Órgão de divulgação do senado federal ano x – nº 1.929 ...€¦ · emendas à lei de...

8
TERRA Página 8 Senadores e deputados discutirão com ministros envio de tropas ao Haiti Página 3 O documentário Alma Curiosa de Perfeição, produzido pela TV Senado, será apresentado em festival na Espanha. Página 6 Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26 deste mês. Prazo para emendas à LDO vai até o dia 26 Página 2 Páginas 4 e 5 Página 3 Página 7 ORÇAMENTO TV SENADO José Cruz J. Freitas Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 – Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004 Comissão de Relações Exteriores promoverá o debate na próxima quarta-feira Senado pode ajudar em solução para greve na PF Em depoimento na CPI Mista da Terra, professor José Cândido Prunes afirma que não há área suficiente para assentar todos os trabalhadores que, segundo os movimentos sociais, querem se instalar no campo Mudança na Lei Eleitoral gera polêmica em comissão O PMDB pediu ontem na CCJ vista do projeto que amplia a oportunidade de defesa a eleitos acusados da compra de voto. Anto- nio Carlos Valadares disse que o partido agiu contra o mandato do senador João Capiberibe, do PSB. ANÁLISE Na presidência da CCJ, o senador Edison Lobão (E) concedeu vista coletiva do projeto Programa sobre Machado de Assis vai à Espanha Rejeição da MP dos Bingos domina debate em Plenário Senadores da oposição e da base governista discutiram ontem as implicações da derrota da medida provisória. Partidos oposicionistas – PSDB, PFL e PDT – anunciaram projeto que regulamenta a atividade, impedindo o funcionamento das máquinas caça-níqueis e dos jogos on line.

Upload: others

Post on 27-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

TERRA Página 8

Senadores e deputadosdiscutirão com ministrosenvio de tropas ao Haiti

Página 3

O documentário AlmaCuriosa de Perfeição,produzido pela TVSenado, será apresentadoem festival na Espanha.

Página 6

Emendas à Lei deDiretrizes Orçamentárias(LDO) de 2005 poderãoser apresentadas entre osdias 12 e 26 deste mês.

Prazo paraemendas à LDOvai até o dia 26

Página 2

Páginas 4 e 5

Página 3

Página 7

ORÇAMENTO

TV SENADO

��������

����� ���

Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 – Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

Comissão deRelações Exteriorespromoverá odebate na próximaquarta-feira

Senado pode ajudar em solução para greve na PF

Em depoimento na CPI Mista da Terra, professor José Cândido Prunes afirma que não há área suficientepara assentar todos os trabalhadores que, segundo os movimentos sociais, querem se instalar no campo

Mudança naLei Eleitoral

gera polêmicaem comissão

O PMDB pediu ontem naCCJ vista do projeto queamplia a oportunidade dedefesa a eleitos acusadosda compra de voto. Anto-nio Carlos Valadares disseque o partido agiu contra omandato do senador JoãoCapiberibe, do PSB.

ANÁLISE Na presidência da CCJ, o senador Edison Lobão (E) concedeu vista coletiva do projeto

Programa sobreMachado de Assisvai à Espanha

Rejeição da MP dos Bingosdomina debate em Plenário

Senadores da oposição e da base governista discutiram ontem asimplicações da derrota da medida provisória. Partidos oposicionistas –

PSDB, PFL e PDT – anunciaram projeto que regulamenta a atividade,impedindo o funcionamento das máquinas caça-níqueis e dos jogos on line.

Page 2: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

2 Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

Sarney recebeproposta parabaratear tarifade transporte

Os senadores se reúnem hoje, a partir das 9h, em sessão não deliberativa, destinada a pronunciamentos dosparlamentares e a comunicados da Mesa diretora. O leitor poderá acompanhar a sessão ao vivo pela Rádioe pela TV Senado, bem como por meio da cobertura em tempo real da Agência Senado.

Plenário realiza sessão não deliberativa às 9h

Neste domingo, às 19h, a Rádio Senadoapresenta o Tributo a Nelson Mandela,programa especial em homenagem aoprimeiro presidente eleito

Rádio Senado homenageia Nelson Mandela

O Espaço Cultural, que vai ao ar amanhã pela TVSenado, às 21h30, mostra a sambista Vó Maria,que tem 89 anos. A apresentação faz parte doprojeto Da idade do Mundo, iniciativa do CentroCultural Banco do Brasil.

Sambista Vó MariaAté 1o de agosto, o Salão Negro do CongressoNacional realiza a exposição O Tesouro dosMapas, que exibe mapas em pergaminhodos séculos 16 e 17, além de objetos náuticosda época.

Cartografia no Salão Negro

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponívelna Internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda/agenda.asp

democraticamente na África do Sul.O especial fala sobre a luta de Mandelacontra o apartheid, regime de discriminaçãoracial que vigorou naquele país.

Parlamentarespodem encaminharpropostas à comissãomista entre os dias12 e 26 de maio

PRAZO FINAL Mestrinho diz queestá mantido o dia 15 de junhopara votação do parecer na CMO

Orçamento amplia prazopara as emendas à LDO

www.senado.gov.brE-mail: [email protected].: 0800-612211 - Fax: (61) 311-3137

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Paulo Paim2º Vice-Presidente: Eduardo Siqueira Campos1º Secretário: Romeu Tuma2º Secretário: Alberto Silva3º Secretário: Heráclito Fortes4º Secretário: Sérgio ZambiasiSuplentes de Secretário: João Alberto Souza,Serys Slhessarenko, Geraldo Mesquita Júnior,Marcelo Crivella

Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo Ido Senado Federal, 20º andar - Brasília - DFCEP 70165-920

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Secretaria de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretor-adjunto da Secretaria de Comunicação Social: Helival RiosDiretora do Jornal do Senado: Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin e José do Carmo AndradeEspecial Cidadania: Treici Schwengber (61) 311-1620

Diagramação: Iracema F. da Silva, Osmar Miranda, Sergio Luiz Gomes da Silva e Wesley BezerraRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson FigueiredoArte: Bruno Bazílio e Cirilo QuartimArquivo Fotográfico: Elida Costa (61) 311-3332Circulação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333Agência SenadoDiretor: Antonio Caraballo (61) 311-3327Chefia de reportagem: Valéria Ribeiro e Valter Gonçalves Júnior (61) 311-1670Edição: Helena Daltro Pontual (61) 311-1151 e Marco Antonio Reis (61) 311-1667

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Subsecretaria AgênciaSenado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

A Comissão ParlamentarConjunta do Mercosul aprovouontem substitutivo do senadorPedro Simon (PMDB-RS) a pro-jeto (PLC 3.246/04) de autoriado deputado Dr. Rosinha (PT-PR) determinando o hastea-mento diário da Bandeira doMercosul ao lado da Bandeiranacional. “Urge ao Brasil defi-nir claramente seus propósitoscom relação ao aprofunda-mento e à consolidação doMercosul”, disse Simon ao jus-tificar o projeto.

A Bandeira do Mercosul de-verá ser hasteada junto com anacional em órgãos e institui-ções públicas como ministéri-os, Congresso Nacional, sedesdos poderes federais, estaduaise municipais, prefeituras e câ-maras municipais, missões di-plomáticas e unidades da Ma-rinha Mercante, entre outrosórgãos públicos. Nos colégios,as bandeiras deverão ser has-teadas pelo menos uma vez porsemana.

O senador Eduardo Azeredo(PSDB-MG) elogiou o projeto elembrou a importância do sím-bolo como forma de mostrar aintegração dos países do Mer-cosul.

