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JOSÉ ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIÇO DA SOCIEDADE CONCEITOS, SEÇÃO E DESEMPENHO PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEÁVEL & Construções & Construções & Construções Ano XL  n OUT-DEZ 201 ISSN 1809-7197 www.ibracon.org.br 68 Instituto Brasileiro do Concreto ESTUDO DA FLUÊNCIA E DA RETRAÇÃO POR SECAGEM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO CONCRETO: ALIADO NA CONSTRUÇÃO DE CIDADES SUSTENTÁVEIS CONCRETO: ALIADO NA CONSTRUÇÃO DE CIDADES SUSTENTÁVEIS DESENVOLVIMENTO URBANO DESENVOLVIMENTO URBANO  E   O C

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  • JOS ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIO DA SOCIEDADE

    CONCEITOS, SEO E DESEMPENHO

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEVEL

    & Construes& Construes& Construes

    Ano XL

    nOUT-DEZ 2012ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br

    68Instituto Brasileiro do Concreto

    ESTUDO DA FLUNCIA E DA RETRAO POR SECAGEM

    PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

    CONCRETO: ALIADO NA CONSTRUODE CIDADES SUSTENTVEISCONCRETO: ALIADO NA CONSTRUO DE CIDADES SUSTENTVEIS

    DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO

    COBERTURA COMPLETA DO 54

    CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO

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    Esta edio um oferecimento das seguintes Entidades e Empresas

    a revistaAdote concretamente

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    Oferecedores

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    Mantenedores

    quinta-feira, 6 de dezembro de 2012 16:20:54

  • Diretor PresiDenteTlio Nogueira Bittencourt

    Diretor 1 Vice-PresiDenteJos Marques Filho

    Diretor 2 Vice-PresiDenteJulio Timerman

    Diretor 1 secretrioAntonio Domingues

    de Figueiredo

    Diretor 2 secretrioJos Tadeu Balbo

    Diretor 1 tesoureiroClaudio Sbrighi Neto

    Diretor 2 tesoureiroCarlos Jos Massucato

    Diretor tcnicoIns Laranjeiras

    da Silva Battagin

    Diretor De eVentosLuiz Prado Vieira Jnior

    Diretor De Pesquisa e DesenVolVimento

    Ana Elisabete Paganelli Guimares A. Jacintho

    Diretor De Publicaes e DiVulgao tcnica

    Hugo da Costa Rodrigues Filho

    Diretor De marketingCludia Henrique de Castro

    Diretor De relaes institucionais

    Arcindo Vaquero Y Mayor

    Diretor De cursosIria Lcia Oliva Doniak

    Diretor De certificao De mo De obra

    Roseni Cezimbra

    instituto brasileiro Do concreto

    Fundado em 1972Declarado de Utilidade Pblica

    Estadual | Lei 2538 de 11/11/1980

    Declarado de Utilidade Pblica Federal | Decreto 86871

    de 25/01/1982

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    Mantenedores

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    REVISTA OFICIAL DO IBRACONRevista de carter cientfico, tecnolgico e informativo para o setor produtivo da construo civil, para o ensino e para a pesquisa em concreto

    ISSN 1809-7197Tiragem desta edio: 5.500 exemplaresPublicao Trimestraldistribuida gratuitamente aos associados

    JORNALISTA RESPONSVELFbio Lus Pedroso MTB [email protected]

    PUBLICIDADE E PROMOOArlene Regnier de Lima [email protected] [email protected]

    PROJETO GRFICO E DTPGill [email protected]

    ASSINATURA E [email protected]

    Grfica: Ipsis Grfica e EditoraPreo: R$ 12,00As ideias emitidas pelos entre-vistados ou em artigos assinados so de responsabilidade de seus autores e no expressam, neces-sariamente, a opinio do Instituto.

    Copyright 2012 IBRACON. Todos os direitos de reproduo reservados. Esta revista e suas partes no podem ser reprodu-zidas nem copiadas, em nenhu-ma forma de impresso me-cnica, eletrnica, ou qualquer outra, sem o consentimento por escrito dos autores e editores.

    PRESIDENTE DO COMIT EDITORIALn Paulo Helene (PhD, ALCONPAT, EPUSP)

    COMIT EDITORIAL - MEMBROSn Arnaldo Forti Battagin (cimento & sustentabilidade) n Eduardo Barros Millen (protendido) n Guilherme Parsekian (alvenaria estrutural) n Ins Laranjeira da Silva Battagin (normalizao) n Iria Licia Oliva Doniak (prefabricados) n Jos Tadeu Balbo (ensino)n Julio Timerman (pontes) n Nelson Covas (informtica no clculo estrutural) n Ronaldo Vizzoni (pavimentao) n Selmo Chapira Kuperman (barragens) n Suely Bacchereti Bueno (cculo estrutural)

    ibraconRua Julieta Esprito Santo Pinheiro, 68 CEP 05542-120 Jardim Olmpia So Paulo SPTel. (11) 3735-0202

    PAVIMENTO PERMEVELConceitos, seo tipo e avaliao de desempenho CICLOVIASDiretrizes de projeto e execuo para o concreto moldado no local

    NORMALIzAO TCNICA ABNT NBR 16055 Parede de Concreto moldada no local para construo de edificaes

    INSPEO E MANUTENOPrograma de reduo de riscos e aumento da vida til de estruturas

    OBRAS EMBLEMTICASDescrio de sistema de alvenaria estrutural usada no Centro Aqutico de Londres

    ENTENDENDO O CONCRETOA origem e a evoluo do concreto armado no mundo e no Brasil

    INDUSTRIALIzAO DA CONSTRUOSistema pr-fabricados de concreto para habitaes econmicas

    PESqUISA E DESENVOLVIMENTOEstudo sobre a fluncia e a retrao por secagem do concreto armado

    SUSTENTABILIDADEAnlise do ciclo de vida energtico em fase pr-operacional de habitaes de interesse social

    JOS ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIO DA SOCIEDADE

    CONCEITOS, SEO E DESEMPENHO

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEVEL

    & Construes& Construes& Construes

    Ano XL

    nOUT-DEZ 2012ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br

    68Instituto Brasileiro do Concreto

    ESTUDO DA FLUNCIA E DA RETRAO POR SECAGEM

    PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

    CONCRETO: ALIADO NA CONSTRUODE CIDADES SUSTENTVEISCONCRETO: ALIADO NA CONSTRUO DE CIDADES SUSTENTVEIS

    DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO

    COBERTURA COMPLETA DO 54

    CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO

    ESPECIAL

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    Capa Revista Concreto e Construes IBRACON 68

    tera-feira, 11 de dezembro de 2012 16:23:15

    JOS ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIO DA SOCIEDADE

    CONCEITOS, SEO E DESEMPENHO

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEVEL

    & Construes& Construes& Construes

    Ano XL

    nOUT-DEZ 2012ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br

    68Instituto Brasileiro do Concreto

    ESTUDO DA FLUNCIA E DA RETRAO POR SECAGEM

    PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

    CONCRETO ALIADO NA CONSTRUODE CIDADES SUSTENTVEISCONCRETO ALIADO NA CONSTRUO DE CIDADES SUSTENTVEIS

    DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO

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    Capa Revista Concreto e Construes IBRACON 68x

    sexta-feira, 7 de dezembro de 2012 18:24:55crDitos caPaVista do Centro de so Paulo

    Com destaque Para a BiBlioteCa mario de andrade, reCm-reformada.

    Crditos: mara aCayaBa - Piratininga arquitetos assoCiados

    7 editorial

    8 coluna institucional

    10 converse com ibracon

    13 encontros e notcias

    19 Personalidade entrevistada:

    Jos armnio brito cruz

    49 mercado nacional

    59 entidades da cadeia

    67 mantenedores

    97 acontece nas regionais

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    DIRETOR PRESIDENTETlio Nogueira Bittencourt

    DIRETOR 1 VICE-PRESIDENTEJos Marques Filho

    DIRETOR 2 VICE-PRESIDENTEJulio Timerman

    DIRETOR 1 SECRETRIOAntonio Domingues

    de Figueiredo

    DIRETOR 2 SECRETRIOJos Tadeu Balbo

    DIRETOR 1 TESOUREIROClaudio Sbrighi Neto

    DIRETOR 2 TESOUREIROCarlos Jos Massucato

    DIRETOR TCNICOIns Laranjeira

    da Silva Battagin

    DIRETOR DE EVENTOSLuiz Prado Vieira Jnior

    DIRETOR DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO

    Ana Elisabete Paganelli Guimares A. Jacintho

    DIRETOR DE PUBLICAES E DIVULGAO TCNICA

    Hugo da Costa Rodrigues Filho

    DIRETOR DE MARKETINGCludia Henrique de Castro

    DIRETOR DE RELAES INSTITUCIONAIS

    Arcindo Vaquero Y Mayor

    DIRETOR DE CURSOSIria Lcia Oliva Doniak

    DIRETOR DE CERTIFICAO DE MO DE OBRARoseni Cezimbra

    instituto brasileiro Do concreto

    Fundado em 1972Declarado de Utilidade Pblica

    Estadual | Lei 2538 de 11/11/1980

    Declarado de Utilidade Pblica Federal | Decreto 86871

    de 25/01/1982

  • 7eDitorial

    No isso que falamos ao cumprimentar algum que comemora essa idade?Confesso que no sei se a dizemos com o propsito de valorizar sendo ainda to jovem a experincia alcanada ou se, ento, a mencionamos de modo a minimizar o desconforto que muitos sentem pelos anos que j se passaram.Deixando de lado essa questo, temos que reconhecer uma coisa: trazer consigo uma bagagem de vida de 4 dcadas, tendo ainda tanto tempo pela frente para viver, significa dispor de um razovel elenco de experincias, conquistas e ativos que credenciam, seja um ser humano, uma empresa ou uma entidade, a enfrentar o futuro, quase sempre incerto, de modo maduro, assertivo e efetivo, para multiplicar as conquistas e minimizar as indesejveis e incmodas dificuldades que fazem parte da vida de qualquer pessoa fsica ou jurdica.Assim o nosso Ibracon ao completar seus 40 anos de vida maduro, assertivo e efetivo - fato comemorado por ocasio do 54 Congresso Brasileiro do Concreto, realizado em Macei, em outubro passado, como bem descreve o encarte uma novidade! - sobre o

