revista_ilust_10

Upload: vlansky

Post on 07-Apr-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    1/44

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    2/44

    2a

    Foto:arquivoRicardoAntunes

    qui estamos novamente com mais uma edio daRevista Ilustrar pronta, e com mais novidades.

    Desta vez a revista traz a participao exclusiva de alguns grandesprofissionais do mercado nacional e internacional.

    Comeamos com o desenho grfico de Clayton Junior (Portfolio) quetrabalha em Londres; os sketches sensacionais de Andr Toma(Sketchbook); a surpreendente histria do ilustrador e pesquisadorMicio Caff (Memria); o trabalho de concept art de Eduardo Schaal(Step by Step) que trabalha em Bristol; uma entrevista brilhante como veterano Roberto Negreiros (15 perguntas); e na sesso internacional,o ilustrador mexicano Sergio Martinez.

    Mas existe outra novidade: na ltima pgina da revista existe apossibilidade de se ganhar uma tablet Wacom Intuos 4, novidade nomercado e que trazemos atravs de um concurso para a produo dacapa da prxima edio n 11 da revista.

    Algum se habilita? :o)

    Dia 1 de Julho tem mais... e tambm um vencedor do concurso.

    DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL:Ricardo Antunes [email protected] DE ARTE:Neno Dutra - [email protected] Antunes - [email protected]:Ricardo Antunes - [email protected]: Helena Jansen - [email protected] NESTA EDIO:Jos Alberto Lovetro (Micio Caff) - [email protected] DE CAPA:Sergio Martinez - [email protected]: [email protected] DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada, postada,distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente, sem qualquer alterao,edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditos aos autores e co-autores.

    Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.

    2b

    EDITORIAL .........................................................................2 PORTFOLIO:Clayton Junior ..................................................5 INTERNACIONAL:Sergio Martines ......................................11 SKETCHBOOK:Andr Toma .................................................18 MEMRIA:Micio Caff .........................................................24 STEP BY STEP:Eduardo Schaal ...........................................28 15 PERGUNTAS PARA: Roberto Negreiros .........................34 CURTAS............................................................................... 42 LINKS DE IMPORTNCIA ............................................43

    R

    evistaIlustrar

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    3/44

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    4/44

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    5/44

    ado de Curitiba, no estado doParan, o ilustrador e roqueiro Clayton Junior

    construiu uma trajetria marcada pelo desenhogrfico, estilizado e moderno, atuando na rea

    editorial e para a indstria da msica.

    Ainda em Curitiba chegou a estudar com o grandeClaudio Seto, e com o desenvolvimentoda carreira, em 1999 se transferiu para

    So Paulo e depois para a Inglaterra,onde reside desde 2007.

    A oportunidade surgiu com a possibilidadede estudar em Londres, e com ela tambm

    a oportunidade de morar e trabalhar.

    Alm do trabalho como ilustrador, temparticipado de muitas exposies em vriospases e com obras publicadas em diversasrevistas no exterior, como os Estados Unidos,Canad, Alemanha, Polnia e outros, alm

    da prpria Inglaterra.

    F O R M A O

    5b5a

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    CLAYTON

    JUNIOR

    Foto:arq

    uivoClaytonJunior

    C

    la

    yton

    Jun

    ior

    Eu cresci rodeado por revistas em quadrinhosdo meu pai - Tio Patinhas, Henfil, Ziraldo. Naadolescncia frequentei cursos livres dedesenho no Solar do Baro, onde tem aGibiteca de Curitiba.

    Meu primeiro professor foi o Cludio Seto,

    e fiz vrios amigos que so ilustradores athoje. Falvamos tanta besteira que at doaa barriga.

    Depois fiz escola tcnica de desenho industrialno Cefet-PR, que era bastante puxado, voltadopra desenho mecnico, tcnico, etc. S leveiferro, mas depois de anos vi que serviu praalguma coisa tanta geometria.

    Me realizei quando entrei no curso superiorde gravura, na Escola de Msica e Belas Artesdo Paran, onde conheci arte moderna, artecontempornea.

    E a gravura na prtica: xilogravura,monotipia, gravura em metal. Mas nocheguei a me formar.

    Em 99 ganhei o Concurso Folha de Ilustrao,e decidi ento fazer as malas pra So Paulo.Fiz uma animao pra MTV e fui chamadopra trabalhar l.

    Fiz vestibular de novo e comecei a estudar

    Artes Plsticas na USP. Tive que largar otrabalho por causa da faculdade, mascontinuei fazendo trabalhos pro canal, pro

    jornal e para vrias revistas.

    Comeou ento, em 2000, minha vida deilustrador freelance. E de l pra c, a coisafoi assim, bem corrida, felizmente. Me formeiem 2003, e em todo esse tempo mantive aSuite Minimal, banda de rock instrumentalque operava no eixo Curitiba-SP.

    Acho que quanto mais coisa se faz, maistempo voc acha pra fazer as coisas.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    6/44

    M U D A N A P A R AA I N G L A T E R R A

    6b6a

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    Vim para Londres em 2007, por conta deuma bolsa de estudos do Programa Alban,que destinada ao aprimoramentoprofissional de latino-americanos.

    Numa cidade como Londres, s a bolsano era suficiente pra cobrir os custos,mas sem ela seria impossvel.

    Existem outras bolsas por a, esperandoquem tiver vontade e muita pacincia noprocesso.

    Pesquisei durante anos por uma que seadequasse minha rea, e levei maisde um ano no processo de atribuio.Mas valeu a pena.

    Escolhi a Inglaterra por ser um pas comuma longa tradio de ilustrao no meio

    acadmico. O mestrado em ilustraona Camberwell College of Arts existeh dcadas.

    E Camberwell me interessou desde o inciopor ser parte da Universidade de Artesde Londres, com vrias escolas diferentesna cidade e, consequentemente, vriasbibliotecas maravilhosas, onde passeibastante tempo do meu curso.

    E a cidade em si muito inspiradora,com artistas em todo canto, gente fazendoe pensando todo tipo de arte.

    A comida inglesa e o clima londrinodeixam a desejar, mesmo pra quemveio de Curitiba.

    Mas por conta de todo tipo de imigrante,come-se muito bem, e tudo que a cidadeoferece faz voc esquecer que existe veroem algum lugar do planeta. Eu tento nopensar a respeito.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    7/44

    O M E R C A D OD E D E S E N H OG R F I C O

    O G R A F I S M OC O M O F O R M AD E E X P R E S S O

    C U L T U R A G R F I C AB R A S I L / I N G L A T E R R A

    7b7a

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR Por conta da revoluo industrial, a cultura

    grfica inglesa se desenvolveu bastante e hoje em dia um universo imenso.

    Desde aquela poca se construiu umatradio muito forte de artistas comerciais,de ensino de ofcios, e eles tm uma classeprofissional de ilustradores muito bem

    constituda.

    Existe a coisa de se passar o conhecimentode uma gerao para a outra. A estticaVitoriana, surgida em meados do sculo19, tinha o ilustrador e o designer grficona linha de frente; deixou resqucios athoje, na obra de Edward Bawden, David

    Gentleman, e um estilo reconhecidocomo ingls.

    O movimento Artes e Ofcios (Arts andCrafts) foi ainda mais fundo, quando odesigner/ilustrador/escritor William Morrise seus comparsas propuseram umaverdadeira revoluo esttica e industrialatravs do design, inspirando outrosmovimentos, como por exemplo a Bauhaus.

    Eles criaram peas maravilhosas de designimpresso, alm de mveis, edifcios eobjetos - e tinham como princpio avalorizao do artista/arteso na sociedademoderna.