AudiênciaFoi aprovado ainda requeri-

mento, também de autoria dodeputado Dr. Rosinha, deter-minando realização de audiên-cia com o embaixador brasilei-ro José Alfredo Graça Lima so-bre a negociação do Mercosulcom a União Européia. O depu-tado disse que Graça Lima é onegociador do Mercosul com obloco europeu e, apesar de oacordo estar prestes a ser assi-nado, há poucas informaçõesdivulgadas sobre o assunto. Pe-dro Simon ressaltou a oportu-nidade da audiência.

A comissão aprovou ainda re-latório de Sérgio Zambiasi (PTB-RS) favorável à mensagem (103/04) que submete ao Congressotexto de entendimento entreBrasil e Argentina. O acordo es-tabelece permanente intercâm-bio de informações sobre tráfi-co ilícito de armas de fogo, mu-nições e explosivos.

Bandeira dobloco deveráser hasteada

no Brasil

O presidente do Senado, JoséSarney, recebeu ontem o presi-dente da Associação Nacionaldas Empresas de TransportesUrbanos (NTU), Otávio Cunha,acompanhado pelo senadorRamez Tebet (PMDB-MS), co-ordenador da Frente Parlamen-tar do Transporte Público naCasa. No encontro, Sarney re-cebeu documento em defesada proposta de concessão desubsídios às empresas parapermitir o barateamento dastarifas cobradas pelo setor.

– É muito difícil apareceruma reivindicação como esta,pois os empresários costumampedir aumento e não reduçãode tarifas, mas a situação dotransporte urbano no Brasil égrave, e só pode ser resolvidacom a participação do Execu-tivo – afirmou Tebet.

Otávio Cunha explicou que adecisão de procurar o apoio deSarney foi tomada porque “elejá deu provas de sensibilidadeao problema do transporte noBrasil ao sancionar a Lei doVale-Transporte, quando foipresidente da República”.

O governo analisa o relatóriode grupo de trabalho da CasaCivil sobre o assunto. O objeti-vo desse estudo é encontrarmedidas para combater a ex-clusão social de 37 milhões detrabalhadores de baixa rendasem acesso ao transporte.

A NTU defende a concessãode subsídios ao setor argumen-tando que “apesar de estar naConstituição como serviço es-sencial, o transporte não tem otipo de tratamento que têm asaúde e a educação”, afirmaOtávio Cunha.

O prazo para apresentaçãode emendas à Lei de DiretrizesOrçamentárias (LDO) para2005 foi revisto pelos líderesdos partidos na Comissão Mis-ta de Orçamento (CMO). O se-nador Gilberto Mestrinho(PMDB-AM), que preside o co-legiado, informou que os par-lamentares poderão encami-nhar suas emendas entre osdias 12 e 26 deste mês. Mestri-

nho afirmou que o prazo finalpara votação do parecer da co-missão continua sendo o dia 15de junho. A lei que fixa parâme-tros para elaboração do orça-

mento federal do próximo anotem prazo constitucional até 30de junho para ser examinada.O senador disse ainda que nãoestá definido o nome do rela-tor da LDO. Ele deverá ser indi-cado pelo Senado, dentro docritério de alternância entre asCasas. No ano passado foi odeputado Paulo Bernardo (PT-PR), que irá, segundo Mestri-nho, substituí-lo na presidên-cia da comissão.

O anteprojeto que altera asregras de funcionamento daCMO deve ser apresentado até28 de maio. Os 42 parlamenta-res (21 do Senado e 21 da Câma-ra) que irão compor a comissãoainda não foram indicados.

����� ���

Page 3: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

3Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

Senado busca solução paraa greve na Polícia FederalSubcomissão deSegurança decideintermediarnegociaçõescom o governo

AUDIÊNCIA Francisco Garisto (segundo à direita) prestadepoimento, ao lado de Tasso Jereissati e Serys Slhessarenko

O ingresso do Senado nasnegociações junto ao governoserá vital para que a greve daPolícia Federal, que já dura doismeses, seja finalizada com oatendimento das principais rei-vindicações da categoria, pre-viu ontem o presidente da Fe-deração Nacional dos PoliciaisFederais (Fenapef), FranciscoCarlos Garisto, em depoimen-to na Subcomissão Permanen-te de Segurança Pública, órgãoque funciona no âmbito da Co-missão de Constituição, Justiçae Cidadania (CCJ).

O presidente da subcomis-são, senador Tasso Jereissati(PSDB-CE), concordou com ascolocações de Garisto e chegoua propor que os policiais fede-rais retornassem imediatamen-te ao trabalho para que as ne-gociações fossem reabertas. Eleobservou que a greve já come-

ça a dar sinais de esgotamento.Em troca, a Subcomissão de Se-gurança, tendo à frente o sena-dor Geraldo Mesquita Júnior(PSB-AC) e a senadora SerysSlhessarenko (PT-MT), passa-ria a intermediar as negocia-ções, “a fim de que o resultadoseja favorável para ambos oslados”. Dezenas de policiaisque lotavam o plenário docolegiado aplaudiram de pé aproposta de Tasso Jereissati.

A senadora Serys Slhessa-renko, que, junto com Mesqui-ta Júnior, foi a autora do reque-rimento solicitando audiência

O senador Garibaldi Alves Fi-lho (PMDB-RN) quis saber se aPolícia Federal tem uma con-traproposta a ser apresentadaao governo para acabar com omovimento grevista. Em res-posta, Garisto informou que ospoliciais lutam para que o Exe-cutivo cumpra a lei e não ofe-reça apenas um simples reajus-te salarial. Mas adiantou queserá bem-vinda a adoção deum reajuste em cima dos cha-mados vencimentos básicos,desde que o plano de carreiraseja adotado.

Mesquita Júnior também

pública para discutir o movi-mento grevista na Polícia Fede-ral, acredita que o governo en-contrará uma solução queagrade a categoria.

Já o senador Antonio CarlosMagalhães (PFL-BA) chamou aatenção para uma decisão quepoderá ser colocada em práti-ca pelo governo, a qual, a seuver, tem de tudo para prejudi-car e enfraquecer os trabalhosda Polícia Federal: a entrada doMinistério Público no setor deinvestigação, atualmente decompetência exclusiva de agen-tes federais.

acredita que o governo encon-trará uma rápida solução parapôr fim à greve dos policiais fe-derais. Ele chegou a enaltecera disposição da Polícia Federalde procurar o Senado para ex-por o que deseja do governo.Leonel Pavan (PSDB-SC) disseque a greve é justa e pediu me-lhores condições para que a PFcumpra a sua missão, a come-çar por pagamento de saláriosdignos. Sibá Machado (PT-AC)indagou se o plano de carreiranão iria equiparar todos os car-gos dentro da Polícia Federal,acabando com a hierarquia.

Em resposta, os dirigentes sin-dicais informaram que os salá-rios de delegados e peritos, en-tre outros, continuariam mai-ores, em virtude de vantagens.

Garisto declarou que a únicaexigência dos grevistas é recebero que dispõe o plano de carrei-ra, que estabelece que todos ospoliciais federais devem recebero vencimento básico de nívelsuperior previsto na legislação.Mas esclareceu que, ao contrá-rio do que foi divulgado pela im-prensa, eles não pleiteiam a iso-nomia com os delegados e opedido de aumento de 85%.