    evento, e que acompanha esta 68 edio da revista.Afinal, somos um pas tradicionalmente edificado em concreto e o Ibracon tem um papel fundamental na defesa desse predomnio, valendo-se, para isso, do seu corpo de associados, das atividades que desenvolve e dos servios que oferece ao mercado tcnico.Porm, nessa batalha, muitas vezes, somos surpreendidos pela perda de grandes profissionais que puseram suas qualidades ao inteiro dispor do concreto de cimento portland, seja nos projetos estruturais e na industrializao da construo, seja nos projetos arquitetnicos.Me refiro ao querido e saudoso zamarion, que, alm de sua competncia profissional, emprestou longos anos de sua trajetria Presidncia do Instituto, conduzindo o Ibracon a padres de excelncia e reconhecimento ainda maiores do que j possua. Com ele tive o privilgio, assim como outros tantos colegas, de trabalhar no reaprimoramento do Instituto, ao mesmo tempo que absorvia uma pequena parte do seu vasto conhecimento e cultura, to generosamente disponibilizado e ofertado.Fao referncia tambm ao cone da arquitetura brasileira, o poeta do concreto, como assim muitas vezes foi chamado, Oscar Niemeyer. A genialidade, grandiosidade e beleza das inmeras obras nacionais e internacionais - que projetou e materializou conduziram o concreto e o nosso pas a patamares de projeo nunca experimentados. Com ele tive tambm o privilgio de me reunir em 2004, ao acompanhar o Presidente da ABCP, e com ele conversar por mais de 1 hora. E dele ouvimos - em resposta ao agradecimento feito a ele naquela oportunidade por ter escolhido o concreto como seu material de trabalho - a seguinte e humilde ponderao: Meus filhos, eu que devo agradecer ao cimento e ao concreto, porque sem eles o que seria do meu trabalho! que pena que isso s ficou gravado na minha memria e do Presidente da ABCP, pois desejava poder reproduzi-la com a voz do prprio Oscar!As lembranas e as obras desses dois grandes profissionais j os tornaram eternos para todos ns do Ibracon.E em ocasies como estas, de comemorao vida ou de homenagem pstuma, dispor da revista CONCRETO & Construes um privilgio, uma vez que nos permite descrever e difundir esses fatos, junto com todo o contedo tcnico-cientfico que a compe.J so 3 as edies que esta Diretoria, junto com todo o Comit Editorial, editam em 2012 e a isso quero desde j externar meus mais sinceros agradecimentos. Sem a contribuio desses profissionais e dos associados, no teramos tido o xito que, acredito, alcanamos.O mesmo agradecimento deve ser estendido s empresas e entidades Oferecedoras, que permitiram a continuidade do veculo na sua forma impressa. E essa colaborao no se esgota neste ano e nesta ltima edio de 2012. J so 5 aquelas que renovaram a mesma presena para as edies de 2013: Votorantim Cimentos, Cimento Itamb, Engeti, SNIC e ABCP, pelo que agradecemos. E em breve, com certeza, sero mais!Em face da proximidade das festas de final de ano, s nos cabe tambm agradecer quele que nos orienta e protege, e desejar a todos um Feliz Natal e um Prspero Ano Novo junto aos familiares e amigos.Boa leitura!

    eng. Hugo roDrigues

    diretor de PuBliCaes e diVulgao tCniCa do iBraCon

    e diretor de ComuniCao da aBCP l

    a vida comea aos 40!

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    COLUNA INSTITUCIONAL

    reestruturao dos comits tcnicos e a normalizao na cadeia do concreto

    INS LARANJEIRA DA SILVA BATTAGIN engenheira CiVil diretora tCniCa do iBraConsuPerintendente do aBnt/CB18 Comit Brasileiro de Cimento, ConCreto e agregados da aBnt

    Na correria costumeira de final de ano, re-

    cebi o convite para escrever a coluna ins-

    titucional do IBRACON para este nmero da

    Revista Concreto & Construes.

    Confesso que alegria, que o convite me proporcionou,

    logo se juntou uma dose de preocupao, frente quantida-

    de de informaes que considero fundamentais e devem ser

    transmitidas ao meio tcnico a respeito da atuao do IBRACON.

    Como atualmente respondo pela Diretoria Tcnica do Ins-

    tituto, decidi falar um pouco desse trabalho dentro do contexto

    do papel do IBRACON na sociedade brasileira.

    O Instituto Brasileiro do Concreto , em sua origem e

    estatutariamente, uma organizao tecno-cientfica de defe-

    sa e valorizao da engenharia, de mbito nacional e carter

    associativo, sem fins econmicos, considerada de utilidade

    pblica pelo governo brasileiro e que tem como propsito

    desenvolver o concreto em toda a sua potencialidade; das

    pesquisas cientficas divulgao dos bons resultados, o

    IBRACON promove o conhecimento, atuando a favor da longe-

    vidade das estruturas e do melhor desempenho das aplica-

    es do concreto, buscando embasar tecnicamente as esco-

    lhas sociais de construo do nosso grande Pas.

    Apesar da afirmativa to conhecida de que a vida come-

    a aos 40, o IBRACON, que este ano comemora seu quadra-

    gsimo aniversrio de fundao, tem j muita histria para

    contar. Como um polo catalisador de talentos, conseguiu

    aglutinar o meio tcnico na busca de objetivos comuns e

    referncia tcnica de renome internacional.

    Consciente de seu papel e de sua vocao tcnica, o Ins-

    tituto realiza anualmente os conhecidos e bem frequentados

    Congressos Brasileiros do Concreto, no por acaso itinerantes,

    possibilitando expressiva representao dos profissionais de

    todas as regies do Pas. Na lista de publicaes do IBRACON

    somam-se Livros adotados pelas melhores universidades do

    Brasil, duas revistas peridicas (a Concreto & Construes,

    que canal de divulgao e conhecimento tcnico, e a Re-

    vista RIEM, de cunho cientfico e recentemente cadastrada na

    base Scielo), alm de Prticas Recomendadas, Informativos

    Tcnicos e os Anais dos Congressos.

    Aproveitando o momento de festa e a maturidade do

    Instituto, decidiu-se este ano fortalecer os Comits Tcni-

    cos a partir de uma nova estrutura, que assegure constante

    acompanhamento e direcionamento das aes por um Comi-

    t Tcnico de Atividades (CTA), oficialmente criado durante o

    54. Congresso Brasileiro do Concreto, em outubro ltimo, na

    cidade de Macei/AL.

    Na escolha dos temas a serem tratados pelos Comits

    Tcnicos, nesta nova etapa, foi preciso definir prioridades e

    estabelecer metas tangveis, apesar do desejo de abordar

    todo escopo do concreto e suas aplicaes.

    O fato que a engenharia brasileira, sempre frente de

    seu tempo, carece agora de bibliografia renovada e consistente,

  • 9que aproxime as pesquisas acadmicas da aplicao prtica e

    do dia a dia dos canteiros de obras, dos laboratrios de ensaios,

    dos escritrios de projeto e tambm das salas de aulas.

    O primeiro objetivo dos Comits Tcnicos e que ser ar-

    duamente perseguido pelo CTA, ser, portanto, a elaborao

    de Prticas Recomendadas IBRACON, que sirvam como ins-

    trumento disseminador de conhecimento e como base para

    trabalhos de normalizao tcnica nacional. Essas Prticas

    Recomendadas sero elaboradas por profissionais que atu-

    am nas diversas reas do conhecimento e da aplicao do

    concreto, em sintonia com o estgio do conhecimento e da

    normalizao internacionais.

    Como tradicionalmente o IBRACON mantm parcerias

    com outras entidades, prev no Regulamento de constituio

    dos Comits Tcnicos essa possibilidade, especialmente con-

    siderando a diversidade de temas e a necessidade de equipes

    multidisciplinares. Como primeiro trabalho nessa linha, o CT

    301 Comit Tcnico de Concreto Estrutural, tem elabora-

    do nos ltimos anos Prticas Recomendadas e preparado

    textos-base para normas brasileiras, numa parceria entre o

    IBRACON e a ABECE Associao Brasileira de Engenharia e

    Consultoria Estrutural.

    Mais oito Comits Tcnicos foram propostos para serem

    instalados no mbito do IBRACON nesta nova fase, a partir de

    necessidades reais e atuais da sociedade tcnica. Essas pro-

    postas sero analisadas pelo CTA e estruturadas num trabalho

    conjunto com seus proponentes, de forma a ser um trabalho

    evolutivo, que possa culminar na maior abrangncia dos temas

    relacionados ao concreto em toda sua potencialidade.

    A proposta do IBRACON, fiel ao seu objetivo primeiro, de

    ser uma entidade tcnica que responde pelo desenvolvimen-

    to e pela disseminao do conhecimento acerca do concreto,

    congregar os interessados nos diversos temas em Comits

    Tcnicos e, a partir destes, gerar publicaes que sejam fer-

    ramentas de trabalho teis e atualizadas para estudantes e

    profissionais do setor da construo, agregando valor norma-

    lizao tcnica nacional e possibilitando a participao ativa do

    Instituto na representao brasileira em mbito internacional.

    O desafio grande, mas a satisfao a cada conquista

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    conVerse com o ibracon

    EM MEMRIA

    JOS zAMARION FERREIRA DINIz

    Jos zamarion foi um dos fundadores

    do IBRACON, em 1972, tendo partici-

    pado ativamente de suas atividades

    desde ento at o fim de sua vida. Foi

    seu presidente nos binios 1993/95

    e 1995/97, mas continuou atuando

    como vice-presidente, diretor tcnico

    e membro do Conselho Diretor.

    Em reconhecimento aos servios

    prestados ao Instituto, recebeu, em

    2006, o Prmio Gilberto Molinari.

    Na presidncia do IBRACON, entre

    tantas vitrias e acertos, desta-

    co sua viso, na dcada de 90, de

    criar e impulsionar uma Diretoria de

    Pesquisa e Desenvolvimento com

    objetivo de criar um banco de pro-

    jetos de pesquisa sobre o concreto

    no IBRACON, para evitar a duplicidade

    conVerse com o

    ibraconexagerada de pesquisas sobre um

    mesmo tema e identificar as lacunas

    de conhecimento para sugerir novas

    pesquisas, comenta seu colega e

    ex-presidente do IBRACON, Prof. Pau-

    lo Helene.

    Formado pela Escola de Engenharia

    da Universidade Federal de Minas

    Gerais (UFMG), em 1956, zamarion

    especializou-se em engenharia es-

    trutural com nfase em pr-molda-

    dos e concreto protendido na Univer-

    sidade da Flrida, entre 1957 e 1958.

    Tornou-se professor de concreto ar-

    mado e protendido na Escola de En-

    genharia da UFMG, onde foi professor

    assistente de 1959 a 1968.

    zamarion foi um dos grandes res-

    ponsveis pelo desenvolvimento do

    mercado brasileiro de elementos in-

    dustrializados de concreto. Em 1968,

    contratado pela SCAC (Sociedade de

    Concreto Armado Centrifugado), de-

    senvolveu a tecnologia de estacas

    emendveis de grande capacidade.

    Na Cinasa (Construo Industrializada

    Nacional), dois anos depois, come-

    ou a trabalhar com pr-moldados

    de grande porte, quando, juntamen-

    te com o engenheiro Augusto Carlos

    Vasconcelos, desenvolveu o concreto

    leve para superar os grandes vos das

    estruturas industrializadas.

    de sua autoria o livro Manual para

    Clculo de Concreto Armado e Pro-

    tendido, referncia obrigatria nos

    cursos de graduao de Engenharia

    Civil nas universidades brasileiras.