    Tiveram uma grande relevncia no caminhoque as coisas tomaram por l.

    No seria verdade dizer quea cultura grfica no Brasil mais fraca, mas com certezaa ilustrao como ofcio algobem mais recente e ainda noto organizado.

    Enquanto na Inglaterravoc encontra algum cujoav era ilustrador, comcarteira assinada e tudo,no Brasil voc fala duasvezes o nome da profissoporque um monte de genteno sabe do que se trata.

    E no Brasil se d muitaateno novidade, e svezes se esquece o que sefez h algum tempo. Eu achouma pena, por exemplo,que pouca gente conheao trabalho do Nssara, s

    para citar um nome.Museus de Artes Grficas,centros de debate no assunto,bibliotecas especializadasso ainda raras no Brasile contribuiriam para umacultura grfica mais presentee mais pensante, mais ativana sociedade.

    Mas vejo que a coisa estmelhorando.

    Grafismo, desenho grfico,ilustrao, pra mim tudo expresso, sensibilidade humana (ou falta de)colocada ao alcance dos olhosdos outros.

    como algum que vai passar umamensagem visual pro mundo, mesmoque s vezes bem restrito.

    O trabalho do grafista vai da poluiovisual at verdadeiras obras de arte.

    A crtica fica a cargo de cada um,e acho necessrio que se discutaa respeito.

    Todo mundo - a sociedade e os artistas- s tm a ganhar.

    Nunca foi to fcil criar imagenscomo hoje em dia, comcomputadores, internet, todaessa informao e tudo mais.

    Mas isso no quer dizer que omercado vai absorver tudo quese produz.

    Acho que no tem frmula prosucesso, mas se dedicar ao que segosta, desafiar as prprias limitaes,estar atento s oportunidades um

    jeito de evitar qualquer tempo ruimdo mercado.

    Tambm importante evitar o bvio.As oportunidades esto escondidaspor a, nem sempre d pra acharalgo perquisando no Google.

    Mas a verdade indigesta que nadadisso serve se voc no trabalharduro tambm, desenhar at dar

    calo na mo!

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    8/44

    T E N D N C I A SA R T S T I C A S

    N A I L U S T R A O

    Se fala muito em tendncias, mas pra mimisso tem a ver mais com marketing do quecom ilustrao em si.

    Seguir tendncias coisa pra anunciante,pra investidor, que tm medo de confiarno prprio taco e acabar perdendo dinheiro.

    O artista tem que ser o outro lado damoeda: no seguir tendncia, e, sim,confiar no prprio gosto. Arte tem queser causa, no consequncia.

    claro que todo artista tem um olho noque se anda fazendo por a, nos seusartistas prediletos, e vai incorporar umaou outra coisa no seu trabalho.

    Mas o trabalho bom vai ser o que ele buscadentro de si, no fora, na superfcie.

    E se for seguir o que tem recebido atenohoje, vai notar que amanh vai ser outracoisa que estar ali. A coisa boa quea ilustrao e sempre foi um universocomplexo e heterogneo.

    8b8a

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    9/449b9a

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    P U B L I C A E SE E X P O S I E S

    Apesar de eu ter comeado cedo comoilustrador, sempre coloquei meu bedelhoem outras mdias.

    Desenvolvo um trabalho defotomontagem, que comeou comcolagem, depois passou para alteraesdigitais em fotos antigas, que me rendeu

    muita coisa boa.Fiz exposies em Curitiba, participei doXX Salo da Bahia, no Museu de ArteModerna da Bahia, fui premiado no

    Prmio Porto Seguro da Bahiade 2003, expus no MAM doRio, e em vrios lugares.

    Fiz uma exposio com minhaamiga Kadija de Paulo noCanad, na XPace Gallery,

    durante a Contact (semanade fotografia de Toronto) e fizuns trabalhos semelhantes naWilson Road Gallery, galeriada Universidade de Artes de

    Londres. Antes de zarpar para aInglaterra fiz uma instalao para umfestival no Museu da Imagem e do Somem So Paulo.

    Em quadrinhos publicava no AlmanaqueEntropya, de Curitiba, capitaneado peloRHS, e em So Paulo participei daantologia Gunned Down, que foi publicadano Brasil e nos EUA.

    Ms que vem vou participar de umaexposio de fanzines em Ediburgo, comuma publicaozinha de 30 exemplaresque fiz pra ocasio.

    Enfim, tudo isso se faz mais pornecessidade interna e amor arte doque por dinheiro. E acho importantemanter esse tipo de coisa sempre ematividade.

    Nessas eu conheci muita gente legal,pude colaborar com grandes e bonsamigos, e sempre me d pano pra mangapra fazer mais coisa depois. Exposio,fanzine, publicaes alternativas - issodificilmente vai te deixar rico. Mas vaite deixar muito feliz.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    10/4410 b10a

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

    PORTFOLO:CLAYTONJUNIOR

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    11/44

    SERGIO

    MARTINEZ

    11 b11a

    Foto:arq

    uivoSergioMartinez

    S

    erg

    ioMart

    inez

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    om sua origem na cidadede Orizaba, no Mxico, seus estudos em Paris

    e seus trabalhos para o mundo, o veteranoilustrador Sergio Martinez tem se notabilizado

    por uma obra com um desenho cuidadoso euma tcnica de pintura muito particular

    desenvolvida por ele prprio, e explicada empormenor nessa entrevista.

    J h mais de 3 dcadas tem trabalhado paraagncias de publicidade e editoras da Frana,

    Estados Unidos, Sua, Inglaterra, Espanha,Brasil e pases da Amrica Central e do

    Sul, alm de uma concentrao detrabalhos para a BBC de Londres.

    Tambm tem tido vriasexposies pela Europa e Mxico,

    alm de diversas exibies noSociety of Illustrators of NY.

    VOC TEVE INFLUNCIAS RADICALMENTE DIFERENTES,COM A ORIGEM NO MXICO E OS ESTUDOS EM PARIS.ENTRE A CULTURA LATINO-AMERICANA E A TRADIOEUROPIA, ONDE SE ENCONTRA O ARTISTA SERGIOMARTINEZ?

    Na Europa, com uma forte ligao com osEstados Unidos, como fcil de perceberno meu trabalho.

    ACRESCENTANDO AINDA OS DIVERSOS PASES DOMUNDO PARA OS QUAIS TEM TRABALHADO, SECONSIDERA UM CIDADO DO MUNDO?

    eu sempre tive uma forte simpatia pelos"forasteiros".

    Eu fui e sou como esses cachorrinhos que,em vez de latir aos estranhos, movemo rabo.

    Simpatia por todas essas pessoas"diferentes" de quem eu tenho aprendidoe recebido admirao e respeito, comovocs no Brasil que se interessam peloque eu fao, como o caso desta entrevistacom a Revista Ilustrar. Um forte abrao!Sim, acho que sou. Desde muito pequeno

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    12/4412 b12a

    Pelo amor, pela admirao e pela imersototal em suas culturas.

    Quando eu cheguei, aos 22 anos, emParis, eu fiquei extasiado com a cidade.

    Depois, fui acompanhar o ritmo da suahistria e dos costumes durante os 15anos seguintes.

    Mais tarde me aconteceu quase o mesmoem Nova York, onde o feitio continua...

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    E COMO A CULTURA DESSES PASES PODERIAINFLUENCIAR A SUA OBRA?

    A literatura clssica europia. Tambmdesde a mitologia grega Mil e UmaNoites, assim como a Histria Universal,com especial nfase na cultura doOcidente.

