rivista dance in festival nº1

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Royal ANO I - Nº 1 - MAR/ABR 2013 Presente RIO RECEBE A COMPANHIA NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO DE 448 ANOS WANDA GARCIA Uma vida dedicada à dança JÉSSICA BARROS Em busca de um sonho ISACQUE LOPES Nasce um astro CIA JOVEM BALLETARRJ Noite de Gala FOTO SHEILA GUIMARãES MUSICAL Thriller Live Brasil Tour celebra os 40 anos de carreira de Michel Jackson Opera House

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Revista dance in festival Mar/Abr 2013. Dança,ballet,jazz,sapateado,hip hop

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Page 1: Rivista Dance in Festival  Nº1

Royal

ANO

I - N

º 1 -

MAr

/Abr

201

3

PresenteRio Recebe a companhia no dia do seu aniveRsáRio de 448 anos

Wanda GarciaUma vida dedicada à dança

JÉSSica BarrOSEm busca de um sonho

iSacque lOpeSNasce um astro

cia JOvem BalletarrJNoite de Gala

Foto

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MusicalThriller live Brasil Tourcelebra os 40 anos de

carreira de Michel Jackson

Opera House

Page 2: Rivista Dance in Festival  Nº1

editorial

índiceFestival IV Vidança melhores momentos de 2012..............................página 4

Festival IV Com-passos melhores momentos de 2012..........................página 6

Cia.Jovem Balletarrj ................................................................... ........página 10

Musical Thriller Live Brasil Tour .....................................................página 12

Entrevista Isacque Lopes......................................................................página 14

Gala Royal Opera House ....................................................................página 16

Na arte de dançar por Fábio Matheus ...............................................página 20

Perfil Jéssica Barros ...............................................................................página 26

Homenagem Wanda Garcia ................................................................página 30

Saúde & Bem-estar .............................................................................página 32

Agenda dos festivais..........................................................................página 34

O número 1 da DANCE IN FESTIVAL está especial. Acompanhamos, e registra-mos nessa edição, três grandes espetáculos: a Gala Clássica de Ballet, da Cia Jovem Balletarrj, no Theatro Net Rio; a Gala Royal Opera House, no Theatro Municipal do

Rio de Janeiro; e Thriller For Live Brasil Tour, musical em homenagem a Michael Jackson, no Citbank Hall. Todos absolutamente divinos! Mas ainda tem mais. Na nossas últimas páginas, a retrospectiva final dos festivais de 2012. E isso é só um tira-gosto do que vem por aí.

Até a próxima edição!Sheila GuimarãesDiretora de redação

Seja bem-vinda, REVIS-TA  DANCE IN FESTI-VAL, ao mundo da dança! E que esse veículo seja um condutor de notícias e de novos talentos da dança.Vera de Souza, por e-mail

Oi, Vera! Obrigada pelos votos carinhosos! E que os an-jos digam amém! Abraços!

Parabéns!!! Recebi em minhas mãos a REVISTA DANCE IN FESTIVAL e confesso que fiquei presa à leitura da entre-

vista da bailarina Maria Clara Coelho.  Estarei  torcendo para que ela consiga realizar o seu sonho.  Marta J. Bessa, por e-mail

Obrigada, Marta! Que bom que você gostou da entre-vista da Maria Clara Coelho. Ela é realmente muito talento-sa e uma graça de pessoa. Es-tamos todos, aqui na redação, torcendo muito por ela tam-bém. Beijos!Querida Sheila Guimarães e equipe da REVISTA DANCE

IN FESTIVAL, adorei as en-trevistas da publicação e ve-nho parabenizá-los e dizer boa sorte! Muitos beijos dançantes!Marcelle Abreu, por e mail

Obrigada, Marcelle! Es-creva sempre! Beijos dançantes para você também!

cartas

Erramos!Diferentemente do que foi publicado na edição anterior, o primeiro lugar solo livre baby,do 39º Fest Dance Inverno Darcy Dutra Porto, foi da solista Ana Luiza Braz, com a coreografia Emília do Grupo de Dança Taciana e Silva. E não da Cia de Dança Claudia Seta e Luciana Guedes, como saiu. As informações erradas nos foram passadas pela organização do evento

