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Revolução de 1930• É um movimento liderado pelos estados da Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
• É o marco de ruptura da República Velha com um golpe de Estado contra o presidente Washington Luís, que ao mesmo tempo impede a posse do presidente eleito, Júlio Prestes.
• O ano é 1930: caos e terror espalham-se pelas ruas do Rio de Janeiro, a então capital da República.
República do Café com Leite
• Pelo acordo feito, a presidência da República seria ocupada com alternância de 4 em 4 anos entre políticos de Minas Gerais e São Paulo (política do café com leite).
• Washington Luís, embora fosse carioca, era radicado em São Paulo. E por ser registrado politicamente no estado paulista, deveria indicar, conforme previa o acordo, um político mineiro para o substituir no cargo.
• Traiu o movimento e apoiou o candidato de São Paulo, Júlio Prestes.
A campanha de eleitora de 1930 foi feita ao estilo República Velha: muita violência, com tiroteios, assassinatos, além das pancadarias em praças.
Em Chapecó (SC), onde haveria um comício em favor de Prestes, ao se aproximar da fronteira com o Rio Grande do Sul, a caravana foi atingida por disparos. Os policiais de ambos os estados trocaram tiros no meio da população civil.
O assassinato em Recife• Em 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assinado em uma
confeitaria na cidade de Recife. O assassinato tinha uma motivação pessoal: fofoca/vingança.
• João Pessoa mandou saquear o escritório de advocacia de um de seus inimigos, João Dantas. Acontece que no cofre existiam cartas e poemas escritos pela esposa de Dantas. Os escritos estavam endereçados a outro homem. Dantas disparou duas vezes no peito de Pessoa e foi preso, espancado e morto.
Governo Provisório (1930-1934)
• O então presidente Washington Luís deixou o cargo para uma junta militar em outubro de 1930. Em novembro, Getúlio Vargas assumiu como presidente.
• Os militares tiveram lugar de destaque no governo. Congresso Nacional, Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais foram dissolvidos. Governadores foram substituídos por militares do governo central. Dois ministérios foram criados: o ministério de Educação e Saúde Pública; e o de Trabalho, Indústria e Comércio.
“Ao mesmo tempo em que contemplava ambos os setores do Tenentismo com cargos, Getúlio procurava acenar com o atendimento de velhas reivindicações dos trabalhadores e até mesmo reeditar a proteção ao setor cafeeiro”
Aí nasce a famosa frase: “pai dos pobres”, que Vargas até poderia ser. Mas era também a mãe dos ricos. Embora a história dos direitos sociais tenha dado um gigantesco salto no Brasil a partir do governo Vargas, não se pode apagar o fato de que a elite também teve seus ganhos, que foram bem mais significativos se comparados aos dos trabalhadores/as.
Revolução Constitucionalista de 1932
• Em maio de 1932, quatro estudantes paulistas foram mortos por partidários de Vargas. Eles foram assassinados enquanto participavam de uma manifestação por uma Constituinte.
• O movimento em São Paulo juntou-se ao de Minas Gerais em um batalha que durou cerca de três meses. A cidade de São Paulo chegou a ser bombardeada.
• A Revolução terminou em outubro de 1932 com a vitória do governo
Constituição de 1934
• O voto feminino;
• Justiça eleitoral;
• Direitos trabalhistas: férias remuneradas, aposentadoria, pensões, jornadas de 8 horas, além de regulamentar o trabalho dos menores de idade.
Governo Constitucional (1934-1937)
• Os eventos externos e a influência na política do Brasil:
• Revolução Russa (1917);
• Ascensão do Nazismo na Alemanha (1930);
• Os eventos Pré-Guerra.
No capítulo anterior...
• Getúlio Vargas pôs fim ao sistema da República Velha, impediu a posse do presidente eleito, Júlio Prestes e deu início ao movimento conhecido como Revolução de 1930.
• Após a Revolução, Getúlio assumiu a presidência e ficou no poder por 4 anos, fase conhecida como “Governo Provisório”.
• Em 1932, após uma Revolução Constitucionalista, o país ganhou uma nova Constituição no ano de 1934. Tem início a fase do chamado Governo Constitucional.
Fique agora com o capítulo de hoje
Eis que você inventa um golpe comunista para dar um golpe de Estado.
• O Plano COHEN foi um documento elaborado por militares brasileiros para simular uma revolução judaico-comunista no Brasil.