    Em 1981, fundou escritrio prprio,

    juntamente com os engenheiros Lineu

    Azuaga Ayres da Silva e Eduardo Bar-

    ros Millen, para elaborar os projetos

    de estruturas convencionais e forne-

    cer consultoria na rea de tecnologia

    e de pr-moldados. Posteriormente,

    com a sada do eng. Lineu, a empre-

    sa passou a se chamar zamarion e

    Millen Consultores.

    O Mestre zamarion foi autor de um dos

    mais importantes projetos estruturais

    de nossa cidade: o do Shopping Center

    Midway Mall. Ficar, para ns, o seu

    exemplo e, como lembrana, este mar-

    co da cidade de Natal, lembrou o dire-

    tor regional do IBRACON no Rio Grande

    do Norte, Eng. Hnio Tinoco, acerca dos

    pisos e fachadas pr-fabricados do Sho-

    pping, projetados pelo zamarion.

    A este marco junta-se outro: os pi-

    sos, cobertura e fachadas pr-fabri-

    cados do Aeroporto Internacional de

    Guarulhos, em So Paulo.

    Por sua contribuio ao desenvolvi-

    mento da engenharia estrutural no

    Brasil, particularmente no campo dos

    pr-moldados de concreto, zamarion

    foi contemplado, em 2009, com uma

    homenagem do american concrete

    institute (aci), honraria que se vem

    somar a outras, como o Prmio Emi-

    lio Baumgart, de destaque do ano em

    Engenharia Estrutural, conferido pelo

    IBRACON, em 1988.

    Ele participou ativamente das entida-

    des de classe ligadas ao setor cons-

    trutivo, tendo sido membro de diver-

  • 11

    sas Comisses de Estudo de Normas

    Brasileiras da Associao Brasileira de

    Normas Tcnicas (ABNT), entre elas,

    as comisses revisoras da NBR 6118

    Projeto de Estruturas de Concreto e

    da NBR 9062 Projeto e Execuo de

    Estruturas de Concreto Pr-Moldado.

    zamarion foi um dos grandes balu-

    artes da reviso da NB-1, de 1978.

    Por dez anos, junto com os enge-

    nheiros Fernando Stucchi, Antonio

    Laranjeiras e Ricardo Frana, liderou

    a Comisso de Estudos, colocando

    seu escritrio, aos sbados, a servio

    das reunies, para voluntariamente

    construir uma moderna, coeren-

    te e til norma brasileira a NBR

    6118/2003, ressalta Helene.

    Por isso e muito mais, quando de

    seu falecimento no ltimo dia 24 de

    novembro, aos 80 anos, o escrit-

    rio zamarion e Millen Consultores,

    nas pessoas de seus scios-amigos,

    dedicou-lhe o seguinte epitfio em

    mensagem eletrnica: Ele foi fazer

    um novo comeo e, alm de muitas

    saudades, nos deixou seus conhe-

    cimentos, feitos, marcos, com sua

    histria de vida dedicada enge-

    nharia civil, com a qual contribuiu

    para o progresso e desenvolvimento

    do Brasil.

    EsCrito pElo Editor

    cone da Arquitetura Moderna e Contempo-rnea, onde prevalece o uso do concreto em formas curvas ou em casca, com grandes vos, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer faleceu no ltimo dia 05 de dezembro, no Rio

    de Janeiro.

    Nascido em 1907, suas obras esto espalhadas

    pelo mundo: Museu de Caracas, na Venezuela;

    Sede do Partido Comunista, em Paris; Universida-

    de de Constantine, na Arglia; Sede das Naes

    Unidas, nos Estados Unidos, projeto elaborado em

    parceria com o arquiteto francs Le Corbusier,

    grande influncia em suas obras; entre outras.

    No Brasil, Niemeyer espraia-se de Norte a

    Sul, de Leste a Oeste: edificaes de Braslia, na Capi-

    tal Federal, onde se destacam a Catedral de Braslia, o

    Palcio do Alvorada, o Edifcio do Congresso Nacional, o

    Palcio do Planalto e o Edifcio do Itamaraty; o conjunto

    arquitetnico da Pampulha, em Belo Horizonte, sua cida-

    de natal, com destaque para a Igreja de So Francisco de

    Assis, onde despontou o estilo marcante de suas obras

    (a plasticidade do concreto armado em formas sinuo-

    sas); Edifcio Copan, Parque do Ibirapuera e Memorial

    da Amrica Latina, em So Paulo; Centros Integrados de

    Educao Pblica (CIEPS), Sambdromo do Rio de Janeiro

    e Museu de Arte Contempornea, no Rio de Janeiro; Mu-

    seu Oscar Niemeyer, em Curitiba...

    O Brasil e o Mundo se ressentem da perda do homem que fi-

    gura entre os gnios que sabem que no h tempo a perder,

    que preciso construir a beleza e a felicidade no mundo.

    EsCrito pElo Editor

    OSCAR NIEMEYER

    JOS MANDACARU GUERRAFaleceu nesta capital, em 6 de ou-

    tubro de 2012, com 95 anos de ida-

    de, nosso colega de turma da Escola

    Politcnica de So Paulo (turma de

    1946), sem enfermidade aparente.

    Casado com Antonieta Ribeiro, com

    quem permaneceu a vida inteira, teve

    trs filhos engenheiros: Jos Man-

    dacaru Guerra Junior, Nilton Ribeiro

    Mandacaru Guerra e Ricardo Ribeiro

    Mandacaru Guerra. E duas filhas: Ma-

    ria Helena Mandacaru Guerra e Marlia

    Mandacaru Guerra. Sempre dedicado

    ao clculo estrutural, mantinha escri-

    trio particular em sua prpria resi-

    dncia, na rua Paula Nei, 411, onde

    trabalhava com seus filhos. Sempre

    foi muito dedicado profisso, tendo

    recebido uma Bolsa de Estudos Car-

    los de Andrade Villares para estudos

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    conVerse com o ibracon ENCONTROS E NOTCIAS

    de fotoelasticidade, tendo escrito com

    seu colega de turma, Augusto Carlos

    de Vasconcelos, um pequeno traba-

    lho intitulado Estudo de um bloco de

    apoio, trapezoidal, mediante modelo

    fotoelstico, em 1948, como exi-

    gncia da bolsa.

    Pouco depois, como estagirio do

    Prof. Jos de Oliveira Escorel, tendo

    que calcular numerosas vigas con-

    tnuas, desenvolveu um algoritmo

    prprio denominado Mtodo dos

    Coeficientes de Apoio, que permitia

    evitar aproximaes sucessivas mui-

    to incmodas, para uma ocasio em

    que nem se cogitava o uso de com-

    putadores. O Prof. Jaime Ferreira da

    Silva achou o processo to interes-

    sante, que chegou a escrever, com

    sua didtica excepcional, um traba-

    lho que no contemplava o verda-

    deiro autor do processo, o formando

    Jos M. Guerra. Revoltas e discusses

    a respeito da falta de tica acabaram

    sendo resolvidas com a retirada do

    nome do professor - o artigo acabou

    sendo publicado na Revista Politcni-

    ca nos 69 e 70, de 1948, apenas com

    o nome de seu verdadeiro autor.

    Para salientar a nobreza do compor-

    tamento profissional desse grande,

    humilde, competente e amigo en-

    genheiro, vou relatar um episdio

    que se passou comigo no incio de

    carreira. Eu estava empregado no

    IPT, meu primeiro emprego. O cole-

    ga Guerra j havia, dois anos antes,

    constitudo uma firma de projetos,

    junto com John Ulic Burke e, para

    isso, havia alugado uma sala na

    rua Silveira Martins, em So Paulo,

    perto do Centro. Como Burke me viu

    correndo atrs de servio, disse-me:

    Fui solicitado pelo padre Corbeil a

    projetar a estrutura da igreja So

    Jos do Jaguar. No se trata de um

    bom servio, pois o preo pr-esta-

    belecido quase uma contribuio

    igreja. Aceitei a incumbncia,

    mas vendo voc to entusiasmado

    em comear as atividades, posso

    pass-lo para voc. O preo ape-

    nas 10.000 unidades monetrias da

    poca. Se voc topar, apresento-o

    ao padre Corbeil, da igreja canaden-

    se, que possui o projeto arquitet-

    nico de um arquiteto francs, cha-

    mado Adrien Dufresne, que s pode

    pagar isso. Se voc no aceitar, eu e

    o Guerra faremos o projeto.

    Era claro que aceitei, fiz o clcu-

    lo completo e solicitei os desenhos

    de detalhamento de um profissional

    aposentado do DER, que fazia servi-

    os avulsos, cobrando por folha. No

    caso seriam 48 desenhos, tamanho

    A0, que custariam 12.000 unidades

    monetrias. Era evidente que, rece-

    bendo pelo servio completo apenas

    10.000, no poderia pagar os 12.000

    s pelos desenhos.

    Resolvi eu mesmo desenhar, no

    obstante a falta de prtica. O Guerra

    colocou minha disposio seu es-

    critrio, para eu usar depois de fe-

    chado seu expediente, s 18 horas.

    Deu-me as chaves e me deixou usar

    suas pranchetas e seu equipamento,

    durante 6 meses. Eu saa s 18 horas

    do IPT e ia de nibus at a rua Silveira

    Martins, entrava no escritrio, retira-

    va da prancheta eventual desenho

    no acabado, colocava uma folha de

    papel vegetal no lugar, desenhava

    (aprendendo a apresentao com os

    desenhos existentes no escritrio,

    que eu tinha licena de consultar).

    Todas as tardes, durante 6 meses,

    repetia a tarefa, repondo no lugar o

    desenho que estava sendo feito. Ve-

    jam que nobreza de comportamento,

    ajudando um concorrente a aprender

    detalhes de apresentao! quem fa-

    ria isso para um colega principiante?

    Outros profissionais j estabelecidos

    procuravam denegrir o concorrente

    dizendo: Esse pirralho, inexperiente,

    no tem competncia para assumir

    a responsabilidade de tal projeto!.

    Isso me doa muito, mas era assim a

    vida. Conto este episodio para o leitor

    perceber a grandiosidade do compor-

    tamento do Guerra com seus colegas.

