revista_ilust_5

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  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    Nesta Edio:

    Z Otvio, Drew Struzan,Bencio, J. Carlos, Crcamoe Rubens Ewald Filho

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    Foto:

    arquivoRicardoAntunes

    Revista Ilustrar agora mudou de data, epassa a sair sempre no dia 1... mais fcil de se lembrar.E sempre dia 1 dos meses mpares: Janeiro, Maro, Maio...

    etc. No podia haver melhor maneira de comear o ms.

    E neste ms temos, como de costume, somente biscoito fino,entrevistas exclusivas e convidados de primeira... e um certoclima de cinema no ar.

    Na seo Portfolio temos o iniciante Z Otvio, mostrandoque talento no tem idade, e, no Step by Step,o grande aquarelista Crcamo.

    No Sketchbook temos algo que pouca gente conhece,os esboos de um dos maiores ilustradores brasileiros,Bencio, que tambm produziu muitos psters de

    cinema.

    Na seo Internacional, o tambm ilustrador de pstersde cinema Drew Struzan, um dos mais conhecidos domundo, autor dos psters de Indiana Jones, entre outros.Alis, deixou para a revista um Indiana com dedicatria...

    E para fechar o clima de cinema, nada melhor que um dos mais

    prestigiados crticos de cinema do Brasil, Rubens Ewald Filho,falando exatamente sobre psters, nas 15 Perguntas.

    Dia 1 de setembro tem mais...

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    DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL:Ricardo Antunes [email protected] DE ARTE:Neno Dutra - [email protected] Antunes - [email protected]:Ricardo Antunes - [email protected]:

    COLABORARAM NESTA EDIO:

    ILUSTRAO DE CAPA:Drew Struzan - [email protected]: [email protected] DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada,postada, distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente,sem qualquer alterao, edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditosaos autores e co-autores.Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.

    3

    EDITORIAL .........................................................................2 PORTFOLIO:Z Otvio ........................................................ 4 INTERNACIONAL:Drew Struzan .......................................13 SKETCHBOOK:Bencio .....................................................24 MEMRIA:J. Carlos ............................................................33 STEP BY STEP:Crcamo ....................................................42 15 PERGUNTAS PARA: Rubens Ewald Filho .......................50 CURTAS............................................................................... 58 LINKS DE IMPORTNCIA ............................................ 60

    R

    evis

    taIlustrar

    Jal (J. Carlos) - [email protected] Sobral (J. Carlos) - [email protected] Dias de Alencar (J. Carlos) - [email protected] Shuman (divulgao) - [email protected]

    Neno Dutra - [email protected] Machado - [email protected] Jansen - [email protected]

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    a cidade de Olmpia,interior de So Paulo, o jovem ZOtvio visitou pela primeira veza cidade grande aos 11 anos deidade. Paixo imediata.

    Aos 18, muda-se para So Paulo,movido pela emoo com aspessoas, com os grafites e coma madrugada paulistana.

    E a segunda paixo foram asrevistas, em especial o designde algumas delas, como a Simplese a Trip.

    Da para o curso de Design Grficofoi um passo, onde trabalhouem vrias reas, at chegar aassistente do ilustrador e animadorCu DEllia.

    E a dedicao ao desenho se firmoude vez, focando seu trabalho comoilustrador para as grandes editorasdo pas.

    4

    Foto

    :arquivoZOtvioZangir

    olami

    ZOtvio

    Zangirolami

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    Sou formado em Design Grfico pelo CentroUniversitrio Belas Artes de So Paulo.

    L, fiz um ano e meio de modelo vivo como professor e artista plstico Jos Paulode Latorre e dois anos de metodologia

    bidimensional e ilustrao, com o professore ilustrador Luis Bagno.

    Fiz alguns cursos extras de fotografia;

    o mais bacana foi o de processos artesanaisde revelao, com o bilogo e fotgrafoEugnio Frediani.

    Estudei desenho por um ano com o BrckeCarib, na Quanta Academia de Artes.

    E trabalhei um ano e trs meses com oCu DEllia - considero esse perodo comouma faculdade a mais, em termosprofissionais.

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    A leitura torna as palavras sobre osdesenhos mais fortes e mais precisascom o passar do tempo.

    E tambm nutre a formao deuma idia.

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    O livro que mais me influenciou a desenhare ao mesmo tempo escrever nos desenhosfoi o Curva de Rio Sujo do Joca ReinersTerron.