    MUITO DO SEU TRABALHO EST LIGADO DIRETA OUINDIRETAMENTE LITERATURA. QUAL A LITERATURAQUE MAIS O TEM INFLUENCIADO?

    Devo esclarecer a minha posio diantedo fato de ilustrar: ilustrao descrio.

    E COMO V A IMPORTNCIA DA LINGUAGEM VISUALNA FORMA DE EXPRESSAR UM TEXTO?

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    13/4413 b13a

    Eu trabalhava como ilustrador em Paris(1975) e um dia eu recebi de Genebra(Sua) um folheto de alta qualidadepara ser ilustrado com minha tcnicaa lpis.

    O designer grfico (Rene Bittel) tentava

    conseguir um ar ou aspecto das antigaslitografias do sculo 19.

    O conceito grfico era "Tradio eDiscrio"; se tratava de um bancoprivado.

    Comecei trabalhando sobre antigasprovas de impresso (tinham um efeito"granulado") que eu tratei de colorir mo com ceras coloridas dissolvidasem aguarrs.

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    VOC TRABALHA BASICAMENTE COM MATERIALTRADICIONAL DE PINTURA, E ACABOU PORDESENVOLVER UMA TCNICA DE PINTURA MUITOPRPRIA. COMO ELA FEITA?

    Nunca fiquei satisfeito. At que meocorreu desenhar sobre papel vegetalou "Vellum" ou "Papier Calque", cujatextura era similar ao da textura dapedra das litografias do sculo 19, e suatransparncia me permitia trabalhar portrs do papel, dando cor minha imagempor trs da folha do papel Vellum.

    Em outras palavras, minha ilustrao

    ficava como um desenho coloridodo sculo 19.

    Eu gostei muito do resultado porquea minha linha ficava limpa e exibiaperfeitamente minha caractersticabsica como artista grfico: o meuestilo de desenhar.

    Pouco a pouco, este trabalhomarcou para sempre o meu estilocomo ilustrador.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    14/4414 b14a

    Enorme, estou sempre experimentando.Por ser autodidata, eu tive que aprendersozinho muitas coisas; entre outras,tentar ser o melhor, caso contrrio,ningum me daria trabalho.

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    ENTO PARA CHEGAR NESSA TCNICA TEVE DEPERCORRER UM CAMINHO DE ERROS E ACERTOS,NO? QUAL A IMPORTNCIA DA EXPERIMENTAONO SEU TRABALHO?

    Muito importante. Por ser um estilo maisclssico, o nome do meu jogo :realismo, composio atmosfrica, e,muito importante, o claro escuro /autocontraste.

    ALGO QUE MUITO PRESENTE NAS SUAS OBRAS O SENSO DE ILUMINAO, COM A LUZ S VEZES

    ACOLHEDORA, OUTRAS MAIS DRAMTICA. COMOV A LUZ COMO ELEMENTO DOS SEUS TRABALHOS?

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    15/4415 b15a

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    desenhar muito. Eu sou autodidata edesenho muito bem, apesar de no tertido um professor que me aconselhasse"Tem de ler muito..."

    Ser um grande equilibrista no produtode ler sem praticar, exercitar-se e cairmuitas vezes. O mesmo se aplica a quemquer fazer escultura.

    O pensar como construir uma ilustraovem depois de aprender a ser um bomdesenhista e pintor.

    Acredito que parte da confuso atual

    confundir o caminho evitando a nicaverdade: se voc quer desenhar bem,ento desenhe, desenhe, desenhe.

    No d voltas no trabalho duro e criadorda prtica cotidiana, refina suas curvas,seus contornos e sombras, e no deixe dever os outros artistas, no se dispersesomente pensando e lendo...

    Desenhar bem no um raciocnio, uma prtica.

    COMO ARTISTA, QUAL A MAIOR DICA QUE

    PODERIA DAR?

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    16/44

    Antes de saber muito do mundogrfico brasileiro (muito respeitvelpara mim, em todos os sentidos!),tive recentemente a maravilhosaoportunidade de ilustrar 2 livros parao Brasil: "Oliver Twist", de CharlesDickens / para a Editora Scipione,e "Mercador de Veneza", de WilliamShakespeare / para a Editora DCL.

    Embora no me tenha perguntado, devoconfessar que um velho sonho meu acabar meus dias vivendo e ilustrandono Brasil!

    POR FIM, TEM CONHECIMENTO DA PRODUODA ILUSTRAO NO BRASIL? INCLUSIVE VOC JCHEGOU A TRABALHAR PARA O BRASIL...

    16 b16a

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    17/44

    17 b17a

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

    INTERNACIONALSERGIOMARTINEZ

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    18/44

    ANDR

    TOMA

    18 b18a

    Foto:arquivoAndrToma

    An

    dr

    Toma

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    azendo um uso genial do grafite,o ilustrador Andr Toma tem se notabilizado

    por um desenho muito expressivo e com soluesgrficas e de composio muito pessoais.

    A sua ascendncia oriental influencia na formacomo compe suas imagens, em especial no uso

    dos espaos brancos, tornando suas obras ao

    mesmo tempo delicadas mas expressivas.Relativamente novo no mercado, se formouem 1998 pela Escola Panamericana de Arte,

    e a partir de 2004 comeou a trabalharcomo ilustrador free lancer, atuando

    em especial na rea editorial.

    J colaborou com o jornal Folha deSo Paulo, Editora Abril, Editora

    Moderna, Marvel e outros.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    19/44

    19 b19a

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    "Desenho o tempo todoe em qualquer lugar, mas

    confesso que fao poucouso do sketchbook.

    Tenho um aqui que vaidemorar um bom tempopara ter todas suas folhaspreenchidas.

    Prefiro desenhar em folhasavulsas e de vriostamanhos."

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    20/44

    20 b20a

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    "Desses desenhosdescompromissados

    dos sketches, alm demelhorar o meu trao,

    sempre aparecem ideiase criaes interessantes.

    Seja no caderno ouem folhas soltas,

    o importante "rabiscar" muito.

    Sei que para meaprimorar preciso disso...

    no existem atalhos."

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    21/44

    21 b21a

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    "Um astro do rock, umagrande cantora de jazzou um diretor de cinemaque curto...

    Adoro desenhar pessoasque me inspiram

    e influenciam dealguma forma."

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    22/44

    22 b22a

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    23/44

    23 b23a

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

    SKECTHBOOK:ANDRTOMA

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    24/44

    MICIO

    CAFF

    24 b24a

    Foto:ar

    quivoJosAlbertoLovetro

    Mi

    c

    ioCa

    ff

    MEMRIA:MICIOCAFF

    Trabalhou em agncias de publicidadee, principalmente, em vrias revistasda poca, como o "Almanaque D'OPensador", "O Exibidor", "O Riso","Marmita", "Radar" e outras.

    Foi nessa ltima revista que passoua ter contato com o pessoal da rdio,onde acabou ficando amigo de Aracyde Almeida, Orlando Silva, EmilinhaBorba e outros.

    oje em dia o nome doilustrador e cartunista Micio Caff pouco falado, mas a sua importnciapara a cultura brasileira inestimvel.

    No s foi um importante ilustradorque retratou a poca de ouroesporte, do teatro, do cinema

    e da msica brasileira, como foium dos maiores colecionadores

    e pesquisadores da msicapopular brasileira, em especial

    do perodo dos anos 30/50.

    Da infncia em que desenhava comcarvo nos muros da cidade de

    Juazeiro do Norte, na Bahia, Micioacabou atrerrando em So Pauloem 1947, onde comeou por ser

    cartunista, e mais tarde ilustrador,pintor e cartazista, capista

    e produtor de discos.

