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à frente do nosso tempo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 1/14 Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt Nº2, Fevereiro 2011 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 03 Descrição Agrometeorológica 08 Informação agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1- Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/ (de Sérgio Freitas) RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Fevereiro 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt Durante o mês de Fevereiro de 2011 no Continente, a 2ª década foi a mais chuvosa, registando valores muito acima dos valores normais (2 a 4 vezes superiores). Nesta década e entre os dias 15 e 17 de Fevereiro, e com maior incidência no dia 16, o território foi afectado por uma massa de ar pos- frontal fria, extremamente instável, que provocou a ocorrência de aguaceiros fortes e trovoadas, por vezes acompanhados de queda de granizo (Figura 1) e vento muito forte. As 1ª e 3ª décadas foram menos chuvosas com valores de precipitação muito abaixo dos valores normais para a década. Quanto à temperatura do ar, é de salientar, por um lado, a 1ª década com valores de temperatura muito baixos, em especial nos primeiros dias, verificando-se a ocorrência de uma onda de frio nas regiões de Braga e litoral a sul de Setúbal. Por outro lado, na 3ª década registaram-se valores de temperatura média do ar superiores ao normal, em particular nos dias 25 e 26 que registaram valores elevados da temperatura máxima do ar, superiores a 20ºC em muitos locais do território, em especial na região Sul. Os solos continuam praticamente saturados em grande parte do Continente, já que os teores de água armazenada no solo no final do mês, expressos em percentagem da capacidade de água utilizável pelas plantas, eram superiores a 90% em quase todo o território. Mais informação na pág. 02. Boletim Meteorológico para a Agricultura ISSN 2182-0597 Publicação Mensal DIRECTOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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Nº2, Fevereiro 2011 CONTEÚDOS

IM,I.P.

01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 03 Descrição

Agrometeorológica 08 Informação

agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos

Figura 1- Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/ (de Sérgio Freitas)

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Fevereiro 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt

Durante o mês de Fevereiro de 2011 no Continente, a 2ª década foi a mais chuvosa, registando valores muito acima dos valores normais (2 a 4 vezes superiores). Nesta década e entre os dias 15 e 17 de Fevereiro, e com maior incidência no dia 16, o território foi afectado por uma massa de ar pos-frontal fria, extremamente instável, que provocou a ocorrência de aguaceiros fortes e trovoadas, por vezes acompanhados de queda de granizo (Figura 1) e vento muito forte. As 1ª e 3ª décadas foram menos chuvosas com valores de precipitação muito abaixo dos valores normais para a década. Quanto à temperatura do ar, é de salientar, por um lado, a 1ª década com valores de temperatura muito baixos, em especial nos primeiros dias, verificando-se a ocorrência de uma onda de frio nas regiões de Braga e litoral a sul de Setúbal. Por outro lado, na 3ª década registaram-se valores de temperatura média do ar superiores ao normal, em particular nos dias 25 e 26 que registaram valores elevados da temperatura máxima do ar, superiores a 20ºC em muitos locais do território, em especial na região Sul. Os solos continuam praticamente saturados em grande parte do Continente, já que os teores de água armazenada no solo no final do mês, expressos em percentagem da capacidade de água utilizável pelas plantas, eram superiores a 90% em quase todo o território.

Mais informação na pág. 02.

Boletim Meteorológico para a Agricultura

ISSN 2182-0597Publicação Mensal

DIRECTOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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O número de horas de frio acumuladas entre Outubro e Fevereiro para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste do Continente, já atingiu as 550 horas de frio em quase todos os concelhos da região (excepto junto ao litoral na parte sul da região e no concelho de V. F. Xira). Quanto à temperatura acumulada para a vinha (01/01 a 28/02 2011), em Portugal Continental, verifica-se que os menores valores, inferiores a 100ºC, ocorrem sobretudo em parte do Minho e Trás-os-Montes e os maiores valores, superiores a 400ºC, ocorrem no Litoral Centro e Sul, parte do interior Alentejano e Algarve.