    Ele meio que faz uma trajetria de suaprpria vida, que vai de Cuiab, passa pelointerior paulista e chega at Sampa.

    Pra mim como fechar os olhos e lembrarde todas as aventuras, traumas, alegrias,

    Este livro me despertou e me ps a cabeano lugar. Talvez tenha desorganizado elade vez... No sei.

    O que sei que alguns desenhos maisntimos saram dali. Quem sabe um diafao uma homenagem fiel ao livro.

    tristezas, sonhos... de quando era criana.Depois adolescente; depois com 18 anos,chegando em So Paulo.

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    ode ser que voc nunca

    tenha ouvido falar em Drew Struzan,mas com certeza cansou de ver ostrabalhos dele.

    Qualquer pessoa que j tenha ido aocinema acabou esbarrando em umdos seus inmeros psters, emqualquer lugar do planeta.

    Quem que nunca viu os psters dasrie Guerra nas Estrelas, IndianaJones, Hellboy, De Volta Para o Futuro,Harry Potter, Rambo e muitos outros?

    Sem falar nos trabalhos parapublicidade e TV... so mais de 30anos de carreira como ilustrador,partilhados aqui numa rpida

    entrevista exclusiva,feita por e-mail.

    Foto:

    arquivoDrewStruzan

    Drew

    Struzan

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    A tcnica no to importante comoa mensagem e o meio. Eu me mantenhono meio clssico: eu pinto.

    Me agarro aos valores clssicos da arte, paraembelezar, inspirar, celebrar e para encorajar.

    Eu pinto a partir do esprito para alcanaro esprito dos meus colegas.

    Tcnicas? Eu desenho, depois pinto e adicionodetalhes com mais desenho. Mas, voc sabe:como um artista pinta no to importantequanto o porqu de ele pintar.

    Qualquer um pode aprender a desenhar.Qualquer pessoa pode ser ensinada a pintar.

    Voc pode ensinar criatividade, viso,a experincia do saber. Mas o que no se podeensinar o corao do artista.

    StarWars-EpisodeI

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    O esprito da arte tem que viver nocorao do artista. A tcnica est no coraode quem faz.

    trazida para a ao atravs do crebro;para fora da mo atravs do pincele do ato de pintar para a folha em branco.

    Onde est a tcnica se ela no comeana alma do artista?

    E no, eu no fao meu trabalhono computador.

    No uma questo para mim. No possofalar pelos outros.Para mim, no h competio.

    Pintura tradicional ou computador: sosomente ferramentas. Se a arte pode serfeita com outros meios, ento que seja assime que seja mais para todos ns.

    Eu por acaso gosto de pintar mo;

    um mtodo natural e intuitivo para criar.

    Aqui estou eu, escrevendo num computadorpara esta entrevista. Isso bom, no sentidoque eu no conseguiria chegar a este pblicose no fosse o computador.

    Esta era digital tem me conectado com outraspessoas ao redor do mundo; pessoas queeu nunca conheceria seno pelo computador,pela internet.

    Por causa desta conexo, eu sou constantementerelembrado de que a Terra est cheia de pessoassimpticas e carinhosas.

    Por isso, mesmo raramente saindo do meuestdio, eu acredito que a arte tem um bom epoderoso lugar no mundo. E o computador meabriu as portas para um mundo de apreciao.

    Os artistas so os pioneiros da criatividade,e so aqueles que apontaram o caminhopara um mundo melhor e mais gentil.

    O computador pode fazer imagens, ou umartista, usando um computador, poderiafazer arte. A pintura o meu meio.

    HellboyII

    GreenMile

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    No paixo, no escolha. Eu tambmfao capas de livros, selos, capas de discos,entre muitos outros projetos.

    O cinema se tornou o cliente predominantedo meu trabalho por circunstncia e nopor escolha.

    claro que h muitas razes especiais empintar para a indstria do cinema. Por causada distribuio mundial e em larga escalado meu trabalho, mais pessoas no mundovem o que eu fao.

    Os psters de cinema so onipresentes. Istofaz dos psters de cinema um trabalhodesejvel para muitos ilustradores. Sabemosque quando o nosso trabalho visto, essa a melhor publicidade que podemos ter.