    Desenhou os cartazes do primeiro filmeda produtora cinematogrfica Vera Cruz,o filme "ngela", e trabalhou durantemuito anos para a EmpresaCinematogrfica Paris Filmes, alm defazer cartazes para vrios teatros.

    Durante 20 anos, entre 1938 e 1958,existiu as "Balas Futebol", que eramania entre a crianada, e foi Micioquem desenhou todas as figurinhas.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    25/44

    25 b25a

    MEMRIA:MICIOCAFF

    MEMRIA:MICIOCAFF

    Tambm dele as 280 aquarelas da srie"Histria do Relgio" feitas em 1950, queficaram famosas na poca.

    Teve alguma dificuldade em receber opagamento do trabalho, mas no finalacabou por receber na forma de umapartamento, no qual morouo resto de sua vida.

    Alm do futebol,tambm ilustroue caricaturouas grandespersonalidades damsica brasileira,que essa era agrande paixo;to grande que apartir de 1967passou a ser capistae produtor de discos.

    Dessa paixo acabougerando uma coleode discos toimportante que era

    constantementeconsultada pornomes como JooGilberto, ChicoBuarque,Toquinho, RuiGuerra ou aEditora Abril.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    26/44

    26 b26a

    MEMRIA:MICIOCAFF

    MEMRIA:MICIOCAFF

    Segundo a Revista Veja, no exagerodizer que 80% de todos os trabalhos depesquisa sobre a msica popular brasileiraeditados em discos e livros por todo o Brasilpassaram pelas mos de Micio.

    Sua coleo era enorme e cheia deraridades, com mais de 15.000 discosproduzidos no Brasil (a maioria em 78rotaes), que vo desde a introduoda fase mecnica de gravao, em 1927,at surgir o LP.

    Contava tambm com 111 fitas cassete e143 fitas de carretel, contendo 683 horasde gravao de depoimentos de msicose compositores da MPB.

    Por incrvel que parea, um parte dessacoleo foi conseguida no lixo, na pocaem que as gravadoras americanascompraram as brasileiras e simplesmente

    jogaram fora as matrizes de gravaes degrandes nomes da msica nacional.

    Sozinho, o acervo de Micio superava, emmuito, tanto em qualidade como emquantidade, o acervo do mais importantemuseu do gnero no pas, o MIS - Museuda Imagem e do Som, de So Paulo.

    O destino dessa coleo toda no podiater sido outro: apesar da raridade e dovalor impossvel de se calcular, Micioacabou por doar todo o acervo para o MIS,em abril de 1989.

    a coleo dele que hoje consultada nomuseu, sempre que preciso informaessobre a MPB daquela poca.

    Na altura da doao, ele e a mulhertambm acabaram sendo contratados paracuidar do enorme acervo, j que elessabiam como tirar chiados e fazer a difcilmanuteno das raridades.

    No entanto, Micio se sentiu sempredesiludido com o destino de seu acervono MIS, que segundo ele, foi tratadocom descaso e pouco aproveitado parareedies, assim como as dezenas decaricaturas de sua autoria que no foramdevolvidas aps serem selecionadas parao livro "Cantores do Rdio", que no chegoua ser editado.

    Acabou por falecer em 11 de maro de2003 aos 82 anos de idade, na PraiaGrande, litoral de So Paulo, em decorrnciado Mal de Alzheimer.

    Sua marca registrada acabou sendo a suaassinatura, uma simples xcara de cafcom uma letra F em cima.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    27/44

    27 b27a

    MEMRIA:MICIOCAFF

    MEMRIA:MICIOCAFF

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    28/44

    EDUARDO

    SCHAAL

    28 b28a

    Foto:ar

    quivoEduardoSchaal

    Ed

    uardo

    Sc

    haa

    l

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    om sua segundaparticipao na Revista Ilustrar,Eduardo Schaal hoje um dos maisconceituados ilustradores brasileirosem atividade, atuando na rea dedireo de arte de efeitos visuais,motion graphics e animao parafilmes, 3D e concept art.

    Residindo em Bristol, na Inglaterra,

    trabalha para a produtora 422 South,produzindo anncios de tv paradiferentes pases e documentrios,em especial para o NationalGeographic Channel, BBC eHistory Channel.

    O trabalho mostrado neste incrvelpasso a passo um concept art feitona produtora onde Schaal trabalha,utilizado para um anncio de cervejapara a Rssia, e feito usando 3De Photoshop.

    Neste step by step, vou mostrar comoproduzi uma ilustrao que foi utilizadapara conceituar uma cena de um comercialde cerveja, todo produzido em CG 3D, quefizemos aqui no estdio da 422 South, emBristol, Inglaterra, para um cliente emMoscou, Rssia.

    A ideia do comercial, criado pela agnciarussa, mostrar um minsubmarinocanadense que em um mergulho rotineiro

    de pesquisa no rtico, localiza um galeoespanhol afundado que virou um bar paraque os russos, em seus minisubs,consumam sua cervejinha predileta.

    A cena chave do filme visa mostrar osminisubs russos estacionados ao ladodo galeo-bar.

    O objetivos da ilustrao conceitual forammostrar um possvel design de galeo, ongulo de cmera, o clima e iluminaosubmarinas e a relao de escala entre osminisubs e o navio afundado.

    Por motivos de cronograma e oramento,

    em vez de conceber um galeo inteiropartindo do zero, decidimos trabalhar sobreum modelo 3D que j tnhamos nabiblioteca e pintar o conceito de um navioafundado sobre ele.

    Com o navio da biblioteca em mos eumontei uma cena no Maya (software 3D)com modelos poligonais bem simples quefiz para referenciar o volume e a escalade rochas e dos minisubs.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    29/44

    29 b29a

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    A partir da cenailuminada, com umaluz direta e uma luzambiente, eu gerei umrender de 1600 por1200 pixels que foia minha base paracomear a pintar a cena.

    Uma vez que o underpaint tenha ficadode um jeito que acho razovel eu uso ocomando merge layers e comeo apintura propriamente dita.

    Antes de sair derretendo a tablet por tantaspinceladas sobrepostas, duas coisas tm queser feitas.

    A primeira uma pesquisa; l vou eu aoGoogle buscar fotos de fundo do mar e naviosafundados para ver clima, texturas, tonse luzes. Nesta fase de pesquisa, j vemuma deciso de direo de arte e um toquede bom senso.

    o mar do rtico, frio e escuro, apredominncia de cores azul-marinho everde-musgo, ou seja, j descartamos atodas as fotos que seriam lindas referncias

    para Procurando Nemo", pois muito poucode cores vivas sero vistas.

    Nesse meio tempo, recebo uma informaoda agncia de que na Rssia no permitidaa incluso de seres vivos de espcie algumaem comercial de cerveja, ou seja, nada depeixes (bye bye Nemo) e nem ao menossereias e monstros marinhos escondidos

    no fundo do mar.

    Feita a pesquisa, a segunda coisa antes decomear a pintar ampliar a arte para umpouco mais do dobro de resoluo; no caso3600 por 2700 pixels (9.72 megapixels),tamanho confortvel para poder pintar detalhessem acabar com a memria da mquina etambm uma resoluo suficiente para imprimircom uma qualidade bem aceitvel para avisualizao (imprime em A3 a 220 dpi).

