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VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007 1 RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DAS PRECIPITAÇÕES INTENSAS ENTRE 1993/94 E 2004/05 Pedro Elias Oliveira Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Alameda da Cidade Universitária, Faculdade de Letras, 1600-214 Lisboa; Tel: +351.217940218, Fax: +351.217938690, [email protected] Resumo O estudo da temática das inundações urbanas em Lisboa tem vindo a ser desenvolvido pelo autor nos últimos anos (Oliveira, 2003 e 2006). Sabendo que as chuvadas que dão origem a inundações urbanas resultam da água precipitada em algumas horas ou em períodos inferiores a 60 minutos, o presente trabalho teve como objectivo efectuar uma análise frequencial das quantidades máximas de precipitação registadas para várias durações (5, 10, 15 e 30 minutos, e 1, 2, e 6 horas) e, dentro destas, as precipitações de origem convectiva, ocorridas na cidade entre 1993/94 e 2004/2005. Neste período de 12 anos, ocorreram 651 dias de precipitação intensa, distribuídos muito irregularmente, oscilando entre 82 e 31 dias por ano. A análise estacional revelou que quase ¾ dos dias de precipitação intensa ocorreram no Outono e no Inverno, tendo só nesta última estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais elevados de precipitação em quase todos os períodos de duração. Nos períodos de 5 e 10 minutos, após o Outono com a quantidade máxima mais elevada, seguiu-se a Primavera, depois o Verão e, o por último o Inverno. A análise mensal revelou que os valores mais elevados de precipitação nos 5 períodos de duração inferior (5 minutos a 1 hora) ocorreram em Novembro, e que os períodos de 2 e 6 horas de duração se registaram em Outubro. Em todo o período estudado ocorreram 136 dias (21% do total) com registo de precipitação convectiva, tendo a variação anual oscilado entre 4 e 20 dias por ano. A análise intermensal permitiu verificar que 2/3 dos dias com precipitação convectiva se concentraram nos 4 meses de Outubro a Janeiro, com destaque para Outubro com cerca de 20%. Este estudo pode ser aplicado ao planeamento urbano e avaliação do risco meteorológico com incidência nas inundações em meio urbano. Palavras-chave: Lisboa, precipitações intensas, risco meteorológico

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VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

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RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DAS PRECIPITAÇÕES

INTENSAS ENTRE 1993/94 E 2004/05

Pedro Elias Oliveira Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa

Alameda da Cidade Universitária, Faculdade de Letras, 1600-214 Lisboa; Tel: +351.217940218, Fax: +351.217938690, [email protected]

Resumo

O estudo da temática das inundações urbanas em Lisboa tem vindo a ser desenvolvido pelo

autor nos últimos anos (Oliveira, 2003 e 2006). Sabendo que as chuvadas que dão origem a

inundações urbanas resultam da água precipitada em algumas horas ou em períodos inferiores

a 60 minutos, o presente trabalho teve como objectivo efectuar uma análise frequencial das

quantidades máximas de precipitação registadas para várias durações (5, 10, 15 e 30 minutos,

e 1, 2, e 6 horas) e, dentro destas, as precipitações de origem convectiva, ocorridas na cidade

entre 1993/94 e 2004/2005.

Neste período de 12 anos, ocorreram 651 dias de precipitação intensa, distribuídos muito

irregularmente, oscilando entre 82 e 31 dias por ano. A análise estacional revelou que quase ¾

dos dias de precipitação intensa ocorreram no Outono e no Inverno, tendo só nesta última

estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

elevados de precipitação em quase todos os períodos de duração. Nos períodos de 5 e 10

minutos, após o Outono com a quantidade máxima mais elevada, seguiu-se a Primavera,

depois o Verão e, o por último o Inverno. A análise mensal revelou que os valores mais

elevados de precipitação nos 5 períodos de duração inferior (5 minutos a 1 hora) ocorreram

em Novembro, e que os períodos de 2 e 6 horas de duração se registaram em Outubro. Em

todo o período estudado ocorreram 136 dias (21% do total) com registo de precipitação

convectiva, tendo a variação anual oscilado entre 4 e 20 dias por ano. A análise intermensal

permitiu verificar que 2/3 dos dias com precipitação convectiva se concentraram nos 4 meses

de Outubro a Janeiro, com destaque para Outubro com cerca de 20%.

Este estudo pode ser aplicado ao planeamento urbano e avaliação do risco meteorológico com

incidência nas inundações em meio urbano.