    Tenho a beno de ter o meu trabalho vistopor muitas pessoas, em vrios pases, aomesmo tempo - coisa que eu jamais poderiaimaginar, em tempos passados.

    claro que os filmes so o lugar onde muitossonhadores se encontram. uma fbrica desonhos.

    Escritores, diretores, atores, todos os tiposde artistas se encontram para tornar o sonhorealidade.

    Eu posso estar mais abaixo nessa cadeia,mas fazer parte desta comunidade criativa o sonho realizado para um artista criativo.

    A maioria dos artistas de psters mudou parao computador - e isso faz com que eu mesinta como um dinossauro, o ltimo da minha

    gerao.

    Mas eu vou me agentar, aqui, at o final,porque sei que o pblico ainda est famintode arte nos seus psters de cinema.

    Shawshan

    kRedemption

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    Sabemos que no h um Deus dos estdiosde cinema, ou da publicidade do cinema.

    Todo distribuidor de filmes, seja ele estdioou independente, toma suas prprias decisese faz suas escolhas de acordo com as suaspropostas e quem vo contratar.

    Eu no vejo tendncia em conceito ou design.H muitas escolhas de caminhos e contedos,e, qualquer pessoa, diretores de arte eexecutivos, tem suas prprias opinies e gostos.

    Assim a vida, assim a humanidade,esta a nossa liberdade de escolhae a beno da diferena e variedade.

    Eu me sinto feliz pelos poucos que aindame contratam para fazer arte. O espaopara a oportunidade e para os ilustradoresdiminuiu. No uma conspirao, massomente o resultado das escolhas.

    Tal como as pessoas mudam ou semovimentam, o mesmo acontece nocenrio das indstrias.

    Todos ns, da indstria, estamosinteressados e assistindo, para ver o queacontece e para onde isso ir.

    Os designers de psters so somenteum sintoma de algo mais envolvente.

    BladeRunn

    er

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    Tudo passa, como costumo dizer. No

    consigo prever o futuro e a minhaopinio no vai alterar aquilo que ser.

    No entanto, eu sou essencialmente onico que sobrou fazendo este trabalho.Os jovens executivos dos estdios sevoltaram para os computadores.

    isso que eles entendem. Ilustraoj no faz parte do vocabulrio,formao ou experincia da maioria

    deles. No me admira que, ao chegarum trabalho, eles simplesmente nopensem em ilustrao.

    Se as pessoas no pensam emilustrao, ento ela est morta?No o pblico, no so os fs ou osartistas que se esqueceram ouperderam seu desejo pela arte; o queocorre que os que esto no poderno pensam nessa direo.

    Eu sempre imagino o que chegarao seu fim primeiro: eu ou o mundo?

    Pa

    nsLabyrinth

    DarkTowe

    r

    Torentte3

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    Como j mencionei antes, uma sensaofantstica estar em contato com o mundo.

    Eu coloquei um programa de trackingno meu site, recentemente. E j na primeirasemana, eu tive visitas de 91 pases.

    Eu recebo e-mails todos os dias, de lugaresem que nunca estive.

    As pessoas so muito generosas

    e simpticas quando escrevem apenaspara me falar do seu amor e apreciaopelo meu humilde trabalho.

    s vezes at se do ao trabalho de meescrever em ingls.

    Geralmente num ingls imperfeito, mas o corao delas que sempre fica, quepredomina. verdadeiramenteimpressionante, na maioria das vezes.

    E tambm nos desperta. Como eu poderiasaber que esse trabalho, estes psters,so to amados por tanta gente?

    HarryPotter

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    Eu tenho um sonho muito particular: quede alguma maneira, um dia a arte ir tornaro mundo mais claro e mais feliz, generoso

    e mais bonito

    Acho que uma grande e inestimvelbeno saber que a vida de alguns tem sidoo benefcio de outros. A internet trouxe luza vida secreta das minhas pinturas.

    O que h por trs de tais comentrios?No h nada por trs deles!

    Estes homens so certeiros; eles dizemo que querem dizer.

    Esse o tipo de expresso sincera depessoas agradveis.

    Como eu me sinto? Quem no se sentiriaprofundamente honrado por estes homens

    dizerem qualquer coisa sobre voc? Parano dizer o quanto generosos eles socom seus comentrios.

    Eu adoro ambos; so espetaculares,grandes criadores e boas pessoas.

    Eu no tinha idia de quanta gente tem sidoprofundamente influenciada pelo meu trabalho.