    A partir deste ponto o meu processo ficamuito semelhante a uma pintura tradicional.A primeira parte seria produzir um

    underpaint, uma camada semitransparentede cores, tons e texturas que sujariam eentonariam a cena. Para isso, o bom e velho

    new layer em modo multiply, onde eu

    aplico pinceladas com brushes texturizadosem selees "hard edge" quase aleatrias,criando padres interessantes por toda acena. Essa fase bem solta mas muitoimportante, porque muito dela fica presentena pintura final e o tom geral da paleta definido aqui.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    30/44

    30 b30a

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    Nesta fase eu normalmente pinto sobre ounderpaint, sem d nem piedade, voucobrindo tudo com 3 tipos de pincel, 2 deleshard-edge 90% 0pacity e 40% flow, sendoum bem largo (de 40 a 120 pixels), parareas grandes, e um pequeno variando entre5 e 15 pixels, para rabiscar linhas e pintardetalhes e um terceiro pincel texturizadoque uso entre 30 a 400 pixels para todos

    os efeitos de musgo, texturas de rochas etc.

    Tudo isso fao num nico layer, como sefosse tinta acrlica sobre papel. O uso demscaras e selees fica para definir certasbordas duras, como nas pedras, e issoacontece de maneira bem solta, rabiscandoa ferramenta de seleo lasso sobre area que quero pintar.

    Uma vez o navioe as rochas

    estando maisdefinidos vemuma fase bemdivertida, a decriar os efeitosde luzes no caso,as luzes que vmdo sol, de forada gua, criandoefeitos custicosno topo da cena eas luzes internasdo Galeo-Bar.

    Para as luzes do sol, criei um novo layer emmodo Linear Dodge aditivo que adicionaluminosidade e contraste a todos os pixelsque esto sob ele.

    A cor preta nesse modo 100% transparentee sem efeito nenhum, mas todos os tonsacima do preto criam um efeito luminoso.

    Uma seleo feita com "lasso" e "feather",

    de cerca de 30 pixels para suavizar as bordas,e um brush suave de 800 pixels, com tonsclaros de azul, so suficientes para os raios.

    J para a gua refletida no meio da luz,um layer em modo normal com pinceladasde branco e azul mdio, distorcidos comfiltro "Ripple" e mais algumas texturas

    cumprem o servio

    As luzes do galeo so feitas num outro layer em modo Linear Dodge com pinceladasde amarelo e laranja, onde fui pintando tambm a interao das fontes de luz coma forma do barco.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    31/44

    31 b31a

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    Luzes prontas, hora de definir os minisubs.Eu j tinha feito esboos de design dossubmarinos, ento a ideia era s definir quemera quem na cena e comecar a pintar sobrea referncia do 3D.

    Os 3 minisubs foram pintados em um nicolayer em modo normal e um outro layer em

    modo Linear Dodge foi utilizado para osefeitos de luzes spot.

    Chegando perto do final. A imagem poderiaficar como est, mas dois discretos elementosajudam a vender a cena como submarinae eles so as sensacionais bolhas de ar eos incrveis reflexos custicos.

    Para as bolhas, criei um Bubble Brush, quenada mais do que um desenho capturadocomo brush e aplicado com scattering (paraespalhar as bolhas) e angle jitter (pararotacionar as bolhas), ambos controladospela presso da caneta da Wacom e comesses parmetros ligados eu pintei as vriaspequenas bolhas num novo layer em modonormal.

    J para o caustic, eu tinha um padro pronto

    na minha biblioteca, que fui clonando edistorcendo sobre a imagem num layer emmodo SoftLight (at que enfim um diferente).

    Nesse modo, o cinza 50% totalmentetransparente e somente os tons abaixo eacima deste cinza so visveis, e o SoftLightno altera radicalmente o contraste dos pixelssob ele, como o Linear Dodge faz.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    32/44

    32 b32a

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    O resultado final, incluindo um layer deajuste de Levels geral e mantendo gruposde layers para controlar os efeitos e separaros minisubs.

    A verso final para o cliente ainda incluiuuma integrao do logo da cerveja comoum luminoso do bar.

    Ferramentas: Computador (Mac ou PC),Wacom tablet, Maya (ou programa 3Dsemelhante), Photoshop (ou programa

    de pintura com layers).

    Tempo estimado: cerca de 10 horasde trabalho.

    O desenho da dedicatria foi feito comos mesmos brushes da cena do navio.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    33/44

    33 b33a

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

    STEPBYSTEP:EDUARDOSCHAAL

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    34/44

    ROBERTO

    NEGREIROS

    34 b34a

    Foto:arquivoRobertoNegreiros

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    m dos ilustradoresveteranos mais conhecidos e respeitados

    do mercado, Roberto Negreiros temum desenho inconfundvel, tanto pelo

    trao solto e expressivo como pelasfiguras e tipos que cria.

    Tendo colaborado com quase todas asgrande revistas e jornais do Brasil,

    Negreiros tambm tem um histricode vida incrvel, onde encontrou ao

    longo de sua vasta carreira vrias dasgrandes figuras histricas da

    comunicao nacional.

    Sua vida e suas experincias socompartilhadas aqui, sempre

    pontuadas por humor refinado -marca tpica tambm de suas

    prprias ilustraes.

    R

    oberto

    Negre

    iros

    NEGREIROS, VOC JCOMENTOU QUE NAINFNCIA TINHA UM

    IMPULSO QUASE OBSESSIVOEM DESENHAR, DESENHANDO

    SEMPRE EM QUALQUER LUGAR. HOJE, AOS54 ANOS, ESSE IMPULSO AINDA EXISTE?

    Eu desenho desde que me conheo porgente, ou at mesmo antes disso.Soube recentemente, pela minha me,de uma histria muito estranha: minhaav, uma bela e delicada italiana deSalerno, levou uma amiga para conhecero seu neto recm-nascido e, segundocontam, assim que esta mulher me viuno colo da minha me, disse: - A senhorano sabe, mas tem nos braos um artistamuito, muito antigo!

    Fato que a vocao comeou a semanifestar muito antes de qualquer coisa,quase mesmo antes de falar (e que nuncamais parei nenhuma das duas). No haviapapel que vencesse na casa... papel de

    po, de embrulho... j que comprarcadernos era uma luta inglria edemasiadamente dispendiosa.

    E quando tudo faltava, era com giz nocho que eu dava vazo compulso(uma experincia que revisitei demaneira muito menos agradvel, numtrabalho para o Projac, desenhando umcenrio de 12m x 6m, com giz, no cho,para a gravao de uma cena para a

    minisrie Capit).Hoje, com quase 55 anos, j no tenhomais estes impulsos, felizmente... maseu ainda conservo muito do mesmo prazerque sempre tive ao criar um desenho.

    Sou capaz de refazer uma arte vriasvezes at ficar satisfeito, caso o prazome permita. Mas esta satisfao nunca plena: eu sou extremamente crticocom o que fao e sei que podia ter feitomelhor, sempre.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    35/44

    35 b35a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    A minha formao profissionalcomeou no Colgio Tcnico de

    Artes Grficas, onde tive o privilgio de tercomo professor o grande mestre LorenzoBaer, a quem devo muito do profissionalque me orgulho de ser, muito embora jdesenhasse antes: na verdade, meuprimeiro trabalho remunerado foi no Jardimda Infncia.

    A diretora de l, Dona Aracy (uma dasmulheres mais belas e elegantes que euconheci) veio me procurar na farmcia domeu pai, para propor um trabalho deilustraes para uma histria que asprofessoras iriam contar em classe.

    E fez questo de me pagar um bom dinheiropor isto. Foi quando eu concebi ganhar avida fazendo o que mais gostava. Nadamal para um menino de 7 anos, mesmoque os valores nunca mais tenham sidodevidamente reajustados, depois deste...