Palavras-chave: Lisboa, precipitações intensas, risco meteorológico

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Introdução

Na dissertação de doutoramento actualmente em curso, intitulada “As inundações urbanas em

Lisboa de 1970/71 a 2004/5: evolução, causas meteorológicas e risco. Estudo de Geografia

Física Aplicada”, pretende-se dar continuidade ao trabalho desenvolvido anteriormente

subordinado à temática das inundações urbanas na cidade de Lisboa. Na investigação já

realizada (Oliveira, 2002) estudaram-se as inundações, com origem em precipitações intensas,

ocorridas na cidade entre 1918/1919 e 1997/98, e cujos parâmetros pluviométricos

considerados, para caracterizar os episódios chuvosos (volume total precipitado, duração e

precipitação máxima horária), foram definidos a partir da precipitação ocorrida em cada hora

específica (0–1h,1–2h,…,23–24h). Uma das conclusões foi a da efectiva melhoria que se

verificou no sistema de drenagem de águas residuais e pluviais na cidade a partir da década de

70, facto que levou a que as inundações passassem a ocorrer com menos frequência e de uma

forma mais pontual.

Sabendo que as chuvadas que dão origem a inundações urbanas resultam, na maior parte dos

casos da água precipitada em algumas horas ou até minutos (Oliveira, 2003), este trabalho

tem como objectivo efectuar uma análise frequencial e temporal das intensidades da

precipitação (para os vários períodos de duração: 5, 10, 15 e 30 minutos, e 1, 2 e 6 horas) e do

número de dias com precipitação de origem convectiva, ocorridos ao longo de 12 anos

(1993/94 a 2004/2005), no sentido de compreender melhor a distribuição interanual,

estacional e mensal, das chuvadas intensas na cidade, utilizando para tal técnicas de análise

estatística univariada e bivariada, e recorrendo aos programas de software Microsoft® Office

Excell 2003 e Statistica 7.1 .

A análise de tendências (persistência e ciclicidade) estão excluídas deste trabalho, devido à

impossibilidade de a partir de séries curtas se detectarem fenómenos cíclicos de 30 ou 40 anos

que apenas são detectáveis em séries seculares (Gomes, 1994). Fica também excluída deste

estudo, qualquer tentativa de explicar a variabilidade da precipitação quer relacionando-a com

a circulação geral da atmosfera de larga escala, quer com outros factores físicos regionais ou

locais.

1. Metodologia

Os parâmetros pluviométricos, utilizados no presente trabalho, foram definidos a partir dos

dados referentes às quantidades máximas de precipitação ocorrida em vários intervalos de

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tempo (5, 10 e 15 minutos, e 1, 2 e 6 horas), registadas no Observatório Meteorológico do

Instituto Geofísico do Infante D. Luís (IGIDL) – Estação Meteorológica, Lisboa – Instituto

Geofísico. As coordenadas geográficas desta estação são: latitude 38° 43’ N, longitude 09°

09’ W e a altitude é de 77 m. Os dados das quantidades máximas da precipitação para as

várias durações (dados não publicados), referentes ao período de 12 anos climatológicos

(1993/94-2004/05), foram facultados pelo Departamento de Climatologia do IGIDL. Os dados

encontram-se inscritos nas folhas de registo diário das observações e, ainda, em formato

digital.

Os dados referentes aos anos anteriores a 1993/94 não foram considerados por 3 razões: ou as

respectivas folhas de registo não existem no Departamento de Climatologia do IGDL; ou

existem e os respectivos registos encontram-se classificados como “errados”; ou não existem

os udogramas relativos aos dias em falta, o que impossibilitou a tarefa de cálculo das

respectivas intensidades máximas da precipitação.

No período de 12 anos (1993/94-2004/5) não se registaram mudanças no tipo de udógrafo da

estação. Deduzidos dos registos do udógrafo, os valores da intensidade da precipitação

ocorrida nesta estação meteorológica encontram-se representados em décimas de milímetro.

No presente trabalho, optou-se por uniformizar os dados da precipitação em milímetro (mm).

Os vestígios de precipitação são considerados como 0,1 mm.

Dos registos diários de apuramento da intensidade da precipitação que se encontram

organizados por ano civil, foram copiadas as datas dos dias em que ocorreu precipitação e as

respectivas quantidades máximas de precipitação ocorridas nos 7 períodos de duração

considerados. Os períodos de 12 e 24 horas de duração não foram tidos em conta: o de 12

horas pelo facto de não ser considerado por Peixoto (1987, em Telhado 1998), como mais

adiante se verá; e o de 24 horas por ser um período demasiado longo, visto as inundações em

Lisboa terem origem em períodos de chuva cuja duração não vai além de várias horas.

A partir de cada udograma, os técnicos do Departamento de Climatologia do IGIDL

determinam as quantidades máximas de precipitação para as durações indicadas (5, 10, 15, 30

minutos e 1, 2 e 6 horas) relativas ao período de um dia, das 0 às 24 horas. Para a

determinação de tais valores, especialmente, para as durações de 6 e 12 horas, é conveniente

utilizar dois udogramas referentes a dois dias sucessivos, justapondo-os, para dar

continuidade ao registo, visto os udogramas se referirem a períodos de 24 horas, considerados

das 9 às 9 horas do dia seguinte. No caso de o período em que se verifica a precipitação

máxima (para qualquer duração) ultrapassar a meia-noite, o valor (ou valores, se isto suceder

para várias durações) regista-se no dia em que termina o período, se neste dia não for possível

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determinar um máximo superior àquele. Este facto é de especial importância para o presente

trabalho no qual se pretendem estudar, as intensidades máximas da precipitação registada em

toda a duração de uma chuvada, não tendo em conta a “fronteira” da meia-noite. A não

consideração deste facto, levaria a uma distorção da realidade, visto em vez de uma, seriam

consideradas duas chuvadas distintas em dois dias distintos, uma antes e outra após as 0

horas. Deste facto resulta, que o número de dias em que se encontram registados os máximos

de precipitação é ligeiramente inferior ao número de dias de precipitação registados nos Anais

do IGDL.