    Fico feliz que isso tenha acontecido; queeu tenha sabido disso. Um artista pintapara chegar s pessoas. Um artista precisater o seu trabalho visto para alcanar

    o seu objetivo.

    Se o seu trabalho est mesmo comunicando,mudando vidas, encorajando e inspirando outros,esse artista fez o seu trabalho por completo.

    Labou

    TheMist

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    Eu olho para o meu corao e sei o quesinto Meu heri o Deus Todo-Poderosoe o seu acusador o meu vilo Sat, oDiabo.

    Qualquer um que escolha estar ao ladode Deus est comigo e qualquer um queesteja contra Deus um vilo para mim.

    claro que eu nunca pintei meu Heri

    Eu no tenho fronteiras. Os artistas nofazem divises entre eles. Todos os artistasque conheo na internet falam comigo como

    amigos e como irmos e parece que notemos separaes entre ns.

    Desejo a todos tudo de bom e agradeopela pacincia comigo.

    ou o seu opositor, j que nunca os vi, mas

    tenho visto os seus trabalhos e isto queeu tenho sempre pintado.

    IndianaJonesand

    theTempleoftheDoom

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    Indiana

    JonesandtheKingdomoftheCrystalSkull

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    Foto:arquivoBencio m dos mais conhecidos e

    celebrados ilustradores do Brasil,Bencio tem um trabalho muito

    divulgado e bastante apreciado.

    Apesar disso, so bem poucos osque viram os seus esboos e

    ensaios, material onde eledemonstra a mesma atenode sempre aos detalhes e um

    talento enorme parao desenho.

    O material que Bencioforneceu para a revistaIlustrar so os esboos

    preliminares para ailustrao Bodas de Cana,

    que aparece, finalizada,na ltima pgina

    da matria.

    E ele tambm falasobre a importncia

    do sketchbooke dos esboos.

    Bencio

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    Acho fundamental o sketchbook,principalmente quando o desenhistaainda est em formao.

    Para quem quer desenhar a figura

    humana, ento, indispensvel. Sdesenhando muito modelo vivo,

    sem preocupao de acabamento,mas prestando muita ateno aomovimento da figura e ao panejamento(estudo dos tecidos e seus efeitos sobreo corpo), para adquirir oautomatismo

    da percepo da terceira dimensonas formas humanas.

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    na fase do esboo deuma ilustrao que voc

    d vaso, realmente, suaimaginao, dando forma(visual) concreta ao seu

    pensamento.

    no esboo que defino

    todas as intenes do quepretendo para a minhailustrao.

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    cadas de 1920/1930.

    O que acontece quando um ilustrador detalento cresce no auge do movimento Art

    Dco e absorve muito de sua influncia?

    O resultado um artista de traoelegante, marcante e nico. E ele

    Jos Carlos de Brito e Cunha, ousimplesmente J. Carlos, consideradoum dos maiores cartunistas do Brasil.

    Nascido em 18 de junho de 1884,J. Carlos trabalhou muito, ampliando

    a sua atuao como artista.Alm de cartunista, foi tambmilustrador, chargista, quadrinista,

    designer grfico (um dosmaiores da poca), dirigiurevistas, fez esculturas, foiautor de teatro de revista

    e letrista de samba.

    Foto

    :arquivoJAL

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    Mas foi sem dvida como desenhista, com

    seu estilo bastante caracterstico e traoelegantssimo, que J. Carlos acabou sedestacando, alm de ter deixado para ahistria uma personagem que continuano imaginrio de todos at hoje.

    Qual mulher nunca quis se fantasiar demelindrosa, alguma vez, no carnaval?

    Apesar de parecer absolutamente comum,

    nunca ningum questionou o nome"melindrosa"... aquela mulher dos anos20, com chapu e vestido tpicos, todasensual, elegante e independente.

    E, para a poca, sinnimo de mulhermoderna, urbana.

    Essa uma das muitas criaes geniaisde J. Carlos, captando de forma nicapersonagens do dia a dia, em especial do

    povo do Rio de Janeiro, sua cidade natal,com seus sambistas, folies e carnaval,alm dos polticos da poca.