    Voltando: depois do colgio, fiz FAAP(Faculdade de Artes Plsticas) por 2 anose depois me transferi para jornalismo naAlcntara Machado por mais 2 anos.

    As influncias so muitas... demais pramencionar uma a uma.

    Posso citar Ronald Searle, naturalmente,como um dos principais (disseram queat temos coisas em comum: amboscanhotos e nascidos no mesmo dia ems).

    Talvez, se me perguntasse os que eu nogosto seria muito mais fcil e divertido...mas melhor no! Esquece...

    MAS CHEGOU A FAZERALGUM CURSO DE ARTES?

    DESDE MUITO PRECOCEVOC J DESENHAVA.QUAIS FORAM ECONTINUAM SENDO AS

    SUAS MAIORES INFLUNCIAS?

    Acho que sim... no me lembro quemme disse uma vez que, at pra ser puta,precisa ter sorte.

    Eu sempre estive muito mais cercado degente legal do que qualquer outra coisa...

    Aparentemente, algum l em cima gostade mim, sabe l Deus porque...francamente, eu no sei se mereo, masquem sou eu pra discutir com Ele? Enfim...

    Meu pai era amigo do Dr. William, que

    PARECE QUE DURANTE TODAA SUA VIDA ESTEVECERCADO DAS PESSOASCERTAS NOS LUGARES

    CERTOS. VEJAMOS... VOCCOMEOU A SUA CARREIRA

    PELAS MOS DO DR. WILLIAM (PAI DOBONNER, NCORA DO JORNALNACIONAL) QUE O LEVOU AO ESTDIODE ANIMAO DE ELY BARBOSA, AOS14 ANOS DE IDADE. COMO FOI ESSECOMEO?

    ia de vez em quando na farmcia (oconsultrio ficava na mesma calada) spra me ver desenhando, desenhando,desenhando... at que um dia resolveuchamar meu pai de lado e disse: Roberto,voc precisa encaminhar este menino.Ele vai ser desenhista, no farmacutico.Eu vou cuidar disso.

    Apareceu no dia seguinte com o endereode um amigo, o Ely Barbosa, quemantinha um estdio de animao.

    Meu pai, mais conformado, me levou le passei a ir l todos os dias durante umbom tempo, fazendo um pouco de tudodo que envolve a produo clssica dedesenhos animados.

    Quando eu fiz 15 anos, os meus colegasde trabalho (todos muito mais velhos)vieram me dar um abrao, e este foium dos dias mais felizes da minha vida.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    36/44

    36 b36a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    No colgio, um sujeito chamadoRamos apareceu para

    fazer uma matria sobre cursosprofissionalizantes para a TV Cultura.

    Viu uma histria em quadrinhosque eu fiz pra servir de material

    prtico para as aulas tcnicase quis me conhecer.

    Foi o comeo de uma grandeque dura, ainda que

    at hoje!

    Como colaborador que era do Jornalda Tarde, ele me apresentou ao

    querido Maurcio Kubrusly, editor docaderno Divirta-se.

    Assim que botou os olhos em algunsdos meus trabalhos, pegou uma

    lauda sua frente, jogou naminha mo e disse: O que quevoc est esperando? Senta l e

    desenha isto pra mim.

    Mais tarde eu reencontreio Maurcio como editor da revista

    Som Trs, e mesmotempo, volta

    e meianossos trabalhosainda se cruzam, para meu

    privilgio e sincera gratido.

    MAIS PARA FRENTEFOI APRESENTADO AOMAURCIO KUBRUSLY,

    NA POCA DO CADERNODIVIRTA-SE DO JORNAL

    DA TARDE. AQUI COMEOUA SUA EXPERINCIA

    PROFISSIONAL COM JORNAIS?

    Jayme Cortez convenceu meu relutantepai a permitir que eu fosse com ele (emais um bocado de gente) a um tal deCongresso Mundial de Histria em

    Quadrinhos, em NY.

    Isto foi em abril de 1976, durante obicentenrio da independncia.

    Seja l qual fosse o motivo da relutncia,ele no resistiu ao enorme encantoretrico-persuasivo do Jayme: ele seriacapaz de converter um xiita em mongebudista... e vice-versa.

    Assim, l fomos ns, dar as caras em

    DEPOIS, PELAS MOS DOGRANDE JAYME CORTEZ,CONHECEU ALGUNS DOSMAIS BRILHANTES

    ILUSTRADORES AMERICANOS,NUMA VIAGEM A NOVA YORK...

    Manhattan e foi muito, muito difcil mantermeus ps no cho!

    Conosco estavam, entre outros, o grandee querido lvaro de Moya, o maiorestudioso de HQ que eu conheo, Maurciode Souza, com o personagem Pelezinhona bagagem para ser aprovado pelo

    prprio, a quem tive o relativo prazer

    em conhecer (muito embora nunca tenhagostado de futebol).

    Em compensao, estive com o WillEisner, Sergio Aragons, Joe Kubert, BurnHogarth, alm de alguns autores francesese italianos que no mais recordo osnomes...

    E, lgico, a Broadway, Time Square,Central Park, a 5th Avenue, a MadisonYou name it: Ive been there!

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    37/44

    37 b37a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    Quando eu conclui o Colgio Tcnico deArtes Grficas, a Editora Abril ofereceuum estgio remunerado de um ano paraa turma inaugural, da qual eu fazia parte.

    Durante o teste psicotcnico, descobrimosque eu era daltnico (!!!) e fiquei to

    NA REA EDITORIALCONHECEU O TALENTOSOEDITOR DE ARTE DAEDITORA ABRIL, CARLOS

    GRASSETI, COM QUEMCRIOU A BASE DO QUE VIRIA

    A SER MAIS PARA FRENTE A REVISTAPLAYBOY BRASILEIRA. Comecei a colaborar pra revista Status

    quando a Playboy deixou de me requisitarpor um bom tempo.

    Samuel Wainer era uma espcie deconsultor editorial e aparecia de vezem quando pra dar uma olhada geral...

    Ele no fazia a menor ideia de quem euera (o que no fazia a menor diferena),e eu, dele (que fazia toda!)... mas achavamuito estranho todo o circo que searmava momentos antes da sua chegadana redao, ainda na av. Paulista; nofosse ele to esqulido e frgil, pareceriaum daqueles personagens do OrsonWelles...

    E quando ele emergia, vagarosamente,no hall dos elevadores, havia um silnciocerimonial s quebrado pelos saltinhosdas secretrias pra l, pra c...

    Todos, mais tarde soube, tinham por eleum grande respeito profissional, enquantoeu, um ignorante, mas muito bem-educado, apenas respeito senil.

    E NA EDITORA TRSTRABALHOU PARA AREVISTA STATUS,

    ONDE CONHECEU OIMPORTANTE JORNALISTA

    SAMUEL WAINER...

    abalado com isto que resolvi ir ao cinemaantes de voltar pra casa.

    Tomei um susto quando entrei na salade projeo: estava passando PaperMoon - e o filme era mesmo em pretoe branco!

    Apesar da minha recm-descobertae leve deficincia, fui admitido comoestgirio, primeiramente no setor defascculos e, depois, para novos projetos,

    onde tive o privilgio de conhecer oGrasseti e com ele fizemos o bonecodo que mais tarde viria a se tornar agrande Playboy brasileira, um marcona histria da mdia impressa, mesmoque no tivesse mulher pelada.

    O meu primeiro prmio Abril veiode uma ilustrao de pgina simplesque fiz pra l.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    38/44

    38 b38a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    O JT sempre pontuou intensamentea minha vida profissional.