    Segue uma relao resumida de al-

    guns projetos feitos por Guerra e seu

    scio. Foram aproximadamente 1600

    at ele se aposentar, dentre os quais:

    n Mercado da Lapa;

    n Edifcio sede do Bradesco em Braslia;

    n Edifcio da antiga grfica do

    Bradesco, na Cidade de Deus

    (27.800 m2);

    n Nova canalizao do crrego do

    Sapateiro, sob a avenida Juscelino

    Kubitschek, subcontratado pela

    PROMON Engenharia - os encon-

    tros com as reas a serem man-

    tidas foram de projeto bastante

    complexos;

    n Metr de Fortaleza: estaes Po-

    rangaba, Maracana, Novo Mara-

    cana, Esperana, Porangabussu,

    Jereissati, Aracap, Vila das Flores,

    Mondubim e Couto de Maga-

    lhes (subcontratado pela Har-

    za Hidrobrasileira).

    H muitos edifcios, fbricas, estaes

    de tratamento e elevatrias, templos

    religiosos (apenas para a Igreja de

    Jesus Cristo dos Santos dos ltimos

    Dias, foram mais de 200), que no

    podero ser todos citados aqui.

    Esse colega e amigo far muita falta

    para todos aqueles que conviveram

    com ele. Nunca houve tempo para

    uma aproximao mais ntima (sal-

    vo um almoo com outro colega de

    turma, residente na Frana: Roberto

    Salmern), mas foi encontrado tempo

    para reverenci-lo na missa de 7 dia

    o paradoxo da vida!

    Adeus, Guerra amigo! que voc en-

    contre do outro lado da vida paz,

    tranquilidade e descanso eterno.

    EsCrito por

    augusto carlos De Vasconcelos

    assessor da presidncia do ibracon l

  • 13

    a

    ABCIC - Associao Brasileira da Construo Industrializada de ConcretoAv. Torres de Oliveira, 76-B - Jaguar | CEP 05347-902 - So Paulo

    Tel.: (11) 3763-2839 - E-mail: [email protected]

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    Criando o selo de excelncia para atestar as empresas que investem em qualidade, preocupao ambiental e segurana no trabalho

    Promovendo e incentivando o uso de pr-fabricados de concreto no Brasil Patrocinando, realizando e apoiando iniciativas de qualificao de mo-de-obra e o avano educacional Monitorando as tendncias internacionais Investindo em pesquisa e desenvolvimento Atuando junto ABNT na atualizao e desenvolvimento de normas aplicveis ao setor Fortalecendo elos da cadeia produtiva do pr-fabricado de concreto Debatendo temas especficos em comits tcnicos Produzindo conhecimento e registrando-o em publicaes tcnicas: manuais,

    artigos e matrias em peridicos

    ABCIC trabalhando para o desenvolvimento do setor e do Pas

    A ABCIC TRABALHA POR CONQUISTAS NA INDUSTRIALIZAO DA CONSTRUO CIVIL

    ENCONTROS E NOTCIAS

    anurio abcic 2012 Produo: o nome da rosa editora Pesquisa abcic 2012: criactive assessoria comercial

    O sistema construtivo de pr-fabricados de concreto est presente em todos os tipos e dimenses de obras, por todos os cantos do territrio nacional, acompanhando o crescimento da construo brasileira.Para contribuir com esse desenvolvimento, a Associao Brasileira da Construo Industrializada de Concreto (Abcic), lanou em 2011 seu anurio, com vistas a organizar os dados do setor de pr-fabricao no Brasil, as aes institucionais e os temas em pauta de sua agenda.Neste ano, em jantar de confraternizao realizado no ltimo dia 29 de novembro, em So Paulo, a Abcic lanou a segunda edio do seu anurio, procurando ampliar a viso mercadolgica, tcnica e poltica do setor de indus-trializao da construo j delineada na primeira edio.Com contribuio de profissionais de renome da iniciativa privada e da academia, de representantes de rgos governamentais e entidades do setor da construo, o Anurio 2012 procura compartilhar conhecimentos e informa-es que reflitam o momento atual da construo brasileira.Traz cases de obras de diversas tipologias que utilizam os sistemas industrializados de concreto, apontando para as principais tendncias nacionais e mundiais da constru-o. Grandes reportagens tratam dos processos de produo industrial, da qualidade, desempenho, normalizao e desenvolvimento tecnolgico dos pr-fabricados, da prioridade por mo de obra capacitada, programas educacionais e certificaes profissionais, dentre outros temas. Uma pesquisa mercadolgica sobre o setor de pr-fabricados de concreto no Brasil mapeou a atuao e produo dos fabricantes em 2011 e compilou informaes com formadores de opinio do mercado de infraestrutura, industrial, comercial e habitacional sobre os pr-fabricados de concreto. mais informaes: www.abcic.org.br

    livros

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    ENCONTROS E NOTCIAS

    construo: 101 perguntas e respostas dicas de projetos, materiais e tcnicas

    eng. Jonas silvestre medeiros editora: manole

    Por que a maioria das pessoas opta por pisos frios?So chamados pisos frios aqueles que transmitem uma sensao de frescor quando tocados. o caso de pisos de cermica e placas de rocha. A sensao de frescor ao tato ocorre na cermica porque o material conduz o calor melhor do que a madeira. Ou seja, a fuga do calor da parte do corpo em contato com o revesti-mento que leva a essa percepo. O fato de o clima quente durar o ano inteiro ou apenas alguns meses pode interferir na escolha, pois a sensao de frescor pode se transformar em algo incmodo quando a temperatura cai. de questes assim que se ocupa o livro. O leitor encontrar 100 respostas e comentrios para perguntas comuns sobre construo e para situ-lo, os primeiros captulos contextu-alizam a construo no Brasil e mostram a importncia de se projetar e planejar antes de construir. O texto trata no apenas do como fazer e dos materiais necessrios, mas pro-cura introduzir conceitos que levam compreenso de como as construes funcionam. mais informaes: www.manole.com.br

    livros

  • 15

    augusto carlos de Vasconcelos editora: tqs/PW editores

    Lanado no ltimo dia 26 de outubro, em So Paulo, o livro Pontes Brasileiras viadutos e passarelas notveis, de autoria do engenheiro Augusto Carlos de Vasconcelos, edio revisada, atualizada e ampliada do livro homnimo lanado em 1993, como parte das comemoraes pelos 100 anos da fundao da Escola Politcnica da Universidade de So Paulo, da qual o autor foi professor assistente.A obra abrange diversas pocas da engenharia estrutural brasileira, com-preendendo desde a primeira ponte em concreto protendido no Brasil at as mais recentes pontes estaiadas.A descrio da concepo estrutural, dos detalhes do projeto e dos aspectos relevantes da execuo das pontes, numa linguagem didtica, constitui infor-mao til aos estudantes de engenharia e aos profissionais da construo civil. informaes: www.tqs.com.br

    Prof. Dr. edson tejerina caldern | eng. marcelo de rezende carvalho editora: Puc gois

    Referncia aos estudantes e profissionais de engenharia civil, a obra consiste numa resoluo completa das estruturas, calculando os esforos e traando dos diagramas dos esforos solicitantes.So apresentadas as definies bsicas sobre deslocabilidade e como obter os fatores de forma e de carga de segunda espcie, necessrios para a formulao do mtodo dos deslocamentos. So resolvi-das diversas estruturas indeslocveis e deslocveis com carregamento externo, recalques nos apoios e variao de temperatura, incluindo-se vnculos elsticos. So abordadas tambm estruturas com barras de momento de inrcia e Processo de Cross. mais informaes: [email protected]

    Pontes brasileiras viadutos e passarelas notveis

    teoria das estruturas: mtodo dos deslocamentos

    a reVista ConCreto &

    Construes Presta-se

    diVulgao das oBras do

    setor ConstrutiVo, sem

    qualquer endosso

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    Com o objetivo de capacitar profissionais para atender s necessidades do setor por qualificao de profissionais, a Comuni-

    dade da Construo lanou o Curso a Distn-

    cia de Alvenaria Estrutural.

    Organizado em seis mdulos, o contedo do

    curso voltado para treinamento de enge-

    nheiros e equipe tcnica da obra, apresen-

    tando os principais conceitos do sistema

    construtivo e as vantagens em relao ao

    mtodo tradicional.

    Com durao de trs meses, ao final do

    curso os estudantes recebem certificado da

    Associao Brasileira de Cimento Portland

    (ABCP).

    informaes:

    www.comunidadedaconstrucao.com.br

    O curso visa auxiliar a correta interpretao da ABNT NBR 5419:2005 - Proteo de estruturas contra descargas atmosfricas, a fim de projetar, instalar, documentar e manter um sistema de proteo con-tra descargas atmosfricas - SPDA, conforme suas exigncias.Voltado aos engenheiros, projetistas, instaladores e pessoal de manuteno industrial, comercial e resi-dencial, interessados em se familiarizar ou atualizar com os conceitos e recomendaes da ABNT NBR 5419. Datas (2013): so Paulo 19 e 20 de fevereiro

    | 18 e 19 de abril | 18 e 19 de ju-

    nho | 20 e 21 de agosto | 16 e 17

    de outubro | 25 e 26 de novembro

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    dos Engenheiros do Estado de So Paulo

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    rculos e oportunidades de negcios.

    Para utilizar a ferramenta preciso se

    cadastrar. O sistema diferencia a ficha de

    engenheiros e contratantes. Detalhes de

    vagas e currculos s podem ser acessados

    pelos cadastrados.

    curso a distncia de alvenaria estruturalProteo de estruturas contra descargas atmosfricas

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    3 encontro nacional de Pesquisa-Projeto-Produo em concreto Pr-moldado

    Promovido pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilizao (IBI), o Simp-sio uma oportunidade para a disseminao das novas tendncias da impermeabilizao na construo civil, com foco em inovaes, solues e tecnologias de ponta disponveis para atender a crescente e urgente deman-da do mercado.

    As inscries de resumo encerram-se dia 17 de dezembro e os tra-balhos completos aprovados devem ser encaminhados at 03 de abril de 2013.O evento ocorre nos dias 10 e 11 de junho, em So Paulo. mais informaes: www.ibibrasil.com.br

    Frum de discusso de temas como reparo, reabilitao, monitora-mento e anlise do desempenho de estruturas, o IX Congresso In-ternacional sobre Patologia e Recuperao de Estruturas (Cinpar 2013) ser realizado de 03 a 05 de junho, em Joo Pessoa, na Paraba.