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    Seu primeiro trabalho foi publicado narevista "Tagarela", em 1902: um

    desenho com uma legenda explicandoque aquele era um trabalho deprincipiante; mas logo passou aser colaborador freqente, e j noano seguinte desenhava a capa

    da revista.Com um rpido crescimentoprofissional, trabalhou com todasas grandes revistas da poca: O

    Malho, O Tico-Tico, Fon-Fon, ACigarra, Vida Moderna, Revista da

    Semana, O Cruzeiro, e muitas outras,mas foi revista Careta que mais se

    dedicou, durante a vida.

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    Em 1941 Walt Disney vem para o Brasilpara divulgar o filme Fantasia, e entre as

    vrias homenagens, houve um almoo,

    oferecido pelo Ministrio das RelaesExteriores do Brasil, em que foram

    convidadas grandes personalidades eartistas, entre elas J. Carlos.

    Disney fez questo de sentar-se ao seulado, fazendo o convite para trabalhar em

    seus estdios... que foi recusado.

    J. Carlos amava o Rio, e poucas vezes saiu

    da cidade, mas mandou para Disney umailustrao sua... um papagaio, de chapue palet, charuto e jeito carioca, de malas

    prontas para os Estados Unidos.

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    Disney agarra a idia, faz uma adaptaoe surge o Z Carioca.

    Alm de ter atuado de forma brilhanteem vrias reas, J. Carlos tambm foium artista dedicado. Calcula-se que tenhaproduzido mais de cem mil ilustraes.

    E para algum que trabalhava tantoe com tanto amor, nada mais naturalque ser vtima do trabalho.

    Em 1950 teve uma hemorragia cerebral,quando trabalhava na sua prancheta, ao

    lado do compositor Joo de Barro, oBraguinha, durante a concepo de umailustrao para a capa de seu prximodisco.

    Faleceu 3 dias depois, aos 66 anos deidade, 50 anos de profisso e centenasde personagens marcantes.

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    Graas ao patrocnio do ProgramaPetrobras Cultural, foram digitalizadas,em alta definio, nove anos de duas daspublicaes mais importantes no cenrionacional da poca: O Malho e a Para Todos- entre 1922 e 1930, perodono qual foram dirigidas por J. Carlos.

    Eduardo Augusto de Brito e Cunha, filhode J. Carlos,cedeu os exemplares paraa digitalizao em alta definio - que,ao final, foi doada Biblioteca Nacional.

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    Todo o material, excepcional, estdisponvel para consulta pblica nosite dedicado a J. Carlos - J. CARLOSEM REVISTA, mostrando o seu trabalhocomo editor:

    www.jotacarlos.org

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    q

    Crcamo

    ascido na cidade de Los ngeles, no sul doChile, Gonzalo Crcamo chegou ao Brasil em 1976, apenaspara concluir a facudade de arquitetura, e nunca mais saiu.

    A no ser por alguns anos, na dcada de 80, quando

    morou e trabalhou na Espanha; mas logo retornou,pelas mos do grande artista grfico Miran e suagenial revista Grfica, onde Crcamo chegou afazer uma capa.

    Ilustrador e caricaturista, Crcamo ganhouvrios prmios; o mais recente deles, pelo

    livro Thapa Kunturi.

    O gosto pelailustrao infantil o

    levou a escrevertambmalguns livros,alm dese dedicar pinturae s aulas emseu ateli emSo Paulo.

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    Para entrar no clima da histria que vouilustrar, fao uma srie de estudosa lpis, em pequeno formato.

    Gosto de compor as pginas numa escalaem que eu me sinta confortvel,

    rabiscando; nesta fase no tenho ainteno de definir o resultado final,

    apenas a distribuio dos elementosque vo fazer parte desta ilustrao. um pr-aquecimento.

    Estas linhas preliminares me mostramalgumas possibilidades... escolho

    algumas e fao uma mancha nopapel para sentir se est no caminhoque vou seguir.

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    Na segunda etapa, fao algumasmanchas em aquarela, que mostram se um caminho que posso seguir ou se

    devo tentar novamente.

    a etapa de produo que mais meagrada: estudar personagens, gestos,vestimentas, ambientao do livro.

    Depois observar detalhes nafinalizao.

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    Na etapa final,seguindo o ltimoesboo, reproduzoo desenho,levemente, com

    lpis sobre papel deaquarela 300 g e100% algodo(neste caso, papelmatizado).

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    Aqui, outra sequncia...comeando novamente peloestudo, seguindo a manchade layout...

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    ... e, aqui,o esboo definitivoe a finalizao, com aquarela.