Na verificação e conferência dos dados foram detectados alguns erros, quer nos registos

diários quer nos dados em formato digital. A confrontação dos dados nos dois tipos de

formatação, permitiu que alguns desses erros fossem posteriormente corrigidos, tendo-se, em

caso de dúvida, recorrido à comparação dos dados com a análise do udograma ou udogramas

do respectivo dia.

No geral, todos os autores que se dedicam a esta temática estão de acordo em que as chuvadas

que dão origem a inundações devem ser analisadas, principalmente, no que se refere à

duração do episódio chuvoso e à respectiva quantidade de água precipitada (Oliveira, 2003).

No presente trabalho, estas duas componentes – tempo (duração da chuvada) e quantidade de

precipitação – são igualmente consideradas, sendo analisadas em relação a sete períodos de

duração: 5, 10, 15 e 30 minutos e, 1, 2 e 6 h). Esta escolha tem por base alguns trabalhos

publicados e dedicados a esta temática (Costa, 1986; Telhado, 1998; e, Rebelo e Ganho,

1998), nos quais, se defende que as inundações na cidade de Lisboa têm origem quer em

períodos curtos de duração das chuvadas, quer em períodos de duração de várias horas.

Em Oliveira (2003 e 2006) considerou-se a duração da chuvada como o somatório do número

de períodos de uma hora seguidos, com precipitação igual ou superior a 1 mm, dado que a

existência de um período de uma hora com precipitação inferior ao valor estabelecido revela

que houve uma quebra no fornecimento de água, não sendo, por isso, tido em conta.

Por outro lado, Oliveira (2006) verificou que, num período mais lato do que o que agora se

apresenta (1970/71-1997/98), com 80 episódios de inundação, apenas uma das chuvadas

registou um valor de precipitação máxima horária inferior a 5 mm/h, e que foi de 4,3 mm/h

(Fig. 1). Esta constatação leva a considerar este valor limiar como parâmetro definidor dos

períodos de precipitação intensa, razão pela qual será adoptado no âmbito do presente

trabalho.

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Figura 1 - Frequência das precipitações máximas horárias das chuvadas que originaram inundações, na cidade de Lisboa (1970/71-1997/98) segundo Oliveira (2006)

Em Llasat (2001) considerou-se, para definir a origem da precipitação, o parâmetro

“precipitação de origem convectiva”, ou seja, precipitação cuja intensidade no período de 5

minutos superou 2,9 mm, o que corresponde a 35 mm ocorridos numa hora, na região da

Catalunha espanhola. Este limiar de intensidade definido pela autora permite estabelecer a

distinção entre precipitação de origem convectiva e precipitação de origem não definida.

Convém, no entanto, salientar que os contextos atmosféricos do NE da Península Ibérica e da

do litoral ocidental da península são distintos, pelo que a utilização deste parâmetro será

retomada em futuras análises das situações atmosféricas dos dias em que ocorreram

inundações na cidade de Lisboa, de modo a definir um limiar que se ajuste à realidade da

região de Lisboa.

Com base nos registos das quantidades máximas de precipitação nas várias durações, no

período dos 12 anos estudados (1992/93-2004/05) com 12784 dias, registou-se precipitação

em 9,6% do total (1232 dias). Destes, oito dos dias (0,6 % do total) foram excluídos: de 11 a

16 de Maio de 1994 (devido a avaria do udógrafo), 22 de Fevereiro de 2004 (não existem

dados para todos os períodos de duração) e 5 de Maio de 1996 (por ausência de dados para os

períodos de duração inferiores a 1 hora).

O número de dias de precipitação tido em conta foi, assim, de 1224, tendo sido ordenados

segundo as respectivas quantidades máximas de precipitação ocorridas no período de 5

minutos. Como o objectivo do presente trabalho é o de fazer uma análise estatística dos dias

de precipitação mais intensa, foram excluídos os dias cujo máximo foi inferior a 0,6 mm no

período de 5 minutos (573 dias), por nesses dias não se terem registado quantidades máximas

de precipitação superiores a 4,2 mm no período de 1 hora de duração, a mais baixa

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precipitação máxima horária registada nas chuvadas que deram origem a inundações no

período 1970/71-1997/98, como já se referiu anteriormente,

Segundo este critério, os dias cuja quantidade máxima de precipitação foi superior ou igual a

0,6 mm no período de 5 minutos, foram classificados como dias de precipitação intensa

(DPI), tendo atingido um total de 651 (53% dos dias de precipitação). Para a análise dos dias

de precipitação de origem convectiva (DPC) foram seleccionados, aqueles em que, no período

de 5 minutos, a água precipitada superou os 2,9 mm. Foram 136 os DPC, o que equivale a

cerca de 20% dos DPI e a 11% de todos os dias em que se registou precipitação no período de

12 anos.