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3 Dance in Festival

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Dance in Festival 4

Festival

IV VidançaFotos Sheila Guimarães

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5 Dance in Festival

Nós, da Escola de Dança Vania Reis, estamos muito felizes com o sucesso do nosso Festival Nacional Vidança, que contou com a participação de mais de mil bailarinos, de 52 Escolas, Cias e Grupos de

Dança. Foram quatro dias de muita animação e competição entre diversas categorias e modalidades, com algumas novida-des como a Mostra não competitiva, com as batalhas de Hip Hop e de Piruetas, que repetiremos em nossa quinta edição.

Vania Reis, diretora do festival Nacional Vidança .

Ballet Comunitário da Beija-Flor de Nilópolis - Coreografia: Ave Maria

Bailarina Revelação - MARIANA RODRIGUES (Escola Estadual de Dança Maria Olenewa)

Melhor Bailarino - DAVID CHAGAS (Balletarrj)Melhor Bailarina - MARIA CLARA COELHO ( Balletarrj)

Destaque Feminino - LETÍCIA RODRIGUES (Balletarrj)Bailarino Revelação - LEANDRO ALMEIDA (Balletarrj)Destaque Feminino - SABRINA SILVESTRE – IESADestaque Masculino - IZACQUE ALEXANDRE – Grupo CorpusInfanto / amadorBailarina Destaque - TAINÁ TAVARES – CA Daniela MarcondesCoreografia destaque - VOVÓ E VOVÔ – SAPATEADO – GRUPO CORPUSBailarina Revelação - THAMIRES MARTINS – UniarteMelhor Bailarino de Jazz - Amirton Neto - CA Daniella Marcondes - Luciano - ED Sta. Barbara Destaque Feminino de Jazz - Tamires Oeda - CA Daniela Marcondes

Coreografia Supercampeã: Balletarrj Escola de Dança - Noir et Blanc Ed. Uniarte - Entre IlusõesGrupo Dançar Castelo Branco - Nine

Resultado

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Dance in Festival 6

Festival

Com-passosFotos Sheila Guimarães

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7 Dance in Festival

Em 2012, o festival foi realizado no Ginásio do Grajaú Country Club, cuja acolhida de sua direção nos deixaram bastante satisfei-tos. E nos permitiram a sua realização com

as condições que gostaríamos de proporcionar ao nosso público, o que é praxe do nosso evento. Tivemos a oportunidade de montar um palco sobre o piso do ginásio de 12 x 10 metros. Montamos uma estrutura que nos permitiu a colocação de três coxias de cada lado do palco, bem como um sistema de so-norização e iluminação de grande qualidade.

Família Com - passos

Melhor escola/Grupo - Balletarrj Escola de DançaEscola/Grupo revelação - CAND Jovem – Centro de Artes

Nós da DançaMelhor coreógrafo - Cristina Motta (In’Cena Cia de Dança)Melhor ensaiador - Ana Palmieri e Rômulo Ramos (Balle-

tarrj Escola de DançaMelhor coreografia - Transmutação (Escola de Dança Vânia

Reis)Melhor bailarina - Maria Clara Coelho (Balletarrj Escola de

Dança)Melhor bailarino - Davi Chagas (Balletarrj Escola de Dança)Bailarina revelação - Jéssica Barros (Escola de Dança Vânia

Reis)Bailarino revelação - Yuri Marques (Escola de Dança Spi-

nelli)Melhor figurino - Mary Poppins (Escola de Dança Diensio-

ne Danza)

Prêmios Especiais

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Dance in Festival 8

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Dance in Festival 10

Cia. Jovem Balletarrjapresentou

Gala Clássica de Ballet

A Cia Jovem Balletarrj promoveu, em 4 de fevereiro, no Theatro Net Rio, a Gala Clás-sica de Ballet. Na ocasião, Claudia Mota e Cícero Gomes, primeira bailarina e pri-

meiro solista, respectivamente, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, apresentaram o Grand pas-de-deux de Diana e Acteon e o conjunto do Repertório Ray-munda. A Balltarj também participou do evento, com coreografias inéditas e as vencedoras nos últimos festi-vais de dança. Tudo sob a coordenação de Ana Palmieri e Romulo Ramos, ex-bailarinos do Municipal e direto-res da companhia.