    Os autores de resumos aprovados, cujo resultado sai dia 14 de de-zembro, devem submeter os trabalhos completos at 25 de fevereiro de 2013. mais informaes: www.ifpb.edu.br/eventos/cinpar-2013

    Realizado na Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo, o Encontro tem o objetivo de promover a integrao do setor acad-mico e do setor produtivo em relao ao concreto pr-moldado.O Encontro recebe resumos at 15 de dezembro, sendo que os trabalhos

    completos dos resumos aprovados devem ser submetidos comisso at 01 de maro de 2013.O evento vai acontecer nos dias 08 e 09 de julho de 2013. mais informaes: www.set.eesc.usp.br/3enpppcpm

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    3 concurso tqs de sistemas estruturais Ponte de macarro

    A EDIFICar Jr., empresa jnior do curso de Engenharia Civil da UFSCar, em parceria com a empresa TqS Informtica, promoveu, no dia 23 de outubro ltimo, o 3 Concurso TqS de Sistemas Estruturais Ponte de Macarro. O evento teve a finalidade de estimular o desenvolvimento de estruturas em formato de ponte, utilizando-se do macarro como material principal, alm de exercitar o esprito criativo e o trabalho em grupo. Cada equipe participante recebeu uma quantidade especfica de macarro (equivalen-te a 1kg) e outros materiais necessrios para o apoio e travamento, como

    cola e fio-dental.As equipes eram formadas por estu-dantes de engenha-ria civil, engenharia de materiais, enge-nharia fsica, enge-nharia mecnica e arquitetura de trs grandes universida-des: UFSCar e USP So Carlos e UNESP Bauru.Os universitrios ti-

    veram que usar a criatividade para deixar a ponte em p. Na montagem tem que deixar ela firme, na hora de colar e juntar as partes, acho que essa a maior dificuldade. Procuramos deixar ela o mais rgida possvel, disse a estudante Jaqueline Pimentel, participante do grupo Mary Jane do evento.As equipes foram avaliadas em duas categorias. A primeira modalidade foi determinada pela maior ruptura, ou seja, a ponte que teve maior ca-pacidade de resistncia ao carregamento foi a vencedora. Nesta modali-dade, a equipe vencedora foi a Galo Cego, formada por alunos da UNESP Bauru. Eles desenvolveram uma ponte que suportou 37 Kg, quebrando o recorde de todas as edies do evento e, com isso, levaram o prmio de R$500,00!Na segunda modalidade, as equipes tiveram que desenvolver um projeto detalhado do comportamento estrutural da ponte que foi feita e, ento, prever uma carga de ruptura e tentar se aproximar do real que seria de-terminado no ensaio com o carregamento.Nesta modalidade, a equipe vencedora foi a Aero, formada por alunos da UFSCar, cuja ruptura real mais se aproximou do determinado em re-latrio. A equipe levou o maior prmio, que de R$1000,00 em dinheiro.Para os estudantes, a ponte a ligao para o conhecimento. Eles pro-jetam, calculam e executam a ponte, alm de realizar o carregamento at a ruptura. Ento uma atividade muito desafiadora, destacou o professor

    Carlos Javaroni. l

    ENCONTROS E NOTCIAS

  • 19

    Jos armenio

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA

    brito cruZ

    Arquiteto e urbanista, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo (USP), em

    1982. Lidera a equipe de projetos de Urbanismo na empresa Piratininga Arquitetos Associados, fundada, em 1984,

    conjuntamente com outros arquitetos.

    z Armenio, como chamado pelos colegas, foi responsvel

    pela conduo tcnica de projetos premiados, tais como: restauro

    e modernizao da Biblioteca Mrio de Andrade; restauro e

    modernizao da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    da USP; restauro e modernizao da sede da Associao de Advogados

    de So Paulo; e projeto da Biblioteca Central da Pontifcia Universidade

    Catlica de Campinas.

    Participou ainda do Plano Habitacional para reabilitao da rea central

    de Fortaleza e requalificao urbana dos espaos pblicos da regio

    da Nova Luz, alm do Parque Tecnolgico de So Paulo, do Projeto

    Paisagstico da Praia do Sol, na margem da represa de Guarapiranga,

    em So Paulo, da urbanizao e remanejamento de moradias de

    interesse social de So Lus, no Maranho, e do desenvolvimento

    imobilirio privado em Cotia, em So Paulo.

    Para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano

    do Estado de So Paulo (CDHU), coordenou o levantamento

    identificao de tipologias, determinao de intervenes

    e estimativa de investimentos em nove subdistritos da

    regio central do municpio de So Paulo, para estudo de

    viabilidade tcnica e financeira para o adensamento de

    domiclios na rea central.

    Professor da disciplina de projetos na Escola da Cidade,

    em So Paulo, desde 2007, Jos Armenio assumiu, neste

    ano, a presidncia do Instituto de Arquitetos do Brasil

    Departamento de So Paulo (IAB-SP).

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    20

    ibracon Como expliCa sua voCao para

    urbanista, para pensador do espao

    urbano?

    brito cruZ Decidi fazer arquitetura, onde o

    enfrentamento de questes sobre a organizao das

    cidades aparece nas aulas. Meu trabalho de concluso

    de curso foi sobre desenho urbano.

    A questo da condio de vida na cidade uma

    questo que mobiliza. Sentia a necessidade de colocar

    meu conhecimento a servio da sociedade, porque

    a formao de arquiteto lhe instrumenta para poder

    trabalhar o espao, o habitat, em pensar qual o

    projeto de ocupao do territrio, de como se est

    ocupando este territrio.

    Lembro-me de um texto do arquiteto Joo Batista

    Vilanova Artigas, que projetou a Faculdade de

    Arquitetura e Urbanismo da USP e foi meu professor,

    onde ele diz que a casa no termina na soleira da

    porta, mas a cidade nossa casa, nossa casa nossa

    cidade. Por isso, o urbanismo uma questo que

    mobiliza. A arquitetura paulista sempre teve esta

    abordagem de seu objeto, como uma atitude frente

    produo do objeto, frente cidade.

    ibracon dentro dessa ConCepo de que

    a Cidade nossa Casa, vamos disCutir

    alguns problemas que as Cidades vm

    enfrentando. um deles o da mobilidade

    urbana. diversas solues tm sido

    implementadas para dar Conta do

    problema: rodoaneis, Corredores de

    nibus, expanso de linhas metrovirias,

    CiClovias, rodzios de veCulos etC. Como

    voC v essas solues? quais outras

    podem ser feitas?

    Sentia a neceSSidade de colocar meu conhecimento a Servio da

    Sociedade, porque a formao de arquiteto lhe inStrumenta para

    poder trabalhar o eSpao, o habitat

    brito cruZ A mobilidade na cidade tem uma

    soluo que o transporte pblico. A cidade

    estruturada no transporte individual no vivel. Por

    mais que isso seja bvio, a cidade que ns vivemos

    no revela essa obviedade, porque as cidades

    brasileiras so estruturadas historicamente para

    o automvel. Isso um erro! Mobilidade urbana

    transporte pblico! Temos que mudar.

    Por sua vez, o transporte pblico deve ser pensado de uma

    forma multimodal. No s trilho. No s nibus. Esta

    multimodalidade parte do pedestre. Eu costumo dizer que

    o primeiro transporte pblico o p. Se voc no consegue

    andar pelas ruas da cidade, voc no chega at o metr. E

    no sai do metr. Ento, o investimento em caladas um

    investimento em mobilidade.

    ibracon voC ConCorda Com as diretrizes

    da prefeitura de so paulo quanto

    padronizao das Caladas?

    brito cruZ Cada vez mais a prefeitura deve

    achar instrumentos legais para exigir qualidade

    nas caladas. A responsabilidade pelas caladas

    pblica, mas os custos de manuteno so privados.

    Entre a responsabilidade jurdica e a responsabilidade

    financeira fica um buraco, que o da fiscalizao, que

    o poder pblico no faz satisfatoriamente.

    O levantamento das demandas dos pedestres o

    ponto de partida para a mobilidade. timo, termos

    metr! Mas o metr descarrega em alguma calada.

    Rodoanel importante! Ferroanel importante! O

    transporte hidrovirio vai tomar corpo nos prximos

    anos, com planos para transporte de carga, de

    pessoas e de lixo pelos rios. essa perspectiva de

    integrao que temos que ter para o problema da

    mobilidade urbana, partindo do p.

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA

  • 21

    a adminiStrao pblica preciSa aSSumir o

    urbaniSmo como rea de conhecimento vital para a eStruturao

    do paS

    ibracon pareCe existir um Conflito entre o

    automvel e o transporte pbliCo no pas.

    Como resolv-lo?

    brito cruZ Existe uma cincia no mundo, que

    o urbanismo. O Brasil, apesar de financiar diversas

    escolas de arquitetura e urbanismo, reluta em assumir

    esta rea do conhecimento na administrao pblica.

    Existe uma distncia entre o que a universidade est

    pensando e o que administrao pblica est fazendo.

    O que precisa ser feito com relao a questo da

    mobilidade pens-la com a estruturao das

    cidades. Por que mandar as pessoas morarem nos

    confins da zona Leste, fazendo o transporte pblico

    para l, deixando o Centro vazio?

    O centro est agora assistindo a um movimento de

    volta das pessoas, porque, nas ltimas trs dcadas,

    ele perdeu aproximadamente 300 mil pessoas. Se

    essas pessoas no tivessem ido morar nos limites

    da zona Leste ou da zona Sul, o poder pblico no

    precisaria estar investindo tanto em transporte pblico,

    mas investiria menos, em caladas, para as pessoas

    irem da casa para o trabalho, do trabalho para casa.

    Isso urbanismo, rea do conhecimento que pensa

    as questes de forma integrada. No leva em conta

    somente o transporte, mas tambm a habitao.

    A administrao pblica precisa assumir o urbanismo

    como rea de conhecimento vital para a estruturao

    do pas. Precisamos mudar a rota que estamos

    seguindo. Sair do automvel para o transporte pblico.

    Pensar no pedestre. Pensar numa cidade estruturada

    onde o cidado vai ao trabalho em meia hora. Pensar

    na integrao social. A separao de renda do pobre

    morar longe, separado do rico no deve existir, pois

    somos um pas. Pobre tem que morar ao lado de rico,

    para termos uma coeso social na cidade.

    ibracon mas ser isso vivel? se

    pensarmos no Conflito que existe entre

    moradia digna para populao de baixa

    renda, prxima ao Centro da Cidade, e

    Vista area das caladas da avenida Paulista, em so Paulo

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    a espeCulao imobiliria, que paga a

    preo de ouro terrenos em regies bem

    loCalizadas. a soluo proposta por voC

    no muito teriCa?

    brito cruZ O que eu disse no terico, mas uma

    proposio: de outro modo, no vivel. No vivel uma

    cidade estruturada no automvel. A questo como virar isso.

    O mercado imobilirio vai aonde existem as

    oportunidades. quem define as oportunidades? O

    Estado. o Estado quem diz onde ser feita uma

    cidade, onde ser construda uma escola. O mercado

    vai atrs, trazendo investimento e desenvolvimento.

    Na hora que o Estado assume seu papel, ele assume

    sua funo de dirigir o mercado.

    Para o mercado tanto faz ganhar no leste quanto

    no oeste, ou ganhar com casa de 40m2 ou com

    casa de 400m2. A questo o Estado dizer qual a

    perspectiva social, qual a sociedade que ele quer.