São três os tipos de parâmetros considerados no presente trabalho (Quadro 1): os relacionados

com o número de dias de precipitação intensa; os relacionados com as quantidades máximas

de precipitação ocorrida em 5, 10, 15 e 30 minutos e 1, 2 e 6 horas; e os relacionados com o

número de dias de precipitação de origem convectiva.

Esta análise frequencial é feita às escalas anual, estacional e mensal, e encontram-se

organizadas por ano climatológico (de Setembro a Agosto). No que respeita à análise

estacional, os períodos adoptados como estação do ano, não são coincidentes com as estações

do ano convencionais, referindo-se a conjuntos de três meses completos: Outono (Setembro,

Outubro e Novembro); Inverno (Dezembro, Janeiro e Fevereiro); Primavera (Março, Abril e

Maio) e Verão (Junho, Julho e Agosto).

Quadro 1 - Parâmetros e escalas de análise utilizados

Parâmetros: Frequência de dias de precipitação intensa

Quantidades máximas de precipitação/diferentes durações

Frequência de dias de precipitação de origem convectiva

Análise: Estudo da variação interanual

Estudo dos regimes estacional e mensal

2. Regime das precipitações intensas na cidade de Lisboa

2.1. Número de dias de precipitação intensa (DPI)

a) Variabilidade interanual - No período em estudo, registaram-se 651 dias de precipitação

intensa (DPI), tendo a média sido de 54 dias/ano. Em Oliveira (2006) num período de 28 anos

(1970/71-1997/98), como já se referiu, foram detectados apenas 80 episódios de inundação.

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Esta aparente contradição deve-se ao facto de aquele estudo ter como base uma pesquisa

efectuada na imprensa diária, na qual se relatam maioritariamente as ocorrências de maior

magnitude. Além disso, se a precipitação é o factor que desencadeia este tipo de eventos na

cidade, outros factores existem que os agravam, nomeadamente, a morfologia da cidade, a

impermeabilização do meio urbano, o entulhamento e canalização dos antigos cursos de água

e os factores marinhos (na frente ribeirinha).

Em todos os anos registaram-se mais de 30 DPI, sendo o ano de 1995/96 aquele em que se

atingiu o maior número de DPI (82), e 2004/05 o ano em que ocorreu o menor número

(31; Fig. 2).

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Fig. 2 - Variação interanual do número de dias de precipitação intensa,

em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

b) Variabilidade estacional - A análise estacional revelou que ocorreram 71% dos DPI

(464; Fig. 3) no conjunto do Outono/Inverno, destacando-se este último com 210 dias (39%).

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Figura 3 - Frequência relativa do número de dias de precipitação intensa por estação do ano,

em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

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A análise dos gráficos da figura 4, que representa a variação interanual do número de dias de

precipitação intensa por estação do ano, revelou que o Inverno, além de ser a estação do ano

com maior frequência de DPI, é aquela cuja variação interanual é maior (entre 5 e 48 dias).

Seguem-se o Outono e depois a Primavera, ambos com uma flutuação menor ao longo do

período em estudo. Quase todos os Outonos do período (11 em 12) registaram mais de 10

DPI; enquanto em 2/3 das Primaveras se registaram mais de 10 DPI.

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Figura 4 - Variação interanual do número de dias de precipitação intensa por estação do ano,

em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94- 2004/2005)

c) Variabilidade intermensal - No gráfico da figura 5 que representa as frequências mensais

de DPI, destacam-se 4 meses, Outubro, Novembro Dezembro e Janeiro, nos quais ocorreram

57% dos dias. Só em Dezembro ocorreram 106 dias (16%), e neste mês, conjuntamente com

Janeiro, registaram-se cerca de 1/3 dos DPI.

Os gráficos da figura 6A e 6B representam a variação interanual do número mensal de dias de

precipitação intensa. Os 4 meses de Outubro a Janeiro, além de serem aqueles em que se

registou uma maior frequência de ocorrência de DPI, são também aqueles em que as

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flutuações interanuais foram maiores (entre 0 e 23). Nos meses de Fevereiro a Maio a

irregularidade é menos nítida, predominando um número de DPI inferior a 10 e superior a 4

em cerca de metade dos anos.