Gala

Fotos Sheila Guimarães

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11 Dance in Festival

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Dance in Festival 12

Homenagem ao Rei do Pop

Michael Jackson não morreu. Pelo menos, não no palco do Citibank Hall, no Rio de Janeiro. É lá que, de sexta a domingo, o público pode matar a saudade do Rei do Pop com o espetáculo Thriller Live Brasil Tour. Nele, os 40 anos de carreira do astro são lembrados, através de 30 músicas, que cobrem de The

Jackson 5 (grupo que Michael integrou ainda criança, junto com os irmãos) até o seu faleci-mento, em 2009.

No palco, nove cantores e 14 bailarinos fazem o espetáculo, que foi idealizado a partir das celebrações anuais que Adrian Grand, fã e amigo de Mihael Jackson, realizava na década de 1990. Estreou em 2004, em Londres, e, desde então, já foi visto por mais de 2 milhões de pessoas em mais de 20 países da Ásia e Europa. No entanto, é a primeira vez que é encenado na América do Sul.

Na atual turnê, artistas brasileiros – escolhidos em audições – se juntaram ao elenco lon-drino. Da “terrinha”, os atores Leilah Moreno (que na infância fez cover do homenageado) e Renato Marx e as crianças Isacque Lopes, Felipe Adetokunbo, Diego Jimenez e Pedro Henrique, que se revezam no papel de Michael, na época dos Jackson 5. Todos com a enor-me responsabilidade de executar sucessos como Dangerous, Billie Jean, Thriller, Bad e I’ll Be There, entre outros. E o fazem lindamente!

Musical

Fotos Sheila Guimarães

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13 Dance in Festival

thriller live BraSil tOur l Citibank Hall. Av. Ayrton Sen-na, 3.000, Barra da Tijuca, Rio. Tel.: (21) 2156-7300 l Quintas, Sextas, às 21h; sábados, às 17h30 e às 21h30; domingos, às 17h e às 21h. l Até 07/04.

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Dance in Festival 14

Entrevista

Nasce um astroCom apenas 12 anos, Isacque Lopes já tem currículo de gente grande. Após inú-meros festivais e programas de TV, o bai-larino vive, atualmente, Michael Jackson no teatro. E ainda quer muito mais!

Por Heloiza GomesFotos Sheila Guimarães

A os 6 anos, Isacque Lopes começou a fazer aulas de ballet, incentivado por um profes-sor de Educação Física. Em seguida, inte-ressou-se por sapateado, street dance e jazz

– hoje, estuda as quatro modalidades na Corpus Escola de Dança, no Valqueire, zona oeste do Rio. “Mas stre-et é a minha preferida, embora me identifique com as outras também”, revela Isacque, que, com apenas 12 anos, já tem um vasto currículo. Participou de diversos festivais – “Não tenho noção de quantos”, diz –, foi des-taque no quadro Dando Crédito, no Caldeirão do Huck (Globo), e participou de O Melhor do Brasil (Record). Nos dois programas, fez performances como Michael Jackson (1958-2009). E é no papel do rei do pop que Isacque brilha no palco no Citbank Hall, no espetáculo londrino Thriller Live Brasil Tour. Pois é. O bailarino enfrentou um seleção acirrada e ganhou a oportuni-dade de encarnar Michael, na infância, na época do grupo The Jackson 5. “Eu não esperava. Sou fã dele desde criança. Ele é um grande astro!”

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15 Dance in Festival

Isacque LopesComo você chegou ao musical Thriller?

Cheguei através de uma inscrição online, participei de audições com inú-meras crianças. E o total de inscritos, entre adultos e crianças, passavam de 2.500 pessoas.

Você já conhecia o repertório de Michael Jackson?