O envio de tropas brasileirasao Haiti, em missão da Organi-zação das Nações Unidas des-tinada a garantir a estabilidadedo país após a deposição do ex-presidente Jean-Bertrand Aris-tide, será o tema de uma reu-nião conjunta, na próximaquarta-feira, das Comissões deRelações Exteriores do Senadoe da Câmara, com a presençados ministros da Defesa, JoséViegas Filho, e das Relações Ex-teriores, Celso Amorim.

A decisão de promover umareunião conjunta com a comis-são da Câmara foi tomada on-tem pela CRE, após entendi-mentos mantidos entre o pre-sidente da comissão, EduardoSuplicy (PT-SP), os dois minis-tros e o presidente da CRE daCâmara, Carlos Melles (PFL-MG). Ficou acertado ainda que,na primeira parte da reunião

A Comissão de Relações Ex-teriores e Defesa Nacional(CRE) emitiu ontem parecer fa-vorável ao Projeto de DecretoLegislativo 393/04, que aprovao texto do Tratado de Extradi-ção celebrado entre o Brasil e aFrança em 1996. Já acolhidopela Câmara, em março desteano, o projeto será submetidoao Plenário do Senado.

Segundo exposição de moti-vos encaminhada pelo PoderExecutivo, o tratado facilitará abusca e a entrega de crimino-sos, “inserindo-se assim noquadro da luta contra o crimeorganizado que vem sendo de-senvolvida pela comunidadeinternacional”.

– Quando um país faz trata-do de extradição com outro, si-naliza-se a maturidade das re-lações bilaterais. E a França é oprimeiro país da Europa com oqual o Brasil firma um tratadodessa natureza, o que demons-tra confiança nas relações recí-

procas – disse o relator da ma-téria, senador José Agripino(PFL-RN).

A comissão aprovou tambémparecer favorável ao Projeto deDecreto Legislativo 392/04, queaprova o financiamento de 21,6bilhões de ienes, contratadocom o Japan Bank for Inter-national Cooperation ( Jbic),para a realização do Programade Recuperação Ambiental daRegião Metropolitana da Baixa-da Santista.

A CRE acolheu ainda a trans-ferência para o estado de Ron-dônia de terras da União situa-das na faixa de fronteira, para acriação de unidades de conser-vação, a partir de parecer da se-nadora Fátima Cleide (PT-RO).

Foi adiada para a próxima se-mana a votação do Projeto deLei 398/03, de Ideli Salvatti (PT-SC), que permite aos brasilei-ros residentes no exterior ovoto nas eleições para governa-dor, vice-governador e senador.

Tratado de extradiçãocom a França é acolhido

conjunta, José Viegas prestaráesclarecimentos sobre contra-to firmado entre o Ministérioda Defesa e a Fundação Getú-lio Vargas, para promover a“reengenharia do processo degestão nas Forças Armadas”.

O debate sobre o contrato serárealizado a pedido dos senado-res José Agripino (PFL-RN) eArthur Virgílio (PSDB-AM), quedemonstraram preocupaçãocom críticas feitas por militares,segundo reportagem publicadano jornal O Estado de S. Paulo,ao acordo firmado com a Fun-dação Getúlio Vargas.

– O interesse público exigeesclarecimento dos fatos, umavez que, na reportagem, fala-seque o contrato estaria eivadode suspeita de privilégio, umavez que a gestão seria entreguea um amigo pessoal do minis-tro – afirmou Agripino.

Ministros vão debaterenvio de tropas ao Haiti

ESCLARECIMENTOS Eduardo Suplicy (E), presidente da CRE, manteveentendimentos com ministros da Defesa e das Relações Exteriores

Senadores acreditam em acordo

A Comissão Parlamentar de In-quérito (CPI) Mista do Banestadoouviu ontem, em sessão secreta,três técnicos do Banco do Brasilque trabalhavam no departamen-to responsável pela operação daschamadas contas CC-5, utilizadasoficialmente para enviar dinheiroao exterior, na época em que fo-ram divulgadas as primeiras de-núncias de suposta evasão de di-visas do país, no início de 2003.

Compareceram à reunião DerciAlcântara, Danilo Angst e DelmarSchimdt.

Parlamentares da CPI embar-caram ontem para Curitiba, ondedeverão colher hoje depoimento dodoleiro Alberto Youssef, acusadopelo Ministério Público Federal desonegar mais de US$ 33 milhões emimpostos, entre 1996 e 1999. Na pró-xima terça-feira, a partir das 10h, aCPI realiza, nas dependências do

Senado, reunião administrativadestinada a discutir um novo cro-nograma de trabalho. Na pauta, apossibilidade de prorrogação dostrabalhos da CPI por mais 180 dias.

INVESTIGAÇÃO Antero Paes deBarros preside a comissão mistaque apura evasão de divisas

CPI do Banestado ouvetécnicos e doleiro

����� ���

��������

���� ������

Page 4: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

4 Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

Virgílio diz que governoajudou a derrubar MP

Senador desafiaPlanalto a aprovarprojeto queregulamentaria o jogode forma rigorosa

MP DOS BINGOS

O líder do PSDB, senador Ar-thur Virgílio (AM), desafiou ogoverno a aprovar a votação emregime de urgência de um pro-jeto que regulamente de formarigorosa o jogo no Brasil. Vir-gílio lembrou que a edição damedida provisória que proibiaos bingos foi “o grande pretex-to” para impedir a instalaçãodas CPIs que investigariam osbingos e o caso Waldomiro Di-niz. “Qual será o pretexto ago-ra?”, depois da rejeição da me-dida provisória (MP), pergun-tou o senador.

Arthur Virgílio disse que a MPdos bingos foi derrotada na

Passado o “clima emocional”que marcou a sessão de derru-bada da MP dos bingos e jogoseletrônicos no país, o líder doPDT no Senado, Jefferson Péres(AM), foi à tribuna explicar asrazões que levaram seu parti-do a votar pela rejeição da ma-téria.

– O PDT votou contra a MPpor considerá-la arbitrária ecasuística – afirmou.

Além de não considerar otema tratado pela medida “ur-gente ou relevante”, circunstân-cias que devem motivar essainiciativa legislativa privativado presidente da República, olíder pedetista adiantou queseu partido continuará a votarcontra todas as medidas pro-

O senador José Agripino(PFL-RN) anunciou que vaibuscar o entendimento entreos líderes para que o projetoapresentado por ele e pelos se-nadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Jefferson Péres (PDT-AM), que regulamenta a ativi-dade dos bingos no país, possatramitar em regime de urgên-cia urgentíssima. Ele explicouque a negociação se dará quan-do a matéria for encaminhadapela Mesa à Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania(CCJ).

A proposta dos líderes doPFL, PDT e PSDB, segundo JoséAgripino, proíbe o funciona-mento das máquinas caça-ní-queis e jogos on-line e permiteas loterias de prognósticos es-portivos e as numéricas pro-movidas pela Caixa EconômicaFederal.

A exemplo do senador Jef-ferson Péres (PDT-AM), o sena-dor Geraldo Mesquita Júnior(PSB-AC) rechaçou insinua-ções de que os senadores con-trários à medida provisória queproibia o funcionamento decasas de bingo e jogos eletrô-nicos no país estariam vincula-dos à prática da jogatina.

Segundo afirmou, não há di-ferença entre a apuração de umbingo e a da Mega-Sena, ope-rada pela Caixa Econômica Fe-deral.

– A gente precisa colocar ascoisas no seu devido lugar. Asloterias da Caixa funcionambem porque são bem fiscaliza-das – observou. Para MesquitaJúnior, a principal questão sus-citada pela MP dos bingos é aseguinte: se não fosse o casoWaldomiro, o governo teria fe-chado os bingos?