1. Descrição Meteorológica

1ª Década, 01-10 de Fevereiro de 2011 A situação meteorológica até ao dia 5, no território nacional, foi caracterizada por um anticiclone localizado entre os Açores e o Continente. Posteriormente, com o deslocamento do anticiclone para a Europa central, o território ficou sob a influência da passagem de superfícies frontais, a partir do dia 5 nos Açores e, a partir do dia 8, no Continente e na Madeira. No Continente, o céu esteve pouco nublado ou limpo, tornando-se muito nublado nos dias 9 e 10 e com ocorrência de chuva fraca no dia 9. Em toda a década, ocorreu neblina ou nevoeiro, em especial, nos vales dos rios Douro e Tejo, no nordeste transmontano e no interior alentejano que, em alguns dias, foram persistentes. Até ao dia 7, registaram-se valores baixos da temperatura mínima, com formação de geada em quase todo o território. O vento foi de modo geral fraco do quadrante leste. 2ª Década, 11-20 de Fevereiro de 2011 A situação meteorológica durante a 2ª década de Fevereiro foi caracterizada por uma forte corrente de oeste localizada entre 40 e 50º N de latitude, aproximadamente, e pela localização preferencial do anticiclone dos Açores a sudoeste deste arquipélago. No Atlântico norte, à latitude acima de 50ºN, as depressões frontais formadas na frente polar, atingiram, frequentemente, valores da pressão abaixo de 970 hPa. Nesta situação sinóptica, Portugal Continental foi atravessado, frequentemente, por sistemas frontais de forte actividade. Assim, no Continente, o céu esteve em geral muito nublado, com ocorrência frequente de precipitação - chuva ou aguaceiros por vezes forte nas regiões do norte e centro e, nos dias 16 e 17 houve queda de neve nas terras altas do norte e do centro, tendo chegado à cota de 600 metros. Registou-se vento forte no litoral e nas terras altas onde as rajadas chegaram aos 130 km/h. A temperatura do ar registou valores baixos. 3ª Década, 21-28 de Fevereiro de 2011 A situação meteorológica durante a 3ª década de Fevereiro foi caracterizada por um anticiclone que se localizou, preferencialmente, a oeste da Península Ibérica, influenciando o estado do tempo em todo o território nacional. No Continente, predominou o céu pouco nublado ou limpo e vento em geral fraco dos quadrantes leste ou norte. No início da década, o Continente esteve, ainda sob a influência da passagem de uma superfície frontal fria de fraca actividade, que originou precipitação fraca nas regiões norte e centro. Nos dois últimos dias, o posicionamento do anticiclone a norte da Península Ibérica, originou uma descida dos valores da temperatura e um aumento da intensidade do vento, tendo soprado, temporariamente forte, de norte e com rajadas nas terras altas e no litoral oeste.

Descrição dos elementos climáticos e agrometeorológicos

década

Resumo (continuação)

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2. Descrição Agrometeorológica

2.1 Temperatura Os valores da temperatura média no Continente foram em geral mais baixos na 1ª década do mês e mais altos na 3ª década, tendo variado, na 1ª década entre 4.9 ºC em Miranda do Douro e Carrazeda de Ansiães e 12.6 ºC em Cabo Carvoeiro, na 2ª década entre 2.2 ºC em Penhas Douradas e 13.7 ºC em Sagres, e na 3ª década entre 6.8 ºC em Lamas de Mouro e 15.9 ºC em Faro. Em relação ao valor médio 1971-2000 os valores da temperatura média, foram em geral inferiores à normal na 1ª década, excepto em parte da Beira Interior, próximos da normal na 2ª década, excepto na região de Lisboa e litoral Alentejano, onde foram superiores e na 3ª década foram superiores. Os desvios em relação aos valores normais (1971-2000) variaram, na 1ª década, entre -1.8ºC em Alcobaça e Zambujeira e +1.4ºC na Guarda, na 2ª década entre -1.3ºC em Cabril e +1.7ºC em Setúbal e na 3ª década variaram entre +0.4ºC em S. Pedro de Moel e +4.5 ºC em Penhas Douradas (Figura 2).

Figura 2 Distribuição espacial da temperatura média do ar nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Fevereiro de 2011 (em cima) e

respectivos desvios em relação à média 1971-2000 (em baixo)

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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2.2 Temperaturas acumuladas1

No Quadro I apresentam-se os valores da temperatura acumulada no final de Fevereiro de 2011, para localidades do Continente, considerando a temperatura base de 0ºC desde Setembro e de 6ºC desde Janeiro. O mesmo quadro contém também informação sobre o número de dias de atraso ou avanço potencial mensal das culturas para temperaturas base de 0, 4, 6 e 10ºC.