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    Foto:arquivoRubensEwaldFilho

    onsiderado o maiore mais respeitado crtico de cinemado Brasil, Rubens Ewald Filho tem

    em sua bagagem mais de 25 mil filmesj assistidos e comentados;

    uma enormidade.

    Sem falar nos comentrios da entregado Oscar, onde j participa h anos,alm de vrios livros publicados sobre

    cinema, tidos como as melhores

    referncias, em portugus,sobre a stima arte.

    E como falar de cinema falar tambmdos psters de cinema, Rubens Ewald

    Filho compartilha com a RevistaIlustrar toda a sua experincia, falando

    um pouco sobre a sua vida e sobreos psters que passaram pelas suas

    mos durante todos esses anos depaixo pelo cinema.

    www.benicioilustrador.com.br

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    De criana, em Santos (So Paulo),como resposta represso familiar, j

    que tudo era proibido.Vivia sozinho, sem irmos ou amigos, eo cinema era minha vlvula de escape.

    Era meio A Rosa Prpura do Cairomisturado com Histria sem Fim, ocinema era minha droga; virou paixo,depois hobby, depois profisso.

    Lembro de quando era criana,colecionando e guardando os recortes dosjornais e brincando de dono de cinema...hehehe... com os pequenos anncios dosjornais...

    O pster coisa mais recente, quandocomecei a viajar paraa Europa e tiveacesso aos psters de grande qualidadeartstica tambm...

    Comprei livros sobre o tema; tudo issome encantou e conquistou.

    www.aintitcool.com/node/34756

    www.mgm.com

    www.moviegoods.com

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    Foi na matin Baby de Santos, s dezda manh, no Cine Atlntico, hoje

    demolido, com o filme Tarzan e asSereias, com Johnny Weissmuller.

    Como disse, eu ficava intrigado com osanncios do jornal; corria atrs daquiloque ia passar, indo at as salas (no

    esquea que era interior e os filmesatrasavam - e, s vezes, nem chegavam).

    Mas havia um cinema que passava apenasos filmes da Fox, o Independncia, tambmteatro... Ento me parece que foram osfilmes da Fox, quando comeou com oCinemascope... Como toda criana, a telagrande me conquistou...

    Esses e os da Metro - no caso, Mogambo,com minha atriz favorita, de ento,Ava Gardner... e Como Agarrar umMilionrio, com Marilyn...

    Isso coisa de artista europeu, que tevea liberdade de criar... ou seja, no precisavavender o filme da maneira convencionalmas podia inventar em cima deles.

    Tenho um lindo pster francs de Bergman(Morangos Silvestres) e os francesestambm usam um tamanho maior que oamericano.

    Sempre me interessou tambm a arte domarketing de vender um filme, apesar dosnomes que obrigatoriamente tm queaparecer no cartaz.

    http://terr

    ororstralis.com

    http://achteinhalb.b

    logspot.com

    www.c

    inemo

    tions.com

  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    Tenho Oito e Meio original, tenhovrios de filmes da Debbie Reynolds,tenho os da Broadway com a capinhado Playbill.

    Mas o meu favorito mesmo o deLudwig, que o mais bonito queeu conheo...

    H um belo livro a respeito. Tenteifazer, com a cinemateca, livros arespeito, para a coleo Aplauso,mas esbarramos no problema dedireitos autorais, j que no se

    sabequem so os donos, etc. e tal.

    E adorava os do Bencio... hehe... vejosempre o cinema nacional com olhosnostlgicos.

    Gosto muito, em particular osestilizados, com design minimalista,sim... embora no seja especial fde quadrinhos.

    Acho a influncia deles, no design,benfica porque a graphic novelevoluiu muito.

    Hoje arte mesmo.

    http://abn

    oxio.weblog.com.p

    t

    www.benic

    ioilustrador.com.br

    www.mycityscreams.com

  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    No tenho preconceito, nem de um

    jeito, nem de outro.

    Prefiro quando recriam e no ficampresos aos ditames do que vende, doque promove, do que ajuda o filme,mas quando vale o pster por si s.

    Acho que sim, embora, por acaso, euno os tenho em casa, com medo talvezde ficar parecendo com locadora...hehehe

    Os psters dos novos filmes do Batmanpor exemplo... alis, os do Tim Burtontambm eram legais e inovadores.

    www.movieposter.com

    www.allposters.com

    www.movie

    poster.com

  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    Lembro agora que, quando era diretorda HBO, eu pedi que em toda chamadade filme tivesse o pster do filme, porques vezes no guardava o nome do filme,mas lembrava do visual do pster,que eu achava que era a marcaregistrada dele.