Se o governo provar que a mo-

A senadora Heloísa Helena(sem partido-AL) pediu que se-ja incluída na ordem do dia evotada em Plenário a orienta-ção elaborada pela Comissãode Constituição, Justiça e Cida-dania (CCJ) para definir a ques-tão da comissão parlamentarde inquérito criada para inves-tigar a atuação dos bingos noBrasil, que não foi instalada

noite de quarta-feira por “cul-pa absoluta” do Palácio do Pla-nalto, que abandonou suas li-deranças, que não se sentiramautorizadas a negociar com oslíderes da oposição. Segundoele, havia uma série de pontosque os faria votar a favor da MP:o resguardo às loterias estadu-ais; o apoio à Emenda Quinta-nilha, que garantia a regula-

mentação do chamado bingode cartela e a proibição do jogoeletrônico; e a ratificação, pelaCâmara dos Deputados, do quefosse aprovado pelo Senado.

Até mesmo do último quesi-to, o apoio da Câmara, a oposi-ção abriria mão, destacou Ar-thur Virgílio. “Mas o ministro daCoordenação Política e Assun-tos Institucionais, Aldo Rebelo,não bancou o acordo, o quedeixou os seus líderes desam-parados”, assinalou.

– Eles não têm nenhum inte-resse em regulamentar o jogono Brasil. O ministro José Dir-ceu (Casa Civil) até já recupe-rou parte do seu viço e vemposando para fotos fazendo gi-nástica pelas ruas. Ah!, o que aimpunidade não faz! Mas porque não apoiaram o excelenteprojeto da senadora Ideli Sal-vatti que regulamenta o jogo? Efaço o elogio sem nenhuma iro-nia – comentou.

visórias que careçam dessespressupostos.

No ponto de vista do senador,o governo resolveu baixar a MPpara se livrar do vexame do ca-so Waldomiro Diniz.

– Em vez de regulamentar aatividade dos bingos, conformeprometeu em mensagem envi-ada ao Congresso no dia 15 defevereiro, o presidente Lula re-solveu, cinco dias depois, edi-tar uma medida provisória sim-plesmente proibindo a ativida-de – reclamou.

Em meio às críticas à reaçãodo governo petista àquele epi-sódio, Jefferson Péres advertiuque o poder público deverá ar-car com o ônus da interrupçãoda atividade nos 45 dias de vi-

Jefferson explica razões quelevaram PDT a rejeitar medida

ABANDONO Virgílio afirma quegoverno não soube orientar suaslideranças para a negociação

DESCULPA Jefferson ressalta queMP foi baixada para governo selivrar do caso Waldomiro Diniz

gência da MP dos bingos.Embora tenha votado pela

rejeição da medida, o senadorpelo Amazonas adiantou queirá assumir a impopularidadede votar favorável ao saláriomínimo de R$ 260 proposto pe-lo governo do presidente LuizInácio Lula da Silva.

porque os líderes dos partidosda base governista não indica-ram os respectivos membros.

A CCJ elaborou orientação aoPlenário sobre questões de or-dem levantadas durante a dis-cussão sobre a possibilidade deo presidente do Senado indicaros membros da CPI ou de os lí-deres dos demais partidos in-dicarem, proporcionalmente,

os membros que estejam fal-tando para instalar a CPI.

Heloísa Helena disse estar“tranqüilíssima por não termais idade para compartilharcom tanta hipocrisia”. Ela fezquestão de lembrar a mensa-gem presidencial encaminha-da ao Congresso, em que o pre-sidente da República afirmaque a regulamentação da ativi-

Heloísa Helena quer votar orientação da CCJ para CPI dos Bingosdade dos bingos assegurariarecursos para o esporte social.

– O que eu sempre soube éque a estrutura dos bingos era,em sua maioria, mecanismo delavagem de dinheiro. O que éestranho é que, quatro diasapós a mensagem presidenci-al, é baixada uma medida pro-visória de fantasia para abafaro caso Waldomiro – frisou.

RECURSOS Heloísa Helena dizque sabia que bingos eramusados na lavagem de dinheiro

tivação não foi essa, o senadorsocialista disse que pediria des-culpas públicas pelo voto queproferiu. “Votei pela coerência”,emendou, instando o governoLuiz Inácio Lula da Silva a “per-sistir” na linha de regulamen-tação e fiscalização da ativida-de, compromisso já assumidoem mensagem remetida aoCongresso Nacional.

Mesquita critica insinuaçõesde vinculação com jogatina

– Estamos propondo esse en-tendimento em nome do em-prego. Na atividade do jogoocorreram irregularidades quetêm de ser apuradas por meiode comissão parlamentar deinquérito. No futuro, esse pro-jeto irá separar o joio do trigo –afirmou José Agripino.

Agripino pede urgência paraprojeto que regulamenta jogo

COERÊNCIA Segundo MesquitaJúnior, Lula deve insistir naregulamentação da atividade

ALTERNATIVA Segundo Agripino,projeto proíbe funcionamentode caça-níqueis e jogos on-line

Page 5: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

5Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

MP DOS BINGOS

DIVISÃO “Não houve uma bancadasequer com voto único”, diz Ideli

Ideli: polêmica na votaçãodividiu todos os partidosLíder do PT no Senadoavalia os motivos quelevaram à derrota dogoverno na votação damedida provisória

Viana: “Oposição permitiua volta da jogatina no país”

O senador Tião Viana (PT-AC)acusou os partidos de oposiçãode permitirem a “volta da jo-gatina” no país, “mesmo saben-do que a sociedade não querisso”, por causa das suas váriasimplicações, “inclusive acusa-ções de lavagem de dinheirosujo”. Para ele, a oposição nãorefletiu e propôs um acordo“que era inaceitável” para opresidente Lula.

– Não podíamos concordarcom a proposta das oposiçõespara que o presidente Lulamandasse reabrir os bingos e,ao mesmo tempo, criar umacomissão de deputados e sena-dores para discutir a regula-mentação do setor. Seria a des-moralização absoluta do gover-no. Assim, no final, a oposiçãoreabriu a jogatinagem eletrôni-ca no Brasil – afirmou o parla-mentar.

O senador petista considerouque a estratégia oposicionista“foi um erro grave” e lamentouque, pouco depois da derruba-da da medida provisória, osbingos tenham comemorado

“com toneladas de fogos de ar-tifício ao lado do Congresso”.

– Foi um momento de infeli-cidade. A hora agora é de refle-xão. O governo não pode reedi-tar a medida provisória e o im-passe está posto. Também hádúvidas regimentais se se podeapresentar um projeto de leisobre um assunto que foi der-rotado na medida provisória.Sei que os senadores ArthurVirgílio e José Agripino nãoquerem que a situação fiquecomo está – observou o sena-dor Tião Viana.

O senador Magno Malta (PL-ES) explicou ontem por que vo-tou favoravelmente ao méritoda medida provisória (MP) queproibia o funcionamento dosbingos no país.

– Minha fé condena toda aprática de jogos de azar – de-clarou.