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Figura 5 - Frequência mensal do número de dias de precipitação intensa, em Lisboa – Instituto

Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

2.2. Quantidades máximas de precipitação nos vários períodos de duração

Dos 651 dias de precipitação intensa, considerados anteriormente, seleccionaram-se para este

ponto os dias cujas quantidades de máximas de precipitação para as várias durações foram

mais elevados. Para tal, foram tidos em conta os dias em que, nos doze anos, se ultrapassaram

os limites mínimos de valores de precipitação considerados “anómalos“, por período de

tempo, para Lisboa, considerados por Peixoto (1987, em Telhado 1998; Quadro 2). No quadro

3 estão representados o número de dias em aqueles valores foram ultrapassados, em cada

período de duração, podendo ser considerados dias de precipitação muito intensa neste

período de 12 anos.

A percentagem de dias de precipitação muito intensa varia entre 3 % (em 6 horas) e 17% (em

30 minutos) relativamente ao total dos 651 DPI (Fig. 7). Os três períodos de 15 e 30 minutos

e, o de 1 hora, destacam-se com percentagens iguais ou superiores a 15% o que revela existir

uma maior probabilidade de ocorrência de precipitações muito intensas nos períodos de 15

minutos a uma hora. Telhado (1998) não se afasta muito destes resultados ao considerar os

períodos de 5, 10, 15, 30 e 60 minutos, e destes privilegiar os de 30 e 60 minutos, para estudar

as chuvadas que dão origem a inundações.

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s

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0

5

10

15

20

25

19

93

/94

19

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/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

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20

03

/04

ano s

de

dia

s

No ve m b r o

0

5

10

15

20

25

19

93

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19

95

/96

19

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19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an o s

de

dia

s

De z e m b r o

0

5

10

15

20

25

19

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97

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19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

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de

dia

s

Jan e ir o

0

5

10

15

20

25

19

93

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19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an o s

de

dia

s

Fe ve r e ir o

0

5

10

15

20

25

19

93

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19

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19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an o s

de

dia

s

Figura 6A - Variação interanual do número de dias de precipitação intensa por mês

(Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro) em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

Page 11: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

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M ar ço

0

5

10

15

20

25

19

93

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19

95

/96

19

97

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19

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20

01

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20

03

/04

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de

dia

s

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0

5

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15

20

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19

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19

97

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19

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20

01

/02

20

03

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de

dia

s

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0

5

10

15

20

25

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19

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19

97

/98

19

99

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20

01

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20

03

/04

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dia

s

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0

5

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15

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19

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/00

20

01

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20

03

/04

an o s

de

dia

s

Ju lh o

0

5

10

15

20

25

19

93

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95

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19

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19

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/00

20

01

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20

03

/04

an o s

de

dia

s

Ag o s to

0

5

10

15

20

25

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

ano s

de

dia

s

Figura 6B - Variação interanual do número de dias de precipitação intensa por mês

(Março, Abril, Maio, Junho, Julho e Agosto) em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

Page 12: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

12

Quadro 2 - Limites mínimos de valores de precipitação considerados “anómalos“, por período

de tempo, para Lisboa, de acordo com Peixoto (1987, em Telhado 1998)

Período Temporal Precipitação (mm)

5 minutos > 4,6

10 minutos > 5,0

15 minutos > 5,4

30 minutos > 6,6

60 minutos > 9,0

2 horas > 13,8

6 horas > 33,0

24 horas > 119,4

Quadro 3 - Número de dias de precipitação muito intensa por período de duração, entre

1993/94 e 2004/05, de acordo com Peixoto (1987, em Telhado 1998) 5 m 10 m 15 m 30 m 1 h 2 h 6 h

53 73 98 112 98 72 17

0

5

10

15

20

5 m 10 m 15 m 30 m 1 h 2 h 6 h

%

Figura 7 - Frequência relativa de dias de precipitação muito intensa, por período de tempo, para Lisboa, em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005),

de acordo com Peixoto (1987, em Telhado 1998)

No quadro 4 encontram-se representados os valores máximos de precipitação registados em

cada um dos períodos de duração e as respectivas datas de ocorrência. De realçar que os

máximos de precipitação ocorridos nos períodos de 5 minutos a 6 horas se registaram em

1997: os de 5 minutos a 1 hora no dia 2 de Novembro e os de 2 e 6 horas no dia 18 de

Outubro.

Quadro 4 - Máximos de precipitação intensa (mm) nos 8 períodos de duração, em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94-2004/2005)

5 m 10 m 15 m 30 m 1 h 2 h 6 h 12 h

2-11-97 2-11-97 2-11-97 2-11-97 2-11-97 18-10-97 18-10-97 29-01-2004

10,0 14,5 21,8 34,2 50,0 60,1 85,5 100,5

Page 13: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

13

Para cada período de duração, foram definidas classes o mais homogéneas possível, de modo

a que o significado de cada uma fosse fisicamente mais consistente. O quadro 5 representa os

limites e as frequências absolutas e relativas das classes referentes às quantidades máximas de

precipitação nos 7 períodos de duração. Na figura 8, que representa, apenas, as frequências

relativas das quantidades máximas de precipitação, as classes de maior frequência são aquelas

que apresentam valores mais baixos de precipitação, rondando os 40% excepto para o período

de duração de 6 horas que representa cerca de 30%. As classes referentes às maiores

quantidades de precipitação apresentam, no geral, frequências muito baixas: os de 5 minutos a

2 horas apresentam frequências de 11% ou inferiores, e o de 6 horas representa 24%.

