explorados, fracos e desmoralizados, criou-se o empregado assalariado.

    O aumento da populao nas regies urbanas sem sombra de

    dvida incha a massa de trabalhadores assalariados nas grandes metrpoles.

    Fazendo com que a maioria deles se submeta a qualquer trabalho para manter

    o seu sustento e o de sua famlia.

    4.1 Sade dos trabalhadores

    So freqentes as grandes filas nos hospitais e nos postos de

    sade estarem cheias de trabalhadores em busca da cura das mais diversas

    afeces, muitas das vezes causadas condies insalubres no trabalho.

    Spink (1995, p.188) mostra que,

  • 33

    Partem da medicina do trabalho e da engenharia de segurana algumas categorias j tradicionalmente utilizadas que viso compreender a relao entre condies de trabalho e sade, guias estudos bem como instrumentalizar aes concernentes sade dos trabalhadores. So elas o trabalho insalubre e o trabalho perigoso. O entendimento mais genrico que se tem do trabalho insalubre e de que ele diz respeito quelas condies de trabalho que provocam doenas e intoxicaes, por sua vez o trabalho perigoso, diz respeito s condies que geram acidentes de trabalho.

    Principalmente, nos centros urbanos a ocorrncia desses tipos de

    trabalho muito comum, tendo em vista a grande gama de profisses

    necessrias para atender as demandas. Profisses como: motorista de

    transporte coletivo, faxineiros que limpam os vidros externo dos arranhas cus,

    operadores de fornos industriais. So alguns exemplos que podem servir de

    ilustrao.

    O controle do trabalho um dos aspectos j identificados em

    vrios outros estudos com um dos principais requisitos para que o trabalho seja

    saudvel Spink (1995, p.197). A verdade que ningum gosta de trabalhar

    sem uma relativa autonomia para decises. Trabalhar com chefes ou gerentes

    que ficam o dia todo no seu p dizendo faa isso, agora faa aquilo, como se

    fosse um cachorrinho, sem deixar voc avaliar a situao e ver qual a forma e

    o critrio que precisam para serem executadas determinadas tarefas. Alm do

    mais, transmite ao trabalhador uma sensao de aprisionamento sufocante

    levando ao alto nvel de estresse, fazendo com que a pessoa se sinta

    inferiorizada diminuindo sua auto-estima.

    Para Spink (1995, p.206) Sadias ou no sadias, estruturadas na

    forma de doena ou no, o que as aes adaptativas comunicam que o

    trabalhador busca, apesar da impossibilidade de exercer legitimamente o

    controle, ser sujeito no trabalho. Vemos que o trabalhador se no tem o

    controle mais tem sua conscincia enquanto cidado procura pelo menos impor

    seu respeito em suas relaes substantivas.

    Todos nos temos nossas histrias de vida: histria pessoal

    (tristezas e alegrias), traos de personalidade, processo de aprendizagem,

    crenas e valores que precisam ser minimamente respeitados. preciso saber

    lidar e respeitar as diferenas, trabalhando e corroborando a relevncia do tra-

    A partir de uma concepo particular sobre essas categorias,no Brasil existem normas legais visando prevenir a ocorrncia desses agravos sade, beneficiar aqueles trabalhadores que expem-se ao trabalho ao risco e, ainda, indenizar os casos confirmados de doena e acidentes.

  • 34

    trabalho em equipe, do equilbrio entre a emoo e a razo.

    Sendo o ncleo figurativo da representao social do trabalho penoso o controle sobre contextos de trabalho, que suscitam incmodo, sofrimento e esforos demasiados a prtica preventiva deve ser norteada por este eixo. O controle remete relao entre o trabalhador e o contexto de trabalho, entre as condies objetivas e as disposies subjetivas; remete ainda possibilidade de a organizao do trabalho respeitar a variabilidade intraindividual e a diversidade interindividual. Spink (1995, p.206)

    No mundo moderno vivemos profundas contradies entre modos

    de construir e a vida, gerir organizaes e de nos relacionar com os outros.

    Precisamos de uma viso que valorize a coletividade, os valores humanos, a

    responsabilidade essencial, respeito a vulnerabilidade e a atitude cooperativa

    enquanto pessoa capaz e consciente.

    4.2 Escolha da profisso

    Para alguns pode at ser simples, mas para muitos a escolha da

    profisso bastante difcil. Porque indicar o muita das vezes o que vamos

    fazer o restante de nossas vidas. Imaginemos uma pessoa que escolha a

    profisso que no lhe faa bem, que no sinta prazer algum no desempenho

    de seu trabalho, vai ser uma tortura seguir tal profisso. Nesse contexto a

    famlia como primeiro grupo social assume forte influencia sobre essa escolha,

    como afirma Bom Sucesso (2002, p. 8),

    A famlia exerce forte influencia na escolha profissional, insistindo para que os filhos sigam a carreira dos pais, ou ingressem em profisses que prometem retorno financeiro imediato. So raros os pais que ajudam o filho a identificar habilidades e interesses, associados s demandas das diversas ocupaes, que respeitam as tendncias de escolha dos filhos.

    Muitos pais investem no futuro dos seus filhos, mas cobram que

    sigam a profisso indicadas por eles, visto que muitas das vezes para continuar

    projetos de empresa e a tradio da famlia em determinado ramo do trabalho.

    A escola um espao destinado a ajudar o aluno a conhecer e

    perceber se a futura profisso conveniente ao seu perfil e expectativas,

    muitas das vezes no consegue ajudar o aluno nesse sentido.

    Para Gardner (1995, p. 74) mostra que,

    As pessoas tm seu potencial pouco explorado, possuindo um conjunto de talentos, habilidades e capacidades: lgico-matemtica, lingstica, espacial, musical, corporal cinestsica, interpessoal e

  • 35

    intrapessoal. A interao dessas potencialidades resulta em mltiplas possibilidades, abrindo perspectivas que, s vezes, at o possuidor as desconhece. O conhecimento do potencial do emprego e sua compatibilizao aos desafios e realidade da empresa constituem medidas necessrias promoo de atividades de formao, conscientizao, capacitao e desenvolvimento. A satisfao com o trabalho o suporte bsico para a qualidade de vida nas organizaes.

    E os que conseguem terminar a graduaes se deparam com

    pouca experincia, com muito contato com apenas a teoria que na prtica

    outra. Feliz daqueles que logo aps o termino do curso universitrio

    conseguem trabalho, a concorrncia est acirrada em todos os setores e a

    tendncia e que cada vez mais as organizaes cobrem mais conhecimentos

    de seus futuros empregados.

    Esses so alguns fatores que contribuem para o atual cenrio

    repleto de insatisfeitos profissionalmente, em que no consegue se identificar

    com aquilo que faz, comprometendo seu desempenho e sua realizao

    pessoal.

    4.3 O homem para alm do trabalho

    Trabalho e vida pessoal sempre foi uma questo difcil de

    adequar. A busca incessante da busca por dinheiro ou por uma carreira

    brilhante dentro de um organizaes, consomem a maior parte do tempo de

    muito trabalhadores, que muitas das vezes deixam a desejar a ateno

    prestada a sua famlia.

    O mais forte desafio tem sido viver com qualidade em um mundo de alto desenvolvimento tecnolgico e baixo desenvolvimento humano, que evidencia a dificuldade de conciliar trabalho e vida pessoal. No se concebe mais que o sucesso na carreira implique fracasso no casamento, na vida afetiva, argumento utilizado por aqueles que aceitam como inevitvel a divergncia famlia-trabalho. Bom Sucesso (2002, p.13)

    A famlia uma instituio que enfrenta diversas problemticas

    para modificar essa realidade. As relaes humanas esto cada vez mais

    fragilidazadas os casamentos tm assumido moldes que no favorea

    qualidade de vida. Os conflitos no relacionamento dos casais tm aflorado

    ainda mais com o desacordo com os seis papeis na relao. Dificuldades com

    o dilogo, cimes e cobranas so muitos recorrentes.

  • 36

    As organizaes tem mostrado, atualmente, preocupao com os

    trabalhadores como relata Bom Sucesso (2002, p.13)

    As organizaes comeam a entender que precisam participar da transformao dessa realidade, desenvolvendo programas de conscientizao e apoio visando encontrar um equilbrio entre trabalho e melhoria da qualidade de vida, uma vez que as dificuldades emocionais decorrentes da vida pessoal interferem de forma significativa no desempenho profissional.

    preciso aproveitar o lazer com atividade favorecedora de boas

    relaes, que sirvam de vlvulas de escapes para o estresse da rotinha de

    trabalho. Muitas organizaes possuem espao de lazer com atividades

    esportivas e culturais, para toda famlia. Eventos como esses contribuem

    positivamente para integrao organizacional e social.

    4.4 Perspectiva da gesto da qualidade de vida no trabalho.

    Essa perspectiva se ampara no modelo de nova competncia em

    gesto, que tem como base: o conhecimento do negocio, as estratgias e as

    tcnicas.

    Os estudos mais recentes de qualidade de vida no trabalho

    apontam a diversidade cultural do ambiente empresarial como oportunidades

    para prticas e os valores de QVT. Sendo os grupos socioocupacioanais das

    organizaes includos no poder das empresas, visando potencializar a

    disciplina como elemento estratgico.

    Limongi-Frana (2004, p.173) afirma,

    O rico e diversificado ambiente de trabalho empresarial advindo das fuses e incorporaes, intensificadas na dcada de 1990, traz desafios competitivos para as organizaes e grande turbulncia na vida das diferentes categorias profissionais, potencializando ansiedades, medo e stress. Nesse ambiente, as prticas e os valores de QVT encontram campo frtil para sua difuso.

    Sem dvida as fuses e incorporaes no ambiente empresarial

    favoreceram a um campo muito extenso de desafios, requerendo das

    organizaes muito jogo de cintura para gerir esse grande contingente de

    pessoas cada vez mais repletas de medo e estresse. Por outro lado esse um

    momento oportuno para aprofundar o estudo desses conflitos, um ambiente

    que oferece muitas experincias de prtica e valores, fornecendo uma gama

    imensa de possveis estudos de caso. Nesse momento que a qualidade de vida

  • 37

    no trabalho tem seu papel essencial, que de buscar caminhos e novos

    modelos que melhor de adequarem ao novo contexto social das organizaes.

    Um grande aliado da QVT o aparato jurdico que se constitui na salvaguarda de direitos e deveres, ordenando os aspectos essenciais de aes e programas, prticas e valores, particularmente na rea trabalhista. Acidentes de trabalho e conflitos organizacionais e aspectos crticos de QVT so reduzidos ou mais bem regulados por referencias normativas e legais. H muito o que aperfeioar em relao a esse tema, diminuindo a viso paternalista, o que pressupe maior participao de especialistas jurdicos nas questes de QVT. Limongi-Frana (2004, p.173)

    Os diretos e deveres dos trabalhadores tm que ser observado

    em qualquer circunstncia, para que possa garantir maior segurana e respeito

    a dignidade da pessoa humana enquanto elemento essncia da estrutura do

    trabalho. A legislao de nossos trabalhadores na maioria dos casos no

    respeitada. Nesse sentido, importante que gestores almejem maior

    participao de especialistas jurdicos para fazer valer os direitos estatudos.

    Atualmente, a perspectiva na qualidade de vida no trabalho

    tambm busca adequar os programas organizacionais modernos, como a

    produo flexvel, a prtica de valores de QVT, diminuindo as dvidas e

    superando as contradies das fortes dinmicas internas. Esse ato torna a

    organizao um ambiente de melhor integrao das pessoas por meio de

    informaes e aprendizagem, tornado o trabalhador um sujeito empenhado nas

    suas funes e desperta para a proposta de se trabalhar com o esprito

    cooperativo se identificando com o trabalho que realiza.

  • 38

    CAPITULO 5

    Qualidade de vida no trabalho Estamos numa era em que a competitividade e a eficcia

    tecnolgica esto sendo amplamente cultivadas no contexto de uma sociedade

    tecnicista e industrial. Onde valores como a cooperatividade e a partilha de

    bens e de informaes no soam estranhamente em nossos ouvidos.

    Para melhor compreendermos a Qualidade de Vida no trabalho -

    QVT citaremos vrios conceitos que de diferentes autores, que nos favorecer

    a enxergar a qualidade de vida em vrios aspectos.

    Segundo Gill e Feinstein (1994), Qualidade de vida, ao invs de

    ser uma descrio de ser de status do indivduo, uma flexo do modo como

    eles percebem os seus estados de sade e outros aspectos no mdicos de

    suas vidas e reagem a isso.

    Esse posicionamento evidencia o comprometimento com o bem-

    estar do estado bio-psico-social do indivduo, na tentativa de entender a

    dinmica em que esto inseridos esses trs aspectos da vida do ser humano.

    Em seu modelo, Guest (1979, p. 76-87) define duas formas de

    enfoque apresentadas:

    Qualidade de vida um processo organizacional capaz de

    identificar o potencial criativo dos empregados, envolvendo-os em processos

    decisrios que afetam suas vidas no trabalho.

    Qualidade de vida uma fase genrica que abrange os

    sentidos pessoais sobre cada dimenso ao trabalho.

    Nessas formas de enfoque na gesto participativa onde os

    empregados so incentivados a colaborar nos processos decisrios, suas

    sugestes so ouvidas e avaliadas em grupos.

    No ambiente das Instituies, a busca por uma vida mais

    saudvel faz relao ao controle do estresse determinado pelo estilo de vidas

    das pessoas nesse mundo contemporneo.

    Drucker (1999) um dos autores que concordam que houve

    poca em que as empresas podiam ficar isoladas no mundo, tomando suas

  • 39

    decises quase sempre dependentes do um s individuo (as empresas

    familiares) dentro de quatro paredes.

    Entender a satisfao dos empregados em seu ambiente de

    trabalho muito importante para que possam contribuir eficazmente dentro da

    organizao. Precisamos compartilhar conhecimento, experincias e idias

    dentro do ambiente de trabalho buscando juntos uma estratgia adequada para

    sua empresa. E no se fechar em pequenos grupos e ignorar a realidade que

    os cerca.

    A mente e o corpo esto intrinsecamente ligados, e sua interao

    exerce, a cada segundo, uma profunda influncia sobre a sade e a doena, a

    vida e a morte (Goleman, 1997, p.15). Diante desse ponto de vista

    observaremos as queixas de doena recorrentes registradas em ambulatrios

    ou no setor de recursos humanos, como indicadores de problemas na

    qualidade de vida da pessoa dentro de uma organizao.

    O objetivo da sade no trabalho o de promover e manter um elevado grau de bem estar fsico mental e social dos trabalhadores em todas as suas atividades, impedir qualquer dano sade causada pelas condies de trabalho e proteger contra os riscos resultantes da presena de agentes prejudiciais sade: colocar e manter os trabalhadores em emprego compatvel com suas aptides fisiolgicas, enfim adaptar trabalho pessoa e cada pessoa a suas tarefas (Bedrikow apud Brigo, 1997, p.53).

    As empresas esto cada vez mais apostando na qualidade de

    vida com fator decisivo para buscar alternativas para aumentar sua

    produtividade e competitividade diante do mercado, sem deixar de lado a

    qualidade de vida de seus funcionrios. As empresas usam tambm a

    estratgia de qualidade de vida para reter funcionrios talentosos.

    Nadler; Lawler, (1983, p.11) apontam que,

    A preocupao com o conceito qualidade de vida refere-se a um movimento dentro das cincias humanas e biolgicas no sentido de valorizar parmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuio da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida. Para que o nvel de vida no trabalho alcance um mnimo satisfatrio, necessrio que o indivduo tenha alimentao que satisfaa suas necessidades energticas; vesturio para o atendimento das questes higinicas e proteo contra intempries da natureza. Alm disso, tambm deve dispor de habitao em condies saudveis, segurana contra atos de violncia e perda do emprego, por motivo de doenas, e servios essenciais como gua potvel, saneamento, assistncia mdica, transporte pblicos, educao, dentre outros.

    Esse movimento das cincias busca com sempre estabelecer a

    melhor maneira a mais adequada forma para que o trabalhador exera sua

  • 40

    atividade sem sofrer tanto danos sua sade, e que a qualidade de vida esteja

    presente em aspectos centrais de sua vida fora do ambiente de trabalho, para

    que este possa se preocupar menos com problemas particulares e realizar sua

    funo com mais empenho e dedicao, para que no final de cada ms ele

    possa pagar todas suas contas com o fruto de seu trabalho.

    Para Oliveira (1995, p. 40), Qualidade de vida significa a

    excelncia da vida que se deseja e que deve ser vivida. Sem dvida uma

    postura mais filosfica que pretende o indivduo a aproveitar a vida em sua

    forma plena, usufruindo dos benefcios bsicos, de lazer, de cultura e educao

    que possibilitem cada vez mais o desenvolvimento e o usufruto da vida.

    Chanlat (1992, p. 21), diz que Os vnculos do indivduo com a

    organizao onde ele trabalha, sua lealdade, participao e preocupao com

    o trabalho bem feito, sero tanto mais fortes, se a empresa se interessar pelas

    pessoas. Trata-se ento de uma atividade recproca entre patro e

    empregado, onde as duas partes se beneficiadas mutuamente.

    Oliveira; Limongi-Frana (2005, p. 15) afirmam,

    No aspecto Qualidade de Vida no Trabalho, so muitas as ferramentas e metodologias que visam criar e manter um ambiente de trabalho seguro, saudvel e agradvel. O processo de Qualidade de Vida alinhado com o processo da Qualidade Total, e tm o objetivo de proporcionar aos funcionrios o gerenciamento de sua sade e estilo de vida, condies de bem estar pessoal e profissional, melhoria dos relacionamentos interpessoais, visando o equilbrio entre mente e corpo, desenvolver de forma pr ativa a melhoria da satisfao com o trabalho, melhoria das prticas de sade e reduo de riscos.

    Qualidade de Vida no Trabalho e relaes interpessoais andam

    juntas no sentido de proporcionar ao trabalhador motivaes para desenvolva

    seu trabalho de forma aprazvel e saudvel. As condies de bem estar

    pessoal e profissional e uma questo focal de muitas organizaes tendo em

    vista a diminuio de problemas de sade.

    Tolfo; Piccinini (2001, p. 166) assinalam,

    O mundo do trabalho vem passando por profundas transformaes. Temticas com globalizao, flexibilizao, competitividade e novas formas de organizao do trabalho tm sido destacadas nas anlises daqueles que atuam nas organizaes ou as estudam. Nesta fase da dita terceira revoluo industrial, as pessoas que atuam nas organizaes passam a ser fonte de interesse: conforme assinalam alguns autores, so os colaboradores que possibilitam a vantagem competitiva nas organizaes e faz-se necessria a implementao de aes que propiciem a qualidade de vida no trabalho (QVT). Por outro lado, h articulistas, como Peter Drucker, que sinalizam que a

  • 41

    valorizao das pessoas no ambiente de trabalho mais aparente do que real.

    Atualmente, j existe varias empresas que trabalham com

    qualidade de vida no trabalho: Dpascoal, Good Year, McDonalds, Samarco,

    ABB, Accor, Promom Hewlett Packard. Sendo os principais itens analisados:

    salrios, Benefcios, Oportunidade de carreira, Segurana e Confiana na

    gesto e Treinamento. Sendo que o projeto de gesto de qualidade de vida no

    trabalho muito complexo precisa de muito estudo e de um acompanhamento

    que possa dar suporte a seus funcionrios.

    Em funo da diversidade de conceituao para QVT, Fernandes

    (1996) chama a ateno para a necessidade de aprofundar a reviso da

    literatura do tema, porque no se pode trabalhar com algo que no se sabe

    com certeza o que . No Brasil a preocupao com QVT surge mais tarde,

    tambm em funo com a preocupao com a competitividade das empresas,

    em contexto de maior abertura para a importao de produtos de outros pases

    e na esteira de programas de qualidade total.

    Bowditch e Buono (1992, p.207) enfatizam,

    Um conjunto de definies equaciona a QVT com a existncia de um certo conjunto de condies e praticas organizacionais tais como cargos enriquecidos, participao dos empregados nos processos de tomada de decises, condies seguras de trabalho e assim por diante. Uma outra abordagem equacionada a QVT com os efeitos visveis que as condies de trabalho tm no bem estar de um indivduo (por exemplo, manifestao de satisfao no local de trabalho, crescimento e desenvolvimento dos funcionrios, a capacidade de atender a toda a gama de necessidades humanas).

    Percebemos que o conceito de qualidade de vida no trabalho e

    amplo e flexvel. Precisa a todo o momento de (re)avaliado para que se tenha

    noo do que est acontecendo com o pessoal dentro da organizao e que o

    bem estar de seus funcionrios seja efetivado.

    Tolfo; Piccinini (2001, p. 189) concordam que,

    O mundo do trabalho vem passando por profundas transformaes; entretanto os reais impactos de tais mudanas sobre a organizao do trabalho e sobre os trabalhadores, muitas vezes, no so suficientemente analisadas, tanto terica quanto empiricamente.

    Essas afirmaes foram frutos de um trabalho de investigao

    das melhores empresas para trabalhar no Brasil e que esto intimamente

    ligadas a qualidade de vida no trabalho. Os principais resultados encontrados

  • 42

    foram: descentralizao da gesto, premiao pelos resultados, comunicao

    aberta, ambiente de agradvel para trabalhar, programas de qualidade de vida,

    a pessoa como centro, possibilidade de o funcionrio tornar-se scio ou dono

    da empresa. Questo que nos despertam a disposio em investir cada vez

    mais em pesquisas e em praticas que melhorem de forma efetiva o cenrio das

    organizaes.

    5.1 Escolas de pensamento em qualidade de vida no trabalho.

    Sabemos que, hoje, existe uma nova realidade social como

    alguns fatores: maior tempo de vida trabalhando em atividades produtivas,

    maior conscincia do direito sade e tambm um relativo aumento na

    expectativa de vida dos trabalhadores. A QVT faz parte das mudanas pelas

    quais passam as relaes de trabalho na sociedade moderna, em acelerada

    transformao. Limongi-Frana (2004).

    5.1.1 Escola socioeconmica

    Veremos os princpios bsicos dessa nova corrente poltica

    segundo Giddens (1998, p. 37 e 76):

    desenvolvimento da cidadania;

    responsabilidade e projetos sociais;

    preservao do meio ambiente;

    igualdade com liberdade;

    desenvolvimento sustentvel.

    Essa escola nos ajuda a refletir questes comuns ao no cotidiano

    que so essncias para nossa vida. O fenmeno da globalizao tem gerado

    novas relaes de trabalho, um crescimento magnfico na rea tecnolgica

    oferecendo equipamento de proteo mais seguro. Para alguns o mundo do

    trabalho veio para dentro de casa, no ocupa mais um espao fsico dentro da

    empresa, faz seu trabalho distncia esse um modelo novo de ocupao do

    mercado de trabalho.

    A sociedade global apresenta desafios empricos e

    metodolgicos, ou histricos e tericos, que exigem novos conceitos, outras

    categorias, diferentes interpretaes Limongi-Frana (2004, p.25). Essa escola

  • 43

    de pensamento busca uma reflexo para a era moderna que indiquem um novo

    modelo das cincias sociais. Tenta nos mostrar que o mundo globalizado est

    nos esmagando com seus paradigmas e que pouco e feito para mudar esse

    quadro, mesmo porque a sociedade que ficar de fora desse sistema global

    considerado alienado e fora dos moldes atuais.

    5.1.2 Escola organizacional

    A escola organizacional assume uma dimenso mais voltada

    maneira como e estruturada e como acontecem os processos da produo

    dentro da organizao.

    A rigor, Qualidade de Vida no Trabalho envolve uma dimenso especifica do local onde as relaes de produo ocorrem. Trata-se de reconhecer que grande parte das relaes de trabalho, de suas prticas e seus valores nasce de experincias no cho de fbrica, dos processos de controle da produo, dos tempos e movimentos, evoluindo para a qualidade total e critrios de excelncia. Embora influenciada pelas condies gerais de organizao socioeconmica, nessa dimenso, que se pode designar de organizacional, que muitos pesquisadores apoiaram sua reflexo. Limongi-Frana (2004, p. 27)

    Desde os estudos da racionalizao do trabalho feito por Taylor

    no sculo XX, que passou a cada vez mais estudar o fenmeno trabalho de

    modo fragmentado tendo em vista o aumento da produo, mais o que parecia

    ser um aumento de produo em longo prazo mudou de face e ocorreram

    inmeros problemas de sade, relacionadas ao fadigante cansao fsico e

    mental provocado pelo trabalho racionalizado. Ento, atualmente, o rumo dos

    estudos sobre as condies humanas do trabalho guinou para qualidade de

    vida no trabalho, como uma tentativa contribuir para uma sob a perspectiva

    organizacional, valorizando a competncia, a estratgia, a cultura e o talento.

    Limongi-Frana (2004, p. 27) desta o conjunto de contribuies

    da escola organizacional, podem-se destacar as seguintes caractersticas:

    expanso dos processos de qualidade e produtividade para a de

    qualidade pessoal;

    poltica de gesto de pessoas - valorizao e capacitao;

    marketing - imagem corporativa e comunicao interna;

    tempo livre - desenvolvimento cultural, hbitos de lazer e

    esporte;

  • 44

    risco e desafio como fatores de motivao e comprometimento.

    Esse esforo busca relaes de trabalho na dimenso da QVT

    que tornem possvel uma realidade organizacional com qualidade e eficcia.

    5.1.3 Escola da condio humana no trabalho.

    Essa escola ver o ser humano como um complexo

    biopsicossocial, ou seja, o aspecto biolgico, psicolgico e o social que esto

    intimamente ligados s condies de vida do indivduo.

    Limongi-Frana (2004, p. 28) fundamenta a viso biopsicossocial:

    a dimenso biolgica refere-se s caractersticas fsicas

    herdadas ou adquiridas ao nascer e durante toda a vida. Inclui metabolismo,

    resistncia e vulnerabilidades dos rgos ou sistemas;

    a dimenso psicolgica refere-se aos processos afetivos,

    emocionais e de raciocnio, conscientes ou inconscientes, que formam a

    personalidade de cada pessoa e seu modo de perceber e de posicionar-se

    diante das demais pessoas e das circunstncias que vivencia;

    a dimenso social revela os valores socioeconmicos, a cultura

    e as crenas, o papel da famlia e as outras formas de organizao social, no

    trabalho e fora dele, os sistemas de representao e a organizao da

    comunidade a que cada pessoa pertence e da qual participa. O meio ambiente

    e a localizao geogrfica tambm formam a dimenso social.

    Como o prprio nome da escola j diz: escola da condio

    humana no trabalho, est voltada para essas trs dimenses supra citadas. E

    nesse contexto a sade vista no apenas com a ausncia de doena, mais

    tambm como o completo bem-estar dessas dimenses.

    Essas trs escolas de pensamento de QVT visam integrar

    competncias da nova gesto organizacionais, preocupadas sempre com as

    relaes humanas substantivas, o respeito pessoa humana e com os

    resultados positivos dos pontos de vista empresarial, que juntos caracterizam a

    misso da QVT nas empresas.

    5.2 Prtica e valores nas empresas

  • 45

    A qualidade de vida no trabalho precisa ser aceita como um grupo

    de atividades primarias ou fundamentais para que a partir da os gestores

    possam fazer seu trabalho com nfase nas pessoas como elemento motor do

    processo.

    Limongi-Frana (2004, p.177) afirma,

    As prticas e valores estariam contidos em grupos de presso relacionados, por ordem de importncia, a sindicatos, efeito demonstrao de outras empresas, legislao, efeito cliente e outros. A QVT no um valor associado a iniciativas isoladas de empregados. QVT um valor a ser conquistado (importncia de sindicatos e legislao) ou concebido (efeito demonstrao e efeito cliente), com grande potencial para ser compartilhado, o que depende do perfil do administrador, identificado com altamente positivo em relao QVT.

    Podemos perceber que nos dias atuais a prtica e valores dentro

    das empresas tem seu papel fundamental, para o desenvolvimento de uma

    estrutura humana capaz de coexistir adequadamente com a estrutura fsica

    disponibilizada pela organizao. Por tanto, a QVT tem que ser uma atitude

    massifica em todos os membros da empresa, buscando assim, iniciativas

    participativas por parte dos empregados.

    5.3 Nova competncia

    A incorporao de novos paradigmas se faz necessrio no

    momento em que o antigo modelo de gesto no corresponde com as

    necessidades dos trabalhadores. A nova competncia da gesto da qualidade

    de vida no trabalho busca atender as seguintes questes citadas abaixo por

    Limongi-Frana (2004, p.178).

    A competncia em QVT est associada a questes de sade, lazer e nutrio nessa ordem. Tambm esto contidas nessa nova competncia as habilidades relacionadas a responsabilidade social e relaes do trabalho, as quais so interfaces das esferas psicossocial e organizacional (altamente associadas como relevantes QVT). Essa percepo refora a expanso do conceito sade-doena para reas mais abrangentes da capacitao do administrador. QVT uma competncia gerencial para o administrador e uma competncia estratgica para a organizao. percebida tambm como atividades permanente, com forte efeito catalisador nas esferas psicossocial e organizacional.

    A condio humana contempornea do trabalhador nas grandes

    organizaes vem ganhando cada vez mais espao com a poltica da QVT, que

  • 46

    na conjuntura atual parece ser a alternativa mais sensata de reverter os

    diversos problemas em nvel de gesto de pessoas nas empresas. Essa a

    hora de gestores e trabalhadores discutirem questes importantssimas do

    comportamento humano: a reflexo crtica de nosso comportamento, a

    conduo de nossas vidas nesse momento to difcil para patro e empregado,

    o que estamos fazendo? Para onde estamos indo como pessoa, instituio e

    socialmente? Interrogaes que fazem falta na anlise comportamental dos

    trabalhadores que muitas das vezes, realmente, nunca do a devida

    importncia para esses aspectos.

    Os gestores precisam perceber que as crenas, valores. Leis, etc.

    so diferentes em cada comunidade e precisam ser respeitadas. O homem

    como ser no mundo precisa manter a sociedade, a cultura, os valores sociais,

    para o bem de todos. A raa humana no pode sobreviver sem eles. No

    entanto preciso conservar a prpria raa humana e no tratar o trabalhador

    como um rob, que se o trabalhador pudesse caminha desprovido dessas

    heranas.

  • 47

    CAPITULO 6

    Consideraes finais

    Notamos que o desenho de cargo um elemento imprescindvel

    para que a empresa possa contratar um trabalhador conforme suas

    expectativas.

    Os antigos conceitos de desenhos de cargos serviram para

    mostrar o distanciamento que a humanidade evolui em busca de um

    profissional atualizado diante dessa grandiosa tecnologia.

    Citamos trs tipos de cargos: o modelo clssico ou tradicional, o

    modelo humanstico ou das relaes humanas e o modelo contigencial. Onde

    foi possvel notar diferena existente, no que tange ao aspecto humano

    observados por cada uma delas. A anlise Swot serviu-nos como modo de

    configurao didtica pedaggica para que o leitor entenda.

    A anlise e descrio dos cargos uma questo de peso dentro

    do processo d