Malta assinalou não ter vota-do por orientação do governoe acrescentou que ninguém dabase governista o chamou paratratar do assunto. “Se a base dogoverno estivesse articulada,não teríamos ouvido o fogue-

Malta votou com o governopor condenar jogos de azar

INACEITÁVEL Para Tião Viana,a estratégia oposicionista foi“um erro grave”

FALHA Magno Malta: “Se a basedo governo estivesse articulada,não teríamos o foguetório”

A rejeição, pelo Senado, daMP dos Bingos é mais um ar-gumento favorável à instala-ção das comissões parla-mentares de inquérito parainvestigar esse tipo de jogo eas denúncias envolvendo oex-assessor da Presidênciada República Waldomiro Di-niz. A opinião foi manifesta-da pelo senador Antero Paesde Barros (PSDB-MT).

– Precisamos instalar asCPIs dos Bingos e do Waldo-miro – afirmou Antero Paesde Barros. Segundo o sena-dor, até hoje nem sequer sesabe o paradeiro do compu-tador que Waldomiro Dinizutilizava quando desempe-nhava suas funções no Palá-cio do Planalto.

Antero também cobrou dopresidente da República ofechamento dos bingos. Eledisse que não existe nenhu-ma lei federal que autorize ofuncionamento desse tipode negócio.

– Espero que o governoexercite o mínimo de coe-rência – frisou Antero.

Antero pedea instalação

de CPIs

EXAME Plenário do Senado devediscutir a admissibilidade dasMPs, sugere Alvaro Dias

O senador Alvaro Dias(PSDB-PR) apresentou ontem,em Plenário, consulta acercados critérios para votação demedidas provisórias (MPs) peloSenado. O parlamentar baseousua questão no episódio da vo-tação da MP dos Bingos, emque o mérito da medida nemchegou a ser apreciado, já quea maioria dos presentes rejei-tou a urgência e a relevância damatéria.

O que Alvaro quer saber é seno exame das próximas medi-das provisórias a Casa poderáagir de forma semelhante. Co-mo a Constituição dá ao PoderExecutivo o direito de editaruma MP apenas quando se tra-ta de assunto de grande rele-vância e urgência, o fato de oSenado não reconhecer essesdois pressupostos faz com quea medida seja arquivada.

– Minha sugestão é a de queo Senado discuta a admissibi-lidade das medidas provisórias,do modo como ocorreu com aMP dos Bingos – disse o sena-dor, um dos que votaram con-tra a urgência e a relevância damatéria.

Alvaro classificou como ex-cessivo o número de MPs bai-

Alvaro questiona critérios paraexame de medidas provisórias

xadas até o momento pelo go-verno Luiz Inácio Lula da Silva:5,2 por mês, contra 2,5 por mêseditadas pelo governo Fernan-do Henrique. Até agora, um anoe quatro meses depois da pos-se, Lula já baixou 81 MPs.

Como outros parlamentares,o senador reclama das condi-ções que o Senado tem paraapreciar as medidas – normal-mente às pressas, uma vez queas MPs trancam a pauta, se nãoapreciadas, impedindo o exa-me de outras matérias. Diantedisso, argumenta ele, é o Exe-cutivo que está legislando, como Senado servindo apenas parahomologar as decisões do Pa-lácio do Planalto.

tório”, observou. Ele tambémlembrou que, antes da ediçãoda MP, os bingos já funciona-vam com base em liminares.

Para o senador, o escândaloWaldomiro Diniz pode ter pro-duzido algo de bom, pois fez ogoverno mudar de idéia em re-lação aos bingos. Antes da di-vulgação do vídeo em que oentão assessor da Presidênciada República pede propina aoempresário Carlinhos Cachoei-ra, o governo anunciara, atra-vés de mensagem presidencial,que iria regulamentar os bingos.

TratamentoMalta elogiou o tratamento

em câmaras hiperbáricas, queem pouco tempo assegura a ci-catrização de feridas provoca-das pelo diabetes. “Há doisanos, sofri um acidente e lesio-nei a coluna. A primeira vez quedormi sem dor foi após a ses-são na câmara hiperbárica”, re-velou. Segundo ele, até o pós-operatório pode ser reduzidode 20/30 dias para dez dias comesse tratamento, liberando lei-tos e otimizando as cirurgias.

A líder do PT no Senado, IdeliSalvatti (SC), listou em discur-so oito situações que ajudaramas oposições a derrotar o gover-no na votação da medida pro-visória que proibia os bingosno Brasil. Entre as razões, estãoa divisão do PMDB, por causada emenda constitucional queprevê reeleição para as presi-dências da Câmara e do Sena-do, e a polêmica que envolve osjogos de azar no país.

Para ela, o funcionamento decasas de bingos dividiu todosos partidos e não houve umabancada sequer com voto úni-co. O curioso, na observação dalíder, é que, no final, o assuntose transformou numa disputaentre governo e oposição, mes-mo com os dois lados votandode forma dividida.

Ela apontou ainda o interes-se financeiro, observando que“foram colocados nas galeriasdo Senado os desempregadosdos bingos”, quando “o fogue-tório que se ouviu logo depois”,na Esplanada dos Ministérios,foi bancado por quem “tem acaixa registradora” dos bingos.

– Os empresários dos jogosvão reabrir suas casas sem ne-nhum controle, sem nenhumafiscalização – afirmou.

Ideli mencionou ainda as di-ficuldades de uma base deapoio ao governo “que pareceum mosaico”.

– Às vezes, é preciso conver-

sar a cada minuto e, mesmoassim, surgem surpresas e agente não sabe se aquilo sedeve ao parlamentar, ao par-tido, à situação política no es-tado ou se é algo ligado ao fu-turo do envolvido – observou.

Decreto legislativoIdeli alertou para a obriga-

ção legal de a Casa disciplinaras relações jurídicas decor-rentes da vigência da MP dosBingos. A parlamentar disse

que o Plenário rejeitou os pres-supostos de relevância e urgên-cia da medida, o que levou aoseu arquivamento, mas a co-missão mista encarregada dedar início à tramitação da ma-téria deve elaborar projeto dedecreto legislativo para esclare-cer os efeitos provocados pelaMP enquanto esteve em vigor.

A senadora explicou aindaque, se o decreto não for edita-do em até 60 dias após a rejei-ção da MP, “as relações jurídi-cas decorrentes de atos pratica-dos durante sua vigência con-servar-se-ão por ela [MP] re-gidas”.

����������� ��� ��

���� ������

����������� ��� ��

����������� ��� ��

Page 6: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

6 Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

Excesso de ministérioscausa paralisia, diz TebetSenador ficouimpressionado com asinceridade de Lula,que reconheceu errosde sua administração

As lideranças políticas deve-riam aproveitar a reunião doConselho Político (formado porrepresentantes do governo epelos presidentes dos partidosda base aliada) com o presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva, natarde de ontem, sugeriu emPlenário o senador Ramez Te-bet (PMDB-MS), para alertar ogoverno sobre a ineficiência damáquina administrativa, cau-sada, em sua opinião, pelo ex-cesso de ministérios. A parali-sia do governo só pode ser ex-plicada pela incompetência dos

auxiliares do presidente ou pe-la sobreposição de funções,acrescentou o senador, paraquem o Ministério da Justiça ea Secretaria dos Direitos Hu-manos, assim como os Minis-térios das Cidades e da Integra-ção Nacional, atuam no mes-mo campo.

Tebet se disse impressionadocom a sinceridade do presiden-te em seus pronunciamentos,

O senador Almeida Lima (PDT-SE) leu em Plenário nota do presi-dente nacional do PDT, LeonelBrizola, publicada no jornal O Glo-bo da última terça-feira, com o tí-tulo “O salário da infidelidade”. Nanota, Brizola compara a decisãodo presidente Getúlio Vargas dedobrar o valor do salário mínimocom a decisão do presidente LuizInácio Lula da Silva de concederum reajuste de 1,2%, classifican-do a medida de Lula como “umavergonha deprimente”.

“A distância entre Vargas e Lulaé maior, muito maior do que aque-le salário quatro vezes maior queos míseros R$ 260, com que o atu-al presidente, um ex-operário, es-

Almeida Lima lê nota de Brizola sobre salário

citando discurso deLula na cidade deRio Verde (GO), noqual ele reconhe-ceu que seu gover-no comete erros enão tem problemasem rever medidastomadas, como é ocaso do aumentoda alíquota da Con-tribuição para o Fi-nanciamento daSeguridade Social

(Cofins), se essa elevar a cestabásica.

– Senti o que venho perce-bendo sobre a pessoa do presi-dente. Em todos os momentosvi em sua pessoa uma sinceri-dade marcante, fazendo inclu-sive até autocrítica do seu go-verno. Mas só a sinceridade nãodá, na administração pública épreciso agir – afirmou.

carnece agora os trabalhadores.Esta distância é a que separa umavisão de soberania, de desenvolvi-mento e de justiça para o Brasil deum olhar conformado e cúmplice

PROMESSA Almeida Limaanuncia que defenderá valoresmaiores para o mínimo

Aelton Freitas defendemudanças na Lei Penal

TRANSPARÊNCIA Tebet: “Só a sinceridade nãodá, na administração pública é preciso agir”

de um sistema que condena onosso povo a sofrer cada vez maise a se degradar na violência e nanecessidade, enquanto o paísmergulha na dependência, noatraso e numa crise que só seaprofunda”, afirma Brizola na notalida pelo senador.

Almeida Lima disse que defen-derá um salário mínimo que pos-sa melhorar a vida do trabalhadorbrasileiro.

Ele lembrou que o governo ar-gumenta que o reajuste foi acer-tado para que não prejudique aPrevidência Social, mas cai emcontradição, já que fez uma refor-ma justamente para garantir umsalário digno aos aposentados.

O senador Aelton Freitas (PL-MG) fez um apelo ontem aossenadores para que “acompa-nhem com especial atenção” atramitação de três projetos desua autoria que propõem alte-rações na legislação penal bra-sileira. Ele destacou, em pri-meiro lugar, o projeto de lei(PLS 83/04) que obriga o Esta-do a dar aos presos condenadosatividades de trabalho.

O senador também pretendedar maior agilidade aos julga-mentos e endurecer as penas

impostas aos praticantes decrimes hediondos. Com esseobjetivo, ele apresentou o pro-jeto de lei (PLS 82/04), elimi-nando o instituto do protestopor novo júri.

Esse recurso – esclareceu ele– atualmente é permitido à de-fesa, possibilitando a solicita-ção de novo julgamento paracondenados a mais de 20 anosde reclusão.

Aelton também apresentouproposta para impedir que se-jam considerados crime conti-

nuado atos seguidos de crimescontra a vida. Ele parte do en-tendimento de que o crimino-so que assassinar mais de umapessoa em seqüência deveráresponder e pagar por cadavida tirada, sem que possa teracesso a atenuantes jurídicos.

ENDURECIMENTO Aeltonexplica projeto que aumentapena para crimes hediondos

As votações no Senado fo-ram novamente suspensasaté que se vote a medida pro-visória (MP 166/04) que che-gou à Mesa ontem e cuja in-clusão na ordem do dia foimarcada pelo presidente JoséSarney para a próxima terça-feira, dia 11.

A nova MP cria a carreira deperícia médica do InstitutoNacional do Seguro Social(INSS) e estabelece sua remu-neração. A medida já chegouao Senado com todos os pra-zos de tramitação vencidos, oque sobrestou as votaçõesprevistas para ontem.

Nova medida provisóriabloqueia votações no Senado

Realizado pela TV Senado,com direção de Maria Maia, odocumentário Alma Curiosa dePerfeição, sobre a vida do escri-tor brasileiro Machado de As-sis, foi selecionado para a 4ªMuestra de Documentales y Fo-tografias de América Latina,que acontece em Albacete, Es-panha.

Segundo informações divul-gadas pela TV Senado, o docu-mentário, que tem uma hora deduração, percorre a vida do es-critor, descrito como um ho-mem reservado, e demonstra opouco que se sabe do início desua vida e da maneira como ini-ciou a formação e adquiriu suarica cultura literária. O que sesabe, mostra o documentário,é que Machado de Assis filho deuma açoriana e de um pintordourador que, até o escritorcompletar seis anos, trabalha-ram e viveram na aristocráticachácara da viúva do senadorBento Barroso, também madri-nha do escritor.

O documentário ajuda amostrar a enorme diversidade

de Machado de Assis e a formacom que se valia de incontáveisreferências ao escrever, umatendência que hoje poderia serchamada de pós-moderna.Alma Curiosa de Perfeição evo-ca o mundo que serviu de am-biente para o aparecimento deMachado de Assis, por meio dedepoimentos de especialistas eescritores como Lygia Fagun-des Telles, Nélida Piñon, Anto-nio Olinto, Josué Montello, omexicano Carlos Fuentes e osenador e escritor José Sarney.

Programa da TV Senadomostra vida de Machado

O Dia das Mães, a ser celebra-do neste domingo, foi come-morado ontem pelo Senadocom um talk show conduzidopela terapeuta de adolescentesMônica Mulatinho.

A iniciativa do evento foi daComissão Temporária do Anoda Mulher e teve a presença deservidores do Senado, seus fa-miliares e outros convidados.

Vários temas de interesse fe-minino foram abordados demaneira diferenciada, com oobjetivo de refletir sobre os di-versos papéis desempenhadospela mulher.

A proposta do evento foi dis-cutir estereótipos criados emtorno do papel da mulher e es-

timulá-la na realização de umprojeto de vida consistente,baseado na participação sociale na concretização de seus so-nhos.

Em sua exposição, a tera-peuta Mônica Mulatinho de-fendeu um projeto de auto-in-vestimento, para que a mulhertrabalhe a autoconexão comseus sentimentos, o resgate daauto-estima e a conseqüenteautocondução, identificando-se como autora de sua própriaexistência.

Na ocasião, a médica defen-deu o investimento femininonos quatro aspectos existenci-ais – físico, emocional, intelec-to-profissional e espiritual.

Palestra sobre papel damulher homenageia mães

FESTIVAL Documentário sobreo escritor brasileiro será exibidoem Albacete, na Espanha

����������� ��� ��

����������� ��� ��

��� ��������

Page 7: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

7Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

Projeto regulamentaserviço de meteorologia

A Comissãode Constitui-ção, Justiça eC i d a d a n i a(CCJ) aprovouontem e enca-minhou paraexame do Ple-nário substitu-tivo à propostade emenda à

Constituição que acrescenta àscompetências da União a orga-nização e manutenção dos ser-viços de meteorologia e clima-tologia, ao lado dos serviçosoficiais de estatística, geografia,geologia e cartografia.

A relatora da matéria (PEC12/03), senadora Serys Slhessa-renko (PT-MT), decidiu modi-

Proposta deOsmar Dias vaiao Plenário

Mudança na Lei Eleitoralgera polêmica na CCJ

EXPLICAÇÃO César Borgeslembra que sua proposta nãotem caráter casuístico

Projeto ampliaoportunidade dedefesa a eleitosacusados da comprade votos

Proposta de modificação nalegislação eleitoral, primeiroitem da pauta de ontem da Co-missão de Constituição, Justiçae Cidadania (CCJ), foi alvo depolêmica entre os senadores. Osenador Ney Suassuna (PMDB-PB), em nome da bancada dopartido, pediu vista do projeto(PLS 284/03) do senador CésarBorges (PFL-BA), que propõe oacréscimo de dois artigos à Lei9.504/97 para assegurar ao can-didato eleito acusado de com-pra de voto que a perda domandato somente ocorra apóso trânsito em julgado da sen-tença. O autor da matéria tam-bém especifica o prazo de cin-

ladares (PSB-SE) que visa dei-xar claro no texto que, após oprazo de cinco dias das elei-ções, ninguém pode apresentarqualquer representação a res-peito da compra de votos.

O senador Tião Viana (PT-AC)lamentou a decisão do PMDB.Antero Paes de Barros (PSDB-MT) também defendeu o prin-cípio da ampla defesa, mas dis-se respeitar a luta do PMDBpara aumentar sua bancada noSenado. Mão Santa (PMDB-PI),que não integra a comissão,manifestou-se contra a decisãode seu partido.

Jefferson Péres (PDT-AM)lembrou que a lei que o proje-to procura modificar represen-tou extraordinária colaboraçãopara coibir a corrupção eleito-ral. O autor do projeto, CésarBorges, ressaltou que apresen-tou a proposta em meados doano passado e que ela não temcaráter casuístico.

co dias após a data da eleiçãopara a entrega de representa-ção denunciando a prática decompra de voto. O presidenteda CCJ, Edison Lobão (PFL-MA), concedeu vista coletiva daproposta.

O relatório de Garibaldi AlvesFilho (PMDB-RN) é favorável àmatéria. Ele acolheu emendado senador Antonio Carlos Va-

Valadares vê ação contra CapiberibeO senador Antonio Carlos

Valadares (PSB-SE) acusou on-tem o PMDB de atuar na CCJcom o objetivo de prejudicar osenador João Capiberibe (PSB-AP), condenado recentementepelo Tribunal Superior Eleitoral(TSE) à perda do mandato jus-tamente sob a acusação decomprar votos e a sentença ain-da não foi publicada.

Para Valadares, o PMDB estátentando dar ao ex-senadorGilvam Rocha (AP), 2º mais vo-tado no Amapá, “um mandatoespúrio”, uma vez que ele seriadiplomado, na hipótese da cas-sação de Capiberibe.

Em aparte, Ney Suassuna(PMDB-PB) disse que pediuvista por determinação de Re-

nan Calheiros (PMDB-AL)e porconvicção pessoal. Renan ex-plicou que membros da banca-da reunidos na quarta-feira de-cidiram pelo pedido de vistamovidos por argumentação de

DESABAFO “Estão querendotirar no tapetão o mandato deCapiberibe”, diz Valadares

Gilvam Rocha.A menção do nome de Gil-

vam levou Valadares a reforçarsua suspeita sobre os motivosdo PMDB e a anunciar que nãomais se considera liderado porSuassuna.

– Estão querendo tirar no ta-petão o mandato do senadorCapiberibe. Ney Suassuna nãotem moral para ser líder do go-verno Lula. Sempre que a ban-cada estiver sob a orientaçãodele, votarei contra os projetosdo governo – disse Valadares.

– Quem é que não tem moral?– defendeu-se Suassuna, acusa-do por Valadares de, quando mi-nistro da Integração Nacional,desviar, “para outros interesses”,verbas destinadas a Sergipe.

Zambiasi defende o planejamento familiarAo manifestar sua preocu-

pação com o crescimentopopulacional descontroladoda população brasileira, re-gistrado sobretudo nas cama-das mais pobres, Sérgio Zam-biasi (PTB-RS) solicitou aopresidente do Senado, JoséSarney, que articule junto aoPalácio do Planalto uma for-ma de o Senado participar dodebate sobre os direitos sexu-ais e direitos reprodutivos,para o qual foi constituído umgrupo de trabalho intermi-

nisterial. O objetivo da discus-são é garantir a homens e mu-lheres efetivo acesso ao plane-jamento familiar.

Zambiasi também sugeriuque o Senado utilize todo o seusistema de comunicação emídia para divulgar, via campa-nhas educativas e profissionais,a temática do planejamento fa-miliar e da paternidade respon-sável. Ele pediu ao governo fe-deral que promova campanhasde esclarecimento em todos osmeios de comunicação.

S e g u n d oZambiasi, a ca-da ano 1 mi-lhão de adoles-centes na faixaetária de 11 a18 anos engra-vidam no Bra-sil, gravidezprecoce que, aseu ver, é con-seqüência da falta de infor-mação, orientação e acessoaos métodos anticoncep-tivos.

Zambiasi querparticipação doSenado

Tourinho temepela reforma

tributária

O andamento da reforma tri-butária na Câmara dos Depu-tados levou Rodolpho Tourinho(PFL-BA) a admitir que teme aquebra de compromissos fir-mados entre governo e oposi-ção no Senado, da mesma for-ma que teria acontecido com areforma da Previdência. O se-nador criticou alterações feitaspelo relator da matéria na Câ-mara, Virgílio Guimarães (PT-MG), que acarretariam prejuí-zos para estados e municípios.

O deputado, conforme Tou-rinho, não considerou o au-mento acordado de 1% noFPM, o que representa perda

Tourinhocondenaalterações

O senadorGaribaldi AlvesFilho (PMDB-RN) apelou aosintegrantes daComissão deConstituição,Justiça e Cida-dania (CCJ)pela aprova-ção, o mais ra-

pidamente possível, do subs-titutivo do senador RamezTebet (PMDB-MS) ao Projetode Lei da Câmara (PLC 71/03)que regula a recuperação judi-cial, a extrajudicial e a falênciade devedores pessoas físicas ejurídicas que exerçam ativida-de econômica regida pelas leis

Garibaldi apelaaos membrosda CCJ

Garibaldi pede aprovaçãorápida da Lei de Falências

ficar a proposta original, deOsmar Dias (PDT-PR). Ela ex-plicou que as alterações repre-sentam consenso entre as equi-pes técnicas dos Ministérios daAgricultura e da Ciência e Tec-nologia, que, historicamente,segundo ressaltou, sempre de-monstraram posições confli-tantes sobre o tema.

Pela proposta de Osmar, osserviços de meteorologia eclimatologia seriam incluídosentre as competências da Uni-ão a serem explorados direta-mente ou mediante autoriza-ção, concessão ou permissão,como já está estabelecido naConstituição para os serviçosde radiodifusão e de aproveita-mento energético.

de R$ 1,1 bi-lhão. Alémdisso, retiroudo texto oFundo de De-senvolvimen-to Regional,estimado emR$ 2 bilhões.

O governoainda reduziuo IPI para veículos em doispontos percentuais. Cálculosiniciais, afirmou Tourinho, in-dicam uma perda da ordem deR$ 700 milhões por ano para es-tados e municípios.

Em apartes, Antonio CarlosMagalhães (PFL-BA), TassoJereissati (PSDB-CE), EduardoAzeredo (PSDB-MG), NeySuassuna (PMDB-PB) e RamezTebet (PMDB-MS) endossaramas críticas de Tourinho.

comerciais.Conhecida como nova Lei de

Falências, a proposta, segundoGaribaldi, possibilita a inserçãodo Brasil no contexto modernodas relações entre pessoas, se-jam físicas ou jurídicas, e as ati-vidades econômicas que exer-cem. Ele destacou que o proje-to enfatiza a recuperação dassociedades e empresários, con-vocando o Estado a oferecerinstrumentos e condições paraque a empresa se recupere.

– A proteção aos trabalhado-res foi um dos itens mais des-tacados no substitutivo. Neleconsidera-se como único eprincipal bem dos trabalhado-res a sua força de trabalho.

��������������

���� ������

���� ������

����������� ��� ��

����������� ��� ��

��������������

Page 8: Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.929 ...€¦ · Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005 poderão ser apresentadas entre os dias 12 e 26

8 Brasília, sexta-feira, 7 de maio de 2004

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney,Paulo Paim, Geraldo Mesquita Júnior e Sérgio Zambiasi

Minifúndios criadospela reforma agráriadificultam às famíliassair da linha de pobreza,afirma especialista

Prunes diz que é impossívelassentar todos os sem-terra

Em depoimento feito ontemna CPI Mista da Terra, o profes-sor José Cândido Prunes, dou-tor em Direito Econômico, afir-mou que “não há terra sufici-ente para assentar todo brasi-leiro que os movimentos soci-ais dizem querer encarar a vidano campo”. Segundo ele, se fo-rem reais os números de enti-dades como o Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Ter-ra (MST), de que existem 4 mi-lhões de pessoas à espera deterra para morar e produzir,90% de todo o território nacio-nal teriam que ser desapropri-ados.

Para o especialsta, o progra-ma de reforma agrária brasilei-ro está criando uma estruturade minifúndios – áreas em tor-no de 35 hectares – que tornapraticamente impossível a umafamília sobreviver acima da li-nha de pobreza com tão exíguaárea para trabalhar.

Ele criticou a posição do lí-der do MST, João Pedro Stédile,que defende a entrega de pro-priedades de 15 hectares paracada família, e advertiu que opaís está produzindo assenta-mentos insustentáveis do pon-to de vista econômico. Para oespecialista, um número razo-ável no Brasil seria de áreascom 190 hectares, se compa-rados à média das proprieda-des rurais em outros países,como a Argentina.

Na valiação do especialista, oBrasil tem hoje, com 18% desua população na área rural,

um contingente excessivo depessoas (16 milhões) morandono campo, que necessita serdrasticamente reduzido, paraque se possa dar a elas um pa-tamar de renda satisfatório.

– Se o Brasil pretendesse atin-gir o patamar da Argentina,onde 15% das pessoas (1,2 mi-lhão) vivem no campo, isso sig-nificaria levar para as cidades6,3 milhões de habitantes. Issopara oferecer 26 hectares paracada agricultor, um númeromuito baixo.

Participando do debate nacomissão parlamentar de in-quérito, o senador Sibá Macha-do (PT-AC) discordou das tesesdefendidas por Prunes. Sibá cri-ticou o governo Fernando Collor(1990-1992) por ter desmante-lado o sistema de extensão ru-ral brasileiro, a seu ver um doselos mais importantes paraviabilizar a reforma agrária.

A comissão temporá-ria externa sobre de-marcação de terras in-dígenas voltou ontem aouvir os garimpeirosde Rondônia a respeitodo massacre ocorridona reserva Roosevelt,onde 29 corpos foramencontrados. Um so-brevivente do conflitoprestou perante ocolegiado um depoi-mento emocionado erelatou que os índios,antes de cometerem osassassinatos, abriam abarriga das pessoas vivas, paraver se encontravam algum dia-mante escondido.

Segundo o garimpeiro, do lo-

cal em que estava escondidoele ouvia os gritos de pessoassuplicando para serem mortaslogo. Ele disse também que o

massacre teve a par-ticipação de doishomens brancos eque acredita havermais corpos enter-rados no local.

Por questão de se-gurança, parte dareunião foi secreta,quando a comissãotomou depoimentosde dois outros ga-rimpeiros. A reuniãoresultou de sugestãodos senadores doPMDB de Rondônia,Valdir Raupp e Pau-

lo Elifas, que apresentaram re-querimento propondo a inves-tigação do massacre realizadopelos índios em 7 de abril.

DEMARCAÇÃO Mozarildo (à direita, ao lado de ValdirRaupp) dirige audiência da comissão temporária

DEBATE Alvaro Dias (segundo à direita) preside a reunião que discutiu a situação fundiária no país

Garimpeiros relatam detalhes de massacre

O senador Ney Suassuna(PMDB-PB) informou que os agri-cultores nordestinos que toma-ram financiamento do governo,no início dos anos 80, para fazerreflorestamentos com algarobaviram seus projetos fracassar e ain-da estão perdendo as terras emprocessos movidos pela União,para ressarcimento de emprésti-mos do antigo Instituto Brasileirode Desenvolvimento Florestal(IBDF).

Ele disse que os fazendeiros fo-

ram incentivados a plantar a árvo-re que, além de madeira, produzi-ria ainda vagens para alimentaçãode gado. “Foi um fracasso. A alga-roba não cresceu, não deu os fru-tos que se esperava e tambémnão suportou as secas como os es-pecialistas do governo previam”.

Suassuna narrafracasso de

reflorestamentocom algaroba

PREJUÍZO Fazendeiros perdemterras em processo movidopela União, diz Suassuna

A presidente da Comissão deAssuntos Sociais (CAS), senadoraLúcia Vânia (PSDB-GO), defendeuontem a participação da socieda-de nas ações de vigilância sanitá-ria, ao falar sobre o tema “Contro-le Social como Mecanismo de For-talecimento das Ações de Vigilân-cia Sanitária”, durante o FórumAnvisa: Avanços e Desafios, queestá sendo realizado em Brasília.

Para a senadora, a vigilância sa-nitária sempre foi vista como umbraço distante do Sistema Únicode Saúde (SUS) e se constitui emum dos campos de atuação maiscarentes de controle social.

– O modelo não prevê, nos es-tados e municípios, a existência deconselhos, quer consultivos, querdeliberativos, nessa área - explicou

Lúcia Vânia. O encontro, que seráencerrado hoje, marca os cincoanos de criação da Agência Naci-onal de Vigilância Sanitária(Anvisa). A sessão de ontem con-tou com a presença do ministroda Saúde, Humberto Costa.

Lúcia Vânia defende ação da sociedade na vigilância

Em discurso no Plenário, o sena-dor Sibá Machado (PT-AC) comu-nicou que está encaminhando aogoverno proposta de sua autoriacom o objetivo estabelecer prio-ridades a obras de energia previs-tas no Plano Plurianual (PPA) paraa região amazônica. Ele argumen-tou que a medida é necessária,uma vez que o conjunto das obrasprevisto é conflitante, podendoaumentar “a irracionalidade exis-tente em termos de oferta e de-manda de energia”.

Sibá citou o caso da Eletronorte,que possui energia de sobra naregião e não tem para quem ven-der. A existência de um mercadode venda de energia restrito, dis-se, deve-se principalmente à faltade interligação ao sistema nacio-nal. O senador afirmou que a situ-ação também é resultado dos in-

vestimentos em Tucuruí para secumprir o cronograma de conclu-são da obra até 2006.

O parlamentar destacou que ofato de ter sido relator do novoPPA permitiu-lhe uma visão geraldos investimentos para o país,quando constatou um processode “irracionalidade no sistema”.

LACUNA Lúcia Vânia apontaausência de controle socialsobre a política do setor

ENERGIA Sibá Machado temproposta para equilibraroferta e demanda na região

Sibá quer racionalidade emhidrelétricas na Amazônia

����� ���

���� ������ �

����������� ��� ��

��������������

����������� ��� ��