Quadro 5 - Classes de dias segundo as frequências das quantidades máximas de precipitação nos períodos considerados (1993/94-2004/05)

A partir dos limites de cada classe foram estabelecidas classes de quantidades máximas de

precipitação para as várias durações (Quadro 6). O número de níveis estabelecido obedece ao

número de classes definidas anteriormente. Como em cada período de duração existem

valores que não são abrangidos pelas classes definidas, optou-se por considerar para cada

uma, o respectivo limiar inferior e o limite inferior da classe imediatamente a seguir ao qual

de subtraiu 0,1 mm (ex. período de 5 minutos; 5-5,9; 6-6,9; etc.). Posteriormente, estes

valores de precipitação poderão ser confrontados com a ocorrência de episódios de inundação

na cidade, e a partir daí estabelecer um regime provável de inundações para as diversas áreas

e locais da cidade

a) Variabilidade interanual - Os gráficos da figura 9 representam a variação interanual das

quantidades máximas de precipitação ocorridas em cada um dos oito períodos de duração,

entre 1993/94 e 2004/05, tendo-se adoptado para tal, o respectivo máximo anual. Uma barra

representa, assim, uma única ocorrência por ano.

Períodos mm N mm N mm N mm N mm N mm N

5 m 5-6 23 6-7 16 7-8 8 9-10 6

10 m 5-7 28 7-8 18 8-10 13 10-12 8 12-15 6

15 m 6-7 39 7-9 23 9-11 16 11-17 15 17-22 5

30 m 7-8 41 8-10 26 10-16 29 16-21 6 21-30 6 30 1

1 h 9-12 41 12-17 32 17-23 14 23-41 8 41-50 2

2 h 14-18 34 18-25 25 26-35 8 35-50 3 50-60 2

6 h 34-38 5 38-47 5 47-60 3 60-86 4

Page 14: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

14

5 m

0

10

20

30

40

50

5-6 6-7 7-9 9-10mm

% 10 m

0

10

20

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40

5-7 7-8 8-10 10-12 12-15mm

%

15 m

0

10

20

30

40

6-7 7-9 9-11 11-17 17-22mm

% 30 m

0

10

20

30

40

7-8 8-10 10-16 16-21 21-30 30-35mm

%

1 h

0

10

20

30

40

50

9-12 12-17 17-23 23-41 41-50mm

% 2 h

0

10

20

30

40

50

14-18 18-26 26-35 35-50 50-60

mm

%

6 h

0

10

20

30

34-38 38-47 47-60 60-86mm

%

Figura 8 - Frequência relativa das quantidades de precipitação nas várias durações, nos dias de

precipitação muito intensa em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94-2004/2005) de acordo com os limites de Peixoto (1987, em Telhado 1998),

Page 15: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

15

Quadro 6 - Classes de quantidades máximas de precipitação (mm) para as várias durações

As flutuações anuais dos máximos de precipitação intensa são maiores nos períodos de

duração maior, e vice-versa, havendo, no entanto, anos como 1997/98 cujas quantidades

máximas foram elevadas nos períodos de 5 e 10 minutos e fracas nos restantes (Quadro 7).

Nos quatro períodos de mais curta duração (5, 10, 15 e 30 minutos), a respectiva precipitação

máxima raramente excede em três vezes o valor mais baixo, ao passo que nos períodos de

maior duração os valores mais elevados excedem o valor mais baixo em 4 e mais vezes.

A análise da figura 9 permite ainda verificar que em 1/4 dos anos (3), nos vários períodos de

duração, os seguintes valores de precipitação foram superados: 5minutos - 9 mm;

10 minutos - 12 mm; 15 minutos - 17 mm; 30 minutos - 24 mm; 1 hora - 30 mm; 2 horas -

40 mm; e 6 h - 60 mm. Segundo Oliveira (2003) e Telhado (1998), chuvadas com estes

valores de precipitação, nestes períodos de duração, têm uma grande probabilidade de originar

inundações na cidade de Lisboa.

b) Variabilidade estacional - Os gráficos da figura 10 representam os máximos estacionais de

precipitação registados em cada um dos períodos de duração. Para tal optou-se por considerar

o máximo registado em cada estação do ano, representando cada barra apenas o valor máximo

ocorrido num só dia.

O Outono é a estação do ano que regista máximos mais elevados de precipitação em todos os

períodos de duração. Nos 4 períodos de 30 minutos a 6 horas, os valores diminuem

progressivamente do Outono até ao Verão. Nos períodos de 5 e 10 minutos, após o Outono

com a quantidade máxima mais elevada, segue-se a Primavera, depois o Verão e, o por último

o Inverno. No período de 15 minutos, após o Outono e Verão seguem-se-lhes o Inverno e por

último a Primavera.