Quadro I Temperaturas acumuladas (graus-dia) no mês de Fevereiro e o acumulado desde 01 Setembro-2010 e desde 01 Janeiro-2011, para diferentes temperaturas base, e respectivo número de

dias de atraso ou avanço potencial mensal das culturas

Estações

Temperaturas acumuladas no mês de Fevereiro T acumuladas desde

T0ºC Nº dias avanço atraso

T4ºC Nº dias avanço atraso

T6ºC Nº dias avanço atraso

T10ºC Nº dias avanço atraso

01 Setembro 2010

Tb=0ºC

01 Janeiro 2011

Tb=6ºC

Bragança 174 0.1 69 0.4 30 4.2 2 - 1595 56

Vila Real 233 1.6 121 3.2 72 6.6 5 - 1843 121

Porto/P.R. 311 0.6 199 1.0 143 1.4 42 12.9 2381 289

Viseu/C.C. 251 1.9 139 3.6 93 6.5 23 - 1902 147

Coimbra/C. 312 0.6 200 1.0 144 1.4 42 7.8 2363 267

Castelo Branco 282 1.3 170 2.2 115 3.5 29 - 2228 180

Portalegre 287 2.6 175 4.5 122 7.2 38 - 2250 208

Lisboa/I.G. 370 1.4 258 2.0 202 2.6 91 6.7 2704 379

Évora/C.C. 291 -0.1 169 -0.1 89 -0.1 31 -1.4 2359 176

Beja 318 1.8 206 2.8 150 4.0 49 26.8 2494 275

Faro 371 1.2 259 1.7 203 2.3 94 5.6 2904 408

2.3 Precipitação Os valores mais elevados da quantidade de precipitação registaram-se na 2ª década do mês de Fevereiro e estiveram muito acima (2 a 4 vezes) da normal 1971-2000 em todo o território(Figura 3, em baixo). Na 1ª e 3ª década os valores foram muito inferiores ao normal em todo o território. Assim, a quantidade de precipitação variou na 1ª década entre 0.0 mm, em vários locais do interior Centro e Sul e 9.7 mm em Cabril; Na 2ª década a quantidade de precipitação variou entre 28.6 mm em Castro Marim e 174.9 mm em Pampilhosa da Serra e na 3ª década variou entre 0.0 mm, em muitos locais da região Sul e 20.4 mm em Lamas de Mouro (Figura 3, em cima).

1 Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

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Figura 3 Precipitação total nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Fevereiro (em cima) e respectiva percentagem em relação à

média 1971-2000 (em baixo).

Em relação à precipitação acumulada desde o início do ano agrícola (01 de Setembro de 2010) até 28 de Fevereiro 2011, os valores foram superiores aos normais (1971-2000) excepto nalguns locais do interior, e variaram entre 275 mm em Reguengos e 1354 mm em Cabril. A percentagem da quantidade de precipitação, acumulada desde o início do ano agrícola, em relação à normal variou entre 80% em São Brás de Alportel e 203% em Portimão (Figura 4).

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 4 - Precipitação acumulada desde 1 de Setembro 2010 (esq.) e percentagem em relação à média 71-2000 (dir.) 2.4 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo

Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da Precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e respectivos desvios em relação a 1971-2000 (Quadro II).

Quadro II Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo

2.5 Evapotranspiração de referência2

Na figura 5 apresenta-se a distribuição decendial dos valores da evapotranspiração de referência (Penman-Monteith) em Fevereiro de 2011, estimada por análises do modelo numérico Aladin, e segundo o método da FAO. Verifica-se que na 1ª década os valores foram em geral mais altos, em particular nas regiões do interior Centro e sotavento Algarvio, da ordem dos 10 a 15 mm, e na 2ª e 3ª década registaram-se valores mais baixos, em particular nas regiões do litoral Norte e Centro, na 3ª década, inferiores a 6mm. 2 Este produto está em fase de testes

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2.6 Água no solo

Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, em 28 de Fevereiro eram superiores a 90% em quase todo o território, excepto nalguns locais do Continente na 1ª e 3ª década onde eram inferiores (Figura 6). Os valores estão próximos do valor normal para a época.

Figura 5 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Fevereiro 2011

Figura 6 - Percentagem de água no solo nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Fevereiro 2011

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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3. Informação agrometeorológica específica

3.1 Número de horas de frio para a cultura da Pêra Rocha na Região Oeste3

Na Figura 7 apresenta-se a distribuição do número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumuladas entre 01 de Outubro de 2010 e 28 de Fevereiro de 2011, para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste de Portugal Continental, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Verifica-se que em quase todos os concelhos já se atingiram as 550 horas de frio; Apenas nos concelhos junto ao litoral na parte sul da região e no concelho de V. F. Xira ainda não atingiu esse valor. No Quadro III apresentam-se os maiores valores médios do número de horas de frio, estimados para os concelhos em análise, assim como os respectivos valores máximo e mínimo e na sede de concelho. Figura 7 Número de horas de frio acumulado entre 01 Outubro de 2010 e 28 Fevereiro de 2011 para a cultura da pêra rocha na região Oeste de Portugal Continental (análises do modelo Aladin).