Sim conhecia quase todo repertó-rio, gosto muito de Buterflies e I Want You Back.

Você já falava inglês? Já tinha uma noção porque a minha

mãe fala e cresci com o idioma em casa. Tive que aprender a pronúncia corre-ta e o significado de cada palavra nas músicas, foi ótimo porque melhorou muito o pouco que eu já sabia.

Cantar profissionalmente era um sonho?Já cantava desde os três anos, mas

nunca havia feito aulas. Assim como a dança, eu já tinha esse dom, só precisei ser ensinado a fazer o que eu gosto com técnica. A vontade de cantar profissio-nalmente veio quando eu dançava, mas sem cantar. Senti que faltava alguma coisa. Cantar sem dançar é estranho e dançar sem cantar, também.

Teve alguma dificuldade para “encarnar” Michael Jackson?

Não. Ter minha mãe por perto e as aulas de canto me ajudaram. Nunca havia feito uma antes, mas já cantava sem uma preparação. Mas tinha que cantar exata-mente como ele, e eu pensava que já sabia. Tive que me aperfeiçoar e queria deixar minha voz o mais parecida da dele .

Como é, para você, subir ao palco num espetáculo profissional?

É saber que posso chegar aonde eu quiser. Precisa ter disciplina e respei-to. Não tenho medo do palco, ouvir os aplausos me faz sentir que estou con-seguindo transmitir o que o Michael transmitia ao público.

A experiência com festivais o ajudou a encarar este trabalho?

Muito, se não fosse isso, não conse-guiria este papel. Só acrescentou.

Para um bailarino, não é um pouco frustrante não dançar as coreografias do Michael em cena? A propósito: você sabe dançar a coreografia do clipe de Thriller?

Sei, sim, quando saio de cena, fico morrendo de vontade de voltar para o palco. A parte que faço do Bad, a única que danço minha coreografia livre, me da vontade de ficar no palco.

Como ficou a sua rotina, depois de entrar no elenco do espetáculo? Está dando para conciliar as aulas de dança com a escola?

Ainda não consegui encaixar as coisas porque acabou de começar tudo, mas vou voltar porque este ano tenho provas de coreografias e quero me for-mar, falta pouco.

Como é o revezamento com os outros meninos?

Somos quatro meninos, dois ca-riocas e dois paulistas. Cantamos em dias alternados para não atrapalhar os estudos. Quando eu canto à tarde, o outro menino do Rio canta à noite e, no dia seguinte, revezamos. Nos fins de semana, os paulistas vêm para o Rio e cantam no sábado, retornando, domin-go, para São Paulo, porque também precisam estudar.

Depois dessa experiência profissional, você acha que estará mais preparado para os festivais ou isso é indiferente?

Sim, certamente, mas eu me pre-ocupo com jurados julgarem com ou-tros olhos.

Como é a sua rotina de aulas e ensaios de dança?

Sou da Corpus (Escola de Dança), que é minha segunda família. Conheço cada mãe (de aluno de lá) e a minha é amiga de todas. São elas que ajudam a minha mãe a me buscar em casa , me le-var para os festivais e a me trocar, quan-do minha mãe realmente não pode.

Qual o seu maior sonho para o futuro? Quero fazer carreira solo, cantando.

E amo atuar. Então, meu sonho é fazer um papel marcante. Sei que está perto porque passei no último teste em uma emissora grande.

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Dance in Festival 16

Capa

Gala Royal Opera House

thiago Soares e marianela Nuñez

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17 Dance in Festival

Fotos Sheila Guimarães

A temporada 2013 do Theatro Municipal do Rio de Janeiro abriu em grande gala. Literalmente. No dia 1º de março (e nos dois dias subsequentes), o espaço

recebeu a companhia de ballet inglesa Royal Opera House. No palco, os bailarinos da companhia – Leanne Benjamin, Sarah Lamb, Steven McRae, Marianela Nuñez e Edward Watson, junto com os brasileiros Roberta Marquez e Thiago Soares –, três cantores líricos e a Orquestra Sinfônica do Municipal, apresentaram o espetáculo Gala Royal Opera House, que mesclou pas de deux de famosos ballets, coreografias contemporâneas, conhecidas árias de óperas e peças sinfônicas em homenagem ao bicentenário de nascimento dos compositores Giuseppe Verdi e Richard Wagner.

a cantora Justina Gringyte e os bailarinos Sarah lamb e Steven mcrae.

thiago e marianela

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Dance in Festival 18

roberta

leanne Benjamin e edward

Watson

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“Um espetáculo maravilhoso em todos os sentidos!”

