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Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau Capa

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Simbolismo

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  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    1

    Capa

  • 2Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Dados do Livro

    Rizzardo da Camino

    Simbolismo do Primeiro GrauAprendiz

    Exemplar n 0175Para uso exclusivo do

    Ir.. Flvio Csar VianiPermitida apenas uma nica reproduo,

    em papel ou arquivo, para segurana.

    Rizzardo da Camino - Todos os Direitos Reservados.

    Livraria Manica Paulo FuchsSo Paulo, SP 11 5510-0370 internet: www.livrariamaconica.com.broutubro de 2001.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    3

    IndiceCapaDados do LivroIndice

    PrefcioIntroduoAs Origens Remotas da

    MaonariaA Maonaria no EgitoHebreus e GregosAs Origens da Maonaria

    Sobre o TemploSala dos Passos PerdidosDas Festas e dos BanquetesDo Ingresso no Templo para as

    Sesses ComunsDos VisitantesDas Luzes e Oficiais da Loja

    Da Ordem dos TrabalhosO Ritual do 1 GrauOs DeveresA Palavra SagradaAbertura do Livro Sagrado

    O Bhagavad-GitaOs VedasO AlcoroO Livro dos MrmonsAbertura do Livro da Lei

    A Bolsa de Propostas eInformaes

    O Patrono da MaonariaAbertura dos TrabalhosA Palavra HuzzParte AdministrativaEncerramento dos

    TrabalhosA Cadeia de Unio

    A IniciaoInstrues Manicas

    Sobre o 1 GrauPrimeira LioSegunda LioTerceira LioQuarta LioQuinta Lio

    Palavras Finais

  • 4Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Prefcio

    Est pronto mais um livro do Irmo Rizzardo da Camino, que o primeirode uma srie de trs, dedicados aos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

    Ao leitor que j tenha tido o privilgio de ler as suas obras anteriores nocausar surpresa a qualidade deste trabalho, fruto de uma intensa e criteriosapesquisa em todas as fontes de consulta disponveis.

    Todos sabemos das dificuldades que enfrentam aqueles que, como o IlustreIrmo, desejam se aprofundar no conhecimento da nossa difcil Arte Real. No entanto,e graas ao Grande Arquiteto do Universo, temos a felicidade de contar com homenscomo ele, capazes a ponto de vencer quaisquer barreiras na busca incessante deuma melhoria da cultura manica. Atravs desta publicao crescer, sem dvida,o interesse, principalmente dos Irmos mais novos, pelas coisas de nossa Ordem,suas origens, sua evoluo histrica, seus rituais, seus smbolos, sua administrao,pois nem desta parte o autor se descuidou.

    O assunto Simbologia vasto e empolgante porque provoca dvidase freqentemente conduz os estudiosos a interpretaes diferentes. neste fato, nomeu entender, que reside o grande valor da obra do Irmo da Camino, quando eleprocura, com elegncia e simplicidade, dar a mensagem sensata e verdadeira, numalinguagem clara e acessvel a todos. Com esse procedimento ele certamente atingirseus objetivos que, neste ponto, se confundem com os de nossa Grande Loja, namedida em que tambm pretendemos levar ao maior nmero possvel de Irmosaqueles conhecimentos indispensveis compreenso dos sublimes propsitos daMaonaria, pois conhecendo que se entende, e entendendo que se tem condiesde acrescentar, de criar, e de fazer crescer a Instituio a que temos o honra depertencer.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    O Irmo da Camino, que possui tantos ttulos na Maonaria, como o deMembro efetivo do Supremo Conselho do Rito Escocs Antigo e Aceito para aRepblica Federativa do Brasil, recebeu, no incio de 1976, mais um: o de GrandeHonorrio da Grande Loja da Guanabara.

    Estvamos iniciando as comemoraes pelo cinqentenrio das GrandesLojas Brasileiras. Nada mais justo, portanto, do que homenagear aqueles que, peloseu valor como Maons devotados s causas da Ordem, podem ser consideradoscomo verdadeiros seguidores da obra de Mrio Behring.

    No momento histrico em que a Grande Loja da Guanabara se preparavapara receber e abrigar na Cidade do Rio de Janeiro os representantes de toda aAmrica X Conferncia da Maonaria Interamericana, este livro foi lanadooriginalmente. Queira o Grande Arquiteto do Universo que seja este um prennciode sorte para o auspicioso evento e que, tanto autor como editores, prossigam noseu valioso trabalho de propagadores dos ideais manicos, sempre lado a lado comos Irmos, empenhados, todos ns, no doce mister de cultivar a paz e a fraternidadeentre os povos.

    HEITOR CORRA DE MELLO

    ..

  • 6Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Introduo

    Foi-me solicitado que escrevesse uma srie de livros manicos, acessveisaos maons brasileiros, mas que me afastasse dos assuntos j focalizados por outrosAutores nacionais.

    Escrever sobre Maonaria, evidentemente, constitui um trabalho cansativo,dada a necessidade de uma longa pesquisa, considerando que a bibliografia no muito grande, se formos excluir as obras estrangeiras.

    Poucos maons possuem uma bibliografia volumosa e, mesmo entre os Autoresnacionais, destacam-se Nicola Aslan, Kurt Prober e Manoel Gomes, colecionadores deobras, muitas vezes raras e que possuem um acervo invejvel de manuscritos, rituaise recortes de jornais e revistas.

    H diversos anos atrs pretendi apresentar modesto trabalho sobre a ImprensaManica, e a dificuldade de localizar jornais e revistas antigos foi to grande que noconsegui levar a bom termo o meu propsito.

    Ao pesquisar dentro da coleo do Boletim do Grande Oriente do Brasil, desdeo seu primeiro nmero at o vigente, encontrei referncias preciosas sobre a existnciade tais jornais e revistas, eis que, ao serem editados, eram remetidos Direo doBoletim e este publicava a notcia.

    Consegui, com muito esforo, relacionar o nome de uma centena de jornais erevistas, mas sem ter a oportunidade de manuse-los.

    O surgimento da Academia Manica de Letras veio dar certa esperana deque, algum dia, ela pudesse fundar uma biblioteca e obter, dos maons, a colaboraoeficiente, eis que o lucro seria de todos.

    Sem elementos no h possibilidade de pesquisa; mesmo na BibliotecaNacional, onde, por fora da Lei, deveriam ser encaminhadas todas as publicaesfeitas em Territrio Nacional, pouco encontrramos.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    Houve poca em que os inimigos da Maonaria faziam, por obra de mgica,desaparecer das bibliotecas pblicas tudo o que fosse de inspirao manica.

    Isto, evidentemente, veio em prejuzo da prpria cultura brasileira.

    Assim, decidi escrever, ou, pelo menos, iniciar, a srie de livros; a princpio.pensei prosseguir a obra de Jorge Adoum, que parou no livro que comentava o grauquatorze do Rito Escocs Antigo e Aceito; no que desejasse comparar-me quele emritofilsofo, mas, apenas, para que os Maons brasileiros pudessem contar com oscomentrios sobre todos os trinta e trs graus do referido Rito.

    Escrevi, ento, um comentrio sobre o Grau 18, denominado de PrncipeRosa Cruz e Seus Mistrios.

    No entanto, ao invs de prosseguir, atendo ao pedido de meus Editores epasso a escrever sobre todos os graus do Rito Escocs Antigo e Aceito; iniciando com opresente livro.

    Inseri no presente trabalho conceitos j emitidos nos meus trs primeiros livros,pois se faziam necessrios para uma perfeita evoluo do assunto.

    A tradio manica nos orienta no sentido de que no se pode escrever sobreos Rituais.

    Esta tradio, contudo, no tem maior importncia nos tempos atuais, pois aMaonaria j foi amplamente divulgada, no s atravs de livros vendidos em qualquerlivraria, mas, tambm, atravs de peridicos e revistas profanos.

    Nada h que ser preservado, a no ser as Palavras de Passe, as PalavrasSagradas e os Sinais. Estes, eu no os revelo.

    Tampouco h necessidade de uma licena das Autoridades Superiores paraque coloquem o seu Imprimatur, como era uso no sculo passado, nas obras profanaspara a obteno da licena da Igreja.

  • 8Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Cada escritor tem suficiente critrio para escrever livremente sobre o quedesejar, tanta a fome que nossos Irmos maons tm de conhecimento sobre anossa Arte Real.

    Portanto, este o primeiro livro de uma trilogia simblica que compreende osGraus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

    Entrego o meu modesto trabalho de interpretao e cuidadosa observao,esperando que os meus Irmos relevem as omisses e as falhas.

    Quanto aos erros, reconheo que so mltiplos; espero a tolerncia de todos ea colaborao no sentido de apont-los e, se possvel, corrigi-los.

    Agradeo de pblico aos amigos Francisco Molinaro e Scrates de Paula, meuseminentes editores originais, bem como aos seus dedicados colaboradores.

    E a todos os maons brasileiros, entrego mais este modesto trabalho com anica inteno de propiciar-lhes maior conhecimento sobre o Ritual, que sempre escondelies preciosas.

    ..

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    As Origens Remotas da Maonaria

    A Maonaria no surgiu com este nome, mas foi um movimento que reuniuem torno de si, pouco a pouco, os ideais manicos como os compreendemos hoje.Assim, no podemos afirmar que a Maonaria tem as suas origens nas brumas dopassado, neste ou naquele local. Mas apenas podemos referir que a atual Maonariaoriginou-se de um movimento de reao, envolvendo interesses sociais, polticos,econmicos e religiosos.

    Estaremos certos se afirmarmos que o movimento de reao surgiu quandohouve a necessidade de se pr ordem dentro de um sistema catico de organizaoprimitiva social.

    Portanto, a Maonaria no teve uma origem espontnea e no evoluiu comoevolui uma clula.

    Surgiu do movimento de reao quando os homens organizados emsociedade verificaram que no eram felizes, pois que lhes faltava algo que pudessevaloriz-los e descobri-los perante os seus prprios olhos e perante os seuscompanheiros.

    O que devemos denominar de O Movimento foi tomando forma e corpo e,assim, paulatinamente, passou do estudo de uma organizao que surgia ao estudodo prprio homem.

    Se hoje temos as cincias sociais e encontramos na psicologia soluo paraos problemas que o homem oculta, devemos render homenagem queles primitivosestudiosos que, na sua busca incessante, contriburam para que hoje pudssemoscontar com os recursos da tecnologia moderna. Tudo teve um princpio mas nopoderemos afirmar, com honestidade, que esse princpio se chamava Maonaria!

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    O Movimento na ndia no nasceu com o primeiro hindu: concretizou-se jquando os deuses superiores e inferiores que enchiam o cu da ndia, sob a formade politesmo, criando castas e sofrimentos; surgiu ento, com plenitude, iniciandoo culto de um s Deus, sobre as runas do politesmo e desejando a abolio dasdiferenas entre as castas, o que era de mais odioso e que, infelizmente, depois dedecorridos milhares de anos, ainda, subsiste.

    O Movimento buscava a transformao poltica; ele proclamava a igualdadee a liberdade dos homens.

    Onde existe a escravido e a dependncia, o homem no se valoriza.

    O homem nasce livre; o homem quer ser livre porque deseja buscar a suaprpria harmonizao com o Grande Construtor do Universo.