Quadro III Número de horas de frio entre 01 Outubro de 2010 e 28 Fevereiro de 2011

(análises do modelo numérico Aladin)

Estações Média do Concelho

Máximo no Concelho

Mínimo no Concelho

Sede de Concelho

Porto de Mós 1000 1127 773 935

Batalha 958 1128 783 806

Leiria 779 1070 546 774

Rio Maior 751 977 681 771

Alcobaça 741 1001 495 711

Santarém 727 1031 579 627

Cadaval 687 741 570 637

Caldas da Rainha 662 837 406 604

3 Região-piloto para implementação de novos produtos agrometeorológicos específicos.

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3.2 Temperaturas acumuladas para a cultura da Vinha4 Na Figura 8 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura acumulada para a vinha entre 01 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2011, para Portugal Continental e no Quadro IV apresentam-se os valores da temperatura acumulada para o mesmo período, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Verifica-se que os menores valores, inferiores a 100 ºC, ocorrem em parte das regiões do Minho e Trás-os-Montes e os maiores valores superiores a 400 ºC, ocorrem sobretudo no Litoral das regiões Centro e Sul, no interior do Alentejo e no Algarve.

Figura 8 Temperaturas acumuladas entre 01 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2011 para uma temperatura base de

3.5ºC, estimadas a partir de análises do modelo numérico Aladin

4 Considera-se para a vinha uma temperatura base para o abrolhamento de 3.5ºC, a qual corresponde à temperatura

base das castas de referência para Portugal Continental, Fernão Pires e Castelão, da colecção ampelográfica nacional,

localizada na Estação Vitivinícola Nacional em Dois Portos. Por questões logísticas, a 31 de Março considera-se o abrolhamento

concluído. A partir de 1 de Abril a temperatura base (Tb) a utilizar será a comum de 10ºC.

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Quadro IV Temperaturas acumuladas entre 01 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2011 para a temperatura base de 3.5ºC, na vinha (estimadas pelas análises do modelo numérico Aladin)

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de Janeiro 2011 Tb = 3.5ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Península Setúbal 452 375 616 Setúbal - 473

Algarve 447 304 676 Faro – 473

Lisboa 413 284 623 Lisboa - 529 Leiria – 376

Tejo 391 299 555 Santarém - 215

Alentejo 382 246 576 Portalegre - 312

Évora - 352 Beja - 402

Minho 283 0 460 Viana do Castelo - 412

Braga - 333

Beiras 280 0 487

Viseu - 280 Aveiro - 416 Guarda - 135 Coimbra - 398

Castelo Branco - 341

Douro e Porto 204 99 303 Porto – 384*

Vila Real – 223 Pinhão - 283

Trás-os-Montes 295 0 295 Bragança - 140 * Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

Previsão Mensal para o Território do Continente (com base no modelo do Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo ECMWF)

(Data de referência para a previsão: 10/03/2011) Período de 14/03/2011 a 10/04/2011

Na precipitação total semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, na semana de 14/03 a 20/03 e valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de 21/03 a 27/03. Nas semanas de 28/03 a 03/04 e de 04/04 a 10/04 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo. Na temperatura média semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de 14/03 a 20/03. Nas semanas de 21/03 a 27/03, de 28/03 a 03/04 e de 04/04 a 10/04 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

Previsão Mensal

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal (Fevereiro 2011)

ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em Fevereiro de 2011 No quadro A1 apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax) e humidade relativa às 09UTC (HR) a 1.5 m, da precipitação (Prec) e do vento médio diário (V) a 10 m.

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em Fevereiro de 2011

No quadro A2 apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva) e do solo a 5 cm (Tsolo), da evapotranspiração de referência (ET0) e percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas da água no solo.

ANEXOS

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal em Fevereiro de 2011

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ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em Fevereiro de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A1