    Por exemplo: o Programa Minha Casa Minha Vida

    uma ao importante do Governo Federal, enfrentando

    o dficit habitacional brasileiro, dimensionado em

    milhes. Esta ao tem mrito quando resolve

    enfrentar o dficit habitacional e acelerar a economia,

    mas ela precisa ser qualificada em seu resultado,

    na estruturao das cidades. qual a qualidade das

    moradias? Ela implica a cidade do automvel ou a

    cidade do transporte pblico? qual o modelo de

    tipologia do Programa, sob o ponto de vista da coeso

    no Se pode deixar imveiS e terrenoS vazioS

    na cidade, porque contraproducente. tem

    lei no braSil para inibir iSSo. falta a deciSo poltica

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA

    Perspectiva da ciclovia na avenida faria lima,

    em so Paulo

  • 23

    social? Ele est fazendo guetos ou promovendo a

    coeso social?

    No Canad e nos Estados Unidos, o Estado obriga

    que se faam apartamentos pequenos, baratos, para

    populao de baixa renda, ao lado de apartamentos

    grandes. uma lei. uma direo. Basta decidir: 30%

    deste empreendimento para habitao de interesse

    social; e 70% so apartamentos de 100m2. As cidades

    saudveis so as que tm essa coeso social.

    No se pode deixar imveis e terrenos vazios na

    cidade, porque contraproducente. Tem lei no Brasil

    para inibir isso. Falta a deciso poltica.

    ibracon um assunto em moda atualmente

    a Contribuio trazida pela Copa e pelas

    olimpadas para resolver os problemas

    urbanos. Como voC v esta questo?

    brito cruZ uma janela de oportunidade aberta. Os

    grandes eventos potencializam grandes investimentos.

    No entanto, sob o ponto de vista dos projetos, de

    sua integrao, perdermos a oportunidade, porque

    j foram definidos. Como presidente do IAB/SP no

    tive conhecimento sobre essa integrao promovida

    pelos projetos. O que a cidade vai ganhar com a Copa,

    alm de um estdio? Faltou inteligncia urbanstica

    integradora nos projetos em andamento.

    Ainda temos chances de gerar externalidades

    saudveis, de modo a no termos, no final, um

    cemitrio de elefantes brancos, apesar das decises

    sobre o desenho dos projetos no terem sido claras.

    ibracon um outro problema nas Cidades

    so as enChentes. voC apontou uma

    direo para parte deste problema,

    no sentido de Coibir a expanso da

    manCha urbana para reas de risCo e

    nS no SomoS vtimaS da cidade porque nS conStrumoS a cidade.

    a enchente o reSultado de um projeto de cidade que no Se

    preocupou com oS recurSoS naturaiS e com a qualidade de vida daS peSSoaS

    de mananCiais e vrzeas de rios pela

    populao mais Carente. Com relao a uma

    poltiCa de boa drenagem nas Cidades, que

    solues temos?

    brito cruZ Tecnicamente existem solues, desde

    a preocupao em cada imvel com a permeabilidade

    do solo e com a vazo da gua at a preocupao com

    a recuperao de vrzeas de rios.

    A questo coloca-se como o dilogo da cidade

    com sua geografia, seu stio geogrfico. Tem que

    haver inteligncia: no posso ocupar aqui, vou

    ocupar l, para no haver enchente. Ou se se

    decidir construir, deve-se lanar mo de recursos

    tcnicos de pavimentao, de conteno de gua

    etc. Amsterd feita sobre a gua. Ns no somos

    vtimas da cidade porque ns construmos a cidade.

    A enchente o resultado de um projeto de cidade

    que no se preocupou com os recursos naturais e

    com a qualidade de vida das pessoas. A gente deve

    assumir o dilogo com as guas nas cidades, gerando

    permeabilidade, baixando a velocidade das vazes.

    Existem conceitos que reforam este dilogo da

    cidade mais inteligente e humana com a natureza.

    Por exemplo: a cidade compacta. O espraiamento

    urbano no uma forma de dilogo saudvel com

    o meio ambiente, porque temos que trabalhar com

    uma densidade urbana vivel. So Paulo tem uma

    densidade mdia de 100 habitantes por hectare.

    Paris tem uma densidade mdia de 270. qual o

    significado deste nmero do ponto de vista social,

    ambiental, econmico e cultural? Morar numa

    cidade com 100 habitante por hectares morar

    longe do trabalho.

    ibracon hoje a sustentabilidade est

    na ordem do dia quando se pensa em

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    o plano diretortem que dar o paSSo no

    Sentido da inStrumentao da Sociedade para implementar

    oS projetoS para Sua tranSformao

    desenvolvimento urbano. quais so

    as diretrizes bsiCas das Cidades

    sustentveis?

    brito cruZ J dissemos: transporte pblico, cidades

    compactas. Por outro lado, a arquitetura brasileira tem

    uma sabedoria sobre consumo de energia. Em 1946, foi

    construdo o smbolo da arquitetura moderna brasileira

    o Ministrio de Cultura e Educao, no Rio de Janeiro,

    projetado por Gustavo Capanema, que, hoje, um prdio

    que tem temperatura ambiente agradvel, sem ar

    condicionado, porque a fachada ensolarada protegida por

    brissolis e a fachada que no toma sol mais exposta.

    ibracon falando sobre o plano diretor

    da Cidade de so paulo, qual o desafio

    ColoCado por sua reviso em 2013?

    brito cruZ Com o plano diretor completando dez

    anos, temos condies de avaliar o que funcionou

    e o que no funcionou na cidade. Com ele tivemos

    um forte diagnstico da cidade: zonas que precisam

    ser melhor estruturadas, zonas que precisam ser

    mantidas, desafios ambientais, desafios sociais. Ele

    sinalizou tambm demandas da cidade em termos de

    transportes, conexes, pontes, passarelas, habitao.

    O desafio da reviso o da implementao de

    processos de viabilizao de projetos para fazer

    frente ao diagnstico e s demandas. O plano diretor

    tem que dar o passo no sentido da instrumentao

    da sociedade para implementar os projetos para sua

    transformao.

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA

    interior da associao dos

    advogados de so Paulo

  • 25

    ibracon qual ser a partiCipao

    do iab-sp nesta reviso?

    brito cruZ O IAB-SP tem representao em

    diversos rgos da Prefeitura, sendo uma conexo da

    administrao pblica com a sociedade. Seu papel

    o de apresentar os instrumentos tcnicos para a

    sociedade construir uma cidade melhor.

    ibracon vamos toCar agora no tema do

    ConCreto nas Cidades. este material tem

    duas CaraCterstiCas que o destaCam

    em relao aos outros materiais: a

    durabilidade e a moldabilidade. por outro

    lado, somos um pas tradiCionalmente

    edifiCado em ConCreto. ser o ConCreto

    um material sempre presente nas Cidades

    brasileiras?

    brito cruZ O Brasil tem uma inteligncia de ponta

    sobre o concreto nos seus diversos usos na cidade

    prdios, pavimentao, passeios pblicos etc.

    o concreto o grande aliado na conStruo deSSa

    nova cidade. porque traz racionalidade na fabricao, no canteiro de obraS, o que

    SuStentabilidade

    O concreto o grande aliado na construo dessa

    nova cidade. Porque traz racionalidade para o canteiro

    de obras, gerando sustentabilidade. Por outro lado,

    a tecnologia avana muito hoje existe o concreto

    poroso e permevel, o concreto com resistncia maior

    s intempries. Costumo dizer: sustentabilidade no

    rancho, mas tecnologia em atender s demandas.

    Por exemplo: na calada da Avenida Paulista, eu

    argumentei com a Prefeitura que a melhor soluo

    era calada de concreto! Porque uma frmula,

    no depende do humor de quem executa. Minha

    opinio como arquiteto que calada, pavimentao,

    mobilidade urbana deve ser em concreto.

    O concreto pode ser um aliado, por exemplo, na

    construo de edifcios-garagem. Porque no vivel

    o espao ocupado pelos estacionamentos para carros.

    A soluo verticalizar. Isto uma cidade sustentvel.

    ibracon o suCesso de grandes projetos e

    empreendimentos o trabalho integrado

    Perspectiva da biblioteca mario de andrade, em so Paulo

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    a boa arquitetura a boa engenharia.

    So camadaS complementareS e

    integradaS. um S penSamento na realizao

    de equipes multidisCiplinares. sob

    sua tiCa, Como integrar Cada dia mais

    arquitetos e engenheiros?

    brito cruZ A realizao os integra. uma via

    de mo dupla. Eu no vejo conflito. A arquitetura

    levanta a engenharia e a engenharia levanta a

    arquitetura, no sentido de rea de conhecimento.

    Se estamos pensando uma arquitetura com toda

    essa preocupao, precisamos da engenharia para

    suportar isso. A boa arquitetura a boa engenharia.

    So camadas complementares e integradas. um s

    pensamento na realizao.

    Neste prdio que estamos (prdio do IAB-SP), projeto

    do Rino Levy, construdo em 1951, no se separa

    arquitetura e engenharia. A laje estrutura-se sem

    vigas: tem um desenho da armao, que genial!

    Tem uma passagem do livro Memrias, do Oscar

    Niemeyer, onde lhe perguntam se houve brigas para

    construir Braslia. No! Tivemos que fazer uma cidade

    em cinco anos. No dava tempo para brigar, disse

    ele. O desafio da realizao supera conflitos.

    ibracon temos enfrentado nos ltimos

    anos o Chamado apago de talentos, Com

    a falta de profissionais qualifiCados.

    as universidades no tm formado bons

    profissionais em faCe da inovao e

    diversifiCao de produtos e sistemas

    Construtivos?

    brito cruZ Eu discordo. Eu acho que nossas

    universidades so boas. Volto ao comeo da entrevista

    onde comentei da apropriao pelo administrador

    pblico do conhecimento gerado na universidade.

    Talvez, falte a aproximao do mercado e da

    administrao pblica com relao

    ao conhecimento que existe nas

    universidades. Eu vejo profissionais de

    altssima competncia lutando muito

    para trabalhar, para impor a sua viso,

    sua convico de pas.

    No sinto falta de qualificao. Sinto

    que o recm-formado precisa ter

    um perodo quase como o perodo

    de residncia do mdico para se

    aclimatar no trabalho. Meu escritrio

    tem uma caracterstica: passa muita

    gente por l. A gente forma muita

    gente, servimos de residncia para

    muita gente. Eu acho bom isso: muita

    gente que est no mercado e est

    trabalhando muito bem, passou por l.

    quando saiu da faculdade, aprendeu a

    trabalhar l.

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA

    Vista da sede do iab-sP

    arq. rafael Schimidt

  • 27

    ibracon Cursos de atualizao

    profissionais, Congressos e feiras

    tCniCas so importantes?

    brito cruZ So fundamentais porque a formao

    um processo continuado. Ns estamos discutindo os

    desafios das cidades de hoje, que uma discusso

    nacional e internacional. A formao continuada

    base para o bom profissional.

    ibracon agora em maro de 2013 est

    prevista para entrar em vigor a norma de

    desempenho, a abnt nbr 15575, trazendo

    importantes modifiCaes na relao

    entre os diversos intervenientes do

    proCesso Construtivo. os arquitetos esto

    preparados para atend-la?

    brito cruZ norma de desempenho deve-se

    seguir a formao do arquiteto e a regulamentao da

    profisso, na medida em que trar responsabilizao.