    Eu ainda cursava o colegial (tcnico deartes grficas) quando veio de l a primeiraoferta de trabalho.

    Nesse perodo, ele era uma referncia

    em arrojo grfico e editorial: acredito quenunca houve nada, antes ou depois dele,na histria da imprensa nacional.

    Naturalmente que, na poca, umcolaborador jovem e inexperiente comoeu, no fazia a menor ideia dessamagnitude mas, de certa forma, podia

    sentir isso a cada vez que eu punhaos ps naquela imensa redao.

    Um tempo em que jornais em preto ebranco eram produzidos por brilhantesmentes coloridas (apesar da naturaltendncia vocacional monocromtica parao vermelho).

    Mais tarde, aceitando a oportunssimaoferta de emprego, pude viver, efetivae literalmente, a aventura do dia-a-dianuma redao, mesmo esta j tendo visto

    dias melhores.

    DEPOIS O JORNAL DA TARDEO CONTRATOU, ONDE FICOUPOR MAIS DE 10 ANOS.

    COMO FOI ESSE PERODO?

    Foram dez grandes anos da minha vida,pessoal e profissional , necessariamentenesta ordem: para mim, at ento umfree-lancer, a intensa convivncia diriacom os colegas de trabalho foi muitoenriquecedora e posso dizer que, l, acabeideixando muito mais amigos do queinimigos (o que no meu caso, acreditem,no dizer pouco!).

    J profissionalmente falando, o desafio

    era ainda maior: para ter meus finsde semana longe daqueles tediososplantes, eu chegava afazer, num breveperodo de pouqussimas horas (antesdo fechamento de sexta-feira)o equivalente a uma mdia de 20ilustraes, referentes aos adiantamentosde domingo e segunda.

    Considerando que isto inclua, alm dainevitvel leitura das respectivas matriasa ser ilustradas, a criao e produo dasartes (quase sempre condicionadas aoespao definido pela diagramao), eraum bocado de esforo mental e braal!

    Mesmo assim, eu confesso, aindaencontrava tempo para desferir minhaslendrias maldades ao maior nmerode desavisados que cometessem aimprudncia de cruzar o meu caminhoou, mais preferivelmente, a esmo! Assim como o desenho, eu tambm adoro

    escrever.

    Antes de ir para o JT, duas atrizes,acenando com um polpudo patrocnio denada menos que a Coca-Cola, me

    encomendaram, atravs de um amigoem comum, uma pea teatral sob-medida e acabei mergulhando decabea neste projeto, sem saber que naverdade, tratava-se de duas vacas(melhor seria se o patrocnio viesse daParmalat).

    Deslumbrado com as promessas de famae fortuna, passei seis meses na praia,escrevendo uma comdia, um pouco noestilo de Moss Hart e George Kauffman,numa Triumph, uma mquina deescrever, mais ou menos porttil, dosanos 30.

    Me envolvi de tal forma na montagemque acabei tambm como cengrafo,

    DURANTE ESSA POCA NOJORNAL, CHEGOU AESCREVER TAMBM

    ALGUNS TEXTOS. DO QUESE TRATAVAM?

    sonoplasta, figurinista, o diabo!

    At uma enorme cabea de alce todaarticulada eu projetei (um importanteobjeto de cena que chegou a serproduzido, mas nunca cheguei a v-loporque, como todo o resto, o trabalhonunca foi pago!). Quase enlouqueci...

    Quando me dei conta da grande roubadaque eu havia me metido, fui forado aaceitar um convite do JT para cobrirfrias de um outro ilustrador.

    Uma cpia do texto est pegando pem alguma prateleirada AssociaoBrasileira de Autores Teatrais (outra estcom Marco Nanini, o nico a quemconfiaria a sua montagem) e eu acabeisendo efetivado no JT.

    Escrevi alguns poucos artigos l, por purodiletantismo (sobre jazz, desenhoanimado, teatro musical, personalidadesdas quais tinha tinha algum conhecimentoe muita admirao...) mas a frustraode no ver aquele texto montado foi togrande que prometi jamais escrever outro!

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    39/44

    39 b39a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    Francamente, j no estoumuito certo dessa promessa que

    fiz, motivado por pura frustrao, mastenho certeza que no disponho maisde tanto tempo livre, j que o ciome muito mais gratificante!

    ENTO O ESCRITORNEGREIROS SE APOSENTOUDEFINITIVAMENTE?

    Adotei o sarcasmo e a ironia comomeu estilo de vida, mesmo cientede no serem virtudes.

    A minha companhia muito maisapreciada pelos meus grandes

    defeitos do que pelas pequenasqualidades.

    Venho de uma famlia grande,longeva e muito, muitobem-humorada.

    Humor na minha casa era umacoisa cultivada, estimuladae sempre bem-vinda,prazerosamente saboreada.

    Tentei manter a tradioquando constitu a minhaprpria famlia, mas confesso

    que bem mais difcilquando se casado...

    Felizmente recuperei o bomsenso em tempo... antestarde do que toda hora!

    O SEU TRABALHO SEMPREFOI VOLTADO PARA OHUMOR, SARCASMO OUIRONIA. ESSA A FORMA

    DO CIDADO NEGREIROSTAMBM VER O MUNDO?

    A fauna humana muito rica,diversificada.

    Eu gosto de explorar isso. Procurocriar tipos ntegros, visualmenteidentificveis conforme seu fsico,expresso facial, corporal, para sugeriralgumas caractersticas como nvelsocial, padro moral...

    Homens comuns talvez sejammaisengraados porque nos levama situaes em comum, provocandoempatia...

    A verdade que o meu trabalho quasesempre muito intuitivo e quase nunca euparo ou me distancio dele o bastante pra

    refletir a respeito.

    Agora, com relao aos polticos,esta uma classe que me soa comoumaperfeita contradio em tese.Felizmente o meu tipo de humor melevou a percorrer assuntos menosdesagradveis.

    Mesmo porque, apesar de ser bomfisionomista, sou um mau caricaturista,um pr-requisito para ser um bomchargista.

    Polticos tinham graa quando aindatinham vergonha ou medo de serem

    ridicularizados, expostos ou denunciadospor uma charge (ataque),desmascarando-os aos olhosdos seus eleitores.

    Isto no ocorre mais: a poltica umainstituio falida. Um mal, desnecessrioe a grande arte da charge, na qual oBrasil foi pioneiro, tambm.

    Um bem, intil.

    A MAIORIA DOSCARTUNISTAS DE HUMORELEGEM OS POLTICOSCOMO FONTE PRINCIPAL

    DE INSPIRAO. NO SEUCASO, OS SEUS TRABALHOS

    MOSTRAM QUASE SEMPRE O CIDADOCOMUM, EM SITUAES COMUNS,MAS COM HUMOR.O HOMEM COMUM UM SERENGRAADO OU OS POLTICOS QUE PERDERAM A GRAA?

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    40/44

    40 b40a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    Eu no saberia dizer com muita preciso...

    Talvez o cinema, principalmente o mudo,onde o gesto, a expresso facial, a posturafsica, eram ferramentas preciosas e muitopoderosas.

    Sempre gostei de cinema, mas confessoque quanto mais eu assisto o moderno,mais eu aprecio o antigo, ou melhor, oclssico: afinal ele no chamado assim toa...

    Alguns estudiosos chegam a afirmar quea linguagem narrativa desenvolvidapelocinema mudo alcanou um tal nvel desofisticao que s no se consagroucomo uma forma prpria de expressoartstica porque foi praticamente

    fossilizada com o advento do som.