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 3.9 6.8 6.8 13.8 13.8 15.6 3.2 154.8 6.9 88.1 86.4 88.1 7.9 11.0 8.4 Bragança -2.0 0.8 2.2 12.5 9.7 15.1 0.9 82.0 7.1 95.2 92.5 82.9 2.8 8.3 7.7 Vila Real 2.7 3.6 5.4 12.9 11.1 15.1 5.4 107.8 12.3 90.1 95.0 86.6 3.1 7.6 7.7 Braga 0.6 5.3 5.1 16.4 14.7 17.7 3.4 132.2 13.0 96.0 95.3 92.6 3.1 7.2 5.0 Porto/P.R 5.2 7.3 6.6 14.7 14.1 12.1 2.3 154.0 - 77.1 83.7 - 10.5 15.0 7.7 Viseu 5.1 4.0 6.2 13.7 9.9 15.5 0.4 135.1 8.1 68.9 93.9 73.3 10.0 11.7 10.4 Aveiro 5.3 8.3 8.5 15.1 15.1 16.3 7.4 111.1 2.0 81.1 81.9 85.1 6.6 14.8 11.7 Guarda 3.0 - - 9.3 - - 0.0 68.1 3.2 69.5 - - 10.8 18.9 - Coimbra 5.7 7.7 7.4 15.5 13.9 17.2 0.7 100.8 2.3 75.5 89.3 90.4 8.0 12.7 7.8 C. Branco 3.5 4.7 7.6 14.9 12.3 18.7 0.0 76.3 0.6 74.7 93.0 71.4 9.5 11.9 10.4 Leiria 1.9 6.4 7.5 16.3 14.9 16.3 4.0 92.5 0.4 98.5 94.3 72.0 5.4 9.0 7.1 Portalegre 6.5 5.2 9.1 14.0 11.3 16.6 0.0 127.4 0.1 63.7 95.6 66.8 9.6 12.7 13.5 Santarém/F.B 3.6 6.8 8.3 17.1 14.8 19.6 0.3 100.5 2.1 90.0 92.4 87.0 5.9 9.9 8.6 Lisboa/I.G. 7.2 9.6 10.7 16.8 16.3 19.5 4.8 166.0 0.5 87.9 89.6 76.5 8.6 13.8 12.8 Setúbal 2.7 5.8 9.0 16.6 15.8 19.3 4.8 101.3 0.0 94.3 96.0 91.3 4.3 6.8 8.0 Évora 2.4 4.5 7.2 15.7 14.6 18.9 0.0 68.8 0.2 87.5 94.9 87.9 7.3 14.3 13.0 Beja 4.6 7.1 7.7 15.3 15.2 19.2 0.0 42.9 0.4 81.1 91.5 87.6 8.0 16.4 11.7 Faro 6.6 9.1 10.9 16.2 16.9 20.9 0.5 48.8 0.1 73.6 80.8 69.9 8.8 16.6 11.5

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ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em Fevereiro de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A2

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 1.7 5.4 4.8 4.1 10.3 7.6 6.5 7.4 4.4 89 100 96 Bragança -3.0 0.6 1.1 1.4 6.6 4.7 5.1 4.5 5.5 92 99.4 93.4 Vila Real -1.2 2.1 3.3 2.7 7.8 5.9 5.3 5.4 5.7 94 99.5 94.6 Braga -2.4 1.9 1.7 4.1 9.9 8.5 4.6 5.3 4.5 89.7 99.5 94.6 Porto/P.R 1.5 6.3 5.1 - 10.5 - 5.5 7.7 3.5 83.7 99.3 93 Viseu -0.3 2.2 3.5 4.4 7.4 8.1 7.6 5.2 4.7 85.6 99.6 92.5 Aveiro 2.3 6.7 6.6 5.2 11.9 9.4 4.9 7.6 4.1 92.9 99.3 92 Guarda -0.5 - - 2.1 - - 8.8 4.6 5.9 90 100 96.9 Coimbra 2.1 6.3 5.5 6.6 10.7 10.6 8.0 7.1 4.4 88 98.5 90 C. Branco 1.0 3.8 5.0 2.9 9.2 5.5 11.1 6.2 8.0 88.4 98 89.3 Leiria 0.3 5.0 6.3 3.8 - - 5.1 6.1 3.8 - - - Portalegre 4.9 4.9 8.4 3.7 9.0 7.8 10.7 4.0 8.2 88.7 100 89.1 Santarém/F.B 1.0 4.6 4.6 7.7 11.5 10.5 6.2 6.4 6.0 91.1 100 92.5 Lisboa/I.G. 4.0 7.3 7.4 8.4 12.8 11.9 10.0 8.7 8.1 94.9 100 88.4 Setúbal 1.2 5.3 7.0 5.5 12.4 10.1 6.4 6.3 6.4 90 97.6 91 Évora -1.8 2.3 4.0 5.8 11.2 10.6 5.3 5.0 5.8 89.9 99 91 Beja 1.0 5.7 5.8 7.0 11.5 10.9 5.6 5.3 6.1 91.5 99 90.6 Faro 6.7 9.5 10.8 10.6 13.8 13.9 13.2 10.6 12.3 89.6 99.4 85.5