• O plano foi elaborado pelo então capitão Olímpio Mourão Filho, à epoca chefe do Estado Maior e membro da Ação Integralista Brasileira, grupo tradicionalista católico e inspirado pelo fascismo italiano.
• Foi a justificativa de Vargas para cancelar as eleições de 1938 e dar um golpe de Estado em 1937.
O Golpe de 1937• Em 30 de setembro de 1937, o general Góes Monteiro - Chefe do Estado-Maior do Exército, noticiou em seu programa de rádio - Hora do Brasil - a descoberta de um plano comunista, cujo objetivo era derrubar o presidente Getúlio Vargas.
• O Exército atribuiu o plano ao Partido Comunista Brasileiro. O nome Cohen fazia referência a um ícone do partido, o húngaro-judeu, Béla Cohen.
• Na noite do dia 30, Vargas mandou o exército cercar o Congresso Nacional.
• Em seu programa de rádio noturno, pronunciou-se à nação informando que uma nova Constituição fora outorgada.
• Tinha início o período ditatorial do governo: o Estado Novo, que vigorou de 1937 a 1945.
Estado Novo (1937-1945)
• Manifesto à Nação;
• A nova Constituição;
• Imprensa e Propaganda;
• Populismo na América: Vargas no Brasil e Peron na Argentina.
• Em um pronunciamento que chamou de “Manifesto à nação”, dizia que o objetivo do Estado Novo era:
“reajustar o organismo político às necessidades do país [...] É a necessidade de que faz a lei: tanto mais complexa se torna a vida no momento que passa, tanto maior há de ser a intervenção do Estado no domínio da atividade privada”
• A nova Constituição foi outorgada e dava plenos poderes ao presidente.
• O Congresso foi fechado e Vargas passou a governar sem um dos tripés dos três poderes do Estado: o legislativo.
• O texto, elaborado por Francisco Campos, passou a ser chamado de “Polaca”, principalmente por ser baseado na constituição polonesa que estava em vigor naquele momento.
• No mesmo ano, um decreto estabeleceu a extinção de todos os partidos políticos.
• Bandeiras e símbolos de estados foram queimados em praça pública no Rio. Getúlio era contra qualquer forma de regionalismo. Deixava isso claro em seu discurso:
“Não temos mais problemas regionais; todos são nacionais, e interessam ao Brasil inteiro”.
• Em 1939, o governo passou a impor a censura à imprensa e propaganda por meio do regime do DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda do governo.
• O DIP, além de órgão fiscalizador, era também a voz do Estado Novo. A imagem do presidente era responsabilidade do órgão. O DIP era dirigido por Lourival Fontes, jornalista e amigo de Vargas. Sua principal inspiração na propaganda era Paul Joseph Goebbels, político e ministro da Propaganda do Estado Nazista.
• Os objetivos do DIP:• Centralizar e coordenar a propaganda nacional;• Fazer a censura prévia ao teatro, cinema, do rádio, da literatura social e política, além da imprensa em modo geral;
• Estimular a produção de filmes educativos nacionais;• Estimular festivais com canções que exaltassem a nação. Uma das canções mais famosas no Brasil e no mundo, produzidas no período, é “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, de 1939;
• Colaborar com a imprensa estrangeira para a não divulgação de notícias nocivas ao país.
• Vargas certamente não é o criador do populismo, mas é quem o introduz e aperfeiçoa no Brasil.
• Getúlio sempre apresentou-se como um político carismático e s empre e s t eve em con ta to d i r e to c om a ma ssa de trabalhadores.
• Mesmo com o caráter autoritário, a massa de trabalhadores apoiou Vargas. Essa mesma massa foi beneficiada por ele a partir da criação da CLT. E em seu segundo mandato (1951-1954), a CLT passou a garantir todos os direitos previstos.
Getúlio Vargas foi um bom presidente?
Criou diversos mecanismos de proteção aos trabalhadores,Mas flertou com a corrupção e vista grossa para crimes
contra o Estado por parte da elite.Apoiou ladrões e garantiu direitos básicos como salário
mínimo, educação e saúde pública.
Referências BibliográficasCOTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Gerão. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 569-600.POLIEDRO. Pré-Vestibular História: volume 4. São José dos Campos: Editora Poliedro, 2017, p. 43-63. SILVA, Hélio. A ameaça vermelha: o plano Cohen. Rio Grande do Sul: LP&M, 1980.
Arquivo:CPDOC/FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - Fundação Getúlio Vargas.