    Sei l... o fato que poucas coisasme encantam tanto quanto um filme,seja me assustando, me comovendo,me alegrando, me distraindo de umarealidade quase sempre muito, muitoaborrecida.

    SUAS ILUSTRAES TMUMA RIQUEZA ENORME DETIPOS E FIGURAS DO DIA A

    DIA, COM EXPRESSESNICAS. DE ONDE VEM A SUA

    FONTE DE INSPIRAO?

    A minha formao cultura bem maisecltica do que propriamente rica...mas, enfim... sempre fui um curioso,um observador nato.

    A SUA FORMAOCULTURAL BASTANTE RICAE ECLTICA. COMO ACHAQUE ISSO PODE AJUDAR NO

    DESENVOLVIMENTO DE UMARTISTA?

    Acho que isto me deu referncias queme facilitam muito o processo criativo.

    Naturalmente que, como todo mundo,eu organizei meu prprio universocognitivo, mas acredito que a genialidadecriativa de um artista depende dotamanho do seu repertrio nas reasdo conhecimento humano.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    41/44

    41 b41a

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

    15PERGUNTASPARA:ROBERTONEGREIROS

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    42/44

    DICA DE BLOGS

    42 b42a

    CURTASQuer saber tudo o que se passa sobre ilustrao, arte, design e cultura?

    Fique ligado nestes blogs bacanas de gente antenada e esperta. O volumee a qualidade de informao so imperdveis, e so s alguns de vrios blogsinteressantes disposio.Numa outra edio indicaremos mais alguns, mas por enquanto ficam estes:

    Blog do ilustrador Hiro: http://blog.hiro.art.br

    Blog do ilustrador Montalvo Machado: http://montalvomachado.com.br/blog

    Blog do ilustrador Leo Gibran: http://leogibran.blogspot.com

    Blog do ilustrador Renato Alarco: http://alarchronicles.blogspot.com

    Blog do grupo Old Black Gallery: www.oldblackgallery.com.br

    Blog do ilustrador Marcelo Garcia: http://aparelhoprodutordeimagens.blogspot.com

    Blog do ilustrador Alberto Ruiz-Diaz: http://processjunkie.blogspot.com

    E finalmente, blog do grupo Drawn!:http://drawn.ca

    O blog canadense, mas gerido por umgrupo de ilustradores, a maioria doCanad, mas tambm dos Estados Unidose Austrlia, colocando o que h de melhorem novidades sobre ilustrao, cartoone desenho.

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    43/44

    43 b43a

    GUIA DO ILUSTRADOR- Guia de Orientao Profissional

    ILUSTRAGRUPO - Frum de Ilustradores do Brasil

    SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil

    ACB / HQMIX- Associao dos Cartunistas do Brasil / Trofu HQMIX

    UNIC - Unio Nacional dos Ilustradores Cientficos

    ABIPRO - Associao Brasileira dos Ilustradores Profissionais

    AEILIJ - Associao de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

    ADG / Brasil - Associao dos Designers Grficos / Brasil

    ABRAWEB - Associao Brasileira de Web Designers

    CCSP - Clube de Criao de So Paulo

    www.guiadoilustrador.com.br

    http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo

    www.sib.org.br

    www.hqmix.com.br

    http://ilustracaocientifica.multiply.com

    http://abipro.org

    www.aeilij.org.br

    www.adg.org.br

    www.abraweb.com.br

    Aqui encontrar o contato da maior parte das agncias de publicidadede So Paulo, alm de muita notcia sobre publicidade.www.ccsp.com.br

    O CONCURSO

  • 8/4/2019 revista_ilust_10

    44/44

    A Revista Ilustrar, com o apoio da Wacom, acredita no estmulo aos profissionaisda ilustrao, abrindo um concurso para promover o desenvolvimento artstico.

    Crie a capa da prxima Ilustrar edio n11e o primeiro lugar ganhar uma

    Wacom Intuos 4 tamanho M.

    Consulte o regulamento ao lado.

    E boa sorte! Dia 1 dia de Ilustrar.

    Juri

    O TEMA

    CLASSIFICAO E PREMIAO

    DIREITOS

    PRAZO E ENTREGA DO MATERIAL

    O concurso aberto pela Revista Ilustrar visa o estmulo da ilustrao, eacima de tudo reconhecer de forma justa e correta os direitos autorais epatrimoniais de cada artista, alm do seu valor artstico.

    Podero participar todos os ilustradores profissionais, iniciantes, estudantesou amadores, de qualquer idade, utilizando qualquer tcnica, tradicional oudigital, e residentes no Brasil, sem limite da quantidade de trabalhos porparticipante. Participantes do exterior esto excludos.

    S sero aceitos trabalhos feitos exclusivamente para o concurso, eseguindo estritamente o tema. Trabalhos j existentes, ou adaptados parao concurso, ou que no se enquadrem no tema, sero automaticamentedesclassificados.

    O tema do concurso A ilustrao do passado e do futuro, no presente.

    Entre os elementos da composio devero constar:- uma figura humana- um elemento da natureza- uma referncia a algum grande mestre das artes do passado

    De todas as obras enviadas, sero selecionados os 25 melhores trabalhospara serem avaliados pela comisso julgadora, composta por ilustradoresprofissionais de renome no mercado, onde ser escolhido um nico vencedor.A comisso julgadora no pode participar como concorrente.

    Os 25 finalistas tero seus trabalhos divulgados na edio da RevistaIlustrar n 11, de julho de 2009.

    O prmio para o primeiro lugar ser uma tablet Wacom Intuos 4 tamanhoM, e somente o primeiro lugar ser premiado.

    A entrega do prmio ser no final do ms de julho, na cidade de So Paulo.

    Importante: o prmio NO ser enviado pelo correio ou qualquer outro

    meio, nem mesmo a outras cidades ou estados, por isso o participantepremiado de outras localidades dever retirar o prmio pessoalmente oupor pessoal autorizado na cidade de So Paulo, em local e data a combinar.

    Todos os participantes, incluindo os 25 selecionados e o primeiro lugar,tm direito integral sobre as obras, mantendo os direitos morais, autoraise patrimoniais sobre elas, e passada a fase do concurso e da divulgao(e somente depois desta fase) podero reutilizar as obras posteriormenteem qualquer outro meio, incluindo comercializao junto a outros veculos.

    Os direitos da Revista Ilustrar se limitam a apenas o de reproduo dasobras classificadas nos primeiros 25 lugares, que sero divulgadas na edioda Revista Ilustrar n 11, de julho de 2009, e tambm o de publicao dailustrao premiada na capa da edio da Revista Ilustrar n 11, de julhode 2009. Tambm reservada Revista Ilustrar o direito de utilizao dareferida capa com a ilustrao premiada como material de divulgao darevista, por tempo indeterminado. A ilustrao premiada isolada no serutilizada de nenhuma outra forma.

    A Revista Ilustrar acredita que possvel haver concursos justosreconhecendo os direitos morais, autorais e patrimoniais dos ilustradores,mantendo o respeito pelos seus trabalhos e pelos artistas.

    Todos os trabalhos devero ser enviados at o dia 10 de junho. Aps estadata todos os trabalhos recebidos estaro automaticamente desclassificados.

    Todos os trabalhos, independentemente da tcnica utilizada, devero serenviados somente por e-mail em formato A4 JPG com no mximo 500kbpara o e-mail: [email protected] com o ttulo CONCURSOCAPA ILUSTRAR

    Ser solicitado depois, aos autores dos trabalhos finalistas, que sejamenviadas novamente as artes selecionadas em alta resoluo.

    Apoio: