revista_concreto_68
TRANSCRIPT
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JOS ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIO DA SOCIEDADE
CONCEITOS, SEO E DESEMPENHO
PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEVEL
& Construes& Construes& Construes
Ano XL
nOUT-DEZ 2012ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br
68Instituto Brasileiro do Concreto
ESTUDO DA FLUNCIA E DA RETRAO POR SECAGEM
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
CONCRETO: ALIADO NA CONSTRUODE CIDADES SUSTENTVEISCONCRETO: ALIADO NA CONSTRUO DE CIDADES SUSTENTVEIS
DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO
COBERTURA COMPLETA DO 54
CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO
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Capa Revista Concreto e Construes IBRACON 68
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Esta edio um oferecimento das seguintes Entidades e Empresas
a revistaAdote concretamente
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Oferecedores
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Mantenedores
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Diretor PresiDenteTlio Nogueira Bittencourt
Diretor 1 Vice-PresiDenteJos Marques Filho
Diretor 2 Vice-PresiDenteJulio Timerman
Diretor 1 secretrioAntonio Domingues
de Figueiredo
Diretor 2 secretrioJos Tadeu Balbo
Diretor 1 tesoureiroClaudio Sbrighi Neto
Diretor 2 tesoureiroCarlos Jos Massucato
Diretor tcnicoIns Laranjeiras
da Silva Battagin
Diretor De eVentosLuiz Prado Vieira Jnior
Diretor De Pesquisa e DesenVolVimento
Ana Elisabete Paganelli Guimares A. Jacintho
Diretor De Publicaes e DiVulgao tcnica
Hugo da Costa Rodrigues Filho
Diretor De marketingCludia Henrique de Castro
Diretor De relaes institucionais
Arcindo Vaquero Y Mayor
Diretor De cursosIria Lcia Oliva Doniak
Diretor De certificao De mo De obra
Roseni Cezimbra
instituto brasileiro Do concreto
Fundado em 1972Declarado de Utilidade Pblica
Estadual | Lei 2538 de 11/11/1980
Declarado de Utilidade Pblica Federal | Decreto 86871
de 25/01/1982
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REVISTA OFICIAL DO IBRACONRevista de carter cientfico, tecnolgico e informativo para o setor produtivo da construo civil, para o ensino e para a pesquisa em concreto
ISSN 1809-7197Tiragem desta edio: 5.500 exemplaresPublicao Trimestraldistribuida gratuitamente aos associados
JORNALISTA RESPONSVELFbio Lus Pedroso MTB [email protected]
PUBLICIDADE E PROMOOArlene Regnier de Lima [email protected] [email protected]
PROJETO GRFICO E DTPGill [email protected]
ASSINATURA E [email protected]
Grfica: Ipsis Grfica e EditoraPreo: R$ 12,00As ideias emitidas pelos entre-vistados ou em artigos assinados so de responsabilidade de seus autores e no expressam, neces-sariamente, a opinio do Instituto.
Copyright 2012 IBRACON. Todos os direitos de reproduo reservados. Esta revista e suas partes no podem ser reprodu-zidas nem copiadas, em nenhu-ma forma de impresso me-cnica, eletrnica, ou qualquer outra, sem o consentimento por escrito dos autores e editores.
PRESIDENTE DO COMIT EDITORIALn Paulo Helene (PhD, ALCONPAT, EPUSP)
COMIT EDITORIAL - MEMBROSn Arnaldo Forti Battagin (cimento & sustentabilidade) n Eduardo Barros Millen (protendido) n Guilherme Parsekian (alvenaria estrutural) n Ins Laranjeira da Silva Battagin (normalizao) n Iria Licia Oliva Doniak (prefabricados) n Jos Tadeu Balbo (ensino)n Julio Timerman (pontes) n Nelson Covas (informtica no clculo estrutural) n Ronaldo Vizzoni (pavimentao) n Selmo Chapira Kuperman (barragens) n Suely Bacchereti Bueno (cculo estrutural)
ibraconRua Julieta Esprito Santo Pinheiro, 68 CEP 05542-120 Jardim Olmpia So Paulo SPTel. (11) 3735-0202
PAVIMENTO PERMEVELConceitos, seo tipo e avaliao de desempenho CICLOVIASDiretrizes de projeto e execuo para o concreto moldado no local
NORMALIzAO TCNICA ABNT NBR 16055 Parede de Concreto moldada no local para construo de edificaes
INSPEO E MANUTENOPrograma de reduo de riscos e aumento da vida til de estruturas
OBRAS EMBLEMTICASDescrio de sistema de alvenaria estrutural usada no Centro Aqutico de Londres
ENTENDENDO O CONCRETOA origem e a evoluo do concreto armado no mundo e no Brasil
INDUSTRIALIzAO DA CONSTRUOSistema pr-fabricados de concreto para habitaes econmicas
PESqUISA E DESENVOLVIMENTOEstudo sobre a fluncia e a retrao por secagem do concreto armado
SUSTENTABILIDADEAnlise do ciclo de vida energtico em fase pr-operacional de habitaes de interesse social
JOS ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIO DA SOCIEDADE
CONCEITOS, SEO E DESEMPENHO
PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEVEL
& Construes& Construes& Construes
Ano XL
nOUT-DEZ 2012ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br
68Instituto Brasileiro do Concreto
ESTUDO DA FLUNCIA E DA RETRAO POR SECAGEM
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
CONCRETO: ALIADO NA CONSTRUODE CIDADES SUSTENTVEISCONCRETO: ALIADO NA CONSTRUO DE CIDADES SUSTENTVEIS
DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO
COBERTURA COMPLETA DO 54
CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO
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Capa Revista Concreto e Construes IBRACON 68
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JOS ARMENIO BRITO CRUZ: ARQUITETURA A SERVIO DA SOCIEDADE
CONCEITOS, SEO E DESEMPENHO
PERSONALIDADE ENTREVISTADA PAVIMENTO PERMEVEL
& Construes& Construes& Construes
Ano XL
nOUT-DEZ 2012ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br
68Instituto Brasileiro do Concreto
ESTUDO DA FLUNCIA E DA RETRAO POR SECAGEM
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
CONCRETO ALIADO NA CONSTRUODE CIDADES SUSTENTVEISCONCRETO ALIADO NA CONSTRUO DE CIDADES SUSTENTVEIS
DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO
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Capa Revista Concreto e Construes IBRACON 68x
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012 18:24:55crDitos caPaVista do Centro de so Paulo
Com destaque Para a BiBlioteCa mario de andrade, reCm-reformada.
Crditos: mara aCayaBa - Piratininga arquitetos assoCiados
7 editorial
8 coluna institucional
10 converse com ibracon
13 encontros e notcias
19 Personalidade entrevistada:
Jos armnio brito cruz
49 mercado nacional
59 entidades da cadeia
67 mantenedores
97 acontece nas regionais
sees
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DIRETOR PRESIDENTETlio Nogueira Bittencourt
DIRETOR 1 VICE-PRESIDENTEJos Marques Filho
DIRETOR 2 VICE-PRESIDENTEJulio Timerman
DIRETOR 1 SECRETRIOAntonio Domingues
de Figueiredo
DIRETOR 2 SECRETRIOJos Tadeu Balbo
DIRETOR 1 TESOUREIROClaudio Sbrighi Neto
DIRETOR 2 TESOUREIROCarlos Jos Massucato
DIRETOR TCNICOIns Laranjeira
da Silva Battagin
DIRETOR DE EVENTOSLuiz Prado Vieira Jnior
DIRETOR DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO
Ana Elisabete Paganelli Guimares A. Jacintho
DIRETOR DE PUBLICAES E DIVULGAO TCNICA
Hugo da Costa Rodrigues Filho
DIRETOR DE MARKETINGCludia Henrique de Castro
DIRETOR DE RELAES INSTITUCIONAIS
Arcindo Vaquero Y Mayor
DIRETOR DE CURSOSIria Lcia Oliva Doniak
DIRETOR DE CERTIFICAO DE MO DE OBRARoseni Cezimbra
instituto brasileiro Do concreto
Fundado em 1972Declarado de Utilidade Pblica
Estadual | Lei 2538 de 11/11/1980
Declarado de Utilidade Pblica Federal | Decreto 86871
de 25/01/1982
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7eDitorial
No isso que falamos ao cumprimentar algum que comemora essa idade?Confesso que no sei se a dizemos com o propsito de valorizar sendo ainda to jovem a experincia alcanada ou se, ento, a mencionamos de modo a minimizar o desconforto que muitos sentem pelos anos que j se passaram.Deixando de lado essa questo, temos que reconhecer uma coisa: trazer consigo uma bagagem de vida de 4 dcadas, tendo ainda tanto tempo pela frente para viver, significa dispor de um razovel elenco de experincias, conquistas e ativos que credenciam, seja um ser humano, uma empresa ou uma entidade, a enfrentar o futuro, quase sempre incerto, de modo maduro, assertivo e efetivo, para multiplicar as conquistas e minimizar as indesejveis e incmodas dificuldades que fazem parte da vida de qualquer pessoa fsica ou jurdica.Assim o nosso Ibracon ao completar seus 40 anos de vida maduro, assertivo e efetivo - fato comemorado por ocasio do 54 Congresso Brasileiro do Concreto, realizado em Macei, em outubro passado, como bem descreve o encarte uma novidade! - sobre o
evento, e que acompanha esta 68 edio da revista.Afinal, somos um pas tradicionalmente edificado em concreto e o Ibracon tem um papel fundamental na defesa desse predomnio, valendo-se, para isso, do seu corpo de associados, das atividades que desenvolve e dos servios que oferece ao mercado tcnico.Porm, nessa batalha, muitas vezes, somos surpreendidos pela perda de grandes profissionais que puseram suas qualidades ao inteiro dispor do concreto de cimento portland, seja nos projetos estruturais e na industrializao da construo, seja nos projetos arquitetnicos.Me refiro ao querido e saudoso zamarion, que, alm de sua competncia profissional, emprestou longos anos de sua trajetria Presidncia do Instituto, conduzindo o Ibracon a padres de excelncia e reconhecimento ainda maiores do que j possua. Com ele tive o privilgio, assim como outros tantos colegas, de trabalhar no reaprimoramento do Instituto, ao mesmo tempo que absorvia uma pequena parte do seu vasto conhecimento e cultura, to generosamente disponibilizado e ofertado.Fao referncia tambm ao cone da arquitetura brasileira, o poeta do concreto, como assim muitas vezes foi chamado, Oscar Niemeyer. A genialidade, grandiosidade e beleza das inmeras obras nacionais e internacionais - que projetou e materializou conduziram o concreto e o nosso pas a patamares de projeo nunca experimentados. Com ele tive tambm o privilgio de me reunir em 2004, ao acompanhar o Presidente da ABCP, e com ele conversar por mais de 1 hora. E dele ouvimos - em resposta ao agradecimento feito a ele naquela oportunidade por ter escolhido o concreto como seu material de trabalho - a seguinte e humilde ponderao: Meus filhos, eu que devo agradecer ao cimento e ao concreto, porque sem eles o que seria do meu trabalho! que pena que isso s ficou gravado na minha memria e do Presidente da ABCP, pois desejava poder reproduzi-la com a voz do prprio Oscar!As lembranas e as obras desses dois grandes profissionais j os tornaram eternos para todos ns do Ibracon.E em ocasies como estas, de comemorao vida ou de homenagem pstuma, dispor da revista CONCRETO & Construes um privilgio, uma vez que nos permite descrever e difundir esses fatos, junto com todo o contedo tcnico-cientfico que a compe.J so 3 as edies que esta Diretoria, junto com todo o Comit Editorial, editam em 2012 e a isso quero desde j externar meus mais sinceros agradecimentos. Sem a contribuio desses profissionais e dos associados, no teramos tido o xito que, acredito, alcanamos.O mesmo agradecimento deve ser estendido s empresas e entidades Oferecedoras, que permitiram a continuidade do veculo na sua forma impressa. E essa colaborao no se esgota neste ano e nesta ltima edio de 2012. J so 5 aquelas que renovaram a mesma presena para as edies de 2013: Votorantim Cimentos, Cimento Itamb, Engeti, SNIC e ABCP, pelo que agradecemos. E em breve, com certeza, sero mais!Em face da proximidade das festas de final de ano, s nos cabe tambm agradecer quele que nos orienta e protege, e desejar a todos um Feliz Natal e um Prspero Ano Novo junto aos familiares e amigos.Boa leitura!
eng. Hugo roDrigues
diretor de PuBliCaes e diVulgao tCniCa do iBraCon
e diretor de ComuniCao da aBCP l
a vida comea aos 40!
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COLUNA INSTITUCIONAL
reestruturao dos comits tcnicos e a normalizao na cadeia do concreto
INS LARANJEIRA DA SILVA BATTAGIN engenheira CiVil diretora tCniCa do iBraConsuPerintendente do aBnt/CB18 Comit Brasileiro de Cimento, ConCreto e agregados da aBnt
Na correria costumeira de final de ano, re-
cebi o convite para escrever a coluna ins-
titucional do IBRACON para este nmero da
Revista Concreto & Construes.
Confesso que alegria, que o convite me proporcionou,
logo se juntou uma dose de preocupao, frente quantida-
de de informaes que considero fundamentais e devem ser
transmitidas ao meio tcnico a respeito da atuao do IBRACON.
Como atualmente respondo pela Diretoria Tcnica do Ins-
tituto, decidi falar um pouco desse trabalho dentro do contexto
do papel do IBRACON na sociedade brasileira.
O Instituto Brasileiro do Concreto , em sua origem e
estatutariamente, uma organizao tecno-cientfica de defe-
sa e valorizao da engenharia, de mbito nacional e carter
associativo, sem fins econmicos, considerada de utilidade
pblica pelo governo brasileiro e que tem como propsito
desenvolver o concreto em toda a sua potencialidade; das
pesquisas cientficas divulgao dos bons resultados, o
IBRACON promove o conhecimento, atuando a favor da longe-
vidade das estruturas e do melhor desempenho das aplica-
es do concreto, buscando embasar tecnicamente as esco-
lhas sociais de construo do nosso grande Pas.
Apesar da afirmativa to conhecida de que a vida come-
a aos 40, o IBRACON, que este ano comemora seu quadra-
gsimo aniversrio de fundao, tem j muita histria para
contar. Como um polo catalisador de talentos, conseguiu
aglutinar o meio tcnico na busca de objetivos comuns e
referncia tcnica de renome internacional.
Consciente de seu papel e de sua vocao tcnica, o Ins-
tituto realiza anualmente os conhecidos e bem frequentados
Congressos Brasileiros do Concreto, no por acaso itinerantes,
possibilitando expressiva representao dos profissionais de
todas as regies do Pas. Na lista de publicaes do IBRACON
somam-se Livros adotados pelas melhores universidades do
Brasil, duas revistas peridicas (a Concreto & Construes,
que canal de divulgao e conhecimento tcnico, e a Re-
vista RIEM, de cunho cientfico e recentemente cadastrada na
base Scielo), alm de Prticas Recomendadas, Informativos
Tcnicos e os Anais dos Congressos.
Aproveitando o momento de festa e a maturidade do
Instituto, decidiu-se este ano fortalecer os Comits Tcni-
cos a partir de uma nova estrutura, que assegure constante
acompanhamento e direcionamento das aes por um Comi-
t Tcnico de Atividades (CTA), oficialmente criado durante o
54. Congresso Brasileiro do Concreto, em outubro ltimo, na
cidade de Macei/AL.
Na escolha dos temas a serem tratados pelos Comits
Tcnicos, nesta nova etapa, foi preciso definir prioridades e
estabelecer metas tangveis, apesar do desejo de abordar
todo escopo do concreto e suas aplicaes.
O fato que a engenharia brasileira, sempre frente de
seu tempo, carece agora de bibliografia renovada e consistente,
-
9que aproxime as pesquisas acadmicas da aplicao prtica e
do dia a dia dos canteiros de obras, dos laboratrios de ensaios,
dos escritrios de projeto e tambm das salas de aulas.
O primeiro objetivo dos Comits Tcnicos e que ser ar-
duamente perseguido pelo CTA, ser, portanto, a elaborao
de Prticas Recomendadas IBRACON, que sirvam como ins-
trumento disseminador de conhecimento e como base para
trabalhos de normalizao tcnica nacional. Essas Prticas
Recomendadas sero elaboradas por profissionais que atu-
am nas diversas reas do conhecimento e da aplicao do
concreto, em sintonia com o estgio do conhecimento e da
normalizao internacionais.
Como tradicionalmente o IBRACON mantm parcerias
com outras entidades, prev no Regulamento de constituio
dos Comits Tcnicos essa possibilidade, especialmente con-
siderando a diversidade de temas e a necessidade de equipes
multidisciplinares. Como primeiro trabalho nessa linha, o CT
301 Comit Tcnico de Concreto Estrutural, tem elabora-
do nos ltimos anos Prticas Recomendadas e preparado
textos-base para normas brasileiras, numa parceria entre o
IBRACON e a ABECE Associao Brasileira de Engenharia e
Consultoria Estrutural.
Mais oito Comits Tcnicos foram propostos para serem
instalados no mbito do IBRACON nesta nova fase, a partir de
necessidades reais e atuais da sociedade tcnica. Essas pro-
postas sero analisadas pelo CTA e estruturadas num trabalho
conjunto com seus proponentes, de forma a ser um trabalho
evolutivo, que possa culminar na maior abrangncia dos temas
relacionados ao concreto em toda sua potencialidade.
A proposta do IBRACON, fiel ao seu objetivo primeiro, de
ser uma entidade tcnica que responde pelo desenvolvimen-
to e pela disseminao do conhecimento acerca do concreto,
congregar os interessados nos diversos temas em Comits
Tcnicos e, a partir destes, gerar publicaes que sejam fer-
ramentas de trabalho teis e atualizadas para estudantes e
profissionais do setor da construo, agregando valor norma-
lizao tcnica nacional e possibilitando a participao ativa do
Instituto na representao brasileira em mbito internacional.
O desafio grande, mas a satisfao a cada conquista
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conVerse com o ibracon
EM MEMRIA
JOS zAMARION FERREIRA DINIz
Jos zamarion foi um dos fundadores
do IBRACON, em 1972, tendo partici-
pado ativamente de suas atividades
desde ento at o fim de sua vida. Foi
seu presidente nos binios 1993/95
e 1995/97, mas continuou atuando
como vice-presidente, diretor tcnico
e membro do Conselho Diretor.
Em reconhecimento aos servios
prestados ao Instituto, recebeu, em
2006, o Prmio Gilberto Molinari.
Na presidncia do IBRACON, entre
tantas vitrias e acertos, desta-
co sua viso, na dcada de 90, de
criar e impulsionar uma Diretoria de
Pesquisa e Desenvolvimento com
objetivo de criar um banco de pro-
jetos de pesquisa sobre o concreto
no IBRACON, para evitar a duplicidade
conVerse com o
ibraconexagerada de pesquisas sobre um
mesmo tema e identificar as lacunas
de conhecimento para sugerir novas
pesquisas, comenta seu colega e
ex-presidente do IBRACON, Prof. Pau-
lo Helene.
Formado pela Escola de Engenharia
da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), em 1956, zamarion
especializou-se em engenharia es-
trutural com nfase em pr-molda-
dos e concreto protendido na Univer-
sidade da Flrida, entre 1957 e 1958.
Tornou-se professor de concreto ar-
mado e protendido na Escola de En-
genharia da UFMG, onde foi professor
assistente de 1959 a 1968.
zamarion foi um dos grandes res-
ponsveis pelo desenvolvimento do
mercado brasileiro de elementos in-
dustrializados de concreto. Em 1968,
contratado pela SCAC (Sociedade de
Concreto Armado Centrifugado), de-
senvolveu a tecnologia de estacas
emendveis de grande capacidade.
Na Cinasa (Construo Industrializada
Nacional), dois anos depois, come-
ou a trabalhar com pr-moldados
de grande porte, quando, juntamen-
te com o engenheiro Augusto Carlos
Vasconcelos, desenvolveu o concreto
leve para superar os grandes vos das
estruturas industrializadas.
de sua autoria o livro Manual para
Clculo de Concreto Armado e Pro-
tendido, referncia obrigatria nos
cursos de graduao de Engenharia
Civil nas universidades brasileiras.
Em 1981, fundou escritrio prprio,
juntamente com os engenheiros Lineu
Azuaga Ayres da Silva e Eduardo Bar-
ros Millen, para elaborar os projetos
de estruturas convencionais e forne-
cer consultoria na rea de tecnologia
e de pr-moldados. Posteriormente,
com a sada do eng. Lineu, a empre-
sa passou a se chamar zamarion e
Millen Consultores.
O Mestre zamarion foi autor de um dos
mais importantes projetos estruturais
de nossa cidade: o do Shopping Center
Midway Mall. Ficar, para ns, o seu
exemplo e, como lembrana, este mar-
co da cidade de Natal, lembrou o dire-
tor regional do IBRACON no Rio Grande
do Norte, Eng. Hnio Tinoco, acerca dos
pisos e fachadas pr-fabricados do Sho-
pping, projetados pelo zamarion.
A este marco junta-se outro: os pi-
sos, cobertura e fachadas pr-fabri-
cados do Aeroporto Internacional de
Guarulhos, em So Paulo.
Por sua contribuio ao desenvolvi-
mento da engenharia estrutural no
Brasil, particularmente no campo dos
pr-moldados de concreto, zamarion
foi contemplado, em 2009, com uma
homenagem do american concrete
institute (aci), honraria que se vem
somar a outras, como o Prmio Emi-
lio Baumgart, de destaque do ano em
Engenharia Estrutural, conferido pelo
IBRACON, em 1988.
Ele participou ativamente das entida-
des de classe ligadas ao setor cons-
trutivo, tendo sido membro de diver-
-
11
sas Comisses de Estudo de Normas
Brasileiras da Associao Brasileira de
Normas Tcnicas (ABNT), entre elas,
as comisses revisoras da NBR 6118
Projeto de Estruturas de Concreto e
da NBR 9062 Projeto e Execuo de
Estruturas de Concreto Pr-Moldado.
zamarion foi um dos grandes balu-
artes da reviso da NB-1, de 1978.
Por dez anos, junto com os enge-
nheiros Fernando Stucchi, Antonio
Laranjeiras e Ricardo Frana, liderou
a Comisso de Estudos, colocando
seu escritrio, aos sbados, a servio
das reunies, para voluntariamente
construir uma moderna, coeren-
te e til norma brasileira a NBR
6118/2003, ressalta Helene.
Por isso e muito mais, quando de
seu falecimento no ltimo dia 24 de
novembro, aos 80 anos, o escrit-
rio zamarion e Millen Consultores,
nas pessoas de seus scios-amigos,
dedicou-lhe o seguinte epitfio em
mensagem eletrnica: Ele foi fazer
um novo comeo e, alm de muitas
saudades, nos deixou seus conhe-
cimentos, feitos, marcos, com sua
histria de vida dedicada enge-
nharia civil, com a qual contribuiu
para o progresso e desenvolvimento
do Brasil.
EsCrito pElo Editor
cone da Arquitetura Moderna e Contempo-rnea, onde prevalece o uso do concreto em formas curvas ou em casca, com grandes vos, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer faleceu no ltimo dia 05 de dezembro, no Rio
de Janeiro.
Nascido em 1907, suas obras esto espalhadas
pelo mundo: Museu de Caracas, na Venezuela;
Sede do Partido Comunista, em Paris; Universida-
de de Constantine, na Arglia; Sede das Naes
Unidas, nos Estados Unidos, projeto elaborado em
parceria com o arquiteto francs Le Corbusier,
grande influncia em suas obras; entre outras.
No Brasil, Niemeyer espraia-se de Norte a
Sul, de Leste a Oeste: edificaes de Braslia, na Capi-
tal Federal, onde se destacam a Catedral de Braslia, o
Palcio do Alvorada, o Edifcio do Congresso Nacional, o
Palcio do Planalto e o Edifcio do Itamaraty; o conjunto
arquitetnico da Pampulha, em Belo Horizonte, sua cida-
de natal, com destaque para a Igreja de So Francisco de
Assis, onde despontou o estilo marcante de suas obras
(a plasticidade do concreto armado em formas sinuo-
sas); Edifcio Copan, Parque do Ibirapuera e Memorial
da Amrica Latina, em So Paulo; Centros Integrados de
Educao Pblica (CIEPS), Sambdromo do Rio de Janeiro
e Museu de Arte Contempornea, no Rio de Janeiro; Mu-
seu Oscar Niemeyer, em Curitiba...
O Brasil e o Mundo se ressentem da perda do homem que fi-
gura entre os gnios que sabem que no h tempo a perder,
que preciso construir a beleza e a felicidade no mundo.
EsCrito pElo Editor
OSCAR NIEMEYER
JOS MANDACARU GUERRAFaleceu nesta capital, em 6 de ou-
tubro de 2012, com 95 anos de ida-
de, nosso colega de turma da Escola
Politcnica de So Paulo (turma de
1946), sem enfermidade aparente.
Casado com Antonieta Ribeiro, com
quem permaneceu a vida inteira, teve
trs filhos engenheiros: Jos Man-
dacaru Guerra Junior, Nilton Ribeiro
Mandacaru Guerra e Ricardo Ribeiro
Mandacaru Guerra. E duas filhas: Ma-
ria Helena Mandacaru Guerra e Marlia
Mandacaru Guerra. Sempre dedicado
ao clculo estrutural, mantinha escri-
trio particular em sua prpria resi-
dncia, na rua Paula Nei, 411, onde
trabalhava com seus filhos. Sempre
foi muito dedicado profisso, tendo
recebido uma Bolsa de Estudos Car-
los de Andrade Villares para estudos
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conVerse com o ibracon ENCONTROS E NOTCIAS
de fotoelasticidade, tendo escrito com
seu colega de turma, Augusto Carlos
de Vasconcelos, um pequeno traba-
lho intitulado Estudo de um bloco de
apoio, trapezoidal, mediante modelo
fotoelstico, em 1948, como exi-
gncia da bolsa.
Pouco depois, como estagirio do
Prof. Jos de Oliveira Escorel, tendo
que calcular numerosas vigas con-
tnuas, desenvolveu um algoritmo
prprio denominado Mtodo dos
Coeficientes de Apoio, que permitia
evitar aproximaes sucessivas mui-
to incmodas, para uma ocasio em
que nem se cogitava o uso de com-
putadores. O Prof. Jaime Ferreira da
Silva achou o processo to interes-
sante, que chegou a escrever, com
sua didtica excepcional, um traba-
lho que no contemplava o verda-
deiro autor do processo, o formando
Jos M. Guerra. Revoltas e discusses
a respeito da falta de tica acabaram
sendo resolvidas com a retirada do
nome do professor - o artigo acabou
sendo publicado na Revista Politcni-
ca nos 69 e 70, de 1948, apenas com
o nome de seu verdadeiro autor.
Para salientar a nobreza do compor-
tamento profissional desse grande,
humilde, competente e amigo en-
genheiro, vou relatar um episdio
que se passou comigo no incio de
carreira. Eu estava empregado no
IPT, meu primeiro emprego. O cole-
ga Guerra j havia, dois anos antes,
constitudo uma firma de projetos,
junto com John Ulic Burke e, para
isso, havia alugado uma sala na
rua Silveira Martins, em So Paulo,
perto do Centro. Como Burke me viu
correndo atrs de servio, disse-me:
Fui solicitado pelo padre Corbeil a
projetar a estrutura da igreja So
Jos do Jaguar. No se trata de um
bom servio, pois o preo pr-esta-
belecido quase uma contribuio
igreja. Aceitei a incumbncia,
mas vendo voc to entusiasmado
em comear as atividades, posso
pass-lo para voc. O preo ape-
nas 10.000 unidades monetrias da
poca. Se voc topar, apresento-o
ao padre Corbeil, da igreja canaden-
se, que possui o projeto arquitet-
nico de um arquiteto francs, cha-
mado Adrien Dufresne, que s pode
pagar isso. Se voc no aceitar, eu e
o Guerra faremos o projeto.
Era claro que aceitei, fiz o clcu-
lo completo e solicitei os desenhos
de detalhamento de um profissional
aposentado do DER, que fazia servi-
os avulsos, cobrando por folha. No
caso seriam 48 desenhos, tamanho
A0, que custariam 12.000 unidades
monetrias. Era evidente que, rece-
bendo pelo servio completo apenas
10.000, no poderia pagar os 12.000
s pelos desenhos.
Resolvi eu mesmo desenhar, no
obstante a falta de prtica. O Guerra
colocou minha disposio seu es-
critrio, para eu usar depois de fe-
chado seu expediente, s 18 horas.
Deu-me as chaves e me deixou usar
suas pranchetas e seu equipamento,
durante 6 meses. Eu saa s 18 horas
do IPT e ia de nibus at a rua Silveira
Martins, entrava no escritrio, retira-
va da prancheta eventual desenho
no acabado, colocava uma folha de
papel vegetal no lugar, desenhava
(aprendendo a apresentao com os
desenhos existentes no escritrio,
que eu tinha licena de consultar).
Todas as tardes, durante 6 meses,
repetia a tarefa, repondo no lugar o
desenho que estava sendo feito. Ve-
jam que nobreza de comportamento,
ajudando um concorrente a aprender
detalhes de apresentao! quem fa-
ria isso para um colega principiante?
Outros profissionais j estabelecidos
procuravam denegrir o concorrente
dizendo: Esse pirralho, inexperiente,
no tem competncia para assumir
a responsabilidade de tal projeto!.
Isso me doa muito, mas era assim a
vida. Conto este episodio para o leitor
perceber a grandiosidade do compor-
tamento do Guerra com seus colegas.
Segue uma relao resumida de al-
guns projetos feitos por Guerra e seu
scio. Foram aproximadamente 1600
at ele se aposentar, dentre os quais:
n Mercado da Lapa;
n Edifcio sede do Bradesco em Braslia;
n Edifcio da antiga grfica do
Bradesco, na Cidade de Deus
(27.800 m2);
n Nova canalizao do crrego do
Sapateiro, sob a avenida Juscelino
Kubitschek, subcontratado pela
PROMON Engenharia - os encon-
tros com as reas a serem man-
tidas foram de projeto bastante
complexos;
n Metr de Fortaleza: estaes Po-
rangaba, Maracana, Novo Mara-
cana, Esperana, Porangabussu,
Jereissati, Aracap, Vila das Flores,
Mondubim e Couto de Maga-
lhes (subcontratado pela Har-
za Hidrobrasileira).
H muitos edifcios, fbricas, estaes
de tratamento e elevatrias, templos
religiosos (apenas para a Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos ltimos
Dias, foram mais de 200), que no
podero ser todos citados aqui.
Esse colega e amigo far muita falta
para todos aqueles que conviveram
com ele. Nunca houve tempo para
uma aproximao mais ntima (sal-
vo um almoo com outro colega de
turma, residente na Frana: Roberto
Salmern), mas foi encontrado tempo
para reverenci-lo na missa de 7 dia
o paradoxo da vida!
Adeus, Guerra amigo! que voc en-
contre do outro lado da vida paz,
tranquilidade e descanso eterno.
EsCrito por
augusto carlos De Vasconcelos
assessor da presidncia do ibracon l
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a
ABCIC - Associao Brasileira da Construo Industrializada de ConcretoAv. Torres de Oliveira, 76-B - Jaguar | CEP 05347-902 - So Paulo
Tel.: (11) 3763-2839 - E-mail: [email protected]
Empresa associada
As aes mais relevantes realizadas pela Associao:
Criando o selo de excelncia para atestar as empresas que investem em qualidade, preocupao ambiental e segurana no trabalho
Promovendo e incentivando o uso de pr-fabricados de concreto no Brasil Patrocinando, realizando e apoiando iniciativas de qualificao de mo-de-obra e o avano educacional Monitorando as tendncias internacionais Investindo em pesquisa e desenvolvimento Atuando junto ABNT na atualizao e desenvolvimento de normas aplicveis ao setor Fortalecendo elos da cadeia produtiva do pr-fabricado de concreto Debatendo temas especficos em comits tcnicos Produzindo conhecimento e registrando-o em publicaes tcnicas: manuais,
artigos e matrias em peridicos
ABCIC trabalhando para o desenvolvimento do setor e do Pas
A ABCIC TRABALHA POR CONQUISTAS NA INDUSTRIALIZAO DA CONSTRUO CIVIL
ENCONTROS E NOTCIAS
anurio abcic 2012 Produo: o nome da rosa editora Pesquisa abcic 2012: criactive assessoria comercial
O sistema construtivo de pr-fabricados de concreto est presente em todos os tipos e dimenses de obras, por todos os cantos do territrio nacional, acompanhando o crescimento da construo brasileira.Para contribuir com esse desenvolvimento, a Associao Brasileira da Construo Industrializada de Concreto (Abcic), lanou em 2011 seu anurio, com vistas a organizar os dados do setor de pr-fabricao no Brasil, as aes institucionais e os temas em pauta de sua agenda.Neste ano, em jantar de confraternizao realizado no ltimo dia 29 de novembro, em So Paulo, a Abcic lanou a segunda edio do seu anurio, procurando ampliar a viso mercadolgica, tcnica e poltica do setor de indus-trializao da construo j delineada na primeira edio.Com contribuio de profissionais de renome da iniciativa privada e da academia, de representantes de rgos governamentais e entidades do setor da construo, o Anurio 2012 procura compartilhar conhecimentos e informa-es que reflitam o momento atual da construo brasileira.Traz cases de obras de diversas tipologias que utilizam os sistemas industrializados de concreto, apontando para as principais tendncias nacionais e mundiais da constru-o. Grandes reportagens tratam dos processos de produo industrial, da qualidade, desempenho, normalizao e desenvolvimento tecnolgico dos pr-fabricados, da prioridade por mo de obra capacitada, programas educacionais e certificaes profissionais, dentre outros temas. Uma pesquisa mercadolgica sobre o setor de pr-fabricados de concreto no Brasil mapeou a atuao e produo dos fabricantes em 2011 e compilou informaes com formadores de opinio do mercado de infraestrutura, industrial, comercial e habitacional sobre os pr-fabricados de concreto. mais informaes: www.abcic.org.br
livros
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ENCONTROS E NOTCIAS
construo: 101 perguntas e respostas dicas de projetos, materiais e tcnicas
eng. Jonas silvestre medeiros editora: manole
Por que a maioria das pessoas opta por pisos frios?So chamados pisos frios aqueles que transmitem uma sensao de frescor quando tocados. o caso de pisos de cermica e placas de rocha. A sensao de frescor ao tato ocorre na cermica porque o material conduz o calor melhor do que a madeira. Ou seja, a fuga do calor da parte do corpo em contato com o revesti-mento que leva a essa percepo. O fato de o clima quente durar o ano inteiro ou apenas alguns meses pode interferir na escolha, pois a sensao de frescor pode se transformar em algo incmodo quando a temperatura cai. de questes assim que se ocupa o livro. O leitor encontrar 100 respostas e comentrios para perguntas comuns sobre construo e para situ-lo, os primeiros captulos contextu-alizam a construo no Brasil e mostram a importncia de se projetar e planejar antes de construir. O texto trata no apenas do como fazer e dos materiais necessrios, mas pro-cura introduzir conceitos que levam compreenso de como as construes funcionam. mais informaes: www.manole.com.br
livros
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augusto carlos de Vasconcelos editora: tqs/PW editores
Lanado no ltimo dia 26 de outubro, em So Paulo, o livro Pontes Brasileiras viadutos e passarelas notveis, de autoria do engenheiro Augusto Carlos de Vasconcelos, edio revisada, atualizada e ampliada do livro homnimo lanado em 1993, como parte das comemoraes pelos 100 anos da fundao da Escola Politcnica da Universidade de So Paulo, da qual o autor foi professor assistente.A obra abrange diversas pocas da engenharia estrutural brasileira, com-preendendo desde a primeira ponte em concreto protendido no Brasil at as mais recentes pontes estaiadas.A descrio da concepo estrutural, dos detalhes do projeto e dos aspectos relevantes da execuo das pontes, numa linguagem didtica, constitui infor-mao til aos estudantes de engenharia e aos profissionais da construo civil. informaes: www.tqs.com.br
Prof. Dr. edson tejerina caldern | eng. marcelo de rezende carvalho editora: Puc gois
Referncia aos estudantes e profissionais de engenharia civil, a obra consiste numa resoluo completa das estruturas, calculando os esforos e traando dos diagramas dos esforos solicitantes.So apresentadas as definies bsicas sobre deslocabilidade e como obter os fatores de forma e de carga de segunda espcie, necessrios para a formulao do mtodo dos deslocamentos. So resolvi-das diversas estruturas indeslocveis e deslocveis com carregamento externo, recalques nos apoios e variao de temperatura, incluindo-se vnculos elsticos. So abordadas tambm estruturas com barras de momento de inrcia e Processo de Cross. mais informaes: [email protected]
Pontes brasileiras viadutos e passarelas notveis
teoria das estruturas: mtodo dos deslocamentos
a reVista ConCreto &
Construes Presta-se
diVulgao das oBras do
setor ConstrutiVo, sem
qualquer endosso
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Com o objetivo de capacitar profissionais para atender s necessidades do setor por qualificao de profissionais, a Comuni-
dade da Construo lanou o Curso a Distn-
cia de Alvenaria Estrutural.
Organizado em seis mdulos, o contedo do
curso voltado para treinamento de enge-
nheiros e equipe tcnica da obra, apresen-
tando os principais conceitos do sistema
construtivo e as vantagens em relao ao
mtodo tradicional.
Com durao de trs meses, ao final do
curso os estudantes recebem certificado da
Associao Brasileira de Cimento Portland
(ABCP).
informaes:
www.comunidadedaconstrucao.com.br
O curso visa auxiliar a correta interpretao da ABNT NBR 5419:2005 - Proteo de estruturas contra descargas atmosfricas, a fim de projetar, instalar, documentar e manter um sistema de proteo con-tra descargas atmosfricas - SPDA, conforme suas exigncias.Voltado aos engenheiros, projetistas, instaladores e pessoal de manuteno industrial, comercial e resi-dencial, interessados em se familiarizar ou atualizar com os conceitos e recomendaes da ABNT NBR 5419. Datas (2013): so Paulo 19 e 20 de fevereiro
| 18 e 19 de abril | 18 e 19 de ju-
nho | 20 e 21 de agosto | 16 e 17
de outubro | 25 e 26 de novembro
rio De Janeiro 9 e 10 de julho
informaes: www.abnt.org.br
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j podem contar com o site do Sindicato
dos Engenheiros do Estado de So Paulo
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rculos e oportunidades de negcios.
Para utilizar a ferramenta preciso se
cadastrar. O sistema diferencia a ficha de
engenheiros e contratantes. Detalhes de
vagas e currculos s podem ser acessados
pelos cadastrados.
curso a distncia de alvenaria estruturalProteo de estruturas contra descargas atmosfricas
site divulga currculos e oportunidades
cursos
ENCONTROS E NOTCIAS
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j fazem parte da vida das pessoas,
contribuindo com o
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An ncio meia IBRACONquarta-feira, 6 de junho de 2012 18:25:25
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Outras informaes: Tel 11 4878 5990 - [email protected]
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13 simpsio brasileiro de impermeabilizao
cinpar 2013
3 encontro nacional de Pesquisa-Projeto-Produo em concreto Pr-moldado
Promovido pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilizao (IBI), o Simp-sio uma oportunidade para a disseminao das novas tendncias da impermeabilizao na construo civil, com foco em inovaes, solues e tecnologias de ponta disponveis para atender a crescente e urgente deman-da do mercado.
As inscries de resumo encerram-se dia 17 de dezembro e os tra-balhos completos aprovados devem ser encaminhados at 03 de abril de 2013.O evento ocorre nos dias 10 e 11 de junho, em So Paulo. mais informaes: www.ibibrasil.com.br
Frum de discusso de temas como reparo, reabilitao, monitora-mento e anlise do desempenho de estruturas, o IX Congresso In-ternacional sobre Patologia e Recuperao de Estruturas (Cinpar 2013) ser realizado de 03 a 05 de junho, em Joo Pessoa, na Paraba.
Os autores de resumos aprovados, cujo resultado sai dia 14 de de-zembro, devem submeter os trabalhos completos at 25 de fevereiro de 2013. mais informaes: www.ifpb.edu.br/eventos/cinpar-2013
Realizado na Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo, o Encontro tem o objetivo de promover a integrao do setor acad-mico e do setor produtivo em relao ao concreto pr-moldado.O Encontro recebe resumos at 15 de dezembro, sendo que os trabalhos
completos dos resumos aprovados devem ser submetidos comisso at 01 de maro de 2013.O evento vai acontecer nos dias 08 e 09 de julho de 2013. mais informaes: www.set.eesc.usp.br/3enpppcpm
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Programas e recursosCiclo de palestrasProjetos tcnicosApoio execuo
Inicia vas inspiradorasO Solues para Cidades um programa de apoio aos municpios que promove solues a base de cimento
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3 concurso tqs de sistemas estruturais Ponte de macarro
A EDIFICar Jr., empresa jnior do curso de Engenharia Civil da UFSCar, em parceria com a empresa TqS Informtica, promoveu, no dia 23 de outubro ltimo, o 3 Concurso TqS de Sistemas Estruturais Ponte de Macarro. O evento teve a finalidade de estimular o desenvolvimento de estruturas em formato de ponte, utilizando-se do macarro como material principal, alm de exercitar o esprito criativo e o trabalho em grupo. Cada equipe participante recebeu uma quantidade especfica de macarro (equivalen-te a 1kg) e outros materiais necessrios para o apoio e travamento, como
cola e fio-dental.As equipes eram formadas por estu-dantes de engenha-ria civil, engenharia de materiais, enge-nharia fsica, enge-nharia mecnica e arquitetura de trs grandes universida-des: UFSCar e USP So Carlos e UNESP Bauru.Os universitrios ti-
veram que usar a criatividade para deixar a ponte em p. Na montagem tem que deixar ela firme, na hora de colar e juntar as partes, acho que essa a maior dificuldade. Procuramos deixar ela o mais rgida possvel, disse a estudante Jaqueline Pimentel, participante do grupo Mary Jane do evento.As equipes foram avaliadas em duas categorias. A primeira modalidade foi determinada pela maior ruptura, ou seja, a ponte que teve maior ca-pacidade de resistncia ao carregamento foi a vencedora. Nesta modali-dade, a equipe vencedora foi a Galo Cego, formada por alunos da UNESP Bauru. Eles desenvolveram uma ponte que suportou 37 Kg, quebrando o recorde de todas as edies do evento e, com isso, levaram o prmio de R$500,00!Na segunda modalidade, as equipes tiveram que desenvolver um projeto detalhado do comportamento estrutural da ponte que foi feita e, ento, prever uma carga de ruptura e tentar se aproximar do real que seria de-terminado no ensaio com o carregamento.Nesta modalidade, a equipe vencedora foi a Aero, formada por alunos da UFSCar, cuja ruptura real mais se aproximou do determinado em re-latrio. A equipe levou o maior prmio, que de R$1000,00 em dinheiro.Para os estudantes, a ponte a ligao para o conhecimento. Eles pro-jetam, calculam e executam a ponte, alm de realizar o carregamento at a ruptura. Ento uma atividade muito desafiadora, destacou o professor
Carlos Javaroni. l
ENCONTROS E NOTCIAS
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Jos armenio
PERSONALIDADE ENTREVISTADA
brito cruZ
Arquiteto e urbanista, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo (USP), em
1982. Lidera a equipe de projetos de Urbanismo na empresa Piratininga Arquitetos Associados, fundada, em 1984,
conjuntamente com outros arquitetos.
z Armenio, como chamado pelos colegas, foi responsvel
pela conduo tcnica de projetos premiados, tais como: restauro
e modernizao da Biblioteca Mrio de Andrade; restauro e
modernizao da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da USP; restauro e modernizao da sede da Associao de Advogados
de So Paulo; e projeto da Biblioteca Central da Pontifcia Universidade
Catlica de Campinas.
Participou ainda do Plano Habitacional para reabilitao da rea central
de Fortaleza e requalificao urbana dos espaos pblicos da regio
da Nova Luz, alm do Parque Tecnolgico de So Paulo, do Projeto
Paisagstico da Praia do Sol, na margem da represa de Guarapiranga,
em So Paulo, da urbanizao e remanejamento de moradias de
interesse social de So Lus, no Maranho, e do desenvolvimento
imobilirio privado em Cotia, em So Paulo.
Para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano
do Estado de So Paulo (CDHU), coordenou o levantamento
identificao de tipologias, determinao de intervenes
e estimativa de investimentos em nove subdistritos da
regio central do municpio de So Paulo, para estudo de
viabilidade tcnica e financeira para o adensamento de
domiclios na rea central.
Professor da disciplina de projetos na Escola da Cidade,
em So Paulo, desde 2007, Jos Armenio assumiu, neste
ano, a presidncia do Instituto de Arquitetos do Brasil
Departamento de So Paulo (IAB-SP).
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ibracon Como expliCa sua voCao para
urbanista, para pensador do espao
urbano?
brito cruZ Decidi fazer arquitetura, onde o
enfrentamento de questes sobre a organizao das
cidades aparece nas aulas. Meu trabalho de concluso
de curso foi sobre desenho urbano.
A questo da condio de vida na cidade uma
questo que mobiliza. Sentia a necessidade de colocar
meu conhecimento a servio da sociedade, porque
a formao de arquiteto lhe instrumenta para poder
trabalhar o espao, o habitat, em pensar qual o
projeto de ocupao do territrio, de como se est
ocupando este territrio.
Lembro-me de um texto do arquiteto Joo Batista
Vilanova Artigas, que projetou a Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP e foi meu professor,
onde ele diz que a casa no termina na soleira da
porta, mas a cidade nossa casa, nossa casa nossa
cidade. Por isso, o urbanismo uma questo que
mobiliza. A arquitetura paulista sempre teve esta
abordagem de seu objeto, como uma atitude frente
produo do objeto, frente cidade.
ibracon dentro dessa ConCepo de que
a Cidade nossa Casa, vamos disCutir
alguns problemas que as Cidades vm
enfrentando. um deles o da mobilidade
urbana. diversas solues tm sido
implementadas para dar Conta do
problema: rodoaneis, Corredores de
nibus, expanso de linhas metrovirias,
CiClovias, rodzios de veCulos etC. Como
voC v essas solues? quais outras
podem ser feitas?
Sentia a neceSSidade de colocar meu conhecimento a Servio da
Sociedade, porque a formao de arquiteto lhe inStrumenta para
poder trabalhar o eSpao, o habitat
brito cruZ A mobilidade na cidade tem uma
soluo que o transporte pblico. A cidade
estruturada no transporte individual no vivel. Por
mais que isso seja bvio, a cidade que ns vivemos
no revela essa obviedade, porque as cidades
brasileiras so estruturadas historicamente para
o automvel. Isso um erro! Mobilidade urbana
transporte pblico! Temos que mudar.
Por sua vez, o transporte pblico deve ser pensado de uma
forma multimodal. No s trilho. No s nibus. Esta
multimodalidade parte do pedestre. Eu costumo dizer que
o primeiro transporte pblico o p. Se voc no consegue
andar pelas ruas da cidade, voc no chega at o metr. E
no sai do metr. Ento, o investimento em caladas um
investimento em mobilidade.
ibracon voC ConCorda Com as diretrizes
da prefeitura de so paulo quanto
padronizao das Caladas?
brito cruZ Cada vez mais a prefeitura deve
achar instrumentos legais para exigir qualidade
nas caladas. A responsabilidade pelas caladas
pblica, mas os custos de manuteno so privados.
Entre a responsabilidade jurdica e a responsabilidade
financeira fica um buraco, que o da fiscalizao, que
o poder pblico no faz satisfatoriamente.
O levantamento das demandas dos pedestres o
ponto de partida para a mobilidade. timo, termos
metr! Mas o metr descarrega em alguma calada.
Rodoanel importante! Ferroanel importante! O
transporte hidrovirio vai tomar corpo nos prximos
anos, com planos para transporte de carga, de
pessoas e de lixo pelos rios. essa perspectiva de
integrao que temos que ter para o problema da
mobilidade urbana, partindo do p.
PERSONALIDADE ENTREVISTADA
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a adminiStrao pblica preciSa aSSumir o
urbaniSmo como rea de conhecimento vital para a eStruturao
do paS
ibracon pareCe existir um Conflito entre o
automvel e o transporte pbliCo no pas.
Como resolv-lo?
brito cruZ Existe uma cincia no mundo, que
o urbanismo. O Brasil, apesar de financiar diversas
escolas de arquitetura e urbanismo, reluta em assumir
esta rea do conhecimento na administrao pblica.
Existe uma distncia entre o que a universidade est
pensando e o que administrao pblica est fazendo.
O que precisa ser feito com relao a questo da
mobilidade pens-la com a estruturao das
cidades. Por que mandar as pessoas morarem nos
confins da zona Leste, fazendo o transporte pblico
para l, deixando o Centro vazio?
O centro est agora assistindo a um movimento de
volta das pessoas, porque, nas ltimas trs dcadas,
ele perdeu aproximadamente 300 mil pessoas. Se
essas pessoas no tivessem ido morar nos limites
da zona Leste ou da zona Sul, o poder pblico no
precisaria estar investindo tanto em transporte pblico,
mas investiria menos, em caladas, para as pessoas
irem da casa para o trabalho, do trabalho para casa.
Isso urbanismo, rea do conhecimento que pensa
as questes de forma integrada. No leva em conta
somente o transporte, mas tambm a habitao.
A administrao pblica precisa assumir o urbanismo
como rea de conhecimento vital para a estruturao
do pas. Precisamos mudar a rota que estamos
seguindo. Sair do automvel para o transporte pblico.
Pensar no pedestre. Pensar numa cidade estruturada
onde o cidado vai ao trabalho em meia hora. Pensar
na integrao social. A separao de renda do pobre
morar longe, separado do rico no deve existir, pois
somos um pas. Pobre tem que morar ao lado de rico,
para termos uma coeso social na cidade.
ibracon mas ser isso vivel? se
pensarmos no Conflito que existe entre
moradia digna para populao de baixa
renda, prxima ao Centro da Cidade, e
Vista area das caladas da avenida Paulista, em so Paulo
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a espeCulao imobiliria, que paga a
preo de ouro terrenos em regies bem
loCalizadas. a soluo proposta por voC
no muito teriCa?
brito cruZ O que eu disse no terico, mas uma
proposio: de outro modo, no vivel. No vivel uma
cidade estruturada no automvel. A questo como virar isso.
O mercado imobilirio vai aonde existem as
oportunidades. quem define as oportunidades? O
Estado. o Estado quem diz onde ser feita uma
cidade, onde ser construda uma escola. O mercado
vai atrs, trazendo investimento e desenvolvimento.
Na hora que o Estado assume seu papel, ele assume
sua funo de dirigir o mercado.
Para o mercado tanto faz ganhar no leste quanto
no oeste, ou ganhar com casa de 40m2 ou com
casa de 400m2. A questo o Estado dizer qual a
perspectiva social, qual a sociedade que ele quer.
Por exemplo: o Programa Minha Casa Minha Vida
uma ao importante do Governo Federal, enfrentando
o dficit habitacional brasileiro, dimensionado em
milhes. Esta ao tem mrito quando resolve
enfrentar o dficit habitacional e acelerar a economia,
mas ela precisa ser qualificada em seu resultado,
na estruturao das cidades. qual a qualidade das
moradias? Ela implica a cidade do automvel ou a
cidade do transporte pblico? qual o modelo de
tipologia do Programa, sob o ponto de vista da coeso
no Se pode deixar imveiS e terrenoS vazioS
na cidade, porque contraproducente. tem
lei no braSil para inibir iSSo. falta a deciSo poltica
PERSONALIDADE ENTREVISTADA
Perspectiva da ciclovia na avenida faria lima,
em so Paulo
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social? Ele est fazendo guetos ou promovendo a
coeso social?
No Canad e nos Estados Unidos, o Estado obriga
que se faam apartamentos pequenos, baratos, para
populao de baixa renda, ao lado de apartamentos
grandes. uma lei. uma direo. Basta decidir: 30%
deste empreendimento para habitao de interesse
social; e 70% so apartamentos de 100m2. As cidades
saudveis so as que tm essa coeso social.
No se pode deixar imveis e terrenos vazios na
cidade, porque contraproducente. Tem lei no Brasil
para inibir isso. Falta a deciso poltica.
ibracon um assunto em moda atualmente
a Contribuio trazida pela Copa e pelas
olimpadas para resolver os problemas
urbanos. Como voC v esta questo?
brito cruZ uma janela de oportunidade aberta. Os
grandes eventos potencializam grandes investimentos.
No entanto, sob o ponto de vista dos projetos, de
sua integrao, perdermos a oportunidade, porque
j foram definidos. Como presidente do IAB/SP no
tive conhecimento sobre essa integrao promovida
pelos projetos. O que a cidade vai ganhar com a Copa,
alm de um estdio? Faltou inteligncia urbanstica
integradora nos projetos em andamento.
Ainda temos chances de gerar externalidades
saudveis, de modo a no termos, no final, um
cemitrio de elefantes brancos, apesar das decises
sobre o desenho dos projetos no terem sido claras.
ibracon um outro problema nas Cidades
so as enChentes. voC apontou uma
direo para parte deste problema,
no sentido de Coibir a expanso da
manCha urbana para reas de risCo e
nS no SomoS vtimaS da cidade porque nS conStrumoS a cidade.
a enchente o reSultado de um projeto de cidade que no Se
preocupou com oS recurSoS naturaiS e com a qualidade de vida daS peSSoaS
de mananCiais e vrzeas de rios pela
populao mais Carente. Com relao a uma
poltiCa de boa drenagem nas Cidades, que
solues temos?
brito cruZ Tecnicamente existem solues, desde
a preocupao em cada imvel com a permeabilidade
do solo e com a vazo da gua at a preocupao com
a recuperao de vrzeas de rios.
A questo coloca-se como o dilogo da cidade
com sua geografia, seu stio geogrfico. Tem que
haver inteligncia: no posso ocupar aqui, vou
ocupar l, para no haver enchente. Ou se se
decidir construir, deve-se lanar mo de recursos
tcnicos de pavimentao, de conteno de gua
etc. Amsterd feita sobre a gua. Ns no somos
vtimas da cidade porque ns construmos a cidade.
A enchente o resultado de um projeto de cidade
que no se preocupou com os recursos naturais e
com a qualidade de vida das pessoas. A gente deve
assumir o dilogo com as guas nas cidades, gerando
permeabilidade, baixando a velocidade das vazes.
Existem conceitos que reforam este dilogo da
cidade mais inteligente e humana com a natureza.
Por exemplo: a cidade compacta. O espraiamento
urbano no uma forma de dilogo saudvel com
o meio ambiente, porque temos que trabalhar com
uma densidade urbana vivel. So Paulo tem uma
densidade mdia de 100 habitantes por hectare.
Paris tem uma densidade mdia de 270. qual o
significado deste nmero do ponto de vista social,
ambiental, econmico e cultural? Morar numa
cidade com 100 habitante por hectares morar
longe do trabalho.
ibracon hoje a sustentabilidade est
na ordem do dia quando se pensa em
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o plano diretortem que dar o paSSo no
Sentido da inStrumentao da Sociedade para implementar
oS projetoS para Sua tranSformao
desenvolvimento urbano. quais so
as diretrizes bsiCas das Cidades
sustentveis?
brito cruZ J dissemos: transporte pblico, cidades
compactas. Por outro lado, a arquitetura brasileira tem
uma sabedoria sobre consumo de energia. Em 1946, foi
construdo o smbolo da arquitetura moderna brasileira
o Ministrio de Cultura e Educao, no Rio de Janeiro,
projetado por Gustavo Capanema, que, hoje, um prdio
que tem temperatura ambiente agradvel, sem ar
condicionado, porque a fachada ensolarada protegida por
brissolis e a fachada que no toma sol mais exposta.
ibracon falando sobre o plano diretor
da Cidade de so paulo, qual o desafio
ColoCado por sua reviso em 2013?
brito cruZ Com o plano diretor completando dez
anos, temos condies de avaliar o que funcionou
e o que no funcionou na cidade. Com ele tivemos
um forte diagnstico da cidade: zonas que precisam
ser melhor estruturadas, zonas que precisam ser
mantidas, desafios ambientais, desafios sociais. Ele
sinalizou tambm demandas da cidade em termos de
transportes, conexes, pontes, passarelas, habitao.
O desafio da reviso o da implementao de
processos de viabilizao de projetos para fazer
frente ao diagnstico e s demandas. O plano diretor
tem que dar o passo no sentido da instrumentao
da sociedade para implementar os projetos para sua
transformao.
PERSONALIDADE ENTREVISTADA
interior da associao dos
advogados de so Paulo
-
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ibracon qual ser a partiCipao
do iab-sp nesta reviso?
brito cruZ O IAB-SP tem representao em
diversos rgos da Prefeitura, sendo uma conexo da
administrao pblica com a sociedade. Seu papel
o de apresentar os instrumentos tcnicos para a
sociedade construir uma cidade melhor.
ibracon vamos toCar agora no tema do
ConCreto nas Cidades. este material tem
duas CaraCterstiCas que o destaCam
em relao aos outros materiais: a
durabilidade e a moldabilidade. por outro
lado, somos um pas tradiCionalmente
edifiCado em ConCreto. ser o ConCreto
um material sempre presente nas Cidades
brasileiras?
brito cruZ O Brasil tem uma inteligncia de ponta
sobre o concreto nos seus diversos usos na cidade
prdios, pavimentao, passeios pblicos etc.
o concreto o grande aliado na conStruo deSSa
nova cidade. porque traz racionalidade na fabricao, no canteiro de obraS, o que
SuStentabilidade
O concreto o grande aliado na construo dessa
nova cidade. Porque traz racionalidade para o canteiro
de obras, gerando sustentabilidade. Por outro lado,
a tecnologia avana muito hoje existe o concreto
poroso e permevel, o concreto com resistncia maior
s intempries. Costumo dizer: sustentabilidade no
rancho, mas tecnologia em atender s demandas.
Por exemplo: na calada da Avenida Paulista, eu
argumentei com a Prefeitura que a melhor soluo
era calada de concreto! Porque uma frmula,
no depende do humor de quem executa. Minha
opinio como arquiteto que calada, pavimentao,
mobilidade urbana deve ser em concreto.
O concreto pode ser um aliado, por exemplo, na
construo de edifcios-garagem. Porque no vivel
o espao ocupado pelos estacionamentos para carros.
A soluo verticalizar. Isto uma cidade sustentvel.
ibracon o suCesso de grandes projetos e
empreendimentos o trabalho integrado
Perspectiva da biblioteca mario de andrade, em so Paulo
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a boa arquitetura a boa engenharia.
So camadaS complementareS e
integradaS. um S penSamento na realizao
de equipes multidisCiplinares. sob
sua tiCa, Como integrar Cada dia mais
arquitetos e engenheiros?
brito cruZ A realizao os integra. uma via
de mo dupla. Eu no vejo conflito. A arquitetura
levanta a engenharia e a engenharia levanta a
arquitetura, no sentido de rea de conhecimento.
Se estamos pensando uma arquitetura com toda
essa preocupao, precisamos da engenharia para
suportar isso. A boa arquitetura a boa engenharia.
So camadas complementares e integradas. um s
pensamento na realizao.
Neste prdio que estamos (prdio do IAB-SP), projeto
do Rino Levy, construdo em 1951, no se separa
arquitetura e engenharia. A laje estrutura-se sem
vigas: tem um desenho da armao, que genial!
Tem uma passagem do livro Memrias, do Oscar
Niemeyer, onde lhe perguntam se houve brigas para
construir Braslia. No! Tivemos que fazer uma cidade
em cinco anos. No dava tempo para brigar, disse
ele. O desafio da realizao supera conflitos.
ibracon temos enfrentado nos ltimos
anos o Chamado apago de talentos, Com
a falta de profissionais qualifiCados.
as universidades no tm formado bons
profissionais em faCe da inovao e
diversifiCao de produtos e sistemas
Construtivos?
brito cruZ Eu discordo. Eu acho que nossas
universidades so boas. Volto ao comeo da entrevista
onde comentei da apropriao pelo administrador
pblico do conhecimento gerado na universidade.
Talvez, falte a aproximao do mercado e da
administrao pblica com relao
ao conhecimento que existe nas
universidades. Eu vejo profissionais de
altssima competncia lutando muito
para trabalhar, para impor a sua viso,
sua convico de pas.
No sinto falta de qualificao. Sinto
que o recm-formado precisa ter
um perodo quase como o perodo
de residncia do mdico para se
aclimatar no trabalho. Meu escritrio
tem uma caracterstica: passa muita
gente por l. A gente forma muita
gente, servimos de residncia para
muita gente. Eu acho bom isso: muita
gente que est no mercado e est
trabalhando muito bem, passou por l.
quando saiu da faculdade, aprendeu a
trabalhar l.
PERSONALIDADE ENTREVISTADA
Vista da sede do iab-sP
arq. rafael Schimidt
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ibracon Cursos de atualizao
profissionais, Congressos e feiras
tCniCas so importantes?
brito cruZ So fundamentais porque a formao
um processo continuado. Ns estamos discutindo os
desafios das cidades de hoje, que uma discusso
nacional e internacional. A formao continuada
base para o bom profissional.
ibracon agora em maro de 2013 est
prevista para entrar em vigor a norma de
desempenho, a abnt nbr 15575, trazendo
importantes modifiCaes na relao
entre os diversos intervenientes do
proCesso Construtivo. os arquitetos esto
preparados para atend-la?
brito cruZ norma de desempenho deve-se
seguir a formao do arquiteto e a regulamentao da
profisso, na medida em que trar responsabilizao.
Enfim, vamos passar por uma readequao do mercado
de arquitetura, que j comeou. Porque ela traz mais
responsabilidades e mais qualidade aos projetos. Eu ainda
no me detive a um estudo detalhado da norma, mas
essa responsabilizao vai demandar necessariamente um
perodo de adaptao e de estruturao.
ibracon Como o iab e o ibraCon podem
unir foras e trabalhar em parCeria para
viabilizar o desenvolvimento urbano
sustentvel?
brito cruZ O IBRACON e o IAB podem lanar temas
para a sociedade da sustentabilidade, da tecnologia,
da coeso social, do desenvolvimento urbano,
contribuindo para a administrao pblica e o mercado
fazerem uma cidade melhor para ns.
ibracon quais suas metas de gesto
no iab-sp?
brito cruZ Fortalecimento institucional do IAB;
restauro do prdio do IAB-SP (estamos em fase
a arquitetura como
inStrumento para a Sociedade para qualificar
Sua vida
corredor de acesso biblioteca da faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de so Paulo
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de captao de patrocnios); e viabilizao da
prxima Bienal de Arquitetura. Por trs delas est a
premissa de construo de uma nova face pblica
para a arquitetura. Tirar a arquitetura do cercadinho
das idiossincrasias pessoais. A arquitetura como
instrumento para a sociedade para qualificar sua vida.
ibracon Como essa sua viso da
arquitetura se reflete na organizao da
prxima bienal?
brito cruZ Na tematizao. Nosso tema ser
o desenvolvimento urbano e a cultura urbana. A
Bienal vai ser um espao de discusso da sociedade
sobre questes urbanas. Sero projetos para discutir
solues para a cidade. Esse o nosso desafio.
ibracon dos projetos em que voC est
envolvido, quais destaCaria Como uma
boa iniCiativa para resolver os problemas
das Cidades?
brito cruZ Estou envolvido num trabalho de
reocupao do centro de So Paulo, que venho
participando desde 2006. Ele partiu de um
diagnstico do Governo do Estado de So Paulo
de que o investimento em infraestrutura urbana
para longe mais caro do que um subsdio para as
pessoas morarem no centro, bem como do potencial
de ocupao que ainda existe no centro de So
Paulo. Fizemos h trs anos atrs um trabalho de
identificao de tipologias de imveis no centro
expandido e um estudo da movimentao demogrfica.
Estamos concluindo um trabalho sobre caladas.
Fizemos as caladas da Avenida Paulista e da Avenida
Faria Lima. E participamos das reformas dos museus
da USP com o arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
ibracon fora do trabalho, o que voC
gosta de fazer?
brito cruZ Eu gosto de correr. Gosto de fazer
atividade fsica. Eu j corri 20 So Silvestres. l
PERSONALIDADE ENTREVISTADA
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ESTRUTURAS EM DETALHES
Pavimento intertravado permevel conceitos, seo tipo e avaliao de desempenho
MARIANA MARCHIONI engenheiraCLAUDIO OLIVEIRA msC.
assoCiao Brasileira de Cimento Portland aBCP
1. INTRODUO
Na gesto da drenagem urbana, com foco
ao combate s enchentes, tem se obser-
vado uma tendncia em descentralizar
as redes de drenagem, privilegiando o
retardo na fonte e visando, assim, reduzir a necessidade de
grandes obras de canais e reservatrios de deteno. Nessa
tendncia, a utilizao dos pavimentos permeveis tem se
apresentado uma soluo de excelente custo x benefcio
para o retardo do escoamento j na sua origem. Com estes
pavimentos, possvel manter o espao til do terreno e ao
mesmo tempo, reduzir em at 100% as enxurradas. Eles
tambm melhoram a qualidade da gua devido filtragem
realizada pela base do pavimento. Dentre as diversas op-
es de revestimentos, a utilizao de peas pr-moldadas
de concreto tem como principais caractersticas a execuo
simples e rpida, liberao imediata ao trfego e fcil ma-
nuteno. Nesse artigo, sero descritos os principais con-
ceitos envolvendo os pavimentos permeveis, com foco no
revestimento utilizando peas de concreto para pavimenta-
o intertravada.
2. DRENAGEM URBANA As medidas adotadas para a drenagem urbana podem
ser divididas em medidas estruturais e medidas no es-
truturais (Figura 1). As medidas estruturais normalmente
implicam em grandes obras e tm como principal objetivo
afastar a gua da chuva da sua origem e direcionar a um
ponto de convergncia. Essas medidas podem envolver a
microdrenagem, utilizando principalmente elementos,
como sarjetas, bocas de lobo e galerias pluviais, e a ma-
crodrenagem, que envolve obras de canais e reservatrios
de deteno. J, as medidas no estruturais no implicam
necessariamente grandes obras e visam gerenciar a gua
da chuva de forma local ou mesmo encontrar formas de
Figura 1 Fluxo de gesto
de drenagem urbana
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conviver com o fenmeno das enchentes. Essas medidas
consistem basicamente em preservar as vrzeas de inunda-
o, retardar o escoamento superficial de gua nos lotes ou
ainda utilizar medidas difusas, como, por exemplo, campa-
nhas de conscientizao ou sistemas de avisos para o caso
de chuvas intensas (PORTO, 2012).
Os pavimentos permeveis podem ser classificados
dentro da drenagem urbana nas aes no estruturais rea-
lizadas no prprio lote, ou seja, atuam no local da edificao
retardando a chegada da gua ao sistema de drenagem ur-
bana. Dentre os sistemas de atuao no lote, os pavimentos
permeveis funcionam tanto na infiltrao de gua como
reservatrios (PORTO, 2012).
A busca por sistemas que promovam o retardo da gua
j na fonte tem como objetivo manter uma situao anterior
ao desenvolvimento urbano. Conforme cresce a ocupao
dos centros urbanos, a
maior impermeabiliza-
o do solo demanda
mais dos sistemas de
drenagem urbana, devi-
do ao aumento da vazo
de gua.
Observando o hi-
drograma na Figura 2,
em uma situao pr-
-desenvolvimento urba-
no, o pico de vazo in-
ferior ao comportamento
verificado numa situao
ps-desenvolvimento,
quando os lotes passam
a ser ocupados com edi-
ficaes e so imperme-
abilizados.
O principal objeti-
vo do retardo na fonte
(lote) manter o hidro-
grama do lote condizente
com a situao de pr-
-desenvolvimento, ou
seja, antes da ocupao
e construo, de modo a
no saturar o sistema de
drenagem do municpio.
Substituindo em um lote as reas impermeabilizadas
por pavimento permevel, ocorre a reduo do escoamento
superficial1 e, assim, reduzida a vazo de gua gerada no
lote, mantendo-se a vazo inicial.
Nos pavimentos impermeveis ou de baixa permea-
bilidade, rapidamente h formao de escoamento super-
ficial, esta gua superficial ir demandar os sistemas de
microdrenagem durante a chuva, podendo vir a causar en-
chentes (Figura 3).
Ao contrrio, os pavimentos permeveis (Figura 4)
evitam este tipo de escoamento superficial, garantindo que
praticamente 100% da gua seja infiltrada atravs de sua
estrutura, podendo servir para recarga do aqufero ou ser
transportada atravs de sistemas auxiliares de drenagem.
Os pavimentos permeveis podem apresentar coeficientes
Figura 2 Hidrograma de ps-desenvolvimento,
pr-desenvolvimento e aps ao no lote
Figura 3 Pavimento praticamente impermevel. Verif ica-se
a rpida formao de escoamento superf icial da gua
ESTRUTURAS EM DETALHES
1 CoefiCiente de esCoamento ou
deflVio suPerfiCial: Parte da gua
da ChuVa Penetra no terreno, Parte
retida Pela Vegetao, Parte se
aCumula em lagos e Barragens, e
Parte esCoa Pela suPerfCie. esta
ParCela que esCoa Pela suPerfCie
Chamada deflVio suPerfiCial ou
run-off em ingls.
o CoefiCiente de esCoamento a
relao entre o Volume total esCoado
Pela seCo de Controle e o Volume
total PreCiPitado.
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31
de escoamento inferiores a 0,05 e, ainda assim, permitem
a utilizao do terreno como um pavimento. O objetivo de
utilizar pavimentos permeveis justamente reduzir o co-
eficiente de escoamento, resultando, assim, numa rea til
com um valor de c abaixo da faixa de regies de matas,
parques e campos de esporte (WILKEN, 1978). Na prtica,
uma rea com pavimentao permevel apresenta desem-
penho at mesmo superior quanto infiltrao de gua
quando comparada a uma rea com vegetao, caso esta j
tenha parte do solo compactado.
3. CONCEITOS PAVIMENTOS PERMEVEIS
Para que o pavimento permevel funcione na reduo
do escoamento superficial e infiltrao de gua, necess-
rio que sejam atendidos
os requisitos de projeto e
materiais da estrutura do
pavimento, onde todo o
caminho percorrido pela
gua deve ser conside-
rado.
Pavimentos per-
meveis so definidos
como aqueles que pos-
suem espaos livres na
sua estrutura por onde
a gua pode atravessar.
(FERGUSON, 2005).
O revestimento
deve permitir a pas-
sagem rpida da gua
evitando, assim, que ela
escoe superficialmente
ou forme poas, garan-
tindo que 100% da gua
superficial seja infiltrada
atravs do pavimento em
um intervalo de tempo
compatvel com a chuva
local, resultando em um
baixo coeficiente de es-
coamento superficial.
A gua infiltrada
fica, ento, armazenada
na estrutura do pavimento at escoar, funcionando como
uma caixa de retardo.
A estrutura do pavimento deve ser dimensionada con-
siderando-se a intensidade da chuva no local e as caracte-
rsticas do solo, alm das condies de trfego s quais o
pavimento estar sujeito.
4. SEO-TIPO DE UM PAVIMENTO INTERTRAVADO PERMEVEL
A seo tipo (Figura 5) do pavimento permevel con-
siste no revestimento, que pode ser de diferentes materiais
que permitam a passagem rpida da gua, dentre elas as
peas pr-moldadas de concreto. A camada de assenta-
mento possui espessura 50mm e tem como principal fun-
Figura 4 Pavimento permevel. No ocorre o escoamento
superf icial. Praticamente 100% da gua inf iltrada
e pode-se adotar coef iciente de escoamento superf icial
igual a 0,05
Figura 5 Seo tipo de pavimento permevel com
revestimento de peas de concreto pr-moldadas
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o fornecer uma superfcie uniforme para assentamento
das peas de concreto pr-moldadas. A base e subbase
devem ser dimensionadas para cada caso, podendo ainda
ser necessria a utilizao de tubulao de drenagem para
complementar o sistema (MARCHIONI, 2011).
Sero descritas as principais caractersticas de
cada camada.
4.1 suBleito
So necessrios dados do subleito para o dimensio-
namento do pavimento permevel, sendo o tipo de solo, a
capacidade de suporte, o coeficiente de permeabilidade e o
nvel do lenol fretico, dados utilizados para dimensionar
a camada de base do pavimento permevel. A capacida-
de de suporte do solo determinada atravs da ABNT NBR
9895,determinando o ndice de Suporte Califrnia (CBR).
J o coeficiente de permeabilidade determinado
atravs das ABNT NBR 13292ou ABNT NBR 14545, po-
dendo ainda ser estimando conhecendo a distribuio
granulomtrica do solo. quanto menor o valor do coe-
ficiente de permeabilidade, menos permevel o solo.
Para utilizao de pavimentos permeveis em solos mui-
to pouco permeveis necessria a utilizao do sistema
de infiltrao parcial, onde o sistema complementado
com tubos de drenagem.
Tambm deve ser conhecido o nvel do lenol freti-
co, que recomenda-se estar a pelo menos 60cm abaixo da
subbase do pavimento permevel (MARCHIONI, 2011).
4.2 Camada de Base e suB-Base
Para a base e subbase, utiliza-se brita lavada de um
material durvel com 90% de faces fraturadas e Abraso
Los Angeles menor que 40, determinado de acordo com a
ABNT NBR NM 51. O ndice de vazios mnimo de 32% e
necessrio um ndice de suporte Califrnia (CBR) de pelo
menos 80%, determinado de acordo com a ABNT NBR 9895
(MARCHIONI, 2001).
A capacidade de atuar como reservatrio de gua da
base e subbase vai depender do ndice de vazios do agrega-
do, que determinado de acordo com a ABNT NBR NM 45 e
deve ser superior a 32% (MARCHIONI, 2011).
Na Tabela 1 esto as granulometrias sugeridas para a
base e subbase.
Outras granulometrias de agregados podem ser uti-
lizadas, desde que atendido o critrio de ndice de vazios
superior a 32%, garantindo, assim, a capacidade de arma-
zenar gua.
4.3 rejunte e Camada de assentamento
Nos pavimentos permeveis, as peas de concreto so
assentadas em uma camada uniforme e nivelada de agre-
gado grado com dimenso mxima igual a 9,5mm, teor
Tabela 1 Granulometria
recomendada para camadas de
subbase e base de um pavimento
permevel (MARCHIONI, 2011)
Peneira com abertura
de malha Subbase Base
75mm63mm50mm37mm25mm19mm
12,5mm4,75mm2,36mm
00 a 10
30 a 6585 a 100
95 a 100
0
0 a 5
40 a 7590 a 10095 a 100
Tabela 2 Caractersticas do
agregado para assentamento e
preenchimento das juntas
(MARCHIONI, 2011)
Peneira com abertura de malha
Camada de assentamento
e material de rejunte*
Distribuio granulomtrica orcentagem retida
Material de rejunte
12,5mm9,5mm
4,75mm2,36mm1,16mm
0,300mm
00 a 15
70 a 9090 a 10095 a 100
0
0 a 1560 a 90
90 a 10095 a 100
Teor de finos: menor que 3% passante na peneira 0,075mm.*quando o formato da pea permitir a utilizao deste material como rejunte
ESTRUTURAS EM DETALHES
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de finos menor que 3% passante na peneira 0,075mm e
com granulometria recomendada de acordo com a Tabela 2
(MARCHIONI, 2011).
Um aspecto de grande importncia no agregado da ca-
mada de assentamento que ele tenha dimenso suficiente
para garantir uma superfcie uniforme para o assentamento
das peas pr-moldadas de concreto, mas que tambm
ocorra um travamento com a camada de base. Para que
isso ocorra, os agregados da camada de base e da camada
de assentamento devem atender o seguinte critrio:
[1]D base / D assentamento < 5 e D base / D assentamento >215 15 50 50
Onde:
Dx = dimenso onde x% dos agregados mais fino.
Para o material de rejunte, deve ser verificado se a dmx
do agregado permite o rejuntamento e tambm garantir um
teor de finos menor que 3% passante na peneira 0,075mm.
O teor de finos tem relao direta com o coeficiente de per-
meabilidade do material e, assim, tem grande influncia no
desempenho do pavimento permevel.
quando possvel, pode ser utilizado como material de
rejunte o mesmo agregado da camada de assentamento;
porm, permitido utilizar agregados mais finos para ga-
rantir o preenchimento das juntas, conforme granulometria
recomendada na Tabela 2.
Por exemplo, no caso de uma pea com espaador
de 6mm no possvel rejuntar com um agregado de
dmx9,5mm; sendo assim, pode ser utilizada a granulometria
da coluna subsequentes, com dmx
=4,75mm.
O agregado da camada de assentamento e do material
de rejunte deve apresentar um coeficiente de permeabilida-
de mnimo de 3,5x10-3 m/s, sendo que, atendida a granu-
lometria, este requisito normalmente tambm atendido.
4.4 reVestimento de Peas de ConCreto
Para ser considerado intertravado, as peas de con-
creto devem atender a relao de comprimento/espessura
menor que 4, garantindo um comportamento de pavimento
flexvel. Peas que excedam essa relao so denominadas
placas de concreto, so indicadas apenas para trfego ex-
clusivo de pedestres e no sero tratadas neste artigo.
No caso das peas de concreto para pavimento in-
tertravado permevel, as peas podem ser de concreto
convencional, onde a infiltrao de gua se d por espaos
vazios nas peas ou pela junta de assentamento ou podem
ainda ser de concreto poroso, permitindo a infiltrao de
gua pela prpria pea.
n Revestimento com peas de concreto com juntas alarga-
das: Utilizam-se peas de concreto simples e a infiltra-
o da gua ocorre atravs das juntas entre as peas.
n Revestimento com peas de concreto com aberturas: Utili-
zam-se peas de concreto simples e a infiltrao da gua
ocorre atravs de aberturas dispostas entre as peas.
n Revestimento com pea de concreto poroso: Utilizam-se
peas de concreto poroso e a infiltrao da gua ocorre
atravs dos poros interligados do concreto.
5. AVALIAO DO PAVIMENTO PERMEVEL
A forma correta de avaliar o desempenho de um pa-
vimento permevel e garantir que ele ir contribuir com a
diminuio do escoamento superficial de gua, problema
Figura 6 Tipos de revestimento para pavimento intertravado permevel
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tpico de reas impermeveis, medindo a velocida-
de de infiltrao de um volume conhecido de gua, ou
seja, deve determinar o coeficiente de permeabilidade.
O coeficiente de permeabilidade indica a veloci-
dade de infiltrao de gua no solo, referida em m/s.
(PINTO, 2002). Esta informao importante para o
dimensionamento do sistema na fase de projeto e tam-
bm aps a execuo, como forma de acompanhar o
desempenho do pavimento ao longo da sua vida til.
Os valores de referncia da estrutura do pavi-
mento permevel se baseiam nos estudos da permea-
bilidade natural dos solos. Na Tabela 3, encontram-se
os valores de referncia para coeficientes de perme-
Tabela 3 Valores tpicos de coef iciente de permeabilidade de solos
(TERZAGUI; PECK, 1967)
Tipo de soloCoeficiente de permeabilidade
k (m/s) Grau de permeabilidade
britaareia de brita, areia limpa, areia fina
areia, areia suja e silte arenososilte, silte argiloso
argila
AltaMdiaBaixa
Muito BaixaPraticamente Impermevel
-3>10-3 -510 a 10-5 -710 a 10
-7 -910 a 10-9< 10
abilidade de solos (TERzAGUI; PECK, 1967). Nas faixas
de permeabilidade alta e mdia, a gua ir infiltrar
com facilidade; fora destas faixas, o tempo de infil-
trao ser bem maior e inadequado para superfcies
consideradas permeveis.
De maneira anloga, podemos utilizar o coeficien-
te de permeabilidade para avaliar os pavimentos per-
meveis, considerando-se como valor mnimo de coefi-
ciente de permeabilidade o valor de 10-5m/s.
A determinao do coeficiente de permeabilidade
de pavimentos permeveis j executados baseado na
norma ASTM C 1701 Standard Test Method for Infil-
tration Rate of In Place Pervious Concrete, ou mtodo
de ensaio in situ para determinao de coeficiente de
permeabilidade em concreto permevel.
O mtodo utiliza um cilindro com dimetro de
30cm e altura mnima de 20cm posicionado na super-
fcie do pavimento permevel (Figura 7). As laterais do
cilindro so vedadas com massa de calafetar de modo
a evitar perda de gua (MARCHIONI, 2011).
O mtodo pode ser utilizado para todos os tipos de
pavimentos permeveis j executados.
Este mtodo de ensaio bastante simples, pode ser
utilizado para aprovao do pavimento aps sua exe-
cuo e para monitoramento ao longo da utilizao do
pavimento, garantindo, assim, que o pavimento atenda
aos requisitos de projeto.
6. CONSIDERAES FINAISO sistema de pavimentao permevel uma
soluo simples e de timo custo x benefcio para o
combate de enchentes no manejo da drenagem urbana.
Ao apresentar um coeficiente de escoamento superfi-
cial igual a 5%, a utilizao do pavimento permevel
Figura 7 Cilin