Maria Luiza Noronha

“É deslumbrante ver um grande espetáculo com grandes estrelas e dois bailarinos brasileiros que são maravilhosos!”

Mariza Estrella

“Lindo! Técnica, excelência e emoção!”

Carla Camuratti

“Um prazer estar de volta! Bom rever os amigos! Me faz bem estar aqui!”

Thiago Soares

Steven e roberta

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Dance in Festival 20

por Fábio MatheusNa arte de dançar

Em nossa edição anterior, fa-lamos um pouco da história da grande dama da dança russa Vaganova (1879-1951).

Agora, iremos abordar as bases da me-todologia que ela desenvolveu e siste-matizou.

“Era óbvio que eu não estava pogre-dindo e reconhecer isso foi terrível. Foi, então, que percebi que minha insatis-fação era também com o velho sistema de ensino!”, declarou, certa vez, Agripi-na Yakovlevna Vaganov, a respeito do que a levou a desenvolver seu famoso método. Ou seja, como não estava to-talmente satisfeita com as metodolo-gias e a maneira que a dança clássica era ensinada naquela época, e como a escola russa ainda não possuia um sis-tema de ensino preestabelecido, a bai-larina fez disso sua meta.

Vaganova reinventou a forma de en-sinar balé. Uniu a elegância e requinte da escola francesa à dinâmica, ao rigor, ao virtuosismo e à força da escola italiana. E aliou esses elementos a tudo que apren-deu com seus professores e coreógrafos.

A Escola Imperial Russa era consi-derada por todos como uma boa insti-tuição. No entanto, apesar de todos os seus méritos, Vaganova percebeu nela tendências estranhas ao balé, tais como

o uso forçado dos braços, a pouca ma-beabilidade do tronco e as pernas pou-co trabalhadas em toda a sua extensão, entre outros aspectos.

Sempre pronta a ouvir esclareci-mentos pedagógicos dos grandes pro-fessores das escolas francesa e italiana, Agripina foi  gradativamente criando um sistema de ensino forte, de fácil compreensão, possibilitando assim uma técnica precisa e limpa.

Um dos princípios básicos do mé-todo Vaganova foi enfatizar o dançar com todo o corpo, promovendo a mo-vimentação harmoniosa entre braços, pernas, cabeça e tronco.  Em suas pes-quisas, Agripina entendeu que o tronco é a base de todos os movimentos, e que é imprescindível que o bailarino tenha o tronco firme e forte. Por este motivo, ela prescreveu alguns exercícios para essa área, tendo como objetivo facilitar para o bailarino o equilíbrio e o controle dos seus movimentos. Toda essa prática leva os dançarinos a desenvolver uma mus-culatura abdominal e costas extrema-mente fortes, que o ajudará muito.

No lugar de depender da intuição e improviso durante as aulas, Vagano-va tinha rigorosamente planejada cada classe. Assim, desenvolvia lições rapi-damente, formando bailarinos através

de desafiadoras e interessantes rotinas. Além disso, criou formas para explicar as razões por trás de cada exercício, para que os estudantes pudessem não só executá-los corretamente, mas para que também descrevessem a forma precisa e explicasse corretamente o ob-jetivo do exercícico.

Muitas vezes, madame Vaganova pediu aos alunos para descreverem por escrito a razão pela qual um passo não foi realizado corretamente, ajudando--os a compreender o que estavam fa-zendo errado e como corrigir suas falhas. Ela também fomentou criati-vidade em seus alunos, pedindo-lhes para criar novas combinações de passos que tinham aprendido nas aulas.

Toda a sistematização foi desen-volvida para se criar hábitos nos quais, desde os primeiros anos, o bailarino adquira uma memória muscular precisa e forte, e uma memória cognitiva foca-da na força de vontade de se superar e dar o melhor de si.

Até a próxima edição, na qual se-guiremos falando da brilhante contri-buição de Vaganova, que se tornou um divisor de águas na arte de ensinar balé clássico! Até breve!*Fábio Matheus é membro da Varna Foundation e pedagogo de ballet clássico

Vaganova reinventa a arte de ensinar

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21 Dance in Festival

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Dance in Festival 22

Not

ícias

Dance in FestivalRoyal Opera House

Carla Camuratti, presidente do Theatro Muni-cipal do Rio de Janeiro, Dalal Achacar, Maria Lui-za Noronha, Mariza Estrella e Ana Botafogo, en-tre outros, ficaram absolutamente extasiados com a apresentação do Royal Opera House. Entre os presentes, era unânime a opinião de que a tempo-rada do teatro carioca não poderia ter sido iniciada de forma melhor. A companhia inglesa realmente emocionou a plateia e deixou um gostinho de “que-ro mais”.

tatiana leskova e

ana Botafogo

mariza estrella mata a saudade do seu ex-aluno

thiago Soares com um forte

abraçomaria luiza Noronha e Dalal achcar

thiago Soares, marianela Nuñez, Carla Camurati, roberta marquez e Steven mcrae

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23 Dance in Festival

Notícias Dance in Festival

Emoção é a palavra que melhor descreve a noite de pré-estreia, no dia 21 de fevereiro, do espetáculo londrino Thriller Live Brasil Tour, no Citibank Hall, no Rio de Janeiro. O musical, que faz uma home-nagem a Michael Jackson (1958-2009), levou à casa de espetáculo famosos como as atrizes Cristiana Oliveira, Larissa Maciel, os atores Marcos Frota, Luciano Szafir, apresentadora Renata Celribelli, os ca-sais Hans Donner,Valéria Valenssa, Carlinhos de Jesus e Rachel.

Thriller Live Brasil TourCristiana oliveira marcos Frota e renata Ceribelli luciano

Szafir fez questão de dar os parabéns ao menino isacque lopes que faz o michael Jackson pequeno.

larissa maciel Valéria Valenssa e hans Donner Carlinhos de Jesus e sua esposa, rachel

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Dance in Festival 24

Not

ícias

Dance in Festival

Noite de Gala

eliana Caminada,Claudia mota e João Wlamir

romulo e ana Palmieri realizados com a noite de estreia junto com os bailarinos Claudia mota e Cícero Gomes

Beth oliosi Claudia mota e eleonora oliosi

alda marques e Wanda Garcia

A Gala Clássica de Ballet, da Cia. Jovem Balletarrj, foi um sucesso. Nomes como Alda Marques, e Wanda Garcia, Eliana Caminada, João Wlamir, Aurea Harm-merli, Beth Oliosi e Eleonora Oliosi prestigiaram e aplaudiram de pé a apresentação da companhia cario-ca, numa noite que ainda teve a participação de Clau-dia Mota e Cícero Gomes, primeira bailarina e pri-meiro solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

João Wlamir , aurea harm-

merli e romulo ramos

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25 Dance in Festival

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Dance in Festival 26

Perfil

Jéssica Barros enfrenta rotina pesada de aulas e

ensaios de ballet para al-cançar o seu objetivo: ser

bailarina do Theatro Mu-nicipal do Rio de Janeiro

Em busca de um sonho

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27 Dance in Festival

Por Heloiza GomesFotos Sheila GuimarãesAgradecimento: Bangu Shopping

E la só tem 14 anos, mas já tem rotina de bailarina profissional. Duvida? Com a pala-

vra Jéssica Barros: “Faço aulas às segundas, terças, quartas e sextas. E ensaio às sextas, sábados e do-mingos, das 15h às 21h”. Achou pouco? Pois tem mais! A meni-na dança ballet, hip hop e jazz. Concilia a rotina pesada com o primeiro ano do ensino médio e participa de diversos festivais. Sempre com sucesso. “Nunca saí sem troféu”, diz, com um risinho meio sem graça. Mas fazer o quê? Como se diz por aí... A verdade é para ser dita.