    Enfim, vamos passar por uma readequao do mercado

    de arquitetura, que j comeou. Porque ela traz mais

    responsabilidades e mais qualidade aos projetos. Eu ainda

    no me detive a um estudo detalhado da norma, mas

    essa responsabilizao vai demandar necessariamente um

    perodo de adaptao e de estruturao.

    ibracon Como o iab e o ibraCon podem

    unir foras e trabalhar em parCeria para

    viabilizar o desenvolvimento urbano

    sustentvel?

    brito cruZ O IBRACON e o IAB podem lanar temas

    para a sociedade da sustentabilidade, da tecnologia,

    da coeso social, do desenvolvimento urbano,

    contribuindo para a administrao pblica e o mercado

    fazerem uma cidade melhor para ns.

    ibracon quais suas metas de gesto

    no iab-sp?

    brito cruZ Fortalecimento institucional do IAB;

    restauro do prdio do IAB-SP (estamos em fase

    a arquitetura como

    inStrumento para a Sociedade para qualificar

    Sua vida

    corredor de acesso biblioteca da faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de so Paulo

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    de captao de patrocnios); e viabilizao da

    prxima Bienal de Arquitetura. Por trs delas est a

    premissa de construo de uma nova face pblica

    para a arquitetura. Tirar a arquitetura do cercadinho

    das idiossincrasias pessoais. A arquitetura como

    instrumento para a sociedade para qualificar sua vida.

    ibracon Como essa sua viso da

    arquitetura se reflete na organizao da

    prxima bienal?

    brito cruZ Na tematizao. Nosso tema ser

    o desenvolvimento urbano e a cultura urbana. A

    Bienal vai ser um espao de discusso da sociedade

    sobre questes urbanas. Sero projetos para discutir

    solues para a cidade. Esse o nosso desafio.

    ibracon dos projetos em que voC est

    envolvido, quais destaCaria Como uma

    boa iniCiativa para resolver os problemas

    das Cidades?

    brito cruZ Estou envolvido num trabalho de

    reocupao do centro de So Paulo, que venho

    participando desde 2006. Ele partiu de um

    diagnstico do Governo do Estado de So Paulo

    de que o investimento em infraestrutura urbana

    para longe mais caro do que um subsdio para as

    pessoas morarem no centro, bem como do potencial

    de ocupao que ainda existe no centro de So

    Paulo. Fizemos h trs anos atrs um trabalho de

    identificao de tipologias de imveis no centro

    expandido e um estudo da movimentao demogrfica.

    Estamos concluindo um trabalho sobre caladas.

    Fizemos as caladas da Avenida Paulista e da Avenida

    Faria Lima. E participamos das reformas dos museus

    da USP com o arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

    ibracon fora do trabalho, o que voC

    gosta de fazer?

    brito cruZ Eu gosto de correr. Gosto de fazer

    atividade fsica. Eu j corri 20 So Silvestres. l

    PERSONALIDADE ENTREVISTADA

  • 29

    ESTRUTURAS EM DETALHES

    Pavimento intertravado permevel conceitos, seo tipo e avaliao de desempenho

    MARIANA MARCHIONI engenheiraCLAUDIO OLIVEIRA msC.

    assoCiao Brasileira de Cimento Portland aBCP

    1. INTRODUO

    Na gesto da drenagem urbana, com foco

    ao combate s enchentes, tem se obser-

    vado uma tendncia em descentralizar

    as redes de drenagem, privilegiando o

    retardo na fonte e visando, assim, reduzir a necessidade de

    grandes obras de canais e reservatrios de deteno. Nessa

    tendncia, a utilizao dos pavimentos permeveis tem se

    apresentado uma soluo de excelente custo x benefcio

    para o retardo do escoamento j na sua origem. Com estes

    pavimentos, possvel manter o espao til do terreno e ao

    mesmo tempo, reduzir em at 100% as enxurradas. Eles

    tambm melhoram a qualidade da gua devido filtragem

    realizada pela base do pavimento. Dentre as diversas op-

    es de revestimentos, a utilizao de peas pr-moldadas

    de concreto tem como principais caractersticas a execuo

    simples e rpida, liberao imediata ao trfego e fcil ma-

    nuteno. Nesse artigo, sero descritos os principais con-

    ceitos envolvendo os pavimentos permeveis, com foco no

    revestimento utilizando peas de concreto para pavimenta-

    o intertravada.

    2. DRENAGEM URBANA As medidas adotadas para a drenagem urbana podem

    ser divididas em medidas estruturais e medidas no es-

    truturais (Figura 1). As medidas estruturais normalmente

    implicam em grandes obras e tm como principal objetivo

    afastar a gua da chuva da sua origem e direcionar a um

    ponto de convergncia. Essas medidas podem envolver a

    microdrenagem, utilizando principalmente elementos,

    como sarjetas, bocas de lobo e galerias pluviais, e a ma-

    crodrenagem, que envolve obras de canais e reservatrios

    de deteno. J, as medidas no estruturais no implicam

    necessariamente grandes obras e visam gerenciar a gua

    da chuva de forma local ou mesmo encontrar formas de

    Figura 1 Fluxo de gesto

    de drenagem urbana

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    conviver com o fenmeno das enchentes. Essas medidas

    consistem basicamente em preservar as vrzeas de inunda-

    o, retardar o escoamento superficial de gua nos lotes ou

    ainda utilizar medidas difusas, como, por exemplo, campa-

    nhas de conscientizao ou sistemas de avisos para o caso

    de chuvas intensas (PORTO, 2012).

    Os pavimentos permeveis podem ser classificados

    dentro da drenagem urbana nas aes no estruturais rea-

    lizadas no prprio lote, ou seja, atuam no local da edificao

    retardando a chegada da gua ao sistema de drenagem ur-

    bana. Dentre os sistemas de atuao no lote, os pavimentos

    permeveis funcionam tanto na infiltrao de gua como

    reservatrios (PORTO, 2012).

    A busca por sistemas que promovam o retardo da gua

    j na fonte tem como objetivo manter uma situao anterior

    ao desenvolvimento urbano. Conforme cresce a ocupao

    dos centros urbanos, a

    maior impermeabiliza-

    o do solo demanda

    mais dos sistemas de

    drenagem urbana, devi-

    do ao aumento da vazo

    de gua.

    Observando o hi-

    drograma na Figura 2,

    em uma situao pr-

    -desenvolvimento urba-

    no, o pico de vazo in-

    ferior ao comportamento

    verificado numa situao

    ps-desenvolvimento,

    quando os lotes passam

    a ser ocupados com edi-

    ficaes e so imperme-

    abilizados.

    O principal objeti-

    vo do retardo na fonte

    (lote) manter o hidro-

    grama do lote condizente

    com a situao de pr-

    -desenvolvimento, ou

    seja, antes da ocupao

    e construo, de modo a

    no saturar o sistema de

    drenagem do municpio.

    Substituindo em um lote as reas impermeabilizadas

    por pavimento permevel, ocorre a reduo do escoamento

    superficial1 e, assim, reduzida a vazo de gua gerada no

    lote, mantendo-se a vazo inicial.

    Nos pavimentos impermeveis ou de baixa permea-

    bilidade, rapidamente h formao de escoamento super-

    ficial, esta gua superficial ir demandar os sistemas de

    microdrenagem durante a chuva, podendo vir a causar en-

    chentes (Figura 3).

    Ao contrrio, os pavimentos permeveis (Figura 4)

    evitam este tipo de escoamento superficial, garantindo que

    praticamente 100% da gua seja infiltrada atravs de sua

    estrutura, podendo servir para recarga do aqufero ou ser

    transportada atravs de sistemas auxiliares de drenagem.

    Os pavimentos permeveis podem apresentar coeficientes

    Figura 2 Hidrograma de ps-desenvolvimento,

    pr-desenvolvimento e aps ao no lote

    Figura 3 Pavimento praticamente impermevel. Verif ica-se

    a rpida formao de escoamento superf icial da gua

    ESTRUTURAS EM DETALHES

    1 CoefiCiente de esCoamento ou

    deflVio suPerfiCial: Parte da gua

    da ChuVa Penetra no terreno, Parte

    retida Pela Vegetao, Parte se

    aCumula em lagos e Barragens, e

    Parte esCoa Pela suPerfCie. esta

    ParCela que esCoa Pela suPerfCie

    Chamada deflVio suPerfiCial ou

    run-off em ingls.

    o CoefiCiente de esCoamento a

    relao entre o Volume total esCoado

    Pela seCo de Controle e o Volume

    total PreCiPitado.

  • 31

    de escoamento inferiores a 0,05 e, ainda assim, permitem

    a utilizao do terreno como um pavimento. O objetivo de

    utilizar pavimentos permeveis justamente reduzir o co-

    eficiente de escoamento, resultando, assim, numa rea til

    com um valor de c abaixo da faixa de regies de matas,

    parques e campos de esporte (WILKEN, 1978). Na prtica,

    uma rea com pavimentao permevel apresenta desem-

    penho at mesmo superior quanto infiltrao de gua

    quando comparada a uma rea com vegetao, caso esta j

    tenha parte do solo compactado.

    3. CONCEITOS PAVIMENTOS PERMEVEIS

    Para que o pavimento permevel funcione na reduo

    do escoamento superficial e infiltrao de gua, necess-

    rio que sejam atendidos

    os requisitos de projeto e

    materiais da estrutura do

    pavimento, onde todo o

    caminho percorrido pela

    gua deve ser conside-

    rado.

    Pavimentos per-

    meveis so definidos

    como aqueles que pos-

    suem espaos livres na

    sua estrutura por onde

    a gua pode atravessar.

    (FERGUSON, 2005).

    O revestimento

    deve permitir a pas-

    sagem rpida da gua

    evitando, assim, que ela

    escoe superficialmente

    ou forme poas, garan-

    tindo que 100% da gua

    superficial seja infiltrada

    atravs do pavimento em

    um intervalo de tempo

    compatvel com a chuva

    local, resultando em um

    baixo coeficiente de es-

    coamento superficial.

    A gua infiltrada

    fica, ento, armazenada

    na estrutura do pavimento at escoar, funcionando como

    uma caixa de retardo.

    A estrutura do pavimento deve ser dimensionada con-

    siderando-se a intensidade da chuva no local e as caracte-

    rsticas do solo, alm das condies de trfego s quais o

    pavimento estar sujeito.