    Sabe que eu sinto falta dos outdoorsna cidade? Era uma paisagem visualque me enriquecia.

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    Est difcil lembrar... S por curiosidade,o ltimo pster que eu pedi a umadistribuidora foi aquele americano, e no o deexportao, de Truman Show, que eu tinhaachado original e bacana.

    Tambm comprei alguns na Frana, onde elesso vendidos at em supermercados.

    Acabo de checar e confirmo: comoenriquece a ilustrao um pster...eles falam por si, n?

    Me admira que Hollywood invista numartista... hehehe... bom sinal e raro.

    Transcede o filme; vira arte mesmo.www.drewstruzan.com

    www.movieposter.com

  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    J tinha dito que adoro e tenho o livrodele...

    Conhecia bem, e o fato de ele fazerfilmes comerciais pode ter prejudicadosua reputao... coisa de brasileirobobo...

    Continuo a achar timo o que ele faz.

    Sou f.

    Alguns no tm nada a ver, no so arte,nem comrcio (lembro agora do Corpo,que saiu agora e que no nada; o psterde No por Acaso...).

    No sinto a presena de nenhum novo grandecriador...

    Ao menos nenhum deles me levou a quererter um pster nacional recentemente.

    www.benicioilustrador.com.br

    56

    www.a

    dorocinemabrasileiro.com.br

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    www.

    benicioilustrador.com.br

  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    J est no ar, desde o dia 16 dejunho, a 5 edio do IlustraBrasil!, o maior e mais importanteevento sobre ilustrao do Brasil.

    Organizado pela SIB -Sociedade dos Ilustradoresdo Brasil, ter exposies,workshops, bate-papos e muitailustrao de primeira.

    Imperdvel.

    De 16/06 a 31/11 de 2008

    www.ilustrabrasil.com.br

    A parente argentina da Revista Ilustrarest na edio n 15.

    A Revista Sacapuntas tem nestenmero a participao de Sergio Sergi,John Forte e Augustin Gomila. Show!

    www.a-d-a.com.ar/sacapuntas.php

    A empresa italiana HAL9000 criouum processo de produo deimagens em altssima resoluo,captando detalhes surpreendentes.

    As imagens disponveis ainda sobem poucas, mas valem a pena:

    www.haltadefinizione.com

  • 8/4/2019 revista_ilust_5

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    No dia 5 de maio deste ano, a BMWterminou um prottipo de um novo carro,e, no dia 10 de junho, foi exposto aopblico, no Museu BMW. Foi a apresentaodo novo BMW GINA.

    O design do carro algo to revolucionrioque parece ter sado de um filme de ficocientfica, utilizando materiais flexveis ecom transparncia, fazendo com quepraticamente o carro todo no tenhaemendas, incluindo nas portas.

    E em alguns momentos passa a iluso(e s iluso mesmo) de que feito demetal, digamos, malevel. Eu quero!

    www.youtube.com/watch?v=kTYiEkQYhWY

    www.bmw-web.tv/en/channel/new

    Para quem assistiu o filme Guerra nasEstrelas, captulo III: A Vingana dosSiths, viu l uma moto de uma roda s,ou monowheel, pilotada pelopersonagem General Grievous.

    Muita gente babou no design futurista.Uau!

    Futurista? Surpresa das surpresas: esseconceito j existe desde - acreditem -

    1869.

    Desde ento muita gente ainda continuaproduzindo monowheels. E numa busca

    http://starwars.w

    ikia.com/wiki/

    Tsmeu-

    6_

    personal_wheel_bike

    rpida pela net possvelencontrar vrios modelos, debicicletas a motos, como a McLeanV8 (ao lado).

    Talvez a falta de popularidade dobrinquedo seja por ser difcil depegar o equilbrio, e muito fcilcair... mas o design super:

    www.dself.dsl.pipex.com/MUSEUM/TRANSPORT/motorwhl/motorwhl.htm

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    Voc acabou de devorar mais um nmeroda Revista Ilustrar.

    Uma revista histrica, j que a nica revista100% brasileira, voltada para o mercado de

    ilustrao, nacional e internacional, feita por ilustradores.

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