Para Jéssica – aliás, como para a maioria dos bailarinos –, a responsabilidade chegou cedo. Aos 6 anos, ela começou a fazer ballet na escola onde estudava. O que era para ser apenas um hobby logo se tornou coisa séria. “Sem-pre gostei de dança. Então, achei pouco e pedi para fazer um teste para o Centro de Convivência de Padre Miguel, zona oeste do Rio. A professora Vânia Reis gostou e, uma semana depois, comecei na escola de dança dela, onde estou até hoje”, conta Jéssica.

No início, ela conciliava o Marcelino com a Escola de Dan-ça Vânia Reis, mas, três meses de-pois, optou por ficar só com a se-gunda. Passado um tempo, Jéssica começou a assistir vídeos na in-ternet de apresentações de outros estilos de dança e se encantou com o jazz e o hip hop. Passou a fazer os dois também, junto com o ballet. “Hoje, entro em compe-tição nas três modalidade”, conta.

Enfrentando os percalçosJéssica mora em Padre Miguel,

Jéssica Barros

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Rio de Janeiro, com a mãe, Vanusia, e a avó materna, Vanilcia, que lhe dão apoio total na escolha. Mesmo a vida não sendo lá muito fácil. “Minha mãe está de-sempregada há muito tempo. Ela tenta, tenta, mas não consegue nada. Minha avó é do lar, mas sustenta a casa com a pensão que meu avô deixou” revela. Jéssica, que é bolsista na escola de dança. “Depois que eu já fazia aula há um ano e pouco, disse que pararia por falta de dinheiro. Aí, a professora me deu a bolsa”, relembra.

As dificuldades, no entanto, não impedem Jés-sica de sonhar alto. “Quero que as pessoas me re-conheçam pelo que eu faço e que entendam o que é a dança. Nem sei explicar direito, mas... A dança, para mim, é um prazer”, fala a jovem, embora admi-ta que, assim como tudo, a área tem seu lado ruim também. “São as dores e os problemas que vêm da dança. Há dois anos, por exemplo, tive uma tor-ção no tornozelo e um deslocamento na bacia de dois centímetros. Tive que ficar três meses imóvel em casa, fazendo fisioterapia, que uma amiga con-seguiu de graça com o médico Lídio Toledo”, conta.

Apesar dos percalços, Jéssica não esmorece. Seu maior desejo é ser bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “Fiz teste quando tinha 9 anos, mas o nível era para pessoas com 13, então, não pude ficar”, diz. Ciente que o sonho não é fácil para ser realiza-do, Jéssica já tem um plano B. “Meu sonho sempre foi a dança. Mas, se por um acaso não der, vou fa-zer Engenharia Química”. Tomara que não precise.

28Dance in Festival 28

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29 Dance in Festival

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Wanda Garcia

Uma vida dedicada à dançaWanda Garcia foi bailarina do Theatro Municipal, comandou um grupo de dança com o seu nome, ministra cursos na área até hoje e é uma das mais co-nhecidas e queridas juradas de festivais no RioPor Heloiza GomesFotos Sheila Guimarães

F alar da vida de Wanda Garcia re-quer fôlego. E não é para menos. Aos 76

anos, a ex-bailarina, professo-ra e jurada de festivais tem um currículo extenso.

Durante 31 anos, foi so-lista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, de onde saiu aposentada em 1984. De 1978 até a aposentadoria, foi profes-sora da Escola de Dança Maria Olenewa. Com as alunas de lá, formou o grupo Ballet Wanda Garcia. “Eu as levava para fes-tivais, as ensaiava e fazia as co-reografias. Na época, tinha um número X de apresentações para cada companhia. Aí, às vezes, eu inscrevia o grupo com o nome de Ballet Experimental WG.

Homenagem

Dance in Festival 30

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31 Dance in Festival

Wanda Garcia

Mas eram as mesmas meninas”, revela divertida. O grupo ensaiava aos sábados e domingos, das

17 às 22 horas, e Wanda – ou tia Wandinha, como é conhecida – não ganhava nada pelo trabalho, fazia por amor. E a companhia durou até 2.000. E por que terminou? “Começou com 6 meninas. De re-pente, tinha 40. E, se gente não pode ter as rédeas, é melhor acabar. E sair por cima”, justifica a mestra, que se orgulha de suas pupilas. “Roberta Marques, do Royal Opera House, a Letícia Oliveira, primei-ra-bailarina do Ballet de Chicaco, e a Karina Dias, do Municipal, foram minhas alunas”, conta Wan-da, que, na época de bailarina, ainda achava tempo para dar aulas em quatro academias em Niterói. “O corpo de dança do Teatro Municipal de Niterói tem muitos elementos que passaram pelas minhas mãos”, revela.

Com tanta bagagem, era natural que Wanda vi-rasse jurada de festivais de dança. Mas, aqui, é bom que se abra um parênteses. Antes disso, quando ainda dançava, ela já exercia a função. Só que em outra área. “Fui jurada de escola de samba, de 1968 a 2000. Julguei vários quesitos, como mestre-sala e porta-bandeira, evolução e figurino”, surpreen-de a repórter. A partir de 1985, passou a se dividir en-tre o carnaval e o ballet.

Peguntada como se defi-ne como jura-da de festivais de dança, a nossa homenageada solta uma risada e dispara: “A tia Wandinha é a boazinha. Dou muito dez”. É que ela leva em consideração o esforço dos participantes. “Eles pagam a inscrição, ensaiam e, aí, chegam lá e recebem 2, 3?! Mas, mes-mo dando dez, escrevo na ficha o que o dançarino precisa melhorar”, ressalta Wanda, que, atualmente, ainda ministra cursos de reciclagem para professo-res e bailarinos, de seis em seis meses.

A repórter quer saber se, mesmo com tanto es-forço, vale a pena participar de festivais. “Com cer-teza! O bailarino se faz no palco. As academias dão as armas, mas as apresentações dão crescimento ao artista”, explica. Wanda gosta tanto de festivais que os frequenta até mesmo quando não participa de bancas. “Gosto de assistir para ver as novidades. Tudo de dança me faz bem”, fala a ex-bailarina, que, apesar da paixão pela área, também é formada em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Editoração. Detalhe: atuou em todas.

“A tia Wandinha é a boazinha. Dou muito dez”

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Dance in Festival 32

Saúde & Bem-estar

Quanta energia!

Haja disposição para encarar um palco, não é verdade? Então, que tal incluir na dieta alguns alimentos ricos em energia, essencial para dar conta da correria dos ensaios e apresentações, próprios do cotidiano de qualquer bai-larino? Anote aí: banana, grãos, café, chocolate amargo e açaí não podem faltar.

A banana é uma fruta rica em vi-taminas, potássio, minerais e fibras. Ela ajuda a função

muscular, previne a hipertensão ar-terial, produz energia e evita cãibras. Já os grãos (aveia, arroz, cevada, centeio etc) possuem carboidratos, vitaminas

e minerais, que dão mais disposição e dimunem o risco de doenças cardiovas-culares.

O café é um estimulante, que com-bate os radicais livres, ajuda na dilata-ção dos vasos e na queima de gorduras. O chocolate amargo, que tem menores índices de colesterol ruim do que o nor-mal, eleva os níveis de serotonina (res-

ponsável por regular o humor, o sono, os movimentos etc) e feniletilamina (estimulante cerebral natural), melho-rando o ânimo e a disposição geral. E o açaí, além de ser uma rica fonte de energia, ainda tem propriedades antio-xidantes e anticancerígenas. E estas são potencializadas se misturado ao mel e à granola

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ANO I - Nº 1 - EDIÇÃO: MARÇO/ABRIL/2013A Revista DANCE IN FESTIVAL é uma publicação bimestral editada pela EDITORA MANUAL LTDA

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