Classes

Períodos 1 2 3 4 5 6

5 m 5-6 6-7 7-9 ≥ 9

10 m 5-7 7-8 8-10 10-12 ≥ 12

15 m 6-7 7-9 9-11 11-17 ≥ 17

30 m 7-8 8-10 10-16 16-21 21-30 ≥ 30

1 h 9-12 12-17 17-23 23-46 ≥ 46

2 h 14-18 18-26 26-35 35-50 ≥ 50

6 h 34-39 39-49 49-68 ≥ 68

Page 16: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

16

5 m in u tos

0

2

4

6

8

10

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an os

mm

10 m inu to s

0

4

8

12

16

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an o s

mm

15 m in uto s

0

6

12

18

24

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

ano s

mm

30 m inu to s

0

10

20

30

40

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

ano s

mm

1 ho r a

0

10

20

30

40

50

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an os

mm

2 ho r as

0

20

40

60

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

ano s

mm

6 ho r as

0

20

40

60

80

100

19

93

/94

19

95

/96

19

97

/98

19

99

/00

20

01

/02

20

03

/04

an o s

mm

Figura 9 - Variação interanual das quantidades máximas de precipitação intensa nos 7

períodos de duração, em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94-2004/05)

Page 17: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

17

Quadro 7 – Quantidades máximas, mínimas e medianas de precipitação nas várias durações

dos dias de precipitação intensa, em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94-2004/2005)

Período 5 m 10 m 15 m 30 m 1 h 2 h 6 h

Máximo 10,0 14,5 21,8 34,2 50,0 60,1 85,5

Mediana 7,8 10,2 14,5 19,6 23,1 30,0 42,3

Mínimo 5,5 7,5 8,0 9,0 13,8 14,2 17,7

c) Variabilidade intermensal - Nos períodos de duração de 5 minutos a 6 horas, os meses de

Outubro e Novembro surgem com os valores mais elevados de precipitação, sendo este último

o que apresenta um valor mais alto, excepto nos períodos de 2 e 6 horas de duração em que é

Outubro (Fig.11). Como máximos secundários surgem os meses de Maio e Agosto com um

certo destaque nos 6 períodos de 5 minutos a 2 horas e, os meses de Maio, no período de

6 horas.

3.3. Precipitações de origem convectiva (DPC)

a) Variabilidade interanual - Em todo o período estudado ocorreram 136 dias com

precipitação de origem convectiva (DPC), o que corresponde a 21% do total de dias de

precipitação intensa. A análise do gráfico da figura 12 permite verificar que em ¾ dos anos

ocorreram 8 ou mais DPC e que em 1/3 dos anos ocorreram 16 ou mais dias. A flutuação

interanual é muito irregular, variando entre 4 e 20 DPC.

b) Variabilidade estacional - O Outono foi a estação do ano em que ocorreram mais DPC

(57 dias, 42%), seguido do Inverno com cerca de 1/3 do total de dias (Fig. 13). Na Primavera

ocorreram cerca de 1/5 dos dias, e no Verão o número de dias de precipitação convectiva foi

muito reduzido.

Os valores estacionais do número de dias com precipitação de origem convectiva apresentam

uma grande flutuação interanual (Fig.14). O Outono destaca-se por ser a única estação em

que, todos os anos, registou dias com precipitação convectiva. Em 3 dos anos, não se

registaram DPC no Inverno, e na Primavera em dois.

Page 18: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

18

5 m inutos

0

2

4

6

8

10

12

Outono Inverno Primavera VerãoEstação

mm

10 m inutos

0

3

6

9

12

15

Outono Inverno Primavera Verão

Estação

mm

15 minutos

0

5

10

15

20

25

Outono Inverno Primavera Verão

Estação

mm

30 minutos

0

10

20

30

40

Outono Inverno Primavera VerãoEstação

mm

1 hora

0

10

20

30

40

50

Outono Inverno Primavera Verão

Estação

mm

2 horas

0

10

20

30

40

50

60

Outono Inverno Primavera Verão

Estação

mm

6 horas

0

20

40

60

80

100

Outono Inverno Primavera VerãoEstação

mm

Fig.10 - Quantidade máxima de precipitação por estação do ano nos 7 períodos de duração,

em Lisboa - Instituto Geofísico (1993/94-2004/5)

Page 19: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

19

5 minutos

0

3

6

9

12

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

m ês

mm

10 m inutos

0

3

6

9

12

15

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Agom ês

mm

15 m inutos

0

4

8

12

16

20

24

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

m ês

mm

30 m inutos

0

5

10

15

20

25

30

35

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

m ês

mm

Figura 11A - Máximos mensais de precipitação intensa ocorrida nos períodos de duração (5m,

10m, 15m e 30m) em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94)

Page 20: RISCO METEOROLÓGICO NA CIDADE DE LISBOA: CONTRIBUIÇÃO PARA O … · 2016. 1. 25. · estação ocorrido cerca de 40%. O Outono foi a estação do ano que registou máximos mais

VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

20

1 hora

0

10

20

30

40

50

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Agomês

mm

2 horas

0

10

20

30

40

50

60

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Agomês

mm

6 horas

0

20

40

60

80

100

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

m ês

mm

Figura11B - Máximos mensais de precipitação intensa ocorrida nos períodos de duração (1h, 2h, e 6h) em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94)

c) Variabilidade intermensal - A análise da figura 15 permite verificar que 2/3 dos dias com

precipitação de origem convectiva ocorrem nos 4 meses de Outubro a Janeiro, oscilando entre

13 e 18 dias, com destaque para Outubro com 20% dos DPC. Nos 3 meses de Março a Abril

ocorreram 23%. Julho, Agosto e Setembro apresentam frequências muito baixas e em Junho

nunca se registou um único dia.

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Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005).

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Figura 13 - Frequência estacional do número de dias de precipitação intensa convectiva, em

Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005) Nos gráficos da figura 16 pode ver-se que a variação interanual do número mensal de DPC, a

qual é bastante irregular. No entanto, nos quatro meses de Outubro a Janeiro a amplitude de

variação é semelhante, predominado valores entre 2 e 5 dias. De destacar que, nestes meses,

não se registaram DPC em dois dos doze anos analisados.

Conclusão Este estudo pode ser aplicado à avaliação do risco meteorológico com incidência nas

inundações em meio urbano, nomeadamente para a caracterização das precipitações intensas

que dão origem a este tipo de fenómeno na cidade de Lisboa. Foi analisada a frequência

anual, estacional e mensal deste fenómeno em Lisboa.

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Figura 14 - Variação interanual do número de dias de precipitação convectiva por estação do

ano, em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94- 2004/2005)

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Figura 15 - Frequência mensal do número de dias de precipitação intensa convectiva, em

Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

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Figura 16 A - Evolução anual do número de dias de precipitação intensa convectiva por mês

(Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro), em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

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Figura 16 B - Evolução anual do número de dias de precipitação intensa convectiva por mês (Março, Abril, Maio, Julho e Agosto) em Lisboa – Instituto Geofísico (1993/94 - 2004/2005)

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No período de 12 anos (1993/94 a 2004/2005) ocorreram 651 dias de precipitação intensa,

distribuídos muito irregularmente, oscilando entre 82 e 31 dias por ano. A análise estacional

revelou que foi no Inverno que se registaram cerca de 40% dos dias de precipitação intensa,

com destaque para o mês de Dezembro com 16%.

As frequências das classes relativas às quantidades máximas de precipitação nos 8 períodos

de duração (5, 10, 15 e 30 minutos, e 1, 2, 6, 12 horas) mostram que o Outono é a estação do

ano que regista máximos mais elevados de precipitação em todos os períodos de duração,

exceptuando-se o período de 12 horas, cujo valor mais elevado ocorreu no Inverno. Nos 4

períodos de 30 minutos a 6 horas, os valores diminuíram progressivamente do Outono até ao

Verão. Nos períodos de 5 e 10 minutos, após o Outono com a quantidade máxima mais

elevada, segue-se a Primavera, depois o Verão e, o por último o Inverno. No período de 15

minutos, após o Outono e Verão segue-lhe o Inverno e por último a Primavera. No período

das 12 horas é o Inverno que se segue ao Outono.

A análise mensal revelou que nos 5 períodos de duração inferior (5 minutos a 1 hora), os

meses de Outubro e Novembro surgem com os valores mais elevados de precipitação,

cabendo a este último as precipitações mais abundantes. Nos períodos de 2 e 6 horas são

igualmente estes dois meses que se salientam, trocando de posição relativa. Em contraste, no

período de 12 horas é Janeiro que lidera, seguido de Novembro e depois de Outubro.

A análise mensal revelou-se mais eficaz que a análise estacional. Nas estações consideradas

existem meses de comportamento muito distinto, o que se reflecte numa menor consistência

dos resultados. É à escala do mês que se diferenciam os períodos de ocorrência de certas

intensidades da precipitação.

O presente trabalho, apesar de estudar um período muito curto de 12 anos, serviu para testar

uma metodologia de descrição e análise univariada de parâmetros com um comportamento

distinto dos clássicos parâmetros relativos à precipitação (número de dias de precipitação e

quantidade de água precipitada). As intensidades de precipitação para as várias durações,

relacionadas com a ocorrência de inundações, podem levar a um regime provável de

intensidades e à definição de níveis de perigosidade relativamente à ocorrência deste

fenómeno na cidade de Lisboa.

A detecção dos dias com precipitação de origem convectiva será importante para a análise das

condições atmosféricas dos dias de ocorrência de inundações.

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Documentos estatísticos

Instituto Geofísico Infante D. Luís (IGIDL) - Departamento de Climatologia – Folhas

de registo diário da precipitação (dados não publicados)