    4. SEO-TIPO DE UM PAVIMENTO INTERTRAVADO PERMEVEL

    A seo tipo (Figura 5) do pavimento permevel con-

    siste no revestimento, que pode ser de diferentes materiais

    que permitam a passagem rpida da gua, dentre elas as

    peas pr-moldadas de concreto. A camada de assenta-

    mento possui espessura 50mm e tem como principal fun-

    Figura 4 Pavimento permevel. No ocorre o escoamento

    superf icial. Praticamente 100% da gua inf iltrada

    e pode-se adotar coef iciente de escoamento superf icial

    igual a 0,05

    Figura 5 Seo tipo de pavimento permevel com

    revestimento de peas de concreto pr-moldadas

  • & C

    onst

    ru

    es&

    Con

    stru

    es

    & C

    onst

    ru

    es

    32

    o fornecer uma superfcie uniforme para assentamento

    das peas de concreto pr-moldadas. A base e subbase

    devem ser dimensionadas para cada caso, podendo ainda

    ser necessria a utilizao de tubulao de drenagem para

    complementar o sistema (MARCHIONI, 2011).

    Sero descritas as principais caractersticas de

    cada camada.

    4.1 suBleito

    So necessrios dados do subleito para o dimensio-

    namento do pavimento permevel, sendo o tipo de solo, a

    capacidade de suporte, o coeficiente de permeabilidade e o

    nvel do lenol fretico, dados utilizados para dimensionar

    a camada de base do pavimento permevel. A capacida-

    de de suporte do solo determinada atravs da ABNT NBR

    9895,determinando o ndice de Suporte Califrnia (CBR).

    J o coeficiente de permeabilidade determinado

    atravs das ABNT NBR 13292ou ABNT NBR 14545, po-

    dendo ainda ser estimando conhecendo a distribuio

    granulomtrica do solo. quanto menor o valor do coe-

    ficiente de permeabilidade, menos permevel o solo.

    Para utilizao de pavimentos permeveis em solos mui-

    to pouco permeveis necessria a utilizao do sistema

    de infiltrao parcial, onde o sistema complementado

    com tubos de drenagem.

    Tambm deve ser conhecido o nvel do lenol freti-

    co, que recomenda-se estar a pelo menos 60cm abaixo da

    subbase do pavimento permevel (MARCHIONI, 2011).

    4.2 Camada de Base e suB-Base

    Para a base e subbase, utiliza-se brita lavada de um

    material durvel com 90% de faces fraturadas e Abraso

    Los Angeles menor que 40, determinado de acordo com a

    ABNT NBR NM 51. O ndice de vazios mnimo de 32% e

    necessrio um ndice de suporte Califrnia (CBR) de pelo

    menos 80%, determinado de acordo com a ABNT NBR 9895

    (MARCHIONI, 2001).

    A capacidade de atuar como reservatrio de gua da

    base e subbase vai depender do ndice de vazios do agrega-

    do, que determinado de acordo com a ABNT NBR NM 45 e

    deve ser superior a 32% (MARCHIONI, 2011).

    Na Tabela 1 esto as granulometrias sugeridas para a

    base e subbase.

    Outras granulometrias de agregados podem ser uti-

    lizadas, desde que atendido o critrio de ndice de vazios

    superior a 32%, garantindo, assim, a capacidade de arma-

    zenar gua.

    4.3 rejunte e Camada de assentamento

    Nos pavimentos permeveis, as peas de concreto so

    assentadas em uma camada uniforme e nivelada de agre-

    gado grado com dimenso mxima igual a 9,5mm, teor

    Tabela 1 Granulometria

    recomendada para camadas de

    subbase e base de um pavimento

    permevel (MARCHIONI, 2011)

    Peneira com abertura

    de malha Subbase Base

    75mm63mm50mm37mm25mm19mm

    12,5mm4,75mm2,36mm

    00 a 10

    30 a 6585 a 100

    95 a 100

    0

    0 a 5

    40 a 7590 a 10095 a 100

    Tabela 2 Caractersticas do

    agregado para assentamento e

    preenchimento das juntas

    (MARCHIONI, 2011)

    Peneira com abertura de malha

    Camada de assentamento

    e material de rejunte*

    Distribuio granulomtrica orcentagem retida

    Material de rejunte

    12,5mm9,5mm

    4,75mm2,36mm1,16mm

    0,300mm

    00 a 15

    70 a 9090 a 10095 a 100

    0

    0 a 1560 a 90

    90 a 10095 a 100

    Teor de finos: menor que 3% passante na peneira 0,075mm.*quando o formato da pea permitir a utilizao deste material como rejunte

    ESTRUTURAS EM DETALHES

  • 33

    de finos menor que 3% passante na peneira 0,075mm e

    com granulometria recomendada de acordo com a Tabela 2

    (MARCHIONI, 2011).

    Um aspecto de grande importncia no agregado da ca-

    mada de assentamento que ele tenha dimenso suficiente

    para garantir uma superfcie uniforme para o assentamento

    das peas pr-moldadas de concreto, mas que tambm

    ocorra um travamento com a camada de base. Para que

    isso ocorra, os agregados da camada de base e da camada

    de assentamento devem atender o seguinte critrio:

    [1]D base / D assentamento < 5 e D base / D assentamento >215 15 50 50

    Onde:

    Dx = dimenso onde x% dos agregados mais fino.

    Para o material de rejunte, deve ser verificado se a dmx

    do agregado permite o rejuntamento e tambm garantir um

    teor de finos menor que 3% passante na peneira 0,075mm.

    O teor de finos tem relao direta com o coeficiente de per-

    meabilidade do material e, assim, tem grande influncia no

    desempenho do pavimento permevel.

    quando possvel, pode ser utilizado como material de

    rejunte o mesmo agregado da camada de assentamento;

    porm, permitido utilizar agregados mais finos para ga-

    rantir o preenchimento das juntas, conforme granulometria

    recomendada na Tabela 2.

    Por exemplo, no caso de uma pea com espaador

    de 6mm no possvel rejuntar com um agregado de

    dmx9,5mm; sendo assim, pode ser utilizada a granulometria

    da coluna subsequentes, com dmx

    =4,75mm.

    O agregado da camada de assentamento e do material

    de rejunte deve apresentar um coeficiente de permeabilida-

    de mnimo de 3,5x10-3 m/s, sendo que, atendida a granu-

    lometria, este requisito normalmente tambm atendido.

    4.4 reVestimento de Peas de ConCreto

    Para ser considerado intertravado, as peas de con-

    creto devem atender a relao de comprimento/espessura

    menor que 4, garantindo um comportamento de pavimento

    flexvel. Peas que excedam essa relao so denominadas

    placas de concreto, so indicadas apenas para trfego ex-

    clusivo de pedestres e no sero tratadas neste artigo.

    No caso das peas de concreto para pavimento in-

    tertravado permevel, as peas podem ser de concreto

    convencional, onde a infiltrao de gua se d por espaos

    vazios nas peas ou pela junta de assentamento ou podem

    ainda ser de concreto poroso, permitindo a infiltrao de

    gua pela prpria pea.

    n Revestimento com peas de concreto com juntas alarga-

    das: Utilizam-se peas de concreto simples e a infiltra-

    o da gua ocorre atravs das juntas entre as peas.

    n Revestimento com peas de concreto com aberturas: Utili-

    zam-se peas de concreto simples e a infiltrao da gua

    ocorre atravs de aberturas dispostas entre as peas.

    n Revestimento com pea de concreto poroso: Utilizam-se

    peas de concreto poroso e a infiltrao da gua ocorre

    atravs dos poros interligados do concreto.

    5. AVALIAO DO PAVIMENTO PERMEVEL

    A forma correta de avaliar o desempenho de um pa-

    vimento permevel e garantir que ele ir contribuir com a

    diminuio do escoamento superficial de gua, problema

    Figura 6 Tipos de revestimento para pavimento intertravado permevel

    a b c

  • & C

    onst

    ru

    es&

    Con

    stru

    es

    & C

    onst

    ru

    es

    34

    tpico de reas impermeveis, medindo a velocida-

    de de infiltrao de um volume conhecido de gua, ou

    seja, deve determinar o coeficiente de permeabilidade.

    O coeficiente de permeabilidade indica a veloci-

    dade de infiltrao de gua no solo, referida em m/s.

    (PINTO, 2002). Esta informao importante para o

    dimensionamento do sistema na fase de projeto e tam-

    bm aps a execuo, como forma de acompanhar o

    desempenho do pavimento ao longo da sua vida til.

    Os valores de referncia da estrutura do pavi-

    mento permevel se baseiam nos estudos da permea-

    bilidade natural dos solos. Na Tabela 3, encontram-se

    os valores de referncia para coeficientes de perme-

    Tabela 3 Valores tpicos de coef iciente de permeabilidade de solos

    (TERZAGUI; PECK, 1967)

    Tipo de soloCoeficiente de permeabilidade

    k (m/s) Grau de permeabilidade

    britaareia de brita, areia limpa, areia fina

    areia, areia suja e silte arenososilte, silte argiloso

    argila

    AltaMdiaBaixa

    Muito BaixaPraticamente Impermevel

    -3>10-3 -510 a 10-5 -710 a 10

    -7 -910 a 10-9< 10

    abilidade de solos (TERzAGUI; PECK, 1967). Nas faixas

    de permeabilidade alta e mdia, a gua ir infiltrar

    com facilidade; fora destas faixas, o tempo de infil-

    trao ser bem maior e inadequado para superfcies

    consideradas permeveis.

    De maneira anloga, podemos utilizar o coeficien-

    te de permeabilidade para avaliar os pavimentos per-

    meveis, considerando-se como valor mnimo de coefi-

    ciente de permeabilidade o valor de 10-5m/s.

    A determinao do coeficiente de permeabilidade

    de pavimentos permeveis j executados baseado na

    norma ASTM C 1701 Standard Test Method for Infil-

    tration Rate of In Place Pervious Concrete, ou mtodo

    de ensaio in situ para determinao de coeficiente de

    permeabilidade em concreto permevel.

    O mtodo utiliza um cilindro com dimetro de

    30cm e altura mnima de 20cm posicionado na super-

    fcie do pavimento permevel (Figura 7). As laterais do

    cilindro so vedadas com massa de calafetar de modo

    a evitar perda de gua (MARCHIONI, 2011).

    O mtodo pode ser utilizado para todos os tipos de

    pavimentos permeveis j executados.

    Este mtodo de ensaio bastante simples, pode ser

    utilizado para aprovao do pavimento aps sua exe-

    cuo e para monitoramento ao longo da utilizao do

    pavimento, garantindo, assim, que o pavimento atenda

    aos requisitos de projeto.

    6. CONSIDERAES FINAISO sistema de pavimentao permevel uma

    soluo simples e de timo custo x benefcio para o

    combate de enchentes no manejo da drenagem urbana.

    Ao apresentar um coeficiente de escoamento superfi-

    cial igual a 5%, a utilizao do pavimento permevel

    Figura 7 Cilin