    Isto no quer dizer que o homem no esteja na dependncia de Deus,posto que dependncia harmnica diz mais da unificao que escravido ou servido.E o Movimento encontra Buda, que firma a sua filosofia.

    Para compreendermos o Budismo suficiente entendermos o Cristianismo.As bases so idnticas, porque o centro dos interesses comuns o Homem, que sevaloriza a fim de se harmonizar com a Vontade de Deus.

    Os brmanes mantinham um privilgio odioso, qual seja, de que somentedentre eles podiam surgir sacerdotes. Buda alterou este egosmo afirmando que ossacerdotes podiam surgir de qualquer parte.

    Buda praticou, imediatamente, a separao do poder espiritual e do podertemporal que os brmanes enfeixavam em mos dominadoras. Inicia, ento, umfator novo: a liberdade de conscincia, que se torna estopim e faz explodir a sociedadeconvencional, como mais tarde retornaria a atuar, explodindo os preconceitosreligiosos da Europa.

    O Budismo estende-se por toda parte; pelo Hindusto, por toda fronteira,pelo Sio, pela China, Japo, at ultrapassar os Himalaias e estender-se pela Europa,pelo Oriente, enfim, por todas as civilizaes.

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    A histria do Movimento atravs dos pases, das ilhas, dos povos, desde asmargens do Ganges at o Tibet, na Monglia, enfim, nas partes mais altas do mundo,at as cidades que se evidenciaram nas pocas passadas, da Babilnia, da Sumria,do Egito, de Jerusalm e, qui, da decantada Atlntida ainda no narrada.

    A ao poltica no se fazia to necessria. O poder real era quase absoluto,posto que devidamente regulamentado por leis especiais, que de certo modo davam realeza um poder temperado.

    Zoroastro surgiu sculos depois de Buda, encontrando, j, o Movimentobem organizado, dentro das vrias sociedades secretas. Todos acorriam, interessados,para se verem iniciados nos mistrios do Sol e de Mitra, embora as provas quedeveriam suportar fossem severas.

    Buda foi o primeiro que nos transmitiu com segurana os princpiosfilosficos do Movimento.

    Temos, em Zoroastro, o segundo a fazer esta transmisso. Felizmente,j em poca em que a civilizao podia contar com livros, quer formados de polpade madeira (papiros), quer em peles ou mesmo em artifcios de cermica.

    O sbio Anketil du Perron traduziu, h cerca de 150 anos, a biografia deZoroastro. Eis alguns trechos que comprovam ter a Maonaria atual extrado dosensaios de Zoroastro alguns dos seus conceitos:

    Ento, Brahma, brilhante como o Sol, com a mocoberta por um vu, apresenta-se a Zoroastro por ordem deOrmuzd, que o criador de todos os seres e dos mundos,e lhe diz: Quem sois vs, que pedis? Zoroastro lhe responde:Eu no busco outra coisa seno o que o agrade a Ormuzd,que criou os mundos. Porm, eu no sei em verdade o que elequer de mim. vs, que sois puro, ensinai-me o caminho daLei. Essas palavras agradaram a Brahma, que lhe disse: fechaas olhos e marcha rapidamente.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Vs direis que um pssaro o elevava, conduzindo-opelos ares at a presena de Deus. Quando Zoroastro abriuos olhos viu a glria celestial, resplandecente e iluminada.

    Deste pequeno trecho tem-se uma idia exata de como inicia o caminhopara que o recipiendrio possa penetrar nos mistrios manicos mas, ainda, algunsaspectos interessantes da cerimnia:

    Zoroastro perguntou ao Ser Supremo qual dos seusservidores era o melhor. Deus, que tem sido sempre e quesempre ser nosso Mestre, lhe responde: O servidor maisafeioado a mim o que tem o corao mais reto; o cumpridordos seus deveres; aquele que se mostra liberal, professandoa igualdade de Justia com todos os homens e cujos olhosno se voltem para as riquezas com excessiva ambio. Aquelecujo corao generoso pratica o bem a tudo o que existe nomundo.

    Ormuzd demonstrou, tambm, o que dizia a respeito revoluo do cu;a boa ou m influncia dos astros, dos segredos da Natureza e a igualdade do bem-estar que todos os seres devem gozar nos cus.

    As palavras de Brahma foram transcritas e reproduzidas na Maonaria,fazendo parte dos seus diversos ritos.

    E, mais adiante:

    Quando Zoroastro foi agraciado com a presena deDeus, viu uma montanha de fogo e se lhe ordenou quepassasse pelo seu centro; e ele a atravessou sem que o seucorpo recebesse qualquer dano. Fundiram-lhe ento diversosmetais e os despejaram sobre o seu ventre e lhe extraramtudo o que tinha dentro e tudo se fez por ordem de Ormuzd.O que est protegido por Deus est livre do ao que vai contraele, que se amolece como a cera no momento de ferir.

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    Ele no tem porque temer, nem a gua nem o fogo.

    Tudo isto encontramos nos cerimoniais da Maonaria atual .

    Toda descrio sobre a filosofia de Zoroastro se tornaria longa e enfadonha,porm ela vem demonstrar que a Maonaria, realmente, teve razes muito profundasem Zoroastro, como as tivera em Buda. E, quem desejar certificar-se disto, busqueler as histrias de Buda e Zoroastro, penetrando assim na filosofia Hindu e Persa,cujos livros so relativamente fceis de se conseguir.

    Sobre o aspecto poltico, encontramos a igualdade entre os homensproclamada como princpio que se aplicava com mais interesse no que dizia respeitoao sacerdcio, dando-lhe destaque maior.

    O aspecto filosfico tem maior realce com a luta entre o bem e o mal,representados pela Luz e pelas Trevas. Os iniciados so os Sacerdotes da Luz, e osinimigos as prprias trevas; os iniciados obrigam-se a propalar o bem e a combatero mal, at que este venha a ser destrudo, reinando o Bem, sozinho sobre a Terra,fim este perseguido incessantemente por toda sociedade secreta.

    At o momento em que a Terra sem distino de classes nem privilgiosseja o paraso do homem, honrado e feliz, pleno de vigor, vivendo sob a direo deuma s lei, igual para todos.

    E passando longos anos na paz inaltervel sob o plio da Luz.

    O mundo ser, ento, um grande Templo no qual os homens gozaro dosimensos benefcios da igualdade.

    O hindu, por sua natureza, mostra-se indolente; essa indolnciacontemplativa lhe proporcionou uma meditao profunda e o capacitou a umacompreenso dos mistrios que o Movimento lhe entregava.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Os sbios hindus de hoje, que conservam com tanto zelo os mistrios desua filosofia, talvez, se bem auscultados, possam nos revelar tudo aquilo queconsideramos perdido na bruma do passado. Qui conservem esses hbitosciosamente para no vulgarizar os segredos do Movimento, mas que algum dia osdesejem revelar.

    Assim, ns os maons, poderemos compreender que as razes da Maonariaforam fixadas no misterioso Movimento do passado, numa poca, ainda, totalmentedesconhecida.

    Tendo em nossas mos essas razes, qui possamos reencontrar os meioscapazes de transformar o homem profano no Homem-smbolo, no Homem-deus,no Homem-luz.

    A Maonaria no EgitoEm sua inexorvel marcha do Oriente para o Ocidente, o Movimento

    encontra o Nilo, detm-se sobre as suas margens e conquista todo o Egito.

    Encontrando uma terra misteriosa, plena de cultos e liturgia em torno davalorizao dos seus Reis, o Movimento engrandece e contribui para que a civilizaose agigante.

    O Movimento compreende o Nilo, atravessa as suas margens, dilui-se noseu delta de sete bocas, tendo antes percorrido seu trajeto desde suas longnquasnascentes.

    O Movimento tambm luta no Egito para banir uma teocracia injusta, comseu politesmo, at conquistar com o deus Sol o incio da longa jornada do monotesmo.

    Passam-se trinta e uma dinastias e surge o poderoso Mens, que pretendee consegue arrancar o poder das mos dos seus sacerdotes. Apela para a fora doMovimento e o conquista para, juntos, iniciarem uma fase brilhante de uma civilizaoque no tem par na histria.

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    O Movimento cumpria duas misses: aperfeioar as leis e civilizar os homens,porque os sacerdotes haviam usado os smbolos, de tal forma que transformaramtotalmente a concepo religiosa, criando do nada, nem mesmo de uma oportunidadepassageira, um novo deus.

    Depois da cada dos sacerdotes, o Movimento, que tinha presena e destaqueface proteo de Mens, no aproveitava os Templos para as suas reunies, refgioda casta sacerdotal, mas criava novos ambientes, devidamente fechados sindiscries, instituindo palavras de passe, senhas, e todos os cuidados, iguais oumais rigorosos, ainda, que os seguidos pela Maonaria atual.

    Os iniciados adotaram, tambm no Egito, o princpio filosfico da Luz e dastrevas em constante luta, e o mito de sis e Osris, na afirmao de que esta lutaseria regular e permanente.

    Com o sacudir do jugo do poder sacerdotal, e para satisfazer a inclinaoinata do povo egpcio, sentindo a necessidade do culto divindade, o Movimentocriou novos aspectos religiosos entrelaados com a poltica dos Reis.

    Os smbolos humildes sofisticaram-se e os Templos tomam feies desanturios, com decoraes suntuosas, jamais vistas e concebidas. As cerimniaslitrgicas assumem relevo. A msica torna-se embriagadora. As danas participamdo xtase coletivo, sob os efeitos inebriantes e alucingenos dos entorpecentestransformados em tnue espiral de fumaa. Os instrumentos musicais seaperfeioam.

    O Movimento, que mais tarde iria abraar todo o conhecimento daarquitetura e o iria guardar como um dos maiores segredos em seu poder, chegouao Egito sem se preocupar com a engenharia.

    Contemplando a capacidade artstica dos egpcios, ampliou-a e passou adar aos Templos, tmulos e monumentos, a amplitude que, ainda nos tempos atuais,os povos admiram.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Podemos afirmar que o Movimento no trouxe para o Egito maiorcontribuio para a arquitetura, mas sim, do que encontrou fez embasamento deseu programa, passando a ditar para os demais povos, nos sculos sucessivos, asregras ureas da construo.

    Foi no Egito que o Movimento se fez pedreiro livre.

    A Maonaria participou da engenharia, mas f-lo muito mais tarde, emplena civilizao europia crist.

    O prprio Templo de Salomo, exemplo clssico da arte e cincia deconstruir, foi resultado do trabalho encetado pelo Movimento atravs de Hiram Abif.

    Dentro das construes novas erguidas pelo Movimento, os smbolospassam a ter um significado de suma importncia.

    No se pode confundir os smbolos do Movimento e, mais tarde, a simbologiamanica, com o simbolismo sacerdotal egpcio.

    Para entender a diferena, torna-se necessrio observarmos alguns pontossobre a tcnica usada pelos sacerdotes para o domnio do povo.

    O misticismo criou os smbolos que, manejados com habilidade pelossacerdotes, sustentaram grosseiras e absurdas supersties.

    A religio, simples no seu princpio, clara na sua origem, adorando o Solcomo sucedera em toda parte, passa adquirir aspectos difceis.

    O caminho do Sol, pelos doze signos do Zodaco transforma-se nas carreiras,nos combates e nas vitrias dos deuses.

    Cada um desses signos considerado como a residncia de uma divindadeparticular. A que reinava soberanamente, exercendo sobre a Terra uma influnciabenvola ou fatal a quem era preciso rezar rogando que fizesse favores atravs desacrifcios, engendrados com requintes de imaginao.

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    Comearam a predizer o futuro, voltados para os astros, assegurandoalcan-lo atravs do exame da abbada sideral em determinado momento, pelacombinao e influncia de corpos celestes visveis.

    O Sol era considerado um astro benfeitor por excelncia, sempre fecundandoe sempre favorecendo.

    No se atreveram a destitu-lo de suas qualidades e de suas funes, a fimde no chocar a crena popular e, ento, imaginaram que essa influncia semprebenfica do Sol poderia ser viciada ao extremo e tornar-se funesta, quando seusraios fossem refletidos por outro astro demasiadamente rido, ou demasiadamentequente, extremamente seco ou frio.

    Abusando desse modo das observaes feitas na temperatura das estaes,pretendiam adivinhar os sucessos e a vicissitudes humanas submetendo suasprevises a regras invariveis.

    Os planetas foram considerados possuidores da ao de enfraquecer ourobustecer, de fecundar e vivificar os seres

    Uma cor especial se consagrou a cada um deles e as combinaes dessasdiversas cores foi um dos elementos do horscopo.

    dessa simbologia que surge a astrologia; mas no como cincia, pormcomo misticismo simblico.

    Os astrlogos dividem o cu em doze partes, imitando o Zodaco, que dividido em doze signos

    Eles os chamam de as doze casas da sorte e lhe atribuem uma aosobre o futuro do indivduo.

    Futuro determinado pelas qualidades das divindades benfeitoras oumalfeitoras que habitavam essas casas, qualidades combinadas com a influnciados planetas dos signos.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Para impingir a importncia dessa arte, os sacerdotes egpcios deram aosplanetas caracteres simblicos, determinando-lhes sexo e temperatura. Supuseram-nosformados de elementos: metais, mrmores, pedras e cores, e todos correspondiam auma qualidade do prprio homem.

    Cada um desses planetas teve um selo ou um talism a que se lhe deuuma virtude especial, com a condio de que fosse feito de ouro ou prata, de chumboou estanho, gravado em tal dia e no mesmo instante que se encontra diariamenteem seu curso, tal ou qual astro.

    Trs signos zodiacais, combinados no momento do nascimento de umindivduo, determinavam ao mesmo a durao de sua vida.

    As quarenta e oito constelaes conhecidas dos Egpcios converteram-seem seres animados, oferecendo em suas formas tudo o que a fantasia e a imaginaopodia criar em seu delrio.

    A Lua tambm tomada como mistificao. A revoluo mensal da Lua,marcada em 28 dias, fez que os sacerdotes contassem, com 28 casas para outronovo horscopo, nas quais mantinham o satlite, atribuindo a cada uma das casasum gnio particular dotado de uma qualidade peculiar.

    As partes elementares do Universo receberam os nomes das divindades: aalma universal ou o esprito universal foi chamado de Jpiter; o fogo passou a serdenominado de Vulcano; a Terra, de Ceres; a gua e os oceanos; de Tetis, o ar, deMinerva. Para cada divindade, um culto especial. Criaram a magia com a qualmantinham o povo aterrorizado; instituram os sacrifcios; passaram a cerimniasluxuriosas.

    Os animais passaram a ser considerados sagrados: os bois, os gatos, enfim,tudo o que pudesse servir imaginao e se prestar adorao e culto; criam-sepersonagens anmalas, parte criatura humana, parte animal; os deuses falam ditandoorculos: Hrcules, Apolo, Minerva: Diana, Marte. Jpiter e dezenas de outros.

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    Contra esse estado de coisas e de embriaguez de poder, de magia esuperstio, o Movimento levantou-se com todas as suas foras e iniciou o combate.

    A simbologia tomou outro rumo, como uma interpretao racional e valiosa,passando, mais tarde, intacta para a Maonaria.

    O Movimento teve amplo desenvolvimento, sem muita resistncia, at omomento em que os Persas surgiram, devastando os povos pastores, tendo testaCambises, vencedor da batalha de Pelusa, destruindo templos, profanando tmulos,saqueando as riquezas e devastando o acervo cultural. Apenas poucos escaparamquela fria.

    Cambises no teve um perodo muito tranqilo de conquista porquesurgiram muitas guerras civis e revolues, algumas at provocadas pelos Sacerdotese seus iniciados.

    Nessas lutas, o Movimento recobrou uma parte do seu poder primitivo.

    As festas foram, novamente, celebradas, com os seus cnticos e faustos.

    Veio Alexandre, que venceu os Persas e passou a reconstruir o imprio

    sobre as runas egpcias.

    O Movimento quase se extinguiu; o antigo amor s cincias se apagou.

    Os colgios transformaram-se em desertos. A religio confundiu-se mesclada, agora,

    com os ritos vindos da Grcia; novos deuses foram acrescentados Mitologia.

    O Movimento enfraqueceu no to-somente no Egito, mas at na Etipia e

    outras Provncias Africanas.

    Os Muulmanos, arrancando do Egito os rabes que haviam desmembrado

    do Imprio Romano, fizeram-no passar influncia de Maom.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Mutilando as esttuas, sem destru-las, para que constitussem testemunho

    de sua ao, nada respeitando, nem sequer a figura da Esfinge que tentaram destruir,

    como mais tarde as foras de Napoleo dela se utilizaram como alvo dos seus canhes.

    A decadncia sempre acompanha a derrubada do povo e dos seus

    monumentos. E o Movimento que se apresentava com tanto esplendor desaparece e

    vamos encontr-lo, ento, ressuscitado entre os Hebreus fugitivos, como narra a

    Histria Sagrada.

    A histria do povo Hebreu muito mais fcil de ser conhecida porquanto

    chegaram at ns, intactos, os seus livros; j no a tradio que fala, mas a

    documentao.

    No se poder confundir, contudo, a iniciao dos mistrios egpcios com a

    iniciao atual manica; so divergentes, conquanto alguns autores encontrem

    similitude; porm, isto no passa de uma concepo exagerada e uma acomodao

    que no encontra guarida nos atuais Rituais.

    Se no incio as cerimnias confundiam-se, hoje so bem distintas; a iniciao

    egpcia no passa de fato histrico, enquanto a iniciao manica rito atual.

    Hebreus e GregosAs Sagradas Escrituras narram com detalhes do porque o povo Hebreu

    foi arrastado da Palestina para o Egito.

    A histria longa e plena de sacrifcios e, postos no cativeiro, os Hebreusse multiplicaram espontaneamente, a ponto de preocupar os prprios Faras;e essa escravido, que cada dia se tornava mais pesada, teve com o aparecimentode Moiss o seu dia de libertao.

    Referir a fuga do Egito, os 40 anos perdidos no deserto, at o encontro daterra de Cana, no diz respeito a uma narrativa manica.

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    Essa histria pica encontrada com extrema facilidade nas SagradasEscrituras e a ela devem os interessados recorrer.

    O que nos diz respeito a preparao de Moiss como grande libertador.

    Essa preparao esteve a cargo do Movimento; Moiss foi o fruto de umpaciente labor, visando a libertao do povo Hebreu e sempre, desde os primeirosdias, a preocupao do Movimento teve dois caminhos: a adorao de um s Deus ea libertao do homem.

    Onde a escravido se manifesta, a Maonaria se faz presente!

    A fuga do povo Hebreu do Egito constituiu um trabalho tcnico, preparadocom pacincia, sigilo, rico em debates, empreendimentos, conhecimentos profundosde psicologia e alta magia para reter catalisado o povo em fuga, coeso e pendente deuma poderosa f, em torno de uma religiosidade cientfica.

    Toda base e fundamento do judasmo provm justamente da experinciavivida naqueles 40 anos, perodo curto se considerarmos a idade do povo Hebreu.

    Na interpretao manica, a fuga do Egito traduz a longa jornada que onefito deve percorrer at encontrar-se com a Verdadeira Luz, que no Gnesis denominada de Cana.

    Crer que, mais tarde, o mesmo Movimento preparou Jesus para uma missoidntica, qual seja a nova libertao do povo Hebreu, dessa vez, do jugo romano,ser muito fcil, mas mais difcil aceitar que o Movimento procurou instruir Jesusno sentido de uma libertao do homem e no somente do homem Hebreu.

    Ento, poder-se-ia aceitar que Jesus desempenhara um papel intermedirioentre a Vontade do Grande Arquiteto do Universo e o cumprimento de uma profeciaoriunda de uma voz manica, porm ainda estamos apalpando em terreno hipottico,porque no construtivo, no significa labor importante e seria por demais primrio,emprestar personalidade de Jesus apenas um papel patritico.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    No h para a Maonaria interesse algum em retirar da pessoa de Jesus oaspecto divino; destruir a f de milhes no tarefa digna, pois Maonaria,colocando-se margem de tudo o que religio, no compete diminuir aspersonalidades religiosas e os seus atributos divinos.

    O aspecto divino produto de crena e de f; e a ns, os autores manicos,cumpre alimentar essa f e jamais destru-la. No tem nenhuma importnciasabermos ou desconhecermos da misso humana de Jesus.

    Um fato histrico a mais ou a menos no alterar o curso da histria.Muito mais importante aceitarmos o aspecto divino e messinico do Cristo. Porqueassim o homem no s se libertar, como adquirir tambm, por sua vez, um aspectodivino que em ltima anlise o que persegue a prpria Maonaria.

    Em todos os movimentos a Maonaria sempre teve grande preocupao noaperfeioamento das leis, porque a existncia de uma lei equivale presena deuma Justia.

    E a Justia a norma que orienta o povo. Sem lei no pode haver Justia.E Moiss, em plena fuga, ainda no deserto, aos ps do Sinai, no monte Horeb,recebe o Declogo.

    So dez Mandamentos necessrios para que pudesse esse libertador levara bom termo a sua obra.

    J o Declogo constitui o milagre da sntese, numa demonstrao do poderde Jeov.

    E porque duvidou, e porque se rebelou, e porque no pde manter o seuequilbrio, Moiss no teve a satisfao de penetrar na Terra Prometida, a CanaCelestial.

    Morreu antes, entregando o poder e comando ao seu irmo Aaro, queconduziu o povo liberto, posto sacrificado, ao seu lugar definitivo.

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    H muita relao entre Moiss e Orfeu. Moiss sustendo o povo Hebreu eOrfeu conduzindo-o para a Grcia. A mesma filosofia do Movimento a fim de susterum povo que estava em decadncia, um povo que fora o luminar da poca.

    A lei que foi proclamada aos ps do Sinai, como preceito religioso e poltico, posta em vigor.

    Moiss estabeleceu um governo que devia necessariamente resultar daaplicao rigorosa do princpio da iniciao: unidade de Deus com a disperso dopolitesmo; unidade nacional; igualdade entre os cidados; ausncia de reis ourepblicas; assemblias do povo; eleio de chefes; nenhuma distino entre castas,somente diferenas de condies econmicas; nenhuma nobreza; trabalho impostoa todos, porque a lei era para todo o povo.

    O pensamento religioso domina o trabalho. Os Dez Mandamentos so aexpresso eficiente de uma conduta social. Era preciso restaurar o direito de cadaum. A lei no se sujeita s a castigar o furto e o roubo. Ela vai alm, probe cobiara mulher do prximo, as terras, os bens e at ao prprio servidor do prximo,demonstrando, assim, uma igualdade moral e a abolio a qualquer opresso.

    Foi uma demonstrao eficiente da possibilidade de conduzir um povo,com pulsode ferro sob inspirao religiosa.

    ..Orfeu, ao mesmo tempo, conduzia a Grcia aos mistrios de Memphis e

    com eles as suas leis, o casamento, uma civilizao desconhecida, a qual deu alimentoe o eco do poder do velho Egito, ressoou no mar Inico.

    So os homens habitantes das cavernas e dos bosques que so atradospela palavra poderosa de Orfeu, e toda a sua rusticidade se transmuda, como queum milagre, numa sociedade fecunda.

    A mitologia esclarece toda personalidade de Orfeu, que nascera na Trcia,veio Tesslia onde se casou com Eurdice.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Trazendo da Trcia o bem-estar material, Orfeu prepara-se e esparge liesde inteligncia, ensinando ao povo uma nova linguagem que era a dos Helenos.

    Fundou a instituio do matrimnio que equivale da prpria famlia;tambm o culto do sepulcro enlaando, assim, o passado com o futuro, pelo amor,o mais querido de todos os laos, dando valor ao corpo e enaltecendo a alma.

    Como o emancipador mais poderoso conduzindo, assim a hierarquia e asclasses, depois de ter fundado as instituies sociais, organizou as instituiespolticas; ele no desejava castas; como Walmiki, Buda, Moiss, declarou os homensiguais. A dignidade real no podia transmitir-se por herana. Ela no passava deum direito e de uma condio casualsticos.

    O Movimento rompeu o dogma do destino: a dignidade real no era nadamais que a doao do cetro, conduzida pelo prprio povo s mos daquele consideradoo mais capaz e digno .

    Orfeu estabeleceu o culto dos mistrios baseado na unidade de Deus e asgrandes festas de Ceres e Baco foram o smbolo da emancipao do povo.

    Osris e sis mudam de nome: Osris converte-se em Baco, o deus do Sol;sis transforma-se em Ceres fecunda, que dar aos povos colheitas abundantes.

    Orfeu no teve a mesma sorte que Moiss, pois seus principais livros seperderam. Seu Gnesis, intitulado Origem dos Mundos e dos Deuses, suasiniciaes, os Mistrios, dos quais apenas nos restam algumas linhas esparsas citadasem obras antigas, nada mais chegou at ns, faltando-nos, assim, a parte principaldo que poderamos denominar de Monumento Moral para podermos tecercomparaes com a histria do desenvolvimento do esprito humano. Porm,analisando o pouco que nos resta, verificaremos que tanto Orfeu como Moiss,estearam sua filosofia nas bases do Movimento.

    Diz Orfeu:

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    No h mais que um s poder, que uma s divindade.O vasto cu que nos rodeia com os seus fogos. Ele, s, crioutudo. Nele gira a criao, o fogo, a gua e a terra.

    Estes so princpios bsicos do Movimento.

    Deste modo, Orfeu fez penetrar na Grcia as doutrinas secretas do Egito.

    Tudo abrange com seu pensamento perscrutador, desde o trono de Deusque se eleva resplandecente no meio das sublimes claridades dos cus, at as rsticasnaves que so impelidas por remos e que no se atrevem seno incompletamente aabrir as suas velas aos sopros dos ventos.

    Aos cultos, sucedem as leis civis. Ao aperfeioamento intelectual precisoacrescentar a emancipao poltica para completar a sua misso e assim ele fez.

    Ele quis, ao apresentar os encantos da liberdade, que esta se apoiassesobre a Justia e que a desigualdade das foras entre os homens fosse preenchidapela igualdade dos seus direitos.

    E onde surge a Justia, comea o reino da Paz que d aos homens o bem-estar e a tranqilidade.

    No se pode fazer uma comparao entre o povo grego e o povo hebreu,porque os hebreus haviam passado mais de uma gerao no cativeiro, conspurcando-see degradando-se, perdendo o verdadeiro conceito da virtude. Tornava-se imperiosoempreender uma jornada de energia mpar, sem precedentes, para reacender nopovo o esprito de luta e o interesse para a longa caminhada em busca de uma duplalibertao: a da mente e a do corpo.

    O Movimento, depois de ter proclamado, como sempre o fizera, a existnciade um Deus nico, Arquiteto dos Mundos, se volta imediatamente ao prprio homem,para consagrar ao seu bem-estar e ao seu aperfeioamento moral e material, todoseu esforo.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Reclama para os hebreus leis harmnicas condizentes com a grandeza de

    sua misso, j profetizada por muitos, mas que ainda permanecia uma incgnita,

    como ainda o em os dias atuais.

    Os hebreus tm uma misso, mas qual?

    A explicao do porqu, dentro do judasmo, Deus criara a humanidade

    partindo de um nico homem, Ado, tornava-se muito difcil.

    Cientificamente, ns sabemos que a tese admica no exata, porm,

    dentro do esprito social, vamos encontrar a grandiosidade dessa preocupao, a de

    impor a reproduo dos homens atravs de um nico tronco, significando assim

    que o homem foi criado como uma nica criatura, inexistindo, portanto, nobrezas,

    castas, distines e raas superiores. Se todos nasceram de um s, porque, ento,

    a existncia de raas diversas, de cores, condies sociais e intelectuais mltiplas?

    A Lei foi sempre uma, igual para todos. A liberdade tambm acolher a

    todos.

    Nenhum libertador conquista a liberdade para determinado grupo de

    homens observando sua realeza, sua casta, sua raa, sua ideologia. O Nazismo foi

    prova cabal disto, eis que a liberdade confundiu-se imediatamente com libertinagem.

    A liberdade destina-se a todos os homens. A Justia cega, porque ela

    aplica o direito e a lei em benefcio do homem injustiado, sem notar qual a sua

    condio ou procedncia.

    Vamos verificar, mais tarde, j dentro do Cristianismo, o valor que dado

    igualdade dos homens, quer no desempenho social quer numa vida futura e

    espiritual.

    As determinaes de Moiss para quando o povo entrasse na Terra

    Prometida revelam esta preocupao contida nas bases do Movimento:

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    Vs repartireis a Terra, lanando sorte, por famliase tribos, de tal forma que se d a maior parte aos que sejamem maior nmero e a menor parte para os que sejam emmenor nmero. Em cada tribo em que haja um estrangeiro,dareis, tambm, a sua parte. Deus assim o quis.

    Os que acompanham Moiss atravs do deserto em sua fuga do Egito noforam apenas os hebreus, mas muitos estrangeiros que haviam sido escravos dosPersas, de Alexandre, e aqueles, evidentemente, unidos em torno do mesmo idealem busca de uma Terra Prometida onde o bem-estar lhes seria assegurado.

    Aparentemente, Moiss, divergiu do comportamento de Buda e Orfeu,quanto ser o sacerdcio acessvel a todos como recomendava o Movimento.

    Contudo, Moiss entregou a funo sacerdotal exclusivamente, tribo deLevi, como privilgio sacerdotal.

    A aparente divergncia encontra plausvel explicao no fato de que Moissestava conduzindo um povo em fuga, enquanto Buda e Orfeu conduziam povos jlivres.

    Por outro lado, a tribo de Levi era a que se dedicava com mais acuidade slides religiosas. Moiss sopesou, mais, a capacidade dos levitas, que qualquerdistino.

    O privilgio, porm, era provisrio enquanto a marcha perdurasse; se Moisstivesse entrado com o povo na Terra Prometida, no teramos dvida em afirmarque teria reivindicado para si o poder sacerdotal e o teria distribudo eqitativamenteentre o povo e aqueles capacitados a exercerem o sacerdcio...

    O Movimento, porm, no perdoou a Moiss o privilgio em favor dos levitas;castigou-o com a proibio de prosseguir no comando, passando para seu irmoAaro todo o poder.

    O Movimento que mais tarde iria revolucionar toda a filosofia com obanimento de qualquer privilgio, vamos encontr-lo no Cristianismo.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Assim, o Novo Testamento nos relata feitos complementares querestabelecem os princpios do Movimento.

    Os documentos histricos so as fontes seguras da informao, enquantoas tradies so sempre duvidosas; a Histria Sagrada, que nos chega intacta, contmas informaes necessrias para considerarmos o Movimento, como esteio segurode todas as transies histricas e religiosas.

    O documentrio histrico constitudo de livros, desenhos, monumentos;a arqueologia um subsdio valioso pela sua presena inconteste; apenas devemoster cuidado na interpretao e cotejamento entre um documento e outro.

    A tradio vlida, mas como complemento subsidirio, quando seapresenta uma lacuna histrica; preencher a lacuna com a tradio torna-se maisprtico que deixar um espao vazio entre dois acontecimentos.

    Os anos passam e longa a tarefa da reconstruo de um povo que perderao valor da liberdade.

    E pareceria que o Movimento se eclipsara quando surge violento e triunfante,com a construo do Templo de Salomo!

    Paralelamente, constri-se o homem-smbolo, ou seja, o Templo Espiritual.

    a novidade que se afirma e que com o Cristianismo se valoriza e espargepor toda a humanidade.

    Daquele momento em diante o Movimento no cessa; e hoje, ainda, temosa sua presena, quer em um dos seus aspectos mais profanos: a Maonaria, quernos seus aspectos esotricos, o Espiritualismo, sem fronteiras e limitaes.

    As Origens da MaonariaIniciamos este livro substituindo o nome de Maonaria pelo de Movimento,

    pois torna-se por demais arriscado afirmar-se que a Maonaria surgiu comoinstituio desde primeiros tempos e suas primeiras manifestaes.

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    Ainda dentro do tema As Origens da Maonaria, necessitamos invocaras razes do Movimento, porquanto, no poderemos precisar o momento exato em

    que o Movimento transformou-se em Maonaria, ou se, bipartindo-se, criou

    paralelamente a uma primitiva misso, a Instituio Manica.

    Portanto, iremos nos preocupar, justamente, em situar esta fronteira e dar

    um ponto de partida frase clssica todos os autores manicos:

    A Origem da Maonaria perde-se nas brumas do passado.

    Onde surgiu a Instituio? Em Sumer, no misterioso Oriente, no Egito, em

    Israel, na lendria Atlntida, entre Astecas ou Incas?

    Jamais saberemos.

    Porm, em todos os lugares encontramos suas pegadas, que nos conduzem

    a profundas meditaes. Ela surgiu para beneficiar o homem.

    No Livro dos Mortos do antigo Egito encontram-se sinais evidentes de sua

    existncia; nas pinturas murais, dentro de vrias Pirmides, nos instrumentos,

    vestimentas (aventais), notam-se traos de grande coincidncia.

    Na linguagem desenhada dos papiros, nos monumentos, nos templos e

    nos tmulos, os smbolos nos conduzem paralelos cientificamente convincentes da

    existncia da Instituio.

    No papiro de Nesi-Aamsu encontramos a descrio do castigo aplicado aonefito violador de seus juramentos. No templo de Khnumu, na ilha de Elefantina,defronte a Assu, existe um baixo relevo que representa dois irmos saudando-se

    maonicamente.

    O Livro do Dono da Casa Secreta e o Livro de Dzyan contm umamultiplicidade de smbolos, inclusive a figura do pelicano, comprovando, assim,

    a presena exuberante da Instituio.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Entre vrios monumentos, restaram no Egito as Pirmides e a Esfinge, que

    comprovam a presena de arquitetos extraordinrios, testemunhos slidos do manejo

    da instrumentao manica.

    O enigma da Esfinge simboliza o prprio enigma da Maonaria; ela est ali,

    palpvel, presente e em destaque, mas dela tudo se desconhece.

    A Maonaria est presente, em torno dela se erguem as mais variadas

    lendas, mas continua enigmtica.

    Nos papiros at agora encontrados no h, praticamente, indcio alm da

    XVIII Dinastia, que informe sobre o monumento e alm da IV Dinastia nenhuma

    inscrio nas pedras d maiores informes.

    Nas escavaes que se fizeram em busca de antigos despojos havia umainscrio em que se fala na Esfinge como um monumento cuja origem se perde nanoite dos tempos, nas brumas do passado ou na neblina da antigidade,e que foi encontrada casualmente, depois de haver estado enterrada nas areias dodeserto, completamente esquecida e ignorada por todos. Essa inscrio pertence aoperodo da IV Dinastia, cujos Faras viveram e reinaram no Egito h mais de seismil anos. E, para esses antiqssimos Reis, a Esfinge j era incalculavelmente velha.

    ..

    Na antiga biblioteca do Museu Britnico existe um documento publicadoem 1840 e descoberto por Halliwell.

    do seguinte teor:

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    Que o Todo Poderoso Deus Eterno proteja nossostrabalhos e nos conceda a graa de governarmos de tal modoque possamos conformar-nos nesta vida com os seus desgniose que obtenhamos, depois, de nossa morte, a Vida Eterna.

    Queridos Irmos e Companheiros. Iremos contar-vosde modo claro e sucinto como comeou esta importante Arte,como mereceu a proteo dos grandes Reis e dignos Prncipes,e de outras muitas e muitas respeitveis pessoas.

    Tambm queremos vos dar a conhecer, aos quedesejam, os deveres que todo fiel Maom est em conscinciaobrigado a cumprir.

    H sete cincias livres: a Gramtica, a Retrica,a Dialtica, a Aritmtica, a Geometria, Msica e a Astronomia,fundadas todas numa s cincia: a Geometria, por meio daqual o homem aprende a medir e a pensar, o que se tornaindispensvel aos mercadores de todas as corporaes.

    O princpio de todas as cincias foi descoberto pelosfilhos de Lamec: Jabal, o maior, descobriu Geometria; eTabulcain, a arte de forjar.

    Para que os seus prodigiosos descobrimentos nose perdessem e passassem posteridade, os escreveramem pilares de pedra. Hermes, encontrou um deles e, estudandoas indicaes que continha em seguida ensinou a outros oque havia aprendido.

    Na poca da edificao da Torre de Babel, a arte deconstruir fez com que a Maonaria comeasse a adquiririmportncia e o prprio rei Nemr o se fez maom e demonstrougrande predileo por essa arte e construiu Nnive e outrascidades.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Nemrod enviou trinta maons ao estrangeiro a quemfez recomendaes especiais: sede fiis uns aos outros; amai-vossinceramente e servi com fidelidade aos que tenhamautoridade obre vs; para que deste modo me honreis a mim,que sou vosso amo e vos honreis tambm a vs mesmos.

    Posteriormente, quando Abrao e sua mulher forampara o Egito, ensinaram um discpulo, Euclides, que sedistinguiu especialmente nesses estudos.

    Euclides chegou a ser mestre nas sete cincias;ensinou geometria e ditou uma regra de conduta nos seguintestermos:

    Em primeiro lugar, deviam ser fiis ao Reie ao pas a que pertencessem; amar, ser fiis entresi; darem-se o nome de Irmos e de Companheiros,elegendo para Mestre(1)o mais sbio, sem levar emconta, para essa eleio, amizade particular, ascondies de nascimento e riqueza, seno dotes desadedoria e prudncia.

    Todos se obrigavam sob a f do juramento aobservar todas essas prescries.

    Muito tempo depois, o rei Davi empreendeu aconstruo de um Templo que se chamou o Templo do Senhor,em Jerusalm. Amava muito aos maons e lhes comunicouos regulamentos e os usos que Euclides lhe havia transmitido.

    Morto Davi, Salomo, seu filho, terminou aconstruo do Templo. Enviou maons a diversos pases ereuniu quarenta mil obreiros na pedra, a quem chamou,tambm, maons; dentre esses escolheu trs: mil que foramchamados Mestres e diretores dos trabalhos.

    Tambm existia naquele tempo, e em outro pas,um rei a quem os seus sditos chamavam de Hiram, o qualforneceu a Salomo as madeiras para a construo doTemplo.

    _________________________________________________(1) Inicialmente, a Maonaria possua apenas os 3 Graus Simblicos.

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    Salomo confirmou os regulamentos e costumes queseu pai havia introduzido entre os maons, de modo que aarte da Maonaria afirmara-se no pas e em Jerusalm, bemcomo em muitos Reinos e Estados. Membros inteligentesdessas associaes viajavam para o estrangeiro para seinstrurem e ensinarem; deste modo, um deles, Minus MannouGracus, foi Frana e estabeleceu l a Maonaria.

    A Inglaterra no desfrutou deste gnero deInstituio, a no ser aps Santo Albano. At essa poca orei da Inglaterra, que era pago, cercara com uma muralhaa Cidade de Santo Albano, confiando ao Santo a direo daobra.

    Santo Albano retribuiu com bom salrio aos maonse obteve do Rei, para eles, carta de franquia que lhes permitiareunirem-se em assemblia geral.

    Presidiu a recepo de novos maons e lhes ditouregulamentos para sua ordem e governo. Pouco depois damorte de Santo Albano, vrias naes estrangeiras lanaram-se em guerra contra a Inglaterra, de modo que, pouco a pouco,esses regulamentos deixaram de vigorar at o reinado do reiAtelatan.

    Este monarca era um prncipe digno; pacificou seureino e ordenou a edificao de numerosas abadias, de muitascidades e de outros grandes trabalhos, e que queria muitoaos maons. Porm, seu filho Edwin, que praticava comentusiasmo a arte da Geometria, os favoreceu mais ainda,sendo recebido maom, obtendo do Rei, seu pai, uma cartade franquia e a autorizao de convocar cada ano, a todosos maons para comunicarem-se reciprocamente as faltasque houvessem cometido bem como as transgresses e castig-las. O mesmo presidiu em York uma dessas assemblias.

    Recebeu novos maons, deu-lhes regulamentos eestabeleceu costumes.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Na reunio das assemblias convidou a todos osmaons, tanto aos novos como aos antigos, a comunicaremaos seus companheiros o quanto soubessem acerca dos usose obrigaes impostos aos maons, no pas e no estrangeiroe outras partes do Reino.

    E quando, para responder solicitao de seapresentarem por escrito os pedidos, encontraram-se algunsem francs, outros em grego, ingls e outras lnguas queconvinham e eram idnticos a respeito dos objetivos que osinspiravam.

    Edwin os reuniu todos em um s livro. E ele, no livro,dizia como se tinha realizado essa descoberta. Recomendoue ordenou que esse livro fosse lido e comentado cada vez quese recebesse a um novo maom e antes de lhe fazer conheceras obrigaes que lhe impunham. Desde ento, at nossosdias, os usos e prticas dos maons se tm conservado sob amesma forma, nos limites do poder humano.

    Em diversas assemblias se estabeleceram leis eordenaes necessrias e teis, segundo a opinio dos Mestrese dos principais Companheiros.

    Termina aqui a tradio baseada em certos relatos histricos transmitidosde gerao a gerao e que constituem a histria verdadeira e autntica da arte deconstruir.

    Porm, a grande fonte de informaes, chegada de forma intacta at nossosdias, e para muitos, constituda em livro de cabeceira, esto as Sagradas Escrituras.

    A Bblia, ou seja, a biblioteca que forma as Sagradas Escrituras, fora anica fonte de informaes desde o ano 550 a.C., sobre a histria da sia Menor,contendo feitos minuciosamente narrados, com datas, nomes de personagens e nomesde cidades.

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    Tudo devia ser aceito por f. O que a Bblia contava devia ser certo, poisinexistiam provas complementares; isto porm, at 1843, quando o agente consularfrancs em Mossul, Paul Emile Botta, j eminente arquelogo, inicia escavaes emCorsabad, no Tigre, e descobre as runas de uma metrpole de quatro mil anos, comtodo o seu esplendor: a primeira testemunha! Sargo, o lendrio soberano da Assria!

    Diz o profeta Isaas (captulo 20, versculo 1): No ano em que Tartan,enviado por Sargo, rei dos assrios, foi contra Azot..., transformando assim,a lenda em fato histrico comprovado.

    Em 1845, outro explorador, desta vez de origem inglesa, A. H. Layard,descobre a Nemrod (Kalchu), a cidade que na Bblia se chama Cale (Gnesis, captulo10, versculos 9 a 11):

    . . . e agora, tem o nome bblico Nemrod, um robustocaador diante do Senhor. O princpio de seu reino foiBabilnia, e Arac, e Acad, e Caln, na terra de Senaar.Daquela terra foi para Assur, e edificou Nnive, e as praasda cidade e Cale.

    Pouco tempo depois, em outras escavaes, a alguns quilmetros,encontraram em Corsabad, a capital Assria: Nnive e a clebre biblioteca do reiAssurbanipal. O feito deveu-se ao assirilogo ingls Henry Creswick Rawlinson.No Livro de Jonas, captulo 1, versculo 2, est mencionada Nnive de Assurbanipal!

    O sbio americano Edward Robinson, nos anos de 1838 a 1852 reconstria antiga topografia de Nnive.

    Em 1842, Richard Lepsius, alemo, empreende uma expedio aosmonumentos arquitetnicos do Nilo. Finalmente, o francs Champollion decifra oshierglifos egpcios, em 1850, e ento os preciosos achados... comeam a falar!

    A primeira descoberta dos cilindros cobertos de caracteres cuneiformesfeita pelo cnsul ingls em Bassor, J. E. Taylor, poria, quase um sculo depois,o mundo em espanto pelo tesouro que dormia em Bassor: o Tell al Huqayyar.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Em 1929, Charles Leonard Wooley, ingls, retoma os estudos e revela a Urdos Caldeus, to comentada na Bblia! Fixa uma data: 4.000 anos antes de Cristo!

    Daquela descoberta em diante, no mais cessaram as expedies, e asnovas descobertas sucedem-se: assim foi encontrado o Papyrus Orbiney que descrevea histria de Jos do Egito (Gnesis, captulo 39, versculo 1) .

    Na Bblia encontramos grandes perodos de espaos vazios, quando ahistria d saltos. Depois da morte de Jos, h um silncio de 400 anos.

    Ns tambm daremos um salto at 1947, quando um pastor beduno datribo dos Taamireh, chamado Muhammad Dib, na busca de uma ovelha perdidanuma encosta rochosa do Wadi Qumram, divisou uma fenda escura.

    Penetrando na caverna, encontrou dezenas de cntaros de barro: quebrados,revelaram o contedo de rolos de papiro e pergaminho, envoltos em panos de linho,alguns bem conservados, outros quase destrudos.

    Os rolos foram parar nas mos dos antiqurios, vendidos a preo vil, masum deles foi ter s mos do Arcebispo Ortodoxo de Jerusalm, Yshue Samuel.

    O Arcebispo guardou o rolo como algo curioso e antigo, at que algunsperitos da American School of Oriental Research, os manusearam.

    Levados para os Estados Unidos e submetidos ao calendrio atmico,verificaram os peritos que datavam de 100 anos a.C..

    Anos mais tarde, devidamente restaurados, revelaram ser partes dosoriginais bblicos!

    No dizer de G. Lankester Harding, essa descoberta fosse, talvez,o acontecimento arqueolgico mais sensacional de nosso tempo.

    Descoberto o tesouro, imediatamente foram recuperados todos os rolosesparsos, os quais, ainda agora, esto sendo objeto de pacientes estudos.

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    Do achado, 38 rolos eram textos de 19 livros do Antigo Testamento, escritossobre pergaminho e papiro, em hebraico, aramaico e grego.

    De 1950 para c, anualmente, so encontrados novos pergaminhos,

    j negociados pelos pastores por preo elevado. Nas proximidades de Qumram foram

    encontrados restos de uma colnia da seita judaica dos Essnios e a eles se atribui

    a preservao do tesouro arqueolgico.

    Esses pergaminhos vieram confirmar a veracidade do que contm a Bblia;

    portanto, a Maonaria, to fielmente apresentada como a responsvel pelas

    construes arquitetnicas de toda a sia Menor, pode aceitar com segurana as

    Sagradas Escrituras como uma das fontes principais de sua histria.

    A revelao de que o rei Salomo dedicara-se Maonaria (arte de construir)

    vem desde a profecia de Samuel (II, Samuel, captulo 7, versculo 13):

    Este edificar uma casa ao meu nome, e confirmareio trono do seu reino para sempre.

    em 1 Reis (captulos 5 a 7), que encontramos os elementos que nos

    convencem de que a Maonaria j se apresentava to aperfeioada, que fora capaz

    de influenciar sobre o reinado de Salomo!

    E enviou Hiro, rei de Tiro, os seus servos a Salomo(porque ouvira que ungiram a Salomo rei em lugar de seupai) porquanto Hiro sempre tinha amado a Davi.

    Ento Salomo enviou a Hiro, dizendo: Bem sabestu que Davi, meu pai, no pde edificar uma casa ao nomedo Senhor seu Deus por causa da guerra com que o cercaram,at que o Senhor os ps debaixo das plantas dos ps.

  • 38

    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Porm, agora, o Senhor meu Deus me tem dadodescanso de todos os lados; adversrio no h, nem algummau encontro.

    E eis que eu intento edificar uma casa ao Nome doSenhor meu Deus como falou o Senhor a Davi meu pai,dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono,edificar uma Casa ao meu Nome.

    D ordem, pois, agora que do Lbano me cortemcedros e os meus servos estaro com os teus servos, e eu tedarei as soldadas dos teus servos, conforme a tudo o quedisseres; porque bem sabes tu que entre ns ningum h quesaiba cortar a madeira como os sidnios.

    E aconteceu que, ouvindo Hiro as palavras deSalomo, muito se alegrou, e disse:

    Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi um filhosbio sobre este to grande povo.

    E enviou Hiro a Salomo, dizendo:

    Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei toda tuavontade acerca dos cedros e acerca das faias.

    Os meus servos os levaro desde o Lbano at aomar, e eu os farei conduzir em jangadas pelo marat ao lugar que me designares, e a os desamarrarei,e tu os tomars; tu tambm fars a minha vontade,dando sustento minha casa.

    Assim, deu Hiro a Salomo madeira de cedros emadeiras de faias, conforme a toda sua vontade.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    39

    E Salomo deu a Hiro vinte mil coros de trigo, parasustento de sua casa, e vinte coros de azeite batido; isto davaSalomo a Hiro de ano em ano.

    Deu, pois, o Senhor a Salomo, sabedoria, como lhetinha dito; e houve paz entre Hiro e Salomo, e ambosfizeram aliana.

    E o rei Salomo fez subir leva de gente dentre todoIsrael; e foi a leva de trinta mil homens.

    E os enviou ao Lbano, cada ms, dez mil por suavez; um ms estavam no Lbano, e dois meses cada um emsua casa; e Adoniram estava sobre a leva de gente.

    Tinha, tambm, Salomo setenta mil que levavamas cargas, e oitenta mil que cortavam nas montanhas, aforaos chefes dos oficiais de Salomo, os quais, estavam sobreaquela obra, trs mil e trezentos, que davam as ordens aopovo que fazia aquela obra.

    E mandou o Rei que trouxessem pedras grandes,e pedras preciosas, pedras lavradas, para fundarem a Casa.

    E as lavravam os edificadores de Hiro e os gebalitas,e preparavam a madeira e as pedras para edificar a Casa.

    E sucedeu que no ano de 480, depois de sarem osfilhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomosobre Israel, no ms Zive (este o ms segundo), comeou aedificar a Casa do Senhor.

    E a casa que o rei Salomo edificou ao Senhor erade 60 cvados de comprimento, e de 20 cvados de largura,e de 30 cvados de altura(2).

    _________________________________________________(2) Um cvado era igual a trs palmos, ou 66 centmetros.

  • 40

    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    E o prtico diante do Templo da Casa era de 20cvados de comprimento, segundo a largura da Casa, e de10 cvados de largura diante da Casa.

    E fez Casa janelas de vista estreita.

    E edificou em redor da parede da Casa cmaras,tanto do Templo como do Orculo; e assim lhe fez cmarascolaterais em redor.

    A cmara de baixo era de 5 cvados de largura, e ado meio de 6 cvados de largura, e a terceira de 7 cvados delargura, porque pela parte de fora da Casa em redor fizeraencostos, para no travarem das paredes da Casa.

    E edificava-se a Casa com pedras preparadas; comoas traziam se edificava, de maneira que nem martelo, nemmachado nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviana Casa quando a edificavam.

    A porta da cmara do meio estava banda direitada Casa, e por caracis se subia do meio, e da do meio terceira.

    Assim pois, edificou a Casa, e a aperfeioou; e cobriua Casa com pranches e tabuado de cedro. Tambm edificouas cmaras a toda a Casa de 5 cvados de altura, e as travoucom a Casa com madeira de cedro.

    Ento veio a palavra do Senhor a Salomo, dizendo:

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    Quanto a esta Casa que tu edificas, seandares nos meus Estatutos, e fizeres os meus Juzos,e guardares todos os meus Mandamentos, andandoneles, confirmarei para contigo a minha Palavra, aqual falei a Davi teu pai. E habitarei no meio dosfilhos de Israel, e no desampararei o meu povo deIsrael.

    Assim edificou Salomo aquela Casa, e a aperfeioou.

    Tambm, cobriu as paredes da Casa por dentro comtbuas de cedro; desde o soalho da Casa at o teto, tudocobriu com madeira por dentro, e cobriu o soalho da Casacom tbuas de faia.

    Edificou mais 20 cvados de tbuas de cedro noslados da Casa desde o soalho at s paredes; e por dentrolhas edificou para o Orculo, para o Santo dos Santos.

    Era pois, a Casa de 40 cvados, a saber, o Templointerior.

    E o cedro da Casa por dentro era lavrado de botes eflores abertas; tudo era cedro, pedra nenhuma se via.

    E, por dentro da Casa interior, preparou o Orculo,para pr ali a Arca do Concerto do Senhor.

    E o Orculo no interior era de 20 cvados decomprimento, e de 20 cvados de largura, e de 20 cvados dealtura; e o cobriu de ouro puro. Tambm cobriu de cedro oaltar.

    E cobriu Salomo a Casa por dentro de ouro puro.

  • 42

    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    E com cadeias de ouro ps um vu diante do Orculoe o cobriu com ouro.

    Assim, toda Casa cobriu de ouro, at acabar todaCasa; tambm todo o Altar que estava diante do Orculocobriu de ouro.

    E no Orculo fez dois querubins de madeira deoliveira, cada um da altura de 10 cvados.

    E uma asa de um querubim era de 5 cvados, e aoutra asa do querubim de outros 5 cvados; 10 cvados haviadesde a extremidade de uma das suas asas at a extremidadeda outra de suas asas.

    Assim, era tambm de 10 cvados o outro querubim;ambos os querubins eram duma mesma medida e dum mesmotalhe.

    A altura de um querubim era de 10 cvados, e assima do outro querubim.

    E ps a esses querubins no meio da Casa de dentro;e os querubins estendiam as asas, de maneira que a asa deum tocava na parede, e a asa do outro tocava na outra parede,e as suas asas no meio da Casa tocavam uma na outra.

    E cobriu de ouro os querubins.

    E todas as paredes da Casa em redor lavrou deesculturas e de entalhes de querubins e de palmas, e de floresabertas, por dentro e por fora.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    43

    Tambm, cobriu de ouro o soalho da Casa, por dentroe por fora. E entrada do Orculo fez portas de madeira deoliveira; a verga com as ombreiras faziam a quinta parte daparede.

    Tambm, as duas portas eram de madeira oleria.

    E lavrou nelas entalhes de querubins, e de palmas ede flores abertas, as quais cobriu de ouro; tambm estendeuouro sobre os querubins e sobre as palmas.

    E assim fez porta do Templo ombreiras de madeiraoleria da quarta parte da parede.

    E eram as duas portas de madeira de faia; e as duasfolhas de uma porta eram dobradias, assim como eramtambm dobradias as duas folhas entalhadas das outrasportas.

    E as lavrou de querubins; e de palmas e de floresabertas, e as cobriu de ouro acomodado ao lavor.

    Tambm, edificou o ptio interior de trs ordens depedras lavradas e duma ordem de vigas de cedro.

    No ano IV, se ps o fundamento da Casa do Senhor;no ms de Zive.

    E no ano XI, no ms de Bul, que o ms VIII,se acabou esta Casa com todas as suas dependncias, e comtudo o que lhe convinha. E a edificou em 7 anos.

    Porm, a sua Casa edificou Salomo em treze anos eacabou toda sua Casa.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Tambm, edificou a Casa do Bosque do Lbano de100 cvados de comprimento, e de 50 cvados de largura,e de 30 cvados de altura, sobre quatro ordens de colunas decedro e vigas de cedro sobre as colunas.

    E por cima estava coberta de cedro sobre vigas queestavam sobre 45 colunas, 15 em cada ordem.

    E havia 3 ordens de janelas, e uma janela estavadefronte da outra janela, em 3 ordens.

    Tambm, as partes e ombreiras eram quadradasduma mesma, vista: e uma janela estava defronte da outra,em 3 ordens.

    Depois, fez um prtico de colunas de 50 cvados decomprimento e de 30 cvados de largura; e o prtico estavadefronte delas e as colunas com as grossas vigas defrontedelas.

    Tambm, fez o prtico para o Trono onde julgava,para o prtico do Juzo, que estava coberto de cedro de soalhoa soalho:

    Em sua Casa, em que morava,; havia, outro ptiopor dentro do prtico, de obra semelhante a este tambm;para a filha de Fara, que Salomo tomara por mulher,fez uma casa semelhante quele prtico.

    Todas estas coisas eram de pedra finssima, cortada medida, serrada a serra por dentro e por fora; e isto desdeo fundamento at as beiras do teto, e por fora at ao grandeptio.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    45

    Tambm, estava fundado sobre pedras finas, pedrasgrandes, sobre pedras de 10 cvados e pedras de 8 cvados.

    E em cima, sobre pedras finas, lavradas segundo asmedidas, e cedros.

    E era o ptio grande, em redor de 3 ordens de pedraslavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim eram,tambm, o ptio interior da Casa do Senhor e o prticodaquela Casa.

    E enviou o rei Salomo, e mandou trazer a Hiro deTiro.

    Era este filho de uma mulher viva da tribo deNaftali, e fora seu pai um homem de Tiro que trabalhava emcobre; e era cheio de sabedoria, e de entendimento, e decincia para fazer toda a obra de cobre. Este veio ao reiSalomo, e fez toda a sua obra. Porque formou duas colunasde cobre; a altura de cada coluna era de 18 cvados, e um fiode 12 cvados cercava cada uma das colunas.

    Tambm fez 2 capitis de fundio de cobre parapr sobre as cabeas das colunas: de 5 cevados era a alturade um capitel e de 5 cvados a altura do outro capitel.

    As redes eram de obra, de rede, as cintas de obra decadeia para os capitis que estavam sobre a cabea dascolunas: 7 para um capitel e 7 para o outro capitel. Assimfez as colunas, juntamente com 2 fileiras em redor sobreuma rede, para cobrir os capitis que estavam sobre a cabeadas roms; assim, tambm, fez com o outro capitel.

    E os capitis que estavam sobre a cabea das colunaseram de obra de lrios no prtico, de 4 cvados.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Os capitis, pois sobre a 2 colunas estavam tambmdefronte em cima do bojo que estava junto rede, e 200 roms,em fileira em redor, estavam, tambm, sobre o outro capitel.

    Depois, levantou as colunas no prtico do Templo: elevantando a coluna direita, chamou o seu nome de Jaquim;e levantando a coluna esquerda, chamou o seu nome Boaz.

    E sobre a cabea das colunas estava a obra de lrios.E assim se acabou a obra das colunas.

    Fez mais, o mar de fundio, de 10 cvados de umaborda at a outra borda, redondo ao redor e de 5 cvados dealto; e um cordo de 30 cvados o cingia em redor.

    E por baixo da sua borda em redor havia botes queo cingiam; por 10 cvados cercavam aquele mar em redor;2 ordens destes botes foram fundidas na sua fundio.

    E afirmava-se sobre 12 bois: 3 que olhavam para onorte, e 3 que olhavam para o ocidente, e 3 que olhavampara o sul, e 3 que olhavam para o oriente; e o mar em cimaestava sobre eles, e todas as suas partes posteriores para abanda de dentro.

    E a grossura era de um palmo, e a sua borda como aobra de borda de um copo, ou de flor de lrios, ele levava 2mil batos.

    Fez, tambm, as 10 bases de cobre: o comprimentode uma base de 4 cvados e de 4 cvados a sua largura, e de3 cvados a sua altura.

    E esta era a obra das bases: tinham cintas, e ascintas estavam entre as molduras.

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    E sobre as cintas que estavam entre as moldurashavia lees, bois e querubins; e sobre as molduras uma basepor cima; e debaixo dos lees e dos bois, junturas de obraestendida.

    E uma base tinha quatro rodas de metal, e lminasde cobre; e os seus quatro cantos tinham ombros; debaixo dapia estavam estes ombros fundidos, da banda de cada umadas junturas.

    E a sua boca estava dentro da coroa, e de um cvadopor cima; e era a sua boca redonda segundo a obra da base,de cvado e meio, e tambm, sobre a sua boca havia entalhes,e as suas cintas eram quadradas, no redondas.

    E as 4 rodas estavam debaixo das cintas, e os eixosdas rodas na base; e era a altura de cada roda de cvado emeio.

    E era a obra das rodas como a obra da roda de carros:seus eixos, e suas cambas, e seus cubos, e seus raios, todoseram fundidos.

    E havia 4 ombros aos 4 cantos de cada base; seusombros saam da base.

    E no alto de cada base havia uma altura redonda demeio cvado ao redor; tambm, sobre o alto de cada basehavia asas e cintas, que saam delas.

    E nas planchas das suas asas e nas suas cintaslavrou querubins, lees e palmas, segundo o vazio de cadauma, e junturas em redor.

    Conforme a esta fez as 10 bases: todas tinham umamesma fundio, uma mesma medida, e um mesmo entalhe.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Tambm, fez 10 pias de cobre: em cada pia cabiam40 batos, e cada pia era de 4 cvados, e sobre cada uma das10 bases estava uma pia.

    E ps 5 bases direita da Casa, e 5 esquerda daCasa; porm o mar, ps ao lado direito da Casa para a bandado oriente, da parte do sul.

    Depois, fez Hiro, as pias, e as ps, e as bacias;e acabou Hiro de fazer toda obra que fez para o rei Salomo,para a Casa do Senhor.

    A saber: as 2 colunas, e os globos dos capitis queestavam sobre a cabea das 2 colunas; e as 2 redes, paracobrir os 2 globos dos capitis que estavam sobre a cabeadas colunas; e as 400 roms para as 2 redes, a saber:2 carreiras de roms para cada rede, para cobrir os 2 globosdos capitis que estavam em cima das colunas; juntamentecom as 10 bases, e as 10 pias sobre as bases; como tambmum mar, e os 12 bois debaixo daquele mar, e os caldeires,e as ps, e as bacias, e todos estes vasos que fez Hiro parao rei Salomo, para a Casa do Senhor, todos eram de cobrebrunido.

    Na plancie do Jordo, o Rei os fundiu em terrabarrenta; entre Sucote e Zaret.

    E deixou Salomo de pesar todos os vasos, pelo seuexcessivo nmero, nem se averiguou o peso do cobre.

    Tambm, fez Salomo todos os vasos que convinham Casa do Senhor: o altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre aqual estavam os Pes da Proposio.

    E os castiais, 5 direita e 5 esquerda, diante doOrculo de ouro

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    Como tambm, as taas, e os apagadores, e as bacias,e os perfumadores, e os braseiros, de ouro finssimo; e ascouceiras para as portas da Casa interior, para o lugarSantssimo, e as das portas da casa do Templo, tambm, deouro.

    Assim, se acabou toda a obra que fez o rei Salomopara a Casa do Senhor. Ento trouxe Salomo as CoisasSantas de seu pai Davi: a prata e o ouro, e os vasos ps entreos tesouros da Casa do Senhor.

    Aqui termina o relato transcrito na pitoresca linguagem Bblica, que lhe dcaractersticas de autenticidade.

    Os aprendizes enfrentam, desde o seu primeiro dia em contato com a suaLoja, problemas que poderiam ser superados, caso lhes fosse dado um compndioque expusesse, em linguagem acessvel, o conjunto do que poderamos denominarde complexo manico.

    A primeira tarefa que se lhe apresenta diz respeito definio sobre o queseja a Maonaria.

    Entre tantas definies, escolheremos a mais usual:

    A Ordem Manica uma associao de homenssbios e virtuosos, que se consideram irmos entre si e cujofim viver em perfeita igualdade, intimamente unidos porlaos de recproca estima, confiana e amizade, estimulando-se,uns aos outros, na prtica das virtudes.

    um sistema de Moral, velado por alegorias eilustrado por smbolos.

    De per si, a definio acima, retirada de um Ritual, profundamenteanalisada, expe o que, na realidade, todos os maons desejariam que a Maonariafosse.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    A sabedoria e a virtuosidade devem ser entendidas dentro de certos limites:sabedoria manica e virtude manica, que diferem em muito da sabedoriaintelectual e da virtude moral.

    A estima, a confiana e a amizade devem ser meios cultivados com afeto esinceridade para que possam conduzir o aprendiz a participar de uma famlia feliz,sem problemas e, que busque o aperfeioamento geral.

    Qualquer outra definio que se possa encontrar ter, sempre, a mesmaconcluso: a Unio consciente de homens bem intencionados e que abraaram umideal, atitude que, em nosso atual mundo materializado, significa momento de rarabeleza espiritual.

    A Maonaria, pois, um Sistema e uma Escola, no s de Moral como deFilosofia.

    Seria apropriado dizer que a Maonaria uma Universidade, com os seuscomplexos que transformaram a simples Escola em um laboratrio deaperfeioamento dos mais elevados deveres do homem comum que Patriota, chefede Famlia e Obediente ao seu Criador.

    Sempre, porm, a Maonaria cresce quando em seu seio se agrupam homensespiritualizados.

    O Sistema se apresenta velado, isto , coberto por vus e ilustrado porsmbolos.

    O smbolo ser a linguagem usada e os vus, sua filosofia que para sercompreendida se far necessrio p-la em prtica.

    A Maonaria possui princpios fundamentais selecionados pelos Mestresdo passado, e que analisaremos:

  • Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

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    1. A Maonaria proclama, como sempre proclamou, desde suaorigem, a existncia de um Princpio Criador, sob adenominao de Grande Arquiteto do Universo.

    Com o advento do liberalismo, na confuso das idias e surgimentodas filosofias modernas, Deus foi sendo considerado como umaexistncia duvidosa.

    Na fase primria, a Maonaria, quando nem sequer era denominadacom este vocbulo, apresentava os seus Deuses mitolgicos, atque, pela evoluo conhecida, fixou-se no Monotesmo, passandoa considerar a existncia de um s Deus.

    Mas, para contentar muitos e contornar certas dvidas, Deus foisubstitudo por um Princpio Criador e, mais tarde, para enfrentaro pensamento filosfico moderno, substitudo por um termo quepoderia amenizar as controvrsias e as correntes formadas:o Grande Arquiteto do Universo.

    O Deus, impessoal, indefinido, passou a ter forma e aspectoarquitetnico, tornando-se, assim, mais acessvel compreensodos aprendizes.

    Hoje, com o conhecimento que temos, sabemos que j no hapenas um Universo, mas que existem mltiplos Universos, tantonos sistemas astronmicos como filosficos, sem falarmos doUniverso que existe dentro de cada indivduo ou dentro de cadaclula!

    No tardar para que a Maonaria deva reformular certos conceitose alterar sua terminologia; acertado seria, que o Grande Arquiteto

    fosse de todos os Universos!

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    2. A Maonaria no impe nenhum limite livre investigao daVerdade e para garantir a todos essa liberdade que ela exigede todos a maior tolerncia.

    A livre investigao representava, h apenas um sculo atrs, umadas maiores conquistas da Humanidade: porm, hoje, no existequalquer empecilho s investigaes, em qualquer terreno e sobquaisquer pontos de vista!

    A tolerncia dizia respeito ao fato de ser obtida plena concordnciapara a investigao de um fato.

    Hoje a investigao, dentro e fora das Lojas, to ampla erecomendada que no h mais lugar para que a tolerncia sejainvocada. Este princpio secular, portanto j est superado.

    3. A Maonaria , portanto, acessvel aos homens de todas asclasses e de todas as crenas religiosas e polticas.

    Aqui temos a liberdade de culto e a liberdade poltica, cultivadas,no desde os primeiros tempos, mas apenas aps a RevoluoFrancesa!

    Quando fazemos referncia aos princpios da Maonaria, devemoster em mente que a Maonaria uma Instituio moderna, queextraiu suas bases de movimentos passados, colhendo as primciase conservando o que existia de melhor.

    Nos dias atuais, em pases livres como o nosso, este princpio conservado to-somente como fator histrico, para relembrar a lutada Maonaria contra o Ultramontanismo e o despotismo.

    A liberdade de manifestao dentro das Lojas asseguradaplenamente e a respeito nada h para ser preservado ouconquistado; o resultado da evoluo da democracia e exignciados prprios Maons e ser, inquestionavelmente tambm,a exigncia dos Aprendizes.

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    4. A Maonaria probe, em suas oficinas, toda e qualquer discussosobre matria poltica e religiosa; recebe profanos, quaisquerque sejam suas opinies polticas e religiosas, desde que livrese de bons costumes.

    Este princpio apresenta-se fundamental e na realidade mantm-seatual e a sua observncia rigorosa.

    Surgem, freqentemente, dentro das Lojas, certos abusos maisocasionados pelo entusiasmo que pela m f, quando um Irmoque professe uma determinada doutrina, pretende conquistarproslitos.

    O conceito expresso na frase Livres e de Bons Costumescomporta longa dissertao.

    Liberdade no pode confundir-se com libertinagem, nem bonscostumes com atitudes apticas e neutras.

    Ser, algum de comportamento comum, preocupado em contentara todos, e que busque atitudes acomodadas, um elemento de bonscostumes?

    O bom costume o bom hbito, a atitude positiva e construtiva.A Maonaria no compactua com omisses, mas exige definies.

    As qualificativas do livre e de bons costumes so exigidas doscandidatos, portanto, no diz respeito apenas ao comportamentoaps a iniciao e em Loja.

    Grosso modo, ser livre e de bons costumes traduz um determinadocomportamento no mundo profano.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    5. A Maonaria tem por fim combater a ignorncia em todas assuas modalidades; uma escola que impe este programa:obedecer s leis do Pas; viver segundo os ditames da honra;praticar a Justia; amar o prximo; trabalhar incessantementepela felicidade do gnero humano; e conseguir sua emancipaoprogressiva e pacfica.

    O combate ignorncia ainda tarefa ingente e que no pode serconcluda to cedo; mormente em nosso Pas, onde h tradiessuperadas que se preocupam em desmentir at princpios moraispara impor uma nica religio.

    O analfabetismo, o desamor leitura, s artes, ao convvio social,so empecilhos tremendos para vencer a ignorncia. O comodismodo povo, aliado ao egosmo, por outro lado, so atitudes queconservam a ignorncia.

    A grande luta que preocupa a Maonaria, na realidade, o combate ignorncia!

    As demais modalidades dizem respeito a uma conduta moral epoltica, que obviamente devero ser destacadas, pois tarefagenrica a todas as instituies similares, como os Clubes de Servioe as entidades sociais.

    Praticar a Justia, amar o prximo, trabalhar incessantemente pelafelicidade do gnero humano e conseguir sua emancipaoprogressiva e pacifica, so atitudes externas e que visam a pessoahumana dentro da clula social. Contudo, embora de formaintrnseca oculta, h a preocupao da Maonaria de atingiraspectos mais profundos: a evoluo espiritual, dentro de umaprogramao intelectual e religiosa, para que o homem no percaa f em seu Criador.

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    Maonaria proclama uma doutrina apoiada nas seguintes bases:

    Para elevar o homem aos prprios olhos e torn-lo digno desua misso sobre a Terra, a Maonaria erige em dogma o que o GrandeArquiteto lhe deu, como o mais precioso dos bens, a Liberdade,patrimnio da Humanidade inteira, cintilao celeste que nenhumpoder tem o direito de obscurecer ou de apagar, pois que a fonte detodos os sentimentos de honra e de dignidade.

    Desde a preparao do primeiro grau at a obteno do maiselevado da Maonaria, a condio primordial, sem a qual no se concebeo aspirante, a reputao de honra ilibada e de probidade inconteste.

    Aquele para quem a religio o supremo consolo, a Maonariadiz: Cultiva, sem cessar, tua religio; segue as aspiraes de tuaconscincia; a Maonaria no uma religio, no tem um culto; quera instruo leiga; sua doutrina condensa-se nesta mxima: Ama teuprximo.

    Aquele que, com razo, teme as discusses polticas,a Maonaria diz: Eu condeno qualquer debate, qualquer discussopoltico-partidria em minhas reunies; serve, fiel e devotadamente, tua Ptria e no te pedirei contas de teu credo poltico. O amor Ptria perfeitamente compatvel com a prtica de todas as virtudes;minha moral a mais pura, pois, funda-se sobre a primeira das virtudes:a solidariedade humana.(3)

    No se dever, porm, confundir a expresso a Maonaria erige emdogma com a existncia de dogmas, pois no h lugar na Maonaria para dogmasque, alis, so combatidos. Trata-se de, apenas, uma expresso figurada paraenfatizar a frase.

    ..__________________________________________________

    (3) Ritual da Grande Loja do R.G.S.

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    Rizzardo da Camino Simbolismo do Primeiro Grau

    Todos os Rituais adotados no Brasil, quer os impressos anos atrs, quer osatualizados, contm em seu prembulo esclarecimentos sobre o aspecto fsico doTemplo e o comportamento do Maom, at ser iniciada a sesso ritualstica.

    A orientao que passaremos a transcrever se nos parece a mais adequada,pela sua clareza, e simplicidade(4).

    Sobre o TemploO Templo, cuja decorao obedece cor azul-celeste, apresenta no ocidente

    a forma de um retngulo e, no oriente, a de uma quadriltero, separados por umagrade que se denomina de Grade do Oriente, para onde se sobe atravs de quatrodegraus.

    No ocidente, o soalho representado pelo Pavimento de Mosaico, compostode quadrados, alternadamente brancos e pretos, cercados por uma Orla Dentada,que pode ter a cor azul-celeste, ou acompanhar o preto e branco. Nos extremos,vem-se as letras correspondentes aos quatro pontos cardeais.

    Na prtica, porm, o Pavimento de Mosaico representado como se foraum tapete, colocado no centro do ocidente, sobre o qual no se pisa, durante ascerimnias, colocados nele o Altar dos Juramentos e o Painel da Loja.

    Prximo Abbada Celeste, contorna todo o Templo uma corda, denominadade Corda de 81 Ns, ininterrupta, cujas extremidades pendem ao lado da porta deentrada, em forma de borlas.

    Na parte oriental colocado o Trono, de forma triangular, ou retangular,destinado ao Venervel Mestre.

    Sobre o Trono esto a Espada Flamgera, o Malhete, objetos apropriados escrita, um candelabro de trs luzes e uma coluna mvel de ordem Jnica.

    A esquerda colocada sobre um pedestal a esttua de Minerva.________________________________________________(4) Ritual da Grande Loja do R.G.S.

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    Ao lado da cadeira do Venervel, so colocadas mais duas poltronas.

    O Dossel do Trono formado por duas colunas compsitas ligadas por umarco, revestido de pano azul-celeste, com franjas de ouro.

    Em frente do Dossel colocado pendente, um tringulo transparente, noqual se l a palavra IOD.

    Ao fundo do Dossel, sobre a cadeira do Venervel, est fixo o Delta Luminoso,onde reproduzido um Olho humano.

    O 1 Vigilante tem assento esquerda e um pouco frente da Coluna B,e o 2 Vigilante a meia distncia entre a Coluna J e a grade do Oriente.

    Os Altares dos Vigilantes tm forma triangular, colocados sobre um estradode dois degraus para o 1 Vigilante e um degrau para o 2 Vigilante.

    Sobre os Altares so colocados um candelabro de trs luzes, o malhete euma coluna mvel de ordem Drica para o 1 Vigilante e de ordem Jnica para o2 Vigilante.

    No Oriente, prximos grade e encostados s paredes, so colocados osAltares do Secretrio e do Orador, este direita do Venervel e aquele sua esquerda.

    Na mesma posio, porm no Ocidente, ficam os Altares do Tesoureiro e doChanceler.

    Nas faces externas laterais dos Altares das Luzes so colocados: umEsquadro, no do Venervel; um Nvel no do 1 Vigilante e um Prumo no do2 Vigilante.

    Sobre o Altar dos Juramentos so colocados um Livro Sagrado, um Esquadroe um Compasso.

    Do lado esquerdo do Altar do 2 Vigilante, prximos parede, ficam o Altardas Ablues, onde descansa o Mar de Bronze e a esttua de Hrcules.

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    Ao lado esquerdo, no pavimento do Altar do 1 Vigilante, colocada a PedraBruta; na mesma posio, do Altar do 2 Vigilante, a Pedra Cbica, e a esttua deVnus.

    De cada lado da entrada do Templo ficam as Colunas, encimadas porcapitis; onde se vem duas esferas representando o Globo Terrestre e a EsferaCeleste.

    O Estandarte da Loja e as Bandeiras so colocados no topo da grade, aolado de sua abertura.

    O teto do Templo representa o firmamento. Do lado do Oriente, um pouco frente do Trono, a efgie do Sol; por cima do Altar do 1 Vigilante, a Lua, e do2 Vigilante uma Estrela de cinco pontas.

    No centro, colocam-se trs estrelas da constelao de Orion. Entre estas eo nordeste ficam as Pliades, Hadas e Aldebar; a meio caminho entre Orion e onordeste, Rgulus, da constelao do Leo; ao norte, a Ursa Maior; a nordeste,Arcturus (em vermelho), a leste, a Spica, da Virgem; a oeste, Vnus; Mercriojunto ao Sol, e Saturno, com seus satlites, prximo a Orion.

    As principais estrelas so trs de Orion, cinco Hadas e sete das Pliadese Ursa Maior. As denominadas Reais so: Aldebar, Arcturus, Rgulus, Amares eFomalhaut.

    Sala dos Passos PerdidosNa ante-sala recebem-se os Irmos, para que aguardem, confortavelmente,

    o momento de penetrarem no Templo; colocam-se poltronas, mesas, onde esto osLivros dos visitantes e o de presena.

    Entre a Sala dos Passos Perdidos e o Templo entremeia o trio, com trsportas: uma para a Sala dos Passos Perdidos, outra para a Cmara de Reflexes e aterceira para o Templo.

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    No trio fica o assento do Cobridor, que a permanecer durante as sessesda Loja.

    A Sala dos Passos Perdidos tambm possui seu significado extico, eis quesignifica nossa presena fora do Templo, ou seja, a vida extra-sensorial, vagandopelo Cosmos, de forma ampla, onde o Maom poder encontrar toda sorte deaventuras espaciais e mentais.

    O pensamento que no limitado pelos nossos sentidos e tampoucopressionado dentro de nossa forma humana pela fora atmosfrica, o que o homem

    possui de mais precioso, posto que raramente conhece os meios de usufruir de seu

    potencial, verdadeira fora que o Grande Arquiteto do Universo nos deu para

    participar.

    Com o pensamento, o homem voa e penetra onde quiser, uma vez que

    conhea o caminho do desconhecido.

    A Sala dos Passos Perdidos simboliza que o homem, fora do Templo, pode

    perder-se.

    Os conhecimentos que o Maom adquire freqentando a sua Loja no ficam

    restritos ao significado dos smbolos ou